tEstE kaWasaki concours 14
CoNfoRto de pRimeiRa em veloCidade de CRuzeiRo
edição 628 mElHor compra kaWasaki concours 14 kaWasaki ninja 250r x kasinski comet gt 250r x dafra roadwin 250r suzuki boulevard m1500r
66 motos Em 26 catEgorias Nossa seleção para você acelerar a decisão
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www. qrmoto . com . br
HarlEy-davidson street glide 1700
mElHor compra 2012
edição 628
E mais:
Esportivas dE bolso
duElo das 250: NiNja, RoadwiN e Comet Gt-R
H-d strEEt glidE 1700 suzuki boulEvard m1500r técnicas dE pilotagEm
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mAnUAl DO pROpRieTáRiO P Na ponta do lápis, a moto de cada categoria que mais vale a compra | POR Eduardo Viotti
ara ajudá-lo na hora de dizer o “sim” para a moto pretendida, apontamos 26 modelos, um por segmento de mercado, que se revelam como as melhores opções. Além dos dados objetivos como preço (da tabela Fipe/USP), desvalorização após um ano de uso, valor de seguro e franquia, número de revendas pelo Brasil e custo de um pacote de peças, consideramos os testes que realizamos e as impressões manifestadas pelos avaliadores sobre cada modelo.
Os valores de seguro foram calculados pela corretora Simplis (www.simplisweb.com.br) para um homem casado, de 30 anos, com um filho, emprego estável e garagem em casa e no trabalho. Mesmo que o perfil não corresponda ao seu, serve como comparação – o valor do seguro varia muito em função do perfil do segurado. E, finalmente, você também precisa saber que, mesmo tentando a maior objetividade possível, há sempre algo subjetivo, de gosto pessoal, em nossas escolhas.
eleição
rede
A hierarquia das indicações é resultado de votação entre os jornalistas e pilotos da redação
O número de revendedoras autorizadas da marca em todo o território nacional
peças preço
Os preços utilizados são os da Fipe/USP, de janeiro de 2012
desvalorização
Percentual da diferença entre o preço da moto zeroquilômetro e o da versão 2011
seguro
Preço do pacote padrão contendo manete do freio, pastilha do freio dianteiro, filtro de óleo e elemento do filtro de ar
Prêmio do seguro alto indica que é maior a chance de ser alvo de malfeitores
(1) PReço de fáBRIcA, Não coNstA dA PesquIsA fIPe (2) RefeRêNcIA PARA ANo/modeLo 2011/2011 (3) PAstILhAs de fReIo veNdIdAs em kIts (4) modeLo Não utILIzA eLemeNto de fILtRo de óLeo suBstItuíveL
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MELHOR COMPRA | scooter Até 150 cc
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º HONDA LEAD 110
6082 reais
O já naturalmente crescente segmento dos pequenos scooters urbanos ganhou competitividade, pela praticidade e mobilidade dessas maquininhas, e o consumidor se beneficiou amplamente com a adoção da injeção eletrônica também pela Suzuki Burgman 125. Apesar disso, a motoneta da Honda continua na frente, refletindo o comportamento do mercado. Embora tenha as peças mais caras dentre os competidores, a Honda Lead oferece o maior espaço sob o banco, bem mais generoso que o dos rivais, e tem nível tecnológico superior: mesmo a injeção de combustível que o modelo usa é melhor que a adotada pela concorrência. A maior rede de revendas e a menor desvalo-
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rização após um ano de uso definiram sua indicação como Melhor Compra. Tem rodas aro 12 polegadas e pneus estreitos e já está merecendo uma remodelação estética para assegurar a liderança do segmento no ano que vem.
BurgmAN i º suzuki 5972 reais
A Burgman 125 foi a dona do mercado de scooters no Brasil. No ano passado, apresentou-se renovada, sem para-lama dianteiro e com a desejada injeção eletrônica de combustível. Com seus pneus de aros de 10 polegadas, é presença constante nas ruas das grandes cidades. A versão atual tem bom espaço para bagagens e pequenos porta-obje-
tos, o que conta pontos a favor, além de pedaleiras metálicas exclusivas para o garupa (independentes da plataforma), o que aumenta seu conforto e sua segurança.
