Jornal Placar Londres 2012 Ed 003

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edição 3

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sábado, 28 de julho de 2012

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www.placar.com.br

LONDRES 2012 FESTA

REUTERS

Número 3 do ranking mundial, a judoca Sarah Menezes tenta trazer, hoje, a primeira medalha para o Brasil

Os melhores momentos e as imagens do grande evento que parou Londres e encantou o planeta

Casal 400 Os nadadores Joanna Maranhão e Thiago Pereira, especialistas nos 400 metros medley, pulam na piscina para chegar à final e disputar a medalha ainda hoje

na água

Satiro Sodre/AGIF

Harry How/Getty Images

fotocomp.net

ouro?


jornal placar | sábado, 28 de julho de 2012

Aquecimento frases

Editorial Por Miguel Icassatti

A

"O Brasil é incrível. O time está todo no auge. Vocês têm três grandões sensacionais, Varejão, Nenê e Tiago Splitter. Eu acho que o Brasil tem uma boa chance."

ssim como aconteceu em Pequim 2008, a primeira medalha do Brasil em Londres 2012 pode vir trajada de quimono, no caso o da piauiense Sarah Menezes, peso ligeiro, que sobe no tatame pela primeira vez às 5h30 da manhã (a você que nos lê em Londres, 9h30). No momento em que você, leitor carioca e paulistano, lê este jornal é bem possível que ela já tenha se garantido na final, prevista para às 12h10. Também pela manhã, os nadadores Thiago Pereira e Joanna Maranhão pulam na piscina em busca da final dos 400 metros medley, que acontece a partir das 15h30. Hugo Hoyama (tênis de mesa), a equipe de hipismo e outros brasileiros já entram em ação neste sábado o que, finalmente, nos faz entrar no clima das competições. Confira, nesta página, os destaques na TV, selecionados pela equipe do JORNAL PLACAR, que se divide entre Londres e a redação no Brasil para apresentar o melhor conteúdo desta Olimpíada.

Mike Krzyzewski, conhecido como Coach K, técnico dos EUA, elogando a seleção brasileira de basquete masculino

Fique por dentro de tudo o que rolou na Cerimônia de Abertura no Estádio Olímpico Infográfico: a evolução das tochas ao longo das edições olímpicas Judocas devem curvar-se ao entrar e sair do tatame, e antes e após as lutas; acesse mais curiosidades Vai, Brasil! Intere-se sobre tudo o que estão falando dos Jogos de Londres nas redes sociais

para ver na tv

divulgação/ coi

n James Connolly (foto à esquerda), o primeiro campeão da era moderna dos Jogos Olímpicos, em Atenas 1896. Afrânio Antônio da Costa (à esquerda na foto abaixo), o primeiro brasileiro medalhista em uma Olimpíada, ao lado de Guilherme Paraense, o primeiro a levar um ouro

divulgação

rovavelmente, no momento em que você estiver lendo estas linhas, Londres 2012 já terá conhecido seus primeiros medalhistas. Serão as mulheres do tiro com rifle de ar 10 metros, que disputam as finais às 7h, horário de Brasília. Há 116 anos, no dia 6 de abril de 1896, em Atenas, Grécia, o saltador americano James Connolly se tornou o primeiro campeão olímpico na era moderna. Com a marca de 13,71 metros — um metro e um centímetro a mais que o segundo colocado, o francês Alexandre Tuffèri, Connolly foi o campeão do salto triplo. Apesar disso, o americano levou a medalha de prata e Tuffèri, a de bronze. O terceiro colocado, Ioannis Persakis, da

inglês ("God save the Queen") impresso no maiô na nadadora italiana Stefania Pirozzi, em referência ao hino britânico

As melhores imagens das estreias brasileiras nos Jogos de Londres

Por Olavo Guerra

P

O presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Jacques Rogge, numa advertência aos dirigentes brasileiros

Os destaques e o melhor conteúdo www.abrilemlondres.com.br exclusivo sobre Londres 2012 na internet Destaques do Site

qBAÚ OLíMPICO A prata que valeu ouro

"Deus salve "O Brasil pode aprender muito com a Rainha" os Jogos de Londres", Inscrição em

REUTERS/Toby Melville

02

Hora

Esporte

Sexo

Disputa

Etapa

Brasileiros na disputa

5h00

Tênis de mesa

F

Individual

Rodada Preliminar

Lígia Silva, Caroline Kumahara e Gui Lin

5h00

Vôlei de praia

M

1ª Fase

Duplas Brasileiras

5h00

Vôlei de praia

F

1ª Fase

Duplas Brasileiras

5h30

Judô

M

Peso Ligeiro

Eliminatórias

Felipe Kitadai

5h30

Judô

F

Peso Ligeiro

Eliminatórias

Sarah Menezes

5h45

Tênis de mesa

M

Individual

Rodada preliminar

Gustavo Tsuboi, Hugo Hoyama e Thiago Monteiro

6h00

Ciclismo

M

Estrada individual

Magno Nazaret, Gregorly Panizo e Murilo Fisher

6h00

Natação

M

400m medley Eliminatórias

Thiago Pereira

6h00

Hipismo

M

CCE equipes

Adestramento

Equipe Brasileira

6h31

Natação

F

100m borboleta

Eliminatórias

Daynara de Paula

7h15

Tênis de mesa

F

Individual

1ª Rodada 1ª Rodada 1ª Rodada

Al Bello/Getty Images

7h30

Tênis

M

Simples e duplas

7h30

Tênis

F

Simples e duplas

7h51

Natação

F

400m medley Eliminatórias

Joanna Maranhão

8h15

Natação

M

100m peito

Eliminatórias

Felipe França Silva e Felipe Lima

8h30

Remo

M

Skiff

Eliminatórias

Anderson Nocetti

9h20

Remo

F

Skiff

Eliminatórias

Kissya Cataldo

9h30

Boxe

M

Peso-galo

Eliminatórias

Robenílson Jesus

1ª Fase

Grécia, não ganhou uma medalha sequer. A medalha de ouro ao campeão só foi dada nos Jogos Olímpicos de Saint Louis 1904.

10h30

Handebol

F

Brasil x Croácia

10h30

Futebol

F

Brasil x Nova Zelândia

1ª Fase

Nossas primeiras medalhas Afrânio Antônio da Costa foi o primeiro brasileiro a ganhar uma medalha em uma Olimpíada. Foi a prata no tiro de pistola livre 50 metros, nos Jogos Olímpicos da Antuérpia 1920. O primeiro ouro também viria nessa edição da Olimpíada, com Guilherme Paraense, no tiro rápido 25 metros. Na prova de pistola militar 50 metros por equipe, da Costa e Paraense, ao lado de Sebastião Wolf, Dario Barbosa e Fernando Soledade, ganharam o primeiro bronze para o Brasil.

11h00

Boxe

M

Peso médio

Eliminatórias

12h00

Judô

F

Peso Ligeiro

Final

12h00

Tênis de mesa

M

Individual

1ª Rodada

12h10

Judô

M

Peso ligeiro

Final

15h30

Natação

M

400 medley

Final

16h00

Basquete

F

Brasil x a definir

1ª Fase

16h09

Natação

F

400m medley Final

16h30

Tênis de mesa

F

Individual

2º Rodada

18h00

Vôlei

F

Brasil x Turquia

1ª Fase

Buda Mendes/LatinContent/Getty Images

Esquiva Falcão

Gustavo Tsuboi, Hugo Hoyama e Thiago Monteiro

TEH ENG KOON/AFP/Getty Images


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Aquecimento

03

Os jogos que você não vê

Por Antônio Milena, da VEJA

Fundador:

VICTOR CIVITA (1907-1990)

potter Não faltou fantasia à cerimônia de abertura

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Barros

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Alex Xavier, Pedro Proença, Simone Tobias (reportagem), Olavo Guerra (repórter estagiário), Michel Spitale (edição de arte), Leonardo Eichinger, Marcos Vinícius Rodrigues (designers), Eduardo Blanco e equipe (tratamento de imagem) PLACAR Online: Marcelo Neves (editor) www.placar.com.br Em São Paulo: Redação e Correspondência: Av. das Nações Unidas, 7221, 14º andar, Pinheiros, CEP 05425-902, tel. (11) 3037-2000, fax (11) 30375597 Publicidade São Paulo www.publiabril.com.br Classificados tel. 0800-7012066, Grande São Paulo tel. (011) 3037-2700 JORNAL PLACAR Especial Olimpíadas Londres 2012 é uma publicação diária da Editora Abril com distribuição gratuita entre os dias 26/07/2012 a 13/08/2012, em São Paulo, pela distribuidora Logway. PLACAR não admite publicidade redacional. IMPRESSO NA TAIGA Gráfica e Editora Ltda.

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Rober­to Civi­ta

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Fábio Colletti Barbosa Vice-Pre­si­den­te:

Giancarlo Civita Esmaré Weideman, Hein Brand, Victor Civita www.abril.com.br

Twitadas olÍmpicas

papo triplo - Três perguntas para Maria Elisa Jogadora de vôlei de praia, disputa sua primeira Olimpíada. Sua dupla, com Talita, ocupa o quinto lugar no ranking mundial. A estreia está programada para amanhã, diante da dupla Meppelink e Van Gestel, da Holanda. Carioca, 28 anos, Maria Elisa foi eleita a melhor jogadora do Circuito Brasileiro de 2009. No mesmo ano, ganhou ainda prêmios de melhor saque e defesa.

