Economia Criativa | Elaboração de Projetos

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ECONOMIA CRIATIVA ELABORAÇÃO DE PROJETOS

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O1 Introdução

O2 Economia Criativa:começamos aqui

O3 O que vai, volta!

O4 05 Tecnologias de existência

06 E agora?

ÍNDICE

"Show me the money"


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O POTENCIAL CRIATIVO DE UM POVO É A SUA MAIOR RIQUEZA!


01 INTRODUÇÃO O ano era 2004, e eu estava com quatro meses de gravidez, migrando da profissão de Secretária Executiva, o sonho de criança, para a produção cultural. Tinha sido convidada por um amigo para acompanhar a execução financeira de um projeto de arte-educação em uma escola pública na periferia de Belo Horizonte. Não sabia nada do setor cultural, sabia apenas monitorar entradas e saídas no fluxo financeiro, fazer pagamentos, acompanhar saldos. Bem, depois de quatro meses de realização, o projeto alcançou ótimos resultados e fomos buscar novos patrocínios. De novo, lá fui eu encarar algo que não sabia, agora com quase nove meses de gravidez. Imagine o medo: iniciando em algo que eu pouco conhecia, nunca tinha escrito uma proposta para captação de recursos, nunca tinha sequer elaborado um projeto. Mas não tinha muitas opções: o bebê já estava por vir e ainda precisava trabalhar.

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Recebi a indicação para conversar com um profissional da cidade, que, de acordo com minha amiga, representava a UNESCO e era muito aberto a receber as pessoas. De fato, o José era o que ela disse. Me recebeu com toda a atenção, leu o projeto e com todo o carinho disse: “a ideia de vocês é muito boa, mas não está descrito como um projeto. Vocês precisam trabalhar estes pontos aqui, estes outros também. Sugiro que façam um curso”. Fiquei arrasada. Sempre achei que fazia boas redações. Nem eu, nem meus amigos seguimos com a ideia de captar novos recursos para aquele projeto. Nunca mais trabalhamos juntos, os quatro. E eu descobri que uma boa redação é só um dos passos para a elaboração de um bom projeto. Ele precisa de um pouco mais! As dicas do José ficaram reverberando em mim e, dois anos depois, fui fazer um curso de gestão cultural. Depois, fiz outros de produção, iluminação, leis de incentivo, prestação de contas, captação de recursos e uma infinidade de seminários, congressos, oficinas e afins. Estava sempre curiosa sobre um tema diferente.

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Bem, de lá pra cá, a única coisa que nunca parei de fazer foi ser curiosa e encarar os medos. Quando aceitei o convite do Victor Magalhães para apresentar um dos módulos do curso de Produção Cultural do Palco Hip Hop, não pensei duas vezes - aceitei de imediato, mesmo sem saber todos os pontos sobre como e o que seria feito, mesmo com medos - hoje mais ligados à colocar a cara para ser vista. Quem for do backstage vai saber bem o que significa subir em um palco quando não se é de um palco. Mas, na minha cabeça, só se passava a possibilidade de compartilhar aprendizados e, mais ainda, dentro de uma cena que acho muito potente - o hip hop - e com pessoas das periferias do Brasil. Aqui estamos! Antes de avançarmos, vai uma dica muito importante: este e-book não é o método definitivo sobre qualquer coisa, não vem com 10 maneiras de se fazer isto ou aquilo, nem 5 chances para você tirar sua ideia do papel e seguir com bons resultados. Ele fala sobre o que descobri lendo linhas e entrelinhas, e sobre, principalmente, como olho a partir do lugar em que estou.

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Meu convite sempre é de que olhemos à nossa volta, pensemos as estratégias possíveis à nossa existência, e lembremos: estamos em uma sociedade movida pelo capital, em que a lógica são a indústria e o consumo; e vivemos em um país neoliberal, que se ocupa mais das políticas econômicas do livre comércio, das liberdades individuais e do estado mínimo, e menos com políticas sociais e coletivas. Nessa lógica, ocupamos, como fazedores de arte, uma parcela da economia criativa, e ela gera recursos financeiros que são parte da movimentação econômica* do país. É a partir dela que iremos falar. *Segundo os últimos dados levantados em 2017, pela Firjan - Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro, somos responsáveis por 2,61% do PIB brasileiro, ou seja, movimentamos R$ 171,5 bilhões de reais por ano.

