Jornal Placar Londres 2012 Ed 004

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edição 4

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DOMINGO, 29 de julho de 2012

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www.placar.com.br

só dá ela

Cristiane marca e garante o futebol do Brasil nas quartas

Getty Images

LONDRES 2012 e eles?

Juliana e Larissa (foto) e Ricardo e Pedro Cunha passeiam na areia e vencem no vôlei de praia

Getty Images

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Seleção de Mano encara a Bielorrússia para passar de fase

fácil

prata e bronze

de ouro

A judoca piauiense Sarah Menezes vence cinco lutas, conquista o primeiro ouro para as mulheres na história do judô brasileiro e leva o país ao melhor desempenho em uma estreia olímpica

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Guerreira

Thiago Pereira, na piscina, e Felipe Kitadai, no tatame, trazem mais duas medalhas


jornal placar | domingo, 29 de julho de 2012

Alexander Hassenstein/Getty Images

Aquecimento frases

Editorial Por Miguel Icassatti

qQuadro de medalhas País

"Nós vamos fazer muito melhor, vamos levar uma escola de samba e abafar."

A presidente Dilma Rousseff , já projetando a cerimônia de abertura das Olimpíadas do Rio 2016, após assistir à festa inaugural dos J ogos de Londres

“Vocês não sabem a sensação de ganhar esse título. Está tudo leve. Estou flutuando”

A judoca Sarah Menezes, após conquistar a primeira medalha de ouro do Brasil nos Jogos

Foi uma fatalidade, escorreguei cedo e levei um corte. Tenho dois dias para recuperar do susto e competir. É isso que desejo e para isso que estou orando”, A nadadora Joanna Maranhão, pelo Twitter

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Divirta-se! Acesse conteúdos exclusivos, jogos online e dê o seu palpite no bolão olímpico Veja as melhores imagens das primeiras competições disputadas em Londres Relembre quais brasileiros triunfaram no dia em que lideramos momentaneamente o quadro de medalhas

para ver na tv

Total

1

China

4

0

2

6

2

Itália

2

2

1

5

3

estados unidos

1

2

2

5

4

Brasil

1

1

1

3

4

coreia do sul

1

1

1

3

Hora

Esporte

Sexo

Disputa

5h00

Tênis de mesa

F

Individual

Etapa

Brasileiros na disputa

5h00

Vôlei de praia

M

1ª fase

Duplas brasileiras

5h00

Vôlei de praia

F

1ª fase

Duplas brasileiras

5h30

Judô

M

Peso meio-leve

Eliminatórias

Leandro Cunha

2ª rodada

5

Austrália

1

0

0

1

5h30

Judô

F

Peso meio-leve

Eliminatórias

Erika Miranda

6

Cazaquistão

1

0

0

1

5h30

Ginástica artística

F

Individual e equipes

Eliminatórias

Equipe brasileira

7

rússia

1

0

0

1

8

japão

0

2

1

3

6h00

Natação

F

100m costas

Eliminatórias

Fabíola Molina

6h00

Hipismo

CCE Equipes

Adestramento

Equipe brasileira

6h30

Esgrima

M

Individual sabre

Eliminatórias

Renzo Agresta

7h00

Tênis de mesa

M

Individual

2ª rodada

7h15

Basquete

M

Brasil x Austrália

1ª fase

7h15

Ginástica artística

F

Individual e equipes

Eliminatórias

Equipe brasileira

7h38

Natação

M

100m costas

Eliminatórias

Daniel Orzechowski

8h00

Ciclismo

F

Estrada individual

8h00

Vela

M

Star

Regatas

Bruno Prada e Robert Scheidt

8h00

Vela

M

Finn

Regatas

Jorge Zarif

8h41

Natação

M

4x100m livre

Eliminatórias

Bruno Fratus, Cesar Cielo, Marcelo Chierighini e Nicolas Oliveira (Reserva: João de Lucca)

9h30

Boxe

M

Peso ligeiro

Eliminatórias

Róbson Conceição

10h45

Ginástica artística

F

Individual e equipes

Eliminatórias

Equipe brasileira

11h00

Futebol

M

Brasil x Bielorrússia

1ª fase

11h00

Boxe

M

Peso meio-médio

Eliminatórias

12h00

Judô

F

Peso meio-leve

Final

12h10

Judô

M

Peso meio-leve

Final

12h30

Ginástica artística

F

Individual e equipes

Eliminatórias

14h00

Tênis de mesa

F

Individual

3ª rodada

14h50

Esgrima

M

Individual sabre

Final

15h30

Natação

F

100m borboleta

Final

16h00

Ginástica artística

F

Individual e equipes

Eliminatórias

16h07

Natação

M

100m peito

Final

16h55

Natação

M

4x100m livre

Final

18h00

Vôlei

M

Brasil x Tunísia

1ª fase

17h15

Atletismo

M

10 000m

17h55

Atletismo

F

100m rasos

Final

18h00

Vôlei

M

Brasil x Sérvia

1ª fase

9

colômbia

0

1

0

1

10

holanda

0

1

0

1

11

polônia

0

1

0

1

12

romênia

0

1

0

1

13

bélgica

0

0

1

1

14

Coreia do norte

0

0

1

1

15

hungria

0

0

1

1

n Quadro de medalhas atualizado até as 19h (horário de Brasília)

n NA

A primeira medalha a gente não esquece... “E

stou de pé desde as cinco da manhã. Havia muita pressão sobre mim”. Foi com este desabafo que a chinesa Siling Yi recebeu sua medalha de ouro, a primeira dos Jogos de Londres, na manhã de ontem. Yi sagrou-se campeã do tiro esportivo na categoria carabina de ar em 10 metros, batendo a polonesa Sylwia Bogacka por apenas oito décimos - 502,9 pontos contra 502,1. A medalha de bronze ficou com a também chinesa Dan Yu, que somou 501,5 pontos. “É muito emocionante. Sou muito grata à China e aos meus pais, a quem amo muito”. Yi e Bogacka chegaram à final da competição com pontuações praticamente

FOTO: GETTY IMAGES

Sob pressão, atiradora Siling Yi fatura primeiro ouro de Londres e agradece à China e aos pais

MOSCA A atiradora Siling Yi fatura primeiro ouro para a China

perfeitas, acumulando 399 pontos de um total de 400. Mas a chinesa levou a melhor. Com o ouro, ela encerra um ano de conquistas. Entre as mais importantes estão as medalhas de ouro e prata nas etapas da Copa do Mundo de tiro esportivo, realizadas em Londres, em abril, e em Munique, na Alemanha, em maio. O torneio de tiro esportivo dos Jogos de Londres acontece na sede da Artilharia Real Britânica e contou com 56 competidoras, entre elas Nur Suryani Mohamed Taibi, da Malásia, que está grávida de oito meses. Ela terminou a prova na 34ª colocação da fase classificatória.

FOTO: GETTY IMAGES

S

im, o Piauí existe e está em festa, como todo o país, com a conquista da conterrânea Sarah Menezes. Vietnamina, francesa, chinesa, belga e romena, uma a uma, nossa menina de ouro foi levando o resto do mundo para baixo, no tatame, e colocou o Brasil no primeiro lugar do quadro de medalhas por algumas horas - com a escolta de Thiago Pereira (prata) Felipe Kitadai (bronze). Serena, Sarah não verteu uma lágrima sequer durante a execução do Hino, exibindo equilíbrio e força para inspirar outros nomes da delegação que almejam o topo do pódio. É emocionante ouvir o Hino Nacional após uma conquista? Sem dúvida. Mas aos atletas que querem alçar o Brasil a um novo patamar, será mais elegante segurar a onda e deixar o choro e os rojões para a torcida.

Clemilda Fernandes, Fernanda da Silva Souza e Janildes Fernandes

Myke Carvalho

Equipe brasileira

Equipe brasileira

FOTO: REUTERS

02


jornal placar | domingo, 29 de julho de 2012

Aquecimento

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Os jogos que você não vê

Por Antonio Milena, da VEJA

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VICTOR CIVITA (1907-1990) Presidente e Editor:

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Barros

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Rober­to Civi­ta

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encaixe Atleta dos saltos ornamentais parece caber dentro de um dos anéis olímpicos

Vice-Pre­si­den­te:

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Twitadas olÍmpicas

papo triplo - Três perguntas para Fernando Reis

ara relaxar, ele ouve jazz e blues. Apesar de jovem, já tem os melhores resultados brasileiros no esporte, como o ouro no Pan de Guadalajara 2011, quando levantou 410 kg. Em dois anos precisou engordar 40, chegando aos 142 kg, para fazer frente aos lutadores da categoria superpesado, na qual os atletas pesam, em média, 170 kg. Ele chega a bater um prato de arroz, feijão e bife no café da manhã.

1 2 3

O que você tem comido aqui no café da manhã? Tudo que tem na mesa. Aqui há mais frutas e pães, então comi seis a oito pães, quatro ou cinco bananas, vou colocando no prato e comendo. Meu técnico me manda comer mais, parece mulher falando com o marido. Na hora do almoço é um prato de macarrão, depois um com arroz, feijão e bife. E vou repetindo várias vezes. Como você se sente engordando 40 kg em apenas dois anos? Senti muita diferença, fica tudo mais difícil, especialmente caminhar e treinar, mas eu tenho um objetivo de conquistar boas colocações e quero alcançá-lo. Já teve tempo de visitar Londres? Não consegui, mas assim que puder quero conhecer o Big Ben e andar na roda-gigante, a London Eye, mas espero que esteja um pouco mais frio, pois está muito quente.

“É hoje! Que Deus nos abençoe muito. Vamos que vamos MENINAS!!!” Jaqueline (@jaquelinevolei), jogadora da seleção feminina de vôlei, antes da estreia brasileira em Londres 2012

divulgação/ cob

P

Fábio Colletti Barbosa

“Presente de aniversário! Judoca Felipe Kitadai vence italiano e conquista medalha de bronze na categoria até 60kg.” O Twitter oficial da delegação brasileira (@timebrasil), após a vitória na disputa do bronze pelo aniversariante judoca, Felipe Kitadai “Hoje começam os jogos! Muita raça, amor, concentração, foco e não desistir nunca este é o nosso pensamento! Contamos com vocês” A atacante da seleção de handebol Deonise (@deonisehand), antes da vitória do Brasil contra a Croácia “A vila esta muito bonita! instagr.am/p/NoNWheoAHp/” Campeão olímpico em Atenas 2004, Giba (@Giba7Oficial) elogia e posta foto da Vila Olímpica “Bom dia, Brasil! Já já indo pra o treino fazer os últimos acertos para a grande estreia.” Marquinhos, da seleção masculina de basquete, se preparando para a estreia de hoje


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Natação

Thiago de prata deixa Phelps para trás

Stu Forster/Getty Images

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n Frustração Fora do pódio, Phelps, campeão em Pequim 2008 saiu cabisbaixo

n Superação Thiago Pereira conquista sua primeira medalha em Olimpíadas

Valterci Santos/AGIF/COB

Por Marcos Sergio Silva, de Londres

T

hiago Pereira não imaginava. “Pô, os 400 metros (medley) não são minha especialidade. Às vezes saio que não consigo andar”, dizia, ainda pela manhã, depois de se classificar para as finais. A classificação em si já era uma surpresa. “Logo na primeira prova!”. Quando tocou pela última vez a piscina, deixando para trás o supermedalhista americano Michael Phelps, o esforço já havia valido a pena. Havia valido prata.