1 2 3

“Não consigo decidir o que é pior, as privadas na China que eram apenas furos no chão ou privadas para homens e mulheres no mesmo banheiro. #constragedor” O nadador americano Ricky Berens (@RickyBerens) critica os banheiros olímpicos “Bom dia, bom dia! Depois de uma academia de leve, agora vamos almoçar e partir pra Manchester. #EmBuscadoOuro” O meia Lucas (@LucasnaRede_), da Seleção Brasileira de Futebol, animado com a ida a Manchester

Qual foi o melhor momento que viveu desde sua chegada a Londres? O hasteamento da bandeira do Brasil na Vila Olímpica. Para mim foi o mais emocionante até agora.

Você já teve tempo de provar algum prato local, como “fish and chips”? Como viajo muito, sinto falta da culinária brasileira. Aqui no Crystal Palace, onde a gente passou quase todo o tempo concentrada, estou conseguindo me alimentar do que gosto porque a comida é feita por brasileiros, com aquele gostinho de comida de casa.

mauricio kaie

Já conseguiu conhecer a cidade? Não tive tempo ainda, mas estou agindo como turista: tiro muitas fotos de dentro do ônibus. Ontem, por exemplo, tirei uma foto com um cavalo (risos).

“Sem ar-condicionado. Está QUENTE nos quartos. Não precisa praticar, é só deitar na cama e suar. Onde eu me inscrevo para os Jogos de Inverno?” A corredora americana dos 110m com barreira, Lolo Jones (@lolojones) reclama dos quartos da Vila Olímpica “Daqui a pouco, jantar e depois vamos à cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos! #London2012” Pivô do basquete brasileiro, Tiago Splitter (@tiagosplitter) se prepara para a cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Londres 2012 “Na cerimônia de abertura poucas pessoas saberão quem eu sou. Mas na cerimônia de encerramento todos saberão. Vai Time USA!” Jordan Burrough (@alliseeisgold), pugilista americano, mostra confiança para a conquista da medalha


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Judô Marcio Rodrigues/MPIX

04

GUERREIRA Depois de muito treino e quatro anos de espera, Sarah Menezes luta pelo ouro hoje em Londres

Piauiense pode trazer 1ª medalha Competições começam para valer hoje. Sarah Menezes sobe no tatame com chance de alcançar o pódio Por Pedro Proença

N

o que depender do retrospecto, a judoca Sarah Menezes pode sonhar com a glória de ser a primeira ganhadora de uma medalha para o Brail nos Jogos Olímpicos de Londres. Bons resultados e confiança não faltam a essa guerreira piauiense, que aprendeu muito desde sua primeira participação nas Olimpíadas, em Pequim 2008. “Treinei duro durante estes quatro anos em busca do sonho da medalha olímpica. A preparação foi feita da melhor maneira possível e agora é hora de colocar tudo isso em prática”, diz Sarah, que foi

bronze no Pan de Guadalajara e caiu na primeira luta em Pequim. A confiança atual se justifica porque, além de ser a terceira colocada no ranking mundial de sua categoria (até 48kg), Sarah já venceu quase todas as suas adversárias da chave. Fora isso, desde 2006, quando estreou na categoria Junior em competições internacionais, ela já entrou no tatame 122 vezes e obteve 85 vitórias, ostentando um aproveitamento de 69,7%. A única atleta com a qual a brasileira ainda não lutou é justamente a adversária da estreia hoje, em Londres: a vietnamita Tu Ngoc Van. A asiática, porém, é apenas a número 59 no ranking mundial. Apesar disso, Rosicleia Campos, treinadora que

acompanha a delegação feminina, prega cautela: “Essa atleta do Vietnã merece atenção justamente por não ser tão conhecida”. Caso passe para a fase seguinte, Sarah enfrentará a francesa Laetitia Payet, que se beneficiou no sorteio e, sem precisar lutar na estreia, já está garantida na etapa subsequente. Payet é a número 12 do ranking e perdeu para Sarah em dezembro de 2010 pelo Grand Slam de Judô. Para que tudo dê certo nas Olimpíadas, Sarah tem estado totalmente concentrada nas lutas: ela não participou da cerimônia de abertura e nem da entrevista coletiva que a Federação Internacional de Judô queria promover

ontem. Para se distrair, Sarah tem jogado Sudoku na concentração. A expectativa da comissão técnica é que, assim como Ketleyn Quadros, bronze nos Jogos de Pequim, Sarah também abra o quadro de medalhas brasileiro, de preferência num lugar mais alto no pódio. Outro atleta que estreia hoje no judô é Felipe Kitadai (categoria até 60kg). Ele foi ouro no Pan de Guadalajara, mas enfrentará competidores com melhores resultados. Ney Wilson, coordenador técnico da equipe brasileira, no entanto, acredita que isso pode ser positivo para Felipe, pois ele entraria no tatame sem o peso da pressão. “ A primeira luta dele é dura, contra Tumurkhuleg Davaadorj (11º do ranking), da Mongólia. Mas quem tem o peso é ele, não o Kitadai”, analisa o treinador.

Judô é o mapa da mina

O

Brasil é um dos grandes protagonistas do judô mundial. O esporte já trouxe 15 medalhas desde 1972. De Los Angeles 1984 para cá, vem obtendo pódios ininterruptamente. A primeira medalha olímpica na modalidade foi conquistada por Chiaki Ishii, um bronze nos jogos de Munique-1972. Os dois ouros da modalidade foram obtidos por Aurélio Miguel (Seul 1988) e Rogério Sampaio (Barcelona 1992).



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natação

06

Fabíola aprova Centro Aquático de Londres

n MR. PAN Soberano nas Américas, Thiago quer medalha Olímpica

Em sua terceira Olimpíada, a nadadora brasileira Fabíola Molina aprovou as instalações do Centro Aquático de Londres, que fica dentro do Parque Olímpico. “Gostei do teto, da iluminação, a temperatura da água está perfeita e o clima externo também está muito bom”, elogiou a atleta de 37 anos, durante coletiva no Crystal Palace. “As arquibancadas são gigantes e acho que, quando estiver lotado, o barulho será bem alto”, afirmou. As competições da natação começam amanhã (28) e, de acordo com Fabíola, “o clima dos atletas está muito bom, o pessoal já está bem focado e falta muito pouco para começar, então a concentração é total”. Para ela, a convivência com esportistas que já ganharam uma medalha olímpica traz maturidade ao comportamento da equipe. A nadadora competirá nos 100 metros costas, na quinta das seis baterias classificatórias para a semifinal no domingo. Caso avance, no mesmo dia disputará uma vaga entre as oito melhores competidoras que vão para a briga do ouro.

Joanna é a melhor brasileira na história dos 400m medley

O sonho dourado do Casal 400

Harry How/Getty Images; daniel ramalho/ agif/cob

n Recordista

Por Pedro Proença

E

Eles já ganharam medalhas por atacado nos Jogos PanAmericanos. Thiago Pereira já tem uma dúzia de medalhas de ouro na competição continental (seis no Pan do Rio de Janeiro, em 2007, e a mesma quantidade em Guadalajara, 2011) — e ainda faturou três pratas e três bronzes de lambuja. É o maior medalhista pan-americano da história do Brasil. Já Joanna faturou três bronzes (nos Jogos de Santo Domingo, Rio e Guada-

lajara) e duas pratas, ambas em terras mexicanas. A primeira prova na qual terão chances de conquistarem suas medalhas tem as eliminatórias hoje, às 6h da manhã, e a final a partir das 15h30: os 400 metros medley (na qual o atleta nada 100m de cada estilo: borboleta, costas, peito e crawl, nesta ordem). Thiago ainda competirá nos 200 medley e no revezamento 4 x 100m medley. Embora seja forte no país e no âmbito continental, há duas Olimpíadas que Thiago vem batendo na trave na briga por medalha. O máximo que

conquistou foi um 5º lugar (2004) e um 4º (2008), ambos na prova dos 200 metros medley. Apesar de ter adversários do quilate de Michael Phels e Ryan Lochte, o brasileiro está confiante e focado no desafio: “Dessa vez, me sinto mais preparado. Dei mais atenção para a parte física e nutricional, fora o trabalho psicológico. Quanto à prova, não controlo o Phelps nem o Ryan e o único controle que posso ter é sobre mim mesmo, então é focar no meu trabalho”, diz o nadador carioca. Joanna Maranhão também já teve o gostinho de chegar perto

de uma medalha olímpica. Bastante jovem, ela obteve um 5º lugar nos Jogos de Atenas nos 400 medley. Neste ano, seu plano de chegar ao pódio não é fácil, especialmente nos 400 medley (ela também vai nadar a prova dos 200 medley). Nesta competição, a pernambucana terá pela frente a americana Elizabeth Beisel, a melhor do ano na distância (com tempo de 4min31s74) e a australiana Stephanie Rice, campeã em Pequim (com 4min29s45). O melhor tempo da brasileira é 4min40s. Mas sonhar não custa nada!

