Caminhar nº 20 - II Encontro das Plataformas das ONG’s da CPLP

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Boletim Informativo da Plataforma das ONG’s — Nº20 • Periodicidade: Trimestral • Março/Abril/2008

Editorial O mês escolhido pelas Nações Unidas para homenagear a mulher, em todo o mundo, festeja, principalmente, todas as conquistas, grandes e pequenas, conseguidas pelas mulheres desde 8 de Março de 1857, quando operárias de uma fábrica de tecidos de Nova Iorque fizeram uma grande greve para reivindicar melhores condições de trabalho. O lema deste ano foi “maiores investimentos em mulheres e raparigas” e, pela primeira vez, em Cabo Verde, Março teve um cunho diferente: colocou na ordem do dia a questão da participação política da mulher, com a Rede de Mulheres Parlamentares, em parceria com o Instituto Caboverdiano para a Igualdade e Equidade de Género, ICIEG, e o apoio das ONG’s femininas OMCV, MORABI, AMJ, REDEMEC e RA-AMAO, a exigirem que as listas para as autárquicas de 18 de Maio integrem, pelo menos, 30% de mulheres em lugares elegíveis. Traçaram-se, igualmente, metas a atingir para continuar a melhorar a situação da mulher, eliminando os obstáculos políticos, económicos, sociais, culturais e familiares que impedem a plena realização dos seus direitos humanos. Como não podia deixar de ser, foram festejadas as vitórias protagonizadas pelas mulheres crioulas e as organizações que defendem a igualdade de oportunidades para mulheres e homens de todas as idades. Paralelamente, e em todo o país, testemunharam-se, ainda, diversas actividades comemorativas, inaugurações de infra-estruturas que beneficiam a mulher e toda a família e festas para homenagear a mãe, a avó, a irmã, a companheira, a filha, a parente e a amiga de todos nós e graças às quais a vida é infinitamente mais bela e mais equilibrada.

II Encontro das Plataformas das ONG’s da CPLP

Cabo Verde coordena, em rede,

intervenções conjuntas até 2010 A Plataforma das ONG’s de Cabo Verde foi eleita para liderar a coordenação, em rede, das intervenções conjuntas e concertadas das Plataformas da CPLP até o III Encontro, a ter lugar, em 2010. Esta foi uma das decisões saídas do II Encontro das Plataformas Nacionais de Organizações Não Governamentais dos Países de Língua Oficial Portuguesa, realizada, na cidade de Olinda, em Pernambuco, Brasil, de 17 e 20 de Março de 2008. O compromisso foi assumido pelo presidente do Conselho de Direcção da Plataforma das ONG’s de Cabo Verde, Avelino Bonifácio Lopes, que terá, também, a responsabilidade de ser o anfitrião, na Praia e daqui a dois anos, do III Encontro da organização. Até lá três serão áreas prioritárias de trabalho: desenvolvimento institucional; fortalecimento das sociedades civis e participação; e desenvolvimento, democracia e direitos humanos.


Plataforma das ONG’s reflecte sobre delegação no Mindelo A Plataforma das ONG’s de Cabo Verde na ilha de São Vicente deverá apostar numa estrutura regional forte, eficiente e com autonomia. Esta foi uma das ideias retidas na jornada de reflexão sobre a situação da delegação nessa ilha realizada, no Mindelo, no dia 1 de Abril de 2008, com a presença de ONG’s e associações de São Vicente, Santo Antão, Sal e Boa Vista.

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Encontro, que teve como finalidade encontrar caminhos para uma melhor representação da Plataforma a nível de Barlavento, foi oportunidade para realizar um debate leal, franco e aberto em torno das questões que dificultam o bom funcionamento da Delegação da Plataforma em São Vicente e encontrar respostas sobre que futuro deve ser reservado à Delegação e o papel que as ONG’s e Associações deverão desempenhar no seu reforço. As mais de 40 ONG’s presentes na reunião do Mindelo puderam, igualmente, sugerir mecanismos, estratégias e instrumentos necessários à materialização das conclusões e recomendações da mesma com vista à dinamização da Delegação da Plataforma em São Vicente e da vida

