06 de Dezembro de 2024
NOTIMP: 341 de 06/12/2024.
O Noticiário de Imprensa da Aeronáutica (NOTIMP) apresenta matérias de interesse do Comando da Aeronáutica, extraídas diretamente dos principais jornais e revistas publicados no país.
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FAB adota técnicas de treinamento cerebral para seus pilotos de aviões de caça; entenda
Carlos Ferreira - Publicada em 05/12/2024 00:01
Os pilotos de caça da Força Aérea Brasileira (FAB) desempenham papéis críticos na defesa do espaço aéreo nacional, exigindo mais do que simples habilidades técnicas: foco e concentração são fundamentais.
Para aprimorar essas capacidades, a FAB adota técnicas de treinamento cerebral que incorporam o uso do eletroencefalograma (EEG) e do neurofeedback.
O Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) lidera este processo inovador, com especialistas como a neurocientista Drª Emily Pires e o engenheiro Profº Faria Pires, do Centro de Treinamento Cerebral BrainEstar, sediado em São José dos Campos.
Seu trabalho consiste em aplicar técnicas de EEG, um método não invasivo que analisa as atividades elétricas do cérebro, durante simulações de voo adversas. Esse mapeamento cerebral fornece insights sobre a carga de trabalho e estresse dos pilotos em tempo real, essencial para manter a segurança dos voos e otimizar o desempenho.
Emily Pires explica que a análise através do EEG é crucial para determinar o limite operacional dos pilotos, medindo o esforço cognitivo e motor requerido em diferentes situações. Essa avaliação detalhada permite entender a carga de estresse suportável, garantindo que os pilotos operem dentro de seus limites enquanto mantêm altos padrões de segurança.
O neurofeedback, usado em conjunto com o EEG, é uma técnica que tem suas raízes na NASA desde os anos 80. Este método fornece uma abordagem pioneira e quantitativa ao monitoramento da carga de trabalho dos pilotos, algo que o ITA está desenvolvendo para a aviação tanto civil quanto militar, segundo Profº Faria Pires.
Além de engenheiro, Faria Pires traz sua experiência como piloto de caça da FAB e professor do ITA para este projeto inovador. Ele expressa grande orgulho em participar dessa iniciativa que promete transformar a maneira como o esforço humano e a carga de trabalho são monitorados e avaliados na aviação, potencialmente levando a melhorias signi cativas nos treinamentos dos tripulantes.
A introdução desses avanços tecnológicos oferece uma maneira e caz de garantir que os pilotos permaneçam focados e preparados, seja no comando de uma aeronave militar ou civil, promovendo a segurança e a e ciência no ar. Este projeto destaca o compromisso do ITA e da FAB com a inovação e a excelência no desenvolvimento de suas forças aéreas.
Instalação do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) em Fortaleza conta com apoio da Purdue University
Murilo Basseto - Publicada em 05/12/2024 00:01
O Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) e a Purdue University, universidade de referência pela qualidade de ensino nos Estados Unidos, estão fortalecendo sua parceria por meio de acordos e atividades conjuntas, com foco na excelência acadêmica de ambas as instituições, informou nesta semana o ITA.
A colaboração inclui o apoio da universidade americana na implementação do novo campus do ITA em Fortaleza, com disponibilização de intercâmbio de alunos e o mapeamento de projetos colaborativos nas áreas de Engenharia de Energia e de Sistemas, especialmente em ensino e pesquisa.
Em outubro, o ITA recebeu a visita do Professor Doutor Fábio Henrique Ribeiro, Diretor do Purdue Center for Innovative and Strategic Transformation of Alkane Resources, um centro dedicado ao desenvolvimento de estratégias inovadoras para a utilização e transformação de alcanos, hidrocarbonetos presentes em combustíveis fósseis e outras fontes químicas.
Na ocasião, o pesquisador foi recebido pelo Vice-Diretor do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), Major-Brigadeiro do Ar David Almeida Alcoforado, e pelo Reitor do ITA, Professor Doutor Antonio Guilherme de Arruda Lorenzi.
Durante a visita, o Professor Doutor Fábio Ribeiro conheceu algumas das atividades desenvolvidas no ITA, como o Laboratório de Plasmas e Processos (LPP), o Centro de Competência em Manufatura (CCM) e o Laboratório de Combustão, Propulsão e Energia (LCPE), além do Alojamento Estudantil H8, onde moram os alunos de graduação do Instituto.
Também houve reuniões com docentes e alunos para discussão de oportunidades de colaboração, reforçando os laços já existentes entre as duas instituições. No mesmo período, estudantes da universidade americana estiveram no DCTA participando do AeroDesign, competição realizada pela SAE Brasil que estimula a difusão de técnicas e conhecimentos sobre Engenharia Aeronáutica entre estudantes de nível superior e futuros pro ssionais do setor.
Anteriormente, entre os dias 20 e 22 de agosto, o Reitor, liderando uma comitiva do ITA, esteve em Indiana, nos Estados Unidos, onde foi recebido pelo Presidente da Purdue, Professor Doutor Mung Chiang, e pelo Diretor da Faculdade de Engenharia, Professor Doutor Arvind Raman, durante uma visita para mapeamento de pesquisas de interesse comum e produção de subsídios técnicos para o desenvolvimento dos projetos pedagógico dos cursos a serem implementados no campus do ITA em Fortaleza.
Além da Purdue, a equipe brasileira esteve em outras instituições de referência, como o Massachusetts Institute of Technology (MIT), a Harvard University, a George Mason University e a University of Illinois at Urbana-Champaign.
Essa viagem remonta às origens e à história do ITA, relembrando um marco signi cativo quando, na década de 1940, o Marechal-do-Ar Casimiro Montenegro Filho visitou o MIT e nele se inspirou para fundar o ITA, com o objetivo de posicionar o Brasil na vanguarda do conhecimento, por meio da formação de técnicos competentes e cidadãos conscientes.
Agora, quase 75 anos depois, o Instituto rea rma seu compromisso em buscar referências globais para aprimorar suas práticas educacionais e ampliar sua presença no cenário mundial da Engenharia e da
Inovação, principalmente com os novos cursos que serão criados no campus em Fortaleza.
A Purdue University, fundada em 1869 em West Lafayette, Indiana, é uma das instituições de ensino superior mais renomadas dos Estados Unidos, sendo reconhecida como a maior entre as cinco melhores universidades americanas de Engenharia. Também é reconhecida globalmente por suas contribuições inovadoras no setor aeroespacial, com tradição como berço de astronautas .
Informações do ITA
FAB faz primeiro voo com aeronave de treinamento T-25 Universal modernizada
Carlos Martins - Publicada em 05/12/2024 00:01
A Força Aérea Brasileira (FAB) realizou nesta quinta-feira, 5 de dezembro, o primeiro voo o cial do protótipo modernizado da aeronave T-25 Universal, marcando um momento histórico para a instituição.
O evento foi conduzido pelo Parque de Material Aeronáutico de Lagoa Santa (PAMA-LS) sob a supervisão da Diretoria de Material Aeronáutico e Bélico (DIMAB), em parceria com o Instituto de Fomento e Coordenação Industrial (IFCI) e o Instituto de Pesquisas e Ensaios em Voo (IPEV). O projeto representa o resultado de um trabalho visionário e dedicado, focado em fortalecer a capacidade nacional de desenvolvimento e produção aeronáutica.
A modernização do T-25 Universal tem como objetivo atualizar a aeronave de treinamento utilizada pela FAB, garantindo melhores condições para a formação das próximas gerações de aviadores, em especial na Academia da Força Aérea (AFA).
Dentre a grande novidade está o painel do tipo Glass Cockpit, com aviônica Garmin e GPS integrado, no mesmo padrão que as escolas de aviação civil utilizam no mundo inteiro.
Matérias não publicadas no Portal da Força Aérea Brasileira
Entenda o acordo negociado entre o Mercosul e a União Europeia
Blocos estão próximos de anunciar tratado de livre comércio entre seus países
Redação - Publicada em 05/12/2024 23:00
Os países do Mercosul e a Comissão Europeia estão mais próximos de anunciar a conclusão das negociações para um tratado de livre comércio entre os dois blocos.
A expectativa de um desfecho positivo aumentou depois que a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, desembarcou nesta quinta-feira (5) em Montevidéu, onde os líderes de Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai e Bolívia realizam a cúpula semestral do Mercosul.
A presença de Von der Leyen é um forte indicativo de que os dois lados pretendem anunciar um entendimento.
Se con rmado, o fato marcará o m de uma negociação que se arrasta há mais de duas décadas. Depois de vencidas as etapas de implementação, nas quais a oposição liderada pela França deve ressurgir, o tratado deve abarcar um mercado de 750 milhões de pessoas.
ENTENDA OS PRINCIPAIS PONTOS DO ACORDO MERCOSUL - UNIÃO EUROPEIA:
O que é um tratado de livre-comércio?
