Jornal Placar Londres 2012 Ed 06

Page 1

edição 6

|

TERÇA FEIRA, 31 de julho de 2012

|

www.placar.com.br

LONDRES 2012 nas oitavas

Juliana e Larissa avançam. Ricardo e Pedro Cunha também se classificam

basquete

Cesar Cielo e Leandro Guilheiro são as esperanças de hoje do Brasil para retomar o caminho das medalhas

Rumo

ao pódio

Daniel Zappe / FOTOCOM.NET

Scott Heavey/Getty Images

ALEXANDRE BATTIBUGLI

Nenê, Huertas e cia. pegam donos da casa na segunda rodada


jornal placar | terça-feira, 31 de julho de 2012

Aquecimento frases

Editorial Por Miguel Icassatti

Luis Milla, treinador da seleção de futebol da Espanha, desdenhando o vexame da desclassificação da Fúria

para ver na tv

Total

1

China

9

5

3

17

2

estados unidos

5

7

5

17

3

França

3

1

3

7

4

Coreia do norte

3

0

1

4

5

Itália

2

4

2

8

6

Coreia do sul

2

2

2

6

7

Rússia

2

0

3

5

8

Cazaquistão

2

0

0

2

9

japão

1

4

6

11

10

Austrália

1

2

1

4

11

romênia

1

2

0

3

12

Brasil

1

1

1

3

13

Hungria

1

1

1

3

14

holanda

1

1

0

2

15

Ucrânia

1

0

2

3

16

áfrica do sul

1

0

0

1

n Quadro de medalhas atualizado até as 22h (horário de Londres). Confira o quadro atualizado em tempo real no site www.abrilemlondres.com.br

BAÚ OLíMPICO Por Olavo Guerra

n A precoce nadadora Ruta, que ganhou a medalha de ouro

Hewerdine/London Express/Getty Images

O

ntem (30), a nadadora lituana Ruta Meilutyte, de 15 anos, foi medalhista de ouro nos 100 metros peito, vencendo a favorita americana, Rebecca Soni, e a atual campeã olímpica, Leisel Jones, da Austrália. Ela é uma das mais jovens atletas a receber a medalha dourada. Nos Jogos Olímpicos da Antuérpia 1920, a americana Aileen Riggin (foto), de 14 anos, 1,40 metros e 29 quilos, levou a medalha de ouro nos saltos ornamentais. Porém, o mais jovem a chagar ao título olímpico foi o francês Marcel Depaillé, em Paris 1900, que, com sete anos, substituiu um atleta da equipe holandesa acusado por seus companheiros de estar acima do peso. Após a foto com a medalha, Depaillé desapareceu e nunca mais foi encontrado.

A saltadora com vara Fabiana Murer, ao desembarcar ontem em Londres

Veja as melhores imagens do terceiro dia de competições em Londres Como Londres chegou lá: conheça a história da candidatura britânica aos Jogos de 2012 Quadro de medalhas atualiza - em tempo real - a posição do Brasil e seus adversários na Olimpíada Judô teve um mau desempenho nesta segunda, já o vôlei de praia brilhou; relembre os destaques do dia

Quadro de medalhas

Jovens campeões

O ex-judoca Flavio Canto, comentarista da SporTV, comentando a decisão que eliminou a brasileira Rafaela Silva no judô

Os destaques e o melhor conteúdo www.abrilemlondres.com.br exclusivo sobre Londres 2012 na internet Destaques do Site

JORNALPLACAR@abril.com.br

País

“Eu sempre fui contra essa regra. É uma regra idiota”

“Eu sempre checo as varas depois do que aconteceu em Pequim. Sempre dou uma olhadinha antes de começar o aquecimento para ver se minhas varas estão lá.”

Hora

Esporte

Sexo

5h00

Vôlei de praia

5h00

Disputa

Etapa

Brasileiros na disputa

F

1ª fase

Maria Elisa e Talita

Vôlei de praia

M

1ª fase

Alison e Emanuel

5h30

Judô

M

Peso meio-médio

Eliminatórias

Leandro Guilheiro

5h30

Judô

F

Peso meio-médio

Eliminatórias

Mariana Silva

6h00

Natação

M

100m livre

Eliminatórias

Cesar Cielo e Nicolas Oliveira

6h30

Esgrima

M

Individual florete

Eliminatórias

Guilherme Toldo

6h30

Hipismo

CCE equipes

Saltos

Equipe brasileira

7h14

Natação

M

200m peito

Eliminatórias

Henrique Barbosa e Tales Cerdeira

7h30

Tênis

M

Duplas

Quartas de final

Marcelo Melo e Bruno Soares

8h00

Vela

M

Star

Regatas

Bruno Prada e Robert Scheidt

8h00

Vela

F

Laser radial

Regatas

Adriana Kostiw

8h00

Vela

M

RS-X

Regatas

Ricardo Winicki

8h00

Vela

F

RS-X

Regatas

Patrícia Freitas

8h00

Vela

M

Laser

Regatas

Bruno Fontes

8h00

Vela

M

Finn

Regatas

Jorge Zarif

10h45

Boxe

M

Peso meio- médio ligeiro

Eliminatórias

Everton Lopes

12h00

Judô

F

Peso meio-médio

Final

12h10

Judô

M

Peso meio-médio

Final

12h30

Ginástica artística

F

Equipe

12h45

Basquete

M

Brasil x GrãBretanha

1ª fase

15h40

Esgrima

M

Individual florete

Final

15h41

Natação

F

200m livre

Final

15h45

Futebol

F

Brasil x GrãBretanha

1ª fase

15h48

Natação

M

200m borboleta

Final

18h00

Vôlei

M

Brasil x Rússia

1ª fase

15h50

Natação

F

100m costas

Final

15h58

Natação

M

100m costas

Final

18h00

Vôlei

M

Brasil X Rússia

1ª fase

GETTY IMAGES FOTO: GETTY IMAGES

V

“A equipe esteve em um nível futebolístico fantástico, mas o nível de acerto, não. Os meninos deram um espetáculo e só ficaram faltando gols”.

ida de técnico não é mesmo fácil. Além de ser a profissão mais sujeita a cornetadas — da torcida, dos jornalistas e dos atletas —, as habilidades de um comandante são postas à prova em todas as nuances numa Olimpíada. A vibrante Rosicléia Campos, do judô feminino, teve um dia para retomar o equilíbrio e confortar as judocas eliminadas nos dias seguintes à euforia do ouro de Sarah Menezes. Para chegar ao bi olímpico, Zé Roberto Guimarães, do vôlei feminino, terá de corrigir os erros e recuperar o ânimo de suas meninas após o passeio levado dos EUA. Rubén Magnano, o argentino que lidera o nosso basquete masculino, “tem o time nas mãos”, como diz o chavão. Que ele mantenha a força sobre os doze brutamontes até a conquista da medalha olímpica.

REUTERS

02


jornal placar | terça-feira, 31 de julho de 2012

Aquecimento

03

Os jogos que você não vê

Por PauloVitale, da VEJA

Fundador:

VICTOR CIVITA (1907-1990) Presidente e Editor:

Roberto Civita

Vice-Presidente Executivo:

Jairo Mendes Leal Conselho Editorial:

Roberto Civita (Presidente), Thomaz Souto Corrêa (VicePresidente), Elda Müller, Fábio Barbosa, Giancarlo Civita, Jairo Mendes Leal, José Roberto Guzzo, Victor Civita Diretor de Assinaturas: Fernando Costa Diretor Geral Digital: Manoel Lemos Diretor Financeiro e Administrativo:

Fabio Petrosi Gallo

Diretora Geral de Publicidade:

Thaís Chede Soares

Diretor de Planejamento Estrateegico e Novos Negócios: Daniel de Andrade Gomes Diretora de Recursos Humanos: Paula Traldi Diretor de Serviços Editoriais:

Alfredo Ogawa

Diretora Superintendente: Claudia Giudice Diretor de Núcleo: Sérgio Xavier Filho

Diretor de Redação: Maurício

Barros

Editor-chefe: Miguel Icassatti Coordenação: Silvana Ribeiro Colaboradores: Nelson Nunes (edição),

Alex Xavier, Pedro Proença, Simone Tobias (reportagem), Olavo Guerra (repórter estagiário), Michel Spitale (edição de arte), Leonardo Eichinger, Marcos Vinícius Rodrigues (designers), Eduardo Blanco e equipe (tratamento de imagem) PLACAR Online: Marcelo Neves (editor) www.placar.com.br Em São Paulo: Redação e Correspondência: Av. das Nações Unidas, 7221, 14º andar, Pinheiros, CEP 05425-902, tel. (11) 3037-2000, fax (11) 30375597 Publicidade São Paulo www.publiabril.com.br Classificados tel. 0800-7012066, Grande São Paulo tel. (011) 3037-2700 JORNAL PLACAR Especial Olimpíadas Londres 2012 é uma publicação diária da Editora Abril com distribuição gratuita entre os dias 26/07/2012 a 13/08/2012, em São Paulo, pela distribuidora Logway. PLACAR não admite publicidade redacional. IMPRESSO NA TAIGA Gráfica e Editora Ltda.

Av. Dr. Alberto J. Byington, 1808, Cep 06276-000, Osasco, SP TIRAGEM 50.000 EXEMPLARES

Presidente do Conselho de Administração:

Rober­to Civi­ta

manicure Detalhe das mãos da jogadora Destinee Hooker, da seleção americana de vôlei, que venceu o Brasil ontem por 3 sets a 1

Presidente Executivo:

Fábio Colletti Barbosa Vice-Pre­si­den­te:

Giancarlo Civita Esmaré Weideman, Hein Brand, Victor Civita www.abril.com.br

Twitadas olÍmpicas

papo triplo - Três perguntas para Ricardo Prado

1 2 3

Quais são as chances de César Cielo nas provas que ele vai disputar em Londres 2012? O Cielo tem tudo pra trazer mais um ouro nos 50m livre. Ninguém tem tanta explosão muscular. Dificilmente perde essa prova. Nos 100m livre, tem chances também de trazer medalha. Ele é recordista mundial também nessa prova. Que nadadores podem ameaçar essas medalhas? Nos 100m, acredito que o principal rival seja o australiano James Magnussen, atual campeão mundial dessa prova. Mas ele não mostrou a que veio no revezamento, no domingo (29)... Já nos 50m, acredito que Cielo não tenha rival, ele é muito forte nessa competição. Que outros brasileiros podem ainda trazer medalha para o Brasil? Acho que o Thiago Pereira tem tudo pra trazer mais uma. Ele já ganhou a prata nos 400m medley, que não é a sua especialidade, então vem forte e confiante para os 200m medley.

