PORTUGAL POST ANO XVI • Nº 200 • Março 2011 • Publicação mensal • 2.00 € Portugal Post Verlag, Burgholzstr. 43 • 44145 Dortmund • Tel.: 0231-83 90 289 • Telefax 0231- 8390351• E Mail: correio@free.de •www. portugalpost.de •K 25853 •ISSN 0340-3718
Editor e Livreiro baseado em Frankfurt Teo Ferrer de Mesquita
30 anos de luta e de sucessos em prol da Literatura Portuguesa Pág.3
Comunidades Remessas dos emigrantes subiram 122 ME em 2010 Página 5
Mariza ao PP: «Um povo conhece-se pela sua cultura»
Alemanha quer mão-de-obra qualificada portuguesa. Saiba como concorrer Pág.7 Alemanha considera aceitar estrangeiros nas Forças Armadas do país Pág.15
Empresas Luso-Weinimport aposta nos vinhos de qualidade nacionais Página 11
Bar Cod
Publicidade
Portugal Post - Burgholzstr 43 - 44145 Do PVST Deutsche Post AG - Entgelt bezahlt K25853
2
PORTUGAL POST Nº 200 • Março 2011
Agraciado com a medalha da Liberdade e Democracia da Assembleia da República Fundado em 1993 DIRECTOR: MÁRIO DOS SANTOS REDACÇÃO E COLABORADORES CRISTINA KRIPPAHL: BONA FRANCISCO ASSUNÇÃO: BERLIM FERNANDO A. RIBEIRO: ESTUGARDA JOAQUIM PEITO: HANNOVER LUÍSA COSTA HÖLZL: MUNIQUE CORRESPONDENTES ALFREDO CARDOSO: MÜNSTER ANTÓNIO HORTA: GELSENKIRCHEN JOÃO FERREIRA: SINGEN JORGE MARTINS RITA: ESTUGARDA JOSÉ PINTO NASCIMENTO: DÜSSELDORF KOTA NGINGAS: DORTMUND MANUEL ABRANTES: WEILHEIM -TECK MARIA DOS ANJOS SANTOS - HAMBURGO MICHAELA AZEVEDO FERREIRA: BONA ZULMIRA QUEIROZ: GROß-UMSTADT COLUNISTAS ANTÓNIO JUSTO: KASSEL CARLOS GONÇALVES: LISBOA DORA MOURINHO: ESSEN FERNANDA LEITÃO: TORONTO HELENA GOUVEIA: BONA JOSÉ EDUARDO: FRANKFURT JOSÉ VALGODE: LANGENFELD LAGOA DA SILVA: LISBOA LUIS BARREIRA, LUXEMBURGO MARCO BERTOLOSO: COLÓNIA MARIA DE LURDES APEL: BRAUNSCHWEIG PAULO PISCO: LISBOA RUI MENDES: AUGSBURG RUI PAZ: DÜSSELDORF TERESA COLAÇO: COLÓNIA ASSUNTOS SOCIAIS JOSÉ GOMES RODRIGUES: ASSISTENTE SOCIAL CONSULTÓRIO JURIDICO CATARINA TAVARES: ADVOGADA MICHAELA A. FERREIRA: ADVOGADA MIGUEL KRAG: ADVOGADO FOTÓGRAFOS: FERNANDO SOARES AGÊNCIAS: LUSA. DPA IMPRESSÃO: PORTUGAL POST VERLAG REDACÇÃO, ASSINATURAS E PUBLICIDADE BURGHOLZSTR.43 - D - 44145 DORTMUND TEL.: (0231) 83 90 289 FAX: (0231) 83 90 351 WWW.PORTUGALPOST.DE E MAIL: CORREIO @ FREE.DE
Ler é ganhar A indústria é como o jornalismo. Utiliza e absorve muitas aptidões literárias; necessita, como ele, ter ideias novas, sob pena de descair até arruinar-se de todo; precisa criar sucessivamente novos modelos e ter sempre invenção, frescura, imaginação, energia e fecundidade inesgotável Eça de Queiroz, Páginas de Jornalismo (1867), Évora.
Foi em 1993 que lançámos o número experimental do jornal. Em Maio de 1994, o PORTUGAL POST iniciou a sua edição regular e desde aí até à presente data foi publicado ininterruptamente . Desde a sua fundação, o PORTUGAL POST começou a actualizar toda a informação importante para todos os portugueses residentes neste país. Com a publicação deste jornal, a Comunidade passou a ter um porta-voz e um órgão de informação
que ficaria atento aos seus problemas, revelava as suas potencialidades, fazia a ponte entre a própria Comunidade, impulsionava, divulgava o que de melhor há, esclarecia, denunciava situações de injustiça e dava voz ao movimento associativo, aos professores, pais e alunos. Em suma, informava e cumpria a missão para a qual tinha sido criado. Chegamos a 2011 como uma grande história para contar; a história de uma vida de um jornal que se afirmou e é hoje o porta-voz de toda a comunidade. Independentemente de todas as mudanças que o jornal regista, o PP vai continuar com sentido de responsabilidade e orientado pelos princípios da liberdade, do pluralismo, procurando assegurar a todos o direito à informação; independente de todos os poderes e respeitando todas as
Se ainda não assinante, veja na página 23 como pode ser e, ao mesmo tempo, habilitar-se a três maravilhosas viagens.
Assine e receba o seu jornal por apenas 20,45€ / Ano Preencha de forma legível, recorte e envie este cupão para: PORTUGAL POST- Assinaturas Burgholzstr. 43 - 44145 Dortmund
Sim, quero assinar o PORTUGAL POST Morada Cód. Postal Telef.
OS TEXTOS PUBLICADOS NA RÚBRICA OPINIÃO SÃO DA EXCLUSIVA RESPONSABILIDADE DE QUEM OS ASSINA E NÃO VEICULAM QUALQUER POSIÇÃO DO JORNAL PORTUGAL POST
Meios de pagamento disponíveis Através de cheque à ordem de PORTUGAL POST VERLAG, transferência bancária ou, se preferir, pode pagar por débito na sua conta bancária Widerruf Mir ist bekannt, dass ich diese Bestellung ohne Begründung innerhalb von 14 Tagen schriftlich bei der Portugal Post - Aboabteilung, Burgholzstr. 43 - 44145 Dortmund widerrufen kann. Zur Fristwahrung genügt die rechtzeitige
Nome
Cidade Data/ Assinatura
Data Nasc.: Se preferir, pode pagar a sua assinatura através de débito na sua conta. Meio de pagamento não obrigatório
REGISTO LEGAL: PORTUGAL POST JORNAL DA COMUNIDADE PORTUGUESA NA ALEMANHA ISSN 0340-3718 • K 25853 PROPRIEDADE PORTUGAL POST VERLAG REGISTO COMMERCIAL HRA 13654
opiniões ou crenças desde que enquadradas nos valores da liberdade e da democracia. Com os seus milhares de leitores, o PP quer fazer consigo também - o novo leitor - uma aliança de progresso e de suprema exigência. Faça-se assinante para consolidar o nosso projecto global com mais rigor e determinação. Os desafios são muitos mas, a palavra escrita, ainda é ouro de lei face a uma realidade virtual que nos chega pelo ecrã de TV ou Internet. Temos a nosso favor a experiência e o ritmo de uma forte convicção. A coerência não é pensada ou criada artificialmente; pelo contrário, é vivida momento a momento, como resultado brilhante de uma atitude ética e moral sem hesitações mesquinhas ou duvidosas A Direcção.
ICH ERMÄCHTIGE DIE FÄLLIGEN BETRÄGE VON DEM U.G. KONTO ABZUBUCHEN. Bankverbindung Kontonummer: Bankleitzahl: Datum: Unterschrift
Absendung. Das Abo verlängert sich um den angegebenen Zahlungzeitraum zum gültigen Bezugspreis, wenn es nicht drei Wochen vor Ablauf schriftlich gekündigt wird.
Se é assinante, avise-nos se mudou ou vai mudar de endereço Fax: 0231 - 83 90 351 Tel.: 0231 - 83 90 289 correio@free.de
#
PORTUGAL POST
Destaque
PORTUGAL POST Nº 200 • Março 2011
3
Entrevista Editor e Livreiro baseado em Frankfurt Teo Ferrer de Mesquita
30 anos de luta e de sucessos em prol da Literatura Portuguesa É um caso de sucesso insofismável e com larga repercussão em Portugal, na Alemanha e no Mundo Lusófono: a actividade editorial e livreira de Teo Ferrer de Mesquita honra Portugal de forma superlativa. Apoio sustentado à difusão e tradução dos principais valores da Literatura e Ensaística constroem exemplo quase singular na Diáspora Lusa através dos Cincos Continentes
Por F.Almeida Ribeiro
Portugal Post: Qual o sentido da escolha da magnifica cidade de Frankfurt para em 1980 ter erguido a Livraria e a Editora? A excelente e diversificada vida cultural e os Centros Universitários de excelência motivaram a sua escolha decisiva? Teo Ferrer de Mesquita:.Frankfurt não foi uma escolha. Aconteceu que vivia nesta cidade e que, ainda antes de ter terminado os estudos numa outra área, comecei a trabalhar na Feira do Livro de Frankfurt. Tudo isto se conjugou. Se tivesse escolhido, não poderia ter escolhido melhor, penso. Gosto muito desta cidade. Ao fim de mais de 40 anos de Alemanha, não “virei “alemão, mas sou, decididamente, um frankfurtense! PP: Pessoalmente defendo o formato clássico do livro. O Teo que lida a fundo e investiu inteligência e exigência há mais de 30 anos no ramo livreiro e editorial, como perspectiva o futuro do livro e da leitura? T.F.M.:. Há quem pense que dentro de alguns anos o papel impresso deixará de existir. Certamente que haverá menos, e isso até é bom para o ambiente, mas o livro continuará irresistível para os leitores. É como a sala do cinema que nos envolve no filme. Podemos hoje ver todo o tipo de filmes com óptima qualidade em casa, mas continuamos a ir ao cinema. E continuaremos a ler livros, estou certo. Aliás, nunca a produção editorial foi tão grande como hoje, nunca houve, portanto, tanta procura. Claro, há muita coisa boa, e muita coisa má, mas isso é outra questão. PP:Como avalia o impacto da Literatura Portuguesa na Alemanha? O que foi feito até agora para o seu fomento? E o que falta fazer? T.F.M.: A literatura portuguesa, na Alemanha, como no resto do mundo, situa-se na margem do mercado editorial, que é dominado pelo gigante anglo saxónico. O volume de traduções do português não chega a 1% do que se traduz na Ale-
manha. Quanto a isto, já tivemos tempos melhores. Mas estou falando do mercado. A literatura portuguesa, como aliás todas as literaturas lusófonas, ganham leitores na Alemanha, são cada vez mais conhecidas e apreciadas, muito justamente. Portugal vive um momento de grande vitalidade no que respeita à literatura, com muitos jovens autores e muito bons autores. É difícil passar a fronteira, é certo, mas isso tem que ver com condições de mercado, e também com o facto de Portugal não ter uma política consequente em relação à língua portuguesa no mundo, à sua expansão e divulgação. Como disse, a literatura portuguesa vem ganhando leitores na Alemanha. O Instituto Português do Livro e das Bibliotecas, depois DirecçãoGeral - e que agora foi integrado na Biblioteca Nacional, não sei bem com que estatuto -, esse organismo tem tido um papel positivo na promoção da literatura portuguesa no estrangeiro, apoiando a? tradução, a deslocação de autores e organização de leituras e eventos literários no estrangeiro. Nos últimos anos marcou presença na Feira do Livro de Frankfurt e? estabeleceu uma larga rede de contactos com editoras de todo o mundo, divulgando catálogos, informações etc. Agora não sei se haverá continuidade neste trabalho, como? irá funcionar. Enfim, as medidas de contenção, não deixam lugar para boas previsões. O que falta fazer? Pois, continuar. Continuidade e consequência no trabalho, definir objectivos, e dotar com os meios necessários os organismos que actuam nesta área. PP: A sua Livraria promove regularmente Encontros e Diálogos com os melhores Escritores Portugueses e Lusófonos. Qual o impacto desta proposta magnífica? E quais os momentos mais emocionantes dessas iniciativas, que contaram já com a presença dos maiores vultos da Literatura Portuguesa, de Lídia Jorge e João Barrento a José Saramago, Almeida Faria e José Cardoso Pires, entre muitos outros? A TFM, Editora e Livraria, completou no ano passado 30 anos de actividade. Trabalhamos praticamente
sustenta e emite a sua Editora, a Verlag TFM? T.F.M.: A Colecção Luso-Brasileira, da responsabilidade do Instituto Ibero-Americano de Berlim tem a chancela da editora, já na segunda década. Trata-se de uma colecção de publicações científicas de grande prestígio nos centros universitários da Alemanha e dos países lusófonos, principalmente. A próxima publicação, o número 26 desta colecção, é dedicado ao grande cineasta brasileiro Glauber Rocha. No total temos em catálogo mais de 100 publicações científicas, linguística, estudos sobre literatura de língua portuguesa e temas das culturas lusófonas.
Teo Ferrer de Mesquita. Foto: cortesia TFM
com todas as editoras portuguesas e fornecemos hoje livreiros, bibliotecas, universidades, escolas e público em geral, de Norte a Sul da Alemanha. Organizámos ou colaborámos na organização de inúmeras leituras e sessões literárias (com cerca de uma centena de autores de língua portuguesa). Organizámos mostras e exposições de livros um pouco por toda a Alemanha, e desde há anos que vimos organizando encontros entre autores e crianças e jovens portugueses, ou de origem portuguesa, em escolas e associações. Quando temos o privilégio de fazer o trabalho que gostamos, como é o meu caso, há sempre muitos mo-
mentos gratificantes. Um deles aconteceu quando comemorámos 25 anos e José Saramago aceitou vir a Frankfurt, “em serviço de amizade” como ele disse perante as mais de 600 pessoas que enchiam uma sala de cinema em Frankfurt. Presente estava também o vereador da cultura da cidade, que tinha cedido a sala para o evento. Saramago mostrou-se impressionado pelo facto de “a cidade dos bancos ter encontrado o espaço, o tempo e os meios para felicitar um pequeno editor e livreiro português pelos 25 anos de actividade”. PP: Qual a profundidade da actividade editorial Universitária que
PP: Para lá do empenho cívico e cultural de Saramago para com a odisseia da sua Livraria, existiram momentos de emoção e intenso debate nos Encontros com os escritores lusófonos no decorrer dos anos? Houve polémicas homéricas como as que existiram entre Jorge de Sena e Coimbra Martins na Sorbonne nos finais dos anos 70? T.F.M.: Foi precisamente em 1984 que iniciámos a grande série de encontros e leituras com os escritores lusófonos, com Cardoso Pires, Lobo Antunes e Saramago. Nessa altura só o Cardoso Pires tinha sido traduzido em alemão. Não diria que tivemos polémicas homéricas como as que refere, mas tivemos sem dúvida discussões interessantíssimas entre os autores e o seu público. E salas cheias, para surpresa e satisfação dos parceiros alemães, as bibliotecas públicas e outras entidades. Através da www.tfmonline.de. Procuramos sempre dar notícia das novidades editoriais em português. Na medida das nossas possibilidades colaboramos com as editoras alemãs na divulgação das obras traduzidas do português. A propósito aproveito para informar que Gonçalo M. Tavares, que já está traduzido também para o alemão, estará no Luxemburgo, no Salão do Livro do Luxemburgo, de 18 a 20 deste mês, a convite da Câmara Municipal da capital e da associação „Amigos do 25 de Abril „. E Helder Macedo, o grande poeta, romancista e universitário jubilidado do King´s College de Londres, estará na nossa Livraria, a 16 de Março e no dia seguinte em Leipzig (durante a feira internacional do livro), na Haus des Buches, para lançar a tradução do seu livro „ Partes de África „, acontecimento moderado pelo tradutor alemão, Markus Sahr.
