RESENDE e ITATIAIA - JULHO DE 2014 Nº 219 . ANO 20 - JORNAL MENSAL Distribuição gratuita
contato@pontevelha.com www.pontevelha.com
Os filhos de Israel elegeram reis sem minha aprovação, estabeleceram chefes sem o meu conhecimento. Da sua prata e do seu ouro fizeram ídolos para sua própria perdição. Semearam ventos, colherão tempestades. Oseias 8, 4-7
Esta edição vem com o encarte da Revista
Sesmaria
Exigimos pão e circo de qualidade! Perder, ganhar, viver Carlos Drummond de Andrade
“O irmão Zenner, padeiro, empurra os assados com uma longa pá para o forno”. Amb. 317.2° Folio 3 recto, Mendel Hausbuch (vol. I) , Nürnberg, 1425. Os livros de tombo de Konrad Mendel, um rico comerciante no século XIV e Matthaus Landauer, um empreiteiro do século XVI documentam em milhares de pranchas os necessitados que foram cuidados por Mendel, e mais tarde por Landauer, e aprenderam um ofício. No fim da Idade Média, os alemães já goleavam de 7 X 0. (http://www.nuernberger-hausbuecher.de/index.php?do=page&mo=2)
Vi gente chorando na rua, quando o juiz apitou o final do jogo perdido; vi homens e mulheres pisando com ódio os plásticos verde-amarelos que até minutos antes eram sagrados; vi bêbados inconsoláveis que já não sabiam por que não achavam consolo na bebida; vi rapazes e moças festejando a derrota para não deixarem de festejar qualquer coisa, pois seus corações estavam programados para a alegria; vi o técnico incansável e teimoso da Seleção xingado de bandido e queimado vivo sob a aparência de um boneco, enquanto o jogador que errara muitas vezes ao chutar em gol era declarado o último dos traidores da pátria; vi a notícia do suicida do Ceará e dos mortos do coração por motivo do fracasso esportivo; vi a dor dissolvida em uísque escocês da classe média alta e o surdo clamor de desespero dos pequeninos, pela mesma causa; vi o garotão mudar o gênero das palavras, acusando a mina de pé-fria; vi a decepção controlada do presidente, que se preparava, como torcedor número um do país, para viver o seu grande momento de euforia pessoal e nacional, depois de curtir tantas desilusões de governo; vi os candidatos do partido da situação aturdidos por um malogro que lhes roubava um trunfo poderoso para a campanha eleitoral; vi as oposições divididas, unificadas na mesma perplexidade diante da catástrofe que levará talvez o povo a se desencantar de tudo, inclusive das eleições; vi a aflição dos produtores e vendedores de bandeirinhas, flâmuIas e símbolos diversos do esperado e exigido título de campeões do mundo [...]; vi tanta coisa, senti tanta coisa nas almas... Chego à conclusão de que a derrota, para a qual nunca estamos preparados, de tanto não a desejarmos nem a admitirmos previamente, é afinal instrumento de renovação da vida. Tanto quanto a vitória estabelece o jogo dialético que constitui o próprio modo de estar no mundo. Se uma sucessão de derrotas é arrasadora, também a sucessão constante de vitórias traz consigo o germe de apodrecimento das vontades, a languidez dos estados pós-voluptuosos, que inutiliza o indivíduo e a comunidade atuantes. Perder implica remoção de detritos: começar de novo.[...] E agora, amigos torcedores, que tal a gente começar a trabalhar, que o ano já está na segunda metade? (Jornal do Brasil, 07/07/1982) Expressamos nosso pesar à família do Osmar chaveiro, entusiasta divulgador do Ponte Velha, que tinha sua tenda no calçadão de Campos Elíseos, e faleceu no último fim de semana.
POLITICÁLYA
1) O JOGO DO PODER JÁ ESTA EM 2016 - O pranteado Tancredo Neves ensinou que “a expectativa de poder futuro tem um magnetismo maior do que o poder presente”. Rechuan e seus Ricardos conhecem essa lição de cor e salteado. A escolha da Dra. Ana Paula Rechuan como candidata a Deputada Estadual foi uma brilhante movimentação política. Lançando a Ana Paula, Rechuan inibiu novas candidaturas de sua ampla base política. Ademais, os aliados do Prefeito estão de olho é na candidatura a Prefeito em 2016, quando o Rechuan e seus parentes próximos não poderão se candidatar, por força do disposto no artigo 14 da Constituição Federal. Fala-se, a boca miúda, que os potenciais candidatos a Prefeito estão sendo incentivados a botar o bloco na rua. Mais perto da eleição, poderá haver uma pesquisa com todos os aliados interessados em concorrer. O que largar em primeiro lugar será o candidato a Prefeito e o segundo colocado será o Vice. Simples, não? Nomes que já estão sendo lembrados para Prefeito ou para Vice-Prefeito: Soraya Balieiro, Joaquim Romério, Andrade, Luiz Fernando Pedra, Dr. Diogo Balieiro, Miguel Gilberto Dias, Totonho Carvalho Pinto (Zerodoze), Bira ou Sandro Ritton, Kiko Besouchet e outros. Fora da base do Rechuan fala-se no Noel ou Silvio de Carvalho; Dr. Julianelli; Rogério Coutinho e Pastor Eleon.
Carvalho tem um inigualável currículo e o seu partido (PSD) tem um potencial puxador de votos, o atual Deputado Wagner Montes; Dr. Julianelli tem seus serviços prestados, sua boa imagem pública e seu partido (PSOL) também tem um provável puxador de votos, o Deputado Marcelo Freixo; Professor Rogério Coutinho, conta com sua sólida formação moral e intelectual, com a militância do PT e com seu forte candidato a Governador, o Senador Lindberg; Pastor Eleon, militar e evangélico, muito bem referido, certamente irá usufruir do prestígio eleitoral do candidato a Governador do PR, o Deputado Federal Garotinho. Como se nota, Resende estará bem amparada junto ao futuro governo do Estado. Todos os fortes candidatos a Governador estão muito bem representados aqui na cidade.
2) CANDIDATOS A DEPUTADO ESTADUAL - As listas partidárias estão confirmando o que nossa coluna esperava: Dra. Ana Paula Rechuan (PMDB), Noel de Carvalho (PSD), Dr. Julianelli (PSOL), Rogério Coutinho (PT) e Pastor Eleon (PR). Estamos torcendo para que Resende consiga ajudar a eleger, pelo menos, dois destes concorrentes. Os candidatos são ótimos e a expectativa é muito boa: Dra. Ana Paula (PMDB), além de seus próprios atributos, tem o apoio da base do atual maior líder político do sul fluminense, o Dr. Rechuan, além de um forte candidato a Governador - Luiz Fernando Pezão; Noel de
Nós costumamos falar mal dos deputados paraquedistas, aqueles que só aparecem por aqui na época da eleição. Angariam votos aqui, tudo na base da conversa fiada, e depois nada fazem para nossa cidade. Por outro lado, temos que enaltecer aqueles que obtendo votos em Resende, nos dão reciprocidade, apresentando emendas orçamentárias com direcionamento de recursos para a nossa cidade. Foi o caso do deputado Jair Bolsonaro (PP), que, dentre outras coisas, apresentou uma emenda conseguindo R$ 800 mil em equipamentos para a Santa
3) DEPUTADOS FEDERAIS QUE FIZERAM POR RESENDE - Dentre os eleitos, os mais votados em Resende, na última eleição (2010) foram:
Casa. O deputado Washington Reis (PMDB) conseguiu R$ 3 milhões e o Deputado Fernando Jordão (PMDB) conseguiu outros R$ 3 milhões, totalizando R$ 6 milhões em emendas beneficiando o Hospital de Emergência de Resende. O Deputado Leonardo Picciani (PMDB) apresentou emenda parlamentar destinando R$ 500 mil para a construção do CRAS. Parabéns a estes Deputados que demostraram merecer os votos obtidos aqui em Resende, e sucesso em suas novas empreitadas eleitorais. 4) BIOGRAFIA NÃO AUTORIZADA DO DR. MIGUELZINHO - Miguelzinho Dias, nosso popular Secretário de Agricultura e Pecuária, teve fama de valente, antes desta sua fase light, na qual está serenamente apaixonado. São daquela época seus apelidos mais sinistros, tais como: Migué Jagunço; Miguel Ferrabrás, Miguel Solavanco e outros. Noite dessas, em rara rodada de cerveja, um compadre quis se aprofundar no assunto; –– Compadre Miguel, você foi mesmo valentão, como o povo comenta? –– Olha, compadre, medroso eu não era, não. Mas, quando entrava numa ingresia, eu analisava muito o contendor. Eu usava de muita psicologia! –– Psicologia, como, compadre Miguel? –– Eu observava bem o sujeito: se ele vermelhasse, eu metia a mão na orelha dele; se ele branqueasse, eu arranjava um jeito de cair fora! 5) FOI-SE A COPA? - Carlos Drumond de Andrade, sempre atual, nos deixou, com este título, a seguinte mensagem sobre a Copa do Mundo em 1978:
Foi-se a Copa? Foi-se a Copa? Não faz mal. Adeus chutes e sistemas. A gente pode, afinal, cuidar de nossos problemas.
Cabo Euclides & Professor Silva
Faltou inflação de pontos? Perdura a inflação de fato. Deixaremos de ser tontos se chutarmos no alvo exato.
Atrás daquela montanha tem uma flor amarela; dentro da flor amarela, o menino que você era.
O povo, noutro torneio, havendo tenacidade, ganhará, rijo, e de cheio, A Copa da Liberdade.
Porém, se atrás daquela montanha não houver a tal flor amarela, o importante é acreditar que atrás de outra montanha tenha uma flor amarela com o menino que você era guardado dentro dela.
6) O CRIADOR PARECE ESTAR REFORMANDO O JARDIM - Ao que tudo indica, o Supremo Arquiteto está reformando o jardim, pois está chamando os poetas. Acaba de buscar o José Renato Alves (24/11/1935 - 12/06/2014) e o Ivan Junqueira (3/11/1934 - 3/07/2014). Renato foi um violonista, cantor e poeta daqui de Resende, irmão de nossa poetisa-mór, Maria Amélia Alves. O Professor Silva e o Cabo Euclides são felizes possuidores de CD gravado pelo Renato, tocando violão e cantando serestas.
Renato, na capa de seu CD
Destacamos, também, trova de sua autoria sobre a Ponte Nilo Peçanha, a ponte metálica que dá nome ao nosso jornal.
Se a Ponte Velha contemplo, me enleio em sua magia, e vôo através do Tempo, nas asas da nostalgia. Ivan Junqueira, poeta, escritor e tradutor, foi o primeiro marido de nossa querida Maria Celina Whately, colaboradora deste jornal e Ex-Secretária de Cultura de Resende. Ivan, além de sua obra, destacou-se como Presidente da Academia Brasileira de Letras. Para homenageá-lo escolhemos sua linda poesia chamada Flor Amarela.
Bombas -Fechadura -Motores Ferragens e Ferramentas Utensílios Domésticos
SEMPRE FACILITANDO A SUA VIDA
Calçadão Fone: 3355.2277
7) TORNEIO LEITEIRO DA AMIZADE 2014 - A excelente gestão do Miguelzinho Dias à frente da Secretaria de Agricultura e Pecuária acaba de lavrar mais um tento. O Torneio Leiteiro realizado nos dias 27, 28 e 29/06/14 foi um sucesso retumbante. Os vencedores foram: a) vaca pura - jacutinga, de Leonardo Faustino Marques, com média diária de 71,400 kg; b) vaca girolando - eloa, de Antonio Carlos M. da Silva, média diária de 61,500 kg; c) novilha girolando tina, de Maria Luísa (Malu), média diária de 40,050 kg. Parabéns aos organizadores: Miguel Giberto Dias (Migué Magro); Miguel Dias (Migué Gordo, dando um show de liderança e de organização);Eduardo Rangel; Rogério Teixeira e Amélia Cotrim; Jorge Luiz Ferreira; Andressa Nascimento. a Carlos Drummond de Andrade (1902-1987), contista, poeta e cronista, morou no Rio de Janeiro a maior parte de sua vida, onde, foi funcionário público. Comunista, foi membro da Academia Brasileira de Letras. Quando aluno, foi expulso do Colégio Anchieta, em Nova Friburgo, após desentender-se com o professor de português. (Página Literária 7/14. Ed. Rosa
Drummond aos 23 anos
2 - O Ponte Velha - Julho de 2014
Monteiro. Resende)
Expediente
Jornalista responsável: Gustavo Praça de Carvalho Reg. 12 . 923
Arte gráfica: Afonso Praça Edição: Marcos Cotrim 21-8833. 2248 24- 9301 . 5687
contato@pontevelha.com www.pontevelha.com
Julho de 2014 - O Ponte Velha - 3
Neto, o mestre da pizza cult da região
Luiz Morato Gentil de Andrade Neto, 61, é de família antiga de juristas de São Paulo, onde foi criado em fazenda, caçando, e adestrando cães e cavalos criados por seu pai. Montava tão bem que aos 18 anos foi convidado a participar de provas nos EUA. Foi também jogador de polo, corredor de kart, modelo... Formou-se em Direito pela Bennet, e trabalhou no Fórum. Depois morou em Búzios, onde ajudou a criar a Rádio Buzios FM, sendo diretor e locutor. Foi campeão de pesca oceânica pelo Iate Cube do Rio, mergulhador profissional e trabalhou em Massachusets, onde pegou o gosto pela carpintaria. É do Conselho diretor da ONG Crescente Fértil e professor de Ioga. Com o talento natural da familia italiana, Neto faz a pizza do Empório do Alto, em Engenheiro Passos. Fomos conversar com ele e sua mulher, Kiria Carvalho, que oferecem mais que pizza; oferecem um ambiente raro que tem atraído o bom gosto de gente capaz de reconhecer o resultado de uma bagagem cultural acumulada durante gerações.
