Projeto de Calçadas da Rua Floriano Peixoto - Itu
Relatório 8 Fase 5-B Projeto de Calçadas da Rua Floriano Peixoto-Itu - Parte I
maio de 2016
Revisão 02
Rua da Consolação 2514 sala B 01416-000 São paulo SP Brasil +55 11 3462 8161 www.tcurbes.com.br
Ficha técnica Objeto
Emissão
Projeto de Calçadas da Rua Floriano Peixoto
10/05/2016
Realização
Revisão
Prefeitura da Estância Turística de Itu
02
Secretaria Municipal de Planejamento
Desenvolvimento TC Urbes Mobilidade e Projetos Urbanos
Elaboração Técnica TC Urbes Ricardo Corrêa da Silva - Arquiteto e Urbanista Sênior - Responsável Técnico Juliana de Campos Silva - Arquiteta e Urbanista Plena Fernanda Sugimoto - Arquiteta e Urbanista Gabriela Bandeira - Arquiteta e Urbanista Mayra Rodrigues - Arquiteta e Urbanista Plena Régis Sugaya- Arquiteto e Urbanista Pleno Kelly Cristina Fernandes Henrique Primon Cibele Claire Teixeira Gonzaga Natália de São Justo Brito Bruna Cristina da Silva Santos Luisa Muller Elias
TC Urbes Mobilidade e Projetos Urbanos Rua da Consolação 2514 sala B 01416-000 São paulo SP Brasil +55 11 3462 8161 www.tcurbes.com.br
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Sumário 1. Apresentação___________________________________ 5 2. DIAGNÓSTICO____________________________________ 7 3. Reuniões setoriais e entidades representativas_____________________ 32 4. PROPOSTA E JUSTIFICATIVA________________________ 34 5. CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES__________________ 65 6. anexos_________________________________________ 67
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1. Apresentação Este relatório apresenta o “Projeto para Calçadas da Rua Floriano Peixoto” no âmbito da “Elaboração do Plano de Mobilidade Urbana de Itu” inserido em sua Fase 5, Fase 5-B. Espera-se que este produto possa ser submetido à Prefeitura da Estância Turística de Itu através de suas secretarias, secretários e técnicos cujo tema lhes seja pertinente, bem como disponibilizado à população de Itu para que seus conteúdos contribuam ao debate acerca da intervenção de trecho da Rua Floriano Peixoto, de forma que os produtos finais das etapas subsequentes sejam resultado de um diálogo propositivo e de um processo participativo.
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A Rua Floriano Peixoto está inserida no coração do Centro Histórico da cidade de Itu. Este estudo tem por objeto de trabalho o trecho que se inicia
pç an a. p ch ad ie re ta
2. DIAGNÓSTICO
na Praça Pradre Anchieta (Largo do Bom Jesus)e se estende até a Praça da Independência (Largo do Carmo), cruzando as ruas: Bom Jesus, Madre Maria Theodora, Sete de Setembro, Maestro Elías Lobo e Garcia Moreno, totalizando
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A via constitui um importante corredor de uso comercial que possui
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trecho de aproximadamente 650 metros de extensão.
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principalmente lojas de eletrodomésticos, farmácias e perfumarias, roupas e acessórios (calçados, óticas), agências bancárias, alimentação e telefonia. A demanda pela utilização do comércio e serviços faz com que a rua tenha, durante
p de raç pe a nd da ên cia
o período comercial, grande frequência de pedestres e veículos.
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Circulação e Acessibilidade O traçado da Rua Floriano Peixoto remete às origens históricas da cidade, constando dos primeiros registros das vias de Itu. Desde então a geometria da via pouco mudou, refletindo em dificuldades de adaptação às demandas atuais.
Foto 1: Foto aérea Fonte: Google Earth, 2015
As calçadas diminutas criam um conflito significativo à utilização da rua bem como aos serviços que ela oferece. Os pedestres disputam espaço com postes de concreto, lixeiras e sinalização de trânsito e, diante disso, as calçadas oferecem problemas de acessibilidade e espaço pouco adequado para a circu-
IMPLANTAÇÃO: TRECHO DA INTERVENÇÃO
sem escala
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INTENSO USO COMERCIAL POLUIÇÃO VISUAL: PUBLICIDADE
POLUIÇÃO VISUAL: POSTES E FIAÇÃO
VAGAS: VEÍCULOS E RESERVATÓRIOS DE LIXO
CONFLITO PEDESTRE NA CALÇADA E COM A RUA: INSEGURANÇA E FALTA DE ESPAÇO Foto 2: Situação atual da rua Fonte: TCURBES, tirada em 16/09/2015
Projeto Calçadas da Rua Floriano Peixoto - Parte I: Relatório 8 Fase 5-B R02, 2016
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POLUIÇÃO VISUAL: POSTES E FIAÇÃO POLUIÇÃO VISUAL: PUBLICIDADE
IMÓVEIS COM FACHADAS TOMBADAS CAMUFLADOS EM MEIO À MUITA INFORMAÇÃO VISUAL
VAGAS: VEÍCULOS E RESERVATÓRIOS DE LIXO
PISO EM MOSAICO PORTUGUÊS NAS CALÇADAS PADRÃO DA RUA FLORIANO PEIXOTO
Foto 3: Situação atual da rua Fonte: TCURBES, tirada em 16/09/2015
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lação. Ao longo do trecho abordado a largura da calçada varia, apresentando
Do ponto de vista da acessibilidade, apesar de existir solução de rampas
trechos mais confortáveis e pontos de estrangulamento onde é comum obser-
de acesso às calçadas, há pontos de estrangulamento que certamente apre-
var perturbações no fluxo de pedestres induzindo transeuntes a circularem
sentam empecilhos à circulação por pessoas em cadeiras de rodas, com o
pela faixa de circulação de veículos, configurando situação de risco .
agravante de existirem longos trechos de calçada sem as dimensões mínimas recomendáveis para passagem duas cadeiras de rodas em sentidos opostos ou para realização de manobra de giro. A via não possui soluções para orientação de deficientes visuais, como piso podotátil. A pavimentação do passeio é feita em mosaico português com paginação em peças de três cores diferentes que compõe desenho característico de todo o trecho da via, solução que se repete em outras ruas do centro histórico. Do ponto de vista funcional, este material apresenta alguns inconvenientes como a tendência a se tornar escorregadio quando molhado, possuir superfície irregular que dificulta sobretudo a circulação de pessoas com dificuldades de mobilidade, além de sua execução depender de técnica artesanal de difícil manutenção.
Circulação de veículos e Estacionamento A rua possui uma única faixa de circulação de veículos de mão única e é completamente asfaltada. Ao longo do lado ímpar há demarcação de vagas para veículos com sinalização de área de Zona Azul, vagas para veículos de Foto 4: Calçadas diminutas Fonte: TCURBES, tirada em 07/12/2015
Foto 5: Calçadas diminutas Fonte: TCURBES, tirada em 07/12/2015
transporte de valores junto à agências bancárias, vagas exclusivas em frente 1
de farmácias , vagas para carga e descarga, vagas para pessoas portadoras de deficiência e espaços exclusivos para motos. 1 conforme
Projeto Calçadas da Rua Floriano Peixoto - Parte I: Relatório 8 Fase 5-B R02, 2016
exigência da Lei Municipal no. 3580 de 1994. 10
Por haver espaço para apenas uma faixa de circulação de veículos, é corriqueira a interrupção do fluxo da via devido ao movimento frequente de manobra para acessar ou sair das vagas de estacionamento, estacionamentos privados e garagens particulares, ocasionando lentidão no trânsito. É possível constatar que o espaço de estacionamento possui alta rotatividade e uso intenso, sendo um dos desafios principais desta proposta confrontar a demanda por aumento de espaço de circulação de pedestres e a demanda por vagas de estacionamento. Alguns imóveis no trecho analisado da Rua Floriano Peixoto possuem entradas de veículos, devendo ser previsto as condições adequadas para tais acessos, sendo previsto espaços e sinalização pertinente. No entanto, a grande maioria dos imóveis não possui acesso de veículos ao lote, aspecto favorável à diminuição de conflitos entre veículos e pedestres. Foto 6: Vaga de farmácia
Foto 7: Vaga PPD
Através de material fotográfico datado de Agosto de 2015, constatou-se que nos arredores da área de intervenção existe considerável oferta de estacionamentos privativos. Foram contabilizados 30 estacionamentos comerciais num raio de 200 metros do trecho estudado. Além disso, nesta mesma área existem 5 áreas de bolsões públicos com vagas à 45 graus ou perpendiculares à rua. Tais espaços certamente contribuem com um número considerável de vagas, superior aos espaços convencionais disponíveis ao longo das ruas. No centro histórico, sobretudo nas vias ao redor da Floriano Peixoto, há predomínio de vagas rotativas do tipo Zona Azul, o que favorece o uso temporário Foto 8: Vaga carga e descarga
Foto 9: Rua Floriano Peixoto
típico do usuários de comércio e serviços.
Fonte: TCURBES, tiradas em 16/09/2015
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Mapa 1: Ruas com zona azul no Centro Histórico Fonte: tcurbes
Mapa 2: estacionamentos privativos em um raio de 200 metros da Rua Floriano Peixto Fonte: tcurbes
TIPO
UNIDADES
ESTACIONAMENTO
30
BOLSÃO
5
tabela 1: estacionamentos privativos e bolsões em um raio de 200 metros da Rua Floriano Peixto Fonte: tcurbes
Projeto Calçadas da Rua Floriano Peixoto - Parte I: Relatório 8 Fase 5-B R02, 2016
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Lixo e coleta Junto ao alinhamento das vagas, estão dispostos em pontos espalhados ao longo da via reservatórios móveis destinados à coleta de lixo. Verificou-se junto à Secretaria do Meio Ambiente que a coleta é realizada por caminhões diariamente ao final da tarde, após horário comercial. Os caminhões são equipados com dispositivo para erguer os contenedores que devem ser posicionados manualmente. Este procedimento é realizado na própria via, interrompendo e prejudicando temporariamente o fluxo de veículos na via. Não há grande prejuízo ao trânsito por se tratar de horário de menor movimento mas seria conveniente prever um espaço para esta operação já que a dimensão da via não permite ultrapassagem. A cidade possui sistema de coleta específica para material reciclável organizada junto à cooperativa de recicláveis. Na Floriano Peixoto o recolhimento
Foto 10: Reservatórios de lixo Fonte: TCURBES, tiradas em 16/09/2015
acontece uma vez por semana, às sexta-feiras pela manhã, antes do horário comercial. No entanto, devido a demanda de lojistas que alegam não possuírem espaço de armazenamento suficiente para comportar o resíduo reciclável durante todo o período, há também coletas esporádicas realizadas ao longo da semana. Foi possível constatar ao longo das vistorias que carroceiros, externos ao programa municipal, atuam também no recolhimento de material reciclável, eventualmente utilizando espaços de vagas para carregamento do material. Atualmente não existe recipiente ou local específico para o armazenamento de lixo reciclável. A ausência deste espaço pode estimular o descarte de material reciclável junto com o lixo comum, conforme constatado em um caso
Foto 11: Reservatórios de lixo
pontual, no qual um dos contenedores de lixo comum estava cheio de papelão.
