Jornal Placar Bola de Prata Edicao 213 Dez 2010

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O MELHOR DE TODAS AS RODADAS

EDIÇÃO 213

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TERÇA-FEIRA, 7 DE DEZEMBRO DE 2010 WWW.PLACAR.COM.BR

Edição especial BOLA DE

PRATA

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SEMANAL

APENAS

R$

1

,00

Só deu Timão “Velhinho” Roberto Carlos bate recorde com seu terceiro prêmio. Chicão, Elias e Jucilei também faturam (1 )

(1 ) R ENATO P IZZUT TO

Neymar “rouba” a Chuteira de Ouro de Jonas e o pequeno Conca leva a Bola de Ouro


JO R NAL PL ACA R | TER Ç A-FEIR A , 7 D E D E ZEMBRO D E 2010

51 02 bola de prata A maior premiação do futebol brasileiro

OPINIÃO Por Sérgio Xavier

O CHORO DE CEREZO

Se você não viu, veja. Está lá, no site da Placar (www.placar.com.br) ou da ESPN (www.espnbrasil.terra.com. br). Toninho Cerezo entregou a Bola de Ouro de melhor jogador do Brasileirão ao meia Conca, do Fluminense. Cerezo, duas vezes Bola de Ouro em 1977 e 1980, tenta e não consegue segurar a emoção. “Quando eu saio de casa e vejo meus troféus no escritório, fico emocionado também. É sempre assim. E foi a Bola de Prata que começou tudo isso”, disse o craque do Atlético-MG e do São Paulo. Ele chorou a ponto de engasgar. Emoção genuína de um gênio da bola como ele. Dá um orgulho danado ver Roberto Dinamite, Rincón, Marcelo Djian, Sorín, Evair, Bobô, Petkovic e Darío Pereyra falarem da importância do prêmio. Estavam todos no Museu do Futebol na tarde de ontem. Estão todos na galeria dos heróis da bola. PLACAR organizou essa galeria criando um prêmio no longínquo ano de 1970. Regras simples e perenes. Nesses 41 campeonatos, PLACAR esteve em todos os estádios para dar notas de 0 a 10 a cada um dos atletas em campo. No final da competição, o jogador que obtiver a melhor média fica com o prêmio. Os jogadores não são bobos. Valorizam o prêmio pela credibilidade conquistada através dos anos. A emoção de Cerezo virou um troféu para nós todos. Guardaremos essa imagem para sempre.

SÉRGIO XAVIER É DIRETOR DE REDAÇÃO DA REVISTA PLACAR.

A Bola é de Prata, mas a seleção é alvinegra Corinthians emplaca quatro jogadores na seleção de PLACAR. E Cerezo arranca lágrimas no prêmio

Q

uatro corintianos receberam ontem a Bola de Prata de melhores de suas posições no Brasileirão. Um feito só comparável ao de 1999, quando o Corinthians escalou quatro estrelas do time tricampeão brasileiro. Seria uma seleção de estreantes, não fosse a presença de Roberto Carlos, Bola de Prata em 93 e 94. O Fluminense escalou apenas dois, mas um deles foi o melhor do campeonato: o argentino Conca, dono da Bola de Ouro. O outro foi o lateral-direito Mariano, presente nas convocações do técnico da seleção, Mano Menezes. Neymar por pouco não levou o prêmio de melhor do Brasileirão. Seu desempenho na reta final o aproximou de Conca, mas não foi suficiente para ultrapassar o argentino.

Ao entregar o prêmio a Conca, Toninho Cerezo, Bola de Ouro em 77 e 80, não conteve as lágrimas. “Espero que você lembre desse prêmio quando tiver 55 anos como eu”, disse. Foi aplaudido de pé. A Bola de Prata não deixou de premiar o São Paulo. Maior ganhador de trófeus (60), o Tricolor emplacou o melhor zagueiro, Alex Silva, e manteve a rotina que vem desde 2002. A Chuteira de Ouro, que premia os jogadores dos clubes brasileiros que fizerem mais gols nas principais competições do ano, foi disputadíssima. Neymar empatou na contagem geral com o gremista Jonas, artilheiro do Brasileirão com 22 gols — Jonas levou uma Bola de Prata pela artilharia. Neymar levou a Chuteira graças ao gol que fez pela seleção brasileira.


T E RÇ A- FE IR A , 7 DE DE Z E M BRO DE 2 0 1 0 | J O R NAL P L ACAR

OS MELHORES DE CADA POSIÇÃO NO BRASILEIRÃO

03

JONAS NEYMAR

SELEÇÃO DA BOLA DE PRATA

MONTILLO CONCA

JUCILEI

ROBERTO CARLOS

ELIAS

MARIANO CHICÃO

ALEX SILVA

(3)

FÁBIO

TENHO 55 ANOS, DUAS BOLAS DE OURO E TRÊS DE PRATA. TODO DIA REZO UM PAI NOSSO E UMA AVE MARIA E SAIO DE CASA, MAS ANTES VEJO AS BOLAS E LEMBRO O CRAQUE QUE EU FUI... É ISSO QUE VOCÊ NÃO PODE ESQUECER. Toninho Cerezo, ao entregar a Bola de Ouro para Conca.

O CAMINHO DO BEM É RESPEITAR PRA SER RESPEITADO, OUVIR PRA SER OUVIDO, ERRAR MENOS E SER UM GRANDE JOGADOR. SÓ DEPENDE DE VOCÊ. Roberto Dinamite dá uma prensa em Neymar ao entregar a Chuteira de Ouro de maior goleador do Brasil.

Os grandes momentos da entrega da 41ª Bola de Prata de PLACAR podem ser vistos no site da revista (www.placar.abril.com. br). São vídeos, fotos e a tabela completa com as notas de todos os jogadores que disputaram o Brasileirão. No site da ESPN Brasil (http://espnbrasil.terra.com.br/ boladeprata) você também pode conferir as imagens de uma das mais emocionantes celebrações da história de PLACAR.

REGULAMENTO Os jornalistas da PLACAR assistem, sempre nos estádios, a todas as partidas do Brasileirão e atribuem notas de 0 a 10 aos jogadores. Receberão a Bola de Prata os craques que tenham sido avaliados em pelo menos 16 partidas. Jogadores que deixarem o clube antes do fim do campeonato estarão fora da disputa. Em caso de empate, leva o prêmio quem tiver o maior número de partidas. Ganhará a Bola de Ouro aquele que obtiver a melhor nota média.

A ESPN Brasil é parceira na Bola de Prata. As notas poderão ser conhecidas na transmissão dos jogos pela Rádio Eldorado/ESPN Brasil (FM 107.3 e AM 700).