divulgação/ cob

Thiago Pereira e Joanna Maranhão caem na piscina hoje em Londres esperando repetir sucesso obtido nos 400 metros medley nos Jogos Pan-Americanos

n Fabíola Molina: terceira Olimpíada

handebol

Eliminadas no Mundial de 2011, nossas meninas já imaginam um possível confronto com as espanholas nas quartas-de-final. A estreia da seleção no torneio é hoje contra a Croaácia

O

handebol feminino brasileiro faz sua estreia em quadra hoje, nos Jogos de Londres, às 14h30, contra a Croácia, mas está de olho na Espanha. Uma possível revanche contra a arquirrival, algoz da eliminação do mundial do ano passado, em São Paulo, não sai da cabeça das brasileiras. E a der-

rota foi doída. As espanholas eliminaram a equipe nacional, nas quartas-de-final da competição, por um gol de vantagem — 27 a 26, após uma primeira fase impecável, cinco triunfos em cinco jogos. Apesar de a derrota estar atravessada na garganta das brasileiras, a veterana goleira Chana adota um discurso

menos agressivo. “O foco da equipe está em cada jogo. Primeiro temos de ganhar da Croácia, depois de Montenegro... Com quem a gente vai cruzar não importa”. Para a armadora Duda o revés fez o time aprender a ter calma durante o jogo e uma provável revanche vem motivando as companhei-

divulgação/ cob

Revanche contra a Espanha motiva Seleção Brasileira

n foco Duda capricha no treino, de olho num duelo com maiores rivais

ras. Na opinião do técnico dinamarquês Morten Soubak, os confrontos devem ser decididos nos momentos finais, como ocorreu com as espanholas. Mas, segundo

ele, a equipe está preparada para esse tipo de situação. “O grupo está muito forte. Também temos a capacidade de decidir no fim da partida”.



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vôlei Bernardinho: “Má fase não tem desculpa”

Juliana e Larissa evitam o favoritismo

Desempenho frustrante do Brasil na Liga ficou para trás

O

s desfalques por contusão este ano não servirão mais como explicação para um fraco desempenho da seleção masculina de vôlei em Londres. Quem avisa é o técnico Bernardinho. “Tivemos problemas na preparação, mas não há mais tempo para desculpas”, disse ontem, em entrevista coletiva. Ainda que considere proveitoso o período de treinos, após a eliminação na Liga Mundial, ele diz que hoje o Brasil não é mais tão favorito. “Espero que possamos mostrar mais do que mostramos na Liga. Temos um grupo muito experiente, que sabe que esse é um momento muito importante”, concluiu.

Separadas em Pequim 2008 por contusão, elas voltam aos Jogos em boa fase

Zé Roberto vê caminho difícil no feminino Treinador diz que grupo do Brasil é forte e equilibrado

Juntas de novo Larissa e Juliana chegam à Olimpíada embaladas por vitórias

H

oje, às 13h30, contra as Ilhas Maurício, a dupla de vôlei de praia Juliana e Larissa começa a caça de uma medalha almejada há quatro anos. Em Pequim 2008, as duas entrariam forte na competição, mas foram afastadas por causa de uma lesão de Juliana, que ficou de fora dos Jogos às vésperas da abertura. Reunidas novamente, elas tentam afastar o favoritismo atribuído a elas. A mídia norte-americana tem colocado as brasileiras à

frente até da própria dupla dos Estados Unidos (Walsh e MayTreanor). Por enquanto, o único motivo para festas é poderem, enfim, atuar juntas em uma Olimpíada. “É um sentimento muito bom poder estar aqui com a Juliana. Jogamos há muito tempo juntas e queríamos voltar com força depois da lesão dela. Nossa confiança é estarmos unidas”, disse Larissa, em entrevista coletiva realizada na tarde desta segunda-feira no Centro de Treinamento do Time Brasil, no Crystal Palace, em Londres.

Em Pequim 2008, Larissa precisou competir ao lado de Ana Paula, inscrita como reserva. A dupla formada em cima da hora perdeu nas quartas-de-final justamente para as norte-americanas. Porém, não se pode negar que Juliana e Larissa vêm recuperando o tempo perdido. Vencedoras do Circuito Mundial entre 2009 e 2011, elas faturaram também o Mundial de Roma (derrotando, de novo, os EUA) e o ouro no Pan-Americano de Guadalajara. Falta apenas a medalha olímpica, cuja cor será a consequência

Valterci Santos/AGIF/COB

D

do número de “finais” que as atuais vice-líderes do Circuito Mundial vencerem em Londres. “Cada jogo que fizermos aqui será uma final, não importa se com a dupla das Ilhas Maurício ou da República Tcheca. Favoritismo tem que ser confirmado na quadra. A Walsh e a May podem não estar num momento tão forte mas são bicampeãs olímpicas e merecem respeito. De repente, esse papo de favoritismo por parte da imprensa americana é para jogar a pressão para cima da gente”, afirmou Juliana.

e olho no bicampeonato, as meninas do vôlei estreiam hoje, às 18h, contra as turcas. O caminho, porém, não será tranquilo. Para o treinador José Roberto Guimarães, o equilíbrio prevalece na chave do Brasil, com Estados Unidos, China, Sérvia e Turquia. “É um grupo difícil, mas estamos preparados para brigar por medalha”, disse de ontem. A oposto Sheilla destaca a importância de começar com vitória. “Vencer na estreia dá moral e serve para quebrar o gelo inicial”, disse. Confirmada na quarta, a ponteira Natália diz estar recuperada da cirurgia. “Esse é o momento da superação do atleta, que na hora do jogo não pensa em dor”.

Medalhas brasileiras no vôlei de praia Atlanta 1996 Ouro – Jaqueline/Sandra Prata – Mônica /Adriana Samuel Sydney 2000 Prata – Adriana Behar/Shelda e José Marco/Ricardo Bronze – Adriana Samuel/Sandra Atenas 2004 Ouro – Ricardo/Emanuel Prata – Adriana Behar/Shelda Pequim 2008 Prata – Márcio Araújo/Fábio Bronze – Ricardo/Emanuel



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boxe

DIÁRIO OLÍMPICO Por Jonas Oliveira

Guia de viagem: Parque Olímpico

nocaute Everton Lopes é cotado para ganhar ouro em Londres e resgatar tradição do boxe brasileiro

Feras do Brasil folgam na primeira rodada Da Redação

F

oi realizado ontem o sorteio que definiu os confrontos do boxe nas Olimpíadas. Everton Lopes, campeão do Mundial na categoria meiomédio ligeiro de 2011 e principal esperança do boxe nacional, ganhou folga na primeira rodada. Com isso, ele enfrentará o ganhador do combate entre o cubano Roniel Iglesias e o colombiano Cesar Aldana. O mesmo aconteceu com Esquiva Falcão, medalhista de bronze no último campeonato Mundial. Ele só vai entrar no ringue no dia 2 de agosto, diante do vencedor da luta entre Soltan Migitinov, do Azerbaijão, e Mohamed Hikal, do Egito. Amanhã, Julião Neto (pesomosca, 52kg), que lutará contra Pak Jong Col, da Coreia do Norte, e Yagamuchi Falcão (peso

médio, 81kg), que trocará socos com Sumit Sangwan, não deverão encontrar grandes dificuldades pela frente. Roseli Feitosa, por seu turno, não terá vida tão fácil quanto seus companheiros. De acordo com o sorteio, ele vai medir forças logo de cara com a chinesa Jinzi Li, número 3 do mundo, na categoria peso médio. Róbson Conceição, da categoria ligeiro, é outro que não terá moleza no duelo contra o britânico Josh Taylor. Caso passe por essa primeira pedreira, o brasileiro vai pegar o ex-campeão mundial Domenico Valentino, da Itália. O primeiro brasileiro a subir nos ringues em Londres 2012 será o peso galo (56kg) Robenílson de Jesus. Ele enfrentará hoje, às 10 horas, o perigoso Orzubek Shayimov, do Uzbequistão, que chegou às quartas-definal do Mundial de Baku, no Azerbaijão, em 2011.

