jornal placar edicao 166

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EDIÇÃO 166

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SEXTA-FEIRA, 18 DE JUNHO DE 2010

WWW.PLACAR.COM.BR

REIZINHO

(1 )

Dono do time, Robinho ignora cartilha de Dunga na África do Sul e segue as próprias regras

FALTAM

6

JOGOS PARA O

HEXA

PÁG. 4

Eu sou você amanhã? Argentina vence e engrena na Copa, enquanto o Brasil segue pressionado. O que eles têm que a gente não tem? (1 )

PÁG. 3

(1 ) CAETANO BARR EIR A /FOTOARENA | (2) CLIVE RO SE / GET T Y IMAGE S

(2)

França perde do México e afunda com a África do Sul PÁG. 10

Com Morumbi fora, Pacaembu vira opção para 2014

PÁG. 6


JO R NAL PL ACA R | SE X TA-FEIR A , 18 D E J U N HO D E 2010

02

ENVIADOS À ÁFRICA DO SUL

aquecimento da copa

SÉRGIO XAVIER

Pela primeira vez na vida, me peguei torcendo pra Argentina. Quando a bola ia pro Messi, eu me agitava como um “macaquito” (como alguns argentinos bocós gostam de nos chamar). Torcia para que ele entortasse os sulcoreanos e fizesse golaços. Não

pilantras do nosso futebol? Mas lá também isso... Na verdade, acho que tem um pouco (ou muito) a ver com a primeira impressão guardada na memória. Meu primeiro registro da canarinho é da Copa de 70. Aos 8 anos, vibrei ao lado do meu pai

sei o que me aconteceu. Deve ter sido o baixo teor de bom futebol desta Copa. A propósito, não entendo essa cambada que sempre torce ou diz torcer pra Argentina e contra a seleção brasileira. É pra fazer tipo? Um manifesto contra chatos e

(que não era comunista e não era importunado pelo regime militar). No fim, aquela festa. Como não jurar amor eterno a uma relação que começa assim? Agora imagine quem começou a entender de futebol em 50, 74, 82, 90, 98, 2006...

ALEXANDRE BATTIBUGLI

FOTO

ALEMANHA X

SÉRVIA 8h30: Globo, Band, Bandsports, ESPN Brasil e SporTV

No site de PLACAR, o editor Ricardo Perrone revela, em seu blog, o desgaste entre os atletas. Motivo: o confinamento de mais de 20 dias antes da estreia. Leia: http://placar.abril.com. br/blogs/ricardo-perrone/

ZÉ VICENTE É EDITOR EXECUTIVO DO JORNAL PLACAR.

FERNANDO VALEIKA

VAI PASSAR NA TV

PLACAR.COM.BR

Na África, o editor Jonas Oliveira acompanhou a reação da torcida sul-africana na derrota pro Uruguai (3 x 0).

José Vicente Bernardo

JONAS OLIVEIRA

RICARDO PERRONE

TEXTO

PLACAR NA REDE

CHUTÃO

ARNALDO RIBEIRO

ESLOVÊNIA x ESTADOS UNIDOS 11h: Globo, Band, Bandsports, ESPN Brasil e SporTV INGLATERRA x ARGÉLIA 15h30: Globo, Band, Bandsports, ESPN Brasil e SporTV

