Portugal Post Fevreiro 2010

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PORTUGAL POST Director: Mário G. M. dos Santos ANO XVI • Nº 187 • Fevereiro 2010 • Publicação mensal • 2.00 € Portugal Post Verlag, Burgholzstr. 43 • 44145 Dortmund • Tel.: 0231-83 90 289 • Telefax 0231- 8390351•E Mail: correio@free.de •www. portugalpost.de •K 25853 •ISSN 0340-3718

Leia nesta edição

Desemprego gera graves problemas sociais e preocupa comunidade portuguesa na Alemanha

Parlamento Deputado Paulo Pisco questiona estratégia da RTPi e RTP África Página 4

Vice-Cônsul de Portugal em Frankfurt ao PP: Vou tentar simplificar alguns procedimentos nos serviços consulares Página 10

Osnabrück Conselho Consultivo junto do Vice-Consulado já tomou posse Página 9ß

Lusofonia Entrevista com Emanuel Bettencourt, cabo-verdiano, mestre de artes marciais em Hamburgo dpa

Página 10

Secretário de Estado das Comunidades reactiva permanências consulares em Singen e Munique Página 7

Artigo de Opinião do Deputado Carlos Gonçalves O futuro das Comunidades Portuguesas e o papel do Associativismo Página 5

Presidente do Instituto Camões garante

Ensino do português no estrangeiro como língua materna não vai acabar

Instituto Camões tem 33 milhões de euros para ensino português no estrangeiro Página 4 Publicidade

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PORTUGAL POST nº 187 • Fevereiro 2010

PORTUGAL POST

Editorial Mário dos Santos

Agraciado com a medalha da Liberdade e Democracia da Assembleia da República Fundado em 1993 DIRECTOR: MÁRIO DOS SANTOS

CORRESPONDENTES ALFREDO CARDOSO: MÜNSTER ANTÓNIO HORTA: GELSENKIRCHEN JOÃO FERREIRA: SINGEN JORGE MARTINS RITA: ESTUGARDA JOSÉ PINTO NASCIMENTO: DÜSSELDORF KOTA NGINGAS: DORTMUND MANUEL ABRANTES: WEILHEIM -TECK MARIA DOS ANJOS SANTOS - HAMBURGO MICHAELA AZEVEDO FERREIRA: BONA ZULMIRA QUEIROZ: GROß-UMSTADT COLUNISTAS ANTÒNIO JUSTO: KASSEL CARLOS GONÇALVES: LISBOA DORA MOURINHO: ESSEN FERNANDA LEITÃO: TORONTO JOSÉ EDUARDO: FRANKFURT JOSÉ VALGODE: LANGENFELD LAGOA DA SILVA: LISBOA LUIS BARREIRA, LUXEMBURGO MARCO BERTOLOSO: COLÓNIA MARIA DE LURDES APEL: BRAUNSCHWEIG PAULO PISCO: LISBOA RUI MENDES: AUGSBURG RUI PAZ: DÜSSELDORF TERESA COLAÇO: COLÓNIA ASSUNTOS SOCIAIS JOSÉ GOMES RODRIGUES: ASSISTENTE SOCIAL CONSULTÓRIO JURIDICO CATARINA TAVARES: ADVOGADA MICHAELA A. FERREIRA: ADVOGADA MIGUEL KRAG: ADVOGADO FOTÓGRAFOS: PAULO FERREIRA E FERNANDO SOARES AGÊNCIAS: LUSA. DPA IMPRESSÃO: PORTUGAL POST VERLAG

Prioridades

12%

era a taxa de desemprego verificada entre a comunidade portuguesa há cerca de um ano. Olhando para a situação que a Alemanha atravessa, não é crível que o número tenha diminuído. 12 % é um número elevado. È muita gente que se debate com o pesadelo do desemprego, que traz consigo problemas de sobrevivência social que muito dificulta o dia-a-dia de quem se vê confrontado com a situação. Este é sem dúvida o maior problema com que a comunidade se debate e que está a passar ao lado de quem tem responsabilidades em prestar apoio social aos

REGISTO LEGAL: PORTUGAL POST JORNAL DA COMUNIDADE PORTUGUESA NA ALEMANHA ISSN 0340-3718 • K 25853 PROPRIEDADE PORTUGAL POST VERLAG REGISTO COMMERCIAL HRA 13654 OS TEXTOS PUBLICADOS NA RÚBRICA OPINIÃO SÃO DA EXCLUSIVA RESPONSABILIDADE DE QUEM OS ASSINA E NÃO VEICULAM QUALQUER POSIÇÃO DO JORNAL PORTUGAL POST

Quem ler o comunicado do CCP a propósito dos assuntos discutidos nessa reunião fica-se com uma impressão inquietante de um déjà vu, isto para não dizer uma sensação de vazio. É, pois, tempo do CCP eleger a questão do apoio e ajuda social que os consulados (não) dão como questão primeira das suas actuais preocupações e de criar prioridades que não sejam movidos por outros interesses. Os mais de 12% de desempregados constituem um problema que deve merecer uma preocupação de todos quantos se empenham e se interessam pelos verdadeiros problemas da Comunidade.

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portugueses e daqueles que pensam ser lideres da comunidade, bem como dos elementos membros do Conselho das Comunidades Portuguesas que até hoje não tomaram nenhuma posição face a esta situação. Basta ver as questões debatidas nos últimos encontros que o CCP manteve com o Embaixador de Portugal e os cônsules em que o problema do desemprego entre a comunidade não é falado e se dá à questão do apoio e ajuda social a importância de uma nota de roda-pé quando esta seria uma questão, a principal questão, de uma reunião dessa importância.

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REDACÇÃO E COLABORADORES CRISTINA KRIPPAHL: BONA FRANCISCO ASSUNÇÃO: BERLIM FERNANDO A. RIBEIRO: ESTUGARDA HELENA GOUVEIA: BONA JOAQUIM PEITO: HANNOVER LUÍSA COSTA HÖLZL: MUNIQUE

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PORTUGAL POST nº 187 • Fevereiro 2010

D ESTAQUE

A crise como oportunidade No final 2008, a taxa de desemprego portuguesa neste país alcançava 12%, um valor muito mais elevado do que a média alemã .

Cristina Krippahl

Em Janeiro, uma notícia fez estremecer o país: segundo dados oficiais, em 2009 a economia alemã sofreu uma contracção de 5% do Produto Interno Bruto (PIB), um novo recorde negativo desde o início dos anos 30 do século passado. Por ter uma economia dependente da exportação, a Alemanha foi atingida com particular rigor pela crise mundial, despoletada por especulações dos bancos nos países ricos, que oscilaram entre o incompetente e o criminoso. Só por si, a notícia não é motivo de alarme. É verdade que 5% de 2 400 mil milhões de euros são uma soma considerável. Mas um país tão rico como a Alemanha não se afunda por tão pouco. A prová-lo estão os valores astronómicos que o Estado gastou no

ano passado para salvar bancos, empresas e postos de trabalho, e que estão na origem de um défice orçamental de 6% previsto para 2010 e 3,2% para 2009. No contexto desta crise profunda, o prognóstico de um aumento de meio milhão de desempregados em 2010 aparece como um efeito secundário moderado.Tanto mais que os analistas já vêem uma luz ao fundo do túnel e falam de uma retoma incipiente – projectando um crescimento até 2% do PIB

para o próximo ano - embora ela só venha a tomar balanço a partir de 2012. E tanto o défice orçamental como a dívida do Estado ficam muito aquém dos valores registados noutros países da União Monetária, nomeadamente Portugal, com um buraco nas finanças públicas avaliado em 9,3% em 2009, com tendência a agravar. No entanto, também na Alemanha há um problema premente que ficou por resolver e pode vir a pôr seriamente em causa a re-

cuperação. Mais uma vez, ele parte dos bancos. Ninguém sabe ao certo o volume de activos chamados «tóxicos» que os bancos guardam nos seus cofres-fortes. O Governo alemão criou o instrumento dos «bad banks» para retirar esses activos às instituições financeiras ás custas do contribuinte. Mas os bancos discordam das condições e não recorreram a esta assistência, criando um clima de continuada incerteza, que se reflecte, sobretudo, na prática de concessão de créditos: ninguém se atreve a emprestar dinheiro, o que pode ter consequências graves para o sector privado, e, por consequência, para o mercado de trabalho. Como é habitual nestas situações, a crise é particularmente perniciosa para as comunidades estrangeiras na Alemanha, e os portugueses não são excepção. Caso o desemprego se agrave, serão os imigrantes os mais atingidos. No final de 2008, a taxa de desemprego portuguesa neste país alcançava cerca de 12%, um valor muito mais elevado do que a média alemã. A explicação é simples e conhecida: em tempos

de crise, a mão-de-obra-não qualificada ou de baixa qualificação é a primeira a sofrer. Como qualquer crise, também esta pode ser uma oportunidade. Mas só se finalmente nos consciencializarmos da importância que têm o ensino e a formação, e da vantagem que representa em qualquer mercado de trabalho o domínio perfeito de duas línguas. Embora seja ingénuo pensar que a qualificação resolverá todos os problemas das comunidades estrangeiras na Alemanha, a verdade é que sem ela não se resolverá nenhum. E também não vale a pena esperar pelo anunciado corte de impostos como via para uma melhoria da qualidade de vida. Perante o cenário conjuntural, o debate actual em torno da redução exigida pelo partido liberal FDP, parceiro na coligação berlinense, assume contornos fantasistas. A situação permitirá, quanto muito, algumas medidas de cosmética, para evitar perder a face e garantir a reeleição do governo conservador-liberal na Renânia do Norte-Vestefália, infelizmente a maior preocupação actual da coligação em Berlim.

Desemprego em Portugal

As burocracias na vida de um desempregado Há mais de dois anos, de 15 em 15 dias, Conceição Costa apresenta-se na junta de freguesia de São Cosme do Vale, em Famalicão, cumprindo uma das regras a que os beneficiários do subsídio de desemprego estão sujeitos. A ex-funcionária da Chenillatex aproveita a boleia do marido, que também trabalhava na têxtil da Maia, para poupar nas despesas até porque, explica, „se fosse de transportes públicos, tinha de fazer os últimos dois quilómetros a pé“. Para Conceição Costa, „o pior é andar a bater à porta das empresas à procura de emprego“, referindo-se à obrigação, introduzida pelo Decreto-Lei n.º 220/2006, dos beneficiários do subsídio de desemprego fazerem prova da „procura activa“ de emprego. „Em algumas empresas não nos deixam entrar e em outras não nos preenchem o documento, porque anda muita gente à procura do

mesmo“, conta, acrescentando que „procurar emprego é como procurar uma agulha num palheiro“. Conceição Costa considera que „se a situação é difícil para todos os desempregados“, a sua idade coloca dificuldades acrescidas, porque, diz, „ninguém dá emprego a pessoas com mais de 40 anos“. Para Carlos Fonseca, a obriga-

ção de fazer prova da procura de emprego não é um problema, porque responde a „uma montanha de anúncios na Internet“, sendo emitido um comprovativo por candidatura. „Só respondo aos anúncios a que considero que posso desempenhar uma boa função, mas mesmo assim são muito mais do que os exigidos“, revela. Desempregado há 18 meses, teve que criar uma rotina para não se esquecer da data das apresentações na Junta de Freguesia de Lavra, a mais próxima da área de residência. „No princípio, tinha dificuldade em lembrar-me da data e houve uma vez que não compareci“, conta, explicando que, desde então, estipulou que à segunda-feira, de 15 em 15 dias, vai apresentar-se para „evitar a confusão das datas“. Nuno Palos está a trabalhar desde Novembro, mas durante 15 meses viveu as rotinas de um desempregado, que considera „são burocracias muito simples“, mas re-

fere-se à obrigação de comparecer quinzenalmente como „prisão domiciliária“. Para não se esquecer da data da apresentação, o licenciado em Contabilidade e Administração recorria aos alertas dos telemóveis e dos computadores, porque, conta, „foime metido medo de que se faltasse podia ver o subsídio de desemprego suspenso“. Em relação a fazer prova da procura de emprego, Nuno Palos percebe o espírito da legislação: „É um subsídio que deve ser entendido como um balão de oxigénio para uma rápida reinserção e, se a pessoa não fizer o mínimo esforço, não faz sentido“. Aos 36 anos, Nuno reingressou no mercado de trabalho, através de „contactos da rede de amigos“, mas, conta, nos últimos meses, era cada vez menos exigente na busca de empregos. „A partir de algum tempo, convém baixar a bitola e não ligar tanto à função nem à remuneração“, acrescenta.

