EDIÇÃO 182
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SEGUNDA-FEIRA, 5 DE JULHO DE 2010 WWW.PLACAR.COM.BR
PALMEIRAS
Traffic tenta conciliar Felipão no Verdão e na seleção Kléber perde pênalti na estreia
FALTA
1
TÉCNICO PRO
HEXA
Já era, Dunga No desembarque no Brasil, ele falou em continuar como técnico da seleção. Quatro horas depois, o site da CBF anunciava sua demissão
(1 ) EDUAR DO KNAPP/FO LHAP RE S S | (2) AP P HOTO/A NDR E PENNER
(2)
(1 )
A um gol de igualar recorde do Fenômeno, alemão Klose provoca: “Espero que o Ronaldo não fique chateado”
JO R NAL PL ACA R | SEG U N DA-FEIR A , 5 D E J U L HO D E 2010
02
ENVIADOS À ÁFRICA DO SUL
aquecimento da copa
SÉRGIO XAVIER
ARNALDO RIBEIRO
RICARDO PERRONE
JONAS OLIVEIRA
FERNANDO VALEIKA
FOTO
PLACAR NA REDE
CHUTÃO
ALEXANDRE BATTIBUGLI
TEXTO
PLACAR.COM.BR
(1 )
A suada vitória da Espanha, com direito a disputa de pênaltis e choro paraguaio, fez Madri explodir em festa. Pela segunda vez na história, os espanhóis conseguem ficar entre os quatro melhores de Copa do Mundo e, desta vez, querem conquistar seu primeiro título mundial. Acompanhe a emoção e a histeria dos torcedores da Fúria pelas ruas da capitão espanhola em www.abrilnacopa.com.br/videos.
José Vicente Bernardo A Copa que começou africana, ficou sul-americana e vai acabar europeia (a menos que o Uruguai inverta todos os prognósticos do universo) vai entrar para a história como uma das mais dolorosas da história. E não estou falando das intervenções de Felipe Melo nos
segundo da prorrogação, no pênalti desperdiçado pelo paraguaio Cardozo, na tragédia argentina diante dos alemães. Da Argentina, aliás, veio o outro lado da moeda. Uma multidão saiu às ruas e recebeu os jogadores como heróis. De arrepiar.
adversários. Falo das pegadinhas do destino que encheram de dramaticidade partidas que prometiam poucas emoções — ou emoções previsíveis. Elas estiveram na pane brasileira diante dos holandeses, no pênalti perdido por Gana no último
ZÉ VICENTE É EDITOR EXECUTIVO DO JORNAL PLACAR.
TABELA CLASSIFICAÇÃO 1 URUGUAI 2 MÉXICO 3 ÁFRICA DO SUL 4 FRANÇA
PG 7 4 4 1
J 3 3 3 3
SG 4 1 -2 -3
CLASSIFICAÇÃO 1 ARGENTINA 2 COREIA DO SUL 3 GRÉCIA 4 NIGÉRIA
PG 9 4 3 1
J 3 3 3 3
SG 6 -1 -3 -2
CLASSIFICAÇÃO 1 ESTADOS UNIDOS 2 INGLATERRA 3 ESLOVÊNIA 4 ARGÉLIA
PG 5 5 4 1
J 3 3 3 3
SG 1 1 0 -2
CLASSIFICAÇÃO 1 ALEMANHA 2 GANA 3 AUSTRÁLIA 4 SÉRVIA
PG 6 4 4 3
J 3 3 3 3
SG 4 0 -3 -1
CLASSIFICAÇÃO 1 HOLANDA 2 JAPÃO 3 DINAMARCA 4 CAMARÕES
PG 9 6 3 0
J 3 3 3 3
SG 4 2 -3 -3
CLASSIFICAÇÃO 1 PARAGUAI 2 ESLOVÁQUA 3 NOVA ZELÂNDIA 4 ITÁLIA
PG 5 4 2 2
J 3 3 3 3
SG 2 -1 0 -1
CLASSIFICAÇÃO 1 BRASIL 2 PORTUGAL 3 COSTA DO MARFIM 4 COREIA DO NORTE
PG 7 5 4 0
J 3 3 3 3
SG 3 7 1 -11
CLASSIFICAÇÃO 1 ESPANHA 2 CHILE 3 SUÍÇA 4 HONDURAS
PG 6 6 4 1
J 3 3 3 3
SG 2 1 0 -3
QUARTAS DE FINAL
SEMIFINAIS
26/6 - 11h Port Elizabeth
FINAL
SEMIFINAIS
QUARTAS DE FINAL
OITAVAS DE FINAL
11/7 - 15h30 Joanesburgo
URUGUAI
2
COREIA DO SUL
1
26/6 - 15h30 Rustemburgo
ESTADOS UNIDOS
1
GANA
2
2/7 - 15h30 Joanesburgo
3/7 - 11h Cidade do Cabo
URUGUAI
1 (4)
0
ARGENTINA
GANA
1 (2)
4
ALEMANHA
6/7 - 15h30 Cidade do Cabo
28/6 - 11h Durban
HOLANDA
2
ESLOVÁQUIA
1
28/6 - 15h30 Joanesburgo
27/6 - 15h30 Joanesburgo
3
ARGENTINA
1
MÉXICO 27/6 - 11h Bloemfontein
4
ALEMANHA
1
INGLATERRA
7/7 - 15h30 Durban
URUGUAI
ALEMANHA
HOLANDA
ESPANHA 29/6 - 11h Pretória
2/7 - 11h Port Elizabeth
3/7 - 15h30 Joanesburgo
HOLANDA
2
BRASIL
1
10/7 - 15h30 Port Elizabeth
0
PARAGUAI
1
ESPANHA
0 (5)
PARAGUAI
0 (3)
JAPÃO
29/6 - 15h30 Cidade do Cabo
BRASIL
3
1
ESPANHA
CHILE
0
0
PORTUGAL
DECISÃO DO 3º LUGAR
ARTILHEIROS 5 GOLS
VILLA Espanha
4 GOLS
3 GOLS KLOSE Alemanha
MULLER Alemanha
HIGUAÍN Argentina
VITTEK Eslováquia
SNEIJDER Holanda
2 GOLS LUÍS FABIANO Brasil
PODOLSKI Alemanha
KALU UCHE Nigéria
BRETT HOLMAN Austrália
TIAGO Portugal
TEVEZ Argentina
ROBINHO Brasil
ELANO Brasil
JAVI HERNÁNDEZ México
DONOVAN Estados Unidos
ETO’O Camarões
GYAN Gana
CHUNG-YONG Coreia do Sul
FORLÁN Uruguai
JUNG-SOO Coreia do Sul
LUIS SUÁREZ Uruguai
HONDA Japão
(1 ) REPRODUÇÃO | (2) NAN SE SA /IMAGO SPORTFOTOD IENST/ FOTOAR ENA
OITAVAS DE FINAL
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seleção
15 03
“Se não fosse Copa, Kaká não jogaria” Demitido da seleção, médico José Luís Runco revela que o jogador não estava em plenas condições físicas
foto: Andre Pe nne r /ap photo
A Kaká mal jogou no Real Madrid por causa das lesões, mas na seleção foi pro tudo ou nada
comissão técnica da seleção brasileira bancou Kaká na Copa do Mundo mesmo sabendo que o jogador não estava fisicamente em condições ideais. No desembarque da seleção, no Rio, o médico José Luís Runco disse que o meia jogou no sacrifício. “Kaká, em outra situação, não teria nem jogado. Ele estava com 85% da sua condição física. A dedicação dele foi muito grande. Pena que o goleiro da Holanda defendeu aquele
chute no primeiro tempo. Teria sido um gol fantástico”, afirmou Runco. Foi a segunda Copa que Kaká jogou baleado. Em 2006, na Alemanha, ele afirmou que jamais voltaria a entrar em uma competição com dor. Antes de se juntar à seleção, o meia enfrentou problemas no púbis (deve operar da pubalgia ainda neste mês) e no músculo adutor da coxa esquerda. Runco escondeu a falta de condições durante todo o torneio. Ontem, elogiou a postura do jogador. “Ele
se dedicou muito, o trabalho foi muito sério e ele rendeu o que foi possível. Ele vinha de um tempo parado, mas a dedicação e a vontade dele foram muito grandes.” Na sexta-feira, logo após a eliminação para a Holanda, Kaká desabafou: “Me esforcei muito pelo meu país. Fiz o possível para disputar a Copa, mas muitas vezes isso não é reconhecido. Eu sei o quanto eu fiz. Muitas vezes eu achava que não ia dar para mim e todo o apoio me ajudou a lutar”.