Fonte: TCURBES, tiradas em 07/12/2015
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No entanto, não foi possível determinar se se trata de uma prática comum. Foi levantado que anteriormente houve a definição de espaços específicos para os contenedores de lixo, demarcados através de pintura no piso, no entanto, em vistoria ao local em fevereiro de 2016, foi constatado que atualmente tais demarcações estão completamente ou parcialmente apagadas, sendo de difícil identificação. Foi verificado em diferentes vistorias que os contenedores de lixo em muitos casos ocupam espaços inadequados, como as vagas para veículos, vagas reservadas para pessoas com deficiência e sobrepostos à faixa de pedestres. Certamente a falta de clareza de local reservado para os contenedores e o fato de serem facilmente deslocáveis estimula sua colocação em áreas inadequadas. Foto 12: Reservatórios de lixo e carroça em espaço de vaga Fonte: TCURBES, tiradas em 22/02/2016
Foto 13: Material reciclável em contenedor de lixo comum Fonte: TCURBES, tiradas em 22/02/2016
Projeto Calçadas da Rua Floriano Peixoto - Parte I: Relatório 8 Fase 5-B R02, 2016
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Infra estrutura
A drenagem superficial se dá através de recolhimento por sarjetas junto
A iluminação da via é realizada através de luminárias fixadas nos postes
ao passeio que encaminham as águas pluviais para bocas de lobo, localizadas
de concreto que compõe a rede de distribuição elétrica. A dimensão estreita da
nos cruzamentos com as ruas transversais. Esta posição, por coincidir com
calçada, bem como o alinhamento das construções junto ao passeio, e a ocor-
pontos de travessia de pedestres, propicia conflitos e dificulta as soluções de
rência frequente de elementos como beirais, marquises e placas publicitárias
acessibilidade.
que avançam sobre este espaço provocam situações de proximidade dos edifícios, e inclusive de suas aberturas, com a fiação. A fiação se constitui como um dos principais elementos de poluição visual e interferência na paisagem, prejudicando inclusive, a relação com o patrimônio histórico.
Foto 16: Boco de Lobo Fonte: TCURBES, tiradas em 07/12/2015
Foto 17: Boco de Lobo Fonte: TCURBES, tiradas em 07/12/2015
A calçada possui ainda diversas interferências de tampas de caixas de passagem e hidrômetros. Apesar de não constituírem obstáculo à circulação, Foto 14: Fiação epostes
Foto 15: Chapa sobre sarjeta
foi possível constatar que a execução de obras que demandem escavação do
Fonte: TCURBES, tiradas em 07/12/2015
Fonte: TCURBES, tiradas em 07/12/2015
piso ocasionam nele muitas falhas, que por ser oriundo de técnica de difícil
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manutenção, provavelmente incorre em demora pelo reparo e eventual substituição do piso por outros materiais, paulatinamente desvirtuando a paginação existente e integridade do passeio.
Foto 18: Caixas de entradas
Foto 19: Caixas de entradas Fonte: TCURBES, tiradas em 07/12/2015
Projeto Calçadas da Rua Floriano Peixoto - Parte I: Relatório 8 Fase 5-B R02, 2016
Foto 20: Caixas de entradas
Foto 21: Tubulação água pluvial
Fonte: TCURBES, tiradas em 07/12/2015
Fonte: Google Street View
Foto 22: Tubulação água pluvial e interferências no piso Fonte: Google Street View
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LEGENDA: IMÓVEL FACHADA TOMBADA BANCO FARMÁCIA ACESSO GARAGEM CONTAINER LIXO (REJEITO) BOCAS DE LOBO OU GRELHAS DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS
IMPLANTAÇÃO EXISTENTE
esc 1:2500
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Publicidade e Comunicação Visual
Praça da Independência e Praça Padre Anchieta
A Rua Floriano Peixoto provavelmente constitui o exemplo mais crítico
As praças da Independência e Padre Anchieta estão localizadas nas duas
de poluição visual da paisagem na cidade de Itu. Além da interferência de ele-
extremidades do trecho da Rua Floriano Peixoto analisado nesse estudo. Seus
mentos descritos acima, sobretudo postes e fiação, há o agravante da presença
espaços amplos e arborizados contrastam com a morfologia da via adjacente
excessiva dos elementos de publicidade e comunicação visual dos estabeleci-
que não possui árvores ou espaços de descanso e estar. Tais características
mentos comerciais, que ocorrem sem padronização ou limite quanto a seu
fazem destas praças locais bastante procurados para encontros e descanso,
aspecto, tipo de material, às suas dimensões totais ou a seu avanço sobre o
associados também a consumo de alimentos, seja nos estabelecimentos ao
passeio.
longo da Praça da Independência ou fornecido por ambulantes, como observado na Praça Anchieta. Estes usos podem ser considerados positivos ao pro-
É válido sublinhar que tal situação está em desacordo com as restrições
porcionarem maior variedade de atividades com o potencial de se estenderem
impostas pelo processo de tombamento do Condephaat (Processo número
além do horário comercial da maioria dos estabelecimentos da via, evitando o
26907/1989), incorrendo numa desvalorização do patrimônio histórico e cul-
esvaziamento dos espaços em determinados horários que acaba provocando
tural da cidade.
sensação de insegurança e abandono do espaço público. O tipo de uso que acontece nas duas praças sugere que se houvessem espaços agradáveis de estar e descanso ao longo da Rua Floriano Peixoto provavelmente haveria demanda para fruição da população.
Patrimônio Há uma bibliografia extensa entorno da formação da cidade e do que hoje conhecemos como o Centro Histórico da cidade de Itu, cabe aqui, de forma sucinta, tentar compreender a forma como a morfologia urbana atual foi originada para compreender suas características essenciais para conservação e preservação. A pesquisa registra aqui os dados e registros do que foi encontrados. Foto 23: Anúncios e letreiros, postes e fios Fonte: TCURBES, tiradas em 07/12/2015
Foto 24: Anúncios e letreiros, postes e fios Fonte: TCURBES, tiradas em 07/12/2015
Projeto Calçadas da Rua Floriano Peixoto - Parte I: Relatório 8 Fase 5-B R02, 2016
A cidade de Itu tem extrema relevância histórica, não somente pelos
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eventos políticos ocorridos na Convenção de Itu (em 1873), mas por ter con-
gimento e transformações urbanas, históricas, econômicas, sociais e culturais
servado características e morfologia urbana mantidas com relativa integrida-
da cidade e são referência para este relatório, como por exemplo o “Diagnós-
de até hoje desde período colonial, época em que a cidade teve grande apogeu
tico Geral da Cidade de Itu para implantação de um Programa de Ação Cultu-
como centro econômico e social com atividades ligadas ao açúcar, café e teci-
ral” coordenado pelo arquiteto João Walter Toscano e sua equipe a pedido do
dos. Ao longo dos anos muitas demolições, novas construções e intervenções
Condephaat que abordou diversos temas pertinentes à cidade.
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no traçado original interviram prejudicialmente na conformação original da cidade ao não incorporar as questões de patrimônio como elemento relevante e fundamental, contribuindo para desconfiguração da cidade original.
As imagens dos mapas de 1774, 1792, 1830, 1865, 1905, 1925 ilustram bem como se deu o crescimento e desenvolvimento do Centro.
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Resumidamente, o núcleo urbano se instala no patamar entre os córre-
Essa conformação urbana do período colonial pode ser reconhecida na
gos do Taboão e Guaraú ao longo de um eixo principal (entorno de 1610)– an-
morfologia atual da cidade, embora tenham havido muitas transformações ao
teriormente caminho utilizado como ponto de apoio e ligação para busca de
longo dos anos. De forma geral a geometria urbana está relativamente bem
índios, de ouro, pedras preciosas e abastecimento- em suas extremidades se
preservada nas ruas do Centro Histórico, em certo sentido também o gabarito
instalam o Convento dos Franciscanos (posteriormente demolido) e o Con-
das edificações se mantém bem característico em alguns trechos de ruas (por
vento do Carmo. Ao longo desse eixo, seus largos o seccionam e representam
exemplo na Rua Paula Souza). Persiste também a ausência de arborização nas
espaços de ampliação: largo do Bom Jesus (atual Praça Anchieta) , largo da
ruas e presença de arborização sobretudo nos antigos largos das igrejas, pre-
Matriz (hoje Praça São Miguel) e largo do Carmo (hoje Praça da Independên-
sença dos edifícios mais significativos como as igrejas, conventos, mercado,
cia); as ruas se organizam em quadrículas dimensionadas para o trânsito de
hospital e casarões.
pedestres e carros puxados por animais em um momento em que o Centro
A Rua Floriano Peixoto, antiga Rua do Commercio, é paralela a este eixo
passa a abrigar funções de serviços e abastecimento das propriedades agrícolas da região e surgem as residências, igrejas, conventos e colégios em um momento de riqueza agrícola que conformam elementos fundamentais da volumetria construída e paisagem urbana. Determinadas bibliografias remontam de forma muito qualificada o sur-
2 TOSCANO, João W. Diagnóstico Geral da Cidade de Itu para implantação de uma programa de ação cultural. São Paulo: Condephaat, 19-?, 8 volumes. (estima-se que foi elaborado na década de 60 e 70). 3 extraídos de TOSCANO, João W. Itu Centro Histórico Estudos para Preservação. Dissertação de Mestrado apresentada à FAUUSP em 1981,alguns mapas não possuem referência bibliográfica ou de acervo descrita, no entanto achamos muito pertinente mostrá-los citando a fonte da tese de João W. Toscano.
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Mapa 3: Itu, 1774 Fonte: toSCAno, 1981
Projeto Calçadas da Rua Floriano Peixoto - Parte I: Relatório 8 Fase 5-B R02, 2016
Mapa 4: Itu, 1792. Destaque de parte de nosso trecho de intervenção em laranja atual rua Floriano Peixoto Fonte: toSCAno, 1981
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Mapa 5: Itu, 1830. Destaque nosso trecho de intervenção em laranja atual rua Floriano Peixoto Fonte: toSCAno, 1981
Mapa 6: Itu, 1865.Destaque nosso trecho de intervenção em laranja atual rua Floriano Peixoto Fonte: toSCAno, 1981
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Mapa 7: Itu, 1905. Destaque nosso trecho de intervenção em laranja atual rua Floriano Peixoto Fonte: toSCAno, 1981
Projeto Calçadas da Rua Floriano Peixoto - Parte I: Relatório 8 Fase 5-B R02, 2016
Mapa 8: Itu, 1925. Destaque nosso trecho de intervenção em laranja atual rua Floriano Peixoto Fonte: toSCAno, 1981
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principal do Centro Histórico e abriga ainda hoje 11 (onze) imóveis com tom-
IV. A melhoria da qualidade de vida dos habitantes do Centro Histórico
bamento pelo Condephaat sob o grau de proteção 2 de fachadas, ainda que
que nele vivem e trabalham.”(...)
bem camuflados e descaracterizados. A rua também se insere no perímetro do tombamento do Centro Histórico da Cidade de Itu. Abaixo citamos trechos
“Artigo 2o - O tombamento abrange:
da publicação da resolução do Condephaat de tombamento no Diário Oficial do Estado:
I. Os elementos constitutivos da estrutura urbana contidos no interior do polígono definido pelos seguintes limites (denominado Perímetro Interno): “Artigo 1o - Fica tombado o Centro Histórico da cidade de Itu, conside-
(
.
.
.
)
rando:
“Rua Floriano Peixoto nos 122, 275, 276, 284, 288, 290,318, 326, 328, 346/358, 460, 480, 507, 627, 643, 774, 824,830, 1014, 1045, 1062, 1084
I. A estrutura urbana configurada pela paisagem, o conjunto de logra-
(Toninho), 1098, 1247, 1265,1275, 1287, 1306, 1307, 1311, 1315, 1386,
douros e elementos arquitetônicos que conformam o Centro Histórico da
1478/1492.”(...) Praça Independência nos. 210, 211 (da Barão do Itaim),208,
Cidade de Itu;
15/19/21 (Casa Almeida Jr.), 8/16/28 (esq. com FlorianoPeixoto).
II. A existência nesse Centro Histórico de alguns elementos significativos
“II. Grau de Proteção 2 (GP-2) – aplicável às edificações nas quais se des-
tombados tanto pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacio-
tacam, principalmente os valores ambientais:
nal - IPHAN e pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado - Condephaat, cuja preservação
a) A Preservação das edificações se aterá à conservação das fachadas, com-
impõe para sua valorização um controle em suas vizinhanças;
ponentes arquitetônicos externos e cobertura;
III. Que além desses imóveis tombados, existe um conjunto de imóveis
b) As edificações poderão sofrer alterações internas desde que respeitado
inventariados, nos termos do § 1o do artigo 216 da Constituição Federal e
o disposto no item anterior.”
cuja preservação constitui fator importante para manutenção do Patrimônio Ambiental Urbano;
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4 Resolução SC-85, de 6-11-2013 publicada no D.O.E; Poder Executivo, Seção I, São Paulo, 113 (212), sext-feira, 7 de novembro de 2003. p.30. Grifo nosso relativo aos imóveis presentes no trecho deste projeto, a patir da referência do “Inventário Condephaat”, reunião das “Ficha cadastral do patrimônio histórico do Centro Histórico de Itu”. Out., nov. dez/2010, material fornecido pela Secretaria de Planejamento.
