CONSELHO DE ADMINISTRAçÃO PRESIDENTE: Antonio José Monte VICE-PRESIDENTE: Antonio Carlos Cattai CONSELHEIROS VOGAIS: Gilmar Moreira, José Veiga Veiga, Marcelo Vito Figueiroa Brumatti, Silvio Lucinda Fagundes.
DIRETORIA EXECUTIVA PRESIDENTE EXECUTIVO: Marcio Francisco Blanco do Valle VICE-PRESIDENTE EXECUTIVO SUPERMERCADO: Luiz Gustavo Maldi Ramos VICE-PRESIDENTE EXECUTIVO DE ADMINISTRAÇÃO E FINANÇAS: Pedro Luiz Ferreira de Mattos VICE-PRESIDENTE EXECUTIVO DE OPERAÇÕES: Valdomiro Sanches Bardini VICE-PRESIDENTE EXECUTIVO DROGARIA: Eduardo Pereira dos Santos
SANTO ANDRÉ - Industrial - Av. Industrial, 2.001 - 4991-9540. Capuava - Av. das Nações, 1.600 - 4472-1044. Carijós - R. Carijós, 1.843 4453-9900. D. Pedro - Av. D. Pedro I, 722 - 4451-6252. Parque das Nações - R. Suíça, 1.094 - 4479-6277. Pereira Barreto - Av. Pereira Barreto, 1.286 - 44295717/4429-5723. Perimetral - R. Gertrudes de Lima, 658 - 4438-4477. Queirós - Av. Queirós dos Santos, 456 - 4994-4788. V. Luzita - Av. Cap. Mário Toledo de Camargo, 5.252 - 4453-5211. Jardim Milena - R. Otávio Cândido, 150 - 4451-2222. Palmares Av. Palmares, 830 - 4421-6210. Utinga - Av. Utinga, 1.599 - 4463-5464. Giovanni Pirelli - R. Giovanni Battista Pirelli, 2.050 - 4118-4190. SÃO BERNARDO - Joaquim Nabuco - R. Joaquim Nabuco, 277 - 4339-3211. Café Filho - Av. Pres. Café Filho, 2.231 - 4351-3433. Rudge Ramos - Av. Dr. Rudge Ramos, 500 - 4177-4440. Vianas - R. dos Vianas, 1.631 - 4337-5353. Humberto de Alencar - Av. Humberto de Alencar Castelo Branco, 2.563 - 3181-8964. SÃO CAETANO - Joana Angélica - R. Joana Angélica, 711 - 4221-6988. DIADEMA - Av. 7 de Setembro, 200 - 4054-1044. MAUÁ - Barão de Mauá - Av. Barão de Mauá, 1.389 - 4514-7020. Itapark - Av. Itapark, 2.261 - 4545-0021. RIBEIRÃO PIRES - Av. Humberto de Campos, 3.499 - 4828-4455. Ribeirão Centro Av. Santo André, 735 - 4825-5146. TATUÍ - Onze de Agosto - R. XI de Agosto, 3.045 - (15) 3205-2030. Coronel Seabra - R. Cel. Lúcio Seabra, 772 - (15) 3205-2282. SÃO JOSÉ DOS CAMPOS - Santana - Av. Rui Barbosa, 837 - (12) 3922-9911. Morumbi - Av. Dr. João Batista de Souza Soares, 2.185 - (12) 3934-3535. Novo Horizonte - Av. Pres. Tancredo Neves, 3.400 - (12) 3907-2221. PIRACICABA - Vollet Sachs - Av. Prof. Vollet Sachs, 2.030 - (19) 3411-8885. SOROCABA - Árvore Grande - R. Padre Madureira, 255 - (15) 3237-3333. Itavuvu - Av. Itavuvu, 3.799 - (15) 3239-2911.
Unidades Coop
CONSELHO FISCAL EFETIVOS: José Antonio de Assis Simões, Marina Pisaneschi e Edilson Donizeti de Assis. SUPLENTES: Andrés Jesus Fernandez Perea, Luiz Antonio Pinaffo e Evanir José Izolani
DROGARIAS SANTO ANDRÉ - Hortências - R. das Hortências, 103 - 2534-1823. São Paulo - Av. São Paulo, 162 - 4316-4830. Queirós Filho - Av. Queirós Filho, 702 - 2379-3586. Regente Feijó - R. Regente Feijó, 394 - 4902-1102. Atlântica - Av. Atlântica, 317 4427-9972. Senador Fláquer - R. Senador Fláquer, 227 - 4316-4830. Martim Francisco - Av. Martim Francisco, 1.278 - 3181-8976. Bandeiras - Av. D. Pedro II, 217 4118-4172. Itambé - R. Itambé, 195 – Lj. 17 – 4118-4175. Lino Jardim- Av. Lino Jardim, 744 – 3181-7016. D. Pedro II - Av. Dom Pedro II, 1.861. SÃO BERNARDO Demarchi - Av. Maria Servidei Demarchi, 1.613 - 4347-8578. Djalma Dutra - R. Djalma Dutra, 235 - 2897-2712. Getúlio Vargas - Av. Getúlio Vargas, 1.014 - 41237242. Castelo Branco - Av. Humberto de Alencar Castelo Branco, 2.563 - 4343-5064. Tiradentes - R. Tiradentes, 905 - 3181-2971. Ernesta Pelosini - R. Ernesta Pelosini, 250. SÃO CAETANO - Inhaúma - R. Visconde de Inhaúma, 841 - 4118-2847. Visconde - R. Visconde de Inhaúma, 180 - 4118-2411. Kennedy - Av. Presidente Kennedy, 738. MAUÁ - Shopping - Av. Governador Mário Covas Júnior, 01 – Lj. 201 e 202 - 2116-3608. SÃO PAULO - Oratório - Av. do Oratório, 2.606 - 2116-3608. SOROCABA - Paulo Almeida - Av. Paulo Emanuel de Almeida, 930 - (15) 3217-7229. Eugênio Salerno - Av. Dr. Eugênio Salerno, 25 - (15) 3202-1910. SÃO JOSÉ DOS CAMPOS - XV de Novembro - Av. XV de Novembro,160 - (12) 3921-9307. POSTOS DE COMBUSTÍVEIS Santana - Trav. Constantino Pintos, 44 - V. Rossi – São José dos Campos - (12) 39219220. Onze de Agosto - Rua XI de Agosto, 3.011 - Valinho - Tatuí - (15) 3205-2030. Joaquim Nabuco - R. Joaquim Nabuco, 165 - Centro - São Bernardo do Campo 4339-3211. CENTRO ADMINISTRATIVO R. Conselheiro Justino, 56 - Campestre - Santo André - 4991-9500.
ATENDIMENTO AO LEITOR: Se você tiver dúvidas ou deseja obter mais informações sobre os profissionais consultados pela Revista Coop, publicação mensal da Coop, escreva para Revista Coop: Rua Conselheiro Justino, 56 CEP 09070-580 - Santo André - SP. E-mail: revistacoop@coopsp.coop.br
EDIçÃO E PRODUçÃO: Editora e Jornalista Responsável: Ivanilde Sitta (MTb: 16.616) Editor de Arte: Rubens Justo (MTb: 10.726) Revisão de texto: Juliana Machado Impressão: Log&Print Gráfica e Logística Distribuição Interna.
Metade do valor de venda de cada exemplar da Revista Coop (descontados os impostos) é doada à Federação das Associações de Pais e Amigos dos Excepcionais do Estado de São Paulo (FEAPAES).
Revista Coop | 03 | Agosto 2020
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Índice
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revista Coop Agosto 2020
Matéria de capa
22
38
42
46
54
Saborosa e nutritiva, a
É tão bom que sobremesa
Certas sementes e caroços
Escolha o cardápio
Decidiu assumir o grisalho? Óleos essenciais trazem
berinjela ganha também
sem morango sempre
de frutas e legumes podem
que melhor combina
Saiba como conduzir o
bem-estar e aliviam
em versatilidade culinária.
deixa a desejar.
virar deliciosos petiscos.
com o gosto do paizão.
processo de transição.
desconfortos físicos.
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ATENÇÃO! Exemplaresda RevistaCoopsão comercializados exclusivamente naslojase drogariasda rede.ACoop nãooperacom osistemade vendapor assinatura.
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62
66
70
84
88
Aprenda como se
Dá pra revitalizar a
Personalidades aderem ao
Saudades de ir ao
Baixas temperaturas
Sentir raiva não é bom,
comunicar durante as
Decoração da casa sem
ao projeto de levar leitura
cinema? O cine drive-in
favorecem quadros de
mas é possível usar essa
videoconferências.
derrubar paredes.
às crianças e adolescentes.
pode ser a solução.
dermatite atópica.
emoção a seu favor.
dentro da Coop n 20 - Retratos de família n 41 - Seu corpo n 45 - Sua casa
n 59 - De
bem com a vida n 65 - Memória n 69 - Curiosidades n 72 - Figura paterna n 75 - Dr. Coop
n 80 - Sonhos n 83 - Conta-gotas n 87 - Pet n 92 - Jejum n 96 - Nossa
56
60
n 8 - Por
intermitente n 95 - Cuidados no inverno
gente n 97 - Crônica de Edmilson Sena da Silva n 98 - Passatempo
Revista Coop | 04 | Agosto 2020
Carta ao leitor Agosto é o mês dos pais. Saudades do meu, que adorava um bife ancho preparado de forma semelhante à receita que trazemos para o almoço do Dia dos Pais. Apesar de ter partido há quase uma década, ainda sonho muito com sua figura carinhosa. Será que as experiências oníricas têm algo a nos dizer? Muito mais do que imaginamos. Uma competente pesquisadora brasileira recorreu aos sonhos de voluntários para mensurar o grau de sofrimento mental causado pela Covid-19. Descobriu coisas bem interessantes. Vire as páginas para conferir e aproveite para conhecer a versatilidade culinária da berinjela, legume que bagunçou o dicionário, pois no português de Portugal a palavra é escrita com g. Com j ou g, uma coisa é certa: é uma delícia. Para aqueles que decidiram assumir de vez os cabelos brancos, tão visíveis na quarentena de salões de beleza fechados, preparamos dicas de como passar pelo processo de transição. Aliás, muitos dos grisalhos de hoje certamente conheceram o cinema drive-in. Não é que ele está de volta? E, ao que tudo indica, pra ficar. Veja onde assistir a um bom filme em espaço aberto e dentro do carro. Acompanhado ou não. Até a próxima edição. IVANILDE SITTA, editora
O Oscar é nosso! A Coop arrebata pela terceira vez um dos prêmios mais importantes e cobiçados do mercado. Com seu Jeito de Ser e de Fazer, a Coop foi a grande vencedora do XXI Prêmio Consumidor Moderno de Excelência em Serviços ao Cliente no segmento Varejo (Super, Hipermercados, Atacarejos e Cash&Carry). Reconhecido como o Oscar brasileiro em atendimento ao consumidor, o prêmio é promovido pela revista Consumidor Moderno em parceria com o Centro de Inteligência Padrão (CIP) e a OnYou, empresa de auditoria de qualidade. A cerimônia de reconhecimento aos vencedores de 51 segmentos da economia aconteceu na noite de 14 de julho, de forma 100% digital, e contou com show do cantor Michel Teló. Ao longo das 21 edições do prêmio, realizadas desde 2000, a Coop já foi contemplada em 2012 e 2014. “Agora, somos tricampeões”, festeja Susana Souza, gerente de Marketing, acrescentando que, a cada conquista, os colaboradores se sentem mais motivados a fazer ainda melhor. Segundo ela, o prêmio vem reconhecer o trabalho de uma equipe preparada, comprometida e empática, que sabe ouvir o cliente, identificar sua necessidade e se esforça ao máximo para entregar a solução que ele veio buscar na Cooperativa. “A gente entende que preparo e empatia são as bases do atendimento de excelência, fórmula que procuramos aprimorar continuamente”, argumenta. Para o presidente executivo, Marcio Valle, o cuidado e a preocupação com Revista Coop | 08 | Agosto 2020
Susana Souza, gerente de Marketing, comemora o prêmio de excelência em serviços ao cliente.
as pessoas estão no DNA da Cooperativa, atributos que, materializados em iniciativas nos pontos de venda, são claramente reconhecidos e aprovados pelos clientes. “Temos uma estratégia robusta de CRM que nos permite, por meio da análise de dados, conhecer
os anseios dos cooperados para surpreendê-los com ações assertivas nos pontos de venda e também com ofertas personalizadas”, explica. Valle destaca que o foco é o atendimento humanizado, seja na interação cara a cara ou nos canais digitais.
Caio César: “Na Coop, posso trazer minha família porque é um ambiente seguro e que oferece um atendimento excelente”.
Catarina: “O prêmio é mais do que merecido”.
Clau Soares: “A equipe está sempre solícita em colaborar”.
A VOZ DO CLIENTE Ser premiada na esfera de excelência em serviços é algo muito bom e gratificante, ainda mais quando a certificação é assinada por organizações de credibilidade como a Consumidor Moderno. Porém, receber o reconhecimento dos próprios clientes tem sabor ainda mais especial. “Aqui, posso trazer minha família porque sei que é um lugar seguro e que oferece um atendimento maravilhoso, já que os colaboradores estão sempre de prontidão para ajudar e atuar na solução de todas as minhas dúvidas”, assinala o cooperado Caio César de Oliveira. Clau Soares garante que a Coop é o que é por conta da qualidade de sua equipe, sempre disposta e solícita em
atender as demandas dos clientes. “Tanto que sou cooperada assídua há 15 anos e, hoje, meus filhos também são e usam a Cooperativa”, acrescenta. “Esse prêmio que a Cooperativa ganhou é supermerecido, já que seu atendimento é digno de nota 10”, reforça Catarina Mascarenhas, cooperada desde 1975.
OnYou, de acordo com a metodologia do Cliente Oculto. Nesta etapa, um avaliador faz contato com todas as companhias selecionadas fingindo ser um consumidor para confirmar as informações preenchidas pelas empresas no formulário. Várias métricas são consideradas, como agilidade, capacidade de resolução, clareza e agilidade nos diversos pontos de atendimento ao cliente. Na terceira e última fase, o Centro de Inteligência Padrão faz um cruzamento entre as informações das etapas anteriores, conferindo a validade dos dados. Por fim, é calculado o desempenho geral das empresas com base na excelência revelada e percebida. E deu Coop, na categoria Varejo.
BASES DO PRÊMIO Para garantir o troféu do XXI Prêmio Consumidor Moderno de Excelência em Serviços ao Cliente, a Coop cumpriu uma série de protocolos, passando por uma peneira que selecionou as 200 melhores empresas para avançar para a segunda fase. A partir daí, a análise foi sendo cada vez mais criteriosa, requerendo testes conduzidos pela
Revista Coop | 09 | Agosto 2020
Resultado aprovado Em assembleia digital realizada em julho, cooperados validaram o balanço de contas da Coop.
A loja Pereira Barreto, em Santo André, foi uma das 10 lojas modernizadas no ano passado.
O destaque do ano foi a inauguração da unidade Giovanni Pirelli, em Santo André.
A Coop apresentou faturamento de R$ 2,4 bilhões em 2019, resultado 5,3% superior ao exercício anterior, com destaque para o negócio drogaria, que cresceu 11,6% no período, elevando sua participação de 16% para 17% no fornecimento geral da Cooperativa. Das sobras apuradas, R$ 12 milhões começam a ser distribuídos a título de retorno a partir do dia 3 (veja matéria na página 14). Esses dados e outros mais integram o relatório de prestação de contas exibido e aprovado pelos cooperados durante a Assembleia Geral Ordinária (AGO), realizada no dia 16 de julho, no formato
Revista Coop | 10 | Agosto 2020
100% digital por conta da pandemia. Durante a apresentação dos resultados, membros do Conselho de Administração e da Diretoria Executiva explicaram que, mais uma vez, o ambiente econômico não favoreceu as projeções de retomada do crescimento da economia feitas não apenas pela Coop, mas por todo o mercado. “O ano até ensaiou uma melhora, que se reverteu rapidamente para mais um exercício desafiador”, disse Marcio Valle, presidente executivo, acrescentando que a taxa de desemprego continuou elevada, enrijecendo a concorrência no segmento pela disputa da renda do
consumidor, bastante comprimida. Ainda assim, a Cooperativa conseguiu fazer do limão a limonada e investiu R$ 79 milhões. Inaugurou uma loja de supermercado, a Giovanni Pirelli, em Santo André, e cinco novas operações de drogaria, além de revitalizar 10 lojas já instaladas. Também manteve projetos relevantes já planejados, tanto que uma nova solução em logística no processo de abastecimento, que triplicará a capacidade de armazenamento, terá sua implantação finalizada nos próximos meses. Além de implementar outros projetos, visando maior eficiência operacional (veja na página 12). De janeiro a dezembro, nada menos
O projeto de revitalização na loja Carijós contemplou galeria com 10 lojas .
que 98 mil novos cooperados ingressaram na Coop, número 50% superior aos 65 mil registrados em 2018, elevando a base ativa de cooperados para 850 mil cooperados. Só para ter ideia, 443 mil novas associações foram oficializadas nos últimos 10 anos. “São dados que mostram a força de atratividade do nosso modelo de negócio, sustentado no cooperativismo de consumo”, argumenta Pedro Mattos, vice-presidente executivo de Administração e Finanças.
Cenário atual A pandemia da Covid-19 também foi assunto discutido na AGO. Marcio Valle apresentou aos cooperados o comportamento de compras ao longo da crise sanitária e as ações preventivas realizadas nas lojas para reduzir o risco de contágio do vírus. Em março, assim que a quarentena foi oficializada, o movimento de vendas cresceu 18%
comparado ao mesmo período de 2019 (critério mesmas lojas) devido ao receio dos cooperados quanto a um possível desabastecimento. Nos meses seguintes, o cenário foi voltando ao normal, porém, com queda na frequência de visitas às lojas, mas aumento do gasto médio, cenário compreensível em razão do isolamento social.
Revista Coop | 11 | Agosto 2020
Planejamento estratégico A rota de investimentos traçada pela Coop para até 2024 prossegue a todo vapor. Os efeitos da Covid-19 na economia podem até ter comprometido o calendário de entrega de alguns projetos, mas não impediram a Coop de avançar em seu arrojado planejamento estratégico – desenhado em 2019 – para os próximos cinco anos. Bem no início da pandemia, a Cooperativa assumiu a locação de 21 drogarias instaladas nas galerias de lojas de outros supermercados no estado de São Paulo. Até o final do ano, todas serão reinauguradas, revestidas com a marca e modelo de operação da Coop, segundo adianta o presidente executivo, Marcio Valle. Mais do que crescer em número de drogarias, que saltará para 78 unidades até dezembro, a operação amplia o território de atuação da Coop de 11 para 25 cidades atendidas. Algumas, bem distantes da sede, em Santo André: entre elas, Bauru, Catanduva, São José do Rio Preto e Presidente Prudente (veja quadro). “Além de aderente às metas de expansão previstas no planejamento estratégico, esse investimento vai ao encontro da proposta de ampliar nosso raio de atuação no mercado”, acrescenta Valle. CENTRO DE DISTRIBUIÇÃO Para dar conta do crescimento em expansão projetado para os próximos anos, não só em lojas de drogaria, como também de supermercado, a retaguarda também exigiu investimentos em
Revista Coop | 12 | Agosto 2020
Com a abertura das 21 novas drogarias, a Coop avança território no estado de São Paulo.
ampliação para poder dar conta do recado. Para tanto, será finalizada nos próximos meses a migração do Centro de Distribuição, instalado em Santo André, para o Condomínio Logístico GLP Imigrantes, no km 28 da Rodovia dos Imigrantes, em São Bernardo. É lá, em área contratada de 26,5 mil m², quase 50% maior que a atual, que a Coop centralizará toda sua operação de recebimento, armazenamento e distribuição de produtos para as lojas e drogarias. Uma nova estrutura que promete sustentar a evolução da Coop pelos próximos 10 anos. Além de maior espaço, a nova logística permite ganhos em eficiência e produtividade no abastecimento das lojas e drogarias.
INOVAÇÃO E TECNOLOGIA Outro movimento de transformação que vem ocorrendo na Coop se dá em nova tecnologia na arquitetura de sistemas, que passa a adotar o ERP SAP S4 HANA. Trata-se de um sistema de gestão integrado que reúne informações de vários setores numa única plataforma. Além de maior flexibilidade, confiabilidade e escalabilidade, a nova solução permite a disponibilidade de dados em tempo real e acesso remoto, adaptável a vários dispositivos móveis. Uma de suas principais aplicações é facilitar o fluxo de informações em diferentes níveis e oferecer em tempo real indicadores de performance, auxiliando na gestão com redução de tempo e de
Novo centro logístico tem capacidade de suportar o crescimento da Coop por mais 10 anos.
custos gastos no processo. Esse conjunto da obra, que será ativado por ondas ao longo do ano, garantirá ainda maior produtividade e tomada de decisões mais rápidas e assertivas. “Essa plataforma vai aportar à Coop processos bem estabelecidos e um ganho de produtividade considerável para toda a empresa”, explica Milton Molina, gerente de Tecnologia de Informação e Inovação. EFEITO CORONA A Coop não ficou imune aos impactos da pandemia, já que seu plano de abertura de seis lojas de supermercado neste ano precisou ser adiado. Uma delas, a de São Caetano, que teve as obras suspensas por conta da
quarentena, deverá ser inaugurada somente no segundo semestre de 2021. Mas vale a pena esperar. Localizada na esquina das ruas Américo Brasiliense e Antônio Bento, no bairro Santa Paula, a unidade contará com salão de vendas de 2 mil m², cafeteria,
espaço Swift, serviços de Auto Caixa e Coop Retira, além de estacionamento coberto com 100 vagas. Uma drogaria com 200 m² de área e lojas-satélites concentradas em um espaço de 250 m² vão complementar o atendimento a cooperados e clientes.
Novas drogarias Coop Araras Barueri Bauru
Itu Jacareí Limeira
São José do Rio Preto Sorocaba Na capital de São Paulo:
2 em Campinas Catanduva Diadema Guarulhos
Mogi-Guaçu Presidente Prudente São Bernardo do Campo São José dos Campos
Granja Viana, Indianópolis, Santo Amaro e Vila Leopoldina.
Revista Coop | 13 | Agosto 2020
Retorno liberado
Auxílio-Funeral
Coop dá largada à distribuição das sobras líquidas de 2019 no valor de R$ 12 milhões.
Está aí um benefício da Coop que muitos cooperados ainda desconhecem.
