Aibirin - A Cultura e o Feminino

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AIBIRIN A Cultura e o Feminino


Sobre o Projeto

Quando adentrei a Casa de Cultura Itaim Paulista pela primeira vez como Jovem Monitora em 2018, logo pensei em realizar um projeto, iniciar uma ação de pudesse contemplar as mães solo do território, algo que fosse pensado para nós, mas mesmo com o apoio da minha família e do gestor do espaço, ainda não estava pronta. Queria a todo custo entender como a cultura da cidade de relaciona com a maternidade solo e aquela seria minha chance. Planejei uma coisa, e a vida se encarregou de fazer outra, mais uma vez.

AIBIRIN - SOBRE O PROJETO

"O projeto Aibirin propõe trazer a discussão e pesquisa sobre como a cultura se relaciona com a mulher do território, especificamente às mulheres pretas e mães solo. Se a cultura também pode ser definida como o conjunto de hábitos de um povo quais hábitos, pensamentos e ações realizamos sobre isso?"


AIBIRIN - SOBRE O PROJETO

Em 2019 surgiu a proposta de continuar a missão árdua de atuar no equipamento enquanto poderia realizar o tão pensado e planejado projeto. No entando as coisas não são tão fáceis como escritas em papel quando nos encontramos neste lugar. Agora vou me apresentar como fiz em quase 2 anos e sigo fazendo com prazer: "Sou Janaina, tenho 29 anos, mãe do Akin (5), Jovem Monitora Cultural, DJ, estudante de áudio, Confeiteira, Graffiteira e Agente Cultural." Nem de longe passo as mesmas dificuldades que outras mães, pois tenho uma rede de apoio cheia de amor, composta basicamente por meus pais e agora vejo que o tempo que eu achei que perdi, eu ganhei. O cronograma inicial do AIBIRIN envolvia sessões de autocuidado, rodas de conversa, pesquisas em postos de sáude e exibição de filmes sobre o tema. Aí vem o questionamento mais pertimente que já fiz a mim mesmo nos últimos anos:


AIBIRIN Sob a minha perspectiva, esse projeto vai pra além do PJMC e traz a sensação de esse periodo de tentativas foi uma introdução para o mesmo. No corre corre de todo dia, na vivência da maternidade durante esses 5 cinco anos só me mostram o quanto a sociedade não está pronta para nós. Nesse "ensaio" já se instalava um enfrentamento, correlacionada ao parto, que ocasionou uma depressão posterior e hoje me embarga a voz toda vez que lembro. Durante este período como artista, posso contar nos dedos das mãos os espaços que eram devidamente adequados para receber uma criança, e quantas pessoas preparadas para compreender essa condição da mãe que não pode deixar sua cria.

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"Que tempo eu disponibilizo para o auto cuidado, para assistir um filme, para responder pesquisas ou pra ir ao médico á não ser que esteja num estado de dor?"


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Com o incentivo de várias mulheres incríveis que conheci no caminho, em janeiro era marcado o primeiro encontro AIBIRIN e o coquetel de abertura finalmente aconteceria em 28/03/2020, 2 dias antes do aniversário da minha cria. Essa data foi escolhida (não atoa) e já me causava ansiedade. Fui ao centro da cidade e gastei alguns tostões com o cenário simples, mas que deveria trazer aconchego e segurança á quem confiou em minhas ideias loucas. Teria comidinha, suco natural, luzes, projeção e muito carinho. Não Rolou. Seguindo as recomendações da OMS deveríamos manter distância social para prevenir o contágio por Covid-19 e por segurança e responsabilidade o encontro tão esperado fora adiado por tempo indeterminado. A nuvem da constatação já pairava sobre a minha cabeça: " Já não somos nós isoladas? Quantas de nós consegue emprego quando consta na entrevista que somos mães e solteiras ao mesmo tempo? Quantas de nós simplesmente tem de escolher ter uma vida social á cuidar interinamente do filho? Como será a vida depois de tudo isso?"


Registro da ação de 27/06: Live com a convidada Nany Dias para falar entre outras coisas, sobre as perspectivas de ser mãe solo no meio artístico AIBIRIN - SOBRE O PROJETO


Seguimos!

