edição 12
|
segunda-feira, 6 de agosto de 2012
|
www.placar.com.br
VÔLEI DE PRAIA
Juliana (foto) e Larissa estão entre as quatro melhores dos Jogos
Daniel Ramalho/AGIF/COB
ALEXANDRE BATTIBUGLI
LONDRES 2012
iatismo
REUTERS/David Gray
Prada e Scheidt confirmam bronze na Star
Um raio de 9,63 segundos
n BOLT: “Mostrei ao mundo que sou o melhor”
O jamaicano Usain Bolt vence os 100 metros rasos e conquista o bicampeonato olímpico
jornal placar | SEGUNDA-FEIRA, 6 de AGOSTO de 2012
Aquecimento frases
Editorial Por Miguel Icassatti
JORNALPLACAR@abril.com.br
q Quadro de medalhas China
30
17
61
2
estados unidos
28
14
18
60
3
Grã BRETANHA
16
11
10
37
4
coreia do SUL
10
4
6
20
5
França
8
8
9
25
6
Itália
6
5
3
14
7
Cazaquistão
6
0
0
6
8
alemanha
5
10
7
22
9
Rússia
4
16
15
35
10
Hungria
4
1
3
8
11
Coreia do norte
4
0
1
5
12
Holanda
3
1
4
8
13
áfrica do sul
3
1
0
4
14
NOva zelândia
3
0
4
7
15
japão
2
12
13
27
29
Brasil
1
1
5
7
n Quadro de medalhas atualizado até as 21h30 (horário de Londres). Confira o quadro atualizado em tempo real no site www.abrilemlondres.com.br
qbaú olímpico Por Olavo Guerra
Ouro manchado ntem, mais uma vez, o jamaicano Usain Bolt fez história nos Jogos Olímpicos. Ouro nos 100m rasos, quebrou o recorde olímpico – que já pertencia a ele — com O o tempo de 9s63. Na Olimpíada de Seul 1988, o também jamaicano, naturalizado canadense, Ben Johnson era quem fazia história. Bateu seu grande rival, o americano Carl Lewis e quebrou o recorde mundial com um tempo de 9s79. Mas, dois dias depois, o mundo saberia a verdade: o primeiro homem a correr abaixo de 9s80 testou positivo para estanozolol, esteroide banido pelo COI. Lewis recebeu o ouro e foi o homem mais rápido dos 100m, com um tempo de 9s92. Foi o maior escândalo da história da mais nobre prova do atletismo.
erguido, Johnson mostrava que era o número 1, mas não era
O técnico Mano Menezes, ontem, após treino do Old Trafford, em Manchester
Os destaques e o melhor conteúdo www.abrilemlondres.com.br exclusivo sobre Londres 2012 na internet Destaques do Site
Assista aos vídeos e conteúdos exclusivos do Abril em Londres Veja as melhores imagens do nono dia oficial de competições nos Jogos de Londres Saiba quais brasileiros ainda possuem chances de medalhas e quais os atletas que já voltaram para casa Conheça a história olímpica navegando pelas edições anteriores dos Jogos
Hora
14
n Com o braço
O cavaleiro Álvaro Affonso de Miranda Neto, o Doda, elogiando o desemprenho de Rahmannshof´s Bogeno, após zerar o percurso ontem
“A menos que tenhamos um super-homem escondido aqui, ninguém mais está 100% fisicamente”
para ver na tv
Total
1
O brasileiro Robert Scheidt, casado com a velejadora Gintare Scheidt, da Lituânia, que hoje disputa regata da classe Laser Radial sem chance de ganhar medalha
“Em Olimpíada, muitas vezes o cavalo cansa e cai de produção, mas esse aqui tem muita gasolina”
Esporte
Sexo
Disputa
Etapa
Brasileiros na disputa
Eliminatórias
Ronald Julião
6h00
Atletismo
M
Lançamento de disco
6h05
Atletismo
F
100m com barreiras
1ª rodada
6h45
Atletismo
F
Arremesso de peso
Eliminatórias
Geisa Arcanjo
6h50
Atletismo
M
800m rasos
1ª rodada
Fabiano Peçanha e Kleberson Davide
7h45
Atletismo
F
1 500m
1ª rodada
9h00
Vela
F
Laser radial
Final
10h00
Ginástica artística
M
Argolas
10h00 Hipismo 10h00 Vela
Arthur Zanetti Final
Equipe brasileira
M
Laser
Final
Bruno Fontes
10h50
Ginástica artística
F
Barras assimétricas
Final
11h00
Nado sincronizado
F
Duetos
Eliminatórias — rotina livre
F
13h40 Ciclismo de pista
M
14h00 Vôlei de praia
M
Saltos ornamentais
Lara Teixeira e Nayara Figueira
Semifinal Sprint
Final Quartas de final
Alison e Emanuel Cesar Castro
M
Trampolim de 3 metros
Eliminatórias
15h00 Atletismo
F
Salto com vara
Final
15h15
Atletismo
F
Arremesso de peso
Final
15h20 Atletismo
F
200m rasos
1ª rodada
15h45 Futebol
F
16h00 Basquete
M
Brasil x Espanha 1ª fase
16h15
Atletismo
F
400m com barreiras
Semifinais
16h45 Atletismo
M
400m com barreiras
Final
17h05 Atletismo
F
3 000m com obstáculos
Final
17h30 Atletismo
M
400m rasos
Final
18h00 Vôlei
M
Brasil x Alemanha
1ª fase
15h00
Adriana Kostiw
Saltos equipe
13h00 Futebol
FOTO: GETTY IMAGES
País
“Agora vou torcer para a minha mulher”
Ana Cláudia Lemos
Semifinal
FOTOS GETTY IMAGES
P
assada a primeira metade das competições dos Jogos de Londres 2012, muitos atletas brasileiros já voltaram para casa, poucos deles satisfeitos com seu desempenho. Para alguns, a luta continua e outros ainda convivem com o frio na barriga antes da estreia — caso dos competidores do tae kwon do e da maratona aquática, por exemplo. Nas mãos deles está depositada a expectativa (muito) otimista do ministro dos Esportes, Aldo Rebelo, que apostou em 20 pódios, e do próprio COB, que previa 15 medalhas. A bem da verdade, a esta altura será um milagre se nossos bravos atletas chegarem à meta do COB. Otimista que sou, acho possível e aposto no vôlei de praia (3), no vôlei e no basquete masculinos, no boxe, nas argolas, no hipismo e no futebol.
Simon Bruty/Getty Images
FOTO GETTY IMAGES
02
jornal placar | segunda-feira, 6 de agosto de 2012
Aquecimento
03
Os jogos que você não vê
Por Alexandre Battibugli, de Londres
velocidade Campeã por equipes, a ciclista alemã Kristina Vogel voa sobre sua bicileta nas quartas de finais da prova individual de ciclismo de velocidade
Fundador:
VICTOR CIVITA (1907-1990) Presidente e Editor:
Roberto Civita
Vice-Presidente Executivo:
Jairo Mendes Leal Conselho Editorial:
Roberto Civita (Presidente), Thomaz Souto Corrêa (VicePresidente), Elda Müller, Fábio Barbosa, Giancarlo Civita, Jairo Mendes Leal, José Roberto Guzzo, Victor Civita Diretor de Assinaturas: Fernando Costa Diretor Geral Digital: Manoel Lemos Diretor Financeiro e Administrativo:
Fabio Petrosi Gallo
Diretora Geral de Publicidade:
Thaís Chede Soares
Diretor de Planejamento Estrateegico e Novos Negócios: Daniel de Andrade Gomes Diretora de Recursos Humanos: Paula Traldi Diretor de Serviços Editoriais:
Alfredo Ogawa
Diretora Superintendente: Claudia Giudice Diretor de Núcleo: Sérgio Xavier Filho
Diretor de Redação: Maurício
Barros
Editor-chefe: Miguel Icassatti Coordenação: Silvana Ribeiro Colaboradores: Nelson Nunes (edição), Alex
Xavier, Marcelo Goto, Pedro Proença, Simone Tobias (reportagem), Olavo Guerra (repórter estagiário), Michel Spitale (edição de arte), Leonardo Eichinger, Marcos Vinícius Rodrigues (designers), Eduardo Blanco e equipe (tratamento de imagem) PLACAR Online: Marcelo Neves (editor) www.placar.com.br ABRIL EM LONDRES Online: Alexandre Ciszewski, Filipe Prado, Marília Passos, Thiago Sagardoy (colaboradores) www.abrilemlondres.com.br
Em São Paulo: Redação e Correspondência: Av. das Nações Unidas, 7221, 14º andar, Pinheiros, CEP 05425-902, tel. (11) 3037-2000, fax (11) 30375597 Publicidade São Paulo www.publiabril.com.br Classificados tel. 0800-7012066, Grande São Paulo tel. (011) 3037-2700 JORNAL PLACAR Especial Olimpíadas Londres 2012 é uma publicação diária da Editora Abril com distribuição gratuita entre os dias 26/07/2012 a 13/08/2012, em São Paulo, pela distribuidora Logway. PLACAR não admite publicidade redacional. IMPRESSO NA TAIGA Gráfica e Editora Ltda.
Av. Dr. Alberto J. Byington, 1808, Cep 06276-000, Osasco, SP TIRAGEM 50.000 EXEMPLARES
Presidente do Conselho de Administração:
Roberto Civita
Presidente Executivo:
Fábio Colletti Barbosa Vice-Presidente:
Giancarlo Civita Esmaré Weideman, Hein Brand, Victor Civita www.abril.com.br
papo triplo - Três perguntas para Thiago Pereira Nadador medalhista, de 26 anos. Em sua terceira participação olímpica, ele conquistou a medalha de prata nos 400m medley em Londres 2012 e, para o Rio 2016, aos 30 anos, quer se concentrar na sua especialidade, os 200m medley. Thiago é recordista brasileiro de medalhas de ouro em Jogos Pan-americanos, com 12 vitórias.