FOTO S: R ENATO PIZZUT TO

Perdeu a festa? Assista na internet


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51 04

bola de ouro

Conca, o craque de ouro do Brasileirão (1 )

(1 )

O motorzinho tricolor jogou todas as partidas

Prêmio máximo foi entregue ao meia por um emocionado Toninho Cerezo, dono de cinco troféus

Bruno Favoretto

(2)

(3)

No Universidad Católica do Chile, em 2005, a ressurreição para o futebol (4 )

No Brasileirão, Conca arrebentou: Bola de Ouro de 2010 (5)

No River Plate, poucas oportunidades entre os titulares

No Vasco de 2007: o Brasil descobre o talento do meia argentino

(1 ) ALE X ANDR E BAT TIBUGLI | (2) WAGNER MEIER /FOTOARENA | (3 ) ME XSP ORT | (4) RUDY TR INDAD E /FOLH APR E S S | (5) REPRODUÇÃ O

Tenho 55 anos, duas Bolas de Ouro e três de Prata. Todo o dia rezo um Pai Nosso e uma Ave Maria e saio de casa, mas antes vejo as bolas e lembro o craque que fui no Atlético, na seleção, no São Paulo, na Roma... É isso que você não pode se esquecer.” Foi com essas palavras — e muitas lágrimas nos olhos — que Toninho Cerezo, ex-volante do Tricolor, entregou a Bola de Ouro a Darío Conca. O prêmio de 2010 ficou em boas mãos. O meia argentino esteve em todos os jogos do Fluminense. Segundo o chefe Muricy Ramalho, o gringo é o tipo de jogador com que todo técnico quer trabalhar — ele não se machuca, não reclama de nada, toma porrada em campo e levanta. Se isso o garante na seleção argentina? “Esse prêmio ajuda, mas existem grandes atletas na minha posição. Preciso ser realista”, conforma-se Conca. Tímido, o craque do Brasileirão explica que não quer ir para a Europa. “O povo brasileiro sempre me tratou muito bem e a torcida nunca nos abandonou.” Desde ontem, ele tem um grande exemplo a seguir. Cerezo é um dos maiores vencedores da premiação da PLACAR. Pelo Atlético-MG, ele faturou cinco troféus: duas Bolas de Ouro (1977 e 1980) e três de Prata (1976, 1977 e 1980). Com uma de Prata e outra de Ouro nas mãos, Conca sabe que esse é apenas o começo.



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51 06 bola de prata

goleiro

A maior premiação do futebol brasileiro

Raposa emplaca seu goleiro na Bola A regularidade foi fundamental para que Fábio conquistasse o prêmio de melhor camisa 1 do país

8

Cruzeiro 1 x 0 Botafogo Fechou o gol e impediu que o time carioca, numa intensa pressão, abrisse o placar. Não bastasse isso, ainda pegou o pênalti batido por Renato Cajá.

Fábio disputou 13 Brasileirões antes de se consagrar em 2010

Quase lá (2)

6,2

(3)

6,2

MÉDIA FINAL (38 jogos)

MÉDIA FINAL (35 jogos)

ROGÉRIO CENI (SÃO PAULO) Em um ano sem títulos para o São Paulo, o goleiro manteve seu bom desempenho. Ficou perto de conquistar a sétima Bola de Prata da carreira, consolidando-se como o melhor da posição.

VICTOR (GRÊMIO) O gremista chegou perto do bi (foi o vencedor da Bola de Prata de goleiro no ano passado), mas esbarrou nas boas atuações do cruzeirense Fábio. Ao menos, foi o ano em que chegou à seleção.

(1 ) A LE X ANDR E BAT TIBUGLI | (2) WA NDER ROBERTO/ VIPC OMM | (3) RENATO P IZZUT TO

JOGO-CHAVE

MÉDIA FINAL (36 jogos)

lo Juventude). Mas o cruzeirense mereceu. Em 38 rodadas, só não atuou em duas partidas. E nas 36 em que jogou, levou nota 5, sua menor avaliação, em apenas duas ocasiões: na derrota para o Atlético-GO por 2 x 1 e no clássico contra o Atlético-MG, quando a Raposa sucumbiu por 4 x 3 em Sete Lagoas. “Espero que com esse prêmio eu volte a ser lembrado para a seleção. Já fui com o Parreira e o Dunga, espero que seja chamado pelo Mano”, disse.

NOTA

F

ábio Deivson Lopes Maciel precisou de 13 Brasileirões para que enfim pudesse alcançar o prêmio máximo de um goleiro. Pudera: no caminho, encontrou concorrentes como Rogério Ceni (vencedor de seis Bolas de Prata e uma de Ouro nesse período), Dida (dono de duas de Prata) e Fábio Costa (o melhor de 2005) e outros que foram se apagando com o tempo, como Emerson (vencedor de 2001, pelo Bahia) e Diego (o melhor de 2002, quando atuava pe-

6,21

(1 )


T E RÇ A- FE IR A , 7 DE DE Z E M BRO DE 2 0 1 0 | J O R NAL P L ACAR

07

lateral-direito

Mariano supera justa causa e baladas Lateral do Fluminense não teve concorrência pela Bola de Prata de melhor lateral-direito do Brasileiro

6,04 MÉDIA FINAL (34 jogos)

A

Bola de Prata de 2010 como o melhor lateraldireito do Brasileirão é uma espécie de volta por cima na carreira de Mariano, campeão brasileiro pelo Fluminense. Há dois anos, ele era demitido por justa causa do Atlético-MG após se ausentar da concentração e ser flagrado numa festa às vésperas do jogo contra o Palmeiras, também pelo Brasileiro. Contratado no ano passado pelo Tricolor carioca, foi comprovando aos poucos o seu valor. Pri-

meiro na brilhante volta por cima do time no segundo semestre de 2009, quando o Flu estava praticamente rebaixado. Mas foi neste Brasileirão que o lateral arrebentou. Tanto que poucas vezes se ausentou (apenas quatro partidas em um campeonato com 38 rodadas), mesmo com um reserva de peso: o pentacampeão Belletti. As boas atuações fizeram com que Mano Menezes o convocasse para a seleção. A Bola de Prata é consequência natural.

JOGO-CHAVE

(1 ) WAGNER MEIER /FOTOA RENA | (2) CELS O P UPO /FOTOA RENA | (3) WAGNER CA RM O/ VIPC OMM

Mariano deixou as turbulências para trás: a Bola da direita é dele

Quase lá (2)

5,9

(3)

NOTA

(1 )

7,5

Grêmio 1 x 2 Fluminense Fez um gol de falta e acertou um chute de primeira que culminaram na demissão do então técnico gremista Silas. E manteve a regularidade.