Confira as lutas dos brasileiros Masculino (primeira rodada) HOJE 10h - 56kg: Robenílson de Jesus (BRA) x Orzubek Sahyimov (UZB) AMANHÃ 4h30 - 6 0kg: Róbson Conceição (BRA) x Josh Taylor (GBR) 6h - 69kg: M yke Carvalho (BRA) x Errol Spence (EUA) SEGUNDA-FEIRA, 30/7 9h45 - 52kg: Julião Neto (BRA) x Jong Chol Pak (PKR) 11h - 81kg: Yamaguchi Falcão (BRA) x Sumit Sangwan (IND)

Entradas para o Parque Olímpico custaram 10 libras. Estão esgotadas

QUINTA-FEIRA, 2/8 11h15 - 75kg: Esquiva Falcão (BRA) * x vencedor de Soltan Migitinov (AZE) x Mohamed Hikal (EGI) SÁBADO, 4/8 10h30 - 64kg: Everton Lopes (BRA)* x vencedor de Roniel Iglesias Sotolongo (CUB) x Cesar Villarraga Aldana (COL) Obs * Os lutadores Esquiva Falcão e Everton Lopes já estão nas oitavas-definal e aguardam adversários Feminino (oitavas-de-final) DOMINGO, 5/8 9h45 - 51kg: Erica Matos x Karilha Magliocco (VEN) 11h - 60kg: Adriana Araújo (BRA) x Saida Khassenova (KAZ) 12h - 75kg: Roseli Feitosa (BRA) x Jinzi Li (CHI)

Mike Hewitt/Getty Images

Everton Lopes e Esquiva Falcão só estreiam nas oitavas-de-final. Róbson Conceição e Roseli Feitosa pegam pedreiras no sorteio das chaves

Jonathan Ferrey/Getty Images

E

le é a mais jovem atração turística de Londres, e provavelmente será a mais visitada durante os próximos 16 dias. Construído em uma área de 200 hectares na zona leste da cidade, o Parque Olímpico de Londres é um bom exemplo de como uma região degradada da cidade pode ser transformada em um aprazível espaço público. Após os Jogos Olímpicos, algumas das instalações serão desmontadas, mas o parque permanecerá aberto à comunidade. Durante os Jogos, porém, o espaço não é assim tão público. Por medidas de segurança, só é possível entrar no Parque Olímpico com ingressos, seja para as competições ou seja apenas para acompanhá-las em algum dos telões instalados no local. Estas entrada foram vendidas por 10 libras (33 reais) apenas para o público britânico, e esgotaram-se rapidamente. Outra atração turística é a Orbit, torre de observação de metal retorcido de 115 metros de altura, da qual se pode ter uma vista panorâmica de todo o parque. O ingresso custa 15 libras, mas para utilizá-lo é preciso também ter o bilhete de acesso ao parque. Como diversas competições ocorrerão fora do Parque Olímpico, como ginástica artística, judô e vôlei, é possível que muitos visitantes que tenham ingressos para os Jogos deixem a cidade sem conhecê-lo. Até pouco tempo atrás, havia ainda a opção do View Tube, um observatório montado em contêineres ao lado do parque, de onde se tinha uma ótima vista do estádio – mas ele encerrou suas atividades em maio. Resta, no entanto, uma última opção para quem não quer deixar Londres sem ao menos ver de perto o principal local de competições. Do enorme shopping Westfield Stratford — o maior centro de compras urbano da Europa —, é possível ter uma boa visão do Parque Olímpico. A melhor é do terceiro andar da loja de departamentos John Lewis, onde funciona uma das lojas oficiais de Londres 2012. De lá avista-se o Estádio Olímpico, o Centro Aquático e a Orbit. Uma opção modesta, mas gratuita e — o que é mais importante, diante da ausência de mais ingressos — disponível.

n estádio olímpico O acesso ao Parque só é permitido a quem comprou ingressos antecipadamente - no caso, os londrinos



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cerimônia de abertura

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Por Marcos Sergio Silva, de Londres

n bandeira O cavaleiro Rodrigo Pessoa à frente da delegação brasileira

Revolução Industrial também foi lembrada

reuters

O

s aviões da esquadrilha da fumaça britânica sobrevoavam o Estádio Olímpico de Londres, no revitalizado bairro de Strattford, espalhando as três cores do Reino Unido: o vermelho, o azul e o branco. Sob eles, atores caracterizados como no século 18, em uma era ainda pré-industrial. Começava ali, às 20h (hora local) de uma sexta-feira nublada, uma nova era para os britânicos, orgulhosos por organizarem a 30ª Olimpíada da história. A cerimônia, centrada no rico passado britânico e na extensão dos direitos às mulheres ( justamente nesta Olimpíada, em que os dois gêneros competem em todas as modalidades), partiu das mãos do cineasta Danny Boyle, um dos expoentes da chamada “Great Britain” (ou Britância legal, em tradução livre) dos anos 90. Sintomático. Nada melhor do que ele, o diretor do filme Trainspotting,

para reforçar a recuperação do orgulho britânico. Em 2011, as bilheterias de O Discurso do Rei mostravam essa carência. O casamento do príncipe Willian e Kate Middleton e o jubileu de 60 anos da rainha apenas a reforçaram. Nuvens carregadas no estádio por atores aos poucos deram lugar a gotas de verdade. E só cessaram assim que Boyle assumiu os microfones, no palco principal – montado, acreditem, com fundo de céu azul. E teve início o show de abertura, com ingleses de um remoto passado e, outros, do fim do século 19, batendo uma bolinha de futebol. Quem sabe para celebrar a evolução, cantada pelo ex-punk Frank Turner, hoje um (mais pacato) cantor de folk. O telão passou a contar os segundos, Mais símbolos ingleses, do ônibus de dois andares até a placa relativa à região de Westminster, sede do palácio real e da Casa dos Lordes, saudados por “God Save the Queen”, uma ofen-

n A força aérea britânica se exibe pouco antes da festa

getty images

getty images

n A chegada da

j.b. scalbo

E

m Moscou 1980, a grande atração tanto da cerimônia de abertura como da encerramento foi o ursinho Misha, a mascote da edição. Em plena Guerra Fria, os Estados Unidos boicotaram a competição e os desfiles

pedro martinelli

Das fazendas de gado à Revolução Industrial, de Shakespeare aos Beatles, festa de abertura dos Jogos Olímpicos de Londres viaja pelo melhor da história e da cultura britânicas

qmemória

L

os Angeles 1984 também sofreu com o boicote, desta vez de nações do leste europeu alinhadas com o comunismo. A abertura do evento não foi tão emocionante quanto a anterior, mas será lembrada pelo voo de um homem sobre a plateia

nellie solitrenick

Ilha da fantasia

sa pública à rainha, e “London Calling”, a apocalíptica música do Clash. Quem diria: em 35 anos, o insulto punk virou afirmação. Então, um sino ecoou pelas mãos do vencedor da Tour de France, Bradley Wiggins. Era o início da cerimônia. Um solista repetia o arranjo de Sir Hubbert Parry para o poema Jerusalém, de William Blake. Vieram no telão referências às culturas esportivas britânicas — do críquete ao rúgbi. Os velhos britânicos carregavam o feno depositado no centro do gramado, enquanto orquestra e percussão faziam o estádio tremer. E mais referências ao passado glorioso: as torres fabris, os distribuidores de jornal, o bonde puxado a cavalo, jovens e coloridos rapazes vestidos como os Beatles de Sargent Peppers. A autorreferência termina com os cinco anéis olímpicos caindo em cascatas de fogos de artifício sobre o gramado. O cheiro de pólvora tomou o estádio. E os 80000 presentes explodiam. Era só o aquecimento para um microfilme, em que DanielCraig, o último James Bond da série 007, saiu do Palácio de Buckingham acompanhado da rainha Elizabeth II em um helicóptero. Do telão para o gramado. A rainha Elizabeth chega ao estádio para a abertura dos Jogos. Mike Oldfield e outra instituição britânica, o álbum Tubular Bells, fizeram a trilha para 1200 voluntários, pacientes e enfermeiros do Hospital Great Osmond Street. Depois, teve até o ator Rowan Atkinson, famoso por M.r Bean, personagem que interpreta na festa enquanto a Orquestra Real Britânica toca o tema do filme Carruagens de Fogo. Só faltava mesmo o metrô londrino. Que não faltou, claro, agora em 3D para quem estava no estádio. Nem os mods. Nem a Swinging London dos anos 60. Nem Blue Monday, do New Order, o compacto mais vendido da história. A autorreferência parou no próprio Boyle e seu Trainspotting, de 1996. Nesta altura, o estádio era um imenso amplificador de tudo o que a música britânica produziu. E a tocha, claro. E ela, que atravessou o reino de todas as formas, veio carregada por David Beckham – saudado por todo o estádio – e Jane Bailey, do time futebol feminino da Grã Bretanha. Seguiram-se 205 delegações. Pelos próximos dias, o mundo irá segui-los.

C

oreografias bem ensaiadas e coloridas deram o tom à festa de abertura em Seul 1988. No mesmo estádio em que ocorreu o evento, o canadense Ben Johnson passou pelo vexame de ser flagrado por doping e perdeu o ouro ganho nos 100 metros

alexandre battibugli

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jornal placar | sábado, 28 de julho de 2012