associativa nas ilhas de Barlavento, como defendeu, na sessão de abertura, o presidente do Conselho de Direcção, Avelino Bonifácio Lopes. Ao fazer o ponto da situação em análise, esse responsável destacou a deficiente articulação entre a Delegação e o Secretariado Executivo da Plataforma, a falta de clarificação de fronteiras no que tange às iniciativas e responsabilidades dessas duas estruturas, para além de algumas irregularidades em termos de prestação de contas por parte da representação no Midelo. O défice de envolvimento das associações de Barlavento na vida da delegação, a incapacidade e/ou passividade das Direcções da Plataforma em ultrapassar determinadas di­ficuldades e constrangimentos

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cons­tatados e a fraqueza institucional desta espelhada no défice de comunicação com as ONG’s e associações foram apontados como outros factores que têm impedido o melhor funcionamento da delegação.

Novo modelo organizacional Após o debate que pôs sobre a mesa os problemas que a Delegação de São Vicente vem enfrentando, os participantes, divididos em grupos de trabalho, analisaram quatro grandes questões. O primeiro tema foi “Que figurino de representação da Plataforma das ONG?”, seguido de “O papel das ONG e associações de Barlavento no funcionamento da repre-


sentação da Plataforma”, “Estratégias para o reforço da coesão interna e da participação dos actores não governamentais regionais no desenvolvimento das ilhas de Barlavento” e “Estratégias e mecanismos de reforço da comunicação e das relações entre as estruturas de âmbito local (antenas), regionais (delegações) e nacional (Secretariado Executivo)”. No que se refere ao figurino, o grupo achou que devemos continuar a ter uma Plataforma das ONG’s única a nível nacional, gerida por um Conselho de Direcção a nível nacional – onde um elemento da Direcção Norte teria as funções de vice-presidente – e dois Conselhos Directivos Regionais (Norte e Sul), sendo cada um liderado por um secretariado executivo regional. A distribuição dos recursos da Plataforma também deveria ser feita na base do peso populacional das regiões, uma solução que, segundo as ONG’s e associações participantes,

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privilegia a regionalização e contribui para a democratização, participação e responsabilização de todos. Sabido que as propostas trabalhadas implicariam mudanças no organograma da Plataforma, a plenária defendeu a constituição de uma Comissão para aprofundar uma proposta a ser apresentada à próxima Assembleia-geral, sugestão que constitui um desafio para as ONG’s do norte.

Outro investimento a ser feito é na melhoria da comunicação entre a Plataforma e as ONG’s e nas Antenas como estratégia de aproximação da Plataforma às associações, ao mesmo tempo que se deve apostar na elaboração de manuais de apoio às organizações da sociedade civil, no melhor aproveitamento das Novas Tecnologias de Informação e Comunicação e dos meios de comunicação existentes.

Organizações chapéu em busca de concertação

Cidade do Mindelo foi palco, no dia 2 de Abril, de um encontro das organizações chapéu de Cabo Verde: Plataforma das ONG’s e organizações das associações das ilhas de Santo Antão – OADISA e FADEP – e do Fogo – OAF. A análise da situação em que trabalham as quatro organizações marcou a jornada de trabalho que inventariou tanto as forças e as fraquezas como as oportunidades e ameaças à consolidação da acção das mesmas. Reconhecendo como forças o sistema regular de prestação de contas, a adesão de novos membros, a credibilidade junto dos parceiros e a capacidade de mobilização de parcerias externas, as organizações chapéu entendem como sendo suas grandes fraquezas a fraca capacidade de elaboração de projectos e as dificuldades na mobilização dos recursos financeiros e no estabelecimento de parcerias com as Câmaras Municipais. A inexistência de um espaço próprio é outra necessidade com que se debate a maioria das organizações chapéu a braços, ainda, com o baixo nível de instrução dos dirigentes e a fraca capacidade técnica das associações membros, a inadequação dos estatutos à realidade, a falta de regulamento interno e a fraca capacidade técnica e organizacional dos seus membros, entre outras. Reconheceram, por outro lado, a existência de muitas oportunidades, entre as quais se destacam o quadro legal favorável, a vontade política, a política de descentralização, a estratégia de reconversão das FAIMO, a política nacional de emprego (contrato programa) e o reconhecimento do papel das organizações de base (OCB’s) no processo de desenvolvimento local, sem esquecer a parceria especial entre Cabo Verde e a União Europeia e a possibilidade de concorrer para a execução de obras de engenharia de construção civil ou rural.

