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Título Original em Português Pensamentos Proativos
Título em Inglês Straightforward Thoughts
Hallage, Antonio Pensamentos Proativos / Antonio Hallage - Curitiba - Paraná - Brasil: 2016 1. Rotary. 2. Fundação Rotária. 3. Juventude. 4. Planejamento Estratégico. 5. Liderança. 6. Imagem Pública. 7. Desenvolvimento do Quadro Associativo.
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Impresso no Brasil
Capa e Design de Interiores: Lessa Bonato / planeja.com.br
Antonio Hallage Travessa Major Correia Lima, 10 - CEP 80210-250 Jardim Botânico - Curitiba - Paraná - Brasil e-mail: a.hallage@gmail.com 4
Prefácio Nós vivemos numa época onde a informação está disponível para todos. Todos os dias somos inundados por uma infinidade de artigos, jornais, e livros. Muitos deles nós gostaríamos de ler, mas algumas vezes é informação demais. Então, porque você escolheria este livro para ler? O propósito deste livro é organizar algumas informações importantes e transformá-las em artigos que foram cuidadosamente alinhadas. Mais precisamente, é um livro planejado por um engenheiro, pesquisado por um professor, discutido por um homem de negócios e escrito por um visionário. Eu digo que este livro foi planejado por um engenheiro, não por que o Hallage é um deles. Todos os artigos incluidos neste livro foram cuidadosamente escolhidos como o faz um engenheiro ao construir uma casa ou projetar um sistema. Cada tijolo é tão importante como a casa como um todo. Como um professor que sempre foi ele não escreveria uma linha sem uma intensa pesquisa para suportar o conteúdo desses artigos. Todos os artigos foram discutidos, considerando a experiência de vida de um homem de negócios que ele também é. Ele utilizou seus conhecimentos de macro e microgerência para incluir fatos da vida real que enriquecerão a experiência dos leitores. Finalmente, a introdução a este livro estaria incomplete se não fosse dito que ele foi escrito por um visionário que é também um poeta, fornecendonos informações que são facilmente projetadas em direção ao futuro. Tudo isto incorpora quatro décadas de trabalho altruístico de um leal e engajado Rotariano. Fatos importantes deverão ser repensados e poderão mudar a maneira que você enxerga o futuro. Eu lhe recomendo a começar a Pensar Proativamente. Tatiane Hallage Papp Ex-Presidente de Rotaract Club 5
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Introito para as páginas seguintes Conheci Antonio Hallage em 1996, durante a sua governadoria no Distrito 4730, quando pude melhor conhecê-lo face ao meu interesse pelo Rotary e ainda, quando da estruturação feita por ele de sua Conferência Distrital. Como bom engenheiro e empresário, aliados à sua larga experiência profissional e rotária, foi muito feliz no esquema organizacional do seu Distrito, inclusive em sua Conferência Distrital. Teve a gentileza de convidar-me para ser o aid do representante do Presidente da nossa Organização na sua Conferência; depois vim a saber que escolhido foi um amigo de Portugal, o Ex-Diretor Marcelino Chaves. Face a esta minha participação mais ativa, então me foi possível conhecer melhor as suas ideias e visões a respeito de Rotary. Aliás, deixou uma marca muito forte de Governador exemplar em todos os aspectos durante o seu ano, razão que tem feito uma carreira magnífica em Rotary, passando nestes quase vinte anos a ocupar posições, missões, e funções inúmeras e as mais variadas no Rotary International culminando como Diretor do Rotary e em seguida Curador da Fundação Rotária do RI. Durante todos estes anos, participando seguidamente de um número muito grande de eventos internacionais e em contato estreito com lideranças rotárias de vários países e regiões, teve sua abrangência rotária lapidada com brilho próprio, quase sempre interlocutor muito interessado e importante, no trato de assuntos os mais variados e abrangentes, comuns ao Rotary. Importante notar que não lhe passou desapercebida a oportunidade de ampliar seus conhecimentos, ideias e visões à respeito dos temas que sempre marcaram o desenvolvimento e o progresso do Rotary, formando assim, um cabedal de conhecimentos, vivencias, interpretações e tudo mais onde se assenta a atividade dioturna Rotária em todo o mundo. Por certo, isto lhe tem trazido uma visão ampla, com reconhecimentos provindos das mais diferentes origens internacionais, no que concerne à complexidade 7
que ao mesmo tempo contrasta com a simplicidade que bem marcam nossa Organização. Tenho para mim, que o Rotariano Hallage está preparado para servir ao Rotary em muitas dimensões, pois seu conhecimento Rotário, repito, é muito eclético. Nas páginas seguintes o leitor terá a oportunidade de aferir as maneiras, caminhos, estruturações, enfrentamento de desafios e principalmente sonhos que Hallage acalenta com muito amor para Rotary. Na sua grande internacionalidade e como a maior Organização Humanitária que temos notícias na Terra, de cunho não oficial, tem à sua frente, no entender do nosso presente autor, oportunidades que muitas delas são grandes desafios para atingir plenamente seus lídimos objetivos. De forma simples, para fazer menções entre um número grande de assuntos aqui tratados, poderiamos destacar a Fundação Rotária do RI com seu largo espectro de atividades, o uso de redes sociais para impulsionar Rotary e sua imagem publica a “Prova Quádrupla” como base de sociedades harmoniosas e entrelaçadas nos conceitos éticos da felicidade. Mais ainda: as virtudes que se espera de um rotariano chamando alto astral, o empreendedorismo rotário, aspectos filantrópicos dos programas rotários, o cumprimento de metas e objetivos por parte de clubes e rotarianos, a espiritualidade como base de todo empreendimento rotário, a felicidade alcançada por aqueles que podem doar e muitas e muitas outras atividades correlatas e afins, sempre em favor da elevação da dignidade do Ser-Humano, qualquer que seja a latitude ou longitude planetária, tudo isto e mais ainda, agasalhado por planejamentos necessários e convenientes a curto, médio e longos prazos, mudando assim paradigmas e evoluindo pensamentos e estratificações rotárias. Um destaque é necessário aqui adicionar: a preocupação constante que tem marcado nosso autor, com o futuro da nossa Organização lastreada, principalmente sobre a juventude em toda sua ampla diversidade, sempre tendo como partida a Família como célula mater. Antes de finalizar, desejo reproduzir um pensamento do Hallage que expressa à grandeza do seu perfil humano sobre a compreensão, um dos pilares da Fundação Rotária do RI: “A solidariedade tem o sentido de
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compreensão, que nos iguala a aprender com nosso semelhante, a respeitálo e elevar-lhe a dignidade, traço marcante dos rotarianos”. Meus parabéns Diretor Hallage por este magnífico presente. Constitui este compendio que agora nos é oferecido como meio legitimo para a certeza de um Rotary cada vez mais atuante, presente em suas comunidades e enriquecendo seus associados e, sobretudo, fazendo o bem.
Alceu Antimo Vezozzo Rotary International - Diretor 2001-03
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Agradecimentos Este livro é um sumário dos pensamentos e ideias que resultaram de debates nos cerca de oito últimos anos com diversos amigos em Rotary, dos quais muito aprendí. Agradeço a todos vocês. Algumas dessas ideias já foram publicadas, outras ainda não. Ao junta-las todas neste livreto, minha intenção é de poder compartilhá-las com você que está tendo algum tempo para lê-las. Minha intenção também é a de receber seus comentários em relação a alguns dos pontos que exploro, pois servirão para piramidarmos juntos sobre eles. Meu e-mail é a.hallage@gmail.com De uma forma muito especial agradeço meus filhos pelo tanto que me incentivaram e que sempre me emocionam com seus exemplos e tolerância. Estou usando este espaço para agradecer principalmente à minha esposa Rose, por seu apoio permanente, durante nossa vida juntos e durante as longas horas que tive que dedicar a este trabalho. Ela é também meus olhos, meu coração, meu ar. Sempre me erguendo quando estou um pouco para baixo e me trazendo de volta a Terra quando tento voar um pouco mais alto. Muito, mas muito obrigado.
Antonio Hallage
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Agradecimentos Ă minha famĂlia que sempre me apoia
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Tabela de Conteúdos Os desafios da Fundação Rotária de Rotary International................ 19 As Redes Sociais e o Universo Rotário - Parte 1.............................. 23 As Redes Sociais e o Universo Rotario - Parte 2.............................. 25 Rotariano Alto Astral ........................................................................ 29 A Fundação Rotária e o Desenvolvimento do Quadro Associativo - O voluntariado transformador .................. 31 Empreendedorismo Rotário .............................................................. 35 Superando as Disfunções .................................................................. 41 Os atributos de um bom projeto........................................................ 45 Fundação Rotária: o Farol do Rotary................................................ 47 O Fundo de Dotações: Nosso legado de gratidão ............................. 51 Os Lemas permanentes de Rotary - Sua História ............................. 55 A árvore do servir rotário ................................................................. 57 Quem promete ... tem que cumprir ................................................... 61 As lições do Titanic e do bamboo chinês ......................................... 65 Quem não tem mãos para dar … não tem mãos para receber .......... 67 A Espiritualidade, Rotary e Nossa Fundação Rotária ...................... 71 A Fundação Rotaria e o Desenvolvimento de Rotary ...................... 75 O Prazer de Doar: A ABTRF como Instrumento ............................. 79 Planejamento a Longo Prazo em Rotary .......................................... 83 A Evolução do pensamento: mudando paradigmas .......................... 89 A Juventude e seu Futuro em Rotary ................................................ 93 A Evolução sob a Ótica da Diversidade ........................................... 99 15
A Família Rotaria no Servir ............................................................ 103 A marca Rotary e a nossa imagem ................................................. 107 A Renovação da Evolução .............................................................. 111 ABTRF A Fundação Rotária no Brasil ........................................... 115 Área de Atuação ou Território - Um Estudo de Caso ..................... 119 As Lideranças em Rotary International e o Futuro ......................... 123 As várias faces do Servir Rotário ................................................... 131 Composição do DNA rotário e sua possível evolução ................... 135 Os 5 sentidos e a missão de um Diretor ou gestor de Rotary ......... 139 Fidelidade em Rotary ...................................................................... 141 Liderança Sustentável ..................................................................... 145 O Clube de Rotary: um Centro de Eficiência no Servir ................. 149 O Desenvolvimento de Rotary........................................................ 153 O Futuro do Rotary em nossas mãos .............................................. 157 O Navio de Rotary .......................................................................... 163 Os Pescadores de Seres Humanos .................................................. 167 Por uma Cultura de Paz .................................................................. 171 Reconectar com .............................................................................. 175 a Comunidade ................................................................................. 175 Serviços Profissionais: A Avenida da Excelência .......................... 179 Transformando Informação em Conhecimento e em Ação ............ 185 Uma Nova Linguagem .................................................................... 189 A Administração e a Formação de Lideranças em Rotary International .................................................................. 193 Como admitir um Novo Associado de Forma Permanente ............ 203 16
Transformando Doadores em Parceiros (e Parceiros em Doadores) .............................................................. 205 Água: Uma perspectiva Internacional ............................................ 207 Gerenciando Organizações Sem Fins Lucrativos (Terceiro Setor) ............................................................................... 215 Ampliação da Relevância da ABTRF............................................. 219 Você faz a diferença?...................................................................... 221 O Martelo nas Reuniões de Rotary ................................................. 225 Características da Liderança em Rotary ......................................... 229 E o sonho continua ......................................................................... 237
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Os desafios da Fundação Rotária de Rotary International Atualmente e em direção ao futuro há uma série de desafios que temos que enfrentar como organização. Comento em seguida, de forma suscinta alguns dos mais importantes, não classificando-os em ordem de importância. Simplificação dos procedimentos - Um grande passo já foi dado com o estabelecimento da nova estrutura de subsídios. Da análise por um período da aplicabilidade desses procedimentos que inicialmente reduziram as várias modalidades de subsídios a apenas duas, permitiu também a maior brevidade em sua aprovação e a concentração dos mesmos nas seis áreas de foco. Disso resultará no seu aprimoramento para atender as necessidades da comunidade, de modo a que haja continuidade nos serviços prestados, após o término da aplicação dos recursos dos projetos (sustentabilidade). Definição de métricas nas seis áreas de enfoque - Permitirão avaliar os projetos quanto ao seu impacto na comunidade, a sua sustentabilidade e o seu valor e não apenas seu custo. Estas métricas permitirão a comparação da efetividade da aplicação dos projetos e garantirão o estabelecimento de padrões de execução e de repetibilidade dos mesmos. Manter elevados os objetivos do Rotary International e de sua Fundação Rotária - Mais que um instrumento de caridade, a Fundação Rotaria deve continuar conseguindo melhorias tangíveis na qualidade de vida de milhares de pessoas no mundo desenvolvendo 19
assim o verdadeiro sentimento de solidariedade. Ficará assim claro este objetivo da nossa organização que se cristaliza no avanço da paz e compreensão entre os povos e nações. O desafio do desenvolvimento - A semente lançada em 1917 começou realmente a crescer a partir de 1947, mas de lá para cá seu crescimento foi espantoso. Em termos de arrecadação, função da generosidade dos Rotarianos e daqueles que conseguimos inspirar, temos batido recordes ano a ano nas contribuições ao Fundo Anual, e apreciado o crescimento do Fundo de Dotações cujo objetivo é atingir um bilhão de dólares até 2017 - ano do centenário de nossa Fundação - devendo atingir esta marca que garante um futuro sólido às nossas açoes, antes mesmo do prazo previsto. Além disto, os desenbolsos tem sido administrados visando um aprimoramento constante da eficiência, com cerca de 89% deles sendo aplicados diretamente nos projetos. Somos com orgulho reconhecidos com pontuação máxima pelos principais órgãos de avaliação internacional de fundações (Charity Navigator e Institute of Philantropy) O desafio da eficiência organizacional - Com a permanente atuação na otimização da gestão corporativa interna e a distribuição equitativa do apoio organizacional. As parcerias inteligentes - Com a finalidade de estabelecer pontes de ligação entre boas ideias e grandes projetos, estamos qualificando e estabelecendo critérios para a seleção de parcerias que permitam aos parceiros elegidos o exercício de sua responsabilidade social. Ao atrair parceiros fortes estaremos oferecendo a eles à confiabilidade de nossa organização, a ubiquidade de seus clubes, a capacidade de realizar projetos sustentáveis a custos baixos e que atendam as necessidades da comunidade.
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O desafio da sustentabilidade financeira - As modalidades adotadas de financiamento e arrecadação de recursos tem sido aprimoradas, auxiliando eficazmente o financiamento de projetos com baixos custos operacionais e permitindo grande imunidade à flutuação dos mercados financeiros. Estes modelos tem sido analizados e aprimorados. A erradicação da Polio - Cumprir promessas difíceis exigem estratégia, atenção total e grande desprendimento para realizar as mudanças nela contidas. Não podemos parar de acreditar no nosso compromisso com a humanidade e completar nossa caminhada. Este esforço final está sendo recompensado. Quem promete ... tem que cumprir. Quem mais demora a cumprir uma promessa é quem a cumpre com maior rigor.
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As Redes Sociais e o Universo Rotário - Parte 1 Mais de cinquenta redes sociais são hoje identificadas entre as mais utilizadas e tem as mais diferentes finalidades e número de participantes os mais variados, chegando algumas delas como o Facebook a mais de um bilhão de usuários ativos. A popularização e o crescimento constante dessas redes imprimiram novas maneiras de relacionamento entre os seus usuários. É difícil encontrar nos dias atuais, alguém que não tenha ao menos um perfil nestas inúmeras redes abertas, passando consequentemente a fazer parte das atividades rotineiras das pessoas. Em Rotary estes relacionamentos implicam em uma dinâmica ainda não totalmente assimilada e que necessitam ser entendidos para, de um lado utilizar os benefícios dessa aceleração no relacionamento, como também a responsabilidade ética de seu uso correto, amadurecido e de forma que o bom senso do relacionamento diário se torne ainda mais importante e válido no ambiente virtual criado pelas redes sociais. Em relação à Fundação Rotária, por exemplo, podem ser canais muito valiosos de aprendizado, relacionamento e networking. Encontrar parceiros e mantê-los informados quando emparceirados em projetos subsidiados, fica enriquecido e agil, ampliando inclusive o conteúdo das informações trocadas. A divulgação de projetos realizados e com excelente impacto na comunidade devem ser inseridos nas redes sociais e contribuir assim para a divulgação correta de nossa imágem, pois é através da divulgação do que fazemos em Rotary é que iremos atrair mais cidadãos responsáveia a se juntarem a nós. 23
Porém publicações nessas redes, feitas de forma descuidada e até irresponsável podem expor o usuário ou fatos e pessoas mencionadas nas publicações a uma situação incômoda e até ofensiva. As informações ou comentários publicados em sites de relacionamento, dado à abrangência dos mesmos e à velocidade de sua divulgação devem ser feitos com consciência e entendimento desses atributos. Os princípios éticos que são expressos na Prova Quádrupla e defendidos por nós Rotarianos, devem ser sempre levados em conta e até divulgados para o público com o qual temos contato e relacionamento, para exemplificar atitudes adequadas quanto ao uso indiscriminado dessas redes sociais. O alcance, portanto de uma informação virtualizada deve, em nosso caso, ser bem entendida tanto pelo Rotariano como pela nossa organização. Devem ser estabelecidos critérios e regras básicas de conduta. E observadas. É inadequado recomendar a quem quer que seja não fazer parte desses canais eficientes de comunicação. É imenso seu potencial e sua relevância na atualidade e também em Rotary. A questão que requer nossa avaliação permanente é de como utilizá-las e não gerar nem ter problemas no futuro em função do seu uso.
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As Redes Sociais e o Universo Rotario - Parte 2 Após termos cumprido a prmeira parte do Plano de Reformulação da Imágem Pública, envolvendo essencialmente o alinhamento visual e a unificação das logomarcas institucionais de Rotary de sua Fundação Rotária e de seus programas, que correspondem a cerca de 10 a 15% do Plano resultante do trabalho feito em conjunto com consultoria externa, vamos agora iniciar a parcela mais importante e de conteúdo denso de divulgação de nossa marca, programas e projetos realizados e esclarecimento efetivo de quem somos quais nossos propósitos, valores e princípios. Para que esta nova etapa seja efetiva, as redes sociais deverão ser utilizadas para o espalhamento desses temas e sua penetração junto a humanidade, que muitas vezes os desconhece. Devem através desses processos, reconhecer nos Rotarianos, líderes compassivos e com propósitos bem definidos, dispostos a arregimentar os recursos necessários e que estão comprometidos em contribuir com uma mudança positiva na comunidade a que servem, produzindo impacto em escala local e global. Desta forma os vários meios de comunicação devem ter seu processo de divulgação coordenado para não só falar a mesma linguagem e transmitir mensagens coerentes, mas também utilizarem-se de alguns aspectos fundamentais e comum a todas as midias, verdadeiros pilares de conteúdo, quais sejam: Manchetes Rotárias - com foco no que está ocorrendo por causa de Rotary e da atuação dos Rotarianos, anúncio de importantes projetos 25
completados e Rotarianos envolvidos, utilizando jargão que se aplique também ao público externo; Impacto Global - com foco nas seis áreas de enfoque, nas causas globais em que atuamos nas parcerias inteligentes estabelecidas e no que está sendo realizado em nível macro e que tenha impacto multirregional, nacional ou global; Impacto e envolvimento comunitário - Divulgando histórias atuais das realizações de quem faz Rotary acontecer (pessoas, clubes e iniciativas a nível micro) bem como o envolvimento da comunidade para a continuidade dos projetos implementados, principalmente os alavancados com subsídios da Fundação Rotária e seu valor para a comunidade (não apenas seu custo); Enriquecimento das audiências - Com foco na alimentação do crescimento individual, pessoal e profissional, sendo relevante para públicos Rotários, mas principalmente para públicos Não Rotários; Deverão ser desenvolvidos para o efetivo uso da midia, realizados por profissionais conhecedores da área de midia social, Plano de Comunicação e Marketing. São necessários para promover a ação Rotária com objetivos de, com a ampliação do conhecimento de quem somos e o que fazemos facilitar o recrutamento e engajamento de novos associados, a arrecadação de fundos para ser aplicado através da Fundação Rotária, o apoiamento ao esforço final necessário para a erradicação da poliomielite e o desenvolvimento de novos e continuados projetos nas seis áreas de enfoque. Além da atuação sistemática e frequente nas midias sociais virtuais e escritas, métricas devem ser utilizadas para determinar o impacto na ampliação da divulgação da marca Rotary a comparação com outras marcas e a análise de repercussão do conteúdo dessas mensagens.
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Os profissionais de comunicações do “staff” de Rotary e as revistas Rotárias, atuando em uníssono com este processo de utilização das midias sociais têm papel de liderança fundamental e ação coordenadora e profissional do conteúdo em suas áreas de atuação. Caberá também aos distritos Rotários um papel importante nessa estratégia de comunicação e marketing, através de profissionais qualificados em seus quadros.
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Rotariano Alto Astral Sempre que procuro imaginar o perfil do(a) Rotariano(a) que executa com especial desempenho os projetos subsidiados pela Fundação Rotária, ou que promove campanhas de arrecadação de fundos bem sucedidas, ou ainda efetua pessoalmente contribuições aos Fundos Existentes (Anual, de Dotações ou Pólio Plus), me vem à mente atributos de alguém que poderia ser chamado de Rotariano(a) Alto Astral. Que atributos são estes? Saliento alguns:
Chega sorrindo nas reuniões semanais do clube, cumprimenta a todos e lhes transmite bom humor; Todos gostam de sentar-se à mesa com ele(a), pois sempre tem um comentário proativo a fazer ou uma história interessante para compartilhar; Quando o clube está idealizando um projeto, ele(a) sempre tem uma ideia construtiva para contribuir para a sua efetividade; Não procura por cargos. É aspirado(a) para ocupa-los e dessempenha bem a função que lhe é delegada para exercer; Adquiriu o prazer de doar e também de doar-se no servir; Articula bem as ideias e as associa com facilidade às regras e procedimentos de Rotary e da Fundação Rotária, que estuda e conhece; Está sempre disposto(a) a ajudar de forma amável, interessada e sem querer impor-se; Faz rapidamente de um Rotariano um amigo, já que sabe que é mais difícil fazer de um amigo um Rotariano;
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Escuta com atenção e coloca-se com facilidade na posição de seu interlocutor com empatia; Procura utilizar seus talentos para fazer cada vez melhor, mesmo os projetos tradicionais em que seu clube está envolvido, na certeza de que com isso vai melhorar a vida de alguém;
Propaga nos seus círculos de relacionamento uma imagem positiva de Rotary, divulgando com propriedade realizações e projetos completados. Certamente você conhece alguém que possua a maioria desses atributos e você mesmo os possui em grande dose. Cada vez mais o Rotarismo necessita desse tipo de Rotariano(a). Procure entre os profissionais de seu relacionamento quem os possua e procure levar esta pessoa a juntar-se a nós, quer seja participando inicialmente de um projeto do clube, quer adicionalmente frequentando as reuniões. Analise estes atributos e veja quais deles você necessita aprimorar, para num trabalho conjunto com os demais associados e transformar seu clube num Clube Alto Astral. Contagie, ampliando suas conquistas, no desejo de ir além. Confirme a assertividade de seu padrinho ao escolhê-lo, procurando ser sempre um(a) Rotariano(a) Alto Astral.
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A Fundação Rotária e o Desenvolvimento do Quadro Associativo - O voluntariado transformador Há uma relação direta entre o Desenvolvimento do Quadro Associativo do Rotary International e a Fundação Rotária. Se o negócio do Rotary é fazer o mundo tornar-se um lugar melhor, transformar os seres humanos e mudar o paradigma de deterioração dos princípios e valores, lutando por manter vivos aqueles pelos quais lutamos, a Fundação Rotária, ao procurar fazer o bem no mundo se idertifica com o Rotary International em seu objetivo. E nem poderia ser diferente. Vale ressaltar que é preferível fazer parte de uma organização como o Rotary, que procura transformar o mundo em algo melhor, que fazer parte de uma multidão que assiste tudo “em cima do muro”. Ao desenvolvermos um projeto subsidiado pela Fundação Rotária, que vai na direção acima descrita estamos dando um grito de guerra à impassividade, à anomia. Desta forma e pelo resultado visível desses projetos, criamos condições de atrair outros cidadãos responsáveis socialmente da comunidade a se juntarem-se a nós, fazendo o melhor para satisfazer esta ansiedade que os atraiu inicialmente. Há uma grande diferença entre fazer o melhor e fazer o possível. Os Rotarianos precisam fazer o melhor e não apenas o possível, não só para o crescimento pessoal, mas sobretudo por dever ético e cívico.
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Uma das mudanças que vem surtido grande efeito no Desenvolvimento do Quadro Associativo é a promoção da admissão de novos associados através da participação em projetos, antes mesmo de ingressar nos clubes. O mesmo vem se dando ao se fazer uma umdança no processo de criação de um novo clube permitido que os potenciais Rotarianos que formarão este clube participem de um projeto dedicado à sua comunidade, antes de mesmo da constituição formal do clube. Estará neste processo ocorrendo algumas mudanças:
Permitindo aos novos sócios ou aos potenciais novos sócios que conheçam o que Rotary e sua Fundação permitem fazer, antes mesmo de entender o que o Rotary e sua Fundação Rotária são; Ao serem admitidos através de um projeto, estarão imaginando dede o princípio, outros projetos que, na sua intenção de servir, poderiam sugerir ao clube e que certamente ocupará seus próprios talentos, colocando-os em ação; Ao introduzir esta nova modalidade no processo de admissão estaremos resolvendo o problema da retenção na admissão, pois um associado admitido dessa forma não sairá facilmente do clube, nem deixará de utilizar os subsídios da Fudação Rotária para viabilizar projetos e metas de serviço mais ambiciosas e desafiadoras; A ampliação da postura de cidadão com visão local, para uma postura multinacional, ao perceber os efeitos que produzem a parceria internacional induzida que é possibilitada através dos subsídios globais; O entendimento do efeito das contribuições, com o aparecimento do sentimento de propriedade em relação à Fundação Rotária e ao Rotary, do qual somos associados e donos ao mesmo tempo;
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Estas mudanças podem de certa forma serem inovadoras, mas inovar é o caminho para transformar e transformar é melhor que somente ajudar. O conceito de voluntariado transformador envolve e compromete os cidadãos com o progresso de sua comunidade e até de sua nação e torna-se indispensável para o desenvolvimento.
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Empreendedorismo Rotário A ambição de fazer o bem, deve ser o sentimento do Rotariano empreendedor, e é sem dúvida a única coisa que conta. O Rotariano empreendedor é o que por seu protagonismo faz a diferença, assume riscos, pensa diferente e inova. Embora o termo empreendedorismo seja um termo novo nos dicionários este conceito começou a ser analizado sob os mais diversos ângulos desde o século XVII. Os projetos humanitérios e educacionais são os emprendimentos que permitem a realização dessas ações, principalmente quando alavancados pelos subsídios da Fundação Rotaria, utilizando não só o conhecimento das necessidades da comunidade a que servimos, mas também a capacidade de organizar o esforço humano necessário, arregimentar os recursos financeiros dos parceiros e às vezes até improvisar. A medicina da felicidade que é exercida pelo emprendedor Rotariano, implica em que ele aplique as habilidades de ideação, construção, gerenciamento e desenvolvimento de projetos com leveza, rapidez, exatidão, transparência e visibilidade. Estes valores ligados à execução de emprendimento tem na leveza uma característica essencial. Os projetos emprendidos pelos Rotarianos protagonistas devem ter uma estrutura de execução enxuta, com aproveitamento máximo dos talentos disponíveis entre os companheiros do clube e do distrito.
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O âmago da tecnologia da informação possibilita que estes projetos sejam conhecidos rapidamente e quase ao mesmo tempo, pelos seus diversos patrocinadores, quer sejam eles nacionais ou internacionais. A competição pelos recursos financeiros dedicados aos projetos filantrópicos tem disputa cada vez mais acirrada, principalmente pela falta de bons projetos que motivem quem neles quira investir. A exatidão resulta em atender com precisão as necessidades que originaram a elaboração do projeto, utilizar de forma sustentavel e adequada os recursos financeiros e materiais arrecadados, personalizar o serviço prestado e deixar o receptor dos benefícios do mesmo satisfeito. Esta exatidão está também relacionada à transparência da aplicação dos recursos de modo a serem facilmente auditados e rastreados. Cada centavo doado ao projeto deve ser diligentemente aplicado. A visibilidade é também necessária para que, ao divulgarmos o serviço que prestamos garantir também a propagação da verdadeira imágem da nossa organização ao público em geral. A imágem produzida por projetos concluídos. Articular de forma simples o que fazemos com os recursos arrecadados, aplicados e postos em serviço, é extremamente poderoso para conseguir novos parceiros e novos aportes para novos projetos. A multiplicidade de oportunidades de servir, deve animar pois os emprendedores Rotarianos a exercitar as qualidades e dons que levaram com que eles ou elas fossem pinçados como elementos expressivos da comunidade a se juntarem ao Rotary e exercê-los. Exemplos de empreendedores no mundo dos negócios são muitos. Um exemplo conhecido é Howard Schultz que morando em Nova York e trabalhando numa empresa de eletrodomésticos se apaixonou por uma empresa de Seattle que vendia café. Quando tentou ampliar 36
a visão de negócio para passar a comercializar a bebida café, falou com 242 investidores dos quais 217 lhe diziam que não iria funcionar. Tendo experimentado sucesso com uma pequena empresa, ele persistiu na ideia, comprou o controle da Starbuck original e a transformou com seu empreendedorismo numa empresa de faturamento multibilionário. Outro exemplo é de uma família de Goiás que começou um negócio envasando alho amassado com sal. Com o empreendedorismo de seus idealizadores surgiu a Arisco. A partir de alho amassado com sal. Há muitos Rotarianos empreendedores em nossos clubes e que temos que valorizar. Inclusive esta é uma das características que devemos procurar em Rotarianos em perspectiva e que venham somar com seu perfil visionário ou operacional, associar-se a nós compartilhando e animando a equipe de profissionais do clube. Acredite em suas ideias e seja um Empreendedor Rotário. A Fundação Rotária como a construtora da paz e da resolução de conflitos Tenho tido a oportunidade de participar da seleção de Bolsistas da Paz, homens e mulheres de todos os países do mundo que resolveram vocacionalmente, dedicarem-se à promoção da paz e auxiliar a resolução de conflitos. São já mais de 760 jovens extraordinários, que formaram-se a nível de mestrado nesta área, nos vários Centros Rotary Pró Paz e passam a atuar na Nações Unidas ou em órgãos de governo, ou mesmo em ONGs, promovendo um dos fundamentais objetivos de Rotary. São feitos extraordinários que cada Rotariano deveria procurar conhecer. É sem dúvida um dos mais importantes programas de Rotary.
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A Fundação Rotária como colimadora da ação Rotária através das áreas de foco As seis áreas de foco abrem um enorme leque de alternativas para o desnvolvimento da ação humanitária de Rotary. Sempre houve um questionamento de qual seria o próximo projeto corporativo de Rotary após a erradicação da polio. Muitas ideias têm sido apaixonadamente defendidas, quer seja na área da saúde, quer seja na área educacional. As áreas de foco foram criadas para abrigar todas estas vocações ou necessidades regionais e dar foco, continuidade e valor à nossas realizações. Ampliando o valor dos projetos e qualificando o seu conteúdo, além de estabelecer uma métrica de avaliação de seu impacto, procurou-se obter mais consistência em seus efeitos, para que fossem duradouros e replicáveis com sucesso, em outras comunidades. A sua, a nossa Fundação Rotaria e o Efeito Bumerangue O sentimento de propriedade em relação à Fundação Rotária cria um elo indissociavel com o próprio Rotary e garante a propagação de seus valores e princípios ao transformar a vida dos beneficiários dos projetos por ela subsidiados. Esta noção de que nós é que somos donos da Fundação, é que nos impele a chamá-la de nossa e cria obrigações de que devamos contribuir financeiramente e com nosso esforço em completar bons projetos, para seu desenvolvimento e nos orgulhar em relação aos resultados e com o reconhecimento por organismos de avaliação insuspeitos como a Charity Navigator, que a qualificou com nota máxima, comparando-a as maiores instituições caritativas do mundo. Isto traz à tona o importante efeito que se consegue ao fazer o bem sem olhar a quem. É o efeito Bumerangue, que garante que todo o bem que fizermos volta inevitavelmente para nós.