“Andando pelas ruas de Londres” O ala do Dream Team do basquete americano, LeBron James (@KingJames), passeando pela capital inglesa

PEDRO MARTINELLI

Ex-nadador, 47 anos, medalhista de prata dos Jogos Olímpicos de Los Angeles 1984, nos 400m medley, prova em que se tornou também camepão mundial em 1982. Nos anos 80, ele era o único do time brasileiro capaz de ameaçar grandes nadadores americanos e europeus. Este ano, ele acompanha o desempenho dos nadadores brasileiros de longe.

“Bom dia galera! Hoje Brasil e Montenegro às 15h30! Todos ligados e torcendo pelo hand! #VamosTimeBrasil #RaçaBrasil” Deonise (@Deonisehand), do handebol brasileiro, antes da vitória de ontem contra Montenegro “Estamos a caminho do ouro! @Larissa_Juliana derrotaram as alemãs Holtwick e Semmler por 2 sets a 0 no jogo de hoje!” Da dupla de vôlei de praia, Larissa e Juliana (@Larissa_Juliana), após a vitória de ontem “Bom dia! Hora do café e malhar! Depois, treino tático de ajustes pro jogo de amanha contra a GB! #unidosporumsonho” Do armador Marcelinho Huertas (@Huertas09), se preparando para o jogo de hoje, contra a Grã-Bretanha “Com minha mãe e meu pai na London Eye” O ginasta Diego Hypolito (@hypolitoginasta) conhecendo um dos pontos turísticos de Londres


jornal placar | terça-feira, 31 de julho de 2012

JUDÔ

A cinco passos de ser o maior da história Favorito ao ouro na categoria até 81 kg, Leandro Guilheiro luta por sua terceira medalha olímpica Da redação

ras, Guilheiro poderá dar o segundo e terceiro passos e superar mais dois adversários até chegar à semifinal, duas horas mais tarde, quando terá o direito de disputar ao menos a medalha de bronze. Se alcançar esta quarta etapa, ficará a uma da grande final da categoria até 81 kg (meio médios), programada para o meio-dia (16h em Londres). Grande favorito ao ouro por ser o primeiro colocado no ranking da categoria, Guilheiro estará diante de tradicionais rivais — como o americano Travis Stevens, nas quartas — e, na final, o coreano Jae-Bum Kim, que divide o prognóstico de favoritismo com o brasileiro. O primeiro adversário nesse árduo caminho, o judoca da Letônia, também será pedreira. “A chave do Leandrinho é boa, mas apenas na teoria”, diz Sérgio Baldijão, supervisor técnico de

A

o subir no tatame da arena do judô, em Sheffield, na manhã de hoje (10h05 em Londres, 6h05 no horário de Brasília) para enfrentar oponente Konstantins Ovchinnikovs, da Letônia, o brasileiro Leandro Guilheiro estará dando o primeiro dos cinco passos que poderão colocá-lo na história como o maior medalhista individual do judô brasileiro em todos os tempos. Dono de dois bronzes, em Atenas 2004 e Pequim 2008, ele divide até o momento esse posto com Aurélio Miguel (ouro em Seul 1988 e bronze em Atlanta 1996) e Tiago Camilo (prata em Sidney 2000 e bronze em Pequim 2008), que pode vir a igualar o possível feito de Guilheiro já no dia seguinte. Em um intervalo de três ho-

Washington Alves/COB/Divulgação

04

Leandro Guilheiro no Esporte Clube Pinheiros, em São Paulo. “O retrospecto dele contra os adversários é positivo.” Para Sérgio Baldijão, o provável encontro com o americano Stevens nas quartas será o mais complicado. “Mas o Leandrinho já o venceu em duas oportunidades, pelo menos”, lembra Sérgio Baldijão Às vésperas do grande dia, o supervisor técnico do Pinheiros tem falado com seu pupilo por email e pelas mídias sociais. E garante que Guilhiro está tranquilo. “O Leandrinho está blindado, focado e bem preparado, afinal é praticamente um profissional das Olimpíadas”, diz Baldijão. “Ele estudou cada adversário e sabe o que tem de fazer para encarar cada um dos oponentes”.

n outra cor Dono de dois bronzes, Guilheiro luta também para trazer prata ou ouro

“Musa” do judô quer surpreender

trio de ouro

A bela Mariana Silva não está entre as favoritas mas pode beliscar ao menos o bronze

Márcio Rodrigues/Fotocom/CBJ

ronze no Grand Slam do Rio de Janeiro em 2010 e no Campeonato Mundial Júnior em 2009, a judoca Mariana Silva corre por fora na disputa por medalhas na categoria até 63 kg. Na primeira luta, ela terá pela frente a chinesa Lili Xu, 6ªdo ranking mundial. A “musa do judô brasileiro” já enfrentou a adversária duas vezes anteriormente e cada uma tem uma vitória — na luta mais recente, em 2012, a brasileira levou a melhor. Se avançar até a semifinal, poderá cruzar forças com a japonesa Ueno, primeira no ranking mundial.

marcio rodrigues/ fotom.net

B

n beleza No caminho da sorridente Mariana, a 6ª do ranking mundial

n Os três campeões olímpicos do judô brasileiro se encontraram no ginásio ExCel, ontem. Aurélio Miguel, o pioneiro em 1988, e Rogério Sampaio, dono do até então último ouro em 1992, fizeram questão de abraçar Sarah Menezes, que subiu ao lugar mais alto do pódio no sábado (27). Os experientes ex-atletas conversaram com Sarah sobre sua conquista e admiraram a grande e pesada medalha dos Jogos Olímpicos de Londres.



jornal placar | terça-feira, 31 de julho de 2012

06

Judô

Dia de choro no tatame

n lágrimas Rosi Campos conforta Rafaela Silva

Rafaela Silva é desclassificada por movimento ilegal e Bruno perde sem levar golpe

deração Brasileira de Judô, Ney Wilson. “Estou muito triste, porque treinei para vir buscar uma medalha. Infelizmente eu fiquei fora, agora é levantar a cabeça e treinar para 2016. Sei que eu tinha chances de lutar por uma medalha, mas vou continuar treinando”, afirmou a atleta mais tarde. Pouco depois, outra frustração, com Bruno Mendonça na categoria até 71 kg. O confronto contra o holandês Dex Elmont terminou sem que nenhum judoca acertasse um golpe sequer. Mas o rival foi mais esperto e, mesmo falhando, tentava sempre o ataque antes. Por falta de combatividade, o brasileiro levou duas advertências, dando um yuko a Elmont. A reação final não veio e mais uma vez um judoca brasileiro saiu abalado.

A catada de perna (chamada kata otoshi) foi banida como ataque direto em 2010, quando a Federação Internacional de Judô (FIJ) mudou as regras do esporte com a intenção de voltar ao estilo mais tradicional, que estava se assemelhando demais à luta livre e greco-romana. Desde então, o judoca só pode pegar as pernas do adversário com as mãos para derrubá-lo em tentativas de contragolpe.

REUTERS

Entenda a regra

Ex-judoca Flavio Canto corneta decisão Medalhista olímpico chorou na TV ao ver pupila ser desclassificada

O n punição Bruno Mendonça levou duas punições e perdeu por yuko

xxxxxxxxxxxxxxxxx

O

judô brasileiro caiu ontem de forma bastante dolorida. Os dois representantes brasileiros começaram bem o dia, vencendo suas primeiras lutas. E, quando pareciam motivados por uma dose extra de confiança, perderam dramaticamente os confrontos que os levariam às quartas de final. No fim, sobraram lágrimas, dentro e fora do tatame. Na categoria até 57 kg, Rafaela Silva protagonizou o momento mais lamentável. Depois de vencer a alemã Miryam Rope, ela entrou como favorita na luta contra a húngara Hedvig Karakas. Estava melhor, concentrada. Mas acabou eliminada após realizar um ataque com as mãos às pernas da adversária, o que, há três anos, é considerado ilegal. Logo que Rafaela aplicou o golpe, o ábitro deu waza-ari para a brasileria deixando-a em vantagem contra a adversária, que já tinha uma advertência. Após consulta dos árbitros laterais, porém, a pontuação foi retirada e a brasileira, sumariamente desclassificada. Inconsolável, ela se jogou no tatame, chorando muito, e só levantou quando a adversária Karakas foi consolá-la. “Se eu meti a mão, o erro foi meu”, admitiu após conversar com o chefe de missão do judô nos Jogos e diretor-técnico da Confe-

comentarista do SporTV Flavio Canto, ex-judoca e medalha de bronze em Atenas 2004, dedicava especial atenção às lutas de Rafaela Silva. Afinal, foi ele quem a descobriu, através de seu projeto social. Por isso, durante a transmissão da luta contra a húngara, ele não conseguiu esconder sua frustração

com a decisão dos juízes de eliminarem a atleta. Com apenas 20 anos, Rafaela é a judoca mais jovem da delegação. E, com o apoio de Canto, saiu da Cidade de Deus, no Rio de Janeiro, para ser campeã mundial sub-20 (2008), vice-campeã mundial (2011) e medalha de prata no Pan de Guadalajara (2011).