Têm direito à participação neste montante todos os cooperados que se abasteceram nas lojas, drogarias e postos de combustíveis ao longo do ano passado. Basta o titular apresentar ao operador de caixa o número do CPF ou da matrícula de associado, além de um documento com foto, para abater o valor do retorno no pagamento de novas aquisições na Coop. O valor de resgate de cada um é proporcional ao volume de compras efetuado no período. Seja qual for o montante a que você tem direito, é dinheiro seu, que pode ser resgatado até 15 de julho de 2023. Vencido o prazo, o saldo não retirado será remetido ao Fundo de Reserva, conforme estabelecido no Estatuto Social. No caso de cooperados que se associaram recentemente e, portanto, ainda tiverem capital a integralizar, haverá incorporação de até 50% do retorno para o complemento da sua subscrição. Quem tiver alguma dúvida em relação à operação, pode entrar em contato com a Coop por meio da Central de Relacionamento, no telefone 0800 7722667. Outro detalhe importante: cooperados que ainda não usaram sua participação nas sobras líquidas referentes ao ano de 2018 ainda têm a chance de fazê-lo agora. Se for seu caso, o operador de caixa lhe indicará.
n A sobra disponível pode ser empre-
É uma ajuda de custo, fixada hoje no valor de mil reais, concedida gratuitamente desde 1964 aos cooperados nos casos de falecimento do titular ou de seus dependentes diretos (veja a seguir). Sua operação em nada se assemelha aos planos de assistência oferecidos no mercado pelas empresas de serviços funerários. A proposta da Coop é apenas contribuir com os gastos funerários ao entender que a morte geralmente pega as famílias desprevenidas financeiramente. Tem direito ao aporte de mil reais, pago em dinheiro, o cooperado que apresentar compras de, no mínimo, duas vezes o valor do benefício nos 12 meses anteriores à data do óbito. A requisição deve ser feita até 120 dias, no máximo, a contar da data do falecimento. A partir da entrega da documentação necessária, a Coop tem até 15 dias úteis para efetuar o pagamento, feito por depósito bancário na conta-corrente do requerente. Ao longo de 2019, foram beneficiadas 2.074 famílias. Outras 952 deram entrada no Auxílio-Funeral no primeiro semestre de 2020, número praticamente estável comparado aos 956 pedidos registrados no mesmo período do ano passado.
gada na compra de qualquer produto. Só não pode ser aplicada para os serviços de recarga de celular e pagamento de contas.
REGRAS DA CONCESSÃO Para conhecer melhor o benefício, acesse o regulamento por meio do link
Revista Coop | 14 | Agosto 2020
CHEGANDO AGORA Milene Barros Garcia e Silva se associou à Coop em março último, quando transferiu residência da cidade de Arujá para a de Santo André. Mas já conhece como funciona o retorno das sobras líquidas da Coop. “Aliás, foi um dos motivos que me levaram à associação”, ressalta a cooperada, que só terá o direito de resgate no próximo ano.
DIREITO COOPERATIVISTA A distribuição do retorno é um dos mais importantes diferenciais da Cooperativa em relação às empresas supermercadistas tradicionais. E sua forma de apuração é das mais justas. O cooperado que costuma centralizar todas as suas compras nas lojas de supermercado, drogaria e postos de combustíveis certamente recebe mais do que aquele que prestigia a Coop vez ou outra. Só que, para tanto, é preciso se identificar no caixa a cada compra realizada, por menor que seja.
Caso contrário, não há como computar o gasto para efeito do retorno. Fique sabendo também que: n Caso seu retorno seja superior ao valor da compra que estiver passando no caixa, não se preocupe. O saldo fica disponível para a próxima aquisição, já que não pode ser liberado como troco.
“É um benefício que vem em boa hora, embora ninguém deseje usá-lo”, destaca a cooperada Trinid Kleque Balaguer, que recorreu ao auxílio-funeral quando do falecimento da mãe.
https://www.portalcoop.com.br/institucional/beneficios/auxilio-funeral/ e confira todas as regras. Ou, então, acione a Central de Relacionamento pelo telefone 0800 772 2667. Mesmo assim, é bom saber de algumas regras de antemão. O cooperado titular tem direito a receber o benefício no caso do falecimento do cônjuge ou companheiro(a) legalmente comprovado(a), assim como: n Dos filhos de 0 a 17 anos de idade; n Dos filhos solteiros permanentemente inválidos para o trabalho (mediante comprovação médica) e sem qualquer rendimento. No caso do falecimento do titular, o Auxílio-Funeral é concedido ao
cônjuge ou companheiro(a) legalmente comprovado(a). Na falta deste, a qualquer um de seus descendentes em linha reta. Confira outras disposições do regulamento: Documentação necessária n Cópia da certidão de óbito. n Cópias do RG e do CPF do falecido e do beneficiário. n Cópia da certidão de casamento ou de união estável. n Na ausência de documento que certifique a união estável, o(a) companheiro(a) deve apresentar uma declaração por ele(a) assinada e por duas testemunhas com respectivas firmas reconhecidas.
Revista Coop | 15 | Agosto 2020
Balanço APAE
Segurança alimentar
O apoio aos programas sociais prevalece mesmo em cenários desafiadores.
Pode confiar. A Coop tem redobrado os cuidados para proteger os clientes contra a Covid-19.
A Coop já repassou à Federação das Associações de Pais e Amigos dos Excepcionais do Estado de São Paulo (Feapaes) a doação de R$ 227.833,74,
As barreiras de acrílico nos checkouts e a sistemática higienização de carrinhos e cestas de compras são algumas das medidas de segurança visíveis aos cooperados e clientes que circulam pelas lojas. Na retaguarda das operações, longe dos olhos dos consumidores, uma série de outras condutas também vêm sendo praticadas insistentemente desde o início da pandemia para reduzir a zero o risco de contaminação. Entre elas, o reforço no treinamento das equipes da linha de alimentos manipulados, além de auditorias adicionais nos setores de açougue, padaria, rotisserias e frios para o cumprimento das normas e regras internas de segurança alimentar. “Temos adotado todas as medidas de segurança nesses setores para zerar os riscos de contágio”, garante Antonio Guilherme, gerente de prevenção de riscos. Além do cumprimento das orientações dos órgãos sanitários, tem sido reforçada junto às equipes a higienização dos locais de maior contato manual, como puxadores, interruptores e maçanetas de toda a área de perecíveis, segundo acrescenta Débora Cosenza, coordenadora de Segurança Alimentar. “Sem contar o reforço diário sobre as boas práticas de manipulação de alimentos, higiene pessoal e do ambiente”, destaca.
dinheiro referente à venda da Revista Coop e da arrecadação do Troco do Bem nos meses de abril, maio e junho. O valor, superior aos R$ 211.246,84 levantados no primeiro trimestre, é resultado do apoio e boa vontade de cooperados e clientes aos compromissos sociais da Cooperativa, que têm a proposta de levar melhor qualidade de vida aos cerca de 3 mil assistidos de 10 unidades da APAE localizadas nas cidades de atuação da Coop. Só no ano passado, cooperados e clientes garantiram à APAE quase R$ 860 mil, que, somados com as demais doações realizadas desde 2010, quando a parceria com a Coop foi firmada, totalizam R$ 4,4 milhões ao longo do período. Cristiany Castro, presidente da Feapaes, assinala
Rosa Maria Ferizolla dos Santos procura sempre colaborar com a Revista Coop por conta da doação à APAE e também porque diz gostar do conteúdo da publicação.
Ou seja, quem adquire a publicação nas lojas da Coop instaladas em Santo André, por exemplo, beneficia a APAE do município. No segundo trimestre do ano, a loja Joaquim Nabuco, em São Bernardo, foi a que mais participou no total de vendas da Revista Coop. O programa Troco do Bem é dirigido aos cooperados e clientes que usam dinheiro COMO AJUDAR? na forma de pagamento das compras, É simples. Você, que comprou a Revista tendo assim a opção de doar centavos de que a parceria com a Coop, que sempre Coop, já colaborou com a causa, pois troco para a APAE. De moeda em moeda, foi relevante, se tornou de extrema immetade do valor pago pelo exemplar foram arrecadados R$ 149.687,39 no seportância no cenário atual de pandemia. (descontados os impostos) foi repassada gundo semestre deste ano. Dentre todas “Mais do que nunca, precisamos do apoio para a unidade da APAE de sua cidade. as lojas, a Barão de Mauá, em Mauá, das empresas e da comunidade para que foi a melhor em arrecao atendimento das pesdação ao garantir soas com deficiência não Troco do Bem Revista Coop R$ 11.468,00, dinheiro seja prejudicado”, ressalta. Mês Exemplares Repasse Mês Valor do que beneficiou a APAE Segundo ela, a instituição vendidos (R$) Repasse (R$) da cidade. “O apoio dos tem registrado uma queda Abril 20.370 25.628,97 Abril 42.794,75 cooperados e clientes expressiva de receita nos Maio 21.829 27.464,65 Maio 52.385,85 sempre fez e faz a diferenúltimos meses, já que os Junho 19.912 25.052,73 Junho 54.506,79 ça para a instituição”, eventos promovidos pelas Total 62.111 78.146,35 Total 149.687,39 agradece Cristiany Castro. unidades para cobrir as
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despesas foram suspensos por conta da crise sanitária. Além disso, ela acrescenta que os repasses do poder público foram reduzidos no período devido às mudanças das rotinas. “Só que as APAEs têm mantido o atendimento tanto na área educacional quanto assistencial, suspendendo apenas a atividade coletiva”, explica.
Jussara Rolin Souza considera o Troco do Bem um programa de credibilidade e conhece as necessidades da APAE.
INSEGURANÇA GERAL Antonio Guilherme explica que, de forma geral, o consumidor passou a ter uma
Treinamentos intensificados e auditorias assíduas visam zerar o risco de contaminação.
exigência maior quanto à segurança alimentar, algo perfeitamente compreensível e necessário, ainda mais num cenário de pandemia. “E nossos colaboradores estão devidamente preparados e treinados para atender tais exigências, cumprindo todas as normas que vão desde a higienização pessoal e dos produtos expostos à venda até a passagem pelos checkouts, que são limpos a cada nova compra”, ressalta. Regras e normas, segundo o gerente, não faltam. Além das já estabelecidas pelos órgãos federais, estaduais e municipais, muitas outras adicionais foram expedidas ao longo da pandemia, diferentes de uma cidade para outra. “Dada a multiplicidade de portarias e regras, criamos um guia de consulta para repassar as atualizações para as
lojas e não deixar de cumprir nenhuma delas”, afirma. AÇÕES COOP Um balanço estatístico referente ao período de março a junho dá conta de todas as ações concretizadas pela Coop desde a chegada da pandemia da Covid. Total de 34 iniciativas preventivas foi tomado nas lojas, entre elas, a disponibilidade de álcool em gel, barreiras acrílicas e contingenciamento na entrada dos cooperados. Outras 31 foram adotadas junto aos colaboradores, como a criação de cartilha de orientação sobre a Covid-19, medição da temperatura antes do expediente, além do disparo de 361 comunicados relacionados à Covid-19, como atualização das regras e normas do Ministério da Saúde.
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Parceiro protetor Efeito pandemia faz disparar a venda de serviço de reparo de celular na Coop. A demanda por planos da Pitzi, startup que oferece proteção contra acidentes e reparos de celular e smartphone, tem superado as expectativas da Coop. O volume de vendas da solução, que já vinha em ritmo ascendente, cresceu acima de 150% no primeiro semestre comparado ao mesmo período do ano passado. Alexsandra de Amorim, oordenadora da área de Produtos Financeiros, associa o recente resultado positivo à adoção do trabalho remoto imposto pela crise sanitária. Ela explica que, ao longo da quarentena, muitos profissionais recorreram à troca de seus aparelhos por modelos melhores, mais robustos e inteligentes, para garantir a segurança da conectividade em home office. “Com um bem valioso nas mãos, eles perceberam a vantagem de somar à compra do celular a contratação do plano Pitzi para ficarem livres de eventuais gastos, caso ocorra algum acidente com o produto”, acrescenta. Ao longo dos dois anos de parceria com a Pitzi, 10 mil contratos já foram efetivados. SEM DOR DE CABEÇA De acordo com Thiago Buratto, analista de Produtos Financeiros, o serviço cobre eventuais custos e prejuízos provenientes de quedas (inclusive na piscina ou vaso sanitário), trincos de tela, falha no touch ou nos botões e oxidação dos celulares e smartphones. Melhor ainda é
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Foto: Guilherme Balconi
Fagner Diego de Sousa Silva, da loja Industrial, integra o time de 100 colaboradores preparados para mostrar os atrativos do Pitzi.
que, se o dano for irreparável, ou seja, acusar perda total, a startup se compromete a enviar outro celular, do mesmo modelo ou superior, funcionando perfeitamente e com a estética impecável. “Tudo isso prezando a agilidade e facilidade na operação”, garante Buratto, informando que o tempo médio de atendimento, entre a abertura da solicitação e o retorno do smartphone em perfeitas condições de uso, gira em torno de 5 dias úteis. Caso o aparelho quebre, basta entrar no site da Pitzi comunicar o incidente para que o
de enviar o aparelho sem custo. Esse conjunto de atrativos, que o certificado de garantia de fábrica não cobre, custa 25% do valor do aparelho, que pode ser parcelado em até 12 vezes sem juros no cartão Coop Fácil ou em 10 parcelas nas demais bandeiras. Ficou interessado? Procure no setor de eletro das lojas Coop um colaborador usando máscara com a logomarca Pitzi para ele lhe apresentar outros diferenciais da solução. As máscaras, segundo a coordenadora Alexsandra de Amorim, foram doadas pela startup aos 100
cliente seja orientado quanto à forma
colaboradores e líderes do setor.
Paixão à primeira visita
IVANILDE SITTA
A
cidade de Santo André concentra hoje 78 hiper e supermercados, além de 117 pequenos mercados espalhados pelo seu território, segundo dados da Associação Paulista de Supermercados, regional ABC. Mas foi a Coop que a paulistana Maria Aparecida Borba, de 65 anos de idade, escolheu para chamar de sua em 2008, quando trocou o endereço de 40 anos na capital para fixar residência em Santo André. Assim que chegou à cidade, sua primeira compra de supermercado foi na loja Industrial, indicada por uma de suas vizinhas de apartamento. Ela se sentiu atraída logo de cara, sem saber exatamente a razão, mas aos poucos foi sendo conquistada definitivamente pelo atendimento cordial e atencioso. “Algo que nunca encontrei na capital, onde os operadores de caixa não dão sorrisos e sequer olham para o rosto do cliente. Meu dinheiro é valioso para ser entregue a quem não se importa com o cliente”, afirma. Mesmo com frequência assídua na Coop, Maria Aparecida resistiu por um ano para efetivar sua matrícula de cooperada, até ser informada sobre o retorno das sobras líquidas, um diferencial das cooperativas de consumo em relação aos supermercados tradicionais. “Não é que é bom, mesmo? No primeiro ano em que tive direito, meu retorno foi de uns
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R$ 200, dinheiro abatido no pagamento de uma de minhas compras”, calcula a cooperada, já ansiosa para receber o deste ano. “Nem só o retorno garante minha fidelidade, mas certamente ajudou a fisgar minha preferência pela Coop”, comenta. Dia sim, dia não, Maria Aparecida abastece sua despensa doméstica nas gôndolas da loja Industrial, marcando presença também no seu restaurante. É de lá que a cooperada leva para casa o almoço dela e do marido, Roberto Garcia. “Fiquei malandrinha, já que não preparo mais refeições desde que o restaurante foi lançado com aquele maravilhoso salmão no cardápio, além de inúmeras outras opções”. EXPERIÊNCIA DE COMPRA Com leve sotaque sulista, já que residiu em Itajaí (SC) em seus primeiros 13 anos de vida, e dona de um alto-astral que não depende de sol ou chuva, a cooperada puxa conversa e faz amizades por onde passa. Na Coop, não é diferente, até porque ela diz se sentir em casa. Conhece os colaboradores de vários setores e também é conhecida pelo nome por muitos deles. “As equipes sempre me ajudam quando não encontro algum produto e até ligam para minha casa quando chega o produto que estava em falta”, explica. “Quem tem Coop não precisa de outro mercado”, resume.
Foto: Maurício Taboni
Maria Aparecida Borba decidiu pela Coop como parceira de compras há 12 anos, um relacionamento harmonioso, segundo ela, e sem risco de traição.
Ela diz encontrar tudo o que precisa na loja para atender suas necessidades de consumo, inclusive cestas básicas, que compra regularmente para doação. “É minha retribuição às coisas boas que a vida me dá, como a minha saúde e a família”. Tanto que sempre carrega uma no carro para dar a quem sentir que precisa de ajuda. “Deus é muito generoso comigo ao me favorecer com essa alegria que tenho de viver. Tenho 65 anos, pretendo chegar aos 120, indo todo dia na Coop, só que de Uber, porque após certa idade não pretendo mais dirigir”.
RETORNO DAS SOBRAS Todo cooperado que se abastece nas lojas de supermercado, drogarias e postos de combustíveis da rede tem direito ao retorno das sobras líquidas apuradas no exercício. A divisão do montante, que no ano passado foi de R$ 12 milhões (referente ao exercício de 2018), é justa: o cooperado que usa mais a cooperativa, colaborando para o seu crescimento, recebe mais do que aquele que passa de vez em quando pelos caixas. Para que todas as compras efetuadas na Coop entrem no cálculo do retorno, o cooperado deve identificar sua passagem pelo checkout com sua matrícula ou com o seu número do CPF.
O espaçO é seu Se você tem algum fato relacionado à Coop e também quer contar pra gente, envie sua história por e-mail: revistacoop@coopsp.coop.br.
Ela poderá ser publicada aqui e, quem sabe, seja transformada em peça de uma das campanhas promocionais da Coop.
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| Berinjela
Foto: Shutherstock
Dona berinjela Ainda que não seja tão consumido por aqui quanto em outros países, o legume tem conquistado terreno na culinária brasileira devido ao sabor e versatilidade.
M
IVANILDE SITTA
esmo quem torcia o nariz para ela até tempos atrás decidiu conhecer a berinjela por conta de sua suposta fama de reduzir o nível do colesterol no sangue quando consumida batida com laranja. Se você é um dos que apostam no suco de larinjela em jejum, pode continuar tomando, porém, não alimente expectativas e muito menos abandone o tratamento médico. Isoladamente, o vegetal não faz milagre, sem contar que estudos científicos já foram realizados e não encontraram evidências do benefício. “Essa história não passa de um grande mito”, sentencia a nutricionista Roseli Rossi. Mas, porém, todavia, entretanto, se o suco ou qualquer outra forma de consumo do vegetal for associado a uma dieta alimentar rica em fibras, pobre em carboidratos de alto índice glicêmico, isenta de gorduras saturadas e produtos ultraprocessa-
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dos, aí sim a história muda de figura e o vegetal poderá colaborar indiretamente. Não apenas no equilíbrio do colesterol, como também na saúde como um todo. Além de poderosa em fibras, a berinjela é fonte generosa de cálcio, magnésio e vitaminas do complexo B, somando mais valor pela presença do antioxidante antocianina em sua composição. Um conjunto de nutrientes que, conforme explica Roseli Rossi, pode auxiliar na prevenção de doenças cardiovasculares e atuar na saúde da massa muscular, energia cerebral e função intestinal. “Tem também ação anticancerígena e combate o envelhecimento das células”, assegura. A nutricionista Carolina Oliveira destaca ainda que o alimento é uma boa opção para os diabéticos ao dispor de pouca quantidade de carboidratos. Magrinha, tem apenas 21 calorias em 100 gramas e um poder de saciedade gigante, já que tem muita fibra. Opção ideal para quem luta para emagrecer.
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| Berinjela
Do forno ao fogão Berinjela não só faz bem à saúde, como conquista paladares pelo sabor e consistência. Nascida na família científica Solanaceae, ela é parente do tomate, pimentão e batata e, assim como seus primos, marca presença em inúmeras e divinas receitas preparadas de várias formas: grelhada, assada, frita ou refogada. Com polpa carnuda rica em proteínas, é a queridinha de vegetarianos e veganos ao usá-la como substituto da carne do estrogonofe e bife à parmegiana, e também uma das estrelas da dieta mediterrânea. Presente em cardápios de vários países, a berinjela deu origem à conhecida caponata, comida típica ita-
liana muito apreciada por aqui. Da culinária árabe, veio a babaganoush, uma pasta que traz o legume como protagonista. Sem falar na moussaka, tradicional iguaria da Turquia e Grécia, além de muito famosa na Bulgária e Romênia. Na França, o destaque vai para o ratatouille. Essas quatro receitas, somadas às demais que você confere nas próximas páginas, dão uma ideia da versatilidade desse vegetal. Só que, antes de avançar para as panelas, melhor conhecer um pouco mais sobre esse alimento que se apresenta ao mundo em cultivares de várias cores e formatos, embora o tipo comum seja o mais predominante no mercado brasileiro. Veja quadro à direita.
Compra e preparo Os frutos da berinjela são muito delicados e amassam com facilidade. Portanto, escolha sem apertar e deixe sempre na parte de cima do carrinho de compras. Há outros quesitos a serem analisados: n Opte por aqueles que apresentam a casca brilhante, com cor uniforme e lisa, sem manchas e com o cabinho verde. n Frutos colhidos muito novos murcham rapidamente e, quando colhidos após o ponto ideal, ficam sem brilho e com sabor amargo. n O alimento é muito perecível em temperatura ambiente, com durabilidade limitada para dois dias a partir do momento em que começa a murchar. Na geladeira, podem ser mantidos por até duas semanas, conservando os frutos com o cabinho.
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n Para cortá-la, use uma faca de aço inoxi-
dável para evitar que a polpa se oxide e escureça. Antes de cozinhá-las, também é aconselhável deixar as rodelas de molho em água com sal durante 30 minutos para que o suco amargo se desprenda. n Deve ser preparada preferencialmente
com casca, em pedaços grandes, e, se for cozida, o volume da água de cozimento deve ser o menor possível, para minimizar a perda de nutrientes. Além disso, evite cozinhar por tempo prolongado em altas temperaturas para reduzir as perdas das vitaminas hidrossolúveis. n Orégano, sálvia, alho, salsa, cebola, cebolinha, pimenta, sal e azeite de oliva são os temperos mais indicados para o preparo.
Berinjela comum: possui formato alongado, casca roxa escura ou negra e sabor levemente amargo, encontrada em qualquer supermercado ou feira livre. A polpa possui alto teor de água, mas a sua textura macia funciona
Berinjela italiana: também possui formato oblongo, mas é menor que a comum e sua casca apresenta coloração roxa ou rajada de rosa. Tem sabor adocicado e
bem na maioria das receitas.
levemente picante. A polpa é moderadamente úmida, ideal para receitas refogadas, grelhadas e fritas.
Berinjela japonesa ou asiática: seu formato é alongado e a casca exibe coloração roxa ou verde. A variedade possui sabor adocicado e uma polpa cremosa com poucas sementes, sendo boa escolha para preparos fritos.
Berinjela baby ou miniberinjela: é colhida precocemente e usada principalmente em conservas.
Salada do J e G Berinjela ou beringela? Foneticamente, fica difícil distinguir qual das duas consoantes deve ser empregada, sem contar que, para complicar, as duas grafias estão certas. Porém, o emprego correto depende da localização geográfica do dicionário. Em sua forma mais antiga, a palavra era escrita com g, tanto no português do Brasil quanto no de Portugal. Só que, em 1909, se estabeleceu uma confusão que ninguém melhor do que Pasquale Cipro Neto, mais conhecido por professor Pasquale, para explicar. O transtorno, como ele mesmo diz, se arrasta até hoje por conta de divergências entre alguns dicionários e vocabulários ortográficos que passaram a grafar berinjela com j.
O Vocabulário Ortográfico da Academia Brasileira de Letras adotou o j, enquanto o Dicionário da Academia das Ciências de Lisboa manteve o g até hoje. "Essa é mais uma das tantas diferenças gráficas entre o português de lá e o de cá", compara. Já o Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa registra as duas formas, mas dá preferência pelo g. Resumo da ópera: “Como o Vocabulário Ortográfico da Academia Brasileira de Letras tem força de lei, oficialmente a grafia correta no Brasil é berinjela com j”, esclarece Pasquale. Mas a confusão não termina aí. O Dicionário Houaiss, que mostra preferência pela consoante g na grafia da palavra, adotou o j na variante “brinjela”, algo um tanto esquisito.
