Econews 2012

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Editorial A Revista Econews, em sua quinta edição, é resultado do trabalho coletivo das turmas de sétima série do Colégio Evangélico Alberto Torres – Lajeado/RS, no componente curricular o Homem e o Meio Ambiente. Através da escolha de temáticas relacionadas às questões ambientais, os alunos são instigados a buscar respostas aos seus questionamentos, tanto em fontes bibliográficas como em campo. Convidamos você, caro leitor, a compartilhar o resultado de nossas descobertas so-

Expediente Colégio Evangélico Alberto Torres Rua Alberto Torres, 297 Lajeado-RS - 95900-000 Fone: (51) 3748-7000 E-mail: imprensa@ceat.net Site: www.ceat.net

bre composição, contaminação e compactação dos solos, legislação ambiental, desflorestamento, processo de erosão, queimadas, extração de recursos naturais, medicina alternativa, Código Florestal, poluição sonora, lixo, animais em cativeiro e contaminação das águas. Boa leitura! Juliana Schwingel Gasparotto

Econews - 5ª Edição é a revista experimental produzida pelos alunos da 7ª série de 2012 do CEAT Diretor: Rodrigo Ulrich Professores: Juliana Gasparotto Projeto Gráfico e Diagramação: Nicole Morás


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Falando de solo, falando de leis O solo é um dos principais suportes das atividades e habitação dos humanos. Por tanto é frágil e há um fim! De acordo com Ana Carolina Giacomin, que trabalha na Secretaria do Meio Ambiente de LajeadoRS, não há muitos casos de desrespeito à legislação que cuida do solo, mas existem normas de instalação para indústrias. Em Lajeado, não há um bairro que não cumpra “as leis”, todos seguem o plano diretor que especifica alguns regulamentos. A prefeitura está com o projeto de lei Nº 107-04/2012, que trata sobre as condições de

uso e ocupação do solo. Para a instalação ou qualquer obra será necessariamente obrigatória a observação do traçado urbano, as características das ruas e as quadras, que envolvem a construção, entre outros regulamentos. Para ter uma área a fim de colocar lixo – aterro, deve-se fazer um estudo técnico do local para examinar as características do solo e também dos aspectos ambientais do mesmo. Só depois é que pode ser utilizado para esse fim. Assim como para construir uma indústria, precisa-se de uma análise do solo, para ver se não há impedimentos no local.

Bianca V. G. Folgiarini Jordana Thomas Marthina P. Johann Ruan Boghardt Pimentel


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Nossa vida em jogo A água é a nossa principal fonte de sobrevivência e, atualmente ela vem sendo afetada intensamente pela poluição. No mundo 6,3% das mortes ainda são causadas pela má qualidade da água. Para mudar essa situação, podemos começar contribuindo com a despoluição e preservação no nosso Rio Taquari. No artigo a seguir, falaremos quais são os principais poluentes, como está a situação atual do Rio, o que já está sendo feito para mudar esse problema e como cada um de nós pode contribuir para ter um rio mais limpo. O Rio Taquari, com denominação Rio das Antas, nasce pouco mais de 50 km ao leste da Cidade de Bom Jesus em São José dos Ausentes, no nordeste do Rio Grande do Sul, abrangendo uma área de 26.428 km2. Apesar da grande extensão que possui o rio, suas águas se encontram na classe 4, quanto ao grau de poluição, de acordo com as medições

do CONAMA (Conselho Nacional do Meio Ambiente). Essa classe não é nada boa! Segundo a Secretária Executiva do Comitê Taquari-Antas, Cíntia Agostini, águas assim podem causar muitas doenças de veiculação hídrica, citando como exemplo a cólera que traz como sintomas a diarréia e o vômito. Estas doenças podem ser adquiridas por quem se banha nas águas , devido às bactérias, fungos e vírus que lá existem. Para tornar essa água potável , mostrase necessário usar muitos produtos químicos, que não fazem muito bem para a saúde e acabam por deixar a água com um gosto ruim. Entretanto, para o Rio ter chegado nessa situação, não foi do dia para a noite, demorou muito tempo. Os primeiros colonizadores da nossa região se estabeleceram nas margens do rio. A sociedade foi crescendo, evoluindo, criando indústrias e produzindo cada vez mais efluentes, que acabaram e acabam parando

no rio. Portanto, suas principais fontes de poluição são efluentes domésticos e industriais, além de resíduos sólidos, muitas vezes trazidos pelas enchentes. Contudo, aos poucos as pessoas começam a se conscientizar da importância que o Rio tem e, por causa disso, hoje existem fundações, entidades, ações e ONGs como a Fundação Pró-Rio Taquari e a ação Viva o Taquari Vivo, que têm por objetivo diminuir a poluição do rio e melhorar a sua condição. Elas são essenciais para que o Comitê de Gerenciamento da bacia hidrográfica Taquari-Antas atinja a meta de, daqui há 20 anos, conseguir que as águas do nosso rio passem de classe 4 para classe 2. A organizadora e voluntária da ação Viva o Taquari Vivo, Gilmara Scapini, foi entrevistada no dia 25 de setembro de 2012, na Secretaria da Educação de Lajeado. Ela disse que o que a motivou a participar dessa ação


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Cíntia Agostini - Secretária Executiva do Comitê Taquari-Antas

foi o fato de que nossa sociedade precisa se conscientizar dos problemas do Rio Taquari. “Todos precisam ter consciência preservacionista.” Esse projeto existe desde 2007 e em 2012, ocorreu a sexta edição, com o objetivo de ensinar como cuidar e preservar o Rio Taquari. Durante todo o ano, ela e outras pessoas envolvidas com o projeto, fazem palestras, jornadas técnicas ambientais, seminários nas escolas, além de, uma vez ao ano, recolherem o lixo das margens do rio. Neste ano, mais de 600 voluntários participaram, com o aumento de mais de 50% de voluntários, se comparado com o ano passado. A cada ano, aumenta o número de pessoas que se dispõe a ajudar na coleta de lixo. Nessa sexta edição, foram recolhidos 4.512 kg de lixo. Ano passado, foram recolhidas 5.512 kg. Houve uma redução de 1,19 toneladas de lixo. Este é um problema sério, a poluição do rio além de prejudicar a natureza, resulta em prob-

Organizadora e voluntária da ação Viva o Taquari Vivo, Gilmara Scapini

lemas para nós. Felizmente, sabemos que muitas pessoas estão se dedicando com projetos, aulas e oficinas de conscientização em escolas, e trabalhos voluntários para poder melhorar as circunstâncias em que o Rio Taquari se encontra. Tudo o que estão fazendo para despoluir o rio é muito importante, mas o compromisso com a saúde do rio precisa ser geral para que tudo funcione.

