Revista

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CONSELHO DE ADMINISTRAçÃO PRESIDENTE: Antonio José Monte VICE-PRESIDENTE: Antonio Carlos Cattai CONSELHEIROS VOGAIS: Gilmar Moreira, José Veiga Veiga, Marcelo Vito Figueiroa Brumatti, Silvio Lucinda Fagundes.

DIRETORIA EXECUTIVA PRESIDENTE EXECUTIVO: Marcio Francisco Blanco do Valle VICE-PRESIDENTE EXECUTIVO SUPERMERCADO: Luiz Gustavo Maldi Ramos VICE-PRESIDENTE EXECUTIVO DE ADMINISTRAÇÃO E FINANÇAS: Pedro Luiz Ferreira de Mattos VICE-PRESIDENTE EXECUTIVO DE OPERAÇÕES: Valdomiro Sanches Bardini VICE-PRESIDENTE EXECUTIVO DROGARIA: Eduardo Pereira dos Santos

SANTO ANDRÉ - Industrial - Av. Industrial, 2.001 - 4991-9540. Capuava - Av. das Nações, 1.600 - 4472-1044. Carijós - R. Carijós, 1.843 4453-9900. D. Pedro - Av. D. Pedro I, 722 - 4451-6252. Parque das Nações - R. Suíça, 1.094 - 4479-6277. Pereira Barreto - Av. Pereira Barreto, 1.286 - 44295717/4429-5723. Perimetral - R. Gertrudes de Lima, 658 - 4438-4477. Queirós - Av. Queirós dos Santos, 456 - 4994-4788. V. Luzita - Av. Cap. Mário Toledo de Camargo, 5.252 - 4453-5211. Jardim Milena - R. Otávio Cândido, 150 - 4451-2222. Palmares Av. Palmares, 830 - 4421-6210. Utinga - Av. Utinga, 1.599 - 4463-5464. Giovanni Pirelli - R. Giovanni Battista Pirelli, 2.050 - 4118-4190. SÃO BERNARDO - Joaquim Nabuco - R. Joaquim Nabuco, 277 - 4339-3211. Café Filho - Av. Pres. Café Filho, 2.231 - 4351-3433. Rudge Ramos - Av. Dr. Rudge Ramos, 500 - 4177-4440. Vianas - R. dos Vianas, 1.631 - 4337-5353. Humberto de Alencar - Av. Humberto de Alencar Castelo Branco, 2.563 - 3181-8964. SÃO CAETANO - Joana Angélica - R. Joana Angélica, 711 - 4221-6988. DIADEMA - Av. 7 de Setembro, 200 - 4054-1044. MAUÁ - Barão de Mauá - Av. Barão de Mauá, 1.389 - 4514-7020. Itapark - Av. Itapark, 2.261 - 4545-0021. RIBEIRÃO PIRES - Av. Humberto de Campos, 3.499 - 4828-4455. Ribeirão Centro Av. Santo André, 735 - 4825-5146. TATUÍ - Onze de Agosto - R. XI de Agosto, 3.045 - (15) 3205-2030. Coronel Seabra - R. Cel. Lúcio Seabra, 772 - (15) 3205-2282. SÃO JOSÉ DOS CAMPOS - Santana - Av. Rui Barbosa, 837 - (12) 3922-9911. Morumbi - Av. Dr. João Batista de Souza Soares, 2.185 - (12) 3934-3535. Novo Horizonte - Av. Pres. Tancredo Neves, 3.400 - (12) 3907-2221. PIRACICABA - Vollet Sachs - Av. Prof. Vollet Sachs, 2.030 - (19) 3411-8885. SOROCABA - Árvore Grande - R. Padre Madureira, 255 - (15) 3237-3333. Itavuvu - Av. Itavuvu, 3.799 - (15) 3239-2911.

Unidades Coop

CONSELHO FISCAL EFETIVOS: José Antonio de Assis Simões, Marina Pisaneschi e Edilson Donizeti de Assis. SUPLENTES: Andrés Jesus Fernandez Perea, Luiz Antonio Pinaffo e Evanir José Izolani

DROGARIAS SANTO ANDRÉ - Hortências - R. das Hortências, 103 - 2534-1823. São Paulo - Av. São Paulo, 162 - 4316-4830. Queirós Filho - Av. Queirós Filho, 702 - 2379-3586. Regente Feijó - R. Regente Feijó, 394 - 4902-1102. Atlântica - Av. Atlântica, 317 4427-9972. Senador Fláquer - R. Senador Fláquer, 227 - 4316-4830. Martim Francisco - Av. Martim Francisco, 1.278 - 3181-8976. Bandeiras - Av. D. Pedro II, 217 4118-4172. Itambé - R. Itambé, 195 – Lj. 17 – 4118-4175. Lino Jardim- Av. Lino Jardim, 744 – 3181-7016. D. Pedro II - Av. Dom Pedro II, 1.861. SÃO BERNARDO Demarchi - Av. Maria Servidei Demarchi, 1.613 - 4347-8578. Djalma Dutra - R. Djalma Dutra, 235 - 2897-2712. Getúlio Vargas - Av. Getúlio Vargas, 1.014 - 41237242. Castelo Branco - Av. Humberto de Alencar Castelo Branco, 2.563 - 4343-5064. Tiradentes - R. Tiradentes, 905 - 3181-2971. Ernesta Pelosini - R. Ernesta Pelosini, 250. SÃO CAETANO - Inhaúma - R. Visconde de Inhaúma, 841 - 4118-2847. Visconde - R. Visconde de Inhaúma, 180 - 4118-2411. Kennedy - Av. Presidente Kennedy, 738. MAUÁ - Shopping - Av. Governador Mário Covas Júnior, 01 – Lj. 201 e 202 - 2116-3608. SÃO PAULO - Oratório - Av. do Oratório, 2.606 - 2116-3608. SOROCABA - Paulo Almeida - Av. Paulo Emanuel de Almeida, 930 - (15) 3217-7229. Eugênio Salerno - Av. Dr. Eugênio Salerno, 25 - (15) 3202-1910. SÃO JOSÉ DOS CAMPOS - XV de Novembro - Av. XV de Novembro,160 - (12) 3921-9307. POSTOS DE COMBUSTÍVEIS Santana - Trav. Constantino Pintos, 44 - V. Rossi – São José dos Campos - (12) 39219220. Onze de Agosto - Rua XI de Agosto, 3.011 - Valinho - Tatuí - (15) 3205-2030. Joaquim Nabuco - R. Joaquim Nabuco, 165 - Centro - São Bernardo do Campo 4339-3211. CENTRO ADMINISTRATIVO R. Conselheiro Justino, 56 - Campestre - Santo André - 4991-9500.

ATENDIMENTO AO LEITOR: Se você tiver dúvidas ou deseja obter mais informações sobre os profissionais consultados pela Revista Coop, publicação mensal da Coop, escreva para Revista Coop: Rua Conselheiro Justino, 56 CEP 09070-580 - Santo André - SP. E-mail: revistacoop@coopsp.coop.br

EDIçÃO E PRODUçÃO: Editora e Jornalista Responsável: Ivanilde Sitta (MTb: 16.616) Editor de Arte: Rubens Justo (MTb: 10.726) Revisão de texto: Juliana Machado Impressão: Log&Print Gráfica e Logística Distribuição Interna.

Metade do valor de venda de cada exemplar da Revista Coop (descontados os impostos) é doada à Federação das Associações de Pais e Amigos dos Excepcionais do Estado de São Paulo (FEAPAES).

Revista Coop | 03 | Julho 2020


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Índice

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Ilustração: Shutterstock

revista Coop Julho 2020

Matéria de capa

22

40

42

46

50

58

Nenhum cardápio

A vagem, poderosa em

Não sabe escolher melão,

Vinho é bebida cheia

Tendência de moda para o

Saúde e beleza dos

combina tanto com o frio

nutrientes, agrega sabor

melancia ou abacaxi?

de detalhes, a começar

pós-pandemia é de roupas

cabelos não dependem só

quanto um prato de sopa.

às sopas, saladas e tortas.

Tá na hora de aprender!

pelas garrafas.

confortáveis e despojadas.

de xampus e cremes.

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ATEN­ÇÃO! Exemplares­da Revista­Coop­são comer­cia­li­za­dos exclu­si­va­men­te nas­lojas­e­ dro­ga­rias­da rede.­A­Coop­ não­opera­com­ o­sis­te­ma­de venda­por­ assi­na­tu­ra.­

n 8 - Por

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n 54 - Cuidados

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74

78

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88

92

Se você for adotar um cão,

O consumo de chás com

Veja detalhes dos três

Isolamento social faz

São tantas incertezas hoje

Conheça o pipoqueiro

saiba que ele não precisa

propriedades medicinais

tipos de teste para

crescer o número de casos

que o melhor é investir

que virou palestrante de

apenas de água e comida.

requer cautela. Atenção!

diagnóstico da Covid-19.

de ansiedade e depressão.

em cursos de capacitação.

grandes empresas.

com a postura n 60 - Negócios n 63 - Seu corpo n 67 - Curiosidades

n 68 - Conta-gotas n 69 - Dr. n 96 - Nossa

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64

dentro da Coop n 20 - Retratos de família n 45 - Sua casa n 53 - Memória Coop n 81 - Só para eles n 86 - Casas de repouso n 95 - Pet

gente n 97 - Crônica de Edmilson Sena da Silva n 98 - Passatempo

Revista Coop | 04 | Julho 2020

Carta ao leitor Não é que a canja de galinha, aquela que as vovós faziam quando alguém da família ficava gripado, realmente funciona? O preparo não cura, mas a ciência comprova que o caldo alivia a coriza e estimula a expectoração. Sábias, elas também tinham a receita do chá ideal para qualquer indisposição, como o de carqueja, hoje certificado no combate à má digestão. Tanta sabedoria, porém, não tem livrado muitas delas de conviver com a melancolia e a dor da saudade. É o caso das vovós e vovós que residem em casas geriátricas, mais conhecidas como asilos ou casas de repouso, e tiveram a visita dos familiares suspensas por conta da Covid-19. As instituições estão criando estratégias para que a saudade não evolua para a depressão. Aliás, esta crise sanitária tem mexido com todos e com tudo. Até a moda está se reinventando para o pós-pandemia, como o leitor vai ver aqui. A gente traz também endereços de diversos cursos de capacitação online gratuitos, promovidos por instituições renomadas, como a USP e Harvard, para você dar uma turbinada no seu currículo. E para todos que estão em dúvida se já foram ou não contaminados pela Covid-19, melhor conhecer os tipos de testes disponíveis. Se você for um deles, vire as páginas para saber. Até a próxima edição! IVANILDE SITTA, editora



Dia do Cooperativismo A data é lembrada mundialmente no primeiro sábado de julho para reforçar os valores da cooperação. Ainda que as cooperativas brasileiras tenham cancelado os tradicionais eventos comemorativos por conta da pandemia, não será apenas no sábado do dia 4 que a cooperação estará em evidência neste ano. Não há dúvida de que 2020 entrará para o calendário como o ano da cooperação, já que nunca na história recente mundial esse atributo que norteia o movimento cooperativista foi tão exercido quanto agora. A chegada nada bem-vinda do novo coronavírus despertou no brasileiro uma onda generalizada de ajuda ao próximo que tem feito a diferença. Empresas de todos os segmentos e portes, gente de diferentes bolsos, inclusive até quem mais precisa, têm fomentado uma corrente de solidariedade pelos quatro cantos do Brasil para aliviar o impacto da Covid-19 nas comunidades mais vulneráveis. A Coop, que prega a cartilha da cooperação em diversos projetos mantidos ao longo do ano, não seguiu caminho diferente. Pelo contrário. Criou o programa A hora é de Cooperar, que reúne várias ações voltadas ao apoio às comunidades onde está inserida, aos cooperados e colaboradores. COOPERAÇÃO MULTIPLICADA Uma de suas primeiras iniciativas foi a doação de 50 toneladas de alimentos e artigos de higiene pessoal e de limpeza aos Fundos Sociais de Solidariedade (FSS) das cidades onde está instalada, que atendem famílias em vulnerabiliRevista Coop | 08 | Julho 2020

Ação do time de vôlei masculino de Santo André reforçou a arrecadação de alimentos ao Fundo Social de

dade social. Para potencializar o volume doado aos FSS, a Coop decidiu abrir as portas de suas lojas de supermercado para arrecadar mais alimentos, iniciativa que foi aprovada pelos cooperados e clientes. Só no mês de maio, foram doadas 8,5 toneladas. No sábado, dia 6 de junho, o time de vôlei masculino de Santo André entrou em campo na loja Industrial com uma ação bem sacada que levantou 1,5 tonelada de alimentos para o FSS da cidade. Na doação de dois quilos de alimentos, cooperados ganhavam uma

Solidariedade.

máscara estilizada. “Fiquei sabendo da iniciativa e vim colaborar, pois tem muita gente precisando de ajuda neste momento”, disse Maria da Penha Barreto Blanco. De acordo com Celso André Mariano, um dos integrantes da ação, toda a equipe de vôlei colaborou de alguma forma para materializar a ação de cooperação aos mais necessitados. PROGRAMA DIGITAL Mesmo com a interrupção dos cursos e palestras presenciais e da prática de atividade física nas lojas, a Coop não

A cooperada Maria da Penha soube da iniciativa e foi ajudar.

deixou seus cooperados na mão. Lançou um programa digital que levou videoaulas de gastronomia, exercícios físicos e outros entretenimentos para dentro da casa dos consumidores. Uma ação pensada, inclusive, para os profissionais que desenvolvem os projetos presenciais nas unidades. “Essa iniciativa foi a salvação do meu orçamento doméstico, já que todas as minhas aulas em escolas particulares foram canceladas ”, garante o chefe de cozinha Marcelo Faria. Foi bom também para quem acessou os conteúdos do canal. Isabel Vieira de Carvalho, que passou a trabalhar no regime de home office ao longo da pandemia, explorou ao máximo as videoaulas de atividade física, especialmente a de alongamento dinâmico. “Foi muito produtivo e veio substituir a ginástica laboral que eu estava acostumada a fazer na empresa”, disse. MÁSCARAS ARTESANAIS Para suprir a necessidade do acessório para sua equipe de colaboradores, a Coop buscou uma microempresa, o Ateliê 100% Artesanato, que gera trabalho e renda para 18 costureiras de Sorocaba. Fez assim, mais uma vez, valer seu compromisso social com as comunidades onde está instalada, já que os negócios das costureiras foram reduzidos drasticamente com a pandemia.

EQUIPE INTERNA Para minimizar o impacto da Covid-19 na qualidade de vida de seus colaboradores, a Coop lançou mão de diversas ferramentas, inclusive apoio emocional e social às equipes e familiares. Ainda forneceu um cartão-presente no valor de R$ 120 para cada colaborador das áreas de operação de seus negócios fazer compras na Coop. Sabe o que o colaborador Francisco Elton Marcolino de Sousa, da loja Morumbi, de São José dos Campos, fez com o dele? Entregou nas mãos de um de seus tios de terceiro grau, que se encontra desempregado e, segundo o colaborador, precisava muito mais do dinheiro do que ele mesmo. “Afinal, eu ainda tenho um emprego e posso me virar, mas ele não”, justifica.

Francisco reverteu o presente da Coop em cooperação

Revista Coop | 09 | Julho 2020


Entre as 20 maiores Com faturamento de R$ 2,3 bilhões, em 2019, a Coop figura na 18ª posição no ranking da ABRAS. Integrar o seleto grupo das 20 maiores empresas brasileiras, homenageado no mês passado pela Associação Brasileira de Supermercado (ABRAS) durante a divulgação do ranking nacional, é motivo de orgulho para qualquer organização. Ainda mais para uma cooperativa de consumo, pautada num modelo de negócio diferente dos demais do varejo alimentar ao unir o desenvolvimento econômico e social. A história de quase 66 anos de mercado da Coop mostra que a sua receita de gestão comercial com viés social dá certo, sim, embora algumas cooperativas do gênero tenham sucumbido com a chegada das gigantes redes supermercadistas no Brasil a partir da década de 1970. A trajetória bem-sucedida da Coop vem de berço, ao ter sido apoiada pela Rhodia, empresa multinacional, sediada em Santo André, que emprestou seu nome para que 292 de seus funcionários fundassem uma cooperativa de consumo em 1954. De acordo com o presidente executivo, Marcio Valle, a Rhodia não só apoiou a causa materialmente, como também (e principalmente) deu suporte profissional à gestão, na medida em que seus executivos participavam da direção da cooperativa. “Além disso, a Coop sempre manteve equipes de grande conhecimento e comprometimento, retaguarda que garantiu uma operação eficiente e sus-

Revista Coop | 10 | Julho 2020

O negócio drogaria prospera em ritmo acelerado, somando hoje 57 unidades em sete cidades.

Diretores e funcionários reunidos na abertura do primeiro armazém.

tentável para acompanhar o crescimento do Grande ABC e enfrentar a concorrência”, acrescenta. Dentre as várias estratégias e decisões para garantir a competitividade no mercado, uma delas é destacada pelo presidente executivo: a independência para buscar os próprios caminhos e tomar decisões visando sempre ao crescimento da cooperativa e ao bom relacionamento com os cooperados. COOPERATIVISMO NA VEIA A base do cooperativismo, segundo Valle, é o grande diferencial competitivo e se mostra a cada dia mais aderente à tendência da sociedade de valorizar princípios e valores que são da essên-

Na diversificação dos negócios, Coop entra no mercado de postos de combustíveis.

cia do modelo da Coop, como solidariedade, ética, igualdade, honestidade e sustentabilidade. “Os negócios colaborativos e de uso compartilhado, apesar da pandemia, tendem a continuar crescendo”, prevê. Apesar de a realidade atual ser de incertezas por conta dos efeitos da crise sanitária, a visão de futuro da Coop não foi alterada. A ambição, segundo adianta Valle, é manter a Coop entre as 20 maiores empresas de varejo alimentar do Brasil

e avançar fortemente em drogarias, com negócios que entregam valor aos cooperados e clientes. O presidente executivo vai além. A meta é ser uma empresa contemporânea, que usa a tecnologia para aproximar as pessoas e tornar a experiência de compra mais completa, agregando convivência, conveniência e a consciência dos cooperados de pertencer a uma organização preocupada com seus consumidores e com as comunidades

onde está inserida. Se depender do histórico de missões bem-sucedidas pela Coop ao longo de sua trajetória, o futuro projetado chegará bem antes do previsto. Conheça algumas das decisões assertivas que levaram a Cooperativa a constar entre as 20 maiores empresas de varejo alimentar do Brasil e também a ser reconhecida como a maior cooperativa de consumo da América: Início: fundada por 292 funcionários, a então Cooperativa de Consumo dos Empregados das companhias Rhodia, Rhodiaceta e Valisère foi inaugurada em 20 de outubro num pequeno armazém de secos e molhados em espaço alugado na avenida Queirós dos Santos, em Santo André. No final daquele ano, já somava 1.887 cooperados, quase um terço dos 6 mil funcionários da Rhodia, e fechava a década de 1950 com 4 mil matrículas e mais uma unidade de operação. Nova lei: com atendimento limitado aos funcionários das companhias da Rhodia, a Cooperativa entrou nos anos 1970 com três unidades de operação e 10,8 mil cooperados. Surgiu, então, a lei n° 5.764, de dezembro de 1971, que libera as cooperativas que tenham capacidade ociosa para prestar serviços a terceiros não associados. Ansiosa por crescer, fez convênios com associações e empresas para atender seu público. Diante da grande demanda, foram

Revista Coop | 11 | Julho 2020


Foto: Maurício Taboni

inauguradas as lojas de São Bernardo e, logo depois, São Caetano. Livre adesão: o ano de 1976 foi considerado um marco para a Cooperativa, que decide em assembleia alterar o estatuto para a abertura ao público em geral, associando, além dos empregados da Rhodia, todos os então conveniados e qualquer pessoa física que dela quisesse fazer parte. O impacto da livre adesão foi estatisticamente fulminante. Dos 10.870 cooperados inscritos, o número subiu para cerca de 80 mil ao longo dos últimos quatros anos da década. Novos horizontes: enquanto os funcionários do grupo Rhodia no Grande ABC se beneficiavam da Cooperativa, os de São José dos Campos cobravam uma loja na cidade. Em dezembro de 1983, a Cooperativa entregou o que tanto queriam. Foi a sexta loja, construída em terreno próprio, e marcou o primeiro passo da Cooperativa em direção ao interior de São Paulo. Hoje, são 8 em operação: 3 em São José dos Campos, 2 em Sorocaba, 2 em Tatuí e 1 em Piracicaba. Incorporação: com 286 mil cooperados, a Cooperativa deu outro grande passo no início dos anos 1990 ao incorporar a Cooperativa de Consumo Popular do ABC, que enfrentava situação de insolvência. Com a decisão, ganhou 46 mil novos associados e duas unidades (Perimetral e Capuava). De carona, vieram duas farmácias internas, sementes que se transformaram no atual e promissor negócio drogaria. Antes da virada do milênio, já com 800 mil cooperados, a Cooperativa Revista Coop | 12 | Julho 2020

Festival de Sopa A edição deste ano chega num formato diferente, mas com o mesmo sabor e padrão de qualidade.

Na pauta dos investimentos, a modernização das lojas ganha destaque.

discutiu e aprovou a sua nova razão social: Coop – Cooperativa de Consumo. O nome Rhodia deixou de existir oficialmente. Novo milênio: forte ritmo de expansão marcou a primeira década de 2000. A Coop chega a Tatuí, Sorocaba e Piracicaba, superando o número de matrículas em um milhão. Diversificação: com a missão de oferecer à família cooperada as melhores

condições de acesso a bens e serviços, a Coop entrou no mercado de postos de combustível a partir de 2012 e, um ano depois, decidiu apostar em drogarias de rua. A estratégia foi tão promissora que o setor se transformou num negócio independente, que gerencia hoje 57 unidades. Hoje, em seu atual planejamento estratégico desenhado até 2024, muitas coisas boas estão para acontecer.