Neto e Kiria no bar do Empório do Alto
Ponte Velha- O Neto é neto de quem? Neto- Sou neto de Luiz Morato Gentil de Andrade, que começou como juiz em São José do Barreiro e morreu desembargador em São Paulo. PV- Era irmão do professor Francisco Morato, um dos líderes da revolução de 1932 e depois Secretário de Estado de Justiça de São Paulo? Neto- Era primo-irmão do Francisco, que deu nome à cidade Francisco Morato... PV- Por onde andaste antes de aportar em Engenheiro Passos? Qual foi o papel da Kiria nessa ancoragem? Neto- Nasci na maternidade de São Paulo, meu avô tinha fazenda em São Roque, onde passei uma infância maravilhosa, comecei a montar lá... Depois meu pai teve fazendas em Bebedouro e Monte Alto, também criava cavalos, e alguns deles levava pra São Paulo, onde é o parque da Água Branca... e eu ia a pé, da casa do meu avô, até lá, pela rua que tinha o nome dele, Luiz Morato Gentil de Andrade.... gostava tanto de montar e participar de rodeios, quando fui convidado com 18 anos pra montar na Califórnia... no caminho, fui levado por um amigo a um show em Nova York, que só fui saber que era o Woodstock muito depois [risos].
Morei em Fortaleza com a família, me casei e fui morar na Bahia, trabalhava com cacau, tomava conta de 3 fazendas, morria de medo de ter que andar de avião toda hora... Me formei em Direito na Benett, passei num concurso pro Fórum, até ir fazer lanchas com um grande amigo que pescava comigo... Morei em Búzios, fui criador e locutor da Búzios FM, uma ótima época também... depois fui para os EUA, trabalhei com construção como falei, com música com um pessoal que conheci da Berkley, Boston... trabalhava na rádio da universidade, e trabalhei numa pizzaria inclusive, nunca pensei que aquela experiência ia-me ser tão útil um dia [risos]. Chegando dos EUA, reencontro a Kiria, que tinha conhecido em Penedo anos antes, e cá estamos esses 20 anos!!! PV- Com esse currículo aventuroso, você mantém um surpreendente gosto clássico, até mesmo conservador. Buscando as origens? Neto- É um olhar sobre a qualidade, não a quantidade... Nesses 20 anos, aprende-se que o importante é a alegria que damos e recebemos... servir bem... limpeza, som baixo e bom... PV- Você é um “construtor”... Como concilia com a vocação do caçador-pescador? Questão de amor à arte? Neto- Não sou exatamente um construtor, construí nossa loja e algumas coisas, mas estou mais pra carpinteiro, peguei o gosto quando trabalhei com artistas de uma comunidade nos EUA, uma época... a vocação de caçar veio de criança, comecei a adestrar cães com 10, 12 anos, meu pai criava cachorros, eu gostava dos pointers; tive uma cadela imbatível, a Zira, ofereceram até um carro por ela [risos]; depois a pesacaria veio porque a caça ficou difícil, e conheci gente da pesca oceânica, fiquei anos pescando e participando de campeonatos, tínhamos uma lancha que era o terror dos campeonatos, a Prida...
O mergulho veio paralelo, e tem mais a ver com a caça, com a arte de atirar... eu era muito bom de tiro, tive grandes armas, meu pai me deu uma Purdey que era demais... acho que a arte está em tudo....
Neto e um amigo seguram a garoupa de 39,5 Kg, recorde brasileiro de pesca com arpão, batido em 2004, no mar da Ilha Grande.
PV- Tem alguma opinião formada sobre o desarmamento da sociedade? A paz passa por aí? Neto- Difícil de responder... gosto de armas de esporte, que é uso civilizado. Morre mais gente por álcool e suas consequências do que por armas de fogo... Ou gente engasgada; já salvei uma pessoa com espinha de peixe parada na garganta! PV- Ainda reza o terço diariamente? Antes ou depois da sessão de yoga? Neto- Sim, costumo conciliar o terço com uma atividade física, yoga ou bicicleta, me faz muito bem, tenho muita fé em Deus!! PV- Small is beautifull? Neto- Não só a beleza, mas o sentido... uma torneira de ouro é um exagero sem sentido. Resolveria o desperdício, se você tem realmente uma coisa maravilhosa, não tanto ter várias. PV- O fim do mundo está próximo? Neto- Já estamos nele...
PV- Como começou a aventura bem sucedida do Empório do Alto? Obra para tocar a 4 mãos com a Kiria e uma porção de amigos fiéis... Neto e Kiria- Você acompanhou bem, desde o início, nossa aventura, e sabe que não foi mole, né? Mas acho que foi um presente mesmo de Deus para mim e para Kiria, nós temos os mesmos valores, sempre adoramos receber as pessoas, a troca de gentilezas, um ambiente como o nosso... Estamos nos realizando muito, já vai fazer 3 anos.... cada vez fazemos mais amigos, as pessoas saem contentíssimas e nos deixam sentindo que estamos cumprindo nossa missão!!! PV- Em um mundo pragmático de fast-food, onde ninguém tem tempo para nada, o Empório possui essa espécie de dignidade: a de ser um local de encontro, onde se pode conversar, além de tudo mais... Mas com quem aprendeu o ofício? Neto- Com a vó Nora, minha mãe, Maria José, e a irmã, Celina Maria. PV- Palavras finais...? Neto- Eu queria mandar um beijo para minha mãe...
VENDO linda casa no Alto Penedo
Com 2.000 m2 de área de terreno, com dois braços de rio.Três quartos e mais duas suítes com entrada independente. Tel: 99301 5687 - gustavopraca.com.br/talitha
4 - O Ponte Velha - Julho de 2014
Lixo em baixo do tapete
ITATIAIA em PAUTA
Eliel Queirós
O prefeito de Resende tentou, mais uma vez, no mês passado, aprovar um projeto de lei que trata da destinação do lixo de Resende, sem cumprir os trâmites legais. Essas tentativas começaram em 2012, na época do antigo presidente da AMAR, Paulo Fontanezi. A Constituição Federal é clara quando exige a realização de audiências públicas prévias, antes do encaminhamento ao poder legislativo, para projetos de lei que abordam assuntos desta natureza. A prefeitura, em 2012, fingiu que realizou essas audiências, mas a única similaridade das reuniões realizadas com uma audiência pública de verdade foi a execução do hino nacional. O próprio Wilson Moura, a quem respeito como cidadão e técnico, na época representando o INEA, e hoje na presidência da AMAR, também reclamou da total inexistência dos dados resultantes dos estudos de viabilidade econômica, financeira, técnica e ambiental. Nada disso foi apresentado, nem antes e nem agora nesta última tentativa. Solicitamos ao Ministério Público Federal para ficar de olhos bem abertos nessas tentativas de burlar a lei, principalmente neste que é um contrato John Lennon escuta o pulso da Terra - Foto de Yoko Ono de concessão de envolve muitos milhões de reais. No envio do projeto do lixo, no último mês, o prefeito também não realizou os estudos de viabilidade e nem as audiências públicas previstas em lei, e muito menos ouviu o Conselho Municipal do Meio Ambiente. Como o Conselho reclamou, o projeto voltou para a apreciação por parte dos conselheiros, que farão a análise do mesmo em conjunto com a Comissão de Meio Ambiente da Câmara Municipal. Ponto para a sociedade civil organizada. O Ponte Velha, na edição passada, publicou uma matéria a respeito de uma entrevista do presidente do Tribunal de Contas do Estado (TCE), onde o mesmo tecia altos elogios à “transparência e o acesso à informação” proporcionados pelo “portal de transparência” da prefeitura de Resende. Um presidente do TCE, que é quem julga as contas do município, fazendo este tipo de elogio, já é algo inusitado. Quando esses elogios carecem de veracidade, a situação é mais surreal ainda. Também não é admissível que o prefeito esteja tentando fazer do presidente do TCE um mero cabo eleitoral, como ficou claro na matéria exibida por um jornal da cidade. Se a administração municipal de Resende fosse transparente, o Comitê Pela Transparência não teria motivos para protocolar dezenas de denúncias contra e prefeitura. O COMSOCIAL está solicitando esclarecimentos ao presidente do TCE sobre este fato. Em uma das nossas denúncias contra a prefeitura de Resende, solicitamos ao Juizado local um mandado de segurança para obrigar a prefeitura a cumprir a Lei de Acesso a Informação, uma lei federal (Lei 12.527/11). Mandado de segurança para obrigar um prefeito a cumprir uma lei, convenhamos, é uma aberração. Depois de alguns meses tramitando em Resende, a solicitação do mandado de segurança foi encaminhada ao Tribunal de Justiça, no Rio. Lá, sem sequer analisar o mérito, nossa solicitação foi negada e arquivada sob o argumento de que o processo não estava bem estruturado. Além dos protocolos das denúncias, teríamos que ter mandado também cópias das denúncias. Não seria o caso de nos solicitar essas cópias antes de mandar arquivar o processo? É desanimador, mas não vamos desistir. Você se lembra do termo “gicana”, usado pelo ministro Joaquim Barbosa? Pois, é. Fomos vítimas de uma dessas gicanas jurídicas, que assim como nos circuitos de corrida de automóveis, são construídas para reduzir a velocidade, no caso, dos processos. Este é o nosso país. Eliel de Assis Queiroz é presidente do Comitê Pela Transparência e Controle Social de Resende
Manipulação Homeopatia Fitoterapia Cosméticos
Cirurgião-Dentista CRO/RJ 20333 Especialista em Ortodontia e Ortopedia Facial
Clínica Santo Inácio - Rua Eng. Jacinto l. Filho 140, Bairro Barbosa Lima - Resende, RJ Tel: (24) 3355.8383 - 999484899
Por iniciativa das associações, MAUATUR e ASSOMAR, comerciantes arrecadam fundos e realizam melhorias na Travessa do Visconde na vila de Maringá. Foram feitos reparos nas calçadas, pintura da rua, dos meios fios e também da ponte de pedestres que faz a ligação entre Maringá Rio e Minas. Os trabalhos ainda não terminaram, prevendo-se colocação de duas placas identificando o nome da rua, “Travessa do Visconde” e reparos nos degraus da referida ponte.
Guarita pela segurança no Campo Alegre O Presidente da Câmara Municipal de Itatiaia, Vereador Eduardo Guedes (foto), fez uma indicação de instalação de uma Guarita Permanente da Polícia Militar no bairro Campo Alegre para dar maior segurança aos moradores do bairro. Segundo Dudu - como é apelidado o edil -, a instalação de uma cabine na Praça da Emancipação e a presença mais constante da PM, inibiriam a ação de meliantes e tranquilizaria os munícipes e os favoreceria nos momentos de urgência na procura de um policial. Afirma também que o município vem crescendo muito e se faz necessário o investimento maior em segurança pública. Com Facebook/Ação Itatiaia
Opinião- Mal de nosso tempo, a distância entre as organizações sociais e os poderes constituídos acaba por confundir desenvolvimento e crescimento. As associações de Mauá-Maringá fazem bem em cuidar do espaço que, em grande parte, é seu. Mas no limite, pode-se perguntar: para que governo? Para que se pagam impostos? O tema da segurança é mais complexo. O crescimento desordenado trará certamente passivos sociais e ambientais, dos quais os “investidores”, certamente, nem tomarão conhecimento. Menos burrocracia à vista? O Prefeito Luis Carlos Ypê e representantes das secretarias se reuniram com consultores do Sebrae, dia 8/7, para definir os detalhes finais da implementação da Lei Geral do Município, que tem como objetivo a desburocratização do processo de legalização de empresas, o incentivo à participação das micro e pequenas empresas nas licitações municipais, o fortalecimento da atuação do agente de desenvolvimento local e o estímulo à formalização do Microempreendedor Individual. A lei deverá dar celeridade e mais praticidade à emissão de alvarás de funcionamento. (Com PMI)
Itatiaia no Festival de Inverno da Região das Agulhas Negras Programa: 17 a 27/7 - Penedo Winter Jazz & Blues. 25 e 26/7- Sarau de Inverno e Caminhada na Natureza, no Parque Nacional. 26 e 27/7- Festa de Inverno em Maromba. 01 a 03/8- Encontro de motociclistas em Penedo. 28 a 30/8- Festival de aves do Itatiaia e de Itatiaia, no Parque Nacional.
