edição 8
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quinta-FEIRA, 2 de agosto de 2012
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www.placar.com.br
LONDRES 2012 ALEXANDRE BATTIBUGLI
Marcelinho Huertas, exclusivo: “Estamos jogando com confiança. Podemos buscar uma medalha” NATAÇÃO Thiago Pereira encara Phelps e Lochte na final dos 200 medley
COB
GETTY IMAGES
BASQUETE
n O atacante Leandro Damião, que marcou o segundo gol na vitória de ontem contra a Nova Zelândia (3 a 0)
Seleção passa à fase de mata-mata em primeiro lugar e, confiante, pega Honduras rumo às semis
Futebol
100%
jornal placar | quinta-FEIRA, 2 de AGOSTO de 2012
frases
Editorial Por Miguel Icassatti
O nadador Michael Phelps, ao comentar o futuro, depois de ter conquistado sua 19ª medalha e se tornar o maior atleta da história das Olimpíadas, em entrevista a CNN
Veja as melhores imagens do 8º dia de competições dos Jogos de Londres Acesse o quadro de medalhas em tempo real para acompanhar o desempenho olímpico brasileiro Infográfico: a evolução brasileira na conquista de medalhas a cada edição dos Jogos Vídeos: assista aos conteúdos exclusivos da MTV e dos bastidores da delegação brasileira em Londres
para ver na tv Hora
Total
1
China
17
9
4
30
2
estados unidos
12
8
9
29
3
Coreia do sul
6
2
4
12
4
França
5
3
5
13
5
Coreia do norte
4
0
1
5
6
alemanha
3
8
2
13
7
Itália
3
4
2
9
8
Cazaquistão
3
0
0
3
9
japão
2
4
11
17
10
Rússia
2
4
5
11
11
grã Bretanha
2
3
4
9
12
Hungria
2
1
1
4
13
ucrânia
2
0
4
6
14
áfrica do sul
2
0
0
2
17
Brasil
1
1
1
3
n Quadro de medalhas atualizado até as 21h30 (horário de Londres). Confira o quadro atualizado em tempo real no site www.abrilemlondres.com.br
BAÚ OLíMPICO Por Olavo Guerra
n Medalha de prata, Graham
Canadá, país-sede sem ouro Grã-Bretanha conquistou ontem sua primeira medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Londres 2012. Helen Glover e Heather Stanning foram as vencedoras da prova de duplas no remo. Os britânicos estavam aflitos por sua primeira medalha dourada, afinal, apenas um país sede de Olimpíadas ficou sem um ouro se quer: o Canadá. Na edição de Montrela 1976 dos Jogos, os canadenses levaram cinco medalhas de prata, na natação, 4x100m medley masculino – com Stephen Pickell, Graham Smith (foto), Clayton Evans e Gary Mac Donald – e 400m medley feminino (Cheryl Gibson), no atletismo, salto em altura (Gregory Joy), canoagem individual masculina (John Wood), e no hipismo, no individual misto (Michel Vaillancourt e Branch County).
CP Photo/COC/RW
Smith nada durante as Olimpíadas de Montreal 1976
Esporte
Sexo
Disputa
Etapa
Brasileiros na disputa
Fossa olímpica double
Eliminatórias
Felipe Fuzaro
5h00
Tiro esportivo
M
5h00
Vôlei de praia
F
1ª fase
Maria Elisa e Talita
5h00
Vôlei de praia
M
1ª fase
Alison e Emanuel
5h30
Judô
M
Peso meiopesado
Eliminatórias
Luciano Correa
5h30
Judô
F
Peso meiopesado
Eliminatórias
Mayra Aguilar
6h00
Natação
M
50m livre
Eliminatórias
Cesar Cielo e Bruno Fratus
7h10
Natação
M
100m borboleta
Eliminatórias
Kaio Márcio
7h30
Tênis
M
Simples
Quartas de final
7h30
Tênis
F
Simples
Quartas de final
7h30
Tênis
M
Duplas
Semifinal
7h30
Tênis
F
Duplas
Semifinal
7h30
Tênis
Duplas mistas
Quartas de final
8h00
Vela
M
Star
Regatas
Bruno Prada e Robert Scheidt
8h00
Vela
M
RS-X
Regatas
Ricardo Winicki
8h00
Vela
F
RS-X
Regatas
Patrícia Freitas
8h00
Vela
M
Finn
Regatas
Jorge Zarif
10h30 Tênis de mesa
M
Individual
Final
11h00 Tiro esportivo
M
Fossa olímpica double
Final
F
K1 1 000m
Final
12h00 Judô
F
Peso meiopesado
Final
12h10
M
Peso meiopesado
Final
12h45 Basquete
M
Brasil x a definir
1ª fase
15h46 Natação
M
200m costas
Final
16h00 Vôlei
M
Brasil x EUA
1ª fase
16h15
M
200m medley
Final
11h57
Canoagem slalom
Judô
Natação
18h00 Vôlei de praia
F
Repescagem
18h00 Vôlei de praia
M
Repescagem
GETTY IMAGES
Quadro de medalhas
A
O judoca Tiago Camilo, resignado com a fracassada tentativa de obter sua terceira medalha olímpica
www.abrilemlondres.com.br Destaques do Site
JORNALPLACAR@abril.com.br
País
criticando o fiasco da musa Federica Pellegrini (foto) e seu namorado, Filippo Magnini, nas provas de natação de Londres
Eu amo o judô. Tenho prazer de treinar, de lutar, de representar o Brasil. É um orgulho disputar minha terceira. Agora, é bola pra frente.”
Harry How/Getty Images
E
Não quero mais entrar na água. Passei tanto tempo na água que estou tipo assim: vou Belos, famosos e ficar aqui sentando na praia, perdedores’” Manchete de capa do jornal Tuttosport, não quero brincar na água''
estabelecer metas é o primeiro passo para o sucesso. Saber se elas serão cumpridas, integral ou parcialmente, são outros 500, porque durante o processo de trabalho — no caso dos Jogos Olímpicos, as fases de competição até o possível pódio — vários fatores externos entram em cena: os adversários, o preparo psicológico e até a “estrela” do atleta naquele dia. O anúncio da meta da Confederação Brasileira de Judô, de voltar de Londres 2012 com 4 medalhas, gerou expectativas entre os atletas e a torcida. A pressão para cumprir com ela está agora dividida entre os quatro últimos judocas a lutar nas Olimpíadas. Se forem conquistadas, a CBJ acertou na mosca. Caso não venham, deve-se analisar se essas metas terão sido realistas ou superdimensionadas.
REUTERS/Toby Melville
Aquecimento
02
jornal placar | quinta-feira, 2 de agosto de 2012
Aquecimento
03
Os jogos que você não vê
Por Alexandre Battibugli, de Londres
Fundador:
VICTOR CIVITA (1907-1990) Presidente e Editor:
Roberto Civita
Vice-Presidente Executivo:
Jairo Mendes Leal Conselho Editorial:
Roberto Civita (Presidente), Thomaz Souto Corrêa (VicePresidente), Elda Müller, Fábio Barbosa, Giancarlo Civita, Jairo Mendes Leal, José Roberto Guzzo, Victor Civita Diretor de Assinaturas: Fernando Costa Diretor Geral Digital: Manoel Lemos Diretor Financeiro e Administrativo:
Fabio Petrosi Gallo
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Barros
Editor-chefe: Miguel Icassatti Coordenação: Silvana Ribeiro Colaboradores: Nelson Nunes (edição), Alex
Xavier, Marcelo Goto, Pedro Proença, Simone Tobias (reportagem), Olavo Guerra (repórter estagiário), Michel Spitale (edição de arte), Leonardo Eichinger, Marcos Vinícius Rodrigues (designers), Eduardo Blanco e equipe (tratamento de imagem) PLACAR Online: Marcelo Neves (editor) www.placar.com.br ABRIL EM LONDRES Online: Alexandre Ciszewski, Filipe Prado, Marília Passos, Thiago Sagardoy (colaboradores) Em São Paulo: Redação e Correspondência: Av. das Nações Unidas, 7221, 14º andar, Pinheiros, CEP 05425-902, tel. (11) 3037-2000, fax (11) 30375597 Publicidade São Paulo www.publiabril.com.br Classificados tel. 0800-7012066, Grande São Paulo tel. (011) 3037-2700 JORNAL PLACAR Especial Olimpíadas Londres 2012 é uma publicação diária da Editora Abril com distribuição gratuita entre os dias 26/07/2012 a 13/08/2012, em São Paulo, pela distribuidora Logway. PLACAR não admite publicidade redacional.
lágrimas Lutando em casa, a britânica Sally Conway não resistiu ao choro nem à força da holandesa Edith Bosch, que a eliminou nas oitavas. Bosch ficou com o bronze
Atual volante do Tottenham, de 23 anos, foi autor de um dos gols do time de Mano Menezes contra a fraca Nova Zelândia. Para a matar a saudade do Brasil e animar os atletas na concentração, o mineiro de Riachinho está sempre com um violão por perto para tocar música sertaneja. O foco principal, no entanto, é conquistar a tão aguardada medalha olímpica para o futebol brasileiro.
E como vocês passam o tempo quando não estão treinando? Eu trouxe um violão e toco música sertaneja na concentração. Estamos muito animados. Toco muitas músicas do Luan Santana e da dupla Jorge e Mateus. Os meus parceiros na cantoria são Rômulo, Neymar, Lucas, Bruno e Danilo. Nos divertimos muito.
TIRAGEM 50.000 EXEMPLARES
Presidente do Conselho de Administração:
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Presidente Executivo:
Fábio Colletti Barbosa Vice-Presidente:
Giancarlo Civita Esmaré Weideman, Hein Brand, Victor Civita www.abril.com.br
“Parabéns a Michael Phelps pela quebra do recorde de medalhas olímpicas de todos os tempos. Você deu orgulho ao seu país.” O presidente Barack Obama (@BarackObama) parabenizando o nadador recordista de medalhas olímpicas “Bom dia Brasil, Bom dia Londres! Me arrumar, almoçar e partir de volta pra Cardiff! Deus nos abençoe” Da jogadora de futebol Thaisinha (@thaisduarte11), se preparando para as quartas-de-final
ulian Finney/Getty Images
1 2 3
Av. Dr. Alberto J. Byington, 1808, Cep 06276-000, Osasco, SP
Twitadas olÍmpicas
papo triplo - Três perguntas para Sandro
Para você, que mora aqui, os ingleses estão mais animados que o normal com os Jogos? Mudou tudo, as pessoas estão mais felizes, sorridentes. E o sol tem aparecido, algo que não é tão comum em Londres. Como está a concentração brasileira? Muito animada. Queremos garantir medalha, vamos lutar para isso.