Seguimos!

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02 ECONOMIA CRIATIVA: COMEÇAMOS POR AQUI!


JONH HOWKINS O autor e pesquisador inglês John Howkins é responsável por criar o conceito de Economia Criativa. Ele diz: “as pessoas possuidoras de ideias são mais poderosas do que as pessoas que trabalham com as máquinas e, em muitos casos, mais poderosas do que pessoas que são as donas das máquinas”. No entendimento de Howkins, serão as ideias as grandes geradoras de economia para o futuro.

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Muitos de seus estudos sobre o fazer criativo estão no livro “The Creative Economy: How People Make Money from Ideas" (Economia Criativa: como as pessoas fazem dinheiro através das ideias), lançado em 2001. Para pensar em que segmentos a criatividade está presente como geradora de recursos no setor econômico, ele listou 14: - Arquitetura e Urbanismo; - Artesanato; - Artes Cênicas; - Artes e Antiguidades; - Audiovisual; - Design; - Editoração; - Fotografia; - Gastronomia; - Moda; - Música; - Publicidade; - Software; - Rádio e TV.

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Este é um setor, que só no Brasil, cresce economicamente de 10 a 20 por cento ao ano. Muitos irão perguntar: “Mas como somos um setor que cresce tanto e somos o que mais foi afetado durante a pandemia?” ”Não somos os profissionais que mais ficamos sem recursos durante a crise sanitária?” Não há dúvidas: fomos diretamente atingidos e isso irá impactar, ao longo do tempo, todo o crescimento previsto, principalmente porque o setor é visto como essencial à sobrevivência da humanidade. Precisamos de música, de filmes, de dança, de livros, mas não somos vistos como geradores de economias. Gerar dados, levantar informações, são pontos importantes para o posicionamento de qualquer setor, e a Firjan tem sido a instituição que mais pesquisa a economia criativa no Brasil. Contudo, seguimos distantes de informações robustas e mais precisas. Também, seguimos questionando queremos estar nesse lugar? Queremos fazer parte da indústria e da economia criativa? Talvez seja esta uma das grandes estratégias para a força das ideias: a produção crítica. Porém, se escolhemos a troca de recursos através de dinheiro, a resposta é sim, queremos! Devemos, sem, contudo, deixarmos de sermos questionadores. Saber o lugar em que estamos na economia, o que geramos com ela, o que perdemos com ela e o que podemos pensar para o futuro a partir dela, é essencial se quisermos pensar e elaborar bons projetos.

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BUSQUE + - A Economia Criativa: um guia introdutório - The Creative Economy: How People Make Money from Ideas - John Howkins - Como a Economia Criativa sobrevive ao coronavírus | Estadão, 29 de julho de 2020 - Festival de Economia Criativa é reconhecido pela ONU | Record TV, 22 de abril de 2021. - economia criativa#7 - Instituto INMOD | Vídeos

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03 O QUE VAI, VOLTA!


Demos o nosso primeiro passo no entendimento sobre qual é o lugar, como setor, em que estamos na economia. Geramos recursos, isso é fato. Mas, aprendemos nas ciências da natureza, em Física, que toda ação gera uma reação. Aqui eu chamei de "o que vai, volta!”. Se como fazedores de arte geramos recursos econômicos, por regra, esses recursos devem retornar para nós. Se da perspectiva do Estado, deve retornar como políticas de bem-estar social, as conhecidas políticas públicas; se da perspectiva do privado, deve gerar novas riquezas e o acúmulo delas, essência do jogo em uma sociedade baseada no capital. No próximo capítulo, vamos falar especificamente sobre fontes de financiamento e sobre como os recursos circulam a partir do lugar que estamos. Vale dizer que a raça, o gênero, a classe social, a geografia, irão definir como e quando esse retorno acontece. Porém, este é um tema que sugiro a cada um de vocês: guarde um tempo para leituras, muitas leituras e muitas maneiras de ver. É importante lembrarmos que a análise crítica sobre o lugar em que estamos também nos auxilia na escrita de bons projetos. Ao final, eu deixo algumas referências de leituras no BUSQUE +.