Carolina Kolling Konzen Lara Giovana Zanella Laura Faleiro Kirchheim Stéfany Carrasco Castro Araujo


O problema do lixo em Lajeado está sendo resolvido? Como nós já sabemos, todo o ser humano em seu cotidiano, produz uma certa quantidade de lixo, dependendo da idade, de seu poder aquisitivo etc. Este lixo é dividido em dois grandes grupos: os dejetos e as águas servidas, que devem ser tratados nas residências com as “fossas de decantação” e, o outro grupo que é o lixo chamado de “resíduos sólidos”. Estes por sua vez, podem ser classificados em lixo orgânico e recicláveis. A importância de termos aterros sanitários, uma adequada coleta do lixo, juntamente com a educação da população em destinar corretamente seus resíduos faz diminuir problemas no meio ambiente tais como: multiplicação de insetos nocivos e agentes causadores de doença, poluição nos rios e obstrução de bueiros que geram alagamentos, causando transtornos. O lixo orgânico, quando recebe tratamento adequado (compostagem), transforma-se em adubo e pode ser aproveitado como fertilizante nas hortas e jardins, melhorando a produção primária, deixando de ser um problema para o meio ambiente. Da mesma forma, o lixo “seco”, quando coletado adequadamente, pode ser reciclado para utilizá-lo novamente. Esta prática gera riqueza, pois em toda a cadeia da reciclagem, alguém ganhará algum “valor” , ao mesmo tempo, tendo material reciclável para produzir novas embalagens

e produtos, deixaremos de utilizar matéria prima virgem que é extraída da natureza. Para causarmos menos impactos ao meio ambiente é importante que o poder público e a sociedade estejam bem sincronizados, isto é, cada um fazendo a sua parte corretamente, ou seja, as pessoas em suas residências procurando produzir a menor quantidade de lixo possível e classificando-o corretamente. Ao poder público cabe coletar este material de forma correta e dar um destino adequado a este material. Em entrevista com a Ana, funcionária da Secretaria do Meio Ambiente de Lajeado, constatamos que muito ainda deve ser feito, mas grande parte já está feita, pois o município já está investindo na conscientização da população para separação do lixo orgânico e do “seco”. A entrevistada relata que o município investiu pesado neste ano, na conscientização dos adultos: “nós íamos nas escolas e convencíamos as crianças, porém quando elas chegavam em casa e falavam para os pais selecionarem o lixo, eles diziam que isto era uma bobagem. Além disso, estamos espalhando folhetos para alertar quando é feita as coletas do lixo seletivo. Outra maneira de alertarmos os moradores é por meio de imãs de geladeira, que avisam o dia da coleta que será feita no bairro.” É importante ressaltar que

a coleta do lixo seco é feita uma vez por semana em cada bairro, este tipo de lixo tem o seu destino na central de triagem, que se localiza junto ao aterro sanitário. Lá ocorre a separação dos mesmos e posteriormente é encaminhado para as indústrias de reciclagem. O lixo orgânico é recolhido todos os dias, com exceção de domingos, na área central da cidade. Nas regiões periféricas, a coleta é feita três vezes por semana, em dias alternados. Este material é destinado para o aterro sanitário e na central de triagem é classificado; os que são orgânicos são destinados para o aterro sanitário. O aterro sanitário (célula) é construído de tal forma que permite a decomposição do material orgânico e a coleta do chorume, líquido que resulta da decomposição. O material sólido é coberto de terra e compactado de tempos em tempos, e o líquido é conduzido para lagoas de decantação onde será tratado até apresentar condições de voltar para os rios sem prejudicar a natureza. Constatamos que muito foi feito, mas ainda tem muito a fazer! Foto retirada de: http://sustentabilidadelajeadense.blogspot. com.br/2011/08/aterro-sanitariode-lajeado.html

Arthur Gascon Zanon Arthur Soletti


A vida de animais em cativeiro natureza. 2. O que se faz para que se considere ilegal algum animal? Para ser ilegal a pessoa pode Entrevista realizada com o Soldado Dari da PATRAM de não ter a licença ou falsificá-la. Estrela/RS sobre animais em cat- Quando falsificada é considerado como crime federal. iveiro: 1. O que se deve fazer para se legalizar um animal ? Você tem de pedir Licença para o IBAMA para ter o animal exótico, mas não tem como ser legalizada quando o animal é retirado da

raridade, mais cara vai ser a multa do infrator. 4. O que acontece com os animais quando são descobertos? Depois de descoberto, o animal vai ser encaminhado para o veterinário para fazer a checagem. Se estiver em condições de viver na natureza, ele será solto.

5. E se não são descobertos? Se não forem descobertos, muitas vezes os animais serão comercializados para serem animais 3. Quais são as penas que aconte- domésticos. cem com o infrator nesse caso? O infrator vai ter de pagar uma multa de R$ 500,00 a R$ 5.000,00 Daniel Sporh Christ reais por animal. A multa é dada Frederico de Carvalho Lima a partir do visto de extinção e do Matheus Oppermann Elter visto de exótico, quanto maior a


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A vida de animais no solo O solo, além de sustentar o crescimento de plantas, também sustenta a vida animal que vive em buracos ou tocas. E n tre eles estão roedores, tuco-tuco, minhocas, formigas, cupins, lesmas, caracóis, besouros, larvas de insetos, centopéias, tatuzinhos-dejardim e gongolos. Há também os animais maiores como tatus, coelhos, ratos, topeiras, lagartos e cobras. No solo também são encontrados microrganismos como bactérias, protozoários e fungos que se alimentam de restos de vegetais ou animais. FALANDO COM UM PROFISSIONAL Falando com a professora de biologia Elizabete T. Dacroce, descobrimos que, não somente os animais são importantes para o solo, outros seres microscópicos também são, tais como os fungos e as bactérias. Estes seres são decomposições, que atuam sobre a matéria morta promovendo a sua degradação. Dizemos que os fungos e as bactérias são responsáveis pelo fluxo de matéria cíclica. Se estes seres não existissem, a vida terminaria no planeta, porque sem nutrientes no solo as plantas morreriam e elas constituem a base da cadeia alimentar. Um animal que traz húmus para o solo é a minhoca

Integrantes do grupo conversando com a professora de biologia Elizabete.

que cientificamente é conhecida como anelídeo. A minhoca é um animal detritívoro (se alimenta de detritos/restos). No solo também existem nematódeos (vermes), que se alimentam de matéria orgânica. Também existem os que se alimentam de coisas mortas, como os necrófagos. As fezes dos animais, também podem ajudar no reflorestamento natural, trazendo sementes e adubando o solo. Os animais também são polinizadores, possibilitam a fecundação das plantas. A maioria dos seres que vivem no solo é aeróbia (precisam de oxigênio para sobreviver).