P

irotecnia, ilusão e mais coreografias ensaiadas à exaustão para garantir uma execução perfeita marcaram as festividades que inauguraram Pequim 2008. O estádio Ninho do Pássaro tornou-se desde então ponto turístico na capital chinesa


jornal placar | sábado, 28 de julho de 2012

cerimônia de abertura

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Por Marcos Sergio Silva, de Londres

n bandeira O cavaleiro Rodrigo Pessoa à frente da delegação brasileira

Revolução Industrial também foi lembrada

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s aviões da esquadrilha da fumaça britânica sobrevoavam o Estádio Olímpico de Londres, no revitalizado bairro de Strattford, espalhando as três cores do Reino Unido: o vermelho, o azul e o branco. Sob eles, atores caracterizados como no século 18, em uma era ainda pré-industrial. Começava ali, às 20h (hora local) de uma sexta-feira nublada, uma nova era para os britânicos, orgulhosos por organizarem a 30ª Olimpíada da história. A cerimônia, centrada no rico passado britânico e na extensão dos direitos às mulheres ( justamente nesta Olimpíada, em que os dois gêneros competem em todas as modalidades), partiu das mãos do cineasta Danny Boyle, um dos expoentes da chamada “Great Britain” (ou Britância legal, em tradução livre) dos anos 90. Sintomático. Nada melhor do que ele, o diretor do filme Trainspotting,

para reforçar a recuperação do orgulho britânico. Em 2011, as bilheterias de O Discurso do Rei mostravam essa carência. O casamento do príncipe Willian e Kate Middleton e o jubileu de 60 anos da rainha apenas a reforçaram. Nuvens carregadas no estádio por atores aos poucos deram lugar a gotas de verdade. E só cessaram assim que Boyle assumiu os microfones, no palco principal – montado, acreditem, com fundo de céu azul. E teve início o show de abertura, com ingleses de um remoto passado e, outros, do fim do século 19, batendo uma bolinha de futebol. Quem sabe para celebrar a evolução, cantada pelo ex-punk Frank Turner, hoje um (mais pacato) cantor de folk. O telão passou a contar os segundos, Mais símbolos ingleses, do ônibus de dois andares até a placa relativa à região de Westminster, sede do palácio real e da Casa dos Lordes, saudados por “God Save the Queen”, uma ofen-

n A força aérea britânica se exibe pouco antes da festa

getty images

getty images

n A chegada da

j.b. scalbo

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m Moscou 1980, a grande atração tanto da cerimônia de abertura como da encerramento foi o ursinho Misha, a mascote da edição. Em plena Guerra Fria, os Estados Unidos boicotaram a competição e os desfiles

pedro martinelli

Das fazendas de gado à Revolução Industrial, de Shakespeare aos Beatles, festa de abertura dos Jogos Olímpicos de Londres viaja pelo melhor da história e da cultura britânicas

qmemória

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os Angeles 1984 também sofreu com o boicote, desta vez de nações do leste europeu alinhadas com o comunismo. A abertura do evento não foi tão emocionante quanto a anterior, mas será lembrada pelo voo de um homem sobre a plateia

nellie solitrenick

Ilha da fantasia

sa pública à rainha, e “London Calling”, a apocalíptica música do Clash. Quem diria: em 35 anos, o insulto punk virou afirmação. Então, um sino ecoou pelas mãos do vencedor da Tour de France, Bradley Wiggins. Era o início da cerimônia. Um solista repetia o arranjo de Sir Hubbert Parry para o poema Jerusalém, de William Blake. Vieram no telão referências às culturas esportivas britânicas — do críquete ao rúgbi. Os velhos britânicos carregavam o feno depositado no centro do gramado, enquanto orquestra e percussão faziam o estádio tremer. E mais referências ao passado glorioso: as torres fabris, os distribuidores de jornal, o bonde puxado a cavalo, jovens e coloridos rapazes vestidos como os Beatles de Sargent Peppers. A autorreferência termina com os cinco anéis olímpicos caindo em cascatas de fogos de artifício sobre o gramado. O cheiro de pólvora tomou o estádio. E os 80000 presentes explodiam. Era só o aquecimento para um microfilme, em que DanielCraig, o último James Bond da série 007, saiu do Palácio de Buckingham acompanhado da rainha Elizabeth II em um helicóptero. Do telão para o gramado. A rainha Elizabeth chega ao estádio para a abertura dos Jogos. Mike Oldfield e outra instituição britânica, o álbum Tubular Bells, fizeram a trilha para 1200 voluntários, pacientes e enfermeiros do Hospital Great Osmond Street. Depois, teve até o ator Rowan Atkinson, famoso por M.r Bean, personagem que interpreta na festa enquanto a Orquestra Real Britânica toca o tema do filme Carruagens de Fogo. Só faltava mesmo o metrô londrino. Que não faltou, claro, agora em 3D para quem estava no estádio. Nem os mods. Nem a Swinging London dos anos 60. Nem Blue Monday, do New Order, o compacto mais vendido da história. A autorreferência parou no próprio Boyle e seu Trainspotting, de 1996. Nesta altura, o estádio era um imenso amplificador de tudo o que a música britânica produziu. E a tocha, claro. E ela, que atravessou o reino de todas as formas, veio carregada por David Beckham – saudado por todo o estádio – e Jane Bailey, do time futebol feminino da Grã Bretanha. Seguiram-se 205 delegações. Pelos próximos dias, o mundo irá segui-los.

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oreografias bem ensaiadas e coloridas deram o tom à festa de abertura em Seul 1988. No mesmo estádio em que ocorreu o evento, o canadense Ben Johnson passou pelo vexame de ser flagrado por doping e perdeu o ouro ganho nos 100 metros

alexandre battibugli

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irotecnia, ilusão e mais coreografias ensaiadas à exaustão para garantir uma execução perfeita marcaram as festividades que inauguraram Pequim 2008. O estádio Ninho do Pássaro tornou-se desde então ponto turístico na capital chinesa


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Futebol

loja de antiguidades Por Fábio Altman, de Londres

A dona de casa voadora

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Brasil pega Nova Zelândia por vaga na próxima fase Após goleada e show de bola na estreia, Seleção é favorita no duelo de hoje, mas time adota cautela para evitar a zebra Da Redação

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Apesar do placar elástico obtido na estreia e das próximas adversárias terem um nível técnico inferior, as jogadoras do Brasil recusam o rótulo de favoritas. Da goleira à ponta-esquerda, a ordem é adotar uma postura de cautela. “A gente sabe que foi apenas um primeiro passo e que temos que

epois de golear a seleção de Camarões por 5 x 0 na estreia dos Jogos Olímpicos, a seleção brasileira feminina de futebol enfrenta a Nova Zelândia, hoje, às 10h30min (horário de Brasília). As adversárias preciBrasil NOVA sam desesperadamente da vitória, pois se deram mal ZELÂNDIA na primeira rodada e acabaAndreia Bindon ram derrotadas pela GrãFabiana Smith Bretanha, por 1 x 0. Em caso Bruna Erceg de nova derrota, já podem Erika Riley pensar em voltar para casa. Maurine Perciva A situção do Brasil é bem Renata Costa Hoyle mais confortável. O time Formiga Yallop joga como favorito absoluto Ester Moorwood e pode sair de campo já clasFrancielle Gregorius sificado. Caso as donas da Wilkinson casa derrotem Camarões, e Marta as brasileiras vençam as ne- Cristiane Hearn ozelandesas, o Brasil se gaT. Tony Readings rante nas quartas-de-final, T. Jorge Barcellos deixando para a rodada seguinte apenas a tarefa de Local: Millennium Stadium (Cardiff, País de Gales) decidir contra a Grã-Breta- Árbitra: Bibiana Steinhaus (Alemanha) nha quem ficará com o pri- Horário: 10h30 (Brasília); 14h30 (local) meiro lugar do grupo.

melhorar ainda para disputar a medalha de ouro”, disse a camisa 10, Marta, que crê em dificuldades no jogo contra a Nova Zelândia. Passar bem na primeira fase é um trunfo importante na busca pelo ouro. Nos Jogos Olímpicos, são apenas três grupos com quatro seleções, dos quais se classificam, além dos dois melhores de cada chave, os dois melhores terceiros colocados. Os dois melhores primeiros colocados enfrentarão os dois melhores terceiros. Com isso, se a fase de classificação terminasse hoje, o Brasil enfrentaria o Canadá. O importante agora é evitar surpresas para fugir de um indesejado confronto com os Estados Unidos antes de uma eventual final. Além do jogo do Brasil, a rodada de hoje terá mais as seguintes partidas: Japão x Suécia (8h), Canadá x África do Sul (10h45), Estados Unidos x Colômbia (às 13h), Grã Bretanha x Camarões (13h15), e França x Coreia do Norte (às 15h45).

Fanny virou celebridade num tempo em que a TV engatinhava na Europa

Keystone/Getty Images

Cristiane dá duro no treino de musculação para continuar fazendo gols para o Brasil

divulgação/ cob

n pé na forma

ira acesa, o esporte é quem manda e o mundo começa a buscar os atletas que ajudam a construir a história dos Jogos Olímpicos. Não haveria grandiosidade na Berlim nazista de 1936 sem Jesse Owens. A Olimpíada de Munique, em 1972, talvez fosse lembrada apenas pelo infame atentado à delegação israelense não fossem as sete medalhas de ouro do bigodudo Mark Spitz. Há quatro anos, em Pequim, deuse a entronização do homem-peixe Michael Phelps (oito primeiros lugares) e do jamaicano Usain Bolt, vencedor e recordista mundial dos 100 metros e dos 200 metros no atletismo. A partir de hoje, em Londres, Phelps e Bolt ainda são os gigantes a ser batidos – e não nos surpreendamos se eles perderem a coroa para Ryan Lochte na piscina e Yoham Blake na pista. Há ansiedade pela descoberta de novas lendas do esporte. E que tal buscá-las no espelho retrovisor, também em Londres, na Olimpíada de 1948, disputadas por 3714 homens e apenas 390 mulheres? Uma participação feminina modestíssima, comparada a 2012. Agora, 40% dos 10 500 atletas são mulheres, um extraordinário salto em relação aos jogos de 64 anos atrás, quando elas representavam apenas 9,5% dos competidores. E num clube tão reservadamente masculino, no machismo atávico do pósguerra, o mágico e inescapável nome de 1948 foi uma mãe de dois filhos, então com 30 anos. A holandesa Fanny Blankers-Koen venceu os 100 metros, os 200 metros, os 80 metros com barreiras (prova que já saiu da agenda olímpica) e o revezamento 4 x 100 metros. Fanny, alcunhada de “a dona de casa voadora”, virou uma celebridade instantânea em um tempo em que a televisão na Europa engatinhava. Antecipou a revolução feminina, a geração da pílula anticoncepcional, em quase duas décadas. Ao desembarcar em Amsterdã, depois dos Jogos, foi recebida por multidões nas ruas da cidade. Deram-lhe de presente uma bicicleta, “para que não precisasse mais sair correndo”. Fanny morreu em 2004, aos 85 anos, em decorrência do Mal de Alzheimer. Se ela foi o Bolt daquele tempo, quem seria a possível Fanny de hoje? As fichas estão quase todas alocadas em Jessica Ennis, uma inglesa de 26 anos favorita no heptatlo que divide o atletismo com capas de revista. Ela não tem filhos e nem é dona de casa.

n múltiplos ouros A holandesa Fanny Blankers-Koen conquistou quatro ouros nos Jogos de Londres 1948



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Futebol

brasileiro do dia Por Alexandre Salvador, da VEJA

Abre o olho, Mano!