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Nacional & Comunidades

PORTUGAL POST nº 187 • Fevereiro 2010

Instituto Camões tem 33 milhões de euros Deputado Paulo Pisco questiona estratégia da RTPi e RTP África para ensino português no estrangeiro O Instituto Camões (IC) tem 33 milhões de euros para gerir o Ensino do Português no Estrangeiro (EPE) durante este ano lectivo, anunciou o secretário de Estado das Comunidades, António Braga. „Trinta e três milhões de euros é o valor do envelope financeiro que veio do Ministério da Educação para o IC“ no âmbito da passagem da tutela do EPE para o Instituto Camões, disse o governante. António Braga falava na comissão dos Negócios Estrangeiros e das Comunidades Portuguesas, no Parlamento, onde esteve a apresentar as prioridades para 2010 na área da Emigração. Assumindo que o EPE é uma das grandes prioridades, o secretário de Estado disse que o Ensino do Português no Estrangeiro pode também beneficiar de parte dos 30 milhões de euros do Fundo da Língua Portuguesa. „O Fundo da Língua Portuguesa divide-se em três pilares: internacionalização da língua, CPLP e comunidades portuguesas“, disse o governante. O secretário de Estado reafirmou ainda a intenção de alargar a rede do EPE aos Estados Unidos e ao Canadá, a partir do próximo ano

lectivo. Na comissão, o governante prometeu ainda um „engajamento mais forte de Portugal no Instituto Internacional de Língua Portuguesa da CPLP“. A segunda grande prioridade do secretário de Estado para este ano prende-se com o programa Netinveste, para o qual foram atribuídos quatro milhões de euros no âmbito do QREN (Quadro de Referência Estratégico Nacional). „É uma plataforma para empresários de origem portuguesa“, disse António Braga, acrescentando que „existem mais de 120 mil empresários portugueses no mundo, 20 mil dos quais são grandes empresas“. Segundo António Braga, este programa „pode significar uma mais-valia na internacionalização das Pequenas e Médias Empresas“. Na sua intervenção, o deputado do PS pela Europa, Paulo Pisco, saudou a expansão da rede do ensino português e a importância do Netinveste, mas defendeu a necessidade de se fazerem alterações aos instrumentos para apoio aos portugueses mais necessitados. Por seu lado, o deputado do PSD pela Europa, Carlos Gonçalves, sublinhou que os anúncios do secretário de Estado não são novi-

dade, mas projectos adiados, referindo-se ao Netinveste e à expansão da rede de ensino. O deputado social-democrata referiu-se ainda sobre matérias como os quiosques consulares, os fluxos migratórios, o associativismo, os luso-eleitos e a comunicação social nas comunidades. „Os serviços públicos que servem as comunidades devem ser uma das claras preocupações do Governo e o trabalho de informação da RTP e da Lusa é claramente insuficiente dada a importância da política externa para as nossas comunidades“, afirmou. Os fluxos migratórios foram também um dos temas abordados pelo deputado do CDS-PP, Hélder Amaral, que viu com „agrado“ algumas das medidas anunciadas por António Braga. José Manuel Pureza, do Bloco de Esquerda, também levantou algumas questões relativamente aos portugueses que estão a ir para o estrangeiro, nomeadamente o impacto que têm nos países de acolhimento. Por seu lado, o deputado José Soeiro, do PCP, mostrou-se preocupado com a falta de condições com que os professores de português no estrangeiro se debatem.

Presidente do Instituto Camões garante que ensino do português no estrangeiro como língua materna não vai acabar A presidente do Instituto Camões,Ana Paula Laborinho, garantiu aos conselheiros das Comunidades Portuguesas que o Ensino do Português no Estrangeiro (EPE) enquanto língua materna não vai acabar. „Nada será encerrado no que se refere ao EPE“, assegurou a responsável no final de uma reunião com o Conselho Permanente das Comunidades Portuguesas (CPCP). Em declarações aos jornalistas, Ana Paula Laborinho afirmou que „nada será descontinuado“ e que o objectivo é fazer um „reforço da rede que agora chegou ao Instituto Camões“. A articulação da rede, a dignificação do português e a certificação dos cursos de português (no estrangeiro) são outros dos objectivos do IC, indicou. Ana Paula Laborinho defendeu ainda que há uma rede do IC que „pode ser aproveitada para o EPE“, nomeadamente o Centro Virtual e os cursos de ensino à distância que estão a ser desenvolvidos. Na reunião, a presidente do IC disse ainda aos conselheiros que o Instituto Camões não vai ter „mais meios“ para o EPE, pelo que tem de se „aproveitar melhor esses

O deputado socialista Paulo Pisco quer que a RTP diga ao Parlamento se vai redefinir a estratégia de programação dos canais internacionais, defendendo que a actual suscita pouco interesse nas novas gerações de portugueses espalhados pelo mundo. Num requerimento entregue na Assembleia da República, o deputado refere que na RTP Internacional „não há um jornalismo de e para as comunidades, nem tão pouco é visível a promoção e reconhecimento dos muitos valores que existem nas comunidades em todos os domínios da vida em sociedade“. “Nota-se falta capacidade para suscitar o interesse das novas gerações de portugueses espalhados pelo mundo, falta a dimensão cívica e política fundamental para a afirmação das nossas comunidades e não se vê preocupação no estreitamento dos laços económicos entre os empresários da diáspora e Portugal e vice-versa“, refere o deputado no requerimento. O deputado socialista considera ainda que „não existe na RTP-África uma verdadeira promoção da cooperação e dos laços históricos e culturais“ que ligam Portugal aos países que falam português, particularmente junto de todos os parceiros na CPLP. Embora reconheça alguma evolução na diversificação de programas, Paulo Pisco considera que a grelha actual permanece, aparentemente, sem qualquer definição de objectivos estratégicos e está muito

longe de competir com canais internacionais de outros países.? Para o deputado Paulo Pisco, esta situação não é consentânea com a necessidade de utilizar os canais internacionais, tanto a RTP-I como a RTP-África, como um verdadeiro serviço público de televisão. Partindo desta análise sobre a situação da RTP Internacional, o deputado socialista requer à administração da RTP que esclareça se está a equacionar redefinir a estratégia no que respeita às modalidades e programas informativos/noticiosos ou de entretenimento direccionados para as antenas internacionais. O deputado quer ainda que a RTP explique se tem prevista alguma alteração nos conteúdos e, em caso afirmativo, em que sentido. Questionada pela Lusa sobre este requerimento, a porta-voz da administração da RTP disse que a empresa não tinha ainda conhecimento oficial deste documento „mas quando o tiver tomará uma posição se assim o entender“.

Governo português distribui filmes na diáspora

Ana Paula Laborinho, a npva presidente do Instituto Camões

meios“. À saída da reunião, o presidente do CPCP, Fernando Gomes, mostrou estar mais descansado com a garantia da continuação do EPE como língua materna e satisfeito com a aproximação daquele órgão ao IC. „A partir de agora, o Conselho das Comunidades Portuguesas (CCP) tem uma relação próxima, como parceiro na divulgação da língua portuguesa“, disse o conselheiro, afirmando que essa parceria vai traduzir-se em quatro encontros anuais. Para Fernando Gomes, a mais valia do CCP é os seus membros estarem no terreno, conhecerem a realidade e saberem como „melhor aproveitar os recursos“. Para os restantes dois dias de reunião, o presidente do CCP des-

tacou o Conselho da Juventude (que nunca foi constituído) e os conselhos consultivos criados pelo Governo como temas a debater. „Os conselhos consultivos foram feitos às nossas costas. Funcionam paralelamente ao CCP. Estamos a duplicar funções e responsabilidades. Então (o secretário de Estado das Comunidades) que acabe com o CCP se tiver coragem. Questionado sobre a decisão do Supremo Tribunal Administrativo de rever o processo de eleição do CCP, que tinha sido impugnado e posteriormente validado pela justiça, Fernando Gomes disse tratarse de um „falso problema“. „Temos acta e regulamento (da eleição). Estou completamente tranquilo“, disse.

O Governo português assinou um protocolo com Instituto do Cinema e Audiovisual (ICA) que prevê a distribuição de milhares de DVD às comunidades portuguesas, informou o gabinete do secretário de Estado das Comunidades, António Braga. Um total de 28.729 DVD - que correspondem a 49 filmes - serão cedidos a título gratuito à Direcção-Geral dos Assuntos Consulares e Comunidades Portuguesas (DGACCP) e destinados às comunidades portuguesas e a entidades a elas ligadas e interessadas na promoção e divulgação do cinema português. Entre os títulos estão Canção de Lisboa, Aldeia da Roupa Branca, Branca de Neve, Crónica dos Bons Malandros, Frei Luís de Sousa, Non ou a Vã Glória de Mandar, O Costa do Castelo, Recordações da Casa Amarela, Vale Abraão e o Leão da Estrela. „Este protocolo é estabelecido na sequência de um outro assinado

com a Casa da Moeda que estabeleceu a cedência de 400.000 livros para o mesmo fim“, referiu a mesma fonte. „O secretário de Estado das Comunidades, António Braga, congratulou-se por mais esta iniciativa e pela disponibilidade demonstrada pelo ICA em contribuir gratuitamente para a difusão do cinema português junto dos nossos compatriotas residentes no estrangeiro“, indicou ainda a mesma fonte. „É com imensa satisfação que verifico que hoje instituições ligadas à cultura cada vez mais estão atentas ao imenso mercado que representam os cidadãos portugueses espalhados pelo mundo, enquanto potenciais consumidores e divulgadores da nossa cultura junto dos países de acolhimento“, declarou António Braga. Assinaram o documento, o director do ICA, José Pedro Ribeiro e o sub-director Geral da DGACCP, Teotónio Pereira.


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Conselho Permanente “regista garantias”sobre ensino de português no estrangeiro O Conselho Permanente das Comunidades Portuguesas (CPCP) registou „as garantias“ dadas pelo Governo e pela presidente do Instituto Camões para a manutenção do ensino do português no estrangeiro enquanto língua materna dos emigrantes. Após três dias de reuniões em Lisboa, o Conselho Permanente aprovou um Programa de Acção para 2010 orientado por „seis eixos operacionais“, um dos quais no sentido de „prosseguir esforços para que a nova lei sobre o sistema eleitoral referente às comunidades contemple disposições que harmonizem a realização dos diversos actos eleitorais e inclua disposições diversificadas que facilitem a participação eleitoral das comunidades“. No final dos trabalhos no Parlamento, Fernando Gomes (presidente do CPCP) e António Fonseca (vice-presidente) divulgaram o Programa de Acção para 2010 que

Os membros do Conselho Permanente do Conselho das Comunidades Portuguesas foram recebidos no Palácio de Belém pelo Presidente da República

prevê também a apresentação de „propostas em matéria de reforço associativo nas comunidades, em particular na vertente de formação dos jovens dirigentes que visem salvaguardar e renovar as estruturas associativas nas comunidades“. De igual modo, foi decidido „prosseguir esforços para que o CCP tenha representação no Conselho de Opinião da RTP“. No documento final do CPCP, ficou ainda decidido „acompanhar a prossecução das atribuições dadas pelo novo regulamento consular aos responsáveis das missões diplomáticas em matéria de promoção cultural, social e protecção ao

cidadão e que seja feito o acompanhamento da implementação das atribuições previstas no novo regulamento consular. Acompanhar a prossecução do Programa Nacional do Ano Europeu de Combate à pobreza e à Exclusão Social é outro dos eixos operacionais aprovados pelo CPCP. Quanto ao ensino do português no estrangeiro como língua materna, os responsáveis do CPCP registaram as garantias dadas pelo secretário de Estado das Comunidades, António Braga, e pela presidente do Instituto Camões, Ana Paula Laborinho, de que isso não vai acabar.