TABELA - FASE DE GRUPOS Jogo: 1 Local: Joanesburgo

Data: 11/6

Hora: 11h00

Jogo: 3 Local: Joanesburgo

Jogo: 2 Local: Cidade do Cabo

Data: 11/6

Hora: 15h30

Jogo: 4 Local: Port Elizabeth

Data: 16/6

Hora: 15h30

Data: 17/6

Jogo: 33 Local: Rustemburgo

Hora: 15h30

Jogo: 34 Local: Bloemfontein

FRANÇA

Hora: 11h00

Data: 22/6

x

NIGÉRIA Hora: 11h00

GRÉCIA

PG 4 4 1 1

J 2 2 1 2

SG 3 2 -2 -3

Jogo: 9 Local: Joanesburgo

Data: 14/6

Hora: 8h30

Data: 14/6

Hora: 11h00

Jogo: 25 Local: Durban

Data: 19/6

x

Jogo: 26 Local: Pretória

Hora: 8h30

Data: 22/6

Hora: 15h30 Hora: 15h30

x

HOLANDA

Data: 24/6

PG 3 3 0 0

Jogo: 38 Local: Pretória

SG 4 -1 -1 -2

Hora: 15h30

J 1 1 1 1

SG 2 1 -1 -2

Hora: 11h00

ARGÉLIA SG 1 0 0 -1

Data: 24/6

Jogo: 14 Local: Joanesburgo Jogo: 29 Local: Joanesburgo

Hora: 11h00

x

NOVA ZELÂNDIA

SEMIFINAIS

Hora: 11h00

J 1 1 1 1

SG 0 0 0 0

Hora: 15h30 Hora: 8h30

COREIA DO NORTE Data: 25/6

Jogo: 15 Local: Nelspruit

Hora: 11h00

x

COSTA DO MARFIM

Data: 25/6

SEMIFINAIS

CHILE

J 1 1 1 1

SG 1 0 0 -1

CLASSIFICAÇÃO 1 CHILE SUÍÇA 3 ESPANHA HONDURAS

QUARTAS DE FINAL

Hora: 15h30

HONDURAS Data: 25/6

x

Jogo: 48 Local: Bloemfontein

Hora: 15h30

ESPANHA Data: 25/6

x

Hora: 15h30

HONDURAS PG 3 3 0 0

J 1 1 1 1

OITAVAS DE FINAL 27/6 - 15h30 Joanesburgo

3/7 - 11h Cidade do Cabo

1º do Grupo B 2º do Grupo A

1º do Grupo D

7/7 - 15h30 Durban

2º do Grupo C 29/6 - 11h Pretória

28/6 - 11h Durban 2/7 - 11h Port Elizabeth

10/7 - 15h30 Port Elizabeth

1º do Grupo G 2º do Grupo H

Data: 21/6

x

Jogo: 47 Local: Pretória

SUÍÇA

Hora: 11h00

SUÍÇA

27/6 - 11h Bloemfontein

2º do Grupo D

28/6 - 15h30 Joanesburgo

Hora: 11h00

Data: 21/6

x

Jogo: 32 Local: Joanesburgo

CHILE Hora: 11h00

PG 3 1 1 0

2/7 - 15h30 Joanesburgo

6/7 - 15h30 Cidade do Cabo

3/7 - 15h30 Joanesburgo

1º do Grupo F 2º do Grupo E 29/6 - 15h30 Cidade do Cabo

1º do Grupo H

DECISÃO DO 3º LUGAR

SG 4 1 -1 -4

Hora: 8h30

Data: 16/6

Jogo: 31 Local: Port Elizabeth

11/7 - 15h30 Joanesburgo

1º do Grupo C

2º do Grupo F

J 1 1 1 1

Data: 16/6

Jogo: 16 Local: Durban

26/6 - 15h30 Rustemburgo

1º do Grupo E

PG 3 3 0 0

ESPANHA

BRASIL

CLASSIFICAÇÃO 1 BRASIL 2 COSTA DO MARFIM PORTUGAL 4 COREIA DO NORTE

FINAL

Hora: 15h30

SÉRVIA

ESPANHA 0 x 1 SUÍÇA

x

Jogo: 46 Local: Nelspruit

COREIA DO NORTE

Data: 23/6

x

CLASSIFICAÇÃO 1 ALEMANHA 2 GANA 3 SÉRVIA 4 AUSTRÁLIA

COSTA DO MARFIM Data: 21/6

x

Jogo: 45 Local: Durban

PORTUGAL

Hora: 15h30

ALEMANHA

HONDURAS 0 x 1 CHILE Hora: 15h30

Data: 20/6

x

Jogo: 30 Local: Cidade do Cabo

PORTUGAL

ITÁLIA

PG 1 1 1 1

Hora: 11h00

Data: 15/6

BRASIL

x

Data: 24/6

Data: 15/6

BRASIL 2 x 1 COREIA DO NORTE

Hora: 11h00

Hora: 11h00

AUSTRÁLIA Data: 23/6

x

Jogo: 40 Local: Nelspruit

AUSTRÁLIA J 1 1 1 1

Data: 19/6

x

Jogo: 39 Local: Joanesburgo

GANA

Hora: 8h30

SÉRVIA

GRUPO H

Jogo: 13 Local: Port Elizabeth

NOVA ZELÂNDIA

CLASSIFICAÇÃO 1 ITÁLIA PARAGUAI NOVA ZELÂNDIA ESLOVÁQUIA

QUARTAS DE FINAL

Hora: 11h00

INGLATERRA

PG 3 1 1 0

Hora: 11h00

Data: 18/6

x

Jogo: 24 Local: Rustemburgo

GANA

COSTA DO MARFIM 0 x 0 PORTUGAL Hora: 8h30

Data: 20/6

x

Jogo: 42 Local: Polokwane

PARAGUAI

Hora: 15h30

Data: 23/6

x

Hora: 15h30

Data: 13/6

Jogo: 21 Local: Port Elizabeth

ARGÉLIA

CLASSIFICAÇÃO 1 ESLOVÊNIA 2 INGLATERRA ESTADOS UNIDOS 4 ARGÉLIA

PARAGUAI

26/6 - 11h Port Elizabeth

2º do Grupo B

J 2 2 2 2

Hora: 8h30

Data: 20/6

Jogo: 41 Local: Joanesburgo

ESLOVÁQUIA

JAPÃO

OITAVAS DE FINAL

ITÁLIA

x

ESTADOS UNIDOS

Hora: 15h30

Data: 15/6

x

Jogo: 8 Local: Pretória

ALEMANHA

GRUPO G Data: 14/6

Jogo: 28 Local: Nelspruit

DINAMARCA Data: 24/6

CLASSIFICAÇÃO 1 HOLANDA 2 JAPÃO 3 CAMARÕES 4 DINAMARCA

1º do Grupo A

Hora: 15h30

PG 6 3 3 0

Jogo: 27 Local: Bloemfontein

ESLOVÁQUIA

x

Jogo: 44 Local: Cidade do Cabo

CAMARÕES

ARGENTINA

Hora: 11h00

Data: 23/6

ESLOVÊNIA

Data: 13/6

SÉRVIA 0 x 1 GANA

ESTADOS UNIDOS Data: 18/6

x

Jogo: 37 Local: Port Elizabeth

NOVA ZELÂNDIA 1 x 1 ESLOVÁQUIA

JAPÃO Data: 19/6

x

Jogo: 43 Local: Rustemburgo

DINAMARCA

x

Jogo: 12 Local: Rustemburgo

Jogo: 7 Local: Durban

ALEMANHA 4 x 0 AUSTRÁLIA

Hora: 8h30

Data: 18/6

x

Jogo: 23 Local: Cidade do Cabo

ITÁLIA 1 x 1 PARAGUAI

JAPÃO 1 x 0 CAMARÕES

CAMARÕES

Hora: 15h30

COREIA DO SUL

Jogo: 11 Local: Cidade do Cabo

HOLANDA 2 x 0 DINAMARCA Jogo: 10 Local: Bloemfontein

Jogo: 22 Local: Joanesburgo

INGLATERRA

GRUPO F

GRUPO E

HOLANDA

Hora: 8h30

Data: 22/6

CLASSIFICAÇÃO 1 ARGENTINA 2 COREIA DO SUL 3 GRÉCIA 4 NIGÉRIA

Data: 13/6

ESLOVÊNIA

x

Jogo: 36 Local: Polokwane

ÁFRICA DO SUL

CLASSIFICAÇÃO 1 URUGUAI 2 MÉXICO 3 FRANÇA 4 ÁFRICA DO SUL

Hora: 11h00

Data: 17/6

Jogo: 35 Local: Durban

URUGUAI

Hora: 15h30

ARGÉLIA 0 x 1 ESLOVÊNIA

Data: 17/6

Jogo: 20 Local: Joanesburgo

Data: 12/6

Jogo: 6 Local: Polokwane

ARGENTINA 4 x 1 COREIA DO SUL

Data: 22/6

x

Hora: 8h30

GRÉCIA 2 x 1 NIGÉRIA

FRANÇA 0 x 2 MÉXICO

GRUPO D

Jogo: 5 Local: Rustemburgo

INGLATERRA 1 x 1 ESTADOS UNIDOS

Data: 12/6

Jogo: 19 Local: Bloemfontein

ÁFRICA DO SUL 0 x 3 URUGUAI Jogo: 18 Local: Polokwane

Hora: 11h00

COREIA DO SUL 2 x 0 GRÉCIA

URUGUAI 0 x 0 FRANÇA Jogo: 17 Local: Pretória

Data: 12/6

ARGENTINA 1 x 0 NIGÉRIA

ÁFRICA DO SUL 1 x 1 MÉXICO

MÉXICO

GRUPO C

GRUPO B

GRUPO A

2º do Grupo G

SG 1 1 -1 -1


se x ta- fe ir a , 1 8 de j u nho de 2 0 1 0 | j o r nal p l acar

SELEção

15 03

O que eles têm que nós não temos? Mais uma boa atuação da Argentina. Mais pressão sobre o Brasil. Veja quem leva vantagem (1 )

Do enviado À áfrica

(1 ) Fr ank Au gst e in/AP Photo | ( 2) Rodolfo Buhre r /L a Image m/Fotoare na

Arnaldo Ribeiro

A

cada boa atuação da Argentina, Dunga coça a cabeça. Sabe que vem por aí mais cobrança. O parâmetro para um é o desempenho do rival vizinho. Sempre foi assim. Veja no raio X das seleções qual dos dois tem mais garrafa vazia para vender no Mundial.

Ataque

Técnico iniciante, Diego tomou gosto pela coisa na Copa

Sem comparação. O Brasil tem um artilheiro em má fase e ninguém para entrar no lugar. A Argentina tem Tevez, Messi e Higuaín. Milito entrou bem con-

tra a Nigéria. Aguero arrebentou contra a Coreia.

Defesa É o contraponto. A defesa brasileira é muito mais sólida e entrosada. Dunga também leva vantagem em relação ao goleiro. A Argentina depende muito de Mascherano, seu único volante.

Craque A dúvida era se Messi conseguiria jogar bem na seleção. Provou que sim. Já Kaká, mesmo se preparando para a Copa há meses, foi muito mal na estreia.

Banco Não dá para comparar também. O Brasil só

tem um reserva indiscutível: Daniel Alves. A Argentina possui uma infinidade de opções para mudar a cara do time, lógico que do meio-campo para frente.

Técnico Os dois são estreantes em Copas. O trabalho de Dunga até agora é muito melhor e mais consistente que o de Maradona na seleção. Mas o treinador argentino parece ter tomado gosto pela coisa desde que chegou à África do Sul e teve tempo de conviver com os atletas. Foi bem nos dois primeiros jogos nas alterações. Mais: Maradona é reconhecidamente amado pelos argentinos. Já Dunga...

Ambiente

(2)

Dunga e Maradona têm seus grupos nas mãos. Todos os jogadores se gostam, comemoram os gols juntos. Mas... o ambiente argentino é muito mais leve, descontraído. O Brasil, tenso desde que deixou o país, parece travado, até pelo confinamento excessivo da equipe.

