Revista Abril

Page 1


coNseLHo de admINIsTraçÃo PRESIDENTE: Antonio José Monte VICE-PRESIDENTE: Antonio Carlos Cattai CONSELHEIROS VOGAIS: Gilmar Moreira, José Veiga Veiga, Marcelo Vito Figueiroa Brumatti, Silvio Lucinda Fagundes.

dIreTorIa eXecuTIVa PRESIDENTE EXECUTIVO: Marcio Francisco Blanco do Valle VICE-PRESIDENTE EXECUTIVO SUPERMERCADO: Luiz Gustavo Maldi Ramos VICE-PRESIDENTE EXECUTIVO DE ADMINISTRAÇÃO E FINANÇAS: Pedro Luiz Ferreira de Mattos VICE-PRESIDENTE EXECUTIVO DE OPERAÇÕES: Valdomiro Sanches Bardini VICE-PRESIDENTE EXECUTIVO DROGARIA: Eduardo Pereira dos Santos

coNseLHo FIscaL EFETIVOS: José Antonio de Assis Simões, Evanir José Izolani e Vanderlei Campiotti. SUPLENTES: Fabio Valveson, Osmar Brandão e José Carlos Brandão.

Unidades Coop supermercados saNTo aNdrÉ - Industrial - Av. Industrial, 2.001 - 4991-9540. capuava - Av. das Nações, 1.600 - 4472-1044. carijós - R. Carijós, 1.843 - 4453-9900. d. pedro - Av. D. Pedro I, 722 - 4451-6252. parque das Nações - R. Suíça, 1.094 - 4479-6277. pereira Barreto - Av. Pereira Barreto, 1.286 - 4429-5717/4429-5723. perimetral - R. Gertrudes de Lima, 658 - 4438-4477. Queirós - Av. Queirós dos Santos, 456 - 49944788. V. Luzita - Av. Cap. Mário Toledo de Camargo, 5.252 - 4453-5211. Jardim milena - R. Otávio Cândido, 150 - 4451-2222. palmares - Av. Palmares, 830 - 44216210. utinga - Av. Utinga, 1.599 - 4463-5464. Giovanni pirelli - R. Giovanni Battista Pirelli, 2.050 - 4118-4190. sÃo BerNardo - Joaquim Nabuco - R. Joaquim Nabuco, 277 - 4339-3211. café Filho - Av. Pres. Café Filho, 2.231 - 4351-3433. rudge ramos - Av. Dr. Rudge Ramos, 500 - 4177-4440. Vianas - R. dos Vianas, 1.631 - 4337-5353. Humberto de alencar - Av. Humberto de Alencar Castelo Branco, 2.563 - 3181-8964. sÃo caeTaNo - Joana angélica - R. Joana Angélica, 711 - 4221-6988. dIadema - Av. 7 de Setembro, 200 - 4054-1044. mauÁ - Barão de mauá - Av. Barão de Mauá, 1.389 - 4514-7020. Itapark - Av. Itapark, 2.261 - 4545-0021. rIBeIrÃo pIres - Av. Humberto de Campos, 3.499 - 4828-4455. ribeirão centro Av. Santo André, 735 - 4825-5146. TaTuÍ - onze de agosto - R. XI de Agosto, 3.045 - (15) 3205-2030. coronel seabra - R. Cel. Lúcio Seabra, 772 - (15) 3205-2282. sÃo JosÉ dos campos - santana - Av. Rui Barbosa, 837 - (12) 3922-9911. morumbi - Av. Dr. João Batista de Souza Soares, 2.185 - (12) 3934-3535. Novo Horizonte - Av. Pres. Tancredo Neves, 3.400 - (12) 3907-2221. pIracIcaBa - Vollet sachs - Av. Prof. Vollet Sachs, 2.030 - (19) 3411-8885. sorocaBa - Árvore Grande - R. Padre Madureira, 255 - (15) 3237-3333. Itavuvu - Av. Itavuvu, 3.799 - (15) 3239-2911.

droGarIas saNTo aNdrÉ - Hortências - R. das Hortências, 103 - 2534-1823. são paulo - Av. São Paulo, 162 - 4316-4830. Queirós Filho - Av. Queirós Filho, 702 - 2379-3586. regente Feijó - R. Regente Feijó, 394 - 4902-1102. atlântica - Av. Atlântica, 317 4427-9972. senador Fláquer - R. Senador Fláquer, 227 - 4316-4830. martim Francisco - Av. Martim Francisco, 1.278 - 3181-8976. Bandeiras - Av. D. Pedro II, 217 4118-4172. Itambé - R. Itambé, 195 – Lj. 17 – 4118-4175. Lino Jardim- Av. Lino Jardim, 744 – 3181-7016. d. pedro II - Av. Dom Pedro II, 1.861. sÃo BerNardo demarchi - Av. Maria Servidei Demarchi, 1.613 - 4347-8578. djalma dutra - R. Djalma Dutra, 235 - 2897-2712. Getúlio Vargas - Av. Getúlio Vargas, 1.014 - 41237242. castelo Branco - Av. Humberto de Alencar Castelo Branco, 2.563 - 4343-5064. Tiradentes - R. Tiradentes, 905 - 3181-2971. ernesta pelosini - R. Ernesta Pelosini, 250. sÃo caeTaNo - Inhaúma - R. Visconde de Inhaúma, 841 - 4118-2847. Visconde - R. Visconde de Inhaúma, 180 - 4118-2411. Kennedy - Av. Presidente Kennedy, 738. mauÁ - shopping - Av. Governador Mário Covas Júnior, 01 – Lj. 201 e 202 - 2116-3608. sÃo pauLo - oratório - Av. do Oratório, 2.606 - 2116-3608. sorocaBa - paulo almeida - Av. Paulo Emanuel de Almeida, 930 - (15) 3217-7229. eugênio salerno - Av. Dr. Eugênio Salerno, 25 - (15) 3202-1910. sÃo JosÉ dos campos - XV de Novembro - Av. XV de Novembro,160 - (12) 3921-9307. posTos de comBusTÍVeIs santana - Trav. Constantino Pintos, 44 - V. Rossi – São José dos Campos - (12) 39219220. onze de agosto - Rua XI de Agosto, 3.011 - Valinho - Tatuí - (15) 3205-2030. Joaquim Nabuco - R. Joaquim Nabuco, 165 - Centro - São Bernardo do Campo 4339-3211. ceNTro admINIsTraTIVo R. Conselheiro Justino, 56 - Campestre - Santo André - 4991-9500.

aTeNdImeNTo ao LeITor: Se você tiver dúvidas ou deseja obter mais informações sobre os profissionais consultados pela Revista Coop, publicação mensal da Coop, escreva para Revista Coop: Rua Conselheiro Justino, 56 CEP 09070-580 - Santo André - SP. E-mail: revistacoop@coopsp.coop.br

edIçÃo e produçÃo: editora e Jornalista responsável: Ivanilde Sitta (MTb: 16.616) editor de arte: Rubens Justo (MTb: 10.726) revisão de texto: Juliana Machado Impressão: Log&Print Gráfica e Logística n Distribuição Interna.

Metade do valor de venda de cada exemplar da Revista Coop (descontados os impostos) é doada à Federação das Associações de Pais e Amigos dos Excepcionais do Estado de São Paulo (FEAPAES).

Revista Coop | 03 | Setembro 2020


Foto: Shutterstock

Foto: Fresh Imagens

Índice

Foto: Shutterstock

Foto: Shutterstock

Foto: Shutterstock

revista Coop Setembro 2020

Matéria de capa

24

40

42

46

48

52

Viva a banana! Seu

Já provou maxixe?

Conheça os alimentos

Aposte nos prebióticos

A primavera vem aí!

Uma hortinha caseira é

uso culinário garante

É nutritivo e tem sabor

que têm ação calmante

e probióticos para

Decore sua casa com

pedida certa para ter chás

deliciosos preparos.

leve similar ao do pepino.

e antidepressiva.

reforçar as defesas.

flores para recebê-la.

e temperos à mão.

Foto: Shutterstock

ATEN­ÇÃO! Exemplares­da Revista­Coop­são comer­cia­li­za­dos exclu­si­va­men­te nas­lojas­e­ dro­ga­rias­da rede.­A­Coop­ não­opera­com­ o­sis­te­ma­de venda­por­ assi­na­tu­ra.­

n 8 - Por

Foto: Shutterstock

Foto: divulgação

Foto: Shutterstock

Foto: Shutterstock

60

68

70

73

82

Ficar próximo da natureza,

Saiba como administrar

Inventário e até divórcio

Saiba como ajudar seu

Obesos têm mais chance

Tire todas as dúvidas

mesmo sem sair de casa,

certos desconfortos

podem ser feitos sem

filho nos estudos para os

de apresentar quadros

sobre as ocorrências

faz bem à saúde mental.

do uso de máscaras.

precisar ir ao cartório.

exames vestibulares

graves da Covid-19.

durante a gravidez.

n 63 - Curiosidades n 64 - Casamentos

adiados n 67 - Sua casa n 78 - Luto n 81 - Memória

n 85 - Conta-gotas n 86 - Turismo n 90 - Gente n 96 - Nossa

Foto: Shutterstock

56

dentro da Coop n 22 - Retratos de família n 45 - Seu corpo n 55 - De bem com a vida de talento

n 92 - Pet n 94 - Empreendedorismo

gente n 97 - Crônica de Edmilson Sena da Silva n 98 - Passatempo

Revista Coop | 04 | Setembro 2020

Carta ao leitor Que tal já ir preparando o ambiente doméstico e o escritório para a chegada da primavera, que aporta no Brasil no próximo dia 22 com todo seu glamour? Abrir as portas à estação mais colorida do ano, enfeitando a casa com flores e plantas, talvez seja uma alternativa interessante para aflorar o bom humor e suavizar o clima cinzento que paira no ar desde o início da pandemia. Afinal, o contato com a natureza, como você verá nesta edição, tem efeito terapêutico, mesmo que seja cuidando de sua hortinha doméstica ou abrindo os ouvidos para escutar os sons dos pássaros, que estão cantarolando mais do que nunca por conta da primavera que se aproxima. Se não fizer bem, mal não faz. Contraindicado mesmo é entrar na onda da automedicação, usando fármacos para a prevenção ou tratamento da Covid-19, como a cloroquina e companhia. Se for o caso, coma banana, que, entre tantos benefícios, também é um bom remédio para o sistema imunológico. Aqui, você encontra várias receitas com o uso da fruta. Caso seu desconforto seja emocional, dê uma espiada na matéria sobre alimentos que trazem nutrientes antidepressivos e calmantes. Mas, se quiser se prevenir mesmo da Covid-19, use máscara, mas de forma correta e mesmo que o acessório possa gerar certo desconforto. É para o seu bem e também uma forma de respeito ao outro. IVANILDE SITTA, editora



Marca própria canta parabéns Setembro é o mês de aniversário da linha de produtos assinada pela Coop. Do universo de mais de 20 mil itens distribuídos nas gôndolas das lojas, cerca de mil deles só tem na Coop e com um custo-benefício dos mais vantajosos, já que oferecem qualidade similar à dos grandes líderes de mercado a preço bem competitivo. São os produtos de marca própria, estampados com as patentes Coop, Delícias da Coop e Exclusividades. Ao encontrar qualquer um deles assinados assim, tenha certeza de que colocá-los no carrinho de compras é sempre um bom negócio. Ao longo do mês, as três linhas estarão em evidência nas gôndolas e corredores dos pontos de venda, oportunidade para aproveitar as ofertas de aniversário e também para conferir os mais recentes lançamentos do trio de marcas. Batata congelada, azeite extravirgem espanhol, açaí congelado (500 gramas e 2 litros), alimentos para cães e gel sanitário em três fragrâncias são os mais recentes produtos da marca Coop que chegaram para fortalecer o mix de 368 itens de 67 categorias. Lançado em abril, o azeite extravirgem espanhol, por exemplo, trouxe um incremento de venda de 10% na categoria em comparação ao mês anterior, atingindo participação de 15% na versão de 500 ml, segundo detalha Elaine Bertasi, compradora de marcas próprias. “Em julho, foi o terceiro azeite mais vendido entre todos os grupos, seguido do nosso azeite português”, comemora Eder Fernandes, gerente comercial. Revista Coop | 08 | Setembro 2020

Coop, decidiu experimentar mais um, a azeitona, item que seu pai vive elogiando. “Ele estava certo, é muito boa, bem mais carnuda e saborosa, comparada às demais”, testemunha. Desde então, a cooperada adquire a versão verde com caroço para servir como petisco e a recheada com pimentão para agregar ao molho do bacalhau.

Vânia Brait: preferência pela Delícias da Coop em pães e doces.

Kátia Buzetti: provou e aprovou a azeitona.

Berenice Brito: qualidade da marca é excelente.

Outro alimento que entrará em linha muito em breve é o leite UHT nas versões integral, semidesnatado e desnatado, lançamento dos mais aguardados, já que vem trazer aos clientes o custo-benefício da marca própria numa categoria com volume de vendas bastante agressivo. “Temos outros 112 itens em fase de prospecção e desenvolvimento para oferecer mais possibilidades aos cooperados e clientes”, adianta a compradora. De acordo com Eder Fernandes, as três linhas respondem hoje por 6,6% do faturamento da Coop.

VENDA EM ALTA Durante o isolamento social imposto pela pandemia, a procura pelas marcas próprias apresentou elevado crescimento, com alta de 47,5% em abril, comparada ao mesmo período de 2019. Em algumas categorias, o avanço foi ainda mais expressivo, como no caso do arroz (147,88%), embutidos para feijoada (132,91%), ovos (79,35%), sucos (70,9%) e papel higiênico (61,52%). Foi nesse período que a cooperada Kátia Buzetti, que já tem por hábito consumir vários produtos das linhas

ARROZ E FEIJÃO Na mesa da família da cooperada Sandra Regina Juarez Moreno, essa preparação culinária leva a marca Coop. “A qualidade é boa e o preço ajuda, formando um custo-benefício que faço prevalecer nas minhas compras”, explica. Sua preferência pelo feijão é por ser um dos mais limpos, enquanto o arroz sempre fica soltinho na panela. “Aprecio muitos outros produtos de marca própria”, acrescenta. O casal Edson e Lílian Veloso diz preferir os produtos Coop pela confiança na marca. A boa aceitação é resultado de uma série de fatores, que começa na escolha dos fornecedores que irão produzir o produto. Fechado o contrato, a linha de fabricação é auditada por uma empresa para garantir que todas as normas de segurança e higiene estejam sendo cumpridas. Sem contar que cada um dos produtos passa por testes sensoriais e de performance para validação da qualidade.

Revista Coop | 09 | Setembro 2020


O francês da Coop

DELÍCIAS DA COOP É a marca presente nas padarias, cafeterias e rotisserias das lojas, encontrada nas linhas de pães, bolos, pudins, panetones, salgados, biscoitos, tortas doces, pizzas, além de outras. São de fabricação própria da Coop, com receitas desenvolvidas pela Central de Panificação e que levam ingredientes de primeira qualidade. Alguns dos produtos, como bolos confeitados e pudins, por exemplo, têm a chancela da Nestlé, que firmou parceria com a Coop após rigorosa auditoria em sua linha de produção. O pudim de leite e o quindim são os preferidos de Vânia Aparecida Brait, que semanalmente vem à Coop buscar um deles e levar à mãe, que é assistida numa clínica de repouso. “Ela também adora esses docinhos”, comenta a cooperada, que tem um

A nova receita do pãozinho Delícias da Coop surpreende pelo sabor e crocância.

Sandra Moreno: atrativo é o custo-benefício.

gosto particular pelos pães de grãos. “Aliás, todos os pães da Coop são de excelente qualidade”, garante. Na casa de Berenice Paiva Brito, não é preciso nenhuma comemoração especial para os bolos confeitados da Coop terem acesso à mesa. “Compro regularmente para consumir até na forma de sobremesa”, salienta. EXCLUSIVIDADES COOP As marcas exclusivas são frutos da parceria com a Rede Brasil de Supermercados (RBSM) para atender clientes e cooperados com uma linha de produtos importados. Vinhos, atomatados, massas, geleias, salgadinhos e azeites são alguns dos produtos do mix composto de 195 itens.

Revista Coop | 10 | Setembro 2020

Lílian e Edson: confiança na marca.

Os investimentos da Coop na melhoria da linha de produção do pão francês, o mais consumido e desejado entre todos os tipos, foram percebidos e aprovados pelos cooperados e clientes tão logo a primeira fornada ganhou a área de vendas. “A mudança foi tão positiva que cheguei a perguntar à atendente se o padeiro anda apaixonado para fazer um pão tão crocante e saboroso como está agora”, brinca a cooperada Regina Barbosa do Nascimento, que adquiriu 40 unidades para o preparo do jantar. “Um pãozinho assim com Regina: encantada com a crocância e o sabor. carne desfiada se transforma num lanche divino”, sugere. PÃO & CIA. A nova receita é assinada pelo chef O projeto de melhoria da linha de José Luis Gioio, supervisor de produção produção não se limitou à criação de da Central de Panificação, em parceria uma nova receita, que promete superar com Luiz Farias, da Academia Bunge, a marca diária de 2,5 milhões de eleito em 2016 o melhor pâtissier do unidades. O trabalho contemplou a mundo pela International Union of compra de novos fornos e demais Bakers and Confectioners. Lançado em equipamentos para as 32 padarias das março último, o novo pão francês e sua família (integral, mini e mini baguete, já estão presentes no setor de padaria de 22 lojas. “Mas, até o final deste mês, entra na linha de operação das demais unidades”, assegura Ricardo Miranda, gerente regional de Operação de Lojas e da Central de Panificação. José Luis Gioio: um dos autores da receita.

Fotos: Guilherme Balconi

lojas e também a capacitação das equipes. O treinamento foi realizado no centro de excelência da Bunge no Brasil, voltado à capacitação e consultoria para o desenvolvimento do mix de produtos para empresas. Um investimento de peso e alinhado à proposta do planejamento estratégico, que é fazer da Coop referência em produtos perecíveis. Além do sucesso da família do pão francês, o gerente da Central de Panificação, Osmar Kimura, explica que os pães de fermentação natural, uma nova aposta da Coop, também estão tendo boa repercussão entre os clientes, tanto pela qualidade quanto pela saudabilidade.

Revista Coop | 11 | Setembro 2020


Almoço e jantar garantidos

Novo normal pede flores

Aposte na linha de marmitex lançada pela Coop, que caiu no gosto dos cooperados e clientes.

A demanda pela categoria tem aumentado ao longo do período da pandemia.

Fotos: Guilherme Balconi

Sabrine e Amanda: refeição completa

É apresentada em três versões (comum, executiva e especial) e com quatro opções de cardápio para cada dia da semana, incluindo sábado e domingo. Foi a alternativa certeira que a Coop encontrou para não deixar os consumidores na mão por conta da suspensão temporária self-service no restaurante da loja Industrial, devido à pandemia. Encontrada também nas lojas Giovanni Pirelli e Humberto de Alencar, cada versão reúne na embalagem uma carne ou massa, feijão, farofa ou legumes de acompanhamento a preços bem competitivos. As marmitex já vêm quentinhas, pois ficam disponíveis num expositor térmico instalado na área da rotisseria. Basta escolher o modelo que atenda ao seu paladar e, se preferir, poderá almoçar ou jantar no ambiente do restaurante ou da cafeteria das lojas Industrial e Humberto de Alencar, que adaptaram os espaços com todos os protocolos de se-

Revista Coop | 12 | Setembro 2020

Vilma e Francisco: solução prática

gurança para reduzir o risco de contaminação da Covid-19. Foi o que fez dia desses o cooperado Nilton Peghin. “Vi a opção e, como já era o horário do almoço, decidi me alimentar na loja mesmo”, disse. Já as amigas Sabrine Cordeiro Alves e Amanda Sobral, habituais frequentadoras do restaurante da Coop no período do self-service, preferiram levar suas marmitex para almoçar na empresa onde trabalham. “Os preparos são muito bons e a quantidade ideal para uma refeição”, avalia Sabrine. DEMANDA AQUECIDA Desde que foi lançada em junho último, a linha tem apresentado crescimento mensal da demanda, tanto que a loja Industrial, segundo o gerente Marcio Fabiano Martins, já somava 2.480 unidades vendidas, sendo 1.219 da versão executiva, até a primeira semana de agosto. Do total de 287 servidas em junho, o movimento evoluiu para 1.353

no mês seguinte e, só nos primeiros oito dias de agosto, já acumulava fornecimento de 840 unidades. “As vendas estão em ritmo crescente, assim como os elogios para as composições”, comenta o gerente Marcelo Faian, da unidade Giovanni Pirelli. “As marmitex com salmão, parmegiana, além daquelas com estrogonofe e lagarto recheado, são as mais pedidas”, detalha a cozinheira Daiani dos Santos Figueiredo, da loja Humberto de Alencar. Além das marmitex, as rotisserias das três lojas também oferecem porções individuais de arroz, farofa, carnes e outros preparos. É o serviço que o cooperado Francisco Tavares diz buscar com frequência após a suspensão temporária do restaurante da loja Industrial. Tem sido também a alternativa para Vilma Agra Lima da Silva. “A comida daqui é muito boa, tanto que compro as guarnições para complementar o arroz e feijão que deixo preparado em casa”, acrescenta.

Ao que tudo indica, o isolamento social tem estimulado cooperados e clientes a conviverem mais próximos do colorido das flores e do verde das plantas. O movimento de vendas nas lojas entre 1º de março e 16 de agosto apresentou crescimento 10% superior ao mesmo período de 2019, com pico de 16% na primeira quinzena do mês passado. Gecivaldo Araújo, supervisor da Benassi, empresa responsável pelo abastecimento das espécies nas lojas da Coop, acredita que os clientes, muitos deles ainda em quarentena ou em trabalho remoto, estejam com mais tempo para se dedicar ao cultivo ou apostando nas flores para alegrar o ambiente doméstico. “É o que eles têm comentando nas lojas”, explica, acrescentando que as espécies mais visadas ao longo do período foram ervas aromáticas e as coloridas violetas e calandivas. Independentemente do propósito, o mix de flores e plantas, que movimenta cerca de 200 tipos ao longo do ano, de acordo com a sazonalidade, atende as mais diversas preferências dos clientes. O setor oferece roseira, minicactos, orquídeas phalaenopsis, suculentas, tulipas, antúrios, kalanchoe e várias outras espécies. CASA-ORQUIDÁRIO No universo florido das lojas, são as orquídeas que mais atraem a atenção do cooperado Osvaldo Luciano, de Santo André. Ele e a esposa, Fátima, gostam

Fotos: Guilherme Balconi

Osvaldo: sempre de olho num novo exemplar de orquídea.

Luiz Carlos e Lourdes: espécies alegram a casa.

tanto da espécie que contam com pelo menos 40 versões distribuídas pelas paredes da garagem e no jardim da residência, paixão que exige horas de dedicação aos cuidados. Além delas, o casal possui outros tipos de flores e plantas, como buquê-de-noiva, lírio e coroa-de-cristo, esta última dada pela mãe do cooperado há mais de 20 anos. A beleza do jardim, segundo o casal, não atrai apenas os olhares de quem passa pela calçada da casa, mas

também dos passarinhos, que se abrigam para fazer ninhos. “É uma bênção da natureza”, diz Osvaldo. Outro casal de cooperados vidrado em flores é Luiz Carlos Rodrigues e Lourdes Catti. Quatro orquídeas, dois cactos e leguminosas decoram os ambientes do apartamento. “Flores dão vida à casa”, garante Lourdes, que tem arquivadas imagens de todas elas em seu celular e se orgulha de apresentar a quem gosta de plantas.