Radiografia Coop Faturamento em 2019 Supermercados Drogarias Mercados de atuação Santo André São Bernardo São Caetano Diadema Mauá Ribeirão Pires São José dos Campos Tatuí Sorocaba Piracicaba São Paulo - Capital

R$ 2,3 bilhões 32 57 Supermercados 13 5 1 1 2 2 3 2 2 1

Postos de combustível Colaboradores Carteira de cooperados Drogarias 24 11 4 1 3 2 4 2 4 1 1

3 Cerca de 6 mil 864 mil ativos Postos 1

1 1

O inverno pede sopa e a Coop se compromete a prepará-la para você, seja para acompanhar seu almoço ou jantar. A partir de agora, as lojas Industrial, Giovanni Pirelli e Pereira Barreto, em Santo André, além da Humberto de Alencar, em São Bernardo, oferecem diariamente duas opções de sabores, disponibilizadas em embalagens de 500 gramas para viagem. Ao todo, são 16 versões no cardápio do festival deste ano (veja quadro). Porém, por conta da pandemia, não será possível degustá-las na própria loja, como nos anos anteriores. Para não deixar de atender os cooperados e clientes, Débora Cosenza, coordenadora de Segurança Alimentar, e Daniela Marchiolli, gerenciadora de produtos, reinventaram o serviço, já que o Festival de Sopas foi muito bem aceito nas últimas duas edições. Segundo elas, as versões estarão à disposição no setor de rotisseria das unidades, com exceção da Pereira Barreto, onde serão expostas na cafeteria. “O serviço se estenderá até o término do inverno ou enquanto a temporada do frio durar”, acrescentam. À MODA MARMITEX É outra novidade que a Coop está preparando e, em breve, estará à disposição dos clientes. São três modelos de marmitex (comum, executivo e especial) com quatro opções de cardápios para cada dia da semana, incluindo sábado e domingo. Uma oferta variada

Foto: Maurício Taboni

Novidades da rotisseria atendem aos variados gostos.

que atende aos diversos paladares e bolsos. Além de uma carne ou massa, cada um dos modelos de marmitex traz arroz, feijão, farofa ou legumes de acompanhamento. Basta escolher a sua na rotisseria e levar o almoço ou jantar prontinho para casa. Só para dar água na boca, conheça uma das quatro versões diárias de cardápio de cada um dos modelos de marmitex: Comum - Filé de frango à milanesa. Acompanham: arroz branco, feijão carioca e creme de milho Executivo - Costelinha ao molho barbecue. Acompanham: arroz branco, feijão carioca e batata rústica Especial - Salmão com crosta de alhoporó. Acompanham: arroz branco ou integral e legumes salteados na manteiga

Festival de Sopa Caldinho de feijão com batata Caldo verde Canja de galinha Creme de abóbora com carne-seca Creme de batata e alho-poró Creme de cebola Creme de ervilha com paio Creme de mandioca com calabresa Creme de mandioquinha com provolone Creme de milho com frango Creme de grão-de-bico e cogumelos Creme de palmito Creme de queijo Sopa de carne e legumes Sopa de lentilha e bacon Sopa minestrone Dois sabores por dia para sua escolha

Revista Coop | 13 | Julho 2020


A bola da vez Pequenos empreendedores encontram portas abertas no cooperativismo de crédito. Todo universo empresarial foi afetado de uma forma ou outra pela crise gerada pelo novo coronavírus, mas os pequenos negócios, sem reserva em caixa para suportar a quarentena de portas fechadas, foram os mais sacrificados. Na busca de solução no mercado financeiro para garantir a sobrevivência, o sistema de cooperativismo de crédito tem se mostrado o mais flexível e eficiente à concessão de empréstimos. É o que indica a terceira pesquisa do Sebrae, desenvolvida em parceria com a Fundação Getulio Vargas, junto a cerca de 10 mil microempreendedores individuais (MEI), microempresas e donos de pequenos negócios. O levantamento, realizado entre 30 de abril e 5 maio, mostrou que 86% dos empreendedores que buscaram crédito no mercado financeiro tiveram seus pedidos negados ou mantidos em análise desde o início do isolamento social. Apenas 14% das solicitações obtiveram sucesso. Ainda que a maioria tenha buscado os bancos públicos e privados, foram as cooperativas de crédito que mais concederam empréstimos (31%), seguidas dos bancos privados (12%) e públicos (9%). O cenário não causa estranheza para Edivaldo Del Grande, presidente da Organização das Cooperativas do Estado de São Paulo (Ocesp), ao

Revista Coop | 14 | Julho 2020

Dados de março divulgados pela Confebras dão a dimensão da força do sistema no território brasileiro. O Sistema Nacional de Crédito Cooperativo (SNCC) conta com 864 cooperativas, dois bancos cooperativos, cinco confederações, 34 cooperativas centrais e duas federações que atendem 11,8 milhões de associados. Somam-se a essa grandeza o contingente de 67 mil empregados e um detalhe que faz toda a diferença. “Em 594 cidades brasileiras, as cooperativas de crédito são as únicas instituições financeiras presentes para o atendimento da população”, destaca Valle, apoiado em dados de agosto de 2019 do Anuário do Cooperativismo Brasileiro, publicado pela Organização das Cooperativas Brasileiras. Paulo Ozelame, diretor-presidente da Sicoob Crediconsumo.

explicar que as cooperativas tendem a crescer ainda mais em importância nos períodos de crise. “Sempre foi assim, e agora não está sendo diferente", comenta. Além de foco no cooperado e atendimento personalizado, Del Grande salienta que as cooperativas têm outra grande vantagem na disputa do mercado de crédito. “Suas taxas de juros são significativamente inferiores às médias praticadas no mercado, fazendo com que o sistema seja uma ótima alternativa aos bancos públicos e privados”, enfatiza.

CRESCIMENTO SUSTENTADO Porto seguro para os mais diversos perfis de público (pessoas físicas e jurídicas), o cooperativismo de crédito tem apresentado crescimento expressivo no Brasil, acima da média do Sistema Financeiro Nacional, que inclui todos os bancos não cooperativos. “Cresce tanto na base de cooperados, quanto em postos de atendimento e ativos, com ganhos de eficiência e escala”, avalia Marcio Valle, presidente do Conselho de Administração da Sicoob Crediconsumo.

SICOOB CREDICONSUMO Assim como as demais do ramo, a Sicoob Crediconsumo, com carteira de 15 mil cooperados conquistados ao longo de seus quase 40 anos de fundação, também vem apresentando expansão expressiva e contínua. “Só nos últimos três anos, o quadro de cooperados aumentou 20% a cada ano”, contabiliza o diretor-presidente, Paulo Fernando Ozelame. O desempenho positivo se dá justamente por conta do modelo de negócio do cooperativismo de crédito. “Temos a característica de ser mais

próximos e empáticos no atendimento aos associados, avaliando suas necessidades com agilidade e oferecendo taxas de juros justas e sem burocracias”, ressalta o diretor-presidente, acrescentando que a Sicoob Crediconsumo oferece os mesmos produtos financeiros de um banco tradicional. Nos cinco primeiros meses deste ano, a oferta de crédito da Sicoob Crediconsumo cresceu em mais de 40% comparada ao mesmo período do ano passado. Com a chegada da quarentena, mesmo com a retração apresentada no mercado de crédito dos bancos, a cooperativa manteve o crescimento e prevê aumento ainda maior assim que todos os associados retornarem à rotina normal. Não só espera como está preparada para receber a demanda. “Nossa robustez, baseada nos indicadores exigidos pelo Banco Central do Brasil, nos torna aptos a atender toda a demanda dos associados”, assegura Ozelame, que segue o mesmo raciocínio do presidente da Ocesp. Segundo ele, as cooperativas dos mais variados segmentos se fortaleceram muito em momentos adversos. “Se recorrermos à história, veremos que muitas foram constituídas e cresceram nos piores cenários. Isso se deve a uma forma humana e simples de atender ao cooperado em um momento em que o mercado financeiro se retrai fortemente”, acredita.

CARTÃO COOP FÁCIL A Coop entende que o cenário atual está difícil para todo mundo e, por isso, está oferecendo aos usuários dos cartões de crédito Coop Fácil o parcelamento espontâneo da fatura em até 30 vezes mediante uma pequena entrada. Ao efetuar o pagamento da primeira parcela, a segunda poderá ser quitada com carência de até 60 dias. Essa ação ainda permite que o portador mantenha o seu cartão disponível para uso. A nova solução, que se estenderá até agosto, é fruto da negociação da área de Produtos Financeiros da Coop com a Bradescard. “O momento exige cooperação para que os efeitos da Covid-19 sejam menos drásticos aos nossos cooperados e clientes”, explica Alexsandra de Amorim, coordenadora da área de Produtos Financeiros.

Revista Coop | 15 | Julho 2020


Avon chega às Drogarias Coop Produtos da renomada marca já estão presentes em todas as drogarias da rede. Vá conferir! A parceria entre as Drogarias Coop com o Distribuidor oficial da linha Avon, uma das marcas de cosméticos mais conceituadas do mercado, vem com o propósito de entregar aos cooperados e clientes um sortimento inicial de 30 produtos da linha Renew e Presenteáveis que promete avançar para cerca de 150 itens no sortimento até o final deste ano. Melhor ainda: com preços, em média, 10% mais acessíveis em comparação aos

praticados no mercado, segundo adianta Roberto Covre, da área comercial do negócio drogaria da Coop. “Nossa proposta é oferecer o melhor custo-benefício, entregando uma linha de produtos alinhada ao perfil de nossos clientes”, acrescenta. A parceria, negociada em fevereiro, foi lançada nas drogarias em maio último e já supera as expectativas, tanto que será fortalecida ao longo dos próximos meses, inclusive com novas linhas.

“Não tenho dúvidas do sucesso dessa aliança e acredito que, já em 2021, as Drogarias Coop serão reconhecidas como um dos principais canais de comercialização da marca”, adianta Covre.Na linha de produtos Renew já disponibilizada nas drogarias estão tônico e gel de limpeza e proteção facial e maquiagem (máscaras, paletas de sombra e batons Power Stay), além de opções de kits para presentear.

Mais uma drogaria

Gabriela Granadeiro confere a nova linha de produtos.

Revista Coop | 16 | Julho 2020

O primeiro investimento em expansão da Coop em 2020 foi lançado dia 28 de maio, no bairro Campestre, em Santo André, com a inauguração da 57ª drogaria da rede no número 1.861 da Pedro II, avenida que já conta com outra unidade Coop, no 217. O investimento superior a R$ 600 mil contemplou a nova estrutura com 175 m² de área de atendimento, sete vagas de estacionamento e 11 colaboradores na operação.

Seu sortimento de 9,5 mil itens abrange a linha completa de medicamentos, artigos de perfumaria, higiene e limpeza pessoal, puericultura, alimentos infantis, protetores solares, fraldas descartáveis e outros. A unidade traz ainda, além da linha de produtos da Avon, a venda e aplicação dos testes rápidos para diagnóstico da Covid-19. Sem contar os serviços de aplicação de injetáveis, aferição de pressão, glicemia, colocação

de brinco e atendimento farmacêutico em tempo integral. Outras drogarias já estão previstas no planejamento da Coop ainda para este ano no Grande ABC e outras cidades do interior paulista. Em 2019, cinco novas operações foram inauguradas com investimentos de R$ 4,3 milhões, sendo duas unidades em São Bernardo do Campo, uma em São Caetano do Sul, uma em Mauá e outra em Santo André.

Revista Coop | 17 | Julho 2020


Cartão digital em alta O isolamento social faz crescer a venda de produtos de entretenimento digital. Foto: Guilherme Balconi

A demanda por cartões de conteúdo apresenta crescimento expressivo e contínuo.

A procura por produtos digitais pré-pagos (games, filmes, músicas e cursos), que já vinha em ritmo crescente, acelerou ainda mais no período da quarentena imposta pela pandemia, já que assistir a filmes, documentários e séries parece ter sido um dos passatempos preferidos para quebrar a monotonia. Para garantir maior comodidade a essa demanda que não para de crescer, a Coop passa a disponibilizar agora cartões pré-pagos com valores variáveis de acordo com a necessidade e bolso de cada um. Nesta primeira etapa, cooperados e clientes podem carregar conteúdo da

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Netflix, maior plataforma de streaming do mercado, a partir de R$ 70 a R$ 700, enquanto o do Google vai de R$ 15 a R$ 300. Na linha de serviços, o acesso à Uber oferece opção de carregamento entre R$ 25 e R$ 500. Os cartões de conteúdo pré-pagos, também conhecidos por gift cards, são soluções que dão acesso aos produtos e serviços digitais sem que o consumidor precise abrir uma conta ou dispor de um cartão de crédito. Desde 2016, quando começou a operar com o segmento, a Coop registra crescimento de vendas contínuo e expressivo em sua linha de produtos, porém, não

tão representativo quanto nos últimos meses. De acordo com Alexsandra de Amorim, coordenadora da área de Produtos Financeiros, o volume de venda em maio apresentou crescimento de 72% comparado ao mesmo período de 2019, e 11% superior a abril deste ano. Entre os cartões de conteúdo mais pedidos, estão Google, Netflix, Microsoft e Playstation. A expectativa é que a demanda continue em alta, com ou sem quarentena, já que a ordem de ficar em casa para evitar o contágio da Covid-19 deve prevalecer por um bom tempo para aqueles que podem cumpri-la.


Família Santos

IVANILDE SITTA

É

a da Odete Augusto dos Santos, uma senhora de 68 anos, toda alegre e falante, que comanda há 13 anos um dos espaços na praça de alimentação da loja de Ribeirão Pires. Ela é uma das mais antigas locatárias da Coop e um tanto famosa no pedaço pelo saboroso feijão que acompanha os pratos servidos em sua lanchonete. Odete garante que não há nenhum mistério escondido na receita. “A não ser que seja o carinho envolvido no preparo, que agrego em abundância, ou então, a fidelidade que tenho com uma determinada marca de feijão, não sei”, revela. Certo mesmo é que a história de Odete com a Cooperativa teve início muito antes de sua parceria na locação do ponto comercial na loja de Ribeirão Pires. Começou em 1972, quando garantiu, aos 18 anos de idade, seu primeiro emprego na Coop, como operadora de caixa, sendo transferida posteriormente para o setor de Recursos Humanos. “Como sou falante demais, viver trancada num escritório não deu muito certo e, entre outras mudanças, acabei como vendedora no setor de eletro e aí me realizei”, recorda. Ainda mais realizada ficou quando conheceu José Caitano dos Santos, um pernambucano da cidade de Afogados de Ingazeira que decidiu tentar a sorte grande em São Paulo. Ao desembarcar em Santo André, ele

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conseguiu na Coop seu primeiro emprego de carteira assinada, na função de chapeiro na lanchonete. Não demorou muito para a colaboradora agregar o sobrenome Santos aos documentos pessoais. Da união do casal vieram três filhos, que, por coincidência ou não, também inauguraram a carteira de trabalho na Coop. MUDANÇA DE ROTA Para o esposo, José Caitano, foi o primeiro e único emprego de sua vida. Já Odete decidiu encerrar sua carreira profissional na Cooperativa em 1984, após 12 anos de trabalho, quando nasceu o primeiro filho. “Chorei tanto ao me desligar do emprego”, lembra. Mulher de fibra e daquelas que não gostam de ficar paradas por muito tempo, a ex-colaboradora decidiu investir com uma de suas cunhadas em uma confecção de uniformes escolares, que durou cinco anos, até concordar com o marido em apostar num novo negócio. Já aposentado, Caitano estava de olho na lanchonete da loja de Ribeirão Pires, cujo antigo locatário estava repassando o ponto. Propôs, então, à esposa a ideia de assumir o ponto e ela tocar o trabalho, prometendo que a ajudaria nas tarefas. Marcava assim o retorno de Odete à Coop, mesmo que de forma indireta. Cozinheira de mão cheia, não demorou a conquistar o paladar dos clientes com suas invenções nas panelas. Além do feijão, a macarronada e suas porpetas tam-

Foto: Guilherme Balconi

São tantas na carteira de mais de 800 mil cooperados que se abastecem nas lojas anualmente, mas uma delas alimenta uma ligação com a Coop que vai além de fazer compras.

bém fazem o maior sucesso. “Sempre sou elogiada pelos meus pratos”, diz a locatária, que conta com uma equipe de oito funcionários para atender a demanda diária. Segundo ela, sua operação na lanchonete está sendo transferida gradualmente para um de seus filhos para que ela possa curtir um pouco da vida no litoral. “Mesmo distante, estarei no comando, supervisionando tudo”. E o feijão? Vai continuar tão bom quanto sempre foi, já que os funcionários da lanchonete conhecem muito bem.

LOJAS-SATÉLITES Para complementar a tarefa de compras de seus cooperados e clientes, a Coop conta hoje com uma gama de lojas-satélites instaladas em suas unidades. São salões de beleza, lavanderias, óticas, agências bancárias, cafeterias, além de muitos empreendimentos voltados à alimentação. A proposta da Coop é oferecer soluções para que os clientes, ao fazer supermercado, possam resolver outros compromissos diários, como comprar um presente, apostar na Mega-Sena ou cortar o cabelo, por exemplo.

CONTE SUA hISTóRIA Este espaço da Revista Coop é dedicado a cooperados, clientes, fornecedores e colaboradores que tenham algum caso interessante relacionado com a Coop para contar. Pode ser algo emocionante, alguma cena engraçada, um encontro

decisivo em uma das unidades, um atendimento diferenciado de algum colaborador que impactou positivamente no seu dia. Envie sua história por e-mail: revistacoop@coopsp.coop.br. Estamos curiosos para conhecer.

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| Sopa

Foto: Shutherstock

O prato do inverno Dentre tantos cardápios quentes, a sopa bate qualquer concorrente em calor, sabor, aconchego e, dependendo do preparo, até em nutrientes.

Q

IVANILDE SITTA

uer algo mais caliente nas noites frias do que uma tigela de sopa fumegante à mesa? Seja na forma suculenta, com pedaços de carne e legumes, em creme ou mesmo num bom caldo, a iguaria esquenta o corpo e a alma muito mais do que um poderoso cobertor. Sem contar que a leveza do preparo favorece o processo de digestão e, por tabela, garante uma noite de sono bem mais tranquila. Se você precisa de mais razões para fazer da sopa o cardápio do jantar, abra a geladeira. Por mais desabastecida que esteja, certamente encontrará o necessário, mesmo porque basta uma variedade de legumes para fazer render uma deliciosa sopa cremosa, seja de cenoura, mandioca, mandioquinha ou ervilha.

Revista Coop | 22 | Julho 2020

Para aqueles que dispõem de tudo isso e mais um pedaço de carne para acrescentar no caldeirão, pronto! O preparo virou uma refeição completa e equilibrada. De acordo com Rosana Perin, gerente de nutrição do HCor, Hospital do Coração, para que a sopa alcance o status de refeição completa, a receita deve conter ingredientes de todas as fontes dos grupos alimentares. Carboidratos: batata, mandioca, mandioquinha, arroz, batata-doce, macarrão. Proteínas: são divididas em dois tipos: animal (carnes e aves) e vegetal (feijões, ervilha, lentilha, grão-de-bico). Vitaminas e minerais: cenoura, abobrinha, vagem, abóbora, vegetais folhosos.

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| Sopa

Pioneira em refeição

Canja de galinha Dentre tantas possibilidades de sopas nutritivas, essa aí merece um capítulo à parte, inclusive, já conhecido pelas vovós de antigamente, que costumavam tratar estados gripais na família com uma boa canja de galinha. Rosana Perin adianta que a preparação não cura a infecção, mas tem lá suas funções terapêuticas ao fortalecer o corpo e aliviar os sintomas da gripe, como a coriza e a fraqueza. Segundo ela, o frango é rico em zinco, mineral que acelera a produção de glóbulos brancos, melhorando a imunidade, e também conta com o aminoácido cisteína, importante agente para a expectoração e melhora dos sintomas respiratórios. “A falta de apetite, alteração do paladar e mal-estar são os principais sintomas que aparecem na ocorrência de uma gripe e a canja de galinha é a preparação com maior aceitação dos pacientes”, esclarece a nutricionista. Ela explica que a combinação clássica tem como base arroz, frango, alho,

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cebola, cenoura e muito caldo. “A cebola e o alho, normalmente usados no tempero, contribuem para o bom funcionamento do sistema imunológico”, ressalta. DIETA DA SOPA Muitos daqueles que lutam contra a subida dos ponteiros da balança já devem ter arriscado uma das inúmeras versões divulgadas nas redes sociais que prometem eliminar quilos rapidamente. Além de não ter respaldo científico, Rosana Perin recomenda não apostar em nenhuma delas, já que frequentemente tais dietas não contêm os nutrientes necessários para uma alimentação saudável. Pior ainda. “Pode levar à deficiência, principalmente, de vitaminas, minerais e proteínas”, alerta a nutricionista, acrescentando que, além de não estimularem hábitos saudáveis e serem frustrantes, podem, em longo prazo, comprometer a saúde. “Um acompanhamento nutricional individualizado, fundamentado em uma alimentação equilibrada, é o caminho ideal para a perda de peso”, sugere.

A história certifica a sopa com o título de refeição mais antiga da humanidade. Ela surgiu nos tempos das cavernas, quando o homem pré-histórico experimentou cozinhar a caça e percebeu que o caldo era mais saboroso que a própria carne. Nascia assim uma mistura de água com ingredientes que atravessou séculos e civilizações e ganhou o mundo com o nome de sopa, palavra de origem semântica no sânscrito sû (bem) e pô (alimentar), ou seja, bem alimentar. Cada país elegeu uma sopa para chamar de sua. Veja algumas delas, começando pelo Brasil. Por aqui, território que abriga uma mistura de culturas, as sopas mais consumidas vão além da tradicional versão de carne, legumes e macarrão. O caldo de mocotó é um dos preparos mais nutritivos, rico em colágeno. Pode levar cenoura, feijãobranco, batata e o que mais o cozinheiro desejar. O caldo de feijão não deixa por menos. Leva calabresa e bacon, temperos e cheiro-verde. Pode ser feito tanto com o feijão-carioquinha, como em São Paulo e Minas Gerais, quanto com o preto, no Rio de Janeiro. Bambá de couve é outro destaque em sopa. É feita com farinha de milho ou fubá e couve picada. Para incrementar, costuma-se agregar linguiça ou até mesmo ovos para cozinhar dentro da sopa.

Minestrone: é o preparo característico na Itália, composta por grande variedade de legumes cortados, e geralmente leva arroz ou macarrão. Dentre os ingredientes mais usa-

dos estão tomate, feijão, cebola, cenoura, aipo e batata. Mas não há regra, já que o minestrone pode ser feito com qualquer legume da época. Caldo verde: é um prato de origem portuguesa feito com batatas e couve e muito consumido em festas populares. Há indícios de ter surgido no norte de Portugal, na região do Minho, e sua receita foi sendo adaptada pelos povos de diversas regiões.

