EDIÇÃO 165
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QUINTA-FEIRA, 17 DE JUNHO DE 2010
WWW.PLACAR.COM.BR
COPA 2014
(1 )
Comitê elimina o Morumbi e abre brecha para enxurrada de dinheiro público em novo estádio
FALTAM
6
JOGOS PARA O
HEXA
PÁG. 4
É proibido empatar
(1 )
(1 ) A NTONIO MILENA | (3) AP P HOTO/A NDR E PENNER
Vitória mixuruca na estreia obriga Luís Fabiano, Kaká e Dunga a tomar uma atitude contra a Costa do Marfim
Zebra suíça põe Espanha no caminho do Brasil
Parreira toma surra e está com pé fora da Copa
JO R NAL PL ACA R | QU IN TA-FEIR A , 1 7 D E J U N HO D E 2010
02
ENVIADOS À ÁFRICA DO SUL
aquecimento da copa
SÉRGIO XAVIER
Em entrevista exclusiva para o site PLACAR, Maradona declarou: “O Tevez é incrível. Pode jogar em várias partes do campo — até de goleiro. O Messi é o grande jogador da Copa do Mundo até agora”.
José Vicente Bernardo primeira vez que uma seleção anfitriã será eliminada logo na primeira fase. Mas não é pelo técnico retranqueiro que lamentamos. É pela torcida sul-africana, que, apesar das chatíssimas cornetas, merecia um pouco mais de diversão.
gostam de estragar uma festa, assim como os alemães) e só com muuuita sorte consegue passar para as oitavas de final. Ao recorde de participações em Copas, Parreira deverá somar no extenso currículo um dado desagradável: será a
ALEXANDRE BATTIBUGLI
FOTO
ARGENTINA X
COREIA DO SUL 8h30: Globo, Band, Bandsports, ESPN Brasil e SporTV GRÉCIA x NIGÉRIA 11h: Globo, Band, Bandsports, ESPN Brasil e SporTV
No site PLACAR, você ainda pode dar suas “vuvuzeladas” na seleção brasileira. Lá, você pode avaliar o time nacional, quem foi o destaque da última partida, atribuir uma nota para Dunga e ainda chutar sobre qual seleção será campeã na África do Sul.
ZÉ VICENTE É EDITOR EXECUTIVO DO JORNAL PLACAR.
FERNANDO VALEIKA
VAI PASSAR NA TV
PLACAR.COM.BR
CHUTÃO
JONAS OLIVEIRA
RICARDO PERRONE
TEXTO
PLACAR NA REDE
Que pena. Não foi desta vez que Parreira venceu sua primeira partida por uma seleção que não a brasileira (ele já dirigiu “trocentas” seleções; esta é sua sexta Copa). Mais triste ainda: a África do Sul de Parreira tomou uma surra dos uruguaios (que
ARNALDO RIBEIRO
FRANÇA x MÉXICO 15h30: Globo, Band, Bandsports, ESPN Brasil e SporTV
TABELA - FASE DE GRUPOS Data: 11/6
Hora: 11h00
Jogo: 3 Local: Joanesburgo
Data: 11/6
Hora: 15h30
Jogo: 4 Local: Port Elizabeth
Data: 16/6
Hora: 15h30
GRÉCIA
Jogo: 18 Local: Polokwane
Data: 17/6
MÉXICO
x
URUGUAI
Data: 22/6
Hora: 11h00
Data: 22/6
x
Jogo: 20 Local: Joanesburgo
ARGENTINA
MÉXICO
Jogo: 34 Local: Bloemfontein
FRANÇA
Hora: 15h30
x
Jogo: 33 Local: Rustemburgo
NIGÉRIA Hora: 11h00
PG 4 1 1 1
J 2 2 1 1
SG 3 -3 0 0
GRÉCIA
Data: 14/6
Hora: 8h30
Jogo: 10 Local: Bloemfontein
Data: 14/6
Jogo: 25 Local: Durban
Data: 19/6
x
Jogo: 26 Local: Pretória
CAMARÕES
ARGENTINA
Data: 22/6
Hora: 15h30
Data: 24/6
PG 3 3 0 0
Hora: 15h30
J 1 1 1 1
SG 2 1 -1 -2
Hora: 11h00
J 1 1 1 1
SG 1 0 0 -1
Jogo: 14 Local: Joanesburgo
Data: 24/6
Hora: 11h00
x
ITÁLIA
x
NOVA ZELÂNDIA
SEMIFINAIS
Hora: 11h00
PG 1 1 1 1
J 1 1 1 1
SG 0 0 0 0
Jogo: 15 Local: Nelspruit
Hora: 15h30 Hora: 8h30
COREIA DO NORTE Data: 25/6
Hora: 11h00
x
COSTA DO MARFIM
Data: 25/6
CLASSIFICAÇÃO 1 BRASIL 2 COSTA DO MARFIM PORTUGAL 4 COREIA DO NORTE
SEMIFINAIS
J 1 1 1 1
SG 1 0 0 -1
CLASSIFICAÇÃO 1 CHILE SUÍÇA 3 ESPANHA HONDURAS
QUARTAS DE FINAL
Hora: 15h30
HONDURAS Data: 25/6
x
Jogo: 48 Local: Bloemfontein
SUÍÇA
Hora: 11h00
SUÍÇA Data: 21/6
x
Jogo: 47 Local: Pretória
Hora: 15h30
ESPANHA Data: 25/6
x
Hora: 15h30
HONDURAS PG 3 3 0 0
J 1 1 1 1
SG 1 1 -1 -1
OITAVAS DE FINAL 27/6 - 15h30 Joanesburgo
3/7 - 11h Cidade do Cabo
1º do Grupo B 2º do Grupo A 27/6 - 11h Bloemfontein
6/7 - 15h30 Cidade do Cabo
1º do Grupo D
7/7 - 15h30 Durban
2º do Grupo C 29/6 - 11h Pretória
28/6 - 11h Durban 2/7 - 11h Port Elizabeth
10/7 - 15h30 Port Elizabeth
1º do Grupo G 2º do Grupo H
Hora: 11h00
Data: 21/6
x
Jogo: 32 Local: Joanesburgo
CHILE Hora: 11h00
PG 3 1 1 0
CHILE ESPANHA
BRASIL
2/7 - 15h30 Joanesburgo
2º do Grupo D
28/6 - 15h30 Joanesburgo
SG 4 1 -1 -4
Hora: 8h30
Data: 16/6
Jogo: 31 Local: Port Elizabeth
11/7 - 15h30 Joanesburgo
1º do Grupo C
2º do Grupo F
J 1 1 1 1
Data: 16/6
Jogo: 16 Local: Durban
26/6 - 15h30 Rustemburgo
1º do Grupo E
PG 3 3 0 0
ESPANHA 0 x 1 SUÍÇA
x
Jogo: 46 Local: Nelspruit
FINAL
Hora: 15h30
SÉRVIA
CLASSIFICAÇÃO 1 ALEMANHA 2 GANA 3 SÉRVIA 4 AUSTRÁLIA
COSTA DO MARFIM Data: 21/6
x
Jogo: 45 Local: Durban
COREIA DO NORTE
Data: 23/6
x
HONDURAS 0 x 1 CHILE Hora: 15h30
Data: 20/6
x
