Literatura de Quinta Literatura de Quinta as linguagens artísticas no modernismo & novo modernismo
Público do Sarau de encerramento entre alunes, professores, artistas, convidades e público espontâneo
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Luana Alves da Silva
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Público do Sarau de encerramento entre alunes, professores, artistas, convidades e público espontâneo
Eu sou a Luana Alves da Silva, tenho 25 anos, sou estudante de Licenciatura em História pela UNIFESP, filha de pais migrantes do Nordeste, fui criada na zona sul e sou moradora do Campo Limpo. Perceber as diversas expressões artísticas que me cercavam foi e ainda é importante para um maior conhecimento sobre mim e as minhas ambições e sonhos para o futuro, sejam eles individuais ou coletivos. Acredito que a Educação e a Cultura são fundamentais para a nossa existência e são a chave da transformação da nossa realidade. A ideia do projeto surgiu da vontade de mesclar a minha área de formação em História, com as áreas das artes e da cultura. Os principais objetivos do projeto eram apresentar as linguagens artísticas em destaque no Modernismo e no Novo Modernismo, abordar o contexto histórico dos dois movimentos e, principalmente, dar visibilidade aos movimentos e à cultura periférica, sobretudo da zona sul.
A Biblioteca Pública Marcos Rey está localizada no Jardim Umarizal, foi a primeira biblioteca pública da região do Campo Limpo e homenageia o escritor, jornalista, roteirista e dramaturgo Marcos Rey.
A Marcos Rey é uma das nove bibliotecas municipais a ter um Centro de Referência do Novo Modernismo, projeto em comemoração ao Centenário da Semana de Arte Moderna de 1922. Os Centros de Referência oferecem acervos especializados no Modernismo e no “Novo Modernismo” que tem protagonismo de artistas perifériques.
Se em 1922 a elite escreveu o seu manifesto e dava os rumos da cultura, hoje, é o inverso, é a periferia que dá a direção da cena artística.
Foto da fachada da Biblioteca Pública Marcos Rey
Os artistas de 1922 estavam motivados a romper com o conservadorismo vigente no cenário cultural da época. Não havia um conceito ou um programa estético definido, o movimento tinha a intenção de destruir o status quo e promover uma nova forma de se fazer arte no Brasil. Assim como os modernistas, os novos modernistas também buscam quebrar barreiras culturais e artísticas já estabelecidas, espalhando a cultura e a arte popular e periférica para toda a sociedade, levando em consideração a representatividade do seu território e dos grupos sociais aos quais pertencem.
Apesar das diferenças entre os dois movimentos, também podemos observar semelhanças, principalmente no que diz respeito à quebra de paradigmas e rompimento com o status quo.
Imagem que fiz para as redes sociais da Biblioteca Marcos Rey em comemoração ao Centenário da Semana de Arte Moderna
Como a Marcos Rey é um Centro de Referência do Novo Modernismo, aproveitei o acervo para discutir o papel de diferentes linguagens artísticas no passado e no presente através de um Clube de Leitura. A proposta de montar um Clube de Leitura era debater sobre o Modernismo e o Novo Modernismo, levando em consideração o contexto histórico e as diferentes linguagens artísticas desses movimentos com o objetivo de explorar as semelhanças e diferenças entre eles. O encontro final foi um Sarau que, assim como a Semana de Arte Moderna, pretendia reunir diferentes linguagens artísticas em que os artistas foram os próprios participantes do Clube de Leitura que eram alunes de uma Escola Municipal próxima à Biblioteca.
Os encontros foram distribuídos da seguinte forma:
Primeiro encontro: neste encontro, a proposta era apresentar a Biblioteca para estudantes e professores;
Segundo encontro: sobre a Literatura no Modernismo e o contexto em que o movimento estava inserido; Terceiro encontro: sobre a Literatura no Novo Modernismo, o contexto do movimento e apresentação de vídeos sobre os Saraus e Slams; Quarto encontro: o tema foi Música. Os livros de referência eram majoritariamente sobre o Novo Modernismo devido a disponibilidade no acervo. Foram apresentados vídeos para elucidar as característica da Música nos dois movimentos;
Quinto encontro: sobre Artes Plásticas, foram abordados temas como as Artes Plásticas antes, durante e depois da Semana de Arte Moderna, grafite e pixo;
Quatro encontros para discutir algumas das linguagens artísticas presentes nos movimentos modernista e novo modernista, sendo eles: Já o último encontro foi um Sarau realizado em conjunto com o coletivo Sarau do Binho. Imagem de expositor com parte do acervo do Centro de Referência do Novo Modernismo
A principal parceria para a realização do projeto foi a EMEF Ministro Synésio Rocha e, em especial, o professor Joilson, responsável pela Sala de Leitura da escola e quem montou as turmas do Clube de Leitura e de alunes presentes em nosso Sarau.
