Espaço Miná

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M INÁ

INÁ

POLIANA ASSIS DE ALMEIDA


CENTRO UNIVERSITÁRIO BELAS ARTES DE SÃO PAULO

POLIANA ASSIS DE ALMEIDA

ESPAÇO MINÁ centro de referência às mulheres

SÃO PAULO - 2020/2


CENTRO UNIVERSITÁRIO BELAS ARTES DE SÃO PAULO

POLIANA ASSIS DE ALMEIDA

Trabalho Final de Graduação apresentado ao Curso de Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitário Belas Artes de São Paulo. Orientador: Prof. Ivanir Reis Neves Abreu

SÃO PAULO - 2020/2


AGRADECIMENTOS A Ivanir Reis Neves Abreu por todas as segundas-feiras de dedicação, atenciosidade, e sensibilidade enriquecedora. A todas as professoras e professores que me proporcionaram lições grandiosas quanto à arquitetura e urbanismo. A todos os amigos que de alguma forma me trouxeram momentos incríveis nesses cinco anos. A meus pais, Paulo Henrique e Francilene Almeida, e irmãos, Paulo Henrique Filho e Priscila Almeida por entender cada etapa, incentivar cada inquietação, e sem os quais não poderia realizar nenhuma conquista. Obrigada por tudo. A todas conversar

as

e

mulheres que crescer

pude junto.

“Que nada nos defina, que nada nos sujeite. Que a liberdade seja a nossa própria substância, já que viver é ser livre.” Simone de Beauvoir


RESUMO Este trabalho final de graduação tem como interesse o levantamento das questões de gênero relacionado ao contexto da vida urbana. Pretende-se chegar a um projeto de edifício no qual a perspectiva de gênero seja o direcionamento para criação e transformação dos espaços públicos e privados; idealizando-o junto a edifícios históricos encontrados em nossa cidade. Um projeto que possa, direta e indiretamente, estimular as pessoas a entender o valor da igualdade de gênero, através da cultura e do compartilhamento dos espaços. Que seja um gesto delicado, mas que potencialize a conscientização referentes às questões de direito das mulheres. Palavras-chave: perspectiva de gênero; espaço público e privado; patrimônio arquitetônico

ABSTRACT The work in question is interested in raising gender issues related to the context of urban life. It is intended to arrive at a building project in which the gender perspective is the direction for the creation and transformation of public and private spaces; contextualizing it with historical buildings found in our city. A project that can directly and indirectly encourage people to understand the value of gender equality through culture and the sharing of spaces. Let it be a delicate gesture, but may it raise awareness of women’s rights issues. Keywords: gender and private space;

perspective; architectural

public heritage


SUMÁRIO DELIBERAÇÃO

14

tema 1. RESOLUÇÃO 01

16

perspectiva de gênero espaços públicos pertencimento 2. RESOLUÇÃO 02

24

políticas públicas 3. RESOLUÇÃO 03

26

leitura do lugar história do lugar 4. RESOLUÇÃO 04

46

projeto programa plantas cortes elevações estrutura perspectivas 5. RESOLUÇÃO 05

86

estudo de casos CONSIDERAÇÕES FINAIS

94

REFERÊNCIAS

96


Rede feminina do IAB: conversas entre arquitetas para um campo em construção. FONTE:autoria própria, 2020


14

15 DELIBERAÇÃO A escolha por abordar a perspectiva de gênero na arquitetura e nos espaços urbanos, se deu pelo fato de como as mulheres estão ocupando e usufruindo desses lugares, tanto os públicos como os privados. Sendo a grande maioria em diversas categorias, nota-se a dificuldade que ainda algumas mulheres sofrem por solicitar alguma ajuda devido a algum assedio físico ou moral, ou até mesmo a oferta de espaços potencializadores de debates, conversas e idealizações de políticas p ú b l i c a s .

Dessa forma, conseguimos sintetizar o empoderamento em quatro dimensões, sendo esses pilares para a estruturação do projeto a fim de potencializar e estimular a autonomia de cada mulher. Segundo a p r o f e s s o r a feminista norte-americana Nelly Stromquist: O

empoderamento

consiste

de

quatro

dimensões, cada uma igualmente importante, mas não suficiente por si própria, para levar as mulheres em seu próprio benefício. São elas a

dimensão cognitiva (visão crítica da realidade), Por se tratar de um projeto que tem como psicológica (sentimento de autoestima), política premissa a multifuncionalidade, e entendendo a carga cultural e social da posição (consciência das desigualdades de poder e a da mulher na sociedade, busca-se atender uma capacidade de se organizar e se mobilizar) e a diversidade de mulheres de diferentes idades, raças e e c o n ô m i c a crenças. O projeto busca orientar e atender (capacidade de gerar renda independente). mulheres, estando ou não em situação de (BERTH, 2019 apud STROMQUIST, 2018, p. 47) violência doméstica e familiar, a fim de capacitá-las e orientá-las no seu O nome dado ao trabalho em questão, Espaço direito social, econômico, político e cultural. Miná: Centro de referência às mulheres, se deu pela localidade em que foi estudado e desenvolvido o Buscou-se trazer o termo empoderamento como projeto. Próximo à área, apresenta um Memorial Paulistana, segundo partido para o desenvolvimento do Inventário projeto. Segundo Joice Berth (2019) em levantamento do GeoSampa, tendo como seu livro Empoderamento relata que: título “Beco das Minas”. Beco conhecido no século 19 pelas quitandeiras, na maioria mulheres O empoderamento como teoria está escravizadas, forras e pobres estritamente ligado ao trabalho social de da nação Mina, que ali vendiam desenvolvimento estratégico e guloseimas e hortaliças, toucinho, fumo. recuperação consciente das potencialidades de Potencializar e vitalizar um indivíduos vitimados pelos sistemas de local trazendo sua memória e identidade. opressão, e visa principalmente a libertação social de todo um grupo, a partir de um processo amplo e em diversas frentes de atuação, incluindo a emancipação intelectual. (BERTH, 2019,p.46)


16

17

REGISTROS FEITOS ENTRE JANEIRO E

Aumento de 10,93% em relação ao mesmo período do ano anterior

JUNHO DE 2019:

46.510 relatos de violência, dos

1. RESOLUÇÃO 01

quais destacam-se :

35.769 relatos de violência

Para o começo do estudo e da reflexão, que antecede a concepção do projeto, buscou-se levantar três conceitos que seriam importantes para a idealização do tema em questão. Norteando, dessa forma, os assuntos que abordassem as inquietações encontradas no planejamento urbano pertencentes às cidades atualmente.

Perspectiva de gênero

2.688 tentativas de feminicídio

1.844 relatos de ameaça 1.243 relatos de cárcere privado 1.109 relatos de violência sexual

FONTE: Ministério dos Direitos Humanos e Dados extraídos do Sistema de Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos

Quando se analisa os espaços nas cidades através da perspectiva de gênero, nota-se a dificuldade que as mulheres passam no seu dia a dia. Em sua trajetória, nota-se o descaso nas tomadas de decisões que pudessem auxiliar a vivência, tanto nos espaços públicos como nos privados, para as mulheres. A maneira como a mulher não teve a oportunidade se apropriar da c i d a d e , diferentemente aos homens, se remete diretamente a posição a que ela foi colocada; a O p o s t a , a Submissa, a Outra. Djamila Ribeiro (2017) em seu livro Lugar de Fala nos apresenta o relato de que a mulher sempre é vista como o Outro; ela sendo mulher e negra, teria a posição de o Outro do Outro.

trabalhadores. Sem dúvidas, quando abordasse o trabalho informal, deve-se levar em consideração a questão de raça e gênero; segundo a Síntese de Indicadores Sociais do IBGE, 47,8% das mulheres negras tem trabalho informal. Outo dado importante que norteia o público alvo do Espaço Miná, analisado pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) mostra que quatro em cada dez lares do país são chefiadas por mulheres e, desse universo, 41% são donas de negócios próprios. Ou seja, as mulheres são diretamente muito mais afetadas quando a questão é o trabalho, levando em consideração quando a mesma possui alguma formação acadêmica ou tenta gerir um negócio p r ó p r i o .

