RESENDE E ITATIAIA - Setembro de 2015 Nº 233. ANO 21 - JORNAL MENSAL DISTRIBUIÇÃO GRATUITA
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A saída é para dentro!
Quando o Parahyba desaguou no Ypiranga...
Independência ou Morte, por Pedro Américo, 1888, óleo sobre tela, 415 m × 760 cm, Museu Paulista da USP, São Paulo
A maioria dos 28 componentes da Guarda de Honra de Dom Pedro na Jornada da Independência em 1822 era do Vale do Paraíba, sendo 4 de Resende. Segundo a “História da Independência do Brasil”, de Francisco Adolfo de Varnhagen (18161878), Visconde de Porto Seguro, publicada postumamente pelo Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (1916), eram:
João da Rocha Corrêa pertencia à família de Simão da Rocha Corrêa, proprietário do “Porto do Simão”, sítio da futura Porto Real. Seu irmão, o Padre Mariano José da Rocha, era proprietário das terras onde se erguem Campos Elíseos e a Aman, tendo doado as telhas para cobrir a Matriz e as peças de braúna com que se construiu a primeira ponte sobre o Paraíba (1821-1824).
O Sargento-mór António Ramos Cordeiro, que acompanhou o Correio do Paço, Paulo Bregaro, era homem de confiança de Dona Leopoldina, e levou sua correspondência pessoal a Dom Pedro. Morava em casa próxima ao sítio onde ergueu-se a Cerâmica São Carlos, no Manejo.
David Gomes Jardim, gaúcho, filho do Domingos Gomes Jardim, que veio para Rezende em 1801 com centenas de muares e aqui fixou sua gente. Com ele veio o cunhado, Pe. Joaquim Pereira Escobar, que presidiu a Câmara Municipal quando se criou o Correio e se inaugurou o Cemitério Público. Cafeicultor e Juiz de Paz, David foi responsável pela vinda para Resende do primeiro médico-cirurgião da Vila, o Dr. Thomaz Whately.
António Pereira Leite, tropeiro e cafeicultor, natural de Pouso Alto, morador na Sesmaria do Rio Vermelho, em Santana dos Tócos, foi um dos fundadores de Campo Bello, hoje Itatiaia.
2 - O Ponte Velha - Setembro de 2015
1) PENSAMENTO DO MÊS - “Não há país possível sem respeito à lei“. Rodrigo Janot. 2) DEDICATÓRIA - Dedicamos a coluna deste mês ao Paulo Roberto Ramos, fiel leitor e colaborador bissexto do Ponte Velha. 3) UMA SERESTA PARA O TOTONHO ZERODOZE - Na madrugada de 5 para 6 de setembro último, a vizinhança foi surpreendida por um trio, cantando debaixo da janela de Totonho Zerodoze. Uma só música foi repetida inúmeras vezes: Atiraste uma pedra, de Herivelto Martins e David Nasser. Maior surpresa foi verificar os seresteiros: Bebê Jonhson, no violão; Dr. Brito, no pandeiro; Rechuan, no gogó. Para ouvir, acesse: https://www.youtube. com/watch?v=UKPttzIN__o 4) EM RESENDE, QUEM VAI FICAR COM A REDE? -
Segundo uma nossa interlocutora frequente, um importante político destaca-se como potencial dirigente da Rede Sustentabilidade em Resende. Trata-se do Julianelli. Ele veio do PSB, partido que é uma espécie de tio da Rede, inclusive a hospedou quando ela estava sem casa. Atualmente Julianelli é Deputado Estadual do PSOL, partido que, em nossa opinião, limita seu potencial para a próxima eleição de Prefeito em Resende, cidade de eleitorado conservador, com rejeição a partidos muito à esquerda, como o PSOL (veja o site do partido). O Julianelli só manteve seus 10.000 votos em Resende porque é o Julianelli. Muitos de seus seguidores se mantiveram fiéis, embora contrariados com a escolha partidária. Na Rede Sustentabilidade, a conversa seria muito diferente. O novo partido, refletindo Marina - sua líder maior, nascerá com uma aura de pureza ideológica que se encaixaria muito bem com o perfil que o Julianelli procura mostrar. Outra vantagem da Rede sobre o PSOL será o tempo de televisão que o novo partido trará, com o provável ingresso de Deputados Federais em seu quadro. 5) SORAIA BALIEIRO AGORA PODERÁ CUIDAR DAS AMEAÇAS EXTERNAS - Para a Soraia, foi muito bom o grupo liderado pelo Paulo César Oliveira, o PC, ter saído do PSB. Agora, Soraia poderá preocupar-se apenas com o medalhão que está de bote armado para
POLITICÁLYA
ingressar no PSB e tomar a coroa dela. Quanto à nominata de vereadores, o PSB tem como arma secreta um filiado que – se candidato – poderá ser o mais votado na zona rural e um dos mais votados na cidade. 6) VOVÔ LANDRACE DIZ QUE A OPOSIÇÃO SERÁ FORTÍSSIMA NA DISPUTA PELA PREFEITURA DE RESENDE - O famoso vidente de Silveiras/SP, Vovô Landrace, previu que um grande político de Resende ingressará em um dos maiores partidos brasileiros e seu companheiro de chapa será um conceituado médico, que já foi eleito vereador pelo PSB, cujo nome político termina com a letra “i”. Virá de um partido no qual a sigla, dentre outras, tem as letras, “o” e “s”. Mais três partidos, descontentes com a escolha do candidato do governo, integrarão essa chapa. Segundo Vovô Landrace, essa dupla dará muito trabalho para seus adversários, com chances até de levar a medalha de ouro. 7) SÁ MARIQUITA OPINA SOBRE A CANDIDATURA DA SORAYA !
Sá Mariquita ficou muito chateada com nosso diagramador que colocou apenas o rosto dela, em nossa última edição. Ela caprichou na pose e vestiu sua roupinha domingueira para o artista Jandir Queiroz. Achamos que merece ser mostrada de corpo inteiro. Perguntamos à nossa amiga sua opinião sobre a candidatura de Soraya a Prefeito de Resende. “Meu fio, essa eu conheço bem. Ela, em antes de ser Balieiro, é Nunes. Nunes consegue tirar a meia sem descarçar o sapato ... Dispois de Nunes, portanto, ela é Balieiro. Os Balieiros são sabidos que nem juiz de Vara Única ... Soraya quer ser a candidata do Rechuan. Se isto não for possível, não vai entrar numa canoa furada de candidatura avursa. Vai disputá uma outra vaga de vereadora, com vitória praticamente
garantida. Se, ainda por cima, lançar a arma secreta do partido, garante dois vereadô. É o mínimo que ela pode fazê para justificá a sua presidença”. 8) A HORA E A VEZ DE VICENTE DE ANDRADE -
Exemplo de perseverança na política, Vicente lembra, neste aspecto, o Noel de Oliveira: no dia que perdia uma eleição, já começava a campanha para a próxima. Com as prováveis saídas do Pedra como candidato a vice-prefeito, e do Valdir Macarrão para outro partido, o PDT vai precisar, mais do que nunca, de seus políticos com médio potencial de votos. Vamos ver, se desta vez, o PDT dará reciprocidade ao Vicente Andrade, pois este tem feito tudo para o partido e não tem recebido o merecido retorno. Vicente tem ajudado na direção partidária, até mesmo na difícil função de Vice-Presidente que hoje ocupa. O partido tem obrigação de ajudar seus dirigentes, candidatos naturais em qualquer eleição. No PDT, os votos do Vicente vêm até declinando, pois em 2006 ele já conseguiu obter 579 votos, no PSDC. Por exemplo, com um nome e sobrenome excelentes para uma música ou para um slogan, Vicente nunca recebeu uma ajuda do Marketing do PDT. Andrade rima com cidade, com amizade, com felicidade. E Vicente? Este nós nem deixaremos para o marketing pedetista. É um presente nosso a um político batalhador: Vicente, o candidato da gente! 9) NOSSA SUGESTÃO PARA O RECHUAN: CRIAR A SECRETARIA DE FOMENTO DOS ADVERSÁRIOS, ALI NO CEMITÉRIO DOS AUTOMÓVEIS.