5,7

MÉDIA FINAL (18 jogos)

MÉDIA FINAL (26 jogos)

GABRIEL (GRÊMIO) Cria do São Paulo e com passagens por Fluminense e Cruzeiro, o lateraldireito voltou a jogar bem no clube gaúcho. Fez, em 18 jogos, o suficiente para ganhar a segunda colocação do prêmio.

JONATHAN (CRUZEIRO) Vencedor da Bola de Prata em 2009, ficou perto de repetir o feito. Sua melhor exibição foi contra o Corinthians, na polêmica (por causa do pênalti em Ronaldo) derrota por 1 x 0 no Pacaembu.


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51 08 bola de prata A maior premiação do futebol brasileiro

Alex Silva mantém o São Paulo na zaga Já são sete anos consecutivos que um tricolor recebe o prêmio como melhor zagueiro do campeonato

MÉDIA FINAL (21 jogos)

7

Palmeiras 0 x 2 São Paulo No jogo em que a revelação Lucas despertou para o futebol, Alex Silva, com sua liderança, foi fundamental para que o time não tomasse gols.

O Pirulito levou sua primeira Bola de Prata como zagueiro

Quase lá (2)

5,9

(3)

5,9

MÉDIA FINAL (30 jogos)

MÉDIA FINAL (29 jogos)

BOLÍVAR (INTER) O zagueiro colorado fez um campeonato digno de quem nem se lembrava que teria um Mundial pela frente. Jogou tanto por cima e por baixo que encobriu a má fase do goleiro Renan.

ANTÔNIO CARLOS (BOTAFOGO) Xerife de Joel Santana, o botafoguense liderou a disputa por praticamente todo o Brasileirão, mas sucumbiu juntamente com a equipe, ultrapassada pelo Grêmio, e foi superado por Alex Silva na rodada final.

(1 ) A LE X ANDR E BAT TIBUGLI | (2) LUCAS UEBEL / VIPC OMM | (3 ) WAGNER MEIER / FOTOAR ENA

JOGO-CHAVE

5,88

“Eu estou muito feliz por retornar e receber o prêmio das mãos do Darío, que fez muita história no São Paulo também. Tenho contrato com o São Paulo até o meio do ano que vem, mais para frente vamos sentar e conversar para tentar prolongar o vínculo. O meu desejo é permanecer por aqui. Quanto a jogar com meu irmão (Luisão) na seleção, acho difícil, pois há um processo de renovação e meu irmão já está com 29 anos. Ainda bem que já realizamos esse sonho nas Eliminatórias”, declarou.

NOTA

A

ssim como tem ocorrido desde 2004, a seleção da Bola de Prata segue tendo um são-paulino na zaga. E desta vez foi um debutante no prêmio. O Pirulito recebeu o troféu das mãos de ninguém menos que o ex-zagueiro e técnico Darío Pereyra, uma lenda no Tricolor, premiado em três ocasiões. De volta ao Brasil após um ano e meio na Alemanha, o beque demonstrou alegria ao ser premiado, falou sobre a seleção e frisou seu desejo de continuar no Morumbi.

(1 )


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09

zagueiros

Chicão recebe Bola do “Chicão de ontem” média final (25 jogos)

O

Corinthians não faturou títulos em seu centenário, mas a história poderia ter sido diferente se todo o grupo demonstrasse a gana que Chicão apresentou com a camisa 3 alvinegra. Acima da média de William, Paulo André e Thiago Heleno, Chicão fez o time desandar na sua ausência. Ele se mostra na cancha de batalha o oposto do que é fora dela. “Tenho que falar grosso em campo, mas fora sou muito tímido”, explica. Até no nome dele isso se justifica. Registrado como An-

foto : a le x and re bat tibugli

jogo-chave Tímido fora de campo, Chicão fala grosso dentro das quatro linhas

derson Sebastião Cardoso, ganhou o apelido em referência ao ex-volante do São Paulo nos anos 1970, que primava pela garra. Chicão tem tudo para conseguir o mesmo que Marcelo Djian, que ganhou o Brasileiro de 1990 com a mesma camisa 3 corintiana. “Sempre houve preconceito com zagueiro baixo”, diz o defensor de 1,80 m. “Ele tem personalidade e compensa a baixa estatura com o bom posicionamento, como eu”, compara Marcelo, vencedor do troféu em 1990 e 1998 (pelo Cruzeiro), que entregou a Bola a Chicão.

nota

5,88

Zagueiro ganhou o troféu de Marcelo Djian, outro defensor “baixinho” que brilhou com a camisa 3 corintiana

8,0

São Paulo 0 x 2 Corinthians Anulou o ataque são-paulino enquanto armava, com chutões, as descidas para o ataque. Em uma delas, saiu o gol de Dentinho que definiu a partida.


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bola de prata 11

lateral-esquerdo

A maior premiação do futebol brasileiro

Após 16 anos, Roberto Carlos repete dose

6,1 MÉDIA FINAL (35 jogos)

Lateral, vencedor em 1993 e 1994, volta a conquistar a Bola de Prata no ano em que voltou ao Brasil

P

ode-se dizer que a Bola de Prata esperava por ele. Roberto Carlos saiu do Brasil em 1995. Já tinha na mochila os prêmios de 1993 e 1994, quando jogava pelo Palmeiras e tinha apenas 21 anos. Passou pela Inter de Milão, Real Madrid e Fenerbahçe. Voltou com 37 anos. E recebe, agora, sua terceira Bola de Prata de melhor lateral-esquerdo. A longevidade de Roberto Carlos só é comparável à de Mauro Galvão. Os dois dividem recorde-

JOGO-CHAVE

(1 ) A LE X ANDR E BAT TIBUGLI | (2) NELS ON ANTO INE /F OTOA RENA | (3) LUIZ FERNAND O MENE ZE S/F OTOAR ENA

O “velhinho” Roberto Carlos leva sua terceira Bola de Prata

Quase lá (2)

5,7

(3)

de maior intervalo entre a primeira e a última premiação. O zagueiro venceu a primeira em 1979, quando defendia o Inter, e a última em 1996, pelo Grêmio. Roberto demorou 17 anos entre 1993 e 2010. O corintiano deve à sua regularidade em campo o prêmio de melhor em sua posição no torneio. Seu aproveitamento nos passes gira em torno de 85%. Jogou quase todas as partidas do Brasileirão — só não atuou em três das 38 rodadas. Isso com 37 anos. Haja fôlego.