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Estas razões e muitas mais, nos permite afirmar com absoluta convicção de que a Fundação Rotária do Rotary International é, através da participação de cada Rotariano, o principal elo formador da corrente motivadora que impulsiona o desenvolvimento de Rotary
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Superando as Disfunções Uma equipe que pretende servir através da Fundação Rotária seja no nível de clube, distrital ou internacional pode estar sofrendo de algumas das principais disfunções de um grupo para ser efetivo. São elas: a ausência de confiança mútua, o receio do conflito, a falta de comprometimento, evitar assumir responsabilidades e a desatenção aos resultados. Como o trabalho em equipe é necessário e ao mesmo tempo difícil de mensurar, propomos alguns caminhos para uma análise de como sobrepujar algumas das disfunções típicas. Antes mesmo de iniciar qualquer análise, devemos nos perguntar: “Somos realmente uma equipe?” Uma equipe é em geral composta por 3 a 12 pessoas que tem propósitos e metas comuns e que compartilha os resultados e responsabilidades. Podemos a partir daí encontrar meios de analisar as deficiências e achar caminhos para superá-las. Desenvolvendo confiança mútua - Para uma equipe estabelecer uma efetiva relação de confiança mútua, seus membros devem estar dispostos a arriscar demonstrar suas vulnerabilidades e serem respeitados por isso. Ao compartilhar suas vulnerabilidades é desenvolvida uma empatia no grupo, que passa a entender que quando alguém discorda de sua opinião, isto pode ser resultante das diferentes experiências pessoais anteriores e as decisões consensuais ficam facilitadas. Administrando conflitos - O conflito, olhado pelo lado positivo, é essencial para a construção de uma equipe forte. Numa equipe em 41
que há confiança mútua o conflito é menos temido. Fortalecem a equipe os debates intensos, quando feitos de forma construtiva. Isto se dá se as metas a serem alcançadas forem coletivas e não pessoais e se as argumentações usadas não forem para alcançar vitórias nos debates, mas para garantir que tudo seja dito. Conseguindo comprometimento - Os conflitos, se bem administrados, permitem à equipe conseguir o comprometimento de seus integrantes. Dois elementos fundamentais e inter-relacionados permitem isto: a clareza e o consenso. O consenso implica em que cada participante da equipe tenha seus argumentos entendidos e entendido os dos outros, de tal forma que se chegue de forma majoritária a uma conclusão do tema em debate, que passa a partir daí a ser a opinião do grupo, embora não fosse à opinião original de alguns membros. A clareza por sua vez é conseguida quando são removidas as premissas ambíguas de uma situação ou decisão. Assumindo responsabilidades - Deriva de uma comunicação dos compromissos e decisões assumidas pelo grupo e a lembrança pelos membros da equipe uns aos outros, quando em algum momento não estiverem sendo alcançados os níveis de desempenho esperados. O papel do líder do grupo neste sentido deve ser exemplar no cumprimento das responsabilidades assumidas e permear com suas atitudes as atitudes dos demais, vencendo a resistência humana natural, para que todos se sintam à vontade para oferecer realimentações positivas ao grupo. Focando em resultados - Uma equipe forte é aquela na qual seus membros confiam uns nos outros, se envolve em debates sadios, se compromete com as decisões que toma e mantém uns aos outros responsáveis por elas. Mas falhará se perder de vista a métrica fundamental do sucesso: Resultados. Devem focar neles, mantê-los sempre vivos e realçados na mente das pessoas através de relatos 42
demonstrativos visuais. Uma planilha que mostre os resultados e o alcance das metas, bem como o tempo faltante para alcançá-las são algumas métricas visualizáveis indispensáveis para manter o grupo atento aos resultados. Isto evita distrações. Faça um exame da sua equipe, analise a ocorrência destas possíveis disfunções e encaminhe a resolução das que ainda existirem.
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Os atributos de um bom projeto Os principais elementos que garantem o sucesso de um bom projeto são: recursos, trabalho, fé e sonho. Os recursos são de um lado os recursos materiais colocados em disponibilidade para a execução do projeto e de outro os recursos humanos mobilizados para o seu planejamento, execução e conclusão. Dentre os recursos humanos temos não só a família Rotária como também a própria comunidade, que vem cada vez mais vem sendo envolvidos na condução dos projetos para dar valor ao mesmo, se sentir conjuntamente responsável e entender que a finalidade do projeto virá em seu próprio benefício. Os recursos materiais são principalmente os provenientes das contribuições generosas, colimadas por aportes de todas as regiões do mundo através da Fundação Rotária. Estas contribuições são necessárias para que o Rotary possa realizar seu propósito que em última análise é fazer o bem no mundo. São estas contribuições, feitas através da Fundação Rotária que tornam visível o serviço prestado pelo Rotary International. São elas que permitem aos Rotarianos e às empresas que se juntam a nós, exercermos o nosso papel de responsabilidade social e de solidariedade. O trabalho, feito com diligência, envolvendo o maior número possível de associados, deve permitir que se cumpram os prazos e objetivos previamente expressos no plano executivo e atenda as necessidades prioritárias da comunidade a que se destina.
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Acreditar e ter fé são outros elementos absolutamente necessários para alimentar a persistência e a completa execução dos projetos. Para explicar a conjugação desses elementos e neles encaixar a necessidade de ter-se um sonho, ilustro com uma história que li, enquanto me preparava para ministrar a primeira de uma série de sessões de treinamento a Governadores Eleitos na Assembléia Internacional. Como sempre, na cabeceira das camas dos hotéis Hilton, havia um livreto contando a biografia do fundador daquela cadeia de hotéis, Conrad Hilton. Ele contava que tinha pais muito especiais e que encaravam a vida de forma diferente. Seu pai era um trabalhador com T maiúsculo. Quando alguém vinha se queixar para ele que estava com alguma dificuldade ele lhes arrumava um trabalho, algo para fazer e ser útil. Sua mãe era uma pessoa com muita fé. Não só orientava a família nas orações antes das refeições e no cumprimento dos preceitos religiosos, mas também quando alguém a procurava com algum problema ela recomendava que fosse orar e com muita fé entregasse o problema nas mãos divinas. Conrad Hilton procurou passar estes ensinamentos a seus filhos. Um deles a certa altura o questionou. “Papai, conheço muita gente que trabalha e tem fé e mesmo assim não dão certo na vida. Acho que está faltando algo”. Pois bem, foi enquanto Conrad Hilton aguardava na sala de espera a inauguração de sua antiga aspiração e mais recente aquisição para a rede de hotéis Hilton, o famoso Waldorf Astoria é que ele entendeu o que faltava para o sucesso de um projeto: Era preciso sonhar! Lembremos, portanto desses atributos para a realização de um bom projeto, considerando sempre que as ações duram mais que os fatos.
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Fundação Rotária: o Farol do Rotary Podemos afirmar sem medo de errar que a nossa Fundação Rotária é o Farol que ilumina o servir Rotario. E a chama que dá luz a este farol é a solidariedade. Ao incentivarmos ou fazer despertar nos Rotarianos e naqueles que por nós são influenciados o valor da solidariedade, estamos acendendo no mais íntimo de seu ser, a chama do amor ao próximo. Esta chama que dá orígem a projetos que atendem as necessidades mais prementes da comunidade a que servimos. Estes projetos que por sua vez, tem o dom de como o próprio nome expressa, projetar a verdadeira imágem pública de nossa organização. Os projetos, alavancados pelos subsídios da Fundação Rotária, potencializam o serviço prestado e exemplificam nossa ação. Assim como os conhecimentos adquiridos são a luz que guia a civilização, os projetos produzidos pela solidariedade globalizada pela Fundação Rotária, são a luz que guia o servir Rotário. A solidariedade diferentemente da caridade, não é dirigida no sentido de quem tem mais para quem tem menos. Ela tem o sentido da compreensão que iguala e faz aprender com nosso semelhante e respeitá-lo, restaurando a sua dignidade. A solidariedade é um traço de caráter, e os Rotarianos a tem de sobra no seu mister de cidadania responsavel. Ao desenvolvê-la em sua plenitude entendemos que não devemos esperar nada em troca. Pois nesta vida aprendemos que sempre estamos precisando de alguém e tem alguém precisando de nós. 47
Nos dias de hoje há cada vez mais a necessidade de uma liderança protagonista em Rotary, comprometidas e motivadas para serem capazes de motivar outros. As atribuições mais evidentes dessas lideranças são e devem ser:
A prática da ética e o desenvolvimento de confiança mútua, abominando a corrupção, como uma escolha consciente em direção ao bem comum; A educação como aspiração para o acesso ao conhecimento, que já é uma das nossas áreas de foco para os projetos na nova estrutura de subsídios; A saúde como aspiração concretizada com foco na área materno infantil e na mitigação das doenças e na nossa mais alta prioridade que é a erradicação da poliomielite; A promoção da paz e da resolução de conflitos quer seja pela formação das varias centenas de bolsistas pró-paz quer seja através de uma verdadeira promoção de mudanças culturais, mudando a nossa própria atitude ante a violência, desenvolvendo uma cultura da paz; O desenvolvimento de projetos de significância, de forma inovadora, enrriquecedora e útil para as comunidades em que atuam cada um dos nossos clubes; O desenvolvimento e o crescimento como pedra angular do espalhamento da solidariedade, pois quanto mais cidadãos responsáveis conseguirmos motivar, ou a se juntarem a nós ou a conosco emparceirarem-se, maior será nossa capacidade de servir e fazer a diferença, deixando um legado; A amplificação da nossa capacidade de comunicar e construir uma confiaça no que fazemos, nos valores e princípios que praticamos, interconectando-nos mais com a comunidade; 48
Meditemos sobre estes pontos para de forma mais completa exercermos esta liderança necessária e competente que é esperada de nós. Isto para que possamos afirmar através das ações realizadas com o apoio da nossa Fundação Rotária, que elas sejam o farol que ilumina o servir de Rotary. Pois o coração dos Rotarianos só deve ser maior que a sua competência em servir.
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O Fundo de Dotações: Nosso legado de gratidão É bom ter uma comunidade, estar numa comunidade. Ela nos dá uma sensação de calidez e conforto aconchegante. Os Rotary Clubs são criados para dar atenção a uma comunidade em sua área de ação filantrópica definida. A comunidade em que vivemos e atuamos é como um teto que nos abriga do frio e das intempéries. A evolução desse conceito permite definir hoje as comunidades virtuais, nas quais podemos ter “um milhão de amigos”, com os quais podemos estar conectados eletronicamente, mas que nos oferece também o risco de nos afasrmos dela e nos recolhemos numa individualidade que nos conduz a silos que passam a ser a negação da comunidade. A Fundação Rotária oferece a oportunidade para que os Rotarianos que atingiram sua individualidade de fato e são capazes de resolver seus problemas com independência inclusive financeira, possam sair de seus silos e ajudar a construir um seguro comunitário contra o infortúnio individual. Passam de uma postura de caridade de obrigação, para uma postura de filantropia fraternal, juntando-se aos que estão dispostos a ajudar aos que tem necessidades. É o Fundo de Dotações (antigo Fundo Permanente), que nos dá a oportunidade de dispor do que temos, para de forma perene, fazer o bem no mundo. Este fundo é uma garantia de perpetuidade de nossa ação filantrópica. Quando nos convencemos e aos nossos familiares
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que devemos dispor por legado, algo que construímos ou adquirimos, estaremos exercendo por antecipação, um alto nível de gratidão. Como aquela menininha que se propôs adquirir para presentear sua irmã mais velha, que com a morte da mãe, passou a cuidar dos irmãos, abrindo mão do tempo, até para cuidar de si própria, com um colar valioso. O joalheiro, analisando a situação concordou em receber as poucas moedas e fazer a transação que parecia inviável e não lucrativa. A irmã que recebeu o presente, veio no dia seguinte devolver o colar, declarando ao joalheiro que sabia que sua irmazinha não tinha dinheiro para pagar a jóia. O joalheiro tomou o estojo, embrulhou-o com carinho e o devolveu à jovem dizendo que as transações comerciais em sua loja eram confidenciais, e declarou: "Ela pagou o preço mais alto que qualquer pessoa pode pagar. ELA DEU TUDO O QUE TINHA". Exerça sua oportunidade de gratidão, que lhe foi concedida de forma privilegiada e faça uma doação ao nosso Fundo de Dotações e garanta a sustentabilidade de nossas ações para fazer o bem à comunidade a que servimos.
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O seu Legado e a Sustentabilidade do Servir Rotario As organizações de prestação de serviços como o Rotary, prevê que sua Fundação Rotária acesse recursos, quer sejam eles provenientes de empresas, ou mantenedores pessoas físicas, via contribuições pontuais, periódicas ou legados. A mobilização desses recursos só é possível mediante a legitimidade social conquistada pela Fundação Rotaria de Rotary International. Como entidade captadora de recursos da sociedade, ela precisa devolvê-los em forma de serviços a causas nobres e de satisfação das necessidades da comunidade em que está inserida, para grangear esta legitimidade. O legado é uma forma pouco utilizada em alguns países, dentre eles o Brasil, de reconhecer esta devolução e utilizar esta modalidade de deixar bens ou valores à disposição de nossa organização, para que produzam efeitos, que ao garantir a sustentabilidade econômica da Fundação, permitam que o servir Rotário se perenize. Ao deixarmos um legado, tendo a Fundação Rotária como beneficiária, estaremos perenizando a sua capacidade de exercer a filantropia. A filantropia, no seu significado deve ser entendida como “o amor à humanidade”. Pode igualmente ser expressa como a antítese do egoismo. Nas palavras de Gandhi, em sua tese apostolar da não violência, referia ele que: “Para a violência não existir, é necessário que não exista o egoismo”. É, portanto lícito concluir que na maioria dos
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casos é o egoismo que nos impede de ao deixar um legado, realizar a filantropia na sua máxima expressão de um ato de amor. O Rotariano preza em seus princípios a Ética, e através de sua prática disseminada, permitir a construção de uma sociedade ética. E é através do exemplo de despreendimento consciente, que irá provocar, pela utilização de seus bens privados para fins sociais públicos, que outros também o façam. Esta atitude de doação, tão bem entendida pelos Rotarianos, se torna cada vez mais necessária para prover assistência continuada em áreas relegadas pelo Estado de forma cada vez mais crescente em todo o mundo. A cada ação de afastamento do Estado de suprir as demandas de pessoas em situação vulnerável, ocorre uma reação da sociedade, organizando instituições não governamentais como o Rotary, que em seu pioneirismo congrega e polariza a utilização de recursos e esforços de cidadãos e empresas conscientes de sua responsabilidade social, para minimizar ou mitigar estas vulnerabilidades detectadas. A sustentabilidade econômica das ações de prestação de serviços subsidiadas pela Fundação Rotária, somente será efetiva se entendermos que devemos destinar nossos legados, através do Fundo de Dotações (antigo Fundo Permanente) para perenizar seus efeitos. E o Rotary continuará sendo uma entidade filantrópica exemplar, pois os Rotarianos que confiam os seus bens e os entregam à Fundação Rotária através de vontade própria, irão garantir que a prestação de serviços que promovemos, tenham continuidade e atravessem gerações fazendo o bem no mundo.
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Os Lemas permanentes de Rotary - Sua História O nome de Arthur Frederick Sheldon está ligado diretamente ao segundo dos lemas permanentes de Rotary “Mais se beneficia quem melhor serve” (então redigida em ingles como “He profit most who serves best”). Em 1911, na segunda convenção da Nacional Association of Rotary Clubs, na cidade de Portland, ele foi aprovado como lema Rotário. Ele foi adaptado do discurso pronunciado pelo Rotariano Arthur F. Sheldon na primeira convenção realizada em Chicago no ano anterior. Sheldon declarou então “... somente a ciência da boa conduta para com os outros é que vale. Négócio (Business) é a ciência do servir humano. Mais se beneficia aquele que melhor serve a seu semelhante.” Em sueco a palavra que significa negócio é “naringsliv” cuja tradução é: a nutrição da vida. A convenção de Portland também inspirou o outro lema tradicional e permanente em Rotary. Durante um passeio de barco no rio Columbia, que ocorreu num intervalo durante a convenção, Ben Collins, então Presidente do Rotary Club de Minneapolis, Minnesota, Estados Unidos, conversava com o Rotariano de Seattle J.E. Pinkham sobre a maneira adequada de organizar um clube de Rotary, comentando sobre o princípio que havia sido adotado pelo seu clube: “Service, Not Self” (que pode ser traduzido por “Servir, Não a Si Mesmo”. Pinkham, encantado com a conversa, convidou a Paul Harris que também estava no passeio de barco para que se juntasse à conversa que estavam tendo. Paul Harris gostou do princípio apresentado, e pediu a Collins que a apresentasse à plenária da convenção no dia seguinte. A frase “Servir, Não a Si Mesmo” foi recebida pela audiência com grande entusiasmo. Foi em 1950, na 55
Convenção de Detroit do Rotary International, que a frase proferida por Collins, ligeiramente modificada, para eventualmente retirar a negativa nela contida, ficou na forma “Service Above Self”, e que foi considerado pelo Conselho de Legislação de 1989, como o principal lema de Rotary, pois foi considerada a que melhor representa a postura filosófica de serviço voluntário não egoista. Sua tradução para o Português é conhecida como “Dar de Si Antes de Pensar em Si” (que poderia, na esteira da frase inspiradora inicial ser traduzida por “Servir Além de a Si Mesmo”). O outro dos lemas considerados como permanentes de Rotary na Convenção de Detroit (He Profits Most Who Serve Best) foi modificado pelo Conselho de Legislação de 2004, para retirar a conotação essencialmente masculina da frase para “They Profit Most Who Serve Best”. Sua versão em portugues não precisou ser modificada, pois já exprimia uma ação independente de genero (Mais se beneficia quem melhor serve).
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A árvore do servir rotário O plantio de uma árvore tem sido desde há muito tempo um ato característico em grandes eventos Rotarios, como uma marca da nossa conscientização do bem que desejamos para a humanidade. Aderente à árvore podemos realçar alguma simbologia adicional que nos permite entender a beleza e a interconexão dos elementos institucionais que desenvolvemos ao longo da história de nossa organização. As RAÍZES da árvore do servir Rotário podem ser identificadas com os nossos VALORES. O serviço, o companheirismo, a diversidade, a integridade e a liderança, são como as raízes que sustentam uma ávore, lhe dão estabilidade, garantem sua nutrição permanente e sua perenidade. Os nossos valores se enriquecem quando tornados exemplares do servir Rotario e o alimentam, com a diversidade da experiência dos Rotarianos, com o companheirismo gerado pela convivência e com a participação conjunta em projetos, com a conduta ítegra dos Rotarianos na sua vida pública e privada e com a liderança proativa, voltada para fazer o bem à comunidade a que servimos, utilizando os talentos individuais para o bem coletivo. É atribuido ao CAULE a mesma importância que damos às nossas AVENIDAS de SERVIÇO, que resumem a filosofia de ação de nossa organização e que estruturam, como o caule das árvores, a ação dos Rotarianos através de seus clubes. Através da filosofia de ação que damos aos aspectos enfáticos das diversas Avenidas de Serviço e da robustez com que traçamos e estruturamos os nossos planos, é que estaremos diferenciando, como nas árvores, uma estrutura delgada eventualmente flexível como o caule da palmeira ou uma estrutura robusta, resistente e de vida milenar como os cedros do Líbano. Por 57
isso, o conteúdo das avenidas estabelecem nas nossas diverssas áreas de serviço: internos, na dimensão da gestão e governança; comunitários no processo permanente de, identificando as necessidades da comunidade a que servimos, priorizá-las e atender dentro do possível; internacionais que identifica pela cooperação internacional a viabilidade de participação mesmo a distância; a atuação através das profissões, característica única de Rotary e mais recentemente a atuação com e através da juventude, como filosofia de ação para perpetuar nossos ideais. Quanto a SEIVA que é processada baseada nos valores e conduzida para a concretização dos nossos ideais, tem alta correlação com os ROTARIANOS, idealistas morais e sociais e que resolveram ser os propulsores do ideal de servir e que fazem fluir os nossos valores transformando-os em projetos completados, mitigando o sofrimento e as necessidades dos mais carentes. Como a seiva das árvores são os condutores e os que dão sentido e vigor ao Rotary, através de seus clubes, que é onde tudo acontece. Sem a seiva a árvore fenece e morre. Os FRUTOS, ou os produtos elaborados e que são especiais para cada árvore frutífera, podem ser comparados com as ÁREAS DE FOCO, pois definem e dão identidade ao esforço em servir. Os tipos de frutos em que a árvore do servir apresenta, são: o da saúde materno infantil, o da alfabetização e educação básica, o desenvolvimento econômico da comunidade, o da preservação e suprimento de recursos hídricos e saneamento, o da prevenção e mitigação de doenças e a grande ênfase que é o da promoção da paz e a resolução de conflitos. E igualmente podemos comparar as FOLHAS com as nossas LIDERANÇAS, pois como elas, dão vida, absorvem o oxigênio do ambiente em que atuam e dão sentido de volume à árvore do servir, 58
crescem e duram por um ano e após este período caem para dar lugar a novas folhas que retomam seu lugar e exercitam sua função no novo ano de vida da árvore do servir Rotário. Como as folhas, ao completar seu ciclo, caem não longe da árvore e servem de alimento para ser absorvido e permitir a continuidade da vida da árvore, transformando-se em nutrientes a serem absorvidos e redirecionados num processo de realimentação permanente. Meditem sobre estas analogias, descubram o seu papel e forma de atuação na árvore do servir Rotario e cumprem-no com eficiência, amor e dignidade. Transforme a sua árvore não em uma mera filosofia subjetiva, mas em ação objetiva, colocando a teoria em prática. A Fundação Rotária dispõe das ferramentas para isso.
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Quem promete ... tem que cumprir Todos Rotarianos reconhecem que a erradicação da polio foi uma promessa que fizemos à humanidade em 1988. Temos perseguido esta meta por mais de duas décadas, com dedicação e obstinação. Sabemos também que o cumprimento do prometido é vital para nossa imágem e reconhecimento junto à comunidade e que não podemos nos afastar dessa tarefa, caracterizada como de máxima prioridade. Não podemos deixar nossa promessa envelhecer, pois prometemos o que podemos entregar. Cumprir promessas difíceis exige estratégia, atenção total e grande desprendimento, para que possamos realizar as mudanças nela contidas. Inicialmente nos imbuimos de muita energia conhecendo a imensidão do programa e fomos avançando. E este avanço só se manifestou com o estabelecimento de uma primeira data para o atingimento da meta - 2005 , quando completaríamos 100 anos de existência, como pioneira organização de prestação de serviços. Para isto foram traçados planos que aprimorados ao longo da caminhada nos permitiu arregimentar parceiros indispensáveis, como os governos de países, a Organização Mundial da Saúde, o CDC, importantes Fundações, organizações públicas e privadas e sem dúvida os Rotarianos. Varios desafios foram sendo superados, sendo o mais recente e que durante algum tempo parecia intransponível pela dimensão do 61
esforço necessário, que foi a erradicação da polio na Índia. Os números desse esforço nos últimos anos atingem mega proporções. Basta citar que num Dia Nacional de Imunização, são organizados cerca de 709.000 estandes de vacinação, 1,17 milhões de equipes de imunização são mobilizadas, 225 milhões de doses são disponibilizadas, 2 milhões de containers para transporte das vacinas são utilizados, nos quais 6,3 milhões de sacos de gelo são utilizados para conservação das doses da vacina até chegarem ao seu destino final, 209 milhões de casas visitadas e mais de 172 milhões de crianças imunizadas. Os recursos humanos e financeiros são enormes, mas o resultado é compensador. Mundialmente já conseguiu-se reduzir os casos que ocorriam no início desta caminhada em 99,9% , observando somente 0,1% de casos ocorrendo por ano e somente 3 países endêmicos. O Plano atualmente elaborado de erradicação, denominado de Polio Plus End Game que estima que em 2018 estaremos alcançando zero casos e passaremos, como já iniciado hoje em dia, para uma estratégia de contenção. Embora haja ainda a dificuldade de confirmar antecipadamente esta data, ela é factível segundo os especialistas da OMS. Para tanto há riscos, progressos e desafios a serem enfrentados, todos eles relacionados de certa forma com situações de conflito interno nos países endêmicos ou onde surtos ocorrem e são debelados através de esforço concentrado. Vidas de vacinadores foram sacrificadas, desses heróis anônimos que se desdobram para atingir pontos distantes em zonas de conflitos. Serão sempre lembrados e certamente abençoados. O esforço de Rotary para a erradicação da polio, sem dúvida colocou nossa organização “no mapa” mundial pela primeira vez em várias gerações.
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Não podemos parar de acreditar nos nossos compromissos, necessitando periodicamente rever a estratégia de nossa caminhada. Cumprir promessas proporciona mudanças e elas serão percebidas, criando uma relação permanente de confiança em Rotary e nos Rotarianos. E iremos cumprí-la.
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As lições do Titanic e do bamboo chinês Todos conhecem a história do Titanic, o transatlântico que foi construido com um orgulho excessivo e sob uma aura de que não poderia nunca afundar. Ele levou tres anos para ser construido e alguns minutos para ser destruido. A primeira lição que tiramos desse incidente é: Criar é fácil, destruir é mais fácil ainda, o difícil é manter. Esta lição está diretamente relacionada com a reputação de Rotary e da nossa Fundação perante a comunidade. Mante-la requer muita dedicação e trabalho e é baseada em realizações. A segunda lição está relacionada com o orgulho exagerado com o sucesso, pois sem clareza de pensamentos e sem a humildade para admirá-lo, o sucesso precede a queda. Para o atingimento do sucesso em qualquer projeto humanitário que pretendamos realizar, quatro ações necessárias estão diretamente sob nosso controle:
Colocar o máximo de nós mesmos; Utilizar os melhores instrumentos; Escolher o melhor local de aplicação para atingir os melhores resultados; A persistência e a quantidade de esforço aplicado.
Estes quatro fatores se relacionam com o exemplo do processo necessário para obter o famoso bambu chinês, do qual é feita uma flauta de som refinado. As sementes do bambu são plantadas e são regadas e adubadas dia após dia sem falhar nenhum dia. Nada 65
acontece no primeiro ano, nem no segundo ano, ... nem no quinto ano. Mas após cinco anos de ausência de nenhuma manifestação de crescimento e de que o esforço diário valeu a pena, a planta surge do solo e em seis semanas o bambu chines cresce até uma altura de cerca de 25 metros. Quanto tempo levou para ele crescer? Seis semanas? Não, cinco anos. O sucesso em tudo que fazemos requer persistência e preparação. E quando estivermos prontos, darmos o máximo de nós mesmos para atingir, sem perder a corágem, os melhores resultados e o máximo do nosso potencial. A terceira lição veio de um garoto que foi mordido por um cachorro e por ordem médica ele e, por conseguinte sua família, não puderam embarcar no Titanic. A família se lamentou culpando a tudo e a todos pelo seu infortünio, depois de terem economizado tanto para realizar esta viagem no navio fantástico. Até que souberam do naufrágio, quando então passaram a bendizer até ao cachorro que permitiu que não embarcassem. Esta lição pode ser expressa então: O que é bom e o que é mau está somente em nossas mentes. A quarta lição vem da atitude dos passageiros do Titanic que conseguiram se salvar do naufrágio. Eles se salvaram, pois de certa forma se ajudaram mutuamente. Os que tentaram competir com os demais por um lugar num barco, já que não haviam barcos para todos, se deram mal e acabaram sucumbindo. A lição aplicada a tudo em Rotary, é que obteremos sucesso na realização de qualquer projeto, se conseguirmos fazer com que não haja competição, mas sim colaboração entre todos os envolvidos. E veremos os projetos que realizarmos vingarem, comprovando a tese de que sucesso e felicidade vêm antes do trabalho, só no dicionário. E este sucesso depende de nossas atitudes otimistas e escolhas adequadas.
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Quem não tem mãos para dar … não tem mãos para receber Em várias ocasiões temos sido solicitados a apoiar a Fundação Rotária, quer seja participando de um projeto subsidiado por nossa Fundação, quer seja para fazer uma contribuição a um dos Fundos disponíveis. Ao fazermos doações em espécie, o fazemos com duas certezas; a de que cada centavo doado tem destinação certa para a realização de um projeto e administrá-lo e que seu uso será diligentemente monitorado. Ao participarmos de um projeto humanitário, o mesmo será necessariamente direcionado para o desenvolvimento sustentável, pois só assim seus efeitos serão continuados. Podemos não perceber imediatamente e na totalidade os efeitos que causará este projeto em nossas vidas ou nas de outros, transformando-as, mas certamente, de alguma forma seremos beneficiados pela reação em cadeia que este projeto produzirá. É o que costumamos chamar de “Efeito Bumerangue”: Todo o bem que fizermos voltará de alguma forma para nós. Estaremos então doando nosso tempo, nosso esforço, nosso trabalho, para amenizar ou mitigar o sofrimento daqueles que mais necessitam. Isto nos remete a uma pequena história que nos leva a estar atentos para as situações com as quais podemos nos deparar: “Um mestre de obra, muito experiente, estava na iminência de se aposentar após muitos anos de exemplar trabalho. Ele foi então 67
solicitado pelo dono da empresa construtora para que fizesse ainda um último trabalho: construir uma grande e linda casa numa área previlegiada da cidade. Interpretando aquele pedido do patrão como uma punição, proseguiu na construção da casa, porém sem muito capricho, não prestando atenção aos detalhes, usando material de tarceira categoria e um acabamento de péssima qualidade, quase que como uma atitude de vingança em relação aquele pedido a seu ver injusto, ao final de seu tempo de serviço e aos muitos anos de dedicação à empresa. Para sua surpresa, porém, ao terminar a construção da casa o dono da empresa lhe comunicou: Prezado e dedicado mestre, esta casa é sua. É um presente de nossa empresa pelos excelentes serviços que você prestou durante tantos anos.” Deprendemos dessa história que devemos sempre fazer tudo, prestar serviços em Rotary, executar com esmero os projetos em que participarmos, pois o que estivermos fazendo pode um dia vir a nosso encontro. Ao doar na execução estaremos aptos para receber seus efeitos após a conclusão. Temos que dar assistência onde ela ainda não existe, dar soluções novas a problemas antigos e verificaremos que a felicidade do Rotariano é realizada ao ver seus projetos completados e pelo orgulho em divulgá-los. Não para que possamos bater no peito e dizer que fizemos isto ou realizamos aquilo e dar realce a uma eventual ação pessoal, mas lembrar sempre que ninguém faz nada sozinho e nem sozinho receberá seus efeitos. Veremos seus efeitos quando formos solicitar o apoio da comunidade a quem servimos, para que dê seu suporte a nossas ações e ela as apoiar com prazer. Da mesma forma, ao dar conhecimento dos projetos completados e formos à comunidade solicitar a um de seus membros que venha se juntar a nós em 68
nosso mister de servir, esta pessoa virá com satisfação por conhecer os efeitos do que fizemos. Os apoiamentos à Fundação Rotária só adquirem realmente valor quando for possível avaliar o que este apoiamento poderá produzir e qual o legado que irá deixar. Este apoiamento tem sempre que ser considerado, tendo em mente que a nossa prestação de serviços é para atender pessoas, transformar suas vidas para melhor e ser o elo entre o ter e o necessitar. O tempo presente, a vida presente é a matéria que dispomos. A prestação de serviços é a moeda que dispomos para investir no tempo que nos é concedido. Seja parte ativa de um mundo melhor. Estenda sua mão para doar, pois só assim terás coragem para um dia, humildemente, estende-la para receber seus efeitos.
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A Espiritualidade, Rotary e Nossa Fundação Rotária A espiritualidade é uma dimensão do ser humano que é traduzida em várias religiões e confissões religiosas como sendo a forma característica do viver, de alguém que procura encontrar a plenitude de sua relação com o transcedental. Pode também ser vista como a aspiração e essência mais profundas de qualquer criatura humana. Como é que esta definição pode ser relacionada com um Rotariano em ação? Como é que a prestação humanitária e voluntária de serviços pode possivelmente aproximar-nos dessa relação com o transcedental? O ser humano é, dentre as criaturas vivas, aquela que mais conquistou em seu processo evolutivo, o desenvolvimento dessas atividades de prestação humanitária de serviços em uma forma subjetiva tal, que lhe permitiu alcançar padrões de conduta que além de torná-lo consciente da satisfação que fazer o bem aos outros lhe traz, também o aproxima do seu relacionamento com algo que transcende sua compreensão total. Este processo cognitivo, estudado pela neurociência espiritual, ou Bioteologia, tem sido apresentada em diversos estudos e livros, sob os mais diferentes ângulos. Mas vamos analizá-lo sob a perspectiva de Rotary, seus valores e suas práticas.
