Poesia em Rede

SOBRE O PIAC!

O Projeto PIAC é o plano de intervenção artístico cultural de avaliação e documentação de cada jovem monitor no seu período de atuação.

O processo de criação deste projeto começou no início da pandemia e durante a adaptação ao nosso “novo normal”, sendo a área de articulação cultural, que têm contato direto com o público, uma das mais prejudicadas nesse contexto. Assim, não poderíamos deixar de propagar a arte e muito menos deixar os perfis institucionais serem esquecidos, já que nesse momento, eles seriam a nossa maior ferramenta de comunicação com o público. Era mais que necessário criar projetos, oficinas e quadros de posts para dar sequência a programação do perfil da Ação Cultural.

Para tal, decidimos dividir os funcionários em grupos, para que tivéssemos um grande aproveitamento das novas propostas de projetos e assim, foram várias ideias e refações até chegar ao ”Poesia em Rede”.

Oi pessoal! Muito bom dia, boa tarde ou boa noite… Eu sou a Barbara Helen ou também Barbarelli, que é o meu nome artístico! Além de cantora independente, também sou modelo e articuladora cultural, adjetivo que passei a me denominar após a minha entrada no programa Jovem Monitor.

O Jovem Monitor é uma política pública, que tem como objetivo realizar uma formação teórica e prática, influenciando em diversos aspectos da gestão cultural. E assim, atuamos nos equipamentos culturais que estão ligados a Secretaria de Cultura e ao Centro Integrado de Estudos e Programas de Desenvolvimento Sustentável, o Cieds.

A minha atuação teve início em 2019, com término marcado para outubro de 2021 e, é através deste que eu apresento a vocês o meu projeto PIAC, que tem como objetivo fazer uma reflexão sobre a articulação cultura e a invocação de uma rede apoio.

OBJETIVO DO PIAC!

A “Reflexão sobre a Articulação Cultural e as Redes de apoio que se Invocam” vem desse ato de contar sobre todo percurso de atuação, de formação prática e teórica, do entendimento sobre como essa articulação funciona e como se constitui na prática. Essa formação gerou uma transformação na minha vivência, de como as políticas públicas são importantes para as juventudes, que precisam mais do que nunca, de apoio e oportunidades de formação para se enxergar no âmbito cultural.

MOTIVAÇÃO PARA O TEMA!

Me senti despertada a documentar todas as percepções e dúvidas que tive durante esse processo sobre meu entendimento enquanto articuladora, vindo de uma política pública que me ajudou a me enxergar nesse espaço. Enquanto mulher preta de quebrada, consegui notar todos os atos de articulação e atividades de economia criativa que já existiam em meu entorno, fora dos contextos hegemônicos, com um olhar de admiração e compreensão de todas as suas potências que passam despercebidas no cotidiano. Criticando que se tivessem mais recursos seriam os próprios articulares e oficineiros de seus territórios, sem necessariamente partirem de uma experiência acadêmica, sendo que não só dão uma força do seu jeito, conscientes com a quebrada, como também, são atores que movimentam a economia e a cultura dela também.

@projetopoesiaemrede

Inicialmente, o “Poesia em Rede” tinha o objetivo de ser um quadro de posts semanais, onde as poesias de grandes poetas renomados seriam recitadas ao público. Porém, parecia que havia algo faltando! Então, conversando com o Felipe, meu parceiro de trabalho, começamos a pensar qual era o nosso principal objetivo para esse projeto e então, foi assim que descobrimos que Poesia em Rede precisava ser além de um espaço de declamação, um ambiente de reconhecimento, que conversasse com autores independentes que estão nesse processo de transição de suas escritas, e poetas periféricos de todas as idades que se sentissem à vontade para declamar suas poesias autorais online.

@projetopoesiaemrede

Inspirados pelos slams de rua, que cheguei a conhecer e acompanhar antes da pandemia, planejamos fazer uma série de poesias autorais, onde dois artistas seriam apresentados há cada semana e o convidado teria até três minutos para propagar a sua arte. Selecionamos os convidados e enviamos um convite pedindo uma breve biografia sobre a sua vida criativa (em relação ao meio cultural, ao slam ou a qualquer outra atividade artística).

O Poesia em Rede, além de ser um projeto constituído para caber no atual momento, ele também carecia de registrar as performances artísticas durante a quarentena. Me lembrei do período que tivemos todes juntes no início do programa, onde conheci alguns Jovens Monitores que poderiam somar comigo, sendo que muitos eram artistas independentes de diversas áreas, e isso foi o que me motivou a criar o Poesia em Rede.

@projetopoesiaemrede

Com o passar do tempo, ao fomentar a rede fora da rede social, fui me dando conta de que já tinha minha base para articular e realizar essa iniciativa. Então, dei um salve na @renataravok, poeta de quebrada que tenho mais proximidade, e aos poucos, o projeto foi criando um corpo. Hoje, com a minha apresentação que também conta com a equipe da Ação Cultural e a edição e direção dos vídeos pelo meu parceiro Felipe, já alcançamos alguns artistas independentes, que nos deram a honra de ter suas artes e poesias apresentadas no nosso projeto.