Porto seguro De acordo com a Embrapa, a berinjela é um fruto originário da China e da Índia, tendo sido cultivado na Ásia desde a Antiguidade. Seu cultivo teve início há cerca de 4 mil anos, como planta ornamental. Chegou à Europa no século XIII, por meio dos árabes, que se encarregaram de difundir o legume para o mundo todo. Contam as más línguas que a berinjela, ao chegar ao Ocidente, foi considerada uma planta venenosa, porém, se mostrou resiliente e conquistou seu espaço. Chegou ao Brasil no século XVI, trazida pelos portugueses.
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| Berinjela
Fotos: Shutherstock
Caponata
Lasanha de Berinjela
Por Guga Rossi, chef de cozinha
Por Olivardo Saqui, da Quinta do Olivardo
INGREDIENTES n 3 berinjelas n 1 pimentão verde cortado em tiras n 1 pimentão vermelho cortado em tiras n 1 pimentão amarelo cortado em tiras n 1 xícara (chá) de alcaparras
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n 1 cebola grande em cubinhos n ½ copo (americano) de vinagre
de vinho branco n ½ copo (americano) de azeite n 1 colher (sobremesa) de orégano n Tomilho a gosto n Sal n 3 dentes de alho n 1 pimenta dedo-de-moça
PREPARO Corte as berinjelas em fatias, divida em tiras pequenas e deixe de molho por 15 minutos em água com sal e vinagre. Em uma panela, refogue a cebola e o alho em um pouco do azeite e deixe no fogo até murcharem levemente. Acrescente a berinjela, a alcaparra e, em seguida, o restante dos ingredientes. Ajuste o sal e a pimenta. Finalize com o restante do azeite e do vinagre. Sirva com pão italiano, torradas ou biscoitos salgados.
INGREDIENTES n 4 berinjelas n 2 latas de tomate pelado n 400 g de muçarela fatiada n 50 g de parmesão ralado n 50 g de azeitonas pretas picadas (reserve algumas para decoração)
n 50 ml de vinho branco seco
PREPARO Refogue a cebola e o alho no azeite, acrescente o tomate pelado e tempere com sal, pimenta e o louro. Adicione as azeitonas e o vinho e deixe apurar, amassando bem os tomates. Corte as duas extremidades das berinjelas e, com auxílio de um laminador, corte em fatias finas e tempere com sal. Em uma frigideira, aqueça o azeite e sele as fatias de berinjelas.
n 4 dentes de alho picados n 1 cebola roxa picada n Sal e pimenta-do-reino n 2 folhas de louro n Manjericão e tomate-cereja
para decoração
MONTAGEM Numa travessa, faça camadas começando pelo molho, seguido das fatias de berinjelas seladas e muçarela. Termine com a muçarela, salpicando o queijo ralado e decorando com azeitonas, folhas de manjericão e tomate-cereja.
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| Berinjela
Moussaka
Fotos: Shutterstock
Por Ana Maria Ujlaki da Silva, cooperada INGREDIENTES n ½ kg de berinjela n ½ kg de carne moída (de sua preferência) n 1 cebola picada em quadradinhos n 3 dentes de alho espremidos n 3 tomates maduros sem pele e sementes n ½ xícara (chá) de azeite de oliva n 1 xícara (chá) de vinho branco seco (opcional) n 1 colher (sopa) de farinha de rosca n Sal, pimenta-do-reino em pó, canela em pó e noz-moscada em pó a gosto n 150 g de queijo parmesão ralado n 2 ovos separados em clara e gema n 2 copos de leite n 2 colheres (sopa) de farinha de trigo n 1 colher (sopa) de manteiga
PREPARO Corte as berinjelas em fatias finas no sentido do comprimento, coloque numa peneira temperadas com 2 colheres (sopa) de sal
em cima para que a gordura seja absorvida. Numa travessa de forno, intercale uma camada de berinjela e carne moída, até terminar o processo com a berinjela como última
para que a água presente no vegetal escorra. Deixe reservado. Numa panela em fogo baixo, adicione metade do azeite e refogue o alho e a cebola. Acrescente a carne moída e mexa bem. Deixe cozinhar. Coloque os tomates picados e o vinho. Ajuste o sal e adicione a pimenta, a canela e a noz-moscada.
camada. PREPARO DO MOLHO BRANCO Em uma panela em fogo baixo, refogue a farinha de trigo na manteiga. Aos poucos, adicione o leite, sempre mexendo para não empelotar. Desligue assim que levantar fer-
Deixe em fogo baixo até a carne começar a secar e desligue. Bata as claras em ponto de neve e incorpore na carne, acrescentando a farinha de rosca. Misture bem. Numa frigideira grande, antiaderente, coloque o azeite restante e grelhe as fatias de berinjela. Num prato, coloque papel-toalha, deixe as fatias
vura. Acrescente as gemas peneiradas e metade do queijo ralado e tempere com pimenta-do-reino a gosto. Espalhe o molho sobre a moussaka, salpique o restante do queijo ralado e leve ao forno médio para gratinar por aproximadamente 25 minutos. Sirva quente.
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Berinjela Recheada com Atum Por Roseli Rossi, nutricionista INGREDIENTES n 2 berinjelas inteiras (cruas) n 2 latas de atum ao natural n 6 colheres (sopa) cheias de molho de tomate n 2 dentes de alho n 1 cebola n 2 ovos cozidos n 2 colheres (sopa) de salsinha n 1 colher (sopa) de queijo parmesão ralado light n 1 colher (sobremesa) de azeite de oliva extravirgem n ½ colher (sopa) de orégano (seco) n 1 colher (café) de sal rosa
PREPARO Higienize as berinjelas, corte as pontas e divida ao meio. Tempere com sal e coloque numa assadeira no forno (180 ºC) por 15 minutos ou até ficarem al dente. Retire do forno e com uma colher remova toda a polpa. Reserve. Numa panela, refogue o alho com a cebola e acrescente o atum, o molho de tomate e a polpa da berinjela. Tempere com orégano e sal, mexa bem e deixe apurar. Salpique a salsinha e adicione o azeite. Coloque as cascas das berinjelas num refratário e recheie com o refogado de atum, decore com ovos cozidos e queijo ralado. Leve ao forno médio (180 ºC) por 15 minutos ou até dourar.
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| Berinjela
Berinjela à Parmegiana Por Arthur Sauer, chef de cozinha INGREDIENTES n 2 berinjelas cortadas ao meio n 2 cebolas pequenas n 10 g de alho moído n 80 g de farinha de rosca n 60 g de queijo parmesão ralado n 200 ml de molho de tomate n 80 g de muçarela n 30 g de azeite n Salsinha picada n Sal e pimenta a gosto PREPARO Retire a polpa da berinjela e guarde a casca. Aqueça uma panela com azeite e refogue a cebola, adicionando a polpa da berinjela. Acerte o sal e a pimenta. Recheie as casas da berinjela com o refogado, salpicando o queijo ralado, a farinha de rosca e a salsinha. Cubra com o molho de tomate e, por cima, coloque a muçarela. Leve ao forno por 30 minutos (170 ºC).
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Fotos: Shutterstock
Antepasto de Berinjela no Forno Por Ana Maria Tomazoni, chef de cozinha INGREDIENTES n 3 berinjelas em cubos n 1 pimentão amarelo picado em cubos n 1 pimentão vermelho picado em cubos n 1 cebola grande picada em cubos n 3 dentes de alho picados n Condimentos a gosto: pimenta, orégano, noz-moscada, folha de louro e sal n ½ xícara (chá) de azeite de oliva a gosto n 3 colheres (sopa) de vinagre n ½ xícara (chá) de azeitonas verdes picadas n 1/3 xícara (chá) de uvas-passas brancas n Salsinha picada PREPARO Ligue o forno para preaquecer a 200 ºC. Encha um refratário com água e sal e coloque os cubos de berinjela para tirar o amargor e não escurecer. Deixe por 20 minutos, enxague com água corrente e escorra. Numa forma, acrescente os ingredientes picados (cebola, alho, berinjela, azeitona, uva-passa), os condimentos, vinagre, azeite e salsa. Leve ao forno já aquecido, diminuindo a temperatura (180 ºC), e mexa a cada 15 minutos. Prove o sal e os temperos, antes de retirar do forno. Sirva quente ou frio. Dica: acondicione em potes de vidros, acrescentando mais um pouco de azeite em cima, e armazene na geladeira por até 1 semana.
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| Berinjela
Berinjela Agridoce (antepasto) Por Ana Maria Tomazoni INGREDIENTES n 6 colheres (sopa) de azeite de oliva n 2 berinjelas médias cortadas em cubos grandes n 2 cebolas grandes cortadas em cubos médios n 1 colher (chá) de sal n 1 colher (café) de pimenta-do-reino ou pimenta-calabresa n 1 pimentão n 3 dentes de alho picados n 50 g de uvas-passas brancas n 4 tomates sem pele e sementes, cortados em tiras n 5 colheres (sopa) de molho de soja n 1 colher (sopa) de gengibre ralado n 1 colher (sopa) de açúcar-mascavo n ½ xícara (chá) de salsa picada n ½ xícara (chá) de azeitonas picadas
Babaganush Tradicional Por Ana Maria Braga INGREDIENTES n 4 berinjelas n 2 dentes de alho n Suco de 2 limões n 1 limão n 2 colheres (sopa) de tahine n ½ copo de iogurte consistente n Sal a gosto n Salsinha n Caroços de romã n Cebola
PREPARO Coloque as berinjelas com casca sobre a chama do fogão, deixe queimar a casca, virando de vez em quando, até que fiquem bem macias. Retire a casca queimada e despreze. Ainda quentes, corte as berinjelas ao meio, esprema 1 limão por cima
e, com ajuda de uma colher, retire a polpa e deixe escorrer numa peneira por 5 minutos até desidratar um pouco. Amasse a polpa com um garfo formando um purê. Coloque num processador 1 colher (sopa) do purê de berinjela, o molho de tahine, alho, cebola, o suco dos limões, sal e bata bem. Misture
Foto: divulgação
o iogurte, o restante do purê de berinjela e sirva numa travessa. Regue com azeite e enfeite com a salsinha e os caroços de romã.
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PREPARO Em frigideira, aqueça o azeite, frite o alho e grelhe as berinjelas aos poucos até ficarem bem moreninhas. Faça o mesmo com a cebola e o pimentão. Tempere com sal e pimenta. Junte as passas, o tomate, o molho, o açúcar, o gengibre e as azeitonas e deixe por mais 2 minutos no fogo. Salpique salsa e desligue. Sirva quente ou fria, acompanhada de carnes, ou aves, com folhas verdes.
Revista Coop | 33 | Agosto 2020
| Berinjela
Tortino de Berinjela
Pizza al Taglio
Por Artur Sauer
INGREDIENTES n 2 berinjelas cortadas em cubos n 2 abobrinhas cortadas em cubos n 1 cebola grande cortada
em cubos n 100 ml de creme de leite
Por Ana Maria Braga PREPARO DA MASSA Disponha a farinha em uma tigela, abra uma cova no meio e adicione o fermento, a água, o óleo e sal a gosto. Amasse até homogeneizar, cubra com filme plástico e deixe crescer por 30 minutos ou até dobrar o volume. Abra a massa em forma retangular untada com óleo, forrando todo o fundo. Espalhe o molho de tomate e leve ao forno médio preaquecido (200 ºC) por 20 minutos. INGREDIENTES DA MASSA n 500 g de farinha de trigo n 1 envelope (10 g) de fermento biológico seco n 1 e 1/3 de xícara (chá) de água morna ou 320 ml n 4 colheres (sopa) de óleo n Sal n ¾ de xícara (chá) de molho de tomate
n 50 g de queijo parmesão n 20 ml de azeite n 1 ovo n Vinagre balsâmico n Tempero a gosto (sal e
pimenta)
PREPARO Refogue a cebola até dourar e acrescente a berinjela e a abobrinha e tempere a gosto. Bata o ovo, adicione o azeite, 2/3 do queijo ralado, o vinagre, o creme de leite, sal e pimenta. Adicione os legumes. Unte uma forma com óleo, despeje a mistura e leve ao forno com papel-alumínio por 35 minutos. Retire do forno, salpique o restante do queijo ralado e volte ao fogo para gratinar.
PREPARO DO MOLHO Aqueça o azeite e refogue a cebola e o alho até murcharem. Junte os tomates pelados, sal a gosto, o açúcar e a água e cozinhe em fogo médio por 30 minutos, mexendo de vez em quando e amassando os tomates com uma colher de pau. Tempere com manjericão, tomilho, salsa e pimentado-reino a gosto e utilize frio. INGREDIENTES DO MOLHO n 2 colheres (sopa) de azeite de oliva n 1/3 de xícara (chá) de cebola picada n 1 colher (sopa) de alho picado n 1 lata de tomates pelados n Sal n 1 colher (sopa) rasa de açúcar n 300 ml de água n Manjericão, tomilho fresco, salsa picada e pimenta-do-reino
Caviar de Berinjela (entrada) Por Arthur Sauer PREPARO Corte as berinjelas ao meio, faça alguns riscos na polpa com a ajuda de uma faca. Leve ao forno até soltar a casca. Raspe a polpa e leve à panela. Acerte o tempero com sal e pimenta e bata com a ajuda de um garfo. Reserve. No liquidificador, bata a ricota com o creme de leite e o suco e as raspas do limão. Retire e misture as folhas de tomilho (sem os talos). Sirva a ricota numa travessa e, por cima, agregue o caviar de berinjela com um fio de azeite. Sirva com torradas.
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Foto: Shutterstock
INGREDIENTES n 2 berinjelas n 100 g de ricota n 50 ml de creme de leite n 1 limão-siciliano n Sal e pimenta a gosto n Azeite a gosto n Tomilho a gosto n Torradas
INGREDIENTES DA COBERTURA n Berinjela a gosto n Azeite n Sal
PREPARO DA COBERTURA Corte a berinjela em rodelas finas, tempere com sal e asse com azeite e distribua sobre a massa coberta de molho.
| Berinjela
Berinjelas empanadas Por Carolina Oliveira, nutricionista
INGREDIENTES n 2 berinjelas fatiadas em rodelas de 1 cm n 2 ovos n Farinha de aveia ou de amêndoas n Queijo parmesão a gosto n Sal, pimenta e azeite
PREPARO Tempere as fatias de berinjelas, passe no ovo batido e, em seguida, na farinha. Coloque as fatias empanadas numa bandeja e acrescente metade do queijo parmesão ralado. Coloque no forno preaquecido e deixe até dourar. Abra o forno, vire as fatias e salpique o restante do queijo. Deixe gratinar.
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Ratatouille
Berinjelas a Minha Moda
Por Helton Oliveira, chef de cozinha
INGREDIENTES n 2 berinjelas cortadas em rodelas n 1 pimentão verde, 1 vermelho e 1 amarelo cortados em rodelas n 6 tomates n 2 abobrinhas cortadas em rodelas n 1 cebola roxa em brunoise
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n Salsinha n Manjericão n Manjericão roxo n Sal n Alho n Pimenta n Páprica n Azeite n Limão
Por Ana Maria Tomazoni PREPARO Coloque os tomates para ferver imersos em água, retire a casca e corte em pedaços. Reserve. Numa panela, refogue no azeite o alho e a cebola até dar uma dourada e adicione o tomate, deixando cozinhar por 5 minutos. Acrescente o suco de meio limão e as ervas, acompanhadas de uma pitada de açúcar. Deixe cozinhar por 20 minutos e retire as ervas, acrescentando sal e pimenta. Na frigideira, grelhe os legumes com bastante azeite até ficarem macios. Numa travessa, intercale os legumes da seguinte forma: berinjela, tomate, abobrinha, pimentão, colocando uma colher do molho de tomate em cada etapa.
INGREDIENTES n 3 berinjelas tipo japonesa cortadas em fatias n 2 colheres (sobremesa) de sal n 50 ml de óleo n 1 pepino japonês (fino) em fatias n 1 caixa pequena de tomates-cerejas
n ½ xícara (chá) de
azeitonas pretas cortadas sem caroço n 1 xícara (chá) de queijo minas branco em cubos n 2 colheres (sopa) de sementes (gergelim, linhaça, girassol) n 1 cebolinha verde cortada em anéis
PREPARO DA SALADA Corte as berinjelas em fatias finas, adicione o sal e deixe no escorredor por 30 minutos. Enxágue em água corrente e seque. Aqueça o óleo na frigideira e frite a berinjela. Disponha em papeltoalha para retirada do excesso de óleo. Em uma saladeira, coloque a berinjela frita e o restante dos ingredientes. Finalize com as sementes e a cebolinha. INGREDIENTES DO MOLHO n 1 copo de iogurte desnatado PREPARO DO MOLHO n Ervas picadas (hortelã, Bata o azeite com o suco de manjericão, salsa) limão e o sal por 2 a 3 minutos n Suco de 1 limão e junte o iogurte e as ervas. n Sal e azeite de oliva Sirva em molheira à parte.
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BOA SAFRA | Morango
Pequeno notável Morango é delicado, gostoso, bonito e saudável. Não à toa, é uma das frutas preferidas do brasileiro e unanimidade quando o assunto é sobremesa. CELI EZELLNER
O
Qualidade em hortifrútis A coluna Boa safra traz em todas as edições este selo para identificar a parceria da Coop com o Grupo Benassi, empresa que figura na lista das maiores distribuidoras de FLV (frutas, legumes e verduras) da América Latina.
vermelhinho pertence à família Rosácea, a mesma das cerejas, maçãs, amoras e peras. Surgiu na Europa, mas hoje é cultivado em várias outras partes do mundo, especialmente em países de clima frio. Além de saboroso, é recheado de vitaminas e bastante versátil na gastronomia. Faz par perfeito com chantilly ou leite condensado, combina com recheios de bolos e tortas, se mostra irresistível na forma de sorvete, sucos e mousses e divino quando coberto com chocolate. Até mesmo puro é bom demais, dando para abusar na quantidade, pois o danado ainda é magrinho ao oferecer apenas 32 calorias em 100 gramas. Só não vale caprichar nos acompanhamentos porque o resultado pode ser uma bomba calórica. Quando consumido ao natural, é um grande aliado da saúde. O destaque vai para a presença de antioxidantes em sua composição. Dentre os vários atributos do morango, estão o ácido gálico, flavonoides, quercetina e vitaminas C e A, que têm funções antioxidantes e anti-inflamatórias capazes de prevenir doenças, uma vez que protegem e reduzem os danos causados pelo excesso de
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radicais livres existentes no corpo, segundo atesta a nutricionista Cláudia Guedes. As antocianinas, substâncias responsáveis pela coloração vermelha, laranja e violeta da maioria das frutas, também recheiam os morangos intensificando ainda mais a ação antioxidante do alimento. Estudos já comprovaram que essas substâncias ajudam a inibir a proliferação de células cancerígenas no corpo, além de auxiliarem na saúde do coração. “Também beneficiam o cérebro, prevenindo a perda de memória e consequentemente doenças como o Alzheimer”, ressalta Cláudia. Ela acrescenta que a fruta também é carregada de fibras, agentes que ajudam o funcionamento intestinal adequado. “Além disso, ajudam no controle da glicemia, dos níveis de colesterol e são aliadas do emagrecimento”, diz a especialista. Dentre os sais minerais presentes, ganham destaque o sódio e o potássio, dupla essencial para equilibrar a quantidade de água no organismo e regular a pressão arterial, entre outras ações.
ACERTE NA COMPRA A cartilha “50 hortaliças” da Embrapa afirma que, quando colhidos ainda verdes, os morangos não desenvolvem todo o aroma e sabor característicos, que são mais intensos nos frutos menores. Portanto, na hora da compra, escolha aqueles menos graúdos e completamente maduros, mas firmes, com cor vermelha uniforme e brilhante. Repare também nas sépalas (a parte verde perto do cabinho que se assemelha à folha). Elas pre-
cisam estar verdes e com aparência de produto fresco. Os pesquisadores da Embrapa recomendam a lavagem somente na hora do consumo, pois a umidade acelera a deterioração e prejudica o sabor e o aroma. As sépalas também ajudam a conservar os morangos por mais tempo e, por isso, devem ser mantidas no fruto até o momento do consumo e removidas somente após a higienização. Para maior durabilidade, devem ser mantidos em geladeira, por três ou quatros dias, numa vasilha com tampa ou protegidos com filme plástico para evitar a desidratação.
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Seu corpo
BOA SAFRA | Morango
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Tipo 1 ou 2 Também podem ser congelados. Para isso, devem ser lavados, secos com papel absorvente e embalados em sacos plásticos bem fechados ou, de preferência, em embalagens a vácuo. A durabilidade é de seis meses. VAMOS PREPARAR? Confira algumas receitas sugeridas pela nutricionista Cláudia Guedes e delicie-se. Mousse Ingredientes: 1 pacote de gelatina sabor morango, 1 lata de creme de leite, 1 lata de leite condensado, morangos picados e cobertura de chocolate (opcional). Preparo: dissolva a gelatina em 250 ml de água fervente. Reserve até esfriar. Dipense o soro e coloque o creme de leite no liquidificador junto com o leite condensado e a gelatina já fria. Bata até obter um creme liso. Coloque em uma forma de pudim e leve à geladeira por 4 horas. Enfeite com morangos e coloque cobertura de chocolate por cima (opcional). Rocambole de morango com chantilly Ingredientesdamassadepãodeló:4 colheres (sopa) de trigo, 1 colher (sopa) açúcar, 1 colher (sobremesa) de fermento em pó e 4 ovos (claras e gemas separadas). Ingredientesdo recheio: 2 caixinhas de chantilly, 2 caixas de morango e 1 e ½ colher (sopa) de açúcar. Preparodamassa: bata as claras em neve em ponto firme e adicione o açúcar. Sem parar de bater, acrescente as gemas uma a uma.
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Desligue a batedeira e peneire a farinha de trigo e o fermento, juntando aos poucos com as claras em neve. Mexa delicadamente com a ajuda de uma colher. Unte uma forma e coloque a massa. Leve ao forno preaquecido por 15 minutos para assar. Retire do forno ainda quente e vire a massa sobre um pano de prato úmido. Enrole o rocambole no pano de prato úmido no sentido vertical e deixe descansar até o recheio ficar pronto. Preparo dorecheio: separe alguns morangos para enfeitar e o restante leve ao fogo junto com o açúcar por mais ou menos 20 minutos. Deixe esfriar. Enquanto isso prepare o chantilly conforme instruções do fabricante. Montagem:desenrole o rocambole, espalhe o morango cozido e, por cima, chantilly. Enrole novamente já recheado e passe chantilly por cima. Decore com os morangos reservados e, se preferir, espalhe 1 colher (café ) de canela em pó. Creme light de morango Ingredientes: 1 pote de 180 g de iogurte desnatado, 1 caixinha de 200 g de morangos picados, 1 xícara (chá) de leite desnatado (180 ml), ½ pacote de gelatina de morango diet e 1 xícara (chá) de aveia fina. Preparo: faça a gelatina de acordo com as instruções do fabricante e reserve para esfriar. Bata no liquidificador metade da caixinha de morangos, o iogurte desnatado, o leite desnatado, a aveia e a gelatina. Leve à geladeira por 2 horas. Coloque o restante dos morangos para decorar e sirva.
