O Ponte Velha | Dezembro de 2014

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RESENDE e ITATIAIA - DEZEMBRO DE 2014 Nº 224 . ANO 20 - JORNAL MENSAL Distribuição gratuita

contato@pontevelha.com www.pontevelha.com Esta edição vem com o encarte da Revista

Um jornal para se ler na sombra

Sesmaria

Extra, extra! Beleza é o desnecessário

Foto divulgação: Release Ketchum/Jaguar Land Rover

Não é por me gavar Não serei mais um pobre diabo que sofre de nobrezas. mas eu não tenho esplendor. Só as coisas rasteiras me celestam. Sou referente pra ferrugem Eu tenho cacoete pra vadio. mais do que referente pra fulgor. As violetas me imensam. Trabalho arduamente para fazer o que é desnecessário. (Manoel de Barros, 1916-2014 ) O que presta não tem confirmação, o que não presta, tem.

É preciso casar João, é preciso suportar Antônio, é preciso odiar Melquíades, é preciso substituir nós todos. É preciso salvar o país, é preciso crer em Deus, é preciso pagar as dívidas, é preciso comprar um rádio, é preciso esquecer fulana.

É preciso estudar volapuque, é preciso estar sempre bêbedo, é preciso ler Baudelaire, é preciso colher as flores de que rezam velhos autores. É preciso viver com os homens, é preciso não assassiná-los, é preciso ter mãos pálidas e anunciar o FIM DO MUNDO.

Carlos Drummond de Andrade (1902-1987), “Poema da necessidade” in Sentimento do Mundo, 1940


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POLITICÁLYA

PT. Deste modo, Meohas não teve escolha, nem dúvida: apoiou o Noel de Oliveira –– este já então curado de sua breve paixão carvalhista –– que o levara, no pleito anterior, a fazer uma vibrante declaração de apoio ao Silvio de Carvalho. Dançaram o Eduardo e o Noel de Oliveira, pois o Silvinho foi o grande vitorioso, como segue:

Foto de Alan Pinto

1. PENSAMENTO DO MÊS - Há tantos burros mandando em homens de inteligência, que, às vezes, fico pensando que a burrice é uma ciência (Ruy Barbosa).

2. DEDICATÓRIA - Dedicamos a coluna deste mês a José Fernando Stelzer (foto acima), um idealista, fundador do PT em Resende, em 1981, quando o PT, em nível nacional, era esperança de mudança. 3) TRÊS CAMINHOS PARA RECHUAN - Está aberta a temporada de caça ao mandato. Não confundir com cassar o mandato, que é assunto para os Tribunais. Estamos falando de vontade de adquirir, não de interromper. Se o Rechuan não inventar um quarto caminho, certamente adotará um dos três aqui ilustrados com conhecidos exemplos: dois bem sucedidos e um mal sucedido. 3.1) À MODA DO NOEL DE CARVALHO, EM 1990, COM VITÓRIA DO AUGUSTO LEIVAS:

O Rechuan poderá fazer como o Noel de Carvalho fez, no meio de seu segundo mandato de Prefeito, em 1990, ao indicar o Augusto Leivas (foto) para ser pré-candidato à sua sucessão. Augusto era o Vice-Prefeito, com reconhecida competência. Resolvia todos os problemas da Administração, deixando o Noel livre para fazer política e buscar novos recursos para a cidade. Então, o Noel escolheu o Augusto para sucedê-lo. Ao decidir isto, enfrentou logo sua base aliada, deixando sua escolha bem clara. Oscar Sampaio foi o vice do Augusto. O resultado final da eleição foi o seguinte:

Cabo Euclides & Professor Silva

Como se observa, o Augusto deu um pau no Oliveira e no Mehoas. Isto despertou a ira do Eduardo Mehoas, cuja máquina de propaganda se dedicou, nos quatro anos seguintes, a desconstruir a imagem do Augusto Leivas, que já começou com uma oposição de 60% dos eleitores, conforme já demonstrado. Foi assim que um dos melhores prefeitos que a cidade já teve passou para a história (assim mesmo com agá minúsculo) como um dos piores, segundo demonstrou sua inexpressiva votação em 2004, quando teve apenas 926 votos, como candidato a Prefeito. A História (com agá maiúsculo), porém, já vem processando um resgate da imagem do Augusto Leivas. Por exemplo, no Jantar do Destaque Empresarial, promovido pela Associação Comercial, em 2013, o Prefeito Rechuan saudou o Augusto Leivas, presente ao evento, como um dos precursores do progresso de Resende. Várias outras manifestações positivas têm colaborado para resgatar a imagem do Governo Leivas, colocando-o em seu merecido lugar. Voltando ao assunto principal, o Rechuan poderá escolher logo um candidato e dizer para todo mundo quem é. Por exemplo: –– Meu candidato tem cara e nome de cantor de bolero: é o Renatito Morales! Ao proceder assim, porém, causará algum desconforto em sua base aliada. Certamente, alguns companheiros irão espernear e chorar muito. Afinal, o choro é livre. Resta saber se o candidato do Rechuan, assim escolhido, será vitorioso como foi o Augusto Leivas, em 1992. 3.2) À MODA DO EDUARDO MEHOAS, EM 2002, COM VITÓRIA DO SILVINHO: Eduardo Meohas venceu a eleição de Prefeito no final de 1996, mandato de 1997 a 2000. E foi reeleito para o mandato de 2001 a 2004. Com índice de aprovação altíssimo, Eduardo chegou ao meio de seu segundo mandato (final de 2002) com amplas condições para fazer o seu sucessor. Os mais próximos sabiam que queria lançar a Dra. Ana Schneider, enfermeira de excelentes conceitos pessoal e profissional, mas ele ficou enrolando. Isto criou um foco de resistência à Dra. Ana dentro da base política do governo e implodiu a sua candidatura. Foi a melhor candidata sem nunca ter sido! Quando o Mehoas viu que seu plano fez água, tirou, do bolso do colete, a candidatura da Secretária Sandra Ferreira Cotrim (filha do saudoso Antenor Ferreira, amigo do Professor Silva), mas aí já era tarde. Sem contar que parte do PSB queria que o Engenheiro Miguelzinho Dias fosse o candidato. Tri-Secretário (Indústria e Comércio; Agricultura e Pecuária; Obras) do governo Meohas, currículo não faltava ao Miguel. Alguns figurões do partido não abraçaram a candidatura do Miguel, além do que a maior parte da base aliada já tinha embarcado na candidatura do Noel de Oliveira, pelo PDT. Tentando reparar seu erro, Eduardo acompanhou sua base aliada no apoio ao Oliveira. Afinal, Eduardo tinha sido o formulador da tese ”todos contra os Carvalhos” e sabia, de cor e salteado, que rachar a oposição era dar a vitória para os carvalhistas, como já ocorrera na eleição de 1992. E, naquela altura do campeonato, Eduardo já tinha perdido um de seus melhores aliados, o competente Sociólogo e Professor João Alberto Stagi, que saiu da base aliada do governo, para uma candidatura pelo

Assim, o Eduardo Meohas, um dos políticos mais espertos que já passaram por Resende, entregou –– de bandeja –– a Prefeitura para seus rivais políticos. Pagou o preço de querer ser enigmático e quase causou infartos no Bebê Johnson e no Banana Nanica, que ainda tentaram salvar o Noel de Oliveira, com uma bela campanha do “♪ tem uma onda ♪ se espalhando pela cidade, ♫ vai dar Noel ♫; vai Dar Noel ♫”. Deu Silvio de Carvalho! Este é um modelo que o Rechuan poderá seguir. Pode, por exemplo deixar que todos saibam que sua preferência é o Zerotrês, mas não assumir a candidatura, de fato. Neste caso, sua base aliada poderá se rebelar e apoiar uma candidata socialista ou um candidato democrata-trabalhista. Isto levaria, fatalmente, ao surgimento de outras candidaturas, como a de um jovem e carismático médico. 3.3) À MODA DO JORGE SERFIOTIS, EM 2010, COM VITÓRIA DA CIDA: Dentre os aliados postulantes à sua sucessão, Jorge Serfiotis selecionou, em 2010, cinco: Cida (sua vice); Val ( Secretário de Obras); Zé Roberto (Vereador); Sérgio Hotz (Vereador) e Valéria (Secretária de Ação Social). Autorizou que começassem a divulgar que seriam candidatos a candidatos. Um ano antes da eleição, seria feita uma sondagem. Quem estivesse em primeiro lugar seria o pré-candidato a Prefeito. O vice seria escolhido entre os outros quatro. A nosso ver, foi a forma mais inteligente de escolha de um candidato a sucessão. Foi assim que o Serfiotis emplacou a Cida e o Zé Roberto. Cida obteve 6.015 (48,40% dos votos válidos) e sua principal concorrente, Silvia Bernardelli, obteve 5.446 votos (43,82% dos votos válidos) Ao que tudo indica, Rechuan tende a copiar este modelo. Segundo nossos informantes, já existem oito candidatos a candidatos: o Zerotrês, um veterinário forte, um engenheiro barbudo, um médico jovem, um médico veterano, uma socialista, um jovem contador e um vereador veterano. 4) PREVISÕES PARA 2014-2015-2016

Em dezembro de 2013, o Ponte Velha pediu ao Nhô Encosto, famoso vidente de Arimateia/MG, que fizesse umas previsões para Resende. Encosto convidou dois companheiros: Pai Renatus Giuseppe, de Barra Brava/RJ e Vovô Claude Landrace, de Silveiras/SP. Passaram um final de semana, no Penedo, reunidos com Professor Silva e Cabo Euclides. Vamos conferir as previsões para 2014 e aguardar as demais: 1) O próximo Prefeito de Resende deverá ser, de novo, um médico; 2) Em 2014, o Vasco deverá ser vice-campeão da Segundona e retornará para a série A, em 2015 (aconteceu em parte!) 3) No dia 1º de abril de 2014, um importante partido da base aliada do Rechuan entregará todos os cargos no governo, e manterá candidatura própria a Deputado Estadual (aconteceu; dia 1/4/14, um partido da base do governo entregou os cargos e manteve sua candidata a deputada estadual); 4) Resende deverá ter, pela primeira vez, uma Vice-Prefeita; 5) Um candidato e uma candidata de Resende deverão ser eleitos Deputados Estaduais; (aconteceu em parte; o Dr. Julianelli foi eleito e a Dra. Ana Paula poderá assumir); 6) A Passarela do Tom será inaugurada antes do Carnaval (aconteceu; meses depois, o professor Silva teve a honra de atravessar a passarela ao lado do governador Pezão); 7) Um importante político de Resende deverá ser condenado em uma ação de improbidade administrativa, e ficará inelegível (aconteceu, o Tribunal Regional federal confirmou a sentença condenatória do Dr. Eduardo Meohas, no processo 0000717“Trabalho arduamente para 04.2009.4.02.5109. fazer o que é desnecessário” 8) O Camerlengo poderá deixar a área de Fazenda e assumir uma Super-Secretaria de Governo, controlando todas as demais, a fim de manter, rigorosamente, todas as contas Manoel de Barros dentro dos limites da LRF; 9) O substituto do Camerlengo deverá Bombas - Fechaduras - Motores ser escolhido entre os atuais Secretários Ferragens e Ferramentas com peso superior a 100 kg; 10) Um conceituado médico, ex-Vereador Utensílios Domésticos em Resende, deverá assumir um importante cargo no Governo.

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ERRATA- A data da foto que retrata as obras da represa do Funil na edição passada (1964), é na verdade 1961.