Gazpacho: leve e refrescante, é uma sopa batida para ser servida fria. É preparada à base de tomate e pão, acrescidos de pimentão, alho, pepino e muito azeite de oliva, item indispensável às receitas mediterrâneas. É uma composição simples, historicamente consumida desde o século XVII pela população mais humilde na tentativa de aproveitar as sobras de alimentos, como o pão amanhecido. A sopa carrega forte herança cultural dos árabes, até no nome, e que significa pão encharcado. Soupe a l’oignon: é uma sopa de cebola gratinada tradicional da culinária francesa. São rodelas finas de cebolas fritas na manteiga até ficarem castanhas e reduzidas em volume. Quando pronta no fogo, a sopa é coberta de pão torrado e queijo gruyère e levada ao forno para gratinar.

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| Sopa

Sabores e versões Sopa não é tudo igual, como muitos pensam. Há diversos tipos que variam tanto nos ingredientes e consistência quanto na apresentação: Caldos: são geralmente utilizados como entradas nas refeições, já que são leves e preparam o estômago para os demais pratos. Cremes: são conhecidos como sopa-creme e apresentam textura aveludada. Pode ser preparada com um ou vários legumes e vegetais cozidos e batidos no liquidificador, com a água do cozimento, e temperada a gosto. Fica a critério do freguês acrescentar pedacinhos de bacon ou de linguiça bem fritos e até creme de leite para dar suavidade e cremosidade. Sopa-creme de abóbora com carne-seca é um dos clássicos da culinária. Sopas: são aquelas que têm ingredientes em pedaços maiores e que acabam virando uma refeição. Além de legumes e vegetais, podem ser preparadas com aveia, fubá, arroz, macarrão, batata, carnes magras ou

aves sem pele e grãos, agregam nutrientes de fácil digestão e boas fontes de vitaminas, minerais e fibras, segundo garante a gerente de nutrição do HCor. Independentemente das versões, todas podem ser servidas com acompanhamento. Pães, torradas, croutons, queijos ou mesmo saladas são os parceiros indicados ao servir uma sopa. SOPA FAMOSA A estrela é a sopa de cebola da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp), que há 50 anos faz sucesso ao atrair gente de todos os cantos. O prato era servido antigamente num restaurante que funcionou no entreposto da Vila Leopoldina entre 1960 e 1980. Tomar sopa de cebola na Ceagesp de madrugada, um hábito restrito a quem trabalhava ou fazia compras no entreposto, ganhou fama e acabou virando programa de quem queria esticar a noite. Foi assim por mais de 20 anos. Porém, a terra da garoa cresceu, o clima mudou e o restaurante fechou, mas o sabor ficou na memória olfativa de quem conheceu a sopa. Foi só em 2009, durante as comemorações dos 40 anos da Ceagesp, que a iguaria retornou com a criação do Festival de Sopas Ceagesp, que faz sucesso até hoje. Mesmo com outros seis sabores acrescentados no cardápio, a de cebola é a mais pedida. Quer conhecer o sabor? A edição deste ano já começou e termina em agosto, com atendimento limitado ao delivery e drive-thru.

Revista Coop | 26 | Julho 2020

Sopa de pedra Essa é outra história, uma das muitas contadas pela gastronomia. Dentre tantas versões do mesmo fato, a mais consensual é a de um pobre frade que, sem abrigo nem alimento, mendigou algo para comer numa residência da cidade em que passava. Como seu pedido foi negado pela família, ele sugeriu, então, a doação de um pouco de água para que pudesse fazer uma sopa de pedra. Curiosa, a família o deixou entrar e deu-lhe uma panela com água, na qual o frade colocou uma pedra lavada. Durante o preparo, ele disse à dona da casa que um pouquinho de sal daria mais sabor à sopa. Garantido o sal, ele comentou que uns feijões também calhavam muito bem, o que foi providenciado. “Imagine, então, um pedacinho de toucinho”, indagou o frade. Encurtando a conversa, ele conseguiu todos os ingredientes de que precisava, satisfazendo o estômago de toda a família. Ao término do jantar, ele lavou a pedra e guardou no bolso para próximas preparações. Há versões castelhanas e britânicas desta lenda, só que para os portugueses foi em Almeirim, cidade de Portugal localizada no Ribatejo, que toda essa história aconteceu, tanto que nos anos 1960 a sopa de pedra foi recuperada na cidade. Trazemos aqui a receita oficial do preparo, divulgada no site da Câmara Municipal de Almeirim.

Sopa de Pedra Por Câmara Municipal de Almeirim, de Portugal INGREDIENTES n 500 g de feijão encarnado (vermelho) n 600 g de batata nova cortada em cubos n 600 g de carne de porco (toucinho magro, orelha e pés) n 600 g de chouriça (linguiça)

n 60 g de morcela (chouriço) n 1 farinheira (espécie de alheira) n 2 dentes de alho picados n 1 cebola picada n 1 folha de louro n 1 ramo de coentro n Sal, pimenta e caldo de tomate a gosto

PREPARO Lave bem o feijão e cozinhe em água com a cebola, o alho e a folha de louro. Numa outra panela, cozinhe as carnes e os embutidos, com exceção da farinheira, que deve ser cozida separadamente. Depois de cozido, separe 1/3 do feijão e reserve. Ao restante, junte as batatas na panela de feijão e cozinhe com sal. Reduza a purê o feijão reservado (1/3) e adicione na panela, acrescentando um pouco mais de sal e os demais temperos. Corte as carnes cozidas em pedaços e agregue ao feijão, assim como a farinheira, que deve ser cortada em rodelas finas. Decore com coentro e sirva quente. Se preferir seguir o ritual do frade, enriqueça o preparo com uma pedra bem lavada e suficientemente grande para não passar despercebida.

Revista Coop | 27 | Julho 2020


CULINÁRIA | Sopa

Foto: Fresh Imagem

Caldo de Mandioca com Cúrcuma no Pão italiano Por Paula Stephan, chef de cozinha INGREDIENTES n 500 g de mandioca descascada e cortada em pedaços

n 2 colheres (café) de cúrcuma

n 400 g de linguiça caipira (ou de sua

n Azeite

preferência) n 1 cebola n 4 folhas de couve

n Sal

n 1 pitada de pimenta caiena

n Pão italiano do tipo redondo n Queijo parmesão a gosto (opcional)

PREPARO Cozinhe a mandioca na pressão com uma pitada de sal até ficar macia. Reserve a água do cozimento e amasse a mandioca. Leve a linguiça ao forno (180 ºC) cortada em rodelas. Em uma panela, coloque um fio de azeite, refogue a cebola e adicione a linguiça assada. Junte a cúrcuma e a pimenta caiena refogando bem. Despeje a mandioca e cubra com a água do cozimento. Se houver necessidade, adicione mais água. Deixe ferver. Corte as folhas de couve finamente e adicione na hora de servir. Abra uma cavidade no pão italiano e coloque o caldo. Se desejar, polvilhe parmesão ralado para finalizar.

Sopa de tomate Por Michelle Troitinho, nutricionista do Kurotel

Caldo de MandioCa CoM CúrCuMa no Pão italiano RECEITA ESPECIALMENTE ELABORADA PARA REVISTA

COOP

Revista Coop | 28 | Julho 2020

INGREDIENTES n 2 kg de tomates maduros e firmes em pedaços (sem pele e sementes) n 4 dentes de alho picados (ou alho-poró picado) n ½ cebola picada n 1 colher (sopa) de manjericão picado

n 1 colher (café) de sal n 2 ½ xícaras (chá) de caldo de

frango n ½ xícara (chá) de iogurte desnatado (opcional)

PREPARO Coloque o tomate, o alho, a cebola, o sal e o caldo de frango para cozinhar durante 1 hora. Deixe esfriar, liquidifique e salpique manjericão. Misture o iogurte desnatado e volte ao fogo para esquentar por alguns minutos, sem deixar ferver.

Revista Coop | 29 | Julho 2020


CULINÁRIA | Sopa

Capeletti in Brodo Por Ana Maria Tomazoni, chef de cozinha da Sabor&Saber Gastronomia INGREDIENTES DO CALDO-BASE n 1 galinha caipira ou pedaços de coxa, sobrecoxa, carcaça de frango n 2 litros de água fria n 1 xícara (chá) de alho-poró picado n 2 talos de salsão picado n 3 dentes de alho picado n 1 cenoura em cubos n 1 bouquet garni (amarrado de ervas) PREPARO DO CALDO Em uma panela grande, coloque a água fria, os pedaços de frango e os demais ingredientes do caldo-base. Deixe ferver em fogo médio por 1 hora. Se formar espuma, retire com a escumadeira. Separe os pedaços do frango, coe o caldo e reserve.

INGREDIENTES DO CAPELETTI n 600 g de capeletti (de preferência fresco e pequeno) n ½ colher (sobremesa) de sal ou a gosto n Noz-moscada e pimenta-do-reino a gosto n 3 dentes de alho amassados n 1 colher (sopa) de azeite de oliva n Queijo parmesão ralado (na hora) PREPARO DO CAPELETTI No pilão, amasse o alho e junte o sal e o azeite até ficar cremoso. Em uma panela, coloque o alho amassado com azeite e leve ao fogo até dourar, junte o caldo, a pimenta e a noz-moscada. Deixe ferver e adicione o capeletti. Na hora de servir à mesa, acomode a carne de frango numa travessa salpicando um pouquinho de pimenta-do-reino, ao lado do brodo de capeletti. Sirva bem quente com queijo parmesão.

Sopa de Cebola com ricota

Foto: Shutterstock

Por Michelle Troitinho

Revista Coop | 30 | Julho 2020

Capeletti in Brodo

INGREDIENTES n 4 xícaras (chá) de cebola picada grossamente n 2 dentes de alho picados n 1 colher (sopa) de óleo vegetal n 1 litro de caldo de frango n 1 colher (café) de sal não refinado n 4 colheres (sopa) de ricota n Tempero verde a gosto n Pimenta-do-reino a gosto

PREPARO Coloque o óleo em uma panela e refogue primeiramente o alho, depois a cebola. Acrescente o caldo de frango e ferva por 20 minutos, até que a cebola esteja quase desmanchando. Deixe esfriar. Liquidifique a sopa e volte para a panela, acrescente o sal e a pimenta e deixe ferver. À parte, misture o tempero verde picado com a ricota ralada e acrescente na sopa na hora de servir.

Revista Coop | 31 | Julho 2020


CULINÁRIA | Sopa

Sopa de lentilhas Por Michelle Troitinho INGREDIENTES n 350 g de lentilha n 3 a 4 copos de água quente ou caldo de legumes caseiro n 2 cenouras picadas em cubos pequenos n 2 chuchus picados em cubos n 1 abobrinha pequena ralada

Creme de Mandioquinha Cremoso RECEITA ESPECIALMENTE ELABORADA PARA REVISTA COOP n 2 tomates picados sem sementes

e sem pele n Sal, alho-poró n Cebola a gosto ou tempero de

sua preferência n 2 colheres (sopa) de óleo para refogar

PREPARO Lave e escorra as lentilhas. Em uma panela, acrescente o óleo e refogue o alho-poró e a cebola, acrescentando a lentilha. Refogue por 5 minutos. Acrescente os legumes e mexa bem. Despeje a água quente, feche a panela e cozinhe por cerca de 1 hora ou até engrossar o caldo.

Sopa de Feijão e legumes Por Ana Maria Tomazoni

n 1 cenoura grande cortada em

cubinhos n 1 amarrado de ervas frescas n 1 xícara (chá) de macarrão que

preferir n Sal, orégano e noz-moscada a gosto n 2 colheres (sopa) de salsa ou coentro picadinhos para finalizar n 1 litro de água

PREPARO Em uma panela grande, refogue no azeite o alho amassado até ficar levemente dourado. Acrescente a cebola, mexa até murchar e ficar transparente e junte o tomate. Coloque o feijão batido e a água e deixe ferver, acrescentando a batata, a cenoura e os temperos. Junte o macarrão, cozinhe e, se necessário, adicione mais água. Antes de levar à mesa, salpique a salsa ou coentro, ou sirva à parte.

Revista Coop | 32 | Julho 2020

Creme de Mandioquinha Cremoso Por Melchior Neto, chef de cozinha INGREDIENTES n 500 g de mandioquinha n 200 ml de creme de leite n 1 xícara (chá) de leite

n 1 colher (sopa) de manteiga n Salsa picada n Sal e pimenta-do-reino

PREPARO Cozinhe a mandioquinha sem casca entre 10 e 15 minutos. Coloque no liquidificador com o leite, o creme de leite, sal e pimenta a gosto. Bata até ficar homogêneo. Finalize em fogo baixo com a manteiga e a salsa.

Revista Coop | 33 | Julho 2020

Foto: Fresh Imagem

INGREDIENTES n 3 dentes de alho amassados n 1 cebola bem picada n 2 colheres (sopa) de azeite n 1 tomate grande picado (sem sementes) n 4 xícaras (chá) de feijão (cozido, temperado e batido no liquidificador com o caldo) n 2 batatas grandes cortadas em cubinhos


CULINÁRIA | Sopa

Sopa de inverno Por Renata Pigliasco, nutricionista INGREDIENTES n 150 g de shitake n 2 colheres (sopa) de óleo de coco n 1 cebola picada n 4 dentes de alho picados n 1 colher (sopa) de gengibre picado n 2 tomates maduros em cubos n 1 cenoura em cubos n 1 abobrinha em cubos n 1 chuchu em cubos n 1 xícara (chá) de repolho em tiras n 1 xícara (chá) de folhas de espinafre n 1 xícara (chá) de couve em tiras n Sal a gosto n Farinha de linhaça a gosto para polvilhar n 2 litros de água fervente

PREPARO Em uma panela grande, aqueça o óleo em fogo médio e refogue a cebola e o alho por 3 minutos. Acrescente o gengibre, o tomate, a cenoura e o shitake e refogue por 2 minutos. Adicione a água fervente, a abobrinha e o chuchu. Deixe cozinhar até ficarem macios. Junte o repolho e deixe cozinhar por 2 minutos. Desligue o fogo, misture o espinafre e a couve, tampe a panela e deixe descansar por 10 minutos. Acerte o sal e sirva em seguida polvilhada com farinha de linhaça.

Canja Por Renata Pigliasco

Foto: Fresh Imagem

INGREDIENTES

Revista Coop | 34 | Julho 2020

Sopa de inverno RECEITA ESPECIALMENTE ELABORADA PARA REVISTA COOP

n 50 g de couve-flor picadinha (só as

n 2 colheres (sopa) de molho de tomate

flores, parte branca) n 50 g de cebola picada n 50 g de cenoura picada em cubos n 20 g de alho-poró picado n 1 colher (sopa) de salsa e cebolinha n 1 alho ralado

caseiro n 2 colheres (sopa) de azeite extravirgem ou óleo de coco n 150 g de frango em cubos n Sal e pimenta-branca a gosto n 500 ml de água

PREPARO Numa panela, doure a cebola, o alho e o frango no azeite. Adicione a água, os legumes já picados e o molho de tomate e deixe cozinhar por 30 minutos. Tempere com sal e pimenta-branca a gosto. Finalize com o tempero verde salpicado.

Revista Coop | 35 | Julho 2020


CULINÁRIA | Sopa Sopa de ervilhas com Hortelã e Kefir RECEITA ESPECIALMENTE ELABORADA PARA REVISTA COOP

Sopa de ervilhas com Hortelã e Kefir Por Mariela Silveira, médica do Kurotel

INGREDIENTES n 1 colher (sobremesa) de azeite de oliva n 1 cebola pequena picada n 900 g de ervilha pré-cozida congelada n ½ litro de caldo de legumes caseiro ou água n 150 g de kefir de leite sem soro ou iogurte natural n 2 colheres (sopa) de hortelã fresca picada n Ramos de tomilho n 1 colher (sopa) de sal marinho não refinado n Pimenta-do-reino preta moída na hora

PREPARO Aqueça o azeite em uma panela grande, acrescente a cebola e refogue lentamente até que fique macia, mas sem dourar. Adicione as ervilhas, o caldo de legumes e os ramos de tomilho. Aqueça até ferver. Reduza o fogo e cozinhe por mais 15 minutos ou até que as ervilhas estejam macias. Bata a sopa no liquidificador para obter um creme homogêneo. Tempere com sal e pimenta. Distribua em tigelas e adicione uma colher de sopa de kefir com hortelã picada.

Sopa-creme anti-inflamatória Por Fernanda Granja, nutricionista PREPARO Na panela de pressão, refogue a cebola e o alho no azeite, até murchar. Acrescente a cenoura, a abóbora e o tomate e refogue mais um pouco. Coloque a água e cozinhe na pressão até amolecerem. Bata no liquidificador e volte para a panela deixando engrossar um pouco. Acrescente o açafrão, o gengibre, o alecrim e o sal. Foto: Fresh Imagem

INGREDIENTES n 2 xícaras (chá) de abóbora japonesa descascada e picada n 1 cenoura descascada e picada em rodelas n 1 tomate italiano picado n 1 cebola picada n 2 dentes de alho n 1 colher (chá) de azeite n 2 colheres (chá) de gengibre ralado n 1 colher (chá) de açafrão-da-terra n 1 ramo de alecrim n Água e sal

Revista Coop | 36 | Julho 2020

Revista Coop | 37 | Julho 2020


CULINÁRIA | Sopa

Sopa eslava Por Sacciali INGREDIENTES n 1 cebola picada n 4 colheres (sopa) de óleo n 2 dentes de alho picados n 500 g de alcatra em tiras n 50 ml de conhaque n 5 colheres (sopa) de molho inglês

n 2 colheres (sopa) de ketchup n 2 colheres (sopa) de mostarda n 1 molho de tomate encorpado n 2 kg de batata n 1 caixinha de creme de leite n Sal, pimenta-do-reino e cheiro-verde

PREPARO Em uma panela média, refogue o alho e a cebola no óleo. Acrescente a carne e refogue. Flambe com o conhaque e tempere a carne com o sal e a pimenta-do-reino. Acrescente o ketchup, a mostarda, o molho inglês e o molho de tomate. Mexa bem e cozinhe por 2 minutos. Desligue o fogo. Cozinhe as batatas na panela de pressão em água salgada até que fiquem bem macias. Liquidifique as batatas com parte da água de cozimento até formar um creme liso. Acrescente o creme de batata na panela com a carne refogada e mexa bem, incorporando o creme de leite. Acerte o sal e a pimenta-do-reino e adicione o cheiro-verde.

Creme de abóbora com linguiça defumada

Sopa de Cenoura com Gengibre

Por Eder Charcutaria

Por Renata Pigliasco

INGREDIENTES n ½ abóbora cabochan n ½ cebola n 1 dente de alho n 1 linguiça defumada condimentada picada em cubos pequenos

Revista Coop | 38 | Julho 2020

PREPARO Descasque e corte a abóbora em cubos n 30 ml de azeite médios. Refogue a cebola e o alho no n 1 caixinha de creme de azeite e deixe dourar. Adicione o aleleite crim e a abóbora, refogando até amon 3 g de pimenta-do-reino lecer. Cubra com água e deixe cozin 1 talo de alecrim nhar. Quando estiver bem cozida, ban Sal a gosto ta em um liquidificador para obter um creme homogêneo. Adicione o creme de leite. Numa frigideira, doure a linguiça defumada e acrescente ao creme de abóbora. Deixe cozinhar por mais 5 minutos. Acerte o sal e a pimenta a gosto.

INGREDIENTES n 200 g de cenoura n 1 dente de alho n 2 colheres (sopa) de azeite extravirgem

n 1 colher (chá) de

gengibre ralado n Sal do Himalaia n 500 ml de água

PREPARO Lave e corte a cenoura. Em uma panela, coloque a água para ferver e adicione a cenoura. Deixe cozinhar por 20 minutos. Desligue e reserve. Em outra panela, doure o alho ralado no azeite. Coloque a cenoura já cozida junto com a água no liquidificador, adicione o alho dourado no azeite e acrescente o gengibre e o sal. Bata tudo no liquidificador até ficar cremoso. Sirva quente.

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BOA SAFRA | Vagem

Verdinha versátil A vagem é nutritiva, gostosa e boa pedida para incrementar saladas, tortas e sopas.

CELI EZELLNER

O

Qualidade em hortifrútis A coluna Boa safra traz em todas as edições este selo para identificar a parceria da Coop com o Grupo Benassi, empresa que figura na lista das maiores distribuidoras de FLV (frutas, legumes e verduras) da América Latina.

riginária da América Central, de onde partiu para outros continentes, a vagem, também chamada de feijão-de-vagem, só se diferencia dos irmãos porque os grãos são colhidos ainda verdes e consumidos com a embalagem, ou seja, com a vagem. Existem muitas variedades, sendo as mais comuns as do tipo manteiga, aquelas achatadas de cor verde-clara, e a macarrão, com formato arredondado. Versátil, a hortaliça marca presença em saladas, tortas, sopas e cozidos, dando um sabor marcante aos pratos. Acrescenta também porções extras de vitaminas A, C e do complexo B à dieta, além de importantes sais minerais, como potássio e ferro. “A vagem ainda é bem servida de fósforo, um dos responsáveis pela formação dos ossos e dentes, além de cálcio, que também está presente em boas quantidades na hortaliça”, diz Flora Guimarães, nutricionista. Tudo isso com a vantagem de ter baixo teor calórico. “A vagem concentra apenas 25 calorias em 100 gramas e ainda possui fibras que promovem saciedade e auxiliam na função intestinal e digestiva”, acrescenta a profissional.

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NA HORA DA COMPRA Segundo orientações da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), dê preferência para as vagens inteiras e tenras com cor verde uniforme e brilhante, sem sinais de ferimentos ou pontos escuros. Atente-se também para as protuberâncias exageradas na vagem devido à presença das sementes já bem formadas. Isso indica que o alimento ultrapassou o ponto e está muito fibroso e menos saboroso. Os pesquisadores recomendam não laválas antes de guardar na geladeira, devendo ser mantidas em sacos plásticos pelo período máximo de sete dias. Em temperatura ambiente, as vagens conservam-se por dois a três dias, no máximo. Quanto mais seco o ar e mais alta a temperatura, menor a durabilidade. Para esticar a vida útil do alimento, basta congelá-lo. O procedimento é simples. Comece lavando bem as vagens e depois corte as pontas e retire os fios nas laterais, se houver. Lave novamente, deixe-as inteiras ou corteas em pedaços grandes. Faça o pré-cozimento em água fervente por dois minutos ou, no vapor, por até três minutos e, em seguida, coloque-as em água gelada pelo dobro de tempo utilizado no pré-cozimento.

