edição 7
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QUARTA-FEIRA, 1º de agosto de 2012
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www.placar.com.br
LONDRES 2012 Judô
GETTY IMAGES
REUTERS
Depois da decepção com Leandro Guilheiro, Tiago Camilo é a aposta de basquete medalha hoje Após apagão, Brasil de Tiago Splitter vence a segunda. Agora pega a Rússia n Phelps nos 200m borboleta,
getty images
em que foi prata. Pouco depois, ganhou o ouro no revezamento 4 x 200m livre, seu 19º pódio em Olimpíadas
Michael Phelps ganha ouro e prata e se torna o maior medalhista olímpico de todos os tempos
o atleta do século
jornal placar | QUARTA-FEIRA, 1º de AGOSTO de 2012
Aquecimento frases
Editorial Por Miguel Icassatti
A técnica Rosicléia Campos, defendeno a judoca Rafaela Silva, atacada no Twitter
6
4
23
2
estados unidos
9
8
6
23
3
França
4
3
4
11
4
Coreia do sul
3
2
3
8
5
Coreia do norte
3
0
1
4
6
Cazaquistão
3
0
0
3
7
Itália
2
4
2
8
8
alemanha
2
3
1
6
9
Rússia
2
2
4
8
10
áfrica do sul
2
0
0
2
8
13
11
japão
1
4
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Austrália
1
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2
6
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romênia
1
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Brasil
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Hungria
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1
1
3
n Quadro de medalhas atualizado até as 22h (horário de Londres). Confira o quadro atualizado em tempo real no site www.abrilemlondres.com.br
BAÚ OLíMPICO Por Olavo Guerra
Família real no pódio
n Zara Phillips, neta de Elizabeth II e medalha de prata ontem
Alex Livesey-Getty Images
O
ntem, a equipe de hipismo da Grã-Bretanha faturou a medalha de prata no Concurso Completo de Equitação (CCE). Entre os membros do grupo, estava Zara Phillips, neta da rainha Elizabeth II. Ela é a primeira representante da família real britânica a conquistar uma medalha olímpica, mas não foi a única a competir. Sua mãe, a princesa Anne — filha de Elizabeth II —, fez parte do hipismo nas Olimpíadas de Montreal 1976. O pai de Zara, Mark Phillips, também era cavaleiro e foi medalhista por duas vezes: ouro em Munique 1972 e prata em Seul 1988.
Esporte
Sexo
Disputa
Etapa
Brasileiros na disputa
5h00
Tiro esportivo
F
Pistola 25m
Eliminatórias Ana Luiza Ferrão Mello
5h00
Esgrima
M
Individual espada
Eliminatórias Athos Schwantes
5h00
Vôlei de praia
F
1ª fase
Juliana e Larissa
5h00
Vôlei de praia
M
1ª fase
Ricardo e Pedro Cunha
5h30
Judô
M
Peso médio
Eliminatórias Tiago Camilo
5h30
Judô
F
Peso médio
Eliminatórias Maria Portela
6h39
Natação
M
200m costas
Eliminatórias Leonardo de Deus
7h30
Tênis
M
Simples
3ª rodada
7h30
Tênis
F
Simples
3ª rodada
7h30
Tênis
Duplas mistas
1ª rodada
7h47
Natação
M
200m medley
Eliminatórias
8h00
Vela
F
RS-X
Regatas
Patrícia Freitas
8h00
Vela
F
Laser radial
Regatas
Adriana Kostiw
8h00
Vela
M
RS-X
Regatas
Ricardo Winicki
8h00
Vela
M
Laser
Regatas
Bruno Fontes
10h30
Futebol
M
Brasil x Nova Zelândia
1ª fase
10h30
Basquete
F
Austrália x Brasil
1ª fase
10h30
Tênis de mesa
F
Individual
Final
11h30
Tiro esportivo
F
Pistola 25m
Final
12h00
Judô
F
Peso médio
Final
12h10
Judô
M
Peso médio
Final
12h15
Handebol
F
Brasil x GrãBretanha
1ª fase
15h10
Esgrima
M
Individual espada
Final
15h30
Natação
M
200m peito
Final
15h45
Futebol
M
Grã-Bretanha x Uruguai
16h16
Natação
M
100m livre
18h00
Vôlei
F
Brasil x Coreia do Sul
GETTY IMAGES FOTO: GETTY IMAGES
13
Veja galerias com as melhores imagens do quarto dia de competições em Londres Vai, Brasil! Acompanhe o que estão falando sobre os Jogos de Londres nas redes sociais Definição: saiba quais serão os confrontos semifinais do futebol feminino Londres 2012 marca a estreia do boxe feminino nos Jogos Olímpicos; acesse mais curiosidades
Hora
Total
China
Adalberto Baptista, diretor de futebol do São Paulo, inconformado em ver o principal ídolo do clube como eterno reserva na seleção olímpica
para ver na tv
Quadro de medalhas 1
O judoca Leandro Guilheiro, após ter perdido a chance de sua terceira medalha olímpica
Os destaques e o melhor conteúdo www.abrilemlondres.com.br exclusivo sobre Londres 2012 na internet Destaques do Site
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País
“Minha história certamente não termina aqui”
“Falo como fã do Lucas. Ele merecia mais chances nesse time do Mano. É uma opinião de torcedor”
Henrique Rodrigues e Thiago Pereira
1ª fase Final 1ª fase
REUTERS
N
“Chamaram ela de macaca (...). Ele (o internauta) é que tem de estar na jaula. É um animal. Que país é esse em que a cor da pele influencia na conduta das pessoas?”
em o ouro olímpico para o Brasil no futebol. Nem o recorde mundial de Usain Bolt nos 100 metros rasos. Nada, nenhum fato ou conquista que venha a ocorrer nesta 30ª edição dos Jogos Olímpicos da Era Moderna irá superar em importância o feito do nadador americano Michael Phelps que, ontem, conquistou a 18ª e 19ª medalhas olímpicas de sua carreira. Ao superar a marca da ginasta Larissa Latynina, da ex-União Soviética, que conquistou 18 medalhas em três edições dos Jogos (Melbourne 1956, Roma 1960 e Tóquio 1964), o foguete subaquático Phelps isolou-se no posto de maior medalhista da história das Olimpíadas. Ainda que a maioria de suas medalhas tenham sido alcançadas na era dos supermaiôs, o americano cravou seu nome no Olimpo.
fotocom.net
02
jornal placar | quarta-feira, 1º de agosto de 2012
Aquecimento
03
Os jogos que você não vê
Por Paulo Vitale, da VEJA
Fundador:
VICTOR CIVITA (1907-1990) Presidente e Editor:
ippon Ao aplicar o golpe perfeito na segunda luta, o brasileiro Leandro Guilheiro mantinha a esperança da medalha. Mas perdeu as duas seguintes e adiou o sonho para o Rio 2016
Roberto Civita
Vice-Presidente Executivo:
Jairo Mendes Leal Conselho Editorial:
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Barros
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Twitadas olÍmpicas
Medalhista de ouro dos Jogos Olímpicos de Seul 1988 e de bronze em Atlanta 1996 e atual vereador em São Paulo. Está em Londres, acompanhando as competições de judô e acredita nos brasileiros
1
Como avalia o Brasil até agora no judô? O primeiro dia foi maravilhoso, 100%. O Felipe Kitadai me surpreendeu, pois ele tem um pouco menos de força, mas se superou. A Sarah Menezes só confirmou seu favoritismo. No segundo dia, eu tinha uma expectativa com a Rafaela Silva, foi uma lástima aquele golpe ilegal. Ontem, a Mariana Silva pegou a chinesa que foi finalista logo de cara e o Leandro Guilheiro, eu senti falta de ritmo, fiquei triste, pois tinha muitas chances.
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Quais são as chances da Maria Portela e Thiago Camilo hoje? O Thiago já é experimentado, duas medalhas olímpicas, tem muito recurso e não há pressão sobre ele. A Portela é uma guerreira, vem crescendo a cada competição e tem tudo pra fazer uma grande Olimpíada.
Você acha que o Brasil evoluiu no esporte desde que você parou de lutar? O judô cresceu muito no país. A maior prova disso é a Sarah Menezes, que é do Piauí e treina lá até hoje. Os destaques estão disputando competições internacionais desde os 16, 17 anos, o que dá uma bagagem pra eles. A infraestrutura também é muito maior hoje em dia, além do apoio de patrocinadores.
Marcio Rodrigues/MPIX
papo triplo - Três perguntas para Aurélio Miguel
“Feliz aniversário ao meu parceiro Bruno Prada! Deixe sua mensagem de incentivo pra ele no Facebook : Bruno Prada” O iatista Robert Scheidt (@robert_scheidt) parabenizando seu colega de embarcação, Bruno Prada “Torcendo muito pela rapaziada brazuca em Londres. #vamobrasil” Diogo Silva, do taekwondo, dando uma força para o pessoal dos outros esportes, enquanto não começa suas lutas “L. Guilheiro teve muita dificuldade em segurar as duas mãos no kimono. Acabou superado pelo japonês Tadahiro Nakai” O ex-judoca Rogério Sampaio (@sampaiojudo), após a derrota de Leandro Guilheiro ontem “Saindo aqui galera linda! Vamos com tudo meu Brasil!” A lateral esquerda da seleção, Maurine (@MaurineDorneles), antes da partida contra a Grã-Bretanha “Boa tarde galera... Chegando no Crystal Palace pra treinar... Preparar tudo pro jogo de amanhã... #VamosTimeBrasil #Handebol” Da jogadora de handebol Mayara Fier (@May_ Fier), na peparção para o jogo de hoje
jornal placar | quarta-feira, 1º de agosto de 2012
04
judô
Nem ouro, nem prata, nem bronze...