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As edificações remanescentes são também bem características do período colonial, na Rua Floriano Peixoto em geral são térreas ou assobradadas, com telhado em duas águas, grandes janelas e porta de madeira em posição mais central.
meiramente somente com areia fina, pedras e matacões, posteriormente com paralelepípedo de granito e finalmente com asfalto: O calçamento em areia fina, pedras e matacões é anterior a 1790 nos relatos de Hercules Florence é possível precisar tal informação:
Tentando recuperar as características da morfologia das ruas do Centro Histórico para estabelecermos os parâmetros a considerar na intervenção a ser
“rua inteiramente descalço e tão cheio de pedras e matacões, que torna
proposta na Rua Floriano Peixoto com este trabalho, na bibliografia existente e
o trânsito incômodo e até perigoso. Em muitos lugares há areia fina e
através de imagens dos arquivos históricos é possível identificar os elementos
quando chove formam-se lamaçais”
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que conformaram as vias e passeios do Centro (sempre que possível identificando especificamente a Rua Floriano Peixoto) e procurar precisar a data dos eventos de transformação principalmente anterior à morfologia atual.
Posteriormente, aproximadamente a partir de 1790 (na Rua Floriano Peixoto, antiga Rua da Commercio em 1926), o calçamento passa a ser efetuado
É possível constatar que a geometria original sofreu poucas alterações.
em paralelepípedo de granito da própria região (granito rosa). O autor Nardy
Em certos casos o traçado e geometria dos passeios e via é um dos poucos
relata bem esse processo no capítulo que descreve as “Obras Publicas e Me-
elementos que fazem menção às primeiras conformações do centro, devendo
lhoramentos”:
ser considerados nas propostas de preservação e valorização do patrimônio histórico. Atualmente, a dimensão existente de face a face às frentes dos lotes
“As ruas da cidade de Ytu começaram a ser calçadas em 1790 (…)
8,30 metros no menor trecho e 11,70 metros no maior trecho. As calçadas
Esse calçamento era feito como uma grande e suave persinta, afim
existentes variam de largura, no lado par de aproximadamente 1,10 a 1,70 me-
de que as aguas das chuvas corressem pelo centro do calçamento.
(calçadas somadas ao leito viário) tem largura variável de aproximadamente
tros e no lado impar de 1,50 a 2,30 metros.
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Pavimentação da Via O calçamento das ruas do centro passou por três situações. Feito pri5 Medidas de acordo com a base: “Mapa Cadastral - 08 - 05 - 2015” fornecido pela Prefeitura de Itu, Secretaria de Planejamento
Projeto Calçadas da Rua Floriano Peixoto - Parte I: Relatório 8 Fase 5-B R02, 2016
Em sessão de 6 de janeiro de 1826 determinou a Camara que se no-
tificasse os moradores das ruas do Commercio, Direita, Carmo e Plama 6 relatos de 1825 de Hercules Florence de “Viagem Fluvial do Tietê ao Amazonas de 1825 a 1829. Editora Cultrix/ Editora USP: 1977; transcrito em TOSCANO, João W. Itu Centro Histórico Estudos para Preservação. Dissertação de Mestrado apresentada à FAUUSP em 1981, p.25.
24
‘para fazerem calçadas em suas portas, de dez palmos de comprimento (…)’.
Em 1884 começaram as ruas do centro a serem amacadamisadas, e
mais tarde foram apedregulhadas.
Em 1904 foi feito o calçamento a paralelepípedos da rua Direita e
Praça P. Miguel e em 1926 foi feito o calçamento da rua Commercio e da 7
Travessa Municipal”
A modificação para asfalto é algo mais recente, não foi possível precisar a data em que isso ocorreu, no entanto, nos registros de Julio Abe dos anos 70 já é possível verificar que muitas ruas do Centro já haviam sido pavimentadas
Foto 25: Sem calçamento. Rua Floriano Peixoto, antiga Rua do Commercio, 1904. Fonte: SILVEIRA,Edgar e FRANCISCO, Luís Roberto. Itu, quatro séculos de comércio. Itu: Sincomércio - Itu e Sesc/SP, 2010. Datação da imagem segundo: LIMA, André Luís de LIma. Imagens da Cidade: A evolução urbana de Itu através da Fotografia. Dissertação de metrado, FAUUSP, 2014.
em asfalto e isso também ocorreu com a Rua Floriano Peixoto. Em reuniões com equipe técnica da prefeitura foram colhidos relatos de que a aplicação do asfalto se deu de forma gradual e de forma isolada por trechos e vias específicas, e na grande maioria dos casos a execução da nova pavimentação se sobrepôs ao piso existente de paralelepípedo. 7 NARDY FILHO, Francisco. A Cidade de Ytu. Ottoni. Itu: Ottoni, 2006,volume 1, 2a. edição, p.238 e 239. “Persinta”: segundo o Dicionário Houaiss (2001) “percinta” seria uma “faixa de lona usada para proteger as velas do navio”, Nardy pode ter se referido à essa ideia pela via apresentar certa declividade. “Amacadamisadas”: segundo o Dicionário Houaiss (2001) “macadamizar” seria “revestir, calcetar (estradas e ruas)” e “macadame” seria “processo de revestimento de ruas e estradas que consites numa mistura de pedras britadas, breu e areia submetida à forte compressão” que demostra ser um método construtivo utilizado na época.
Foto 26: Sem calçamento. Rua Floriano Peixo- Foto 27: Sem calçamento. Rua Floriano Peixoto, to, antiga Rua do Commercio, 1909 antiga Rua do Commercio, 1909 Fonte: SILVEIRA,Edgar e FRANCISCO, Luís Roberto. Itu, quatro séculos de comércio. Itu: Sincomércio - Itu e Sesc/SP, 2010. Datação da imagem segundo: LIMA, André Luís de LIma. Imagens da Cidade: A evolução urbana de Itu através da Fotografia. Dissertação de metrado, FAUUSP, 2014.
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Foto 28: Paralelepípedo. Rua Floriano Peixoto, antiga Rua do Commercio, década 1930. Fonte: SILVEIRA,Edgar e FRANCISCO, Luís Roberto. Itu, quatro séculos de comércio. Itu: Sincomércio - Itu e Sesc/SP, 2010.
Foto 29: Paralelepípedo. Rua Floriano Peixoto, antiga Rua do Commercio, 1948. Fonte: Acervo Iconográfico, Centro de Estudos do Museu Republicano
Foto 30: Paralelepípedo. Rua Floriano Peixoto, antiga Rua do Commercio. Foto provavelmente anterior ou próxima a década de 70. Fonte: SILVEIRA,Edgar e FRANCISCO, Luís Roberto. Itu, quatro séculos de comércio. Itu: Sincomércio - Itu e Sesc/SP, 2010.
Projeto Calçadas da Rua Floriano Peixoto - Parte I: Relatório 8 Fase 5-B R02, 2016
Foto 31: Asfalto. Rua Floriano Peixoto, 1976 Fonte: Acervo Iconográfico, Centro de Estudos do Museu Republicano, Coleção Julio Abe caixa 29
Foto 32: Asfalto. Rua Floriano Peixoto, 873; 1973 Fonte: Acervo Iconográfico, Centro de Estudos do Museu Republicano, Coleção Julio Abe caixa 24
26
Guia
de concreto como conhecemos hoje, muitas vezes por conta das recentes
Da mesma forma como o paralelepípedo compunha a rua, as guias tam-
obras de drenagem (bocas de lobo).
bém eram em granito (granito rosa). Algumas estão ainda presentes em todo o Centro, porém muitas vezes ficam camufladas nas pinturas branco e/ou
Calçadas
amarelo da sinalização. No entorno do Mercado há a presença mais evidente
As calçadas do centro passaram por duas situações. Calçadas primeira-
dessas guias originais.
mente com a pedra da região, o varvito, posteriormente fora substituído quase que integralmente por mosaico português:
Ao longo dos anos, algumas guias de pedra foram substituídas por guias
O varvito, chamado muitas vezes de lajes e laje de ardósia, era extraído da pedreira da cidade (hoje Parque do Varvito) e era aplicado nos passeios como revestimento. Há provavelmente um trecho bem característico do emprego desse material remanescente no passeio público Marcos Steiner Netto que cruza a Rua Floriano Peixoto. No entanto, na própria rua Floriano, no trecho desta intervenção, não há mais a presença desse material.
“As ruas não são alinhadas como as de Jundiaí, mas em compensa-
ção têm um passeio de lajes de ardósia de mais de um metro quadrado, Foto 33: Guia em pedra Rua Floriano Peixoto
Foto 34: Guia em concreto junto a boca de lobo. Rua Floriano Peixoto
tiradas de uma pedreira, distante algumas léguas, e de tal espessura que resistem aos choques dos carroções em que são trazidas.”
8
Posteriormente, o varvito foi substituído pelo mosaico português. Na Rua Floriano Peixoto, no trecho desta intervenção, toda a calçada é feita nesse Foto 35: Guia em pedra no entorno do Mercado Municipal Fonte: TCURBES, tiradas em 07/12/2015
8 relatos de 1825 de Hercules Florence de “Viagem Fluvial do Tietê ao Amazonas de 1825 a 1829. Editora Cultrix/ Editora USP: 1977; transcrito em TOSCANO, João W. Itu Centro Histórico Estudos para Preservação. Dissertação de Mestrado apresentada à FAUUSP em 1981, p.24.
27
amarela com trechos em preto e vermelho delineando paginações distintas para cada rua conferindo sua identidade. Na Rua Floriano Peixoto há paginação em losangos em dois tamanhos, um menor e outro alongado, há predominância da cor amarela no fundo com faixas e contorno dos losangos na cor preta e preenchimento de fundo na cor vermelha.
Foto 36: Presença de varvito no Passeio público Marcos Steiner Netto Fonte: TCURBES, tirada em 07/12/2015
Foto 37: Varvito original no Passeio público Marcos Steiner Netto Fonte: SILVEIRA,Edgar e FRANCISCO, Luís Roberto. Itu, quatro séculos de comércio. Itu: Sincomércio - Itu e Sesc/SP, 2010.
material. Não foi possível ainda precisar com certeza a data exata e o processo pelo qual o calçamento de varvito foi progressivamente substituído pelo piso em mosaico português, esse já está presente nos registros nas fotografias de Julio Abe nos anos 60 e 70. O mosaico português em todo o centro é predominantemente na cor
Projeto Calçadas da Rua Floriano Peixoto - Parte I: Relatório 8 Fase 5-B R02, 2016
Foto 38: Mosaico português na Rua Floriano Peixotol, 873; 1973 Fonte: Acervo Iconográfico, Centro de Estudos do Museu Republicano, Coleção Julio Abe caixa 24
Foto 39: Mosaico português na Rua Floriano Peixotol, 873; 1973 Fonte: Acervo Iconográfico, Centro de Estudos do Museu Republicano, Coleção Julio Abe caixa 24
28
Largos O trecho da intervenção se encerra nas duas praças, antigos largos: Praça Padre Anchieta (largo do Bom Jesus) e Praça da Independência (antigo largo do Carmo) locais que também passaram por transformações em termos de conformação das áreas de praça e presença de vegetação como é possível observar nas imagens. Foto 40: Largo do Bom Jesus, 1909. Fonte: Acervo Iconográfico, Centro de Estudos do Museu Republicano. Datação da imagem segundo: LIMA, André Luís de LIma. Imagens da Cidade: A evolução urbana de Itu através da Fotografia. Dissertação de metrado, FAUUSP, 2014.