4
Nacional & Comunidades
PORTUGAL POST Nº 200 • Março 2011
Venezuela: Emigrante reencontra no Facebook filha desaparecida há 12 anos nas enxurradas de Vargas
Emigração "recrudesceu" devido à crise e vai continuar a marcar sociedade portuguesa
Doze anos depois das enxurradas que destruíram parcialmente o estado de Vargas (a norte de Caracas), a portuguesa Lucinda Nunes reencontrou, através do Facebook, a filha dada como desaparecida em Dezembro de 1999, quando tinha 10 anos de idade. “Estou feliz, feliz não, superfeliz, já tenho a minha filha, graças a Deus que tudo lhe devo. Encontrei-a por sorte no Facebook, num dia em que procurava uma pessoa, e na emoção telefonei para um irmão em Portugal que constatou as semelhanças. Ele pediu-lhe amizade, estabeleceu contacto e soube que ela era vítima de Vargas, mas não se lembrava de nada”, disse a emigrante natural do Arco da Calheta, Madeira. Lucinda Nunes, explicou, em declarações à Agência Lusa, que a filha, Angely Sofia Nunes, "tem agora 22 anos, estava até há poucos dias numa instituição para adolescentes" em Caracas. "O tribunal autorizou que viesse viver comigo para iniciar um processo de adaptação." Garantindo que as duas se dão muito bem, Lucinda Nunes precisou que aguardam o resultado de provas de ADN feitas pela polícia venezuelana e que algumas características físicas foram determinantes para a decisão do tribunal de permitir que a jovem, que é conhecida por outro nome,
A emigração "recrudesceu" nos últimos anos devido à crise, defende a investigadora Betriz Rocha-Trindade, adiantando que saem, em média, 100 mil portugueses por ano, um êxodo que, acredita, continuará a marcar a sociedade portuguesa no futuro. "A emigração é um fenómeno estrutural da sociedade portuguesa e continuará. Efectivamente [nos últimos anos] recrudesceu a emigração em Portugal. Hoje saem por ano cerca de 100 mil portugueses", disse em entrevista a socióloga especialista em questões da diáspora portuguesa. Para Beatriz Rocha-Trindade, que integra o Centro de Estudos das Migrações e das Relações Interculturais da Universidade Aberta, a recente criação na esfera governamental de um Observatório da Emigração ou uma simples pequisa na internet permitem a confirmação de uma realidade que há muito ocupa as conversas de café. "Estão a sair mais..? Estão a sair menos..? Estão a sair, simplesmente os destinos é que mudaram. Em dado tempo tivemos dois grandes destinos: o Brasil e a França. Hoje os destinos mudaram e a emigração faz-se de maneira diferente", adianta a investigadora. "Há muito pouco tempo a Espanha era um dos grande destinos, mas era uma emigração temporária, quase semana a semana. A Suíça é outro grande destino. Há decénios foram emigrantes temporários, para a hotelaria e agricultura, que se transformaram em definitivos e para onde continuam a ir. A Inglaterra é dos grandes destinos actualmente", indicou. A socióloga rejeita contudo "análises unilineares" ao fenómeno da
fosse viver com ela. O caso, que mereceu há 12 anos a atenção dos ex-secretários de Estado das Comunidades Portuguesas, Rui de Almeida (PS) e José Cesário (PSD), remonta à noite de 15 para 16 de Dezembro de 1999, quando chuvas torrenciais provocaram deslizamentos em quase 80 quilómetros de zona costeira do Estado de Vargas. As regiões mais afetadas foram Los Corales e Carmem de Úria, esta última declarada inabitável e hoje reduzida a escombros. A casa onde a família de Lucinda Nunes, em Carmem de Úria, desapareceu, sobrevivendo apenas um familiar dela e, ao que se sabe agora, também a sua filha. Três meses mais tarde, a portuguesa viu a filha numas imagens de televisão, foi a um programa e mostrou uma foto, tendo sido informada por um telefonema que a luso-descendente esteve no Quartel de Paramacay, na altura da tragédia. Depois de pedir a intervenção a Portugal para recuperar a filha, dizendo que estaria em casa de uma professora com familiares militares, cujos cargos que ocupavam alegadamente dificultavam a sua recuperação, Lucinda Nunes viajou, em outubro de 2001, à Madeira, onde se encontrava de visita o Presidente Hugo Chávez, a quem pediu ajuda.
Chávez disse então que conhecia este caso e garantiu que as autoridades venezuelanas investigavam possíveis pistas do paradeiro da criança. Pouco depois uma equipa da Polícia Técnica Judiciária iniciou uma investigação e, em junho de 2006, fontes da Direção de Inteligência Militar confirmaram, conjuntamente com outros corpos policiais, uma operação de vigilância a várias pessoas para localizar a menina. O caso foi ainda tema de um pedido de apoio junto do então presidente da Assembleia Nacional, William Lara, em fevereiro de 2002. Não existem dados oficiais sobre o número de portugueses mortos nas enxurradas de Vargas, mas segundo fontes da comunidade terão morrido uma centena, 44 dos quais na localidade de Cármen de Úria. A comunicação social local avançou para um número total de vítimas mortais de 100 mil pessoas, que foi depois corrigido pelas autoridades para mais de 10 mil. Foram feitas 600 denúncias de pessoas desaparecidas, entre elas 119 crianças, 14 das quais lusodescendentes. Além dos cartazes colados em vários locais, e em autocarros foram publicadas fotografias nos pacotes de leite.
Deputado do PS considera necessária uma reflexão sobre financiamento do Conselho das Comunidades Portuguesas O deputado socialista Paulo Pisco, eleito pela Emigração pelo círculo da Europa, declarou , em Lisboa, que há a necessidade de uma reflexão sobre o actual financiamento do Conselho das Comunidade Portuguesas (CCP). Paulo Pisco falava à Agência Lusa no final de uma reunião dos deputados da Emigração com os representantes do Conselho Permanente das Comunidades Portuguesas (CPCP), que decorreu hoje no Parlamento. “Há um aspecto relativo ao financiamento do CCP que eu acho que, provavelmente, mereceria outra atenção. Eu pessoalmente acho que o CCP, a nível do trabalho local, poderia ter outro tipo de apoio e financiamento”, sublinhou o deputado socialista. Pisco referiu que a estrutura, o funcionamento e o financiamento do CCP foram temas da reunião. O deputado disse ainda que muitos conselheiros do CCP gastam dinheiro dos seus próprios bolsos para desenvolverem as actividades do organismo, uma situação que não considera correcta.
“Neste aspecto, provavelmente, haveria lugar a uma reflexão em ajustar os instrumentos financeiros, os meios financeiros, para um melhor desempenho da actividade do CCP”, referiu Paulo Pisco. “Admito que sim, que há falta de verbas, considerando este modelo de funcionamento (do CCP), que nós votamos contra ele. É um modelo de funcionamento caro, porque privilegia o trabalho em comissão, com muitas reuniões em Portugal. Mas esta foi a opção que o Governo quis fazer”, referiu o deputado José Cesário (PSD), que participou também na reunião. O presidente do Conselho Permanente das Comunidades Portuguesas (CPCP), Fernando Gomes, declarou que há falta de verbas para o CCP (contando entre 120 a 150 mil euros/ano), o que limita a actuação do organismo. Fernando Gomes considerou a reunião com os deputados “muito positiva”, apontando ainda que uma das questões abordadas foi como o CCP é pouco ouvido,
pouco consultado pelas entidades governamentais. O deputado Paulo Pisco discordou da afirmação, dizendo que o CCP é sempre ouvido “por diversos organismos, instituições e também pelos deputados.” Os conselheiros do CCP lamentaram que o projecto de lei do PSD para a integração de dois representantes do Conselho das Comunidades Portuguesas no Conselho Nacional de Educação (CNE) tenha sido chumbado na Assembleia da República, na sexta-feira, apelando para a alteração desta decisão. “Faremos tudo neste sentido, estamos disponíveis para fazer um projecto com outros partidos, que visa o objecto daquele que apresentamos e foi reprovado”, disse o deputado José Cesário. Outros temas foram tratados na reunião, como o Netinvest (programa de foro económico lançado há dois anos e que ainda não arrancou), o ensino do português no estrangeiro, as deportações, a participação dos portugueses da diáspora nas eleições.
emigração, sublinhando que, com a integração de Portugal na União Europeia, se alteraram as formas de entrada nos países e até mesmo as formas de estar na "clandestinidade". "Esta circulação que se tem ativado possibilitou novas formas de estar irregular, mas também facilitou esta 'exportação' de portugueses, que se intensificou com a crise atual", disse. Apesar de reconhecer que alguns dos tradicionais destinos de emigração portuguesa vivem também crises financeiras com grandes níveis de desemprego, Beatriz Rocha-Trindade diz que "há sempre para onde ir". A socióloga fala de uma emigração cada vez mais qualificada, porque a própria sociedade portuguesa é hoje mais qualificada, mas ressalva que não saem apenas quadros. "Por vezes saem também pessoas com uma determinada qualificação e não vão exercer essa qualificação especializada. Vão exercer funções de nível inferior à sua preparação, mas que lhe proporcionam um rendimento superior", referiu. A investigadora acredita que "nos próximos tempos" os portugueses vão continuar a sair do país, entre outras coisas, porque a mobilidade se faz hoje muito mais facilmente. "Com toda a comunicação e o grupo numeroso de portugueses que vivem no estrangeiro, as ligações fazem-se mais facilmente”, disse. “Existem muitos grupos de portugueses por todo o mundo que são contactáveis por via electrónica e que, nos primeiros tempos, podem ajudar a instalar outros portugueses. Toda a circulação cruzada e permanente da informação facilita extraordinariamente a mobilidade ", concluiu.
Situação laboral dos trabalhadores consulares debatida na Comissão de Negócios Estrangeiros A situação laboral dos trabalhadores consulares foi debatida, à porta fechada, na Comissão de Negócios Estrangeiros e Comunidades Portuguesas numa reunião em que esteve presente o secretário de Estado das Comunidades, António Braga. O debate foi realizado na sequência de um requerimento do grupo parlamentar do Partido Comunista Português (PCP) para que o secretário de Estado esclarecesse os deputados sobre a questão. No final, António Braga, invocando o facto da audição ter sido realizada à porta fechada, escusou-se a dar detalhes sobre a reunião. Todavia, o deputado João Ramos, um dos subscritores do requerimento, disse à imprensa que a Secretaria de Estado das Comunidades criou um grupo de trabalho para resolver a situação laboral daqueles trabalhadores. “O secretário de Estado desva-
lorizou e acusou o grupo parlamentar do PCP de algum alarmismo, mas não deixou de reconhecer que tem um grupo de trabalho a trabalhar no assunto, com alguma pressa e com alguma insistência para resolver o problema e que parte do problema seria resolvido com a reestruturação do estatuto da carreira do pessoal diplomático”, disse o deputado. Para João Ramos, o governante “acabou por, não querendo, reconhecer que esse problema efectivamente existia”. Por outro lado, o deputado comunista salientou o facto de chegarem “apelos insistentemente” a todos os grupos parlamentares da Assembleia da República, relacionados com, frisou, “os efeitos que o agravamento das taxas cambiais produzem no vencimento dos trabalhadores, nomeadamente trabalhadores consulares e embaixadas e professores do ensino de português no estrangeiro”.
Nacional & Comunidades
PORTUGAL POST Nº 200 • Março 2011
Portugueses no mundo
População em Espanha é mais masculina, enquanto no Reino Unido há mais mulheres A emigração portuguesa em Espanha é marcadamente masculina, enquanto no Reino Unido as mulheres são a maioria, revelam novos dados disponibilizados pelo Observatório da Emigração. „Espanha tem uma caracterização muito masculinizada (61 por cento da população são homens) e o Reino Unido, pelo contrário, é um bocadinho mais feminizada. Aliás, é uma característica das novas migrações terem uma proporção importante de mulheres“, disse à Agência Lusa Filipa Pinho, coordenadora do Observatório. Filipa Pinho adiantou que as migrações laborais são, em regra, mais masculinas e que no caso de Espanha a „emigração é muito marcada pelas idas para a construção civil“. Em Espanha, há 148.154 portugueses, dos quais 90.092 são homens e 58.062 são mulheres. O principal grupo etário é dos 40-64 anos (cerca de 57 mil), seguindo-se o grupo etário dos 2539 anos (cerca de 52 mil). No Reino Unido, a emigração maioritária de mulheres tem sobretudo a ver com „inserções profissionais na área dos serviços“. Segundo os dados divulgados pelo Observatório, no Reino Unido vivem 86 mil portugueses, dos quais 45 mil são mulheres e 41 mil homens. A maioria encontra-se no grupo etário dos 25-39 anos (33 mil), seguindo-se o grupo dos 40Publicidade
64 anos (27 mil). Depois da recolha e disponibilização da informação sobre o número de portugueses no estrangeiro, o organismo passou agora a divulgar indicadores que caracterizam essa parte da população portuguesa, começando pelas variantes „sexo e grupo etário“. França, Estados Unidos, Brasil, Espanha, Alemanha, Venezuela e Luxemburgo são os países para os quais estes dados estão já disponíveis. Filipa Pinho ressalva contudo que os dados relativos a alguns países, como a Venezuela ou o Brasil são relativos aos últimos censos, remontando a 2000 e 2001.A coordenadora do Observatório considera, ainda assim, que se está cada vez mais próximo de um retrato mais pormenorizado e real dos portugueses no estrangeiro, considerando que o ano de 2011 trará boas perspectivas para o trabalho do organismo. „Em 2011, haverá censos em vários países, como em Portugal. Na Europa, haverá nos países principais, onde há uma presença numerosa de emigrantes. Em 2011, 2012 teremos dados muito mais actualizados e mais facilmente comparáveis porque remetem para o mesmo ano“, disse Filipa Pinho. A responsável lembrou que actualmente existem „diferenças significativas entre países“ precisamente devido à recolha de informação em anos diferentes. „A situação vai ficar muito mais apetecível para jornalistas e para académicos para conhecer a realidade“, disse.
5
Remessas dos emigrantes subiram 122 ME em 2010
Os portugueses radicados no estrangeiro enviaram no ano passado mais 122,03 milhões de euros para Portugal do que em 2009, com o valor a superar os 2.403 milhões de euros, segundo dados divulgados pelo Banco de Portugal. Depois de uma queda das remessas em 2009, o montante enviado para Portugal pelos emigrantes recuperou em 2010, mas ainda assim fica aquém dos valores de antes da crise. O maior aumento de remessas foi dos emigrantes portugueses na Suíça, totalizando 590,66 milhões de euros, mais 59,78 milhões de euros (12,26 por cento) do que no ano anterior. França continua a ser o país de onde é enviado mais dinheiro por emigrantes e que em 2010 subiu um pouco (11,71 milhões de euros), atingindo os 899,16 milhões de euros, depois de uma
queda de quase 95 milhões de euros em 2009. Os portugueses radicados na Alemanha e no Reino Unido enviaram para Portugal 120,4 milhões de euros e 94,6 milhões de euros, respectivamente, montantes praticamente idênticos aos de 2009. As remessas provenientes do Luxemburgo aumentaram cerca de 2,2 milhões de euros, atingindo os 84,47 milhões de euros. Espanha foi, entre os países da União Europeia com dados individualizados, de onde foram enviadas menos remessas de emigrantes, comparando com o ano anterior – 111,03 milhões de euros, menos 11,71 milhões do que em 2009. Do outro lado do atlântico, os emigrantes portugueses enviaram mais dinheiro para Portugal sobretudo do Canadá – 46,25 milhões de euros, contra 41,87
REPORTAGEM Presidente alemão visitou Portugal O Presidente da República Federal da Alemanha, Christian Wulff, visitou oficialmente Portugal nos dias 10 e 11 de Fevereiro, visita esta realizada a convite do chefe de Estado português, que o acompanhou numa visita à Autoeuropa. Foto: Lusa
milhões em 2009 -, mas também dos Estados Unidos e do Brasil, a atingir os 129,98 milhões de euros e 10,59 milhões de euros, respetivamente. Já da Venezuela, as remessas caíram para 15,78 milhões de euros em 2010, contra 19,42 milhões de euros no ano anterior. Dos países não contabilizados individualmente, tratados em grupo como „do Resto do Mundo“, o fluxo de remessas dos emigrantes manteve a tendência de aumento que se vem verificando e atingiu os 197,72 milhões de euros, mais 41,76 milhões de euros em 2009. O envio de dinheiro de imigrantes em Portugal para os seus países de origem também aumentou em 2010 para 567,34 milhões de euros, recuperando uma tendência interrompida em 2009, quando tinha caído para 559,2 milhões de euros.
Publicidade
6
PORTUGAL POST Nº 200 • Março 2011
Opinião Paulo Pisco*
As comunidades e a internacionalização da economia
P
ortugal tem feito um enorme e bem sucedido esforço de modernização e internacionalização da sua economia. Num mundo globalizado como o de hoje isto é fundamental, ainda para mais no contexto de crise severa que o mundo atravessa. Ainda recentemente ficámos a saber que o sector exportador voltou a demonstrar o seu bom desempenho em 2010, revelando um aumento superior a 15% em relação ao ano anterior. Com as dificuldades existentes na procura interna para estimular o consumo, tanto em Portugal como na Europa, a aposta na internacionalização da economia é um factor determinante para gerar emprego e criar riqueza. O sucesso do recente Congresso das Exportações, realizado sob a tutela do Governo e do Primeiro-minis-
tro José Sócrates, onde esti- comunicação ou nas engenha- descoberta de oportunidades de veram 1.400 empresários, está rias, para referir apenas alguns negócio no estrangeiro. Esta é aí para o demonstrar. sectores. uma mudança fundamental de Neste processo, o AICEP Esta evolução comprova que paradigma da nossa diplomatem desempenhado um papel a economia portuguesa se mo- cia, a que se junta um trunfo de central ao dinamizar de forma dernizou enormemente nos úl- inequívoca importância que são inteligente e competente a in- timos anos. Neste contexto, é as nossas comunidades espalternacionalização hadas pelo das empresas mundo. Os diploportuguesas, que matas podem e têm já mais de Esta é uma mudança fundamental de paradigma devem ajudar a 60% da sua pro- da nossa diplomacia, a que se junta um trunfo envolver as comudução ancorada de inequívoca importância que são as nossas co- nidades portuguena média e na alta munidades espalhadas pelo mundo. Os diploma- sas, já que a sua tecnologia. dimensão global e Mesmo os secto- tas podem e devem ajudar a envolver as a sua influência res tradicionais comunidades portuguesas, já que a sua dimen- económica assim como o calçado, o são global e a sua influência económica assim o o aconselham. têxtil ou o vestuáCom efeito, aconselham. rio tornaram-se tanto o Governo sofisticados e inovadores e têm fundamental que a nossa diplo- como os agentes políticos precihoje uma grande capacidade macia acompanhe esta evolução sam de olhar para esta realipara se afirmar no mundo. A e se torne mais activa e dinâ- dade com uma atenção par disso, Portugal evoluiu mica. De resto, tem sido esta a acrescida, de forma a aproveitar enormemente nas energias re- orientação do Governo para os este imenso potencial. Foi nováveis, nas biotecnologias, nossos diplomatas tanto na cap- tendo esta realidade presente nas tecnologias de informação e tação de investimento como na que em duas ocasiões distintas
“
chamei a atenção do Ministro da Economia e Inovação, Vieira da Silva e do Presidente do AICEP, Basílio Horta, para a necessidade de Portugal envolver mais os empresários portugueses no esforço de internacionalização e de captação de investimentos. Ambos reconheceram o que ainda falta fazer neste domínio e a sua importância. É preciso, portanto, continuar a insistir até este objectivo estar cabalmente concretizado, o que passa pela concepção de um sistema que permita a identificação de oportunidades e da concessão de outros apoios que permitam que o investimento se faça sem entraves burocráticos. Portugal fica a ganhar. Todos os portugueses, estejam onde estiverem, ficam a ganhar. * Deputado do PS eleito pelas Comunidades
Fala o Leitor
Publicidade
Abstenção eleitoral é tradição ??