Em decorrência de não conseguimos combater determinadas falhas do Governo Rechuan, estamos aderindo a elas, sugerindo que sejam incorporadas como ações do governo e
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enfeixadas em apenas uma Secretaria, a Secretaria de Fomento dos Adversários, com a sigla SEFODA. Não faltará um traíra para assumir essa função. Tal Secretaria cuidará de marcar os “gols contra” em todos os jogos que o Governo participar, não se descuidando de: 9.1 - CEMITÉRIO DOS AUTOMÓVEIS – bem ali na entrada principal de Resende, onde tem por principal função anular os efeitos da belíssima obra de duplicação dos viadutos, de iluminação e de re-pavimentação da Avenida Dorival Marcondes Godoy realizada pelo próprio Governo Rechuan. Como função subsidiária, o Cemitério dos Autos, continuará criando mosquitos aedes aegypti, para bem ajudar na disseminação da dengue; 9.2 - HOTEL/MOTEL DO CORETO DA PRAÇA OLIVEIRA BOTELHO – manter o Coreto como espaço de hotel e motel dos moradores de rua, com a principal finalidade de neutralizar os efeitos da obra de Revitalização da Praça Oliveira Botelho, também realizada no Governo Rechuan. Secundariamente, o Motel do Coreto serve para desagradar aos comerciantes e moradores da Praça, aos frequentadores da Igreja Matriz e aos Vereadores, que terão o Coreto/Motel como quintal da futura sede da Câmara Municipal; 9.3 - “NÃO OBRA” DA AVENIDA GENERAL AFONSECA - continuar com essa intervenção que tem como única finalidade encher o saco dos comerciantes e dos moradores da Avenida General Afonseca, principalmente a proibição de estacionar veículos no lado par da Avenida. Antes, a Avenida era de mão dupla. Como tal, alternativa de tráfego no sentido Manejo/Cidade Alegria. Agora, mão única, presta-se apenas ao sentido contrário. O objetivo principal dessa “não obra” é neutralizar os positivos efeitos da duplicação de um trecho da Avenida Ten. Cel. Adalberto Mendes, realizada no governo Rechuan. O
objetivo secundário é acabar com uma importante via alternativa do Centro para a Grande Alegria. 9.4 - FALAR SEMPRE QUE NÃO TEM DINHEIRO PRÁ NADA - mesmo para obras, como as retro citadas, que dependam apenas de vontade política, este será o argumento principal da SEFODA, na tentativa de colocar uma pá de cal sobre a ótima imagem que o Governo vinha conseguindo. Em síntese, a SEFODA trabalhará sempre para neutralizar as boas obras do Governo Rechuan e jogar os eleitores no colo dos adversários políticos. Ah, a localização da SEFODA pode ser lá mesmo no Cemitério dos Automóveis, na entrada principal da cidade, para que possa mostrar a todos o seu enorme potencial destrutivo. No próximo mês, falaremos sobre outros importantes projetos da Secretaria. 10) DR. DIOGO BALIEIRO - UMA EXCEÇÃO POSSÍVEL -
A cúpula do PMDB fluminense já bateu o martelo: quer candidatos próprios em todas as cidades estratégicas do Estado do Rio, dentre as quais Resende. Desse modo, já está fechada uma candidatura para Resende, com as seguintes e cumulativas condições: 1) ser do PMDB; 2) ser indicado pelos Rechuans. A única exceção admissível é um candidato do PSD (único partido coligado com o PMDB do Rio, para Deputado Federal, nas últimas eleições), com indicação conjunta dos Rechuans e do Deputado Federal PSD Alexandre Serfiotis, parceirão do PMDB fluminense e merecedor da amizade dos Piccianis e do Governador Pezão. Bom para o Dr. Diogo Balieiro: o homem certo, no lugar certo, na hora certa ...
Expediente
Jornalista responsável: Gustavo Praça de Carvalho Reg. 12 . 923
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Setembro de 2015 - O Ponte Velha -
Os Passos, da Bêbada e do Engenheiro
1 - Nessa hora em que o MST fala em pegar em armas e alguns babacas pedem a volta dos militares, vale a pena ver a entrevista da deputada Luiza Erundina (fundadora do PT e hoje no PSB), na TV Brasil ( htpp:// tvbrasil.e.bc.com.br). Ela diz que o governo, para se aprumar, tem que dialogar com as milhares de pessoas que estão indo às ruas. Não pode apenas reatar o diálogo com sindicatos e organizações de base. “Poder popular é uma coisa que existe por si, fora da institucionalidade (…) Governo democrático é o que tem sintonia com o povo, não com o sindicalismo organizado”. Erundina acha que o mundo está passando um momento de mudança de ciclo histórico, embora as forças reacionárias hegemônicas do capitalismo selvagem, com a ponta de lança da especulação financeira, ainda sejam muito fortes. A reação estaria em movimentos populares espontâneos, como o “Podemos” na Espanha, como a reação da Grécia, ainda que vencida num primeiro momento. Movimentos como estes, e não apenas partidos, seriam as novas e legítimas sustentações populares dos governos. Como se vê, a esquerda brasileira para Erundina – e para mim, e para tanta gente que está falando nisso – é algo que tem um de seus grandes fundamentos no mar de gente que tem inundado as ruas: pessoas que querem um povo cada vez mais esclarecido, que se reflita num governo responsável e competente,
Gustavo Praça
num meio ambiente e numa comida mais saudáveis para todos (força para a pequena propriedade), numa justiça social que acabe com a violência. Não vão às ruas para que o pobre não chegue na universidade ou não ande de avião; ninguém quer isso, a não ser meia dúzia de babacas. Mas, meus amigos, como é difícil abandonar o sonho voluntarista de mudar as estruturas imediatamente, sem ter que aturar os lentos processos orgânicos que constroem o equilíbrio. Processos orgânicos que estão sempre em um novo estágio na espiral do tempo. “A direita vai voltar com tudo!” - exclama uma jovem amiga militante. Nada volta, nem na nossa vida particular. A dialética é uma dama que anda pra frente, ainda que com o caminhar belo e imprevisível dos bêbados. Às vezes ela até parece que vai cair, e às vezes
cai, radicalmente, para a banda da direita ou da esquerda, de cara na lama, mas logo levanta, estica um braço para cada lado, e procura novamente o equilíbrio para poder andar pra frente; é assim, não adianta. 2 - Num sábado desses comemos deliciosa feijoada no Costelão do Zé, em Engenheiro`s Passo. Vou voltar pra experimentar a costela. Tem de boi, de porco e de carneiro, e o Zé diz que vai colocar também de bode. Além da comida boa, da presença amiga do Zé, das boas cachaças de fazendas da região e do preço honesto de tudo, a gente é envolvida pela paz que reina no pequeno povoado, ainda cheio de velhos armazéns, pessoas tranquilas em suas bicicletas pré-modernas e velhas senhoras nas janelas para nos cumprimentar. Talvez por seu tamanho pequeno – meia
dúzia de ruas – Engenheiro`s Passo nos concede a gentileza de um banheiro público decente, ao lado da igreja, iluminado à noite. Depois de algumas boas pingas (a São Benedito, de São José do Barreiro, é uma delícia) ficamos especulando se Engenheiro`s Passo é com apóstrofo e se o “ s” do Passos desparece ao ser transferido para o engenheiro, caso em que o nome do povoado se referiria ao passo de dança do engenheiro Passos, que trabalhou na abertura da vida Dutra, ao som da bandinha de jazz que tocava ali nos anos 50, formada pelo maestro Aniceto, pelo Mauro pai do Jambo e outros. Ficamos de levar no próximo almoço o Júlio Fidélis, pelo lado da história, e o Jackson Andrade, pelo lado da gramática. 3 - Na última edição do Ponte Velha, depois de narrar um encontro da população
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de Penedo com o Executivo e o Legislativo no Clube Finlândia, provocado por um abaixo-assinado liderado pelo Valdir Dutra, eu falei da importância daquilo, já que a distância entre o povo e seus representantes – que no caso de Penedo, uma distância inclusive física – é um campo fértil para que o ungido a um cargo público sinta-se acima das questões da população. Disse que as sessões da Câmara deveriam se realizar periodicamente em Penedo para que nossos futuros representantes/ funcionários “não se isolem amanhã em um ambiente acarpetado”, pois “os seres humanos são cheios de tentações”. Dei o exemplo do Zé Dirceu, “um jovem inteligente que arrisca a vida por um ideal e se torna depois o grande articulador da corrupção entre os que andam de carro de vidro fumê”. Pois bem: como eu disse também que achava que o Valdir tinha perfil para um nosso futuro representante, teve gente que achou que eu disse que o Valdir é corrupto. Ora, meus amigos. Uma coisa é a liderança que o Valdir tem na comunidade; outra é a tentação dos seres humanos em geral, para o que população tem que estar atenta. Por sinal, eu voto no Valdir para qualquer coisa; não é de hoje que ele trabalha pelo povo de Penedo.