Imprensa Dunga se distanciou ainda mais da imprensa na África do Sul. Comprou uma guerra desnecessária. Maradona, pelo contrário, se aproximou. Contou piada aos jornalistas, cantou parabéns a um deles... Resultado: todo mundo, inclusive a mídia, torce para o time.

Dunga arruma confusões desnecessárias na África


jo r nal pl aca r | se x ta-feir a , 18 d e j u n ho d e 2010

04

seleção

Em alta, Robinho faz sua própria lei Principal jogador e o mais irreverente da seleção, atacante não segue a cartilha de Dunga

A

lgumas das regras de Dunga para a Copa não são mesmo seguidas por Robinho. O atacante trouxe a família para assistir aos jogos, contrariando a comissão técnica. Não foi a primeira vez, e não será a última. “É bom ter a família por perto”, disse Robinho. Sua mulher e seu filho estavam na estreia contra a Coreia do Norte. A CBF e a comissão técnica argumentaram com os jogadores que seria melhor levá-los para a África do Sul só se o time chegasse à final. Robinho ainda não pôde curtir a família — não houve folga após a estreia. O atacante demonstrou não estar arrependido da entrevista que deu ao Jornal Nacional, da TV Globo, na última folga, desagradando a Dunga. Outros atletas, como Grafite, disseram estar proibidos de falar com os jornalistas na folga.

Folga é folga “No dia da folga cada um faz o que quer. Falei porque quis”, declarou o jogador. Segundo um membro da delegação, ele teve que pedir desculpas aos colegas por descumprir a norma. “Não pedi desculpa porque não fiz nada errado. Teve gente que foi ao shopping, eu dei entrevista”, afirmou

(1 )

Status de líder Ganhando ares de líder na seleção, que até agora só tinha Lúcio e Kaká com esse status, Robinho cornetou, rindo, a organização do Mundial. “Colocaram umas crianças com a gente na hora do hino, mas Júlio César e Kaká tiveram que esquentá-las. Vamos pedir para darem mais casacos para as criancinhas.” Robinho, porém, seguiu a cartilha de Dunga ao menos uma vez: ao ser questionado sobre seu futuro — o presidente do Santos, Luís Álvaro Ribeiro, quer ir à concentração negociar a prorrogação do empréstimo, contrariariando outra regra oficial. “Meu futuro é tentar ser campeão do mundo”, desconversa.

Robinho, com ares de líder da seleção, fala grosso depois de apavorar em campo na estreia: trouxe a família e deu entrevistas

(2)

k

seleção no celular envie a mensagem: GOLSELECAO para 22745 NOTSELECAO para 22745

Você só paga R$ 0,31 por mensagem recebida.

Nilmar já mira a Espanha nas oitavas

Nilmar: “final antecipada”

(2)

A derrota da Espanha foi assunto na seleção brasileira ontem, ainda mais porque o os espanhóis podem enfrentar o time de Dunga já na próxima fase. “Se a Espanha cruzar com o Brasil nas oitavas, vai ser uma final antecipada porque são duas das maiores seleções do mundo”, afirmou Nilmar, que joga no espanhol Villarreal.

O primeiro do grupo do Brasil (atual líder) pega o segundo da chave da Espanha, e vice-versa. “A Espanha prova mais do que nunca que no Mundial tudo pode acontecer. Fora do campo, tem favorito, dentro você tem que igualar a pegada”, disse o atacante. Apesar do fiasco da estreia, Nilmar afirmou ainda considerar a Espanha uma das

candidatas ao título. Ele participou do jogotreino que os reservas fizeram com o time sub-19 do The Birds, da África do Sul. Contra uma zaga com no máximo 1,70 m, os brasileiros levaram quase 30 minutos para marcar um gol. Mas acabaram vencendo por 5 x 0. Os titulares fizeram treino físico. Do enviado à África

(1 ) Rodo lfo BuhrerL a Im agemFotoa rena | (2) ANTONIO SC ORZ A / AFP PHOTO-ANTONIO SC ORZ A

Ricardo Perrone

o santista, que ganha com o bom desempenho respaldo para falar grosso. Depois do jogo de terça, Dunga depende mais ainda de Robinho. Melhor do time, foi a opção para a armação após a saída de Kaká. E parece ser a melhor alternativa para o lugar do astro, ainda sem condições de disputar uma partida inteira. “Não vejo problema em jogar assim. Mas tem o Júlio Baptista, que vem fazendo a função do Kaká e jogou bem assim na Copa América.”

tt

DO enviado À áfrica



jo r nal pl aca r | se x ta-feir TA-feir a , 18 d e j u n ho d e 2010

06

SELEÇão

“Inimigo” de Dunga vive na concentração Técnico brasileiro desperdiça energia com briga interna com chefe de comunicação da CBF

(1 )

E

m plena Copa do Mundo, Dunga está às voltas com um inimigo que vive dentro da concentração. Trava uma guerra com Rodrigo Paiva, chefe de comunicação da CBF. Os dois nunca foram amigos. No início de seu trabalho, o técnico estava em posição de inferioridade em relação a Paiva. Falava mais com ele do que com Ricardo Teixeira. Graças aos bons resultados, Dunga se fortaleceu, passou a se reportar ao presidente da CBF e ganhou pequenas disputas com Paiva. Aí, o relacionamento começou a azedar. Dunga começou a desconfiar que Paiva passava informações de bastidores para imprensa. Criou o hábito de obrigá-lo a desmentir tais notícias no site da CBF.

Técnico isolado

Dunga costuma repreender o desafeto

A crise se agravou na África do Sul. Enquanto Dunga tinha que apagar incêndios sozinho, seu desafeto gastava horas conversando com os jornalistas, principalmente sobre a polêmica envolvendo o Morumbi na Copa de 2014. Dunga chegou a repreender o desafeto por causa dessas conversas. O caldo entornou quando Dunga passou a crer que Paiva envenenava a imprensa contra ele na questão dos treinos fechados. Várias vezes, sem gravar entrevistas, o chefe de comunicação criticou esse hábito. Até que, na véspera do jogo com a Coreia do Norte, gravou entrevistas dizendo que alertou o treinador, antes da Copa, de que esse

DOS enviados À áfrica Arnaldo Ribeiro Ricardo Perrone

não seria o procedimento ideal. E afirmou que nunca viu uma seleção tão fechada.

(2)

Treinos sem assessoria A guerra, então, tornou-se pública. Paiva não esteve na coletiva de Dunga na véspera da estreia, momento crucial. O treinador o cutucou na coletiva. “O Rodrigo é muito bonzinho e não explicou que não são treinos fechados, são treinos privados.” Paiva respondeu que não foi à coletiva porque estava numa reunião sobre a Copa de 2014. Paiva também não deu as caras no primeiro treino após a estreia. Outra vez estava “a serviço de 2014”, ao lado do presidente da CBF, anunciando a exclusão do Morumbi para alguns jornais e televisões escolhidos a dedo por Ricardo Teixeira. Ontem, em mais um capítulo, o departamento de comunicação da CBF teve de desmentir que a Fifa repreendeu o Brasil por fazer mais de um treino fechado por jogo. Numa conversa informal, um membro da delegação brasileira disse que o clima na concentração ficou pesado por conta do desentendimento entre os dois. Aparentemente, a guerra não incomoda os jogadores, leais a Dunga. Mesmo assim, a seleção pode levar uma bala perdida, já que seu técnico, estreante em Copas, não consegue para ele a concentração que tanto deseja para seus jogadores. E perde seu precioso tempo com um inimigo que deveria ser aliado.