Casório no Sul de Minas
ab
Rua Alfredo Whately 151 . Campos Elíseos Resende Tel.: (24) 3354.5111/22.42
Rafael Procaci
Comerciantes de Maringá realizam melhorias na Travessa do Visconde
Casou-se no dia 24 de maio último, o itatiaiense Deyler Nelson Maia Souto, em Santa Rita do Jacutinga (MG), com Juliana Landim de Almeida. Deyler é filho dos saudosos Nelson Maia Souto Filho e Wanda Pinto Maia Souto, e há tempo vem se destacando como extensionista rural na Província montanhosa.
Cardoso Construção
Fazemos sua obra do piso à cobertura
Antônio e Walter 99057453 ou 9918 4877
Elétrica - Hidráulica - Ferramentas Rua prefeito Assumpção, 544 - ITATIAIA - tel. 33521192
Julho de 2014 - O Ponte Velha - 5
O Exército e a Marinha do Brasil na 1ª Guerra Mundial (1914-18)
Claudio Moreira Bento
A 1ª Guerra Mundial estourou em 28 de Julho de 1914, quando ia acesa e viva a Revolta do Contestado no Paraná e Santa Catarina (1912-1916). Durante a guerra, estima-se que foram mobilizados mais de 70.000.000 de militares dos quais cerca de 60.000.000 na Europa. Deles morreram mais de 9.000.000 de combatentes em decorrência dos avanços da tecnologia armamentista, especialmente de Infantaria, empregados de forma maciça em ataques frontais temerários. O Brasil teve cerca 158 mortos, não computados os que pereceram nos torpedeamentos de navios mercantes O Brasil foi o único país neutro que se declarou, a 4 de agosto, contra a invasão alemã da Bélgica. O Governo Alemão decidiu o bloqueio do Brasil, desencadeou uma campanha submarina, e o Brasil protestou. E em 3 de abril de 1917, na Costa Ocidental da França, a marinha alemã torpedeou e pôs a pique o navio mercante Paraná. Em janeiro de 1916, mais de um ano antes, um navio alemão colocara minas no litoral brasileiro. Este clima agitou o povo brasileiro que, em protesto, atacou casas comerciais de origem alemã no Rio de Janeiro e em outras cidades. Em 11 de abril de 1917 o Brasil rompeu relações diplomáticas e comerciais com a Alemanha. Por Decreto de 1º de junho de 1917, o Brasil suspendeu sua neutralidade e no dia seguinte permitiu a apreensão de navios alemães em seus portos. Em 26 de outubro de 1917, o Brasil reconheceu e proclamou o estado de guerra iniciado pelo Império Alemão. E em 4 de novembro de 1917 foram afundados na saída do Porto de São Vicente, arquipélago do Cabo Verde, os mercantes brasileiros Acari e Guaíba.
O Exército na 1a Guerra
Missão médica
O Exército de 1874/1905 era dominado pelos bacharéis, sendo muito deles adeptos do Positivismo, que, mal interpretada entre nós, causou sérios prejuízos à operacionalidade do Exército, quando este teve que enfrentar, com operacionalidade por vezes inferior, aos revoltosos na Guerra Civil de 1893/1895 no Sul do Brasil e a seguir, em 1897, a Guerra de Canudos, no Sertão Baiano. Ao término da Guerra de Canudos surgiu a consciência do Exército retornar ao profissionalismo militar. Assim, sendo o Ministro da Guerra General Mallet (1898-1902), veterano da Guerra do Paraguai, deu início à Reforma Militar do Exército (1898-1945) com as seguintes providências iniciais principais: - Criação do Estado-Maior do Exército, em 1898; Criação da Fábrica de Pólvora sem fumaça do Exército, em Piquete-SP, liberando o Exército e Marinha da dependência externa. Nas vésperas da guerra, no Brasil o nosso Exército não formava reservas. E era de longa data um Exército profissional, mas sem reserva a ser mobilizada em emergências. Era impositivo atualizar-se doutrinariamente. E neste esforço de construir reserva antes da eclosão da 1ª Guerra Mundial surgiu a providência da criação dos Tiros de Guerra.
Homeopatia Veterinária
A Comissão de Estudos de Operações e de Aquisição de Material na França, (1918-19) foi enviada à França, composta de 24 oficiais, sob a chefia do General Napoleão Felipe Aché com o fim de absorver, durante a Guerra, a maior quantidade de conhecimentos da Doutrina Militar Francesa e adquirir o material necessário à sua implantação no Brasil. Os oficiais dessa Comissão combateram no Exército da França, de modo que oito deles foram promovidos por atos de bravura. Constituíram a Comissão, além do General Aché, o tenente José Pessoa Cavalcanti de Albuquerque e o Major médico Rodrigo de A. Aragão Bulcão, ligados à história de Resende. Dentre as contribuições à Doutrina do Exército trazidas por esses oficiais registram-se: sua influência na contratação de missões militares francesas para a nossa Aviação Militar, a introdução de Blindados e a reformulação do ensino do nosso Exército nos moldes da França; a idealização da construção da AMAN com suas mais caras tradições. Esses elementos foram pontas-de-lança do trabalho aqui desenvolvido pela Missão Militar Francesa (MMF) (1920-39), que foi substituindo, a partir de 1921, a influência da Doutrina Alemã (1910-21), a qual foi exercida através de oficiais que estudaram na Alemanha (1910-12), tendo como principais instrumentos de difusão a revista A Defesa Nacional, criada por eles em 1913, e a Missão Indígena, da Escola Militar do Realengo (1919-21), viveiro de grandes soldados nacionalistas. Com a revolução de 1930, dois deles, se destacaram no Exército, o general Leite de Castro, que combateu na Artilharia da França, e o coronel José Pessoa Cavalcante de Albuquerque, que combateu na Cavalaria. José Pessoa recebeu inúmeros elogios de seus comandantes franceses.
Pereceram nesta guerra, na Europa, ou em função dela dois combatentes brasileiros, netos de D. Pedro II, bisnetos do ex-Rei da França, Luiz Felipe de Orleans e filhos do príncipe francês Luis Ferdinand Gaston de Orleans Conde D’Eu e Marechal do Exército Imperial do Brasil: D. Luiz, que combateu no Exército da França, falecido em 24 de maio de 1920 em decorrência de doença adquirida nos campos de batalha, e D. Antonio, que combateu como Capitão no Royal Canadian Dragoons. Em missão de guerra, atravessou o Canal da Mancha de avião, o qual caiu em Edmonton, tendo ele falecido em Hospital Militar e sido agraciado post mortem com a Croix de Guerre (foto). A Missão Médica do Brasil enviada a Paris na 1ª Guerra Mundial foi chefiada por Nabuco de Gouveia, deputado, cirurgião, professor e diretor do Hospital da Gambôa. A Missão Médica foi constituída de 131 combatentes de Saúde. Enquanto uns foram espalhados pelo interior e cooperavam na saúde pública em geral, outros trabalhavam na Montagem do Hospital Brasileiro, remodelando o prédio de um antigo convento de Jesuítas, que existia na rue Vaugirard. A Missão foi extinta em fevereiro de 1919. O Hospital, daí em diante, ficou sob a direção dos médicos do Exército e da Marinha sob a chefia do Coronel-médico Rodrigo de Araújo Aragão Bulcão. Seis meses depois, o nosso Governo doou o Hospital Brasileiro à Faculdade de Medicina de Paris. Quem hoje subir as encostas da rue Vaugirard, há de ler, no bronze, em grande fachada, o nome Hôpital Brésilien, atestado vivo do esforço de alguns brasileiros que ali contribuíram com o esforço de guerra aliado.
Gustavo Vernes CRMV- RJ 5241
A nossa loja de materiais elétricos tem agora 1001 utilidades para o lar
Tel.- (24) 992960661
047 1.1 16 5 3 )3 16 (24 351. 3
Dis En k treg a
Gás - Água - Ração Av. Brasil, 851 - Penedo - Itatiaia
Escadas de alumínio e aço // Varal de roupa para teto, parede e chão // Ventiladores de parede, teto e chão Toda a linha de chuveiros e duchas lorenzetti Lâmpadas econômicas, todos os modelos com garantia de 1 ano Ferramentas em geral //Pilhas Golden, Rayovac e Duracell // Lanternas de todos os modelos Panelas, faqueiros e espelhos em vários tamanhos Materiais para festas: globo espelhado, lazer verde, máquina de fumaça e bolhas de sabão Venha nos visitar, atender bem é o nosso prazer! Lojas Leandro, em cada cliente, um amigo!!! Lojas Leandro = Barato vende, melhor atende. E lembre-se, faturamos para condomínios e pessoas jurídicas. Tel: (24) 3354-5454 / 8811-4454 / 8817-2254 - FAX (24) 3354-6273 End.: Albino de Almeida, 261 Loja 06 – Campos Elíseos
6 - O Ponte Velha - Julho de 2014
Um Musical Sobre a Nossa História Gustavo Praça
Jamile Whately e Carolina Nunes
Uma grande personagem Maria Benedita nasceu em Resende no ano de 1809, filha do comendador Manoel Gonçalves Martins e de uma índia aculturada que recebera o nome de Ana Maria de Jesus. Ele era analfabeto e usava um carimbo para assinar o nome, pelo que era conhecido como Manoel Carimbo. Era empreendedor e possuía fazendas. Aos 15 anos, Benedita se casou com Joaquim José Martins, também proprietário de fazendas na região, com quem teve nove filhos. Com as mortes do pai e do marido, ela herdou um grande patrimônio – as fazendas da Babilônia, da Serra, da Cachoeira, do Tanque, do Penedo e a chamada Fazenda Velha. O município possuía então uma maioria de pequenos cafeicultores, que não produziam mais que 10 mil arrobas de café por ano. Benedita chegou a produzir 40 mil arrobas, daí ser chamada de “A Rainha do Café”. Mulher e filha de índia nessa posição, um espanto para a época. Além de tino comercial, tinha sensibilidade social, o que se vê pelo que relatamos a seguir.
Rei das Trutas (Direção Irineu N. Coelho)
Desde 1985
A mais saborosa da região Consulte o Guia 4 Rodas Agora com certificado de selo de qualidade concedido pela Fiperj
Av. das Mangueiras, 69 . Fone: 3351-1387
Sobrado de Maria Benedita- anos 1920
Resende poderá ter em breve um grandioso espetácul o teatral-musical que pretende abordar a história da cidade no século XIX tendo como figura central Maria Benedita Gonçalves, a “Rainha do Café”. Benedita foi a maior empreendedora da época e é uma personagem riquíssima também do ponto de vista social: filha de índia puri com português, tinha com os negros de suas fazendas uma relação bem mais cordial do que era a norma, e também foi figura importantíssima na criação da Santa Casa de Misericórdia, do Teatro Santa Rita e de um hipódromo de corrida de cavalos, entre outras coisas. O musical pretende dar grande importância à arte negra nas senzalas e às lendas dos puris, temas que dão motivo às músicas e às danças. O projeto é da ONG Raízes, dirigida por Jamile Whately e Carolina Nunes, ambas com histórico de projetos sociais bem sucedidos na cidade (Maracatu e Assistência psicossocial, de 2010 a 2013, por exemplo), e se divide em três etapas: nos primeiros 10 meses, uma oficina gratuita de interpretação, dança e montagem teatral, com 50 vagas para jovens e adultos moradores de Resende, principalmente a população em risco social, além de atores amadores da cidade. Nesta fase haverá também estudos sobre a história de Resende no período do café. Em seguida, montagem e encenação, e, por fim, viagens pela região com o espetáculo a fim de torná-lo autossustentável. A montagem e a direção ficarão a cargo de Loly Nunes, atriz, diretora e produtora da Cia Fanfarra Carioca, com grande experiência em performances, espetáculos e shows musicais, que costuma trabalhar os roteiros em conjunto com os atores. Tudo depende agora do Conselho de Cultura, que está reavaliando o projeto após uma primeira posição negativa.