Revista Coop | 13 | Setembro 2020


Resultado em 20 minutos

Compromisso social

A alta demanda pelo teste rápido para Covid-19 leva a Coop a ampliar o serviço.

Projetos e programas socioambientais movimentaram a Coop ao longo de 2019.

Agora são 19 drogarias da Coop habilitadas à aplicação do teste rápido para a detecção de anticorpos IgM-IgG. Lançado em maio em cinco unidades, o serviço foi estendido gradualmente e, no mês passado, avançou para outras 14 drogarias de forma a atender com segurança a elevada procura de cooperados e clientes com suspeita de contaminação pela Covid-19. Priscila Yoneda, coordenadora farmacêutica, destaca que nos últimos quatro meses foram realizados mais de 9 mil testes, todos eles agendados para evitar aglomeração ou formação de filas. Na testagem, basta a coleta de uma gota de sangue para que o resultado seja revelado em 20 minutos. Segundo a farmacêutica, pela contagem de anticorpos IgM-IgG no sangue, é possível identificar se o indivíduo teve contato recente com o vírus (IgM), se está com a doença ativa ou se já se recuperou e não oferece mais risco de transmissão do vírus. Porém, ela esclarece que os anticorpos só aparecem em quantidades detectáveis nos testes rápidos a partir do oitavo dia da infecção ou do surgimento dos sintomas. “Do contrário, o resultado pode dar um falso-negativo”, explica. SEGURANÇA GARANTIDA Mas tudo isso e outras informações referentes ao procedimento são detalhados ao paciente antes da testagem,

Revista Coop | 14 | Setembro 2020

Foto: Guilherme Balconi

Priscila: segurança na aplicação.

durante a anamnese, que nada mais é do que uma conversa entre o farmacêutico e o paciente. O atendimento é realizado numa sala privativa e higienizada e a coleta de sangue feita pelo farmacêutico. A venda do teste para uso doméstico não é permitida pela Vigilância Sanitária, até porque

o resultado deve ser interpretado pelo profissional capacitado. Por determinação regulatória, os resultados dos testes são reportados ao Ministério da Saúde. Para sua maior comodidade e segurança, agende seu horário de atendimento, por telefone ou WhatsApp, na drogaria mais próxima de sua residência (veja quadro). Para cooperados, o teste custa R$ 129,90, que pode ser parcelado no cartão de crédito, e R$ 139,90 para não cooperados. A Coop possui ainda um preço diferenciado aos colaboradores, familiares e prestadores de serviços. Basta se identificar no momento do agendamento.

Teste na Coop Santo André Lino Jardim Giovanni Pirelli Bandeiras Pedro II Martim Francisco Senador Fláquer Atlântica Capuava Itambé Perimetral Pereira Barreto Carijós

(11) 96193-8127 (11) 97386-6704 (11) 95306-3895 (11) 94464-3891 (11) 99615-7467 (11) 97458-5252 (11) 94786-3072 (11) 99996-3871 (11) 93431-8444 (11) 99593-7824 (11) 94378-8071 (11) 96391-1435

São Bernardo Tiradentes Ernesta Pelosini São Caetano Kennedy Mauá Shopping São José dos Campos Santana Sorocaba Eugênio Salerno Tatuí Coronel Seabra

(11) 95079-6051 (11) 94486-3442 (11) 95653-5947 (11) 94278-3173 (11) 95300-7945 (11) 97189-8891 (11) 97398-7069

Foto: Guilherme Balconi

O bom desempenho da Coop não é mensurado apenas pelo crescimento do faturamento ou expansão de seus negócios, mas também pelo investimento em ações de responsabilidade socioambiental. O balanço dos indicadores sociais de 2019 dá uma ideia dos projetos e programas conduzidos pela emPrograma de Saúde e Qualidade de Vida está presente em 20 lojas. presa como forma de colaborar para o desenvolvimento susda Saúde, que roda as lojas levando pessoas em suas 297 visitas realizatentável das comunidades onde está serviços à comunidade (aferição da das no ano passado. Veja o balanço inserida. Alguns deles já são realizados pressão arterial, teste de glicemia e de 2019 de algumas outras ações há quase 20 anos, como é o caso do cálculo do IMC), recebeu 24,6 mil sociais da Coop. Ciclo de Palestras Coop, que busca AUXÍLIO-FUNERAL garantir aprendizado e abrir caminhos 2.074 famílias recorreram ao benefício, no valor de R$ 1.000, oferecido pela aos participantes para possível geraCoop para ajudar nas despesas funerárias. ção de renda e incremento do orçaPROGRAMA DE SAúDE E QUALIDADE DE VIDA mento doméstico. No ano passado, Média mensal de 884 cooperados participou das aulas semanais de atividade foram promovidas 592 atividades física promovidas em 20 lojas. entre oficinas de culinária e artesanato ESCOLA VAI à COOP e palestras, que registraram 11,5 mil O programa de visita às lojas recebeu 11.515 alunos de escolas públicas e particulares. participações. DOAÇÃO DE ALIMENTOS Destaque também para o programa Banco de Alimentos: 374.998 quilos de apoio às entidades sociais, desenMesa Brasil: 363.701 volvido desde 2002 por meio de verba DOAÇÃO à APAE doada pelos cooperados para as instiPrograma Troco do Bem: R$ 517.167,00 tuições empregarem em melhorias no Revista Coop: R$ 342.131,00 atendimento à comunidade. A verba ESTAÇõES DE COLETA PARA RECICLAGEM de R$ 360 mil aprovada em 2019 Medicamentos vencidos: 6.213 quilos contemplou 20 entidades. Outras 278 Coleta de óleo de cozinha usado: 4.200 litros já foram beneficiadas até agora com Lâmpadas: 21.305 quilos verba de R$ 4,6 milhões. Já a Blitz

Revista Coop | 15 | Setembro 2020


Sinergia do bem

Inscreva seu projeto

Aproveitamento de alimentos na Coop atende famílias em vulnerabilidade social.

Entidades têm até o dia 14 para concorrer à seleção do programa social da Coop.

Fotos: Guilherme Balconi

O Banco de Alimentos e o Mesa Brasil, programas que visam ao combate à fome e ao desperdício, receberam da Coop a doação de 378,9 toneladas de gêneros alimentícios no primeiro semestre de 2020. O maior volume foi de frutas, legumes e verduras, produtos que não atendem ao padrão de exposição da área de vendas, mas ainda mantêm inalteradas suas propriedades nutricionais para o atendimento das famílias em vulnerabilidade social cadastradas pelos dois programas. Esse compromisso da Coop vem sendo cumprido à risca desde 2016, quando a parceria foi firmada com o Mesa Brasil, coordenado pelo Serviço Social do Comércio (Sesc), e o Banco de Alimentos de algumas cidades onde a Coop está instalada. De lá para cá, já foram doadas cerca de 2,2 mil toneladas de alimentos, cuja qualidade dos produtos são avaliadas e atestadas pela equipe de nutricionistas das duas instituições. NOS BASTIDORES DA COOP Para que a banana amassada, a batata feia ou o saco de arroz furado não tenham o lixo das lojas como destino, já que se encontram adequados ao consumo, a Coop tem trabalhado forte no treinamento e conscientização das equipes que operam na triagem dos produtos. Um trabalho que vem dando bons resultados, tanto que na loja Pereira Barreto, em Santo André, o volume mensal

Revista Coop | 16 | Setembro 2020

José Aberto Melo (à direita) com Paulo Roberto Buoro: consciência.

de doação aumentou 308% julho último. “Hoje, a operação de separação dos produtos é analisada com um olhar focado também na esfera social e ambiental”, explica o gerente Erik Almeida. O mesmo trabalho já acontece há um ano e meio na unidade Parque das Nações, onde o gerente, José Alberto de Souza Melo, envolveu toda a equipe, inclusive colaboradores terceirizados, numa tarefa ambiciosa: reduzir de 3 para 1 o número Erik Almeida: equipe engajada.

diário de caçambas de resíduos. E conseguiu. “O pessoal abraçou a causa, separando de forma consciente o material que poderia ser aproveitado para doação e reciclagem”, destaca Melo, que, assim como o gerente da Pereira Barreto, contou com o suporte técnico da equipe do Serviço Especializado em Segurança, Medicina do Trabalho e Meio Ambiente. De acordo com Leonardo Pimenta, supervisor da área ambiental, os ganhos nesse processo são imensuráveis, já que cumprem o apelo sustentável da destinação ambiental correta de resíduos, reaproveitamento socialmente justo e gerenciamento economicamente viável. “De qualquer forma, o ganho maior é saber que estamos enviando para o consumo de pessoas necessitadas alimentos de boa qualidade que seriam descartados”, reflete.

Pelo 18º ano consecutivo, os cooperados aprovaram a destinação de verba ao Programa de Apoio às Entidades Beneficentes durante a Assembleia Geral Ordinária realizada em 16 de julho. Como o orçamento financeiro das instituições assistenciais tem sido drasticamente afetado com a redução de doações ao longo da pandemia, a Coop decidiu alterar o escopo do programa. Neste ano, excepcionalmente, irá aceitar projetos que contemplem as necessidades diárias, como fraldas, medicamentos, alimentos, produtos de higiene pessoal, aluguéis e outras despesas. As visitas técnicas realizadas tradicionalmente às instituições serão substituídas por uma reunião virtual com a coordenação de cada uma das instituições préselecionadas, segundo explica Camila Tobias, analista de Responsabilidade Social. Os interessados em participar do processo seletivo da edição de 2020 devem enviar seus projetos até o dia 14 deste mês para o e-mail: camila.tobias@coopsp.coop.br. Tem direito a se inscrever no processo qualquer entidade devidamente formalizada e sediada no Grande ABC, São José dos Campos, Tatuí, Sorocaba ou Piracicaba. Os dirigentes devem enviar um histórico da entidade, detalhando o público assistido, o regime de trabalho, o número de pessoas assistidas, além de informar os objetivos sociais da instituição e apresentar a seguinte documentação impressa:

Foto: Guilherme Balconi

O presidente executivo, Marcio Valle (à esquerda), em visita ao Lar de Maria no ano passado. n Ata de composição da diretoria atual; n Comprovante de Inscrição no

Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas (CNPJ) da sede e/ou da unidade onde o projeto será realizado; n Estatuto Social;

Títulos e reconhecimentos desejáveis (não obrigatórios): n Inscrição no CMAS – Conselho Municipal de Assistência Social; n Inscrição no CNAS – Conselho Nacional de Assistência Social; n Declaração de Utilidade Pública Federal, Estadual ou Municipal; n Inscrição nos Conselhos de Direito Específico: Direitos da Criança e do Adolescente, de Saúde, do Idoso, da Pessoa com Deficiência e outros; n Prêmios e reconhecimentos recebidos; n CEBAS – Certificado.

Responsabilidade social Lançado em 2002, o Programa de Apoio às Entidades Beneficentes já atendeu 278 instituições com recursos de 4,6 milhões no período. Só em 2019, aproximadamente 3,6 mil assistidos de 20 entidades foram contemplados com a verba aprovada pelos cooperados. Uma delas foi a Instituição Lar de Maria, em Santo André, que usou a doação dos cooperados na reforma da cobertura de uma das quadras da entidade, parcialmente destruída durante forte chuva.

Revista Coop | 17 | Setembro 2020


Sinal verde para a inclusão

Prazo esticado

Campanha da Feapaes busca abrir caminhos na sociedade para as pessoas com deficiência.

Cartão Coop Fácil pode ser a solução para você equilibrar seu orçamento doméstico.

A Federação das Associações de Pais e Amigos dos Excepcionais do Estado de São Paulo e a APAE de Valinhos lançam mais uma edição da campanha Setembro Verde – neste ano em formato digital – para promover uma ampla discussão na sociedade sobre a importância da inclusão da pessoa com deficiência. A presidente da Feapaes-SP, Cristiany de Castro, explica que muita gente ainda hoje vincula essa questão apenas ao contexto da educação, mas ações inclusivas devem estar no trabalho, na saúde, na assistência e na rotina da vida diária. Para tanto, segundo ela, se faz necessária uma conscientização social para que todo mundo olhe para o indivíduo com deficiência e veja suas potencialidades e não suas impossibilidades, mesmo porque todas as pessoas têm fragilidades. “É preciso quebrar as barreiras que as impedem de participar da vida em sociedade em igualdade de oportunidades”, acrescenta a presidente da entidade. “Nosso trabalho é fazer com que elas sejam vistas, sobretudo, como pessoas”.

Mas aproveite agora, pois a ação especial vale somente até o dia 30 de setembro. Até lá, cooperados e clientes que fizerem compras parceladas por meio do cartão Coop Fácil têm até 70 dias para começar a pagar a conta, considerando a data de aquisição e vencimento da fatura. A ação Pula Ciclo, desenvolvida pela área de Produtos Financeiros da Coop em parceria com a Bradescard, é válida para as aquisições feitas nos supermercados, drogarias e postos de combustíveis da Coop. De acordo com Alexsandra de Amorim, coordenadora da área de Produtos Financeiros, essa condição especial foi

AÇõES VERDES A largada para a campanha será dada com a palestra Lei Brasileira da Inclusão: compreendendo a interdição

Revista Coop | 18 | Setembro 2020

na atualidade, apresentada pelo juiz Pablo Stolze Gacliano, do Tribunal de Justiça da Bahia. Também participam da abertura os autodefensores estaduais Rita de Cássia Leal e Wellington Clementino de Oliveira. Além deles, Cristiany de Castro e Luís Roberto

Roson, presidente da APAE de Valinhos, responsáveis pela idealização da campanha. Ao longo do mês, as unidades da APAE do estado de São Paulo estarão envolvidas em ações que serão divulgadas nas redes sociais para fomentar o Setembro Verde.

Apoio da Coop A Coop mantém desde 2010 uma estreita parceria com a Feapaes-SP que a maioria dos cooperados e clientes já conhece. Ao comprar um exemplar da Revista Coop, metade do valor de venda (descontados os impostos) é repassada às unidades

da APAE instaladas nas cidades onde a Coop atua. Além disso, toda a doação dos centavos de troco nas compras realizadas em dinheiro nas lojas da Coop vai para a instituição por meio do programa Troco do Bem.

pensada de forma a garantir um respiro financeiro para todos aqueles que, de alguma forma, tiveram seu controle de gastos comprometido por conta dos reflexos da pandemia no orçamento doméstico. Outra novidade, segundo adianta a coordenadora, atende aqueles que pretendem trocar de geladeira, fogão ou televisor. A Coop reduziu a taxa de juros do Cartão Fácil para 1,99% nas compras parceladas de 13 a 24 vezes em todo o setor de eletro e portáteis. A taxa é válida até o dia 30. “O consumidor ainda tem a chance de pagar a primeira fatura com até 70 dias de prazo”, acrescenta.

FAÇA O SEU Para aqueles que ainda não dispõem do cartão Coop Fácil, basta fazê-lo nas lojas de supermercados Coop para ter acesso não somente à condição especial do Pula Ciclo, mas também para aproveitar outras vantagens. A Coop oferece aos seus cooperados e clientes duas opções de bandeiras, Visa e Elo – esta última com diversas facilidades aos usuários, como assistência residencial (com mão de obra gratuita de eletricista, encanador, chaveiro e outros), acesso ilimitado para utilização de Hotspot Wi-Fi (todos agregados à anuidade), além de acesso a promoções e descontos diferenciados.

Festival do Bebê A campanha acontece até o dia 23 com ofertas especiais nos supermercados e drogarias Coop. Vida de mãe é uma correria só e, não raro, muitas acabam sendo surpreendidas com o pacote de fraldas vazio bem na hora de trocar o bebê ou com a falta de outros produtos de uso diário. Arrumar um tempinho para ir às compras na Coop até o dia 23 pode ser a oportunidade de reforçar a reserva em casa dos itens mais consumidos. É que até lá acontece o Festival do Bebê, com ofertas imperdíveis nos corredores da linha infantil das lojas e também nas drogarias. Além de produtos de higiene

e limpeza, a campanha contempla alguns itens de alimentação infantil, como papinhas, por exemplo. O festival também terá forte desdobramento nas redes sociais, com postagens ao longo do período sobre cuidados com o bebê na hora do banho, como trocar fraldas de forma prática e fácil e também alimentação – informações importantes especialmente às mamães e papais de primeira viagem. Tem tudo isso e muito mais rolando nas lojas e na web até o dia 23.

Revista Coop | 19 | Setembro 2020


Solução completa em compras Lojas-satélites instaladas na Coop maximizam a rotina diária de cooperados e clientes. Fazer supermercado é apenas uma das tarefas que ocupam a concorrida agenda da sociedade moderna. Para que a maioria dos compromissos possa ser cumprida sem a necessidade de tantos deslocamentos, a Coop tem buscado reforçar a presença de lojas-satélites em suas estruturas, de forma que a tarefa de compras de cooperados e clientes seja das mais produtivas. Entre quiosques e lojas de vários segmentos, a Coop conta hoje com 254 pontos locados por terceiros, distribuídos em 26 unidades que oferecem soluções em produtos e serviços diversos. São agências bancárias, lotéricas, lavanderias, salões de beleza, óticas, chaveiros, agência de turismo, lojas de confecção, calçados, perfumarias, além de inúmeros negócios do ramo de alimentação, todos eles instalados em pontos padronizados que variam de 5 m² a 500 m². Mas a proposta é trazer novas opções aos consumidores, tanto que os projetos de expansão de lojas já contemplam, e não é de agora, área para galerias comerciais, segundo adianta Marcel Leal de Almeida, coordenador de Obras e Locações da Coop. NEGÓCIO RENTÁVEL A procura por locação de pontos na Coop se mostra superior à oferta disponível na maioria das unidades, até porque a rotatividade de lojistas é baixa. Quem já está lá não pensa em sair. O interesse dos

Revista Coop | 20 | Setembro 2020

Selma Emiliano: meta é expandir os negócios.

André Pavezi: uma década de parceria com a Coop.

comerciantes, explica Marcel, não se dá apenas pelo grande fluxo diário de consumidores nas unidades – embora seja um dos principais –, mas também por conta da política de locação adotada pela Cooperativa se diferenciar da prática do mercado convencional. “Além do valor de aluguel ser bem competitivo, não cobramos nenhum custo referente a luvas ou de condomínio”, acrescenta. Esse conjunto de vantagens foi o que atraiu André Pavezi, após pesquisar outras áreas no mercado. Dono da Chicken&Beer, presente nas lojas Capuava, Ribeirão Pires, Carijós e Morumbi, ele é parceiro da Cooperativa há 10 anos. “Se não fosse bom fazer negócio com a Coop, eu não estaria lá há tanto tempo e nem fazendo novos investimentos”, explica. Em processo de transformar a Chicken&Beer em franquia, Pavezi está reformando o ponto na Capuava para ser a sede oficial da marca.

Com duas óticas instaladas nas lojas Industrial e Carijós, em Santo André, Selma Emiliano nem pensa em desocupar o espaço. Pelo contrário. “Quero expandir meu negócio e já estou na lista para conseguir mais um ponto”, comenta a empreendedora, dona de outras duas unidades de rua, em Jundiaí (SP) e Curitiba (PR). “Aqui, estou numa empresa de credibilidade, que oferece segurança e estacionamento aos locatários. Sem contar que gosto de trabalhar com a Coop”. PARCEIRO DA COOP Quer ser um deles? Entre em contato por meio do endereço eletrônico negocios@coopsp.coop.br ou pelo site www.portalcoop.com.br, clique em Oportunidades e Negócios e deixe registrado seu interesse, identificando a loja ou região desejada, a atividade proposta e o mix de produtos ou serviços que tem a oferecer.


Cooperado cooperativo Ismar Moreira escolheu a Coop como seu supermercado por vários motivos, entre eles, a afinidade com os valores da cooperação. IVANILDE SITTA

O

ito dias antes de a Coop inaugurar sua primeira loja em Tatuí, no dia 31 de agosto de 2001, a família Moreira já tinha em mãos o cartão de associação de número 862989. Até então, o casal Ismar e Iraídes nunca havia entrado numa loja da rede, nem conhecia o sortimento ou a qualidade do atendimento. Mas os dois já tinham boas referências sobre o novo supermercado que chegava à cidade. E de fonte segura. O filho Gilmar, que residia em Santo André, era cooperado havia 10 anos, se abastecia na Cooperativa, era o gerente do banco com o qual a Coop trabalhava na época e sempre falava muito bem do padrão de atendimento e serviço. Bastaram poucas visitas à unidade Onze de Agosto para o casal conferir, na prática, que o filho tinha razão na recomendação. “Loja muito bem organizada, ambiente acolhedor e atendimento positivo”, recorda Ismar, acrescentando que os valores praticados pela Coop, entre eles, o compromisso de colaborar com o desenvolvimento sustentável da cidade, acabaram estreitando ainda mais os laços. Afinal, cooperar sempre foi uma missão para o casal, que professa a fé de que fora da caridade não há salvação. Durante 24 anos e sete meses, como gostam de frisar, Ismar e sua esposa trabalharam para garantir uma

Revista Coop | 22 | Setembro 2020

melhor qualidade de vida às famílias da cidade em vulnerabilidade social. Os dois passavam os sábados preparando sopa para levar no domingo às famílias. “Com a ajuda de poucos parceiros, chegamos, numa época, a oferecer 800 pratos na semana”, conta Ismar, ressaltando que todos os legumes eram adquiridos na Coop. “Toda semana lá estávamos nós buscando as melhores ofertas para preparar a sopa”. Além disso, distribuíam em torno de 60 cestas de Natal nos finais de ano. Foi assim até dezembro de 2019, quando Ismar, então com 86 anos de idade, não pôde mais se doar ao trabalho social. Longe de se lamentar, ele diz que só tem a agradecer à vida pela oportunidade de ter se dedicado à causa. Dono de uma capacidade imensa para superar as adversidades da vida, o cooperado, que nasceu em Ibirá, cidade do interior paulista, perdeu uma filha de 11 anos num acidente de carro. “O desespero foi grande, mas aprendi tanto, inclusive que ninguém é dono de ninguém, que posso só ter gratidão a Deus pelo tempo de convivência que tive com ela”, reconhece. Além de grato, também, pelo dom de escrever. Desde os sete anos de idade, ele escreve poesias a ponto de seu pai, o Seu Joaquim, chamá-lo de poeta, segundo recorda Ismar que, de verso em verso, produziu dois livros: Virtude, com 34 poesias, e Caminho da Esperança, com outras 106. E ainda hoje ele transfere para o papel suas emoções na forma poética.

COOP EM TATUÍ Com 15 lojas, sendo 13 no Grande ABC e duas em São José dos Campos, a Coop decidiu entrar no mercado varejista de Tatuí em 2001, quando adquiriu a operação do Supermercado Ita na cidade. Estampou sua bandeira, impôs seu padrão de qualidade e serviço e inaugurou a loja Onze de Agosto no final de agosto. Quatorze anos depois, em outubro de 2015, a cidade ganhava a segunda loja, a mais moderna da rede e que

exigiu investimentos de R$ 20 milhões. Era inaugurada a Coronel Seabra, instalada no prédio de 9 mil m² de área construída tombado pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico de São Paulo. Com sistemas ecologicamente corretos, instalações modernas e comunicação visual diferenciada, a unidade ainda é hoje considerada um dos cartões-postais de Tatuí ao ocupar o antigo espaço da Tecelagem Santa Adélia (Campos&Irmãos).