Portas Janelas Estores
experiência nos merca21 anos de dos alemão e português na área de montagem, reparação de janelas, estores ou portas principais. Com qualidade, rigor e pontualidade alemã e a criatividade portuguesa
RMF- Rodrigues GmbH Está a pensar construir ou renovar a sua casa em Portugal ou na Alemanha? Contacte-nos!
Estamos ao seu dispor para qualquer parte do país Hindenburgstraße 22/1 71394 Kernen Telefon (0049) (0)7151 / 4 72 06 Telefon (0049) (0)7151 / 4 30 04 Telefax (0049) (0)7151 / 4 73 08 Mobil 0173 / 9 59 52 15 www.rmf-rodrigues.com E-Mail: info@rmf-rodrigues.com
Já depois das eleições presidenciais o atual secretário de estado da Imigração Dr. António Braga em entrevista à imprensa justificou a forte abstenção eleitoral nas comunidades portuguesas como sendo já uma triste tradição. Este Sr. responsável pelas comunidades portuguesas espalhadas pelo mundo, que profissionalmente está fornecido com luxuosa viatura, motorista e todo o tipo de viagens pagas à conta dos contribuintes portugueses , esquece-se que esta situação é também resultante da decisão dos nossos governantes portugueses quando fecharam consulados e outras representações oficiais de Portugal, obrigando assim muitos milhares de compatriotas a longas deslocações com bastantes custos . Não consegui perceber por que razão foi negado o desdobramento das mesas de voto, mesmo para zonas de forte numero de imigração portuguesa, com esta nega ao desdobramento das mesas de voto , adicionou-se assim mais uma dificuldade a todos os compa-
triotas que agora para cumprir o seu dever cívico têm que se deslocar centenas de quilómetros. Chego mesmo a acreditar que tudo isto não passou de uma jogada pensada há bastante tempo em que os responsáveis decidiram negar o desdobramento das mesas de voto já com toda a intenção, sendo assim uma maneira de muito democraticamente calar o Zé povinho, previamente calcularam que nestas eleições já poderiam ser apresentados resultados do descontentamento do povo português perante a politica dos nossos governantes, o que realmente aconteceu e ficou bem mostrado nos resultados eleitorais. Nego-me a aceitar que a abstenção seja uma tradição, aceito sim que aqui fosse o adicionamento de vários factores que deu origem ao elevado numero de abstenção, no entanto acredito perfeitamente que nas próximas eleições legislativas a situação vai ser positivamente alterada. Luis Rodrigues
Comunidade
PORTUGAL POST Nº 200 • Março 2011
7
Alemanha quer mão-de-obra portuguesa. Saiba como concorrer A Alemanha precisa de quadros técnicos e quer recrutar mão-de-obra de outros países europeus, incluindo Portugal e Espanha. Para quem está interessado em emigrar para a maior economia da Europa, aqui fica uma dica para dar o primeiro passo e se inscrever. Os trabalhadores qualificados que procuram emprego na Alemanha devem começar por recorrer ao portal europeu na Internet: o Eures, disse à Lusa o gabinete de imprensa da Central Alemã de Mediação de Quadros Estrangeiros (BA-ZAV). O site permite a busca de vagas em empresas alemãs, e também a inscrição de candidatos. E «há conselheiros da Eures em Portugal que podem orientar as pessoas na procura de empregos europeus», disse Beate Raabe, porta-voz da BA-ZAV.?? Esta central com sede em Bona, faz parte da Agência Federal do Trabalho (BA), instituição encarregada na Alemanha de administrar as questões relacionadas com o emprego a nível nacional, das estatísticas à colocação dos trabalhadores.
Do que é que a Alemanha precisa? Actualmente, o mercado de trabalho alemão «necessita, sobretudo, de pessoal qualificado para o sector da saúde, médicos e enfermeiros, e também de engenheiros», adiantou a mesma responsável. Mas, avisa, normalmente «exigem-se bons conhecimentos de alemão aos candidatos, excepto nos poucos casos em que se pode recorrer exclusivamente ao Inglês nos postos de trabalho». «Podem dirigir-se também à nossa central em Bona, mas em princípio não é necessário, porque além do portal da Eures na Internet, em várias línguas, existem conselheiros da Eures em Portugal», lembrou Beate Raabe.
A porta-voz da BA-ZAV lembrou ainda que, para quem quiser procurar emprego na Alemanha, «é fundamental informar-se primeiro, porque não é a mesma coisa trabalhar no Porto ou em Faro ou trabalhar em Hamburgo». A emissora de rádio TSF noticiou em cerca de 100 portugueses se dirigiram à Embaixada da Alemanha à procura de trabalho, após notícias sobre uma eventual falta de quadros técnicos neste país.?? A embaixada informou-os de que não tinha registo de ofertas concretas de emprego, mas aconselhou-os a dirigirem-se à Agência Federal de Trabalho alemã.
Mais de 116 mil portugueses já vivem e trabalham na Alemanha?? A notícia surgiu há algumas semanas atrás, pela mão do «Der Spiegel». O jornal alemão escreveu que os democratas-cristãos alemães da chanceler Angela Merkel querem compensar a falta de quadros técnicos na Alemanha atraindo jovens de Portugal e Espanha. «No sul e no leste da Europa há muitos jovens desempregados que procuram urgentemente trabalho», disse ao «Der Spiegel» o vice-presidente do grupo parlamentar democrata-cristão, Michael Fuchs. «É melhor ir buscar força de trabalho à Europa do que ter de mudar de novo a lei de imigração para permitir a entrada de pessoas de outras regiões», justificou Max Straubinger, dirigente político da União Social Cristã (CSU) da Baviera.??O Der Spiegel dizia ainda que a chanceler Angela Merkel também se mostrou aberta à ideia, e que o tema estaria na agenda das consultas seguintes entre os governos alemão,
português e espanhol.?? Actualmente vivem na Alemanha cerca de 116 mil portugueses, e nos últimos
tempos têm chegado a este país muitos jovens académicos que têm dificuldades em encontrar colocação em Por-
tugal, à procura de oportunidades na maior economia europeia, e normalmente têm êxito.
Portal eures na Internet é hipótese para quem procura trabalho na Alemanha Os trabalhadores qualificados portugueses que procuram emprego na Alemanha devem começar por recorrer ao portal europeu na Internet eures, disse o gabinete de imprensa da Central Alemã de Mediação de Quadros Estrangeiros (BAZAV). Além da presença na Internet, que permite a busca de vagas em empresas alemãs, e também a inscrição de candidatos, “há conselheiros da Eures em Portugal que podem orientar as pessoas na procura de empregos europeus”, disse Beate Raabe, porta-voz da BA-ZAV. Esta central, com sede em Bona, faz parte da Agência Federal do Trabalho (BA), instituição encarregada na Alemanha de administrar as questões relacionadas com o emprego a nível nacional, das estatísticas à colocação dos trabalhadores.
Actualmente, o mercado de trabalho alemão “necessita, sobretudo, de pessoal qualificado para o sector da saúde, médicos e enfermeiros, e também de engenheiros”, adiantou a mesma responsável. Normalmente, porém, “exigem-se bons conhecimentos de Alemão aos candidatos, excepto nos poucos casos em que se pode recorrer exclusivamente ao Inglês nos postos de trabalho”, sublinhou Beate Raabe. O portal eures, cuja versão portuguesa se pode encontrar no endereço eletrónico ttp://ec.europa.eu/eures/home.jsp?lang=en
é, de qualquer modo, a primeira etapa para quem procura trabalho na Alemanha ou em outro país da Europa comunitária. “Podem dirigir-se também à nossa central em Bona, mas em princípio não é necessário, porque
além do portal da eures na Internet, em várias línguas, existem conselheiros da eures em Portugal”, lembrou Beate Raabe. A porta-voz da BA-ZAV lembrou ainda que, para quem quiser procurar emprego na Alemanha, “é fundamental informar-se primeiro, porque não é a mesma coisa trabalhar no Porto ou em Faro ou trabalhar em Hamburgo”. A emissora de rádio TSF noticiou que centenas os portugueses que se dirigiram ultimamente à Embaixada da Alemanha à procura de trabalho, após notícias sobre uma eventual falta de quadros técnicos neste país. A embaixada informou-os de que não tinha registo de ofertas concretas de emprego, mas aconselhou-os a dirigirem-se à Agência Federal de Trabalho alemã.
Comunidade
PORTUGAL POST Nº 200 • Março 2011
Centro Desportivo Português de Estugarda
Festa do 42° Aniversário na tenda de Mineralbäder “Estamos a qualificar o Centro como nos bons velhos tempos „, salientou-nos José Pereira, presidente de um das mais antigas e prestigiadas das colectividades lusas implantadas na capital do Estado do Baden Würtemberg. Tudo corre sobre rodas, portanto, e o Centro dispõe agora de um bom fundo financeiro. A grande festa do 42° Aniversário vai ter lugar, a 18/19 de Junho próximo, na tenda municipal gigante montada no parque de Mineralbäader, acrescentou-nos o dinâmico dirigente. O Centro Desportivo Português reuniu durante décadas a nata da emigração portuguesa que se deslocou para trabalhar na Mercedes Benz , na Porche e noutras grandes firmas da capital es-
Publicidade
tugardiana. De uma forma geral, o Centro reuniu logo após o 25 de Abril, os mais destacados elementos dos dois partidos centrais da vida democrática portuguesa, o PS e o PSD, conquanto o PCP se tenha implantado na Associação 1° de Maio. O Futebol marcou a „imagem“ do Centro com um historial de vitórias surpreendentes nos campeonatos de amadores, nos anos 80 e 90. Contudo, a crise económica e o peso acrescido das despesas com a manutenção do plantel obrigaram a um interregno na sua iniciativa. A força dos Programas e Canais de desporto da TV, nacional e alemã, e o deslocar da Segunda Geração para uma mais profunda integração social e etária substituíram a prática di-
recta do Desporto-Rei. Pelo menos, por agora, a não ser que se institucionalize o Futebol de Salão, o Futsal, claro. O presidente José Pereira tem investido muito trabalho e economias (do Centro) na modernização das instalações do Centro. Sanitários modernos e novo aparelho de TV e uma profissional máquina de café do último modelo, constituem algumas das inovações de impacto. A par de um refazer quase total do espaço lúdico das instalações. José Pereira, que é um gaiense de alma e coração, deplora a falta de unidade e coesão no meio associativo implantado na cidade de Estugarda.“ Devia haver mais união e cooperação entre as Associações portuguesas“, frisou. F.A.R.
Permanências Consulares na Baviera O Consulado-Geral de Portugal em Estugarda conseguiu assegurar a realização das Permanências Consulares ambulatórias em duas cidades da Baviera, segundo o que conseguimos apurar junto daquele posto diplomático centralizado na capital do Baden Württemberg. Munique, nas instalações da Missão Católica 7 Abril 9 Junho 1 Setembro 3 Novembro Singen, nas instalações da Câmara Municipal 28 Março 20 Maio 25 Junho 26 Setembro 28 Novembro
Cônsul-Geral em Düsseldorf nomeia novo Conselho Consultivo
Na foto que enviei da esquerda para a direita: Rogério Silva, Manuel Machado, Fernando Genro, António Horta, Fernando Matos e Manuel Botelho Em baixo, da esquerda: Elisabete Araújo, Margarida Lima, Dra. Maria Durão, Dra. Angela Nunes e Ana Silva Rei morto rei posto. Assim aconteceu com o primeiro Conselho Consultivo nomeado pelo ex-Cônsul-Geral que, após ter sido exonerado, passou “a pasta” à nova Cônsul-Geral, Maria Manuel Durão, a qual, por força da lei teve, que nomear novo Conselho Con-
Ainda não recebe o PORTUGAL POST
em sua casa? Ligue-nos e informe-se: 0231-83 90 289
Assine e habilite-se a três maravilhosas viagens. Veja na pág. 23
sultivo junto do Consulado-Geral em Düsseldorf , o que veio a acontecer no passado dia 20 de Fevereiro num encontro que reuniu dezasseis compatriotas fruto de uma circular enviada para quarenta e quatro associações e ainda a membros dos Conselhos de integração eleitos em alguma cidades da NRW De acordo com a lei, o número de conselheiros depende do número de portugueses inscritos no Consulado. É da competência do conselho “produzir informações e pareceres sobre matérias que afectem os portugueses residentes” e “elaborar e propor recomendações respeitantes à aplicação das políticas dirigidas às comunidades portuguesas”, como refere o Artigo 16° do Decreto-Lei n.º 71/2009 de 31 de Marco.. António Horta, Correspondente
A constituição do novo Conselho Consultivo Dra Maria Manuel Durão, Cônsul-Geral Fernando Matos, Técnico consular Rogério Sousa, Professor e Docente Pedagógico no C.G.P.D Margarida Lima, Professora no Liceu Max-Plank, Dortmund) Dra. Angela Nunes, Essen Fernando Genro, membro do CCP, Düsseldorf) Antonio Horta, Gelsenkirchen Manuel Machado, Burscheid Elisabete Araújo, Euskirchen Ana da Silva, Unna Manuel Botelho, Solingen
Publicidade é um investimento e não uma despesa. Divulgue a sua empresa no seu jornal. Fale connosco 0163-2336386 0231-83 90 289
PORTUGAL POST
8
Comunidade
PORTUGAL POST Nº 200 • Março 2011
Conselheiros de estrangeiros reunidos no Consulado Geral em Düsseldorf
A Cônsul-Geral em Dusseldorf, Maria Manuel Durão, reuniu-se com oito dos catorze membros dos Conselho de Estrangeiros (Integrationsrat) de Solingen, de Euskirchen, Burscheid, Erschweiler, Krefeld, Unna, e Gelsenkirchen A reunião, que teve lugar no passado dia 6 de Fevereiro serviu fundamentalmente para as pessoas se conhecerem, trocarem experiencias e informarem a cônsul sobre os problemas e preocupações das comunidades em que estão inseridos. Os conselheiros, eleitos a 7 de Fevereiro de 2010, informaram ainda a cônsul sobre a forma como funciona o Conselho de Integração nas diferentes cidades. Neste contexto, foi abordada a possibilidade de haver uma cooperação entre os conselheiros e o consulado, tendo a cônsul manifestado a sua disponibilidade para essa cooperação. Os presentes fizeram uma abordagem informativa de muitos temas, tais como: Associativismo,
integração, terceira idade, etc.. Assim, abordou-se o declínio do movimento associativo. Neste capitulo, os conselheiros manifestaram grande preocupação e vontade para encontrar formas para inverter a situação. Uma das conselheiras de Euskirchen, Elisabete Araújo, informou os presentes que a Associação Portuguesa de Euskirchen está com alguns problemas devido à decisão da cidade querer tornar em zona verde o local onde esta tem as suas instalações. Elisabete Araújo informou também que a comunidade local ainda não tinha encontrado solução para este problema. No que diz respeito ao ensino do Português, os presentes insurgiram-se contra o escasso número de horas de aulas que os jovens têm para aprender a língua dos seus pais. O exemplo de Euskirchen foi apontado como uma cidade onde as horas de ensino da nossa língua são insuficientes. “Em Euskirchen, por exemplo,
há uma hora de aulas por semana o que praticamente já nem se pode intitular de ensino da língua portuguesa. O que é que as crianças podem aprender numa só hora de ensino?”, desabafaram os conselheiros de Euskirchen. No capítulo da integração a resposta foi unânime, isto é, concluiu-se que os portugueses estão bem integrados na sociedade alemã. Foi apenas diagnosticado um caso de descriminação com uma criança portuguesa numa escola, caso entretanto resolvido. Sobre a questão da terceira idade, os presentes concluíram não se verificar problemas de maior, isto é, não houve nada de especial a comunicar. Disse-se que os portugueses quando chegam àreforma optam por regressar a Portugal e fazem da Alemanha, onde trabalharam, um país para passarem férias com a família que ainda por cá ficou.
9
Emigrante na Alemanha foi a Portugal confessar homícidio O homem que regressou a Portugal para confessar à polícia um crime de há cinco anos „já não aguentava mais o silêncio“. Nuno Coelho voltou a contar tudo ao juiz de instrução criminal do Tribunal de Leiria. Foi posto em prisão preventiva. Foram necessárias duas horas para Nuno Coelho, 42 anos, contar ao magistrado como, em Agosto de 2005, matou um antigo companheiro da mulher com quem esta andava a traí-lo. Recordou que se tinha zangado com a esposa, Natália, e que por isso decidira pernoitar na casa dos seus familiares, em Alpedriz, freguesia de Pataias (Alcobaça). Regressou a casa, em Leiria, manhã cedo, e quando se dirigiu ao quarto encontrou deitados na cama, a dormir, a mulher e o excompanheiro. Cego de ciúmes, Nuno, talhante de profissão, foi buscar uma moca que tinha escondida em casa
e travou-se de razões com Fernando Lopes da Costa, 40 anos. Andaram „embrulhados“ os dois até que Nuno desferiu a pancada fatal. A mulher, Natália, há muito que tinha saído de casa e só agora, depois de o marido ter confessado o crime, terá sabido a verdadeira história do desaparecimento do seu ex-companheiro. A garantia é dada pelo irmão, José Ferreira, que está de férias em Portugal. Emigrado na Alemanha, diz que a irmã, Natália, vive naquele país há dois anos, trabalhando nas limpezas. Conta que „ela e o Nuno foram para a Alemanha há dois anos“, mas que „há cerca de um ano, Nuno decidiu ir para a Suíça porque estava convencido que ia ganhar mais dinheiro“. „Ele esteve cá no Natal, mas eu não o vi. Veio sozinho“, revela José, que foi padrinho de casamento de Natália e Nuno, boda que ocorreu há cinco anos.