n DERROTA Guilheiro não conseguiu impor sua forma de lutar diante do americano Travis Stevens
Decepção
Q
uando a delegação do judô brasileiro desembarcou em Londres, Leandro Guilheiro e Tiago Camilo eram as grandes esperanças de medalha da equipe masculina. Ontem, Guilheiro teve uma jornada infeliz: derrotado na terceira luta e, depois, eliminado também na repescagem, decepcionou todos os prognósticos e acabou o dia sem medalha. Guilheiro, líder do ranking mundial na categoria até 81 kg , venceu as duas primeiras lutas. A primeira, contra o Konstantis Ovchinnikovs, da Letônia, que recebeu duas advertências. No segundo combate, o brasileiro foi mais combativo e acertou um ippon no marroquino Saffouane Attaf. Nas quartas de final, porém, o americano Travis Stevens aplicou um wazari no brasileiro e este não foi capaz de reverter a situação. Na respescagem, o japonês Takahiro Nakai, mesmo inferior tecnicamente, não se intimidou e partiu para cima de Guilheiro. O brasileiro pisou fora da área de luta para evitar o golpe do oriental, o que lhe rendeu uma advertência. Com 3min08s, ele recebeu outra por falta de combatividade (as duas advertências renderam ao japonês um yuko). Abatido, sem encontrar seu melhor estilo de lutar, Guilheiro não foi capaz de reagir e acabou eliminado. “Os adversários foram melhores do que eu. Foi simples assim. Eles implementaram uma estratégia que eu já imaginava que aconteceria nas Olimpíadas, mas por mais que eu tentasse achar uma solução, não consegui. Eles foram melhores e ganharam. A derrota foi dentro do tatame, em questões tá-
ticas e técnicas”, reconheceu o judoca brasileiro, num misto de resignação e decepção. Para Guilheiro, o problema maior foi a estratégia adotada por seus adversários: “Eu sou muito forte segurando no quimono, mas eles não me deram tempo para fazer isso. Contra o japonês, a tática de bater cabeça e não dar espaço ficou muito clara. Contra o americano, como tinha maior envergadura, ele não me deixava chegar no quimono dele. Treinei isso nesses meses, mas aqui não consegui resolver”, analisou. Ainda que tenha ficado sem um lugar no pódio, Guilheiro diz sair da disputa de maneira serena, principalmente pela certeza de que se preparou para os Jogos Olímpicos de Londres da melhor maneira possível, algo que não foi possível para repetir os resultados dos eventos anteriores. “Essa foi a Olimpíada em que eu me preparei melhor em todos os aspectos e saio tranquilo. Sabia que seria difícil por ser o número 1 do ranking e pelo fato de estarem me estudando. É claro que estou sentindo uma dor que não desejo para ninguém, mas, se não tivesse sido a pessoa mais profissional do mundo, não chegaria aqui nessas condições”, disse. Apesar da eliminação precoce, ele já avisou que pretende disputar os Jogos Olímpicos de 2016, ano em que completa 33 anos. “Com certeza, minha história não termina aqui. Estou no melhor momento da minha vida e da minha carreira. Não é uma derrota, por mais significativa que seja, que vai me deixar para trás. Tenho muito mais alegria de lutar”, afirmou.
Musa brasileira eliminada logo na primeira luta n tchau, bela Mariana Silva volta para casa bem cedo
Alaor Filho/AGIF/COB
Da redação
fotocom.net
Duas derrotas interrompem o sonho de medalha de Leandro Guilheiro, um dos maiores favoritos ao pódio
A
musa do judô, Mariana Silva, que ficou famosa após fazer um ensaio sensual para o Jornal Extra, do Rio de Janeiro, não teve vida longa nas Olimpíadas. Seu sonho de lutar por uma medalha durou apenas 3min38s. Ela fez uma luta tensa contra a chinesa Lili Xu, mas a asiática aplicou-lhe um wazari, quando faltavam 2min22s. A brasileira ainda tentou partir para cima da chinesa na base da afobação, mas a adversária se defendeu bem, chegando a receber uma advertência por falta de combatividade quando faltavam 50 segundos para acabar. “É muito duro perder na primeira rodada. O tempo foi me pressionando na luta...Fiz o que pude, dei o meu melhor, sabia que tinha condições de vencer a luta. Mas tenho que melhorar, treinar e me preparar para chegar numa próxima Olimpíada.”, disse Mariana, às lágrimas, após o combate.
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06
Judô
Vai que é sua, Tiago! D
epois de Leandro Guilheiro, Tiago Camilo (7º no ranking mundial da categoria peso médio) é o maior destaque do judô masculino do Brasil. Hoje ele vai tentar conquistar sua terceira medalha olímpica e se transformar no atleta brasileiro recordista em número de conquistas individuais. A glória que poderia ter sido obtida por Leandro Guilheiro ontem, Pequim, acabou ficando na mão de Tiago. O caminho até o pódiom porém, não será fácil. O brasileiro faz a primeira luta do dia, hoje de madrugada, contra o ucraniano Roman Gontiuk. Caso passe, medirá forças com o vencedor da luta entre o italiano Roberto Miloni e o russo Parviz Sobirov. Todos esses adversários estão atrás de Camilo no ranking. Nas quartas de final, o adversário mais provável será Dilshold Choriev, do Uzbequistão, que está uma posição à frente de Camilo no ranking mundial. “O Tiago caiu num lado da chave bastante duro. Ele tem uma bagagem enorme, é campeão mundial e tem duas medalhas olímpicas e dá para passar. Mas terá três pedreiras nas três primeiras lutas,
inclusive o que considero o maior adversário, o Choriev”, disse Ney Wilson, o coordenador técnico da equipe brasileira. Sérgio Baldijão, supervisor técnico do Clube Pinheiros, que acompanhou toda a preparação de Camilo, concorda com Ney e mostra muita fé na preparação feita com o judoca: “Quando me despedi dele no dia do embarque para Londres, ele me disse que teve o melhor ciclo olímpico da carreira aqui no Pinheiros. Outro ponto a favor é que não estão falando muito dele e isso tira um peso”. As lutas de Tiago terão um confronto de estilos. O brasileiro prefere combater em pé, com a postura reta e investindo em ataques com o braço. Já a escola da Europa e aposta mais na força, na defesa com as pernas e na luta de chão. “Isso não será problema para o Tiago. Ele é um atleta muito versátil e nós criamos estratégias para enfrentar esse estilo de luta”. disse Ney. Além disso, Ney considera que Tiago, apesar de preferir lutar em pé, leva vantagem sobre seus adversários até as semifinais por uma razão simples: ser mais talentoso do que eles. “E tem mais: o Tiago é um judoca inteligente”, completou o coordenador.
n PEDREIRA Maria Portela tem caminho difícil até a medalha
Portela quer passar como um trator
A
n em alta Tiago Camilo tem potencial para se consagrar hoje o melhor judoca brasileiro
Harry How/Getty Images
Por Pedro Proença
Marcio Rodrigues/MPIX
Prata em Sidney 2000 e bronze em Pequim 2008, Tiago Camilo é a grande esperança de medalha no tatame para o Brasil hoje
gaúcha Maria Portela (6ª no ranking mundial) tem a chance de trazer a segunda medalha para o judô feminino hoje, mesmo tendo caído numa chave muito dura, que inclui a campeã mundial Yuri Alvelar e a número 1 do ranking mundial , Lucie Decosse. Para passar por adversárias tão encardidas e conseguir a medalha, ela aposta no uso da força e do contra-ataque, decorrente do seu porte físico. Com apenas 1,58m e pesa 70kg, ela esbanja boa forma, com um percentual de gordura de apenas 11%, o que faz com que tenha muita potência muscular. Não por acaso, é chamada pela treinadora Rosicléia Campos de “trator”. “A pouca altura poderia ser uma desvantagem, mas ela reverteu isso. A Portela tem um contra-ataque muito bom, se defende bem e, depois, usa toda a sua força para encaixar seus golpes. É uma das mais fortes em sua categoria”, diz Wagner Zaccani, preparador físico da atleta no Sogipa (RS), clube no qual treina.
Ofensa racista a judoca negra vira caso de polícia Pelo Twitter, internauta brasileiro chama a carioca Rafaela Silva de macaca e ministro do esporte pede investigação policial Da redação
REUTERS/Toru Hanai
A
pós ser eliminada anteontem por decisão dos juízes, a judoca carioca Rafaela Silva foi torpedeada por críticas no Twitter. Entre elas, uma ofensa de cunho racista, que a fez responder com palavrões. Ao ser advertida pela Rosicléia Campos e pelo coordenador técnico Ney Wilson, a judoca justificou sua
n REVOLTA Rafaela Silva sofre com eliminação e preconceito
reação dizendo ter sido chamada de macaca e que deveria voltar rastejando para o Brasil. A história ganhou proporções entre atletas e autoridades do país e acabou virando caso de polícia. “Chamaram ela de macaca, que tinha de estar na jaula, que ela era uma vergonha e devia voltar rastejando para o Brasil. Não estou justificando, mas explicando. Quem devia ir para a jaula é quem falou isso. Nem eu estou preparada para lidar com algo nesse nível. Que país é
esse?”, protestou Rosicléia, saindo em defesa da atleta. O Ministro dos Esportes, Aldo Rebelo, se disse enojado com a situação e prometeu acionar a Polícia Federal para apurar o caso e identificar o autor da mensagem racista inserida no microblog. “Racismo é uma questão de Justiça. É uma indignidade. Não foi apenas a atleta que foi desrespeitada. É um desrespeito ao povo brasileiro. O Governo vai tomar providências”, disse Rebelo.
O Comitê Olímpico Brasileiro, no entanto, divulgou uma nota ontem informando que a atleta desistiu de levar o caso adiante. Também usando os canais das redes sociais, vários atletas se solidarizaram com Rafaela. Até o craque Neymar, da seleção olímpica de futebol, mandou mensagem para a judoca. “Sei como você se sente! Agora é ficar ao lado dos que te amam de verdade e treinar muito para realizar seu sonho na Rio 2016”, escreveu o craque.
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basquete
Brasil supera apagão e vence donos da casa
n no sufoco Tiago Splitter abraça Marcelinho Huertas no final de um jogo dramático
brasileira chegou a abrir 4 a 0, mas os rivais conseguiram virar o marcador e a partir daí o que se viu foi uma série de jogadas erradas e o jejum no placar brasileiro. Após o apagão inicial, o Brasil iniciou o segundo quarto investindo nas jogadas de Leandrinho e Tiago Splitter. Apesar da afobação no garrafão, a equipe conseguiu fechar o primeiro tempo empatado em 27 a 27. Magnano aproveitou o intervalo para dar um chacoalhão nos jogadores e surtiu efeito. Mesmo tendo dificuldades para se impor sobre os britânicos, o Brasil conseguiu fechar o terceiro quarto com cinco pontos à frente, 48 a 43. No último e decisivo quarto, os donos da casa passaram à frente no placar, mas perderam a vantagem graças aos contra-ataques bem sucedidos de Marquinhos. Faltando pouco mais de um minuto para zerar o cronômetro, Marcelinho Huertas enfiou uma bola espetacular para Nenê que enterrou e ainda sofreu falta. Foi o suficiente para o Brasil abrir seis pontos e liquidar a partida.