O espaçO é seu Assim como você conheceu a história da família Moreira, conte a sua também para nós. Este espaço da Revista Coop é dedicado a todos os cooperados, clientes, fornecedores ou colaboradores que tiveram em suas vidas algum fato marcante relacionado à Coop. Pode ser algo emocionante, uma cena engraçada viven-

ciada nas lojas, ou um atendimento diferenciado de algum colaborador que impactou positivamente no seu dia. Envie sua história por e-mail: revistacoop@coopsp.coop.br. Ela poderá ser publicada aqui e, quem sabe, seja transformada em peça de uma das campanhas promocionais da Coop.

Revista Coop | 23 | Setembro 2020


| Banana

A rainha da fruteira

E

IVANILDE SITTA

la faz a diferença no virado à paulista, é a estrela da vitamina matinal, a convidada de honra da salada de frutas, protagonista da clássica banana split, além de casar perfeitamente em pratos doces e salgados. Entre todas da fruteira doméstica, é a mais prática de levar à boca em qualquer hora do dia ou lugar. Facílima de descascar, não tem caroço ou semente, nem faz lambuzeira nas mãos. Sem contar que é uma das mais baratas, vendida nas feiras e mercados a preço de banana (perdão pelo trocadilho). Não é de estranhar que seja a mais consumida no Brasil e, para muitos, referenciada como o fruto perfeito. Até pelo equilíbrio do sabor: não tão doce, nem azeda; além do mais, nasce e cresce em todos os tipos de solo durante o ano inteiro. Ao levar em conta a qualidade nutricional, a banana sobe ainda mais no ranking das melhores frutas. Possui vitaminas A, C, B1 e B2, doses generosas de potássio, fósforo e ferro e boa quantidade de fibras. Outro nutriente importante é o cálcio, que auxilia na manutenção da estrutura óssea e diminui os riscos de desenvolvimento de doenças

Revista Coop | 24 | Setembro 2020

como a osteoporose. “Já a vitamina A é um micronutriente indispensável para a formação e proteção da retina ocular, enquanto as fibras são responsáveis pela regulação intestinal e saciedade”, detalha a nutricionista Simone Silva. Há mais de 100 tipos de bananas. Desses, 25 são encontrados no Brasil, sendo as mais queridinhas a banana-maçã, nanica, prata e ouro. Todas contam com os mesmos ingredientes, o que varia é a quantidade em cada uma. “É com base na concentração dos nutrientes que podemos determinar qual é a melhor opção para cada indicação”, explica. Se o objetivo for reforçar o aporte de potássio, mineral indispensável no controle dos batimentos cardíacos e no funcionamento muscular, evitando as dolorosas câimbras, a nanica é a melhor pedida. Caso o foco seja a quantidade de calorias, chame a banana-maçã, que também possui muitas fibras.

Foto: Shutterstock

O que a banana tem? Tudo e um pouco mais do que você imagina. Rica em sabor e nutrientes, da fruta se aproveitam até a casca e a folha da bananeira.

Revista Coop | 25 | Setembro 2020


| Banana

Fotos: Shutterstock

Qual é o seu tipo?

Consumo consciente Seja qual for a finalidade, o ideal é aproveitar ao máximo o alimento, ainda que esteja bem maduro, com a aparência de passado do ponto, o que leva muitos a desprezá-lo no lixo. Nesses casos, a nutricionista ensina que as bananas podem ser congeladas, já picadas em rodelas e sem a casca, para o aproveitamento no preparo de vitaminas, sorvetes, smoothies e demais receitas. Pense duas vezes também antes de descartar a casca. Não só é poderosa em minerais, como rende preparos surpreendentes, entre eles, tiras fritas ou assadas para petiscos, bolos ou mesmo uma lasanha, que você confere nas receitas que trazemos nesta edição. “Pena que o consumo da casca não seja hábito do brasileiro, que costuma jogar no lixo algo que também é alimento”, comenta Simone. Para aqueles que querem experimentar, ela recomenda uma higienização reforçada para retirar os resíduos de agrotóxicos ou, então, optar pelo fruto orgânico. Até mesmo as folhas da bananeira – grandes, flexíveis, impermeáveis e antiaderentes – têm aplicação no universo culinário. A mais comum é em peixes assados na folha da bananeira, que consegue (como o filme plástico) segurar os líquidos do preparo. Outros tipos de carnes e legumes podem ser preparados da mesma maneira. Apesar de a folha não poder ser consumida, ainda vale a pena, pois os alimentos garantem o aroma da fruta e os antioxidantes encontrados na folha.

Revista Coop | 26 | Setembro 2020

Superalimento Biomassa de banana verde. Para quem nunca ouviu falar, a nutricionista Simone Silva esclarece que se trata de uma preparação feita com a polpa e a casca de bananas verdes bem cozidas na panela de pressão. Amassadas e batidas no liquidificador, transformam-se numa massa que pode ser guardada na geladeira por até sete dias ou no congelador por até dois meses. Seu consumo regular, além de melhorar a microbiota intestinal, favorece a perda de peso, já que é grande fonte de fibras, que dão a sensação de saciedade. O melhor vem agora. A biomassa possui amido resistente, uma espécie de fibra que o aparelho digestivo não consegue digerir e que serve de alimento para as bactérias benéficas do intestino, prevenindo assim infecções intestinais e prisão de ventre, segundo a nutricionista. Auxilia ainda no combate ao colesterol alto e, por possuir baixo índice glicêmico, evita os picos de glicose no sangue, podendo favorecer o controle e a prevenção do diabetes. A banana verde é rica em sais minerais, tem baixa quantidade de açúcares e alto teor de amido, portanto, pode substituir parcialmente a farinha de trigo em produtos de panificação, doces, salgados, sorvetes, embutidos e patês.

Banana-nanica: também chamada de banana d'água, é mais consumida nas regiões sul e sudeste. Tem formato longo e levemente encurvado, possui casca grossa com coloração amarela ao amadurecer e uma polpa de textura macia, levemente seca e adocicada. É de grande produção e de frutos grandes, com cachos que contêm cerca de 150 bananas, sendo a mais rendosa.

Banana-ouro: é a menor de todas as bananas e também a que possui o maior número de calorias. São 158 a cada 100 gramas. É mais comum na região sudeste e conhecida no norte do país como inajá. Conta com uma polpa branco-creme ou amarelo-ouro, que é doce e perfumada. Tem a casca muito fina.

Banana-prata: é o tipo mais plantado no Brasil e também uma das preferidas por aqui, devido à durabilidade maior que das demais. Ela pode ser consumida até quatro dias depois de amadurecer. Sua casca é bem amarela com pequenas manchas amarronzadas. Conta com 98 calorias a cada 100 gramas e é ideal para fazer uma deliciosa bananada.

Banana-da-terra ou plátano: o tipo é utilizado como ingrediente na preparação de pratos doces ou salgados, sendo substituto de qualquer vegetal rico em amido, pois possui em torno de 25% dessa substância. Tem formato grande e alongado com pouca curvatura, possui casca fina com coloração entre o amarelo e o verde. No Brasil, é consumida madura de forma cozida, frita ou assada.

Banana-maçã: muito consumida na sobremesa. De formato pequeno e levemente encurvado, a espécie possui casca fina e polpa levemente rosada, com textura macia e úmida. Seu sabor é adocicado e ácido, lembrando a maçã. É ideal para salada de frutas e para o lanche das crianças, pois não escurece tão rapidamente como outras variedades de banana.

Além da fruta, há banana desidratada, cristalizada e a farinha de banana verde. A farinha, que é muito conhecida no mundo fitness, pode ser consumida de forma simples, como diluída na água, adicionada à vitamina, iogurte, salada de fruta ou até mesmo ao feijão. Além de ser uma boa opção para substituir a farinha de trigo em preparações de bolos e panquecas, pois não apresenta sabor forte.

Revista Coop | 27 | Setembro 2020


CULINÁRIA | Banana

Escondidinho de banana-da-terra Por Janete Campos, culinarista INGREDIENTES n 4 bananas-da-terra n 2 colheres (sopa) de azeite n Sal a gosto

INGREDIENTES DO MOLHO n ½ kg de carne moída n 1 cebola picada n 2 dentes de alho picados n 1 cenoura ralada no ralo grosso n 1 lata de molho de tomate n Sal a gosto n 2 colheres (sopa) de óleo n 300 g de muçarela ralada

PREPARO Corte as bananas em fatias. Em uma frigideira, coloque o azeite e frite dos dois lados. Tempere com sal. Reserve. PREPARO DO MOLHO Em uma panela, coloque o óleo e frite a carne para acrescentar a cebola, o alho e a cenoura. Refogue, adicionando o sal e o molho de tomate. Deixe por mais 5 minutos no fogo.

MONTAGEM Em um refratário, coloque uma parte da carne, as bananas e, por cima, o restante da carne. Salpique a muçarela e leve ao forno preaquecido (180 ºC) para gratinar. Dica: sirva com purê de batata ou mandioquinha.

banana empanada Por Janete Campos

Foto: Fresh Imagem

INGREDIENTES n 4 bananas-nanicas firmes n 8 fatias de pão de forma sem casca n 2 ovos

Escondidinho de banana-da-terra RECEITA ESPECIALMENTE ELABORADA PARA REVISTA COOP

n 1 xícara (chá) de farinha de rosca n Óleo para fritar

PREPARO Descasque as bananas e corte ao meio. Abra o pão de forma com a ajuda de um rolo até ficar bem fino. Enrole as bananas no pão, pressionando bem. Bata os ovos e tempere com sal. Passe a banana na mistura de ovos e, em seguida, na farinha de rosca. Frite em óleo bem aquecido até dourar. Corte em rodelas de 2 cm. Dica: sirva como entrada, acompanhada com peixe frito.

Revista Coop | 29 | Setembro 2020


CULINÁRIA | Banana

Arroz com carne-seca e banana Por Arroz Fantástico INGREDIENTES n 2 colheres (sopa) de óleo n 2 dentes de alho amassados n 1 cebola grande cortada em tirinhas n ½ quilo de carne-seca cozida e picada n 1 colher (chá) de colorau n 2 xícaras (chá) de arroz parboilizado

n 1 pimentão vermelho cortado

em cubinhos n 5 xícaras (chá) de água n 1 colher (chá) de sal ou tempero pronto n 3 bananas-da-terra cortadas em rodelas e fritas n Cebolinha picada n Manteiga para fritar.

PREPARO Frite a banana na manteiga e reserve. Esquente o óleo e refogue o alho e a cebola. Acrescente a carne-seca, o colorau, o arroz, o pimentão, a água e o sal e deixe cozinhar até secar. Misture a banana ao arroz e sirva decorado com cebolinha.

salgadinho de banana verde Por Simone Silva, nutricionista

Foto: Fresh Imagem

INGREDIENTES n 4 bananas verdes em rodelas finas ou em lascas n Óleo ou manteiga para untar n Sal e pimenta a gosto

Revista Coop | 30 | Setembro 2020

PREPARO Coloque as rodelas de banana em assadeira untada e leve ao forno médio preaquecido (180 ºC) por 20 minutos. Vire as rodelas na metade do tempo e retorne ao forno. Após assadas, retire do forno, espere esfriar e adicione o sal.

Arroz com cArne-secA e bAnAnA RECEITA ESPECIALMENTE ELABORADA PARA REVISTA COOP Revista Coop | 31 | Setembro 2020


CULINÁRIA | Banana

bolo-pudim de arroz com banana

Torta salgada de banana

bolo-pudim de arroz com banana RECEITA ESPECIALMENTE ELABORADA PARA REVISTA COOP

Por Claudete Brescancini, culinarista

Por Simone Silva INGREDIENTES n 1 e ½ xícara (chá) de arroz n 1 e ½ xícara (chá) de água n 3 ovos n 2 colheres (sopa) de manteiga ou margarina

n 1 xícara (chá) de açúcar-mascavo

INGREDIENTES n 5 bananas-nanicas n 5 fatias de muçarela n 5 fatias de presunto n ½ caixa de creme de leite n 1 colher (sopa) de maisena n 2 colheres (sopa) de farinha de trigo ou de farinha de banana n 250 ml de leite n Noz-moscada e sal a gosto n 2 colheres (sopa) de queijo parmesão ralado

n 4 bananas-nanicas maduras n 1 colher (chá) de canela em pó n 1 colher (sopa) de fermento

em pó

PREPARO Deixe de molho o arroz na água por 6 horas ou de um dia para o outro e bata bem no liquidificador. Adicione os ovos, o açúcar, a manteiga, as bananas e a canela em pó. Desligue para juntar o fermento. Misture levemente. Coloque numa forma untada e polvilhada com açúcar e leve ao forno médio (180 ºC) por 30 a 35 minutos.

Panqueca de banana com mel Por Mariana Barreto, culinarista

n 1 colher (sopa) de açúcar n 200 g de farinha de trigo n 2 colheres (café) de fermento

em pó n 1 pitada de sal n Canela a gosto

PREPARO Coloque todos os ingredientes numa tigela e misture. Deixe descansar por 10 minutos e misture novamente. Com o auxílio de uma concha, coloque a massa no centro de uma frigideira untada com margarina e leve ao fogo baixo, colocando fatias de bananas por cima. Deixe dourar a parte de baixo e vire a panqueca para dourar o outro lado. Adicione o mel e sirva.

Revista Coop | 32 | Setembro 2020

Foto: Fresh Imagem

INGREDIENTES n Banana a gosto n Mel a gosto n 200 ml de leite n 1 ovo n 1 colher (sopa) de margarina derretida

PREPARO Bata os ingredientes líquidos no liquidificador com a maisena e a farinha. Leve ao fogo mexendo sempre até engrossar. Tempere com o sal e a noz-moscada. Num recipiente à parte, envolva as bananas na muçarela e em seguida no presunto. Coloque em um refratário. Espalhe o molho branco por cima, polvilhe queijo parmesão e leve ao forno para gratinar.

Revista Coop | 33 | Setembro 2020


CULINÁRIA | Banana Foto: Fresh Imagem

Torta de banana com chocolate Por Flormel - Mais sabor à vida INGREDIENTES n 160 g de bolacha maisena n 80 g de manteiga n 1 colher (chá) de cacau em pó

Pão de banana Por Mariana Barreto

INGREDIENTES n 4 bananas-nanicas maduras n 600 g de farinha de trigo sem fermento

PREPARO DA MASSA Derreta a manteiga e misture o cacau em pó. Triture a bolacha maisena e misture com a manteiga derretida até formar uma

n 1 ovo n 100 ml de leite morno

farofa bem úmida. Forre o fundo de uma forma com a farofa e leve ao forno preaquecido (180 ºC) por cerca de 10

n 100 ml de óleo n 100 g de açúcar n 10 g de fermento biológico seco

minutos.

n 1 pitada de sal n 1 colher (sopa) de canela em pó

INGREDIENTES DO RECHEIO n 2 bananas-maduras em rodelas n 100 g de creme de avelã extra cacau n 50 g de creme de leite n 1 pitada de sal

n 1 gema com 1 pitada de achocolatado para

pincelarr PREPARO Com um garfo, amasse bem as bananas, adicione o ovo, o leite e o óleo. Misture bem e

PREPARO DO RECHEIO Misture o creme de avelã com o creme de leite, junte uma pitada de sal e leve ao micro-ondas, mexendo a cada 30 segundos por 2 minutos até ficar um creme ho-

acrescente o sal, a canela, o açúcar e o fermento. Por último, incorpore a farinha de trigo até dar o ponto. Sove a massa por 5 mi-

mogêneo.

vida a massa em partes iguais e abra cada uma delas com um rolo. Enrole como um rocambole e espalhe numa forma untada, dei-

MONTAGEM Coloque uma camada de rodelas de banana sobre a base da torta e despeje a ganache por cima. Leve à geladeira por pelo menos 3 horas.

Revista Coop | 34 | Setembro 2020

nutos ou até adquirir uma consistência lisa. Deixe descansar até dobrar de volume. Di-

Torta de banana com chocolate RECEITA ESPECIALMENTE ELABORADA PARA REVISTA COOP

xando uma distância entre elas. Deixe descansar novamente para aumentar de volume. Pincele a gema misturada com o achocolatado e leve ao forno (180 ºC) até dourar.

Revista Coop | 35 | Setembro 2020


CULINÁRIA | Banana

bolo saudável Por Renata Pigliasco, nutricionista INGREDIENTES n 3 ovos n 1 xícara (chá) de açúcar-demerara n 60 g de manteiga ghee n 1 xícara (chá) de biomassa de banana n ½ xícara (chá) de farinha de amêndoa n ½ xícara (chá) de farinha de amaranto n ½ xícara (chá) de farelo de aveia n 1 e ½ xícara (chá) de leite de coco n ½ xícara (chá) de cacau 70% n 150 g de chocolate 70% derretido n 1 colher (sopa) de fermento em pó n 1 colher (sopa) de essência de baunilha

Pastel de banana Por Leonildo de Oliveira, do Bangalô dos Pastéis INGREDIENTES n 1 kg de banana n 100 g de açúcar n 15 g de canela n 100 ml de creme de leite

n 1 kg de massa para pastel n Óleo para fritar n Açúcar de confeiteiro para

polvilhar

PREPARO Descasque as bananas e pique em rodelas finas com, no máximo, 1 cm de espessura. Leve à panela em fogo médio. Adicione o açúcar e a canela. Cozinhe por aproximadamente 5 minutos e desligue o fogo. Acrescente o creme de leite e mexa bem. Corte a massa no tamanho dos pastéis que desejar e recheie com 100 g de banana. Feche e amasse as bordas com um garfo para não vazar na hora de fritar. Leve ao óleo quente (180 ºC) e frite até dourar. Salpique açúcar de confeiteiro e canela em pó a gosto para servir.

Revista Coop | 36 | Setembro 2020

PREPARO Bata por 5 minutos no liquidificador a manteiga, os ovos, o açúcar e a essência de baunilha. Acrescente o cacau e o leite de coco. Bata por mais alguns minutos. Junte as farinhas, bata mais um pouco e, por último, adicione o fermento. Leve ao forno e reserve. PREPARO DO RECHEIO Derreta o chocolate em uma panela e adicione a biomassa. Acrescente um pouco de água, se necessário. Misture até ficar homogêneo.

cuca de banana Por Mariana Barreto PREPARO Bata os ovos e a margarina na batedeira por 5 minutos. Acrescente o açúcar e deixe bater por mais 5 minutos em velocidade máxima até formar um creme claro e liso. Adicione a farinha, o fermento e o leite e bata por 3 minutos. Coloque a massa numa forma untada com margarina e farinha e distribua as bananas fatiadas no meio da massa. Reserve.

INGREDIENTES n 5 bananas-nanicas maduras para o recheio n 3 ovos n 300 g de farinha de trigo sem fermento n 100 g de margarina sem sal e refrigerada n 1 pitada de sal n 250 g de açúcar n 15 g de fermento em pó n 350 ml de leite integral

INGREDIENTES DA FAROFA n 90 g de farinha de trigo sem fermento n 90 g de açúcar n 25 g de margarina sem sal e na temperatura ambiente n 1 colher (chá) de canela em pó

PREPARO DA FAROFA Misture todos os ingredientes até formar uma farofa e polvilhe por cima da massa com as bananas. Leve ao forno (180 ºC) até dourar.

brigadeiro de banana Por Mariana Barreto INGREDIENTES n 3 bananas-nanicas maduras n 1 lata de leite condensado n 1 lata de creme de leite

n 1 colher (sopa) de margarina n 100 g de açúcar-demerara e

1 colher (café) de canela em pó para polvilhar

PREPARO Amasse as bananas até obter a consistência de uma papa, acrescente os demais ingredientes e leve ao fogo. Mexa sem parar até obter o ponto de brigadeiro. Enrole e passe na mistura de açúcar com canela.

Revista Coop | 37 | Setembro 2020


CULINÁRIA | Banana

Na hora da compra, saiba que... n O amadurecimento continua mesmo de-

pois de colhidas. Se não for usá-las imediatamente, dê preferência àquelas que apresentam a casca de cor amarela com mancha verde e armazene em temperatura ambiente. n Para que amadureçam rapidamente, co-

loque num saco de papel por alguns dias. Assim o gás etileno produzido naturalmente Foto: Shutterstock

Banana pra você Quem se recorda de, na inocência da infância, já ter feito aquele gesto nada delicado (para não dizer obsceno) de cruzar os braços de mãos fechadas e dar uma “banana” para alguém? O sinal, também comum em Portugal, França, Espanha e Itália, é usado como resposta, de forma desrespeitosa, a uma ofensa, a uma contrariedade ou algo muito pior. O significado é o mesmo

Revista Coop | 38 | Setembro 2020

será retido e acelerará o amadurecimento. n Bananas que desenvolvem manchas castanhas geralmente são as mais adocicadas, porém, logo se tornam maduras demais. n Depois de cortada, sua polpa escurece. Trata-se de uma reação natural da fruta e sem maiores implicações. Isso acontece porque a fruta tem em sua composição uma enzima chamada polifenoloxidase, que, quando entra em contato com o ar, provoca uma série de reações químicas que levam à coloração escura. Para evitar que isso ocorra, borrife um suco de fruta cítrica. n Aqueles pontinhos pretos localizados no seu eixo não são sementes, mas óvulos não fecundados da flor da bananeira. Ao contrário de outras espécies, não é a partir de sementes que o fruto nasce. Você pode plantar a bananeira por meio de uma muda da própria planta. Na natureza, o que acontece geralmente é a reprodução de forma assexuada, por meio da propagação vegetativa do rizoma, que é como um caule horizontal que as bananeiras têm por baixo da terra. Dele nascem outras bananeiras.

em todos os países, mas a alusão à banana é uma exclusividade do brasileiro. Em Portugal, por exemplo, o gesto é chamado de manguito. Outra expressão comum por aqui é classificar algo muito barato como “a preço de banana”. O termo foi criado durante a colonização, já que as bananeiras eram fartas em propriedades agrícolas e nos quintais residenciais. A abundância fez com que a fruta não atingisse altos valores comerciais e, assim, a banana virou sinônimo de produto barato.


BOA SAFRA | Maxixe

Fotos: Shutterstock

Exótico até no nome Experimente acrescentar o maxixe na lista de compras de hortaliças sem medo de errar. CELI EZELLNER

Q

Qualidade em hortifrútis A coluna Boa safra traz em todas as edições este selo para identificar a parceria da Coop com o Grupo Benassi, empresa que figura na lista das maiores distribuidoras de FLV (frutas, legumes e verduras) da América Latina.

uem pensa que maxixe é só comida de passarinho está enganado. As aves adoram, mas tem muita gente por aí que também se delicia com a hortaliça. Estranho? Nem tanto. O alimento é versátil e prático de fazer. Pode ser consumido cru ou cozido e basta remover a casca com uma faca para acrescentá-lo em saladas, refogados ou cozidos. Se você nunca provou, a hora é agora, já que a safra começa este mês e se estende até dezembro. Além do sabor suave e diferente que se assemelha ao do pepino, você vai receber doses de vitamina C e do complexo B, como a tiamina. De quebra, ainda ganha pitadas de fósforo e zinco. “Não são quantidades significativas, mas esses nutrientes contidos no maxixe podem, sim, contribuir para a saúde, desde que complementados com outras fontes alimentares saudáveis”, diz a nutricionista Juliana Gonçalves. Ela explica que a vitamina C e o zinco são antioxidantes com função fundamental no fortalecimento do sistema imunológico. “A vitamina C ainda ajuda na absorção do ferro presente no feijão, por exemplo, mas para aproveitá-la ao máximo o maxixe deve ser consumido cru, já que grande parte da vitamina se perde com o cozimento”, ressalta.