Quanto às ameaças, ficaram pela alternância democrática (mudanças de governo), a passagem de Cabo Verde para País de Rendimento Médio e a influência política/partidária negativa que sofrem as ONG’s e associações em todos os concelhos. Por isso, constituem prioridades para algumas dessas organizações ter uma sede própria e um meio de transporte, a profissionalização de alguns quadros, a criação de um gabinete de estudos, a elaboração e seguimento de projectos, e a adequação dos estatutos e do regulamento interno. Por último, decidiram pela realização de um encontro de concertação alargado a todas as organizações chapéu a ter lugar, em finais de Abril, na ilha de São Nicolau, onde já funciona a recém criada ORAC-SN, Organização das Associações Comunitárias de São Nicolau.

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Verdefam

Aprova Plano Estratégico 2008-2012 Com 13 anos já feitos, a 25 de Março de 2008, a Verdefam, Associação Cabo-verdiana para a Protecção da Família, acaba de aprovar o seu Plano Estratégico cuja visão aponta para uma sociedade onde “adolescentes e jovens, mulheres e homens exercem os seus direitos de saúde sexual e reprodutiva (SSR) e têm acesso a serviços de qualidade”.

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egundo a Directora Executiva, Filomena Gonçalves, trata-se de um plano para cinco anos “muito inovador”, que retrata a nova fase da Verdefam onde a exigência é por uma intervenção com mais qualidade e abrangência em termos de prestação de serviços. O objectivo geral é o de elaborar projectos inovadores na área da SSR, para atender às principais prioridades identificadas pelo IPPF (Federação Internacional para a Protecção da Família) e à

necessidade da autonomia financeira da organização. Esses projectos deverão atender à problemática do VIH/SIDA, adolescentes e jovens, maternidade segura versus aborto, melhoria do acesso aos serviços de saúde e protecção familiar, para além do reforço institucional, entre outras. A Associação, cuja sede se encontra na Praia, possui uma delegação regional em São Vicente e núcleos dinamizadores na maioria dos concelhos do país.

Dispõe de seis Centros de Atendimento em Saúde Sexual e Reprodutiva (CINSAÚDE) e um centro de informação de jovens. Os mesmos estão localizados na Praia, Mindelo, Tarrafal de Santiago, São Filipe, Ribeira Grande de Santo Antão e Sal e está a alargar o seu leque de acção, com destaque para as áreas de crianças em situação de risco, profissionais de sexo e usuários de drogas. Até 2012, espera ter a sua sede social devidamente equipada com uma clínica

Actividades para 2008

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urante este ano, a Verdefam pretende investir forte na informação, educação e comunicação para a mudança de comportamento. O Plano de Actividades prevê a produção e divulgação de materiais, designadamente desdobráveis, cartazes, outdoors, jornais de parede e vídeos. Acções de sensibilização e de formação em SSR para diferentes públicos-alvo, incluindo jornalistas e os órgãos de comunicação social vão com-

pletar as intervenções em IEC. O plaidoyer junto de decisores e a formação nessa disciplina e na área da liderança são outras prioridades programadas. Para os adolescentes e jovens, o Plano anuncia, igualmente, a realização do Encontro Nacional do MAJ (Movimento de Apoio a Jovens), a formação dos prestadores de serviços na área da confidencialidade e gravidez na adolescência, a criação de rede ou comité de pais e encarregados de edu-

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cação e a criação de parcerias e a formação de educadores de jovens, entre outras actividades. No domínio do VIH/SIDA, a promoção e acesso ao teste voluntário encontra-se no topo das prioridades, a par da assinatura de protocolos e parcerias, a criação de grupos de trabalho e de um guia de relatório clínico e da orientação de profissionais de sexo, usuários de droga, crianças de e na rua e outros grupos vulneráveis.


para garantir novos serviços como parto, uma maior variedade de serviços sociais, ao mesmo tempo que continuará a investir na consolidação do que tem oferecido até agora.