“Taca-le pau nesse carrinho, Marcos!” Bombou no Youtube, recentemente, o vídeo em que um molequinho do interior de Santa Catarina incentiva um primo um pouco mais velho, o Marcos, a descer a toda, num precário carrinho, a ladeira da casa da avó. O “le” ao invés do “lhe” - responsável por boa parte da graça no entusiasmo do garoto – se deve à forte influência castelhana na região, e o entusiasmo, propriamente, tem toda a riqueza da explosão infantil, para o bem e para o mal. Para o bem porque a criança está inteira; para o mal porque a criança desconsidera riscos. Há apenas a vontade imediata do récorde, coisa que continua nos acompanhando pela vida adulta. O Homem é vontade de poder, disse o Nietzsche, o mesmo que afirmou ser a consciência a última obra da natureza e, portanto, ainda muito inacabada. Seríamos todos esboços de obras-primas, a espera de que o tempo (Deus) nos dê as pinceladas de maturidade para que regulemos a potência e possamos amar aos outros e ao Planeta mais para o Tantra do que para a ejaculação precoce do imediatismo; para que possamos estar inteiros e ao mesmo tempo responsáveis, sábios e bonitos. Porque o imediatismo é feio, implica sempre num crescimento que é inchamento, que se autojustifica, que resulta em coisas como as barrigas dos obesos da cultura norte-americana que nos dominou, ou as centenas de quilômetros de engarrafamentos de veículos nas megacidades, tudo veias entupidas. Enquanto não formos diamantes multifacetados pelo tempo, somos pedras de uma só face, homens unidimensionais, sem visão do todo, fixados, hoje, no petróleo, ontem, no café. Fixados no pênis, diz o Freud. Narra o geógrafo Alberto Ribeiro Lamego em seu belo livro “O Homem e a Serra” (publicação do IBGE de 1963): “Na serra, a ofensiva do café foi repentina e acelerada (…) As mais preciosas madeiras de lei incineravam-se em queimadas formidáveis que tudo

Dezembro de 2014 - O Ponte Velha - 3 Gustavo Praça

da pelo Estado (coisa impossível), mas orgânica – que já vigorou com mais força por aqui na época do leite e que paira numa instância indefinida, por toda parte, porque é da nossa natureza a busca por uma floresta rica de cipós humanos que se entrelaçam e se complementam. Diz o Lamego sobre o vale do Paraíba: “ Em sua bacia gnáissica abundantemente irrigada, sobre um atropelo de morrarias, alastrou-se a floresta. Desse fatalismo telúrico é que surgiu a selva entre os Campos Gerais e o litoral(...) O sol dos trópicos como que fecunda cada grão de terra, cada palmo de casca, cada <http://www.youtube.com/watch?v=GZlOyfAYiKo>, em 10/12/2014 interstício de rocha. A flora sobe cerradamente, intepenetrando-se, empurranconsumiam. Jamais o mundo vira um Costuma-se dizer que o “se” não existe, do num desnorteante paroxismo vital. É desperdício tão completo de uma flomas sem o “se” não se pode pensar; a selva”. Nossa consciência, obra prima ra valiosa devorada em turbilhões de seguiríamos sempre em linha reta, sem inacabada, é uma bacia gnáissica, e o sol fumo e chamas. Numa destruição total, a consciência do Planeta como ser vivo. e a água estão aí, só que um pouco eno homem a dissipava no delírio de esHoje queremos a regeneração da floresta cobertos. tender seus cafezais. As filas de negros e o estudo minucioso de sua riqueza. de machado em punho iam recuando Amanhã poderemos lamentar todo o PS1: Este texto de hoje vai dedicado ao a floresta para as grimpas inacessíveis, petróleo que arrancamos do subsolo e grande Badô (Salvador Ritter), como forma de para as cristas pedregosas e inaproveido fundo do mar, por causa da atmosabraçar toda a grande e linda família e amigos táveis. (…) O verdadeiro espontar de fera e também da possível instabilidade dele. Que o sorriso amigo do Badô nos acompauma nova mentalidade fluminense com da crosta terrestre. Por que o petróleo nhe. o café só iria globalmente dar-se, com não faria falta ali onde uma eternidade PS2: Parabéns aos 10 anos da Casa de Irea quase exclusividade da sua cultura, de tempo o colocou? Um pouco talvez ne, uma das melhores pizzas de Penedo. Massa no vale montanhoso do médio Paraíba, pudesse ser retirado. Mas não. A gente caseira e trabalho familiar, dirigido pelo Alessanonde raros eram os engenhos assediados arranca tudo, assim como queimamos a dro, que aprendeu no Costa e manteve o nível em por contínuas fileiras cerradas de mifloresta toda. seu próprio negócio. E a entrega é rapidinha. lhões de cafeeiros. (...)Somente ali é que Especulo sobre essas coisas o homem típico da montanha fluminenao ver o cartaz do lançamento se poderia surgir com a sua psicologia da pedra fundamental da Land VENDO linda casa no Alto Penedo renovada de atributos, mais ousado em Rover em Itatiaia, com o carro suas ambições, menos apreensivo em colocado sobre o morro do forsuas especulações na ofensiva obstinada te do Leme, dominando todo o contra o meio. Dir-se-ia encarnar nele o Rio de Janeiro, o Cristo Redenespírito dominador das altitudes. O ilitor lá no fundo pensando “Pai, mitado poder de quem nos altos ronda o por que nos abandonaste?” A olhar sobre as planícies e emana de seu imagem lembra a frase do Lameíntimo um senso de domínio.” go aí acima a respeito do tempo É certo que dessa riqueza cafedo café: “o ilimitado poder de eira do século XIX resultou uma aristoquem nos altos ronda o olhar cracia, um baronato cujos filhos educasobre as planícies”. ram-se na Europa, etc. Qualquer moviNo mais, aos homens unidi2 mento gera consequências que sempre mensionais resta a obssessão por Com 2.000 m de área de terreno, com dois braços de rio.Três quartos e mais duas suíhão de ter algum aspecto positivo. Mas, dinheiro, a perda de uma relação tes com entrada independente. e o que os índios sabiam sobre essa mais rica e comprometida com floresta devastada? O que foi perdido? seu semelhante – não comanda- Tel: 99301 5687 - gustavopraca.com.br/talitha


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ITATIAIA em PAUTA

Música nas escolas comemora êxito

Jaguar Land Rover movimenta a cidade e região Empresa anuncia planos para abrir seu primeiro Centro Educacional na América Latina

Apresentação do Coral em Penedo, 1999

O Projeto Música nas Escolas foi implantado na Rede Municipal de Ensino de Itatiaia em 1999 com o objetivo de criar Bandas e Corais nas unidades de Ensino de Itatiaia. Nesses 15 anos o Projeto passou por 3 administrações diferentes: Prefeito Almir Dumay, Prefeito Jair Alexandre Gonçalves e Prefeito Luiz Carlos Ferreira Bastos. Nesse período foi se desenvolvendo e se adequando as propostas pedagógicas das Administrações vigentes onde os objetos desse projeto foram, de acordo com os investimentos de cada Administração se destacando. Um desse objetos foi a BAMUTI – Banda Municipal de Tambores de Itatiaia, que era formada por alunos da rede municipal de ensino, que chegou a ser Campeã Estadual e Bi-Campeã Nacional em sua Categoria e a conquistar diversos títulos em Concursos realizados pela FFABERJ e CNBF, se tornando uma das corporações mais respeitadas do Estado. A BAMUTI foi desativada em 2009. Atualmente, o Projeto “Música nas Escolas” continua coordenado pelo Maestro Jorge Botelho e tem como colaboradores a professora Maristela De Souza Feliciano Feliciano e o professor Haroldo de Castro Souza. Este ano como proposta para se adequar a nova Lei do ensino da música nas escolas, além do Coral Infantil, que sobreviveu aos governos, foi implantada a oficina de “Educação Musical” que compreende aulas de alfabetização musical e prática instrumental com a Flauta doce. (Com Jorge Botelho)

Rei das Trutas (Direção Irineu N. Coelho)

Desde 1985

Tendo por base o bem-sucedido programa de educação que a empresa mantém no Reino Unido, o novo Centro da Jaguar Land Rover proporcionará aos participantes uma ampla gama de atividades em sala de aula, com o objetivo de ajudar crianças em idade escolar da região a desenvolver habilidades e conscientização em relação à vida profissional, além de inspirá-los a seguir carreiras na Jaguar Land Rover futuramente. “A confirmação do primeiro Centro Educacional da Jaguar Land Rover na América Latina demonstra nosso compromisso no auxílio ao desenvolvimento das habilidades necessárias para uma geração de futuros trabalhadores, de forma a criar uma indústria sustentável de construção de veículos premium no Brasil”, complementa o CEO Global da empresa, Ralf Speth . O Secretario de Ciência e Tecnologia, Tande Viera, revelou que está sendo criado um projeto para instalação de um Centro Vocacional Tecnológico (CVT) em Itatiaia que deve ser inaugurado em 2015. “Estamos analisando quais serão os cursos oferecidos, não só para atender a demanda da Land Rover, mas as outras indústrias que estão na região. Nosso desejo é que a unidade também atenda o setor turístico da região. Sendo assim, a CVT terá essas duas vocações: uma área mecânica, para atender o setor automotivo, e outra voltada para o setor turístico”, explicou.

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Jornalista responsável: Gustavo Praça de Carvalho Reg. 12 . 923 Arte gráfica: Afonso Praça Edição: Marcos Cotrim 21-8833. 2248 24- 9301 . 5687 contato@pontevelha.com www.pontevelha.com

Rua Alfredo Whately 151 . Campos Elíseos Resende Tel.: (24) 3354.5111/22.42

Rafael Procaci Cirurgião-Dentista CRO/RJ 20333 Especialista em Ortodontia e Ortopedia Facial Clínica Santo Inácio - Rua Eng. Jacinto l. Filho 140, Bairro Barbosa Lima - Resende, RJ Tel: (24) 3355.8383 - 999484899

“Trabalho arduamente para fazer o que é desnecessário” Manoel de Barros

Governador do Estado do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, Prefeito do Municipio de Itatiaia, Luis Carlos Ypê, Sr. Wolfgang Stadler, Diretor Global de Manufatura, Dr. Ralf Speth, CEO Global da Jaguar Land Rover e Sr. Terry Hill, CEO da Jaguar Land Rover para América Latina e Caribe (Com Maurício Mochon)

Com a presença de diversas autoridades empresarias e politicas, foi realizado na manhã de terça-feira, 2/12, a cerimônia que marcou o início da construção da sede da empresa Jaguar Lande Rover no Brasil. Ao todo serão R$ 750 milhões investidos. A unidade industrial de 60 mil metros quadrados deve gerar cerca de 400 empregos diretos e terá capacidade para produzir até 24 mil veículos ao ano. A inauguração da empresa está prevista para janeiro de 2016. Para incentivar a instalação da montadora no Rio, o Governo do Estado enviou à Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), no ano passado, um projeto de lei que possibilitou a cessão do terreno da fábrica e o deferimento do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços). O deputado estadual, Edson Albertassi, declarou o momento como uma nova era para o estado. “Estamos transformando o estado em um novo polo econômico. Isso representa um governo atuante e responsável. Pra gente aqui da região é um luxo ter uma marca mundial como a Jaguar Land Rover”. Para o CEO Global da Jaguar Land Rover, Ralf Speth, “nossa fábrica brasileira é uma importante vertente de sustentabilidade em um longo prazo. O início da construção no dia de hoje é um marco significativo e representa mais um passo adiante nos nossos planos de sermos cada vez mais uma fabricante global”. Para o Governador do Estado, Luiz Fernando Pezão, presente na cerimônia, “a Jaguar Land Rover abre caminho para consolidar o Rio de Janeiro como o segundo mais importante polo automotivo do país. É uma conquista histórica para nosso estado. O Rio de Janeiro oferece à Jaguar Land Rover as condições perfeitas para sua instalação no Brasil, já que temos um polo automotivo na região Sul Fluminense que concentra mão de obra qualificada e importantes fornecedores. Além da construção de sua fábrica, o Rio de Janeiro vai ter o privilégio de receber o primeiro Centro Educacional da Jaguar Land Rover na América Latina. É um privilégio receber esse grande grupo, com previsão de investimentos de R$ 750 milhões e a certeza de resultados extraordinários”. Segundo o prefeito de Itatiaia, Luis Carlos Ypê, está é uma oportunidade para toda a região. “Este momento é histórico. Não só para toda a cidade mas como também para a região. Estamos criando e oferecendo desenvolvimento econômico para todos”, disse. Secretario de Desenvolvimento Econômico de Itatiaia, Denílson Sampaio revelou um dos atrativos para a vinda da empresa britânica. Trata-se do Programa de Desenvolvimento Econômico do Município de Itatiaia (Prodemi) criado em 2009 e que oferece subsídios para a instalação de empresas na cidade. “Dependendo da empresa, a redução do IPTU pode chegar a 95%. Além disso, há um leasing imobiliário de locação que tem como base o valor adicionado pela empresa e o incremento do ICMS. Com isso, a prefeitura observa o que a empresa adicionou ao município e pode devolver para ela até 75% a título de custear sua instalação aqui”, declarou o secretário. Representando a Câmara de Vereadores de Itatiaia, seu presidente, Eduardo Guedes da Silva, o Dudu, falou sobre a parceria da Casa com os demais órgãos envolvidos na vinda da Land Rover. “Todos os projetos com objetivo de atuar no desenvolvimento da cidade foram aprovados em regime de urgência pela Câmara. No casa da empresa britânica, todos os vereadores aprovaram, demostrando assim que a Câmara também atua no progresso do município de Itatiaia”, declarou. Em Itatiaia haverá um posto de cadastramento de currículos localizado na Avenida dos Expedicionários, esquina Raul Cotrim, próximo à Câmara de Vereadores. Quanto à fabricação dos automóveis, o novo Discovery Sport foi confirmado como um dos veículos que a Jaguar Land Rover planeja construir no Brasil, com previsão de sair da linha de montagem em Itatiaia em 2016. Com Ketchum Estratégia/Marlene ModestoAssessoria de Comunicação da Câmara de Itatiaia