Na hora de optar pela suplementação de colágeno, proteína estrutural que dá sustentação e proteção a diversos tecidos e órgãos, saber a diferença entre os dois é fundamental. o colágeno hidrolisado tipo 1, obtido do osso e cartilagem bovinos, é indicado para dar firmeza e elasticidade à pele e, por tabela, prevenir rugas, celulite e estrias, além de fortalecer o cabelo e as unhas. Porém, não há comprovação de seu efeito nos ossos e nas articulações. Para esses casos, o tipo 2, não hidrolisado, é o mais recomendado e usado para o tratamento da osteoartrite, artrite reumatoide e prevenção de danos articulares. definido o objetivo do uso, a médica Natalia dijkstra aconselha buscar um profissional antes de iniciar o tratamento de qualquer um dos tipos para avaliar se realmente é a hora de iniciar a suplementação. Vale lembrar que o colágeno também é encontrado em alimentos, como carne bovina, gelatina, frutas, legumes vermelhos, vegetais verde-escuros, ovos e peixes.
Depilação a laser
Olhos em evidência
Para quem já está decidido a dar uma solução definitiva para os pelos do corpo, a melhor hora é agora. embora a depilação a laser possa ser feita em qualquer estação do ano, no inverno as condições são mais propícias, já que a cor dourada do verão não está mais evidente. “a pele bronzeada atrai o laser tanto quanto o pelo, aumentando o risco dos efeitos indesejáveis”, explica Carol Cury, fisioterapeuta dermatofuncional da espaçolaser, listando alguns benefícios da técnica em comparação aos demais métodos de depilação: n o procedimento é rápido, higiênico, eficaz, resolutivo e causa menos desconforto. Você não precisa passar um longo período deitado numa maca, esperando a cera aquecer ou esfriar, por exemplo. n É um método sustentável, evitando que cerca de 400 milhões de lâminas sejam descartadas ao ano de forma irregular. n os resultados são progressivos, mas percebidos desde as primeiras sessões. a pele adquire uma textura macia e visualmente mais bonita.
em tempos de máscara de proteção contra a Covid-19, acessório que deverá ser usado ainda por muito tempo, a técnica fox eyes, também conhecida como olhos de raposa, tem despertado a atenção das celebridades. andré Borba, médico especialista em cirurgia reconstrutiva e estética das pálpebras, explica que o método consiste em reposicionar a altura do canto dos olhos e elevar sutilmente a pálpebra superior para conquistar uma expressão mais marcante do olhar, algo que pode ser alcançado com a aplicação de toxina botulínica e até mesmo lifting palpebral ou fios de Pdo. “mas há casos em que a cantoplastia (cirurgia do canto dos olhos) associada à blefaroplastia pode ser indicada para alcançar o resultado almejado”, acrescenta.
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ALIMENTAÇÃO | Sementes
Sementes caroços
&
Consumir qualquer um deles de certas frutas não faz mal como dizem por aí. Pelo contrário. Alguns são nutritivos e podem render bons petiscos. CELI EZELLNER
S
e você é fã de melancia, certamente já deve ter engolido sem querer um ou dois daqueles carocinhos pretos presentes em abundância na polpa, assim como deve ter acontecido o mesmo ao comer mamão, mexerica ou laranja. Por muito tempo, acreditou-se que consumir tais sementes poderia causar algum problema à saúde, como diverticulite ou mesmo apendicite. Mas nenhum estudo conseguiu comprovar essa tese, segundo adianta o gastroenterologista Fábio Maximiano. A não ser que, segundo o médico, o indivíduo tenha uma estenose no intestino, que é um estreitamento do calibre interno do órgão proveniente de alguma doença. “Nesses casos, se a semente ou caroço for maior que o diâmetro da estenose, pode ocorrer, eventualmente, uma obstrução”, ex-
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plica. Para quem não tem histórico de problemas intestinais, consumir acidentalmente (ou não) sementinhas de melancia, tomate, goiaba, uva, jabuticaba e tantas outras não vai fazer mal à saúde. Apenas as de maçã e pera requerem um pouco de atenção, já que reservam em seu interior um composto chamado amigdalina, que pode ser tóxico para o organismo. A substância também está presente nos caroços de cereja, pêssego e damasco. Mas, cá pra nós, a ingestão acidental desses tipos de sementes é rara. “Além disso, seria necessário engolir mais de 200 delas para causar um quadro de intoxicação e, ainda assim, elas teriam de ser mastigadas e moídas para que o organismo conseguisse absorver o conteúdo”, esclarece a nutricionista Gislene Rocha. Quanto às demais
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sementes, vale apostar nos benefícios que oferecem, já que também concentram vitaminas e sais minerais, assim como a polpa. Como não é normal nem tão atraente ao paladar ingerir as sementes ao natural – mesmo porque neste formato os nutrientes não são absorvidos pelo organismo – dá para aproveitá-las de outras maneiras. “Em vez de se dar ao trabalho de tirar as sementes da melancia para separá-las da polpa, bata tudo junto no liquidificador e coe depois. O preparo é mais rápido, prático e o suco ficará gostoso e mais nutritivo”, recomenda Gislene.
A nutricionista lembra que o mesmo processo pode ser feito com várias outras frutas, como mamão, melão, maracujá e até laranja e mexerica. “Nesses preparos, caso o suco fique com gosto amargo por causa da presença das sementes, pode-se acrescentar uma colher de mel”, sugere. Outra ideia é secar as sementes para triturá-las e usar na forma de farinha sobre saladas, iogurtes ou shakes. Até o grande caroço do abacate dá para aproveitar. “Basta secar, ralar e usar para incrementar uma vitamina ou qualquer outra bebida nutritiva”, ensina. Para melhor conservação dessas farinhas, Gislene recomenda mantê-las em potes escuros bem vedados.
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Sua casa
ALIMENTAÇÃO | Sementes
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Utilizando a mesma técnica de secagem, também é possível fazer gostosos e nutritivos petiscos com as sementes de abóbora. É só polvilhar um pouquinho de sal e está pronto. As de girassol torradinhas também são excelente sugestão de aperitivo. Só não se esqueça da ingestão de água. “Quando consumimos muitas sementes, a hidratação é ainda mais importante”, lembra a nutricionista, ao indicar o consumo diário de 30 ml de água por quilo de peso atual. MÃOS À OBRA Para quem não tem a mínima ideia de como usar sementes no preparo de receitas nutritivas, Ana Maria Tomazoni, chef e educadora alimentar da Escola Sabor & Saber Gastronomia, e a chef Heloisa Bacellar, do armazém e restaurante Lá da Venda, dão sugestões simples, rápidas e apetitosas para incluí-las na alimentação. Tome nota: Patê girassol PorAnaTomazoni Ingredientes: 2 xícaras (chá) de sementes de girassol (ou pepitas) torradas, suco de 1 limão, 1 dente de alho grande, 2 colheres (sopa) de shoyo, 1 batata média ou inhame cozido e 1 colher (sopa) de mostarda ou tahine (pasta de gergelim). Preparo: bata no liquidificador todos os ingredientes até formar uma pasta cremosa. Se necessário, coloque um pouco de água para bater e prove o sal. Ao servir, regue com azeite de oliva e decore com algumas sementes de girassol e gergelim, ou com as de sua preferência.
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Se aqueça neste inverno
Doce de abóbora com maracujá PorAnaTomazoni Ingredientes: 1 e ½ kg de abóbora de pescoço, 2 xícaras (chá) de açúcar cristal, 1 pau de canela, 1 maracujá grande (polpa e sementes). Preparo: em uma panela de pressão, coloque a abóbora cortada em cubos de 4x4 cm e sobre ela o açúcar e a polpa do maracujá com sementes. Não mexa. Deixe descansar por 30 minutos para ligar o fogo. Quando a panela pegar pressão, marque 5 minutos e desligue. Deixe esfriar para abrir. Sirva gelado. Petisco PorHeloisaBacellar Ingredientes:1 e ½ xícara (chá) de sementes de abóbora torradas e salgadas, ½ xícara (chá) de sementes de girassol torradas, 1 e ½ xícara (chá) de castanhas-de-caju torradas, 1 e ½ xícara (chá) de castanhas-dobrasil torradas, 1 colher (sopa) de cebola desidratada, ½ colher (chá) de alho em pó, 1 colher (sopa) de mostarda em pó, 2 colheres (sopa) de açúcar-mascavo (30 g) e 4 colheres (sopa) de azeite de oliva (60 ml). Preparo:aqueça o forno (160 ºC), separe e forre com papel-manteiga uma assadeira média. Numa tigela, misture as sementes e as castanhas, a cebola, o alho, a mostarda, o açúcar e o azeite. Espalhe tudo na assadeira e leve ao forno por uns 20 minutos, até secar e começar a dourar. Retire do forno, espere esfriar e guarde num pote fechado por até uma semana.
só não tem o charme da chaminé, mas as lareiras ecológicas são excelentes alternativas para aplacar o frio da temporada em vez dos aquecedores elétricos, que pesam na conta de luz. ideais, inclusive, para quem mora em minúsculos apartamentos. entre os vários modelos encontrados no mercado, os da ecofireplaces não produzem Co2, fumaça ou fuligem, além de não deixarem odor no ambiente. as lareiras funcionam com um biofluido (etanol produzido à base de cereais) que garante que a chama acesa dure de uma a seis horas, variando de acordo com o tamanho do
queimador. destacam-se também as lareiras portáteis, excelentes para transportar a atmosfera de aconchego de um ambiente ao outro sem muito trabalho.
Calor humano Que tal dar uma boa faxina nas gavetas, armários e sapateiras e doar tudo que é roupa, calçado, meias e cobertores que você não usa mais? tem tanta gente em vulnerabilidade social precisando neste momento que aquele velho edredom guardado em seu armário pode fazer a diferença para uma das famílias necessitadas. antes de entregar suas doações, certifique-se de que as peças ainda estejam em condições de uso e, devido à pandemia, o ideal é lavá-las e embalá-las em sacos plásticos. Vale se atentar ainda para a doação racional, ou seja, se você for colaborar com entidades que assistem moradores de rua, os itens mais indicados são moletons, meias, toucas e cobertores. há vários postos de coleta espalhados pelas cidades. escolha o mais próximo de você para colaborar.
Ovos na geladeira Na tarefa de higienizar todas as compras do supermercado para evitar o contágio da Covid-19, não há necessidade (e também não é indicado) de lavar os ovos antes de guardá-los na geladeira. de acordo com Camila Cuencas, gestora de operações industriais da Katayama alimentos, a lavagem prematura pode causar contaminação no interior do alimento devido à porosidade da casca. Na indústria, os ovos são lavados com água potável com cloro a uma temperatura adequada entre 35 °C e 45 °C. lave os ovos somente quando for utilizá-los e higienize com água e sabão as superfícies de trabalho, utensílios e as mãos antes de manusear o produto. Revista Coop | 45 | Agosto 2020
DIA DOS PAIS | Almoçodedomingo
Trivial requintado Ainda não é o melhor momento para comemorações em família. Mesmo assim, o Dia dos Pais não deixará de ser especial só porque o churrasco será adiado. IVANILDE SITTA
A
tarefa dos filhos na atípica comemoração deste ano é se reinventar na cozinha para levar um cardápio caprichado para o almoço do paizão em isolamento social sem ter de recorrer às encomendas em restaurantes ou rotisserias. Aquele picadinho que ele tanto aprecia pode ser feito de forma diferenciada, ao sabor de novos temperos, da mesma forma que uma nova versão de filé pode surpreendê-lo tanto quanto o divino bife grelhado preparado pela mamma. Dar um toque especial às receitas tradicionais
de que o pai tanto gosta também é uma demonstração de afeto que ele certamente vai valorizar. Para os filhos não muito familiarizados com as panelas e nem tão criativos na esfera gastronômica, a solução é pedir à mamma uma indicação de cardápio ou, então, seguir as receitas sugeridas aqui pelos chefs de cozinhas. Há várias opções de pratos principais e também uma de arroz cremoso que vale uma refeição completa.
Espaguete com Picadinho PorMelchiorNeto,chefdecozinha INGREDIENTES n 500 g de filé-mignon picado n 100 g de cenoura picada n 100 g de vagem picada
n Manjericão a gosto n 2 colheres (sopa) de azeite n Sal e pimenta-do-reino a gosto
n 100 g de ervilha
n Salsa picada
n 100 g de batata picada
n 250 g de espaguete
n ½ cebola picada
n 2 litros de água
n 1 dente de alho picado
n 1 ovo
n 1 lata de tomate pelado
n 200 g de farofa da sua preferência
PREPARO Cozinhe o macarrão até ficar aldente e reserve. Em uma panela, refogue a cebola, depois o alho e o filé-mignon picado. Tempere com sal e pimenta e adicione os legumes e uma concha da água do cozimento do espaguete. Acrescente os tomates e misture bem. Acrescente as folhas de manjericão e deixe cozinhar por 10 minutos. Desligue, polvilhe com salsa picada e misture ao espaguete. Sirva com o ovo frito e a farofa.
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DIA DOS PAIS | Almoçodedomingo Ancho Grelhado ao Molho Bechamel PorHenriqueEscábia,chefconsultordaSabordasÍndias
NGREDIENTES n 250 g de papardelle ou massa seca de sua preferência n 2 bifes de 200 g cada um de ancho ou carne de sua preferência n 500 ml de leite n ½ cebola n 1 folha de louro n 3 unidades de cravo-da-índia n 1 pitada de noz-moscada n 1 colher (sopa) de manteiga
Frango com Curry Fresco
n 2 colheres (sopa) de farinha
de trigo n 2 colheres (sopa) de
mostarda Habanero e Manga n 4 colheres (sopa) de queijo parmesão ralado n Sal e pimenta-do-reino a gosto n Azeite n Erva fresca de sua preferência para decorar o prato
PorMarielaSilveira,doKurotel PREPARO Pegue a metade da cebola sem casca e prenda a folha de louro espetando os cravos. Reserve. Adicione numa panela o leite, a cebola com o louro e os cravos e a noz-moscada. Leve ao fogo para aquecer e, quando levantar fervura, desligue e deixe descansar por uns 10 minutos. Aqueça outra panela em fogo baixo, coloque a manteiga e a farinha de trigo e doure sem deixar escurecer, acrescentando aos poucos o leite reservado. Mexa bem até que seque e forme uma massinha. Coloque mais um pouco de leite e vá mexendo para obter uma massa lisa e homogênea. Repita o processo até obter um molho liso. Sempre em fogo baixo. Reserve. Tempere a carne com sal e pimenta-do-reino moída, aqueça uma frigideira e coloque um fio de azeite e um pouco de manteiga. Grelhe até o ponto desejado. Deixe a carne descansar num prato por uns 2 minutos antes de montar. Coloque a mostarda no molho bechamel e parte do queijo parmesão ralado, misture bem e confira o sal a gosto.
INGREDIENTES n 500 g de peito de frango orgânico n 1 colher (sobremesa) de gengibre fresco ralado n 1 colher (café) de canela em pó n 2 punhados de coentro n 1 punhado de hortelã n 1 colher (café) de pimenta-do-reino moída na hora n Suco de um limão n 4 dentes de alho sem casca e picados n Sal marinho não refinado n 1 colher (sopa) de azeite de oliva
PREPARO Corte o frango em tiras, tempere com sal e refogue com um pouco de azeite até começar a dourar. Reserve. No liquidificador, bata a canela, o gengibre, o coentro, a hortelã, a pimenta-do-reino, o alho, sal e o suco de limão com 200 ml de água. Adicione o molho ao frango e deixe ferver para finalizar o cozimento.
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MONTAGEM Cozinhe o macarrão até o ponto aldente. Escorra a massa, coloque num prato e adicione o molho por cima, acomodando a carne ao lado. Finalize com o restante do parmesão ralado sobre a massa e decore com erva fresca.
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DIA DOS PAIS | Almoçodedomingo Filé à Francesa PorBelHagemann,chefdecozinha
Picadinho de Carne PorManoelMoreira,chefdecozinhadoHotelWindsorBarra
INGREDIENTES n 500 g de alcatra em cubos pequenos n 1 cebola n 3 dentes de alho n 2 folhas de louro n 200 g de molho de tomate
n 200 ml de água n Cebolinha a gosto n Sal a gosto n 1 banana-da-terra n 20 g de queijo parmesão n Farinha de milho
PREPARO Tempere a carne com sal e alho picado e reserve por cerca de 20 minutos. Em uma panela, coloque para dourar a cebola picada e as folhas de louro até ficar transparente. Adicione a carne e deixe refogar durante alguns minutos para acrescentar o molho de tomate, a cebolinha e a água. Mexa e deixe co-
zinhar tampado em fogo brando, mexendo de vez em quando, por 20 a 30 minutos. Reserve. Coloque a banana fatiada em uma frigideira e deixe corar. Numa outra frigideira, rale o queijo e junte a farinha de milho, até virar uma espécie de tapioca. Sirva junto com a banana e a carne.
INGREDIENTES n 400 g de filé-mignon n 80 g de ervilhas frescas n 100 g de bacon em tirinhas n 80 g de batata-palha bem fininha
n 100 g de presunto
cozido em tirinhas n 100 g de cebola cortada em julienne n 50 g de manteiga n Sal e pimenta-do-reino
PREPARO Tempere o filé com sal e pimenta e grelhe até o ponto desejado. Deixe descansar. Aqueça a frigideira, derreta a manteiga e adicione a cebola, o presunto e o bacon. Refogue por 2 minutos, junte a ervilha e deixe no fogo por mais 2 minutos. Tempere e acrescente a batata-palha. Misture bem e sirva junto com o filé fatiado.
Mil-folhas de Brandade de Bacalhau PorPaulaLabaki,chefdecozinha INGREDIENTES n 12 quadrados de 10x10 cm de massa folhada já préassada prensada n 320 g de batata inglesa assada e amassada n 280 g de bacalhau cozido e desfiado n 20 g de cebolete picada finamente n 20 g de salsa picada finamente n 10 g de pimenta dedo-de-moça picada finamente n 30 ml de azeite n 20 g de manteiga n Sal e pimenta-do-reino n Azeite de ervas
PREPARO Leve uma panela ao fogo com o azeite, a manteiga e a pimenta dedo-de-moça. Refogue rapidamente. Junte os demais ingredientes e mexa até dar o ponto de um purê rústico. Prove o sal e ajuste se necessário. Foto: Fresh Imagem
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Monte camadas de massa folhada e brandade.
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DIA DOS PAIS | Almoçodedomingo Purê de Moranga com Ragu de Carne PorPaulaStephan,chefdecozinha
Lombo Recheado
INGREDIENTES n 1 abóbora moranga pequena n 2 colheres (sopa) de manteiga sem sal n 1 kg de músculo cortado em cubos grandes n 1 cebola grande n 3 dentes de alho
PorMelchiorNeto INGREDIENTES n 1 lombo de 2 kg n 1 caixa de bacon em tiras n 3 colheres (sopa) de azeite n 100 g de escarola n ½ cebola picada n 2 dentes de alho picado n Suco de 2 limões n 400 ml de suco de laranja n 1 colher (sopa) de manteiga n 1 colher (sopa) de azeite n 1 colher (sopa) de farinha de trigo n Sal e pimenta-do-reino a gosto
PREPARO Numa travessa, abra o lombo como uma manta e tempere com sal e pimentado-reino. Despeje o suco de limão e de laranja sobre a carne e deixe marinando por 3 horas na geladeira. Retire da geladeira e reserve o caldo. Cubra a peça de lombo com as tiras de bacon, a escarola, a cebola e o alho. Regue com azeite e enrole a peça amarrando com barbante. Coloque na assadeira e despeje o caldo da marinada por cima. Leve ao forno preaquecido (250 ºC) por 60 minutos ou até dourar. Regue com o próprio caldo de 10 em 10 minutos. Retire do forno e deixe descansar por 10 minutos. Fatie em tiras de 2 cm e acomode em uma travessa. Em uma frigideira, derreta a manteiga e o azeite, coloque a farinha e mexa até virar uma massinha. Adicione o caldo que sobrou na forma do lombo, mexendo até engrossar. Despeje esse molho por cima da carne na hora de servir.
n 2 tomates maduros
PREPARO DO RAGU Coloque um fio de azeite em uma panela de pressão, refogue a cebola, o alho, as pimentas, os tomates e o extrato de tomate. Adicione os cubos de carne, mexa bem e acrescente os condimentos. Mexa até os cubos de carne ficarem bem envolvidos para então adicionar o vinho.
Aguarde o vinho reduzir e cubra com água. Tampe a panela e, assim que começar a pressão, n 1 xícara (chá) de vinho tinto seco deixe por 1 hora no fogo. Destampe e mantenha n 1 pimenta amarela pequena no fogo baixo por mais uns 40 minutos ou até a n Pimenta-do-reino carne ficar no ponto de desfiar facilmente com n Páprica doce um garfo. Descasque a abóbora e corte em pen Pimenta caiena daços regulares. Forre uma assadeira com papeln 2 folhas de louro alumínio e passe manteiga. Disponha a abóbora, n 1 ramo de tomilho salpique sal e cubra com outra parte de papeln Azeite alumínio, untado com manteiga. Leve ao forno n Sal (170 ºC) por aproximadamente 1 hora ou até ficar bem macia. Em seguida, passe no amassador de batatas e coloque em uma panela. Leve ao fogo, tempere com sal, vá mexendo sem parar para que seque bem. No final, adicione uma colher de manteiga sem sal gelada. Sirva o purê acompanhado da carne. n 3 colheres (sopa) de extrato de tomate
Arroz de Forno Cremoso PorMelchiorNeto
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INGREDIENTES n 4 xícaras (chá) de arroz pronto n 100 g de muçarela cortada em tiras n 100 g de presunto cortado em tiras n 3 ovos inteiros mexidos n 1 cenoura cortada em cubos n 1 colher (sopa) de manteiga
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PREPARO DO CREME DE QUEIJO Derreta a manteiga na panela com o azeite e frite a farinha até virar uma massinha. Adicione o leite e mexa até engrossar, juntando o requeijão cremoso e o parmesão. Misture bem e reserve.
INGREDIENTES PARA O CREME DE QUEIJO n 4 xícaras (chá) de leite n 1 colher (sopa) de manteiga n 1 colher (sopa) de azeite n 1 colher (sopa) de farinha de trigo n 200 g de requeijão cremoso n 50 g de parmesão ralado MONTAGEM Misture todos os ingredientes no arroz, despeje uma parte no refratário untado fazendo camadas de arroz e creme de queijo. A última camada deve ser o creme de queijo. Leve ao forno por 20 minutos para gratinar.