Em 1876, quando havia o risco de uma epidemia de varíola, providenciou a aquisição de vacinas e o treinamento de vacinadores; fez doações financeiras e materiais para a construção e manutenção da Santa Casa de Misericórdia, fundada em 1835 (certa vez, acusou a Santa Casa de não querer atender os presos que cumpriam pena na cadeia local); organizou campanhas, festas, quermesses e bingos para a causa do ensino; doava materiais e emprestava escravos para reformas e construções de salas de aula, além de hospedar, alimentar e até pagar os salários de professores; era a mecenas de uma banda de música composta por escravos, exigindo que os músicos se apresentassem muito bem vestidos e lessem partituras (nos intervalos das apresentações, cerca de 10 músicos seus se apresentavam tirando som de pentes cobertos co papel de seda, brincadeira infantil que eles levavam à sério, no que eram incentivados por Benedita – e aqui vale destacar uma passagem do historiador da musica brasileira José Ramos Tinhorão: “a origem do choro carioca remonta às bandas de escravos das fazendas fluminenses”. Benedita teve também participação na construção do Cemitério Municipal, quando entrou em polêmica com a igreja e os católicos porque defendia a tese de alguns médicos europeus e brasileiros que achavam errado enterrar os mortos no interior e nos arredores da igreja; ajudava financeiramente muitos jovens que iam se formar como médicos e advogados no Rio e em São Paulo, bem como seminaristas que iam estudar em terras mineiras; subscreveu ações do Teatro Santa Rita, no largo da Matriz, em 1876, época em que a cidade recebia companhias teatrais por conta da construção da estrada de ferro D. Pedro II; pagava o caixão dos escravos; nas festas dos escravos, caprichava na distribuição de comida, fumo de rolo, e ordenava que nenhum feitor se metesse, pois achava que os negros sabiam se conduzir sem confusão. Quem brigasse (criasse “quizumba”), receberia um dos castigos alternativos de Benedita, mais brandos do que o açoite (talvez daí a força da cultura negra – jongo, choro, capoeira – na nossa região). No mais, nossa Rainha era contra a lei de 1835, que instituía a pena de morte apenas para escravos que matassem seu senhor ou membros de suas famílias. Agora é torcer para que o Conselho de Cultura apoie o projeto, que, segundo a ONG Raízes, já tem os patrocinadores dispostos a depositar nele sua confiança e parte de seus impostos: o Samer e o Hotel Montese Tower.
Sesmaria - n. 7, Inverno de 2014
Sesmaria
icb
Estudar o passado não traz nostalgia. Traz um profundo senso de identidade e admiração pela tradição que nos abriga e pela terra a que pertencemos. Sem conhecer o passsado viveríamos mutilados.
25
Instituto Campo Bello
História e Memória da Região das Agulhas Negras
Itatiaia - 25 anos de emancipação e uma História a ser contada
Foto de Campo Bello, cerca de 1930
As cidades não são produto automático das leis nem das vontades individuais. Longe de serem um somatório de prédios, ruas etc. são a expressão concreta da racionalidade, da ordem de valores que dá vida a uma história comum. Quando essa história encontra condições favoráveis, é tempo de se emancipar. Entretanto, a história de uma comunidade não consiste no que ficou para trás. O passado tem sentido de futuro, na medida em que anima os presentes, confere-lhes identidade e sustenta seu pertencimento a um tipo de comunhão de interesses e sentimentos a que chamamos “município”. Por isso é preciso, é imprescindível, pesquisar, contar e divulgar a história regional, a história dos municípios. Não se constrói cidadania e responsabilidade social, não se promove a participação democrática, sem esta componente da consciência coletiva, que dá sentido de serviço dentro das famílias, na vida do município, temperando a amizade cívica, o senso do que é público, o respeito ao bem comum. A contribuição do Instituto Campo Bello para essa construção do município é o empenho em esclarecer e contar nossa história. Sem a história, não temos o que chamar de “nosso”, no sentido político do termo. Este sétimo número da Revista Sesmaria traz ao leitor um resumo circunstanciado do livro inédito “História Breve de Itatiaia”, pautado para se publicar em setembro próximo. A revista, neste formato encartado, circula entre mais mãos e pode tornar a celebração dos 25 anos uma festa mais acessível e durável. Inovamos nesta edição com um patrocinador, o Sr. Elcio Camejo de Aguiar, neto de um dos moradores do Núcleo Colonial de Itatiaia, León Camejo, que plantou no lugar operosa descendência. Gratos pela parceria que ilustra nosso trabalho. Marcos Cotrim - icampobello.itatiaia@ig.com.br
Há 25 anos, um grupo significativo de moradores de Itatiaia deu curso à antiga ideia - datada, pelo menos, dos anos 1950 - de emancipar este que era o 4o Distrito de Resende. Em meio às celebrações, cabem perguntas e avaliações. Nesses 25 anos de vida independente como município administrativamente emancipado, já é possível fazer um balanço e dar perspectiva ao futuro próximo, com seus desafios. Com população de 16.000 residentes (IBGE, 2010), o município viu alternarem-se quatro prefeitos, alguns reeleitos, e é capaz de dimensionar as dificuldades de natureza administrativa e social que o status de politicamente emancipado trouxe. Note-se, particularmente, o frágil equilíbrio entre a disponibilidade de recursos econômicos (abundantes principalmente nos primeiros governos, devido ao recolhimento do imposto sobre serviços da Xerox no município) e de poder político, frente à escassez de quadros e às necessidades dos setores de saúde, educação, segurança e meio-ambiente. Tal disparidade é agravada pela recente caracterização de Itatiaia como “polo logístico” associado à indústria automobilística, com a chegada de muitas empresas e a previsão de um rápido crescimento populacional nos próximos anos, sem o correspondente aumento do equipamento urbano, infraestrutura e serviços de qualidade. É fato sabido que, com uma concentração de 87% da população na área urbana, Itatiaia dobrou sua frota de veículos entre 2010 e 2014. Isto pode espelhar o aumento de renda da população, ocasionada pela chegada das empresas ao longo destes últimos anos, mas é provável que se deva a incentivos fiscais promovidos pelo governo federal. Fenômeno generalizado mas que não deixa de desaguar em nossa pauta de problemas, leva-nos a temer o óbvio: o crescimento da sociedade de consumo não implica na consolidação da sociedade política; assim como investimento não significa crescimento. Com efeito, o atual déficit habitacional - atualmente estimado em mais de mil residências - tende a se agravar, e os parâmetros de sustentabilidade ainda estão por se constituir em cultura política. Percentuais significativos da receita municipal são aplicados em educação e saúde por força de lei, sem que isso seja avaliado do ponto de vista qualitativo de resultados efetivos. De fato, as pressões por “progresso” tornaram os governos muitas vezes reféns de metas quantitativas, e sem capacidade de manter objetivos sociais e ambientais em suas políticas públicas. A emancipação administrativa foi um ato formal, que materializou o desejo de tantos itatiaienses... Mas será preciso construir uma consciência municipal, com sua correspondente rede de solidariedades sociais para que tal ato formal contribua para o convívio no bem comum. Por exemplo, até hoje os moradores de Penedo reportam-se a Resende para resolver seus problemas, além de reclamarem de não terem sido ouvidos no plebiscito, pois a região pertencia ao 2o Distrito, Agulhas Negras. Outro aspecto que preocupa é que os parceiros dos governos locais são corporações multinacionais ou entidades geridas pela União como o Parque Nacional e o Centro de Recuperação de Itatiaia - que por sua natureza encontram-se muito distantes das preocupações imediatas dos munícipes. Como se vê, a emancipação não é fato consumado. É desafio perene.
26 Sesmaria 7 - Inverno de 2014
Subsídios para uma narrativa da história local Um contexto a se esclarecer
Panfleto de propaganda do plebiscito.
A cafeicultura deu ao Vale do Paraíba um papel relevante na sustentação do Império Brasileiro durante o século XIX. Com seu declínio, a partir dos anos 1870, e proclamada a República em 1889, homens como Rodrigues Alves (de Guaratinguetá), Rodolfo da Rocha Miranda, Francisco Oliveira Botelho, Henrique Ireneu de Souza e Eduardo Cotrim (em Rezende) tiveram ainda prestigiosa projeção no cenário nacional nos anos 1900 a 1920. Com a ascensão de ideologias centralizadoras na República, a região perdeu o protagonismo e foi paulatinamente reduzida a mero cenário das políticas de Governo. Devido à abertura da Rio-São Paulo pelo “fundo do vale” paulista (Areias, Bananal), em 1928, a região de Campo Bello - antigo nome de Itatiaia ficou ainda mais marginalizada politicamente. Seu significado estratégico, porém, se evidenciava, com a implantação das unidades militares (Hospital de Convalescentes e Sanatório) e da Estação Biológica do Jardim Botânico. Com a revolução de 1930, a visita de Getúlio em 1931 e a abertura da estrada Rezende-Boa Vista em 1935, tal significado se consolidou. Em 39 não havia nem 700 moradores na sede do 4o Distrito, entretanto, se comparado com os demais, Campo Bello crescera muito, ficando sobre o eixo do desenvolvimento, a rodovia, e recebendo os benefícios da implantação do Parque Nacional em 1937. Também crescia Boa Vista (Engenheiro Passos), no entroncamento da rodovia Areias-Caxambu. A abertura do trecho Resende- Engenheiro Passos, em 1935, tornou o acesso pela Resende- RiachueloAreias superado, jogando as áreas da margem sul do Paraíba, ainda mais no isolamento. A industrialização regional começou com a criação da usina siderúrgica de Volta Redonda em 1942 (inaugurada em 1946). A construção da Escola Militar de Rezende, inaugurada em 1944, e a abertura da rodovia Presidente Dutra (1935-1951), duplicada nos anos 1960, são marcos desse processo de revitalização econômica do Vale do Paraíba. Em Itatiaia, fixaram-se muitos trabalhadores que vieram abrir a rodovia, chamados pelo povo de “arigós” quando provenientes do Nordeste. Na década de 1950, o Brasil surpreendeu-se com a urbanização, que, como sabemos, segue a industrialização e a modernização da agricultura. Agravou-se a chamada “questão social”, com deslocamentos populacionais, êxodo rural e degradação dos subúrbios. Ademais, o fenômeno do “desenvolvimento” e seu impacto social foi particularmente notável no Sudeste.
Merecem análise, o conteúdo tendencioso do panfleto ao definir plebiscito como “chamada para votar pela separação”, e a tentativa de motivar o eleitor a “construir a mais bonita cidade turística..., sem poluição, mais humana e com melhor padrão de vida”. A demanda pelos “direitos” anunciados, por outro lado, não podia ser satisfeita apenas pelo ato jurídico da emancipação. Como é costume, a subordinação às políticas estadual e federal, além da generalizada baixa qualidade dos serviços públicos impedem a concretização dos legítimos direitos, que permanecem letra morta.
A emancipação
Durante os anos 1960, a população urbana superou a rural. Também a construção da barragem da Hidrelétrica de Funil, não somente ocasionou o mesmo fenômeno – bastante ampliado – de migração, como trouxe para Itatiaia muitas famílias de Santana dos Tócos, distrito alagado pelas águas do Paraíba represado. Estabeleceram-se em geral nas atuais Vila Odete (anos 1950), Campo Alegre (anos 1960) e Jardim Itatiaia (anos 1970). Algumas ocuparam terras no leito antigo da estrada de ferro, próximas à Pedra Caxambu, dito “linha velha sul”, prenunciando a suburbanização que se vem instalando e que os sucessivos governos não conseguiram controlar. Como outras iniciativas estatais, a empresa de Furnas (fundada em1957), construtora da hidrelétrica, alterou profundamente a vida de Itatiaia. A construção da barrragem de Funil fora planejada desde a década de 1930, mas somente em 1961 as obras foram iniciadas pela Companhia Hidrelétrica do Vale do Paraíba (Chevap), assumidas por Furnas em 1967, que a concluiu. Em 1969, teve início a operação. O crescimento demográfico do lugar, nos 30 anos de 1960 a 1990, foi incrementado pela emancipação de 1989, que criou postos de trabalho no setor público, atraindo novos moradores. Mudou o perfil da população local, modificou-se a psicologia social em um sentido mais plural, numa época em que os meios de comunicação de massa passaram a concorrer com os ambientes tradicionais de formação social. Agravou-se, deste modo, a subordinação da sociedade aos mecanismos de estado, comprometendo a qualidade de vida e deixando distante o sonho emancipacionista de “construir a mais bonita cidade turística..., sem poluição, mais humana e com melhor padrão de vida.”