O CPCP decidiu, neste domínio, solicitar que seja realizado o acompanhamento prioritário da „implementação da nova estratégia do Ensino do Português no Estrangeiro (EPE) junto dos responsáveis das missões diplomáticas, de forma a podermos transmitir as eventuais dificuldades encontradas na prossecução das garantias dadas em matéria de continuidade do ensino do português como língua materna junto das Comunidades. Entre outros pontos importantes aprovados, está a consideração de que a perspectiva apresentada pelo secretário de Estado das Comunidades Portuguesas de que o

CCP não terá dotação própria no orçamento do Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) é „inédita e grave“. O Conselho Permanente das Comunidades Portuguesas decidiu usar das suas competências e intervir junto dos órgãos de soberania para a lei sobre esta matéria „seja respeitada e cumprida“. Por último, estando prevista uma revisão constitucional em 2011, ficou decidido que o CPCP articulará com a sua Comissão da Especialidade e irá „prosseguir a anterior reflexão do CPP no sentido da inclusão deste na próxima revisão“ da Lei Fundamental do país.

Orçamento de Estado 2010:

Emigrar

MNE com mais 41,9 milhões de euros graças a tutela do ensino do português no estrangeiro

Portugal encabeça lista de comunidades imigrantes em França e no Luxemburgo

O Ministério dos Negócios Estrangeiros vai dispor em 2010 de mais 41,9 milhões de euros devido sobretudo à integração do ensino de português no estrangeiro nas competências do Instituto Camões, segundo a proposta de Orçamento do Estado. Em 2010, o MNE vai contar com 406,2 milhões de euros, mais 41,9 milhões (ou 11,5 por cento) do que gastou em 2009. Em termos globais, o orçamento do MNE representa 0,7 por cento da despesa total do Estado e 0,2 por cento do Produto Interno Bruto (PIB). Este aumento deve-se, segundo o documento, à integração nas atribuições do Instituto Camões do ensino do português no estrangeiro, até agora tutelado pelo Ministério da Educação. A integração decorre da aplicação da lei orgânica do MNE e visa reforçar a promoção da Língua Portuguesa, eleita como prioritária pelo Governo. O Instituto, que com a entrada

em vigor da sua nova lei orgânica passou a gozar de autonomia administrativa e financeira, tem para 2009 um orçamento de 45,7 milhões de euros. O capítulo dos investimentos tem em 2010 uma dotação de 14,4 milhões de euros destinados a financiar projectos em curso como o consulado virtual ou a informatização do sistema de gestão consu-

lar e novos projectos como a modernização da rede consular nas áreas de registo e identificação civil e a remodelação e apetrechamento das instalações do MNE. A proposta de Orçamento de Estado refere que a verba para investimentos do plano é 67,4 por cento superior à executada em 2009, de 8,6 milhões, execução que ficou aquém da verba prevista Orçamento do Estado para 2009, que

era de 14,8 milhões de euros. O Fundo para as Relações Internacionais, um fundo autónomo do MNE destinado a acções sociais, culturais, económicas e comerciais junto das Comunidades Portuguesas, vai contar em 2010 com menos 2,2 milhões de euros, uma redução de 9,5 por cento em relação aos 23,2 milhões gastos em 2009. Esta redução deve-se, segundo o documento, à aplicação de parte das verbas recolhidas em 2008 no financiamento de „acções diplomáticas extraordinárias“ como a XIX Cimeira Ibero-Americana de 2009 e a Exposição Mundial de Xangai em 2010. Quase metade (45,7 por cento) da despesa consolidada do MNE destina-se aos encargos com pessoal, que correspondem a 185,7 milhões de euros. Um terço (29 por cento) da despesa é destinado ao capítulo das „transferências correntes“, uma verba de 117,9 milhões dos quais 101,4 se destinam a quotizações e outras contribuições para organizações internacionais que Portugal integra.

Portugal é o principal país de origem dos estrangeiros radicados em França e no Luxemburgo e o terceiro na Suíça, de acordo com um relatório do gabinete oficial de estatísticas da União Europeia sobre imigração. Por outro lado, Brasil, Cabo Verde e Ucrânia são os principais países de origem dos imigrantes registados em Portugal, revela o relatório do Eurostat, com dados referentes a 2008. De acordo com o documento, a comunidade portuguesa em França é de 492 000 cidadãos, o que equivale a 13,6 por cento da população de estrangeiros legalmente radicados no país, ligeiramente acima das comunidades argelina (477 500) e marroquina (365 900), sendo que estes dados são de 2005. Já no Luxemburgo, a comunidade portuguesa é ainda mais representativa, em termos proporcionais, já que os 76 600 cidadãos portugueses registados re-

presentam mais de um terço (37,2 por cento) dos estrangeiros radicados no Grão-Ducado, bem à frente das comunidades francesa (26 600) e italiana (19 100). Na Suíça, a comunidade portuguesa, de 183 000 emigrantes, é a terceira maior (11,4 por cento do total de estrangeiros a residir no país), apenas atrás de Itália (291 000) e Alemanha (203 000). Quanto a Portugal, no ano passado residiam no país 446 000 cidadãos estrangeiros (4,2 por cento da população), dos quais apenas 116 000 oriundos de outros Estadosmembros da União Europeia. Aliás, as três maiores comunidades imigrantes em Portugal são de países terceiros, designadamente Brasil (70 100), Cabo Verde (64 700) e Ucrânia (39 600), segundo os dados do Eurostat. Em termos gerais, em 2008 viviam 30,8 milhões de cidadãos estrangeiros nos Estados-membros da UE, 11,3 milhões dos quais oriundos de outros países do espaço comunitário e 19,5 milhões de países terceiros.


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PORTUGAL POST nº 187 • Fevereiro 2010

Opinião Carlos Gonçalves*

O futuro das Comunidades Portuguesas e o papel do Associativismo

A

s associações portuguesas no estrangeiro desempenharam desde sempre um papel fundamental no âmbito da emigração portuguesa, tendo sido verdadeiramente fundamentais para construir e desenvolver uma consciência civica e participativa, essencial para a criação de um espírito democrático e de verdadeira cidadania entre todos os portugueses residentes no estrangeiro. É hoje evidente e reconhecido por todos aqueles que têm responsabilidades na área das Comunidades, que o movimento associativo passa por um momento difícil, em grande parte fruto do envelhecimento dos seus quadros dirigentes e como tal esta área assume-se como um importante desafio, tornando-se fundamental a sua valorização e reforçando as suas capacidades. Este esforço de valorização das associações portuguesas no estrangeiro, tem de ser levado a

cabo por todos os agentes públicos permitindo-se assim aproveitar aquelas sinergias e potencialidades que tantas vezes acabam por ser desperdiçadas por falta de incentivos reais à participação no movimento associativo. Nesse sentido, o PSD apresentou na Assembleia da República, já nesta Legislatura, um Projecto de Lei sobre o apoio ao associativismo português no estrangeiro, onde se pretende proporcionar a essas associações um quadro de apoios com reflexos que vão para além daquela que é a sua actividade tradicional mas também no plano do ensino da língua portuguesa, da afirmação da cultura portuguesa, do apoio social aos jovens estudantes e ainda da divulgação da imprensa regional. Pretende-se garantir que esses apoios venham a ser atribuídos com regularidade e com os devidos critérios de exigência, na-

turalmente alicerçados num quadro legal muito determinado que procure impor uma regra de normalidade a partir da criação do Registo Nacional das Associações de Portugueses no Estrangeiro, gerido no âmbito dos Negócios Estrangeiros. Importa fundamentalmente reverter a actual situação em que o Associativismo deixou de ser uma prioridade para o Governo, com um orçamento muito reduzido atribuído

As associações portuguesas na Alemanha têm sido das mais prejudicadas e esquecidas por um Governo que parece não querer apostar no movimento associativo.

a esta área e com critérios de atribuição muito mal definidos. Consideramos que através da valiosa rede de Associações Portuguesas espalhadas pelo estrangeiro se poderá contribuir para uma ainda maior afirmação de Portugal no Mundo ao mesmo tempo que se irá valorizar esse valioso património humano, social e cultural. Estamos disponíveis para trabalhar em conjunto para encontrar um vasto consenso que permita um entendimento nesta matéria que vá ao encontro das necessidades dos portugueses que residem fora de Portugal e permita aos que vivem no nosso país apreender o verdadeiro valor da nossa Diáspora. A Alemanha tem-se assumido como um verdadeiro exemplo ao nível do Associativismo, tendo as associações portuguesas aí instaladas desempenhado um importante papel na instalação, defesa e apoios aos portugueses que decidiram escolher este país para seu

destino de emigração. Ao mesmo tempo, essas associações, têm também desempenhado um papel de grande valor no campo do ensino do português e da promoção da língua e cultura portuguesa. Infelizmente e em virtude de uma ausência de critérios claros e bem definidos no que diz respeito à atribuição de subsídios, as associações portuguesas na Alemanha têm sido das mais prejudicadas e esquecidas por um Governo que parece não querer apostar no movimento associativo. Por isso, torna-se ainda mais importante a iniciativa legislativa que o PSD lançou nesta área procurando dar-lhe uma maior visibilidade e importância e esperando agora que o PS se possa associar a nós para que ela venha a ser aprovada. O futuro das Comunidades passa pelas suas associações e o PSD conta com elas! * Carlos Gonçalves é Deputado do PSD pela Emigração

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Comunidade - Alemanha

PORTUGAL POST nº 187 • Fevereiro 2010

Secretário de Estado das Comunidades reactiva permanências consulares em Singen e Munique

Num comunicado enviado à nossa redacção, o PCP “considera muito graves as declarações da Presidente do Instituto Camões de que é intenção do Governo nalguns países acabar com o ensino do português como língua materna”. O PCP afirma que “esta orientação se integra na política anticomunidades do Governo do PS-Sócrates”, demonstrando que “ao contrário daquilo que foi apregoado na campanha eleitoral

Maria do Céu Campos reeleita para a direcção do CDU Ravensburg

Augsburg tem nova associação

Portugueses diante da fachada do Centro Português de Singen. Foto: cortesia CPS cias que o possam ter levado à sua tão injusta decisão”, queixavam-se os signatários que diziam também “que a presença mensal do Técnico dos Serviços Sociais era um sinal visível de que o Consulado tinha coração para nós e concretizava {.…) a aproximação junto dos cidadãos portugueses para os servir nas suas necessidade reais”. Por seu turno, o Cônsul-Geral de Portugal, Manuel Gomes Samuel, refuta a acusação de que tenha sido ele o responsável pela decisão de terminar a prestação de serviços

consulares em Singen, remetendo os signatários da missiva para o Ministério dos Negócios Estrangeiros a quem cabe a responsabilidade da decisão. “A entidade responsável pelo estabelecimento das permanências consulares é sempre o Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) e nunca o Cônsul, Cônsul-Geral ou Embaixador no pais estrangeiro. Quando muito um daqueles três titulares pode propor ao MNE a constituição, interrupção ou termo de permanências consulares, mas

“Está em perigo o ensino do português no estrangeiro”, dizem os comunistas portugueses na Alemanha As declarações da nova presidente do Instituto Camões (ver na página 4) mereceram uma tomada de posição do Organismo de Direcção do PCP na Alemanha.

BREVES

Maria do Céu Campos, uma cidadã portuguesa conhecida pela sua actividade política na cidade onde vive, Ravensburg, foi reeleita para a direcção do partido CDU local para um quarto mandato consecutivo. Maria do Céu Campos foi também confirmada, em reunião da Assembleia Municipal da Câmara Municipal de Raveensburg de 14 de Dezembro,como membro do Conselho para questões de Integração daquela Câmara, como de resto anuncia a página da Net da Câmara Municipal de Ravensburg. Recorde-se que Maria do Céu Campos é também militante do PSD e faz parte do Conselho Consultivo junto do Consulado Geral de Portugal em Estugarda.