Revista Coop | 53 | Agosto 2020
BELEZA | Cabelos
Grisalhos em alta Com paciência e alguns truquezinhos, a transição para os cabelos brancos ocorre sem tanto estresse e o resultado pode agradar. CELI EZELLNER
C
om os salões de cabeleireiros fechados durante a quarentena da Covid-19, muitas mulheres decidiram dar um basta na coloração e assumir de vez os cabelos brancos, reforçando uma tendência que já vinha em ritmo crescente antes mesmo do isolamento social. Porém, chegar ao resultado final não é lá tarefa fácil, tanto que muitas desistem ao logo da fase de transição e voltam à tintura com força total. Para não desencorajar aquelas que estão no meio da jornada, a cabeleireira Maísa Tostes diz que há certos macetes que podem amenizar as diferenças de cor, mas ela já adianta. “Nada que seja tão efetivo e, por isso, a mulher precisa estar determinada e ter bastante paciência”, recomenda. Um dos truques, segundo ela, é fazer várias mechas finas em tons mais claros, seja loiro ou até platinado, para disfarçar o contraste com a raiz branca. Pode-se até optar por uma coloração completa do cabelo em um tom mais claro antes de iniciar o processo de transição. Maísa também indica cortes mais frequentes para que os fios coloridos não fiquem tão aparentes. “O ideal seria adotar um corte bem curtinho ou, pelo menos, médio, mas certas mudanças depen-
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dem do estilo da mulher em relação ao comprimento”, considera, acrescentando que uma boa conversa com o cabeleireiro poderá esclarecer dúvidas e fazer com que essa fase transcorra de forma mais amena. JOGO ABERTO Aliás, o bate-papo com um profissional é imprescindível nessa hora, até para conhecer melhor as características dos fios brancos, que são bem diferentes dos cabelos naturais, sejam eles loiros, castanhos, pretos ou ruivos. “Os brancos são mais grossos, ressecados, rebeldes e apresentam mais frizz, aquele tipo arrepiado que desagrada qualquer mulher”, explica Maísa. Dessa forma, quem está decidida a se entregar aos brancos ficará livre das tinturas, mas não dos cuidados redobrados para manter os fios sempre bem alinhados, bonitos e saudáveis. Por serem mais ressecados, exigem hidratações semanais à base de óleos vegetais. O ideal também, segundo a cabeleireira, é o uso semanal de xampu roxo ou silverpara evitar o aspecto amarelado e potencializar o brilho dos fios brancos. Só que aí é preciso cautela na escolha. Dependendo da marca, o xampu pode conter muito pigmento e deixar um tom arroxeado. A saída, antes da compra, é pedir indicação ou fazer testes até
descobrir a marca que mais lhe agrada. Secador e chapinha são muito bem-vindos na opinião da cabeleireira, porém, desde que se use um protetor térmico antes do processo para proteger o cabelo das altas temperaturas, que causam danos às estruturas internas e externas do fio. “Para minimizar o frizz, muito comum em cabelos brancos, é recomendável utilizar um bom finalizador ou reparador de pontas no fim da rotina de beleza”, sugere. No mais, é encarar os fios brancos com um novo olhar. O cabelo não deixou de ser atraente, apenas adquiriu outra cor que pode ser tão bonita quanto um ruivo, preto ou loiro. Que o diga Meryl Streep e sua inesquecível personagem Miranda Priestly no filme ODiaboVestePrada.
orientais, aos 45 e 55 anos, e, no caso dos negros, a partir dos 55 anos. Existem também outras causas que podem acelerar o surgimento do processo, dentre elas o estresse prolongado, deficiências de vitaminas B6, B12, D e E, além de baixa concentração de ferro no organismo. O médico acrescenta à lista as doenças autoimunes, como as da tireoide, vitiligo e alopecia areata (um dos diagnósticos de queda de cabelo).
BRANCO TOTAL O pigmento do fio de cabelo é determinado pela ação de uma célula chamada melanócito, que também envelhece ao longo dos anos, perdendo o potencial de dar cor aos fios que estão nascendo. É por isso que aos 50 anos de idade, em média, metade dos fios de cabelo estão brancos. “É a chamada regra dos 50-50, mas o processo pode ter início já a partir dos 30 anos ou até bem antes, o que seria considerado precoce”, diz o médico tricologista Flávio Mendes Neto. Ele afirma que, nesses casos, o fator determinante é a genética, ou seja, o histórico familiar. Há influências também de raça. Segundo o médico, nos caucasianos (divisão étnica de indivíduos de pele clara), os cabelos brancos surgem geralmente entre os 35 e 45 anos. Já nos
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SAÚDE | Aromaterapia
Óleos essenciais São soluções naturais cada vez mais estudadas pela ciência e que podem ser aliadas ao tratamento médico para desconfortos físicos e emocionais. IVANILDE SITTA
O
s óleos essenciais, baseados no princípio da aromaterapia, se apresentam na forma de líquidos concentrados extraídos das plantas com propriedades terapêuticas. São naturais, sim, muitos deles reconhecidos pela comunidade científica, só que nem todos devem ser usados sem indicação de um especialista e muito menos empregados como substitutos da terapia medicamentosa receitada pelo médico. Sua utilização pede conhecimento e cautela. A começar que não devem ser aplicados diretamente sobre a pele, mas diluídos em algum veículo carreador, como um creme de base neutra, gel ou óleo vegetal, e usado na forma de compressas, banhos, inalação ou massagens. Portanto, não saia correndo atrás daquele óleo essencial divulgado nas redes sociais que promete fazer milagres contra a insônia, enxaqueca ou livrá-lo da depressão. Dependendo da complexidade do problema, só o especialista é capaz de indicar a fórmula certa, já que cada caso é um caso. De acordo com o naturopata Daniel Alan Costa, professor de fitoterapia na Escola de Educação Permanente do Hospital das Clí-
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nicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), há cerca de 400 óleos essenciais explorados comercialmente, sendo mais de 300 deles com benefícios comprovados cientificamente, como o de limão, lavanda, alecrim, melaleuca, entre outros. Cada um deles tem uma ou várias funções terapêuticas. O de alecrim, segundo o naturopata, é excelente aliado para potencializar a memória e despertar a mente, reputação conhecida desde a Grécia antiga. “Naquela época, relatos mostram que os estudantes já usavam ramos da erva presos ao cabelo para recordar tudo o
que foi aprendido”, destaca. Segundo a aromaterapeuta Jéssica Ribeiro, o de melaleuca, por exemplo, tem ação anti-inflamatória e cicatrizante, além de ajudar a equilibrar as emoções em relação ao medo e à apatia. “Pode ser usado por todos em casa, seja na forma de um perfume de ambientes, numa massagem para aliviar as dores ou mesmo com uma gota no travesseiro antes de dormir para melhorar o sono”, ensina. VÍRUS & CIA. Se você pensou no novo coronavírus, ainda não há nenhum ativo capaz de auxiliar no combate. Mas, para demais vírus, bactérias e parasitas, segundo o aromatólogo Fábián László, há estudos que comprovam a eficácia de certos óleos essenciais tanto na prevenção quanto no tratamento. “Trabalhos invitro e invivo demonstram o potencial da aromaterapia para debelar, neutralizar ou mesmo liquidar certos vírus, como o do herpes e da influenza”, diz o especialista, acrescentando que os vírus são muito sensíveis às moléculas aromáticas e algumas doenças virais são visivelmente melhoradas devido aos efeitos dos óleos essenciais. Ele acrescenta que os óleos essenciais do cravo-da-índia, canela, bergamota e teatreetambém apresentaram poder de neutralizar o vírus H1N1, agente agressivo e causador de doenças respiratórias. “O de cravo-da-índia estimula ainda o sistema imunológico, um recurso interessante para preparar o organismo para enfrentar possíveis infecções”, exemplifica. Pode não haver nenhum capaz de neutralizar o coronavírus, porém, a aromaterapia dispõe de armas eficientes para reduzir a ansiedade gerada pela Covid-19 que tem tirado o sono de todo mundo. Fábián ressalta que óleos como os de lavanda, bergamota, abeto, espruce e laranja
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De bem com a vida
SAÚDE | Aromaterapia
Ivanilde Sitta
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Yoga neles!
o professor de fitoterapia daniel alan relaciona alguns óleos essenciais sem efeitos colaterais e que podem melhorar a qualidade de vida em diversas situações:
insônia dor de cabeça e enxaqueca depressão ansiedade medo Para melhorar a memória e concentração Gripes e resfriados desconfortos na menopausa hiperatividade
são calmantes e têm a função ansiolítica comprovada cientificamente, comparada a ansiolíticos convencionais, mas sem os efeitos colaterais que tanto incomodam as pessoas. CAUTELA E ATENÇÃO Os especialistas reforçam que os óleos essenciais têm o papel de complementar e não substituir os tratamentos oferecidos em hospitais, ainda mais quando se trata da Covid-19 e demais doenças complexas. “Mas podem ser aliados, por exemplo, para quem está com os sintomas da gripe e precisa ficar em isolamento”, comenta o aromatólogo, explicando que as gotas podem ser usadas em máscaras, e também para potencializar o álcool em gel e em nebulizadores para higienizar o ambiente. Há outros cuidados que merecem ser destacados: n Um deles é na hora da compra, procurando buscar marcas certificadas. A aromaterapeuta clínica da Planta Vital, Janice Za-
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Lavanda, cedro, patchouli, camomila e valeriana Pinho, eucalipto, mandarina, hortelã, pimenta e camomila Bergamota, cipreste, pimenta-negra, jasmim, rosa otto Lavanda, melissa, ylang-ylange e camomila Cedro, cipreste, olíbano, vetiver Alecrim, erva-doce, limão-siciliano e cardamomo Hortelã, pimenta, tea tree, gengibre, tomilho, espruce negro Sálvia esclareia, gerânio, rosas, vetiver Camomila, sândalo e manjerona
natta, explica que é fundamental checar a procedência dos produtos e buscar orientações de um profissional qualificado. “É uma prática em que a qualidade define os resultados”, garante. n Há também alguns óleos chamados de fototóxicos, que podem causar manchas na pele com a exposição ao sol após sua utilização. Os de laranja, limão e bergamota são alguns deles. n Gestantes, cardíacos e portadores de doenças complexas não devem jamais fazer uso sem orientação de um especialista, já que certas ervas são contraindicadas em quadros assim. n Os óleos essenciais podem ser aplicados de muitas maneiras dependendo de seu intuito. Pode ser por meio da aromatização ambiental, da compressa local, do banho de imersão, do colar aromático ou da inalação. n Vale reforçar que, em contato direto com a pele e demais partes do corpo, é preciso diluir o produto em bases carregadoras.
os impactos da prática no corpo e na mente fazem bem também para as crianças. “ajuda na concentração, tonicidade muscular, lateralidade e identidade corporal”, explica fernando lauria, neurocientista e fundador do instituto limbios. os exercícios ativam o lobo frontal, que é responsável pelas funções executivas do cérebro, como planejamento, estratégia e raciocínio lógico, o que ajuda a promover a neuroplasticidade e neurogênese. “Não há uma idade mínima, desde que as atividades estejam adequadas ao desenvolvimento da criança”, relata lauria. “o que não se pode é forçar ou permitir que a criança tente fazer alguma coisa que não vai conseguir”, recomenda. segundo ele, os efeitos tendem a ser imediatos, dependendo do grau de participação da criança. “há movimentos simples que os próprios pais podem começar a aplicar nas crianças, mas é sempre bom procurar orientação profissional”.
Pensamento positivo
Rede do desabafo
as estatísticas da Covid-19 ainda não são aquelas que todo mundo gostaria de ver no noticiário diário, mas focar as reportagens que mostram os avanços da Ciência no desenvolvimento de uma vacina ou tratamento de controle pode ser um bom exercício para manter acesa a chama da esperança. se, mesmo assim, você considera difícil manter o pensamento positivo, lance mão da estratégia indicada pelo psicanalista e hipnólogo Jefferson Bauce. “escreva frases de apoio no espelho, em papéis espalhados pela casa, e repita o conteúdo delas em voz alta”, ensina o especialista, acrescentando que a mente trabalha também com a repetição, e as palavras e pensamentos têm envolvimento direto com o estado emocional. “a lei da mente é implacável”, garante.
É a sunas, uma plataforma digital que visa ajudar os usuários a cuidar da saúde emocional e incentivar o compartilhamento de experiências. lançada no início deste ano, a sunas busca unir pessoas que vivenciam os mesmos problemas num espaço seguro, anônimo e gratuito. Por meio da comunidade, profissionais de saúde, como psicólogos, e pessoas que já passaram pelas mesmas dificuldades podem dividir experiências e conhecimentos para auxiliar no tratamento de muitas questões, como o da ansiedade. “diferente de outras redes sociais, queremos eliminar esse paradigma de que a internet é um local que só dá espaço para expressar felicidade e sucesso. Na sunas, os usuários podem ser sinceros consigo mesmos e compartilhar realmente como se sentem para que a experiência seja eficaz”, explica sarah Pires, fundadora e Ceo da plataforma. entre para conhecer: www.sunas.com.br.
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HOME OFFICE | Videoconferência
Luz, câmera, ação! A videoconferência no universo corporativo ganhou força por conta da pandemia e promete se intensificar daqui pra frente. IVANILDE SITTA
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e um dia para o outro, sem qualquer planejamento, as tradicionais reuniões de trabalho presenciais foram substituídas por encontros virtuais em muitas grandes empresas e mesmo em pequenos negócios. Uma mudança de cenário que vem acontecendo nos últimos três meses de quarentena e que exigiu uma adaptação meio que na emergência. Como a experiência ainda é nova para muitos profissionais, vale conhecer certas regras de conduta para que os resultados das interações no mundo digital sejam os mais produtivos. Mesmo porque, ao que tudo indica, o home office é um caminho sem volta. Levantamento realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) aponta que, em 2018, nada menos que 3,8 milhões de brasileiros trabalhavam dentro de casa, número 21% superior ao ano anterior. Agora, de acordo com pesquisa da empresa de monitoramento de mercado Hibou, 6 em cada 10 brasileiros estão em regime de home office, dado que reforça a projeção da Fundação Getulio Vargas de que o número de empresas que adotará o trabalho remoto após a pandemia crescerá em 30%. Na carona do teletrabalho, vem o emprego de ferramentas tecnológicas, como a de videoconferências. Maria Carolina Avis, professora do curso de Marketing Digital do Centro Uni-
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versitário Internacional Uninter, ressalta que a adoção de soluções tecnológicas neste período de crise pode mudar o comportamento e a cultura organizacional. “As equipes da Microsoft, por exemplo, registraram um aumento de 500% no uso interno das soluções Teams para reuniões, chamadas e conferências na China desde o final de janeiro”, destaca. Sendo uma nova ferramenta para a maioria das pessoas, exige algum grau de adaptação e aprendizagem”, acrescenta o professor Cláudio Hernandes, coordenador dos cursos de Processos Gerenciais e Negócios Digitais do Centro Universitário Internacional Uninter, que lista uma série de dicas para facilitar a rotina dos mais novatos no assunto: Mediador: eleja um do grupo, caso a interação tenha três ou mais pessoas, para organizar e conduzir a conferência, evitando assim que vários integrantes falem ao mesmo tempo e comprometam a interação. Recursos: luz e áudio passam a ser o cartão de visitas. O profissional orienta a dispor de uma fonte de luz que possa ser ajustada de acordo com as condições do dia. “Dê preferência para a luz indireta para não cansar os olhos, nem saturar sua imagem no vídeo”, explica, complementando que um microfone externo melhorará muito a experiência de sua audiência. Mas nada adiantará todo esse aparato se sua conexão com
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a Internet não for rápida e estável o suficiente. Pontualidade britânica: mais do que nunca, é fundamental, até porque o popular congestionamento no trânsito não dá mais para usar como desculpa para atrasos. E, por isso mesmo, faz com que a pontualidade seja cobrada com ainda mais rigor. O ideal é que se faça a conexão com antecedência, preparando e testando o áudio e o vídeo antes da reunião começar de fato. Não tão despojado assim: apesar de estar em casa, uma videoconferência não deixa de ser algo formal. Não requer uma superprodução, mas aparecer na tela com o cabelo despenteado ou vestido de moletom com a estampa do Mickey não pega bem. Também não é sensato comer durante a interação. Café e água, liberados. Se possível, dispense os óculos para evitar o reflexo da luz. Ah, avise a família e o cachorro para não interromperem a conversação. Olhos nos olhos: quando for a sua vez de falar, procure olhar para a câmera por mais tempo. Enquanto você apenas ouve, pode olhar para a janela da videoconferência. Se quiser evi-
tar desviar os olhos por muito tempo, coloque a tela da videoconferência próxima ao microfone. Fique mudo: desligue seu microfone se não estiver falando para evitar poluição sonora para os demais e eventuais sons que você não gostaria de compartilhar. Da mesma forma, desative avisos ou notificações que possam ser ouvidos pelos colegas. Paciência: aguarde sua vez para falar e não monopolize a palavra. Reuniões no mundo online requerem, mais do que nunca, objetividade. Seja tolerante com falhas tecnológicas e eventuais limitações pessoais. Ao perceber a dificuldade de alguém em trabalhar por meios virtuais, mantenha a calma e gentilmente ofereça ajuda sem chamar a atenção para o problema ou causar embaraço. Não saia sem avisar: o ideal é permanecer até o final da reunião, mas, se precisar se ausentar por qualquer motivo, avise. Caso a reunião envolva muita gente e você não consiga informar em alto e bom som que vai sair da sala, mande uma mensagem privada para algum colega da reunião.
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Casa repaginada Pequenas mudanças na decoração podem gerar grandes transformações sem necessidade de derrubar tijolos ou quebrar azulejos. IVANILDE SITTA
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s quase quatro meses de quarentena serviram para muitos brasileiros colocarem a casa em ordem, não apenas em termos de organização e reparos urgentes que vinham sendo empurrados com a barriga, mas também na decoração dos ambientes. Um bom termômetro do que vem acontecendo dentro dos lares ao longo dos mais de 100 dias de isolamento social está nos indicadores do Google Trends, ferramenta que analisa o comportamento de busca do consumidor. A procura pelo termo decoração doit-yourself (em português, faça você mesmo) cresceu 100% versus o mesmo período de 2019. No conjunto da obra, destaque para pintura de casa (177%), cimento queimado (105%), luminárias (108%), almofadas (81%), papel de parede (47%) e plantas (58%). Segundo a arquiteta Isabella Nalon, a casa ganhou novo significado durante o isolamento social, mudando a perspectiva dos moradores. “Em vez de apenas um lugar para pousar e dormir,
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se transformou em local para os residentes descansarem, trabalharem, se alimentarem, praticarem exercícios e aproveitarem os momentos de lazer e relaxamento”, esclarece. Sendo assim, tornar a casa mais aconchegante e funcional virou o sonho de consumo de muita gente. “Com a atenção voltada para o universo doméstico, o desejo de dar uma mudada na decoração, sem a intervenção de grandes reformas, ecoa e pode modificar completamente o astral de um espaço”, comenta a arquiteta. Para quem está pensando em repaginar um ou mais ambientes, veja algumas dicas de especialistas:
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Do seu jeito: explorar ideias nas revistas especializadas ou na Internet é um bom caminho, mas não significa que você tenha de seguir tendências e padrões ditados por especialistas. Dar seu toque pessoal, deixando sua assinatura num espaço, dá grande significado. O importante, segundo reforça Isabella Nalon, é sentir-se bem em casa e o caminho é descobrir a decoração que mais se identifica com o morador.
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Simples assim: a primeira e importante dica vem da designer de interiores Mariana Rodrigues: troque os móveis, objetos e adornos de lugar antes de sair comprando tudo novo. “Faz uma diferença enorme, acredite”. Ela aconselha também movimentar os móveis de lugar e usá-los com outras funções. “Um banquinho pode servir de mesinha de apoio para revistas num cantinho de leitura”, sugere. O quarto pode ganhar novos ares apenas com a troca dos puxadores daquele armário antigo que você já está pensando em trocar por modelos mais estilosos.
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Paredes transformadas: a decoração, hoje em dia, segue muito versátil e permite muitas possibilidades para transformar os ambientes sem gastar muito, segundo garantem as arquitetas Danielle Marangoni e Paula Passos. Elas atentam para os papéis de vários tipos, estampas e preços e que podem ser instalados facilmente sem fazer sujeira. “Usar a pintura para trocar a cor
das paredes e até mesmo do teto também é uma maneira de mudar completamente o espaço”, acrescentam.
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Com que cor eu vou? a que você desejar, seja para paredes, cortinas ou outros elementos. Mas, se não quer correr o risco de errar, aposte nos tons pastel, chamados de candy colors: cores claras, suaves e alegres. Valéria Redivo, da Toque Final Decor, explica que a tendência surgiu com força nas áreas de moda e decoração por trazer um ar de tranquilidade e boas energias. Só que pede um detalhe. “A iluminação deve ser levada em consideração, pois as candy colors refletem a claridade, jogando o brilho de volta para o ambiente, por isso, o ideal é apostar em cenas bem iluminadas e com luzes brancas”, ressalta a especialista.
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Alegria na cozinha: para quem quer dar vida a um espaço sem mexer na estrutura, vale brincar com os elementos e
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saúde | Medicamentos COMPORTAMENTO | Dia da Mulher
TOP 10 | Decoração
nvestir em quadros, gravuras e objetos. “Numa cozinha em que há uma parede branca, é possível vesti-la de várias formas, inclusive usando quadros com frases motivacionais, palavras positivas ou mesmo uma lousa de recados”, recomenda a profissional. Lançar mão de adesivos que imitam azulejo ou de papel de parede autocolante 3D também é uma alternativa. “Há diversos tipos que podem ser utilizados, inclusive em áreas molhadas”, afirma a arquiteta Tatiane Matsuo.
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Quadros: podem ser usados em todos os ambientes: salas, quartos, banheiros e até nos corredores ou naquele cantinho embaixo da escada. Uma grande e bonita tela na parede da sala de estar ou de jantar já muda a cara do ambiente, mas é possível também fazer composições com várias molduras de diferentes formatos e maneiras de disposição. Só não pode errar na altura. A ideal é 1,60 m contando do chão até o centro da peça para que as pessoas apreciem a obra de maneira confortável, sem grandes esforços. “A proximidade entre um e outro quadro deve ser de 10 cm”, indica Tatiane Matsuo.
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Almofadas: elas dão um up no visual e remetem à sensação de conforto e aconchego. Misture modelos, tamanhos, formatos e tecidos diferentes para garantir um espaço despojado e cheio de graça. Escolha uma paleta de cores que combine com o restante do ambiente, mas, se quiser ousar, aposte nas cores fortes. No jardim ou na varanda, opte por tecidos impermeáveis para garantir maior durabilidade.
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Traga luz: a iluminação também tem o poder de transformar os ambientes, seja por meio do rebaixo de gesso ou não.
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“Trocar a iluminação central dos ambientes por peças mais interessantes e investir em iluminação de apoio com peças como abajures, luminárias de parede ou piso é sempre uma ótima solução. Tudo isso propicia a criação de cenas diferentes dentro do mesmo espaço, segundo a arquiteta Patricia Penna. “A iluminação é a cereja do bolo e faz toda a diferença no resultado final do projeto”, complementa o arquiteto Bruno Moraes. “Se a ideia for criar um objeto de destaque ou um revestimento diferente, a luz precisa valorizar e focar o protagonista”, ensina.
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Banheiros e lavabos: quer dar mais amplitude ao ambiente? “Um dos principais elementos que contemplam esse propósito é o espelho”, assegura Bruno Moraes. Ele sugere analisar outros cantos ou paredes que possam receber o espelho ou até mesmo fazê-lo crescer sobre a cuba. “Caso não seja possível, opte pela posição tradicional, logo acima da cuba e na parede central”, diz. Para otimizar o espaço, a dica é tirar partido de nichos e prateleiras, que podem ser instalados sobre o vaso sanitário com caixa acoplada.
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Flores e plantas: muitas vezes, bastam elas para revitalizar o ambiente. Segundo a arquiteta Tatiane Matsuo, espaços internos sem muita luz necessitam de plantas de sombra como lírio-da-paz, bambu-da-sorte, filodendros e marantas. “Fazer uma composição com vasos de diferentes tamanhos em um canto da sala torna o ambiente interessante”. Na sala de jantar, ela recomenda investir num arranjo de mesa generoso com plantas que possam ser trocadas a cada dois meses, como uma composição de orquídeas.
