ANA BRANCO ANA CANTI ANA PAULA ALBÉ ANALU NABUCO ANDRÉA ROCHA CRISTINA ZARUR DUAS DE COPAS IRA ETZ JOÃO ARAUJO JOSÉ DINIZ
JOSÉ TELLES LAURA BONFÁ BURNIER LETÍCIA PUMAR LILIANE BRAGA LUCIANO SIQUEIRA MARCIA LACERDA MAÍRA MARQUES MARCELLA ARAUJO MARCIA MELLO MARCOS BONISSON
MARIA EUGÊNIA NABUCO MASSOCA FONTES MURILO HEUSI NANDA RIBEIRO RAFAELA CELANO RICARDO PITANGA TEREZA HEUSI THEREZA CARVALHO THOMAS VALENTIN TOMAZ SILVA
Lambe Curadoria Marcos Bonisson
No meio do caminho tinha um lambe Tinha um lambe no meio do caminho, lambendo o lambe do caminho. Rua, boca céu aberto, língua que lambe, lambe que roça a língua nos muros e adere, como pele nos corpos marginais. Corpos murais, muros peles, peles muros, muros epidérmicos. Imagens líricas, escritas efêmeras. Na temporalidade da leitura, não mais que um tempo fugaz de gozo do olhar. O espaço é de impermanência, fluidez, que logo se transmuta por aderência a outros corpos, em outras linguagens. Uma erótica do tempo escrevendo o lugar comum que lambe, provoca, descentra o olhar, faz desacelerar a passada. Instante de silêncio, comunhão, cumplicidade, partilha da poiésis. O olhar espicha, se espreguiça em campo onírico. A rua pulsa o lambe, o lambe pulsa a rua, encena a trama, fabula, linguageia.
Passa-passa, passante passa, rasga, grafita, arranca, cola, descola. Evasão criando brechas, alegorias surgindo. Há tensão, tesão, penetração, revirada semântica de peles. O lambe vive seu lirismo, transformando camadas aglutinadas em memórias. Não mais que de repente, seu tempo é irreversível. Iminência de efeitos deflagram sem reservas sua queda. Corpo ofegante, carne viva, epiderme ferida que se alarga na terra. Sobras, sopros orgânicos, substâncias estéticas aguardando outras prosas. Aqui e agora, esse é o instante do lambe, eclipse da sua fenomenologia narrada em repentes poéticos. O lambe inventa a rua, a rua inventa o lambe.
Maria Eugênia Nabuco
A pele da cidade Estampada com os nossos muitos desejos – sobre todos importa mais sinalizar ‘mais tempo para viver bem’, a pele da cidade se mostra, aqui, em metamorfoses. Inteira e bem cuidada é onde a aparência afirma o Poder – o poder de fazer crer, ser mais. Descascada, onde não ser vista é parte da sina comum, a pele e a cidade mudam ao sabor da vida. Assim como nós, nasce, cresce, envelhece e é, às vezes, demolida para o bem de todos. Será? Seria...? Como é bela a pele amada, querida, tatuada com as imagens dos nossos afetos, também marcada pelos desafetos. Por vezes rasgada, colada, emendada, a pele da cidade se refaz com as escamas que criamos e a ela doamos, lambendo suas cicatrizes em camadas finas de desvelo. Thereza Carvalho
Indice Imagetico
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LAURA BONFÁ BURNIER
IRA ETZ
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ANA BRANCO
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MARCOS BONISSON
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DUAS DE COPAS
FLAVIA COSTA E MONICA LEME
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MAÍRA MARQUES
MARIA EUGENIA NABUCO
LUCIANO SIQUEIRA
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RAFAELA CELANO
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MARCIA LACERDA
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RICARDO PITANGA
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MARCELLA ARAUJO
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MARCIA MELLO
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CRISTINA ZARUR
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NANDA RIBEIRO
LETÍCIA PUMAR
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ANDRÉA ROCHA
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JOÃO ARAUJO
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ANALU NABUCO
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ANA PAULA ALBÉ
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ANA CANTI
TEREZA HEUSI
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THEREZA CARVALHO
JOSÉ DINIZ
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JOSÉ TELLES
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TOMAZ SILVA
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MASSOCA FONTES
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THOMAS VALENTIN
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MURILO HEUSI
LILIANE BRAGA
LAMBE é uma publicação virtual produzida a partir do projeto LAMBE LAMBE organizado pelo grupo LIVRO INVENTADO em 2019 no Rio de Janeiro.
PROJETO GRÁFICO
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MARCOS BONISSON REALIZAÇÃO
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