RESENDE E ITATIAIA - Fevereiro de 2016 Nº 238. ANO XX - JORNAL MENSAL DISTRIBUIÇÃO GRATUITA
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“Agora que ouvimos o barulho do Cosmo, nossos problemas acabaram...”
Quarta-feira de Cinzas Thomas S.Elliot
Chafariz no promontório dos Passos. Data desconhecida. Ficava aproximadamente no local da atual caixa d’água, a julgar pela situação da Capela do Senhor dos Passos ao fundo.
Porque não mais espero retornar Porque não espero Porque não espero retornar A este invejando-lhe o dom e àquele o seu projeto Não mais me empenho no empenho de tais coisas (Por que abriria a velha águia suas asas?) Por que lamentaria eu, afinal, O esvaído poder do reino trivial? Porque não mais espero conhecer A vacilante glória da hora positiva Porque não penso mais Porque sei que nada saberei Do único poder fugaz e verdadeiro Porque não posso beber Lá, onde as árvores florescem e as fontes rumorejam, Pois lá nada retorna à sua forma Porque sei que o tempo é sempre o tempo E que o espaço é sempre o espaço apenas E que o real somente o é dentro de um tempo E apenas para o espaço que o contém Alegro-me de serem as coisas o que são E renuncio à face abençoada E renuncio à voz Porque esperar não posso mais E assim me alegro, por ter de alguma coisa edificar De que me possa depois rejubilar E rogo a Deus que de nós se compadeça E rogo a Deus porque esquecer desejo Estas coisas que comigo por demais discuto Por demais explico Porque não mais espero retornar Que estas palavras afinal respondam Por tudo o que foi feito e que refeito não será E que a sentença por demais não pese sobre nós Porque estas asas de voar já se esqueceram E no ar apenas são andrajos que se arqueiam No ar agora cabalmente exíguo e seco Mais exíguo e mais seco que o desejo Ensinai-nos o desvelo e o menosprezo Ensinai-nos a estar postos em sossego. Rogai por nós pecadores agora e na hora de nossa morte Rogai por nós agora e na hora de nossa morte. Parte I - Tradução de Ivan Junqueira, do original: Collected Poems 1909-1962, para a Editora Nova Fronteira, 1981.
2 - O Ponte Velha - Fevereiro de 2016
No Tempo do Fio do Bigode
Joel Pereira
Augusto Pinheiro de Carvalho Augusto nasceu em São Paulo, em 11 de janeiro de 1910 e faleceu no seu querido Engenheiro Passos, distrito de Resende, em 18 de setembro de 1992. Como músico, foi acordeonista, pandeirista, organista e crooner de uma banda. Como empresário, foi hoteleiro e fazendeiro. Como político, foi líder trabalhista, Vice Prefeito de Resende, de 1955 a 1958, e Prefeito, de 1959 a 1962. Augusto foi a pessoa que eu conheci que mais se preocupava com o bem estar dos semelhantes. Preocupava-se e ocupava-se em tentar melhorar a vida do próximo, razão de sua militância política. Tive a honra de ser um dos amigos do Augusto de Carvalho e guardo sempre pronta uma resposta para quem pergunta sobre o nosso grau de amizade: Muitas das vezes em que eu fui na casa do Augusto, a Dona Adriana (Adriana Marchesini de Carvalho – 1915/1998), sua mulher, me atendia, e falava: “O Augusto está lá no quarto dele. Vai lá, Joel “... Uma manhã, recebi uma ligação dele me chamando para ir ao Hotel Três Pinheiros naquela noite. Ele tinha feito 70 anos e seus filhos lhe deram um órgão eletrônico de presente, pois o acordeon tinha ficado muito pesado para ele, recém safenado. Mal escureceu e eu já estava lá em Engenheiro Passos, no Hotel. O órgão estava instalado no salão de estar. Eu era o único convidado do Augusto, mas vários hóspedes estavam no recinto. Devidamente abastecido de um bom uísque, lá estava eu com o meu amigo, ouvindo suas canções prediletas, dentre as quais “Cabelos Brancos”, de Herivelto Martins, mais conhecida como “Não fale dessa mulher perto de mim” , um dos marcantes versos da música, que acabou ficando no lugar do título. Muito mais que um cantor ou organista, Augusto era um excelente intérprete, pois colocava a alma na garganta e na ponta dos dedos. Algumas crianças dos hóspedes chegaram no salão, correndo e brincando ruidosamente, atrapalhando a interpretação do Augusto. Ele percebeu que eu fiquei muito incomodado com aquilo, e, ao terminar uma canção, me deu um sinal, e atacou com uma outra, até então desconhecida para mim: “Lá vai São Francisco Pelo caminho De pé descalço Tão pobrezinho Dormindo à noite Junto ao moinho Bebendo a água Do ribeirinho. Quando ele estava repetindo esse primeiro trecho, as crianças já estavam na sua frente, quietas, ouvindo a música. E ele continuou:
SEMPRE FACILITANDO A SUA VIDA
Calçadão Fone: 3355.2277
Fernando António de Castro Maia
O Banquinho
Lá vai São Francisco De pé no chão Levando nada No seu surrão Dizendo ao vento Bom dia, amigo Dizendo ao fogo Saúde, irmão. Lá vai São Francisco Pelo caminho Levando ao colo Jesuscristinho Fazendo festa No menininho Contando histórias Pros passarinhos”.
Ao terminar a belíssima canção chamada São Francisco, do poeta Vinicius de Moraes, Augusto teve que desipnotizar as crianças, para as quais gentilmente pediu: – Agora, vocês vão brincar lá na varanda, para o vovô poder tocar suas músicas aqui, está bem? Foi uma das mais belas lições que recebi de meu saudoso e carismático amigo!
Publicação do Instituto Campo Bello 14673758/0001-03
Expediente
Jornalista responsável:
Bombas -Fechadura -Motores Ferragens e Ferramentas Utensílios Domésticos
Politicálya
Gustavo Praça de Carvalho Reg. 12 . 923 Concepção gráfica: Afonso Praça Edição eletrônica: Lila Almendra Edição: Marcos Cotrim 24-98828. 5997 24- 99301 . 5687 contato@pontevelha.com www.pontevelha.com
Era uma vez uma expedição de alpinistas que iam explorar o Evereste e chegar ao topo do mundo. Entre tantos havia um político brasileiro que, além da sua pesada mochila com os equipamentos de escalada, carregava um banquinho de plástico. Chegando ao ponto mais alto do planeta, enquanto todos ainda comemoravam, ele pegou o banquinho e subiu nele. Não lhe bastava estar no topo do mundo. Ele precisava de mais alguns centímetros para se satisfazer. Lembrei-me dessa história vendo, a cada dia, um escândalo diferente, de milhões, de bilhões, e que não bastavam. Teve gente devolvendo 90 milhões de dólares. O primeiro roubo não bastou, veio o segundo, o terceiro. Vejo os nomes citados no escândalo de corrupção da Câmara. Pessoas bem sucedidas, bons profissionais, de famílias ricas. Mas não era o suficiente. Eles tinham um banquinho. Aliás, e a propósito: O Brizola, um grande frasista, quando denunciava que a revista Veja estava a serviço do imperialismo americano, dizia (leiam com o sotaque do caudilho): tem cara de jacaré, tem couro de jacaré, tem rabo de jacaré, vai me convencer que não é jacaré? Sítio em Atibaia reformado pela Odebrecht no nome dos sócios do filho, apartamento triplex no Guarujá, cuja reforma custou 770 mil reais feita pela OAS, acompanhada de perto pela esposa, e que só foi “devolvido” quando a imprensa descobriu... façam-me um favor. Joguem no 15.
