Jornal Placar Londres 2012 Ed 14

Page 1

edição 14

|

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

|

www.placar.com.br

clássico

No basquete e no vôlei, brasileiros e argentinos se pegam no mata-mata

GETTY IMAGES

LONDRES 2012

GETTY IMAGES

vôlei

Sheilla comanda vitória e meninas estão nas semifinais

n NEYMAR E ALEX SANDRO: fazendo história

Brasil derruba Coreia do Sul (3 a 0) e volta a uma final olímpica, agora contra o México, após 24 anos

Caminho livre ALEXANDRE BATTIBUGLI

para o ouro


jornal placar | quarta-feira, 8 de AGOSTO de 2012

frases

Editorial Por Miguel Icassatti

JORNALPLACAR@abril.com.br

q Quadro de medalhas China

34

21

18

O brasileiro Aldemir da Silva Junior, confessando que não entendeu os elogios que recebeu de Usain Bolt após completar as eliminatórias dos 200 m rasos em segundo lugar, atrás apenas do jamaicano

Os destaques e o melhor conteúdo www.abrilemlondres.com.br exclusivo sobre Londres 2012 na internet Destaques do Site

Nestes 5 últimos dias de Jogos, veja quais brasileiros ainda têm disputas em Londres Acesse o quadro de medalhas e saiba se o Brasil ainda reúne condições de melhorar seu desempenho O português Francisco Lázaro, em Estocolmo 1912, teve um ataque cardíaco após a maratona e faleceu; conheça a história olímpica

Hora

Esporte

6h00

Atletismo

6h00

Sexo

Disputa

Etapa

Brasileiros na disputa

M

Salto com vara

Eliminatórias

Fábio Gomes da Silva

Atletismo

F

Lançamento de martelo

Eliminatórias

6h45

Atletismo

M

5 000m

1ª rodada

7h00

Tênis de mesa

M

Equipe

Decisão do bronze

7h35

Atletismo

F

800m rasos

1ª rodada

8h00

Vela

F

470

Regatas

73

2

estados unidos

30

19

21

70

3

grã Bretanha

22

13

13

48

4

Coreia do sul

12

5

6

23

5

Rússia

10

18

20

48

6

França

8

9

11

28

7

Itália

7

6

4

17

8

alemanha

6

14

7

27

8

Cazaquistão

6

0

1

7

10

Holanda

5

3

6

14

11

Austrália

4

12

9

25

12

irã

4

3

1

8

13

Hungria

4

2

3

9

14

Coreia do norte

4

0

1

5

15

cuba

3

3

1

7

23

Brasil

2

1

5

8

n Quadro de medalhas atualizado até as 21h (horário de Londres). Confira o quadro atualizado em tempo real no site www.abrilemlondres.com.br

qbaú olímpico Por Olavo Guerra

H

oje, teremos o maior clássico das Américas, cuja rivalidade vale para qualquer esporte. E em dose dupla, já que Brasil e Argentina vão duelar tanto no vôlei quanto no basquete masculinos. Nos Jogos de Pequim 2008, as duas nações se enfrentaram pela semifinal do torneio de futebol. E os “hermanos” levaram a melhor. Messi e companhia acabaram com Ronaldinho e a seleção de Dunga por 3 a 0, com dois gols de Agüero e um de Riquelme. E abriu caminho para a segunda medalha que nossos vizinhos conquistaram na história da modalidade.

n Agüero comemora um de seus dois gols contra o Brasil, em Pequim 2008

Ana Barbachan e Fernanda Oliveira

Quartas de final

10h00 Basquete

M

10h00 Vôlei

M

Brasil x Argentina

Quartas de final

11h00 Ciclismo

M

BMX

Eliminatórias

Renato Rezende

11h00 Ciclismo

F

BMX

Eliminatórias

Squel Stein

11h30 Tênis de mesa

M

Equipe

Final

12h00 Vôlei

M

Quartas de final

12h15 Basquete

M

Quartas de final

F

Decisão do bronze

15h00

Brasil x Argentina

Shaun Botterill/Getty Images

A pivô Fabiana, emocionada e inconformada, após a derrota de 21 a 19 para a Noruega, que eliminou o Brasil do torneio de handebol feminino, ontem

O brasileiro Arthur Zanetti, um dia depois de conquistar a primeira medalha de ouro do Brasil na ginástica artística

Eu não sei falar inglês. Não vou mentir, não entendi nada do que ele falou”

para ver na tv

Total

1

Não foi a Noruega que ganhou. Fomos nós que perdemos. Elas estavam quase mortas, mas não soubemos matá-las”

Vôlei de praia

15h05 Atletismo

M

Lançamento de dardo

Eliminatórias

15h15 Atletismo

M

110m com barreiras

Semifinais

15h30 Vôlei

M

15h45 Atletismo

F

1 500m

Semifinais

16h00 Basquete

M

Brasil x Argentina

Quartas de final

16h05 Atletismo

F

Salto em distância

Final

16h10 Atletismo

M

200m rasos

Semifinais

16h45 Atletismo

F

400m com barreiras

Final

17h00 Atletismo

F

200m rasos

Final

17h00

Vôlei de praia

F

17h15

Atletismo

M

Quartas de final

Final 110m com barreiras

Final

17h30 Vôlei

M

Quartas de final

18h15 Basquete

M

Quartas de final

FOTO: GETTY IMAGES

País

Competição de alto rendimento não tem favorito. Todo mundo que chega à final tem chance e favorito mesmo é quem ganha.”

GETTY IMAGES

E

stamos a quatro dias do fim destes Jogos Olímpicos de Londres 2012. As competições dos esportes coletivos, finalmente, vêm se afunilando e o Brasil aparece como um dos protagonistas. Não temos garantida a medalha no vôlei feminino mas a vitória de ontem sobre as pirulonas russas fez renascer as chances da equipe comandada pelo técnico Zé Roberto Guimarães. O futebol masculino, para momentâneo alívio de Mano Menezes, ganhou, e bem, da Coreia do Sul — com a passagem à final, a geração de Neymar, Lucas e Damião iguala por ora o feito dos times que foram a Los Angeles 1984 e Seul 1988. No vôlei e no basquete masculinos temos hoje dois duelos entre Brasil e Argentina. Dois a zero pra gente e nossa alma estará lavada, certo?

Jeff Gross/Getty Images

Aquecimento

02


jornal placar | quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Aquecimento

03

Os jogos que você não vê

Por Paulo Vitale, de Londres

Fundador:

VICTOR CIVITA (1907-1990) Presidente e Editor:

Roberto Civita

Vice-Presidente Executivo:

Jairo Mendes Leal Conselho Editorial:

Roberto Civita (Presidente), Thomaz Souto Corrêa (VicePresidente), Elda Müller, Fábio Barbosa, Giancarlo Civita, Jairo Mendes Leal, José Roberto Guzzo, Victor Civita Diretor de Assinaturas: Fernando Costa Diretor Geral Digital: Manoel Lemos Diretor Financeiro e Administrativo:

Fabio Petrosi Gallo

Diretora Geral de Publicidade:

Thaís Chede Soares

Diretor de Planejamento Estrateegico e Novos Negócios: Daniel de Andrade Gomes Diretora de Recursos Humanos: Paula Traldi Diretor de Serviços Editoriais:

Alfredo Ogawa

Diretora Superintendente: Claudia Giudice Diretor de Núcleo: Sérgio Xavier Filho

Diretor de Redação: Maurício

Barros

Editor-chefe: Miguel Icassatti Coordenação: Silvana Ribeiro Colaboradores: Nelson Nunes (edição), Alex

Xavier, Marcelo Goto, Pedro Proença, Simone Tobias (reportagem), Olavo Guerra (repórter estagiário), Michel Spitale (edição de arte), Leonardo Eichinger, Marcos Vinícius Rodrigues (designers), Eduardo Blanco e equipe (tratamento de imagem) PLACAR Online: Marcelo Neves (editor) www.placar.com.br ABRIL EM LONDRES Online: Alexandre Ciszewski, Filipe Prado, Marília Passos, Thiago Sagardoy (colaboradores) www.abrilemlondres.com.br

Em São Paulo: Redação e Correspondência: Av. das Nações Unidas, 7221, 14º andar, Pinheiros, CEP 05425-902, tel. (11) 3037-2000, fax (11) 30375597 Publicidade São Paulo www.publiabril.com.br Classificados tel. 0800-7012066, Grande São Paulo tel. (011) 3037-2700 JORNAL PLACAR Especial Olimpíadas Londres 2012 é uma publicação diária da Editora Abril com distribuição gratuita entre os dias 26/07/2012 a 13/08/2012, em São Paulo, pela distribuidora Logway. PLACAR não admite publicidade redacional.

tchibum!!! O técnico Zé Roberto Guimarães encarna um Phelps para comemorar a vitória de suas meninas contra a Rússia. A seleção brasileira está nas semifinais

IMPRESSO NA TAIGA Gráfica e Editora Ltda.

Av. Dr. Alberto J. Byington, 1808, Cep 06276-000, Osasco, SP TIRAGEM 50.000 EXEMPLARES

Presidente do Conselho de Administração:

Rober­to Civi­ta

Presidente Executivo:

Fábio Colletti Barbosa Vice-Pre­si­den­te:

Giancarlo Civita Esmaré Weideman, Hein Brand, Victor Civita www.abril.com.br

Twitadas olÍmpicas

papo triplo - Três perguntas para Juliana Veloso Atleta de saltos ornamentais, 31 anos. Já eliminada da competição de trampolim de 3m de saltos ornamentais, ela contabilizou sua quarta Olimpíada na carreira. Segundo ela, o motivo da saída precoce em Londres foi falta de confiança. Mas ela não desiste e quer se empenhar para os Jogos no Rio de Janeiro.

mim, foi o fator principal a me tirar da prova. Eu não estava contente com o que eu vinha fazendo.