“Me surpreendi com o tempo”, disse o recordista brasileiro de medalhas de ouro em Pan-Americanos (12), mas que ainda não tinha nem umazinha sequer em Olimpíadas. “É mais um sonho. Muitas vezes eu estava brigando, mas ficava em quarto ou quinto. Consegui.” De fato, a final já era um prêmio para o brasileiro, especialista nos 200 metros medley, prova de mais velocidade e menos resistência. No Parque Olímpico, a impressão era de que Phelps tirara o corpo na eliminatória da manhã, ao se classificar em oitavo, 3,32 segundos atrás do japonês Kosuke Ha-

gino, o melhor da classificação. Thiago era apenas o quarto melhor nadador do dia. Além de Hagino, ficaram à sua frente o também americano Ryan Lochte e o sul-africano Chad le Clos. Era preciso superá-los e também a Phelps, então uma incógnita. “Vai saber se não está escondendo o jogo”, dizia o brasileiro. Não estava. Na prova do anoitecer, Phelps continuou abaixo dos outros nadadores. Lochte alcançou a vitória (e o recorde mundial sem maiô) com 4min05s18. Thiago Pereira chegou em segundo, ao cravar o novo

recorde sul-americano em 4min08s86. O japonês Hagino voltou a apresentar um desempenho acima da expectativa, ao levar o bronze com 4min08s94. E Phelps? Recordista mundial com o supermaiô tecnológico, com 4min03s84, ficou um segundo e meio atrás de sua melhor marca sem o recurso, chegando em 4min09s28. Vencedor da prova nas duas últimas Olimpíadas e dono de 16 medalhas de ouro, terminou sem nem ao menos o bronze – a primeira vez que isso aconteceu em uma final desde 2000, em Sydney.

Corte no supercílio tira Joanna Maranhão de prova N

o dia que Sarah Menezes quebrou a escrita de as mulheres nunca conquistarem o ouro no judô, Joanna Maranhão não pode tentar o mesmo em sua especialidade: o nado medley na percurso de 400 metros. A nadadora teve um mal-estar na sexta-feira à noite em seu quarto na Vila Olímpica e sofreu uma queda que causou um corte no supercílio direito. Mesmo com a sutura, ela

não pode participar da prova. Joanna, no entanto, deve disputar normalmente as provas de 200 metros medley amanhã e de 200 metros borboleta na terça-feira. O mal-estar preocupou a equipe de natação. O médico da equipe, Gustavo Magliocca, encaminhou a atleta até a policlínica da vila. Joanna passou por exame de sangue, eletrocardiograma e tomografia computadorizada de

crânio. Nada foi constatado. “Nós fizemos hoje um rastreamento completo e não encontramos nada que justifique retirá-la da competição. Fizemos uma sutura no local ferido e é preciso um pouco de tempo para que cicatrize e não cause desconforto na água ou ao colocar os óculos de natação. Como a próxima prova será apenas na segunda-feira, é tempo suficiente para competir

normalmente”, afirmou o médico por meio de nota divulgada pelo Comitê Olímpico Brasileiro. A atleta não deu entrevistas. No Twitter, explicou a situação. “Foi uma fatalidade. Escorreguei cedo e levei um corte, tudo que consigo e devo pensar é que tenho dois dias para recuperar, sarar o corte e competir”, disse. “O susto foi grande e a tristeza por não competir, também.” M.S.S.

Revezamento marca estreia de Cielo Cesar Cielo, ouro nos 50 metros livre em Pequim 2008, estreia hoje em Londres competindo no revezamento 4 x 100 metros livre. Ele estará acompanhado de Bruno Fratus, Marcelo Chierighini e Nicolas Oliveira. Cielo ainda não confirmou se participará da eliminatória ou se apenas da final — detalhe que ele considerou “segredo tático” da equipe. Em 2008, a equipe não passou do classificatório. Mais dois brasileiros competem nas piscinas de Londres hoje. Fabiola Molina, 37 anos, a mais experiente entre os nadadores brasileiros, tenta se classificar para a final nos 100 metros costas, logo pela manhã. Na mesma categoria, Daniel Orzechowski busca o feito no masculino. REUTERS/David Gray

Recordista em Pans, nadador levou sua primeira medalha em uma Olimpíada

n A postos Cesar Cielo reforça o revezamento do Brasil em Londres



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Basquete Mão Santa acredita em medalha

Brasil com a bola cheia

De Londres, Oscar Schmidt conversou com o JORNAL PLACAR e falou de sua expectativa em relação ao basquete do Brasil nessa sua volta ao cenário olímpico Quais são as chances do Brasil nas Olimpíadas? Eu acredito que o Brasil tem grandes condições de ganhar uma medalha. O time é forte, competitivo e só fica atrás de Espanha e Estados Unidos.

n o craque Marcelinho Huertas se prepara para o jogo contra a Austrália

A rodada Pelo grupo A, a Nigéria encara a Tunísia no primeiro jogo do dia, às 5h. Os outros dois confrontos devem ser mais disputados: LeBron James e companhia jogam contra a França, de Tony Parker, às 10h30, enquanto os argentinos pegam a Lituânia, às 18h15. Pelo grupo B, além do jogo do Brasil, a Espanha, dos irmãos Gasol, encara a China, às 12h45, e os russos enfrentam os donos da casa, com o ala do Chicago Bulls, Luol Deng, em quadra, às 16h. O torneio olímpico é disputado por 12 países, divididos em dois grupos. Os quatro melhores de cada grupo se classificam à segunda fase, com jogos eliminatórios.

dois campeões olímpicos, a Argentina (Atenas 2004) e o Dream Team americano (Pequim 2008). Lituânia e França são as outras duas forças da chave, que ainda tem Nigéria e Tunísia. Para os treinadores da Espanha, Sergio Scariolo, e dos Estados Unidos, Mike Krzyzewski, a seleção brasileira tem tudo para conseguir essa medalha. De acordo com o treinador espanhol, o Brasil é o principal rival de sua equipe na primeira fase. E o americano enche a bola da nova geração brasileira, admitindo a real possibilidade de ter o Brasil pela frente na luta pelo ouro. “Vocês têm um time muito forte”, disse o gringo aos jornalistas brasileiros.

BAÚ OLíMPICO Por Olavo Guerra

Basquete de bronze

D

epois de 16 anos, o basquete masculino do Brasil volta a uma edição de Olimpíada e com grandes chances de levar uma medalha. A última vez que isso aconteceu foi nos Jogos Olímpicos de Tóquio 1964, com a medalha de bronze da geração de Wlamir Marques, Amaury Pasos e companhia – bicampeã do mundo em 1959 e 1963. Além desta, a seleção ganhou mais duas vezes o bronze: em Londres 1948 e Roma 1960 (foto). Para Mike Krzyzewski, treinador da atual seleção americana, a equipe brasileira que estreia hoje, contra a Austrália, tem grandes chances de igualar os feitos das décadas de 1950 e 1960.

n Brasil x EUA no jogo do quadrangular final dos Jogos Olímpicos de Roma 1960

Feminino vacila no final e perde para a França O jogo foi equilibrado até o terceiro quarto, mas o seleção feminina perdeu o ritmo

O

Brasil perdeu ontem (28) para a seleção da França por 73 a 58. Após três quartos muito equilibrados, as brasileiras caíram de rendimento e as francesas aproveitaram para dominar a partida.

alexandre battibugli

C

omeça hoje o torneio masculino de basquete nos Jogos Olímpicos de Londres 2012. Com um time reforçado pelos astros da NBA, o Brasil volta à disputa de uma Olimpíada depois de ter ficado fora das três últimas edições. Comandada pelo argentino Rubén Magnano, a seleção busca sua quarta medalha na história olímpica. O Brasil estreia hoje contra a Austrália, às 7h15 (horário de Brasília), na Arena Basketball de Londres. Na primeira fase, o principal adversário será a Espanha, medalhista de prata nos jogos de Pequim 2008. China, Grã-Bretanha e Rússia completam o grupo brasileiro. No outro grupo estão os últimos

Quem é o maior rival do Brasil nesses Jogos Olímpicos? A Lituânia. Acredito que Argentina e França têm boas equipes, mas a Lituânia está um pouco melhor.

DIVULGAÇÃO/ COI

De volta às Olimpíadas após 16 anos, os comandados de Rubén Magnano buscam a redenção do esporte no Brasil

Alaor Filho/AGIF/COB

Quem deve ser a principal estrela da seleção? O Marcelinho Huertas é o líder da equipe, o melhor jogador. A atuação da equipe depende muito da apresentação dele. Gostaria de tê-lo jogando na minha geração.

O primeiro quarto foi bem disputado, com o Brasil vencendo por 20 a 16. Apesar de alguns erros, Erika foi a n PAROU Ataque do Brasil cestinha da vai mal no seleção, com sete quarto período pontos. A França

foi melhor e buscou os quatro pontos no segundo quarto. A armadora Celine Durmerc dominou o segundo quarto: chegou aos oito pontos e três assistências. Mesmo assim, o primeiro tempo terminou com o empate em 34 a 34. O jogo continuou com leve predomínio das francesas no terceiro quarto. Elas aproveitaram os erros do ataque brasileiro para abrir três pontos ao final do período. Na última parte do jogo, as

brasileiras pararam no ataque e a França chegou à vitória por 15 pontos. Outros resultados Nos outros jogos da rodada, pelo grupo A, a China venceu a República Tcheca por 66 a 57, as turcas bateram as angolanas por 72 a 50 e os Estados Unidos ganharam com folgas da Croácia: 81 a 56. Pelo grupo B, as russas superaram as canadenses por 58 a 53.