Revista Coop | 40 | Setembro 2020

Em uma unidade, o maxixe também oferece 12,5 mg de fósforo, segundo mineral em maior quantidade no corpo, perdendo apenas para o cálcio. “O nutriente é importante para a constituição dos ossos e dentes e ainda auxilia nos processos de geração de energia para o funcionamento de todo o corpo”, afirma a nutricionista. Além disso, tem pouquíssimas calorias, oferecendo apenas sete em 50 gramas. Uma opção nas dietas de emagrecimento. SAIBA ESCOLHER Na hora de comprar, os pesquisadores da Embrapa aconselham evitar os frutos amarelados, que, por serem mais velhos, se tornam mais fibrosos, com sabor ruim e sementes duras. Quando encontrado já lavado, raspado e embalado a vácuo, deve estar exposto em gôndolas refrigeradas, pois a durabilidade nesse formato é bem menor. Em temperatura ambiente, o maxixe murcha e fica amarelado rapidamente, tendo durabilidade de, no máximo, três dias. Já na geladeira, pode durar até uma semana, desde que acondicionado em saco plástico e mantido na parte mais baixa do refrigerador. Não tem ideia do que fazer com a hortaliça, além de salada? Tradicionalmente, ele é consumido na forma cozida ou refogada. Já no Nordeste, região onde o maxixe é muito

apreciado, existe até um prato típico conhecido por maxixada, que leva carnes, abóbora, quiabo e temperos da gastronomia nordestina. Mas há outras combinações mais suaves e que podem agradar o paladar mesmo daqueles que nunca provaram. Quer experimentar? Então, anote algumas receitas que constam na cartilha 50 hortaliças da Embrapa e bom apetite! Farofa de maxixe Ingredientes: 6 maxixes raspados e cortados em cubinhos; 1 colher (sopa) de azeite; 2 colheres (sopa) de margarina; 2 ovos batidos; 1 cebola pequena cortada em cubos; 2 dentes de alho amassados; ½ xícara (chá) de farinha de mandioca; cheiro-verde, sal e pimenta a gosto. Preparo: aqueça o azeite e a margarina, acrescente a cebola, deixe dourar, junte o alho e frite. Adicione o maxixe e

refogue até ficar macio. Tempere com sal e pimenta, junte os ovos e mexa bem. Acrescente o cheiro-verde e a farinha de mandioca e mexa bem.Sugestão: enriqueça a farofa com outras hortaliças. Ensopado de maxixe Ingredientes: 200 gramas de feijão cozido com o caldo do cozimento; 6 maxixes raspados e cortados em 4 partes; 2 colheres (sopa) de óleo; 1 cebola pequena cortada em cubos; 1 dente de alho amassado; ½ xícara (chá) de cheiro-verde, sal e pimenta a gosto. Preparo: aqueça o óleo, acrescente a cebola, deixe dourar, junte o alho e frite. Adicione o feijão, sal e pimenta e cubra com o caldo. Deixe ferver. Acrescente os maxixes e, quando estiverem cozidos, coloque a cebolinha e a salsinha e desligue o fogo. Sugestão: sirva com arroz branco e carne-seca.

Consultoria: Juliana de Abreu Gonçalves: nutricionista (Instagram @nutrijulianagoncalves).

Revista Coop | 41 | Setembro 2020


Fotos: Shutterstock

ALIMENTAÇÃO | Equilíbrio

Antes que isso possa ocorrer, promover mudanças no cardápio diário é o melhor caminho, porém, quando quadros de depressão ou ansiedade já estão instalados, comprometendo a qualidade de vida dos portadores nas mais variadas esferas, o tratamento médico especializado se faz necessário e urgente. Nesses casos, a alimentação também se torna aliada da terapêutica recomendada.

Antidepressivo natural A carência de certos nutrientes na dieta alimentar pode ser a causa de seu mau humor constante ou daquela melancolia que bate sem razão de ser. IVANILDE SITTA

U

ma alimentação saudável e balanceada, que garanta o aporte de todos os nutrientes necessários ao organismo, não promove apenas a saúde do corpo, mas repercute direta e positivamente no equilíbrio mental. Diversos estudos já mostraram que

Revista Coop | 42 | Setembro 2020

uma dieta deficitária está relacionada com transtornos clínicos de humor e ansiedade. É que certos alimentos contêm matéria-prima específica que atua nos neurotransmissores, substâncias químicas que regulam o humor e induzem ao relaxamento. Uma delas é a serotonina, responsável pela sensação de bem-estar, otimismo, saciedade,

prazer e que está presente na banana, aveia e vegetais verde-escuros. Indivíduos com depressão, por exemplo, apresentam geralmente níveis baixos desse neurotransmissor. A nutricionista Flávia Ramos explica que, quando o consumo de certos nutrientes é reduzido, o sistema nervoso não consegue funcionar adequadamente, acarretando menor oferta de neurotransmissores e falha na comunicação entre os neurônios. “Dessa forma, há grande chance de ocorrer uma desordem mental”, alerta.

CARDÁPIO DA ALEGRIA Conheça os nutrientes que melhoram a saúde mental, segundo o e-book Alimentação, depressão e ansiedade: entenda a relação, da Universidade Federal de Alfenas, de Minas Gerais: Vitamina D: tem papel no sono e nos ritmos circadianos, cuja ruptura está associada com o quadro de depressão. Também exerce influência no crescimento neuronal, na proliferação celular no cérebro em desenvolvimento. Está presente em peixes gordos (salmão, atum, sardinha e cavala), gema de ovo e óleo de fígado de peixes. Só que, para ser ativada, a vitamina D precisa do sol. Bastam 15 minutos de exposição diária, com 25% do corpo exposto aos raios solares, para que isso aconteça. Triptofano: ele é convertido em serotonina e está disponível nos queijos, ovos, arroz integral, feijão, carne vermelha, peixe, aves e cacau. Zinco: tem a capacidade de aumentar a sobrevivência das células do sistema nervoso central (SNC). É encontrado na carne vermelha, frutos do mar, leite e derivados, amendoim, amêndoas, pasta de amendoim caseira e leite de amêndoas.

Revista Coop | 43 | Setembro 2020


ALIMENTAÇÃO | Equilíbrio Fotos: Shutterstock

Ciclo menstrual Magnésio: atua no metabolismo energético, participando da formação e da utilização de energia. Também tem a função de ligação com o receptor da serotonina. Suas fontes são: castanhas, nozes, amendoim, aveia, banana, cacau, vegetais folhosos escuros. Ácidos graxos ômega-3 e ômega-6: são importantes constituintes das células do sistema nervoso. Ômega-3: peixes de água fria (como salmão, arenque, cavala, sardinha e atum). Ômega-6: óleos vegetais (de soja, girassol e milho).

Vitaminas do complexo B (B6, B9 e B12): possuem um importante papel nos processos de síntese dos neurotransmissores do SNC: n Vitamina B6: carne vermelha, fígado, leite, iogurte, ovo e germe de trigo. n Vitamina B9: vegetais verde-escuros, leguminosas (como feijões, lentilhas e ervilhas), frutas e nozes. n Vitamina B12: peixes, carnes, ovo, leite e derivados, kefir de leite e de água.

O segundo cérebro

Consultoria: Flávia Ramos: nutricionista. Paulo Amazonas: médico especialista em Medicina Preventiva, Nutrologia e Ortomolecular. Luiz Henrique de Sousa Filho: gastroenterologista e presidente da Sociedade Goiana de Gastroenterologia. E-book Alimentação, depressão e ansiedade: entenda a relação: https://www.unifal-mg. edu.br/prace/sites/default/ files/prace/E-BOOKAlimentacao-DepressaoAnsiedade.pdf

A alimentação inadequada, com elevada ingestão de produtos industrializados, somada ao uso indiscriminado de antibióticos, pode resultar em uma desordem intestinal chamada disbiose. Trata-se de um distúrbio que altera a microbiota e, por tabela, compromete a produção da serotonina ao dificultar a absorção de nutrientes responsáveis pela síntese

Tais mensageiros, segundo ele, se comunicam entre o cérebro e o intestino, em mão dupla, por meio do nervo vago, uma estrutura que passa pelo tórax e liga o sistema gastrointestinal à cabeça. “É por isso que, em situações de estresse, medo ou ansiedade, sentimos frio na barriga ou vontade de ir ao banheiro”, exemplifica. Entendeu agora a re-

desse neurotransmissor. A disbiose acontece quando há mais bactérias maléficas do que benéficas no intestino. “Cada vez mais, a Ciência tem descoberto o grau de influência que essa população de bactérias exerce em nosso comportamento, como ansiedade e depressão”, comenta o médico Paulo Amazonas, especialista em Medicina Preventiva. De acordo com o gastroenterologista Luiz Henrique de Sousa Filho, além das bactérias que formam a microbiota intestinal, o intestino também tem neurônios e, apesar de estarem em menor quantidade, produzem 90% da serotonina (responsável pela sensação de bem-estar) descarregada pelo corpo e outros mais de 30 mensageiros químicos.

lação entre o intestino e doenças emocionais? Para tanto, é importante manter uma quantidade equilibrada de bactérias amigas dentro do intestino, a chamada eubiose, assim como evitar agentes que possam destruir essa população de bactérias aliadas. Uma das estratégias capazes de favorecer o equilíbrio é o consumo de prebióticos e probióticos. Os primeiros são ingredientes alimentares não digeríveis e que têm a função de estimular a multiplicação ou a atividade de uma ou mais bactérias presentes no intestino. É o caso das fibras presentes nas frutas e vegetais. Já os probióticos, como iogurtes e kefir de água ou leite, são microrganismos vivos que, quando ingeridos em quantidades adequadas, trazem benefícios à saúde.

Revista Coop | 44 | Setembro 2020

Nenhum atraso da menstruação deve ser considerado normal. mesmo aqueles que a mulher, supostamente, acredita serem reflexo do estresse ou ansiedade vivenciada ao longo do mês. “são situações que devem sempre ser avaliadas pelo médico”, recomenda Karina tafner, ginecologista e obstetra, especialista em endocrinologia ginecológica e reprodução humana. segundo ela, qualquer mulher com atraso menstrual que não utiliza nenhum contraceptivo deve, primeiramente, realizar um teste de gravidez. eliminada a possibilidade de estar grávida, a médica aconselha fazer registros dos ciclos menstruais e de possíveis sintomas relacionados durante

três meses. “se a anormalidade persistir, o caso deve ser avaliado e, no caso de suspensão total da menstruação, o médico deve ser procurado o quanto antes”, orienta.

Dores musculares

Seca e ressecada

a saúde ortopédica de muita gente deve ter sido prejudicada ao longo da pandemia devido à falta de atividade física e também à postura errada no home office. de acordo com o dr. eduardo Puertas, ortopedista do hCor, é comum que dores nas costas e na lombar tenham aumentado durante este período de distanciamento social, da mesma forma que inflamações como tendinites e bursites. o médico salienta que o retorno às atividades físicas deve ser feito com os devidos cuidados não somente por conta do risco de infecção pelo coronavírus, mas também pela possibilidade de lesões após o intervalo parado. o ideal, ele aconselha, é que a retomada seja feita em baixa intensidade de volume e frequência para que o corpo volte a se acostumar com o ritmo.

se esse for seu tipo de pele, o óleo de rosa-mosqueta pode ser um grande aliado. sua composição, rica em ácidos graxos insaturados e vitaminas essenciais, tem ação anti-inflamatória, antioxidante e hidratante, poderes que beneficiam a barreira lipídica do corpo e rosto, principalmente quando se trata de peles ressecadas. Pode ser utilizado em outras situações, como em casos de queimaduras e assaduras, no tratamento e cicatrização de feridas, como também para minimizar estrias e celulite e suavizar rugas e linhas de expressão. o produto ainda beneficia cabelos e unhas quebradiças, repondo os nutrientes perdidos e ajudando no fortalecimento dos fios.

Revista Coop | 45 | Setembro 2020


SAÚDE | Prebióticos e probióticos

Alimentos do bem Os prebióticos e probióticos se completam e são importantes para o equilíbrio da flora intestinal. CELI EZELLNER

Foto: Shutterstock

E

les ajudam a manter a saúde em dia e até a prevenir doenças, mas são desconhecidos por muita gente ou confundidos muitas vezes devido à semelhança na grafia. Então, é bom deixar claro: cada um tem sua função e importância. A nutróloga Simone Tironi explica que os prebióticos são fibras provenientes de alimentos naturais ou suplementos alimentares que nutrem as bactérias benéficas que habitam o intestino. Eles facilitam a reprodução e crescimento delas, o que contribui para o equilibro da flora intestinal. Já os alimentos ou suplementos probióticos, segundo ela, são aqueles ricos em microrganismos vivos (lactobacillus, bifidobacterium, entre outros), ou seja, são fontes de bactérias do bem, as mesmas que se alimentam dos prebióticos para sobreviver. Trocando em miúdos, é o seguinte: os prebióticos são a comida dos probióticos e, por isso, o consumo de ambos deve ser adequado e equilibrado para que as bactérias benéficas possam se fortalecer e prevalecer perante as maléficas. Não é uma tarefa fácil, já que o intestino humano aloja milhões de bactérias. Grande parte delas é do time do bem, mas há uma parcela considerável que fica em cima do

Revista Coop | 46 | Setembro 2020

muro, ou seja, joga no time de quem estiver ganhando. Caso o placar seja favorável às patogênicas (maléficas), o que pode ocorrer com facilidade, aí a situação se complica. Daí a necessidade de prestar mais atenção ao estilo de vida que se leva. Alimentação inadequada, estresse, excesso de medicamentos, principalmente antibióticos, entre outros fatores, podem perturbar o equilíbrio da microbiota ou flora intestinal, abrindo espaço para a reprodução das bactérias do mal. Ao inverter o jogo, dando preferência a alimentos mais saudáveis e protetores da saúde, como os pré e probióticos, por exemplo, o equilíbrio se restabelece e doenças passam longe. “Quando ativos, além de impedirem o crescimento dos patógenos, que podem provocar males, os probióticos ainda beneficiam o organismo ao facilitar a digestão, a absorção de nutrientes, enfim, ajudam a fortalecer a imunidade”, diz a médica. Os prebióticos, por sua vez, além de sustentar e manter vivos os microrganismos do bem, aumentam o volume fecal e a frequência das fezes, dando mais motilidade ao intestino. SEM EXCESSOS Existem no mercado marcas de prebióticos e probióticos em vários formatos (em pó, sachês, cápsulas), porém a nutróloga não re-

comenda a suplementação sem indicação de um médico especializado. Em alguns casos, pode ter efeito rebote, pois se a fermentação intestinal já estiver muito elevada – e isso depende das bactérias que integram o intestino naquele momento – a suplementação vai aumentar ainda mais a fermentação, causando dores de barriga, aumento de gases, distensão abdominal, cólicas e outros incômodos”, relata. Ela acrescenta que não adianta nada fazer uma alimentação totalmente incorreta e achar que, ao consumir prebióticos e probióticos, o organismo ficará equilibrado. “Eles não fazem milagres, pelo contrário, podem piorar as condições da microbiota intestinal quando consumidos em excesso ou de forma aleatória”, garante. O ideal, segundo ela, é apostar numa dieta saudável e variada no dia a dia que seja composta essencialmente por alimentos frescos e naturais, evitando-se açúcares, gorduras, embutidos e sempre acompanhada de bastante água. Aí sim, na lista de compras, vale a pena acrescentar os prebióticos e probióticos. Os primeiros são encontrados com facilidade nas hortaliças, frutas e sementes em geral, como chicória, alho-poró, alho, cebola, aspargos, alcachofra, aveia, trigo, bananas, beterraba, linhaça e várias outras. Já os probióticos estão em produtos lácteos, entre eles, os leites fermentados, sendo o mais famoso o Yakult, e os iogurtes com adição de microrganismos vivos, como o Activia, por exemplo. Também estão presentes na coalhada, no chucrute e nas bebidas kombucha e kefir.

Revista Coop | 47 | Setembro 2020


Fotos: Shutterstock

DECORAÇÃO | Plantas domésticas

Primavera o ano inteiro Sua casa e jardim merecem. E a família, também. A convivência com o verde renova a energia dos ambientes e ainda tem efeito terapêutico e decorativo. IVANILDE SITTA

B

asta um vasinho de violeta na janela ou

numa mesinha de canto da sala para

colorir e dar vida ao ambiente doméstico e

profissional. Para quem não se contenta com apenas uma espécie, saiba que a regra de pecar pelo excesso não se aplica quando se trata de trazer a natureza para dentro de casa. Quanto mais plantas e flores, melhor, desde que não comprometam a circulação no espaço e que o morador tenha prazer, tempo e disposição para cuidar delas. Ao que tudo indica, muitos estão se dando a chance de

lizada no Brasil. Algumas dessas investidas

florista Erivaldo Miúdo, da Esaflores. “Há di-

cadas pelo especialista. Requer clari-

conviver com o verde ao longo deste período

já podem até ter rendido frutos e flores para

versos gêneros de flores e plantas que se ajus-

dade, porém, sem luz direta, e precisa

de isolamento social e de home office.

recepcionar a primavera, que chega no pró-

tam bem em locais fechados, mesmo em

ser regada apenas duas vezes por

ximo dia 22 e vai embora só no dia 22 de

ambientes mais escuros e úmidos”, explica o

semana. Há também o lírio-

dezembro.

profissional, acrescentando que, no geral,

da-paz, que prefere a sombra

elas são descomplicadas de manter e alter-

e exige regas esporádicas, de

É o que mostram as estatísticas. Levantamento realizado pelo Compre&Confie, empresa de inteligência de mercado focada em e-commerce, sinalizou crescimento de 623%

COM QUE PLANTA EU VOU?

na procura por plantas, flores e sementes e

O ideal é buscar espécies que se adaptam

de 402% na demanda por ferramentas de

melhor a espaços internos, ou seja, que não

jardinagem tão logo a pandemia foi oficia-

requerem muita luz, segundo aconselha o

Revista Coop | 48 | Setembro 2020

nativas para os iniciantes no mundo das

acordo com a umidade da terra. Além da fa-

plantas. Mesmo para aqueles que residem

cilidade nos cuidados, o bambu-da-sorte

em apartamentos.

e a avenca também são plantas per-

A espécie pacová é uma das opções indi-

feitas para tornar os ambientes inter-

Revista Coop | 49 | Setembro 2020


DECORAÇÃO | Plantas domésticas

PhilodeNdroNs

aveNCas

maraNtas ou Calatheas

Pertencem à família Araceae e são os queridinhos

São herbáceas

São também herbáceas, a maioria

dos jardins, entre

ornamentais de

de meia-sombra,

eles a pacová,

folhas bem delicadas

que possuem variedade

a costela-de-adão

e não apreciam

enorme de cores, tamanhos

Fotos: Shutterstock

e o guaimbê.

Consultoria: Tatiane Matsuo: arquiteta, paisagista, pós-graduada em Gestão de Empreendimentos e especialista em desenvolvimento e execução de projetos condominiais e residenciais. Erivaldo Miúdo: florista da Esaflores, uma das maiores redes brasileiras de floricultura.

Gostam de permanecer úmidas, na meia-sombra e não crescem tanto. São ótimas para

bom vaso e espaço

pendurar em hangers (suportes) ou

Além dessas, a paisagista

ao redor, pois

vasos de parede. Exigem um pouco

indica bromélias, orquídeas

abrem bem suas

mais de atenção para acompanhar sua

e samambaias brasileiras,

folhagens exuberantes. Todas são ideais para

adaptação ao novo local em que vão ficar.

que podem contribuir com o

ambientes fechados, mesmo com ar-condicionado.

O bom é que rebrotam com facilidade.

ambiente.

das em vasos com terra ou transferidas para

dade”, afirma. Portanto, quando for escolher

recipientes somente com água.

a sua para levar para casa, busque orientações do florista a respeito desses detalhes.

também são ideais para deixar a casa mais

A paisagista, adepta das plantas brasilei-

viva. Seja qual for sua escolha, Erivaldo Miú-

ras, aponta que geralmente o que mais se vê

do orienta, especialmente aos novatos no

nos ambientes são as mesmas espécies, sem

universo das plantas, a ficar atento à reação

tanta diversidade, e a maioria de origem es-

da espécie às condições do ambiente. “Aos

trangeira. “Temos no Brasil a maior biodiver-

poucos, é possível perceber qual a frequência

sidade vegetal do mundo à disposição para

ideal de regas e o local perfeito para a planta

ser exposta em escritórios e dentro de casa”,

dentro da residência, tornando a manuten-

garante. Segundo ela, priorizar as nativas é

ção ainda mais fácil”, destaca.

deixar o legado de gratidão pela nossa terra, é ter menos gastos, já que são espécies adaptadas ao nosso clima, é alimentar bem a nossa

A arquiteta e paisagista Tatiane Matsuo en-

fauna e consumir menos produtos industriali-

sina que para cada tipo de planta que se es-

zados para adubação e água. “Ser fã de nati-

colhe é importante dar atenção à drenagem,

vas é ser um consumidor consciente”, resume.

adubação, ventilação e ao recipiente em que

Tatiane lista no quadro acima algumas

se pretende colocá-la. “Plantas são como qual-

plantas brasileiras que podem ser bem inte-

quer outro ser vivo que precisa de sol, água

ressantes para quem quer se aventurar a ter

sem excessos para não mofar, comida, uma

uma companheira dessas no seu dia a dia.

Revista Coop | 50 | Setembro 2020

Apreciam solo levemente úmido e solo fértil.

São plantas que

moradia e troca de ar para respirar com quali-

ALÉM DAS REGAS

de folhagem e texturas.

necessitam de um

nos mais aconchegantes. Podem ser manti-

Por falar em praticidade, as suculentas

ficar em ambientes sem corrente de ar.


JARDINAGEM | Horta caseira

Fotos: Shutterstock

Da terra pra panela Espaço não é problema. Até o mais minúsculo dos apartamentos é capaz de abrigar uma hortinha de temperos e chás. IVANILDE SITTA

L

ançar mão de um punhado de manjericão fresquinho, colhido na hora, para agregar ao molho pesto do macarrão ou à pizza margherita é privilégio e praticidade ao alcance de todos que querem se dar ao prazer e sabor de cultivar uma hortinha em casa. Também é excelente pedida para os apreciadores de uma boa xícara de chá, seja para esquentar o corpo ou para aliviar certos desconfortos físicos e emocionais. A solução tem atraído cada vez mais adeptos não apenas pela possibilidade do frescor, que realça o sabor das preparações, mas principalmente pela garantia da isenção de agrotóxicos. Ter uma hortinha particular é bem mais fácil do que muita gente imagina. Além de cultivo e manutenção nada complicados, há opções que ocupam pouco espaço, como as hortas verticais fixadas nas paredes ou mesmo suspensas. Também é possível customizar a obra, já que qualquer recipiente que você já tenha em casa e não use mais pode se transformar num vaso, como uma panela velha ou mesmo um filtro de barro. Mas, para que a investida renda bons frutos, é preciso se atentar para certos cuidados. Segundo Odete Dias Camilo da Silva,

Revista Coop | 52 | Setembro 2020

proprietária da Spa Verde Paisagismo e Jardinagem, em Santo André, um dos requisitos mais importantes é a localização da horta, já que as ervas e temperos precisam da exposição solar para atingir todo seu potencial. “São indicadas pelo menos quatro horas diárias de sol”, orienta. Ela elenca outros detalhes que são de extrema importância para o cultivo: Vasos: não podem ser pequenos, já que as espécies precisam de espaço. Sejam de madeira, plástico, barro ou alumínio, os recipientes precisam ter furos em volta de sua base para garantir uma boa drenagem. “Em vasos de material plástico, basta esquentar um prego no fogo e fazer furos na base”, sugere. Cada um no seu quadrado: não faça combinações de espécies diferentes num mesmo vaso para não correr o risco de comprometer o desenvolvimento. “Até porque algumas requerem mais regas dos que outras”, afirma. O manjericão, por exemplo, pede pouca água, enquanto a hortelã é das mais sedentas. Nem mesmo a salsa e a cebolinha, famosa dupla de temperos, não devem ficar juntas por terem ramificação diferenciada. Distanciamento social: elas precisam respirar, por isso, plante as mudas da

mesma espécie com certa distância entre uma e outra. “Caso contrário, ocorrem as pragas”, explica. Regas: devem ser diárias, preferencialmente em horários de sol mais ameno, como pela manhã ou no final da tarde. A quantidade de água varia para cada espécie, mas o ideal é manter a terra sempre úmida, nunca encharcada nem seca. “O excesso de água causa o apodrecimento da planta”, avisa Odete. Melhor das melhores: investir numa terra de boa qualidade é de suma importância. De acordo com Odete, quem economiza nesse quesito certamente gastará mais em adubo para corrigir a deficiência da terra.