Fevereiro de 2016 - O Ponte Velha -
1- Para além da questão imediata de uma disputa por ocupação de espaço eleitoral entre Julianelli e Rechuan, a ameaça de intervenção da Prefeitura na Santa Casa é uma coisa “moderna”. “Moderna” porque são “antigas” coisas como famílias, paróquias, quermesses, irmandades, pequenas cidades, vizinhança solidária,sentimento religioso, etc. E boto as duas concepções entre aspas porque elas podem trocar de lugar com a maior facilidade - temos a intuição de viver num tempo limite; a intuição é o grande conhecimento. Há de vir um futuro em que nos emanciparemos do Estado gerador e gerente das nossas teias comunitárias. Hoje, para as coisas ficarem “em ordem” precisam sempre de um grande pai. Eu tenho que botar o cinto de segurança mesmo quando estou andando a 20km numa ruazinha de Penedo, do contrário posso ser multado, porque o Estado sabe melhor do que eu quando corro perigo; eu não sou capaz de dar resposta às minhas questões. Essa “ordem moderna” é a tecnocracia, uma ideologia que engloba direita e “esquerda” - e que é de direita. O que costumamos chamar de esquerda - maior assistencialismo, maior inclusão no consumo - está dentro de uma cultura que se desenvolve em linha reta, fundada numa razão pura que só sabe lidar com as coisas em escala, que é incapaz de perceber a inteligência que há na diversidade do pequeno, incapaz de acreditar no fim da miséria com infinitas pequenas propriedades produzindo e planejando por conta própria, resolvendo suas questões em centros urbanos menores. Mesmo quando pensamos em reforma agrária o projeto é centralizador, é tecnocrático, torna a esquerda de direita; rouba para o Estado as iniciativas dos indivíduos, fabrica a pessoa-padrão, que tem a alma com defeito para a doação ou a liderança gratuita. Amontoam-se então
Alhos são sempre também bugalhos Há de vir um futuro em que nos emanciparemos do Estado gerador e gerente das nossas teias comunitárias.
as pessoas nas megalópolis, o que, por sua vez, é usado como justificativa para a tecnocracia e a concentração de poder, num círculo vicioso. Esse diagnóstico da tecnocracia como parceira do gigantismo e da ganância, e inimiga do que há de original, belo e solidário no Homem, é, grosso modo, o tom dominante do pensamento da esquerda pós guerra fria, e anda sempre embutido nos textos do Marcos Cotrim. Tal visão se encontra com uma tradição do pensamento social cristão que vê a harmonia entre os homens florescer de uma planta que cresce do variado e misterioso humus social, onde há ambição mas também solidariedade, coisas que o Estado deve tão somente ajudar a equilibrar. A planta pronta não pega, não adianta o Estado adubar o vaso. As pessoas podem e querem viver em paz com suas contradições - sua riqueza sem cerca elétrica, nem em casa e nem em campos de concentração. Mas é só um diagnóstico, não tem remédio fácil. Pelo menos não tem um remédio alopático fácil, tipo um corticóide. Talvez só seja efetivo o tratamento homeopático, com alguma medicação leve para os sintomas e um remédio de fundo que é a lenta mas efetiva mudança de valores e de mentalidade, até ser muito forte no corpo social a crítica à racionalidade - e o consequente ridículo da
riqueza acumulada, do poder preservado a qualquer custo, do que se está perdendo de beleza, poesia e mistério nas paisagens, nos objetos, na chuva, nas pessoas; até cozinharmos uma sopa de meditação que dissolva deixando deles só um leve gosto - os virus que são os homens obcecados. No entanto, a gente vê paladinos da “esquerda” homens obcecados também - pregando o remédio corticóide: a intolerância e a violência contra as elites (cuidado Lula e Zé Dirceu!) para que a justiça social se estabeleça de imediato. Como se passássemos então a tratar com um homem de outra natureza. Por sinal, a expressão “novo homem” esteve em voga no estabelecimento do regime totalitário do extinto império soviético. 2- Ainda no tema da tecnocracia, estive outro dia numa reunião das Secretarias de Turismo de Resende e Itatiaia com a equipe do Núcleo de Projetos da Faculdade de Turismo da Universidade Federal Fluminense. Eles estão fazendo, em parceria com o PRODETUR (Programa Nacional do Desenvolvimento do Turismo), o inventário da oferta turística do Estado do Rio de Janeiro, e uma das regiões é a nossa, a das Agulhas Negras. O inventário vai ajudar no planejamento do empresário e do poder público, no estudo comparativo de competitividade entre as regiões, etc. Se não me engano havia apenas um hoteleiro presente à reunião, o Marcelo Jymenez, da simpática Pousada Villa Luna, em
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Gustavo Praça
fotos, de cada região, de cada hotel e restaurante. E - sou testemunha porque fui muitas vezes com ele - só trabalhava com o que ele achava bom. Seu escritório era no edifício da Galeria dos Empregados do Comércio, entre a Rio Branco e a rua do Ouvidor, e de vez em quando ele colocava um stand no meio da galeria com fotos das regiões. Veiculava pequenos anúncios nos jornais e, aproveitando os contatos que tinha na imprensa, por ter anteriormente feito crítica literária em alguns jornais, publicava no Globo, semanalmente, uma crônica chamada “Onde Passar o Seu Fim de Semana”. A crônica era no segundo caderno; não havia ainda Caderno de Turismo, como não havia internet. Telefones eram caros e raros. Em Mauá, por exemplo, os poucos hoteleiros de então - Buhller, Butner, Amaro passavam sexta-feira na venda do Chico Quirino, que tinha telefone, para saber se havia reserva do seu Frederico. Na primeira reserva que fez para Mauá, meu pai ficou tão preocupado que subiu a serra antes dos hóspedes, sexta à tarde, para verificar se o quarto estava bem arrumado, se o casal ia ser bem recebido. E estudando uma tabela que fazia a cada ano sobre o movimento em cada região, ele viu que o Penedo era o local de melhor média de ocupação, por estar a uma distância possível para fins de semana tanto para carioca quanto para paulistas (o estudo de competitividade entre regiões). Então, vendeu a agência e comprou uma casa onde fundou o primeiro hotel em Penedo que não foi originário de casa de finlandeses, o Daniela. Eram outros tempos, tinha menos gente. Hoje é preciso software, eu sei. Mas duvido que o trabalho fique melhor do que o do meu pai. Como eu disse, estou ficando velho.
Penedo (excelente também a pizzaria Villa Luna, na Av. das Mangueiras!), que preside o nosso conselho de turismo e que se mostrou um tanto descrente do projeto, dizendo que já havia visto muitas iniciativas de inventários que sequer chegaram às mãos dos empresários. A equipe da Universidade, porém, garantiu que dessa vez a coisa vai ser dinâmica, com dados sempre atualizados. Tomara. Mas como eu estou velho, desacredito um pouco em projetos que, como reza o folheto da universidade, contam com “a expertise de professores e consultores (mestres e doutores), em diversas áreas: planejamento estratégico, planejamento público, marketing, qualidade & processos, tecnologia da informação, ambientes virtuais de negócios, plano diretor, plano e marketing, inventário da oferta e demanda e estudos sobre competitividade”. É competência demais, e nada demais é muito bom. Fiquei ouvindo a explanação mas meu pensamento foi para 50 anos atrás, quando meu pai, Frederico, fundou no Rio uma pequena agência de viagens que fazia reservas para hotéis das regiões turísticas do Rio, essas mesmas do inventário da universidade, as praias e as serras. O querido Fredera viajava um fim de semana para cada região no seu fusquinha, se hospedava, conversava com os hoteleiros, os donos de restaurante, experimentava Ilustrações: de tudo, fotografava tudo. Gravuras de Gustavo Doré para E montava os albuns de Dom Quixote
4 - O Ponte Velha - Fevereiro de 2016
Nova reserva ambiental em Resende
A criação do Refúgio da Vida Silvestre (Revis) Lagoa da Turfeira, em Resende, foi formalizada em uma parceria entre o Governo do Estado e a montadora Nissan. A publicação do decreto para implantação do refúgio permite que seja iniciada a elaboração do plano de manejo e construção da infraestrutura administrativa da unidade, visando à conservação de 269 hectares de áreas remanescentes de Mata Atlântica, na Região do Médio Vale do Paraíba.