1
Como está sendo Londres para você? O melhor possível. Eu consegui realizar meu grande sonho de ser medalhista olímpico, consegui os meus melhores tempos tanto no 400m, quanto no 200m. Infelizmente a medalha não veio nos 200m, mas eu fiz o melhor que pude e estou bastante satisfeito com isso. Depois, quero voltar para conhecer a cidade, pois não tive como sair da vila.
2 3
Twitadas olÍmpicas “O espírito olímpico não é pra qualquer atleta. Qualquer sacrifício é válido pela conquista da melhor posição na competição pelo teu país!” Gustavo (@Gustavollei), ex-jogador da seleção brasileira de vôlei, criticando a atitude de Fabiana Murer ao não ir para o salto “Bom dia! Almoçando aqui com a rapaziada, logo em seguida vamos para Manchester, onde será a semifinal! #BRA” Danilo, da seleção brasileira de futebol, a caminho da semifinal contra a Coreia do Sul “Deus é bom! Obrigado pelo apoio de toda a família, amigos e seguidores! Pronto pra próxima!” Will Claye (@illWill18__), americano medalhista de bronze no salto em distância, agradecendo a torcida de todos
Quais são os planos quando chegar ao Brasil? Daqui a duas semanas vou disputar o Brasileiro pelo Corinthians. Vou ter três dias de folga para descansar e retomo os treinos, de leve, só para manter a forma. Depois, quero férias.
“Parabéns a Shelly-Ann Fraser-Pryce por ter ganhado sua segunda medalha de ouro nos 100m feminino #TeamJamaica” O jamaicano Asafa Powell (@officialasafa) parabeniza sua compatriota Shelly-Ann Fraser pelo título olímpico
Já deu para visualizar como vai ser Rio 2016? Sim e eu tenho quatro anos para me preparar melhor ainda para os 200m medley, que é meu xodó. Quero conquistar isso e vou fazer acontecer.
“Com todas as nossas forças juntas e muita fé vamos conseguir. Obrigada pela torcida galeraa. Vamo que vamo” Paula Pequeno, da seleção feminina de vôlei, acreditando na melhora do Brasil nos Jogos de Londres 2012
jornal placar | segunda-feira, 6 de agosto de 2012
04
Iatismo
Scheidt e Prada erram previsão do vento e ficam com o bronze Falha na estratégia e, mais uma vez, problemas com o vento deixam a dupla da Star para trás na Medal Race Da redação
REUTERS/Pascal Lauener
O
s velejadores Robert Scheidt e Bruno Prada, da classe Star, não foram bem na Medal Race — ficaram na sétima posição — e terminaram a campanha olímpica com a medalha de bronze. Os britânicos Iain Percy e Andrew Simpson, líderes antes da última regata, ficaram uma posição atrás dos brasileiros na regata e perderam o ouro para os suecos Fredrik Loof e Max Salminen, que venceram a última prova. “Tínhamos uma previsão de que no lado esquerdo teria mais vento. Por causa da formação das nuvens, acreditei e partimos por lá. Os suecos nem tiveram uma boa largada, mas foram pela direita e pegaram mais vento”, declarou Robert Scheidt após a corrida. Ele se disse um pouco decepcionado, mas que volta para o Brasil de cabeça erguida. Robert Scheidt iguala o número de medalhas olímpicas do também iatista Torben Grael: cinco. Eles são os brasileiros com o maior número de pódios da história das Olimpíadas — Scheidt tem um ouro em Atlatan 1996 e outro Atenas 2004 (classe Laser), prata em Sydney 2000 (classe Laser) e em Pequim 2008 (classe Star), além do bronze de Londres 2012. Essa pode ter sido a última participação da classe Star na programação olímpica. Inicialmente, ela foi retirada da lista de competições dos Jogos do Rio 2016. “A gente espera que a classe retorne. Vimos a emoção de hoje, o resultado foi decidido nos metros finais, ninguém esperava”, defendeu Scheidt.
mar revolto Prada e Scheidt estavam à frente dos suecos mas foram superados
Dupla feminina do 470 na luta por medalha Fernanda Oliveira e Ana Barbachan estão em quinto na classificação geral da classe
Q
uem vai bem nas Olimpíadas, e pode conseguir medalha, é a dupla Fernanda Oliveira e Ana Barbachan, da classe 470 feminina. Elas terminaram a quinta das dez regatas em 6ª e na 10ª posição na sexta corrida. Estão em 5º lugar na classificação geral e
voltam ao mar amanhã, às 8h05. Entre os homens, mesmo sem chances de pódio, Ricardo Santos, o Bimba, garantiu participação na Medal Race da classe RS-X masculina, amanhã, às 9h. Ele terminou em 5º a nona regata e em 18º a décima. Assim, terminou em 9º lugar
na classificação geral. Na mesma classe, entre as mulheres, a brasileira Patricia Freitas teve seu melhor dia, com um 2º e um 8º lugar nas últimas duas corridas. O resultado, porém, não foi suficiente para levá-la à Medal Race. Patricia terminou na 13ª colocação no geral.
Outro que ficou fora da última corrida foi Bruno Fontes, da classe Laser. Terminou a nona regata na 18ª posição e em 5º a décima. Com isso, sua classificação geral foi o 13º lugar. Na classe Laser Radial, Adriana Kostiw não foi bem e acabou na 25ª posição geral após as dez regatas. Ontem, na nona corrida, terminou com o 30º lugar e na décima, em 34º. Ela também não disputará a Medal Race.
jornal placar | segunda-feira, 6 de agosto de 2012
06
boxe
n Antes e depois
socos beijos Entre e
Público lota arena na estreia do boxe feminino nos Jogos e vê a brasileira Adriana Araújo avançar às quartas Por Marcos Sergio Silva, de Londres
P
arte importante da história olímpica aconteceu ontem, na arena de boxe instalada no complexo Excel, um centro de convenções no extremo leste de Londres. Mulheres de até 51 kg se esmurravam pela chance de estar no primeiro pódio da modalidade na história.
Houve apoio maciço do público, sobretudo para a britânica Natasha Jonas, que levou a plateia ao êxtase. Os gritos de apoio à norte-americana Quanita Underwood, na categoria peso leve, eram abafados pelas vaias. Na contagem dos árbitros, a britânica foi melhor, somando 21 pontos contra 13 da rival. Na saída do ringue, beijos no rosto depois dos murros mais fortes. A primeira brasileira a entrar
em cena foi a baiana Erica Matos na categoria peso mosca (de 48 a 51 kg). Perdeu por pontos para a venezuelana Karlha Magliocco, que venceu dois dos quatro rounds e empatou outro — a brasileira foi melhor apenas no segundo. “Eu sabia que ela viria mais agressiva. Mas perdi por um ponto que achei que o juiz se equivocou em dar para ela.” Em todas as lutas, os ataques eram acompanhados com palmas. A preferência pelos britânicos chegava a ser irritante. Até um dos jurados anunciados para o confronto da brasileira Adriana Araújo contra Saida Kassenova, do Cazaquistão pela categoria
P
rimeira brasileira a disputar uma luta de boxe em uma Olimpíada, a baiana Érika Matos saiu triste pelo resultado (perdeu para a venezuelana Karlha Maglioocco), mas confiante em um futuro melhor para a categoria. “Estou muito feliz por fazer parte da história, mas poderia ter sido melhor. Tudo o que faço aqui não é para mim, mas para quem vem atrás. Elas têm que se espelhar no que a gente fez. Você não tem noção de como é difícil estar aqui”, disse Érika. Jogadora de futsal na adolescência, Érika optou pelo boxe por uma questão de estética e não de competição. “Eu morava com a minha
avó. Ela não aceitava, me achava muito fraquinha, mas depois viu que fui acertando”, disse. Contra a marroquina Mahjouba Oubtil, em luta que será disputada hoje, às 11h, Adriana Araújo, a primeira brasileira a vencer uma luta, rejeita o favoritismo. “Todo mundo veio aqui para conquistar alguma coisa. Não vim como favorita, mas como surpresa. Me falaram que nem iria me classificar”, disse. Roseli Feitosa, a terceira a competir, saiu anestesiada do ringue. “Não foi o resultado esperado. Mas é um feito especial para o boxe. Estou feliz por fazer parte disso. Agora vou torcer para a Adriana trazer o ouro para o Brasil”. (M.S.S.)
REUTERS/Murad Sezer
Três lutas, uma vitória
n Nas quartas Hoje, Adriana Araújo pode garantir uma medalha
peso leve, foi aplaudido. Adriana colocou o nome na história do pugilismo brasileiro ao vencer a cazaque Kassnova. Foi a primeira vitória do país na modalidade feminina do boxe. Mais agressiva desde o início, a brasileira fez o que o árbitro abrisse contagem. Venceu por pontos, mesmo saindo em desvantagem no primeiro round. 16 x 14 para a brasileira. “Queria que tivesse começado pela Érika, mas houve o equívoco do árbitro ao tirar um ponto dela. Mas é como se fosse todo mundo que tivesse vencido essa primeira”, esquivando-se da marca histórica. Se vencer a próxima luta, pelas quartas de final,
alexandre battibugli
paulo vitale
A venezuelana Karlha e a brasileira Érika mostram que a rivalidade só vale durante a luta
Adriana já garante ao menos a medalha de bronze. Roseli Feitosa foi a última a entrar no ringue. Campeã mundial na categoria até 81 kg, ela competiu em uma abaixo, a peso médio (até 75 kg). Foi batida pela chinesa Li Jinzi, que dominou os três primeiros assaltos (4 x 2, 4 x 3 e 5 x 2). Em desvantagem, Roseli partiu para cima no último round, mas perdeu o confronto por 19 x 15. “A chinesa lutou melhor e é muito difícil desfazer uma vantagem dessas no último round”, disse depois da luta. Mulheres com histórias e destinos diferentes. Mas, desde ontem, os registros olímpicos tratarão de uni-las para a eternidade.