Sabor, saúde e terapia Tudo num pacote só. Daniel Alan Costa, professor de Fitoterapia na Escola de Educação Permanente do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, considera que ter uma horta em casa também é algo prazeroso e pode até ser terapêutico, pois as plantas fazem com que o ambiente adquira uma beleza natural, tornando-o mais leve e aconchegante. Sem contar o poder medicinal de algumas espécies: Manjericão: além de rico em vitaminas, tem propriedades antibacterianas, antioxidantes,

Revista Coop | 53 | Setembro 2020


JARDINAGEM | Horta caseira

De bem com a vida

Ivanilde Sitta

Fotos: Shutterstock

antiespasmódicas e digestivas. A espécie pode ser usada em saladas, massas, sopas e outras receitas. É ótima pedida para aromatizar o azeite, por exemplo. Tomilho: fácil de plantar, tem propriedades que ajudam o sistema respiratório, combatendo tosse e bronquite, além de melhorar infecções na boca e ouvido. Pode ser usado como chá, tempero ou com seu óleo essencial. Lavanda: ou alfazema, como também é conhecida, traz benefícios calmantes, ajudando no combate ao estresse, ansiedade e insônia. Agrega ainda propriedades anti-inflamatórias, ajudando a melhorar peles com acne ou desidratadas, revigorando as células. Pode ser usada como óleo ou como chá dos botões.

Hortelã: muito utilizada para tratar problemas da garganta, sua ingestão pode tanto ser feita em forma de chá quanto ser adicionada em canja, sopas e outros pratos refogados. Alecrim: seu consumo em receitas como no pão ou em chás auxilia no tratamento de dores reumáticas e contusões, no combate a problemas respiratórios, além de equilibrar a pressão arterial e reduzir o estresse. De acordo com o naturopata, diversas outras espécies também podem ser utilizadas como um tratamento alternativo, entre elas, funcho doce, camomila, melissa (erva-cidreira) e erva-doce. “Os recursos das plantas são muito valiosos para a saúde, pois agem de forma natural no organismo humano e raramente causam efeitos colaterais”, finaliza Daniel.

Cérebro afiado você já jogou xadrez, dançou tango ou, então, pensou em fazer um curso de artes? dar abertura a tudo o que é novo é a técnica recomendada pelo neurofilósofo fabiano de abreu para exercitar o cérebro. “Quando experimentamos algo que nunca fizemos e passamos a treinar regularmente, novas conexões são criadas de forma a expandir e alimentar o cérebro, mesmo na idade adulta”, garante o especialista. em contrapartida, tarefas mecânicas, que não exigem raciocínio, têm efeito oposto. segundo ele, os circuitos neuronais são plásticos e respondem a vários estímulos internos e externos. Caso nenhuma das opções acima lhe interesse,

Seja positivo

Mãos à horta Consultoria: Odete Dias Camilo da Silva: proprietária da Spa Verde Paisagismo e Jardinagem, em Santo André. Daniel Alan Costa: especialista em Bases de Medicina Integrativa pelo Albert Einstein e professor de Fitoterapia na Escola de Educação Permanente do Hospital das Clínicas/Faculdade de Medicina da USP.

Decidido a montar a sua? A especialista da Spa Verde ensina o passo a passo: n No vaso com furos na base, coloque uma camada de dois centímetros de argila. Odete destaca que, antes desse processo, muita gente costuma aplicar uma manta de bidim para evitar que a terra escorra para fora do vaso quando regada. “Eu dispenso essa manta, pois acho que mais atrapalha do que ajuda”, avalia. n Com ou sem o emprego da manta, adicione por cima da argila a terra misturada com o adu-

bo, usado para dar equilíbrio em nutrientes. A especialista indica o adubo NPK 10-10-10. A sigla NPK seguida de números indica que o produto é um fertilizante químico: o N (nitrogênio), o P (fósforo) e o K (potássio). Esses elementos são macronutrientes e estão presentes na maioria dos adubos, pois são necessários para todas as plantas. n Coloque sua mudinha e cubra os espaços com mais terra. Pronto, agora é regar e observar se a planta está se adaptando ao lugar colocado.

crie o hábito de ler, mesmo que seja bula de remédio. “Não tem nada melhor para estimular novas conexões do que a leitura”, afirma.

Você tem medo de quê? tal pergunta foi feita para 28,6 mil participantes, de 15 a 29 anos, em pesquisa realizada pelo Nube – Núcleo Brasileiro de estágios, entre junho e julho deste ano. o medo de falar em público marcou presença no ranking dos cinco primeiros. Para esse grupo, a analista de treinamento do Nube, skarlett oliveira, dá algumas dicas: n treine no espelho: assim você pode conhecer e corrigir possíveis gestos corporais inadequados. n Grave a voz: facilita o entendimento de como as pessoas o ouvem. n monte um roteiro: antes de qualquer apresentação, é importante definir por ordem os pontos a serem abordados. n Pratique a respiração: ajuda muito no relaxamento.

ainda que possa ser tarefa difícil no cenário atual diante dos estragos causados pela pandemia, está em suas mãos escolher entre ser refém ou não da negatividade. de acordo com a psicóloga regina tavares, a capacidade de saber lidar com sentimentos ruins, não permitindo que eles assumam o controle de sua vida, é um dos pilares da inteligência emocional, tão em pauta hoje em dia. segundo ela, sentimentos e emoções são resultado de algum pensamento, bom ou mau, que temos ao longo do dia. “desenvolver pensamentos positivos é um exercício contínuo, uma escolha que sempre temos e que exige treinamento diário”, assegura regina.

Revista Coop | 54 | Setembro 2020 Revista Coop | 55 | Setembro 2020


COMPORTAMENTO | Emoções

Terapia da natureza A conexão com os elementos da mãe terra gera uma onda de prazer que, por tabela, estimula o bem-estar físico e emocional. IVANILDE SITTA

C

om o distanciamento social – conduta que será necessária ainda por um bom tempo –, muita gente deve estar com uma saudade danada de abraçar alguém. Se for seu caso, abrace uma árvore. Essa foi a recomendação do Serviço Florestal da Islândia quando a pandemia do novo coronavírus chegou por lá. Mais do que sugerir, o órgão facilitou o acesso da população à prática da terapia. Os guardas florestais abriram caminhos na neve na Floresta Nacional Hallormsstadur, no leste da Islândia, e fizeram marcações de dois em dois metros para que os habitantes pudessem caminhar sem se aproximar uns dos outros até encontrarem o tronco para chamar de seu e abraçar. "Dá uma sensação de relaxamento que nos deixa preparados para os desafios de um novo dia", garantiu, na época, Thor Thorfinnsson, responsável pela gestão da floresta, a maior da Islândia. Ao que tudo indica, ele tem razão. Estudos e mais pesquisas têm mostrado que o contato com a natureza age como um poderoso antidepressivo natural, promovendo bem-estar físico e emocional. Um deles, conduzido pelo pesquisador Peter James, professor da Escola de Saúde Pública de Harvard, traz as devidas explicações. A conexão com a natureza estimula as

Revista Coop | 56 | Setembro 2020

pessoas a fazer mais atividades físicas, perder peso e ter menos problemas cardiovasculares, além de diminuir potencialmente os problemas de saúde mental, como estresse e depressão. Para aqueles que consideram um tanto estranha a recomendação islandesa e nem se atrevem a envolver os braços no pé de abacate plantado no quintal de casa para comprovar, é bom saber que os benefícios do contato com os elementos naturais podem ser colhidos de várias formas. Mesmo sem sair de casa. LIGAÇÃO DIRETA O barulho do mar, o som dos pássaros, o toque nas plantas, o cheiro das flores e mesmo o de terra molhada remetem a uma sequência de sensações prazerosas que, por tabela, aplacam o estresse. É pela janela do apartamento, observando o comportamento e o barulho das aves, que Natália Allenpach costuma se desligar do mundo para manter seu equilíbrio emocional. “É tão prazeroso vê-las livres, cantando e vivendo como se nada estivesse acontecendo ao redor”, comenta Natália, bióloga por formação e criadora de softwares educativos por profissão. PODE ENTRAR Em rígido isolamento social desde o início da pandemia, a moradora de Bragança Paulista (SP) só abre as portas da residência para receber a passarinhada, que acolhe diaria-

mente na varanda do apartamento com um bebedouro destinado aos beija-flores e um pratinho de frutas para outras espécies. Da paixão pelas aves, Natália fez seu hobby. Há 10 anos, a bióloga é adepta da prática de birdwatching, ou seja, uma observadora de aves, um movimento que não para de crescer no Brasil. Ela criou, inclusive, o blog A Passarinhóloga para compartilhar suas fotos e experiências e, assim, motivar mais gente a explo-

Natália allenpach aplaca o estresse ao observar os pássaros.

Revista Coop | 57 | Setembro 2020


COMPORTAMENTO | Emoções

rar o universo das aves, até porque o Brasil é um dos países mais ricos do mundo em diversidade, com mais de duas mil espécies. Cerca de 800 delas a bióloga já teve o prazer de conhecer não só da janela, mas nas vivências em parques e florestas durante seus passeios e viagens com os amigos observadores de aves. Um hobby que agrega outro grande benefício, além da sensação de bem-estar devido à conexão com as belezas do meio ambiente: o convívio social. FONTES DE BEM-ESTAR Leide Takahashi, membro da Rede de Especialistas em Conservação da Natureza, acrescenta que a natureza é parte integrante e indissociável da saúde humana, e o acesso a ela deve ser garantido. Além dos benefícios que oferece, como ar limpo, água potável e alimentos, é na natureza que buscamos o relaxamento, a reconexão com nós mesmos e inspirações para a vida. “É o melhor remédio para a saúde física e mental”, garante Leide, também gerente de conservação da biodiversidade da Fundação Boticário de Proteção à Natureza. Já que no momento o melhor para todo o mundo é ficar em casa, use sua criatividade e os recursos que tiver à mão e traga a natureza para dentro de casa. O efeito relaxante pode não ser o mesmo do que estar in loco, mas suficiente para pelo menos aliviar o estresse do isolamento social e da tristeza dos efeitos da pandemia. Portanto, tire meia horinha do dia para relaxar da seguinte forma: Sons da natureza: sente ou deite confortavelmente, feche os olhos e imagine-se numa praia, parque, floresta ou cachoeira ouvindo uma playlist com sons da natureza, já

Revista Coop | 58 | Setembro 2020

que a música tem o poder de transportar os pensamentos para lugares e paisagens que transmitem prazer e serenidade. A Fundação Grupo Boticário montou uma playlist no serviço de streaming Spotify com o barulho das ondas, o canto dos pássaros, o coral das aves e os sons das baleias, além de outros repertórios. Curta a página: estudo publicado no International Journal of Environmental Research and Public Health indica que o estresse se aplaca com a visualização de imagens da natureza. Selecione uma paisagem de algum lugar bem legal para a tela de fundo do seu computador. Durante a jornada de trabalho, em casa ou na empresa, tire uns segundinhos e fixe o olhar na figura para se transportar pra lá. Verde que te quero ver-te: praticar jardinagem ou cuidar de uma horta faz você se aproximar do verde e esvaziar a cabeça. Adubar a terra, plantar sementes, regar e podar, acompanhando diariamente o ciclo de vida das espécies, também é uma boa terapia para quem busca um momento de meditação e relaxamento. De quebra, você ganha vasos floridos para a decoração da casa ou, pelo menos, um pé de alface para completar a salada do jantar. Fonte de água: o barulho contagiante da água corrente proporciona tranquilidade, harmonia e horas relaxantes para quem está por perto. Além disso, em dias quentes, refresca e umidifica o ar, por isso ter uma fonte de água é sempre uma boa ideia. “Colocar uma delas no escritório doméstico também é uma forma de trazer a energia da prosperidade para os negócios”, ensina Tatiane Matsuo, arquiteta e especialista em Feng Shui.

Colegas de trabalho A modalidade do home office passou a ser a rotina de uma multidão de profissionais devido à pandemia do novo coronavírus. Para tornar o ambiente mais confortável e produtivo, as plantas são grandes parceiras, segundo o paisagista Bruno Watanabe, diretor executivo da Vertical Garden. “O verde tem a capacidade de reduzir em até

Espada-de-são-jorge

É conhecida por oferecer proteção ao local, purificar o ar e produzir muito oxigênio.

Suculentas Se adaptam muito bem a lugares pequenos, como as mesas de trabalho. As folhas com aspecto mais inchado são resultado de seu acúmulo de água e, por isso, elas não precisam de várias regas durante a semana.

14% os níveis de tensão e ansiedade, em 44% a sensação de raiva e em 38% a de fadiga, impactando na disposição emocional e física para o trabalho em casa”, garante o especialista, indicando algumas espécies que mais se adaptam à proposta e que exercem efeito positivo sobre o humor ao trazerem a sensação de bem-estar:

Violetas

Com cores variadas, fortes e vibrantes, a espécie alegra, dá personalidade, não requer luz solar direta e fica alguns dias sem precisar de água.

Zamioculcas Fáceis de serem cuidadas, elas apresentam o tom forte do verde, e as folhas pequenas proporcionam aquele toque adicional de personalidade ao seu espaço de trabalho.

Calathea

Planta com folhas robustas e belas que pode se encaixar muito bem em seu espaço de

home office. Além disso, precisa de poucos cuidados: água duas vezes por semana e luz apenas indireta.

Revista Coop | 59 | Setembro 2020


SAÚDE | Máscara

Imprescindível Embora certas pessoas ainda resistam, a grande maioria da população aderiu e está consciente de que a máscara é ainda a única vacina contra a Covid-19. IVANILDE SITTA

E

tem feito uso regular do acessório, que ganhou importância ainda maior com a retomada gradual das atividades econômicas após o período de quarentena. Mesmo com a reabertura do comércio e dos serviços, o isolamento social ainda prevalece para quem pode e sempre que for possível. Afinal, enquanto não surgir uma vacina eficaz, essas são as únicas armas de proteção para banir de vez o novo coronavírus, que já causou mais estragos do que deveria no

Revista Coop | 60 | Setembro 2020

planeta. Tão imprescindível quanto usar a máscara é usá-la corretamente, ainda que possa gerar certo desconforto em algumas situações e tipos de pele. Para todos os casos, porém, há solução. Inclusive para a maskne, nova expressão usada no universo dermatológico para o tipo de acne mecânica desencadeada pela obstrução, atrito ou abafamento da pele. “Seu uso contínuo provoca o acúmulo de oleosi-

dade e umidade nos poros e, como consequência, pode causar inflamação e formação de espinhas”, explica a dermatologista Luciana Garbelini. Também na região do rosto, os lábios podem sofrer com a utilização do acessório. Principalmente no inverno, quando a pele da face fica naturalmente mais seca. Soma-se a isso, de acordo com a dermatologista, o fato de a máscara limitar de certa forma a aplicação regular de lipbalms, que ajudam a proteger do ressecamento. “Sendo assim, as rachaduras e descamações podem incomodar mais do que o habitual”, destaca. Nada, entretanto, que simples cuidados não possam resolver. A orientação da especialista é hidratar a face de acordo com cada tipo de pele. Hidratantes leves com calmantes ou água termal são boas soluções, além de suspender o uso de maquiagem na região coberta pela

máscara e reforçar a ingestão de água. Para os lábios, é interessante investir em protetores labiais bem potentes, à base de pantenol e manteigas vegetais, como karité e cacau. Além disso, aproveitar para reaplicar o lipbalm toda vez que houver a necessidade de retirar o acessório e especialmente antes de dormir. “Isso ajuda na regeneração da pele labial, que, ao entrar em contato novamente com a máscara, estará um pouco mais recuperada”, diz a médica. Outro cuidado importante é a escolha do tecido do acessório. Luciana Garbelini recomenda o de algodão ou TNT, de preferência sem texturas para minimizar o atrito. Ela alerta ainda para a importância de manter as máscaras sempre limpas. Ao lavar, devese enxaguar bem para não deixar resíduos de sabão, álcool ou alvejantes e, preferencialmente, não utilizar amaciantes.

Revista Coop | 61 | Setembro 2020


SAÚDE | Máscara

Sabia disso? EXERCÍCIOS FÍSICOS A prática de atividade física, seja na rua ou na academia, deve ser feita com máscara, sim, embora muitos questionamentos tenham gerado dúvidas aos praticantes, entre elas, de que o acessório possa prejudicar a respiração durante os exercícios. “Ainda é precoce afirmar algo a respeito, o que se sabe é que devemos seguir as diretrizes regionais e governamentais”, considera Rafael Luciano de Mello, professor dos cursos de Licenciatura e de Bacharelado em Educação Física do Centro Universitário Internacional Uninter. Segundo ele, uma das saídas é a utilização das máscaras desenvolvidas exclusivamente para o exercício físico. O professor ressalta que uma das lançadas no mercado, conforme informa o fabricante, é mais adaptável ao rosto e ao encaixe nas orelhas e desenvolvida com um tecido especial que favorece a ventilação. “Tem ainda camada intermediária projetada para absorver o suor sem que transpasse para a camada mais externa, com a promessa de uma máscara mais amigável e que desempenhe o seu principal papel, que é o de proteger contra o vírus”, adianta.

Descarte correto A médica Milena Costa lembra ainda que, depois da troca, a máscara de pano deve ser colocada dentro de um saco plástico fechado até o momento da lavagem, evitando deixá-la exposta de forma inadequada no ambiente. “Após o uso, devem ficar imersas em solução desinfetante, que pode ser a água sanitária”, ensina. Já as descartáveis devem ser colocadas num saco plástico fechado e jogadas no lixo orgânico, nunca no reciclável.

Revista Coop | 62 | Setembro 2020

Fotos: Shutterstock

Floresta torta

MODA INFANTIL Crianças, a partir dos 2 anos de idade, também devem fazer uso de máscaras, segundo orienta a otorrinolaringologista Milena Costa, pois nessa faixa etária elas, teoricamente, já conseguem manipular o acessório com segurança. “Menores de 2 anos tendem a ficar manipulando a máscara, conduta que pode ser até pior ao levarem as mãos aos olhos, por exemplo. Sem contar que não conseguem usar muito bem a máscara por longos períodos nessa idade”, justifica.

A Associação Brasileira de Embalagem de Aço (Abeaço) e a Prolata, maior programa brasileiro de reciclagem de latas de aço de alimentos e tintas, tem orientado os consumidores a não descartarem no lixo de itens recicláveis máscaras de proteção, luvas de látex (ou de qualquer outro tipo), lenços de papel, lenços umedecidos, papel higiênico ou similares. “Esses itens, além de não serem recicláveis, podem colocar em risco a saúde dos catadores brasileiros e ajudar a disseminar o surto”, acrescenta Thais Fagury, presidente da Abeaço.

Ivanilde Sitta

Cerca de 400 pinheiros plantados num povoado no noroeste da Polônia despertam a atenção pela curiosa curvatura na base de seus troncos. Pouco se sabe até agora sobre o exótico formato das árvores presentes no bosque Gryfino, localizado na cidade de West Pomerania. A não ser que foram plantadas por volta de 1930. O que não faltam, porém, são lendas a respeito do fenômeno. Uma delas assegura que os troncos teriam sido torcidos pelo vento, teoria descartada pela existência de outras árvores “normais” no espaço. Já circulou também o boato de que seria obra dos antigos carpinteiros do Serviço Secreto Alemão, que usaram máquinas para pressionar as árvores já crescidas para fazer móveis curvados, engenharia que teria sido interrompida com

a chegada da Segunda Guerra Mundial. A mais sensata explicação é que seja um capricho da natureza.

Dança do calendário

Aja criatividade

A primavera desembarca no hemisfério sul no próximo dia 22 de setembro e se estende até 22 de dezembro. Em 2019, a estação das flores chegou no dia 23 e só foi embora no dia 23 de dezembro, o que irá se repetir em 2021. A diferença se dá por causa do equinócio de primavera, que acontece neste ano no dia 22, pontualmente às 10h31, horário de Brasília, instante em que o Sol cruza a linha do Equador. Nessa data, dia e noite têm a mesma duração, 12 horas cada. A partir daí, os dias passam a ser mais longos do que as noites. Essa salada toda acontece porque o intervalo entre uma primavera e outra não tem exatamente 365 dias. Cada ano tem aproximadamente 365 dias e 6 horas, o que faz com que o horário exato do equinócio varie ao longo de um período de 18 horas, parte no dia 22, parte no dia 23, geralmente.

Você é bom de memória a ponto de lembrar ainda hoje o nome completo da Princesa Isabel? Em caso negativo, vale recordar: Isabel Cristina Leopoldina Augusta Micaela Gabriela Rafaela Gonzaga. Isso, quando era solteira. Ao se casar, ganhou mais dois nomes: Orléans e Bragança. A identidade da mãe dela, então, era de tirar o fôlego ao ser soletrado: Teresa Cristina Maria Giuseppa Gasparre Baltassarre Melchiore Gennara Rosalia Lucia Francesca d’Assisi Elisabetta Francesca di Padova Donata Bonosa Andrea d’Avelino Rita Liutgarda Geltruda Venancia Taddea Spiridione Rocca Matilde. Em tamanho de nome, a imperatriz Teresa Cristina só deve perder para um sujeito da Filadélfia que tinha 26 nomes e um sobrenome com quase 700 letras. Revista Coop | 63 | Setembro 2020


COMPORTAMENTO | Casamento

Noivos em fuga Mesmo sem ser convidado, o novo coronavírus chegou e acabou com a festa de casamento de milhares de brasileiros. IVANILDE SITTA

E

ntre março e junho, os cartórios do Brasil oficializaram 146,7 mil casamentos, praticamente a metade (49%) do número contabilizado no mesmo período do ano passado, quando 284,2 mil casais selaram a união. Aqueles que tiveram de reprogramar a data para o pós-pandemia amargam não só a tristeza pelo sonho adiado, como também o prejuízo no bolso devido a certos preparativos já providenciados. Sem contar a insegurança de se, de fato, poderão trocar as alianças na nova data agendada. “Caso ainda não tenha surgido uma vacina, estamos decididos a casar apenas no cartório e fazer a festa, que já estamos pagando, somente quando o cenário for favorável”, adianta Sarah Rachel de Angelo Alves. Ela e Rafael Batista já deveriam estar dividindo as escovas de dente desde o dia 20 de junho, data marcada antes de o coronavírus dar o ar da graça. Assim que a pandemia chegou ao Brasil, o casal decidiu adiar a união para 20 de fevereiro de 2021 porque seus pais integram o grupo de risco da Covid-19, assim como o noivo, que é hipertenso. “Ainda está longe, mas a incerteza é tanta que já traçamos o plano B”, diz Sa-

Revista Coop | 64 | Setembro 2020

rah, que por muito pouco não saiu prejudicada financeiramente. “Conseguimos brecar a impressão dos convites em cima da hora”, acrescenta. A mesma sorte não teve o casal Nadine Barbosa de Oliveira e Wellington Pereira dos Santos Batista, que já tinha adquirido as lembrancinhas e o quadro de assinaturas com a data 10 de outubro de 2020 impressa nos materiais. Os noivos, que reagendaram o casamento para 27 de fevereiro de 2021, tiveram ainda de acionar o Procon para que a data do voo para a viagem de lua de mel fosse remarcada. Nessa bagunça toda, arcaram com um prejuízo de R$ 3 mil, sem imaginar que outros contratempos viriam pela frente. Nesse meio-tempo, Nadine e alguns de seus familiares foram contaminados pela Covid-19, logo a seguir ela perdeu o emprego e o noivo teve o salário reduzido. “Estamos muito tristes por tudo o que aconteceu e ainda perdemos o sono só de imaginar que a data remarcada tenha de ser adiada novamente, já que até o carnaval foi transferido para maio ou julho”, destaca. QUE PANDEMIA A crise sanitária levou não só noivos à loucura, mas também toda a cadeia de pro-

moção de eventos, que só agora começa a retomar as atividades, ainda que em passos lentos. “O prejuízo foi imenso, já que tivemos de remarcar 13 festas de casamento por conta da pandemia”, lamenta Larissa Coelho, gerente do Lugar 166, em São Paulo. Todos os eventos, segundo ela, foram reagendados a partir de fevereiro de 2021. Reaberto no dia 6 de julho último, o espaço já começa a receber novos clientes. “Eles se mostram mais preocupados com

os protocolos de segurança de que dispomos do que com os demais serviços da festa”, comenta a gerente. Com capacidade para receber até 200 pessoas, o Lugar 166 está fechando contrato apenas para 50 convidados, no máximo, sem direito à pista de dança. Além da obrigatoriedade do uso de máscaras, a circulação durante a festa é permitida apenas para o uso dos sanitários. “Estamos seguindo à risca todos os protocolos”, garante.