Foto Fernando Lemos, 25/5/2014
O Refúgio da Vida Silvestre é fruto do entendimento havido com a participação do Ministério Público por ocasião do licenciamento ambiental da montadora Nissan pelo Inea – O Refúgio da Vida Silvestre Lagoa Turfeira vai se tornar uma realidade com a implantação de seu plano de manejo. O refúgio vai interligar importantes fragmentos de Mata Atlântica, colaborando para a preservação da biodiversidade da região, e, em especial, das aves que passam pela região durante os ciclos migratórios – disse o secretário estadual do Ambiente, André Corrêa. O Revis Lagoa da Turfeira tem por objetivo preservar um remanescente natural de áreas úmidas, que, antes dos impactos provocados pelo homem, se estendia por toda a várzea do Rio Paraíba do Sul. Embora a cobertura vegetal da região no entorno da lagoa e a própria hidrografia estejam relativamente alteradas, o complexo de áreas úmidas existente no lugar constitui um importante reduto para a biodiversidade local, especialmente para diversas espécies de aves aquáticas. A criação do refúgio contribui para o fluxo gênico de espécies nativas por meio da formação de corredores ecológicos. – A Lagoa da Turfeira constitui um importante abrigo para a fauna, especialmente a avifauna, que ali instala seus ninhos ou utilizam como pouso. Dentre os mamíferos mais comuns estão presentes capivaras, cachorros do mato, lontras, lobo guará e até a jaguatirica. Presente também espécies ameaçadas de extinção como o cágado do Paraíba e o jacaré-do-papo amarelo – disse o diretor de Biodiversidade e Áreas Protegidas do Inea, Paulo Schiavo. De acordo com Paulo Schiavo o próximo passo será a elaboração do plano de manejo e a construção da infraestrutura da sede do Revis. Todas as etapas de estruturação da unidade contarão com apoio da Nissan. Seu objetivo, segundo informa o Inea, é de “preservar um remanescente natural de áreas úmidas, que outrora se estendiam por toda a várzea do Rio Paraíba do Sul, funcionando como suporte para descanso, alimentação e reprodução de aves durante as etapas de migração que integram o ciclo de vida de muitas delas”. Sabe-se que a cobertura vegetal e a hidrografia da região foram alteradas por ações humanas, mas ainda assim o lugar é considerado pelos especialistas um “importante reduto para a biodiversidade local, especialmente para diversas espécies de aves aquáticas”. Com Diário do Vale e LF César
ITATIAIA em Pauta Arte para além da música Uma das coisas que o turismo incentiva é a música; Penedo e Mauá estão cheios de bons intrumentistas e cantores se apresentando em bares e restaurantes. Pois foi nesse ambiente propício que, há 10 anos, nasceu o Jazz Village Bistrô, hoje consagrado e inscrito no seleto grupo de palcos do país onde se apresentam monstros sagrados como Jards Macalé, Luis Melodia, Paulo Moura, Toninho Horta, Elton Medeiros, Hélio Delmiro e tantos outros, além dos melhores novos nomes que surgem, notadamente na nossa região. E, assim como uma pintura de mestre pede moldura à altura, o espaço nos envolve em beleza: nas luminárias, nos móveis, na sutileza das luzes, nos arranjos, nos quadros e fotos da sala que se estende para agradável varanda com sofás e poltronas, de onde também se acompanham os shows. Pode-se tomar um bom vinho, saborear uma bandeja de frios, um Francisco de Goya, Cronos devorando prato típico sueco, ou ainda alguma outra iguaria do variado cardápio, queum filho 1819-1823 vai dos fondues às carnes e peixes. O Jazz Village é todo ele arte, é mais do que só a música, e a autora é Marie Louise Gonranson, proprietária do Hotel Pequena Suécia, que tem a casa de show em anexo. Marie, formada em filosofia e atuante nos movimentos teatrais da região, tem o gosto pela música, o talento de congregar pessoas e a coragem de realizar seus sonhos. Há 20 anos ela começou a construir o que seria o Jazz Village, promovendo “Encontros Musicais” no restaurante do Hotel e chamando músicos amigos para tocarem numa Casa de Chá que havia ali então. Há 10 anos firmou o espaço da música como algo independente, investindo numa acústica perfeita e procurando reproduzir o clima dos clubes de jazz de Nova Yorque - a proximidade do palco cria um clima de intimidade com os músicos, que tantas vezes se estende para depois do show. Outro ponto positivo do Jazz Village é que a capacidade máxima da casa é de 60 pessoas, o que permite uma grande interação de músicos e platéia. O estacionamento é amplo, nos próprios jardins do hotel, que se prolongam na mata, envolvendo tudo em alimento para a alma. Os shows acontecem sempre nos fins de semana e feriados e pode-se fazer reserva pelo telefone 3351 1275 . Com certeza vai valer a pena sair de casa à noite. E parabéns aos 10 anos dessa nossa pequena grande casa de shows, que ainda tem a virtude de congregar os amigos, e parabéns à beleza de anfitriã que é a nossa Marie.