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Permacultura nas terras de Maria Benedita

Cuidando da Mantiqueira

A Fazenda da Serra já foi parte da Fazenda Ribeirão Bonito, que formava um contínuo com a Fazenda Penedo, ambas do Capitão Joaquim José Martins, marido de Maria Benedita Gonçalves Martins, rainha do café de Resende. Nesta, que era uma entre tantas fazendas, Maria Benedita mantinha uma orquestra de escravos famosa. Até hoje, suas ruínas, ao pé dos Três Picos, impressionam. Com o fim do ciclo econômico, as terras foram vendidas ao Banco do Estado, e adquiridas em hasta pública, em 1898, por Eduardo Cotrim. Em 1942, seu filho, Roberto Cotrim transformou o local no Hotel Fazenda da Serra (foto à direita). Situando-se perante novos desafios, a propriedade hoje de Ester Ligneul Cotrim, prepara-se para nova transformação. Deve abrigar uma escola de permacultura. Sobre esta fase, Ester nos deu a entrevista que segue.

Alvaro Braga, Ricardo Kohn, Marcus Sampaio e Lino de Sá Pereira

No dia 29 de novembro último, o Intituto Campo Bello abrigou em seu Centro Cultural Estalagem, em Itatiaia, um episódio da série CINEMA & ÓCIO, iniciativa do professor Eduardo Barros, do CIEP Ezequiel Freire, e morador de Visconde de Mauá. Um grupo significativo de pessoas engajadas no processo de tombamento da Mantiqueira reuniu-se para assistir ao vídeo “Caminhos da Mantiqueira” (de Galileu Garcia). O evento motivou encontro entre os criadores da Fundação Mantiqueira (foto acima) e historiadores do Vale do Paraíba, fortalecendo a rede de conhecimentos que integra o Vale à Montanha.

ACIDHIS promove memória de Itatiaia A Academia Itatiaiense de História (ACIDHIS) pôs em marcha, desde setembro do corrente ano, o projeto “Itatiaia: a Memória de TODOS nós”, realizando entrevistas com moradores do lugar. Alguns dos entrevistados foram: Airi Anelli Turunen, da Colônia Finlandesa de Penedo, Haroldo Nunes, prócer emancipacionista e Leonor Zikan. O grupo, presidido pela professaroa Eliane Barros, está no momento engajado na salvação do prédio Chácara Pequenina, na Rua São José, bem tombado que precisa de urgente reforma, e que foi adquirido por Alda Bernardes para sediar um museu do café.

PV- O que é permacultura? É um termo que nasceu na década de 70 com os australianos Bill Mollison e David Holmgren, seu nome “Permacultura” quer dizer “cultura permanente” e em essência isso consiste em desenvolver um ambiente onde as necessidades humanas sejam supridas de acordo com as características de cada lugar, buscando a sustentabilidade através de padrões encontrados naturalmente no ambiente. É uma ciência relativamente nova e está em processo de construção, ela vem reunindo conhecimentos tradicionais de povos que ainda preservam o contato harmônico com a Mãe Natureza e os conhecimentos da ciência moderna, buscando unir esses conhecimentos para ter uma maior eficiência e uma melhor relação entre o homem e a Natureza . A Permacultura está baseada em três princípios éticos; todos eles buscam garantir que os recursos energéticos indispensáveis para o ser humano sejam abundantes para as gerações futuras: o cuidado com a terra, o cuidado com as pessoas e a partilha justa dos excedentes. PV- E a ideia de uma escola? A ideia de uma escola surgiu do despertar da consciência de que

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estamos em um lugar privilegiado, rico em recursos naturais, onde podemos compartilhar as inúmeras possibilidades de cuidados com a terra, com a água, com o alimento, com a saúde, a preservação da Natureza Mãe, e da visão e busca pela melhora nos padrões de vida que encontramos e vivemos hoje. Uma escola é um lugar onde as pessoas possam ir e desenvolver sua potencialidade criativa máxima e aprender técnicas e tecnologias que vão maximizar a harmonia e a relação do homem com todos os seres e o seu habitat natural. PV- Há outras no Brasil? Sim, há muitas outras iniciativas similares pelo Brasil e pelo mundo; um movimento que iniciou na Austrália com essa nomenclatura e hoje crescem sementinhas por todos os lugares da nossa Mãe! Exemplo: PINDORAMA, TIBÁ, IPEP, IPEC. PV- Qual é a agenda 2015? Nossa agenda de 2015 será montada no nosso primeiro PDC (Curso em Design de Permacultura) que será realizado entre os dias 8 e 17 de janeiro, com João Ro-

ckette, quando definiremos todo o planejamento da Escola, levando em conta as características da região. Uma oportunidade maravilhosa para estarmos vivenciando técnicas de preservação aproveitando o que temos perto de nós! PV- Que características tem a Fazenda da Serra para sediar a escola? A Fazenda da Serra é um lugar de natureza abundante, onde podemos estar praticando e vivenciando todas as atividades pertinentes a Permacultura, localizada no eixo principal do nosso país, podendo despertar ainda mais o nosso sonho de construirmos um mundo mais justo para todos. PV- O projeto é sustentável? A escola pretende estar incluindo a comunidade local nas atividades propostas e também no entendimento das importâncias dessas mesmas atividades; as interfaces serão consequência desta conscientização em trabalhos contínuos que pretendemos desenvolver ao longo dos anos.

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Resende campeão

Na ponte que partiu

Em um 30 de novembro nublado, em que chegou a chover, o céu se abriu para o sol no mais espetacular dos finais que a Copa Rio poderia ter. Com um gol de cabeça do goleiro Arthur, aos 50 minutos do segundo tempo, o Resende devolveu o placar do duelo de ida e levou a decisão contra o Madureira para os pênaltis, no último lance do jogo no Estádio do Trabalhador.

Foto de Fabrício Salvador

E como o destino já havia entregado, o herói da tarde pegou um e viu dois pênaltis serem isolados, enquanto seus coadjuvantes não perderam nenhum: 3 a 1. Resende campeão, escrevendo pela primeira vez o nome do clube na história da Copa Rio. O título salva um ano que não vinha tendo motivos para comemorar. Acostumado em beliscar semifinais de Campeonato Carioca, em 2014 a equipe lutou até a última rodada contra o rebaixamento. Fecha a temporada levantando troféu, algo que não acontecia desde o título da segunda divisão do estadual, em 2007. De quebra, poderá escolher entre participar da Copa do Brasil 2015 ou a Série D do Brasileiro. O TIME- Arthur; Cássio, Admilton, Lucas Maia e Uallace; Capone (Iuri Pimentel), Léo Silva e Marcel; Felipe Linhares, Geovane Maranhão e Willian Vitorino. Técnico: Edson Souza. Com Vinícius Lima/G1

História

O Team do Rezende em 1909

A atual sede social do Resende possui um campo com dimensões oficiais e está localizada no Centro da cidade. Seu estádio começou a ser erguido no ano de 1916, durante os festejos da visita de Santos Dumont, o “Pai da Aviação”, à cidade. Em 2006, o Resende começou sua subida meteórica, estreando no Campeonato Fluminense da Terceira Divisão. Já em 2007, após uma vitoriosa campanha, o Resende Futebol Clube venceu a segunda divisão do Estadual do Rio de Janeiro, conquistando uma das cinco vagas para a elite do futebol fluminense.

A ponte da Gávea (imagem acima), na divisa dos Estados do Rio e Minas Gerais em Maringá tem sido alvo de reclamações da população. Segundo moradores, a ponte tem uns 40 anos e podemos observar que a parte pertencente ao município mineiro de Bocaina de Minas foi reformada já a parte pertencente a Itatiaia esta em péssimo estado, com madeiras soltas, sem guarda-corpo, cheia de buracos. Ainda de acordo com os moradores já há diversas reclamações na Prefeitura, na Câmara com Vereadores da localidade e nenhuma providência é tomada a respeito. A prefeitura informou que as obras estão previstas para breve, mas não determinou nenhuma data. (Com Acorda Itatiaia/TV Rio Sul)

Uma luz no caminho dos adolescentes de Resende

AEDB é a instituição que mais oferece bolsas de estudo pelo ProUni no interior do Estado do Rio Resende é o município do interior do Estado do Rio que apresentou o maior quantitativo de ofertas de bolsas pelo Programa Universidade para Todos - ProUni, em 2013. Em todo o Estado, apenas a cidade do Rio de Janeiro e de Niterói superaram Resende. E a Associação Educacional Dom Bosco é a responsável por esta boa posição do município na estatística do ProUni. No quadro publicado no site do Sistema ProUni, por município, Resende aparece com o total de 562 bolsas, sendo 469 ofertadas pela AEDB. A estatística por município, em 2014, ainda não foi divulgada no site. Mas é possível encontrar o quantitativo de bolsas ofertadas por Estado, onde o Rio aparece com o total de 8.261. Neste ano, a AEDB ofereceu 330 bolsas pelo ProUni, o que representa 4% do total do Estado.

VESTIBULAR 2015 Em janeiro de 2015 será realizado mais um processo seletivo, para o ingresso nas Faculdades Dom Bosco, que oferecem 18 cursos de graduação. Os dois vestibulares realizados em novembro e dezembro receberam cerca de 1.500 inscrições. A AEDB aceita o resultado do ENEM. Maiores informações sobre o vestibular de janeiro podem ser obtidas pelo telefone 0800-282-1505 ou no site www.aedb.br/vestibular.

CASA SARQUIS

A Prefeitura, por meio da Fundação CONFIAR (Conselho Fundacional para a Infância e Adolescência de Resende), promoveu na quarta-feira, dia 3/12, no Colégio Estadual Olavo Bilac, em Campos Elíseos, a formatura de 289 adolescentes participantes das oficinas socioeducativas. A solenidade contou com a presença do prefeito José Rechuan, da presidente do Confiar, Maria Virgínia de Mello Soares da Rocha, formandos, convidados e profissionais envolvidos nos programas da Fundação. Os alunos receberam certificados de participação nas oficinas de Noções Administrativas, Recreadores de Creche, Auxiliar de Sala de Aula, Empreendedor Social, Oficina de Floresta e Guarda Aprendiz. Os cursos são voltados para adolescentes e jovens com idades entre 14 e 17 anos, matriculados em escolas públicas e com frequência regular nas aulas, e têm duração de 10 meses. (Com João Sabóia)

ab CENTENÁRIO DA CASAS TUFICK A tradicional loja de tecidos e vestuário, fundada em 1914 por Tufick Simão, natural de Yabroud, Síria, comemora seu centenário. Seu ponto ficou tão famoso, na Rua Luís Barreto, cabeceira da Ponte Velha, que o logradouro ficou conhecido como “ladeira do Tufick”. Raro exemplo de empresa familiar tão longeva, atualmente é dirigida por Ricardo Tufick, também responsável pelo sucesso recente do Resende Futebol Clube.

Símbolo de distinção e confiança Brinquedos - Tecidos - Armarinhos Confecções - Cama e mesa

Telefones: 3354-2162 / 3354-7245


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Sesmaria

Estudar o passado não traz nostalgia. Traz um profundo senso de identidade e admiração pela tradição que nos abriga e pela terra a que pertencemos. Sem conhecer o passsado viveríamos mutilados.