47,8%

são espancadas a cada

DOS FEMINICÍDIOS

2 minutos no Brasil

no Brasil aconteceram em casa entre 2007 e 2017

FONTE: Pesquisa Mulheres Brasileiras nos Espaços Públicos e Privados, FPA /Sesc,2010

Infelizmente, mulheres que não conseguem ter uma renda própria ou se manter sozinhas, alerta-noss a outro fator a ser levado em c o n s i d e r a ç ã o : a violência contra a mulher. Segundo dados analisados pela Rede Nossa São Paulo, a violência contra a mulher aumentou de 54.386 em 2018 para 82.233 casos em 2019. Diversas fontes e notícias mostram que a mulher encontrasse vulnerável na rua, nos espaços públicos, nos espaços privados, no seu próprio lar. Esses dados tornaram-se mais visíveis em tempos de pandemia no qual essas mulheres, também as que estão na linha de frente, são as que mais são atingidas com o gerenciamento de suas próprias vidas e a de seus filhos quando m ã e s .

DAS MULHERES NEGRAS

“ O problema da questão de gênero é que ela prescreve como devemos ser em vez de reconhecer como somos. Seríamos bem mais felizes, mais livres para sermos quem

TÊM TRABALHO INFORMAL

“Em todos os dados que colhidos, no

NO BRASIL

processo de pesquisa sobre a história das

FONTE: Síntese de Indicadores Sociais do IBGE

condições

de

mulheres

vida

através

dos

das tempos,

realmente somos, se não tivéssemos o peso das

4 EM CADA 10 LARES DO PAÍS

pode-se sentir que as pobres sempre foram

expectativas de gênero. ” (ADICHIE, 2015,p.36).

SÃO CHEFIADOS POR MULHERES E, DESSE UNIVERSO, 41%

o “burro de carga”, afundadas no trabalho, as

SÃO DONAS DE NEGÓCIOS PRÓPRIOS.

O Brasil, segundo dados do IBGE, apresenta cerca de 38,8 milhões de brasileiros que trabalham na informalidade, ou seja, sem carteira assinada ou por conta própria; aproximadamente 41,4% de

r

i

39,2%

5 MULHERES

doméstica e familiar

c

a

s

ou privilegiadas sempre viveram mergulhadas

FONTE: IPEA para Atlas da Violência 2019

pelas leis e códigos... nesse longo caminhar, encontramos esposas,

rainhas,

mães,

respeitadas.

E

santas,

trabalhadoras, que

seus

amadas

feitos

e

foram,

porém, ignorados, pois a servidão feminina não pode ser eliminada.” (ALAMBERT, 1997,p.51)

GARANTIR A PARTICIPAÇÃO DAS MULHERES NA ECONOMIA E NO MUNDO DO TRABALHO É TIRÁ-LAS DA SITUAÇÃO DE VULNERABILIDADE SOCIAL, GARANTINDO A ELAS UMA VIDA DIGNA E LIVRE DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E E X P L O R A Ç Ã O .

em seus triunfos intelectuais e mundanos, e todas elas foram sempre apenas reprodutoras da espécie, FONTE: PNAD, 2015.

escravas

declaradas

incapazes

FONTE: think olga


18

19

Notícias apresentadas que demostram a atual realidade vivenciada por mulheres.


20

21

Espaços públicos As mulheres em suas obrigações diárias utilizam mais o transporte público e fazem seus percursos a pé. Mas, infelizmente, ainda são alvo de muitos assédios, violências, incômodos. A mulher, quando consegue tempo de suas jornadas duplas, ou triplas quando mães possuem medo ou até receio de sair à rua e usufruir de um espaço público. Segundo um levantamento feito pelo Action Aid em 2016, 86% das mulheres tem medo de sair as ruas. Levantar essas questões para a arquitetura e planejamento urbano, torna-se uma das maneiras a se pensar melhorias com que a mulher possa usufruir melhor a cidade que também pertence a ela.

86%

DAS MULHERES TEM MEDO DE SAIR ÁS RUAS. FONTE: Action Aid, 2016

97%

DAS MULHERES JÁ SOFRERAM

Raquel Rolnik (2012) em seu livro O que é cidade, nos alerta de como a segregação urbana dos espaços considerado público e privado, afetou o modo como as pessoas se apropriam da cidade. A história da família na intimidade do lar, que por sua vez, tem a ver com a história da morte do espaço da rua como lugar de trocas cotidianas, espaço de socialização, afirma Rolnik (2012, p.57). A mulher, afastada das questões do mundo exterior, torna-se a “rainha do lar”, especializada nos interesses domésticos. Nesse contexto, quando se analisa o planejamento urbano, nota-se que a cidade não pertence à mulher. A maneira como a mulher é tratada e exposta quando em contato com esses espaços, demonstra o risco que seus corpos, mesmo privados, são tratados como públicos. Segundo Raquel Rolnik,

ASSÉDIO NO TRANSPORTE PÚBLICO

50%

FONTE: Instituto locomotiva e intituto

DAS VIAGENS SÃO FEITAS

Patrícia Galvão

CAMINHANDO,QUANDO FALAMOS DAS MULHERES MAIS POBRES. FONTE: Secretaria de Desenvolvimento Urbano de SP

MULHERES UTILIZAM O TRANSPORTE COLETIVO COM MAIS INTENSIDADE E ANDAM MAIS A PÉ QUE OS HOMENS. A UTILIZAÇÃO DESSES DOIS TIPOS DE MODAIS REPRESENTA 74,6% DOS DESLOCAMENTOS FEITOS PELAS MULHERES, CONTRA 62,5% DOS HOMENS. FONTE: Secretaria de Desenvolvimento Urbano de SP

“Enquanto

andar

sozinha

pela

rua

significar o medo de ser assediada, ameaçada ou violentada, a resposta é não! As mulheres não têm direito à cidade porque não têm uma vivência plena e segura do espaço público.” (Raquel

Rolnik,

2017)

através das trocas, da conversa, dos imprevistos, do Pensar nos espaços públicos a partir de uma flanar, do viver a aventura coletivamente (2014, pg.08). perspectiva de gênero nos alerta a pensar nas diferentes necessidades, vulnerabilidades e “O corpo existe enquanto corpo, ele não pode grupos sociais que existem na sociedade. Cada se furtar a uma relação como o real, com um mulher que anda pela cidade possui grande mundo; ele não pode viver em um real que potencial de ser agente transformadora para se parece com “qualquer coisa”, em um lugar as mudanças necessárias no planejamento que é “qualquer lugar”, um “lugar qualquer”. urbano. Projetar e pensar a cidade a través do Não se habita um lugar qualquer, mas um olhar da mulher, é pensar em lugares regados mundo onde, de imediato, dentro e fora, de visibilidades, luminosidade, diversificação de privado e público, interior e exterior, estão em usos locais, apoio. Os espaços públicos devem ressonância. ” (CALLIARI, 2011 apud Orofino, p. 33) “possibilitar que todas possam passear, estar, circular, protestar, amar e existir livremente e com segurança. Rossana Brandão Tavares (2015) em sua tese Enfim, exercer seu direito à cidade”, afirmam Graciela Indiferença à diferença: espaços urbanos de Medina, Lara Ferreira, Tama resistência na perspectiva das desigualdades Savaget e Debora Pill (2020). de gênero demostra a partir da perspectiva de "A BELEZA POR SI gênero, a forma como as mulheres precisam resistir às tensões do dia a dia nos MESMA É UMA COISA QUE espaços urbanos. Segunda a autora, deve-se criar NÃO EXISTE. EXISTE espaços abertos às possibilidades, permitindo a ENQUANTO É, PORQUE hibridez dos lugares, em vez de sítios monofuncionais. EXISTE EM UM PERÍODO Os espaços públicos poderiam gerar uma nova ligação e ressignificação das mulheres com a cidade. HISTÓRICO, DEPOIS MUDA O “O espaço urbano é portador de múltiplos significados para as mulheres. Através de

Mauro Calliari (2014) em sua dissertação Espaços públicos de São Paulo: o resgate da urbanidade apresenta as diferentes fases e como se deu a apropriação dos espaços públicos. Segundo Calliari, os encontros e desencontros da vida das pessoas na cidade acontecem nos espaços públicos. É no território da urbanidade que a cidade completa (ou não) a experiência pessoal,

experiências

cotidianas

e

práticas

espaciais, os espaços podem significar limites, fronteiras ou possibilidades, bem como a representação de identidades sociais. Com isso, precisamos gerar condições mínimas para que as mulheres possam desconstruir ou construir seu lugar no espaço urbano.” ( T A V A R E S , 2 0 1 5 , p . 1 7 7 )

GOSTO. QUANDO É UMA COISA IMPRESCINDIVELMENTE LIGADA A COLETIVIDADE, É BONITA PORQUE SERVE E CONTINUA A VIVER." LINA BO BARDI.