NOTA

(1 )

8

Corinthians 4 x 2 Santos Contra um Peixe completo no Pacaembu, o lateral fez dois cruzamentos milimétricos para gols de Bruno César e Paulinho.

5,6

MÉDIA FINAL (30 jogos)

MÉDIA FINAL (30 jogos)

CARLINHOS (FLUMINENSE) Parecia perdido. Ex-menino da Vila, circulou por clubes menores até chegar ao Santo André, vice paulista deste ano. Chamou a atenção do Fluminense e no clube carioca conquistou a lateral esquerda.

LÉO (SANTOS) Vencedor em 2001, 2003 e 2004, deu equilibrio para o jovem Santos, mas não foi páreo para a forma monstruosa de Roberto Carlos. Regular, sua nota mais alta foi 6,5 — contra Guarani e Atlético-PR.


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5121 bola de prata A maior premiação do futebol brasileiro

Do banco de reservas para a seleção Mano surpreendeu ao convocar o reserva Jucilei. Suas atuações no Brasileirão desfizeram as dúvidas

JOGO-CHAVE

dor tratou de avançar Elias e escalar Jucilei como segundo volante. Dono de um bom passe e uma raça impressionante, foi cravando boas atuações e emplacando seu nome na seleção da Bola de Prata. Com Elias e Ralf, formou a trinca insubstituível corintiana, complementada pelo meia Bruno César. Incansável, Jucilei ainda marcou gols importantíssimos — contra o São Paulo no primeiro turno, na vitória por 3 x 0, e Fluminense, no segundo turno, em pleno Maracanã, nos 2 x 1.

NOTA

Q

uando Mano Menezes era técnico do Corinthians, não havia espaço para Jucilei no time titular. Foram 11 rodadas disputando lugar com os cativos Ralf e Elias. Bastou o técnico sair para o volante ganhar lugar — não só no Corinthians como na seleção do próprio Mano. Surpresa? Só para quem não acompanhava o volantão. O jogador foi o grande acerto de Adilson Batista em sua curta passagem pelo Timão. O treina-

6,15

(1 )

MÉDIA FINAL (34 jogos)

8,0

Fluminense 1 x 2 Corinthians A função de Jucilei nem era aquela, mas o volante marcou o gol que abriu o placar no Maracanã. Depois, foi o de sempre: um gigante no meio-campo.

Jucilei: o reserva ascendeu à seleção, ao time titular e à Bola de Prata

(2)

6,1

(3)

6,0

MÉDIA FINAL (30 jogos)

MÉDIA FINAL (23 jogos)

AROUCA (SANTOS) Reencontrou no Santos o futebol dos tempos de Fluminense. Fez com que o Peixe não sentisse a venda de Wesley para a Alemanha, mesmo com o time acomodado pela conquista da Copa do Brasil.

MARCOS ASSUNÇÃO (PALMEIRAS) Um gigante, não só nas cobranças de falta como também na marcação. O veterano de 34 anos foi o grande nome do Palmeiras no ano. Seus cruzamentos fizeram o palmeirense se lembrar do paraguaio Arce.

(1 ) A LE X ANDR E BAT TIBUGLI | (2) R ENATO P IZZUT TO | (3) CE SAR GR EC O /FOTOA RENA

Quase lá


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13

volantes

Um gigante. Mas pode chamar de Elias

6,17 MÉDIA FINAL (30 jogos)

Ele já era um grande volante até Adilson descobrir sua vocação para elemento surpresa. E não parou mais

C

Elias ganhou espaço, e seu futebol, mais qualidade. De suas infilitrações saíram as principais jogadas corintianas. Com menos obrigações defensivas, passou a acompanhar Bruno César. Um terceiro volante com a missão de atacar sempre, graças à segurança dada por Ralf e Jucilei. Um monstro sobretudo nos clássicos — o São Paulo, sua maior vítima, que o diga. Contra o Tricolor marcou três gols, dois no primeiro turno e outro no segundo.

omo Jucilei, Elias pode separar seu Brasileirão entre antes e depois de Mano Menezes. Fundamental no esquema do hoje treinador da seleção, jogava mais recuado, avançando pouco e impedindo escapadas do adversário. Aí surgiu o contestado (para os corintianos) técnico Adilson Batista. E Elias foi para o treinador o que Ramires havia sido para o Cruzeiro enquanto Adilson esteve à frente do clube mineiro. Chegar à seleção de Mano era um detalhe.

JOGO-CHAVE Elias teve, em 2010, sua melhor temporada com a camisa do Corinthians

NOTA

(1 )

8,0

Corinthians 3 x 0 São Paulo Contra um rival adormecido, tomou conta do meio-campo e ainda fez dois gols. Dali para a seleção era um passo, confirmado depois por Mano Menezes.

(1 ) A LE X ANDR E BAT TIBUGLI | (2) NELS ON ANTO INE /F OTOA RENA | (3) WASHINGTO N A LVE S/ VIPC OMM

Quase lá (2)

6,0

(2)

5,9

MÉDIA FINAL (34 jogos)

MÉDIA FINAL (28 jogos)

HENRIQUE (CRUZEIRO) Está aí um volante que poderemos ver na Copa em 2014. Perito na marcação, o cruzeirense também conduz bem a bola e sabe fazer gols, como mostrou contra o Palmeiras.

ADILSON (GRÊMIO) Quando o assunto é cabelo, marcação e drible, o volante lembra o ex-gremista Lucas. Mas talvez a Bola de Prata tenha escapado pela dificuldade que ele tem para passar e finalizar.


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51 14 bola de prata A maior premiação do futebol brasileiro

Pracer, rapaciada. Mio nome é Montillo O argentino era um desconhecido até destruir o Fla na Libertadores. No Cruzeiro, justificou a fama

JOGO-CHAVE

6,38 MÉDIA FINAL (23 jogos)

para o time. O argentino se acertou com Wellington Paulista e Thiago Ribeiro e tornou a Raposa letal. E nem mesmo se estranhou com Roger, jogador que teoricamente desempenha a mesma função que ele dentro de campo. Candidato à Bola de Ouro, caiu de rendimento na reta final e amargou um jejum de gols. A má fase o deixou longe de Conca e Neymar. Mas isso é um detalhe. O cruzeirense agora sabe o nome de quem gritar quando for ao estádio.

