Jornal Placar Londres 2012 Ed 002

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edição 2

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sexta feira, 27 de julho de 2012

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www.placar.com.br

festa real

Às 5 da tarde, Londres abre a 30ª edição dos Jogos Olímpicos, com a presença de Elizabeth II

sem sorte

Sorteio das chaves complica a vida de Bellucci e de judocas

Clive Rose/Getty Images for British Gas

LONDRES 2012

musas

As atletas que estão nos Jogos e, por sua beleza, não precisam mover nenhum músculo para alcançar o Olimpo

Que susto,

Neymar! ALEXANDRE BATTIBUGLI

Depois de abrir uma vantagem de 3 gols no primeiro tempo, a Seleção Brasileira deixa o Egito marcar duas vezes na etapa final e quase se complica na estreia olímpica


jornal placar | sexta-feira, 27 de julho de 2012

Aquecimento frases

Editorial Por Miguel Icassatti

H

Estou pronto. Tive um pequeno estiramento no músculo posterior da coxa direita, mas tirei uma semana para me recuperar. Paul Deighton, diretor-geral Estou bem e pronto para ajudar do comitê organizador dos o Brasil mais uma vez.” Jogos, em entrevista à BBC, Cometemos um erro. Simples assim. Pedimos desculpas e tomamos as medidas para garantir que não volte a se repetir.”

oje é dia de festa em Londres. Pontualmente às 5 da tarde — horário do Brasil e hora do chá na GrãBretanha —tem início a cerimônia de abertura da30ª edição dos Jogos Olímpicos da Era Moderna. Não esperemos por um espetáculo tão pirotécnico como foi o début de Pequim 2008. Teremos um belo evento, por certo, mas com algum comedimento típico da realeza (não só porque a grande estrela, a Rainha Elizabeth II, estará presente mas também porque as gafes diplomáticas com as bandeiras das Coreias e de Taiwan causaram constrangimento nos jardins de Buckingham). Comedimento, aliás, não faz mal a ninguém. Ou será que a vitória apertada de Neymar & cia. não nos faz acender a luz amarela quanto ao ouro no futebol?

Os destaques e o melhor conteúdo exclusivo www.abrilemlondres.com.br Destaques do Site sobre Londres 2012 na internet

Assista a vídeos dos bastidores de Londres 2012 e da preparação brasileiras para os Jogos Galerias das melhores imagens olímpicas dos dias de competições Conheça os adversários brasileiros e fique por dentro da definição das chaves dos torneios olímpicos O alvo do tiro com arco está localizado a 70 m de distância do arqueio; acesse mais curiosidades olímpicas O ano de 2012 marca a 3ª Olimpíada disputada em Londres; conheça mais sobre a história dos Jogos

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Atletismo

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Arco-e-flecha

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Badminton

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Basquete

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Canoagem Ciclismo

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Esgrima

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Ginástica

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Handebol

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Hóquei Hipismo

Judô Levantamento de peso

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Lutas

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Nado sincronizado

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Polo aquático

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Tiro esportivos

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Tênis de mesa

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Tênis

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Vôlei de praia

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1928

Amsterdã - Sem recursos, o Brasil não enviou atletas para esta edição

1932

Los Angeles - nenhuma medalha

1936

Berlim - nenhuma medalha

1948

Atenas 2004 Nesta edição, o Brasil conquistou o maior número de ouros até hoje: Rodrigo Pessoa (hipismo), Robert Scheidt; Torben Grael e Marcelo Ferreira (vela), Ricardo e Emanuel (vôlei de praia), vôlei masculino.

Londres - 1 Bronze

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1956

Melbourne - 1 Ouro

1960

Roma - 2 bronzes Tóquio - 1 Bronze México - 1 Prata/ 2 Bronzes

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Munique - 2 bronzes

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Montreal - 2 bronzes

Pequim 2008 A delegação brasileira teve 277 atletas (133 mulheres e 144 homens) e bateu recorde de participação em número de modalidades. Dos três ouros, dois vieram da delegação feminina: Maurren Maggi (salto em altura) e vôlei feminino.

Moscou - 2 Ouros/ 2 Bronzes

1984

Los Angeles -1 Ouro/ 5 Pratas/ 2 Bronzes

1988

Seul - 1 Ouro/ 2 Pratas/ 3 Bronzes Barcelona - 2 Ouros/ 1 Prata Atlanta - 3 Ouros/ 3 Pratas/ 9 Bronzes

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Sidney - 6 Pratas/ 6 Bronzes

2004

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Atlanta 1996 Pela primeira vez, a participação brasileira teve um planejamento, iniciado 15 meses antes dos Jogos. Os recursos foram garantidos por empresas estatais e privadas. Como resultado, veio a melhor participação brasileira da história até então, com 225 atletas e 15 medalhas.

Helsinque - 1 Ouro/ 0 Prata/ 2 Bronze

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Vela

Paris - nenhuma medalha

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Taekwondo Triatlo

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Saltos ornamentais

Vôlei

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Antuérpia 1920 O primeiro ouro veio logo na estreia olímpica, com o militar Guilherme Paraense, na prova de pistola rápida (tiro esportivo).

Antuérpia (1ª participação do Brasil) - 1 Ouro/ 1 Prata/ 1 Bronze

1964

Pentatlo moderno Remo

1920

1968 1

Natação

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Da primeira participação olímpica do Brasil, em Antuérpia 1920, a Pequim 2008, o país conquistou 91 medalhas. Confira o desempenho de nosso atletas ao longo desse período

1952

Futebol

1

Voula Papachristou, atleta grega que foi banida dos Jogos por declarações racistas no Twitter

histórico das medalhas do brasil

JULHO

Cerôminias

Eu não dormi e ainda estou tentando entender o que aconteceu. Não sei se estão querendo dar um exemplo, mas acredito que usaram seu poder de disciplina máximo em mim. Eles foram ao limite.”

O veterano Giba, estrela da seleção brasileira de vôlei, comemorando o fim da lesão

comentando a troca de bandeiras das Coreias

Agenda olímpica Dias de competição

Nick Laham/Getty Images

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Atenas - 5 Ouros/ 2 Pratas/ 3 Bronzes

2008

Pequim - 3 Ouros/ 4 Pratas/ 8 Bronzes

2012

Expectativa do COB – 15 medalhas 0

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Aquecimento

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Os jogos que você não vê

Por Paulo Vitale, da VEJA

Fundador:

VICTOR CIVITA (1907-1990) Presidente e Editor:

Roberto Civita

ensaio A equipe britânica de nado sincronizado finaliza a coreografia. O esporte estreia em 5 de agosto

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Twitadas olÍmpicas

papo triplo - Três perguntas para Evelyn Santos

“Po, tinha tempo que eu não repetia uma série por ter começado fora do ritmo ;)” A triatleta Pâmella Oliveira (@Pami_Oliveira), fazendo uma leve autocrítica

Carioca, 27 anos, vai competir na prova de revezamento dos 4x100m rasos, que participa de sua segunda Olimpíada. Ela começou a treinar aos 12 anos, por influência dos pais, Nelson da Rocha Santos e Sheila de Oliveira, ex-atletas que defenderam o Brasil em Olimpíadas e Campeonatos Mundiais.

Você vai à festa de abertura. Tem algum ídolo que espera encontrar lá? Sim. Vai ter a Rainha Elizabeth, o Paul McCartney, mas eu queria encontrar mesmo o ator da Trilogia Crepúsculo, o Robert Pattinson. O que você faz nos dias de folga do treinamento? Domingo é dia da minha folga e quero ir ao shopping para comprar as mascotes e lembranças da Olimpíada. Eu tenho coleção de copos, mascotes e camisetas de Jogos Olímpicos.

divulgação cob

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O que você já viu em Londres? Cheguei faz duas semanas. Agora que a temperatura está mais parecida com a da minha cidade (Rio de Janeiro), estou adorando. Já fui ao Parlamento, vi o Big Ben — fiquei paralisada olhando para ele — e passeei na London Eye. Apesar da altura, foi o que mais gostei.

“Mais um dia de sol em Weymouth! Último treino preparatório” O iatista Robert Scheidt (@robert_scheidt), feliz com o clima convidativo “Precisamos de no minimo um helicoptero pra andar aqui por Londres...PQP!!” O ciclista Murilo Fischer (@MuriloFischerMF), nervoso com o trânsito londrino “Cada momento é especial! Treinos duros, balde de gelo e todos os detalhes que são aprimorados, são curtidos!” Lara Teixeira (@LaraNadoSincro), do nado sincronizado, falando de sua preparação “Jura??? Bem na nossa estreia está previsto chuva???” A remadora Luana Batholo (@lubartholo), prevendo tempo fechado no sábado.


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aquecimento Clive Rose/Getty Images for British Gas

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Deusas do Olimpo

Se beleza valesse medalha, algumas atletas presentes em Londres 2012 não precisariam mexer um músculo para conquistar o ouro. Credenciadas ao pódio ou não, conheça 10 candidatas ao posto de Musa Olímpica Candace Parker

alexandre arruda/cbv

Frazer Harrison/Getty Images

Com 1,93 m de altura, a pivô foi a primeira mulher a enterrar uma bola em jogo da liga universitária americana de basquete. Em Londres, a estrela do Los Angeles Sparks é a maior esperança dos EUA para o penta campeonato olímpico.