Agora é proibido perder Para continuar vivo na briga por uma medalha no feminino, Brasil tem de derrotar a Austrália hoje
D
epois de duas derrotas nas duas primeiras rodadas, a seleção feminina entra na quadra hoje, às 10h30 (horário de Brasilia), para enfrentar a Austrália com a obrigação de vencer para continuar viva na luta por uma medalha olímpica em Londres. Surpreendido pelo mau desempenho da equipe no início do torneio, o técnico Luis Cláudio
Tarallo não joga a toalha, e confia que o trabalho realizado até aqui vai ajudar o Brasil a virar o jogo. “A palavra de ordem é persistir. Durante o próximo jogo e em toda a competição. Não podemos em momento algum jogar a toalha”, disse o técnico, em tom de exortação. Entre as jogadoras o clima também é de confiança na virada. “A gente está acreditando. Ninguém
Christian Petersen/Getty Images
A
seleção brasileira de basquete masculino voltou à quadra dos Jogos de Londres, ontem, e mostrou que seu principal adversário, nesta fase preliminar, tem sido o nervosismo e a ansiedade. Assim como na estreia, na vitória apertada diante da Austrália, a equipe do técnico Rubén Magnano voltou a exibir, diante dos donos da casa, um jogo inconsistente e marcado por altos e baixos. Para se ter uma ideia do descontrole dos brasileiros, o time fez o pior primeiro quarto do basquete nesta Olimpíada, marcando apenas quatro pontos, contra 11, da Grã-Bretanha. Mesmo errando cestas fáceis e com um péssimo aproveitamento em bolas de três pontos, o Brasil conseguiu arrancar sua segunda vitória nos Jogos, por 67 a 62. O triunfo rendeu aos brasileiros o primeiro lugar do Grupo B, com quatro pontos, empatado com Rússia e Espanha. Os russos, aliás, são os próximos adversários do Brasil, amanhã, 12h45 (Brasília). No desempate por pontos, o Brasil cai para terceiro. No primeiro quarto, a equipe
Mike Segar/ reuters
Equipe revela nervosismo e marca apenas 4 pontos no primeiro quarto
vai soltar a corda. Esse grupo é forte. A gente treinou muito para estar aqui. Só a gente sabe. E eu não vou aceitar que duas derrotas manchem um trabalho tão bem feito”, disse a ala-armadora Karla, uma das mais experiente da seleção. O que pode ajudar as brasileiras é que a Austrália também vai entrar na quadra sob pressão, já vem de uma derrota de 74 a 70 para a França, numa partida emocionante decidida na prorroga-
n unidas venceremos Jogadoras brasil eiras confiam na virada e se recusam a jogar a toalha
ção. Mas, vale lembrar, que o retrospecto não é nada favorável à equipe de Tarallo. As australianas venceram as brasileiras nas quatro partidas disputadas este ano. Se perder para a Austrália, o Brasil somente se classificará se derrotar Grã-Bretanha e Canadá. Ainda assim, a seleção brasileira provavelmente ficaria com a quarta colocação, tendo que encarar os Estados Unidos no mata-mata, o que, na prática, é quase uma morte anunciada. Em amistoso realizado dia 16 de julho, as brasileiras perderam para por 32 pontos de diferença (99 a 67).
jornal placar | quarta-feira, 1º de agosto de 2012
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Vôlei de praia
UM CONTO DE DUAS CIDADES Por Jonas Oliveira
Vitória no sufoco Talita e Maria Elisa batem alemãs após 11 match points
Assentos vazios, problema difícil
E
n Que alívio! Talita e Maria Elisa vibram após vitória sofrida
Por Assinatura
Ryan Pierse/Getty Images
A
o contrário da estreia sem tropeços ante as holandesas Madelein Meppelink e Sophie van Gestel, no domingo, a dupla Maria Elisa e Talita suou o biquíni para vencer as alemãs Sara Goller e Laura Ludwig, ontem, no confronto mais emocionante da rodada. Em pouco mais de uma hora de jogo, que incluiu nove match points desperdiçados pelas brasileiras no segundo set, Maria Elisa e Talita bateram as adversárias por 2 a 1, com parciais de 21/19, 29/31 e 15/3, no tie-brake. Com o resultado, a dupla verdeamarela passa a liderar a chave E, com quatro pontos, e volta à quadra amanhã, contra as donas da casa, Becchara Palmer e Louise Bawden, derrotadas pelas alemãs na estreia. Apesar de as brasileiras imporem ritmo forte desde o início do primeiro set, com destaque para os pontos de bloqueio de Talita, as adversárias conseguiram equilibrar a partida, variando jogadas, forçando saques e devolvendo bolas de segunda. Com erros de recepção das alemãs, a dupla brasileira fechou o primeiro set em 20 minutos. Talita manteve o bom desempenho na rede no segundo set, mas Goller e Ludwig voltaram melhor do intervalo, acertando o ataque. Após abrir uma ligeira vanta-
gem no placar, as alemãs pararam nos bloqueios de Talita, mas as brasileiras acabaram perdendo nove chances de liquidar a partida. Com a moral alta, a dupla alemã virou o jogo, fechando por 31 a 29, com dois erros brasileiros, em 32 minutos. No tie-brake, apesar do equilíbrio, as jogadoras mostraram nervosismo refletindo em muitos erros de saque para os dois lados.
Ao final, as brasileiras abriram dois pontos de vantagem, que se manteve até o fim, fechando em 15 a 13. Vibrando muito, Talita resumiu o sentimento da dupla logo após o término do duelo. “A gente gosta de vibrar até para dar mais motivação para o próximo ponto. Eu e a Maria buscamos sempre estar vibrando, sempre colocando uma e a outra para cima”.
Brasileiros jogam hoje em busca dos 100%
Alison e Emanuel seguem firmes na disputa pelo ouro
A
O
s brasileiras Juliana e Larissa voltam à Arena do Vôlei de Praia hoje, às 11h30 (Brasília), buscando consolidarem-se na liderança da chave A do torneio feminino nos Jogos de Londres. O último confronto da fase preliminar será contra as checas Lenka Hajeckova e Hana Klapalova, que ocupam o terceiro lugar do grupo, à frente apenas da dupla das Ilhas Maurício. Às 16h é a vez de Ricardo e Pedro Cunha pegarem os canadenses Joshua Binstock e Martin Reader. A vitória isola os brasileiros no topo da chave F.
vôlei de praia brasileiro segue invicto na corrida pelo ouro olímpico. No torneio masculino, ontem foi a vez da dupla Alison e Emanuel bilhar na arena montada no centro de Londres. Com o resultado positivo de 2 sets a 0 (21/17 e 21/12) sobre os suíços Jefferson Bellaguarda e Patrick Heuscher, Alison e Emanuel garantiram a liderança da chave A e a vaga antecipada para a etapa eliminatória. Ao contrário da estreia tensa, no domingo, quando venceram de virada os austríacos Doppler e Horst,
o segundo confronto dos brasileiros foi mais tranquilo, com a dupla exibindo um jogo mais consistente, com bom aproveitamento de rede e bons saques de Emanuel. Logo após o confronto, Emanuel atribuiu à vitória ao fato de já conhecer os adversários. “Jogamos antes duas vezes contra eles. Sabíamos os pontos fortes e fracos, e isso facilitou”, explicou o campeão olímpico de Atenas 2004. Alison e Emanuel enfrentam amanhã, às 6h, a dupla italiana Daniele Lupo e Paolo Nicolai.
ntre todos os problemas enfrentados pela organização de Londres 2012, talvez o mais difícil de ser resolvido seja o dos assentos vazios em quase todos os locais de competição. As imagens de lugares vagos em eventos para os quais os ingressos haviam sido esgotados têm gerado bastante insatisfação entre o público e a mídia britânicos. A última decisão do comitê organizador foi fazer um balanço diário dos ingressos que patrocinadores, autoridades, VIPs e outros convidados não irão utilizar, e colocá-los à venda pelo site oficial na véspera das competições. O comitê ainda estuda a possibilidade de adotar a “regra dos 30 minutos”, tempo após o início de cada evento em que os lugares vazios poderiam ser ocupados por outros compradores. Dos 8,8 milhões de ingressos disponíveis para os Jogos Olímpicos, 75% foram destinados à venda para o público do Reino Unido, 12% para o público internacional, por meio dos Comitês Olímpicos Nacionais, 8% para patrocinadores e parceiros do COI e 5% para as empresas que fornecem serviços de hospitalidade. Os patrocinadores acabam sendo demonizados pelo público, mas esta é uma batalha praticamente perdida. Para o ciclo olímpico de 2013 a 2016, o Comitê Olímpico Internacional deve arrecadar mais de 1 bilhão de dólares apenas com seus principais patrocinadores. Seria ingenuidade pensar que os parceiros comerciais, que ajudam a tornar o evento lucrativo, abririam mão de seus convites. Há ainda outro aspecto pouco abordado pela imprensa daqui: a maioria dos ingressos vale para múltiplas sessões. No sábado, acompanhei a partida de basquete feminino entre Brasil x França, que teve início às 20h. A partida seguinte, entre Grã-Bretanha e Austrália, começou às 22h. Alguns brasileiros e franceses deixaram a Arena de Basquete, deixando lugares vazios. Uma fileira inteira à minha frente foi ocupada durante a segunda partida por soldados britânicos. Uma possível solução para casos como esse seria adotar um sistema parecido com o do torneio de tênis de Wimbledon, que faz a “reciclagem” de ingressos: as entradas de quem deixa o evento antes de seu término são revendidas no local. Mas isso requer um esforço logístico difícil de equacionar em um evento desse porte. Com todo o volume de pessoas que já se dirige naturalmente às instalações olímpicas, criar uma fila de espera poderia causar mais transtorno e insatisfação. A organização do Rio 2016 ainda tem outros desafios maiores pela frente, mas é bom que se comecem a pensar em soluções para um problema tão difícil de ser resolvido. A julgar pelos 50.000 brasileiros que vieram a Londres para assistir aos Jogos, a procura por ingressos em 2016 deverá ser grande. De Londres 2012 fica a lição: não há quem fique satisfeito quando se sente excluído de uma festa – ainda mais quando ela acontece em sua casa, financiada pelo seu próprio dinheiro.