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Sempre nos tem causado belas sensações e emoções de prazer, quando ouvimos uma história ou presenciamos uma prestação humanitária de serviço efetiva. Quando entregamos uma casa para servir de lar a uma família que até então vivia em baixo de uma ponte ou dependente do favor de outros, quando entregamos um par de óculos a uma criança e ela passa a enxergar o que não conseguia ver antes, quando tendo uma criança em nosso colo nos tornamos conscientes que a salvamos de contrair polio ao administrarmos a ela duas gotas de vacina, quando presenciamos uma mãe de família escrevendo numa folha de papel suas primeiras frases, escritas ainda de forma imprecisa, quando restauramos a dignidade de um ser humano, entrgando-lhe uma cadeira de rodas para que possa deslocar-se com liberdade, todas estas experiências nos proveem um padrão de atividade consciente que alegra nosso espírito. Rotary nos permite vivenciar estas maravilhosas e válidas experiências, que nos motiva a compartilhar e contaminar outros para que se juntem a nós e possam também experimentar momentos de felicidade como estes. Nossos sentimentos são realimentados positivamente quando fazemos uma contribuição, quando experimentamos o prazer de doar. Quando conseguimos captar esta experiência de vida, ela nos leva a outra contribuição, a outra mais e a muitas outras, cada vez com maior alegria. É uma alegria que evolui com o tempo. Quando estimulamos outros a fazerem também suas contribuições lembrando-nos da sensação que tivemos fazendo-as, estamos dando a eles uma oportunidade de vivenciarem a mesma experiência e sentirem-se igualmente estimulados, comprendendo que muitos de nós estaremos vigilantes para garantir que cada centavo doado será 72
investido diligentemente para fazer o bem e restaurar a dignidade de vida de alguém. As ricas experiências que Rotary nos permite ter, são necessárias para que balanceemos nossas vidas, promovendo em nós o desejo de servir, como um caminho em direção à felicidade. É um dom que alimentamos e uma promessa que assumimos junto à comunidade na qual vivemos e que nos ajuda a desenvolver nossa espiritualidade. A nossa Fundação Rotária é a fórmula pragmática que temos para em cada degrau de crescimento de nossas vidas, desenvolvamos nossa espiritualidade e construirmos um legado que deixaremos como nossa contribuição para a paz e a compreensão mundial. Nossos pensamentos são criados em nossas mentes, mas suas efetivas realizações somente podem ser materializadas pelas nossas ações. Sómente através de nossas ações é que nossos pensamentos e ideais são compartilhados com outros e podem produzir efeitos sustentáveis. Nossos pensamentos transformados em ações e emoções conectamnos com o mundo em que vivemos. As emoções manifestadas nesse processo passam a ser expressões de nossa espiritualidade. Criamos nossa realidade e a construimos, através de nossa familia, nossos companheiros e nossos amigos. É nossa espiritualidade em ação. O Rotary e a Fundação Rotária são as mais poderosas ferramentas que nos permitem expressar nossa espiritualidade através de nossas contribuições e nosso serviço voluntário.
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A Fundação Rotaria e o Desenvolvimento de Rotary A nossa Fundação Rotária, em diversos aspectos, está intrínsecamente ligada ao desenvolvimento do Rotary, quer seja de seu quadro de associados, quer seja na propagação dos diversos princípios e valores que governam nossa instituição. Podemos identificar alguns desses aspectos: A Fundação Rotária como alavanca propulsora de projetos de impacto na comunidade Com os subsídios da Fundação Rotária, sejam eles distritais, mas mais especificamente os Subsídios Globais, executamos projetos de repercussão regional, multidistrital e mesmo nacional, sustentáveis e que continuam a promover seus efeitos, mesmo após sua finalização e aplicação dos recursos financeiros. Um projeto bem elaborado, permite não apenas o envolvimento da maioria dos companheiros, mas também o envolvimento da comunidade, que passa a perceber o que Rotary faz e partir daí, motivar alguns de seus membros a sentir vontade de participar conosco e também dar sua parcela de contribuição para dignificar os seres humanos mais necessitados. Está sobejamente provado que é através da participação em projetos que conseguiremos motivar o desenvolvimento do quadro associativo, ou a criação de novos clubes, sem nos preocupar com a retenção. Alguém que seja exposto a um bom projeto mesmo antes de se tornar um companheiro Rotário, e se motiva a ser um membro de um clube, 75
irá entrar “pela porta da frente”, trazer novas ideias de projetos e não deixará nossa instituição. E os projetos patrocinados pela Fundação Rotária permitirão assim resolver o tema da evasão, na admissão. Poderão todos os envolvidos observar os efeitos dos projetos por seu valor e não apenas por seu custo. A Fundação Rotária como promotora da internacionalidade e de parcerias inteligentes Todos os projetos subsidiados pela Fundação Rotária requerem que haja um parceiro internacional. A principal razão deste requisito é para desenvolver a consciência internacional de nossa organização e os benefícios da cooperação entre os povos. Os parceiros internacionais, mesmo estando distantes entenderão por sua vez que podem fazer o bem a uma comunidade, mesmo estando distantes da mesma e talvez nunca virem a conhecer qualquer um dos beneficiados. Daí a importância dos parceiros locais informa-los adequadamente tanto do andamento do projeto, como de suas consequências para aqueles a que se destina. Outra oportunidade possível é o envolvimento de parceiros locais que, identifiquem o projeto com os objetivos de sua empresa ou negócio e utilizem-se deste projeto para exercitar sua responsabilidade social. Isto é o que se denomina de parceria inteligente. E certamente esta parceria, se bem conduzida permitirá a elaboração de outros projetos e também permitir a participação dos colaboradores e dirigentes deste parceiro público ou privado motivarem-se a pertencer ao Rotary.
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A Fundação Rotária como a construtora da paz e da resolução de conflitos Tenho tido a oportunidade de participar da seleção de Bolsistas da Paz, homens e mulheres de todos os países do mundo que resolveram vocacionalmente, dedicarem-se à promoção da paz e auxiliar a resolução de conflitos. São já mais de 760 jovens extraordinários, que formaram-se a nível de mestrado nesta área, nos vários Centros Rotary Pró Paz e passam a atuar na Nações Unidas ou em órgãos de governo, ou mesmo em ONGs, promovendo um dos fundamentais objetivos de Rotary. São feitos extraordinários que cada Rotariano deveria procurar conhecer. É sem dúvida um dos mais importantes programas de Rotary. A Fundação Rotária como colimadora da ação Rotária através das áreas de foco As seis áreas de foco abrem um enorme leque de alternativas para o desnvolvimento da ação humanitária de Rotary. Sempre houve um questionamento de qual seria o próximo projeto corporativo de Rotary após a erradicação da polio. Muitas ideias têm sido apaixonadamente defendidas, quer seja na área da saúde, quer seja na área educacional. As áreas de foco foram criadas para abrigar todas estas vocações ou necessidades regionais e dar foco, continuidade e valor à nossas realizações. Ampliando o valor dos projetos e qualificando o seu conteúdo, além de estabelecer uma métrica de avaliação de seu impacto, procurou-se obter mais consistência em seus efeitos, para que fossem duradouros e replicáveis com sucesso, em outras comunidades. A sua, a nossa Fundação Rotaria e o Efeito Bumerangue O sentimento de propriedade em relação à Fundação Rotária cria um elo indissociavel com o próprio Rotary e garante a propagação de 77
seus valores e princípios ao transformar a vida dos beneficiários dos projetos por ela subsidiados. Esta noção de que nós é que somos donos da Fundação, é que nos impele a chamá-la de nossa e cria obrigações de que devamos contribuir financeiramente e com nosso esforço em completar bons projetos, para seu desenvolvimento e nos orgulhar em relação aos resultados e com o reconhecimento por organismos de avaliação insuspeitos como a Charity Navigator, que a qualificou com nota máxima, comparando-a as maiores instituições caritativas do mundo. Isto traz à tona o importante efeito que se consegue ao fazer o bem sem olhar a quem. É o efeito Bumerangue, que garante que todo o bem que fizermos volta inevitavelmente para nós. Estas razões e muitas mais, nos permite afirmar com absoluta convicção de que a Fundação Rotária do Rotary International é, através da participação de cada Rotariano, o principal elo formador da corrente motivadora que impulsiona o desenvolvimento de Rotary.
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O Prazer de Doar: A ABTRF como Instrumento Estamos em época pré-natalina, e todos os anos quando se aproximam as festas de Natal, somos naturalmente conduzidos a uma reflexão sobre a nossa capacidade de doar. Mais que uma motivação inata, há um sentimento de felicidade na ação de doar. São presentes que entregamos aos nossos familiares e são também doações que fazemos aos que mais necessitam. A mobilização dos que são Rotarianos, pode alavancar doações de componentes ativos da sociedade que são as empresas. Entendendo nossa missão, se emparceiram conosco, através da ABTRF - a Fundação Rotaria no Brasil, cumprindo assim sua vocação de empresa cidadã e responsavel socialmente. Relato uma experiência pessoal vivida nessa época do ano. Estava em Ponta Grossa, cidade natal de minha esposa e em conversa com meu sogro, já nos seus 90 anos, ele me pediu que o acompanhasse numa atividade. Lotou uma Kombi com brinquedos e roupas, do estoque de suas diversas lojas naquela cidade e nos dirigimos a uma região bem pobre da cidade. Ali ele distribuiu os brinquedos e roupas para diversas crianças, que saiam com um sorriso enorme de alegria pelo inesperado regalo recebido. No caminho de volta, quem mostrava o tempo todo um sorriso nos lábios era o “seu Miguel”. Eu lhe perguntei então: “Qual a razão desse sorriso?” e ele respondeu: “Eu aprendí o prazer de doar.” Ele estava me dando uma lição de desprendimento e de obtenção de
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felicidade de quem era Rotariano de coração, embora não formalmente. Nunca esquecí aqueles momentos. Como neste exemplo em mente, concluimos que devemos nos mobilizar e atrair para estar conosco e adquirir este prazer de doar, os empresários que conhecemos e que conseguirmos motivar. O que oferecemos de volta? A credibilidade de nossa organização, que deve dar a eles a certeza da boa aplicação dos recursos. A ubiquidade e espalhamento de nossos clubes, que se espalham por toda a área de atuação do Rotary e garantem a divulgação dessa parceria e identificação de exemplar motivação. Nossa capacidade de realizar projetos sustentáveis, que propiciarão a continuidade dos mesmos, após o término dos recursos aplicados aos projetos. Inúmeros são os exemplos de projetos realizados por cada clube ou distrito, que podem ser úteis para motivar estes empresarios-parceiros. Somos uma organização movida pelas atitudes e pela motivação em fazer o bem. Estando motivados podemos motivar outros a se juntarem a esta cadeia com elos fortes. Nessa fase de transição em que se encontram organizações e sociedades, os parceiros que motivarmos serão cada vez mais importantes, no engrandecimento de nossa atuação, tanto pelos recursos humanos e financeiros com os quais se envolverão em nossos projetos, como na motivação para que alguns desses profissionais e empresários sejam motivados a se associarem a Rotary. A generosidade do povo brasileiro, e nossos empresários não são uma exceção, se manifesta pela prestação de serviços a um propósito 80
claro, a uma causa. E nós temos as seis áreas de foco para dar propósito à nossa ação. Ao propiciar-lhes uma forma de consolidar sua ação social, estamos lhes conferindo a oportunidade que procuram: identidade com a comunidade. Sejamos a ponte que une as necessidades dos mais carentes com a vontade de servir e doar de nossos parceiros em perspectiva. E nos surpreenderemos com os resultados. Motivem e motivem-se a adquirirem o prazer de doar.
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Planejamento a Longo Prazo em Rotary Nos próximos cinco anos ocorrerão mais mudanças que nos últimos 30. A aceleração histórica mostrará que eventos ocorrerão em velocidade crescente, de modo que um século será representado por um ano. Em função disso fica explicitada a necessidade imperiosa do planejamento a longo prazo. O planejamento é hoje necessário, não mais como antecipação do futuro, mas mais que tudo como a motivação para alcança-lo. A estonteantemente rápida evolução da tecnologia e a democratização da informação, promovida pela Internet, faz com que sejam questionados os conceitos de autoridade e de poder como eram vistos até recentemente. Principalmente nos casos em que este poder e autoridade eram exercidos pela posse privilegiada da informação e era mantido pelo cerceamento dessa mesma informação aos comandados ou subordinados. É crescente a necessidade de se estabelecer novas formas de relacionamento humano. E eles já estão mudando, por exemplo, entre professores e alunos nas escolas, entre gerentes e subordinados nas empresas. Nossos filhos já fazem provas na universidade via Internet. Os professores estão perdendo sua vantagem competitiva sobre os alunos, por apenas possuírem a informação. Passam a ser cada vez mais, orientadores da obtenção do conhecimento e não simplesmente provedores de informação.
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Qual é o paralelo em relação a esses assuntos, em organizações como o Rotary, relativamente à forma de prestação de serviços, a forma de reunião e sua periodicidade, a forma de transmissão da informação e a absorção do conhecimento sobre os princípios que movem nossa instituição? Como utilizar a tecnologia da informação para manter o Rotary unido como organização? Organizações que baseiam seu poder e abrangência global em propriedades, em quantidade de empregados em sua folha de pagamento como parte dessa “propriedade”, e que por isso não se sentem membros da mesma, tendem a desaparecer. Nesse aspecto o Rotary leva uma grande vantagem, pois:
O Rotary não tem propriedades, não podendo ser vendido ou alugado, e seus membros são investidores na entidade, sem serem seus acionistas ou proprietários. Rotary é uma organização muita além das propriedades; Os rotarianos não são empregados, mas membros voluntários em suas células fundamentais, que são os clubes; Rotary é federalista. Um conceito que existe há mais de 2000 anos. Rotary é grande e pequeno ao mesmo tempo; Rotary apresenta-se como uma forma de obtenção da liberdade, pois encontramos nossas próprias respostas sem o auxílio de outros, mas sim auxiliando outros; Rotary possui como instituição, principalmente através dos programas da Fundação Rotária, a capacidade de desenvolver o sentimento de solidariedade a nível internacional, para com aqueles que nunca encontramos ou vimos e talvez nunca encontremos ou veremos;
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Rotary não depende do conhecimento externo, nem de indivíduos, que com seu conhecimento se tornam imprescindíveis.
Que estamos fazendo, pois, para influenciar os nossos próprios destinos, nessa sociedade em mudança? Que estamos fazendo para influenciar os destinos de Rotary? Por nossa história ser extensa, podemos estar criando para nós mêsmos a armadilha de imaginar que o futuro igualmente demorará em vir. Atenção! Podemos ser pegos de surpresa. Não precisamos esperar pelo futuro, precisamos auxiliar a moldá-lo já. Seria muito triste, e perigoso até, perdermos o nosso futuro por ficarmos presos, apenas contemplando o nosso passado. Faz-se necessário analizá-lo, para empreender de forma a mais planejada possível, nossa viagem para o futuro. O poder em Rotary é obtido de forma consentida. Ele só sobrevive, como no casamento, pela confiança em metas comuns e pela autonomia consentida. A gestão em Rotary é exercida pelo consentimento. A autoridade deve ser conquistada daqueles sobre os quais é exercida. É a gestão pelo método subsidiário, típico das organizações modernas e sobre as quais Rotary leva vantagem por já o estar aplicando há muito tempo. A gestão em Rotary é exercida pelo nível mais inferior possível. Qual seria então o elo que falta nessa corrente administrativa que visa dar, ao mesmo tempo, força, poder, unidade, competência, sentido de participação e motivação para o futuro? Sem qualquer dúvida é o Planejamento, seja ele estratégico (a longo prazo), tático (a médio prazo) ou operacional (a curto prazo).
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Por sua característica federalista, o Rotary é grande e pequeno ao mesmo tempo. Rotary precisa ser grande, e é, pois tem abrangência mundial através das inúmeras comunidades a que serve. Mas é ao mesmo tempo pequeno, ou seja, suas unidades representativas, que são os clubes, devem ser de porte pequeno o suficiente para que as pessoas possam se conhecer bem o suficiente para agir de forma organizada pela comunidade a que servem, e para que seus membros se conheçam bem o suficiente para conquistar o respeito de seus companheiros por seus registros e conquistas. O porte dos clubes deve ser o necessário para atingir com intensidade, continuidade e precisão a localidade sob sua responsabilidade. Isto não significa nem uma descentralização nem uma subdivisão organizacional. A força de Rotary está em poder distribuir sua capacidade e poder de servir, sua energia, de forma consistente, pelos mais de 32.000 clubes e mais de 1.200.000 rotarianos. Os rotarianos de todo o mundo devem permanecer unidos, por uma visão única da qual todos são missionários. O Escritório Central existe e continuará existindo para coordenar, não para controlar. Em Rotary pensa-se globalmente e age-se localmente. A administração federalista de Rotary, é a formula encontrada de cada clube, através de cada rotariano, poder sentir-se independente e comprometido ao mesmo tempo. Isto pode indicar que em Rotary não há um poder central, já que os clubes são autônomos. Mas se diluirmos totalmente a ação, sem um elo de coordenação, os clubes e os rotarianos podem perder a direção, os padrões de comportamento ou os elementos que garantem a coesão e que o tornam grande em suas conquistas globais. 86
Será que os clubes funcionam necessariamente melhor atuando sozinhos, mesmo que planejadamente, que com um planejamento de longo prazo a nível internacional e de médio prazo a nível distrital? É necessário um pouco de ambos. Mas para que o planejamento de longo prazo tenha sucesso, é necessário que o planejamento tático (exercitado pelos distritos) e operacional (exercitado pelos clubes) o realimentem e vice versa. O Rotary International é administrado por processos hierárquicos que tendem a ser idênticos. O Conselho Diretor tem um Presidente e Diretores que representam as várias zonas de atuação, e coordena a ação dos distritos através de comitês ou de forças tarefa. Com a introdução do Plano de Liderança Distrital, além de formar novas lideranças, os distritos começam a atuar de forma idêntica através de governadores assistentes e coordenar a ação dos clubes através de comissões e forças tarefa distritais. Os clubes também com seu presidente, conselho diretor e comissões atuam de forma similar em relação à comunidade a que servem. O Rotary International permanece unido também por estar identificado com grandes causas, como por exemplo, a da erradicação da pólio, que inicialmente titubeante, tomou força quando passou a ser planejada e com objetivo a longo prazo bem definido. Os lemas internacionais lançados a cada ano pelos Presidentes de RI, renovam as energias e dão o foco, ênfase e direção anual ao plano de longo prazo. O Planejamento a Longo Prazo deve portanto ser o elo de ligação que promove esta ação, dando-lhe consistência, credibilidade e continuidade.
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O Planejamento a longo prazo, portanto, por sua necessidade de interdependência, exige:
Normas básicas de conduta (Estatutos, Regimento Interno e Procedimentos) iguais para todos; Forma comum e rápida de intercomunicação em todos os níveis; Processos hierárquicos idênticos; Visão internacional e ação local através do conceito de cidadania mundial irrestrita; Grandes causas, identificadas e renovadas a cada ano, como pano de fundo da ação coordenada e planejada; Autonomia a cada clube de gerenciar os espaços vazios de serviço necessários à melhoria da comunidade;
O Planejamento de Longo Prazo deve, portanto, a meu ver, promover a sintonia do Rotary com a época atual, em que se deseja valorizar e respeitar as diversidades e as diferenças, em que as pessoas com ideal, como os rotarianos, desejam promover sua participação para melhorar a comunidade em que vivem e, ao mesmo tempo fazer parte de algo maior. Os líderes de Rotary, nos seus diversos níveis serão efetivamente aqueles que atuem e aceitem esta forma de atuação. A roda não necessita ser reinventada, mas fazer acontecer o futuro de forma planejada é outra coisa. Se tiver que ser, só depende de nós.
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A Evolução do pensamento: mudando paradigmas No ambiente empresarial e dos negócios, cada vez mais as mudanças exigem uma evolução na forma de executar um produto ou prestar um serviço, alterando algumas vezes a cultura das organizações. Em Rotary não ocorre algo muito diferente, embora com nuances às vezes não totalmente compreendidas. Isto requer, muitas vezes a quebra de paradigmas. E leva algum tempo, já que em Rotary não se improvisa. Estas mudanças são respostas a necessidades humanas ou de uso de tecnologias disponíveis e que venham a ampliar nossa capacidade de servir. Antigamente poderíamos acreditar que as mudanças pudessem vir em modelos fechados e totalmente acabados, mas o que entendemos válido hoje em dia é que um único modelo de gestão está fadado ao insucesso. O Rotary, por estar presente em todo o mundo, sofre a influência de culturas e idiossincrasias que exigem uma flexibilização da aplicação de metodologias e sua absorção nas diversas ações ligadas ao nosso Objetivo. Assim por exemplo, se estamos motivados a atrair líderes mais jovens, temos que adequar nossa linguagem, preparar de forma diferente estas lideranças e evoluir na maneira de atuar. Hoje em dia um adulto jovem somente se sente atraído por um Rotary vibrante, que apresente soluções que lhes dê rapidamente a sensação de dever cumprido e utilidade de seu esforço para servir a comunidade em que atua. Alguns pontos necessitam ser analisados. 89
Reordenar prioridades O reordenamento das prioridades nos é claramente demonstrado nas primeiras alterações que o Rotary está imprimindo em seu Plano Estratégico e que a Fundação Rotária está procurando testar, revendo sua forma de atuar em um futuro imediato. Fica claro que a prioridade está sendo reordenada em direção aos clubes, onde tudo acontece. Sem padronizar a forma que irão atuar, lhes é dada uma direção de seu esforço e cada um encontrará ao analisar sua área de ação, como aplica-lo. Outra nova prioridade é a juventude, que ao ser guindada ao nível de Avenida de Serviços, passa de simples Programas Estruturados em filosofia de ação de toda a organização. É necessário interligar esta nova Avenida de serviços com as demais existentes, para gerar ações que cristalizem esta mudança e reordenamento de prioridades. Redirecionar os valores Como conseqüência desse reordenamento segue-se a necessidade, talvez num retorno parcial ao que deveríamos estar fazendo, voltarmos mais nossa atenção e redirecionar a aplicação dos valores em que acreditamos, não só para as práticas internas, como também para espalha-los para a comunidade e para os profissionais com que temos contato e servimos. Tanto a área profissional, empresarial, governamental e a comunidade interna e externa estão requerendo que redirecionemos nosso esforço em comunicar e exemplificar os valores que queremos ver perpetuados: Integridade, Ética, Companheirismo, Diversidade e Transparência.
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Novos focos de interesse Temos que cumprir sem dúvida nenhuma o prometido à humanidade a mais de vinte anos: erradicar a poliomielite da face da Terra. Mas este propósito prioritário não nos pode turvar a visão, nem manietar nossa ação em relação a outros focos de interesse. Os Grupos de Ação criados por Rotary e que tem motivado apaixonados Rotarianos e Rotarianas para a ação em novos focos de interesse são um exemplo disso. Os novos modelos de Rotary Clubes, com sua máxima relevância nos recém instituídos e-Clubs, são uma demonstração eloqüente que eles não só criam novas oportunidades de servir, como põem a tecnologia a serviço da possibilidade de ampliar junto a públicos ainda não atingidos o interesse pelo servir Rotário. Maneiras diferentes de reagir Quando uma necessidade aparece e avaliamos não ter alcançado uma meta ou nos defrontarmos com um problema de solução complexa, é quando a mudança de paradigmas por maneira diferente de reagir é a resposta. Freqüentemente vemos governadores de distrito preocupados com a formação de líderes distritais, como por exemplo, “seus” presidentes de clube. Aí surgem as mudanças, evoluções e maneiras diferentes de reagir. Pré-PETS são idealizados, novas metodologias de formação de lideranças mais cedo, como o Instituto de Liderança Rotária, são introduzidos em todo o mundo, para reagir a esta deficiência ou padronização excessiva na maneira de preparar futuros líderes Rotários. E mais de 350.000 teremos que preparar nos próximos dez anos para ocupar as diversas posições de liderança em Rotary.
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O Rotary pretende dar sua contribuição para a conquista de um mundo melhor transformando os seres humanos que o compõe, a melhor maneira de prever o futuro é fazer o futuro. E se mudar o mundo é evoluir, evoluamos então.
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A Juventude e seu Futuro em Rotary Nos diversos locais que tenho visitado, com as várias lideranças Rotárias com que tenho trocado impressões, há algumas constantes que se repetem:
A idade média dos associados em nossos clubes tem aumentado; Não temos tido sucesso em atrair jovens líderes para nosso clube; Os Rotarianos não são admitidos em clubes de Rotary, tão logo tenham condições para isso.
Ao mesmo tempo, os jovens da América Latina têm enfrentado com intensidade variável, problemas nas áreas do desemprego, evasão escolar, exclusão social, pobreza, habitação precária e ainda nas áreas de segurança e saúde, notadamente através de gravidez precoce e aumento dos casos de AIDS. Existem também alguns mitos em relação aos nossos jovens que devem ser melhor entendidos, entre eles: Mito 1 - Os jovens não têm preocupações. É uma juventude sem motivação. Bem ao contrário. É só conversar com eles para verificar que estão em permanente busca de causas válidas e tem um grande anseio de ser solidários. Mito 2 - Não se esforçam o suficiente. Por outro lado carecem e lhes é constantemente restringida à oportunidade de novos empregos.
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Mito 3 - São conflituosos - Esquecem os que aceitam esse mito, que nossos jovens tem motivos de sobra para estar tensos, pela desatenção que é dada a seus problemas e a pressão em sua volta para que renunciem a seus sonhos. Mitos à parte, outras situações contribuem desfavoravelmente para que se estabeleçam adequadamente na sociedade, como o aumento populacional, as crises econômicas, a inalteração de sua renda percápita, o pequeno progresso na área da educação e poucas oportunidades de participação na vida política para exporem suas ideias. Em Rotary, a juventude tem sido uma prioridade desde o princípio. Em 1913 já era estabelecida no Rotary Club de Siracuse, uma comissão para tratar de crianças com deficiência. Nos anos 20, sob o título de “Dê a cada jovem sua chance”, o Rotary Club de Chicago investia na juventude para transformar cada jovem em cidadãos úteis e conscientes, promovendo acampamentos, grupos escoteiros e outras atividades mais. Já em 1917 teve lugar o primeiro intercâmbio de jovens norteamericanos e dinamrqueses. Os programas de Interact, Rotaract, RYLA e mais recentemente o Rotakids, vieram para criar o crescimento no servir dos jovens que tiveram acesso a esses programas, sendo-lhes transmitidos valores nos quais acreditamos. Pertenço, como muitos Rotarianos de hoje a uma geração que viveu sob forte pressão ideológica, polarizada entre esquerda e direita. Se por um lado isto trazia antagonismo entre as pessoas, gerou algo que as novas gerações desconhecem; o fato de ter que escolher e assumir
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os riscos dessa escolha. Isto desperta paixões. E quem tem paixão por ideias e, portanto pela vida, não necessita de estimulantes ou drogas. Olhemos inicialmente quais os enfoques a que estão expostos nossos parceiros no servir. Convivem principalmente com uma mudança em sua relação com a informação e o conhecimento. O bar da faculdade de meu tempo, foi substituído em parte por salas de “chat”, onde os jovens de hoje tentam encontrar outros jovens com quem tenham identidade de pensamento. A diferença está na amplitude internacional que a Internet lhes oferece. Jovens que nasceram sob a influência do videogame, estão na Universidade, se formando para serem os líderes das próximas décadas. Quais as necessidades dos jovens de hoje? Qual a crença ideológica que os motiva? O que defendem com vigor? O que o Rotary pode lhes oferecer? Talvez a forma idealizada no passado para a participação dos jovens e para na sequência atraí-los para o Rotary, foi válida para aquela época ou talvez tenha sido um erro histórico como querem outros. A realidade é que em todo o mundo não temos tido sucesso em atrair Rotaractianos para nossos clubes. As únicas ações concretas ultimamente foram às criações do que foram chamados Rotary clubes Novas Gerações. Qual a razão de seu exito? A liberdade para que os jovens assumam seu próprio destino. É bem verdade que Rotaractianos entraram em Rotary, trazendo consigo a paixão tipica deles, e todos tiveram sucesso ao se dedicarem ao servir em clubes de Rotary. Alguns já se tornaram Governadores de Distrito e desempenharam esta função de liderança muito bem. Tivemos já a primeira diretora de Rotary International que foi por sinal fundadora do Rotarct Club de Paris. 95
Mas voltemos ao nosso questionamento inicial. Quais são os anseios dos jovens para participar de um clube de Rotary? A que tipo de clube querem pertencer?
Clubes com projetos - que lhes permitam exercitar sua visão idealística de servir; Clubes objetivos - pois os jovens acostumados a uma nova dinâmica de vida tem horror ao excesso de burocracia e a posturas estáticas; Clubes receptivos - que lhes ofereça receptividade em seu esforço de “querer ser”; Clubes emocionantes e surpreendentes - capazes de transformar a anomia e a apatia em ação construtiva e inovadora, reaprendendo a somar experiência e capacidade de influência dos mais anosos com a voluntariedade dos mais jovens. Este entendimento já reconstruiu nações.
Outro aspecto que devemos providenciar é o planejamento de forma integrada dos programas estruturados dedicados à juventude. Ao colocarmos em prática isoladamente os diversos programas, podemos fazer um ou outro bem, mas nos esquecemos de conectar um aos outros, dar continuidade ao trabalho e ter um plano de transição de um programa para o outro e ao final para o Rotary. Para realizar bem esta tarefa de planejamento integrado necessitamos manter nos tres níveis de nossa organização solução estrutural que garanta essa ação. Em nível de clube, que é onde tudo acontece, é preciso criar Comissão Pró-Juventude que reuna alguns associados que se dediquem a pensar e programar a forma do clube atuar em relação à juventude. Esta Comissão de caráter permatente (cujo presidente tem assento no Conselho Diretor do clube) irá coordenar as prioridades do clube em relação aos jovens.
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Além dos aspectos organizacionais há também que se considerar novas atividades dos Programas estruturados do Rotary para a juventude, que devem incluir:
Maior interatividade nos projetos sociais; Envolvimento dos jovens nos locais dos projetos; Serem protagonistas na ação de resgate da comunidade jovem, através de produção cultural, esportiva e de lazer.
Outra atividade permanente é mantermos contato com os jovens que momentaneamente deixam nossos programas, quer seja por necessidade de se desenvolver profissionalmente seja por indispor de tempo, por serem consumidos no dia a dia de suas atividades. Uma base de dados confiável permite isto. Estou seguro que um Rotaractiano que momentaneamente se afasta do seu clube gostaria de receber em sua caixa de correio eletrônico a carta Mensal de seu distrito ou o Boletim de seu clube. No mínimo ele se sentirá lembrado como integrante da Família Rotária, permanecerá atualizado de suas realizações e a ela retornará assim que possível. Os jovens são efetivamente as pontes que construimos para o futuro, transformando-os em elementos ativos da comunidade, no esforço de tornar melhor o mundo em que vivemos. Eles são a garantia da perpetuidade dos valores que defendemos e que entendemos vale a pena lutar por eles. Os jovens que soubermos inspirar são a garantia do futuro de Rotary. Nossos jovens deverão compor um grupo ético e resistente através de seus pricípios. Mais que mostrar aos jovens o caminho é mais importante caminhálo com eles. Eles são parte importante de nosso presente, mas são 100% de nosso futuro. 97
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A Evolução sob a Ótica da Diversidade Tratar de construir visões múltiplas é reconhecer-se como ser humano em evolução. Não há dúvida que existem várias formas de abordar temas, visões e procedimentos, levando em consideração a diversidade dos clubes que compoem nossa organização. Todas levam ao mesmo ponto: a construção de um mundo em melhores condições. Isto nos leva a comprender que a capacidade de conviver da multiplicidade de grupos de clubes é uma riquesa por demais valiosas. Uma sociedade de diversas culturas é diferente de uma sociedade multicultural. Na primeira se estabelecem separações, na segunda se produz liames de reconhecimento e de complementariedade. A alegada diversidade existente entre os clubes de Rotary ou mesmo nas comunidades a que estes clubes servem não impede uma evolução que requer a superação de desafios que implicam em:
Implementar estratégias de evolução com qualidade; Decidir em que direção investir os recursos disponíveis; Construir uma equipe forte, orientada pelo lema e ênfases em direção ao Objetivo do Rotary e seu Plano Estratégico; Comunicar e praticar nossos valores e crenças, melhorando a Imagem Pública, começando pela nossa família e nós mesmos; Garantir transições suaves entre administrações; Encarar de frente a competição. 99
Não devemos, porém nunca esquecer que a ação do Rotary ocorre nos clubes. É deles que depende o sucesso da organização. Os Rotary clubes na sua ação precisa de pensadores e idealistas, mas também precisa de trabalhadores, em igual ou até em maior intensidade nos dias de hoje. Seus talentos, quaisquer que sejam, são necessários para que o Rotary cumpra sua missão e seu Objetivo. O Rotary e os clubes que o representam são uma influência decisiva para a aceitação das coisas. Nesse nosso mundo de trocas e de negócios globais, o Rotary pode ser considerado uma de suas melhores e mais positivas influências. A evolução e futuro de Rotary pode ser ainda parcialmente desconhecido, mas não sem direção e sentido. A cada um de nós caberá à tarefa de desvendar este futuro e influenciar este destino. Podemos ter a ousadia de esperar muito mais do Rotary em sua trajetória de evolução, mas como consequência temos o dever de realizar mais. O Rotary como todas as coisas boas tem seus usos e seus abusos e é tarefa indelegável de todos obter o melhor de seus usos e repudiar os abusos. Sempre que nos deparamos, mesmo em uma conversa despretenciosa em um jantar de companheirismo, com um abuso e interpretação errada ou a deturpação dos valores da nossa organização, uma reação de repulsa se apodera de nossos sentidos e o ímpeto de evitar que estes abusos progridam aflora. Em compensação quando vemos um líder mesmo ainda jovem, expressar suas convicções e ideias com paixão e idealismo nos animamos e recobramos a juventude e o ideal - e nos remoçamos. Os desafios com os quais nos defrontamos no dia a dia do servir Rotário, se apresentam para nos colocar a prova, para permitir que traduzamos estes desafios em sucessos inegociaveis. Talvez a melhor
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oportunidade de sevir esteja bem a nossa frente e algumas vezes não as reconhecemos. A responsabilidade de evolução na diversidade, um dos valores que praticamos, reside, portanto nos clubes e nos quadros de seres humanos prontos para servir que os compõem. É nos clubes que reside nossa força e capacidade de agir. A responsabilidade é de todos e de cada um. O semear pode ser solitário, mas a colheita seguramente será coletiva. Os Rotary clubs preenchem tanto para as pessoas que moram em pequenos centros como para as que migraram para as grandes cidades ou seus arredores, a necessidade de pertinência que todas estas pessoas tem e almejam, a necessidade de ter uma comunidade da qual se sintam partícipes e atuantes. Quando em um Rotary club, estas pessoas sabem o que estão fazendo e que pertencem a um grupo de seres humanos que faz o bem. Devem estar sempre vivas em nossas mentes as perguntas:
Onde nós podemos fazer a diferença? No que nós realmente acreditamos? No que somos competentes?