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futebol n preparação Jogadores treinam antes da partida contra Bielorrússia

Brasil

Seleção tenta garantir vaga na segunda fase Por Olavo Guerra

D

epois de uma estreia irregular, manchada por um segundo tempo horroroso diante do Egito, o Brasil busca hoje a classificação para a segunda fase da competição contra a Bielorrússia, no estádio Old Trafford, em Manchester, às 11h, horário de Brasília. A equipe do leste europeu venceu sua primeira partida por um a zero, contra a Austrália. O técnico da seleção brasileira, Mano Menezes, comandou o último treinamento antes da partida na manhã de ontem. Em seguida, foi ao estádio do Man-

chester United, local da partida de hoje, e revelou uma invejável tranquilidade. Aparentemente, as críticas não abalam sua confiança em outra vitória. Apesar da instabilidade da seleção no primeiro jogo, principalmente na zaga, Mano garantiu que não vai fazer grandes alterações. “Só falei para meus jogadores que o jogo tem 90 minutos, e não 45. O time precisa manter o foco durante o tempo inteiro”, completou. O treinador também falou sobre a queda de desempenho do o atacante Neymar. Para Mano, o craque não pode ficar abatido quando é criticado e precisa buscar melhorar seu desempenho

dentro de campo. “Ele tem que saber conviver com as críticas, não perder as referências, fazer pequenas avaliações com a comissão técnica, pequenos ajustes, para voltar a ser o jogador tão importante que nós precisamos para nos ajudar a vencer esta Olimpíada ”, disse Mano. Se vencer, o Brasil garante a classificação para a segunda fase dos Jogos Olímpicos de Londres. Para garantir o primeiro lugar no grupo C, a seleção precisa torcer para a derrota da Bielorrússia na última partida da primeira fase, contra o Egito, no dia 1º de agosto. No mesmo dia, o Brasil encara a Nova Zelândia.

Neto Rafael Thiago Silva Juan Marcelo Sandro Rômulo Oscar Neymar Hulk Leandro Damião

Gutor Kozlov Politevich Kuzmenok Polyakov Baga Dragun Bardini Bressan Solovei Gordeichuk Kornilenko

T. Mano Menezes

T. Neil Emblen

Local: Old Trafford (Manchester, Inglaterra) Árbitra: Yuichi Nishimura (Japão) Horário: 11h (Brasília)

fotos rafael ribeiro/ cbf

Brasil encara a Bielorrússia atrás de um melhor futebol e a classificação às quartas-de-final

Bielorrússia

n sem mudanças O tecnico Mano Menezes garatiu que não fará grandes alteracões na equipe



jornal placar | Domingo, 29 de julho de 2012

futebol

um conto de duas cidades

Técnicos de prata mostram o caminho do ouro

n escuta O técnico Mano Menezes: conselho dos técnicos que ganharam a prata

Da redação

A

Seleção de Mano Menezes, que hoje encara a Bielorrússia estreou com vitória sobre o Egito, tem armas suficientes para acreditar que pode mesmo acabar com o jejum da medalha de ouro olímpica. Na defesa, Thiago Silva é considerado um dos melhores do mundo. No meio-campo, Oscar está embalado pelo recente acerto com o poderoso Chelsea. No ataque, Neymar é visto como o maior candidato a estrela do futebol mundial. Então, o que pode deter o time verde-amarelo em Londres? O futebol é conhecido, porém, pelo imponderável. O próprio Brasil já sofreu eliminações inacreditáveis os Jogos Olímpicos. A derrota contra a Nigéria na semifinal de 1996 e o revés diante de Camarões, nas quartas de final de 2000, criaram traumas e derruba-

ram treinadores que se achavam acima do bem e do mal. Por isso mesmo, é bom que Mano Menezes fique esperto. “O Mano precisa saber que o próprio Corinthians, que ganhou a Libertadores agora, ficou por muito tempo na fila na competição sulamericana. Então, ele deve usar o melhor que tem disponível, não ficar guardando jogadores. É ter calma e tranquilidade”, explica Carlos Alberto Silva, vice-campeão olímpico em Seul 1988. Agora só cinco jogos separam a Seleção Brasileira do título inédito. A teoria manda que a pri-

Seleção sempre ficou pelo caminho

A

lém de duas medalhas de prata consecutivas em 1984 e 1988, o Brasil contabiliza duas medalhas de bronze na história do futebol nos Jogos Olímpicos. Em 1996 e 2008, a equipe verde-amarela ganhou a decisão de terceiro lugar. Em 1976, amargou o quarto lugar. A atual bicampeã do torneio é a Argentina, que nem sequer conseguiu a vaga para a disputa em Londres. Antigamente, a Olimpíada não era levada muito a sério pelos próprios brasileiros e outras forças de peso. Em virtude disso, muitos países sem tanta tradição — e até nações extintas e divididas — contabilizam a medalha de ouro na competição: Suécia (1948), Hungria (1952, 1964 e 1968), União Soviética (1956), Alemanha Oriental (1976), Tchecoslováquia (1980), Nigéria (1996) e Camarões (2000).

O melhor da festa não é esperar por ela

Q

uando deixei o Brasil rumo a Londres há 11 meses, a impressão que eu tinha era que a preparação para os Jogos Olímpicos corria de maneira irretocável. Sustentabilidade, legado, recuperação de áreas degradadas da cidade, obras dentro do orçamento e do prazo, melhorias no sistema de transporte – tudo parecia ter sido impecavelmente contemplado. De perto, as coisas se mostraram bem diferentes. Não demorou para que eu começasse a perceber as imperfeições da organização de Londres 2012, escancaradas diariamente pela crítica imprensa britânica – que, aliás, está corretíssima em sua postura questionadora. Nas ruas, os britânicos reclamavam de cada ônibus atrasado com sua própria versão do “quero ver na Olimpíada”, tão familiar a nós brasileiros. Conto nos dedos o número de ingleses genuinamente empolgados com a realização dos Jogos com quem conversei nos últimos meses. Nos últimos dias, porém, a história foi outra. A passagem da tocha olímpica levou às pessoas às ruas e injetou o ânimo que faltava à cidade. Ontem, acompanhei a cerimônia de abertura em um pub no leste de Londres. Tive a sorte de chegar cedo, pois a fila mais tarde dobrava a esquina. Londres normalmente pulsa em um ritmo mais vibrante quando sai o sol, mas ontem ele nem precisou aparecer. Nunca havia visto a cidade em um clima tão positivo, de celebração e orgulho por receber os Jogos. Mesmo a imprensa inglesa deixou de lado o tom crítico. O que me leva a pensar nos Jogos do Rio 2016. Não é preciso olhar tão de perto para enxergar imperfeições na nossa preparação, como o atraso no início das obras do Parque Olímpico. O carioca pode também ter sua dose de pessimismo em relação aos Jogos, mas é preciso transformá-lo em cobrança para que a preparação tome o rumo certo, para que o orçamento não seja estourado, para que os Jogos não sejam um fiasco com o Pan de 2007. E é preciso fazê-lo agora, enquanto ainda se tem o distanciamento necessário para ser crítico, sem cair na armadilha do orgulho de sediar um evento tão grandioso – que inevitavelmente tomará conta do Rio de Janeiro, como aconteceu ontem em Londres. O melhor da festa, nesse caso, não é esperar por ela. É a própria festa.

A passagem da tocha levou as pessoas à rua e injetou o ânimo que faltava à cidade

Julian Finney/Getty Images

Jair Picerni e Carlos Alberto Silva, treinadores em Los Angeles 1984 e Seul 1988, dão conselhos para Mano Menezes. A principal receita: driblar a pressão

Por Jonas Oliveira

meira fase seja tranquila, com adversários sem grande tradição. Além do Egito (vencido por 3 a 2, o país enfrentará Bielorrússia e Nova Zelândia. Depois, terá de vencer três partidas eliminatórias para faturar a medalha dourada. “É uma competição de tiro curto, definida no detalhe. Quando você tem certa experiência, como é o caso desse grupo atual, acho que fica mais fácil de controlar as emoções. Na nossa época, foi mais difícil, criou-se um sentimento de empolgação quando superamos as fases iniciais. Você precisa controlar isso, ter um bom ambiente”, comenta Jair Picerni, comandante do elenco que ganhou a prata em Los Angeles 1984. As experiências do passado mostram que Mano Menezes deve se preocupar em adaptar a sua equipe a travar duelos com adversários de estilos distintos em um curto espaço de tempo. “Além da responsabilidade, a comissão técnica deve focar bem o sistema de jogo, porque se enfrenta países com formas de jogo diferentes e sabemos que a África cresceu muito”, avisa Jair Picerni.

Lars Baron/Getty Images

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n mestre de cerimônia O eterno beatle Sir Paul McCartney foi umas das atrações da abertura dos Jogos de Londres 2012



jornal placar | Domingo, 29 de julho de 2012

JUDô

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O

sonho da medalha olímpica começou a ser construído quando Sarah Menezes tinha apenas 9 anos. A menina agitada que não conseguia parar quieta dentro de casa decidiu deixar as aulas de capoeira de lado para se dedicar ao judô, certa de que ali, nos tatames da vida, ela enfim poderia extravasar toda sua energia. A aposta deu certo. Sarah procurou a academia Expedito Falcão, em Teresina (PI), e não parou mais. De lutar. De lá para cá, foram doze anos de extrema dedicação. Em pouco tempo, a sequência de bons resultados transformaram a menina no orgulho da família e do estado no qual nasceu. A medalha dourada de ontem é a consagração. “Estou muito contente pela minha filha. Ela é muito determinada e essa medalha é o fruto de uma dedicação imensa. Durante mais de doze anos ela só fez isso: lutar”, disse a mãe da judoca, Olindina, em entrevista exclusiva JORNAL PLACAR. Ela assistiu às lutas de ontem, ao lado da família e de amigos, no centro de treinamento que leva o nome da filha, em Teresina. Fora dos tatames, Sarah é uma pessoa reservada e caseira. “Ela não curte muito brincadeira, prefere ficar em casa”, diz a mãe. Mas Sarah não fica em casa sem fazer nada, não. Muito ativa, ela ajuda na faxina, lava a roupa e gosta de tudo impecavelmente organizado. Um de seus hobbies preferidos é comer. A piauiense não tem frescura: encara de sushi a creme de galinha, passando por massas. Os doces também são uma tentação. “Ela gosta de vários doces: musse de limão, maracujá e chocolate”. Mas engana-se quem pensa que ela tem dificuldades para manter os 48 quilos permitidos na sua categoria. “Ela não engorda, mantém o peso naturalmente”, diz a mãe. (PP)

Contra: Laetitia Payel Francesa luta de

Na luta mais fácil, Sarah passa pela vietnamita sem grandes dificuldades, com um yuko.

forma conservadora, se defende bem, mas não é páreo para a brasileira, que aplica yuko a 21 s do fim.

judoca paulista Felipe Kitadai ganhou um excelente presente por seu 23º aniversário: uma medalha de bronze nos Jogos Olímpicos de Londres 2012, ao derrotar o italiano Elio Verde. A medalha veio com lutas difíceis e sofrimento. Logo no primeiro combate, ele mediu forças com o mongol Tumurkhuleg Davaadorj. Felipe não se intimidou com o europeu e aplicou um Yuko antes de a luta completar 1 min. Davaadorj, então, tomou a iniciativa, mas, a quase um minuto do fim, foi vencido com um wasari. O adversário da fase seguinte foi o saudita Eisa Majrash, derrotado por ippon sem grandes dificuldades. Porém, Kitadai não foi capaz de resistir ao uzbeque Rishod Sobirov, líder do ranking mundial na categoria que o finalizou com um ippon. Felipe então foi para a repescagem, diante do sul-coreano Gwang-Hyeon Choi. A

Contra: Davaador Felipe aplica yuko, controla a luta e, antes do fim, consegue um vasari. REUTERS/Kim Kyung-Hoon

Contra:

Eisa Majrash Sem maiores problemas, Felipe consegue seu único ippon nos Jogos. Laurence Griffiths/Getty Images

Felipe não resiste ao número 1 do mundo e é finalizado com um ippon. REUTERS/Kim Kyung-Hoon

Contra:

Gwang-Hyeon Choi Em luta tensa, judocas não saem do 0 e levam combate para golden score. Felipe aplica um yuko no fim.