NOTA

D

estaque da Libertadores 2010, quando jogava pela Universidad de Chile, Montillo veio baratinho para o Cruzeiro. Mas se encaixou perfeitamente no esquema do técnico Cuca. E transformou o Cruzeiro em um dos três clubes que disputaram o título brasileiro até o final. É baixinho, habilidoso e nascido em Lanús, na província de Buenos Aires, como Maradona. Mas as comparações com El Dios param por aí. Walter Montillo é o craque que joga

(1 )

8 Montillo já havia destruído na Liberta. E continuou detonando no Cruzeiro

Botafogo 2 x 2 Cruzeiro Montillo já havia feito um gol de pênalti. Aí o botafoguense Caio perde a bola e o argentino passa por um, dois, três, quatro e marca o segundo pra Raposa.

Quase lá (2)

6,2 MÉDIA FINAL (31 jogos)

BRUNO CÉSAR (CORINTHIANS) Despontou no primeiro turno como o craque e a revelação do campeonato. Mas foi murchando, murchando... e de Bola de Prata na mão terminou com um “quase lá”. Melhor sorte no ano que vem.

(3)

6,2 MÉDIA FINAL (23 jogos)

LUCAS (SÃO PAULO) Era um ano para esquecer, até que o são-paulino reencontrou a vocação de seu time para revelar craques. E apareceu Lucas (ex-Marcelinho), com uma atuação de gala no clássico contra o rival Palmeiras.


T E RÇ A- FE IR A , 7 DE DE Z E M BRO DE 2 0 1 0 | J O R NAL P L ACAR

15

meias

Conca deixa timidez e chama pra dançar

(1 ) A LE X ANDR E BAT TIBUGLI | (2) DANIEL AUGUSTOJR / FOTOARENA | (3) WAND ER ROB ERTO / VIPC O MM | (4) JEFFERS ON BERNAR D E S/ VIP C OM | (5 ) M AR INA LISBOA EM PINOT TI/F OTOARENA

MÉDIA FINAL (38 jogos)

O que esse hermano calado teve que fazer para ser o melhor do Brasileirão? Tudo, menos chover

N

o papel, o Fluminense tinha o melhor meio/ ataque do campeonato. Com o internacional Fred no time, trouxe ainda o meia luso-brasileiro Deco e os atacante Washington, Emerson Sheik e Rodriguinho, sensação do Santo André no Paulista. Ainda sobrava o pentacampeão Belletti na lateral-direita. Mas, se dependesse apenas do papel, o Flu nem chegaria às últimas rodadas com a pretensão de título. As estrelas ficaram devendo. O sucesso dependeu

de um argentino calado que ditou o ritmo do time e chamou a responsabilidade. Nesse sentido, o argentino Conca, 27 anos, foi a revelação do campeonato. Não no sentido do despertar do craque, mas na insuperável vontade de vencer. Conca cobriu o eventual desinteresse de alguns companheiros para, muitas vezes, ganhar sozinho uma partida. Ou evitar uma derrota que parecia certa. O pênalti batido contra o Atlético-PR diz muito sobre esse garoto. Aliás, grande garoto.

JOGO-CHAVE Conca jogou por dez e “carregou” um Flu cheio de estrelas rumo ao bi

Quase lá (4)

6,0

NOTA

6,46

(1 )

6,5

Atlético-PR 2 x 2 Fluminense Contra o Furacão, Conca mostrou seu caráter e sangue-frio. Arrancou a bola das mãos de Washington, em baixa, para bater o pênalti que decidiu o jogo.

(5)

5,9

MÉDIA FINAL (20 jogos)

MÉDIA FINAL (27 jogos)

D’ALESSANDRO (INTERNACIONAL) O argentino marrento fez o seu feijão-com-arroz. Insuficiente para barrar os seus compatriotas Conca e Montillo pela posição, mas ao menos coubelhe um lugarzinho entre os dez melhores do torneio.

CAIO (AVAÍ) Se jogasse o restante do campeonato da forma como atuou contra Palmeiras e Santos, certamente seria um dos melhores do ano. A torcida avaiana agradece aos gols que salvaram o time da série B.


JO R NAL PL ACA R | TER Ç A-FEIR A , 7 D E D E ZEMBRO D E 2010

51 16 bola de prata A maior premiação do futebol brasileiro

Neymar, 18 anos, o menino do ano Esqueça suas derrapadas: o santista tem futebol para encantar e cresce à medida em que é exigido

8,5

GOIÁS 1 x 4 SANTOS Neymar fez o diabo em Goiânia. Marcou três gols (um deles de pênalti) e sepultou as chances de o time goiano permanecer na série A.

Quase lá (2)

Neymar: puxão de orelhas impulsionou boa fase do garoto santista

6,2

(3)

6,1

MÉDIA FINAL (25 jogos)

MÉDIA FINAL (21 jogos)

JORGE HENRIQUE (CORINTHIANS) Atacante que exerce papel importante ao marcar a saída de bola rival, o “pulmão” corintiano esteve contundido por oito rodadas entre outubro e novembro — e não havia jogador igual no elenco. Fez muita falta.

MAGNO ALVES (CEARÁ) O atacante de 34 anos, que despontou no Fluminense, voltou do Catar e encorpou o ataque do Ceará. Destaque para o jogo contra o Santos, quando fez o primeiro gol e construiu toda a jogada do segundo.

(1 ) A LE X ANDR E BAT TIBUGLI | (2) R ENATO P IZZUT TO | (3) LC M OREIR A /F UTUR A P RE S S

JOGO-CHAVE

MÉDIA FINAL (31 jogos)

atacante bem mais adequado à equipe que o menino marrento de antes e depois da Copa. A atuação nas últimas rodadas fez com que Neymar rivalizasse com o argentino Conca pela Bola de Ouro, mesmo com o Santos tão em baixa no Brasileirão depois de assegurar vaga na Libertadores de 2011 (via Copa do Brasil). Com Ganso machucado e fora de jogo, Neymar termina o ano como o menino-maravilha da Vila. Ou melhor: o menino de ouro do ano.