Feito isso, escorra a água e seque com papel absorvente. Coloque-as a seguir em uma bandeja ou em uma vasilha aberta e leve-as para congelar. Após o congelamento, coloque-as em saco plástico e leve novamente ao freezer. O tempo de congelamento possível, segundo os pesquisadores da Embrapa, é de 12 meses. Ao descongelar, use água fervente com sal ou utilize o produto ainda congelado diretamente em sopas, cozidos ou tortas. Se for prepará-las ao natural, prefira fazer o cozimento no vapor para preservar as vitaminas, a cor e o sabor, e cozinhe apenas pelo tempo necessário para deixá-las macias, porém crocantes. Vamos preparar? Confira duas receitas sugeridas na cartilha “50 Hortaliças” da Embrapa e bom apetite: Bolo de vagem Ingredientes: 400 g de vagem cortada fino e cozida, ½ xícara (chá) de queijo minas meia cura ralado, 1 cebola pequena picada, ½ xícara (chá) de azeite, 1 ½ xícara (chá) de leite, 2 ½ xícaras (chá) de farinha de trigo, 1 colher (sopa) de fermento em pó, ½ xícara

(chá) de cheiro-verde, 1 cenoura ralada, 3 ovos, sal e pimenta-do-reino a gosto. Prepa­ro: coloque no liquidificador o leite, o azeite, os ovos, o queijo, o sal, a cebola, a farinha de trigo e o fermento. Bata até obter uma massa homogênea. Despeje a massa em uma vasilha e junte a vagem, o cheiro-verde e a cenoura ralada. Misture tudo e coloque em uma forma untada e leve para assar em forno preaquecido em temperatura alta. Dica: a­massa­pode­ser­enriquecida­com­carne ou­outras­hortaliças­e­o­leite­substituído­por creme­de­leite. Refogado de vagem com ovos Ingredientes: ½ kg de vagem picada fininho e cozida, 1 cebola média picada, 1 dente de alho amassado, 3 ovos, ½ xícara (chá) de cheiro-verde; 3 colheres (sopa) de azeite, sal e pimenta-do-reino a gosto. Preparo: refogue a cebola e o alho no azeite, junte a vagem, o sal e a pimenta e mexa bem. Acrescente os ovos e vá mexendo até cozinhar. Por último, junte o cheiro-verde. Sirva quente. Dica: substitua­o­azeite­por­manteiga­ou­margarina,­se­preferir.­

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| Escolha­de­alimentos

Boa feira Até os mais acostumados a comprar frutas, legumes e verduras pisam no tomate vez ou outra na hora de escolher o melhor produto. CELI EZELLNER

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aber se a melancia está docinha ou se o abacaxi está no ponto de consumo realmente não é tarefa das mais fáceis, tanto que muita gente costuma pedir socorro ao feirante ou ao comprador mais próximo da banca. Também não faltam dúvidas quanto ao armazenamento e conservação dos produtos. Cebola e batata devem ou não ir para a geladeira? Para esses e tantos outros pepinos, ninguém melhor do que os profissionais da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) para ajudar a resolver. A primeira lição a ser aprendida é que nem todas as frutas compradas na feira ou no mercado devem ocupar o mesmo espaço na fruteira da cozinha. O pesquisador Márcio Eduardo Canto Pereira, da Embrapa, explica que todas elas emitem um gás chamado etileno, responsável pelo amadurecimento, porém, é a quantidade de gás liberado que diferencia as frutas climatéricas das não climatéricas. Banana, abacate, fruta-do-conde e mamão, por exemplo, fazem parte do primeiro grupo, já que soltam bastante etileno e, portanto, amadurecem mais rapidamente. Ao

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contrário das não climatéricas, caso do limão, laranja, coco, além de outras, pobres em liberação do gás. Por isso, não é aconselhável armazenar no mesmo ambiente grande quantidade de frutas climatéricas, principalmente se o espaço for pouco ventilado. “Não havendo renovação do ar dentro do ambiente, o etileno acumulado acelera o amadurecimento de todas as frutas ali estocadas, o que influi na durabilidade”, esclarece. A banana é um dos casos mais complicados, já que produz muito etileno. Sendo assim, o ideal é individualizá-las, cortandoas da penca sem, contudo, retirar o pedicelo (cabinho). “Esse cuidado fará com que durem um pouco mais na fruteira”, recomenda. NEM TODAS AMADURECEM As frutas não climatéricas, aquelas que emitem pouco etileno, não amadurecem depois de colhidas do pé. As cítricas são um exemplo clássico. “Elas devem ser colhidas no ponto certo do consumo, pois, quando extraídas muito antes do pico de maturação, apodrecem sem chegar a esse estágio”, esclarece o pesquisador. Já as climatéricas amadurecem gradualmente. Mas, se você comprou um abacate

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ainda duro ou um mamão verde e precisa consumi-lo amanhã, é possível acelerar seu amadurecimento. Para tanto, enrole a fruta numa folha de jornal ou num saco de papel. “Essa prática reduz a perda do etileno pelo ar”, garante Márcio Pereira. DÚVIDA CRUEL Para saber se o abacaxi está no ponto certo, o pesquisador recomenda observar os frutilhos, que são os gomos da casca, popularmente conhecidos como olhos. “Quanto mais maduro o fruto, mais achatados e espaçados ficam os frutilhos”, ensina. Outro sinal é o aroma intenso ou, então, a cor da fruta, que se torna verdeclara e evolui para o amarelo. Já o teste do toque vale para a melancia. Os feirantes aconselham bater de leve com

os dedos na casca. Se o som sair oco é sinal de que a fruta está madura. Fique de olho também na aparência da casca, que deve ser verde e sem brilho. Não há problema se houver pequenas manchas amarelas, pois se trata apenas da área que ficou em contato com a terra durante o cultivo. Quanto ao melão, procure os de casca firme, bem amarela, sem machucados e sem partes moles. VAI OU NÃO À GELADEIRA? Algumas frutas, principalmente as tropicais, como manga, banana e graviola, por exemplo, não toleram baixas temperaturas e, por isso, é melhor mantê-las fora da geladeira. “O frio em excesso causa injúrias no fruto que vão desde modificações e escurecimento da casca até o completo impedimento da maturação”, afirma Márcio, ao ressaltar que os problemas dobram à

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Sua casa

| Escolha­de­alimentos

Ivanilde Sitta

Fotos: Shutterstock

Faxina geral medida que a temperatura diminui e o tempo de exposição ao frio aumenta. Mas a maioria das frutas, principalmente se já estiverem maduras, podem ser levadas à geladeira sem problemas, porém devem sempre ser mantidas na parte mais baixa, de preferência na gaveta e em sacos plásticos perfurados. Cebola, batata e alho: preferem condições mais secas de armazenamento e, por isso, não devem ser colocados na geladeira. “O ideal é embalá-los em sacos plásticos perfurados colocando-os em ambientes ventilados e jamais dentro de armários”, diz Lucimeire Pilon, pesquisadora da área de Ciência e Tecnologia dos Alimentos da Embrapa. Ela avisa ainda que a incidência de luz solar também deve ser evitada para que não se aqueçam e, com isso, tenham a taxa respiratória aumentada, o que diminui a durabilidade. “Principalmente as batatas devem ficar protegidas da luz para evitar o esverdeamento, ocasionado pela presença de solanina (substância tóxica)”, ressalta. Tomates: quem costuma deixá-los na geladeira, melhor rever o comportamento. “Eles amadurecem com melhor sabor se forem deixados em temperatura ambiente. Na geladeira, não ficam vermelhos e mesmo aqueles que já estão maduros perdem o sabor”, responde a pesquisadora. HIGIENIZAÇÃO De forma geral, especialistas não recomendam lavar frutas e hortaliças antes de colocá-las no refrigerador, pois o processo diminui a sua vida útil. Basta acondicioná-

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las na geladeira em sacos plásticos limpos e higienizar obrigatoriamente antes do consumo. Não é aconselhável também armazená-las em potes ou vasilhas tampados, pois perdem a durabilidade. “As hortaliças são fisiologicamente ativas e respiram, ou seja, consomem oxigênio e liberam gás carbônico, e os potes não possuem permeabilidade suficiente para permitir essas trocas gasosas”, analisa a pesquisadora. O ideal é embalar em sacos plásticos com microfuros.

só o espanador não dá conta do recado. limpar e higienizar corretamente seu computador e acessórios requerem outros aparatos. Cinthya ermoso, gerente de produtos da empresa Positivo tecnologia, dá algumas dicas: Notebooks: use um pano suave e seco para limpar a tela, já que lenço de papel, flanela, papel higiênico, poliéster e papel-toalha podem deixar riscos. Nunca utilize produtos químicos, multiúso, limpadores de vidro ou álcool em gel, pois deixam manchas. teclado: recomendável o uso de pano levemente umedecido com água. Para tirar a sujeira entre as teclas, utilize pincel ou escova de dente já descartada. outra maneira prática de limpar entre as teclas é usar secador de cabelo, desde que o ar esteja na temperatura fria. o mesmo deve ser feito na limpeza das entradas e saídas de conectores, mas sem exercer muita pressão.

HORTALIÇAS LIMPINHAS n Lave as mãos antes de iniciar o processo. n Descarte as folhas externas, as murchas,

machucadas e com outros danos aparentes. n Lave em água corrente esfregando gentilmente com as mãos. n Em um recipiente, higienize as hortaliças colocando-as na água com hipoclorito de sódio na concentração e tempo indicados pelo fabricante. “Por ter como princípio ativo o hipoclorito de sódio, a água sanitária comercial também pode ser usada para a desinfecção de produtos hortifrutícolas, desde que na concentração e tempo recomendados pelo fabricante”, orienta a pesquisadora. Mas o produto ideal para essa finalidade é o hipoclorito de sódio.

além disso, não utilize cotonetes, pois deixam resíduos e podem comprometer o funcionamento do notebook. Cabos e carregadores: devem ser limpos com pano ou lenço de papel umedecido com água e sabão ou detergente neutro. É preciso limpar o cabo em toda a extensão, assim como a estrutura dos carregadores.

Misturinha mágica

No devido lugar

se você já tentou de tudo e não conseguiu tirar as manchas do box do banheiro, quem sabe essa solução não resolva? misture 1 litro de água quente ou morna com 2 colheres (sopa) de bicarbonato de sódio, 1 colher (sopa) de sabão em pó ou algumas gotas de detergente neutro e 1 colher (sopa) de álcool, preferencialmente 70%.

luvas hospitalares e máscaras de proteção, que sempre tiveram descarte correto e seguro em ambientes médicos, passaram a ser usadas no dia a dia das pessoas, mas dispensadas de forma incorreta no lixo de recicláveis. o alerta é da engenheira de alimentos thais fagury, presidente da associação Brasileira de embalagem de aço (abeaço), explicando que esses itens podem disseminar não só o novo coronavírus, como também outros micro-organismos entre os catadores, que fazem a seleção do material reciclado. além das máscaras e luvas, ela acrescenta que lenços umedecidos, lenços de papel, papel higiênico e papel-toalha também não são recicláveis e a orientação sempre foi para que o descarte seja feito no lixo orgânico, com a correta destinação, de acordo com as regras de saúde.

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DEGUSTAÇÃO | Vinho

Bebida de personalidade A variedade de vinhos no mercado não se apresenta apenas em estilos e aromas, mas também nos formatos de suas garrafas e tipos de vedação. IVANILDE SITTA

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egustar um bom vinho, ainda mais nas noites frias de inverno, é prazer de todos, mas bem poucos conhecem certas particularidades da bebida que extrapolam os atributos de qualidade, tipo e região de cultivo das uvas. Você já se perguntou, por exemplo, a razão das diferentes versões de garrafas de vinhos exibidas nas adegas? Seria algo meramente estético ao gosto da criatividade do produtor ou tem a ver com a conservação do produto? “A verdade é que o formato da garrafa normalmente indica a região de origem das uvas”, responde o sommelier Jonas Martins, gerente comercial da MMV Importadora de Vinhos. A mais tradicional, segundo exemplifica o especialista, é a bordalesa, encontrada em vinhos Merlot, Cabernet­Sauvignon e Sauvignon­Blanc, cujas uvas são originárias da região de Bordeaux, no sudoeste da França. “Possui um bojo longilíneo e uniforme que termina no ombro da garrafa, na divisão en-

tre o corpo e o gargalo”, detalha. Diferente da borgonhesa, que serve os vinhos da região de Borgonha, no norte da França, como o Chardonnay e Pinot­Noir. Ela é alargada em sua base e vai se afunilando ao longo do seu bojo até o pescoço e o gargalo da garrafa. Há outros tipos de garrafas, sempre respeitando a região da origem das uvas, como a renana, do Rio Reno, a champanhe e a do Porto: Renana: mais alta que as demais garrafas, ela apresenta a forma de flauta, com corpo alongado e sem ombros, e é encontrada nas cores verde, caramelo e azul. Proveniente do Vale do Rio Reno, região localizada na Europa Central, que vai dos Alpes aos Países Baixos, passando pela Suíça, Áustria, Alemanha e França, é usada exclusivamente para vinhos brancos, especialmente Riesling­ e Gewürztraminer.

Do Porto: típica de Portugal, a garrafa é mais baixa, com ombros bem acentuados e pescoço volumoso. Usada para vinho do Porto e outros fortificados (dependendo do caso, pode ser mais alta, como para xerez ou marsala), auxilia na retenção das borras e propicia o envelhecimento nas adegas. Seu vidro é grosso e escuro. Champanhe: procedente da região francesa, ela é a clássica garrafa para vinhos espumantes do mundo inteiro. É semelhante à borgonhesa, mas com os ombros mais baixos e de vidro mais espesso, para suportar melhor a pressão interna.

tem Na CooP Com garrafas dos mais variados formatos e vedações, o sortimento de vinhos nas lojas soma 540 itens. além dos nacionais, clientes encontram rótulos importados de vários países, entre eles, África do sul, alemanha austrália, Chile, espanha, frança, itália, Portugal e uruguai.

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DEGUSTAÇÃO | Vinho

PARCEIRA DO VINHO Se por muito tempo qualquer uma das garrafas era vedada com rolha feita de cortiça, hoje outros tipos de vedação estão se tornando frequentes nas adegas devido à escassez da matéria-prima da tampa clássica e das inovações do mercado da vinicultura. Porém, ao escolher um bom vinho, o brasileiro ainda dá certa preferência para aqueles com tampas de rolha de cortiça, segundo atesta o sommelier Bruno Hermenegildo, da Importadora Optimus, com sede em Santo André. É uma questão cultural e, para muita gente, o ritual de abrir o vinho com um saca-rolha ainda é importante para completar o prazer de saborear um bom rótulo”, comenta o especialista. Ele acrescenta que o assunto ainda gera polêmica, porém, é uma tendência que tem aumentado principalmente para os vinhos mais jovens, que não têm expectativa de vida muito longa. Também consultor do blog Art­Des­Caves, empresa fabricante de adegas climatizadas, o sommelier traz as evoluções do mercado em termos de vedação: Rolha de cortiça: foi adotada no século XVII e ainda hoje é padrão no mercado. A cortiça é um material natural, extraído da casca do sobreiro ou do carvalho, muito comum em Portugal, país responsável pela maior fabricação de cortiças do mundo. “Para a primeira extração da casca, é preciso que a árvore atinja, no mínimo, 25 anos de idade, e depois a casca poderá ser extraída a cada nove anos”, explica. As rolhas de cortiça têm aderência, elasticidade e permeabilidade e impedem que o líquido entre em contato com o oxigênio. Entretanto, é bastante vulnerável à contaminação por TCA (tricloroanisol), que pode provocar mofo e odor, comprometendo

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a bebida. Segundo Bruno, há três tipos diferentes de rolha de cortiça: n Rolha maciça: feita só de cortiça, é melhor. Quanto mais larga, longa e elástica, melhor em firmeza e vedação. n Rolha de aglomerado de cortiça: é o tipo mais barato, já que é feita das sobras das maciças, mas também com menor durabilidade e elasticidade. n Rolha de champanhe: a parte superior é feita de aglomerado de cortiça com mais rigidez, para que seja possível puxar a rolha com a mão. A parte inferior, que fica no interior da garrafa, é feita de rolha maciça, mais elástica para garantir a vedação e preservar o aroma do vinho. n Rolha sintética: chegou ao mercado no começo dos anos 1990 para substituir a rolha de cortiça. Além de não custar caro, não é vulnerável à contaminação por TCA e permite que o vinho seja armazenado em pé. É usada em rótulos mais baratos e mais jovens, com expectativa de vida de poucos anos. n Tampa de rosca: é produzida com material metálico de rosca, com cobertura interna feita de plástico inerte que impede que o vinho entre em contato com o oxigênio. Entre as vantagens estão o baixo custo de produção, a facilidade de manusear e o fato de ser reciclável. n Tampa de vidro: começou a chegar a partir de 2000 e, portanto, ainda é pouco conhecida. As rolhas de vidro são completamente inertes, não têm sabor, nem cheiro, evitando qualquer interferência no aroma do vinho. Têm boa vedação (por meio de um anel de silicone), impedindo o contato do líquido com o oxigênio, e não correm o risco de contaminação por TCA.

Por que não um 1 litro? Quem já não se questionou sobre a medida padrão de 750 ml para as garrafas de vinho? Humberto Pastore, da Bodega Pastore, em São em Caetano, explica que o volume foi estabelecido no século XIX, quando os principais clientes dos vitivinicultores franceses eram os ingleses. Enquanto a França empregava medidas de volume em litros, os ingleses usavam galões imperiais, que equivaliam precisamente a 4,54609 litros. Para simplificar as contas na conversão, transportavam o vinho em barricas de 225 litros, ou seja, 50 galões, correspondendo a 300 garrafas de 750 ml, adotando deste modo que um galão correspondia a 6 garrafas. É por essa razão que ainda hoje os vinhos são vendidos em caixas de 6 ou 12 garrafas.

VINHO EM LATA É a novidade que chega ao Brasil por meio da chilena Santa Rita, a primeira vinícola latino-americana a desenvolver vinho em lata. Batizado carinhosamente de Rita, o lançamento se apresenta nas variedades Rosé­ e Sauvignon­Blanc. De acordo com a vinícola, o sucesso do vinho em lata se dá por diversos motivos: praticidade para armazenar e carregar, quantidade ideal para consumo (uma lata equivale a um terço de uma garrafa de vinho), facilidade do consumo em qualquer ocasião, além da embalagem mais simples e fácil para reciclagem.

Consultoria: Bruno Hermenegildo: sommelier internacional, formado pela Federazione Italiana de Sommeliers e membro da Confraria dos Sommeliers de São Paulo. Jonas Martins: sommelier e gerente comercial da MMV Importadora de Vinhos.


ESTILO | Home­office

Moda quarentena O estilo de roupas mais confortáveis e despojadas deve imperar no pós-pandemia. IVANILDE SITTA

A

pós a experiência da jornada em home office – que ainda se mantém para muitos brasileiros – será um tanto complicado para a ala feminina encarar novamente as saias e calças justas ou aqueles modelos de calçados mais apertados ao retornar ao expediente presencial nos escritórios das empresas. A tendência, segundo os especialistas do universo da moda, é que o estilo improvisado na quarentena – peças mais largas, funcionais e descomplicadas – acompanhe o vestuário daqui pra frente em qualquer ocasião. A jornalista Rosangela Espinossi, consultora de moda, adianta que a tendência de conforto, que já vinha despertando há algum tempo, ganhou força com a obrigatoriedade do trabalho e cursos remotos devido à crise sanitária. Diante da necessidade de ficar em casa, profissionais e estudantes se reinventaram ao buscar composições de roupas alternativas para as múltiplas tarefas diárias. Até porque a maioria em home­office ou em ensino à distância também precisou encarar o fogão para preparar o almoço, passar aspirador de pó na casa ou ajudar os filhos na tarefa escolar. Situações que não combinam muito com salto alto ou uma camisa de seda.

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O QUE VEM POR AÍ “Acredito que o estilo confortável se estenderá para o mundo fora de casa, o que não significa deixar a elegância de lado”, destaca a jornalista, autora do livro 101­ Se­gredos­ Para­ se­ Vestir­ Sem Erro­no­Trabalho. Juliana Yuri, docente da área de moda do Senac Lapa Faustolo, também aposta num novo modo de se vestir tão logo a pandemia dê trégua. “Peças com modelagens mais soltas, com tecidos mais maleáveis ou de fibras naturais ganham destaque neste momento exatamente pela proposta de conforto”, prevê. Assim como itens para proteção, como máscaras e luvas, que vão fazer parte do vestuário ainda por um bom tempo no momento de sair às ruas. “Certas marcas, inclusive, já colocaram esses acessórios em suas novas coleções”, antecipa a docente. Como o sistema da moda está ligado diretamente à realidade que se vive no momento, Juliana acredita que haverá caminhos diversificados para atender às novas necessidades, porém, com o mesmo propósito: superar a pandemia.

Ilustração: Shutterstock

Alguns estilistas, segundo ela, têm buscado criações que remetam à alegria e à esperança de um futuro melhor, o que resultará em coleções com mais cores e leveza nas silhuetas e tecidos, enquanto outros vão além e procuram entender a reação de seus clientes ao sair às ruas. “Isso se aplica a tecidos tecnológicos que sejam mais fáceis de

limpar ou que tragam alguma proteção contra vírus e bactérias, além de modelagens que facilitem os novos hábitos de higiene e gesticulação”, explica. Sem contar algumas marcas que vêm adotando a sustentabilidade em suas criações, como a utilização de tecidos recicláveis ou, então, peças e tecidos de coleções passadas que ganham ressignificados.