Este primeiro contato foi para que estudantes e professores conhecessem a Biblioteca, mas, principalmente, para nos encontrarmos pessoalmente e conversar sobre a proposta do projeto.
Representando parte da roda de leitura, estão presentes na imagem alunes, um professor e eu.
Alunes e professores explorando o acervo. Alunes e professores explorando o acervo. Na imagem acima, professora e alunes estavam na parte de gibis, mangás e quadrinhos.
Neste dia, professores e estudantes puderam explorar o nosso acervo e, ao final da visita, foi feita a escolha do livro a ser debatido no próximo encontro que teve como tema a Literatura no Modernismo.
Para a realização de todos os encontros do Clube de Leitura, era feito anteriormente o trabalho de pesquisa sobre os movimentos Modernista e Novo Modernista e, mais especificamente, sobre o tema do encontro. A pesquisa era feita tanto online quanto pelos livros disponíveis no acervo da Biblioteca, recorrendo, inclusive, a livros discutidos no Clube de Leitura. Outras tarefas que antecediam os encontros era a separação de vídeos que foram exibidos aos participantes do Clube; preparação e arrumação do local do encontro e separação dos livros que seriam discutidos no encontro seguinte.
O livro Modernismo no Brasil aborda as principais correntes do movimento Modernista no Brasil e no mundo, apresenta artistas importantes do movimento e discorre sobre o contexto histórico da Semana de 1922.
Como os participantes pegaram livros da Biblioteca de diferentes autores, a proposta era debater as diferenças e semelhanças presentes em cada obra. Neste primeiro encontro um obstáculo foi encontrado: nem todes leram o livro. Foi neste encontro que fizemos um acordo de ler pelo menos 3 poesias e escolher a favorita para lermos na roda do Clube de Leitura para que, assim, tivéssemos debates melhores. Mesmo assim, discutimos sobre as renovações propostas na Semana de 1922 para a Literatura e para as artes como um todo. Neste e em todos os encontros, conversávamos também sobre os motivos que levavam os participantes a escolherem determinado título, sobre a experiência e se havia gostado ou não do conteúdo.
Imagem da roda de leitura com participantes do Clube de Leitura em que eu era a mediadora.
Neste dia a discussão foi sobre o Novo Modernismo e conversamos sobre poetas e artistas da periferia. Questões de gênero, sexualidade e raça foram levados para a roda por alunas e alunos a partir de temas presentes nas poesias.
A partir deste encontro comecei a utilizar vídeos como "conteúdo complementar" ao tema proposto no encontro, na intenção de que os estudantes pudessem se aproximar/ conhecer mais sobre o tema proposto.
Os vídeos exibidos foram:
11 anos de Sarau da Cooperifa (2012)
Poeta Sergio Vaz - "A poesia como militância"
Conheça o Slam, um tipo de poesia de resistência
Pontos de Cultura: Conheça o Sarau do Binho
Bicicloteca - Sarau do Binho
Estudantes assistindo um dos vídeos exibidos sobre Sarau e Slam.
Exibição do concerto d'O Guarani para os participantes do Clube de Leitura
Momento em que colocamos uma das faixas do álbum Sobrevivendo no Inferno.
Como a maioria dos livros sobre Música do Centro de Referência eram sobre a música do Novo Modernismo e, portanto, mais atual, os vídeos apresentados para falar sobre Música foram escolhidos com o intuito de discutir a música antes da Semana de Arte Moderna, após a Semana de 1922 e as músicas de artistas famosos do Novo Modernismo, mas que eram desconhecidos pelas pessoas mais novas do Clube. Os vídeos abaixo foram os vídeos pré-selecionados, mas, neste dia, fizemos uma sessão de pedidos de música e todes foram bem partipatives.