CONCLUSÃO Durante todo este tempo de pesquisas, chegamos à conclusão que os animais que vivem dentro do solo, são também muito importantes, pois eles partem os restos das plantas em pedaços muito pequeninos e, posteriormente, as plantas utilizam como alimento. É muito importante estudarmos isso, pois assim adquirimos mais conhecimento sobre estes animais tão pouco conhecidos.

Thayná C. Hieger Eduarda S. Felix Roberta L. Arenhart Julia S. Vieira


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Compreendendo mais sobre o desflorestamento

Uma das coisas que vem à nossa cabeça quando falamos em Natureza é o desmatamento que ocorre, como por exemplo, na Amazônia. No Vale do Taquari isso também ocorre, mas não com tanta frequência. Para isso não acontecer, precisamos saber o que é o desmatamento e as leis que existem, para podermos denunciar e colaborar com a preservação do nosso ambiente. O desmatamento é definido quando alguém corta árvores nativas ou exóticas sem a permissão da justiça. A média de uma multa para quem tira árvores de um local, sem a permissão de uma autoridade, é de R$500,00. Entretanto, tudo depende do grau de escolaridade da pessoa, porque quanto mais informação

a pessoa tiver, maior a multa. Além disso, também depende muito da localização e da importância ecológica, como no caso da mata ciliar - a que fica perto de rios, porque ao tirála podemos provocar desabamentos de terra no leito do rio. Além disso, há exceções, como no caso da figueira. A figueira só pode ser transplantada, ou seja, retirada de um lugar e colocada em outro. Para nos inteirarmos do assunto, fizemos algumas perguntas para Ana Caroline Giacomin, funcionária da Secretária do Meio Ambiente de Lajeado. - Grupo: Qual a pior catástrofe causada pelo homem envolvendo o desmatamento aqui no Vale do Taquari? - Ana Caroline: Não temos nenhuma enorme catástrofe relacionada ao desmatamento, mas a maior com certeza é o lixo jogado pelas pessoas no rio e nas ruas.

- Grupo: Qual a multa estimulada para quem derruba árvores? - Ana Caroline: A multa depende do grau de escolaridade da pessoa e da área desmatada. A média é de R$500,00 - Grupo: Você poderia nos contar alguma curiosidade sobre o desflorestamento aqui no Vale do Taquari? - Ana Caroline: Sim. Existem empresas que para tirarem as árvores de um local, injetam salina nelas e assim elas secam e caem. Também passam veneno e fazem queimadas em matas iniciais, as que estão recém começando a crescer. A UNIVATES é um exemplo de empresa que desflorestou uma grande área, mas para compensar construiu o corredor ecológico replantando as árvores.

Afonso Spezia Arthur Fensterseifer Gabriel Nascimento Luís Augusto Stoll


Mitos, efeitos e verdades da Medicina A Medicina Natural, também chamada de medicina alternativa, é um recurso utilizado com plantas, ervas e outros tratamentos, para não agredir o nosso organismo, com substâncias químicas. A medicina natural, também, pode servir, como remédio ou até curar certas doenças. A origem da medicina natural é de 6.000 anos atrás, nas regiões da Índia, China e Egito. Em Lajeado e região, a medicina natural chega através da acupuntura e da homeopatia, mas também tem gente que faz reiki. Há no Jardim Botânico, uma área aprazível com plantas medicinais.

Jardim Botânico de Lajeado Lajeado tem no Jardim Botânico uma área destinada para Plantas Medicinais. O Município quer incentivar mais a cultura do uso das plantas medicinais para a comunidade, através de ações com os agentes de saúde e clubes de mães. O JBL possui um auditório onde ocorrem eventos sobre meio ambiente, capacitações em Educação Ambiental para professores, palestras e oficinas. Entre os atrativos, estão a trilha Auto Guiada - onde é encontrada uma cascata; a trilha do Tatu - onde podem ser vistas inúmeras tocas do animal; a trilha Principal - a mais longa de todas, a trilha Especial - onde há uma área primitiva destinada

para estudos científicos; e a trilha que passa pelas sete coleções existentes: Plantas Medicinais, Espécies Ameaçadas do RS, Campos, Mata Atlântica, Pau Brasil, Exóticas do RS, Bromeliário, Cactário e Orquidário. O ser e o cosmos A medicina alternativa existe há muito tempo e vem crescendo cada vez mais. É o caso da homeopatia que existe há mais de 200 anos e cresce nos consultórios de Lajeado. Cada vez mais, pessoas aderem a tratamentos para se curar de rinites e dores no corpo. Ela vem sendo procurada por milhões de pessoas no mundo todo e reconhecida oficialmente no Brasil como uma especialidade médica. Algumas correntes da medicina tradicional, no entanto, dizem que ela pode exercer um efeito placebo, isto é, um efeito falso de medicamento, sem nenhum princípio ativo ou com pouco resultado conclusivo. Mas grande parte a aceita como um tratamento eficiente. O fato é que há uma guerra sendo travada cientificamente entre medicina tradicional versus medicina alternativa. E tudo isso, longe dos olhos do paciente, mas bem perto dos médicos. Edward Bach, médico inglês que no final do século 19 desenvolveu os controvertidos florais de Bach, uma técnica alternativa bastante difundida, diz que é preciso olhar o doente e não

a doença. Os orientais há muito tempo perceberam isso e criaram o termo “holismo”, isto é ver o todo, o ser integrado ao cosmos. Acupuntura nos Postos de Saúde em Lajeado Há alguns anos, houve um boom das técnicas alternativas no Brasil: Acupuntura, Shiatsu, medicina chinesa, fitoterapia, enfim, muita coisa mesmo. Nos consultórios de Lajeado, a acupuntura se destaca, porque os lajeadenses gostam muito desse tipo de coisa, assim como de iridologia que é o estudo da íris do olho. Há também a terapia holística. Mas a acupuntura ganha na preferência das mulheres por aqui. Há três anos, os postos de saúde chegaram a ter profissionais de acupuntura que prestavam serviço gratuito pelo SUS, segundo notícias do jornal O Informativo do Vale. Agora, não mais, porque o serviço foi descontinuado, mas as mulheres dos bairros gostavam muito dos serviços oferecidos, segundo os médicos coordenadores das unidades básicas de saúde. A medicina já incorporou a acupuntura nos resultados comprovados. Hoje, as faculdades de medicina a ensinam , segundo matéria da Revista Superinteressante (janeiro 2004). Os conselhos médicos reconhecem e regulamentam a técnica e alguns planos de saúde pagam o tratamento. Em Lajeado deu certo e,


Acupuntura O que é : uma das técnicas da medicina tradicional chinesa, a acupuntura consiste na aplicação de agulhas em pontos específicos do corpo. Sua base filosófica indica que esses pontos afetam as diferentes regiões do corpo.