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O JOGO

Outra maneira de se elaborar bons projetos é saber como se dá o jogo, como os olhos de quem avalia e seleciona estão treinados para perceber o que vai e o que fica. Por hora, não vamos falar sobre redes de colaboração e manutenção de privilégios, vamos nos ater ao ir e vir das estratégias.

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A aprendizagem é uma espiral de conhecimentos que transitam entre vários setores, e, anterior a eles, é um trânsito contínuo entre as culturas. O trânsito se dá, ora a partir do encontro e diálogos de saberes, ora a partir de releituras, e muitas vezes a partir de cooptação* ou apropriações** - ou seja, quando estes são relidos mas não são referenciados. Quantas vezes você já viu algo que era feito por seus ancestrais, familiares ou por amigos e conhecidos que, de repente, virou moda e circula por todos os cantos sem que se diga de onde vem? Moda, gastronomia, música, arquitetura, uma infinidade de saberes. Quantas vezes você já teve a sensação de ver e ouvir sempre a mesma coisa? Isso fala sobre reprodução. Desde o início da indústria ela é possível, cada vez mais com mais agilidade. Primeiro o desenho, depois a escrita, a música e hoje… há uma infinidade de coisas que podem ser reproduzidas. Pense nos desdobramentos de um meme… Walter Benjamin***, no início do século XX, foi o homem que falou sobre a reprodutibilidade****: ele dizia que, com a chegada da fotografia e depois do cinema, as artes, por conta da sua possibilidade de reprodução, não seriam mais as mesmas.

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Perderiam o que ele nomeava de aura - algo como o objeto sem o ritual e o religioso que se desliga de sua capacidade de conexão com o belo. Até aquela época, as artes eram vistas como a possibilidade da magia, de ligação com os deuses. E, a partir da reprodução, perde sua autenticidade e, para ele, passa a se conectar com a política, como uma nova possibilidade de enfrentamento e discussão. Caminhar um pouco para trás e ir ao entendimento da história parece ser inútil - afinal, nosso interesse aqui é saber como elaborar projetos. Digo sempre que é importante pensarmos sobre o que é elaborar projetos, antes mesmo de elaborarmos. É importante também pensar as micropolíticas que nos cercam, ainda que inicialmente o projeto seja sobre a gravação de um disco, sobre a apresentação teatral ou musical em uma live, ou sobre formação de um grupo de dança. O que é feito pelo artista ou pelo criativo tem potencial de transformação e saber bem o que será proposto é mais um bom passo para um bom projeto.

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APRENDA FAZENDO PERGUNTAS Aprendemos até aqui que: fazemos parte da economia; podemos replicar, ou seja, fazer cópias como na indústria; e que isso gera recursos. Depois de perceber esse movimento, minha pergunta é: você sabe responder sobre o seu projeto? Abaixo listo algumas perguntas para serem respondidas ao longo da leitura. Volte aqui quantas vezes achar necessário. O que é seu projeto? Para quem é seu projeto? O que você quer com seu projeto?

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Ao fazermos o percurso para compreendermos o lugar em que estamos no setor cultural, a capacidade de reprodução daquilo que criamos e a potência de geração de recursos a partir de nossos saberes, é importante lembrarmos que tudo o que vai, volta! Quando você participa dos processos de seleção em editais ou processos de escolha em financiamentos privados, você oferece um saber, uma ideia, e, em troca, receberá um determinado recurso. Esse movimento fala sobre o que e como você quer oferecer suas criações, mas também sobre como e o que o financiador/investidor quer ofertar. No geral, ele troca visibilidade, publicidade, posicionamentos junto à sociedade, contrapartidas sociais, e até mesmo recursos financeiros. Um investidor anjo é alguém que te oferece um recurso financeiro ou intelectual em troca de percentuais do seu empreendimento. A empresa privada oferece recursos para projetos culturais em troca de posicionamento da marca.