É um acordo entre países para reduzir ou zerar tarifas e eliminar outras barreiras para importação e exportação. As negociações entre UE e Mercosul foram inicialmente concluídas em 2019, mas o texto foi reaberto.
O que o acordo com a União Europeia prevê?
Para o Mercosul, serão zeradas ou reduzidas as tarifas de exportação para a União Europeia de cerca 90% dos produtos, num prazo que, em 2019, foi estipulado em dez anos.
No caso de itens do Mercosul, o principal foco será sobre produtos agrícolas. O tratado pretende eliminar ou reduzir tarifas para 99% das exportações agrícolas brasileiras, de acordo com estimativa do Ministério da Agricultura.
Para importações de itens vindos da União Europeia, haverá redução de tarifas de carros, peças automotivas, artigos de vestuário, produtos farmacêuticos, chocolates e vinhos.
O acordo também trata de serviços, investimentos, compras governamentais, medidas sanitárias e propriedade intelectual.
Por que o acordo anunciado em 2019 foi renegociado?
As conclusões das negociações ocorreram pela primeira vez em meados de 2019, ainda no governo Jair Bolsonaro (PL). No entanto, houve forte oposição na Europa contra a política e as declarações antiambientais do então líder brasileiro.
Como resultado, o acordo cou anos na gaveta, sem ser enviado para análise do Parlamento Europeu ou
dos Legislativos do países do Mercosul.
Os europeus tentaram ainda negociar um protocolo com compromissos adicionais na área ambiental, mas isso não foi su ciente para fazer as tratativas andarem.
Com a chegada do presidente Lula (PT) ao poder, parte das resistências sobre meio ambiente foi contornada, mas o Mercosul e a UE reabriram as negociações para mudar itens relacionados às exigências ambientais e à política de compras governamentais.
Esse processo se arrastou por praticamente dois anos, até a cúpula do Mercosul de Montevideu que ocorre nesta quinta (5) e sexta-feira (6).
O que foi modi cado de 2019 para agora?
Ainda não há detalhes o ciais sobre o que foi renegociado. Segundo pessoas a par das conversas disseram à Folha, não houve mudanças signi cativas nas cotas xadas para produtos agrícolas entre sul-americanos e europeus. Se con rmado, isso signi ca que o Mercosul terá uma cota de 99 mil toneladas de carne bovina com tarifa reduzida para o mercado europeu, por exemplo.
Esses interlocutores disseram ainda que foi incluído um dispositivo de reequilíbrio, de caráter dissuasório, com o objetivo de desestimular as partes a adotarem medidas de caráter protecionista.
O Brasil é especialmente preocupado com esse ponto, por temer que a nova lei antidesmatamento da Europa, por exemplo, seja usada para di cultar a entrada de produtos brasileiros na UE.
Segundo esse mecanismo, no caso da adoção de uma ação unilateral vista como protecionista, a outra parte poderá, após várias etapas de consultas, retaliar em até 50% da cota prevista no acordo.
Também deve constar um dispositivo que permite, em último caso, a chamada retaliação cruzada: ou seja, a imposição de tarifas poderá ocorrer em itens diferentes dos que foram supostamente prejudicados por uma medida protecionista.
Outro item que deve estar no tratado é a obrigação de que todos os signatários sejam também membros do Acordo de Paris uma das razões que deve amarrar o ultraliberal Javier Milei ao compromisso climático.
Quem é a favor e quem é contra?
O acordo é apoiado, em maior ou menor grau, por todos os países do Mercosul. O problema está na Europa, onde o texto rachou o eixo franco-alemão que serve como pilar da UE. Enquanto Alemanha, Espanha, Suécia e Portugal, entre outros, são entusiastas do tratado, há oposição ferrenha na França, que teme principalmente prejuízos para seus agricultores. Recentemente, a Polônia também apresentou objeções, e houve declarações contrárias do governo italiano.
Qual o impacto do acordo para o Brasil?
Em 2019, o Ministério da Economia (hoje Fazenda) estimou que o acordo deve representar um incremento de US$ 87,5 bilhões (R$ 336 bilhões) em 15 anos para o PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro, podendo chegar a US$ 125 bilhões (R$ 480 bilhões).
Qual o tamanho dos mercados?
O Mercosul e a UE representam, somados, PIB de mais de US$ 20 trilhões e um mercado de 750 milhões
de pessoas.
Quanto movimenta o comércio entre os blocos?
Em 2023, a UE exportou para os quatro membros do Mercosul (Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai) cerca de 55,7 bilhões de euros.
Na direção contrária, o Mercosul vendeu para a União Europeia 53,7 bilhões de euros.
A Bolívia só ingressou recentemente no Mercosul.
Quais setores brasileiros são bene ciados?
Devem se bene ciar principalmente produtos agrícolas, peixes, crustáceos e carnes bovina, suína e de aves, entre outros setores.
Quais setores da economia brasileira podem ser prejudicados?
Produtores de itens que o Brasil importa da UE, como vinhos, veículos, máquinas, produtos farmacêuticos e químicos, podem enfrentar maior competição.
Quais obstáculos o acordo ainda enfrentará?
Depois da conclusão das negociações, ele precisa ser analisado pelo Parlamento Europeu e pelos Legislativos dos países do Mercosul.
Deve também ser assinado pelos executivos dos países (no caso da UE, pela Comissão Europeia e por outros órgãos europeus).
Depois, a implementação do acordo ainda depende de aval dos Parlamentos de todos os países da União Europeia.
Há ainda a possibilidade que a Comissão Europeia tente fatiar a implementação do acordo, para que ele entre em vigor mais rapidamente. Nesse caso, a parte comercial poderia ser implementada a partir da aprovação no Parlamento Europeu, enquanto os capítulos políticos tomariam o caminho mais longo e precisariam esperar a luz verde dos Legislativos nacionais europeias.
Pacote de gastos tem votações apertadas e governo busca apoio do centrão
PSD e União, que têm cargos na Esplanada, estão insatisfeitos e não prometeram apoio ao mérito das propostas
João Gabriel, Fernanda Brigatti - Publicada em 05/12/2024 23:00
O placar apertado da votação da urgência dos primeiros projetos de corte de gastos na última quarta (4) foram um sinal de alerta para a base do governo Lula (PT) na Câmara, que irá precisar se movimentar para conquistar adesão se quiser aprovar todo o pacote.
A estratégia passará por maior atenção a PSD e União Brasil, disseram parlamentares à Folha nesta quinta (5). As duas siglas ocupam cargos nos ministérios de Lula e foram importantes para o avanço de outras propostas do governo, mas estão insatisfeitas.
Os esforços agora estarão voltados para a negociação de mudanças em trechos dos textos que garantam votos dentro dessas duas bancadas, segundo um parlamentar do PT que atua nessa articulação.
O ministro Fernando Haddad, da Fazenda, apresentou três textos do pacote: a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) de corte de gastos, um projeto de lei complementar que limita o uso de créditos tributários e um projeto de lei ordinária que promove um pente- no no BPC (Benefício de Prestação Continuada) e muda o reajuste do salário mínimo.
O imbróglio das emendas parlamentares, o conteúdo do pacote e a articulação política com o governo concentram as insatisfações dos parlamentares, que vêm travando o andamento da pauta.
Este cenário forçou o PT a recuar de iniciar a tramitação da PEC pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). A votação da urgência dos dois outros projetos em plenário também precisou ser adiada.
A decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) de impor ressalvas à liberação das emendas parlamentares, apenas dias depois da publicação de uma lei negociada com o governo, incomodou o Congresso.
Na quarta à noite, a aprovação da urgência dos projetos só foi possível, segundo dois líderes ouvidos pela Folha sob reserva, após um apelo do presidente Arthur Lira (PP-AL). Até ali, além da oposição, as bancadas de PSD e União Brasil estavam contra o avanço das propostas.
Com a sessão já iniciada, Lira convocou os líderes para uma reunião às 19h30. De lá saiu um acordo para aprovar a urgência, mas sem compromisso com o conteúdo de cada projeto.
"Concluo parabenizando todos os líderes que permitiram que nós votássemos a urgência. A partir de segunda, terça e quarta [da próxima semana], vamos discutir o mérito, ouvir as bancadas e conversar com todo mundo", a rmou o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE).
Mesmo com a intervenção de Lira, as votações foram apertadas. Os requerimentos precisavam de 257 votos para serem aprovados e passaram com 260 (o projeto de lei complementar) e 267 (de lei ordinária). Para passar a PEC, o governo vai precisar do apoio de 308 parlamentares.
Dos 59 deputados do União Brasil, apenas 8 votaram a favor. Do PSD, foram 15 de 45.
Por outro lado, apoiaram a urgência 36 dos 50 nomes do PP e 41 dos 44 do Republicanos, partidos que são menos alinhados com o governo, mas que, por outro lado, sofrem maior in uência de Arthur Lira.