Revista Coop | 51 | Julho 2020


| Medicamentos­­ saúde COMPORTAMENTO | Dia­da­Mulher­

ESTILO | Home­office

Elegância à distância Uma hora ou outra, a pandemia vai passar, mas certo mesmo é que o home­office­veio para ficar. Estudos realizados pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) dão conta de que o trabalho remoto poderá ser implementado em aproximadamente 23% das ocupações do país, atingindo cerca de vinte milhões de trabalhadores. Já que é assim, a consultora de moda Rosangela Espinossi dá algumas dicas de como se vestir e se comportar ao exercer o expediente profissional em casa: Pijama e pantufa: tire os dois antes mesmo de tomar o café da manhã. O fato de trocar de roupa, se arrumar e até se maquiar dá um novo ânimo e sua mente recebe a informação de que você tem que se concentrar no trabalho e não aproveitar para ver Netflix. Conferência com vídeo: é preciso estar preparada para isso. Então, o cabelo bem penteado, solto ou preso, não importa, é item fundamental. Assim como

Consultoria: Rosangela Espinossi: jornalista, consultora de moda e autora do livro 101 Segredos Para se Vestir Sem Erro no Trabalho. Juliana Yuri: docente da área de moda do Senac Lapa Faustolo.

a maquiagem leve, mas eficiente. Leia-se: um corretivo; uma base, se sua pele não estiver muito boa; lápis leve; máscara de cílios; e batom, tipo cor de boca. Conforto e bem-estar: tanto no trabalho no escritório, quanto em casa. A diferença é que em home office dá para apostar em peças mais despojadas, o que não significa moletom rasgado, roto e sujo. Ou seja, esfarrapada. Moda esportiva: é uma aliada de peso. Use uma jaqueta de tecido leve, uma camiseta bacana e calça tipo jogging. Hora das folgadas: vista sem medo de errar peças de modelagem larga e confortáveis, como camisetas, blusas e calças. Calçados ideais: na empresa, muitas vezes, não dá para ir de tênis, mas em casa é possível ficar com o calçado esportivo sem problema. Se quiser conforto, aposte numa sandália de salto baixo e até em chinelos com ar fashion, menos os de dedo, para não imaginar que está na praia.

NOVOS COMPORTAMENTOS Nem só as peças do closet tendem a mudar. A pandemia tem forçado as pessoas a rever os significados de sucesso e a reavaliar a vida, um processo que impactará sobre todos os aspectos, inclusive na forma de se vestir. Aqueles mais impactados pela crise sanitária – financeira, física ou emocionalmente – certamente vão se questionar se vale gastar todo seu dinheiro só para ter uma bolsa de marca ou qualquer outro item de luxo. “Essa questão deverá ser levantada por alguns consumidores, bem como o interesse em novas

marcas e nacionais”, acredita Juliana. Ela afirma que já há um movimento para consumir itens de pequenas marcas e de pequenos produtores, corroborando na contribuição de uma economia local. Além disso, estudos mostram que os consumidores estão mais abertos a compra de segunda mão, ou seja, há a previsão de um crescimento na procura por brechós ou grupos de trocas. “Porém, ainda teremos um perfil de público em que o status por vestir marcas renomadas ainda será fator decisivo para efetuar suas compras”, acredita.

O grande poetinha Era o apelido de Vinícius de Moraes, um dos mais famosos nomes da música popular brasileira que levou a vida de forma infinita enquanto durou. IVANILDE SITTA

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ompositor, jornalista, crítico de cinema, diplomata, além de outros títulos que rechearam seu currículo, Vinícius de Moraes também foi autor de frases que ficaram marcadas em sua trajetória. Uma delas, “eu talvez não tenha muitos amigos, mas os que eu tenho são os melhores que alguém poderia ter”, imprime certamente sua amizade com outros grandes nomes do cenário cultural. Que não foram poucos. Toquinho, Tom Jobim, Francis Hime, Baden Powell, João Gilberto, Chico Buarque, Edu Lobo e Carlos Lyra, além dos poetas Oswald de Andrade, Mário de Andrade, Manuel Bandeira, João Cabral de Mello Neto, Pablo Neruda e o pintor Di Calvanti, que também tiveram passagens marcantes na história de quase 67 anos de Vinícius de Moraes. Coincidência ou não, foi ao lado de um deles, Toquinho, com quem fez uma das parcerias mais produtivas de sua carreira, que Vinícius de Moraes deu os últimos suspiros de vida na manhã de 9 de julho de 1980, em sua casa, no Rio de Janeiro. Da dupla nasceram canções eternizadas, como Aquarela, Regra­três e Para­viver­um­grande­amor. Mas o apelido Poetinha foi criação de Tom Jobim, uma amizade que virou parceria

em verdadeiros hinos, como Garota­de­Ipanema, Eu­sei que­vou­te­amar, Se­todos­fossem­iguais­a­você e várias divinas outras canções. O valor que o poeta dava à amizade foi expresso em outra de suas frases famosas: “Eu poderia, embora não sem dor, perder todos os meus amores, mas morreria se perdesse todos os meus amigos”, escreveu Vinícius, um homem de vida amorosa agitada, tanto que se casou por nove vezes, uma delas por procuração, vivendo intensamente o que cantou em seu Soneto­da­Fidelidade: “Que não seja imortal, posto que é chama. Mas que seja infinito enquanto dure”. BOSSA NOVA Foi ele também um dos precursores desse movimento da música popular brasileira que surgiu no final dos anos 1950, caracterizado por forte influência do samba carioca e do jazz norte-americano. Ao lado de Tom, fez canções que viraram de cabeça para baixo a maneira de compor samba. A canção Chega­ de­ saudades­ é considerada o primeiro registro fonográfico da bossa nova. Foi gravada pela primeira vez em 1958, na voz de Elizabeth Cardoso, ganhando nova versão na voz de João Gilberto, que é a mais conhecida até hoje.

aCoNteCia Na CooP - Com 80 mil cooperados, a diretoria já discutia a inauguração de uma loja em mauá e também uma unidade em são José dos Campos. Revista Coop | 53 | Julho 2020

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SAÚDE | Dores­lombares Foto: Shutterstock

Tenha postura! Do contrário, o corpo vai reclamar com dores na coluna, crises de cefaleia e até insônia. CELI EZELLNER

Q

uem nunca se queixou de dores na região da coluna cervical ou mesmo na lombar, que podem em alguns casos irradiar para braços, pernas e até pés e cabeça? A causa pode estar relacionada com a postura corporal adotada ao realizar as atividades diárias. Muita gente nem faz ideia, mas o posicionamento do corpo interfere na saúde da coluna vertebral, órgão responsável pela sustentação e distribuição do peso corporal. Quando a coluna está alinhada, todas as estruturas do corpo trabalham em harmonia sem provocar desvios do eixo corporal, garantindo movimentos dinâmicos e sem dor. Quando em desalinho, prejudica não só o perfil estético, mas também pode causar problemas físicos que atrapalham a qualidade de vida. Uma postura incorreta, seja em pé, em movimento ou ao sentar e deitar, pode afetar especialmente as regiões lombar e cervical provocando alterações e dores não apenas na coluna, como no corpo inteiro. As consequências podem até não aparecer de imediato, mas é muito provável que ocorram com o passar do tempo.

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Dessa forma, é preciso redobrar a atenção no sentido de manter uma boa postura nas ações diárias. Para tanto, basta posicionar o corpo e a coluna vertebral de forma ereta contra a gravidade, respeitando as curvas fisiológicas, posição que deve ser mantida tanto quando estamos em pé ou sentados. Não é uma missão fácil. Sem perceber, a tendência é relaxar ou procurar posições mais confortáveis no momento, embora perigosas à saúde. DURAS CONSEQUÊNCIAS “A má postura está entre as principais causas de dor de cabeça”, diz Maurício Marteleto Filho, ortopedista especializado em

coluna. Ele explica que a posição inadequada comprime os nervos, resultando em tensão na cervical e dor na base da cabeça que pode irradiar e atingir a região acima dos olhos. É o gatilho para as latejantes cefaleias. Não só isso. A postura não ergonômica também pode afetar vários outros órgãos do corpo, inclusive o estômago e os pulmões, além de provocar insônia e fadiga constante. “É igualmente responsável pelo desgaste precoce das cartilagens e pode detonar hérnias de disco, problemas de artrose e estreitamentos do canal por onde passam as raízes nervosas da coluna, as chamadas estenoses de canal lombar e cervical”, assinala o médico.

Na lista dos prejuízos, também podem ser incluídos problemas estéticos. Segundo o presidente da Sociedade Brasileira de RPG, Oldack de Barros, a má postura pode evidenciar a barriga, deixando-a mais saliente, pois provoca a perda do tônus muscular na região. “O abdômen é um músculo que precisa de contração e fortalecimento, o que acontece naturalmente quando temos uma postura ereta, caso contrário a região fica flácida”, esclarece o fisioterapeuta. Sem contar ainda os aspectos psicológicos envolvidos na questão. Uma pessoa que apresenta boa postura passa a sensação de confiança, liderança e conhecimento, enquanto o oposto inibe e abala a autoestima.

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SAÚDE | Dores­lombares

Atenção à postura

No trabalho

Caminhando ou praticando exercícios físicos

Hora de alinhar Tentar mudar hábitos de postura pelo menos durante alguns momentos do dia já pode ajudar muito. Uma vez em pé, por exemplo, procure manter-se ereto com a cabeça centralizada posicionando sempre os ombros para trás sem tensioná-los. “O correto é seguir uma linha que vai do ouvido até o nariz e manter o olhar horizontal, pois, como temos uma visão panorâmica, conseguimos ver o que está abaixo, acima e ao lado mesmo mantendo o olhar para frente”, ensina Oldack de Barros. Essa atitude pode evitar dores fortes na região cervical. Para quem trabalha muito tempo sentado em frente ao computador é preciso atenção para não tensionar os músculos do pescoço, cabeça, ombros e braços. “Procure apoio para a coluna lombar em uma cadeira com espaldar (encosto) sentando-se sempre com as

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costas retas, abdômen contraído e antebraços apoiados sobre a mesa”, recomenda o ortopedista Maurício Marteleto. Ele acrescenta que os joelhos devem ficar dobrados em um ângulo reto (90 graus) com a cadeira e os pés totalmente apoiados no chão para distribuir o peso das pernas. E mais: nunca se deve ficar recurvado sobre a mesa e, a cada 50 minutos trabalhados, é necessário dar uma pausa de pelo menos cinco ou dez minutos procurando dar alguns passos e alongar. Essas atitudes são válidas não só no trabalho, mas quando, às vezes ou quase sempre, muitos têm o hábito de ficar largados na frente da televisão com posicionamento curvado e torto. MEXA O CORPO Fugir do sedentarismo é ótima tática para recuperar a resistência física, ganhar força e extensão muscular, aumentar a densidade óssea e o equilíbrio, enfim, promover saúde. Porém, mesmo ao fazer exercícios, segundo os especialistas, é preciso cuidados com a postura, principalmente ao levantar pesos durante os treinos de musculação. Movimentos errados, calçados inadequados, falta de preparo físico e de orientação profissional também podem prejudicar os ganhos que a atividade física proporciona. Fora da academia é igualmente importante não descuidar da postura na hora de carregar pesos e, ao agachar para pegar qualquer objeto, seja leve ou mais pesado, é necessário dobrar as pernas e manter a coluna erguida. Mochilas devem ficar ajustadas de maneira central e apoiadas em toda a superfície das costas com alças em tamanhos iguais e peso moderado bem distribuído.

OUTRAS COMPLICAÇÕES A postura também é muito afetada quando se passa muito tempo olhando para baixo, seja em pé ou sentado, a tela do celular. Tal comportamento acaba deixando a coluna curvada, sobrecarregando a região cervical, podendo causar, entre outros incômodos, cefaleia do tipo tensional, com chance de irradiação para ombros e braços. O ideal é manter o aparelho na altura dos olhos e o pescoço ereto. Na hora de ir para a cama, o conselho é procurar dormir virado de lado com a cabeça apoiada no travesseiro de modo que ela fique alinhada com o resto da coluna. Ajuda bastante também colocar outro travesseiro entre as pernas que seja da mesma altura do que o colocado sob a cabeça. TERAPIAS DE CORREÇÃO Várias são as técnicas que podem ajudar a melhorar a postura e alinhar o corpo. Dentre elas, destaca-se a popular RPG (Reeducação Postural Global), que, como o nome diz, se dedica a ensinar novamente as pes-

soas a se posicionar de forma correta, a se sentar e até a respirar adequadamente por meio de exercícios que corrigem lesões e deformações do corpo, proporcionando equilíbrio e prevenindo novos problemas. O presidente da Sociedade Brasileira de RPG, Oldack de Barros, afirma que, diferentemente da fisioterapia tradicional, o método não trata apenas a região lesionada ou os sintomas, mas procura a causa do problema. “Avaliamos o paciente a partir do local da queixa, porém, tratamos o corpo como um todo, mesmo que a dor esteja concentrada em apenas uma parte”, diz. Outro método muito conhecido para correção da postura e que vale muito a pena tentar é o pilates. O foco dos exercícios é o alongamento axial, que significa fazer crescer, espaçar a coluna. “Sempre falamos aos praticantes para imaginar que estão sendo puxados por um fio do topo da cabeça ao teto. É uma forma figurada de estimulá-los a alcançar o alongamento axial para que se beneficiem de uma postura adequada que vai levar a uma diminuição da pressão entre as vértebras e da sobrecarga das articulações, trazendo grande alívio para as queixas de dores e espasmos (contração muscular)”, explica Lurdiane Marques, fisioterapeuta cardiorrespiratória, responsável pelo Studio Lu Marks Pilates e Fisioterapia. Segundo ela, tanto o pilates de solo quanto o praticado em aparelhos são válidos. “Ambos possuem os mesmos princípios de respiração, concentração, centralização, precisão e fluidez”, garante a especialista em pilates, ao recomendar o revezamento das duas modalidades para que os efeitos sejam ainda mais benéficos.

Consultoria: Maurício Marteleto Filho: diretor da clínica Pró-Movimento. Oldack de Barros: presidente da Sociedade Brasileira de RPG. Lurdiane Marques: fisioterapeuta cardiorrespiratória, responsável pelo Studio Lu Marks Pilates e Fisioterapia.

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BELEZA | Cabelos

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Fios no frio A chegada do inverno pede cuidados redobrados para assegurar a saúde e a beleza das madeixas. IVANILDE SITTA Nem só o uso de bons xampus e condicionadores garantem, isoladamente, a maciez e o brilho dos cabelos. A beleza e saúde dos fios exibidas no espelho dependem também da dieta alimentar, de uma rotina livre de estresse e, não menos importante, do abandono de velhos hábitos, como aquela irresistível e relaxante chuveirada superquente nos dias frios. Especializado em queda capilar e fortalecimento dos fios, o médico Álvaro Pereira explica que a água em temperatura elevada retira a oleosidade natural do couro cabeludo, deixando os fios pesados e excessivamente ressecados. Além disso, banhos muito quentes podem deflagrar o desenvolvimento da sofrível caspa e da temida queda capilar, daí a necessidade de regular o chuveiro entre 35 e 40 graus, não mais que isso. “Se o espelho do banheiro estiver embaçado, reduza a temperatura imediatamente, pois deve estar beirando os 60 graus”, acrescenta. Outros cuidados para não comprometer a hidratação é caprichar no enxágue para não deixar resíduos de xampu e condicionadores. Aliás, o médico recomenda evitar o contato de condicionadores e cremes sem enxágue com a raiz do cabelo para prevenir descamações.

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SECADOR E CIA. Para todos aqueles que ainda se encontram em trabalho remoto ou em distanciamento social, a tricologista Viviane Coutinho sugere evitar o uso de secadores e chapinhas para dar um descanso aos cabelos, que já sofrem agressões físicas o tempo todo ao ser penteados e desembaraçados, além do atrito com o travesseiro. Caso não seja possível, o médico Álvaro Pereira aconselha usar o secador a 10 centímetros de distância do couro cabeludo para prevenir descamações. “Vale também finalizar a secagem com um jato de ar frio para fechar as escamas do cabelo”, ensina. DE DENTRO PRA FORA Seja no inverno ou verão, seja para fios lisos ou crespos, os melhores nutrientes para a saúde dos cabelos estão na alimentação, desde que equilibrada em proteínas, enxofre, cálcio, ferro, zinco, potássio, além de vitaminas A, C, E, F e do complexo B. A receita, indicada por Rosangela Rocha, proprietária do salão de beleza Maison Rocha, garante a reposição da queratina da fibra capilar, acelera o crescimento e aumenta a força dos fios. “A proteína e o enxofre podem ser obtidos por meio da ingestão de carnes magras, ovos, peixes, leite, queijo e iogurte”, explica. O zinco, encontrado em sementes de li-

nhaça, castanhas, nozes, amendoins e soja, evita que os cabelos fiquem porosos, finos e opacos. Já o feijão, a carne vermelha e as leguminosas são alguns dos alimentos que possuem altas concentrações de ferro e cálcio, essenciais para o fortalecimento, vitalidade e melhora da textura dos fios. O potássio, presente na beterraba, aveia e banana, ajuda a controlar a quantidade de água nos fios, deixandoos mais flexíveis e hidratados. DRIBLE O ESTRESSE Nem o cabelo está livre dos efeitos desse vilão da sociedade moderna. O dermatologista Gabriel Aribi esclarece que a vida agitada pode favorecer a alopecia areata, ou seja, a queda de fios focada em determinados locais da cabeça ou da barba (para os homens). “Fica uma falha, como se fosse uma ilha em meio aos fios”, exemplifica. Para amenizar o problema, é importante tentar equilibrar a tensão, por meio de um acompanhamento psicológico, e paralelamente procurar um dermatologista. O tratamento é feito com medicamentos específicos. Outro quadro que pode ocorrer em função do estresse, segundo Gabriel Aribi, é chamado de eflúvio telógeno, que leva a uma perda acelerada de fios, mais em volume, tornando o cabelo mais fino. O tratamento é feito com o uso de multivitaminas, mesoterapia e outras técnicas que promovem uma dilatação no couro cabeludo para amenizar a queda.

Caspa, eu? Ou, então, dermatite seborreica, sendo que ambas costumam dar o ar da graça ou piorar no inverno justamente por conta dos banhos quentes. Enquanto a caspa é uma descamação que ocorre somente no couro cabeludo, a dermatite é uma ocorrência um pouco mais complicada. “Trata-se de um processo inflamatório que acomete também algumas regiões da face, como sobrancelhas e cantos de nariz, e orelhas, causando descamação e vermelhidão”, detalha a tricologista Viviane Coutinho. Ela explica que existem tratamentos que controlam os dois casos à base de cosméticos para regularizar a microbiota do couro cabeludo. “Uma alimentação saudável também é importante, pois alimentos mais gordurosos podem influenciar de forma negativa. Além disso, é necessário respeitar a periodicidade de higienização", finaliza Viviane.

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| Compras

Estratégia de sobrevivência

Ilustração: Shutterstock

Pequenos e médios negócios apostaram na pré-venda de produtos e serviços para entrega futura como forma de driblar os prejuízos da quarentena. MARLI BARBOSA

C

upom, voucher, pré-venda ou vale-compra. Tem sido com esse arsenal que os proprietários de restaurantes, salões de beleza, agências de viagens e outros estabelecimentos estão encarando a difícil missão de manter seus negócios durante a crise sanitária. A proposta é beneficiar as duas partes: o cliente compra agora produtos ou serviços por preços reduzidos, mas só poderá utilizálos quando o isolamento acabar. Assim, ajuda o empreendedor a pagar suas contas fixas e resistir até que possa reabrir as portas. Mas isso é legal? Os advogados dizem que não há nada que impeça a pré-venda, mas é preciso alguns cuidados para evitar problemas. “O consumidor deve se atentar às condições da compra, descrição do serviço ou produto, regras de utilização do crédito, validade do cupom, além de detalhes de ressarcimento em caso de desistência ou quando

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o vendedor não conseguir cumprir o combinado”, orienta o advogado Igor Marchetti, do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec). O advogado Rodrigo Tritapepe, do Procon-SP, enfatiza que essas informações devem ser dadas de forma clara, seja em contrato, termo de uso ou até no próprio anúncio, conforme determinam as normas do Código de Defesa do Consumidor. Ele acres-

centa que, em caso de descumprimento, o Procon pode intervir exigindo a entrega do serviço ou produto, devolução do valor pago ou transferência do crédito para outro produto ou serviço, de acordo com a escolha do consumidor. A possibilidade de falência do estabelecimento também não pode ser desconsiderada, segundo ele. “Nesse caso, os créditos terão

que ser exigidos judicialmente. Por isso, é mais seguro comprar de empresas conhecidas ou de quem já é cliente. Na dúvida, também vale checar se existem ocorrências negativas no próprio site do Procon ou do Reclame Aqui”, sugere. DE BOTECOS A VIAGENS As experiências mostram que os cupons vêm se adequando a diferentes nichos. Um exemplo dessa nova forma de fazer o dinheiro circular é a campanha Apoie­um­Restaurante, que conta com patrocínio de uma

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Seu corpo

| Compras

Ivanilde Sitta

Fotos: Shutterstock

Dupla necessária marca famosa de cerveja e já reúne na plataforma centenas de estabelecimentos de todo o país. Lá, o consumidor escolhe o restaurante e, na compra de um voucher­que vale R$ 100 para ser consumido quando a casa reabrir, paga agora 50% do valor. Outra iniciativa parecida, o Ajude­um­Buteco, também dá redução de 50% para consumo futuro. Para ajudar diversos setores do comércio, a empresária Vanessa Matere lançou o site de cupons de desconto Voucher­do­Bem, que lista quase 100 estabelecimentos, entre lojas de roupas e acessórios, moda infantil, pet shops, cursos de idiomas, salões de beleza e estética, estúdios de pilates, óticas, joias, artesanatos, decoração, além de profissionais liberais como psicólogos, veterinários e personal­trainers. O uso é gratuito para anunciantes e clientes. Enquanto as medidas de isolamento mantêm as malas no armário, operadoras, hotéis e destinos turísticos também tentam conquistar a clientela com descontos, flexibilidade de data e de roteiros, além de condições facilitadas de pagamento. A agência online Vay, por exemplo, criou a campanha VayDepois, que oferece três tipos de voucher com descontos que variam de R$ 50 a R$ 1.000 para serem utilizados em até dois anos. A Azul Viagens também embarcou na onda da voucherização oferecendo pacotes promocionais sem data fixa, para embarque entre 1º de julho e 15 de dezembro ou entre 20 de janeiro e 30 de abril de 2021, exceto no período de 9 a 23 de fevereiro. Entre os destinos estão Porto de Galinhas, João Pessoa, Curitiba e Gramado. Na mesma trilha, seguiram hotéis e destinos que vivem do turismo. Famosa pelo patrimônio histórico e pela beleza natural da

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serra fluminense, Petrópolis criou a promoção Petrópolis­em­Dobro. Quem compra uma diária nos hotéis participantes ganha outra. Nos restaurantes, o viajante recebe um vou­cher válido até 30 de dezembro com um adicional no valor pago. FIQUE ATENTO O advogado Rodrigo Tritapepe alerta que, no caso de vouchers de viagens, é preciso verificar cuidadosamente se a empresa está vendendo um crédito antecipado para usar dentro de um período ou reservas específicas para datas determinadas. “Esse cuidado deve ser tomado principalmente para quem pensa em viajar na alta temporada e pode ser surpreendido com cobrança de diferença de valores”, avisa. “Se você tem flexibilidade de datas, pode ser bem interessante aproveitar essas promoções”, diz a planejadora financeira Adriana de Lucca, destacando que a pessoa também precisa estar segura de que terá dinheiro para realizar a viagem, principalmente em um mundo que, ao que tudo indica, terá sua economia seriamente afetada pelo coronavírus. As empresas de turismo passam por um momento delicado e sem precedentes. Por isso, segundo a consultora, é preciso estar preparado para riscos e contratempos, como dificuldade de se hospedar no local escolhido ou embarcar na hora desejada. Nesses casos, ela aconselha que se busque resolver qualquer problema de modo conciliatório. “As empresas de turismo querem se manter capitalizadas e estão dispostas a buscar soluções rápidas. Os caminhos mais pacíficos sempre são preferíveis à opção de um litígio", opina.

o uso de máscara de proteção é fundamental, como também a hidratação do corpo. só que certas pessoas estão ingerindo menor quantidade de líquido justamente por conta da necessidade de retirar o acessório. a fonoaudióloga fabíola Gumiero dan alerta que o baixo consumo de água deixa a mucosa da cavidade oral ressecada, terreno fértil para deflagrar a tosse, inflamações de garganta e até mesmo o acúmulo de secreção. segundo ela, o ideal é criar uma rotina e ingerir líquido a cada hora, além de hidratar as vias aéreas superiores pelo menos três vezes ao dia com o uso de

soro fisiológico nas narinas. “essa prática proporciona bem-estar e diminuição do ressecamento que a própria máscara costuma causar”, ressalta.