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VOCÊ ESTÁ PRONTO PARA ESTA CONVERSA?

Vivemos desde o inicio do mundo a naturalização do abando parental como comportamento social. A seguir, veremos dados de pesquisas e vivências, que expõe situações cotidianas de uma mãe solo. O que você pode fazer para ajudar? APOIAR UMA MÃE.

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Maternidade Solo:


DE BRASILEIROS SEM O NOME DO PAI NO REGISTRO Segundo o IBGE, o Brasil soma mais de 11 milhões de familias compostas por mães solo e seus filhos. O abandono parental é frequente em lares periféricos e de mulheres pretas, sendo sempre naturalizado como "coisa de homem" e acarretando prejuízos psicologicos tanto na criança quanto na mãe.

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5,5 Milhões


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"E se a criança ficar doente?" Quase 100% das mulheres mães sofrem preconceito na entrevista de emprego, muitas não conseguem se recolocar no mercado de trabalho ou sequer, terminar os estudos por falta de apoio familiar. Viviane, 29, foi reprovada em 7 empresas, só conseguiu trabalho na 8° quando disse que não tinhas filhos. Felizmente, hoje existem grupos de apoio para mães empreendedoras, onde é possivel trocar experiências e fortalecer a comunidade.


A depressão pós-parto não é frescura e acomete mais de 2 Milhões de brasileiras por ano. AIBIRIN - A CULTURA E O FEMININO


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Guerreira não! Sobrecarregada. Não podemos esquecer a romantização da sobrecarga. A "mulher guerreira", a "mãezona" e a "lutadora" que você conhece, provavelmente teve de abrir mão do auto cuidado para ser suficiente ao lar, aos filhos. A sobrecarga física e mental das mulheres dobrou em momento de pandemia, quando muitas sem emprego, ainda tem que prover com urgencias e incertezas o sustento da cria que em muitos lares tem faltado.


Quase 100% das mulheres que participaram da pesquisa já ouviram/ouvem frases deste tipo. Muitas delas tem dificuldade de cultivar relações afetivas pós maternidade pelo estigma de que procuram pais substitutos aos seus filhos. "Tão nova, já tem filho" "Você sabe quem é o pai?", "Ninguém quer mulher com filho!" Essas e outras frases rotineiras contribuem e muito para a baixa autoestima e adoecimento da mulher. Se você reproduz palavras como essas, apenas PARE!

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"UMA HORA VOCÊ ARRUMA UM PAI PRA ELES"


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JUNTES SOMOS MAIS FORTES! Todos sabemos que a ação coletiva tem mais força em qualquer causa e por aqui não é diferente. Apoie redes que ajudem outras mulheres, ajude diretamente ou indiretamente. Que seja uma conversa, indicação de instituições de apoio, doações de alimentos, doação de água, roupas infantis, materiais de higiene, produtos de limpeza, adquirir um produto de alguma mãe da região ou qualquer apoio que lhe caiba neste momento de isolamento em que muitas não tem o alimento para colocar a mesa.


REDES PARA SEGUIR E INDICAR DIREITO DA FAMILIA E ABANDONO PARENTAL @naosofilhadamae @advogadadelas @defendendo seu direito @rafaelgoncalvesoficial

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REDES PARA SEGUIR E INDICAR TERAPIAS ALTERNATIVAS, AUTOCUIDADO E ACOLHIMENTO @maternaconversa @soumarcellacarvalho @cirandaacolhedora @magicasdemae

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REDES PARA SEGUIR E INDICAR APOIO AO EMPREENDEDORISMO FEMININO/MATERNO @maternativa @indiqueumapreta @compredasmaes @redemulherempreendedora

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REDES PARA SEGUIR E INDICAR AÇÕES SOCIAIS EM SÃO PAULO (RECEBA AJUDA OU FAÇA DOAÇÕES) @seguraacurvadasmaes @thais.f.martins (amigas da periferia no facebook) @projetomaepolvo

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JANAINA ALMEIDA PJMC - FC

TATIANE MARQUES PJMC - AT

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FIZERAM PARTE DESTE PROJETO:


PROJETO DE VIVÊNCIA E PESQUISA APOIADO POR:

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