Desafios futuros O balanço dos seus 13 anos de trabalho ao serviço dos cabo-verdianos “é bastante positivo”, garante Filomena Gonçalves, que destaca o grande contributo da Verdefam na área da saúde sexual e reprodutiva, sobretudo dos jovens, complementando os serviços prestados nos hospitais estatais, graças à sua actuação nas comunidades. No domínio dos jovens e adolescentes, a proposta da Verdefam é aumentar o conhecimento destes sobre os serviços SSR e seus direitos e o acesso aos mesmos e fortalecer a sua participação nos programas de plaidoyer e governação. Contribuir para a redução do VIH/ SIDA em Cabo Verde constitui outra meta da Associação empenhada em aumentar o acesso de todos à prevenção, reduzir as barreiras sociais, culturais e outras para as pessoas vulneráveis, bem

como o acesso a cuidados integrados dos infectados e afectados, incluindo ao anti-retroviral.

Prioridade à SSR Na melhoria da SSR, a estratégia passa pela prevenção e redução do aborto, melhor conhecimento desse fenómeno, reforço em recursos humanos capacitados, aumento do nível de conhecimento dos professores de Formação Pessoal e Social (FPS), consolidação da comunica-

ção entre pais e filhos e nas comunidades e diminuição da incidência do aborto. A maternidade segura é uma aposta a ser ganha pela Verdefam que vai investir no reforço dos serviços pré natal, parto e pós natal, no conhecimento em matéria de maternidade segura das mulheres em idade fértil e seus parceiros e na diminuição da gravidez na adolescência. O acesso de todos a serviços de SSR de qualidade é outro propósito desta organização que preconiza acções de IEC para a mudança de comportamento e conseguir um maior engajamento dos decisores, a todos os níveis, na defesa dos direitos humanos em matéria de SSR. Um dos grandes desafios da Associação vai ser o trabalho com profissionais de sexo, através do apoio psicossocial, em matéria de saúde e outro e espera contar com o contributo de outras ONG’s e instituições que também investem na integração e inclusão social. O apoio às pessoas infectadas e afectadas pelo VIH/SIDA vai continuar a ser outra vertente importante de intervenção da Verdefam, em concertação e articulação com outras ONG’s e instituições que trabalham nessa área.

Acções de formação, capacitação e sensibilização vão dominar as intervenções na área da prevenção do aborto, para além da contratação de técnicos especializados e parcerias com hospitais. Para além da maternidade segura, o acesso é outro domínio de trabalho com acções de mobilização comunitária e de sensibilização para todos os alvos, bem como encontros com emigrantes, estudo sócio-económico dos utentes e oferta de serviços SSR gratuitos aos jovens e camadas desfavorecidas.

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GOIP Mulher GOIP Mulher

OMCV quer maior acesso feminino ao emprego

Este é o objectivo dos Gabinetes de Orientação e Inserção Profissional da Mulher - GOIP Mulher, recém inaugurados, na Praia e no Mindelo, com o objectivo de contribuir para a promoção sócio-laboral da mulher no mercado de trabalho.

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Gabinete oferece orientação psicológica e profissional, com o objectivo de proporcionar condições de melhoria da empregabilidade e mecanismos de inserção profissional da mulher, tendo como princípio orientador a igualdade de oportunidades homem-mulher. Integra a orientação psicológica e profissional, conjugada com o treino de competências pessoais e sociais, dirigida a mulheres que procuram informação e assessoria para alcançar a igualdade de oportunidades, de forma efectiva, no meio onde se encontram. Realiza diagnósticos, avaliações e apoios psicológicos especializados e adaptados às características pessoais e profissionais da mulher e presta

informação, assessoria e orientação profissional adequada ao perfil de cada utente para facilitar a sua inserção e/ou permanência no emprego.