Jogo: 30 Local: Cidade do Cabo
PORTUGAL
Data: 24/6
Hora: 11h00
Data: 15/6
Jogo: 29 Local: Joanesburgo
PORTUGAL
Hora: 15h30
ALEMANHA
GRUPO H Data: 15/6
BRASIL Hora: 11h00
Hora: 11h00
AUSTRÁLIA Data: 23/6
x
Jogo: 40 Local: Nelspruit
AUSTRÁLIA
Hora: 8h30
SÉRVIA Data: 19/6
x
Jogo: 39 Local: Joanesburgo
GANA
ARGÉLIA PG 3 1 1 0
Jogo: 13 Local: Port Elizabeth
NOVA ZELÂNDIA
CLASSIFICAÇÃO 1 ITÁLIA PARAGUAI NOVA ZELÂNDIA ESLOVÁQUIA
QUARTAS DE FINAL
Hora: 11h00
Data: 23/6
x
Hora: 11h00
Data: 18/6
x
Jogo: 24 Local: Rustemburgo
GANA
BRASIL 2 x 1 COREIA DO NORTE
Hora: 8h30
Data: 20/6
x
Jogo: 42 Local: Polokwane
PARAGUAI
Hora: 15h30
INGLATERRA
CLASSIFICAÇÃO 1 ESLOVÊNIA 2 INGLATERRA ESTADOS UNIDOS 4 ARGÉLIA
PARAGUAI
26/6 - 11h Port Elizabeth
2º do Grupo B
Jogo: 38 Local: Pretória
Hora: 15h30
Data: 13/6
Jogo: 21 Local: Port Elizabeth
ALEMANHA
COSTA DO MARFIM 0 x 0 PORTUGAL Hora: 8h30
Data: 20/6
Jogo: 41 Local: Joanesburgo
ESLOVÁQUIA
HOLANDA
OITAVAS DE FINAL
ITÁLIA
Hora: 15h30
x
CLASSIFICAÇÃO 1 HOLANDA 2 JAPÃO 3 CAMARÕES 4 DINAMARCA
1º do Grupo A
SG 2 1 -1 -2
Hora: 15h30
Data: 15/6
x
Jogo: 8 Local: Pretória
ARGÉLIA Data: 23/6
x
ESTADOS UNIDOS J 1 1 1 1
Hora: 11h00
GRUPO G Data: 14/6
Jogo: 28 Local: Nelspruit
DINAMARCA JAPÃO
Jogo: 37 Local: Port Elizabeth
Data: 13/6
SÉRVIA 0 x 1 GANA
ESTADOS UNIDOS Data: 18/6
x
ESLOVÊNIA
Hora: 15h30
PG 3 3 0 0
Jogo: 27 Local: Bloemfontein
ESLOVÁQUIA
Data: 24/6
Jogo: 23 Local: Cidade do Cabo
NOVA ZELÂNDIA 1 x 1 ESLOVÁQUIA Hora: 8h30
x
Jogo: 44 Local: Cidade do Cabo
CAMARÕES
x
x
INGLATERRA
Hora: 15h30
COREIA DO SUL
Jogo: 12 Local: Rustemburgo
JAPÃO Data: 19/6
x
Jogo: 43 Local: Rustemburgo
DINAMARCA
Hora: 8h30
ITÁLIA 1 x 1 PARAGUAI
Hora: 11h00
Jogo: 7 Local: Durban
ALEMANHA 4 x 0 AUSTRÁLIA
Hora: 8h30
Data: 18/6
ESLOVÊNIA
Data: 22/6
Jogo: 11 Local: Cidade do Cabo
JAPÃO 1 x 0 CAMARÕES
Data: 13/6
Jogo: 22 Local: Joanesburgo
COREIA DO SUL
CLASSIFICAÇÃO 1 COREIA DO SUL 2 ARGENTINA 3 NIGÉRIA 4 GRÉCIA
HOLANDA 2 x 0 DINAMARCA
HOLANDA
Hora: 11h00
GRUPO F
GRUPO E Jogo: 9 Local: Joanesburgo
Jogo: 6 Local: Polokwane
NIGÉRIA
x
Jogo: 36 Local: Polokwane
Hora: 15h30
ARGÉLIA 0 x 1 ESLOVÊNIA
Data: 17/6
x
Jogo: 35 Local: Durban
ÁFRICA DO SUL
CLASSIFICAÇÃO 1 URUGUAI 2 ÁFRICA DO SUL MÉXICO FRANÇA
Hora: 8h30
Data: 17/6
x
Data: 12/6
INGLATERRA 1 x 1 ESTADOS UNIDOS
Data: 12/6
Jogo: 19 Local: Bloemfontein
ÁFRICA DO SUL 0 x 2 URUGUAI
GRUPO D
Jogo: 5 Local: Rustemburgo
COREIA DO SUL 2 x 0 GRÉCIA
URUGUAI 0 x 0 FRANÇA Jogo: 17 Local: Pretória
Hora: 11h00
ARGENTINA 1 x 0 NIGÉRIA
ÁFRICA DO SUL 1 x 1 MÉXICO Jogo: 2 Local: Cidade do Cabo
Data: 12/6
3/7 - 15h30 Joanesburgo
1º do Grupo F 2º do Grupo E 29/6 - 15h30 Cidade do Cabo
1º do Grupo H
DECISÃO DO 3º LUGAR
2º do Grupo G
FOTO: A LE X AND RE BAT TIBUBLI
Jogo: 1 Local: Joanesburgo
FRANÇA
GRUPO C
GRUPO B
GRUPO A
q u inta- fe ir a , 1 7 de j u nho de 2 0 1 0 | j o r nal p l acar
SELEção
15 03
Vitória magra proíbe Dunga de empatar Estreia fraca e má fase de jogadores-chaves do time expõem e agravam problemas da seleção Arnaldo Ribeiro Ricardo Perrone
foto: mat t du nham/A P Photo
S
Kaká, um dos candidatos a craque da Copa, foi muito mal
aldo de gols mínimo contra o adversário mais frágil da chave; péssima atuação do craque do time (Kaká); manutenção do incômodo jejum de gols do artilheiro (Luís Fabiano); constatação da ausência de plano B com a entrada eventual de algum reserva... Se a ansiedade pela estreia passou, a pressão para o segundo jogo e os problemas da seleção aumentaram. A vitória sobre a Coreia do Norte por apenas um gol de diferença praticamente impede o Brasil de empa-
tar seus dois jogos restantes nesta primeira fase, contra Costa do Marfim e Portugal. A matemática desta vez nem é tão complicada. Se Costa do Marfim e Portugal vencerem a Coreia por mais de um gol de diferença, o Brasil vai precisar ganhar pelo menos uma de suas próximas duas partidas para chegar às oitavas de final. E não é só isso. O time, exaustivamente treinado, preparado e sem qualquer problema de contusão, não deu a resposta esperada. Ficou provado que, para a equipe deslanchar, é preciso que jogadores-chaves estejam bem. E vários deles não estão.
Má fase e jejum Kaká foi muito mal no primeiro jogo. Menos pela parte física (suportou quase todo o jogo), mais pela parte técnica. Mostrou falta de ritmo, errou passes. Estará melhor até domingo? Pouco provável. Luís Fabiano não marcou. Seu jejum de gols aumentou. E ele não assimilou bem. Foi o jogador mais faltoso do time. Tanto ele quanto Kaká estão mais pressionados do que nunca.