O berro na consciência

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Falhas da zaga no jogo contra o Egito ligam sinal de alerta na seleção. Time volta a campo amanhã contra a Bielorrúsia

técnica da seleção brasileira feminina de judô, Rosicléia Campos, é um exemplo daquelas pessoas que se transformam quando colocadas à prova. Quem a vê conversar fora de competição imagina que se trata de uma mulher calma e controlada. Mas basta colocá-la a beira do tatame que a metamorfose acontece. Quando seus comandados entram em ação, a carioca de 43 anos parece travar uma luta contra uma adversária invisível, além de alertar em alto e bom som seus comandados sobre o posicionamento das pernas ou das mãos. “A vontade que eu tenho literalmente é agarrar o adversário. Tanto que eu acompanho os movimentos da luta. Essa é minha filosofia de trabalho, colocar toda a energia na luta”, diz a treinadora. Rosi, como é chamada por seus colegas, quer ganhar tudo no grito, e acaba conseguindo. Para entrar no esporte, aos 11 anos de idade, ela fugia de algumas aulas de catequese para frequentar a academia de judô. Quando seus pais descobriram a travessura, em vez da previsível bronca veio o aval do pai, que a matriculou numa escola do esporte. Ex-atleta olímpica, Rosicléia treina a seleção adulta desde 2005 e contribuiu para o salto de qualidade do judô feminino do Brasil: em Pequim, Ketleyn Quadros levou o bronze na categoria até 57 quilos, se tornando a primeira brasileira a conquistar uma medalha individual na Olimpíada. No ano passado, Rosi foi eleita a melhor treinadora de esportes individuais do Brasil (entre homens e mulheres, que fique claro). Mas para a competição que começa amanhã, em Londres, a treinadora do Brasil vai ser obrigada a se controlar. Em 2011, a federação internacional de judô baixou a lei da mordaça, uma que proíbe a comunicação entre técnico e atleta durante a luta sob a ameaça de expulsão. “Todos me citam com exemplo dessa nova regra. Mas eles criaram isso para evitar aquele tipo de técnico que quer arbitrar a luta. Eu nunca me dirigi a árbitro algum, só passo instrução para minhas atletas”, se justifica Rosicléia. Para driblar a regra, a comissão técnica brasileira combinou sinais que são interpretados por aqueles sentados na arquibancada e esses, sim, podem berrar as orientações passadas pela treinadora. Em casos extremos, quando a medalha estiver em risco, Rosi recebeu autorização dos dirigentes para soltar a voz. “Isso aqui é uma guerra. Posso ser expulsa, mas vou garantir a medalha. É uma falta consciente.” Se a primeira medalha brasileira vier pelas mãos do judô feminino, já valeu a pena a gritaria.

MANO ESPERTO Técnico brasileiro não gostou do desempenho dos laterais na estreia

Julian Finney/Getty Images

Aos 11 anos, fugia da catequese para ir à academia de judô

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epois do preocupante segundo tempo do jogo de estreia, quando quase permitiu o empate do Egito, a seleção brasileira sabe que o caminho para a medalha de ouro passa pela obrigação de melhorar seu sistema defensivo. Até porque, depois que passar pela fase eliminatória da competição, qualquer falha pode custar todo o trabalho de Mano Menezes. Não era segredo para ninguém que a defesa vinha sendo o setor mais deficiente da Seleção. Mesmo com Mano tentando minimizar as falhas, creditando-as a um relaxamento depois dos 3 a 0 do primeiro tempo, o setor revelou problemas que preocupam o tor-

cedor. O goleiro Neto, o zagueiro Juan e especialmente o lateralesquerdo Marcelo sofreram com momentos de indecisão diante dos egípcios. “Tomamos gols em erros bobos, precisamos corrigir, agora é pensar no próximo compromisso”, reconhece o lateral Rafael ao falar das confusões na retaguarda brasileira. Estreante e substituto do lesionado Rafael, o goleiro Neto assustou os torcedores com apenas três minutos. Ele escorregou em uma bola alta na área brasileira, mas se recuperou no lance ao defender o chute de El Neny. Pouco depois, errou em uma saída com os pés e quase proporcionou um gol ao adversário. No segundo tempo, Neto ainda sofreu um gol esquisito, em chute sem grande

potência de Salah. A propósito, no mesmo lance, Juan também vacilou ao apenas observar a finalização do egípcio. Por fim, o lateral esquerdo Marcelo, um dos veteranos e líderes do grupo de Mano Menezes, aumentou a lista de falhas. Na etapa final, o jogador se equivocou em um recuo de cabeça e deixou Salah livre para marcar. Mas o atacante do Egito demorou uma eternidade para finalizar e permitiu o carrinho do lateral brasileiro. O Brasil volta a campo amanhã, às 11 horas (horário de Brasília), contra a Bielorrússia, em Manchester. O time deve ser o mesmo da estreia. Oscar, oficialmente vendido ao Chelsea, e Neymar são as principais armas ofensivas da equipe.

n no gesto

marcio rodrigues/fotocom.net

Da Redação

Para driblar a regra que restringe falar com o lutador, a técnica da seleção teve de se readaptar



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Tênis

Estrelas na grama Exceto Rafael Nadal, os melhores tenistas do mundo brigam pelo ouro a partir de hoje

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n serena Campeã de Wimbledon volta ao complexo para tentar o ouro

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Clive Brunskill/Getty Images)

O sérvio é a principal ameaça a Federer no caminho pelo topo do pódio

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Suíço assume favoritismo e lamenta ausência de Nadal

Stefan Wermuth-reuters

rês semanas após o Torneio de Wimbledon, seu tapete verde já receberá estrelas do tênis mundial de novo. A partir de hoje, o tradicional complexo recebe as partidas da modalidade nos Jogos. Com a exceção do espanhol Rafael Nadal, quase todos os grandes nomes foram a Londres representar seus países. No primeiro dia, estreiam o suíço Roger Federer, a sérvia Ana Ivanovic e a americana Serena Williams. Segundo do ranking, Novak Djokovic joga no domingo, assim como a russa Maria Sarapova e o inglês Andy Murray. “Roger é o favorito para ganhar o ouro, mas não será fácil, porque terá que enfrentar outros atletas de alto nível’’, destacou o sérvio em entrevista coletiva. Atual campeão de Wimbledon, Federer não se importou com a pressão em torno dele. “Ganhar Wimbledon ajudou muito minha confiança. Não me importo de ser favorito porque jogo melhor nesta condição”, afirmou. O suíço também lamentou a desistência do espanhol Rafael Nadal. “Fiquei surpreso ao ver Rafa desistir, pois ele é o atual campeão. Foi uma grande baixa, mas ele deve ter suas razões”, comentou. O líder do ranking mundial fará sua estreia diante do colombiano Alejandro Falla, às 12h. Às 7h30, Ana Ivanovic enfrenta a americana Christina McHale. E Serena Williams pega a sérvia Jelena Jankovic às 10h30.