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04
seleção
Dunga é demitido 4 horas após pedir pra ficar
(1 )
CBF negocia Felipão sem atrapalhar o Palmeiras; Mano corre por fora
M
enos de cinco horas depois de Dunga desembarcar em Porto Alegre e dizer que iria conversar com Ricardo Teixeira, presidente da CBF, para decidir seu futuro, a própria entidade divulgou nota em seu site confirmando a demissão do treinador e de sua comissão técnica. O comunicado dizia ainda que uma nova comissão técnica será anunciada até o fim de julho. O nome mais forte para substituir Dunga é Felipão. Mano Menezes corre por fora. A boa relação entre o presidente da CBF e J. Hawilla, dono da Traffic, parceira do Palmeiras, deve facilitar um acordo para que Luiz Felipe Scolari possa assumir a seleção brasileira. J. Hawilla é uma das poucas pessoas com quem Ricardo Teixeira tem falado sobre o futuro da seleção. O bom relacionamento entre o cartola e o dono da Traffic acena como uma maneira de atender os interesses
Jorginho descumpriu regra e levou família pra África
Com Bernardo Itri
k
Recebido no aeroporto do Galeão com uma laranja por um torcedor (referência à derrota para a Holanda), o ex-auxiliar técnico da seleção Jorginho já havia azedado antes sua relação com o grupo de jogadores na África do Sul. Jorginho havia desrespeitado um pedido feito por ele mesmo aos atletas: que não levassem suas famílias para o país durante o Mundial.
Segundo o jornal Folha de S.Paulo, o auxiliar técnico estava com a mulher e os filhos desde o primeiro dia da Copa. Os jogadores só souberam disso mais tarde e se sentiram traídos pelo braço-direito de Dunga. O jornal também acusa Jorginho de aparelhar a comissão técnica com evangélicos. Três jogadores desrespeitaram a ordem da chefia e levaram seus fami-
liares para a África do Sul. Os casos de Robinho e Elano já eram conhecidos, mas o de Kléberson não: ele levou a mulher para a Copa. O combinado era que os familiares embarcassem para a África do Sul somente se a seleção chegasse à final do torneio. Não chegou. seleção no celular envie a mensagem: GOLSELECAO para 22745 NOTSELECAO para 22745
Você só paga R$ 0,31 por mensagem recebida.
(1 ) R icar do No gueir a / Fo lha p re s s | (2) Wag ner Meier / Fotoa rena
Arnaldo Ribeiro Ricardo Perrone
da CBF e do Palmeiras, que querem contar com Felipão, e os do técnico. Caso Luiz Felipe Scolari seja escolhido o substituto de Dunga, sua contratação será feita de uma forma que não atrapalhe o alviverde. Ou Felipão concilia os dois cargos Dunga até o fim do ano ou um inteainda tinha rino fica até ele se desligar esperanças, e do Palmeiras, cujo contrato a CBF tratou termina no final de 2012. de apagáFica, porém, cada vez la; Jorginho mais forte a possibilidade de (abaixo) ficou Felipão conciliar o cargo de queimado com técnico da seleção e do Palos boleiros meiras até dezembro. Ficar seis meses longe da seleção não seria um problema — o Brasil é país-sede da Copa, automaticamente classificado para o Mundial de 2014. Outro cogitado para assu- (2) mir a seleção é Mano Menezes. O presidente do Corinthians e chefe da delegação da seleção brasileira na África do Sul, Andrés Sanchez, chegou a São Paulo ontem e disse que o técnico não sai do Corinthians. “O Mano tem contrato com o Corinthians até 2011. Essa é a realidade atual. Não tem nada de conversa com a CBF. Ele segue no Corinthians”, afirmou Andrés.