O serviço de permanências consulares em Singen e Munique vai ser reactivado para satisfação das comunidades locais O PORTUGAL POST está em condições de anunciar o recomeço da deslocação do Técnico dos Serviços Sociais a Singen e a Munique uma vez por mês para prestar serviços consulares às comunidades locais. O encerramento deste serviço prestado pelo consulado em Estugarda até Novembro último fez com que a comunidade portuguesa residente em Singen manifestasse a sua “profunda tristeza” pelo facto de se ter acabado com a deslocação do Técnico dos Serviços Sociais à pequena cidade do Bade-Vurtemberga encostada à fronteira entre a Alemanha e a Suíça para prestar serviços consulares à comunidade. Em Dezembro, uma carta dirigida ao Cônsul-Geral em Estugarda, assinada pelos presidentes do Centro Português de Singen, do FC Magriços, da Missão Católica, da Casa de Portugal e por uma representante da Comissão de Pais, expressa o descontentamento pela súbita interrupção da deslocação do Técnico Social a Singen, cidade que dista a cerca de 150 quilómetros de Estugarda. “Estamos muito feridos e desiludidos com a decisão do senhor Cônsul e lamentamos que não tenha tido tempo nem vontade para analisar e dialogar connosco sobre os motivos e as circunstan-

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pelos adeptos do PS, o voto no Partido Socialista foi um voto na continuação da política de direita”, diz o comunicado. Acusando o Governo de querer ”fragilizar a rede de ensino do português no estrangeiro com a aprovação do Decreto sobre o Estatuto Jurídico dos professores, com a passagem da responsabilidade do Ministério da Educação para o Instituto Camões e com a recusa do preenchimento dos lugares dos professores de apoio junto dos consulados”, o PCP exorta as associações e comissões de pais ”para que se mobilizem e se organizem para fazer frente a um Governo que continua a desprezar os portugueses dentro e fora do país”.

“Os nossos filhos têm direito ao ensino da língua e da Cultura portuguesa como cidadãos nacionais que são e sempre serão, tal como estabelece o artigo 73° da Constituição da República Portuguesa surgida da Revolução do 25 de Abril”, conclui o comunicado. Redacção

Caro/a Leitor/a: Se é assinante, avise-nos se mudou ou vai mudar de residência

nunca tomar decisões definitivas, que relevam sempre da autoridade central, nesse caso do MNE”, responde o Cônsul-Geral Recorde-se que a deslocação do Técnico Social a Singen, a que o Consulado-Geral denomina como permanências consulares, era feito uma vez por mês nas instalações da Câmara Municipal de Singen e servia cerca de dois mil portuguesas de toda a região do Lago de Constança, a saber: Singen, Constança, Wangen, Ravensburg, etc.. O PP apurou que na origem da decisão em acabar com o serviço poderá ter estado numa alegada falta de verba para a deslocação do Técnico Social, verba que anda à volta dos 150 euros – deslocação e almoço. Contactado o MNE, foi-nos dito que o Secretario de Estado das Comunidades António Braga “já deu instruções claras para que o serviço continue a ser prestado às comunidades locais”, isto é, Singen e Munique, serviço este “que já deveria ter sido reactivado”, disseram-nos Em Munique, onde também o serviço de permanência consulares vai ser reactivado nos escritórios do Consulado Honorário, a deslocação do Técnico Social custa aos cofres do Estado a irrisória quantia de 250 euros, deslocação esta para prestar um serviço a cerca de 9000 portugueses que vivem naquela área: Munique, Garmische-Partenkirchen,Regensburg,etc Redacção com Correspondente do PP em Singen, João Ferreira

Os cerca de 500 portugueses que constituem a comunidade portuguesa em Augsburg têm nova associação: O Centro Cultural Português de Augsburg e.V.. Fundada a 30 de Novembro de 2009 e aberto ao público a partir de 1 de Dezembro passado, a nova associação vem preencher um lugar deixado pela extinta Casa Portuguesa. O presidente da nova colectividade é Fernando Almeida, conhecida personalidade local pelo seu empenhado na actividade social e politica na vida local, tendo já concorrido às eleições autárquica pelo partido CSU. Para já as actividades da nova colectividade resumem-se ao desporto, mais concretamente ao futebol, que tem o patrocínio da empresa de Munique Invest-Finanzcenter, e, em fase de constituição, o grupo de folclore. O convívio e a organização de festas são, também para já, as actividades nesta fase de arranque em que a angariação de sócios é uma das prioridades. Morada Centro Cultural Português de Augsburg e.V Donauwörther 64 86154 Augsburg

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Comunidade - Alemanha

PORTUGAL POST nº 187 • Fevereiro 2010

NRW elege a 7 deste mês os Conselhos de Integração Os municípios do Estado da Renânia do Norte e Vestfália (NRW) vão realizar eleições para os Conselhos de Integração (Integrationsrat). A estas eleições, que serão realizadas no dia 7 deste mês, podem concorrer e votar todos as cidadãs e cidadãos estrangeiros que têm o seu local habitual de residência em território alemão há pelo menos 12 meses e que tenham completado 16 anos até à data fixada para as eleições. Tal como o nome sugere, os Conselhos de Integração têm como competência o aconselhamento junto dos órgãos autárquicos e possui legitimidade para intervir em todos os assuntos da municipalidade, apresentar propostas e fazer públicas as suas tomadas de posição nos Conselhos Municipais. Tanto quanto o PORTUGAL POST sabe, existem listas com presença de portugueses que, mesmo tendo o direito de concorrer e votar nas eleições autárquicas, se empenham e participam política e localmente com outros estrangeiros. Um dos exemplos é uma lista independente em Soligen que conta

Jose João, presidente do Centro Português de Essen, concorre numa lista da CDU em Essen

Manuel Botelho, Presidente do grupo “O Etnografico de Solingen” encabeça Lista Independente em Solingen

com a participação de dois lusodescendentes, sendo um deles Manuel Botelho, presidente o Grupo “O Etnográfico de Solingen” que encabeça a lista independente “Mehrgenerationenliste”: Manuel Botelho, numa circular enviada aos cerca de 356 portugueses daquela cidade, apela à participação destes porque “já há mais de 12 anos não temos nenhum representante neste conselho”, avisa Botelho. Também a CDU de Essen anunciou que concorrerá a estas eleições com uma lista composta também por militantes do partido e independentes, sendo um deles o

português José João, ex-presidente do Centro Português de Essen, que justifica a sua participação na Lista “por aquele órgão se empenhar na resolução dos problemas do Portugueses”. José João reforça o seu argumento chamando a atenção para o facto da comunidade lusa ser pequena (“mas bem integrada”) „correndo o risco de ser esquecida e não ter apoios aos quais têm direito”. Já sabe, se entretanto recebeu o seu “Wahlschein” enviado pelas entidades eleitorais da sua cidade tente informar-se sobre as listas concorrentes e...vote!

Embaixada de Portugal em Berlim Bolsas de Estudo Regulamento ARTIGO 1º A Embaixada de Portugal em Berlim, com o patrocínio do Ministério dos Negócios Estrangeiros (Direcção-Geral dos Assuntos Consulares e das Comunidades Portuguesas) e da Caixa Geral de Depósitos, abre um concurso de Bolsas de Estudo destinadas a estudantes portugueses que tenham concluído com reconhecido mérito, no ano de 2009, o Ensino Secundário Liceal alemão e estejam inscritos no Ensino Universitário, ou equivalente, alemão. ARTIGO 2º As Bolsas de Estudo, num máximo de 6 (seis), serão concedidas aos estudantes que tenham obtido as melhores notas no Ensino Secundário Liceal, sendo o montante de cada uma de 2.000 (dois mil) Euros. ARTIGO 3º Podem candidatar-se os estu-

dantes que preencham as seguintes condições: -Sejam portugueses ou possuam a dupla nacionalidade, -Sejam residentes na Alemanha, -Tenham concluído o Ensino Secundário Liceal alemão, -Estejam inscritos no primeiro semestre do Ensino Universitário, ou equivalente, alemão. ARTIGO 4º As cartas de candidatura às Bolsas deverão ser acompanhadas dos seguintes documentos: -Certificado comprovativo do Ensino Secundário Liceal (2009) com a indicação das notas finais, -Certificado comprovativo da inscrição num estabelecimento de Ensino Universitário, ou equivalente, alemão, - Fotocópia do Bilhete de Identidade português ou do passaporte, - Fotocópia de documento comprovativo da residência na Alemanha (“Aufenthaltsbescheinigung”).

ARTIGO 5º As cartas de candidatura, acompanhadas de todos os documentos mencionados no Artigo anterior e mencionando o endereço de E-Mail do candidato, deverão ser remetidas à Embaixada de Portugal em Berlim – Zimmerstrasse, 56 – 10117 Berlim, até ao dia 15 de Março de 2010. ARTIGO 6º As candidaturas serão apreciadas por um Júri composto por: - Dr. António Moniz, Conselheiro de Embaixada - Dra. Madalena Fischer, Conselheira de Embaixada - Dra. Antonieta Mendonça, Coordenadora-Geral do Ensino ARTIGO 7º O montante da Bolsa de Estudo será entregue em data e modalidades a anunciar.

Motards portugueses na Alemanha privilegiam o convívio

Clube Motard „Tugas de Dortmund”

Os grupos de Motard portugueses na Alemanha unem-se em iniciativas comuns. Depois de um almoço de confraternização realizado nas instalações do Grupo Desportivo Português de Mainz com cerca de 100 participantes, os motards lusos pensam em federarse numa Federação Mortard Portuguesa na Alemanha. A dar força a esta ideia estão o “Motoclube Português de Mainz”, os “Lusitanos de Ludwigsburg” e os “Tugas de Dortmund” . Todos os membros dos grupos Motard estão entusiasmados com a ideia do convívio entre si e, também, enaltecem as amizades criaram a partir de iniciativas conjuntas. Numa curta conversa com o PORTUGAL POST, Luis Rodrigues, presidente do grupo motard “Lusitanos de Ludwigsburg”, que é considerado como um dos maiores grupos motard portugueses na Europa, confirmou a vontade de

todos dos motards apostarem na fundação de uma federação na Alemanha , iniciativa que servirá para unir todos os emigrantes portugueses amantes desta modalidade. O presidente do “Lusitanos de Ludwigsburg” aproveitou a conversa com o PORTUGAL POST para desmitificar a ideia falsa que muitos têm quando julgam que os motards são “desordeiros e sem interesse na vida social”. “Felizmente”, diz Luís Rodrigiues, “esta imagem não corresponde à verdade e hoje os motards portugueses são socialmente bem vistos, e defensores de Portugal, como já o provaram com vários eventos sociais e os corsos organizados quando da deslocação da Selecção Portuguesa à Alemanha e Suíça”. Com Jorge Rita, Correspondente em Estugarda

Embaixada de Portugal em Berlim Promove atribuição de Bolsas de Estudo A Embaixada de Portugal em Berlim já abriu as inscrições para apresentação de candidaturas a Bolsas de Estudo para estudantes universitários portugueses que completaram o ensino secundário liceal alemão em 2009 e tenham ingressado no ensino superior na Alemanha no Ano lectivo 2009/10. As candidaturas podem ser apresentadas até ao dia 15 de Março do corrente ano. Segundo uma circular enviada ao PP,“esta iniciativa foi concebida como incentivo aos jovens portugueses para a frequência do ensino superior na Alemanha que tenham obtido as melhores notas no final do ensino secundário liceal”.

Os estudantes interessados podem concorrer através de uma carta de candidatura dirigida à Embaixada de Portugal em Berlim acompanhada dos documentos mencionados no regulamento (ver caixa nesta página) Segundo ainda a circular da Embaixada de Portugal, as Bolsas de Estudo a atribuir, num máximo de seis, são no montante de 2.000 euros. A iniciativa da Embaixada de Portugal em Berlim conta com o financiamento de cinco bolsas pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros, assim como com o patrocínio da Caixa Geral de Depósitos com Escritório de Representação em Berlim, para o financiamento de uma das Bolsas.