Falta de opções O pior de tudo é saber que Dunga não tem reservas preparados para substituí-los. Para o lugar de
Kaká, Dunga preferiu improvisar Robinho contra a Coreia do Norte. A solução talvez fosse alguma alternativa tática, para diminuir a dependência dos jogadores-chaves em má fase. Dunga até tentou isso na estreia, com as entradas de Nilmar e Ramires. Resultado: o time ficou mais vulnerável na defesa e acabou tomando um gol que pode ter consequências trágicas. Em resumo: o cobertor ficou ainda mais curto. seleção no celular envie a mensagem: GOLSELECAO para 22745 NOTSELECAO para 22745
tt
Dos enviados À áfrica
Você só paga R$ 0,31 por mensagem recebida.
jo r nal pl aca r | qu in ta-feir a , 1 7 d e j u n ho d e 2010
04
copa 2014
Sai Morumbi, entra o dinheiro público
(1 )
Exclusão do estádio abre caminho para poder público injetar dinheiro em novo projeto
A
decisão do Comitê Organizador Local (COL) da Copa de 2014 de excluir o Morumbi abre caminho para o governo estadual e a prefeitura injetarem dinheiro no projeto paulista. Ou para se oferecerem como avalistas de investidores, como sugeriu em relação ao estádio tricolor o ministro do Esporte, Orlando Silva Júnior, na última terça no Jornal PLACAR. Para o governo estadual e para a prefeitura é mais
fácil obter financiamento junto ao BNDES, que abriu uma linha de crédito de 400 milhões de reais por estádio. O banco diz que os clubes têm dificuldade em oferecer garantias sólidas e não podem ter dívidas públicas. Um cartola envolvido no projeto paulista disse à reportagem que a intenção é erguer uma arena com dinheiro público e privado. Segundo um integrante do Ministério do Esporte, a fritura do Morumbi era necessária para que prefeitura e estado pudessem investir sem receberem críticas. Ambos, junto com a CBF e o governo federal,
tinham prometido que seria uma Copa privada. Só entrariam agora porque não deu para salvar o Morumbi. Com a queda do estádio são-paulino e a provável saída da Arena da Baixada, por enquanto, o Beira-Rio, do Inter, é o único estádio privado que sobrevive. Em nota, governo estadual e prefeitura descartaram a participação em uma eventual arena. Ontem, à rádio Jovem Pan, Caio Carvalho, chefe do comitê paulista para o Mundial, disse que pedirá afastamento se entrar dinheiro público. No COL, a declaração foi interpretada como justificativa de quem vai
Do alto, o velho Cícero Pompeu de Toledo, que vai ser reformado mesmo sem a Copa em 2014
perder o posto por não solucionar o problema. Um membro do COL disse que uma maquete já foi apresentada há meses a Ricardo Teixeira, presidente do órgão e da CBF, na presença do prefeito Gilberto Kassab. E que esse projeto já possui todas as garantias financeiras. Teixeira se reúne dia 13 de julho com o governo paulista. O que
ninguém confirma é se o estádio será na área de Pirituba, como já foi cogitado. Teixeira quer a abertura em São Paulo. “É um grande evento que São Paulo merece ter”, disse no Jornal Nacional de ontem. O São Paulo reagiu com indignação ao veto. Disse ter tido vários pedidos de financiamento rejeitados pelo BNDES (com enti-
dades privadas conseguiu garantias para 150 milhões de reais e mais 110 milhões opcionais para a cobertura). Precisava de 600 milhões de reais para assegurar a abertura. “Já nos tiraram da Copa sete vezes e voltamos. Vamos voltar de novo. Vamos tocar as obras mesmo com o veto”, disse Adalberto Baptista, diretor de marketing do clube.
(2)
Arena da Baixada também está na mira da Fifa
(2)
k
Dinheiro também é o problema do Atlético-PR para ser sede
O próximo estádio que deve ser cortado da Copa de 2014 é a Arena da Baixada, em Curitiba. Assim como no caso do Morumbi, o fator financeiro é determinante. O aumento de 50 milhões para 150 milhões de reais para que o estádio se adapte às exigências da Fifa é inviável para o Atlético-PR, dono da Arena da Baixada. Uma nova arena, apoiada
por Coritiba e Paraná Clube, tem grande chance de ser erguida para receber o Mundial. O Comitê Organizador Local não soube informar o dia em que sairá a decisão sobre o veto à Arena da Baixada, mas o anúncio deverá sair até o fim da semana. “Foram apresentadas várias alternativas de financiamento para o Atlético, mas o conselho não aprovou. Ouvi
que Coritiba e Paraná farão um projeto para o Pinheirão”, disse o ministro dos Esportes, Orlando Silva. Em janeiro, quando assumiu a vice-presidência do Coritiba, Vilson Ribeiro ofereceu a empreiteiras o projeto de uma nova arena na cidade. O complexo, que teria hotel, centro comercial e ginásio de esportes, agradou à construtora Andrade Gutierrez. A empreiteira, po-
rém, quer realizar uma PPP (Parceria Público Privada). A Federação Paranaense de Futebol aceita doar o terreno onde hoje está o Pinheirão para o município. Com isso, a prefeitura daria por quitados os débitos da área, relacionados a atrasos com o IPTU, e a repassaria à empreiteira. O novo estádio seria construído no local. Dos enviados à África. Colaborou Altair Santos
(1 ) a ntonio milena | (2 ) jad er da rocha
DOS enviados À áfrica Arnaldo Ribeiro Ricardo Perrone
q u intA- fe ir a , 1 7 de j u nho de 2 0 1 0 | j o r nal p l acar
SELEção
05
Números defendem o vilão Seleção nunca perdeu com Felipe Melo e não leva gols há 489 minutos com o criticado volante em campo Dos enviados À áfrica Arnaldo Ribeiro Ricardo Perrone
foto: ale x andre bat t ibu gli
O
Felipe Melo: com ele em campo, o time de Dunga não toma gols
gol sofrido contra a Coreia do Norte deixou o Brasil em situação menos confortável, porém, deu mais munição para Dunga defender um de seus preferidos na seleção: Felipe Melo. As estatísticas ajudam Dunga a defender o volante que virou o vilão da seleção, o jogador mais criticado por torcedores e jornalistas. Em 19 jogos com ele em campo, a equipe nacional não sofreu nenhu-
ma derrota. Foram 18 vitórias e um empate. Já são 489 minutos sem que a seleção leve um gol com ele no gramado. Contra Inglaterra, Irlanda, Omã e Zimbábue o time nacional não foi vazado. Felipe Melo estava jogando. Antes da estreia na África do Sul, ele já tinha sido substituído quando a Tanzânia marcou um gol no amistoso contra o Brasil. Anteontem, os norte-coreanos só marcaram quando o volante já descansava. Os números não saltam aos olhos tanto quanto algumas das falhas do volante. Aos sete minutos de
sua estreia, anteontem, ele falhou na marcação e deu um empurrão no adversário. Já poderia ter levado um amarelo logo no início e comprometido sua promessa de não ser expulso no Mundial — uma rotina responsável por parte das críticas a ele. Felipe tem outra meta: “Quero continuar com essa escrita de não perder com a seleção brasileira. Se conseguir isso, vamos ser campeões do mundo”. Defendido com unhas e dentes por Dunga, Felipe Melo retribui com fidelidade. É um dos jogadores que fazem a missão de porta-
voz e compram briga com jornalistas para defender o técnico. Chamou de palhaçada o fato de a imprensa ter noticiado uma discussão entre Júlio Baptista e Daniel Alves num dos treinos. O noticiário deixou Dunga muito irritado. Contra a Coreia do Norte, ele só saiu no 2º tempo porque Dunga apostou que o adversário iria se abrir em busca do empate. Então, precisava dar velocidade ao time. O gol tomado em sua ausência deve fazer o comandante pensar duas vezes antes de sacá-lo. Para desespero da legião de críticos do volante.