22

23

Pertencimento A maneira como as mulheres ocupam os espaços urbanos, não apenas como de passagem, mas a forma que elas se sentem acolhidas e pertencentes na cidade, foi um dos motivos para a inquietação desse conceito. Gaston Bachelard (1993) em seu livro A Poética do Espaço aborda as noções de espaços habitados através da relação entre realidade e imaginação marcada pela f e n o m e n o l o g i a . “Todo espaço verdadeiramente habitado traz a essência da noção de casa”, afirma Bachelard (1993,pg.358).

(BACHELARD,

1993,

p.

425).

Juhani Pallasmaa (2017) também caminha pelo mesmo sentido de habitar os espaços. A vivência que possuímos nos espaços, estimula as t r a n s f o r m a ç õ e s que ocorrem em nossas vidas. A tarefa da arquitetura é “tornar visível o modo como o mundo nos toca”, afirma Pallasmaa (2017). Tanto no espaço público na cidade, como nos privados em cada residência, a arquitetura deve ser algo que instiga, na dimensão de tempo e nas percepções dos s e n t i m e n t o s .

para surgirem, a construção e a e s p a público. A vocação da liberdade, espaço público, exige, por coragem para expor o ser em Celso Lafer

manutenção do ç o que assegura o isso mesmo, público” afirma (1981,pg.452)

“Toda vez que falamos de coisas que só podem ser experimentadas na criatividade ou na intimidade, trazemo-las para uma esfera na qual assumirão uma espécie de realidade que, a despeito de sua intensidade, elas jamais poderiam ter tido antes. A presença de

Apesar disso, para mim, a arquitetura possui

outros que veem o que vemos e ouvem o que

duas origens distintas: além do ato de habitar, a

ouvimos garante-nos a realidade do mundo e

arquitetura deriva do ato de celebrar. O A partir do momento que a mulher foi imposta ao seu primeiro constitui um modo de definir o domicílio de lugar de casa/ambiente privado, a mesma não teve a alguém no mundo, o segundo é a celebração, oportunidade de se apropriar dos espaços urbanos a reverência e a elevação de atividades na cidade. Gaston se torna importante para o estudo sócias, ideias e crenças distintas. Essa s de forma que as imagens que temos de espaços para egunda origem da arquitetura dá lugar às ser ocupados estão diretamente associadas à nossa instituições religiosas, memória, infância, tempo, e na relação entre homem culturais, sócias e mitológicas. e espaço. Acrescentando também, na relação entre (PALLASMAA, 2017, pg.08) a mulher e o espaço. Tentar recuperar nos espaços urbanos, público e privado, uma forma que a mulher possa se lembrar de sua liberdade e direito a cidade. Hannah Arendt (1958) em seu livro A condição humana trás outra perspectiva em relação à dos espaços na cidade, A concha vazia, como ninho vazio, sugere ocupação devaneios de refúgio. É sem dúvida um considerando uma visão política valiosa e necessária refinamento do devaneio seguir imagens para a ação humana. Primeiramente, a autora faz uma tão simples. Mas o fenomenológico tem comparação entre as atividades consideradas necessidade, cremos, de atingir o máximo importantes para a condição humana: labor de simplicidade. Acreditamos, pois, que há (crescimento biológico do corpo humano), interesse em que se proponha uma trabalho e ação. Arandet mostra como ação, palavra e fenomenologia da concha habitada liberdade “não são coisas dadas, mas requerem,

de nós mesmo; e, embora a intimidade de uma vida privada plenamente desenvolvida, tal como jamais se conheceu antes do surgimento da era moderna e do concomitante declínio da esfera pública, sempre intensifica e enriquece grandemente toda a escala de emoções subjetivas esta custa

e

sentimentos

intensificação da

garantia

sempre da

privados, ocorre

realidade

à do

mundo e dos homens. ” (ARENDET, 2007, p.60)


24

25 2. RESOLUÇÃO 02 Políticas públicas O desenvolvimento de políticas públicas envolvendo a perspectiva de gênero é considerada recente. Segundo a Secretaria de Políticas para Mulheres da Presidência da República (SPM-PR), historicamente, tais políticas eram regidas por grupos sociais que dominavam a s o c i e d a d e “ – a elite política geralmente composta pelos homens brancos, heteronormativos, com alta escolaridade, concentração de renda e de forte inserção social ” A partir dos anos 1970 com o início do fortalecimento do movimento feminista no Brasil, diferentes pautas ligadas aos direitos das mulheres, visibilizaram a desigualdade presente entre homens e mulheres.

se estabeleceu a igualdade jurídica entre homens e mulheres. “Homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações”, afirma o artigo 5o da Constituição Federal. A constituição, sendo complementada pelas Cartas Estaduais e Código Civil, trouxe a mulher um começo de liberdade que antes era silenciado. Dentre elas, a Lei no 11.340/06 – a Lei Maria da Penha – no qual penaliza casos de violência doméstica e a Lei no 13.104 contra o feminicídio. (ROCHA, 2018)

mudanças que se pretende, sobretudo, com vistas a contemplar a condição emancipatória e a dimensão de autonomia das mulheres. Para que as desigualdades de gênero sejam combatidas

Destaca-se também as iniciativas internacionais em firmarem os direitos das mulheres. Como, por exemplo, a convenção para a eliminação de todas as formas de discriminação contra a mulher da ONU e a convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher, a chamada Convenção de Belém do Pará da OEA. (ROCHA, 2018) Medidas importantes vêm sendo adotadas, tanto internamente como externamente, quando relacionado às mulheres, sem dúvidas representam conquistas importantes da sociedade, mas ainda longe do ideal.

no contexto do conjunto das desigualdades

A Lei Maria da Penha, indubitavelmente, a mais significativa lei de pressupõe-se que o representa Estado evidencie a disposição e a combate à violência de gênero. Marco inicial capacidade para redistribuir riqueza, assim de combate a violência doméstica e familiar. sócio

históricas

e

culturais

classes,

etnias

e

(

S

P

M

,

raças, gerações.

2

0

a ser presos em flagrantes ou tenham a prisão preventiva decretada. Acabou com as penas

CENTRO DE DEFESA E DE CONVIVÊNCIA DA MULHER (CDCMS)

pecuniárias, ou seja, aquelas em que o réu é

Serviços socioassistenciais que atuam na oferta

condenado

de atendimento, orientação, encaminhamento e

a

pagar

apenas

cestas

básicas ou multas. Também alterou a Lei

acompanhamento psicossocial e jurídico-social de

de Execuções Penais, permitindo ao juiz

mulheres em situação de violência doméstica e familiar.

determinar

a

participação

obrigatória

do

(MPSP)

agressor em programas de recuperação e e

e

(MENEGUEL

d

u et

c al.

a 2011;

ç

ã

o

.

LAMOGLIA

&MINAYO, 2009 apud MINAYO, 2015, p.200).

É necessário que cada vez mais lugares e espaços sejam criados, ou geradores de debates, sobre políticas públicas que possam auxiliar as mulheres. Medidas que possam intensificar a pena para agressores e o apoio a mulher que sofreu alguma violência, deve ser cada vez mais debatido e posto em prática. Afim de certificar que a mulher pode sim e têm o seu direito de viver livremente. ATUALMENTE EXISTE ALGUNS PROGRAMAS DE ATENDIMENTO E SUPORTE ÁS MULHERES.

FONTE: Ministério público do estado de São Paulo, grupo de atuação especial de enfrentamento à violência doméstica

CENTRO DE REFERÊNCIA DA MULHER (CRMS) Serviços que atendem, preferencialmente, mulheres com idade igual ou superior a 18 anos, e desenvolvem ações de enfrentamento às situações de violência, por meio de atendimento e acompanhamento psicossocial e jurídico-social e de cursos, palestras, oficinas, reuniões socioeducativas, grupos reflexivos e atividades que favoreçam sua cidadania, autoestima, proporcionando e fortalecendo sua autonomia. (MPSP) FONTE: Ministério público do estado de São Paulo, grupo de atuação especial de enfrentamento à violência doméstica

herdadas,

como poder entre mulheres e homens, entre as regiões,

Código Penal e exige que os agressores passem

r

Assim, ao propor políticas públicas “de gênero” é necessário que se estabeleça o sentido das

vizinhos e acidentes de trânsito. A lei alterou o

1

2

)

Antes da lei n0 11.340, o crime de violência doméstica

considerado

de

“menor

potencial ofensivo” e julgado nos juizados e

Mas foi a partir da Constituição de 1988 em que

era

s

p

e

c

i

a

i

s

criminais junto com causas como brigas de

ATENDIMENTO E CENTRO DE CIDADANIA DA MULHER (CCMS)