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Instituto Campo Bello História e Memória da Região das Agulhas Negras

Itatiaia - 25 anos de emancipação e uma história a ser contada/2 Terá, o Estado brasileiro, que passa pelas mãos de tantos governos suspeitos, credenciais para cuidar da salvaguarda da Natureza? As unidades de conservação servem a quem? Vários olhares sobre a Mantiqueira compuseram o mosaico de siginificados que resultaram na criação do Parque Nacional do Itatiaia, em 14 de junho de1937. Este fato, tão marcante para a região, possui uma genealogia ainda pouco investigada. A história da instituição do Parque e de seu crescente interesse científico e turístico tem escondido aquela que foi, creio, sua ideia geradora: a convocação da Natureza para salvar a Cidade. Elaborada pelos admiradores da Revolução Francesa e aninhada nos centros de formação superior do Império no século XIX, a redução da ética social à higiene pública foi partilhada por algumas gerações de intelectuais das faculdades de engenharia, medicina, direito, escolas militares e seminários. Esta perspectiva higienista pode ser exemplarmente considerada na obra de André Rebouças (18381898). Após uma formação técnica na Escola Militar nos anos 1860, Rebouças engajou-se na modernização da cidade do Rio de Janeiro (adução de água, ferrovia e reforma da zona portuária). Visitou os Estados Unidos em 1873 e lá conheceu o Parque Yellowstone, que muito o impressionou. Em 1876, propôs a criação de dois parques nacionais no Brasil: em Sete Quedas e na Ilha de Bananal. Visitou as terras altas do Itatiaia em 1878, trazendo sua turma da Politécnica. Nos anos 1880, amadureceu uma visão social, integrada pela causa abolicionista articulada à reforma agrária. As escolas de formação tinham como caixas de ressonância sociedades promotoras desse debate, espaços como o Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, a Sociedade Auxiliadora da Indústria Nacional,

André Rebouças com 24 anos em Paris

o Instituto Politécnico, a Sociedade Nacional de Agricultura, o Clube de Engenharia etc. cuja mentalidade pressupunha a missão política das ciências e tecnologias, bem no espírito da Ilustração; isto é, uma confiança ilimitada no poder ordenador da razão científica. Do ponto de vista técnico, o olhar higienista de um intelectual liberal como Rebouças baseava-se na descentralização administrativa e num urbanismo que buscava soluções pela insolação, ventilação e mobilidade, prevendo a apropriação das florestas e suas nascentes de água pela cidade. Mas o reformismo agrário de Rebouças beirava a utopia anti-urbana, ao estilo clássico das Geórgicas e da Cosmópolis estóica - filosofia que certamente partilhou com seu protetor, Dom Pedro II. Este encarnava os papeis de

Augusto e Mecenas na obra de Virgílio, nostálgica da Idade de Ouro, quando a vida do “bom selvagem” concebia-se paradisíaca. A idealização da Natureza então se associava ao cosmopolitismo numa espécie de neopaganismo laico inspirado em Rousseau. Com tal conceito de “cidade ideal” marcada pela justiça igualitária e pela construção científica da sociedade, Rebouças postulou a criação no Planalto do Itatiaia de uma cidade planejada, modelo em higiene e saúde. Entretanto, a “invenção imaginária do Itatiaia” (nas palavras de Célia Serrano), que justificou a criação do primeiro Parque Nacional brasileiro tem outros ingredientes. Às ideias higienistas e naturalistas, somaram-se dois outros olhares: o do pesquisador, que via no Itatiaia um cenário inesgotável de surpresas ambientais; e o do político, em busca de representações coletivas da identidade nacional. À primeira linhagem, pertencem um Massena, um Homem de Mello e um Paulo Campos Pôrto, entre tantos, via de regra ligados ao Jardim Botânico do Rio de Janeiro. À segunda, Getúlio Vargas. Positivista, Vargas foi responsável pela significação do Vale do Paraíba como espaço estratégico do Estado autoritário. Seguindo os ideais modernistas e tenentistas de brasilidade, ele viu o potencial do Itatiaia para construir uma nova identidade nacional, conveniente ao processo de cunhagem do perfil do novo “homem brasileiro”. Aqui, o higienismo, na forma de eugenia, educação física e cívica da juventude, foi traduzido pela sociedade em termos de “proteção à natureza”, apanágio das “nações civilizadas”, ideia consubstanciada no Código Florestal (23/1/1934). Ora, o Parque Nacional foi criado cinco meses antes do golpe do Estado Novo (10/11/1937). Vargas conseguira o consenso nacionalis-

Franklin Massena (1837-1877). Natural de Aiuruoca, explorou o Itatiaia em 1857, 58 e 67.

ta necessário para encarecê-lo, e a imagem da “natureza exuberante e generosa”, palco do “novo homem brasileiro”, fora um elemento fundamental de sua retórica. Hoje, vivenciando novas formas de autoritarismo que operam sua ressignificação, legitimada pelas “crises ambientais”, as áreas do Itatiaia devem ser consideradas para além de boas intenções conservacionistas. Afinal, a história mostra que o discurso científico não está isento de ideologias e interesse político. Hoje, a saga de proprietários históricos é atropelada pela tecnocracia verde. A serviço de quem? Marcos Cotrim OBRAS CONSULTADAS FERREIRA LEITE, Helton P. Planalto do Itatiaia. Rio de Janeiro: Ed, Publit, 2007, p.20 REBOUÇAS, André. “Projeto de lei provincial – para saneamento, construção e reconstrução das suas cidades de 12/02/1889.” Revista dos Construtores, maio de 1889. _____. “Higiene”. Revista de Engenharia, nº 182 . Março de 1888, pp. 62-65. _____. Agricultura nacional: estudos econômicos, propaganda abolicionista e democrática. Setembro de 1874 a setembro de 1883. Fundação Joaquim Nabuco, Recife: 1988. SANTOS, Sydney M. G. dos. André Rebouças e seu tempo. Vozes, R. Janeiro: 1985. SAMPAIO, Alberto José. A Primeira Conferência Brasileira de Proteção à Natureza. In: Revista Nacional de Educação, ns. 18-19, março/abril de 1934. SERRANO, Célia M. T. A Invenção do Itatiaia. Dissertação de Mestrado. Universidade Estadual de Campinas, 1993.


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Pássaros em Itatiaia - Um estudo de caso Um levantamento da avifauna da Granja Chalet gerou artigo científico resultante do trabalho realizado no município de Itatiaia, em dois fragmentos próximos ao Parque Nacional de Itatiaia, com o objetivo de reconhecer as espécies de aves aí presentes. O levantamento de 95 espécies destaca a importância da conservação destes fragmentos; além de possibilitar a manutenção das aves em ambiente urbano, é provável que esses fragmentos também auxiliem na manutenção da avifauna do Parque Nacional do Itatiaia. Os autores, Manfred Peter Corrêa Poroca, Geraldo Magela De Morais Eleutério e Francisco Rocha Neto foram orientados pela professora Msc. Gabriela Cunha Ribeiro, da UBM, publicaram “Levantamento da Avifauna da Fazenda-Chalés Campo Belo, Itatiaia, Rj, Brasil”, na REVISTA CIENTÍFICA DO CENTRO UNIVERSITÁRIO DE BARRA MANSA - UBM, vol 15 - numero 30 - dezembro de 2013. Pág 85-96 Beija-Flor de Topete Roxo (Stephanoxis lalandi loddigessi) Foto: Luiz Carlos Ribenboim)

INTRODUÇÃO A América do Sul é o continente das aves, sendo que as espécies residentes chegam ao número de 2.645. Considerando as espécies visitantes, este total ultrapassa 2.920, o que não é igualado por qualquer outra região do planeta, correspondendo a pouco menos de um terço das aves vivas de todo o globo. A Mata Atlântica e seus ecossistemas associados cobriam, à época do descobrimento, 1.360.000km². Atualmente, apenas 8% da área do bioma preservam suas características bióticas originais. Apesar da devastação a que foi submetido, este bioma abriga ainda altíssimos níveis de riqueza biológica e de endemismos. Esse bioma teve sua paisagem radicalmente alterada e por isso o Brasil tem mais aves, mamíferos e plantas vasculares ameaçados que a maioria dos outros países. De acordo com as listas oficiais brasileiras e as listas globais, pelo menos 367 espécies de árvores e arbustos, 104 espécies de aves, 35 de mamíferos, 3 de répteis e 1 de anfíbio da Mata Atlântica brasileira estão ameaçadas. No caso das aves, mamíferos, répteis e anfíbios, tais números representam 10,5% de todas as espécies desses grupos existentes na Mata Atlântica e mais de 50% da fauna ameaçada na lista oficial brasileira. A elevada riqueza de aves, aliada às constantes pressões antrópicas, configura a Mata Atlântica da região sudeste como uma importante área de para o desenvolvimento de projetos conservacionistas. No estado do Rio de Janeiro, o Parque Nacional do Itatiaia éuma área de extrema importância biológica para a conservação da avifauna. A cidade de Itatiaia foi a primeira onde se fundou oficialmente uma Unidade de Conservação, procurando com isso preservar seu rico patrimônio biótico e geomorfológico. Seu relevo montanhoso inclui as encostas abruptas da Serra da Mantiqueira, voltadas para o estado do Rio de Janeiro e que dão origem a notáveis penhascos. A modificação da estrutura física e biótica do habitat causada pela urbanização pode afetar vários processos ecológicos que envolvem a fauna e a flora nestas áreas. Como resultado da intervenção

antrópica, a paisagem urbana geralmente se apresenta fragmentada em um mosaico de diferentes ambientes e, tanto a estrutura da vegetação, quanto a sua composição florística, costumam diferir daquela originalmente presente, disponibilizando, portanto, condições e recursos distintos a serem explorados pela fauna. O estudo foi desenvolvido na Granja Chalet, de aproximadamente 11,84 hectares e 411m de altitude, possuindo um fragmento dividido em duas áreas: uma com aproximadamente 3,54 hectares e outra com aproximadamente 8,30 hectares, nas proximidades da Rua Raul Cotrim, no centro de Itatiaia. Os fragmentos em questão encontram-se a aproximadamente 3 km dos arredores do PARNA do Itatiaia. Itatiaia está inserida no domínio da Mata Atlântica e o clima é classificado como tropical de altitude. O índice pluviométrico é de 1.750 mm3 (média anual). A cidade possui 225 km2, e a população estimada é de 31.185 habitantes (29.309 urbana e 1.812 rural). O estudo foi realizado no período de julho a outubro de 2011, utilizando-se o método de amostragem por varredura, onde a observação era feita a cada 15 minutos parados em um ponto do campo, escolhidos aleatoriamente, sem distâncias pré-definidas de um ponto ao outro. As observações foram realizadas pela manhã, com início às 5h30min e término às 11h30min, com 4 idas a campo por mês, totalizando 108 horas. RESULTADOS E DISCUSSÃO Foram encontradas, no total, 95 espécies de aves em todo o fragmento, distribuídas em 13 ordens e 33 famílias, sendo a ordem dos Passeriformes a mais numerosa, contendo 55 espécies. Dentre as ordens dos não passeriformes, as mais representativas foram Piciformes [pica-paus e tucanos] e Apodiformes [beija-flores], com 6 espécies cada. Em relação às famílias, as mais representativas foram Tyrannidae (Bem-te-vis e Viuvinhas, 36,4%) e Thraupidae (Saíras, Tiês e Sanhaçus, 33,3%), que juntas, somam quase 70% do total.