Óleo polivalente

Treino correto fazer abdominal diariamente é um excelente exercício, desde que realizado corretamente. o personal trainer rodrigo Carvalho desvenda certos mitos relacionados à prática: n use sempre um colchonete, pois deitar o corpo diretamente sobre o piso pode causar danos nas costas e no cóccix. n Na hora de levantar o tronco, não exija os músculos do pescoço. a força deve estar concentrada no abdômen. n Não é necessário elevar tanto o tronco a ponto de tocar os joelhos. subir até a metade já é suficiente para fortalecer a região abdominal. n o abdômen é um músculo como outro qualquer e precisa de descanso. o ideal é fazer, no máximo, três vezes na semana, dando um intervalo de pelo menos 48 horas entre um treino e outro. n Não se engane. abdominais não levam à perda da incômoda barriguinha, mas, segundo o personal, fortalem a região.

É o de melaleuca, destilado da planta australiana Melaleuca alternifolia, que tem ação antifúngica, antibacteriana, antiviral e anti-inflamatória. uma potência para os cuidados da pele. a dermatologista luciana munia explica que as propriedades desse óleo ajudam a construir uma barreira de proteção no organismo mantendo a hidratação da pele. Geralmente, o ingrediente é associado a fórmulas manipuladas. “em alguns cosméticos, é usado em formulações de sabonetes, hidratantes e xampus”, afirma a dermatologista. outra forma de uso é como ingrediente nas soluções para desinfecção das mãos. “Nos hospitais em países do exterior, os profissionais de saúde têm usado sabonete com o óleo de melaleuca para lavagem de rotina das mãos devido às suas propriedades antibacterianas”, ressalta luciana. Revista Coop | 63 | Julho 2020


Guarda responsável Ter um bicho de estimação é decisão que deve ser planejada pela família, já que se trata de um compromisso de longo prazo que não pode ser quebrado. IVANILDE SITTA

A

família Caramico, de Tatuí, está em festa com a chegada de Maya, uma cadela filhote escolhida pelas irmãs Rafaela (10) e Sophia (8), filhas do casal César e Camila, que já convive há quatro anos com a gata Dorinha. “O sonho delas sempre foi ter um cachorro, mas realizamos somente agora porque as duas já estão numa boa idade para assumir certas responsabilidades nos cuidados com o animal”, explica Camila. O casal não apenas escolheu o momento certo, como também planejou todos os detalhes para receber o novo membro na família. Antes mesmo da chegada de Maya, os tutores estabeleceram regras quanto ao acesso do animal no interior da residência, definiram a responsabilidade de cada um e adaptaram o ambiente doméstico. Dois portões foram instalados estrategicamente na área externa para evitar o risco de fuga ou de acidente na piscina. Os pais também prepararam as filhas para a possibilidade de o pet adoecer ou mesmo morrer devido à tendên-

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cia de ele viver menos que os humanos. “Nessa hora, elas foram pesquisar qual raça de cachorro vive por mais tempo”, comenta Camila. Somente depois de tudo planejado, a família saiu em campo para encontrar o cão que tanto Rafaela e Sophia queriam. Só que nem sempre o roteiro de adoção ou compra de um animal de estimação é feito dessa maneira. “A maioria decide por impulso ou por modismo, situações que podem acabar no abandono do animal”, destaca a médica veterinária Vânia Plaza Nunes, diretora técnica do Fórum Nacional de Proteção e Defesa Animal. Para que situações assim – não tão raras hoje em dia – deixem de ocorrer, a profissional e demais especialistas orientam os princípios da guarda responsável, que não se limitam a dar apenas ração e água.

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Requisitos básicos: o desejo de ter um animal requer questionamentos que não podem passar batidos, segundo adverte Vânia Nunes. Além da aceitação de todos os membros da casa, a família precisa ponderar se o orçamento doméstico permite gastos

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com alimentação, higiene, vacinas e demais cuidados com a saúde do animal, se há espaço adequado no ambiente para o pet brincar e se os tutores têm tempo para dar atenção e promover passeios diários com o pet. Nas viagens de férias, quem ficará com o bicho?

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Responsabilidade: para a médica veterinária, o tutor deve estar consciente de que, em caso de mudança, doença, desemprego ou qualquer outro problema, o animal obrigatoriamente continuará fazendo parte da família e em nenhum momento poderá ou deverá ser negligenciado em sua guarda e cuidados. “A adoção ou compra é uma decisão que não pode ser precipitada e muito menos tomada por impulso para que não termine em abandono”, aconselha.

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Abandono é crime: sim, previsto na Lei de Crimes Ambientais de número 9.605, de 1998. De acordo com a especialista, quando um animal doméstico é abandonado,

além do sofrimento psicológico pela ausência do dono, ele fica vulnerável a uma série de doenças, brigas com outros animais, maustratos e acidentes. Além disso, acrescenta a médica veterinária, há uma ameaça à saúde humana e ambiental, já que o desamparo aumenta a proliferação de zoonoses, doenças infecciosas transmitidas pelos animais aos seres humanos.

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Escolha da espécie: não é porque você seja vidrado em animais de grande porte que deva trazer um labrador para dividir os 40 m² de seu apartamento. A não ser que o tutor esteja disposto a investir no enriquecimento ambiental, oferecendo variados estímulos, além de aumentar o número de passeios diários, para que o cão possa gastar toda a sua energia. Como nem sempre isso é possível, o ideal é escolher o porte do bicho que combine com as características da casa, de forma a garantir o bem-estar e a felicidade do animal.

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| Adoção­pet

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Segurança garantida: antes de o novo membro da família chegar, adapte o ambiente com telas ou grades nas janelas, especialmente se a opção for para gatos, além de portões para impedir o acesso às áreas restritas. A médica veterinária Marina Snitcofsky recomenda checar se os muros e portões são resistentes e altos o suficiente para impedir que o animal escape. Especialista em comportamento animal, Camila Lima de Almeida alerta também para retirar objetos que possam ser quebrados, mastigados ou comidos, cobrir todos os fios elétricos, guardar produtos químicos e de limpeza em armários fechados e usar na cozinha um cesto de lixo alto e pesado para que o filhote não consiga derrubá-lo.

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Consultoria: Vânia Plaza Nunes: médica veterinária e diretora técnica do Fórum Nacional de Proteção e Defesa Animal. Marina Snitcofsky: médica veterinária, embaixadora da Mars Petcare e especialista em medicina comportamental. Camila Lima de Almeida: especialista em comportamento canino e sócia da Creche Pet Family. Lívia Romeiro: médica veterinária do Vet Quality Centro Veterinário 24h.

Inclusão na família: para quem já possui outros animais em casa, Marina Snitcofsky explica que o tutor deve apresentar o novo membro da família de forma gradual e sempre com supervisão até que todos estejam familiarizados. O correto, no início da convivência, é disponibilizar locais separados para dormir e se alimentar. No caso dos gatos, as caixas de areia e os locais para dormir (ou refúgio) devem ser únicos para cada animal.

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Crianças em casa: neste caso, é importante ajudá-las a entender que o novo animal de estimação não é um brinquedo, mas um ser vivo, e que nunca deve ser abordado abruptamente, nem quando estiver dormindo, se alimentando ou descansando. “Todas as interações entre as crianças e os pets devem ser feitas com supervisão de um adulto”, reforça Marina. Além disso, nem todos os cães e gatos gostam ou toleram abra-

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Sabia disso?

ços e podem reagir de forma agressiva se forem forçados a receber esses contatos.

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Comportamento animal: cada um tem seu temperamento e vontades próprias. “É o tutor que precisa aprender a lidar com possíveis desvios de comportamento”, afirma Vânia Nunes. Caso aquele mansinho cão adotado vire um leão dentro de casa com o passar do tempo, não desista dele. A veterinária Lívia Romeiro sustenta que o adestramento ou a terapia comportamental são ferramentas eficazes tanto para os cães quanto para os seus tutores. Muitas vezes, os pets apresentam traumas e comportamentos adquiridos por conta de maus-tratos ou de uma vida sofrida antes de irem para um novo lar. Sem contar que certos padrões comportamentais são adquiridos mesmo em lares amorosos, por uma infinidade de razões.

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Atchim! “Saúde!” Assim saudará automaticamente alguém que estiver por perto quando você disparar um espirro, mecanismo involuntário do organismo capaz de expulsar partículas da mucosa nasal à velocidade de 160 km/h. Os portugueses costumam responder “Santinho” a qualquer espirrada, enquanto os ingleses dizem algo como “Deus te abençoe”. Lá ou cá, difícil precisar a origem da tal saudação. Sabe-se, porém, que muita gente acreditava antigamente que a alma da pessoa saía do corpo durante o espirro e, para não ser sequestrada por algum espírito do mal, diziam “Saúde”. Outros pensavam que o coração parava de bater ao espirrar e a palavrinha mágica era usada em agradecimento pelo retorno à vida. Há também quem suspeite de que o hábito tenha viralizado durante a gripe espanhola, em 1918. Seja como for, a saudação não acontece quando alguém tosse em público. Engraçado, não?

Doce vampiro

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Xixi no lugar certo: não demore a demarcar e mostrar ao pet o lugar onde deve fazer suas necessidades; caso contrário, ficará mais difícil para ele assimilar. O trabalho não é fácil, reconhece Camila Almeida, mas vale a pena insistir. Ela sugere usar brinquedos e petiscos para facilitar o treino. “Sempre que ele fizer xixi no local correto, dê muito carinho e petiscos”, indica.

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Saúde animal: estabeleça um contato próximo com o médico veterinário para poder tirar qualquer dúvida, como a alimentação mais adequada, o número de banhos mensais e até algumas dicas sobre comportamento. Sem contar, é claro, sua responsabilidade de levar o pet regularmente à clínica para a administração de vacinas e exames de rotina.

Ivanilde Sitta

Qual seu CEP? Todo mundo sabe o número na ponta da língua, mas poucos conhecem o significado da sequência dos oito algarismos que compõem o Código de Endereçamento Postal, sistema criado em 1972 para otimizar a entrega de encomendas e correspondências, inclusive os boletos, na sua residência. Cada algarismo do CEP possui um significado. Da esquerda para a direita, os primeiros cinco primeiros dígitos referem-se à região, sub-região, setor, subsetor e divisor de subsetor, enquanto os três últimos algarismos referem-se à identificação individual de localidades, logradouros, códigos especiais e unidades dos correios. Para evitar extravios, o Brasil foi dividido em 10 regiões. A primeira delas, São Paulo, e a última, Rio Grande do Sul. O CEP de quem mora na Grande São Paulo começa pelo número zero, que muda para 1 nas cidades do interior paulista. No Rio Grande do Sul, o código começa com o dígito 9.

Existem quase mil espécies de morcegos no mundo todo e, ao contrário do que muitos pensam, quase todas se alimentam de insetos e frutas. Apenas três delas, chamadas de morcegosvampiros, se alimentam exclusivamente de sangue. Duas vivem do sangue de aves (Diphylla ecaudata e Diaemus youngii). A única a ter preferência pelo sangue dos mamíferos, mas também não dispensa o de aves, é a Desmodus rotundus. O morcego-vampiro possui uma habilidade de termorrecepção, o que lhe permite sentir o calor da circulação sanguínea na pele das vítimas. Dessa forma, sua mordida é bastante superficial e quase indolor, e ele utiliza sua língua dobrada como um canudo para sugar o sangue. Sua saliva possui uma substância denominada desmoteplase, um anticoagulante, que está sendo testada para o tratamento de coágulos formados no organismo humano após derrames ou ataques cardíacos.

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Conta-gotas

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Ivanilde Sitta

Castanha com probiótico uma bebida à base de castanha-de-caju com adição de probióticos foi testada com sucesso em projeto-piloto desenvolvido pela embrapa agroindústria tropical. o próximo passo, segundo a pesquisadora laura Bruno, será a produção em maior escala. Para tanto, a embrapa está disponível a parcerias com empresas do mercado que tenham interesse na tecnologia. ela explica que o crescimento do mercado para produtos vegetarianos e veganos, bem como da demanda por produtos não lácteos devido à intolerância ao leite e seus derivados, fez com que a ciência se voltasse para pesquisa de produtos alternativos. “Nesse sentido, a bebida de castanha se mostrou uma aposta bem interessante para a adição de probióticos”, avalia, acrescentando que as análises sensoriais também registraram boa aceitação.

Dor de inverno

De olho na curva Pesquisadores da universidade estadual Paulista (unesp) desenvolveram um aplicativo que funciona como um “acelerômetro” da Covid-19, ou seja, monitora em tempo real a tendência de aceleração ou desaceleração do crescimento da doença em mais de 200 países. disponível gratuitamente, a ferramenta carrega os dados de casos notificados disponíveis na base do Centro europeu de Prevenção e Controle de doenças (eCdC), com atualizações diárias, e aplica técnicas de modelagem matemática para diagnosticar o estágio atual da epidemia em um determinado local. “a solução democratiza o acesso à informação, para que todos possam entender o que exatamente está acontecendo em sua cidade”, disse Yuri tani utsunomiya, professor da faculdade de medicina Veterinária de araçatuba, à agência fapesp.

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a sensibilidade nos dentes é um dos principais problemas de saúde bucal no Brasil, afetando 3 em cada 10 brasileiros, segundo pesquisa realizada pela Kantar tNs em parceria com a GsK. as mulheres são as mais acometidas, representando 60% dos casos. em épocas mais frias, é comum que aumentem as queixas de dor de dente. dentes com dentina exposta, cáries ou outro tipo de trauma oral apresentam terminações nervosas mais sensíveis a estímulos e suscetíveis à dor. “a inversão térmica gerada pela diferença drástica entre temperatura interna e externa é suficiente para afetar a dentição”, explica a dentista Kamila Godoy.

Doenças crônicas em tempo de Covid-19


Guia de saúde

Saúde além do coronavírus NASCIMENTO JR.

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iante da pandemia, os sistemas públicos de saúde estão debruçados no atendimento aos pacientes suspeitos e confirmados com a Covid-19, num esforço nacional para absorver o grande número de casos. Ao mesmo tempo, não faltam reclamações de pessoas que tiveram suas consultas de rotina, exames e até mesmo cirurgias eletivas desmarcadas para abrir vagas para os casos de coronavírus. Sem contar que muitos portadores de doenças crônicas e até mesmo com diagnóstico de câncer – que requerem acompanhamento médico permanente – estão optando por deixar para depois os cuidados com a saúde com medo de serem infectados ao se dirigirem a uma clínica ou hospital. De acordo com Mário Henrique Elias de Mattos, médico urologista da Faculdade de Medicina do ABC e do Hospital do Coração de São Paulo (HCor), as doenças crônicas (diabetes, hipertensão e obesidade) podem mudar de característica ou mesmo sair de uma faixa adequada de controle, sem necessariamente apresentar sinais de alerta muito evidentes para o paciente. “Manter o monitoramento é fundamental para realizar eventuais intervenções, ajustes de comportamento e até mesmo das medicações com rapidez, sem riscos à saúde”, aconselha Mattos. Segundo ele, as mudanças sociais impostas pela pandemia, como restrição de acesso a locais para prática de atividades físicas e esportivas, estresse

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emocional e até mesmo limitações que comprometem a manutenção da alimentação habitual das pessoas, podem concorrer para o desequilíbrio das doenças crônicas. Além disso, ele chama a atenção para um problema que tem aumentado muito neste período de quarentena: a automedicação. “Essa prática tem crescido em função do temor dos pacientes em se deslocar até o pronto atendimento ou consultório médico em tempos de pandemia”, explica o médico, acrescentando que tomar remédio por conta própria ou ajustar a medicação receitada é conduta perigosa que pode mascarar a doença ou mesmo precipitar eventos como intoxicações ou efeitos colaterais sérios. “Em alguns cenários, o retardo no tratamento correto pode provocar desfechos graves e perigosos para a saúde”, adverte o urologista. diaGNÓstiCos tardios Maria Ignez Braghiroli, diretora da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), reforça que o comportamento dos pacientes mudou visivelmente na quarentena. Segundo ela, tanto no setor privado quanto no Sistema Único de Saúde (SUS), é significativa a queda na realização de exames de rastreamento de câncer. “Em abril, a taxa de ausência ficou em torno de 50% no privado, e acreditamos que ainda mais alta no SUS, já que a maior parte dos hospitais públicos está voltada ao atendimento dos casos de coronavírus”, informa. A médica alerta que o atraso pode levar ao diagnóstico tardio de diferentes tipos de câncer, podendo impactar nos tratamentos. Ela ressalta que é fundamental não desprezar sintomas que fujam da normalidade, como dores, inchaços, nódulos, manchas,

perda de peso inesperada, dificuldade na cicatrização de feridas, presença de sangue nas fezes ou na urina. “Esses sintomas são sinais de que algo pode estar errado e, por isso, a importância de procurar um médico para avaliar a necessidade de fazer o exame preventivo durante a quarentena”, recomenda. CirurGias eletiVas CaNCeladas Nesse caso, a situação é ainda mais grave. Boa parte daqueles que aguardavam por uma cirurgia eletiva teve o procedimento suspenso, geralmente sob a justificativa dos hospitais em priorizar os leitos para casos de Covid-19. Porém, fazer uma cirurgia no SUS não é tão simples assim. Até chegar o dia do procedimento, são muitas as idas e vindas aos médicos. A realização dos exames pré-operatórios muitas vezes segue agenda espaçada e, quando o paciente faz o último, não é raro o primeiro já ter vencido. Em alguns casos, o processo torna-se verdadeira peregrinação até o usuário conseguir preencher todos os

requisitos e a data da cirurgia finalmente ser marcada. Agora, mesmo aqueles que estavam no começo da fila, prestes a operar, voltarão praticamente ao ponto zero. saúde PÓs-PaNdemia Os próximos meses, segundo prevê a classe médica, serão de um desafio sem precedentes aos governantes, que terão de recolocar a Saúde nos trilhos, com todos os atendimentos do período e também os que ficaram para trás. Aos pacientes, resta seguir as recomendações de saúde, a fim de prevenir o contágio pelo novo coronavírus e de manter sob controle as doenças crônicas. De acordo com o médico Mário Mattos, as recomendações universais devem ser mantidas e reforçadas, como o distanciamento social, higiene frequente das mãos e uso de máscaras, evitando tocar em olhos, boca e nariz sempre que possível. Paralelamente, também é importante manter uma dieta

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Guia de saúde

GruPos de risCo O Ministério da Saúde divulgou em maio estudo sobre o perfil da população em relação às doenças crônicas mais incidentes no país:

Consultoria: Maria Ignez Braghiroli: diretora da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC). Mário Henrique Elias de Mattos: médico urologista do Centro Universitário Saúde ABC/Faculdade de Medicina do ABC (FMABC) e do Hospital do Coração de São Paulo (HCor). Ministério da Saúde.

equilibrada, evitar abuso no consumo de bebidas alcoólicas e praticar exercícios físicos regularmente. “Em caso de sinais e sintomas, de qualquer tipo, entre em contato com seu médico e solicite aconselhamento. Se necessário, não hesite em se deslocar em busca de atendimento médico de urgência”, orienta, lembrando que os hospitais e consultórios estão prontos para atender com segurança. “Caso haja possibilidade, uma alternativa é a telemedicina”, sugere o urologista. Independentemente da especialização, Maria Ignez considera crucial que cada médico mantenha uma avaliação contínua e individual de seus pacientes, de acordo com a apresentação de sintomas, local de residência e histórico de exames, definindo quando é necessário fazê-los novamente, para evitar diagnósticos tardios, mas também proteger os pacientes de contaminação.

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7,4% dos brasileiros têm diabetes, 24,5%, hipertensão, e 20,3% estão obesos. Dessa forma, Eduardo Macário, secretário substituto de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, salienta que as doenças crônicas são um dos principais fatores de risco para agravamento da Covid19 e, sendo assim, é importante que a população seja informada sobre as formas de proteção contra essas enfermidades. “Assim, o cidadão pode se prevenir e se proteger, não deixando de seguir o tratamento adequado, caso possua alguma doença crônica, em detrimento do que estamos vivendo no mundo com a pandemia por coronavírus”, esclarece. Dentre todos os resultados, os dados sobre diabetes e hipertensão merecem destaque. Afinal, estudos apontam maior risco de agravamento e morte por Covid-19 em pessoas que apresentam essas condições. No Brasil, até o dia 20 de abril, 72% dos óbitos confirmados pelo novo coronavírus eram de pessoas com mais de 60 anos e 70% apresentavam pelo menos um fator de risco. A cardiopatia foi a principal comorbidade associada e esteve presente em 945 dos óbitos, seguida de diabetes (em 734 óbitos), pneumopatia (187), doença renal (160) e doença neurológica (159).