Para o ciclo olímpico de 2013 a 2016, o COI deve arrecadar mais de 1 bilhão de dólares com patrocinadores
jornal placar | quarta-feira, 1º de agosto de 2012
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natação
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n TORPEDO
n O MITO
Cesar Cielo mostrou toda sua força nas provas classificatórias dos 100m nado livre
Michael Phelps não para de aumentar sua coleção de medalhas
Super-homem Com ouro e prata, Phelps é o maior medalhista da história dos Jogos
cielo x cielo Para medalha, Cesão deve nadar na casa dos 47s
Por Marcos Sergio Silva, de Londres
É
preciso melhorar — ou a medalha hoje não vem. A conclusão é de Cesar Cielo, classificado para a final dos 100 metros livres. Ontem, ele conseguiu o quinto melhor tempo na semifinal, com 48s17. Hoje, nada para baixar o desempenho para menos de 47 segundos, o que, de acordo com os resultados de hoje, o deixaria com chances de conquistar a medalha. “Tenho que tirar esses centésimos. Essa prova está bem embolada, tem que fazer 47 (segundos). Com 48 eu não consigo trazer medalha”, disse Cielo. O tempo de ontem é inferior à melhor marca de Cielo sem o supermaiô, de 47s67. O brasileiro é dono do recorde mundial na distância, com os 46s91 obtidos em Roma, em 2009, com a novidade tecnológica. O australiano James Magnussen, o melhor da semifinal, obteve 47s63. Foi seguido por Nathan
Adrian (Estados Unidos) com 47s97, o cubano Hanser Garcia (48s04) e o holandês Sebastiaan Verschuren (48s13). Magnussen é o favorito para o ouro, e Cielo montou sua estratégia com base no desempenho do australiano. “Se ele encaixar a melhor prova dos últimos anos, aí ele entra na briga”, prevê o técnico Alberto Silva. A aposta de Cielo é nos 50 metros livres. Pela manhã, Cielo teve um desempenho mais fraco. Ficou em quinto lugar na sexta bateria, terminando em décimo entre 56 competidores. “Entrei meio pesado. A primeira nadada é difícil encaixar um bom ritmo. Mas classificou, foi importante”, disse, logo depois da prova. Explica, mas não justifica, o fato de a bateria de Cielo ser a mais competitiva. Dos dez melhores classificados para a semifinal, cinco (incluindo o brasileiro) saíram dela. Os vencedores das
cinco primeiras baterias não conseguiram sair da primeira fase. Na semi, melhorou consideravelmente. Superior nos primeiros 50 metros de braçadas, sua especialidade, segurou o ritmo no final, chegando em segundo. “Pois é, deu para dar uma seguradinha. Vamos ver se amanhã eu pego uma medalhinha.” Planos para hoje? Ficar com as pernas para o ar, o dia todo. “Fico meio paranoico. Penso até no jeito que vou escovar os dentes. Economizo o que for possível de energia.” E a melhor notícia da Olimpíada? Não ter como adversária a chinesa Ye Shiven, de 16 anos, que bateu o recorde dos 400 metros medley ao nadar em 4min28s.43, superior ao norte-americano Ryan Lochte, vencedor da prova masculina, nos últimos 50 metros. “Como eu não nado os 400 metros medley eu não sou mulher, eu estou feliz”, riu.
Brasileiros eliminados C
om exceção de Thiago Pereira e Cesar Cielo, os nadadores brasileiros seguem rendendo menos do que se esperava deles. Inclusive, nadando abaixo de suas melhores marcas em outros campeonatos. Ontem, Joanna Maranhão disse adeus aos Jogos sendo a última de sua bateria na eliminatória dos 200 m borboleta. Terminou quase quatro segundos mais lenta do que seu melhor tempo de carreira. “Foi um tempo de b...”, soltou. “Estou muito triste, mas é bom para eu aprender”. Ela lamentou não ter competido nos 400 m medley, sua especialidade, ao sofrer um desmaio e abrir o supercílio no último sábado, dia da prova. Ao entrar na piscina na segunda para os 200 m medley, também não chegou à final. Outros brasileiros que ficaram pelo caminho foram Nicolas Oliveira (100 m livres), Henrique Barbosa e Tales Cerdeira (ambos no 200 m peito).
Valterci Santos/AGIF/COB
Bronze nos Jogos de 2008, brasileiro se classifica em quinto para a final dos 100 metros livres
THALES MOLINA
Como em Pequim
REUTERS/Michael Dalder
U
Agora Thiago quer o ouro
Mais leve após a surpreendente conquista da prata nos 400m medley, nadador quer vencer os 200m medley
D
emorou, mas a tão aguardada medalha de Thiago Pereira saiu. No último sábado, o nadador brasileiro apagou o estigma de ser figurante em finais olímpicas e conquistou a prata nos 400 m medley. E empolgouse ainda mais para cair na piscina de novo hoje, a partir das 6h40, e ir atrás do ouro nos 200 m medley, sua especialidade. Desde os 12 anos, o nome de na-
n confiante Thiago Pereira volta a cair na piscina hoje para nadar sua prova preferida
dador carioca é apontado como uma grande promessa da natação. E em campeonatos mundiais e jogos pan-americanos, ele respondeu à altura várias vezes. Somou 18 medalhas (12 douradas) em três edições do evento continental e foi campeão do mundo em 2004, justamente em sua prova favorita. Faltava subir ao pódio em Olimpíadas. Nas duas últimas, bateu na trave, ficando em 5º em Atenas 2004 e 4º em Pequim 2008. Aos 26 anos, Thiago parece mais seguro e concentrado. E a prata em Londres já premia o trabalho que ele
vem realizando nos últimos quatro anos, focado unicamente em um bom resultado olímpico. “O Thiago precisava desse alívio”, diz o fisioterapeuta Natan Cunha, que, há cerca de um ano, ajuda o atleta a atingir seu objetivo. “Agora ele tirou esse peso das costas, algo que o incomodava, e vai nadar tranquilo nos 200”. Para ele, nunca o brasileiro chegou a uma olimpíada tão focado. Ao passar das eliminatórias, Thiago volta a competir ainda hoje, às 16h40, pelas semifinais. A final está marcada para amanhã (2), 16h20.
m dia para ficar marcado na história do esporte mundial. O maior medalhista dos Jogos saiu ontem do Parque Aquático de Londres. Como era esperado, o grande Michael Phelps cumpriu sua meta e alcançou as três medalhas que faltavam para passar a ginasta russa Larissa Latynina, que contabilizava 18 medalhas. E sentou-se, definitivamente, no topo do Olimpo. Nesta edição, ele já havia conquistado uma prata com o revezamento 4x100 livres. Ontem, finalmente, bateu o recorde histórico. Ao fechar o revezamento 4x200m livre do time norteamericano, ele conquistou a sua primeira medalha de ouro este ano. E somou no total 19 medalhas olímpicas (15 de ouro). O time norte-americano completou o revezamento com tempo de Prova
6min59s70, seguido pelos franceses, que fizeram 7min02s77. O detalhe curioso é que Yannick Agnel, que fechou a prova ao lado de Phelps, nadou um segundo mais rápido, porém não foi suficiente para diminuir a vantagem que já havia sido estabelecida. A China completou o pódio na terceira posição, com 7min06s30. Mais cedo, Phelps foi superado pelo sul-africano Chad le Clos nos 200m borboleta e levou a prata. Competindo pela União Soviética nos Jogos de Melbourne 1956, Roma 1960 e Tóquio 1964, Larissa Latynina conquistou 18 medalhas. Além de igualar o número de medalhas da ex-atleta, Phelps também detém o recorde de maior medalhista em uma única edição dos Jogos: foram 8 ouros apenas em Pequim 2008.
Medalha
Tempo
Recorde
ouro ouro bronze ouro ouro bronze ouro ouro
4:08:26 51:25 1:45:32 1:54:04 1:57:14 3:14:62 7:07:33 3:30:68
Mundial Mundial Olímpico Olímpico
400 m medley 100 m borboleta 200 m livre 200 m borboleta 200 m medley 4x100 m livre 4x200 m livre 4x100 medley
ouro ouro ouro ouro ouro ouro ouro ouro
4:03:84 50:58 1:42:96 1:52:03 1:54:23 3:08:24 6:58:56 3:29:34
Mundial Olímpico Mundial Mundial Mundial Mundial Mundial Mundial
Londres 2012 200 m borboleta 4x100 m livre 4x200 m livre
prata prata ouro
1:53:01 3:10:38 6:59:70
Atenas 2004 400 m medley 100 m borboleta 200 m livre 200 m borboleta 200 m medley 4x100 m livre 4x200 m livre 4x100 mmedley
Mundial
Pequim 2008
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Cesar Cielo mostrou toda sua força nas provas classificatórias dos 100m nado livre
Michael Phelps não para de aumentar sua coleção de medalhas
Super-homem Com ouro e prata, Phelps é o maior medalhista da história dos Jogos
cielo x cielo Para medalha, Cesão deve nadar na casa dos 47s
Por Marcos Sergio Silva, de Londres
É
preciso melhorar — ou a medalha hoje não vem. A conclusão é de Cesar Cielo, classificado para a final dos 100 metros livres. Ontem, ele conseguiu o quinto melhor tempo na semifinal, com 48s17. Hoje, nada para baixar o desempenho para menos de 47 segundos, o que, de acordo com os resultados de hoje, o deixaria com chances de conquistar a medalha. “Tenho que tirar esses centésimos. Essa prova está bem embolada, tem que fazer 47 (segundos). Com 48 eu não consigo trazer medalha”, disse Cielo. O tempo de ontem é inferior à melhor marca de Cielo sem o supermaiô, de 47s67. O brasileiro é dono do recorde mundial na distância, com os 46s91 obtidos em Roma, em 2009, com a novidade tecnológica. O australiano James Magnussen, o melhor da semifinal, obteve 47s63. Foi seguido por Nathan
Adrian (Estados Unidos) com 47s97, o cubano Hanser Garcia (48s04) e o holandês Sebastiaan Verschuren (48s13). Magnussen é o favorito para o ouro, e Cielo montou sua estratégia com base no desempenho do australiano. “Se ele encaixar a melhor prova dos últimos anos, aí ele entra na briga”, prevê o técnico Alberto Silva. A aposta de Cielo é nos 50 metros livres. Pela manhã, Cielo teve um desempenho mais fraco. Ficou em quinto lugar na sexta bateria, terminando em décimo entre 56 competidores. “Entrei meio pesado. A primeira nadada é difícil encaixar um bom ritmo. Mas classificou, foi importante”, disse, logo depois da prova. Explica, mas não justifica, o fato de a bateria de Cielo ser a mais competitiva. Dos dez melhores classificados para a semifinal, cinco (incluindo o brasileiro) saíram dela. Os vencedores das
cinco primeiras baterias não conseguiram sair da primeira fase. Na semi, melhorou consideravelmente. Superior nos primeiros 50 metros de braçadas, sua especialidade, segurou o ritmo no final, chegando em segundo. “Pois é, deu para dar uma seguradinha. Vamos ver se amanhã eu pego uma medalhinha.” Planos para hoje? Ficar com as pernas para o ar, o dia todo. “Fico meio paranoico. Penso até no jeito que vou escovar os dentes. Economizo o que for possível de energia.” E a melhor notícia da Olimpíada? Não ter como adversária a chinesa Ye Shiven, de 16 anos, que bateu o recorde dos 400 metros medley ao nadar em 4min28s.43, superior ao norte-americano Ryan Lochte, vencedor da prova masculina, nos últimos 50 metros. “Como eu não nado os 400 metros medley eu não sou mulher, eu estou feliz”, riu.