Foto 45: Praça da Independência, 1960 Foto 44: Praça da Independência 1976 Fonte: Acervo Iconográfico, Centro de Estudos Foto 46: Praça da Independência, 1960 do Museu Republicano, Coleção Julio Abe caixa Fonte: Acervo Iconográfico, Centro de Estudos 29 do Museu Republicano
Foto 41: Largo do Bom Jesus, 1921. Fonte: Acervo Iconográfico, Centro de Estudos do Museu Republicano. Datação da imagem segundo: LIMA, André Luís de LIma. Imagens da Cidade: A evolução urbana de Itu através da Fotografia. Dissertação de metrado, FAUUSP, 2014.
Foto 42: Praça Padre Anchieta, antigo Largo do Foto 43: Praça Padre Anchieta, antigo Largo do Bom Jesus, 1976 Bom Jesus, 1976 Fonte: Acervo Iconográfico, Centro de Estudos Fonte: Acervo Iconográfico, Centro de Estudos do Museu Republicano, Coleção Julio Abe caixa do Museu Republicano, Coleção Julio Abe caixa 29 29
29
Vegetação
“A partir, pois, de 20 de setembro de 1864 começou a cidade de Ytu a
As ruas do Centro Histórico possuem característica bem demarcada e
ser iluminada a kerosene, constando essa iluminação de 20 lampeões
evidente quanto à presença de vegetação. As ruas não possuem arborização ou qualquer vegetação baixa em canteiros. A vegetação está presente somente nas praças (antigos largos) através de
collocados, de certa em certa distancia, nas trez ruas principaes – Palma, Direita e Commercio, e 4 collocados respectivamente nos largos da matriz, Carmo e Bom Jesus”
9
árvores de grande porte que conformam grandes áreas de sombra e canteiros baixos.
A partir aproximadamente de 1904, gradualmente passa a ser iluminação elétrica como também é possível observar nos relatos de Nardy. “Em Dezembro de 1904 começou a cidade de Ytu a ser illuminada a luz eletrica, sendo contudo, provisoriamente, a força geradora fornecida pelo motor a vapor (…) A illuminação publica da cidade de Ytu é feita por 410 lampadas, de 50
Foto 47: Ausência de arborização na Rua Floriano Peixoto, antiga Rua do Commercio, década 1930. Fonte: SILVEIRA,Edgar e FRANCISCO, Luís Roberto. Itu, quatro séculos de comércio. Itu: Sincomércio - Itu e Sesc/SP, 2010.
Foto 48: Presença de vegetação na Praça da Independência, 1960 Fonte: Acervo Iconográfico, Centro de Estudos do Museu Republicano
Iluminação
velas cada uma, lampadas essas que se encontram collocadas em uma media de 25 metros uma da outra”
10
Nas fotografias é possível observar que em alguns trechos as luminárias eram fixadas nas próprias edificações e posteriormente nos postes de ferro.
Também a iluminação urbana passou por duas situações. Primeiramente, à querosene, posteriormente elétrica: A iluminação a querosene por meio de lampiões iniciou-se a partir de 1864 e permaneceu até aproximadamente 1924, nos relatos de Nardy é possível precisar esse momento:
Projeto Calçadas da Rua Floriano Peixoto - Parte I: Relatório 8 Fase 5-B R02, 2016
9 NARDY FILHO, Francisco. A Cidade de Ytu. Ottoni. Itu: Ottoni, 2006,volume 1, 2a. edição, p.205. 10 NARDY FILHO, Francisco. A Cidade de Ytu. Ottoni. Itu: Ottoni, 2006,volume 1, 2a. edição, p.208.
30
Foto 49: Iluminação a querosene na Rua Floriano Peixoto, antiga Rua do Commercio Fonte: SILVEIRA,Edgar e FRANCISCO, Luís Roberto. Itu, quatro séculos de comércio. Itu: Sincomércio - Itu e Sesc/SP, 2010.
Foto 51: Postes no Passeio público Marcos Steiner Netto Fonte: SILVEIRA,Edgar e FRANCISCO, Luís Roberto. Itu, quatro séculos de comércio. Itu: Sincomércio - Itu e Sesc/SP, 2010.
Foto 50: Postes na Rua Floriano Peixoto, antiga Rua do Commercio, década 1930 Fonte: SILVEIRA,Edgar e FRANCISCO, Luís Roberto. Itu, quatro séculos de comércio. Itu: Sincomércio - Itu e Sesc/SP, 2010.
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3. Reuniões setoriais e entidades representativas
gestões dos diversos pontos de vistas de profissionais e cidadãos atuantes nas questões urbanas do município. Parte das informações e contribuições apresentadas já foram incorporadas neste relatório, enquanto outros conteúdos apontaram para desdobra-
Como parte do processo de diagnóstico foram realizadas reuniões setoriais com secretarias da Prefeitura e também com entidades sociais e outros
mentos em mais ações e iniciativas no intuito de ampliar a participação da sociedade no processo de consolidação e desenvolvimento das propostas.
órgãos com representantes da sociedade civil: - Secretaria de Planejamento; - Secretaria de Economia e Finanças; - Secretaria de Cultura e representantes Conselho Municipal de Patrimônio; - Secretaria de Obras e Serviços Viários; - Secretaria de Trânsito; - Secretaria de Turismo, Lazer e Eventos; - Conselho Municipal de Turismo (COMTUR); - Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Itu (AEAI); - Associação Comercial e Industrial de Itu (ACIITU). As reuniões tiveram como primeiro objetivo o levantamento de informações e dados pertinentes à definição dos conceitos e diretrizes do projeto, procurando suprir a ausência de bases de dados completas conforme constatado durante a realização do diagnóstico. Além disso foram apresentadas as primeiras intenções da proposta, com objetivo de colher comentários e su-
Projeto Calçadas da Rua Floriano Peixoto - Parte I: Relatório 8 Fase 5-B R02, 2016
32
Foto 52: Apresentação do Projeto Calçadas Floriano Peixoto no dia 15/03/2016 na Associação Comercial de Itu Fonte: Secretaria Municipal de Planejamento
33
4. PRoPoStA e JuStIFICAtIvA
Estas referências de projetos ilustram também uma tendência mais ampla de revisão de conceitos urbanísticos das intervenções contemporâneas em cida-
Adequar os espaços e equipamentos da Rua Floriano Peixoto às deman-
des ao redor do mundo, no sentido de uma revisão das propostas urbanísticas
das atuais representa grande desafio. Suas características históricas, que por
que durante o último século priorizaram a circulação de automóveis em de-
um lado constituem patrimônio a ser preservado e valorizado, por outro difi-
trimento de outras formas de circulação e uso dos espaços públicos. Assim,
cultam a boa utilização da via, suscitando situações conflituosas.
a proposta aqui desenvolvida, se alinha com a ideia de orientar os espaços urbanos a uma menor dependência do automóvel individual e à valorização
Diretrizes
do transporte público e meios de locomoção sustentáveis.
A partir do diagnóstico anterior foi possível identificar os principais pro-
Dessa forma, considera-se essencial a ampliação do espaço de circula-
blemas e estabelecer as prioridades e princípios que devem orientar a formu-
ção de pedestre sempre que possível e de preferência em pontos críticos que
lação das propostas de intervenção:
apresentam muitos conflitos no uso da via. No entanto, considera-se igualmente importante viabilizar o bom funcionamento de usos que demandem a
• Prioridade à circulação de pedestres atualmente prejudicada;
circulação de veículos e dos benefícios que estes proporcionam. O objetivo da
• Acessibilidade universal;
intervenção é promover espaços mais adequados, desobstruídos e com quali-
• Valorização do patrimônio histórico e ambiental como foco de
dade para circular e usufruir da via, potencializando as atividades ali exercidas
interesse da rua: elementos da paisagem existente, geometria viária
(principalmente comerciais) e valorizando as qualidades históricas e ambien-
original, volumetria urbana e fachadas de imóveis tombados.
tais da Rua Floriano Peixoto.
• Adequação ao intenso uso comercial da rua; • Funcionalidade e qualidade ambiental da nova situação proposta. Ao longo do desenvolvimento das propostas que serão aqui apresentadas houve também uma pesquisa a fim de encontrar bons exemplos de intervenções realizadas em outras cidades que possam ilustrar e servir de exemplo a determinadas propostas presentes na intervenção da Rua Floriano Peixoto.
Projeto Calçadas da Rua Floriano Peixoto - Parte I: Relatório 8 Fase 5-B R02, 2016
34
an
in
de
r. b jes om us
r. m gar or ci en a o
- Ampliação calçadas - Lombofaixa - Redução da velocidade dos veículos através de medidas para acalmar do trânsito
pe pra nd ça ên da cia
- Mais segurança ao pedestre - Prioridade aos pedestres - Redução de velocidade para os veículos
r. eli mae as st lo ro bo
MAIS SEGURANÇA AOS PEDESTRES NOS CRUZAMENTOS E ACESSIBILIDADE:
r. se set te e m de br o
REDUÇÃO DA LARGURA DA RUA PARA VEÍCULOS:
r. m th e m eo ar do ia ra
ch pça ie . ta
AMPLIAÇÃO DA CALÇADA EM AMBOS OS LADOS
IMPLAntAção
DISCIPLINAMENTO DA PUBLICIDADE DO COMÉRCIO:
VAGAS DE ESTACIONAMENTO E RESERVATÓRIOS DE LIXO
DESTAQUE E REVALORIZAÇÃO DO PATRIMÔNIO TOMBADO DO CENTRO HISTÓRICO
-Despoluição visual das fachadas através do disciplinamento de anúncios e letreiros
- vagas para PCD e idosos - espaço para reservatórios de coleta de lixo recicláveis e não recicláveis - Carga e descarga
- Identificação dos edifícios históricos - Despoluição visual das fachadas - Identificação dos edifícios com sinalização e apresentação de sua história
esc 1:2500
35
Estratégias A proposta prevê a realização das intervenções em diferentes fases de
Fases de Implantação
implantação com objetivo de dividir o montante de investimentos necessários
a. Fase 1 - Reorganização Espacial
e permitir avaliação gradual dos impactos da intervenção proposta. Inicial-
A primeira fase prevê basicamente mudanças na sinalização e usos da
mente seria possível uma primeira intervenção, passível de ser executada com
via, sem demandar reformas estruturais. A área de circulação de pedestres se-
baixo custo e rápida implantação por dispensar grandes serviços de obra, mas
ria ampliada em alguns trechos através de sinalização de piso com pintura em
que já possibilite uma reorganização dos usos da rua e avaliação dos impactos
cor diferenciada diretamente sobre o asfalto, além de elementos de orientação
da nova situação.
do tráfego de veículos e definição de espaços de estacionamento.
Além disso, já seria possível testar aspectos operacionais que possam demandar suporte de estruturas físicas. Sugere-se a implementação de faixas
Organização da Via
de horário em que seja limitado o acesso de veículos, sobretudo nos períodos
A proposta prevê a definição de uma faixa de circulação de veículos com
de demanda por um uso mais intenso da via por pedestres. Este controle pode
largura mínima de 3,50m para circulação. Ao longo desta faixa será previsto
ocorrer por meio de sinalização indicando a proibição de acesso em determi-
em pontos específicos e ao lado direito, uma faixa de 2,35m de largura para
nados horários, e / ou por bloqueios físicos, com a ressalva de não se prejudi-
bolsão de estacionamento, abrangendo vagas exclusivas conforme exigido
car o acesso de veículos determinados em situações de emergência.
pela legislação e normas técnicas vigentes.