Robenílson perde e culpa jurados
N
ão seria fácil. Para igualar, 44 anos depois, o feito de Servílio de Oliveira, detentor do bronze nos Jogos da Cidade do México, em 1968, Robenílson de Jesus teria que superar o atual campeão mundial na categoria peso galo, o cubano Lazaro Estrada. Não superou. O Brasil tem mais três chances de garantir medalha. Hoje, sobem ao ringue da ExCel Arena Adriana Araújo, às 15h, que enfrenta a marroquina Mahjouba Oubtil na categoria peso leve, e Esquiva Falcão, adversário do húngaro Zoltan Harcsa na competição entre os pesos médios. Na quinta (9), Yamaguchi Falcão enfrenta o cubano Julio La Cruz Peraza nos meio-médios. Dificuldade não era uma palavra nova no repertório do baiano Robenílson. Ele já havia batido o uzbeque Orzubek Shayimov e o russo Sergey Vodopiyanov – duas vezes medalhista mundial na categoria. Ao som do hit Start me Up, dos Rolling Stones, Robenílson entrou de regatas e calção azuis para encarar Lazaro. O brasileiro estudou muito o adversário antes de atacá-lo. Acertou um gancho de esquerda no abdômen do cubano, que revidou com um golpe na cabeça. Robenílson mantinha a guarda protegida, mas tinha dificuldades para encaixar os socos. O brasileiro venceu o primeiro round por 5 x 3. No segundo, o cubano soltou a mão, derrubou Robenilson e venceu por 7 x 4. No último assalto, a definição: encurralando o brasileiro, Estrada venceu por 6 x 2. E confirmou a vitória por 16 x 11 e a desclassificação do brasileiro. “É até ruim falar isso, porque eu perdi. Mas os jurados deram uma força para ele. As lutas com ele (Estrada) são equilibradas, e deram cinco pontos de vantagem”, disse Robenilson, abatido.
jornal placar | segunda-feira, 6 de agosto de 2012
08
Handebol
vôlei de praia n líderes
Juliana e Larissa ficam mais perto da medalha
Brasileiras avançam e encaram pedreira escandinava
Invicta, dupla brasileira avança para as semifinais. Hoje as duas duplas masculinas do Brasil também buscam vaga na próxima fase
Brasil pega campeãs nas 4ªs
alexandre battibugli
J
Adversárias são as norueguesas, que venceram o Mundial de 2011 no Brasil e ganharam o ouro em Pequim 2008 Por Marcos Sergio Silva, de Londres
D
e verde e sem os já tradicionais shortspijama. O dia já começava estranho para as meninas do handebol. Depois de um sufoco que não era previsto, elas venceram a fraca Angola, mas por um placar apertado: 29 x 26. O Brasil apostou no contraataque para abrir vantagem de 11 x 6. Depois da suspensão da angolana Joelma, advertida por uma falta, o Brasil aproveitou a vantagem de ter uma a mais em quadra
e fechou o 1º tempo em 14 x 9. Mais relaxadas, as brasileiras tiraram a mão. Suficiente para as angolanas reagirem, com dois gols. O Brasil acordou, abriu em nove gols a vantagem, mas a intervenção do técnico angolano Vivaldo Eduardo fez com que as angolanas chegassem a dois gols das brasileiras no placar. O dinamarquês Morten Soubak, técnico do time brasileiro, pediu tempo. Na volta, mesmo com o sufoco, o Brasil venceu por 29 x 26. “Não era para cair desse jeito. Não podíamos ter levado tantos gols. E tivemos sorte, porque a ar-
bitragem marcou invasão quando elas encostariam com um gol”, disse o treinador. O Brasil terminou a primeira fase como líder, com quatro vitórias e apenas uma derrota — para a Rússia. Nas quartas de finais, a seleção vai enfrentar a Noruega, atual campeã mundial e olímpica, que faz campanha irregular. Ficou em quarto lugar no grupo, com duas vitórias, um empate e duas derrotas. Quinta colocada no último Mundial, a melhor colocação da seleção brasileira em uma Olimpíada foi o sétimo lugar em Atenas 2004.
n no peito e na raça Juliana faz festa pela vitória sobre alemãs
“Melhoramos porque jogamos na Europa” aior artilheira do Brasil no Campeonato Mundial de 2011, realizado em São Paulo, a ponteira Alexandra Nascimento, 30, vem repetindo o bom desempenho nas Olimpíadas. Já marcou 32 gols no torneio. Nesta entrevista, ela fala do plano de encerrar a carreira nos Jogos do Rio 2016.
Está mais simples alcançar uma medalha que nas Olimpíadas anteriores? Com certeza não. Recebo cartas, e-mails, e todo mundo achava que a gente iria passar sem perder nenhuma. Mas em algum momento a gente podia perder, e caiu para a Rússia. Era o momento que a gente podia perder. Agora, nas quartas de final, isso não poderá acontecer. Como você avalia sua partici-
pação olímpica desde sAtenas 2004? Fui para Atenas 2004 com 22 anos, com o técnico Alexandre Schneider. Tinha jogadoras muito experientes, a (goleira) Chana Masson também estava. O que mudou é que a base da seleção estava no Brasil. Íamos para uma Olimpíada ou Mundial sem conhecer as adversárias — se eram boas ou ruins, lentas ou rápidas. Fomos para Pequim 2008 com mais jogadoras no exterior. A diferença hoje é que todas elas hoje jogam na Europa. Quando enfrentamos Rússia e Montenegro, já não é mais surpresa — tenho amigas nessas seleções que já atuaram comigo. Hoje a maior parte da seleção
joga na Áustria. Isso facilita o entrosamento? Jogo na Áustria há oito anos. Temos mais entrosamento porque a maioria das brasileiras joga lá. Disputamos a Liga dos Campeões com as melhores da Europa. Estamos conseguindo crescer junto com as europeias. Você tem planos de voltar ao Brasil? Tenho mais dois anos de contrato (com o Hypo Niederösterreich, da Áustria). Penso em ficar lá, já tenho propostas de trabalho. Depois das Olimpíadas de 2016, vou parar para engravidar. Vou tentar disputar os Jogos no Rio. Se ele (o técnico Morten Soubak) quiser, eu estou aí. M.S.S.
Ryan Pierse/Getty Images
M
uliana e Larissa confirmaram a boa fase e venceram a dupla alemã Goller e Ludwig, ontem, pelas quartas de final do torneio feminino de vôlei de praia. Elas despacharam as adversárias por 2 sets a 0, com parciais de 21 a 10 e 21 a 19, em 41 minutos. No primeiro set, as brasileiras mostraram superioridade absoluta no jogo, mas também contaram com erros de saque das rivais. Mas na segunda etapa, o rendimento de Juliana caiu e as alemãs chegaram a empatar o placar, fazendo 18 a 18. Pressionada, a dupla brasileira soube segurar o nervosismo para fechar o set em 21 a 19. Foi um alívio na quadra e a certeza de que a dupla está no caminho certo para a conquista de uma medalha. “Estou muito feliz pela classificação. Dei uma sentida no segundo set, mas faz parte. Vou me preparar melhor para o próximo jogo. A Juliana me apoiou e esteve do meu lado. Vencemos, mas esse não é o objetivo
final. São oito anos chegando e ficando nesse aguardo. Mas até aqui só ganhamos a batalha, e não a guerra”, disse, aliviada, Juliana, logo após o jogo. Com o resultado, as brasileiras passam para a semifinal como fvoritas, enfrentando a dupla B americana, April Ross e Jennifer Kessy, que bateram as tchecas Kolocova e Slukova, no outro confronto da rodada de ontem. As americanas sofreram para superar as rivais, mas conseguiram fechar a partida em 2 a 0 (25/23 e 21/18). O outro confronto das semifinais vai reunir as bicampeãs olímpicas, Walsh e May, dos Estados Unidos, e as chinesas Chen Xue e Xi Zhang, medalhistas de bronze em Pequim 2008. Pelo torneio masculino, hoje, os brasileiros Alison e Emanuel encaram os poloneses Fijalek e Prudel, às 14h (Brasília), também por uma vaga nas semifinais. Às 16h, é a vez de Ricardo e Pedro Cunha encararem os alemães Brink e Reckermann.
jornal placar | segunda-feira, 6 de agosto de 2012
hipismo
10
um conto de duas cidades Por Jonas Oliveira, de Londres
Doda é destaque individual e Brasil tenta pódio por equipe
A Olimpíada mais verde da história
N
ão é a primeira vez que a expressão acima é usada por uma sede olímpica, e tampouco será a última. Desde que a sustentabilidade tornou-se pauta do Comitê Olímpico Internacional, nos anos 1990, algumas cidades reclamaram para si o título de organizadoras dos Jogos Olímpicos que melhor cuidaram do tema. Sidney 2000 foi a primeira a fazê-lo com relativo sucesso, enquanto sua sucessora Atenas 2004 atrapalhou-se com os atrasos nas obras e teve que relegar a sustentabilidade ao segundo plano. Pequim 2008, por sua vez, não manifestou muita preocupação com o tema. Londres 2012 faz questão de afirmar que se trata da edição mais verde dos Jogos Olímpicos — e tem bons argumentos para isso. De fato, nenhuma outra cidade-sede tratou de incluir o tema tão cedo em pauta. O simples fato de a cidade ter transformado uma área degradada, de solo contaminado, em um parque olímpico repleto de áreas já é digno de aplausos. Na construção de boa parte das instalações foram utilizados materiais reciclados, ou adotaramse soluções para reduzir o uso de energia: na arena de handebol, há 88 tubos que direcionam luz natural para a quadra. Sobre o velódromo, há um mecanismo para coletar a água da chuva e reaproveitá-la nos banheiros e na irrigação do entorno. De Londres 2012 é possível tirar lições positivas, mas uma observação mais cuidadosa mostra que muito ainda pode ser corrigido. O grande erro da organização foi ter estabelecido metas demasiado ambiciosas, que mais tarde mostraram-se difíceis de ser cumpridas. O projeto inicial, por exemplo, era que 20% de toda a energia usada no Parque Olímpica fosse de origem renovável. Ao fim, o número caiu para 9%. A ideia de instalar uma turbina eólica no local também foi abortada. A cidade também foi a primeira a criar a categoria comercial “parceiros de sustentabilidade”, permitindo que seis de seus patrocinadores associassem suas marcas à causa ambiental. A escolha dos parceiros, no entanto, gerou inúmeras críticas, devido ao histórico de alguns deles — como a companhia petrolífera BP, responsável pelo vazamento de óleo no Golfo do México em 2010. Entre os parceiros também está a BMW, que inicialmente havia prometido uma frota de veículos elétricos e híbridos. Na verdade, apenas 200 dos 4000 carros são movidos a energia sustentável. O incentivo ao uso de bicicletas também acabou ficando de lado. Dada a importância do Brasil quando se trata de sustentabilidade, evidenciada pela repercussão recente do novo código florestal, a organização do Rio 2016 terá que apresentar boas soluções no que diz respeito ao tema. Ainda há tempo para observar os erros e acertos de Londres.