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06
seleção
Os bons companheiros de Dunga Jogadores foram perfeitos na hora de pôr em prática as regras de coleguismo Ricardo Perrone Arnaldo Ribeiro
N
a estreia contra a Coreia do Norte, a seleção brasileira esbanjou uma das virtudes que mais ensaiou nos três anos e meio da gestão Dunga: o companheirismo. Faltaram gols para deixar o time numa situação mais confortável, mas sobraram sorrisos, tapinhas nas mãos e exemplos de solidariedade. Foi a demonstração em campo do discurso dos jogadores, que durante a fase de preparação pintaram o time como a seleção mais unida de todos os tempos. Após o gol de Maicon, Elano pôs em prática o manual do coleguismo de Dunga. Ao ver o companheiro com cara de choro, deu-lhe um beijo na cabeça. Em seguida, Maicon abraçou demoradamente os reservas sob os olhares do chefe. Quando marcou o seu, o segundo na vitória por 2 x 1, Elano confirmou que decorou bem as regras do “um por todos, todos por um” estabelecidas por Dunga, ao dançar com Robinho. No fim do jogo, foi a vez de Kaká mostrar ter entendido a norma de não fazer
cara feia nas substituições. Saiu de campo com um sorriso que não combinava com sua atuação apagada. Continuou sorrindo enquanto cumprimentava cada companheiro no banco de reservas. O fato de a substituição ter sido programada por sua falta de ritmo de jogo deve ter facilitado a tarefa de não se irritar com a alteração. Após a partida, foi a vez de praticar as lições nas entrevistas. Robinho, único a descumprir a cartilha ao dar uma entrevista na folga, se recuperou. Seguiu a ordem para que ninguém brilhe mais que o companheiro. Elogiado por um repórter em relação ao passe que deu para Elano marcar, respondeu: “O Elano estava muito bem colocado”. Mais uma vez, as respostas semelhantes deram a impressão de que o discurso antes das entrevistas no vestiário foi ensaiado: “Tenho certeza de que o time vai evoluir”, disseram Júlio CéNada de cara sar, Kaká, Robinho e Luís feia, nada de Fabiano, entre outros. reclamação... Para cumprir essa previe muito são, eles agora terão que amor para mostrar que estão afinados distribuir aos em outros quesitos ensaia- companheiros. dos exaustivamente: finaliSó faltou zações, cobranças de falta, combinar de jogadas aéreas... jogar bola
(2)
(1 )
Dá para melhorar, diz marfinense Drogba
k
Drogba jogou apenas 25 minutos na estreia, contra Portugal; diante do Brasil, deve jogar todo tempo
Em campo por apenas 25 minutos na estreia contra Portugal, na terça-feira, o atacante Didier Drogba, da Costa do Marfim, ficou feliz com o seu desempenho em campo, mesmo jogando com a fratura no braço que quase o tirou da Copa do Mundo. “Estou feliz, principalmente porque conseguimos um ponto contra Portugal, uma seleção perigosa. Fisicamente estou bem e agora
vamos nos concentrar para o jogo contra o Brasil”, disse o atacante. Segundo ele, o técnico da equipe, o sueco Sven-Goran Eriksson, deu o aval para que entrasse em campo na partida — ele começou o jogo do banco. Na comparação com a Copa passada, quando a Costa do Marfim deixou a competição com duas derrotas e uma vitória, Drogba vê uma evolução. “Perdemos nossos dois primei-
ros jogos na última Copa, então acredito que começamos bem. Nosso objetivo é sair daqui com duas vitórias”, avaliou o jogador. O atacante também analisou o desempenho marfinense na estreia: “Mostramos uma boa solidez defensiva e podemos melhorar contra o Brasil. Em nossa curta história em Copas do Mundo, não vencemos uma partida. Nosso objetivo é superar esse número aqui”.
(1 ) ale X a ndr e bat tibugli (2) ar mand o f r a nca /ap
Dos enviados À áfrica
j o r nal p l acar | q u inta- fe ir a , 1 7 de j u nho de 2 0 1 0
argentina
nigéria
07
grupo b
coreia do sul grécia
Maradona defende Messi e... Dunga!
Argentina pega a Coreia do Sul cheia de otimismo mas sem o experiente Verón Do enviado À áfrica Fernando Valeika
N
Maradona disse que Elano e Maicon jogam menos da metade de Messi
a Argentina que entra em campo às 8h30 contra a Coreia do Sul, uma alteração importante: sai Verón, entra Maxi Rodríguez. “Não posso correr o risco de colocar a ‘Brujita’ em campo sentindo dores na panturrilha e perdê-lo para o resto da competição”, disse Maradona, chamando Verón pelo apelido. “El Pibe” falou pelos cotovelos. Disparou farpas, exaltou Messi e fez elogios a Dunga. “Com a entrada de Maxi, teremos um jeito diferente de jogar, liberando mais a saída de Mascherano”, explica. O criticado lateral Gutiérrez, que expôs o lado direito da defesa contra os africanos, por quanto fica no time. “Fizemos ótimos treinamentos”, alivia Dieguito. Ele espera um rival difícil. “Os sul-coreanos formam um bloqueio coletivo, são rápidos e apostam nas bolas
paradas. Temos de ter atenção para não perder lances bobos, que podem dar a eles a possibilidade de sair rápido no contra-ataque.” Segundo ele, a principal diferença entre Coreia e Nigéria está na força física. “Contra os nigerianos, cada dividida era como bater contra uma parede, de tão fortes que eram”, disse. Para Maradona, o Brasil teve muito mais facilidade na estreia que a Argentina. “O Brasil teve uma partida tranquila, tranquila demais. Quando o Brasil treinar mais, vai jogar melhor, sem dúvida. A Coreia do Norte não incomodou em nenhum momento, Júlio César não precisava nem ter tomado banho. O Brasil é o Brasil, temos que respeitar. Dunga está fazendo um bom trabalho”, elogiou. “Mas nós temos Messi. Para um time que quer ser campeão mundial, um craque como ele é fundamental. Podolski, Elano e Maicon jogaram bem, mas nenhum deles chegou a 40% do nível do nosso craque.”
Grécia e Nigéria jogam com a corda no pescoço
foto s: ale x andr e bat tibugli
k
O bom goleiro Enyeama vai ter que fechar o gol de novo
Na primeira rodada, gregos e nigerianos não tiveram o que comemorar. Perderam para a Coreia do Sul e para a Argentina, respectivamente. Por isso entram em campo hoje pra matar ou, praticamente, morrer. Os gregos, que não viram a cor da bola contra os sul-coreanos, dizem que não vão mudar seu estilo de jogo. “Não pode haver transformação em cinco dias pra nenhum time. O que precisamos ser é muito insistentes. Mesmo se não vencermos, não ficaremos desapontados, contanto que joguemos bem”, opinou o defensor Vassilis Torosidis. A Nigéria até que mostrou um futebol de certa qualidade, com destaque para o goleiro Enyeama. “Pelas notícias que recebi, as pessoas estão felizes no meu país. Não jogamos tão ofensivamente quanto o planejado, mas foi bom. Agora será mais fácil”, disse o atacante Odemwingie. Quando as seleções se pegaram num Mundial, em 1994, deu Nigéria (2 x 0).
Técnico: Diego Maradona
Argentina
6
9 20
13
22
7 2
10
17
22 Romero 17 Jonas Gutiérrez 2 Demichelis 13 Samuel 6 Heinze 14 Mascherano 20 Maxi Rodríguez 7 Di María 10 Messi 11 Tevez 9 Higuaín
Técnico: Huh Jung-Moo
Coreia do Sul
22
8 19
14
7
16
10
Tzorvas Seitaridis Vyntra Papadopoulos Torosidis Tziolis Katsouranis Samaras Karagounis Gekas Charisteas
18
4 17
12
18 Jung Sung-Ryong 22 Cha Dy-Ri 14 Lee Jung-Soo 4 Cho Yong-Hyong 12 Lee Young-Pyo 16 Ki Sung-Yueng 8 Kim Jung-Woo 7 Park Ji-Sung 17 Li Chung-Yong 19 Yeom Ki-Hun 10 Park Chu-Young Hoje • 8h30 • Soccer City (Joanesburgo) • J: Frank de Bleeckere (BEL)
Técnico: Otto Rehhagel 12 2 11 8 15 6 21 7 10 17 9
11
14
Grécia 15
12
Técnico: Lars Lagerback 1 Enyeama 17 Odiah 6 Shittu 2 Yobo 3 Taiwo 20 Etuhu 12 Kalu Uche 14 Kaita 19 Obasi 18 Obinna 8 Ayegbeni
17
10
8
9
6 11
21 7
2
Nigéria
14
18
17 6
19
1
20 2
8
12
Hoje • 11h • Free State (Bloemfontein) • J: Oscar Ruiz (COL)
3
jo r nal pl aca r | qu in ta-feir a , 1 7 d e j u n ho d e 2010
08
grupo a
méxico
frança
França promete ser fominha pra vencer Diante do México, a ordem nos Bleus é segurar a bola e envolver rival em Polokwane
S
em espaço pra errar, França e México entram em campo hoje, às 15h30, em Polokwane. Após estrearem com o freio de mão puxado — os mexicanos pelo menos foram bem no 1º tempo —, ambas as seleções vão jogar sob a desconfiança de seu povo. Atual vice-campeã mundial, a equipe de Raymond Domenech pode ter duas alterações em relação ao 0 x 0 com o Uruguai. O técnico ainda analisa se escala o volante Florent Malouda e o atacante Thierry Henry como titulares.