Maria Sharapova

getty images

Ex-líder do ranking da ATP (atualmente, está em terceiro), a tenista loira será hoje a primeira russa a ter a honra de carregar a bandeira de seu país em uma cerimônia de abertura dos Jogos. Scott Heavey/Getty Images

Yelena Isinbayeva Recordista mundial no salto com vara, a atleta russa estava em baixa depois de uma série de resultados frustrantes. Este ano, porém, já estabeleceu a melhor marca em pista coberta.

Elodie Clouvel Há quatro anos, a nadadora francesa não se classificou para as piscinas de Pequim. Desde então, aprendeu esgrima e superou o medo por cavalos para ser favorita no pentatlo moderno em Londres.

getty images

Com 26 títulos no currículo, a ponteira da seleção brasileira de vôlei também atrai olhares fora das quadras. Casada com o meio de rede Murilo Endres, forma o “casal 20 do vôlei” no Brasil.

Grande favorita na maratona aquática, prova de 10 quilômetros, a inglesa foi campeã mundial da modalidade em 2009 e 2011. Pretende fazer bonito em casa, sem se importar com os patos que frequentam o local de prova.

Johanna Almgren Nos Jogos de Pequim 2008, a meiocampista da seleção sueca de futebol foi surpreendida por um pedido de casamento do brasileiro Ronaldinho. Recusou, por já ter namorado.

Hope Solo

getty images

Destaque no lançamento de dardo, a paraguaia já concorreu no Miss Universo por seu país, atua como modelo profissional e apresenta um programa esportivo na televisão para financiar seus treinos.

Robert Cianflone/Getty Images

Federica Pellegrini

Leryn Franco

divulgação

Atual campeã olímpica com a seleção de futebol dos Estados Unidos, a goleira causou polêmica recentemente ao revelar, em entrevista, detalhes picantes da festa de comemoração do último título em plena Vila Olímpica de Pequim 2008.

getty images

Jaqueline Carvalho

Keri-Anne Payne

Destaque nos 200 e nos 400 m livres, a nadadora italiana está sempre envolvida com colegas das piscinas. Após roubar o namorado de uma nadadora rival francesa, ela o trocou por um colega dele da equipe masculina da Itália.



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futebol masculino

Brasil complica jogo fácil

Seleção derrota Egito no sufoco. Oscar joga mais que Neymar e comanda melhores momentos do Brasil

parecia tranquilo Rafael comemora o gol que abriu a goleada do primeiro tempo

Por Marcos Sergio da Silva, de Cardiff

paulo vitale

A

tarde/noite de Cardiff (afinal eram 20h, mas pareciam 16h) era para ser de Neymar. Não deixou de ser, mas os méritos maiores são de Oscar diante de um público que deixou quase metade do estádio Millenium (capacidade: 70000 pessoas) às moscas; as duas áreas atrás dos gols estavam vazias. O meia do Internacional, a caminho do Chelsea, deixou sua marca ao participar dos dois primeiros gols, justamente aqueles que deram a margem de segurança para segurar a importante vitória por 3 x 2 sobre o Egito na estreia. Foram passes preciosos para as conclusões de Rafael Silva e Leandro Damião. Neymar fez o terceiro, em triangulação com Hulk pela esquerda. Foi uma partida relativamente fácil para o Brasil. Sofreu nos primeiros minutos graças ao entrosamento egípcio — o time sub-23 atua junto há três anos, enquanto a seleção de Mano ganhou corpo nos últimos seis amistosos. Oscar aproveitou os flancos pela direita e apoiando de uma forma que Rafael Silva, nervoso, não conseguia, abriu espaços para os dois primeiros gols. A jogada que costurou aos 16min do primeiro tempo serviu para desarmar o nervosismo da estreia e encontrar o próprio Rafael livre para vencer facilmente o goleiro egípcio El Shenawy. O gol desestabilizou ­ e desorganizou­ os egípcios. Nove minutos depois, novamente Oscar. Ele venceu El Shenawy na

corrida e tocou para Leandro Damião, então apagado, marcar. Era o segundo gol. Neymar, até então individualista, fez a jogada que decretaria o tranquilo placar de 3 x 0 no primeiro tempo. Enxergou Hulk na esquerda, que devolveu para o menino marcar. O placar escondia defeitos. Um deles era a hesitação do zagueiro Juan e do goleiro e ­ estreante ­ Neto. O outro, bem, era Marcelo. O lateral-esquerdo justificava o pouco rigor tático que o acusam no Real Madrid. Desatento, apoiando mais do que devia, deixava as costas livres para o egípcio Fathy. Se o gol dos adversários não saiu no primeiro tempo, ele veio logo aos 5min da segunda etapa. Marcelo não acompanhou a bola cruzar a área para Aboutrika diminuir a diferença. Poucos minutos, falhou em um recuo, que quase entregou para o

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Neto Rafael Thiago Silva Juan Marcelo Sandro (Danilo) Rômulo Oscar Neymar Hulk (Ganso) Leandro Damião (Alexandre Pato)

T. Mano Menezes

Egito

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El Shenawy Eldin Aboutrika Hegazi Fathi Mohsen (Salah) Meteab Ramadan Gomaa (Ahmed Shehab) Hossam El Neny (Magdy)

T. Hany Ramzy

Gols Rafael, aos 16, Leandro Damião, aos 25, e Neymar, aos 29 minutos do primeiro tempo; Aboutrika, aos 6, e Salah, aos 30 minutos do segundo tempo

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getty images

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amarelos foram aqueles mesmos de sempre, preocupados em aparecer para as câmeras e a gritar o velho “sou brasileiro, com muito orgulho...”. Talvez empolgados pela onda nacionalista provocada pela deposição do ditador Hosni Mubarak, em 2011, os egípcios pareciam ter mais orgulho de um time muito inferior tecnicamente ao Brasil. Mesmo derrotado, saíram felizes de Cardiff. (M.S.S.)

Brasil

Treinador egípcio critica Neymar

Versão do hino irrita egípcios ão foi uma saia justa como a da partida da Coreia do Norte contra a Colômbia, em que as orientais foram apresentadas com a bandeira da Coreia do Sul no telão do estádio de Glasgow. Mas os egípcios pediram, e a organização precisou refazer a versão do hino apresentada no Millenium Stadium, em Cardiff, antes do jogo contra o Brasil. No estádio, embora em menor número, a torcida fez-se ouvir mais que a brasileira enquanto a bola rolou. E os verde

meia Gomaa. Aos 32min, é Juan quem deixa a bola escapar e Marcelo - sim, ele - ­ é fintado por Salek, que marcou o segundo dos egípcios. O que parecia fácil... Por sorte, mesmo com a pressão egípcia, o 3 x 2 se consolidou. Danilo, no lugar de Sandro, acertou a marcação na esquerda. Reservas de luxo, Pato e Ganso pouco acrescentaram ao entrar, respectivamente, nos lugares de Leandro Damião e Hulk. Se comparados os dois tempos, o ataque produziu mais quando tinha três homens. Com Ganso mais recuado, tornou-se menos efetivo, dependendo muito mais das arrancadas de Neymar. Mas faltava sempre alguém para finalizar. A seleção embarca ainda hoje para Manchester, onde joga a segunda partida da primeira fase contra a Bielorrússia, na segunda-feira, às 11h da manhã (horário de Brasília).

pós a derrota por três a dois contra o Brasil, o técnico da seleção do Egito, Hany Ramzy deu sua opinião sobre o futebol de Neymar, autor do terceiro gol brasileiro. “Ele é um jogador muito habilidoso. O mundo inteiro o conhece, tem muito talento, mas ele precisa jogar mais coletivamente.” Ramzy acha que o camisa 11 da seleção “joga muito pra ele, quer dar show pra se exibir”. Apesar das críticas, o técnico egípcio acredita que o craque tem salvação. “Ele é muito jovem ainda. Se aprender a jogar coletivamente, será muito positivo”, completou. O treinador se preocupa agora com a Nova Zelândia, próxima adversária do Egito, no domingo (29), às 8h, horário de Brasília. No mesmo dia, o Brasil encara a Bielorrússia, às 11h, em Old Trafford, Manchester.



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futebol Julian Finney/Getty Images

Mano culpa laterais por vacilo Subida de Marcelo e Rafael abriu espaços na defesa e Egito aproveitou

A

foi mal O lateral esquerdo Marcelo deixou o treinador com frio na barriga

subida dos laterais sem cobertura foi, para Mano Menezes, a causa dos dois gols que por pouco não roubaram a vitória do Brasil na estreia da Olimpíada. Mesmo sem citar nomes, ele deu a entender que as movimentações de Marcelo foram as que mais causaram calafrios. A opinião pareceu consenso entre os jogadores. Na saída do vestiário, a maior parte deles comentou sobre os buracos nas duas laterais – principalmente pelo lado de Marcelo. “A entrada do Danilo (no lugar de Sandro) foi para consertar mais o buraco pela esquerda, quando entrou o Salah, que é bom e rápido. A gente tomou os dois gols e depois deu uma tranquilizada”, afirmou o meia Oscar. Thiago Silva, capitão da equipe, disse algo parecido, mas sem poupar nomes: “A gente precisa falar desse segundo tempo que fizemos, com gols que não podíamos tomar. No segundo gol, o cara (Salah) passou com o Juan no ombro a om-

Japão surpreende e vence a Espanha

“Não é a primeira vez que atuo bem”, diz Oscar

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oi de Oscar que saíram as duas primeiras bolas que resultaram em gols da seleção. Para o meia, é parte de um processo de evolução nesses cinco jogos em que atuou como titular. “Faz cinco jogos da seleção como titular que venho atuando bem. Nessa dei passes. Contra a Argentina, fiz gols. A gente espera a equipe crescer junto”, afirmou o ex-jogador do Internacional, recém contratado pelo Chelsea. Oscar também ajudou Rafael a corrigir a

Asiáticos aproveitaram vantagem numérica e falha da zaga espanhola

a

marcação pela direita. Em uma dessas aproximações, saiu o primeiro gol do lateral-direito. “A aproximação com o Oscar facilitou. Ele volta para marcar, ajuda o time”, afirma o lateral do Manchester United. Neymar, mais contido, fez um gol, mas desperdiçou uma série de outros – em jogadas de arrancada em que falhava na conclusão. “Fizemos um ótimo primeiro tempo. Depois a gente deixou eles crescerem e acreditaram no jogo”, disse, sem tirar os fones de ouvido.