tt
DOS enviados À áfrica
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15 05
Seleção sai pelos fundos em São Paulo Depois de tumulto no Rio, polícia recomendou que os jogadores evitassem o público
foto: Wagne r Me ie r /Fotoare na
À
s 3h30 da manhã de ontem, os torcedores já começavam a encher o aeroporto de Guarulhos para acompanhar o desembarque da seleção. Cartazes escritos “Bem-vindos, campeões” e “Nós te apoiamos” e bandeiras ajudavam a colorir o saguão. Havia quem acordasse cedo, outros que passaram a noite sem dormir, alguns que estavam desembarcando ou iam embarcar e aproveitavam para ver a seleção canarinho. Mas os membros da delegação brasileira, que chegaram às 4h50 no aeroporto, driblaram os torcedores e saíram
pelas portas dos fundos. Antes de chegar a São Paulo, o avião fez escala no Rio à 1h40, onde desceram o goleiro Júlio César, os zagueiros Juan e Thiago Silva, os volantes Felipe Melo e Kléberson, o lateral Gilberto e o auxiliar Jorginho. A saída foi tumultuada e, por isso, a Polícia Federal aconselhou a delegação a não dar as caras em São Paulo. O único que saiu pela porta da frente foi o chefe da delegação e presidente do Corinthians, Andrés Sanchez. Os torcedores ficaram esperando em pé mais de duas horas em frente ao portão de desembarque, com a informação de que os jogadores estavam no local, ti-
rando fotos com quem desembarcava pelo mesmo portão e que sairiam logo. E saíram, só que por um lugar restrito e direto para veículos. Isso foi por volta das 6h. “Muito feia a atitude deles. Não viemos aqui para xingar ninguém e sim para apoiar. Se no Rio eles desceram normalmente, por que nos deixaram esperando aqui?”, disse a estudante Marcela Caseiro, 21 anos. O garoto de apenas 9 anos Victor Kenj Yoshimura, que levou seu álbum de figurinhas da Copa para que Kaká e Robinho autografassem, ficou chateado. “Triste isso. Só queria o autógrafo”, falou. Horas antes, Victor havia dito que só pelo fato de
ele poder pegar um autógrafo de seus ídolos valia a pena ter acordado à 1h da manhã. “Vocês são homens de muito sucesso, se dedicaram com determinação e formaram um time unido”, dizia uma carta dos irmãos Letícia Melo (13), Juliana Melo (18) e o xará do volante brasileiro Felipe Melo (15). A carta também trazia um poema sobre sucesso, que eles pretendiam entregar nas mãos de Kaká. Amanda dos Santos, 18, foi a primeira a chegar ao aeroporto, às 22h, na companhia de uma amiga e um amigo, na intenção de apoiar os jogadores. “Vim empurrar eles para que não desanimem”, falou, antes do desembarque. Ewerton Araújo
Felipe Melo deu as caras no Rio; em SP, ninguém fez isso
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06
seleção
CBF tenta equilibrar prisão e baderna Próximo técnico não vai poder seguir o “liberou geral” de 2006 e nem trancar os jogadores no hotel, como foi na África do Sul Arnaldo Ribeiro Ricardo Perrone
A
reação imediata da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) à eliminação diante da Holanda, na última sexta-feira foi a destituição de toda a comissão técnica. Seguida dela, uma conclusão: em 2014, a seleção precisa encontrar um meio termo. Não pode repetir a clausura imposta na Copa da África do Sul e nem a baderna da Alemanha, em 2006. “Há quatro anos, perdemos deixando tudo aberto. Fizemos o oposto agora e também perdemos”, lamentava-se Rodrigo Paiva, chefe de comunicação da CBF, minutos depois da derrota
nas quartas de final para a Holanda. A busca por um caminho que não seja liberal demais e que também não sufoque os jogadores é mais uma vantagem para Luiz Felipe Scolari como candidato à sucessão de Dunga. Em 2002, quando foi campeão, Felipão, conhecido por ser linha dura, não trancou a seleção num quartelgeneral, como fez Dunga. O atacante Luizão chegou a dizer depois que o treinador até lhe deu cerveja no vestiário após uma das vitórias no torneio. Ao mesmo tempo, Scolari não permitiu jogadores chegando de madrugada na concentração, muito menos carregando garrafas de bebida, como ocorreria na Alemanha em 2006.
Ricardo Teixeira, presidente da CBF, disse várias vezes, em tom de revolta, que atletas chegavam bêbados na concentração em 2006. Na África do Sul, Dunga não deu nem chance para comportamentos desastrosos. Desde que a Copa começou, seus atletas não tiveram folga. O único dia de descanso, que já tinha sido combinado ainda no Brasil, seria após o jogo contra Portugal. Mas foi cancelado em nome do sacrifício em busca do título. Só que com a mão de ferro de Dunga a seleção foi eliminada exatamente na mesma fase do Mundial em que a equipe caiu sob as rédeas frouxas de Parreira quatro anos antes. Com o fracasso do time enclausurado, os méto-
(2)
(1 )
Os excessos de 2006 (quando a torcida invadia o treino) culminaram com o quartel de Dunga na África
dos de Dunga passaram a ser contestados. A clausura, antes sinônimo de disciplina, passou a ser vista na CBF como fator de estresse, que ajudaria a explicar o descontrole dos
jogadores em campo. Em cinco partidas, o Brasil teve duas expulsões (Kaká e Felipe Melo). Além de encontrar o meio termo, Ricardo Teixeira tem também a certe-
za de que não pode arriscar com um treinador sem bagagem para comandar o time no Mundial disputado em casa. Mais um fator que faz as portas da CBF se abrirem para Felipão.
Seleção pode voltar a ter coordenador
k
Zagallo era o técnico, enquanto Zico coordenava em 1998
Dunga teve autonomia para fazer tudo o que quis na África. Conduziu a seleção brasileira ao seu modo, sem receber nenhuma contra-ordem. Como o título não veio, a CBF repensa também esse modelo. Está em pauta a volta da figura do coordenador-técnico. Em conversas com amigos, Ricardo Teixeira cogitou contratar alguém com a função de vi-
giar o próximo treinador para impor limites a ele. Se Dunga tivesse um superior assim por perto, teria sido orientado a evitar briga com a Globo e a ser mais maleável com os patrocinadores, que não tinham acesso à seleção. Ricardo Teixeira não interferiu porque temia ser culpado pelo fracasso, já que teria mudado os métodos do treinador — o dirigente, além disso, só
pensa em 2014. Dunga também não tinha alguém mais experiente que o auxiliar Jorginho para trocar ideias sobre o time. A presença de um coordenador poderoso, porém, não combina com Felipão. Em 2002, ele conviveu com Antônio Lopes, que ocupava o cargo, mas sem bater de frente. Em 1998, o coordenador de Zagallo foi Zico. Dos enviados à África
(1 ) M ARCELO R EGUA | (2) AULO JA RE S
DOS enviadoS À áfrica
SE G U NDA- FE IR A , 5 DE J U L HO DE 2 0 1 0 | J O R NAL P L ACAR
15 07 OPINIÃO Por Arnaldo Ribeiro
NÃO SOBROU NADA PARA 2014 Legado. Guarde bem essa palavra. Ela estará em praticamente todas as discussões sobre a Copa de 2014, no Brasil. Ééééé..., amigo. Já é hora de pensar no próximo Mundial.
Seleção de trintões só deve preservar dois até 2014 Brasil pode entrar em campo em Copa caseira com jogadores sem experiência em Mundiais
Debates sobre escolha de estádios, politicagem, desvio de dinheiro público são temas para outras ocasiões. Minha missão aqui é tentar projetar o time brasileiro para a próxima Copa. E é aí que entra o legado. Dunga não deixou legado algum para o seu sucessor. Além de um novo treinador, o Brasil terá de descobrir, praticamente do zero, um time novo nos próximos quatro anos. Após o fiasco de 2006, a terra não ficou tão arrasada como agora — por incrível que pareça. Estava claro, há quatro anos, que o Brasil teria um novo comandante, cuja principal missão seria “moralizar” a seleção. Mas a base Ramires era o mais novo entre os 23 convocados por Dunga
do seleção de 2010 já estava presente em 2006. O goleiro do próximo time era Júlio César. Os zagueiros, os poucos a se salvarem na Alemanha, seriam Lúcio e Juan. Os solistas também estavam ali: Kaká e Robinho, que atingiriam o auge da carreira em 2010. E o centroavante também sairia de 2006: Adriano ou Fred. Só a última premissa não vingou... Tente agora projetar o time de 2014 a partir deste novo fiasco brasileiro. Temos goleiro para daqui a quatro anos? Talvez Júlio César aguente. Mas e o resto? Lúcio e Juan vão se retirar (assim como Gilberto Silva). O centroavante não deve continuar sendo Luís Fabiano, que, por sinal, não tinha o mesmo “calibre” dos antecessores Careca, Romário e Ronaldo. Mas a questão principal remete aos chamados craques. Kaká e Robinho estarão trintões em 2014. Perderam a segunda
Q
uando o Brasil saiu derrotado do Nelson Mandela Bay, na última sexta-feira, Dunga sabia que poucos daqueles jogadores comandados por ele poderiam estar na próxima Copa, em 2014. Do elenco formado para a África do Sul, apenas Ramires e Thiago Silva não ultrapassarão a barreira dos 30 anos até o Mundial brasileiro.