PS: Como é que pode se liberar o uso de algo cuja venda é proibida? Não é possível que não se entenda que crime organizado é um coisa e venda de drogas é outra. Se um cresceu às custas do outro, é a questão de separá-los.
Instituto Campo Bello receberá acadêmicos da Ardhis A Academia Resendense de História – ARDHIS realizará a sessão solene comemorativa dos 214 anos de criação da Vila de Rezende, no dia 26 de setembro de 2015, às 15:30 horas, no Estalagem - Centro Cultural do Instituto Campo Bello, em Itatiaia (Rua Raul Cotrim, 259 - Centro). Na oportunidade, tomarão posse os novos Sócios Acadêmicos: Maria Fernanda de Oliveira Coutinho, na cadeira no 37, tendo como patrono Dona Maria Benedita Gonçalves Martins, que será recebida por Julio Cesar Fidelis Soares; e Karla de Carvalho Rocha Barcellos, na cadeira no 39, cujo patrono é a Professora Bernarda Emília Brandão do Valle, que será saudada por Maria Cristina Godoy.
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A tradição como remédio
ITATIAIA em Pauta Apoio ao deficiente
Wilfred Bion (18897-1979), médico psiquiatra e psicanalista, trabalhou para o Exército Britânico durante a Segunda Guerra Mundial. Nas décadas de 40 e 50, desenvolveu uma série de trabalhos com grupos humanos, inicialmente com ex-combatentes acometidos de transtorno de estresse pós-traumático, na época descrito como neurose de guerra. Posteriormente comparou os dados obtidos com os ex-combatentes com os de grupos de pessoas não afetadas por aquele transtorno. Seus relatos podem, em parte, ser verificados em seu livro Experiências com Grupos (Imago, 1970). Bion observou que todos os grupos com que trabalhou, independentemente de seus membros sofrerem ou não de algum transtorno, apresentam simultaneamente dois níveis de respostas aos problemas da realidade: um nível consciente e um nível inconsciente. No nível consciente, os grupos humanos tendem a ser racionais e adaptados à realidade externa. Ao cumprir tarefas, funcionam com maturidade e buscam soluções tanto para as tarefas quanto para os problemas grupais, apresentando tolerância a frustrações e perseverança. Em suas relações com a autoridade, tendem a cumprir as formalidades consensuais de comportamento frente à hierarquia social. Por outro lado, no nível inconsciente, os agrupamentos humanos tendem a apresentar respostas emocionais que interferem em seu comportamento no sentido de evitar situações desprazerosas – ou qualquer tipo de frustração – e de realizar fantasias mentais. Essas respostas emocionais variam em quatro diferentes modalidades: dependência, luta, fuga e união. De modo geral, um grupo emocionalmente dependente julga-se incapaz de enfrentar as dificuldades do dia-a-dia e, em razão disso, busca na autoridade proteção, segurança, guiamento e suporte material e espiritual. Todo grupo dependente espera encontrar um chefe onipotente. Há grupos que inconscientemente agem como se estivessem sob constante ameaça de um elemento externo (pessoa ou coisa) que deve ser combatido (luta) ou evitado (fuga). O grupo pode, de um lado, agredir aquilo que julga ser a fonte de estresse ou, de outro lado, afastar-se física e/ou mentalmente dessa fonte percebida como estressante. Grupos em luta têm a expectativa de encontrar um guia que seja invencível e grupos em fuga tendem a seguir líderes que se mostrem capazes de escapar de qualquer situação estressante. Grupos inconscientemente unidos têm uma percepção equivocada de si mesmos. Tendo em vista as altas qualidades que julgam possuir, creem-se merecedores de todos os louvores e de reconhecimento social. Apresentam um clima de alegre esperança diante das dificuldades e têm a crença de que serão agraciados pela providência com um chefe perfeito e de características míticas, nada menos que isso. Não há quem seja totalmente imune a esses sentimentos, principalmente nas modernas sociedades de massa. A tradição, no entanto, nos legou formas de nos prevenirmos. Desde Sócrates sabemos que temos de cuidar mais de nossas almas, preocupar menos com nossas opiniões, superar o desejo de reconhecimento e de acúmulo de bens e buscar prioritariamente uma sólida formação intelectual e espiritual com a qual possamo-nos prevenir contra os enganos e os autoenganos. Túlio Alcântara Valente
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No dia 3 de setembro, foi realizada na Câmara Municipal de Itatiaia, a abertura da Semana Nacional da Pessoa com Deficiência Intelectual e Múltipla 2015, solenidade presidida pela vereadora Andréa de Carvalho Jardim, que entregou uma homenagem especial a cada um dos assistidos especiais. O evento contou com a presença do vereador Eduardo Guedes da Silva, dos deputados Federal Alexandre Serfiotis e Estadual Ana Paula Rechuan, presidente da APAE Itatiaia Zilma Rosa e diretoras da entidade Creuza Rosa e Diana Costa e ainda da agente de Ação Social Arlete Serfiotis, dos assistidos pela Zilma Rosa e assistida APAE e seus responsáveis e algumas pessoas da comunidade. Disse a diretora da APAE Itatiaia, Zilma Rosa: “Em primeiro lugar, quero parabenizar o presidente da Câmara de Itatiaia, Jair Balbino da Silva, por incluir na reforma do plenário, espaços de acessibilidade para as pessoas com deficiência. A inclusão, como discurso, invadiu a sociedade e, atualmente, vem sendo utilizada nos diversos contextos como forma de referir-se à justiça social e à cidadania e aos benefícios de populações submetidas a prejuízos resultantes de práticas excludentes vivenciadas e de privação da convivência social. De formas muitas vezes desumanas e indignas, pessoas com deficiência tiveram o acesso aos direitos sociais negados e comprometendo, ao mesmo tempo, o exercício dos deveres cidadãos, como votar, participar de processos decisórios quando da discussão e formulação de documentos de interesse público e outros. Uma situação que não se restringia, evidentemente, a um ou outro cidadão, mas a vários, por questões étnicas, de sexo, linguísticas, por deficiência e outros”. (Com Marlene Modesto/CMI)
Escoteiros realizam encontro Nos dias 15 e 16 de agosto, em Penedo, o Colégio Dom Ottorino Zanon, antigo Patronato, foi sede do 26º ELO NACIONAL, um grande encontro de confraternização do Movimento Escoteiro (foto abaixo). Devido às proporções territoriais do Brasil, esse evento está organizado por distritos. O distrito sul-fluminense congrega os grupos escoteiros de Volta Redonda, Resende e Itatiaia. Nosso município tem a honra de sediar dois grupos, o 19º Grupo Escoteiro Campo Belo, que completa 16 anos de história no dia 19 de setembro, e o recém fundado 127º Grupo Escoteiro Dom Ottorino Zanon, em Penedo.