DELEGACIAS DE DEFESA DA MULHER (DDM)

Atendimento, acompanhamento, orientação e

São unidades da Polícia Civil que atendem mulheres vítimas de violência; “têm caráter preventivo e repressivo, devendo realizar ações de prevenção, apuração, investigação e enquadramento legal, às quais devem ser pautadas no respeito aos direitos humanos e aos princípios do Estado Democrático de Direito” segundo sua Norma Técnica de padronização elaborada pelo Ministério da Justiça (2010,pg.30)

encaminhamento de mulheres, independente da existência de situações de violência doméstica e familiar, destinados à ampliação dos direitos sociais, econômicos, políticos e culturais das mulheres de sua área de abrangência territorial. (MPSP) FONTE: Ministério público do estado de São Paulo, grupo de atuação especial de enfrentamento à violência doméstica

FONTE: norma técnica de padronização elaborada pelo ministério da justiça


26

27 3. RESOLUÇÃO 03 LEITURA DO LUGAR Esses dados alarmantes apresentados direcionou a escolha do local para a proposta de projeto. O centro da região metropolitana de São P a u l o , ainda é um dos locais que devem ter certo cuidado em relação a sua população e infraestrutura. Abordando o conceito de gênero, a mulher nessa área, ainda é vítima de muitos assédios e violências. Tendo destaque por se um dos locais de maior movimentação de pessoas para trabalho, e constante fluxo viários, pensa-se em fazer uma intervenção no qual possa auxiliar a mulher no contexto urbano.

REPÚBLICA

PARQUE D. PEDRO II VALE DO ANHANGABAÚ

ÁREA DE ESTUDO

PRAÇA CLÓVIS BEVILÁQUA

CONSOLAÇÃO

PRAÇA DA SÉ MOOCA

O local para intervenção está localizado na região da Sé. Pensa-se em ser de fácil acesso as mulheres e que consiga ter uma abordagem mais ampla com a região; visto que a Sé está entre as regiões mais violentas e racistas quando relacionado às mulheres, segundo dados apresentado pela Rede Nossa São Paulo. Por ser o Marco zero da região metropolitana de São Paulo, a Sé foi palco de g r a n d e s transformações ao longo dos anos, tanto em relação aos seus usos e ocupações como em sua topografia. Passou por modificações irreversível marcadas em sua história. Desses fatos podemos ressaltar a implementação do metrô da Sé que teve como reformulação sua área, com a demolição de edifícios históricos como o palacete Santa Helena e a redistribuição do que seria a praça da Sé e a praça Clóvis Beviláqua.

BRÁS

BELA VISTA LIBERDADE

VILA ANDRADE

FONTE: Rede Nova São Paulo


28

29

ÁREA DE ESTUDO

ÁREA DE ESTUDO

Ao analisar a região em questão, apresenta grande riqueza em relação a sistema viário assim como o transporte público. A área de estudo está entre uma via de pedestre e uma coletora (capacidade baixa a moderada que serve para mover o tráfego das ruas locais para as vias arteriais). A via de pedestre por sua vez, se dá no início da Praça da Sé e Clovis Bevilácqua, em direção ao Vale do Anhangabaú, proporcionando melhor circulação por entre os edifícios e vias.

Possui ampla circulação de ônibus em toda a área, com a parada do metrô próxima localizada na Praça da Sé, sendo também uma das que mais apresenta fluxo de usuários diariamente, segundo dados do metrô de São Paulo. O fácil acesso ao transporte público se torna importante para a utilização e chegada ao centro de referência Espaço Miná.

FONTE: GeoSampa

FONTE: GeoSampa


30

31

ÁREA DE ESTUDO

ÁREA DE ESTUDO

Apresenta grande diversidade de equipamentos culturais, educacionais, de segurança e esportivo. Mesmo tendo grande variedade, o Centro Velho ainda é visto como um local inseguro e difícil permanência ao decorrer do dia, mas precisamente na parte da noite.

Uso predominante comercial e de serviços, no qual sua maioria possui uso misto com o térreo destinado a estacionamentos ou lanchonetes/ restaurantes. Com incentivo do plano diretor de áreas destinadas a habitação de interesse social.

FONTE: GeoSampa

FONTE: GeoSampa


32

33

ÁREA DE ESTUDO

ÁREA DE ESTUDO

A área de intervenção é denominada com uma ZC (Zona de centralidade) segundo o plano diretor de São Paulo, e também está englobado na Operação Urbana Centro. Segundo esta operação, deve ter o aproveitamento adequado dos imóveis; diversificação de usos, incentivando o uso habitacional e atividades culturais e de lazer. Considera-se também a ampliação e articulação dos espaços de uso público, abertura de praças e de passagens para pedestres no interior das quadras.

Outro item levado em consideração ao projeto seria a reutilização do patrimônio histórico, dando um novo significado a esses edifícios. A área de estudo apresenta um dos quatro tipos de Zonas Especiais de Preservação Cultural , edifícios denominados como “Bens imóveis representativos”, segundo o Plano Diretor de São P a u l o .

FONTE: GeoSampa

FONTE: GeoSampa


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RIO TAMANDUATEÍ A DIREITA DA ÁREA DE ESTUDO

VALE DO ANHANGABAÚ A ESQUERDA DA ÁREA DE ESTUDO

A área em questão possui pouca interferência quanto a declividade do terreno. Mas cabe ressaltar que a área de estudo está l o c a d a nas proximidades do Rio Tamanduateí e Vale do Anhangabaú.

FONTE: GeoSampa


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36

HISTÓRIA DO LUGAR A área de estudo permaneceu com a mesma distribuição, apesar das transformações ocorridas na Praça da Sé, analisando os mapas de décadas anteriores.

ÁREA DE ESTUDO

ÁREA DE ESTUDO

ÁREA DE ESTUDO

N

R . IRMÃ SIM

O NS E

S L ÓV I C A P R A Ç I L Á Q UA BE V

PRAÇA DA SÉ

Para o estudo dos bens tombados, a análise foi feita através dos níveis de tombamento. Segundo a base de dados GeoSampa, nos informa o ano e por quais conselhos foi decretado tais imóveis. Analisando os níveis de tombamento de cada edifício, o Palacete do Carmo é o único edifício que possui maior restrição quanto modificações segundo resoluções apresentadas pelo CONPRESP. Da mesma maneira, as resoluções de tombamento possuem ressalvas para realizar alterações dependo do nível físico arquitetônicos e construtivos de cada edifício. O projeto busca além de pensar na revitalização de edifícios históricos tentar recuperar a memória e importância que esses patrimônios tiveram um dia, algo que infelizmente é comum observar edifícios abandonados e esquecidos.

O SÍ M

Levando em consideração a apropriação do lote com o uso de estacionamento atualmente, serão utilizados as diretrizes e parâmetros direcionados pele prefeitura de São Paulo, no que diz respeito ao zoneamento e a ocupação; respeitando o coeficiente de aproveitamento, recuos máximos e mínimos e gabarito de altura.

L AU B R Á S

BER T

PLICIANA

R . V E NC E S

R . RO

A quadra, nos limites entre a Praça da Sé, Praça Clóvis Beviláqua, Rua Venceslau Brás, Rua Roberto Simonsen e Rua Irmã Simpliciana, apresenta um único lote vazio, sendo ocupado por um estacionamento atualmente, e edifícios tombados pelo Conpresp, com diferentes níveis de tombamento. Para a idealização do projeto, será utilizado todos os patrimônios históricos nessa área e o lote vazio. Ou seja, será feito uma revitalização na quadra no qual os edifícios históricos locados tornam-se novamente utilizados e visitados por quem caminha por dentre a quadra.

1930

1954 FONTE: GeoSampa

2017 FONTE: GeoSampa

FONTE: GeoSampa


38

39

PALACETE DO CARMO (A) O Palacete encontra-se em área que pertence à Cúria Metropolitana de São Paulo. O edifício abrigou diversos escritórios e empresas, destinado a uso comercial e serviços. Tendo destaque a Rádio 9 de julho, de caráter religioso, que permaneceu ali até os tempos do regime militar no qual foi censurada. Construído em estrutura de concreto armado, apresenta também elementos ornamentais em sua fachada. Atualmente o edifício encontra-se sem uso nos pavimentos superiores, apenas tendo uso comercial local no térreo; algumas danificações quanto a fachada se é perspectivo devido as causas naturais do tempo.