2 3

O que você tem que fazer para superar essa marca? A última boa competição que fiz foi em março, já tem um tempo, são fases. Vou continuar treinando para a Olimpíada do Rio, montar um planejamento e cumprir perfeitamente para dar tudo certo. Você já pensa numa preparação especial para 2016? Estou conversando com minha técnica todo o tempo, mas nada específico. Eu quero ter meu segundo filho e voltar com carga total para batalhar pelo Brasil no Rio.

Al Bello/Getty Images

1

O que pode ter colaborado para seu desempenho ruim na prova? Eu não estava 100% preparada, meus saltos não estavam saindo com muita regularidade e estava errando bastante. O atleta cresce na hora da competição, mas eu não consegui no aspecto que eu estava precisando. Estava nervosa, mas não sentia cansaço. Acredito que a falta de confiança, em

“Mais que nunca #unidosporumsonho. Caminho difícil, mas sem temer a ninguém! Sonhar é grátis e trabalhamos muito pra chegar até aqui! #vaiBRASIL” O armador do basquete Marcelinho Huertas (@ Huertas09) não se importou com os adversários do Brasil no mata-mata “Em Manchester! Vamos, Brasil!” Das irmãs do nado sincronizado, Bia e Branca Feres (@BiaeBrancaFeres), que não participam de Londres 2012, mas estão assistindo aos Jogos “Deus, que o senhor nos proteja e nos abençoe! Partiu. Destino: SER FELIZ!” O atacante da seleção masculina de futebol, Neymar (@Njr92) pede proteção antes da partida contra a Coreia do Sul “Brasil!!!!!!!!!!!” O jogador de vôlei Murilo (@Murilovolei8), após a vitória da seleção feminina contraa Rússia, pelas quartas de final “Eu vim aqui pra fazer a minha parte e o meu melhor. A medalha foi a consequência, é um trabalho de longos anos, não tem surpresa” Do medalhista de ouro, Arthur Zanetti (@zanetti_arthur), que garantiu ter lutado muito pra chegar ao pódio olímpico


jornal placar | quarta-feira, 8 de agosto de 2012

04

futebol n ARTILHEIRO Leandro

Com gols do artilheiro Leandro Damião (2) e de Rômulo, seleção passa pela Coreia do Sul e encara México na final. Sonho do título olímpico está vivo outra vez, após 24 anos

Damião, o nome do jogo

Com o pé na forma e a mão no ouro

Por Marcos Sergio Silva, de Manchester

F

Brasil

alexandre battibugli

oi com a bola no chão que o Brasil encerrou ontem um tabu de 24 anos de semifinais olímpicas e viu a chance do ouro ficar ainda mais próxima. Em um Old Trafford, em Manchester, lotado, a seleção bateu a correria sul-coreana e enfrenta sábado o México pelo lugar mais alto no pódio olímpico do futebol no mais mítico dos estádios: Wembley, em Londres. Até chegar ao resultado, foi preciso sofrer um pouco. O jogo começou com predomínio sul-coreano na plateia e nas tribunas. E também no campo. Eles imprimiram sua correria característica com o objetivo de surpreender o Brasil. Os asiáticos tiraram a bola do chão para bater a marcação brasileira. Dois sustos quase tiraram o Brasil da rota dourada. Com Rafael desatento pela direita, os coreanos fizeram duas jogadas de efeito. Aos 7min, Kim Hyunsung concluiu para fora a bola espirrada depois do drible de Nam Taehee. Aos 14, foi Ji Dongwon quem tentou escorar. Incrível, mas o domínio e a posse de bola eram coreanos. A primeira joga-

da de ataque do Brasil só aconteceu aos 17min. E sem nenhum mérito para a criação, já que o lance surgiu a partir de uma sequência de chutões. As falhas coreanas, então, passaram a movimentar o ataque brasileiro. Primeiro aos 19min, quando, em um recuo errado de Oh Jaesuk, Leandro Damião dividiu com o goleiro e Alex Sandro tentou a cavadinha, parada pelo zagueiro Kim Younggwon. Depois, quando, num passe de Oscar, Sandro chutou para a defesa do goleiro e conclusão de Damião rente à risca do gol.

Quando uma bateria puxada por brasileiros entrou no estádio, o time já parecia ter acordado. Foi então que Sandro, aos 37min, desarmou no meio, serviu Neymar e este, Oscar, que correu em diagonal até achar Rômulo, livre, que bateu entre o goleiro e a trave. Brasil 1 x 0. O jogo era outro. E foi assim no segundo tempo, com menos bolas no alto e mais no chão. E dessa maneira chegou ao segundo gol aos 11min. Marcelo acha Neymar, que cruza. O lateral fura, e Leandro Damião completa seu quinto

México não é mais freguês do Brasil como antigamente. Nosso adversário na final, que ontem venceu a Coreia do Sul por 3 x 1 no mesmo Wembley que receberá a final, em Londres, é um time com uma sólida formação de base. Vem de dois resultados excelentes em competições amadoras: conquistou o Mundial sub-17 e terminou em terceiro lugar no sub-20, eliminado justamente pelo Brasil, que conquistaria o título, na semifinal. Oscar, hoje na seleção brasilei-

ra olímpica, estava no grupo que bateu os mexicanos na Colômbia. Como os melhores times do planeta, trabalha muito bem a bola antes de concluir. A estrela é o jovem atacante Marco Fabián, de 22 anos, do Chivas Guadalajara. Ontem, ele fez, de cabeça, o gol de empate dos mexicanos e abriu caminho para a classificação. Em 17 partidas pela seleção olímpica, fez 14 gols. Ele tem a companhia de Giovanni dos Santos, formado no Barcelona, mas

T. Mano Menezes

n RIVAIS Mexicanos comemoram a classificação para a decisão

0

Coreia do Sul

Lee Bumyoung Oh Jeasuk Young-Gwon Kim Hwang Seok-Ho Yun Suk-Young Ki Sung-Yueng Nam Tae-Hee Dong-Won (Sungdong) Koo Jacheol (Woo-Young) Kim Bokyung Hyunsung (Chu-Young) T. Hong Myung-Bo

Local: Old Trafford, Manchester

(Inglaterra) Árbitro: J: Pavel Kralovec (República

Tcheca) Gols: Rômulo (37 do 1ª); Leandro Damião

(11 e 18 do 2º)

Julian Finney/Getty Images

O

Gabriel Rafael Thiago Silva Juan (Bruno Uvini) Marcelo (Hulk) Sandro Rômulo Alex Sandro Oscar L. Damião (Pato) Neymar

gol na Olimpíada. O colorado faria mais um, em jogada rasteira. Bola longa para Neymar, que enfileira, passa para Oscar e daí para Damião concluir. Terceiro gol brasileiro, sexto do atacante, artilheiro isolado da Olimpíada. Neymar, Leandro Damião, Oscar e companhia conseguiram igualar o feito dos tetracampeões Dunga, Taffarel, Romário e Bebeto. Como eles, em 1984 e 1988, esses jogadores já têm a prata garantida. Resta no domingo fazer a história em Wembley, com o ouro que ainda não temos.

Na final, um novo México

3

que hoje joga no Tottenham, da Inglaterra. Aos 23 anos, já fez 59 jogos pela seleção principal. Os mexicanos bateram o Brasil em dois dos últimos três confrontos. Na primeira rodada da Copa América de 2007, na Venezuela, venceram por 2 x 0. No ano passado, em Torreón, no México, vitória do Brasil, já comandado por Mano Menezes, por 2 x 1, de virada. Em maio, já com a seleção olímpica, nova vitória mexicana por 2 x 0, gols de Giovanni dos Santos e Javier “Chicharito” Hernandéz, que não foi convocado para a Olimpíada.

(M.S.S.)



jornal placar | quarta-feira, 8 de agosto de 2012

06

futebol

Mano enche a bola da molecada

“Em maio, não tínhamos nada. Agora estamos na final”, diz técnico após a vitória Por Marcos Sergio Silva, de Manchester

A

classificação para a final não mudou o rosto de Mano Menezes. Permaneceu o mesmo. A fala séria, o sorriso algo irônico – principalmente com as perguntas dos sul-coreanos. Mas parecia estar feliz. Afinal, era sua primeira final em seus quase dois anos de seleção. “Em maio, nós não tínhamos nada. Agora nós estamos numa final olímpica”, disse, logo depois do jogo. “Ganhamos hoje (ontem) um jogo com características e proposta de mata-mata.” A vitória de ontem e a de sábado, contra Honduras, foram as primeiras de Mano em jogos eliminatórios. Antes, havia falhado na Copa América, quando caiu para o Paraguai nas quartas de final nos pênaltis. No sábado, o adversário será o México. “O México foi a seleção que fez a melhor preparação para os Jogos Olímpicos. Levou a seleção sub-23 para a Copa América, E nós fizemos apenas quatro partidas antes de a competição começar”, comparou. Sobre Hulk, que começou o jogo no banco, disse que a opção de colocar o lateral Alex Sandro foi tática. “A gente precisava de um jogador com outra característica, e foi

n maduro Neymar enfrenta adversários com seriedade

o que fiz. Na última partida ficamos com três jogadores muito fixos no ataque. Queríamos ter uma versatilidade maior”, disse o técnico. “Com o Alex Sandro, a movimentação foi melhor e foi possível corrigir falhas defensivas”, afirmou o capitão Thiago Silva. Se é preciso segurar o otimismo para a partida de domingo? Mano acha que não. “Não acredito em otimismo exagerado. A conversa no vestiário foi muito lúcida. Eles sabem da dificuldade e dos méritos que nos levaram à final.”