Como um clube de Rotary temos que encontrar as respostas a estes questionamentos e como Rotarianos temos que fazer acontecer as respostas que juntos elaborarmos. Assim procedendo evoluiremos, mesmo na diversidade.
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A Família Rotaria no Servir O Rotary somente sera uma entidade vencedora no Século XXI, se souber atrair para o serviço a família. Mas quem é a Família Rotária? Quem a compõe? Seguramente os membros da família natural dos Rotarianos e Rotarianas, ou seja, conjuge, filhos, pais e netos. Mas também são membros integrantes dessa família, os participantes dos Programas Estruturados de Rotary International: Interact, Rotaract, Intercâmbio de Jovens e RYLA, bem como os bolsistas da Fundação Rotária de Rotary International atuais e anteriores. Igualmente podemos considerar integrantes dessa grande família os beneficiários dos projetos humanitários de Rotary, subsidiados ou não pela nossa Fundação Rotária, pois envolvidos que foram nesses projetos tiveram sem dúvida sua vida transformada para melhor e ampliada sua dignidade como cidadãos. Como toda família, a nossa Família Rotária deve ser nutrida, mantida coesa através de Objetivo comum e ser propagadora e garantidora de valores que defendemos e que entendemos que por eles vale a pena lutar e perpetuar. Propaga os valores da Integridade, Diversidade, Companheirismo, Transparência e Ética. Propaga o exercício da Solidariedade como sentimento natural do ser humano e que deve ser exercitado na direção dos menos favorecidos, para a criação de uma sociedade de respeito e de responsabilidade de
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uns pelos outros. Somos todos responsáveis pelos que conosco convivem na comunidade. É esta nossa família rotária que, garantidora da convivência pacífica, construirá a reputação do Rotary e o preservará atuante no futuro, inclusive por sua capacidade de gerar novos Rotarianos e Rotarianas. De fundamental importância, pois, é a agregação de todos os componentes da Família Rotária ao serviço. Nenhum é dispensável e coloca-los a todos em ação colimada é que irá produzir o efeito tão desejado da compreensão e da paz. Rotary deve ser capaz de manter ativos e úteis todos os componentes dessa família, gerada e construída ao longo desses mais de cem anos, com esforço, dedicação, disponibilidade e até criatividade. Todos tem uma função, todos a seu modo são necessários. E devem ser lembrados disso, receber tarefas, serem chamados à ação e terem claras suas responsabilidades. E qual o papel que cabe a cada um de nós? Cada qual deve no seu ambito de ação, no envolvimento com os projetos e programas:
Criar OPORTUNIDADES de servir; Agir com COMPETÊNCIA; e Cumprir seus COMPROMISSOS.
O Rotary não se tornou no que é hoje por ter em seus quadros pessoas com títulos impressionantes, mas porque pessoas comuns tinham dentro de si a paixão de fazer a diferença. Paul Harris, Arch Klumph e tantos outros foram um exemplo disso. Nosso fundador era este tipo de pessoa. Ele não era rico, e muito longe de ser um famoso e importante advogado de Chicago, ele era um jovem solitário, que 104
vindo de uma família com problemas, foi criado por seus avós, mas com consistentes e simples valores familiares. Mas, ao reunir como em uma família, há 104 anos atrás, tres amigos no Restaurante Madam Galli, mudou o futuro da história da humanidade. A semente que eles plantaram germinou para influenciar:
A Paz entre as nações; Os direitos humanos; Um código de conduta ético em todas as profissões; A mitigação em escala mundial da pobreza, do analfabetismo e da doença terrivel como a polio.
Esta é a responsabilidade e o legado que está em nossas mãos. Desse legado temos que nos apossar, como uma grande família, com a consciência de que o Rotary do Futuro ficara como nós o deixarmos.
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A marca Rotary e a nossa imagem A primeira pergunta que nos ocorre é: Rotary é uma marca? O que passa na nossa mente quando vemos o símbulo de Rotary, representado pela roda dentada em um marco na entrada de uma cidade, eventualmente bem ou mal cuidado? Um escritor que não era Rotariano opinou, que quando passava por um marco Rotário na estrada sabia que naquela cidade havia pessoas de bem, que atuavam em prol da comunidade. Uma marca é identificada por um símbulo, mas principalmente por uma mensagem intrínseca, quase uma promessa, que a organização que aquele símbulo representa promove e mantém em tudo que faz. O distintivo do Rotary é um símbulo que portamos com orgulho, nos distingue e transmite uma mensagem que referendamos com nosso procedimento. Outra característica de uma marca é que ela necessita de consumidores, entre os quais ela prospera e se desenvolve disseminando uma ideia força que passa a representar. Os consumidores da marca Rotary são principalmente seus associados e inclui também os membros da comunidade a que o Rotary serve, através da ação de seus clubes. Os Rotarianos constituem-se em um dos fatores de poderoso valor que a marca de Rotary dispõe para prosperar. São mais de um milhão e duzentos mil associados no mundo. É o poder dos números. Daí resulta que temos que manter sempre crescente e com qualidade o
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número de associados, para que a nossa marca e a própria organização continue vibrante. Outro item poderoso que a marca Rotary dispõe para prosperar é o entusiasmo da grande maioria de seus membros associados. Eles vibram com a realização de projetos, praticam e propagam os valores que defendemos, são cidadãos exemplares em sua conduta, estão disponíveis. Um item componente da forma de agir dos Rotarianos e, portanto da marca Rotary é a Prova Quádrupla. Como um código de ética pessoal e profissional praticamente universal, representa uma das promessas de conduta dos Rotarianos e, portanto caracteriza a marca Rotary. A marca Rotary possui duas dimensões: a Interna e a Externa. A interna exercida e percebida pelos próprios associados e a externa a que é avaliada pela comunidade. O Rotary dispõe para atuar nessas duas dimensões de duas estruturas: O Rotary International própriamente dito - a organização cívica, e a Fundação Rotaria de Rotary International. As duas estruturas são em verdade uma só e em uníssono atuam em uma únida direção e sentido. Para determinarmos as ações necessárias para que a marca Rotary prospere e se torne cada vez mais forte, é necessário identificar seu valor. O valor de uma marca é avaliado pela relação entre o que a marca promete fazer e o quanto colocamos de recursos (financeiros, de tempo e dedicação) à disposição, para realizar o que indicamos que faremos. O que você obtém (promessa expressa na marca)
VALOR da MARCA = -----------------------------------------------------O quanto você abre mão (recursos)
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O quanto abrimos mão de recursos é que vai permitir definir:
Nossas áreas de excelência; O que podemos fazer melhor; A simplicidade na forma de agir; A clareza de nossos propósitos; O impacto de nossa ação; O entusiasmo e dedicação dos Rotarianos envolvidos.
O que nossa marca permite obter está diretamente ligado a:
Um propósito com foco; Criação de uma imágem atraente e positiva; Consistência na prática dos valores que defendemos; Dispor de iconografia extensiva, mas que identifique-se com a marca originária (que é o caso dos símbulos associados à marca Rotary e que mostram aderência à mesma);
Cabe-nos, portanto responder tembém se a nossa marca é atrativa, por tudo que representa à comunidade e às novas gerações. Numa primeira análise, para ampliação do valor de nossa marca e sua melhor identidade, identificamos alguns desafios que devem ser vencidos e, portanto avaliados com muito cuidado:
Operar em todos os níveis de voluntários, os que são associados a um clube e os que se oferecem subsidiariamente para compor sua ação com Rotary; A necessidade de alterar as mudanças de posições de liderança a cada ano; A revisão do processo de decisões subsidiárias, isto é quais decisões podem ser delegadas e qual o menor nível de tomada de decisão possível; 109
A necessidade de termos metas e projetos de âmbito regional ou mesmo nacional para ampliar a abrangência do reconhecimento da nossa marca Rotary.
Algo muito ligado à marca Rotary e que está diretamente conectado a nossa imágem e que também deve ser bem ponderado, está relacionado à campanha de erradicação da Polio. Além de não podermos falhar nessa empreitada com o risco de ver maculada a nossa imágem e marca, pois esta foi uma promessa que fizemos à humanidade, precisamos planejar o que faremos imediatamente após a conclusão exitosa da campanha. Temos, portanto que erradicar a Polio agora. Isto tudo que comentamos depende de cada um de nós. Nós somos a marca Rotary e a sua imagem.
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A Renovação da Evolução Das palavras de nosso fundador Paul Harris expressadas na Convenção de RI em Chicago, no ano de 1930, relembramos: “Se o Rotary quiser ser o senhor de seu próprio destino deverá ser sempre evolucionário e algumas vezes também revolucionário”. Certamente a revolução ali citada não é uma revolução com armas, mas sim uma renovação da evolução, sentido mais apropriado para a palavra, dentro da visão Rotária. A capacidade de renovação indica evolução e crescimento. O Rotary vem evoluindo nos seus mais de cem anos de existência numa evolução criadora. Ao presenciarmos na época atual o surgimento de um novo mundo, um mundo em mudança, que traz consigo uma esperança que chega à consciência das comunidades, reconhecemos um sentimento que o Rotary tem propagado em sua centenária existência que é o da união para fazer o bem e promover a paz. Atualmente muitos temem as previsões de desastres, pois é assim que nos estão querendo fazer crer que será o futuro. Os desastres acontecem apenas aos que não se alinham com a esperança e com a paz. A decisão de construir a paz e a compreensão harmoniosa mundial, faz parte da nossa opção de renovar a evolução. É uma questão de sintonia. É uma questão de escolha. O Rotary, diferentemente de outras organizações internacionais, não necessita de consultoria externa para determinar seus caminhos. Ao tomarmos decisões em reuniões de nossos clubes e distritos e igualmente no nível internacional sobre a alternativa autônoma de servir, gerenciamos nossos assuntos, evoluimos e atingimos maturi111
dade na prestação de serviço por nossa conta. A evolução só é interrompida devido à falta de desejo de unir esforços. Esta evolução de que falamos é construida dia após dia. Aparece no objetivo de um clube de se fortalecer ao se unir para a realização de um projeto. É demonstrada quando um novo sócio em potencial é convidado a participar de um projeto e se convence que quer participar do que Rotary faz. É uma evolução no processo de admissão que dá a conhecer a este sócio em potencial o que fazemos primeiro, para que ele venha a conhecer na sequência o que Rotary é. Esta evolução é sentida ao darmos foco à nossa responsabilidade com as futuras gerações, criando clubes de Rotaract, Interact e os Rotakid. Esta energia evoluidora é percebida quando cada um de nós, ao ser convidado, faz a sua parte num esforço consciente para construir o mundo que deseja. Esta renovação da evolução passa também pela conscientização de nós mesmos, pois muito embora tenhamos muitas qualidades, elas tem sido pouco exploradas, devido à falta de polarização e de oportunidades de exercê-las com dignidade e objetividade. Ao permitir o despertar e o crescer diário em ações cooperativas e solidárias, nos é mostrada uma atitude diferente para com a vida. Um Rotary renovado faz parte dessa mudança de atitude, desse combate à anomia contagiante que às vezes invade nossos clubes. Para gerar os novos paradigmas dessa evolução criativa em Rotary, são indispensáveis algumas atitudes:
Ter consciência da necessidade de renovação e comprometerse em auxiliar a realizá-la;
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Permitir que esta evolução ocorresse em sinergia com nosso Objetivo; Aceitar nossas limitações e compreender que os métodos utilizados até o momento já não funcionam; Contribuir pessoal e coletivamente para a implementação de novos modelos que façam vibrar e energizar a nossa organização; Estar atento às posições discordantes, apreciando o que pode ter de valor positivo nelas e incorporá-las ao processo evolutivo; Praticar as inovações com serenidade e responsabilidade.
Evolução não pode ser sinônimo de destruição, mas sim de complemento da renovação. Tudo muda a proporção em que o tempo passa, e ter consciência disso é nossa obrigação como líderes Rotários. Cada um de nós Rotarianos deve ter a oportunidade de contribuir, de exercer sua liderança e ser reconhecido por esta atitude proativa. Mude seus pensamentos e você mudará o mundo. Cada um de nós, em sua área de atuação deve esforçar-se em adquirir os conhecimentos necessários, analizá-los e influir na sua evolução construtiva e na amplificação da solidariedade através do servir. Agindo dessa forma estaremos honrando o nosso passado, abrindo nossas ideias em relação ao presente e preparando com empatia nosso futuro.
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ABTRF A Fundação Rotária no Brasil Em nada difere falarmos de ABTRF e de Fundação Rotaria do Rotary International, pois são a mesmíssima entidade. Amalgamadas no memo ideal, proporcionando os mesmos benefícios de subsidiar projetos. No caso da ABTRF os projetos subsidiados pela Fundação Rotaria de RI (TRF) no Brasil, além de prestar serviços humanitários, de dar reforço na formação de jovens profissionais e promover a paz e a compreensão. Há, porém algo a mais que conseguimos com a criação da ABTRF. Foi a abertura de novas oportunidades de contribuições efetivas e com reconhecimento e recibo que resultam em benefício fiscal, para as empresas sediadas no Brasil. Estas empresas que tem clara a sua postura de responsabilidade social, dispõem de uma forma segura e confiável de exerce-la, emparceirando-se com a nossa organização. Passam a contar dessa forma com a internacionalidade e a ubiquidade que dispomos através de nossos clubes, além do grande estoque de projetos de comprovada eficácia para melhorar a dignidade das comunidades menos favorecidas. A parceria que imaginamos com estas empresas, não é para somente uma intervenção ou em somente um projeto. Ela deve ser idealizada e planejada para durar. Devem ser arquitetadas para realçar valores comuns e perspectivas de sustentabilidade que garantam a perpetuidade deste relacionamento. E assim tem sido, haja visto o caso da empresa seguradora Porto Seguro, cujo corpo diretivo na sua mais
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alta expressão teve a iniciativa de ceder parte de sua receita para que ela fosse colocada em ação pelos clubes de Rotary no Brasil. O que temos a oferecer também é a confiabilidade e a agregação de valor. O Rotary, por ser conhecido da comunidade pelos projetos completados, oferece credibilidade na sua determinação em colocar cada Real investido em um projeto necessário com absoluta seriedade e probidade. O exemplo mais recente foi à doação que a Mercedes Benz no Brasil fez, através da Fundação Rotária no Brasil (leiase ABTRF) para aplicação na redução dos sofrimentos do povo chileno após o terremoto que abalou aquele país irmão. E foi uma Rotaractiana que promoveu esta participação, mostrando o potencial de participação de nossos filhos, de nossa juventude, representada por nossos parceiros no servir. A agregação de valor que a Fundação Rotária no Brasil proporciona a uma empresa que investe em responsabilidade social é reconhecida por cada uma dessas empresas que tem se associado ao nosso esforço humanitário e humanizante. Há algo importante que vale realçar e que pode ser feito por cada Rotariano através de participação de sua própria empresa. A estes líderes não há necessidade de explicar a repercussão exemplar de seu apoio. Este apoio institucional representa a capacidade dinâmica de deixar herança de cada uma dessas empresas ao se tornar contribuinte e agora poder se orgulhar de um novo título, o de se agregar ao rol de Empresas Cidadãs. Os Rotarianos por sua liderança na comunidade tem acesso a muitas empresas que poderiam agregar-se e emparceirar-se ao nosso Objetivo. Com o plano piloto que promove o Sócio Empresarial, um novo campo se abre para testar a participação mais direta e efetiva nas ações de clubes de Rotary dessas empresas. Os clubes que se inscreveram e forem selecionados para participar desse plano irão contribuir para a validação de sua eficácia, que se materializará atavés de 116
resolução a ser proposta ao próximo Conselho de Legislação. A ABTRF será uma grande benificiária desse processo de aproximação e envolvimento crescente, dentro do conceito maior de parcerias que esta iniciativa do Conselho Diretor de Rotary International representa. É absolutamente necessário o empenho de todos os Rotarianos e de seus clubes para o crescimento das nossas ações, através de projetos alavancados com os subsídios da Fundação Rotária. Muito há por fazer e a ABTRF tem sido e continuará sendo mais um pilar desse esforço e uma fonte de sinergia para o investidor institucional em serviços comunitários.
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Área de Atuação ou Território - Um Estudo de Caso Durante muitos anos tem prevalecido o conceito de território de um clube, para definir os limites em que deve atuar. Com o intuito de ampliar o quadro associativo ou mesmo promover a expansão com a criação de novos clubes, os clubes foram incentivados a compartilhar o seu território ou promover a cessão de parte dele para a constituição de um novo clube. Invariavelmente estas alterações ocorreram sem que as devidas correções fossem feitas no Estatuto ou no Regimento Interno desses clubes. Como consequência uma importante informação era perdida, ou seja, a dentidade do clube com a comunidade a que servia ou deveria servir. Em localidades onde mais de dois ou tres clubes se formaram, sejam elas de porte médio ou grande, começava a ficar indefinida a comunidade em relação à qual estes clubes estariam concentrando seus esforços de prestação de serviços. Isto fica mais evidente quando governadores em visita oficial a estes clubes são repetidas vezes convidados a visitar a mesma autoridade local, seja este o Prefeito, o presidente de uma Associação Comercial ou outra representativa entidade local. Uma pergunta uma vez me foi feita, enquanto Governador de Distrito por uma dessas autoridades, quando pela oitava vez a visitava, sendo levado pelo presidente de um clube daquela localidade: “Governador, se eu quiser falar com o Rotary nesta cidade, dirijo-me a quem?”. Pergunta inteligente que 119
teve a única resposta possível: “O senhor deve dirigir-se aos presidentes dos oito clubes da cidade”. De outra feita, fui interpelado pelo presidente de um clube que atuava em uma área da cidade para a qual se dirigiam as diversas famílias nos finais de semana para desfrutar das delícias gastronômicas daquele bairro, e que eram abordados pelos companheiros dos diversos clubes ali existentes nas suas promoções. Questionava ele se não era possível dar um fim naquela “invasão de território”? Estas ocorrências nos levaram a solicitar uma reunião dos 30 clubes da cidade e questionar de cada presidente que informasse qual a comunidade a que seu clube atendia. Alguns tinham a resposta pronta e rápida, pois estavam, inclusive pelo nome do clube, ligados à comunidade de um bairro da cidade. Outros, ao indicar os seus limites, permitiam verificar que havia superposições ou excesso de área de abrangência, ou ainda desconhecimento da mesma. Uma redefinição de limites era necessária. Utilizamos então o comceito de Área de Atuação. Foram estabelecidas as Áreas de Atuação de cada clube dentro de um território comum a todos que era o da área da cidade em questão. Com o traçado da poligonal composta pelas ruas ou avenidas que passaram a compor a Área de Atuação de cada clube, a área contida naquela poligonal passava a ser a da comunidade na qual aquele clube iria a partir de então concentrar seus esforços de prestação de serviços. Isto não impediria que o clube desenvolvesse atividades em relação a alguma entidade fora de sua Área, mas era naquela comunidade definida que o clube iria colocar o foco de suas ações e projetos. Definidas as Áreas de Atuação dos 30 clubes, ficaram algumas áreas não cobertas da cidade. Estas áreas mostravam que parcelas da comunidade daquela cidade não estavam sendo atendidas por 120
nenhum clube de Rotary e que ali deveriam ser desenvolvidos esforços no futuro para a criação de novos clubes. Ficou entendido que, como todos os clubes naquela cidade compartilhavam o mesmo território, composto pelos limites da cidade, sempre que algum projeto comum tivesse que ser realizado que tivesse que ter impacto na comunidade de toda a cidade, como por exemplo, uma data nacional de imunização contra a polio, todos os clubes se uniriam num esforço conjunto. Estava assim também comprendido um preceito enunciado por nosso fundador, Paul Harris que dizia: “Rotary foi feito para atender a pequenas comunidades”. As diversas áreas de Atuação passavam a ser estas pequenas comunidades dentro da cidade, que no caso apresentado era a cidade de Curitiba no Paraná. Os clubes firmaram então um compromisso formal no qual concordavam com o novo limite territorial comum e que suas comunidades seriam aquelas definidas pelos limites da Área de Atuação. Ficou assim reestabelecida uma identidade de cada um daqueles clubes com a comunidade que passariam a servir. Conhece-la seria a etapa seguite. Levantar os possíveis projetos que atendessem aquela comunidade e prioriza-los seria o objetivo que deveriam realizar na sequência. Um plano para num prazo multianual atender aquelas necessidades e projetos poderia então ser elaborado. A comunidade atendida em suas necessidades e conhecida em sua composição seria fonte de fornecimento de novos associados de cada clube e de celeiro de novas fronteiras de serviço e motivação. Fica aqui registrado o convite para a aplicação dessa metodologia que deu certo em Curitiba, também em sua cidade. O desenvolvimento ordenado de Rotary e o atendimento adequado à comunidade será certamente a consequência. 121
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As Lideranças em Rotary International e o Futuro Se há 20 anos atrás alguem falasse em gerência em Rotary, poderia ser visto como estando cometendo um sacrilégio, ao tentar comparar nossa organização a um negócio: “Rotary não tem níveis gerenciais inferiores que necessitam ser gerenciados”, diziam. Ao longo dos últimos anos, foi crescendo a conscientização da necessidade de níveis gerenciais não convencionais em Rotary, sem que com isso se estabelecesse uma postura opressora em sua aplicação. É a gestão do consentimento, do convencimento, da motivação. É a gestão que Rotary vem aplicando há muito tempo, e que hoje é considerado o que há de mais moderno na gestão de empresas transnacionais, ou seja, a administração por responsabilidade subsidiária, através da qual as decisões são tomadas no menor nível possível. Esta forma não convencional de gestão tem a finalidade de fazer com que os líderes Rotários concentrem-se em sua missão e não neles mesmos. Houve também nos últimos anos uma concentração de ações na formação e no desenvolvimento de lideranças, inicialmente ao nível distrital com o PLD e mais recentemente ao nível dos clubes com o PLC. Muito além de permitir o desenvolvimento de um sentido de planejamento multinível e multianual de forma integrada, há nestes Planos um conteúdo implicito que orienta para a formação de lideranças Rotárias.
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Examinemos as necessidades de lideranças em Rotary. Mesmo levando em conta que alguns presidentes de Clube ocuparão a posição de Governadores e que alguns Ex- Governadores ocuparão posições de liderança no Rotary International e na Fundação Rotária nos seus diversos Comitês, ou como Coordenadores Regionais ou de Área, Rotary necessitará nos próximos 10 anos, capacitar cerca de 330.000 novos líders. E é esperado que eles pavimentem o caminho para os que virão depois deles. O que poderíamos fazer em relação a isso? Para mim parece que tenhamos duas principais alternativas. A primeira seria convidar cada Presidente de Clube e cada Governador para que sirva por cinco anos. Alguém está disponível e disposto a isso? A outra possibilidade seria identificar o mais cedo possível entre os Rotarianos, os que tenham potencial para assumir posições de liderança em Rotary e prover-lhes o melhor nível de capacitação e conhecimentos para que sejam capazes de assumir as posições de liderança para as quais forem sendo convocados a ocupar. A ênfase, pois na capacitação de novas lideranças deve ser encarada com objetividade, competência e intensidade, que a magnitude do tema exige. A Liderança é seguramente o tópico mais estudado nas ciências sociais, e também o menos entendido. E em Rotary o que acontece?
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Há alguns obstáculos para a formação continuada de lideranças Rotárias:
Uma quantidade crescente de novas ONGs A “aposentadoria” precoce de líderes mais antigos A alta rotatividade de novos sócios
Constatamos uma ausencia de lideranças nos clubes, ao ponto de que em uma Assembléia Internacional, em San Diego, o Presidente Bill Boyd afirmar a Governadores Eleitos de todo o mundo presentes: “Novos Rotarianos deixam seus clubes, devido à falta de liderança, o custo de afiliação e à falta de oportunidades de serviço”. Nesta mesma Assembléia o EGD Steve Wilcox informava: “Uma pesquisa efetuada pela Divisão de Desnvolvimento do Quadro Social de RI, demonstra que a falta de liderança é o principal motivo de baixa de sócios”. E como estamos formando os líderes Rotários? Podemos estar seguros que não se forma um Presidente de Clube num PETS em um final de semana. Igualmente não se forma um Conselho Diretor de um clube num final de semana em uma Assembléia Distrital. Temos sim, que começar mais cedo. Temos que fazer algo mais que capacite estes líderes, o mais cedo possível, para que estejam preparados quando seu tempo chegar. Há varios mecanismos em uso para a formação de Rotarianos nos clubes e distritos: “Escolas” de Rotary, Programas de Mentores, seminários de Liderança e mais recentemente, já aplicado com sucesso em mais de 200 distritos no mundo Rotário, o Instituto de Liderança Rotário.
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O sucesso e o alcance desta metodologia se baseiam no fato de que utiliza a formação progressiva e sistemática de Rotarianos que não tenham ainda ocupado cargos no Conselho Diretor de seus clubes. Recebem instrução e motivação sobre vários temas (Administração de um clube, administração distrital, desenvolvimento do quadro associativo, Fundação Rotária, Liderança Rotária, como conduzir projetos de prestação de serviço, falar em público, Relações e Imagem Pública e tantos outros) de uma forma sistemática e com complexidade crescente, sendo estes temas apresentados a eles por experientes Rotarianos de seu Distrito. Voltam a seus clubes, aplicam o que viram e retornam para outra de três etapas do Instituto (com defasagem mínima de seis meses entre elas). A ênfase no desnvolvimento de lideranças constitui-se, portanto num ajuste da visão desses líderes para posturas superiores e desafiadoras. Isto implica também para o líder em formação, que sua escolha para ocupar uma posição de liderança seja consentida por aqueles que reconheçam nele a condição de contribuir, para que pessoas por ele lideradas se desenvolvam para alcançar suas metas na vida voluntária. Enfim nós somos uma verdadeira nação de voluntários. Em Rotary desenvolvemos pessoas e não cargos. Os cargos devem ser úteis para este desenvolvimento e não o contrário. O desenvolvimento se conduz por adicionar algo de melhor ao que as pessoas já são. Temos a tendência de por muita ênfase no alcance de resultados, mas ao desenvolver pessoas, nosso objetivo deve ser mais elevado. Devemos ter em mente o aumento do potencial de servir daquele líder. Alcançar metas é importante, mas somente o alcance de metas pode tirar o foco da realização do potencial, tanto pessoal como da organização. O líder em desenvolvimento começa com o que tem agora como pessoa e aprimora-se para transformar suas qualidades e pontos fortes em desempenho.
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Na administração de organizações como o Rotary, as várias posições de liderança que uma pessoa ocupa, seja de Presidente de Clube, Governador de Distrito, Curador, Diretor, Presidente de RI, ou mesmo posições intermediárias de coordenação zonal, presidencia de comitês, todas elas requerem da pessoa que ascende a uma destas posições de liderança, que asuma além da postura de cumprometimento com a organização, atitudes com diferentes níveis de complexidade, determinados por seu cargo ou função. São atitudes necessárias:
Estar em contato com a realidade e defini-la (em cada nível) Transmitir a visão de futuro, desenvolvida pela análise da realidade em seu âmbito de ação; Definir as realizações mensuráveis, que são necessárias para o alcance do Objetivo de Rotary, e entre elas as prioritárias; Descobrir e desenvolver novos talentos; Arrecadar os fundos necessários para cumprir as metas e aloca-los adequadamente; Expressar e practicar os valores da organização.
Nenhuma posição de liderança é conseguida por causualidade. Nem sem dedicação. O líder deve ter com seus seguidores uma relação que permita a eles realizar também seu potencial de prestação de serviços, seu propósito de servir à organização. Rotary existe para fazer a diferença na sociedade e na vida dos indivíduos. Ele existe para cumprir sua missão. Jamais devemos nos esquecer disso. Rotary teve sucesso em todos estes anos, pois teve, por intermédio de seus líderes, a capacidade de entender onde era necessário, olhando 127
para fora, para reconhecer as oportunidades de servir além de si mesmo e olhando para dentro, para capacitar e transformar para melhor aqueles que, acreditando em seus princípios valores e conceitos, procuram dar um sentido útil a suas vidas. Neste contexto, não podemos nos esquecer das futuras gerações a quem devemos igualmente dar oportunidades de alcançar o estado de equilíbrio estável, entre o passado a que pertencemos, vivemos e representamos e o futuro que não nos pertence, mas que almejamos venha a ocorrer. A Liderança em Rotary, como na vida profissional ou particular, é uma forma de utilizar com sabedoria a posição que lhe foi consentida ocupar. É a liderança promotora de mudanças. É a liderança de transformação. Estas lideranças de transformação devem superar a resistências às mudanças, criando visões de futuro que demonstrem sua capacidade de dar respostas ao futuro tormentoso. Não é a toa que a liderança tenha sido incluída entre os valores principais de nossa organização, dentro do planejamento estratégico. A sexta prioridade no Plano Estratégico de Rotary diz: “Otimizar a utilização e o desenvolvimento da liderança”. O objetivo desta prioridade é o de otimizar os talentos de liderança em RI. Nós antevemos a abertura de oportunidades de liderança a todos os Rotarianos a começar no nível do Clube. Encoraja-se o desejo de ocupar posições de liderança em todos os níveis. Estamos desejosos de utilizar os talentos e habilidades dos Rotarianos e encontrar formas de maximizar a utilização desses talentos. E também expandir oportunidades para as novas lideranças. Rotary não só escolhe os capacitados, mas capacita os escolhidos.
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A Liderança está contemplada também entre os Valores Centrais adotados por Rotary, representando os princípios guias da cultura da nossa organização. São crenças não-negociáveis do que significa ser Rotariano. Estes valores são: Serviço, Companheirismo, Diversidade, Integridade e Liderança. É, portanto indispensável reconhecer a importância e a enormidade da Formação de Lideranças, atribuir-lhe alta prioridade e AGIR. E ... O Futuro do Rotary está em suas mãos.