Traduzindo: o Brasil pode ter, em sua Copa caseira, o menor número de jogadores com experiência em Copas desde 1950, quando, depois de um intervalo de 12 anos sem o torneio (por causa da Segunda Guerra), não utilizou nenhum jogador do Mundial anterior. Desde então, o time entrou em campo com ao menos quatro jogadores experientes. Em 1958, na pri-
em 1994 (usou dez atletas do fiasco de 1990) e até mesmo em 2010 — estavam na África do Sul oito jogadores que sucumbiram na Alemanha. Além da tarefa de garimpar uma nova geração, o próximo técnico da seleção também terá que tirar dela o medo de disputar uma competição internacional. Aí, não cabe previsão.
meira conquista brasileira, “sobreviveram” ao fracasso de quatro anos antes, na Suíça, Mauro, Didi, Nilton Santos e o goleiro reserva Castilho — os dois últimos, os únicos com mais de 30 anos de idade. Até mesmo em times que tentavam expurgar desastres amargos de Copas anteriores o uso de jogadores com experiência no Mundial era amplo. Foi assim
Marcos Sergio Silva
chance de se consagrarem. E dificilmente terão a terceira. O Brasil larga sem craque para a Copa em casa. As apostas recaem sobre os santistas Ganso e Neymar. Mas ninguém sabe como eles
O LEGADO DAS COPAS Jogadores da seleção que disputaram a Copa anterior
reagirão com a camisa da seleção brasileira. Dunga não fez como
FOTO: RO DOLFO BUH RER / FOTOA RENA /FO LHAP RE S S
Parreira (que “formou” Ronaldo em 94) ou Felipão (que repetiu a experiência com Kaká, em 2002). Ele só pensou em 2010. Jogou
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15 12
todas as suas fichas aqui. Não levou nada e não deixou o tal legado. Faça o exercício. Tente montar uma seleção para daqui a quatro anos, levando em consideração a idade dos jogadores
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4
em 2014. Ah... Para dizer que não sobrou nada para 2014, sobrou Ricardo Teixeira. Durma com um barulho desses.
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ARNALDO RIBEIRO É REDATOR-CHEFE DA REVISTA PLACAR.
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1934 1938 1950 1954 1958 1962 1966 1970 1974 1978 1982 1986 1990 1994 1998 2002 2006 2010
jo r nal pl aca r | seg u n da-feir a , 5 d e j u l ho d e 2010
08
semifinal
holanda
Ex-contundidos embalam a Holanda contra os “azarões” uruguaios Técnico da Laranja tentou fazer mistério nos treinos, mas a federação entregou: jogadores que se machucaram contra o Brasil melhoraram e devem jogar (1 )
Van Persie ficou com dor de cotovelo
o Brasil, ao cair no chão. O atacante continuou em campo após a lesão, mas o inchaço na região do cotovelo fez com que ele não participasse dos treinamentos junto com o resto dos jogadores. Van Persie, porém, não deve ficar de fora contra os uruguaios, na terçafeira. Ele é a maior preocupação do técnico Marwijk teve até agora. O treinador teve ontem o retorno de Mathijsen aos treinos. O zagueiro, que sentiu um incômodo no aquecimento antes do jogo contra o Brasil, começou o dia fazendo tratamento em separado, mas depois se juntou aos jogadores no treinamento normal.
Terceira chance Outra volta que deixa a Holanda quase 100% para decidir uma vaga pra sua terceira final de Copa (foi vice-campeã em 1974 e 1978) foi a de Van der Vaart. O atacante estava sentido dores na panturrilha esquerda, não estava relacionado para o último jogo. Mas melhorou e deve retornar ao time. Notícias que dão mais força para uma seleção que vem embalada após a vitória contra o favorito Brasil e que pega a seleção mais fraca das semifinais. A Holanda, como franca favorita, enfrenta o Uruguai amanhã às 15h30, no Green Point, na Cidade do Cabo.
Bernardo Itri
Treinador afasta euforia para confronto
k
A dramática passagem do Uruguai para a semifinal não engana o técnico holandês Bert van Marwijk. O comandante da Laranja considera o time sul-americano perigoso e com trunfos para desbancar a Holanda. “Nós já vimos jogos do Uruguai e eu conheço alguns jogadores. Será um jogo muito perigoso. A euforia em casa é grande no momento e é bom estarmos tão longe para não testemunharmos isso”, disse Marwijk ontem na entrevista coletiva. As baixas do Uruguai para o confronto de amanhã são importantes. O atacante Suárez, que colocou a mão na bola contra Gana, não joga. O capitão Lugano, lesionado, é dúvida.
(2)
Técnico holandês “não se engana” com Uruguai
(1 ) Cl audio Cruz /a p photo | (2) Mat t Dunh am/AP Ph oto
A
dois dias do jogo contra o Uruguai, pelas semifinais da Copa do Mundo, o técnico Bert van Marwijk fechou o treino da Holanda. Mesmo com essa tentativa de esconder de imprensa e olheiros o que estava acontecendo com o elenco, ausências e retornos de jogadores não puderam ser camuflados. A federação de futebol holandesa liberou algumas informações. Van Persie não treinou com os demais jogadores e o zagueiro Mathijsen, que vinha de lesão, voltou a participar das atividades normalmente. Titular da seleção da Holanda, Van Persie se machucou na partida contra
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09
uruguai
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Lugano é dúvida e brinca: “Lembraram que estamos aqui”
Celeste vive “dia de Brasil” Desacostumada ao assédio da imprensa, seleção uruguaia (campeã em 1930 e 1950) sofre para atender multidão de jornalistas Do enviado À áfrica Jonas Oliveira
Q
uando o ônibus da seleção uruguaia chegou ao hotel Sunnyside Park, em Joanesburgo, os jogadores não contiveram o riso. Ao ver a multidão de repórteres, cinegrafistas e fotógrafos que se acotovelavam para vê-los, disseram: “Agora lembraram que estamos aqui”. Quem conta é Diego Lugano, capitão da equipe e um dos cinco jogadores selecionados para falar com a imprensa ontem, em uma entrevista coletiva das mais caóticas. Distante dos holofotes até a última partida, o Uruguai se viu de repente no centro das atenções dos jornalistas que estavam em Joanesburgo no domingo. (2)
(1 ) Ber nat A rma ngue /A P P HOTO | (2) MARIANA SUAREZ /a fp photo
Abreu, um louco com categoria
k
Quando Loco Abreu fez jus ao apelido e bateu a última cobrança de pênalti com uma cavadinha, quase matou seus compatriotas do coração. Mas o técnico Oscar Tabárez manifestou seu apoio incondicional à travessura do atacante do Botafogo. “Ele já bateu assim muitas outras vezes, inclusive contra o Brasil na Copa América. Se tem marcado os gols, não tenho por que reclamar. Não chamo de
loucura, mas de classe, categoria”, disse o chefe. Abreu disse que pode repetir a dose caso tenha que cobrar outras penalidades. Perguntado se seu ato foi irresponsável, reagiu com bom humor. “Vocês falaram isso quando Zidane fez isso na final em 2006? Não falaram, não me enganem!”, disse. Contra a Holanda, Abreu deve começar novamente no banco de reservas, mas afirma que está
pronto para ajudar o time, cansado pela desgastante prorrogação contra Gana. “Estamos muito bem psicologicamente, e isso ajuda muito a recuperar logo do cansaço que foi a prorrogação e os pênaltis. Mas quando se chega a uma semifinal de Copa, a motivação é total. E o time vai ficar bem”, disse o jogador, que se disse pronto para outros 120 minutos. “Não há como escolher. Se tiver que jogar, tem que jogar!”