Na Copa, Paiva deixou de acompanhar Dunga

copa 2014

Sem Morumbi, governo paulista pensa até no Pacaembu em plano para a Copa Ricardo Perrone

k

O primeiro passo de São Paulo em relação à Copa de 2014 será chegar a um consenso sobre se o melhor é continuar brigando pela abertura ou ter pretensões mais modestas. Há uma divisão no governo paulista e em setores da prefeitura sobre qual é o melhor caminho. A favor da abertura pesa o fato de mais visibilidade e dinheiro serem atraídos para a cidade. O ponto negativo é que as exigências da Fifa e os gastos são muito maiores. Caso o Comitê Paulista

abra mão da abertura, os investimentos serão menores e as soluções mais fáceis. Nessa direção, já há um lobby na prefeitura pelo Pacaembu, um estádio municipal. Os principais argumentos: seria mais econômico e a maneira mais fácil de se investir dinheiro público no projeto, apesar de o estádio ser usado pelo Corinthians. Além disso, uma área próxima à região central seria revitalizada. Colocar verba da prefeitura ou do governo no Morumbi ou na reforma do Parque Antárctica geraria muito mais polêmica na visão do Comitê Paulista. Nem o tombamento do

Paulo Machado de Carvalho é visto como problema, pois reformas internas são permitidas. A dificuldade maior seria a criação do estacionamento subterrâneo na praça Charles Muller.

Mais racha A quantidade de dinheiro e a forma de investimento também divide os governantes. Vários projetos de novos estádios já apareceram enquanto o Morumbi era fritado pelo Comitê Organizador Local (COL). Até uma maquete foi apresentada para o presidente do comitê e da CBF, Ricardo Teixeira, na presença do prefeito Gilberto Kassab.

Só que a maquete não conta com o estudo do entorno, um dos quesitos mais importantes para a Fifa. Nem o famoso projeto de Pirituba tem esse levantamento. Ontem, o presidente do Corinthians e chefe da delegação na África do Sul, Andrés Sanchez, negou que tenha interesse em colocar o projeto de um estádio do clube na briga. “Mais uma vez vocês não acreditam em mim, mas é verdade”, afirmou ele. Enquanto São Paulo não se decide, o Comitê do Rio disse ontem que não fará campanha, mas gostaria de receber a abertura. Belo Horizonte também está na parada.

(3)

O histórico Pacaembu pode ser a solução para os jogos do Mundial

(1 ) ale X a ndr e bat tibugli (2) ar mand o f r a nca /ap | (3) GILBERTO MARQUE S

Do enviado À áfrica




SE X TA- FE IR A , 1 8 DE J U NHO DE 2 0 1 0 | J O R NAL P L ACAR

grupo g

BRASIL COREIA DO NORTE COSTA DO MARFIM PORTUGAL

09

Técnico sueco luta por revanche e vaga inédita Eriksson quer levar Costa do Marfim pela 1ª vez às oitavas DO ENVIADO À ÁFRICA Jonas Oliveira

FOTO: BE ST PHOTO AGE NCY

O

Sven-Goran Eriksson fracassou em 2002 e quer se vingar

sueco Sven-Goran Eriksson pode não estar entre os melhores do mundo, mas uma coisa há que se reconhecer: quando o assunto é Copa do Mundo, ele sabe estar na hora e lugar certos. Depois de fracassar com a seleção inglesa em 2006, o treinador teve passagens sem sucesso por Manchester City e seleção mexicana e estava fora do Mundial. Mas, no

início do ano, a seleção da Costa do Marfim caiu em seu colo. E, em que pese o azar no sorteio dos grupos, Eriksson mostrou ter estrela na estreia da Copa: conseguiu dar à equipe um senso de disciplina e organização fundamental para segurar o empate contra Portugal. No domingo, Eriksson terá uma dupla missão no Soccer City. A primeira é arrancar ao menos um empate do Brasil para manter vivo o sonho marfinense de se classificar pela primeira vez para as oitavas de uma Copa. A segunda é

pessoal: vingar a eliminação para o Brasil em 2002, quando treinava a Inglaterra. Em entrevistao hotel em que sua seleção está concentrada, em Sharpeville, Eriksson demonstrou confiança na escalação da principal arma para cumprir suas missões: Didier Drogba. “Claro que, se tudo correr conforme o planejado, ele jogará mais contra do Brasil. E não se surpreendam se ele começar a partida, o que seria muito bom para nós”, disse o treinador. Contra Portugal, Drogba jogou apenas 25 minutos

e não fez muito em campo. Mas sua maior contribuição foi dada com um gesto quase involuntário, o de entrar em campo. Ao levantarse do banco, levou consigo a torcida no estádio e minou o ímpeto português de buscar o gol a qualquer custo nos minutos finais. O Brasil pode ser superior à Costa do Marfim em valores coletivos e individuais, mas Drogba trata de deixar as coisas um pouco mais equilibradas. Ou você acha que, se fosse brasileiro, Drogba não mereceria um lugar na seleção de Dunga?


JO R NAL PL ACA R | SE X TA-FEIR A , 18 D E J U N HO D E 2010

10

grupo a

ÁFRICA DO SUL MÉXICO

URUGUAI

FRANÇA

Mexicanos dão chapéu nos franceses Vitória por 2 x 0 põe latinos praticamente nas oitavas de final; só milagre salva os europeus DO ENVIADO À ÁFRICA Fernando Valeika

GRUPO

A

(1 )

0 2

FRANÇA MÉXICO

17/6/2010 - Peter Mokaba, Polokwane J: Khalil al-Ghamdi (ARA) P: 35 370 CA: Toulalan, Franco, Juárez e Moreno G: Hernández (19/2°) e Blanco (33/2°) FRANÇA: Lloris (5), Sagna (5), Gallas (5), Abidal (4,5) e Evra (4,5); Toulalan (5), Diaby (5), Malouda (4,5) e Govou (4,5) (Valbuena 23/2º (5)); Ribery (4,5) e Anelka (4,5) (Gignac int. (4,5)). T: Raymond Domenech MÉXICO: Pérez (5,5), Osorio (5), Moreno (5), Rodríguez (5) e Salcido (5); Rafa Márquez (5), Juárez (5) (Hernández 9/2º (5)) e Torrado (5); Giovani dos Santos (5), Vela (5) (Barrera 31/1º (5)) e Franco (5) (Blanco 17/2º (5)). T: Javier Aguirre

O veterano Blanco comemora o pênalti convertido contra a França: México quase nas oitavas

depois do jogo. Perto dele, o meia Malouda bateu ainda mais forte. “Jogaremos por nossa honra, já que é vergonhoso sair da competição sem ganhar um jogo sequer e muito menos sem marcar gols”. Eles disseram tudo.

OPINIÃO DO JOGO

mHERNÁNDEZ

O lançamento de Torrado foi milimétrico. Mas o atacante, que havia acabado de entrar em campo, foi hábil ao se posicionar — e enganar a defesa francesa.

kR. MÁRQUEZ

O zagueiro adora ir para o ataque e, assim, marcou o gol de empate contra a África do Sul. Contra os franceses, ficou mais fixo na defesa e não comprometeu.

qRIBÉRY

O atacante do Bayern deveria ser a estrela da França. Começou apagado contra os sul-africanos. E só apareceu ontem numa cobrança de falta sem efeito.

