do Pará para conhecer o mundo - e tudo isso através da educação
Francielly Rodrigues Barbosa "Utilização de lixo na fundação de casas na Amazônia: problema ou solução?"
Olá! meu nome é Francielly Rodrigues Barbosa, de Moju, Estado do Pará. Escrevo para contar para vocês um pouco da minha história. Nasci e cresci nas ruas de Moju e moro em uma casa humilde e de madeira, porém sou muito feliz. Sempre gostei muito de estudar e participo de feiras de ciência desde os meus 10 anos de idade. Desde então, tive a vontade de participar da FEBRACE (Feira Brasileira de Ciências e Engenharia) e, para mim, esse era um sonho o qual eu achava que jamais se tornaria real. No ano de 2017, veio a surpresa: o meu projeto "Utilização de lixo na fundação de casas na Amazônia: problema ou solução?" ganhou uma credencial para participar dessa feira. Sem celular, computador ou acesso à Internet, consegui catalogar os materiais mais desperdiçados em meu município e produzir a solução para o problema dos aterros de fundação de casas. Utilizei o açaí carbonizado, triturado e misturado adicionado à substância ligante argila e obtive um material muito mais resistente que o aterro comum retirado do solo. Para minha surpresa, ganhei 10 prêmios na FEBRACE: Prêmio Award For Community Inovation 2018 $500 (USD); Prêmio ABRIC de Destaque em Iniciação Científica; Publicação no Periódico Scientist Prima; Publicação de um artigo na revista ECO 21 escrito em linguagem jornalística; Viagem para o Arizona para participar do 2018 Sustainability Solutions Festival; Prêmio Destaque Unidades da Federação; Prêmio Centro Paula Souza - 1 tablet Samsung A6; Credencial para participar da 4 FEROCIT 2018 - Porto Velho Rondônia; 1° Lugar FEBRACE 2018 na área de Ciências Sociais e Aplicadas; Bolsa do CNPQ; Prêmio Nave a Vela de Inovação cartão de embarque para Boston, USA. Ficamos (e estamos) super felizes. Voltamos ao Pará renovados. Então, começou a minha correria. Vende bolo pra cá, faz rifa pra lá, pede patrocínio, entra em contato com os órgãos públicos para, com muita luta, conseguir realizar minhas viagens e dar continuidade ao meu projeto. Depois de todos os desdobramentos, sei que o projeto tem um potencial incrível e estou cheia de ideias para melhorar a minha realidade. Uma menina pobre, negra, vinda de uma família desestruturada e que só teria em seu futuro coisas más por conta da sua realidade, mas que sonha em conhecer o mundo e, mesmo com todas as dificuldades, não desiste e não abaixa a cabeça: vai sair do Pará para conhecer o mundo (e tudo isso através da educação). Em homengem à prof. Rachel Siqueira e prof. Edinaldo Farias.
Francielly Barbosa