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Medicina do chá A bebida com propriedades medicinais deve ser tomada entre uma e duas horas após o preparo, no máximo. NASCIMENTO JR.

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há de camomila para cólica, de capimlimão contra o estresse e de boldo para o fígado integram a extensa lista de plantas com efeitos medicinais cientificamente comprovados. O uso de extratos vegetais para o tratamento de doenças e alívio de sintomas indesejáveis é algo extremamente comum no Brasil. Uma prática enraizada na cultura da população, que vem desde o período da colonização, com forte influência do povo indígena. Contudo, não são todas as plantas que possuem efetivamente propriedades terapêuticas, e o grande desafio é saber ainda a medida exata para a preparação dos chás. Afinal, em pouca quantidade, a planta pode não produzir o benefício esperado e, ao mesmo tempo, excesso na dose expõe ao risco de efeitos adversos. "Apesar de o preparo doméstico de chás medicinais ser conduta comum, a prática requer muito cuidado, especialmente em função da dificuldade de calcular a posologia, que é a indicação da dose adequada para um determinado tratamento", reforça José Armando Júnior, professor do curso de Farmácia da Faculdade de Medicina do ABC (FMABC).

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Especialista no tema, ele explica que o chá de hibisco, por exemplo, é feito a partir de flores secas, enquanto outros chás usam somente folhas. "Cada planta tem sua particularidade e não existe uma quantidade cientificamente padronizada para o uso doméstico, o que pode ocasionar acidentes", acrescenta. ENTRE O BEM E O MAL Como as espécies têm atividades terapêuticas distintas, a posologia correta é definida pela indústria a partir de estudos científicos que determinam a quantidade apropriada para que se obtenha o efeito terapêutico sem riscos de intoxicação. Por essa razão, o ideal é comprar sachês e medicamentos já padronizados em vez das plantas a granel. Nesse contexto, um exemplo clássico é o guaco, uma planta comumente utilizada como xarope para auxiliar no processo de expectoração. "O uso de folhas acima do necessário pode provocar irritação nas vias aéreas e sangramento, além de agravar o problema", alerta. Além disso, é preciso cuidado ao preparar chás com plantas retiradas de jardins ou adquiridas sem a correta identificação da espécie.

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diferença entre um e outro

De acordo com José Armando, é muito comum os brasileiros confundirem o boldo, por exemplo. A planta nacional (Plectran­thus­bar­ba­tus), também chamada de falso boldo, tem uma folha peludinha. Já o boldo chileno (Peumus­bol­dus), que é o adequado para a preparação de chás, é totalmente diferente. Sua folha é mais dura e escura e é vendida em forma de sachê nas farmácias e supermercados. "O boldo brasileiro não tem as propriedades farmacológicas do chileno e irrita ainda mais a mucosa do estômago. Aí está o perigo", alerta o professor. É REMÉDIO! Segundo ele, muitas pessoas se equivocam ao considerar os medicamentos fitoterápicos como terapias alternativas. São remédios utilizados tanto pela alopatia como pela homeopatia, pois possuem princípios ativos (moléculas biologicamente ativas) que abrangem diversos segmentos farma-

Consultoria: José Armando Júnior, professor do curso de Farmácia do Centro Universitário Saúde ABC / Faculdade de Medicina do ABC (FMABC); e Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

cêuticos, entre os quais os antidepressivos, antimaláricos e vasodilatadores. "Há um mito de que os fitoterápicos são complementares no tratamento de determinadas doenças, mas essa ideia vem sendo derrubada nas últimas décadas com o auxílio de trabalhos científicos", destaca. Na verdade, são medicamentos com ação farmacológica comprovada, semelhantes àqueles produzidos a partir de substâncias sintéticas. A diferença está apenas na origem da matéria-prima: enquanto os fitoterápicos partem de segmentos de plantas secas, os sintéticos se originam de substâncias produzidas exclusivamente em laboratório", detalha. A maioria dos princípios ativos tem origem vegetal e o Brasil detém 25% das espé-

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As plantas medicinais são partes de espécies frescas ou secas com propriedades terapêuticas. Já os fitoterápicos são medicamentos padronizados por laboratórios, feitos a partir de partes de plantas secas. O primeiro caso é amplamente utilizado pela população, especialmente na forma de chás. O segundo está ligado à prescrição médica. Conheça alguns dos principais chás medicinais e seus benefícios à saúde:

Capim-limão Tem atividade levemente sedativa, utilizado contra o estresse e a ansiedade.

cies do planeta, com enormes possibilidades de utilização farmacêutica. Os grandes laboratórios mundiais investem muito nesse mercado, porque o medicamento fitoterápico tem duas vantagens fundamentais: a qualidade, devido ao rigor na fiscalização imposta pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), e o preço geralmente mais acessível, pois o custo de processamento desse tipo de remédio é mais baixo. MODO DE PREPARO Algumas pessoas têm o costume de pre-

Erva-doce

Camomila

Hortelã

Digestivo e previne a formação de gases.

Anti-inflamatório e, principalmente antiespasmódico, indicado para cólica intestinal.

Tem ação digestiva e indicação para problemas de flatulência.

Carqueja Estomático, combate a má digestão.

Guaco Auxilia no processo de expectoração para eliminação do muco das vias aéreas.

Boldo-do-chile Induz a produção de suco biliar pela vesícula e melhora o funcionamento do fígado.

parar o chá pela manhã, colocar em uma garrafa térmica e ir tomando ao longo do dia. Se o chá não tem ação terapêutica, não há problema. Em contrapartida, quando a bebida tem por objetivo algum benefício à saúde, a história é diferente, já que a atividade medicinal de todos os chás tem prazo de validade. Bem curto, por sinal, pois o consumo deve ser imediato ou, no máximo, entre uma e duas horas após o preparo. Não há problemas em esperar esfriar e até mesmo colocar na geladeira, desde que o tempo de consumo seja respeitado. Isso

porque, com o passar das horas, os compostos presentes nos chás começam a se degradar e podem originar novas substâncias. Além de a bebida não produzir o efeito esperado, ela pode se tornar potencialmente nociva e causar mal-estar, dores de cabeça e de estômago, entre outros efeitos adversos. Outro cuidado é não misturar chás com propriedades medicinais, assim como não utilizá-los em conjunto com medicamentos sintéticos, pois há risco de interação. Independentemente da queixa ou sintoma, o acompanhamento médico é fundamental.

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| Testes­de­Covid-19

Tira-dúvida Após três meses de quarentena e isolamento social, a disponibilidade de exames para detectar Covid-19 é cada vez maior na rede privada. NASCIMENTO JR.

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uita gente que teve resfriado nos últimos tempos está com a pulga atrás da orelha. Será que foi a Covid-19? Outros que apresentaram febre, tosse, perderam o paladar ou passaram por alguns dos muitos possíveis sintomas do novo coronavírus e não fizeram o teste também se encontram com a mesma dúvida. Após quase três meses de quarentena e isolamento social, muitas empresas e laboratórios se adequaram a essa nova realidade global e passaram a oferecer os exames para detecção da doença. Mas será que vale a pena ou não fazer e qual o teste ideal? Os testes disponíveis no Brasil e liberados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) são divididos em dois grupos: anticorpos e material genético. No primeiro caso, os exames são imunocromatográficos, conhecidos popularmente como testes rápidos, cujos resultados ficam disponíveis entre 10 e 30 minutos após a coleta. Não têm função de diagnóstico, mas podem auxiliar no mapeamento da população que já foi exposta ao vírus. O segundo tipo é o RT-PCR, um teste de biologia molecular, cuja técnica faz o se-

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quenciamento genético do vírus para detectar a presença do SARS-CoV 2, que causa a doença Covid-19. É coletado com uma haste, inserida até o fundo de cada narina e na garganta. O material é enviado para análise laboratorial e o resultado costuma ser liberado entre 24 e 48 horas. É o exame diagnóstico padrão ouro, considerado como teste definitivo pela Organização Mundial da Saúde (OMS). CADA CASO É UM CASO “Se há suspeita, manifestação clínica e quadro respiratório, o melhor teste é o PCR”, indica o professor de Infectologia da Faculdade de Medicina do ABC (FMABC), Juvencio José Duailibe Furtado. Ele acrescenta que, quando o exame é bem executado, indica com certeza se a pessoa está ou não infectada. Porém, o infectologista alerta para a importância da coleta do material. “Temos relatos de pessoas que fizeram o PCR em um dia e deu negativo, mas, ao repetirem no outro dia, deu positivo. Muitas vezes, o profissional que colhe o material não está bem treinado”, acredita. De acordo com o especialista, quando a haste é colocada no nariz, o paciente deve ter a sensação de lacrimejamento, indica-

tiva de que o exame está sendo coletado no local adequado. Na garganta, o indivíduo precisa ter a impressão de que vai vomitar. Além disso, as amostras devem ser transportadas em condições adequadas até o laboratório que fará a análise, a fim de garantir a integridade do resultado. Fernando Luiz Affonso Fonseca, coordenador do Laboratório de Análises Clínicas e vice-reitor do Centro Universitário Saúde ABC/FMABC, ratifica que a coleta do material é realmente muito importante. Segundo ele, no começo da quarentena, houve muitos exames com resultados inconclusivos e que precisaram ser refeitos, até porque tudo aconteceu muito rápido. “Com o tempo, essas questões foram sendo tratadas, a rotina e a prática passaram a dar mais confiança às equipes e hoje a qualidade da coleta é muito diferente do início da pandemia”, avalia.

A relevância do exame também pode ser percebida em alterações de práticas assistenciais habituais. Alguns hospitais, por exemplo, estão exigindo o PCR no pré-operatório, tanto para o paciente quanto para o cirurgião que irá executar o procedimento. “O teste rápido também é muito interessante, mas o PCR é fundamental”, considera Juvencio Furtado. TESTE SOROLÓGICO (RÁPIDO) Os testes sorológicos fazem o uso de amostras de sangue, soro ou plasma, juntamente com uma metodologia chamada imunocromatografia, para detectar anticorpos IgM e IgG produzidos pelo próprio organismo do paciente em resposta à infecção pelo novo coronavírus. Esses indicadores revelam se a pessoa teve ou não contato com o vírus. Tendo em vista que o organismo

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Só para eles

| Testes­de­Covid-19

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Exclusiva deles cia ainda não tem uma resposta clara sobre isso, mas estudos indicam que alguns pacientes, na verdade, apresentavam fragmentos virais incapazes de produzir a doença. “Ou seja, em tese, eles estariam imunes por algum período e não transmitiriam a doença, mas essa é uma resposta que ainda não temos com certeza”, esclarece.

PreÇo Os planos de saúde já cobrem alguns tipos de testes, desde que haja pedido médico. Mas, para aqueles que optam pelo exame particular, os preços ainda são bem salgados, na faixa de R$ 300 a R$ 400.

Consultoria: Fernando Luiz Affonso Fonseca: coordenador do Laboratório de Análises Clínicas e vice-reitor do Centro Universitário Saúde ABC/Faculdade de Medicina do ABC (FMABC). Juvencio José Duailibe Furtado: chefe do Departamento de Infectologia do Hospital Heliópolis e professor de Infectologia da FMABC. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Ministério da Saúde.

demanda um tempo para a produção desses anticorpos (janela imunológica) a partir do contágio, a Anvisa indica a imunocromatografia para exames a partir de 10 dias após o início dos sintomas. Na prática, o infectologista explica que um paciente com IgG positivo indica que ele já teve contato com o vírus e desenvolveu anticorpos específicos. Porém, é preciso alertar que o fato de ter esses anticorpos não significa que a pessoa esteja imune ao vírus. “Ainda existem muitas perguntas não respondidas quando falamos de Covid-19”, admite o médico, complementando que também ainda não se sabe quanto tempo esses anticorpos permanecem no organismo, se a vida toda ou poucos dias. Outro ponto da mesma questão é sobre a reinfecção. Juvencio Furtado diz haver registros de vários casos que tiveram a doença e que relataram uma segunda infecção. A ciên-

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TESTE RÁPIDO Tem grande valor epidemiológico, já que pode ser aplicado em larga escala mais facilmente, permitindo assim o rastreio populacional e o entendimento sobre o cenário em diferentes localidades. É uma ferramenta que dá munição ao Poder Público para traçar estratégias mais adequadas e específicas à realidade da doença, como medidas mais duras de isolamento social ou a liberação do comércio em determinada cidade. A interpretação adequada dos resultados dos testes rápidos de Covid-19 também é muito importante e as equipes de saúde devem estar aptas a realizar os esclarecimentos à população. Isso porque, positivo ou negativo, o exame não elimina a necessidade do isolamento social, do uso de máscara e das demais medidas preventivas. De acordo com Juvencio Furtado, se o teste rápido for negativo, significa que a pessoa não teve contato com o vírus e que há risco de ficar doente em algum momento. No caso de exame positivo, o indivíduo teve contato com a doença e muitas vezes nem soube, por ser assintomático. “Contudo, não sabemos por quanto tempo esse mecanismo de defesa permanecerá ativo e ele deve manter todos os cuidados normalmente”, alerta o infectologista.

embora seja uma desordem genética e hereditária, a hemofilia afeta praticamente só os meninos. a doença, caracterizada por desordem no mecanismo de coagulação do sangue, está ligada a uma herança genética transmitida pelo par de cromossomos sexuais XX. Normalmente, as mulheres têm apenas um deles acometido e o normal promove os fatores Viii e iX da coagulação em quantidade suficiente. Nos homens, esse par é formado pelos cromossomos XY. Possuindo apenas um cromossomo X, eles não têm como compensar a deficiência e, portanto, a produção desses fatores fica comprometida. isso explica por que as mulheres podem ser portadoras do defeito, mas são os

Mal-traçadas linhas Nem os homens estão livres das estrias, apesar de o quadro ser muito menos frequente em relação às mulheres. em alguns deles, elas costumam surgir na adolescência, quando ocorre o estirão de crescimento, mas podem dar o ar da graça naqueles que fazem musculação, especialmente nos braços. o que acontece é uma hipertrofia, que nada mais é que o aumento de massa muscular dos bíceps. esse crescimento tenciona a fibra responsável pela elasticidade da região e provoca as lesões de estria.

meninos que manifestam a doença. embora haja a possibilidade de o pai hemofílico transmitir o cromossomo afetado para a filha, ela não terá a doença, mas poderá passá-lo para os filhos.

Transplante de barba Pode ser a solução para quem não nasceu com a genética favorável. de acordo com thiago Bianco, médico especialista da área, o procedimento é o segundo mais procurado pela ala masculina, perdendo somente para o transplante capilar. “embora seja uma cirurgia que exige grande habilidade do profissional, quando bem aplicada, traz excelentes resultados e muita satisfação pessoal”, garante Bianco, acrescentando que a intervenção é feita para corrigir as falhas da barba ou, ainda, para preencher as áreas sem pelos. além dos benefícios estéticos, o transplante também ajuda a disfarçar as cicatrizes de acne. “o método consiste na retirada dos fios de cabelo de uma área doadora e, em seguida, transplantada no rosto”.

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| Saúde­mental­

Carga pesada O impacto da crise sanitária na saúde mental dos brasileiros já aparece nas estatísticas. IVANILDE SITTA

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antas mudanças em tão curto espaço de tempo têm levado até os mais zens dos brasileiros, independentemente da idade, a conviver com um turbilhão de emoções que vão da tristeza e melancolia a quadros de ansiedade e depressão. Um cenário que preocupa a classe médica, mas que de certa forma já era previsto, uma vez que o Brasil lidera – não de hoje – o ranking mundial de ansiedade, com quase 10% da população diagnosticada com o transtorno, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). A depressão, chamada de mal do século, também é um dos grandes desafios por aqui ao participar da vida de 5,8% do contingente nacional. Dentre tantos estudos já publicados desde a chegada da Covid-19 no país, uma pesquisa da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) dá a dimensão do cenário emocional do Brasil. Dos 400 médicos entrevistados, 89,2% destacaram o agravamento de ocorrências psiquiátricas devido à pandemia. Quase 70% da categoria recebeu pacientes novos, que nunca haviam apresentado sintomas psiquiátricos, enquanto outros 70% relataram atendimentos de pacientes que já tinham recebido alta, mas tiveram recidiva dos transtornos.

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“A pandemia traz uma situação de medo, de ameaça constante, de impotência e, com isso, a ansiedade e o estresse aumentam”, argumenta Antonio Geraldo da Silva, presidente da ABP. A neuropsiquiatra Gesika Amorim complementa que o isolamento social, somado a problemas financeiros, perda de empregos e incertezas do que virá pela frente, causa um esgotamento emocional tão grande a ponto de evoluir para quadros de crises de ansiedade e depressão severa. APOIO PARA SUPERAR Antes que tais ocorrências agudas possam ser deflagradas, o recomendado é buscar ajuda médica aos primeiros sinais de esgotamento mental. O que nem sempre é fácil de perceber, até pela própria apresentação dos sintomas. Uma das dificuldades de combater esses problemas de saúde mental é que eles se manifestam, na maioria das vezes, de maneira silenciosa. “O indivíduo se acostuma a ser ansioso e só se dá conta do quadro quando já está agravado”, reconhece a neuropsiquiatra. Algo semelhante acontece em relação à depressão, que nem sempre se revela com os clássicos sinais de apatia, tristeza e desinteresse pela vida, ou tudo isso junto. “Nem toda pessoa deprimida é triste e um exemplo

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disso são os sorrisos amigáveis que escondem uma vontade interna de desaparecimento”, reforça o psicanalista Fabiano de Abreu. Irritabilidade constante, agressividade e mesmo altos e baixos de euforia podem remeter à depressão. Porém, Gesika Amorim assinala que o humor depressivo durante a maior parte do dia é o principal sintoma. De qualquer forma, o correto é não relativizar qualquer desconforto emocional que esteja comprometendo a qualidade de vida

pessoal ou profissional e buscar ajuda de um psicólogo ou psiquiatra. A medicina dispõe hoje de várias terapêuticas, inclusive medicamentosa, para que o paciente possa recuperar o equilíbrio emocional. Mas só um profissional capacitado pode indicar o melhor e mais eficiente tratamento. MUDANÇA DE FOCO Os reflexos dessa pandemia sem precedentes na história atual não têm poupado

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| Saúde­mental­

Consultoria: Antonio Geraldo da Silva: presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria. Gesika Amorim: neuropsiquiatra e especialista em saúde mental e neurodesenvolvimento. Fabiano de Abreu: filósofo, psicanalista e especialista em estudos da mente humana. Camila de Cássia Ribeiro: psicóloga da rede de hospitais São Camilo. Augusto Cury: psiquiatra. Priscilla Leite: professora de yoga. Matheus Henrique Alves: especialista da Pastoral da Rede Marista de Educação Básica. Flora Alves: especialista em aprendizagem corporativa da SG. Rosely Cordon: professora pesquisadora do projeto Mapas de Evidências Clínicas das Práticas Integrativas em Saúde. Filippo Pedrinola: médico criador do protocolo Medicina de Estilo de Vida.

o emocional de ninguém, surgindo de várias formas. Insônia, pesadelos, pensamentos negativos recorrentes, insegurança ou medo, em variados graus, são algumas das sequelas vivenciadas hoje por muita gente. A psicóloga Camila de Cássia Ribeiro salienta que as principais dificuldades estão sendo de sentimento de perda da liberdade e de solidão. Muitos profissionais que migraram para o home­office, segundo ela, enfrentam os desafios da adaptação, sem contar aquelas pessoas que moram sozinhas, especialmente idosos. “Nesses casos, é preciso estar ainda mais atento aos pensamentos negativos decorrentes dessa rotina solitária e buscar um contato online mais frequente com amigos e familiares”, aconselha. Para quem considera possível aguentar o tranco sem ajuda médica, especialistas recomendam algumas regras de condutas e técnicas com efeito terapêutico para suavizar o sofrimento emocional: Exercícios físicos: a prática regular, de acordo com o psiquiatra Augusto Cury, libera endorfina, os famosos neurotransmissores responsáveis pelos sentimentos de bem-estar. “Neste período de confinamento, além de auxiliar na qualidade de vida, a atividade física ajuda a ganhar disposição e ânimo em nossas rotinas”, assegura. Yoga: a técnica enfatiza o foco no presente. Dedicar tempo para se concentrar no aqui e agora, sem gastar energia em imaginar o futuro, cria um equilíbrio num mundo em constante mudança, segundo explica Priscilla Leite, professora de yoga. Meditação: por meio do exercício, a pessoa se conecta com o campo da pura energia, inteligência e consciência. A meditação diminui a ansiedade, melhora a depressão, diminui as

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dores crônicas e a frequência cardíaca e ajuda a controlar a pressão arterial. ”Meditar é esvaziar a mente, é expandir a consciência”, destaca Flora Alves, da SG - Aprendizagem Corporativa. Espiritualidade: também deve ser priorizada, e isso nada tem a ver com crenças pessoais ou religião, mas com uma ligação do indivíduo para consigo mesmo, com seus familiares, amigos e o universo, como observa o médico Filippo Pedrinola. Solidariedade: Matheus Henrique Alves, da Pastoral da Rede Marista de Educação Básica, explica que é tempo de despertar para a consciência do cuidado, que passa por três dimensões essenciais: enxergar a realidade que nos cerca para além de nossa zona de conforto, questionar as desigualdades e, por fim, mobilizar ações e recursos visando atenuar as necessidades. Durma bem: evite o uso do celular e da televisão próximos ao horário de deitar. Rosely Cordon, pesquisadora do projeto Mapas de Evidências, explica que a luz dos equipamentos eletrônicos prejudica a reprodução da melatonina, hormônio responsável pelo sono, provocando a diminuição do estado de alerta no dia seguinte. “Dormir bem é benéfico, inclusive para a melhora no humor e no bem-estar mental”, afirma. Não despreze seus sentimentos: ao suspeitar de que você esteja vivenciando um quadro emocional complicado que o impede até de realizar necessidades básicas, como se alimentar, peça ajuda. “Neste cenário da pandemia, muitos profissionais em saúde mental estão realizando atendimento online, o que pode auxiliar bastante neste momento”, alerta a psicóloga Camila de Cássia.