Neymar destaca experiência do grupo

A

os 20 anos, o atacante Neymar está a uma vitória de conquistar uma medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Londres. Para o jogador do Santos, um dos mais badalados do torneio, a maturidade da Seleção Brasileira foi fundamental ao longo das fases anteriores e poderá ser decisiva também na final contra o México, sábado, em Wembley. “Temos um time experiente. Apesar da pouca idade, estamos no ramo do futebol

Brasil está na moda na terra da rainha Por Simone Tobias, de Londres

S

im, é verdade: O Brasil está em alta no Reino Unido. Para comprovar, basta colocar uma bandeira nas costas e andar pelas ruas de Londres. A administradora de empresas Julia Cruz, de 29 anos, já viveu essa experiência acompanhando jogos das seleções nacionais em diversas modalidades. Num jogo de vôlei, por exemplo, ela foi parada por vários turistas e até voluntários que trabalham na organização

há muito tempo”, disse Neymar, em entrevista à TV Record, ontem, logo após a vitória sobre a Coreia do Sul. “A Seleção está bem preparada. Agora é descansar para o time estar inteiro no próximo jogo. Se Deus quiser, vamos ganhar essa medalha de ouro”, afirmou. Neymar reconheceu que o confronto da semifinal foi complicado. Principalmente por causa do bom começo dos adversários. “Foi um jogo muito difícil. A seleção sul-coreana é bem qualificada. Houve momentos de

dos Jogos para tirar fotos. O marido dela, rouco de tanto gritar durante os jogos, disse que sempre fazem novos amigos, pois todos são simpáticos com os brasileiros. “A nós chama muito a atenção a logística, a organização da cidade, a atenção dos voluntários. Sabemos que vai dar certo no Rio também”, destaca Vitor Gerbelli, administrador de empresas brasileiro de 28 anos, que mora na Suíça e está em Londres para os jogos. O otimismo é evidente quando o assunto é futuro e a organização para a próxima Olimpíada. Mas ele

n RoseclÉia anda nas ruas com a tocha, já de olho nos Jogos do Rio 2016

aperto, mas o nosso time está bem maduro para suportar isso e vencer”, repetiu o atacante. Quem não escondia a felicidade pelo resultado era o centroavante Leandro Damião. Apesar das dificuldades durante a partida, o artilheiro das olimpíadas de Londres, com seis gols, destacou a boa partida do Brasil. “A equipe vem fazendo um grande trabalho, desde o começo. Em campo, todos estão me ajudando a fazer os gols, e isso é o mais importante para um atacante”, completou.

se esvai quando o tema é quadro de medalhas. “Pelo jeito não vamos superar Pequim, mas a festa continua”, afirma Amanda Pereira, de 27 anos, de Manaus, enquanto assistia ao jogo do futebol masculino num pub que transmitia a partida. A professora de educação física catarinense Rosecléia Generozo, de 30 anos, faz tanto sucesso com sua turma de quase 40 brasileiros que já foi entrevistada por seis veículos de comunicação por andar pela cidade com uma réplica da tocha olímpica. “Eu acordo cantando o Hino Nacional”, afirma ela, que está sempre muito animada. “E já vou me preparar para a festa que vai ser no Rio em 2016.”



jornal placar | quarta-feira, 8 de agosto de 2012

rivalidade

08

Que

“hermanos”que nada! Seleções brasileiras de vôlei e basquete enfrentam a Argentina hoje por vagas nas semifinais. Como no futebol, vencer o adversårio pode valer mais que uma medalha

H

oje é dia de clássico na Olimpíada. Brasil e Argentina — e em dose dupla, no vôlei e no basquete. Os confrontos valem uma vaga nas semifinais dos dois torneios. A rivalidade com os “hermanos”, que alimenta intermináveis discussões no futebol, também tem andado presente nas quadras. No caso do vôlei e do basquete, os confrontos têm até sabor de revanche. No vôlei, Brasil e Argentina já tiveram cinco confrontos pelas Olimpíadas, com uma pequena vantagem para os inimigos, que têm três vitórias (1988, 1996 e 2000) e duas derrotas (1984 e 1996). A seleção atual conta com dois remanescentes do último duelo: Giba e Dante. Na época, os argentinos contavam com o atacante Marcos Milinkovic, que anotou 150 pontos no torneio e fez uma partida muito boa contra o Brasil. “Hoje, a Argentina não tem um jogador como o Milinkovic, mas ainda assim é um time bom, que joga bem em equipe”, diz Giovane, ex-jogador e

basquete

hoje treinador. Para Gigio, o Brasil não deve ter dificuldades para bater os argentinos hoje. O mesmo não se pode dizer sobre o duelo do basquete. Na história recente dos confrontos, os argentinos são uma pedra em nosso sapato. Uma das derrotas mais doídas para os brasileiros foi a do Pré-Olímpico de Las Vegas, em 2007, por 91 x 80. Em 2010, nas oitavas de final do Mundial, os argentinos fizeram 93 x 89. No ano passado, o Brasil venceu a Argentina em 7 de setembro, na primeira fase do Pré-Olímpico, em Mar Del Plata, porém perdeu a final do torneio para os hermanos: 80 x 75. O pivô Tiago Spliter não tem o menor pudor em assumir que a partida terá sabor de vingança. “Este Brasil x Argentina tem todos os fatores para ser uma revanche. Eles ganharam da gente no Mundial, na final do Pré-Olímpico. Estão entalados sim”, admitiu o jogador.

vôlei n OLHO NELES Bernardinho elogia nova geração argentina

n coisa nuestra

fotos Ivan Alvarado/ reuters; Mike Segar/reuters

O argentino Magnano é uma das armas do Brasil hoje

Mais um duelo especial para Magnano Brasil respeita o velho rival Técnico argentino que dirige a seleção brasileira dribla polêmica da rivalidade e aposta numa vitória do Brasil hoje em Londres

Em desvantagem na história dos confrontos diretos com os argentinos nas Olimpíadas, Seleção Brasileira aposta na boa fase para vencer hoje

Da Redação

Por Pedro Proença

O

técnico Rubén Magnano reencontra seus ex-comandados mais uma vez, hoje, às 16h (Brasília), na Arena de Basquete de Londres. É o quarto confronto entre brasileiros e argentinos desde que ele assumiu a seleção verde-amarela, em janeiro de 2010. E os “hermanos” estão em vantagem, com duas vitórias, contra uma do Brasil. Hoje o duelo vale uma vaga nas semifinais. Quem passar vai pegar o vencedor de Estados Unidos x Austrália. O Brasil encerrou a fase de grupos no segundo lugar. Foram quatro vitórias e apenas um revés. Os argentinos, por sua vez, terminaram em 3º no Grupo A, atrás de Estados Unidos e França, com três vitórias e duas derrotas, diante dos franceses (64/71) e do Dream Team (97/126), na última rodada.

“Queremos ganhar deles sempre, não importa em que esporte, até no pingue-pongue”, diz o veterano ala argentino Manu Ginobili, resumindo o sentimento de rivalidade que move os dois países. “Brasil x Argentina tem sempre um sabor especial e vamos fazer o melhor jogo possível”, completou. O ala-pivô Luis Scola, protagonista da eliminação do Brasil no Mundial de 2010, com 37 pontos anotados, adota um discurso mais ameno. “Todas as partidas contra o Brasil são lindas, difíceis e importantes.” Apesar da rivalidade e do clima de revanche entre os brasileiros, Magnano escapa de polêmica. “Eu não me permito pensar em revanche. Psicologicamente a equipe está bem. Espero que continue assim. Vamos tentar ganhar”, destacou o técnico argentino, que não deve ter o pivô Nenê, que reclama de dores no pé esquerdo.

A

gora é tudo ou nada. Agora é matamata. E tinha que ser logo contra a Argentina... Após se classificar em segundo lugar no grupo (tendo perdido apenas para os Estados Unidos), com boas atuações de Bruninho, Dante, Vissotto e com as oportunas entradas do reserva Wallace, o Brasil espera reeditar o bom rendimento da fase de grupos para confirmação o momento de recuperação da seleção brasileira. Por causa dos resultados recentes da Liga Mundial, o time chegou em Londres fora do bloco de favoritos, mas entra hoje na quadra, às 10 horas, impondo o velho respeito. Os argentinos levam vantagem de 3 x 2 em vitórias contra o Brasil nos Jogos Olímpicos. Presente na derrota por 3 x 1 para a Argentina nas Olimpíadas de 2000, nas

quartas de final, o bicampeão olímpico Giovane Gavio (hoje treinador do Sesi-SP) acredita que hoje vai ter troco. “Esse grupo é mais experiente e mais calejado do que o de 2000”, avalia. Para ele, o caminho para a vitória passa por um bom saque. “A Argentina não é tão boa jogando com a bola alta. Eles gostam de atuar com a bola mais na mão e dando passes em velocidade. Por isso, é importante forçar o saque, para dificultar a recepção”, analisa Giovane. O técnico Bernardinho demonstra respeito pelos argentinos. “Tudo pode acontecer no mata-mata. A Argentina tem uma garotada que vem bem e que pode estragar a festa de algum grande”, disse o comandante treinador. Caso vença os “hermanos” hoje, o Brasil pegará o vencedor de Alemanha x Bulgária nas semifinais, já na briga por medalha.



jornal placar | quarta-feira, 8 de agosto de 2012

10

vôlei

um conto de duas cidades Por Jonas Oliveira, de Londres

Vitória de campeã

O problema dos ingressos

S

Num jogo dramático, brasileiras salvam seis match points, vencem Rússia por 3 x 2 e exorcizam fantasma

Por Pedro Proença

E

O comitê organizador deixa claro que pode alterar a agenda dos eventos

n xô, fantasma! A líbero Fabi solta o grito após vitória sofrida no tie-break

do bem e atacando melhor ainda. Com isso, o Brasil foi presa fácil para Gamova e Cia. O quarto set foi tenso. As russas abriram 3 x 0, dando a entender que encaminhariam fácil a vitória. Mas as brasileiras voltaram para o jogo ao virar para 9 x 8. A partir de então, o jogo foi marcado pela alternância na liderança do set. Com o bloqueio em estado de graça, comandado por Thaisa, a seleção fechou o set em 25 x 22, levando a partida para o tie-break.