ARGENTINA | NIGÉRIA | CORÉIA DO SUL | GRÉCIA

Expulsão boba dá combustível e Grécia vence Nigéria de virada

k

(2)

O defensor Torosidis aproveitou o rebote de Enyeama para garantir a vitória grega

De virada, a Grécia venceu a Nigéria (2 x 1) e aguarda a Argentina para definir se passa de fase. No começo, domínio nigeriano, toques rápidos, um contraste com os gregos, que começaram lentos e errando muitos passes. Aos 16min, os africanos saíram na frente, quando Uche cobrou a falta para o meio da área e ninguém desviou. A Grécia foi para cima, comandada pelo lúcido Katsouranis, porém não criava nenhuma chance clara. Até que, aos 33min, em lance bobo na lateral, Kaita chutou To-

rosidis e recebeu, direto, o vermelho do juiz colombiano Óscar Ruiz. Era tudo que os gregos queriam. No fim do 1º tempo, Katsouranis recebeu na área e rolou para Salpingidis, que bateu. A bola desviou em Haruna e enganou o goleiro nigeriano Enyeama. Foi o primeiro gol da seleção grega em Copas. Na etapa final, Enyeama fez milagres diante de Samaras e Kyrgiakos. Obasi respondeu ao perder um gol sem goleiro. Mas Enyeama seria enganado pela Jabulani e, no rebote, Torosidis fez o gol da vitória.

GRÉCIA NIGÉRIA

2 1

17/6/2010 - Free State (Bloemfontein) J: Óscar Ruiz (COL) P: não divulgado CA: Sokratis e Tziolis CV: Kaita G: Uche (16/1º), Salpingidis (43/1º) e Torosidis (25/2º) GRÉCIA: Tzorvas (6), Kyrgiakos (5,5), Vyntra (5,5), Papadopoulos (6) e Torosidis (6,5); Sokratis (5) (Samaras 37/1º (6,5)), Tziolis (6) e Katsouranis (6); Salpingidis (6), Karagounis (5,5) e Gekas (5,5) (Ninis 34/2º (s/n)). T: Otto Rehhagel. NIGÉRIA: Enyeama (6), Odiah (5,5), Yobo (5), Shittu (5) e Taiwo (5,5) (Echiejile (10/2º) (5) (Afolabe (32/2º) (5,5)); Etuhu (5,5), Haruna (5,5), Kaita (4) e Uche (6); Odemwingie (5) (Obasi int. (4)) e Yakubu (5,5). T: Lars Lagerback.

(1 ) ALE X ANDR E BAT TIBUGLI | (2) MICH AEL S OH N/AP P HOTO

A

vitória do Uruguai sobre a África do Sul transformou o jogo entre França x México em uma decisão antecipada. Talvez por esta razão, o início da partida em Polokwane teve um futebol mais solto, com as equipes se arriscando mais ao ataque. Logo aos 3min, o México começou a rondar a área do goleiro francês: Giovani dos Santos escapou pela direita e mandou na trave, em um lance anulado posteriomente por impedimento. Aos poucos, os mexicanos encontraram buracos na defesa, mas esbarravam no goleiro Lloris. Aos 26min, o lateral mexicano Salcedo avançou e soltou uma bomba, defendida pelo francês. Aos 32min, Barrera apareceu sozinho na área francesa. Atento, Lloris dividiu com ele e afastou o perigo.

No começo do 2º tempo, parecia que a França partiria para o tudo ou nada. Coube a Pérez acalmar as coisas e espalmar dois chutes, de Malouda e Ribéry. O ritmo do jogo ia caindo quando Torrado acertou um lançamento para Hernández, que tinha acabado de entrar. Quase impedido, o atacante teve sangue-frio para driblar Lloris e mandar para o fundo das redes. Aos 22min, aproveitando os espaços na defesa francesa, foi a vez de Giovani dos Santos aparecer livre na área dos adversários. Sem opção, foi derrubado por Abidal. Pênalti, que o veterano Blanco converteu. Mexicanos e uruguaios devem ficar com a vaga para as oitavas de final. Um empate classifica os dois. Para a França, sobrou um quase amistoso contra os anfitriões. “Não soubemos reagir e dependemos dos outros para realizar um milagre”, disse o técnico francês, Raymond Domenech,

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J O R NAL P L ACAR | SE X TA- FE IR A , 1 8 DE J U NHO DE 2 0 1 0

ARGENTINA

NIGÉRIA

grupo b

COREIA DO SUL GRÉCIA

ARGENTINA COREIA DO SUL

Higuaín (camisa 9) comemora o terceiro gol perseguido por Aguero, o genro de Maradona: goleada argentina

11 (1 )

4 1

17/6/2010 - Soccer City (Joanesburgo) J: Frank De Bleeckere (BEL) P: 82 174 CA: Yeom Ki Hun, Lee Chung Yong, Gutiérrez, Mascherano e Heinze G: Park Chu Young (contra) (17/1º), Higuaín (33/1º) e Lee Chung Yong (46/1º); Higuaín (31/2º e 35/2º). ARGENTINA: Romero (5,5), Gutiérrez (4,5), Demichelis (4), Samuel (5) (Burdisso (23/1º) (5,5)) e Heinze (5,5); Mascherano (6), Maxi Rodriguez (5) e Di Maria (5,5); Tevez (6) (Aguero (30/2º) (6,5)), Higuaín (8) (Bolatti 37/2º (s/n)) e Messi (6,5). T: Diego Maradona COREIA DO SUL: Jung Sung Ryong (5,5), Oh Beom Seok (5,5), Cho Yong Hyung (5), Lee Jung Soo (4,5) e Lee Young Pyo (5,5); Ki Sung Yeung (5) (Kim Nam Il int. (5)), Kim Jung Woo (4,5), Lee Chung Yong (5,5), Park Ji Sung (6) e Yeom Ki Hum (6); Park Chu Young (4,5) (Lee Dong Hook 36/2º (s/n)). T: Huh Jung Môo

Genro consagra o técnico Maradona Defesa falha de novo, Messi e Higuaín brilham, mas entrada de Aguero faz Argentina decolar DO ENVIADO À ÁFRICA Arnaldo Ribeiro

A

Argentina é até o momento o time mais previsível do Mundial. Defesa ruim e pesada. Ataque rápido e mortal, com o melhor jogador do mundo. E o melhor banco de reservas, em termos ofensivos. Nos 4 x 1 contra a Coreia do Sul, a equipe de Maradona mos-

trou todo esse repertório. E o nome do jogo saiu da suplência, mostrando o dedo do treinador, que tenta se livrar do estigma de ex-craque — aquele que mata a bola de chaleira na lateral do campo, mesmo de terno e sapato social. Se Higuaín brilhou pelos três gols e Messi desequilibrou contra os sul-coreanos, foi o baixinho Aguero, genro de Maradona, quem definiu a partida nos 15 mi-

nutos finais, depois de ter entrado na vaga de Tevez. O primeiro tempo foi um massacre. A Argentina travou a velocidade da Coreia — com Mascherano parando Park Ji Sung, muitas vezes com falta — e dominou todos os espaços. Messi era perseguido por dois, três sul-coreanos. Quando conseguia escapar, falta nele. A repetição do fato gerou reclamação de Maradona contra o quar-

to árbitro e o bate-boca do Pibe com o treinador adversário — Huh Jun Moo foi adversário e marcador de Maradona na Copa de 86. Os gols argentinos foram saindo, na nova “especialidade” da bola parada. Aos 16min, Messi cobrou falta, e o sul-coreano Park Chu Young desviou contra a própria rede. Aos 32min, depois de outra cobrança, Maxi Rodriguez cruzou, Burdisso desviou e Higuaín

completou de cabeça: 2 x 0. Messi, aos 44min, fez jogada de craque e quase marcou por cobertura. Mas a frágil zaga portenha entregou o ouro no último lance do 1º tempo. Demichelis falhou, Lee Chung Yong tomou a bola dele e tocou na saída de Romero, colocando a Coreia no jogo. A Coreia teve a bola do empate. Aos 13min do 2º, depois de bela troca de passes, Yeom Ki Hum bateu na

rede pelo lado de fora. Aos 30min, Maradona colocou Aguero na vaga de Tevez, e o genro definiu a partida. Em sua primeira jogada, tabelou com Messi. O craque do Barça bateu na trave e a bola sobrou para Higuaín fazer o terceiro. Quatro minutos depois, participou de uma pintura de jogada que culminou em mais um gol de Higuaín. 4 x 1, fatura liquidada e dor de cabeça para o sogrão.