ARTISTAS QUE JÁ PARTICIPARAM!

#IndicaAi

Algumas motivações foram importantes para que ampliássemos a atuação do perfil para além da publicação de poesias. O primeiro foi um olhar sobre a necessidade de mais conteúdo para gerar engajamento no perfil, já que não teríamos tanto frequência de postagens somente com os vídeos de poesias. Outro ponto foi um olhar para o perfil como ferramenta de articulação cultural nas redes sociais, somando com projetos de outros jovens monitores que estavam sendo realizados em seus respectivos equipamentos culturais de atuação que promovessem um diálogo com o nosso projeto e o programa Jovem Monitor como um todo. Por último, procurei trazer referências artísticas de livros, filmes e série que me traziam inspiração nesse momento de isolamento social, como forma de promover um diálogo com os seguidores e também fazer a conexão entre a poesia, arte e a cultura. Foi interessante como essa proposta acabou me levando a uma conexão com a biblioteca do Centro Cultural São Paulo, trazendo livros que estavam no acervo. A soma desses movimentos gerou então a tag #IndicaAi um outro grande eixo dentro do Poesia em Rede, assim como as lives que partem da necessidade de se conhecer e ouvir outros idealizadores culturais.

O QUE JÁ FOI REALIZADO!

A grande realização desse projeto foi com toda a certeza ver ele fora do papel. Foram muitas questões que nos atravessaram até chegar aqui e a construção desse corpo não foi fácil e não está sendo. Somos uma iniciativa pequena que quer fazer contato com muita gente, tudo que podemos oferecer no momento é uma participação voluntária em troca de divulgação e gerar essa conexão.

Um passo importante de reconhecer foram as redes que foram feitas. @chicocesar62 sem ao menos saber foi o maior incentivador dessa rede, nos passando contados de poetas estrangeiros que falam em língua portuguesa, foi uma grande surpresa para mim quando recebi seu e-mail falando que administra um grupo de whatsapp de mais de 100 poetas do Slams do Brasil inteiro. Até hoje quando recebo vídeos de poetas no meu perfil pessoal lembro desse e-mail.

A potência da participação voluntária do meu irmão é outra conquista para mim, por ter atingido ele da forma mais espontânea, dele se reconhecer no outro e se reconhecer como poeta, de ter sido acessado pelo o olhar dessa iniciativa.

O QUE JÁ FOI REALIZADO!

Cheguei a contatar 20 voluntários, poetas e músicos do cenário independente de quase todas as regiões desse Brasilzão. Até agora no perfil foram postados 6 poetas da série de poesias autorais, pois queríamos dialogar a série de poetas com os posts de indicações, que até agora também foram realizadas 6, e ir trazendo a tag de #indicaai para contextualizar o intuito desta rede que estamos criando. Onde também vamos realizar lives que entram para colorir as ideias dos seguidores em relação à escrita de projetos, de se denominarem e se verem enquanto articuladores culturais. Nossos convidados são articuladores nesse cenário atual que me inspiraram muito, @blendasm em seu projeto @pontoemverso e @chicocesar62 na edição especial do Slam #paremdenosmatar.

O IMPACTO DO PIAC NO ESPAÇO CULTURAL E/OU TERRITÓRIO.

O Poesia em Rede ainda não teve o impacto que esperávamos, e acredito que isso se deve muito ao momento que estamos vivenciando, pois ele enfraquece a área da cultura por mais que contemos com o apoio do Cieds e do educativo do qual faço parte no Centro Cultural de São Paulo. Perdemos de certa forma a potencia que teríamos no presencial, mas foi importante lembrar de fazer uso dos poucos mecanismos que tivemos ao nosso alcance, e assim como todas as iniciativas que se encontram sem prestigio, não deixamos de lutar e fazer valer a nossa voz. É pelas redes que se invocam que se torna possível alcançar mais pessoas, como diz o Emicida “tudo que nois tem é nois”. E quando começarmos a acreditar nisso é que vamos longe!

6.ANEXOS!

AGRADECIMENTOS!

- Conceição Evaristo

“Tudo que eu escrevo é profundamente marcado pela minha condição de mulher negra na sociedade Brasileira”

E aqui eu me despeço e encerro em agradecimento aos meus que me ajudaram a conduzir essa caminhada, tornando essa rede possível e solidária.

Ao responsável pelos jovens no processo de formação pratica e teórica- Fernando Cartago,

E aos meus supervisores do educativo do Centro Cultural São Paulo- Ana Beatriz e Ramon Soares, Felipe Oliveira parceiro neste projeto na edição e direção dos vídeos, Júlia Cristina, Gaya Vieira, Hamilton de Jesus, Luiza Souto que me ajudaram na construção desse PIAC .

Obrigado pelo incentivo e admiração!