Contra: Shugen WuEm Em combate psicologicamente tenso, chinesa ficou muito na defensiva e recebeu duas punições por falta de combatividade.

REUTERS/Darren Staples

Alexander Hassenstein/Getty Images

REUTERS/Darren Staples

REUTERS/Toru Hanai

Contra:

O

luta foi tensa e terminou em 0 x 0 ao fim dos cinco minutos. Ambos os judocas, inclusive, chegaram a receber uma advertência cada por falta de combatividade. No golden score (espécie de morte súbita, na qual o atleta que aplicar o primeiro golpe ganha), porém, a 45s do fim, ele conseguiu aplicar um yuko e chegou à disputa do bronze, que tampouco foi fácil. Defendendo-se bem e apostando no contra-golpe, Felipe recebeu uma advertência por falta de combatividade. A luta foi para o golden score e, com mais um yuko, dessa vez aos nove segundos, ele garantiu a medalha. “Não consigo pensar em nada, acho que estou sonhando”, disse Felipe após a luta. “Eu sabia que teria que me esfolar, que deixar o sangue para conseguir a medalha”, declarou. O ouro foi para o russo Arser Galystan, que venceu o japonês Hiroaki Hiraoka.

Contra:

caminho para o ouro

Ngnoc Tu Van

Aniversariante do dia tem o pódio como presente

Rishod Sobirov

Força Sarah Menezes despacha mais uma antes de garantir o ouro

REUTERS/Kim Kyung-Hoon

a

judoca piauiense Sarah Menezes conseguiu, de uma tacada só, alcançar duas das metas estipuladas para os 14 atletas da delegação pela Confederação Brasileira de Judô para Londres 2012: um ouro olímpico e a chegada a uma final feminina. A entidade investiu — apenas neste ano — R$ 10 milhões na modalidade. Além disso, Sarah manteve a média histórica do judô de conseguir medalhas para o Brasil ininterruptamente desde 1984. Somada ao bronze de Felipe Kitadai, a conquista conduziu o esporte à 17ª medalha olímpica e ultrapassou a vela como o que mais deu medalhas para o Brasil na história das Olimpíadas. Em sua segunda participação olímpica, aos 22 anos, Sarah Menezes derrotou na final a romena Alina Dumitru (campeã olímpica em Pequim), com um yuko (golpe no qual o adversário cai de lado) e um wasari. Foi a terceira medalha de ouro olímpica do judô brasileiro. Ser a primeira brasileira a obter grandes conquistas para o judô feminino não é novidade para a moça. Ela já havia sido a primeira judoca do país a sagrar-se bicampeã mundial júnior, em 2008 e 2009. A primeira luta foi contra a vietnamita Ngnoc Tu Van, que Sarah venceu com um yuko, golpe no qual o adversário cai de lado e que vale 1/3 da pontuação máxima. Mais combativa e técnica, a brasileira não teve grandes dificuldades para derrotar a asiática. Depois, enfrentou a francesa La-

etitia Payet, numa luta mais cautelosa. As duas adversárias se defendiam bem. A brasileira tentou lutar no chão, mas a francesa bloqueou as investidas de Sarah. Somente a 21 segundos do fim é que Payet foi subjugada por um yuko. A luta das quartas-de-final, contra a chinesa Shugen Wu, foi mais tática e tensa. Sarah não conseguia encaixar seu jogo. Wu parecia não querer muito contato, tanto que recebeu duas punições por falta de combatividade e ficou atrás no placar. No final, Sarah teve que controlar o ímpeto da asiática, que, atrás no placar, decidiu partir para cima. Nas semifinais, uma luta com a belga Charline Van Snick, quarta no ranking mundial. A adversária começou com iniciativa, e quase chegou a derrubar Sarah, mas a brasileira conseguiu escapar. Após isso, Sarah encaixou um contra-ataque e aplicou um yuko na oponente. Após o golpe, a piauiense cresceu psicologicamente e dominou o restante do combate, para chegar à final.

REUTERS/Kim Kyung-Hoon

Por Pedro Proença

Alexander Hassenstein/Getty Images

Ouro de Sarah Menezes e bronze de Felipe Kitadai fazem judô ultrapassar vela como o esporte que mais deu medalhas olímpicas ao país

Felipe Kitadai traz o bronze na garra

caminho para o bronze REUTERS/Kim Kyung-Hoon

Saldo positivo

A menina de ouro é o orgulho da família

Contra: Charline

Van SickBelga

A belga começou melhor, mas Sarah encaixou um yuko e passou a dominar o confronto.

Contra:

Alina Dumitru. A romena estava com o cotovelo direito machucado e resistiu o quanto pôde. Mas Sarah aplicou um yuko e um wasari.

Cameron Spencer/Getty Images

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jornal placar | Domingo, 29 de julho de 2012

yuko Felipe Kitadai encaixa o golpe no italiano Elio Verde no golden score

Contra: Elio Verde Em mais um golden score, Felipe obtém mais um yuko e vai às lágrimas com medalha.


jornal placar | Domingo, 29 de julho de 2012

JUDô

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O

sonho da medalha olímpica começou a ser construído quando Sarah Menezes tinha apenas 9 anos. A menina agitada que não conseguia parar quieta dentro de casa decidiu deixar as aulas de capoeira de lado para se dedicar ao judô, certa de que ali, nos tatames da vida, ela enfim poderia extravasar toda sua energia. A aposta deu certo. Sarah procurou a academia Expedito Falcão, em Teresina (PI), e não parou mais. De lutar. De lá para cá, foram doze anos de extrema dedicação. Em pouco tempo, a sequência de bons resultados transformaram a menina no orgulho da família e do estado no qual nasceu. A medalha dourada de ontem é a consagração. “Estou muito contente pela minha filha. Ela é muito determinada e essa medalha é o fruto de uma dedicação imensa. Durante mais de doze anos ela só fez isso: lutar”, disse a mãe da judoca, Olindina, em entrevista exclusiva JORNAL PLACAR. Ela assistiu às lutas de ontem, ao lado da família e de amigos, no centro de treinamento que leva o nome da filha, em Teresina. Fora dos tatames, Sarah é uma pessoa reservada e caseira. “Ela não curte muito brincadeira, prefere ficar em casa”, diz a mãe. Mas Sarah não fica em casa sem fazer nada, não. Muito ativa, ela ajuda na faxina, lava a roupa e gosta de tudo impecavelmente organizado. Um de seus hobbies preferidos é comer. A piauiense não tem frescura: encara de sushi a creme de galinha, passando por massas. Os doces também são uma tentação. “Ela gosta de vários doces: musse de limão, maracujá e chocolate”. Mas engana-se quem pensa que ela tem dificuldades para manter os 48 quilos permitidos na sua categoria. “Ela não engorda, mantém o peso naturalmente”, diz a mãe. (PP)

Contra: Laetitia Payel Francesa luta de

Na luta mais fácil, Sarah passa pela vietnamita sem grandes dificuldades, com um yuko.

forma conservadora, se defende bem, mas não é páreo para a brasileira, que aplica yuko a 21 s do fim.

judoca paulista Felipe Kitadai ganhou um excelente presente por seu 23º aniversário: uma medalha de bronze nos Jogos Olímpicos de Londres 2012, ao derrotar o italiano Elio Verde. A medalha veio com lutas difíceis e sofrimento. Logo no primeiro combate, ele mediu forças com o mongol Tumurkhuleg Davaadorj. Felipe não se intimidou com o europeu e aplicou um Yuko antes de a luta completar 1 min. Davaadorj, então, tomou a iniciativa, mas, a quase um minuto do fim, foi vencido com um wasari. O adversário da fase seguinte foi o saudita Eisa Majrash, derrotado por ippon sem grandes dificuldades. Porém, Kitadai não foi capaz de resistir ao uzbeque Rishod Sobirov, líder do ranking mundial na categoria que o finalizou com um ippon. Felipe então foi para a repescagem, diante do sul-coreano Gwang-Hyeon Choi. A

Contra: Davaador Felipe aplica yuko, controla a luta e, antes do fim, consegue um vasari. REUTERS/Kim Kyung-Hoon

Contra:

Eisa Majrash Sem maiores problemas, Felipe consegue seu único ippon nos Jogos. Laurence Griffiths/Getty Images

Felipe não resiste ao número 1 do mundo e é finalizado com um ippon. REUTERS/Kim Kyung-Hoon

Contra:

Gwang-Hyeon Choi Em luta tensa, judocas não saem do 0 e levam combate para golden score. Felipe aplica um yuko no fim.

Contra: Shugen WuEm Em combate psicologicamente tenso, chinesa ficou muito na defensiva e recebeu duas punições por falta de combatividade.

REUTERS/Darren Staples

Alexander Hassenstein/Getty Images

REUTERS/Darren Staples

REUTERS/Toru Hanai

Contra:

O

luta foi tensa e terminou em 0 x 0 ao fim dos cinco minutos. Ambos os judocas, inclusive, chegaram a receber uma advertência cada por falta de combatividade. No golden score (espécie de morte súbita, na qual o atleta que aplicar o primeiro golpe ganha), porém, a 45s do fim, ele conseguiu aplicar um yuko e chegou à disputa do bronze, que tampouco foi fácil. Defendendo-se bem e apostando no contra-golpe, Felipe recebeu uma advertência por falta de combatividade. A luta foi para o golden score e, com mais um yuko, dessa vez aos nove segundos, ele garantiu a medalha. “Não consigo pensar em nada, acho que estou sonhando”, disse Felipe após a luta. “Eu sabia que teria que me esfolar, que deixar o sangue para conseguir a medalha”, declarou. O ouro foi para o russo Arser Galystan, que venceu o japonês Hiroaki Hiraoka.