Paulo Vitale

O set desempate foi emocionante. Fê Garay e Thaísa estavam perfeitas. Do lado russo, Sashkova respondia com força. O Brasil chegou a abrir 10 x 7. Mas um erro crasso do juiz, que considerou fora uma bola boa de Garay, desestabilizou a seleção brasileira. As russas viraram, 14x13. O Brasil salvou seis match points, quatro dos quais com Sheilla. E depois Fê Garay sacou com veneno e a recepção russa falhou. No lance seguinte, Fabiana fechou o jogo.

Zé Roberto vibra com peixinho A

Rússia era uma pedra no sapato da seleção brasileira. Era. Depois do jogo de ontem, as brasileiras derrotaram a Rússia de Gamova (autora de 25 pontos) e Sashkova (28 pontos na partida). Ao final da partida, a vibração era parecida com a de um título. As jogadoras vertiam lágrimas e Zé Roberto, exultante pela vitória, até deu um peixinho em quadra. “Esse jogo foi muito importante para nós, para afastarmos o estigma de que o Brasil não ganha da Rússia”, disse o treinador ao SporTV. A levantadora Fernanda Garay, outra peça fundamental da vitória também exaltou o resultado: “Foi um placar abençoado. Elas tiveram vários match points, mas nós não deixamos de acreditar em momento algum.” Sheilla acredita que será necessário conter um pouco a euforia para a partida das semifinais, contra o Japão. “Estou muito feliz. Vamos comemorar, mas depois temos que pensar no Japão, que é uma equipe bem diferente da Rússia. As japonesas defendem melhor. Será uma partida de paciência”, disse ela.

Stanley Chou/Getty Images

m um jogo épico, daqueles que testam o coração da torcida, o Brasil superou o estigma de amarelar diante da Rússia e venceu de virada, por 3 sets a 2 (24/26, 25/22, 19/25, 25/22 e 21/19). O resultado foi comemorado à exaustão pelas brasileiras e arrancou um desabafo do técnico José Roberto Guimarães: “Essa vitória estava entalada”, disse o treinador, aliviado pela passagem do time às semifinais do torneio de Londres. O Brasil volta às quadras amanhã, às 15h30min, para enfrentar o Japão, que ontem eliminou a China, com vitória por 3 a 2. A seleção contou com um dia inspirado da meio de rede Thaísa (autora de 25 pontos) e da oposto Sheilla (que anotou 27). Nos momentos de maior tensão do tiebreak também foi importantíssima a figura de Fê Garay no ataque e no saque. A levantadora Dani Lins também saiu da quadra elogiada pelas próprias companheiras. “Ela jogou muito”, resumiu Fabi. O primeiro set foi marcado pelo equilíbrio e pela boa atuação das defesas. Dani Lins distribuía bem o jogo e as brasileiras se desdobravam na defesa. Embora o bloqueio brasileiro não tenha feito nenhum ponto, conseguiu amortececer diversas bolas. Apesar disso, Gamova e Sashkova anotaram 6 pontos cada na primeira parcial. A partida seguiu equilibrada, até que a Rússia fechou em 26 x 24, num erro de Sheilla, que tentou atacar uma bola na diagonal e a mandou para fora. O Brasil cresceu no segundo set. Manteve a defesa forte e começou a pontuar nos bloqueios e nos ataques. Confiantes, Sheilla e Jaqueline acertavam as bolas de fundo. As russas, por seu turno, erravam demais, até mesmo Gamova. Nessa toada, o Brasil abriu 15 x 8 e a vitória parecia bem encaminhada. Contudo, a adversária era a Rússia, um time encardido, que começou a encaixar ataques e diminuiu a diferença para dois pontos (19 x 17). Mas Sheilla deu tranquilidade ao virar uma bola no ataque e manter a diferença numa distância segura: 20 x 17. Thaísa, então, fechou o set em 25 x 22. O terceiro set foi difícil para o Brasil. As russas voltaram mais consistentes na defesa, bloquean-

e há uma lição que deve ser aprendida pelo Rio 2016 com os Jogos de Londres 2012 é não repetir o desastroso sistema de vendas de ingressos. Muito antes do início dos Jogos, boa parte da insatisfação popular com a Olimpíada poderia ser atribuída ao fato de que o sistema não era exatamente transparente, e deixou muitos britânicos sem entradas. Com o início das competições, as cadeiras vazias, que deveriam ser ocupadas por convidados VIPs e patrocinadores, aumentaram a fúria da opinião pública. Hoje tive a oportunidade de experimentar dois dissabores relacionados à venda dos bilhetes. Há pouco mais de um mês, havia conseguido comprar três ingressos para a primeira sessão das quartas de final do basquete masculino. Assistiria ao confronto entre o primeiro colocado do grupo A e o quarto do Grupo B e o segundo do B contra o terceiro do A. Só depois que comprei os ingressos é que me dei conta de que havia grande possibilidade de ver Estados Unidos e Brasil em ação. O que era possível ontem se tornou realidade. Com a definição da primeira fase, meus humildes ingressos para o pior dos setores do ginásio me dariam direito a assistir a dois jogos históricos: EUA x Austrália e Brasil x Argentina. Comuniquei aos amigos a boa notícia, voltei para casa já ansioso pela chegada da quarta-feira, quando veio a notícia que jamais desejaria ouvir: a agenda das quartas de final fora alterada. De repente, teria que me contentar com Rússia x Lituânia e Franca x Espanha. Restava-me pouco além de insatisfação com a mudança, uma vez que o comitê organizador deixa claro em seu site que tem direito a mudar a agenda dos eventos. Mas não deixa de ser um desrespeito ao torcedor. Eu já estaria em Londres de qualquer maneira, mas e o torcedor americano, russo ou brasileiro que viajou programando-se para assistir a uma eventual partida de seu time? Por sorte, consegui descobrir pelo twitter duas torcedoras lituanas que estavam na mesma situação e queriam trocar seus ingressos. Marcamos um local de encontro e, só quando cheguei lá me dei conta de outra trapalhada da organização: alguns dos ingressos foram impressos com tamanho e design completamente diferentes da maioria — e esse era o caso dos bilhetes. Já havia notado o problema e tentado obter uma explicação pela assessoria de imprensa do comitê, mas não obtive resposta. Tive um imenso trabalho para convencer as lituanas de que não se tratavam de bilhetes falsos. Do ponto de vista da organização, a venda de ingressos pode ter sido um sucesso, com bilhetes esgotados meses antes das competições. Mas não são poucos os exemplos de que Londres 2012 esqueceuse de ter um pouco mais de cuidado com uma figura muito importante: o torcedor.

n sem padrão Torcedor exibe entradas para partida de futebol



jornal placar | quarta-feira, 8 de agosto de 2012

12

atletismo

Ela disse adeus ao

sonho do bi Por Maurício Barros, de Londres

M

aurren Maggi não apareceu nos destaques do telão do estádio ontem, antes do início das eliminatórias do salto em distância. Nenhuma menção foi feita à campeã olímpica em Pequim, quatro anos atrás. Talvez porque viesse fazendo uma temporada ruim. Das 32 atletas que participariam da série qualificatória, 11 haviam saltado mais do que ela no ano. Mas Maurren chegara confiante a Londres, se dizendo 100% para saltar. Não foi o que se viu quando a prova começou. No primeiro salto, a brasileira atingiu 6,37 metros, o que, naquele momento, a colocava entre as 12 que se classificariam para a final. Mas estava claro que era pouco, e logo outras saltadoras foram superando essa marca e entrando na lista. Maurren foi então para o segundo salto, e queimou. Precisava fazer mais na última tentativa. Fez 10 centímetros a menos. E deu adeus à Olimpíada de Londres. “Eu tinha esperança de ser finalista, e na final poderia ser igual Pequim. Mas a qualificação é uma

prova complicada, tira muita gente. Infelizmente, não era o meu dia”, disse, ao final da prova. Serena, Maurren afirmou que a recente lesão no quadril não a atrapalhou em nada. “Não vou pôr a culpa nisso. Eu sinto dores musculares há muito tempo, mas também não foi por isso que não deu. Talvez tenha faltado arrumar as últimas passadinhas antes do salto, uma questão mais técnica. Em um dos saltos, eu fechei o pé um pouquinho antes.” Aos 36 anos, Maurren afirmou que não pensa em se aposentar, e sonha em competir nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, quando terá 40 anos. “Eu sou nova”, brincou. “Não bebo, não fumo, não sou de balada. Quero representar o Brasil de qualquer maneira em 2016.” A saltadora disse que agora vai tirar férias. “Vou ficar na praia, no hotel de um amigo, para descansar, esfriar a cabeça e partir para o próximo ano”. A melhor marca da eliminatória foi da britânica Shara Proctor, que saltou 6,83 metros. Maurren ficou na 15ª colocação. A final do salto em distância feminino acontece hoje, a partir da 16h05.

REUTERS/ Pawel Kopczynski

Primeiro foi Fabiana Murer e o vento... Agora foi Maurren Maggi, que nem encontou uma desculpa para o fracasso

NOVA DECEPÇÃO Maurren não vai além dos 6,37 metros e fica fora da final do salto em distância

Lançamento de dardo

Com 58,39m, a cearense Laila Ferrer e Silva ficou abaixo de sua melhor marca no ano (60,21m) e deu adeus à disputa, terminando em 21º lugar. Ela ficou à frente da paraguaia Leryn Franco, musa da modalidade, que também foi eliminada.