O truque “Não podemos deixar que o México tenha o controle da posse de bola. Eles têm uma boa equipe. Quando resolvem jogar, aceleram o ritmo e ficam muito tempo com a bola, podendo desestabilizar qualquer adversário”, explicou Domenech. Na estreia, ele escalou um falso 4-3-3, que na prática era um 4-5-1. A promessa é que Ribéry e Gourcuff se aproximem mais da área. É uma alternativa pra melhorar o retrospecto dos franceses em 2010: só uma vitória em cinco partidas.
Pontaria mexicana
(1 )
No time do país da tequila, o técnico Javier Aguirre treinou com força a pontaria de Carlos Vela, Giovani dos Santos e companhia, que estava mal calibrada contra a África do Sul. “Temos um estilo de jogo que não vamos mudar, mas sabemos da importância desta partida — a permanência na Copa — e temos que sair vencendo”, afirmou o zagueiro Rodríguez. Jogador mais experiente entre os mexicanos, Rafa Márquez analisou o adversário. “Vamos enfrentar um grande rival e temos que conseguir a vitória de qualquer maneira. A partida é vital. A França é um rival forte, tanto no ataque como na defesa, e, mesmo que não esteja jogando no nível ao qual normalmente está acostumada, tem jogadores que podem fazer a diferença”, comentou o volante do Barcelona.
Domenech anda pressionado e pode até escalar Malouda e Henry Técnico: Raymond Domenech 1 2 5 3 13 14 15 8 10 21 7
Domínio francês Os Bleus pegaram os mexicanos em três Copas do Mundo e nunca foram derrotados. Em 1930, no Uruguai, vitória por 4 x 1; na Suíça, em 1954, 3 x 2; na Inglaterra, em 1966, 1 x 1.
Lloris Sagna Gallas Abidal Evra Toulalan Malouda Gourcuff Govou Anelka Ribéry
França
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15
7
3 1
21
14 5 2
8
10
Técnico: Javier Aguirre 1 Pérez 12 Aguilar 5 Osorio 2 Rodríguez 3 Salcido 4 Rafa Márquez 16 Juárez 6 Torrado 17 Giovani dos Santos 11 Vela 9 Franco
México 9
12 6 5 1
4
11
2
16 17
3
Hoje • 15h30 • Peter Mokaba (Polokwane) • J: Khalil Al-Ghamdi (ARA)
safári (2)
ontem o comentarista Robbie Earle. A Fifa o acusa de ceder ingressos a 36 mulheres holandesas que vestiram minissaias laranjas durante o confronto Holanda 2 x 0 Dinamarca, na última segunda-feira. Elas foram expulsas do estádio Soccer City durante o jogo por fazer campanha publicitária não autorizada.
Jong Tae-Se é comparado a Rooney devido à sua força física e ao tipo de seu chute, mas o inglês afirmou ontem não conhecer o atacante da Coreia do Norte. Foi durante entrevista coletiva no Royal Bafokeng, local de treinamento da Inglaterra, em Rustemburgo.
Técnico da seleção inglesa ,
Buffon, goleiro da Itália , que
o italiano Fabio Capello confirmou ontem a escalação do meiocampista Gareth Barry, afastado há seis semanas por lesão no ligamento do tornozelo direito. O adversário será a Argélia, amanhã, às 15h30, na Cidade do Cabo.
deixou o jogo de estreia no intervalo, não será cortado. Ontem, os resultados dos exames apontaram uma pequena hérnia de disco. Existe a expectativa de que ele possa voltar. Marchetti será titular no domingo, contra a Nova Zelândia.
(1 ) p ier giavelli | (2) get t y image s
A ITV, emissora de televisão britânica , demitiu
Q U INTA- fe i r a , 1 7 de j unho de 2 0 1 0 | j o r nal p l acar
áfrica do sul
09
uruguai
(1 )
O dia que mudou a história da África do Sul Seleção de Parreira põe pé pra fora da Copa na data que marca luta antirracismo Do enviado À áfrica Fernando Valeyka
U
O pênalti cavado por Suárez ajudou os uruguaios a repetir na África do Sul o que fizeram no Maracanã em 1950
“Nunca mais quero ver esse juiz na minha frente”
(1 ) a le x and re bat tibugli | (2) Micha el S ohn/AP Ph oto
k
“Depois dos empates na primeira rodada, eu disse que tudo seria decidido nos jogos finais”, afirmou Parreira após a derrota para o Uruguai. Confira nesta entrevista por que ele acha que ainda dá. Seu time mereceu levar de 3 x 0 do Uruguai? De jeito nenhum. O jogo estava igual quando o Forlán acertou aquele chute fantástico. Estávamos melhores no 2º tempo, quando o juiz descobriu aquele pênalti. Ele inverteu faltas, expulsou nosso goleiro e irritou o time. Eu estava pres-
tes a mudar nossa estratégia para tentar o empate e fiquei sem alternativas. Tive de queimar minha última substituição para repor um goleiro e ainda deixei de colocar um atacante. E ele ainda deixou o campo sorrindo. Nunca mais quero ver esse juiz na minha frente. O Forlán fez diferença? Ele mudou o destino do jogo ao acertar um chute que não deu chances ao nosso goleiro. A partida estava igual, sem que nenhum dos dois times tivesse criado uma única chance de gol. Conheço o For-
lán desde os tempos em que treinava a seleção brasileira. Quando o enfrentávamos, sabia que nossa defesa teria dor de cabeça desde o começo. Acabaram as chances da África do Sul ir às oitavas? Ainda temos chances. O tamanho delas depende muito do resultado de amanhã [hoje, entre França e México]. Mas, é fundamental ganharmos da França. O saldo de três gols negativos faz com que precisemos de uma combinação de resultados. Mas ainda dá. Do enviado à África
(2)
Parreira crê na classificação
m 16 de junho mudou a história da África do Sul. Foi nesse dia, em 1976, que começaram as revoltas em Soweto contra as imposições do apartheid (regime de segregação entre brancos e negros). Muita gente morreu em nome da igualdade. O dia 16 de junho, versão 2010, poderia ser marcado por um motivo alegre. Bastava que a equipe comandada por Carlos Alberto Parreira vencesse o Uruguai para colocar um pé na segunda fase da Copa. Mas o Uruguai, carrasco do Brasil em 1950 no Maracanã lotado, repetiu a crueldade com os anfitriões e silenciou o estádio Loftus Versfeld, em Pretória. Os uruguaios tomavam a iniciativa. A África do Sul fechava-se na defesa, tentando encaixar contra-ataques. Nada que levasse perigo aos goleiros. Aos 24min, Forlán arriscou de fora da área e encobriu Khune. Aos Bafana restou fazer algo que não é o forte deles: atacar. Desciam desordenados e inofensivos. Aí valeu a experiência dos uruguaios — cavaram um pênalti e a expulsão do goleiro rival. E, no fim, selaram a quase morte sul-africana: 3 x0.