Cavaleiro não cometeu nenhuma falta nos dois primeiros dias
H
oje, a partir das 10h, os cavaleiros brasileiros voltam a participar de mais uma prova de saltos. As notas são computadas tanto para a competição individual como para a de equipes, cuja medalha já será definida nesta manhã. Com três representantes ainda na disputa, o Brasil terminou o dia com oito punições e na 7ª posição, empatada com os Estados Unidos. A Arábia Saudita está em 1º, com apenas um ponto, seguida da Grã-Bretanha, Holanda, Suécia e Suíça, todas com quatro pontos descontados. Em 6º está o Canadá, com cinco penalidades. Cada equipe costuma saltar com quatro conjuntos, sendo que o pior resultado é descartado. O Brasil só
saltou com três, sem direito a descarte, pois, na estreia, Cacá Ribas e o cavalo Wilexo foram desclassificados da competição individual. “Saltar só com três bota mais pressão porque a gente não pode se permitir errar”, disse Álvaro Affonso de Miranda Neto, o Doda. Na classificação individual, Doda está em 1º. O cavaleiro e seu cavalo Rahmannshof’s Bogeno não receberam ne-
nhuma punição, assim como outros onze concorrentes. “O percurso hoje estava bem difícil, mas fico feliz porque tinha sentido meu cavalo bem ontem e hoje o senti ainda melhor. Em Jogos Olímpicos, muitas vezes o animal cansa e cai de produção, mas esse aqui tem muita gasolina”, celebrou. José Roberto Reynoso Fernandez Filho empatou em 17º com mais nove cavaleiros, depois de receber quatro punições neste segundo dia de prova. O capitão da equipe Rodrigo Pessoa ficou na 27ª posição, com quatro penalidades ontem e uma na prova de sábado.
Na arena do handebol, há 88 tubos que direcionam luz natural à quadra
n doda
REUTERS
Montando Rahmannshof’s Bogeno, está em 1º
ginástica artística
n na final O brasileiro chega com a quarta melhor nota
A
rthur Zanetti teve nove dias para se preparar para a final olímpica. Após se classificar com a quarta melhor nota, 15.616, no dia 28 de julho, o brasileiro seguiu em Londres só treinando para a derradeira prova nas argolas. Para conquistar uma medalha, o brasileiro aposta essencialmente no Cristo invertido. Não se trata de crenças religiosas ou heresias, mas de um movimento na ginástica artística no qual o atleta fica de cabeça para baixo, com os braços abertos suspenso nas argolas. Para subir ao pódio, porém, terá que fazer algo que não fez nas semifinais: superar os oponentes Yi-
bing Cehn (chinês, campeão olímpico em Pequim 2008, tetracampeão mundial e cuja nota foi 15.858), Matteo Morandi (italiano, nota 15.766) e Aleksandr Balandin (russo, nota 15.666). Zanetti entra no ginásio hoje, às 10h da manhã. Ele é a esperança de uma modalidade que até agora só reservou decepções ao Brasil. Diego Hypólito era esperado para disputar a final do solo, ontem, mas não conseguiu se classificar nas. Com a ausência do brasileiro, o ouro ficou com o chinês Zou Kai, a prata foi para o japonês Kohei Uchimura e o bronze para o russo Denis Ablyazin.
Dan Kitwood/Getty Images
Valterci Santos/AGIF/COB
Zanetti busca medalha no Cristo
n híbridos? Somente 200 dos 400 carros oficiais têm energia limpa
jornal placar | segunda-feira, 6 de agosto de 2012
12
atletismo
Omaisraio rápido Usain Bolt, 9s63
do mundo ninguém me pegA! Usain Bolt deixa seus adversários comendo poeira e ganha o ouro nos 100m
Jamaicano quebra o seu próprio recorde olímpico, fatura o ouro pela segunda vez consecutiva, e se iguala ao mito Carl Lewis
Da Redação
U
sain Bolt já estava na galeria dos mitos do atletismo mundial, mas ontem ele mudou de patamar. Com a conquista da medalha de ouro na prova dos 100 metros raros, pulverizando o seu próprio recorde olímpico, o jamaicano virou uma lenda das Olimpíadas. Superando as lesões que o incomodaram durante a temporada preparatória, ele nem sequer tomou conhecimento dos adversários e venceu a prova com o tempo de 9s63 (a
marca olímpica anterior era de 9s87; o recorde mundial, que é dele também, é 9s58). Foi mais um show do Homem Raio. Pode-se até dizer que ele largou mal, mas com um poder de recuperação impressionante, com uma força física inacreditável, Bolt chegou na frente dos demais competidores com folga, cobrindo os 100 metros em exatas 41 passadas. Yohan Blake, compatriota de Bolt e dono do melhor tempo do ano (9s75), ficou com a medalha de prata, com 9s75. O americano Justin Gatlin,
com 9s79, levou o bronze. Detalhe: ambos fizeram a melhor prova de suas carreiras, mas insuficiente para derrotar o mito, a lenda Bolt. Nas semifinais, Bolt já tinha dado mostras do estrago que faria. Sem aparentar esforço e chegando a diminuir o ritmo a muitos metros da linha de chegada, marcou 9s87 na série classificatória. Descontraído, chegou a dedicar parte do tempo que o separava da última batalha para brincar com o astro do basquete americano, Kobe Briant, presente no Estádio Olímpico.
Com a vitória de ontem, incontestável, Bolt se igualou a um dos maiores nomes do atletismo de toda a história olímpica, o americano Carl Lewis. Os dois são os únicos na história a vencer a prova mais rápida do atletismo em duas Olimpíadas seguidas. Com ouro em Pequim 2008 e Londres 2012, Bolt repetiu a façanha de Carl Lewis, ganhador em Los Angeles 1984 e Seul 1988. Detalhe: em Seul a prova foi vencida na pista pelo canadense Ben Johnson, que perdeu a medalha por ser flagrado no doping.