Salto triplo

Outro que teve um rendimento abaixo do esperado foi Jonathan Silva. Ele queimou duas vezes e só pode contar com seu primeiro salto, frustrantes 15,59m. O) resultado o colocou na última posição entre 26 concorrentes.

Alaor Filho/AGIF/COB

Alaor Filho/AGIF/COB

Além de Maurren Maggi, outros quatro brasileiros não tiveram sorte ontem no atletismo (confira ao lado). Hoje, além, dos corredores dos 200 m rasos, apenas Fabio da Silva tenta avançar, no salto com vara, às 6h

Alaor Filho/AGIF/COB

Fora do jogo

800 m

Classificado ontem para a semifinal com um dos melhores tempos, Fabiano Peçanha não acertou a estratégia ontem e ficou para trás em sua bateria. Cuirosamente, ele cravou um tempo idêntico ao da classificatória (1min46s29).

Na semi fez o me suficie termino


jornal placar | quarta-feira, 8 de agosto de 2012

No vácuo dos jamaicanos

Competindo em baterias ao lado de Bolt e Blake, brasileiros se classificam às semis dos 200 m

A

stros da prova dos 200 m rasos, Usain Bolt e Yohan Blake nem suaram para se classificar ontem para as semifinais de hoje, às 16h10. Mas os brasileiros Aldemir da Silva e Bruno de Barros, que correram com os jamaicanos em suas respectivas baterias, vieram logo atrás deles e também garantiram vaga. Esquecido na raia 9, Aldemir, de apenas 20 anos, era o sexto no final da curva. Mas recuperou-se

na reta e, com 20s53, cruzou em segundo, atrás apenas de Bolt (que passeou com 20s39). O brasileiro deixou a pista otimista sobre seu desempenho e dos colegas que também disputam a prova. “A gente treina muito e tem muito o que mostrar”, disse. Após a prova, Bolt o cumprimentou e disse algo, amistosamente. Ao ser perguntado sobre a conversa, Aldemir confessou: “Não sei falar inglês. Não entendi nada o

REUTERS/Dylan Martinez

REUTERS/Pawel Kopczynski

13

logo atrás Bruno não se intimidou com os astros e fez bom tempo na classificatória

que ele falou, disse o jovem, que focou apenas na prova e nem se intimidou em dividir uma bateria com o fenômeno. Bruno correu na quarta bateria e também ficou em segundo, atrás de Blake, com 20s52 (o jamaicano fez 20s38). “Foi muito motivador ter o Blake logo ao lado. Ele puxou a prova e forçou o

ritmo de todo muno. Foi uma série bem forte”, lembrou. “Serviu também para quebrar o gelo da estreia. Na semifinal, entraremos mais seguros e tranquilos”. O terceiro brasileiro na prova foi Sandro Viana, mas o velocista não se saiu tão bem. Foi o penúltimo de sua bateria, com 21s05.

Xiii, Xiang... fotos Cameron Spencer/Getty Images

E o raio caiu duas vezes no mesmo chinês...

Por Maurício Barros, de Londres

Alaor Filho/AGIF/COB

L

200 m

ifinal do feminino, Evelyn dos Santos se superou e elhor tempo de sua carreira (23s82). Mas não foi ente para levá-la à final. Em sua bateria, a atleta ou em sétimo. Ela também está inscrita no 4x100.

iu Xiang certamente não fez as contas de quantas barreiras já pulou em sua vida de atleta. Milhares. Mas a primeira que apareceu à sua frente nos Jogos de Londres foi suficiente para derrubá-lo e acabar com o sonho de conquistar sua segunda medalha olímpica. A tão aguardada participação de Liu como favorito ao ouro durou 13 metros. Após largar e dar sete passadas, Liu saiu do chão para o primeiro salto. Mas tocou com o pé

chinês azarado Liu Xiang repete o drama de Pequim 2008 e recebe a solidariedade dos adversários

esquerdo na barra, perdeu o equilíbrio e caiu. O chinês se esborrachou na pista e ficou sentindo o tendão do pé direito enquanto o britânico Andrew Turner disparava para vencer a eliminatória número 6 do dia — a corrida mais desastrada dos Jogos, onde três atletas não terminaram porque caíram no chão e outro foi desclassificado. Após ganhar o primeiro ouro para o atletismo chinês em Atenas 2004, Liu virou um ídolo nacional. Mas quatro anos depois, em Pequim, frustrou bilhões de fãs ao abandonar a prova por uma lesão no mesmo tendão de Aquiles, que o incomoda até hoje. O Estádio Olímpico lotado ficou acompanhando seu drama. Liu ficou pulando em um pé só ao lado da pista, foi até a última barreira e beijou-a. Foi cumprimentado e ajudado pelos colegas a sentar em uma cadeira de rodas. “Foi horrível vê-lo mancando daquele jeito. Não desejo isso nem pro meu pior inimigo”, disse Turner.


jornal placar | quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Vôlei de praia

14

loja de antiguidades Por Fábio Altman, de Londres

Só Alison e Emanuel ainda lutam pelo ouro

O avô do boxe brasileiro

O

Dupla masculina vai à final e já garante ao menos a prata. Larissa e Juliana perdem semifinal para americanas Por Marcelo Goto

N

n falta pouco Emanuel recebe abraço de Alison após vitória

Ryan Pierse/Getty Images

a entrada do Horse Guards Parade, sede da arena do vôlei de praia nos Jogos de Londres, há uma estátua de Emanuel, com a legenda “Herói do Vôlei de Praia”. Não é para menos. Ele e o parceiro Alison garantiram ontem uma vaga na final da torneio masculino, ao vencer a dupla da Letônia, Martins Plavins e Janis Smedins, por 2 sets a 0, com parciais de 21 a 15 e 22 a 20, pela fase semifinal. Com isso, os brasileiros vão brigar pela medalha de ouro, mas já garantiram ao menos a prata. A mesma sorte o Brasil não teve no torneio feminino. Ontem à tarde, a dupla Juliana e Larissa, favoritíssima a chegar à final, vacilou e foi eliminada pela dupla B dos Estados Unidos, formada por Ross/ Kessy, por 2 a 1 (21/15, 19/21 e 12/15), de virada. Fora da briga pelo ouro, as brasileiras lutarão pelo bronze com as vice-campeãs olímpicas Xue/Zhang, da China. Já Ross e Kessy disputam o ouro com as compatriotas e atuais bicampeãs olímpicas Walsh e May, que venceram a dupla chinesa num tirateima da final de Pequim 2008. Emanuel já entrou para a história do vôlei de praia mundial. Com a vitória de ontem ele chega à sua segunda final olímpica desde os Jogos

de Atenas 2004, quando se sagrou campeão ao lado do ex-parceiro Ricardo. Com a vaga assegurada na final, Emanuel também supera Ricardo como recordista em número de partidas olímpicas, com 26 no total, incluindo a decisão pelo ouro. O adversário do confronto final será a dupla alemã Brink/Reckerman que bateu com facilidade os holandeses Nummerdor/Schul, no outro duelo das semifinais, por 2 a 0 (21/14 e 21/16). A dupla germânica foi responsável pela eliminação de Pedro Cunha e Ricardo, o ex-parceiro de Emanuel, nas quartas de finais. No primeiro set, Alison mostrou eficiência no ataque e a dupla ver-

de-amarela abriu vantagem de 12 a 7 no placar. Plavins e Smedins esboçaram alguma reação, mas permitiram que os brasileiros fechassem o set sem tropeços. Na etapa seguinte, a dupla da Letônia voltou melhor e equilibrou o jogo. Emanuel conseguiu encaixar seu serviço, mas erros de ataque de Alison abriram espaço para os adversários, que encostaram no marcador. Foi o bastante para os brasileiros pedirem tempo. Após a pausa, Alison e Emanuel voltaram ao jogo, mais concentrados e abriram uma sequência de cinco pontos, desestabilizando os letões. Um bloqueio de Alison selou a vitória do Brasil.

Iatismo

Bimba termina participação em 9º lugar Agora, só as brasileiras da classe 470 ainda têm chance de medalha nas competições de vela Por Olavo Guerra

O

brasileiro Rafael Santos, o Bimba, disputou ontem a Medal Race da classe RS-X da vela, e terminou na quinta colocação. Com isso, ele terminou a competição na na 9ª colocação geral, enquanto o holandês Dorian van Rijsselberge ficou com a medalha de ouro, após a vitória na corrida final. O britânico Nick Dempsey fa-

turou a prata e Przemyslaw Miarczynski, da Polônia, o bronze. Na classe 470 feminina, Fernanda Oliveira e Ana Barbachan não tiveram um bom desempenho nas duas regatas do dia, terminando na décima colocação. Apesar disso, elas estão na quinta colocação geral, ainda disputam mais duas corridas hoje, a partir das 8h, e estão praticamente garantidas na Medal Race.