Os interessados podem consultar o regulamento nesta página


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Comunidade - Alemanha

PORTUGAL POST nº 187 • Fevereiro 2010

Vice-Cônsul de Portugal em Osnabrück nomeou Conselho Consultivo

Centro Português de Essen

Tomaram posse os corpos gerentes da colectividade lusa em Essen

O Centro Português de Essen em uma das suas actividades

Membros do Conselho Consultivo (1ª fila, a começar do lado esquerdo): Cidália Sousa Pinto, Rosália Rodrigues, Manuel Ribeiro, Manuel Correia da Silva (Vice-Cônsul de Portugal), Armindo Mirassol, Manuela Marques, Maria de Lurdes Apel, Nelson Rodrigues, Licínia Santos, Marla Andrade, P. Vitor Medeiros

O Vice-Consulado de Portugal em Osnabrück anunciou a constituição do Conselho Consultivo daquela área que, conforme nota do Vice-Cônsul, Manuel Silva, tomou posse no passado dia 10 de Janeiro. O Conselho Consultivo, presidido pelo Vice-Cônsul, foi constituído no seguimento das reuniões promovidas pelo titular do posto com as docentes de língua e cultura portuguesas e com os dirigentes das colectividades, ranchos folclóricos, missões católicas portuguesas, ficando a ser composto pelos se-

guintes elementos: Maria Manuela dos Santos Saraiva Varandas Marques, assistente administrativa principal do ViceConsulado; Marla Andrade, docente de Língua e Cultura Portuguesas; Rosália Regina Rodrigues, secretária paroquial da Missão Católica Portuguesa de Münster; Maria de Lurdes da Costa Mendes Apel, tradutora e docente na Universidade de Braunschweig; Manuel José de Matos Fernandes Ribeiro, dirigente da Associação Portuguesa de Emsdetten; Licínia Maria Pereira

Santos, advogada com escritório na cidade de Münster; Armindo Simões Mirassol, apresentador do programa de rádio portuguesa em Bremerhaven; Cidália Maria Moreira de Sousa Pinto, professora de alemão e inglês num liceu alemão, residente em Nordhorn; P. Vitor José Medeiros, sacerdote, responsável pelas paróquias de Münster, Osnabrück, Rheine, Epe, Borken, Stadtlohn, Borghorst e Ochtrup, residente em Münster; Nelson Rodrigues, sociólogo e assistente social da Caritas em Rheine

O Centro Português de Essen debate-se neste momento com um problema de recursos humanos.Tal como muitas outras colectividades, a associação lusa de Essen teve algumas dificuldades em encontrar novos elementos para se candidatarem aos lugares de direcção. Foi à terceira convocatória para a assembleia-geral realizada no passado dia 16 de Janeiro que os sócios confirmaram Arménio Martins e a sua equipa de directores para liderar a colectividade. Recorde-se que direcção cessante tinha seis mandatos consecutivos. Sem problemas financeiros e com boas e interessantes actividades, o Centro Português de Essen merece a estabilidade para que a nova direcção consiga levar o seu mandato até ao fim ajudada por todos os seus associados.

Com menos associados e cada vez com menos pessoas a assumir tarefas de responsabilidade, com a agravante de não se conseguir aliciar os jovens, “o movimento associativo português pode estar em causa e o Centro Português de Essen não foge a esta regra”, avisa o sócio e ex-presidente do Cento, José João. “Tal como no nosso emprego, onde todos os dias temos um desafio novo e diferente, os centros também têm de saber vencer os novos desafios e encontrar novas atitude para se conseguirem manter. Os centros só terão futuro se eles também integrarem na sociedade onde estão radicados e conseguirem atraírem a comunidade local e cativarem os jovens”, recorda o ex-presidente do Centro Português de Essen. Publicidade

GENTE Pedro Pires de Miranda, Munique Formado nos Estados Unidos, este engenheiro electrotécnico natural de Lisboa esteve vários anos ligado ao sector automóvel. Trabalhou, nomeadamente, na General Motors, nos EUA e na Europa, como engenheiro de produção, e foi director na Nissan Motors, em Portugal. Quadro superior da Siemens AG há vários anos, fez uma especialização na Alemanha e foi responsável pela área industrial desta empresa em Portugal. Nos últimos tempos a trabalhar com a “Siemens One”, uma unidade que desenvolve soluções técnicas integradas “por medida” para os principais clientes da empresa em todo o mundo, esteve envolvido em alguns projectos de grande dimensão em infraestruturas complexas, nomeadamente para aeroportos, hospitais e cidades. Desde Novembro de 2008 vive em Munique, onde passou a ser Vice-Presidente Corporativo da Siemens AG e responsável máximo da “Siemens One”.

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Taça dos Campeões ( Sueca ) A Associação União Lusitana Rhein Neckar, em Weinheim irá realizar no próximo dia 14 de Março de 2010, nas suas instalações, um grande torneio de Sueca destinado a equipas que possam representar Associações, Casas Portuguêsas, instituições, Empresas, Comissões de Pais ou mesmo grupos de Portugueses em representação de localidades da Alemanha ou de um outro qualquer país que queiram visitar-nos e disputar uma magnifica Taça com as nossas très equipas , melhores classificadas no campeonato de 2009 que se disputou na nossa Associação e muitas outras ( max. 32 equipas ).

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Comunidade - Alemanha

PORTUGAL POST nº 187 • Fevereiro 2010

E NTREVISTA

Abilio Ferreira,Vice-cônsul de Portugal em Frankfurt ao PP:

É minha intenção tentar simplificar alguns procedimentos nos serviços consulares Consulado-Geral de carreira desde 3 de Agosto de 1972, o posto consular em Frankfurt passou a vice-consulado a 9 de Julho de 2009, tendo sido nomeado como Vice-Cônsul Abílio Ferreira, ex-chefe dos Serviços Sociais daquele posto, 59 anos de idade e ao serviço do consulado desde 1976. Foi ao actual Vice-Cônsul que o PP pediu uma entrevista com o objectivo final de informar a comunidade da área sobre a passagem do posto a vice-consulado e se isso pode ter alguma influência na prestação de serviços consulares. PORTUGAL POST: Que diferenças existem entre (não) ser Consulado-Geral e Vice-consulado? Vice-Cônsul : Antes de mais e se me permite, tendo assumido funções há apenas 5 meses, aproveito este ensejo para saudar todos os portugueses residentes na área de jurisdição do ViceConsulado de Portugal em Frankfurt, desejando-lhes os maiores sucessos na sua vida privada e profissional. Podem estar certos do meu empenho de molde a assegurar e a melhorar o serviço consular em termos de eficácia e rapidez, juntamente com todos os funcionários deste posto. De acordo com o Regulamento Consular, ambos os postos consulares são dotados de autonomia funcional na prossecução das fun-

viços ou existem áreas e serviços que poderiam ser melhorados para poder servir melhor os utentes? V.C.: Como salientei acima, não existe diferença na prestação dos serviços administrativos prestados à comunidade portuguesa.

ções consulares, tendo também os Vice-Consulados área de jurisdição consular própria sobre a qual exercem a sua actividade. PP: Existem alterações no que diz respeito à prestação de serviços consulares aos utentes depois da passagem desse posto a ViceConsulado? V.C.: O Vice-Consulado continua a prestar os mesmos serviços da administração pública portuguesa que o anterior Consulado-Geral, sendo minha intenção tentar simplificar alguns procedimentos com o objectivo de melhorar a qualidade e a eficiência dos serviços prestados. PP: Qual o número de utentes e que área geográfica é que o viceconsulado serve?

Consulado desde 1958 O posto passou a vice-consulado a 9 de Julho de 2009 (criado pelo Despacho n.º 15577/2009, publicado no Diário da República, 2.ª série, n.º 131, de 9 de Julho de 2009). O consulado de Frankfurt foi criado em 1958, como posto honorário, cujo titular era o Sr. Walter Gerling, uma personalidade alemã de renome. Era um de três irmãos proprietários de uma das maiores companhias de seguro alemãs, o Gerling Konzern em Colónia. Em 3 de Agosto 1972 o Ministério dos Negócios Estrangeiros transformou o posto de Frankfurt em Consulado-Geral de carreira.

Abilio Ferreira, Vice-Cônsul em Frankfurt

V.C.: De acordo com os últimos dados estatísticos oficiais alemães de que dispomos, nesta área de jurisdição residem aproximadamente 21.000 portugueses. O número de utentes inscritos neste posto é muito superior.Temos actualmente 49.195 inscritos. Calculamos que dessas inscrições, apenas se podem considerar umas 30.000 como inscrições activas, ou seja, referentes a utentes que periodicamente recorrem a estes serviços para tratar de qualquer assunto. A área de jurisdição é a mesma, ou seja, abrange os Estados Federados de Hesse, Renânia-Palatinado e Sarre, (correspondendo a uma área de 43.530 km). Extensão da área a partir de Frankfurt: a nordeste 240 km, a sul 203 km, a oeste 200 km. Maior concentração de portugueses: Frankfurt, Landkreis Darmstadt-Dieburg,Wiesbaden, Mainz e Kaiserslautern. PP: O posto está neste momento capaz de assegurar todos os ser-

PP : Sem coordenador pelos Serviços de Apoio Regional de Ensino (SARE), como é que o vice-consulado pensa, por um lado, resolver essa questão e, por outro, se a comunidade sente a inexistência desses serviços? V.C.: Uma vez que neste posto não existe docente de apoio pedagógico, e o novo regulamento consular atribui aos postos consulares a coordenação da política do ensino de português no estrangeiro, este posto procurará tratar todos os assuntos relacionados com o ensino da língua e cultura portuguesas que nos sejam apresentados em estreita colaboração com a Coordenação Geral do Ensino em Berlim. PP: Que se saiba, o posto em Frankfurt é único na Alemanha com informações através da Net. Qual tem sido a reacção dos utentes a este serviço. V.C.: A reacção dos utentes tem sido obviamente muito positiva desde que foi criada a nossa presença na internet no ano de 2002. Tem-se mostrado um instrumento de informação muito útil para os visitantes, tanto para os que sejam residentes na nossa área consular como para os domiciliados fora dela. Redacção

Cursos de Língua e Cultura Portuguesas na Alemanha Os serviços de Coordenação Geral do Ensino na Embaixada em Berlim informa a comunidade e os encarregados de educação em particular que, a partir de 15 de Fevereiro e até 30 de Março de 2010, se encontram abertas as inscrições para a frequência dos cursos de Língua e Cultura Portuguesas na República Federal da Alemanha. Os pais e os interessados poderão obter mais informações junto dos Serviços de Apoio Regional de Ensino junto dos Consulados-Gerais de Portugal em Hamburgo e Estugarda, ou o/a

professor/a em exercício na localidade mais próxima da sua residência. Consulado-Geral de Portugal em Hamburgo Serviço de Apoio Regional de Ensino Büschstr. 7-I - 20354 Hamburgo Tel.: 040/344 975 E-mail: sare-hamburgo@cge-botschaftportugal.de Consulado-Geral de Portugal em Estugarda Serviço de Apoio Regional de Ensino

Königstr. 20 70173 Stuttgart Tel.: 0711/295 373 E-Mail: sare-estugarda@cge-botschaft-portugal.de Caso resida nos Estados Federados da Baixa Saxónia, Renânia do Norte-Vestefália, Hessen, Renânia-Palatinado e Baviera, poderá obter informações junto da escola alemã que o/a seu/sua filho/a frequenta ou junto dos SERVIÇOS de APOIO PEDAGÓGICO desta Coordenação de Ensino em Berlim.