Recomenda-se também que desde a primeira fase de intervenção seja es-
Nos demais espaços disponíveis da atual área de leito carroçável haveria
tabelecido no trecho de projeto o limite de velocidade máximo de 3okm/h a ser
reserva de área destinada exclusivamente à circulação de pedestres. Nesta pri-
indicado por sinalização adequada. A diminuição da velocidade máxima refor-
meira etapa, tais áreas seriam demarcadas por pintura de piso aplicada direta-
ça as medidas de segurança ao pedestre, sobretudo nas situações de ampliação
mente sobre o asfalto existente. Na medida do possível procurou-se posicionar
do espaço para pedestres. Na segunda fase de intervenção, na qual será refor-
estas áreas de ampliação nos pontos onde foram identificados maior fluxo de
çado a prioridade do pedestre na via, esta medida é considerada fundamental.
pedestre e conflitos, como nos cruzamentos com vias transversais, pontos de
A realização de uma intervenção preliminar procura ainda evitar a sensa-
estrangulamento da calçada e trechos onde o passeio não possui dimensões
ção de imposição forçada de uma nova situação com transformações do espa-
mínimas para garantir o conforto do usuário, sobretudo aquele com dificulda-
ço de caráter definitivo. Abre-se assim a possibilidade de maior diálogo, per-
des de mobilidade.
mitindo que eventuais problemas possam ser identificados na fase de testes e
Por ser nivelada com a faixa de circulação de veículos, nestes trechos
corrigidos na fase de implementação definitiva da reforma da via. Projeto Calçadas da Rua Floriano Peixoto - Parte I: Relatório 8 Fase 5-B R02, 2016
36
2009
2011
2014
2015
2014
Foto 53: Na cidade de Nova Iorque na avenida Broadway, região da Times Square, que concentra grande atividade comercial e turística, o escritório Gehl Architects juntamente ao Departamento do Trânsito da cidade implantou a partir de 2008-9 uma intervenção em fases a fim de aumentar o espaço para pedestres. É possível ver através das imagens que houve uma fase inicial de pintura do piso e sinalização, balizadores, posicionamento de vasos de vegetação, instalação de mobiliário urbano como bancos, mesas, iluminação (2011), posteriormente a reforma completa que nivelou o piso ao da calçada foi implementada com manutenção dos usos (2014). Fonte: Google Street View
Foto 54: Tal intervenção se estendeu também no trecho da Broadway junto à Madison Square sobre o canteiro central ampliado em cerca de duas faixas de cada lado para implantação de ciclovia e área livre para pedestre onde também foi instalado mobiliário ubano. Fonte: Google Street View
37
pintados deverão ser reforçadas as medidas de “traffic calming”, através da sinalização e elementos de redução de velocidade que indiquem a prioridade aos pedestres no uso da via. Serão previstos balizadores de piso (cruzamentos e acesso às garagens) e segregadores para garantir a segurança dos usuários. A própria limitação da largura da faixa de circulação de veículos já deve induzir a um uso mais precavido por partes dos motoristas. Além disso, o desenho da faixa de circulação prevê mudanças de direção propositais, no sentido de interromper a continuidade linear do percurso de veículos, forçando a redução de velocidade e maior atenção por parte do motorista, reforçando a prioridade à segurança do pedestre. Esta fase da proposta não configura ainda a solução ideal para acessibilidade, pois as áreas de ampliação à circulação de pedestres ainda estarão em desnível em relação ao passeio existente, problema que será resolvido em definitivo na fase final de intervenção. Apesar disso, avalia-se que o ganho de qualidade seria significativo pois sobretudo em pontos de estrangulamento do passeio e nas esquinas já é evidente a falta de espaço de circulação, sendo usual nestes pontos a presença de pedestres no leito carroçável, configurando inadequada situação de risco.
Vagas de Estacionamento Em cada quadra há bolsões com espaço para reservatórios de lixo do sistema de coleta e vagas especiais de estacionamento. Foram distribuídos espaFoto 55: Na cidade de São Paulo se implantou na região do Bairro da Liberdade trechos de extensão da calçada somente com sinalização de piso na cor verde e proteções com tachas na cor branca, prismas na cor amarela e balizadores na cor branca em alguns pontos. Fonte: Revista Veja SP. Faixa para pedestres na LIberdade ganha tachas e balizas. 25/09/2015
Projeto Calçadas da Rua Floriano Peixoto - Parte I: Relatório 8 Fase 5-B R02, 2016
ços de estacionamento exclusivos para pessoas portadoras de deficiência física e idosos conforme Código de Trânsito Brasileiro e Resoluções N. 303 e 304 do Contran.
38
Foram reservadas faixas exclusivas de estacionamento em função da existência de estabelecimentos farmacêuticos, conforme lei ordinária municipal 3.580 de 1994. No entanto, recomenda-se a revisão do uso destes espaços, considerando que a Resolução 302 do Contran e Código de Transito Brasileiro não inclui a presença de estabelecimentos farmacêuticos como critério para definição de espaços de estacionamento específico, reservando este direito apenas a ambulâncias.
Carga e Descarga Foram propostos espaços de carga e descarga em todas as quadras, principalmente devido à demanda dos estabelecimentos comerciais existentes na via. Sempre que possível estes espaço foram implantados junto às agências bancárias existentes pois a proposta prevê a eliminação dos espaços exclusivos para veículos de transportes de valores, recomendando-se que estes veículos utilizem preferencialmente as vagas de carga e descarga, levando-se em con-
Foto 56: Na cidade de Nova York, exemplo de ampliação do espaço da calçada através de pintura de piso, com ênfase na melhoria do conforto para pedestres em situação de cruzamento.
sideração que a Resolução 302 do Contran não regulamenta a existência de áreas de estacionamento específico com esta finalidade, e que a Resolução 268 de 2008 do Contran garante direito de livre parada para veículos especiais destinados ao transporte de valores.
Como dito anteriormente, esta etapa deve cumprir o papel de implantação preliminar da proposta, servindo de avaliação do bom funcionamento
Junto aos espaços para carga e descarga foram demarcadas áreas especí-
da via. É esperado que a utilização de espaço de vagas para ampliação da área
ficas para os contenedores de lixo que hoje carecem de local próprio e acabam
de passeio suscite questionamentos, sendo recomendável que a delimitação
ocupando áreas inadequadas, como faixas de pedestres. O espaço das vagas
de vagas proposta seja reversível, permitindo adaptações no uso dos espaços
de carga e descarga pode ainda ser utilizado pelo caminhão de coleta de lixo,
antes da realização das intervenções da obra definitiva.
evitando a obstrução da via durante o serviço.
39
Infra Estrutura
frios, além de ser esteticamente compatível com o contexto da rua. Sugere-se
Esta fase não prevê nenhuma intervenção estrutural como condição para
a utilização de bancos sem encosto pois, apesar de diminuir o conforto para
limitar os custos e prazo da intervenção, excetuando-se apenas eventuais ser-
permanência prolongada, permite um uso mais flexível.
viços de manutenção e ajustes pontuais essenciais ao bom funcionamento
As lixeiras devem ser distribuídas ao longo da via, e sempre que houver
da rua. Assim, a drenagem de águas pluviais, iluminação e elementos como
espaços de estar deve haver ao menos uma lixeira próxima. Elas devem pos-
postes e galerias, bem como os materiais de revestimento, permaneceriam
suir soluções que impeçam o acúmulo de água tanto em seus compartimentos
iguais aos atuais.
como nos sacos de lixo que eventualmente sejam utilizados. As partes me-
Mobiliário
tálicas devem possuir tratamento contra corrosão, considerando-se requisito mínimo galvanização e pintura protetora. Deve ser prevista solução de sinali-
Após a ampliação do espaço de passeio é fundamental promover equipa-
zação indicando o tipo de resíduo a ser descartado em cada lixeira, prevendo-
mentos e mobiliário urbano capaz de suportar usos de estar e permanência,
-se a utilização de lixeiras específicas para material reciclável em consonância
tornando o espaço público da Rua Floriano Peixoto mais convidativo ao pas-
com as entidades responsáveis pela coleta e reciclagem do lixo.
seio e ao lazer. Uma vez que a proposta prevê que o espaço da calçada existen-
Considera-se importante para qualificação do espaço da rua, a presença
te se configure como faixa prioritária à circulação e acessibilidade, devendo
de elementos de vegetação. A proposta prevê a implantação de vasos com es-
assim, permanecer ao máximo desobstruída e sem interrupções, é nos novos
pécies arbóreas de menor porte capazes de proporcionar sombreamento sobre
trechos de alargamento em que devem ser implantados o mobiliário urbano.
o passeio e espaços de estar. Deve ser feito estudo específico para selecionar a
A proposta prevê a implantação sempre conjunta de bancos, vasos e li-
espécie mais adequada às condições existentes e que não ofereçam desconfor-
xeiras, de forma que seja facilitada a permanência mais prolongada de quem
to ou risco ao pedestre com a presença de espinhos, ou de galhos obstruindo
desfruta daquele espaço.
o espaço de circulação, por exemplo. É desejável que as espécies escolhidas
Os bancos devem ser confortáveis, resistentes e duráveis, sem elementos
possuam perfume e cores marcantes, proporcionando assim mais elementos
salientes como quinas e parafusos que possam oferecer risco ou desconforto
de identificação e desfrute do espaço. Recomenda-se cautela na adoção de tais
ao usuário. As partes metálicas devem possuir tratamento contra corrosão,
elementos pois podem causar interferência na paisagem prejudicando a apre-
considerando-se requisito mínimo galvanização e pintura protetora. Reco-
ensão do valor histórico do espaço, que ao longo do tempo se caracteriza pela
menda-se a utilização de bancos com assento de madeira por oferecer maior
ausência de elementos arbóreos.
conforto térmico no contato com a pele, tanto em dias quentes como em dias
Projeto Calçadas da Rua Floriano Peixoto - Parte I: Relatório 8 Fase 5-B R02, 2016
Todos itens de mobiliário devem atender a legislação e normas pertinen-
40
tes, devendo-se priorizar a utilização de produtos dotados de certificações pe-
plantados em cidades como São Paulo e Jundiaí oferecem soluções técnicas
los órgãos competentes.
análogas ao que se propõe.