Resultados da 1ª rodada do futebol masculino Stanley Chou/Getty Images

zebra passeou pela primeira vez nos gramados olímpicos. A Espanha, com Jordi Alba e Juan Mata – atuais campeões da Eurocopa com a seleção principal –, perdeu para o Japão por um a zero, no Hampden Park, em Glasgow, Escócia. A partida foi válida pela primeira rodada do grupo D. O gol foi marcado aos 34 minutos do primeiro tempo por Yuki Otsu, atleta do Borussia Mönchengladbach, após falha da defesa espanhola numa cobraça de escanteio. A “Fúria” teve mais um problema: ainda na primeira etapa, aos 41 minutos, o meia Inigo Martinez foi expulso, após derrubar o atacante Kensuke Nagai como o último homem da zaga. A equipe japonesa começou o segundo tempo pressionado, em busca do segundo. Mas o ritmo caiu e, nos últimos minutos, o goleiro Shuichi Gonda teve que fazer algumas defesas para garantir a vitória nipônica. Na segunda rodada, o Japão encara a seleção de Marrocos, no St. James Park, em Newcastle, no próximo domingo (29), às 13h. A Espanha busca a redenção contra Honduras, no mesmo dia, também em Newcastle, às 15h45.

bro e ficou no mano a mano com o Marcelo na área. É algo que não pode acontecer, principalmente o Marcelo. Se ele acompanhasse a entrada desse jogador, não tomaríamos esse gol”. Marcelo, por sinal, fez um mea-culpa. Aprovou a atuação no primeiro tempo (“apoiei bastante”) e explicou a mudança de rumo na etapa final. “Tive que defender um pouco mais, porque botaram um jogador para apoiar naquela parte (Salah). Uma hora, jogaram uma boa errada e eu tentei dar para o Neto de cabeça. Pegou bem no ombro. Ainda bem que tive tempo de voltar e recuperar a bola. Mas deu um frio na barriga.” Tudo bem? Não é o que parece. Daqui até o jogo de segunda, contra a fraca Bielorússia, muita conversa vai rolar – sobretudo para corrigir os erros de marcação. “Fizemos 3 x 0. Poderíamos ser quatro ou cinco. Mas mudou tudo, e eles poderiam ter empatado. Entramos dormindo. Não pode mais acontecer. A tendência é piorar”, diz um precavido Thiago Silva. MSS

Zebra Autor do gol comemora com os companheiros. Agora, sua seleção joga contra o Marrocos, no domingo (29)

grupo - a

grupo - c

EAU

1 x 2 Uruguai Grã-Bretanha 1 x 1 Senegal

Bielorrússia 1 x 0 Nova Zelândia Brasil 3 x 2 Egito

grupo - b

grupo - d

México Gabão

0 x 0 Coreia do Sul 1 x 1 Suíça

Honduras Espanha

2 x 2 Marrocos 0 x 1 Japão



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FUTEBOL feminino

Um conto de duas cidades

“Ronaldinha” festeja Dupla com Marta Marta puxa a fila na homenagem a Elaine, que foi cortada

Após entrar para a história como maior goleadora das Olimpíadas, Cristiane enche a bola da camisa 10 Da Gazeta Press

P

oupada durante a preparação do Brasil para os Jogos de Londres, Cristiane saiu do banco de reservas para estrear em grande estilo no campeonato. Autora do quarto gol na vitória por 5 a 0 sobre Camarões, a atacante assumiu a liderança da artilharia olímpica com 11 gols e se equiparou a Ronaldo Fenômeno, maior artilheiro na história das Copas, com 15 gols. Feliz com o fato de já ter entrado para o Olimpo logo no primeiro jogo, Cristiane comemorou a retomada da dupla com Marta em Cardiff.

“A gente se conhece há muito tempo. Por isso temos essa facilidade para jogar no mesmo time. Não precisa nem falar como a outra deve se posicionar. Com ela em campo tudo fica mais tranquilo”, disse a jogadora, que recebeu uma assistência de Marta e depois tratou de retribuir a gentileza. Marta também devolveu os elogios. “A gente se dá superbem dentro e fora de campo. Às vezes, só no olhar, dá para saber o que a outra está pensando e para que direção vai correr. No jogo de estreia realmente funcionou. Conseguimos fazer os gols e espero que possamos continuar com essa dupla. Ela co-

meçou no banco, mas tem condição de ser titular”, disse Marta. Após a goleada na estreia, Marta revelou que já entrou em campo com o plano de homenagear a meio-campista Elaine, cortada antes da viagem a Londres, com uma dancinha na comemoração caso fizesse um gol. Como o adversário não impôs dificuldade, Marta foi além e marcou duas vezes, e pôde cumprir o que havia prometido para a amiga. “A dancinha é de uma música que a Elaine costumava ouvir com a gente nas concentrações. Foi ela que nos ensinou a dançar e fiz a comemoração em homenagem a ela”, disse Marta.

radar olímpico

Ai, se eu te pego!

Virgem de 29 anos só pensa naquilo: a medalha de ouro

A

ori Jones, ou Lolo, como é conhecida, vai disputar sua segunda Olimpíada (em Pequim 2008, ela ficou em sétimo lugar nos 100 m com barreiras). A atleta, que fala abertamente sobre a virgindade aos 29 anos, disse que está focada nos Jogos. Ela revela estar sem namorado por escolha própria e diz que só pensa em sexo como uma opção para depois do casamento. Por fim, admite que já se cansou de ouvir piadas pelo Twitter (@ lolojones). Por ora, ela só pensa naquilo: o ouro olímpico.

reuters

L

nadadora italiana Federica Pellegrini, de 23 anos, é uma espécie de Sharapova das piscinas. Por onde passa ela arrasa corações e vira alvo dos paparazzi. Ontem, num intervalo dos treinamentos em Londres, a atual campeã olímpica dos 200m livre engatou uma conversa ao pé do ouvido com seu namorado, o também nadador Filippo Magnini, e tentou esconder o beijo com a toalha, mas não escapou da lente dos fotógrafos. Magnini, de 30 anos, competirá pela terceira vez na carreira nas Olimpíadas. Ele foi campeão mundial dos 100 m livre em Montreal 2005 e Melbourne 2007, mas jamais subiu ao pódio olímpico em eventos individuais. A não ser no namoro, é claro!

Cate Gillon/Getty Images Michael Regan/Getty Images

n dance

Por Jonas Oliveira

A

foto acima foi feita em 8 de agosto de 2008, dia da abertura dos Jogos de Pequim 2008. A imagem mostra a construção do Parque Olímpico de Londres em um estágio ainda bem inicial, que em quase nada lembra o resultado final. Naquela data, porém, os primeiros e fundamentais passos para a complexa obra já haviam começado. Em dezembro de 2006, tiveram início as demolições dos edifícios e galpões que ocupavam o local. A terraplenagem começou em maio de 2007, e o Estádio Olímpico começou a ser construído em maio de 2008, assim como a Vila Olímpica. Um mês antes dos Jogos de Pequim, as obras do Centro Aquático também tiveram início. É sempre difícil traçar um paralelo preciso entre as obras de sedes olímpicas, devido às diferenças entre os projetos. Mas numa avaliação geral, pode-se afirmar que os trabalhos do Rio 2016 estão atrasados em relação ao de Londres em 2008. A grande diferença é que Londres começou do zero seu Estádio Olímpico, que será usado nas cerimônias de abertura e encerramento e nas provas de atletismo. O Rio de Janeiro optou por dividir os eventos entre o Maracanã, que ficará com as cerimônias, e o Engenhão, que sediará as competições. O papel central do Maracanã na Copa 2014 é a garantia de que ele estará pronto, na pior das hipóteses, a dois anos do início dos Jogos Olímpicos. Nesse caso o Rio de Janeiro estará em vantagem, uma vez que o Estádio Olímpico de Londres só ficou pronto em março de 2011. O Engenhão, por sua vez, precisará passar por obras de ampliação, para que sua capacidade suba dos atuais 45.000 para 60.000 lugares. Ainda não há data prevista para o início das obras, e recentemente decidiu-se que os novos assentos serão fixos, e não temporários como se havia noticiado anteriormente. No que diz respeito ao Parque Olímpico, pode-se dizer que as obras do Rio 2016 estão bem atrasadas em relação às de Londres no mesmo período. A pedra fundamental do parque foi lançada no dia 6 de julho, mas por enquanto é só. Em junho, o Comitê Olímpico Internacional já havia manifestado preocupação com o atraso nas obras. O início dos trabalhos ainda depende da desativação do Autódromo de Jacarepaguá, que ainda está em uso e só deve terminar no fim deste ano. O primeiro grande atraso, na verdade, é a construção do novo autódromo em Deodoro, que serviria para substituir o de Jacarepaguá. Recentemente, o jornal O Globo publicou a informação de que o terreno cedido pelo Ministério da Defesa para o novo autódromo pode conter explosivos não detonados. Sem data certa para começar as obras do novo autódromo, o automobilismo do Rio de Janeiro muito provavelmente ficará sem casa – um péssimo legado para o esporte da cidade.