O Grupo Escoteiro de Penedo conta com a presença dinâmica e entusiasta da nossa Secretária Municipal de Educação, a Chefe Escoteira Elenir Laurindo, que tem sido um grande apoio ao movimento na nossa cidade. Graças a ela os dois grupos podem atuar dentro de unidades escolares bem estruturadas e localizadas, favorecendo a participação dos nossos jovens. Para conhecer melhor o Movimento, acesse os links abaixo. www.escoteiros.org.br www.facebook.com/gecampobelo19 (Com Raphael Lobo)
“Resgatando Nossa Cultura” Os alunos dos sextos aos nonos anos do Ottorino Zanon estão envolvidos com pesquisas e estudos sobre a região, com foco nas questões ambientais, gastronomia, história do município, os pontos turísticos e artistas locais. Cedendo seu espaço para uma das atividades, a Câmara Municipal de Itatiaia, representada pelo vereador Leonardo de Seixas Carvalho, recebeu aproximadamente trinta alunos dos oitavos anos, acompamhados pela Orientadora Pedagógica Diene Christina Motta Maretti, a Orientadora Educacional Silvana Gomes Lins, as professoras Luci e Olga das Áreas de História e Geografia. O evento também contou com palestras de pessoas conhecedoras da cidade tais como o Professor Marcos Cotrim e Nilson Neves para contar um pouco da História municipal e o processo político pelo qual se deu a emancipação.
Setembro de 2015 - O Ponte Velha -
correspondência do sul de minas
15 de agosto; fui ver uma casa que estava para alugar. o quintal constituía-se de terra sem cuidar, e mato para ser “matado” com mata-mato, porque capinar dá trabalho. perguntei ao dono porque não tinha nada plantado. ele me disse que antigamente havia uma parreira, mas que ela estava uma anarquia quando ele comprou o terreno. Diante dessa anarquia toda, o jeito foi cortar o mal pela raiz.
país mais justo faz a todos mais felizes.
Lila Almendra
Vitória de Samotrácia restaurada - Louvre, julho/2014
20 de agosto; estive em manifestação pró-democracia na cidade de poços de caldas, juntamente com militantes de diversos setores e simpatizantes de causas populares vindos de várias cidades do sul de minas [a companheira de pé ao meu lado balançando a bandeirinha aos 83 anos foi quem me deu uma carona até a manifestação]. pude notar como essa gente é alegre, busca um país mais justo e solidário.
claro que nada na vida é branco no preto, mas foi impressionante ver que os mais abastados condenavam a manifestação enquanto a classe média e baixa apoiava a ideia de democracia e de programas sociais e cotas. este momento no Brasil expõe feridas muito antigas que talvez se resolvam com educação. há que ser educado para entender que a riqueza é de todos e que um
22 de agosto; participo de um encontro de filosofia com um professor da unicamp que vem travar embates curiosos em uma cidade que mantém a fé católica tal como a medieval, sendo deus o bonzinho que tudo vê. talvez abismado frente à realidade, o mestre então nos contou como o nietzche é o mais mal entendido dos filósofos, pois quando ele denuncia que deus está morto, é irônico. só acredita num deus que dance e traga alegria e graça, não num deus que puna, esse mais conhecido por nós. nos últimos tempos li dois livros incríveis que tratam da questão da moral humana frente ao divino, um deles é o ‘crime do padre amaro’, do eça de queiroz, um dos autores imperdíveis da língua portuguesa do velho mundo. o outro, menos conhecido, é ‘o estranho misterioso’, do mark twain, que aborda um anjo caído que age sem o menor escrúpulo em uma vila medieval, fazendo e desfazendo. segundo ele, que não tem culpa nem pena de nada, essa coisa de moral é invenção dos homens, bando de malucos.
Puris Mulher Puri - Rugendas c.1820
10 de agosto: dois mineiros estão caminhando pelo pasto quando se deparam com um monte de bosta de vaca. um deles desanda a rir, no que o outro vira e diz: – cumpadi, cê tá rindo do quê? – ah, cumpadi, diz o outro, eu tô rindo d’ocê. – de mim? – sim, é que ocê vai morrer, e aí nós vai enterrar ocê. cê vai virar adubo, depois esterco, mato, e a vaca vai te comer, e cê vai virar esse monte de bosta aí. eles continuam andando quando o segundo mineiro desanda a rir. o primeiro então pergunta: – tá rindo de que, cumpadi? – ah, cumpadi, diz o outro, eu tô rindo d’ocê. – de mim? – sim, é que ocê vai morrer, e aí nós vai enterrar ocê. cê vai virar adubo, depois esterco, mato, e a vaca vai te comer, cê vai virar esse monte de bosta, e eu vou dizer, ô cumpadi, num mudou nadinha!
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Mais uma etapa do Projeto Puris ocorrerá no dia 19 de setembro no teatro do Senac Resende às 8 horas da manhã. O Projeto visa ao atendimento da Lei Nº 11.645, de 10/3/2008, que torna obrigatório o estudo da história e cultura afro-brasileira e indígena nos estabelecimentos de ensino. Na ordem do dia, a apresentação sobre a temática A Escravidão Indígena no Vale do Paraíba, com duração aproximada de 40 minutos proferida pela Professora Mestra em História Social, Regina Katia Rico de Mendonça(USP), do Instituto de Estudos Valeparaibano (IEV/SP) seguida de debate e discussão sobre a questão indígena na História e seu ensino na escola com a participação dos professores pesquisadores do projeto, Professor Mestre Marcelo Sant’Anna Lemos (UFRJ), Prof.Mestre Enio Sebastião Cardoso de Oliveira(USS) e Prof.Mestre Julio Cesar Fidelis Soares(ARDHIS/IEV/ USS). (Com Secretaria Municipal de Assistência Social e Direitos Humanos/ PMR)
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6- O Ponte Velha - Setembro de 2015
O “Poeta das Pombas” em Resende: uma história ainda a ser contada Dia 6 de agosto de 2001. Tentava de várias formas disfarçar meu nervosismo enquanto, diante de mim, três doutores em literatura – um dos quais, o Prof. Sânzio de Azevedo, era o meu orientador – avaliavam a dissertação de mestrado que decidiria os rumos do meu futuro profissional. O texto, de cerca de cem páginas, era o produto final de três anos e meio de curso na Universidade Federal do Ceará e trazia na capa um título que eu demorei a definir: O filosófico e o intertextual na poesia de Raimundo Correia. Êxito obtido, fiz as malas e, já no mês seguinte, tomei o rumo do Rio de Janeiro, mais especificamente de Resende – minha cidade de origem –, voltando nela a residir depois de longuíssima ausência. Não é para falar de mim, obviamente, que retorno este mês ao Ponte Velha. O tema que me motivou a escrever de novo para o jornal é o autor sobre o qual desenvolvi minha pesquisa naqueles anos em Fortaleza: o poeta parnasiano Raimundo Correia. Natural do Maranhão (é difícil associar seu nascimento a uma cidade, pois sua mãe o gerou, em 13 de maio de 1859, a bordo de um navio), o futuro artista do verso recebeu o pomposo nome de Raimundo da Mota de Azevedo Correia. Viajando ainda garoto para o Rio de Janeiro, ingressou aos doze anos no tradicional Colégio Pedro II e, mais tarde, em São Paulo, na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco – decerto a mais destacada instituição de ensino superior brasileira na época. Embora seja um dos três nomes mais importantes do Parnasianismo no Brasil (os outros dois são Alberto de Oliveira e Olavo Bilac), Correia começou romântico: seu livro de estreia, Primeiros sonhos, veio a público de modo tardio, quando o Romantismo agonizava por toda parte. Na poesia, a moda então eram os versos descritivos, que exaltavam a impassibilidade e valorizavam sobremaneira a forma. Métrica perfeita, rimas raras, máximo apuro formal, culto ao soneto – eis algumas das características marcantes da estética chamada Parnasianismo. Isso não quer dizer, no entanto, que os nossos parnasianos fossem assim tão rigorosos... Muito ao contrário dos seguidores ortodoxos da escola, os seus representantes no Brasil, de modo geral, mantinham certa predisposição para o sentimentalismo. Eram parnasianos na forma, decerto; mas, no conteúdo, os seus poemas costumavam se afastar da cartilha. Assim foi que Raimundo Correia, no seu segundo livro, Sinfonias, publicado no início de 1883, expôs o soneto que se tornaria o mais famoso texto de toda sua obra: “As pombas”. Lembro bem quando, ainda adolescente, li pela primeira vez aqueles versos. Tão encantadora era a imagem por eles suscitada, tão profunda a mensagem que traziam, tão bem construída a analogia entre sonhos e pombas e entre corações e pombais que nunca mais o texto me saiu da memória. Muitos anos depois, quando eu escolhi o tema da minha dissertação de mestrado,
Rosel Ulisses Vasconcellos
as pombas ainda voavam – “serenas, ruflando as asas, sacudindo as penas” – em minha mente. Um lado quase ignorado da biografia de Raimundo Correia é a sua ligação com a cidade de Resende. Eu mesmo só tomei conhecimento desse fato quando li o excelente livro de Waldir Ribeiro do Val, com que o meu orientador gentilmente me presenteou: Vida e obra de Raimundo Correia. A história dos contatos entre o “Poeta das Pombas” e a nossa cidade, ou os nascidos nela, está ainda para ser contada. Pelo que pude levantar em termos de informação a respeito, o primeiro desses contatos se deu ainda na Faculdade de Direito, quando o então calouro Raimundo Correia conheceu um estudante de nome Ezequiel Freire, que já frequentava as aulas havia alguns anos. Os dois colaboraram juntos na imprensa acadêmica, em jornais dirigidos pelos próprios alunos. Anos mais tarde, ao lançar Sinfonias, dedicou ao colega resendense, também poeta, um belo soneto denominado “A chegada”.