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Paralelamente, promove a qualificação e a empregabilidade da mulher, motivando-a para a reciclagem profissional e formação como meio


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Celebração dos 27 anos da Organização de optimizar as suas condições de inserção no mercado de trabalho, assim como a integração da mulher no emprego, facilitando uma formação adequada às necessidades do mercado de trabalho.

Atendimento personalizado O GOIP destina-se a mulheres maiores de 18 anos, residentes nos municípios da Praia e São Vicente, que procuram e/ou necessitam de uma mudança efectiva de aspectos globais que impedem ou dificultam a sua integração profissional. À mulher utente, garante um atendimento de qualidade e uma resposta imediata às suas necessidades de informação e orientação. Possibilita um diagnóstico inicial de seus problemas e identifica as suas motivações e interesses, para, posteriormente, realizar um plano personalizado de inserção profissional, mas também formativo e profissional que lhe permita uma integração em condições de igualdade de oportunidades. O GOIP Mulher assegura, igualmente, o atendimento dos casos encaminhados por instituições externas e faz a concertação com as instituições públicas e privadas com vista a atender as necessidades das utentes e oferece apoio à formação e emprego. O atendimento é assegurado por uma equipa multidisciplinar constituí-

da por uma coordenadora, uma psicóloga e uma orientadora profissional.

Reduzindo distâncias O GOIP Mulher foi criado no âmbito do projecto “Reduzindo distâncias: acesso ao trabalho e empoderamento da Mulher em Cabo Verde”, que tem como objectivo principal favorecer o empoderamento (autonomia e capacidade) da mulher, numa perspectiva de desenvolvimento e de luta contra a pobreza. O mesmo tem o co-financiamento da OMCV, IEFP (Instituto de Emprego e Formação Profissional), FunDescan, Fundación Canaria para el Dessarrollo Social, e AECI, Agencia Española de Cooperación Internacional. Na Praia, o GOIP Mulher está na sede da OMCV, Rua Andrade Corvo Nº 21– Plateau ou CP 213. Pode contactá-lo pelos telefones 261 25 60 / 261 25 90, fax: 261 37 07 ou e-mail: goipmulher.pr@gmail.com. No Mindelo, o Gabinete localiza-se na sede da OMCV, Praça Dr. Regala – CP 418. Os contactos são: telefones 230 09 92/ 230 09 93; fax: 232 67 04; e e-mail: goipmulher.sv@ gmail.com. O horário de funcionamento dos Gabinetes é das 8:00 H às 12:30 H e das 14:30 às 18:00 H para o atendimento telefónico diário. O atendimento presencial faz-se às terças, quartas e quinta-feiras, nos dois períodos.

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OMCV, em parceria com a Agência Capital Modell, organizou no Dia 27 de Março, Dia da Mulher Cabo-verdiana e dos 27 anos da sua criação oficial, uma grande festa em homenagem à mulher cabo-verdiana. O palco foi a Assembleia Nacional, onde houve exposição de artesanato e de outros produtos confecionados por mulheres, desfile de trajes tradicionais representativos das nove ilhas habitadas de Cabo Verde e actuação musical pelas divas caboverdianas residentes e da diáspora. O ponto alto dos festejos aconteceu com a homenagem prestada a mulheres cuja acção tem merecido destaque na sociedade cabo-verdiana: a Primeira Dama de Cabo Verde e presidente da Fundação Infância Feliz, Adélcia Pires, Armanda Moreira, presidente da ADIRV (Associação para o Desenvolvimento Integrado de Rui Vaz), e Vera Duarte, presidente da Comissão Nacional para os Direitos Humanos e Cidadania, CNDHC.

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Dez velas para a ACRIDES A Associação Crianças Desfavorecidas (ACRIDES) assinalou, no dia 7 de Março, os seus 10 anos de vida dedicados à promoção e defesa dos direitos e deveres da criança.