“Essa regra inibe a criatividade do atleta; é uma regra idiota”, soltou o comentarista, depois de analisar que o lance era passível de punição, mas que o rigor dos juízes foi incomum. Muito emocionado, ele não conteve as lágrimas. “Tenho certeza de que ela vai chegar bem em 2016 e ganhar uma medalha em casa”, completou.



jornal placar | terça-feira, 31 de julho de 2012

08

Natação REUTERS/David Gray

n a esperança Cesar Cielo tem tudo para colocar hoje o Brasil no caminho de mais uma medalha da natação

Revezamento: revista diz que opção do Brasil foi “idiota”

A

Torpedo em busca do ouro

Depois de ser poupado no revezamento, Cesar Cielo estreia hoje na prova dos 100 metros nado livre. Seu principal adversário é o australiano Magnussen Da redação

D

epois de conquistar o ouro e o bronze nas Olimpíadas de Pequim (nos 50m e 100m livres, respectivamente) e bater os recordes mundiais na distância no Mundial de 2009 (20s91 e 46s91), o brasileiro Cesar Cielo, desta vez sem os supermaiôs, que aumentavam a flutuabilidade dos atletas, cai na água hoje, às 6h13min, para as eliminatórias dos 100m livres. O ciclo de treinamentos de Cielo envolveu muitos trabalhos de for-

ça e o aprimoramento da transição entre a ondulada e o nado crawl. Além disso, quando comparado a Pequim, o atleta perdeu gordura corporal (antes tinha 13% e agora está com entre 9 e 10%). A esperança de seus treinadores é que isso ajude a minimizar a ausência do maiô. O que também conta a favor de Cielo é que seu corpo, quando em movimento na água, lembra a ação de um torpedo. Os especialistas explicam que a largura de seu ombro (47cm) é 29% maior do que a de sua cintura (33,2cm), o que o transforma num foguete

aquático. Tudo isso demonstra que, apesar de ter conseguido os recordes com o traje especial, Cielo tem tudo para sair de Londres honrando sua fama de supernadador nas provas de velocidade. Contudo, apesar da fé em seu treinamento, Cielo terá um duro adversário pela frente: o australiano James Magnussen, que detém o melhor tempo nos 100m livres após o banimento do maiô, 47s10. O melhor tempo de Cielo na distância foi de 47s84. Porém, espera-se que Cielo faça sua melhor marca do ano nas Olimpíadas

e consiga, ao menos, mais uma medalha. Nos 50m livres, especialidade do nadador, as chances de ouro são maiores. Sua melhor marca sem o maiô foi de 21s38, apenas 2 centésimos a mais da marca do francês Fred Bousquet, que não se classificou para as Olimpíadas. “Cielo deve fazer algo em torno de 20s90 e 21s03”, projeta seu treinador, Alberto Silva. Cielo também vai nadar a prova dos 50m livre, cujas classificatórias começam às 6h15min de quinta-feira.

Valterci Santos/AGIF/COB

ausência de Cielo no revezamento 4 x 100 ainda repercute negativamente na imprensa internacional. O articulista John Lohn, da revista e do site Swimming World, dos Estados Unidos, uma das principais publicações especializadas em natação do mundo, teceu duras críticas à estratégia brasileira. Em uma competição menor, uma decisão tomada pelo Brasil seria aceitável. Mas estamos em uma Olimpíada. Foi ridículo e sem sentido. Uma decisão idiota”, escreveu ele. Lohn lembrou que o Brasil não está no mesmo patamar de Estados Unidos e Austrália e não se pode dar ao luxo de poupar seus melhores atletas para a final do revezamento. “Cielo é um dos melhores nadadores do mundo — o cara que é dono do recorde mundial nos 50 e 100 m livres — não estava no revezamento pela manhã, e isso custou ao Brasil a chance de ir além na modalidade”, avaliou ele.

n não deu Joanna Maranhão superou corte no supercílio, mas ficou fora da final

Dia ruim para os brasileiros

N

ão foi, definitivamente, um dia feliz para a natação brasileira. Joanna Maranhão tentou, lutou, mas não conseguiu chegar à final dos 200 metros medley, ontem. Depois de conseguir uma classificação às semifinais na bacia das almas, obtendo o último tempo (2m14s26), a nadadora pernambucana ficou devendo na hora da verdade. Na sua série semifinal, ela cumpriu a prova em 2min14s54, ficou em oitavo lugar, o que lhe valeu o 15º lugar na classificação geral. Com isso, acabou eliminada. Pela manhã, nas séries classificatórias dos 200 m borboleta, os brasileiros Kaio Márcio (1min56s99) e Leonardo de Deus (1min58s03) também foram eliminados.



jornal placar | tterça-feira, 31 de julho de 2012

10

vôlei

Um conto de duas cidades Por Jonas Oliveira

anéis capazes Festival de erros tira Osde parar o trânsito Zé Roberto do sério A

pós o primeiro fim de semana dos Jogos Olímpicos, já havia me preparado para escrever um texto sobre impacto do evento no dia a dia de Londres. No sábado à tarde tive que visitar Oxford Circus, o cruzamento de Oxford e Regent’s Street, duas das principais ruas da capital. É uma região que naturalmente costumo evitar, pela grande aglomeração de turistas. De lá, usaria o metrô para chegar ao Parque Olímpico. Tinha tudo para ser uma experiência ruim. Surpreendentemente, não encontrei o caos que esperava. As ruas e lojas estavam cheias de turistas, mas nada além do normal. O movimento nas semanas que antecederam o Natal, por exemplo, era muito mais intenso. A nacionalidade dos visitantes, extremamente diversa, tampouco é novidade em Londres – a única diferença é a proporção dos que usam camisas e bandeiras de seus países. Entre Oxford Circus e Stratford, o metrô levou os mesmos 20 minutos que leva costumeiramente. Mas antes de afirmar que os Jogos não causaram o impacto negativo que todos esperavam, decidi esperar pelo primeiro dia útil desde a cerimônia de abertura. Ontem, tive que dirigir da Zona Norte ao centro da cidade – um percurso de aproximadamente 8 quilômetros, que normalmente pode ser feito em 25 minutos. A primeira metade do caminho foi tranquila. No rádio, um repórter da BBC falava ao vivo da estação London Bridge e relatava um movimento bem menos intenso que o previsto. Foi quando cheguei à segunda metade do caminho, próximo à região da estação King’s Cross St. Pancras. Congestionamentos são frequentes por lá, mas hoje a lentidão estava fora do comum. Enquanto os carros permaneciam parados em duas das pistas, uma delas estava vazia: era uma das Games Lanes, as faixas exclusivas criadas para a circulação de veículos oficiais dos Jogos Olímpicos. Os motoristas que se atreverem a usar a faixa receberão multas de até 130 libras. A existência da faixa exclusiva fez com que meu percurso durasse cerca de 30 minutos além do normal. Durante todo o tempo de trânsito lento, fiz questão de contar quantos carros oficiais dos Jogos trafegaram por ela: dois ônibus e um veículo de passeio. Ontem, o prefeito Boris Johnson já anunciou que parte dos quase 100 quilômetros de ruas e avenidas da cidade transformados em corredor exclusivo para a “família olímpica” serão desativados, pelo baixo índice de uso. Lembrei-me de uma pesquisa divulgada recentemente, segundo a qual 22% dos moradores do Rio de Janeiro levam mais de uma hora para chegar ao trabalho. Sem um transporte público eficiente como o de Londres, é difícil imaginar que o COI abra mão de ter faixas exclusivas na cidade em 2016. O carioca pode se preparar para viver dias de trânsito intenso daqui a quatro anos – e para maldizer os anéis olímpicos pintados sobre o asfalto.

Atual campeã olímpica, seleção brasileira falha demais e acaba derrotada por 3 a 1 pelos EUA na segunda rodada Da Redação

No segundo set, a soberania americana se manteve. Demonstrando superioridade no bloqueio e muita concentração na defesa, os EUA fecharam o set com relativa facilidade. As brasileiras, por sua vez, erravam demais e mostravam instabilidade emocional. No terceiro set, o Brasil voltou mais concentrado e chegou a abrir 5 pontos (8-3), mas, depois, permitiu o empate (15-15). A partida seguiu equi-

S

O movimento na cidade antes do Natal era mais intenso que agora

Ivan Alvarado/ reuters

empre comedido, o técnico José Roberto Guimarães não se conformou com o festival de erros de ataque e de saque do Brasil e deu várias duras nas jogadoras brasileiras ao longo da derrota por 3 a 1 (parciais de 25/18, 25/15, 22/25 e 25/21) para os Estados Unidos. Não foram raras as vezes que o treinador pediu tempo para reclamar com as jogadoras, não poupando palavrões. “Vocês têm que compor melhor a defesa, p...”, “Sheila, ataca mais aberta, p....”, gritava o comandante insistentemente. Depois do duelo, mais calmo, Zé Roberto criticou os erros das brasileiras. “Erramos principalmente no saque. Elas têm seu mérito, mas precisamos diminuir nossas falhas para a sequência do campeonato.” O primeiro ponto foi bem apertado, com bons ataques e defesas melhores ainda de ambos os lados. Após um espetacular rali, Sheila deu uma largadinha e colocou o Brasil em vantagem. As seleções erravam pouco, se desdobravam na defesa e vibravam demais a cada ponto conquistado. As americanas, porém, sólidas no bloqueio, conseguiram abrir uma dianteira de 3 pontos, fazendo 14 a 11. Depois, mesmo com as brasileiras vendendo caro boa parte dos pontos, tiveram tranquilidade para fechar em 25/18.

librada, ora com uma, ora com outra seleção em vantagem. Porém, o Brasil fechou em 25/22 e chegou a esboçar uma reação. No quarto set, prevaleceu a frieza das jogadoras do Estados Unidos, que se aproveitaram da atacante Destinee Hooker, que fez 23 pontos no jogo, e dos seis erros de saque do Brasil. A seleção volta à quadra amanhã, às 18 horas, para enfrentar a Coreia do Sul.

n na bronca Zé Roberto Guimarães esbravejou com suas comandadas

Brasil e Rússia fazem clássico no masculino O

Brasil não teve dificuldades para vencer a Tunísia por 3 a 0 na estreia, hoje o buraco é mais em baixo. O técnico Bernardinho e os jogadores sabem que o time vai ter que jogar muito mais hoje, às 18h, para vencer os russos, que já conquistaram o ouro olímpico três vezes (1964, 1968 e 1980) e a Copa do Mundo em outras seis ocasiões. Atualmente, os russos ocupam a vice-liderança do ranking

mundial e são apontados como os adversários mais perigosos do grupo do Brasil. “Vamos esquecer esse jogo contra a Tunísia e pensar no próximo adversário, que será muito forte”, disse Dante. Nos últimos 10 anos, o duelo entre Brasil e Rússia tem sido um dos maiores clássicos no vôlei mundial. Foram quatro finais de Ligas Mundiais, com duas vitórias para cada seleção (os bra-

sileiros venceram em 2007 e 2010, já os russos triunfaram em 2002 e 2011). A chave do Brasil em Londres é considerada a mais difícil das Olimpíadas. Além dos russos, o grupo conta com os Estados Unidos, atuais campeões olímpicos, Sérvia, país no qual o esporte tem crescido nos últimos anos, além de Alemanha, que corre por fora, e Tunísia, que fará figuração.