IMPRESSO NA TAIGA Gráfica e Editora Ltda.
“Bom dia galera! Mais um dia começando aqui em London! Dois dias a mais para o revezamento do Brasil cair na água! #VaiBrasil #London2012” O nadador Felipe Lima (@FelipeF_Lima), ansioso para a classificatória do revezamento 4x100m medley “Quem acredita e torce para os duplistas brasileiros faz um RT #duplastenisbrasil” O tenista Marcelo Melo (@marcelomelo83), que faz dupla com Bruno Soares, interage com os seus seguidores “Saindo para o jogo ;-) #RaçaBrasil” Daniela Piedade (@ Danao05hypo), jogadora do handebol brasileiro, antes da vitória de ontem
jornal placar | quinta-feira, 2 de agosto de 2012
futebol
04
Que venha o mata-mata!
fe min ino
“Só perdemos um jogo, não a medalha”
Brasil 100% atropela Nova Zelândia e agora enfrenta o supreendente time de Honduras, que derrotou a Espanha na primeira fase Da redação
E
quartas de finais
Técnico Jorge Barcellos faz discurso positivo após derrota para evitar que seleção feminina entre abatida para o mata-mata contra o Japão, amanhã
Da redação
A
Stanley Chou/Getty Images
m ritmo de treino, podendo dar-se ao luxo até de poupar alguns titulares, o Brasil cumpriu a obrigação e encerrou a primeira fase do torneio de futebol como a única com 100% de aproveitamento. A terceira vitória foi obtida ontem, com um tranquilo 3 a 0 sobre a fraca equipe da Nova Zelândia, em Newcastle. Com nove pontos ganhos em três partidas, o Brasil garantiu a liderança do grupo C e agora vai enfrentar na fase de mata-mata, sábado, o time de Honduras, segundo colocado do Grupo D. Com Neto, Rômulo, Oscar, Hulk e Pato descansando no banco de reservas, a Seleção mostrou absoluto domínio desde o início da partida. Em 11 minutos, Neymar brilhou em diversas jogadas ofensivas e chegou a balançar as redes, mas o gol foi anulado por impedimento. Aos 23 minutos, enfim um gol que valeu. Danilo apareceu na entrada da área, tabelou com Leandro Damião e, com espantosa frieza, tocou na saída do goleiro. O segundo gol não demorou, aos 29 minutos. Em lance pela esquerda, Marcelo improvisou um toque de calcanhar para Alex Sandro invadir a área e cruzar para o gol de Leandro Damião.
n sem medo de cara feia Neymar partiu pra cima dos zagueiros inimigos sem dó
Aplaudido pela torcida, o Brasil encantava em alguns lances, com toques de primeira e constantes trocas de posição. Neymar tentou até gol de bicicleta. A Nova Zelândia deu sorte em não levar uma goleada. Na segunda etapa, o ritmo foi o mesmo. Logo
semifinais
aos seis minutos, saiu o terceiro gol. Marcelo bateu falta da esquerda, Leandro Damião errou a cabeçada no meio da área e Sandro apareceu no segundo pau para completar. A partir daí, ficou clara a prioridade de evitar qualquer problema
disputa do bronze
disputa do ouro
Brasil
sábado, 4 — 15h30 Millennium Stadium, Cardiff Grã-Bretanha Coreia de Sul
terça-feira, 7 — 15h45 Old Trafford, Manchester
sábado, 4 — 13h00 St James’ Park, Newcastle Brasil sexta-feira, 10 - 15h45 Millennium Stadium, Cardiff
Honduras
sábado, 11 - 11h00 Wembley Stadium, Londres
sábado, 4 — 10h30 Wembley Stadium, Londres
Senegal sábado, 4 — 8h00 Old Trafford, Manchester Japão Egito
3
Gabriel Rafael Thiago Silva Juan Marcelo Sandro (Rômulo) Danilo Alex Sandro Lucas Neymar ( Pato) L.Damião (Oscar)
T. Mano Menezes
sábado, 4 — 13h00 Wembley Stadium, Londres
Rafael_Ribeiro/CBF
México
para as quartas de final. Porém, Alex Sandro acabou expulso em um lance em que o árbitro Bakary Gassama, de Gâmbia, considerou uma simulação do atleta que já tinha amarelo. Na lateral do campo, Mano Menezes ficou revoltado com o apitador.
Nova Zelândia
0
O´Keeffe Hogg Smith Nelsen Thomas (Myers) Payne Barbarouses (Howieson) McGlinchey Smeltz Rojas (Lucas) Wood T. Neil Emblen
Local: St. James Park, em Newcastle (Inglaterra) Gols: Danilo, aos 22 do primeiro tempo; Leandro Damião, aos 29 do primeiro tempo; Sandro, aos 6 do segundo tempo Cartões amarelos: Myers, Hogg (Nova Zelândia); Alex Sandro (Brasil) Cartão vermelho: Alex Sandro (Brasil) Árbitro: Bakary Papa Gassama (GAM), auxiliado por Jason Damoo (Ilhas Seychelles) e Angesom Ogbamariam (Eritreia)
perda da invencibilidade levou a Seleção Brasileira feminina de futebol a uma posição desconfortável nos Jogos Olímpicos. Na próxima fase da competição, que será matamata, a equipe terá que enfrentar o Japão, atual campeão mundial. Ainda assim, a ordem é evitar um clima de desespero. Após a inesperada derrota para Grã-Bretanha por 1 a 0, na terça-feira, o técnico Jorge Barcellos fez questão de levantar o moral da tropa. Ele reuniu o grupo de jogadoras ainda no vestiário de Wembley e ressaltou que o grupo não pode se abater. “Nós fomos derrotados em um jogo, mas não perdemos o sonho da medalha”, disse o treinador, visivelmente preocupado. “O Japão é um adversário forte assim como o Brasil, os Estados Unidos e a Grã-Bretanha. Se nós passarmos por essa pedreira, iremos com mais força e mais moral para as semifinais”, aposta o treinador brasileiro. Se vencer pelas japonesas, amanhã, às 13 horas, em Cardiff, o Brasil vai enfrentar o ganhador do duelo entre Suécia e França, que se enfrentam em Glasgow.
Quartas de Final Jogos de amanhã 10h30 - Newcastle Estados Unidos x Nova Zelândia
12h00 - Glasgow Suécia x França
13h00 - Cardiff Brasil x Japão
15h30 - Coventry Grã-Bretanha x Canadá
jornal placar | quinta-feira, 2 de agosto de 2012
06
judô
n derrota
Tiago Camilo vacila e fica sem medalha
Tiago Camilo perde a medalha de bronze ao ser eliminado pelo grego Ilia Iladis
paulo vitale
T
Sinal amarelo
sua categoria (meio-pesado, até 78kg), é favorita absoluta. Para Ney Wilson, coordenador técnico da Confederação, o fato de a meta estar ameaçada não significa que o trabalho tenha sido mal feito ou que tenha havido algum erro na preparação: “Se eu tivesse que repetir a preparação e o treinamento, eu o faria. Não houve erros. O que acontece é que nas Olimpíadas é um campeonato diferente de todos os outros: perdeu, está fora. São detalhes, o psicológico é muito importante”. Apesar das derrotas inesperadas, Ney Wilson ainda acha possível que o país volte com as quatro medalhas que estavam na meta. “A batalha só acaba quando termina. Vemos que alguns favoritos, como Guilheiro e Camilo não conseguiram, mas há surpresas nas Olimpíadas, como o Kitadai, por exemplo”.
Judô corre risco de não atingir marca de quatro medalhas, estabelecida pela Confederação antes dos Jogos
A
Confederação Brasileira de Judô investiu R$ 5 milhões em judô somente neste ano. A meta era obter quatro medalhas, sendo uma de ouro. Logo no primeiro dia, 50% dos objetivos foram cumpridos, com o ouro de Sarah Menezes e o bronze de Felipe Kitadai. Os resultados geraram euforia,
uma vez que os maiores favoritos, Leandro Guilheiro e Tiago e Camilo ainda não haviam subido no tatame. Entretanto, ambos fracassaram e foram eliminados na repescagem. Com isso, caberá a Mayra Aguiar, Maria Sulen Altheman, Luciano Corrêa e Rafael Silva, que ainda lutam hoje e amanhã, a tarefa de cumprir o planejamento feito para Londres. Dos quatro, apenas a gaúcha a Mayra Aguiar, número 1 do mundo em
Mayra Aguiar tem mais chances hoje Gaúcha de 21 anos, líder do rankig mundial na categoria meio-pesado, tem tudo para subir no pódio
D
n força Mayra Aguiar costuma treinar com homens
Marcio Rodrigues/MPIX
Por Marcos Sergio Silva, de Londres, e Pedro Proença
Além de Mayra, Maria Suelen também tem algumas chances de subir ao pódio. “A francesa Anne Mondierre, adversária da primeira luta, é forte. Mas se passar por ela, a Suelen ficará em boa condição, pois a segunda luta será, teoricamente, mais fácil (contra a tunisiana Nihel Rouhou, número 23 do mundo). Pelo menos por um bronze dá para brigar”, acredita Ivo Nascimento, treinador da atleta. Rafael Silva (categoria pesado, mais de 100 kg) pode correr por fora e fazer uma surpresa. Afinal, ele subiu ao pódio em todas as competições no ano. “O Luciano não está bem na temporada, mas é um campeão mundial. Não se surpreendam se o Brasil voltar com mais de quatro medalhas”, avisou Ney, ainda botando suas fichas na força e tradição do judô, o esporte que mais medalhas olímpicas deu ao Brasil.
iago Camilo começou bem, aplicando dois ippons nas duas primeiras lutas do dia. Depois, passou pelo encardido uzbeque Dilshod Shoriev, pela vantagem mínima de um yuko. Quando tudo parecia encaminhado para a conquista de sua terceira medalha em Olimpíadas, porém, o judoca brasileiro acabou surpreendido pelo sul-coreano Dae-Nam Song, que venceu com um wazari e um yuko (decorrente de duas advertências). Fora da briga pela medalha de ouro, Tiago Camilo ainda tinha a possibilidade de brigar pelo bronze, mas nem isso foi possível. Na última luta, diante do grego Ilias Iladis (o primeiro do ranking mundial na categoria), o judoca brasileiro recebeu uma punição e ficou sem a medalha. “Cheguei na semifinal, com boas chances de ir para a final. E aí, numa luta dura com o coreano, acabei errando. Com o Ilia foi uma luta equilibrada, na qual a diferença foi a punição. É uma sensação dura (voltar sem medalha)”, disse Camilo depois da luta. Já a gaúcha Maria Portela não foi capaz de derrotar a colombiana Yuri Alvear, campeã mundial, e foi eliminada logo na primeira luta. Nervosa e com uma tática que mostrou-se errada, a judoca brasileira recebeu um wazari e, depois, um ippon. A técnica Rosicléia Campos criticou o erro de estratégia e lamentou a derrota da brasileira. “Tática de luta contra a colombiana é movimentação, e ela ficou parada, esperando. Foi erro mesmo”, disse Rosi. “Ela merecia muito mais do que isso. É uma guerreira”.