Alternativa

nesse ano - 2012, a Câmara de Vereadores quis votar um projeto de Lei para as terapias alternativas como massagens e medicamentos fitoterápicos nos postos de saúde, segundo reportagem do jornal O Informativo de agosto de 2012. A Farmácia Escola da Univates já funciona dando à população medicamentos à base de erva e tem sido uma boa solução. Ela foi inaugurada há pouco mais de um ano, em parceria com o governo federal e atende mais de 350 pessoas por mês na cidade e região. Afinal de contas, o que é? E, afinal de contas, o que é medicina alternativa, se é que essa coisa existe? Nem todas são naturais, todas são subjetivas e estão ligadas a tensão. Uma conversa com o terapeuta inclui música tranqüila e massagens. Ele trata de alergias, com acupuntura e homeopatia, ajuda na dor muscular e nas torções. Mas os médicos convencionais são bem melhores para combater doenças mais “objetivas”, aquelas causadas por fungos, vírus, bactérias e outros inimigos palpáveis que só podem ser vistos com microscópio. De um modo geral, as abordagens alternativas não existem para curar doenças, mas para preveni-las e para complementar um tratamento convencional.

Aromaterapia O que é : utiliza óleos essenciais de folhas, flores ou madeira para amenizar sintomas e melhorar o bem-estar. Os óleos podem ser inalados, queimados ou espalhados pelo corpo.

Cromoterapia O que é : baseia-se na idéia de que cores têm efeito curativo abrangente. Os tratamentos envolvem alimentação, modo de se vestir, relação com o ambiente, além da visualização de cores para efeito terapêutico.

Florais O que é : são essências florais diluídas em conhaque. Os mais conhecidos, os florais de Bach, foram preparados pelo médico inglês Edward Bach, ao final do século 19, e são indicados de acordo com a personalidade de cada paciente, prometendo curar diversas doenças.

Fitoterapia O que é : Consiste na manipulação de plantas e ervas para a cura de doenças e redução dos sintomas. Prega que as plantas devem ser consumidas integralmente e não combinadas a substâncias químicas que realçam o efeito do princípio ativo, como na medicina ortodoxa.


Homeopatia O que é: inventada no século 18, é uma especialidade médica no Brasil, mas ainda não foi reconhecida como tal em países com tradição em medicina alternativa, como Canadá e Estados Unidos. Muito utilizada contra doenças crônicas como alergias, asma, rinite e enxaqueca, ainda não comprovou eficiência além do placebo nesses tratamentos. A ciência ignora o modo pelo qual age, mas reconhece alguns resultados. Pode ser o caso mais bem sucedido de manipulação de placebo.

Iridologia O que é: os praticantes da técnica afirmam que podem oferecer um diagnóstico físico, psicológico e emocional a partir da análise da íris dos olhos.

Ortomolecular O que é: técnica criada por Linus Pauling, Nobel de Química e da Paz, que emprega o uso de vitaminas, aminoácidos e minerais em quantidades superiores àquelas capazes de serem absorvidas pelo corpo. O diagnóstico é feito a partir da análise de um fio de cabelo.

Reflexologia O que é: propõe que todos os órgãos internos do corpo têm pontos de reflexo no pé, na orelha, no nariz e outras partes. Acredita que a manipulação desses pontos pode melhorar o fluxo de energia e, portanto, curar sintomas em certos órgãos. Há poucos estudos rigorosos sobre a técnica e, os que existem, não demonstram que a reflexologia tenha efeitos terapêuticos específicos. Reiki O que é: Rei significa “universal” e Ki, “energia”. Reiki portanto é a energia do Universo que poderia ser transmitida ao paciente por meio da impostação de mãos do praticante. A terapia vê a doença como um desequilíbrio energético do corpo. Não existe comprovação científica para a ação curativa dessa técnica., mas a terapia pode trazer benefícios ao reduzir a tensão.

Shiatsu O que é: atua nos mesmos pontos que a acupuntura, mas usando apenas a pressão dos dedos. A pressão dos dedos, ao contrário da aplicação de agulhas, não causa a liberação dos neurotransmissores que atuam no sistema nervoso, o que joga dúvidas sobre as possibilidades terapêuticas da técnica. Mas seus efeitos redutores de estresse são reconhecidos. Eduarda Zanatta Kolling Marianna Rabaiolli


Poluição Sonora

O que é poluição sonora? Quais os efeitos que ela pode causar sobre a natureza? Você sabia que ela pode afetar a nossa saúde? O que provoca a poluição sonora? Ela é proibida em alguns lugares? Poluição sonora são os efeitos que barulhos, em volumes acima do adequado para os seres humanos, provocam. Eles podem causar sérios danos à saúde humana, como por exemplo, surdez temporária ou permanente, reações de stress, reações físicas, alterações mentais e emocionais. Esse texto tem como objetivo descobrir os efeitos que essa poluição pode causar sobre a cidade e os habitantes de Lajeado. A nossa cidade não tem problemas excessivos quanto à poluição sonora. Segundo o Capitão Schauren, que comandou a Brigada Militar de Lajeado, de junho de 2006 até abril de 2010, havia, durante seu comando, muita poluição principalmente na Avenida ACVAT e na região central. Nos finais de semana e vésperas de feriados, o problema surgia em especial durante a noite,

quando a população ligava seus sons automotivos num volume acima do adequado e se aglomerava em frente a bares e casas noturnas. Em algumas situações, as propagandas automotivas também incomodavam as pessoas. Para diminuir o problema, a Brigada Militar se reuniu com outros setores públicos, donos de casas noturnas e bares para tentar solucionar, ou ao menos, diminuir os problemas sonoros da cidade de Lajeado. As soluções encontradas foram colocar placas informando a população sobre a restrição realizada em relação a essa poluição, retirar as mesas das ruas, evitando tamanha aglomeração de pessoas e recolher carros de som, quando faziam barulho excessivo. A Brigada não faz uso do decibelímetro (aparelho usado para medir ruídos) para medir a poluição dos sons automotivos, pois com a chegada da polícia, os carros abaixam o som. Ele é usado apenas para medir os barulhos que vêm de fábricas ou indústrias. Vale lembrar que todas essas ações, foram publicadas no jornal, informando a sociedade. De acordo com o Tenente Ferri, que atua hoje em dia na Brigada Militar, as principais rec-

Capitão Schauren lamações acontecem à noite, em finais de semana e vésperas de feriado, quando ocorrem de 3 a 5 chamadas por noite. Durante a semana, eles raramente são chamados. Os sons automotivos continuam sendo o motivo da maioria das reclamações. A área central, postos de gasolina e locais de grande aglomeração de pessoas sofrem com muita poluição. A prefeitura está fazendo de tudo para que os sons em volume acima do adequado não interfiram na qualidade de vida da população. O que se espera agora é que os habitantes da cidade percebam que, enquanto se divertem, alguém pode estar tentando estudar, descansar, dormir... Então, o som deve ser moderado Ana Laura Medeiros Eduarda Schroeder Ingrid Lopes Vitória Diel.