Dan Kitwood/Getty Images

Históricas rivais, seleções fazem jogo decisivo no grupo mais forte do toneio de Londres

n game lane Faixa exclusiva para circulação de veículos oficiais dos Jogos



jornal placar | terça-feira, 31 de julho de 2012

12

jornal placar | TERÇA FEIRA, 31 de JULHO de 2012

VÔLEI DE PRAIA

13 no bom caminho Juliana e Larissa mostram o velho entrosamento e atropelam mais uma dupla adversária na Olimpíada

O lado B de

Londres

london, london A arena do vôlei de praia foi montada no coração da capital londrina, bem próxima do Big Ben

DJ maroto, cartões postais e mulheres seminuas dançando na areia e na arquibancada compensam falta de praia no coração de Londres Por Marcos Sergio Silva, de Manchester

Larissa e Juliana seguem favoritas ao tão sonhado ouro no vôlei de praia Por Marcos Sergio Silva, de Londres

C

ampeãs do mundo em 2011 em Roma, Larissa e Juliana são as favoritas para o ouro entre as duplas femininas no vôlei de praia. A diferença para as adversárias é enorme. Ontem, elas provaram mais uma vez isso ao bater as alemãs Karin Holtwick e Ilka Semler por 2 sets a 0. A vitória, no entanto, foi mais apertada que o imaginado. Se na estreia contra a dupla das Ilhas Maurício as parciais foram de 21/5 e 21/10, ontem as adversárias equilibraram mais o jogo – a vitória veio com um 21/18 no primeiro set e um 21/13 no segundo. As armas principais da vitória

foram o saque potente de Larissa e o dia feliz de Juliana no bloqueio. No primeiro set, depois de abrir vantagem de oito pontos, as brasileiras deixaram que Holtwick e Semler se aproximassem, mas fecharam em 21 a 18. O segundo set foi mais tranquilo. Um bloqueio perfeito de Juliana deixou o Brasil próximo de decidir a partida. No saque de Larissa, Semler colocou para fora. Vitória brasileira. Com o resultado, a dupla classificou-se para as oitavas. Ainda falta o último confronto da chave, contra as tchecas Vazina e Vozakova, amanhã. É a primeira Olimpíada da dupla. Em 2008, uma grave contusão tirou Juliana dos Jogos de Pequim. A ex-jogadora de vôlei de quadra Ana Paula a substituiu, mas a dupla caiu nas quartas de final.

praia

le é o jogo da vida deles. Há quem acredite. Nem tanto pelo esforço dos apresentadores, mas pelos goles a mais – às 10h da manhã de uma segunda-feira, um inglês exaltado (impossível não reconhecer o sotaque) gritava “Vai, Chinaaaaaaaa” cercado por três copos de plástico vazios de 550ml de cerveja. A torcida deu sorte: a dupla Chen Xue e Xi Zhang venceu as suíças Heyer e Chevalier por 2 sets a 1. Tudo era tão cômodo para o público que o telão até ensinava o que fazer. “Aplauda.” “Faça a ola.” “Fique de pé.” Se dissesse “coma areia”, talvez fosse atendido. O didatismo do telão ensina a quem não sabe as ações em quadra. “Bola dentro.” “Bloqueio monstro.” “Ace.” “Demais (depois de alguma jogada de efeito).” “Espetacular (após intensa troca de passes).” O DJ parece também antenado com o que acontece. Troca de lado? “Run, Run, Run”, dos Beach Boys. Uma das chinesas atirou a bola contra a própria rede? “Red Alert”, do Basement Jaxx. Saque direto para fora? Acredite, “Fuck You”, de Cee Lo Green. Entre um jogo e outro, um dos torcedores é entrevistado pelo lo-

cutor. “Por que você está aqui?” “É o meu aniversário”, disse o espectador, que se identificou como Robert. A arena então começa a cantar um “parabéns a você”, para desespero do visitante, envergonhado. Ainda havia o “show do intervalo”. Por sorte, não era Caio Ribeiro ou Cléber Machado para comentar o desempenho das meninas, mas sim um grupo de dez garotas vestidas com tops e shorts no estilo havaiano que desciam da torcida para a areia. Enquanto as atletas recebiam instruções, elas rebolavam, cinco de cada lado da rede, todas com uma bola gigante. Mas ninguém reparava. Nas meninas? Nas bolas, claro.

“De onde saiu tanta gente que gosta de vôlei?”

A competição é em duplas, mas fica evidente que a “chefe” da dupla é Larissa França. Juliana Silva, mais contida, aparece sempre que a parceria já falou tudo o que tinha que falar. E como fala. Ainda bem. Vocês tiveram um placar mais dilatado no primeiro jogo. Nesse, mesmo vencendo por 2 x 0, as alemãs chegaram a incomodar, não? Larissa: Ganhamos por 2 x 0, mas tivemos muito erros nos contra-ataques. Eu defendi bem, mas errei muito no contra-ataque. A Juliana oscilou muito no levantamento. Isso incomoda muito a gente, porque sabe que, contra um time mais forte, não vamos poder errar essas bolas. Mas já temos a classificação no grupo. E isso vai dar mais confiança. Vocês se comunicaram muito em quadra, gesticulando muito. O que você fala? Chega a brigar com a Juliana em quadra? Larissa: A gente fala muito, né? Fico irritada porque erro.

A gente já brigou muito no passado, mas agora somos muito amigas (risos). A gente não pode se dar ao luxo de errar. E eu sou muito perfeccionista. Gesticulo muito, chamo ela para o jogo. E ela anda fazendo isso comigo também. Ela aprendeu (mais risos). Vê alguma evolução do primeiro para o segundo jogo? Larissa: O mais difícil é a concentração. O primeiro jogo era estreia, então era importante dar um bom pontapé inicial. Então, normalmente o time deixa cair o ritmo e a energia para o segundo jogo. A gente conseguiu botar tanta energia como na estreia neste jogo. Estou satisfeita. O que acha da arena, bem na região central de Londres? Larissa: A gente não está acostumada. Aqui tem sempre muita gente. Até me surpreendi: de onde é que saiu tanta gente que gosta de vôlei de praia assim, hein?

Ricardo e Pedro Cunha detonam dupla da casa

O

n outra vitória Pedro Cunha e Ricardo passam fácil pela dupla britânica

Ryan Pierse/Getty Images

A nossa

fotos ALEXANDRE BATTIBUGLI

L

ondres não tem praia. Então, uma competição de vôlei de praia na cidade é no mínimo estranha. Para compensar essa falha geográfica – e não transferir a competição para a superfície cheia de pedras do, digamos, mais badalado balneário britânico, em Brighton, no sul da ilha –, a organização da Olimpíada montou a arena na região mais atraente da cidade. Enquanto homens e mulheres se esfolam na areia, o público tem a visão dos maiores cartões postais da capital britânica. A arena da Horse Guards Parade fica entre o Palácio de Whitehall (sede da família real), de Downing Street (onde fica lotado o primeiro ministro britânico, David Cameron), a roda gigante panorâmica London Eye e o Big Ben, o famoso sino/relógio no alto do Palácio de Westminster, o Parlamento britânico. Só os atletas, coitados, não podem vê-los. Em quadra, locutores irritantemente empolgados às 9h tentam dar mais ânimo às disputas. Não importa se o jogo acontece entre representantes da Moldávia e do Kiribati. Eles estão ali para fazer com que o público ache que aque-

Brasil continua dando as cartas na disputa pelo ouro das duas categorias do vôlei de praia dos Jogos Olímpicos de Londres. Ontem, no torneio masculino, a dupla Ricardo e Pedro Cunha atropelou a dupla do Reino Unido formada por Steve Grotowski e John GarciaThompson, por 2 sets a 0, com parciais de 21/17 e 21/12, em jogo da segunda rodada do Grupo F. Os próximos adversários dos brasileiros serão os canadenses Josh Binstock e Martin Reader. O confronto está marcado para amanhã, às 16 horas. Na estreia, Ricardo e Pedro Cunha derrotaram os noruegueses Skarlund e Spinnangr também em sets diretos. Já os britânicos perderam para os representantes do

Canadá, os canadenses Reader e Binstock por 2 sets a 0. O jogo até que começou equilibrado, mas logo a dupla do Brasil impôs seu ritmo e abriu vantagem no placar. O bloqueio e o saque de Ricardo, bronze em Pequim 2008 e ouro em Atenas 2004, quando atuava ao lado de Emanuel, foram os principais trunfos do país no primeiro no set. No segundo set o passeio foi mais contundente. Os brasileiros começaram muito bem e abriram 6/1. A vantagem aumentou e acabou em dez 21/12. A dupla verde-amarela volta à quadra, nesta quarta-feira, para enfrentar os canadenses Reader e Binstock, às 16h (horário de Brasília), rumo à fass seguinte do torneio.


jornal placar | terça-feira, 31 de julho de 2012

12

jornal placar | TERÇA FEIRA, 31 de JULHO de 2012

VÔLEI DE PRAIA

13 no bom caminho Juliana e Larissa mostram o velho entrosamento e atropelam mais uma dupla adversária na Olimpíada

O lado B de

Londres

london, london A arena do vôlei de praia foi montada no coração da capital londrina, bem próxima do Big Ben

DJ maroto, cartões postais e mulheres seminuas dançando na areia e na arquibancada compensam falta de praia no coração de Londres Por Marcos Sergio Silva, de Manchester

Larissa e Juliana seguem favoritas ao tão sonhado ouro no vôlei de praia Por Marcos Sergio Silva, de Londres