Contra:

caminho para o ouro

Ngnoc Tu Van

Aniversariante do dia tem o pódio como presente

Rishod Sobirov

Força Sarah Menezes despacha mais uma antes de garantir o ouro

REUTERS/Kim Kyung-Hoon

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judoca piauiense Sarah Menezes conseguiu, de uma tacada só, alcançar duas das metas estipuladas para os 14 atletas da delegação pela Confederação Brasileira de Judô para Londres 2012: um ouro olímpico e a chegada a uma final feminina. A entidade investiu — apenas neste ano — R$ 10 milhões na modalidade. Além disso, Sarah manteve a média histórica do judô de conseguir medalhas para o Brasil ininterruptamente desde 1984. Somada ao bronze de Felipe Kitadai, a conquista conduziu o esporte à 17ª medalha olímpica e ultrapassou a vela como o que mais deu medalhas para o Brasil na história das Olimpíadas. Em sua segunda participação olímpica, aos 22 anos, Sarah Menezes derrotou na final a romena Alina Dumitru (campeã olímpica em Pequim), com um yuko (golpe no qual o adversário cai de lado) e um wasari. Foi a terceira medalha de ouro olímpica do judô brasileiro. Ser a primeira brasileira a obter grandes conquistas para o judô feminino não é novidade para a moça. Ela já havia sido a primeira judoca do país a sagrar-se bicampeã mundial júnior, em 2008 e 2009. A primeira luta foi contra a vietnamita Ngnoc Tu Van, que Sarah venceu com um yuko, golpe no qual o adversário cai de lado e que vale 1/3 da pontuação máxima. Mais combativa e técnica, a brasileira não teve grandes dificuldades para derrotar a asiática. Depois, enfrentou a francesa La-

etitia Payet, numa luta mais cautelosa. As duas adversárias se defendiam bem. A brasileira tentou lutar no chão, mas a francesa bloqueou as investidas de Sarah. Somente a 21 segundos do fim é que Payet foi subjugada por um yuko. A luta das quartas-de-final, contra a chinesa Shugen Wu, foi mais tática e tensa. Sarah não conseguia encaixar seu jogo. Wu parecia não querer muito contato, tanto que recebeu duas punições por falta de combatividade e ficou atrás no placar. No final, Sarah teve que controlar o ímpeto da asiática, que, atrás no placar, decidiu partir para cima. Nas semifinais, uma luta com a belga Charline Van Snick, quarta no ranking mundial. A adversária começou com iniciativa, e quase chegou a derrubar Sarah, mas a brasileira conseguiu escapar. Após isso, Sarah encaixou um contra-ataque e aplicou um yuko na oponente. Após o golpe, a piauiense cresceu psicologicamente e dominou o restante do combate, para chegar à final.

REUTERS/Kim Kyung-Hoon

Por Pedro Proença

Alexander Hassenstein/Getty Images

Ouro de Sarah Menezes e bronze de Felipe Kitadai fazem judô ultrapassar vela como o esporte que mais deu medalhas olímpicas ao país

Felipe Kitadai traz o bronze na garra

caminho para o bronze REUTERS/Kim Kyung-Hoon

Saldo positivo

A menina de ouro é o orgulho da família

Contra: Charline

Van SickBelga

A belga começou melhor, mas Sarah encaixou um yuko e passou a dominar o confronto.

Contra:

Alina Dumitru. A romena estava com o cotovelo direito machucado e resistiu o quanto pôde. Mas Sarah aplicou um yuko e um wasari.

Cameron Spencer/Getty Images

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yuko Felipe Kitadai encaixa o golpe no italiano Elio Verde no golden score

Contra: Elio Verde Em mais um golden score, Felipe obtém mais um yuko e vai às lágrimas com medalha.


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Futebol

loja de antiguidades Por Fábio Altman, de Londres

Vitória suada

Inimigos íntimos

E

Após a goleada da estreia, meninas do Brasil sofrem com a forte defesa da Nova Zelândia. Cristiane salva no final n 12º gol Camisa 11 marca mais um e aumenta sua artilharia na história das Olimpíadas

Phelps começou os Jogos de Londres com espetaculares 16 medalhas olímpicas — quatorze de ouro e duas de bronze. Ryan Lochte entrou na piscina com um rol respeitabilíssimo de três ouros, uma prata e dois bronzes. Phelps e Lochte são os inimigos íntimos que farão história em 2012. No primeiro duelo da dupla nos 400 metros medley, Lochte venceu e deixou Phelps em um improvável e melancólico quarto lugar (o brasileiro Thiago Pereira levou uma digníssima prata). Em 2 de agosto os americanos voltam a se digladiar nos 200 metros medley. E as linhas de enciclopédia desta Olimpíada continuarão a ser escritas com a sagração de um novo mito ou a manutenção de outro, Phelps, enfraquecido.As rivalidades fazem bem ao esporte, e com o tempo ganham contornos míticos. Quando se dão entre atletas de um mesmo país, aí então tudo fica ainda mais fascinante. Foi o caso da brava disputa pelo ouro e pela fama dos britânicos Sebastian Coe e Steve Ovett. Coe - hoje chefe do Comitê Organizador de Londres 2012 - e Ovett eram excepcionais meio-fundistas. Corriam os 800 metros e os 1500 metros. No auge da Guerra Fria, nos anos 80 do século passado, representavam o que havia de mais quente no esporte. Os dois disputaram a Olimpíada de 1980, em Moscou, debaixo da bandeira do Comitê Olímpico. A Grã-Bretanha participara do boicote imposto pelos países que protestavam contra a invasão do Afeganistão pela então União Soviética. Como seria uma injustiça não ter Coe e Ovett em Moscou, a eles foi dado o direito de entrar no estádio olímpico sem a bandeira de seu país. Boicotaram o boicote. E o que se viu foi uma extraordinária troca de posições. Ovett ficou com o ouro nos 800 metros, e Coe com a prata. Nos 1500 metros, houve a troca. Coe vingou-se e subiu no lugar mais alto do pódio. Ovett levou o bronze. Voltaram para Londres como heróis de igual tamanho. Eram os oponentes perfeitos. Coe vinha de uma família pobre, Ovett de um pedaço privilegiado da sociedade. Um era baixo, o outro, alto. Um era o sonho dos jornalistas, o outro, o pesadelo. Nada nos dois era similar, à exceção da velocidade nos 400 metros da pista de atletismo. Ganharam livros a respeito de suas trajetórias e foram personagens de filmes para a TV. Coe/Ovett é um belo espelho do que pode a dupla da natação Phelps/Lochte.

Julian Finney/Getty Images

Sebastian Coe e Steve Ovett eram os oponentes perfeitos

Andreia e o jogo se encaminhava para o empate sem gols. Para aumentar a força ofensiva, o técnico brasileiro Jorge Barcellos tirou a meia Francielle para a entrada da atacante Thaisinha, que jogou no lugar de Cristiane na estreia brasileira contra Camarões. Depois de tanto insistir, a artilheira brasileira aproveitou a falha da goleira Bindon, após uma bola levantada na área, e estufou a rede neozelandesa. Agora, o Brasil vai a Londres encarar as donas da casa na próxima terçafeira (31), às 15h45. O jogo vale o primeiro lugar no grupo E, liderado pelo Brasil graças ao saldo de gols – seis das brasileiras, contra quatro da Grã-Bretanha.

Brasil

1

Andreia Fabiana (Daiane) Renata Costa Erika Maurine Ester Bruna Formiga Francielle (Thaisinha) Marta Cristiane

Nova Zelândia

0

Bindon Percival Hoyle Erceg Smith Riley Moorwood (Yaloop) Hearn Gregorius Hassett (Longo) Wilkinson (White)

T. Jorge Barcellos T. Tony Readings Gol: Cristiane, aos 40 minutos do segundo tempo

outros jogos Pelo grupo E — o mesmo do Brasil —, a Grã-Bretanha venceu as camaronesas por 3 a 0 e, junto com as brasileiras, garantiu classificação para a próxima fase. No grupo F, a seleção japonesa, atual campeã do mundo, não saiu do zero contra a Suécia, enquanto o Canadá bateu a África do Sul por 3 a 0. Mesmo placar da vitória dos Estados Unidos sobre a Colômbia, pelo grupo G. E a França superou a Coreia do Norte por 5 a 0.

keystone

a

pós uma boa estreia contra Camarões, na última quarta-feira (25), a seleção brasileira feminina não jogou bem, mas bateu a Nova Zelândia por um a zero, em um – de novo – vazio Millennium Park, em Cardiff. O gol foi da maior artilheira da história nas Olimpíadas, Cristiane, aos 40 minutos do segundo tempo. A segunda vitória em dois jogos garantiu as brasileiras nas quartas de finais da competição. A retranca da seleção neozelandesa impediu que Marta e companhia produzissem boas jogadas. Quando atacava, a seleção nacional se expunha muito e as adversárias aproveitaram para levar perigo em alguns contra-ataques. Com o meio de campo fechado, as brasileiras tentavam chegar ao campo de ataque na base do chutão para a frente. No final do primeiro tempo, o Brasil pressionou bastante, com uma sequência de escanteios e um chute de fora da área da meio de campo Formiga. O segundo tempo seguiu parecido, com o Brasil tentando chegar ao gol e a Nova Zelândia se defendendo como podia. A diferença é que a seleção da Oceania pouco atacou a goleira

n coe e ovett Os britânicos boicotaram o boicote e foram a Moscou



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HANDEBOL

brasileiro do dia Por Alexandre Salvador, da VEJA

Brasileiras vencem na bola e na raça Da redação

A

pós uma surpreendente preparação olímpica, comandada pelo técnico dinamarquês Morten Soubak, a seleção brasileira feminina de handebol mostrou que o bom momento se estenderá aos Jogos de Londres. Na estreia da equipe verde e amarela na Olimpíada 2012, vitória por 24 a 23 sobre a boa seleção da Croácia. O primeiro tempo de partida foi bem disputado. As croatas saíram na frente e ditaram o ritmo inicial do confronto. Mas, com a goleira brasileira Chana extremamente inspirada e com o time europeu tendo de cumprir punições — ficando com uma jogadora a menos em quadra, a seleção brasileira conseguiu passar à frente no placar. A Croácia, entretanto, apertou a marcação brasileira e errou menos, conseguindo terminar com a vitória no primeiro tempo (10 a 9). Na segunda etapa, o equilíbrio no confronto persistiu, porém, faltando 10 minutos para o final de partida, o Brasil conseguiu o empate. Com Chana em grande momento e fazendo a diferença na defesa, o contra-ataque brasileiro