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Esse posicionamento retorna para ela como recursos financeiros. Pense na marca Apple: o que vale mais? A marca ou o recurso que ela tem em seus cofres? Elaborar projetos é pensar na troca que será feita. Se você não apresentar ao Estado uma contrapartida que garanta um bom atendimento à sociedade, você pode não ser selecionado em um edital. Em um estado neoliberal, ainda que ele não seja gerador e acumulador de recursos, a marca de um governo é seu grande ativo, ela garante votos em uma próxima eleição. Ou seja, é também o seu projeto o fomentador de bons resultados para o Estado. Este é o momento que sempre faço a mesma pergunta: você está disposto às trocas? Antes de responder, façamos a seguinte reflexão: quais as estratégias que circundam a minha sobrevivência e a minha existência que eu não trocaria?

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PALAVRAS * cooptação - . Agregar, associar. Admitir numa corporação, com dispensa das condições ou formalidades ordinariamente exigidas. ** apropriação - Tomar como seu uma coisa alheia. *** Walter Benjamin - foi um ensaísta, crítico literário, tradutor, filósofo e sociólogo judeu alemão. **** Reprodutibilidade - Faculdade de reprodução. Cópia.

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BUSQUE + - Direitos Culturais - Propriedade Intelectual - Direitos Autorais - Direito, tecnologia e sociedade - Criptoarte e NFT (vídeo) | Criptoarte e NFT - Paraisópolis, uma favela conta o vírus, El Pais 04 de outubro de 2020 - Rolê das Gerais, Rede Globo

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04 "SHOW ME THE MONEY"


Sempre me faço esta pergunta: porque preciso saber tanto para extrair tão pouco? Então me lembro que saber tanto me auxilia a fazer escolhas. Talvez fazer escolhas me garanta a possibilidade de produzir outros imaginários e me ensine a saber o tamanho que minhas pernas têm. Elaborar projetos diz respeito também a compreender como podemos buscar recursos para materializá-los. Retirar do papel e fazer acontecer. É saber o tamanho de nossas pernas e, mais ainda, que muitas vezes elas são enormes, só estão atrofiadas. Atualmente temos a possibilidade de financiamentos para o setor da economia criativa nas perspectivas de: - Financiamentos públicos e privados - Diretos e Indiretos - Destinados à pessoa física ou à pessoa jurídica Individual ou Coletiva - Reembolsáveis e Não Reembolsáveis

Quais financiamentos você conhece? Quais financiamentos já utilizou? Quais financiamentos quer aprender?

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FINANCIAMENTOS INVESTIMENTOS Públicos: leis de incentivo, fundos, licitações, pregões. Ex.: LMIC - Lei Municipal de Incentivo à Cultura. Privados: patrocínios via isenção fiscal, patrocínio direto, verbas de marketing, responsabilidade social e ESG, financiamento coletivo, fundos de investimento e outros. Ex.: Patrocínio Natura Musical.

Direto: investimento direto para injeção de capital. Ex.: capital de risco. Indireto: investimento a partir de análise de instituições financeiras. Ex.: BNDES indireto.

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INVESTIMENTOS FINANCIAMENTOS Pessoa física: individual, pelo CPF. Pessoa jurídica: individual, via MEI, ou coletiva, via empresas, associações. Reembolsáveis: com retorno de recursos ao investidor/financiador, seja com cobrança de juros ou não. Ex.: Empréstimos bancários para capital de giro. Não Reembolsáveis: sem retorno de recursos ao investidor/financiador. Ex.: Financiamentos à pesquisa pelo BNDES Bando Nacional de Desenvolvimento.