Kaiserslautern
Praça com nome de Guimarães em espaço nobre da cidade
Antonio Horta Correspondente
GENTE A jovem luso descendente Nicole Ferreira da Rocha, residente em Hamburgo, conseguiu a proeza de estar entre os melhores 20 participantes do concurso televisivo de talentos da canção, DSDS, promovido pelo canal RTL. Nicole, que ainda não completou 17 anos, poderia ter ido mais longe não fosse o azar que teve numa das eliminatórias. Mesmo assim, a jovem portuguesa é tida como uma grande revelação e pode ainda ter à sua frente uma carreira no mundo da música. Foto: Fonte RTL
No âmbito da geminação existente entre Guimarães e Kaiserslautern, a cidade alemã tem uma Praça com o de Guimarães num espaço nobre da cidade, junto à Estação Ferroviária, anteriormente designado por “Porta da Cidade”. A atribuição do nome de Guimarães deve-se ao facto da existencia de um acordo de geminação entre as duas cidades. Na altura da inauguração da Praça, o Presidente da Câmara da cidade irmã, afirmou que, tal manifestação representava “uma vénia à profunda amizade com a cidade do Norte de Portugal”, que acrescentou que os muitos portugueses que vivem na cidade são um simpático exemplo de como a integração pode ser feita. A propósito ainda da ligação com os portugueses residentes, alguns já da terceira geração, e também com a geminação de Guimarães especialmente visível, o presidente da Câmara Municipal de Kaiserslauter disse: “Estamos unidos por uma profunda e sólida amizade.” Depois de 15 meses em con-
strução, a antiga Praça da Estação transformou-se numa moderna e grande Praça. O custo total da transformação desta Praça com 13 paragens de autocarro além de um chafariz, ronda os 10,7 milhões de Euros. Nove das paragens serão utilizadas por autocarros da RSW e as restantes por autocarros da TWK. Além disso, até fins de Maio, serão construídos lugares cobertos para as bicicletas. A zona da Estação é um dos pontos mais importantes do trânsito da cidade. Só no trânsito regional passam semanalmente pela Estação 80 mil passageiros, sendo este o quarto lugar na Renânia. Este recinto tem cerca de 12.000 m2 de superfície, dos quais 4.000 em ruas, 6.500 de superfície empedrada e 1.500 de pavimento natural. O tejadilho em vidro que cobre as paragens dos autocarros tem uma área de 1.800 m? sustentado por 420 toneladas de material em aço e, juntamente com a plantação de 41 árvores, contribui para uma acolhedora recepção aos visitantes.
10
Empresas
PORTUGAL POST Nº 200 • Março 2011
Entrevista Omar Matias ( Luso-Weinimport GdbR) ao PP
«A promoção dos vinhos de qualidade nacionais não pode ser adiada no mercado alemão» É uma empresa modelo, onde o „engenho e a arte„ de saber vender se conjuga com a qualidade mais soberana do produto proposto. Os maiores e os melhores vinhos de gama média/alta portugueses estão em boas mãos. Arrojo, rigor e arte de comunicar são premissas de um sucesso sustentado e incomparável no espaço de Gastronomia e Enologia de topo da Alemanha Por F.Almeida Ribeiro, em Karlsruhe
PP: Qual é a grande estratégia da Luso-Weinimport - conquista de Mercado, objectivos e processos de a realizar? Omar Matias:: Temos uma presença bastante interessante em todo o território da Alemanha. Desde a fundação da empresa, há 14 anos, apostamos na qualidade. Vamos continuar a apostar na Qualidade, comercialização de vinhos de todos os segmentos de preços, com destaque para Vinhos da gama Média e Alta. Representamos alguns dos produtores de vinho portugueses de maior renome em Portugal como no estrangeiro / Alemanha / Mundo inteiro. Herdade do Esporão, Álvaro de Castro / Quintas de Saes e Pellada, Quinta do Castro / Porto Burmester e Grahams, Madeira Blandy’s, Bacalhôa, entre outros Podemos mencionar a Quinta do Castro como um dos produtores de vinhos de mesa mais reconhecidos internacionalmente. Por exemplo, o Quinta do Castro Reserva 2005 obteve em 2009 o terceiro lugar no TOP 100 da Wine Spectator, uma das revistas mais conceituadas do Mundo / entre mais de trinta mil vinhos de todos os países. Melhor resultado obtido por Portugal, excepto para vinhos do Porto. Os nossos fornecedores de Vinho do Porto - Burmester, particularmente na versão Tawny, Grahams em termos de Ruby e Vintage posicionam-se tradicionalmente entre os melhores produtores. Nos vinhos Verdes representamos a Casa do Vale, um produtor de média dimensão e boa qualidade / Cabeceiras de Basto. O Vinho Verde é muito bem sucedido na Alemanha. Abastecemos redes de qualidade, como o Scheck-In, do universo Edeka. Temos igualmente o Reguengo de Melgaço, um excelente Alvarinho. Em relação aos vinhos da Região Demarcada do Dão, apostamos nos vinhos do eng° Álvaro de Castro, Quinta de Saes e Quinta da Pellada. Temos também a marca „ Álvaro Castro „ e topos de gama como o Carrocel ou o Pape. No Dão, concentramo-nos na gama média e alta. Da Região de Setúbal/Azeitão, o nosso grande fornecedor é a Bacalhôa-Vinhos de Portugal. Também trabalhamos com a José Maria da Fonseca. A Bacalhôa tem crescido a todos os níveis. Tem uma qualidade
espectacular e possui um leque de preços muito variado e estimulante, nomeadamente com diversos vinhos de bom nível no segmento de preçosbase. Por exemplo, os JP´s têm um nível de qualidade e um preço muito difíceis de bater. É um vinho já „ histórico „ por mérito intrínseco. O Serras de Azeitão Branco, por exemplo, é vendido num dos restaurantes de culto de München, o NektarMüunchen. No Alentejo, para lá da fabulosa „paleta“ da Herdade do Esporão e da Herdade da Defesa, comercializamos os vinhos da Quinta do Carmo/Bacalhôa, Herdade das Ânforas/Bacalhôa, Herdade da Perescuma.
preços em que um vinho se posiciona, a Luso-Weinimport mantêm como critérios para a inclusão ou não de um vinho no seu portfólio a qualidade em si e, igualmente importante, a relação preço-qualidade. Na Alemanha, o reconhecimento do nosso trabalho espelha-se numa presença generalizada em todo o território do país e na qualidade de muitos dos nossos clientes, onde se incluem restaurantes, hotéis,
milhares de garrafas. Estes elementos são elucidativos relativamente à excelente aceitação que vinhos portugueses de qualidade podem obter, quando adequadamente promovidos. Posso dizer-lhe que, quando começámos, há 14 anos, o panorama era diferente. Havia apenas um ou outro nome que, por razões específicas, se tinha conseguido impôr. Mas eram muito poucos. O Esporão, por exem-
com outros mercados são sempre acordadas com os estes últimos, de modo a prevenir quaisquer conflitos de interesses. PP: Como encara o futuro da vitivinicultura portuguesa? O.M.: A vitivinicultura nacional tem tido uma evolução prodigiosa, pelo menos nos últimos 15 anos. O segredo está em aliar o „ Engenho à Foto: Luso Weinimport
Omar Matias (à direita) e o seu sócio Michael Hofmann
A implantação do Montevelho é um sucesso PP: Pode-nos referir o ponto axial da v. estratégia de conquista de mercado? O.M.: Procuramos, desde o início, fazer um trabalho diferente. Não apenas comprar e vender mas também informar e formar, tornar o cliente num iniciado, um adepto dos vinhos portugueses, com motivação e capacidade para, por sua vez, sugerir e aconselhar os bons vinhos portugueses aos seus clientes ou aos seus círculos de amigos. Portugal, apesar da excelência que tantos vinhos e produtores já alcançaram, apesar da enorme variedade de néctares que oferece, continua a ser um ilustre desconhecido para o grande público, com uma quota de mercado que de pouco mais de 1%. Ao contrário de um Bordeaux, Chianti ou Rioja, o nome Portugal ou das suas regiões demarcadas raramente vendem por si só ( talvez com as excepções do Vinho Verde ou do Vinho do Porto). Daí, também, a necessidade de estarmos preparados para argumentar, divulgar e explicar que vale a pena trabalhar com vinhos portugueses de qualidade e porquê. Numa apresentação de vinhos, para além das informações técnicas específicas, são amiúde muito bem recebidas as informações de carácter mais lato, que podem passar pela história, a cultura.
PP: A implantação da Luso-Wein é um sucesso, portanto? O.M.: Independentemente da gama de
lojas ou cadeias de renome, desde os Sheraton ou Ritz-Carlton, passando por um Medici, Nektar, Käfer München ou a rede Scheck-In, entre muitos outros. Em 2003 a editora Meininger, que publica várias das revistas especializadas mais importantes da Alemanha ( Weinwirtschaft, Weinwelt, Sommelier, etc ) elegeunos como o importador de vinhos portugueses do ano ) P.P.: A qualidade de gestão fot mesmo uma aposta vencedora!?! O.M.:. Apesar das oscilações do mercado, temos crescido de forma sólida e sustentada. Temos uma boa penetração no Mercado. Comercializamos, em média, 400 mil garrafas de vinho por ano. O Monte Velho é o nosso vinho mais vendido, com um PVP de cerca de 5,90 € por garrafa, num país em que o PVP médio é de aproximadamente 2 €. Mesmo um vinho da envergadura do Esporão Reserva, com um PVP de cerca de 17 Euros, vende
plo, tinha sete clientes dispersos, com quem ainda hoje temos o prazer de trabalhar - nada comparável com a sua actual presença no mercado, com uma cobertura quase generalizada. A nossa estratégia: vamos manter a nossa política tradicional de aposta na qualidade e competência profissional. Actualmente, somos permanentemente contactados por empresas interessadas em conhecer os nossos vinhos. Temos também uma rede de agentes regionais ou locais, participamos em feiras, enviamos anualmente centenas senão milhares de amostras, realizamos provas de vinhos e apoiamos a organização de degustações e outro tipo de eventos pelos nossos clientes, deslocando-nos frequentemente dentro da Alemanha, de leste a oeste e de norte a sul. Procuramos consolidar o nosso mercado e, naturalmente, crescer. Trabalhamos unicamente o mercado alemão, em coordenação com os nossos fornecedores. Eventuais relações comerciais
Arte „. A modernidade não deve excluir o melhor da tradição. e rigor começa, no mundo vitivinícola, quando pensa/planta a variedade( casta) de uva adequada ao solo, localização e clima, qual o tipo de barrica certa...o cuvée..... Não sobrevalorizar a quantidade e apostar na qualidade, na variedade e na formação profissional dos novos produtores. Portugal necessitaria de ganhar uma maior quota de mercado na Alemanha. Pouco se tem avançado neste campo nos últimos anos. Somos deficitários em acções coordenadas de promoção dos nossos vinhos, infelizmente. Se tirarmos o consumo dos Vinhos do Porto ( institucionalizado mas restrito ) e do Verde, os nossos vinhos ainda têm um grande espaço por conquistar junto do consumidor alemão. A aposta continuada na qualidade e na divulgação são as chaves para melhorar o nosso posicionamento no mercado alemão e obter um - justo reconhecimento.
Entrevista
PORTUGAL POST Nº 200 • Março 2011
11
Mariza «Um povo conhece-se pela sua cultura» Poucos dias após o lançamento em Portugal, no final do ano passado, o novo álbum de Mariza, «Fado Tradicional» atingiu platina. Depois da abertura ao mundo do disco prévio, «Terra», com a exploração das raízes e influências externas do mais português de todos os géneros de música, com «Fado Tradicional» Mariza situa-se firmemente naquela Lisboa das tabernas onde um dia nasceu o a esta canção. Por ocasião do lançamento do novo álbum na Alemanha, no dia 4 de Março, o Portugal Post falou com Mariza sobre o novo trabalho. de especial. Acho que o mais importante é poder fazer música neste momento e sempre que posso. Este disco, como é de fado tradicional, ou seja, é o fado na sua raiz e na sua essência, é tocado com três instrumentos, não com mais. Está aqui a base do fado em si. Para mim também tem toda a lógica ter feito este disco neste momento, já que daqui a um mês se apresenta a candidatura do fado a Património da Humanidade. E eu acho que é extremamente importante partilhar também com públicos que não são portugueses esta cultura e esta tradição.
Cristina Krippahl PP: Porquê este regresso ao fado tradicional? Mariza: Em todos os meus discos houve sempre fado tradicional, nunca deixei de o cantar. O fado tradicional é aquele que se aprende nos bairros típicos de Lisboa, como aquele no qual cresci. E este disco é um regresso ás memórias, à adolescência, à tasca dos meus pais, à minha taberna na Mouraria, e a todas aquelas vozes que fazem parte do meu universo PP:Regressar ao fado tradicional depois de dez anos foi um desafio especial? Mariza: Talvez seja especial o facto de eu neste momento partilhar as minhas memórias com tanta gente. Mas passados dez anos, acho que já estava numa altura de o fazer. PP.O que é o fado tradicio-
nal? Mariza: São fados que existem há mais de cem anos, que fazem parte do mundo do fado. Existem 300 fados tradicionais que são fados que toda a gente pode cantar, como o Fado Varela, o Fado Alberto. Existem três fados tradicionais que são os mais importantes, o Menor, o Corrido e o Mouraria. Todos os fadistas têm que saber estes fados, que são trabalhados com determinadas métricas e depois em função dos grandes poetas portugueses. Temos de saber encaixar os poetas nesses fados. PP: Há também um regresso aos instrumentos ditos tradicionais do fado, depois de ter sido uma das pioneiras da diversificação instrumental. Que efeito pretende alcançar com esta «simplificação», se me permite a expressão? Mariza: Não pretendo atingir nada
PP: Mariza é o rosto da candidatura do fado a Património Imaterial da Humanidade da UNESCO. Parecia que ultimamente o fado em Portugal e no mundo andava bem e recomendava-se, até pelo trabalho desenvolvido por si. Afinal, o fado precisa de ser protegido para não se extinguir? Mariza: Eu acho que qualquer música de raiz precisa de ser protegida, cuidada. E também me parece que esta candidatura do fado vai trazer maior visibilidade para Portugal, para esta música, e onde ela vais ser mais acarinhada e melhor recebida. Há um ponto que acho extremamente importante. Do meu ponto de vista, um povo só é conhecido pela sua cultura. Conhecendo as raízes e as tradições já podemos cuidar melhor delas. Vai-se poder perceber, estudar e dar passos em frente. Eu acho que é isso que é necessário. Que o fado não se extinga, continue a ser bem cuidado, ter bons poetas, bons produtores, bons compositores, bons músicos, é
isso que se quer. O «Fado Tradicional» é um discohomenagem a toda essa gente? Talvez seja um disco homenagem a todas vozes que me foram ensinando a cantar o fado, visto que o fado é uma tradição oral, passada dos mais velhos para os mais novos e é um disco em que eu talvez homenageie todas as cantoras que fazem as vozes que eu sou e que me permitem cantar fado hoje. PP: Teme que a austeridade que caracteriza este álbum não seja tão bem recebida por um público estrangeiro habituado ao som mais moderno e cosmopolita dos últimos álbuns? Mariza: Tenho feito vários concertos fora de Portugal, já comecei a minha tournée internacional, e este disco tem sido mesmo muito bem recebido. Fora do normal até. Existe um entusiasmo em tentar entender todo este ambiente que eu trago de Lisboa para cima do palco. Tem sido concertos muito mais intimistas, muito mais próximos do público. PP:Como surgiu o cenário de taberna criado por uma estrela da arquitectura como Frank Gehry para a digressão do «Fado Tradicional»? Mariza: O Frank Gehry é um grande amigo e há uns anos fez este cenário para o Walt Disney Concert Hall em Los Angeles inspirado em Lisboa. Parecia-me lógico sendo um disco de fados tradicionais que levasse esse ambiente aos palcos. PP:É possível criar em salas grande, ou mesmo gigantescas, o ambiente das casas de fado lisboetas, ou não há o
perigo de cair no pitoresco? Mariza: Eu acho que a taberna pode ser recriada em todo o mundo. Claro que sendo portuguesa, talvez prefira estar numa taberna em Lisboa, mas talvez não para cantar, para ouvir. Mas levando a taberna comigo, acho que consigo levar o ambiente de Lisboa, que fez parte da minha infância e adolescência, e, ao mesmo, tempo, fazer com que as pessoas compreendam o que é o fado, o que é o fado tradicional. PP:O único artista convidado incluído no novo álbum é Artur Batalha, alguém que dificilmente o público europeu conhecerá. O que levou à presença de Artur Batalha no estúdio? Mariza: O Artur Batalha é uma voz que passava muito pela taberna dos meus pais, uma voz que popularizou o “Promete, Jura”. Foi feito para a Beatriz de Conceição, mas foi o Artur Batalha que o popularizou. E já que se trata de uma partilha de memórias, para mim fazia todo sentido trazer uma voz de que me lembro tão bem na taberna dos meus pais. PP: O novo álbum disparou para platina mal foi lançado no mercado português. Tem uma explicação sua para este sucesso contínuo e crescente nos últimos dez anos? Mariza: Não, não tenho uma explicação. Só tenho que agradecer ao meu público, que tem gostado da minha música e que me tem incentivado para que eu continue. PP: Já há data para a apresentação em palco na Alemanha do «Fado Tradicional»? Mariza: Sim, será muito em breve.