Tênis de mesa

Duplas do Brasil estreiam hoje à tarde

Palmeirense inspira o veterano Hugo Hoyama

Em dois jogos, brasileiros enfrentam americanos

Mesa-tenista homenageia clube do coração seguindo os passos do volante Marcos Assunção

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este primeiro dia do tênis, os brasileiros entram em quadra apenas no torneio de duplas. A partir das 13h30, Thomaz Bellucci e André Sá enfrentam os americanos Mike e Bob Bryan, dupla número dois do mundo. Duas horas depois, mais um confronto entre Brasil e Estados Unidos: Marcelo Melo e Bruno Soares encaram John Isner e Andy Roddick. No caminho do Brasil, nenhum respiro. Do mesmo lado do chaveamento de Bellucci e Sá estão os espanhóis Marcel Granollers e Marc López e os suíços Roger Federer e Stanislas Wawrinka. Na chave do outro dueto do Brasil ficaram os espanhóis David Ferrer/Feliciano López e os sérvios Novak Djokovic/Viktor Troicki. “Já joguei com o André algumas vezes e temos apenas que acertar o nosso posicionamento em quadra”, diz Bellucci. O atual 40º do mundo vem de seus melhores resultados no ano. Nas últimas semanas, venceu o ATP de Gstaad e o Challenger de Braunschweig e foi semifinalista do ATP de Stuttgart.

ais do que uma luta por medalha, o veterano Hugo Hoyama começa hoje uma espécie de ritual de despedida. Aos 43 anos o mesa-tenista revela que tirou do Palmeiras, seu clube do coração, parte da inspiração para enfrentar sua sexta Olimpíada, na qual deve fazer suas últimas partidas internacionais. Além de ser atleta do clube, Hoyama é um torcedor apaixonado do Verdão, daqueles

de ir ao estádio e frequentar treinos na Academia. Nesse momento de pré-aposentadoria, Hoyama espera fazer como seu ídolo, o também veterano Marcos Assunção, que desafia o peso da idade e exibe maestria em cobranças de faltas e escanteios. Segundo o mesa-tenista, a forma como boleiro se dedica nos treinos é um exemplo para todos os atletas. Hoyama estreia nos Jogos hoje, diante do polo-

nês Zengyi Wang. Se ele está se despedindo, o sonho olímpico está desabrochando para Caroline Kumahara. Ela completou 17 anos ontem, na festa de abertura, e hoje faz sua estreia no torneio. Kumahara é a segunda mais jovem da delegação brasileira e faz parte do grupo de atletas abaixo da maioridade, em companhia da canoísta Ana Sátila, de 16 anos, e da ginasta Harumy de Freitas, de 17 anos.



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CASA BRASIL

London Calling Por Giancarlo Lepiani, da VEJA

It’s Only Rock’n Roll (But I Like It)

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tomas arthuzzi

n dilma Presidente visita espaço de promoção do Brasil

Dilma cai na torcida

Casarão no centro cultural Somerset House será palco de exposições e shows para divulgar o esporte e a cultura do Brasil

Por Aline Salcedo, de Londres

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nimada com a estreia brasileira na Olimpíada, a presidente Dilma Rousseff demonstrou sua alegria de torcedora verde-amarela durante a inauguração oficial da Casa Brasil em Londres, nesta quinta-feira (26), ao lado de Carlos Arthur Nuzman, presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) e do Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016. “Começamos com o pé direito e continuamos com pé quente”, comentou a presidente, referindo-se às vitórias do Brasil nos jogos de futebol feminino e masculino na quarta e quinta-feira, respectivamente. O espaço, que ocupa 2.200m² do centro cultural Somerset House, um casarão localizado no cen-

tro da capital britânica, será palco de exposições, shows e seminários para divulgar o esporte e a cultura do Brasil durante os Jogos. A presidente ficou encantada especialmente com uma instalação com o bumba meu boi, uma das figuras mais folclóricas da cultura brasileira. “Fiquei muito feliz por visitar a Casa Brasil. Vi uma exposição que mostra o Brasil de uma forma muito especial. Este projeto orgulha todos os brasileiros e os que puderem, devem fazer uma visita. Tenho certeza de que essa experiência que viveremos em Londres durante os Jogos será levada para o Brasil no que tem de melhor e no que tem de desafios. Viveremos dias especiais aqui e, em 2016, o Brasil será o encontro de todos os povos. No momento, torço para que Londres faça a melhor Olimpíada em 2012. Mas tambémtorcemos para que nós façamos a melhor Olimpíada em 2016 e a melhor

Copa do Mundo em 2014”, afirmou Rousseff, em seu discurso. A inauguração contou ainda com a presença do presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Jacques Rogge, do presidente da FIFA, Joseph Blatter, do governador do Rio de Janeiro, Sergio Cabral, do deputado Marco Maia, presidente da Câmara, entre outras autoridades. “Tenho certeza de que a Copa do Mundo no Brasil será um sucesso, como essa Olimpíada em Londres, estou confiante”, afirmou Blatter. Após a cerimônia oficial, Nuzman celebrou com empresários e autoridades no pátio da Casa, que tem vista para um dos cartões postais mais simbólicos de Londres, a London Eye. “Vou a todos os jogos. Como torcedor e para me inspirar ainda mais. Essa Olimpíada será magnífica, linda, e com certeza é uma inspiração para a Rio 2016”, afirmou.

Dominic Lipinski/REUTERS

A Presidente Dilma Rousseff não está em busca de medalha, mas tem cumprido uma agenda digna de maratonista em Londres. Nos últimos dois dias ela não parou um minuto. Depois de inaugurar a Casa Brasil, Dilma deu entrevistas, comeu bobó de camarão com os atletas brasilerios no Crystal Palace e foi recebida no Palácio de Buckingham, onde se encontrou com a Rainha Elisabeth II

Sergio Moraes/REUTERS

Sergio Moraes/REUTERS

A maratona da presidente

o último dia 12, o primeiro show da carreira dos Rolling Stones, no clube Marquee, em Oxford Street, região central de Londres, completou 50 anos. Na noite desta sexta-feira, o maior ícone vivo do rock, Paul McCartney, encerra a cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos cantando dois clássicos dos Beatles - The End e Hey Jude. Dentro desse período, a capital britânica foi o centro de algumas das maiores revoluções da história do pop, do mod ao furacão punk, do britpop aos gêneros eletrônicos. Todos os nomes que importam nesse meio século de som e fúria passaram pelos palcos londrinos. E quando a cidade foi anunciada como sede da Olimpíada de 2012, há sete anos, a primeira coisa que veio à cabeça dos adeptos do rock foi justamente essa herança musical - esses Jogos, pensaram eles, teriam a melhor trilha sonora da história. A presença de Paul logo na festa de abertura é prova de que o legado pop do país não será esquecido ao longo do evento. Quem veio para Londres achando que assistiria a uma série interminável de shows memoráveis, porém, ficou na mão. Fora dos eventos oficiais da Olimpíada, a programação musical da cidade anda fraquíssima - pelo menos se comparado ao seu padrão costumeiro, em que cada noite oferece pelo menos uma boa opção musical. Bandas menores e nomes que pouco empolgam alguém aí topa ver o veterano do reggae Jimmy Cliff ao vivo? - dominam a magra agenda. Eddie Vedder, do Pearl Jam, faz um show solo. Às vésperas do fim dos Jogos, Lou Reed chega à cidade. E é só. Nas comemorações oficiais da Olimpíada, a história é outra. Antes da cerimônia desta sexta, o Hyde Park abrigou um festival para marcar o início dos Jogos, com um artista de cada país do Reino Unido: Duran Duran (Inglaterra), Snow Patrol (Irlanda do Norte), Stereophonics (País de Gales) e Paolo Nutini (Escócia). A melhor escalação, porém, é a do show que marca o fim dos Jogos, no dia 12 de agosto, também no Hyde Park, com Bombay Bicycle Club, New Order, The Specials e Blur, uma verdadeira bandeira do pop britânico, que faz o show derradeiro de sua reverenciada carreira. Na cerimônia do Estádio Olímpico, não sobrou muita coisa: apesar da presença do lendário The Who, a festa terá sabor menos roqueiro, com George Michael e Take That. Qualquer que seja o gosto do visitante, porém, há um problema: a escassez de ingressos. Tanto o encerramento olímpico como a apresentação de despedida do Blur estão com entradas praticamente esgotadas. Resta a alternativa de, entre uma competição e outra, fazer uma peregrinação aos marcos históricos do rock em Londres. A pose obrigatória na faixa de pedestres diante dos estúdios de Abbey Road pode ser a primeira parada. Um giro por Camden, bairro rico em história pop, também é altamente recomendável. Melhor ainda é esticar a estadia em Londres e esperar o furacão olímpico passar. Com a cidade de volta ao seu ritmo normal, é possível sair todas as noites para ouvir boa música, como no longínquo 1962, quando os Stones ainda eram apenas novatos.

A presença de Paul é a prova de que o pop do país não será esquecido ao longo dos Jogos



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radar olímpico

Arqueiro “cego” bate o primeiro recorde

Judô proíbe véu muçulmano

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Federação Internacional de Judô proibiu a atleta saudita Ali Shahrkhani de usar o hijab, o traje típico que cobre a cabeça das mulheres muçulmanas em aparições públicas. A entidade ressaltou preocupações com a peça, pois golpes como estrangulamento e agarrões podem ser perigosos para as atletas. A decisão pode ameaçar a participação de Shahrkhani nos Jogos, já que os líderes sauditas condicionaram a ida das judocas ao local das competições ao uso da veste religiosa.

“Vila parece Ibiza” critica sérvio

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ma empresa indiana de entretenimento anunciou que vai premiar os atletas do país que conquistarem o ouro nos Jogos de Londres com uma medalha extra, também de ouro, com 5 quilos de peso. Os competidores que faturarem prata e bronze também ganharão medalhas de ouro, de 3kg e 2 kg, respectivamente.

Canadense chega à 10ª Olimpíada

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pelidado de Capitão Canadá, o cavaleiro canadense Ian Millar, de 65 anos, se prepara para bater o recorde do velejador austríaco Hubert Raudaschl e competir em sua 10ª Olimpíada. Prata por equipes em Pequim 2008, Millar estaria em sua 11ª edição dos Jogos se o Canadá não tivesse boicotado a Olimpíada de Moscou, em 1980.

uriel, goleiro do Internacional-RS, rasgou seda para o meio-campista Oscar, com quem atuava até o início dos Jogos Olímpicos. “O Oscar é um dos melhores jogadores da nossa geração. Fará falta para o Inter, mas tenho certeza de que terá muito sucesso nas Olimpíadas e no Chelsea”, disse.