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BUSQUE + - Mapa de Fomento à Inovação - ABGI O mapa feito pela ABGI apresenta várias modalidades de fomento à inovação. Ele é um bom exemplo sobre a diversidade de recursos. - Financiamento Coletivo | Pesquisa sobre financiamento coletivo - Qual a diferença entre investidor anjo, seed e venture capital?, Revista Exame, 09 de março de 2011 - Fundo Municipal de Cultura - LMIC/FMC-BH - Fundo Internacional para Artistas Emergentes

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05 TECNOLOGIAS DE EXISTÊNCIA


Antes de passarmos aos tópicos necessários para a elaboração de projetos no momento da escrita, gostaria de lembrar sobre algo que fica diluído em nosso dia a dia e é fundamental quando pensamos em projetos: o que mais realizamos como humanidade são tecnologias de existências, ou seja, criamos meios de tornar prático o impossível e o distante, e isso nos permite existir. O que seria da humanidade se não inventássemos a roda? Ou direcionássemos o fogo? E se não tivéssemos descoberto a tecnologia que nos permite comunicar com qualquer parte do mundo? O convite é para que façamos, na medida dos novos projetos, um exercício de observação sobre quais tecnologias suportam nossas ideias e quais ainda podem contribuir para novos caminhos. Vivemos a sociedade da repetição, da cópia, da escala, do excesso, mas indivíduos são únicos e nosso poder criativo nos permite, sempre, criar novos rumos. Revendo Economia Criativa Indústria Criativa Produto/Projeto Marca Trocas Financiamentos/Investimentos

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ESCRITA Tecnicamente, um projeto é desenhado na junção de apresentação, justificativa, objetivo, público, etapas e divulgação. Tais tópicos serão detalhados de acordo com o tipo de financiamento solicitado. Como exemplos: objetivo geral e objetivos específicos, contrapartida social, plano de distribuição para o edital público ou sobre como o seu projeto dialoga com a sociedade, o que ele traz de inovação, quantas pessoas serão beneficiadas, qual o plano de comunicação, no caso da iniciativa privada. Se o projeto estará vinculado à administração pública, o foco principal é contribuir para que o avaliador entenda de maneira objetiva quais são seus objetivos em relação ao proposto e porque ele é relevante para a sociedade. Qual é o público que ele atinge, se abrange uma grande área, se atende um número diverso de pessoas, se atende às solicitações enumeradas no edital. Portanto, leia o edital, marque todas as dúvidas e sempre pergunte: use os canais de atendimento sempre que tiver qualquer dúvida sobre os tópicos do edital. Se for da perspectiva da iniciativa privada, a análise inicial é se o projeto dialoga com a marca, se os objetivos estão de acordo com aquilo que a instituição quer apresentar para a sociedade e como ele será comunicado ao público.

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LEITURA

Essas são informações-base - esteja sempre atento à leitura dos editais, das chamadas e sobre como a instituição que você pretende apresentar seu projeto se comporta em relação à comunicação com a sociedade. Neste momento, ler uma coisa ou outra sobre branding* e marketing auxilia na compreensão sobre o que estão comunicando.

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BASES PARA A ESCRITA PARA UM EDITAL

Apresentação - conte a história do seu projeto, comece com a história anterior ao desenvolvimento. Como chegou até ali. Seja objetivo, sempre. Dê indícios sobre um planejamento maior, seja o planejamento estratégico da empresa, do grupo, da instituição, seja a história de uma carreira.

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Justificativa - conte quais são as justificativas para a realização do seu projeto, seja do ponto de vista da relação com a sociedade, seja da relação com o desenvolvimento de criação. Nesse momento, trazer dados atualizados sobre o que se está propondo contribui para o melhor entendimento da sua proposta. Lembrando que você está fazendo a justificativa da proposta baseada em um problema a ser atendido. Objetivo - conte qual ou quais são os propósitos de realização do projeto. O macro, que é o objetivo principal, e os específicos, que são aqueles que te auxiliam a atender o objetivo maior. Ex.: O objetivo deste projeto é construir uma sede para a associação cultural XYZ. Os objetivos específicos são: - garantir melhores instalações para a equipe de trabalho e os beneficiários dos projetos que ocorrem na instituição; - aumentar o número de atendimento atual de xx para xxx números de oficinas; - abrigar residentes internacionais… Público - quem serão as pessoas atendidas pelo seu projeto? Ex.: adolescentes de 15 a 19 anos moradores da localidade X.