As pombas Vai-se a primeira pomba despertada... Vai-se outra mais... mais outra... enfim dezenas De pombas vão-se dos pombais, apenas Raia sanguínea e fresca a madrugada... E à tarde, quando a rígida nortada Sopra, aos pombais de novo elas, serenas, Ruflando as asas, sacudindo as penas, Voltam todas em bando e em revoada... Também dos corações onde abotoam, Os sonhos, um por um, céleres voam, Como voam as pombas dos pombais; No azul da adolescência as asas soltam, Fogem... Mas aos pombais as pombas voltam, E eles aos corações não voltam mais... O movimento parnasiano Oriundo da França, no Brasil, o parnasianismo chegou na segunda metade do século XIX, e teve força até o movimento modernista, centrado na Semana de Arte Moderna (1922). Importantes acontecimentos marcaram a geração do parnasianismo brasileiro. A abolição da escravatura (1888) coincide com a estréia literária de Olavo Bilac. No ano seguinte, houve a queda do regime imperial com a Proclamação da República. A transição do século XIX para o século XX representou para o Brasil um período de consolidação de novas instituições republicanas.
Outra personalidade local que manteve uma relação amigável com Raimundo Correia foi nossa poetisa maior: Narcisa Amália. Com efeito, após a fama alcançada pelo lançamento de seu volume de versos Nebulosas, em 1872, Narcisa mereceu elogios e dedicatórias de mais de um dos grandes nomes da nossa literatura. Até Machado de Assis se referiu a ela de forma positiva. Em 1886, no Diário Mercantil de São Paulo, Narcisa publicou um soneto intitulado “Violeta morta”. A dedicatória, no caso, era bastante clara: “A Raimundo Correia”. Ao lançar o seu quarto livro, Aleluias, o poeta parnasiano retribuiu a gentileza, dedicando o soneto de nome “Poema da noite” a Narcisa. Raimundo Correia já conhecia Narcisa Amália desde 1884, quando esteve em Resende em uma ocasião para lá de especial: o casamento do poeta. Sim, Mariana de Abreu Sodré, sua noiva, acreditem, era resendense. Os dois se conheceram no Rio de Janeiro, anos antes; no entanto, o casamento foi realizado na propriedade do pai de Mariana – a Fazenda Aurora, na Freguesia de São Vicente Ferrer (atual Fumaça), em 21 de dezembro daquele ano. O “Poeta das Pombas”, como seria para sempre cognominado, faleceu em 1911, na França, aonde fora já doente, em busca do restabelecimento de sua saúde. Em 15 de abril de 2011, no ano do centenário do seu falecimento, prestei ao poeta uma singela homenagem ao ministrar uma palestra no plenário da Câmara de Vereadores de Resende, na qual destaquei, naturalmente, sua passagem pela nossa cidade e as amizades que fez com os autores locais. Obrigado, Correia, por nos ter escolhido. *Rosel Ulisses Silva e Vasconcelos é professor de português e literatura, graduado em Letras e com mestrado em Literatura Brasileira pela Universidade Federal do Ceará. Em Resende, leciona desde 2002 na AEDB – Associação Educacional Dom Bosco.
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Associação Operária Beneficente de Resende - Noventa anos e cinzas Claudionor Rosa
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Fazendas - Lendas da Cidade Somavilla
Fazenda Babilônia. Disponível em http://www.resendefotos.com.br/
Quem passa no Lavapés – bairro muito antigo E vê uma casa ampla, em ruínas, desprezada, Compondo um melancólico e triste cenário Ne m d e l o n ge s e r á c a p a z d e i m a g i n a r A sua real importância cultural e histórica Que foi durante anos um convidativo lugar.
O ponto nobre da banda da Associação Do Aniceto e tantos outros saudosos maestros, Era o primeiro de maio, na festa do trabalho, Quando fazia alvorada musical, com fogos e alegria, Saudando os moradores de nossas ruas e praças Cumprimentava o operário pelo seu magno dia.
Fundada em 1925 – soberba Associação dos Operários Palco de ações sociais e culturais, variadas aulas, Comemorações no dia do trabalho, atos cívicos, bingos, Animados matinês que muito alegrava o pessoal Simpósios, até casórios, atividades o ano inteiro. Adequado e singelo endereço para o lazer trivial.
A noite, após várias ações festivas e religiosas O Dr. Arísio Maciel anunciava cerimônia As autoridades, nome e currículo do orador oficial. A galera cantava o Hino Nacional emocionada Depois dos cumprimentos, o bolo, comes e bebes Seguido de ordeiro arrasta-pé até de madrugada.
Festejada era a sua briosa corporação musical Carinhosamente chamada pelo povo “furiosa” Tocava também em outras cidades vizinhas. No coreto da praça, casamentos, promovia saraus, Até em funerais, procissões, comícios, datas cívicas, Promovia e abrilhantava o nosso vistoso carnaval.
O progresso trouxe com ele, novos tempos... E não fomos capazes de preservar a Associação. Saudosos assistimos a sua ruína. Virou história. Mais ainda pairam no ar suas notas musicais... Muito lamento por quem não conheceu e viveu, Na Resende de outrora, da banda e seus recitais.
Eu e o fantasma de mim na solidão repartida falávamos da vida... Falávamos de um tempo singular, míticos lugares impregnados de encantamentos, mistérios e magias. Perguntou-me o vulto se conheci uma fazenda que tinha jardins suspensos por nome Babilônia: Simulei distração: A qual o distinto se refere? A dos alvoroços antigos? A decadente dourada? A restaurada? Sabíamos bem que era única guardando mais que a memória a presença Intensa da Dona Benedita, a rainha do café. Ainda nos sessentas respiravam-se em volta à sede lendas, sortilégios, encantos sobrenaturais. Das janelas e varandas viam-se ruinas de senzalas, acácias, magnólias, intensos roseirais. Nitidamente palpitavam a roda d’água, o engenho, o alambique que vertia noite e dia para dornas monumentais com biquinhas, o néctar que aparávamos com as mãos em conchas como fossem gestos rituais. Os morros e nos longes as serranias cachimbavam, ronronavam de prazer com fermentações da melhor cachaça que existiu. De antes, muito antes acorriam entes. De perto vinham gentes para celebrar a alegria de viver... Então, sob o luar, duendes, fadas, espíritos vagantes, tomavam conta de nos, acólitos, iniciados, crianças proibidas só de agruras, amarguras, desilusões... VENDO linda casa no Alto Penedo
Com 2.000 m2 de área de terreno, com dois braços de rio. Três quartos e mais duas suítes com entrada independente. Tel: 99301 5687 - gustavopraca.com.br/talitha
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Falcões no céu de Mauá
Adoção
O Centro Cultural Visconde de Mauá e o Restaurante Cabana do Falcoeiro firmaram parceria educativa para apresentação da
O Grupo de Apoio à Adoção de Resende Filhos do Amor é uma associação civil, filantrópica, cultural, assistencial, ecumênica e sem fins lucrativos, que trabalha pelo direito a convivência familiar e comunitária de toda criança e adolescente, a proposta é investir em ações que desenvolvam o fortalecimento das famílias, de adoções legais, seguras e para sempre, visando à garantia do Direito familiar para todas as crianças e adolescentes. Com o importante trabalho e contribuição que vem sendo desenvolvido voluntariamente em Resende e na Região Sul Fluminense, com o apoio da sociedade civil e o apoio voluntário de diversos profissionais da Infância e Adolescência, desde 2014, no dia 07 de novembro deste ano de 2015, no Teatro do Colégio Salesiano, sediaremos o XII Encontro Estadual dos Grupos de Apoio a Adoção do RJ, com o tema Adoção: Criança e Adolescente Prioridade Absoluta. Da idealização à construção do Real. Desde já agradecemos e contamos com sua presença nesse importante encontro voltado as famílias, crianças e adolescentes. Encontro Gratuito e Vagas Limitadas até o dia 16 de outubro. Abaixo informações e link para realização das inscrições.