A quatro ano dos Jogos do Rio 2016, as obras estão atrasadas



jornal placar | sexta-feira, 27 de julho de 2012

estádio olímpico

O templo

13 33

700

Conheça os detalhes do palco que vai receber a cerimônia de abertura e as provas do atletismo

salas, incluindo 8 vestiários e 4 salas de orações, compõem o interior do estádio.

Por Jonas Oliveira, Patricia Julianelli, Julia Zanolli, Antonio Carlos Castro, Bruna Lora, Thales Molina e Maná e.d.i./Anna Luiza Aragão, da Runner’s World

S

ede das cerimônias de abertura (27/7) e encer ramento (12/8), o Estádio Olímpico é o palco principal dos Jogos de Londres 2012. Construído com material reciclável e dotado de estruturas temporárias, seu design preza mais pela sustentabilidade que pela estética. Nele ocorrerão 42 das 47 provas de atletismo, que serão disputadas por 2 000 atletas – um quinto do total de competidores dos Jogos, estimado em 10 500 atletas de 204 países. Aqui você confere os detalhes da construção desse verdadeiro templo do atletismo.

£486

milhões (1,3 bilhão de reais) foram gastas na construção do estádio, que levou 3 anos. O projeto é do escritório de arquitetura Populous, que tem no currículo os estádios Wembley e Emirates, também em Londres.

estádio limpo O Comitê Olímpico Internacional não permite a exibição de marcas de patrocinadores durante os Jogos, diferentemente de eventos como a Copa do Mundo. Repare que os estádios e outros locais não têm nenhuma placa de patrocínio.

112

painéis de PVC foram usados para cobrir o estádio e protegerão da chuva os vestiários e 2/3 dos assentos.

5 250

pessoas trabalharam na construção do estádio, na qual foram utilizados: 338 km de cabos de eletricidade 15 000 m² de placas de gesso 140 000 tijolos 11 km de canos para drenagem 33 km de cabos de dados 12 km de dutos de ventilação

360

rolos de grama foram utilizados para cobrir os 9 011 m² do campo.

assento-design

qBAÚ OLíMPICO

As cadeiras são propositalmente pretas e brancas para contribuir na identidade visual.

edifícios vieram abaixo para dar lugar ao estádio.

80 000

Fogo do renascimento

Por Olavo Guerra

toneladas de terra foram retiradas.

n Yoshinori Sakai ergue a tocha após acender a pira olímpica nos Jogos de Tóquio 1964

2 500

toneladas de estruturas metálicas que compõem o telhado são feitas de tubulações de gás recicladas. A construção também utilizou concreto reciclado.

10 000

FOTO DIVULGAÇÃO/COI

12

jornal placar | quinta-feira, 26 de julho de 2012

toneladas de aço foram utilizadas em sua construção, o que o torna 75% mais leve que estádios similares, segundo a organização.

723

O

mundo quer saber: quem será o responsável por acender a pira olímpica, um dos principais rituais da cerimônia de abertura dos Jogos? Na maior parte das vezes, um atleta — ou ex —, ídolo do país-sede, é o incumbido desta missão. Mas, em Tóquio 1964, o Japão escolheu Yoshinori Sakai. O jovem japonês nasceu em Hiroshima, no dia 6 de agosto de 1945, mesma data em que a bomba atômica atingiu a cidade. Ele representava o renascimento nipônico após a Segunda Guerra Mundial. Sakai foi corredor, ganhando duas medalhas de ouro nos Jogos Asiáticos de 1966, em Bangkok. Mas jamais disputou uma Olimpíada.

Telão

532

holofotes, instalados em 14 torres de 70 metros de altura cada uma farão a iluminação do estádio.

7,5 m

polegadas é o tamanho de cada um dos dois telões.

12,9 m

Duas vezes rainha

80 000 lugares é a capacidade do estádio, mas apenas 25 000 assentos são fixos: a maioria (55 000) poderá ser removida após os Jogos, de acordo com as necessidades do espaço. Telhado de aço Tecido envoltório 55 000 assentos temporários

ingressos

Estrutura de aço dos assentos temporários

360

painéis de tecido sintético no exterior do estádio complementam o visual (eles são brancos, mas a organização deve projetar cores e elementos gráficos) e ajudam a barrar a passagem do vento.

25 m

2,5 m

Cores e pictogramas remetem aos esportes e locais de competição, facilitando a identificação.

20,4 cm

25 000 assentos fixos

20 a 725 libras (62 a 2 270 reais) é a variação do preço dos ingressos. Holograma e nome do comprador estão presentes no ingresso para evitar falsificações.

7,7 cm

n Estádio Olímpico de Montreal, 1976: aos 50 anos, a Rainha Elizabeth II comandou a abertura dos Jogos

foto DIVULGAÇÃO/COI

As entradas para as provas de atletismo estão esgotadas. Sinta o gostinho de ter uma nas mãos...

Aos 86 anos, a Rainha Elizabeth II será a encarregada de presidir a cerimônia de abertura das Olimpíadas de Londres 2012. Esta será a segunda vez que a chefe de Estado terá essa honra: a outra foi nos Jogos Olímpicos de Montreal 1976, quando tinha 50 anos. Seu avô, Eduardo VII, e seu pai, Jorge VI, também já presidiram uma cerimônia de abertura, em 1908 e 1948, respectivamente, ambas em jogos realizados em Londres.


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estádio olímpico

O templo

13 33

700

Conheça os detalhes do palco que vai receber a cerimônia de abertura e as provas do atletismo

salas, incluindo 8 vestiários e 4 salas de orações, compõem o interior do estádio.

Por Jonas Oliveira, Patricia Julianelli, Julia Zanolli, Antonio Carlos Castro, Bruna Lora, Thales Molina e Maná e.d.i./Anna Luiza Aragão, da Runner’s World

S

ede das cerimônias de abertura (27/7) e encer ramento (12/8), o Estádio Olímpico é o palco principal dos Jogos de Londres 2012. Construído com material reciclável e dotado de estruturas temporárias, seu design preza mais pela sustentabilidade que pela estética. Nele ocorrerão 42 das 47 provas de atletismo, que serão disputadas por 2 000 atletas – um quinto do total de competidores dos Jogos, estimado em 10 500 atletas de 204 países. Aqui você confere os detalhes da construção desse verdadeiro templo do atletismo.

£486

milhões (1,3 bilhão de reais) foram gastas na construção do estádio, que levou 3 anos. O projeto é do escritório de arquitetura Populous, que tem no currículo os estádios Wembley e Emirates, também em Londres.

estádio limpo O Comitê Olímpico Internacional não permite a exibição de marcas de patrocinadores durante os Jogos, diferentemente de eventos como a Copa do Mundo. Repare que os estádios e outros locais não têm nenhuma placa de patrocínio.

112

painéis de PVC foram usados para cobrir o estádio e protegerão da chuva os vestiários e 2/3 dos assentos.

5 250

pessoas trabalharam na construção do estádio, na qual foram utilizados: 338 km de cabos de eletricidade 15 000 m² de placas de gesso 140 000 tijolos 11 km de canos para drenagem 33 km de cabos de dados 12 km de dutos de ventilação

360

rolos de grama foram utilizados para cobrir os 9 011 m² do campo.

assento-design

qBAÚ OLíMPICO

As cadeiras são propositalmente pretas e brancas para contribuir na identidade visual.

edifícios vieram abaixo para dar lugar ao estádio.

80 000

Fogo do renascimento

Por Olavo Guerra

toneladas de terra foram retiradas.

n Yoshinori Sakai ergue a tocha após acender a pira olímpica nos Jogos de Tóquio 1964

2 500

toneladas de estruturas metálicas que compõem o telhado são feitas de tubulações de gás recicladas. A construção também utilizou concreto reciclado.

10 000

FOTO DIVULGAÇÃO/COI

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toneladas de aço foram utilizadas em sua construção, o que o torna 75% mais leve que estádios similares, segundo a organização.

723

O

mundo quer saber: quem será o responsável por acender a pira olímpica, um dos principais rituais da cerimônia de abertura dos Jogos? Na maior parte das vezes, um atleta — ou ex —, ídolo do país-sede, é o incumbido desta missão. Mas, em Tóquio 1964, o Japão escolheu Yoshinori Sakai. O jovem japonês nasceu em Hiroshima, no dia 6 de agosto de 1945, mesma data em que a bomba atômica atingiu a cidade. Ele representava o renascimento nipônico após a Segunda Guerra Mundial. Sakai foi corredor, ganhando duas medalhas de ouro nos Jogos Asiáticos de 1966, em Bangkok. Mas jamais disputou uma Olimpíada.

Telão

532

holofotes, instalados em 14 torres de 70 metros de altura cada uma farão a iluminação do estádio.

7,5 m

polegadas é o tamanho de cada um dos dois telões.

12,9 m

Duas vezes rainha

80 000 lugares é a capacidade do estádio, mas apenas 25 000 assentos são fixos: a maioria (55 000) poderá ser removida após os Jogos, de acordo com as necessidades do espaço. Telhado de aço Tecido envoltório 55 000 assentos temporários

ingressos

Estrutura de aço dos assentos temporários

360

painéis de tecido sintético no exterior do estádio complementam o visual (eles são brancos, mas a organização deve projetar cores e elementos gráficos) e ajudam a barrar a passagem do vento.