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egundo a presidente Lourença Tavares, esta primeira década de existência foi muito “positiva” porquanto permitiu realizar diversas actividades que “visam o desenvolvimento integral e harmonioso da criança, através da sua valorização e integração na família, na escola e na sociedade”. Paralelamente, a ACRIDES tem investido na orientação vocacional das crianças e também na sensibilização da sociedade civil sobre os direitos da criança. Nesse sentido, vários foram os projectos implementados nesses anos, com particular destaque para o sector da educação, saúde e protecção social.

Educar sempre A educação tem sido uma das áreas de eleição da Associação que, actualmente, tem em curso o Projecto “Educação Para a Vida – Crescer Juntos em Família”, que teve início em Março de 2004”, financiado pelo Ministério de Educação, no valor de 83 mil escudos mensais. O objectivo do mesmo é valorizar e potencializar o tempo livre das crianças mais desfavorecidas, permitindo-lhes uma integração e participação activa nas suas comunidades e escolas. Para isso, realiza actividades de carácter

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pedagógico e voltado para uma educação para a vida, despertando nas crianças o interesse para a vida e o investimento pessoal que os permita conhecer e exercer os seus direitos e deveres. Um segundo projecto da ACRIDES é “Educação de Rua”, que teve o seu arranque em Julho de 2007, financiado pela Cooperação Portuguesa. Ao todo são cerca de 60 mil euros que se destinam a contribuir para a integração social de crianças, adolescentes e jovens em situação de rua.

Apoio às famílias Desde Dezembro de 2006, a ACRIDES desenvolve, também, um projecto que contempla actividades geradoras de rendimentos (AGR) para apoiar o enquadramento de famílias de crianças desfavorecidas.

Acções de sensibilização dos cidadãos no sentido de se desenvolver o hábito do “voluntariado” no país, através de participações activas no seio das comunidades, constituem outra vertente de acção da ACRIDES. Para assinalar estes primeiros dez

anos, a ACRIDES esteve em festa desde 25 de Fevereiro quando começou a formação com as mães para a criação de grupos de apoio ao projecto “Educação de Rua”. Na primeira semana de Março, organizou visitas dos parceiros à sua sede social, ao Centro de Achada de São Filipe e à Caravana. Empossamento das mães co­ mo “Núcleo de Apoio ao Projecto Educação de Rua”, intercâmbios e comemoração dos 10 anos com as mães e crianças da ACRIDES foram outros momentos altos dos festejos, sem esquecer o jantar de homenagem aos parceiros no dia 7. Sessões de filmes, contos de histórias para crianças no Centro Cultural Português, Francês e Brasileiro e na Biblioteca Nacional, um debate televisivo sobre o Dia do Pai e uma homenagem aos parceiros e amigos da ACRIDES também constaram da programação comemorativa que encerrou a 31 de Março.

Longa vida para ASA Feminina A

ASA Feminina é uma das mais novas ONG’s de Cabo Verde. Nasceu a 27 de Março, Dia da Mulher Caboverdiana, no concelho de Santa Catarina e está vocacionada para a promoção da mulher rural, tendo por objectivo apoiar essas mulheres a encontrem oportunidades económicas e outras que lhes permitam melhorar significativamente o seu bem-estar familiar, social e cultural. Contempla mulheres chefes de família de Achada Lém, Fundura, Achada Ponta, Ribeirão Areia, Chão de Monte e Achada Fora, comunidades onde há um grande número de mães solteiras vivendo com os pais, a população é pouco escolarizada e tem fraco acesso à informação, para além de problemas de habitação e de emprego. Grande parte dessas mulheres vivem da apanha de inertes (extracção de areia nas rochas), lenha e forragens para os animais, o que tem contribuído, igualmente, para o abandono escolar dos filhos, quando passam a acompanhar os pais ou a cuidarem dos irmãos mais novos. Kátia Helena Monteiro, presidente da ASA Feminina, defende que esta vai ajudar a resolver e minimizar parte desses problemas, ajudando as famílias com projectos de micro crédito ou actividades geradoras de rendimento e acções de sensibilização para a mudança de mentalidade. Para isso, quer fazer da Associação um ponto de referência e um ninho de apoio às famílias das comunidades que antes

precisavam de uma “asa” para voar à procura de liberdade e novas esperanças. A apresentação pública da Asa Feminina foi presidida pelo Primeiro Ministro, José Maria Neves, que prometeu, publicamente, apoiar a recém criada associação através da assinatura de protocolos e contratos programa. Uma das grandes apostas da Associação é a mobilização e estabelecimento de parcerias, nomeadamente com o Ministério do Trabalho, Família e Solidariedade, o ICIEG, a Plataforma das ONG’s de Cabo Verde e a OMCV, entre outras entidades.

