Píxel

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São Paulo

2010

Universidade de São Paulo (USP) Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH)

Píxel Embasamento técnico e teórico Definição do Tema, Público-alvo e Dados Técnicos.

Ana Clara Almeira Inaye Brito Julia Harumi Michele Simões Pauline Pontes

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“Píxel” “Realidade Virtual é uma realidade que podemos tocar e sentir o mesmo que ver e ouvir com os sentidos reais, e não só com o olho e o ouvido de nossa mente.” (KERCKHOVE, 1995)

Para o Verão 2011 a coleção "Píxel" trás um novo olhar para as roupas e sua relação com o corpo nas brincadeiras infantis. Fragmentos de um todo transformam as saias, vestidos, calças e blusas em peças multicoloridas, multifuncinais e multiarticuladas através da divertida interatividade da criança com a roupa. Peças desmontáveis, quebra-cabeça, quadro mágico e a tecnologia de realidade aumentada estão agregados aos nãotecidos estruturados e trabalhados com tecnologias especiais de produção. Entretelas e nãotecidos são retrabalhados e inseridos na coleção de forma autêntica, proporcionando estruturação da peça e uma nova sensação tátil para as crianças. Os tecidos seguem as alegres cores da cartela, possibilitando novas misturas e combinações nas peças e em estampas difusas, fragmentadas e pixeladas. A coleção “Píxel” interage com o real e virtual, projeta o corpo em outras realidades, desmembra-o em diversas formas, constrói e monta-o como uma brincadeira. A imaginação e ludicidade infantis são as chaves da interatividade nesta coleção.

Público-alvo: infantil Atualmente, as crianças estão muito ligadas a moda e isso faz com que questões de comportamento, consumo e mercado sejam reavaliadas. As crianças estão mais decididas no momento da compra, e nos últimos tempos o mercado de luxo reacendeu no Brasil e com o segmento infantil não foi diferente, está em plena expansão. Só em São Paulo, o consumo aumentou mais de 70% em 2007, ABIT (2008), isso acontece devido às crianças de classe A, exigirem produtos com o mesmo prestígio e status de seus pais. Segundo a ABIT (2008), há 48,8 milhões de crianças no Brasil (considerando a idade de zero a 14 anos), sendo que na classe AB são 9.332.940, com renda familiar acima de 10 salários mínimos, e de 05 a 09 anos são 17 milhões de crianças. De acordo com a ABIT (2007) 20% das vendas do mercado de luxo têm hoje como destino final as crianças. As percentagens são mais elevadas nos produtos para uso pessoal, como roupas, calçados e acessórios. As estatísticas comprovam que uma


criança com sete ou oito anos tem os seus gostos bem definidos e reconhece as marcas da maioria dos produtos que consome. No Brasil, há poucas marcas infantis que confeccionam roupas de luxo. O mini luxo despertou interesse das grandes marcas há pouco tempo, através de pedidos feitos pelos pais – compradores da marca para adulto. O estilista Ronaldo Fraga foi um dos primeiros a confeccionar roupas de luxo para crianças. A marca Ronaldo Fraga para filhotes foi criada sem grandes pretensões há cinco anos, tem espaço próprio nas lojas de São Paulo e Belo Horizonte. A estilista Cris Barros decidiu lançar a Cris Barros Mini e a designer Isabela Capeto fez sua primeira coleção de roupas infantis para meninas de quatro a dez anos em 2007. As previsões são de que esta indústria mantenha um crescimento estável durante os próximos anos (ISTO É, 2008). O segmento de vestuário infantil ocupa uma fatia em torno de 15% do mercado de vestuário no Brasil e vem apresentando uma média anual de crescimento de 6%. Em 2003, o crescimento em relação a 2002 chegou a 11%. Em 2002 o faturamento do setor foi de US$ 1,7 bilhão. Em 2003 chegou a US$ 1,9 bilhão. Em 2004 foi de US$ 2,1 bilhões e em 2005 o faturamento foi de US$ 2,4 bilhões. Em 2006, US$ 2,41 bilhões e em 2007 alcançou US$ 2,53 bilhões. Aproximadamente 1 bilhão de peças de vestuário infantil são produzidas anualmente no Brasil sendo que confecções para meninas representam cerca de 70 % do total de peças vendidas. Um estudo da Faculdade de Economia e Administração (FEA) da Universidade de São Paulo mostra que o mercado infantil cresce em ritmo acelerado no Brasil: 14% ao ano – ou o dobro do verificado nos segmentos voltados para adultos. Atualmente, as crianças movimentam cerca de R$ 50 bilhões por ano no país. “Os pais nunca gastaram tanto com o consumo dos filhos como agora”, constata Luiz Slongo, professor de Administração da PUC no Rio Grande do Sul e especialista em marketing. Isso acontece por dois motivos. O primeiro é que os meninos e as meninas estão muito mais antenados ao mundo das compras. Uma pesquisa realizada em 2003 pela consultoria MultiFocus mostrou que 99% delas assistem à televisão, 87% ouvem rádio e 34% usam a internet com freqüência. “Atualmente, as crianças são atingidas em cheio pela publicidade e, por isso, ficam mais exigentes nas compras”, explica Luiz Alberto Marinho, diretor da agência Publicom, de São Paulo. O outro fator é a falta de tempo dos pais. Mergulhados em trabalhos, eles procuram compensar a pouca atenção dada aos filhos com presentes. Hoje, quem tem condições não pensa duas vezes antes de comprar um brinquedo ou roupa – o que, aliás, confere aos filhos um alto poder de barganha.