Cadê o ponto que estava aqui? Mais de dois anos se passaram, e a prefeitura Municipal de Itatiaia não providenciou a reconstrução do abrigo de ponto de ônibus na estrada RJ-151, na vila de Maringá, próximo ao Hotel Refazenda. Já prometeram a reconstrução do ponto por diversas vezes... mas, até hoje nada! E o sol tá de rachar mamona. Os alunos tem que atravessar a estrada para procurar sombra do outro lado da pista. E tome sol e chuva direto por mais de dois anos diariamente.(Com Blog Assomar)
Dr. Rafael Procaci Cirurgião-Dentista CRO/RJ 20333 Especialista em Ortodontia e Ortopedia Facial
Clínica Santo Inácio - Rua Eng. Jacinto l. Filho 140, Bairro Barbosa Lima - Resende, RJ Tel: (24) 3355.8383 - 999484899
filho
Fevereiro de 2016 - O Ponte Velha -
O Rei está nú Creio que não resta mais a menor dúvida na nossa sociedade de como é feita uma eleição e como são construídas as lideranças neste País. Para uma sociedade cujo dinheiro se tornou o maior valor, fica muito fácil essa compreensão. Faltava apenas conhecer os mecanismos promotores desta realidade. Neste quesito, a operação Lava à Jato, da polícia federal e ministério público, é uma escola. Suas revelações, por mais estarrecedoras que sejam, apenas apresentam o “como” pois a grande maioria já sabia o que “é” Brasil. Nossa Pátria sempre foi assolada de parasitas , gente desprovida de caráter e capazes de qualquer coisa. O poder sempre foi para todos estes um passaporte para a riqueza material e a impunidade. Não importa se em Brasília ou Resende, a cultura da adulação, da subserviência, do parasitismo é tão presente lá quanto por aqui. Neste ambiente é fácil entender o surgimento de “lideranças políticas”. “Líder” é aquele que tem a “chave” do cofre público e distribui os recursos a sua disposição para aqueles que respaldam sua liderança. Ou alguém tem dúvida disso? Eduardo Cunha é líder por quê? Não é por seu brilhantismo (embora tenha que concordar que tem sua genialidade a um péssimo serviço), mas
pela capacidade de obter e direcionar recursos à sua base. Renan? Idem. Simplesmente não sabíamos, agora não resta a menor dúvida: O dinheiro da corrupção é mais forte que a democracia. Por isso todo cidadão deve lutar contra ela. A corrupção é como um câncer que se alastra na máquina pública. O órgão passa a não funcionar como deveria, e a sociedade fica doente. Perdemos assim a saúde, a disposição, enfim perdemos a esperança. E sem esperança não há como investir para frente, para o futuro. Advém daí a crise como consequência natural do quadro do paciente. A corrupção ocorre a todo momento. Alguém tem dúvida que ela não está pre-
nada até que todo
Otanes Solon
sente aqui em nossa cidade? Na Câmara Municipal há fortes indícios. Será fácil de se comprovar porém, em breve... . As eleições estão chegando. O dinheiro, sem origem, mais uma vez irá inundar os comitês da periferia, onde o voto é barato e o dinheiro tem maior valor. A gente mais humilde, que tem a palavra como seu bem maior, é a vítima predileta. A dignidade se transforma na sua maior prisão. É o dinheiro pela palavra. É o dinheiro pelo voto. O processo de corrupção permanece após a eleição pela permissividade dos eleitos e seu poder de distribuir empregos. São empregos que têm como principal objetivo o uso político da máquina administrativa. Minar qualquer resistência, desarticular qualquer oposição e, por fim, fazer uso impunemente dos recursos públicos para manutenção do poder e enriquecimento ilícito. É fato que a percepção sobre a corrupção ser um “mal menor” vem mudando. Da forma que vem se manifestando, em uma ganância sem precedentes, começa a mostrar sua face cruel: a da carestia. Enquanto pessoas enriquecem no poder público (que nada produz), a so-
ciedade empobrece em tudo. Na saúde, na educação, na infraestrutura… Infelizmente, nossa sociedade carece de valores que possibilitam um maior entendimento do coletivo. Embora de esmagadora maioria cristã, parece que tais valores ficam restritos ao interior dos templos, na busca de uma vida espiritual sem conexão com a realidade mundana. Valores como os da solidariedade não conseguem se fazer presentes no uso e na valorização do dinheiro público, que é bem comum e deveria servir a todos. Todo cristão deveria usar os valores de sua fé para transformar a realidade e não apenas para construir uma ponte espiritual com Deus. A corrupção e o pecado sempre foram os caminhos mais fáceis para uma satisfação imediata, para o prazer inconsequente. Por outro lado o caminho da virtude sempre foi penoso e difícil, mas é o único caminho para a sabedoria e a plenitude. Por isso acredito que somos todos movidos a esperança. Esta esperança não pode existir na ausência. Para isso é fundamental estar presente e atuante. Fortalecer o entendimento que acima do individual está o coletivo e que ninguém está acima das leis.
mariana biolchini de mello
estrelas se vão e eu, íntegra, assisto um dia serei estrela um dia me voy para volver como inúmeras milênios silêncios um nada sem tempo até que a vida me invada - um nada até que a vida possa me perceber.
Ilustração: Jorge Luis Borges na Biblioteca Nacional de Argentina, s/d
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6- O Ponte Velha - Fevereiro de 2016
Letras - Um curso tradicional que atingiu a maturidade
Quando estávamos ultimando esta edição, saiu a notícia do fechamento da revista Arte e Letras: Estórias, após 26 edições iniciadas em 2008, em Curitiba, pelos irmãos Thiago e Frede Tizzot. Seu projeto foi abrir um espaço para publicação de novos autores, juntamente com nomes consagrados, sem repeti-los. Cada edição identificava-se com uma letra, de modo que, chegando ao Z, c’est fini. Encerraram o projeto gloriosamente premiados pela Biblioteca Nacional. As “letras” de um modo geral são indício de maturidade de uma dada civilização, realizada num determinado momento do desenvolver-se da língua. Tal momento como que constitui o autor. Mas na outra margem desse processo está o leitor e tudo aquilo que uma época providencia para sua educação. As condições que o tornam mais ou menos sensível às imagens e encadeamentos de ideias típicos de narrativas, argumentações ou poesia precisam ser forjadas dentro de uma tradição que tem, na escola, sua especial consciência. Não se pode vacilar na entrega dessas competências de uma geração à outra, sob pena de degradar-se o horizonte em que o verdadeiro e o belo se expressam.Ora, o Curso de Letras da Faculdade Dom Bosco atingiu esta espécie de maturidade como espaço de formação, o que muito honra a porção resendense do Vale do Paraíba. Para celebrar este resultado, entrevistamos a professora Érica Duarte, resendense, atual coordenadora e doutoranda em Literatura Comparada na Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj). Érica- O tema merece um debate. Mas o fato é que nosso Curso tem altíssimo índice de empregabilidade.
Ponte- Professora, como vê o papel social e cultural do Curso de Letras, em si e para Resende? Érica- O Curso de Letras da AEDB vem assumindo desde sua criação, há mais de 40 anos, um compromisso social pautado em valores de cidadania, comprometimento social, educação e respeito. Neste sentido, a preparação de um profissional educador, qualificado com excelência, que não seja um simples reprodutor/repassador de informações, mas sim, aquele que estimula a produção de conhecimento é o grande objetivo dos docentes do Curso de Letras da AEDB.
Ponte- Que sentido tem, para o Curso, o verso do Hino a Resende: “berço de poetas, artistas e heróis”? Érica- Desde os tempos mais remotos, Resende vem sendo berço de escritores de grande importância na construção da nossa história, a começar por Luis Pistarini, autor do hino em homenagem ao nosso município. Além dele, nomes como o de Ezequiel Freire, mais antigo poeta resendense; Narcisa Amália, uma das primeiras poetisas brasileiras e Luis Murat, imortal da Academia Brasileira de Letras, que escolheu a nossa cidade como morada, compõem com maestria o quadro dos ilustres escritores que se dedicaram a escrever sobre nossa terra, fazendo de sua literatura veículo de identidade cultural representativa da nossa cidade.
Ponte- Este foco na formação do educador, que vem do antigo Curso Normal, parece ser indispensável para fazer a ponte entre o local e o universal... Érica- O educador formado pelo Curso é, sem dúvida, parte importante na construção de saberes, não apenas dentro do nosso município, como também em toda a região das Agulhas Negras e adjacências, já que formar profissionais gabaritados, especialistas não só no ensino da nossa língua materna, como também de outras línguas estrangeiras, é importantíssimo dentro do contexto de globalização que vivemos hoje. Ponte- Este seria um diferencial em relação ao perfil técnico do Normal. Alguém bem formado em Letras dialoga com o mundo de modo competente, pois “lê” a realidade criativamente, não? Érica- Exato... É mister salientar que o domínio da Língua Portuguesa é indispensável e vai além do simples estudo da gramática. Pensar criticamente sobre a Língua Portuguesa e seus usos sociais é uma questão de cidadania, porque como disse certa vez nosso grande escritor Monteiro Lobato, “Quem mal lê, mal fala, mal ouve, mal vê”. Ponte- O Curso vem sendo bem avaliado? Como tem sido o desempenho no ENADE (Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes)? Reflete o perfil de qualidade do Curso? Érica- O Curso de Letras da AEDB obteve excelentes conceitos nas últimas avaliações
Professora Érica Fernandes Costa Duarte
Ponte- Este passado se projeta de algum modo no Curso?
do ENADE, realizado a cada três anos pelo Ministério da Educação. Esses conceitos representam a trajetória ascendente do nosso Curso, e são, sem dúvida, resultado do trabalho, dedicação e comprometimento de todas as partes envolvidas, tanto alunos quanto professores e gestores.