ÁFRICA DO SUL URUGUAI
0 3
16/6/2010 - Loftus Versfeld (Pretória) J: Massimo Busacca (SUI) CA: Pienaar, Kikgacoi (AFS) CV: Khune (AFS) ÁFRICA DO SUL: Khune (5), Gaxa (5), Mokoena (5), Khumalo (5) e Masilela (5); Dikcagoi (5), Letsholonyane (5) (Moriri 12/2º (5)), Modise (5), Tshabalala (5) e Pienaar (4,5) (Josephs 34/2º (5)), Mphela (4,5). T: Carlos Alberto Parreira URUGUAI: Muslera (6), Maxi Pereira (6), Lugano (6,5), Godin (5) e Fucile (6) (Álvaro Fernández 26/2º (5)); Pérez (6) (Gargano 45/2º (s/n)), Arevalo 5, Álvaro Pereira (5) e Diego Pérez (5); Diego Forlán (7), Cavani (6) (Sebastián Fernández 44/2º (s/n)) e Luiz Suárez (5). T: Oscar Tabárez
opinião do jogo
k
forlán Um petardo sem chances para o goleiro sul-africano no primeiro gol e frieza na cobrança do pênalti. Grande fase.
k
tshabalala Herói na partida de estreia, o atacante sul-africano entrou em campo cheio de estilo. Mas desta vez não resolveu.
q
mphela Deveria ser o atacante mais perigoso dos Bafana Bafana. Perdeu uma chance e participou pouco do jogo.
JO R NAL PL ACA R | QU IN TA-FEIR A , 1 7 D E J U N HO D E 2010
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grupo h
ESPANHA
SUÍÇA
HONDURAS
CHILE
Zebra suíça põe Espanha na rota do Brasil Fúria não confirma favoritismo, perde e aumenta chance de pegar seleção nas oitavas Jonas Oliveira
E
ra a última partida da primeira rodada do Mundial e, sem dúvida, uma das maiores barbadas. Não que a Suíça seja um adversário desprezível. Mas a Espanha, atual campeã europeia, que perdeu apenas um jogo nos últimos 48, não era tida apenas como favorita à vitória; era a seleção mais cotada para sair vitoriosa no dia 11 de julho, final do Mundial. Ninguém imaginava que caberia à Fúria o papel de primeira entre as favoritas a ser assombrada pela zebra na África. Mesmo jogando melhor durante toda a partida, a Espanha foi derrotada por 1 x 0 por uma Suíça muito bem organizada na defesa, no melhor estilo do treinador alemão Ottmar Hitzfeld. A Espanha dominou o jogo em todas as estatísticas – posse de bola, chutes a gol, escanteios – menos uma: gols. Aos 7min do 2º tempo, após um tiro de meta cobrado por Benaglio, Derdiyok tentou finalizar e a bola sobrou para Gelson Fernandes, que completou para as redes. Os espanhóis pareciam não acreditar que o estigma de seleção que falha nos momentos decisivos, que havia sido superado na Euro 2008, voltava a assolar o país. Era o que se lia em seus rostos quando Howard Webb apitou ao fim da partida. Com a vitória, a Suíça completou cinco jogos seguidos sem perder ou sofrer gols em Copas, e deu um grande passo para se classificar às oitavas de final. Na próxima rodada, enfrentará o Chile e, se vencer, poderá jogar com tranquilidade sua última partida, contra a fraca seleção de Honduras.
ESPANHA SUÍÇA
0 1
(1 )
16/6/2010 - Durban Stadium (Durban)
NA COLA DA ESPANHA Por Bernardo Itri
J: Howard Webb (ING) P: 62 453 CA: Benaglio, Grichting, Ziegler e Yakin.
ESQUEÇAM O BARÇA
G: Gelson Fernandes (6/2º) ESPANHA: Casillas (5), Sergio Ramos
(1 )
Quem não “babou ovo” para o Barcelona na última temporada?
(5), Piqué (5), Puyol (5) e Capdevilla (5); Busquets (5) (Fernando Torres 16/2º
Pela qualidade do time, a sensação de que ele passaria por cima de
(4,5)), Xabi Alonso (5,5), Xavi (5,5) e
qualquer adversário era geral. Sentimentos parecidos rodavam o
Iniesta (5) (Pedro 32/2º (5)); David Silva
mundo nos últimos tempos em relação à Espanha. Afinal, foi a seleção
(6) (Navas 17/2º (5)) e David Villa (5). T:
que jogou o melhor futebol nos anos que antecederam o Mundial. Em
Vicente Del Bosque SUÍÇA: Benaglio (6,5), Lichtsteiner
títulos, as recentes histórias de Barcelona e Espanha quase que se
(6), Grichting (5,5), Senderos (5) (Von Bergen 35/1º (5,5)) e Ziegler (5,5); Inler
sobrescrevem. O clube ganhou o último Campeonato Espanhol, mas
(5), Huggel (5,5), Gelson Fernandes
perdeu a Liga dos Campeões. A seleção espanhola passou fácil nas
(6,6) e Barnetta (5,5) (Eggimann 47/2º
Eliminatórias e não venceu a Copa das Confederações. Dos titulares
(s/n)); Nkufo (5,5) e Derdiyok (6) (Yakin
espanhóis, cinco são do Barça. Eles, protagonistas do futebol da
34/2º (s/n)). T: Ottmar Hitzfeld
equipe catalã, também são responsáveis pela expectativa em torno OPINIÃO DO JOGO
da seleção, onde Piqué e Puyol comandam a zaga, Xavi e Iniesta ditam
m
o ritmo do time e Villa é matador. Ou seja, o futebol bonito da Espanha
BENAGLIO Fez uma bela defesa no chute de Piquet e teve sorte na pancada de Xabi Alonso que beijou o travessão.
k
XAVI Deu passes precisos como no Barça, mas não deixou nenhum companheiro na cara do gol.
q
passa, inevitavelmente, por esses cinco. Na Copa, a missão é deles: não repetir o que passaram no Barcelona. Não tem mais diz-que-mediz: é hora de a Espanha provar que não é só um futebol bonito na TV. Fernandes aproveitou bobeada e marcou o único gol do jogo
Chile vence a primeira partida em Copas desde 1962
F. TORRES Jogou os últimos 34 minutos. Não conseguiu transformar em gols os passes que recebeu.
(2)
A Espanha enfrentará os hondurenhos com a obrigação da vitória e sem a mesma confiança de antes. Nas casas de apostas, por exemplo, o palpite da equipe como campeã já paga 8% menos que há um mês. E o que é pior: aumentaram as chances de a equipe enfrentar o Brasil logo nas oitavas de final. Se Dunga pensava ter se livrado da zebra na terça, contra a Coreia do Norte, ela mostrou que ainda pode aprontar.
BERNARDO ITRI É REPÓRTER DA PLACAR E PREFERE VER OS JOGOS DA COPA PELO TELÃO.
Valdívia dá uma força para Valladares (Honduras) se levantar
k
Sem seus respectivos “Suazos”, contundidos, Honduras e Chile fizeram um jogo movimentado, com vitória dos sulamericanos, 1 x 0. La Roja não vencia um duelo de Copa desde 1962, quando sediou o torneio. O Chile bem que poderia ter feito mais, mas Valladares fez grandes defesas, a melhor delas numa cabeçada de Ponce dentro da área, incrível. Valdívia esteve bem. Sofreu uma falta cobrada na trave por Fernández e marcou um gol impedido. Aos 34min, a jogada que definiu o duelo: Isla foi à linha de fundo e cruzou pra Beausejour marcar na pequena área.