Com uma diferença de 21 pontos para Lobke Berkhout e Lisa Westerhof, da Holanda, Fernanda e Ana ainda estão na disputa pela medalha de bronze. A liderança está dividida entre Jo Aleh e Olivia Powrie, da Austrália, e as britânicas Saskia Clark e Hannah Mills, com 31 pontos. A Medal Race está marcada para sexta (10), às 9h, e terá as dez melhores duplas na disputa pelas medalhas.

boxe brasileiro ganhou uma única medalha na história das Olimpíadas. Em 1968, Servílio de Oliveira foi bronze no peso mosca. Agora, em Londres, o pugilismo tem outras duas láureas de bronze garantidas: Adriana Araújo, peso leve, e Esquiva Falcão, médio. Ela disputará a semifinal nesta quarta-feira – e qualquer que seja o resultado, terá participado do primeiro torneio olímpico de luvas tendo subido ao pódio logo na competição inaugural. Esquiva sobe no ringue na sexta-feira para defender seu nome. O pai, antigo boxeador, o batizou assim, de modo um tanto quanto insólito, para poder gritar as instruções — “esquiva!, esquiva!” — sem ser admoestado pelos juízes. Quem conta, rindo, é o próprio Esquiva. A digníssima trajetória do pugilismo brasileiro em Londres faz essa Loja de Antiguidades abrir uma gaveta da memória pessoal — e desde já peço paciência por esse texto na primeira pessoa. Meu avô, Waldemar Zumbano, que todos conheciam como Neno, ou mais carinhosamente por Nê, foi treinador da equipe brasileira de boxe na Olimpíada de 1960, em Roma, e 1964, em Tóquio. Não conseguiu levar ninguém ao pódio naqueles tempos duríssimos. Entre os meio-pesados o medalhista de ouro foi um certo Cassius Marcellus Clay, que logo em seguida passaria a se chamar Muhammad Ali. O brasileiro José Leite, naquela categoria, perdeu na luta de estreia contra um argentino. O Neno era um personagem extraordinário – tinha uma doçura incompatível com troca de socos. Chegou a se recusar a disputar um título paulista de boxe, quando lutava, porque o adversário era amigo de longa data, companheiro de trincheira na Revolução de 1932. Os dois fizeram o acordo, recusaram pôr as luvas, e perderam a chance do cinturão. Neno era um intelectual, lia muito. Falava pouco, e quando falava com seus pupilos, não demorava para que o chamassem de “professor” (e, de fato, ele era mesmo professor, de educação física). Formou dezenas de lutadores, no esporte e também para a vida fora do ringue. Chegaram a alcunha-lo, quando morreu, em 2004, de “o avô do boxe brasileiro”. Como pugilista fez mais de 200 lutas. Não tinha medo de nada e suavemente seguia o que pensava, sem arredar pé, de uma coerência firme e imutável como um direto de direita. Em 1964, militante do Partido Comunista Brasileiro, foi preso depois do golpe militar. Quando a delegação brasileira fez escala em Los Angeles, a caminho do Japão, foi detido e interrogado pela polícia de imigração. Naquele tempo, o visto americano podia ser negado em virtude de posturas ideológicas. O então presidente do Comitê Olímpico Brasileiro, o major Sylvio de Magalhães Padilha, exigiu que Neno fosse reembarcado. E a delegação seguiu viagem. Ele não gostava de contar essa desventura – a tenho aqui, em detalhes, porque um dos meus irmãos e meu pai a recuperaram. Neno – que faria 100 anos no final deste ano – era tio de Eder Jofre. Um de seus irmãos, Ralph Zumbano, futuro treinador de Maguila, disputou a Olimpíada de 1948, aqui mesmo, em Londres. Era tão bom, mas tão bom, que o apelidaram de “a maravilha brasileira”. Ainda assim, não subiu ao pódio. Eder também não, em 1956. Adriana e Esquiva desfazem em 2012 essas injustiças. Têm garantido o bronze porque no boxe não há disputa de terceiro e quarto lugares. Neno ficaria feliz, com seu sorriso ao mesmo tempo aberto e tímido, olhar míope, de óculos espessos, porque o que ele mais gostava era ver o sucesso dos outros.

Meu avô foi treinador da equipe de boxe em Roma 1960 e Tóquio 1964



jornal placar | quarta-feira, 8 de agosto de 2012

16

Handebol

brasileiro do dia Por Alexandre Salvador, de Londres

guerreiras Seleção lutou mas não conseguiu para as nórdicas

O rei da praia

Foi por pouco… Atual campeã olímpica, Noruega coloca um fim à empolgante campanha das meninas do Brasil

O

ntem, as meninas do handebol do Brasil bem que tentaram. Mas não conseguiu superar a Noruega, campeã mundial e olímpica. Apesar de vencerem com tranquilidade o primeiro tempo por 13 a 9, elas sofreram a virada nos dramáticos minutos finais e perderam por 21 a 19. Com esse resultado, o Brasil cai nas quartas de final. Vai terminar em quinto ou sexto lugar e, portanto, já registra sua melhor participação em Olimpíadas, superando o sétimo lugar em Atenas 2004. No primeiro tempo, o Brasil aplicou uma marcação muito forte e conseguiu impedir os contra-ataques rápidos e perigosos das norueguesas. A seleção brasileira dei-

xou o marcador favorável durante praticamente todo o período, com boa atuação de Alexandra, artilheira da partida, com cinco gols, ao lado da norueguesa Koren. No segundo tempo, porém, as adversárias voltaram mais atentas, enquanto a seleção brasileira sofreu um apagão e deixou as campeãs mundiais empatarem o placar em 18 pontos, faltando oito minutos para o fim da partida. As norueguesas viraram, mas Dani Piedade empatou novamente a partida. Em seguida, só deu Noruega. A seleção passou a errar muito e não conseguiu encaixar contraataques. Para o técnico dinamarquês Morten Soubak, que dirige o time brasileiro, a Noruega preci-

sou mudar seu estilo de jogo para dominar o placar. “Elas foram muito mais sólidas no segundo tempo, a goleira começou a pegar tudo e conseguiram virar o jogo nos contra-ataques”, analisou. “Com certeza, elas entraram no jogo achando que seria fácil ganhar, mas depois sentiram que não seria tão simples assim”. Fim de partida triste para um grupo de jogadoras que, durante o torneio, ganharam o respeito das poderosas europeias e lutavam para a modalidade ganhar mais espaço no Brasil. A Noruega enfrenta agora a Coreia do Sul e, na outra semifinal, a Espanha pega a França. As quatro seleções restantes estavam no grupo B na primeira fase.

REUTERS/Marko Djurica

O

vôlei brasileiro ainda pode ultrapassar o judô como o esporte que mais trouxe medalhas para o Brasil. Claro que essa conta só faz sentido se somarmos os pódios da quadra e da praia: são 16 medalhas na história (cinco de ouro, sete de prata e quatro de bronze), frente as 19 conquistas dos judocas. Os resultados de ontem mantiveram os brasileiros na briga por mais três medalhas. Além do vôlei masculino, que joga hoje por uma vaga nas semifinais, tivemos a classificação heroica das comandadas de José Roberto Guimarães frente às russas e a derrota de Juliana e Larissa, mas que ainda podem faturar um bronze. Mas vou falar nesse espaço da nossa medalha garantida, que vem pelas mãos do mais experiente de todos os atletas do voleibol brasileiro aqui em Londres. O curitibano Emanuel Rego, de 39 anos, 18 deles dedicados à areia, pode falar sem medo que conhece toda a história do vôlei de praia olímpico. Afinal, ele viu de perto todas as edições da modalidade nos Jogos, que fazem parte do programa olímpico desde Atlanta. A classificação para a final ao lado do capixaba Alison coroa uma carreira impressionante no esporte. Medalhista em três edições olímpicas (ouro em 1996, bronze em 2008 e ao menos a prata agora em 2012), dez vezes campeão do circuito mundial, sete vezes campeão nacional. Emanuel é o sinônimo do esporte no mundo inteiro. Sua parceria com Ricardo Santos, de 2002 a 2010, foi uma das mais vitoriosas da modalidade. O companheiro atual de Emanuel é treze anos mais novo que o curitibano. Apesar de todo vigor dos 26 anos de Alison, é o equilíbrio entre a juventude e a experiência que tem feito da dupla imbatível nos Jogos de Londres. Nas quartas de-final, contra a dupla polonesa Prudel e Fijalek, o jogo foi tenso. Alison se mostrava temperamental, mas Emanuel soube ser preciso e decisivo e os brasileiros venceram no tie-break por 17 a 15. Na semi, o jogo foi mais tranquilo, mas não dá para relaxar. “A final olímpica é outro jogo. Temos que entrar no jogo realmente como se fosse a última partida da nossa vida. Acho que é isso que eu tenho que dizer a ele”, disse Emanuel após a vitória desta terça. Mesmo se não levar a medalha de ouro nessa Olimpíada, a contribuição de Emanuel para o vôlei do Brasil já está feita (até mesmo na formação da próxima geração de novos medalhistas).

O curitibano Emanuel Rego tem 39 anos, 18 deles dedicados à areia

Jeff Gross/Getty Images

o final da partida com a Noruega, uma das jogadoras mais abaladas com a eliminação era a experiente goleira Chana Masson, de 33 anos. Assim que o relógio zerou, ela se jogou na quadra e chorou. “Para mim, é uma grande decepção. O que podemos levar dessa Olimpíada? É uma grande tristeza, tínhamos o jogo na mão, era o nosso momento e não soubemos aproveitar”, comentou a normalmente vibrante arqueira. “Foi triste e decepcionante”, lamentou a ponteira Alexandra. “Por mais que estejamos cansadas de ficar no quase, temos que tirar lições e já projetar as futuras competições, como o Mundial e o Rio 2016, onde com certeza brigaremos por medalha”.