Érica- Tendo atingido as metas de qualidade e amadurecido a proposta, estamos planejando um Concurso de contos e poemas... talvez outros gêneros. Fazer ecoar essa tradição literária local, descobrir autores da região, reunir talentos que andam dispersos. Quem sabe conseguimos apoio para publicar os textos premiados?
Ponte- Que nota conseguiram na última edição do Exame?
Ponte-E os demais projetos do Curso?
Érica- Obtivemos nota máxima. Possuir um excelente conceito no ENADE demonstra claramente que o Curso de Letras da AEDB representa um importante alicerce na educação da região sul-fluminense, já que oferece ao mercado os melhores profissionais de Línguas e Literaturas, testados e avaliados pelo Ministério da Educação. Ponte- Por que o MEC seria o certificador único e adequado de um Curso como o de Letras, se suas políticas são ideologicamente pautadas pelo conceito de tecnologia e formatação linguística do pensamento?
Érica- O principal projeto do Curso de Letras da AEDB, articulado ao esforço incansável dos demais Cursos desta tradicional instituição de ensino superior, é continuar atuando de maneira significativa em prol do desenvolvimento educacional, cultural e social do município de Resende e região. Por meio da formação de profissionais de excelência, conscientes da importância de um ensino de qualidade, contribuímos cada vez mais para a melhoria da sociedade em que vivemos. Não somos visionários, somos professores! ERRAMOS: Na entrevista com Noel de Carvalho, na edição passada, onde se lê “implaca”, leia-se “emplaca”.
Fevereiro de 2016 - O Ponte Velha -
Sobre as eleições de 2016 Os recentes eventos partidários em Resende e demais municípios da região indicam o início do processo das eleições municipais e todas as suas implicações. Um ponto comum das campanhas deverá ser o da ética na política, tema indispensável para fazer frente a tantas revelações e investigações em andamento no Brasil e que muito provavelmente ainda deverão apresentar novas surpresas. Neste ponto, será indispensável, ao eleitor, saber identificar os discursos vazios, sem lastro em práticas efetivas, dos discursos realmente comprometidos com posturas políticas e administrativas à altura das demandas e necessidades da sociedade. Um dos próximos passos é a elaboração dos programas de governo, que em tese são fundamentais para garantir uma escolha informada, além dos evidentes critérios relacionados à história pessoal dos candidatos. Embora não seja possível refazer histórias de vida (ainda que se possam construir versões), escrever planos de governo sempre é possível e relativamente simples, uma vez que não faltam boas ideias e modelos. No entanto, também não faltam exemplos de candidatos que traíram suas próprias histórias e compromissos, da mesma forma que muitos planos de governo já foram sumariamente descumpridos. Buscando articular o fazer político com o tempo no qual vivemos e com a pessoas que vivem aqui e agora, e também para fazer frente a uma sociedade cada vez mais decepcionada e incrédula com a política, é preciso ir além de planos bem escritos e candidatos carismáticos com belas biografias. O novo passo que precisa ser dado envolve o enorme desafio de recuperar a confiança e reestabelecer um sentimento positivo de esperança. Construir um ciclo virtuoso alimentado por boa
Luis Felipe Cesar
expectativa, cumprimento de compromissos, gerando bem-estar e, na sequência, mais esperança, por sua vez realimentando expectativa e continuidade de boas práticas, gerando mais bem-estar e de novo mais esperança. Ainda que possa parecer simples, construir um ciclo como esse não é fácil, mas é imprescindível. E para que se tenha alguma chance de votos numa proposta com esses fundamentos é necessário divulga-la e descrevê-la adequadamente. Mas não é só isso. Um bom programa de governo precisa conter mecanismos de monitoramento por parte da sociedade. Metas e indicadores claros que sejam de fácil entendimento e medição poderão proporcionar dados concretos que permitam avaliar e eficiência e a efetividade do governo. Um sistema assim não é uma grande novidade, existem plataformas para isso. Um tema que deverá provocar bons debates é o processo de industrialização da Região das Agulhas Negras. É quase geral a preocupação com a piora das condições ambientais e com o agravamento de tensões socais, em especial na segurança, na saúde e na habitação, em boa parte resultantes do aumento populacional provocado pelas obras e promessas de empregos, geralmente superdimensionados.
Será relativamente fácil, para todas as campanhas, prometer ajustes. Por um lado, alegando necessidade de mais recursos para suprir as demandas, com novos incentivos para mais grandes empreendimentos, porém com atenção na busca de algum equilíbrio (o que talvez pareça “mais do mesmo”). Por outro lado, alguns candidatos poderão inovar propondo a diversificação da matriz produtiva com empreendimentos de baixo impacto, descarbonização da economia, incentivos para indústrias voltadas ao mercado da energia e do transporte limpo, como fábricas de placas solares ou de bicicletas elétricas, por exemplo. As propostas inovadoras, no entanto, correm o risco de escorregar no fosso colorido da ingenuidade se não tiverem consistência suficiente para enfrentarem (sem confronto, mas sim com sinergia estratégica) modelos estaduais e nacionais que em nada ou muito pouco contribuem para essa fundamental transição no rumo de uma economia não poluente e articulada com a construção de sociedades mais ecológicas. Além disso, temos as montanhas da Serra da Mantiqueira e o Vale do Paraíba, imensos territórios comuns a diversos municípios e que requerem, ainda que em escalas institucionais e geográficas distintas, mecanismos de gestão integrada. Tais mecanismos devem necessariamente estar previstos nos compromissos e metas dos novos governos municipais. Desde a Constituição de 1988 os Municípios podem muito, mas em parte ainda dependem de políticas mais amplas. Enquanto 2018 não chega, os governos locais que se empenharem em fazer algo novo podem vir a ser semeadores de grandes mudanças. Planos de Governo viáveis, consistentes, competitivos e interativos serão um bom começo!
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Algumas palavras de agradecimento Somavilla
Desde emocionante e surpreendente texto a meu respeito em edição passada do Jornal O PONTE VELHA, considerei ser imperioso sinalizar algum preito de gratidão em resposta à elogiosa publicação. Creiam-me, fiquei este tempo todo remoendo vocábulos, perseguindo imagens, divagando sobre méritos nesta quadra inexpressiva da literatura praticada nos arraiais brasis dentre os quais nossa terra parece ser preciosa exceção. Embora palavras escorressem pela mente em profusão, quando postas no papel sempre pareciam pálidas, sem encanto, ante a inspiração da pessoa que me homenageou, a poeta Martha Carvalho, talvez a mais injustiçada e olvidada autora entre pares de igual quilate no cenário literário nacional. Pergunto-me: Em que desvãos do tempo ou da razão se esconde a crítica literária brasileira? Porque a mídia televisiva, ao menos local, não se vale de sua obra para acrescentar qualidade a alguns de seus programas? Porque não é convidada para entrevistas de modo que estudantes e a população em geral possam ter acesso ao pensamento da mais expressiva literata ainda atuante nesta cidade?
Peço aos amigos do jornal a publicação desta mensagem repercutindo meus agradecimentos. Enfim, ainda que tardiamente, penitencio-me de omissão e aconselho os descrentes quanto à sobrevivência da poesia neste mar de iniquidades que infelicita o país a meditarem sobre a inigualável e singular inspiração da Martha, flor da terra, florescência do mesmo sitio onde vicejaram uma Narcisa Amália ou um Ezequiel Freire, só que em tempos mais amenos, sem as agruras que hoje maculam sentimentos e asfixiam poesia.
Sem farsante modéstia e sem nem de longe tentar juízos de valor sobre a poética da Martha, eis que sou apenas admirador de seus arranjos extasiantes, esclareço que naquela mencionada oportunidade, a propósito de publicação de minha autoria intitulada “Aviamentos”, ela atribui-me adjetivações absolutamente imerecidas, escriba diletante que sou tentando na melhor das hipóteses enganar a insônia altas horas da vida.