Em todos casos, foi considerado o placar da urgência do projeto ordinário, que teve quórum maior.
Parlamentares disseram ter havido pouco tempo entre a reunião com o presidente da Casa e o início da votação, de modo que líderes não conseguiram conversar com as bancadas. Por isso, acreditam que é possível conquistar mais votos.
No caso de PP e Republicanos, o risco é que o apoio ao mérito não se repita, o que daria ainda mais peso à necessidade de adesão de PSD e União Brasil.
Os líderes destas duas últimas siglas são os candidatos preteridos na corrida pela sucessão da presidência da Câmara, o que ampliou a insatisfação das bancadas.
Antônio Brito (PSD-BA) votou a favor das urgências e foi ao plenário pedir apoio de sua bancada à proposta, a que Lira agradeceu publicamente. Já Elmar Nascimento (União Brasil-BA) foi contra.
Nesta semana, o governo iniciou a liberação de R$ 7,8 bilhões em emendas e acionou a AGU (Advocacia Geral da União) para tentar fazer o ministro Flávio Dino, do STF, revisar parte das novas exigências.
Um importante aliado de Lira a rmou que essa movimentação pode ajudar a romper barreiras no União Brasil. Por enquanto, porém, o aceno não foi su ciente. Na base aliada, há a expectativa de que a sinalização de novos empenhos tenha o efeito de reduzir a resistência do Congresso.
No PSD, a insatisfação vai além das emendas ou do mérito do pacote. O partido se vê preterido na distribuições de cargos e merecedor de mais reconhecimento por parte de Lula, por ter entregue por volta de 40 de seus 45 votos nas principais pautas da Câmara até aqui.
Um dos pontos de maior reclamação dos deputados sobre o conteúdo das propostas é a possibilidade de cortes no BPC, benefício pago a idosos e a pessoas com de ciência de baixa renda. Mesmo a base do governo já fala em mudanças da PEC.
O governo Lula agora corre contra o tempo para aprovar o pacote neste ano, uma vez que os trabalhos do Legislativo vão até o dia 23 de dezembro, e também tramitam no Congresso outras pautas importantes, como a Lei de Diretrizes Orçamentárias e a regulamentação da reforma tributária.
Do pacote anunciado em novembro, o governo ainda precisa enviar os projetos de revisão da aposentadoria dos militares, da ampliação da isenção do Imposto de Renda para R$ 5.000 e da taxação da renda a partir de R$ 50 mil. Esses devem car para 2025.
A teimosia do governo Lula
Liberar o uso do saldo nanceiro de fundos públicos para gastos com outras nalidades é mais uma medida do pacote scal do governo Lula da Silva a ampliar a descon ança dos investidores
Redação - Publicada em 05/12/2024 03:00
O governo de Lula da Silva quer usar os recursos do saldo nanceiro de oito fundos públicos, estimado em R$ 39 bilhões no ano passado, da forma como melhor lhe aprouver no período entre 2025 e 2030. O dispositivo consta de um projeto de lei complementar enviado pelo Executivo ao Congresso e permitirá a livre aplicação do superávit gerado pelos fundos, destinando recursos cuja aplicação é mais restrita e que, por isso, permaneciam no caixa do Tesouro para outras nalidades.
A proposta alcança o Fundo de Defesa de Direitos Difusos (FDD), o Fundo Nacional Antidrogas (Funad), o Fundo da Marinha Mercante (FMM), o Fundo Nacional de Aviação Civil (Fnac), o Fundo Nacional de Segurança e Educação de Trânsito (Funset), o Fundo do Exército, o Fundo Aeronáutico e o Fundo Naval.
Atualmente, o dinheiro desses fundos, quando não é gasto, ajuda a reduzir o dé cit primário. Da forma como foi escrito, o texto possibilita o uso do dinheiro para três nalidades: abater a dívida pública, o que seria o correto; pagar despesas primárias, o que seria discutível; e repassar para bancos públicos, o que seria condenável.
O Ministério da Fazenda sustentou que o saldo será usado para abater a dívida pública. Ao jornal Valor, a pasta justi cou não haver a necessidade de explicitar essa informação no projeto de lei e disse que ela poderá ser incluída no texto ao longo da tramitação, caso os parlamentares considerem necessário algo que parece evidente.
Incluir essa informação na proposta antes de enviá-la ao Congresso teria sido uma iniciativa muito positiva e pouparia desgastes adicionais, haja vista que administrações petistas são pródigas em recorrer a medidas para scais para nanciar políticas públicas. Foi assim, por exemplo, que Lula da Silva, em seu segundo mandato, e Dilma Rousse turbinaram o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social.
O fato de o governo não ter se antecipado aos mais que previsíveis questionamentos de especialistas sobre as brechas abertas pelo dispositivo mostra que a equipe econômica ainda não compreendeu que o cenário com o qual trabalhava não existe mais. Ao frustrar as expectativas que ele mesmo alimentou a respeito do pacote scal, o governo deu motivos para que o câmbio ultrapassasse a marca de R$ 6,00, a curva futura de juros atingisse 14% e o Ibovespa despencasse.
O pacote tem medidas estruturais duras, entre elas mudanças no Benefício de Prestação Continuada (BPC) que di cultarão a concessão do auxílio a pessoas com de ciência, como apontou artigo da senadora Mara Gabrilli (PSD-SP) publicado no Estadão. Mas o fato é que o plano cou marcado pelo anúncio da isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil mensais, medida con rmada por ninguém menos que o ministro Fernando Haddad em cadeia nacional de rádio e TV. Além de representar uma renúncia de receitas relevante em um governo que diz almejar zerar o dé cit scal, desonera uma parcela da população que muito provavelmente gastará o dinheiro em vez de poupá-lo.
Ainda que a proposta tenha que ser aprovada pelo Legislativo para entrar em vigor, e a despeito das sinalizações de Arthur Lira (PP-AL) e de Rodrigo Pacheco (PSD-MG) de não haver pressa para analisá-la, é inegável que ela tem o potencial de aumentar a in ação e, portanto, já impulsiona as expectativas de in ação.
Não à toa, a aposta majoritária dos investidores para a próxima reunião do Comitê de Política Monetária do Banco Central é de um aumento de 0,75 ponto porcentual na taxa básica de juros. Entender o motivo dessa reação, em vez de atribuí-la à má vontade do mercado com administrações petistas, seria muito útil no urgente trabalho de contenção da piora das expectativas.
A decepção gerada pelo esvaziado pacote scal não explica, sozinha, a queda nos preços dos ativos do mercado. Também por fatores externos, como a eleição de Donald Trump nos EUA, di cilmente o câmbio voltará ao patamar de R$ 4,90 do m do ano passado, mas a cotação do dólar pode recuar a depender dos próximos passos. O maior risco é o de perda de credibilidade da equipe econômica, ainda menosprezado pelo governo Lula da Silva.
Opinião | Governo tem de dançar tango com o mercado
A hora é de muito cuidado e de reversão da má impressão causada inicialmente pelo pacote de gastos
Felipe Salto - Publicada em 05/12/2024 03:00
Não se pode esconder o Sol sob peneiras. O mercado nanceiro e a opinião pública em geral reagiram mal aos anúncios na área scal. O desa o é desfazer os erros de comunicação e de intensidade (baixa) das medidas para avançar no ajuste das contas públicas.
De fato, a divulgação do pacote de contenção de gastos públicos foi atrapalhada. A mistura de medidas referentes à reforma da tributação da renda esta que precisa ser debatida e endereçada com ações efetivas do lado do gasto resultou em frustração. Para alguns, uma desejada con rmação de viés, vale dizer, pois podem até correr o risco de ignorar a parte boa do pacote.
Mais lenha na fogueira dos juros e do dólar, que se acomodou em patamar alto, reacendendo as
preocupações quanto à dinâmica da in ação. Não custa lembrar: o dólar caro afeta os preços das importações. Por sua vez, esse efeito transborda para custos maiores sobre os processos produtivos domésticos e, no m do dia, encarece os bens e serviços consumidos por aqui.
Não adianta dizer que o mercado estaria errado ou coisa do tipo. É preciso dançar um bom tango com ele e promover uma reviravolta nessas percepções. Fácil falar.
A saída é restabelecer um quadro de normalidade mínima na economia nacional. Há duas ferramentas para isso: a) mostrar o detalhamento das medidas scais anunciadas, agora já amparadas em dois projetos de lei e uma proposta de emenda à Constituição; e b) elaborar mais ações de contenção de gastos para eventualmente complementar o pacote original.
A primeira ação é mais óbvia. O governo já deveria ter apresentado, na coletiva à imprensa do pacote, memórias de cálculos detalhadas para cada um dos impactos estimados. Isso ajudaria a dirimir dúvidas e a respaldar, com transparência, os objetivos e intenções. Ainda há tempo para providenciar esse movimento, de maneira coordenada.