HONDURAS CHILE
0 1
16/6/2010 - Estádio Mbombela (Nelspruit) J: Eddy Maillet (SEY) P: 32 664 CA: Carmona, Mathías Fernández e Palacios G: Beausejour (34/1º) HONDURAS: Valladares (7), Mendoza (5,5), Chávez (5), Figueroa (6) e Izaguirre (5,5); Palácios (6), Guevara (5,5) (Thomas 20/2º (5,5)), Alvarez (5,5) e Nuñez (6,5) (Martinez 32/2º (5)); Espinoza (5) e Pavón (5,5) (Wellcome 14/2º (5,5)). T: Reinaldo Rueda. CHILE: Bravo (6), Isla (6,5), Vidal (6) (Contreras 35/2º (5,5)), Medel (5,5) e Ponce (6,5); Carmona (5,5), Millar (5,5) (Jara 7/2º (5,5)), Mathías Fernández (7) e Valdívia (6,5) (Gonzalez 41/2º (s/n)); Beausejour (6) e Sánchez (6,5). T: Marcelo Bielsa.
(1 ) JULIE JAC OB S ON/AP P HOTO | (2) STREETER LECK A /G ET T Y IM AGE S
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JO R NAL PL ACA R | QU IN TA-FEIR A , 1 7 D E J U N HO D E 2010
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copa
Copa tem a pior média da história na 1ª rodada
(1 )
1,56 por partida conseguiu superar os anos de 1962, 1974 e 1986 Por Bruno Favoretto MÉDIA DE GOLS NA PRIMEIRA RODADA
1,56 POR JOGO É PIOR QUE OS 2 TENTOS POR PARTIDA DE
8
1962, 1974 E 1986, AS COPAS COM MENOS GOLS POR PARTIDA NA 1ª RODADA.
(5,14)
.
GOLEIROS GALINÁCEOS
GREEN (ING), em Inglaterra
1 x 1 EUA
QUEM MAIS PERDEU BOLAS
108
CHAOUCHI (ALG), em Argélia
0 x 1 Eslovênia
4
O PASSADOR MAICON
RI MYANG-GUK (CDN)
HESKEY (ING)
O MAIS VELOZ
ROUBADAS DE BOLA
9 bolas perdidas
4 vezes
O MAIS LENTO
O ESTABANADO
31,10 km/h (velocidade máx.) 4 pelotas recuperadas
PEDRO (ESP)
LODEIRO (URU)
13,50 km/h (sem contar 2 amarelos e expulsão em os goleiros) 18 minutos
gols
MELHOR JOGO
4 X0 ALEMANHA
MASCHERANO (ARG)
ALEMANHA
(2)
(4)
VICTOR OBINNA (NIG)
vezes
MELHOR ATAQUE
vezes
MAIS IMPEDIDO
MESSI
DEFESA MAIS BONITA VALLADARES (HON), EM CABEÇADA À QUEIMA-ROUPA DO CHILENO PONCE.
AUSTRÁLIA
5
vezes
O MAIS DESARMADO ROONEY
(3)
(1 ) ALE X ANDR E BAT TIBUGLI | (2) STUA RT FR ANKLIN/ GET T Y IMAG E S | (3) MICHA EL REG A N/GET T Y IM AGE S | (4) MICHA EL S O HN/A P PHOTO
A MELHOR FOI A DE 1934
O CHUTADOR
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Por que uma Copa tão ruim? Gols viraram raridade na África do Sul, no Mundial em que a defesa humilha o ataque e a covardia vence a ousadia Do enviado À áfrica
foto: ale x andre bat t ibu gli
Sérgio Xavier Filho
U
m quarto do Mundial já foi disputado e o diagnóstico é desastroso: a Copa de 2010 corre sério risco de ser a pior de todos os tempos. Não pela África, pelo povo, pela organização, por nenhum aspecto extra-campo.
O problema é o que se passa dentro dos gramados. O futebol faltou, os gols rarearam, um jogo tecnicamente pior do que o outro. Por quê? Faltam jogadores? Faltam times? Os treinadores são fracos? Nada disso faz muito sentido. Entre os 700 jogadores, há vários craques do porte de um Messi ou de um Drogba. Algumas seleções, como a Holanda e a Espanha (pelo
O som monocórdico das vuvuzelas parece ter efeito anestésico nos jogadores. Cadê o futebol?
menos, antes da bola rolar), fizeram os olhos de muita gente brilhar. O fato concreto é que as partidas têm deixado a desejar. As defesas vêm humilhando os ataques. É isso o que vemos em alta definição pela TV e com replays fantásticos. Talvez uma explicação seja o nível médio das seleções. A Coreia do Sul, semifinalista em 2002, penou nas Elimina-
tórias contra sua irmãzinha, a “fraca” Coreia do Norte — que encrespou no jogo contra o Brasil, na terça-feira. O Paraguai, como se viu, não é muito pior que a poderosa Itália. Tudo muito parecido. E, como ninguém quer ser virtualmente eliminado ao perder no primeiro jogo, a covardia venceu na primeira rodada. Talvez isso melhore no decorrer da competição, to-
mara... Há outros aspectos. A bola, por exemplo. É só observar os arremates até de reconhecidos bons chutadores. A bola possui uma aerodinâmica melhor do que as bolas jogadas mundo afora. E sobe, sobe, sobe... Há o “efeito vuvuzela” também. Não se trata de uma visão mal-humorada da cornetinha. O problema é o efeito da barulheira nos es-
tádios. O som vira um imenso pano de fundo. É um único som, o jogo inteiro. Ela abafa o aplauso, passa por cima da vaia. Quem está em campo não sente a força da torcida, para o bem e para o mal. Vamos torcer para os jogadores se reconciliarem com a bola. Para a covardia sumir. Para a vuvuzela dar uma trégua. Quem sabe. Ninguém merece uma Copa tão ruim...
Este mês na Placar: Copa do Mundo Como Dunga comanda a Seleção Brasileira Libertadores São Paulo ou Inter: quem vai se dar melhor na volta da Copa? Copa do Brasil O Santos não vai ter moleza contra o Vitória Isso e muito mais na Placar de junho. Não perca. Já nas bancas!
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JO R NAL PL ACA R | QU IN TA-FEIR A , 1 7 D E J U N HO D E 2010
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copa
O ‘timaço’ que deixou a seleção de Dunga no banco Quem vê a escalação da seleção brasileira se depara com atletas famosos, perseguidos por fãs e câmeras do mundo inteiro. Mas todos eles já viveram dias piores, longe dos holofotes. Dá pra imaginar Luís Fabiano como reserva de um jogador do modesto Foz, de Portugal? E Robinho como suplente de um atual reserva do Grêmio? Conheça os dias de banco do nosso time na Copa.
1. Clemer x Júlio César
1
2. Maurinho x Maicon
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O più forte (mais forte) Maicon, como diz a torcida interista, era reserva de Maurinho, que, após muitas lesões, hoje joga no Pelotas.
6 8
Por Bruno Favoretto
2
4. Luiz Alberto x Juan
8. Djair x Gilberto Silva
Em 1997, o zagueirão da Roma era “pior” que Luiz Alberto, dispensado do Boca Juniors.
No Atlético-MG de Levir Culpi, em 2001, Gilberto Silva foi banco de Djair, que pendurou as chuteiras em 2008, no Duque de Caxias.
3. Régis x Lúcio
5. Augusto Recife x Felipe Melo
No Internacional de 98, Lúcio, hoje xerife da InterITA, também não era páreo pra Régis (ex-São Paulo e agora no Vila Nova-GO).
4
No Cruzeiro de 2003, Luxemburgo preferia Augusto Recife (São Caetano) a Felipe Melo. A torcida azul também.
5 10. Harison x Kaká
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Na Copa São Paulo de 2001, o meia do Real era reserva. Bom era Harison, que acaba de trocar o Sertãozinho pelo Chengdu Blades, da China.
7. William x Robinho Quando surgiu no Peixe em 2002, com Celso Roth, o rei das pedaladas perdia a disputa pra William, hoje reserva no Grêmio.