Maluco Beleza Místico e visionário, Raul Seixas embarcava há 31 anos no Trem das Sete, aos 44 anos de idade, para fazer música em outra dimensão. IVANILDE SITTA
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esmo assim, suas produções conquistam até hoje os mais diversos ouvidos, e uma delas, O Dia em que a Terra Parou, lançada em 1977, ganhou destaque tão logo a pandemia gerada pelo novo coronavírus foi oficializada no Brasil. Na canção, Raul Seixas canta e conta um sonho sobre o dia em que ninguém do planeta saiu às ruas. Virou o hit da quarentena, a ponto de a busca no YouTube triplicar nas primeiras semanas da chegada da Covid-19. Considerado um dos representantes do rock no Brasil, o cantor baiano produziu vasto e criativo repertório que somava a crítica política e social com misticismo, entusiasmo e aventura. Na letra do Trem das Sete, ele expressa a compreensão da morte e da eternidade. Seu batismo no universo musical aconteceu em 1962, em pleno movimento da bossa nova no Brasil, quando Raul montou sua primeira banda, a Relâmpagos do Rock, que mais tarde mudou de nome para The Panthers e finalmente para Raulzito e os Panteras. Era o começo de uma carreira promissora que rendeu 21 álbuns de estúdio ao longo de 26 anos. Entre suas músicas mais conhecidas, destacam-se Tente Outra Vez, Cowboy Fora da Lei, Ouro de Tolo, Medo da Chuva, So-
ciedade Alternativa, Eu Nasci há Dez Mil Anos Atrás, Mosca na Sopa e Rock das Aranhas. Gita e Metamorfose Ambulante, dois clássicos cantados por gente de todas as gerações, vieram da parceria musical com o escritor Paulo Coelho, firmada no começo dos anos 1970. Dividindo composições com o escritor Paulo Coelho, o vocalista mergulhou na sua fase mais transcendental, ao ponto de idealizar uma ordem filosófica, chamada Sociedade Alternativa, inspirada no bruxo inglês Aleister Crowley. A ditadura militar não gostou nem um pouco, perseguindo Raulzito por muitos anos. A situação rendeu letras censuradas e até sessões de tortura nas mãos dos militares, levando o músico a se exilar nos Estados Unidos entre 1973 e 1974. QUEM VAI CHORAR, QUEM VAI SORRIR A partir dos anos 1980, a saúde de Raul Seixas mostrou sinais de fragilidade pelo abuso de álcool. Passou a sofrer de hepatite crônica em virtude da bebida e começou a ter problemas com contratos e shows. Pouco antes de sua morte, Raul compôs, gravou e excursionou com o também baiano Marcelo Nova, vocalista da banda punk Camisa de Vênus. Seu último LP, A Panela do Diabo, foi lançado dois dias antes de sua morte, em agosto de 1989, vítima de um ataque cardíaco.
ACONTECIA NA COOP - A Revista Exame atribui à Coop o título de Melhor Empresa do Ano no segmento de Supermercados, sublimando a excelente performance já registrada no ano anterior. Revista Coop | 65 | Agosto 2020
GENTE DE TALENTO | Contadores de história
Foto: divulgação
Final feliz A Associação Viva e Deixe Viver dribla a pandemia para dar continuidade ao projeto de levar leitura às crianças e adolescentes. no ambiente digital e criou o projeto Viva Pere peri u a m o sonas para dar continuidade – ainda que de ra s muit hora p m víru u a , m z u e v forma remota – ao seu programa de con. De ira uma ra e v Corona r e o T d a a t m tação de histórias desenvolvido para peha r plane goso c ameaça adiu o o v a n i o e x el bai a- quenos e jovens pacientes hospitalizados. outra, ser at ça pra e o b ã a n c a Em meio à pandemia, a entidade sem fins e r undo d ção. Pa podia m a l m u o é p u o u ro lucrativos decidiu convidar artistas e perning da a p . Até sível, nar to r i i a v m c a n n t i i n co sonalidades das mais diversas áreas para ou br migo lo ini dores studar e a e t p n a o o r c d a gravar um vídeo contando uma história ca em p 1.300 casa. N va 86 to de a i e t c d i r s é r i i x v infantil para que a Viva pudesse compartisa que roso e do bem e adoo pode a s o a m m ç r s n u e lhar com os hospitais parceiros e, por m cria uma t vida de o traórias, t a s r i e r h d i tabela, com os pacientes. A adesão ao n r e d 3 ra colo e suspe 2 d a p e á s h v i e a t a projeto, segundo Rogério Sautner, direlizad hospit ados, o, rea ap intern p u s r a e g i t d n tor executivo da Viva, foi excelente, ão do ão po lesce a miss ue asil, n q s r a B r M i t o . d atraindo nomes de peso como Claudia garan balho tados so para eis es a t s g i e e m h f c e Raia, Antonio Fagundes, Zizi Possi, anos turas de ser litera tinha que s o , a o g r l ã t t A Emicida, Sophia Abrahão, Zeca Baleiu n rar. Foi, e das e o a . f s e i e t u d n g e tos ro, Isabela Fiorentino, João Signoconse s paci os con ção e a dos do . i s m v u e u r o s relli, Rachel Sheherazade, Nadja onaví raram sem ao lo cor is ent e ó p r e o h d Haddad, Giovanna Antonelli, Pauer domina os sup cerco o r a linho Serra, entre tantos outros. r ram fu
E
UNIÃO DE TALENTOS IVANILDE SITTA
E
ssa história é real e o seu desenrolar,
também. Referência no Terceiro Setor
pelo profissionalismo de seus voluntários, a Associação Viva e Deixe Viver (Viva) apostou
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ceira no desenvolvimento do projeto Viva
Viver já impactou 2,6 milhões de brasileiros
Personas. O primeiro vídeo, lançado no por-
– entre pacientes, pais e profissionais de saú-
tal www.bisbilhotecaviva.org.br, no dia 24
de –, imagine agora com o projeto em forma-
de junho, foi o da atriz Claudia Raia, con-
to digital e aberto a quem quiser escutar?
tando a história A Felicidade das Borboletas,
“A crise sanitária nos obrigou a repensar
da autora Patrícia Secco. Uma obra que fala
e, ao que tudo indica, devemos manter o pro-
sobre diversidade, aceitação e amor.
jeto de contação de histórias no formato di-
De lá pra cá, outras personalidades fizeram o mesmo, com o lançamento sempre às segun-
gital, assim como o presencial”, adianta o diretor executivo.
das, quartas e sextas-feiras, dias aguardados com ansiedade pelos pacientes hospitalizados. De acordo com Rogério Sautner, um dos principais ganhos desse projeto, além de dar maior
S
VOLUNTÁRIOS EM AÇÃO
ão hoje 1.077 contadores de histórias
que colocam em prática o compromisso
assumido pela Viva de transformar a inter-
“Assim que o projeto foi desenhado, en-
visibilidade à Viva, foi atender não apenas os
tramos de corpo e alma, acionamos uma
pacientes, mas também crianças e adolescen-
nação hospitalar de crianças e adolescentes
rede de amigos, um foi indicando para o ou-
tes isolados socialmente ou afastados das es-
num momento mais alegre e terapêutico.
tro e não demorou muito para o final feliz
colas devido ao cenário de pandemia.
acontecer”, destacou Lucia Faria, diretora da
Se em seus 23 anos de fundação, comple-
LF Comunicação Corporativa, empresa par-
tados neste mês, a Associação Viva e Deixe
Todos atuam como voluntários ao assumir a responsabilidade de doar duas horas semanais de seu tempo. Grande parte é do sexo Revista Coop | 67 | Agosto 2020
GENTE DE TALENTO | Contadores de história
Sabia disso?
Fotos: divulgação
Fotos: Shutterstock
Calendário da superstição Hoje, não tanto, mas agosto sempre foi encarado com resistência, já que é considerado o mês do desgosto, do azar e até do cachorro louco. Dizem que a má fama teria surgido ainda no século I, quando os antigos romanos temiam o oitavo mês do ano por acreditar que um dragão cuspindo fogo aparecia no céu durante a noite, mas era apenas a constelação de Leão, que fica mais visível no período. Seja como for, vários acontecimentos ao longo da história podem ter colocado mais lenha na fogueira da crendice. A Primeira Guerra Mundial (1914) e a bomba de Hiroshima (1945) foram fatos registrados em agosto, sem falar que, no mesmo mês, Adolf Hitler se tornou o chefe de Estado da Alemanha (1934).
Ivanilde Sitta
Outra interpretação é que as condições climáticas no oitavo mês do ano favorece uma maior concentração de cadelas no cio, deixando os cachorros loucos na disputa pelas fêmeas.
Talismã poderoso
feminino, na faixa etária entre 30 e 60 anos,
que 73% dos familiares admitem se sentirem
e a maioria com formação superior. Para dar
mais motivados a ler para seus filhos no am-
conta da missão, cada um deles participa de
biente doméstico.
um extenso programa de capacitação com
Além do projeto desenvolvido nos hospi-
duração de sete meses para desenvolver a
tais, a Associação Viva e Deixe Viver desem-
arte da contação de histórias.
penha outras ações, entre elas as Dominguei-
O investimento em treinamento e capaci-
ras de Histórias, iniciativa realizada em par-
tação rende indicadores dos mais positivos.
ques também com o propósito de levar cul-
De acordo com pesquisa realizada pela insti-
tura e entretenimento, que agora também
tuição com apoio da Fundação Itaú Social,
estão sendo desenvolvidas de forma virtual.
99% dos pais acreditam que a atuação dos
São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Bra-
contadores de histórias colabora para o bem-
sília, Recife e Salvador estão entre as 23 ci-
estar e melhora de seus filhos. Sem contar
dades brasileiras atendidas pela Viva.
Revista Coop | 68 | Agosto 2020
O azarado de plantão Azar mesmo é esquecer uma sacola com três quilos de ouro num vagão de trem, como aconteceu em outubro do ano passado na Suíça, durante viagem entre as cidades de St. Gallen e Lucerna. A história foi revelada somente agora, depois de meses em que a polícia procurou rastrear o passageiro e não obteve êxito. A fortuna está avaliada em 152 mil euros, equivalentes a 955 mil reais na cotação atual. O dono tem cinco anos para apresentar sua queixa no gabinete da promotoria de Lucerna. O comunicado, porém, não deixa claro como será confirmada a alegação de propriedade do dinheiro.
Para afastar o azar, a figa ainda é um dos amuletos usados por muitos. Sua origem remete à Mesopotâmia, tanto que várias delas foram encontradas em túmulos de povos pré-romanos e em escavações de cidades como Pompeia e Herculano. Já o sinal de figa feito com as mãos só surgiu entre os séculos I e IV, no início do Cristianismo. Com a religião, o corpo passou a estar associado ao pecado e não a algo belo. Sendo assim, a figa também foi transformada, estando mais ligada à tentação do demônio. Como o Diabo se atraía pelo obsceno, o amuleto era utilizado para que desviasse a atenção dele. Além disso, o sinal simbolizava um sinal da cruz mais discreto, já que a manifestação pública do Cristianismo podia atrair atenção e gerar ataques. A figa chegou ao Brasil com a colonização europeia, não demorando a ser incorporada às religiões afro-brasileiras como um símbolo de proteção contra espíritos e energias negativas. Segundo os crentes dessas religiões, a figa é um amuleto que ajuda a fechar o corpo da pessoa contra as forças do mal, garantindo proteção aos seus portadores. Revista Coop | 69 | Agosto 2020
COMPORTAMENTO | Cinema
De volta ao passado Foto: Shutterstock
Está sentindo falta de ir ao cinema? Uma versão antiga da sétima arte voltou e, ao que tudo indica, pra ficar. MARLI BARBOSA
É
Consultoria: Raquel Stucchi: médica infectologista e professora da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade de Campinas (Unicamp).
o cinema drive-in, que exibe filmes numa tela gigante ao ar livre para um público dentro do carro. Sucesso entre os namorados da década de 1960, ele está de volta em várias cidades do país como aposta de diversão segura em tempos de pandemia da Covid19. Agora, com programação diversificada para agradar a todos os públicos, esse formato de cinema chega com ar futurista: a compra dos ingressos é feita online, as enormes telas têm alta resolução e o áudio é transmitido por frequência de rádio divulgada no local. “Considerando que estamos há bastante tempo em isolamento, me parece uma alternativa interessante até para contribuir com a melhora da saúde mental das pessoas”, avalia a médica infectologista Raquel Stucchi. Segundo ela, tomando os devidos cuidados, é uma forma segura de entretenimento por restringir o contato das pessoas dentro do carro com outras. Além disso, há uma série de regras a serem seguidas, como o uso de máscara e limite de passageiros por veículo. O distanciamento entre os automóveis esta-
Revista Coop | 70 | Agosto 2020
cionados também é exigido e não é autorizada a entrada de modelos com capota aberta, nem motos. A especialista destaca que é importante seguir à risca todos os protocolos de segurança. A máscara é necessária nas situações em que você terá contato com os funcionários do estabelecimento e, caso seja preciso sair do carro, a regra é manter a distância de dois metros de outras pessoas, lembrando-se de higienizar as mãos antes de retornar ao veículo. A médica lembra também que alimentos e bebidas comprados no local devem ter as embalagens higienizadas com álcool em gel. “Não é para combinar um encontro de amigos ou familiares no drive-in. Os passageiros devem ser aqueles que convivem na mesma casa”, orienta a médica. PROVISÓRIO OU NÃO Em tempos de tantas incertezas, é possível que os cinemas drive-in sejam não apenas o novo normal para a sétima arte, mas permaneçam até quando tudo isso acabar, já que está sendo bem aceito. É assim que pensa Marcelo Paulin, gerente comercial do Ilha de
Capri, o primeiro do gênero no Grande ABC, que estreou no dia 20 de junho. “A recepção do público tem sido muito boa, e pretendemos manter o cinema mesmo depois da quarentena. É uma atração que veio para ficar”, diz. O cinema no km 28 da Anchieta, com espaço para 150 carros, foi montado no estacionamento superior da tradicional casa de eventos, garantindo ao público a vista da Represa Billings, serviço de alimentação com combos entregues no carro, além de filmes para todos os gostos projetados em três telas de LED. Para o presidente da Associação Brasileira de Promotores de Eventos, Doreni Caramori, novas inaugurações estão previstas para os próximos meses em várias cidades, inclusive para outros eventos, como shows, festas e cultos religiosos. “Mesmo após a reabertura dos cinemas e até depois que o efeito do medo passar, o drive-in tem muita chance de se consolidar por ser uma opção diferente de entretenimento”, acredita. No Brasil, o único cinema desse tipo que sobreviveu ao tempo é o Cine Drive-In, no Distrito Federal. Curiosamente, ele chegou a fechar no início da pandemia, mas reabriu em abril e, desde então, tem preenchido suas 177 vagas em todas as sessões. O sucesso se repete em várias cidades por iniciativa de cinemas, casas de shows e shoppings, que resolveram aproveitar o espaço dos estacionamentos.
De grandes clássicos a filmes recém-lançados, sejam de ação, suspense, romance, comédia, ficção científica e infantis, há programação para todos os públicos. Confira alguns cinemas já em funcionamento no Estado.
Belas Artes - Memorial da América Latina: entrada pela Rua Tagipuru, s/n, SP. www.cinebelasartes.com.br Morumbi Town Shopping: Av. Giovanni Gronchi, 5.930 - Vila Andrade, SP. www.cinesystem.com.br Arena Estaiada: Av. Ulysses Reis de Mattos, 230 - Real Parque, SP. www.ingresse.com/arena-estaiada-drive-in Tom Brasil Experience: Rua Carmo do Rio Verde, 152 - Jd. Caravelas, SP. www.tombrasilexperiencedrivein.com.br/programacao CTN (Centro de Tradições Nordestinas): Rua Jacofer, 615 – B. do Limão, SP. www.ticket360.com.br/eventos Ilha de Capri: Rod. Anchieta, SP-150, km 28 - Vila Balneária, São Bernardo do Campo. Telefone 94033-2244 (WhatsApp) e www.bilheteriaexpress.com.br Cine Estância Drive Park: Estrada Névio Carlone, 3, São Bernardo do Campo. www.estancia.com.br/shows-programacao Shopping Iguatemi Esplanada: Alameda Iguatemi Esplanada, 1.850, Parque Bela Vista, Sorocaba. www.ingresse.com e www.iguatemi.com.br/esplanada Cine Drive-in Piracicaba: Arena Multi - Av. Dois Córregos, 3.110, B. Dois Córregos, em Piracicaba. www.redticket.com.br - Informações: (19) 9 9996-2109.
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COMPORTAMENTO | Família
Modelo de pai A proximidade e participação paterna nos cuidados dos filhos têm consequências positivas ao longo de toda a vida. MARLI BARBOSA
A
consolidação da mulher no mercado de trabalho, que exigiu a divisão de tarefas dentro dos lares, abriu caminho para o pai ampliar seu papel e espaço na família. Aquela figura distante de provedor, só acionada em casos domésticos extremamente urgentes, evoluiu para alguém tão responsável quanto a mãe pela educação, formação e cuidados dos filhos em todas as fases do desenvolvimento. Hoje, não é raro ele participar das reuniões escolares, trocar fraldas, preparar a mamadeira e também curtir a gravidez da parceira em todas as fases da gestação. Um comportamento que fortalece o vínculo com o filho e contribui para uma vida muito mais rica entre pai e filho. É assim em todos os lares? Ainda não, infelizmente, já que a possibilidade de se relacionar intimamente com duas pessoas diferentes – pai e mãe – enriquece a experiência da criança. A psicóloga Edyleine Bellini Peroni explica que, quando os dois responsáveis dividem os papéis de autoridade e afeto, o filho tem um desenvolvimento emocional adequado e cresce com mais segurança, independência e flexibilidade na relação com outras pessoas.
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QUANTO MAIS CEDO, MELHOR Estudos comprovam que a ligação paifilho surge desde os primeiros contatos com o bebê e, a partir daí, só aumenta. Embora o vínculo entre a mãe e o bebê seja favorecido pela natureza, já que é ela que o carrega na barriga e o amamenta, o pai precisa demonstrar interesse e buscar seu espaço. Edyleine adianta que o ideal é fazer como muitos já fazem, ou seja, assumir seu novo papel, acompanhando a futura mãe nas consultas do pré-natal, esclarecendo dúvidas sobre o parto e preparando a casa para receber o bebê. “E, assim que o bebê chegar, ele deve participar de verdade, cabendo à mãe a tarefa de incentivá-lo”, assinala. Dessa forma, a figura paterna desfruta da apresentação do bebê ao mundo e do mundo ao bebê. “O pai é o primeiro ‘outro’ que o filho encontra fora do ventre da mãe, a primeira pessoa a mostrar à criança que ela pode confiar em mais alguém além da mãe”, argumenta a especialista, concluindo que interações assim vão fomentando a segurança e confiança desde cedo. A psicóloga ressalta que aprender pela experiência é direito de todo pai, até porque quem tem filhos sabe que o bebê não vem
Fotos: Shutterstock
com manual de instrução. Mas, segundo ela, o pai de hoje tem assimilado a tarefa de estar mais envolvido com esse crescer, presencia os ganhos dos filhos, suas dificuldades, não o acompanha apenas de longe, mas faz parte do dia a dia. MENINO OU MENINA Há ainda quem acredita que a figura paterna é mais importante na educação dos filhos do que na das filhas. “Puro engano”,
diz Edyleine. O pai é o primeiro e mais importante modelo de homem para ambos os sexos. É o exemplo para os garotos seguirem, enquanto para as meninas é um representante do universo masculino. Dentro desse contexto, o pai que divide efetivamente com a mãe as tarefas do lar e os cuidados com as crianças, tratando a família com respeito e carinho, só tem a ganhar. Assim, os garotos não incorporam a masculinidade agressiva, tão prejudicial à sua
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COMPORTAMENTO | Família
Consultoria: Edyleine Bellini Peroni: psicóloga, doutora em Psicologia Escolar e do Desenvolvimento Humano pela Universidade de São Paulo (USP) e coordenadora do curso de Psicologia da Faculdade São Roque. Patrícia Ferreira da Costa: psicóloga, mestre em Psicologia pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), psicanalista e professora da Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia (FAJE).
própria felicidade, e a menina torna-se uma mulher mais segura e independente. De acordo com a especialista, hoje já há pais participando tanto das brincadeiras das filhas como dos filhos e levando os dois aos estádios de futebol ou para andar de bicicleta. “E isso é ótimo, pois incentivar os filhos, independentemente do sexo, a se envolver em diferentes atividades enriquecerá suas experiências e liberdade de escolhas”, avalia. A psicóloga acrescenta ainda que a superproteção das garotas, ainda visível em muitos lares, não é nada benéfica para elas. Tanto pais autoritários ou superprotetores, que resolvem tudo e fazem todas as vontades das meninas – e também dos meninos – minam a autoconfiança e capacidade deles de tomar decisões. “Também já chega dessa história de brinquedo de menino e de menina, pois já está provado que crianças que crescem sem estarem presas a rígidos papéis de gênero tornam-se adultos mais independentes e mais tolerantes”, destaca.
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PAI AUSENTE Ok, o homem avançou muito no seu papel de pai, mas um grande número de crianças nem sequer tem o nome paterno em seu registro de nascimento, enquanto outras sentem o distanciamento causado pelo divórcio ou até porque o trabalho e outras atividades consomem todo seu tempo. Essa contradição evidencia, segundo a psicóloga Patrícia Ferreira da Costa, que o processo de mudança em direção a uma paternidade consciente ainda está em construção. “O abandono do pai causa verdadeiro sofrimento aos filhos, podendo causar transtornos psicológicos, como baixa autoestima, sensação de inadequação e comportamento antissocial”, adverte. Hábitos, valores, modo de tratar as pessoas e enfrentar dificuldades. Crianças e adolescentes procuram tudo isso em um modelo com o qual possam se identificar. Na ausência do pai, em muitas situações, a referência da figura paterna é encontrada numa figura próxima, como um tio, padrinho ou avô. Para Patrícia Costa, essa relação é saudável para o desenvolvimento emocional dos pequenos, mas é preciso deixar claro qual é o vínculo dessa pessoa com a família. A psicóloga afirma também que diversos estudos já mostraram que filhos criados em novos modelos de família, seja apenas por um dos pares, outros familiares ou por um casal homoafetivo, têm desenvolvimento saudável desde que se sintam acolhidos e valorizados. “Esses novos arranjos não podem ser vistos como ameaças e, sim, como novas possibilidades de realização”, salienta.
Colesterol alto: a importância da prevenção
Guia de saúde
Na medida certa O colesterol alto é uma doença silenciosa e perigosa que deve ser controlada nas consultas de rotina com o cardiologista. NASCIMENTO JR.