De louco, Abreu só tem a cara
Não faltou boa vontade, mas a assessoria de imprensa e a polícia tiveram dificuldade para organizar o evento. Para a partida contra a Holanda, o técnico Oscar Tabárez não poderá contar com Fucile e Suárez, suspensos, nem com Lodeiro, que fraturou o quinto metatarso do pé direito após sofrer um pisão na partida contra Gana — e mesmo assim permaneceu em campo até o fim — e está fora do Mundial. A grande dúvida ainda é pela presença do capitão Diego Lugano, que sofreu entorse no joelho direito e faz tratamento intensivo para atuar. “Ainda não sei se vou jogar. No treino da manhã por sorte consegui correr em linha reta sem dor. Não muita coisa, mas pela contusão foi uma evolução muito fa-
vorável. Infelizmente não há tempo para recuperar 100%, são só quatro dias. Mas vamos testar com movimentos de jogo”, disse o jogador, que afirmou estar se dedicando “quase 24 horas por dia”. Entretanto, como é muito improvável que Lugano se recupere a tempo, Tabárez já prepara o time com o zagueiro Godín em seu lugar. No lugar do lateral-esquerdo Fucile, entra Martín Cáceres, e Álvaro Pereira deve retornar ao time no lugar de Álvaro Fernandez. A vaga do atacante Suárez, herói da classificação uruguaia, deve ser ocupada pelo meio-campista Gargano. Desta forma, o meia-atacante Cavani, que jogou mais recuado contra Gana, pode ser o companheiro de ataque de Forlán.
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10
SEMIFINAL
espanha
“Eu sabia onde o Cardozo iria bater”
(1 )
Casillas, o herói que salvou a Espanha, conta sobre a emoção de chegar às semifinais pegando um pênalti
I
ker Casillas, 29 anos, já havia entrado para a história da seleção da Espanha muito antes de defender o pênalti de Cardozo, no sábado. É dele o recorde de partidas sem sofrer gols pela Fúria e foram dele defesas importantes que culminaram no título europeu de 2008. Antes, ele já tinha sido campeão mundial sub-20, na primeira das gerações vencedoras que gabaritaram a Espanha como a favorita para levar a Copa do Mundo de 2010. Na semifinal, ele e seus dez colegas de linha terão que repetir o desempenho da final da Eurocopa, quando venceram a mesma Alemanha por 1 x 0. Dá para explicar como você pegou o pênalti do Cardozo contra o Paraguai? Tive sorte, fundamental para um goleiro em lances desse tipo. Mas também já sabia onde o Cardozo iria bater. Antes da partida, o Reina (goleiro reserva) veio conversar comigo. Explicou-me, em detalhes, o estilo dele cobrar pênaltis. Na hora da cobrança, segui o conselho dele e fiz a defesa. Aconteceu exatamente como ele disse. Apesar de tudo o que vocês já sabiam, o Paraguai surpreendeu? Eles fizeram um jogo muito mais duro do que a gente tinha imaginado. Marcaram muito bem e nosso time não jogou no nível habitual. O tempo
passou, mas não deixamos de insistir. Certamente esta foi a nossa maior qualidade contra um adversário que jogou atrás, quase que o tempo inteiro.
CASILLAS
Os alemães devem ser ainda mais complicados, não? Na minha opinião, eles são a melhor equipe da Copa até agora. Golearam Inglaterra e Argentina e estão jogando muito bem. São uma equipe jovem, com ambições de chegar longe. Muito mais fortes do que a Alemanha que vencemos há dois anos na Eurocopa.
Móstoles (ESP)
Dá medo enfrentá-los? Respeitamos muito, mas não temos medo de ninguém. Temos qualidade e viemos para esta Copa do Mundo para chegarmos longe. Mas teremos de jogar ainda melhor para derrotar a seleção do momento. Agora que superamos a barreira psicológica de não chegar às semifinais, temos de ir com tudo.
Iker Casillas Fernández Posição: goleiro Idade: 29 anos Nascido em: Altura: 1,83 Peso: 70 kg Jogos pela seleção: 109 Títulos: Eurocopa 2008, eleito melhor goleiro do mundo (2008) Na Copa 2010: 5 jogos, 2 gols sofridos
Casillas defende o pênalti paraguaio que poderia ter eliminado a Espanha
Del Bosque elogia alemães e foge de “revanche” (2)
[Os alemães estão] muito mais fortes do que a alemanha que vencemos há dois anos na eurocopa. Casillas, sobre a adversária na semifinal.
Na decisão da Euro 2008, deu Espanha: 1 x 0 na Alemanha
k
Em entrevista coletiva concedida ontem em Potchefstroom, próximo a Joanesburgo, o treinador espanhol Vicente del Bosque encheu de elogios o adversário das semifinais — a Alemanha. “Eles colocaram em prática há pouco tempo uma mudança completa na federação, que parecia esgotada. Começaram a trabalhar desde as bases. Conseguiram renovar a seleção e estão mostrando a que vieram neste Mundial, respeitando os jogadores do passado. Melhoraram desde a última Euro, ainda que a Alemanha sempre tenha jo-
gado bem”, afirmou o treinador, que acredita que a final da última competição europeia terá algum peso na partida de quarta-feira. Sobre a Eurocopa 2008, vencida pela Espanha em cima dos alemães, disse: “Dois anos no futebol é muito tempo. São muitos jogos. Falar de revanche entre grandes seleções não existe. Eles querem ganhar pra jogar a final e nós também”. No treino de ontem, participaram apenas os reservas e os goleiros, que foram muito assediados pelas centenas de torcedores presentes no campo de treinamento.
(1 ) Themba Had ebe /AP P hoto | (2) O LIVER L ANG /AFP P HOTO
Do enviado À áfrica Fernando Valeika
SE G U NDA- FE IR A , 5 DE J U L HO DE 2 0 1 0 | J O R NAL P L ACAR
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ALEMANHA
Klose comemora o segundo dos dois gols que fez contra a Argentina
Te cuida, Ronaldo! Com 14 gols e mais dois jogos para fazer, Miroslav Klose, o artilheiro da Alemanha, tem tudo para roubar o recorde de maior artilheiro dos Mundiais
DO ENVIADO À ÁFRICA Fernando Valeika
E
xpulso contra a Sérvia, na surpreendente derrota da Alemanha, na primeira fase, parecia que o atacante Miroslav Klose estava fora da corrida para se tornar o maior artilheiro de Copas do Mundo em todos os tempos. Ficou de fora na sofrida vitória dos
alemães sobre Gana e voltou com força total. Marcou um gol contra a Inglaterra e mais dois no massacre de 4 x 0 que sua seleção aplicou na Argentina. Assim, o camisa 11 da seleção alemã acaba de alcançar Gerd Müller, uma lenda do futebol de seu país na década de 1970. Durante 24 anos, ele foi o recordista entre os goleadores, com seus 14 gols. Agora Klose está a apenas um golzi-
nho do brasileiro Ronaldo, que em 2006, ao completar 15 gols, desbancou Müller como maior artilheiro da história dos Mundiais.