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As várias faces do Servir Rotário Na mitologia Romana, a figura do deus Janus possuia duas faces, que já foi comparado no passado como simbolizando as duas formas de apoiar a nossa Fundação Rotária, ou seja: contribuindo financeiramente para que creça a capacidade de investimento e participando dos programas para a utilização efetiva dessas contribuições. O Rotary, no processo de prover a oportunidade de prestação de serviços possui muitas e variadas faces ou numa outra forma de ver, vários aspectos ou alternativas de servir. Dependendo de para onde se voltam, podemos citar algumas: Voltada para a comunidade Que expressa a permanente atenção à comunidade na área de atuação de cada clube, que precisa ser conhecida, analizada e definidas as prioridades de atuação para que sejam elencados os projetos que venham atender ou mitigar os problemas existentes. Voltada para a arrecadação Esta faceta implica tanto o aspecto da arrecadação de fundos para contribuir com a Fundação Rotária, como a proficiência administrativa dos clubes em manter-se adimplentes com as contribuições anuais, tanto em relação ao RI, quanto em relação ao distrito. Nesse aspecto é importante salientar a diciplina e responsabilidade administrativa dos Conselhos Diretores de fazerem as suas previsões orçamentárias de modo a garantir um fluxo de caixa que ultrapassa a sua gestão anual e que garanta que haja no caixa do clube recursos que permitam à gestão seguinte saldar seus compromissos financei131
ros que se apresentam logo no primeiro dia de sua gestão. Por exemplo, no dia primeiro de julho o clube deve dispor de recursos em caixa para saldar os valores de per-capita com RI e em relação ao distrito. Voltada ao desenvolvimento organizacional Esta visão estratégica deve levar em conta o crecimento da capacidade de servir dos clubes e distritos através da admissão de novos membros, que conhecendo antecipadamente e adequadamente a organização a que foram convidados a pertencer, venham juntar-se a nós, conscientes da necessidade de seu envolvimento e sua participação crescente e na utilização importante de suas habilidades e dotes demonstrados em sua atividade profissional ou de serviço, que resultaram em sua escolha. Há duas coisas sobre as quais devemos permanentemente evoluir: a qualidade de nossos associados e o que demandamos deles. Voltada para o desenvolvimento de novas lideranças Esta face do servir Rotário envolve o planejamento do desenvolvimento de líderes Rotários, competentes e comprometidos. Orientados desde seu ingresso no Rotary de forma sistemática e com conhecimento crescente, irão absorver a beleza que a prestação desinteressada do serviço representa. O Rotary estará cumprindo sua missão em relação a cada um dos seus associados, transformando-os em melhores seres humanos e amplificando sua capacidade de ser solidário e fazer a diferença. Há uma estação climática para cada líder. Esta afirmação é constantemente demonstrada em cada etapa da história das nações e das organizações. Há os que são necessários em tempo de calmaria e os que são necessários em tempos de desafios e de transformações. Todos, porém, devem se posicionar em
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permanente disponibilidade para com o Rotary e para com aqueles que lhe permitiram liderá-los. Voltada para promoção da juventude Sob este aspecto, desenvolveremos como Rotarianos a capacidade de influir e promover positivamente o futuro, garantindo a preservação dos valores nos quais acreditamos, atraindo para o serviço àqueles que irão compor o Rotary do futuro. Ao olhar com esta face em direção aos nossos jovens, estaremos ouvindo seus anseios e permitindo-lhes que se envolvam com seu voluntarismo, na construção de um mundo melhor. É a face voltada para frente, para o plano de futuro de nossa humanidade que queremos ver realizado agregando a ele a experiência individual de cada um de nós. Voltada para a promoção da paz e compreensão mundial Esta face do servir Rotário é a que demonstra o sentido humanitário e universal da prestação de serviço que pregamos e devemos praticar. Vai desde a paz em nossos lares até a preparação para formar um exército de promotores da paz e resolução de conflitos a nível urbano nacional e internacional. O comprometimento com a paz é mais que um ideal que carregamos, é uma atitude necessária no conturbado mundo em que vivemos. Voltada para a realização de projetos humanitários efetivos Ao desenvolvimento dessa faceta, contribui sem sombra de dúvida o apoio dos fundos e subsídios promovidos pela Fundação Rotária. A capacidade de repassar os fundos disponibilizados e provenientes de todos os recantos onde Rotary existe, para atender as necessidades onde elas são mais prementes é uma forma altamente solidária de melhorar a dignidade de vida daqueles a quem atendemos. Sem esquecer que a sustentabilidade que projetos efetivos implementam, 133
promovem a imagem de nossa organização, atraindo novos membros. As diversas faces do servir Rotário das quais salientamos algumas, mostra a riquesa e diversidade que nos é colocada a disposição e que podemos assumir ao longo de nossa vida Rotária. Cabe a cada um de nós evoluir em cada uma dessas visões e selecionar dentro desse caleidoscópio, as formas que no momento estamos dispostos a exercitar.
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Composição do DNA rotário e sua possível evolução Se pudéssemos fazer uma análise microgenética do DNA Rotário, teríamos acesso à sua estrutura que pode ser detalhada como sendo composta: Da Participação Pessoal Pela diversidade de experiências pessoais, que o critério de classificações permite, esta é uma componente inigualável em qualidade e que garante em qualquer ente Rotário uma enorme riqueza de conhecimentos que carregamos através da profissão ou atividade pela qual fomos selecionados. Da Estrutura simples e descentralizada na ação O Rotary sabiamente possui sua estrutura de ação hierarquizada simples e em apenas três níveis (internacional, distrital e de clube) o que permite que herdemos em nosso nível de atuação a conseqüência daquilo que os que nos precederam fizeram, criando um desenrolar conseqüente que une a experiência do passado com as perspectivas de ação futura. De forma única conseguimos, diferentemente de qualquer empresa multinacional, conviver a nível mundial sob um mesmo Estatuto e Regimento Interno o que cria uma unidade na diversidade.
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Da Autonomia que os Clubes possuem de definir como vão servir sua comunidade Permite que as mais diversas comunidades tenham suas necessidades atendidas e a imagem pública do Rotary divulgada da forma mais eficiente que existe: projetos efetivamente realizados. De um único objetivo e um conjunto de valores Fazem parte de nossa herança genética, por serem idênticos em qualquer parte e preservados ao longo dos anos de forma imutável. São uniformemente almejados por todos Rotarianos do mundo. Somados à beleza do princípio ético contido na Prova Quádrupla garante um comportamento unificado idealístico. De uma cultura preservada pelas lideranças A cultura vem sendo preservada através das ações proficientes e dos ensinamentos das lideranças aos liderados (seguidores). Estes ensinamentos se não forem reciclados e atualizados, podem resultar em vícios de comportamento. Este seria o lado negativo dessa preservação cultural. É através da capacidade dessas lideranças de se adaptar às mudanças da sociedade e da nossa organização, que dará a ela continuidade e que garantirá que as próximas gerações terão um exemplo construtivo a seguir. De eventuais mutações genéticas Cada vez que ocupamos e vivenciamos uma nova atividade ou cargo em Rotary, ocorre em nós uma verdadeira mutação genética. Como resultado dessa experiência, nunca seremos mais os mesmos Rotarianos e nos transformaremos em melhores seres humanos ao realizarmos as atividades ou ocuparmos os cargos com proficiência.
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Com todos estes identificadores previsíveis pela herança genética do Rotariano, poderíamos imaginar que nada de novo possa ser feito e tudo que teria que ser pensado já o foi. Mas felizmente há o imprevisível. Aquela luz que surge muitas vezes de um pequeno projeto em uma comunidade pequena, ou que pode surgir da ação de um Rotariano ou uma Rotariana que soube interpretar a necessidade de agir diferentemente. A previsibilidade, mesmo que confiável, pode ser desastrosa. A imprevisibilidade é que gera aprendizado e progresso. Assim alguns temas devem ser abordados e debatidos para sacudir a anomia de novas ideias, tais como:
Redefinir as funções das lideranças nos três níveis da nossa organização; Difundir e incentivar um pensamento estratégico, mais importante talvez que ter um plano estratégico; Reavaliar as áreas em que são concentrados os recursos e os investimentos organizacionais. Atualmente concentrados nos níveis distritais, regionais e internacionais, talvez devessem ser redirecionados para um maior fortalecimento dos clubes; Instituição e nova abordagem da Avaliação de Desempenho, de forma sistemática, para a melhoria da forma de atuar, quer seja dos Rotarianos, dos distritos e/ou dos clubes; Descoberta de novas oportunidades de servir; Reavaliar a forma, conteúdo, quantidade e periodicidade de nossas reuniões de informação ou de capacitação.
A evolução genética dos Rotarianos somente se dará pela inovação construtiva, já que as mudanças nem sempre resultam em melhorias, mas as melhorias sempre necessitam de mudanças.
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A herança genética que deixarmos dependerá de como evoluirmos nas oportunidades que tivermos de agir e nos desenvolver. Dependerá também da nossa contribuição que a coscientização da ação e dos princípios de Rotary permitirá fazer.
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Os 5 sentidos e a missão de um Diretor ou gestor de Rotary Eu li algum tempo atrás uma frase, da qual derivam os pensamentos contidos neste artigo: “Respeite o ponto de vista dos outros e você terminará primeiro”. Estas poucas mas sábias palavras nos dizem muito sobre a correlação dos cinco sentidos do ser humano, nossa missão como diretor ou gestor Rotário e os passos na preparação para cumprir esta missão. Quando a frase diz “respeite o ponto de vista dos outros”, ela nos induz a ouvir com disposição espiritual humilde o que pretende nos dizer cada ser humano com o qual nós entramos em contato. O sentido da visão dos outros estará conectado com o sentido da audição nosso. No idioma árabe, por exemplo, não chamamos nossas esposas de “meu amor”, mas a chamamos de meus olhos, meu espírito, minha alma. As palavras do texto que eu li, solicitam também que ativemos os sentidos do tato e do aroma quando pretendemos entrar em contato mais profundo com alguém. Estes sentidos representam conjuntamente e nos remetem à nossa intuição. Todas estas informações são processadas em nosso cérebro que de fato é nossa consciência. Então pela ordem de precedência a partir da parte mais alta de nosso corpo, os dois hemisférios de nosso cérebro nos fazem pensar, sonhar 139
e organizar o que fazemos, os dois olhos nos permite ver e enxergar o que está a nossa volta, os dois ouvidos nos permite ouvir e escutar, os dois orifícios do nosso nariz através dos quais podemos acionar o mecanismo e sentir o cheiro das coisas próximas, e o conjunto destes elementos de nosso corpo em conjunto com o tato que é percebido pelo órgão da pele, nos permitem internar a visão do todo e das pessoas com as quais entramos em contato. E é quando usamos a única boca que Deus nos deu, para expressar o resultado de tudo que nós sentimos e experimentamos, que nossas palavras, ideias e ações deverão ser sempre verdadeiras, justas, amigáveis e benéficas a todos interessados. Portanto este humilde respeito ao ponto de vista dos outros, não importando quem ele ou ela sejam, é que certamente nos permitirá terminar o que fazemos como gestores, na dianteira e nossos serviços e negócios assumirão vastas proporções.
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Fidelidade em Rotary O que é ser fiel? Fiel é aquele que não trai alguém ou um princípio, é fiel à referência. Ser fiel a uma organização envolve questões de sentimento, de respeito e de lealdade, fatores estes essenciais a uma relação duradoura. A fidelidade requer alguma renúncia, e em Rotary a renúncia é de tempo, prioridades e recursos, sem causar por isso arrependimentos futuros. Quem não entender isto deveria repensar sua condição de sócio. A fidelidade imprime um sentimento de realização e de pertinência. A confiança (cum fidere = com fé), ligado à constância e à perseverança, são fatores ligados à fidelidade de forma biunívoca, sendo gerados em Rotary, por um companheirismo sadio que redunda, com o passar do tempo, em fidelidade. Este companheirismo de que falo, é aquele da segurança de que há sinceridade no relacionamento, que ao longo do convívio semanal, passamos a depositar em nossos companheiros. O companheirismo é, portanto, um fator fundamental para o desenvolvimento da fidelidade e da confiança mútua, que permitirão servirmos juntos, comprometermo-nos juntos. A fidelidade em Rotary se expressa muito proximamente à fidelidade familiar na qual se tem e se professa compromisso duradouro e objetivos comuns. Desejar ser fiel é uma aspiração nobre e que enobrece.
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Ter consciência e robustecer o valor da fidelidade é uma necessidade. É necessário que nas diversas oportunidades que se apresentarem, seja dado o devido valor à atuação fiel ao Objetivo do Rotary. É um íntimo compromisso que assumimos, de cultivar, proteger e enriquecer o relacionamento com quem a preserva, por respeito à sua dignidade e integridade. É exatamente isto que fazemos ao homenagear companheiro ou clube que demonstra sua fidelidade ao Rotary por décadas a fio. Por mais estranho que possa parecer, a fidelidade é anterior à própria relação. Assim, a relação de um Rotariano com o Rotary e seu Objetivo - que nunca deve ser esquecido - está destinada ao fracasso se ao iniciá-la a pessoa buscar apenas satisfazer vaidade, prazer e pior ainda, alcançar interesse econômico. Pouco futuro terá este relacionamento e não será fiel se não houver disposição de compartilhar, compreender e colaborar no aperfeiçoamento do grupo a que elegemos para pertencer e por ele fomos acolhidos. A fidelidade está ligada também a um processo de escolha e de plano de vida. Esta escolha não é nem deve ser atadura, mordaça, nem tipóia. Pelo contrário, é a livre expressão de nossas aspirações. Ser fiel deve nos cumular de alegria, nos iluminar cotidianamente. É só reparar o ar iluminado dos fiéis Rotarianos quando justamente homenageados e ver o brilho nos seus olhares. Fidelidade é olhar pouco para os erros dos companheiros, fazendo o possível para ajudá-los a superá-los, com compreensão e carinho. Ser fiel é sobretudo compartilhar triunfos, tristezas, alegrias, fracassos , planos ... tudo enfim.
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A fidelidade se expressa inclusive na utilidade de nossa prestação de serviços através da área de influência que desenvolvemos através do exercício de nossa atividade ou profissão, razão de termos sido selecionados para participarmos de Rotary. Ser fiel é afinal encontrar oportunidades de sermos melhores a cada dia e assim levar uma vida mais feliz. E o que é viver a fidelidade em Rotary? Viver a fidelidade, que os Rotarianos aprendem ao longo de um bom tempo de participação ativa e produtiva, se traduz na alegria de compartilhar com os companheiros a própria vida, gerado pelo conhecimento mútuo, estabilidade e confiança perduráveis, tendo como resultado um sincero bem querer. A confiança entre os membros de um clube - assim como nas empresas - é à base do trabalho conjunto. A fidelidade tem íntima relação com a realização de projetos, que unem seus associados e geram a satisfação do dever cumprido. O exercício de princípios coerentes com a crença pessoal, seja ela religiosa ou filosófica, também auxilia no desenvolvimento de uma ligação duradoura e fiel com o Rotary. Estes princípios de vida e valores praticados, pelos quais entendemos que vale a pena lutar, preservar e transmitir as próximas gerações nos dá, pela fidelidade, um sentimento de utilidade e mantém aceso um ideal. É sabido e não custa repetir que não se nasce jóvem em Rotary, mas adquire-se a juventude através de um ideal. Idealista moral, que é o Rotariano, manter aceso este ideal, o torna sempre jovem mesmo que longevo. E talvez por ser um idealista é que o Rotariano é longevo. 143
Mantenhamos nosso ideal Rotário aceso para realizar hoje o que entendemos ser um futuro adequado para as próximas gerações, mantendo-nos fiéis ao Rotary, seus princípios e valores, lutando por sua preservação e perpetuidade. E que ao longo de nossa existência em Rotary possamos afirmar, parafraseando o grande poeta Vinicius de Morais, que “a fidelidade que tivermos não seja imortal posto que é chama mas que seja infinita enquanto dure”.
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Liderança Sustentável Liderança sustentável implica em melhorias. Representa mais do que fazer as coisas durarem e se manterem ao longo do tempo. Não significa apenas números. O Líder Sustentável se envolve, cria motivação e espalhamento de ideias, promove perpetuidade. Desenvolve responsabilidade compartilhada, que não só conserva e desenvolve os recursos, mas se ocupa em evitar danos futuros através de objetivos ou conquistas do presente. Em Rotary, a Lidrança Sustentável é constituída por um envolvimento ativo, educativo e evolutivo em relação à comunidade, ao ambiente profissional e ao ambiente interno do clube, distrito e internacional. Alguns princípios da Liderança Sustentável em Rotary devem ser constantemente analizados por cada um de nós. A Liderança Sustentável cria e preserva o que desenvolvemos ou criamos Ao desenvolvermos um novo projeto que atinja uma parcela da comunidade a que servimos em nossa área de ação, é importante que aprendamos durante sua execução, que devemos realizá-lo pensando na sua perenidade e auto-alimentação. Cada detalhe é importante e deve ser cuidado com muito carinho e dedicação. A liderança Sustentável garante o sucesso ao longo do tempo O processo sucessório da liderança, por exemplo, é um grande desafio. Cada Rotariano ou Rotariana que ocupa uma posição de 145
liderança deve envolver-se na preparação de sucessor. Não adianta ser o campeão naquele ano e ver o esforço dos que o antecederam e o seu próprio, não se propagar aos seus sucessores. Embora o processo sucessório possa estar carregado de aspectos emocionais relacionados a expectativas e planos relizados ou frustrados, este processo deve ser iniciado no primeiro dia da posse. Neste momento do ano em que se dá a transição de lideranças como folhas de árvore que caem a cada ano para dar lugar a novas folhas flores e frutos, nos clubes, distritos, a nível regional e internacional, é importante a conscientização sobre este aspecto fundamental de promoção das futuras lideranças. A Liderança Sustentável sustenta a liderança de outros Uma forma de um líder deixar seu legado é garantir que ele seja desenvolvido e compartilhado com outros. Não podemos, portanto nos dar ao luxo de ser superficial, nem deixar marcas indeléveis. Muitas vezes ao iniciar nosso trabalho podemos nos deparar com dificuldades e contraditórios. É compreendendo a posição dos que insistem no contraditório e trazendo-os para comprender as razões que nos anima, estaremos ao mesmo tempo deixando um verdadeiro legado e promovendo a liderança desses que inicialmente não entendiam nossos motivos e passam a adotar nossas posições pelos seus motivos e não pelos nossos. A liderança Sustentável tem caráter desenvolvimentista Ao promover o reconhecimento às conquistas compartilhadas, estes reconhecimentos devem ter como objetivo o desenvolvimento de outros e de outras conquistas e motivar o surgimento de novos talentos.
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O Rotary deve transformar jornadas gastronômicas em jornadas de ação e continuar a reconhecer sim, mas reconhecer os talentos postos a servir e trabalhar por uma causa útil e progressista. O líder sustentavel é aquele que cuida dos seus líderes e os apoia para que se desenvolvam o suficiente para cuidar de si mesmo e realizar o melhor serviço de que forem capazes. Em resumo, líderes comprometidos com a sustentabilidade de sua ação, a desenvolvem pela forma como abordam, comprometem, motivam e desenvolvem aqueles com que estão em contato. O desenvolvimento sustentável da liderança consiste em suprir as necessidades da geração presente, sem afetar as habilidades das gerações futuras de suprir as suas. Este desenvolvimento também implica na aceitação com naturalidade e responsabilidade as responsabilidades advindas da posição de liderança que passa a exercer. E exercer estas responsabilidades de forma exemplar. Novamente relembrando, não estamos falando apenas em números, estatísticas e prazos, pois muitos resultados provenientes de uma liderança sustentável, virão a médio e longo prazo. É a busca de um equilíbrio ideal entre os seus objetivos no exercício da liderança e o que esperam de você, o que deve ser levado em conta. Desse equilíbrio estável resultará o crecimento com sucesso, a adaptação aos novos tempos, à nova comunidade, aos novos dessafios. Olhar de frente os fatos e fazer escolhas críticas. Nunca, o que se faz e as decisões que se toma numa posição de liderança são óbvias para todos na organização. Aos novos líderes em Rotary que quiserem exercer através de sua ação responsável uma Liderança Sustentável, não é demais lembrar que “O Futuro de Rotary está em Suas Mãos”.
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O Clube de Rotary: um Centro de Eficiência no Servir Ao ser idealizado o PLC - Plano de Liderança de Clubes, a ideia central sempre foi a de dotar os clubes de Rotary de uma estrutura de gestão que privilegiasse a eficiência. Para tanto um organograma tentativo e não impositivo foi elaborado, com a finalidade de prover posições de gestão e fluxo ordenado para as tarefas que um clube executa. Tendo como pano de fundo e filosofia de ação das Avenidadas de Serviço, procurou-se distribuir as tarefas em comissões, com atribuições bem definidas e que permitissem a gestão eficiente dos clubes. Com a criação da Avenida de Serviços dedicada à Juventude, um rearanjo nessa distribuição de tarefas deve ser provido, dentro de uma Comissão Permanente dedicada à Juventude. A nova tarefa consiste no planejamento integrado das atividades nessa área de ação. Além de planejar de forma integrada as ações em relação aos Programas Estruturados dedicados à juventude, ações concretas em relação à juventude podem gerar projetos efetivos para minimizar as carências deste grupo da comunidade a que servimos. Ao ser criada como Comissão Permanente, é concedido ao presidente dessa comissão, assento nato no Conselho Diretor do clube, para que junto com com seus demais membros, atue no planejamento do futuro do clube.
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Nesse processo de reengenharia e visando a eficiência, há que ser acrescentado para os clubes que ainda não as possuam, duas permanentes atividades, igualmente importantes: o planejamento a médio prazo e a formação de novos líderes. Para a realização efetiva dessas duas últimas tarefas mencionadas, é necessária uma avaliação de desempenho do clube e de seus associados. Aliás, esta avaliação de desempenho está sendo necessários nos tres níveis da organização: no nível internacional, no nível distrital e no nível do clube. A avaliação de desempenho do clube, não prescinde de uma análise das ações do passado mais recente e do cumprimento do plano de ação e metas previstas para o ano Rotário em curso e que foram aprovados em Assembléia do clube. Esta avalição pode ser detalhada pela análise de desempenho de cada Comissão e mesmo do Conselho Diretor do clube. Já a avaliação de desempenho dos associados é um pouco mais complexa. Hoje em dia um associado é avaliado segundo apenas dois fatores: pagamento das obrigações financeiras e frequência às reuniões. Com o objetivo de o clube ser um centro de eficiência no servir, há a necessidade de avaliarmos cada associado em relação às atividades que vem realizando para o alcance dos objetivos do clube e para a realização de sua missão de prestador de serviços. A auto avaliação é também de boa valia, pois permite ao Conselho Diretor entender como este associado está percebendo as atribuições que lhe foram designadas.
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Assim, numa reunião especial do clube, cada associado deveria posicionar-se em relação à seguinte pergunta: “Que atividades realizei neste ano Rotário, que me garante pleitear o recebimento da carteira de identificação Rotária para o próximo ano?”. Como você responderia a eata pergunta? Pode parecer um excesso de zelo este processo de avaliação personalizado, pricipalmente porque não foi feito antes. Mas esta predisposição para participar voluntariamente de um processo de análise como este, não só permite uma reflexão introspectiva e sincera a cada associado, como também fornece aos administradores do clube informação inestimável sobre algum talento não utilizado. Outra pergunta igualmente importante a ser respondida seria: “Pelo meu conhecimento das ações do clube, onde me sentiria confortável para realização de tarefas que são afins com meus conhecimentos anteriores, pessoais ou profissionais?”. Em qualquer clube, a somatória dos talentos dos associados é um patrimônio de alto valor e que em geral ou é desconhecido ou é negligenciado. Se pretendermos que cada clube seja um centro de eficiência no servir, devemos nos esforçar em utilizar ao máximo os recursos de que dispomos, e o maior e mais precioso deles é o próprio Rotariano ou Rotariana. Ao agregar ao quadro associativo um novo associado, o ponto mais importante e que muitas vezes não é avaliado, é o seu potencial para servir e ser útil aos propósitos do clube. Isto pode ser feito, como tenho comentado bastante, dando a este novo associado à oportunidade de servir através de um dos projetos do clube. O próprio associado novo em vias de ingressar no clube também se beneficia disso, pois vai entender por vivência pessoal que características operacionais têm o clube ao qual está convidado a entrar. Poderá
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inclusive sugerir outros projetos similares e úteis ao prosseguimento das tarefas do clube. Sem dúvida a entrada nos quadros do clube de um novo associado, a capacidade de servir do clube fica amplificada, mas é ao utilizar com propriedade os talentos desse novo membro é que estaremos tornando o clube mais eficiente para servir. Ao permitir a cada associado à oportunidade de prestar sua cota de serviço, estaremos garantindo a este companheiro(a) a manutenção de sua alegria por ser útil, o orgulho de pertencer ao Rotary, a responsabilidade social satisfeita, a identidade com a organização e seus valores, o entusiasmo pela descoberta de novas fronteiras no servir Rotário com eficiência.
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O Desenvolvimento de Rotary Clubes Melhores, Maiores e mais audazes Dentro da nova visão de fortalecimento dos clubes além da concentração dos recursos nessa direção, uma vez que o Rotary, seus programas e os da nossa Fundação Rotária somente acontecem se forem realizados em nível dos clubes, estão incluidos os conceitos de que eles devem se transformar em clubes Melhores, Maiores e Mais Audazes, para que tenhamos como resultado o desenvolvimento do quadro associativo. Desse desenvolvimento sustentado, dependerá o sucesso de nossa organização no cumprimento de seu Objetivo. A estrutura Zonal passa a contar agora, não somente com a equipe concentrada na provisão de apoio à Fundação Rotária através de participação dos clubes e distritos nos programas e com contribuições, mas também com a equipe de Coordenadores de Rotary e seus Assistentes. Juntas, estas duas equipes de líderes qualificados, passarão de forma pró-ativa a apoiar clubes e distritos, nessas duas áreas de ação. Mas o que são Clubes Melhores, Maiores e Mais Audazes? Para se tornarem ainda MELHORES, o esforço que os clubes devem fazer inclui entre outras, as seguintes ações: Melhor qualificação de novos sócios e do processo de admissão No processo de admissão de novos sócios, além de seguir os passos preconizados no Manual de Procedimentos, uma mudança sutil mas 153
eficaz, tanto para os novos sócios a serem admitidos como para os novos clubes a comporem a constelação Rotária, implica emdar a conhecer, mesmo antes do ingresso deles em Rotary, através da participação em projetos típicos, primeiro o que Rotary faz para depois entenderem o que Rotary é. E terá toda sua existência para conhecer o principios que norteam a nossa organização Melhor e sistematizado contato com a comunidade e criação de identidade Ao criar identidade com a comunidade a que servem, os clubes poderão reconhecer com mais clareza suas necessidades e definir aquelas nas quais irão concentrar esforços. Poderão, além disso, contar com sua comunidade na realização dos projetos e promoções e selecionar dentre seus membros os que reforçarão os quadros do clube. Melhor resultado dos projetos com maior participação dos associados É desejável que a maioria dos sócios participem com seus talentos dos projetos executados, pois ao se envolverem com os mesmos, terão satisfeitos os seus anseios de prestar serviços e a sensação de utilidade de sua qualidade de associado. Melhor formação de lideranças Utilizando os diversos mecanismos existentes, é na formação de novos líderes que o clube se perpetua em sua missão. Avaliação Periódica do Desempenho Não somente a avaliação das ações do clube devem ser avaliada anualmente, mas também a de cada um dos rotarianos, que deveriam poder em assembléia do clube levantar-se e dizer o que fizeram 154
naquele ano que lhes garante renovar sua carteira de associado daquele clube. Clubes MAIORES devem ter a interpretação fundamentada em algumas características identificadoras e mais amplas de que somente o número de associados do clube, como por exemplo, as seguintes: Maior participação na solução dos problemas da comunidade em sua area de atuação Para ser reconhecido pela comunidade a ponto de ser desejada e mesmo solicitada a sua ação; Ter um plano trienal de desenvolvimento Baseado no Plano Estratégico de Rotary e nas orientações do Plano Plurianual Distrital é indispensável que cada clube tenha um plano orientado para a sua área de ação e dentro das atividades previstas no Plano de Liderança de Clubes. Ampliar a capacidade de servir com qualidade Ao trazer novos associados para cumprir com sua missão de prestação de serviços deve o clube primar pela qualidade e ter sempre em mente os valores de nossa organização Ampliar a participação nos programas da TRF e na captação de recursos Conhecer e apoiar os programas da Fundação Rotaria e de sua associada no Brasil, a ABTRF - Associação Brasileira da The Rotary Foundation deve ser ampliada a cada ano, pois sempre podemos fazer mais do que já tenha sido feito.
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Maior participação nos programas dedicados às novas gerações Com a criação da Quinta Avenida de Serviços - Juventude, a nossa ação dedicada à juventude sobe a um patamar mais elevado, deixando de ser apenas a realização de atividades dedicadas aos Programas Estruturados (Rotaract, Interact, RYLA e Intercâmbio de Jovens) para passar a ser uma Filosofia de Ação. Abrange agora também a juventude da comunidade a que servimos e que se encontra em grande necessidade de atenção. Para serem MAIS AUDAZES os clubes devem ainda: Incrementar a promoção da Imagem Pública Já que esta irá fazermos ainda mais conhecidos pelos projetos efetivamente realizados e não pelas jornadas gastronômicas. Iniciar projetos em áreas ainda não exploradas Demonstrando nossa qualidade de inovar na prestação de serviços adaptando-nos à evolução dos tempos. Dispor de metas mais audaciosas anuais e multianuais Criando além de um plano multianual e estratégico, um pensamento estratégico. Com estas novas posturas estaremos buscando novas aventuras no servir Rotário, não aceitando jamais o impossível como certeza e o adiável como premissa.
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O Futuro do Rotary em nossas mãos Começemos com uma análise rápida do conceito de serviço no século XXI. A prestação de serviços, como conceito, é uma combinação única de filosofia e ação. Seu significado conciso continuará a denotar néste século, uma postura ética, responsável e humilde em relação à vida neste planeta. Continuará o serviço a ser a antítese dos comportamentos impessoais de baixo nível e narcisista de uma parte da sociedade, que se deteriorou no tempo. O século XXI desenvolverá cada vez mais, comunidades multirraciais e multiculturais, como decorrência da globalização. Disto se seguirão interesses que poderão se opor uns aos outros e como consequência, a necessidade de uma entidade que intermedie estas disputas e cuja ênfase seja a solidariedade, a paz e a possibilidade de compreensão a nível mundial entre os povos. Neste aspecto, o Rotary passa a ser o catalizador de forças geradas por esta nova comunidde mundial, para a qual a prestação de serviços era até hoje representada por fornecer ajuda financeira ou física, mas que está mudando, embora ainda necessária. O Rotary terá, pois a missão de encontrar para as novas necessidades de prestação de serviço, soluções possíveis onde falharam os governos e alavancar a promoção das mesmas. 157
O século XXI será seguramente uma era baseada em tecnologia. Será igualmente nossa missão, servir de ponte que levará estes desenvolvimentos tecnológicos aos menos favorecidos e aos jovens. Os Rotarianos de todo o mundo, para que sejam avaliados favorávelmente no futuro, terão que concentrar-se em três grandes missões de serviço:
A missão de criar condições para que todos tenham acesso ao conforto e ao progresso; A missão de promover a paz e de auxiliar na resolução de conflitos, mesmo aqueles que ainda não conhecemos hoje; e A missão de promover a supremacia do espírito em relação à matéria, do amor sobre a guerra ou sobre o ódio e o realce da lealdade que gera o respeito e conduz à paz.
É evidente que teremos que continuar nos preocupando e enfatizando em nossos projetos de prestação de serviços o combate e a mitigação da fome, da ignorância e das doenças, da falta d’água e da necessidade de soluções de saneamento básico. Preocupar-se é gratis, não nos custa nada. Mas temos que ser daqueles que se preocupam o suficiente para agir. Rotary terá que continuar no futuro a promover a AMIZADE que une, o RESPEITO À FAMÍLIA que propaga valores e a SOLIDARIEDADE que garante a justiça e a convivência. Rotary somente terá futuro se seus ideais e valores forem transmitidos às futuras gerações por nós. O Rotary tem que continuar a construir sua reputação no futuro, como uma instituição provedora de serviços segundo estes novos conceitos, não somente pela realização de jornadas gastronômicas e 158
entrega de troféus e medalhas de reconhecimento, mas através de obras completadas. Temos que continuar reconhecendo sim, mas reconhecendo o talento posto a trabalhar. Nosso grande patrimônio no futuro será composto por nossa capacidade de gerar Rotarianos competentes para executar estas novas formas de prestação de serviços. O esforço de capacitação de novas lideranças será imprescindível para o alcance desses objetivos. Os governos irão de forma crescente, demandar esta atitude, por ir retirando-se gradualmente de certas áreas de prestação de serviços. Como resultado disso, o trabalho voluntário de entidades sócio-culturais e também na área educacional básica (alfabetização) será uma necessidade crescente. A urbanização será também crescente, o que nos levará a restabelecer, como instituição, a ideia geral, esposada por Paul Harris, de que Rotary foi idealizado para atuar em pequenas comunidades, ajudando a reconstruí-las de forma autorregulada. O voluntarismo estará disponível em razão crescente entre pessoas com novos paradigmas de trabalho, que terão mais tempo disponível necessitando sentirem-se ocupadas e úteis nesse tempo discricionário. Por outro lado outras parcelas da comunidade, nas quais a sobrevivência seja mais importante, o voluntarismo diminuirá. Caberá a Rotary e aos Rotarianos, promover o balanço destas forças. Teremos, neste novo cenário, uma nova abordagem do servir Rotário, que requerirá Novos Clubes e Novos Rotarianos. A estes Novos Rotarianos caberá resolver, entre outros assuntos, todos eles igualmente importantes: 159
A necessidade de uma nova linguagem para expressar-se e ser entendido; O investimento planejado de forma integrada e multinível na Juventude; A evolução da governança funcional nos tres níveis da organização e na forma de atuação; A execução de um planejamento multianual e multinível; O distanciamento crescente dos clubes e seus membros, em relação à comunidade a que servem, reaproximando-os; O processo de admissão equivocado que temos hoje e reformulá-lo; O problema atávico de analfabetismo rotário; A urgente necessidade de formação de novos líderes Rotários; O envolvimento da família no servir.