25 m

2,5 m

Cores e pictogramas remetem aos esportes e locais de competição, facilitando a identificação.

20,4 cm

25 000 assentos fixos

20 a 725 libras (62 a 2 270 reais) é a variação do preço dos ingressos. Holograma e nome do comprador estão presentes no ingresso para evitar falsificações.

7,7 cm

n Estádio Olímpico de Montreal, 1976: aos 50 anos, a Rainha Elizabeth II comandou a abertura dos Jogos

foto DIVULGAÇÃO/COI

As entradas para as provas de atletismo estão esgotadas. Sinta o gostinho de ter uma nas mãos...

Aos 86 anos, a Rainha Elizabeth II será a encarregada de presidir a cerimônia de abertura das Olimpíadas de Londres 2012. Esta será a segunda vez que a chefe de Estado terá essa honra: a outra foi nos Jogos Olímpicos de Montreal 1976, quando tinha 50 anos. Seu avô, Eduardo VII, e seu pai, Jorge VI, também já presidiram uma cerimônia de abertura, em 1908 e 1948, respectivamente, ambas em jogos realizados em Londres.


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abertura

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Loja de Antiguidades

Desfile de estrelas

L

oja de Antiguidades é o nome de um dos romances do escritor da era vitoriana Charles Dickens (1812-1870). Ele batiza esta coluna, que, de hoje até 12 de agosto, diariamente, casará resultados e situações dos Jogos de 2012 com histórias do passado olímpico. Como não há Londres sem Dickens, fiquemos com ele. Em “Grandes Esperanças”, um de seus clássicos, talvez o maior, ele escreveu: “Foi um dia memorável, pois operou grandes mudanças em mim. Mas isso se dá com qualquer vida. Imagine um dia especial na sua vida e pense como teria sido seu percurso sem ele”. Um dia especial é o que se espera da jornada desta sexta-feira, na abertura dos trigésimos jogos olímpicos da Era Moderna. O diretor de cinema Danny Boyle (“Trainspotting” e “Quem Quer Ser Um Milionário?”) promete levar ao estádio olímpico James Bond, Harry Potter e uma infinita fauna de ícones britânicos. O espetáculo remeterá, inapelavelmente, aos Jogos de 1948, também realizados em Londres. Aquela Olimpíada da Austeridade, como ficou conhecida, a primeira depois do interregno e dos horrores da Segunda Guerra, abriu em um 29 de julho debaixo de um sol de 32 graus. Houve o desfile das 59 delegações, um pouco de música tocada por banda militar e revoada de pombos (desde que eles queimaram na pira de Seul, em 1988, sumiram do mapa). Poucos chefes de Estado e governo estavam na tribuna, no labirinto político do pósguerra. O rei George VI fez um discurso lacônico e muito mais não houve. A festa de 1948 teve um jeitão franciscano de Cinema Novo, o preto-e-branco em oposição à cor, se comparado aos truques que Boyle ensaiou para a noite de hoje. Disse o fenomenal fundista checo Emil Zatopek, a “locomotiva humana” que venceria os 10 000 metros naqueles jogos londrinos, ao sair da pista na cerimônia de abertura: “Para mim, foi uma liberação de espírito estar em Londres. Depois dos dias sombrios da guerra, dos bombardeios, das mortes e da fome, o renascimento da olimpíada foi como se o sol tivesse nascido”. Em tempo de crise econômica na Europa não seria exagerado dizer que, mesmo hoje, a frase de Zatopek continua a fazer sentido.

Rodrigo Pessoa conduzirá a bandeira do Brasil na cerimônia de abertura. Outras grandes estrelas do esporte internacional terão a mesma honra. Confira: Jamaica

Memória: porta-bandeiras históricos do Brasil

Usain Bolt

Quando: Atlanta 1996 Ouro nos 800 metros dos jogos de Los Angeles e prata nos de Seul, Cruz se depsediu das Olimpíadas como porta-bandeira da delegação.

Quando: Berlim 1936 e Londres 1948 Disputou três Olimpíadas (1932, 1936 e 1948) e foi o primeiro brasileiro a chegar a uma final olímpica de atletismo, em Berlim, tendo alcançado o quinto lugar. Presidiu o COB entre 1963 e 1990.

Quando: Roma 1960 Primeiro bicampeão olímpico do Brasil, Adhemar subiu no lugar mais alto do pódio no salto triplo nos jogos de Helsinque (1952) e de Melbourne (1956).

Esporte: Tênis Melhor tenista em atividade na Rússia e credenciada pelo título em Roland Garros neste ano, a bela Sharapova é a primeira mulher a ser escolhida para levar a bandeira do seu país.

Robert Scheidt Quando: Pequim 2008 Ouro em Atlanta (1996) e Atenas (2004), e prata em Sydney (2000) e Pequim (2008), Scheidt carregou a bandeira brasileira na edição passada dos jogos.

J. B. SCALCO

Sérvia

Novak Djokovic

João Carlos de Oliveira

Esporte: Tênis Segundo colocado no ranking mundial, Djoko é uma das grandes esperanças de medalha do país.

Quando: Montreal 1976 e Moscou 1980 Também conhecido como João do Pulo, conquistou o bronze no salto triplo nas duas edições nas quais foi porta-bandeira. Foi recordista mundial da prova.

NELLIE SOLITRENICK

Getty Images

Getty Images

Quando: Atenas 2004 Dono de cinco medalhas olímpicas (prata em 1984, bronze em 1988 e 2000 e ouro em 1996 e 2004), Torben subiu no lugar mais alto do pódio em Atenas.

Argentina

Aurélio Miguel Quando: Barcelona-1992 Campeão Olímpico de judô em Seul e medalhista de bronze em Atlanta, Aurélio não teve sorte ao portar a bandeira brasileira e foi eliminado logo no começo da disputa.

ALAOR FILHO

Getty Images

Maria Sharapova

Esporte: Hóquei na grama Chamada de “Messi de saias”, a atleta de 34 anos, eleita sete vezes a melhor do mundo e vice-campeã olímpica em Pequim 2008, Luciana se despedirá dos Jogos Olímpicos nesta edição.

Quando: Sidney 2000 Após o ouro no vôlei de praia em Atlanta (1986), Sandra foi a primeira mulher a carregar a bandeira brasileira na cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos. Conseguiu o bronze em 2000.

Torben Grael

Rússia

Luciana Aymar

A memória olímpica: um resultado de hoje e uma história do passado

Sandra Pires

Adhemar Ferreira da Silva

ANTONIO MILENA

Esporte: basquete O ala/pivô Gasol, vice-campeão olímpico em Pequim e jogador do Los Angeles Lakers, ganhou o posto com a desistência do tenista Rafael Nadal.

Joaquim Cruz

RICARDO CORREA

Pau Gasol

Sylvio de Magalhães Padilha

GLADSTONE CAMPOS

Espanha

Getty Images

Getty Images

RENATO DOS ANJOS

Esporte: Atletismo Usain Bolt foi campeão dos 100 e 200m nos Jogos Olímpicos de Pequim, além de ter obtido o recorde mundial em ambas as distâncias no ano de 2009 (9s58 e 19s19). Neste ano, ele sofre concorrência de seu colega de equipe, Yohan Blaque.

Fábio Altman, de Londres

londres 1948 A Olimpíada da Austeridade traz lições para a de hoje



jornal placar | sexta-feira, 27 de julho de 2012

16

VôLEI

Brasileiro do Dia

Dante volta para recuperar a confiança da seleção

Por Alexandre Salvador, da VEJA

E

Recuperado de lesões, ponteiro está pronto para a estreia no domingo Do site www.abrilemlondres.com.br

O

vôlei masculino do Brasil estreia no domingo (29), às 22h, contra a Tunísia. Em fase de renovação, a equipe parece bastante animada no período de treinos. E a volta de alguns nomes importantes ao elenco só ajudam. O retorno de Dante representa esta fase positiva. O ponteiro brasileiro sofreu com dores nas costas e tendinite no joelho direito durante a Liga Mundial e precisou ficar fora de algumas partidas. Giba, que passou por longa recuperação após uma cirurgia na canela, finalmente está pronto para voltar às quadras. “Tivemos muitos problemas de lesões nessa preparação para a Olimpíada, mas chegamos bem, estamos recuperados e sabemos que não teremos apenas adversários fortes do outro lado, mas, sim, decisões a cada partida”, avaliou

Dante, medalha de ouro em Atenas 2004 e prata em Pequim 2008. As decisões a que Dante se referem podem ocorrer ainda na primeira fase. O Brasil está no Grupo B e enfrenta uma chave forte com Tunísia, Rússia, Estados Unidos, Sérvia e Alemanha. Apesar dos fortes adversários, Dante acredita na conquista de mais um ouro. “Sabemos do nosso potencial e vamos brigar por uma medalha, para estarmos na final, para lutar pelo tricampeonato olímpico. Esse ambiente de Brasil na Vila Olímpica, o contato com atletas de outros esportes e o carinho que temos recebido é muito bacana, enche a gente de confiança. E confiança é fundamental para seguirmos bem no torneio”, afirmou. Depois de cinco anos afastado da seleção brasileira masculina de vôlei, o levantador Ricardinho voltou à equipe e amargou o pior resultado da era Bernardinho, o sexto lugar na Liga Mundial. Dono de

um estilo de jogo mais veloz, com uso dos ponteiros, Ricardinho admite que a readaptação à equipe é um processo lento, mas diz que a sequência de treinamentos às vésperas dos Jogos Olímpicos de Londres recobrou a confiança do time. “É claro que o resultado na Liga deixou todos preocupados, mas é preciso lembrar que esse é um time habituado a dar a volta por cima. Não será a primeira vez que esse time supera uma desconfiança”, afirmou Ricardinho. Ele considera o período de treinos curto, mas julga que a evolução do time já permite sonhar com resultados melhores. Em relação aos Jogos de Atenas, quando participou da equipe que conquistou o ouro, o levantador afirma que o estilo de jogo facilitava o seu trabalho. “Essa é uma equipe mais alta; aquela era mais ágil, rápida. É claro que vou ter alguma dificuldade de adaptação, são outros colegas”, disse.