Como já dito anteriormente, esta primeira fase possui caráter de teste e verificação de uma nova organização espacial, de forma que a própria implantação do mobiliário urbano deve ser monitorada em função da dinâmica com o fluxo de pedestres. É importante lembrar que a rua possui fluxo intenso de pessoas, e a presença do mobiliário não deve conflitar com a demanda por espaço de circulação. Recomenda-se a implantação gradual dos itens de mobiliário e ajuste no posicionamento do mobiliário em função da dinâmica observada. Após a execução da reforma da fase 2 os mesmos modelos devem ser reinstalados nas posições verificadas ao longo da fase 1. É importante lembrar que a fase 1 não prevê reforma da pavimentação, de forma que os trechos de alargamento do passeio podem apresentar irregularidades, devendo ser previstas os ajustes necessários ao nivelamento dos bancos e vasos, bem como do bom funcionamento dos outros equipamentos. É possível que sejam necessários ajustes pontuais no nível do piso ou utilização de pés reguláveis. Caso se verifique condição muito adversa à implantação do mobiliário é possível prever o uso pontual de estruturas temporárias e reversíveis que constituam um plano regular nivelado com o passeio. Neste caso recomenda-se a utilização de estruturas metálicas provisórias apoiadas sobre o pavimento de asfalto que permitam o livre escoamento da água, e sobre estas estruturas, pisos em chapa metálica ou deck de madeira, que igualmente permitam o escoamento de águas de chuva. Recentemente a experiência dos parklets im-
Foto 57: Parklet Fonte: https://br.pinterest.com/pin/84935142943373053/
41
BANCO SEM ENCOSTO
LIXEIRA
FLOREIRA
Foto 58: Referência mobiliário fornecedores Mmcité, Delazzari ou equivalente (banco, lixeira, floreira) Fonte: Sites dos fornecedores
Projeto Calçadas da Rua Floriano Peixoto - Parte I: Relatório 8 Fase 5-B R02, 2016
42
PISO MOSAICO PORTUGUÊS EXISTENTE
GUIA EM PEDRA EXISTENTE
calçada e guia originais CALÇADA
via 3,5m
VIA
ASFALTO EXISTENTE
MOBILIÁRIO URBANO
SINALIZAÇÃO ÁREA DE PEDESTRE: PINTURA DE PISO SOBRE ASFALTO EXISTENTE NA COR AMARELA
ampliação da calçada: sinalização de piso
SINALIZAÇÃO DE VIA: PINTURA DE PISO FAIXA BRANCA, SEGREGADOR E BALIZADOR
calçada e guia originais CALÇADA
FASE 1: RUA FLORIANO PEIXOTO - CALÇADA TIPO 43
PISO MOSAICO PORTUGUÊS EXISTENTE
GUIA EM PEDRA EXISTENTE
calçada e guia originais
ampliação da calçada: sinalização de piso
SINALIZAÇÃO ÁREA DE PEDESTRE: PINTURA DE PISO SOBRE ASFALTO EXISTENTE NA COR AMARELA
CALÇADA
SINALIZAÇÃO DE VIA: PINTURA DE PISO FAIXA BRANCA, SEGREGADOR E BALIZADOR
ASFALTO EXISTENTE
VAGAS
via 3,5m
vagas
calçada e guia originais
VIA
VAGAS
CALÇADA
FASE 1: RUA FLORIANO PEIXOTO - VAGAS TIPO Projeto Calçadas da Rua Floriano Peixoto - Parte I: Relatório 8 Fase 5-B R02, 2016
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GUIA EM PEDRA EXISTENTE
PISO MOSAICO PORTUGUÊS EXISTENTE
LOMBOFAIXA EXISTENTE
SINALIZAÇÃO DE VIA: PINTURA DE PISO FAIXA BRANCA, SEGREGADOR E BALIZADOR
SINALIZAÇÃO ÁREA DE PEDESTRE: PINTURA DE PISO SOBRE ASFALTO EXISTENTE NA COR AMARELA
calçada e guia originais CALÇADA
via 3,5m
VIA
ampliação da calçada: sinalização de piso
LOMBOFAIXA CRUZAMENTO EXISTENTE
ampliação da calçada: sinalização de piso
LOMBOFAIXA: CRUZAMENTO EM NÍVEL
calçada e guia originais
CALÇADA
LOMBOFAIXA CRUZAMENTO EXISTENTE
FASE 1: RUA FLORIANO PEIXOTO - CRUZAMENTO TIPO 45
5E
5A
5B
5B
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QUADRA 1
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FASE 1: QUADRA 1 IMPLANTAÇÃO esc 1:500
LEGENDA 6
6
1
2
4
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5A
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8
6
1. VIA VEÍCULOS (30KM/H) PISO ASFALTO EXISTENTE 2. DESVIO: REDUÇÃO DE VELOCIDADE 3. CALÇADA EXISTENTE PISO MOSAICO PORTUGUÊS EXISTENTE 4. CALÇADA AMPLIADA SINALIZAÇÃO DE PISO COR AMARELO FAIXA SEPARADORA COR BRANCO SEGREGADOR COR AMARELO
FASE 1: QUADRAS 2 E 3 IMPLANTAÇÃO esc 1:500
6
6
1
2
5D
5C
5E
5A
8
3
4
5C
5E
5A
5D
8
7
7
7
5C
5E
5A
5B
5D
7
7
7
5. BOLSÃO VAGAS PISO ASFALTO EXISTENTE A. PCD B. IDOSO C. CARGA E DESCARGA D. FARMÁCIA E. CONTENEDORES LIXO 6. LOMBOFAIXA CRUZAMENTO SINALIZAÇÃO DE PISO COR VERMELHO E COR BRANCO 7. FAIXA DE PEDESTRE SINALIZAÇÃO DE PISO COR BRANCO 8. MOBILIÁRIO URBANO BANCO LIXEIRA FLOREIRA
FASE 1 : QUADRA 4 IMPLANTAÇÃO esc 1:500
VIA VEÍCULOS (30KM/H) PISO ASFALTO EXISTENTE
VIA VEÍCULOS (30KM/H) PISO ASFALTO EXISTENTE
FAIXA SEPARADORA COR BRANCO SEGREGADOR COR AMARELO
CALÇADA EXISTENTE PISO MOSAICO PORTUGUÊS EXISTENTE GUIA EXISTENTE CALÇADA AMPLIADA SINALIZAÇÃO DE PISO COR AMARELO
CALÇADA EXISTENTE PISO MOSAICO PORTUGUÊS EXISTENTE
GUIA EXISTENTE VAGAS
LIXEIRA
BANCO
SARJETA EXISTENTE
FLOREIRA
FAIXA SEPARADORA COR BRANCA
POSTE E ILUMINAÇÃO EXISTENTE
POSTE E ILUMINAÇÃO EXISTENTE
FASE 1: CALÇADA TIPO PLANTA
FASE 1: VAGAS TIPO PLANTA
FASE 1: CRUZAMENTO TIPO PLANTA
FASE 1: CALÇADA TIPO CORTE
FASE 1: VAGAS TIPO CORTE
FASE 1: CRUZAMENTO TIPO CORTE
esc 1:100
esc 1:100
Projeto Calçadas da Rua Floriano Peixoto - Parte I: Fase 5-B r01, 2016
SARJETA EXISTENTE CALÇADA AMPLIADA SINALIZAÇÃO DE PISO COR AMARELO
esc 1:100
esc 1:100
esc 1:100
esc 1:100
b. FASE 2 – REFORMA DA VIA
os preceitos de intervenção em bens tombados pelo patrimônio histórico.
A segunda fase de implementação do projeto constituiria a reforma da
No entanto, é válido considerar que o piso de mosaico português cons-
via a partir da mesma morfologia definida na fase 1, com as adaptações ne-
titui-se como um elemento que confere identidade ao atual centro de Itu, e
cessárias na infra-estrutura em função da nova conformação. Esta etapa visa
apesar de não possuir valor histórico tão significativo quanto a pavimentação
contemplar soluções permanentes aos problemas existentes.
de varvito, é possível que a população mantenha uma relação de valor afetivo
Organização da Via
com este piso. Dessa forma, a despeito dos pontos negativos levantados, a proposta admite a possibilidade de manter a pavimentação atual de mosaico
Nesta etapa a proposta prevê reforma do passeio original, com possível
se forem levantados elementos que justifiquem a preferência por essa opção.
substituição do material de revestimento, levando-se em consideração os pro-
Uma terceira opção seria a utilização de placas de granito jateado ou api-
blemas de manutenção e uso apresentados pelo piso existente de mosaico
coado, estabelecendo um diálogo através do próprio material de aspecto mais
português, já apontados anteriormente, no capítulo de diagnóstico. A nova
natural. Esta opção, apesar do custo mais elevado, permitira a utilização de
pavimentação deve preferencialmente facilitar o uso de pessoas com dificul-
pedras extraídas na própria região de Itu, reforçando a relação de identidade
dades de mobilidade, estar em consonância com os princípios de preservação
com a população da região.
histórica do centro, ter boa relação custo x benefício e facilidade de troca e manutenção.
A proposta sugere que nesta etapa, que irá compreender serviços de demolição e substituição de piso, seja realizado também o nivelamento do atual
Recomenda-se a utilização de pavimentação em placas de concreto pré-
trecho de leito carroçável com nova pavimentação de blocos de concreto inter-
-moldado de aproximadamente 1,00 x 1,00m. Trata-se de um material que
travados assentados sobre o pavimento asfáltico existente. A elevação do piso
atende bem às demandas de uso, tem custo relativamente baixo. A paginação
permitiria uma melhora significativa na utilização da via pelos pedestres e na
com módulos de um metro procura fazer menção à memória da pavimenta-
acessibilidade, ao nivelar o passeio original com os trechos de alargamento da
ção original de placas de varvito, de grande valor histórico, e ainda presente
área de pedestres já delimitados na fase 1.
em alguns pontos do centro histórico, apesar de não mais existir no trecho
Em respeito à preservação da memória histórica da Rua Floriano Peixoto,
alvo dessa intervenção. Através da modulação do desenho da paginação e da
propõe-se que seja utilizado neste trecho um material diferente daquele adota-
manutenção da geometria original do traçado do passeio se estabeleceria uma
do no trecho da calçada original, mantendo em destaque o traçado original da
referência simbólica ao piso de varvito, deixando em evidência a utilização de
geometria da via. Dessa forma, o material escolhido deve ser adequado tanto à
um material contemporâneo adequado às necessidades atuais, de acordo com
utilização por pedestres como por veículos.
47
A delimitação da faixa de circulação de veículos e vagas de estaciona-
2009
mento deve se dar exclusivamente por elementos visuais de sinalização, como pintura de piso e balizadores, além de obstáculos físicos como mobiliário fixo. A delimitação da via de circulação de veículos deve ser clara para resguardar a segurança dos indivíduos, no entanto, não deve dificultar a livre circulação considerando que a proposta pretende evidenciar a preferência ao uso por pedestres e prevê a possibilidade de proibição de circulação de veículos em determinados horários nos quais a via funcionaria como um calçadão. Sugere-se que a pavimentação deste trecho seja realizada em blocos de concreto intertravados sobre asfalto existente (“overlay” ou sobreposição - ver Anexo “Relatório ABCP”). De forma análoga às diretrizes que orientaram a
2014
definição do trecho da calçada original, pretende-se estabelecer aqui uma relação com a pavimentação original que neste caso era de paralelepípedos de granito, remetendo à sua textura e paginação. Esse material atende às demandas funcionais e se trata de material de fácil reposição e baixo custo. Considera-se também a possibilidade de utilização de peças de granito na pavimentação que podem ter acabamento rústico que induz a redução de velocidade por parte dos veículos. Além disso, a solução permitira a utilização de pedras da região reforçando um sentido de identificação junto aos moradores da região, apresentando qualidade estética superior à opção pela pavimentação com blocos intertravados, mas tendo custo mais elevado e desempenho inferior quanto a acessibilidade no trecho do passeio ampliado.
Projeto Calçadas da Rua Floriano Peixoto - Parte I: Relatório 8 Fase 5-B R02, 2016
Foto 59: Exemplo de reforma na região da Praça da Savassi em Belo Horizonte. Foi feito nivelamento da via, ampliação da calçada com retirada de espaços de estacionamento, execução de calha de recolhimento de águas pluviais, instalação de novo mobiliário e substituição de parte do piso de mosaico portugues por placas pré-moldadas de concreto. Fonte: Google Street View
48
Infra estrutura
O nivelamento completo da via demandará também adequações na drenagem. Por motivos de economia e rapidez de execução, recomenda-se que
Recomenda-se que esta etapa compreenda o enterramento de toda fiação
o novo pavimento seja executado diretamente sobre o asfalto existente, com
atualmente aérea, tendo como consequência significativo ganho ambiental e
todas as camadas de preparação indicadas ao bom funcionamento do novo pa-
paisagístico, em conformidade com as diretrizes dos órgãos de preservação do
vimento. Neste caso mantém-se o mesmo sentido de caimento e posição dos
patrimônio histórico.
canais de escoamento de águas pluviais. Assim, na posição onde atualmente
Esta obra provocaria escavação de grande parte da calçada atual, para passagem de novas tubulações e interligações com os imóveis, justificando
estão as sarjetas, a proposta prevê a instalação de canaletas com grelhas niveladas com o passeio e novo pavimento.
portanto a renovação do revestimento de piso e execução de nova iluminação.
As canaletas de recolhimento devem encaminhar a água até a rede exis-
Recomenda-se postes mais baixos, que minimizem o impacto visual e promo-
tente. Recomenda-se adoção de solução que permita adotar a menor largura
vam uma situação de conforto principalmente para o pedestre.
de grelha possível, minimizando o desconforto ao pedestre. Neste sentido é
Não foi possível ter acesso a material que indique cadastro, localização e
possível que se justifique a execução de uma rede de recolhimento paralela às
estado de conservação de outras redes infra-estruturais que devem passar ene-
canaletas de recolhimento superficial, principalmente considerando que em
terradas sob a via, tais como esgoto, água fria, gás e drenagem. Recomenda-se
algunas trechos há grande distância entre bocas de lobo, localizadas exclusiva-
um estudo específico para avaliar a pertinência de realização de manutenção
mente nas esquinas. O recolhimento das águas pluviais oriundas dos imóveis
e eventual renovação destas estruturas num momento de obra. Técnicos da
ao longo da via podem igualmente ser encaminhadas para esta rede paralela,
prefeitura consultados estimam que se tratam de instalações já defasadas que
através de conexões enterradas e caixas de inspeção conforme recomendações
provavelmente apresentam problemas que levam à perda de eficiência dos
de projeto específico.
sistemas.