Brasileiros eliminados C
om exceção de Thiago Pereira e Cesar Cielo, os nadadores brasileiros seguem rendendo menos do que se esperava deles. Inclusive, nadando abaixo de suas melhores marcas em outros campeonatos. Ontem, Joanna Maranhão disse adeus aos Jogos sendo a última de sua bateria na eliminatória dos 200 m borboleta. Terminou quase quatro segundos mais lenta do que seu melhor tempo de carreira. “Foi um tempo de b...”, soltou. “Estou muito triste, mas é bom para eu aprender”. Ela lamentou não ter competido nos 400 m medley, sua especialidade, ao sofrer um desmaio e abrir o supercílio no último sábado, dia da prova. Ao entrar na piscina na segunda para os 200 m medley, também não chegou à final. Outros brasileiros que ficaram pelo caminho foram Nicolas Oliveira (100 m livres), Henrique Barbosa e Tales Cerdeira (ambos no 200 m peito).
Valterci Santos/AGIF/COB
Bronze nos Jogos de 2008, brasileiro se classifica em quinto para a final dos 100 metros livres
THALES MOLINA
Como em Pequim
REUTERS/Michael Dalder
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Agora Thiago quer o ouro
Mais leve após a surpreendente conquista da prata nos 400m medley, nadador quer vencer os 200m medley
D
emorou, mas a tão aguardada medalha de Thiago Pereira saiu. No último sábado, o nadador brasileiro apagou o estigma de ser figurante em finais olímpicas e conquistou a prata nos 400 m medley. E empolgouse ainda mais para cair na piscina de novo hoje, a partir das 6h40, e ir atrás do ouro nos 200 m medley, sua especialidade. Desde os 12 anos, o nome de na-
n confiante Thiago Pereira volta a cair na piscina hoje para nadar sua prova preferida
dador carioca é apontado como uma grande promessa da natação. E em campeonatos mundiais e jogos pan-americanos, ele respondeu à altura várias vezes. Somou 18 medalhas (12 douradas) em três edições do evento continental e foi campeão do mundo em 2004, justamente em sua prova favorita. Faltava subir ao pódio em Olimpíadas. Nas duas últimas, bateu na trave, ficando em 5º em Atenas 2004 e 4º em Pequim 2008. Aos 26 anos, Thiago parece mais seguro e concentrado. E a prata em Londres já premia o trabalho que ele
vem realizando nos últimos quatro anos, focado unicamente em um bom resultado olímpico. “O Thiago precisava desse alívio”, diz o fisioterapeuta Natan Cunha, que, há cerca de um ano, ajuda o atleta a atingir seu objetivo. “Agora ele tirou esse peso das costas, algo que o incomodava, e vai nadar tranquilo nos 200”. Para ele, nunca o brasileiro chegou a uma olimpíada tão focado. Ao passar das eliminatórias, Thiago volta a competir ainda hoje, às 16h40, pelas semifinais. A final está marcada para amanhã (2), 16h20.
m dia para ficar marcado na história do esporte mundial. O maior medalhista dos Jogos saiu ontem do Parque Aquático de Londres. Como era esperado, o grande Michael Phelps cumpriu sua meta e alcançou as três medalhas que faltavam para passar a ginasta russa Larissa Latynina, que contabilizava 18 medalhas. E sentou-se, definitivamente, no topo do Olimpo. Nesta edição, ele já havia conquistado uma prata com o revezamento 4x100 livres. Ontem, finalmente, bateu o recorde histórico. Ao fechar o revezamento 4x200m livre do time norteamericano, ele conquistou a sua primeira medalha de ouro este ano. E somou no total 19 medalhas olímpicas (15 de ouro). O time norte-americano completou o revezamento com tempo de Prova
6min59s70, seguido pelos franceses, que fizeram 7min02s77. O detalhe curioso é que Yannick Agnel, que fechou a prova ao lado de Phelps, nadou um segundo mais rápido, porém não foi suficiente para diminuir a vantagem que já havia sido estabelecida. A China completou o pódio na terceira posição, com 7min06s30. Mais cedo, Phelps foi superado pelo sul-africano Chad le Clos nos 200m borboleta e levou a prata. Competindo pela União Soviética nos Jogos de Melbourne 1956, Roma 1960 e Tóquio 1964, Larissa Latynina conquistou 18 medalhas. Além de igualar o número de medalhas da ex-atleta, Phelps também detém o recorde de maior medalhista em uma única edição dos Jogos: foram 8 ouros apenas em Pequim 2008.
Medalha
Tempo
Recorde
ouro ouro bronze ouro ouro bronze ouro ouro
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Mundial Mundial Olímpico Olímpico
400 m medley 100 m borboleta 200 m livre 200 m borboleta 200 m medley 4x100 m livre 4x200 m livre 4x100 medley
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Mundial Olímpico Mundial Mundial Mundial Mundial Mundial Mundial
Londres 2012 200 m borboleta 4x100 m livre 4x200 m livre
prata prata ouro
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Atenas 2004 400 m medley 100 m borboleta 200 m livre 200 m borboleta 200 m medley 4x100 m livre 4x200 m livre 4x100 mmedley
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Pequim 2008
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vôlei
loja de antiguidades Por Fábio Altman, de Londres
Brasil faz 3 a 0 na Rússia: vitória para ganhar moral
“Sportsperson número 137”
A
Com grande atuação de Vissotto e Bruninho, seleção brasileira derrota velho rival com absoluta autoridade n na raça
Elsa/Getty Images
Bruninho (à direita) comanda time brasileiro no duelo com os russos
Da redação
U
m resultado para ganhar confiança: assim pode ser definida a vitória do Brasil por 3 sets a 0 (parciais de 25/21, 25/23, 25/21) sobre a Rússia, ontem, no torneio de vôlei dos Jogos de Londres. Valendo-se dos muitos erros dos russos, e explorando a eficiência do saque e do bloqueio, o time brasileiro se impôs com autoridade na quadra.
Para o técnico Bernardinho, o bom aproveitamento no saque foi fundamental para a vitória: “É difícil ver um time que jogue em alto nível e não tenha um bom saque. Trata-se de uma arma fundamental no vôlei atual. Hoje, o saque entrou, mas há alguns jogadores que ainda podem melhorar”, avaliou o técnico. Já o central Sidão preferiu enaltecer a entrega do time: “A palavra chave do jogo foi dedicação. Bloqueamos muitas bolas di-
fíceis e brigamos todos os pontos. Para Leandro Vissotto, um dos melhores da partida ao lado do levantador Bruninho, o jogo foi mais difícil do que o placar de 3 a 0 pode aparentar. Os outros jogos do grupo tiveram os seguintes resultados: Sérvia 3 x 1 Tunísia e Estados Unidos 3 x 0 Alemanha. O próximo jogo do Brasil será contra os Estados Unidos, amanhã. O russos enfrentam a Tunísia, e a Sérvia pega a Alemanha.
Rival sul-coreana tira o sono de Zé Roberto Depois da derrota para os Estados Unidos, treinador da seleção feminina alerta para força do adversário de hoje
D
epois da americana Destinee Hooker fazer misérias com a defesa brasileira ao colocar 23 bolas no chão, na derrota de anteontem por 3 x 1 contra os Estados Unidos, o treinador Zé Roberto Guimarães, preocupado, alerta seu time para ter atenção com a ponteira sul-coreana Kim Yeon Joung, a quem ele treinou no Fenerbahçe (Turquia). A sul-coreana justifica a preocupação: na partida contra a Sérvia, a jogadora fez simplesmente 34 pontos na vitória das asiáticas sobre a Sérvia por 3 x 1. “A Coreia tem hoje
a melhor ponteira do mundo. O único fundamento mais fraco dela é o bloqueio. Eu sei, porque treinei ela no Fenerbahce. Ela saca e ataca como quer. A Coreia deu trabalho para os Estados Unidos, ganhou da Sérvia e agora acredita na classificação. Vai ser um jogo complicado e difícil”, afirmou o treinador. Para piorar a situação, as sulcoreanas estão na frente do Brasil na classificação, com 3 pontos (as brasileiras, que só venceram a Turquia no tie-break, têm 2). Caso percam, as comandadas de Zé Roberto
podem se complicar na chave. Apesar de estarem na frente, o treinador não crê que vá enfrentar uma equipe tão difícil quanto a americana: “A Coreia não tem tanta pegada e o bloqueio não é tão pesado, mas a defesa é tão boa quanto”. Para o duelo contra as asiáticas, o treinador espera uma equipe menos passiva e com menos erros do que na partida contra as americanas. Paula Pequeno pede cabeça fria ao time: “Temos que usar a calma para explorar os pontos fracos delas. Na Olimpíada, todos os times são de alto nível”, Completam a rodada de hoje Sérvia x Turquia e EUA x China.