C

ampeãs do mundo em 2011 em Roma, Larissa e Juliana são as favoritas para o ouro entre as duplas femininas no vôlei de praia. A diferença para as adversárias é enorme. Ontem, elas provaram mais uma vez isso ao bater as alemãs Karin Holtwick e Ilka Semler por 2 sets a 0. A vitória, no entanto, foi mais apertada que o imaginado. Se na estreia contra a dupla das Ilhas Maurício as parciais foram de 21/5 e 21/10, ontem as adversárias equilibraram mais o jogo – a vitória veio com um 21/18 no primeiro set e um 21/13 no segundo. As armas principais da vitória

foram o saque potente de Larissa e o dia feliz de Juliana no bloqueio. No primeiro set, depois de abrir vantagem de oito pontos, as brasileiras deixaram que Holtwick e Semler se aproximassem, mas fecharam em 21 a 18. O segundo set foi mais tranquilo. Um bloqueio perfeito de Juliana deixou o Brasil próximo de decidir a partida. No saque de Larissa, Semler colocou para fora. Vitória brasileira. Com o resultado, a dupla classificou-se para as oitavas. Ainda falta o último confronto da chave, contra as tchecas Vazina e Vozakova, amanhã. É a primeira Olimpíada da dupla. Em 2008, uma grave contusão tirou Juliana dos Jogos de Pequim. A ex-jogadora de vôlei de quadra Ana Paula a substituiu, mas a dupla caiu nas quartas de final.

praia

le é o jogo da vida deles. Há quem acredite. Nem tanto pelo esforço dos apresentadores, mas pelos goles a mais – às 10h da manhã de uma segunda-feira, um inglês exaltado (impossível não reconhecer o sotaque) gritava “Vai, Chinaaaaaaaa” cercado por três copos de plástico vazios de 550ml de cerveja. A torcida deu sorte: a dupla Chen Xue e Xi Zhang venceu as suíças Heyer e Chevalier por 2 sets a 1. Tudo era tão cômodo para o público que o telão até ensinava o que fazer. “Aplauda.” “Faça a ola.” “Fique de pé.” Se dissesse “coma areia”, talvez fosse atendido. O didatismo do telão ensina a quem não sabe as ações em quadra. “Bola dentro.” “Bloqueio monstro.” “Ace.” “Demais (depois de alguma jogada de efeito).” “Espetacular (após intensa troca de passes).” O DJ parece também antenado com o que acontece. Troca de lado? “Run, Run, Run”, dos Beach Boys. Uma das chinesas atirou a bola contra a própria rede? “Red Alert”, do Basement Jaxx. Saque direto para fora? Acredite, “Fuck You”, de Cee Lo Green. Entre um jogo e outro, um dos torcedores é entrevistado pelo lo-

cutor. “Por que você está aqui?” “É o meu aniversário”, disse o espectador, que se identificou como Robert. A arena então começa a cantar um “parabéns a você”, para desespero do visitante, envergonhado. Ainda havia o “show do intervalo”. Por sorte, não era Caio Ribeiro ou Cléber Machado para comentar o desempenho das meninas, mas sim um grupo de dez garotas vestidas com tops e shorts no estilo havaiano que desciam da torcida para a areia. Enquanto as atletas recebiam instruções, elas rebolavam, cinco de cada lado da rede, todas com uma bola gigante. Mas ninguém reparava. Nas meninas? Nas bolas, claro.

“De onde saiu tanta gente que gosta de vôlei?”

A competição é em duplas, mas fica evidente que a “chefe” da dupla é Larissa França. Juliana Silva, mais contida, aparece sempre que a parceria já falou tudo o que tinha que falar. E como fala. Ainda bem. Vocês tiveram um placar mais dilatado no primeiro jogo. Nesse, mesmo vencendo por 2 x 0, as alemãs chegaram a incomodar, não? Larissa: Ganhamos por 2 x 0, mas tivemos muito erros nos contra-ataques. Eu defendi bem, mas errei muito no contra-ataque. A Juliana oscilou muito no levantamento. Isso incomoda muito a gente, porque sabe que, contra um time mais forte, não vamos poder errar essas bolas. Mas já temos a classificação no grupo. E isso vai dar mais confiança. Vocês se comunicaram muito em quadra, gesticulando muito. O que você fala? Chega a brigar com a Juliana em quadra? Larissa: A gente fala muito, né? Fico irritada porque erro.

A gente já brigou muito no passado, mas agora somos muito amigas (risos). A gente não pode se dar ao luxo de errar. E eu sou muito perfeccionista. Gesticulo muito, chamo ela para o jogo. E ela anda fazendo isso comigo também. Ela aprendeu (mais risos). Vê alguma evolução do primeiro para o segundo jogo? Larissa: O mais difícil é a concentração. O primeiro jogo era estreia, então era importante dar um bom pontapé inicial. Então, normalmente o time deixa cair o ritmo e a energia para o segundo jogo. A gente conseguiu botar tanta energia como na estreia neste jogo. Estou satisfeita. O que acha da arena, bem na região central de Londres? Larissa: A gente não está acostumada. Aqui tem sempre muita gente. Até me surpreendi: de onde é que saiu tanta gente que gosta de vôlei de praia assim, hein?

Ricardo e Pedro Cunha detonam dupla da casa

O

n outra vitória Pedro Cunha e Ricardo passam fácil pela dupla britânica

Ryan Pierse/Getty Images

A nossa

fotos ALEXANDRE BATTIBUGLI

L

ondres não tem praia. Então, uma competição de vôlei de praia na cidade é no mínimo estranha. Para compensar essa falha geográfica – e não transferir a competição para a superfície cheia de pedras do, digamos, mais badalado balneário britânico, em Brighton, no sul da ilha –, a organização da Olimpíada montou a arena na região mais atraente da cidade. Enquanto homens e mulheres se esfolam na areia, o público tem a visão dos maiores cartões postais da capital britânica. A arena da Horse Guards Parade fica entre o Palácio de Whitehall (sede da família real), de Downing Street (onde fica lotado o primeiro ministro britânico, David Cameron), a roda gigante panorâmica London Eye e o Big Ben, o famoso sino/relógio no alto do Palácio de Westminster, o Parlamento britânico. Só os atletas, coitados, não podem vê-los. Em quadra, locutores irritantemente empolgados às 9h tentam dar mais ânimo às disputas. Não importa se o jogo acontece entre representantes da Moldávia e do Kiribati. Eles estão ali para fazer com que o público ache que aque-

Brasil continua dando as cartas na disputa pelo ouro das duas categorias do vôlei de praia dos Jogos Olímpicos de Londres. Ontem, no torneio masculino, a dupla Ricardo e Pedro Cunha atropelou a dupla do Reino Unido formada por Steve Grotowski e John GarciaThompson, por 2 sets a 0, com parciais de 21/17 e 21/12, em jogo da segunda rodada do Grupo F. Os próximos adversários dos brasileiros serão os canadenses Josh Binstock e Martin Reader. O confronto está marcado para amanhã, às 16 horas. Na estreia, Ricardo e Pedro Cunha derrotaram os noruegueses Skarlund e Spinnangr também em sets diretos. Já os britânicos perderam para os representantes do

Canadá, os canadenses Reader e Binstock por 2 sets a 0. O jogo até que começou equilibrado, mas logo a dupla do Brasil impôs seu ritmo e abriu vantagem no placar. O bloqueio e o saque de Ricardo, bronze em Pequim 2008 e ouro em Atenas 2004, quando atuava ao lado de Emanuel, foram os principais trunfos do país no primeiro no set. No segundo set o passeio foi mais contundente. Os brasileiros começaram muito bem e abriram 6/1. A vantagem aumentou e acabou em dez 21/12. A dupla verde-amarela volta à quadra, nesta quarta-feira, para enfrentar os canadenses Reader e Binstock, às 16h (horário de Brasília), rumo à fass seguinte do torneio.


jornal placar | terça-feira, 31 de julho de 2012

basquete

14

loja de antiguidades Por Fábio Altman, de Londres

O segredo de Greg Louganis

n calma! Na estreia, Leandrinho tirou Magnano do sério

Passada ansiedade da estreia, seleção projeta jogo fácil Da redação

A

seleção brasileira de basquete masculino volta à quadra hoje às 12h45 (Brasília) em busca da vaga nas quartas de final do torneio olímpico. E para sair vitoriosa do confronto, a equipe do técnico Rubén Magnano também terá de enfrentar a torcida da casa, que promete lotar o ginásio da Arena de Basquete para apoiar a equipe britânica, a adversária da vez. Para isso, o treinador argentino espera contar com um time menos nervoso e mais bem organi-

zado técnica e taticamente. Um dos alvos das broncas de Magnano no jogo de estreia, contra a Austrália, Leandrinho revelou que a ansiedade atrapalhou e acabou contribuindo para erros em bolas fáceis. “Parecia que eu estava entrando em quadra pela primeira vez”, confessou o alaarmador, veterano da NBA. Outro destaque contra os australianos, com 15 pontos e 10 assistências, Marcelinho Huertas está focado no confronto ante os britânicos. “Temos agora de focar o duelo com a Grã-Bretanha, que será igualmente duro”, afirmou o

armador. Além de ficar muito perto de uma das vagas da próxima fase, um triunfo diante dos donos da casa permitirá à equipe focar seu desempenho nos próximos três confrontos e tentar escapar dos rivais mais fortes do outro grupo, Estados Unidos e Argentina, e francos candidatos ao título. Diante do time britânico, os marcadores brasileiros darão atenção ao ala-armador Loul Deng e o pivô Pops Mensah-Bonsu. Deng converteu 26 pontos da derrota para a Rússia por 95 a 75, no jogo de estreia, e MensahBonsu, 22.

Feminino sente pressão e se complica A

seleção feminina de basquete entrou em quadra, ontem, com o peso da derrota para a França na estreia e a quase obrigação de vencer o confronto com a Rússia. E esse enredo praticamente permeou a crônica de uma derrota anunciada. Mesmo jogando melhor do que na estreia, o time brasileiro acabou amargando a segunda derrota, desta vez pelo placar de 69 a 59. Com o resultado, o Brasil caiu para o quarto lugar do grupo B, com apenas 2 pontos, atrás de França, Rússia e Austrália. A seleção australiana, aliás, é o próximo adversário do Brasil no torneio. O

confronto está marcado para amanhã, às 10h30. Uma nova derrota acabará com as chances de a equipe verde amarela avançar para as quartas de final do torneio. O time brasileiro começou a partida nervoso, cometendo erros de passe e tendo dificuldades para passar pela forte defesa russa. Aproveitando-se do vacilo, a Rússia chegou a abrir nove pontos de vantagem no primeiro quarto. Logo no início do segundo quarto, o Brasil tomou a frente do marcador com uma cesta de três pontos de Clarissa. Mas, apesar da ampla vantagem nos rebotes, as brasilei-

ras não conseguiam converter as cestas, terminando o primeiro tempo atrás, por 26 a 31. As brasileiras voltaram melhores para o terceiro quarto e foram à frente no placar (32 a 31). Na etapa final, o Brasil diminuiu a vantagem das russas para dois pontos, faltando cinco minutos para o fim do jogo. Mas a Rússia fechou a partida com 10 pontos à frente. No outro duelo da rodada, australianas e francesas foram à prorrgação, com direito a uma cesta de três pontos do meio da quadra. A França venceu por 74 a 70, e garantiu a liderança do grupo B.