Motografia Rede autorizada 300 Peças R$ 94,14 Desvalorização (%) 14,51 Seguro R$ 2405,52 Franquia R$ 903,00
3
MOTOgRAfiA
Rede autorizada Peças Desvalorização (%) Seguro Franquia
1 177 R$ 152,25 (4) 11,77 R$ 2 682,96 R$ 920,00
primA 150 º kAsiNski 5 900 reais
O scooter de origem chinesa da Kasinski tem a maior cilindrada e os menores valores para o pacote de peças (quase um terço do custo da Honda), preço de compra, seguro e franquia. Em compensação, é o que mais desvaloriza após um ano de uso e o que oferece a menor lista de revendas. Também pesou contra sua eleição o fato de seguir utilizando o velho carburador.
Com maior porte e visual caprichado em dois tons, a Prima tem rodas aro 13, bocal de abastecimento no escudo e painel bem completo, o único a incluir conta-giros.
Motografia Rede autorizada 200 Peças R$ 53,00 Desvalorização (%) 20,91 Seguro R$ 2 078,54 Franquia R$ 892,00
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COMPARATIVO | KawasaKi NiNja 250R x DafRa Daelim RoaDwiN 250 x KasiNsKi Comet Gt 250R
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Japonesa Kawasaki vence as coreanas Dafra e Kasinski
DiSpUTA De TeRRiTóRiO
À espera da CBR 250R, que deve chegar em abril, as pequenas carenadas se enfrentam POR ISMAEL BAUBETA | FOTOS ChRISTIAn CASTAnho
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tEStE | KawasaKi ConCours 14
MAIS CRUZEIRO A Kawasaki Concours 14 prova que uma moto touring pode viajar bem rรกpido por Edu ZAmpiEri | fotos ChristiAn CAstAnho
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Posição confortável e potência de sobra para longas viagens
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teste | Harley-DaviDson FlHX Touring sTreeT gliDe 103
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Plano de voo
A Street Glide decola da cidade para flanar nas longas estradas | por EduArdo Viotti | fotoS MArco dE BAri
O
s americanos têm boas expressões para definir certas coisas. A língua inglesa os favorece, com sua estrutura sucinta e objetiva. “Open road”, por exemplo, é a sedutora ideia de viagens longas por estradas seguras, aquelas que quase sempre envolvem algum tipo de introspecção, mergulho interior. Na Street Glide, a experiência pessoal pode ser completada com a trilha sonora que você julgar mais inspiradora. Escolha a música, conecte seu MP3 (também CD ou rádio FM) e acelere – ela tem um belo sistema de som Harman Kardon, com dois alto-falantes e 20 watts por canal, 40 no total. Você ouve som ambiente
Carenagem “asa de morcego”: cara típica de Harley
– não estamos falando de fones de ouvido, proibidos por lei – com definição perfeita. Sim, a rua também ouve. Esse é o reino da Street Glide, quase uma contradição com seu nome, que faz referência às ruas. Em uma tradução meio esdrúxula, Street Glide poderia ser o “planador das ruas”, já que o verbo to glide é planar, deslizar, flanar por aí. Segundo a Harley, é o modelo da marca mais vendido no mundo. Não no Brasil, em que a Sportster 883 vende mais, seguida – e às vezes superada – pela charmosa Softail Fat Boy. A FLHX pertence à família das baggers Touring, as motos construídas sobre o maior chassi da lendária marca
A Street Glide inclina 29 graus para a esquerda (32 para a direita): é para pilotagem calma ABriL QUaTRo RodaS 61
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TécnicA | Estilos dE pilotagEm
A cURvA eSTá mAiS ReTA
Acelerar no início da curva era inimaginável nos anos 70, 80 e 90 | por Edu ZAmpIERI
D
epois que as imagens de Casey Stoner, Valentino Rossi e Ben Spies atravessando numa curva no circuito de Sepang, Malásia, caíram na rede, a manobra virou assunto dos maníacos por velocidade. Eles vinham derrapando de lado na tomada de curva, como um carro de rali. Tanto a Honda RC 213V de Stoner como a Ducati GP012 de Rossi e a Yamaha M1 de Spies estavam deixando marcas de pneu no asfalto e nitidamente cortando caminho diante do que seria o traçado “normal” daquela curva. Como instrutor de cursos de pilotagem há mais de dez anos, e ainda competindo em diferentes categorias de motovelocidade e super-