os quatro brasileiros que ainda vão à luta no judô, a que tem chances mais tangíveis de medalha é a gaúcha Mayra Aguiar, número 1 do mundo em sua categoria (meio-pesado, até 78kg). Ela faz sua estreia diante da tunisiana Hana Mareghini (21º no ranking mundial). Depois, enfrentará a polonesa Daria Pogorzelec (25ª no ranking), a eslovena Anamari Velensek (11ª no ranking) ou a alemã Heide Wollert (8ª no ranking), que ficará de by. A coisa
deve começar a complicar nas semifinais, provavelmente contra a americana Kayla Harrisson, que vê Mayra como a judoca a ser batida. “Vai ser uma luta difícil. Elas se conhecem desde os tempos de juniores e uma já ganhou da outra”, diz Wagner Zaccani, preparador físico da atleta. Maria Suelen enfrentará na primeira luta a francesa Anne Mondierre, 11ª do ranking mundial). Se passar, a segunda adversária será, teoricamente, mais fácil (a
tunisiana Nihel Rouhou, número 23 do mundo). “Pelo menos por um bronze dá para brigar”, diz Ivo Nascimento, treinador da atleta. Entre os homens, Rafael Silva (categoria pesado, mais de 100kg) subiu ao pódio em todas as competições no ano. Já Luciano Corrêa (até 100 kg) não vem bem na temporada. “Mas é um campeão mundial. Não se surpreendam se o Brasil voltar com mais de quatro medalhas”, avisa Ney Wilson. (P.P.)
jornal placar | quinta-feira, 2 de agosto de 2012
basquete REUTERS/Mike Segar
08
Brasil pega sua primeira pedreira n mão santa Leandrinho e o time prceisam melhor o aproveitamento nos arremessos
Diante dos russos, seleção busca liderança do grupo Da Redação
D
epois de duas rodadas, o Brasil ainda está invicto no basquete masculino. Mas hoje, às 12h45, enfrenta o seu primeiro adversário realmente de peso no torneio: a Rússia, que lidera o grupo, também com dois triunfos e saldo positivo de 39 pontos (contra nove dos brasileiros).
O confronto, que já era um dos focos de atenção da equipe verdeamarela, tornou-se uma preocupação para o técnico Rubén Magnano, em razão da atuação irregular da equipe nas vitórias apertadas diante da Austrália e Grã-Bretanha. “A Rússia é uma equipe muito forte e, com certeza, vai ser candidata a uma medalha. Tem bons jogadores que jogam fora e na própria Rússia. É um rival
muito duro”, avaliou o argentino. Nos dois primeiros jogos, a equipe brasileira mostrou nervosismo, culminando em um “apagão” diante dos britânicos, no primeiro quarto, quando converteu apenas duas cestas. “Nosso primeiro quarto foi horrível”, admitiu Tiago Splitter, o cestinha da partida, com 21 pontos. “Foi um início muito atípico. Nunca vi nossa Seleção em um período como esse conseguir só quarto
pontos. A bola não estava caindo”, destacou Marcelinho Huertas, outro destaque da partida, com 13 pontos e oito assistências. Para Magnano, porém, o problema na última partida não foi apenas o primeiro quarto da equipe, mas todo o desempenho do ataque brasileiro, que durante o jogo só acertou 14% das cestas de três. Já nos arremessos de dois pontos, o percentual de acertos foi
Brasileiras perdem para Austrália e se complicam Derrota abate equipe de Tarallo, que pega o Canadá, amanhã, precisando da vitória
n em quinto Meninas precisam ficar entre as quatro primeiras do grupo para se classificar
Christian Petersen/Getty Images
A
Seleção Brasileira de basquete feminino perdeu ontem para a Austrália, por 67 a 61, e se complicou no torneio olímpico. Com o resultado, a equipe do técnico Luis Cláudio Tarallo terá de vencer os dois próximos confrontos, diante Canadá e da Grã-Bretanha, para se manter viva nos Jogos. O Brasil ocupa a quinta colocação do Grupo B, com apenas três pontos, à frente apenas das donas da casa. As quatro melhores equipes dos dois grupos avançam para a fase eliminatória. A derrota abateu as brasileiras. “Perder está sendo muito difícil. Nós somos guerreiras para caramba. Queria muito poder orgulhar meus pais, mas ao menos sei que aqui ninguém está deixando nada
para depois”, desabafou a ala Karla, cestinha do jogo com 22 pontos. A partida contra as australianas começou equilibrada, com as duas equipes se revezando na ponta do marcador. Mas faltando quatro minutos para o término do primeiro quarto, Tarallo sacou Erika, principal arma ofensiva do Brasil, que cometeu sua segunda falta. No quarto seguinte, o rendimento do time verde-amarelo caiu, com as adversárias abrindo nove pontos de vantagem, ampliando no final do período para 31 a 18. No terceiro quarto, as brasileiras apertaram a marcação e conseguiram anotar dez pontos consecutivos, diminuindo a diferença para 33 a 28. As australianas voltaram a se impor e fecharam em 51 a 40. No período seguinte, apesar da forte pressão do Brasil, a Austrália soube administrar a folga no placar e fechou a partida em 67 a 61.
maior (57%), mas ainda considerado baixo pelo treinador. Os russos venceram os donos da casa por 95 a 75, na estreia, e, na sequência, bateram a China por 73 a 54. “Nós vamos nos preparar contra a Rússia e melhorar. E espero que se melhore a porcentagem de acertos, porque está muito baixo e, contra uma equipe contra os russos, isso custa caro”, completou Magnano.
Dream Team quer se distanciar no topo
A
equipe dos Estados Unidos volta à quadra hoje contra a Nigéria, pelo grupo Grupo A, que ainda tem Argentina, Lituânia, França e Tunísia. O Dream Team lidera o grupo, com duas vitórias, contra a França (98 a 71) e Tunísia (110 a 63). Os nigerianos ocupam a quarta colocação da tabela, — vitória sobre os tunisianos (60 a 56) e um revés ante a Lituânia (53 a 72). Favoritos ao ouro do torneio, os EUA devem enfrentar o quarto classificado do Grupo B, a chave do Brasil, nas quartas de final. Campeã olímpica em Atenas 2004, a Argentina, outra forte candidata ao título, venceu os lituanos na estreia (102 a 79), mas tropeçou contra a França (64 a 71), e fazem o tira-teima contra os americanos na última rodada. Caso feche a fase preliminar em 2º na tabela, os argentinos podem entrar em rota de colisão com os brasileiros nas quartas.
jornal placar | quinta-feira, 2 de agosto de 2012
BASQUETE Huertas é o homem de confiança do técnico Magnano
M
arcelinho Huertas não há de se lembrar da última grande conquista do basquete brasileiro, o ouro no Pan de 1987, contra os Estados Unidos. Tinha só 4 anos. Aos 29, porém, o armador da da Seleção Brasileira sabe que é o homem de confiança do técnico Rubén Magnano para levar o país de volta ao pódio olímpico, que não vem desde Tóquio 1964. Nesta entrevista exclusiva — concedida por telefone algumas horas após a segunda vitória do Brasil —, Huertas fala de seu papel de líder num time formado com estrelas da NBA e demonstra confiança no desempenho do time nacional em Londres.
JORNAL PLACAR (JP): Como está o astral da seleção após os dois primeiros jogos? MARCELINHO HUERTAS (MH): Não
poderia estar melhor. Os resultados estão sendo muito bons, estamos ganhando mesmo sem estar apresentando o nosso melhor basquete. JP: Então vocês estão conscientes das oscilações nos dois jogos. Como vêm trabalhando para superar os apagões, como no primeiro quarto contra a Grã-Bretanha [em que o time marcou só 4 pontos]? MH: Nós temos de continuar jo-
gando da mesma maneira. Estamos criando situações boas para o arremesso, jogando com confiança. A bola infelizmente não está caindo. Nós temos um bom trabalho para cestas de 3 pontos — com um percentual de 40% de acerto — mas o aproveitamento está baixo, de fato, com 18%. JP: Certamente essa porcentagem foi passada à equipe pelo técnico Rubén Magnano. Como é a relação dele com os jogadores? MH: No dia-a-dia é normal, de
um bom relacionamento. Ele tem muito conhecimento, sabe o que é jogar uma Olimpíada e isso é uma vantagem para nós. Ele nos aconselha muito no diaa-dia. Aprendemos a cada jogo, ele estuda cada adversário, para que joguemos da melhor forma, de acordo com a característica de cada partida. Para nós é uma sorte ter esta oportunidade de ter esse aprendizado com ele. Na verdade, uma grande sorte, já que ele vai estar com a gente pelos próximos anos [a Confederação Brasileira de Basquete renovou com o técnico Magnano até as Olimpíadas do Rio 2016]. JP: Por ter ganhado uma Olimpíada [com a Argentina, em Atenas 2004], ele recorre a comparações com aquela ocasião nas preleções? MH: Não, nós somos um outro
elenco. Ele não faz nenhuma comparação, sabe que isso nos atrapalharia. São dois times com características diferentes. JP: O que podemos esperar da Seleção para os próximos jogos? MH: Nós estamos encarando uma
partida de cada vez. Depois do descanso pós-jogo a gente assiste a vídeos do adversário seguinte, estuda as jogadas para ver como eles se defendem e avalia como nossa defesa deve atuar. JP: O técnico da seleção americana, Mike Kryzewski, e o Pau Gasol, craque da Espanha, colocam o Brasil como favorito à medalha. Você concorda com essa previsão? MH: Existem 1000 opiniões. Mas
temos de confirmar isso dentro da quadra, jogando focados. Acredito sim que podemos buscar uma medalha, fazendo com que os acertos sejam progressivos. A gente pode brigar, são seis ou sete times fortes, realmente capacitados. Temos de nos concentrar nos próxi-
A decepção do turismo
O
Em entrevista exclusiva ao JORNAL PLACAR, o armador da seleção brasileira, Marcelinho Huertas, analisa o atual momento da equipe Por Miguel Icassatti
Por Jonas Oliveira, de Londres
n liderança
mos três jogos desta primeira fase para passar bem às quartas, que é uma etapa crucial, uma moeda que de um lado pode te colocar na disputa por uma medalha ou, do outro, no caminho do quinto ao oitavo. É um jogo chave. JP: Desde a fase de preparação, em que o Brasil jogou bem com Argentina, França e Estados Unidos, você vem sendo apontado como o grande destaque do time. Como lida com essas opiniões positivas? MH: Eu tenho de me preocupar em
jogar, fazer o meu time ganhar e deixar os comentários para vocês, jornalistas e torcida. Em quadra eu venho tentando ser um líder, por ser o armador, mas estou longe de querer aparecer fora da quadra.