Sarah Rachel e Rafael: plano B na manga.

Revista Coop | 65 | Setembro 2020


Sua casa

COMPORTAMENTO | Casamento

Ivanilde Sitta

Fotos: Shutterstock

Nichos decorativos Modernas, versáteis e econômicas, as peças são alternativas para qualquer ambiente da casa e encontradas prontas em variados tamanhos a preços acessíveis. Melhor ainda é que não só decoram, como têm funções, inclusive no banheiro e lavabos. A arquiteta Karina Korn sugere um nicho retangular para armazenar papel higiênico extra, toalhas e aromatizantes. “Assim, fica tudo à mão caso seja necessário”, garante a profissional, que sempre aposta em nichos em seus projetos de decoração. Ela acrescenta que o nicho no box do banheiro é a tendência do momento para o cômodo para armazenar os produtos de banho, conferindo beleza e organização. Neste caso, porém, ela recomenda mão de obra especializada porque são instalados diretamente na parede, mexendo com a estrutura.

Contas em dia

Nadine e Wellington: data adiada e prejuízo financeiro.

Casamento ao vivo Os noivos que preferem não arriscar, mas também não veem a hora de trocar alianças, têm uma nova opção: o live wedding, solução trabalhada nesses tempos de pandemia pela Bonfatti Eventos, empresa especializada em cerimoniais corporativos e casamentos há mais de 20 anos. “O grande diferencial desse modelo é a possibilidade de abrir a cerimônia para convidados de qualquer lugar do mundo”, salienta Carolynne Bonfatti, sócia-fundadora da empresa. Segundo ela, toda a organização do evento acontece da mesma maneira, o que muda é a forma de realização, ou seja, é pos-

Revista Coop | 66 | Setembro 2020

sível fazer a cerimônia presencial com os pais dos noivos e padrinhos e, por meio de uma plataforma de vídeo, com o restante dos convidados. Tudo é pensado, até a entrega dos convites, que pode ser feita fisicamente, com um mimo especial para os padrinhos, assim como as lembrancinhas após o evento. “O live wedding é uma tendência e uma oportunidade para os casais que desejam se casar neste momento de cuidado e afastamento social. Nosso trabalho é tornar esse dia inesquecível e especial a todos os participantes”, resume Carolynne.

Sem desperdício Sobrou vinho na garrafa? Guarde para beber depois, porém, respeitando o prazo certo. Depois de aberto, cada tipo demora um tempo específico para começar a perder algumas de suas características. A sommelier Ana Cristina Fulgêncio, da Wine.com.br, revela que o ideal é consumir o tinto em até cinco dias, enquanto o rosé e o branco mantêm-se íntegros até três dias. Já os espumantes são feitos para consumo imediato, especialmente por conta do gás. Outra dica que a especialista dá para manter a qualidade é conservar o vinho sempre em um ambiente escuro, com baixa luminosidade, pois a bebida tem componentes fotossensíveis. “É por isso que muitos vinhos vêm em garrafas verdes, justamente para bloquear a passagem de luz”, acrescenta.

Quem tem alguma dívida entre R$ 200 e R$ 1.000 tem a chance de liquidá-la por apenas R$ 100 durante a campanha do Serasa Limpa Nome, desde que o credor seja uma destas empresas: Ativos S.A., Kroton, Tricard, Santander, Recovery, BMG e Cred-System. O valor de cem reais é válido para qualquer um dos sete parceiros envolvidos na campanha. “Neste momento delicado da economia, em que muitas pessoas perderam sua renda, trabalhamos para oferecer o máximo de ajuda para esta parcela significativa da população”, afirma Lucas Lopes, diretor do Serasa Limpa Nome. Acesse o site www.serasa.com.br para conhecer todas as regras. Revista Coop | 67 | Setembro 2020


SERVIÇO | Cartórios

Negócio fechado! Os cartórios estão abertos, mas não é preciso ir até lá para formalizar negociações e usar vários de seus serviços. MARLI BARBOSA

O

s cartórios, locais comumente associados à burocracia, também tiveram que se reinventar e agora adotam a videoconferência e outros recursos digitais para que os usuários possam formalizar acordos e registrar atos importantes da vida civil na comodidade de sua casa, bastando para isso apenas uma conexão com a Internet. Essa inovação administrativa, gerada em razão da pandemia da Covid-19, tem sido muito bem recebida e elogiada por advogados e profissionais do setor imobiliário, que já comemoram a retomada dos negócios. O advogado Daniel Bucioli, da Ragazzi Advocacia, enumera os serviços que já podem ser realizados à distância: escritura de compra e venda de imóveis, doação, inventário e partilha, declaração de união estável, divórcio e procuração, entre outros. Para ele, mais que uma medida que visa contribuir para o enfrentamento da pandemia do coronavírus, isso representa uma revolução na prática notarial do país, pois, além de permitir a concretização de negócios sem contato físico, elimina o entrave da distância entre as partes. “A escritura digital veio facilitar a vida do cidadão, trazendo benefícios como comodidade e economia de tempo e dinheiro com a necessária segurança jurídica”, aplaude o advogado. A di-

Revista Coop | 68 | Setembro 2020

retora da Ética Soluções Imobiliárias, Yslanda Barros, também comemora a novidade: “A escritura digital está viabilizando o aumento de negócios no setor imobiliário, que celebrava um bom momento quando foi pego de supetão e fortemente atingido pela pandemia”. As operações online tornaram-se possíveis em abril, quando os serviços dos cartórios de notas foram considerados essenciais e a Corregedoria Nacional de Justiça (CNJ) – órgão que regulamenta e fiscaliza os serviços do setor – determinou que funcionassem em regime especial com atendimento presencial e eletrônico. Depois, outra norma da Corregedoria (Provimento nº 100) regularizou a escritura digital. INOVAÇÃO Para viabilizar o serviço virtual, uma plataforma online foi criada pelo Colégio Notarial do Brasil, entidade que reúne mais de 8 mil cartórios de todo o país. Para ter acesso ao novo sistema, chamado de e-notariado, é preciso ter um certificado digital, documento eletrônico com validade jurídica, que permite a assinatura de documentos pela Internet. Segundo a presidente do Colégio, Giselle Oliveira de Barros, a norma já estava sendo preparada pelo CNJ e vai funcionar de forma permanente após o fim da pandemia. “É uma medida que facilita o acesso do cidadão aos serviços dos cartórios de nota,

uniformiza o atendimento em todo o país e coloca os cartórios no século XXI”, afirma. Ela explica que a plataforma é exclusiva dos cartórios de notas e que a videoconferência, conduzida pelo tabelião, é gravada e arquivada com data e hora, assim como a identificação dos participantes, que devem expressar a concordância com o procedimento. Giselle acrescenta que essa reunião é necessária na assinatura de escrituras de compra e venda, divórcios consensuais e inventários e partilhas que não exigem processo judicial, ou seja, quando há acordo entre os herdeiros. Para acessar os serviços à distância, o usuário ou seu advogado deve entrar em contato com o cartório escolhido e o tabelião vai orientar e dar andamento ao serviço na plataforma. Para utilizar o serviço, o usuário precisa da emissão de um certificado digital, que é solicitada pelo próprio cartório e é feito gratuitamente. A Associação de Notários e Registradores do Estado de São Paulo (Anoreg/SP) recomenda que a ida ao cartório só aconteça em situações em que a presença seja imprescindível. Pedidos de segunda via de certidões de nascimento, casamento e óbito, emitidas em todo o país, podem ser feitos no site oficial do Registro Civil (registrocivil.org.br) com os mesmos custos dos cartórios. Após a confirmação do pagamento, o prazo de entrega do documento solicitado é de aproximadamente 10 dias.

E OS CASAMENTOS E NASCIMENTOS? Apesar de muitos casais terem adiado o sim, os cartórios não interromperam os casamentos durante a pandemia. “As cerimônias têm sido realizadas seguindo todas as normas de higiene e segurança recomendadas por organizações sanitárias. Apenas os noivos e as duas testemunhas previstas em lei podem participar", informa a diretora da Associação dos Registradores de Pessoas Naturais do Estado de São Paulo (ArpenSP), Andreia Gagliardi. Além disso, os noivos terão que incorporar a máscara ao figurino e não só eles, mas todos os participantes, que também terão álcool em gel à disposição para que todos possam fazer a higienização das mãos na troca de alianças ou na hora de pegar a caneta ao assinar o registro. Os responsáveis pelos bebês que nascerem durante a pandemia também não precisam esperar para que os novos cidadãos brasileiros obtenham o primeiro e mais importante documento da vida. O interessado pode comparecer ao cartório para fazer o registro, mas quem preferir pode enviar os documentos necessários por via eletrônica. Após o fim do período da quarentena, no entanto, terão que ir ao cartório no prazo de 15 dias para confirmar o registro.

Consultoria: Andreia Gagliardi: diretora da Associação dos Registradores de Pessoas Naturais do Estado de São Paulo (Arpen-SP). Daniel Bucioli: advogado; responsável pela área de Direito Imobiliário e membro da equipe de Direito Contratual da Ragazzi Advocacia (ragazzi.adv.br). Giselle Oliveira de Barros: presidente do Colégio Notarial do Brasil. Yslanda Barros: diretora da Ética Soluções Imobiliárias.

Revista Coop | 69 | Setembro 2020


EDUCAÇÃO | Enem

Estudo reforçado O coronavírus embaralhou o calendário dos vestibulares. Agora é correr atrás do prejuízo e seguir em frente.

MARLI BARBOSA

E

studar para garantir a tão sonhada vaga numa universidade nunca foi tarefa fácil, ainda mais neste ano com a paralisação sem precedentes das escolas, que obrigou os estudantes a se adaptar ao ensino virtual. A mudança da rotina certamente exerce uma pressão a mais para uma fase estudantil que, por si só, já é fonte de ansiedade. Somam-se a isso outras preocupações, como o medo da doença e da queda de renda da família, para ter uma ideia de como anda a vida da grande maioria dos vestibulandos. Porém, educadores e psicólogos não têm dúvidas: estabelecer uma rotina e fazer um planejamento adaptado à realidade de cada um é essencial neste momento. “O estudante, que tem como meta conquistar uma vaga ou conseguir uma bolsa em uma boa universidade, precisa se esforçar para não perder o foco, mesmo diante das dificuldades”, incentiva o coordenador pedagógico do Curso Maximize, Alexandre Katashi Takata. Ele dá dicas de como conseguir. O primeiro passo é organizar e seguir um calendário semanal, incluindo todas as matérias, especificando dias e dando o mesmo tempo para cada uma delas, além de dividir o tempo de

Revista Coop | 70 | Setembro 2020

Foto: Shutterstock

estudo entre teoria e prática. “Também é importante consultar as provas dos anos anteriores do exame que vai prestar e priorizar os conteúdos que mais caíram”, sugere o educador, acrescentando que quem tiver possibilidade deve acompanhar videoaulas e, antes, ler a parte teórica e assistir a um documentário sobre o assunto. O professor lembra que é preciso também reservar um horário para redação, produzindo pelo menos dois textos de temas atuais por semana. Takata salienta que as provas do Enem e dos vestibulares mais disputados também exigem preparação física e emocional, além do bom gerenciamento do tempo. Daí a importância de resolver provas de anos anteriores, respeitando o tempo real dos exames. “As provas devem ser feitas não só para saber quantas questões se acertam, mas também para entender o motivo dos erros. Mesmo

que acerte uma questão, o estudante vai se beneficiar se entender por que as demais alternativas estão incorretas”, recomenda. Claro que é importante equilibrar estudo e lazer. Mas, para o professor, o vestibulando tira mais proveito para a fase que vive se direcionar o entretenimento a novos aprendizados, explorando universos diferentes na leitura, música e filmes. “Um roqueiro não precisa virar fã do samba, mas vai enriquecer seu conhecimento ao explorar um estilo que atrai um universo tão grande de pessoas”, exemplifica. Segundo a psicopedagoga Cláudia Cantero, o importante agora é fazer o que for possível, mas seguir em frente. Ela explica que é saudável e produtivo programar pausas durante o estudo e fazer algum tipo de atividade física, além de reservar um dia da semana para fazer coisas que não tenham nada a ver com vestibular ou simplesmente para descansar. Aos pais,

ela recomenda dose extra de paciência e disponibilidade para conversar e ajudar dentro do possível, além de evitar cobranças excessivas, que aumentam o nível de estresse. COMO ANDAM OS CRONOGRAMAS Depois de muita polêmica, o Ministério da Educação (MEC) divulgou que as provas do Enem serão aplicadas nos dias 17 e 24 de janeiro de 2021. O Enem digital, numa experiência-piloto, será nos dias 31 de janeiro e 7 de fevereiro. A reaplicação da prova impressa, que ocorre por problemas estruturais, como falta de luz, será nos dias 24 e 25 de fevereiro. No calendário original, as provas aconteceriam entre outubro e novembro deste ano. O calendário foi na contramão da consulta feita pelo próprio MEC entre os vestibulandos, na qual o resultado indicou que 49,7% dos participantes preferiam fazer a prova

Revista Coop | 71 | Setembro 2020


EDUCAÇÃO | Enem

Reflexos da pandemia A crise sanitária também fez com que as universidades particulares se reinventassem. Diversas instituições tradicionais usarão as notas do Enem pela primeira vez, o que se refletiu no número de inscritos, que nesta edição registrou 5.783.357 inscrições, 13,5% a mais que a edição anterior. Outras universidades particulares apostam em estratégias como vestibular agendado, o que dá certa tranquilidade para os vestibulandos se organizarem, enquanto algumas aderiram às provas online, que têm como maior desafio garantir a autenticidade e idoneidade do processo.

Consultoria: Alexandre Katashi Takata: professor de História e coordenador pedagógico do Curso Maximize. Cláudia Cantero: psicóloga com especialização em Psicopedagogia; atende no Núcleo Evoluir, em São Paulo.

meio do Sistema de Seleção Unificada (Sisu). Com a nota do exame, também são concedidas bolsas em faculdades privadas, no Programa Universidade para Todos (Prouni), e financiamentos pelo Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (Fies). Muitas faculdades privadas também preenchem suas vagas com a nota do Exame.

USP, UNICAMP E UNESP As três universidades paulistas, que aguardavam a definição do Enem, divulgaram também seus calendários. Confira: Fundação Universitária para o Vestibular em maio de 2021; 35,3%, em janeiro de (Fuvest): responsável pelos exames da Uni2021, e 15%, em dezembro de 2020. Entreversidade de São Paulo (USP), realizará as tanto, o consenso entre secretarias estaduais provas da primeira fase no dia 10 de janeiro de educação e representantes de universide 2021 e da segunda fase em 21 e 22 de fedades é que maio inviabilizaria o primeiro severeiro. As inscrições vão até 23 de outubro mestre letivo do próximo ano. de 2020. Nesta edição, a USP oferecerá A decisão do MEC foi criticada pela União 11.147 vagas, sendo 8.242 preenchidas pela Nacional de Estudantes (UNE) Fuvest e 2.905 pelo Enem. Os pais devem ter Universidade de Campinas e a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), (Unicamp): a primeira fase dose extra de que questionam se o prazo de acontece nos dias 6 e 7 de japaciência e adiamento será suficiente para neiro de 2021, sendo realizada disponibilidade recuperar as perdas causadas em dois dias pela primeira vez para conversar e pela paralisação das aulas. A para evitar aglomeração. O ajudar dentro do tempo máximo da prova foi dipolêmica em torno da data do Enem também acentuou a disminuído de cinco para quatro possível. cussão sobre as diferenças de horas e o de questões de 90 condições de preparação, sobretudo para a para 72. O formato da segunda fase, marcada parcela de alunos que está finalizando o enpara os dias 7 e 8 de fevereiro, não terá altesino médio. rações. As inscrições vão até 8 de setembro. O Enem democratizou o acesso ao ensino Universidade Estadual Paulista (Unesp): superior e tornou-se a prova mais importante marcou a primeira fase para os dias 30 e 31 da vida de muitos jovens brasileiros. Sair bem de janeiro de 2021 e a segunda para 28 de no Enem pode significar uma vaga em uma fevereiro. O aproveitamento das notas do universidade pública federal ou estadual por Enem ainda está sendo analisada.

Revista Coop | 72 | Setembro 2020

A obesidade na Covid-19


Guia de saúde

Covid-19 na balança Estudos recentes indicam que a obesidade é a condição crônica que mais leva pacientes infectados pelo novo coronavírus a precisar de hospitalização. NASCIMENTO Jr.

H

á tempos, a obesidade é conhecida – e combatida – em função das diversas repercussões negativas que acarreta à saúde. Só que, ao longo da atual pandemia, cientistas descobriram que estar acima do peso representa um grande risco para indivíduos contaminados pela Covid-19. Estudos recentes afirmam que a obesidade é a condição crônica que mais leva pacientes afetados pelo novo coronavírus a necessitar de hospitalização. Para piorar o cenário, o isolamento social e o turbilhão emocional desses últimos meses têm levado muitas pessoas a descontar a ansiedade na comida, aumentando ainda mais os problemas com a balança. Desde o início da pandemia, o diabetes, a hipertensão arterial e as doenças cardiovasculares já eram considerados fatores de risco para complicações relacionadas à Covid-19. Agora, com os novos estudos, a obesidade passou a ser a grande vilã. A endocrinologista Cintia Cercato, da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia regional São Paulo, explica que os obesos têm também maior chance de evoluir para as formas graves da doença, com maior necessidade de hospitalização em UTI e de ventilação mecânica e com maior mortalidade. Estudo realizado no reino Unido concluiu que 7 em cada 10 pacientes admitidos em UTI com Covid19 tinham excesso de peso. Em Nova Iorque, outra pesquisa indica que obesos com menos de 60 anos e IMC (Índice de Massa Corporal) entre 30 kg/m² e

Revista Coop | 74 | Setembro 2020

34 kg/m², tinham 1,8 vez mais chance de ir para a UTI em comparação com aqueles com IMC menor do que 30 kg/m². E quanto maior o índice, maior o risco: indivíduos com IMC acima de 35 kg/m² apresentavam risco 3,6 vezes maior. GORDURA ABDOMINAL De acordo com a endocrinologista da SBEM-SP, esse fenômeno pode ser atribuído a algumas razões, inclusive pela própria associação entre o excesso de peso e outras doenças crônicas, relação já estabelecida nos casos de diabetes, hipertensão e doenças cardiovasculares. “Isso se deve, principalmente, ao acúmulo de gordura abdominal, que acaba contribuindo para a resistência à ação da insulina, aliada a um aumento da inflamação sistêmica”, detalha a médica. Outra questão importante é o prejuízo à função pulmonar. Segundo a especialista, durante a respiração normal, o diafragma contrai e empurra o conteúdo abdominal para baixo. Ao mesmo tempo, a contração dos músculos intercostais (ligados à mecânica respiratória) tracionam as costelas para cima e para frente. “Devido ao excesso de gordura que reveste o tórax e ao aumento de gordura abdominal, pessoas obesas apresentam limitação da mobilidade do diafragma e dos movimentos costais, prejudicando a mecânica ventilatória. Essas alterações reduzem a capacidade pulmonar e aumentam o trabalho respiratório”, esclarece Cintia Cercato. BAIXA IMUNIDADE Desde abril de 2009, a partir da pandemia de gripe A H1N1 – também conhecida como gripe suína –, ficou claro que os obesos, diante da infecção pelo vírus influenza, apresentam maior replicação e dis-

seminação da doença no pulmão, que levam a formas mais graves da enfermidade. Isso ocorre justamente em razão da inflamação sistêmica associada à obesidade, que modifica o microambiente pulmonar, afetando tanto a resposta imune imediata (a primeira linha de defesa do organismo) como a resposta imune mais elaborada, chamada de resposta adaptativa ou adquirida. Ainda não é possível afirmar que o mesmo mecanismo identificado no vírus influenza também ocorra na infecção pelo Sars-CoV-2, responsável pela Covid19. Contudo, é grande essa possibilidade, tendo em vista que as complicações respiratórias estão estre as principais características do novo coronavírus.

QUEM É OBESO? O critério utilizado para avaliar e classificar o estado nutricional de uma pessoa é o Índice de Massa Corporal, de acordo com as recomendações da Organização Mundial da Saúde. Esse índice é estimado entre a relação de peso e altura. A fórmula para o cálculo do IMC é o peso (em kg) dividido pela altura² (em metros). Conforme o resultado, é possível estabelecer a classificação. Uma pessoa é considerada com excesso de peso quando o IMC é igual ou superior a 25 kg/m². A obesidade ocorre quando o IMC é igual ou superior a 30 kg/m² e está dividida em três estágios. No grau 1, o IMC está entre 30 kg/m² e 35 kg/m². A obesidade grau 2 vai de 35 kg/m² a 40 kg/m². Acima de 40 kg/m² é

Revista Coop | 75 | Setembro 2020


Guia de saúde

come. Pesquisas experimentais, segundo ela, mostram que, quando o indivíduo é exposto a emoções negativas, ele tende a consumir alimentos mais ricos em calorias em comparação com situações emocionalmente neutras. “Em geral, são buscados alimentos de alta palatabilidade, ricos em açúcar e gordura. Isso pode favorecer o ganho de peso, sobretudo em pessoas com maior tendência à obesidade”, alerta.

o grau 3, o estágio mais grave da doença, também conhecido como obesidade mórbida.

Consultoria: Cintia Cercato: endocrinologista da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia Regional São Paulo (SBEM-SP). Maria Angela Zaccarelli Marino: professora de Endocrinologia do Centro Universitário Saúde ABC / Faculdade de Medicina do ABC (FMABC). Ministério da Saúde.