A segunda está associada à motivação por trás da descon ança dos analistas, economistas e agentes econômicos em geral. O desa o scal, como já defendi neste espaço diversas vezes, é movimentar a política econômica na direção de economias relevantes e não temporárias. Ou a dívida/PIB estaciona ou nada feito.
Quando o governo anunciou um impacto de R$ 71,9 bilhões para as contenções de despesas em 2025 e 2026, mesmo aqueles que calcularam impacto similar ou um pouco inferior questionaram um fato importante: esse número não seria su ciente para fazer cumprir o novo arcabouço scal e, ao longo do tempo, reequilibrar a dívida/PIB. Estão certos.
Para 2025, projetamos, por exemplo, na Warren, um dé cit primário de cerca de 0,8% do PIB. A meta xada pelo governo é zero. Há uma banda inferior, de 0,25% do PIB, o que signi ca dizer que algum dé cit público estaria autorizado sem afetar o compromisso legal. Há ainda despesas (precatórios) excetuadas da contabilidade relevante à checagem da meta scal.
Mas a verdade é que o corte anunciado não resolve o pepino de 2025 (cumprir a meta, mesmo com banda e descontos) e provavelmente não resolverá também o de 2026. Nesse caso, a conclusão óbvia é de que são necessárias novas medidas para produzir esforço scal primário adicional.
Não é o mercado quem está pedindo, mas o próprio governo, que aprovou a Lei Complementar n.º 200/2023 (novo arcabouço scal) e estabeleceu regras ao comportamento das despesas públicas, do resultado primário e da dívida. O dé cit zero é apenas um passo inicial de tudo isso. Para ter claro, esse objetivo não está garantido com o novo pacote. Confusões com o Imposto de Renda à parte, tal visão perpassa todas as análises relevantes, dos mais aos menos pessimistas da paróquia.
Daí um segundo ponto importante: as ações, entendidas aqui como as contidas no pacote já anunciado e as medidas adicionais a serem tomadas, têm de promover uma mudança na avaliação de quem faz conta a sério. Essa mudança relevante materializar-se-ia em projeções de dívida que indicassem a sua estabilização em horizonte curto de tempo, por exemplo, em dois anos.
O governo teve um mérito gigantesco com o pacote scal. Imagine, caro leitor, que foram anunciadas medidas para restringir o salário mínimo, o abono salarial, o Benefício de Prestação Continuada, o Fundeb (fundo da educação), as emendas parlamentares, a previdência dos militares, os subsídios e subvenções, entre outras.
As válvulas nas quais o ministro Fernando Haddad mexeu são as corretas. Faltou, entretanto,
intensidade.
Um corte mais efetivo nos gastos tributários, por exemplo, limando os abatimentos com despesas médicas hoje autorizados no Imposto de Renda seria bem-vindo. Isso está, de certo modo, presente na medida compensatória proposta para a questão do aumento da faixa de isenção a quem ganha até R$ 5 mil ao mês. O problema é ter sido maculado justamente pela tal isenção pretendida.
A hora é de muito cuidado e de reversão da má impressão causada inicialmente pelo pacote de gastos. Há saídas, mas será preciso deixar o confronto com o mercado de lado para que a dança de salão corra solta sem sobressaltos ou, no máximo, uns passos ousados aqui e acolá.
Governo encerra operação de resgate no Líbano com mais de 2 mil repatriados
Repatriação começou em 2 de outubro, quando Israel atacou o Líbano mirando o grupo terrorista Hezzbolah
Alice Cravo - Publicada em 05/12/2024 15:47
O governo federal encerrou a operação "Raízes do Cedro" de repatriação de brasileiros que estavam no Líbano em meio ao con ito que assola o Oriente Médio. Ao todo, 2.663 brasileiros foram resgatados em 13 voos entre Beirute e Brasil.
O governo priorizou o resgate dos brasileiros não residentes, seguido pelos idosos residentes, mulheres gestantes, crianças e pessoas com de ciência. A operação começou em 2 de outubro, quando Israel atacou o Líbano mirando o grupo terrorista Hezzbolah.
O balanço nal da operação contabiliza 1.198 mulheres (15 gestantes), 645 crianças de até 12 anos, 247 pessoas com de ciência, 290 idosos, além de 34 animais domésticos. O governo também resgatou familiares libaneses, sírios, paraguaios, argentinos, uruguaios, holandeses, venezuelanos, chilenos, colombianos, palestinos, franceses, peruanos e jordanianos.
Houve, ainda 346 pessoas que não compareceram no aeroporto, apesar de terem solicitado a repatriação. Casos de desistências já eram esperados pelo Ministério das Relações Exteriores. Outras 1.056 desistiram antes de nalizar o processo. A maioria deles conseguiu meios particulares de voltar ao Brasil ou se deslocar para outras regiões.
Foram mais de 300 horas de voo realizado pela Força Aérea Brasileira, com a mobilização de 48 pro ssionais, sendo 16 médicos, 15 psicólogos e 16 enfermeiros. Além disso, as aeronaves levaram 27,3 toneladas de medicamentos e insumos hospitalares além de 62,5 toneladas de alimentos. Em 12 dos 13 voos de resgate, o KC-30. Em uma delas, o KC-390 Millennium.
Saúde e hospedagem
De acordo com o governo, a Força Nacional do SUS realizou mais de 2,4 mil atendimentos a repatriados com uma equipe formada por 169 pro ssionais. Foram 1.815 atendimentos psicossociais e 627 assistenciais.
Já sobre a hospedagem, o governo investiu aproximadamente R$ 195 mil em hospedagem temporária e alimentação de 856 pessoas. A empresa aérea Latam emitiu 83 passagens aéreas e a sociedade civil
contribuiu com a emissão de 92 passagens de ônibus com destino a diferentes cidades.
A operação
Em razão da escalada do con ito, todas as operações precisaram ser revistas minutos antes de acontecerem, mesmo aquelas que já estavam autorizadas. O governo também precisou estudar rotas alternativas em razão dos bombardeios que ocorreram ao redor do aeroporto de Beirute.
O avião predominantemente usado para o resgate foi o modelo KC-30 da Força Aérea Brasileira, aeronave de grande porte, com três corredores e capacidade para mais de 200 pessoas.
Sob Lula, Exército muda per
l na cúpula e renova mais da metade do Alto
Comando
General Tomás Paiva assumiu a che a da Força após os atos de 8 de janeiro, em meio a uma crise de con ança entre militares e o governo
Jeni er Gularte - Publicada em 06/12/2024 03:30
O Alto Comando do Exército já renovou mais da metade dos seus membros desde o início da gestão do general Tomás Paiva, que assumiu a che a da Força em 21 de janeiro de 2023. Ele foi nomeado pelo presidente Lula após os atos de 8 de janeiro, em meio a uma crise de con ança entre militares e o governo.
Dos 16 integrantes do colegiado, nove foram trocados no período. Como as promoções ocorrem em março, julho e novembro, a cada ano há a mudança, em média, de um quarto do Alto Comando. O grupo é formado por 16 generais quatro estrelas que alcançam o topo da carreira militar e permanecem quatro anos no posto. As reuniões ocorrem seis vezes ao ano em uma sala contígua ao gabinete do comandante, no Quartel General do Exército, em Brasília.
Internamente, há uma avaliação de que a cúpula vai se formando aos moldes do per l do comandante do momento, embora o representante do posto mais alto da Força só tenha direito a um voto na reunião que delibera sobre as promoções. A interlocutores, Tomás Paiva a rma que o atual Alto Comando é homogêneo e de con ança. Estão incluídos no grupo o chefe do Estado Maior; os comandantes militares do Sul, Sudeste, Leste e Oeste; os chefes de Operações Terrestres, e do Departamento de Ensino e Cultura; o diretor de Engenharia e Construção; e o secretário de Economia e Finanças.
Na atual formação do Alto Comando, dois dos nomes mais ligados a Tomás são o chefe do Estado-Maior, general Richard Fernandez Nunes, e o comandante Militar do Norte, general José Ricardo Vendramin Nunes.
Richard Nunes já integrava a cúpula, mas foi levado por Tomás ao segundo cargo mais importante do Exército, enquanto Vendramin Nunes foi promovido em julho deste ano e hoje che a tropas em uma área importante do país.
Sem Kids pretos
No nal de 2022, quando foi chefe da comunicação do Exército, Vendramin Nunes divulgou nota repudiando postagens que acusavam generais de serem melancias verdes por fora, comunistas por dentro por não apoiarem a trama golpista que, segundo a PF, buscava a manutenção do expresidente Jair Bolsonaro no poder.
Sob Tomás Paiva, o Alto Comando não tem nenhum kid preto militares com formação nas Forças
Especiais que tiveram protagonismo no grupo na gestão Bolsonaro. Integrantes da cúpula da Força relataram que em 2023 e 2024 não houve candidatos com essa especialidade que entraram em votação durante as fases de promoções.