Gostaria de lembrar a todos que a edição do PONTE VELHA a qual me refiro e muitas outras, bem como textos de indizível beleza da autora podem ser encontradas no site www.facebook.com/pontevelha ou então nos diversos livros que publicou.
8 - O Ponte Velha - Fevereiro de 2016
VESTIBULAR 2016 - Última oportunidade para os estudantes da região
Faculdade Dom Bosco realiza processo seletivo em fevereiro A Faculdade Dom Bosco, mantida pela Associação Educacional Dom Bosco – AEDB, realiza seu último vestibular no dia 24 de fevereiro, para preenchimento de vagas remanescentes nos 18 cursos de graduação oferecidos pela Instituição. As inscrições podem ser feitas pelo site www.aedb.br/vestibular, ou presencialmente, na sede da AEDB, no horário de 8h às 12h e 13h às 21h30. Não haverá cobrança de taxa de inscrição. Bolsas de estudo- A AEDB oferece o melhor Programa de Bolsas de Estudo da região. Há várias modalidades de incentivos financeiros que possibilitam reduzir o valor da mensalidade sensivelmente. O estudante deve preencher corretamente o Questionário Socioeconômico, no ato da sua inscrição para o vestibular, para análise de concessão de bolsas. Cursos oferecidos- Os cursos da AEDB foram criados para atender as necessidades do mercado de trabalho regional e têm grande empregabilidade. São 18 cursos de graduação, sendo cinco tecnológicos de curta duração, nas seguintes áreas: *Saúde e Educação - Biologia, Pedagogia e Letras *Negócios - Administração, Ciências Contábeis, Comunicação Social (Publicidade e Propaganda), Economia e Sistemas de Informação. *Engenharias - Civil, Mecânica, Elétrica-Eletrônica, Produção Automotiva e Produção Metalúrgica. *Tecnológicos – Automação Industrial, Logística, Gestão da Produção Industrial, Gestão Pública e Gestão de Recusos Humanos.
Teatro na Montanha
Entrem em contato conosco através do telefone (24) 999485181. Vocês podem participar doando seus vinis para o CCVM, trazendo-os para venda (em consignação), ou mesmo trocando-os entre amigos colecionadores! Em breve estaremos divulgando a programação cultural da nossa Feira.
Agora a Casa das Velas em Maringá Minas, possui um espaço para apresentação de peça de teatro. A peça é sobre como começou a fabricação de velas na região. Para assistir a peça bastar ligar para (24) 3387 1198, e se informar sobre dia e horário das apresentações e fazer sua reserva. Vale a pena conferir. A Casa das Velas fica próximo ao Hotel Repouso Maringá.
Ô maiada, vancê pulou muito carnaval lá em Curitiba?
Hummmmmmmmmm Pulei foi no mato com o Japa da Federal!
Participem dessa grande brincadeira musical!! Apoio: Copacabana Records, Casa Beatles e Secretaria de Turismo de Resende! Márcia Patrocínio
Centro Cultural Visconde de Mauá
Ponto de Cultura – Ponto de Leitura Doze anos de arte, cultura e educação para todos!
Dr. Maurício Diogo CRO 10689
Especialista em Implantodontia
Implantes: cônico, cone morse Prótese sobre implantes Enxerto ósseo: regeneração óssea guiada Resende Shopping Torre II Tel. 33851474
Sala 602
Vendemos pelo Construcard da CAIXA e pelo CDC do Banco do Brasil
Fevereiro de 2016 - O Ponte Velha -
A “solução final” é a microcefalia cultural Marcos Cotrim
Escultura de Josep Sánchez Carrasco
1- Um juiz carioca proibiu a publicação do livro de Adolf Hitler, Mein Kampf (Minha Luta, 1925), no Estado do Rio, alegando que promove intolerância, enquanto a ONU pressiona para se oficializar o aborto em casos de microcefalia. Não sei qual é a atitude oligofrênica mais obtusa, se a do juiz, que reedita uma prática nazista de censura à história, ou a dos engenheiros sociais da ONU, que manipulam o pânico para instaurar processos de eugenia à la Hitler. Não é difícil perceber que o avesso da ideologia liberal, que prega a tolerância absoluta, é o autoritarismo policial que dita a ordem conveniente para... para quem mesmo? O mito da tolerância absoluta vive da aceitação de que não há verdades, nem valores perenes. Então convencionam-se absolutos legais, camisas-de-força jurídicas, aliás incapazes de conter as paixões, perversões e psicopatias incentivadas em horário nobre e promovidas nas cartilhas escolares do governo. Curiosamente, a argumentação do juiz-censor procura legitimar-se acusando o conteúdo ideológico de Mein Kampf — darwinismo social, xenofobia etc. —, que afrontaria a “dignidade da pessoa humana” (CF, art. 1º, III), a “prevalência dos direitos humanos” (CF, art. 4º, II) e o “repúdio ao terrorismo e ao racismo” (CF, art. 4º, VIII). Comercializar seus exemplares se enquadraria, em tese, na prática, induzimento ou incitação à discriminação ou ao preconceito de raça, cor,
Hoje querem tirar o direito à vida aos POSSÍVEIS portadores de microcefalia com estes argumentos, amanhã serão os com Síndrome de Down, semana que vem só aceitarão os perfeitos, depois só os super-inteligentes, mês que vem fuzilaremos os paraplégicos, os idosos com alzheimer, vamos construir câmaras de gás, vamos selecionar somente os mais fortes e inteligentes, apenas os puros. Gente, esse filme eu já vi, não tem um final feliz. NINGUÉM tem o direito de escolher quem poderá viver ou não. Marcelo Salviano/ Fecebook
etnia, religião ou procedência nacional (Lei 7716/89, art. 20, caput). Ora, se assim é, qualquer novela global ou enlatado norte-americano é uma ameaça aos direitos abstratos amparados na Carta. Por mais preciosos que sejam os princípios, não “valem” por si mesmos, e sim dentro de contextos culturais que devem ser discernidos por quem julga. Até religião pode-se tornar fanatismo, ou a ética pública, acobertar genocídios em nome de burocracias e regimentos internos. Será que teses acadêmicas serão queimadas a despeito do valor histórico de seus temas polêmicos?
2- Após décadas de pregação do mito liberal da tolerância absoluta, a Europa hoje experimenta o fracasso da utopia multiculturalista. Aqui, presenciamos a desconstrução de um incipiente desenvolvimento, arduamente conquistado nos planos político, econômico e educacional, ao aceitar servilmente as receitas do soft-power globalista. O judiciário cooptado prepara seu Index enquanto a OMS e as feministas instrumentalizam o surto do Zika vírus para forçar a legalização do aborto. Junto aos lobbies ambientalista, racialista e dos direitozumano, formam um poderoso cavalo-de-tróia. A manipulação demográfica cassa direitos fundamentais da pessoa. Quem desconhece a importância estratégica da reposição populacional para o Bem comum nacional? Se houvesse, de fato, um projeto macabro de esterilização das periferias, não seria tão
bem articulado como o que vemos, promovendo relações estéreis com meios que vão do aborto, das uniões homoafetivas e da adoção preferencial de animais, ao pedagogismo que engessa a educação. Fertilidade começa na cabeça. Filhos da psicanálise, os promotores dessa cultura erotizada oferecem a leitores, alunos e consumidores de imagens uma doce esterilização. Sistemas de gestão do comportamento e de “conscientização” em escala inédita, uma vez implantados, dispensam guerras de ocupação e mortandades repugnantes. Já somos quase 20% de famílias que optaram por não ter filhos. A “solução final” é pacifista, ambientalmente correta e “do bem”: a formatação de zumbis usuários de parafernália digital e próteses químicas de tarja preta prepara a personalidade normal, supremo critério da intolerância pós-moderna. 3- Genocídio à vista! Cientistas britânicos já podem modificar genes de embriões humanos para pesquisa, menos de um ano depois que os chineses causaram celeuma ao fazer o mesmo. Ora, tais embriões são pessoas com direitos, e sua manipulação para fin$ filantrópico$ é mais um episódio da banalização do mal. Denunciada por Hanna Arendt em “Eichmann em Jerusalém”, a banalização do mal explicaria porque uma personalidade normal como a do carrasco alemão “obedecia ordens superiores” embora contrárias à consciência moral. Seria pelo compromisso burocrático com a “lei”? A microcefalia de Eichmann, um oligofrênico moral programado para seguir as leis, não precisou de mosquito. Mas as “leis” contrárias ao Bem são mesmo leis?