C alexandre battibugli

Com muitas faltas, Brasil bate a forte Croácia por um gol de diferença (24 a 23)

Eles são Brasil no polo aquático olímpico omo o polo aquático brasileiro não se classifica para uma Olimpíada há 28 anos, para falar desse esporte na Olimpíada terei que tomar emprestado o bordão dos colegas radialistas. Quando uma equipe brasileira participa de algum torneio internacional não se costuma dizer que time A ou B é o Brasil na tal competição? Pois, então, no polo aquático é a mesma coisa. Em três das seleções participantes do campeonato olímpico masculino temos um brasileiro na piscina. É o caso de Anthony Azevedo, Felipe Perrone e Pietro Figlioli. Curiosamente, os três jogadores são nascidos no Rio de Janeiro. Anthony da Rocha Azevedo tem 31 anos e é carioca de nascimento. Com apenas um mês de vida, Tony e seus pais se mudaram para os Estados Unidos e assim se foi o contato com o Brasil. Seu pai, Ricardo Azevedo, foi jogador da seleção brasileira (nos tempos de jogador, atendia pela alcunha de Rochinha) além de treinador de diversos times da Europa e da seleção americana. Hoje, Rick Azevedo faz parte da comissão técnica do time de polo aquático da China. Assim como o pai, Tony desenvolveu a paixão pelo esporte e se destacou logo cedo – desde 2008, Tony é o capitão da equipe americana. Em Londres, Azevedo participa de sua quarta Olimpíada. Seu melhor resultado foi a medalha de prata nos jogos de Pequim. Outro jogador com tradição familiar nos esportes aquáticos é o Pietro Figlioli. Apesar do sobrenome diferente, o atleta de 28 anos é filho de José Sylvio Fiolo, um dos maiores nomes da natação nacional, com três participações olímpicas e ex-recordista mundial dos 100 metros nado peito. Aos quatro anos de idade, Pietro foi morar com os pais na Austrália e chegou a representar a seleção local nas Olimpíadas de Atenas e Pequim. Mas há três anos Figlioli decidiu mudar de nacionalidade e competir por outro país. Pelo Brasil, certo? Errado. Pietro é jogador da seleção italiana. Por fim, o mais brasileiro dos três jogadores é Felipe Perrone. Nascido e criado no Rio, ele até chegou a disputar competições pela seleção brasileira, como o Pan de Santo Domingo, em 2003, mas o nível de profissionalismo do polo aquático estrangeiro (em detrimento do amadorismo brasileiro) fez com que ele mudasse de ideia e de nacionalidade. O caso de Tony e Pietro é fruto do imponderável, mas o exemplo de Felipe é preocupante, já que nem os talentos criados dentro do país nós estamos conseguindo manter.

O brasileiro Tony Azevedo é o capitão da seleção americana de polo aquático

n vitória Goleira Chana fez boas defesas e ajudou o Brasil a vencer as europeias funcionou. Aproveitando mais uma punição croata, as comandadas do técnico Morten Soubak aproveitaram a jogadora adversária a menos e fecharam a partida em 24 a 23. O placar apertado resume bem o que foi a partida, com muitas faltas dos dois lados. O Brasil levou seis penalizações de 2 minutos, quando o time fica com uma atleta a menos em quadra, enquanto as croatas levaram quatro, sendo que metade delas já nos minutos finais, quando tentavam o empate.

O ataque foi comandado por Alê e Duda, com cinco gols cada, um a menos que a croata Joveti, artilheira do jogo. A próxima partida da seleção feminina de handebol será na segunda-feira, às 15h30, contra a seleção de Montenegro. Completam o Grupo A as seleções da Grã-Bretanha Rússia e Angola. No Grupo B estão Suécia, Noruega, Espanha, Dinamarca, França, Suécia e Coreia do Sul. Os quatro primeiros de cada grupo passam para a segunda fase e se cruzam nas quartas de final.

tênis de mesa

O

mesa-tenista Hugo Hoyama encerrou, na tarde de ontem, sua longa história olímpica ao ser derrotado pelo chinês naturalizado polonês Zengyi Wang. Ao lado do cavaleiro Rodrigo Pessoa e do velejador Torben Grael, Hoyama é o brasileiro com mais participações em Jogos Olímpicos, com

seis no total. Wang venceu o brasileiro por 4 sets a 3 em jogo disputadíssimo, que durou 38 minutos. Aos 43 anos de idade, Hoyama começou sua carreira olímpica em Barcelona 1992. Recentemente, revelou ser pouco provável prorrogar sua aposentadoria na próxima olimpíada.

No feminino, Lígia Silva e Caroline Kumahara também foram eliminadas. Apesar de estrearem com vitória na fase preliminar, as brasileiras acabaram sendo derrotadas na primeira etapa da competição. Elas permanecem no torneio para a disputa por equipes, na próxima sexta-feira, contra a Coreia do Sul.

al bello/getty images

Hugo Hoyama encerra seu ciclo olímpico

n capitão Tony é filho de Ricardo, que é da comissão técnica da China



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vôlei de praia

Juliana e Larissa passeiam na areia

Na estreia, dupla brasileira não teve dificuldade para detonar representantes das Ilhas Maurício

Ryan Pierse/Getty Images)

A

dupla Juliana e Larissa, do vôlei de praia, estreou nos Jogos Olímpicos com uma vitória arrasadora sobre as representantes das Ilhas Maurício, Nioun Chin Elodie Li Yuk Lo e Natacha Rigobert. As brasileiras venceram por 2 a 0, com parciais de 21/5 e 21/10. As brasileiras foram praticamente perfeitas no ataque, convertendo em ponto 26 das 34 ações que tentaram no fundamento. Juliana e Larissa fizeram ainda sete pontos de saque e um de bloqueio, além de terem conseguido 20 defesas ao longo do jogo. A partida marcou a estreia de Juliana em olimpíadas. Classificada para os Jogos de Pequim, em 2008, a brasileira ficou fora do torneio na capital chinesa por causa de uma lesão. Na ocasião, Larissa formou dupla com Ana Paula e terminou na quinta colocação. “Esperei muito por este momento”, comemorou Juliana. Ela explicou que a dupla vai encarar todos os jogos como se fosse uma final. “Não quisemos saber quem estava do outro lado e jogamos com alegria, disposição e serenidade, pois temos um grande objetivo aqui”. Com a vitória, a dupla brasileira termina o primeiro dia de disputas na liderança do Grupo A, ao lado das alemãs Katrin Holtwick e Ilka Semmler, que venceram as checas. A dupla alemã será a próxima adversária do Brasil.

n Eficiência Juliana e Larissa conseguiram 20 defesas durante o jogo

Dupla masculina também se classifica com tranquilidade Campeão olímpico em Atenas 2004, ao lado do Emanuel, Ricardo Santos estreou ontem em Londres com seu atual parceiro, Pedro Cunha. A dupla venceu com certa facilidade os respresentantes da Noruega Tarjei Skarlund e

Martin Spinnangr por 2 sets a 0. O primeiro set foi o mais fácil. Os brasileiros fecharam em 21 a 14. Ricardo usou sua experiência em Jogos – também foi prata em Sidney e bronze em Pequim – e deixou o estreante Cunha à vontade.

Os adversários até tentaram complicar no segundo set, deixando os brasileiros atrás no placar por algum tempo. Mas Ricardo, conhecido pelo ótimo bloqueio, marcou oito pontos só parando o ataque norueguês. Com

tênis de mesa

Brasileiras são eliminadas no torneio individual

Ligia Silva e Caroline Kumahara ainda disputam torneio por equipes

A

s brasileiras Lígia Silva e Caroline Kumahara foram eliminadas no torneio individual de tênis de mesa dos Jogos de Londres 2012, na manhã de ontem. Apesar de estrearem com vitória na fase preliminar, Lígia e Carolina acabaram sendo derrotadas na primeira etapa da competição, realizada na Arena Excel da capital britânica. Elas permane-

cem no torneio para a disputa por equipes, na próxima sexta-feira, contra a Coreia do Sul. No jogo de estreia, Lígia, de 31 anos, bateu com facilidade a atleta de Vanuatu, Anolyn Lulu, por 4 sets a 0, em um jogo que durou apenas 16 minutos. Porém, no confronto seguinte, a brasileira foi superada pela chinesa naturalizada australiana Jian Fang Lay, de 39 anos,

por 4 sets a 1, com parciais de 8/11, 11/1, 11/5 e 11/1. Lígia chegou a vencer o primeiro set, mas foi tranquilamente superada por Jian Fang. Esta é a terceira participação da amazonense em Olimpíadas. A novata Caroline Kumahara, que comemorou seu aniversário de 17 anos na festa de abertura da Olimpíada, anteontem, atropelou Yasmin Hassan Farah, do Djibuti, por 4 sets a 0 (11/0, 11/2, 11/2 e 11/4), na etapa preliminar, mas foi batida no jogo seguinte pela britânica Joanna Parker, de 25 anos, também por 4 sets a 0 (11/7, 11/5, 11/9 e 11/5), que contou com o apoio da torcida local.

n Adeus Ligia Silva e Caroline Kumahara não passaram da fase preliminar

isso, o Brasil reagiu fechar a etapa final em 21 a 18. O próximo desafio da dupla brasileira é contra a dupla da casa, os britânicos Steve Grotowski e John Garcia-Thompson, na segunda (30), às 10h30.