Isto tudo vai requerer uma revolução, entendida esta como uma renovação da evolução. O futuro do Rotary está plantado em uma cuidadosa combinação dos recursos e tempo disponibilizados pelos voluntários, e da utilização das posições de influência que muitos de nós ocupa e da rede de influência que estas posições de liderança gera, para atrair novos sócios que se envolvam em atividades de direções claras e planejadas. O voluntarismo tem grande aceitação entre os mais jovens e à capacidade de influenciar se dedicam com prazer os mais vividos. Juntos são uma combinação tão forte que já restaurou nações inteiras. A profissão e os Serviços Profissionais é outro grande desafio de Rotary para o futuro, pois esta é a principal característica que distingue nossa instituição como única, entre as muitas prestadoras de serviço comunitário organizadas.
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O mundo necessita hoje e no futuro, mais do que nunca, a concepção Rotária de prestação de serviçoa através das profissões. A obrigação moral de participar de seu grupo profissional e defender através do mesmo os valores e os elevados padrões de ética incorporados nos programas de Rotary, torna-se imprescindível. Aqueles que falharem no seu dever de bem representar sua área profissional ou ramo de negócio, estará obstruindo uma das artérias por onde flui o sangue vital de Rotary. E a Juventude? Quais são os enfoques a que estão expostos nossos sócios no servir? Principalmente a uma mudança acelerada em sua relação com a informação e o conhecimento. A mídia em geral, as empresas modernas de equipamentos de telecomunicações, as empresas de publicidade, os estabelecimentos comerciais e industriais já se aperceberam desta revolução e estão envolvidos nesta aventura da busca da participação crescente desses jovens na compra de produtos e serviços oferecidos por eles. Rotary pode lhes oferecer uma forma mais moderna e mais atrativa de atender seus anseios e ao mesmo tempo perpetuar os valores pelos quais entendemos que valha a pena lutar. Mais que mostrar aos jovens o caminho, é muito mais importante e recompensador, caminhá-lo com eles. A palavra de ordem, portanto é planejamento. Planejamento multianual, multinível e integrado. Temos ou estamos criando condições tanto organizacionais como emocionais para isso?
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Uma evolução administrativa está em processo desde alguns anos, causada pela aplicação dos Planos de Liderança Distrital e pelo Plano de Liderança de Clubes, causando também uma evolução e uma transformação organizacional, objetivando uma similitude de organograma nos tres níveis o que facilitará a implementação global do planejamento de forma integrada. Estaremos assim aproveitando as vantagens de unicidade de regras, da administração subsidiária, da independência financeira e patrimonial (não temos propriedades), somos ao mesmo tempo sócios e donos da organização,vantagens estas que, entre outras, nós temos em relação às grandes empresas multinacionais. Para construir este futuro que se nos apresenta, temos que concentrar nossas ações agora, pois o futuro é agora. É também a sua vez de provar que tem a visão para planejá-lo já. Pois ... O Futuro do Rotary está em nossas mãos.
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O Navio de Rotary Através dos tempos o ser humano tem tido sempre um fascínio com relação ao mar. Alguns adoram o mar e velejar, outros o temem e com muito boa razão. Somente no mar a mistura dos sentidos do ser humano pode ser observada, pois os oceanos são como a vida de cada um de nós. Às vezes fácil e tranquila, outras vezes turbulenta e difícil e algumas vezes assustadora. Mas um dos grandes sentimentos que os oceanos permitem desenvolver no ser humano é o da eterna permanencia. De que outra forma então, podemos observar estas maravilhas que o oceano da vida nos apresenta, descobrir novos mundos e dar um sentido útil ao que fazemos, descobrir novos mundos de serviço, dar um sentido de permanência a valores importantes, se não embarcando em um navio, o navio do Rotary. O navio do Rotary tem forma adequada para navegar em qualquer oceano, enfrentar qualquer tempestade e chegar sempre a um porto seguro. Dispõe de modernos equipamentos e ideias, comandado por um capitão bem escolhido e em sintonia com sua tripulação e que é relançado a cada primeiro de julho. É carregado com preciosa carga os inúmeros projetos desenvolvidos pelos mais de 33.000 clubes ao redor do mundo - que ao ser entregue é capaz de promover a melhoria das comunidades a que se destina. Temos nossa bússola para navegar no rumo certo, representada pela constelação de sonhos da humanidade pela paz e compreensão entre os povos, e a direção dada pelo Objetivo de Rotary, seus valores e pela Prova Quádrupla.
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É um navio de mastros bem estruturados e que sustentam velas que permitem aproveitar os ventos que como a humanidade estão sempre mudando de direção. São agora cinco mastros representados pela Cinco Avenidas de Serviço. O mais recente o dos serviços à Juventude dá ao nosso navio mais potencia e nos conduzirá com mais eficácia ao futuro. Da orientação das velas de cada mastro é que dependerá o melhor aproveitamento dos ventos que continuam soprando. Não é tempo de calmaria. Bem ao contrário, os ventos sopram a toda força. O que estamos elaborando é um novo curso e um novo plano de viágem – o novo Planejamento Estratégico – que seja capaz de conduzir nossa embarcação melhor e de forma mais audaz. O navio de Rotary é o navio da Boa Vontade. Ele não é novo, tendo sido útil por mais de cem anos. Tem sido testado e se torna cada vez mais forte e confiável. Num livro norueguês, “O espelho do rei” entre os conselhos de um pai para seu filho consta: “Deixe seu navio bem cuidado e bonito para ser visto e então pessoas competentes e habilidosas vão querer fazer parte de sua tripulação e navegar nele e ele será bem conduzido”. A disciplina e a atuação da tripulação envolve os mais diversos serviços, como a impermeabilização constante do casco, lubrificação e manutenção de suas máquinas e bombas, pintura, limpeza, todos eles necessários durante a viagem, sem se esquecer dos turnos de vigia, pilotagem, registro de bordo, e provisão de alimentação diária. A ferrugem é um problema constante e deve ser cuidada, reparada ou em alguns casos promovendo a substituição da peça.
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Para onde vai o navio do Rotary? O que ele pretende alcançar? Para onde um navio se dirige, depende é evidente de como e quão habilmente e de forma efetiva o leme é controlado desde a cabine de comando. Com uma herança de conquistas palpáveis; com diretivas constitucionais estabelecidas por Convenções e Conselhos de Legislação e praticadas por clubes e distritos; pelos projetos executados e expressos através de uma ampla e vibrante prestação de serviços que atendam as necessidades locais e regionais, o navio de Rotary estará singrando seguro e sem vacilação. Nossas conquistas continuarão sendo enormes por este que é o melhor navio de prestação de serviços que conhecemos. Nossa tripulação sempre em renovação precisa sempre de capacitação, pois novos marujos estão sempre iniciando sua participação na grande tripulação. Embora seja significativa a participação da tripulação do edifício central de Rotary ao abrigar as operações de nossa organização, seu valor prático não está no edifício ou em sua localização, pois Rotary não é medido por seus ativos físicos, mas sim pelo valoroso trabalho de cada um dos Rotarianos compondo cada uma das tripulações que fomentam o ideal de servir e promovem a evolução da dignidade daqueles a quem servem. O navio de Rotary é de largo curso e muito ainda há que navegar. Com fé no futuro e na capacidade de sua tripulação, unida por um mesmo objetivo, iremos deixar um registro indelével na história da humanidade, unindo continentes e criando melhores comunidades.
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Os Pescadores de Seres Humanos Os Rotarianos tem uma tarefa indelegavel, a de se transformarem à partir de seu ingresso em Rotary em PESCADORES DE SERES HUMANOS. O que devemos comprender por isso é que tão logo entendamos o significado da nossa organização é nosso dever e mais nobre tarefa, transformar-nos em pescadores. Quais os seres humanos nos quais estamos interessados? Aqueles homens ou mulheres que sejam: adultos, íntegros, de caráter ilibado e de bom conceito comercial ou profissional. Qual a isca que devemos usar? O poder de atração que exerce um projeto bem elaborado dirigido à comunidade a que servimos, é que transforma este projeto na nossa principal isca. É através de projetos completados, que atendam as necessidades da comunidade e que sejam autosustentáveis, que iremos atrair o “cardume” de profissionais e exercer o fascínio no seu melhor representante. Ao ser convidado a participar desse projeto, antes mesmo de ser convidado associar-se a um clube, o potencial associado não só irá tomar contato com o que Rotary faz, mas também verá despertado em seu pensamento outros projetos similares que a seu ver também se encaixariam na ação Rotária, no seu esforço de atender as necessidades mais prementes da comunidade a que serve.
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A coleção de anzois em forma de “S”, onde iremos fixar a nossa isca, é representado pelos 5S de Rotary, que são identificados pelos atributos que devem nortear a nossa atividade de Rotarianos: Simplicidade, Seriedade, Sabedoria, Solidariedade e Serviço. As águas onde estes seres humanos alvos da nossa pescaria estarão são as mais diversas, mas eles são facilmente localizáveis por sua conduta, sua atitude em relação às pessoas ou aos problemas que enfrentam. A linha que iremos usar dependerá do porte do ser humano que qualificamos, se for resistente, brigador e entendermos que irá lutar muito, é adequado colocarmos linha resistente. Se, no entanto o ser humano em vista já conhece a organização que o procura e se até já manifestou o interesse de estar conosco, então uma linha menos resistente fará seu trabalho. Como na pescaria de peixes, devemos “dar linha” ou ir recolhendo-a durante o processo, mas sem deixar escapar a boa potencial aquisição. O candidato a sócio deve perceber em nossa firmeza de arrebanhá-lo, a fortaleza dos nossos princípios e valores, que identificados nele, nos garantirá um competente Rotariano e que nisso confiamos. A vara de pesca compreende toda a estrutura da nossa organização que dará suporte ao processo de admissão e manutenção do novo sócio, incluindo o padrinho, o clube, o distrito, a estrutura internacional de RI e da Fundação Rotária, seus Programas e pessoal de suporte, além da comunidade a que este novo sócio irá servir. Continuando com esta análise comparativa, a pescaria prazeirosa é aquela na qual trazemos para o barco um peixe de cada vez. Da mesma forma, ao admitirmos em nossos quadros um novo associado por vez, há grande chance de esta admissão ser bem sucedida e que este novo Rotariano venha ser devidamente absorvido no clube, se 168
adapte e receba atribuições de acordo com seus talentos. Se fizermos a admissão por “arrasto” é muito provável que junto com os bons potenciais associados, entrem também alguns que iremos devolver à sociedade. Muitos nunca tiveram a experiência de realizar uma boa pescaria. Mas outros há que não deixam passar nenhuma oportunidade para sozinhos ou em grupo realizar mais uma pesca. Adquiriram o sabor de pescar. Igualmente é recomendável a quem ainda não teve a experiência de “pescar” um ser humano para juntar-se a nós em Rotary, que se aprumem, reunam o melhor equipamento que puderem dispor e planejem a primeira iniciativa. Se necessário consultem os experientes padrinhos-pescadores, pois um bom conselho sempre é útil. E é nisso que cada novo sócio deve se transformar, a partir de seu ingresso em Rotary: em pescador de seres humanos. Os novos associados deverão ser admitidos após ter tido a possibilidade de conhecer primeiro o que Rotary faz, para que ao longo de sua vida Rotária passe a entender o que Rotary é. Admitido dessa forma estará resolvido em grande parte na admissão o problema que hoje existe de evasão. Adotando esta postura estaremos efetivamente e de forma responsável construindo o futuro e reconhecendo que ele está em nossas mãos.
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Por uma Cultura de Paz Nesses já mais de 100 anos, o Rotary tem cultuado a paz e o respeito aos direitos humanos, como elementos indivisíveis e pertencentes à todos. A cultura da paz está intimamente ligada ao desenvolvimento humano, principal razão da existência do Rotary. Conexão direta da paz também é estabelecida com a justiça social. Sem paz o desenvolvimento não pode se sustentar, e sem desenvolvimento e justiça social não há paz. A construção de uma cultura da paz requer a identificação dos conflitos inerentes às relações humanas e o desenvolvimento de métodos e técnicas para a prevenção e resolução pacífica dos mesmos. A cultura da paz é tema multidisciplinar e requer envolvimento da comunidade. O século XXI deverá ver o desenvolvimento a cada dia de mais comunidades multirraciais e multiculturais como resultado da globalização. E como consequência disso, continuarão a aparecer interesses opostos que deverão se contrapor uns aos outros e que necessitarão de uma organização que intermedie estas disputas e cuja ênfase se expressa no amor, na paz e na possibilidade de compreensão internacional. Nesse aspecto Rotary passa a ser o catalizador de forças geradas por esta nova comunidade mundial, para a qual o serviço era até então representado pelo suprimento de assistência física ou financeira. Isto está mudando, embora ainda necessário. 171
Rotary tem a missão de encontrar soluções para estes novos modelos de prestação de serviço, para os quais nossos governos tem falhado em encaminhar soluções. Há necessidade de transitar de uma cultura de confrontação para uma cultura de convivência e mobilização para isso, dos sistemas de educação formal e não formal. Em sua contribuição nessa direção de aculturamento objetivando a paz, o Rotary está:
Formando especialistas na cultura da paz e resolução de conflitos (Bolsas Pró-Paz); Preparando em cursos de curta duração, resolvedores de conflitos, quer sejam eles urbanos ou regionais; Alfabetizando adultos e crianças; Estabelecendo rede de mediadores para a paz, formados que foram através das bolsas concedidas pelo Rotary; Mitigando a fome a sede e a mortalidade infantil; Promovendo intercâmbio de jovens, que conhecendo outras culturas, conhecendo o modo de pensar de outros povos, auxiliam na promoção da paz; Preservando o Planeta Terra e conservando-o para as futuras gerações.
Todos estes esforços devem ser apoiados por nós para que prossigam. Mas por mais incrivel que possa parecer, um professor da Universidade Fedral do Paraná, indicado pela UNESCO como professor itinerante sobre a Cultura da Paz, não encontrou um livro sequer, mesmo em grandes livrarias dos grandes centros sobre este tema. Neste processo de promoção da cultura da paz, a luta é desigual. 172
O Instituto Internacional de Pesquisa para a Paz com sede em Estocolmo, denunciou, já em 1990 que US$ 2 Milhões eram gastos por minuto para a compra de armas em todo o mundo. Em um dia (1440 minutos), mais que o orçamento de um ano da Fundação Rotária para promover a paz. Cada missil “Harm” disparado na Iugoslávia, por exemplo, custou US$ 800.000, mesmo os que erraram o alvo. A indústria de armamentos emprega só nos Estados Unidos mais de 3,5 milhões de pessoas. Mas estes fatos não nos dá o direito de desistir. Pode ser absurda a discrepância dos números, mas mais absurdo ainda é o mal, a guerra, é o ser humano matando outro ser humano. O grande filósofo Cícero dizia preferir a paz mais injusta a mais justa das guerras. Paz, paz individual, paz urbana, paz nacional, paz sem fronteiras territoriais, ideológicas, religiosas ou raciais. É dessa paz que precisamos. Levantemos, pois como Rotarianos a bandeira mais antiga que conhecemos a bandeira branca da PAZ, da pureza da paz. Paz em todos os momentos, em todos os lugares, em todos os idiomas. PAZ, PEACE, PAIX, DER FRIEDEN, SALAM, SHALOM, PACE, PACO, PINGAN, PAX, XANTI, POKÓI, UKUTHUALA, MIR ... Paz, apenas isso, paz. Paz, mil vezes paz. Mais de seis bilhões de vezes paz, para que haja paz no coração de cada ser humano.
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Reconectar com a Comunidade O relacionamento com a comunidade tem sido ponto importante das diversas componentes do servir em Rotary. O que se nota em várias partes do mundo Rotário, é um distânciamento crescente entre os clubes de Rotary e a comunidade a que servem, ou deveriam estar servindo. Desde a avaliação do cesto de projetos que um clube se pretenda executar, a definição de seu território e até a seleção de novos sócios para que o clube continue representando um extrato transversal desta comunidade, tudo isso passa pela análise da comunidade a ser abrangida. No intuito de ampliar o quadro social e garantir que a comunidade a que um clube serve esteja sendo atendida, ao longo do tempo, tem sido exploradas alternativas de divisão de território ou compartilhamento de território para a criação de novos clubes. Com estes procedimentos, se não foi tomado o cuidado de revisar o Estatuto do Clube para rever a localidade do clube e sua área de atuação a alteração (nos casos de já existirem clubes naquela localidade), inicia-se um processo de perda de noção de qual é a comunidade a que aquele clube serve. Mais recentemente em localidades onde existam mais de um clube, estes tem procurado, em conjunto e sob a orientação do governador, revisar suas respectivas áreas de atuação, visando reve-las, bem como identificar e atualizar a definição da comunidade a que servem, ou deveriam estar servindo. 175
Com esta definição clara da área de ação do clube, pode ser reiniciado um processo de levantamento, entre outros, dos recursos públicos, estabelecimentos comerciais, estabelecimentos de ensino, clínicas médicas, profissionais autônomos e principalmente as carências existentes nessa área e uma definição mais precisa do perfil da comunidade. Se fizermos aos companheiros de nossos clubes de Rotary as perguntas:
Qual a comunidade a que nosso clube serve? A comunidade a que servimos conhece os Rotarianos que compõem este clube? E obtivermos respostas convincentes e não um silêncio constrangedor, podemos ainda perguntar: A comunidade a que servimos perceberia se nosso clube “fechasse as portas”?
Estaremos então, em função das respostas obtidas, em condições de avaliar o grau de identidade de nosso clube com a “nossa” comunidade. Hoje em dia temos centenas de milhares de Organizações Não Governamentais (ONG) em operação. Dentre as que são sérias e responsáveis, as que mais têm crescido em número de voluntários, dado satisfação e noção de pertinência de seus associados, são aquelas que, entre outras possuem as seguintes características comuns:
Seus associados estão em estreito contato com a comunidade a que servem;
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Os projetos que realizam, de interesse direto e às vezes imediato da comunidade, são simples, de resultado rápido de ser apreciado e na maioria dos casos auto sustentáveis.
Faz-se necessário, e isto está claramente comprovado, que para que os nossos clubes de Rotary influenciem as características das comunidades nas localidades e áreas de ação, é necessário que conheçam estas comunidades e se tornem visíveis por projetos completados e que sejam de interesse desse público. Ao nos conectarmos com a comunidade, não o estaremos fazendo para simplesmente demonstrar a ela os projetos que estamos executando e dizer, fizemos isso, realizamos aquilo. Simplesmente estaremos dando a conhecer as nossas realizações, para que quando convocarmos esta comunidade para se juntar a nós num projeto ou numa campanha, ela se una a nós por saber com quem está se unindo. Esta mesma comunidade, ao ser solicitada para que cedam alguns de seus membros ativos para que se juntem a nós para servir, este novo protagonista saiba com quem estará servindo. O desenvolvimento do quadro social se inicia pela adição de novos companheiros e isto é facilitado se ele provier da comunidade com a qual tenhamos identidade. A ausência dessa identidade dificulta a identificação das carências, a realização de projetos necessários e mesmo o aprimoramento do prazer de servir. Se os organizadores de novos clubes, se imbuirem do verdadeiro espírito de Rotary, a roda dentada que nos simboliza, engatará nessa nova comunidade e direcionará para um novo patamar de dignidade as suas parcelas mais carentes. Assim têm sido organizados novos clubes de sucesso, através da criação e preservação de uma forte identidade com suas comunidades. Estes clubes não sofrem de anomia, nem de perda de associados. Estes clubes estarão sempre 177
vivos, encontrando novos nichos de prestação de serviços. Seus novos integrantes saberão primeiro e de imediato o que Rotary faz e entenderão com muito mais facilidade o que Rotary é. Nunca como agora os principios e valores defendidos por Rotary são tão necessários de serem praticados e transmitidos para a comunidade. Temos, como parte da ordem social, deveres para com a comunidade em que vivemos, de forma dinâmica e completa, ocupando todos os espaços ainda inatingidos, expandindo a ação de Rotary. Novas necessidades das comunidades exigem novas formas de atuação, entendendo as causas dessas necessidades, quer sejam elas políticas, sociais ou econômicas. Há necessidade de encarar as situações do presente com coragem, coragem para atuar sobre elas ... e muda-las. Todos os nossos esforços, todas as nossas doações são importantes. Mas mais importante que as doações são a certeza que elas chegarão para quem às necessita. Se nos reconectarmos às comunidades a que servimos perceberemos o grande banquete de oportunidades de servir, bem alí ao nosso alcance. Rotary é pequeno e grande ao mesmo tempo. Assim como nos dedicamos à comunidade internacional apoiando a erradicação da polio, é na identidade e interação com a nossa comunidade que nos realizaremos no curto prazo, apreciando de imediato o resultado do nosso labor e mantendo o interesse de nossos associados na comunidade e dos membros da comunidade interessados em ingressar em Rotary. A comunidade está disponivel, reconectemo-nos com ela.
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Serviços Profissionais: A Avenida da Excelência O serviço profissional é o desafio de Rotary. É a característica principal que distigue o Rotary como organização única entre as muitas sociedades pelo mundo afora. Não é um exagero dizer que se constitui numa das principais justificativas para a existência do Rotary, num mundo que precisa hoje como nunca, da concepção Rotária de servir através da profissão. Porque esta é uma época de transformações e o Rotary tem como finalidade transformar o ser humano. Ao compartilhar a concepção rotária com seus pares, o profissional Rotariano deixa de lado a postura investigativa do caráter moral de seus companheiros de profissão para exemplificar e explicar a nossa visão de atuação responsável e ética, auxiliando-os a expressarem este ideal em suas práticas e decisões diárias. Tenho uma experiência vivida que gostaria de compartilhar com vocês, que demonstra a necessidade de atuarmos de forma responsável e ética na nossa profissão. Estava numa reunião com a diretoria de uma multinacional na qual deveria apresentar a solução para alguns atrasos na entrega de um produto fundamental para a implantação de um sistema de telecomunicações dessa empresa e de alto valor agregado. Após apresentar um novo cronograma que pudesse atendê-los e reparar em parte o atraso, fui questionado pelo Presidente dessa empresa: “Qual a garantia que podemos ter, que vocês irão cumprir estes novos prazos?”. Ia responder, quando um dos diretores presentes à reunião, apontando para a 179
minha lapela disse: “Ele é Rotariano, podemos confiar em seu empenho em consegui-lo”. Foi nos dado o crédito de confiança e ampliada imensamente a minha responsabilidade. Após aquela reunião, cumprir o prometido tornou-se para mim não só uma questão profissional, mas uma necessidade de provar que a afirmação daquele diretor era válida. Como Rotariano, me senti ao mesmo tempo orgulhoso e comprometido. Cumprimos o prazo. E eu jamais me esqueci da imagem poderosa de integridade e de responsabilidade, que portar um distintivo de Rotary na lapela representa. Sou filho honrado de um imigrante libanes, que chegou ao Brasil em 1918, no mesmo ano em que Rotary se instalava na América Latina. E se há algumas lições que ele me deixou, relembro:
Ame tua família acima até de você mesmo; Tenha uma profissão, pois este é o maior legado que um pai pode deixar para um filho; Exerça sua profissão e faça tudo na vida, sendo verdadeiro, honesto e justo.
E eu o vi sempre agindo dessa forma. Em Rotary os ensinamentos não são diferentes quando se trata da Avenida de Serviços Profissionais. Nas 322 páginas do Manual de Procedimentos, três páginas são dedicadas aos Serviços Profissionais. Somente três páginas ... Mas essas 3 páginas nos falam que os Serviço Profissional é o veículo pelo qual o Rotary promove e apóia a aplicação do ideal de servir. 180
Falam de ética, um princípio que não pode ter fim; Falam de lealdade a empregadores e empregados e tratamento justo entre si. Falam em reconhecimento do valor de todas as ocupações úteis. Falam da utilização dos nossos conhecimentos profissionais para a solução das carências da comunidade a que servimos. Falam da integridade e da justiça para com associados, clientes e concorrentes e que este pode ser nosso aliado e não nosso inimigo; Falam da Prova Quádrupla; Falam da nossa participação em entidades de classe de forma exemplar; Falam de orientação vocacional aos jovens, nos remetendo ao futuro e que ele está em nossas mãos. Falam da vinculação dos Serviços profissionais com a construção de uma melhor comunidade. E tudo isso em aparentemente só tres páginas... É a busca da excelência. Gostaria para ilustrar esta participação de projetos de Serviços Profissionais na formação do caráter ético e na propagação dos valores na comunidade, com dois exemplos. Um deles é um projeto, que iniciado na Universidade Virginia Tech e desenvolvido pelo Josephson Institute of Ethic, e que já esteve sendo utilizado em outros países, foi aplicado através de um Subsídio Equivalente em 60 escolas na cidade de Joinville, pelos 7 clubes ali existente, no distrito 4650 no Brasil. Intitula-se “O caráter conta”. 181
Sendo facilmente replicável em qualquer comunidade, destina-se a ajudar os educadores a trabalharem com as crianças e jovens, visando desenvolver seus valores éticos e fortalecer seu caráter, para que venham a se tornar profissionais e cidadãos íntegros. Permite despertar nas crianças e jovens, através de uma metodologia lúdica e eficaz, de que os “seis pilares” do caráter - sinceridade, respeito, responsabilidade, zelo, senso de justiça e cidadania - são fundamentais para nortear suas vidas pessoais e para construir uma comunidade mais harmoniosa e feliz. Comprovar que devemos exercitar o caráter para ter força moral e vigor, para os momentos em que formos testados, e certamente o seremos, responder positivamente e com firmeza e resistir à tentação de colocar a popularidade, o bem estar e o conforto acima da ética. Fazer a coisa certa em pequenos assuntos dá a confiança e a experiência necessária para enfrentar desafios maiores, quando eles vierem. Outro projeto é o que implementa também nas escolas, um livreto que com ilustrações e linguagem adequados demonstra de forma objetiva os conceitos implícitos na Prova Quádrupla. Este livreto foi inspirado no “The Four-Way Coloring Book” do Rotary Club of Millen, Georgia - USA, e adaptado às nuances culturais e esportivas brasileiras. Estes dois exemplos foram citados, pois mostram algo que a meu ver é uma importante tarefa na Avenida de Serviços Profissionais, que é o de preparar melhores indivíduos e futuros profissionais das comunidades através das crianças e da juventude dessa comunidade. É necessário chegar neles antes dos agentes do crime e da drogadição. É necessário dar um sentido a suas vidas, ensinar-lhes desde cedo a enfrentar os desafios que no futuro estarão tendo que superar e desenvolver a excelência em seu caráter.
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Termino com uns trechos do poema de Sidonio Muralha que, a meu ver, valoriza adequadamente o caráter: “Parar, parar não paro Correr sim, mas sem tropeço. Mas se tropeçar, não paro, nem mereço. E que ninguém me de amparo, nem pergunte se padeço. Se caráter custa caro, eu pago o preço. Pago, embora seja raro Mas o homem não tem avesso E o peso da pedra comparo à força do arremesso. Se caráter custa caro, eu pago o preço.”
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Transformando Informação em Conhecimento e em Ação Estamos sendo bombardeados cada dia mais, por uma enxurrada de informações. Constitue-se um dos maiores desafios dos tempos atuais, discriminar as informações que nos podem ser úteis, transforma-las em conhecimento, que por sua vez seja o alicerce para nos permitir a tomada de decisões ou a produção de ações concretas, positivas e úteis. Entra nesse processo um senso crítico apurado do ser humano, que nenhum computador pode superar, de selecionar quais informações serão transformadas em conhecimento e quais descartar. A Rede Mundial gerada via Internet, e os seus sucedâneos mais recentes das redes sociais, permite-nos acessar uma quantidade infindável de bases de dados, democratizando a informação. De certa forma pode ser comparado o advento da Internet, com a impressão da Biblia por Gutemberg, que numa época de enorme sincretismo religioso, democratizou o conteúdo deste livro sagrado, permitindo que fosse lido nos lares e não somente no interior de conventos. Corremos o risco, portanto, pelo excesso de informações expostas ao nosso alcance, proveniente das mais variadas fontes, de ver turvado o nosso discernimento, embotado os nossos sentidos, e ter dificultada a avaliação do que é realmente relevante. A ansiedade por informações deve ser minimizada, e disciplinado o trato dessa informação para transforma-la em algo que resulte em aprendizado. Devem ser analizadas as informações para determinar
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quando e onde ela pode ser utilizada, que valor e que conhecimento resulta de sua análise e divulgação. Tres pilares são importantes nesse processo: Consultar, Compartilhar e Colaborar. Quando preparamos uma tabela com informações, por exemplo, da evolução do quadro associativo ou das contribuições à Fundação Rotária ao longo dos últimos anos, esta tabela deve ser organizada de forma a permitir a sua consulta e retirar daí algum conhecimento que nos permita gerar uma ação concreta. A informação é um bem dinâmico e tem valor associado ao seu ciclo de vida. A tecnologia da informação é apenas ferramenta suporte. Portanto de nada vale um dado estático que retrata um determinado momento se não puder ser comparado, avaliada sua tendência, apreciadas as suas anomalias. Em Rotary são muitas as informações que recebemos ou vemos publicadas que precisam ser melhor cuidadas para permitir a consulta e refletir sempre uma análise, gerar um conhecimento. Outro aspecto relevante é o compartilhamento da informação e do conhecimento adquirido. De nada adianta alguns terem o trabalho de se debruçar em uma análise de informações, adquirir através delas algum conhecimento, se guardá-lo para si mesmo, não compartilhálos. A informação transformada em conhecimento gera competência, e o conecimento adquirido quando compartilhado, gera ação. A informação adquirida sobre a comunidade a que servimos, por exemplo, pode ser aglutinada e classificada de diversas formas, mas o que importa é podermos conhecer as suas necessidades e prioriza-las para gerar projetos, ou ainda classificar os seus componentes de modo a podermos avaliar os potenciais associados e que possam ser representativos dessa mesma comunidade. Daí, é absolutamente necessário que compartilhemos este conhecimento
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com as comissões do nosso clube para gerar as respectivas ações próativas. O pilar igualmente importante é o que permite que o conhecimento adquirido com a análise das informações colabore com o aperfeiçoamento das nossas decisões e ações. No caso do Rotary, só para citar um exemplo, a informação coletada sobre a comunidade a que servimos ou deveríamos servir, deve colaborar com o aperfeiçoamento dessa mesma comunidade, com a ampliação da capacitação para servir de nossos associados, com o desenvolvimento do clube, do distrito e de RI em cumprir seu Objetivo, gerando uma inteligência coletiva (Business Inteligence). O conceito de “Business Inteligence” não é recente. Os povos antigos a mais de 6000 anos atrás, cruzavam informações da natureza para a tomada de decisões que possibilitassem melhorar a vida em comunidade. A análise de com o que e quando uma informação gerada irá colaborar deve ser sempre motivo de reflexão. A informação que prestamos em Rotary, como em qualquer organização deve ter propósito: mobilizar pessoas para a ação. Uma simples listagem do quadro associativo dos clubes publicado nas inúmeras Cartas Mensais, de nada adianta se não gerar ações para evitar a evasão com melhores processos de admissão. Entender o desempenho desses clubes e como ficam limitados quando os mesmos possuem um baixo efetivo de associados para realizar sua missão e como poderiam melhorar este desempenho, mesmo que bom, se admitissem mais pessoas comprometidas com nossos valores. Se necessário, devemos modificar a forma de apresentação das informações, para que cumpram tarefa mais nobre que simplesmente informar.