Ryan Pierse/Getty Images

Lágrimas e projeções para 2016 N

n não chora, chana... Time fez história

n professor Emanuel passa tranquilidade ao parceiro Alison



jornal placar | quarta-feira, 8 de agosto de 2012

18

Boxe n ao ouro Adrizinha quer o lugar mais alto do pódio

n ao nocaute

alexandre battibugli

Washington Alves/AGIF/COB

Judoca tenta a mesma sorte do irmão, Esquiva, e ir às semis

Yamaguchi busca revanche e medalha Brasileiro tem duelo difícil nas quartas de final, contra o campeão mundial dos meio-pesados; Adriana Araújo, com o bronze já garantido, tenta passar à final no feminino Por Marcos Sergio Silva, de Londres

C

om duas medalhas de bronze garantidas (elas ainda podem se transformar em prata ou ouro), o Brasil sobe hoje mais uma vez ao ringue da ExCel Arena, em Londres, para tentar o seu terceiro pódio na modalidade. O homem da vez é Yamaguchi Falcão, na categoria meio-pesado. O adversário, no entanto, assusta. É o cubano Julio La Cruz Perazza, atual campeão mundial da categoria. Perazza ganhou o título justamente contra Yamaguchi. A luta

de hoje, no entanto, pode ser a chance de o brasileiro empatar o duelo com o cubano: até agora, em três disputas, Perazza venceu duas, e Yamaguchi, uma. “Estou no mesmo quarto que ele. E posso dizer que a confiança dele está 100%. Ele lutou três vezes contra esse cubano, perdeu duas e ganhou uma. Tem grande capacidade de vencer essa luta e trazer mais uma medalha para o Brasil”, disse Esquiva Falcão, irmão de Yamaguchi e que disputa na sexta a semifinal na categoria peso médio contra o britânico Anthony Ogogo. “É uma luta difícil, mas ele tem

boas condições de ganhar.” Esquiva já tem a medalha de bronze garantida, assim como a pugilista brasileira Adriana Araújo, que luta hoje por um lugar na final. Esquiva e Yamaguchi são de uma família de 18 irmãos. Quatro deles lutam boxe por influência do pai, Adelgar Falcão, conhecido no mundo do boxe nos anos 60 como “Touro Moreno”. “Vou ligar para o meu pai para sentir a vibração. O Yamaguchi também. Meu pai deve estar pulando feito pipoca. A confiança dele 100% foi na gente. Ele dizia: ‘tenho duas cartas na manga. Se não for um,

vai ser outro. Agora podem ser os dois’. Vou estar aí, torcendo pelo Yamaguchi”, dise Esquiva. Para o técnico da equipe brasileira, o caboverdeano João Barros, embora a luta contra o cubano seja a mais complicada das quartas de final, Yamaguchi tem condições de vencer. “Treinei o Yamaguchi na Vila. Ele está muito bem. Centrado, bem focado. Fizemos deslocamentos laterais para pegar o Julio no contra-ataque. Adriana no ringue Antes de Yamaguchi entrar no ringue, a brasileira Adriana Araújo

BMX

tenta confirmar a boa sequência de lutas (venceu as duas que disputou até agora) contra a russa Sofia Ochigava na categoria peso leve (até 60 kg). Se vencer, ela disputará o ouro amanhã, na ExCel Arena. “Perdi para ela no Mundial (de 2011, em Baku, no Azerbaijão). Mas cada luta é uma luta. Conta muito o psicológico, e eu me preparei para estar aqui. Tudo será mais complicado, porque todos estão lutando por medalha. Se vencer, já teria conquistado a prata. As coisas ainda estão acontecendo. O bronze está garantido, mas ainda tem a medalha de prata e a de ouro.”

hipismo

Modalidade faz sua segunda participação olímpica e tem dois brasileiros na disputa

Final do salto tem dois brasileiros

C

A

omeça hoje o BMX — modalidade do ciclismo que participa dos Jogos desde Pequim 2008. Nesta edição, serão 32 homens e 15 mulheres na disputa. Squel Stein e Renato Resende são os primeiros representantes brasileiros no BMX olímpico. Na última Olimpíada, Māris Štrombergs, da Letônia, e Anne-Caroline Chausson, da França, foram os primeiros campeões. A partir das 11h, cada ciclista vai fazer uma tomada de tempo na pista, localizada próxima ao velódromo, no norte do Parque

Olímpico. Depois, os atletas serão divididos em quatro grupos com oito para a disputa das quartas de final, no caso dos homens, e em um de oito e outro com sete – no caso das mulheres, que disputam direto a semifinal. Para os homens, a competição de verdade começa amanhã, nas quartas de final. Dos 32 atletas, apenas 16 se classificam para a semi. Entre as mulheres, as 15 disputam a semifinal, também amanhã, e oito vão para a final. As disputas de medalha, tanto no masculino, quanto no feminino, serão nesta sexta (10).

Phil Walter/Getty Images

Brasil estreia no BMX

n The quick FIl irit wisl do odolorperci blamcortio dolore

final individual de saltos no hipismo acontece hoje, a partir das 8h, no Greenwich Park. E dois brasileiros ainda estão na disputa por medalha: Álvaro Affonso de Miranda Neto, mais conhecido como Doda, e seu cavalo, Rahmannshof’s Bogen, e o medalhista de ouro na mesma modalidade em Atenas 2004, Rodrigo Pessoa, que monta Rebozo. Doda se classificou para a final na 11ª colocação e teve oito pontos de penalidade na última rodada. Pessoa passou na 25ª posição, com 10 pontos de penaliza-

ção na última entrada na pista. José Roberto Reynoso foi eliminado nessa rodada, após problemas com a ferradura de seu cavalo, Maestro St. Lois, antes da prova. Agora, para a etapa final, os pontos são zerados e todos os 35 classificados têm chances de ganhar o ouro. A final é dividida em duas fases. Na fase A, os 20 melhores cavaleiros, baseando-se nas apenas nas notas desta fase, se classificam para a fase B. As notas dessa etapa são somadas com as da fase A e, assim, são determinados os três primeiros colocados.



jornal placar | quarta-feira, 8 de agosto de 2012

20

Ginástica

London Calling Por Giancarlo Lepiani, de Londres

Immigrant Song

n arthur, o gigante Curtindo o ouro e, claro, Londres

Wander Roberto/Rio 2016

“A ficha ainda não caiu”

A

Nascido na Somália, “Mo” chegou a Londres apenas aos 8 anos

Um dia depois de entrar para a história da ginástica brasileira, Arthur Zanetti ainda não acredita que conquistou a medalha de ouro nas argolas

Por Simone Tobias, de Londres

Para conquistar o resultado, treinos à exaustão fizeram a diferença, mas não foram determinantes. Controlar a ansiedade também colaborou para o resultado. “O preparo psicológico tem que existir sempre. Qualquer atleta aqui tem uma chance de medalha, mas quem ganha é quem merece”, afirmou referindo-se também aos atletas que eram cotados como favoritos, mas deixaram a olimpíada. Muito assediado pela imprensa, ele diz ainda não ter dimensão da repercussão que a vitória olímpica vai trazer para sua vida. “A minha ficha ainda não

A

pós entrar para a história da ginástica olímpica brasileira ao conquistar a primeira medalha de ouro, Arthur Zanetti, de 22 anos, conversou com a imprensa, em Londres. Muito discreto e com respostas curtas, foi recepcionado com honras que um campeão olímpico merece. “Eu trabalho forte desde 2007 e minha evolução foi acontecendo com o passar das competições. Fui subindo degrau por degrau, sem pressa. A cada competição fazia minha parte”, disse o atleta.

caiu. Talvez isso aconteça quando eu voltar para o Brasil”, disse o atleta. Arthur, porém, não terá tempo de descansar muito ou comemorar relaxadamente a medalha. Quando voltar para o Brasil, ele já retomará os treinos. “O nosso planejamento ainda não está fechado, tem etapas da Copa do Mundo para disputar. Então, tem que voltar a treinar. As Olimpíadas são só uma etapa. Ele vai ter um dia de descanso para entrar no fuso de novo, e depois, voltar ao trabalho”, disse Marcos Goto, seu exigente treinador.

Levantamento de peso

Brasileiro é eliminado, mas não perde o humor

C

n ternurão

Mike Hewitt/Getty Images

Fernando Reis cai ao tentar vaga na final

Lars Baron/Getty Images

ampeão pan-americano da categoria acima de 105 kg, o halterofilista brasileiro Fernando Reis ficou em quarto no grupo B ontem e não avançou para a final. Uma lesão no joelho o fez desistir quando já havia levantado um total de 400 kg. Antes, em uma das tentativas, ele falhou e acabou caindo. Carismático, levou a queda no bom humor, fazendo até uma reverência à plateia em seguida. “A minha Olimpíada é a de 2016”, avisou o simpático atleta de 22 anos e 140kg, que acabou em 12ª lugar.

Batalha de Trafalgar, em 1805, foi a mais marcante das numerosas vitórias navais do império britânico. O Almirante Nelson ganhou o confronto, perdeu a vida e virou estátua numa praça bem no coração de Londres — Trafalgar Square. Entre os combatentes do lado britânico estavam muitos imigrantes, incluindo os marinheiros nascidos numa antiga colônia africana, a atual Somália. Para eles não sobraram memoriais ou honrarias. Os somális formam uma das mais antigas e numerosas comunidades de imigrantes da Grã-Bretanha. São, também, alvos dos grupos políticos favoráveis a um controle mais rigoroso da imigração no país. Durante esta Olimpíada, porém, o exército britânico na disputa por medalhas tem como uma grande arma um atleta nascido em Mogadíscio, criado no Djibouti e trazido a Londres apenas aos 8 anos, quando não falava uma só palavra de inglês. Mohammed Farah — que virou “Mo” — foi campeão olímpico nos 10.000 metros rasos e tenta mais um ouro nos 5.000, cujas eliminatórias são disputadas hoje. Muçulmano devoto, casado há dois anos, futuro pai de gêmeas — a mulher, grávida de oito meses, carregou o barrigão para a pista do Estádio Olímpico para abraçá-lo após a vitória de sábado — Farah foi questionado sobre se não tinha vontade de defender as cores da Somália na Olimpíada. “Olha, mate“, disse, usando uma expressão bem britânica, “o meu país é este aqui”. Ontem, outro astro britânico do atletismo apareceu no Estádio Olímpico. Phillips Olaosebikan Idowu, filho de nigerianos, excampeão mundial do salto triplo e favorito a uma medalha em Londres, acabou saindo da disputa logo nas eliminatórias. Idowu, 33 anos e vários piercings nas orelhas e no rosto, tentava se recuperar de uma lesão. Só não desistiu da prova porque é um dos ídolos do esporte britânico e uma das caras da Olimpíada, ilustrando outdoors espalhados por toda a cidade. O descendente de africanos só perde para a filha de um jamaicano no quesito exposição publicitária na capital olímpica. Jessica Ennis, rainha do heptatlo e queridinha da torcida, é o resultado do casamento de um negro caribenho com uma branca inglesa. Três protagonistas com histórias tão diversas são peças que se encaixam muito bem no roteiro destes Jogos. Na capital olímpica, convive-se o dia inteiro com indianos, paquistaneses, chineses, vietnamitas, marroquinos e, claro, brasileiros. Um entre cada oito habitantes da Grã-Bretanha é nascido em outro país — e essa proporção é ainda maior em Londres, a cidade mais cosmopolita da Europa. Como em qualquer metrópole de um país rico, ela vive entre as queixas de quem se incomoda com a presença dos estrangeiros e a certeza de que não conseguiria funcionar não fosse a mão de obra fornecida por eles. No decorrer dos Jogos, as reclamações de quem torce o nariz para o multiculturalismo da Londres atual andam sumidas. A Olimpíada, um microcosmo da glória e do drama humanos, ajudou a mostrar aos britânicos que, nas pistas como na vida, mais forte é a tropa com mais e melhores soldados. n farah “olha, mate, meu país é este aqui”