“Arte da Falcoaria”
Uma vez por mês, o biólogo Thiago Amorim recebe alunos para uma palestra no CCVM, uma aula prática no campo (com seu belo falcão), com apoio da Pousada Mauá Brasil, encerrando com um almoço de confraternização e troca de experiências entre os participantes no Restaurante Cabana do Falcoeiro, na Aldeia dos Imigrantes! A falcoaria foi desenvolvida há quatro mil anos na Ásia Central e desde então se difundiu pelo mundo como o mais nobre e sofisticado método de caça e a mais bela e livre das relações entre o homem e o animal. Se nos tempos antigos os falcões, gaviões e águias eram usados pelos nobres para a caça, hoje, a falcoaria vem sendo utilizada como forma de reabilitação de falconiformes e controle de fauna e Educação Ambiental. Todos estão convidados a participar dessa experiência, entrando em contato pelo telefone (24) 98803-4165, e agendando sua escola, seu grupo, seus hóspedes, etc. Participe dessa aventura!!
Rua Alfredo Whately 151 . Campos Elíseos Resende Tel.: (24) 3354.5111/22.42
Dr. Maurício Diogo Cirurgião Dentista - CRO-RJ 10689
Implantodontia
Especialista em implantes e prótese sobre implantes Resende Shopping - Torre 2 - sala 602 - Tel: (24) 3385.1474
Ô maiada, desde quando setembro chove?
Huummmmm Nunca tive esse trem...
Atenciosamente, Claudio Mendonça e Ana Carla Mendonça. Grupo de Apoio a Adoção de Resende Filhos do Amor. https://docs.google.com/forms//1 rlW1mnnUbAQEitoiQ4Ne9nrg8GSo_pr5rn7VLTLuVvA/viewform
Manipulação Homeopatia Fitoterapia Cosméticos
Paulo Pires no Espaço Z
Vendemos pelo Construcard da CAIXA e pelo CDC do Banco do Brasil
Verdades Incômodas Existe um axioma que é irrefutável. Com o passar dos anos , com a idade, os nossos sentidos perdem eficiência, porém é na maturidade ( como em um processo de compensação) que aumentamos nossa capacidade de percepção, das sutilezas do entorno. Isso ocorre invariavelmente, em maior ou menor escala, com todos. Coordenar essas percepções, estabelecendo uma lógica, pode ser definido como sabedoria. Ela pode ocorrer tanto em um analfabeto quanto em um mestre graduado. A recente notícia veiculada na TV Rio Sul sobre o uso indiscriminado de diárias para viagem, sem a devida prestação de contas e justificativas plausíveis, pode ser um exemplo do que afirmei. Vivemos uma crise, e pelo que posso avaliar, será de longa duração. Espero que tempo suficiente para que a sociedade reflita sobre o porquê estamos nesta situação. A culpa é dos políticos? Creio que há culpa, em algum momento, mas nem de longe são os principais culpados. Os políticos querem ser eleitos, para isso querem estar em sintonia com a população. É fácil perceber esta “sintonia” passando poucas horas no gabinete de um vereador ou de qualquer outro parlamentar. São centenas de pedidos pessoais, das demandas urgentes, que são traduzidas em votos. São pedidos de emprego (item mais solicitado), ajuda
Otanes Solon
O atual prédio da Câmara Municipal, em construção pela Caixa Rural na década de 1920, e aspecto atual. Montagem de Sebastião Fotógrafo.
para ganhar aquela licitação (empresários), remédios, ajuda em vencer a sufocante burocracia estatal, patrocínio de time de futebol da comunidade (camisas, bolas, redes...), pagamento de contas, butijão de gás, .... O político responde as essas demandas que lhe traduzem diretamente prestígio pessoal e voto. Assim como a percepção do dinheiro público é algo abstrato, a saúde pública, educação pública, economia, infraestrutura, também o são para a grande maioria, que é quem elege. As demandas urgentes estão acima de qualquer coisa assim, não palpável. O dinheiro público então? Ora, como tudo, é talvez o
mais abstrato. Ninguém o vê, ninguém sabe seu montante real. Milhões, bilhões, são para a grande maioria apenas abstrações. Quem tem acesso a ele, nossos representantes, seguindo a mentalidade de quem os elege, é natural que se aproprie dele. Como me disse certa vez um vereador em particular: “....É dinheiro público, que se f...! “ Não se trata de fatalidade, nem ira divina, logo é necessário apontar os culpados desta cultura. O povo simples e humilde é o menos culpado. Este é na verdade a maior vítima. São prisioneiros de uma política assistencialista e personificada na figura da “Sua Excelência”. São os escravos da miséria mantida por este sistema. Na atual crise, em uma escala de culpabilidade ou “culpômetro”, em primeiro lugar são os grandes empresários, que no fundo patrocinam este sistema, via corrupção. Não conseguiram ter a sensibilidade de perceber o buraco em que o País estava se enfiando. Da insustentabilidade, da irresponsabilidade. Os ganhos imediatos falaram mais alto. Foram e são até o momento (delatores da Lava-a-Jato fora) os maiores responsáveis pelo estado em que nos encontramos.
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Em segundo lugar vem os funcionários públicos, que com raras excessões, fazem silêncio. Suas preocupações se limitam ao piso salarial, aos decênios, quinquênios, as funções gratificadas. São testemunhas de muitos abusos cometidos por políticos e se calam. Existe uma guerra hoje em Resende para assumir o sindicato do funcionários públicos. Esperamos que além da defesa dos interesses da categoria, lutem pela moralização da coisa pública. Em terceiro lugar e não menos importante, vem os políticos, que por sobrevivência e manutenção do poder, respondem pela realidade que se apresenta. Dentro deste quadro, usar indevidamente recursos públicos não é nada. Afinal este é o dinheiro que acaba nos churrascos da comunidade, nos campeonatos de várzea, nas casas dos mais humildes. Qual o preço disso? O político se acha no direito de oferecer jantares, fazer viagens, comprar carros, pagar hotéis, planos de saúde, tudo com nosso dinheiro. De ter sua alimentação, sua moradia, além obviamente de seu salário pagos pelo estado (É dinheiro público, que se f. ...!). É natural que possa dar cargos para seus eleitores “que precisam e trabalham”. Todos os parlamentares tem o poder de indicar cargos. Os vereadores no executivo municipal. Os deputados na Assembleia, no governo do estado e nas empresas terceirizadas. Afinal o “bolsa cabo eleitoral” é fundamental. Como ninguém é de ferro, o “pixuleco” é item obrigatório. Não faz mal nenhum. Afinal Mercedes, Rolex, Romaneé Conti, Cohiba, Miami, Dubai e Paris, (de primeira classe evidentemente), ... custam caro. O que ocorre hoje sempre existiu e com a impunidade só piorou. A crise é a oportunidade. Quem irá se importar com diárias de viagem na Câmara de Resende?