O processo que resultou na emancipação político-administrativa de Itatiaia foi iniciado em 1950, quando os vereadores Graciema da Silveira Cotrim e Reynaldo Maia Souto propuseram a criação de uma sub-prefeitura, ideia que não foi avante devido à forte oposição do PTB (Partido Trabalhista Brasileiro) na Câmara de Vereadores, induzida pela Prefeitura Macedo Costa. O desejo da emancipação vinha de longa data, postulado principalmente por Lauro Mendes Bernardes e Haroldo Nunes de Almeida, mas não teve êxito, devido à criação do Distrito de Engenheiro Passos, em 1952, em época do ascendente político de Augusto Carvalho. Em 1970, voltaram à carga, reiniciando um processo que deu frutos na década de 1980, tendo encontrado apoio do Deputado Amadeu de Oliveira Rocha. Então, engajaram-se de modo notável no processo, Nilson Rodrigues Neves, Rubens Tramujas Mäder, Cristiano Ribeiro, Alda Bernardes, Walter Martins, Élio Gouveia, Dalmo Barbosa, Altair Valente, Oswaldo Motta, George Fusco, Sebastião Soares, Rui Camejo, Humberto Bernardes. O município de Itatiaia foi criado por Lei n° 1330, de 6 de Julho de 1988, com 204 km² quadrados, por ato firmado pelo Governador Moreira Franco. Luis Carlos Aquino (1926-2009) foi o primeiro prefeito de Itatiaia, eleito em 1989, e governando até 1992. A sede do município foi elevada a cidade em 1° de junho de 1989, quando tomaram posse os vereadores da primeira Câmara: Arestino Machado da Rosa, Benedito Santos Filho, Carlos Alberto Barros Soares, Jair Alexandre Gonçalves, Jorge Barbosa da Silva, Jorge Nunes de Andrade, José Renan Rodrigues, José Ricardo dos Santos e Dr. Walter Martins Moreira. A primeira legislatura foi presidida por Jair Alexandre Gonçalves, entre 1889 e 1991. Pela Lei nº 3385, de 25 de abril de 2000, criou-se a Comarca de Itatiaia. Seu primeiro titular só foi nomeado a 1º de abril de 2004, sendo o Juiz de Direito o Dr. Marvin Ramos Rodrigues Moreira.
Sesmaria 7 - Inverno de 2014
Visitando as origens Itatiaia chamava-se Campo Bello até 1943. O nome provém da Fazenda Campo Bello, situada nos Campos de Dona Silvéria. A região onde ergueu-se o povoado, na margem Norte do Paraíba, foi a última a ser ocupada na porção ocidental do Campo Alegre. O arraial do Campo Alegre da Paraíba Nova – Vila de Rezende em 1801 – foi estabelecido por volta de 1729, por sertanejos da Alagoa da Aiuruoca, entre eles o Padre Felipe Teixeira Pinto, e oficializado em 1744 pela entrada do Coronel de Ordenanças de Mogi das Cruzes, Simão da Cunha Gago. A região tornou-se acessível em três etapas de ocupação: primeiro com os milicianos e engenhos de cana; depois pelo gado e pelas tropas que rasgaram o Caminho do Picú; finalmente, pela influência de Santana dos Tócos, onde este caminho se cruzava com o Caminho da Piedade, às margens do qual se expandiram as primeiras lavouras de café. Primeiro, o território de Campo Bello foi devassado por Companhias de Auxiliares, as “milícias” e “ordenanças”, organização militar que agrupava os homens válidos, submetidos a treinamento como o das Bandeiras. Com elas deu-se a implantação de engenhos nos principais afluentes do Paraíba pela margem norte, nas últimas décadas do século XVIII. As companhias de milícia do Cap. Matias da Silva e do Ten. Manoel Antunes formaram o primeiro contingente povoador da atual Itatiaia. O nome “Silva” designou inicialmente o ribeirão Benfica (hoje Campo Belo), no qual se instalou o engenho de Brás Esteves Barbosa. Provavelmente, no local depois chamado “Fazenda Campo Bello” . Uma Companhia de milícias típica formava-se de umas 250 pessoas. Muitas se afazendavam com família, agregados e escravos. Nos anos 1780, a região se viu “a salvo” dos índios, seus primitivos habitantes, bem como franqueada aos tropeiros e boiadeiros que transitavam entre Minas e Rio de Janeiro. Eram os Puris, que foram aldeados primeiramente na conservatória de São Luis Beltrão (hoje Fumaça), depois em São João Batista de Queluz (1801). A ocupação definitiva do território da futura Campo Bello - englobando os atuais Nhangapi e Engenheiro Passos - ocorreu ao tempo em que os povos se esforçavam por ligar o rico sul mineiro ao Rio de Janeiro e, secundariamente então, abrir espaço para o café e o anil, cujo cultivo os vice-reis incentivavam após o declínio dos rendimentos do ouro. Isso sujeitou a região ainda inóspita ao dinamismo de dois caminhos: o Caminho do Picú, pela margem norte, entre Pouso Alto, Baependi, Alagoa do Aiuruoca e o porto de Mambucaba, que passava por Santana dos Tócos e São José do Barreiro. Este substituiu o acesso original pelo vale do rio Campo Belo; e o Caminho Novo da Piedade, vindo de Areias, pela margem sul do Paraíba, que induziu à fundação de Santana dos Tócos.
27
Em 1869, o Alferes Antunes, comissário de café e dono de barcos de transporte pelo Paraíba na praça de Rezende, cedeu parte de sua fazenda na sesmaria do Lambary para se fazer uma estação ferroviária. De seu esforço, conjugado com a Câmara, resultou a chegada em 1872 a Rezende da ponta dos trilhos do ramal de São Paulo da Ferrovia Dom Pedro II. Com isso veio também a decadência da navegação fluvial. Esta era usada mesmo antes do império do café, sendo comum na economia açucareira. Topônimos como Porto do Simão (atual Porto Real) e Rio Portinhos (Porto Velho) - atual divisa entre Itatiaia e resende - evocam o uso constante do Paraíba. A estação ferroviária de Campo Bello foi construída em 1875, junto com a de Boa Vista (Engenheiro Passos). Em 1919 passou a se chamar “Barão Homem de Mello” (foto), em homenagem ao cientista e político que viveu, estudou e morreu em Campo Bello.
Povoadores de Campo Bello Após a implantação pioneira dos engenhos, o primeiro caminho originou o movimento de ocupação dos “Campos de Dona Silvéria”, título genérico das terras em que se ergueu Campo Bello. Essa primitiva sesmaria foi resultado do êxito da estrada, que passava por Capivari e Itamonte, atravessava a serra do Picú, e abrigou em suas margens fazendas que formaram a base do povoamento regional, como a Lapa, a Palmital, a Boa Vista, a Itatiaia (no alto da serra), pontilhando o caminho que demandava São José do Barreiro antes de embrenhar-se pela serra da Bocaina, rumo do mar. Dona Silvéria pertencia a uma parentela sediada em Pouso Alto e Baependi, que ocupou com suas fazendas boa parte das terras cortadas pelo Caminho do Picú. Santana dos Tócos tornou-se um centro irradiador importante na fundação do arraial de Campo Bello, após a consolidação da economia do café e a chegada da Corte em 1808, graças a Antônio Pereira Leite, possuidor das sesmarias do Rio Vermelho e da Cachoeira. Ele era também ligado a Pouso Alto, e foi um tropeiro que enriqueceu e consolidou fortuna e prestígio como cafeicultor. Antônio Pereira Leite foi casado com Dona Custódia Ribeira da Silva, a quem se atribui a escolha do padroeiro São José na fundação da primitiva capela, em 1829. Viúvo, Antônio tornou-se o primeiro marido de Dona Marianna Cândida Ribeiro Leite que após a morte do marido casou-se com Manoel da Rocha Leão. Toda extensão de mais de uma légua em quadra de sesmaria (aproximadamente 900 alqueires), de Itatiaya (atual Nhangapi) até o núcleo urbano atual, pertenceu a Antônio e Marianna. Em Itatiaya ficava a sede da Fazenda Cachoeira (Fazenda Itatiaya ao tempo de Rocha Leão), e no largo da igreja, o sobrado que hoje abriga o Paço Municipal. A Fazenda Campo Bello pertenceu a José Ferreira de Souza, e se estendia por mais de 100 alqueires, do ribeirão Benfica até o Paraíba Velho (primitiva “Ilha de Santo Antônio”). Foi sócio de Pereira Leite na ponte sobre o Paraíba.
Quem sobe a Av. Wanderbildt Duarte procurando as terras altas do Parque Nacional passa, sem perceber, pelo sítio da Fazenda Campo Bello. As glebas ocupadas pelas Companhias de Auxiliares do Capitão Matias da Silva e do Tenente Manoel Antunes eram divididas pelo rio Bonito. Às Companhias, seguiram-se os Engenhos. O Engenho de Brás Esteves, onde depois fundou-se a Fazenda Campo Belo, lindeiro do Engenho de Manoel Antunes do Prado, “no Morro Azul”, localização da Fazenda Santo Antônio (depois Cazunga) ao poente, e do Engenho de Francisco Leme ao nascente (no Ribeirão Bonito ou no Rio das Pedras). São todos povoadores da primeira hora, unindo os troncos dos Lemes e Louzadas do Vale do Paraíba, aos Nogueiras e Corrêa da Costa de Baependi; prentela numerosa, que desbravou o alto do Itatiaia e consolidou a vocação de Campo Bello como passagem entre o Sul de Minas e os portos angrenses. Outro pioneiro dessa parentela foi Antônio Carlos Nogueira de Sá - dono das fazendas Ribeirão Claro e Benfica nos registros de 1850, e irmão de Maria Silvéria Nogueira. A esta mulher se deve, provavelmente, o primitivo nome de “Campos de Dona Silvéria” ao lugar. A atribuição do nome Itatiaia prende-se à chegada de Vitorino Corrêa da Costa, que veio para o Campo Alegre com seus dois irmãos, Simplício e Francisco, por volta de 1792. Desceram de Aiuruoca após morarem em Baependi. Eram mineradores e naturais da freguesia de Santo Antônio do Ititiaia na Serra do Ouro Branco. Sim, “Ititiaia”, como se acha grafado em vários dos primeiros registros. Seu filho mais velho, Francisco Corrêa da Costa Nogueira foi casado com Ana Joaquina Ferreira de Souza, irmã de José Ferreira de Souza, proprietário das terras onde o núcleo urbano de Campo Bello se desenvolveu. Francisco era Sargento-mor em 1829 quando casou sua filha, Maria Izabel Ferreira de Souza. A ele se deve o primitivo nome, “Major Corrêa”, de Engenheiro Passos.
28
Sesmaria 7- Inverno de 2014
para Campanha
Um panorama regional
Para Baependi
para Aiuruoca
Alagoa Pouso Alto
Passa Vinte
Santana do Capivari
Mirantão
ca
MG
iq t n a
Mauá
M a d a r Ser Rio Preto
io La ba
petin
m ry
nh
Es
tra
Pr
ua
ral
do
es
ide
nte
Barra Mansa
na
l
Ta q
na Ba o
RJ o
l
da
Ri
REZENDE
Campo Bello
Santana dos Tócos
(Porto Real)
k l
o elh
Porto do Simão
ga
os
llo
Quatis
Pira
R
j
as
rti
r Ve
dr
Po
Be
Itatiayal
m
o Ri
io
O único sobrado de Campo Bello pertencia a Dona Marianna Ribeiro Leite, depois Rocha Leão. Em data incerta no início do séc. XX abrigou uma escola particular. Em 1921, foi transformado em Depósito de Convalescentes de Itatiaia, depois chamado Hospital de Convalescentes de Itatiaia (HCI). Foi cedido à Municipalidade para ser o Paço Municipal.
po
Pe
R
Engenhos pioneiros: j de Francisco Leme k de Braz Esteves l de Manoel Antunes
l Major Corrêa
s
to
Caminho Novo da Piedade
Caminho do Picú
da
ni
Areias
am
o
Rio Paraíba
alt
oS od Ri
SP
Queluz
C
l
o
Bo
io
Capelinha
rã
io R
R
ei
Rio
ib
Pedra Selada
Rio
R
Fumaça
Ri
Registro do Picú
Rio Fo (Se rmoso sma ria)
Registro da Mantiqueira (Passa Quatro)
a r i e u
iro
Itamonte
rre
Itanhandu
A
Ba
Rio
uo iur
São José do Barreiro Bananal para Ariró e Mambucaba
Usina Campo Bello, inaugurada em 1923, em foto tirada da Estação. Na cena, vê-se o carro de bois com latões de leite para beneficiamento, a capela do Senhor dos Passos e parte da Casa Irmãos Maia. O Fórum de Itatiaia foi instalado no prédio da antiga Usina. Antes da construção da sede atual, a Câmara de Vereadores aí realizava suas sessões.