Greg Louganis teve uma dramática trajetória de cinema em Seul

Mike Powell/Allsport

Time masculino pega donos da casa

REUTERS/Mike Segar

A

variedade de interesses nos Jogos Olímpicos é um fascinante exercício de diversidade. O atleta mais querido da torcida londrina é Tom Daley, de apenas 18 anos, dos saltos ornamentais, empertigado até o último fio de cabelo. Já o apelidaram de “Justin Bieber britânico”. Houve quem, jocosamente, o chamasse de “Neymar britânico”. Do cruzamento desses dois personagens, brotou um sujeito atarracado cuja primeira tentativa de medalha olímpica fracassou. Ontem, Tom e seu companheiro de acrobacias da plataforma sincronizada de dez metros perderam a sincronia e ficaram com o quarto lugar. Até o primeiro-ministro David Cameron, presente ao Parque Aquático de Londres, ficou sem graça, se é mesmo possível Cameron ficar ainda mais sem graça do que já é. Tom Daley terá ainda outras chances de subir ao pódio, em provas individuais de plataforma e trampolim. Até lá, ficará a sombra do que pode vir a ser. Para não perder o fio da meada das comparações, ele anseia virar um Greg Louganis inglês. O americano Louganis é um dos grandes personagens da Loja de Antiguidades que dá título a esta coluna. Maior atleta da modalidade (cinco medalhas olímpicas), exbailarino, teve uma dramática trajetória de cinema. Na Olimpíada de 1988, em Seul, Louganis protagonizou um dos momentos mais fortes da história dos Jogos. Ao realizar um duplo mortal e meio reverso no trampolim de três metros, ele não impulsionou o corpo à frente com a devida força. Ao dar o segundo rodopio, bateu a cabeça. O ruído assustou a plateia. Louganis conseguiu sair sozinho do tanque de saltos, foi atendido pelos médicos, recebeu uma sutura no couro cabeludo e meia hora depois tinha voltado à competição. Ganhou a medalha de ouro. Subiu no pódio com a cabeça raspada ao redor do ferimento e um sorriso constrangido de quem carregava um segredo. Em 1993, Louganis publicou uma autobiografia reveladora. Seis meses antes da Olimpíada, ele tinha sido diagnosticado com HIV positivo. Apenas ele e seu treinador sabiam do resultado do exame. Ao relembrar o episódio, Louganis lamentou o risco ao qual, supostamente, submetera o médico que – sem luvas – o acompanhou. Era um tempo de muitas dúvidas a respeito das formas de contaminação da Aids. Louganis admitiu ser homossexual, virou ator de teatro e hoje é consultor da equipe americana de saltos ornamentais. Tem ótima saúde. O médico que aplicou os pontos na cabeça do campeão fez testes e teve resultado negativo para HIV. Louganis – o Pelé do mergulho, e eis aqui uma comparação adequada – é o inalcançável modelo de Tom Daley.

n o maior Greg Louganis é dono de cinco medalhas olímpicas



jornal placar | terça-feira, 31 de julho de 2012

futebol

brasileiro do dia

Mano preserva time para a próxima fase Para zerar cartões e poupar os mais cansados, equipe deve ter modificações para o jogo de amanhã Por Olavo Guerra

O

Fúria ainda quer salvar a honra

A

declaração de Javi Martínez, capitão da seleção olímpica espanhola, reproduz bem o sentimento entre os seus conterrâneos: “Estamos todos p...!” O meio-campista ficou indignado com o fato de a Espanha ter chutado 24 vezes ao gol de Honduras, na partida do último domingo, e não ter feito um gol sequer na competição. Já eliminada, a Espanha joga contra Marrocos, amanhã, às 13h, em busca de, pelo menos, uma vitória na competição. “Vamos tentar jogar com orgulho para vencer”, declarou Martínez. Já para Luis Milla, treinador da ‘Fúria’, “a equipe esteve em um nível fantástico. Os meninos deram um espetáculo e só ficaram faltando gols”.

O habitat da girafa

L

ugar de girafa é na grama. Uma rápida olhada na Enciclopédia Britannica e lá está a confirmação: “esses mamíferos são vistos com facilidade em campos gramados no leste africano”. Está tudo certo, mas você me pergunta o que isso tem a ver com a Olimpíada? Eu digo sem pestanejar: tudo a ver. Afinal, temos uma girafa representando o Brasil no gramado do All-England Club. O habitat onde é realizado anualmente o tradicionalíssimo torneio de Wimbledon serve de palco para o tênis nos Jogos de Londres. O mineiro Marcelo Melo, ao lado do seu conterrâneo Bruno Soares, é o nosso representante no torneio olímpico de duplas. E a tal da girafa, meu caro? É isso, o Marcelo Melo é a Girafa. Pelo menos é assim que o brasileiro é chamado entre os tenistas do circuito profissional. “Isso começou com um amigo nosso de circuito, o mexicano Santiago González que passou a me chamar de girafa. O apelido foi ficando famoso e aí pegou, não teve jeito”, diz Melo. A alcunha tem a ver com o fato de Marcelo sustentar portentosos 2,03 metros de altura. Mas a familiaridade de Marcelo com a grama de Wimbledon não está apenas no gracejo um tanto infame do parágrafo anterior. Melo conhece muito bem o terreno do torneio pois em 2007, em dupla com também brasileiro André Sá, ele chegou a semifinal de duplas do Grand Slam britânico. Melo e Soares passaram por uma pedreira na primeira rodada da chave. Enfrentaram os americanos Andy Roddick e John Isner – sim, aquele mesmo da partida mais longa da história, de 11 horas e 5 minutos, em 2010, justamente em Wimbledon. Mesmo jogando na mesma quadra número 18 da partida histórica de Isner e com a torcida predominantemente americana, os brasileiros conseguiram vencer por 2 sets a zero e deve jogar na segunda rodada nesta terça (isso se a infalível chuva londrina deixar, é claro). O mineiro de Belo Horizonte tem 28 anos, é profissional desde 1998 e possui nove títulos na carreira. Hoje, ele é o duplista do Brasil mais bem ranqueado na lista da ATP: é o 24º colocado. Nem todo mundo sabe disso, e isso incomoda um pouco o brasileiro, que diz ficar um pouco chateado com a falta de reconhecimento. “Muitas vezes o foco fica todo no torneio de simples, mas podem ficar atentos. Ainda tem brasileiro na disputa da Olimpíada e o nosso objetivo é trazer uma medalha.” É bom mesmo ficar de olho na Girafa brasileira.

Marcelo Melo, o Girafa, tem 2,03 m de altura. Em 2007, chegou às semis de Wimbledon

Rob Carr/Getty Images

técnico da seleção brasileira, Mano Menezes, poupará o atacante Hulk no último jogo da primeira fase, contra a Nova Zelândia, amanhã, no Estádio St. James Park, em Newcastle, às 10h30, horário de Brasília. O camisa 12 levou cartão amarelo no primeiro jogo e está pendurado, mas como não vai entrar em campo, seu cartão será zerado na próxima fase. Para seu lugar, Mano escolheu o meia Paulo Henrique Ganso. O treinador deverá promover mais algumas mudanças com o intuito de preservar os jogadores para a segunda fase da competição, apesar de nenhum dos titulares terem reclamado de dores ou cansaço. Ele definirá os poupados apenas no treino de hoje, já em Newcastle. “Vou esperar as informações do nosso fisiologista a respeito da recuperação dos jogadores, daqueles que estão com um desgaste maior”, afirmou o treinador brasileiro.

Por Alexandre Salvador, da VEJA

calma, mano! Treinador só define hoje quem vai ser poupado amanhã

Seleção convocada para amistoso

P

or regra da Fifa, o treinador brasileiro é obrigado a divulgar a convocação para o jogo do dia 15 de agosto durante as Olimpíadas. Mano divulgou na manhã de ontem (30) os convocados para o amistoso contra a Suécia, no próximo dia 15 de agosto. Todos os jogadores que estão nos Jogos Olímpicos de Londres 2012 – menos Marcelo, que levou cartão vermelho no último amistoso da seleção, contra a Argentina – estão na lista. Além deles, o técnico da seleção chamou os zagueiros Dedé (Vasco) e David Luiz (Chelsea-ING), o lateral direito Daniel Alves (BarcelonaESP), os volantes Paulinho (Corinthians) e Ramires (Chelsea-ING), além do atacante Jonas (Valencia-ESP).

Goleiros: Neto (Fiorentina-ITA), Gabriel (Milan-ITA) e Renan Ribeiro (Atlético-MG) Laterais: Daniel Alves (BarcelonaESP), Rafael (Manchester United-ING), Danilo (Porto-POR) e Alex Sandro (Porto-POR) Zagueiros: Thiago Silva (MilanITA), Dedé (Vasco), Juan (Inter de Milão-ITA), Bruno Uvini (São Paulo) e David Luiz (Chelsea)

divulgação

16

Volantes: Paulinho (Corinthians), Ramires (Chelsea-ING), Rômulo (Vasco) e Sandro (Tottenham-ING) Meias: Lucas (São Paulo), Oscar (Chelsea-ING) e Paulo Henrique Ganso (Santos) Atacantes: Neymar (Santos), Alexandre Pato (Milan-ITA), Hulk (Porto-POR), Jonas (Valencia-ESP) e Leandro Damião (Internacional).

n marcelo melo O apelido foi dado pelo tenista mexicano Santiago González



jornal placar | terça-feira, 31 de julho de 2012

Boxe

Pugilistas conquistam mais duas vagas para o país nas oitavas

S

e, ontem, o boxe brasileiro ficou devendo, com as eliminações precoces de Róbson Conceição e Myke Carvalho, ontem foi o dia de colocar a casa em ordem. Os dois representantes do país que subiram ao ringue avançaram para as oitavas-de-final, mesmo enfrentando dificuldades. Julião Neto, da categoria peso mosca (52 kg), derrotou o norte-coreano Jong Chol Park, na

Excel North Arena 2. Muito confiante, ele tomou a iniciativa desde o começo da luta e empatou em dois pontos no primeiro round, vencendo os dois últimos por 6 a 3 e 4 a 3, respectivamente. Estava meio preso no primeiro round, mas encontrei a distância certa no segundo”, explicou Julião. Agora vai enfrentar o porto-riquenho Jeyvier Cintron Ocasio, na próxima sexta (3).