Timburibá
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Sala Verde da AEDB recebe Mostra Nacional de Produção Audiovisual Na última sexta-feira, dia 11 de setembro, às 19 horas, na Sala Verde Tymburibá da Associação Educacional Dom Bosco, aconteceu a abertura oficial da 6ª Mostra Nacional de Produção Audiovisual Independente, do Circuito Tela Verde, promovido pelo Ministério do Meio Ambiente e Ministério da Cultura. O vídeo escolhido para a abertura foi “Paraíba pede socorro”. Após a exibição, ocorreu um debate conduzido pela bióloga Vera Lúcia Teixeira, vice-presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Médio Paraíba. Selecionada como espaço exibidor da Mostra, a Sala Verde Tymburibá recebeu do Ministério do Meio Ambiente, três CDs com 55 produções, entre vídeos e curtas, sobre os seguintes temas socioambientais: Unidade de Conservação, Agricultura Familiar, Ocupação Urbana, Água e Energia, Comunidades Tradicionais, Responsabilidade Socioambiental e Resíduos Sólidos. A Sala Verde promoverá exibições itinerantes dos filmes da Mostra Nacional de Produção Audiovisual. Para os meses de setembro e outubro, estão programadas exibições na INB, no Parque Nacional do Itatiaia e no Parque Estadual da Pedra Selada.
VENDO JIPE TOYOTA BANDEIRANTE Excelente estado, alinhado, bonito e econômico. Tração 4x4, roda livre AVM, manutenção em dia. Aceito propostas ou troca. Contato: Raphael (24) 98833-1511 (Oi) 99969-0426 (Vivo) Preço: R$ 33 mil.
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A mentira com responsabilidade - XXVI
Japoneses inventam laser que pode destruir a Terra, e primeiros testes devem ocorrem na Praça dos Três Poderes E já que não se consegue mesmo saber o que ocorre na capital brasileira, ela terá, ao menos, uma grande utilidade científica: será palco dos testes do LFEX, novo laser japonês
ack !
A recente chegada da sonda New Horizons às proximidades de Plutão deixou toda a comunidade científica mundial de queixo caído: não é que o corpo celeste, rebaixado para a condição de Planeta Anão em 2006, situado a cerca de cinco bilhões de quilômetros do planeta Terra, no Cinturão de Kuiper, região periférica do Sistema Solar, possui montanhas, algumas com mais de três mil metros de altitude, água congelada sob a superfície, atividade geológica recente e ausência de crateras? Depois de nove anos e meio de viagem para chegar ao seu destino, a New Horizons já enviou uma quantidade de dados e imagens que surpreendeu até os cientistas mais céticos. Mas o que realmente tem intrigando pesquisadores do mundo todo é que até agora, fazendo-se uma rápida comparação, os dados enviados pela sonda do espaço são mais esclarecedores do que aqueles de uma outra pesquisa científica do mesmo nível, a “Brasilia’s What?”, planejada por doutores de Harvard e Oxford e também por cientistas da NASA e da ESA, que procura, há muitos anos, entender o que acontece nesta cidade localizada no Cinturão de Cunha, a muitos e muitos anos-luz de distância do resto do Brasil, e que, até agora, tem como única descoberta concreta a de que em seu subsolo não existe água congelada, mas quantidades incomensuráveis de enxofre fétido e quente. A pesquisa, financiada pela Petrobrás S.A. e pelo BNDES, e que já gastou “n” bilhões de reais, foi matéria de capa recentemente das revistas Nature e Science como o maior desastre em termos de custo/benefício de uma empreitada semelhante em nível mundial. Uma das metas da pesquisa busca comprovar se realmente os pratos do Congresso Nacional seriam naves extraterrestres camufladas abrigando estranhas formas alienígenas de vida, bem como se poderiam sair voando abduzindo os cofres públicos da cidade, mas até agora nada ficou provado, apesar de que as formas de vida abrigadas em seu interior sejam realmente muito estranhas.
God zilla ’s b
Grandes mistérios do Sistema Solar: cientistas já sabem mais sobre o que acontece em Plutão do que em Brasília!
Krishna Simpson
(que segundo algumas fontes, não muito seguras, poderia até destruir o planeta Terra), desenvolvido por cientistas da Universidade de Osaka, e que teria uma potência de 2 petawatts. Os testes do poder destrutivo deverão iniciar em breve, nos arredores dos prédios da Praça dos Três Poderes, prédios estes considerados por alguns especialistas indestrutíveis, impenetráveis e incompreensíveis, e espera-se que pequenas quantidades do poderoso laser sejam suficientes para botar as construções abaixo e revelar o que há naquele subsolo, além do já detectado enxofre fétido e quente descoberto pela pesquisa “Brasilia’s What?”.
O correspondente internacional do Ponte no Japão, Kagaru Nakama, que conversou com um dos responsáveis pelo projeto, o Dr. Komeru Miamada, forneceu maiores detalhes sobre os futuros testes, dizendo que a ideia inicial é realizar um pequeno e breve teste, começando pelos pratos do Congresso Nacional, depois passando pelo STF e, finalmente, chegando de mansinho no Palácio do Planalto, com cuidado para não acordar a presidente e demais ocupantes do recinto. E então, com os prédios da Praça dos Três Poderes desmontados, os novos segredos de Brasília descobertos e toda a verdade revelada, o Brasil dará um grande passo adiante, finalmente poderá avançar algumas léguas, de uma vez por todas entrará nos eixos e terá uma eterna gratidão com a Ciência. Mas, esperem um pouco! O Dr. Komeru Miamada acabou de telefonar para os editores do Ponte dizendo que os testes no Brasil foram cancelados devido a uma votação em urgência de aumento salarial dos parlamentares brasileiros, e não vai sobrar mais dinheiro para os testes! Que pena...
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Tenóbio
Por causa de sua estupidez e burrice, sua professora estava sempre gritando com ele: - Você me deixa louca, Tenóbio! Você não tem jeito! Um dia, a mãe de Tenóbio foi até a escola para verificar como seu filho estava indo. A Professora disse honestamente para a mãe que seu filho era um desastre, tinha notas muito baixas e que ela nunca viu um menino assim tão estúpido em toda sua vida profissional ensinando crianças. A mãe ficou tão chocada com esta sincera conversa que ela tirou seu filho da escola e mudou-se para fora do Nordeste, e foi para São Paulo. 25 anos depois, esta mesma Professora foi diagnosticada com uma grave enfermidade no coração quase incurável. Todos os médicos de sua região indicaram a ela que necessitava de uma cirurgia do coração, mas que este tipo de operação somente um médico em São Paulo era capaz de fazer. Deixada sem otimismo, a Professora decidiu tentar esta última esperança. Ela foi para São Paulo e num hospital de lá realizou com sucesso a tal operação. Quando ela abriu os olhos, voltando da cirurgia, ela viu um belo e jovem médico à sua frente, sorrindo para ela. Ela queria agradecer a ele, mas não pode falar. Sua face se tornou azul, ela levantou sua mão, tentou gritar sem conseguir e rapidamente ela morreu. O médico ficou chocado, tentando entender o que aconteceu de errado. Então, ele olhou para o lado e viu que o maldito faxineiro Tenóbio, que trabalhava no hospital, desligou os equipamentos de suporte à vida da tomada do quarto, para ligar seu aspirador de pó e limpar o corredor.
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Coisa de nascença
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Esta invocação é uma Prece Mundial Expressa verdades essenciais. Não pertence a nenhuma religião, seita ou grupo em especial. Pertence a toda humanidade como forma de ajudar a trazer a Luz Amor e a Boa Vontade para a Terra. Deve ser usada frequentemente de maneira altruísta, atitude dedicada, amor puro e pensamento concentrado.