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As queimadas e suas virtudes Todas as pessoas deveriam ter acesso a conceitos básico sobre a preservação do solo, e consequentemente ter a consciência do que realmente pode ser favorável ou desfavorável para a preservação deste. Você sabe o que são as queimadas? As consequências que sua prática geram? O motivo pelo qual estão sendo provocadas ou pelo qual acontecem? Não sabe? Não se preocupe, pois o assunto a seguir trata exatamente disso. Que tal conhecer o que pensam e a história de agricultores que praticam a queimada? Citaremos leis que proíbem a pratica de queimadas, ou você achou que não existiam leis que a proibissem? Pois há sim, e ela é tão rígida como qualquer outra. Começamos com a observação de um terreno localizado em Lajeado, onde ocorreu uma queimada, que foi provocada por um agricultor com o objetivo de limpar as terras e deixá-las férteis para o plantio. A mesma foi provocada em janeiro de 2012, e meses depois no dia 26 de setembro de 2012, fomos observar o solo. Notamos que o mesmo estava realmente fértil e pronto para o plantio. Fizemos uma breve entrevista com o senhor, dono das terras que observamos. Perguntamos o que havia levado ele a fazer a queimada. Sua resposta foi: “ Elas são o meio que grande parte dos agricultores usam para limpar o solo e, apesar de existirem máqui-

nas para este serviço, estas máquinas tem um custo, que por sinal é alto, e não são todos que conseguem adquirir. Não podemos parar de produzir, pois temos uma família inteira para sustentar.” Ele também nos comunicou, que as melhores épocas de queimar os campos, são no verões (janeiro e fevereiro), pois o calor ajuda bastante. Mencionamos o fato de elas serem proibidas por lei, ele respondeu dizendo que sabia, mas que mesmo assim, a prática favorece sua safra... Bom, como vimos as pessoas continuam fazendo queimadas, mesmo sabendo que é proibido, já que para a agricultura brasileira a utilização do fogo é uma prática constante e fundamental, tanto no contexto dos sistemas de produção mais primitivos como nos sistemas agrícolas mais modernos, pois é a meneira mais fácil de fazer com que o solo fique

fértil, e até mesmo de eliminar os inços. “No dia 21 de dezembro de 2011, os deputados estaduais aprovaram o projeto de lei 175/2011, com 28 votos favoráveis e 13 contrários, que autoriza o manejo com fogo em algumas situações especiais. Provocar uma queimada é crime? Sim é, se esta obtiver algum dano à natureza, como poluição, ou até mesmo a saúde humana (Lei Federal 9 605, de 12/2/98). A queima da palha de cana-de-açúcar é permitida, mas deve ter prévia autorização. O artigo 27 do Código Florestal (Lei n. 4771/65... diz que a queima da palha de cana-deaçúcar é permitida, mas deve ter prévia autorização). Magale Lemos Paim Renata Fioravante Tassinary


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Compactação do Solo Muitos não sabem o real sentido das palavras ‘’compactação do solo’’, traduzem o que ocorre frequentemente nos grandes centros urbanos. Pelo excesso de peso, ocorre certa ‘’mutação’’ das partículas que compõem a superfície terrestre. Milhões de átomos ficam condensados, em forma de reação à pressurização que são cometidos. Além de se manifestar em cidades grandes, este fenômeno ocorre em áreas rurais graças ao peso dos tratores e o trânsito de animais de médio-grande porte. Isso porque hoje em dia, os tratores rurais pesam em média 15 toneladas (segundo o ex-operador de máquinas Jairo Fonseca).

Solo compactado Um dos fatores que mais prejudica a “saúde” do solo é a preparação que nele se faz para as grandes construções, ele é propositalmente compactado para que possa suportar sem ceder às centenas de toneladas que pesa um prédio. Segundo o mestre de obras Leri Santana, essa compactação é mais comum do que imaginamos, ocorre em quase todas as construções, de pequenas e médias até muito grandes. Os principais prejuízos deste fenômeno são o mau escoamento da água das chuvas, a menor oxigenação do solo (que prejudica raízes de plantas e microrganismos), a destruição de habitat de animais que vivem no subsolo e a diminuição da fertilidade do mesmo. Este é um transtorno que também ocorre naturalmente com as chuvas, que acabam compactando o solo de forma não muito agressiva. Mas a falta de consciência do ser humano acaba maximizando as ocorrências, fazendo com que o a terra seja mais um elemento que acarreta maiores cuidados. Bernardo Paul Lorenzoni Ávila Esdra Santana Fonseca Gianluca Stoll Giovanella Luís Carlos Kristiner Vinícius Mejía Antoniazzi


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O código Você já leu o Código Florestal? Tem alguma noção sobre que árvores são protegidas e quais não são? Você já se perguntou por que o Código Florestal existe? A seguir veremos as respostas para estas perguntas, além disso, também veremos o Código Florestal antigo e o utilizado hoje em dia, o que mudou nele, o que não mudou, a sua importância para nossa sobrevivência, entrevista com especialistas no assunto e muito mais. Como você já deve ter visto, o código florestal estipula normas para a proteção das florestas, sem ele as florestas sofrem com a intervenção do homem, sendo extin-

tas pouco a pouco. Para começar, quem fiscaliza o código é o DEFAP (Departamento de Florestas e Áreas Protegidas), junto à Secretaria do Meio Ambiente do Estado. São eles que fiscalizam a política florestal. Questões mais complicadas são resolvidas pela FEPAM (Fundação Estadual de Proteção Ambiental), também junto à Secretaria do Meio Ambiente. Mas é mais comum o DEFAP tomar conta da política florestal. Quem aplica as multas também é o DEFAP. Toda atividade florestal é registrada, e este registro tem um custo não muito alto. Todo dinheiro arrecadado das multas e dos cadastros é enviado para o FUNDEFLOR, que o utiliza em

ações ambientais. O dinheiro arrecadado tem o objetivo de compensar os danos causados por ações criminosas na área florestal. As principais mudanças no Novo Código se referem ao uso de mata ciliar na beira dos rios. O tamanho de mata ciliar muda de local para local, dependendo do número de hectares que tem na região. Por exemplo, no RS o módulo fiscal é de 20 hectares, ou seja, se há um terreno de 40 hectares, seriam dois módulos e dois módulos correspondem a 15m de mata ciliar, como no esquema ao lado. Em relação à alteração do


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o florestal código, ele ficou menos restritivo aos pequenos agricultores. Pois quanto menor a área, menor a necessidade de recomposição da mata ciliar. Por isto fica mais fácil de ser aplicada para os agricultores, mas houve uma perda para o meio ambiente, devido a menor necessidade de recomposição. Para os agricultores melhorou, mas para a natureza houve um retrocesso. Para o novo código entrar em vigor falta apenas o Congresso aprovar, assim quem aplica a lei ainda se baseia no código de 1965 Lei nº 4.771. O novo código já pode ser considerado para estudos em função de sua aprovação estar próxima.