O que Klose acha disso?
Ele nem dá bola. “Para mim, alcançar essa marca não tem nenhuma relevância”, disse em Erasmia, local da concentração da seleção alemã. “Muito mais importante do que todos gols que eu marque daqui por diante é ganhar o título mundial.
Este é o objetivo que eu e os meus companheiros realmente viemos buscar aqui na África do Sul.” Klose e Ronaldo já se enfrentaram na final da Copa de 2002, quando o Brasil venceu a Alemanha por 2 x 0 com dois gols do Fenômeno. “Falei com ele depois dessa final e, naquela altura, nem sonhava que podia chegar perto dele. Agora preciso de dois gols para ultrapassá-lo. Espero
que o Ronaldo não esteja muito preocupado.” O atacante, na verdade, está mais preocupado com outro duelo — contra a Espanha, na semifinal, a exemplo do que aconteceu dois anos antes na Europa, com vitória dos rivais. “São jogadores diferentes e equipes diferentes. A Espanha ainda é a melhor da Europa, mas em termos de qualidade acho que evoluímos e muito”, analisou Klose.
Sobre essa nova geração de craques alemães, com bons jogadores como Ozil e Muller, Klose sente um certo alívio. “Há uns anos, as pessoas diziam que era uma vergonha não haver novas gerações (no futebol alemão). Diziam que não tínhamos atacantes nem meio-campistas criativos, e todo mundo criticou. Mas o tempo encarregouse de dizer às pessoas que estavam enganadas.”
Mistura eficiente transforma a Alemanha na África
FOTO S: A LE X A ND RE BAT TIBUGLI
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Descendente de turcos, Ozil é um dos destaques da campanha alemã
A Alemanha é formada por uma mistura eclética e multirracial: três poloneses (Klose, Podolski e Trochowski), um brasileiro (Cacau) e um espanhol (Mario Gómez), além de um filho de tunisianos (Samir Khedira), um meia ganês, Jêróme Boateng, e o descendente de turcos Mesut Ozil — sem contar a safra de alemães bons de bola. “Como a seleção alemã
estava decadente de talentos, [o técnico alemão Joachim] Low teve de buscar nos jovens da seleção sub21 o material humano de que precisava”, diz Mathias Bunkus, editor de esportes do jornal Berliner Kurier. Era um time promissor, que na final goleou a Inglaterra por 4 x 0. O estilo veloz e a habilidade com a bola nos pés foram transplantados para a seleção principal.
Até mesmo a contusão de Michael Ballack ajudou Low. Com a saída dele, o time deixou de cadenciar demais o jogo. O resultado foi mais velocidade e contra-ataques mortais, como os que destruíram a badalada Inglaterra nas oitavas e destroçaram a Argentina nas quartas. “O segredo do nosso time foi introduzir uma atitude diferente e sangue novo, desafiando quem di-
zia que criatividade e Alemanha não eram compatíveis”, diz Miroslav Klose, artilheiro da equipe. E deve vir mais por aí. Com a ausência de Muller, suspenso, contra a Espanha, outra experiência saída do laboratório de “Doktor” Low ficará sob os refletores: trata-se de Toni Kroos, 20 anos — segundo o técnico, tão bom como o titular. Do enviado à África
JO R NAL PL ACA R | SEG U N DA-FEIR A , 5 D E J U L HO D E 2010
copa
Último brasileiro na Copa deve ficar fora da reta final
Sina do Brasil na Copa perdura: Cacau, último jogador brasileiro na África, não deve atuar nos dois últimos jogos
A
tristeza de alguns brasileiros em serem eliminados da Copa veio antes da derrota para a Holanda. Cinco dos seis jogadores nascidos no Brasil e naturalizados em outros países saíram mais cedo que a seleção brasileira da África do Sul, nas oitavas de final. E o que sobrou, o germano-brasileiro Cacau, está com tudo conspirando negativamente. Deco, Liédson e Pepe, os três jogadores naturalizados portugueses que jogaram o Mundial, abandonaram a disputa antes dos brasileiros que foram eliminados junto com a seleção brasileira. Encorpam esse grupo Feilharber, dos Estados Unidos, e o zagueiro Marcus Tulio Tanaka, do Japão, que saíram da Copa na mesma fase que os três “portugueses.” Único brasileiro que sobrou na África do Sul, Cacau seria o responsável por representar bem o
país. Seria. Não fosse a lesão no abdome que o tirou da partida contra a Inglaterra nas oitavas e que ainda o incomoda. O problema físico fez do atacante, que era um daqueles jogadores que são quase titulares, um reserva absoluto. O que colaborou para isso acontecer também foi o excelente desempenho de Klose. O camisa 11 alemão foi bem nas duas últimas partidas e, na reta final da Copa, assumiu de vez a titularidade. Ruim para aquele que poderia ser o brasileiro de destaque na África do Sul.
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PACIENTE INGLÊS Por James Scavone
REI MOURINHO OU JOSÉ I Rei morto, rei posto. A linha
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de sucessão de Dunga tem vários pretendentes. Mas, se após o vexame de 2006 o perfil desejado era claro, claríssimo até, desta vez não deve ser tão simples. A farra de Weggis, jogadores acima do peso e ajuste do meião. Faltou algum culpado? Sim. Faltou colocar Parreira na conta. Ao técnico faltaria pulso para domar as feras do “quadrado mágico”. A troca, ainda que surpreendente, preenchia os requisitos. Dunga, além de capitão do tetra, seria o cão de guarda. Sua equipe esqueceria os milhões na conta corrente pelo bem maior, a felicidade de milhões de brasileiros. Parecia infalível. Deu no que deu. Seus rosnados contaminaram o time todo. Mais uma vez o Brasil cairia nas quartas, mesmo sem o fantasma francês. O melhor 1º tempo da Copa seguido pelo pior 2º tempo de todos os tempos.
CACAU Claudemir Jerônimo Barreto
E agora, Ricardo Teixeira?
Posição: atacante
Scolari? Será que Felipão não é o técnico mais bem pago
Idade: 29 anos
do mundo justamente porque mantém imaculado o título
Nascido em: Santo André (SP)
de 2002? Foi bem com Portugal, mas deixou a desejar
Altura: 1,79 m
no Chelsea e até mesmo no distante Uzbequistão. Mano
Lesão e boa fase de Klose deixam Cacau distante da final
Peso: 74 kg Jogos pela seleção: 11 Na Copa 2010: 3 jogos, 1 gol
Menezes? É de se pensar. Muricy Ramalho? Tão ranheta quanto Dunga, mas é mais técnico. Luxemburgo? Valha-me Deus. Leonardo? Tem cara de bom moço e tudo, mas falta experiência. A Copa no Brasil é do Brasil e ninguém tasca.