jornal placar | quarta-feira, 8 de agosto de 2012

22

radar olímpico n brothers Alistair e Jonathan vão ao pódio

Após ouro, Murray vira selo

Camaroneses desaparecem

S

ete atletas camaroneses que disputaram os Jogos de Londres sumiram da Vila Olímpica e estão sendo procurados por dirigentes da delegação do país. São cinco boxeadores, um nadador e uma goleira do time de futebol. Há a suspeita de que eles tenham fugido para pedir asilo em algum país europeu. Não é a primeira vez que atletas de Camarões somem durante eventos esportivos internacionais. Já foram registradas várias deserções de atletas durante torneios de futebol.

Bolt quer jogar no Manchester

T

orcedor fanático do Manchester United, da Inglaterra, Usain Bolt revelou no Twitter que seria impossível para ele recusar um convite do técnico Alex Ferguson para fazer um teste. “As pessoas acham que eu estou de brincadeira, mas se Ferguson me convidasse, seria impossível dizer não. Eu seria o jogador mais rápido do time, mas sei que posso jogar bem. Eu gostaria muito de descobrir o que eu poderia fazer se tivesse a chance”, disse o bicampeão dos 100 m rasos.

Paul Gilham/Getty Images

Irmãos britânicos dividem pódio no triatlo

Saltadora pedida em casamento

Na mesma prova, brasileiros terminam em 36º e 44º lugares

D

ois irmãos britânicos dominaram a prova de triatlo ontem pela manhã. Alistair e Jonathan Browlee terminaram, respectivamente, em primeiro e em terceiro. E só não fecharam com ouro e prata porque Jonathan levou uma penalização. A prova consiste em 1,5 km de natação, 43 km de ciclismo e 10 km de corrida, em pleno Hyde Park de Londres. O Brasil tinha dois representantes na competição, Reinaldo Colucci e Diogo Sclebin. E os dois ficaram bem longe do pódio. Colucci terminou a prova em 1h50m59, no 36ª lugar (uma posição melhor que em Pequim 2008). Ele pecou na natação, como há

quatro anos. Seu melhor momento foi no trecho de bicicleta, que fez em 58m47s, chegando a ficar na 29ª posição. Em sua estreia olímpica, Sclebin chegou na 44ª posição, com 1h51m51s. O brasileiro saiu-se bem primeira fase prova, nadando em 18min10s, mas teve piora durante as voltas do ciclismo, recuperandose um pouco na corrida final. O britânico Alistair Browlee cruzou a chegada em 1h46min25s. Jonathan, seu irmão, em 1h46min56s. Entre eles, no pódio, o espanhol Javier Gomez, que fez toda a etapa a pé colado nos dois e foi beneficiado pela punição de 15 segundos ao britânico com o bronze.

medalha de ouro

n Vai para a remadora italiana Josefa Idem. Só o fato de ela disputar os Jogos de Londres aos 47 anos já lhe garantiria uma distinção. Ms é preciso ressaltar que esta é a oitava olimpíada da carreira de Josefa, nova recordista em participações femininas. De quebra, Jô vai tentar seu segundo ouro olímpico na canoagem, na categoria K1 500 m. Estreante em Los Angeles 1984, a italiana conquistou sua primeira medalha de ouro em Sydney 2000. Em Londres, ela terminou a fase semifinal em primeiro lugar de sua bateria, com o tempo de 1m52s232, à frente da inglesa Rachel Cawthorn (1m52s542).

M

Valterci Santos/AGIF/COB

brasileiro Cesar Castro ficou fora da decisão de medalhas do trampolim de 3 metros, do torneio olímpico de saltos ornamentais. Apenas os 12 atletas com maior pontuação avançam à final, com o 13º e 14º colocados na lista de espera. Ontem, Castro saltou seis vezes e alcançou 388.40 pontos, ficando na 17ª e penúltima posição da semifinal. O brasileiro começou bem a semifinal, obtendo boas notas até a metade da prova e conseguindo se manter entre os 12 primeiros saltadores. Mas um erro na quarta tentativa acabou comprometendo o desempenho do atleta.

tenista Andy Murray acaba de ser homenageado por sua cidade natal, Dunblane, na Escócia, com um selo postal comemorativo à conquista da medalha de ouro olímpica no tênis. Murray venceu o torneio masculino de simples ao derrotar o suíço Roger Federer, na final. A vitória de Murray quebrou um jejum da Grã-Bretanha no tênis olímpico que já durava 104 anos.

esmo após a frustração pela perda do pódio olímpico, a britânica Holly Breasdale vai guardar o dia da final do salto com vara, na segunda-feira, com uma boa lembrança. Ela foi pedida em casamento pelo namorado Paul Bradshaw logo após a prova. “6ª na olimpíada e Bradshaw me pediu em casamento. Dia épico!”, postou a saltadora no Twitter.

100 m rasos bate recorde no Twitter n reinaldo Longe do pódio

medalha de lata

David Moir/ reuters

O

Quinn Rooney/Getty Images

Cesar Castro fica em 17º nos saltos

O

U

sain Bolt levou o ouro mas não bateu o recorde dos 100 rasos. Coube à TV e às redes sociais estabelecerem novas marcas, mas de audiência. No caso do Twitter, foram registrados nada menos que 2.360 mensagens por segundo, com menções à competição. Segundo dados do website theuksportsnetwork.com, o pico do tráfego do Twitter aconteceu 33 segundos após Bolt cruzar a linha de chegada, vencendo a prova. De acordo com a empresa Starcom MediaVest, os usuários chegaram a tuitar 105 mil mensagens por minuto, quatro vezes mais que o registrado durante a cerimônia de abertura dos Jogos.

Brasil fora na canoagem n Vai para o técnico Luis Milla, demitido ontem pela federação espanhola de futebol por conta do fiasco da seleção olímpica do país nos Jogos de Londres. Pior do que ter sido desclassificado ainda na fase de grupos, com direito a derrota para Honduras, foi a arrogância do treinador. Eliminado, ele fingiu não se incomodar com o fiasco e disse que a Fúria tinha mostrado um belo futebol nos Jogos, apesar de não ter vencido nenhum jogo e não ter feito nem um gol. O castigo veio ontem. Junto com ele, caiu também o preparador físico Juan Carlos Martínez Castrejo.

A

dupla brasileira Erlon Silva e Ronilson Oliveira não conseguiu avançar para a final principal da categoria C2 1.000 m da canoagem olímpica. Ontem, eles disputaram as semifinais, obtendo o segundo lugar de sua bateria, fechando a prova em 3m41s014. O tempo, porém, não foi suficiente para garantir a dupla na decisão por medalhas. Com o resultado, os brasileiros voltam para a final B, que define entre o nono e o 14º lugares.


jornal placar | quarta-feira, 8 de agosto de 2012

fotos getty images; reuters

cenas olímpicas

23

n ESPADA A alemã Britta Heidemann se solta ao passar à final da modalidade

Êxtase olímo, upm iacbraoço

n AOS CÉUS O ginasta

o, Um grit punho erguid , um São coletivo oro incontido. s a h um c s as maneir muita lebrar uma de ce ria. vitó

Arthur Zanetti e seu técnico, Marcos Goto explodem ao ver a chegada do ouro

n HISTÓRIA A boxeadora Adriana Araújo desaba de alegria ao garantir a medalha

n AAAAHHH! O tenista japonês Kei Nishikori, que parou nas quartas

n GRATIDÃO O boxeur tailandês Chatchai Butdee saúda o árbitro após vitória pelos moscas

n PALMINHA O time de vôlei dos EUA celebra mais um ponto

n ALÍVIO A dupla sul-coreana Yong Dae Lee e Jae Sung Chung se ajoelha ao ganhar o bronze no badminton

n CATARSE

n CONSEGUI!

O desabafo da holandesa Mariane Voss após vencer a última prova

O sorriso de Ryosuke Iri, bronze nos 100 m costas

n O cavaleiro alemão Michael Jung, na prova de saltos, no hipismo


Estamos juntos na torcida pElo Brasil Em londrEs Presença lado a lado com o esporte brasileiro

A Sadia apoia o esporte para inspirar você a praticar uma vida mais gostosa

Patrocinador da beleza, também no esporte

Desenvolvido com dentistas. Ajudando a melhorar a saúde bucal de atletas

Em cada movimento. Em cada conquista

Vem ser [Optimus] com a gente

Compartilhe cada conquista. Compartilhe cada momento

Na torcida pelo Brasil em Londres 2012


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.