Na gestão passada, esses o ciais iam promovendo outros generais do mesmo grupo para integrarem o colegiado, o que deu certa hegemonia a essa ala. Na formação do colegiado no nal do governo Bolsonaro, em 2022, havia generais com origem no núcleo dos kids pretos , como Marco Antônio Freire Gomes, Júlio César de Arruda e Estevam Theophilo este último, indiciado pela PF por participação na trama golpista, o que a defesa dele nega. Os militares citados foram procurados, mas não se manifestaram.
Nas últimas semanas, os kids pretos caram em evidência depois que a investigação da Polícia Federal revelou a participação deles no plano golpista para impedir a posse de Lula, o que inclui monitoramento, troca de mensagens por grupos secretos e uso de celulares descartáveis. Além de Bolsonaro, outros 24 militares foram indiciados pela PF, em um total de 37 alvos, por tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do estado democrático de direito e organização criminosa.
As revelações vieram à tona no momento em que o Planalto e as Forças Armadas vivem uma relação mais amena após um longo processo de paci cação. Lula fez uma série de acenos à caserna, prestigiando eventos militares e oferecendo uma fatia expressiva do PAC aos projetos estratégicos da Defesa. Mesmo a negociação para que os militares colaborem com o ajuste scal ocorre de forma cuidadosa, com participação mais simbólica, para evitar o recrudescimento das tensões.
Se Lula desejar, Tomás Paiva poderá permanecer no cargo até o nal do mandato. Por essa hipótese, ele ainda terá mais seis oportunidades de promoções para ampliar a trocas no colegiado. No entorno de Lula, o comandante é bem avaliado e visto como peça importante no processo de paci cação da caserna após os ataques de 8 de janeiro e as suspeitas envolvendo a trama golpista.
Para escalar todos os degraus que levem um capitão a virar general, o o cial precisa obedecer a critérios de antiguidade e mérito, em que contam desempenho na sua carreira militar, como posição na turma, notas em cursos de formação e avaliação anual de desempenho. Já os critérios que levam um general de brigada primeira graduação de general na hierarquia militar do Exército a ascender até a cúpula dependem fundamentalmente da sua capacidade de relacionamento e liderança.
Grupo consultivo
A última etapa antes do Alto Comando é a de general de divisão (três estrelas), quando pesa a análise sobre a capacidade de comandar outros generais, antes de avançar ao último degrau da carreira.
É levada ainda em consideração, por exemplo, como foi o desempenho desse o cial nas suas funções e a avaliação de como ele pode continuar contribuindo para a Força uma análise que cabe a cada integrante do colegiado.
A cúpula do Exército também precisa identi car nele um o cial capaz de ser um chefe militar, comandar a tropa de uma área do país ou che ar um departamento estratégico. É também dentro desse seleto grupo que está o futuro comandante do Exército.
Por meio de nota, o Exército a rmou que após a análise do desempenho pro ssional, baseada na meritocracia, o Alto Comando seleciona os militares que serão propostos para promoção ao Presidente da República.
O Alto Comando é um conselho consultivo e de assessoramento, mas quem tem a palavra nal sobre as decisões da Força é o comandante do Exército. O colegiado só atua de forma deliberativa no processo
de escolha dos novos generais. O avanço da carreira de general brigada, divisão e de Exército depende exclusivamente do critério de escolha dos integrantes do Alto Comando. A promoção é feita por um processo de votação simples, onde cada integrante tem direito a um voto, anotado em um papel e recolhido pelo general mais jovem do grupo. Se houver empate, os nomes voltam para apreciação de todo grupo para o desempate.
Todos os generais de brigada e de divisão que miram as quatro estrelas têm a carreira acompanhada pela cúpula do Exército por se tratar de um círculo muito mais restrito de o ciais. O Exército tem 48 generais de divisão e 92 de brigada. A maior parte deles encerra a carreira sem integrar o grupo de 16 o ciais que se tornam generais do Exército e formam o Alto Comando.
Carreiras militares têm pico de evasão e perdem mais de 5 mil pro ssionais em 10 anos
Forças armadas apontam reforma de 2019 como crucial para perda de pro ssionais
Redação - Publicada em 06/12/2024 03:37
Marinha e Exército perderam juntos 5.247 pro ssionais nos últimos dez anos. Isso é o que mostra um levantamento feito pela CNN com base nos dados fornecidos pelas Forças Armadas considerando o período de 2015 até 2024.
As duas forças alcançaram o pico anual de evasão da última década. No caso da Marinha, foram 672 militares perdidos apenas neste ano, antes do direito à aposentadoria, superando a marca anterior de 638 registrada em 2019. Já o Exército teve 346 desistências em 2023, numa curva ascendente desde 2020. Os números de 2024 ainda não foram compilados, mas fontes do Exército disseram à CNN que a perspectiva é de um novo recorde.
Entre os motivos de desistência da carreira apontados por militares estão as jornadas de trabalho, a perda de benefícios pela reforma de 2019, os salários defasados em relação a outras carreiras públicas e privadas e a possibilidade de diminuição de benefícios com novas mudanças.
A evasão tem sido veri cada especialmente nos quadros de Médicos, Engenheiros e Fuzileiros Navais, que têm migrado para outras carreiras que oferecem salários mais atrativos , disse a Marinha em nota à CNN.
A notícia vem em meio a um debate sobre os benefícios concedidos às Forças Armadas. O plano do Ministério da Fazenda é elevar a idade mínima para aposentadoria e diminuir o custo com a manutenção da tropa e da reserva. É importante que a carreira seja atrativa, em relação ao salário e à Proteção Social, a m de que sejam conquistados e mantidos talentos do mais alto nível, para o cumprimento da missão indelegável de Defesa da Pátria , a rmou o Exército em nota à CNN.
O argumento dos militares é de que, muito embora existam vantagens, como a aposentadoria integral, o auxílio de saúde e alimentação nos quartéis, a possibilidade de viagens inclusive ao exterior e o
plano de carreira estruturado, os integrantes das Forças Armadas não têm vantagens de pro ssionais do tipo CLT. Isso inclui, por exemplo, adicionais noturno, de periculosidade e insalubridade, horas extras e FGTS.
A CNN questionou a Aeronáutica sobre os dados de evasão na última segunda-feira (2), mas não teve resposta. Ao longo da semana, por diversas vezes, a Força Aérea Brasileira foi novamente acionada para informar os dados, mas não respondeu até o fechamento desta reportagem. Fontes da FAB a rmaram que os problemas do Exército e Marinha também são enfrentados pela Aeronáutica.
Nessa semana a CNN mostrou o caso de seis pilotos que deixaram a FAB e migraram para carreiras particulares. Todos migraram para a Latam, que informou ter contratado novos pilotos de forma livre no mercado brasileiro . Uma montagem dos ex-militares em frente a um caça da FAB, fardados, acima de outra em um evento da companhia privada, circulou nos grupos de militares, expondo a crise da evasão nas Forças Armadas. Mas eles não foram os únicos.
Além do encanto que eu já tinha pela carreira, eu estava buscando outras coisas, os benefícios, e na época eu achava que realmente me traria muitos benefícios, e entre eles seria estabilidade nanceira, poder utilizar os hospitais das forças armadas, e eu saber que eu poderia ter vários lugares para trabalhar no Brasil e, principalmente, a aposentadoria integral . A fala é da ex-controladora de voo, Vitória Carvalho, em entrevista à CNN.
Ela deixou os quadros da FAB no m de novembro, depois de alegar ter sofrido um burnout. Além do estresse, junto com toda as condições adversas que estavam ali no nosso meio, uma escala extremamente cansativa, com falta de pessoal e muitas coisas que realmente vieram a me causar uma exaustão emocional , contou. Então eu comecei a perceber que as cargas eram muito pesadas e os privilégios não estavam mais valendo a pena. Perder a minha saúde, perder a minha liberdade, não vale a pena. Então eu decidi pedir baixa realmente para manter a minha saúde mental, manter a minha paz. E hoje muitas pessoas elas estão se desvinculando das forças armadas justamente por encontrar muito mais atrativos fora da caserna, né? , completou Vitória.
Ela entrou na FAB em 2018, realizando um sonho da adolescência. Sete anos depois, deixou a carreira militar sem carregar nenhum dos benefícios que tinha. Agora eu tô me especializando em assistente virtual, quero uma carreira que me possibilite liberdade geográ ca, porque eu vou começar a viajar em fevereiro, começando pelo Nordeste e depois até fora do Brasil , disse ela.
Em 2021, Acássia Diniz trocava onze anos de carreira militar e a vida de pilota por um universo de incertezas. Hoje, três anos depois de tomar a decisão, ela sustenta: Hoje em dia me encontro muito feliz na minha pro ssão e tenho pretensão de continuar evoluindo . Acássia entrou em medicina e está no quarto ano da faculdade. Ela hoje se dedica a ajudar as pessoas a perderem peso e fortalecerem o corpo, num trabalho que mistura conceitos de nutrição e educação física, faculdade que cursou antes da medicina.