Julião vai enfrentar portoriquenho rumo às quartas passeio de bicicleta

Após a vitória de Julião Neto, foi a vez de Yamaguchi Falcão, que agora subiu para a categoria meiopesado (até 81 kg), estrear com vitória. Ele derrotou o indiano Sumit Sangwan por 15 a 14, em duelo muito equilibrado, mas bem administrado pelo brasileiro. “Tive que me controlar, mas o importante foi que venci”, comentou, revelando ansiedade. Com esse resultado, Falcão enfrenta o chinês Fanlong Meng, no sábado (4).

notas londrinas

REUTERS/Murad Sezer

Julião e Yamaguchi redimem Brasil

n nas oitavas

REUTERS/Murad Sezer

18

n por um Falcão venceu por 15 a 14

Por Aline Salcedo, da

MOWA PRESS

Vila Placar, o pub da torcida do Brasil

Quem diria. O Brasil também teve seu James Bond na Olimpíada. No caso, o carioca Fernando Goldberg, 50 anos, que foi escolhido como o representante brasileiro no revezamento da tocha olímpica pelas ruas de Londres. Acreditem. Ele ganhou um uniforme oficial com o número 007. Orgulhoso, fez um percurso de 300 metros com a tocha na região de Candem Town, norte de Londres. “Eu sou Bond, Fernando Bond”, brincou o comissário de bordo, escolhido entre 40 mil funcionários da companhia aérea British Airways. “Foi fantástica. O que falar de uma coisa dessa? O carinho do povo, que nunca me viu, foi incrível. Isso vai como uma homenagem à minha mãe, que não está mais aqui, mas está dentro do meu coração. A minha esperança é poder repetir isso no Rio de Janeiro em 2016, pois não poderia ter orgulho maior do que fazer isso na minha cidade”, declarou Goldberg, que agora quer levar a tocha para mostrar às crianças no avião.

fotos Lucas Landau

O brasileiro e a tocha

Desde o primeiro dia dos Jogos e até 12 de agosto, quando as Olimpíadas se encerram, a torcida brasileira tem um QG em Londres: é a Vila Placar. Nesse espaço dedicado aos convidados dos patrocinadores do projeto Abril em Londres, os eventos mais importantes estão sendo narrados por Nivaldo Prieto (à dir. na foto ao lado), com comentários de Sérgio Xavier (de vermelho, ao centro). Quem esteve lá ontem foi a campeã olímpica Sarah Menezes, primeira mulher a ganhar o ouro pelo judô, entrevistada pelo Canal Esporte Interativo no estúdio ao vivo. Entre as mordomias, os visitantes da Vila Placar têm à disposição a edição do dia deste JORNAL PLACAR e podem acompanhar a cobertura completa das competições em tempo real no site www.abrilemlondres.com.br.



jornal placar | terça-feira, 31 de julho de 2012

20

globalização

London Calling Por Giancarlo Lepiani, da VEJA

Intercâmbio de técnicos pode fazer a diferença

You can’t always get what you want

O

Centro Aquático do Parque Olímpico de Londres foi inaugurado no dia em que a cidade iniciou sua contagem regressiva de um ano para os Jogos. Para marcar a ocasião, o britânico Tom Daley, então com 17 anos, foi convidado a dar o salto inaugural na piscina, numa cena transmitida ao vivo para o mundo todo. Desde então, seu rosto de bom garoto ilustrou boa parte das reportagens, propagandas e campanhas que tratavam do evento. Xodó da torcida local desde que participou dos Jogos de Pequim, em 2008, quando tinha apenas 14 anos, Daley transformou uma competição que costuma ficar em segundo plano, os saltos ornamentais, numa das modalidades mais disputadas na fila pelos ingressos olímpicos. Ontem, ele finalmente estreou nos Jogos, na final dos saltos sincronizados, diante de um mar de bandeiras britânicas, acompanhado de Peter Waterfield. E a torcida da casa, já desanimada com as derrotas no ciclismo e na natação, e já cansada de ver o fracasso de seus atletas preferidos, teve de amargar mais uma decepção – e justamente com Daley, um queridinho do esporte britânico em busca de redenção nas piscinas de Londres. A estreia olímpica de Daley nos saltos sincronizados, em Pequim, foi traumática. Ainda era um menino, e sentiu o peso de representar seu país nos Jogos. Não ajudou em nada o fato de seu colega de equipe, Blake Aldridge, ter atendido o celular para conversar com a mãe durante a competição. Ficaram na última colocação – e Aldridge colocou a culpa no garoto, dizendo que ele estava nervoso demais. A dupla foi desfeita, e Daley subiu de patamar. No ano seguinte à Olimpíada, foi campeão mundial nos saltos individuais da plataforma de 10 metros, o mais jovem atleta a conquistar o título. Nos últimos anos, amadureceu, ganhou massa muscular (ainda que continue aparentando menos idade do que tem) e ficou ainda mais famoso. Daley é uma espécie de Kaká britânico: é bom filho, bom aluno, participa de projetos de caridade e tem uma legião de garotas seguindo cada um de seus passos. No ano passado, perdeu o pai, de 40 anos, vítima de um tumor no cérebro. Num documentário exibido pela rede BBC a poucos dias da abertura dos Jogos, ele prometia conquistar uma medalha para honrar a memória dele. Na final dos saltos desta segunda, ele e Waterfield lideravam a briga pelo ouro até a metade da competição. Na quarta rodada, um péssimo salto fez a dupla britânica despencar para o quarto lugar, de onde não conseguiu mais sair. Daley ainda está no páreo por uma medalha, agora na competição individual. Depois do revés desta segunda, porém, terá de carregar nos ombros o peso de um país inteiro faminto por medalhas a cada vez que subir as escadas da plataforma de saltos.

Esportes olímpicos do Brasil ganham salto de qualidade com a presença de especialistas estrangeiros no banco Por Simone Tobias, de Londres

n

A torcida da casa, já cansada, teve de amargar mais uma decepção

eff Gross/Getty Images

a lateral da quadra, o dinamarquês Morten Soubak observa as atletas. O treinador da seleção brasileira de handebol é considerado sério pelas jogadoras, mas é respeitado por elas. “Ele é amigo das jogadoras porque sabe nos ouvir, avalia tudo que é dito. Pode até não concordar, mas ouve. Depois, dá a palavra final, pois ele é o comandante”, analisa a goleira Chana. Assim como Soubak, outros treinadores estrangeiros vêm ao Brasil aprimorar o rendimento de nossos atletas e têm contribuído para dar novo status a alguns esportes. “Eu gosto do Brasil desde pequeno e estou muito feliz por treinar a seleção e morar lá. Acredito que já sou um brasileiro”, afirma ele, que chegou a São Paulo em 2005 e hoje tem como objetivo principal a conquista de uma medalha olímpica. “É uma oportunidade de mudar o patamar do esporte no país”, disse ao JORNAL PLACAR, ontem, antes do jogo contra Montenegro. “Ele nos trouxe o tempero que faltava. A principal mudança em relação aos outros técnicos com que trabalhei é que ele nos faz acreditar que é possível. Se ele diz que vamos ganhar medalha, então nós vamos”, acredita a jogadora Duda. Outro treinador que já faz a diferença em Londres 2012 é o argentino que comanda a seleção brasileira de basquetebol masculino, Rubén Magnano. Depois de ga-

n coisa nossa Dinamarquês Morten Soubak comanda brasileiras do handebol rantir a medalha de ouro para a seleção argentina, nas Olimpíadas de Atenas 2004, o “hermano” sonha com a possibilidade de repetir o feito com o time do Brasil. O primeiro passo foi dado ao reconduzir o basquete brasileiro à disputa dos Jogos, o que não acontecia desde Atlanta 1996. A missão de transformar a atual realidade do levantamento de peso, ainda sem medalhas em toda a história olímpica, está nas mãos do cubano Luis Lopez, treinador de Fernando Reis, que já garantiu ouro no Pan de Guadalajara 2011, quando levantou 410 kg. No momento, o interesse principal do técnico é que Fernando, de 22 anos, fique entre os seis melhores na competição individual aqui em Londres. O foco principal do trabalho, diz Lopez, é para os Jogos do Rio, daqui a quatro anos. Além do

trabalho técnico, Lopes tem recomendado que o brasileiro ganhe mais peso. Com uma dieta rica, Fernando engordou 40 quilos nos últimos dois anos. “O ápice dos atletas dessa categoria é aos 26, 28 anos. O peso faz a diferença, pois os adversários têm entre 170 e 180 quilos”, explica Lopez. Há quase quatro anos como técnico da seleção brasileira de remo, o francês José Oyarzabal também está em Londres. “Quando eu cheguei ao Brasil foi muito difícil, só falava espanhol, mas aprendi rapidamente”, lembra. Mais adaptado ao país, ele quer trabalhar por uma massificação da modalidade. Mas, para isso, diz que serão necessárias muitas mudanças. “Ainda não temos chance de colocação, mas nosso objetivo é fazer o melhor que pudermos. Daqui uns oito, 12 anos, podemos chegar lá”, acredita.