OPINIÃO DO JOGO

m HIGUAÍN

Depois da estreia ruim, viu o lobby pela entrada de Milito crescer. Com os três gols de ontem, encerra a discussão.

Implacável, Diego, o carinhoso, diz que gosta é de mulher (2)

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FOTO S: MARCIO JO SE SA NCHE Z /A P PHOTO

k MESSI

Ainda não marcou seu gol, mas outra vez foi decisivo. Rápido, praticamente imarcável. Está jogando como no Barcelona.

qGUTIÉRREZ Improvisado na lateral, fez mais uma partida ruim. Não sabe marcar e fica com medo de atacar. Suspenso, não joga contra a Grécia e pode perder a sua vaguinha.

Don Diego cumprimenta Higuaín, o herói do jogo de ontem

“Eu gosto é das mulheres. Tenho uma namorada linda. Filhas também. Senão você vão pensar que eu...” Foi assim (fazendo um gesto de desmunhecar) que Maradona respondeu uma pergunta em inglês sobre o seu jeito afetuoso, com beijos e abraços, de tratar os jogadores. “Agora, falando sério. Trato com afeto porque são sensacionais. Falamos de todos os assuntos, pessoais, profissionais. Entre nós, não há segredos.” Maradona parece ter

aprendido a gostar da função de treinador a partir do momento que pode conviver com os jogadores por um período mais longo, como na Copa. “Aprendi muito, como técnico e pessoa, nesse tempo que estamos concentrados. Estamos alegres. É essa alegria que se respira na concentração.” O técnico não deve contar com Verón e Samuel (machucados), além de Gutiérrez (suspenso), contra a Grécia. Mas parece não se importar. “Tenho 23 feras!

Contra a Nigéria, jogou Milito. Hoje (ontem), entrou Aguero”, disse. “Contra a Coreia, fomos implacáveis.” Quando ia retirandose da sala de conferências, Maradona lembrou-se de um recado a dar. “Recebi uma carta de Michel Platini, dizendo que não disse aquelas coisas que respondi na última conversa com vocês. Assim, quero aproveitar a presença de tanta gente para pedir desculpas a ele. Não a Pelé...” É. O homem está com tudo...


jo r nal pl aca r | se x ta-feir a , 18 d e j u n ho d e 2010

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grupo c

eua

inglaterra

eslovênia

argélia

Capello evita atrito antes de jogo decisivo Conhecido pelo gênio forte, chefe da Inglaterra dribla provocações

A

rrogante, marrento e excelente treinador. Essa é a imagem entre os jornalistas europeus do “coach” da seleção inglesa, o italiano Fabio Capello. Na entrevista coletiva obrigatória antes do decisivo Inglaterra x Argélia na Cidade do Cabo, Capello conseguiu se conter e escapar de todas as provocações. Primeiro, da própria organização do Mundial, que colocou ao lado do seu microfone uma Jabulani. Justamente a danada que o técnico qualificou como “a pior bola do mundo”. Depois se esquivou com categoria das perguntas sobre o fracasso espanhol na primeira rodada. E, por fim, até quando um jornalista inglês lembrou que Capello explicou o empate na estreia contra os Estados Unidos pelas falhas dos atacantes

e do goleiro. “E o técnico não erra também, Mister?” Capello sorriu e disse que escalou os melhores jogadores e que não achava ter cometido erro no primeiro jogo.

O fato é que a Inglaterra

vai pressionada para seu segundo jogo na Copa, agora contra os argelinos. Terá a volta do volante Barry, que se recuperou de uma lesão no tornozelo direito que quase o tirou da lista dos 23. O goleiro Green segue apesar do frango contra os Estados Unidos. Na Argélia, a pressão não é menor. Depois de 24 anos sem participar de uma Copa do Mundo, os argelinos perderam uma partida “ganhável”, segundo o atacante Matmour, uma das estrelas do time. O jogador deixou escapar que a defesa inglesa não é das mais confiáveis. E é na velocidade que a seleção da Argélia pretende surpreender o English Team de Fabio Capello na Cidade do Cabo.

Pressionada para vencer, seleção inglesa treina no estádio Green Point

Técnico: Fabio Capello 12 2 0 6 3 14 8 4 7 10 21

Green Glen Johnson Carragher John Terry Ashley Cole Barry Lampard Gerrard Lennon Rooney Heskey (Defoe)

Inglaterra

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4

10

6 1

14

8

20 2

21

7

Técnico: Rabah Saadane 1 2 3 4 5 6 7 8 10 13 11

Gaouaui Bougherra Belhadj Yahia Halliche Mansouri Boudebouz Lacen Saifi Matmour Djebbour

Argélia 2 8 3

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6

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4

11

7

5

Hoje • 15h30 • Green Point (Cidade do Cabo) • J: Ravshan Irmatov (UZB)

Americanos descartam favoritismo contra a líder (2)

Donovan tem a responsabilidade de armar a equipe norte-americana

k

Um duelo inédito e decisivo. É isso que veremos no jogo Eslovênia x Estados Unidos, hoje, em Joanesburgo. Após empatar com a favorita Inglaterra na estreia, os americanos, que são apontados por alguns como melhores que os eslovenos, não comemoraram. “Os jogadores estavam decepcionados no vestiário após o jogo e isso diz sobre nossa atuação. Não podemos nos dar ao luxo de subestimar a Eslovênia”, avisou o meia Landon Donovan — responsável por municiar os ligeiros Altidore e Dempsey Do lado da Eslovênia, o zagueiro Suler é a tranca na defesa. A líder do Grupo C, após vencer a Argélia, está confiante. “Agora sabemos que somos capazes de pressionar os nossos adversários”, disse Robert Koren, autor do gol na primeira partida. “Espero uma batalha fascinante”, concluiu o treinador Matjaz Kek.

Técnico: Matjaz Kek 1 2 3 4 5 6 10 8 7 9 11

Handanovic Brecko Dzinic Suler Cesar Ilic Birsa Koren Pecnik Ljubijankic Novakovic

Eslovênia

5

Howard Bocanegra Cherundolo DeMerit Goodson Bradley Edu Holden Donovan Dempsey Altidore

9

1

6

9

3

11 10

2

Técnico: Bob Bradley 1 3 6 15 21 4 19 11 10 8 17

8

4

Estados Unidos 3

11

6

8 19

1

4 15

17 10

21

Hoje • 11h • Ellis Park (Joanesburgo) • J: Koman Coulibaly (MLI)

(1 ) PAUL ELLIS/AFP P HOTO | (2) Kevork Djanse zian/ Gett y Im ages

DO enviado À áfrica Sérgio Xavier Filho

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SE G U NDA- FE IR A , 1 8 DE J U NHO DE 2 0 1 0 | J O R NAL P L ACAR

ALEMANHA

AUSTRÁLIA

grupo d

GANA

SÉRVIA

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Alemanha enfrenta Sérvia e favoritismo Alemães não devem ter dificuldade hoje, mas lutam contra euforia pós-estreia DO ENVIADO À ÁFRICA Jonas Oliveira

B

astaram 90 minutos para que o ambiente na seleção alemã mudasse da água para a melhor das cervejas da Baviera. A desconfiança antes da estreia, alimentada por inúmeros problemas, fez água com a atuação contra a Austrália. Amanhã, contra a Sérvia, os comandados de Joachim Low terão a companhia de outro inimigo traiçoeiro: o favoritismo.