Praça de Santana dos Tócos com figueira e recreio de alunos. Do distrito irradiou-se importante vetor de povoamento para Campo Bello nos anos 1820. Inundada pelo lago de Funil em 1962.
Agropecuária ITATIAIA Elcio Camejo Aguiar Ração em geral - Vacinas - Medicamentos - Pássaros - Pintinhos - Gaiolas - Sementes - Adubos fone: (24) 3352-1445
Rua Prefeito Assumpção, n. 61 - Centro - ITATIAIA, RJ
(continuação da pág. 6)
Não, caro leitor, os fantasmas aí do título não se referem aos do funcionalismo, pois vamos falar aqui do bom funcionário. O bom funcionário publico padece. Todos os conhecidos que o encontram na rua têm uma reclamação ou um pedido a fazer. E como o bom funcionário público, por ser um bom funcionário, não enriquece com a corrupção, ele tem uma vida simples, comunitária, exposta; não mora num condomínio de luxo afastado e nem faz seus traslados em carros de vidro escuro, aquelas viaturas sinistras em cujo interior andam pessoas também sinistras. De modo que, no caminho de casa, o bom funcionário público encontra o pipoqueiro, a vizinha, o amante da vizinha, e todos tem algum papel que precisa andar na Prefeitura, algum parente que vem sendo injustiçado na sua carreira. É o bom funcionário que, no dia a dia, presta contas ao cidadão, já que o político anda escondido no acima citado carro de vidros pretos.
Puris - Prancha de João Maurício Rugendas
E com essa pequena introdução chegamos ao personagem desta crônica, o Flávio Colisttet, essa flor de pessoa que há anos presta bons serviços tanto no Legislativo quando no Executivo. Já foi Chefe de Gabinete da Prefeitura, assessor de imprensa da Câmara, o diabo. É um CC que honra a categoria. Pois bem, mas e os fantasmas? – pergunta um leitor apressado. Já virão, já virão, porque o nosso Colisttet mora num bairro colado ao cemitério do Alto dos Passos, e, certo fim de tarde deste começo de inverno, no crepúsculo, prevendo o rosário de pessoas que atenderia nas portas das casas em seu percurso – e ponderando que já estava fora do seu horário de trabalho –, o Colisttet resolveu cortar caminho por dentro do chamado Campo Santo, uma vez que quem mora ali não tem reivindicações nem quanto à capina do entorno dos túmulos, como bem observou Graciliano Ramos quando prefeito de Palmeira dos Índios, ao justificar, num relatório ao Governador de Alagoas, o porquê de destinar tão pouca verba ao cemitério. Ledo engano do Colisttet, pois há cemitérios e cemitérios, e o de Resende, terra de poetas, artistas e heróis, é mais aguerrido. Donde Colisttet assustou-se pelo
O Fantasma Gustavo Praça
Rugendas - Castigo doméstico
meio do caminho com o espectro de um homem que o abordou aos gritos e gestos largos em meio aos quais nosso funcionário via o abrir e fechar do fole de uma sanfona. Era Augusto de Carvalho reclamando da feiura da Praça da Concórdia, onde fica a rodoviária velha que leva seu nome; a ele juntou-se logo o fantasma de Oliveira Botelho, reclamando também da feiura da praça da Matriz, que tem seu nome (fantasmas preservam a vaidade), hoje toda cimentada e que no seu tempo era ornada por canteiros. “Diga ao Prefeito para ir ver que coisa linda é a praça de São José do Barreiro, cheia de flores e com o casario colonial preservado! Diga para ver o capricho da praça da pequena cidade de Formoso, um pouco antes de São José! Se é para crescer e ficar feio, vamos diminuir!” – berrava o espectro do Augusto em meio ao espectro do fole que se fechava e abria cada vez com mais veemência. Nosso Colisttet ainda tentou argumentar que está sendo feita uma obra estrutural, subterrânea, na Concórdia, mas Augusto não aceitava: “Sem beleza, nada resta na vida de vocês que valha a pena”. Colistet custou a se livrar dos dois, apertou o passo, já na escuridão, mas gelou com um psiu... Era um espectro de mulher com uma tiara de penas de pássaros flutuando em torno da cabeça. Ao contrário de Augusto, estava calma, sentada em cima de um túmulo: - Sente a meu lado um instante, meu filho. - Prefiro ficar em pé aqui, diz o Colisttet. “Eu fui Maria Benedita Gonçalves” – lhe diz a índia – “e teria tido prazer em conhecê-lo. Veja bem: fui filha de índia puri, fui a maior fazendeira de Resende no século XIX, fui amiga dos negros meus escravos, lutei contra a lei que instituía pena de morte apenas para os negros que matassem seus senhores, estive à frente da construção de muita coisa aqui: Santa Casa, Teatro Central, cemitério. Este túmulo, o meu, foi o primeiro de mármore. Criei um hipódromo. Imagine! Corridas de cavalos naquela área da rodoviária velha, sobre a qual esse menino Augusto Carvalho estava reclamando com você. Tudo bem que aquilo ali tenha o nome dele, mas antes deveria ter o meu. Talvez ninguém seja mais fundadora desta cidade do que eu; sou muito mais fundadora do que Simão da Cunha Gago, que passou por aqui só procurando ouro e foi-se embora, como fazem essas montadoras de automóveis de agora.
Julho de 2014 - O Ponte Velha - 7
E, no entanto, meu filho, não tem nem um banco de praça com o meu nome... Mas vou-lhe fazer logo a minha reivindicação, pra não tomar mais o seu tempo. Há um grupo de jovens de muito valor que têm um projeto para fazer um musical sobre a minha pessoa, e parece que o Conselho de Cultura achou caro. Ora, meu filho, a Prefeitura abre mão de vinte vezes mais imposto pra trazer um cantor brega para um pão e circo aí para o povo. E faz jogo duro comigo? Porque sou índia? Porque sou mulher?”. “Vou ver o que posso fazer” – respondeu Colisttet – “mas quero fazer um reparo a esse discurso da senhora. Se o Simão e as montadoras vêm aqui só procurar ouro, os seus fazendeiros do tempo do café faziam a mesma coisa.” O espectro ficou absorto, com aqueles olhos que a terra houve de comer voltados para as estrelas, pensando que os tempos eram mesmo todos parecidos, e o amor pela terra, pouco.
Rugendas - Escravos de Cabinda, Quiloa, Rebolla e Mina
“Tem um cigarro aí?” Nosso funcionário levou a mão ao bolso da camisa e tirou dali os dois free azuis que comprara avulsos e ia levar para fumar à noite em casa. Fumou ali, junto com Benedita, enquanto o espectro ia desaparecendo na fumaça. Collistet então dirigiu-se apressado para o portão de cima do cemitério, louco para chegar em casa porque já atendera muito naquele dia. Ainda encontrou no caminho o coveiro, seu conhecido, que lhe pediu uma dentadura e dois sacos de cimento. PS: Uma massa de gente amiga em torno dos metais da Orquestra Voadora pelos quintais da Arcanjo Gabriel: prenúncio de melhora no mundo.
gh
8 - O Ponte Velha - Julho de 2014
Sessão do filme O Veneno está na Mesa 2
Tênis premiado
No sábado, 9 de agosto, às 18h no
Centro Cultural da Associação Arcanjo Gabriel O Veneno está na Mesa 2 é o novo filme de Silvio Tendler, que avança e atualiza a discussão sobre o modelo de produção agrícola que desejamos para nosso país. Após impactar o Brasil mostrando as perversas consequências do uso de agrotóxicos em O Veneno está na Mesa, o diretor Sílvio Tendler apresenta no segundo filme uma nova perspectiva. O filme aborda o modelo agrícola nacional atual e suas consequências para a saúde pública. O filme apresenta experiências agroecológicas empreendidas em todo o Brasil, mostrando a existência de alternativas viáveis de produção de alimentos saudáveis, que respeitam a natureza, os trabalhadores rurais e os consumidores. Com este documentário, vem a certeza de que o país precisa tomar um posicionamento diante do dilema que se apresenta: Em qual mundo queremos viver? O mundo envenenado do agronegócio ou o da liberdade e da diversidade agroecológica? Após a exibição, haverá uma conversa com os convidados: Alan Tygel, Campanha permanente contra os agrotóxicos e pela vida; Luis Felipe Cesar, Diretor da ONG Crescente Fértil; Rodrigo Rodrigues, Gestor do Parque Estadual da Pedra Selada. Entrada gratuita. Traga um prato ou bebida para compartilharmos no lanche coletivo (de preferência sem veneno). Esperamos por vocês!
Associação Beneficente Arcanjo Gabriel Endereço: Rua Perugino 650, Penedo Telefone:(24) 3351-3217
Festival Vale do Café - 2014 O Festival Vale do Café faz parte do calendário de eventos do Estado do Rio de Janeiro desde 2003 e em 2014 acontece entre os dias 07 e 27 de julho em sua 12ª edição. Durante o Festival Vale do Café, o público assiste a espetáculos e concertos em igrejas, casarões, praças e fazendas históricas, tendo como fonte de inspiração o Vale do Paraíba. São momentos únicos graças aos cenários belíssimos das fazendas, ao contexto histórico da região e à qualidade dos artistas convidados. Em Resende, dia 23 de julho, quarta-feira, haverá a aprensetação da Orquestra Sinfônica de Barra Mansa, com Fafá de Belém como solista, às 20:00h no Teatro da Aman. Dia 14 de julho, o violonista Turibio Santos apresentou-se na Igreja São Sebastião em Mauá.
Contraponto- O ingresso de Resende no circuito do Festival em 2013 já foi tardio, considerando-se a importância do município como pioneiro da cafeicultura no Vale. Esperemos a integração de Itatiaia...
Well, hummmmmm... Diversificar é partir da unidade suprema e garantir o curso orgânico das vocações das pessoas, animais, plantas, rios e pedras de volta ao uno. Did you get? Ó Maiada, Resende, Itatiaia e Porto Real foram citadas na série de reportagem “O Brasil que dá certo”, do Jornal Folha de São Paulo, com o tema “Novo polo de montadoras, no sul do Rio de Janeiro, pensa em diversificar indústrias”. O que é mesmo diversificar?
João Henrique e o pai, Ailton Petrilli, comemorando o primeiro lugar no campeonato sub-10 em São José dos Campos. O Parque Nacional do Itatiaia recebeu a doação de uma estação meteorológica automática A estação meteorológica mais alta do Brasil hoje faz parte do presente do Parque. Instalada a 2590 metros de altitude, no Massena, ela foi doada pelo grupo “Brasil Abaixo de Zero” (www. abaixodezero.com) com o interesse em monitorar e conhecer melhor o clima, neste que é o primeiro Parque Nacional criado no Brasil. A estação envia os dados de temperatura, chuva e vento em tempo real para a internet, trazendo uma visibilidade maior do que é o clima no Parque. Trata-se de um equipamento importado, da mais alta tecnologia, entre os melhores do mundo. Os dados gerados pela estação são atualizados a cada 5 minutos e poder ser consultados em tempo real (http://www. wunderground.com/personal-weather-station/dashboard?ID=IMINASGE25). Outra estação meteorológica fica perto do Posto Marcão, que fica a 2451 metros de altitude, que também pode ser consultada (http://www.wunderground.com/personal-weather-station/ dashboard?ID=IRJITAMO2). Essas informações trazem importante contribuição para as pesquisas científicas do Parque, para a prevenção e combate a incêndios florestais e para as atividades de visitação do Parque.
Escola resendense é premiada A Escola Municipal Abrahão Hermano Ribenboim, na Cidade Alegria, teve seu trabalho reconhecido recentemente, quando foi informada pela coordenadora da MOAB (Movimento Orgulho Autista Brasil), Cláudia Moraes, que a unidade irá receber em Brasília, em outubro próximo, o Prêmio Orgulho Autista. O prêmio foi instituído em 2005 pela ONG, através do Conselho Brasileiro do Prêmio Orgulho Autista, a fim de evidenciar pessoas e instituições que se destacaram com trabalhos voltados para pessoas diagnosticadas como autistas.