Frank Weston Benson 1862 - 1951 “The Sunny Window” Óleo sobre tela, 1919
Sei que estou em ocasião de silenciar e não me dou ao dano. Continuo na voragem de me saber. Saber dos grotões, dos brejos, de como vazar a tronqueira. Coar o café para a hora dos exatamentes. O que foi, é que eu limpei tudo a cada dia. Lavei, esfreguei, gramei nos serviços com vontade. Montei em burro de carga pra fazer camaradagem de tropa. Li Cervantes, Virgílio, Dante. Dancei calango na casa dos colonos da fazenda dos meus pais, e valsas no salão do velho casarão. E escrevi! Escrevi como quem rasga a roupa e dá o ar da sua graça. Como se fosse uma coisa de nascença. Ousei sentenciar que tudo é muito e nada basta. Que o passado não é recuperável. Que a gente vai vivendo e não vai aprendendo. Que melancolia não é amargura. Comi o pão dos anjos e assisti Deus se fazendo
humano no plantio da mandioca. Ofereci aos passantes torresmos, mel de garrafa, os circunflexos, e as coisas de somenos. Ouvi o homem do circo gritando que hoje tem marmelada, goiabada. Que hoje tem espetáculo – sim sinhô! Importa, é que eu não vim ao mundo à toa... Penso, que desde sempre, tudo em mim confabulava pra que eu escrevesse que nem brota-de-capim-fino, arrastando a minha alma com direito conquistado sobre o meu corpo, que vem se deixando ficar pelo caminho. E o meu andar sem a firmeza de outrora, mostrando que os dias se me encurtam. Enquanto sim, enquanto não, acendo a lamparina agradecendo ao senhor por ter me livrado dos pertences. Do pouco que eu tive e não tenho mais. Da dor que me singularizou, fazendo me lembrar, todos os dias, da minha
A Grande Invocação Desde o ponto de Luz na Mente de Deus, que aflua Luz às mentes dos homens. Que a Luz desça à Terra.
Desde o ponto de Amor no Coração de Deus, que aflua Amor aos corações dos homens. Que aquele que vem volte à Terra. pequenez. Por ter-me oferecido o recolhimento e a concentração na Desde o Centro, onde a Vontade de Deus vida interna, presenteando-me com é conhecida, que o propósito guie a visão poética fundindo épocas com as pequenas vontades dos homens. memórias e sentimentos. Fazendo O propósito que os Mestres conhecem com que a minha voz narrativa assuma a primeira pessoa perante símboe a que servem.
los, metáforas, parábolas. Perante um alqueire bem medido de feijão. Desde o centro a que chamamos Quando minha mãe morreu, custei raça humana, que se cumpra a me acostumar. Com a morte do o plano de Amor e Luz. meu pai, eu não me acostumei... Porque não carecia dessa invenção de E que se feche a porta onde mora o mal. moda. Né mãe? Né pai? Senti o gosto de limão brabo. Segurei nas contas Que a Luz, o Amor e o Poder do rosário. Fiquei de riso mudo e restabeleçam o Plano Divino na Terra. com uma umidade de se molhar por dentro. Fiquei com a lembrança colorida da nossa infância religiosa e Unidade de Serviço para Educação Integral rural. Av. Nova Resende, 320 – sala 204 Martha Carvalho Rocha
CEP: 27542-130 – Resende RJ – Brasil Tels(0xx24) 3351 1850 / 3354 6065
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Seu carro agradece e seu paladar também
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Fala, Zé Leon: Fica, Dilma Como assim? Fica Dilma? Você que senta o pau no PT e nela no seu face? Enlouqueceu Zé Leon? Explico: é melhor deixar Dilma completar seu mandato. A deposição de Dilma poderá fortalecer as chances de uma nova candidatura de Lula a presidente. Ela é uma invenção do Lula, e quem pariu Matheus que o embale. No começo do primeiro governo de Lula, havia dois nomes com condições de sucedê-lo: José Dirceu, ministro da Casa Civil, e Antônio Palocci, ministro da Fazenda. O mensalão comeu Dirceu. Farras e negócios com amigos de Ribeirão Preto engoliram Palocci. Então, não tem tu, vai tu mesmo. Mulher, com fama de gerentona e que, 4 anos depois abriria mão ao seu criador, seu direito á reeleição. Só esqueceu de combinar com os russos. Tomou uma pernada e até hoje não perdoa “aquela mulher”, como ele se refere sempre a nossa presidenta. Hoje ela amarga uma rara rejeição, menor que a taxa da inflação, nem o Lula terá o que argumentar em sua defesa. As pesquisas de opinião registram a queda de Lula nas intenções de voto em todo o país. Ocorre que esse quadro pode se reverter se Dilma renunciasse ou fosse impedida para Temer assumir.
E também se Lula, no dia seguinte, fosse para a oposição ao governo que substituísse o dela. Alguma dúvida que ele iria? Lula teria pelo menos três anos para se desvincular da herança maldita de Dilma, explorando ainda as dificuldades que um novo governo obrigatoriamente enfrentaria. E então? Alguma ideia melhor? Fica Dilma, sangre até o final, deixe o PT virar uma ONG. ********************* Diário do Costelão do Zé Não vou elogiar a casa. Mas uma coisa interessante eu já observei: como Engenheiro Passos está na beira da Dutra, muitos andarilhos entram no distrito e acabam, alguns deles, me pedindo comida. Eu sempre ajudo, capricho na quentinha. Até dou um refresco pra ajudar na refeição Mas o que me chamou a atenção é que quase todos são estrangeiros: Haitianos, Colombianos, Bolivianos. Todos em busca de uma vida de esperança e acabando virando pedintes. E para não perder a oportunidade, convido meus poucos mas fiéis leitores a virem dançar um forró toda sexta feira, a partir das 8 da noite. Entrada franca.
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Eu não sou cachorro, não! Marcos Cotrim
A mega ultra crise brasileira trouxe de volta a palavra moral. Até pouco tempo, os formadores de opinião esmeravam-se em usar o termo ética, proscrevendo moral para o limbo das ideias antigas, onde já estavam exilados os dez mandamentos e as virtudes cívicas. Em nome da caça implacável à hipocrisia – afinal, quem pode atirar a primeira pedra? –, a patrulha ética apostou na construção científica da sociedade, sem querer sujar as mãos com caridades, venerações, veracidades, lealdades e todo um arquipélago de valores que compõe a difícil virtude da justiça. A vida social foi-se tornando uma fórmula, e sua gestão, uma receita. Esquemas de deliberação e decisão foram forjados por uma espécie de engenharia do consentimento capaz de nivelar idiotas e gênios segundo a mediocridade dessa ética do consumi-
dor. Para formar o rebanho do politicamente correto, recorre-se a generalizações e simplificações do tipo: “o índio é...”, ou “mulheres são...”, com o aval da mídia de massa que não só informa; descaradamente constrange o pensamento a sair de cena, tachado de “preconceituoso”. Em pouco tempo, jornalistas e procuradores irão definir como deve ser o amor, a amizade, o jeito de dormir e a quantidade de calorias permitidas de um prato. E cada vez mais usarão a novilíngua que hoje in-comunica o modo como se devem haver entre si patrões e empregados, pais e filhos, professores e alunos, donos e animais... Sim, além dos clichês feministas, verdes, inclusivos, pacifistas etc., a ética-para-idiotas tem colaborado para criar unanimidades que embrulham o pensamento no pacote do “direito animal”. As redes sociais atribuem falaciosamente direitos subjetivos aos animais, como na ilustração deste artigo. O culto sentimental do próprio umbigo projetado em animais parece um sinal dessa idiotia, agora em rede. O Informativo 794 do STF traz uma ação que pode comprometer a antiga festa da Vaquejada. Discute-se a possível inconstitucionalidade de Lei Estadual, editada pelo Ceará, que buscou regulamentar a prática como “manifestação desportiva e cultural” no estado. Estariam em contradição, dois princípios constitucionais: a proibição dos maus-tratos contra animais (art.225); e a preservação das manifestações culturais (art.215). Ainda é cedo para saber se o Supremo irá criar jurisprudência que abolirá os matadouros, frigoríficos e açougues, lançará na ilegalidade a doma de cavalos e as cavalgadas e, em defesa do direito dos bezerros, porá em cana os tiradores de leite e as quadrilhas de fabricantes de queijo e manteiga. Temo pelos pescadores, com aqueles anzóis cruéis, e pelos sapateiros, esses receptadores de órgãos animais. Pelo princípio do direito inalienável das formigas comerem a safra, viveremos uma “lei seca” contra os formicidas, e se fundará uma enxurrada de Ongs a favor dos mosquitos, piolhos, carrapatos, até das bactérias e vírus, que chegaram ao planeta antes da “praga humana”. Seria oportuna uma Confraria dos Protetores da Mandioca, mas, ó drama!, contraria a milenar dieta tradicional indígena e feminista...