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Cruz Vermelha

renova órgãos sociais A

Cruz Vermelha de Cabo Verde tem, desde 9 de Fevereiro último, um novo Conselho Executivo e Conselho Superior, eleitos durante a VIII Assembleia-geral dos Voluntários da Sociedade Nacional da Cruz Vermelha de Cabo Verde. O empossamento dos novos órgãos sociais teve lugar no dia 9 de Abril numa cerimónia presidida pelo Chefe de Estado, Pedro Pires. Para o triénio 2008/2011, Eloisa Évora Borges continuará a ser a presidente da Cruz Vermelha (preside ambos os órgãos), tendo como primeiro vice Mário Luís Moreira e segundo vice Amílcar Baptista. Pela primeira vez em décadas, o voluntário Dário Dantas dos Reis não assume qualquer cargo de liderança, graças à qual a Cruz Vermelha de Cabo Verde granjeou grande prestígio e visibilidade públicas, tanto nacional como internacionalmente, em virtude das suas acções humanitárias

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e com grande incidência no sector da saúde. A razão está no cumprimento dos sete princípios que regem o Movimento Internacional da Cruz Vermelha e Crescente Vermelho, sob a orientação da Federação Internacional das Sociedades Nacionais da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho. O grande investimento da Sociedade Nacional foi estar sempre ao lado dos vulneráveis, designadamente crianças desfavorecidas, idosos ou abandonados pelas famílias, cidadãos discriminados e marginalizados, reclusos de direito comum, pobres que necessitam de óculos, doentes pobres sem meios para aquisição de medicamentos, vitimas de incêndio, imigrantes ilegais e asilados políticos. Localmente, são dignos de destaque o Projecto “Viver sem medo”, de São Vicente, que apoia os infectados

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e afectados pelo VIH/SIDA, com a parceria do Comité de Coordenação do Combate à Sida e não fica de fora o apoio assegurado aos diabetes. O nome da Cruz Vermelha vai estar ligado ao primeiro “Posto para Diálise Peritoneal” de Cabo Verde a ser instalado no Serviço de Urgência do Hospital Dr. Agostinho Neto, na Praia, com o financiamento da organização. Muito empenho e dedicação de todos e de cada um dos voluntários da Cruz Vermelha de Cabo Verde eis o segredo de toda essa caminhada de sucessos, que terá pela frente, nos próximos três anos, continuar a apoiar idosos e outros grupos vulneráveis. A juventude, a infância, o ambiente e a luta contra o alcoolismo serão áreas de intervenção da Cruz Vermelha, que se propõe continuar a trabalhar em prol de portadores de deficiência, repatriados e reclusos.


CITI Habitat aposta na formação e capacitação profissional A formação e capacitação profissionais têm sido duas bandeiras do CITI-Habitat que, neste primeiro trimestre do ano, já deu corpo a várias acções de formação nos concelhos da Praia e São Domingos. No âmbito do Projecto de Requalificação dos bairros informais da Praia, foi realizada, na capital, a formação dos líderes comunitários que teve por objectivo melhorar os conhecimentos em técnicas e métodos de comunicação/animação e reforçar o seu desempenho na mobilização social e na concepção, produção e utilização de suportes pedagógicos adequados a cada momento.