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GAARFA - Grupo de Apoio à Adoção de Resende “Filhos do Amor” O Grupo de Apoio à Adoção de Resende Filhos do Amor é uma associação civil, filantrópica, cultural, assistencial, ecumênica e sem fins lucrativos, que trabalha pelo direito a convivência familiar e comunitária de toda criança e adolescente institucionalizada, a proposta é investir em ações que desenvolvam o fortalecimento de adoções legais, seguras e para sempre, visando a garantia do Direito familiar para todas as crianças e adolescentes, uma quebra de mitos e preconceitos da cultura da adoção em nossa sociedade. O Grupo exerce encontros voluntários desde 2013, aberto a todos os pretendentes, habilitados, pais e voluntários, conforme a Lei 12010/09 – Nova Lei da Adoção. Tem o apoio de Pais, Profissionais Voluntários da Área de Psicologia, Assistência Social, Jurídica, Grupos de Apoio a Adoção do Estado do Rio de Janeiro (GAARJ) e Associação Nacional dos Grupos de Apoio a Adoção (ANGAAD). OBJETIVO – De Maneira familiar apoiar e orientar, através da troca de experiências e de uma postura reflexiva, temas pertinentes a adoção. Em 2016, Encontros todo 3o Sábado do mês, às 16h, no Salão da Igreja N.S. do Rosário, no Centro Histórico de Resende: - 20/02 – Adoção. Vamos Conversar? -19/03 – Adoção e Família. -16/04 – Adoção e Preconceito. -21/05 – Cheguei e Agora? -18/06 – Adoção, Sistema Educacional e Família. -20/08 – Adaptação e Conflitos, Filho Real x Filho Idealizado. -17/09 – Adoções Especiais, Inclusão e suas Dificuldades. -15/10 – Adoção, Eu e o Judiciário. -19/11 – Aspectos Jurídicos da Adoção.
Informações:
(24) 9.9215-6618 www.facebook.com/gaarfa. filhosdoamor Claudio e Carla Mendonça
10 - O Ponte Velha - Fevereiro de 2016
A Mentira com Responsabilidade- XXIX
Revoltado com IPVA do batmóvel, Batman deve se unir a Superman para salvar as contas do estado do Rio de Janeiro
E quem diria, até Batman ficou assustado com o IPVA esse ano, que pagará para poder rodar tranquilamente com sua réplica do batmóvel registrado no estado do Rio de Janeiro, onde costuma passar as férias do inverno americano. O carro do super-herói, avaliado em mais de 10 milhões de dólares, teve a cota do seguro DPVAT aumentada exorbitantemente, e os editores do Ponte pediram para não publicar o valor por considerá-lo um atentado à moral e aos bons costumes. Revoltado, ele está cogitando uma breve trégua com o Superman, com o qual lutará bravamente no filme a ser lançado este ano “Batman vs Superman”, buscando uma solução definitiva para o poço de petróleo sem fundo, quer dizer, para a crise profunda que se estabeleceu na unidade federativa governada pelo Abominável Homem das Neves. Para tanto, nossos super-heróis devem iniciar o trabalho começando de cima, lacrando o Palácio Guanabara com a super-bat-cola, evitando assim gastos desnecessário de luz, água, funcionários e demais despesas não conhecidas que emanam desde o santuário do alto clero estadual. Com o governador e seus súditos trabalhando em casa, espera-se uma economia milionária que poderá (ou poderia) ser repassada aos cofres públicos, visando cobrir o pequeno e imperceptível rombo (com perdão da palavra) ocorrido ao longo do ano passado e de outros anos remotos. A Mulher Maravilha também deverá entrar na jogada, botando moral pra cima do secretariado de Pé Grande e pondo todo mundo para trabalhar de verdade naqueles escritórios empoeirados espalhados pela região metropolitana e fluminense, e ai de quem não trabalhar, vai levar no couro! Por fim, Superman, que demorou 70 anos para entender que a cueca se usa por baixo das calças, trará os médicos plantonistas do ambulatório da Sala de Justiça para dar um reforço na área de saúde do estado. Assim, nossos super-heróis esperam poder chegar às Olimpíadas do Rio curtindo os jogos, despreocupados com o buraco (com perdão da palavra) monetário que se estabeleceu nas contas do Reino do Yeti. Batman declarou ainda, em recente entrevista, que deverá alugar um muquifo qualquer em Curitiba, só para ter um comprovante de residência do estado do Paraná e poder registrar seu batmóvel em um local onde o imposto sobre a propriedade de veículos automotores não seja tão, digamos, vexatório.
Batman, Mulher Maravilha e Superman, descapitalizados com tanto imposto, em seus novos trajes de aventura
Honestômetro é criado por pesquisadores japoneses e sul-coreanos, mas ex-presidentes brasileiros se negam a participar de testes iniciais Pesquisadores da Universidade de Tóquio, em parceria com outros da Universidade de Seul, criaram recentemente uma máquina que pode revolucionar a política mundial: o Honestômetro. Os diretores do projeto, Sotomo Nakama, do Japão, e Chin Dong-Sun Tae Kon Pun Nu Kun, da Coreia do Sul, disseram que o aparelho, ainda em fase de testes, detecta a capacidade do indivíduo em gerir recursos públicos sem querer se aproveitar desses para ganhos pessoais. Recentemente testado em alguns parlamentares finlandeses, que passaram ilesos nos registros, deve vir ao Brasil para avaliações na capital, mas poucos, isto é, muito poucos, ou quase nenhum, ou melhor, nenhum político brasileiro se voluntariou para participar do mico, quer dizer, do teste.
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Krishna Simpson Também foram convidados vários ex-presidentes, mas todos negaram-se peremptoriamente a participar alegando ser coisa de política de dominação estrangeira, nova ordem mundial, iluminatis, entre outras desculpas. Um deles, que em recente declaração disse “não haver alma viva no país mais honesta que ele”, foi além, e disse que a realização dos testes seria mais uma manobra da oposição buscando desmoralizar um governo limpo e sem traços de corrupção, como tem sido provado quase que diariamente para a população do país. Desanimados com tal declaração, Nakama e Pun Nu Kun disseram que retornariam às pesquisas, buscando aprimorar a máquina para a detecção de honestidade em fantasmas, já que em vivas almas isso não seria possível por aqui.