setor de turismo é certamente um dos que mais comemorou quando o Rio de Janeiro ganhou o direito de sediar os Jogos Olímpicos de 2016. Mas os primeiros dias de competições em Londres servem de alerta para quem defende a realização de megaeventos esportivos como forma de atrair visitantes para uma cidade. A impressão, que para mim já era nítida nas ruas, hoje se confirmou em uma reportagem do jornal Metro, segundo a qual hotéis, lojas e atrações turísticas da capital inglesa têm sofrido com diminuição no número de visitantes. Alguns hotéis, que haviam aumentado os preços de suas diárias, tiveram que baixar os preços. Teatros do West End também registraram queda na procura por ingressos por musicais. A verdade é que são poucos os exemplos de edições dos Jogos Olímpicos que realmente serviram para aumentar o turismo na cidade-sede. Barcelona 1992 tornou-se modelo para suas sucessoras, mas o êxito não tem a ver apenas os Jogos. A Olimpíada foi apenas parte de um projeto mais amplo de regeneração urbana da cidade, que conseguiu reposicionar sua imagem como destino turístico. Londres, por outro lado, já é um destino mais que consagrado entre visitantes de todo o mundo, uma cidade que não precisava dos Jogos para beneficiar seu setor de turismo. O Rio de Janeiro, por outro lado, ainda tem potencial para aumentar o número de turistas. Mas para isso é preciso que se comece a pensar desde já em como tornar a cidade menos caótica, mais segura e atrativa. E isso não se faz quando se tem em mente os visitantes que estarão na cidade durante os 15 dias dos Jogos, e sim aqueles que nela vivem.
Os primeiros dias dos Jogos em Londres servem de alerta para o turismo
JP: Justamente por esse seu bom desempenho, a todo momento comenta-se de uma possível ida sua para a NBA... MH: Não tem nada de NBA, não
sei mais o que fazer, porque a todo momento tenho de responder a essa pergunta. Tenho três anos de contrato com o Barcelona e vou cumpri-los. JP: Como está sendo a vida na Vila Olímpica? Tem encontrado colegas da seleção da Espanha? MH: Por estranho que possa pare-
cer, a gente não fala de basquete. A gente até se encontra, confraterniza, mas fala de outros assuntos. E mesmo com os outros atletas brasileiros, acaba parabenizando, desejando boa sorte. Não consegui, infelizmente, acompanhar nenhuma outra modalidade in loco mas o clima da delegação brasileira é muito bom na Vila.
divulgação turismo espanha
“Podemos, sim, buscar uma medalha”
um conto de duas cidades
GETTY IMAGES
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n barcelona 1992 Exemplo de êxito do legado dos Jogos Olímpicos para a cidade-sede
jornal placar | quinta-feira, 2 de agosto de 2012
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natação
iatismo
Ficou para os 50 metros
n um tiro só Ninguém superou o brasileiro na primeira metade da prova de ontem
Cielo baixa seu tempo nos 100 metros, mas acaba sem medalha
Thiago entre os melhores
Patinho feio
M
F
A
oi um dia bom para Thiago Pereira. Quinto na eliminatória, quarto na semifinal, ele estará de novo em uma final olímpica. Ontem, conquistou um lugar entre os oito que largarão a final dos 200 metros medley, sua especialidade, a partir das 15h30 (horário de Brasília). Thiago já esteve entre os finalistas do 400 metros medley, quando faturou a medalha de prata, deixando para trás a lenda norte-americana Michael Phelps. Ele irá reencontrá-lo, assim como o também americano Ryan Lochte. Batê-los é outra história. Ontem, o brasileiro fez dois bons tempos. Pela manhã, marcou 1min58s31. À tarde, acelerou, chegando em 1min57s45, atrás de Lochte (1min56s13), o húngaro
alexandre battibugli
Cielo bota fé na prova em que é especialista para ainda chegar ao pódio Ao lado de Phelps e Lochte, brasileiro busca segunda medalha hoje na beira da piscina com 22s60. Só não manteve o pique na reta final, quando foi o segundo pior entre os oito que largaram – tempo de 25s32, só melhor que o do russo Nikita Lobinstsev. “Já sabia que não seria a melhor prova. Era meio ‘quem sabe pegar a medalha’. Não se vê muita gente baixando o tempo em final olímpica, e aqui a gente viu a série inteira. Eu fiz a minha parte também, abaixei o meu tempo. Mas não foi o suficiente”, afirmou sobre o tempo de 47s92, o melhor dele no ano. “Agora é o cinquentinha”, avisou. “Rapidinho. Agora muda o jogo. É a minha segunda partida na Olimpíada. O importante é ter uma boa noite de sono hoje para entrar bem cedo na eliminatória. E começar a pensar n a medalha.” (M.M.S.)
n classe laser Bruno Freitas acaba o dia na 13ª colocação geral
vôlei de praia
“Agora é o cinquentinha” al terminou a prova, Cesar Cielo já estava concentrado em outra. O brasileiro é o favorito para o ouro nos 50 metros livre, prova que já conquistou em Pequim 2008. As eliminatórias começam hoje no Aquatic Centre, em Londres, às 6h, com a semifinal às 16h (ambas no horário de Brasília). “Fiz o melhor que tinha que fazer. Nadei melhor do que tinha imaginado. Só cinco pessoas nadaram melhor do que eu. Foi uma prova que eu vim para tentar o melhor, mas sabendo que era difícil. Agora é pensar nos 50 metros. Não tenho mais que pensar nesse resultado, não”, disse sobre a prova de ontem, em que acabou em sexto lugar. Se serve de consolo, Cielo voltou a ser o melhor nos 50 metros – já havia obtido o feito ontem. Bateu
Com desempenho fraco, brasileiros tiveram um oitavo lugar como a melhor colocação
O
foto: getty images
C
gas se movimentavam bastante. Jogou uma toalha na beira do tanque. Pulou bem: foi o melhor na largada. Manteve o ritmo e terminou os primeiros 50 metros com 22s60, à frente dos outros sete concorrentes. Mas havia um desafio. Cielo teria que melhorar o tempo do dia anterior. Era preciso baixar a marca para menos de 48 segundos, conforme previra no dia anterior. Na terça, nadara em 48s07. Seria possível? Foi possível, mas não do jeito que desejava. Apesar de bater sua melhor marca no ano, com 47s92, o brasileiro foi apenas o sexto na colocação geral. Perdeu a prova. O americano Nathan Adryan foi o vencedor, com o tempo de 47s52. A prata foi para o australiano James Magnussen, o melhor da semifinal, com 47s53, e bronze, com Brent Hayden, do Canadá (47s80). A boa notícia é que ninguém bateu Cielo nos 50 metros. Que continue assim até sexta, dia da prova — ou será do ouro?
Dia de ventos ruins para o Brasil Brasil não teve um bom desempenho na vela ontem, apesar de terem melhorado, em relação ao segundo dia de competição. Não houve regatas na classe Star, pela qual compete — e lidera — a dupla Robert Scheidt e Bruno Prada. Na classe Laser (masculino), Bruno Fontes ficou na 10ª colocação na quinta regata e em 27º na sexta, o que o deixou na 13ª posição no geral. O cipriota Pavlos Kontides lidera com 21 pontos, seguido do australiano Tom Slingby. Com uma boa terceira regata, terminando em 8º, Ricardo Santos, da RS-X , foi mal na quarta e ficou em 21º. No geral, ele é 12º colocado e a liderança está nas mãos o holandês Dorian van Rijsselberge, que só não ficou em primeiro na última, quando foi o terceiro. Também no RS-X, mas no feminino, Patricia Freitas não teve um bom desempenho em nenhuma das duas regatas do dia. Na terceira corrida da competição, ela ficou em 16º lugar, e na regata seguinte, na 12ª colocação. No geral, a brasileira ficou na 13ª posição e Marina Alabau Neira, da Espanha, lidera. Por fim, Adriana Kostiw, da classe Laser Radical, foi a brasileira com o pior desempenho: 31º lugar na quinta regata e 25ª colocação na segunda. É a 21ª na competição, liderada por Annalise Murphy, da Irlanda.
Por Marcos Sergio Silva, De Londres ielo já havia passado pela rotina de seus dias de decisões. Os dentes escovados de uma maneira que economizasse sua energia. O dia deitado na Vila Olímpica. Os pés para o alto. Era dia de final e os 100 metros nado livre não são sua especialidade – ele prefere os 50. Mas era o dia de fazer a prova de sua vida, conforme torcia o técnico Alberto Silva, o Albertinho. E como a vida pode ser resolvida em segundos, como não deixá-los para acontecer justamente na piscina do Parque Olímpico de Londres? A piscina já havia sido tocada por uma das lendas atuais da natação, Ryan Lochte, antes que Cielo pudesse senti-la. O norteamericano havia conseguido o melhor tempo da semifinal do nado de costas, na distância de 200 metros, deixando o brasileiro Leonardo de Deus em oitavo lugar na bateria. Já na piscina, Cielo permaneceu estático, enquanto seus cole-
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Laszlo Cseh (1min56s74) e Phelps (1min57s11). Thiago fez o melhor tempo na primeira metade. “É a terceira Olímpíada nos 200 metros medley que só foi trocando três pessoas nas finais. É motivador estar junto com eles. O Phelps não tem nem o que dizer. O Ryan, o que está fazendo. O Lazlo também. Disputar com esses três é muito gratificante.” (M.S.S.)
pós o revés nos 100m livres, Cielo já avisou que vai buscar o bicampeonato olímpico nos 50m, a prova mais rápida da natação. Mas existe um nadador muito disposto a estragar a festa do recordista mundial, o brasileiro Bruno Fratus. Ele fez o quinto melhor tempo na distância neste ano, 21s70 (Cielo tem 21s38). E espera vencer seu compatriota e os demais adversários, mas sabe que, para isso, terá um longo caminho pela frente. “Antes de pensar em medalha, preciso pensar em chegar à semifinal, depois à final e talvez depois pensar em medalha”, disse Fratus. O nadador já caiu na piscina no revezamento 4 x 100m, mas foi eliminado na primeira etapa. A delegação brasileira espera uma dobradinha brasileira no pódio.