Transformação e pecuária João Garrido, no concelho de São Domingos, também foi palco de uma formação em transformação de produtos. Ao todo, foram beneficiadas 17 mulheres dessa localidade cuja unidade de produção de doces, licores e transformação de produtos hortícolas já foi instalada e se encontra em plena laboração, tendo as suas promotoras já participado em três feiras de produtos na ilha de Santiago. Quinze mulheres de Moía Moía, Tinca, Baía e Cancelo tive-

ram a mesma oportunidade, com a diferença de que as de Moía Moía já produziam doces e picles. Por isso, foram recicladas e formadas na produção de licores, que decorre desde princípios de Março. Um total de 50 criadores de Baía, Moía Moía, Tinca, São Francisco, João Varela, João Garrido, Veneza e Lagoa receberam formação em técnicas de protecção e exploração pecuária, enfardagem de pasto, cunicultura e criação de animais.

Ligação de água Em João Varela, o CITI-Habitat beneficiou 50 famílias com ligação domiciliária de água. Numa segunda fase, mais 20 famílias serão contempladas. Desde meados do mês de Fevereiro, deu-se início ao projecto de ligação domiciliária de água a 350 famílias do bairro de Ponta d’Água.

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Ficha Técnica

Propriedade: Plataforma das ONG’s de Cabo Verde — Achada de São Filipe — C.P. 76-C - Fazenda - Praia - Cabo Verde —Tel:/Fax: (238) 2 61 78 43 — E.mail: Platongs_05@hotmail.com.br – Site: www.platongs.org.cv • Delegação de São Vicente — Centro Social do Madeiralzinho – Mindelo – São Vicente – Cabo Verde • Tel: (238) 2 31 32 45 - Fax: (238) 2 32 65 22 Editor: Gabinete de Apoio às ONG’s • Grafismo: Bernardo Gomes Lopes • Tiragem: 1.000 exemplares

CEESA lança primeiro Estudo sobre as ONG’s que intervêm no domínio da economia solidária O Centro de Estudos de Economia Solidária do Atlântico, CEESA, acaba de editar o “Estudo sobre as Organizações Cabo-verdianas no domínio da Economia Solidária”.

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mesmo chega ao arquipélago pelas mãos de uma delegação do CEESA que integrou o administrador do Instituto de Acção Social dos Açores, Artur Martins, e Paulo Mendes, técnico do Cresaçor, Cooperativa Regional de Economia Solidária, que esteve em Cabo Verde no âmbito da visita que o presidente do Governo Regional dos Açores, Carlos César, realizou ao nosso país, na segunda semana de Abril, a convite do Primeiro Ministro de Cabo Verde, José Maria Neves. Aprofundar o conhecimento da dinâmica das organizações que desenvolvem a economia solidária é o que pretende o Estudo que, também, fornece informações sobre a sua constituição, membros, actividades desenvolvidas e seu impacto nas comunidades, formas de organização, recursos e fontes de financiamento e perspectivas, entre outras. Contempla nove organizações de quatro ilhas. Em Santiago, são apresentadas a ADIRV, Associação para o Desenvolvimento Integrado de Rui Vaz, e a ACODEFA, Associação Comunitária de Desenvolvimento de Fontes Almeida, ambas de São Domingos; a ADSF, Associação para o Desenvolvimento de São Francisco, Praia; e a Associação de Apoio às Iniciativas de Auto-Promoção da Família - Fami-Picos – de São Salvador do Mundo. No Fogo, fala-se da Cooperativa

Paladar e da Associação dos Viticultores de Chã das Caldeiras, de São Filipe. Em São Vicente, o destaque foi para o Atelier Mar, Cooperativa de Artesãos e Centro de Formação. Em São Antão, foram privilegiadas, do Paul, a DOCEL, Associação de Mulheres Promotoras de Agro-Indústrias, e a AMI Paul. Da autoria de Cláudio Furtado, Adelina Dupret e Ermelinda Monteiro, o Estudo foi financiado pelo Programa de Iniciativa Comunitária INTERREG III B que integra o Projecto do CEESA, no âmbito do espaço da Macaronésia de que Cabo Verde faz parte, através da Direcção Geral da Solidariedade So-

cial, juntamente com a Direcção Regional de Solidariedade e Segurança Social dos Açores, através do Instituto de Acção Social, e a Direcção Geral dos Serviços Sociais do Governo das Canárias.

Consulte o nosso/vosso site

Fale connosco através do www.platongs.org.cv


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