m qualquer edição de uma Olimpíada é mais do que normal o encontro com ex-atletas, alguns deles que fazem parte da história do esporte mundial. Londres não é diferente. Aqui nós temos uma legião de técnicos, dirigentes e comentaristas de TV que juntos reúnem representantes de quase todas as modalidades olímpicas. São lendas vivas do esporte como Oscar Schmidt, Hortência, Bernard — só citando os brasileiros e aqueles com quem eu cruzei nesses primeiros dias de cobertura olímpica. Mas o curioso foi saber que além daqueles envolvidos na cobertura ou na preparação dos nossos atletas, existe um ex-atleta brasileiro discretamente presente no centro da organização dos jogos de 2012. Digo discretamente porque ele não está vestido com uniforme verde-amarelo ou com a indumentária de algum veículo de comunicação, está camuflado com a camisa púrpura e as calças cáqui dos 70 000 voluntários presentes em todos os cantos do Parque Olímpico e outros locais de competição. É o niteroiense Bruno Souza, exarmador da seleção brasileira de handebol. Nos últimos dez anos, Bruno participou de duas Olimpíadas (Atenas e Pequim) e conquistou duas medalhas de ouro nos Jogos Pan-Americanos. Aos 35 anos e com uma lesão recente no joelho direito, que o tirou definitivamente das quadras, Bruno começou a trabalhar em maio no comitê organizador dos jogos de 2016. Vestido com o uniforme da organização, ele seria imperceptível não fosse pela altura destacada de 1,91 metro. Ele está aqui para aprender como funciona a engenhosa máquina de gestão da Vila Olímpica. Essa pequena Torre de Babel com mais de 14 000 habitantes e 204 nacionalidades cravada na zona leste da capital inglesa. “Meus amigos brincam que eu sou o síndico da vila, mas eu estou mais para zelador”, diz Bruno. “Tenho que resolver todos os problemas nos apartamentos, saber se tem internet nos quartos, levar os atletas que chegam à Vila.” O brasileiro mora na Vila desde o dia 1º de julho, onde ficará até o fim dos jogos. Fluente em cinco idiomas, Bruno é o único ex-atleta no seu grupo de trabalho. “Eles me respeitam muito por ter participado de uma Olimpíada e sempre querem saber minha opinião. Estou aprendendo muito”.

Ex-seleção de handebol, Bruno Souza é voluntário na Vila Olímpica

Boas vindas Esta coluna estreia com o objetivo de trazer aos seus leitores um lado menos óbvio da rotina dos brasileiros que vieram (ou não) para participar da Olimpíada de Londres. Por favor, deixem seus comentários no Twitter @alesalvador ou no e-mail alesalvador@gmail.com

Duplas do vôlei de praia querem final brasileira Maria Elisa e Talita fizeram último treino antes do primeiro jogo

M

aria Elisa e Talita (foto) estão contando os minutos para sua estreia nos Jogos de Londres, no domingo (29), quando enfrentam as holandesas Madelein Meppelink e Sophie Van Gestel. Maria Elisa revelou nesta quinta-feira, em entrevista coletiva no Crystal Palace: “Queremos jogar logo. Agora que todo o ritmo de treinos e jogos visando a classificação para a Londres acabou, só falta mesmo entrar em quadra”. Mas o caminho da dupla não será fácil, já que as brasileiras caíram num dos mais difíceis dos seis grupos, que tem Goller/Ludwig (Alemanha), Palmer/Bawden (Austrália) e Meppelink/Van Gestel (Holanda). “Realmente enfrentaremos alguns times que dão trabalho no Circuito Mundial, mas vejo isso como uma forma também de já começarmos a competição bem focadas na nossa missão”, disse Maria Elisa. Ela também revelou seu desejo de fazer uma final brasileira contra Larissa e Juliana, o que Maria Elisa considera uma forma de recompensar o desenvolvimento do vôlei de praia brasileiro. “Além dos mais, seriam duas medalhas garantidas para o Brasil, o que é sempre importante para o país”. Juliana e Larissa estreiam no sábado, 28, contra Natacha Rigobert e Nioun Chin Elodie Li Yuk Lo, das Ilhas Maurício. Ricardo e Pedro jogam no mesmo dia e pegam os noruegueses Martin Spinnangr e Tarjei Kiken Skarlund. Alison e Emanuel também jogam no domingo, contra a dupla austríaca.

n posso ajudar? foto: daniel ramalho/agif/cob

Valterci Santos/AGIF/COB

vôlei de praia

O ex-jogador da seleção de handebol, Bruno Souza: aprendizado para Rio 2016



jornal placar | sexta-feira, 27 de julho de 2012

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Basquete natação

Treinador diz que Phelps não repetirá Pequim 2008 Para Bob Bowman, nadador terá performance discreta em Londres 2012

B amigos Fora dos Jogos, Parker, Mills e Splitter defendem o Spurs na NBA

Às vésperas da estreia, Splitter brinca com rivais N No Twitter, brasileiro posa com colegas do San Antonio Spurs

o domingo, às 7h15, a seleção de basquete masculino enfrenta a Austrália na estreia dos Jogos, pelo grupo B. Apesar do foco na partida, os jogadores não deixam a rivalidade interferir no lado da amizade. Companheiros no San Antonio Spurs, o brasilei-

ro Tiago Splitter e o australiano Patty Mills acabaram se esbarrando na última quarta e bateram um papo descontraído. “Olha quem eu encontrei aqui”, escreveu Splitter em seu Twitter, publicando uma foto ao lado de Mills. Com eles, também estava outro atleta dos Spurs, Tony Parker, principal atleta da

França, outra equipe que vem forte para a Olimpíada. Titular da posição de Mills na liga norte-americana, Parker tem feito os franceses acreditarem em medalha em Londres, mesmo estando no grupo A e pegando o Dream Team americano logo na estreia, também no domingo. Ontem, como parte de sua pre-

paração, o Brasil enfrentou a Tunísia em jogo-treino fechado para a imprensa. Foi uma possibilidade de o técnico, o argentino Rubén Magnano, testar todos os jogadores que tinha à disposição. Os brasileiros bateram os convidados por 87 a 54. A uma semana, em amistoso, Splitter e companhia venceram os australianos por 87 a 71.

ob Bowman acredita que seu atleta ficará abaixo do desempenho que assombrou o mundo. Na Olimpíada de Londres, Michael Phelps não voltará a surpreender como fez nos Jogos de Pequim 2008, quando conquistou oito medalhas de ouro. A aposta é do próprio técnico do nadador, Bob Bowman, que tirou a responsabilidade de seu atleta em repetir o desempenho da vez anterior. “Em uma escala de um a dez, se em Pequim estava em dez, em Londres estará entre oito e nove. A preparação para os Jogos de Londres foi mais difícil. Michael não é mais um menino, agora tem muitas obrigações. Em mais de uma ocasião pensei que ele não chegaria à Olimpíada”, falou o técnico ao jornal espanhol “El País”. Independentemente da aposta de seu treinador, Michael Phelps não conseguiria repetir as oito medalhas de ouro porque desistiu de algumas das provas a fim de se preparar melhor para o revezamento, no qual o monopólio norte-americano tem sido ameaçado pelo bom desempenho dos australianos. E, aos 27 anos, ele soma derrotas nos dois últimos mundiais e nas seletivas de seus país para a Olimpíada.

Hortência acredita em bom início para as brasileiras A

seleção feminina de basquete precisa ir muito bem nos primeiros jogos para ter alguma chance de medalha. Quem avisa é a ex-jogadora Hortência, atual diretora de Seleções da Confederação Brasileira de Basquete. Convidada no programa Conexão SporTV, na última quarta, ela acredita no time, mas diz que a prova será o jogo de es-

treia, contra a França, amanhã, às 16h (horário do Brasil). “Depende muito de como começar”, analisou. “Se começa bem, aí vai embora”. Ela lembrou também que, no último mundial, em 2010, as brasileiras perderam a estreia contra a Coreia do Sul, por um ponto, no segundo final. E isso abalou o time pelo restante da competição.

Além de França, a seleção encara, na primeira fase, Austrália, Canadá, Grã-Bretanha e Rússia. Para Hortência, a vitória logo no início pode dar ao Brasil mais tranquilidade para fugir da quarta colocação no grupo C. Assim, evita um possível encontro com as poderosas americanas já nas quartas de final. “Está tudo igual entre Rússia, Grã-

Bretanha e Brasil, diferenciando um pouco com Austrália e Estados Unidos. A briga é para não ficar em quarto”, completou. Hotência também falou da polêmica em torno do corte da jogadora Iziane, por ter levado o namorado para a concentração. “O sonho olímpico é muito mais importante que qualquer outro problema”.