Brasileiros seguem firme rumo ao pódio Larissa e Juliana têm vitória a jato. No masculino, Ricardo e Pedro Cunha chegam à liderança da chave
O
vôlei de praia brasileiro segue sua rotina de vitórias nos Jogos de Londres. Ontem, Juliana e Larissa precisaram de 36 minutos para derrotar as checas Klapalova e Hajeckova por 2 sets a 0 (21/12 e 21/18). Com o resultado, as brasileiras confirmaram seu favoritismo e aguardam o resultado dos outros confrontos para saber quem serão as adversárias nas oitavas de final do torneio. “Jogamos bem na primeira fase e queremos seguir assim, mantendo a concentração e a energia boa”, revelou Larissa, que fechou a etapa sem perder um set sequer. No masculino, Ricardo e Pedro Cunha bateram os canadenses Joshua Binstock e Martin Reader também por 2 a 0 (21/18 e 24/22) e fecharam a etapa no topo da chave F, à frente da Noruega. Hoje, Maria Elisa enfrentam as donas da casa Bawden e Palmer, e Alison e Emanuel pegam os italianos Lupo e Nicolai.
n aquele abraço Juliana e Larissa ganham mais uma
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Ficou para os 50 metros
n um tiro só Ninguém superou o brasileiro na primeira metade da prova de ontem
Cielo baixa seu tempo nos 100 metros, mas acaba sem medalha
Thiago entre os melhores
Patinho feio
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oi um dia bom para Thiago Pereira. Quinto na eliminatória, quarto na semifinal, ele estará de novo em uma final olímpica. Ontem, conquistou um lugar entre os oito que largarão a final dos 200 metros medley, sua especialidade, a partir das 15h30 (horário de Brasília). Thiago já esteve entre os finalistas do 400 metros medley, quando faturou a medalha de prata, deixando para trás a lenda norte-americana Michael Phelps. Ele irá reencontrá-lo, assim como o também americano Ryan Lochte. Batê-los é outra história. Ontem, o brasileiro fez dois bons tempos. Pela manhã, marcou 1min58s31. À tarde, acelerou, chegando em 1min57s45, atrás de Lochte (1min56s13), o húngaro
alexandre battibugli
Cielo bota fé na prova em que é especialista para ainda chegar ao pódio Ao lado de Phelps e Lochte, brasileiro busca segunda medalha hoje na beira da piscina com 22s60. Só não manteve o pique na reta final, quando foi o segundo pior entre os oito que largaram – tempo de 25s32, só melhor que o do russo Nikita Lobinstsev. “Já sabia que não seria a melhor prova. Era meio ‘quem sabe pegar a medalha’. Não se vê muita gente baixando o tempo em final olímpica, e aqui a gente viu a série inteira. Eu fiz a minha parte também, abaixei o meu tempo. Mas não foi o suficiente”, afirmou sobre o tempo de 47s92, o melhor dele no ano. “Agora é o cinquentinha”, avisou. “Rapidinho. Agora muda o jogo. É a minha segunda partida na Olimpíada. O importante é ter uma boa noite de sono hoje para entrar bem cedo na eliminatória. E começar a pensar n a medalha.” (M.M.S.)
n classe laser Bruno Freitas acaba o dia na 13ª colocação geral
vôlei de praia
“Agora é o cinquentinha” al terminou a prova, Cesar Cielo já estava concentrado em outra. O brasileiro é o favorito para o ouro nos 50 metros livre, prova que já conquistou em Pequim 2008. As eliminatórias começam hoje no Aquatic Centre, em Londres, às 6h, com a semifinal às 16h (ambas no horário de Brasília). “Fiz o melhor que tinha que fazer. Nadei melhor do que tinha imaginado. Só cinco pessoas nadaram melhor do que eu. Foi uma prova que eu vim para tentar o melhor, mas sabendo que era difícil. Agora é pensar nos 50 metros. Não tenho mais que pensar nesse resultado, não”, disse sobre a prova de ontem, em que acabou em sexto lugar. Se serve de consolo, Cielo voltou a ser o melhor nos 50 metros – já havia obtido o feito ontem. Bateu
Com desempenho fraco, brasileiros tiveram um oitavo lugar como a melhor colocação
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foto: getty images
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gas se movimentavam bastante. Jogou uma toalha na beira do tanque. Pulou bem: foi o melhor na largada. Manteve o ritmo e terminou os primeiros 50 metros com 22s60, à frente dos outros sete concorrentes. Mas havia um desafio. Cielo teria que melhorar o tempo do dia anterior. Era preciso baixar a marca para menos de 48 segundos, conforme previra no dia anterior. Na terça, nadara em 48s07. Seria possível? Foi possível, mas não do jeito que desejava. Apesar de bater sua melhor marca no ano, com 47s92, o brasileiro foi apenas o sexto na colocação geral. Perdeu a prova. O americano Nathan Adryan foi o vencedor, com o tempo de 47s52. A prata foi para o australiano James Magnussen, o melhor da semifinal, com 47s53, e bronze, com Brent Hayden, do Canadá (47s80). A boa notícia é que ninguém bateu Cielo nos 50 metros. Que continue assim até sexta, dia da prova — ou será do ouro?
Dia de ventos ruins para o Brasil Brasil não teve um bom desempenho na vela ontem, apesar de terem melhorado, em relação ao segundo dia de competição. Não houve regatas na classe Star, pela qual compete — e lidera — a dupla Robert Scheidt e Bruno Prada. Na classe Laser (masculino), Bruno Fontes ficou na 10ª colocação na quinta regata e em 27º na sexta, o que o deixou na 13ª posição no geral. O cipriota Pavlos Kontides lidera com 21 pontos, seguido do australiano Tom Slingby. Com uma boa terceira regata, terminando em 8º, Ricardo Santos, da RS-X , foi mal na quarta e ficou em 21º. No geral, ele é 12º colocado e a liderança está nas mãos o holandês Dorian van Rijsselberge, que só não ficou em primeiro na última, quando foi o terceiro. Também no RS-X, mas no feminino, Patricia Freitas não teve um bom desempenho em nenhuma das duas regatas do dia. Na terceira corrida da competição, ela ficou em 16º lugar, e na regata seguinte, na 12ª colocação. No geral, a brasileira ficou na 13ª posição e Marina Alabau Neira, da Espanha, lidera. Por fim, Adriana Kostiw, da classe Laser Radical, foi a brasileira com o pior desempenho: 31º lugar na quinta regata e 25ª colocação na segunda. É a 21ª na competição, liderada por Annalise Murphy, da Irlanda.
Por Marcos Sergio Silva, De Londres ielo já havia passado pela rotina de seus dias de decisões. Os dentes escovados de uma maneira que economizasse sua energia. O dia deitado na Vila Olímpica. Os pés para o alto. Era dia de final e os 100 metros nado livre não são sua especialidade – ele prefere os 50. Mas era o dia de fazer a prova de sua vida, conforme torcia o técnico Alberto Silva, o Albertinho. E como a vida pode ser resolvida em segundos, como não deixá-los para acontecer justamente na piscina do Parque Olímpico de Londres? A piscina já havia sido tocada por uma das lendas atuais da natação, Ryan Lochte, antes que Cielo pudesse senti-la. O norteamericano havia conseguido o melhor tempo da semifinal do nado de costas, na distância de 200 metros, deixando o brasileiro Leonardo de Deus em oitavo lugar na bateria. Já na piscina, Cielo permaneceu estático, enquanto seus cole-
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Laszlo Cseh (1min56s74) e Phelps (1min57s11). Thiago fez o melhor tempo na primeira metade. “É a terceira Olímpíada nos 200 metros medley que só foi trocando três pessoas nas finais. É motivador estar junto com eles. O Phelps não tem nem o que dizer. O Ryan, o que está fazendo. O Lazlo também. Disputar com esses três é muito gratificante.” (M.S.S.)
pós o revés nos 100m livres, Cielo já avisou que vai buscar o bicampeonato olímpico nos 50m, a prova mais rápida da natação. Mas existe um nadador muito disposto a estragar a festa do recordista mundial, o brasileiro Bruno Fratus. Ele fez o quinto melhor tempo na distância neste ano, 21s70 (Cielo tem 21s38). E espera vencer seu compatriota e os demais adversários, mas sabe que, para isso, terá um longo caminho pela frente. “Antes de pensar em medalha, preciso pensar em chegar à semifinal, depois à final e talvez depois pensar em medalha”, disse Fratus. O nadador já caiu na piscina no revezamento 4 x 100m, mas foi eliminado na primeira etapa. A delegação brasileira espera uma dobradinha brasileira no pódio.
Brasileiros seguem firme rumo ao pódio Larissa e Juliana têm vitória a jato. No masculino, Ricardo e Pedro Cunha chegam à liderança da chave
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vôlei de praia brasileiro segue sua rotina de vitórias nos Jogos de Londres. Ontem, Juliana e Larissa precisaram de 36 minutos para derrotar as checas Klapalova e Hajeckova por 2 sets a 0 (21/12 e 21/18). Com o resultado, as brasileiras confirmaram seu favoritismo e aguardam o resultado dos outros confrontos para saber quem serão as adversárias nas oitavas de final do torneio. “Jogamos bem na primeira fase e queremos seguir assim, mantendo a concentração e a energia boa”, revelou Larissa, que fechou a etapa sem perder um set sequer. No masculino, Ricardo e Pedro Cunha bateram os canadenses Joshua Binstock e Martin Reader também por 2 a 0 (21/18 e 24/22) e fecharam a etapa no topo da chave F, à frente da Noruega. Hoje, Maria Elisa enfrentam as donas da casa Bawden e Palmer, e Alison e Emanuel pegam os italianos Lupo e Nicolai.
n aquele abraço Juliana e Larissa ganham mais uma
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Vôlei
loja de antiguidades Por Fábio Altman, de Londres
Brasil vai para cima dos americanos Bernardinho não teme duelo contra os atuais campeões olímpicos
“Desonischenko” o desonesto
D
n na raça Jogadores do Brasil encaram rivais no embalo dos bons resultados
Da Redação
Alaor Filho/AGIF/COB
A
pós vencer a Rússia por categóricos 3 sets a 0, o Brasil vai enfrentar um outro osso duro de roer, hoje, no torneio de vôlei masculino dos Jogos de Londres. O adversário da vez é a seleção dos Estados Unidos. É bom lembrar que os americanos trazem más recordações para os brasileiros, pois ganharam a medalha de ouro em Pequim 2008 exatamente diante dos comandados de Bernardinho. Para o treinador da seleção brasileira, os Estados Unidos serão os grandes adversários da fase de grupos e, provavelmente, o maior obstáculo do Brasil na busca por uma medalha de ouro. “Vamos enfrentar agora o time mais consistente do nosso grupo. As duas vitórias por 3 a 0 contra Sérvia e Alemanha credenciam os americanos a sonharem muito alto”, elogiou.