Apresenta nível de proteção 2 (P-2) ,segundo COMPRESP Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo. Tombado pela Resolução no 22/CONPRESP/2016 Corresponde a bens de grande interesse histórico, arquitetônico ou paisagístico, determinando a preservação integral de todos os elementos arquitetônicos e construtivos externos, bem como de elementos arquitetônicos e construtivos internos discriminados nas fichas cadastrais constantes do processo de tombamento, ou identificados através de diagnósticos e pesquisas. (prefeitura de são paulo)

FONTE: SãoPaulo Antiga

EDIFÍCIO ROBERTO SIMONSEN (B)

A B

C D

FONTE: foto autoral

Edifício construído pela Cúria Metropolitana de São Paulo, abrigou escritórios e estabelecimentos de serviços. Construído também em estrutura de concreto armado, possui semelhanças quanto às características das fachadas dos edifícios laterais. Atualmente encontra-se isolado nos andares superiores, mas seu térreo abriga um estacionamento. Cabendo lembrar que o estacionamento se apropria tanto do Edifício Roberto Simonsen quanto do lote vazio encontrado na quadra. Locado no centro de quadra, o edifício possui rico acervo histórico; a direita um edifício de gabarito menor, à esquerda o Palacete do Carmo de altura um pouco mais alto que o da Roberto Simonsen, e no lote a sua frente apresenta um edifício pertencente às Classes Laboriosas (infelizmente abandonado e de importância histórica).

Apresenta nível de proteção NP-2, segundo COMPRESP Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo. Protegido pelo Decreto 26.818/88; ZEPEC-002 / Tombado pela Resolução no 22/CONPRESP/2016. Corresponde a bens de grande interesse histórico, arquitetônico ou paisagístico, determinando a preservação de suas características externas e de alguns elementos internos que integram o processo. (prefeitura de são paulo)

HOTEL SANTA TEREZA / ANTIGA SEDE DA CÚRIA METROPOLITANA DE SÃO PAULO (C/D) Os dois edifícios voltados para Praça Clóvis Beviláqua além de possuir características semelhantes quanto a sua fachada, estrutura e gabarito de altura, serviram de grande apoio para a Cúria Metropolitana. Além de abrigar a sede da Cúria, o edifício de esquina entre a praça Clóvis e a Roberto Simonsen, serviu como um hotel. Os dois edifícios apresentam no seu térreo aberturas de portas metálicas rolantes, de fácil uso para lojas e serviços.

Apresenta nível de proteção 3 (NP-3) segundo COMPRESP - Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo. Tombado pela Resolução 17/07-85. Corresponde histórico,

a

ambiental, de

bens

arquitetônico, suas

determinando

de

interesse

paisagístico a

características

ou

preservação externas.

(prefeitura de são paulo)

FONTE: foto autoral

FONTE: Prefeitura do município de São Paulo - Secretaria do Município de Cultura CONPRESP - Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo e DPH - Departamento do Patrimônio Histórico


40

41

Vista externa da quadra. Observadora na Praça da Sé.

FONTE: autoria própria, 2020 Vista externa da quadra. Observadora na Roberto Simonsen

FONTE:autoria própria, 2020

Vista externa da quadra. Observadora na Praça Clóvis.

FONTE: autoria própria, 2020

FONTE:autoria própria, 2020

Vista externa da quadra. Observadora na Rangel Pestana.


42

43

Vista interna. Observadora em visita interna.

Vista interna. Observadora em visita interna.

FONTE: autoria própria, 2020 Vista interna. Observadora em visita interna.

FONTE: autoria própria, 2020 Vista interna. Observadora em visita interna.

FONTE:autoria própria, 2020

FONTE: autoria própria, 2020 Vista interna. Observadora em visita interna.

FONTE:autoria própria, 2020


44

45

Vista interna. Observadora em visita interna.

FONTE: autoria própria, 2020 Vista interna. Observadora em visita interna.

FONTE:autoria própria, 2020

Vista interna. Observadora em visita interna.

FONTE: autoria própria, 2020

FONTE:autoria própria, 2020

Vista externa da quadra. Observadora na Venceslau Brás.


46

47 4. RESOLUÇÃO 04 PROJETO

ÃS IM PL I CI AN

RÁS

R. R

OB

ER

TO

SÍ M

ON

SEN

VIS Ó L A A CÁQU Ç A PR E V I L B

A

A única intervenção mais pertinente feita no Palacete do Carmo, foi a remoção de pequena parte existente aos fundos do edifício de gabarito mais baixo. Segundo plantas encontradas e partilhado pelo DPH (Departamento de Patrimônio Histórico), observouse que a construção desse pequeno edifício foi feita após o tombamento do edifício, permitido assim pela resolução vigente realizar modificação (planta 01).

I RM

Entendendo a preexistência dos patrimônios históricos, o projeto buscou adaptar soluções que não causassem grande interferência ou distorção da história que o edifício traz em sua estrutura e fachadas. Analisando o edifício voltado para rua Roberto Simonsen e os para Praça Clovis Beviláqua, notou-se uma diferença de 20 cm de nível abaixo que o encontrado no Palacete do Carmo. Foi proposto assim uma nova circulação incrementada no Palacete do Carmo; tornar-se além de ser o principal fluxo do projeto, um meio de reforço para as estruturas preexistentes, servindo de acesso para os outros bedifícios do programa. Ou seja, para o programa distribuído no Palacete do Carmo, pensa-se em revitalizar a circulação vertical existente no edifício, adequando uma nova circulação de emergência conforme as normas de segurança e readaptar entre as aberturas existentes no Palacete, uma nova circulação para o centro de referência (planta 02).

R. V

E E NC

UB SL A

R.

Para o desenvolvimento do projeto, foi necessário o entendimento da distribuição arquitetônica dos edifícios históricos. Para tal, levantando em consideração a questão do tombamento de cada edifício, o Palacete do Carmo não sofreu alteração quanto sua estrutura interna, incluindo circulação vertical, e fachada; pensou-se em readequar duas aberturas existente em sua distribuição, intervindo apenas em fechamentos e aberturas de vedações.

Situação atual O terreno está localizado nos limites entre as ruas Irmã Simpliciana e Roberto Símonsen, próximo a Praça Clóvis Beviláqua e Praça da Sé. Atualmente, possui esta volumetria, sendo edifícios tombados.

Situação com intervenção Após ser feito a análise das resoluções dos edifícios, pensou-se em remover as seguintes áreas conforme demarcado a cima.

Situação proposta Volumetria f inal proposta.

As adaptações feitas no edifício voltado para rua Roberto Simonsen e os para Praça Clóvis Beviláqua foram feitos seguindo os critérios propostos nas resoluções, estudando as fachadas dos edifícios e analisando o estado físico arquitetônico de cada um. Segundo o DPH, as plantas originas não estavam dispostas para análise, piorado a procura pela pandemia atual.

Planta 01 - Planta atual do térreo com demarcação do que será DEMOLIDO dos edifícios atuais.

Planta 02 - Planta atual dos pavimentos superiores desmonstrando o que será READAPTADO para melhor distribuição do projeto e estruturação do patrimônio histórico.

Fonte: planta baseada no arquivo original do DPH.

Fonte: planta baseada no arquivo original do DPH.


48

49 L

o

Insolação

Situação com intervenção

Vazios

Fluxos

A insolação do local direciona para melhor posicionamento do programa, deixando as áreas de acolhimento voltados para a fachada norte.

Após ser feito a análise das resoluções dos edifícios, pensou-se em remover as seguintes áreas conforme demarcado a cima.

Entendendo os vazios após a análise do que seria mantido, o crescimento vertical seria inevitável para distribuição do programa e gabarito do entorno.

A criação de um novo atalho urbano pela quadra, torna-se partido da distribuição do projeto, posicionando os edifícios de forma a convidar as pessoas a passar por esse novo acesso.

Volumes

Circulação Vertical

Auditório

Os edifícios verticalizaram de forma a cobrir as empenas atuais e gerar uma nova área de convívio no terreno.

Para melhor circulação no projeto, foi criado um núcleo rígido de circulação junto ao Palacete do Carmo para atender toda a circulação vertical do centro cultural. Assim como duas circulações de emergência para o edifício voltado para a praça Clóvis Beviláqua.

Um auditório suspenso que pudesse atender ao projeto, foi posicionado no centro da quadra.

Situação proposta Volumetria f inal proposta.