s duas medalhas de ouro da chinesa Shiwen Ye, nos 400 metros medley e nos 200 metros medley, a transformaram num gigante das piscinas — embora nem fosse preciso tê-la no alto do pódio para perceber os ombros largos e o jeitão um tanto quanto masculino. Nos 50 metros finais dos 400 medley, ela nadou mais rápido que o vencedor entre os homens na mesma prova, o americano Ryan Lochte. Bateu o recorde mundial. Nos 200 medley, foi outro passeio, desta vez com a melhor marca olímpica. O feito da moça imediatamente provocou reações prematuras, irresponsáveis até, mas incontornáveis. Disse o americano Leonard, diretor executivo da Associação Mundial de Técnicos de Natação: “Ela se parece com uma supermulher. Na história do nosso esporte, sempre que alguém se parecia com uma supermulher foi pega nos testes de doping”. A declaração provocou uma crise diplomática entre Estados Unidos e China, pôs o Comitê Olímpico em polvorosa e iluminou um passado que busca ser esquecido, e que esta Loja de Antiguidades revisita. Os 400 medley era a prova por excelência de outra nadadora espetacular, a alemã oriental Petra Schneider. Na Olimpíada de 1980, em Moscou, Petra fez um tempo improvável, de 4m36s29 — quase 10 segundos mais rápida que a segunda colocada. Em Londres, agora, três décadas depois, a chinesa encerrou a prova em 4m28s43, menos de três segundos à frente da medalhista de prata. A diferença do desempenho da alemã em relação a suas adversárias autoriza entender o espanto provocado em um tempo em que as técnicas de detecção de doping engatinhavam e o Muro de Berlim mantinha-se firme e forte. Soube-se depois, por confissão da própria nadadora e por minuciosas investigações de jornalistas, que havia na Alemanha Oriental uma máquina de contrafação de resultados na natação. Identificada como promessa ainda criança — tal qual a chinesa — Petra passou a ser identificada por um número, “Sportsperson 137”. Treinava o dia inteiro em uma piscina coberta como uma estufa, onde se reproduzia a pressão atmosférica de altitudes, de modo a tornar as travessias de 50 metros ainda mais cansativas. Fazia musculação (num tempo em que mesmo os homens não eram afeitos a braços e pernas exageradamente inchados) e tomava esteroides anabolizantes derivados da testosterona. Em 2005, Petra admitiu ter sido cobaia de uma farsa. Os laboratórios de experiências e alta performance esportivas criavam situações que beiravam o inacreditável. As nadadoras eram inseminadas artificialmente de modo que, recém-engravidadas, estivessem mais fortes no momento de competir, na medida em que o organismo liberava hormônios. Aos três meses, abortavam para prosseguir o treinamento a caminho da próxima enganação. Foi um período sem Twitter ou Instagram, sem computador ou smartphones, no qual as Olimpíadas eram tratadas como campo de batalha entre dois blocos, o soviético e o americano. Valia tudo. Essa sombra é que atrapalha o espetacular desempenho de Shiwen Ye, a “sereia mandarim”, no Parque Aquático de Londres. Sombra insuficiente para apagar a grande estrela dos Jogos até agora.
As duas medalhas de Shiwen Ye a transformaram num gigante das piscinas
jornal placar | QUARTA-FEIRA, 1º de AGOSTO de 2012
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ATLETISMO
brasileiro do dia Por Alexandre Salvador, da VEJA
A fã de Rogerio Ceni
E
Para o alto e avante
Para ser campeã olímpica, Murer tem de superar as marcas de Isinbayeva. Veja abaixo o comparativo
GETTY IMAGES
n ao ouro
Precavida da perda de esquipamento, como há quatro anos, Fabiana Murer promete se superar
Motivação
Como esta é a segunda participação em Jogos Olímpicos, a saltadora demonstra mais planejamento. “Eu fiz escolhas para aproveitar e me divertir. Se eu conseguir a medalha, estou contente. Quero saltar alto”, explica. “Nos últimos anos, fui ganhando e aprendendo. Chego
para a competição mais madura e sei a média que minhas adversárias saltam. Vai ser difícil, pois seis ou sete têm chances de medalha”, disse. “Mas vou fazer o meu melhor”.
5.06m 5.05m 4.85m 4.60m Recorde mundial Yelena Isinbayeva Zurique 28/8/2009
Chana está em sua quarta Olimpíada e é um destaques da seleção de handebol
Recorde Olímpico Yelena Isinbayeva Pequim 18/8/2008
Melhor marca de Fabiana Murer Coreia do Sul 30/8/2011
Double Decker O ônibus vermelho de dois andares é um dos símbolos da capital inglesa
Marko Djurica/reuters
N
a manhã de ontem, quando ouviu batidas na porta de seu quarto, Fabiana Murer intuiu: era o antidoping surpresa. O exame cancelou a ideia inicial de fazer um treino leve no Crystal Palace, em Londres, mas não de atender aos jornalistas, ao lado do técnico e marido Elson Miranda. Forte candidata à medalha no salto com vara nesta Olimpíada, garante que está preparada para tentar se superar na competição que acontece no sábado (4). Desta vez, sua equipe montou um esquema especial para evitar o desaparecimento de seus equipamentos, como aconteceu em Pequim 2008. Ela trouxe nove varas, que foram direto do aeroporto para a Vila Olímpica, pois não haverá treino técnico que necessite de utilização delas. “Entregamos o material e a organização será responsável, mas pedimos que um membro do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) estivesse junto caso alguém queira manusear”, disse o treinador. Fabiana explicou que as varas têm flexibilidade e se-
rão escolhidas para a prova dependendo de seu desempenho em velocidade, peso, a altura do sarrafo e últimas marcas em competições e técnica. Como a temperatura em Londres está instável, a atleta foi prevenida para levar os equipamentos que podem ser utilizados de acordo com as condições climáticas. “Eu trouxe vara se estiver tempo chuvoso, vento contra ou a favor. E de acordo com as minhas condições também”, disse. Para definir isso há o aquecimento antes da prova, onde a atleta conhece a pista, o ambiente e acerta as varas. A altura do sarrafo sai um ou dois dias antes, mas a atleta vai afirma que vai começar com 4,60m e acredita que a zona de medalha vai ser 4,80m, altura já alcançada por Fabiana num ciclo na China.
THALES MOLINA
Por Simone Tobias
xiste pelo menos uma pessoa muito feliz com o retorno do goleiro Rogério Ceni ao gol do São Paulo, que voltou aos gramados no último domingo após um semestre de recuperação de uma lesão no ombro. É a goleira Chana Masson, titular da equipe brasileira feminina de handebol. “Eu sou mais torcedora do Rogério do que do São Paulo”, diz a catarinense de 33 anos. Apesar de não cobrar faltas como seu ídolo, a goleira diz ter se inspirado no estilo de Rogério para desenvolver o seu próprio. Eleita a melhor goleira do campeonato mundial da modalidade no ano passado, quando o Brasil ficou com o quinto lugar, Chana segue os passos do jogador do time paulista quando se observa o papel de liderança da goleira dentro do grupo de jogadoras que veio a Londres. Apesar de falar do ídolo com o entusiasmo de criança, Chana não é uma novata. Longe disso, inclusive. A goleira já está na sua quarta Olimpíada e é um dos destaques da atual seleção, que faz em Londres um ótimo início de competição — foram duas vitórias nas duas primeiras rodadas, contra Croácia e Montenegro. Hoje, o adversário é a anfitriã Grã-Bretanha. Nos dois jogos anteriores, Chana se destacou tanto por sua habilidade quanto pela vibração dentro de quadra. Gol do Brasil, lá ia a goleira vibrar com a torcida, erguendo os punhos cerrados. Após cada defesa, ela corria para abraçar as companheiras no banco de reservas. “É meu estilo, não tem jeito. Gosto de vibrar, passar confiança para as outras jogadoras.” Foi dessa maneira, emanando energia, que ela conquistou o carinho e o respeito dos frios dinamarqueses, país onde joga profissionalmente há quase dez anos. Casada com um ex-jogador de futebol, Chana diz que são modalidades diferentes, mas que os goleiros do esporte jogado com os pés já estão procurando aprender com os do handebol. “Teve um preparador de goleiros que trabalha lá na Dinamarca que gravou um tutorial comigo, mostrando como sair bem com os pés. Essa parte também é importante no futebol. Veja o (Manuel) Neuer, goleiro da Alemanha, e o Casillas, da Espanha. Eles saem muito bem do gol.” Se o handebol conquistar a tão sonhada medalha olímpica, daqui duas semanas poderá ser o goleiro do São Paulo a usar palavras de admiração para descrever a camisa 1 do Brasil.
n paredão Goleira Chana, da seleção brasileira, inspira-se em Rogério Ceni
jornal placar | quarta-feira, 1º de agosto de 2012
Futebol Mano ataca para confirmar a liderança
Brasil amarela em Wembley e perde para as britânicas
Da redação
J
Com mais uma partida irregular, seleção feminina é derrotada pela Grã-Bretanha e perde a chance de passar para a próxima fase em 1º lugar Por Olavo Guerra n PAREDÃO Aluko
C
alexandre battibugli
faz a proteção e impede a chegada da brasileira Maurine
britânicas no ataque e o Brasil completamente fora dojogo. Aos 9 minutos, a árbitra Carol Anne Chenard, do Canadá, marcou pênalti de Francielle em Aluko. Smith bateu e Andreia, mais uma vez, salvou o Brasil. A
seleção continuou desorganizada no segundo tempo, criando chances esporádicas, mas ineficientes. Na próxima fase, o Brasil joga contra as japonesas, campeãs mundiais no ano passado, na
Um Wembley à moda da casa A
ulian Finney/Getty Images
om o lendário Estádio de Wembley lotado por 70.584 pessoas, as britânicas venceram as favoritas brasileiras por 1 a 0 e tomaram a liderança do grupo E do torneio de futebol feminino dos Jogos de Londres. O Brasil já estava classificado para as quartas de final e só precisava de um empate para garantir a liderança, mas amarelou. A derrota deixou as comandadas de Jorge Barcellos em segundo lugar colocando um adversário mais difícil no caminho na próxima fase: o Japão. Logo aos dois minutos de jogo a Grã-Bretanha abriu o placar com Houghton, que se antecipou à goleira Andreia e bateu para o gol vazio. O Brasil sentiu o gol e não conseguiu se encontrar no ataque. Aos 25 minutos apareceu a melhor chance brasileira no primeiro tempo, uma cabeçada na trave de Cristiane. A Grã-Bretanha também criou outras jogadas de perigo para a goleira brasileira. O segundo tempo começou como o primeiro terminou: as
lgo raro nos jogos de futebol nesta Olimpíada: jogo do Brasil em que a maioria não está de verde e amarelo. Foi assim em Wembley, o mais mítico dos estádios ingleses, ontem. Como a partida era contra as donas da casa, os britânicos tomaram as arquibancadas. Empurraram a seleção feminina de futebol (a primeira na história da Grã-Bretanha) e vaiaram quando Cristiane tentou cavar uma falta – o famoso “diving” (mergulho), o maior pecado cometido por um boleiro em gramado britânico.