Ela conta que a última reforma, de 2019, foi crucial para que tomasse a decisão. Quando eu entrei lá em 2010, a ideia é que eu fosse pra reserva, me aposentasse em 30 anos, e em 2019 essa regra mudou e teve um aumento desse tempo de serviço. Teve também um incremento nos salários, porém foi uma coisa que já me deixou bastante balançada. [ ] O regime militar, como ele exige muitas renúncias, eu acabei optando por sair. Talvez, se não tivesse essa mudança em 2019, eu tivesse aguardado mais para sair , completa.
Akaer é selecionada para produzir estruturas da aeronave LUS-222
Da Redação - Publicada em 05/12/2024 00:01
A Akaer, empresa brasileira líder em inovação nas áreas de Defesa e Aeroespacial, foi selecionada pela portuguesa EEA Aircraft and Maintenance, S.A. para produzir as estruturas da aeronave LUS-222.
A Akaer será responsável pela fabricação, no Brasil, da fuselagem, asa completa, estabilizadores horizontais e verticais e também de todas as superfícies de controle do avião.
O LUS-222 é uma aeronave regional leve, desenvolvida para usos civis e militares, para o mercado global. O Programa LUS-222 é liderado pela EEA Aircraft and Maintenance e tem a participação de várias empresas do ecossistema aeronáutico português, com apoio da Força Aérea do país e do Governo de Portugal.
A Akaer será a primeira empresa brasileira a fornecer a estrutura total de uma aeronave de transporte regional e de cargas. A produção acontecerá em São José dos Campos (SP) a partir do primeiro trimestre de 2025. O primeiro voo do LUS-222 está previsto para 2027.
Estamos muito satisfeitos de ter sido possível criar esta parceria com a Akaer para a fabricação das aeroestaruras da aeronave LUS-222. Portugal e o Brasil têm um percurso de parceria muito bemsucedido no setor aeronáutico, desde logo e com destaque, para o Programa KC-390, em que a indústria brasileira, envolvendo parceiros de Portugal, desenvolveu uma aeronave que foi integrada pela Força Aérea Portuguesa, pelo que talvez possamos agora replicar, no sentido inverso, com a aeronave LUS-222, liderada pela EEA Aircraft and Maintenance, tendo como parceiro a Akaer e quem sabe, no futuro, tendo como utilizadores nais a Força Aérea Brasileira e outros operadores civis do enorme País que é o Brasil , disse Miguel Braga, Presidente do Conselho de Administração da EEA Aircraft and Maintenance.
Estamos orgulhosos de fazer parte deste projeto. É uma conquista signi cativa que ressalta a capacidade técnica da Akaer de desenvolver e fornecer estruturas aeronáuticas completas e integração de sistemas, o que fortalece nossa posição relevante de Tier 1 global , a rmou Cesar Silva, CEO da empresa.
A aeronave
O LUS-222 é um bimotor de asa alta com porta de carga traseira. Tem capacidade para transportar 19 passageiros ou até 2.000 kg de carga, podendo atuar em missões militares, de busca e salvamento, transporte e também na aviação regional.
Sua capacidade de operar em pistas curtas e não pavimentadas faz com que seja ideal para regiões
remotas e de difícil acesso, oferecendo uma solução e ciente para diversos tipos de operações.
O avião possui alcance de mais de 2.000 km e pode atingir uma velocidade de até 370 km/h.
Sobre a Akaer
Com 32 anos de atuação, a Akaer acumula mais de 10 milhões de horas de engenharia dedicadas ao desenvolvimento e produção de sistemas e estruturas de aeronaves, participando ativamente de mais de 50 projetos mundialmente reconhecidos entre eles, o cargueiro KC-390, da Embraer, o caça Gripen E, em parceria com a Saab, e o supersônico Hürjet, lançado pela TAI (Turkish Aerospace Industry).
Recentemente, alcançou um feito inédito ao tornar-se a primeira empresa brasileira a conquistar o status de Fornecedora Global de Nível 1 (Tier 1).
Sobre a EEA Aircraft and Maintenance
Fundada em 2021, a EEA Aircraft and Maintenance, S.A. é a primeira OEM (Original Equipment Manufacturer) aeronáutica de Portugal. Lidera o desenvolvimento do programa LUS-222, primeira aeronave desenvolvida, industrializada e comercializada em Portugal, sendo responsável pela linha de montagem nal para fabricação da aeronave.
O programa LUS-222 é criado após um longo e bem-sucedido histórico dos acionistas no setor aeronáutico, em particular do CEiiA (Centro de Engenharia e Desenvolvimento de Produtos), que, como parceiro de engenharia, já acumulou até hoje mais de 700 mil horas no Programa KC-390, da Embraer.
Akaer é selecionada para participar da produção do C-390 e do Praetor 600
Da Redação - Publicada em 05/12/2024 00:01
A Akaer, empresa brasileira líder em inovação no setor aeroespacial, vai participar da produção do cargueiro C-390 Millennium e do jato Praetor 600, duas das principais aeronaves da Embraer. O contrato foi assinado neste mês e tem vigência de cinco anos, com possibilidade de renovação.
Estamos honrados em integrar estes projetos de grande relevância no setor aeronáutico. Nossa participação re ete o reconhecimento pela excelência e pela experiência que construímos ao longo dos anos, sempre pautados no compromisso com o cliente e na inovação, a rmou Cesar Silva, CEO da Akaer.
A empresa, única do país quali cada como Fornecedora Global de Nível 1 (Tier 1) no setor aeroespacial, será responsável pela montagem dos tanques de combustível das duas aeronaves e dos pilones (estruturas que sustentam as turbinas) do C-390.
Parceria
O novo contrato consolida um longo histórico de cooperação entre a Akaer e a Embraer uma parceria
que contribuiu para o desenvolvimento de projetos inovadores, reforçando a posição de destaque do Brasil no cenário aeronáutico global.
A Akaer teve participação em modelos como o Super Tucano, aeronave de ataque leve e treinamento militar reconhecida mundialmente, e da família E-Jet, sucesso no mercado de aviação comercial.
Atuou, ainda, no desenvolvimento do próprio C-390, sendo responsável pelo projeto de peças críticas, spoilers (superfície móvel das asas usada para reduzir a velocidade do avião no momento do pouso), fuselagem dianteira, cone de cauda e empenagem vertical.
O cargueiro se tornou um marco na aviação militar e uma das grandes apostas da Embraer no setor de defesa. Além do Brasil, o modelo já foi adquirido por Holanda, Hungria, Portugal, República Tcheca, Áustria, Suécia e Coreia do Sul.
Com uma carga útil de 26 toneladas, velocidade máxima de 470 nós (870 km/h) e aviônicos de última geração, o C-390 é considerado a melhor aeronave do mundo em sua categoria. Seus potentes motores, amplo compartimento de carga equipado com rampa traseira e trem de pouso robusto permitem realizar as missões mais exigentes em pistas não pavimentadas.
Aviação executiva
O Praetor 600, jato executivo referência em inovação e desempenho na categoria super-midsize, também passará a ser produzido com participação da Akaer.
Com capacidade de até 12 passageiros, tem alcance intercontinental de 4.018 milhas náuticas (7.441 km), o maior entre os modelos do segmento, o que permite realizar voos sem escalas entre São Paulo e Miami (EUA), entre Rio de Janeiro e Fort Lauderdale (EUA) ou entre Madri (Espanha) e Recife.
Com certi cação global desde 2019, o Praetor 600 tem um diferencial competitivo no mercado executivo por operar em pistas curtas.
Sobre a Akaer
Com 32 anos de atuação, a Akaer consolidou-se como uma referência em engenharia e inovação no setor aeroespacial brasileiro e internacional.
A empresa acumula um portfólio 9 milhões de horas de engenharia dedicadas ao desenvolvimento de sistemas e estruturas de aeronaves em mais de 50 projetos de destaque global.
Participou do desenvolvimento dos caças Gripen E, em parceria com a Saab, para a Força Aérea Brasileira (FAB), e do caça supersônico Hürjet, desenvolvido pela Turkish Aerospace Industries (TAI) para a Força Aérea Turca.
Neste ano, rmou contrato com a Deutsche Aircraft, da Alemanha, para a fabricação da fuselagem dianteira do D328eco, avião sustentável com possibilidade de usos civis e militares.
Sediada em São José dos Campos (SP), a Akaer mantém escritórios comerciais em Portugal e na Turquia e anunciou recentemente a implantação de sua segunda unidade produtiva no futuro Parque Tecnológico Aeroespacial da Bahia, em Salvador.