PROGRAMA O programa de necessidades foi pensado de forma a acolher as mulheres em diferentes situações; proporcionar um refúgio a aquelas que necessitam de apoio e acolhimento, como também estimular o empoderamento de seus direitos através da formação e renda própria. Dessa maneira, o programa foi pensado levando em considerações as 4 dimensões do empoderamento, como antes mencionado: cognitiva (visão crítica da realidade), psicológica (sentimento de autoestima), política (consciência das desigualdades de poder e a capacidade de se organizar e se mobilizar) e a econômica (capacidade de gerar renda independente). Busca proporcionar maior contato com o espaço público, facilitando a troca direta e indireta dos usuários; garantir as mulheres o sentimento de “pertencimento”, não apenas no espaço privado como também no espaço público. Ao lado, é apresentada uma tabela que demostra os índices urbanísticos nos lotes de intervenção, como também o dimensionamento do programa de necessidades, acordo com os coeficientes de aproveitamento proposto pelo plano diretor e operação urbana. Indices Urbanisticos

Área Terreno (ref. Geosampa/IPTU) CA max = 2x CA max = 6x (operação urbana centro -

Lote vazio

diversificação de usos, atividades culturais e de lazer)

9.888,00 1.153,60

TO = 0,7 (para ZC)

Indices Urbanisticos

Indices Urbanisticos

Indices Urbanisticos

Diagrama esquemático

Diagrama esquemático

Área Terreno (ref. Geosampa/IPTU) Gabarito atual = 5x

1.648,00 3.296,00

Edifício Roberto Simonsen (B)

560,00 2.800,00

Hotel Santa Tereza / Antiga Sede da Cúria Metropolitana de São Paulo (C/D) Área Terreno (ref. Geosampa/IPTU) 846,00 Gabarito atual = 4x 2x 1.692,00

Área Terreno (ref. Geosampa/IPTU) Gabarito atual = 7x 2x

Palacete do Carmo (A)

800,00 5.600,00


52

53

B

RÁS ESLAU B R. VENC 03

+-749,90

+-750

PLANTAS

LOJA EXISTENTE

LOJA EXISTENTE

+-750 +-750,80

LOJA EXISTENTE

LOJA EXISTENTE

LOJA EXISTENTE

LOJA EXISTENTE

ÁREA TÉCNICA

LOJA EXISTENTE

EN ONS O SÍM BERT R. RO 02

LOJA EXISTENTE

LOJA EXISTENTE

LOJA EXISTENTE

LOJA EXISTENTE

HALL ACOLHIMENTO/COMPLEXO

+-751,53 +-750

DEPÓSITO HALL ACOLHIMENTO/COMPLEXO

BHO

A

ESPAÇO INFANTIL +-750

+-752

+-750

ESPAÇO LIVRE

,45% i=4

LOJA +-750

LOJA APOIO

O DITÓRI ÇÃO AU PROJE

04

A

O DITÓRI ÇÃO AU PROJE

O DITÓRI ÇÃO AU PROJE

R. IRMÃ S

IMPLICIA

NA

+-750

LOJA +-750

APOIO

DEPÓSITO

APOIO

LOJA DEPÓSITO

i=

APOIO

+-751,41

DEPÓSITO

LOJA

% 45 4,

+-750,10

APOIO

DEPÓSITO

+-752

+-750

DEPÓSITO

+-751

LOJA

+-751,41

+-751,41

APOIO

+-751,41 S

LOJA +-751,58

B

+-751,58 S

+-751,92

Para ingressar na quadra, foi pensado na inclinação inferior a 5%, no qual segundo a norma de acessibilidade (NBR 9050) não é considerado como rampa não necessitando assim de auxílios externo, sendo acessível a todos os pedestres.

01 +-752

A AÇ PR GSEducationalVersion

+-752,80

A QU ILÁ V E B VIS CLÓ

0

3,5

7,5

PLANTA TÉRREO ESCALA 1:250

10m

N


54

55

B

RÁS ESLAU B R. VENC 03

MLL MLL Ref.

MLL

DORM. COL. DORM. FAM. DORM. FAM.

Ref.

DORM. COL.

SERVIÇOS

DORM. IND. DORM. IND.

DORM. IND.

DORM. IND. CIRCULAÇÃO

+-755,08

ESTAR

EN ONS O SÍM BERT R. RO 02

BHO +-754,88

DEPÓSITO BHO

EXPOSIÇÃO +-754,88

A BIBLIOTECA +-754,88

O DITÓRI ÇÃO AU PROJE

R. IRMÃ S

IMPLICIA

NA

+-754,88

+-754,88

O DITÓRI ÇÃO AU PROJE

04

A

OFICINA/CURSO

OFICINA/CURSO

OFICINA/CURSO

OFICINA/CURSO

OFICINA/CURSO

B

01

A AÇ PR GSEducationalVersion

A QU ILÁ V E B VIS CLÓ

0

3,5

7,5

PLANTA 1o PAVIMENTO ESCALA 1:250

10m

N


56

57

B

RÁS ESLAU B R. VENC 03

MLL MLL Ref.

MLL

DORM. COL. DORM. FAM. DORM. FAM. DORM. COL.

SERVIÇOS

DORM. IND. DORM. IND.

DORM. IND.

DORM. IND.

+-758,23

CIRCULAÇÃO

ESTAR

EN ONS O SÍM BERT R. RO 02

BHO +-758,03

DEPÓSITO BHO

A

EXPOSIÇÃO +-758,03

ESPAÇO CONVÍVIO/FOYER +-758,03

APOIO

IMPLICIA

NA

AUDITÓRIO

R. IRMÃ S

+-758,03

ATELIÊ LIVRE +-758,03

04

A

B

01

A AÇ PR GSEducationalVersion

A QU ILÁ V E B VIS CLÓ

0

3,5

7,5

PLANTA 2o PAVIMENTO ESCALA 1:250

10m

N


58

59

B

RÁS ESLAU B R. VENC 03

MLL MLL Ref.

MLL

DORM. COL. DORM. FAM. DORM. FAM. DORM. COL.

SERVIÇOS

DORM. IND. DORM. IND.

DORM. IND.

DORM. IND. +-761,38

CIRCULAÇÃO ESTAR

EN ONS O SÍM BERT R. RO 02

BHO +-761,18

DEPÓSITO PRONTO ATENDIMENTO

BHO

+-761,18

ESPAÇO CONVIVÊNCIA

A

CUIDADO BELEZA ESPAÇO MULTIUSO +-761,18

+-761,18

CAFÉ

NA

AUDITÓRIO

R. IRMÃ S

IMPLICIA

ÁREA TÉCNICA

04

A

TERRAÇO VERDE +-761,18

B

01

A AÇ PR GSEducationalVersion

A QU ILÁ V E B VIS CLÓ

0

3,5

7,5

PLANTA 3o PAVIMENTO ESCALA 1:250

10m

N


60

61

B

RÁS ESLAU B R. VENC 03

MLL MLL Ref.

MLL

DORM. COL. DORM. FAM. DORM. FAM. DORM. COL.

SERVIÇOS

DORM. IND. DORM. IND.

DORM. IND.

DORM. IND.

+-764,53

CIRCULAÇÃO ESTAR

EN ONS O SÍM BERT R. RO 02

BHO +-764,33

DEPÓSITO BHO

APOIO PSIC. INDIVIDUAL APOIO PSIC. FAMILIAR

A ASSISTENCIA SOCIAL +-764,33

+-764,33

+-764,33

R. IRMÃ S

IMPLICIA

NA

APOIO PSIC. INFANTIL

04

A

+-761,18

B

01

A AÇ PR GSEducationalVersion

A QU ILÁ V E B VIS CLÓ

0

3,5

7,5

PLANTA 4o PAVIMENTO ESCALA 1:250

10m

N


62

63

B

RÁS ESLAU B R. VENC 03

MLL MLL Ref.

MLL

DORM. COL. DORM. FAM. DORM. FAM. DORM. COL.

SERVIÇOS

DORM. IND. DORM. IND.

DORM. IND.

DORM. IND. +-767,68

CIRCULAÇÃO

EN ONS O SÍM BERT R. RO 02

ESTAR

DEPÓSITO +-767,48

A

+-767,48

+-767,48

ÁREA ADMINISTRATIVA

SALA DE REUNIÃO SALA DE REUNIÃO

+-764,13

R. IRMÃ S

IMPLICIA

NA

+-767,48

04

A

+-761,18

B

01

A AÇ PR GSEducationalVersion

A QU ILÁ V E B VIS CLÓ

0

3,5

7,5

PLANTA 5o PAVIMENTO ESCALA 1:250

10m

N


64

65

B

RÁS ESLAU B R. VENC 03

MLL MLL Ref.

MLL

DORM. COL. DORM. FAM. DORM. FAM. DORM. COL.