Bruno Hennemann Perin Lucas Abelleira Jaeger Luís Gustavo Glufke Marcos Felipe de Borba Engster


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Extração de Recursos no Vale do Taquari

No Vale do Taquari, a extração de recursos provenientes do solo é grande, principalmente a extração de recursos como as florestas. Provavelmente você que está lendo essa revista agora, não sabe muito sobre esta questão da extração das árvores no Vale do Taquari, então vamos tentar explicar o que descobrimos. Nosso grupo foi até o DEFAP (Departamento de Florestas e Áreas Protegidas) e entrevistamos uma das funcionárias responsável pelo mesmo. Ela relatou que para poder extrair recursos naturais, precisa-se de um licenciamento que pode ser concedido pela DEFAP, FEPAM E DRH. No caso de alguém querer cortar uma floresta, ou puxar água de um rio para seu pequeno arroio, e não pegar

a licença, essa pessoa pode ser presa. A partir da nossa conversa descobrimos, também, que há extração de recursos minerais no Vale Do Taquari e que quando as pessoas desflorestam para plantar, puxam pequenos riachos para irrigar as suas plantações. Muitas delas fazem todas essas coisas sem uma licença, o que pode levá-las a pagarem uma indenização alta e fazerem trabalhos comunitários.

João Jardim Cezar Mariano Lorenzo Brum Scussel Pedro Collischonn Voigt Samuel Tomaz Coletti


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A importância da flora local

Olhe ao seu redor, o que você escuta? O que você vê? Provavelmente você só consegue ver uma selva de pedras e só escuta os carros na rua. Se não for este o caso, você é um dos únicos que tem o privilégio de conviver com a natureza. Esse bioma – Mata Atlântica, é uma parte importantíssima do planeta, com uma biodiversidade (diversidade de vida) imensa, só perde para a Floresta Tropical, em questão de números. Além de animais, o que forma a paisagem dessas matas são as plantas. Existem cerca de 450 espécies de plantas. Tente imaginar todas que você conhece. Agora compare com a diversidade dessa mata, muita coisa né? Praticamente metade do RS é tomado por esse bioma, formado de araucárias, orquídeas, bromélias, palmeiras e muito mais. A Mata Atlântica constitui a flora de vários países, ela é uma mata com um grau de biodiversidade alto, assim como o número de espécies de plantas, dentre elas: ipê-da-serra, figueira, araucária, aroeira-vermelha, palmiteiro, dentre outras. A flora local é muito importante para nós, não por causa da “fabricação” de oxigênio, mas sim pelo fato de preservar a biodiversidade que aqui temos, e se não fosse pelas nossas árvores, muitos animais acabariam por morrer, pois não teriam de

onde tirar se alimento, onde fazer suas tocas e ninhos. Resumindo, não teriam lugar para viver. Em Lajeado, por exemplo, pode-se notar que muitos animais, que eram pouco vistos, estão sendo achados, como tucanos, picapaus e etc. Para preservar toda essa mata, várias medidas estão sendo tomadas. Aqui em Lajeado temos várias áreas de preservação permanente (APPs), sendo uma delas o Jardim Botânico. Também existem leis que ajudam a proteger esse nosso bem natural. No Brasil há uma lei que obriga cada cidade a ter 12 m2 de mata por habitante (Lajeado tem 12,68 metros quadrados por habitante). Não existe nenhum projeto de novas leis ambientais para a maior preservação na região, só planos para novas APPs. Na Secretária do Meio Ambiente, falamos com a Ana e a Carla (Educadoras

e Conscientizadoras Ambientais), que nos informaram sobre as ações que estão sendo feitas na região, lideradas pela UNIVATES, que vem plantando um “corredor ecológico”, devido à retirada de vegetação para ampliação dos prédios. Em nossa opinião já estão sendo feitas várias ações para a preservação da nossa importante flora local, obrigado prefeitura de Lajeado!

Natan Gravina Thiago Assunção Bernardo Gehlen Eduardo Rex


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Falando em erosão...

A água é uma grande causadora de erosão, só que onde? Em rios, encostas e barrancos. Há dois tipos de erosão causados pela água, a erosão fluvial, causada pela água corrente em rios e a erosão pluvial, causada pela chuva. No Vale do Taquari, a que mais observamos é a erosão fluvial. A erosão pluvial, não vemos tanto aqui em nosso vale, mas há lugares onde ela é muito forte, como nas chuvas de Blumenau/ SC, em 2011, que deixou feridos, mortos e desaparecidos, causando desmoronamentos nas encostas próximas à cidade, soterrando casas e moradores. Outro exemplo é o do verão de 2011, na Baixada Fluminense e em Angra dos Reis, ambas no Rio de Janeiro, que causaram grandes Água, grande causadora de inundações e imensos desmoronamentos, matando várias peserosão Você já se perguntou por que o solo nunca permaneceu igual ou o que causa sua transformação? Pois bem, o solo esta constantemente sofrendo erosão, um processo que o esfola e desgasta, removendo suas camadas uma por uma, pense, seria doloroso se ocorresse em nós. Você pensa que isso é algo simples? Não, o solo pode sofrer erosão por várias causas, incluindo o homem. É, o homem contribui, e bastante, no processo de erosão do solo. Mas se você acha que é só o homem que erode o solo, você se enganou, pois a natureza tem seus meios naturais de erosão, mas a erosão causada pela natureza é somente um “renovante” do solo. Essa erosão é mais lenta e bem menos nociva a vida humana.