Horta com amizade A Secretaria de Agricultura e Pecuária da Prefeitura de Resende firmou uma parceria com a Casa da Amizade para a prestação de apoio técnico-agrônomo da horta mantida pela instituição. A Casa da Amizade é uma instituição filantrópica com mais de 60 anos de existência, mantida pelo Rotary Clube de Resende. Junto com o fornecimento de mudas de hortaliças variadas, a parceria oferece orientações no preparo e adubação do solo, entre outras técnicas de plantio.(Com PMR)
Julho de 2014 - O Ponte Velha - 9
Refrões antigos Hoje eu estou pedindo vênia para passar, anunciada pelo padeiro, o açougueiro, o dono da quitanda e do armazém de antigamente. Aguardarei uma das carroças que percorrem as estradas de terra, em cortejos sagrados, a levar-me para missa de domingo, na igreja do nosso povoado. No púlpito adornado por um manto branco, bordado em linho, e engomado, avistarei o padre trajado ao rigor da época, com elegância e pudor. Como de hábito, ele fará a sua pregação com delicadeza religiosa, propondo que deixemos tombar as velhas mágoas. E Deus oferecendo-me ao findar dos dias, um perdoar sem conta, a renúncia da riqueza, a entrega ao irmão, sem nada pedir em troca... Depois do ritual religioso, seguirei com a família para o café matinal, e mesa posta com desvelo ardendo em pequenas devoções. Ali! Na casa dos meus pais, na estância encantadora da minha infância, que acolhia as almas fatigadas a servir-lhes o pão dos anjos, tentado salvá-las do desterro involuntário. Naquela casa da fazenda, era onde se devia viver, era onde se devia morrer! Nela havia apenas um telefone cujo número era 7. Um único aparelho, com um único número, dava conta de todos os recados! Das conversas cintilantes ou opacas. “- Alô. Engenheiro Passos 7”. E estávamos salvos das nossas desordens. E o cheiro do café recém-coado, e do bolo acabado de sair do forno, legitimando a nossa fé... Aquele lugar dava-nos a sensação de que foi onde aparece-
Se
Martha Carvalho Rocha
Capelinha de melão, é de São João. É de cravo, é de rosa é de manjericão.
NESTE MOMENTO DE DESFALECIMENTO DE ESPERANÇAS E DESMORONAMENTO DE MITOS PARECE EDIFICANTE REVISITAR O IMORTAL POEMA DE RUDYARD KIPLING. SUGIRO REPASSA-LO PARA OS FILHOS E DEMAIS JOVENS DA FAMÍLIA.
Somavilla
Se és capaz de manter tua calma, quando, todo mundo ao redor já a perdeu e te culpa. De crer em ti quando estão todos duvidando, e para esses no entanto achar uma desculpa. Se és capaz de esperar sem te desesperares, ou, enganado, não mentir ao mentiroso, Ou, sendo odiado, sempre ao ódio te esquivares, e não parecer bom demais, nem pretensioso. Se és capaz de pensar - sem que a isso só te atires, de sonhar - sem fazer dos sonhos teus senhores. Se, encontrando a Desgraça e o Triunfo, conseguires, tratar da mesma forma a esses dois impostores.
ram as primeiras manhãs, e os últimos crepúsculos. Um tempo colorido, a livrar-nos dos danos. O mundo cabendo em poucos alqueires, onde agora corre o sangue nos nossos ancestrais, encharcando aquele chão, de dignidade e brio. Do senso de justiça. O que nos deu a medida certa do existir: não ser nada! A que devemos Senhor, a honra de tal legado? Tentei passar para os meus filhos, o pendurar roupas no varal... o fiar ao entardecer,.. o gosto pelos entremeios e pelas conversas de cozinha. O respeito à tradição: “Ela que une os vivos e os mortos”. E a sinfonia das letras no silêncio dos livros ... e a música sacra reverberando... O carteiro trazia as cartas em envelopes sóbrios. Escrevê-las à mão, trocar correspondência, ir ao correio, era algo quase sensual. E as mensageiras do desconhecido, encontram-se agora mortas de papel passado. Como é difícil colocar esses assuntos em prosa, versos talvez lhes fizessem justiça.
CASA SARQUIS
Símbolo de distinção e confiança Brinquedos - Tecidos - Armarinhos Confecções - Cama e mesa
Telefones: 3354-2162 / 3354-7245
Como é difícil também, juntar as beiradas ásperas da terra subjugada. Assistir a humanidade rendendo-se, tão literalmente, ao desconhecido. Ao mundo das imagens construídas. Ao diamante que seduz – tesouro dado e retirado. Apuremos nossos ouvidos ao som dos refrões antigos... Lembra querido meu, da época que se dançava corpo no corpo, mãos bem postas, rostos colados e, eventualmente, luxuriosos? O bolero, o tango, o blues, a orquestra de Glenn Miller, deixando escapar “Moonligth Serenade”, que nos levava ao deleite? A valsa para se rasgar o salão. O cavalheiro chegando até á mesa, e pedindo ao pai da moça para entregá-la aos seus braços? E você, com sua fleuma, levando-me a bailar... E a poesia esmerilhando a vida, e não deixando ninguém sair ileso ao compô-la.
gh
Se és capaz de sofrer a dor de ver mudadas, em armadilhas as verdades que disseste E as coisas, por que deste a vida estraçalhadas, e refazê-las com o bem pouco que te reste. Se és capaz de arriscar numa única parada, tudo quanto ganhaste em toda a tua vida. E perder e, ao perder, sem nunca dizer nada, resignado, tornar ao ponto de partida. De forçar coração, nervos, músculos, tudo, a dar seja o que for que neles ainda existe. E a persistir assim quando, exausto, contudo, resta a vontade em ti, que ainda te ordena: Persiste! Se és capaz de, entre a plebe, não te corromperes, e, entre Reis, não perder a naturalidade. E de amigos, quer bons, quer maus, te defenderes, se a todos podes ser de alguma utilidade. Se és capaz de dar, segundo por segundo, ao minuto fatal todo valor e brilho. Tua é a Terra com tudo o que existe no mundo, e - o que ainda é muito mais - és um Homem, meu filho!
Joseph Rudyard Kipling (1865 -1936) foi um autor e poeta anglo-britânico, ganhador do prêmio Nobel de Literatura de 1909. É mais conhecido por seus livros “The Jungle Book” (1894), isto é, “O livro da selva”, adaptado pela Disney para o cinema como “Mogli, o menino lobo”; sua novela, “Kim” (1901); seus poemas, incluindo “If”, isto é “Se”(1910), que reproduzimos acima e seus muitos contos curtos, incluindo “O homem que queria ser rei” (1888).
10 - O Ponte Velha - Julho de 2014
A Mentira com responsabilidade - XVII Após abdução no caminho para Brasília, Krishna Simpson conta tudo em uma entrevista inédita. Para quem sentiu falta da participação de Krishna Simpson na última edição do Ponte, ele explica que não pôde escrever pois se encontrava abduzido por extraterrestres do planeta Maranhanius, exoplaneta recém-descoberto da constelação de Raposa Velha, a dois mil anos-luz de distância da Terra. Numa entrevista exclusiva com Gustavo Praça, ele conta o que aconteceu. Gustavo Praça: Krishna, afinal de contas, o que aconteceu no mês passado que você sumiu? Krishna Simpson: pois é, Gustavo, imagine você que eu estava na BR 040, faltando uns 50 quilômetros para chegar a Brasília, quando aconteceu... GP: pô, cara, mas aconteceu o quê? KS: era tarde da noite, eu vi uma luz azulada, muito forte, pairando uns vinte metros acima do carro. Foi a última coisa de que me lembro antes de voltar. GP: voltar de onde? KS: é uma longa história, Gustavo, mas vou tentar resumir aqui. É que eu viajava levando um cofre contendo um mega dossiê para entregar para o Joaquim Barbosa. GP: e o que tinha nesse tal dossiê? KS: documentos que simplesmente incriminariam mais da metade dos parlamentares brasi-
leiros. Cara, lá na capital só tem rabo preso. E parece que eu tô falando novidade... GP: certo, mas aí você viu a luz azul, não se lembra de mais nada, onde as coisas se ligam? KS: sabe aquela teoria dos reptilianos, os Ets do mal que mandam lá no Congresso Americano? Pois é, aqui no Brasil tem os maranhanianus, do planeta Maranhanius. Quem afirma isto é o famoso ufólogo Jacintho Doralino Rêgo, que escreveu o best-seller “A sarna das estrelas: alienígenas bigodudos no Brasil”. GP: mas como esse ufólogo sabe que os ets usam bigode? KS: pô, Gustavo, não faz pergunta difícil, não, deixa eu continuar. Eu entrei em contato com o Jacintho, e ele afirmou peremptoriamente que eu fui abduzido por seres dessa raça, que acabaram roubando meu cofre com a papelada dentro. E o pior que era tudo original, vai dar o maior trabalho fazer cópia da cópia de tudo, não vai dar mais tempo, o Barbosão já tá aposentando, vou botar essa informação na mão de quem? GP: pois é, aqui no Brasil não dá pra confiar em ninguém, tem gente até que duvida do próprio Barbosa... KS: alguém tem que ser honesto neste país, Gustavo. Quanto por cento? Talvez uns dez, ou cinco por cento de honestos, menos, sei lá... GP: mas você não me respondeu de onde voltou... KS: os caras complicaram a minha vida. Após a abdução, que durou alguns dias, acordei num campo de trigo na Inglater-
ra, perto de Stonehenge, bem no centro de um “crop circle”, os famosos círculos ingleses. Com a roupa do corpo, sem dinheiro nem documentos, fui andando até Londres. Chegando lá, fui tomar um cafezinho, encontrei o Edward Snowden, com quem fui falar. E o Snowden tinha uma passagem para o Brasil, ia perder a viagem, só deu tempo de eu contar minha aventura para ele, que prometeu ajuda internacional na divulgação do dossiê. GP: e como você voltou para o Brasil? KS: o Snowden me arrumou um de seus inúmeros passaportes falsos, além de comprar pra mim passagens para o próximo voo para o Brasil, no caso, para Porto Seguro. Lá em Porto, foi o tempo de comer um acarajé no calçadão da praia e conseguir uma carona de caminhão até aqui em Penedo. O motorista queria conhecer a Casa do Papai Noel e o Clube Finlandês.
Krishna Simpson GP: caramba, Krishna, que sorte. Mas que história, hein? Você acha que as pessoas vão acreditar nisso tudo? Você não tá delirando um pouco, não, fica lendo esse tal de Doralino Rêgo, esse cara deve ser meio esquisitão... KS: que isso, Gustavo, tá me estranhando? Não é nada disso. É tudo verdade, e eu tô pretendendo escrever um livro sobre o dossiê. O problema é que agora eu devo estar na marcação dos maranhanianus, os caras podem querer me raptar novamente a qualquer momento. Já pensou se me levam pra esse tal planeta Maranhanius? O Jacintho afirma que grande parte da civilização de lá sofre de uma grave doença chamada roseanose grudenta, que causa uma coceira insuportável. GP: e o cofre com os papéis, será que foi destruído? KS: não acredito. Eles devem ter guardado para usar num momento oportuno, contra inimigos políticos. Lá no planalto é cobra comendo cobra, cê sabe, né... GP: vem cá, então o Snowden tá no Brasil? Ele te disse o que vinha fazer aqui? KS: o homem agora é reitor da Universidade de Glasgow, veio dar uma conferência intitulada Adminstração Honesta de Recursos Públicos para as Universidades Federais. Ainda bem que não vai ser em Brasília, já pensou se o cara é abduzido também?...
Vendemos pelo Construcard da CAIXA e pelo CDC do Banco do Brasil
para endas Encom téis Ho
Entrega e m domicili o
Pão integral com linhaça, Granola caseira, Arroz integral cateto, Açúcar demerara, Mascavo e outros produtos 24 . 3351-1881 / 9851-1164
donafarinhapenedo@gmail.com
24 . 3351 2072 Av. Casa das Pedras (a 800m do Portal de Penedo)
Emergência maior O Hospital de Emergência em Resende deve ter sua capacidade triplicada com o cadastramento de projetos para liberação de emendas parlamentares que somam R$ 7 milhões de recursos para obras, que vão permitir a criação de 100 novos leitos e novas enfermarias. Segundo o secretário de Saúde, Daniel Brito, o investimento tem como objetivo principal reduzir o déficit de leitos de Resende e melhorar o atendimento aos pacientes. - Hoje, temos uma taxa de ocupação média de 90%, o que é muito alto, e diminui a qualidade do serviço e aumenta riscos de infecção. Com os novos leitos, vamos ter enfermarias especializadas, como cirúrgica, ortopédica, de neurocirurgia, entre outras - explicou Brito. A Prefeitura incluiu também o Hospital como porta de entrada de urgência e emergência do Médio Paraíba. O Hospital de Emergência é o polo de atendimento de urgência e emergência também dos municípios de Porto Real, Quatis e Itatiaia - destacou o secretário de Saúde.(Com PMR) Contraponto- O louvável esforço para ampliar a oferta de leitos perde méritos quando pensamos que a medicina preventiva e suplementar fica à margem das verbas. Sem saneamento básico, auxiliado por fitoterapia, homeopatia e acupuntura, não haverá dinheiro que chegue para suprir a indústria da doença.