Embaixada de Portugal em Berlim Coordenação de Ensino Zimmerstr. 56 10117 Berlim Tel.: 030/800 92 680 E-mail: a.mendonca@cge-botschaft-portugal.de j.faulha@cge-botschaft-portugal.de

Veja nesta página a lista de localidades onde funcionam Cursos de Língua e Cultura Portuguesas da exclusiva responsabilidade do Estado Português

Lista de localidades onde funcionam Cursos de Língua e Cultura Portuguesas da exclusiva responsabilidade do Estado Português Aachen Althengstett Appenweier Augsburg Babenhausen Backnang Bad Arolsen Bad Karlshafen Bad Liebenzell Bad Urach Baiersbronn Bamberg Berlim Biberach Blaubeuren Böblingen Bräunlingen Bremerhaven Bretten Breuberg Calw Cuxhaven Düren Ebhausen Einbeck EOEB Projecto Bilingue Berlim Eschweiler Essen Esslingen Euskirchen Frankfurt Freiburg Fürstenfeld Fürth GarmischPartenkirchen Gelsenkirchen Gladbeck Glinde Göppingen Groß-Umstadt Gütersloh Hamburgo Hannover HB-Blumenthal HB-Walle Heidelberg Heilbronn Hildrizhausen Ittlingen Jülich Karlsruhe

Kassel Kelsterbach Kempten Krefeld Lauingen Lemförde Limburg Lohmar Ludwigsburg Lübeck Magstadt Mainz-Kastel Mannheim Markgröningen Memmingen Miltenberg Minden München Nagold Neckarbischof. Niederdollendorf Nordhorn Nürnberg Nürtingen Odenheim Osnabrück Pfalzgrafenweiler Pforzheim Pinneberg Projecto Bilingue Hamburgo Ravensburg Renningen Reutlingen Rottenburg Schopfheim Schw. Gmünd Schwalbach Siegburg Sindelfingen Singen Stuttgart Titisee- Neustadt Tübingen Ulm Wahlstedt Waldshut Walldorf Wangen Weilheim Teck Weinheim Wolfach Wuppertal

Caso resida nos Estados Federados da Baixa Saxónia, Renânia do Norte-Vestefália, Hessen, Renânia-Palatinado e Baviera, poderá obter informações junto da escola alemã que o/a seu/sua filho/a frequenta ou junto dos SERVIÇOS de APOIO PEDAGÓGICO da Coordenação de Ensino em Berlim. Embaixada de Portugal em Berlim Coordenação de Ensino Zimmerstr. 56 10117 BERLIM Tel.: 030/800 92 680


Alemanha

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Deputados de origem estrangeira são poucos no Parlamento alemão Se os descendentes de imigrantes tivessem que ser representados adequadamente no Parlamento alemão, o número de deputados „com origem migrante“ teria que ser superior a 100. No entanto, esse número não ultrapassa os 15. Cinco deles são de origem turca, quatro provêm de famílias com raízes persas. Além disso, as origens de outros seis deputados do Bundestag, câmara baixa do Parlamento alemão, remontam a famílias polacas e croatas. Os cerca de 2,5 milhões de aussiedler, migrantes descendentes de alemães do Leste Europeu, não elegeram nenhum representante no Bundestag. Serkan Tören foi eleito deputado pelo Partido Liberal Democrata (FDP). Ele pretende lutar pela igualdade de direitos das pessoas com origens estrangeiras. No tocante aos cidadãos de origem turca, Tören afirma que „é importante que se lhes possibilite os mesmos direitos, na escola, na formação profissional. A educação é muito importante para nossas crianças. Devemos também valorizar bastante a educação pré-escolar. Nesse ponto, o antigo governo não fez um trabalho muito bom. Isso é algo que vamos colocar em primeiro plano“. Comparado com eleições ante-

riores, o 17° Parlamento alemão, eleito em Setembro último, tem um número relativamente grande de representantes de origem migratória. Para Andreas Wüst, politólogo da Universidade de Mannheim, esse número ainda não basta. Segundo Wüst, o “C“ que denota a orientação cristã do partido Publicidade

de Angela Merkel – CDU (União Democrata Cristã) – espanta muitos migrantes de crença muçulmana. Além disso, o debate em torno da dupla nacionalidade afastou muitas pessoas de origem estrangeira da CDU. É inegável a desconfiança de muitos deputados descendentes de

imigrantes face governo de conservadores e liberais. Ekin Deligöz representa Os Verdes no Bundestag. A deputada espera intensas discussões políticas com o novo governo. „Acho que a política de centrodireita irá voltar atrás em certos temas em que demos passos em frente. Isso notar-se-á, naturalmente, na política de estrangeiros. Por esse motivo, o meu objectivo é combater essa tendência de retrocesso, e fazer com que, aqui, a voz dos estrangeiros seja escutada“, explicou a deputada do Partido Os Verdes alemão. Incorporar as mudanças da sociedade nos seus quadros políticos parece ser tarefa difícil para os partidos alemães. Segundo observadores, isso pode fazer com que as bases dos partidos não apoiem candidatos „estrangeiros“ ou que os estrategos partidários menosprezem o potencial eleitoral dos cidadãos com outras raízes culturais. Anteriormente, a maioria dos turcos residentes na Alemanha simpatizava com o Partido Social Democrata (SPD). Hoje, eles também querem ser conquistados e estão abertos também para outros partidos. No entanto, neste momento estão à espera, em vão, pelo interesse que possam despertar na política nacional. Com excepção do presidente do partido Os Verdes,

Cem Özdemir, não se conhece nenhum outro político de origem migrante em um cargo político de relevo. Segundo um estudo do Instituto Max Planck de 2008, o facto de tão poucas pessoas „com origem migrante“ estarem presentes na cena política deve-se principalmente ao clima da sociedade, que não valoriza a concessão dos mesmos direitos a todos os cidadãos. Além disso, a responsabilidade também é do desinteresse ou até mesmo da rejeição dos grandes partidos. Somente o partido Os Verdes e o A Esquerda se empenharam, sem restrições, para que políticos e políticas com origem migrante participassem nos quadros do partido. Os grandes partidos vêm de forma desejável que um ou outro imigrante entre no seu quadro de pessoal, mas são poucas as tentativas de fazer desse desejo uma realidade. Os pesquisadores do Instituto Max Planck observam „estruturas de poder que se formaram a longo prazo, guetos eleitorais hereditários e medo de reacções negativas do eleitorado em relação a tais candidatos“ como factores de adiamento. Matthias von Hellfeld Cortesia DW com PORTUGAL POST

Extra-comunitários sem acesso à dupla nacionalidade na Alemanha O principal problema político dos imigrantes extra-comunitários na Alemanha, sobretudo dos 2,8 milhões de turcos, é terem de abdicar da nacionalidade de origem para terem acesso à nacionalidade alemã. “A grande maioria dos turcos que aqui vive tem nacionalidade turca, embora se sintam também alemães e gostassem de poder ter a nacionalidade do país de acolhimento”, disse à agência Lusa Hilmi Kaya Turan, vice-presidente da Confederação das Associações Turcas na Alemanha (TGD). Simultaneamente, porém, os turcos, que representam 60 por cento dos imigrantes extra-comunitários, “gostariam de poder manter a nacionalidade da terra dos seus pais, mas a lei actual não permite a dupla nacionalidade”, explica. A actual coligação de centro-direita, formada por democratas-cristãos e liberais, não vê motivos para alterar a legislação e prefere incentivar os imigrantes a serem exclusivamente alemães, sem passaporte de outro país. “Apelamos a uma integração

plena de quem tenha um bom domínio da língua alemã, seja financeiramente autónomo e viva na Alemanha há pelo menos oito anos”, disse à Lusa Oliver Mohr, porta-voz da ministra de Estado para a Integração, Maria Boehmer. O mesmo responsável referiu que conferir o direito de voto nas eleições autárquicas a extra-comunitários, como reivindicam vários órgãos representativos destes estrangeiros, “não é solução, porque se ficaria a meio do caminho”. Esta opinião não é partilhada, no entanto, pelo delegado para a Integração no Senado (governo regional) de Berlim, Guenter Piening, que sublinha que alguns distritos da capital têm uma elevada percentagem de estrangeiros extra-comunitários excluídos da participação na vida pública. Em conjunto com outros dois estados federados, Bremen e Renânia-Palatinado, Berlim apresentou, em 2008, um projecto para permitir aos imigrantes extra-comunitários a obtenção da dupla nacionalidade, que não conseguiu, no entanto, a necessária maioria na segunda câmara legislativa (Bundesrat).

Na opinião de Guenter Piening, é necessário, sobretudo, “facilitar o acesso à dupla nacionalidade de cerca de 400 mil jovens já nascidos na Alemanha, mas que mantêm um passaporte estrangeiro, por não terem incentivos a tornarem-se alemães”. O responsável berlinense sublinha que, no que se refere à política de integração, a Alemanha “perde na comparação com outros países da União Europeia”. E cita o caso da Suécia, onde a taxa de naturalização de imigrantes ronda os 10 por cento, enquanto na Alemanha é de 1,8 por cento. O delegado do governo de Berlim lembra ainda que perto de 50 por cento das naturalizações na Alemanha são de estrangeiros que podem continuar a ter dupla nacionalidade, como é o caso dos portugueses, ao abrigo de um acordo entre os dois países. “Mas o maior reservatório são, sem dúvida, os imigrantes turcos, que não têm esse privilégio, e temos de encontrar forma de resolver este problema”, adverte. Francisco Assunção


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Sociedade

PORTUGAL POST nº 187 • Fevereiro 2010

Por Familia alemã pede asilo político nos Estados Unidos Cristina Krippahl Família questiona o Monopólio do Ensino Público

AP

Portugal está de parabéns

Nos EUA, Uwe e Hannelore Romeike podem educar seus filhos em casa.

E

gueira instantânea dentro de tência levou a que a «parceria m Janeiro, o Parlaregistada» só fosse reconhemento português deu fronteiras. Falo da Alemanha, claro, onde o mais que se cida no mês passado. Durante um passo gigantesco conseguiu – em 2001 foi nove anos a igreja, que na Aleem frente no comuma lei que não é carne nem manha tem uma influência na bate à discriminação peixe e deixa todo o mundo sociedade que não tem nada e na defesa dos direiinsatisfeito: a chamada «Eingea ver com o ideal da separatos fundamentais, colocando tragene Lebenspartnerschaft», ção entre Estado e religião, o país na vanguarda das naconseguiu impedir a passagem ções civilizadas. Junta-se assim que concede a casais homossexuais alguns direitos, mas de uma lei que, por imperfeita à Bélgica, à Holanda, à Espalhes nega outros, perpeque seja, foi expressão da nha, à Suécia, à Noruega, ao tuando a noção ao que pavontade da maioria de um Canadá, à África do Sul e a rece largamente aceite que povo. Dá que pensar. seis estados federados nortevivemos numa sociedade Em Portugal, em contraamericanos, que, à revelia de onde – não obstante as leis e partida, a igreja católica não fortes pressões e a influência para parafrasear Orwell conseguiu parar o desenvolvide quem ainda pensa que todos somos iguais, mas uns mento normal de uma socieuma sociedade democrática são mais iguais do que os oudade democrática, pode discriminar contra peslimitando-se à atitude soas na base do sexo, um pouco cómica de impuseram a igualdade boicotar os casamende direitos. tos de Santo António Claro que nem Em Portugal, em contrapartida, em Lisboa, por não tudo é perfeição e a exclusão do direito de a igreja católica não conseguiu querer ter nada a ver com o matrimónio adopção da lei do caparar o desenvolvimento norsem discriminação. samento homossexual mal de uma sociedade demoUma decisão que no início de Janeiro é levou a Câmara de Lispreocupante. É uma crática, limitando-se à atitude boa a dar o dito por cedência completaum pouco cómica de boicotar não dito, quando promente desnecessária meteu num dia admitir aos preconceitos que os casamentos de Santo Antócasais gay nesta festa ainda vigoram em Por- nio em Lisboa popular, e no outro já tugal, onde as sondanão. É de esperar que gens indicam uma tros. Aliás, é uma mentalidade haja quem se lembre de pôr a escassa maioria a favor do que não explica apenas a disCâmara em tribunal por susmatrimónio «gay», mas a recriminação contra homossepeita violação da lei. jeição maioritária da adopção Mas não é muito imporde crianças por casais de pes- xuais, mas também contra mulheres e alemães que têm tante. O que importa realsoas do mesmo sexo. No eno «azar» de ter apelidos que mente é o reconhecimento tanto, tenho confiança que soam a «estrangeiro» ou fide que ninguém pode negar seja uma situação temporária. sionomias que não corresos mesmos direitos a outro, O nível de esclarecimento da pondam ao ideal germânico. apenas porque os seus prepopulação portuguesa cresce E até esta amostra de lei conceitos são mais fortes do a olhos vistos, e, pelo menos suscitou uma polémica que o seu compromisso com no contexto dos direitos hua democracia e os direitos manos ultrapassou alguns paí- enorme na Alemanha, mobilizando a resistência liderada humanos. ses que se arvoram em seus pela igreja católica. No estado É por isso Portugal está de paladinos no exterior, mas federado de Hesse essa resisparabéns. são acometidos por uma ce-