Barroso usou avião da FAB para ir a casamento de Flávio Dino
Presidente do STF, Barroso viajou a São Luís com a aeronave o cial no dia do casamento; Flávio Dino se casou com Daniela Lima
Tácio Lorran, Melissa Duarte - Publicada em 05/12/2024 18:59
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, usou aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB) para ir ao casamento de seu colega de Corte, ministro Flávio Dino, no último sábado (30/11). A festa foi realizada em Raposa, no litoral do Maranhão.
Barroso estava no Rio de Janeiro quando pegou a aeronave da FAB para ir a São Luís. O voo partiu às 11h15 de sábado do Aeroporto do Galeão, no Rio, e chegou às 14h15 na capital maranhense.
De acordo com o Comando da Aeronáutica, a viagem teve quatro passageiros. A FAB não divulga o nome deles por questões de segurança.
Procurado, o STF explicou que o protocolo de viagem de presidente de Poder é por meio de aviões da FAB. Além disso, há recomendação expressa da equipe de segurança e existência de previsão legal para todos os deslocamentos , acrescentou a Corte, em nota.
Regras sobre uso da FAB
O uso da aeronave por Barroso não é ilegal. O decreto 10.267/2020 prevê o uso de avião da FAB pelo vice-presidente; presidentes do Senado, da Câmara dos Deputados e do Supremo Tribunal Federal (STF); ministros de Estado e demais ocupantes de cargo público com prerrogativas de ministro de Estado; comandantes das Forças Armadas; e chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas.
As autoridades podem solicitar viagens pelos seguintes motivos: segurança e emergência médica; em viagens a serviço; e deslocamentos para o local de residência permanente.
Além de Barroso, os ministros do STF Alexandre de Moraes e Dias To oli também participaram da celebração.
Nasa atrasa novamente o regresso dos astronautas à Lua, que está agora previsto para 2027
Decisão se deu devido a problemas técnicos e mudanças políticas
Redação - Publicada em 05/12/2024 19:50
A agência espacial dos Estados Unidos, Nasa, anunciou nesta quinta-feira um novo atraso de um ano em sua missão de retorno à Lua devido a problemas técnicos, postergando a chegada dos astronautas à superfície lunar para 2027.
Este anúncio representa um novo revés para o programa Artemis, a principal iniciativa da Nasa, e ocorre a poucas semanas da posse do presidente eleito Donald Trump, que ainda não detalhou suas intenções para essa missão.
Em uma coletiva de imprensa, o administrador da Nasa, Bill Nelson, informou que a missão Artemis III, que prevê a chegada de astronautas à Lua pela primeira vez em mais de 50 anos, foi adiada de 2026 para meados de 2027. A missão Artemis II, que deve colocar uma nave tripulada em órbita lunar, também sofreu atrasos, passando de 2025 para abril de 2026.
Não vamos voar até estarmos preparados, até que seja seguro para os astronautas a bordo. Devemos fazer isso corretamente , declarou Nelson.
Exploração lunar
O programa Artemis foi projetado como o primeiro passo para a chegada do ser humano a Marte e teve início em 2022 com um sobrevoo não tripulado pela Lua. Embora o primeiro voo tenha sido um sucesso, engenheiros da Nasa identi caram uma série de problemas técnicos, incluindo danos inesperados no escudo térmico da cápsula Orión, o que resultou no atraso do cronograma das missões subsequentes para garantir a segurança dos astronautas.
Em janeiro passado, a Nasa já havia anunciado o adiamento de um ano em suas missões lunares, com a Artemis II sendo adiada para 2025 e a Artemis III para 2026.
Nelson detalhou, nesta quinta-feira, que o novo plano envolve o uso do mesmo escudo térmico da cápsula Orión, mas com uma modi cação na trajetória de reentrada na atmosfera terrestre após o voo.
Impacto das mudanças políticas
O novo atraso ocorre em um momento de transição no governo dos Estados Unidos e na direção da Nasa, com a vitória de Donald Trump nas eleições de 5 de novembro. O presidente eleito, que assumirá o cargo em 20 de janeiro, anunciou que nomeará o milionário Jared Isaacman, o primeiro astronauta privado a realizar uma caminhada espacial, para liderar a agência espacial.
Isaacman, de 41 anos, é um colaborador próximo do magnata Elon Musk, fundador da empresa SpaceX, que também participará do governo republicano como responsável por cortar o orçamento das agências federais.
Nelson, que já teve uma primeira conversa telefônica com Isaacman, a rmou que a Nasa trabalhou "laboriosamente" para garantir a viabilidade da missão Artemis e previu que o novo governo apoiará o plano. Ele também mencionou que a boa relação entre Trump e Musk, cuja empresa está construindo o
módulo de aterrissagem para a Artemis III, será bené ca para evitar cortes no orçamento da Nasa.
Durante o primeiro mandato de Trump, entre 2017 e 2021, os planos para o retorno à Lua começaram a ganhar força, após décadas de inatividade desde a missão Apollo 17 de 1972. Contudo, ainda não está claro se o presidente republicano manterá esses esforços ou mudará o foco para uma possível missão a Marte.
FAROL DA BAHIA -`Kids pretos` pegarão voo da FAB para transferência de prisão em Brasília nesta quinta (5)
General Mário Fernandes e tenente-coronel Rodrigo Azevedo estão detidos no Rio; suspeitos voam nesta quinta (5)
Redação - Publicada em 05/12/2024 06:00
Os suspeitos de participarem de uma trama de golpe de Estado de 2022, general Mario Fernandes e tenente-coronel Rodrigo Azevedo, serão transferidos, nesta quinta-feira (5), para a prisão em Brasília em um voo da Força Área Brasileira (FAB).
Os "kids pretos" contarão com a escolta do Exército do Comando Militar do Planalto (CMP) nos trajetos. Ambos carão detidos em unidades militares.
A transferência foi autorizada na segunda-feira (2) pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes. O magistrado também foi favorável a liberação de visita de familiares dos militares, com uma autorização especial do mesmo.
Presos desde o dia 19 de novembro, no 1º Batalhão de Polícia do Exército, no Rio de Janeiro, os militares foram alvos da Operação Contragolpe da Polícia Federal, que tiveram como alvo quatro militares e um policial federal por suspeita de articular a execução do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice Geraldo Alckmin e o ministro do STF Alexandre de Moraes.
Brasil247 - Vídeo da Marinha sobre privilégios causa tensão no governo e pode atrasar reestruturação da carreira militar
Proposta de reestruturação da carreira nas Forças Armadas está prevista para ser enviada ao Congresso Nacional ainda nesta semana
REDAÇÃO - Publicada em 05/12/2024 09:57
A divulgação de um vídeo pela Marinha do Brasil, no último nal de semana, questionando a existência de privilégios para os militares, gerou desconforto no governo e pode afetar o cronograma de envio da proposta de reestruturação da carreira nas Forças Armadas, prevista para ser enviada ao Congresso Nacional ainda nesta semana. Segundo a coluna do jornalista Gustavo Uribe, da CNN Brasil, assessores do governo dizem que a veiculação do material desagradou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e atrasou o processo de negociação.
O vídeo foi publicado um dia após uma reunião entre o presidente e a cúpula das Forças Armadas, em que discutiram a implementação de regras de transição para a idade mínima exigida para os militares se aposentarem. A proposta, que estabelece um período de sete anos, a partir de 2025, para os militares se adequarem à idade mínima de 55 anos para passarem para a reserva, deveria ter sido
encaminhada ao Congresso nesta semana. Agora, segundo fontes do governo, o material foi considerado "fora de timing", e a recomendação é aguardar que o clima se acalme antes de seguir com a proposta.
O vídeo, que tem um minuto e 15 segundos, mostra uma comparação entre os desa os enfrentados pelos militares e a vida cotidiana dos cidadãos civis. Ao nal, uma militar a rma: "Privilégios? Vem para a Marinha", em uma alusão à di culdade e peculiaridade da carreira militar. A Marinha havia produzido o material para celebrar o Dia do Marinheiro, comemorado em 13 de dezembro, e com o intuito de destacar as particularidades da pro ssão, que, segundo o lme, não podem ser comparadas às dos trabalhadores civis.
A presidente nacional do PT, deputada federal Gleisi Ho mann (PR), foi uma das principais críticas ao vídeo, chamando-o de "grande erro" em uma postagem nas redes sociais. A veiculação do vídeo, de acordo com assessores do governo, complicou o clima de negociação e poderá adiar ainda mais a reforma nas Forças Armadas.