Julho de 2014 - O Ponte Velha - 11 Marcos Cotrim
Nacionalismo ou Patriotismo?
O título da coluna remete a uma conferência dada por Gustavo Corção (1896-1978) em 1960. O texto circulara em artigos que desenvolviam as ideias apresentadas no Conselho Nacional de Comércio em palestra de julho de 1957, por sua vez provenientes de capítulo do livro Fronteiras da Técnica (1954). O Brasil ainda vivia na inércia do populismo varguista, então agravado pelo de JK. O nacionalismo andava solto pelos ares, transformado em emblema - naquele tempo havia flâmulas... - após a vitória dos “aliados” na segunda grande guerra. O nacionalismo possui uma nota romântica que Corção tentou evidenciar; um tom de utopia que desenraizava o Brasil do solo de seus valores mais originários. Em linguagem de hoje, patriotismo seria “sustentável”, posto que firmado sobre uma ética da honestidade, em que santos e heróis seriam os modelos, a Eternidade seria o fim, e a Providência a causa maior. Mas isso era nos tempos em que a metafísica tinha ouvintes... Historicamente, o nacionalismo é fruto das revoluções modernas, de modo mais imediato, da francesa de 1789. Esta derrubou um tirano monárquico e gerou milhares de tiranos republicanos. Derrotou uma aristocracia preguiçosa e parasitária, que onerava o tesouro; menos entretanto, do que a burguesia ambiciosa que tem aviltado as funções de governo. Bem comum passou a ser a soma de bens individuais, o que, sufoca a solidariedade social e inviabiliza a existência de uma autêntica burocracia de servidores públicos. Desde Sócrates, seu formulador principal nas origens do Ocidente, a ideia de patriotismo não se ligou a uma etnia, a uma localização geográfica, ou um partido. Seu fundamento é que uma língua, um espírito e uma história comuns são a projeção histórica de valores perenes. Corção via na exaltação ufanista dos bens naturais ou culturais, um exagero nacionalista, que não raro desandava em xenofobia e, no extremo, em fundamentalismo político.
A paciente construção do cotidiano, fermentada no seio das famílias e dos serviços, sim, formaria o tecido social do “povo”. Sua deturpação nacionalista isentaria as pessoas de responsabilidades básicas, e as agruparia em “massa”, entidade que abdica de seus poderes naturais nas mãos de um régulo, um caudilho, um líder com feições messiânicas. Em suma, nacionalismo seria o reino da irracionalidade, em que paixões de poder assumem o governo, mudando o político em tirano. O populismo daí derivado não passaria de uma obsessão pagã, uma superstição. Uma idolatria. Patriotismo é quando o amor por seu próprio povo vem primeiro; nacionalismo, quando o ódio pelos demais povos vem primeiro. Charles de Gaulle
Para o pensador carioca, o patriotismo seria uma obrigação de justiça social: dar ao antepassado, o que é dele, a saber, um lugar na história que prolonga as bênçãos do 4o mandamento: “Honrar pai e mãe”. Daí decorre a vida, que não pode ser roubada às futuras gerações. Tanto os debates sobre 1964 quanto sobre a Copa ou sobre as próximas eleições passam ao largo dessa distinção entre patriotismo e nacionalismo. Instituições políticas, militares e educacionais, relativamente jovens no Brasil, têm sido pautadas pelo nacionalismo, que não raro se extrema, provocando reações liberais não menos danosas. Isso nos faz carentes de estadistas, heróis e cientistas, figuras que só ganham corpo no seio das tradições pátrias, podendo então contribuir para a humanidade. Ao recordar essas distinções, Corção não se prestava ao papel de funcionário das “direitas” nem dos “liberais”. Era porta-voz de uma tradição muito antiga e venerável, construída por milhões de anônimos cidadãos da Cidade de Deus.
Parece tão atual o que mestre Corção assevera no trecho da conferência a seguir transcrito...!
Esta invocação é uma Prece Mundial Expressa verdades essenciais. Não pertence a nenhuma religião, seita ou grupo em especial. Pertence a toda humanidade como forma de ajudar a trazer a Luz Amor e a Boa Vontade para a Terra. Deve ser usada frequentemente de maneira altruísta, atitude dedicada, amor puro e pensamento concentrado.
A Grande Invocação Gustavo Corção Braga aos 48 anos
“O fato é que está sendo ministrado ao povo brasileiro, às vezes com o concurso de verbas concedidas pelo tesouro nacional, o pior dos serviços, que é o de convencer às multidões que o nosso atraso vem de fora, e que a causa principal de nosso sub-desenvolvimento está nas manobras dos agentes internacionais e não em nossa própria incúria, e não na irresponsabilidade de nossos dirigentes. Os que não têm confiança inabalável e incondicional nos gloriosos destinos da Pátria, esses tratarão de trabahar, de fazer força, de cumprir o dever, de denunciar os escândalos, tudo isto com o objetivo patriótico de trazer uma contribuição para a glória e para a riqueza do Brasil. O fato de acharmos ser preciso trabalhar e vigiar para um dia sermos grandes é apontado como derrotismo mórbido pelos que desde já sacam por conta sua grossa parte da glória e da riqueza.”
Desde o ponto de Luz na Mente de Deus, que aflua Luz às mentes dos homens. Que a Luz desça à Terra. Desde o ponto de Amor no Coração de Deus, que aflua Amor aos corações dos homens. Que aquele que vem volte à Terra. Desde o Centro, onde a Vontade de Deus é conhecida, que o propósito guie as pequenas vontades dos homens. O propósito que os Mestres conhecem e a que servem. Desde o centro a que chamamos raça humana, que se cumpra o plano de Amor e Luz. E que se feche a porta onde mora o mal. Que a Luz, o Amor e o Poder restabeleçam o Plano Divino na Terra. Unidade de Serviço para Educação Integral Av. Nova Resende, 320 – sala 204 CEP: 27542-130 – Resende RJ – Brasil Tels(0xx24) 3351 1850 / 3354 6065
Posto Avenida Bob`s CREDIBILIDADE
Seu carro agradece e seu paladar também
12 - O Ponte Velha - Julho de 2014
Fala, Zé Leon! - Poxa, Dona FIFA
Não é por nada não, mas acho que o emprego mais mole hoje no país é o de técnico da seleção brasileira. Qualquer resultado negativo de 2 x 0 já é um bom negócio. Poxa, dona FIFA, no Ponte do mês passado eu, humildemente, vi pedir desculpas pelas mazelas de nossa preparação e o que vi depois de 31 dias? Um povo alegre e ordeiro, tudo correndo as mil maravilhas, até os aeroportos funcionando, o trânsito fluindo bem e a senhora, que vergonha, passando a mão na cabeça de uma quadrilha de venda de ingressos. Que feio. Não sei se essa foi a Copa das Copas, pelo menos para o Brasil não foi: bateu todos os recordes negativos de uma edição: maior goleada em semifinais, defesa mais vazada, o Julio César entra para a história como o goleiro que mais tomou gols defendendo o Brasil, até o recorde do Ronaldo fofômetro foi batido. E o mais impressionante: quem levou a joelhada foi o Neymar mas quem ficou inutilizado foram 11 jogadores. Nem a medicina mais moderna explica isso.
Garrincha na Copa de 62
E foi a Copa das vaias para a Dilma. Na abertura, em São Paulo, os petralhas acusaram a “elite branca”. E no maraca? A elite do Alzirão? Mas nada que os alarmistas temiam, e os ingleses, eliminados logo na primeira fase, se apavoravam, aconteceu. Não teve protestos, não teve convulsão social, não teve arrastão nas praias – só de argentinos, e nem ladrão aguenta argentino dizendo que o Maradona é melhor do que o Pelé. O tic tac espanhol voltou a ser uma bala refrescante, teve japonês levando saco de plástico para os estádios e recolhendo o lixo depois do jogo, teve a
Joel Pereira
Advogado - OAB.RJ - 141147 Av. Ten. Cel. Adalberto Mendes, 21/201 CEP: 27520-300 - Resende - RJ
Dr. Maurício Diogo Cirurgião Dentista - CRO-RJ 10689
Implantodontia
Especialista em implantes e prótese sobre implantes Resende Shopping - Torre 2 - sala 602 - Tel: (24) 3385.1474
Zé Leon
Holanda bebendo todas e goleando a Espanha, teve mordida de jogador, teve a pior abertura de Copa do Mundo que já vi, teve a quase pior festa de encerramento de Copa do Mundo que já vi – padrão Fifa é com o dinheiro dos outros. Não teve discurso do Chefe de Estado na abertura, pelo menos o “declaro aberto o mundial”, coisa que nunca antes aconteceu numa Copa, e ainda teve aquele coralzinho bem tradicional quando o juiz de futebol erra contra um time. Cantinho de Porto Real Cada vez Porto Real me surpreende mais. Agora eu descobri que lá, o programa de atendimento às pessoas com problemas mentais, seja por nascença, drogas ou alcoolismo, ao invés de as deixar perambulando pelas ruas, fazem teatro, oficina de cinema, pintura em tela, e convivem e são todos amigos. E eu termino essa coluna com uma pergunta que não que calar: mas que diabo a Dona Dilma quis dizer com “o meu governo é padrão Felipão”? Cartas para a redação.
As ameaças à Mantiqueira Reproduzimos o Blog Ambiente Regional, editado por Luis Felipe César, que entrevistou Julio Cesar Antunes Botelho, analista ambiental e chefe substituto da Área de Proteção Ambiental da Serra da Mantiqueira (APASM). AR: Na recente reportagem publicada no Estadão você se refere à mineração como a ameaça mais visível, por conta do seu efeito na paisagem, mas afirma que os problemas mais graves enfrentados pela APA são a especulação imobiliária e as queimadas. Seria possível ampliar este seu comentário com alguns dados e o que mais considere pertinente? JCAB: O problema em relação à mineração na APASM atualmente se dá basicamente em relação à paisagem, já que em termos de área ocupada ainda é muito pouco, ou seja, a exploração ainda é pequena. [...] como se sabe, devido à falta de pessoal e a “ausência” do Estado não temos tido pernas para prevenções com mais acuidade. AR: Onde a especulação imobiliária é mais intensa e quais seus impactos? JCAB: Quanto ao problema da especulação imobiliária, é o assunto que atualmente nos causa maior preocupação. Devido à ausência do INCRA e do Município, vários são os condomínios rurais que estão surgindo no interior da APASM. Os parcelamentos têm ocorrido abaixo do módulo mínimo rural, diretamen-
te ligado ao INCRA, com vendas a pessoas que não são da região, principalmente paulistas e cariocas. Não se trata aqui daquele parcelamento familiar, havidos por herança ou pela ocupação do terreno do pai ou parente, o que naturalmente dá origem a bairros rurais. As consequências são: aumento da captação de água nas nascentes e a consequente instalação de conflitos de uso da água; a poluição dessas águas por esgoto, o aumento do bosqueamento para instalação dos quintais, sendo principalmente com a instalação de gramados onde era o sub-bosque, tornando a floresta vazia e impossibilitando a sucessão natural da vegetação; ocupação de áreas de APP - normalmente a instalação dos gramados ou das residências se dá nas beiras dos cursos d’água. Um dos agravantes é que aparentemente tem-se a impressão de que a floresta está ali, o que não é verdade. Temos trabalhado diretamente com o Ministério Público Federal e como o Estadual para barrar esses parcelamentos há mais de dois anos, mas muito ainda se tem a fazer. AR: Onde ocorrem mais queimadas, extensão das áreas afetadas e dificuldades para o combate e a prevenção? JCAB: Quanto às queimadas tem-se uma maior incidência na região do entorno do Parque Estadual da Serra do Papagaio. Pelo modo do fazer agrícola o uso do fogo é bastante comum na região. No Estado do RJ, Resende tem maiores incidências. Neste ano estamos muito preocupados, há muito material e a previsão em relação às chuvas não é nada animadora.