jornal placar | Domingo, 29 de julho de 2012

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Boxe

London Calling Por Giancarlo Lepiani, da VEJA

Boxe tenta quebrar jejum com peso galo

God Save the Queen

P

ara comemorar o Jubileu de Diamante de Elizabeth II, a National Portrait Gallery, em Trafalgar Square, inaugurou uma exposição de retratos famosos da rainha nas seis décadas que se passaram desde sua coroação. Em meio às fotos e pinturas da mostra, há algumas frases célebres de Elizabeth — e, entre elas, está uma declaração que deixa confuso quem só conhece a face solene e pomposa da família real. “Não vamos nos levar tão a sério”, disse Sua Majestade em certa ocasião. Essa é uma marca do povo britânico, que adora o humor autodepreciativo. E a cerimônia de abertura dos Jogos de Londres, na sexta-feira, deu pistas de que a rainha — de 82 anos — tem o mesmo gosto que seus súditos. Foi a melhor cena da noite: num vídeo exibido pela TV e nos telões do Estádio Olímpico, Daniel Craig, o ator que interpreta James Bond no cinema, entra no Palácio de Buckingham para escoltar Elizabeth até a festa. Quando a própria rainha apareceu no clipe, cheio de referências bem-humoradas ao seu estilo de vida - como a permanente companhia dos cães da raça Corgis -, o público custou a acreditar que ela tinha topado fazer parte da brincadeira. O resto do esquete cômico, que termina com a rainha saltando de paraquedas no estádio, foi gravado por sósias e dublês, é claro. Mas só o fato de Elizabeth II ter concordado em participar da festa — mesmo que em um papel tão incomum — diz muito sobre ela. Antes que a rainha chegasse à cerimônia, a trilha sonora do espetáculo preparado pelo diretor Danny Boyle incluiu God Save the Queen - não o hino britânico, mas sim o controverso hit punk de 1977, que diz que Elizabeth “não é um ser humano”. Os Sex Pistols apareceram mais uma vez no repertório da noite, com Pretty Vacant - e já com a tribuna real ocupada. Ninguém esperneou, não houve proibições tolas, não se cogitou censurar o roteiro. A rainha - que sorriu, acenou, aplaudiu e, num breve pronunciamento, fez a abertura oficial dos Jogos - foi calorosamente recebida. E nem ligou para a música barulhenta que ajudou a embalar a solenidade. No dia seguinte, logo pela manhã, no melhor espírito olímpico, foi ao Centro Aquático, caminhou pela Vila dos atletas e, no meio do caminho, parou para comentar sua ponta na abertura. “Fiquei encantada por ter sido convidada a me envolver em algo tão excepcional”, afirmou, com a classe de quem encabeça a monarquia mais tradicional da Europa. Nos próximos dias, Elizabeth II deverá permanecer distante das pistas, piscinas, ginásios e estádios. A família real será representada por alguns torcedores ilustríssimos - como o príncipe Charles, que acompanhará o badminton e o ciclismo, o príncipe William, que torcerá pelo futebol, Kate Middleton, com presença garantida no hóquei, e o príncipe Harry, ansioso para admirar os biquínis das jogadoras do vôlei de praia. Todos eles, no entanto, serão só coadjuvantes - principalmente depois da breve mas inesquecível aparição da verdadeira dona da festa britânica.

Primeiro brasileiro a subir ao ringue, Robenílson de Jesus vence com boa defeza n peso galo Lutando de vermelho, Robenílson ganhou a luta por 13 a 7

Reuters

A rainha — que acenou e sorriu — foi muito bem recebida pelos súditos na abertura Da redação

O

baiano Robenílson de Jesus subiu pela primeira vez ao ringue da Arena Excel, em Londres, com vitória sobre Orzubek Shayimov, pugilista do Uzbequistão, na categoria até 56 kg (peso galo). O brasileiro esteve muito tranquilo em todos os rounds e apostou bastante em sua defesa. Isso acabou fazendo com que o adversário crescesse um pouco na luta, arriscando mais golpes. O primeiro round foi completamente de Robenílson, que mostrou

muita agressividade e tomou a iniciativa. Abriu a vantagem de 4 a 1 e fechou bem a guarda para evitar o contragolpe. Na segunda etapa, porém, ele entrou, aparentemente, um pouco desatento. O adversário assustou em vários momentos, acertando vários golpes. Mesmo assim, o baiano conseguiu devolver à altura e venceu por 5 a 4. Precisando apenas administrar o resultado no terceiro e decisivo round, ele ainda bateu o uzbeque por 4 a 2, totalizando 13 pontos a 7. Com a vitória, ele avançou para as oitavas de final do torneio, quando enfrenta o russo Sergey

Vodopiyano, que derrotou o argentino Alberto Ezequiel Melian, por 12 a 5. Há quatro anos, nos Jogos de Pequim, Robenílson também venceu na estreia, mas parou nas oitavas de final. Hoje, o Brasil volta a lutar em outras categorias. Robson Conceição, maior esperança de medalha para o país, enfrenta o britânico Josh Taylor, na categoria até 60 kg. Às 18h, é a vez de Myke Ribeiro de Carvalho, na categoria até 69 kg. Amanhã ainda tem Julião Henriques Neto (até 56 kg) e Yamaguchi Falcão (até 81 kg). O boxe brasileiro não sobe ao pódio há 44 anos.

Remo

A

nderson Nocetti e Kissya Cataldo passaram para as quartas de final da prova de skiff simples, na manhã de ontem. Eles disputaram a fase eliminatória, no Lago Dorney, local das provas de remo, a cerca de 40 km de Londres. Veterano em

Olimpíadas, com quatro participações no currículo, Nocetti ficou com a quarta colocação de sua bateria e vai disputar a repescagem na madrugada de hoje. O brasileiro cruzou a linha de chegada com 7m03s78. Kissya também terminou sua bateria em

quarto lugar. Ela completou a eliminatória em 8m07s75. A remadora, de 30 anos, travou uma disputa particular com a italiana Lucia Palermo, mas ultrapassou a rival nos últimos metros. Ambos os brasileiros retornam ao lago Dorney na terça-feira.

Al Bello/Getty Images

Remadores brasileiros nas quartas

n majestade A Rainha Elizabeth II: participação ativa nos primeiros dias dos Jogos



jornal placar | domingo, 29 de julho de 2012

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Radar olímpico Mais um conflito diplomático

Brasil lidera quadro de medalhas por 1h30

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D

urou pouco, das 12h27 às 14h, mas no primeiro dia de distribuição de medalhas em Londres 2012, o Brasil liderou o quadro geral de medalhas, graças às duas medalhas conquistadas por nossos judocas: o ouro de Sarah Menezes e o bronze de Felipe Kitadai. A China, é bem verdade, dividia essa liderança naquele momento, antes de se isolar com quatro medalhas douradas.

n de novo O ginasta cai de barriga e dá bye bye para Londres 2012

Príncipe Charles dá as caras no ciclismo

Albanês é o primeiro excluído por doping

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Cadeiras vazias são investigadas

O

comitê organizador dos Jogos de Londres está apurando a ausência de público anormal nas arquibancas de vários locais de competição. Na manhã de ontem havia vários assentos vazios no parque aquático da capital britânica, nas arenas do volei de praia, da ginástica e do tênis. "Estamos procurando quem deveria estar nesses lugares e o motivo de não estarem", disse o diretor de comunicação dos Jogos, Jackie Brock-Doyle, em entrevista ao jornal The Guardian.

Atiradora grávida sente bebê chutando

G

rávida de 8 meses, Nur Suryani Mohamed Taibi, da Malásia, revelou que sentiu seu bebê chutar enquanto disputava a prova de carabina de 10 metros, ontem. Ela ficou com a 34ª colocação geral. "Não fiz o meu melhor, mas Ok. Acho que mostrei para muitas mulheres que as grávidas podem fazer muitas coisas", disse Nur, que tem 29 anos. A medalha de ouro ficou com a chinesa Siling Yi.

Brasileiro fica em 26º no adestramento

O

cavaleiro Marcio Carvalho terminou a prova de adestramento na 26ª colocação, ontem, na estreia do Brasil no CCE (Concurso Completo de Equitação). Montando a égua Josephine, Carvalho somou 58,50 pontos. A primeira colocada foi a alemã Ingrid Klimke, com um total de 39,30 pontos. Hoje, mais três brasileiros entram na pista de Greenwich Park para a disputa do adestramento: Serguei Fofanoff, Marcelo Tosi e Ruy Fonseca.

reuters

O

levantador de peso albanês Hyson Pulaku, de 20 anos, foi o primeiro atleta excluído dos Jogos de Londres, por doping. Ele foi flagrado pelo uso do esteróide estanozolol, no dia 23 de julho, e foi punido pela comissão disciplinar do COI (Comitê Olímpico Internacional). Pulaku estava inscrito na prova masculina de 77 quilos. Sami Pulaku, tio e treinador do albanês, não negou a presença da droga e disse que não contestaria a decisão de exclusão do atleta.

s judocas do Líbano jogaram para escanteio o espírito de camaradagem que permeia as Olimpíadas e se recusaram a treinar no mesmo local onde estavam os lutadores israelenses, ontem, no Complexo Excel. Após alguma negociação, foi colocada uma tela para separar as delegações dos países do Oriente Médio.

"Amarelei"

Diego Hypólito dá vexame, repete o fiasco de Pequim, mas evita desculpas esfarrapadas e assume erro Da Gazeta Press

"é

muita decepção. Mais uma vez eu fracassei. Quem errou fui eu. Não errei por falta de incentivo, investimento, nada. Errei porque errei. Amarelei!" O fantasma que acompanha o ginasta Diego Hypólito em Olimpíadas voltou a atormentar o brasileiro neste sábado. Apontado novamente como uma das esperanças de medalha do País nos Jogos, o atleta caiu de barriga durante a sua apresentação solo e se despediu de Londres melancolicamente, sem nem ter chegado à final da prova. Com uma irrisória nota de 13,766, o ginasta não conseguiu alcançar os demais adversários e acabou eliminado do torneio.O fracasso em Londres repete o roteiro de quatro anos atrás. Em Pequim, Diego Hypólito viveu o mesmo tipo de incidente e voltou para casa de mãos abanando, causando profunda decepção. A torcida brasileira, que apostava numa

medalha, teve que se contentar com um pouco honroso sexto lugar na classificação final. Decepcionado com sua participação em Londres, o atleta não poupou críticas ao modo como se comportou no solo e pediu desculpas aos que alimentaram o seu novo sonho de medalha. “Eu tenho é que me desculpar mais uma vez pelo meu segundo fracasso em Olimpíadas. Não era a imagem que eu queria passar. Eu cai novamente e só tenho que agradecer à Federação, clube e patrocinador, que acreditaram em mim.” Diego Hypólito enfrentou uma série de problemas com lesão nos últimos quatro anos, mas não procurou atribuir a sua queda de rendimento nos Jogos às contusões. O atleta acredita que desculpas como essa não servem para o momento, uma vez que a preparação para a competição foi exemplar. “Todo atleta tem lesões e seria muita pretensão minha falar que eu cai por causa disso. Eu sei o que aconteceu e não foi isso. Fico muito

triste e decepcionado com o meu desempenho em Olimpíadas. O meu objetivo era estar pelo menos na final e nem isso eu consegui. Pode ser que eu não mereça, eu não competi bem e errei. Eu não posicionei a perna direito e agora tenho quatro anos para tentar ajustar isso”, finalizou o ginasta. O erro aconteceu logo no início da série, quando o ginasta do Flamengo fez um salto baixo demais e sofreu a queda. Visivelmente abalado, o brasileiro já exibia os olhos cheios de lágrimas mesmo antes de ouvir a sua nota. A decepção foi maior porque no treino de pódio Diego revelou ter feito aquela que ele considerou sua melhor série do ano. Aos 26 anos, o ginasta garante que vai lutar para participar dos Jogos do Rio 2016, cidade em que mora, daqui a quatro anos. "Preciso melhorar em quatro anos para estar bem lá. Agora, é torcer pelo Arthurzinho (Zanetti) e pelo Sergio (Sasaki), que podem levar uma medalha para o Brasil", disse, resignado.

