Corumbรก - MS
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Corumbá - MS Lobo-guará O lobo-guará (nome científico: Chrysocyon brachyurus), também conhecido como guará, aguará, aguaraçu, lobo-decrina, lobo-de-juba, lobo-vermelho ou simplesmente lobo, é uma espécie de canídeo endêmico da América do Sul e único integrante do gênero Chrysocyon. A espécie não está diretamente ligada a nenhum outro gênero de canídeos e aparentemente é uma relíquia da fauna pleistocênica da América do Sul, que desapareceu, na maioria, após a formação do Istmo do Panamá. De uma população total estimada em 23 600 indivíduos, cerca de 21 746 encontram-se no Brasil, 880 no Paraguai e 660 na Argentina e provavelmente não mais de 1 000 animais na Bolívia. De acordo com a União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN), o estado de conservação da espécie é pouco preocupante, mas no Brasil o lobo-guará é considerado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) uma espécie ameaçada de extinção, com estado de conservação vulnerável.
Lobo-guará
Estado de conservação
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Corumbá - MS Quase ameaçada (IUCN 3.1) Classificação científica
Reino:
Animalia
Filo:
Chordata
Classe:
Mammalia
Ordem:
Carnivora
Família:
Canidae
Género:
Chrysocyon Smith, 1839
Espécie:
C. brachyurus
Nome binomial Chrysocyon brachyurus Illiger, 1815 Espécie-tipo Canis jubatus Smith, 1839 Distribuição geográfica
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Sinónimos Canis brachyurus Illiger, 1811 Canis campestris Wied-Neuwied, 1826 Canis isodactylus Ameghino, 1909 Canis jubatus Desmarest, 1820 Vulpes cancrosa Oken, 1816
Etimologia "Lobo" origina-se do latim lupus. "Guará" e "aguará" se originaram do tupi agoa'rá, "pelo de penugem". "Aguaraçu" veio do termo tupi para "guará grande". O nome do gênero, Chrysocyon, deriva do grego e significa "cão dourado”. [Carece de fontes] Guará vem do tupi e significa "vermelho”. ]
Taxonomia e evolução O lobo-guará foi descrito em 1815, por Johann Karl Wilhelm Illiger, inicialmente como Canis brachyurus. Lorenz Oken o classificou como Vulpes cancrosa, e somente em 1839, Charles Hamilton
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Corumbá - MS Smith descreveu o gênero Chrysocyon. Posteriormente outros autores o consideraram como integrante do gênero Canis. Árvore filogenética do lobo-guará, segundo Lindblad-Toh et al. (2005) Cachorro-do-mato-de-orelhas-curtas Cachorro-do-mato
Raposa-do-deserto-peruana
Raposa-colorada
Graxaim
Raposa-cinzenta-argentina
Raposa-de-darwin
Raposa-do-campo
Lobo-guará
Cachorro-do-mato-vinagre
Apesar já ter sido classificado nos gêneros Canis e Vulpes, graças a suas semelhanças morfológicas, o lobo-guará não está intimamente relacionado a estes gêneros. Estudos moleculares não demonstraram relações do gênero Chrysocyon com estes canídeos. O lobo-guará é considerado um dos canídeos endêmicos da América do Sul, juntamente com o cachorro-do-mato (Cerdocyon thous), o cachorro-vinagre (Speothus venacitucs) e o gênero Lycalopex. Tal grupo é monofilético baseando-se em estudos genéticos, apesar de estudos morfológicos incluir Nyctereutes procyonoides, que é originário da Ásia.
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Corumbá - MS Um estudo comparando a anatomia cerebral de vários canídeos, publicado em 2003, colocou o loboguará junto à raposa-das-falkland (Dusicyon australis) e o gêneroPseudalopex. Mesmo estudos moleculares corroboram a hipótese de o lobo-guará ter um ancestral comum exclusivo com a raposadas-falkland, que viveu há aproximadamente 6 milhões de anos. Entretanto, estudos genéticos recentes situam o lobo-guará como mais próximo filogenéticamente do cachorrovinagre (Speothos venaticus), formando um clado que é grupo-irmão de outro em que se contém os outros canídeos sul-americanos, como o cachorrodo-mato-de-orelhas-curtas (Atelocynus microtis), o Guaraxaim (Cerdocyon thous) e as espécies pertencentes ao gêneroPseudalopex. Tal clado divergiu dos outros canídeos sul-americanos cerca de 4,2 milhões de anos atrás, e os gênero Chrysocyone Speothos divergiram cerca de 3 milhões de anos atrás. Fósseis de lobo-guará originários do Holoceno e do Pleistoceno Superior foram escavados no Planalto Brasileiro.