SERVIÇOS

DORM. IND. DORM. IND.

DORM. IND.

DORM. IND. +-770,83

CIRCULAÇÃO

EN ONS O SÍM BERT R. RO 02

ESTAR

DEPÓSITO

A

+-767,48

+15,75 +-764,13

R. IRMÃ S

IMPLICIA

NA

+-767,48

04

A

+-761,18

B

01

UA LÁQ EVI B VIS CLÓ A AÇ PR GSEducationalVersion

0

3,5

7,5

PLANTA 6o PAVIMENTO ESCALA 1:250

10m

N


66

67

B

RÁS ESLAU B R. VENC 03

+-773,98

EN ONS O SÍM BERT R. RO 02

+-773,98

+-767,48

A

+-764,13

R. IRMÃ S

IMPLICIA

NA

+-767,48

04

A

+-761,18

B

01

A AÇ PR GSEducationalVersion

A QU ILÁ V E B VIS CLÓ

0

3,5

7,5

PLANTA COBERTURA ESCALA 1:250

10m

N


68

69

CORTES COBERTURA

ÁREA ADMINISTRATIVA

+-770,63

+-767,48

ver corte detalhado D ASSISTÊNCIA SOCIAL

ESPAÇO MULTIUSO

CAFÉ

+-764,33

+-761,18

ÁREA TÉCNICA

AUDITÓRIO +-758,03

APOIO AUDITÓRIO

ESPAÇO CONVÍVIO / FOYER

BIBLIOTECA

+-758,03

+-754,88

+-752

0

3,5

7,5

10m

7,5

10m

ESPAÇO LIVRE/ CIRCULAÇÃO

+-750

RUA ROBERTO SIMONSEM

CORTE AA ESCALA 1:250

0

3,5

CORTE BB ESCALA 1:250

+-773,98

+-770,83

DORM.

CIRC.

ver corte detalhado E +-767,68

+-764,53

+-761,38

+-758,23

0

3,5

7,5

DORM.

CIRC.

DORM.

CIRC.

DORM.

CIRC.

DORM.

CIRC.

DORM.

CIRC.

CIRC. ELEVADORES +-767,48

CIRC. ELEVADORES

CIRC. ELEVADORES

CIRC. ELEVADORES

ver corte detalhado C

+-764,33

+-761,18

+-761,18

TERRAÇO

+-758,03

+-758,03

ATELIÊ LIVRE

+-754,88

+-754,88

OFICINAS/ CUROS

10m +-755,08

CORTE AA ESCALA 1:250

CIRC. ELEVADORES

LOJA

sion

0

3,5

CORTE BB ESCALA 1:250 GSEducationalVersion

7,5

10m

RUA VENCESLAU BRÁS

+-750

HALL ACOLHIMENTO / COMPLEXO

CIRC. ELEVADORES

HALL ACOLHIMENTO / COMPLEXO

+-750

+-750

LOJA

+-751,41

PRAÇA CLÓVIS BEVILÁQUA


70

71

ELEVAÇÕES

0

3,5 0 7,53,5

7,510m

10m

3,5 0 7,53,5

7,510m

ELEVAÇÃO 03 ELEVAÇÃO 03 1:500 ESCALA ESCALA 1:500

+-770,63

+-767,48

+-767,48

+-764,33

+-764,33

+-761,18

+-761,18

+-758,03

+-758,03

+-754,88

+-754,88

+-750

+-750

0

3,5 0 7,53,5

7,510m

+-773,98

+-770,83

+-770,83

+-767,68

+-767,68

+-764,53

+-764,53

+-761,38

+-761,38

+-758,23

+-758,23

+-755,08

+-755,08

+-750

+-750

10m

ELEVAÇÃO 02 ELEVAÇÃO 02 1:500 ESCALA ESCALA 1:500

ELEVAÇÃO 01 ELEVAÇÃO 01 1:500 ESCALA ESCALA 1:500

0

+-770,63

+-773,98

10m

+-773,98

+-773,98

+-770,83

+-773,98

+-773,98

+-770,83

+-770,83

+-770,83

+-767,68

+-767,68

+-767,68

+-767,68

+-764,53

+-764,53

+-764,53

+-764,53

+-761,38

+-761,38

+-761,38

+-761,38

+-758,23

+-758,23

+-758,23

+-758,23

+-755,08

+-755,08

+-755,08

+-755,08

+-750

+-750

0

3,5 0 7,53,5

7,510m

ELEVAÇÃO 04 ELEVAÇÃO 04 1:500 ESCALA ESCALA 1:500

10m

+-770,63

+-770,63

+-767,48

+-767,48

+-764,33

+-764,33

+-761,18

+-761,18

+-758,03

+-758,03

+-754,88

+-754,88


Cobertura em vidro com ventilação para melhor circulação de ar no projeto, além de trazer mais iluminação natural ao projeto

72

Terraço verde +-761,18

ESTRUTURA

EXPOSIÇÃO

ATELIÊ LIVRE

+-754,88

Laje

o

Fachada original do edifício histórico Parede inclinada para melhor distribuição da iluminação natural, além de destacar a fachada original do edifício histórico.

rio ent ran d

+-758,03

do

ESPAÇO INFANTIL

en te s

ain

OFICINAS/ CUROS

Perfil para estruturação do vidro

Perfil para estruturação do vidro

Sistema Uglass

Sistema Uglass

EXTERNO

INTERNO

EXTERNO

SITUAÇÃO UGLASS DIA INTERNO

ar

qu

Foi pensando também na ampliação do átrio central existente no edifício Roberto Simonsen, proporcionando o efeito chaminé, no qual facilita a troca e circulação de ar natural por todo o projeto. O novo edifício para a Praça Clóvis Beviláqua, adotou-se o afastamento da fachada original, no qual mantenham-se conectados por meio da estrutura metálica, permitindo também melhor circulação de ar e iluminação natural.

Laje

ar f

Por se tratar de edifícios tombados e entendo a necessidade de se preservar o patrimônio histórico, foi adotado o sistema de estrutura metálica que pudesse não somente fortalecer os edifícios históricos, como também distribuir vãos maiores no projeto. Foi utilizado uma modulação de 7 e 10m entre eixos. A nova circulação no Palacete do Carmo comporta-se como um novo núcleo rígido. Para o posicionamento do auditório suspenso, foi criado uma treliça que acompanhasse a inclinação da arquibancada.

Fachada em sistema uglass (ver situação abaixo)

Em relação a materialidade dos volumes, foi adotado tons neutros no qual não se distorcesse dos patrimônios históricos. O conjunto apresenta fechamentos em vidro transparente como também o sistema de vidro uglass. Esse permite que o edifício se torna uma grande “lanterna noturna” quando noite, deixando o local mais iluminado; e quando dia o aspecto translucido proporciona melhor privacidade no programa. Para ter como opcional a circulação de ar forçada, caixilhos de janela foram distribuídos junto ao vidro uglass, permitindo o fechamento total ou parcial das fachadas.

Janela Perfil para estruturação do vidro

Estrutura metálica para suportar o novo edifício como também melhor auxiliar a fachada existente.

+-754,88

GSEducationalVersion

CORTE DETALHADO C ESCALA 1:50

Janela Perfil para estruturação do vidro

Perfil para estruturação do vidro

+-750

SITUAÇÃO UGLASS NOITE

Perfil estru do vi

Sistema Uglass

EXTERNO

Sistem

INTERNO

Per estr do v

Átrio central - fechamento em vidro com ventilação para melhor circulação de ar no projeto, além de trazer mais iluminação natural ao projeto GSEducationalVersion

+-767,48

ndo

ar quente sa

indo

ar

i te sa quen

ar frio entrando

ar frio n tra en

ndo entra

do

passarela

+-764,33

ar frio entrando

o

ar frio entrand

o

ar frio entrand

ar q

CORTE DETALHADO E ESCALA 1:100

ue

nt es

ain

do

Pespectiva estrutura esquemático

+-761,18

EXT

Janela Perfil para estruturação do vidro

CORTE DETALHADO D ESCALA 1:50

ar frio

onalVersion onalVersion

TERRAÇO

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87 5. RESOLUÇÃO 05 ESTUDO DE CASOS Urban womb Autor: escritório Architects for Urbanity Local: Seul, Coreia do Seul Data: 2016 Área: 20.500m2 Proposta ganhadora de um concurso realizado em 2016, o “urban womb” tem como projeto a requalificação de uma quadra a partir de um equipamento urbano. A área, localizada em Daebang-dong, Coreia do Sul, entre 1962 a 1998, comportava prostitutas, idosos com problemas mentais, moradores de ruas entre outros. O antigo abrigo foi transformado no “Seoul Woman Plaza”. O objetivo do concurso foi trazer uma proposta para transformar esse espaço “sombrio” e “morto”. Um espaço que promova o bem-estar de mulheres e f a m í l i a s . O projeto do edifício torna-se interessante para o Espaço Miná, a partir do momento em que propõe áreas multifuncionais, integrando projeto privado com área público. Apresenta uma relação direta com as pessoas e o edifício; “formar uma cultura criativa, [ensinar] tradições e expandir o valor da igualdade de gênero na família e comunidade”, afirma Santos ( A R C H D A I L Y , 2 0 1 4 ) .