n torcida 70 mil empurraram as donas da casa
Deslocados, os brasileiros se espalharam em alguns pontos do estádio. Em minoria, tiveram que sentir a vibração dos rivais – um arsenal de gritos de “ohs”, “yeahs” e “GB, GB” – e ficaram miúdos depois de o Brasil sofrer um gol. Mesmo em Londres, o jogo não chegou nem perto de lotar a arena. Quase todo o espaço da arquibancada intermediária ficou vazio. Em um estádio em que cabem 90 mil pessoas, o público divulgado foi de 70.584. Bom para os padrões brasileiros, fraco para o britânico, sobretudo em uma Olimpíada. Mas, para quem estava no estádio, parecia menos. Bem menos.
Alemanha. Como líder do grupo do Brasil, a Grã-Bretanha vai enfrentar o Canadá, um dos dois melhores terceiros colocados. Os outros confrontos são: Estados Unidos x Nova Zelândia e Suécia x França.
Brasil
0
GrãBretanha
1
Andreia Erika Renata Costa Maurine (Daiane) Ester (Graziela) Rosana Francielle Bruna (Aline) Marta Cristiane Thais Guedes
Bardskley A. Scott Houghton Stoney Bradley J. Scott Little Asante Carney (Williams) Smith (White) Aluko (Yankey)
T. Jorge Barcellos
T. Hope Powell
Gol: Houghton, aos dois minutos do primeiro tempo Local: Wembley (Londres, Inglaterra) Árbitro: Carol Anne Chenard (Canadá) Cartões amarelos: Francielle, Bruna, Aline (Brasil)
á garantida na próxima fase, a seleção masculina encara a Nova Zelândia, hoje, às 10h30, no Estádio St. James Park, em Newcastle, para garantir o primeiro lugar no grupo C do torneio olímpico de futebol. Os neozelandeses estão na última colocação no grupo e têm chances remotas de classificação. Apesar das evidências de que é um jogo tranquilo, o técnico Mano Menezes vê méritos no adversário e prega cautela. “A Nova Zelândia não tem a agressividade do Egito, nem vocação para atacar com muitos jogadores. Mas também não é tão defensiva como a Bielorrússia. Eles têm uma equipe mais técnica e está numa situação de precisar vencer”, comparou o treinador. O Brasil deve entrar em campo com algumas modificações. O atacante Hulk é um dos que será poupado, por estar pendurado. Paulo Henrique Ganso entraria em seu lugar, mas, com dores musculares na parte anterior da coxa esquerda, é dúvida. Mano conversará com o departamento médico para saber quem são os jogadores mais desgastados e, assim, poupá-los. Caso confirme o favoritismo e avance em primeiro, o Brasil joga contra o segundo colocado do grupo D. Neste momento, Japão, Honduras e Marrocos brigam por essa vaga.
Rafael_Ribeiro/CBF
18
n fora Pato também pode ser poupado
jornal placar | quarta-feira, 1º de agosto de 2012
boxe
London Calling
Robenilson enfrenta russo para ir às quartas Se vencer, brasileiro fica a duas lutas da medalha
Da Redação n desempenho
D
Se vencer, Rob supera sua marca de Pequim 2008
vela
Prada e Scheidt comemoram bom resultado
O
s brasileiros Robert Scheidt e Bruno Prada tiveram motivo de sobra para comemorar ontem. Além do aniversário de Prada, a dupla deu um salto na classificação da classe Star, ao vencer a sexta regata, o que lhes permitiu fechar o dia na segunda colocação. Na regata anterior, também disputada ontem, os brasileiros terminaram na segunda posição com 14 pontos. Nas outras classes o dia não foi tão bom para a vela brasileira. Na classe RS:X, Ricardo Winicki, o Bimba, estreou nos Jogos fechando o dia na 13ª colocação. Na classe Finn, Jorginho Zarif segue em condições complicadas. Ontem ele terminou na 16ª colocação na primeira regata e em 24º na segunda, fechando o dia na 20º posição na classificação geral. Na classe Laser Radial, Adriana Kostiw caiu para a 21ª posição na classificação geral.
Whole lotta love
N
o dia em que nasceu, no Hospital St. Mary’s, em Paddington, na região central de Londres, Zara Phillips era a sexta ocupante da linha de sucessão ao trono de sua avó, Elizabeth II. Vieram William, Harry e muitos outros — e Zara despencou para o 14º lugar da fila. Filha da princesa Anne, ela não detém nenhum título real, mesmo sendo a neta mais velha da rainha. De qualquer forma, os assuntos da realeza não parecem ser muito a praia dela: longe de ter a classe da mais recente integrante da família, Kate Middleton, Zara também não se sobressai pela beleza e não parece afeita ao clima solene dos palácios do clã dos Windsor. Casada desde 2011 com um ex-jogador da seleção inglesa de rúgbi, sempre mostrou excelente aptidão para os esportes. Na escola, jogou hóquei e praticou atletismo e ginástica. Que não se pense, contudo, que Zara é uma zagueira de várzea. Ao escolher sua carreira, optou por uma modalidade que tem a cara da realeza, o hipismo. E foi a cavalo que Zara ajudou a Grã-Bretanha a conquistar uma medalha de prata ontem, na disputa por equipes (a Alemanha ficou com o ouro). Seu desempenho não foi dos melhores: sofreu uma punição por concluir o circuito acima do tempo e ainda perdeu pontos ao derrubar uma das barreiras. Mas, ganhar uma medalha em casa, logo em sua primeira Olimpíada — em 2004 e 2008, perdeu a vaga por causa de contusões sofridas pelo seu antigo cavalo, Toytown — a transformou numa das estrelas destes Jogos, pelo menos para os britânicos, que adoraram ver uma integrante da realeza em ação na Olimpíada. Foi a primeira medalha olímpica conquistada por um integrante da família real britânica. Montando um cavalo com nome perfeito para a ocasião, High Kingdom, Zara deixou os Windsor orgulhosos. A rainha não estava nas tribunas, mas os primos William e Harry (acompanhados de Kate), vibraram na arquibancada, ao lado das 50.000 pessoas que lotaram a arena do hipismo. Aflitas, a mãe Anne e a duquesa da Cornualha, Camilla Parker-Bowles, também acompanharam a tensa prova decisiva. A presença dos parentes famosos de Zara, aliás, foi mais do que adequada na prova equestre, um círculo em que as ligações familiares são bastante comuns. Sua mãe disputou a mesma prova em Montreal 1976, mas não foi ao pódio. Mark Phillips, o pai de Zara, foi medalha de ouro, também na disputa por equipes, há quarenta anos, nos Jogos de Munique 1972 — hoje, divorciado de Anne, é o chefe da equipe equestre dos Estados Unidos, sétima colocada ontem (o Brasil ficou em nono). A mãe de Zara adorou: a princesa, cuja separação de Phillips foi terrível, não só viu a filha ganhar a prata como também saboreou o fracasso do ex. Na cerimônia de premiação, deu dois beijos em Zara antes de pendurar a medalha em seu pescoço.
Neta da rainha, Zara Phillips conquistou a prata no hipismo ontem
Murad Sezer/ reuters
epois de um dia longe dos ringues, o boxe brasileiro segue hoje sua corrida atrás da primeira medalha do país em 44 anos. Às 9h45, pelas oitavas de final da categoria até 56 kg, o galo Robenilson de Jesus tenta a segunda vitória, contra o russo Sergey Vodopiyanov. Se passar, fica a duas lutas da medalha, já que os perderores da semi ganham automaticamente o bronze. Em Pequim 2008, o baiano foi eliminado nas oitavas. Nesta segunda participação olímpica, precisará passar pelo favorito Vodopiyanov, seu adversário hoje, que venceu bem o argentino Alberto Ezequiel Melian na primeira rodada, por 12 a 5. Caso vença, o desafio seguinte será no domingo (5). Amanhã, às 11h15, é a vez do médio Esquiva Falcão tentar avançar no torneio, enfrentando Soltan Migitinov, do Azerbaijão.
Por Giancarlo Lepiani, da VEJA
remo
Brasileiros têm dia ruim no Lago Dorney
O
remo brasileiro bem que tentou, mas não foi além de mero figurante nas principais provas da modalidade nos Jogos de Londres. O dia ontem foi especialmente ruim para nossos atletas no Lago Dorney, localizado a 40 quilômetros de Londres. A dupla Fabiana Beltrame e Luana Bartholo ficaram com o quarto tempo da bateria pela repescagem (7m27s46) do
duplo skiff leve e não conseguiu passar para a fase semifinal, dando adeus aos Jogos. Kissya Cataldo, do skiff, também ficou fora das semifinais, tendo terminado em quinto lugar em sua bateria, com o tempo de 8m12s26. No masculino, na prova de skiff simples, Anderson Nocetti ficou em sexto e último lugar na segunda bateria das quartas de final, com o tempo de 7m17s37, e não conseguiu se classificar entre os remadores que vão brigar pela medalha. Aos 38 anos, Nocetti, que é atleta do Botafogo, participa dos Jogos Olímpicos pela quarta vez. O Brasil jamais conquistou uma medalha olímpica no remo.
