2 minute read

OPERAÇÃO YANOMAMI COMPLETA 100 DIAS

No dia 22 de janeiro, devido às condições de calamidade pública, decretada pelo Ministério da Saúde e ocasionada pela crise sanitária que atingiu as populações em Terra Indígena Yanomami, a Força Aérea Brasileira (FAB) foi acionada para realizar o envio de cestas básicas para a Comunidade Indígena da Kataroa, assolada pelo alto índice de desnutrição e de doenças infecciosas. Desde a referida data até o presente, a força-tarefa para enfrentar a crise já completou mais de 100 dias e tem alcançado resultados notáveis.

Desde o início de suas atividades, equipes médicas foram mobilizadas para levar cuidados de saúde às comunidades Yanomami, fornecendo serviços de atendimento médico, vacinação, diagnóstico e tra- tamento de doenças comuns, além de oferecer orientações sobre saúde preventiva e higiene. A Operação Yanomami já entregou mais de 20 mil cestas básicas a mais de 300 comunidades da terra indígena, ultrapassou 4.000 horas de voo e mais de 1 milhão e 100 mil quilômetros percorridos com a realização de viagens de Boa Vista a Surucucu (328 quilômetros) e de Boa Vista a Auaris (445 quilômetros).

O trabalho desenvolvido na região Yanomami, em Roraima (RR), ocorre em conjunto entre as Forças Armadas e o Governo Federal, por meio do Comando Operacional Conjunto Amazônia (Cmdo Op Cj Amz). Nesse sentido, o Exército Brasileiro (EB) possui o papel de coordenar a chegada das cestas básicas bem como o acondicionamento delas, para serem carregadas nas aeronaves.

O Cmdo Op Cj Amz, por meio da FAB, tem intensificado as ações de Inteligência, Vigilância e Reconhecimento (IVR) nas áreas de garimpo ilegal na Terra Indígena Yanomami.

Durante a Operação Yanomami, a FAB tem identificado diversos garimpos entre ativos e inativos, pistas de pouso não homologadas e exploração mineral de cassiterita. Com isso, o Cmdo Op Cj Amz tem contribuído para que a Polícia Federal (PF), Polícia Rodoviária Federal (PRF), Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), Agência Brasileira de Inteligência (ABIN) e Força Nacional (FN), desativem os principais garimpos, destruam aeronaves irregulares e apreendam materiais de apoio ao garimpo, como gerador de energia, motores hidráulicos, serra elétrica, antenas de comunicação via satélite, dentre outros.

A implantação da Zona de Identificação de Defesa Aérea (ZIDA) no espaço aéreo da Região Norte foi estabelecida com base no Decreto Presidencial N° 11.405/2023, referente ao combate ao garimpo ilegal. Essa ação reforçou o enfrentamento da Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional e de combate ao garimpo ilegal na Terra Indígena Yanomami, na medida em que contribui para o controle do espaço aéreo e inviabiliza os voos irregulares em apoio ao garimpo ilegal. E por meio da Portaria nº 710, o Cmdo Op Cj Amz foi ativado pelo Ministério da Defesa para atuar na área do Estado de Roraima e na porção do Estado do Amazonas.

São diversos desafios logísticos na Operação Yanomami. Para chegar às mais de 300 aldeias localizadas na Terra Indígena, por exemplo, é necessária a utilização de helicópteros, como o UH-15 Super Cougar, da Marinha do Brasil; o HM-2 Black Hawk, do Exército Brasileiro; o H-36 Caracal e o H-60 Black Hawk, da FAB, pois são as aeronaves que atendem os requisitos de autonomia para atuar na vasta área da Terra Indígena Yanomami.

Um Hospital de Campanha (HCAMP) da Força Aérea Brasileira (FAB) foi montado ao lado da Casa de Saúde Indígena (Casai), em Boa Vista (RR). A unidade móvel prestou atendimento aos povos da Terra Indígena Yanomami. Militares atuaram na linha de frente do hospital e realizaram mais de 2.000 atendimentos, entre eles cirurgia, ortopedia, pediatria, odontologia, cardiologia e ginecologia.

Conforme o Comandante do Cmdo Op Cj Amz, Major-Brigadeiro do Ar Raimundo

Nogueira Lopes Neto, a interação das Forças Armadas na condução do Comando Conjunto tem demonstrado importantes resultados. “Essas ações estão sendo a resposta do Comando Conjunto ao estado de calamidade pública encontrado no início da Operação, e o mais importante é que chegamos a esses números com um altíssimo nível de segurança e sem qualquer índice de acidente ou incidente registrado, principalmente pela interação das Forças Armadas com os demais órgãos governamentais, o que tem contribuído para que o nosso trabalho consiga se desenvolver com a efetividade necessária. São resultados que beneficiam não apenas a região Yanomami, mas toda a sociedade brasileira”, concluiu.

This article is from: