RESENDE e ITATIAIA - JULHO DE 2015 Nº 231 . ANO 20 - JORNAL MENSAL Distribuição gratuita
contato@pontevelha.com www.pontevelha.com Esta edição vem com o encarte da Revista
Sesmaria
Parabéns à Cidade de
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em seu 167o aniversário
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Itamar Bopp, Biblioteca Genealógica Latina (São Paulo /1971)
2 - O Ponte Velha - Julho de 2015
1) PENSAMENTO DO MÊS - No fundo talvez não seja muito bom negócio vender a alma; a alma às vezes faz falta. Rubem Braga. 2) DEDICATÓRIA - Dedicamos a coluna deste mês ao Dr. João Pedro Dias Vieira – Professor, Estatístico e Jornalista – amigo e consultor informal do Professor Silva. 3) O VIDENTE VOVÔ LANDRACE DIZ QUEM SERÁ O PREFEITO DE RESENDE - Vovô Landrace é cheio de manias. Uma delas é nunca sair do Estado de São Paulo. Assim, para vir de Silveiras/SP reencontrar-se com o Professor Silva – no Restaurante do Filadélfio, na subida para Itamonte – passou por uma estrada de terra que se inicia na cidade de Queluz. Deixou um enigma sobre quem será o Prefeito de Resende: “Muitos desejarão. Dez se habilitarão. Cinco disputarão: um arvrão; um contadô; dois dotô e um vereadô”. 4) JULIANELLI NA LUTA PELO TEMPO DE TV DOS CANDIDATOS A PREFEITO -
O PSOL, partido do Julianelli, a permanecerem as regras atuais, terá pouquíssimo tempo de televisão, o que seria uma desvantagem muito grande face aos partidos maiores que certamente disputarão em Resende. Talvez a solução venha de uma possível aliança que estaria sendo arquitetada na capital do Rio. Fala-se de uma frente socialista, liderada pelos Deputados Federais Molon (PT) e Glauber (PSB), e pelo Deputado Estadual Freixo (PSOL), o que poderia resolver o problema de tempo de TV para o atual Deputado Estadual, se vier candidato a Prefeito de Resende. 5) NO MEIO DO CAMINHO TINHA O PEDRA; TINHA O PEDRA NO MEIO DO CAMINHO Ao se pensar em candidatos competitivos para as próximas eleições, não há como deslembrar o Pedra. Cinco mandatos de Vereador (1.569 votos, em 2012 - PDT; 1.930 votos, em 2008 - PV; 1.381 votos, PSDB, em 2004; 847 votos, pelo PDT, em 2000; 709 votos pelo PL, em 1996), Presidente da Câmara em 2009 e 2010; 12.198, em Resende, para Federal, em 2010; 18.369, em Resende, para Federal em 2014. Junte-se a isto, uma excelente
POLITICÁLYA
folha de serviços prestados e uma hercúlea disposição para o trabalho político.
Pedra levanta todos os dias às 5h da matina e, no máximo, às 6h já está rondando por essas filas de INSS, Postos de Saúde etc., orientando e ajudando as pessoas. Além de tudo, o PDT está unido em torno de sua candidatura. Totonho Zerodoze e Roque Cerqueira (filho do Abelardo, saudoso amigo do Professor Silva), históricos adversários, marcham unidos com o Pedra. Vicente de Andrade e outros líderes do PDT também vestiram a camisa do Pedra. Uma dificuldade que o Pedra terá que transpor (assim como a maioria dos candidatos a Prefeito) é demonstrar que tem perfil de Executivo. Os eleitores costumam analisar a capacidade administrativa dos candidatos a Prefeito. Diante do exposto, fica claro que – se o Pedra não for o candidato do Governo – o Rechuan e o Bebê Johnson terão muito trabalho pela frente para lançar outra candidatura. Há quem já tenha visto o BJ segurando uma pedra e declamando Shakespeare: “ser ou não ser, eis a questão ...” 5) DOUTOR DIOGO SAIU-SE BEM NA SABATINA DA BASE ALIADA DO RECHUAN -
prevalecer esse raciocínio – o próximo prefeito seria, então, o Pedra, já que o Julianelli (10.066 votos em Resende), por sua vez, obteve somente 55% dos votos do Pedra (18.379 votos em Resende).
Contudo, abraçar a ideia de que cada eleição é uma eleição não significa que os resultados de eleições anteriores não devem ser levados em conta. Devem sim, e, ao analisarmos o potencial do Silvinho, consideramos os resultados de todas as eleições que ele disputou, reveladores de seu excelente currículo político: Vereador eleito em 1996, pelo PDT com 877 votos; segundo colocado na eleição de Prefeito em 2000, com 21.249 votos, pelo PDT, contra 25.044 do Eduardo Meohas, pelo PSB; Prefeito eleito em 2004, PMDB, com 27.514 votos, disputando com o Noel de Oliveira (19.784 votos, PDT) e com a implacável máquina política do Eduardo Meohas; segundo colocado na eleição de Prefeito em 2008, com 28.330, pelo MDB, contra 29.346 do Rechuan, pelo DEM. O resultado da eleição passada não é determinante, mas deve ser consultado. Assim como o de todas as outras ... 7) SORAIA BALIEIRO ASSUME O PSB DE RESENDE, UM DESAFIO -
Os candidatos a candidatos da base do Governo Rechuan estão sendo sabatinados pelos presidentes dos partidos aliados. Até agora, segundo nossos observadores, o que se saiu melhor foi o Dr. Diogo Balieiro. Exceto para o Totonho Zerodoze que elegeu o Pedra como o melhor de todos, embora este ainda não tenha sido sabatinado. Isto é que é ser partidário ... 6) A FORTE CANDIDATURA DO SILVIO DE CARVALHO Poucas pessoas do ramo da política discordam da afirmação que fizemos na edição passada: “cada eleição é uma eleição”. Falamos isto para escorar nosso argumento de que o Silvinho será um forte candidato a Prefeito em 2016. Porém, alguns analistas discordaram de nós, mostrando que o Silvio teve apenas 55% dos votos do Julianelli, 5.590 e 10.066, respectivamente. Nosso contra-argumento foi demonstrar que – a
Em uma virada espetacular, Soraia foi nomeada Presidente do PSB em Resende, desta vez com o apoio do Senador Romário, para quem ela e todo o PSB resendense trabalharam firme nas últimas eleições. Romário – não só pelo apoio partidário, é claro – obteve 38.351 votos em Resende, contra 15.449 do segundo colocado, o César Maia. Para melhor comparação, o Lupi, com toda a boa estrutura local do PDT, alcançou apenas 828 votos em Resende. Vereadora mais votada em Resende, na eleição de 2012, Soraia fala do alto de seus 2.266 votos. É bom deixar claro que Soraia não veio aprender o que é voto no PSB. Em 2004 já se elegeu pelo PT, com 1.185 votos. Em 2008, no PSB, obteve 1.038 votos, mas não se elegeu, o que acabou sendo bom para ela. Assumiu a Secretaria de Educação,
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onde ampliou sua base política, levando-a a obter a retumbante vitória de 2012. Com todos esses predicados, Soraia está com a faca e o queijo na mão. Além de detentora do mandato e de mais votada em 2012, integra a base aliada do Rechuan e tem livre acesso ao gabinete deste. Contudo, Soraia terá uma difícil tarefa pela frente, a de pacificar o partido. Existem hoje três grupos bem definidos no PSB local: 1º grupo - o da Soraia, que está com uma equipe muito boa, além do apoio do poderoso Barão de Arimatéia, o Senhor das Araucárias; 2º grupo - o que sonha com a recondução do Paulo Cesar à Presidência. Para muitos, PC foi um bom Presidente e sempre cuidou dos legítimos interesses de seus partidários, em razão do que ainda conta com seus seguidores. Está magoado com a forma em que foi tirado do comando do partido e vai lutar para retomá-lo; 3º grupo - o que almeja o retorno do Julianelli ao PSB para ser o candidato a Prefeito do partido, ou, pelo menos, fazer uma aliança com ele, indicando o seu vice. Vamos ver o que a Vereadora vai arrumar. Terá pela frente uma tarefa proporcional ao seu talento! 8) BARÃO DE ARIMATÉIA, O SENHOR DAS ARAUCÁRIAS Consta que o Dr. Miguel Gilberto Dias, Secretário de Agricultura, Pecuária e Pesca – também Secretário do PSB resendense – mandou reformar uma cristaleira lá na Fazenda de seus antepassados, em Bocaina de Minas. O marceneiro teria descoberto um fundo falso, em uma gaveta, onde estava, em perfeito estado de conservação, um título de Barão conferido pelo Rei de Portugal ao bisavô do Miguelzinho, transferível até a quarta geração. Para a transferência do título ao Miguel, além da posse do documento, certamente irá contribuir o carinho dele pela tradição, ao conservar os sobrenomes dos ancestrais, desde os avós. Nesta oportunidade, destrinchamos a composição do nome completo dele: Miguel e Gilberto são prenomes. Este, em homenagem ao Gilberto Guimarães Diniz, do Alcides Moreira; aquele, homenageando o avô materno. Os demais são sobrenomes, como segue: o pai do Miguel chamava-se José Moreira Dias e a mãe, em solteira, Inácia Balieiro de Almeida. Sua avó materna foi a Perciliana Máximo Balieiro; o avô, Miguel Afonso de Almeida. Sua avó paterna chamava-se Durvalina Moreira Diniz; o avô Antonio Mariano Dias.
Parece que o pomposo nome estava mesmo à espera de um título de nobreza e que a História fará justiça ao nosso homenageado, que passará a responder como: Miguel Gilberto Máximo Balieiro de Almeida Moreira Diniz Mariano Dias, ou, simplesmente, Barão de Arimatéia - o Senhor das Araucárias! 9) VOLTA, ZÉ ! - Sá Mariquita, Presidente da Sociedade Amigos de Arimateia - SAÁ, ficou sensibilizada com a campanha barramansense pelo retorno do Zé Renato como Prefeito da cidade.
Ela tem muitos amigos e parentes em Barra Mansa e está inclinada a pedir votos para o nosso amigo. Solicitou apenas para publicarmos uma foto dele, pois ela não gosta de votar em homem feio. Taí a foto, para a sua abalizada análise, Sá Mariquita!
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O Peru no Coração
A cada gol do Guerrero contra a Bolívia eu comemorava com os peruanos na Plaza de Armas de Lima – e aplaudíamos com as mãos voltadas para o telão quando um jogador era substituído, como se ele pudesse ouvir. Eu era de novo o garoto passional no meio da torcida do América num estadiozinho qualquer de um subúrbio do Rio, tomado agora pela alegria daqueles índios de gens pré-incas, de civilizações urbanas tão antigas quanto as do Egito, Mesopotâmia, India e China (e a gente não estuda isso na escola), gente de rosto esculpido numa espécie de pedra cordial, que gargalha e se abraça pelas ruas acolhedoras da Lima antiga – cheias de cafés e pequenos restaurantes onde se come bem e barato; ruas de sobrados e balcões entalhados em madeira, e preservados, com praças amplas, de repuxos e jardins floridos. Aquele povo buzina muito, grita e apregoa, é colorido, e me soou como o carioca de há algumas décadas, mais ingênuo, mais contente da vida. Tem também o centro moderno, com alguns prédios vidro fumê, sem graça. E o bairro chique de Miraflores, onde moram os espanhóis, que também achei sem graça – um jardim bonito feito um Aterro do Flamengo, mas com o mar batendo numa escarpa de pedra, sem areia. Barranco, o bairro da boemia chique, é um pouquinho melhor e tem acesso a pequenas praias. Triste é a periferia de Lima, seu entorno cinza e feio. Bem grande, e me pareceu mais pobre ainda que as nossas periferias. A história de sempre: as luzes da cidade, o consumo, atraindo o desprezado (“atrasado”) camponês. Estivemos envolvidos por esse homem da montanha numa kombi que faz o transporte coletivo da população entre as cidades menores de Huaraz e Caraz na região dos Andes conhecida como Cordilheira Blanca, pontilhada por pequenas lavouras de subsistência: trigo, diversas qualidades e cores de milho, batatas, quinua, lhamas, carneiros, gado. Mais rica em culturas do que a nossa Mantiqueira que hoje é quase reduzida só ao gado, e de corte. A certa altura, sentou-se na minha frente um camarada que era, esculpido em carrara –
para não dizer “cuspido e escarrado” – , o seu João Silva, lavrador patriarca do clã que habitou o Alto Penedo dos anos 50 aos 80 do século passado. Para quem acredita, o espírito do seu João pudesse estar ali. O motorista da kombi ia ouvindo alto um CD de piadas e todo mundo ria muito. O seu João também ia rir muito, que ele gostava de rir. Em Caraz, a três mil e tantos metros de altitude, enquanto esperávamos um coletivo (um táxi que espreme quatro no banco de trás) para descermos o Canyon do Pato, fotografei um muro com um apelo já descascado contra o Calientamento Global. Que pensássemos nos niños. Puxei conversa com um senhor que também esperava e ele me disse que a neve perene daquela região da cordilheira diminuiu muito, ficando agora só nos picos. Ali está o monte Huascarán, o mais alto do Peru. Pensei nas idéias de um livro que eu havia levado na mochila (“Em Busca da Política”, do sociólogo polonês Zygmunt Bauman), de que só conseguimos nos encontrar coletivamente em teses pontuais, como aquecimento global, defesa dos gays, das mulheres, etc, mas não de forma a interferir na política
Julho de 2015 - O Ponte Velha - 3 Gustavo Praça
em bloco, determinando projeto de país, natureza da produção, etc. A administração da vida de cada um e de todos fica na mão de empresários da política – intermediários entre um capital que a gente pensa que não tem cara e um povo que eles pensam que não tem cara. Aqui os Renan, os Eduardo Cunha, os Lula; no Peru a filha de Fujimori (ainda preso), Alan Garcia (que voltou de um auto-exílio por conta de desfalques), o índio populista Toledo, também envolvido em maracutaias – a maioria educada em escolas cristãs, oriunda de “boas” famílias; todos tarimbados em presidir esta empresa em que a população é a maior acionista embora fique afastada da mesa das reuniões. Estão no Peru a Odebrecht, a Camargo Correia e outras; estão presos lá um ex-ministro da Justiça, militares, empresários, políticos. É tudo muito parecido porque emana da visão do mundo como matéria-prima e mercado, e não como o nosso lar. E para pessoas sadias como nós, leitor, como aqueles peruanos da Plaza de Armas, do centro velho de Lima, o mundo é lar, mas para espíritos doentes o mundo é matéria-prima e mer-
cado traduzidos em montes de dinheiro acumulado não se sabe bem para quê. Acho que existe a ambição boa e a má. Igual a colesterol. A má é sempre obsessiva, dura e sem ginga; entope as veias, cria os tumores, que é quando o sangue não circula. A boa coaduna com samba e com salsa (o João Gilberto é uma exceção, mistura de samba com obsessão). E a ambição má, por ser obsessiva, domina, porque dia e noite só pensa naquilo. E constitui os impérios. Os Incas dominaram impérios anteriores – entre eles o povo Lima – que por sua vez dominaram outros povos. Em Cusco, primeiro domínio espanhol ainda no século XVI, a gente vê a arqueologia dos últimos impérios: sob as grandes pedras dos alicerces de palácios e casarões do império Inca, entalhadas e encaixadas como um quebra-cabeças, erguem-se os bonitos sobradões e igrejas espanholas – e bonitos porque construídos pela mão da gente sã, não pela mão dos obssessivos, que deveriam estar matando ou contando moedas. E pelas avenidas e ruelas daquela linda Ouro Preto espanhola, de balcões entalhados e magnífica Plaza de Armas, a imensa quantidade de automóveis que circula, buzina e engarrafa é a arquitetura do nosso atual império. Na Catedral da Plaza, na missa das 11h de domingo, um padrezito velho e entusiasta dizia que o diabo existe sim, e que está predominando por conta da nossa falta de fé na existência de Deus. E num outro livro que levamos na mochila o José Saramago perguntava por que Deus iria criar uma coisa tão imensa e despropositada quanto um universo – embora a ideia de Deus, como a do samba, se coadune mesmo com o despropósito. PS1: O título desse texto vai em homenagem aos que me perguntam: e aí, gostou do peru?; e aí, o peru é grande? PS2: Foi um sucesso a I Feira de Livros de Resende promovida pela Loock Mídia. Que venham outras.
4 - O Ponte Velha - Julho de 2015
Corpo sem cabeça Corpos sem cabeça não sobrevivem, exceto as mulas. Não só no mundo animal, mas também no das instituições, públicas e privadas, organismos não sobrevivem sem o cérebro, sem quem pensa e planeja. Empresas privadas que não priorizam o planejamento, ou que o realizamsem a competência adequada, não sobrevivem. Existem alguns exemplos aqui mesmo na nossa região, um deles é o da Xerox, gigante mundial e líder do mercado que não foi capaz de projetar o seu futuro. No caso das instituições públicas, a situação é bem mais grave. Grande parte delas não faz qualquer tipo de planejamento. A diferença é que, ao contrário das empresas privadas, elas não vão à falência. Há sempre uma multidão de pacatos cidadãos dispostos a bancar com o próprio bolso o custo da incompetência na administração pública “made in Brasil”. Prefeituras são exemplos perfeitos de corpos sem cabeças pensantes. Qual o planejamento que a prefeitura do seu município está elaborando para enfrentar a gravidade da crise hídrica, por exemplo? Ou a desenfreada ocupação ilegal do solo? Você sabe? Quem sabe? No caso das prefeituras a situação é bem mais grave, além de não ter cabeças pensantes, o corpo, onde proliferam cargos de confiança despreparados em detrimento dos servidores de carreira, também não ajuda. Em Resende, um caso típico de corpo sem cabeça é a politica ambiental do município. No governo federal, existe o ministério do meio ambiente e os órgãos executivos, IBAMA, ICMBio, que executam a política estabelecida pelo ministério e por esse são fiscalizados. Nos estados, a mesma coisa: o órgão de planejamento estratégico, a secretaria
Uma causa, duas homenagens O Ponte Velha deixa de publicar a coluna Itatiaia em Pauta neste número para homenagear dois personagens que se destacaram na formação da consciência ambiental local: José Roberto de Souza Araújo e Marcos Menandro. Entregamos a empreitada ao colega de ambos, Claudio Barcellos, que nos enviou o seguinte artigo.
Quadrinho de Jean Galvão
estadual, e os órgãos executivos, no nosso caso o INEA (Instituto Estadual do Ambiente). Se os ministérios e secretarias estaduais planejam adequadamente ou não, isso é outro problema. Pelo menos, eles existem para isso. No caso de Resende, simplesmente não existe o órgão de planejamento da política ambiental municipal, mas apenas o órgão executivo, que é a Agência do Meio Ambiente de Resende (AMAR). Se o sucesso da política ambiental já é difícil com a existência de um órgão de planejamento, imagine sem ele. Não estou defendendo a criação de mais uma secretaria, mas apenas destacando que sem uma cabeça pensante a situação só tende a piorar. Resende recebeu maciços investimentos da indústria automobilística. Cada um desses grandes investimentos gerou para o estado do Rio recursos financeiros vultosos, decorrentes da compensação ambiental. Quanto desse bolo de milhões de reais foi efetivamente repassado para Resende se preparar para o impacto decorrente desses investimentos? Quem acompanhou esse processo de implantação? Quem calculou o valor da compensação e dos repasses? Com certeza não foi a AMAR, órgão que mal atende às atuais demandas ambientais. Não por incompetência ou negligência do seu corpo técnico, mas porque esse órgão executivo não tem estrutura e pessoal qualificado para essa função. Se houvesse uma secretaria para formular e fiscalizar a execução da política ambiental do município, dificilmente uma montadora de automóveis seria construída em cima de um complexo lagunar da importância da Turfeira. Ou 785 toneladas de chorume seriam lançadas em uma estação de tratamento de esgoto desativada. Mudanças climáticas, crise hídrica, sistema de “desenvolvimento econômico” ultrapassado, poluição atmosférica crescente, ocupação ilegal do solo, necessidade de recuperação de áreas degradadas, unidades de conservação municipais apenas no papel, sistema de licenciamento e fiscalização ambiental ineficaz, desorganização urbana, entre outros graves desafios, irão requerer ações imediatas, de médio e longo prazo. A estrutura organizacional responsável pela política ambiental de Resende precisa ser urgentemente revista e ampliada. A criação de uma estrutura de planejamento estratégico para a área é uma necessidade inadiável. Na área de execução desse planejamento, que cabe a AMAR, a criação de núcleos temáticos, com gestão individualizada por núcleo, é ação de curto prazo. Para realizar tudo isso é necessário, não só a cabeça, mas também que ela esteja no lugar. Na nossa atual conjuntura, quem é que tem a cabeça no lugar? Eliel de Assis Queiroz/Instituto Agulhas Negras (INAN).
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Jornalista responsável: Gustavo Praça de Carvalho Reg. 12 . 923 Arte gráfica: Afonso Praça Edição: Marcos Cotrim 21-8833. 2248 24- 9301 . 5687 contato@pontevelha.com www.pontevelha.com
A partir de 1993 comecei a atuar na área ambiental efetivamente. Assim, tive a sorte de trabalhar e conviver com pessoas de bem e do mais alto gabarito em suas áreas de atuação. André Vieira Ramos de Assis, Engº Agrônomo, estruturou o então Departamento de Proteção Ambiental. Com ele tabalharam Angela De Lamare, Luis Felipe, José Ronaldo, Ednilda e outros. Quando o Instituto Estadual de Florestas me convidou para representar o Estado do Rio em convênio com o município de Resende, encontrei o pessoal acima mais o Marcos Menandro (foto), que havia sido contratado como consultor para deslanchar a questão ambiental na região.
Fez o Programa Florestal do Município, com sub-programas que incluíam Extensão Florestal, Pesquisa, Arborização Urbana, Recuperação de Áreas Degradadas, Marcação de Matrizes, Coleta de sementes Florestais, Viveiro ... Havia algumas incursões de fiscalização florestal, fomento ao plantio de nativas, implementação de sistemas modelo de agros-
silvicultura, participação em feiras agropecuárias, palestras sobre meio ambiente na agricultura, sistemas limpos, boas práticas de produção, etc.. Com o passar do tempo, fui indicado ao Zé Roberto de Souza pelo Wilson Moura. Havia sido desligado do serviço do IEF ... Estavam precisando de profissional para a FEEMA/ Volta Redonda. Assim começou o relacionamento profissional e amizade com o Zé Roberto (foto).
Comecei nova etapa no Meio Ambiente: Licenciamentos Ambientais, planejamento para qualidade ambiental, monitoramento para base histórica de dados ambientais... uma verdadeira a escola com um grande mestre. Depois da temporada na Agência Regional de VR, novo convite para auxiliar nos trabalhos de monitoramento físico químico, microbiológico e da ictiofauna, para acompanhar a qualidade das águas da represa de funil e do trecho do Rio Paraíba do Sul, de Itatiaia a Vargem Alegre (depois estendida, numa meta de cobrir todo o rio no trecho fluminense). Acabou sendo criado um índice de qualidade ambiental baseado no estudo da ictiofauna nos trechos do rio. Houve parcerias, sempre idealizadas e conduzidas pelo José Roberto, que gozava de grande prestígio junto ao mundo científico e empresarial, além do político: era invariavelmente consultado e ouvido por todos.
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A fisioterapia em pacientes com Alzheimer O que é o Mal de Alzheimer? A doença de Alzheimer ou mal de Alzheimer é uma doença neurodegenerativa do cérebro caracterizada por perda progressiva das faculdades cognitivas superiores, manifestando-se inicialmente por alterações da memória episódica, que atinge pessoas no universo da terceira idade. Mas pode apresentar os primeiros sintomas na faixa etária dos 35.
Plano Diretor - Papo reto
nal, sendo preciso ajuda para todas as atividades básicas. Os doentes de Alzheimer tornam-se incapazes de realizar a mais pequena tarefa, e acabam, quase sempre, acamados. Os tratamentos para a doença de Alzheimer são diversos, sendo os principais farmacológicos e fisioterápicos, este último, que estimule a capacidade fisio-funcional cognitiva, física e social. É fundamental a fisioterapia, que auxilia o paciente a ter uma qualidade de vida muito melhor evitando que os músculos atrofiem, melhorando na coordenação, equilíbrio e flexibilidade, que acaba atrasando na evolução da doença. Os benefícios de uma equipe multiprofissional ampliam a perspectiva de uma melhor qualidade de vida. Dr. Jose Marinho Barros Bastos, fisioterapeuta
Dr. Alois Alzheimer (1864-1915)
Estes episódios amnésicos agravam-se com a progressão da doença, agregando perdas motoras; visuais e de linguagem. O principal indício dessa síndrome é a perda de memória recente. O paciente pode recordar de fatos que aconteceram no passado, mas não consegue lembrar-se de situações que ocorreram no dia a dia. Os sinais e sintomas aparecem lentamente, com perda de memória, com dificuldades em aprender coisas novas; demonstra confusão com a fala; apresenta problemas de atenção; desorientação; depressão; deterioração no trato a higiene corporal e do comportamento e alguns dependendo do estágio da doença podem desenvolver atitudes agressivas. o paciente pode sofrer de incontinência urinária e fecal, causando um comportamento inadequado. Terminam por não conhecer os próprios familiares e até a si mesmos quando colocados na frente do espelho. Com a progressão da Alzheimer, o doente apresenta prejuízo motor, que interfere na capacidade de locomoção, equilíbrio e independência fisio-funcio-
“No início do século XX, a Alemanha era um lugar privilegiado para quem quisesse se dedicar ao estudo das doenças mentais. Não por acaso, a trajetória de Alzheimer foi marcada pela convivência com alguns notáveis, entre eles o patologista e anatomista que cunhou o termo neurônio Heinrich Wilhelm Gottfried Waldeyer-Hartz (1836-1921), seu professor na Universidade de Berlim. Assim que se formou, foi trabalhar em Frankfurt como médico assistente no Hospital de Lunáticos e Epiléticos, então dirigido por Emil Sioli (18521922), entusiasta das idéias de Philippe Pinel (1745-1826) e de Jean-Marie Charcot (1825-1893). Em 1903, se mudou para Heidelberg a convite de Emil Kraepelin (1856-1926), considerado o fundador da psiquiatria moderna. Em 1912, contraiu uma grave amidalite, que evoluiu para artrite reumatóide e problemas cardíacos e renais. Nunca mais recuperou a saúde e passou os anos seguintes na cama, até morrer em 1915, aos 51 anos.” (Com Luciana Cristiane)
Planta da Cidade de Rezende - Detalhe da Planta Corographica da Província do Rio de Janeiro, dos Engs. Pedro D’Alcântara Bellegarde e Jacob Niemeyer, 1858-1861. (FBN/RJ)
Quando retornei a Resende em 1995, fui convidado a participar da revisão do então Plano Diretor de Resende, promovido pela Câmara Municipal, sob a presidência de Antônio Gastão. Embora não seja uma iniciativa da Câmara, durante um semestre, eu e outros profissionais, nos reunimos no prédio histórico do Centro para fazer leituras e sugestões para aprimorar o texto existente. De lá para cá, participo de todos as iniciativas neste sentido. Em 2008, por quase “imposição de ofício” deixei a direção de minha empresa, sendo nomeado na administração municipal. O desafio inicialmente era levar a cabo um projeto financiado pelo BID e a revisão do plano diretor municipal, de maneira participativa, conforme as diretrizes do ministério das cidades. O governo, simplesmente por não ter sido reeleito, não conseguiu aprovar na
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Câmara o texto do plano em sua íntegra. Na verdade, o plano foi completamente mutilado. Sem pernas, não tinha como caminhar. O esforço foi grande, mas na ocasião o casuísmo venceu. Em 2011 o novo governo assumindo “terra arrasada”, graças a fragilidade da máquina estatal, retomou a discussão... novamente. O comprometimento da nova equipe técnica foi total. Recebeu de minhas mãos toda a informação e dados que havia arquivado, inclusive todo o processo de elaboração da lei original. Fiz isso contra a determinação político-partidária , porém jamais poderia guardar informações que pertencem ao município. Em 2013 finalmente foi aprovada a Lei 3000. O governo juntamente com assessoria da PUC Rio, presenteou Resende com o seu novo plano diretor. Embora não determine prazos para realização de determinadas ações de planejamento, por si só já é um avanço. Não só pela lei , mas principalmente pela iniciativa deste governo na criação do Instituto Marechal José Pessoa. Existe uma percepção clara da necessidade de um órgão de planejamento municipal perene e que esteja acima dos governos. O Instituto é um embrião desta ideia. Penso que todo postulante ao cargo de prefeito deveria conhecer o Plano Diretor. Conforme o disposto no Artigo primeiro da lei: “Esta Lei institui o Plano Diretor de Resende, instrumento orientador e normativo básico dos processos de desenvolvimento político, socioeconômico, físico-ambiental e administrativo do Município.” Ora como um pretendente a um cargo dessa magnitude pode desconhecer uma lei como esta? Um prefeito não precisa ser um especialista, mas também não pode ser um ignorante sobre o tema. A distância entre a democracia e a demagogia é uma linha tênue. Os homens públicos gostam muito de idéias e discursos. Arregaçar as mangas e trabalhar é cada vez mais raro. Quando então este trabalho visa o futuro pós mandato e a coletividade deixa de ser prioritário. Por isso volta a afirmar que necessitamos de um estado forte, e isso só é possível como instituições fortes, com normas , regimentos e procedimentos claramente descritos para que a sociedade não seja vítima de aventureiros eloquentes, mas desprovidos do conhecimento necessário para que nosso município cresça na direção que queremos. Renato Serra
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Aeroclube: quem manda na área é a União ou a Prefeitura?
O Ouvidor da Prefeitura, Celso Dutra, ponderou no Facebook (Ação Resende) da seguinte forma:
Imagem da coluna “Baú Velho” - Jornal de Resende
O Aeroclube de Resende (ACR) – que inclui o Sky Dive, seu braço no paraquedismo – está sendo acionado na justiça pela Prefeitura de Resende, que alega sua “clandestinidade” e parece querer tirá-lo da área da área do aeroporto. Para debater a questão, a Câmara Municipal promoveu uma audiência pública no último dia oito. Ali, com a casa superlotada, ficou patente o interesse da cidade pelo prosseguimento das atividades do Aeroclube e do Sky Dive, que movimentam o turismo e o comércio de um modo geral, além de criar empregos. E duas perguntas ficaram no ar: qual é o motivo, qual é a questão de “interesse público” que levou a Prefeitura à tentativa de acabar com o Aeroclube? E quem, afinal, administra e tem o poder sobre a área? A União, através do Comando Aéreo Regional, ou o município, que tem autorização da União para uso público da área? Não havia ninguém da Prefeitura para responder, o que foi uma desconsideração com tanta gente ali presente. As hipóteses sobre a possível resposta à primeira das perguntas eram: especulação imobiliária com a área da União (cedida à Prefeitura para uso público) ou interesse de que algum outro grupo opere o ramo promissor dos esportes aéreos. A segunda questão (quem manda na área?) pode ser um imbróglio complicado. A área onde fica o aeroporto foi cedida pela União ao município em fins da década de 70 do século passado, no primeiro governo de Noel de Carvalho. Na época a Exapicor era realizada na sede da Prefeitura, o que acarretava muito transtorno. O então presidente da ACIAR, Luiz Geraldo Whately, teve a ideia de pedir a cessão da área para a festa da Exposição e levou Noel de Carvalho a Brasília para tratar do assunto. Noel então pensou mais longe e pediu logo a cessão para a administração do município, abrindo assim uma área de interesse público maior do que apenas a realização da festa da cidade. Uma vez gestora da área, a Prefeitura autorizou a construção do Parque de Exposições, que foi feita sob o comando de Chico Fortes e hoje leva o se nome. Atualmente, além do Parque da Exapicor, existem outras construções e são realizadas outras atividades ali, como a Resende Águas, a pista de Motocross, etc, num total de 18. Na audiência pública chegou-se a dizer que essas outras atividades, sim, estariam irregulares segundo uma recente inspeção do 3 COMAR (Comando Aéreo Regional), sendo o Aeroclube a única construção e atividade dentro da legalidade. Ora, se a área foi cedida à Prefeitura parece absurdo “também” que agora vá-se achar que o Parque de Exposições é clandestino. O que parece é que, no caso do Aeroclube, misturam-se duas autoridades: uma técnica (o COMAR) e outra que tem a outorga de uso da área (a Prefeitura). Então, o que se precisa é só de um entendimento. A Prefeitura quer arrecadar
Ponderações 1 - Reitero: a área da Exapicor, do Posto e do Estacionamento estão REGULARES; 2 - A PMR não quer retirar nem o Aeroclube e nem o SKYDIVE. É necessária a REGULARIZAÇÃO do uso da área FEDERAL pela associação e entidade privadas que ocupam o local; 3 - Audiência Pública é algo muito sério e deve ser tratada como tal, com prévio convite para que todos estejam preparados para participar com eficiência e de posse eventual de documentos que auxiliem o debate; 4 - Repito: sugiro que nova audiência seja marcada; 5 - Todos queremos a permanência do Aeroclube e do SKYDIVE, desde que atendidas as exigências e determinações da SAC, ANAC, MPE e MPF.
mais com as atividades do Aeroclube, que é sem fins lucrativos mas tem no Sky Dive um braço comercial? Dialogue, converse, faça convênios razoáveis como todas as administrações têm feito até hoje. Mas terror, ameaça de expulsão, não, porque toda a cidade considera o Aeroclube um patrimônio e sua atividade importantíssima para Resende. Na audiência, os diretores do ACR fizeram uma explanação sobre sua história de mais de setenta anos de funcionamento em Resende, onde as atividades começaram em 1941 – cerca de 40 anos antes da Prefeitura conseguir a sessão da área. Em todo esse tempo, funcionando como instituição sem fins lucrativos, formou muitos dos pilotos da aviação civil que atuam hoje no país. A plateia se emocionou com o depoimento do Coronel Aviador Marco Aurélio Bernar-
di, que dirigiu o Aeroclube por quase vinte anos e traz na memória dia e hora exatos dos principais acontecimentos. Ele é filho do falecido João Bernardi, o serralheiro responsável por grande parte das grades e portões de Resende – apenas um dos indicadores citados durante a audiência que mostram a ligação orgânica da cidade com o Aeroclube. Representantes da hotelaria e do comércio destacaram a importância do desenvolvimento dos esportes aéreos como uma das alternativas ao foco único da economia nas montadoras de automóveis. Toda a documentação de que o Aeroclube funciona com autorização do Comando Aéreo Regional, representante da União, foi deixada com os dois únicos vereadores a comparecem à audiência – o Dr Irany e Tiago Forastieri – que acenaram com uma conversa com o Prefeito para solucionar a questão.
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E continuou citando: “A área pertence à União sob responsabilidade da administração municipal. Além disso, a Prefeitura esclarece que pediu reintegração de posse da área porque há uma deliberação da Secretaria de Aviação Civil e da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), questionando a ocupação e utilização indevida do espaço público. Também existe um questionamento dos Ministérios Públicos Federal e Estadual sobre a ocupação da área sem a realização de processo licitatório por parte do município. - Nossa intenção não é prejudicar nenhuma entidade, mas regularizar a exploração privada de espaço público sem contrapartida. Vale ressaltar que a Prefeitura é a favor do esporte, e a medida vai certamente beneficiar o esporte de Resende, pois poderemos, com a licitação, ampliar o número de atividades oferecidas no local – enfatizou o Procurador-Geral do Município, Kléber Luis de Souza.” - texto extraído da Nota Oficial da PMR. Observação: E quanto a ocupação da área pela Água das Agulhas Negras....? Empresa privada ligada a grupos economicamente fortes, com fins lucrativos. Nada contra a concessão, não sou movido por essa “ideologia”. Mas, por questão de justiça, o que a prefeitura está exigindo do Aeroclube deveria ser extensivio a todas as entidades que ocupam aquela área. Eliel Queirós
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Sesmaria - n. 9, Inverno de 2015
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Estudar o passado não traz nostalgia. Traz um profundo senso de identidade e admiração pela tradição que nos abriga e pela terra a que pertencemos. Sem conhecer o passado viveríamos mutilados.
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Instituto Campo Bello História e Memória da Região das Agulhas Negras
A consciência ambiental na Região das Agulhas Negras
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Quando determinado tema ganha importância na consciência coletiva e parece anunciar mudanças drásticas na vida das pessoas, torna-se uma “questão”. Tivemos nossas questões exemplares, que mereceram maiúsculas do historiador: Questão Religiosa, Questão Militar, em geral citadas com o artigo definido - a questão do Prata, por exemplo - para realçar a gravidade do problema que era enfeixado um tanto genericamente sob o apelativo jornalístico. Quando se tratou de fronteiras (a questão do Acre), de inclusões (a questão do elemento servil) ou de ideologias (a questão educacional), anunciavam-se pontos de inflexão na curva histórica do país. A questão exige respeito... Bem verdade que a abrangência de uma tomada de consciência depende não apenas da relevância objetiva do tema que vira questão, mas também dos construtores de imagem, dos divulgadores dessa impressão subjetiva de que isso ou aquilo representa uma ameaça ou oportunidade ímpares na vida coletiva. Hoje, de modo sem dúvida imperioso, temos a questão ambiental na ordem do dia (e da noite). Trata-se de questão que reclama a solidariedade regional, tanto quanto as preocupações locais e iniciativas particulares. Isso certamente contribuiu para a consagração do nome “Região das Agulhas Negras” que designa o território aproximado do que foi chamado, no século XVIII do seu descobrimento, de “Paraíba Nova”, e no século XIX de seu apogeu cafeicultor de “Serra Acima”. Com efeito, temas universais ganham melhor sentido com foco regional, sob a égide do espírito de vizinhança, que torna palpável a questão, e gera uma identidade tão complexa em suas várias componentes econômicas e sociais quanto simples em seu apelo moral.
Marcos Menandro (1952-2015). Foto de 1996
Por mais que o imediatismo e a ambição nos alienem e nos dividam de modo mais ou menos mesquinho, por mais que as tecnologias nos acostumem à arrogância de uma dominação predatória, herdamos algo do bom senso de nossos maiores. A capacidade de receber esta herança - embora vivamente ameaçada pelo populismo de uma sociedade de massas - se tem traduzido, em nossa região, por uma atenção ao rio e à montanha como símbolos de pureza, desde o século XIX, com seu olhar naturalista e higienista. Talvez pela crença ingênua de que as terras altas da Mantiqueira e da Bocaina pudessem sediar algo do admirado padrão europeu em nossos tristes trópicos, construiu-se um pano de fundo pré-ambientalista, contra o qual as estruturas do café e da indústria devem ser consideradas. Tais estruturas foram concebidas, a seu tempo, como “nobres” e “modernas”, afinadas com o imaginário do “progresso” e contrastadas com atividades tidas como “subsidiárias” e “pobres”, vinculadas à economia de abastecimento/subsistência e à tradicional ordem social de serviços dos corpos intermediários. Embora vital, este universo foi estigmatizado como “atrasado” e pouco “racional”, ficando à margem das políticas públicas que patrocinaram a modernização da agropecuária e o desenvolvimento urbano-industrial do Vale do Paraíba.
Podemos ver a consciência ambiental sob dois ângulos: um formal e cientificamente definido; outro informal e tradicionalmente estabelecido. Como se sabe, após a tentativa de implantação de núcleos coloniais no início do século XX, nasceu na região um embrião de consciência ambiental, representado pela reserva florestal do Itatiaia, submetida ao Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Entretanto, seja o patrocínio do Estado seja o aval da autoridade científica (afinal, eram pesquisadores...), que se consolidaram na criação da Estação Biológica em 1929, sempre subestimaram a potencial parceria daquela formidável ordem tradicional, inclinada naturalmente à abordagem ambientalmente justa dos recursos naturais regionais. Entre as consequências desta verdadeira imprevidência, contamos o divórcio entre meio rural e meio urbano, este último identificado como detentor dos atributos da lógica produtivista que esvaziou o campo, desassistiu os proprietários históricos e impôs um ritmo insustentável de uso e manejo da terra. A proletarização do pequeno produtor rural, a escolarização compulsória e igualitária de seus filhos e uma deficiente política extensionista vem dando cabo da consciência ambiental tradicional, descurando as culturas caipira e caiçara enquanto representantes das salvaguardas ecológicas. Entretanto, em torno deste eixo de conscientização que podemos chamar de oficial, surgiram sensibilidades especialmente vocacionadas à ampliação da consciência ambiental, e podemos citar a propósito, o pioneirismo de Toivo Uuskalio em Penedo, o papel pedagógico de um Helio Gouvêa e o cultural de uma Flora Campos Porto (filha do primeiro diretor do Parque Nacional), marcados pelo discurso preservacionista a princípio.
A tônica do discurso de preservação trouxe à tona a questão ambiental, no bojo de uma reação promovida pela chamada “contracultura”. Os vários movimentos desta reação faziam, desde os anos 1960, a crítica dos padrões ocidentais de desenvolvimento, baseando-se em teses socialistas, espiritualidades orientais ou neopagãs e um apelo difuso de volta à natureza. Eram evocados, filósofos da Escola de Frankfurt, como Marcuse, gurus como Maharishi Mahesh e revolucionários como Che Guevara.
José Roberto de Souza Araújo (1949-2015)
Esta verdadeira maré de consciência ambiental somou-se aos remanescentes tradicionais e aos cientistas de novas disciplinas (como engenharia florestal e ecologia) nos anos 1970, daí resultando um discurso cujo crescendo ganhou a grande mídia e viu transformar-se a consciência de preservação na de conservação e, recentemente, na de sustentabilidade. Foi a partir dos anos 1980 que entraram em cena os dois homenageados desta edição da Sesmaria, os engenheiros Marcos Menandro e José Roberto de Souza, falecidos este ano. Eram nomes de escol em meio a tantos que se ocuparam da questão ambiental, como se verá a seguir. Marcos Cotrim
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Pensamento ambiental regional - do fim da picada ao beco sem saída? Termos como ecologia (e economia) são formados a partir de oikos, que significa casa em grego, e a imagem da “casa comum” é suficientemente forte para congregar muita gente, de todas as tribos: governantes como Noel de Carvalho, jornalistas como Gustavo Praça, militantes como André Vieira e Luis Felipe Cesar, técnicos como Wilson Moura e Marcos Menandro... Procuramos colher depoimentos de alguns dos principais articuladores do pensamento ambiental regional, que foram (e ainda são) pioneiros na reflexão e atores nas ações governamentais e não governamentais, responsáveis pelas estruturas que hoje vemos em funcionamento. Detivemo-nos em três tópicos: a formação e influências; a visão política da questão ambiental; a contribuição para a constituição de uma consciência ecológica local. Linha do tempo - alguns marcos 1857- Massena explora o Itatiaia; 1878- Rebouças no Itatiaia; 1912- Leon Camejo compra o lote 34; 1920- Campos Pôrto- Reserva Florestal do Itatiaia; 1923- Jose Francisco Zikan compra o lote 15; 1924- Joseph Simon compra o lote 90; 1928- Toivo Uuskálio- Colônia Finlandesa Penedo; 1929- Estação Biológica do Itatiaia; 1931- Robert Donati refloresta seu lote 128; 1937- Parque Nacional do Itatiaia; 1944- Elio Gouvea chega ao Parque Nacinal; 1971- Parque Nacional da Serra da Bocaina; 1973- Instituto de Estudos Valeparaibanos; 1976- Marcos Menandro- Reserva da Cascata do Roncador, em Capelinha do Pirapetinga; 1985- Área de Relevante Interesse Ecológico Floresta da Cicuta em Barra Mansa; 1986- Fundação do PV (Partido Verde) no Brasil; 1987- Fundação da Apropani (Associação Pró-Parque Nacional do Itatiaia; 1988- Parque Natural Municipal da Cachoeira da Fumaça e Jacuba; 1989- Noel de Carvalho criou o Departamento de Controle Ambiental, nomeando como Diretor André Vieira de Assis; 1991- Resende cria a APA (Área de Proteção Ambiental) da Serrinha do Alambari; 1993- Augusto Leivas nomeou Luiz Felipe Cruz Lens Cesar para o DCA; 1994- Luis Felipe Cesar e Jose Leon Zylberstejn criam a ONG Crescente Fértil; 1995- Claudio Cotrim Barcellos, Marcos Menandro, Wilson Moura e Mario Lucio Melo Jr. fundam o IMVAP, Instituto para o Desenvolvimento do Medio Vale do Rio Paraíba do Sul; 1995- Imvap inicia o plantio do Morro da Torre; 1996- Criação do CEIVAP - Comitê para Integração da Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul; 1996- Gustavo Praça- Jornal O Ponte Velha; 1996- Jair Alexandre criou a Secretaria de Meio Ambiente em Itatiaia; 1997- Eduardo Meohas criou a Secretaria Municipal de Meio Ambiente, nomeando Claudio Sericchio como Secretário; 1999- Wilson Oliveira Moura assumiu a SMMA; 2000- Lei federal 9.985 institui o SNUC - Sistema Nacional de Unidades de Conservação; 2001- Gustavo Praça e Luis Felipe Cesar , “Pensamento Ambiental em Resende: 1980-2001”; 2003- Marcos Sá Corrêa, “Itatiaia - O caminho das pedras”; 2003- Ecovila Terra Una - Liberdade, MG; 2005- Silvio de Carvalho transformou a SMMA em autarquia chamada AMAR, nomeando André Pinhel como presidente; 2006- Luiz Felipe Cesar presidente da AMAR; 2009- José Rechuan nomeou Paulo José Fontanezzi como presidente da AMAR; 2010- Eliel Queirós funda a RPPN- Reserva Agulhas Negras; 2012- RPPN Santo Antônio na Serrinha; 2013- Parque Estadual da Pedra Selada
Portão de entrada da Reserva Florestal do Itatiaya, então sob jurisdição do Jardim Botânico do Rio de Janeiro. (http://jbrj.gov.br/jardim/historia)
André Vieira Assis Nasci em Belo Horizonte e fui desde cedo influenciado pelo meu pai, médico, no estudo das ciências naturais e no pensamento de esquerda, e pela minha mãe na apreciação das artes plásticas. Fui um daqueles meninos que vivia colecionando insetos e criando os mais diversos tipos de bichos em casa. Toda a oportunidade que tinha ia para a roça, e aí a convivência com o homem do campo e da floresta, mateiros e caçadores me marcou para sempre. Passei a frequentar Penedo ainda na década de 60 depois que meu avô comprou um sítio, e a partir daí o entorno do Parque Nacional do Itatiaia. Entrei na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro para cursar agronomia. Ingressei no movimento estudantil, era 1978 e o movimento bastante ativo. Falei em nome da UNE no ato anti-nuclear em Resende em 1980. Laços políticos estabelecidos na época do movimento estudantil e uma base sólida de cartografia e topografia me credenciaram para ser chamado pelo secretário de justiça do governo Brizola para a recém-criada Comissão de Assuntos Fundiários. Ao fim do Governo Brizola, tive tempo de sobra para me dedicar ao desenvolvimento de um projeto proposto ao primeiro Programa Nacional de Meio Ambiente, que buscava proteger o Parque Nacional do Itatiaia e as áreas primitivas adjacentes através do ecodesenvolvimento (na época o termo desenvolvimento sustentável ainda não tinha pegado) das comunidades vizinhas. O Projeto pretendia envolver 13 municípios e era proposto à união pelo município de Resende. Foi a mobilização em torno deste projeto que culminou com minha nomeação, inicialmente para chefe da Divisão de Ecologia e posteriormente para chefe do Departamento de Saneamento e Proteção Ambiental da Prefeitura.
Evitando maiores elucubrações e focando na necessidade de consenso fico com a definição do Relatório Brundtland (Nosso Futuro Comum) elaborado pela Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, apresentado na ONU em 1987 que define o conceito de desenvolvimento sustentável como “o desenvolvimento que satisfaz as necessidades presentes, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de suprir suas próprias necessidades.” Este relatório tornou evidente a insustentabilidade da sociedade de consumo. Agora, o conceito de sustentabilidade tem sido usado politicamente no mundo todo de forma que os maiores absurdos possam ser justificados no tripé poético: “socialmente justo, economicamente viável e ecologicamente sustentável”. E assim, um projeto, que, por exemplo, preveja o despejo de dezenas de famílias caiçaras para a implantação de um condomínio de luxo, que não olvide indenizações às famílias deslocadas calculadas pela justiça, pode parecer perfeito, mas deixa um travo amargo a quem vê a cena se repetir. Assim como um genocídio consentido. “Mas, o que me parece mais urgente é o plantio regular de florestas para desfrute das gerações vindouras. Quanto mais tarde plantarmos árvores como a peroba rosa e o jequitibá, mais tempo levará até que brasileiros possam desfrutar de forma sustentável deste fabuloso recurso que usamos até quase o esgotamento.” As ações que ajudei a realizar na Prefeitura Municipal de Resende foram aquelas em que encontrei a cidade com vontade e necessidade de realizar. Todas demandaram o trabalho e o empenho de um sem número de colaboradores que não conseguiria citar aqui. A principal ação, com certeza, foi a própria implantação do órgão ambiental da Prefeitura Municipal de Resende. Desta forma a Prefeitura de Resende passou a contar efetivamente com um órgão ambiental capaz de fazer valer a posição do município nas mais diversas questões, discutindo em pé de igualdade a instalação de indústrias e a política de ocupação do território, assuntos em geral decididos pelos estados e pela união. [Outras ações]: Aterro Sanitário de Resende; Recicla Resende - Programa municipal de reciclagem; Área de Proteção Ambiental da Serrinha do Alambari; arborização urbana; Horto Oficina de Florestas; Operação Limpeza do Planalto do Parque Nacional do Itatiaia – Ação liderada pelo GEAN (Grupo Excursionista Agulhas Negras) I Encontro para Prevenção e Combate a Incêndios no Parque Nacional do Itatiaia; Programa Florestal.
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Wilson Moura Durante o curso de Agronomia [Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro] e logo após a conclusão em 1982 me chamava a atenção a discussão sobre o uso (ou mau uso) de venenos (agrotóxicos) na produção agropecuária brasileira. Além disto, os conceitos de plantio direto, controle biológico de pragas, rotação de culturas, plantio em nível e demais alternativas chamadas de ecológicas estavam bastante em moda. Iniciei meus trabalhos profissionais prestando assistência técnica aos pequenos produtores do município que, à época, incluía Itatiaia e Porto Real. Trabalhei durante 11 anos buscando soluções e práticas de menor impacto ao meio ambiente. A questão ambiental é fundamental em qualquer gestão política administrativa. Embora ainda pouco valorizada pelos governantes em todos os níveis, pois o que vemos é a priorização dos demais setores em detrimento das questões ambientais. Fácil de entender quando se compara com os setores de obras, saúde e educação, entre outros, que oferecem uma visibilidade política maior. No meu entendimento torna-se fundamental que esses governantes enxerguem a importância das questões ligadas ao meio ambiente mais equilibrado. Até porque estão intimamente ligados à saúde pública, educação e desenvolvimento sócio econômico das cidades. É muito importante investir na instrumentalização dos órgãos ambientais, tanto sob o aspecto de equipamentos e materiais quanto do aspecto de pessoal devidamente capacitado para exercer suas funções. Atualmente, por força legal, praticamente tudo o que acontece nos municípios necessita de licenças ou autorizações ambientais. O problema é que tais licenças não são acompanhadas de uma fiscalização eficiente que verifique se as condicionantes são cumpridas pelos licenciados, transformando-se numa espécie de papel que permite o funcionamento de atividades potencialmente poluidoras sem nenhum controle Em 1999, quando o então Secretário Municipal de Meio Ambiente Claudio Sericchio se lançou como candidato a vereador, fui chamado para assumir a pasta. Neste primeiro “mandato”, fiquei por 5 anos à frente da Secretaria de Meio Ambiente. Neste período concluímos os trabalhos para o Plano Diretor da APA da Mantiqueira no perímetro de Resende e a Lei de Edificações para este território, em vigor até hoje, implantamos o sistema de tratamento de efluentes na APA da Serrinha do Alambary, Vila da Fumaça e Vila da Capelinha, lançamos o Projeto Monitor de Ecoturismo, ampliamos o Horto Municipal, criamos o “Bosque das Mangueiras”, implantamos o Laboratório de Georreferenciamento, equipamos a Secretaria e os Programas de Monitoramento Ambiental e o PROFLORE – Programa Florestal de Resende. Em 2000 implantamos o CREAR – Centro de Referência em Educação Ambiental de Resende reunindo diversos profissionais das áreas de educação e de meio ambiente,e conseguimos publicar a Lei Municipal 2245/2000 que trata das questões relacionadas à Arborização Urbana.
Também conseguimos organizar o órgão ambiental ao criar o FUMCAM – Fundo Municipal de Meio Ambiente e o COMAR – Conselho Municipal de Meio Ambiente de Resende, que tem sido fundamental no acompanhamento das questões ambientais de nosso município. Em 2007, fui cedido para a FEEMA, atual INEA, onde atuei por 6 anos nas áreas de licenciamento e monitoramento ambiental na Superintendência do Médio Paraíba que abrange 19 municípios da região sul fluminense. Finalmente, em 2013 reassumi a AMAR.
Luis Felipe Cesar Apicultor, plantador de árvores, ex-estudante de engenharia florestal, educação física, biologia e, finalmente, formado em Comunicação Social, pós-graduado em Gestão Ambiental e mestrando em Práticas em Desenvolvimento Sustentável na UFRRJ. Sou influenciado pelos movimentos alternativos da década de 80, que buscaram modos de vida sustentável, muitas vezes com a migração urbana e formação dos neo-rurais; pela família protestante, intelectual, politicamente de esquerda mas sem militância partidária; pelo exemplo do meu avô materno, que adquiriu o sítio onde moro quase sem nenhuma árvore há 60 anos e começou a restauração da floresta, o que eu continuo a fazer. “Tão necessário quanto o rio Paraíba do Sul para nossas vidas é, mais uma vez, falar sobre ele [...]. Suas águas servem a 5 milhões de habitantes, abastecendo ainda mais 10 milhões de pessoas na Região Metropolitana do Rio de Janeiro. Alimentando 7.000 indústrias, 6.000 proproedades rurais e irrignado 61.000 hectares de plantações [...] as águas de seus rios levam consigo 1 bilhãos de litros de esgotos sanitários por dia, além de efluentes industriais.” Claudio Serrichio, Jornal Pé da Serra, Out/1983 As políticas ambientais vêm sofrendo diversas derrotas, apesar da ciência demonstrar cada vez mais a nossa dependência dos ecossistemas e dos grandes ciclos naturais, em especial climáticos. O problema é que passamos por uma fase mais romântica, na qual ações pontuais pareciam oferecer uma solução, para chegar num momento em que se não forem tomadas atitudes concretas em larga escala a situação tende a se agravar. E ao se deparar com as atitudes a serem tomadas fica claro que elas contrariam poderosos interesses econômicos mundiais. O consumismo em geral é outro problema, aliado à superpopulação mundial. A propaganda maciça é a pá de cal que atua no âmbito dos sonhos e desejos pessoais de bilhões de seres humanos, que passam a achar bonito trocar de celular a cada ano, descartar a roupa boa que ficou fora de moda etc. Por outro lado, os muitos conflitos, em várias partes do mundo, também são uma tragédia em termos ambientais. E não faltam recursos. Os gastos militares são prova disso.
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A economia mundial trata o planeta como se ele fosse uma fonte inesgotável de recursos e, ao mesmo tempo, uma lixeira sem limite. Uma sociedade de fato sustentável implica em mudanças profundas na produção, no consumo, no modo de vida das pessoas, nas formas de governo e na forma da política. Essa mudança não será fácil, e ela acontecerá de qualquer forma pela imposição do meio ambiente. Seria menos doloroso começar logo. Depois de alguns anos envolvido com movimentos alternativos de saúde e alimentação natural no Rio, vim morar na Serrinha disposto a por em prática um pouco do que acreditava. Nessa época conheci e acompanhei um pouco o Projeto de Ecodesenvolvimento do Maciço do Itatiaia, sediado em Penedo (que ainda era de Resende) coordenado pela Anne, André Vieira e Rubens Recio. Participei de encontros em Mauá em prol da Serra da Mantiqueira, da criação da Frente de Defesa da APA da Mantiqueira – Fedapam, do evento de criação da Apropani e de outros movimentos. Em seguida a eleição municipal de 1988 deu vitória ao Noel de Carvalho, que me convidou para coordenar um projeto de ecodesenvolvimento para a Serrinha, que resultou na criação da APA e respectivo Plano Diretor. O suporte técnico do André Vieira, então diretor de Meio Ambiente de Resende, foi fundamental. Trabalhei alguns anos dedicado a isso e acabei acumulando com a operacionalização do programa de arborização urbana em Resende, que veio junto com a criação do horto municipal Oficina de Florestas. Então vieram os 15 dias da “Eco-92”... uma história a parte. Quando o Augusto Leivas assumiu, em 1993, passei a dirigir o departamento até o fim do governo, em 96. Retornei ao poder público de 2006 a 2008 a convite do Silvio de Carvalho, quando fui o primeiro presidente da recém criada Agência do Meio Ambiente - Amar, numa situação completamente distinta daquela do final da década de 80, quando o órgão ambiental era um apêndice da administração sem quase nenhum recurso e aos poucos foi crescendo em recursos, atribuições e capacidade de atuação.
“Mas o que eu quero dizer é que nossa ocupação turística nessas serras procurou manter os traços exóticos da cultura europeia - alemã, finlandesa - e não teve qualquer preocupação com a cultura cabocla, com aquele Jeca Tatú tão anti-fantástico. A indústria turística lamentará um dia o atrativo que jogou fora e, de uma maneira mais profunda, vamo-nos arrepender da perda de uma cultura de subsistência em pequenos grupos que, se desenvolvida com tecnologias leves - evitando-se por exemplo a queimada - teria grande potencial de crescimento agrícola, espiritual e cultural.” Gustavo Praça, Folha Regional, Jun/1992
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Laudato Si - Sobre o cuidado da casa comum 1. «Laudato si’, mi’ Signore – Louvado sejas, meu Senhor», cantava São Francisco de Assis. Neste gracioso cântico, recordava-nos que a nossa casa comum se pode comparar ora a uma irmã, com quem partilhamos a existência, ora a uma boa mãe, que nos acolhe nos seus braços: «Louvado sejas, meu Senhor, pela nossa irmã, a mãe terra, que nos sustenta e governa e produz variados frutos com flores coloridas e verduras». 2. Esta irmã clama contra o mal que lhe provocamos por causa do uso irresponsável e do abuso dos bens que Deus nela colocou. Crescemos a pensar que éramos seus proprietários e dominadores, autorizados a saqueá-la. A violência, que está no coração humano ferido pelo pecado, vislumbra-se nos sintomas de doença que notamos no solo, na água, no ar e nos seres vivos. Por isso, entre os pobres mais abandonados e maltratados, conta-se a nossa terra oprimida e devastada, que « geme e sofre as dores do parto» (Rm 8, 22). Esquecemo-nos de que nós mesmos somos terra (cf. Gn 2, 7). O nosso corpo é constituído pelos elementos do planeta; o seu ar permite-nos respirar, e a sua água vivifica-nos e restaura-nos.
Nada deste mundo nos é indiferente 3. Mais de cinquenta anos atrás, quando o mundo estava oscilando sobre o fio duma crise nuclear, o Santo Papa João XXIII escreveu uma encíclica na qual não se limitava a rejeitar a guerra, mas quis transmitir uma proposta de paz. Dirigiu a sua mensagem Pacem in terris a todo o mundo católico, mas acrescentava: e a todas as pessoas de boa vontade. Agora, à vista da deterioração global do ambiente, quero dirigir-me a cada pessoa que habita neste planeta. [...] 4. Oito anos depois da Pacem in terris, em 1971, o Beato Papa Paulo VI referiu-se à problemática ecológica, apresentando-a como uma crise que é « consequência dramática » da actividade descontrolada do ser humano: «Por motivo de uma exploração inconsiderada da natureza, [o ser humano] começa a correr o risco de a destruir e de vir a ser, também ele, vítima dessa degradação». E, dirigindo-se à FAO, falou da possibilidade duma «catástrofe ecológica sob o efeito da explosão da civilização industrial», sublinhando a «necessidade urgente duma mudança radical no compor-
A árvore da vida no Paraíso. Iluminura medieval
tamento da humanidade », porque «os progressos científicos mais extraordinários, as invenções técnicas mais assombrosas, o desenvolvimento económico mais prodigioso, se não estiverem unidos a um progresso social e moral, voltam-se necessariamente contra o homem». 5. São João Paulo II debruçou-se, com interesse sempre maior, sobre este tema. Na sua primeira encíclica, advertiu que o ser humano parece «não dar-se conta de outros significados do seu ambiente natural, para além daqueles que servem somente para os fins de um uso ou consumo imediatos». Mais tarde, convidou a uma conversão ecológica global. Entretanto fazia notar o pouco empenho que se põe em «salvaguardar as condições morais de uma autêntica ecologia humana». A destruição do ambiente humano é um fato muito grave, porque, por um lado, Deus confiou o mundo ao ser humano e, por outro, a própria vida humana é um dom que deve ser protegido de várias formas de degradação. Toda a pretensão de cuidar e melhorar o mundo requer mudanças profundas «nos estilos de vida, nos modelos de produção e de consumo, nas estruturas consolidadas de poder, que hoje regem as sociedades». O progresso humano autêntico possui um carácter moral e pressupõe o pleno respeito pela pessoa humana, mas deve prestar atenção também ao mundo natural e «ter em conta a natureza de cada ser e as ligações mútuas entre todos, num sistema ordenado». Assim, a capacidade do ser humano transformar a realidade deve desenvolver-se com base na doação originária das coisas por parte de Deus.
6. O meu predecessor, Bento XVI, renovou o convite a « eliminar as causas estruturais das disfunções da economia mundial e corrigir os modelos de crescimento que parecem incapazes de garantir o respeito do meio ambiente ». Lembrou que o mundo não pode ser analisado concentrando-se apenas sobre um dos seus aspectos, porque «o livro da natureza é uno e indivisível», incluindo, entre outras coisas, o ambiente, a vida, a sexualidade, a família, as relações sociais. É que « a degradação da natureza está estreitamente ligada à cultura que molda a convivência humana ». O Papa Bento XVI propôs-nos reconhe cer que o ambiente natural está cheio de chagas causadas pelo nosso comportamento irresponsável; o próprio ambiente social tem as suas chagas. Mas, fundamentalmente, todas elas se ficam a dever ao mesmo mal, isto é, à ideia de que não existem verdades indiscutíveis a guiar a nossa vida, pelo que a liberdade humana não tem limites. Esquece-se que «o homem não é apenas uma liberdade que se cria por si própria. O homem não se cria a si mesmo. Ele é espírito e vontade, mas é também natureza ». Com paterna solicitude, convidou-nos a reconhecer que a criação resulta comprometida «onde nós mesmos somos a última instância, onde o conjunto é simplesmente nossa propriedade e onde o consumimos somente para nós mesmos. E o desperdício da criação começa onde já não reconhecemos qualquer instância acima de nós, mas vemo-nos unicamente a nós mesmos».
Unidos por uma preocupação comum 7. Estas contribuições dos Papas recolhem a reflexão de inúmeros cientistas, filósofos, teólogos e organizações sociais que enriqueceram o pensamento da Igreja sobre estas questões. Mas não podemos ignorar que, também fora da Igreja Católica, noutras Igrejas e Comunidades cristãs – bem como noutras religiões – se tem desenvolvido uma profunda preocupação e uma reflexão valiosa sobre estes temas que a todos nos estão a peito. [...] 13. O urgente desafio de proteger a nossa casa comum inclui a preocupação de unir toda a família humana na busca de um desenvolvimento sustentável e integral, pois sabemos que as coisas podem mudar. [...] 14. Lanço um convite urgente a renovar o diálogo sobre a maneira como estamos a construir o futuro do planeta. [...] Papa Francisco
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Julho de 2015 - O Ponte Velha - 7
(continuação da pág. 6)
A seca que virou livro completa um século
Tenho uma ligação pessoal com o Nordeste brasileiro. Embora nascido em Resende, de onde bem cedo me mudei, criei raízes no Ceará, terra natal de meu pai e na qual vivi por cerca de dezesseis anos. Residi algum tempo também em Pernambuco e na Paraíba. Ao todo, foram quase vinte anos de Nordeste, antes de decidir pelo retorno às minhas origens sul-fluminenses. Para quem conhece a fundo a terra de José de Alencar – e não apenas fez turismo pelas dunas litorâneas –, um fenômeno indissociável da realidade nordestina são os períodos de estiagem que, de tempos em tempos, assolam os sertões. Presenciei secas atrozes no Ceará, como a de 1982, que se prolongou no ano seguinte e reduziu à lama rachada açudes e rios. Ignorar esse drama, que tanto penaliza as populações da região, concentrando-se tão somente nas paradisíacas praias nordestinas, é como ir à Amazônia para ver somente a mata que está de pé, fechando os olhos para a que já foi derrubada. Atenção para as maravilhas e descaso pelas mazelas... Por duas vezes, contudo, a questão das secas periódicas no semiárido nordestino chegou até mim de modo, digamos, acadêmico – primeiramente, como explicação científica; depois, na forma de expressão literária. A explicação científica veio quando eu estudava Geografia na Universidade Federal de Pernambuco, curso que não cheguei a concluir. Na ocasião, aprendi que as circunstâncias que levam ao clima semiárido no Nordeste estão relacionadas, acima de tudo, à circulação das massas de ar e, um pouquinho só, ao relevo. Fiquei sabendo também que se trata de uma anomalia geográfica, já que nas latitudes correspondentes, via de regra, chove relativamente bem, sendo a vegetação nelas constante a floresta tropical úmida, não a caatinga. Anos mais tarde, já então cursando Letras, na Universidade Federal do Ceará, tive a oportunidade de ler uma obra fundamental da literatura que aborda essa temática: O Quinze, justamente o romance de estreia de uma escritora cearense que faria história ao se tornar a primeira mulher a ingressar na Academia Brasileira de Letras – Rachel de Queiroz. Oito anos antes de Rachel publicar o referido livro, a Semana de Arte Moderna agitava São Paulo e introduzia a cultura brasileira no século XX. A Geração de 22 abriu o caminho, nas artes plásticas e nas letras, para novas possibilidades de experimentação estética, adotando na poesia o verso livre e abolindo antigos modelos herdados do Simbolismo e, sobretudo, do Parnasianismo. Na prosa, a mudança era visível na linguagem, muito mais próxima da fala do cidadão comum, do linguajar rural e dos dialetos regionais. Rachel de Queiroz entra em cena na fase seguinte, que passaria para a história literária com o nome de Geração de 30. Ao contrário do que sucedera no período anterior, agora era o romance quem “cantava de galo” no cenário das letras nacionais. Uma leva de ficcionistas de peso – como Graciliano Ramos, Jorge Amado, José Lins do Rego e a própria Rachel – tinha agora nas mãos a responsabilidade de retratar o Brasil real nas páginas de seus livros, não o Brasil idealizado e edênico dos românticos do século anterior.
Rosel Ulisses Vasconcelos*
Rachel de Queiroz (1910-2003)
“Às vezes paravam num povoado, numa vila. Chico Bento, a custo, sujeitando-se às ocupações mais penosas, arranjava um cruzado, uma rapadura, algum litro de farinha. Mas isso de longe em longe. E se não fosse uma raiz de mucunã arrancada aqui e além, ou alguma batata-brava que a seca ensina a comer, teriam ficado todos pelo caminho, nessas estradas de barro ruivo, semeado de pedras, por onde eles trotavam trôpegos, se arrastando e gemendo.” Rachel de Queiroz. O Quinze (1930).
Rachel de Queiroz foi a quinta ocupante da Cadeira 5, eleita em 4 de agosto de 1977, na sucessão de Candido Motta Filho e recebida pelo Acadêmico Adonias Filho em 4 de novembro de 1977. Rachel nasceu em Fortaleza (CE), em 17 de novembro de 1910, e faleceu no Rio de Janeiro (RJ) em 4 de novembro de 2003. Filha de Daniel de Queiroz e de Clotilde Franklin de Queiroz, descende, pelo lado materno, da estirpe dos Alencar, parente portanto do autor ilustre de O Guarani, e, pelo lado paterno, dos Queiroz, família de raízes profundamente lançadas no Quixadá e Beberibe. Estreou em 1927, com o pseudônimo de Rita de Queiroz, publicando trabalho no jornal O Ceará, de que se tornou afinal redatora efetiva. Em fins de 1930, publicou o romance O quinze, que teve inesperada e funda repercussão no Rio de em São Paulo. Com vinte anos apenas, projetava-se na vida literária do país, agitando a bandeira do romance de fundo social, profundamente realista na sua dramática exposição da luta secular de um povo contra a miséria e a seca. O livro, editado às expensas da autora, apareceu em modesta edição de mil exemplares, impresso no Estabelecimento Gráfico Urânia, de Fortaleza. Recebeu crítica de Augusto Frederico Schmidt, Graça Aranha, Agripino Grieco e Gastão Cruls. A consagração veio com o Prêmio da Fundação Graça Aranha. (ABL)
O Quinze é um relato doloroso, embora fictício, do flagelo da seca no sertão nordestino. A trágica fuga de Chico Bento, Cordulina e seus filhos pela caatinga hostil em muito nos faz lembrar o enredo de outro romance, ambientado na mesma região: Vidas secas, de Graciliano Ramos, publicado em 1938. No título do livro, Rachel de Queiroz se refere a uma das mais cruéis estiagens que assolaram o Nordeste – a de 1915 –, que completa um século no presente ano. Além dos já citados, Conceição, Vicente e Dona Inácia integram a lista de personagens em torno dos quais o enredo gira. Estive diante de Rachel de Queiroz em duas ocasiões. A primeira vez que a vi foi em um seminário promovido pelo Departamento de Literatura da Universidade Federal do Ceará, em agosto de 1994. A obra da escritora era o tema do evento e, muito naturalmente, fora ela a homenageada. Na derradeira vez, durante a Bienal do Livro, em Fortaleza, entrei em uma fila de autógrafos com um exemplar de João Miguel, o segundo livro de sua autoria, às mãos. Não tinha como saber, então, que nunca mais eu tornaria a me encontrar com ela. Guardei, no entanto, com o máximo cuidado, o exemplar autografado, que conservo como uma relíquia. A maior de todas as escritoras nordestinas, descendente de José de Alencar pelo lado materno, nasceu na capital cearense, em 1910, e faleceu dormindo, no Rio de Janeiro, em 2003. Uma última informação, a título de curiosidade: Rachel de Queiroz esteve em Resende em 1983, quando foi paraninfa da turma de formandos de Letras da Associação Educacional Dom Bosco. Os resendenses também tivemos a honra de sua presença em nossa cidade.
*Rosel Ulisses Silva e Vasconcelos é professor de português e literatura, graduado em Letras e com mestrado em Literatura Brasileira, pela Universidade Federal do Ceará. Em Resende, leciona desde 2002 na AEDB – Associação Educacional Dom Bosco.
8 - O Ponte Velha - Julho de 2015
Feira Ponta de Estoque chega à 6ª edição com mais de 150 estandes
É o fim da picada?