A vitória diante da Rússia sem perder nem um set sequer, porém, ajudou a dar confiança aos brasileiros para enfrentarem qualquer adversário. O time chegou a Londres meio em baixa, por causa dos últimos resultados na Liga Mundial, mas o astral mudou após as duas primeiras rodadas no certame olímpico. “A gente reencontrou o nosso
vôlei e agora temos que jogar desse nível pra melhor. Estávamos precisando disso para ter mais tranquilidade e confiança. A Rússia é uma equipe muito forte, que encontramos sempre em jogos decisivos e é importante vencê-la. Mas não adianta querer fazer festa, porque ainda não conquistamos nada”, disse um cauteloso Murilo.
Feminino perde para Coreia e se complica Com derrota, equipe está momentaneamente fora da zona de classificação bronca de José Roberto Guimarães após a derrota por 3 sets a 1 diante dos Estados Unidos não parece ter funcionado: as meninas do vôlei brasileiro seguiram errando e não foram capazes de derrotar a seleção sul-coreana. As asiáticas fizeram 3 x 0 (25/ 23, 25/21 e 25/21). O Brasil chegou a abrir 3 pontos de vantagem no primeiro set (8x5 e 11x8), mas, graças a muitos erros de ataque, permitiu que a Coreia do Sul virasse e fechasse o set. O segundo set começou bastante equilibrado. As coreanas eram fortes no bloqueio, mas as brasileiras conseguiam virar as bolas e a etapa era disputada ponto a ponto. Num momento crucial, as comandadas de Zé Roberto conseguiram abrir dois pontos, fazendo 17 x 15, mas
REUTERS/Ivan Alvarado
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n alerta Seleção tem de vencer a China para subir na tabela
permitiram a virada às coreanas. O terceiro set seguiu a tônica dos anteriores: a Coreia demonstrava solidez no bloqueio e Zé Roberto pedia calma às jogadoras. “Deixa a Sheila e a Fernanda abertas”. “Calma para sacar”, orientava inutilmente o treinador. Resignado, o treinador viu as asiáticas abrirem 15 x 9 e o ânimo das brasileiras esmoreceu. As brasileiras não souberam parar a atacante sul coreana Kin Yeon, que fez 21 pontos. Completaram a rodada Estados Unidos 3 x 0 China e Turquia 3 x 0 Sérvia. O Brasil enfrenta a China, às 17h30min de amanhã. As coreanas enfrentam as turcas. A derrota deixou as brasileiras em quinto lugar do grupo, com apenas dois pontos. Caso queira se classificar, será preciso vencer todos os seus jogos.
eu-se, ontem, o primeiro vergonhoso escândalo da Olimpíada de Londres. Quatro duplas femininas do badminton — esporte bizarro do ponto de vista de um brasileiro, mas popularíssimo em alguns países do oriente — foram eliminadas do torneio olímpico por perderem suas partidas intencionalmente, de modo a escapar de adversárias mais fortes nas etapas seguintes. O diretor de comunicação do Comitê Olímpico Internacional, Mark Adams, explicou a punição: “Há uma cláusula na carta olímpica segundo a qual todo esportista tem de fazer seus melhores esforços”. A torcida presente à arena de Wembley, onde está sendo disputado o badminton, vaiava as disputas ao perceber a embromação, evidente pela lentidão das petequeiras ao evitar a bolinha. Sebastian Coe, presidente do comitê organizador, evitou atalhos. “Foi deprimente, quem quer ver uma coisa dessas?”. Ninguém, e a farsa do badminton remete, inevitavelmente, aos momentos de contrafação olímpica. Nenhum se compara ao que fez o major do exército soviético Boris Onischenko na Olimpíada de 1972, em Munique. Boris era tricampeão mundial do pentatlo moderno, modalidade que envolve hipismo, esgrima, natação, tiro esportivo e corrida. Aos 38 anos, ele despedia-se do esporte. Depois da competição com cavalos, os soviéticos apareciam em quarto lugar. Imaginavam conseguir a liderança ao pegar nas espadas. Boris entrou na pista de combate para enfrentar o inglês Jeremy Fox, também um veterano, mas ainda ágil. Boris avançava e Jim recuava com rapidez, sucessivas vezes — e sucessivas vezes o sinal de pontuação tocava. Havia algo muito estranho. Os britânicos protestataram. O Júri de Apelação foi acionado. Não demorou muito para que descobrissem, na espada de Boris, um complexo mecanismo eletrônico que, acionado, registrava toque a seu favor. O soviético foi expulso dos Jogos e do esporte. Seu país, eliminado do pentatlo moderno. Mas ficou uma dúvida: desde quando ele se servia de malandragem? Em 1972 ele conseguira a medalha de prata individual. Ao retornar de Montreal para Moscou, “Desonischenko”, o desonesto, como ficou conhecido, foi recebido pessoalmente por Leonid Brejnev para uma bronca pública. Foi multado e perdeu as insígnias do exército. Abandonou o esporte para trabalhar como motorista de taxi em Kiev, na Ucrânia.
O soviético foi expulso dos Jogos de Munique 1972 e do esporte. Virou motorista de táxi
n se deu mal Descoberta a farsa, Onischenko perdeu as insígnias do Exército
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Tênis
brasileiro do dia Por Alexandre Salvador, de Londres
O fator Marta
A n maratona
CBT
Melo e Soares jogaram por mais de quatro horas
Depois de vencer partida épica, Marcelo Melo e Bruno Soares enfrentam franceses
A
ntes dos Jogos Olímpicos, o tênis brasileiro em Londres girava em torno do nome de Thomaz Bellucci, número 40 no ranking da ATP. Mas, agora que o tenista foi eliminado, quem tem brilhado mesmo em Wimbledon é a dupla Marcelo Melo e Bruno Soares. Ontem, eles passaram às quartas de final da disputa, depois de incríveis 4h21 de jogo. A partida contra os tchecos Tomas Berdych e Radek Stepanek
começou na última terça, mas foi interrompida por falta de luz natural. Na manhã de ontem, eles voltaram ao tapete verde e foram protagonistas do jogo mais longo da história das duplas em jogos olímpicos. Depois de perder o primeiro set por 6 a 1, Melo e Soares reagiram no segundo, fechando em 6 a 4. O terceiro set estava acirrado, empatado em 18 pontos, quando o juiz interrompeu o jogo. Na volta à quadra no dia seguinte, os brasileiros estavam melhor preparados. Com uma quebra, abri-
Começou a ficar bom Torneio de simples afunila e favoritos devem protagoznizar belos duelos
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ederer (Suíça) contra Isner (EUA); Nishikori (Japão) contra Del Potro (Argentina); Almagro (Espanha) contra Murray (Grã-Bretanha); Tsonga (França) contra Djokovic (Sérvia). Agora que a chave masculina de simples do torneio de tênis dos Jogos Olímpicos de Londres 2012 está nas quartas de final, o campeonato começa a ganhar ares mais próximos ao do tradicional Torneio de Wimbledon, cujas quadras onde acontece o único grand slam na grama, aliás, estão sendo
emprestadas para a competição olímpica. Embora os tenistas não recebam uma libra sequer de premiação, é de se esperar grandes duelos entre os oito restantes. Afinal, há cinco top 10 da ATP na disputa: Federer (nº 1), Djoko (2º), Murray (4º), Tsonga (6º) e Del Potro (9º). Tampouco se pode falar de zebra, pois os outros três tenistas estão entre os top 20 do mundo. É só jogão.
Julian Finney/Getty Images
Da redação
Nossa camisa 10 deu sete chutes a gol, dos quais quatro foram para fora
Clive Brunskill
Dupla brasileira avança de fininho
ram vantagem e só precisaram confirmar seus saques para fechar o set em 24 a 22, vencendo o jogo por 2 a 1. O próximo confronto é com os franceses Jô-Wilfried Tsonga (número 6 do mundo e responsável pela eliminação de Bellucci nas simples) e Michael Llodra. Para relaxar a musculatura e chegar inteiros após a maratona do último jogo, os dois brasileiros fariam ainda ontem um intenso trabalho de fisioterapia. Mas a confiança deles parece renovada. Pelo Twitter, Melo agradeceu o apoio dos torcedores, logo após a vitória. “Valeu pessoal, ganhamos mais uma batalha, 24/22 no terceiro”, comemorou. “Seguimos na luta por medalha”. Segundo o delegado do tênis brasileiro em Londres, Paulo Ricardo Moriguti, a boa performance da dupla não é surpresa. “Eles já ganharam outras vezes de grandes nomes e vieram para Londres para buscar o ouro”, afirmou. Apesar do cansaço após uma partida tão longa, ele acredita que a façanha fez bem ao psicológico dos brasileiros. “É um impulso a mais para eles”.