ATENÇÃO ÀS EMOÇÕES Perder peso não é tarefa fácil. Ainda mais com a rotina agitada e as facilidades da vida moderna, com centenas de opções de fast food a um simples toque no celular. Nesta época de pandemia, o isolamento social, a distância dos amigos e familiares e o bombardeio de notícias negativas têm potencializado sintomas de ansiedade, angústia e medo. Paralelamente, muitas pessoas deixaram de frequentar academias ou pararam de se exercitar ao ar livre. Todas essas condições, somadas, acabam contribuindo para alguns “quilinhos” a mais na balança. A médica Cintia Cercato diz que o estado emocional influencia a quantidade e qualidade do que se

Revista Coop | 76 | Setembro 2020

EPIDEMIA GLOBAL Definida como o excesso de gordura no corpo, a obesidade na história da humanidade era considerada sinal de saúde e prosperidade. Porém, hoje é comprovadamente a forma mais comum de má nutrição e de hábitos alimentares ruins – como ingestão de doces, massas, fast food e frituras –, que podem desencadear problemas como diabetes tipo 2, doenças cardíacas, hipertensão arterial, doenças osteoarticulares, esteatose hepática e até mesmo distúrbios psicológicos. Para evitar a obesidade, a professora de Endocrinologia da Faculdade de Medicina do ABC, Maria Angela Zaccarelli Marino, recomenda pequenas alterações no estilo de vida, capazes de conter o avanço desta epidemia. “respeitando os hábitos e o estilo de vida de cada um, é possível implementar a reeducação alimentar com a ingestão de carboidratos complexos, como frutas, grãos, cereais e tubérculos, de gorduras em porções de 20% a 30%, além de fibras, proteínas, vitaminas e pouco sal”, enumera. A docente também alerta para o uso indiscriminado de medicamentos para emagrecer, justificando que não existe até o momento remédio para isso. A fórmula concreta é a reeducação alimentar e a prática regular de atividades físicas. “Portanto, a mudança progressiva no estilo de vida é decisiva na manutenção do peso corporal saudável”, finaliza Zaccarelli.


COMPORTAMENTO | Luto

Adeus sem despedida O cerimonial fúnebre, apesar de carregado de tristeza, é fundamental para o processo de elaboração da morte para quem fica. IVANILDE SITTA

A

lgo que familiares e amigos das mais de 100 mil vítimas da Covid-19 não tiveram (nem têm) direito de vivenciar. Não bastasse a natural e implacável dor da perda, soma-se ao sofrimento a impossibilidade de ver a imagem da pessoa pela última vez, de dizer as palavras não ditas durante a convivência, e de ser consolado ou de dividir suas angústias com aqueles que certamente estariam presentes caso houvesse uma despedida digna. Cenário assim vem ocorrendo desde a chegada do coronavírus ao Brasil, inclusive, para falecimentos por

Revista Coop | 78 | Setembro 2020

outras causas. Os protocolos de segurança durante a pandemia têm recomendado velório de, no máximo, uma hora, quantidade mínima de pessoas e, nos casos da Covid-19, nem isso. Se encarar a morte de alguém próximo é sempre difícil, imagine se despedir dessa forma. De acordo com especialistas, o velório é o primeiro passo para a vivência do luto, pois é quando a realidade toma o contorno da concretude da morte. “Muitas mães relatam que só acreditaram que o filho tinha morrido a partir do velório e do momento do enterro”, explica Nazaré Jacobucci, psicóloga especializada em intervenção no

luto. Ela acrescenta que os rituais fúnebres também têm função social e afetiva, já que receber o carinho de pessoas que fazem parte do convívio é de extrema importância neste momento. Quando o normal foge à regra – como tem acontecido atualmente –, certas pessoas podem encontrar dificuldade em elaborar o processo da perda, o que pode levar a sintomas depressivos, segundo adianta a psicóloga Bruna Borges. Nesses casos, Nazaré destaca que podem surgir muitas questões em relação à morte do ente querido, ainda mais quando o caixão é lacrado, ou seja, se o corpo lá dentro é do familiar, se está realmente morto ou não. “Caso as dúvidas permaneçam, gerando uma ansiedade que não permite que o familiar retorne às atividades cotidianas, é hora de pensar em buscar ajuda profissional”, alerta.

PARTIDA ABRUPTA Há outros agravantes, no caso da Covid19, que podem comprometer o processo de luto, segundo os especialistas. A grande maioria daqueles que perderam seus entes queridos não teve a oportunidade de acompanhar o paciente ao longo da doença, já que o último contato se deu no momento da entrada no hospital, sem imaginarem que ali se dava a despedida. Bem diferente de quando é possível estar ao lado do paciente, pois, de acordo com a piora do quadro, o familiar vai se conformando e, de certa forma, se despedindo. De qualquer maneira, os enlutados devem ter paciência com seus sentimentos e não deixar de expressar a dor, a angústia e até mesmo a raiva. Cada indivíduo, segundo os psicólogos, tende a encontrar em seus recursos psíquico-emocionais uma melhor maneira de lidar com o fenômeno da morte. “Criar rituais que façam sentido para a pessoa é uma estratégia interessante para lidar com a perda, assim como o recurso da escrita como um meio para expressar seus sentimentos”, indica Nazaré. Para a psicóloga, a assimilação de luto natural se dá em compreender que não temos controle algum sobre a morte, só que a sociedade baniu o fim da vida como tema das conversas em família e, como consequência, perdeu-se a capacidade de apreensão de que a vida é permeada pela impermanência. “Mas viver é isso, o inesperado pode ocorrer a qualquer momento, tanto que a Covid-19, algo jamais imaginável, dá a chance de refletir com seriedade que somos seres mortais”, conclui.

Revista Coop | 79 | Setembro 2020


COMPORTAMENTO | Luto

Cadê a vovó?

Consultoria: Nazaré Jacobucci: mestranda em Cuidados Paliativos na Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, especialista em Teoria, Pesquisa e Intervenção em Luto e em Psicologia Hospitalar. Flávia Teixeira: psicóloga, mestre em Saúde Coletiva pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e professora de pós-graduação em Psicologia Hospitalar na UFRJ. Bruna Borges: psicóloga especialista em luto pela PUC-SP.

Dar notícia ruim – seja qual for – nunca é bom e nem há uma hora boa para comunicar. Ainda mais quando se trata de crianças, que viram a vovó ou qualquer parente próximo sair de casa para ir ao hospital, de uma hora para outra, e não voltar mais. Da mesma forma acontece com os idosos, já que a perda de um filho ou neto, teoricamente, contraria o ciclo natural da vida. A psicóloga Flávia Teixeira diz que o melhor para o emissor num momento tão delicado assim é ter o máximo de empatia e solidariedade, deixando o indivíduo manifestar sua dor, sem fazer julgamentos, ficando ao lado dele. “As reações são as mais diversas, já que tem gente que reage chorando ou gritando, enquanto outros precisam da solidão e do silêncio para absorver a informação”, relata. No caso de comunicar a morte às crianças, a psicóloga recomenda fazer uma sondagem antes para saber até que ponto elas compreendem o assunto. Fazer analogias com a natureza é uma boa abordagem. “Pode-se explicar que, como uma planta, que nasce, vive por um período e morre, assim também acontece com as pessoas”, sugere. Os idosos são outro grupo que as pessoas tendem a querer proteger por acharem que são mais frágeis e não conseguirão lidar com uma notícia ruim. Porém, nem sempre é assim. Flávia Teixeira explica que eles já

Revista Coop | 80 | Setembro 2020

saúde | Medicamentos COMPORTAMENTO | Dia da Mulher

passaram por muitas experiências na vida, algumas boas e ruins, inclusive guerras e até outras epidemias. “Os mais velhos não só têm condições de enfrentar esses eventos, como podem usar suas lições de vida para nos ajudar a lidar com nossos sentimentos”, destaca. O que vai fazer a diferença em todos os casos é o modo como a notícia será transmitida. Para tanto, a psicóloga oferece alguns caminhos: n Quem estiver à frente da situação precisa refletir se realmente está preparado. Caso contrário, não vá além das suas limitações. Peça ajuda. “Ninguém precisa carregar esse peso sozinho se não tiver condições”, avalia. n O grau de proximidade, o tipo de relação e a importância que o emissor tem na vida do familiar ou do amigo serão determinantes no impacto da notícia. n Antes de contar, a pessoa deve saber de quais informações o indivíduo já dispõe para entender o que e como vai falar. n O ideal é que o transmissor tenha um olhar acolhedor, uma escuta atenta e capacidade para aceitar as reações, habilidades importantes para que o outro consiga processar a informação com total liberdade para exteriorizar suas emoções. n De acordo com Flávia, cada um tem seu próprio ritmo para entender, absorver e elaborar tantas mudanças e perdas. A boa notícia, segundo ela, é que o ser humano possui capacidade de adaptação para encontrar saídas às situações mais adversas. “Podemos, sim, tomar as rédeas e ser protagonistas de uma história que não fomos perguntados se gostaríamos de escrever”, reforça.

Doutor bactéria Da mente brilhante de Louis Pasteur, falecido em setembro de 1895, surgiram métodos que revolucionaram o combate às infecções. IVANILDE SITTA

S

e hoje é possível encontrar alimentos que podem ser estocados por mais tempo, sem que suas características sejam comprometidas, isso se deve a uma das façanhas desse cientista, químico e bacteriologista francês ao criar, no século XIX, o método da pasteurização, que garante seu copo de leite, por exemplo, livre de micro-organismos. Um avanço científico de fundamental importância para a indústria de alimentos e bebidas fermentadas, já que a pasteurização permite que os produtos sejam transportados sem sofrerem decomposição. Ao longo de sua vida de 73 anos, Pasteur foi autor de descobertas científicas que tiveram impacto imenso na medicina e seus trabalhos deram início ao que chamamos hoje de microbiologia. Foi a realização de pesquisas sobre as doenças infecciosas que fez a carreira do cientista ascender de modo mais significativo. A teoria germinal das doenças infecciosas, que prega que a maioria dessas enfermidades seja causada por germes, foi uma das mais importantes contribuições. Cada vez mais engajado em pesquisas, o químico descobriu três bactérias responsáveis por doenças nos homens: estafilococos, estreptococos e pneumococos. Outra contribuição dada por Pasteur foi a descoberta do agente transmissor da raiva, que na época não podia ser visto no microscópio, mostrando assim o mundo dos vírus.

Foi em 1885, quando tratou de Joseph Meister, um garoto de 9 anos que fora mordido por um cão infectado pela raiva, que Pasteur lançou mão de injeções diárias, por 13 dias seguidos, com vírus cada vez menos atenuados. Meister nunca contraiu a raiva. Em 1886, Pasteur apresentou os resultados para o tratamento da raiva na Academia de Ciências Francesa e foi convidado a criar um centro para produção de vacina antirrábica. O Instituto Pasteur foi então idealizado e, dois anos depois, inaugurado para ser um centro de tratamento da raiva, de doenças infecciosas e educação. Ainda hoje, o cientista francês também empresta seu nome a 27 institutos de pesquisa e tratamento de doenças infecciosas e parasitárias espalhados pelo mundo. PINTURA NO MEIO DA JORNADA Pasteur não foi um aluno aplicado ou brilhante na escola e nem mesmo na universidade em que estudou. Na juventude, tinha um gosto especial pela pintura e fez diversos retratos de sua família. Aos 19 anos, abandonou a arte para se dedicar à carreira científica, que perdurou por toda a sua vida. O seu corpo está enterrado sob o Instituto Pasteur em Paris, numa tumba decorada por mosaicos em estilo bizantino que lembram os seus feitos.

Revista Coop | 81 | Setembro 2020


Deu positivo O atraso na menstruação confirmou a gravidez. Passada a euforia, é hora de buscar conhecimento para sanar as dúvidas que vão surgir durante a gestação. IVANILDE SITTA

N

em só o corpo muda ao longo dos nove meses. Os hormônios da gravidez podem alterar o sono e o humor, deflagrar os enjoos característicos do período e ainda causar inchaços. Sem contar as possíveis e temidas estrias que costumam se apresentar em certas mulheres e também as incertezas que mexem com a cabeça das futuras mamães, ainda mais quando são marinheiras de primeira viagem. Posso pintar o cabelo? Sexo durante a gravidez faz mal ao bebê? Preciso tomar vitaminas? Para acabar com a ansiedade gerada pelas dúvidas, nada melhor do que uma boa interação com o médico obstetra durante as consultas de pré-natal para tranquilizar a paciente, que deverá procurá-lo a qualquer instante caso haja sangramento vaginal, contrações e demais ocorrências urgentes. Especialistas trazem aqui o que a gestante pode ou não fazer e os desconfortos mais comuns ao longo das 40 semanas que antecedem à chegada do bebê.

Revista Coop | 82 | Setembro 2020

1

Ganho de peso: não é para comer por dois. Segundo o ginecologista e obstetra Domingos Mantelli Borges Filho, o mais indicado é que os ponteiros da balança subam entre 9 e 12 quilos, no máximo. Para tanto, a alimentação deve ser equilibrada e diversificada, com boa oferta de frutas, verduras, carnes, cereais e leite. “A gestante deve comer pouco e fazer de 4 a 6 refeições diárias, incluindo o hábito de ingerir de 1 a 2 litros de água por dia”, aconselha. Evitar massas, doces, bebidas gasosas e alcoólicas é o mais recomendado para o período.

2

Beleza adiada: além do controle do peso, que pode ser favorecido com a prática de exercícios físicos, desde que autorizada pelo médico, a gestante deve ficar atenta à suspensão de certos rituais de beleza. Até mesmo o uso de hidratantes corporais deve ser cauteloso. Aqueles que têm altas concentrações de ureia na composição são proibidos, segundo adianta o ginecologista. Tingir o cabelo? “Somente a partir do quarto mês de gestação, enquanto as escovas progressivas e demais alisamentos devem ser evitados durante toda a gestação”, avisa.

Foto: Shutterstock

3

Primeiro trimestre: requer uma atenção maior, principalmente em relação a possíveis sangramentos. Domingos Filho explica que a perda de sangue no início da gravidez ocorre em quase 20% das gestações e, geralmente, é uma ocorrência completamente normal, provocada pela nidação, que é a fixação do embrião dentro do útero. Mesmo assim, requer uma visita ao médico para descartar outros diagnósticos, como ameaça de abortamento.

4

Cólica intensa: nunca é bom sinal, ainda mais se vier acompanhada de sangramento. Um dos diagnósticos pode ser de gestação anembrionada (GA), quadro que se apresenta quando o óvulo fertilizado se implanta no útero, porém, não se desenvolve em embrião ou, então, ocorre sua reabsorção. A ginecologista Karina Tafner alerta que a GA, uma das principais causas de abortamento, pode acontecer pela baixa qualidade do esperma ou do óvulo, e também devido à

divisão celular anormal. “Ao reconhecer a anormalidade, o corpo interrompe a gravidez”, esclarece a médica.

5

Náuseas e enjoos: são sintomas comuns – incluindo vômitos – que podem acontecer com mais intensidade nos três primeiros meses, quando a futura mãe costuma também apresentar cansaço, alterações do humor e sensibilidade nas mamas. Até aí, tudo normal. É o corpo se adaptando às alterações dos níveis dos hormônios progesterona, estrogênio, gonadotrofina coriônica humana (hCG) e do hormônio lactogênio placentário (hPL). A tendência, segundo o ginecologista e obstetra André de Paula, é que o desconforto diminua após a 12ª ou 14ª semana. “Já no final da gravidez, certas mulheres voltam a apresentar náuseas e vômitos, só que por conta do crescimento do útero, que passa a comprimir o estômago, desencadeando o refluxo”, acrescenta.

Revista Coop | 83 | Setembro 2020


TOP 10 | Gravidez

Conta-gotas

Ivanilde Sitta

Fotos: Shutterstock

6

Expansão da barriga: além do refluxo, a expansão do útero para acomodar o feto pode gerar outros desconfortos na gestante. No terceiro e último trimestre, que acontece da 28ª à 40ª semana de gestação, não é raro a gestante sentir falta de ar provocada pela pressão do ventre sobre o diafragma. Outro fator é o crescimento do bebê, que também aperta a bexiga, podendo levar a perdas involuntárias de pequenas quantidades de urina ao tossir, correr, rir ou fazer algum esforço. O processo de digestão também se torna mais lento durante a gravidez, com tendência a desencadear a constipação intestinal. Quando necessário, o médico pode receitar alguns medicamentos que ajudam na digestão.

7

Consultoria: Domingos Mantelli Borges Filho: ginecologista e obstetra, autor do livro Gestação: mitos e verdades sob o olhar do obstetra. Matheus Bertanha: cirurgião vascular, professor da UNESP e membro da SBACV. André de Paula Branco: ginecologista e obstetra e coordenador do Centro de Especialidades em Saúde da Mulher do Hospital Santa Cruz. Karina Tafner: ginecologista e obstetra, especialista em endocrinologia ginecológica e reprodução humana pela Santa Casa.

Cara redonda: nem sempre o inchaço que muitas mulheres apresentam ao longo da gravidez tem ligação com o diagnóstico de pressão alta. Mesmo assim, nada como comparecer regularmente às consultas do pré-natal para se certificar de que tudo esteja sob controle, segundo orientam os especialistas. “No final da gestação, o edema é bastante comum, devido à compressão da veia cava dentro do abdômen e, muitas vezes, não significa problema de pressão alta”, atesta Matheus Bertanha, cirurgião vascular, professor da Universidade Estadual de São Paulo (UNESP) e membro da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV).

8

Mapa de riscos: não estranhe se durante a gravidez despontarem vasinhos ou varizes nos membros inferiores. De acordo com Matheus Bertanha, a gestação promove, naturalmente, uma elevação significativa dos níveis hormonais que, para o sistema venoso,

Revista Coop | 84 | Setembro 2020

acarreta uma dilatação das veias do organismo, tornando-as mais complacentes e volumosas. Isso costuma causar inchaço, cansaço, dor, vasinhos e veias aparentes (varicosas ou não), além da sensação de queimação nas pernas. Caso aconteça, o ideal é a gestante passar por um especialista para avaliar a necessidade do uso de meias elásticas para controlar a vasodilatação dos membros inferiores.

9

Rotina normal: uma gestação saudável não impede a prática de atividade física. Pelo contrário. Manter uma rotina de exercícios é fundamental para a saúde. Também não impede a prática sexual, nem tratamentos odontológicos, como muitas mulheres imaginam. O médico Domingos Filho chama a atenção apenas para tratamentos dentários que exijam anestesia e necessidade de radiografias. Nesses casos, ele orienta que a gestante deve vestir um avental de chumbo para proteger o feto, e a anestesia deverá ser preferencialmente livre de substância vasoconstritora.

10

Meu bebê mexeu: os movimentos fetais geralmente só são sentidos pela mãe a partir da 18ª semana de gestação. Antes disso, geralmente o que a gestante diz sentir são os movimentos peristálticos do intestino. Já os batimentos cardíacos são audíveis a partir da 5ª semana com o uso do ultrassom. Entre a 12ª e 14ª semanas, é possível também ouvir o coraçãozinho do bebê com outro equipamento, o sonar doppler. Menino ou menina? A partir da 10ª semana, por meio de exame de sangue, já dá para saber o sexo ou, a partir da 18ª semana, com o ultrassom.

Peso não é documento Nem só quem sofre de obesidade corre o risco de apresentar colesterol alto e, por tabela, integrar o grupo de risco de infarto e derrame. A condição também está presente na vida de indivíduos magros, inclusive crianças, segundo alerta o endocrinologista Marcio Mancini, da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia Regional São Paulo. Ele afirma que a maioria dos pacientes tem colesterol alto por razões genéticas. “Crianças também podem apresentar nível alterado, mesmo as magrinhas”, garante o especialista, reforçando que o colesterol alto, na maioria dos casos, não dá sinais nem qualquer tipo de sintomas. Daí a necessidade do controle e do tratamento, se for o caso.

Vitamina D contra labirintite

Má oclusão Dores de cabeça ou no pescoço, sono agitado e postura corporal incorreta são problemas que, em alguns casos, são tratados na cadeira do dentista. Sim, já que tais condições podem estar ligadas à má oclusão dentária, que é um desalinhamento ou mau encaixe entre as arcadas e pode gerar diversas consequências. Daí a necessidade de os pais redobrarem os cuidados odontológicos ao longo do desenvolvimento de seus filhos. “Quando se perde a oportunidade de tratar o problema na infância, o problema pode se apresentar com elevada complexidade terapêutica”, adverte Luciana Iwamoto, presidente da Câmara Técnica de Ortodontia do Conselho Regional de Odontologia de São Paulo.

Essa relação foi demonstrada num estudo realizado na Coreia do Sul e publicado na revista Neurology, da Academia Americana de Neurologia. A pesquisa sugere que a reposição da vitamina D e cálcio deve ser considerada em pacientes com recidiva da labirintite dos cristais soltos, classificada como vertigem posicional paroxística benigna (VPPB). De acordo com o neurologista Saulo Nader, do Departamento Científico de Vertigem da Academia Brasileira de Neurologia, a VPPB é o tipo mais comum de labirintite e ocorre por soltura de pequenos cristais de cálcio do interior do labirinto ao se movimentar a cabeça rapidamente. “Se há algum tipo de deficiência de cálcio ou vitamina D, isso pode levar a uma facilidade maior de soltura de cristais”, explica Nader.

Revista Coop | 85 | Setembro 2020


TURISMO| Segurança

Fotos: Shutterstock

Começar de novo Com retomada gradual das atividades, empreendimentos de turismo investem em protocolos de segurança e buscam ganhar a confiança dos viajantes. MARLI BARBOSA

N

a chegada, os hóspedes têm a temperatura aferida e a bagagem higienizada, enquanto o check-in é feito em totens ou pelo celular. Nas áreas comuns, onde a limpeza é constante e o álcool em gel está por toda parte, turistas se deparam com espaços preparados para evitar a aproximação. Nos apartamentos, a decoração está mais simples para facilitar a limpeza. As áreas de lazer, em alguns empreendimentos, são mantidas fechadas e, na maioria, o serviço de buffet foi substituído por pedidos do cardápio ou entrega do pedido no quarto. Em alguns casos, são adotados protocolos

Revista Coop | 86 | Setembro 2020

sofisticados, comparáveis aos de hospitais. Diante de tantas incertezas quanto ao controle da pandemia, empresários do setor turístico sabem que a demanda será baixa nos próximos meses, mas apostam num melhor cenário no final do ano e no início de 2021. Mas, para isso, é preciso que os novos protocolos, que começam a ser postos à prova, surtam os efeitos desejados. “Agora é o momento de consolidação das medidas”, afirma Luísa Dalcin, diretora de marketing da plataforma Viajala, adiantando que as agências projetam a retomada das viagens para as férias de final de ano, mas em patamares distantes dos atingidos no ano anterior.

SERRA GAÚCHA Em Gramado e Canela, os hotéis estão liberados para reabrir com 50% da capacidade. Casas de temporadas e campings seguem fechados. A prefeitura de Gramado implantou um sistema similar ao de países europeus, capaz de rastrear os movimentos de pessoas diagnosticadas com Covid-19. A ação, em parceria com órgãos de saúde, permite que autoridades sanitárias e estabelecimentos reforcem medidas de prevenção. Pessoas que tenham passado pelos mesmos ambientes que o paciente testado positivo são avisadas por aplicativo de celular.