Simon também é Brasil na Copa e pode apitar a decisão
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Sem a seleção, eliminada pela Holanda, e com os jogadores que são naturalizados por outros países fora também (só Cacau continua, mas está mal fisicamente), sobraram três brasileiros que podem estar no Soccer City, na final da Copa. Trata-se do trio composto por Carlos Eugênio Simon, Roberto Braatz e Altemir Hausmann. Eles têm chances de ser o trio de arbitragem do jogo decisivo.
Simon e seus auxiliares foram muito bem nas duas partidas que fizeram (Inglaterra x EUA e Gana x Austrália) e continuam na África do Sul à espera de novas escalas de arbitragem. Além disso, juízes considerados favoritos para apitar a final, depois de atuações fracas, já foram embora para casa. E o mais importante: o Brasil está eliminado — o que libera os brasileiros para participarem da decisão.
Sai para lá, Maracanazzo. E que tal um estrangeiro? Vão (2)
me apedrejar em praça pública se eu disser que não seria mau negócio ter um olhar estrangeiro na beira do campo? E, de todos os que estão aí, a melhor opção seria José Mourinho. O multicampeão português acaba de se transferir para o Real Madrid. Mas como estará, digamos, em 2012? Seria ele capaz de rejeitar a melhor seleção do mundo jogando em casa? José Mourinho é o estrangeiro ideal. Temos a gana e a língua em comum. Coloquem um tampão
Simon pode ir à final: bom pra ele, ruim para os brasileiros
e ofereçam o cargo ao homem em 2012. Viva dom José I! (2)
JAMES É PUBLICITÁRIO E ASSISTE FUTEBOL COM UMA TÍPICA MISTURA DE HUMOR BRITÃNICO E PAIXÃO BRASILEIRA.
(1 ) GERO BRELOER /AP P HOTO | (2) ROD OLFO BUHR ER /L A IMAG EM /FOTOA RENA | (3) NOTIM E X /F OTO /JUA N CA RLO S ROJAS/F RE / SP O
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Último drible argentino foi na torcida Eles se achavam favoritos ao título: voltaram para casa em um voo improvisado e com Maradona balançando no cargo Do enviado À áfrica Fernando Valeika
foto: MA XI FAILL A /AFP PHOTO
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Apesar do fracasso na África, os argentinos aplaudiram a seleção
ram quase 9h da manhã de domingo quando o ônibus azul e branco trazendo os membros da delegação da Argentina chegou ao aeroporto O. R. Tambo, em Joanesburgo. Apesar de estar pintado com a frase “Última parada, a glória”, a derradeira escala sul-africana antes da volta para casa nada teve de gloriosa. Muito pelo contrário: foi tumultuada, depois da goleada de 4 x 0 sofrida para a Alemanha, que
transformou o sonho do tricampeonato do time dirigido por Diego Maradona em pesadelo. Ainda atordoado com o resultado, “Dom Diego” deixou claro que estava despedindo-se do cargo depois do inesperado vexame na Cidade do Cabo. Durante a madrugada, depois de um triste jantar na Universidade de Pretória, concentração dos argentinos durante o Mundial, Maradona prometeu pensar melhor na sua renúncia. Sensibilizado por um movimento comandado por Mascherano e Heinze, que lhe pediram para não sair em nome de todos os joga-
dores, o técnico condicionou sua permanência ao que acontecesse depois que o avião do voo 1947 pousasse na pista do aeroporto de Ezeiza, em Buenos Aires. Para que o voo de volta acontecesse ainda ontem foi preciso encontrar uma solução rápida. Somente às 9h da noite de sábado ficou confirmado que a Aerolineas Argentinas havia encontrado lugar para acomodar a delegação no avião que partiria de Joanesburgo ontem de manhã. A pressa de voltar para casa era tanta que, em vez do conforto de um avião previsto para decolar na se-
gunda-feira, eles adiantaram o regresso em 24 horas, em uma aeronave com configuração improvisada. Maradona e sete membros da comissão técnica foram de classe executiva. Os 23 jogadores e 14 convidados voltaram de classe turística com duplas repartindo bancos com três lugares. Apesar da noite mal dormida em Pretória, poucos pregaram os olhos.
O que eles encontraram
pelas ruas, ao chegar, foi de arrepiar. Cerca de 10 000 pessoas saudaram e aplaudiram o ônibus com o técnico e os jogadores. Era o sinal que Maradona queria.
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jo r nal pl aca r | seg u n da-feir a , 5 d e j u l ho d e 2010
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mais esportes
Paranaense leva SuperSurf em Maresias
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paranaense Caetano Vargas, 22 anos, conquistou ontem a etapa de Maresias, em São Sebastião, do SuperSurf Internacional. Com a vitória, ele assumiu a liderança na corrida pelo Peugeot 0km oferecido para o melhor nas quatro etapas da competição — as próximas serão no Rio e Florianópolis. Na final, Vargas venceu o paulista Magno Pacheco, 21. Eles barraram os favoritos Renato Galvão e David do Carmo nas semifinais, com ondas de meio metro e boa formação na praia de Maresias. “Estou muito feliz. Deu tudo certo pra mim hoje,
as ondas vieram nas baterias e só tentei mesmo mostrar o meu surfe. Tive sorte de começar bem a final, como foi contra o Renato Galvão também nas semifinais. Peguei uma esquerda abrindo e fui soltando as manobras até onde deu. Depois não veio mais nada de onda boa e fiquei só administrando o resultado até o fim da bateria”, afirmou Caetano. Foi a segunda vitória na carreira do paranaense — antes, ele havia vencido uma etapa do Circuito Paranaense na Ilha do Mel. “A gente sempre chega com uma esperança, mas não acredita tanto que vai vencer”, afirmou.
FOTO: DANIE L S MORIGO/AS P S OU T H AME RICA
Caetano Vargas bateu o paulista Magno Pacheco na final da 2ª etapa da competição
Vitória em Maresias foi a segunda na carreira de Caetano Vargas
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Se jogador que quer ir embora é pepino, então teremos que fechar o país. Andrés Sanchez, presidente do Corinthians, sobre a saída do goleiro Felipe.
FORA DA ÁFRICA
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desaparecida
Bruno: ‘Conheci a Eliza numa orgia’
Goleiro disse que estudante engravidou depois de o preservativo estourar
(1 ) D havid Nor ma ndo /Futur a Pre s s | (2) S é rgio Mas s on/ Futur a P re s s | (3) Clá udio C o r a dini/ Futur a Pr e s s | (4) Anja Niedring haus/ap ph oto
O
goleiro Bruno, do Flamengo, revelou para a revista VEJA desta semana que conheceu a estudante Eliza Samúdio, 25 anos, desaparecida desde o dia 9 de junho, em uma orgia na casa de Paulo Victor, terceiro goleiro do clube. “Conheci ela na casa de um amigo, onde havia outras mulheres. Era uma orgia só. Tinha mulher, homem, amigas dela, outros jogadores, uma p... Essas festas são comuns no nosso meio”, afirmou o goleiro, principal suspeito pelo desaparecimento da moça. De acordo com Bruno, ela teria ficado grávida depois de o preservativo que usou na ocasião estourar. “Estourou, vou fazer o quê? Vacilamos. Depois que ela disse que estava grávida, fui saber que todo o time do São Paulo a conhecia, que ela já tinha feito filme pornô. Fiquei até preocupado
com a minha saúde, tanto que logo depois fiz exame de HIV, mas estava tudo tranquilo.” Mãe de um bebê de quatro anos, Eliza atribui a paternidade ao goleiro. Em outubro do ano passado, ela prestou queixa de agressão na polícia contra o jogador do Flamengo. A estudante não é vista desde que teria dito à família que iria até o sítio do jogador, em Esmeraldas (MG), para resolver a questão da pensão. A polícia encontrou manchas de sangue na casa e no carro do jogador. Um teste de DNA deve determinar se ele pertence ou não a Eliza. O prazo para que ele seja divulgado é de um mês. “Rezo para que a Eliza apareça. Quando isso acontecer, se eu for o pai, vou brigar pela guarda, porque abandonar uma criança não se faz. Eu tenho a consciência tranquila”, disse o goleiro à publicação.