Registro durante a discussão na roda do Clube de Leitura
Mostrando uma reprodução de Abaporu, uma das obras de Tarsila do Amaral. A reprodução faz parte do acervo da Escola.
Mostrando uma reprodução de pintura disponível no Google Arts & Culture
Neste encontro o principal assunto foi "o que é considerado arte?" e utilizamos de diferentes plataformas e suportes para visualizar as artes plásticas. Desde as reproduções de pinturas nos livros, pôsteres disponibilizados pela escola, ao Google Arts & Culture e vídeos na plataforma Youtube sobre grafite e pixo.
Ter um encontro em formato de Sarau foi um passo importante para o projeto. Todes foram instigades, ao longo dos nossos encontros no Clube de Leitura, a participarem do Sarau como produtores, organizadores e artistas, seja qual fosse a linguagem. Acredito que o sucesso do evento de público e de participação não foi a toa, mas devido aos nossos encontros e debates sobre os temas propostos.
Um agradecimento especial ao coletivo Sarau do Binho, coletivo da região do Campo Limpo que participou deste último encontro. Em nosso encontro sobre sarau e slam vimos dois vídeos sobre o coletivo, então, ter artistas presentes no Sarau de encerramento o tornou ainda mais especial. As imagens do evento foram feitas pelo fotógrafo Eric Felipe Araujo Santos e podem ser visualizadas pela pasta do Google Drive.
Registro de presença dos encontros
Para mim, era importante que o Clube de Leitura fosse um momento em que todes se escutassem e se expressassem, por isso, foi estipulada a participação de até 20 alunes. Ao longo dos nossos encontros, eu queria que todes se aproximassem das expressões artísticas e culturais que acontecem próximos a nós e que se apropriassem dos espaços culturais do território, incluindo a Biblioteca Marcos Rey. Nos encontros também estimulamos que todes participassem do Sarau não só como telespectadores, mas como artistas. O resultado foi bem positivo, pois todes participantes do clube de leitura participaram seja com apresentações de música e poesia, desenhos, pinturas, escultura e também como parte da produção e organização do nosso Sarau.
Marli, Coordenadora da Biblioteca Marcos
Rey:
"Gostei do projeto desde quando conversamos sobre a proposta e a estrutura dos encontros. O projeto casou com o fato da Biblioteca ser um Centro de Referência do Novo Modernismo e o Centenário da Semana de Arte Moderna. O maior impacto foi a importância do projeto para o empoderamento dos jovens que participaram, já que eles não foram apenas telespectadores, mas foram protagonistas do Sarau."
"Eu adorei o projeto, achei legal os livros que foram oferecidos e minha parte preferida foi o Sarau. Com certeza participarei de outros projetos oferecidos pela Biblioteca, uma pena que foram apenas 6 encontros."
Prof. Flávio Oliveira"Vou começar dizendo que o projeto foi maravilhoso. Adorei conhecer os alunos pelo gosto de leitura, é este o caminho para que exista a mudança de cultura, comportamento de uma nação. O primeiro passo foi dado, espero que continue, desta forma, irão aparecer outros alunos leitores. Também quero agradecer pelo convite de estar juntos com esta galera, e professores, conte sempre comigo."
"Eu adorei o projeto, achei legal os livros que foram oferecidos e minha parte preferida foi o Sarau. Com certeza participarei de outros projetos oferecidos pela Biblioteca, uma pena que foram apenas 6 encontros."
"Uma das coisas que mais gostei foram as conversas discussões sobre os temas trabalhados e foi muito divertido conhecer novas opiniões."
"Gostei de ir ao clube de leitura, porém acho que deveríamos ter lido os mesmos livros nos encontros."
"Eu gostei bastante, inclusive, não iria reclamar se tivessem mais encontros. Gostei muito das conversas e do tempo livre que a gente tinha pra olhar os livros pela Biblioteca. Não tenho nada para reclamar."
"Eu gostei bastante, inclusive, não iria reclamar se tivessem mais encontros. Gostei muito das conversas e do tempo livre que a gente tinha pra olhar os livros pela Biblioteca. Não tenho nada para reclamar."
"Achei muito legal, o espaço lá é ate que grande e tem livros e mangás muito legais! Gostei também da apresentação das pessoas, foi bem calmo, mesmo tendo muitas pessoas. Eu gostei muito dos artistas que são muito gente boa e legais.
E esse foi meu comentário :)"