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Além disso, a informação publicada deve pemitir a visualização de uma mensagem, expor um processo investigativo, apresentar dados complexos de forma simples e pragmática, permitir que as pessoas façam perguntas e evoluam através das respostas que obtiverem, fazer uso da inteligência coletiva, amplificar as histórias pessoais, avaliar tendências e gerar alarmes. Não pode ser apenas um ato mecânico e repetitivo. Fotos, por exemplo, que dizem ser mais importantes que mil palavras, devem revelar algo, não simplesmente satisfazer o ego pessoal de ser visto, mas revelar uma ação e instigar outras. Acima de tudo as informações veiculadas devem contribuir com algo de novo que amplie nossa capacidade de servir e de ser útil. Para suprir este tipo de informação é necessário ter o cuidado de analisar a sua utilização efetiva. Você será lembrado e terá contribuido para melhorar a perspectiva de ação e de vida de alguém se ao produzir informação gerar conhecimento e promover ação construtiva.
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Uma Nova Linguagem Durante o Renascimento, o que movia os seres humanos para a ação era a investigação, a descoberta. Surgiam naquela época uma nova forma de se comunicar, aliada a este caráter investigativo da época que eram chamados de ensaios. Os ensaios se caracterizavam por lidar com dois níveis de pensamentos ou ideias: numa das mãos com a realidade conhecida e na outra com a realidade desconhecida e quem escrevia sobre estas duas realidades “ensaiava” uma conexão entre elas, uma condução ao raciocínio criativo para explorar o lado desconhecido a partir do conhecido. Neste momento em que vivemos uma aceleração das descobertas quer seja no campo científico quer no dos relacionamentos sociais e nos meios de comunicação e consequentemente na transmissão da informação e do conhecimento, uma nova linguagem se instala e é rapidamente disseminada e absorvida. Já não tem repercussão enfadonhos discursos com grandes arroubos filosóficos nem de letradas citações. As novas redes sociais que se formam e se proliferam com grande facilidade demonstram claramente isso, ao ponto em que o Rotary está com um grupo de especialistas debatendo a possibilidade de implementar uma rede social própria da nossa organização. Nas escolas nos tempos idos, escrevíamos, pois tinhamos que copiar o que era escrito no “quadro negro”. Escreve-se hoje usando a Internet, porque queremos interagir com o mundo. É uma outra dimensão da linguagem. Este processo da necessidade de uma nova linguagem se manifesta em Rotary sob diversos aspectos e em diversas ocasiões.
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Na divulgação do que realizamos No processo de divulgarmos a comunidade e mesmo entre nós as realizações a linguagem adotada deve ser adequada ao público a que se destina e com objetivos específicos. Se é a comunidade a que servimos que desejamos atingir, o conteúdo desta informação tem como propósito permitir a esta comunidade conhecer o que Rotary faz para que quando chamada para participar de um de nossos projetos junte-se a nós com pleno conhecimento de com quem se associa. Igualmente essa informação deve facilitar nossa ação, quando solicitarmos por empréstimo um dos membros dessa comunidade para juntar-se a nós, para que o faça sabendo a quem se une. Ao divulgarmos o mesmo projeto completado para o público interno a linguagem é outra, pois visa a repetibilidade de um projeto bem sucedido. Na interlocução com a juventude Nesse caso a linguagem deve ser direta, motivadora para a ação, em novos campos do servir que gere da parte dos jovens a vontade de participar. Um exemplo desses projetos que motivam os jovens são os voltados para a área da ecologia, dos elencados no Preserve o Planeta Terra. São igualmente atraentes e requerem uma linguagem apropriada os projetos que estão ligados aos problemas que os afligem, como os relacionados ao da drogadição, da gravidez precoce, das doenças contagiosas e do encaminhamento da mitigação dos mesmos. Eles querem participar, mas temos que falar sua linguagem que é do otimismo, da ação imediata e efetiva. Nos seminários e treinamentos Nesses eventos a linguagem unidirecional não é muito mais aceita. Os monólogos não mais despertam a atenção. O que é requerido é o debate de ideias, a informação de novos rumos com consistência e 190
objetividade. Não são mais bem aceitas as declarações negativistas, que somente apontam erros, mas não trazem novas ideias ou soluções alternativas. Tem tido muito mais sucesso as sessões de grupos de discussão em que estimulada uma ideia inicial, esta é debatida e piramidada com outras em que todos têm oportunidade de participar. Na formação de novas lideranças Nesse processo, absolutamente necessário em Rotary, a linguagem a ser utilizada por instrutores é a que a vivência Rotaria lhes permite manifestar, simples, clara, levando os novos líderes em formação a conhecer a nossa organização pelo estímulo de seu intelecto e ao mesmo tempo pela divulgação de situações exemplares ocorridas. Ao incentivar o debate por quem conhece o assunto a ser tratado, as conclusões são tiradas do próprio grupo em formação sem necessidade de leitura de manuais ou de prescrições muito estruturadas. O desenvolvimento e o aprofundamento do conhecimento sobre a organização, se bem estimulado levará ao auto aprendizado e ao interesse continuado e crescente. Na instrução Rotária Esta prática tem sido em muitos clubes abandonada ou diminuida em sua importância e constância nas reuniões. A falta de estímulo a leitura e meditação deve ser recomposta. Os associados dos clubes devem ser periodicamente designados para que de forma pessoal, mas sintética apresentem aos companheiros suas assertivas e conclusões sobre temas diversos do conhecimento Rotário e de nossa Fundação. Com a rotatividade que se observa, a constante apresentação de temas em forma de instrução ou de informação Rotária, torna-se uma ferramenta importante do desenvolvimento do quadro associativo e mesmo para que visitantes em nossas reuniões conheçam mais sobre o que pensamos e fazemos. 191
Esta nova linguagem que se torna parte integrante de nossa vida, deve ser explorativa e permitir o pensamento criativo e adaptativo à evolução dos tempos. Os novos tempos do sempre disponível, do pensar verde, das transações confiáveis, do nicho negligenciado, da inovação com sustentabilidade.
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A Administração e a Formação de Lideranças em Rotary International Dizer que o Rotary é uma organização não governamental ou uma empresa sem fins lucrativos, é simplesmente utilizar expressões negativas, pois somente dizem o Rotary não é. Não que o Rotary faça algo muito diferente de empresas ou governos. Empresas fornecem bens e serviços. Governos definem políticas e controlam suas aplicações. Uma empresa completou sua tarefa, quando seu cliente, que adquiriu um produto ou serviço, paga por ele e fica satisfeito. Um governo completou sua função quando suas políticas públicas, uma vez implementadas, são efetivas. Rotary não fornece produtos ou serviços remuneráveis nem traça políticas públicas ou controla sua efetividade. Seu produto não é nem um par de sapatos nem um regulamento. O produto de Rotary é um ser humano transformado. Rotary é um agente de transformação de seres humanos. O produto de Rotary é uma criança imunizada contra a polio, é um jovem ou adulto alfabetizado, é uma menina que cresce para ser uma
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pessoa adulta respeitada, é um profissional capacitado para promover a paz. É também o Rotariano e a Rotariana, um ser humano que teve sua vida transformada para melhor. Se há 20 anos atrás alguem falasse em gerência em Rotary, poderia ser visto como estando cometendo um sacrilégio, ao tentar comparar nossa organização a um negócio: “Rotary não tem níveis gerenciais inferiores que necessitam ser gerenciados”, diziam. Ao longo dos últimos anos, foi crescendo a conscientização da necessidade de níveis gerenciais não convencionais em Rotary, sem que com isso se estabelecesse uma postura opressora em sua aplicação. É a gestão do consentimento, do convencimento, da motivação. É a gestão que Rotary vem aplicando a muito tempo, e que hoje é considerado o que há de mais moderno na gestão de empresas transnacionais, ou seja, a administração por responsabilidade subsidiária, através da qual as decisões são tomadas no menor nível possível. Esta forma não convencional de gestão tem a finalidade de fazer com que os líderes Rotários concentrem-se em sua missão e não neles mesmos. Houve também nos últimos anos uma concentração de ações na formação e no desenvolvimento de lideranças, inicialmente ao nível distrital com o PLD e mais recentemente ao nível dos clubes com o PLC. Muito além de permitir o desenvolvimento de um sentido de planejamento multinível e multianual de forma integrada, há nestes Planos um conteúdo implicito que orienta para a formação de lideranças Rotárias.
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A Universidade de Harvard idealizou o Estudo de Casos como uma forma de análise situacional na área de negócios. Vou propor-lhes um Estudo de Caso. Imaginem uma empresa multinacional, que vende um excelente produto, mas que vem tendo problemas de gestão. É uma empresa muito grande, com mais de 32.000 sucursais em 169 países, coordenadas por 530 escritórios regionais e dirigida por um Conselho Diretor de 19 membros. É política dessa empresa que no dia 30 de Junho de cada ano, a empresa despede os 32.000 gerentes de suas sucursais, todos os 530 gerentes regionais, despede a metade de seu Conselho Diretor e com muita delicadeza solicita a seu Presidente que peça demissão. Então com o objetivo de trazer sangue novo e novas ideias a cada ano, no 1º dia de Julho a empresa contrata 32.000 novos gerentes das sucursais, 530 novos gerentes regionais, indica a metade de seu Conselho Diretor e um novo Presidente. Vocês vêm algum problema nessa empresa? Poderia qualquer empresa em qualquer área de negócio sobreviver com esta política? Como vocês já entenderam, estamos falando de Rotary. A cada ano são 32.000 novos Presidentes de Clube, 530 novos Governadores de Distrito, metade do Conselho Diretor e um novo presidente que servirá por um ano. O que poderíamos fazer em relação a isso? Para mim parece que tenhamos duas principais alternativas. A primeira seria convidar cada Presidente de Clube e cada Governador para que sirva por cinco anos. Alguém está disponível e disposto a isso?
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A outra possibilidade seria identificar o mais cedo possível entre os Rotarianos, os que tenham potencial para assumir posições de liderança em Rotary e prover-lhes o melhor nível de capacitação e conhecimentos para que sejam capazes de assumir as posições de liderança para as quais forem sendo convocados a ocupar. Mesmo levando em conta que alguns presidentes de Clube ocuparão a posição de Governadores e que alguns Ex- Governadores ocuparão posições de liderança no Rotary International e na Fundação Rotária nos seus diversos Comitês, ou como Coordenadores Regionais ou de Área, Rotary necessitará nos próximos 10 anos, capacitar cerca de 330.000 novos líders. E é esperado que eles pavimentem o caminho para os que virão depois deles. A ênfase, pois na capacitação de novas lideranças deve ser encarada com objetividade, competência e intensidade, que a magnitude do tema exige. O planejamento multinivel é então um dos temas importantes para o desenvolvimento de nossa organização. O outro, talvez mais importante e primordial é o desenvolvimento de lideranças Rotárias. A Liderança é seguramente o tópico mais estudado nas ciências sociais, e também o menos entendido. Liderança é como o Abominável Homem das Neves, cujas pegadas estão por toda parte, mas que não está em lugar nenhum lugar em que seja visto. E em Rotary o que acontece? Há alguns obstáculos para a formação continuada de lideranças:
Uma quantidade crescente de novas ONGs A “aposentadoria” precoce de líderes mais antigos A alta rotatividade de novos sócios 196
Constatamos uma ausencia de lideranças nos clubes, ao ponto de que em uma Assembléia Internacional, em San Diego, o Presidente Bill Boyd afirmar a Governadores Eleitos de todo o mundo presentes: “Novos Rotarianos deixam seus clubes, devido à falta de liderança, o custo de afiliação e à falta de oportunidades de serviço”. Nesta mesma Assembléia o EGD Steve Wilcox informava: “Uma pesquisa efetuada pela Divisão de Desnvolvimento do Quadro Social de RI, demonstra que a falta de liderança é o principal motivo de baixa de sócios”. E como estamos formando os líders Rotários? Podemos estar seguros que não se forma um Presidente de Clube num PETS em um final de semana. Igualmente não se forma um Conselho Diretor de um clube num final de semana em uma Assembléia Distrital. Temos sim, que começar mais cedo. Temos que fazer algo mais que capacite estes líderes, o mais cedo possível, para que estejam preparados quando seu tempo chegar. Há varios mecanismos em uso para a formação de Rotarianos nos clubes e distritos: “Escolas” de Rotary, Programas de Mentores, seminários de Liderança e mais recentemente, já aplicado com sucesso em mais de 395 distritos no mundo Rotário, o Instituto de Liderança Rotário. O sucesso e o alcance desta metodologia se baseiam no fato de que utiliza a formação progressiva e sistemática de Rotarianos que não tenham ainda ocupado cargos no Conselho Diretor de seus clubes. Recebem instrução e motivação sobre vários temas (Administração de um clube, administração distrital, desenvolvimento do quadro social, Fundação Rotária, Liderança Rotária, como conduzir projetos de prestação de serviço, falar em público, Relações e Imagem Públicae tantos outros) de uma forma sistemática e com complexi197
dade crescente, sendo estes temas apresentados a eles por experientes Rotarianos de seu Distrito. Voltam a seus clubes, aplicam o que viram e praticaram e retornam para outra de três etapas do Instituto (com defasagem mínima de 6 meses entre elas). A ênfase no desnvolvimento de lideranças, constitui-se, portanto num ajuste da sua visão para posturas superiores e desafiadoras. Isto implica também para o líder em formação, que sua escolha para ocupar uma posição de liderança seja consentida por aqueles que reconheçam nele a condição de contribuir, para que pessoas por ele lideradas, se desenvolvam para alcançar suas metas na vida voluntária. Enfim nós somos uma verdadeira nação de voluntários. Em Rotary desenvolvemos pessoas e não cargos. Os cargos devem ser úteis para este desenvolvimento e não o contrário. O desenvolvimento se conduz por adicionar algo de melhor ao que as pessoas já são. Temos a tendência de por muita ênfase no alcance de resultados, mas ao desenvolver pessoas, nosso objetivo deve ser mais elevado. Devemos ter em emnte o aumento do potencial de servir daquele líder. Alcançar metas é importante, mas somente o alcance de metas pode tirar o foco da realização do potencial, tanto pessoal como da organização. O líder em desenvolvimento começa com o que tem agora como pessoa e aprimora-se para transformar suas qualidades e pontos fortes em desempenho. Na administração de organizações como o Rotary, as várias posições de liderança que uma pessoa ocupa, seja de Presidente de Clube, Governador de Distrito, Curador, Diretor, Presidente de RI, ou mesmo posições intermediárias de coordenação zonal, presidencia de comitês, todas elas requerem da pessoa que ascende a uma destas posições de liderança, que asuma além da postura de cumprometimento com a organização, atitudes com diferentes níveis de comple-
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xidade, determinados por seu cargo ou função. São atitudes necessárias:
Estar em contato com a realidade e defini-la (em cada nível) Transmitir a visão de futuro, desenvolvida pela análise da realidade em seu âmbito de ação; Definir as realizações mensuráveis, que são necessárias para o alcance do Objetivo de Rotary, e entre elas as prioritárias; Descobrir e desenvolver novos talentos; Arrecadar os fundos necessários para cumprir as metas e aloca-los adequadamente; Expressar e practicar os valores da organização.
Nenhuma posição de liderança é conseguida por causualidade. Nem sem dedicação. O líder deve ter com seus seguidores uma relação que permita a eles realizar também seu potencial de prestação de serviços, seu propósito de servir à organização. Rotary existe para fazer a diferença na sociedade e na vida dos indivíduos. Ele existe para cumprir sua missão. Jamais devemos nos esquecer disso. Rotary teve sucesso em todos estes anos, pois teve, por intermédio de seus líderes, a capacidade de entender onde era necessário, olhando para fora, para reconhecer as oportunidades de servir além de si mesmo e olhando para dentro, para capacitar e transformar para melhor aqueles que, acreditando em seus princípios valores e conceitos, procuram dar um sentido útil a suas vidas. Em qualquer posição de liderança que você se encontre e precisar compor uma equipe, um time, pergunte sempre: “Este líder seria capaz de inspirar meus filhos a trabalhar com ele (ou com ela)?”. 199
E não importa somente o carisma de um líder - vejam Hitler, Stalin e Mao, o sofrimento que causaram com seu carisma. Mais que o carisma, importa num líder seu sentido de missão. Neste contexto, não podemos nos esquecer das futuras gerações a quem devemos igualmente dar oportunidades de alcançar o estado de equilíbrio estável, entre o passado a que pertencemos, vivemos e representamos e o futuro que não nos pertence, mas que almejamos venha a ocorrer. Temos que dar às futuras gerações condições de evoluir, oferecendolhes caminhos alternativos. Dar-lhes a oportunidade do diálogo, a oportunidade de realizar e realizar-se. A imaginação e a experiência devem caminhar juntas, passo a passo. Quando falamos de futuras gerações, falamos dos geradores do futuro. Quando falamos de juventude, falamos daqueles que adquiriram a juventude através de um ideal. A Liderança em Rotary, como na vida profissional ou particular, é uma forma de utilizar com sabedoria a posição de poder consentida. É a liderança promotora de mudanças. É a liderança de transformação. Estas lideranças de transformação devem superar a resistências às mudanças, criando visões de futuro que demonstrem sua capacidade de dar respostas ao futuro tormentoso. Não é a toa que a liderança tenha sido incluíd entre os valores principais de nossa organização, dentro do planejamento estratégico. A sexta prioridade no Plano Estratégico de Rotary diz: “Otimizar a utilização e o desenvolvimento da liderança”. O objetivo desta prioridade é o de otimizar os talentos de liderança em RI. Nós 200
antevemos a abertura de oportunidades de liderança a todos os Rotarianos a começar no nível do Clube. Encoraja-se o desejo de ocupar posições de liderança em todos os níveis. Estamos desejosos de utilizar os talentos e habilidades dos Rotarianos e encontrar formas de maximizar a utilização desses talentos. E também expandir oportunidades para as novas lideranças. Rotary não só escolhe os capacitados, mas capacita os escolhidos. A Liderança está contemplada também entre os Valores Centrais adotados por Rotary, representando os princípios guias da cultura da nossa organização, as crenças não negociáveis do que significa ser Rotariano. Estes valores são:
Serviço Companheirismo Diversidade Integridade Liderança
É, portanto indispensável reconhecer a importância e a enormidade da Formação de Lideranças, atribuir-lhe alta prioridade e AGIR. O Rotary depende para seu sucesso no futuro dos líderes que conseguir atrair e cultivar.
Lídereres talentosos, habilidosos e visionários; Liders compromissados, criativos e tenazes; Líders que produzam resultados excelentes no cumprimento da missão do Rotary, mesmo com recursos inadequados.
Estamos frente a frente com um futuro incerto e ainda não estabelecido, mas não um futuro sem visão. A visão é a propriedae, os bens dos líderes, mas o poder de transformar o futuro pela ação no presente é sua moeda. 201
Estamos num momento crítico da historia. Os fios do destino desta história são entregues em nossas mãos e não podem ser agarrados de forma irresponsável ou indiferente. Não podemos deixa-los escapar, por nos sentirmos atemorizados ante a responsabilidade que este momento representa. Devemos isto sim, setirmo-nos felizes, e utilizar ao máximo nossa capacidade de ação, E utiliza-la de forma correta neste momento importante da história. Não podemos voltar ao que éramos, como indivíduos ou como instituição, dez, vinte ou um ano atrás. O importante não é o que somos, mas o que queremos ser. O futuro minha querida familia Rotária é AGORA. O futuro é agora e é a nossa vez.
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Como admitir um Novo Associado de Forma Permanente Eu acredito que as melhores soluções são as soluções simples. Mesmo para este complexo problema que vimos enfrentando durante tantos anos que é o do crescimento do quadro associativo e sua retenção. Isto está diretamente relacionado e pode ser considrado válido através de uma proposição que não somente está ligada com o ingresso de um novo associado, como também na constituição de um novo clube: Novos associados devem primeiro entender o que Rotary faz, para depois entender o que Rotary é. E isto pode levar um bom tempo. Temos feito a admissão de novos sócios da mesma maneira durante muitos anos. E na maioria das vezes sem nem mesmo seguir os passos previstos no nosso Manual de Procedimentos. Nós quase sempre procuramos explicar durante o processo de admissão de novos associados de um clube existente ou também aos associados de um novo clube em formação o que o Rotary e a sua Fundação Rotária são. É comprovadamente mais efetivo e tenho visto isto ser provado em vários exemplos que devemos dar a estes novos associados à possibilidade de entenderem o que Rotary faz, tendo em mente que eles terão toda a sua vida em Rotary para entender o que Rotary é.
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Como podemos fazer isto? Oportunizando a estes novos associados em perspectiva participarem num projeto do clube de Rotary, observando sua execução e seus impactos, para então decidirem se esta é a organização à qual desejam pertencer e participar. Se ao constituir um novo clube numa comunidade permitirmos que associados em perspectiva dessa comunidade participem em um projeto comunitário que, por exemplo, executamos bem em nossos clubes e os replicamos nessa nova comunidade, o primeiro pensamento que virá à mente deles é: se engenheiros, médicos, dentistas, empreendedores e tantos outros profissionais vêm à nossa comunidade para por em prática este projeto, este Rotary deve ser uma boa organização à qual eu deva associar-me. E não é só isso que irá acontecer. Ao participar de um projeto comunitário de Rotary e entendendo o que Rotary faz, ou é capaz de fazer, imediatamente um novo projeto poderá surgir como viável nas mentes desses novos associados, que pela utilização de seus talentos e experiência pode ser realizado pelo novo clube. E irão lutar para que este novo projeto seja implementado. Ao permitir a este cidadão participar de um projeto, antes mesmo de se tornar Rotariano, estaremos admitindo um novo associado que não irá mais sair do clube. Estaremos resolvendo o problema da retenção na admissão. Ë uma pequena e simples mudança no processo de admissão que tenho testemunhado fazer a diferença na vida de alguns novos associados.
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Transformando Doadores em Parceiros (e Parceiros em Doadores) Tudo começa pela mudança da conceituação de arrecadação de fundos e de desenvolvimento de fundos. Segue pelo reconhecimento de que nosso potencial de crescimento está diretamente ligado aos doadores e parceiros que soubermos atrair e cativar. Os doadores devem ser conectados aos nossos projetos e programas e não simplesmente alguém de quem se coleta a contribuição deste ano Rotário. Para seguir adiante, devemos desenvolver uma ampla e sólida base de apoiadores. Esta base deve incluir não apenas os nossos associados, mas também nossos doadores, nossos parceiros e porque não, nossos beneficiários. Doadores, benificiários e parceiros devem ser integrados em nossos programas e projetos. Antes dos doadores assinarem um cheque, devemos apresentar-lhes uma causa para que a apoiem, que sintetize a magnitude do desafio que representa e o que propomos fazer para viabilizá-la, quão realista é alcançar o desafio proposto, como a contribuição que estão prestes a fazer fará a diferença e quais são as oportunidades dele participar de sua consecução.
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O tripé construido por:
Um projeto viavel e desafiador Um parceiro ou doador motivado e Um envolvimento Rotário intenso
Compõe a estrada que devemos trilhar para o nosso crescimento e sucesso no futuro. Precisamos auxiliar os nossos constituintes, nos quais se incluem os rotarianos de nossos clubes, nossos doadores e parceiros a estabelecerem um suporte mais eficiente e expedita fonte de recursos. E isto deve acontecer com maior intensidade ao nível do clube, que é onde a ação ocorre. A ausência ou menor apoiamento aos clubes tem tido como consequência, por exemplo, a criação de suas próprias fundações. Novamente, quando falamos em desenvolvimento de fundos, isto deve também significar trazer para a ação conosco os nossos parceiros e doadores, ampliando suas percepções das oportunidades que têm de se envolverem e apoiar nossos projetos, além de apenas fazerem uma contribuição, mas se tornando igualmente proprietários dos resultados conseguidos pela nossa organização. É desta estrutura unificada que deve se desenvolver o conceito de “Um Rotary”, pela integração e união das forças com as quais estamos em contacto, para que sejamos os catalizadores das mesmas por fazê-las trabalhar em conjunto.
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Água: Uma perspectiva Internacional De acordo com os números contidos num Relatório das Nações Unidas, quase 1 Bilhão de pessoas (780 Milhões) não tem acesso a água potável e 2,5 Bilhões de pessoas não tem acesso a saneamento básico. Nós em Rotary escolhemos esta como uma das nossas Áreas de Foco. Enquanto este é um problema enfrentado predominantemente nos países sub-desenvolvidos ou em desenvolvimento, o mundo dito desenvolvido também tem lutado com problemas de depreciação de ativos de infraestrutura (uma infraestrutura que tem que ser periodicamente substituida) e os riscos associados com a falta d’água crescente e a gerência não sustentável do meio ambiente. O custo de falhar efetivamente na solução desta lacuna no problema de suprimento de água e saneamento é significantivamente maior que o custo de lidar com ele e consequentemente o setor a nível mundial clama por reformas estratégicas fundamentais. Embora não entrando em detalhes dos diversos aspectos que envolvem esta área, tentarei na sequência dar uma amostra dos seus aspectos mais importantes e como eles se relacionam com a ação possível de Rotary. Comunicação Ao examinarmos esta citada reforma estratégica sob a perspectiva de uma organização prestadora de serviços, conseguimos entender que há um aspecto que se consiste numa parte importante desta reforma que nós como Rotarianos poderemos participar e desempenhar um importante papel. Este papel é o de por em prática e utilizar uma das 207
ferramentas que pode tornar-se o alicerce e as fundações. Este papel envolve uma comunicação estratégica para a comunidade. A mesma comunidade a que servimos. Esta comunicação versa sobre os riscos e a falta de cuidado com os recursos hídricos e com o saneamento básico. Se tivermos a intenção séria de contribuir com esta reforma, nós temos os meios de auxiliá-la a qe aconteça. Tarifa Ao estar emprendendo uma grande luta com a recuperação da economia global, um dos itens que se situa no topo da agenda de debates hoje em dia é o do estabelecimento da tarifa para remunerar esta prestação de serviço público. Ela deveria refletir idealísticamente o valor da água e da importância de seu tratamento, desde que é coletada até a sua devolução ao rio após o tratamento dos esgotos. Este problema está relacionado ao deficit de infraestrutura, que para ser suprido involve um grande volume de recursos financeiros. Embora esteja além da capacidade de Rotary de resolve-lo, precisamos estar ciente de sua importância. Nos Estados Unidos por exemplo, o deficit de infraestrutura é de 1 a 2,2 Trilhões de dólares nos próximos 5 a 20 anos. A quantidade de esgoto a ser coletado está crescendo e a enorme quantidade de tubulações coletoras (em Honolulu, por exemplo, há 2,100 milhas de tubulação coletora de esgoto, muito maior que o sistema de ruas da cidade) está envelhecendo e requerendo a sua substituição, para evitar vazamento generalizado e proteger a saúde pública. Não existe esta coisa de água grátis. Soluções Tecnológicas e Políticas Públicas A tecnologia tem um importante e crescente papel hoje em dia, para a implementação de poços, numa ação em que Rotary tem sido muito ativo, principalmente em áreas êrmas do planeta, e também em construir uma atitude positiva na comunidade em direção à obtenção 208
de melhor qualidade do suprimento de água e de saneamento, em cuja área estamos começando atuar. Um pensamento que tem sido de senso comum entre os líders de administradoras de suprimento de água e saneamento: “Primeiro o povo deve se importar”. Um bom exemplo disso é a história da água na cidade de Tucson no Arizona. Durante o verão de 1976 a empresa “Tucson Water” lançou a campanha “Combata o Pico” para “não usar água das 4 às 8”, um programa que agora se extende por todos os dias do ano. Ele evitou grandes despesas em investimentos e na capacidade de suprimento de água do sistema de abastecimento da cidade. Como resultado objetivo desta campanha, o consumo de água nos últimos 20 anos reduziu em 30% e em 2015 o consumo total é o mesmo que em 1995. O orgulho da comunidade aumentou ao se tornar uma comunidade com baixo consumo de água. E eles não pararam por aí. Eles utilizaram-se de técnicas de redes inteligentes (tais como a implantação de 225,000 medidores interligados através de um Sistema de Medição Automatizado) que os está ajudando a reunir uma grande quantidade de dados, interpretá-los e colocá-los de forma amigável à disposição do público. A sinergia entre entidades organizadas da comunidade e a prestadora de serviços públicos etá em andamento. Os quatro distritos do Estado do Paraná estão procurando colocar em prática um projeto similar em parceria com a Companhia de Água e Saneamento - SANEPAR. Este projeto visa promover na comunidade do estado, coberto por mais de 320 clubes de Rotary, a adquirir um senso de responsabilidade em relação aos recursos hídricos que os abastece. A SANEPAR irá suprir o material impresso e o material de suporte e o treinamento de multiplicadores nos clubes de Rotary, 209
para que possam orientar nesta direção de preservação destes recursos numa verdadeira cadeia motivacional positiva. Parcerias, parcerias inteligentes, devem ser olhadas como uma oportunidade para criar pontes nas lacunas existentes e mudar as atitudes. Outo exemplo nos Estados Unidos é o Plano de Suprimento de Água para o Distrito Federal (DC Water Strategic Plan). Apesar de desenvolver um plano bem detalhado inclusive financeiramente, foi na capacidade de ouvir todos os membros da comunidade que quisessem dizer algo, mesmo que em desaprovação de parte do plano, que tornou este plano viável e uma história de sucesso. Na Índia como também na África os formadores de políticas públicas estão lutando com diversos problemas que vão desde a necessidade da amplificação da eficiência no uso da água, para assim fechar o círculo entre o gerenciamento do esgotamento sanitário e o suprimento de água. Nas palavras do Dr. Shah “não haverá nenhum projeto na Índia, quer seja na área rural ou na área urbana, em que estes dois aspectos estarão sendo tratados separadamente. Ao lançarmos esgoto sanitário não tratado em nossos rios estamos causando problemas de saúde pública para as comunidades e arruinando as plantações causando perda de colheitas inteiras devido ao uso de água contaminada para irrigação.” Parcerias Público Privadas (PPP) são vistas como boa parte da solução desse problema. Mas ele ainda lembra: “Por favor, não se esqueçam do quarto P - o POVO. São eles que determinarão o sucesso ou a falha de qualquer empreendimento. Eles estarão propensos a aceitar qualquer empreendimento, desde que entendam seus resultados e seus benefícios tangíveis”. Quando eu visitei a cidade de Pune, uma cidade com mais de quatro Milhões de habitantes, fui informado que todo o esgoto coletado era 210
lançado diretamente no rio, sem tratamento. Mas a comunidade estava atenta e eu pude presenciar sua conscientização e protesto em sua clara noção de agente de mudança da situação existente. Discrepâncias no Brasil e em outros lugares Enquanto no sul do Brasil temos a ocorrências de perdas nos condutores de água da ordem de 3 a 5%, na região nordeste há siatemas com perdas de até 70% nos seus sistemas de distribuição de água. Enquanto a cidade de Curitiba tem seu suprimento de água garantido por mais 30 anos, a cidade de São Paulo, ao enfrentar uma ausência prolongada de chuvas e falta de planejamento em longo prazo teve que enfrentar e lutar com um período prolongado de ausência de água potável, o que levou a população a tomar providências próprias de redução de consumo para evitar racionamento drástico. Enquanto no estado do Paraná há 100% de diponibilidade de água para a população, alguns estados do norte-nordeste não oferecem sequer 40%. Portanto que tipo de projetos podem os Rotarianos iniciar? Qualquer um deles passa por uma parceria com as Companhias Públicas de Água e Saneamento. Em todo o mundo a água é um bem cujo poder concedente para exploração de seu abastecimento é municipal. O Rotary por ser também uma organização que presta serviços a nível municipal, pode ser instrumento competente para auxiliar na mudança de atitude da comunidade e criar conciência sobre o problema envolvendo esta mesma comunidade no encaminhamento de soluções viáveis de preservação dos recursos hídricos e a criação de uma atitude proativa através do conhecimento do valor da água.