De todas as 95 espécies, cinco são consideradas endêmicas do Brasil. São elas: Tangara ornata (sanhaçu-de-encontro-amarelo), Ramphocelus bresilius (tiê-sangue), Todirostrum poliocephalum (teque-teque), Furnarius figulus (casaca-de-couro-da-lama) e Clytolaema rubricauda (beija-flor-rubi). Por isso, é interessante manter preservados esses dois fragmentos, para que não só essas, como todas as outras aves possam nidificar e continuar vivendo no local, pois qualquer alteração humana feita ali poderia causar um grande impacto na vida dos animais. Em comparação com um trabalho realizado em Itatiaia, na Usina Hidrelétrica do Funil, localizada a 6,66 km do PARNA de Itatiaia (MAIA-GOUVÊA, GOUVÊA E PIRATELLI, 2005), o presente trabalho teve uma riqueza maior de espécies, sendo registradas 20 espécies a mais e 25 espécies encontradas são comuns nas duas regiões estudadas. Acredita-se que essa diferença encontrada de uma região para outra possa ser devido ao fato da área do presente estudo estar mais próxima do PARNA do Itatiaia do que a área estudada pelos autores citados – vale salientar que existem mais fragmentos adjacentes à área estudada – então pode ser que funcionem como uma rede de fragmentos, onde as aves podem reproduzir, se alimentar, forragear e deslocar-se entre esses ambientes. Os fragmentos também podem funcionar como área de transição para o PARNA do Itatiaia, devido à proximidade. CONCLUSÃO O local estudado apresenta uma grande importância para o estudo da avifauna regional, visto a elevada quantidade de espécies registradas, incluindo cinco espécies endêmicas brasileiras. Isso pode permitir que futuros estudos sejam feitos no local, a fim de saber mais sobre a biologia, comportamento e deslocamento desses animais e também permitir que sejam feitos projetos de preservação para que se mantenha as condições necessárias para que essas espécies continuem presentes no local. Um projeto de reflorestamento também seria interessante para recuperar algumas clareiras encontradas. Outro ponto importante para se preservar esses fragmentos é que com a presença das aves, a dispersão de sementes torna-se maior, possibilitando assim uma maior recuperação das áreas urbanas degradadas e também porque esse local faz parte de uma rede de fragmentos no entorno das áreas urbanas e próximas ao PARNA do Itatiaia, fazendo com que haja deslocamento das aves entre o PARNA e os fragmentos adjacentes. Além de possibilitar a manutenção das aves em ambiente urbano, é provável que esses fragmentos também auxiliem na manutenção da avifauna do PARNA do Itatiaia.

Bibliografia parcial IBAMA. 2008. Livro vermelho da fauna brasileira ameaçada de extinção. 2v. Brasília, DF: MMA; Belo Horizonte, MG: Fundação Biodiversitas. Itatiaia. <http://www.itatiaia.rj.gov.br>. Acesso em 04 abr. 2011. MAIA-GOUVÊA, E. R.; GOUVÊA, E.; PIRATELLI, A. Comunidade de aves de sub-bosque em uma área de entorno do Parque Nacional do Itatiaia, Rio de Janeiro, Brasil. Revista Brasileira de Zoologia, n. 22, p. 859-866, 2005.


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Barão Homem de Mello FRANCISCO INÁCIO MARCONDES HOMEM DE MELLO nasceu em Pindamonhangaba, a 1º de maio de 1847 e faleceu no dia 4 de janeiro de 1918. Era filho do Major Francisco Marcondes Homem de Mello e de Ana Francisca de Mello (Viscondes de Pindamonhangaba). Seus parentes formaram na Guarda de Honra de Dom Pedro I que o acompanhou na viagem a Santos, no regresso da qual foi proclamada a independência do Brasil. Professor, historiador e geógrafo, estudou Humanidades no Seminário de Mariana em Minas Gerais. Diplomou-se em Direito pela Faculdade de São Paulo, aos 20 anos de idade. Em 1873, presidiu a Companhia São Paulo ao Rio de Janeiro que construiu o ramal paulista da Pedro II, atualmente a Central do Brasil. Em 1877, na inauguração do trecho Pindamonhangaba-Cachoeira Paulista, o Conselheiro recebeu o título de Barão.

O Barão Homem de Mello no Itatiaia

Em junho de1876, excursionou ao Itatiaia. Em 1913, em conferência na Sociedade de Geografia no Rio de Janeiro, Homem de Mello apoiou a ideia de Löfgren de se criar no Itatiaia um Parque nacional. Já era morador então em Campo Bello, no sítio do Núcleo Colonial (lote 4) comprado junto à ponte do Ribeirão Benfica. Entre as obras publicadas, podemos destacar o “Atlas Imperial do Brasil” de1882, e mais tarde difundido sob o título “Geografia – Atlas do Brasil”. Em 1917 foi eleito membro da Academia Brasileira de Letras, ocupando a vaga de José Veríssimo, mas não chegou a tomar posse, devido ao falecimento no início de 1918. Segundo Claudio Moreira Bento (que ocupa sua cadeira na ACIDHIS), o Barão foi abolicionista e, apesar de favorável à causa, não se fez republicano o que provocou seu afastamento da política em 89. Por seu falecimento em Campo Bello, a estação ferroviária passou a se chamar “Barão Homem de Melo” a partir de 1919. Devem-se corrigir dois erros encontradiços em torno do tema: o que atribui o nome da estação ao 4o Distrito, e o que joga o Campo Belo em questão em Minas Gerais.

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O Núcleo Colonial e o Parque Nacional do Itatiaia Seria o Parque Nacional do Itatiaia, de fato um “parque nacional”? Enquanto houver remanscentes do antigo Núcleo Colonial, o título de “parque nacional” será apenas nominal, por mais que o local seja um portentoso monumento natural. A caracterização de áreas de conservação tem implicações de domínio que vão dos campos econômico e ambiental até o político e social, que procuramos esclarecer em parte.

Albert Löfgren no Nordeste

Antecedentes- Após o franco domínio dos Puris (ou de outra etnia anterior a eles), a região do Itatiaia aparece nas fontes disponíveis como devassada pela cafeicultura e criações de gado e porcos. No Livro de Registro de Terras da Freguesia de São José do Campo Bello (Lv. n. 68, 1854-1856, Arquivo Público do Rio de Janeiro), constam os principais proprietários: Francisco Ramos de Paula (Monteserrat e Itatiaia, totalizando 2.700 alq.); Antonio Carlos Nogueira de Sá (Ribeirão Claro 300 alq. , Benfica 200 alq.); Joze Joaquim Peixoto de Magalhaens (200 alq. no Benfica); Manoel Ribeiro do Couto Guimarães (Altos do Ititiaia); Custodio Ribeiro do Couto (Ititiaia); Manoel Ribeiro do Couto Faria (Ititiaia); Francisco Teodoro da Silva, Barão de Pouso Alto (Palmital); Isabel Maria da Silva Pereira (Lapa 115 alq.); Joaquim Carlos da Silva Pereira (União); João Albino de Souza (Agua Branca 90 alq.). No Livro de Registro de Terras nº 69 (S. Vicente Ferrer 1854-1869), Silvério Soares Lucindo registrou 80 alq. da Fazenda Rio Preto, e 800 alq. da Fazenda Titiaia. O dado referente à mais remota transação fundiária é de 1822, quando os altos do “Ititiaia” passam à família Couto, pouco tempo depois da criação do Registro de Itamonte (1817). Em plena era das ferrovias, o Visconde de Mauá adquiriu boa parte das terras altas e obteve do Governo Imperial em 1870 a concessão para explorar carvão vegetal no Itatiaia, o que ocasionou o primeiro desmatamento da região. Em 1908 o Governo republicano comprou as sete fazendas do filho do Visconde, Henrique Ireneu de Souza, em parte das quais criou os Núcleos Coloniais Visconde de Mauá (no Vale do Rio Preto) e Itatiaia. Para demarcação das terrras e da estrada que ligaria Campo Bello ao alto da serra, foi constituída no Serviço de Povoamento uma comissão presidida por Alberto Pacca auxiliado por Paulo Campos Pôrto. Após a emancipação dos Núcleos, os lotes mudaram de mãos, dando início a uma trama de interesses e um jogo de significados que culminaram em demandas e rupturas. O artigo de Igold Knoch, genro de Josef Simon, que comprou o lote 90, técnico da antiga TV Tupi, responsável pela instalação e uso pioneiro da torre de Água Branca, dá-nos uma perspectiva sobre os direitos históricos dos moradores, pergunta pela desapropriação e questiona o status de Parque.

Em 1908, o Visconde de Mauá vendeu à União sete fazendas perfazendo 48.000 hectares, terras onde os Núcleos Coloniais de Itatiaia e Mauá tiveram sua implantação e também onde hoje se assenta o Parque Nacional. Em tendo sido abolida a escravidão, houve a necessidade de mão de obra e o Governo Federal, fez muita propaganda no exterior promovendo a imigração. Pelo decreto 9.081, seria dada toda uma estrutura aos imigrantes. Os primeiros colonos chegaram ao Brasil em dezembro de 1908. Mas não aconteceu a pretendida ideia de se promover uma agricultura similar aos Alpes, e os dois Núcleos foram emancipados em 31 de maio de1916. Nesta situação muitos lotes que haviam sido comprados pelos colonos, foram vendidos legalmente a outros, criando uma nova situação socioeconômica. Dado também o grande interesse ecológico pela riqueza de fauna e flora, o local despertou opiniões de vários naturalistas e botânicos, como Alberto Loefgren, sugeriram criar uma Reserva Florestal, que foi implantada em 1914, em terras da União, ainda não vendidas a particulares, ocupando uma área de 11.949 hectares, situada na parte norte do antigo Núcleo. Treze anos mais tarde, 1927, foi transformada em Estação Biológica, submetida ao Jardim Botânico. Em 14 de junho de 1937, o então Presidente Getulio Vargas cria o Parque Nacional nos mesmos limites da Estação Biológica, considerando a localização e importância de proteção à natureza e auxílio às ciências naturais, incremento às correntes turísticas e reserva para futuras gerações, como justificativa da criação do Parque. Com a criação do Parque, as terras dos Núcleos, sob domínio particular, vieram a sofrer certas restrições de uso que acabaram provocando novas características de utilização pelos donos, que ao longo do tempo abandonaram a agricultura e se dedicaram ao turismo e lazer. Mas já se pensava em desapropriar e ampliar a área desde 1938 até 1950 com vários decretos que não foram cumpridos. Em 1979 foi aprovado o Regulamento dos Parques Nacionais Brasileiros, que no seu art.42 estatui a necessidade de estudos demonstrativos das bases técnicas científicas e socioeconômicas que justifiquem sua implantação. No início do ano de 1982, houve o Plano de Manejo, que sublinhou o peso da “caracterização”: “Considerando que o Parque Nacional é uma categoria de manejo, dentre outras qualificações, as terras devem pertencer integralmente ao Poder Público, e que as condições em que se encontra a área representada pelos lotes remanescentes do Núcleo Colonial de Itatiaia a desqualificam como Parque Nacional, julgamos adequada a transferência da categoria de manejo deste conjunto de lotes, para Parque Natural, onde tais condições são admissíveis.” Mas no mesmo ano de 1982 o então Presidente João Figueiredo amplia a área do Parque Nacional para aproximadamente 30.000 hectares, englobando todas as áreas particulares, atropelando todos os estudos e leis. E sem que houvesse um Decreto de Desapropriação por Utilidade Pública. Há 32 anos, apesar de várias tentativas junto aos órgãos competentes, na tentativa de se resolver este nó fundiário, as mesmas foram inúteis. Tampouco causa surpresa ali a falta de regularização fundiária – um problema que, afirmou o então presidente do ICMBio (2008-2012), Rômulo Mello, atinge 40 milhões dos 78 milhões de hectares das unidades de conservação federais. Igold Knoch


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Emancipação de Mauá

Esclarecendo perímetros antigos

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Pelo Decreto de Emancipação de 31/5/1916, firmado pelo então presidente Wencesláu Braz, os Núcleos passaram a ser autônomos em face dos compromissos da União. Mas seus lotes continuaram fora do perímetro da Estação Biológica e, pois, do espaço do Parque Nacional do Itatiaia em 1937.

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Planta da Estação Biológica do Itatiaya (1929), iluminada por Wanderbildt Duarte de Barros, destacada entre os dois Núcleos Coloniais, ocupando os lotes não vendidos aos colonos, em sua maior parte ao norte do Núcleo Itatiaia, mas também alguns dentro de seu perímetro, como o lote 82, Montserrat, destinado a sediar logradouros e prédios públicos que viabilizariam a existência dos imigrantes, onde hoje se situa a sede do Parque. (Superposição de plantas por Igold Knoch, 2006; referências numeradas/legenda: Marcos Cotrim)

Paulo Campos Pôrto, J.N.Rose e Paul G. Russel no Planalto. Data desconhecida.