AGENCIA GOV - Operação de resgate de brasileiros no Líbano é a maior já feita pelo
país. Con ra os números
Foram 13 voos (mais de 300 horas) entre Beirute e São Paulo, com 2.663 passageiros e 34 animais domésticos. Em solo, mais de 2,4 mil atendimentos em saúde e 856 acolhimentos temporários
REDAÇÃO - Publicada em 05/12/2024 15:10
"Até que en m vão parar os sons de bombas . A declaração de Karla Araújo Cardoso na chegada à Base Aérea de São Paulo, em Guarulhos, resume a sensação de alívio dela e de outros 2.662 passageiros resgatados da zona de con ito no Oriente Médio pelo Governo Federal. Em 13 voos entre Beirute, no Líbano, e o Brasil, a Raízes do Cedro se consolidou como a maior operação de repatriação de brasileiros e familiares da história do país.
Os critérios de prioridade levaram em conta brasileiros não residentes, depois os residentes e categorias estabelecidas por lei: idosos, mulheres, gestantes, crianças e pessoas com de ciência. No grupo de resgatados desde 2 de outubro, vieram 1.198 mulheres (15 gestantes), 645 crianças de até 12 anos, 247 pessoas com de ciência, 290 idosos, além de 34 animais domésticos.
Segundo informações do Ministério das Relações Exteriores, além de 1.991 brasileiros, vieram nas aeronaves da Força Aérea Brasileira familiares de outras 13 nacionalidades: libaneses, sírios, paraguaios, argentinos, uruguaios, holandeses, venezuelanos, chilenos, colombianos, palestinos, franceses, peruanos e jordanianos.
Espero que vocês encontrem no Brasil a felicidade que tiraram de vocês com esse bombardeio. E que possam reconstruir a vida em paz , a rmou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na chegada do primeiro voo a Guarulhos, em 6 de outubro. A guerra só destrói. Quando não perde a vida, perde escola, hospital, médico, uma série de coisas que trazem tranquilidade para a gente. O que constrói é a paz , completou o presidente.
Ao todo, 4.064 pessoas foram alcançadas durante as articulações da operação via Ministério das Relações Exteriores, em especial a partir do trabalho Embaixada do Brasil em Beirute, no Líbano. Além
das 2.663 que con rmaram presença e retornaram ao Brasil, houve 346 não comparecimentos ao aeroporto e 1.056 desistências do processo, muitos porque conseguiram meios particulares de voltar ao país ou de se deslocar para outras regiões.
"É uma operação de grande vulto. Maior do que foi a operação na Palestina, na Faixa de Gaza, em Israel no ano passado, quando 1.560 pessoas, aproximadamente, foram resgatadas", ressaltou o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, em entrevista ao Bom Dia, Ministro.
COSTURA - A ação do Governo Federal exigiu intensa costura. Envolveu, além da atuação direta de servidores do Itamaraty na identi cação, formalização e conferência de listas e facilitação de documentação para os resgates, o emprego de aeronaves e efetivo da Força Aérea Brasileira. Na chegada ao Brasil, uma força-tarefa de suporte com integrantes dos ministérios da Saúde, da Justiça e Segurança Pública, do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), além de entidades da sociedade civil.
FORÇA AÉREA - Em mais de 300 horas de voo, a Força Aérea Brasileira empregou 48 pro ssionais de saúde, entre 16 médicos, 15 psicólogos e 16 enfermeiros para garantir os atendimentos necessários ao longo dos voos de resgate. A gente dá um apoio à tripulação e aos passageiros, para mitigar efeitos desse estresse, de tudo aquilo que causa nas pessoas lidar com situações como essa", disse a tenente Ingrid, psicóloga. Os voos para o Líbano também levaram 27,3 toneladas de medicamentos e insumos hospitalares e 62,5 toneladas de alimentos. Foram empregadas duas aeronaves. Em 12 dos 13 voos de resgate, o KC-30. Em uma delas, o KC-390 Millennium.
SAÚDE - A Força Nacional do SUS realizou mais de 2,4 mil atendimentos a repatriados do Líbano. A equipe composta por 169 pro ssionais, incluindo médicos, enfermeiros, tradutores e psicólogos, promoveu 1.815 atendimentos psicossociais e 627 assistenciais. No desembarque, informações sobre as condições físicas e emocionais dos passageiros eram compartilhadas por pro ssionais da Força Aérea Brasileira (FAB), permitindo um atendimento rápido e direcionado. Casos mais comuns incluíram desidratação leve, picos hipertensivos e atendimentos psicológicos iniciais.
O time atuava com tendas para primeiros socorros, além de espaços como brinquedoteca e áreas de oração, respeitando aspectos culturais e religiosos dos repatriados. As equipes incluíam homens e mulheres, além de pro ssionais que dominavam árabe, francês, inglês e português. Um acolhimento humanizado requer respeito à cultura e particularidades de cada pessoa, pilares do SUS, como equidade e integralidade , a rmou Amanda Dantas, coordenadora da missão.
Para Rabiha Taha, uma das repatriadas, o atendimento foi acolhedor e trouxe segurança. Eu andava com o coração na mão no Líbano. Medo e bomba para todo lado. Fiquei com a família dividida, mas precisava trazer minha mãe para junto dos meus irmãos. Recebi um atendimento respeitoso, carinhoso e acolhedor. Foi um alívio retornar , declarou.
ACOLHIMENTO - Na chegada a Guarulhos, a recepção por equipes multidisciplinares oferecia acolhimento humanitário e assistência integral. Integrantes do MDS identi cavam casos de vulnerabilidade e, em parceria com a Agência da ONU para Migrações (OIM), foi formada uma equipe de assistência. O MDS disponibilizou acomodação temporária, hospedagem e alimentação. No total, 856 pessoas foram acolhidas temporariamente em rede hoteleira, com investimento aproximado de R$ 193 mil. Além disso, o MDS recebeu apoio da Latam na emissão de 83 passagens aéreas e a sociedade civil apoiou com a emissão de 92 passagens, via ônibus, para diversos municípios brasileiros.
Em articulação com a Secretaria de Desenvolvimento Social de São Paulo (SEDS-SP), Secretaria de Desenvolvimento do Espírito Santo (SEDES) e Comitê Especial de Atenção aos Repatriados e Migrantes do Líbano de Foz do Iguaçu (PR), houve apoio para acolhimento institucional de famílias que não tinham vínculos familiares e/ou não condições próprias. Além disso, o Governo do Paraná arcou com 106
passagens para municípios do estado.
Do quantitativo total dessas pessoas atendidas pela assistência social, 56% já foram integradas junto às famílias e amigos. Também fazemos um contato posterior para veri car se está tudo bem. Outros 32% foram acolhidos emergencialmente em hotéis providenciados pelo ministério, até que tivessem condições de seguirem o seu uxo de proteção no Brasil , explicou Regis Spíndola, diretor de Proteção Social Especial do MDS.
CONTROLE MIGRATÓRIO - A atuação do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) teve como base o acolhimento humanitário e envolveu uma equipe multidisciplinar com pro ssionais da pasta, da Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal. Além dos órgãos de governo, agências da ONU - Nações Unidas para Refugiados (Acnur) e Nações Unidas para as Migrações (OIM) - também atuaram junto às equipes, que seguem protocolos de recepção de pessoas em zona de con ito, inclusive com intérpretes.
ENCAMINHAMENTOS - O Ministério da Justiça atuou no controle migratório e na identi cação dos recém-chegados, com o suporte da PF e da PRF. As equipes entrevistaram os repatriados, identi caram necessidades e zeram encaminhamentos necessários.De acordo com a PF, foram 13 equipes, totalizando 112 funcionários mobilizados. A PRF cou responsável pelo suporte logístico humanitário em traslados terrestres da Base Aérea até as residências das pessoas que moram em São Paulo ou eventuais abrigos temporários. Eles prestaram serviços como transporte de repatriados, batedores para escoltas de ônibus e forneceram veículos de transportes aos passageiros.
FLEXIBILIDADE PARA PETS - O Ministério da Agricultura e Pecuária manteve a exibilização de regras para entrada de cães e gatos acompanhando cidadãos repatriados e refugiados. As diretrizes facilitaram o ingresso dos animais no Brasil. Com isso, as unidades da Vigilância Agropecuária Internacional, em conjunto com a Coordenação de Trânsito e Integração Nacional de Cargas e Passageiros, passaram a adotar protocolo especial para animais provenientes do Oriente Médio. O procedimento permite que tutores ingressem com os pets sem apresentação imediata de documentos sanitários exigidos em condições normais. "Essa exibilização é necessária para que a entrada dos animais acompanhe a urgência das situações humanitárias, preservando a saúde pública e o bem-estar animal", explicou o coordenador-geral de Trânsito, Quarentena e Certi cação Animal do ministério, Bruno Cotta.
VOLTANDO EM PAZ - As ações de repatriação e recepção de brasileiros e familiares realizadas na Raízes do Cedro são similares às realizadas pelo Governo Federal em outubro de 2023, na Operação Voltando em Paz. Naquela ocasião, os voos de resgate trouxeram mais de 1.500 brasileiros e familiares, além de mais de 50 pets, das zonas de con ito na Faixa de Gaza, na Cisjordânia e em Israel.