A escolha da solução para canaleta e grelha deve priorizar a menor in-
A presente proposta recomenda que simultaneamente à reforma da cal-
terferência ao bom uso do passeio por pedestres, sem prejuízo à segurança
çada original seja realizado também a elevação do nível da rua para nivelar
acessibilidade de pessoas com mobilidade reduzida. Recomenda-se a utiliza-
com o passeio, considerando que o incômodo causado pela obra seria com-
ção de peças pré-moldadas de concreto ou grelhas metálicas niveladas com o
pensada com uma melhora significativa no aspecto e no uso da via. No en-
piso em com pequenos vãos de escoamento, conforme exemplos abaixo. Em
tanto, caso seja preferível por motivos logísticos e financeiros, seria possível
qualquer hipótese deve ser atendida a norma NBR 10160 da ABNT. na classe
realizar o nivelamento do leito carroçável num momento posterior.
49
mínima B125. As soluções para adequação de infra-estruturas aqui sugeridas devem ser verificadas e ajustadas através da realização de projetos executivos específicos,
Foto 60: Exemplo de grelha metálica compatível com uso de pedestres. Fonte: Fulminas
Projeto Calçadas da Rua Floriano Peixoto - Parte I: Relatório 8 Fase 5-B R02, 2016
Foto 61: Exemplo de canal monolítico de concreto polímero. Fonte: ACO Drenagem
50
2011
Foto 62: Rua do Rosário, Centro de Jundiaí. A pavimentação é em blocos de concreto intertravados, a via foi nivelada com o passeio, a fiação enterrada e a drenagem realizada pelo eixo da via. Fonte: Google Street View
2015
Foto 63: Rua Oscar Freire, São Paulo. Foi realizada reforma com enterramento da fiação e ampliação das calçadas com alteração de posição de bocas de lobo. O projeto foi uma parceria entre a Prefeitura e lojistas. Fonte: Google Street View
Foto 64: Av. Francisco Glicério, Campinas. Foi realizada reforma com substituição do piso de mosaico português por piso de concreto, alargamento de trechos de calçada e rearranjo dos pontos de recolhimento de águas pluviais. Fonte: Google Street View
51
atendendo toda a legislação e normas aplicáveis.
gas depende apenas do posicionamento de elementos de sinalização, permitindo flexibilidade para adaptar a via a novas demandas que venham a surgir.
Vagas Nesta etapa a proposta prevê a manutenção das mesma solução de bol-
Mobiliário
sões de vagas do estacionamento definida na fase inicial. No entanto, reitera-
A fase 2 deve consolidar os aspectos analisados durante a fase 1, com
-se que eventuais problemas verificados durante esta etapa de reorganização
eventual troca, acréscimo ou reposicionamento do mobiliário, levando em
podem orientar ajustes na solução definitiva. Além disso a delimitação das va-
consideração que as soluções de instalação e fixação devem ser atualizadas à nova pavimentação da via.
TIPO
EXISTENTE
PROPOSTO
PCD
5
5
IDOSOS
0
5
CONVENCIONAIS
67
0
Os bancos devem ser confortáveis, resistentes e duráveis, sem elementos
No mais, devem ser observadas as mesmas ressalvas feitas anteriormente quanto ao desempenho e qualidade dos itens de mobiliário utilizados:
MOTOS
49
0
salientes como quinas e parafusos que possam oferecer risco ou desconforto
CARGA E DESCARGA
2
6 (incluí valores)
ao usuário. As partes metálicas devem possuir tratamento contra corrosão, menda-se a utilização de bancos com assento de madeira por oferecer maior
considerando-se requisito mínimo galvanização e pintura protetora. Reco-
VALORES
4
(carga e descarga)
FARMÁCIA
7
5
conforto térmico no contato com a pele, tanto em dias quentes como em dias
LIXO
8
8
frios, além de ser esteticamente compatível com o contexto da rua. Sugere-se a utilização de bancos sem encosto pois, apesar de diminuir o conforto para
Tabela 2: Comparativo total vagas existente atual e vagas propostas nas fases 1 e 2 Fonte: Tcurbes
permanência prolongada, permite um uso mais flexível. As lixeiras devem ser distribuídas ao longo da via, e sempre que houver
EXISTENTE
PROPOSTO
espaços de estar deve haver ao menos uma lixeira próxima. Elas devem pos-
aproximadamente
aproximadamente 1.995m² (existente)+ 1.175 m²
1.995m²
3.170 m²
suir soluções que impeçam o acúmulo de água tanto em seus compartimen-
Tabela 3: Comparativo total de área para circulação de pedestre (calçada)existente atual e proposta nas fases 1 e 2 Fonte: Tcurbes
Projeto Calçadas da Rua Floriano Peixoto - Parte I: Relatório 8 Fase 5-B R02, 2016
tos como nos sacos de lixo que eventualmente sejam utilizados. As partes metálicas devem possuir tratamento contra corrosão, considerando-se requisito mínimo galvanização e pintura protetora. Deve ser prevista solução de sinali-
52
zação indicando o tipo de resíduo a ser descartado em cada lixeira, prevendo-
da via e com as iniciativas de padronização da comunicação visual e valoriza-
-se a utilização de lixeiras específicas para material reciclável em consonância
ção do patrimônio histórico.
com as entidades responsáveis pela coleta e reciclagem do lixo.
Recomenda-se que além de informações pertinentes, sejam veicula-
Considera-se importante para qualificação do espaço da rua, a presença
dos mapas aproximados do entorno imediato, com indicação de direções e
de elementos de vegetação. A proposta prevê a implantação de vasos com es-
localização dos principais pontos de interesse, com destaque para os edifícios
pécies arbóreas de menor porte capazes de proporcionar sombreamento sobre
tombados pelo patrimônio histórico. Este mapa pode também contemplar a
o passeio e espaços de estar. Deve ser feito estudo específico para selecionar a
indicação de lojas existentes no entorno mediante contribuição do comercian-
espécie mais adequada às condições existentes e que não ofereçam desconfor-
te beneficiado os custos de implantação dos elementos de sinalização, bus-
to ou risco ao pedestre com a presença de espinhos, ou de galhos obstruindo
cando-se o formato de parceria público – privada como forma de viabilizar a
o espaço de circulação, por exemplo. É desejável que as espécies escolhidas
iniciativa.
possuam perfume e cores marcantes, proporcionando assim mais elementos de identificação e desfrute do espaço. Recomenda-se cautela na adoção de tais
Além disso, quando for o caso, os painéis podem conter informações históricas sobre a cidade de Itu e seu patrimônio.
elementos pois podem causar interferência na paisagem prejudicando a apreensão do valor histórico do espaço, que ao longo do tempo se caracteriza pela ausência de elementos arbóreos. Devem ser previstos a instalação de paraciclos, estimulando o uso da bicicleta como meio de transporte econômico e sustentável. Recomenda-se a utilização de paraciclos tipo “U” com corpo metálico, que devem possuir tratamento contra corrosão, considerando-se requisito mínimo galvanização e pintura protetora. Todos itens de mobiliário devem atender a legislação e normas pertinentes, devendo-se priorizar a utilização de produtos dotados de certificações pelos órgãos competentes. Na fase 2 a proposta prevê a implantação de totens ou painéis de sinalização informativos. Eles devem estar em consonância com a nova geometria
53
BANCO SEM ENCOSTO
LIXEIRA
PARACICLO
FLOREIRA
Foto 65: Referência mobiliário fornecedores Mmcité, Delazzari ou equivalente (banco, lixeira, paraciclo, floreira) Fonte: Sites dos fornecedores
Projeto Calçadas da Rua Floriano Peixoto - Parte I: Relatório 8 Fase 5-B R02, 2016
54
ILUMINAÇÃO
Foto 66: Referância mobiliário fornecedores Schreder, Philips ou equivalente Fonte: Sites dos fornecedores
SINALIZAÇÃO LOJAS E TURÍSTICA
Foto 67: Oscar Freire – Foto: Klauss Schramm - http://www.skyscrapercity.com/ showthread.php?t=1512800 Foto 68: Totem na cidade de Londres Fonte: Londres Totem: http://www.trico-ve. co.uk/signage/legible-london-monolith
SINALIZAÇÃO PATRIMÔNIO E TURÍSTICA
Foto 69: Referância sinalização patrimônio no Museu Republicano em Itu Fonte: Google streetview Foto 70: Totem em ponto histórico na cidade de Barcelona Fonte:https://www.behance.net/gallery/27886799/Barcelona-Points-of-Historical-Interest
55
PISO EM PLACAS DE CONCRETO NA CALÇADA ORIGINAL
GUIA EM PEDRA EXISTENTE
GRELHA DRENAGEM
VIA EM BLOCO INTERTRAVADO
MOBILIÁRIO URBANO E ILUMINAÇÃO
SINALIZAÇÃO DE VIA: PINTURA DE PISO FAIXA BRANCA E BALIZADORES
caimen
CALÇADA AMPLIADA EM BLOCO INTERTRAVADO
to
caimen
to
CALÇADA E VIA EM NÍVEL calçada e guia originais
grelha
CALÇADA
via 3,5m
VIA
calçada ampliada
grelha
calçada e guia originais
CALÇADA
FASE 2: RUA FLORIANO PEIXOTO - CALÇADA TIPO Projeto Calçadas da Rua Floriano Peixoto - Parte I: Relatório 8 Fase 5-B R02, 2016
56
PISO EM PLACAS DE CONCRETO NA CALÇADA ORIGINAL
GUIA EM PEDRA EXISTENTE
GRELHA DRENAGEM
CALÇADA AMPLIADA EM BLOCO INTERTRAVADO
SINALIZAÇÃO DE VIA: PINTURA DE PISO FAIXA BRANCA E BALIZADORES
VIA EM BLOCO INTERTRAVADO
VAGAS
to
caimen
caimen
to
CALÇADA E VIA EM NÍVEL calçada e guia originais
grelha
calçada ampliada
CALÇADA
via 3,5m
VIA
vagas VAGAS
grelha
calçada e guia originais CALÇADA
FASE 2: RUA FLORIANO PEIXOTO - VAGAS TIPO 57
PISO EM PLACAS DE CONCRETO NA CALÇADA ORIGINAL
GUIA EM PEDRA EXISTENTE
FAIXA DE PEDESTRE
SINALIZAÇÃO DE VIA: PINTURA DE PISO FAIXA BRANCA E BALIZADORES
CALÇADA AMPLIADA EM BLOCO INTERTRAVADO
LOMBOFAIXA: CRUZAMENTO EM NÍVEL
AJUSTE ATRAVÉS DE RAMPA (LOMBOFAIXA) PARA RUAS TRANSVERSAIS
calçada e guia originais
calçada ampliada
CALÇADA
via 3,5m
VIA
calçada ampliada
calçada e guia originais
CALÇADA
AJUSTE ATRAVÉS DE RAMPA (LOMBOFAIXA) PARA RUAS TRANSVERSAIS
FASE 2: RUA FLORIANO PEIXOTO - CRUZAMENTO TIPO Projeto Calçadas da Rua Floriano Peixoto - Parte I: Relatório 8 Fase 5-B R02, 2016
58
5C
5E
5A
5B
5B
7
7
6
r. b jes om us
in pça de . d dê pen a nc ia
5F
QUADRA 1
QUADRA 2
QUADRA 3 QUADRA 4
r. m gar or cia en o
8
r. eli mae as st lo ro bo
4
r. se set te e m de br o
3
r. m th e m eo ar do ia ra
1
ch pça ie . ta
2
an
7
LEGENDA 1. VIA VEÍCULOS (30KM/H) PISO INTERTRAVADO COR PRETO
FASE 2: QUADRA 1 IMPLANTAÇÃO esc 1:500
2. DESVIO: REDUÇÃO DE VELOCIDADE 6
7
1
2
4
8
3
5C
5E
5A
5A
5B
5D
5F
8
7
3. CALÇADA EXISTENTE PISO CONCRETO PRÉ-MOLDADO (MODULAÇÃO JUNTAS 1 M) MANUTENÇÃO GUIA EXISTENTE 4. CALÇADA AMPLIADA PISO INTERTRAVADO COR CINZA FAIXA SEPARADORA COR BRANCA BALIZADORES METÁLICOS GALVANIZADOS
FASE 2: QUADRAS 2 E 3 IMPLANTAÇÃO esc 1:500
6
7
1
2
5D
5C
5E
5A
5F
8
3
4
5C
5E
5A
5D
5F
8
6
6
6
5C
5E
5A
5F
5B
5D
6
7
7
5. BOLSÃO VAGAS PISO INTERTRAVADO COR PRETO A. PCD B. IDOSO C. CARGA E DESCARGA D. FARMÁCIA E. CONTENEDORES LIXO F. PARACICLOS 6. LOMBOFAIXA CRUZAMENTO SINALIZAÇÃO DE PISO COR BRANCA 7. FAIXA DE PEDESTRE SINALIZAÇÃO DE PISO COR BRANCA 8. MOBILIÁRIO URBANO BANCO LIXEIRA FLOREIRA SINALIZAÇÃO LOJAS E TURÍSTICA
FASE 2: QUADRA 4 IMPLANTAÇÃO esc 1:500
VIA VEÍCULOS (30KM/H) PISO INTERTRAVADO COR PRETO
VIA VEÍCULOS (30KM/H) PISO INTERTRAVADO COR PRETO
FAIXA SEPARADORA COR BRANCA BALIZADORES METÁLICOS GALVANIZADOS CALÇADA EXISTENTE PISO CONCRETO PRÉMOLDADO (MODULAÇÃO JUNTAS 1 M) GUIA EXISTENTE CALÇADA AMPLIADA PISO INTERTRAVADO COR CINZA
BALIZADORES METÁLICOS GALVANIZADOS CALÇADA EXISTENTE PISO CONCRETO PRÉMOLDADO (MODULAÇÃO JUNTAS 1 M) GUIA EXISTENTE VAGAS
LIXEIRA
BANCO
GRELHA DRENAGEM
GRELHA DRENAGEM PARACICLO
FLOREIRA
SINALIZAÇÃO LOJAS E TURÍSTICA ILUMINAÇÃO
ILUMINAÇÃO
FASE 2: CALÇADA TIPO PLANTA
FASE 2: VAGAS TIPO PLANTA
FASE 2: CRUZAMENTO TIPO PLANTA
FASE 2: CALÇADA TIPO CORTE
FASE 2: VAGAS TIPO CORTE
FASE 2: CRUZAMENTO TIPO CORTE
esc 1:100
esc 1:100
Projeto Calçadas da Rua Floriano Peixoto - Parte I: Fase 5-B r01, 2016
CALÇADA AMPLIADA PISO INTERTRAVADO COR CINZA FAIXA SEPARADORA COR BRANCA
esc 1:100
esc 1:100
esc 1:100
esc 1:100
Publicidade e patrimônio
Da mesma forma, assim como no restante do comércio, os edifícios com as fachadas tombadas na maioria das vezes ficam camuflados sob os elemen-
A poluição visual da paisagem é um problema evidente na Rua Floriano
tos de comunicação visual.