soa. Essa erosão ocorre quando há chuva em excesso em determinado lugar e o solo fica tão encharcado que não aguenta mais água. Dependendo da inclinação do terreno, se for muito inclinado, há a possibilidade de haver um desmoronamento de terras. Mas a chuva pode só desgastar o solo, formando belas estruturas nas rochas. A erosão fluvial temos bastante, basta dar uma volta de barco no rio Taquari, não precisa ir longe, logo depois da ponte já há vários pontos. A erosão fluvial ocorre devido à água constante que “raspa” as pedras e as barrancas de rios. À água retira sedimentos da barranca e os leva embora. Esse processo tende a ocorrer mais rapidamente quando o nível do rio está mais elevado. Esse processo desgasta as margens dos


rios e remove porções de terra das margens, causando desmoronamentos nas barrancas. Dependendo da quantidade de água que tem a mais no rio, ele pode sofrer uma mudança tão drástica, que pode mudar seu curso- caso que aconteceu no rio Forqueta, em 2009. Para descobrirmos mais sobre a erosão, fomos entrevistar algumas pessoas. Entrevista com o agricultor Valmir Mursörs: “Antigamente, os agricultores trabalhavam com discos de arado para virar a terra, o que a deixava solta, isso a prejudicava e causava a erosão. A erosão causa buracos no solo e derruba as árvores, e quando chove, levam toda a vegetação embora. Mas atualmente, a maioria dos agricultores está realizando o plantio direto da grama, pois diferente do mato, a grama deixa o solo forte, impedindo que a chuva leve embora a vegetação. A erosão só é causada em lugares que não são planos, pois lá a água permanece parada, e em lugares mais íngremes a chuva escorre pelas montanhas e devastam tudo por lá. A estação na qual ocorre mais a erosão é o Inverno, pois chove muito nas regiões do interior das cidades e também porque ocorrem muitas enchentes por lá.” Entrevista com o especialista em conservação de solos Cláudio Bonne: • Quais os locais de Lajeado que mais sofrem com a erosão do solo? Cláudio: Os lugares que mais sofrem com a erosão do solo são o Alto Conventos, pelo fato do terreno ter um grande declínio e nas margens do rio Taquari, pelo fato da destruição da mata ciliar. • Esse processo se dá naturalmente ou pela ação humana? Cláudio: Esse processo se dá pelos dois motivos, mas mais pela ação

Galho de uma árvore arrastado por alguma enchente que se prendeu à base da ponte (Lajeado – Estrela) Fotos realizadas por Guilherme Knebel no dia 23/9/2012

humana, pois o homem não cuida do solo como deve ser cuidado. Certamente a ação natural ajuda no processo de erosão do solo. • Quais ações poderíamos tomar pra prevenir ou evitar o fenômeno? • Cláudio: Algumas ações que poderíamos tomar seriam evitar o cultivo em terras íngremes e, se cultivar, deve fazer práticas de conservação do solo. Outros controles são a correção do solo, plantio em nível, terraço, patamar, cultivo mínimo, adubação orgânica,etc. Bem, durante a produção

de nosso trabalho, aprendemos que o processo de erosão pode ocorrer de maneira natural e não natural. Também concluímos que a erosão do solo é algo muito importante para conhecermos. Curioso saber que ela renova e limpa o solo, entretanto, o ser humano vem acelerando este processo e isso pode acabar com o equilíbrio do planeta, extinguir espécies e por outras em extinção. Guilherme Doehl Knebel João Vitor Bald Thiago Schmidt Henrique Streit


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Legislação do solo Leitor! Você já ouviu falar sobre legislação do solo? Se você fizer algo que de errado com o solo o que acontece? Você conhece algumas leis? Se você não tem conhecimentos sobre este assunto, melhor dar uma espiadinha nessa revista. O assunto sobre o qual escrevemos é o “solo”. Dentro deste assunto, falamos sobre a legislação, exploramos leis, citamos artigos e frases, coisas ilegais e legais que acontecem com o solo. No nosso trabalho de campo, aprofundamos nossos conhecimentos, estudamos, observamos e compreendemos mais sobre o assunto. O objetivo foi aprender e observar as coisas que acontecem em nossa volta, principalmente coisas que prejudicam o solo e a natureza. A primeira Lei Federal que defende o meio ambiente foi instituída em 1981, através da Lei nº 6938. O propósito principal dessa lei era buscar proteção ao meio ambiente, junto ao desenvolvimento econômico, através de muitos meios como: o licenciamento ambiental, o estabelecimento dos padrões de qualidade ambiental e o zoneamento ambiental. Em 1988, foi reservado um capítulo sobre o meio ambiente na Constituição Federal. Referente ao solo, podemos dizer que ele é dividido/separado em grupos: urbano e rural. Para cada grupo, foram criadas leis que são compostas por artigos. De acordo com Neidemar José Fachinetto, promotor da justiça, entrevistado na promotoria de Lajeado, existe

a lei 4771/65, sobre as APPs - Áreas de Preservação Permanente. Essa lei trata sobre os rios, as lagoas e qualquer outro curso da água, nas partes rurais. A pessoa que possui terras às margens desses cursos da água, deve obrigatoriamente preservar alguns metros da mata ciliar. A área de preservação é medida de acordo com a largura do rio, da lagoa. Já que muitas pessoas desrespeitam a A.P.P, os riscos de desmoronamento às margens de rios e cursos de água cresceram muito nos últimos tempos. De acordo com a lei 9605/98, os crimes ambientais, cometidos pelos seres humanos, são inafiançáveis. Se você cometer um e for pego pelos órgãos competentes, leva multa, e de acordo com o grau do crime, pode ir para a cadeia. Assim como o solo rural, o urbano é separado na Lei Federal do Parcelamento (6.766/79) e na Lei Municipal, no Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano de Lajeado (7.650). A lei federal do parcelamento divide as terras em loteamentos, sendo que esses loteamentos se transformarão em lotes urbanos (terrenos), onde futuramente terão construções residenciais, comerciais e industriais. Quem desrespeita o parcelamento não consegue a aprovação dos loteamentos e recebe multas/penalidades. O plano diretor municipal determina as regras para as futuras construções, como índice de aproveitamento (o que podemos aproveitar do terreno), taxa de

Dr. Neidemar José Fachinetto, promotor da justiça. ocupação (o que podemos construir), recuos viários (o que devemos recuar nas vias/ruas), etc. Se ele não for respeitado, as pessoas não poderão construir, devendo adequar o projeto a sua zona, quadra, lote e suas diretrizes. Acreditamos que conhecendo mais sobre a legislação do solo, podemos descobrir muitas coisas a respeito do mesmo e sobre suas leis de proteção ambiental. Quem desrespeita as leis estará sujeito a penalidades de reembolso financeiro (multas) ou de forma penal (cadeia). Temos certeza que essas descobertas e aprendizados vamos levar para a vida e seremos seres humanos mais corretos e justos com o meio ambiente. Fernanda Fensterseifer Isse Giovanna Zagonel Isabela Schumacher Vitória Tischer Dacroce