Joachim Low, técnico alemão: partida de hoje pode garantir vaga nas oitavas

Técnico: Joachim Low 1 Neuer 20 Boateng 3 Friedrich 17 Mertesacker 16 Lahm 6 Khedira 7 Schweinsteiger 15 Trochowski 8 Ozil 10 Podolski 11 Klose

Alemanha

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7

1

6 3 20

11

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8

Técnico: Radomir Antic 1 6 5 13 3 11 17 10 14 15 9

Stojkovic Ivanovic Vidic Lukovic Kolarov Miljas Krasic Stankovic Jovanovic Zigic Pantelic

Sérvia

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10

9

Apesar de a formação

5 1

11

14 15

13 17

3

Hoje • 8h30 • Nelson Mandela Bay (Port Elizabeth) • J: Undiano Mallenco (ESP)

usada contra a Austrália ter funcionado bem, o técnico admitiu que o time terá que mudar a postura contra adversários mais fortes. “Contra a Austrália, não era necessário jogar com o meio-campo tão compacto. Mas, contra a Sérvia, nos-

sos meias e atacantes terão que ajudar mais no combate”, disse Joachim Low. Pela Sérvia, o treinador Ratomir Antic pode barrar o atacante Pantelic e colocar mais um meio-campista para equilibrar o setor. Mas a única mudança confirmada pelo treinador é a entrada de Subotic no lugar de Lukovic, expulso na derrota por 1 x 0 contra Gana. “Essa partida é histórica para nós. Enfrentar uma grande equipe como a Alemanha pode nos ajudar a recuperar a alegria”, disse o técnico. Ontem, a Fifa impediu as equipes de treinar no estádio Nelson Mandela Bay, para poupar o gramado. Port Elizabeth, cidade onde fica o estádio, passou terça e quarta sob chuva constante. A seleção alemã preferiu treinar em Pretória. A Sérvia treinou no campo de uma universidade local. (2)

(1 ) R EBECCA BL ACKWELL /A P PH OTO | (2) PIER GIAVELLI

Mãe de Cacau é Alemanha desde criancinha

k

Dona Ana Maria vai acordar cedo hoje para torcer pelo filho na Copa do Mundo. Às 8h30, receberá amigos e familiares, todos a caráter. Não, o Brasil joga só domingo. Naquela casa em Mogi das Cruzes, todos vestem preto, vermelho e amarelo e gritam “Deutschland! Deutschland!”, em ale-

mão mesmo, os 90 minutos. Dona Ana é a mãe de Cacau, atacante brasileiro que desde 2009 defende as cores da Alemanha e a encheu de orgulho ao marcar o quarto gol na goleada sobre a Austrália. A felicidade compensou o sofrimento de ver o filho deixar a família em 1999, aos 18 anos, para defender

um clube da quinta divisão da Alemanha. “Foi como um parto, mas valeu a pena”, ela conta, feliz de ver o filho que ajudava nas contas da casa vendendo salgadinhos e refrigerante na beira da estrada Mogi-Bertioga. Dona Ana se sente à vontade com as cores alemãs. Conhece as tradições do país dos tempos que era do-

méstica para uma família em São Bernardo. Agora, se orgulha de torcer para a Alemanha. “O que eu pensaria se um filho adotivo não me aceitasse como mãe? É um povo tão bom, que acolheu o Cacau tão bem”, diz. E se o time de Dunga cruzar o de Cacau? “Torço pelo meu filho, claro!” Carlos Eduardo Freitas

Cacau deixou o Brasil em 1999 para jogar na Alemanha


JO R NAL PL ACA R | SE X TA-FEIR A , 18 D E J U N HO D E 2010

copa

Muito barulho por quase nada

Cala a boca, vuvuzela!

Som das vuvuzelas incomoda, mas ĂŠ injusto culpar apenas os anfitriĂľes

k

DO ENVIADO À à FRICA Jonas Oliveira

N

a vĂŠspera da abertura do Mundial, no 60Âş Congresso da Fifa, Joseph Blatter abriu seu discurso com uma frase curiosa. â€œĂ‰ um outro ritmo, um outro som, uma outra visĂŁo. Isto ĂŠ Ă frica, e estamos felizes por estar aqui.â€? As vuvuzelas nĂŁo estavam em pauta, mas, para bom entendedor, Blatter mandou um claro recado aos que defendiam sua proibição nos estĂĄdios. Dias depois, por meio de sua conta no twitter, Blatter falou sobre o tema de forma mais direta. “NĂŁo acho que se devem banir as tradiçþes musicais dos torcedores em seu prĂłprio paĂ­s. VocĂŞs gostariam de ver uma proibição das tradiçþes em seu paĂ­s?â€? O que ďŹ cou evidente nesta primeira semana de Copa ĂŠ que culpar o sul-africano pelo zumbido constante que toma conta dos estĂĄdios ĂŠ injusto. A vuvuzela pode ser uma tradição na Ă frica do Sul. Mas foi abra-

çada por todas as outras torcidas. Por toda a parte se veem torcedores das mais diversas nacionalidades empunhando as barulhentas cornetinhas. Na partida entre Costa do MarďŹ m e Portugal, um grande vuvuzelaço tomou conta das ruas de Port Elizabeth antes da abertura dos portĂľes. Sul-africanos? NĂŁo, todos torcedores portugueses. Se no estĂĄdio elas sĂŁo milhares, em alguns casos basta uma para causar incĂ´modo. No Ăşltimo sĂĄbado, em um voo entre Joanesburgo e Port Elizabeth, um torcedor grego precisou ser repreendido pela aeromoça para se dar conta de que ali nĂŁo era hora nem local para isso. Gostemos ou nĂŁo, a vuvuzela parece ter chegado para ďŹ car. E, com tanta receptividade por parte dos turistas — o que signiďŹ ca uma Ăłtima oportunidade comercial para os fabricantes —, nĂŁo duvide se elas derem as caras de novo em 2014. Aos milhares. Sob a alcunha de cornetas.

Tradição sul-africana, vuvuzela virou mania na arquibancada

NĂŁo sĂł de vuvuzelas vive o comĂŠrcio local. Vendedores ambulantes tambĂŠm tĂŞm faturado com a venda de protetores de ouvido. Para quem estĂĄ em casa, hĂĄ uma alternativa. Nos televisores mais modernos, com equalizadores, ĂŠ possĂ­vel atenuar o zumbido programando o aparelho para nĂŁo emitir sons na faixa dos 300 Hz. “A frequĂŞncia de som da vuvuzela estĂĄ em torno dos 250 hertz. Mas seu som pode ter frequĂŞncias de menor intensidadeâ€?, diz o professor ClĂĄudio Furukawa, do Instituto de FĂ­sica da USP. “Mas outros sons emitidos nesta frequĂŞncia tambĂŠm seriam ďŹ ltrados.â€? Ou seja: ao tentar calar as vuvuzelas, o telespectador pode acabar calando o locutor. O que nĂŁo seria mĂĄ ideia.

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FOTO: ALE X ANDRE BAT T IBU GLI

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SE X TA- FE IR A , 1 8 DE J U NHO DE 2 0 1 0 | J O R NAL P L ACAR

Durante treino corintiano em Águas de Lindóia, Souza torceu o joelho após dividida com Dodô. Ele voltou pra

FORA DA ÁFRICA

São Paulo pra iniciar seu tratamento.