nteontem, o Brasil foi engolido pela Grã-Bretanha no futebol feminino, em partida realizada no novo (porém não menos lendário) estádio de Wembley. O público de mais de 70 000 pessoas pesou a favor das donas da casa, que marcaram um gol nos primeiros instantes da partida – gol esse de autoria da meio-campista Stephanie Houghton, que está fazendo história nessa Olimpíada por ter marcado mais gols o torneio (três) do que em duas temporadas pelo seu clube (apenas dois). O Brasil simplesmente não conseguiu jogar contra a equipe britânica. A bola custava a chegar nos pés das jogadoras mais habilidosas da equipe: Marta e Cristiane. Quando sobrava algum espaço, Marta arriscava para fora da meta. Nossa camisa 10 deu sete chutes a gol, dos quais quatro foram para fora. “Eu tenho que admitir que errei alguns passes, também”, disse Marta após a partida. É bem verdade que a equipe foi prejudicada por duas substituições forçadas, que tiraram parte do poder ofensivo das brasileiras. Por causa desse tropeço, o Brasil não vai pegar o Canadá nas quartas-definal, equipe teoricamente mais fraca. A seleção terá que enfrentar na próxima sexta as atuais campeãs do mundo, as japonesas – que se classificaram com alguns empates, é verdade, mas que possuem a melhor jogadora da atualidade, a meia Homare Sawa. Por isso, é a hora de nossa craque Marta aparecer. Ela diz não estar muito acostumada com a falta de espaços no gramado, o que a incomodou muito na partida de terça-feira. Mas nas grandes campanhas da seleção brasileira, tanto nos Jogos Olímpicos quanto nas Copas do Mundo, ela fez prevalecer seu talento. Foi assim, inclusive, que ela conquistou seus cinco prêmios de melhor jogadora da Fifa. Um alento: ao passar pela japonesas, o Brasil escapará de um confronto direto com as americanas, históricas algozes da seleção feminina, logo na semifinal. Mas para isso, o Brasil precisa de Marta. E Marta precisa descobrir um meio de voltar à posição de protagonista que lhe era tão usual há alguns anos. No discurso de boleiro, sempre ouvimos a frase de que se aprende com as derrotas. Para o próprio bem do futebol feminino brasileiro, é bom que Marta aprenda o caminho sem marcação, para termos chance de pelo menos repetir as pratas de Atenas e Pequim.
n federer O suíço pode ganhar
n hora da decisão Contra as japonesas campeãs mundiais, Marta
pela segunda vez no ano em Londres
terá de justificar seus cinco prêmios de melhor do mundo para ajudar o Brasil
jornal placar | quinta-feira, 2 de agosto de 2012
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Boxe
Robenílson vence mais um favorito Pugilista baiano supera russo campeão e está nas quartas-de-final
O lutador baiano está a uma vitória do bronze
Handebol
Ginástica
Sasaki entra para a história
Ginasta de São Bernardo do Campo fica em 10º lugar na classificação geral, a melhor colocação de um brasileiro em todos os tempos
n top 10 Sasaki alcança o melhor resultado de um brasileiro
ginasta paulista Sérgio Sasaki (ele nasceu em São Bernardo e treina no Flamengo, do Rio de Janeiro), de 20 anos, não ganhou medalha, mas entrou para a história. Ontem, ele obteve o 10º lugar na ginástica artística geral masculina, o melhor resultado do Brasil na modalidade em toda a história das Olimpíadas. O brasileiro somou 89.132 pontos nos seis aparelhos. A medalha de ouro foi para o japonês Kohei Uchimura (92.690 pontos), a prata para o alemão Marcel Nguyen (91.031 pontos) e o bronze ficou com o norte-americano Danell Leyva (90.698 pontos). Sasaki conseguiu o resultado graças ao seu bom desempenho no salto, no qual obteve um impressionante 5º lugar e recebeu sua pontuação máxima pessoal: 16.100. Ele também fez muitos pontos nas barras: foram 15.200 nas paralelas (o 9º lugar no aparelho) e 14.833 na fixa (10º lugar no aparelho). No cavalo com alças, com 14.366 pontos ele obteve o sétimo lugar. No solo e nas argolas, porém, o brasileiro ficou entre os últimos, com 14.233, o que lhe rendeu um 17º lugar em ambos os aparelhos.
Jeff Gross/Getty Images
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Ronald Martinez/Getty Images
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ntem, o peso galo Robenílson de Jesus fez uma luta dura contra o russo Sergey Vodopiyanov e conquistou sua segunda vitória na competição. Com isso, avançou para as quartas de final do torneio de boxe, categoria até 56 kg, dos Jogos Olímpicos. O baiano de 24 anos venceu o russo, campeão mundial 2007, pelo placar de 13 a 11. O brasileiro conseguiu se defender bem, com reflexos e movimentação muito rápidos, apesar dos fortes ataques de Sergey Vodopiyanov. Robenílson venceu os dois primeiros rounds, por 3 a 2 e 5 a 4, e empatou o último round com o pla-
n rob entre os 8
car de 5 a 5. Antes do anúncio dos juízes, seu adversário já segurava as lágrimas, prevendo a eliminação. Com essa vitória, o pugilista superou o resultado de Pequim 2008, quando foi eliminado nas oitavas. O próximo desafio é o cubano Lazaro Alvarez Estrada, que venceu o norte-americano Joseph Diaz Jr por 21 a 15. Se passar à semifinal, já garante uma medalha de bronze, já que no boxe não há disputa de terceiro lugar. “Essa medalha viria em muito boa hora, pois não estamos muito em evidência no país e isso ajudaria um pouco o esporte a atrair mais interesse”, afirmou o boxeador. Hoje, às 11h15, ‘e a vez de Esquiva Falcão enfrentar Soltan Mijitnov, do Azerbaijão.
REUTERS/Murad Sezer
Da redação
n no caminho Meninas encaram a Rússia
Brasil segue 100 % no handebol Depois de vencer as donas da casa, equipe enfrenta as russas amanhã
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seleção brasileira feminina de handebol segue com uma campanha impecável nos Jogos de Londres. Ontem, o Brasil atropelou a Grã-Bretanha — dona da casa — por 30 a 17 e chegou à terceira vitória consecutiva na competição. A diferença técnica entre os dois times era visível. Tanto que o Brasil terminou o primeiro tempo ganhando de 17 a 8, com destaques
para Ana Paula e Alexandra, ambas com quatro tentos. Mais uma vez, a segura goleira Chana fechou o gol. No segundo tempo, as britânicas, apoiadas pela torcida, melhoraram e diminuíram a diferença (terminou 13 a 9). Mas não evitaram a derrota por 30 a 17. Ana Paula marcou mais três gols e terminou como artilheira da partida, com sete. O próximo desafio do time brasileiro é contra a Rússia, amanhã (3). No domingo (5), as comandadas do dinamarquês Morten Soubak encerram a participação na primeira fase em confronto contra Angola. O Brasil, que já venceu Croácia e Montenegro, lidera o Grupo A, com seis pontos. A Rússia ainda poderia empatar se vencesse a Croácia ontem (o jogo seria após o fechamento desta edição). Montenegro vem atrás, com quatro. Angola e GrãBretanha ainda não pontuaram.
jornal placar | quinta-feira, 2 de agosto de 2012
ATLETISMO
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London Calling Por Giancarlo Lepiani, de Londres
Já em Londres, Adriana está pronta para maratona
Tomorrow Never Knows
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diados por uns e amados por muitos, os tabloides são uma parte importante da vida cotidiana de Londres. Suas manchetes exageradas e primeiras páginas escandalosas acabam servindo como uma espécie de termômetro da cidade, medindo o humor de seus habitantes. Ontem, o quinto dia da Olimpíada, todos dedicavam suas capas à longa espera britânica pelo primeiro ouro a ser conquistado pelo país-sede. E os dois principais concorrentes do mercado, The Sun e Daily Mirror, tiveram a mesma ideia bizarra: apostando numa vitória do ciclista Bradley Wiggins, publicaram fotos de suíças ruivas para o leitor recortar e grudar na cara. Muito mais contidos, os tradicionais diários Guardian e Telegraph também se espelharam ao tratar da escassez de ouros britânicos: ambos usaram o bordão keep calm and carry on, frase de um cartaz espalhado por Londres em nome do rei George VI, no início da II Guerra, para elevar o moral da população em meio à blitz nazista. A frase virou uma espécie de bandeira alternativa dos britânicos, por resumir bem alguns dos traços mais marcantes desse povo, com o estoicismo e resiliência. A torcida local, no entanto, nem teve de esperar Bradley Wiggins competir para ouvir o hino britânico numa cerimônia de premiação olímpica. O primeiro ouro da casa saiu no remo, com a dupla formada por Helen Glover e Heather Stanning, diante de 30.000 torcedores em Eton Dorney, perto do palácio de Windsor. Wiggins confirmou o favoritismo e também faturou o ouro, transformando-se no maior medalhista olímpico britânico. Mas a grande façanha do dia foi a vitória das remadoras. Na última edição dos Jogos, em Pequim 2008, a dupla nem sequer existia. Helen e Heather só começaram a competir juntas há três anos. Há cinco, Helen remou pela primeira vez na vida. Professora de primário, era atleta de fim de semana — gostava de tênis, natação e hóquei. Praticou remo pela primeira vez através de um programa público de incentivo aos esportes olímpicos. Sua parceira também tem uma trajetória improvável. Formada na academia de Sandhurst, onde o príncipe William foi submetido a treinamento militar, Heather é capitã de um pelotão de artilharia do Exército britânico. Foi autorizada a tirar uma licença para treinar para a Olimpíada, mas terá pouco tempo para comemorar: em setembro, retorna ao seu quartel — e poderá fazer parte do próximo contingente enviado para compor as forças da Otan no Afeganistão. Ao dedicar a medalha às tropas britânicas em missões no exterior, Heather contou: “A carreira militar me deu força e determinação”. A dupla precisou de boa dose de ambas para conseguir o ouro. Mesmo com a resistência de quem encarou o curso de Sandhurst, Heather quase não suportou o esforço físico exigido para manter a liderança da corrida. “Meu corpo parece querer desligar. Estou feliz, mas também totalmente moída. Quero desmaiar, mas estou feliz demais.” Na reta final, a poucos metros da glória olímpica, Helen e Heather parecem ter seguido o mantra do velho cartaz de guerra: keep calm and carry on.
Preparação da medalha de ouro no Pan de Guadalajara 2011, incluiu temporada de 28 dias de treinamento na altitude da Colômbia Por Ana Paula Alfano
n gás No último
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treino no Brasil, Adriana fez 3’30” por quilômetro, um pouco acima da meta
Em Pequim 2008, a dupla britânica, campeã em Londres 2012, nem existia
DIVULGAÇÃO
m treino duro, mas entre amigos. Foi assim, na manhã de domingo (29), numa Cidade Universitária praticamente vazia, o último treinamento de Adriana Aparecida da Silva, 31 anos, 1,75m, 48 quilos, representante do Brasil na maratona olímpica feminina, horas antes de seu embarque para Londres. A prova acontece no próximo domingo (5). Atleta do Pinheiros, de São Paulo, Adriana tinha como meta, neste último treino em solo brasileiro acompanhado com exclusividade pelo JORNAL PLACAR — ela ainda fez um último ontem, já na Inglaterra —, correr 20 quilômetros no mesmo ritmo que pretende fazer a prova. A planilha pedia um ritmo de 3 minutos e 30 segundos por quilômetro, (velocidade de 17,15km/h), mas ficou um pouco acima disso. “Era esperado que fosse assim”, explica Cláudio Castilho, técnico de Adriana. “Ela chegou ontem (sábado) de uma temporada na Colômbia, em que treinou 28 dias na altitude para melhorar a performance (com o ar mais rarefeito, o corpo do atleta produz mais hemo-
globinas e hemácias para um transporte mais eficiente do oxigênio em menor quantidade) e, quando a gente volta, sempre há um período de readaptação”, diz Castilho. Mesmo ficando abaixo do esperado no tempo, o treino atingiu seu objetivo. Adriana terminou
melhor do que começou, e saiu da USP feliz e confiante, depois de 17 semanas de preparação específica para a Olimpíada e cerca de 3.500 quilômetros percorridos. “Claro que o friozinho na barriga não sumiu. Mas estou pronta”, ela diz.