Fevereiro de 2016- O Ponte Velha -
Proseado atencioso ou, dançando o minueto
- Flor roxa na quaresmeira, flor amarelo-ouro no ipê, aparecendo para nós, os mortais, apenas uma vez no ano, é coisa pra dar de cismar, e muito! Pra botar governo e zelo, pra ir rumo aos homens da sabedoria, e perguntar pra eles que moda é esta de enfeitar o campo? Concorda comigo, comadre? - Eu estava justo pensando nisso, compadre, aturdida e maravilhada, enquanto tentava organizar as minhas idiossincrasias. Naquele momento começava a deslumbrar-se um proseado atencioso. Ele falava seguro. - Chuvinha respeitosa esta... Ela não deixou passar a deixa e, entre suspiros, conseguiu falar. - Parece coisa sobrenatural, compadre, essa enfeitação do campo, e depois, a ausência dela. Logo vem sol forte esfatiando o ar, nos invadindo o senso. Dá de assustar! Assustada eu já sou de nascença e, agora então, com essa tal de modernidade em pauta, achatando tudo, embaralhando a gente e, inda por cima, no galope, é que dana-se tudo. Eu sinto essas coisas, compadre, igual cruzes beirando estrada, num pretume, de não se enxergar um palmo à frente, deste caminho torto. Eu preciso de muito esforço pra subir nos estribos desta nova era, deste solo escorregadio. Muito esforço pra conseguir distrair os meus cuidados. Pra não deixar retalhar a luz. - Eu também, comadre, vivo correndo o risco do acaso, com sensações fragmentadas. O pesadelo dos dias atuais, a mudança de valores, carregando os bons princípios e a boa educação. Tem vezes que eu me sinto igual cavalo esperando arreio. Então, eu aumento o timbre do meu pensamento, tentando ficar acima das novas agitações humanas, dadas, trocadas, vendidas – por baixos preços.
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Esta invocação é uma Prece Mundial Expressa verdades essenciais. Não pertence a nenhuma religião, seita ou grupo em especial. Pertence a toda humanidade como forma de ajudar a trazer a Luz Amor e a Boa Vontade para a Terra. Deve ser usada frequentemente de maneira altruísta, atitude dedicada, amor puro e pensamento concentrado.
Frida Kahlo com seus cães. Cidade do México, 1948. Foto de Gisèle Freund
- Bonito, compadre, é o jeito do senhor falar! Parece o padre da igreja do nosso povoado. Ele interpreta e explica o sal da terra, a Santíssima Trindade – o mistério da fé. Até pra síntese poética aquele padre tem fala. - Você acha, comadre, que podemos chamar este nosso canto de mundo, muito verde, florido às vezes, de paraíso? De Éden? E nós, os homens, que do barro formados, ao pó voltaremos? Como se de repente se abrissem os aramados das cercas dos pastos, e se pegasse a estrada mestra – o caminho do divino? - Compadre, este é o nosso paraíso! Nosso Éden! E com esta chuvinha caindo igual benzeção, no telhado da minha casa, enfeitada, arrumadinha no traquejo, com alecrim e amor perfeito, é tudo de bom. - Que alegria, comadre, saber que você pensa deste jeito. Que percebe o langor das lentas melodias, dos sapos, pássaros, cigarras e do silêncio. Cantos macios, sem o buzinar dos carros da cidade. Cantos gregorianos... - Sabe que eu gosto da velhice,
A Grande Invocação Desde o ponto de Luz na Mente de Deus, que aflua Luz às mentes dos homens. Que a Luz desça à Terra.
compadre? Ela é de andadura lenta, arredondando as coisas, e que as coisas vão ficando harmônicas. Eu falo, com prazer, de quantos são os meus Desde o ponto de Amor no Coração de Deus, vividos anos. E que venho cozinhan- que aflua Amor aos corações dos homens. do cuidadosamente os meus dias Que aquele que vem volte à Terra. finais, em água morna e perfumada. - Eu aprecio você, comadre, de Desde o Centro, onde a Vontade de Deus cara lavada, cabelos ao vento, e de pés no chão. Você escrevendo cané conhecida, que o propósito guie tando. E eu, sem querer, chamando-a as pequenas vontades dos homens. de você. Posso? O propósito que os Mestres conhecem - Pode, compadre. O mesmo vou e a que servem. fazer com você. Sabe o que me falta? Me falta é rir mais. Eu gostaria era Desde o centro a que chamamos de rir infindavelmente! Zanzar na sombra da mata, do mato – como raça humana, que se cumpra legítima capiau que sou. o plano de Amor e Luz. - Vou ajudar você a rir, comadre, E que se feche a porta onde mora o mal. concede-me esta graça? E enquanto barro, conceda-me esta dança? DanQue a Luz, o Amor e o Poder cemos o minueto! Uma dança grave, restabeleçam o Plano Divino na Terra. composta de evoluções e reverências. Elegante e simples. E nós trajados nos conformes, deslizando pelos Unidade de Serviço para Educação Integral salões da Corte... Av. Nova Resende, 320 – sala 204 - Ô compadre, que moda é esta CEP: 27542-130 – Resende RJ – Brasil que nós demos de inventar, pra enTels(0xx24) 3351 1850 / 3354 6065 feitar o campo? Martha Carvalho Rocha
Posto Avenida Bob`s CREDIBILIDADE
Seu carro agradece e seu paladar também
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Juro que eu, toda vez que sento para escrever minha coluna, eu penso como posso ser divertido, afinal, essa é minha linha, de usar o humor como ferramenta de transformação da vida das pessoas. Mas meus poucos, mas fiéis leitores devem ter notado que as últimas colunas foram meio amargas, falando em fim do mundo, no mal caratismo dos ser humano... Eu queria estar falando de carnaval, da vitória da , do Botafogo, do calor, podia estar roubando, podia estar matando, fazendo malabarismo no sinal, mas não está dando. Andar pelas ruas de Resende – Campos Elíseos, Centro, Manejo – e ver lojas fechadas, com o aluga-se, ou ainda abertas, respirando por aparelhos, e a faixa passo o ponto, é triste, muito triste. Lojas antigas, como a de moda jovem na esquina da Alfredo Whately com Nicolau Riso, a Vidroex, a Microlins, sapatarias, lojas de moda na Nicolau, a de Shampoo no Centro empresarial, a livraria do Resende Shopping, Revistaria Agulhas Negras... Em 2009 eu tinha uma coluna no Jornal Folha Fluminense, que deu origem ao nome Fala Zé Leon, e eu falava da política econômica de incentivo ao crédito do governo Lula, e mesmo não sendo econo-
Fala, Zé Leon: Passo o ponto
Joel Pereira
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mista eu falava que aquilo ia dar merda, porque ia chegar uma hora em que a nova classe média ia chegar ao seu limite de endividamento. Que a política de incentivo à compra de automóveis em até 5 anos, com juros baixos, ia provocar o que se chama antecipação de demanda. Os preços controlados, as tarifas de energia elétrica falsamente baratas e pronto: a receita completa para uma recessão que, passado o estelionato eleitoral, fez o Brasil caminhar para uma depressão. Mas não que se resolva com rivotril. Aí virão os mais apaixonados defender o Lula: mas tiramos 20 milhões da pobreza. Perfeito. Com essa política econômica, vão enfiar agora 40 milhões. Quanto ao Costelão do Zé, passo o ponto. *****************************
Festa na Praça Oliveira Botelho - anos 1950
Além do noticiário econômico, outra notícia lida no jornal me deprimiu: Num hospital em São Paulo, especializado em microcefalia, 70% dos pacientes são crianças e adolescentes abandonados pelos pais, algumas no nascimento. Não culpo essas mães, a maioria muito pobres, mas não deixa de ser cruel aos nossos corações. E com a explosão de casos de microcefalia, como será o destino dessas crianças que estão nascendo? E agora não é mais a microcefalia que preocupa, tem a tal da Síndrome de Guillain-Barré que atinge pessoas de todas as idades. Ainda está se pesquisando se o zika vírus também atinge pessoas que tem doenças autoimunes, como o lúpus, enfraquecendo o sistema imunológico do doente. Meu Deus, é o apocalipse mesmo. Minha coluna de janeiro está virando o arauto da destruição. É... feliz era o Cartola, que pegava a Zika e não ficava nem gripado.