Depois do enorme sucesso nos anos anteriores, a Feira Ponta de Estoque, organizada pela agência Look Mídia com patrocínio do SEBRAE e Apoio da Aciar e Prefeitura Municipal Municipal de Resende, chega a sua sexta edição repleta de novidades e oferecendo ao público cada vez mais opções de marcas e produtos, acessíveis a todos os gostos e bolsos. Realizado entre os dias 31 de julho, 1 e 2 de agosto no Parque de Exposições de Resende, o evento contará com mais de 150 estandes de lojistas da região das Agulhas Negras, que irão oferecer suas mercadorias com descontos que superam os 50%.
Mais uma atividade tradicional ameaçada pelos processos de “progresso” e “desenvolvimento” que passam a região desde a implantação do asfalto nas estradas. Já é possível ouvir muita reclamação por parte de moradores e comerciantes locais com a “sujeira” deixada pelas tropas de burros e mulas. Curioso, como antes do asfalto, não havia este tipo de problema e reclamação. Deve ser coisa de “cidade grande”... Considerar o estrume animal como sujeira e o gás do escapamento dos carros e detritos turísticos como mal necessário. (Com Gezuel e Jair, tropeiros da Serra Negra - www.facebook.com/amigosdamantiqueira?fref=ts)
Roupas, calçados, acessórios, móveis, materiais de construção e serviços poderão ser conferidos e adquiridos nos 6 galpões do evento. Além dos itens expostos, o evento contará com o feirão de carros e lançamentos imobiliários com descontos especiais. Outro grande sucesso da feira são as promoções relâmpagos, onde durante alguns minutos determinado expositor oferecerá seus produtos e serviços com desconto de até 80%. Este ano o artesanato de Resende ganhará destaque no espaço da Arte, Dança e Música Popular, onde os artesãos poderão expor gratuitamente seus trabalhos em local reservados exclusivamente para eles. Neste espaço também teremos apresentações de artistas resendenses, criando oportunidade de divulgação e geração de renda. As causas sociais também ganham amplo destaque: roupas gentilmente doadas pelos expositores e visitantes são encaminhadas para entidades beneficentes da cidade. A entrada e o estacionamento serão gratuitos e, para maior conforto e garantir a segurança dos visitantes, o Parque terá seguranças particulares e o apoio da Guarda Municipal e da Cruz Vermelha, além da praça de alimentação que este ano conta com um espaço maior. “Conseguimos aumentar o número de estandes devido à grande procura dos comerciantes mesmo em época de crise. Estamos crescendo mais a cada ano. Acredito que o maior diferencial da feira é que além dos descontos atrativos, os produtos e serviços expostos são de alta qualidade atraindo ainda mais o público.” explica Adriana Elias, Sócia proprietária da Look Mídia, destacando que a Feira Ponta de Estoque oferece prioridade aos lojistas instalados na região das Agulhas Negras. Maiores informações no site: www.feirapontadeestoque.com
Hummmmmm... Só se for nas prefeituras, com tanto CC. Ou nas terras do Sebastião Balieiro... Ó Maiada, vancê ouviu dizer que na região já tem vaca com seis tetas de mamar?
Julho de 2015 - O Ponte Velha - 9
Água: fonte da...
Ninguém tem dúvida do complemento da frase do título. Além da vida, a água pode ser motivo de algumas situações embaraçosas também. Como sempre se diz que nosso país está atrasado em relação ao mundo, com as crises também não haveria de ser diferente. Vou citar aqui dois acontecimentos, não tão recentes, que ilustram essa ideia. Certa vez, estava eu, numa das atividades inerentes ao meu ofício de engenheiro civil, vistoriando um imóvel para entregá-lo a um locador. Um cidadão europeu, provavelmente alemão, técnico especializado enviado para orientar seus colegas numa indústria local. A vistoria prosseguia sem maiores contratempos quando chegamos na cozinha, onde a torneira apresentava uma goteira insignificante ao meu olhar de brasileiro deitado em berço esplêndido. Eis que o locador para e me pergunta sobre a goteira, ao que lhe respondo placidamente que providenciaria o reparo. Não escondendo seu descontentamento perante minha reação, ele me fita nos olhos e exclama com toda sua indignação de cidadão de nação desenvolvida: mas o senhor não está vendo que está vazando! Se tivesse ferramentas comigo acho que eu mesmo tentaria executar o reparo naquele momento pois parecia que a água do mundo escorria por aquela torneira. Doutra feita, ouvi de um conhecido que seu colega numa indústria da região, foi residir, temporariamente, num país europeu a serviço da empresa, juntamente com a família. Num dos raros dias de calor escaldante por lá, sua esposa resolveu recordar seus hábitos brasileiros abrindo a mangueira do jardim com pressão total, regando plantas, molhando a calçada,
Os ossos de meu pai
Pai... Vejo-o ao meu lado ensinando ainda lições universais proferidas em seu linguajar sábio e autêntico: Política? Ideologia? Não vista jamais a camisa de nenhum partido, pois dois apenas existem em qualquer lugar: O que mama e o que quer mamar. Guerras? Aos derrotados resta apenas como herança escombros, a desorganização das estruturas dos estados, a morte das empresas e a pior das tragédias, a falta de emprego com a fome campeando maior que a das trincheiras e dos campos de concentração. A pretensa paz negociada pelos poderosos sempre deixa milhões de miseráveis pelas estradas e mares do mundo ansiando por reles prato de comida ontem, ainda hoje, sempre...
o carro, as crianças e o que mais visse pela frente. Passados poucos minutos, chega a polícia para prendê-la pois estava cometendo uma infração grave. Desfeito o imbróglio, o policial compreendeu a situação e se retirou. Pouco depois, soube-se que foram os próprios vizinhos, com quem tinham relação cordial, que a denunciaram.
Hércules vence o leão de Nemeia Ânfora grega - 540 a.C.
A crise hídrica/energética, para ficar só nessas, chegou a nós, com todos seus desdobramentos e soluções. Mas a questão é mais abrangente pois trata-se de bom uso dos recursos naturais disponíveis. Para deixar a reflexão num tom mais nostálgico, trago a recordação de algumas décadas atrás, num dos hábitos típicos de um domingo na nossa cidade. Era dia de ir a missa e para tanto, tínhamos que vestir a roupa da missa. Após a celebração, vinham as compras de domingo, incluindo uma, somente uma, garrafa de refrigerante. O programa, provinciano à primeira visão, oferece um estilo de vida que tanto se busca hoje através de fórmulas e soluções, as mais mirabolantes. A caminhada até a igreja era um exercício físico considerável com a subida da ladeira. Estar na missa, por mais que o ritual fosse enfadonho, já era um momento propício a introspecção, a cuidar do espírito. Levar a sacola de compras de tecido dobrada já impunha um limite do que ia ser adquirido, não incentivando o consumismo exagerado, além de não usar sacolas plásticas que tantos danos causam ao meio ambiente. A solitária garrafa de refrigerante, não permitia o consumo excessivo do açúcar e de outras substâncias nocivas, preservando o organismo de diversas doenças. Os membros familiares reunidos em torno destas atividades, se dedicavam ao diálogo e a convivência, dificultados hoje pelos eletrônicos em profusão, disponíveis a todos desde a mais tenra idade. O único eletrônico disponível era a televisão, ligada após a refeição quando todos assistiam ao programa dominical familiar. Não se negam os benefícios da evolução para a humanidade. Porém, a conflituosa relação tem raízes na clássica dualidade onde o criador (homem) encantou-se e deixou-se dominar por sua criatura(tecnologia), deixando de lado outras questões. Chegou o tempo de equilibrar a equação. Michel Haddad
7 104 6 . 1 5 )33 161 (24 3351.
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Gás - Água - Ração
Av. Brasil, 851 - Penedo - Itatiaia
Cabeça de Homem Velho - Cândido Portinari
Fui chamado para assinar papeis e com reverência dolorida presenciei o translado de seus restos: Confesso sacrílega esperança de ver seu corpo incorruptível como o dos santos; perscrutei seu empoeirado esqueleto tentando ver marcas da primeira guerra mundial, dos estilhaços e gazes malsãos; busquei indícios de desnutrição dos anos como prisioneiro em campos desumanos; detive-me em lanhos de adagas africanas e sinais do tifo que quase o vitimou. Encontrei, sim, nítidas marcas de tais malefícios que enfrentou e superou em lutas que não eram suas como as guerras entre linhagens imperiais bem como desmesuradas ambições colonialistas da Europa decadente; demorei-me depois em fraturas de quedas de andaimes e sequelas causadas pela cal e pelo cimento nas duras lidas como operário famélico em dois continentes. Declaro, reitero que estas agruras estavam estampadas em seus ossos isentos de culpas. Fiz então a pungente leitura da história de vida de um camponês das encostas dos Alpes, soldado desconhecido, aldeão vitimado pelos acontecimentos das primeiras quadras dos novecentos desarraigado brutalmente de sua comunidade ainda adolescente. Tudo isto decifrei em seu estropiado esqueleto, mas não respirei odores de santidade que deveriam pairar sobre sua tumba não fossem o esquecimento e a hipocrisia de uma intelectualidade associada aos noveis poderosos do mundo, aqueles que desmereceram e quase apagaram durante o século que findou a memória do homem comum...
Somavilla
10 - O Ponte Velha - Julho de 2015
Acredite se quiser - XXV
Krishna Simpson
Enquanto brasileiros saúdam a mandioca e americanos enaltecem o quiabo, matança de rolas por fanáticos religiosos preocupa a Sociedade Protetora dos Animais Na recente abertura da Feira Internacional de Vegetais para uso na Culinária de Retaguarda, realizada em Frankfurt, Alemanha, o grande sucesso ficou por conta das hortícolas de alto rendimento longínquo, como o pepino, a cenoura, o nabo, a mandioca e o quiabo, sendo esses dois últimos os vencedores da prova “Gemüse in den Arsch des Volkes”, repartindo o prêmio respectivamente uma brasileira e um americano. Chefs dos mais renomados restaurantes mundiais fizeram testes e montaram receitas com essas verduras, chegando ao prato vencedor: o mandiabo, que uniu o tempero brasileiro mandioquês com a fritada típica americana. Nos Estados Unidos, num encontro presidencial, Dilma e Obama comemoram o feito, prometendo adotar o mandiabo como uma nova e deliciosa receita culinária que, além de representar a união harmônica e a troca igualitária entre brasileiros e norte-americanos, deixará o povo muito mais feliz e satisfeito com a nova ordem mundial que se estabelece no mundo a favor dos menos favorecidos, principalmente em terras tupiniquins. Nesse encontro, não se falava de outra coisa senão das qualidades nutricionais e dimensionais da mandioca brasileira e do sabor acentuado e baboso do quiabo americano, que acabou tendo o aumento da área de plantio autorizado pela Suprema Corte Americana. A grande questão foi que, dias antes desse encontro, que definirá definitivamente os rumos da economia americana (porque a brasileira já foi definida, ou seja, continua sem definição), a Sociedade Protetora dos Animais publicou em sua página na Web um artigo preocupante sobre a matança indiscriminada, por extremistas religiosos brasileiros, da pobrezinha da rola (nome científico Roladurensis sapiens), extremistas esses que têm feito um trabalho de divulgação intenso sobre o crescente e preocupante número de saudadores e admiradores de mandioca e quiabo no Brasil e que, por acreditarem que as rolas sejam coisa do Coisa Ruim, e que tenham uma ligação com essas verduras, acabam por manipular grandes massas populacionais no intuito de poder adquirir mais e mais ações da Petrobrás S.A., do BNDES e da Odebrecht. E, para melhorar ainda mais a situação, ao passo que alguns esperam ver as rolas crescendo, isto é, ver o aumento populacional das rolas, e outros tiram a mandioca do armário da cozinha, bem como fanáticos religiosos caçam o diabo e a presidenta receita o mandiabo, o povão continua segurando o maior pepino (que não ganhou o concurso em Frankfurt) e aguardando a decisão do Barack Obama sobre como o Brasil pode contribuir melhor nessa longa história de “A América para os Americanos”.