Zanetti e Sasaki podem salvar a pátria Arthur Zanetti e Sérgio Sasaki atenuaram o fiasco de Diego Hypólito na prova de Solo Masculino, e fizeram apresentações convincentes no torneio de Ginástica Artística dos Jogos de Londres, ontem. Zanetti, a maior esperança de medalhas do Brasil na modalidade, somou 15.616 pontos nas argolas e está perto de uma vaga na final do aparelho. Sasaki, por sua vez, surpreendeu em sua estreia em Olimpíadas. Ele acumulou 89.132 pontos e disputará provas em seis aparelhos: solo, salto sobre cavalo, argolas, cavalo com alças, barras paralelas e barra fixa. Até o fechamento desta edição, o americano Danell Leyva era o primeiro colocado na classificação geral, com 91.265 pontos.

príncipe Charles e sua consorte, Camila, visitaram a largada da prova de ciclismo de Londres. Simpático, o herdeiro do trono britânico conversou com diversos atletas, entre os quais o vencedor da Volta da França, Bradley Wiggins. O príncipe também trocou algumas palavras com o campeão Olímpico de Pequim 2008, Fabien Cancellara e com o compatriota Mark Cavendish.

Namoradas não dormem juntas

M

aartje Paumen e Carlien Dirkse Van Den Heuvel, além de jogadoras de hóquei na grama da Holanda, são namoradas há três anos. No entanto, apesar do relacionamento sério, para não comprometer a concentração pela medalha, dormem em quartos separados. Isso não chega a ser novidade. Desde 2010, a dupla não divide os mesmos aposentos quando atuam com a camisa laranja.

São Paulo de olho na Rio 2016

B

ebeto Haddad, atual secretário municipal de Esportes, Lazer e Recreação de São Paulo, demonstrou intenção de receber as delegações dos países na cidade no período das Olimpíadas do Rio de Janeiro, em 2016. A ideia do secretário é construir instalações capazes de acomodar os atletas estrangeiros, no Centro Olímpico de Treinamento e Pesquisa, localizado no Parque do Ibirapuera. O local serviria de treinamento para os competidores enquanto eles se aclimatassem ao país.

Cazaquistão acaba com sonho britânico

O

ciclista do Cazaquistão, Alexandr Vinokurov, venceu a prova de Ciclismo de Estrada e frustrou as esperanças da torcida britânica despositadas em Mark Cavendish, considerado favorito à medalha de ouro. Vinokurov percorreu os 250 quilômetros da prova em 5h45m47, 40 segundos na frente de Cavendish. O colombiano Rigoberto Urán ficou com a medalha de prata, seguido por Alexander Kristoff, da Noruega. O brasileiro melhor colocado na competição foi Murilo Fischer, que fechou a prova em 32º lugar.


jornal placar | Domingo, 29 de julho de 2012

Radar olímpico 23

torres de londres Por Carlos Maranhão, da VEJA

Uma no cravo...

Recordações à beira do Tâmisa

Os brasileiros Bruno Soares e Marcelo Melo resistiram ao potente saque da dupla americana Andy Roddick e John Isner e avançaram para as oitavas de final do torneio de tênis ao vencer os adversários por 6/2 e 6/4. A dupla mineira começou bem a partida, abrindo um placar de 4 a 0. O segundo set foi mais equilibrado. Na próxima fase, Soares e Melo enfrentam a dupla da República Checa, formada por Radek Stepanek e Tomas Berdych.

Reis de Wimbledon vencem na estreia suíço Roger Federer e a norte-americana Serena Williams, atuais campeões de Wimbledon, venceram seus adversários na estreia da disputa pela inédita medalha de ouro em simples nos Jogos de Londres, ontem. Federer bateu o colombiano Alejandro Falla por 2 sets a 1, com parciais de 6/3, 5/7 e 6/3, e Serena superou com facilidade a sérvia Jelena Jankovic, por 2 sets a 0 (6/3 e 6/1). O suíço, atual número 1 do ranking, está em sua quarta participação em Olimpíadas e segue sua busca pelo ouro olímpico — em Atenas 2004 e Pequim 2008, Federer foi batido por Tomas Berdych e James Blacke, respectivamente. Federer volta à quadra hoje ao lado do parceiro Stanislas Wawrinka para defender o título olímpico nas duplas. No torneio de sim-

... e outra na ferradura

n em casa Roger Federer (no alto) e Serena Williams: favoritismo confirmado

ples, o suíço enfrentará o francês Julien Benneteau, que venceu o russo Mikhail Youzhny, por 2 sets a 0 (7/5 e 6/3). No jogo mais aguardado jogo do campeonato de simples feminino, a bicampeã olímpica de duplas (Sydney 2000 e Pequim 2008) , teve o apoio da primeira-dama dos EUA, Michelle Obama, que estava nas arquibancadas da quadra central de Wimbledon. Com a vitória, Serena, pentacampeã do torneio britânico, enfrenta a polonesa Urszula Radwanska, que eliminou a alemã Mona Barthel.No outro duelo de destaque pelo torneio feminino, a americana Kim Clijsters bateu a italiana Roberta Vinci.

n Vai para o judô brasileiro que, ontem, virou o esporte que mais medalhas olímpicas deu ao Brasil. Com o ouro de Sarah Menezes e o bronze de Felipe Kitadai (foto), a modalidade chegou a 17 medalhas, superando o iatismo, que tinha 16. Pelas previsões da Confederação Brasileira de Judô, o país ainda deve conquistar mais dois pódios em Londres.

No outro embate entre brasileiros e americanos, a dupla Thomaz Bellucci e André Sá até deu trabalho, mas acabou sendo eliminada pelos irmãos Bob e Mike Bryan (foto), por 7/6, 6/7 e 6/3. A decisão da primeira parcial foi para o tie-break. O set seguinte rfoi vencido pelos brasileiros, com um voleio de Sá. No set decisivo, um erro de Sá fechou a partida, confirmando o favoritismo da dupla americana, atual número 2 do mundo.

medalha de lata

Kim Kyung-Hoon/ REUTERS

medalha de ouro

fotos Phil Walter/Getty Images

o

Alexander Hassenstein/Getty Images

Vou lembrar para sempre o que Londres mostrou ao mundo neste 27 de julho

REUTERS/Stefan Wermuth

E

u me lembro do ursinho Misha chorando, na festa de encerramento da Olimpíada de Moscou 1980. Mas quem, se já nascido, não se lembra também? Estava em casa, encantado diante da TV. Naqueles dias, o mundo se dividia entre o bem e o mal, capitalismo e comunismo. Era tudo muito preto e branco, exceto nas imagens coloridas transmitidas da capital da então União Soviética. Lembro de Olimpíadas mais antigas, quando não havia televisão na nossa casa. A mais remota foi a de Roma 1960, que chegou para mim bem depois de seu final, em uma edição especial da revista A Gazeta Esportiva Ilustrada. Em seu papel de jornal, que sujava a mão, fui apresentado a Abebe Bikila, o etíope que ganhou a maratona correndo descalço, e vibrei com o relato da medalha de bronze conquistada pelo quinteto brasileiro de basquete em que brilhavam Vlamir e Amauri. Lembro só um pouco de um documentário que assisti no Cine Marabá, em Curitiba, sobre a Olimpíada de 1964, em Tóquio. Bikila calçava sapatilhas. E venceu de novo. Lembro bem mais da foto dos atletas negros americanos erguendo o braço no pódio para protestar naquele ano que não terminou, na Cidade do México. Lembro do choque que todos sentimos em 1972, na ruidosa redação de PLACAR subitamente calada e perplexa, com as notícias que começavam a chegar, em uma TV pequena, ainda em p&b, sobre o terrível massacre dos atletas israelenses em Munique. Lembro que me arrepiei com Nadia Comaneci em 1976. Lembro que em 1984 o sol de Los Angeles me castigava durante a cerimônia de abertura, a primeira que acompanhei ao vivo, com o fotógrafo Pedro Martinelli. De repente um homem apareceu voando no estádio. E o presidente Ronald Reagan anunciou, com o vozeirão que ouvíamos dos seus filmes, a abertura oficial dos Jogos. Datilografei o texto em uma máquina de escrever Olympia portátil e mandei por telex. Lembro que não fui a Seul nem a Barcelona. Lembro que, em 1996, eu cobria a Olimpíada de Atlanta em Miami, onde a seleção brasileira de futebol jogava as partidas. Na festa de abertura, um radialista me convidou para dar uma passada em seu apartamento no hotel em que nos hospedávamos “para tomar um uísque”. Diretamente dali, diante de uma TV sem som, ele bradava ao microfone: “Aqui em Atlanta…” – e descrevia tudo como se estivesse presente. Lembro que, em 2000, eu novamente acompanhava o futebol, que competia em Brisbane, não em Sydney, mas daquela vez não encontrei ninguém iludindo ouvintes e telespectadores. Lembro que não fui a Atenas e, na VEJA SÃO PAULO, sentimos pena de Daiane dos Santos quando ela escorregou e perdeu a chance de tentar uma medalha. Lembro que, em Pequim, a equipe de VEJA tinha três jornalistas e recebeu dois ingressos para a esperadíssima noite de 8/8/2008. Sugeri que eles ficassem com meus colegas Mário Sabino e Thaís Oyama, que ao contrário de mim jamais haviam ido a uma Olimpíada. Duas horas antes do início da cerimônia, abaixei o volume na TV no meu quarto do tenebroso Jade Palace Hotel para atender o celular. “Consegui uma entrada para você!”, gritou Carina de Almeida, que trabalhava para o Comitê Olímpico Brasileiro. Saí correndo e entrei no taxi de um chinês maluco, que conseguiu me levar a tempo ao Ninho do Pássaro, graças talvez às minhas orações para Mao Tsé-Tung, que Deus me perdoe. Lembro que naquela noite vi o maior espetáculo da minha vida. Sei que vou lembrar para sempre o que Londres, com trilha sonora de Elgar a Paul McCartney, mostrou para o mundo neste 27 de julho de 2012. Foi ainda mais comovente. Mas, pelo menos até 2016, no Rio de Janeiro, continuarei sentindo saudades de Misha.

n Vai para o narrador Sérgio Maurício, dos canais Sportv. Ao notar que a romena Alina Dumitru (de branco, na foto) estava com dores no braço direito, na luta decisiva contra a brasileira Sarah Menezes, o locutor esqueceu do espírito olímpico e soltou a seguinte pérola: “É nesse braço mesmo que ela tem que atacar, que está mais fraco”, disse, todo empolgado.



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