Streeter Lecka/Getty Images

Objetivo é estrear bem, para evitar as americanas nas quartas-de-final

tiro amigo O técnico Bowman lembra que seu atleta teve dificuldades para se classificar para os Jogos



jornal placar | sexta-feira, 27 de julho de 2012

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judô

London Calling Por Giancarlo Lepiani, da VEJA

bad news Treino da equipe de judô: chaves complicadas

Brasil na bronca com sorteio

Técnica da equipe feminina do Brasil reclama de favorecimento a atletas mais fracos. No masculino, Leandro Guilheiro e Tiago Camilo caem em chaves complicadas Por Pedro Proença

O

sorteio das chaves para definição das lutas de judô provocou um certo mal-estar na delegação brasileira, uma das mais cotadas para brilhar na modalidade. De um modo geral, os treinadores brasileiros não gostaram do critério utilizado pela Federação Internacional de Judô, que, segundo eles, teria beneficiado judocas de menor nível técnico, num prejuízo direto aos atletas com mais chances de medalha. “Não entendo o sistema de sorteio da Federação Internacional, que deixa de fora na primeira rodada atletas não ranqueados, enquanto os cabeças-de-chave têm que fazer uma luta a mais. Por exemplo, na chave da Sarah, ela e a

japonesa Fukumi, as duas primeiras do ranking, começam lutando, enquanto todas as demais só entram na competição direto na segunda rodada”, protestou a treinadora Rosicleia Campos. Sarah, que compete na categoria até 48 quilos, enfrenta a vietnamita Tu Ngnoc Van e, caso vença, pega a francesa Laetitia Payet, que já está automaticamente classificada. Mariana Silva (até 63kg) , Maria Portela (até 70kg) e Maria Suelen Altheman (acima de 78kg) são outras atletas que farão lutas a mais do que suas adversárias, caso avancem na competição. Outro aspecto que desagradou a comissão técnica foi o chaveamento, em alguns casos. Mayra Aguiar, número 1 do mundo na categoria até 78kg, pode enfrentar a americana Kayla Harrison nas semifinais, o que é considerado como uma final antecipada.

No masculino, o problema praticamente não se repetiu. Contudo, judocas que são grandes esperanças de medalha, como Leandro Guilheiro (categoria até 81kg) e Tiago Camilo (até 90kg) caíram em chaveamentos indigestos. Guilheiro terá pela frente o lituano Konstantins Ovchinnikovs e, antes das semifinais, terá pela frente o americano Travis Stevens, um dos fortes candidatos ao pódio. Já Camilo duelará contra o ucraniano Roman Gontiuk na estreia. Ney Wilson, coordenador técnico da equipe masculina, considera o chaveamento de ambos complicado: “O Leandro enfrenta um atleta com estilo chato de encarar na primeira rodada e tem um adversário tradicional, o Stevens. O Camilo caiu num quadro bastante duro, com três pedreiras nas primeiras rodadas”.

Fernando Maia / FOTOCOM.NET

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s joias da Coroa britânica estão trancafiadas na Torre de Londres, de onde só são retiradas para a coroação de um novo monarca. O maior patrimônio da família real, no entanto, sai dos palácios de Buckingham e Kensington sempre que é necessário injetar uma dose adicional de popularidade e fascínio à dinastia dos Windsor. No decorrer da semana, a febre olímpica já vinha ganhando força entre os moradores da capital — que não costumam se empolgar com qualquer coisa, mas já vinham começando a entrar na contagem regressiva para a abertura dos Jogos. Nesta quinta-feira, porém, os organizadores apelaram para uma bomba atômica de relações públicas — e, como era de se prever, roubaram a cena, ofuscando todos os preparativos finais e até as primeiras partidas do torneio de futebol masculino. William, Kate e Harry, o jovem trio de embaixadores da realeza, visitaram um projeto social de formação esportiva no sudeste de Londres, onde fizeram a festa dos fotógrafos. Kate, que era capitã do time de hóquei na escola, jogou tênis de mesa e arbitrou uma luta de judô. William, notório perna-de-pau, tentou jogar bola, mas culpou os sapatos pelos chutes bisonhos. O futuro rei aproveitou para ganhar pontos com a mulher e provocar o irmão caçula, que queimou a largada numa corrida com Usain Bolt, na Jamaica, há alguns meses. “No futebol, sou um desastre, mas pior ainda é ver o meu irmão trapaceando para virar o homem mais rápido do mundo. Já Catherine, com uma raquete de tênis ou um taco de hóquei, é algo a se admirar e temer.” A cobertura olímpica nos sites e telejornais britânicos ganhou fôlego com as sequências intermináveis de fotos do trio real de celebridades em ação, sempre com roupas e penteados irretocáveis, apesar do clima abafado da melhor semana deste verão londrino. Ato contínuo, começava a caçada feminina ao modelo escolhido por Kate para o evento — um vestido branco e prata da grife Hobbs, à venda na rede de lojas de departamentos John Lewis pelo equivalente a 110 reais. Já virou um costume em Londres: a duquesa brilha nas manchetes, a roupa escolhida vira objeto de desejo geral. A parada seguinte de William, Kate e Harry seria o Palácio de Buckingham, onde os três assistem à passagem da tocha olímpica pela região mais nobre da cidade — uma instituição que os três, com sua imensurável fama, têm ajudado a renovar e solidificar. E por onde anda a vovó Elizabeth II? A rainha já participou de eventos fechados ligados aos Jogos, como uma recepção aos dirigentes de alto escalão do Comitê Olímpico Internacional (COI). No ano de seu Jubileu de Diamante, Elizabeth (uma moça de 22 anos na última Olimpíada realizada na cidade, em 1948) será, evidentemente, a dona da festa no momento que mais importa, a cerimônia de sexta, no Estádio Olímpico. Antes disso, tem seus xodós à solta em Londres, ajudando a capital olímpica a entrar no clima nos momentos que antecedem a abertura.

William, Harry e a duquesa Kate garantem popularidade à realeza

n trio Harry, William e Kate: popularidade real



jornal placar | SEXTA-feira, 27 de julho de 2012

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TêNIS

Bellucci pega pedreira na estreia

n azar  Bellucci, em

Clive Brunskill/Gettyimages

fase ascendente após vitória em Gstaad, terá que pegar número 6 do mundo na estreia

Tenista brasileiro tem azar no sorteio das chaves e enfrenta logo de cara o francês Joe-Wilfried Tsonga, 6º do ranking mundial

Ú

nico tenista do Brasil a competir na chave de simples em Londres 2012, Thomaz Bellucci, o 40º no ranking mundial, não foi muito feliz no sorteio de seus adversários. Seu adversário na primeira rodada da complicada corrida pelo ouro na grama de Wimbledon será o francês Jo-Wilfried Tsonga, número 6 do mundo e semifinalista do recém-terminado torneio de Wimbledon 2012. O confronto de amanhã (28) será o primeiro entre ambos. É verdade que Bellucci chega embalado pelo título no torneio de Gstaad (Suíça) e por ter alcançado as semifinais no de Sttutgart (Alemanha). Os recentes resultados lhe renderam uma significativa evolução: quando a ATP (Associação dos Tenistas Profissionais) divulgou o primeiro ranking de junho, era o número 76 do mundo. Em apenas um mês e meio, o brasileiro subiu 36 posições. Apesar do otimismo, seus bons resultados das últimas semanas foram obtidos no saibro, um piso mais lento do que a grama. Além disso, ele teve somente quatro dias para se adaptar ao novo terreno de jogo. Esta será a segunda vez que Bellucci disputará as Olimpíadas. Ele esteve presente no torneio de Pequim, mas foi eliminado

logo no primeiro jogo pelo eslovaco Dominik Hrbaty. Caso consiga passar pelo francês, Bellucci deverá ter outras pedreiras pela frente: logo na fase seguinte, provavelmente vai encarar o canadense de saque potente Milos Raonic, número 25 do mundo. E, para chegar a uma improvável final, cruzará pelo caminho com o sérvio Novak Djokovic e o britâni-

co Andy Murray, segundo e quarto colocados do ranking da ATP, respectivamente. Se conseguir a façanha de despachar todos eles, restará ainda o desafio de ter pela frente, na final do torneio, alguém como Roger Federer. O suíço, de novo número 1 do mundo, enfrenta o colombiano Alejandro Falla na estreia e, como é especialista na grama de Wimbledon, não deve ter

dificuldade para chegar à disputa do ouro. Nas duplas, a sorte tampouco sorriu para Bellucci: ele e André Sá enfrentarão os americanos Bob e Mike Bryan, vice-líderes do ranking mundial. A outra dupla brasileira, Marcelo Melo e Bruno Soares, medirá forças com os também americanos John Isner e Andy Roddick. Ninguém terá moleza.