12
Livros
PORTUGAL POST Nº 200 • Março 2011
Azul atlântico, verde oliveira, sumários de vida...
F
oi logo em 1998 que tomei conhecimento do livro da portuguesa Maria do Rosário Loures, no ano em que Portugal nas suas vertentes culturais, literárias e poéticas parecia enfim ganhar visualidade e reconhecimento no mundo alemão. Em 1997 a nossa literatura havia sido tema da feira do livro de Frankfurt e, em outubro de 1998 cheganos a notícia que José Saramago tinha ganho o prémio Nobel. Numa cidade de província da Francónia havia uma voz, nascida em Odemira em 1959, que publicava em língua aprendida e apreendida em adulta, poemas entre Lisboa e Nüremberg: „Atlantikblau und Olivengrün“. Abria o poemário uma espécie de apresentação: „Portugal é o meu berço / Alemanha a estrada / na qual me movo / a língua é uma esfera em vidro (...)“ Será nesta frágil esfera que a poetisa irá dar expressão a sentimentos como a saudade ou a melancolia da própria língua um pouco perdida ou traída („ich ging fremd“ no poema Walzer/valsa), em parte com poemas narrativos, onde lemos do pai e da mãe e dessa terra do seu nascimento. Num tom distante, lacónico mesmo, ela aponta para falsos idílios como em „Bohnenparty“ e acusa duplamente, por um lado, o país
retrógado que não sustentava os seus filhos – nem alimentação, nem saúde, nem educação - , por outro, os turistas que interpela logo na primeira estrofe: „was wißt ihr über die Bohnen / die ihr als exquisite Speise / mit Genuß und Neugier / zu euch nehmt“ – sim, que sabem vocês, que sabemos nós (ainda) desses feijões semeados e colhidos com humilhante esforço, única e parca comida do pobre e do explorado? Da colectânea são os poemas que exprimem a indignação e o empenho do eu, valendo-se da ironia e mesmo do sarcasmo, como em „Bonbons zu Weihnachten“, os que mais me agradam. Talvez por isso, o novo poemário de Maria do Rosário não toca a minha sensibilidade como o havia esperado, antes é nalguns poemas uma decepção. O título começou por entusiasmar-me: „Um sumário da minha vida no século passado“, que poderia exprimir a intenção duma autobiografia, mas ao qual a palavra „sumário“ daria um tom irónico. Afinal este é também o título do último poema, é pois com este sumário, uma narrativa autobiográfica, à laia de resumo de 50 anos de vida, que se fecha a colectânea. Que havia começado com o poema „A sensibilidade“: poema-pórtico, poema - chave
para os versos neo-românticos que seguem, neo-românticos no sentido em que, de forma inequívoca, o eu-lírico ( que não tem pejo em se afirmar como a poetisa ela-mesmo) nos vai abrir a alma, pô-la a nu, em registo confessional e eminentemente emocional. E o segundo poema continua: „imagens sentidas/ que / nossos ávidos olhos/ (...)/vão com interesse/decifrar“. Mas como decifrar se muitos dos versos nos dizem, tim-tim por timtim, logo tudo, não deixando nem espaços vazios, nem indeterminações, nem ambiguidades que a sensibilidade do leitor possa preencher? Alguns poemas apetece mesmo encurtar, porque há imagens estimulantes e inovadoras („na cama comigo deitada“, p.70), mas fica-lhes faltando uma certa contenção. Por outro lado vivemos em tempos tão duros, humanamente frios e distantes, que se calhar devíamos dar os parabéns a alguém que ainda (ou de novo) se atreve a repescar do léxico palavras como saudade, alma, sonhar, nudez agreste ou solidão. O eu é sensível e fala como pessoa sensível, o eu sofre de saudades e di-lo assim mesmo, o eu tem amizades preciosas e presta-lhes homenagem. Temos assim poemas que não tentam sequer sublimar ou
transformar vivências, mas antes as comunicam numa expressividade sem filtro, por vezes a raiar um sentimentalismo piegas. Porém, no meio de poemas eróticos, confessionais ou até circunstanciais como „Brahms“ alvejam poemas como „Nostradamus“ (p. 47) em que se nos depara „a glória da oliveira“, profecia-consolo para este nosso mundo ou „Maré baixa, maré alta“, versos em que som e sentido se cruzam para descreverem subtilmente em tom inocente as atrocidades no limiar da Europa. Ou ainda „Uma certa noite na tasca do costume“ que aponta em melopeia para a vacuidade do nosso quotidiano. Cabe a estes 74 poemas o mérito de existirem, de espelharem o trabalho poético duma portuguesa entre nós e como nós vivendo na diáspora. Ela dá parte da sua vida que é também um pouco a nossa, aqui encontramos temas e referências a um dia-adia que nós todos vivenciamos („o Verão foi hoje / tão curto por aqui“, p. 39) e às memórias que, para nós, as suas palavras recolhem: „ao lugar da minha infância / as andorinhas cantam mansinho / as cantigas de antigamente“. Recomendo vivamente a leitura dos dois livros. Luísa Costa Hölzl
13
Cultura
PORTUGAL POST Nº 200 • Março 2011
Publicidade
Mísia foi a “Senhora da Noite” em Berlim A cantora Mísia apresentou em Berlim, “Senhora da Noite”, o novo trabalho composto por fados com letras de escritoras, poetisas, fadistas e cantoras lusófonas, de Natália Correia a Adriana Calcanhotto, passando por Lídia Jorge. A estreia mundial de “Senhora da Noite” na tenda gigante do Tipi, e prestigiado espaço de música alternativa na capital alemã, mesmo nas traseiras da chancelaria federal onde Angela Merkel tem o gabinete, surgiu inesperadamente, quase como uma jogada de antecipação alemã, como a fadista explicou à Lusa. O facto de cantar em Português letras de Natália Correia, Aldina Duarte ou Rosa Lobato Faria, quase exclusivamente para um público alemão, não a impressionou.Ao longo de mais de duas horas de espectáculo, foi mesmo a “Senhora da Noite”, e ganhou a aposta germânica, demonstrando segurança nas interpretações, a habitual dicção impecável, e também grande poder de comunicação com a assistência. “Não posso ser fadista vinte e quatro horas por dia, se não matavame”, gracejou, em Inglês, contando também alguns divertidos episódios da sua vida e da sua carreira. “O fado, acima de tudo, é uma língua emocional, é muito mais do que somente uma música ou um poema, é uma língua emocional que é compreendida em todo o mundo, do Japão à Austrália”, disse Mísia, antes
de pisar o palco do Tipi. Quanto ao novo trabalho, que deverá ser publicado em disco no Outono, adiantou, é “um regresso ao fado tradicional, depois de 10 anos de gravações em que houve fado misturado com outras coisas, como tangos, boleros”. “Os poemas são todos escritos por mão feminina, reuni poetisas que já não estão vivas e outras pessoas que convidei, não só escritoras, mas também fadistas, poemas da Amália, da Aldina Duarte, cantoras como Amélia Muge, e uma novidade, uma letra escrita por Adriana Calcanhotto, além de uma escrita por mim, que abre o disco”, revelou Mísia. Quanto ao seu estilo de cantar o fado, que os mais tradicionalistas consideram, no mínimo, inconvencional, Mísia foi peremtória: “Preservar a tradição não é guardar as cinzas ardidas, é manter a chama acesa”. Assim, no novo trabalho Mísia recorre de novo ao acordeão de Pedro Santos e ao violino de Luís Cunha, a par da guitarra portuguesa de Sandro Daniel Costa, da viola de Tó Neto e da viola baixo de Didi. Os arranjos de “Senhora da Noite” ficaram a cargo do pianista Carlos Azevedo, “também são muito especiais, e os poemas têm uma língua muito contemporânea”, disse Mísia, que arrebatou o público alemão na fria noite berlinense, e bisou com um clássico do fado, “Lágrima”, de Amália Rodrigues.
Publicidade
Publicidade
Pastelaria Portugália Caro/a Leitor/a: Se é assinante, avise-nos se mudou ou vai mudar de residência
Venda ao Domicilio e fornecimento de toda a pastelaria portuguesa Tel.: 02331 – 484804 para restaurantes, Mobil 0171 – 645 80 93 pastelarias, cafés, Karlstr.32 - 58135 Hagen Inh. Adélio Oliveira eventos, público, etc. Pense nas coisas boas e doces da vida. Pense em nós!
14
Alemanha
PORTUGAL POST Nº 200 • Março 2011
Supermercado de obras de arte a preços módicos faz sucesso em Berlim A venda de arte a preços módicos é possível, e até é rentável, como prova a existência do supermercado das artes, em Berlim, ideia de um espanhol radicado na Alemanha que já vai no décimo ano de existência. A ideia “surgiu depois de muitos anos de trabalho em relação com o mundo das artes, organização de exposições e galerias, perguntámos porque não fazer um conceito em que se vende arte para toda a gente, e não só para uma elite”, explicou Mário Teres. Assim, “todo o consumidor pode ter uma obra de arte original”, explica o director de mercados do supermercado das artes, sublinhando que os preços de mais de mil obras de 70 artistas expostas actualmente numa galeria na Friedrichstrasse, no centro da capital alemã, oscilam entre os 50 e os 299 euros. “O conceito é mesmo preço económico, só temos quatro preços: 50 euros, 99 euros, 199 euros e 299 euros. É uma solução radical, mas atrai de facto clientes, que sabem exactamente o que vão gastar”, vincou Mario Teres. “Além disso, cremos que é possível manter uma relação adequada dos preços com a obra de arte original”, acrescentou o antigo estudante de Belas Artes. A oferta não é só ampla, é tamPublicidade
Governo de Berlim admite envio de jovens em risco sem consulta prévia a Portugal
Mario Teres, vender arte com o conceito do „Aldi“ bém muito variada, e inclui sobretudo obras de artistas europeus, mas também da Nova Zelândia, por exemplo, com forte presença de alemães, claro, e de artistas da América Latina. Ao longo de uma década, o supermercado das artes, que também existe em Viena, Frankfurt e Solothurn, outra cidade alemã, serviu de trampolim para alguns artistas, que começaram por vender aqui os seus trabalhos a preços módicos, e hoje já fazem parte do “ranking” dos consagrados, que quase podem pedir o que querem pelas suas obras, e encontram mesmo comprador.
“Nos 13 anos que temos de supermercado das artes, houve artistas que deixaram de trabalhar connosco, porque as suas peças passaram a ser vendidas a preços exorbitantes, podíamos vendê-los, há 10 anos, a cinquenta euros, e agora têm peças que valem 50 mil euros”, explicou Mário Teres. Mas mesmo com a saída dos famosos para outro “campeonato”, os autores da ideia não têm mãos a medir e promovem uma grande rotação entre os artistas, para ter sempre coisas novas a oferecer. Todos os anos mantêm um contingente de cerca de 150 artistas a expor de princípios de Dezembro a princípios de Fevereiro, nos supermercados das artes, e recebem anualmente cerca de 400 candidaturas para integrar o projecto, das quais apenas escolhem um máximo de 10 novos criadores, e descartam número sensivelmente igual. O período de vendas também é criteriosamente escolhido, para não “cansar” os consumidores. “Achamos que uma exposição de arte é uma coisa temporal, se estiver aberta durante anos torna-se desinteressante, e por isso escolhemos a altura em que os consumidores compram mais, em redor do Natal, portanto”, explica Mario Teres. Outra ideia-base é “obrigar” os artistas, que recebem 50 por cento do valor da venda, como é habitual numa galeria, a trazer novas obras, que são todas acompanhadas por um certificado de original, com o respectivo nome, descrição dos materiais utilizados e assinatura do autor. FA.
O governo alemão revelou que recebeu em finais de 2009, princípios de 2010, pedidos de explicações sobre o envio para Portugal de crianças e jovens em risco, sem consulta prévia das autoridades portuguesas. As interpelações foram feitas pelo ministério público do Algarve e pela segurança social portuguesa, adiantou o ministério alemão dos seniores, da família e da juventude, em resposta a um questionário enviado pela agência Lusa. “Na opinião das instituições portuguesas, o alojamento desses jovens em Portugal era ilegal, mas as referidas instituições já conheciam esta prática há vários anos”, sustenta o gabinete de imprensa do ministério alemão, na sua resposta por escrito. Para “não sobrecarregar desnecessariamente” os jovens alemães que já estavam a viver em Portugal, as referidas instituições “aceitaram excepcionalmente, na maioria dos casos”, que o processo de consultas às autoridades portuguesas “fosse feito à posteriori”, sustenta ainda a mesma nota. Uma série de repartições alemãs de acompanhamento de jovens (jugendamt) requereu, por isso, o início do referido processo de consultas sobre a estadia de jovens que tinham a seu cargo, com base numa diretiva europeia, “mas os processos ainda não estão concluídos”, afirma o governo alemão. Na sua resposta, o ministério da família lembra também que a decisão sobre o envio de jovens em situação de risco para o estrangeiro cabe ao Jugendamt de uma determinada autarquia e, de
acordo com a Constituição alemã, os governos regionais só dispõem de competências limitadas para controlar esta situação, e o governo federal “não pode proibir ou ordenar” as viagens em questão. O ministério da família reconhece, porém, que “a condição prévia para o sucesso das referias medidas pedagógicas é o estrito cumprimento das leis e a cooperação com as autoridades” do país de acolhimento dos jovens. “Na prática, no entanto, a aplicação destes princípios e exigências precisa ainda de ser aperfeiçoada”, reconhece o governo germânico na nota enviada à Lusa, em que sublinha ainda que a adopção de normas pedagógicas que envolvem o envio de jovens em risco para outros países “deve ser a exceção, e não a regra”, a que só se deve recorrer “em casos especiais”. A polémica em torno do envio de jovens alemães em situação de risco para Portugal surgiu após uma reportagem da televisão pública alemã ZDF em que se revelava que tinha havido já casos de suicídio entre os referidos jovens, e que alguns deles estiveram também envolvidos em delitos em Portugal. Na reportagem, uma ex-educadora alemã que acolheu jovens em situação de risco em Portugal denuncia o papel das associações alemãs que se dedicam a este trabalho, acusando-as de serem “uma autêntica mafia social”, montada para receber muito dinheiro das instituições sociais alemãs que pagam a estadia dos referidos jovens. FA
Caro/a Leitor/a: Se é assinante, avise-nos se mudou ou vai mudar de residência
Alemanha
PORTUGAL POST Nº 200 • Março 2011
15
Alemanha considera aceitar estrangeiros nas Forças Armadas do país
Foto: dpa
Com o fim do serviço militar obrigatório, Alemanha busca meios para tornar a Bundeswehr mais atraente. Ingresso de cidadãos estrangeiros, proibido até então, passou ser uma solução considerada pelo Ministério da Defesa. Depois do corte de recursos e das mudanças no sistema de alistamento, o ministro alemão da Defesa, Karl-Theodor zu Guttenberg, considera agora aceitar cidadãos estrangeiros nas Forças Armadas do país. Guttenberg elaborou um documento de 72 páginas com estratégias sobre como a Bundeswehr pode atrair voluntários e soldados profissionais para preencher patentes. As propostas surgem num momento em que há temores de que a Alemanha não consiga cumprir suas obrigações em diversas missões da União Europeia e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) no exterior. Segundo Guttenberg, „os regulamentos poderiam ser expandidos para residentes na Alemanha com as habilitações necessárias, aptidões e desempenho que possam ser aplicados nas forças militares – mesmo que haja a ausência de cidadania alemã.“
„Estamos considerando a possibilidade de atrair cidadãos de países-membros da União Europeia e de outros países, como a Suíça, com quem temos acordos especiais em termos de reconhecimento de qualificações vocacionais“, revelou o porta-voz do Ministério alemão da Defesa, Steffen Moritz. Mortiz esclareceu que apenas cidadãos estrangeiros que já vivem na Alemanha seriam considerados aptos para as Forças Armadas. O porta-voz também admitiu que não há expectativa de que haja um número elevado de candidatos com esse perfil. Guttenberg anunciou planos de cortes no contingente das Forças Armadas alemãs, dos actuais 250 mil postos para 185 mil, num esforço para diminuir os gastos e modernizar a Bundeswehr. Estrangeiros na Alemanha Estatísticas oficiais mostram que, em 2009, havia 7,7 milhões
de estrangeiros vivendo na Alemanha. Actualmente, apenas cidadãos alemães podem servir nas Forças Armadas do país – embora já tenha havido algumas excepções no passado. De acordo com Moritz, „existiram apenas algumas poucas ocasiões em décadas passadas em que se recorreu a uma cláusula especial para empregar residentes estrangeiros nas forças militares nacionais, quando houve uma necessidade por especialistas que o país não dispunha.“ E ainda: „As estatísticas mais recentes disponíveis mostram que não existiu nenhum caso como esse nos últimos quatro anos.“ Ainda não foram tomadas decisões nesse sentido, afirmou Moritz, acrescendo que a aprovação parlamentar e uma emenda constitucional ainda seriam necessárias, caso as Forças Armadas se decidam a favor da medida. O porta-voz do governo alemão, Steffen Seibert, informou que a chanceler federal, Angela Merkel, ainda não se pronunciou sobre o assunto. „Nós estamos considerando os primeiros aspectos dos muitos que ainda estão por vir nesse processo de decisão“, comentou Seibert. As forças politicas da oposicnao, sociais-democratas e verdes, sinalizaram que apoiariam as
propostas. Hans-Peter Bartels, porta-voz social-democrata para assuntos militares, afirmou, no entanto, que permitir que pessoas de outros países prestem serviço militar compulsório poderia levar a complicações. Em entrevista ao jornal Die Welt, Bartels mencionou o caso particular da Turquia: a presença de cidadãos daquele país servindo nas Forças Armadas alemãs poderia causar problemas com a Turquia, a menos que as duas nações assinem um acordo especial. A maior parte dos estrangeiros que vivem na Alemanha é formada por aproximadamente 3 milhões de residentes turcos. Omid Nouripour, porta-voz dos verdes para assuntos militares, disse ao mesmo jornal que apoiaria a proposta, caso ela se dirija a „pessoas cujas vidas são centradas na Alemanha“. No entanto, Nouripour afirmou ainda ao Die Welt que soldados do Iraque ou de outros países em crise militar não deveriam ser aceites, alegando que, nesse caso, a Bundeswehr „se transformaria num exército mercenário que não teria nada a ver com um monopólio do Estado sobre uso legítimo da força.“ O argumento de Nouripour parece duvidoso, já que o alistamento de soldados de tais países não está em negociação, rebateu
Moritz. O serviço militar obrigatório na Alemanha acaba no fim de Março. A partir desse daqui, as Forças Armadas irão depender de soldados com contratos temporários. O governo espera que 15 mil soldados de todas as tropas façam parte dessa categoria no futuro. Enquanto isso, as Forças Armadas da Alemanha estão preocupadas com a possibilidade de não conseguirem atrair número suficiente de soldados profissionais para preencher as 170 mil vagas necessárias, e estão prontas para explorar novos potenciais. Outra maneira de atrair recrutas é deixar o serviço mais favorável ao clima familiar, com mais cuidados para crianças, por exemplo. Também estão planeados programas sabáticos para os prestadores de serviço, assim como estágios e inserção na universidade. E ainda, ficaria mais fácil para soldados que passam para o setor privado fazer a transferência dos benefícios da aposentadoria. Karl-Theodor zu Guttenberg defende que as reformas deixarão as Forças Armadas mais eficientes e mais preparadas para servir em missões internacionais. Autor: Hardy Graupner (np). Cortesia DW
16
Comunidade Miguel Krag, Advogado Portugal Haus Büschstr.7 20354 Hamburgo Leopoldstr. 10 44147 Dortmund Telf.: 040 - 20 90 52 74
PORTUGAL POST Nº 200 • Março 2011
O consultório jurídico tem a colaboração permanente dos advogados Catarina Tavares, Lisboa, Michaela Azevedo dos Santos, Bona, Miguel Krag, Hamburgo
Catarina Tavares Advogada em Portugal Rua Castilho, n.º 44, 7º 1250-071 Lisboa advogados@bpo.pt Telf.: + 351 21 370 00 00
Como libertar-se de endividamento excessivo? O processo de insolvência privada Miguel Krag, Advogado
Cerca de 100.000 pessoas declaram anualmente na Alemanha a insolvência privada, pois deixaram de poder cumprir as suas obrigações de pagamento. O processo de insolvência privada conduzirá, em princípio, à extinção das dívidas, após ter decorrido o chamado período de bom comportamento (6 anos). Para se conseguir a extinção das dívidas restantes, deverá proceder-se da forma seguinte: Em primeiro lugar, terá de se tentar chegar a um acordo
extrajudicial com todos os credores. As centrais de ajuda ao consumidor, os postos de assistência a pessoas endividadas que as autarquias põem à disposição dos cidadãos, e também os advogados, são pontos de referência para aconselharem as pessoas que se encontram nesta situação. No caso de não se chegar a um acordo com os credores, poderá apresentar-se no tribunal um requerimento para ser aberto um processo de insolvência. Neste caso, o devedor terá de apresentar em primeiro lugar um plano para a liquidação das dívidas. Se a maioria dos credores (por cabeça e to-
tais) estiver de acordo com o plano judicial da liquidação das dívidas, o processo de insolvência deixará de ser necessário e não será realizado. Se não se conseguir este alvo, será aberto o processo de insolvência. Em primeiro lugar, o administrador fiduciário denominado pelo tribunal distribuirá pelos credores a parte penhorável dos bens. Seguidamente, o tribunal determinará numa audiência final que, ao fim de 6 anos, o devedor ficará liberto de dívidas se cumprir as suas obrigações durante o chamado período de bom comportamento e se não persistirem
quaisquer motivos de refutação. Será condição essencial para a extinção das dívidas restantes que, durante um período de 6 anos, o devedor ceda a parte penhorável do seu rendimento ao administrador fiduciário que, por sua vez, a usará para pagar aos credores. Portanto, durante este espaço de tempo, o devedor e a sua família apenas poderão dispor de uma determinada quantia para viverem, devendo o valor que for considerado prescindível ser utilizado para a liquidação das dívidas. Logo que o período de bom comportamento chegar ao fim
e for coroado de êxito, o tribunal decretará uma decisão formal, declarando que, a partir de então, o devedor ficará liberto das suas dívidas. Importante: Tratando-se de um casal português, persiste, ao contrário dos casais alemães, maior perigo de se ter de responder pelas dívidas do cônjuge. Por isso, no caso de um processo de insolvência, o direito de família português será igualmente de importância. Seria assim conveniente consultar-se sempre alguém que conheça bem a legislação portuguesa prevista para tais processos.