Matt Cardy/Getty Images
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n ADEUS Fabiane Beltrame e Luana Bartholo ficaram pelo caminho
n realeza Zara Phillips conquistou a primeira medalha para o clã real
jornal placar | QUARTA-FEIRA, 1º de AGOSTO de 2012
radar olímpico
Tênis tem set mais longo da história
A
vitória do francês Jo Wilfired Tsonga sobre o canadense Milos Raonic por 2 sets a 1 (6/3, 3/6 e 25/23) foi uma verdadeira maratona de tênis. Apenas o último set durou nada menos que 2h58min. Foi o set mais longo da história dos Jogos e o terceiro mais demorado da história do tênis. No total, a partida teve 3h58min de duração. O jogo se estendeu graças à dificuldade de quebra de serviço por parte dos tenistas, que encaixaram nada menos que 40 aces (23 para o canadense e 17 para o francês).
Dupla brasileira ainda está viva
A
dupla brasileira Marcelo Melo e Bruno Soares se inspirou em Tsonga no duelo contra os checos Tomas Berdych e Radek Stepanek. Depois de perderem o primeiro set por 6/1, eles reagiram e venceram o segundo por 6/3. Já no terceiro set, depois de salvarem dois match points, Soares e Melo empataram em 18/18. Por falta de luz natural, o jogo foi adiado para hoje.
Djoko e Sharapova avançam fácil
O
sérvio Novak Djokovic, segundo colocado no ranking mundial, não teve dificuldades para vencer o americano Andy Roddick, ontem por 2 sets a 0 (6/2 e 6/1) em apenas 54 minutos. Já a russa Maria Sharapova encontrou um pouco mais de dificuldades para vencer a britânica Laura Robson, que, empolgada por jogar em casa, encrespou o primeiro set: 7/5 e 6/3.
Só se fala de outra coisa
D
epois de admitir ser bissexual a uma revista francesa, a goleira brasileira Malyssa, da seleção de handebol, tem sido blindada para evitar o assunto nas entrevistas. No treino de ontem, quando os repórteres tentaram explorar o assunto, ela foi evasiva: “Eu não quero falar sobre isso. Quero falar só sobre o handebol agora”, disse. A seleção brasileira de handebol joga pela terceira vitória hoje, contra a Grã Bretanha, às 10h15 (Brasília).
EUA levam a melhor na ginástica
A
equipe feminina de ginástica artística dos Estados Unidos conseguiu a medalha de ouro na modalidade, com 183.596 pontos. A Rússia, que fez diversas apresentações com elevado grau de dificuldade, ficou com a prata (somou 178.530 pontos) e a Romênia com o bronze (176.430 pontos). As chinesas, ouro em Pequim, ficaram em quarto lugar.
Imagina se fosse no Brasil... Depois do jogo dos 7 erros, qual será a gafe do dia?
n uma coisa Atenção: esta é a bandeira da Coreia do Sul
S
e fôssemos premiar os piores de Londres 2012, a organização dos Jogos Olímpicos lideraria o quadro de medalhas de lata. Até este sétimo dia de competições, o comitê local já cometeu tantas gafes, que deve estar faltando pescoço para ostentar tanta medalha. A primeira pixotada digna de nota aconteceu logo na quarta-feira, 25 de julho, primeiro dia de jogos do futebol feminino, antes mesmo da cerimônia de abertura. Na apresentação das jogadoras da Coreia do Norte, que enfrentariam a Colômbia no Hampdem Park, em Glasgow, Escócia, o placar eletrônico exibiu a bandeira da Coreia do Sul. As norte-coreanas imediatamente se recusaram a começar a partida, deram uma – justa – canseira e só após receberem desculpas oficiais foram para a partida. No dia seguinte, a segunda gafe: a bandeira de Taiwan teve de ser removida de uma exibição dos estandartes dos 206 países partici-
REUTERS/James Crossan/Handout
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A
nadadora Poliana Okimoto desembarcou ontem em Londres esbanjando confiança. Candidata ao pódio na maratona aquática, a brasileira afirmou que está mais experiente e madura que em Pequim 2008, quando ficou em sétimo. A estreia dela acontece no próximo dia 9. A nadadora revelou ainda que está preocupada com a temperatura da água no dia da prova.
Transporte público sofre apagão n outra coisa Bandeira da Coreia do Norte
pantes dos Jogos, por pressão da China. A potência olímpica proíbe que Taiwan participe dos Jogos como República da China, seu nome oficial, e o país é obrigado atuar sob uma bandeira diferente e o nome de China Taipei. A terceira mancada teve como vítimas a Rússia e a Ucrânia: o ministro ucraniano das relações exteriores, Konstantin Grischenko, teve de mexer seus pauzinhos para que o COI corrigisse a biografia de alguns atletas e a informação de que seu país seria uma “região” russa. No segundo jogo do Brasil no futebol, contra a Bielorrússia, no domingo (30), veio a quarta gafe: o placar do Estádio Old Trafford, em Manchester, apontou um certo James Tomkins como jogador reserva do Brasil. Mano Menezes não convocou nenhum James e ficou clara a falha do sistema, que colocou o volante inglês, integrante da seleção olímpica da Grã-Bretanha, no banco errado. Dias atrás, foi revelada uma
medalha de ouro
Poliana Okimoto chega confiante
quinta pisada de bola daquelas: as chaves digitais do Estádio de Wembley — simplesmente a sede da final do futebol — haviam sido perdidas. Até o fechamento desta edição, a Scotland Yard ainda não havia encontrado as ditas-cujas. Anteontem sobrou para a pira olímpica: ao ser removida para um local mais alto dentro do Estádio Olímpico, de madrugada, aconteceu o sexto sacrilégio: o fogo que deveria ficar aceso até a cerimônia de encerramento foi simplesmente apagado. Ontem a China esteve envolvida num sétimo erro: o nadador chinês Yang Sun e o sul-coreano Taehwan Park fizeram o mesmo tempo e ganharam a medalha de prata nos 200 metros livres. Mas durante a cerimônia de hasteamento, a bandeira da China foi colocada abaixo da coreana, quando deveria ter sido exibida ao lado. Após tantos erros, ficam duas perguntas. Qual será a gafe de hoje? E se fosse no Rio 2016?
medalha de lata
n Vai para a juíza neozelandesa Kay Dawson que deu um belo
n Vai para a modelo brasileira Carol Borges, que
exemplo de profissionalismo e imparcialidade ao aplicar uma punição em seu próprio filho, Mike Dawson (foto), durante a prova de Slalom da canoagem nos Jogos de Londres, ontem. Dawson encostou no portão 5, na prova de 18 portões, e foi punido com dois segundos a mais em seu tempo total. Ele aceitou a decisão sem hesitar e até brincou com o ocorrido, dizendo que iria pedir ao seu técnico protestar contra “uma certa juíza”. O técnico de Mike, aliás, é Les Dawson, pai do atleta. “Ela fez o certo, exatamente como eu esperava que fizesse, mas, de toda forma, vou tentar mantê-la ocupada durante a minha prova na semifinal”.
disputou as regatas dos Jogos de Sydney (2000) e Atenas (2004) e defenderia as cores de Portugal em Londres. Carol desistiu da participação ontem, no mesmo dia em que estrearia nas provas da classe RS:X, de prancha a vela. Ela alegou motivos pessoais e médicos para a decisão e comunicou o chefe da delegação lusitana por e-mail, surpreendendo o dirigente. O fato curioso é que o marido dela, o velejador americano Mark Mendelblatt, está na capital britânica competindo na classe Star, a mesma do brasileiro Robert Scheidt.
O
público que está em Londres para acompanhar os Jogos Olímpicos sofreu para chegar aos locais das competições ontem. Três incidentes na rede de transporte afetaram milhares de pessoas que rumavam para o Parque Olímpico. No mais inusitado deles, um homem ameaçou se jogar diante de um trem na estação de Dagenham Dock, a leste da capital britânica. Por causa do incidente, a estação ficou superlotada.
Nova potência olímpica?
O
Cazaquistão vai surpreendendo e aparecendo nos primeiros lugares do quadro de medalhas dos Jogos Olímpicos de Londres, na Inglaterra. Ontem, o levantamento de peso feminino garantiu a terceira medalha de ouro para o país, com Maiya Maneza, na categoria de até 63 Kg, tendo levantado 245kg. Desta forma, Maneza, que nasceu no Quirgistão, junta-se a Zulfiya Chinshanlo e Alexandr Vinokurov, que conquistaram o ponto mais alto do pódio para o país no levantamento de peso feminino e no ciclismo de estrada, respectivamente.
Francês fatura o tri na canoagem
O
canoísta francês Tony Estanguet entrou para a história das Olimpíadas ontem ao sagrar-se campeão pela terceira vez consecutiva da prova de canoa individual slalom. Antes de Londres, Estanguet conquistou os ouros em Sydney 2000 e Atenas 2004. Até então apenas o esgrimista Christian D’Oriola havia havia conquistado três ouros para a França (Londres 1948, Helsinque 1952 e Melbourne 1956).
Zagueiro suíço é defendido pelo pai
O
zagueiro suíço Michel Morganella, expulso dos Jogos Olímpicos após publicar declarações racistas no Twitter (disse que os sul-coreanos eram mentalmente atrasados), foi defendido pelo pai. “Se meu filho escreveu o que vem sendo dito, é que foi levado ao seu limite e estava no final de sua paciência. Sim, ele é agressivo no campo, mas no melhor sentido da palavra.”
jornal placar | quarta feira, 1º de agosto de 2012
Radar olímpico
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n O boxeador marroquino Aboubakr Seddik Lbida não segura as lágrimas ao ser eliminado
n No vôlei de praia, Cook e
n Inconformada fotos reuters; getty images
com a decisão polêmica dos árbitros, a esgrimista coreana Lam Shim ficou inconsolável
n A técnica Rosi
n A checa Ilona
Campos consola a judoca brasileira Rafaela Silva, eliminada
Burgrova lamenta derrota para a Turquia no basquete
Hinshley choram após perderem sua partida
Chororô olímpico
n O judoca britânico Daniel Williams vai às lágrimas no tatame, após sua derrota
na vitória tristeza, o os a n e ia Na alegr vés. Nem mesm res ou no re atletas de Lond r dos prepara seguem controla n o c 2 201 ões as emoç
n Fúria? Que nada: Alberto Dominguez abre o berreiro após derrota da Espanha no futebol
n A judoca norte-coreana An Kum Ae esonde a alegria no rosto após vencer a cubana
n A nadadora americana Missy Franklin segura uma lágrima no pódio, ao ouvir o hino de seu país
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Na torcida pelo Brasil em Londres 2012