Psicóloga “joga” junto

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pesar das dificuldades, Thomaz Bellucci não está sozinho no desafio de superar o paredão Tsonga na estreia. Há mais de um mês, o tenista brasileiro vem contando com um apoio importante fora da quadra para melhorar sua preparação mental: a psicóloga Carla Di Pierro, que falou com exclusividade para o JORNAL PLACAR. Como tem sido o trabalho com o Bellucci? Estou com ele desde o dia 19 de junho. Tive que conhecê-lo muito bem em pouquíssimo tempo. Foi muito bom ter recebido o convite dele para acompanhá-lo em suas viagens, isso permitiu que pudesse trabalhar com mais rapidez. Nós estabelecemos metas a curto, médio e longo prazos, o que é fundamental para atletas de alto rendimento. Conversamos sobre erros, confiança, reversão de situações adversas, entre outras coisas. Houve uma preparação mental específica para os Jogos Olímpicos? Diretamente, não. Como ele vinha fazendo muitos jogos, procurei trabalhar o emocional dele para o torneio de Gstaad, que ele venceu. Eu sabia que

SHARAPOVA ANSIOSA PARA ESTREAR

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russa Maria Sharapova, número 3 do mundo, porta-bandeira de seu país, se disse ansiosa para estrear nos Jogos Olímpicos. “Será minha primeira vez e vou realizar um sonho desde criança, por isso mal posso esperar”, declarou a tenista. Ela estreia contra a israelense Shahar Peer, A bielorrussa Victoria Azarenka, número 1 do mundo, debutará contra a romena Irina Begu. As duas podem se encontrar numa eventual final.

o um bom desempenho nesse torneio o deixaria confiante para as Olimpíadas. Qual aspecto da personalidade do Bellucci tem sido trabalhado com ênfase especial? Há uma série de fatores, mas a autocobrança é algo com o qual tenho tido atenção. Muitos atletas tendem a se cobrar de uma maneira excessiva. Eu converso com o Bellucci para ele não ficar tão chateado se errou uma bola. Haverá outras que ele poderá acertar. Estamos trabalhando para que ele veja seus erros com mais flexibilidade. Como ele lida com a ansiedade? Ele não é ansioso. Joga tênis desde os 12 anos, consegue se concentrar bastante e, ao contrário de muitos atletas, não deixa a ansiedade atrapalhá-lo.

Clive Brunskill/Gettyimages

Por Pedro Proença


jornal placar | SEXTA-feira, 27 de julho de 2012

radar olímpico 23

Torre de Londres

Atletismo pega mais 2 no doping

Por Carlos Maranhão, da VEJA

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Agência Mundial Anti Doping (Wada, na sigla em inglês) suspendeu ontem mais dois atletas da Olimpíada: o grego Dimitris Chondrokoukis, do salto em altura, flagrado com stanozolol, anabolizante derivado da testosterona) e o húngaro Zoltan Kovago, do lançamento de disco,que se recusou a fazer o exame.

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BC lança moedas dos Jogos do Rio

Banco Central do Brasil vai lançar em agosto moedas de R$ 1 e R$ 5 com a logomarca dos Jogos Olímpicos do Rio 2016 no verso. Uma das faces da moeda de R$ 5 terá uma ilustração que fará referência à Tower Bridge e ao Cristo Redentor, cartões postais de Londres e Rio de Janeiro.

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seleção brasileira feminina de ginástica artística sofreu mais uma baixa ontem: Adrian Gomes foi cortada depois que exames de ressonância magnética confirmaram uma lesão em uma das vértebras da coluna. Sua substituta será Harumi Freitas, que viajou para Londres em companhia da delegação.

Brasileiro abre competições

A

briga por medalhas nas provas individuais começa hoje, antes mesmo da cerimônia de abertura. O mineiro Daniel Xavier, de 29 anos, estará em ação no torneio de tiro com arco. Seu sonho é chegar entre os 15 primeiros colocados, o que já seria o melhor resultado do Brasil nos Jogos.

Médico vê Bolt em ponto de bala

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pesar das recentes lesões de Usain Bolt, o médico da equipe de atletismo jamaicana, Winston Dawes, está confiante e acredita que o velocista chega em Londres em sua melhor forma para defender os títulos de recordista mundial e medalhista de ouro olímpico nas provas de 100 m e 200 m rasos.

Nuzman vira honorário do COI

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arlos Arthur Nuzman, presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) e do Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos Rio 2016, foi eleito ontem membro honorário do Comitê Olímpico Internacional (COI). “Foi uma honra enorme que o Presidente Rogge tenha feito essa proposta. É também um reconhecimento do trabalho que vem sendo feito pelo COB e pelo Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos Rio 2016 e da importância do Brasil”, disse Nuzman.

Blatter cobra Dilma por atrasos na Copa 2014

Quase todo país sede de uma Olimpíada pode subir degraus no ranking internacional

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presidente da Fifa, Joseph Blatter, se reuniu ontem com a presidente Dilma Rousseff, no Hotel Ritz, em Londres, para discutir questões relativas ao atraso de obras para o Mundial de 2014. O encontro, encaixado de última hora na agenda da presidente, durou 30 minutos e ocorreu a portas fechadas. “Algumas cidades estão marcadas em vermelho no mapa da Fifa, mas acredito que logo irão para amarelo, e depois para o verde. Não estou preocupado, tenho certeza de que tudo será um sucesso”, declarou Blatter aos jornalistas, quando saía do hotel, depois de terminada a reunião. Hoje, a agenda da presidente Dilma reserva um evento mais confortável: um almoço com os atletas brasileiros instalados na Vila Olímpica.

m edalha de ouro

m edalha de lata

n Vai para Hugo Hoyama, que é brasileiro e não desiste nunca. Ele vai para a sua sexta Olimpíada, mas busca a primeira medalha no torneio. Ao menos aqui no Jornal Placar, o mesa-tenista já mereceu uma de ouro, fruto de tamanha determinação em busca do pódio olímpico. O melhor resultado de Hoyama foi um nono lugar em Atlanta 1996. Ele também é decacampeão pan-americano e número 217 do ranking mundial. Ontem, ele conheceu seu adversário na chave do torneio olímpico: o chinês naturalizado polonês Zengyi Wang, número 87 do mundo. Será que neste ano vai, Hoyama?

n Vai para o COI, que causou mais um incidente diplomático envolvendo bandeiras. Ontem, a bandeira de Taiwan foi removida de uma exibição dos estandartes dos 206 países participantes da Olimpíada na Regent Street. Por causa de pressões da China, o Comitê Olímpico Internacional (COI) proíbe que Taiwan participe dos Jogos Olímpicos como República da China, seu nome oficial. Por isso, o país utiliza uma bandeira diferente e o nome de China Taipei. As regras do COI, no entanto, não se aplicam a lugares públicos, como a Regent Street, no coração de Londres.

fotos getty images

Ginástica corta Adrian Gomes

BATE-BOLA Sepp Blatter e Dilma Rousseff aproveitam Olimpíada para falar da Copa no Brasil

divulgação/ presidência da república

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Brasil está diante de uma oportunidade única em sua história esportiva. Quase todo país que entra em uma Olimpíada na condição de organizador dos Jogos seguintes pode voar para subir vários degraus no ranking internacional. Isso vale em primeiro lugar nas competições de alto rendimento, refletindo-se no número de medalhas a serem conquistadas. Vale, da mesma forma, o que é ainda mais importante do que os simples resultados, para a arrancada na massificação das atividades físicas em uma nação tão sedentária que nem a nossa, em que a obesidade ameaça se tornar uma epidemia – mantido o ritmo atual, em poucos anos ela corre o risco de atingir 30% da população, segundo alguns estudos –, com todas as suas danosas consequências para a saúde, o bem-estar e a longevidade dos brasileiros. E vale para alavancar desde já, mas em especial a partir de 2016 com a realização no Rio de Janeiro deste que é o maior espetáculo da Terra, a participação popular, resultando na formação de público assistente e praticante de tantas modalidades hoje inexpressivas. A possibilidade de ascensão no quadro de medalhas, em um impulso comparável aos saltos com vara de Fabiana Murer, é o mais fácil de comprovar. Basta ver o que aconteceu em tempos recentes com os países que souberam aproveitar sua chance. A Grécia, em 2004, e a China, em 2008, é verdade, não são bons exemplos. Uma por não ter se destacado nem à sombra do Partenon, a outra, campeã de medalhas em Pequim (51 ouros, à frente dos Estados Unidos), pelo gigantismo de outra escala. Recapitulemos rapidamente, porém, o que aconteceu com a Coreia do Sul, a Espanha e a Austrália. Em 1984, nos Jogos de Los Angeles, a Coreia do Sul – que estava então na mesma situação que a nossa, pois seria a próxima anfitriã – ganhou seis medalhas de ouro. Dobrou esse número em casa e o manteve em 1992. Há quatro anos, alcançou treze. A Espanha pulou de um mísero ouro em 1988 para treze em 1992, na cidade de Barcelona. Não manteve o ritmo, embora voltasse da China com cinco. A Austrália, poderosa há décadas em modalidades como a natação, foi muito além e destacou-se como uma potência tanto em Sydney quanto em Atenas ao terminar as duas competições em quarto lugar na classificação, atrás apenas dos EUA, Rússia e China. Esses três países estão, nos dias que correm, em um patamar esportivo muito mais elevado do que se encontravam antes de realizarem os respectivos Jogos. Mesmo com todos os seus atuais problemas econômicos, os espanhóis também souberam construir uma herança olímpica. A bela capital da Catalunha, para citar somente um número vistoso na área que é uma óbvia vocação do Rio, recebia antes de 1992 pouco menos de 2 milhões de turistas por ano. Em 2011, acolheu 7,4 milhões. Londres, nos seus preparativos, recuperou áreas deterioradas que, em determinados aspectos, até lembravam certos cenários de pobreza descritos nos romances do escritor inglês Charles Dickens, cujo segundo centenário de nascimento é celebrado este ano. Há grandes esperanças, para citar novamente o autor de “Um Conto de Duas Cidades” – com a licença dos colegas de cobertura Fabio Altman e Jonas Oliveira. Mas é preciso aproveitar agora um momento que não irá se repetir. Ou como o próprio Dickens escreveu, antecipando em pelo menos um século a onda de auto-ajuda: “Meu conselho é nunca fazer amanhã o que você pode fazer hoje”.



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