Rechtsanwalt/ Advogado Victor Leitão Nunes Consultas em português 40210 Du ̈ sseldorf Immermannstr. 27 Ra.Nunes@web.de Tel.: 0211 / 38 83 68 6 Fax: 0211 / 38 83 68 7
Caro/a Leitor/a: Se é assinante, avise-nos se mudou ou vai mudar de residência TRADUÇÕES PORTUGUÊS ALEMÃO
Claus Stefan Becker Tradutor ajuramentado junto dos Consulados-Gerais de Portugal em Frankfurt/M. e Stuttgart Im Schulerdobel 24 79117 Freiburg i.Br Tel.: 0761 / 64 03 72 Fax:0 761 /64 03 77 E-Mail:info@portugiesisch-online.de
ALEMÃO
PORTUGUÊS
JTM Consulting GmbH • Contabilidade • Consultadoria fiscal, empresarial e financeira JTM@consystem.com Sede: Fuchstanzstr 58 60489 Frankfurt /Main TM: 0172- 6904623 Tel.069- 7895832 Fax: 069-78801943
Advogado
Carlos A. Campos Martins Direito alemão Consultas em português por marcação Hansaring 115 50670 Köln Tel.: 0221 – 356 73 82
17
PORTUGAL POST Nº 200 • Março 2011
José Gomes Rodrigues Assistente Social Diplomado Especialista para as questões sociais do PORTUGAL POST
Ex.mos Senhores Já há algum tempo que estou para escrever-vos para vos pedir uma informação. Tenho lido sempre com muito interesse a página social do Portugal Post e já a tenho copiado e distribuído pelas colegas de trabalho. Hoje venho com um pedido muito particular e que me tem ocupado bastante nos últimos tempos. Trabalhe, até há pouco, algumas horas por semana numa empresa de serviços, recebendo de ordenado 400 € mensais. Há três meses que, por motivo de doença, não trabalho, pois fui operada aos dois peitos e as melhoras são poucas. Informei a empresa da gravidade da minha saúde, da operação, indicando que o meu retorno ao trabalho ainda não era aconselhável pelo médico que me assiste. O patrão aconselhoume a despedir-me o que não fiz. Será que terei direito, por este trabalho reduzido à baixa e à sua remuneração?Já agora agradecia que nos elucidassem sobre os direitos sociais e laborais para quem exerce um trabalho do nosso tipo. Desde já os meus agradecimentos muito sinceros. Obrigado caríssima compatriota pela confiança depositada neste meio de comunicação. O seu gesto de solidariedade para com os compatriotas é simplesmente de louvar. Lamentamos o seu estado de saúde e fazemos votos para que o tempo de doença seja encurtado o mais possível. Mas fique em casa o tempo de recuperação necessário. Continue a lutar contra a doença com uma atitude de esperança e de optimismo. Aproveitamos o seu pedido para estender as informações a outros compatriotas que possam beneficiar delas e que se possam encontrar também na sua situação ou em situações semelhantes. O direito social alemão diferencia entre um trabalho de horário reduzido em dois tipos de ocupação, um que é minimamente remunerado, o assim chamado “Minijob” e outro com uma ocupação por um curto espaço de tempo e com um horário diário normal e com uma remuneração correspondente. Trabalho reduzido com salário até 400 € mensais – “minijobs” Neste caso, o ordenado não pode ultrapassar os 400 € mensais e o trabalhador fica isento do pagamento das contribuições sociais e de imposto sobre o ordenado nas finanças. O patrão, esse sim, é obrigado a descontar 13%
3
* Trabalho reduzido de até 400 € mensais – “minijobs” * Trabalho reduzido em serviços domiciliários * Direitos laborais fundamentais “minijobs” até 400 € * Direito de férias e gratificação de Natal dessa quantia para a caixa de doenças, mais 15% para o seguro de reformas e finalmente 2,1 % que será distribuído pelas finanças, caixa de solidariedade e Igreja. Ao patrão cabe, além disso, inscrever devidamente todos estes lugares de trabalho com os respectivos trabalhadores numa caixa central pelo patrão. Apesar dos descontos do patrão para a caixa de doenças e de reformas, o trabalhador não terá, só por isto, direito a uma possível reforma ou a estar segurado através da caixa de doenças. Em caso de querer adquirir mais tarde uma reforma deste trabalho reduzido, deverá voluntariamente descontar do seu ordenado a quantia correspondente 4,5% o que corresponde a receber não os 400 €, mas sim 382 € mensais. Esta cláusula deve ter sido fixada por escrito, já no acto da assinatura do contrato de trabalho. O trabalhador fica, deste modo, isento de qualquer encargo fiscal e social. Este recebe liquido por ilíquido. Trabalho reduzido em serviços domiciliários O trabalho reduzido efectuado em casas privadas, obedece a descontos mais reduzidos que somam, neste caso, 13,7% no total, distribuídos igualmente pelas diversas caixas. Igualmente esta trabalhadora, já que geralmente são as mulheres que fazem estes serviços domésticos, ficam isentas de qualquer encargo fiscal e social, recebendo o ordenado liquido por ilíquido. É o caso de muitas compatriotas que trabalham nas lides caseiras de muitas patroas.
Trabalho temporal por um determinado tempo É o caso de alguém trabalhar somente por um determinado período de tempo que não ultrapasse os dois meses durante o ano civil, mais concretamente cinquenta dias úteis seguidos e no mínimo 5 dias semanais. O ordenado a auferir não é reduzido como o anterior, mas considera-se um ordenado normal. Para este tipo de trabalho, não são pagas, como anteriormente, as quotizações só-
cias, mas simplesmente 25% para as finanças. Em caso de doença não lhe serão pagas qualquer compensação / baixa por parte da empresa. Direitos laborais fundamentais “minijobs” até 400 € Quem assumir um trabalho destes, deverá procurar que o contrato de trabalho seja da forma es-
crita e que seja cumprido por parte de ambos os contratantes. Em caso de doença, o trabalhador tem direito a que lhe sejam remuneradas as primeiras seis semanas de baixa médica, como qualquer trabalhador numa empresa normal. Uma condição fundamental para que usufrua deste direito é que tenha já no mínimo quatro semanas na empresa e que tenha entregado a baixa médica na empresa no prazo legal, ou seja, durante os primeiros três dias, após o começo da doença. Convém sempre informar o patrão logo que saiba da impossibilidade de trabalhar, de forma a que este possa encontrar uma solução para a substituir. Convém saber que os patrões, nestes casos, tem a possibilidade de serem reembolsados por uma caixa central apropriada no valor de 70% dos gastos com o pagamento da baixa, desde que participem com uma quotização mensal por cada trabalhador no valor de 5,20 € mensais. Após 43 dias úteis de baixa médica, ou seja as seis semanas após o inicio da doença, expira este pagamento por parte do patrão. As caixas de doença nada pagarão depois, mesmo que a doença se prolongue por mais tempo, ao contrário dos outros trabalhadores com um horário de trabalho completo. Direito de férias e
gratificação de Natal Todo o operário nestas circunstancias tem direito no mínimo a 24 dias de férias por um ano útil, ou mais, conforme o acordo tarifário da empresa. Assim, o patrão é obrigado a remunerar este tempo como se a trabalhador estivesse activo na empresa. Havendo feriados legais, o ordenado deve igualmente ser pago devidamente sem que este tempo tenha de ser recuperado de alguma forma. Estes complementos ao ordenado devem ser igualmente pagos, mas duma forma percentual às horas e ao ordenado usufruído desde que haja um acordo tarifário, ou seja, usual na empresa. Exemplificando e para uma melhor compreensão: no contrato de trabalho é expresso por escrito que 9,50 horas semanais que uma trabalhadora faz na empresa, corresponde a 25% do tempo normal de trabalho dum horário regular. Se um trabalhador normal usufrui como suplemento de férias o valor de 600 €, à trabalhadora que trabalhe 9,50 horas semanais caberá, nesta lógica a quantia correspondente a 25% ou seja 150 €,. O pagamento do subsidio de Natal obedece a esta mesma norma.
de trabalho e a remuneração, de forma que não se ultrapasse um ordenado anual de 4.800 €. Este cálculo poderá ser feito pelo patrão, da seguinte maneira: (350 € x 12 mais 450 € subsidio de Natal com mais 150 € de subsídio de férias). Basta ter cuidado e saber fazer bem as contas. 2. Existem patrões que, apesar de ser ilegal procuram descontar do ordenado do trabalhador 50% das diversas quotizações. Tal foi decretado como procedimento ilegal num processo jurídico levado a cabo pelo tribunal de trabalho central de Kassel cujo número do processo juntamos caso seja necessário uma defesa perante o patronato: 6 Ca 513/99. 3. A compatriota em questão não terá entregado a baixa ao patrão conforme a legislação que vigora para estes casos. Talvez tivesse sido a falta de informação. Tente falar com o seu médico e que este lhe passe uma declaração onde conste o inicio da sua incapacidade de trabalho e a probabilidade do seu prolongamento. Não queremos dizer que ele, neste caso, seja obrigado a pagar as primeiras seis semanas, mas quem sabe, tentar não custa. 4. Procurem, sendo possível, deste ordenado, mesmo reduzido que seja, descontar para a caixa de pensões. Deste modo, um dia terão, não só o direito a uma pensão, mas também aumentará o tempo de descontos para essa caixa o que será muito útil para que possa usufruir, sendo o caso a uma pensão por invalidez. Para esta pensão é necessário um período de tempo de cinco anos nos últimos três,, após o seu requerimento.
O cuidado pode ser pouco 1. É necessário estar atentos, pois, sendo pago o subsidio de Natal e de férias, o ordenado mensal poderá ultrapassar os 400 €. Desta forma poderá dar-se o caso que já não seja considerado “minijobs” com a consequência de ser obrigado a pagar todas as contribuições normais dum trabalhador regular e até retroactivamente. Então convém regular o horário
i
Mais uma vez a nossa gratidão e os nossos maiores desejos, de breve recuperação. Esperamos que a tenhamos elucidado o mais exaustivamente possível. Fez bem em não se ter despedido como o patrão tentou que o fizesse. Deste modo, ele será obrigado a aceitála de novo logo que as suas forças o permitirem. Um abraço de amizade e os desejos duma rápida convalescença.
PEDIMOS AOS NOSSOS LEITORES para nos colocarem as suas perguntas e sugestões por escrito usando o correio ou, melhor ainda, o correio electrónico. Pedimos também para mencionarem o vosso número de telefone fixo para, sendo necessário, entrarmos em contacto convosco. As questões e sugestões dos leitores podem ser enviadas para as seguintes direcções: correio@free.de ou rodrigues50@hotmail.de Fax 0231 8390351 Ou ainda para a morada do nosso jornal Obrigado.