S
e você não faz a mínima ideia dos níveis de lipídeos que correm em suas veias, o Dia Nacional de Combate ao Colesterol, celebrado neste mês, vem justamente chamar a atenção para a importância da prevenção. É que o excesso de gordura (lipídeos) no sangue eleva o risco de doenças cardiovasculares potencialmente letais, como infarto e acidente vascular cerebral (AVC). Daí a necessidade de exames de sangue regulares para ter um controle das taxas que identificam o problema, já que a doença é silenciosa, ou seja, não apresenta sintomas. “Quando há alguma queixa, geralmente já existe uma doença cardíaca instalada”, alerta o médico Adriano Meneghini, professor de Cardiologia da Faculdade de Medicina do ABC. Segundo ele, a elevação de colesterol sanguíneo requer muita atenção, pois com o passar do tempo o excesso de gordura vai sendo depositado nas paredes das artérias e levando ao estreitamento dos vasos. “Nessa fase é que costumam se iniciar os sintomas cardíacos, como a angina do peito, com sensação de desconforto, dor ou pressão no peito, e o infarto agudo do miocárdio”, acrescenta. Na verdade, o colesterol não é o vilão da história. Pelo contrário. É um tipo de gordura com funções importantes na produção de hormônios, estruturação da parede das células, além de atuar no metabolismo das chamadas vitaminas lipossolúveis (A, D, E e K) e na fabricação da bile, que participa do processo digestivo das gorduras ingeridas. O grande problema é o excesso.
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DO BEM E DO MAL De maneira geral, circulam dois tipos de colesterol na corrente sanguínea. O LDL é conhecido como colesterol ruim, pois é o responsável pelo entupimento das artérias. Já o HDL é o colesterol bom ao promover uma varredura da gordura das artérias, impedindo assim o acúmulo e a formação de placas de gordura. Já o colesterol total no organismo, que vem descrito no exame de sangue, é a soma do colesterol bom HDL com os colesteróis não HDL. De acordo com a atualização da Diretriz Brasileira de Dislipidemias e Prevenção da Aterosclerose, publicada em 2017, o colesterol é considerado normal quando a coleta em jejum mostra valores menores do que 190 mg/dl (miligramas por decilitro), assim como fração HDL maior do que 40 mg/dl e quantidade de triglicérides sanguíneos menor do que 150 mg/dl. Quando os valores não estão dentro desses parâmetros, considera-se o diagnóstico de dislipidemia, assim como quando o colesterol ruim (LDL) está acima de 160 mg/dl. SOBE E DESCE O cardiologista afirma que existem basicamente duas situações que elevam o nível de gordura. A primeira é determinada por maus hábitos alimentares, especialmente pessoas que exageram nos produtos ricos em gorduras saturadas. A segunda condição é geneticamente determinada, conhecida como hipercolesterolemia familiar. Nesse caso, o indivíduo já nasce com problemas relacionados à metabolização de colesterol e triglicérides pelo organismo. Quando o problema é isoladamente o colesterol alto, o tratamento é feito por meio de fármacos chamados estatinas. Mas, se há também o comprome-
timento dos triglicérides, os médicos lançam mão de medicações da classe dos fibratos. “Nos casos de hipercolesterolemia familiar, o tratamento medicamentoso é diferente e depende muito da aderência do paciente às orientações de controle dietético”, explica. Além do controle da alimentação, é importante a redução do peso corporal e a diminuição do consumo de bebidas alcoólicas, assim como de açúcares e carboidratos. A prática de atividades físicas deve se tornar regular. “Esse conjunto de ações contribui com o tratamento da dislipidemia e, muitas vezes, é até mais eficiente do que a medicação”, afirma Meneghini, reforçando a importância de abandonar o hábito de fumar, tendo em vista que o tabagismo aumenta o colesterol e, principalmente, os triglicérides.
BASE ALIMENTAR A gordura presente nos alimentos é composta pela mistura de gorduras saturadas e insaturadas. O consumo exagerado do primeiro tipo está associado ao aumento do colesterol total no organismo. Ela está presente nos produtos de origem animal (gema de ovo, carnes, laticínios gordurosos, queijos, manteigas) e nos produtos industrializados (bolos, biscoitos, salgadinhos, sorvetes) e embutidos (presunto, salsicha, linguiça, mortadela). Em alguns desses alimentos processados, além das altas concentrações de gordura saturada, também é possível encontrar a gordura trans, que é grande vilã no aumento do risco cardiovascular, pois reduz o colesterol HDL e aumenta as taxas totais e do colesterol LDL. Em contrapartida, as gorduras insaturadas têm
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Guia de saúde
Parentes próximos dos pacientes, como pais, irmãos e filhos, têm risco de 50% de também carregar a doença, o que torna imprescindível a realização do exame genético, em busca de um possível diagnóstico precoce. A doença genética pode ocorrer de várias formas e o tratamento é para toda a vida com fármacos específicos. A terapia convencional inclui estatinas em doses maiores, associadas a medicamentos que podem reduzir as concentrações sanguíneas de lipídeos a níveis mais seguros. A adesão à dieta alimentar de baixo colesterol e a prática de atividades físicas também são fundamentais no tratamento da doença.
Consultoria: Adriano Meneghini: professor de Cardiologia do Centro Universitário Saúde ABC / Faculdade de Medicina do ABC (FMABC). Atualização da Diretriz Brasileira de Dislipidemias e Prevenção da Aterosclerose (2017). Associação Brasileira de Hipercolesterolemia Familiar. Associação dos Pacientes Portadores de Hipercolesterolemia Familiar. Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM).
origem nas plantas (óleos de milho, canola e soja, por exemplo) e nos peixes, contribuindo na redução ou com efeito neutro sobre o colesterol ruim (LDL). Peixes gordos ou óleo de peixe, inclusive, são ricos em ácidos graxos ômega 3, que têm ação benéfica sobre a circulação e o ritmo cardíaco. COLESTEROL GENÉTICO A hipercolesterolemia familiar é uma doença genética caracterizada por valores de colesterol cerca de duas vezes mais altos desde o momento do nascimento. Geralmente é identificada por meio da constatação de níveis elevados de colesterol ruim, podendo ser confirmada a partir de testes genéticos.
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NOVIDADES Existem muitos novos medicamentos em testes e outros já em uso na área das dislipidemias, sendo a grande maioria destinada ao tratamento de casos mais graves de hipercolesterolemia familiar. Entre os mais conhecidos estão os inibidores da enzima PCSK9, já disponíveis no mercado brasileiro. Tratase de droga injetável, da classe dos anticorpos monoclonais e de custo mais elevado que os medicamentos convencionais. É aplicada a cada duas semanas e tem apresentado bons resultados. Outra novidade são os chamados inibidores da proteína de transferência de triglicérides microssomal, entre outros medicamentos inibidores de determinadas substâncias. Um dos mais recentes é o inibidor da proteína CETP, que é uma droga em fase de testes para os casos mais graves de dislipidemia familiar. “São medicações novas, a maioria feita por bioengenharia, pensando particularmente no fator genético relacionado às hipercolesterolemias familiares”, diz o cardiologista Adriano Meneghini.
comportamento | Sonhos
Sonhos da quarentena Até a produção onírica tem sido impactada pelo pesadelo gerado pela crise sanitária da Covid-19. O que não deixa de ser positivo e produtivo. IVANILDE SITTA
A
pandemia alterou a vida de todo mundo ao impor – sem pedir licença – uma realidade completamente fora do normal e nunca imaginada. Acordada, a população vem tentando se adaptar às regras de prevenção (uso de máscara, higienização com álcool em gel e distanciamento social) e, ao mesmo tempo, administrar a falta de abraços, o luto, o medo da morte e a ansiedade pelo que virá amanhã. Uma missão difícil que não dá trégua nem durante o sono, já que a angústia vivida durante o dia tem sido reprisada à noite na forma de sonhos. Se nos últimos meses você tem sonhado com mais frequência e tido maior facilidade de lembrar-se do conteúdo onírico ao acordar, saiba que não é o único. A psicóloga Karina Zequim, de São Bernardo, tem observado o mesmo com a grande maioria de seus pacientes, inclusive com relatos de sonhos estranhos e esquisitos, como buscas incessantes para sair de um lugar repetidas vezes, mas sem sucesso. Algo que,
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de certa forma, não causa surpresa à profissional. “A enxurrada de informações sobre a pandemia que chega diariamente cercada por incertezas e sem solução imediata acelera o psíquico, trazendo a necessidade de ampliação da consciência para dar conta da realidade desafiadora”, explica. De acordo com a psiquiatra e neurocientista Natalia Mota, do Laboratório do Sono do Instituto do Cérebro da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), o mundo vive hoje um trauma coletivo, de forma que as experiências oníricas têm refletido o esforço psíquico para se adaptar a uma nova realidade. Isso ficou comprovado num estudo liderado por Natalia, realizado no primeiro mês da quarentena. A pro- posta era identificar, por meio dos sonhos, sinais de sofrimento emocional, além de compreender os impactos da pandemia na saúde mental.
VOZ DO SOFRIMENTO Com o uso de programas de computador capazes de identificar a organização do pensamento por meio da fala, a psiquiatra analisou relatos de sonhos de 67 voluntários que tinham participado de um estudo anterior à crise sanitária. Dessa forma, ela teria munição para comparar experiências oníricas antes e durante a pandemia. De acordo com as conclusões da análise, que já foi publicada, os participantes não só relataram estar sonhando mais, como também descreveram os sonhos usando palavras negativas, como raiva, tristeza, frustração e desespero, numa proporção maior em relação à coleta anterior. Um cenário que sugere a presença de sofrimento emocional, medido por uma ferramenta chamada Escala das Síndromes Positiva e Negativa, que funciona como uma entrevista psiquiátrica. “O grau de sofrimento maior se mostrou naqueles cujos conteúdos dos sonhos estavam associados à higiene e contaminação”, acrescenta a pesquisadora. O bom da história é que olhar para as experiências oníricas
trouxe elementos positivos aos sonhadores, como inspiração e criatividade para enfrentar um futuro próximo. Como assim? “O cérebro recorre aos sonhos para metabolizar as emoções intensas vividas durante o dia e assimilar eventuais experiências que possam favorecer a sobrevivência em uma estratégia de adaptação ao novo normal”, responde a pesquisadora. “É como se a mente estivesse tentando digerir as informações mentais e incorporá-las como aprendizado”, observa. Ou seja, por mais estranhos que possam se apresentar, os sonhos são uma forma de ajudar na solução de problemas vivenciados na realidade, aliviando as angústias do sonhador. Por acaso, você já não viveu a experiência de dormir atormentado com um drama difícil de administrar, sonhar com ele e acordar com a mente mais esclarecida, aberta e inspirada para achar a solução? “Quando temos um assunto que mobiliza emoções fortes, principalmente relacionado à sobrevivência, temos essa pressão nos sonhos, passando a simular com nossos ban-
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Conta-gotas
comportamento | Sonhos
Ivanilde Sitta
Fotos: Shutterstock
Use com moderação cos de memórias uma representação de um futuro provável, uma espécie de oráculo probabilístico”, destaca Natalia. ESTUDO AMPLIADO O estudo realizado pela pesquisadora sugere o comportamento dos sonhos no primeiro mês da quarentena, quando todas as atenções estavam voltadas praticamente às regras de segurança para evitar o risco de contaminação. Ou seja, quando a estatística de óbitos e, por tabela, a exibição de cenas na mídia não era tão assustadora quanto nos meses seguintes.
Só que a abordagem não termina aí. Por conta de seu trabalho, Natalia Mota foi convidada a participar de um estudo multicêntrico, muito mais amplo, que envolve outras três universidades brasileiras, para investigar as correlações com a curva de casos e número de óbitos da Covid-19. “É um estudo muito maior que envolverá um banco de dados com mais de mil participantes”, adianta a pesquisadora. Além da Universidade de São Paulo (USP), integram o estudo ampliado pesquisadores das universidades federais do Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul.
Corona no divã Cada um sonha com o conteúdo de suas vivências diárias. Só que num cenário de pandemia como o de hoje, quando os sentimentos e rotinas de uma nação são praticamente os mesmos – confinamento social, medo, insegurança e ansiedade, não é de estranhar que o script da novela noturna seja semelhante, porém, apresentado com cenários diferentes. No consultório da psicóloga Karina Zequim, os pacientes têm sonhado com buscas incessantes e, na maioria das vezes, infrutíferas, com cenas de prisão, contaminação, invasão, com a perda de pessoas, de bens, do emprego, com lugares e pessoas importantes do passado e até mesmo com a própria morte. “Em todos os casos, as emoções associadas aos sonhos são ditas como angustiantes, aflitivas, sombrias e caóticas, ou seja, é como se o mundo, temporariamente, estivesse num beco sem saída”, analisa. O SONHO ENSINA? Karina ressalta que o conteúdo das experiências oníricas
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é material precioso para diagnosticar o estado emocional das pessoas, pois as imagens representam, na grande maioria das vezes, o tipo de emoção ou sentimento com que o sonhador já pode lidar. “Todo esse processo se configura como uma descoberta que contribui para o autoconhecimento”, afirma. Segundo ela, as imagens simbólicas são fabricações do inconsciente enviadas especialmente para a consciência. Daí a necessidade de ficar atento às experiências durante o sono. Para tanto, a psicóloga considera importante separar um caderno e registrar o sonho assim que acordar, com a maior riqueza de detalhes possível. O próximo passo é selecionar a parte que mais o impactou e tentar, com esse recorte, identificar o que a imagem representa emocionalmente para você e quais relações podem ser construídas ao evocála com a consciência. “Essa busca aproxima o significado pessoal do sonhador, ultrapassando a aparência óbvia da imagem”, esclarece. Processo um tanto quanto complicado, mas que tal tentar e se conhecer melhor?
O uso prolongado de descongestionante nasal e, pior, sem indicação médica traz riscos consideráveis à saúde. O alerta vem do otorrinolaringologista Guilherme Braga Tamiso, do Hospital Paulista, salientando que os efeitos colaterais podem ser piores do que o mal que se busca combater. Ele explica que arritmias cardíacas e elevação da pressão são muito comuns em pessoas que fazem uso por longo período, aumentando assim as chances de infarto e picos de pressão alta para quem já têm predisposição. “O descongestionante faz bem na hora do uso, mas cobra um preço caro para isso”, garante. Além disso, o médico ressalta que o índice de dependência relacionado ao uso de descongestionante nasal é muito alto. Para aliviar os efeitos do tempo seco no inverno, ele recomenda aplicar soro fisiológico no nariz com frequência e, dentro de casa, usar aparelhos para umidificar o ar ou deixar bacias com água espalhadas pela casa.
Aborto espontâneo Acontece em cerca de 10% das gestações, segundo dados do Ministério da Saúde, indicando que a gravidez terminou de forma inesperada antes mesmo de completar 24 semanas. “Tem grandes chances de ocorrer até a 12ª semana de qualquer gestação”, comenta o ginecologista e obstetra Domingos Mantelli. Na maioria das vezes, segundo ele, essa interrupção da gravidez acontece porque o útero ainda não estava completamente preparado para receber o bebê. “Mas a causa também pode estar relacionada com problemas de saúde da mãe, como diabetes, obesidade, hipertensão e, inclusive, a gravidez tardia”, acrescenta. Os sintomas que indicam o aborto prematuro são cólicas intensas e sangramento vaginal, porém, nem sempre evidentes. “Se a mulher tiver qualquer sintoma diferente, é muito importante ir logo ao médico para identificar o que pode ser”, aconselha.
Cuidado com o frio O cirurgião cardíaco Elcio Pires Junior chama a atenção para um fenômeno natural do organismo nas baixas temperaturas que pode contribuir para o aumento do risco de infarto: a vasoconstrição. Segundo ele, para preservar o calor do corpo, substâncias que contraem as artérias são liberadas no organismo, reduzindo o fluxo sanguíneo e aumentando a pressão arterial. “Isso faz com que o coração faça um esforço maior nos dias frios para manter o equilíbrio térmico”, comenta. Além das reações naturais do corpo, os fatores ambientais durante esta época do ano também contribuem para a incidência de infartos e de acidentes vasculares cerebrais (AVCs). “A baixa qualidade do ar, característica do inverno, nos deixa mais expostos aos agentes poluentes, que facilitam o enrijecimento das artérias, chamado de aterosclerose, aumentando o risco de ataques cardíacos”, explica.
SAÚDE | Dermatite
Temporada da dermatite atópica A doença se apresenta com mais intensidade no inverno e exige cuidados preventivos. NASCIMENTO JR.
A
pesar de pouco conhecida, a dermatite atópica é o processo inflamatório crônico mais comum da pele, segundo a Organização Mundial de Alergia, causada por uma resposta exagerada do sistema imunológico ao contato com um elemento irritante ou alérgeno. Afeta todas as idades, mas geralmente começa em bebês e crianças antes dos 5 anos de idade. A prevalência varia entre 2% e 5% da população geral. Mas chega a atingir até 15% das crianças e adultos jovens. Ou seja, é muita gente! E, nesta época de frio, os pacientes devem redobrar os cuidados, pois é um período em que o quadro tende a piorar. Também conhecido como eczema atópico, o distúrbio tem como sinal mais importante o ressecamento da pele e muita coceira, que podem ser acompanhados por descamação e vermelhidão. Pode envolver toda a pele, com as mais diversas repercussões no organismo. Apesar de ser uma doença genética crônica, existem fatores ambientais que atuam de forma importante como desencadeantes: poluição, tempo muito seco, poeira, detergentes e produtos de limpeza em geral, roupas de lã e
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de tecido sintético, frio intenso, calor e transpiração, infecções, estresse emocional e determinados alimentos. A causa exata não é totalmente conhecida. De acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia, há predisposição genética envolvida, associada a disfunções do sistema imunológico. Dependendo da carga genética, pode ser leve, moderada ou grave. “Pode se iniciar logo aos três meses de idade e tem grande impacto na vida das crianças e de suas famílias, sobretudo pelo aspecto das lesões de pele e pela coceira, que pode ser intensa, alterar o sono e comprometer a qualidade de vida”, explica Cristina Laczynski, professora de Dermatologia da Faculdade de Medicina do ABC e uma das coordenadoras da Associação de Apoio à Dermatite Atópica do ABC. CUIDADOS COM O FRIO A pele seca é marcante nos pacientes com dermatite atópica, que apresentam uma deficiência do fator natural de hidratação e problemas de permeabilidade cutânea. Além disso, o processo inflamatório nas camadas profundas da pele reduz a função da barreira cutânea, responsável por fazer a manu-
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tenção da água no organismo. Por essa razão, os pacientes já costumam perder mais água do que o normal. Hábitos típicos do frio, como banhos mais quentes e demorados, contribuem para aumentar o ressecamento, deixando a pele ainda mais desprotegida e suscetível ao contato com elementos irritantes e consequentes crises da doença. Para amenizar o problema, a dermatologista considera importante intensificar a hidratação e evitar banhos demorados e muito quentes. “Essa é uma prática bastante comum, mas prejudicial para a pele, pois agrava o processo de ressecamento. Água morna e aplicação mínima de sabonete são essenciais, além da escolha de produtos específicos para peles sensíveis, de preferência indicados por um dermatologista”, recomenda.
TRATAMENTOS De maneira geral, além das orientações e cuidados básicos, o médico pode receitar tratamentos tópicos, orais ou sistêmicos, incluindo corticoides, conforme o estágio da doença. Em quadros mais graves, pode ser necessário o uso de imunossupressores e imunobiológicos. Uma das drogas mais promissoras nessa área foi autorizada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em 2019, indicada para pacientes a partir de 12 anos com dermatite atópica de moderada a grave. O dupilumabe é o primeiro imunobiológico aprovado para tratar o eczema atópico, nos casos em que não é controlado de forma adequada com tratamentos tópicos ou quando estes não são aconselhados.
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SAÚDE | Dermatite
Pet
Emoções e preconceito Boa parte dos pacientes com dermatite atópica já está acostumada a conviver com a subvalorização de suas queixas e com o preconceito. A falta de informação e o desconhecimento da população acabam por piorar um cenário que por si só já é difícil de lidar. “É considerada um problema de saúde pública, pois compromete de maneira significativa a qualidade de vida, o trabalho, a escola e o convívio social de pacientes e familiares”, afirma a professora de Dermatologia Cristina Laczynski. Ela alerta que um dos principais problemas que se enfrentam hoje, lamentavelmente, ainda é o preconceito. Em função da aparência e da extensão das lesões, muitas vezes os pacientes são vítimas de bullying nas escolas ou na faculdade. É preciso deixar claro que a dermatite atópica não é contagiosa. “A doença precisa ser melhor compreendida pela sociedade para que possamos diminuir o preconceito, melhorar a qualidade de vida e a inclusão social dessas pessoas”, analisa. Levantamento feito pelo Instituto Ipsos, a pedido da empresa farmacêutica Sanofi e em parceria com a Associação Brasileira de Alergia e Imunologia e a Sociedade Brasileira de Dermatologia, mostra que 35% dos pacientes com dermatite atópica já sofreram algum tipo de preconceito, sendo 49% no transporte coletivo, 44% no ambiente de
trabalho e 34% na escola ou faculdade. Um dos períodos mais difíceis no tratamento é a adolescência, fase em que o jovem quer ter maior autonomia sobre a própria vida e, em geral, assume os cuidados relacionados à terapia. Contudo, não raro abandona o tratamento ou realiza de maneira inadequada ou incompleta, o que pode levar à piora da doença. Estudo com esse público aponta que um jovem entre 14 e 17 anos chega a perder 26 dias de aula por ano em função de crises e do tratamento.
O dupilumabe é o primeiro imunobiológico aprovado para tratar o eczema atópico, nos casos em que não é controlado de forma adequada com tratamentos tópicos ou quando estes não são aconselhados.
Consultoria: Cristina Laczynski, professora de Dermatologia do Centro Universitário Saúde ABC / Faculdade de Medicina do ABC (FMABC) e uma das coordenadoras da Associação de Apoio à Dermatite Atópica do ABC (AADA-ABC); Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD); e Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
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Outro ponto abordado na pesquisa é a questão emocional: quadros de depressão estão presentes em mais de 50% desses jovens, enquanto quase 40% relatam já ter sofrido bullying em algum momento da vida por causa da dermatite atópica. “São temas bastante complexos, que infelizmente fazem parte do dia a dia dos pacientes. Entretanto, esses dados também reforçam a necessidade do acompanhamento médico adequado, do autoconhecimento e da prevenção dos gatilhos para as crises, assim como da perseverança, do otimismo e de nunca nem pensar em jogar a toalha”, avalia Cristina Laczynski.
Ivanilde Sitta
No quentinho do inverno
Fique de olho
Até dá para colocar uma roupinha no cão ou no gato para aquecê-los no frio. E as aves, que também são sensíveis às baixas do termômetro? A veterinária Karolina Vitorino explica que a temperatura corporal normal das aves é de 42 graus e, portanto, aconselha os tutores de calopsitas, cacatuas e papagaios a investir em aquecedor portátil ou em cobertores nas gaiolas, além de manter os animais em ambientes mais aquecidos, longe de janelas abertas, varandas e quintais. “É recomendado um termômetro de parede para controlar a temperatura ambiente, assim como colocar as aves para dormir mais cedo e acordá-las mais tarde”, ensina. A médica veterinária sugere ainda que a gaiola fique parcialmente coberta durante o dia e nada de banheira de água ou água borrifada nos animais, expedientes necessários e saudáveis apenas em períodos quentes.