O tribunal alemão processou a família Romeike de Baden-Württemberg que ministrava o ensino em casa e se recusava a enviar os seus filhos à escola por razões religiosas. Como reacção a família refugiou-se (em 2008) com os seus cinco filhos nos Estados Unidos. O tribunal americano reconheceu-lhes agora o direito a asilo político na USA. O juiz do tribunal do Estado Tennessee afirmou “esta decisão é vergonhosa para a Alemanha. Esperamos que ela contribua para que na Alemanha se deixe de processar alunos de família”. Também a associação americana “Homeschooling”, que ajudou a família alemã no processo de reconhecimento de asilo, manifesta a esperança que a partir desta decisão, a ”Alemanha deixe de processar pais que ministram o ensino em casa”. Os americanos não compreendem que sistemas de ensino obriguem os pais com ensino caseiro a enviar os filhos à escola com autoridade policial. Na USA há 1,5 milhões de alunos com ensino caseiro por razões religiosas e por outras. A família (evangelikaler Christen) ensinava os filhos em casa. Na Alemanha, duma maneira geral, não é reconhecido o ensino familiar em casa. Na USA é um direito da família Também em Kassel há uma família com sete crianças (entre os 2 e os 17 anos) que apesar da decisão do tribunal contrária, continua a ensinar os filhos em casa. Argumentam que seus filhos recebem uma melhor formação e educação em casa do que na escola. Facto é que em muitos casos alunos que se recusam a frequentar o ensino público conseguem melhores resultados, nos exames finais oficiais, do que frequentadores do ensino oficial. O filho da família de Kassel quando requereu o exame do 10° ano na qualidade de externo, conseguiu a melhor nota de toda a escola. Naturalmente que o nível que algumas famílias conseguem dar aos

seus filhos é superior ao da escola que por vezes deixou de se tornar instrumento de comunicação de valores religiosos para se tornarem em instrumento de comunicação ideológica e partidária. Importante é a defesa do bem do cidadão a nível individual e social. Há casos em que a obrigatoriedade escolar pode ser examinada. A excepção confirma a regra. Facto é que o militantismo político e religioso só complicam a normalidade. O ensino não é virgem e as ideologias políticas cada vez se encontram mais presentes nos seus programas, nos seus livros e nos professores que, consciente ou inconscientemente, também não são eunucos em questão de opinião. O militantismo religioso que ultimamente se acentua parece ser uma reacção ao militantismo dum estado secular cada vez menos isento e dum esquerdismo que sempre foi propagandista e se infiltra estrategicamente nas estrutura da administração do Estado e em especial nas estruturas do ensino, como se pode constatar no ME português. Não é de criticar o seu empenho. Só se afirma quem não dorme, ensinava-nos já a fábula da Cigarra e da Formiga! É o princípio capitalista que também para eles tem validade! É de admirar que este caso aconteça numa Alemanha com um sistema de ensino respeitador do indivíduo onde a tolerância religiosa e secular já são bastante adultas! Um Estado democrático deveria manter o ensino oficial mas não discriminar o ensino público privado. Quanto mais diversidade mais liberdade e mais qualidade. Na Alemanha há grande contenção ideológica a nível de ensino. O mesmo não se pode dizer de muitos outros Estados, onde a sociedade e a investigação não se preocupa com a análise dos conteúdos de livros e das políticas educativas. António Justo


Cultura

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N UMERO

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DOS TÍTULOS 2131. TIRAGENS POR TRIMESTRE: 173 MILHÕES

Alemanha, o país dos magazines O mercado alemão de revistas é um mercado de superlativos. Apenas o número dos títulos populares e de interesses especiais atinge a casa dos mil. Quer sejam donos de cães ou turistas, interessados em política, numismáticos ou adolescentes, quase todos perfis de interesse encontra o seu magazine preferido, de acordo com seu gosto. Além destes ainda há os grandes magazines semanais, como o “Der Spiegel” e “Stern”, que abordam temas em milhares de tiragens, orientando a discussão pública na sociedade alemã. A intensidade de participação da imprensa escrita no dia-a-dia da Alemanha é comprovada pelo seu alcance de 93,5%. O cenário dos magazines é caracterizado por alguns grandes players e um grande número de pequenas editoras. Saber quem realmente é o maior depende dos valores que se levam em consideração. Baseando-se na facturação de 2,77 bilhões de euros, a editora Gruner+Jahr, de Hamburgo, parte do grupo Bertelsmann, classifica-se a si própria como “maior editora de revistas da Europa”.

Mas, segundo as análises de mercado, a editora Burda-Verlag (1,79 bilhões de euros de facturação), está em primeiro lugar entre as editoras alemãs, com 51% dos jovens alemães acima de 14 anos.

Na tabela de “audiência”, a Gruner+Jahr está apenas em quarto lugar, com 33,4%, atrás da Springer (48%, 2,72 bilhões de euros de facturação) e Bauer (47,7%, 2,23 bilhões de euros de factura-

ção). Estas diferenças podem-se explicar pelo facto de que há, por exemplo, editoras como Bauer e Burda que ganham seu dinheiro geralmente com a venda de magazines semanais de preços baixos, como revistas de programação – “TV Spielfilm” (Burda), “TV Movie” (Bauer) – e revistas femininas e para jovens (“Bunte”, “Bravo”). No mesmo segmento, a Gruner+Jahr é conhecida pelos seus títulos caros, como “Brigitte”, “Neon” e “Geo”. A Axel Springer AG tem mais volume de vendas com os seus jornais, mas continua a possuir alguns títulos tradicionais no mercado, como a revista de programação televisiva “Hörzu”, estando bem posicionada no segmento das revistas de música (“Rolling Stone”, “Musikexpress”). Todas estas quatro editoras também vêm tendo grandes lucros percentuais através do seu investimento no estrangeiro, onde igualmente se estabeleceram outras editoras de interesse especial, como a Motor Presse de Stuttgart. Este grupo publica no mundo todo mais de 150 revistas nos sectores motor, estilo de vida, desporto e lazer.

O mercado está em movimento e, como todos os outros ramos, também vem sendo afectado pela crise financeira. O volume total de vendas publicitárias das revistas populares alemãs sofreu uma baixa de 15,6% no primeiro semestre de 2009, caindo para 1,7 bilhão de euros. As tiragens também tiveram uma baixa de 1,8% em comparação ao ano anterior. Em muitas editoras, as estratégias para combater a queda das tiragens são bem parecidas. Elas tentam atrair tanto a atenção dos leitores como da clientela publicitária através de novas ideias. E com sucesso. É o que comprova, entre outros, o êxito do magazine alternativo de estilo de vida “Landlust”, de uma pequena editora independente de Münster, que conseguiu aumentar a sua tiragem em quase 200 mil exemplares em 2007 para cerca de 550 mil. Gruner+Jahr é no momento a editora mais activa, tentando descobrir nichos de mercado, como, por exemplo, com “Beef!”, um magazine culinário masculino. A criatividade continua sendo a marca registada das editoras alemãs. Alexander Gajic Cortesia DW Publicidade

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Cultura

PORTUGAL POST nº 187 • Fevereiro 2010

Novo livro de Günter Wallraff denuncia trabalho desumano e racismo na Alemanha

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conferência de imprensa de apresentação do livro. O autor contou ainda que o seu novo disfarce lhe valeu muitas ofensas racistas e olhares depreciativos, quando andava pelas ruas. O jornalista alemão, que chegou a disfarçar-se de traficante de armas e a marcar um encontro com o ex-presidente da República António de Spínola, fugido de Portugal após a viragem à es-

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Günther Wallraff, 67 anos

querda de 11 de Março de 1975, denuncia também no novo livro a exploração laboral em firmas alemãs. Wallraff, 67 anos, trabalhou com outra identidade numa padaria, num centro de atendimento telefónico, nos caminhos-de-ferro e na cadeia de cafés Starbucks, cujos empregados têm de sorrir aos clientes, mas segundo o jornalista trabalham em condições de quase escravatura. O autor alemão afirmou não esperar que as suas denúncias „provoquem um grito de revolta social, ou sirvam para melhorar a situação de muitos trabalhadores“, dizendo antes esperar agora que várias empresas que „enganou“ lhe movam processos jurídicos. „Mas até agora ganhei todos os casos em tribunal, e tenho bons advogados“, sublinhou Wallraff. FA

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O jornalista e escritor alemão Guenter Wallraff, famoso pelas reportagens „undercover“, apresentou na o seu último livro, em que volta a desmascarar a exploração desenfreada de trabalhadores por algumas firmas alemãs. O novo livro de Wallraff chama-se „Aus der schönen neuen Welt. Expeditionen ins Landesinnere“ (Do Belo e Novo Mundo – expedições ao Interior do País), e põem também a nú os preconceitos contra estrangeiros existentes na sociedade germânica. Para a sua nova série de reportagens, chegou a pintar a cara de preto, transformando-se num alemão de raça negra que tentou sem êxito alugar um apartamento ou arranjar trabalho. „Muitas vezes não me diziam directamente, mas recusavam alugar-me casa ou dar emprego, como negro“, disse Wallraff na

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Frio

PORTUGAL POST nº 187 • Fevereiro 2010

Capote Alentejano protege do frio e é moda na Europa Os longos e quentes capotes alentejanos são por esta altura do ano muito procurados para fazer face às baixas temperaturas, mas nem todos se podem proteger da “cabeça aos pés” envergando este traje. A única fábrica de capotes no sul do país localiza-se na freguesia de Santa Eulália, no concelho de Elvas. É ali que centenas de capotes começam a ser confeccionados logo no Verão para que nesta altura do ano possam ser vendidos em todo o território nacional, noutros países da Europa e na América. José Alpedrinha começou a fazer capotes quando tinha apenas 18 anos de idade. Aprendeu com o pai que era alfaiate e dirige a empresa alentejana que já assinala cinquenta anos de actividade na feitura destes agasalhos. Na época alta de produção fazem entre quinze a vinte capotes por dia. Neste Inverno, a fábrica de José Alpedrinha já confeccionou mais de 700 capotes. “Já chegámos a ter aqui na empresa setenta trabalhadores. Agora são só sete”, conta à agência Lusa

José Alpedrinha, ao mesmo tempo que acrescenta que “o negócio vai bem e não tem sentido a crise”. Cada capote representa quatro horas de trabalho, só na parte da costura, e o preço não está acessível a todas as bolsas:“os capotes variam entre os 200 e os 300 euros, sendo mais caros os que têm gola

de raposa”, justifica. “O capote vende-se no Alentejo desde o início do século passado. Antigamente era vestido por agricultores e trabalhadores rurais. O capote cinzento escuro era para os senhores das terras - os latifundiários, os castanhos eram típicos dos habitantes do Redondo e Re-

guengos de Monsaraz e o verde, que é uma cor recente, foi feito a pensar nas senhoras espanholas e nos caçadores”, explicou José Alpedrinha. Outrora a matéria-prima, o burel, provinha das indústrias de lanifícios da Beira Baixa. “Agora isso acabou. O burel já só é feito em