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6. Capone x Michel
7. Martinez x Elano
9. Dill x Luís Fabiano
Vadão até gostava de Michel no Atlético-PR em 2003, mas não abria mão do experiente Capone, hoje aposentado.
O Guarani apostava no menino Elano em 1999, mas o técnico Carlos Alberto Silva preferia Martinez, agora no Cerezo Osaka-JAP.
Quando Dill voltou da Suíça, o Fabuloso ficou no banco do São Paulo de 2001. Dill acaba de se aposentar no Foz, da 3ª divisão portuguesa.
Bastos
Essa seleção alemã também é 5 estrelas! Já nas bancas.
FOTO: (1 ) PAU L GILHAM/GET T Y IMAGE S ( 2) MAU RÍLIO C HE LI/AP
Entre 1997 e 1999, o goleirão da Inter de Milão esquentou o banco no Flamengo pro contestado Clemer, que se aposentou no ano passado.
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Um convidado muito indiscreto Como chefe da delegação brasileira, o falante presidente do Corinthians destoa do estilo de Dunga e deixa o treinador brasileiro de cabelo em pé Do enviado À áfrica
(1 )
Ricardo Perrone
(1 ) Ed uar do Knap p/Fo lhap res s | (2) R icar do Saibun/AGIF/F olhap re s s | (3) RENATO PI ZZUT TO | (4) Ide G ome s/ Futur a Pr e s s
P
Andrés Sanchez levou o estilo “maloqueiro” para a África
rocura-se um dirigente discreto, que fale inglês, evite declarações polêmicas, represente a seleção em eventos sociais e converse só o necessário com a imprensa. Você daria uma vaga dessas para Andrés Sanchez, folclórico presidente do Corinthians? Ao decidir colocá-lo nessa função, a CBF se arriscou a ter no grupo alguém que destoasse do estilo Dunga. Dito e feito. Antes de assumir o posto, graças à lealdade ao presidente da CBF, Ricardo Teixeira, o corintiano prometeu que, diferentemente da maioria de seus antecessores, não seria uma figura decorativa. Cumpriu. No dia em que chegou a Curitiba, no início da preparação, Andrés já chamou atenção. O jornal Folha de S.Paulo publicou entrevista na qual ele dizia que rezar
santos
demais atrapalha os jogadores — justo quando se juntava à seleção brasileira mais religiosa de todos os tempos. Desagradou o poderoso auxiliar-técnico Jorginho e os jogadores evangélicos. O cartola criou o hábito de aparecer durante os treinos para falar com os jornalistas. “Vou conversar com esses putos”, avisava antes à assessoria de imprensa. Parte dos jornalistas começou a deixar de ver os treinamentos para se juntar à roda em volta de Andrés, sempre imprevisível. Ele chegou a exibir a cueca aos repórteres para mostrar que era preta e branca (as cores do Corinthians) após ouvir que vestia o uniforme verde (cor do rival Palmeiras). Ao analisar a África do Sul, soltou: “É uma Bahia onde falam inglês. Não estou falando mal, aqui é bonito como a Bahia”, emendou. E respondeu como seria a atitude dos presidentes de Palmeiras e São Paulo em
seu lugar: “O Belluzzo estaria falando que a economia da África do Sul é isso, é aquilo. E o Juvenal estaria tomando uísque, como eu”. Andrés, aliás, disparou várias vezes contra o São Paulo, seu maior inimigo, atacando o Morumbi. Tanta indiscrição incomodou a comissão técnica. Jorginho chegou a tirá-lo de perto dos jornalistas num voo da seleção. Desde então, as animadas rodinhas com o chefe da delegação rarearam. No espaço montado em Joanesburgo pelo governo federal para divulgar a Copa-14, anteontem Andrés parecia domesticado. Foi discreto. Mas arrumou outra dor de cabeça para Dunga ao convidar Luís Álvaro Ribeiro, presidente do Santos, para entrar na fechada concentração brasileira. O santista quer negociar com Robinho sua permanência na Vila Belmiro. Prato cheio para Dunga reclamar.
palmeiras
Ganso entra na faca e tira água do joelho (2)
Meia precisa de 4 semanas pra se recuperar
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Roberto Civita
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corinthians (3)
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Tido como solução pra reserva de Kaká, o meia Paulo Henrique Ganso, que está longe da África do Sul, vai entrar na faca. O santista vai passar, na manhã de hoje, por uma artroscopia no joelho esquerdo para tratar uma sinovite. Trata-se de uma inflamação no revestimento interno da articulação, também conhecida popularmente como água no joelho. Quando a patela é lesionada, uma membrana chamada sinovial passa a produzir sem parar um líquido. As causas mais comuns são torções e pancadas. Ganso, que já sofre há dois meses com o problema, vai precisar de três a quatro semanas pra se recuperar, de acordo com o médico do Santos, Rodrigo Zogaib. O jogador será operado no hospital Albert Einstein, na capital, por José Ricardo Pecorra. Responsável por armar o Peixe, Ganso atuou em 33 jogos no ano e marcou 13 gols.
VICTOR CIVITA (1907-1990)
Fundador:
Capitão William quer consertar a defesa (4 )
Negócio com o chileno já está quase certo
Uma ligação separa Valdívia do Verdão
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A torcida palmeirense está eufórica. Após acertar as voltas de Kléber e Felipão, outro ídolo está perto. O meia Valdívia, que atuou em Chile 1 x 0 Honduras, deu uma declaração polêmica após a partida. “É só eles me ligarem. Falta apenas uma ligação”, revelou o Mago à ESPN Brasil. O chileno, que está no Al-Ain (Emirados Árabes), deve ter metade de seus direitos econômicos adquiridos pelo Palmeiras por quase 9 milhões de reais.
Para defensor, parada ajuda a acertar a zaga
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Com oito gols sofridos em sete jogos no Brasileirão, o zagueiro corintiano William se preocupa com a defesa. O capitão acredita que a parada na competição é fundamental para o time melhorar o setor. “Não é que a defesa seja ruim, mas trabalhamos com a meta de reduzir o número de gols sofridos. Sempre tivemos uma das menos vazadas nos últimos anos e agora vamos buscar isso novamente”, afirmou o camisa 4, em entrevista em Águas de Lindoia.
JO R NAL PL ACA R | QU IN TA-FEIR A , 1 7 D E J U N HO D E 2010
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curiosidades
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Cada Copa, uma história Anexada pelos nazistas, a Áustria não jogou. Mas a Índia desistiu por muito menos...
1930
(1 )
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1938
k O primeiro gol
das Copas foi do francês Lucien Laurent na goleada de 4 x 1 sobre o México, em 1930, no Uruguai. Preguinho fez o primeiro gol brasileiro, contra a Iugoslávia.
k Na Copa de 38, na França, aconteceu o único W.O. das
Copas. A Áustria, anexada pela Alemanha de Hitler (acima) pouco antes do Mundial, não apareceu para enfrentar a Suécia. Cinco –atletas austríacos defenderam a Alemanha.
k Copa de 1950, no Brasil: na
tentativa de recuperar as dores no joelho do craque Zizinho, foram usados remédios para cavalo. (2)
(1 )
1950
k Os indianos
1958
k Os jornais da Inglaterra, ao
receberem o placar de 0 x 1 para os EUA na Copa de 1950 pelo telégrafo, acharam que era um erro de digitação e corrigiram para Inglaterra 10 x 1 EUA. (1 )
k Na Copa do Mundo da Suécia, em 1958, Brasil (ao lado) e Inglaterra protagonizaram o primeiro 0 x 0 da história das Copas. O jogo foi o segundo da fase de grupos.
(1 ) A FP P HOTO | (2) FER NAND O LEMO S
desistiram de disputar a Copa de 1950, aqui, porque seus jogadores foram proibidos de jogar descalços.