1- Estação Barão Homem de Melo, em Campo Bello 2- Área do Núcleo Colonial do Itatiaia, segundo desenho de Jorge Spanner (1951) 3- Área da Reserva Florestal (1914), Estação Biológica do Itatiaia (1927), Parque Nacional do Itatiaia (1937), segundo desenho de Wanderbildt Duarte de Barros 4- Área do Núcleo Colonial de Visconde de Mauá 5- Estrada projetada desde o tempo do Ministro Rodolfo da Rocha Miranda (1909), ligando Campo Bello aos dois Núcleos e a Resende 6- Estação de Resende

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Dezembro de 2014 - O Ponte Velha - 7

(continuação da pág. 6)

O pó de fadas da Amazônia - Entrevista com Antônio Nobre

Conhecemos Nobre em Lorena, em palestra promovida pelo Instituto Oikos de Agroecologia, oportunidade de aquilatar a importância de sua pesquisa para o entendimento dos problemas que enfrentamos e enfrentaremos quanto ao clima no Brasil. Ele foi o primeiro a falar no III Encontro Panamazônico realizado em Lima, Perú, nos dias 6 e 7 de agosto passado. Antonio Nobre, pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), conta qual é o segredo da Amazônia, e por que as mudanças climáticas e o desmatamento a ameaçam e a nós todos no Sudeste. A entrevista que reproduzimos encontra-se no site de El Pais (http://brasil.elpais.com/brasil/2014/08/14/sociedad/1408010925_555437.html). - Já estamos no ‘Dia depois de amanhã’ das mudanças climáticas? Estamos em uma situação bastante grave. A ponto de a comunidade científica, que não costuma concordar entre si, ter formado um bloco com uma convicção homogênea sobre o assunto. As mudanças climáticas não são mais só uma projeção. - E como essa situação de gravidade se manifesta na Amazônia? No desmatamento, que remove a capacidade de a floresta se manter. Ela conseguiu se manter por milhões de anos, em condições adversas. Mas hoje sua capacidade está reduzida. Antes havia duas estações na Amazônia, a úmida e a mais úmida. - Que eram facilmente reconhecíveis. Agora temos uma estação úmida moderada e uma estação seca. E a seca tem um efeito muito perverso. Porque quando não chove as árvores se tornam inflamáveis. O fogo entra e já não existe mais uma floresta tropical. - Apesar de tudo, a Amazônia ainda guarda cinco segredos. É algo que os povos indígenas sempre souberam e que a nossa civilização não percebeu. Mas, nos últimos 30 anos, a Ciência revelou esses cinco segredos. O primeiro é como a floresta Amazônia mantém a atmosfera úmida mesmo estando a 3.000 quilômetros do oceano... - ...E fazer com a que a chuva chegue até a Patagônia. E aos Andes, por 3.000 ou quase 4.000 quilômetros. Outras partes do mundo que estão longe do oceano, como o deserto do Saara, não recebem água. Mas na América do Sul não há esse problema, e isso se deve ao primeiro segredo: os jatos de água verticais. - E qual é o segredo desse segredo? É que as árvores da Amazônia são bombas que lançam no ar 1.000 litros de água por dia. Elas a retiram do solo, a evaporam e a transferem para a atmosfera. A floresta amazônica inteira coloca 20 bilhões de toneladas de água na atmosfera a cada dia. O rio Amazonas, o mais volumoso do mundo, joga no Atlântico 17 bilhões de toneladas de água doce no mesmo intervalo de tempo. - É incrível. Como isso foi descoberto? Fazendo medições. Com torres de estudo, com satélites que detectavam esse transporte de vapor d’água, que é um vapor invisível. - Produzido pelas árvores quase que por magia. A magia vem no segundo segredo. Como é possível que caia tanta chuva, se o ar da Amazônia é tão limpo, já que o tapete verde cobre o solo? O oceano também ter um ar limpo, mas não chove muito sobre ele. Nós, cientistas, desvendamos um mistério. - Qual? Para formar uma nuvem de chuva, que são gotas de água em suspensão, é preciso transformar o vapor baixando a temperatura. Mas se você não tem uma superfície de partículas, sólida ou líquida, para gerar essas nuvens, o processo não começa. - Então o que é que a floresta faz? Produz o que chamamos de pó de fadas. São gases que saem das árvores e que se oxidam na atmosfera úmida para precipitar um pó finíssimo que é muito eficiente para formar chuva. - Parece uma fábula. É que a floresta manipula a atmosfera constantemente e produz chuvas para si própria, uma coisa quase mágica. Os gases saem das árvores. São como perfumes e se volatilizam.

- Uma espécie de grande fragrância sustentável. É um oceano verde, diferente do azul. O azul não tem esse mecanismo porque carece de árvores. Tem as algas, que produzem um pouco, mas não como o verde. - Vamos ao terceiro segredo. Vamos. Na Amazônia, o ar que vem do hemisfério norte cruza do Equador, entra e vai até a Patagônia. Até lá chega esse ar úmido, que vem do Atlântico equatorial. - Com os ventos alísios. Sim, com os ventos alísios que trouxeram as caravelas dos europeus, há 500 anos. Mas os alísios do oceano sul sopram para o norte. O que faz esses ventos irem contra a tendência de circulação global? Dois físicos russos com quem eu colaboro responderam a essa pergunta ao estudar o efeito do vapor dos jorros verticais amazônicos. - Mais uma vez os jatos verticais. Eles descobriram que, pela física fundamental dos gases, essas condensações de vapor puxam o ar dos oceanos para dentro do continente e criam uma espécie de buraco de água. É como uma bomba natural. A floresta traz sua própria umidade do oceano. “Onde há florestas não há seca, nem excesso de água, nem furacões, nem tornados. É como uma apólice de seguros” - E ainda tem mais... O quarto segredo é a transferência dessa umidade amazônica para outras regiões: os Andes no Peru, os páramos da Colômbia... Se você olhar o mapa do mundo, vai descobrir que existe um cinturão úmido que passa pelo Equador, pela África e pelo sudeste asiático. - É a linha do Equador. Sim, mas é na linha dos trópicos, o de Câncer ao norte e o de Capricórnio, ao sul, que estão todos os desertos. O do Atacama, no Chile, o da Namíbia, na África. Mas essa área que concentra 70% do PIB da América do Sul - que vai de Cuiabá a Buenos Aires, de São Paulo aos Andes – é úmida! Apesar de estar na linha dos desertos. - E qual o mistério dessa área? Chama-se rios voadores. É uma grande massa de ar úmido bombeada pela Amazônia contra os Andes, que são uma parede de mais de 6.000 metros de altura. É assim que essa massa chega a áreas onde deveria haver deserto. Por isso chove na Bolívia e no Paraguai. - Falta, finalmente, o quinto segredo. O quinto segredo é que, se você colocar em um gráfico todos os furacões que já aconteceram na história – e a NASA já fez isso

– na região das florestas equatoriais não há nenhum deles. E essa região é a que tem mais energia porque a radiação solar é muito intensa. - Deveria haver ciclones, como na Índia e no Paquistão. Eles não existem porque o topo da floresta, onde estão as copas das árvores, é áspero e faz com que os ventos sejam obrigados a dissipar sua energia, o que acalma a atmosfera. - Mas ocorrem tempestades. Claro, mas elas não costumam ser destruidoras. Onde há florestas não há secas, nem excesso de água, nem furacões, nem tornados. É como uma apólice de seguros contra os fenômenos atmosféricos extremos. - Agora esses cinco segredos estão em risco... O problema se chama desmatamento. Se tirarem a metade do fígado de um bêbado, vai ser difícil para ele lidar com o álcool. É isso o que está acontecendo com a Amazônia. Estamos retirando um órgão do sistema terrestre. - Então a Amazônia não é o pulmão, mas sim o fígado do planeta? É o pulmão, o fígado, o coração... É tudo! Essa bomba natural da qual falei é um coração que pulsa constantemente. O pó de fadas também funciona como uma vassoura química contra substâncias poluentes, como o óxido de enxofre. O melhor ar é o da Amazônia. - E, apesar disso, continuamos destruindo a floresta. Se você chega com uma motosserra, com um trator ou com fogo, a Amazônia não pode se defender. As intervenções do homem podem ser benéficas, como na medicina, mas também terríveis, como a motosserra. Por isso eu proponho um esforço de guerra. - No que consistiria esse esforço? Seria uma concentração de forças para resolver um problema que ameaça tudo. Hoje a ciência nos permite saber que a situação é gravíssima. E o que eu proponho é lutar contra a ignorância, o principal motivo da destruição da floresta amazônica. - Parece que as prioridades mundiais são outras. Em 2008, os bancos foram salvos em 15 dias. Foram gastos trilhões de dólares nisso. A crise financeira não é nada comparada à crise ambiental. - O que está acontecendo? Estamos embriagados com a civilização? É uma embriaguez primitiva. Quando você vai ao médico e ele diz que você tem uma doença em estágio avançado, o que você faz? Continua fumando? O sistema terrestre é um organismo e está muito doente. A parte contaminante é a parte mais degenerada do ser humano. - Podemos curar a Amazônia dessa doença? Eu acredito que se tivermos uma capacidade semelhante à que tivemos para salvar os bancos, sim. Porque a floresta tem um poder de regeneração impressionante. - E, além disso, ela deveria ser importante para todo o mundo. A atmosfera tem uma coisa chamada teleconexões. Um modelo climático pode demonstrar que as mudanças na Amazônia vão afetar os ciclones na Indonésia. - Então, o maior segredo é acordar... E saber que o que fazemos agora é determinante. As gerações posteriores vão sofrer com as más escolhas de hoje. A geração que está na Terra hoje tem nas mãos os comandos de um trem que pode ir para o abismo ou uma oportunidade para se viver muito mais.


8 - O Ponte Velha - Dezembro de 2014

Fábrica de Floresta Dos vários programas que o Noel de Carvalho, ex-prefeito de Resende, criou, o que mais me agradou foi a “Fábrica de Floresta”. Hoje, 20 anos depois, fábricas de floresta deveria ser prioridade máxima de municípios, estados e da união. Para enfrentar a ainda latente crise de abastecimento de água, políticos priorizam as obras de engenharia. O motivo é óbvio, basta acompanhar o desdobramento da crise da Petrobras e o fascínio que as grandes empreiteiras sempre exerceram sobre os políticos, com raras exceções. Enquanto políticos só pensam nas obras, técnicos e ambientalistas enxergam mais longe e identificam a origem da solução: é preciso, urgentemente, criar as condições para aumentar a produção de água. Isso significa recuperar nascentes, matas ciliares e topo de morros, além de outras áreas de preservação permanente. Ou seja, vamos precisar de bilhões de árvores. Para produzir tantas árvores vamos precisar de milhares de “Fábricas de Floresta”. Sem nos esquecermos, obviamente, de racionalizar o consumo. A soma da produção dos viveiros hoje existente, de mudas das espécies nativas da Mata Atlântica, mal dá para pensar na recuperação da bacia hidrográfica do Rio Paraíba do Sul. Não vejo, por parte dos prefeitos da nossa Região das Agulhas Negras, qualquer iniciativa prática para dar início efetivo à produção de mudas. O governo do estado do Rio, por enquanto, só fala e pouco age. A burocracia para produzir mudas é enorme. Parece que um esquema foi montado para desestimular a produção de árvores. Fábricas de florestas também exigem engenheiros, técnicos, investimentos, produção, logística... Produzir mudas pode ser uma atividade econômica sustentável e extremamente interessante para todos os municípios do Vale do Paraíba, por exemplo. Quem, governantes públicos, pensou na possibilidade da saturação dos recursos hídricos do Vale do Paraíba do Sul? Se alguém pensou, ficou só nisso. Todos os investimentos que recebemos nesses últimos anos só levaram em consideração os interesses corporativos. A crise de abastecimento de água ainda nem começou na nossa região. No próximo ano vamos começar a ver mais de perto a cara do mostro. Essa crise era esperada para 2025 em São Paulo. Começou 10 anos antes. A sociedade, com exceção dos que brigam 24 horas pela preservação do meio ambiente, não está nem aí. Este é o terceiro artigo seguido que escrevo sobre este assunto. Quem lê? Quem se preocupa? Quem quer resolver? Confesso que não sei. No próximo número do Ponte Velha vou mudar de assunto. Vou escrever sobre a novela das oito. Eliel de Assis Queiroz/Presidente do Comitê pela Transparência de Resende.