SÃO PAULO

NA COLA DA ITÁLIA

Oscar chega no Inter, e Tricolor perde aliado

Por Gian Oddi

DE DESEMPREGADO A TITULAR DA COPA (1 )

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No Colorado, jogador deve ser pivô de briga judicial e política entre os clubes

D Federico Marchetti será o goleiro da seleção italiana no jogo de domingo, contra a Nova Zelândia. Deve sêlo também contra a Eslováquia, na última rodada da primeira fase, e enquanto a Itália estiver na Copa. O que lhe abriu as portas para assumir o posto de titular da Azzurra foi uma hérnia de disco do astro Buffon, cuja participação na Copa da África está praticamente descartada — “Mondiale finito” foi o título sobre o goleiro no jornal La Gazzetta dello Sport de quinta-feira. Há cinco anos, Marchetti tinha 22 e estava desempregado. Em 1997, aos 14 anos, entrara nas categorias de base do Torino, o que era então um atestado de qualidade. Oito anos depois, porém, o clube foi à falência: desolado e sem time, o goleiro só ganhou chance de um dirigente do AlbinoLeffe, Sandro Turotti, a quem encontrara em um hotel. Tratava-se, para o clube, de um investimento sem risco, a custo zero. Marchetti foi então repassado no sistema de co-propriedade para um clube ainda menor, a Biellese, que em 2006, ano do título mundial da Itália, receberia 500 euros (sim, 500!) (1 ) JEFFER S ON BERNAR DE S/ VIPC OMM | (2) VAGNER CAM PO S/FUTUR A PRE S S | (3) PIER GIAVELLI

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para ceder de vez o goleiro ao AlbinoLeffe. Por lá, Marchetti só ganhou uma oportunidade quando o titular da posição se recusou a renovar contrato. Foi uma grande atuação contra a Juventus (então na Série B) que deu início a sua mais relevante ascensão. Marchetti acabou contratado por quase 7 milhões de euros pelo Cagliari, clube da Série A que o alçaria à condição de goleiro da seleção, pela qual estreou no dia 6 de junho do ano passado, numa vitória por 3 x 0 sobre a Irlanda do Norte. Depois da estreia contra o Paraguai, as cotações da Itália até subiram um pouco nas casas de apostas europeias. Mas, para chegar à final, a Azzurra terá que traçar uma trajetória tão surpreendente quanto a de seu novo goleiro titular. GIAN É EDITOR DE ESPORTES DO PORTAL IG, ONDE TEM UM BLOG (HTTP://COLUNISTAS.IG.COM.BR/ ABOLANABOTA. É UM CARA DE ÓTIMA MEMÓRIA E LEMBRA QUANDO JOGAVA MUITA BOLA.

epois de o São Paulo perder a batalha com a CBF para que o Morumbi seja sede da Copa de 2014, o clube paulista pode ter ganhado mais um problema. O anúncio da contratação de Oscar, que teve seu contrato rescindido com o Tricolor na Justiça, pelo Internacional significa o prenúncio de que o clube paulista perdeu um aliado político.

O São Paulo e o clube

gaúcho estavam unidos na eleição do Clube dos 13, que aconteceu no dia 12 de abril. Ao apoiarem o candidato da situação, Fábio Koff, foram contra a CBF, cujo candidato era Kléber Leite, derrotado no pleito. Agora, com a ida de Oscar para o Inter, os dois clubes podem entrar em confronto, o que enfraquece o poSANTOS

Ganso se recupera de cirurgia

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Oscar foi apresentado ontem como novo reforço do Inter

der são-paulino no C13.

O São Paulo já recorreu

na Justiça para que a rescisão de contrato de Oscar seja anulada e o jogador tenha que cumprir seu contrato com o time paulista. Porém, a briga entre o clube e o estafe do jogador inclui agora o Internacional — por sinal, próxiPALMEIRAS (2)

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Um dos 30 pré-convocados de Dunga para a Copa do Mundo, o meia Ganso foi operado ontem de manhã no Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo. A artroscopia serviu para tratar uma sinovite — um acúmulo de líquido no joelho direto. O procedimento, conduzido pelo ortopedista José Ricardo Pecora, durou 40 minutos. Segundo a assessoria de imprensa do hospital, Ganso está em recuperação e permanecerá internado para observação até hoje de manhã. Ganso deve voltar a jogar entre três e quatro semanas.

VICTOR CIVITA (1907-1990)

Fundador:

Outra contusão afeta o goleiro

Operado, Marcos para por um mês

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O Palmeiras voltou a treinar ontem à tarde, mas Kléber pediu dispensa. Ele está na Itália para retirar o seu passaporte europeu. A pior notícia foi dada pela assessoria: Marcos realizou uma artroscopia no joelho esquerdo e ficará quatro semanas afastado dos treinamentos, em recuperação.

mo adversário do Tricolor na Libertadores. O Colorado já apresentou Oscar oficialmente e será obrigado a brigar com o Tricolor para não perdê-lo. O embate judicial enfraquece o São Paulo no Clube dos 13, onde Juvenal Juvêncio é o primeiro vice-presidente.

Bernardo Itri

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JO R NAL PL ACA R | SE X TA-FEIR A , 18 D E J U N HO D E 2010

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Temas inesquecíveis retratados em quatro décadas de PLACAR

Em Berna, a última batalha perdida Contra a Hungria, em 1954, os brasileiros, com os nervos arruinados, estragaram a festa (1 )

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rasil e Hungria se enfrentaram nas quartas de final da Copa do Mundo de 1954, no dia 27 de junho, na Suíça. A Hungria, invicta havia quatro anos, era a favorita. O Brasil precisava da taça para esquecer da tragédia de quatro anos antes, quando

perdeu a Copa em casa. O jogo ficou conhecido como a “batalha de Berna”, como relatou a edição da PLACAR de 30 de janeiro de 1976: “Os húngaros, que nada tinham a ver com a ‘necessidade’ do Brasil de vencer, entraram tranquilos em campo, e a seleção brasileira com os nervos arrui-

Briga quase tirou Brasil da Copa do Mundo seguinte (1 )

Os campeões de 1958 na chegada ao Brasil

k

Por conta desta “batalha”, a seleção quase foi banida da Copa seguinte. O time brasileiro era tido como violento, justamente o que a Fifa tentava evitar. Com o risco, a seleção brasileira teve de melhorar seu comportamento dentro de campo. Mesmo assim, cinco anos depois, pelo Sul-americano da Argentina, o time se envolveu em uma briga generalizada contra o Uruguai. Em 1976, contra a mesma seleção, foi a vez de Rivelino arrumar confusão e deixar o Maracanã descendo as escadas para o vestiário com o traseiro.

Depois da derrota do Brasil por 2 x 4 para os húngaros, a pancadaria rolou solta na Suíça

nados. Vitória da Hungria, 4 x 2. Mas muito contestada pelos brasileiros, que alegavam que o juiz inglês Arthur Ellis beneficiara a seleção húngara”. Nilton Santos e Boszik foram expulsos após trocarem sopapos. Humberto, já no final, deu um pontapé sem bola em Buzansky e

também foi expulso. Quando terminou o jogo, a confusão foi maior: Maurinho cuspiu no rosto de Lantos. O jornalista Paulo Planet Buarque, derrubou com uma rasteira um guarda suíço e o zagueiro Pinheiro foi atingido na cabeça por uma garrafa “perdida”. “Enquanto os brasileiros,

EM JUNHO DE 1954... No dia 15 foi criada a Uefa (União das Associações Europeias de Futebol), com o objetivo de supervisionar e organizar ligas e competições de seleções na região. Foi votado o impeachment do então presidente da República, Getúlio Vargas, que, embora rejeitado por ampla margem, deu o termômetro do clima político da época. Vargas cometeu suicídio dois meses depois.

com seu machismo, seus impulsos patrióticos, seu culto à bandeira, encerravam ali melancolicamente sua campanha na Copa, a Hungria seguia para enfrentar a Alemanha Ocidental na final”, completou a revista. Na contramão do que todos acreditavam, os alemães saíram campeões.

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(1 ) R EP ROD UÇÃ O | (2) LUL A RODR IGUE S/REP ROD UÇÃO

O brasileiro Brandãozinho (camisa 4) ganhou pelo alto de Vukas: não adiantou nada

(1 )


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