jornal placar | segunda-feira, 6 de agosto de 2012
13
Pernas, pra que te quero? Oscar Pistorius, o Blade Runner, torna-se o primeiro homem a disputar competições olímpicas e paralímpicas Por Maurício Barros, de Londres
H
Julia Vynokurova/Getty Images
Bolt nasceu para ser estrela
E
n Superação Pistorius emociona Ian Walton/Getty Images
stão todos aqui para vê-lo, e ele sabe disso. Quando entra na pista, Usain Bolt passa as mãos freneticamente na cabeça, várias vezes. Pula, salta, mas não sorri. O gigante de 1,96m sabe que intimida os oponentes, e gosta disso. Quando aparece no telão e o locutor anuncia seu nome, o estádio vem abaixo. Bolt olha para a câmera, faz sinal de afirmativo com a cabeça, aponta como quem diz: “Sim, eu vou ganhar”. E aí abre um sorriso. E não só o público o adora. Na zona mista, um corredor entrecortado adjacente à pista por onde os atletas passam e conversam com os jornalistas, havia mais gente preocupada em levar em seus celulares uma foto de recordação com o astro ao fundo do que, efetivamente, fazer-lhe uma pergunta. O jamaicano é a maior estrela do atletismo nos Jogos de Londres. Sua imagem está em diversos outdoors ao redor do Estádio Olímpico. Na lista da revista Forbes dos 100 atletas mais bem pagos da atualidade, divulgada em junho, Bolt aparece apenas na 63ª posição, com ganhos de 20,3 milhões de dólares anuais. Mas é o único representante do atletismo, um esporte onde o dinheiro circula bem menos. Maurício Barros, de Londres
o público com sua história de vida
avia algo estranho com as pernas daquele recém-nascido. Filho de Henke e Sheila Pistorius, Oscar viera ao mundo em 22 de novembro de 1986, em uma maternidade de Johanesburgo, África do Sul, sem as fíbulas — os ossos da parte lateral das pernas. Onze meses depois, a anomalia levaria à amputação dos dois membros inferiores do bebê, logo abaixo dos joelhos. Oscar cresceu convivendo com a deficiência e amando os esportes. Na escola, jogou rúgbi, polo aquático e tênis. Mas foi com a corrida que percebeu que poderia fazer história. Logo, estava vencendo campeonatos paralímpicos em sua categoria, a T44 (amputados), correndo com suas próteses de fibra de carbono. Conhecidas como “chitas”, elas têm um formato de ponto de interrogação invertido, atadas ao corpo de Pistorius na altura dos joelhos. Convocado para representar a África do Sul na Paralimpíada de Atenas, em 2004, ele ganhou a medalha de ouro nos 200 metros rasos com um novo recorde mundial — 21s97. Mas Pistorius queria mais. Ao mesmo tempo em que migrava para a distância dos 400 metros, sua especialidade até hoje, seu plano era abrir com as chitas alguns rombos no muro que separa os deficientes dos “totalmente aptos”. Ele começou a disputar campeonatos concorrendo com as muscu-
losas pernas dos melhores atletas sul-africanos. E foi obtendo resultados. Em 2007, chegou em segundo lugar na prova de 400 metros do Campeonato Sul-africano de Atletismo. Pouco depois, começaria a polêmica que tornaria Oscar um nome mundial do esporte. A IAAF, Federação Internacional de Atletismo, resolveu limitar Pistorius ao universo paralímpico, proibindo de participar de suas competições qualquer atleta que se valesse de acessórios como molas, rodas ou similares que constituíssem uma vantagem em relação aos demais que não os utilizassem. Em um primeiro momento, a entidade não disse que a determinação se aplicava especificamente ao caso de Pistorius. Mas após estudar sua performance em parceria com cientistas da Universidade de Colônia (Alemanha), a IAAF decidiu, em janeiro 2008, declarar ilegal a participação do sul-africano em competições sob sua chancela. Os advogados de Pistorius entraram com uma apelação contra a decisão na Corte Arbitral do Esporte, na Suíça. A proibição da IAAF durou três meses. Depois de convocar o atleta para uma audiência, a Corte decidiu revogá-la, alegando que nos estudos da IAAF não havia evidências de que as chitas consistiam vantagem real. Liberado, Oscar passou a correr contra o tempo para cavar uma vaga na equipe olímpica da África do Sul que iria aos Jogos de Pequim, mas não obteve o índice. Restou-lhe ir à
Etíope quebra recorde da maratona Mesmo com uma queda no percurso, Tiki Gelana fatura o ouro. Brasileira termina em 47º lugar
A
maratona de Londres está na história dos Jogos Olímpicos, pelo menos pelos próximos quatro anos. A etíope Tiki Gelana, de 24 anos e 1,65m e 48kg, bateu o recorde olímpico, ao correr os 42,195km em 2h23min07s. Gelana fez 7 segundos a menos que a japonesa Naoko Takahashi, que correra a maratona de Sydney, em 2000. O recorde é mais impressionante pelo fato de a etíope ter levado um tombo no meio do percurso. Completaram o pódio a queniana Priscah Jeptoo
(2h23min12s) e a russa Tatyana Petrova (2h23min29s). A única brasileira da prova foi Adriana Aparecida da Silva, que ficou em 47º lugar na classificação geral com 2h33min15s. “Não fiz o tempo que pretendia, de 2h27m, mas estou satisfeita com a experiência. Durante um trecho da maratona consegui estar muito próxima do pelotão que liderava a prova. Por ter imposto um ritmo forte, paguei um preço a partir da segunda metade da corrida, que fez minha média dimi-
nuir. O que experimentei aqui hoje vou levar para o resto da vida”, declarou Adriana, sorrindo, após a corrida. De fato a prova foi muito difícil. Caracterizada por ser uma corrida rápida pela topografia do percurso, a maratona de Londres inspirou uma tática suicida em algumas atletas, que correram em pelotão até a metade da competição. A partir do km 30, as africanas começaram a se destacar na paisagem, até que Tiki Gelana cruzasse a linha de chegada.
China disputar novamente a Paralimpíada, onde ganhou mais três ouros (100, 200 e 400 metros). Pistorius seguiu se revezando entre competições para deficientes e não deficientes, de olho nos Jogos de Londres. A essa altura, o atleta apelidado de “Blade Runner” já estrelava campanhas da Nike e era um modelo de inspiração de alcance planetário. Em julho de 2011, Pistorius obteve o índice exigido pela Federação Sul-africana e foi incluído na equipe que disputaria o Mundial de Atletismo em Daegu, na Coreia do Sul. Nos 400 metros, parou na semifinal. No revezamento, ganhou a medalha de prata mesmo não participando da final (ele só correu a eliminatória). Era seu feito mais significativo fora do mundo paralímpico. Na manhã do último sábado, Pistorius foi ovacionado ao entrar no estádio de Londres para a eliminatória dos 400 metros. Retribuiu aos aplausos com uma boa performance, chegando em segundo e garantindo presença nas semifinais. Ao cruzar a linha de chegada, cumprimentou seus oponentes, juntou as mãos em forma de prece e escancarou um sorriso. Ainda ofegante, à beira da pista, disse à TV britânica: “É muita emoção. No bloco de partida, eu não sabia se ria ou se chorava. Eu só queria fazer um bom trabalho aqui”, disse. Pistorius fez mais. Ao tornar-se o primeiro homem a disputar competições olímpicas e paralímpicas, o Blade Runner fez história.
Brasileiros eliminados
J
ailma Sales de Lima não conseguiu se classificar nas eliminatórias dos 400m com barreiras. Ela correu a distância em 57s05. Como todas as finalistas correram abaixo de 56s, a brasileira não teve a menor chance de avançar às semifinais. O brasileiro Guilherme Cobbo não conseguiu se classificar para a final do salto em altura. Quando o sarrafo estava a 2,16m e 2,21m, ele até que passou bem, logo nas primeiras tentativas. Contudo, quando o sarrafo foi colocado a 2,26m, ele errou os três saltos e acabou eliminado.
jornal placar | segunda-feira, 6 de agosto de 2012
14
vôlei
loja de antiguidades Por Fábio Altman, de Londres
Fim do drama: Brasil vence Sérvia e avança
O Pistorius de 1904
O
s 400 metros atravessados pelo sul-africano Oscar Pistorius no início de noite de domingo, em Londres — uma hora antes da prova mais esperada das Olimpíadas, a de Bolt, Blake e companhia — provocou reverência e aplausos entre as 80 000 pessoas presentes ao Estádio Olímpico. Pistorius não conseguiu classificação entre os oito primeiros, foi o último em sua bateria semifinal, mas ninguém parecia muito interessado no resultado. Quando a imagem do atleta duplamente amputado apareceu no telão, depois da volta completa na pista, foi como se ele tivesse subido ao pódio. Os atletas adversários o procuravam por um abraço, um deles pediu sua camisa. Fotógrafos e cinegrafistas buscavam incansavelmente com suas lentes as próteses de fibra de carbono que ele usa desde 2004. Pistorius perdeu a metade das duas pernas aos 11 anos de idade, em decorrência de uma má formação óssea. “Foi um sonho que virou realidade”, disse, ancorado em um chavão pelo extraordinário feito. Discute-se, agora, qual será o legado de sua participação nos Jogos. “As pessoas vão começar a tratar os deficientes físicos de modo menos preconceituoso”, dizia Anthony Stone, cadeirante, amante do atletismo. “Já não ficarão discutindo as diferenças entre nós e um sujeito apto, mas simplesmente o quão rápido um atleta, mesmo prejudicado, pode correr”. Há quem, na outra ponta, considere as próteses de Pistorius uma modalidade de doping tecnológico, por lhe conceder vantagem. Testes de laboratório comprovaram o contrário. No atletismo, Pistorius é pioneiro, fez história e dela não sairá. Mas em 1904, nos Jogos de Saint Louis, um ginasta de origem alemã radicado nos Estados Unidos, George Eyser, fez algo ainda mais espetacular. Ganhou seis medalhas em um único dia de competição: três ouros, duas pratas e um bronze. Correu, saltou, deu show especialmente no cavalo sem alça, segundo relatos de jornais da época. Descobriu-se, depois, que escondia uma prótese de madeira na perna esquerda, debaixo de calças compridas. Ele tinha perdido o membro, atropelado por um trem.
Meninas do Brasil afastam o fantasma da eliminação e seguem vivas na luta pelo bi olímpico. Próximo adversário será a Rússia Da Redação n fim do sufoco
O
Dani Lins, Fe Garay e Sheila comemoram
Pistorius perdeu metade das duas pernas aos 11 anos, por má formação óssea
REUTERS/Ivan Alvarado
Brasil finalmente fez o que dele se esperava e derrotou sem dificuldades a Sérvia, que tinha perdido todas as partidas que disputara nas Olimpíadas. O resultado por 3 sets a 0 (25/10, 25/22 e 25/16) foi o suficiente para colocar a seleção na fase de quartas de final da competição, com condições de brigar por medalhas. Serviu também para devolver a confiança ao grupo, abalada depois das derrotas para a Coreia do Sul e Estados Unidos. O Brasil volta à quadra amanhã, contra a Rússia, pelas quartas de final. “Agora é o mata-mata. Agora é o que vale. Para nós, o jogo com a Rússia é igual a final do campeoanto”, disse a atacante Sheila, ontem, feliz com a vitória. Nem a tensão de ter que vencer fez o time brasileiro perder o foco no jogo de ontem. É certo que o fato de os Estados Unidos terem derrotado a Turquia por 3 a 0, mais cedo, deixou o time mais aliviado. O primeiro set foi fácil. O Brasil começou muito bem no bloqueio e
consistente no ataque. Com isso, não teve dificuldades para fechar em 25 a 10, com grande atuação de Thaisa. O segundo set foi mais equilibrado, mas as brasileiras fecharam em 25 a 22. Na parcial final, o Brasil manteve a concentração, com boas atuações de Jaqueline, Thaisa e Sheila. Demonstrando confiança nos ataques, o Brasil praticamente reeditou o primeiro set para fechar em 25 a 16.
Jogo de comadres? A rodada também teve a classificação de China e Coreia do Sul, num jogo no mínimo suspeito. O resultado de 3 x 2, para qualquer das equipes, classificaria China e Coreia do Sul para as quartas de final. E adivinhe o que aconteceu? As chinesas venceram por 3 a 2, com parciais de 28/26, 22/25, 25/19, 22/25 e 15/10.