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A Participação da Juventude Ao envolvermos a nossa juventude nesse esforço, estaremos preparando-os para uma situação que, sem uma atuação positiva hoje, resultará num enorme problema no futuro. Esta é uma outra maneira de o Rotary e a nossa Fundação prover meios para uma enorme participação de nossa juventude em projetos Rotários e através deles ficar interessada em juntar-se a Rotary quando tiverem a oportunidade de fazer isso e pela relevância que a organização passa a ter para eles. Cowspiracy Este termo que numa tradução livre pode ser entendido como “A Conspiração do Gado”, foi recentemente criado por Kip Anderson e foi apresentado em um documentário na NETFLIX, no qual o autor mostrou alguns números que procuravam enfatizar o fato que a falta d’água poderá levar a humanidade a testemunhar guerras com base climática, e como consequência migrações ou mesmo invasões de países por outros. Seguem alguns números para nossa reflexão:
Cerca de 380 bilhões de litros de água são usados anualmente pela população, só nos Estados Unidos;
Mas ele comenta também que, além desse consumo acima mencionado:
127 Trilhões de litros de água são usados anualmente nos Estados Unidos, somente para a agricultura animal, entendido este consumo principalmente como o que inclui a água de irrigação para produzir a forragem que alimenta o gado e a água que este gado bebe; 212
91% da destruição da mata na Amazônia é em função de abrir espaço para a criação de gado; Um hamburguer de 500 gramas, requer 2500 litros de água para ser produzido. Isto equivale a curtos banhos de chuveiro por cerca de dois meses inteiros;
Comenta ainda o autor que não encontrava dados sobre os danos causados pela agricultura animal de importantes organizações que lutam pela preservação ambiental, embora tenha tentado obte-los. Estas organizações ou se recusaram a fornecê-los ou não revelavam números, evitando sistematicamente comentar o assunto, dando desculpas esfarrapadas. E ele continua em seu documentário, comentando que o metano produzido pela digestão do gado é por si só 86 vezes mais destrutível para a atmosfera, que todo o bióxido de carbono produzido por todos os veículos (carros, ônibus, trens, aviões, etc.). Embora não discutindo detalhadamente estes números eles, quando revelados, causam ao menos uma mudança comportamental. O Rotary e os Rotarianos têm muito a fazer em relação à ênfase Água e Saneamento, que escolhemos para direcionar nossos projetos, quando o analizamos sob uma perspectiva internacional. E precisamos começar já!
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Gerenciando Organizações Sem Fins Lucrativos (Terceiro Setor) Ao procurar definir uma relação de tópicos que deveriam ser do conhecimento dos gestores de Rotary e de sua Fundação Rotária nos diversos níveis, procurei relacionar sem detalhá-los aqueles aspectos que, em complexidade crescente em função do nível hierárquico ocupado, deveriam ser entendidos ou conhecidos para o melhor exercício do cargo ocupado. O que fica pendente de solução no futuro é como incluir na formação dos gestores Rotários estes assuntos para que de seu aprendizado resulte um melhor desempenho individual e coletivo para o progresso de nossa organização. 1. Definições e perspectivas históricas da gestão do Terceiro Setor. 2. Diretoria e Conselhos: Comprometimento e Liderança; Diretoria e Conselhos: funções, desafios e metas; Impacto das decisões na estrutura institucional; Seleção e desenvolvimento da liderança de alto nível; Como definir a estrutura e tamanho de Comitês e colocá-los para trabalhar. 3. Plano Estratégico e Avaliação de Desempenho: Elaboração de um Plano consistente; O processo de Administração Estratégica;
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Desenvolvimento de estratégias e a avaliação de seu dessempenho; Hierarquia dos objetivos; Da Missão ao Gerenciamento por desempenho; Parametros para a métrica do desempenho; Padrões, Regras de Procedimento e Código de Políticas e Ética.
4. Estrutura Administrativa: Análise de Modelos de Estrutura; Orientadas pela Missão; Orientadas pelo Serviço; Participação da Liderança na evolução e desempenho da Estrutura; As relações chaves entre Diretoria, staff, voluntários, doadores e comunidade; Efetividade da Diretoria; Orçamento e sustentabilidade financeira; Motivação da Equipe. 5. Comunicação, Marqueting e Marca: Dos voluntários ao staff remunerado; O uso da expertise dos voluntários; A efetividade da Marca; Plano de Comunicação e Marketing; Motivação e desenvolvimento dos associados. 6. O Futuro Previsível: O Plano de Evolução e sua aderencia às mudanças na comunidade; Desenvolvimento financeiro e Fundos; 216
Pelo que você gostaria de ser lembrado? Ações realizadas no presente e suas repercussões no futuro da organização; Avaliando mudanças sociais; Sabedoria pragmática.
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Ampliação da Relevância da ABTRF Para termos a ABTRF ainda mais relevante várias ações estão sendo realizadas ou em processo de gestação. O crescente processo de divulgação dos Programas da ABTRF, notadamente nos últimos anos tem como responsáveis a atual diretoria por suas ações de ampliação dos mecanismos de divulgação em diversos eventos distritais e regionais, treinamento e capacitação também os novos Promotores Especiais de Projetos (anteriormente denominados coordenadores), além de inúmeros Rotarianos, Rotaractianos e Interactianos colocados em ação. A resposta tem sido uma crescente motivação às contribuições e a consequente a ampliação dos valores que podem ser utilizados nos subsídios aprovados pela Fundação Rotária que alavancam os projetos realizados pelos nossos clubes. Este verdadeiro contágio de compreensão e otimismo tem sido visualizado na resposta dada pelas empresas motivadas a contribuir com o Programa Empresa Cidadã e pelos detentores de seguros de veículos nas empresas ligadas ao Seguro Solidário, ampliando as contribuições. Temos atualmente apenas dois programas promotores de contribuições à Fundação Rotária através da ABTRF, mas novas iniciativas criativas estão sendo testadas em alguns distritos que, tendo sucesso, por emulação poderão ser adotados por outros distritos e na sequência terem sua aprovação pelos Curadores da TRF para sua inclusão nos programas já existentes. Como exemplos podemos citar a parceria da UPIS (D.4530) através da qual cada novo aluno indicado 219
por Rotarianos resulta em uma contribuição à ABTRF, que já resultou em valor substancial. Outra iniciativa é a parceria com a Assist Card, iniciada no D.4570 e já incorporada por outros 36 distritos brasileiros. Outro aspecto que permitirá a ABTRF, na sua solidificação como a Fundação Rotária no Brasil, ser ainda mais relevante é a parceria com empresas de abrangência regional ou nacional, com suas contribuições vinculadas a projetos de Subsídios Globais nas nossas seis áreas de foco. E que estejam ligados à área de atuação dessas empresas. O programa Empresa Cidadã é apenas a ponta do iceberg do futuro enorme que pode ser descortinado com estas parcerias inteligentes. Estas iniciativas não só permitirão a ampliação dos recursos coletados para desenvolver projetos sustentáveis e de maior valor e impacto nas comunidades, como também oferecer a estas empresas parceiras a oportunidade de realizar sua vocação e parcela de responsabilidade social. Estaremos oferecendo a elas a credibilidade da organização Rotary, a nossa ubiquidade a nível nacional e a capacidade de realizar projetos que se completam com baixo custo operacioanal. Estes aspectos acima mencionados, somados aos efeitos produzidos pela disseminação dos valores por nós defendidos, por ajudar a desenvolver nos Rotarianos e nos jovens o prazer de servir, por ampliar a imágem pública do Rotary e nossa Fundação Rotária, por auxiliar a promover a transformação da vida dos beneficiados e por muitos outros efeitos colaterais, a ABTRF continuamente e de forma crescente vêm ampliando sua relevância e potencial de ação. Congratulo-me e me associo a todos que acreditam nesses novos horizontes, não imaginados inicialmente, mas que se tornam cada vez mais realizáveis.
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Você faz a diferença? Nós estamos no início de um novo centenário de serviços prestados por Rotary e em 2017 estaremos comemorando o centenário da nossa Fundação Rotária. Talvez porque nossa mente esteja escravizada pelo conceito de tempo, isto nos impede às vezes de ver o que ocorre, ou deixa de ocorrer, bem ao nosso lado. O mundo, a sociedade em que vivemos, as empresas, as famílias e as pessoas, estão sendo confrontados, tendo como consequência desse confronto, o aprimoramento e a manutenção do desenvolvimento. Para que este desenvolvimento aconteça de verdade, há a necessidade da atuação firme de cada um para fazer acontecer. Tornarmo-nos a força motriz de tudo o que fazemos ou nos envolvemos, através da liderança que exercemos, está ficando mais importante do que nunca. Em função disso as perguntas que devem ser respondidas são: Que estamos fazendo para influenciar nossos destinos e os do Rotary, de nossa família e da sociedade? Estamos numa era de grandes transformações, de mudanças. Qual a nossa participação? Estamos fazendo a diferença? Quando somos elogiados por termos realizado uma tarefa ou prestado um serviço em que nossa atuação era importante ou até indispensável, vivenciamos um momento de grande felicidade. Quando isso ocorre, muito frequentemente, é proporcionado não somente por um esforço individual, mas corresponde ao resultado de um trabalho em equipe. Uma equipe formada por pessoas que fazem a diferença, é uma grande equipe. O Rotary moderno não busca para seus associados, profissionais que se tornem indispensáveis por deter, por um determinado momento, informações, contatos, poder. A busca isto sim, é por profissionais que estão em condições de dar uma
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contribuição única para o Rotary e sua Fundação Rotária, que façam acontecer, que façam a diferença nos clubes e comunidades em que atuam. Como chegar lá? O passo inicial é talvez mudar de atitude, mudar a forma de pensar. Mudar um hábito antigo é sempre difícil, mas não há alternativas. Qualidade, hoje em dia não é suficiente, pois ela deve ser um pressuposto, ela deve ser a regra. A chave para fazer a diferença em sua atuação Rotária, como em tudo na vida, é ter um desempenho capaz de deixar claro que você vai fazer falta. Tornar-se parte de um time, envolve esforçar-se para aprender a lidar com pessoas, ser um resolvedor de problemas, inovar, criar e ter boa vontade e bom humor. É inutil brilhar sozinho. Estas mudanças que estamos vivendo, exigem posturas, às vezes não tão agradáveis, mas que resultam em respostas maciças às necessidades do momento e portanto difíceis de serem tomadas. A questão a ser analisada é de quem está e quem não está disposto a suportar estas mudanças necessárias e compartilhar da vitória. Esta vitória somente virá com muito trabalho e dedicação. Diz um provérbio que o sucesso vem antes do trabalho só no dicionário. Muitos costumam dizer que nada disso tem a ver com eles, pois não ocupam posições no topo da organização, possuindo poderes limitados para decidir e, portanto atuar. Tudo errado. A necessidade de tomar decisões difíceis e enfrentar situações que exigem mudanças de atitude, ocorrem e são necessárias em todos os níveis. Quando se trata de uma mudança de atitude, como por exemplo a transformação da Avenida de Serviços à Juventude, numa filosofia de ação, englobando inclusive o apoio à juventude pela Fundação Rotária e sua inclusão nas atividades de serviço dos Rotary clubs e não apenas participação em seus programas estruturados, talvez isto seja mais verdadeiro na base da organização. Todos nós somos capazes de 222
transformar nossa área de atuação num núcleo de excelência. A posssibilidade de fazer a diferença está ao alcance de todos. Para que os projetos, programas e o objetivo de Rotary e sua Fundação Rotária sejam alcançados é preciso agir. Para agir é preciso debater, mesmo que em certos casos não excessivamente, e criar o ritmo adequado de ação. Os fazedores de ritmo assumem riscos, baseados em informações coerentes e às vezes sem todas as informações. Temos que exercitar nossos talentos e cumprir os compromissos assumidos. Uma outra característica do Rotarismo moderno é a capacidade de comunicar-se e a disponibilidade. No processo de fazer acontecer a comunicação eficaz é fundamental. Você precisa convencer os outros a fazer as coisas não pelos seus motivos mas pelos deles ou os de todos. Fazer com que os envolvidos no serviço a ser prestado ou na mudança a ser implementada, acreditem que o que deve ser feito faz sentido e fará a diferença. Aí todos irão colaborar com o sucesso e com você. Outras características fundamentais de quem pretenda fazer a diferença são a integridade e a transparência. Ser verdadeiro e confiável, com o entendimento que ninguém é indispensavel o tempo todo e se por acaso você for, deve tomar providência urgentes para deixar de ser, repassando seus conhecimentos adquiridos e tornando-se disponível para assumir novas responsabilidades. Uma pessoa que pensa que só o que pensa é que é certo e se recusa a levar em conta as perspectivas dos outros, que não troca ideias, está no caminho inverso do sucesso. Se você for assim, atenção, está em tempo de mudar de atitude e fazer a diferença.
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O Martelo nas Reuniões de Rotary Muito se tem falado em Rotary sobre as Avenidas de Serviços, sobre o Objetivo de Rotary e sobre a Prova Quádrupla. Muito se tem escrito sobre os princípios e normas, bem como sobre realizações e comportamentos. Pouca coisa se lê ou se escreve sobre o martelo, que é parte integrante de nossas reuniões. É sabido que nos tempos de Creta eram vistas muitas estátuas, mas no lugar mais importante, ao invés de uma estátua estava a dupla acha ou maço dobrado, que recebia o nome de lábaro, originando a palavra labirinto. Este símbulo foi colocado no centro do primeiro labirinto construido. O caminho do labirinto era traçado de forma complicada, para mostrar a dificuldade de se atingir a compreensão do Ser Supremo. O martelo usado pelo presidente do clube simboliza a força manejada pela autoridade que lhe é conferida e o conhecimento das responsabilidades de orientador dos seus pares do clube. Deve ser usado, portanto com sabedoria e representá-la como o maior dom que um ser humano pode alcançar. O maço de duplo gume aparece também na filosofia grega, através da figura mitológica de Ares. As lendas contam que Ares, pretendendo ajudar a humanidade que vivia na escuridão da ignorância, avançava com seu láber (maço de duplo gume) em círculos concêntricos até atingir o centro do labirinto (da vida), ou seja, o conhecimento de si próprio. Aí então, o maço de duplo gume que simboliza o desenvolvimento do mundo interior e exterior, transformava-se em tocha, representando a intuição que ilumina a consciência, 225
permitindo a percepção de que a verdade não está só fora, mas dentro de si. Assim, desde o primeiro momento após a posse, quando ao presidente empossado é passado o martelo duplo, ele começa a trabalhar mais o seu interior que o exterior, ao percutir o sino. Recebe assim simbolicamente, através da posse do martelo o comando das ações do clube e inicia obstinadamente, a caminhada no labirinto de sua gestão, quando irá acioná-lo inúmeras vezes, comandando as reuniões “cum mente et malleo” (com a mente e o martelo). A sua forma trascende em significado à do simples aspecto externo. Tem a forma de “T”, do qual se originou a Cruz, que significa vida, felicidade e saúde. Era com um sinal semelhante a um T que o anjo do Apocalipse marcava a fronte dos predestinados. Com o martelo são abertas e encerradas as reuniões de Rotary. É também utilizado para indicar o término de uma etapa de uma reunião e o início da outra, bem como para chamar a atenção dos companheiros para um anúncio importante a ser feito a todos. O martelo é também utilizado para conceder a palavra, bem como para advertir os companheiros que dela estiverem fazendo uso de forma indevida. Através do uso do martelo nas horas e de forma adequada, o presidente do clube ou o companheiro que estiver comandando uma reunião Rotária (assembléia, conferência, seminário, etc) impõe a autoridade que lhe foi conferida e conduz com responsabilidade o evento. A maior distinção que se pode demonstrar a um visitante graduado (Governador, Diretor de RI ou outro), transmitindo-lhe as boas vindas e a humildade do presidente da reunião, é passar-lhe às mãos o martelo para que o acione e conduza o início ou uma etapa da reunião. Neste instante o martelo assume uma das mais altas 226
significações de sabedoria. Ao fazer soar o sino, o martelo passa a ser o elo de comunicação não formal do presidente ou condutor da reunião com os Rotarianos. É o convite à atenção para o serviço, ao trabalho dedicado aos outros que não a nós mesmos. Acredito que muitos de nós Rotarianos ocasionalmente perguntamos: O que posso fazer? Que o múltiplo soar do martelo vibrando o sino, como uma bigorna, seja o som inspirador das nossas ações na criação de um ambiente que proporcione esperança à juventude e à comunidade em geral. Que o som produzido acione o martelo do nosso ouvido interno, abrindo nossas mentes para ouvirmos as necessidades dos carentes e permita como ao tocar um piano, possamos acionar as mais vibrantes notas na música de nossa caminhada pela vida Rotária.
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Características da Liderança em Rotary Sem a criatividade e a ação do homem, nada se movimenta. Liderança é energia. É o processo de influenciar as pessoas por meio de ideias, para que elas façam as coisas que tem que ser feitas pelos seus motivos e não pelos nossos. Líder é quem seja o portador de energia em suas manifestações, moral, doutrinária, prática, material, metodológica, de vida, opinião e de conduta. Não há limite no número de líderes dentro de uma associação democrática como o Rotary. Isto porque a liderança é algo místico, que uma pessoa tem ou não. É aprendida e qualquer um pode desenvolvê-la e aprimorá-la pelo estudo e aplicação. Varia também com a situação e em Rotary muda conforme a tarefa e os objetivos. Qualquer membro é líder, quando apresenta solução apropriada no momento preciso. A liderança passa de pessoa a pessoa, à medida que estas contribuem com algo a mais para a consecução dos objetivos da organização. Liderança é a qualidade que deve ter, quem aceita a responsabilidade de guiar outros, para alcançar um objetivo comum. Segundo Hurlock: “Traços comumente encontrados nos líderes são: segurança, sociabilidade, responsabilidade, boa índole, generosidade, espírito de justiça, bons hábitos de trabalho ou eficiência e fácil adaptação à sociedade”.
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O líder democrático respeita o ser humano e crê nele. Consegue a cooperação do grupo pela sua competência, paciência, tolerância e honestidade de propósitos. Não dá ordens, dá exemplos, estimulando em vez de ralhar. O líder democrático surge naturalmente do grupo a que pertence e não por atrair seguidores. No entanto não há lídres sem seguidores. Um bom lider já foi ou pode a qualquer momento se tornar também um seguidor. Um seguidor não é uma pessoa passiva. Tem ideias, contesta com respeito, complementa e implementa as ideias propostas pela liderança, é protagonista. Liderar é agir. Todo pensamento é um esboço de ação. A função da liderança é personalizar o ser humano e avivar-lhe a consciência da vida, criando no líder o dever urgente de promover a ambiência da liberdade positiva, decorrente da autoridade moral. Aquele que assumir a missão de ajudar a outros, procurar ser autêntico, atento a sentimentos, procurar ser flexível e adaptavel às criações, aberto aos testemunhos, organizado e integrado, ativo na busca dos objetivos e do ideal escolhido, este será líder. Viver é uma arte, diz a sabedoria popular e a arte de viver consiste em tornar a vida uma obra de arte. Os dez mandamentos do Líder 1. 2. 3. 4.
Respeitar o ser humano e crer nas suas possibilidades, que são imensas; Confiar no grupo, mais do que em si mesmo; Evitar críticas a qualquer pessoa em público, procurando sempre elogiar diante do grupo, os aspectos positivos de cada um; Estar sempre dando o exemplo, em vez de ficar criticando todo o tempo; 230
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Evitar dar ordens, procurando obter a cooperação de cada um; Dar a cada um o seu lugar, levando em consideração os gostos, interesses e aptidões pessoais; 7. Evitar tomar mesmo de maneira provisória, a iniciativa de uma responsabilidade que pertença a outrem, mesmo pensando que faria melhor; 8. Consultar os membros do grupo antes de tomar uma resolução importante que envolve interesses comuns; 9. Antes de agir, explicar aos membros o que vai fazer e porque; 10. Evitar tomar parte nas discussões quando presidir uma reunião; guardar neutralidade absoluta, fazendo registrar com imparcialdade as decisões do grupo. Estes mandamentos podem ser resumidos nas tres qualidades que caracterizam qualquer líder, que são: sacrifício, humildade e perseverança. Como se comportam as pessoas num grupo ou numa reunião? Vocês certramente conhecem alguns desses esteriótipos: Leão - rei da reunião; o dono do assunto; quando urra todos os participantes se calam. Não é agressivo, mas certo de sua superioridade e por vezes boceja despreocupado. Está convencido de sua ascendência sobre os demais. Hiena - Não tem opinião própria, adora e aprova tudo o que o leão fala. Acha o leão espirituoso e ri de tudo o que ele diz; balança a cabeça aprovadoramente quando o leão fala. Lembra de vez em quando ao grupo o que o leão disse. Após a reunião vai cumprimentar o leão, para sair na foto ao seu lado.
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Tigre - É mais competente que o leão, mas não tem o charme deste, por tornar-se muitas vezes violento e vive de mau humor por não ter suas hienas e por não ser considerado rei pelo grupo. O grupo procura colocá-lo numa jaula ou não toma conhecimento. Raposa - Desvia o grupo do assunto, torce os argumentos, jamais caminha em direção ao objetivo; quando quer faz o grupo todo correr em sua perseguição, como uma matilha de cães de caça. Cobra - Envenena as relações e chama a atenção do grupo para tudo que possa envenenar as relações. Se alguém comete uma asneira, ela salta do ninho e põe aos olhos a fraqueza do participante. Papagaio - Comenta tudo, tem um caso a contar a propósito de tudo o que se diga. Fala alto, grita, fala por falar. Ninguém da importância para ele ... mesmo. Coruja - Não fala mas presta muita atenção. Toma susto quando alguém a interpela. Pede desculpa quando tem que participar. Não replica; olha com doçura quem intervém, pisca os olhos quando não entende, mas não pergunta. Carcará - Não gosta de discutir. Quer decisões rápidas, intervém para liquidar o assunto. Dá a impressão que está no grupo para sanear o ambiente. Está sempre impaciente e às vezes levanta-se em sinal de protesto ... mas volta. Girafa - Acha o grupo indigno de sua participação, pela maneira de sentarse e sorrir ironicamente. Está com a cabeça muito além das frioleiras que se está discutindo. Seu silêncio não permite que se saiba se é mesmo assim tão competente. A liderança em Rotary é consentida e não conseguida.
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Pois é pelo consentimento que as lideranças em Rotary devem ser selecionadas. Neste mistér as Comissões de Indicação ocupam um papel central, terem seus membros diligentemente e cuidadosamente escolhidos para que possam realizar seu papel de escolha baseada em critérios qualificativos. Quer seja para Presidente de Clube, Governador, Diretor ou Presidente de RI. A responsabilidade da liderança não se encerra ao final de seu mandato. Isto pode ser expresso na verdadeira mutação genética que se opera, ou deveria se operar em quem exerce uma posição de liderança em Rotary. Quem passa por uma presidência de clube, governadoria de um distrito, mesmo por uma atividade como membro de um comitê, uma coordenadoria regional e mais ainda por uma posição de liderança como diretor, curador de FR e principalmente a de presidente de RI, adquire mais conhecimento sobre a nossa organização e percebe pela exposição a responsabilidades com complexidade crescente a multifacetada e importante ação do Rotary. Mas há aqueles que podem ser alcunhados de “cisnes”, pois conseguem mergulhar na beleza das águas de Rotary, exercer atividades de lideranças e sair sequinhos. As verdadeiras assunções a posições de liderança não é ou deveriam ser por acidente ou obra do acaso. A escolha deve ser para cumprir uma missão e um destino: devem ser líderes e líderes bem sucedidos. Quando deve iniciar-se a formação de um líder em Rotary? Vocês tem ideía de quantos líderes o Rotary precisa formar e orientar para ação nos próximos dez anos? Mais 360.000! Então por onde começar? 233
Quais as alternativas? Uma delas é a de solicitar que presidentes de clube e governadores de distrito sirvam por três anos. Algum de vocês está disposto a isso? A outra alternativa é começar a formação dessas lideranças o mais cedo possível.É aí que entram algumas alternativas que vem sendo adotadas: pré-PETS, escolinhas de Rotary, programas de mentoria e o Instituto de Liderança Rotária. O que eu poderia esclarecer-lhes ou ensinar-lhes sobre liderança em Rotary? Gostaria de expressar uma ideia que penso ser a chave da boa liderança em nossa organização. Para que sejam líderes bem sucedidos, vocês devem sair desta Reunião, com uma compreensão clara de um importante aspecto da liderança. Devem comprender que para liderar é necessário servir. Mahatma Gandhi declarou certa vez: “Devo seguir o povo ... pois sou seu líder.” Vocês deverão deixar esta Reunião, conscientes de que a lideran-ça não significa poder. Liderança não é um discurso ou um lema. Tampouco é ter autoridade sobre outras pessoas. Liderança é relacionamento entre pessoas. É cultivar relacionamento com pessoas que os seguirão, trabalharão com vocês e com os quais você poderá compartilhar os sucessos alcançados. Se para liderar é preciso servir, vocês devem liderar dando exemplo. Não temos o direito de exigir dedicação se não nos dedicarmos. Evito pedir para outros fazerem qualquer coisa que eu mesmo não faria. Então, como deixar nossa marca? 234
Acredito que todos os grandes líderes possuem uma percepção absoluta de sua missão. Eles tem objetivos claros e bem definidos e canalizam suas energias para alcança-los. Lembrem-se que se não sabem para onde estão indo, não se surpreendam se chegarem a outro lugar. Devemos aprender com o passado e nos basear na poderosa herança que o passado nos entrega. Mas mesmo que o passado nos conte sobre feitos extraordinários, o futuro depende do trabalho que realizarmos no presente. Quantos de vocês já formularam seus planos para amanhã? Para a próxima semana? Para o próximo ano? Para a próxima década? Para o próximo século? Se já o fizeram, compartilhem estes planos com os que estão à sua volta. Se ainda não o fizeram, comecem hoje ... Já, neste momento, a pensar seriamente sobre isso. Não se acanhem em serem originais, pois certamente por isso mesmo poderão ser criticados. Poderão dizer-lhes: “Mas isto nunca foi feito assim antes!” Não se abalem ... onde não houver caminho, não se atemorizem em deixar uma trilha. E aqueles que os criticarem, convençam-nos a tomarem com vocês o ônibus para o amanhã. Não sigam a multidão, simplesmente por temerem ser diferentes. Decidam por si mesmo o que fazer. Liderança é também uma questão de escolha. Seja acima de tudo você mesmo.
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E o sonho continua ... Através destes artigos estivemos unidos, compartilhando diversos aspectos pragamáticos e visões das ações do Rotary, analizando alguns problemas atávicos que requer de todos nós atenção e soluções responsáveis. Sem a preocupação de ordená-los por prioridade, podemos salientar: A necessidade de melhorar o processo de admissão de novos associados ou a criação de novos clubes. Está sendo necessário que este processo inclua a participação prévia dos associados em perspectiva em projetos para que eles - Conheçam Rotary primeiro pelo que ele faz, para então entender o que ele é. As novas admissões feitas com este pensamento em mente auxiliará na solução do problema da retenção na admissão. Aplicando este procedimento com qualidade e mostrando ao novo potencial associado o que fazemos para realizar nossa forma de prestação de serviço, isto fará com que esta pessoa teste onde seus talentos individuais são mais úteis e que novas ideias de projetos similares poderão ser implantados. Uma atenção maior dada à nossa juventude, dando-lhes voz e oportunidades de exercerem suas capacidades de realização, juntamente com a adoção em cada clube de uma Comissão Permanente dedicada à Juventude que reuna de forma integrada os jovens participantes nos diversos programas do RI e da Fundação Rotária dedicados à juventude. Entendo também como importante incluirmos no Conselho Diretor dos clubes uma posição a ser ocupada por um jovem lider de Interact e do Rotaract desse clube. Entenderemos melhor que “ao invés de mostrar-lhes o caminho é melhor caminhálo com eles”.
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Há a necessidade de adptarmos nossa linguagem e nossas ideias aos novos tempos, de forma que nossa mensagem de valores e princípios alcance o maior número de pessoas que almejam paz e compreensão. Podemos observar que em muitos documentos, folhetos, sites e revistas que produzimos, tem seu conteúdo não totalmente dedicado à audiência correta. O público para o qual devemos revelar Rotary é o público externo e não estamos fazendo muito nesta direção. As imágens estampadas nestas mídias não se apresentam relevantes e atraentes a jovens líderes que desejamos atrair e motivar. Nossa marca tem que ser consistente com nossa história e suficientemente atraente para nos guiar pera o futuro. É importante que traigamos associados novos e talentosos, que venham juntar-se a nós para nos auxiliar a dar continuidade ao nosso trabalho num processo de renovação da evolução, sem interrupção. Necessitamos quebrar paradigmas de idade, genero e muitos outros. É muito necssário que prenchamos a lacuna que está cada vez maior entre nossos clubes e a comunidade a que servimos para que a conheçamos e sejamos por ela conhecidos, por atender às necessidades prementes e prioritárias dessa comunidade. A utilização, por exemplo, das tecnologias modernas tais como o geoprocessamento das áreas de atuação na comunidade dos clubes, permite o mapeamento da mesma para registrar importante informação de forma coerente para facilitar a idealização de projetos. É necessário também que divulguemos nessas comunidades o que estamos fazendo e planejando fazer, para que ela possa por seu interesse participar. Ao produzir novos projetos e novos parceiros no servir, novas fronteiras serão abertas. Não há limites para nossa ação e há muito a ser feito, o que nos torna responsáveis por criar oportunidades, agir com competência e cumprir nossa obrigação. Nossa missão é
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permanente e nossas metas temporárias e renovadas quando alcançadas. É muito importante que nossas lideranças, compromissadas com o Objetivo de Rotary e não consigo mesmas, sejam proativas, criativas e visionárias nos tres níveis de nossa organização. Ajustarem seus pensamentos e posturas bem alto, acessando e compartilhando informações e conhecimentos relevantes. Ao estimularmos a adoção de novas metodologias no desenvolvimento de novas lideranças, desenvolvamos pessoas e não cargos. A importância de um pensamento estratégico e ações em todos os níveis, nos levará a refletir em novas formas alternativas de governança corporativa Elas são necessárias e requeridas para adptarmos o Rotary e nossa Fundação às necessidades amplificadas de nossas comunidades nos dias de hoje. Isto nos permitirá que através de atitudes integradas, resolvamos e melhoremos uma mais fácil fruição de ideias e planos em consonância com as características culturais regionais. Um Plano Estratégico tranparente, simples, interconectado nos três níveis, deve prover os meios para uma ação coordenada da Família Rotária. A utilização da Administração Subsidiária, através da qual as decisões são tomadas no menor nível possível, está ganhando força e embalo. Fortalecimento de nossa Imágem Pública por atitudes exemplares e responsáveis por cada um de nós, caminham junto com a publicação do que fazemos e produzirá seus efeitos. De forma que quando solicitarmos à comunidade para contribuir ou participar em nossos projetos, ela colaborará com o perfeito entendimento e confiança no que fazemos e como nos comportamos. Igualmente quando formos à comunidade solicitar emprestado um de seus membros para que venha se juntar a nós para realizarmos uma melhor prestação de serviços, estes novos cidadãos conscientes farão o máximo de seus 239
esforços para reverter para a comunidade o que conquistaram de forma privilegiada. Nossa marca é valiosa e trará cada vez mais identidade com o que somos, quanto mais formos conhecidos pelo que fazemos. Nossa governança corporativa pode ser melhorada nos tres níveis da organização, facilitando a propagação das ideias nos dois sentidos. Usando a mídia eletrônica poderemos facilitar a produção e o debate dessas ideias e para que elas sejam conhecidas em cada uma das nossas reuniões. Há uma necessidade premente de unir todos os Rotarianos através de causas apaixonantes que os motive a uma ação total. Ao nos prepararmos para divulgar globalmente o nosso sucesso na erradicação da poliomielite pela interrupção inicialmente de sua propagação, é necessario que invadamos as causas expressas pela seis áreas de foco, gerando projetos que envolvam nossos constituintes e forneçam soluções ou a mitigação dos problemas detetados nessas áreas. Para fazer isto, todas nossa reuniães devem se transformar em cadinhos para amalgamar estas ideias e encontrar vetores para as disseminar. Por tudo isso, é que acredito que vale a pena os vários anos dedicados à nossa organização, participando de tantas atividades, comitês e conselhos Diretores proativos. A Rose e eu seremos eternamente gratos aos que confiaram em nós e em nosso trabalho e àqueles que conseguimos motivar para a ação. Há muito a rememorar e aprendemos muito nessa caminhada. Foi igualmente importante à preservação de amizades verdadeiras e a criação de muitas novas amizades, que somente a vida em Rotary pode proporcionar e tornar possível. A quantidade imensa de correspondências que temos recebido este tempo todo, nos assegura que temos ainda muitos desafios a enfren240
tar com determinação e entusiasmo. Qualquer atividade em Rotary produz juros implícitos e dividendos. Estamos atualmente em Rotary num ponto de inflexão. O imenso resultado do trabalho realizado por tantos rotarianos deve ser reconhecido, mas temos também que analizar que: Nós somente iremos honrar nosso passado ao comprometermo-nos com o futuro, pela ação que fizermos no presente. Precisamos vencer a batalha da relevância de Rotary em relação à Juventude, aos Rotarianos e em relação à comunidade. E o sonho continua ...
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