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Etapas - quais etapas serão necessárias para a realização do seu projeto. Ex.: etapa 1 - contratar equipe; - etapa 2 elaborar chamamento público para a criação do roteiro da peça; etapa 3 - divulgar os selecionados… Em etapas é também necessário o desenho de um cronograma de atividades. Divulgação - como você fará a divulgação do trabalho? Qual o plano de comunicação? Ex.: divulgar em mídia social, mídia impressa, rádio e TV. Contrapartida - o que você fará para garantir uma contrapartida para a sociedade? Ex.: oficina gratuita de musicalização.

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BASES PARA A ESCRITA PARA PATROCÍNIO DIRETO Apresentação - conte a história da sua ideia ou projeto. Problema - qual o problema você está sugerindo resolver? Público - qual o consumidor que você irá atender?

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BASES PARA A ESCRITA PARA PATROCÍNIO DIRETO Proposta de valor como você vai resolver esse problema e qual é a proposta de valor de seu projeto, ou seja, como você garante que o seu projeto vai garantir satisfação ao consumidor/cliente ou audiência? Resultados e Metas quais os resultados e metas seu projeto pretende alcançar?

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BASES PARA A ESCRITA PARA PATROCÍNIO DIRETO Retorno - na perspectiva econômica, qual retorno seu projeto dará ao negócio e ao investidor? Marketing - quais as ações de marketing propostas pelo seu projeto? Quais os impactos para a marca da empresa? Investimento - qual o valor a ser investido em sua proposta?

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PALAVRAS * branding - é a gestão das estratégias de marca de uma empresa, com o objetivo de torná-la mais desejada e positiva na mente de seus clientes e do público geral. O Branding, ou brand management, envolve ações relacionadas ao propósito, valores, identidade e posicionamento. Fonte: Rock Content, 22 de agosto de 2019.

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06 E AGORA?


Na medida em que você caminha para a finalização da escrita de um projeto, volte às fontes de financiamentos no item 4 e pense qual delas poderia atender às demandas de recurso de sua proposta. Ela está conectada a resolver um problema da sociedade na perspectiva social ou na perspectiva econômica? Ela pode ser financiada pelo Estado? Ou tem caráter comercial e dialoga mais com a iniciativa privada? Cabe solicitar patrocínio via leis de incentivo ou patrocínio direto? Busque possibilidades em plataformas de divulgação de editais, nos diários oficiais, nos sites governamentais, nos sites de empresas, em conversas com amigos, na construção de redes, ou faça uma chamada de financiamento coletivo. Observe sempre o seu caminho e as trocas que você está disposto a fazer.

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PLATAFORMAS PARA BUSCA DE CHAMADAS E EDITAIS

Prosas Emergeartes Ponte Autonoma Temporária Suburbana Produtora Show me the fund Tô Dentro Festival Cultural Quarentena Editais e Festivais Culturais


USE FERRAMENTAS DE DESIGN PARA CRIAR UMA BOA APRESENTAÇÃO

CANVA


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ECONOMIA CRIATIVA ELABORAÇÃO DE PROJETOS PALCO HIP HOP Criação e edição: Karla Danitza Revisão: Leonardo Ramos

Para saber mais sobre a licença Creative Commons clique aqui. Atribuição (BY) Os licenciados têm o direito de copiar, distribuir, exibir e executar a obra e fazer trabalhos derivados dela, conquanto que deem créditos devidos ao autor ou licenciador, na maneira especificada por estes.

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PAT Ponte_Autonoma_Temporaria karladalmeida@gmail.com


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