Bernardinho: hora de poupar os titulares A
entrado no decorrer dos jogos, como Rodrigão e Ricardinho, também devem receber oportunidade para ganhar mais ritmo de jogo. Um reserva que entrou muito bem no jogo contra a Sérvia foi o oposto Wallace, que fez nada
Elsa/Getty Images
pós confirmar a classificação num difícil duelo contra a Sérvia, vencido somente no tie-break, na noite de sábado, o técnico Bernardinho deve dar mais oportunidades aos jogadores do banco de reservas na partida de hoje, contra a Alemanha. Como a seleção brasileira já está classificada para a próxima fase, o técnico também planeja poupar alguns titulares, evitando risco de lesões. Entre os jogadores que devem ganhar mais oportunidades em quadra está Giba, que tem sido muito pouco usado por Bernardinho. “É preciso dar mais condição ao Giba. Não se trata de um teste, pelo amor de Deus, ele não precisa disso”, afirmou o treinador, exaltando a experiência do jogador. Outros jogadores que têm
n giba Ex-melhor do mundo, deve ir à quadra hoje
menos que oito pontos, alguns dos quais em momentos cruciais do quarto set. “Ele tem uma qualidade excepcional no ataque”, elogia Bernardinho. Apesar da vitória e da classificação, Bernardinho ainda vê o time muito instável. “A gente está saindo do jogo às vezes. Tivemos um apagão, estamos sofrendo com os erros e perdendo um pouco a cabeça. Naquele momento você tem de controlar os ânimos, tem de ter calma e não perder a cabeça”, avaliou o comandante. O Brasil é o segundo colocado de seu grupo, com 8 pontos, mesmo número de pontos da Rússia e 2 a menos que os Estados Unidos. Para ratificar a vice-liderança, o Brasil precisa derrotar a Alemanha por 3 sets a 0 ou 3 sets a 1.
Getty Images
Além de dar uma folga aos principais jogadores, técnico Bernardinho quer dar ritmo de jogo a Giba, Rodrigão, Ricardinho e Wallace na partida de hoje contra a Alemanha
n eyser Ao centro, o ginasta escondia a prótese sob as calças
jornal placar | segunda-feira, 6 de agosto de 2012
16
Basquete
brasileiro do dia Por Alexandre Salvador, de Londres
Hortência garante emprego de Tarallo
Um incômodo hiato
E
nquanto o basquete masculino do Brasil, com técnico campeão olímpico e craques da NBA, é considerado um dos grandes candidatos a uma medalha nos Jogos de Londres, o time feminino vive uma agonizante crise técnica. A equipe brasileira chegou à última rodada, disputada nesse domingo, já desclassificada e sem somar sequer uma vitória. Se acabar derrotado pela Grã-Bretanha, o Brasil entrará para o grupo de países que passaram pelos Jogos sem vitória (entre elas as seleções do Congo, Coreia do Sul e Mali). A vergonha maior não está relacionada ao recorde negativo, mas sim à história da modalidade no Brasil. Campeã mundial em 1994 e medalhista de prata nos Jogos de Atlanta, em 1996, a seleção feminina foi a representante brasileira no esporte nas últimas três Olimpíadas (período no qual o time masculino assistiu às competições pela televisão). Agora, a posição das equipes se inverteu. Existe um hiato de qualidade entre as equipes masculina e feminina. Apesar de ninguém esperar uma participação tão desastrosa, o destino das brasileiras em Londres já parecia selado antes mesmo do início da competição. O polêmico desligamento da jogadora Iziane da seleção olímpica pode ter sido o fato mais evidente, mas não é o que teve maior influência no resultado — é claro que o afastamento da atleta é justificado, e que a jogadora sozinha não carregaria o Brasil nas costas. A péssima campanha demonstra que o time que veio a Londres não está completamente formado. O técnico Luís Claudio Tarallo assumiu a seleção há pouco mais de três meses. Seu trabalho, segundo o discurso da confederação, mira a Olimpíada de 2016, no Rio. Durante os treinamentos, a diretora de seleções feminina, a lendária Hortência Marcari, procurava orientar as jogadoras quanto ao posicionamento em quadra, principalmente de marcação. A preocupação da dirigente em orientar nossas atletas deixa claro a falta de outro elemento nessa seleção: jogadoras de referência. Nos anos gloriosos da seleção feminina havia jogadoras que puxavam a equipe, como a própria Hortência, Paula e Janeth — a última se aposentou há cinco anos, no Pan de 2007. Desde então, esse lugar está vazio. É bom que a campanha em Londres sirva de alerta para a direção da CBB e para as próprias jogadoras (Iziane, inclusive), e evite que o basquete feminino brasileiro repita uma campanha tão vexatória quanto essa nos Jogos realizados no Brasil.
Ex-jogadora, agora dirigente, defende trabalho do treinador e poupa meninas pelo fiasco. “Precisamos de mais investimento”, diz Por Marcelo Goto
A
Hortência dá dicas de posicionamento à ala Chuca, durante treinos da seleção nos jogos
Marmelada, não! M
ais que a disputa pela vice-liderança da tabela, a seleção brasileira de basquete entra em quadra hoje, diante da Espanha, com mais uma responsabilidade: calar os que insistem em dizer que a equipe deve entregar o jogo para evitar um confronto com os Estados Unidos, nas semifinais. As duas equipes já estão classificadas para as quartas. Mas quem perder hoje adia o confronto com o Dream Team para uma eventual final. O técnico
Rubén Magnano já rechaçou esta possibilidade. Ele, inclusive, fez questão de dizer que não teme os americanos e lembrou as duas vezes que cruzou com o Dream Team e venceu, na época comandando a Argentina, seu país de origem. “A Argentina cruzou duas vezes com os Estados Unidos em torneios importantes e ganhou. Ninguém acreditava nisso e aconteceu. Lembro perfeitamente: nos preparamos para ganhar e ganhamos. No meu dicionário de basquete, não existe a palavra medo”, campeão em Atenas 2004 e vice-mundial em Indianápolis 2002, ambos sobre os EUA.
A péssima campanha mostra que o time feminino não está formado
n rainha
fotos Paulo vitale
n Professora
pesar de amargar um dos piores desempenhos em Jogos Olímpicos — conquistou apenas uma vitória, ontem, sobre a GrãBretanha, por 78 a 66 — a equipe feminina de basquete continuará sob liderança do técnico Luis Cláudio Tarallo até os Jogos do Rio 2016. Quem garante é a diretora de seleções da Confederação Brasileira de Basquete (CBB), Hortência Marcari. “Tarallo segue à frente da seleção até 2016. Estávamos em busca de uma pessoa por muito tempo e encontramos”, cravou a eterna rainha do basquete. O Brasil foi eliminado do torneio olímpico com quatro derrotas consecutivas — França, Rússia, Austrália e Canadá — e enfrentaria a Grã-Bretanha, ontem, seu último compromisso da fase de grupos (até o horário de fechamento dessa edição o jogo ainda não tinha acabado). Nos Jogos de Pequim 2008, o país ficou na 10ª colocação, vencendo a Bielorrúsia na última rodada. A ex-jogadora admitiu o desempenho ruim da equipe, mas tentou justificá-lo destacando a qualidade das brasileiras e das adversárias. “É, o time não foi bem. Mas eu gostaria de ressaltar alguns pontos. Nossa chave foi muito equilibrada e as meninas jogaram no máximo. Elas se dedicaram muito”, disse a diretora, que alegou ainda problemas na fase de preparação para os Jogos, como o cancelamento do campeonato sul-americano. Hortência também comentou sobre os ajustes a serem feitos na seleção para que o fiasco em Londres não se repita no Rio, em 2016. “Temos muito o que aprender, investir na base, em mais jogos internacionais. Precisamos de mais investimento no basquete. Chegamos a nos reunir com o COB e o Ministério dos Esportes e mostramos nosso projeto”, acrescentou. Questionada sobre a influência do corte da ala Iziane no desempenho da equipe, Hortência foi enfática. “Não sei dizer se o desempenho do time, com ela, seria melhor. Nunca saberemos. A nossa realidade agora é outra. Jogamos com o que temos”.
Desafio como dirigente para o Rio 2016
jornal placar | segunda-feira, 6 de agosto de 2012
18
FUTEBOL
Feras do Brasil enchem a bola da Coreia do Sul
n MODESTO Neymar diz que sua preocupação é jogar pelo time
Ouro, prata ou... a liberdade!
C
aso vençam o Brasil, amanhã, em Manchester, os 18 jogadores da seleção sul-coreana, além de garantirem ao menos a medalha de prata, ganharão também o direito de escapar do serviço militar em seu país. Se a Coreia perder para o time de Mano Menezes, a última oportunidade estará na disputa pelo bronze, na sexta-feira. Por causa do conflito com a Coreia do Norte, o país asiático exige dois anos de dedicação ao Exército para todos os homens, entre 19 e 30 anos. Quem serve as tropas ganha um salário baixo, de 100 dólares por mês. Como um incentivo ao esporte, o governo libera do Exército quem triunfa em competições importantes. Uma medalha nas Olimpíadas, de ouro, prata ou bronze, deixa os atletas livres da carreira militar.
D
epois da suada vitória sobre Honduras, em Newcastle, a seleção brasileira de futebol chegou ontem em Manchester, onde amanhã, às 15h45, enfrenta a Coreia do Sul, em partida válida pelas semifinais. Em caso de vitória, o time nacional estará classificado para disputar a medalha de ouro, que segue sendo o título que falta ao futebol brasileiro. E um título que, dadas as condições do torneio, é quase uma obrigação. Mesmo antes da eliminação de favoritos como Espanha e Uruguai, o Brasil já era apontado como o principal candidato ao título. Essa preferência pelo time de Mano Menezes cresce para o jogo contra a Coreia do Sul. Porém, o atacante Neymar diz que essa vantagem fica fora do campo. “Dentro das quatro linhas, se não jogar futebol, o favoritismo vai embora”.