Esgrima
Brasileiro eliminado no torneio de espada Apesar do nome de mosqueteiro, Athos Schwantes vai mal e perde para vice-campeão mundial
n em guarda Athos Schwantes perde e dá adeus a Londres
GETTY IMAGES
thos Schwantes, o terceiro esgrimista brasileiro em Londres 2012, foi eliminado ontem no torneio de espada, encerrando a participação do país na modalidade. Schwantes foi derrotado pelo holandês Bas Verwijlen, vice-campeão mundial do esporte no ano passado, por 15 a 10, com parciais de 6/3, 6/2 e 3/5. Apesar de ter se recuperado no final do combate, o brasileiro perdeu no somatório dos pontos. Além de Schwantes, Guilherme Toldo, derrotado no segundo duelo do florete, e Renzo Agresta, que perdeu a disputa na estreia, eram os representantes do Brasil no torneio olímpico.
Alaor Filho/AGIF/COB
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n enfim! Remadoras finalmente dão o primeiro ouro para a Grã-Bretanha
jornal placar | quinta-feira, 2 de agosto de 2012
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radar olímpico Ciclista bate recorde britânico
Brasileira é eliminada no tiro esportivo
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ciclista Bradley Wiggins tomou do remador Steve Redgrave o título de recordista britânico de medalhas, ontem. Atual campeão da Volta da França, Wiggins venceu a prova contra o relógio e faturou sua sétima medalha olímpica, uma a mais que Redgrave. O ciclista já era dono de três ouros (dois em Pequim 2008 e um em Atenas 2004), uma prata (Atenas) e dois bronzes (Atenas e Sydney 2000). Wiggins percorreu os 44 quilômetros da prova, com o tempo de 50m39s54, à frente do alemão Tony Martin, e do compatriota Christopher Froome.
Brasileira estreia hoje no hipismo
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om apenas 20 anos, Luiza Almeida é a única representante brasileira na competição de adestramento, do hipismo, nos Jogos Olímpicos de Londres 2012. Ela já representou o Brasil em Pequim 2008, quando fazia parte da equipe brasileira na modalidade. Este ano, porém, apenas Luiza conseguiu classificação à Olímpiada, após a vitória no Grand Prix Freestyle do CDI3, no início deste ano, em São Paulo. Sua estreia acontece hoje, às 7h, na pista Greenwich Park —o mais antigo parque real da Grã-Bretanha.
Dirigente diz que Phelps não é o maior
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esmo com o recorde 19 medalhas olímpicas — sendo 15 de ouro —, Michael Phelps não é o maior campeão da história dos Jogos Olímpicos. Pelo menos na opinião do presidente do Cômite Organizador das Olimpíadas de Londres 2012, Sebastian Coe. “Eu acho que você pode dizer, evidentemente, que ele é o atleta mais bem sucedido. Mas não tenho certeza de que ele é o maior”, declarou Coe. Phelps ainda pode ganhar mais três medalhas até o fim de Londres 2012 — o que o deixaria com 22, no total.
Washington Alves/AGIF/COB
ntem, Ana Luiza Ferrão, 38, foi eliminada do tiro esportivo, na categoria pistola 25m, dos Jogos Olímpicos de Londres 2012. Ela ficou com o 38º lugar na classificatória – que tinha 39 atletas. A medalha de ouro foi para a sul-coreana Jangmi Kim, a prata para a chinesa Ying Chen e o bronze para a ucraniana Olena Kostevych. Agora, o Brasil tem apenas mais um representante olímpico no esporte: Filipe Fuzaro, que disputa hoje, às 6h30, a fossa dupla.
Ciclismo brasileiro se despede de Londres
n aPRENDIZADo Jovens atletas do Brasil ganham experiência nos Jogos de Londres
Promessas para a Rio 2016 completam torcida brasileira COB levou jovens atletas a Londres só para “quebrar o gelo”
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inco atletas brasileiros estão em Londres mais para torcer. Só em 2016, no Rio de Janeiro, eles devem suar a camisa de verdade. O Comitê Olímpico Brasileiro levou para Londres um grupo de jovens promessas de várias modalidades, com a ideia de “aclimatá-los”. Foram apresentados Martine Grael (vela), Flavia Gomes ( judô),
COI entrega medalha nova a Kitadai
Hugo Calderano (tênis de mesa), Thiago Monteiro (tênis) e Vitor Felipe (vôlei de praia). Eles e mais onze nomes fazem parte do projeto Vivência Olímpica, que prepara jovens esportistas com potencial de medalha para daqui quatro anos. Além de conviverem com os mais experientes, eles reforçam a torcida nas arquibancadas. “É importante para quebrar o
medalha de ouro
gelo”, disse, em entrevista coletiva, a judoca Flavia, de 18 anos, campeã mundial sub-17 em 2009 na categoria de até 57 kg. Ela diz que ficou impressionada com a Vila Olímpica. Para o tenista cearense Thiago, de 23 anos, a ideia é chegar em 2016 sem o nervosismo da novidade. “A gente está se deslumbrando agora para chegar mais focado (daqui a quatro anos)”, diz.
medalha de lata
Halterofilista dorme demais e se atrasa
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ack Oliver, atleta britânico do levantamento de peso, quase perdeu sua prova por dormir demais. Ele acordou atrasado, mas conseguiu chegar a tempo de competir a pré-repescagem, na Arena Excel, conseguindo anotar sua melhor marca de 310 quilos. O atleta, de 21 anos, contou que se vestiu em 30 segundos e temia levar uma bronca de seu técnico. “A hora extra de sono devem ter me feito bem”, brincou.
REUTERS/Bazuki Muhammad/Files
espera do judoca brasileiro Felipe Kitadai pela nova medalha de bronze terminou ontem. A peça foi entregue pelo COI, a pedido do Comitê Olímpico Brasileiro, após o atleta quebrar a primeira enquanto tomava banho, no domingo. Kitadai ficou na terceira colocação da categoria até 60 kg, no sábado.
REUTERS/Ki Price
A
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brasileira Clemilda Fernandes terminou a prova contra o relógio na 18ª colocação e se despediu dos Jogos Olímpicos, ontem. Ela percorreu os 29 quilômetros do percurso com o tempo de 41min25s39. “Em 2016, no meu país, vou lutar pela medalha”, disse Clemilda ao final da competição. No masculino, Magno Nazaret cruzou a linha de chegada na 26ª posição, com o tempo final de 55min50s77, percorrendo os 44 km da prova a uma velocidade média de 47 km/h.
Venezuelano entra para a história
Oentrou para história da esgrima,
venezuelano Ruben Limardo Gascon
ontem, ao se constituir no primeiro sul-americano a conquistar uma medalha de ouro na modalidade. Ele venceu o norueguês Bartosz Piasecki por 15 a 10, na decisão da espada individual. Com o feito, a Venezuela estreia no quadro de medalhas dos Jogos de Londres. Na terça-feira, o egípcio Alaaeldin Abouelkassem faturou a prata no florete e tornou-se o primeiro africano a ganhar uma medalha na esgrima.
Após ouro, chinesa é surpreendida por más notícias
n Vai para ex-ginasta ucraniana Larissa Latynina dona do recorde
n Vai para oito atletas do Badminton acusadas de tentar perder
de medalhas olímpicas, com 18 pódios, quebrado pelo nadador americano Michael Phelps. Bem-humorada, Latynina, que também está em Londres assistindo aos Jogos, comemorou o feito do nadador assim que soube dele. “É muito bom ver um atleta tão talentoso batendo este recorde. Não conheço o Phelps pessoalmente, mas ele é fenomenal e tem um dom”, declarou a ex-ginasta de 77 anos. Ela competiu pela ex-União Soviética nos Jogos de Melbourne 1956, Roma 1960 e Tóquio 1964, acumulando nada menos que nove ouros, cinco pratas e quatro bronzes, em competições individuais e por equipes.
de propósito no torneio feminino de duplas. O incidente ocorreu durante a última fase de grupos, e envolveu as duplas Wang Xiaoli e Yu Yang, da China, Greysia Polii e Meiliana Jauhari, da Indonésia, e as sul-coreanas Jung Kyung-eun, Kim Ha-na, Ha Jung-eun e Kim Min Jung. As atletas forçaram a derrota, pois já estavam classificadas para as quartas de final da competição e queriam evitar o confronto com rivais mais difíceis. Para isso, elas passaram a sacar bolas na rede de propósito e forçar erros constrangedores. Diante da encenação, o público começou a vaiar as atletas.
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chinesa Wu Minxia conquistou a medalha de ouro no trampolim de três metros. Quando foi contar a boa notícia aos pais, que estão na China, veio o choque: os avôs da menina morreram. O pior de tudo é que a família escondeu da atleta por um ano. Além desse segredo, outro foi revelado. A mãe da campeã olímpica tem câncer de mama há alguns anos. Os pais alegaram ter feito isso para não prejudicar a preparação de Yuming para Londres 2012.
jornal placar | quinta-feira, 2 de agosto de 2012
Radar olímpico
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n Como uma Robin Hood de
fotos reuters; getty images
saias, a arqueira britânica apostou nas cores da bandeira
n A simplicidade da tenista dinamarquesa Caroline Wosniacki
n O fair play da
n Angelique Kerber,
japonesa Reiko Shiota, do badminton
da Alemanha, leva o patriotismo às unhas
n No futebol, a torcedora brasileira usou as cores do time de Neymar
n A francesa Emmeline Ndongue fala e exibe as cores da bandeira às companheiras do time de basquete
Mãos de oe eucroroes não
as ad Criativids desenhos que a o faltam n s escolhem par a s t à atle charme dar maiss unhas sua
n A bandeira alemã na mão da jogadora de vôlei de praia
n A nadadora britânica Aimee Willmott celebra o espírito olímpico
Estamos juntos na torcida pElo Brasil Em londrEs Presença lado a lado com o esporte brasileiro
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Na torcida pelo Brasil em Londres 2012