Sudanês pede asilo político

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n brasileiro

Na mesma prova, brasileiro ficou em 51ª posição e encara polonês na segunda s primeiros recordes dos Jogos de Londres já caíram antes da cerimônia de abertura. Na manhã de ontem, o sulcoreano Dong Hyun bateu sua própria marca na prova de ranqueamento do tiro com arco individual. Bicampeão olímpico, ele é, legalmente, considerado cego por ter somente 20% da visão no olho direito e 10% no olho esquerdo. Ao ficar em primeiro lugar entre os 64 arqueiros, o competidor fez 699 pontos, três a mais que seu recorde anterior. Favorito ao ouro, ainda ajudou seu

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Daniel Xavier teve problemas com o equipamento

governo britânico registrou ontem seu primeiro pedido de asilo político de um atleta estrangeiro nos Jogos de Londres. Um corredor sudanês, de 20 anos e que teve sua identidade preservada, se dirigiu a um posto policial da capital britânica e solicitou refúgio no país a uma autoridade governamental. O Sudão, que atravessa instabilidade política e social, enviou uma delegação com apenas seis competidores ao evento.

Campeã do peso fica fora dos Jogos

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Suhaib Salem/ REUTERS

Indianos de ouro terão medalha extra

Ex-companheiro de clube elogia Oscar

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Paul Gilham/Getty Images

o contrário da maioria dos atletas que encaram um regime rigoroso antes de uma competição, o brasileiro Fernando Reis, de 22 anos, se preocupou em comer. Uma das promessas no levantamento de peso, Reis teve de engordar mais de 40 quilos nos últimos dois anos para disputar os Jogos de Londres. Com 142 kg, o brasileiro estreia dia 7 na categoria super-pesado. Na sua dieta, o menino costuma comer seis pães no café da manhã só para começar o dia bem alimentado.

eymar ainda não subiu no pódio em Londres, mas, pelo menos, já pode se gabar por estar entre os melhores do mundo quando o assunto são as redes sociais. O atacante ocupa o 5º lugar na lista dos atletas mais populares do Twitter que participam desta edição das Olimpíadas. O santista, que soma quase 11 milhões de seguidores, fica atrás do ala da seleção americana de basquete LeBron James (17.440.665 seguidores), Kobe Bryant (13.661.511), Roger Federer (11.215.772) e Rafael Nadal (11.061.150), que desistiu dos Jogos na última hora. Federer, curiosamente, sequer tem perfil no Twitter. Seus admiradores estão no Facebook.

Deficiente visual Dong Hyun bateu sua própria marca no tiro com arco

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n no alvo

Vila Olímpica dos Jogos de Londres está tirando o sono do nadador sérvio Milorad Cavic. Incomodado com o barulho constante dos alojamentos e áreas comuns, ele comparou o local à famosa ilha de Ibiza, a leste da Espanha, conhecida por suas enlouquecedoras baladas. “Aqui toca música até a meia-noite como se estivéssemos em Ibiza. Às vezes, me pergunto o que fazemos aqui”, criticou Cavic no Twitter.

Brasileiro engorda 40 kg

Neymar é top 5 nas redes sociais

país a bater a melhor marca por equipe no mesmo dia. Também com Kim Bubmin e Oh Jin-Hyek, a Coréia do Sul somou 2087 pontos, passando em 18 o desempenho anterior. Hyun não gosta quando a imprensa fala muito de visão. “Eu não tenho uma bengala, não tenho um cão guia e acho desagradável quando dizem que sou deficiente”, comentou em entrevistas durante seus treinos em Londres. Esta fase do torneio serve apenas para determinar

os confrontos em matamata da etapa seguinte. Único representante brasileiro, Daniel Xavier ficou na 51ª posição, com 653 pontos. Uma instabilidade na alça de mira do arco, que quebrou pouco antes da prova, teria prejudicado sua atuação. Na segunda-feira, ele encara o polonês Rafal Dobrowolski. “Eu o conheço de etapas da Copa do Mundo e a eliminatória é outra prova completamente diferente. Agora vai ser para valer”, animou-se.

avorita do levantamento de peso na Olimpíada de Londres, a russa Oksana Slivenko, de 25 anos, está fora da competição por conta de uma contusão sofrida nos treinos nesta semana. Campeã mundial e europeia, Slivenko disputaria a categoria até 69 quilos. Nos Jogos de Pequim, em 2008, ela conquistou a medalha de prata. A substituta dela será Natalya Zabolotnaya.

Traje vendido a peso de ouro

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s americanos que quiserem se vestir como os atletas da delegação de seu país poderão fazê-lo, desde que paguem aproximadamente R$ 3.252. O traje foi inspirado nos uniformes da Marinha americana. A peça mais barata, o cinto, sai por R$ 171. A camisa sai por R$ 181. Mas a indumentária mais cara mesmo é o blazer, que custa R$ 1.600. Quem desenhou o uniforme foi a marca americana Ralph Laurent, mas tudo foi produzido na China.


jornal placar | SÁBADO, 28 de JULHO de 2012

Radar olímpico Velocista encontra meio-irmão

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americana Jeneba Tarmoh, de 22 anos, conheceu pessoalmente ontem seu meio-irmão John Mannah, 15 anos mais velho, com quem falava apenas por telefone. A atleta, que disputará o revezamento 4x100m feminino, revelou que apesar da alegria que sentiu ao obter sua melhor marca da carreira nos 100m neste ano, nada pode ser comparado à sensação provocada pelo reencontro.

Ciclista defende orgulho de Ruanda

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orta-bandeira de Ruanda nos Jogos de Londres, o ciclista Adrien Niyonshuti quer que seu país passe a ser conhecido pelo potencial esportivo e não pela fama de violência da nação, marcada pelos massacres de milhares de civis nas últimas duas décadas. O ciclista, de 25 anos, faz parte da delegação de sete atletas de Ruanda e tem como meta terminar entre os 20 melhores na prova de mountain bike.

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Tarallo enche a bola das meninas

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pesar dos contratempos na reta final da preparação, como o corte da ala Iziane, o desempenho da equipe brasileira de basquete está perto do ideal para o técnico Luís Cláudio Tarallo. Ele elogiou o setor defensivo e ressaltou que as jogadoras devem evoluir com a sequência de jogos. A estreia das brasileiras acontece hoje, às 16h (de Brasília), contra a França.

figurinha carimbada divulgação

Fleuma? Que fleuma?

luto Erkuyumcu, de 73 anos: ataque cardíaco fulminante

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idos como pouco entusiasmados, os britânicos — e os londrinos, em especial — trataram de se desvencilhar desse clichê ontem, antes, durante e após a cerimônia de abertura, no Estádio Olímpico. O torcedor abaixo, anônimo, simboliza o atual momento de agitação na terra da Rainha

Árbitro turco é encontrado morto em hotel de Londres O

árbitro turco de boxe Garip Erkuyumcu, de 73 anos de idade, foi encontrado morto no quarto do hotel em que estava hospedado em Londres, ontem. De acordo com a Federação de Pugilismo turca, Erkuyumcu era integrante da comissão de juízes da Associação Internacional de Boxe e havia sido convocado para os Jogos Olímpicos de Londres como árbitro assistente. Segundo informações da equipe olímpica da

Turquia, o corpo de Erkuyumcu foi encontrado por um colega. As causas da morte ainda não foram reveladas, mas há indícios que apontam que ele sofreu um ataque cardíaco. Segundo a imprensa turca, Erkuyumcu já havia sofrido um espasmo cardíaco anteriormente. O resultado da autópsia deve ser divulgado nos próximos dias. O torneio de boxe tem início hoje (veja a tabela de lutas dos pugilistas brasileiros na página 10).

edalha m de lata

Michael Steele/Getty Images

Getty Images

edalha m de ouro

n Vai para a rede britânica de ótica Specsavers, que, satirizando a gafe da troca de bandeiras das Coreias, no jogo de futebol entre Colômbia e Coreia do Norte, publicou anúncios nos jornais de lá com a bandeira da Coreia do Norte acima da sul-coreana e, no idioma asiático, uma mensagem sugerindo que os organizadores dos Jogos deveriam ter consultado uma das lojas da rede. O slogan do anúncio - “Deveriam ter procurado a Specsavers” — caiu como uma luva para as pessoas que trocaram as bandeiras. Isso é que é presença de espírito. Nada como o sarcasmo inglês....

n Vai para o o festival de gafes dos ingleses nos primeiros dias dos Jogos. Ontem, o secretário de cultura Jeremy Hunt aumentou a lista das mancadas. Desastrado, ele obteve a proeza de, ao tocar o sino olímpico, fazer com o objeto se desgarrasse do badalo e atingisse seu assessor de imprensa. O acidente ocorreu durante a cerimônia realizada às 8h12 da manhã de ontem (4h12 de Brasília), na qual todos os sinos da Ilha, inclusive o do Big Ben, mais famoso monumento do Reino Unido, soaram para celebrar o início dos Jogos Olímpicos na cidade.



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