Peixoto. Na proposta da fase 2, já foi proposto o enterramento da fiação aé-
A Resolução SC-85 do Condephaat estabelece parâmetros para anúncios
rea como iniciativa importante à valorização do espaço da rua, no entanto é
neste tipo de imóvel com Grau de proteção 2 e para todo e qualquer imóvel
importante citar também a atual presença da publicidade do comércio como
contido no perímetro do Centro Histórico. Na Rua Floriano Peixoto tais parâ-
elemento que agrava a poluição visual na paisagem da via. Em determinados
metros praticamente não estão atendidos na maior parte dos estabelecimen-
pontos, a comunicação visual ocupa toda a extensão da fachada das edificações
tos comerciais prejudicando a qualidade ambiental da paisagem.
desproporcionalmente à arquitetura, ao próprio porte da rua e à capacidade de
Este relatório visa ilustrar os parâmetros estabelecidos na Resolução SC-
visibilidade dos pedestres e veículos. Tal situação pode ser melhor controlada
85 do Condephaat e recomenda que a Prefeitura tome medidas de orienta-
com o estabelecimento de regras para a publicidade do comércio, criando li-
ção pública aos proprietários para que se adote tais critérios. É importante
mites dimensionais e parâmetros para seu posicionamento.
também que a Prefeitura faça orientação técnica aos proprietários através de
O trecho da intervenção possui 11 (onze) imóveis com as fachadas tom-
comunicação, divulgação e até atendimento presencial, após esse período de
badas. Ao andar pela rua essas edificações não são facilmente identificáveis o
orientação pode ser dado um prazo para que todos se enquadrem nas normas
que se mostra como um prejuízo ao reconhecimento das potencialidades do
e após esse prazo ser iniciada fiscalização para garantia do cumprimento da
patrimônio histórico da cidade de Itu como forma de enriquecimento cultural
legislação.
e atrativo turístico. Recomenda-se que seja criado um elemento identificador dessas edifica-
“Artigo 8o - Os anúncios, dísticos, letreiros publicitários e o equipamento
ções, como uma pequena placa metálica fixada na fachada junto à porta, ou a
urbano no perímetro interno do Centro Histórico se regem pelas seguin-
implantação do modelo já utilizado nas edificações tombadas na cidade (como
tes normas:
por exemplo a existente no Museu Republicano), que possa demarcar que aquele é um edifício tombado, apresentar o ano da construção e, se houver
I. Não serão permitidos anúncios publicitários nos imóveis contidos no
embasamento histórico, um pequeno texto pode relatar seu sistema construti-
perímetro supracitado;
vo e suas principais características arquitetônicas, isso pode ser encaminhado pelos órgãos competentes da Prefeitura.
Projeto Calçadas da Rua Floriano Peixoto - Parte I: Relatório 8 Fase 5-B R02, 2016
II. Os letreiros indicativos dos estabelecimentos comerciais não poderão
60
L
L/3
L/3
L/3
H máxima= 60cm
H máxima= 60cm
2L’/3 L’
LETREIROS PARALELOS À FACHADA
LETREIROS PERPENDICULARES À FACHADA
1 (um) único letreiro por estabelecimento
1 (um) único letreiro por estabelecimento
L= largura da testada do estabelecimento
L’= largura do passeio (calçada) original até a guia
H= altura
H= altura
DISCIPLINAMENTO PUBLICIDADE 61
exceder a 1 (um) por estabelecimento, não podendo interferir nos elemen-
processo de consulta, informação e diálogo com a sociedade civil fundamental
tos arquitetônicos e terão dimensões máximas equivalentes a 1/3 (um ter-
ao sucesso da iniciativa.
ço) da testada do estabelecimento e altura máxima igual a 60cm (sessenta
A valorização do patrimônio histórico constitui aspecto central das inicia-
centímetros). Se colocados perpendicularmente às fachadas, não poderão
tivas de controle da poluição visual no centro histórico de Itu. Nesse sentido,
ultrapassar a 2/3 (dois terços) da largura do passeio, tendo a altura máxi-
medidas complementares podem ser adotadas, para além do simples cumpri-
11
ma de 60cm (sessenta centímetros).”
mento das exigências dos órgãos estaduais e federais de conservação do patrimônio. Assim é recomendada por exemplo, a adoção de uma paleta de cores
Há exemplos de outras cidades que adotaram medidas similares através de leis ou procedimentos específicos para disciplinar a publicidade. Em
que valorize a percepção da arquitetura dos imóveis tombados ou adoção de alinhamentos e padrões de colocação dos elementos de sinalização.
São Paulo, há a Lei Cidade Limpa (no.14.223 de 2006) que implementou na
Deve ser previsto um período de adaptação aos novos parâmetros no qual
cidade toda novas regras para a publicidade, inclusive de outdoors além dos
não devem ser aplicadas sanções e deve ser feito campanhas de esclarecimen-
estabelecimentos comerciais.
to, com divulgação simplificada dos parâmetros adotados pela lei. Consideran-
Em Jundiaí, há o Decreto no.20.923 de 2007 que cria parâmetros especificamente para o Polígono de Proteção do Patrimônio de Jundiaí, através de imagens das ruas dessas cidades é possível observar o resultado positivo que esse tipo de legislação proporciona à paisagem urbana. Exemplos bem sucedidos de aplicação de novos parâmetros de comunicação visual nos espaços urbanos reforçam a necessidade de regulamentação por parte do município das regras, bem como da forma de aplicação, incentivos e sanções. O próprio processo de elaboração e discussão da lei deve ajudar a consolidar as melhores estratégias e parâmetros de aplicação. Considera-se o 11 Resolução SC-85, de 6-11-2013 publicada no D.O.E; Poder Executivo, Seção I, São Paulo, 113 (212), sext-feira, 7 de novembro de 2003. p.30.
Projeto Calçadas da Rua Floriano Peixoto - Parte I: Relatório 8 Fase 5-B R02, 2016
Foto 71: Rua do Rosário, Jundiaí Fonte: Google Street View
62
do que as intervenções nos imóveis sejam de responsabilidade do proprietá-
É conveniente considerar que a realização das melhorias nos espaços
rio, que deve arcar com os custos da obra, é razoável que haja prazo suficiente
públicos por parte da prefeitura com eventual participação de comerciantes
ao planejamento das despesas por parte do dono do imóvel, recomendando-se
e suas entidades representativas pode servir de pretexto para mobilização in-
ao menos um ano de vigor da lei até a aplicação de sanções.
clusive entorno da questão da padronização da comunicação visual, entendida
Por tratar de intervenções em imóveis que demandam conhecimento
como parte do processo de melhoria espacial.
técnico e possivelmente aprovação prévia, é recomendável que o município
Deve ser previsto em lei a atribuição da responsabilidade por aplicação de
viabilize o atendimento por técnicos disponíveis a prestar esclarecimentos
sanções aos proprietários dos imóveis em caso de não atendimento dos parâ-
quanto às exigências e orientar na definição do projeto para situação específica
metros legais ao findar o período de adaptação e tolerância. Após a autuação
de cada imóvel, em função de atender plenamente os objetivos da lei. Outros
deve ser previsto prazo compatível com a realização dos serviços necessários
aspectos técnicos ligados à regularização dos imóveis e adequações para aces-
e em caso de reincidência recomenda-se aumentos progressivos no valor da
sibilidade podem ser estimulados nestas consultas.
multa.
Foto 72: Rua do Rosário, Jundiaí Fonte: Google Street View
Foto 73: Rua do Rosário, Jundiaí Fonte: Google Street View
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Foto 74: Rua 7 de abril, São Paulo Fonte: Google Street View
Foto 75: Rua Teodoro Sampaio, São Paulo Fonte: Google Street View
Projeto Calçadas da Rua Floriano Peixoto - Parte I: Relatório 8 Fase 5-B R02, 2016
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5. Conclusão e recomendações Esta proposta pretende apresentar sugestões de melhorias para a rua Floriano Peixoto, subsidiando um debate em torno das mudanças desejadas em função da preservação dos valores exitentes e adequação às novas demandas da cidade. Recomenda-se que este produto seja submetido à Prefeitura da Estância Turística de Itu através de suas secretarias, secretários e técnicos cujo tema lhes seja pertinente e para o qual possam dar sua contribuição, bem como submetido à população de Itu de forma que este projeto possa ser aprimorado e revisto para que sua forma final trate das reais demandas da cidade proporcionando melhorias na qualidade dos espaços da cidade de Itu.
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Projeto Cal莽adas da Rua Floriano Peixoto - Parte I: Relat贸rio 8 Fase 5-B R02, 2016
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