18 Agenda Tome Nota
PORTUGAL POST Nº 200 • Março 2011
IMPORTANTE Às associações, clubes, bandas , etc.. As informações sobre os eventos a divulgar deverão dar entrada na nossa redacção até ao dia 15 de cada mês Tel.: 0231 - 83 90 289 Fax :0231-8390351 Email: correio@free.de
Citações do mês A felicidade para mim consiste em gozar de boa saúde, em dormir sem medo e acordar sem angústia. Sagan , Françoise Os homens deviam ser o que parecem ou, pelo menos, não parecerem o que não são. Shakespeare , William
Março 2011 3 e 6. 03.2011 – COLÓNIA- Baile de Carnaval no Restaurante Vasco da Gama. Reservas mesa: 0221 – 3566566 Vasco da Gama Liebigstr. 120 - 50823 Köln 3.2011 – BERLIN – Ciclo de Cinema português. Aniki BóBó de Manuel Oliveira. Local: Lisboa Bar am Boxi, Krossnerstr 20, 10245 Berlin 5.03.2011 - Mülheim a.d. Ruhr - Festa de carnaval na “Uniao desportiva e cultural portuguesa” de Mülheim. Com baile pela noite com o grupo musical FM RADIO. Início 21 horas. Local : Georgstrasse 26, 45468 Mülheim/Ruhr. Informações: 0208474746 www.fmradio.de.com 6.03.2011- KREFELD Festa de carnaval na Associação Portuguesa de Krefeld. Baile pela noite com o grupo musical FM RADIO. Local : Jägerstrasse 19, 47798 Krefeld Inicio: 20 horas Informacoes: 02151777161 ou www.fmradio.de.com
8.03.2011 – BERLIN – Ciclo de Cinema português. Aniki BóBó de Manuel Oliveira. Local: Lisboa Bar am Boxi, Krossnerstr 20, 10245 Berlin Até 11.03.2011 – BAMBERG – Exposicão de João Leonardo. Local: Villa Concordia, Concordiastr. 28, 96049 Bamberg. 12.03.2011 – HAGEN Grandioso Festival de Folclore Org. R.F “Folclore de Portugal de Hagen e.V.” . Com a participação de vários ranchos folclóricos e musica pela noite com a banda “FM Radio and friends” Local : Gesamtschule
Hagen-Helfe , „Am Bügel 20“ em Hagen Com início pelas 16.00 horas www.fmradio.de.com 17.03.2011 – LANGENFELD – Curso de Cozinha Portuguesa. No âmbito do projecto „Bem-Vindo Portugal”, ano dedicado a Portugal, organizado pela Câmara Municipal de Langenfeld 18.03.20111 – KREFELD –Sina Nossa Concerto. Local: Friedenskirch, Mariannenstr. 106, 47799 Krefeld
22.03.2011 – BERLIN – Ciclo de Cinema português. O Pátio das Cantigas de Francisco Ribeiro. Local: Lisboa Bar am Boxi, Krossnerstr 20, 10245 Berlin 26.03.2011 – HAMBURGO - - Música no coração – Local: Universität Hamburg na AnnaSiemsen-Hörsaal, na von Melle Park 8 . Grande noite de fados com a presença da conhecida fadista Claudia Madur informações e reseva de bilhetes Tel.:. 0160 4432042 31.03.2011 –
ESSLINGEN –
Abertura da exposição sobre Aristides de Sousa Mendes. Local: Amtsgericht der Stadt Esslingen, Titterstr 8-10, 73728 Esslingen
3 e 6 de Março Baile de Carnaval no Restaurante Vasco da Gama
Colónia (Dia 3 abrilhantado com o Xico da Night) (Dia 6 com o duo Onda Musical)
Reservas mesa: 0221 – 3566566 Vasco da Gama Liebigstr. 120 - 50823 Köln Publicidade
Dia 9 de Abril Grande Festa em Fellbach Pelas 19 horas na Festhalle-Schmiden, Hofäckerstr.2- 70736 Fellbach-Schmiden. Participação do Rancho Folclórico Estrelas de Fellbach, grupos de dança moderna, Mini Splash e The Funnkys Baile com o conjunto músical DANCE 2 Preço dos bilhetes: Pré-venda 14 € no dia da festa 17 €, sócios com cotas actualizadas 10 € Informacões: João Almeida: 00491733203814 José Loureiro: 00491723463611
Grupo de Fados Gerações Actuações em qualquer parte da Alemanha e em todos os tipos de eventos
Contacto: 0173-2938194
PORTUGAL POST SHOP - Livros Comunidade
Ler português
+
A CASA DA RÚSSIA John le Carré Preço: 13,50 Publicado em 1989, apresenta os meandos de espionagem e contra-espionagem entre o Ocidente e a antiga União Soviética. John le Carré arrasta-nos, uma vez mais, para o seu mundo secreto e faz dele o nosso. Em Moscovo, Leninegrado, Londres e Lisboa, numa ilha da costa do Maine que pertence à CIA, e no coração do próprio Barley Blair, Carré desenvolve não apenas uma história de espionagem, mas uma alegoria do amor individual confrontado com atitudes colectivas de beligerância. TRAVESSIA DE VERÃO Truman Capote PREÇO: 11.50 Obra póstuma e inédita, Travessia de Verão é um primeiro romance precoce e seguro que mostra o sentido implacável da narração de um dos maiores escritores do século XX. Os seus fraseados imaculados, a sua crua ironia e a sua visão das subtilezas das diferenças de classe anunciam os futuros triunfos de Capote. Digno de um lugar em qualquer estante de um leitor de Capote, este é, em todos os sentidos, um tesouro perdido e reencontrado.
AVENTURAS DE SHERLOCK HOLMES Preço: 11.50 Aventuras de Sherlock Holmes é uma colectânea de 12 contos de aventuras publicada em 1892. Os contos foram originalmente publicados na revista Strand Magazine, nos anos de 1891 e 1892.
CONTOS POPULARES PORTUGUESES Preço: 11.50 Contos Populares Portugueses são contos de todos os tempos e de todas as idades. Uma obra que nos devolve o imaginário e o maravilhoso da nossa cultura popular, e de que faz parte, entre outras, «História da Carochinha», «A Formiga e a Neve», «O Coelhinho Branco», «A Raposa e o Lobo», «O Compadre Lobo e a Comadre Raposa» e «Os Dois Irmãos».
Cupão de Encomenda Formas de pagamento Junte a este cupão um cheque à ordem de PORTUGAL POSTVERLAG e envie-o para a morada do jornal ou, se preferir, podepagar por débito na sua conta bancária. Se o desejar, pode ainda receber a sua encomenda à cobrança contra uma taxa que varia entre os 4 e os 7 € que é acrescida à sua factura. Não se aceitam devoluções.
NOTA Nos preços já estão incluídos os custos de portes correio e IVA PORTUGAL POST SHOP Tel.: 0231 - 83 90 289
Miguel Torga Bichos Preço: € 11.50 «Querido leitor: São horas de te receber no portaló da minha pequena Arca de Noé. Tens sido de uma constância tão espontânea e tão pura a visitá-la, que é preciso que me liberte do medo de parecer ufano da obra, e venha delicadamente cumprimentar-me uma vez ao menos. Não se pagam gentilezas com descortesias, e eu sou instintivamente grato e correcto (…)» Manuel Alegre Preço: € 11,50 As memórias de infância. Os cheiros, as vozes, as emoções de um tempo em que o tempo não tem fim e o significado está presente nas mais pequenas coisas. Todas elas ficam sempre, como marcas na alma, princípios que norteiam a vida. A nostalgia dos lugares mágicos da infância. De Alma, vila encantada onde convive tradição e subversão, melancolia e audácia, crendices, ideologia e futebol... Pela voz audaciosa de quem não receia dar-se a conhecer, chegam-nos ecos de um Portugal dividido entre a República e a Monarquia, um país que era, á época, o mundo de uma criança expectante e atenta. De Alma, partiu toda a sua vida.
Eça de Queirós A CIDADE E AS SERRAS Preço: 11.50 A Cidade e as Serras Eça de Queiros O romance foi publicado em 1899 (um ano antes da morte de Eça) na Revista Moderna, e saiu em livro em 1901. Pertence à última fase do escritor, quando Eça se afasta do realismo e deixa a crítica dura que fazia à sociedade portuguesa da época.
FAX ( 0231 ) 8390351 correio@free.de
Música Camané - Do amor e dos dias, Deolinda - Dois selos e um carimbo, Mariza - Fado Tradicional,
€25,00 €25,00 €19,80
+ Livros A Fúria das Vinhas – Francisco Moita Flores, Aldeia Nova – Manuel da Fonseca, A Morte de Ivan Ilitch – Lev Tolstoi, A República dos Corvos – José Cardoso Pires, As Intermitências da Morte – José Saramago, A Trança de Inês – Rosa Lobato de Faria, Aventuras de João Sem Medo – José Gomes Ferreira, Aventuras de Sherlock Holmes – Arthur Conan Doyle, Balada da Praia dos Cães – José Cardoso Pires, € Capitães da Areia – Jorge Amado, Contos da Montanha – Miguel Torga, Enquanto Salazar Dormia… – Domingos Amaral, Gaibéus – Alves Redol, Gente Feliz com Lágrimas – João de Melo, Histórias Extraordinárias – Edgar Allan Poe, Mau Tempo no Canal – Vitorino Nemésio, Novos Contos da Montanha – Miguel Torga, O Anjo Ancorado – José Cardoso Pires, O Delfim – José Cardoso Pires, Primeiro as Senhoras – Mário Zambujal, Saber Emagrecer – Prof.ª Isabel do Carmo, Travessia de Verão – Truman Capote,
€ 13,50 € 13,50 € 13,50 €13,50 € 13,50 €13,50 €13,50 €13,50 €15,00 €13,50 €13,30 € 15,50 € 13,50 € 15,50 €13.50 €15,50 €13,50 €13,50 €13,50 €13,50 €15,50 €13.50
Clássícos do cinema português DVDs A Canção de Lisboa Rosa de Alfama Ribatejo João Ratão Ala Arriba O Crime da Aldeia Velha Fado História de uma Cantadeira Preço de cada filme: € 29,00 (inclusive custos de portes e despacho). Prazo de entrega: 2/3 semanas
A Vizinha do Lado O Leão da Estrela A Menina da Rádio O Costa do Castelo O Grande Elias Aldeia da Roupa Branca
Name /Nome Straße Nr / Rua
Preencha de forma legível, recorte e envie para: PORTUGAL POST SHOP Burgholzstr. 43 - 44145 Dortmund
PLZ /Cód. Postal Telefone
Ort. Datum. Unterschrift / Data e assinatura
Queiram enviar a minha encomenda à cobrança Queiram debitar na minha conta o valor da encomenda Ich ermächtige die fälligen Beträge von dem u.g. Konto abzubuchen.
Bankverbindung
NOTA DE ENCOMENDA Sim, desejo encomendar os seguintes livros, CDs,DVDs
Título
Kontonummer: Bankleitzahl: Datum: Unterschrift
Ort / Cidade
Soma
Preço
20
Vidas
PORTUGAL POST Nº 200 • Março 2011
A amizade é um grande valor Exmos Senhores, Grato pela vossas rubricas no jornal. Aprecio muito aquela parte de Vidas em que as pessoas contam o que se passou com elas. Muitas das histórias dão que pensar e ficamos a saber que na vida nem tudo são rosas e as pessoas têm de lutar muito para ultrapassar as suas dificuldades. O que me leva a vos escrever tem a ver não propriamente comigo mas com a gente da minha rua. Moro há cerca de 20 anos na mesma casa situada numa pequena rua na parte mais proletária da cidade, onde de resto vivem muitos estrangeiros. Mas na minha rua conheço apenas duas casas onde vivem não-alemães: a minha, onde eu vivo sozinho, e a de uma família libanesa. No prédio somos três inquilinos: eu, uma família com dois filhos já matelões e um inquilino que também vive só e fazia até há pouco tempo o trabalho de “Hausmeister” de nome Wolfgang com 75 anos de idade. Quando fui viver para o prédio ele já lá estava. O senhor Wolfgang (como eu o tratava) era um Hausmeister espectacular. Os seus dias passavaos numa garagem no quintal da casa transformada em oficina de todas as artes: carpintaria, serralharia e sei lá que mais. Sempre com um sorriso no rosto simpático e carinhoso, o Senhor Wolfgang era o farol da nossa rua. Era ele que ia visitar os doentes que estavam em casa; os idosos que não tinham ninguém para fazer as
compras ou para uma conversa para acompanhar uma cerveja. Era ele ainda que arranjava tudo daqueles que tinham pequenos problemas em casa. E quando não podia ele sabia dos meios para que as coisas aparecessem solucionadas sem que aqueles que eram ajudados tivessem de pagar qualquer coisa. À 7h00 da manhã já o Senhor Wolfgang se mantinha à porta da garagem cumprimentando as pessoas, limpando a rua, perguntado pela saúde de quem passa ou fazendo um pequeno giro pela rua de modo a fazer um levantamento das necessidades. Não discriminava ninguém e até as mulheres muçulmanas que passavam cobertas com as suas burkas ele cumprimentava com um sorriso. De manhã durante a sua rusga pela rua as pessoas idosas tinham que da janela dar sinal de que tudo estava bem e se não estavam ou não compareciam à janela, podia significar que estavam acamados ou não se sentiam bem. Em situações dessas o senhor Wolfgang tirava do bolso do seu fato trabalho de ganga com as eternas alças um montão enorme de chaves e sem pedir licença a ninguém entrava para se inteirar da situação. Digase, a este propósito, que ele tinha as chaves de todas, mas de todas as casas da rua, inclusive as minhas que lhe serviam para entrar e ver se estava tudo bem quando não me via durante dias. O meu passatempo com o Senhor Wolfgang era de vez em quando sentarmo-nos na garagem
Memória futura
a cavaquear à volta de um boa garrafa de vinho (normalmente português) acompanhado com umas lascas de presunto e de fatias de queijo que ele comia em minúsculos pedacinhos porque os dentes postiços não deixavam trincar e mastigar pedaços grandes de alimentos.. Ex-trabalhador da construção civil, o Senhor Wolfgang nunca foi de férias para qualquer lado e estou em crer que nunca saiu da sua cidade. Dificilmente ele saía dali do seu habitat e não ficaria de bem consigo se fosse passear e deixasse a rua à mercê de qualquer destino que ele não controlava. Com ele, a rua estava sempre um brinco e em se aproximando a primavera lá estava o Sr. Wolfgang com a sua enorme mangueira a lavar ou a esfregar a calçada, parando a actividade sempre que alguém passasse para dois dedos de conversa. Todos os dias, à hora do almoço, aí pelas 12h30, o Senhor Wolfgang entrava no prédio ao lado do nosso para ir almoçar com a sua amiga, uma viúva de fartos cabelos branco que lhe cozinhava, passava a ferro e lhe dava e retribuía os mimos que precisava tal como gostamos e podemos imaginar. Durante a tarde, aí até às 16h00, o Sr. Wolfgang voltava à sua oficina e dedicava-se a passar o tempo à volta das ferramentas de carpintaria, de serralharia e de reparação de quase tudo porque ele tinha jeito para tudo. A sua oficina era um lugar de
Nós queremos publicar aqui as fotografias que fazem viver as suas recordações das férias, na associação, no trabalho, com os amigos, no restaurante, nas festas, etc. O envio das fotos pode ser feito por e-mail ou por carta (com a garantia de restituirmos todas as fotos que recebermos)
1993 Esta foto tirada em 1993 nas instalações da Opel em Langendreier na primeiríssima reportagem que o PP fez e publicada na sua edição número zero. Trata-se de dois compatriotas que ao tempo trabalhava nas linhas de montagem da conhecida marca de automóveis na unidade Langendreier-Bochum. Passaram-se, entretanto, quase dezoito anos, dezoito anos que passaram por cima dos nossos dois compatriotas que devem hoje reviver esses tempos como bons por que na altura havia trabalho com fartura e não se falava de crise nem de desemprego assim por aí além.. Não se sabe se estes dois compatriotas ainda por cá andam e se andam vão olhar esta foto com saudades. Foto: PP
inspiração para os amantes do “faça você mesmo”. Ele era formões, goivas, grosas, plainas, lixas, esquadros, arcos pua, brocas e máquina diversas, berbequins, sutas, grampos, tornos, arranca pregos, martelos, escadas, material e ferramenta de canalizador; bicicletas à espera da sua vez para serem colocadas a funcionar, enfim, uma oficina preparada para tudo. Depois das 16h00 chegava o ritual do “Feierabend” e o tempo para saborear uma cerveja bebida por uma caneca de porcelana. A este momento se juntavam sempre algumas pessoas. Quando não era o caso, o Sr. Wolfgang punha um rádio antigo (que ele reparou) sintonizado com a músicas que ele gostava. Às vezes também me juntava a ele para festejar o “Feierabend” e bebia com ele um copo de cerveja acompanhado de uma conversa sobre coisas do seu mundo. No verão, quando o Sol queima, o Sr. Wolfgang punha-se em tronco nu estendido numa espécie de cadeirão de praia a apanhar os raios de sol que lhe faltavam no inverno, como, diga-se, acontece com todos nós.. Muitas vezes, estava eu em casa e era brindado com um farto prato de gulasch confeccionado pelo Sr. Wiofgang que ele me trazia para a ceia. Para retribuir, às vezes fritava-lhe sardinhas pequenas que ele gostava e que acompanhávamos com salada, pão e vinho. Às vezes, depois do Gulasch ou das sardelas fritas, punha-nos ali na cavaqueira sobre quase tudo. Ele tinha pena de mim porque sabia da história que se tinha passado com a minha ex-mulher. Mas isso é outra coisa. Até que... Até que houve um dia em que todos acharam estranho a ausência na rua do Sr.Wolfgang. Pela primeira vez não havia giro, nem o eco das palavras do Sr. Wolfgang a perguntar pela saúde e boa disposição de todos. Como um dia é um dia, as coisas passaram e ninguém deu importância à ausência repentina dele. Ao segundo dia aconteceu o mesmo e assim sucedeu durante quase uma semana. Toda a gente preocupava-se e eu vim a saber que ele tinha estado durante alguns dias de cama, sendo depois levado para o hospital por uma sua filha que às vezes o visitava. Não nos pareceu assim muito
surpreendente esta ida para o hospital do Sr. Wolfgang. É que afinal na sua idade aparecem às vezes esta ou aquela mazela que se ultrapassam com os novos milagres da medicina. Mas quando a ausência do Sr. Wolfgang ia já na terceira semana toda a gente se interrogava e como consequências dessas interrogações viemos todos a saber que ele estava gravemente doente com uma doença que não é para aqui chamada. Um dia, para nosso espanto, a garagem encontrava-se de novo aberta como nos velhos dias. Espreitando dei com a presença do meu amigo sentado e embrulhado em cobertores e rodeado por algumas pessoas. Foi um choque para mim ver o estado em que se encontrava; muito magro e irreconhecível, com o olhar triste e um sorriso forçado para me saudar quando me viu. Nada lhe perguntei, mas adivinhei que a sua situação era complicada . Um dia depois de uma azáfama inabitual no prédio eu dava conta de qualquer coisa que tinha conhecido. Quando cheguei nesse dia do trabalho fui avisado que o Sr. Wolfgang tinha falecido e que os médicos no hospital não conseguindo fazer nada mandaram-no para casa a seu pedido. E a seu pedido, deixaram-no passar as últimas horas na sua garagem em volta das suas ferramentas que nunca mais seriam por eles utilizadas. Desde aí para cá a rua nunca mais foi a mesma. Alguns dos idosos foram para lares da terceira idade porque já não tinham ninguém que olhassem por eles. A garagem deixou de ser oficina para ser ocupada por um carro descapotável. A calçada começou a estar suja e já não se ouviam as palavras do Sr. Wolfgang dirigidas a todos os que passavam ou se punham à janela para fazerem a previsão do dia, contar as aflições por que tinham passado durante a noite e eu tinha perdido um amigo e esse perder sentia com grande tristeza nos dias em que saia e não mais o tinha à minha frente para o saudar e ser contagiado pelo sorriso franco e bom do Sr. Wolfgang. Leitor identificado Pedimos aos leitores que nos enviam correspondência para esta rubrica para não se alongarem muito nos textos que escrevem. A redacção reserva o direito de condensar e de trabalhar os textos. Obrigado.