Nos hotéis das duas cidades, o uso de máscara é obrigatório e áreas comuns como piscinas, academias e áreas de lazer permanecem fechadas. O resort Wyndham Gramado (wyndhamhotels.com), que tem a recreação como um de seus diferenciais, inovou para garantir diversão para a criançada, preparando uma programação para que os pequenos hóspedes possam interagir virtualmente em grupo por meio de aplicativo de mensagens. Para direcionar as brincadeiras, foi criado um personagem – o professor W – interpretado por um dos recreacionistas. “Ele adora ensinar, brincar e lançar desafios”, conta o gerente geral do hotel, Marc Balanger. PORTO SEGURO No sul da Bahia, Porto Seguro reabriu hotéis, pousadas, bares, restaurantes e barracas de praia que seguem os protocolos da vigilância sanitária, comprovados com o selo Porto Mais Seguro. Por lá, o resort La Torre (resortlatorre. com.br), na Praia do Mutá, não

Revista Coop | 87 | Setembro 2020


TURISMO| Segurança

economizou na capacitação de equipes, inovação em processos de higienização de ambientes, totens com sensores para aferir temperatura e dispensers de álcool em gel. Mas o destaque entre as iniciativas está no teste rápido de Covid-19, oferecido sem custos, caso o hóspede apresente algum sintoma da doença. Os colaboradores também são testados regularmente. PARQUES NACIONAIS Muito espaço ao ar livre e pouca aglomeração. Essas características dos parques nacionais já reabertos ao público são uma das maneiras mais seguras de viajar no cenário atual, na opinião de Gabrielle Monteiro, gerente de marketing da Pisa Trekking, operadora especializada em viagens de aventura e ecoturismo. O Parque de Aparados da Serra (RS), o Parque dos Lençóis Maranhenses (MA), o Parque Nacional da Tijuca (RJ) e o

O La Torre, na Praia do Mutá, investiu na capacitação de equipes, inovação em processos de higienização e totens com sensores para aferir temperatura.

Parque Nacional do Iguaçu (PR) são algumas das unidades federais reabertas com redução da capacidade de público e exigência do uso de máscara. Espaços que podem gerar aglomeração, como alguns mirantes e áreas de alimentação, permanecem fechados. Para outras informações, acesse: icmbio.gov.br. RIO QUENTE (GO) O Rio Quente Resorts (rioquente.com.br), em Goiás, voltou a receber turistas em julho, disponibilizando até metade de seus 1,5 mil apartamentos. Para definir os protocolos de higiene e segurança e treinar os colaboradores, o empreendimento recrutou um time de especialistas em infectologia do Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (InCor).

O Parque Nacional do Iguaçu (PR) foi reaberto com redução da capacidade de público e exigência do uso de máscara.

Revista Coop | 88 | Setembro 2020

OLÍMPIA (SP) Considerado o maior hotel do país com 960 quartos e ampla estrutura de serviços e lazer para toda a família, o Wyndham Olímpia (termasdeolimpia.com.br), que tem acesso exclusivo e direto ao Parque Aquático Thermas dos Laranjais, na cidade de Olímpia, no interior de São Paulo, retomou as atividades em 17 de julho. Entretanto, o parque aquático ainda não tem previsão da data da reabertura. “Permanecemos acompanhando e seguindo recomendações das autoridades de saúde, aguardando o melhor momento de retomar as atividades com o ambiente seguro e saudável”, informou em nota o hotel. Além dos protocolos de higiene, o Wyndham busca atrair os hóspedes com a promoção “Tô de volta”, que oferece tarifas pro mocionais para utilização até dezembro de 2021, com parcelamento em até 10 vezes e cancelamento gratuito. As nove piscinas aquecidas, oito ofurôs e a quadra de tênis na área externa estão abertos. Áreas de lazer, como sala de jogos, academia e brinquedotecas, permanecem fechadas e atividades monitoradas pela equipe de recreação continuam suspensas.

LITORAL NORTE DE SÃO PAULO Um cliente atendido por vez na recepção, café da manhã à la carte, álcool em gel e uso de máscara nas áreas comuns. Esses são alguns dos cuidados adotados para a reabertura dos hotéis na região. Em Ilhabela, hotéis e pousadas funcionam desde 15 de julho, com ocupação limitada a 50%. Em Caraguatatuba, hotéis e pousadas ainda operam com 60% da lotação. As praias foram liberadas, mas os fiscais da prefeitura orientam para o uso de máscaras e para que se evitem aglomerações. Depois de 97 dias de portas fechadas, a Pousada Vivendas do Sol e Mar, em Caraguatatuba, foi reaberta. "Conseguimos voltar, mas tivemos que fechar outra pousada definitivamente”, conta o dono, Rodrigo Tavano. Para receber os hóspedes, o estabelecimento investiu em promoções de diárias e adotou várias mudanças. “Agora, o hóspede preenche o pedido do café um dia antes para que esteja pronto e embalado na manhã seguinte. Os cuidados na higienização dos quartos, roupas de cama e toalhas foram redobrados. A camareira entra no quarto usando luvas e uma capa plástica especial.

Em Caraguatatuba, as praias foram liberadas com fiscalização e orientação para que se evitem aglomerações.

Revista Coop | 89 | Setembro 2020


GENTE DE TALENTO | James Marçal

Música na rua Referência na arte de cantar na rua, o cover James Marçal teve um de seus vídeos postados na página oficial de John Lennon no Facebook. IVANILDE SITTA

J

á que o artista tem de ir onde o povo está, como cantam os compositores Milton Nascimento e Fernando Brant na letra da canção Nos Bailes da Vida, o curitibano James Marçal, de 47 anos, escolheu a rua como palco para vivenciar a carreira de músico. Ao longo de sua jornada de 30 anos com a guitarra, ele já experimentou a rotina da noite tocando em bares, bandas, restaurantes e festas de casamento, mas há cinco anos descobriu que o espaço público, sem agenda definida e pré-venda de ingressos, é a forma de viver da música que mais lhe dá prazer e reconhecimento. Tanto que seu grande sonho hoje é ter um motor-home para se aventurar pelo mundo cantando e tocando para quem quiser ouvir. “Tenho batalhado muito para isso”, comenta. Enquanto seu objeto de desejo não se concretiza, ele torce para que a Prefeitura de Curitiba libere novamente o calçadão da Rua XV de Novembro, seu ponto preferido, no centro de Curitiba. Foi lá que James ganhou popularidade com suas apresentações até que, no início de 2019, uma restrição imposta pela municipalidade, segundo ele, impediu qualquer manifestação artística no espaço.

Revista Coop | 90 | Setembro 2020

Barrado no baile, assim como os demais artistas, Marçal decidiu viajar para outras praças brasileiras para garantir o ganha-pão. Uma de suas últimas exibições no Nordeste – antes da oficialização da pandemia no Brasil – foi em João Pessoa (PB), onde mostrou, como em qualquer outra apresentação, seu domínio nos ritmos MPB, bossa nova e rock. Porém, não imaginava o que estava por vir. Um de seus vídeos, interpretando a música Stand by Me, um dos maiores sucessos da carreira de John Lennon, foi postado no mês passado na página oficial do ex-beatle no Facebook. Diante da notícia, a reação do curitibano foi uma mistura de espanto, euforia e satisfação. Ele afirma que esse tipo de postagem não é comum na página do astro, mesmo com renomados cantores. “Eu, um brasileiro, músico de rua, cantando rock, exposto no Facebook de John Lennon, uma de minhas principais referências, foi demais”, festeja James, admitindo ter demorado a processar a informação. “Quando a ficha caiu,

chorei, até porque fiz um retrospecto de minha trajetória na música, cercada de alegrias, mas também de frustrações”, acrescenta. O PRIMEIRO VIOLÃO A paixão de James Marçal pela música surgiu ainda na infância ao som das canções emitido pela sua vitrola de vinil. Aos 8 anos, ganhou um violão do pai e, a partir daí, começou a ensaiar os primeiros passos até que, juntando dinheiro com seu trabalho de office-boy, conseguiu comprar sua primeira guitarra aos 15 anos. Bastou para que começasse a tocar na garagem de sua casa, na festa da igreja, no bingo da escola. Ao aceitar o convite para tocar num bar, outras portas foram se abrindo em bares e casas de show. “Só que eu nunca apreciei a vida noturna e sentia que aquele mundo não me pertencia, tanto que cheguei a entrar em

depressão”, recorda. Com formação técnica em eletrônica, além de capacitação na arte da fotografia, o curitibano foi se virando financeiramente, mas queria mesmo era ser músico de rua. Para tanto, precisava vencer um grande desafio: a timidez. “Uma hora não aguentei e dei a cara para bater”, recorda. Não se arrepende, pois suas apresentações foram atraindo cada vez mais gente. Até chegar a pandemia. Como já tinha o hábito de postar alguns vídeos nas redes sociais e também de promover lives, James não encontrou problemas em garantir sua visibilidade, nem dificuldades financeiras durante a quarentena, já que inovou ao lançar o chapéu virtual. Em contrapartida, o burburinho de sua imagem postada no Facebook oficial de John Lennon repercutiu negativamente, fazendo cair o valor de contribuição no chapéu virtual. “O pessoal pensou que eu fiquei famoso e rico, o que não é verdade, já que dependo da música para viver”, explica.

Revista Coop | 91 | Setembro 2020


Pet

Ivanilde Sitta

Fotos: Shutterstock

Vacina neles A imunização, essencial à saúde e bem-estar dos bichos de estimação, não se limita à vacina antirrábica. Há outras também necessárias para cães e gatos que devem ser renovadas anualmente, segundo explica a médica veterinária Lívia Romeiro, do Vet Quality Centro Veterinário 24h. Para os cães, o reforço das vacinas V8, V10 e V12 imuniza contra as seguintes doenças: cinomose, parvovirose, hepatite infecciosa, leptospirose, coronavirose e parainfluenza. No caso dos gatos, há quatro vacinas disponíveis: V3, V4, V5, além da vacina da raiva, que os protegem anualmente contras as doenças: panleucopenia, calicivirose e rinotraqueíte. Segundo a médica, a V4 previne as mesmas doenças que a vacina V3, além de proteger contra a clamidiose. Já a V5 engloba as mesmas doenças que a V3 e a V4 e, ainda, a leucemia felina.

Comida de chef

Nem sempre é saudável

Depois de estar à frente de grandes cozinhas de restaurantes e levar o prazer da gastronomia às pessoas, o chef Erick Jacquin oferece sua experiência ao universo pet. Em parceria com a empresa Mon Petit Chéri, ele assina uma linha de molhos produzida com alimentos de qualidade para que os animais possam ter refeições mais úmidas e, portanto, mais prazerosas. Os molhos, desenvolvidos junto a nutricionistas e veterinários, poderão ser usados com rações. “Por que não levar minha experiência para os nossos amigos em retribuição O chef com a esposa, Rosângela, os filhos, a tudo o que eles fazem Elise e Antoine, e os gatos de estimação: para nós?”, indaga Tompero e Johnny. Jacquin. De início, será possível encontrar os sabores salmão à carbonara, champignon ao azeite trufado, fois (fígado) agridoce e legumes ao creme de leite (receita vegetariana).

Muito cuidado ao oferecer frutas aos gatos. A veterinária Tatiani Camargo, especialista em felinos, destaca que algumas delas possuem alta concentração de carboidratos e açúcar, o que não é indicado para os felinos, enquanto outras podem atrapalhar o processo digestivo do animal, fazendo com que ele absorva menos proteína do que o necessário. Além disso, ela afirma que o trato intestinal da espécie é muito pequeno, o que diminui a capacidade de digestão de fibras vegetais. O melhor a fazer é pedir indicação ao veterinário das frutas que seu felino pode comer. Em contrapartida, a especialista adianta aquelas que são prejudiciais e não devem ser oferecidas: uvas, frutas cítricas (limão, laranja e kiwi), abacate, caqui e cerejas.

Revista Coop | 92| Setembro 2020


EMPREENDEDORISMO |

Hotel-cápsula Se para você bastam uma cama e um travesseiro para se hospedar num hotel, o On Pod, na Vila Olímpia, em São Paulo, foi construído para o seu perfil. IVANILDE SITTA

O

s apartamentos têm apenas 2 m², espaço suficiente para uma cama de solteiro, e 1,17 m de altura, porém, com o conforto do ar-condicionado garantido. Pela área disponível, compatível com a de uma cabine telefônica, já dá para imaginar que o banheiro e o chuveiro ficam do lado de fora, mas o serviço assegura ao hóspede kits de higiene com xampu, condicionador, sabonete e toalha, além de pijama, chinelo e até

Revista Coop | 94 | Setembro 2020

máscara para dormir, que são cobrados separadamente da diária. No On Pod, que atende 24 horas, há também um espaço de coworking com ambiente wi-fi e armários para guardar os pertences dos hóspedes. Café da manhã só pelo sistema grab and go, ou seja, a pessoa compra alguns dos produtos disponíveis no hotel e leva para consumir em outro lugar. Quanto custa o tempo de sono? Para quem quer tirar apenas uma soneca, R$ 40 por hora, enquanto o pernoite de 12 horas sai por R$ 150, no horário das 22h às 8h. O empreendimento, inspirado nos hotéis-cápsulas, comuns no Japão, foi lançado no Brasil no final do ano passado pela Vitacon, construtora paulistana referência no segmento de compactos. São 10 cápsulas disponíveis, sendo seis para homens e quatro para mulheres. De acordo com Alexandre Frankel, CEO da Vitacon, a proposta do projeto do On Pod é oferecer solução de curta permanência, seja para o funcionário que virou a noite no escritório ou para o jovem que acabou de sair da balada e quer descansar. Ou

ainda para o turista e o executivo que chegaram à capital para uma visita ou reunião de negócios de um ou dois dias apenas. O projeto também foi pensado para funcionários de empresas das imediações para quando bater aquele sono danado após o almoço. O empresário não revela números sobre a frequência diária, nem mesmo o perfil de hóspede que mais aderiu ao seu novo modelo de hospedagem, mas sinaliza que a operação está atingindo a expectativa. "Oferecemos uma solução prática e digital para aquelas pessoas que precisam de uma cama e um banho”, explica o fundador, acrescentando que, a cada check-in, as cápsulas são totalmente higienizadas e toda a roupa de cama é substituída. Os vestiários, lockers e chuveiros também passam por higienização a cada uso.

BASES DO PROJETO As cápsulas surgiram no Japão como uma solução de pernoite econômica para quem mora longe do trabalho. Atualmente, na vida agitada das grandes cidades, os pequenos pods (como são chamados) tornaram-se uma tendência. Pod 51, em Nova Iorque, e Pod Room, em São Francisco, são exemplos muito badalados nos Estados Unidos. Aqui, no Brasil, as reservas para esse modelo de hospedagem da Vitacon podem ser feitas pelo site ou aplicativo da Housi, empresa spin-off da construtora especializada em moradia on demand, que também será a

Alexandre Frankel: a proposta do projeto é oferecer solução de curta permanência.

responsável pelo gerenciamento das locações e do espaço. Ao entrar no On Pod Itaim, as pessoas fazem o registro digital e deixam seus pertences pessoais antes da boa noite de sono ou descanso.

Revista Coop | 85 | Setembro 2020


Nossa Gente

Crônica Edmilson Sena da Silva

Edmilson Sena da Silva - edmilson.silva@coopsp.coop.br

Anderson Donizetti de Souza

Dizem, na unidade Santana, em São José dos Campos, que o Anderson Donizetti tem fama de ser um grande pescador, cheio de causos, como o daquele dia! Mantendo a distância de isolamento, ele contou, por debaixo da máscara, que estava com a varinha armada na margem do rio do Peixe. Logo atrás de uma moita, começou um tropel danado, atrapalhando a pescaria. Muito bravo, ele foi ver do que se tratava e encontrou uma baita cobra lutando para engolir um sapo. Após tentar separar os dois, sem êxito, pegou uma garrafa de pinga, despejou na goela da cobra, deixou-a tonta, soltou o sapo e voltou à sua pesca. Dali a pouco, disse o Anderson que sentiu algo batendo nas costas; virou-se e deu de cara com a cobra cutucando-o com a ponta do rabo e mostrando dois sapos, um em cada mão. Queria trocar por duas garrafas de pinga, pode? Pois é, pescador é assim... Dizem que não ficou nem vermelho. Cobra não tem mãos, e ele queria que a turma acreditasse!

Revista Coop | 96 | Setembro 2020

O gosto do Anderson pela pesca vem desde pequeno, quando ele ia com seu pai no rancho que o velho tem até hoje no Bairro do Turvo, por onde passa o rio do Peixe. O “seu” Cirlei era funcionário da Tecelagem Paraíba e mora, desde aquela época, na Vila São Geraldo, onde o Anderson nasceu. Sua paixão era o rancho, lá no Turvo, para onde seguia no fim de semana, levando o filho, que adorava acompanhá-lo. A Patricia e o rian preferiam ficar em casa com a mãe, D. Isabel. E a vida corria assim. Escola e, no fim de semana, canoa com o pai. Ao crescer, uma ajuda na rocinha e no pomar da propriedade: mandioca, milho, bananananica, goiaba, jabuticaba... Tudo gostoso. A água vinha fresquinha de uma caixa coletora na nascente do riacho. Um paraíso! Só que o Anderson precisou dividir o paraíso com um pouquinho de purgatório: tendo chegado aos 17 anos, entendeu que era hora de trabalhar. Um condomínio estava em construção e um pedreiro conhecido precisou de sua ajuda por um dia. Foi e acabou ficando por um ano, preparando massa e auxiliando a rebocar. A obra terminou, e os pedreiros passaram a construir casas, convocando novamente o ajudante. Foi quando uma vizinha falou da Cooperativa e o Anderson resolveu levar um currículo. Selecionado, foi contratado como auxiliar de unidade para a loja Santana em 7 de fevereiro de 2007. Nesses 13 anos de serviço, já rodou por toda a mercearia – parte seca e líquida – e agora em 2020 vamos encontrá-lo como operador de unidade, dedicado mais especificamente ao corredor de massas e molhos, embora, na atual função, possa ser deslocado para diversas tarefas onde sua presença se faça necessária. Seu dia começa às 6h com a verificação das etiquetas de suas gôndolas; depois, a confecção de cartazes de ofertas nas impressoras e os relatórios do status de sua área de venda. Aí, cuidar da manutenção e abastecimento dessa área no decorrer do expediente. Claro, o ritmo das pescarias ficou limitado, mas o hábito da chácara do Turvo permanece vivo nos dias de folga ou nas férias. Como nestas últimas: a mulher, Jordana, estava sem acesso à loja onde trabalha, dada a pandemia; o Pietro Lucca estava todo animado nos seus 2 aninhos; ele também adora pescar com o pai. Então, todo mundo para a chácara! Diego & Arnaldo cantando “Eu te procuro”, linguiça na chapa com mandioca, o barco de alumínio com motor, os tucunarés da pesca esportiva e a garrafa de pinga. – Ué, mas não é perigoso levar bebida no barco? – A garrafa fica no barranco. É só para o caso de chegar uma cobra querendo trocar por um sapo.

Retalhos poéticos Juntei pedaços de poesias e tentei recompor minha vida desde os primeiros dias de aula em Mirassol, onde nasci: Um ninho de tico-tico Achei no galho mais rico Feito com arte e primor Da minha roseira em flor (01) A chácara de meu pai, em Jaci, a ida para Fernandópolis... Lembrança, quanta lembrança Minha vida de criança, Dos tempos que já lá vão!’ Minha bolha de sabão! (02) Depois, a cidade grande: Santo André, livre terra querida, Forja ardente de amor e trabalho (03) Ali, o primeiro emprego, o namoro, o casamento: Eu cantarei de amor tão fortemente Com tal celeuma e com tamanhos brados Que afinal, teus ouvidos, dominados Hão de à força escutar quanto eu sustente. (04) Não tardou a chegada do primeiro filho: O berço em que, adormecido, Parece que representa, Repousa o recém-nascido, Para a mamãe que o acalenta Sob o cortinado e o véu, Um pedacinho do céu. (05) A vida seguiu calma, até o sonho de Goiânia, ao conhecer Goiás Velho: Becos da minha terra... Amo tua paisagem triste, ausente e suja. Teu ar sombrio. Tua velha umidade andrajosa. (06) Só que: No meio do caminho tinha uma pedra Tinha uma pedra no meio do caminho (07) Fui trabalhar com as pedras de uma fábrica de cimento, em condições bem adversas, e procurava me encorajar: Quem passou pela vida em branca nuvem E em plácido repouso adormeceu Quem não sentiu o fio da desgraça, Quem passou pela vida e não sofreu; Foi espectro de homem, não foi homem, Só passou pela vida, não viveu. (08) Mas era o fim de um sonho, com a pergunta inevitável: E agora, José? A luz apagou, A festa acabou, O povo sumiu. (09)

No Nordeste, alegrias, decepções e a realidade: O beijo, amigo, é a véspera do escarro, A mão que afaga é a mesma que apedreja (12) Claro que, meio poeta, eu fingia: O poeta é um fingidor Que chega a fingir que é dor Finge tão completamente A dor que deveras sente (13) Politicagens, inundação do projeto, fim da ilusão. Pensei muito na família: Deus pede estrita conta do meu tempo; É forçoso do tempo já dar conta. Mas como dar, sem tempo, tanta conta, Eu que gastei, sem conta, tanto tempo? (14) Imaginei a perspectiva de ficar por lá: Acostuma-te à lama que te espera O homem, que, nesta terra miserável, Mora entre feras, sente inevitável Necessidade de também ser fera. (15) Ia contra minha índole, e tomei a decisão: Como a ave que volta ao ninho antigo, Depois de um longo e tenebroso inverno Eu quis também rever o lar paterno (16) Amigos me ajudaram a recompor a vida em São José dos Campos, com o rio Paraíba e seu folclore: Vem garça branca Voando sereno Vem garça branca E pousando nas barranca (17) A vida impôs escolhas: A qual escolherei, se nesse estado Não posso distinguir Nize de Estela? (18) E trouxe a paz! Os filhos foram se casando: Vai-se a primeira pomba despertada. Vai-se outra mais... mais outra... (19) Aí, os netos, hoje dois bem novos. Findo o isolamento, quero ensinar à Marina e ao Felipe a cantiga que minha tia Adalgiza cantava quando eu era pequeno: Num galho seco eu vi pousar um passarinho Que aos seus filhinhos ia cantar uma canção (20)

O jeito foi voltar. Aí, anos de calmaria, os filhos cresceram e, de novo, o espírito aventureiro, ou inconsequente: Vou-me embora pra Pasárgada (10)

E ensinar-lhes que: Essa felicidade que supomos, Árvore milagrosa que sonhamos Toda arreada de dourados pomos,

Projeto de irrigação em Sergipe... Fiz como os marujos que: Por mares nunca de antes navegados Passaram ainda além da Taprobana (11)

Existe, sim: mas nós não a alcançamos Porque está sempre apenas onde a pomos E nunca a pomos onde nós estamos. (21)

01 – Zalina rolim 02 – Guilherme de Almeida 03 – Amaral Wagner 04 – Vicente de Carvalho 05 – Olavo Bilac 06 – Cora Coralina 07 – Carlos Drummond de Andrade 08 – Francisco Otaviano 09 – Carlos Drummond de Andrade 10 – Manuel Bandeira 11 – Luís Vaz de Camões 12 – Augusto dos Anjos 13 – Fernando Pessoa 14 – Laurindo rabelo 15 – Augusto dos Anjos 16 – Luís Guimarães Júnior 17 – Zé Mira – São José dos Campos 18 – Alvarenga Peixoto 19 – raimundo Correia 20 – Cantigas Populares 21 – Vicente de Carvalho


Revista Coop | 98 | Setembro 2020



Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.