NOTA

P

ênalti para o Santos. Neymar pede a bola pra bater, mas não é atendido. É repreendido por Edu Dracena. Xinga. Mais bronca, agora do técnico Dorival Júnior. Xinga de novo. Nos dias seguintes, Dorival caiu e Neymar foi afastado e repreendido. Baixou a cabeça e, desde então, voltou a fazer o que sabe melhor: jogar. Os gols voltaram a sair e Neymar readquiriu o direito de bater pênaltis — e de perder também. Mas o que se viu foi um

6,39

(1 )


T E RÇ A- FE IR A , 7 DE DE Z E M BRO DE 2 0 1 0 | J O R NAL P L ACAR

17

atacantes

Conquista faz Jonas voltar no tempo MÉDIA FINAL (33 jogos)

Premiação do gremista, artilheiro do Brasileirão, emociona os pais do jogador e contagia o público

C

om 23 gols na temporada, Jonas foi o grande destaque da reação do Grêmio. Ao receber a Bola de Prata e o prêmio de artilheiro, o centroavante tricolor lembrou da família, das lesões e da comparação “cruel” com Evair, quando ainda jogava pelo Santos. “No começo da minha carreira, o Luxemburgo me comparou ao Evair (que lhe entregou o prêmio ontem), aí eu me machuquei, voltei rasgando a bola e a torcida vivia pegando no meu pé. Eu pensei: pô, precisava dizer que

eu parecia com ele?” Bobô, Bola de Prata por Bahia e São Paulo, também lhe entregou um dos troféus e não deixou de notar a emoção dos familiares do matador gremista. Convidou seu Ismael, pai do atacante, a subir ao palco. O apresentador João Palomino perguntou se ele conseguiria falar. “Consigo falar, sim”, respondeu Ismael. “É a realização de um sonho, foram muitas idas e vindas do Guarani para casa e...” então as lágrimas inundaram seus olhos e ele não foi capaz de continuar.

JOGO-CHAVE Jonas: o artilheiro carregou a emoção durante todo o Brasileiro

Quase lá (1 ) A LE X ANDR E BAT TIBUGLI | (2) R ENATO P IZZUT TO | (3) WAGNER CA RMO/ VIPC OMM

(2)

6,1

(3)

NOTA

6,26

(1 )

9,0

Grêmio 4 x 0 Prudente Foram três gols e a artilharia consolidada do Brasileirão. Entregouse tanto que não segurou o choro na entrevista coletiva.

6,0

MÉDIA FINAL (16 jogos)

MÉDIA FINAL (35 jogos)

DENTINHO (CORINTHIANS) Autor de gols importantes, como no clássico contra o São Paulo (2 x 0) e na partida final contra o Goiás, Dentinho contribuiu decisivamente para a reação do Corinthians iniciada com o técnico Tite.

THIAGO RIBEIRO (CRUZEIRO) O atacante celeste infernizou as defesas rivais e foi responsável por oito dos 53 gols anotados pelo Cruzeiro na competição. Ele marcou na épica virada contra o Palmeiras no primeiro turno (3 x 2).



T E RÇ A- FE IR A , 7 DE DE Z E M BRO DE 2 0 1 0 | J O R NAL P L ACAR

19

chuteira de ouro

O santista da chuteira e dos pés de ouro PONTOS

84

Neymar precisou secar Jonas, que quis matar o companheiro Douglas por não lhe entregar um gol feito

N

eymar arrebentou no primeiro semestre. No segundo, teve que correr atrás do gremista Jonas. Eles empataram com 42 gols marcados no ano. Mas o critério de desempate eram os gols com a seleção. E aí deu Neymar. Ontem, no Museu do Futebol, foi a primeira vez que a dupla conversava de verdade. Neymar admitiu rindo que estava “secando” Jonas faz tempo. Jogou contra o Flamengo com isso na cabeça. No intervalo, pergun-

tou: “E o Jonas, fez gol?”. Ficou sabendo ali que Jonas tinha marcado o segundo do Grêmio contra o Botafogo. Jonas deu risada com a revelação. E contou que também se informou. Aos 8min do 2º tempo, André Lima entrou livre, tirou do goleiro e tocou para trás. Douglas tinha a preferência, mas Jonas berrou: “Deixa, Douglas, deixa...” O meia gremista não deixou e fez os 3 x 0. “Queria matar o Douglas, só precisava de um golzinho...”, disse Jonas, rindo.

JOGO-CHAVE

(1 ) A LE X ANDR E BAT TIBUGLI | (2) WAG NER MEIER / FOTOAR ENA | (3 ) A LE X A NDRE GUZ A NSHE /F OTOAR ENA

Reinado no primeiro semestre garantiu a Chuteira de Ouro a Neymar

GOLS

(1 )

5

Santos 8 x 1 Guarani Pela Copa do Brasil, o Santos já havia arrebentado o Naviraiense por 10 x 0. Faltava um rival de peso. E o Bugre tomou oito, cinco de Neymar.

Quase lá (2)

PONTOS

84

JONAS (GRÊMIO) O gremista marcou 42 gols na temporada, como o menino Neymar. E foi o artilheiro do Brasileirão com 23 gols. Faltou o gol pela seleção, critério de desempate que deu ao santista o prêmio.

(3)

PONTOS

54

OBINA (ATLÉTICO-MG) Foi um ano ruim para o Galo, mas Obina jamais deixou de marcar. Foram 27 gols no ano (12 no Brasileirão, cinco na Copa do Brasil, três pela Sul-Americana e sete no Mineiro) que salvaram o Galo da série B.


JO R NAL PL ACA R | TER Ç A-FEIR A , 7 D E D E ZEMBRO D E 2010

20

arquivo

Bola de Prata, mais tradicional

Da esquerda para direita, em pé: Gamarra, Rogério Ceni, Júnior, Mário Sérgio, Nelinho e Zinho; agachados: Figueroa, Toninho Cerezo, Mineiro, Renato Gaúcho e Zico

Avaliar Pelé? Missão impossível

k

A comissão que analisava os atletas e os indicava à Bola de Prata nunca avaliou Pelé. Ele foi considerado horsconcours, acima de qualquer análise. Mas nem por isso ficou sem seu prêmio. Em 1971, quando realizou seu milésimo jogo, no Suriname, PLACAR entregou ao Rei uma Bola de Prata pelo conjunto da obra.

(1 )

O herói potiguar

k

Claudiomiro? Jairzinho? Dadá Maravilha? Que nada! O centroavante da Bola de Prata em 1972 fo Alberi, do ABC de Natal. O pernambucano, pouco conhecido de paulistas e cariocas, é uma lenda no futebol potiguar. Por lá conquistou cinco estaduais.

Manga maduro

k

Ídolo do Botafogo e do Internacional (clube pelo qual foi bi brasileiro e Bola de Prata em 76), Manga obteve a proeza de ser o mais velho a conquistar o prêmio em 1978, aos 41 anos de idade, quando defendia o Operário de Campo Grande, sensação daquele ano.