CARREIRA | Qualificação

Currículo turbinado Em tempos de incertezas, investir na qualificação profissional é aposta certeira. Instituições renomadas, como USP e Harvard, oferecem cursos online gratuitos. MARLI BARBOSA

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uem não anda preocupado com o futuro profissional? Embora ainda não dê para saber a dimensão do impacto, já está mais do que claro que a pandemia está causando inúmeras mudanças no mercado de trabalho. Neste cenário, que vai se tornar mais competitivo pela retração de vagas, terão mais chances aqueles que se mantêm atualizados e desenvolvendo novas competências. Kerullen Pimenta, gerente de Serviço e Qualidade da Adecco - Consultoria de Recursos Humanos, adianta que os profissionais que se adaptam rápido às mudanças têm maior probabilidade de sobreviver e conseguir as melhores oportunidades. “E, certamente, as empresas vão valorizar quem continuou se capacitando mesmo em tempos difíceis”, garante. Neste momento, uma boa saída (se não a única) é surfar na onda de cursos online, que ganharam espaço no mundo digital tão logo o distanciamento social foi oficializado. Seja para o colaborador, líder ou empreendedor, a Internet tem opções para todas as áreas de atuação. Para não errar na escolha, a dica de Kerullen Pimenta é buscar temas de interesse pessoal, relacionados à

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formação ou carreira atual e, preferencialmente, que ofereçam certificado. “Dessa forma, o estudo funcionará como suporte à experiência prévia, agregando valor ao currículo”, pondera. Ela ressalta que a pandemia antecipou a tendência do mercado, que cada vez mais exige profissionais com capacidade de autogestão e, ainda, preparados para lidar com um mundo extremamente tecnológico. E o home office está aí para comprovar. “Portanto, sempre vale a pena investir tempo em cursos relacionados a soluções digitais e de gerência de tempo, além de cursos de idioma, que já viraram exigência em muitas funções”, sugere. O ideal, segundo ela, é optar por uma instituição de confiança reconhecida, além de avaliar a duração do curso e tempo disponível. “Estudar em casa não é tão fácil, pois exige organização, foco e disciplina. Para dar certo, é preciso escolher um local tranquilo, onde não terá tantas interrupções, além de criar uma rotina com horário de estudo, trabalho, refeições e lazer em família”, orienta. Universidades estaduais e federais, além de instituições particulares e até empresas, oferecem cursos gratuitos online. Confira uma amostra do que é encontrado na rede.

Foto: Shutterstock

LinkedIn: a plataforma liberou um conteúdo que tem tudo a ver com o momento atual: “Trabalho Remoto: Colaboração, Foco e Produtividade”. São mais de 10 horas de aulas dadas por professores e especialistas de diversas áreas, abordando tópicos como: Gestão de Equipes Virtuais, Gestão de Tempo, Como Conduzir Reuniões Produtivas, entre outros. (linkedin. com/learning/paths/trabalho-remotocolaboracao-foco-e-produtividade).

USP: a Universidade de São Paulo oferece cursos gratuitos online das mais variadas áreas do conhecimento para todos os públicos. As aulas são dadas por professores e pesquisadores da instituição e podem ser acessadas a qualquer horário nas plataformas: eaulas.usp.br; youtube.com/usponline; youtube.com/univesptv; pt. coursera.org/usp.

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CARREIRA | Qualificação

Consultoria: Kerullen Pimenta: administradora de empresas, com especialização em Gestão Estratégica de Pessoas; gerente de Serviço e Qualidade da Adecco - Consultoria de Recursos Humanos.

Harvard: quem é fluente no inglês pode ter acesso a mais de 100 cursos ofertados pela famosa universidade norte-americana, nas áreas de Artes e Design, Ciências Sociais, Religião, Negócios e Gestão, Ciência da Computação, Desenvolvimento Educacional, Ciência Ambiental, Engenharia, Matemática e Análise de Dados, entre outras. Alguns cursos têm datas de início e término e horários específicos para acompanhamento e exigem pagamento de taxa para emissão do certificado de conclusão (edx. org/school/harvardx). Fundação Getulio Vargas: a FGV oferece mais de 60 cursos online com duração de 5 a 12 horas em áreas como Direito, Economia, Gestão Empresarial e Marketing. Alguns dos temas focados no aprimoramento profissional são: Gestão e Liderança: Conceitos Básicos da Função Gerencial ou Introdução ao Estudo de Mercado e Produtos, Conceitos Básicos de Matemática Financeira, entre outros (educacao-executiva.fgv.br). Sebrae: entre os mais de 100 cursos disponibilizados pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas estão: Como Vender pela Internet na Crise do Coronavírus, Gestão Financeira, Boas Práticas nos Serviços de Alimentação, Marketing Digital para o Empreendedor (sebrae.com. br/sites/PortalSebrae/cursosonline). Senai: o Serviço Nacional de Aprendizagem Indus-

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trial conta com cursos online gratuitos com certificação: Desenho Arquitetônico, Educação Ambiental, Consumo Consciente de Energia, Empreendedorismo, Finanças Pessoais, Fundamentos de Logística, Logística de Programação, Propriedade Intelectual, Segurança do Trabalho, Metrologia, Noções Básicas de Mecânica Automotiva e Tecnologia da Informação e Comunicação (eadsenaies.com.br). Senac: a plataforma do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial disponibiliza diversos cursos de extensão universitária, nas áreas de Educação, Gestão e Saúde, além de cursos livres como: Administração do Tempo, Aproveitamento Integral de Alimentos, Congelamento de Alimentos, Desenvolvimento de Equipe, Estilo e Imagem Pessoal, Planejamento e Organização de Eventos Sociais, entre outros. Todos dão direito a certificado (faculdadesdaindustria.org.br/ielgratuito). Duolingo: ideal para quem quer dar um up no inglês. No site, você estipula sua meta de aprendizado e define quantos minutos por dia pretende estudar, preenche um pequeno cadastro e começa a se surpreender. O Duolingo oferece lições muito bem organizadas e divididas de acordo com o seu nível de conhecimento do idioma, desde o básico até o mais avançado. Um recurso interessante é o reconhecimento de voz, uma ferramenta bacana para saber como anda sua pronúncia.


GENTE DE TALENTO | Pipoqueiro­Valdir­

Um estouro de sucesso Pensando em abrir seu próprio negócio? Aprenda a receita com o Valdir, um ex-boia-fria que se tornou o mais famoso pipoqueiro do Brasil. IVANILDE SITTA

D

o seu único carrinho de pipoca, instalado há 14 anos em área de 2 m² na praça Tiradentes, no centro de Curitiba (PR), Valdir Novaki conseguiu realizar todos seus sonhos e desejos, inclusive alguns que nunca imaginou acordado. Não, esse paranaense de 50 anos não comanda uma rede de franquias espalhada pelo Brasil, nem construiu fortuna com a venda de pipoca ou nasceu em berço de ouro. O ambulante, que tem apenas o quarto ano do ensino primário, se tornou um autodidata na ciência dos negócios e soube agregar valor a um produto tão comum e dos mais simples de produzir. Sua sabedoria e perspicácia na arte de empreender despertaram a atenção de grandes corporações e, a partir daí, o pipoqueiro virou palestrante sem deixar um piruá perdido na plateia. Ao longo dos últimos sete anos, Valdir calcula ter compartilhado sua visão de empreendedor popular com uns 200 mil profissionais nas cerca de mil palestras realizadas em empresas, entre elas Microsoft, Santander, Gerdau, Petrobras, Burger King, Bayer, unidades do Sebrae e várias outras. Já rodou prati-

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camente o Brasil inteiro. “Se eu tivesse de escolher entre uma e outra profissão, me dedicaria integralmente a fazer pipoca, mas o bom é que consigo administrar as duas”, declara. Antes de conquistar os aplausos da plateia com suas apresentações, o ambulante, também um marqueteiro nato, se encarregou de divulgar seu produto no mercado e conseguiu estourar seu carrinho de pipoca na capa e páginas de grandes jornais, revistas e reportagens na televisão. Seu negócio chegou a ser matéria numa revista francesa. CAMINHO DA FAMA Lá vem a pergunta que não quer calar: o que a Pipoca do Valdir tem de tão especial assim a ponto de conquistar espaço até no programa Fantástico e no Mais­ Você, da apresentadora Ana Maria Braga? Tudo. Da qualidade dos insumos do preparo ao formato do negócio. “Quando eu decidi ser pipoqueiro, minha meta não era ser apenas mais um, mas o melhor de Curitiba”, recorda. Da pretensão, ele saiu a campo para pesquisar a concorrência local e planejou seu negócio pautado prioritariamente na excelência do atendimento, na higiene e na qualidade do produto.

Para tanto, tinha em mãos R$ 4,6 mil para comprar o carrinho que custava R$ 4 mil e o restante para os demais equipamentos. Era tudo o que tinha. De pipoca em pipoca, o microempreendedor foi ganhando dinheiro e reaplicando 30% da receita em melhorias no negócio. A começar pelo fato de que sua pipoca é feita com grãos de milho importado, bem maior, macio e isento daquela casquinha que gruda no dente, e vendida acompanhada de um kit de higiene personalizado, composto de guardanapo, fio dental e uma bala de hortelã. A inovação foi lançada quando o ambulante observou uma de suas freguesas limpando as mãos na embalagem da pipoca que acabara de comer. “Naquela noite não dormi até encontrar uma solução que não fosse apenas oferecer o guardanapo e o ál-

cool em gel, já disponíveis no carrinho”, explica Valdir, salientando que é a partir da observação do comportamento dos clientes que o comerciante consegue enxergar o que falta em seu negócio para atender todas as necessidades da freguesia. Foi assim que ele despertou para outras duas novidades. Lançou o cartão-fidelidade, que garante um pacote tamanho família de graça após o consumo de cinco pacotes, e o cartão Dúzia­de­10. O cliente paga o preço de 10 pacotes e consome 12 ao longo do mês. “Foi feito para aqueles que ficam sem dinheiro dias antes do pagamento do salário”, explica. Fissurado por higiene e limpeza, Valdir dispõe de cinco jalecos brancos para trabalhar. Cada um deles traz bordado no bolso um dia da semana (segunda a sexta-feira) para que o cliente veja seu cuidado com a vestimenta.

Valdir Novaki, na praça tiradentes, no centro de Curitiba: início do sucesso.

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Pet

GENTE DE TALENTO | Pipoqueiro­Valdir­

Ivanilde Sitta

Fotos: Shutterstock

Pós-parto animal mento do dia é feita em planilhas eletrônicas e com indicadores de desempenho. São todos esses detalhes que garantiram o sucesso da Pipoca do Valdir. Quanto ele vende de pipoca diariamente? “Mais de 30 vezes por dia comparado ao início de minha operação”, responde.

RETAGUARDA ROBUSTA O carrinho de pipoca do ambulante também é diferenciado de todos que rodam por aí. Além de elétrico, conta com captação de energia solar, iluminação LED e wi-fi, infraestrutura que exigiu investimento de R$ 90 mil. Além disso, todos os utensílios usados no preparo do produto são de inox. Não só por isso, Valdir recebeu a alcunha do pipoqueiro mais famoso do Brasil. Sua expertise também está presente na gestão do negócio. O sabor e as versões da pipoca – salgada, canjica salgada e doce com coco – têm respaldo de uma nutricionista, que aplicou uma pesquisa de grupo até alcançar o padrão de qualidade e sabor. As medidas dos insumos são padronizadas e pré-embaladas para a produção de acordo com a demanda para evitar desperdício. A gestão do movi-

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O GURU DA SORTE Natural de São Mateus do Sul, cidade do Paraná, Valdir é um dos filhos mais velhos de uma família de 12 irmãos, que trabalhou como boia-fria durante a adolescência até decidir, em 1988, tentar a vida na cidade grande para dar melhor condição de vida aos seus pais e irmãos. Ao chegar em Curitiba com a carteira de trabalho em branco, conseguiu emprego como manobrista, depois numa lanchonete, até trabalhar como ajudante geral em uma banca de revista no centro da cidade. “Foi ali que eu descobri muita habilidade em me relacionar com o público e trazer resultado ao meu patrão, porém, não tinha o devido reconhecimento financeiro”, lembra Valdir. Decidiu, então, vender pipoca e entrou com um pedido à Prefeitura da cidade para ocupar um dos pontos da área central. A liberação do espaço só aconteceu 14 anos depois, o que prova que persistência e paciência também são atributos natos do empreendedor. No meio do caminho, a sorte sorriu para o ex-boia-fria. Assim que iniciou seu trabalho como vendedor de pipoca, Valdir conheceu um professor e consultor empresarial que adotou seu projeto como sendo de responsabilidade social de sua empresa. Ele ensinou o caminho do sucesso, e o pipoqueiro, como bom aluno, aprendeu direitinho.

a mãe gata sabe muito bem cuidar da ninhada recém-nascida, mas os tutores precisam ficar de olho e dar uma força em certas tarefas. a médica veterinária Natália lopes destaca a importância de pesar os filhotes. “o peso de nascimento e a taxa de crescimento durante as primeiras 48 horas são parâmetros-chave para analisar a condição de uma ninhada e de identificar possíveis filhotes com risco de mortalidade neonatal”, explica. segundo ela, os gatinhos devem nascer com cerca 2% a 3% do peso da mãe, fator que sofre influência de acordo com a raça, tamanho da ninhada e tempo de gestação. Nos primeiros dias, o peso aumenta diariamente em cerca de 10% do peso do nascimento, de forma que, entre o 7º e 10º dias, os gatinhos já possam estar com o dobro do peso com que nasceram. os machos, geralmente, são mais pesados e crescem em ritmo maior.

Só, mas bem alimentado uma das principais preocupações de tutores que trabalham o dia inteiro é deixar o cachorro sozinho, até por conta dos horários regulares de alimentar seus animais de estimação. se for a sua, os alimentadores automáticos são opções interessantes para garantir comida aos bichos de raças pequenas. ele possui um dispositivo que, quando programado, libera a ração na hora estipulada.

Completa e balanceada uma refeição assim é aquela que contém todos os nutrientes essenciais em quantidade igual ou superior à necessidade mínima para a espécie animal. de acordo com hugo Villalva leça fonseca, Ceo da mon Petit Chéri, o uso regular de um alimento completo e balanceado é o que traz saúde ao animal. “Na falta de um ou mais nutrientes ou quando não estão presentes em quantidades mínimas, o animal vai apresentar sinais de deficiências nutricionais na forma de enfermidades em pequeno, médio e longo prazo”, esclarece o profissional, ressaltando que as quantidades de cada nutriente essencial são Nutrientes Cães Gatos diferentes para cães aminoácidos 10 11 Ácido graxo 1 2 e para gatos. Na dúvida minerais 12 12 dos nutrientes que entre eles: cálcio, fósforo, devem constar na iodo, selênio ração do seu pet, Vitaminas 12 12 hugo recomenda: entre elas: vitaminas do complexo B e a, d e e


Nossa Gente

Crônica Edmilson Sena da Silva

Edmilson Sena da Silva - edmilson.silva@coopsp.coop.br

O colega atrás dessa máscara é o Charles, de nossa Drogaria Quinze de Novembro, em São José dos Campos. A foto foi feita logo que ele chegou ao serviço, depois de ter a sua temperatura tomada, lavado cuidadosamente as mãos e aplicado álcool em gel. Antes de ir para o atendimento, ele colocou a sua face shield – um protetor facial de acrílico que complementa a sua indumentária –, esterilizou novamente as mãos com o álcool e, aí sim, passou a ser o balconista Charles. Esse nome diferenciado diz ele que veio de um tio e não sabe se por conta do general Charles de Gaulle, que liderou as Forças Francesas Livres durante a Segunda Guerra Mundial, ou do ator Charles Chaplin, o eterno Carlitos, que, sem falar nada, divertia e fazia todo mundo rir. – Acho que essas duas personalidades mundiais influenciaram o jeito de ser do Charles, principalmente no futebol de salão – diz um de nossos amigos da velha guarda. – Ele era o astro do time e, realmente, desequilibrava o jogo, comandando a equipe até a

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vitória, como um general. E era um verdadeiro artista com a bola nos pés, também divertindo todo o mundo, sem dizer uma palavra. Artilheiro nato, batia forte com os dois pés e tornou-se o cobrador oficial de faltas da nossa turma. A equipe de São José dos Campos surgiu como o bicho-papão nos campeonatos internos da Cooperativa. Uma de suas grandes conquistas, com o Charles na quadra, foi o primeiro título do campeonato, em 1995, com o Elias no gol, Maurício (hoje gerente regional), Paulinho, André, Ronaldo, Gê e outros craques. Depois, a Copa do Jubileu de Ouro, em 2004, com uma taça “deste tamanho!”, que todos cobiçavam e que enfeita, hoje, uma sala na unidade Santana. Nos tempos de escola na Maria Luíza, nesse mesmo bairro onde nasceu, o Charles era bom em tudo: basquete, vôlei, handebol, atletismo, futebol de campo e salão. Chegou a atuar nas categorias de base do Clube Rhodia e no Santaninha locais e, sempre apoiado pelos pais – Sr. José Carlos e D. Alaíde –, alcançou o futebol de salão da Assem e do São José. Deve ter conquistado umas duzentas medalhas e troféus, mas nem por isso empinou a crista. Sempre introvertido, do tipo que não fala muito, ficava na dele, como diziam os colegas. Nunca foi um jogador mascarado... O nascimento do filho Brandon, em 1998, fez com que ele expusesse à Tati – sua esposa, Tatiana Glauce – a intenção de deixar o esporte e firmar-se em um emprego. Trabalhou uns tempos na Cooperativa e, depois, em duas drogarias da cidade. Sempre benquisto na Coop, foi recontratado em 10 de agosto de 2009 como atendente de drogaria da unidade Santana e, em outubro de 2017, transferido já como balconista, compondo o quadro da Drogaria Quinze de Novembro, que se inaugurava no centro da cidade. É ali que vamos encontrá-lo, hoje, sempre unido à Tati – gerente de uma loja num shopping da cidade, ambos acompanhando o progresso do Brandon, hoje com 21 anos, aluno do 4° ano de Física na Faculdade de Engenharia de Guaratinguetá e residente em uma república da cidade do Frei Galvão. Este exemplo do filho teve um reflexo direto no Charles. Incentivado por duas de suas chefes, cursa o 4° ano de Farmácia em São José dos Campos e espera, assim que formado, ampliar seu atendimento aos cooperados, indo além do balcão de nossa drogaria. – É interessante ver o Charles desse jeito no balcão – diz um conhecido seu do bairro. – Ele nunca foi mascarado, mas essa porqueira da Covid...

Mais do que 80 dias apaixonado

C

aipira de Mirassol, onde nasci, e de Fernandópolis, onde passei boa parte da juventude, sou um grande admirador da música sertaneja raiz, que se faz sempre presente no meu assovio ou, às vezes, até me escapa pela garganta. Foi talvez por isso que, num desses dias de isolamento social compulsório, comecei a cantarolar a eterna “60 dias apaixonado”, sem viajar para Mato Grosso ou Aparecida do Taboado: dois meses juntinho dela, eternamente serão lembrados; pedaços de minha vida, lembranças do meu passado... Mudei meu jeito de ser, bebendo pra esquecer, sessenta dias apaixonado. Só não bebi para esquecer, porque faz muito tempo que deixei de ser um adepto da Bierfest, ou fã de Baco, da Inezita Barroso – com sua “Marvada pinga” – ou do John Wayne, que jogava uma moeda no balcão e emborcava o uísque de uma golada só. Álcool, agora, só o em gel ou o de limpeza. Por causa da Covid-19, completei em 12 de junho – exatamente no Dia dos Namorados – 80 dias de confinamento junto com minha mulher, em nosso apartamento de São José dos Campos. Isso equivale a um dia para cada ano de minha idade! Pode parecer estranho, mas, exceto em viagens de férias, nunca havia ficado tanto tempo juntinho dela, conforme a música, mudando o jeito de ser e, se vocês acreditarem, 80 dias apaixonado, até com uma razoável lambuja. Procurando uma boa convivência, em algum ponto tentei mudar o meu jeito de ser, colaborando na cozinha, por exemplo; mais como ajudante, pois não tenho vocação para mestre-cuca. Depois de queimar a vedação da panela de pressão e a tampa protetora do forno de micro-ondas, colocados sobre o bico do fogão aceso, derrubei com estardalhaço uma travessa metálica no piso da cozinha e fui rebaixado a cumim. Vocês sabem: é aquele auxiliar de garçom que organiza a mesa com os talheres e utensílios e serve as comidas, a bebida e a sobremesa. No quarto, arrumando a minha cama, tive um pouco mais de sorte, embora continue apanhando na hora de unir com capricho a ponta dos cobertores dobrados. Com a colaboração da companheira de retiro, que delicadamente é convidada a se fechar no quarto, para não atrapalhar minhas tarefas no home office, deslizo dessa expressão em inglês para seus parentes Firewall do Windows, FortiClient, Google Chrome, Team Viewer, Microsoft Teams,

que surgem em meus controles, para as tarefas do dia a dia. O primo Google Meet aparece agora no sábado, para o curso de alemão que teimo em dar continuidade. À noite, de novo junto à esposa, tenho me revelado um pouco melhor na seleção de filmes da Netflix, para escapar um pouco do bombardeamento dos noticiários da TV sobre a Covid-19 ou sobre os desacertos e desencontros de autoridades ou grupos, partidários disso ou daquilo. Mas aí temos também desencontros que obrigam a mudar o jeito de ser: eu gosto de filmes de ação e de documentários sobre a Segunda Guerra Mundial; ela já gosta mais de comédias ou de dramas romanceados. O jeito é achar um meio-termo, e estou quase especialista em costumes e cultura turca, judaica, argentina ou africana, tantos foram os filmes que já selecionei. Preocupado com esta vida segregada, consultei psiquiatras alemães que me garantiram não haver problema em conversar com paredes, plantas ou objetos. O perigo é só quando eles começarem a responder. Mesmo assim, para espairecer, propus à esposa vários passeios, indo a Jericoassala, Rio de Banheiro, Punta Cama e Porto de Cozinhas. Nós adoramos viagens, e isso nos deixará bem mais do que 80 dias apaixonados. Podem crer!


Passatempo

Solução

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