Doenças oculares, como glaucoma e catarata, também são comuns nos bichos. Sinais de que algo não vai bem e requer uma avaliação do veterinário são: piscadas excessivas, dificuldade em abrir os olhos, pupilas alteradas e presença de secreção, segundo destaca o veterinário Eduardo Pacheco. Pode acontecer com qualquer um, mas cães das raças shih-tzu, pug, lhasa apso, boxer, buldogue e boston terrier apresentam maior risco. Já em felinos, raças como persa ou exótico revelam uma propensão maior a ter tais complicações ao longo da vida, incluindo catarata, glaucoma, conjuntivite, úlcera de córnea, ceratoconjuntivite seca e doença das pálpebras. “Há alterações que não são visíveis para o tutor, por isso, é sempre indicado ir a uma consulta com veterinário oftalmologista pelo menos uma vez ao ano”, orienta.
Ansiedade da separação Todo mundo se acostuma fácil com o que é bom. Até os bichos, que têm desfrutado nos últimos meses da companhia assídua de seus donos durante todo o dia. Com a flexibilização da quarentena, muitos tutores estão retornando ao trabalho e deixando o bicho de estimação em casa. Essa quebra do contato frequente pode levar alguns animais a sofrer a ansiedade da separação. De acordo a zootecnista Paola Rueda, os sintomas perceptíveis desse quadro são exibidos pelos animais na forma de destruição de móveis e objetos e, algumas vezes, até com a automutilação. Neste caso, o ideal é não dar bronca ao chegar e nem fazer festa, pois as duas atitudes ou até a combinação delas vão aumentar a ansiedade do pet nas próximas separações. O ideal é chegar e sair naturalmente. Caso o comportamento se agrave, procure o veterinário.
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COMPORTAMENTO | Emoções
Que ra i va!
Está aí uma expressão usada por muita gente e já sentida por todo mundo em certos contratempos da vida. Será que há algum mal nisso? IVANILDE SITTA
D
epende. Quando dominada com sabedoria, tudo se resolve e pode até acabar em pizza. Do contrário, a agressividade manifestada num ataque de fúria é capaz de terminar em tragédia como muitas já vistas no trânsito ou nos campos de futebol. A raiva engolida também faz estragos na qualidade de vida de quem a sente, até porque pode virar uma bola de neve e explodir de uma hora para outra, por qualquer coisinha, atingindo alguém que nada tem a ver com a história. Em nome da saúde e do bem-estar, melhor mesmo seria nunca experimentar essa emoção listada no rol dos sete pecados capitais, pois estudos mostram que indivíduos irados têm de quatro a cinco vezes mais chance de desenvolver alguma patologia cardiovascular em comparação aos mais tranquilos. Antes de se culpar por já ter ficado irado por algo ou com alguém, a psicóloga Flá-
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via Teixeira, professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), esclarece que a raiva é um sentimento natural como qualquer outro e faz parte da existência humana, porém, se transforma em vilã quando mal resolvida. Essa emoção, que faz a testa franzir e os dentes rangerem, costuma surgir em situações que contrariam a vontade da pessoa e que geram frustrações. Num cenário assim, o ideal é entender o que aconteceu e desvendar o sentimento que gerou a raiva. Ou seja, respirar fundo e contar até 10. “A pessoa que entra em contato com seus sentimentos e legitima as emoções costuma ser mais assertiva e consegue melhorar as relações”, justifica a psicóloga, acrescentando que conversar sobre o assunto e rever o ocorrido abrem possibilidades de encontrar saídas produtivas. O autoconhecimento, segundo ela, é um dos atributos mais poderosos para aprender a lidar com os sentimentos, já que permite administrar me-
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lhor as situações, fazendo melhores negociações por meio de atitudes mais empáticas. Lição a ser aprendida por aqueles chamados de pavio curto, que reagem de forma intempestiva e agressiva a qualquer contrariedade ou demora em ser atendido. “São pessoas que apresentam um perfil irritadiço, não gostam de esperar e querem que tudo aconteça ao seu modo e à sua hora”, define Flávia Teixeira. Basta uma ligação de alguma empresa de telemarketing ou uma ultrapassagem no trânsito para deixar o indivíduo à beira de um ataque de nervos. PRÓXIMA VÍTIMA Sabe o que acontece fisiologicamente numa situação assim? “Durante episódios de manifestação de agressividade explícita,
a pressão arterial sobe, o pulso aumenta e o cortisol chega a ser secretado até 20 vezes mais que o normal, além do aumento considerável na produção de radicais livres”, responde o psiquiatra Cyro Masci. O médico explica que durante muito tempo se discutiu nos meios médicos se o melhor seria expressar a raiva e sentir alívio ou arrumar um jeito de abafar a ira. A última alternativa tem se mostrado superior. “Quem deseja viver mais e melhor, convém aprender a dominar a agressividade, aprimorar a tolerância, aumentar o pavio curto e diminuir o cinismo e a hostilidade”, receita. Ele alega que, num ataque de fúria, a pessoa geralmente age como se fosse possuída por uma força difícil de controlar. Ao que parece, supõe o psiquiatra, é um tipo
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COMPORTAMENTO | Emoções
Consultoria: Cyro Masci: médico psiquiatra que atua com abordagem integrativa, pós-graduado em medicina tradicional chinesa, autor dos livros Síndrome do Pânico: Psiquiatria com abordagem integrativa e Biostress Novos caminhos para o equilíbrio e a saúde. Flávia Teixeira: psicóloga, mestre em Saúde Coletiva pela UFRJ e professora de pós-graduação em Psicologia Hospitalar na UFRJ. Fabiano de Abreu: neurocientista, neuropsicólogo e psicanalista.
de reação exagerada de nosso cérebro antigo, conhecido como sistema límbico. De acordo com o médico, essa área é a responsável por grande parte das nossas reações de sobrevivência. É ela, por exemplo, que dispara todas as reações que podem nos salvar a vida em situações de emergência, como o avanço ameaçador de um carro na rua, que nos assusta e faz pular rapidamente para um lugar mais seguro. “No indivíduo tipo pavio curto, os níveis de serotonina, uma das substâncias que trafegam entre uma célula nervosa e outra, podem estar em baixa nessa área cerebral responsável pelo nosso equilíbrio e segurança”, argumenta. RAIVA DA QUARENTENA O estresse gerado pela chegada da Covid-19 pode ter levado muita gente, no calor do momento, a viver episódios de raiva, seja pela frustração de ter planos e projetos adiados, seja pela convivência direta e diária com a família,
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algo que de certa forma não era o normal, ou também pelo medo, insegurança e incertezas quanto ao dia de amanhã. Ou por tudo isso junto. Mesmo assim, o neurocientista e psicanalista Fabiano de Abreu ressalta que o momento atual pede calma, embora reconheça que diante de uma pandemia é até comum se deixar levar por sentimentos diversos. “É natural que tenhamos raiva por algo com que não concordamos, até porque ela é a emoção que estimula a ação e também a resposta motora para aquilo que nos retira do equilíbrio”, afirma. Porém, o ideal neste cenário de pandemia, sustenta o neurocientista, é saber usar esse sentimento para o bem. “Devemos sentir a emoção e utilizar a motivação que advém dela para fazer uma leitura mais adequada do cenário, possibilitando assim uma melhor compreensão e uma tomada de decisão mais assertiva e positiva”, acrescenta. Para o psiquiatra Cyro Masci, elevar a inteligência emocional é também uma alternativa eficaz, especialmente em relação à arte de se colocar no lugar do outro antes de julgar sumariamente. Ou seja, desenvolver a empatia de maneira gradual, consciente e progressiva. “Nesse ponto, ciência e religião concordam: não faça ao outro o que você não gostaria que fizesse a você”, conclui Masci, lembrando que sair da zona de conforto de um hábito arraigado pode ser mais fácil do que parece.
SAÚDE | Dieta
Jejum intermitente Ficar sem comer durante longos períodos é a base dessa dieta que propõe benefícios além da perda de peso. Porém, o assunto é polêmico e dá o que falar. NASCIMENTO JR.
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erá que vale a pena trocar a orientação padrão de se alimentar de 3 em 3 horas por um esquema de não ingerir nenhuma caloria por 12, 16 ou mesmo 24 horas seguidas? Parece algo radical, mas estudos sobre o chamado jejum intermitente têm avançado e mostrado que, além da questão da perda de peso, esse método poderia estar relacionado à renovação celular, aumento da longevidade e diminuição do risco de doenças crônicas. A promessa de emagrecimento rápido, com melhora da saúde por meio de benefícios metabólicos, fez do jejum intermitente uma dieta da moda que não saiu da moda. Há quase uma década, o tema permanece em evidência, apesar de o jejum ser uma prática muito mais antiga do que isso, mundialmente realizada desde a antiguidade, especialmente por grupos religiosos como os budistas, cristãos, muçulmanos e hindus. De acordo com o médico nutrólogo Durval Ribas Filho, presidente da Associação Brasileira de Nutrologia (Abran), alguns estudos em fase inicial mostram, inclusive, que não precisamos necessariamente comer a
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cada três horas e que, metabolicamente, pode ser melhor ficar um tempo maior sem ingerir alimentos. “Evidentemente que há indicações e contraindicações”, adianta. FUNCIONA ASSIM... São muitas as formas de aderir ao jejum intermitente, porém, duas condições básicas são essenciais, independentemente do método de escolha: boa saúde e acompanhamento profissional. De maneira geral, o jejum pode ser de 18 horas sem alimentos e 6 horas liberadas. Também pode alternar em 24 horas, ou seja, com apenas uma janela de alimentação ao dia. Já no método conhecido como 5:2, o paciente escolhe 2 dias da semana não consecutivos para fazer jejum de 24 horas, com alimentação de 500 a 600 calorias. Nos outros 5 dias, mantém alimentação normal. Água e bebidas sem calorias são liberadas. Existem outros esquemas, mas todos só vão apresentar resultados quando, nos dias ou momentos livres, o paciente não exagerar e mantiver uma alimentação saudável. Segundo o médico nutrólogo, a dieta veio com o intuito de emagrecimento justamente porque a ingesta calórica é menor. Se uma pessoa ingere 2 mil calorias por dia e fica um dia
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inteiro em jejum, no dia seguinte poderia ingerir 4 mil calorias. “Como as pessoas não conseguem, na soma, o teor de calorias ingerido é menor. Consequentemente, há tendência de perda de peso”, ilustra o nutrólogo Durval Ribas Filho. AÇÃO METABÓLICA Estudos em ratos indicam que alguns genes são ativados a partir de determinado tempo de jejum. Esses genes passariam a desencadear um processo de limpeza do organismo, buscando energia em células mais velhas, que seriam substituídas por novas. A
partir desse processo, seria possível viver mais e melhor, em função do risco reduzido para doenças crônicas. Em contrapartida, faltam evidências científicas de que o processo realmente funcione no homem. A maioria dos estudos relacionados ao jejum intermitente é concluída com observações de que são necessários novos estudos, e a ciência também carece de dados em longo prazo, a fim de avaliar como o organismo responderia depois de muito tempo dentro de uma rotina sem comer. Alguns trabalhos científicos concluem, inclusive, que a perda de peso nesse tipo de
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SAÚDE | Frio
SAÚDE | Dieta
Dores de inverno
Pular o café da manhã emagrece? Muita gente que faz o jejum intermitente opta por pular o café da manhã, juntando as horas dormidas com o período que vai até o almoço, somando 12 horas sem se alimentar. É uma forma mais fácil de atingir um longo período sem ingerir calorias, mas não há comprovação científica de que pular o café da manhã traz benefícios. Pelo contrário! Os estudos indicam que, de fato, o café da manhã é a principal refeição do dia e que não deve ser deixado de lado. “Quem tem uma melhor ingesta no café da manhã tende a ingerir menos alimentos durante o dia, ou seja, uma quantidade de calorias relativamente menor e, consequentemente, até reduzir o peso corporal”, informa o presidente da Abran, Durval Ribas Filho.
dieta é muito semelhante à alcançada em regimes com baixo consumo calórico – que, geralmente, são menos sofridos para o paciente. Outro ponto é a dificuldade do método. Ficar sem comer absolutamente nada por tempo prolongado não é tarefa fácil. O desafio se torna ainda mais complexo no quesito manutenção, ou seja, ficar por tempos e tempos seguindo essa rotina.
Consultoria: Durval Ribas Filho: médico nutrólogo e presidente da Associação Brasileira de Nutrologia (Abran); Associação Brasileira de Nutrição (Asbran); e Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM).
NÃO É PARA QUALQUER UM Durval Ribas Filho avisa que nem todas as pessoas podem aderir ao jejum intermitente. Quem tem hipoglicemia, por exemplo, pode passar mal, assim como o diabético, especialmente o tipo 1. Uma contraindicação absoluta é a gestante. “A mulher grávida, quando fica 3 a 4 horas sem comer nada, libera no organismo corpos cetônicos, um substrato energético que vai para as células e é muito ruim para o feto, pois diminui o desenvolvimento psicomotor”, alerta. Nesse mesmo contexto, estudo conduzido na Indonésia com mulheres grávidas que participaram do
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Queixar-se de que dói aqui e dói ali nos dias mais frios está longe de ser drama ou frescura.
A
Ramadã (período quando os muçulmanos fazem jejum) apontou que seus filhos atingiram estatura abaixo da média geral ao chegarem à fase adulta. Em função da grande repercussão sobre o jejum intermitente nos últimos anos, a Associação Brasileira de Nutrição (Asbran) se posicionou oficialmente em parecer técnico emitido em 2019. O documento afirma que dados comparativos de indivíduos obesos e com sobrepeso sugerem perdas de peso e de massa magra equivalentes entre aqueles que fizeram jejum intermitente e os que optaram por dietas com restrição energética contínua. A entidade também alerta para o fato de que a restrição alimentar pode favorecer comportamentos de compulsão alimentar nos dias de consumo liberado e é categórica ao afirmar que “não há evidências científicas suficientes provenientes de estudos controlados envolvendo humanos para suportar os benefícios (do jejum intermitente)”.
baixa dos termômetros realmente reflete em quadros de dores musculares e articulares, especialmente em quem já vive a terceira idade e apresenta doenças associadas. De acordo com Leandro Parmigiani, médico reumatologista do Hospital Edmundo Vasconcelos, isso acontece porque o organismo, na tentativa de manter a temperatura corporal, faz com que os músculos fiquem mais contraídos, uma estratégia que acaba provocando dores. “Além disso, muita gente reduz a movimentação no inverno, colaborando para uma rigidez maior”, complementa. Para amenizar o desconforto, o reumatologista aconselha o paciente a promover a vasodilatação, ou seja, manter-se bem aquecido ou praticar alguma atividade física. A alimentação, segundo ele, também pode ser grande aliada no período, lançando mão do consumo de chás e sopas para favorecer a vasodilação e o relaxamento muscular. Outro grupo que sofre com o aumento de dores no inverno são os pacientes com insuficiência circulatória, além dos portadores de doenças como osteoartrite, artrite reumatoide e espondilite anquilosante. Marcella dos Santos, enfermeira-chefe do Grupo DG Sênior, especializada em terceira idade, compartilha cuidados importantes para proteger os idosos:
n Caprichar nas peças de roupas e acessórios
de frio como toucas, cachecóis, luvas, mantas e meias. n Diminuir o tempo de banho, cuidando para que a água não esteja muito quente. n A ingestão de água não deve ser diminuída mesmo no frio. n Praticar atividades físicas na medida do
possível, pois ajuda a melhorar a circulação de sangue, além de contribuir para o ganho de massa muscular. n Reposição de vitamina D pela falta de exposição ao sol deve ser orientada pelo médico. Outras fontes de obtenção do nutriente são peixes como atum, sardinha e salmão. Gema de ovos, bifes de fígado e cogumelos também são ricos em vitaminas. n Balancear a alimentação para repor as vitaminas naturalmente e consultar um médico sobre a necessidade de suplementos.
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Nossa Gente
Crônica Edmilson Sena da Silva
Edmilson Sena da Silva - edmilson.silva@coopsp.coop.br
Maria Natalina Nunes de Brito
Quando encontrei a Maria pela primeira vez, eu estava perdido em um corredor da perfumaria de nossa loja Morumbi, em São José dos Campos. Tinha nas mãos uma lista enorme, elaborada por minha mulher. A loja era novidade para mim em termos de compras e tive de apelar para o primeiro colaborador que encontrasse. – Moça, por favor, eu preciso comprar tomate pelado. – Pois não. Os tomates estão lá na área de hortifrútis, e eu posso levá-lo. Só que muitos de nossos colegas do setor são gente simples e, se o senhor chegar lá pelado, acho que vão ficar com muita vergonha. Esclareci que pelado era o tomate, sem pele – daqueles de latinha –, e não eu, sem roupa. Rimos bastante, ela me levou até a gôndola dos atomatados e disse que também era gente simples, vinda há anos da roça do pai, na Bahia. A Maria nasceu no dia 24 de dezembro: daí seu nome completo, Maria Natalina. Sua mãe, D. Laudelina, era de Açoita-Cavalo, da região de Brejinho das Ametistas, um distrito de Caetité,
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mas a Maria nasceu em Ibiassucê, cidade vizinha, dotada de recursos, e hoje conhecida como “Capital da Amizade”. A família acabou se mudando para Olho d’Água – terra de seus avôs paternos –, onde seu pai, o Sr. Joaquim Trindade, vivia da lavoura. E foi lá que a Maria cresceu, ajudando os pais, além de cuidar dos quatro irmãos mais novos. A vida era puxada: carpia, plantava, colhia, catava algodão – furando os dedos nos capulhos secos, verdadeiras agulhas – e depois tinha de tirar água no poço distante, com um sarilho desconjuntado, e levar a lata d’água na cabeça até sua casa. Ah! E marchar todo dia por uns cinco quilômetros para ir à escola, onde cursou até o 4º ano do ensino primário. Foi quando se mudou para Licínio de Almeida, cidade da região, para morar junto e cuidar de uma senhorinha idosa, conhecida de sua mãe. Aproveitou para estudar à noite, concluindo o curso ginasial, e teve de mudar de rumo, com a perda da senhorinha, que morreu aos 92 anos. Mas permaneceu indiretamente vinculada à família da idosa: uma prima, residente em São José dos Campos, convidou-a para vir morar e trabalhar em sua casa. O pai queria que ela voltasse para a roça, mas a mãe queria para a filha uma vida diferente e concordou com sua vinda para o Vale do Paraíba. Morando no Jardim Paulista, a Maria lavava, cozinhava, arrumava a casa e ainda achava tempo para estudar, completando o curso colegial. Uniu-se ao José Carlos e dessa união nasceram a Diane, hoje com 19 anos, e a Camille, 18, ambas estudando. Morando no Jardim Satélite, havia se tornado diarista, e surgiu uma oportunidade para promover Panetones Coop na unidade Santana. Nascida na “Capital da Amizade”, foi bem fácil conquistar muitos amigos que, três meses depois, queriam vê-la na promoção da “Volta às aulas”, agora na unidade Morumbi. Foi e acabou se casando com a Coop: em 4 de abril de 2011 foi contratada como auxiliar de unidade dessa loja, dedicando-se mais de perto, desde então, à área da perfumaria. Com nove anos de Cooperativa, vamos encontrá-la, agora, na função de operadora de unidade, podendo ou cuidar da revisão dos preços a partir das 6h; abastecer a perfumaria; deslocar-se para os caixas ou, então, recolher carrinhos no pátio, dependendo da necessidade da loja no momento. – Isto não é segredo para mim, pois me relembra as múltiplas tarefas da roça. E tudo a ser feito com um sorriso no rosto – diz a Maria. Pena que vocês não o vejam, porque agora a gente tem de trabalhar de máscara. Acenou e correu para a perfumaria, que precisava de sua atenção.
Oração do Matuto
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raças a Deus, tenho um rol de amizades bastante grande, abrangendo amigos – se não do Oiapoque ao Chuí – pelo menos do Rio Grande do Norte ao Rio Grande do Sul, e isso tem me permitido uma troca intensa de mensagens, tirandome deste isolamento forçado a que me obrigo já há mais de quatro meses. São notícias que me chegam de todo o Brasil, e a surpresa mais recente foram os versos do poeta Ismar Moreira, antigo morador de Tatuí e hoje com 86 anos, remetidos por seu filho Gilmar. Duas estrofes de “A amizade” e “A virtude”, que transcrevo literalmente, espelham bem o momento que vivemos. Da primeira: O amigo é como o ar Nós precisamos onde for Só quando ele nos faltar É que sentimos o seu valor E da segunda: Ajude estendendo a mão Distribuindo felicidade No seu próprio coração Está a fonte da caridade Principalmente nos dias de hoje, como prega o poeta Ismar, é imperioso preservar as amizades, que dão calor à nossa vida e, por outro lado, preservar a vida de amigos ou não, afetados pela pandemia e passando por necessidade. Isso, sem lamentar algumas faltas que estejamos sentindo, a exemplo de um pensador cujo nome ignoro: “chorei quando não tinha sapatos, mas parei de chorar quando vi um homem sem pernas. A vida está cheia de bênçãos, e em alguns momentos esquecemos de agradecer”. Sim, temos de agradecer a Deus ou conversar com Ele, mesmo que com palavras simples, como aquelas do matuto, em uma oração gentilmente enviada à minha irmã Elizeth,advogada, pelo Dr. Waldemar Boyago, velho amigo, advogado de Mauá e que tem sítio em Monte Alegre do Sul, no interior de São Paulo. Oração do matuto Em nome do Pai, do Fio e do Ispírito Santo, amém! Ói Deus, nóis tá sempre pedindo as coisa pro Sinhor: nóis pede dinheiro, nóis pede trabaio, nóis pede pra chovê e se chove demais nóis pede pra pará, mode a coieita não atrapaiá. Nóis pede amor, nóis pede pa casá, pede casa pa morá, nóis pede saúde, nóis pede proteção, nóis pede paiz, nóis pede pra dislindá os nó quando as coisa se complica, mode a vida corrê mió. Quando as coisa aperta, nóis reza, pidindo tudo que farta. Mais é uma pidição sem fim e, quando as coisa dão certo, nóis vai na igreja mais perto e, no pé de argum santo que seja de devoção, nóis deixa sempre uns mirréis, e lá no cofre da frente nóis deixa sempre mais uns tustão.
Mais hoje, meu Sinhor, me bateu uma coisa esquisita e eu me puis a matutá: nóis pede, pede, pede, mais nóis nunca pregunta como é que o Sinhor tá, se tá triste, se o Sinhor tá contente, se percisa de arguma coisa que a gente possa ajudá e, por esse esquecimento, o Sinhor tem que adiscurpá. Ói, Deus, nóis sempre pensa que o Sinhor não percisa de nada, mas tarveiz não seja assim, tarveiz o Sinhor percisa di mim... Sim, o Sinhor percisa, sim. O Sinhor percisa da minha bondade, percisa da minha alegria, percisa da minha caridade, nos trato com meus irmão. Nóis... nóis semo seu espeio, nóis semo a sua criação, nóis num pode fazê feio, nem ficá fazendo rodeio, nem disapontá o Sinhor, nem amargá o seu sonho, que foi um sonho de amor, quando esta Terra todinha o Sinhor criô. Ói Deus, eu prometo... prometo que vô rezá doutro jeito, vô pará com essa pidição, de trocá milagre por tustão. Tarveiz eu inté peça uma graça, mais antes eu vô vê direitinho o qui é qui eu andei fazendo di bão, e si nada di bão eu incontrá, eu muito vô mi envergonhá, e ainda vô ti pedi perdão... Iscuitô, Deus? Intão, inté a próxima oração, em nome do Pai, do Fio e do Ispírito Santo, amém. Ói, Deus, fica com Deus, viu? Vocês, também, fiquem com Deus, com um grande abraço aqui do isolamento.
Passatempo
Solução
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