Mas conquistar a confiança do consumidor infantil não é tarefa fácil. Parte das companhias enfrenta enormes dificuldades ao tentar desenvolver um produto que caia no gosto das crianças. “O grande desafio das empresas interessadas no mercado infantil é aprender a pensar como criança”, explica o publicitário Martin Haag, diretor de planejamento da agência Escala, de Porto Alegre. Ele conta que, muitas vezes, os executivos tomam sua própria infância como referência para entender o perfil de consumo dos “miniclientes”. Assim, acabam lançando brinquedos ou roupas obsoletos, que já não correspondem ao gosto das gerações mais novas. Outro erro das empresas é tentar aplicar no público infantil as mesmas técnicas promocionais que funcionam com os adultos. Há uma vasta diferença entre ambas. Não há como fazer pesquisas de opinião com crianças, por exemplo. Tampouco se pode esperar que elas se interessem por um produto simplesmente devido a uma promoção ou a um desconto no preço. Ao contrário: no mercado infantil, o que faz a diferença é o “amor à primeira vista” – ou aquela incrível capacidade que algumas marcas têm de fazer as crianças espernearem por uma compra. Outro ponto importante: no infantil, o consumidor fiel é a mãe. A criança torna-se fiel a marca porque a mãe é fiel. É preciso conquistar a mãe, é ela quem leva a criança a loja, quem efetua a compra, apesar da escolha dos produtos na grande

maioria

ser

da

própria

criança.

Recentemente,

o

canal

Discovery

Home&Health que estudava o comportamento de crianças, foi mostrado o caso de uma garotinha que seguia os passos da mãe. A menina norte-americana de apenas quatro anos sabia pronunciar todos os nomes das principais grifes internacionais, inclusive as de difícil pronúncia como Yves Saint Laurent e Salvatore Ferragamo. Mas não era apenas isso, além da pronúncia ela sabia identificar através das roupas qual marca se tratava, sem olhar nas etiquetas. Atualmente, as crianças tem se vestido como mini-adultos, deixando de lado aspectos importantes das crianças. A infância é um período extremamente decisivo na formação do sujeito, é a base do futuro adulto e por isso precisa ser vivida intensamente e completamente.

Descrição do modelo Vestido casual e alegre leva consigo o conceito do pixel: multi-articulado, facial e colorido. Composto de quatro camadas, nas quais três são removíveis e montadas pelas crianças ao seu gosto. Unidas por botões coloridos e facilmente manipuláveis as partes formam blusa ou vestido, transportando de trás para frente,


de cima para baixo as partes o corpo virtual e desmontável. Pixar a forma e espaço é a grande brincadeira desta obra.

Etiqueta

As etiquetas de vestuário devem obrigatoriamente conter: composição têxtil do produto, nome ou razão social do fabricante ou importador, identificação fiscal do fabricante ou importador, país de origem, indicação de tamanho e tratamento de cuidado para conservação. Para facilitar e auxiliar na decisão de limpeza e cuidados pelos consumidores, lavanderias e lavanderias a seco, com artigos têxteis e de vestuário a NBR 3758 – Têxteis- Códigos de Cuidados Usando Símbolos, com apoio das NBRs já citadas, foi editada em 1991 e revisada pela última vez em 2009.


A NBR 3758 objetiva “ser simples o bastante para ser compreendido em todos os países, independentemente de seus idiomas, e fornecer, dentro do possível informação para evitar danos irreversíveis causados pelos tratamentos de cuidados” (ABNT NBR ISO 3758-2006). Na etiqueta devem constar os cinco processos de cuidado com a peça, obrigatoriamente nesta ordem: lavagem, alvejamento, secagem, passadoria e cuidado têxtil profissional. A etiqueta acima segue a Norma Regulamentadora 15.800: Referenciais de medidas do corpo humano – Vestibilidade para Bebê e Infanto-Juvenil, que estabelece a marcação das medidas de corpo (busto-tórax, cintura e quadril) para roupas infantis. Esta norma, aprovada em 2010, ainda não foi totalmente aderida pelas empresas brasileiras, mas em outros países, é imprescindível o seu cumprimento. As simbologias de cuidados e conservação da peça referem-se a: Símbolo

Significado - Lavar somente à mão. - Temperatura máxima de 40C - Não alvejar/ Não branquear - A secagem em tambor é possível - Secagem a baixa temperatura - Temperatura máxima da base do ferro de passar a 110C - Vapor pode causar danos irreversíveis - Limpeza a seco profissional em tetracloroetileno e todos os solventes listados para o símbolo F - Processo suave Fonte: ABNT NBR ISSO 3758-2006


Referencias Bibliográficas ABIT. Vestuário: Homologada a Norma de Vestibilidade de Roupa Infantil. Disponível em: <http://www.abit.org.br/site/noticia_detalhe.asp?controle=2&tipo=2&id_menu=20&i dioma=PT&id_noticia=2098&#ancora>> acesso em: março 2010 BRITO, Inayê. Visual Tangível: Design de Moda como Inclusão Social. Trabalho de Conclusão de Curso como pré-requisito para obtenção do título de Bacharel em Têxtil e Moda. Universidade de São Paulo, São Paulo, 2010. Informativo Técnico.

Lei das Etiquetas. Helvetia Etiquetas e Tecidos Ltda.

Disponível em: <www.helvetiz.com.br>. Acesso em: maio 2010. Mercado infantil movimenta milhões no Brasil. Disponível em: <www.textilia.net/sitenovo/portal_eventos/news>. Acesso em: junho 2010. Mercado infantil movimenta R$ 50 bilhões por ano. Disponível em: <www.blogs.abril.com.br/marketinginfantil/2006/07/mercado-infantil>. Acesso em: junho 2010. www.dep.uem.br/enpmoda/artigos/M01ENPMODAx.pdf. Acesso junho 2010. www.scribd.com/doc/820133/artigo-Mercado-de-Moda-Infantil. Acesso 2010.

em: junho


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