motard, fica mais fácil entender o que estavam fazendo. Mas não é fácil explicar: acelerar no início da curva contraria os princípios da física e também os dos pilotos de 30, 40 anos atrás. Tecnicamente, Stoner, Rossi e Spies estavam direcionando antecipadamente o vetor do movimento de maneira a ganhar tempo no cronômetro. Ahn? Vetor? Como assim? Imagine uma seta, que naquelas aulas de física do colégio (nas quais você ficava sonhando com motos e garotas) o professor chamava de vetor. Agora imagine que a moto é essa seta, que o piloto vem montado nela a 300 km/h na reta e tem de fazer uma curva o mais veloz possível para
ganhar tempo. Ainda não foi criada uma maneira de entortar o tal vetor de movimento e seu professor de física ficaria de cabelo em pé se você fizesse uma seta torta, mas os pilotos de motovelocidade atuais conseguiram pelo menos antecipá-lo e apontar a frente da moto para onde irão logo em seguida, compondo um movimento complexo. É uma situação normal em provas de rali de carro no gelo e corridas de dirt track em circuitos ovais, mas nesses dois casos o piso é escorregadio e facilita a manobra. Impossível pensar em fazer isso no asfalto seco com aderentes pneus slick. Porém, com mais de 250 cv, menos de 160 kg e braço de campeão mundial,
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1973: TT IlhA De MAn
Giacomo Agostini nem pneus radiais tinha. Repare no banco em cima da roda traseira e como ele está longe da roda dianteira.
1977: ASSen
Kenny Roberts (pai) foi o precursor em encostar o joelho nas curvas. Era tanta inclinação que o contato com o asfalto tornou-se inevitável.
Ben Spies em Sepang, de lado: os riscos no asfalto denunciam drift
é possível “dar motor”, entregar potência, escorregar de traseira e apontar a frente da moto – mesmo no asfalto seco. Não é uma escorregada de frenagem e sim de aceleração. Considerando a principal lei para ganhar tempo na pista – que é frear o mais tarde e retomar o acelerador o mais cedo possível –, com esse drift é possível acelerar cada vez mais adiantado na saída de curvas. Stoner e Rossi aceleram antes, logo na entrada da curva. Certamente também estão ganhando tempo no cronômetro. Como se faz isso? Depende de vários fatores, como potência, pneus, geometria de chassi e, principalmente, posição e técnica de pilotagem.
O italiano Giacomo Agostini, 15 vezes campeão mundial, competiu de 1964 a 1977 e venceu 122 GPs. O americano Kenny Roberts foi três vezes campeão mundial, em 1978, 1979 e 1980, e o australiano Michael “Mick” Doohan levou cinco títulos mundiais, de 1994 a 1998. Nenhum deles jamais acelerou no início da curva. Naqueles tempos, já era difícil acelerar na saída das curvas e certamente seria algo inimaginável fazê-lo na tomada. Ao avaliar os estilos de pilotagem na motovelocidade, de Agostini até Casey Stoner e Valentino Rossi, nota-se uma enorme diferença de posicionamento dos pilotos. Não é que os geniais Agosti-
ni, Roberts ou Doohan não tivessem o talento dos pilotos atuais. Nada disso. Mas é preciso levar em conta a evolução dos componentes ciclísticos e dos motores. As motos de Agostini e Roberts utilizavam quadros tubulares de aço, os tanques de combustível eram enormes e jogavam o piloto em cima da roda traseira, deslocando muito peso nessa parte da moto. Além disso, a potência era menor que o peso. Os pneus de Agostini nem radiais eram. Com o desenvolvimento de pneus radiais com compostos de borrachas superaderentes, Roberts foi o precursor em tocar os joelhos no chão e também um dos primeiros pilotos a colocar tacos (de madeira) fixados ao macacão. ABRIL QUATRO RODAS 67
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