VICTOR CIVITA (1907-1990)
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Bruno disse que conheceu a estudante em uma orgia na casa de outro goleiro do Flamengo
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santos
palmeiras
TÊNIS
Neymar imita “El Loco”
Kléber perde pênalti na estreia
Nadal vence tcheco e fatura bi em Wimbledon
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Neymar cobrou pênalti no estilo “cavadinha” contra a pobre Ferroviária
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O atacante Neymar bateu um pênalti no melhor estilo “Loco” Abreu na vitória do Santos por 3 x 0 sobre a Ferroviária, em Araraquara. O gol de pênalti, cobrado em estilo cavadinha, foi o primeiro da partida. Depois, Alan Patri-
ck e Breitner, de falta, completaram o placar. O Peixe enfrenta o Palmeiras, no dia 15, às 21h, no Pacaembu, pelo Brasileirão. Depois, tem as duas partidas decisivas contra o Vitória pela Copa do Brasil, nos dias 28 de julho e 4 de agosto.
Kléber reestreou com (3) vitória no Palmeiras, mas não da melhor forma. Recém-chegado do Cruzeiro, ele perdeu um pênalti no primeiro tempo e teve de torcer para que seus outros companheiros resolvessem o placar contra o XV de Piracicaba, em Piracicaba. O lateral-direito Vitor foi o melhor da partida, ao marcar dois dos três gols da vitória por 3 x 1 — o outro foi do garoto Patric. Foi também a estreia de Flavio Murtosa, o auxiliar de Felipão que tem a missão de colocar ordem na casa até a chegada do treinador. O Palmeiras volta a jogar na sexta contra o Boca Juniors, na despedida do Palestra Itália. Kléber agradeceu aos gols de Vitor e de Patric
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Nadal, com o segundo troféu consecutivo
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O espanhol Rafael Nadal bateu por 3 sets a 0 (6/3, 7/5 e 6/4) o tcheco Tomas Berdych e conquistou o bi em Wimbledon, na Inglaterra. Com oito taças de Grand Slam, Nadal se igualou a Andre Agassi, Jimmy Connors, Ivan Lendl, Fred Perry e Ken Rosewell. Nadal é líder do ranking mundial desde que conquistou Roland Garros, há um mês. O sérvio Novak Djokovic é o segundo, à frente do suíço Roger Federer.
JO R NAL PL ACA R | SEG U N DA-FEIR A , 5 D E J U L HO D E 2010
16 arquivo
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Temas inesquecíveis retratados em quatro décadas de PLACAR
Azar no campo, sorte na pista Em 1986, caímos nas quartas de final da Copa do México. Mas tínhamos Ayrton Senna (1 )
Senna começava a compensar nas pistas os fracassos da seleção nas Copas: em 86, o Brasil foi eliminado nas quartas e ele deu show; em 90, fiasco na bola e bicampeonato nas pistas
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a tarde do dia 21 de junho de 1986, a seleção brasileira era eliminada da Copa do México pela França, nas quartas de final. Exatamente a mesma fase em que o Brasil caiu na sexta-feira contra a Holanda, na Copa da África do Sul. Ao menos naquele ano,
o sofrimento foi atenuado graças a Ayrton Senna. Menos de 24 horas depois da derrota no campo (nos pênaltis), Senna fazia a alegria dos brasileiros na pista, vencendo o GP de Detroit, como relatou a revista PLACAR de 30 de junho de 86. “Para quem gosta de saborear pequenas vinganças e não se incomoda em
misturar Fórmula 1 com futebol, Ayrton Senna foi um herói domingo passado, horas depois da derrota brasileira, no futebol, para a França. Senna venceu à frente de dois franceses: Jacques Laffite, da Ligier, e Alain Prost, da McLaren. E ainda tirou a liderança do campeonato de Prost”, dizia a revista.
Hoje brasileiros estão longe de Senna (1 ) REP RODUÇÃO | (2) MUSTAFA OZER /AFP P HOTO
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No meio da temporada 2010, Felipe Massa está em 8º
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O feito conseguido por Senna em 1986 dificilmente será alcançado pelos pilotos brasileiros que disputam a Fórmula 1 em 2010. O próximo Grande Prêmio a ser disputado é o da Inglaterra, no domingo, nove dias depois da queda brasileira na Copa da África do Sul. Felipe Massa, que pilota uma Ferrari, é o melhor colocado entre os quatro brasucas na competição,
mas não conseguiu chegar em primeiro em nenhuma corrida neste ano — a melhor colocação foi um segundo lugar no primeiro circuito do ano, o do Bahrein. Rubens Barrichello, pela Williams, conseguiu chegar em quarto no último GP, da Espanha. Lucas di Grassi, da Virgin, só concluiu cinco das nove corridas, e Bruno Senna, da Hispânia, apenas três.
Senna largou na pole position, mas logo perdeu a liderança para Nigel Mansell e pouco depois teve seu pneu traseiro furado — “um azar assim como o de perder um pênalti no meio de uma partida decisiva”, comparava a reportagem, referindo-se a Zico. Quando voltou para a pista era o oitavo, mas seguiu de-
terminado em busca da recuperação. Ele foi driblando um por um, até sobrar só Nelson Piquet à sua frente. Parecia que ia rolar uma dobradinha brasileira, mas logo depois de Senna conseguir a primeira colocação, Piquet bateu e abandonou. Após a bandeira quadriculada e a vitória confirmada, Ayrton tirou do carro uma
bandeira do Brasil e deu a “volta olímpica”.
“Não foi fácil terminar
a prova”, disse o exausto Senna depois da vitória. “Suado, cansado, com bolhas nas mãos, Ayrton explicava que logo no início perdera a sensibilidade no pé direito, por causa das constantes freadas que o traçado de Detroit exige.”
EM JUNHO DE 1986... No dia 30 foi ao ar pela primeira vez o programa Xou da Xuxa, exibido pela Rede Globo. Ocupando as manhãs de segunda a sábado, era um programa infantil que substituía a “Turma do Balão Mágico”. Era lançado o álbum
Somewhere in Time, da banda de rock Iron Maiden . O disco foi considerado um dos melhores da discografia do Maiden. A ideia de um álbum com clima futurista era “perfeita para expandir os horizontes da banda em termos musicais e líricos”.
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