Brasileiros tipo exportação caminho inverso também é uma realidade no intercâmbio de treinadores. Em alguns esportes, como no futebol e no vôlei, os técnicos brasileiros são muito respeitados e requisitados fora do país. O duelo entre José Roberto Guimarães e Marco Aurélio Mota, na estreia de Brasil e Turquia no torneio feminino de

n do outro lado Marco Aurélio Mota dirigiu a Turquia contra o Brasil no vôlei

vôlei, foi emblemático. Até porque a seleção turca tem várias jogadoras que foram treinadas pelo próprio Zé Roberto no clube Fenerbahçe. Ricardo Azevedo é outro exemplo de brasileiro exportado. Exjogador da seleção brasileira de polo aquático, hoje faz parte da comissão técnica do time da China, que derrotou a equipe brasileira na Liga Mundial em junho deste ano.

n frustração Clive Rose/Getty Images

Claudio Villa/Getty Images

o

Tom Daley: ainda no páreo, mas na competição individual



jornal placar | terça-feira, 31 de julho de 2012

radar olímpico

s resultados na terceira e na quarta rodada da classe Star foram decepcionantes para Robert Scheidt e Bruno Prada. O nono lugar na primeira prova e o sexto na segunda renderam mais do que a perda de liderança para a dupla brasileira: tirariam o Brasil do pódio, caso as Olimpíadas terminassem hoje, os velejadores brasileiros seriam os 4° colocados, atrás de Grã Bretanha, Noruega e Suécia.

O

n pena Bellucci fica sem vitória no torneio olímpico

Fabiana Murer chega com arsenal de varas Eliminado por Tsonga na sperança de medalhas para o Brasil, E Fabiana Murer desembarcou ontem em primeira rodada, tenista Londres para a disputa do Salto com Vara, no próximo dia 4. No meio da bagagem da brasileiro destaca sua brasileira havia varas para saltos de até 4,85 metros. Atenta, Fabiana não desgrudou dos evolução em Londres

Danielle Hypólito não vai se aposentar

A

o contrário da companheira Daiane dos Santos, que anunciou sua aposentadoria após a eliminação da equipe feminina de Ginástica Artística do torneio olímpico, Danielle Hypólito anunciou que não deve encerrar sua carreira, pelo menos, por enquanto. Ela respondeu a fãs e seguidores do Twitter que segue no esporte. “Não vou me aposentar agora”, disse a ginasta, que cometeu falhas nas provas de Solo e Salto.

Marta & Cia. jogam pela liderança hoje

O

Brasil encerra hoje sua participação na primeira fase do futebol feminino contra a Grã Bretanha, no Estádio Wembley, às 15h45, horário de Brasília. As seleções estão empatadas na primeira colocação do grupo E, mas com um saldo de gols melhor – seis contra quatro – as brasileiras têm a vantagem de jogar pelo empate. No último jogo, Marta & Cia. sofreram para vencer a Nova Zelândia pelo placar mínimo, com um gol da artilheira Cristiane, já no fim do jogo.

Fratura de cavalo tira brasileiro dos Jogos

A

equipe brasileira de Hipismo confirmou seu primeiro desfalque nos Jogos Olímpicos: o cavaleiro carioca Luiz Francisco de Azevedo. O cavalo Special, com o qual ele disputaria as provas de Salto, no próximo dia 4, fraturou o osso da pata anterior esquerda, no sábado, em treinos na Bélgica, e sequer viajou para Londres. Azevedo, de 27 anos, faz parte da equipe formada por Rodrigo Pessoa, Carlos Ribas, Reynoso Filho e Doda Miranda.

Da redação

O

homaz Bellucci lutou, suou e usou todas as suas armas, mas não foi capaz de derrotar o francês JoeWilfried Tsonga (na partida de simples) e os irmãos americanos Bob e Mike Bryan (no jogo de duplas) em sua rápida participação no torneio de tênis dos Jogos de Londres. Engana-se, porém, quem pensa que o brasileiro esteja cabisbaixo. Bellucci demonstra orgulho por ter vendido caro as derrotas para os irmãos Bryan (7/5, 5/7 e 3/6) e principalmente para Tsonga (o sexto do ranking da ATP) por 2 sets a 1 (7/5, 4/6 e 4/6). “Deixo Londres um pouco frustrado por não ter conseguido ainda a primeira vitória olímpica, mas, de certa forma, satisfeito pelo meu desempe-

Caçula do Brasil é eliminada na canoa

nho, tanto no jogo de sábado como no de domingo”, disse o tenista. A psicóloga Carla di Pierro avalia como positiva a temporada de Bellucci. “Ele colocou na cabeça que queria voltar a estar entre os 50 melhores do mundo e conseguiu. Ele está fazendo bons jogos e tem evoluído”, analisou.

Quem segue firme e forte nas Olimpíadas é o suíço Roger Federer, que venceu sem dificuldades o francês Jullien Bennetau por 2 sets a 0 (6/2 e 6/2). A bielorrussa Victoria Azarenka, atual número 1 do mundo, também se classificou ao fazer 2 sets a 1 (6/1, 3/6 e 6/1) sobre Irina Begu. A americana Serena Williams fez 2 sets a 0 (6/2 e 6/3) na polonesa Urszula Radwanska. Sua irmã, Venus, venceu a italiana Sara Errani também por 2 sets a 0 (6/3 e 6/1). O torneio masculino de tênis reserva para hoje um grande clássico, entre o sérvio Novak Djokovic e o americano Andy Roddick, às 7h30min.

medalha de ouro

A

canoísta Ana Sátila, de 16 anos, foi eliminada ontem nas provas do Slalom K1 1.000 metros dos Jogos de Londres. Mais jovem atleta da delegação brasileira, Ana terminou na 21ª e última colocação da primeira bateria, e em 13º na segunda tentativa. De acordo com o regulamento da prova, o pior resultado é descartado, e a brasileira terminou a etapa na 16ª posição geral, ficando fora das semifinais da prova.

Além de ter se absorvido a derrota de forma madura, Bellucci também foi elogiado pelo adversário. “Ele foi bem, jogou bem no primeiro set e aproveitou a chance que teve no tie-break. Mas, no geral, joguei melhor que ele a partida inteira”, reconheceu o francês.

resultados

medalha de lata

Judoca perde a linha no Twitter

R

afaela Silva, após ser eliminada do judô por aplicar um golpe irregular na adversária, discutiu asperamente com alguns de seus seguidores no Twitter. Alguns internautas foram ofensivos e disseram que a moça envergonhara o país. Rafaela foi dura em suas respostas. “Vai seu f... filho da p... Perdi, sim, sou humana como todos. Errei e sei que tenho capacidade de chegar e conquistar uma vaga para 2016”, escreveu a judoca.

Neta da rainha fica em 24º lugar no CCE

S Philip Brown/ reuters

equipamentos. A saltadora não quer repetir o incidente ocorrido nos Jogos de Pequim 2008, quando algumas varas sumiram e ela teve de competir com varas emprestadas.

handebol feminino brasileiro garantiu sua segunda vitória nas Olimpíadas ao bater Montenegro por 27 a 25, ontem. A ala Alexandra Nascimento foi o destaque do Brasil no ataque, com oito gols. As montenegrinas jogaram bem e venceram o primeiro tempo por 16 a 15. A seleção brasileira voltou melhor na segunda etapa e virou o jogo. O Brasil lidera o Grupo A – ao lado da Rússia - com quatro pontos e, na próxima rodada pega as donas da casa, amanhã, às 12h15, no ginásio Copper Box. A vitória garante as brasileiras na próxima fase, desde que Angola não vença Montenegro.

Clive Brunskill/Getty Images

O

Bellucci volta feliz com as derrotas

Handebol fatura segunda vitória

Clive Brunskill/Getty Images

Dia ruim tira Scheidt e Prada da ponta

n Vai para Hamadou Djibo Issaka, remador do Níger, que foi ovacionado pela torcida que acompanhou as provas no Lago Dorney, em Londres. Issaka chegou em último na repescagem do Single Skiff, com o tempo de 8m39s66; bem atrás do penúltimo colocado. Issaka, de 35 anos, revelou que treina remo há apenas três meses. A comoção provocada por Issaka lembrou a epopeia de outro africano, o nadador Eric Moussambani, da Guiné Equatorial, que protagonizou uma das cenas mais dramáticas das Olimpíadas, ao concluir com muita dificuldade a prova dos 100m livre de natção nos Jogos de Sydney 2000.

Kim Kyung-Hoon / reuters

22

n Vai para o judoca brasileiro Felipe Kitadai, que quebrou a medalha de bronze que ele conquistou no sábado, após vencer o italiano Elio Verde, pela categoria ligeiro (até 60 quilos). No dia seguinte, pela manhã, o atleta de 23 anos deixou a medalha cair durante o banho. Com o impacto da peça contra o piso do banheiro, parte da haste que segura a fita usada para pendurá-la no pescoço lascou. Mesmo com a trapalhada, o Comitê Olímpico Internacional (COI) anunciou ontem que trocará a medalha. Aqui no JORNAL PLACAR, ele também leva a medalha de lata e está convidado a responder à pergunta: “o que a medalha estava fazendo no banho?”.

ua Majestade, a rainha Elizabeth II, não estava nas arquibancadas, mas Zara Phillips, sua neta, contou com o apoio da mãe, a princesa Ana, do irmão, Peter, e do avô Phillip, o duque de Edimburgo, anteontem, durante as provas de adestramento do CCE (Concurso Completo de Equitação). A cavaleira ficou na 24º colocação, o que rendeu aplausos contidos da família real, ao contrário do ânimo exaltado dos súditos que lotaram a arena Greenwich Park de Londres. Tremulando bandeirinhas da Grã-Bretanha, o público aplaudiu muito apresentação de Zara, de 31 anos, e, em vários momentos, teve de ser interrompido pelo locutor oficial do evento. “Cometi uma série de pequenos erros, mas em geral estou feliz por competir em um evento tão importante”, comentou Zara, que montou High Kingdom, e também participa da prova de cross country por equipes.


jornal placar | terça-feira, 31 de julho de 2012

Radar olímpico

23

n Torcedor tailandês: alguma discrição

fotos: getty images e reuters

n Orgulho nacional: bandeira britânica estampada no rosto

n Espírito olímpico: os anéis estão por toda parte

n Símbolos n Cabelos: pouca

americanos: Tio Sam e Estátua da Liberdade

n Rivalidade: brasileiro e inglês exibem suas armas

maquiagem e fios azulados

Os caras e d s a d a t n i p Lonedarerneassolímpicas, a

as, pubs cena graças à Pelas ru parar ouba a torcida r a hora de se pre ições ade n criativid nferir as compet para co

n Desde pequena: inglesinha pinta até as unhas

n Sorriso oriental: o sol nascente brilha no rosto

n Liberdade, igualdade e fraternidade: cores francesas



Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.