Premiação merecida A Faculdade Dom Bosco, através do seu Curso de Comunicação Social, conquistou pela terceira vez, consecutiva, o Prêmio Talentos da Publicidade proporcionado pela TV Rio Sul, afiliada da Rede Globo de Televisão. Em destaque gostariamos de parabenizar os alunos: Fabricio Araújo, Pedro Assis (foto à direita) e Marcos Ribeiro autores do vídeo vencedor.

A vaca lê Quintana

Hummmmmm... “O que me impressiona, à vista de um macaco, não é que ele tenha sido nosso passado: é este pressentimento de que ele venha a ser nosso futuro.”

Ó Maiada, A terrinha ‘tá evoluino... planos de manejo, fábricas de automóveis, polo logístico, vancê não quer deixar uma mensagem de Boas Festas ao fiel leitor?

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Dis En k treg a

Gás - Água - Ração “Trabalho arduamente para fazer o que é desnecessário”

Manoel de Barros

Av. Brasil, 851 - Penedo - Itatiaia


Dezembro de 2014 - O Ponte Velha - 9

Sobre as oficinas de diagnóstico do Plano de Manejo do Parque Estadual da Pedra Selada Luis Felipe Cesar *

A bem-vinda chuva não atrapalhou a primeira rodada de oficinas participativas, parte do processo de elaboração do Plano de Manejo do Parque Estadual da Pedra Selada, que contou com presença próxima a cem participantes nas atividades realizadas em Maringá, Serrinha do Alambari, Vargem Grande, Visconde de Mauá, Bagagem e Capelinha durante os dias 27, 28 e 29 de novembro e 11, 12 e 13 de dezembro. As oficinas reuniram lideranças locais, representantes de associações, moradores, gestores públicos federais, estaduais e municipais, além de membros da equipe técnica da Detzel Consulting, empresa contratada pelo Inea - Instituto Estadual do Ambiente, que também enviou sua representação. A atividade se realizou durante seis dias a fim de facilitar a participação dos moradores de cada localidade e teve, entre seus objetivos: Nivelar o conhecimento sobre o que é uma Unidade de Conservação, o que é um Plano de Manejo e como é o seu processo de elaboração; coletar informações relativas à percepção das comunidades quanto à Unidade de Conservação e quanto a diversos aspectos da região, com o sentido de subsidiar o processo de elaboração do Plano de Manejo; promover o intercâmbio de conhecimentos e vivências, incluindo sensibilização e mobilização dos principais grupos e instituições para a gestão participativa do Parque. A metodologia utilizou ferramentas de Diagnóstico Rápido Participativo (DRP) - um conjunto de técnicas que permite que as comunidades contribuam com o diagnóstico da região a partir de suas experiências e visões, baseando-se nos seus próprios conceitos e critérios. Conforme descreve o roteiro do método utilizado, as técnicas usadas no DRP facilitam o processo de comunicação interpessoal, estimulando os participantes para a emissão de contribuições e análises quanto à situação do Parque e da região. Tais ferramentas ajudam na identificação de forças impulsionadoras (pontos fortes e oportunidades) e restritivas (pontos fracos e ameaças); possibilitam localizar informações (conflitos/impactos, ações prioritárias, atrativos) no mapa, com base no conhecimento que os participantes têm sobre a região; e identificam instituições que se relacionam ou tem potencial de se relacionar com o Parque, dimensionando sua importância e o nível de participação de cada instituição. A primeira atividade, uma Dinâmica de Integração denominada “Obra de Arte Conjunta” foi de fundamental importância para facilitar o entrosamento dos grupos e revelar visões variadas expressas de formas criativas. Os desenhos elaborados pelos grupos incluíram desde uma mandala representativa das inter-relações dos diversos aspectos que se articulam em função da existência do parque, até uma ilustração com a visão da comunidade antes do parque ser criado e que, ao ser apresentada no sentido oposto, com giro de 180 graus, revelava o novo momento, quando a ideia negativa sobre a unidade foi transformada em expectativa favorável que integra a proteção da natureza com o maior desenvolvimento local por meio do ecoturismo. Outra imagem representou a leveza do pouso da libélula sobre a água, na qual ela toca e retoma seu voo causando praticamente nenhum impacto. A maioria dos mapas, no entanto, retratou a própria geografia local, com destaque para pontos de maior interesse, como trilhas, cachoeiras, cumes e elementos culturais. Após as demais dinâmicas, os participantes entregaram fichas com a sua avaliação das oficinas, indicando a importância das mesmas não apenas para fins de diagnóstico, mas também para esclarecer dúvidas que ainda persistiam sobre o Parque. De forma geral, a visualização dos mapas eliminou incertezas sobre o perímetro da unidade e permitiu, à grande maioria dos participantes, constatar que suas áreas se encontram fora dos limites do Parque ou que apenas seus trechos mais íngremes e florestados estão incluídos neste. Ao longo dos seis dias de atividades alguns aspectos se destacaram: A oficina do dia 11 de dezembro, em Visconde de Mauá, coincidiu com o Dia Internacional das Montanhas, 11 de dezembro, que neste ano foi especialmente comemorado durante a Conferência da ONU sobre mudanças climáticas (COP 20), em Lima-Peru. Nesse contexto, foi possível participar (à distância, por skype) de uma reunião de organizações latino-americanas dedicadas aos ecossistemas de montanha com um informe sobre as oficinas do Plano de Manejo. No extremo, na reunião da Bagagem, tradicional comunidade rural de Resende com pouco histórico turístico, foram identificados dezenas de atrativos naturais com potencial para visitação que podem vir a significar um novo ciclo para a localidade, de forma articulada com a implantação do Parque. Enquanto governos discutem um acordo climático na COP 20, ações locais vão consolidando o jovem Parque, tendo a sociedade como aliada para a conservação da nossa biodiversidade. * Com informações da Detzel Consulting

“Meu tio o Jaguaretê” Marcos Cotrim

1- A modernidade brasileira é uma farsa. Mais que incompleta, é um simulacro perverso que camufla desigualdades injustas e nivela desigualdades que a natureza e o mérito impõem. A percepção dessa realidade cabia à filosofia, nosso “órgão” capaz de admirar-se. Mesmo a poesia, herdeira de missão semelhante, parece hoje tocada pela hybris, e sai por aí a tentar “tornar o mundo melhor”. Esquecido, o desconcerto do mundo, princípio da ética judaico-cristã, deixou de atestar nossa precariedade, e de exaltar o valor das inutilidades. É este o cerne do verso do recém falecido poeta Manoel de Barros (foto abaixo): “Trabalho arduamente para fazer o desnecessário”.

2- Sua morte coincidiu com o mar de lama gerado pelo entulho autoritário desses 12 anos de governo petista, tentando “incluir” os miseráveis em seu paraíso bolivariano. Fala-se que a corrupção é endêmica e acomete todos os governos nessas plagas tropicais. Acho que não. Com o consulado petista, ocorre algo a mais do que a conhecida roubalheira. Os mandantes do crime têm uma ideologia desaforada que se resume mais ou menos assim: se o Brasil atrapalha a Revolução, às favas com o Brasil. Nessa toada de fins que justificam os meios, o roubo é traição à Pátria. Enfim, se Al Capone foi preso por sonegação ainda há esperança por aqui. 3- O lançamento da pedra fundamental da Jaguar Land Rover em Itatiaia, no último 2/12, aconteceu dentro de uma tenda plástica branca, com ar refrigerado e banheiros químicos, armada na área da Xerox. No início do séc. XIX, toda essa área chamou-se “Campos de Dona Silvéria”. Então, mais importante que melhorar o mundo era viver no “melhor dos mundos possíveis.”

A região da recém fundada Vila de Rezende (1801) experimentava as primícias da modernidade desejada pelo Marquês de Pombal. O progresso aparecia como soma de ciência, tecnologia e autoritarismo político. Nossa burocracia nasceu sob o signo do despotismo esclarecido. A ética era uma questão científica, e a política, um mecanismo. Por paradoxal que pareça, esse modelo autoritário de Estado ainda hoje promove o polo metalmecânico do sul fluminense e dinamiza uma tecnocracia ambientalista agressiva. Consumado o arbítrio que expropria os donos tradicionais das áreas florestadas do Itatiaia, sessões de “participação” fazem parecer democrática a rapina. Assim, acaba-se confiando mais na Land Rover do que no movimento conservacionista, que não revela a que interesses serve. Fala-se apenas no tal “mundo melhor” e outras generalidades legitimadas pelo terror catastrofista. As tendas plásticas refrigeradas ficam parecendo mais realistas do que os artifícios de salvação ambiental. Embora decadente, a ordem burguesa tem uma virtude: não fica decretando o fim da lei da gravidade em nome do “mundo melhor”, como faz a tecnocracia verde.

4- A filosofia procura estar em paz com a realidade, sempre precária e surpreendente. Sabe que o delírio de querer reinventar a sociedade desapropriando a vida é um sonho que sempre prenunciou genocídios em nome do bem. Nossa modernidade meia-boca ignora que marchamos neste mundo em tendas, e o Planeta não é um absoluto.


10 - O Ponte Velha - Dezembro de 2014

A Mentira com responsabilidade - XIX Pai de Santo encomenda 800 carretas de sal grosso para descarrego de fim de ano de Brasília O pai de santo Zezinho das Sete Ervas de Angola, encarregado dos trabalhos de limpeza astral e descarrego da capital brasileira para este fim de ano, precisou encomendar 800 carretas (daquelas que vêm escrito atrás “veículo longo”) de sal grosso de primeira qualidade para dar conta das más energias que rondam aquela cidade. O sal será utilizado juntamente com outros elementos, como as cinco mil mudas de arruda e as vinte mil galinhas pretas da raça Jersey Gigante, a serem colocadas em despachos nas principais esquinas brasilienses, o que já provocou manifestações de grupos de defesa dos direitos dos animais e da Sociedade Vegetariana Brasileira. Cinquenta carretas já foram prontamente reservadas para utilização nos aposentos reais, isto é, nos escritórios presidenciais do Palácio da Alvorada. Uma junta de padres exorcistas também virá do Vaticano para apoiar as ações contra o “coisa ruim” que habita no Distrito Federal, bem como um grupo de xamãs siberianos especialistas em tirar encostos e expulsar fantasmas de prédios públicos. Havia surgido uma sugestão do Departamento de Meio Ambiente de substituir toda a água do Lago de Brasília por água benta, mas, por dificuldades técnicas, ela será apenas esguichada pelo Corpo de Bombeiros nos prédios ministeriais e no Congresso. Com todas essas ações, espera-se iniciar o ano de 2015 no maior alto astral, os parlamentares assumindo seus mandatos com a aura e a consciência limpa, as pessoas andando pelas ruas da capital felizes, com o sorriso de orelha a orelha, como nos comerciais de cerveja e refrigerante. Em uma coletiva realizada ontem, Pai Zezinho explicou que o sal grosso encomendado possui alta retenção de maus fluidos, e que, depois de usado, será armazenado em tonéis blindados

Foto- http://ducontrario.blogspot.com.br/2010_03_01_archive.html

de concreto, os mesmos utilizados para depositar lixo radioativo. Tom Cruise fala de cenas de Missão Impossível 5 que serão filmadas no Brasil Essa semana, José Botelho Pinto Nelly, enviado especial do Ponte à Califórnia, conversou com Tom Cruise sobre o novo filme da série Missão Impossível, o quinto a ser produzido pelo ator. Cruise falou das cenas que serão gravadas no Brasil e explicou a trama que parece vir para superar todas as expectativas de bilheteria. A história é sobre uma organização eco-xiita-terrorista que resolve detonar todas as refinarias de petróleo do mundo e causar um colapso na economia mundial. Cruise e sua equipe deverão lutar bravamente para conter os terroristas em ações nada convencionais, desde subornos a funcionários de alto escalão das empresas petrolíferas até o uso de armas atômicas. No Brasil, as tomadas envolverão a inauguração de uma plataforma de petróleo da Petrobras, em que estarão presentes desde a presidente do país, os principais ministros do governo, grande parte dos parlamentares, toda a diretoria da empresa e mais alguns

figurões nacionais, e que seria afundada em um ataque surpresa, sem chance de salvamento das pessoas presentes. Os ataques então seguirão em outros países, mas nesses Cruise conseguirá evitar o pior, tornando-se assim novamente o grande herói da série. O afundamento da plataforma com tantas pessoas importantes iniciaria uma grave crise política mundial, desencadeando diversos acontecimentos espetaculares e eletrizantes, cujo final Pinto Nelly não teve acesso na conversa com o ator. Tom Cruise ainda falou da orientação que os cinemas brasileiros deverão receber de distribuir lenços para os espectadores na entrada do filme, para que esses possam enxugar as lágrimas de cenas tão fortes de perda de pessoas tão queridas e benfeitoras do povo brasileiro.