O zagueiro e capitão da seleção Thiago Silva vai pela mesma linha. Ao chegar em Manchester, ele elogiou os adversários e disse estar preocupado com a equipe sul-coreana. “É uma seleção que corre muito e não desiste nunca”, avalia Thiago Silva. “Mesmo na prorrogação, quando era natural o desgaste, eles continuaram correndo em busca da classificação, que veio nos pênaltis diante da Grã-Bretanha”, disse. Além do preparo físico, Thiago acha que os rivais tocam bem a bola, quase não erram passes e, na frente, se movimentam com inteligência”. Destaque da seleção nos Jogos, Neymar diz que, nem ele, nem os outros jogadores da seleção, estão em Londres para dar show. “O meu objetivo é sempre ajudar o time a vencer. Viemos fazer o nosso trabalho em busca da medalha de ouro”, garantiu o camisa 11, num dos raros intervalos em que circulou sem os fones no ouvido.
FOTOS Rafael Ribeiro/CBF
Thiago Silva e Neymar pregam o respeito e admitem se preocupar com a velocidade dos time sul-coreano na batalha das semifinais Da redação
Medalha livra sul-coreanos do Exército
CBF não vai liberar Lucas para exames no Manchester United
D
e acordo com o jornal inglês “Daily Mail”, O São Paulo teria fechado a venda do meia-atacante Lucas para o Manchester United, por £ 30 milhões (cerca de R$ 95 milhões) e ele aproveitaria a passagem da seleção pela cidade para realizar os exames médicos. Segundo a CBF, no entanto, o clube inglês não realizou qualquer contato com a entidade e que, caso receba algum pedido formal do clube, não vai liberar o atleta da concentração. O São Paulo também negou qualquer tipo de negócio com o United. Nos últimos dias, a Inter de Milão voltou a procurar a diretoria tricolor para contratar Lucas, mas recebeu mais uma resposta negativa.
Opinião PLACAR Por Sérgio Xavier Filho, de Londres
Sem refugos
O
Brasil não é e nunca foi uma potência esportiva. Não trabalhamos para isso, não investimos para isso. Nosso negócio é o futebol, somos uma monocultura futebolística e ponto. Mesmo assim, a cada quatro anos, fazemos projeções otimistas e caímos em depressão quando as medalhas não brotam.Tendemos a nos esquecer das boas surpresas, das vitórias que costumam ser muito mais dos indivíduos do que das estruturas. Se perguntarmos ao popular que passa na rua qual momento olímpico mais o marcou, ele provavelmente não citará a incrível arrancada para o ouro de Joaquim Cruz nos 1500 metros de Los Angeles. Fatos como a refugada de Baloubet de Rouet em Atenas marcam mais o nosso imaginário olímpico.
Nesse sentido, os Jogos de Londres estão especialmente cruéis. Tivemos o naufrágio de Cesar Cielo, os tombos de toda a família Hypólito, a refugada de Fabiana Murer. Os fracassos olímpicos grudam mais do que os sucessos. E, cá pra nós, quando falta tradição e estrutura, é muito mais natural perder do que ganhar. É mais normal o brasileiro fraquejar. Oa americanos desde a mais tenra infância têm na escola competições com pódios, rankings, o escambau. A gente mal tem quadra no colégio. Por isso tudo o futebol não tem o direito de fraquejar. O futebol é diferente dos outros esportes, ali a cultura é vasta, há dinheiro, inclusive. A seleção masculina tem mais time, mais camisa, até mais treino do que a maioria das outras que competem em Londres. Contra Honduras, ameaçou refugar. Contra a Coreia do Sul, não pode. Simplesmente não pode.
O futebol não pode fraquejar contra a Coreia do Sul. Não pode
jornal placar | segunda-feira, 6 de agosto de 2012
20
tênis
London Calling Por Giancarlo Lepiani, de Londres
Murray dá o troco e leva o ouro
We Are the Champions
N
Na repetição da final de Wimbledon, britânico se vinga do suíço Federer e fatura a medalha de ouro com um tranquilo 3 sets a 0
Da redação
P
vibra ao vencer Federer e Del Potro (abaixo) derrota Novak Djokovic
REUTERS/Adrees Latif
— entre homens e mulheres — na história dos Jogos Olímpicos, com quatro ouros (além dos três com sua irmã, foi campeã do torneio de simples em Londres 2012). A medalha de bronze ficou com as russas Maria Kirilenko e Nadia Petrova, que superaram as americanas Liezel Huber e Lisa Raymond por 2 a 1 (4/6, 6/4 e 6/1).
nado sincronizado
Dueto brasileiro está entre as 12 primeiras s brasileiras Lara Teixeira e Nayara Figueira ficou ontem com o 12º lugar na primeira bateria do nado sincronizado, de rotina técnica. Ao somar 87.100 pontos, elas conseguiram vaga na final, realizada hoje, a partir das 11h. Nessa atividade, as russas Natalia Ishchenko e Svetlana Romashina ficaram com a liderança, com 98.200 pontos. As chinesas Xuechen Huang e Ou Liu estão em segundo, seguidas pelas espanholas Ona Carbonell Ballestero e Andrea Fuentes Fache.
Na bateria de hoje, será avaliada a rotina livre. Das 24 duplas que disputam a vaga na decisão, avançam 12 para a final.
Bello/Getty Images
A
Em 43 minutos, os donos da casa faturaram três ouros
n OURO E BRONZE: Murray
Clive Brunskill/Getty Images
ara a alegria dos donos da casa, o britânico Andy Murray não deu chances ao número 1 do mundo, o suíço Roger Federer, venceu por três a zero (6/2, 6/1 e 6/4) e conquistou a medalha de ouro dos Jogos Olímpicos de Londres 2012. Foi a revanche para Murray, que, há menos de um mês, perdera a final do torneio de Wimbledon para Federer. A diferença entre as vitórias está no prêmio financeiro: o britânico ganhou pouco mais de 4 gramas de ouro, presente na medalha que pesa 400 gramas, enquanto o suíço faturou cerca de £ 1,4 milhão (cerca de R$ 4,4 millhões). Mas e daí? O que vale é o espírito olímpico, certo, Andy? O dia de Andy Murray só não foi mais perfeito porque ele perdeu a final do torneio de duplas mistas — que jogou ao lado da britânica Laura Robson — para os bielorrussos Victoria Azarenka e Max Mirnyi, por 2 a 1 (2/6, 6/3 e 10/8). Na disputa pela medalha de bronze do torneio de simples masculino, o argentino Juan Martín Del Potro bateu o sérvio Novak Djokovic também por 2 a 0 (7/5 e 6/4) e conquistou a primeira medalha em Londres 2012 para os nossos “hermanos”. As irmãs americanas Venus e Serena Williams venceram as tchecas Andrea Hlavackova e Lucie Hradecka por 2 a 0 (duplo 6/4) e se tornaram tricampeãs olímpicas no torneio de duplas. A vitória fez de Serena a maior medalhista do tênis
n Lara e Nayara: 87.100 pontos na rotina técnica
Com isso, Lara e Nayara precisam apenas manter o posicionamento deste domingo para continuar na luta por uma medalha olímpica. “Existe sempre uma certa tensão na estreia, mas foi uma prova boa. Vimos que o Centro Aquático estava lotado, ouvimos o grito de incentivo de alguns torcedores brasileiros e tudo isso foi muito legal”, afirmou Lara. “Fomos bem, mas temos que ver o vídeo para saber em que nós erramos e continuar a nos aperfeiçoar”. As brasileiras serão a sétima dupla a entrar na água. A decisão da categoria acontece amanhã, também às 11h.
as primeiras Olimpíadas de Londres, em 1908, a GrãBretanha alcançou uma façanha histórica: oito medalhas de ouro em apenas um dia. Acreditava-se que o país jamais viveria algo parecido. Desde então, a antiga potência olímpica assistiu ao crescente domínio de americanos, soviéticos e, mais recentemente, chineses. Neste fim de semana, no entanto, os britânicos, outra vez anfitriões dos Jogos, revisitaram seu passado mais glorioso no esporte. Não chegaram a igualar a marca dos oito ouros de 1908, mas chegaram perto: no sábado, foram seis, incluindo as três fantásticas vitórias no atletismo. Em apenas 43 minutos, o time da casa amealhou o ouro no salto em distância, no heptatlo e nos 10.000 metros. Sebastian Coe, ex-corredor, hoje o presidente do comitê organizador dos Jogos, não teve dúvidas em classificar o momento como “a maior noite do atletismo britânico”. Horas antes, atletas do país-sede já tinham subido ao topo do pódio no ciclismo e no remo. E a série de triunfos continuou neste domingo, com a catártica vitória de Andy Murray no tênis e a antológica façanha de Ben Ainslie na vela. Murray, escocês de 25 anos, é excelente tenista, mas tem sua carreira marcada por numerosas decepções. Tinha certa fama de azarado, de bater na trave nos momentos decisivos. Mas exorcizou seus fantasmas ao atropelar Roger Federer, sete vezes campeão de Wimbledon, por 3 a 0, na decisão de simples, realizada na quadra central do tradicional templo do tênis. Já Ainslie tem reputação oposta à de Murray — chegou a esta Olimpíada com três ouros consecutivos —, mas entrou no último dia de regatas da classe Finn em situação delicada, perseguindo o dinamarquês Jonas Hogh-Christensen. Virou o jogo na reta final e agora é tetracampeão olímpico. Para completar o dia glorioso, transformou-se no principal medalhista olímpico do iatismo, com quatro ouros e uma prata (os brasileiros Torben Grael e Robert Scheidt, por exemplo, somam as mesmas cinco medalhas que Ainslie, mas sem tantos ouros). Com as conquistas em Wimbledon e Weymouth, os britânicos somaram 16 ouros. Seguem com chances reais em pelo menos uma dezena de provas. Não alcançarão americanos e chineses. De qualquer forma, podem fechar a terceira edição olímpíca realizada em seu território num invejável terceiro lugar no quadro de medalhas. A campanha da equipe britânica faz justiça e ameniza um desvio na história do esporte. Os britânicos não são os melhores, mas são os primeiros — e esse é um dos melhores ingredientes de Londres, a única cidade que já recebeu três edições dos Jogos. A versão moderna da prática esportiva é um legado dos britânicos ao mundo. A lista de modalidades originadas no país (ou organizadas e regulamentadas com base em jogos que já existiam no exterior) corresponde a boa parte do cardápio olímpico: futebol, tênis, rúgbi, remo, golfe, badminton, iatismo, hóquei, hipismo, ciclismo, boxe. E a tradição não está só em Wimbledon ou Wembley. O Hyde Park, no coração da cidade, é o palco do triatlo e da maratona aquática nos Jogos. Ao mergulhar em seu principal lago, conhecido como Serpentine, os nadadores olímpicos repetirão um costume iniciado em 1864. Com a rainha Vitória no trono, atletas amadores fundaram um clube. Até hoje, todas as manhãs, inclusive no inverno, integrantes dessa secular agremiação praticam suas braçadas no parque real. Como os britânicos nos Jogos Olímpicos, os nadadores do lago do Hyde Park podem não ser os mais rápidos do mundo, mas certamente são os pioneiros.