Passar o Tempo
PORTUGAL POST Nº 200 • Março 2011
CONSULTÓRIO ASTROLÓGICO E-mail: mariahelena@mariahelena.tv TELEFONE: 00 351 21 318 25 91
Previsões para Março de 2011
Por Maria Helena Martins
CARNEIRO Amor: Aja de acordo com as indicações do seu coração. Seja audaz no que diz respeito à conquista da sua felicidade. Saúde: É possível que uma doença do passado volte a surgir, prejudicando o seu sistema imunitário. Esteja alerta e tudo correrá pelo melhor. Dinheiro: Apesar de ser um mês positivo, poderá estar sujeito a alguns gastos inesperados. TOURO Amor: Acredite que o seu amor apenas tem olhos para si e fomente a cumplicidade entre ambos. Saúde: Tenha alguns cuidados e mentalize-se que a sua saúde não é de ferro. Dinheiro: As suas finanças denunciam alguns problemas. Esteja atento às suas fragilidades. GÉMEOS Amor: É uma boa altura para os nativos solteiros iniciarem um relacionamento estável. Saúde: O descanso e o exercício físico são fundamentais para conseguir aguentar a pressão exercida sobre si durante este mês. Dinheiro: Planifique a sua vida profissional para que possa ser mais organizado e rentabilizar o seu trabalho. CARANGUEJO Amor: Tente não se desentender com uma pessoa querida por meros boatos. Opte pelo diálogo e aja com sentido de justiça. Saúde: Apesar de as suas preocupações estarem voltadas para outros aspectos da sua vida, a saúde é algo que não poderá descurar durante este mês. Dinheiro: Poderá ter de ajudar al-
guém de quem gosta muito, através de um empréstimo financeiro. LEÃO Amor: Durante algum tempo tem feito progressos nesta área, mas não se iluda com alguém que conhece mal. Saúde: Neste período, poderá sentir o seu sistema imunitário mais fragilizado. Reduza o ritmo de trabalho. Dinheiro: Evite colocar em risco a sua reputação. Seja responsável e dedicado ao trabalho. VIRGEM Amor: Esforce-se por basear a sua relação em atitudes de diálogo e compreensão. Saúde: O desequilíbrio em que se encontra pode estar associado ao cansaço e à falta de exercício. Dinheiro: Desenvolva alguns dos seus projectos, pois esta é a melhor altura para os colocar em prática. BALANÇA Amor: As relações amorosas estão na ordem do dia, mas previna-se contra as falsas amizades. Saúde: Liberte-se um pouco do trabalho e da rotina diária e dê especial importância ao seu bem-estar. Dinheiro: O seu trabalho reflectir-seá na sua saúde e no modo como organiza a sua rotina diária. ESCORPIÃO Amor: Sentirá a necessidade de fazer alguns sacrifícios para manter o bemestar familiar. Saúde: Tendência para sentir uma ligeira indisposição que o conduzirá à redução do seu ritmo diário. Dinheiro: Poderá ter as condições necessárias para se dedicar a um pro-
jecto deixado na gaveta. SAGITÁRIO Amor: Dê especial atenção aos seus amigos, pois eles necessitarão da sua ajuda. Saúde: Afaste-se um pouco da sua rotina diária, tire uns dias de folga e restabeleça as suas energias. Dinheiro: Possibilidade de abraçar novos projectos profissionais que permitirão uma entrada extra de dinheiro. CAPRICÓRNIO Amor: Dê a si mesmo a oportunidade de a emoção estar mais presente na sua vida. Saúde: É um período excelente para melhorar a sua actividade física. Dinheiro: Aprimore o sentido de responsabilidade e competência e o seu reconhecimento será feito. AQUÁRIO Amor: Será alvo de muita atenção por parte de quem o rodeia. Saúde: Boa saúde e bem-estar serão as palavras-chave que o acompanharão ao longo de todo o mês. Dinheiro: A obtenção de dinheiro em áreas distintas daquela em que trabalha revelar-se-á uma boa opção que lhe possibilitará aumentar os seus rendimentos. PEIXES Amor: Altura ideal para efectuar a mudança que tanto necessita de fazer. Saúde: Canalize a sua energia para actividades de lazer. Faça apenas aquilo que realmente gosta. Dinheiro: Esforce-se por aumentar os níveis dos seus rendimentos, para conseguir melhorar a sua situação económica.
Iam dois gajos, a fazer disputas com os seus carros. Um com um Lamborghini Diablo, e o outro com um Ferrari F40. Entretanto, um deles, num desvio engana-se no caminho, e eles separam-se. O gajo do Ferrari, julgando que o outro tinha desistido, vai mais devagar, e com calma. Entretanto, vê um tipo num mini 1000, que estava a precisar de ajuda. - Então amigo, problemas com o carro? - Sim, algo com o carburador, isto não anda, será que me podia rebocar até à garagem mais próxima. - Tudo bem! Eles atam o mini ao Ferrari, e seguem viagem. Mais à frente, num outro cruzamento, o tipo do Lamborghini torna-se a juntar ao do Ferrari. Ao notar que este está a rebocar outro carro, abranda, e põe-se ao lado dele. O tipo do Ferrari, esquecendo-se do mini, acelera, e passa o Lamborghini. O gajo do Lamborghini torna-se a pôr ao lado, e assim sucessivamente, até ambos os carros atingirem grandes velocidades. O tipo do mini, que ia atrás, fartava-se de buzinar, mas ninguém o ouvia. Ao passarem por um polícia que estava na berma da estrada, este resolve notificar o chefe! - Chefe, estou a precisar de férias - Porquê? Ora diga lá. - Veja lá o chefe, que acabo de ver um Ferrari e um Lamborghini em plena disputa de velocidade, e ia um gajo num mini 1000 atrás, a apitar para ultrapassar. •••••••••••••••••••••••• Médico: Vá à janela e deite a língua de fora. Doente: Para quê? Médico: É que eu não gosto do tipo que mora aí em frente. •••••••••••••••••••••••••••• No médico: - Sr. Dr., se toco na perna dói-me, se toco no braço dói-me, se toco na cara dói-me. O que é que eu tenho? - Um dedo partido.
21
Encomenda de Livros Como Cortar Trabalhos de Bruxaria Formato: 14x21cm Páginas: 152 Preço: 25,00 € Um ritual de magia negra posto em acção contra alguém pode prejudicar avítima e destruir a sua vida de forma brusca e surpreendente. Todas as áreasestão sujeitas a ficar afectadas. Tudo à sua volta parece ruir. E, mais graveainda, a vítima de magia negra não consegue encontrar forças para reagir. Neste livro de carácter prático, a autora apresenta rituais fáceis de executar quepermitem criar uma aura de protecção.
Aprenda a Proteger-se Contra a Inveja e Mau-Olhado Formato: 15,5 X 23 cm Paginas: 156 Preço: 19,90 € Nas alturas de maior fragilidade, há que criar uma protecção efectiva contra os possíveis efeitos das energias negativas. Neste livro damos-lhe conhecimento de mantigos amuletos, fórmulas, rituais práticos, orações e rezas especiais mpara que possa repelir esse encantamento maligno.
Astrologia, Karma e Felicidade Preço, 20,99 €
Autor: Cristina Candeias A astróloga residente do programa "Praça da Alegria", de Jorge Gabriel, tornouse um fenómeno nacional, com as suas previsões em directo. Este é o seu primeiro livro. O livro que nos ensina a atravessar o deserto para encontrar o oásis e a felicidade plena. É necessário reflectir sobre quem fomos, o que somos e o que temos de vir a ser. Só depois de aceitarmos os nossos processos de mudança a vida se nos revelará.
Orações aos Anjos da Guarda Formato: 14 X 21 cm. Páginas: 144 Preço: 25,00 € Na primeira parte desta obra encontrará um vasto número de orações aos anjos da guarda, que certamente serão do seu inteiro agrado. Na segunda parte deliciar-se-á com a listagem completa dos 72 anjos protectores. Cada um destes anjos confere características particulares mao modo de ser e de amar dos seus protegidos.
Orações para Todos os Males Formato: 14x21cm Páginas: 90 Preço: 22,00 € Por razões de saúde, familiares, afectivas, materiais ou espirituais, todos mpassamos em algum momento por situações difíceis. Nesta obra encontrará uma centena de orações adequadas a cada caso. Orações para encontrar mcompanheiro/a, para conseguir casar-se com o seu namorado, pela paz da família, contra doenças, etc.
Cupão de Encomenda a: PORTUGAL POST SHOP na Pág.19
22
Classificados
Amizades e ™ Afins CAVALHEIRO Reformado,69 anos, boa apresentação, livre, sem vícios, não fumador a residir na Alemanha com vida estável deseja conhecer Senhora de boa índole amoráveldes, na casa dos 60, livre sem encargos para fins de amizade ou algo mais. Resposta a este jornal Refª 0103.
AMIZADE COM PORTUGUESA Alemã, 48, de Estugarda, procura Portuguesa para amizade e para melhorar o seu portugues (por correio ou pessoal). Idade e morada não importante. Gosto de cozinhar, ler, caminhar, aprender línguas, do teatro e da música (também portuguesa). Quem entra em contacto comigo? andrea.soprana@yahoo.de
Nota: Os anúncios para este espaço devem ser bem legíveis e dirigidos ao jornal devidamente identificados com nome, morada e telefone do/a anunciante. O custo para anunciar neste espaço é de 17,50. Aqueles que têm resposta ao jornal, o custo é de € 27,50. + Informações: 0231-8390289
PORTUGAL POST Nº 200 • Março 2011
Agência Eugénio
Cave Portuguesa Mercearia Fina Feinkost Azeites Bacalhau Enchidos Vinhos Vinagres Flor de Sal Cafés Chás Queijos Gambas Sardinha Mariscos Moluscos Mel português Etc
Um supermercado de Saudades Erkrather Strasse 206 40233 Düsseldorf Fon: 0211 - 984 77 37 Fax: 0211 - 984 77 38 www.cave-portuguesa.de info@cave-portuguesa.de
Seguros & Finanças
Poupança Reforma Particular: Para que nada lhe falte depois da sua vida profissional Informe-se. Teremos todo o gosto em o/a esclarecer. Kieferstr, 16 - 44225 Dortmund Tel.0231 - 2264054 - Fax 0231 - 2264053 Telm: 0172 - 5361314 E-mail: eugenio@online.de
www. EMS-SAT. com
Agente TV Cabo e MEO Venda e instalação de TV Cabo ZON e MEO antenas colectivas e individuais e contratos oficiais Venda de receptores digitais
Créditos Financiamos habitação ou privado Consolidamos créditos mesmo para pessoas com problemas bancários (todos num só com redução até 40% na prestação mensal) Contactos: 0173 - 5182331 00351 - 916565926
Catarina Tavares Advogada em Portugal Rua Castilho, n.º 44, 7º 1250-071 Lisboa advogados@bpo.pt Telf.: + 351 21 370 00 00
MUDANÇAS TONECAS Transportes de automóveise
Assistência Técnica ao domicilio
Contactos Alemanha: 0299 - 1908704 0171 3621398 Portugal: 00351 - 919 517 646
VENDE-SE
Adesões Tv Cabo ZON e Meo Mais informações: 0171 2123985 + 02931 4358 Fax: 02391-4359 Emai: info@ems-sat.com
Werbung kostet Geld, keine werbung kostet Kunden!
Apartamento T 4 –Duplex, com vista para o mar situado a100 metros da praia, na Pedra do Ouro, São Pedro de Muel, vende-se por bom preço. Um bom investimento. Os interessados devem contactar o proprietário através dos seguintes número de telefone: Alemanha: 0299 – 1908704 • 0171 3621398. Portugal: 00351 - 919 517 646
ao vosso Transportes Martins Sempre dispor para
Quer ser um Correspondente do nosso jornal Se gosta de escrever e gostaria de pertencer à redacção do PORTUGAL POST Fale connosco! Ligue-nos: 0231-83990289
portugalpost@free.de
transporte de mercadorias e mudanças Alemanha Portugal - Alemanha Contacto: Sr. Martins: Tel. e Fax: 06078-71444 • Mobil 0173 8694195
ZONA DE SEIA OPORTUNIDADE DE NEGOCIO PARA REGRESSO A PORTUGAL Trespassa-se supermercado com +/- 220M2 area de venda + 100M2 de armazém, contactar o próprio tel. 00351 919350392.
Agência funerária W. Fernandes Serviço 24h Tel. 0231 / 2253926 Fax: 0231 / 2253927 Funerais para Portugal e outros países, tratamos de toda a documentação.
Leia e Ganhe 3 maravilhosas viagens à Ilha da Madeira, Lisboa e /ou Alentejo! Assine e receba o jornal em sua casa e habilite-se a passar uma semanha na Madeira, Lisboa ou Alentejo com viagens e estadia por nossa conta
1º Prémio
2º Prémio
3º Prémio
Uma semana (sete dias) para duas pessoas na Ilha da Madeira com alojamento nas seguintes unidades hoteleiras: • Quintinha de São João - 3 noites • Quinta da Rocha - 2 noites • Quinta Albatroz - Noites
Uma semana (sete dias) para duas pessoas em Lisboa com estadia no Hotel Mundial **** situado na baixa de Lisboa:
Uma semana (sete dias) para duas pessoas no Alentejo repartidas pelas seguintes unidades:
• A viagem é assegurada pela TAP Portugal a partir de um dos aeroportos onde a TAP opera. • A viatura de aluguer é assegurada pela AVIS Ren-a-Car
• A viagem é assegurada pela TAP Portugal a partir de um dos aeroportos na Alemanha onde a companhia opera.
Campo Maior – Hotel Sta. Beatriz – 2 noites 1 duplo BB Évora – Quinta da Espada – 3 noites – 1 duplo BB Pias – Albergaria Bética – 2 noites – 1 dplo BB
• A viagem é assegurada pela TAP Portugal a partir de um dos aeroportos na Alemanha onde a companhia opera.
O Jornal PORTUGAL POST, com sede em Dortmund, promove um sorteio integrado na campanha do seu 18º aniversário denominada Leia e Ganhe, cujo regulamento se regerá pelas seguintas clausulas: 1º - São três os prémios a sortear entre todos que subscreverem o jornal por um ano: 1º Uma vigem à Ilha da Madeira (voo e estadia durante sete dias para duas pessoas e carro de aluguer); 2º Uma viagem a Lisboa com voo e estadia em hotel durante sete dias; 3º Uma viagem ao Alentejo com voo e estadia durante sete dias; 2º O prazo do concurso decorre de 1 de Março a 31 de Abril. 3º A este concurso poderão concorrer todos os leitores do jornal maiores de 18 anos, sem distinção de nacionalidade ou local de residência, excluindo-se os empregados, colaboradores e correspondentes do jornal; 3º Para participar neste concurso, os concorrentes terão de subscrever uma assinatural anual do PORTUGAL POST no valor de € 20,45 / ano 4º As assinaturas dos leitores renovadas durante o período em que decorre este concurso são considerada para efeitos de sorteio; 5º O sorteio final, excluindo-se as vias jurídicas, terá lugar no 15 de Maio de 2011por extracção na presença de testemunhas que podem ser nomeadas pelas empresas patrocinadoras deste concurso. 5º Todos os contemplados serão informados via postal, sendo os respectivos nomes publicados na edição de Junho 2011 6º Os leitores contemplados devem gozar os prémios durante períodos a combinar com as unidades hoteleiras e TAP.
Assine e receba o seu jornal por apenas 20,45€ / Ano Preencha de forma legível, recorte e envie este cupão para: PORTUGAL POST- Assinaturas Burgholzstr. 43 - 44145 Dortmund
Habilite-se a 3 viagens de sonho a Portugal continental e Ilha da Madeira
Sim, quero assinar o PORTUGAL POST Meios de pagamento disponíveis Através de cheque à ordem de PORTUGAL POST VERLAG, transferência bancária ou, se preferir, pode pagar por débito na sua conta bancária
Nome Morada Cód. Postal Telef.
Cidade Data/ Assinatura
Data Nasc.: Se preferir, pode pagar a sua assinatura através de débito na sua conta. Meio de pagamento não obrigatório
ICH ERMÄCHTIGE DIE FÄLLIGEN BETRÄGE VON DEM U.G. KONTO ABZUBUCHEN. Bankverbindung Kontonummer: Bankleitzahl: Datum: Unterschrift
Widerruf Mir ist bekannt, dass ich diese Bestellung ohne Begründung innerhalb von 14 Tagen schriftlich bei der Portugal Post - Aboabteilung, Burgholzstr. 43 - 44145 Dortmund widerrufen kann. Zur Fristwahrung genügt die rechtzeitige Absendung. Das Abo verlängert sich um den angegebenen Zahlungzeitraum zum gültigen Bezugspreis, wenn es nicht drei Wochen vor Ablauf schriftlich gekündigt wird.
#
Regulamento
Fax: 0231 - 83 90 351 Tel.: 0231 - 83 90 289 correio@free.de