Krishna Simpson foram publicados essa semana por uma equipe da universidade de Oxford, na Inglaterra: Papai Noel realmente existe. Financiada pela Coca-Cola e pela Walmart, a pesquisa utilizou moderníssimos métodos de localização GPS para encontrar a casa do velhinho mais conhecido do planeta. Sua residência fica na remota cidade de Karosjok, no norte da Noruega, e não na Finlândia, como se pensava. Abordado pela equipe de pesquisadores, Papai Noel não quis ser filmado nem fotografado, mas aceitou conceder uma pequena entrevista (publicada na íntegra junto com os resultados da pesquisa), na qual responde a diversas perguntas intrigantes, principalmente o porquê de tantas crianças pobres não receberem presentes no Natal. Papai Noel explicou que a grande maioria das crianças pobres do mundo vive em países tropicais, cujas casas dificilmente possuem lareiras, e que esse é o grande impedimento de entrega de presentes. Ele sugeriu que os governos desses países criem programas de financiamento de lareiras para as casas, para que milhões de crianças do mundo todo que não têm sequer o que comer na festa natalina possam ao menos receber brinquedos. Aqui no Brasil, o governo já anunciou o programa “Minha lareira, meu presente de Natal”, a ser financiado com recursos da Petrobras S.A. e de outras empresas reconhecidamente idôneas do panorama nacional.

Pesquisadores de Oxford confirmam existência de Papai Noel Às vésperas de mais um Natal, os resultados de uma pesquisa emocionante

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Livro traz história da defesa nacional

O Gen. Miné, comandante da Aman, discursa no evento

O historiador Cel. Claudio Moreira Bento lançou no último dia 8 de dezembro, o livro “Brasil - Lutas contra Invasões, Ameaças e Pressões Externas”, do qual é o organizador e co-autor com o Cel Luiz Ernani Caminha Giorgis. O livro possui 590 páginas com bibliografia produzida por integrantes da Federação das Academias de História Militar Terrestre do Brasil (FAHIMTB). A obra reverencia, em especial, todos os lideres de tantas lutas vitoriosas contra invasões, ameaças e pressões militares externas em defesa dos Objetivos Permanentes do Brasil. Em especial de sua Soberania, Integridade e Independência e em defesa da Democracia e Liberdade Mundiais na 2ª Guerra Mundial. (Com Celso Dutra)


Dezembro de 2014 - O Ponte Velha - 11

Mudanças

Mensagem de fim de ano aos nossos congressistas

Dafny Bitencourt

A vida pode ser encarada de formas e ângulos incalculáveis, desde que tenho iniciado esta nova esta nova etapa tudo tem se passado tão mais intensamente, vivo e claro. Ter de encarar despedidas é doloroso, mas se mostra necessário para o fortalecimento da maturidade de cada um. Cada vez vejo a grandeza de meus ideais e a coragem-segurança que as mudanças querem que eu tenha. Todos querem mudar, mas poucos capazes de se encarar “nu e cru”, de encarar seu meio se te faz insatisfeito, de encarar suas comodidades, de encarar suas superficialidade. Quantos? Pergunto! Quantos viveram suas vidas e não as vidas impostas, quantos seguiram os sinais do espírito, quantos foram mais fortes que as tentações ilusórias que o meio nos oferecem...? Quantos foram capazes de mesmo depois de tantos desencontros se encontrar, quantos quiseram caminhar para um hoje mais consciente, para a evolução e popularização do homem integral, do homem humano, quantos puzeram seus egos de lado em prol de um verdadeiro e real desenvolvimento, quantos mergulharam no novo sem apego a laços vazios... Esses se mostram os verdadeiros números que precisam crescer a cada dia. Choro de emoção, os sons e as cores... Como podem me tocar tanto? Sinto o cheiro do azul e o gosto do vermelho. A sede do universo me enche a boca de doces gotas do mar da imensidão. A mudança começa pelo individual.

“Trabalho arduamente para fazer o que é desnecessário” - Manoel de Barros

Otanes Solon

É hora de renovar as esperanças, não para mim que inevitavelmente mais velho. Assistimos a uma eleição que ficará marcada como a da campanha mais baixas e vis da história patrocinadas pela situação. Uma eleição financiada pela corrupção, respaldada pelo medo e pela mentira. Agora revelada a verdadeira face deste “ novo governo” e que a propaganda ocultava. Um governo irresponsável e sem princípios. Em relação à meta fiscal descumprida, independente da motivação, um governo sério teria ido ao Congresso pedir autorização para aumentar o teto da dívida pública. Apresentaria assim um plano de contenção de despesas e equilíbrio fiscal com metas claras para os próximos anos. Ao invés disso , montou um “abracadabra” contábil, uma ilusão a fim de burlar a lei e, pasmem, oficializaram por decreto a cooptação, condicionando a aprovação da LDO a liberação de emendas parlamentares. Este foi o presente de fim de ano deste governo que se notabilizou pela chantagem, pelo crime e pela desfaçatez. Um governo apoiado por uma militância composta de cegos ideológicos que não conseguem enxergar que de tanta coisa ruim não há como se esperar um bem maior. Não sei sinceramente como estas pessoas podem ter alguma paz de espírito. Ou são tolas demais, ou ingênuas demais. Em ambos os casos acreditam no discurso fácil e na lógica da divisão entre “nós e eles”. Não bastou um operário alçado a presidência e tudo que ocorreu após este fato para desfazer este mito. Neste final de ano peço que reflitam sobre solidariedade e corrupção. Quem se diz solidário saiba que não pode compactuar com o ato mais mesquinho. Algo que para um cristão é injustificável, não pode ser simplesmente circunstancial. É algo a ser repudiado e um ato a ser condenado. Não há lado na corrupção, a não ser o do crime. Cansei de hipocrisia. Hoje não estou muito bem. O próximo ano não será fácil.... Talvez eu esteja apenas ficando mais velho. Feliz Natal.

Esta invocação é uma Prece Mundial Expressa verdades essenciais. Não pertence a nenhuma religião, seita ou grupo em especial. Pertence a toda humanidade como forma de ajudar a trazer a Luz Amor e a Boa Vontade para a Terra. Deve ser usada frequentemente de maneira altruísta, atitude dedicada, amor puro e pensamento concentrado.

A Grande Invocação Desde o ponto de Luz na Mente de Deus, que aflua Luz às mentes dos homens. Que a Luz desça à Terra. Desde o ponto de Amor no Coração de Deus, que aflua Amor aos corações dos homens. Que aquele que vem volte à Terra. Desde o Centro, onde a Vontade de Deus é conhecida, que o propósito guie as pequenas vontades dos homens. O propósito que os Mestres conhecem e a que servem. Desde o centro a que chamamos raça humana, que se cumpra o plano de Amor e Luz. E que se feche a porta onde mora o mal. Que a Luz, o Amor e o Poder restabeleçam o Plano Divino na Terra. Unidade de Serviço para Educação Integral Av. Nova Resende, 320 – sala 204 CEP: 27542-130 – Resende RJ – Brasil Tels(0xx24) 3351 1850 / 3354 6065

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12 - O Ponte Velha - Dezembro de 2014

Fala, Zé Leon! - Com a palavra, Tetê

Vejam vocês, meus poucos, mas fiéis leitores. Entre tantos amigos interessantes das antigas que eu reencontrei, não é que me apareceu a Tetê, minha querida passista e destaque da Escola de Samba Unidos do Manejo, moradora na Nova Liberdade, conhecida nos pedaços como Tetê Para-lama, por causa da sua bunda avantajada e também por causa da Rita Kadilaque, velha Chacrete e ex atriz de filmes eróticos. Tetê Para-lama era um espetáculo de mulher, meio índia, meio negra, mas de olhos verdes, que nem sob tortura revela a idade. Dizem que ela é do tempo da campanha do O Petróleo é Nosso. Ela nega, mesmo achando coincidência um dos cartazes que aparecem nas fotos da revista Cruzeiro, ter a sua letra. Fora o “noço”, escrito com cedilha. Tetê Para-lama nunca foi íntima das letras. Tetê Para-lama sonha em ganhar sozinha a mega sena da virada, para, com o dinheiro, comprar a ilha do Pitanguy, em Angra dos Reis, com ele dentro, para nunca mais se preocupar com as rugas. Ela me pede um conselho.

Zé Leon

dólares, mais ou menos. Então, Zé, é para a Petrobrás que vou, Você tem o telefone do Lula ou do Zé Dirceu? Beijos da sua mulata predileta Tetê Para-lama” Não vejo a Tetê esses anos todos, sua foto no face deve ser antiga. Foi tirada na Quinta da Boa Vista, mas nem aparece ainda o Maracanã no fundo.

Quando um poeta morre Somavilla

As estrelas, os buracos negros, o universo Prosseguem na mesmice sem começo e sem fim Explodindo em big bangs repetitivos Que pouco interessam aos transeuntes. A mim, a você, a ninguém impor ta Se o poeta silencia... Também o dólar, o euro Não serão afetados. Não se preocupem... Só que... Só que...

*************************** Cantinho de Porto Real

Chaves e Kiko - Criação de Roberto Gomez Bolaños (1929-2014)

Bem, deixa eu publicar aqui o e-mail dela, fica melhor. “Querido amigo de tantos carnavais vitoriosos do Manejo, bons tempos aqueles que a gente descia na avenida pra arrasar com as outras escolas. Era divertido ver o Kiko Besouchet ficar vermelho, nas apurações do velho GSSAN, cada vez que as notas eram abertas e o Alto dos Passos se ferrando. Mas eu continuo querendo ficar rica, mas muito rica. Acho que já perdi as esperanças de ganhar na sena. Eu tive uma

ideia, com meu corpo e com meus contatos que tenho com muitos políticos – numa hora dessas que o Getúlio me faz falta – eu podia pegar uma diretoria na Petrobrás. Eu sempre soube que petróleo dá dinheiro, mas eu achava que a gente tinha que achar, cavar, refinar, distribuir e vender. Mas depois que eu vi que um gerentinho, sub do sub, vai ter que devolver 940 milhões de dólares eu imaginei: a mega sena da virada vai pagar 240 milhões, 90 milhões de

Porto Real não há mais, é apenas uma fotografia no meu álbum do face. *************************** Se para mudar a LDO custou mais de 700 milhões de reais em emendas parlamentares, imagina se abrem um processo de impeachment no Congresso? Marylin Monroe (1926-1962)

Vento Invoquei o vento sim... Sempre o quis assim Gritando imprecações, mago inconsequente Espalhando caos, raios e trovões. Não se precisa de silêncio nesta hora, preces Talvez, algum respeito, alguma comiseração Pelos que vão morrer anônimos nos becos. Que cidade é esta que despreza o condenado? Que realidade perversa é esta, embuçada Em carrascais, quintais, quar tos e tragédias Que se repetem em lugares chamados De Paraiso, de Elisios Campos, de Alegria? Não se precisa de políticas, nem de eleições:

Joel Pereira

Advogado - OAB.RJ - 141147 joelpereiraadvogado@joelpereira.adv.br Av. Ten. Cel. Adalberto Mendes, 21/201 CEP: 27520-300 - Resende - RJ Fones: (24) 3360.3156 / 3354.6379

So o vento, por um momento, desper ta A consciência... Logo a noite se entorpecerá Depois que o torvelinho se dissipar Nos confins da mentira, da culpa, da hipocrisia.

DR. MAURÍCIO DIOGO Cirurgião Dentista - CRO-RJ 10689

Implantodontia

Especialista em implantes e prótese sobre implantes Resende Shopping - Torre 2 - sala 602 - Tel: (24) 3385.1474

“Trabalho arduamente para fazer o que é desnecessário”

Manoel de Barros


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