(1 ) LEMYR MA RTINS | (2) NIC O E STEVE S | (3 ) ED UA RDO MONTEIRO | (4) B OB WOLFENS O N | (5 ) R ENATO P IZZUT TO

Antes que os times se organizassem em um torneio nacional, já existia o prêmio de PLACAR, criado em 1970 por sugestão do jornalista Michel Laurence. Desde o Robertão (torneio predecessor do Brasileirão), já foram distribuídos 451 troféus. A Bola de Ouro, que premia o melhor jogador do torneio, surgiu em 1973. E uma Bola de Prata é concedida ao artilheiro desde 1975 — Flávio Minuano foi o primeiro. A supremacia da Bola de Prata é são-paulina: 59 canecos. Mas o maior vencedor é Zico, premiado nove vezes (cinco Bolas de Prata, duas de Ouro e duas de artilheiro).


t e rç a- fe ir a , 7 de de z e m bro de 2 0 1 0 | j o r nal p l acar

21

(1 ) LEMYR MA RTINS | (2) nic o esteves | (3 ) ed uardo monteiro | (4) bo b wolfens o n | (5 ) renato p izzutto

l que o Brasileirão

O milagre do Messias (4 )

Primeiro 10 veio da Ponte

k

Goleiro da Ponte Preta em 1970, Wilson Quinteto teve a honra de receber o primeiro 10 da história da Bola de Prata por ter trancado a sete chaves o gol da Macaca em partida contra o Vasco da Gama pelo Robertão. Depois da Ponte, ele iria para o Santos jogar ao lado de Pelé.

(2)

Um instante, maestro!

k

Nos primeiros anos do prêmio, a entrega era transmitida pelo apresentador Flávio Cavalcanti, na extinta TV Tupi. A entrega já passou pelas mãos de outros apresentadores,

k

Um dos 19 Bolas de Ouro não campeões, o Messias da Vila Belmiro fez uma estupenda partida no jogo da volta nas semifinais contra o Fluminense, em

como Aírton e Lolita Rodrigues, Chacrinha, Luciano Huck, Milton Neves e Renata Fan. Há dois anos, a premiação é feita com a ESPN Brasil, no Museu do Futebol.

1995. O Peixe, após perder por 4 x 1 no Rio, precisava vencer por três gols de diferença. E fez isso: 5 x 2, com dois gols e três assistências de Giovanni, o que lhe valeu uma nota 10.

(5)

Deu Careca no último minuto

k

Careca e Evair duelaram pelo título, artilharia e Bola de Ouro até a final de 1986, entre São Paulo e Guarani. Na final, o são-paulino Careca desempatou tudo com um gol no último minuto do segundo tempo da prorrogação. Nos pênaltis, deu São Paulo. E Careca ficou com o título, a artilharia e a Bola.

1997 foi o ano do Animal

k

Zico faturou o prêmio em cinco ocasiões. Em 1974 e em 1982, com a base do Fla que havia conquistado a América

e o mundo em 1981, levou a Bola de Ouro. É o recordista em premiações: cinco de Prata, duas de Ouro e duas de artilheiro.

(5)

k

Em 1997, nada foi capaz de deter o Animal. Com 29 gols em 28 jogos, Edmundo tornou-se o maior artilheiro de um Brasileirão. Isso já poderia ser suficiente para lhe garantir uma Bola de Ouro. Mas ainda havia o Flamengo pela frente. E, com três gols, ele levou uma nota 10.

O Galinho é de ouro

Tenta de novo, Raí

k

(3)

O baiano Dida é um exímio arqueiro, tanto que já havia levado o prêmio em 93, 96 e 98. Mas foi à forra mesmo em 1999: além do título brasileiro, pegou dois pênaltis do são-paulino Raí nas semifinais do torneio, o que garantiu ao Corinthians a vaga na final.

Quem segura Rogério?

k

Habilidoso com as mãos e os pés, Ceni tem nada menos que seis Bolas de Prata. Em 2007, o São Paulo ficou 14 jogos

sem sofrer gols. No ano seguinte, as defesas e gols valeram a Bola de Ouro a Ceni, que honrou como poucos a posição do eterno Gilmar.


JO R NAL PL ACA R | TER Ç A-FEIR A , 7 D E D E ZEMBRO D E 2010

51 22 bola de lata

Fábio Costa lidera o time dos piores Bola de Prata em 2005, o goleiro do Galo acumulou péssimas atuações no Brasileirão

A

Bola de Ouro foi para Conca e o Timão faturou quatro Bolas de Prata. Mas quem foram os piores na Bola de Prata? A seleção da “Bola de Lata”, respeitando o mesmo critério (mínimo de 16 jogos), premiou caras conhecidas e que já levaram a Bola de Prata no passado. Lembra de Fábio Costa, vencedor em 2005? Afastado do Santos, foi para o Atlético-MG a pedido de Vanderlei Luxemburgo. No Galo, teve o pior desempenho de um goleiro no ano: nota média de 5,19 em 16 partidas. O corintiano vai lembrar de Wellington Saci, hoje no Goiás; o santista, de Rodrigo Mancha. Val Baiano, vice-artilheiro de 2009, foi contratado pelo Fla para substituir Adriano. Terminou como o pior atacante: 4,84 em 16 jogos. Pior mesmo só o atleticano Rafael Cruz. O lateraldireito do Galo foi o jogador com a pior média entre os 294 com condições de levar a Bola de Prata. Obteve nota média de 4,76 pelas 17 partidas em que atuou.

WELLINGTON SACI

JAIRO VINÍCIUS PACHECO

FÁBIO COSTA

RAFAEL TOLÓI

ROMERITO RAFAEL CRUZ

AS PIORES NOTAS VOLANTE

FÁBIO COSTA (Atlético-MG) MÉDIA 5,19 | 16 JOGOS LATERAL-DIREITO

RODRIGO MANCHA (Prudente) MÉDIA 5,17 | 24 JOGOS HELENO (Ceará) MÉDIA 4,91 | 27 JOGOS

RAFAEL CRUZ (Atlético-MG) MÉDIA 4,76 | 17 JOGOS

MEIA

LATERAL-ESQUERDO

WELLINGTON SACI (Goiás) MÉDIA 5,09 | 23 JOGOS

VAL BAIANO

RODRIGO MANCHA

GOLEIRO

RAFAEL TOLÓI (Goiás) MÉDIA 5,10 | 26 JOGOS JAIRO (Atlético-GO) MÉDIA 5,08 | 20 JOGOS

RICARDO BUENO

HELENO

OS PIORES POR POSIÇÃO

ZAGUEIROS

OS PIORES DE CADA POSIÇÃO NO BRASILEIRÃO

SELEÇÃO DA BOLA DE LATA

1,0 2,0 2,0

WESLEY

DIEGO SOUZA

(Grêmio Prudente)

(Atlético-MG)

WELLINGTON PAULISTA

10min de jogo do

Jogou meio tempo na

(Cruzeiro)

Prudente contra o

goleada sofrida por

Entrou aos 30min

Atlético-PR. O zagueiro

5 x 1 para o Flu no

do 2º tempo contra

Manoel protege a bola

Maracanã. Mas foi

o Ceará. Em quatro

ATACANTE

e recebe um pontapé

suficiente para irritar

minutos, fez uma

RICARDO BUENO (Atlético-MG) MÉDIA 5,00 | 16 JOGOS VAL BAIANO (Flamengo) MÉDIA 4,84 | 16 JOGOS

feio de Wesley. Levou

e ser expulso por

falta, reclamou, tomou

o cartão vermelho e

entrada dura no lateral

amarelo, reclamou de

também a nota 1.

tricolor Carlinhos.

novo e levou vermelho.