jornal placar | segunda-feira, 6 de agosto de 2012
Radar olímpico
fotos getty images
22
n O ginasta brasileiro Sergio Sasaki vê Londres de cabeça pra baixo
n A sincronia dos ucranianos Illya Kvasha e Oleksiy Prygorov, no trampolim de 3 metros
n i n o d n o L tãho éeo baasitarnteapsara
O chão nletas das divers as, os at ades olímpic modalid e vê nas fotos como s ta página des n O americano Rosenthal dribla a sombra no vôlei de praia
n No futebol, a americana Alex Morgan dribla a goleira da Colômbia
n De uma só vez, Ibaka, da Espanha, enterra a bola e o australiano Nielsen
n Peter Hudnut, do polo aquático dos EUA, pula na água para mais um jogo
n No handebol, o
n O cavaleiro
dinamarquês Hansen duela no ar com o húngaro Ilyés
alemão Michael Jung, na prova de saltos, no hipismo
jornal placar | segunda-feira, 6 de agosto de 2012
radar olímpico
23
Judoca medalhista emociona britânicos
Sul-coreanos bons de mira
A
A
judoca britânica Gemma Gibbons, medalha de prata na categoria até 78 kg, fez questão de colocar sobre o túmulo de sua mãe o ramalhete de flores que recebeu na cerimônia de premiação da prova. Durante a entrega da medalha, Gibbons, de 25 anos, olhou para cima e disse “eu te amo, mamãe”, comovendo o público presente. A mãe da judoca morreu há oito anos, aos 49 anos de idade, vítima de leucemia.
Mulher de Scheidt fica sem medalha
A
lituana Gintare Scheidt, casada com o velejador brasileiro Robert Scheidt, bronze na classe Star, encerrou sua participação nos Jogos de Londres sem ir ao pódio da vela. Prata em Pequim 2008, Gintare conseguiu se classificar para a regata final da classe Laser Radial, hoje, mas pode terminar, no máximo, em quinto lugar na classificação geral. A lituana, assim como o marido, foi campeã mundial de sua classe neste ano. Gintare é casada com Scheidt desde 2008, com quem tem um filho.
Polícia prende 58 cambistas
A
té ontem, 114 pessoas haviam sido detidas pela polícia inglesa nas dependências e adjacências das instalações olímpicas. Um pouco mais da metade dos presos, 58 pessoas, eram cambistas, acusados de venda ilegal de ingressos para os jogos. Essa infração pode render até 20 mil libras (cerca R$ 63,5 mil) de multa, em caso de condenação.
Confederação e patrocinador da modalidade pagam prêmio em dinheiro para os judocas que se destacaram em Londres
A
medalha de ouro conquistada pela judoca Sarah Menezes, a única do Brasil nestes Jogos de Londres até agora, renderá à atleta R$ 100 mil. O prêmio foi confirmado ontem, pelo presidente da Confederação Brasileira de Judô (CBJ), Paulo Wanderley Teixeira, logo após o desembarque da equipe em São Paulo. De acordo com Teixeira, a CBJ dobrará o valor da premiação paga pelo banco Bradesco, patrocinador da entidade. O banco arcará com R$ 50 mil pelo ouro e R$ 10 mil, pelo bronze. Com isso, os judocas Felipe Kitadai, Rafael Silva e Mayra Aguiar vão em-
bolsar R$ 20 mil pelo terceiro lugar conquistado nos Jogos. Os judocas que terminaram o torneio em quinto e em sétimo, caso de Suelen Altheman (pesados), Tiago Camilo (médios) e Leandro Guilheiro (meio-médios), não vão ficar de mãos vazias. Eles levarão, respectivamente, R$ 10 mil e R$ 5 mil. “É um reconhecimento pelo resultado da equipe. E não apenas a medalha merece ser valorizada. Chegar em quinto e em sétimo são posições elogiáveis em Jogos Olímpicos”, disse Teixeira. O desempenho obtido em Londres foi o melhor da história do judô brasileiro
medalha de ouro
n Vai para a chinesa Zhou Lulu, que ontem estabeleceu duas novas marcas no levantamento de peso. Ela chegou aos incríveis 333 kg, recorde mundial, e conquistou o ouro da categoria para mulheres com mais de 75 kg. Por apenas 1kg, superou a marca da russa Tatiana Kashirina, segunda colocada. A própria Zhou Lulu estabeleceu novo recorde olímpico no arremesso, ao levantar 187 kg.
em Olimpíadas. Na chegada a São Paulo, ontem de manhã, a treinadora da equipe feminina, Rosicleia Campos, revelou sua irritação com as críticas que alguns atletas da delegação sofreram, principalmente através de redes sociais. Chorando, ela desabafou: “O povo brasileiro é ignorante, no sentido de ignorar o esporte. Só temos Olimpíadas de quatro em quatro anos, e só sabe o que é isso quem está lá. Quero ver ir para a Rússia, ficar uma semana lá comendo mal e treinando. Quando a gente volta e lê as críticas, dá vontade de matar”.
medalha de lata
Véu de judoca rende briga
A
judoca saudita Wojdan Shaherkani, cuja participação olímpica durou apenas 1min22s, ganhou notoriedade por ser a primeira mulher a representar a Arábia Saudita e por receber a autorização para competir de véu. Porém, algumas pessoas não gostaram da decisão e postaram no Twitter comentários ofensivos contra a atleta. O pai dela, Ali Shaherkani, prometeu perseguir a todos que insultaram sua filha no microblog. “Eu mandei uma carta urgente ao ministro do Interior da Arábia Saudita e ao príncipe Ahmed bin Abdul Aziz, com cópias de todas os insultos postados no Twitter”, afirmou ao jornal saudita Al-Sharq al-Awsat.
Atleta bielorrusso é pego no doping
A
Federação Internacional de Atletismo (Iaaf) suspendeu provisoriamente o tricampeão do lançamento de martelo, Ivan Tsikhan, da Bielorússia, por doping. Com a decisão, o atleta nem sequer compareceu às eliminatórias da prova. A substância encontrada nos exames do bielorusso não foi divulgada. Tsikhan sagrou-se campeão da modalidade em 2003, 2005 e 2007 e ficou com a medalha de bronze nos Jogos de Pequim 2008.
“Mister Coxa” leva bronze no ciclismo
O
Bryn Lennon/Getty Images
iagnosticada aos 10 anos de idade com alopecia, doença que causa a queda de pelos do corpo, a britânica Joanna Roswell viu no esporte a oportunidade de recuperar a autoestima. Hoje, aos 23 anos, ela se torna mais um exemplo de superação nos Jogos de Londres, ao conquistar o título olímpico da prova de perseguição por equipes feminino diante de sua torcida, e que contou com um convidado ilustre, o ex-Beatle Paul McCartney.
Medalha de ouro no judô rende R$ 100 mil a Sarah
Damir Sagolj/reuters
D
cumprida Baby, Kitadai, Sarah e Mayra exibem medalhas
fotocom.net
n missão
Alex Livesey/Getty Images
Ciclista careca vira inspiração
Coreia do Sul dominou a disputa da pistola livre 50 m do tiro esportivo dos Jogos Olímpicos de Londres. Na final disputada na manhã de ontem, o país asiático ganhou o ouro e a prata. O experiente Jongoh Jin, 32 anos, conquistou o bicampeonato olímpico. Ele contabilizou 662 pontos na primeira posição. A medalha de prata ficou com Young Rae Choi, com 661,5 pontos. O chinês Zhiwei Wang faturou o bronze, com 658,6 pontos.
n Vai para o Velódromo Olímpico de Londres. Ou melhor, para as goteiras dali. O telhado da instalação não foi suficientemente eficaz para conter a forte chuva de ontem na capital inglesa. Através de várias goteiras, a água atingiu a área de concentração das equipes, uma mesa da arbitragem e a zona mista, na qual jornalistas entrevistam os atletas. A organização prometeu reparar as goteiras entre ontem e hoje.
ciclista alemão Robert Förstemann, que poderia ganhar a medalha de ouro num concurso de coxas grossas, vai voltar para casa com mais prêmios no bolso. Na disputa da prova de velocidade por equipes, o “Mister Coxa”, como ficou conhecido, faturou a medalha de bronze ao lado de seus compatriotas Rene Enders e Maximilian Levy. Na prova individual, a força de suas pernas não foi suficiente para evitar a derrota para o francês Gregory Bauge nas quartas de final. Förstemann chegou atrás do francês nas duas voltas do duelo eliminatório e acabou a competição individual apenas na 7ª colocação.
Estamos juntos na torcida pElo Brasil Em londrEs Presença lado a lado com o esporte brasileiro
A Sadia apoia o esporte para inspirar você a praticar uma vida mais gostosa
Patrocinador da beleza, também no esporte
Desenvolvido com dentistas. Ajudando a melhorar a saúde bucal de atletas
Em cada movimento. Em cada conquista
Vem ser [Optimus] com a gente
Compartilhe cada conquista. Compartilhe cada momento
Na torcida pelo Brasil em Londres 2012