Distribuição geográfica e habitat O lobo-guará habita as pradarias e matagais da América do Sul central, com distribuição geográfica indo desde a foz do rio Parnaíba, no nordeste do Brasil, passando pelas terras baixas da Bolívia, o oeste dos Pampas del Heath, no Peru e o chaco paraguaio, até o estado brasileiro do Rio Grande do Sul. Evidências da presença do lobo-guará na Argentina podem ser encontradas até o Paralelo 30, com avistamentos recentes em Santiago del Estero. Provavelmente, o lobo-guará ainda ocorre no Uruguai, dado que um espécime foi avistado em 1990, mas desde então não há registro da espécie no país. O habitat do lobo-guará se caracteriza principalmente por campos abertos, com vegetação arbustiva e áreas de bosque com o dossel aberto. Também pode ser encontrado em áreas que sofrem inundações periódicas e campos cultivados pelo homem. Aparentemente, o lobo-guará prefere ambientes com baixa quantidade de arbustos e vegetação pouco densa. Áreas mais fechadas são utilizadas para descansar durante o dia. Apesar de ser mostrado que a espécie pode ocorrer em ambientes altamente alterados pelo homem, é necessário que se faça mais estudos a fim de se quantificar qual o grau de tolerância do lobo-guará às atividades agrícolas.
Descrição O lobo-guará é o maior canídeo da América do Sul, tendo entre 95 e 115 cm de comprimento, com uma cauda medindo entre 38 e 50 cm de comprimento. Pesa entre 20,5 e 30 kg.É um animal difícil de
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Corumbá - MS confundir com os outros canídeos sul-americanos, dado suas longas e finas pernas, densa pelagem avermelhada e grandes orelhas. A pelagem do corpo varia do vermelho-dourada ao laranja e os pelos da nuca são arrepiados e pretos. A parte inferior da mandíbula e a ponta da cauda são brancos. O formato da cabeça se parece muito com de uma raposa, com um focinho esguio e grandes orelhas. Assim como observado no cachorro-vinagre (Speothos venaticus) o rinário se estende até o lábio superior, mas as vibrissas são mais compridas no lobo-guará. A forma esguia dessa espécie provavelmente é uma adaptação ao deslocamento em áreas abertas cobertas por gramíneas.
O lobo-guará é o maior canídeo da América do Sul.
Comportamento e ecologia Diferentemente dos lobos, esta espécie não forma alcateias e tem hábitos solitários, juntando-se apenas em casais durante a época de reprodução. O lobo-guará caça pequenos mamíferos, roedores e aves. Mas a sua dieta tem uma forte componente onívora. Estes animais são bastante dependentes da lobeira (Solanum lycocarpum) e estabelecem, com esta planta, uma relação simbiótica: sem os frutos da lobeira, o lobo-guará morre de complicações renais causadas por nemátodos. Em contrapartida, o guará tem um papel fundamental na dispersão das sementes dessa planta. O lobo-guará caça preferencialmente de noite, mas em época de reprodução é comum procurar alimento durante o dia.
Reprodução A gestação dura em média 65 dias e resulta em ninhadas de até seis crias sendo dois o número médio de crias que nascem entre junho e setembro. Os filhotes tem pelagem completamente preta, exceto pela ponta da cauda, cuja pelagem é branca, e pesam entre 340 e 410 g. Os lobos-guará atingem sua maturidade sexual com um ano de idade. O lobo guará tem seus filhotes somente no mês de junho e quando nascem a fêmea não sai da toca e é alimentada pelo macho.
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Corumbá - MS Conservação Embora o atual estado de conservação da espécie, de acordo com a IUCN, seja pouco preocupante, a médio prazo o lobo-guará corre risco de extinção na natureza, em função do declínio populacional e da extrema fragmentação da área de ocupação. [Carece de fontes] No Brasil, de acordo com o ICM Bio, o lobo-guará é considerado uma espécie ameaçada de extinção, com estado de conservação vulnerável, sendo ainda objeto de um plano de ação nacional cujo objetivo é a sua conservação. O lobo-guará ocorre em várias áreas protegidas na Argentina, no Brasil, na Bolívia, no Paraguai e no Peru. Na Argentina está classificada entre as espécies em perigo (EN). Sua caça é proibida no Brasil, Paraguai e Bolívia. As principais ameaças ao lobo-guará vêm da conversão de terras para agricultura, do fato de ser susceptível a doenças de cães domésticos, que competem com eles por alimento, e de acidentes, como atropelamentos em estradas. Uma fêmea de lobo-guará, que fora atropelada, passou por um tratamento com células-tronco no Zoológico de Brasília. Este foi o primeiro caso registrado do uso de células-tronco para curar lesões num animal selvagem.
Estudos ecológicos e de variabilidade genética da espécie são desenvolvidos em várias instituições de pesquisa brasileiras, das quais pode-se citar a Associação Pró-Carnívoros, CNPq, a União de Ensino do Planalto Central, a USP, a Fundação Zoobotânica de Belo Horizonte, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente, a EMBRAPA e a Universidade de Brasília. [Carece de fontes] De uma população total estimada em 23 600 indivíduos, cerca de 21 746 encontram-se no Brasil, 880 no Paraguai e 660 na Argentina. O número de indivíduos na Bolívia provavelmente não excede os 1 000 animais.
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FIM!!!
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