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Composição do Solo do Vale do Taquari Falar sobre solo não é uma conversa cotidiana dos nossos leitores. Mesmo sem ser notado, conhecer a procedência do solo onde habita deveria ser uma de suas preocupações. O chão onde pisamos é a camada mais superficial da crosta terrestre, composta essencialmente por sais minerais, seres vivos e rochas em decomposição. Sua composição pode mudar dependendo do terreno, mas basicamente há quatro camadas. A primeira é chamada de camada fértil. Ela é a melhor para o plantio, e é nessa camada que as plantas encontram alguns sais minerais e água para se desenvolver. A segunda é a camada dos sais minerais. Ela é dividida em três partes: a primeira parte é a do calcário; a segunda parte é a da argila, formada geralmente por caulim e sedimentos de feldspato e a última parte é a da areia. A terceira camada é a das rochas parcialmente decompostas. Depois de se decomporem totalmente, pela ação da erosão e agentes geológicos, essas rochas podem virar sedimentos. A quarta e última camada é a de rochas que estão inicialmente começando a se decompor. Essas rochas podem ser chamadas de rocha matriz. Por tanto, este artigo tem como objetivo analisar a com-

Grupo de alunas com o Técnico Agrícola da EMATER Cláudio José Boone posição do solo de Lajeado, buscando conhecer suas características e analisar sua utilização na nossa região. O solo do Vale do Taquari é predominantemente argiloso (terra vermelha), ótimo para o plantio, pois é considerado um dos melhores solos do Bra¬¬sil. Usamos este recurso natural para o plantio de trigo no inverno e milho e soja no verão. Para saber se o solo pode ser considerado fértil para o plantio, o agricultor faz uma análise do mesmo, nela ele mede a quantidade de calcário. Normalmente solos ácidos e compactados não são adequados. Para nos inteirarmos mais no assunto, fomos falar com o Técnico Agrícola Cláudio José Boone,

que é funcionário da empresa EMATER, o qual presta auxílio aos pequenos agricultores. Com este trabalho concluímos que o solo da nossa região foi um dos maiores aliados para a colonização de nosso povo rio-grandense, por isso é importantíssimo conhecer sua composição e formas de uso.

Diana Caudiec Trevisan Joana Gasparotto Luíza Nicolini Bianchini Maria Júlia Engel Lieske


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Só onde pisamos? O solo, desde quando índios dominavam terras brasileiras, é usado como fonte de matéria prima. Por muito tempo, essa atividade não prejudicou de forma drástica o solo, mas o ser humano nos tempos atuais o explora sem limites. Para a fabricação de tijolos, até os tempos atuais é utilizada a argila retirada de jazidas. O modo de fabricação mudou muito, conta Carine Weisheimer, sócia de uma cerâmica. “Hoje, é usado automação desde a produção, até a queima, que é feita a 700°C durante 24 horas”. Antigamente

a terra era tirada manualmente, amassada por burros e queimada com lenha. A Cerâmica Barrense retira argila em uma jazida próxima ao rio Taquari, respeitando os 50 metros da margem. A cada ano, eles precisam repor 500 árvores e quando a jazida se esgota é feita recuperação da área com vegetação durante 4 anos. Para extração do solo são necessárias 5 licenças ambientais, da FEPAM, da Prefeitura, do DNPM (mineração), do DEFAP (órgão florestal) e do IBAMA.

A sociedade também convive com heranças indígenas em relação ao uso da argila para a fabricação de vasilhames, vasos, potes... Hoje em dia, para a fabricação destes utensílios são usadas técnicas antigas. As mãos do oleiro são indispensáveis, pois eles que moldam o produto. Muitos dos utensílios que tem como matéria prima o solo são usados no dia a dia da sociedade, sem que ninguém perceba que ele foi tirado de algum local onde talvez faça falta. As empre-


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Carine Weisheimer sas têm licenças ambientais para a retirada, mas mesmo assim não podemos esquecer que devemos dar valor ao que temos e se possível, não incentivar a retirada em excesso da matéria prima, pois interfere no ambiente.

Amanda Signori Eduarda Martina Rodrigues Dressler Laura Nyland Jost


ARTIGOS

Proteção do Ambiente Eduarda Basso Schroeder

Em todos os lugares existem leis, regras que têm como função organizar a sociedade ou mesmo proteger um ambiente. De acordo com o Art.225 da Constituição Federal, criada em 1988, as leis ambientais têm como objetivo fazer com que as pessoas preservem o que temos hoje, para nós e para as futuras gerações. Essa história de leis começou há muitos anos atrás, quando o Brasil ainda estava na época do Império e a extração do pau-brasil estava muito intensa. Em razão disso, criaram-se regras para controlar essa exploração. Mesmo começando antigamente, as leis só ganharam força em

meados da década de 70. Como a sociedade notou que muitas coisas estavam erradas, começaram as manifestações ecológicas junto com as manifestações dos jovens e adolescentes. Como todas as outras leis, as ambientais são criadas pelo governo, que tem o poder judiciário, legislativo e executivo, mas existe uma diferença nas leis ambientais, nestas não tem como ser isento de culpa. A pena que as pessoas recebem depende do grau de instrução de cada uma, pois tem pessoas que tem mais acesso à legislação do que outras, então sabem melhor o que é crime e o que não é.

Em 1999 foi criada a Lei da Educação Ambiental, que tem como objetivo deixar todas as pessoas, até mesmo os jovens, informados sobre o que é certo e o que é errado em relação a essas leis. Hoje em dia, mesmo com essa lei de Educação Ambiental, o homem continua cometendo crimes em relação aos ambientes. O pior de tudo não é a pena que ele recebe e sim os problemas que isso causa ao meio onde vivemos. Por isso devemos, quanto antes, nos conscientizar que esses danos causados à natureza são coisas ruins para nós e para as pessoas que estão por vir.

Legislação: vivendo em sociedade

Joana Gasparotto

Na sociedade que vivemos há certas regras que devem ser respeitadas, pois se não houvesse certas restrições viveríamos em uma constante anarquia, sem limites. Leis ambientais foram criadas quando o ser humano percebeu que sem restrições a sociedade iria devastar todos os ecossistemas. No Brasil, Dom Pedro I foi quem criou a primeira lei ambiental, focada na flora brasileira, limi-

tava a retirada do pau-brasil por Portugal. Muito tempo depois, foi criada a Legislação Ambiental, cuja intenção é mostrar o limite para exploração e uso dos ambientes. Se este for infringido há aplicação de multas, que podem ser altíssimas, aliás, algumas infrações podem levar à prisão. Entre as leis ambientais há a lei que não permite devastar com a mata ciliar, pois esta protege as margens dos rios de desmoronamentos e evitam

grandes transbordamentos. Também encontramos certas leis que padronizam os comportamentos, não permitindo certos atos, como cortar árvores sem permissão. Portanto, a legislação é algo que acompanha o desenvolvimento da sociedade e, sem dúvida, na atual sociedade não podemos deixar de regrar nossos comportamentos diante das questões ambientais.


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