FONTE: : architects for urbanity,2016

FONTE: : architects for urbanity,2016

FONTE: : architects for urbanity,2016


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89 Praça das Artes Autor: escritório Brasil Arquitetura Local: Av. São João, 281 – Centro Histórico de São Paulo, São Paulo – SP. Data: 2012 Área: 28.500m2 A Praça das Artes consiste em um complexo cultural de música e dança desenvolvido pelo escritório Brasil Arquitetura no centro histórico da cidade de São Paulo. O projeto está desenvolvido em um miolo de quadra e proporciona uma ligação do pedestre entre a Rua Conselheiro Crispiniano, Avenida São João e a Rua Formosa. Em descrição feita pelos autores, o projeto “deve responder à demanda de um programa de diversos novos usos, ligados às artes musicais e do corpo, deve, também, responder de maneira clara e transformadora a uma situação física e espacial preexistente” .(ARQUITETURA, 2012). O programa é composto entre as sedes das instituições de música e de dança, galerias de exposição, áreas administrativas, restaurantes, cafés, espaços de convivência, e estacionamento subterrâneo; no qual, todas essas atividades estão distribuídas pelos volumes que se encostam às empenas cegas dos edifícios vizinhos, liberando um eixo de circulação central ora coberto ora descoberto.

FONTE: Nelson Kon

A proposta do projeto trás ao Espaço Miná essa ideia de um novo equipamento junto ao patrimônio histórico. Pensar que esses edifícios juntos possam trazer mais vitalidade para o local em que estão ocupados; restaurar e reabilitar esses bens tombados no qual, a grande maioria deles em São Paulo, se encontram em estado de abandono. Outro fator que proporcionou a escolhe dessa referência foi a distribuição dos volumes criando fruição pública e permeabilidade urbana dentro da quadra.

FONTE: autoria própria, 2019

FONTE: Nelson Kon

FONTE: Nelson Kon


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91 Teatro Oficina Autores: Lina Bo Bardi e Edson Elito Local: Rua Jaceguay, 520 – Bixiga ,São Paulo-SP Data: 1984/1994 Área: 450,00m2 O Teatro Oficina Uzyna Uzona, conhecido como Teatro Oficina, é um tetro manifesto marcado, segundo Matheus Pereira, “por grandes espetáculos entre expressões teatrais, apresentações de música, dança e performances”(PEREIRA, 2017). O teatro, fundado a mais de 45 anos, passou por diversas fases e momentos, além de duas reformas. A primeira projetada pelo arquiteto Joaquim Guedes, que criou a ideia de um teatro “sanduiche” com as duas plateias frente a frente e um palco central. A segunda, projetada por Lina Bo Bardi e Edson Elito, além de manter o conceito de Joaquim Guedes, fizeram com que o teatro possibilitasse um convite às pessoas, “ ideia central aproximava a nova arquitetura ao contexto territorial, de modo que a Rua parece invadir o espaço cênico, promovendo um teatro democrático pela hibridez de sua estrutura programática”, afirma Matheus Pereira (PEREIRA, 2017). O projeto foi escolhido para estudo por apresentar técnicas construtivas interessantes para o Espaço Mina. Por ser um edifício tombado pelo Condephaat, foi necessária a utilização de peças em concreto nas paredes laterais em tijolo aparente, inalteradas, como também novas estruturas metálicas que auxiliassem as novas áreas como plateia, camarins, área técnicas, entre outros e suportassem as cargas da cobertura e mezaninos laterais e do fundo. Apresenta também mecanismos que favorecem a qualidade do conforto térmico; por ter aberturas no térreo e exautores eólicos na cobertura, proporciona o efeito “chaminé”, melhorando a circulação do ar.

FONTE: Nelson Kon

FONTE: : Instituto Lina Bo e P.M. Bardi/foto: Henrique Luz

FONTE: : Instituto Lina Bo e P.M. Bardi/foto: Henrique Luz

FONTE: Nelson Kon


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93 Museu da Arte do Rio Autores: escritório Bernardes + Jacobsen Arquitetura Local: Praça Mauá, 5 - Centro, Rio de Janeiro – RJ Data: 2013 Área: 11.240,00 m2 O projeto do Museu da Arte do Rio teve como identidade a revitalização de uma área que possui diferentes níveis de tombamentos e preservação assim como importante espaço da região central do Rio de Janeiro. O projeto consistia em abrigar o Museu da Arte do Rio, a Escola do Olhar, e também criar ambientes para cultura e lazer. Foi pensado em distribuir o programa dentre os edifícios históricos do local: o Palacete Dom João e o prédio da Polícia e antiga rodoviária. Para tal, uma circulação anexa entre os dois edifícios, que pudesse auxiliar o fluxo como também os integra-los de forma eficiente, foi criado de forma suspensa. Tal ligação pertence a nova construção devido a condição da estrutura mais sólida do edifício. Para o prédio da Polícia foi estabelecido a Escola do Olhar e o Museu da Arte foi distribuído no Palacete Dom João.

FONTE: site Jacobsen Arquitetura

Além do restauro dos edifícios, foi pensando no fechamento das fachadas através de perfis de vidro translucido, uglass, proporcionando uma melhor visibilidade para o edifício, além de ser uma “lanterna noturna” durante a noite. Também uma cobertura ondulada, “simulando a ondulação da superfície da água” (JACOBSEN,2013), foi sobreposta entre os dois edifícios deixando a arquitetura marcada pelo significado que se encontra, podendo ser vista de diferentes pontos da cidade. O projeto se torna interessante ao Espaço Miná devido a distribuição do programa em edifícios históricos com diferentes níveis de tombamentos. Além da utilização estrutural e estética de materiais que não interferissem ou prejudicassem os edifícios preexistentes.

FONTE: site Jacobsen Arquitetura

FONTE: site Jacobsen Arquitetura

FONTE: site Jacobsen Arquitetura


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95 CONSIDERAÇÕES FINAIS O projeto Espaço Miná buscou trazer a discussão, mesmo que em pequena escala, a maneira como pode-se projetar através da perspectiva da mulher. Pensar em projetos que possam acolher, gerar debates, incluir pessoas. A mulher por muitas décadas, foi imposta de forma a seguir apenas uma função. Sem possibilidades de se conhecer, de interagir, de usufruir de espaços também pertencentes a ela. Buscou-se além de trazer essa discussão demonstrar, ou relembrar, que a cidade está cheia de patrimônios históricos abandonados com potencial altíssimo em ser revitalizados e adquirir novo uso. Na área de estudo, gerou-se um novo atalho urbano que proporciona uma circulação tranquila e de permanência por todo o complexo, desmembrando a circulação por entre os edifícios. A ideia para a distribuição do projeto foi pensada de forma que o programa contasse junto com o patrimônio existente, uma história nova tanto para o local como as mulheres que ali necessitassem de alguma ajuda. Tentar trazer a memória histórias que foram abandonadas, em ambos os sentidos, mas que necessitam de um olhar cuidadoso e sincero. Pensar nas cidades através do olhar da mulher é pensar em cidades, seguras, iluminadas, que geram oportunidades, que debatam soluções, que fertiliza um local antes abandonado, que traga os espaços públicos como uma maneira de apropriação e pertencimento. Ou seja, é pensar em cidades em que o coletivo acaba sendo o protagonista.

"A BELEZA POR SI MESMA É UMA COISA QUE NÃO EXISTE. EXISTE ENQUANTO É, PORQUE EXISTE EM UM PERÍODO HISTÓRICO, DEPOIS MUDA O GOSTO. QUANDO É UMA COISA IMPRESCINDIVELMENTE LIGADA A COLETIVIDADE, É BONITA PORQUE SERVE E CONTINUA A VIVER." LINA BO BARDI.


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97 REFERÊNCIAS ALAMBERT, Zuleika. Mulher uma trajetória épica. São Paulo: Imprensa Oficial,2018.

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