Entrevista de Dilma para Oprah Winfrey promete mudar os rumos da história mundial Depois do sucesso nacional da entrevista para Jô Soares, a presidenta Dilma Rousseff concederá um encontro para a famosa entrevistadora americana Oprah Winfrey, considerada a terceira mulher mais influente do planeta, atrás apenas de Anitta e Lady Gaga. A entrevista está gerando diversas especulações nos bastidores da política mundial, pois, conhecida por suas frases de efeito e seu estilo inteligente e retórico de colocar as palavras, Dilma pode acabar falando alguma coisa que desencadeie atitudes drásticas nos principais governos mundiais. Considerada a quarta mulher mais influente do planeta, atrás apenas de Anitta, Lady Gaga e Oprah Winfrey, Dilma poderá dar com a língua nos dentes e os lábios na macaxeira e iniciar uma revolução sócio-econômica-política-religiosa-militar-culinária em nível global, o que mudaria toda a concepção de valores humanos vividos até hoje, iniciando uma nova fase mundial como ocorreu com o surgimento da escrita e a revolução industrial. Preocupados com o que a presidenta pode dizer ou não dizer, líderes mundiais já acionaram seus principais exércitos e arsenais bélicos, como Putin, na Rússia, Kim Jong-un, na Coreia do Norte, Nicolás Maduro, na Venezuela, e Robert Mugabe, no Zimbábue. De olho na situação e querendo proteger sua coleguinha de trabalho, Obama recrutou 80 mil militares da reserva para que, se algo
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que ela disser possa vir a ocasionar reações adversas aos interesses americanos, os EUA estejam preparados para a luta. As colocações da presidenta (inclusive as de aipim no povo) têm sido consideradas, por especialistas, tão inteligentes, que suas frases passaram a fazer parte de um livro de bolso de consultas planetário, o “Codex Mulieres Sapiens”, livro de cabeceira obrigatório para ministros, intelectuais, professores e advogados, em suas respectivas profissões, na busca de um maior entendimento abstrato-consciente atualizador de conceitos pré-adquiridos instrutivos de causa e efeito manifestadores da autorregulação cerebral introspectiva concreta e cognitiva com grande ênfase na paradoxalidade mandiocal sapiencial de curtos princípios ativos na linha mestra do léxico abrangente expositivo de uma sequência lógica dentro de uma funcionalidade paliativa comissional-empreendedora abaixo do tempo-espaço quântico metafísico e demográfico de valores matemáticos equacionais e retroalimentados por uma constante diferencial estequiométrica básica, ou seja, tudo o que é preciso saber que não se sabia antes. Espera-se, assim, ansiosamente, por esse momento que poderá mudar os rumos da história humana no planeta, o momento em tudo o que for dito será falado e certamente ouvido. Paralelamente a tudo isso, diversos meios da imprensa mundial têm aconselhado os habitantes do planeta Terra a adquirir um número maior de penicos. Só não esclareceram exatamente por quê.
Julho de 2015 - O Ponte Velha - 11
Sem miséria de pimenta
Esta invocação é uma Prece Mundial Expressa verdades essenciais. Não pertence a nenhuma religião, seita ou grupo em especial. Pertence a toda humanidade como forma de ajudar a trazer a Luz Amor e a Boa Vontade para a Terra. Deve ser usada frequentemente de maneira altruísta, atitude dedicada, amor puro e pensamento concentrado.
A leitora Federico Faruffini (Itália, 1833 – 1869) óleo sobre tela Federico Faruffini nasceu em Sesto San Giovanni, 1833 e antes de se dedicar à artes plásticas, estudou direito. Formou-se pela Escola de Pintura de Pavia. Dedicou-se à pintura histórica, à vida feminina e ao tratamento ilustrativo de cenas retratadas pela literatura. (https://peregrinacultural)
Bênça mãe! - Deus abençoe minha filha! Sabe? A vida pesa! Ela reina de forma imperativa! Não é alerta não, filha. São minhas palavras caindo na terra arada e nua... Eu fui de inteligência própria, mas de malícia pouca. A mim bastavam um fato ou outro, uma ligeireza de alegria. Molhar o rosto na bica de taquara, andar, eu mais meu irmão, no bicame da fazenda com água batendo nos joelhos. Bastava um tempo pra bonecas, encantos libertários, colher morangos silvestres. Um tempo pra dormir, perdão por descansar... E a vida se me parecendo uma voz à procura de si mesma. À procura daquilo que a transcenda, que a justifique, dando-lhe algum sentido. Os filhos, querida, são os filhos que compensam a faina de existir! E carece não, lamentar o que não tem volta. Dispensar o pão meio-dormido, a comida
meio-insossa. Lamentar as carícias remotas, as notícias sem governo. Melhor é repousar numa touceira de capim gordura ou tirar a viola do saco e tanger algumas modas. Eu sou uma andarilha tentando pagar minha hospedagem com um verso, e com ele dando o toque final nos meus achados e perdidos. Sou aquela que tem demasiado senso da brevidade da vida... Carregada da aceitação, levo comigo a certeza do meu afeto, a quem necessitado esteja, a quem interessar possa. Deus concedeu-me o pasto e este chãozinho despretensioso. Uma jaca carnuda, mais um rádio pequeno, pra deitar falação. Quando o sol se põe à meia-altura, coloco flores nos retratos dos nossos finados e tomo a contar história. São tantas as histórias que nem sei mais qual delas é a verdadeira. Sento em cima das horas dilatadas e vou macerando o amor no pilão, com vagareza.
Hoje, filha, vou enfeitar-me com um vestido antigo que é florido e bem rodado, colocar uma luva, mais o colarzinho da mãe. Usar rouge e pó de arroz, pra me sentir aprontada e assim bem festejar o meu natalício. As minhas primaveras. Com estes meus olhos perplexos e sonhadores, indubitavelmente imaturos, para a tamanha intensidade da vida. Um bolo com 75 velinhas pra eu soprar com a família em derredor, agradecendo ao senhor por estar envelhecendo vergada de sustança. Escute, filha minha, o ruído fino que resta nos remendos da minha vida... Acredite que eu venho tentando arrancar-me das palavras, mas são elas que se amontoam sobre mim, sem miséria de pimenta. São as palavras que me chegam e vão-se afazendando ao modo delas. No mais, são essas mal traçadas linhas. Martha Carvalho Rocha
A Grande Invocação Desde o ponto de Luz na Mente de Deus, que aflua Luz às mentes dos homens. Que a Luz desça à Terra. Desde o ponto de Amor no Coração de Deus, que aflua Amor aos corações dos homens. Que aquele que vem volte à Terra. Desde o Centro, onde a Vontade de Deus é conhecida, que o propósito guie as pequenas vontades dos homens. O propósito que os Mestres conhecem e a que servem. Desde o centro a que chamamos raça humana, que se cumpra o plano de Amor e Luz. E que se feche a porta onde mora o mal. Que a Luz, o Amor e o Poder restabeleçam o Plano Divino na Terra. Unidade de Serviço para Educação Integral Av. Nova Resende, 320 – sala 204 CEP: 27542-130 – Resende RJ – Brasil Tels(0xx24) 3351 1850 / 3354 6065
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12 - O Ponte Velha - Julho de 2015
Fala, Zé Leon! - Muitas dúvidas
Zé Leon
Eu sento para escrever a minha coluna e recebo mais um e-mail da minha querida Tetê Para-choque. Para quem não está ligando o nome a pessoa é aquela minha amiga que mora na Nova Liberdade, ex passista da Escola de samba Unidos do Manejo que acabou de se separar do seu, do seu, ixe Maria, nem ela sabe. Perdeu a conta de tantos casamentos. Ela está indignada porque passou o dia dos namorados sem namorado, e está aqui reclamando que cansou de ser enganada pelas paqueras dela no Facebook. Está com dificuldade de entender algumas coisas que a Dilma fala, e pede a minha ajuda. Bem, me deixa reproduzir o e-mail: - Oi Zé. Saudações alvinegras, como é bom torcer pelo nosso time na segunda divisão, ele mais ganha do que perde e acabei de ler que é a defesa menos vazada do campeonato. Pobre vasquinho, tomando uma goleada atrás da outra, deve estar com saudade dos jogos da série B.
Passista da Escola de Samba Prazer da Serrinha - Madureira, Rio de Janeiro (1940).
Eu não aguentei o mês de junho. Saí com um carinha – eu sempre testo meus futuros maridos antes – e depois ficam me mandando mensagens no meu face que eu desconfio que não são sinceras. O primeiro me disse que a ex dele nem se compara comigo. Eu estou com 51 anos e ela tem 29 anos, é modelo fotográfico e tem seios e bundas que ainda não conheceram a lei da gravidade. Chegando no motel ele mandou essa: nossa, é a primeira vez que venho aqui. Considerando que só tem 3 motéis em Resende, acho que é mentira também.
Joel Pereira
Advogado - OAB.RJ - 141147 joelpereiraadvogado@joelpereira.adv.br Av. Ten. Cel. Adalberto Mendes, 21/201 CEP: 27520-300 - Resende - RJ Fones: (24) 3360.3156 / 3354.6379
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Implantodontia
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Depois que chegamos ao finalmente ele disse que me amava que nunca havia falado isso para nenhuma mulher. Sei não. Será? Que quer que eu conheça a mãe dele, que nunca teve um orgasmo como teve comigo. Só que no dia seguinte, deixou uma mensagem dizendo que estava em dúvida em relação aos sentimentos dele comigo, mas que o problema era ele, e não eu. Na semana seguinte, eu o encontrei com uma garota dizendo que nunca disse para uma mulher que a amava, que adorara conhecer um motel em Resende e que ela era a nora que a mãe sempre desejou. Acho que ele me enrolou.
Falar em enrolar, eu to tendo uma certa dificuldade de acompanhar alguns discursos da nossa presidenta. Nem falo da mulher sapiens e da ode à mandioca, mas o que ela quis dizer com “Se hoje é o dia das crianças, ontem eu disse que criança… O dia da criança é dia da mãe, do pai e das professoras, mas também é o dia dos animais, sempre que você olha uma criança, há sempre uma figura oculta, que é um cachorro atrás.” Ela é melhor que o saudoso Vicente Matheus! Até o Lula fica com inveja! Sei não. Será que ela termina o mandato? Outra coisa que me deixa pensativa: eu achei bonitinha a música da Tv Rio Sul comemorando os 25 anos, mas ela gruda igual chiclete e não suporto mais ficar com ela cantarolando na minha cabeça. E tem outra coisa: não tem negro trabalhando lá? Só aparecem mulheres lindas de chapinha, meninos sarados, homens bem vestidos – e essa coisa de fingir que está trabalhando, mas é surpreendido pela câmera, meio óbvio – não tem os negão e as negona? Pode isso Arnaldo?
Dia Internacional da Yoga
Paramahansa Yogananda, 1893-1952
Em 21 de junho, transcorreu o primeiro “DIA INTERNACIONAL DA YOGA”, recentemente instituído pela ONU (com o aval de 175 países!) após uma sugestão de Narendra Modi, primeiro ministro da Índia – de onde o mundo herdou esta prática milenar. Paramahansa Yogananda é considerado “O Pai da Yoga no Ocidente”. Ele viveu nos EUA por mais de 30 anos (1920 a 1952), onde ensinou técnicas científicas de meditação iogue, com ênfase em Kriya Yoga (uma técnica de pranayama – controle da energia vital – que permite ativar centros superiores de consciência no cérebro, induzindo a percepção do Ser Real interno e de sua unidade com a Consciência Universal). A prática, científica e não-sectária, se difunde ao redor do mundo e promete fundamentar a religião em uma experiência ou percepção pessoal, contribuindo para harmonizar os vários credos religiosos (ainda divididos por diferenças superficiais de crenças, rituais, dogmas, etc.). A organização estabelecida por Yogananda (Self-RealizationFellowship) tem um Grupo de Meditação atuante em Penedo há mais de 30 anos. O “Dia da Yoga” reuniu quase 80 praticantes na sede da Rua das Velas (entre adultos e crianças da “escola de meditação”) para celebrar a data auspiciosa (com meditação dirigida para iniciantes, um filme sobre a vida de Yogananda e uma alegre confraternização). Você pode acessar a página da organização de Yogananda em www.yogananda-srf.org. O e-mail do Grupo local é srf. penedo@gmail.com SRF-Penedo