VINÍCIUS PACHECO (Flamengo) MÉDIA 5,16 | 16 JOGOS ROMERITO (Goiás) MÉDIA 5,13 | 20 JOGOS


t e rç a- fe ir a , 7 de de z e m bro de 2 0 1 0 | j o r nal p l acar

futebol

23

Santos e Palmeiras brigam por Maikon Leite

(1 )

Verdão diz ter acertado salário com atacante, hoje no Atlético-PR. Atleta e Peixe negam transferência

Maikon está no Atlético-PR, mas briga é com o Santos

VICTOR CIVITA (1907-1990) Editor: Roberto Civita

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O

Palmeiras anunciou que acertou o salário com o atacante Maikon Leite, que pertence ao Santos e estava emprestado ao Atlético-PR. O jogador negou a transferência. “O problema é que existem dois empresários, há uma divergência. Está tudo certo, mas essas pessoas precisam se

entender”, explicou Wlademir Pescarmona, diretor de futebol do Verdão. Maikon tem contrato com o time da Vila até a metade de 2011. “A preferência de renovação é do próprio Santos, time pelo qual tenho grande carinho e respeito. Penso exclusivamente em minha apresentação no dia 3 de janeiro”, disse

Maikon. A diretoria santista também desconhece a ida do avante de 22 anos para o Palestra Itália. A confusão entre o Peixe e os procuradores de Maikon começou quando os agentes moveram uma ação na Justiça contra o clube (9,2 milhões de reais), com a alegação de que o atacante foi emprestado sem que

os donos da maior parte de seus direitos federativos tivessem sido consultados.

São Paulo De saída pro Kashiwa Reysol-JAP, Jorge Wagner deixou uma missão pra Lucas, Casemiro e outros que subiram da base: acabar com o tabu diante do Corinthians, a quem não ven-

ce desde 2007. “Fica para o ano que vem, para a garotada que vem subindo encerrar esse tabu.”

Fluminense De acordo com a PM, dois torcedores comemoravam o título em São João de Meriti (Grande Rio) quando foram assassinados a tiros na madrugada de ontem.

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(1 ) Ger ald o Bubnia k / Fotoa rena | (2) Denny Ce sare /Futur a Pre s s | (3) reprod ução

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entrega corintiana

Andrés culpa Felipe, que rebate no Twitter

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www.placar.com.br Em São Paulo: Redação e Correspondência: Av. das Nações Unidas, 7221, 7º andar, Pinheiros, CEP 05425-902, tel. (11) 3037-2000, fax (11) 3037-5597; Publicidade São Paulo www.publiabril.com.br; Classificados tel. 0800-7012066, Grande São Paulo tel. (011) 3037-2700.

Felipe não pulou na cobrança de pênalti de Léo Moura

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Espanhol estava bebaço e estourou o carro num ônibus

k

O presidente do Corinthians, Andrés Sanchez, atribuiu ao ex-goleiro do Corinthians Felipe a culpa por uma suposta entrega do jogo contra o Flamengo, pelo Brasileirão de 2009. O atleta, hoje no Braga-POR, deixou de saltar em uma cobrança de pênalti, o que ajudou o rubro-negro a vencer por 2 x 0 e a conquistar o título. “Meu Corinthians não fez isso (entregou o jogo), quem fez foi o mau-caráter do meu goleiro”, respondeu, criticando a atitude do dirigente palmeirense Wlademir Pescar-

mona por ter sugerido que o Verdão perdesse por W.O. do Fluminense. Felipe, que havia ficado parado no pênalti convertido por Léo Moura naquela partida, usou o Twitter para responder: “Joguei mais 50 partidas com o Corinthians após o jogo contra o Flamengo e só agora o Andrés aparece para dizer esse tipo de coisa. Por que não disse quando eu ainda jogava lá?”, replicou o goleiro, que ainda acusou Andrés de ter montado mal o elenco deste ano.

Guti exagera na birita e bate carro

k

O espanhol Guti, exReal Madrid e atualmente no Besiktas-TUR, foi o protagonista do fim de semana em Istambul: o meia, que bateu seu carro num ônibus na madrugada de domingo, dirigia bêbado. Após o choque, ele teria

se recusado a fazer o teste do bafômetro, mas foi levado a uma clínica e lá foi convencido a soprar o canudinho. O resultado foi 2,71 de alcoolemia — no Brasil, o máximo permitido é 0,50. A multa foi de 270 euros (cerca de 602 reais).


jo r nal pl aca r | ter ç a-feir a , 7 d e d e zembro d e 2010

51 24 bola de prata A maior premiação do futebol brasileiro

Gafes, conselhos e bastidores do prêmio A festa mais tradicional do futebol brasileiro, realizada ontem no Museu do Futebol, reuniu personalidades que se emocionaram, deram dura nos mais jovens... e também não escaparam dos seus vacilos. Veja o que rolou nos bastidores da festa

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Evair entregou antes da hora quem seria o Bola de Ouro em 2009 e foi zoado o tempo todo na festa de ontem

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Dinamite afaga, mas alerta Neymar para adotar “o caminho do bem”

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Melhor do campeonato, Conca exibe seu modelito garçom portenho ao lado do jovem fã (2)

(1 )

(2)

Jonas se emocionou com a presença do pai, Ismael, não menos chorão que o filho artilheiro

É o Neymar! Com tantos leões de chácara e tantas joias, pensamos que era o Michael Jackson...

Roberto Carlos chegou atrasado, mas se orgulhou

(1 ) ale x a ndr e bat tibug li | (2) r enato pizz ut to

Jucilei estava no palco pra receber sua Bola. Mas o telão anunciou Elias... Correria pra corrigir a gafe


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