Castanheira de Pêra, única fábrica em Portugal”, conta. O capote alentejano foi deixando as verdejantes planícies alentejanas e instalou-se no guarda-roupa das grandes cidades da Europa e metrópoles mundiais “há capotes feitos por mim em Paris, Londres e até na América, principalmente no Canadá onde faz mais frio”. Apesar do sucesso do capote alentejano, José Alpedrinha recusa vulgarizar o uso desta peça de vestuário, “gostava que se conservasse selectivo. Não concordo que seja generalizado e que cause impacto pela sua popularidade”. José Alpedrinha orgulha-se de já ter vestido o capote alentejano a diversas individualidades.“O doutor Mário Soares, Jorge Sampaio, José Saramago, entre muitos outros”. Orlando Redondeiro tem uma loja em Estremoz (Évora) onde vende este tipo de artigos. O frio rigoroso do passado mês de Dezembro levou à ruptura do stock de capotes que tinha para venda. “Em poucos dias vendi cerca de cinquenta capotes. Este é um artigo que tem tido muita procura nos últimos anos. Os clientes são da zona de Lisboa e há também muitos espanhóis que vestem os capotes verdes para as montadas que realizam no país vizinho”, diz com satisfação Orlando, que também veste o capote desde os sete anos de idade. Publicidade

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Salmos e Orações aos Anjos Autor: Gabriela Barros Formato: 14 X 21 cm. Páginas: 96 Os Anjos são criaturas celestiais enviadas por Deus para nos ajudar na nossa evolução terrena e espiritual Estão sempre por perto para nos auxiliar e, através da oração, podemos estabelecer contacto com eles. Os salmos bíblicos são invocações mágicas, orações poderosas, escritas há cerca de 5 mil anos. Salmo quer dizer oração cantada e acompanhada com instrumentos musicais. São utilizados para pedir a bênção e a ajuda de Deus para os problemas do dia-a-dia. Como mantras sagrados, podem ser utilizados por cada um de nós, independentemente da religião ou crença de cada um. A leitura dos salmos é outra maneira de nos aproximar do nosso Anjo da Guarda e de trazer a sua influência para as nossas vidas. Cada Anjo é atraído por um salmo específico. Quando oramos, os Anjos oram connosco, nessa altura a cor da nossa aura muda e isso facilita aos Anjos entenderem a nossa intenção, levando mais prontamente as nossas petições ao plano astral, podendo assim prestar-nos de forma mais rápida a ajuda de que necessitamos.

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Economia e Negócios

Apelo a todos os nossos leitores A Editora Portugal Post está a preparar a segunda edição de um Directório Empresarial Luso-Alemão, isto é, uma espécie de páginas amarelas que tem como finalidade divulgar o maior número possível de empresas portuguesas ou luso-alemãs. O objectivo desta publicação é a criação de uma rede de contactos empresariais. Um outro não menos importante objectivo é a divulgação do potencial das empresas de portugueses ou lusoalemães. Como o PORTUGAL POST não pode ter um conhecimento total das empresas portuguesas neste pais, pedimos aos nossos leitores que saibam de portugueses que tenham uma actividade empresarial (restaurantes, firmas de importação, negócios de qualquer rama) ou que exerçam uma profissão liberal que nos informem através de telefone, fax ou de email. Ficaremos, como é óbvio, muito agradecidos. Os nossos contactactos: Tel.: 0231 -83 90 289 Fax: 0231-83 90 351 E-mail: correio@free.de

PORTUGAL POST nº 187 • Fevereiro 2010

Governo em condições de desenvolver Netinvest com financiamento de quatro milhões O ministro dos Negócios Estrangeiros português (na foto) afirmou que „há finalmente condições“ para desenvolver o Netinvest, um programa para atrair investimento para Portugal e apoiar a internacionalização que deverá ter um financiamento de quatro milhões de euros. „Na relação com as comunidades, há finalmente condições para pôr um programa muito importante em desenvolvimento (…) O Netinvest, uma plataforma que se candidata a um financiamento do QREN (Quadro de Referência Estratégico Nacional) de quatro milhões de euros, que em princípio estará aprovado nas próximas semanas“, disse Luís Amado na abertura do Seminário Diplomático 2010. O ministro, que falou do Netinvest no âmbito das estratégias da Política Externa para apoiar a recuperação económica do país, considerou que ele „vai permitir gerir uma relação inovadora com a vastíssima comunidade empresarial e de empreendedores de origem portuguesa um pouco por todo o mundo“. O Programa Netinvest foi lançado pelo governo há um ano, du-

rante o 1º Fórum de Empresários das Comunidades Portuguesas, em Lisboa, mas nunca chegou a ser concretizado. Na sua intervenção, Luís Amado referiu também, igualmente no domínio do apoio ao esforço de recuperação da economia portuguesa, a repetição em 2010 de uma iniciativa realizada pela primeira vez em 2009 de sensibilização dos cônsules honorários de Portugal para a realidade económica e empresarial portuguesa. „Vamos também manter a cativação e atracção dos cônsules honorários (…) Vamos intensificar

Páginas Amarelas Directório de empresas luso-alemãs

este ano a iniciativa de organizar acções de conhecimento da realidade empresarial do país para cônsules que, de uma maneira geral, até são designados em função de uma particular relação que têm com a elite empresarial do país em que estão“, disse o ministro. Ainda em relação às Comunidades portuguesas, Luís Amado afirmou que a política do governo nesta área vai continuar a assentar „no princípio da promoção da integração e participação nos países de acolhimento“ e „no princípio da promoção da relação com Portugal“.

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Ao passar mais um ano, o 17º, de existência e publicação ininterrupta, o jornal PORTUGAL POST consolida ainda mais a sua missão de porta-voz da Comunidade portuguesa na Alemanha. Como um órgão de informação, que já conquistou um lugar no panorama da imprensa portuguesa da emigração, o PP é hoje um jornal que constitui um verdadeiro património da Comunidade lusa residente neste país. Plural, sério, crítico e atento, o PP já há muito que ganhou a confiança de todos, querendo estar cada vez mais ao serviço de toda a comunidade.

Parabéns ao Portugal Post pelo bom serviço prestado à comunidade

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Economia & Negócios

Ein unverzichtbares Medium “Seit 15 Jahren ist die Portugal Post für die über 100 000 in Deutschland lebenden Portugiesen ein unverzichtbares Medium, das aktiv das Gemeinschaftsgefühl fördert und als einzige Zeitschrift einen Überblick gibt über ihre Aktivitäten in den deutschen Städten. Dass die Portugal Post dabei der Hansestadt Hamburg mit ihren speziellen jahrhundertelang gewachsenen Beziehungen zu Portugal besonderes Augenmerk widmet, freut mich natürlich besonders. Die Portugal Post ist aber auch für all jene, die sich, wie zum Beispiel die Portugiesisch-Hanseatische Gesellschaft, für die Vertiefung der Beziehungen beider Länder einsetzen, eine gute Informationsquelle. Uly Foerster, Chefredakteur Lufthansa Magazin, Hamburg”

Devemos estar informados Nunca percebi porque é que o meu pai sempre tinha uma assinatura do jornal da sua terra em Portugal quando, afinal, vivemos na Alemanha é sobre aqui que devemos estar informados. Descobri o Portugal Post há uns meses e cheguei à conclusão que este é um meio importante informação sobre o que se passa com a comunidade portuguesa no país em que passamos a maior parte vida. E sem o PP talvez não saberia que até existe um "Bairro Portugues"/"Portugiesenviertel" em Hamburgo ou que vai haver eventos como o festival da juventude, com muitas bandas portuguesas.. Nélia Brito, Gestora de projectos e Administradora do www.lusindex.de, forum virtual da comunidade luso-alemã

Trabalho sério e rigoroso O Portugal Post cumpre 17 anos de publicação. Foi um tempo de sucesso, construído na base dum trabalho sério e rigoroso que lhe foi granjeando credibilidade e prestígio. A isenção e pluralismo na abordagem dos temas políticos, como instrumento de intervenção democrática, a apologia dos valores cívicos e a motivação e empenho em prol das aspirações e anseios das comunidades portuguesas, fizeram do Portugal Post um título de referência para a generalidade dos seus leitores, os portugueses residentes na Alemanha. Aí, sempre eles encontraram um amparo, uma palavra, o respaldo amigo e o conselho avisado para que ultrapassassem as dificuldades e constrangimentos que sempre afectam quem vive longe da sua terra. Ao jornal, aos seus leitores e, em especial, ao seu director, Mário dos Santos, os meus melhores votos de sucesso e longa vida. José Lello, deputado do PS e ex-Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas

O Portugal Post presta um inestimável serviço à comunidade portuguesa na Alemanha A universalidade dessa relevante contribuição é reflectida em cada edição, que tem artigos escritos por autores representativos vindos de todas as partes da Alemanha. As opiniões divergentes sobre temas actuais e do interesse da comunidade, com certeza contribuem para o debate de ideias, divulgando e despertando ao mesmo tempo o espírito crítico dos leitores. Parabéns. Michaela Azevedo Ferreira Advogada, Bonn

O Portugal Post, para quem que como eu se quer manter ao corrente de tudo o que à emigração portuguesa na Alemanha diz respeito, tornou-se leitura obrigatória. Tive o prazer de acompanhar a evolução do jornal desde que há 17 anos apareceu e com ele aprendi muitos dos conhecimentos que hoje tenho sobre a emigração portuguesa neste País. A isenção com que o jornal tem vindo a tratar de todos os assuntos da actualidade, sem nunca perder de vista a defesa dos interesses dos seus leitores bem como de todos os emigrantes em geral, merecem o nosso apreço e respeito. É por isso que não tenho dúvidas em recomendar a leitura do Portugal Post a todos aqueles que querem estar bem informados quer sobre os nossos problemas quer ainda sobre o que se passa no nosso País. Está de parabéns o Portugal Post pelo bom serviço prestado à comunidade. De parabéns estão também os leitores em geral e os assinantes em particular, por terem escolhido e assinado este jornal. José Eduardo Membro do Conselho das Comunidades Portuguesas

O porta-voz da comunidade portuguesa na Alemanha Desde há anos que acompanho a publicação do Portugal Post, que tem sido para mim uma importante fonte de informação. Considero muito importante haver um jornal como o Portugal Post na Alemanha principalmente por duas razoes: 1. Como somos uma comunidade bastante pequena e dispersa por várias partes da país em que vivemos o Portugal Post é um elo de comunicação e de troca de informação entre as várias comunidades; 2. uma vez que os hábitos de leitura dentro da comunidade variam muito, também entre as gerações, o Portugal Post é um contributo importante para manter o contacto com a língua portuguesa escrita, particularmente para os lusos-descendentes. Para concluir, o Portugal Post constitui uma plataforma e é o porta-voz da comunidade portuguesa na Alemanha. Dora Mourinho, Socióloga

Glückwunsch Portugal hat unzählige Freunde in Deutschland: Viele haben schon Urlaub gemacht zwischen Minho und Algarve, dort gearbeitet oder studiert. Andere schätzen Pessoa oder Saramago, sind Fans von Mariza oder Madredeus, Figo oder Cristiano Ronaldo, lieben Pastéis de Nata oder Bacalhau. Noch wichtiger: viele Deutsche mögen Portugal, weil sie portugiesische Kollegen, Nachbarn oder Freunde haben, weil die Kinder mit Portugiesen zur Schule gehen oder weil der Espresso im nettesten Café oder Restaurant in der Nähe Bica heißt. All diese Menschen sollten eigentlich die "Portugal Post" lesen, um auf dem Laufenden zu bleiben und um die Portugiesen in Deutschland noch besser zu verstehen. Am schönsten wäre es aber, wenn die deutschen Freunde Portugals sich mehr mit eigenen Texten und Ideen an der Zeitung beteiligen würden. Dann könnten die nächsten siebzehn Jahre "Portugal Post" noch stärker im Zeichen von Dialog und Miteinander stehen. Marco Bertoloso Leiter der Abteilung Zentrale Nachrichten beim Deutschlandfunk

Uma grande responsabilidade Ao longo destes 17 anos, o Portugal Post tem desempenhado no seio da comunidade portuguesa um papel importante. Apesar de todas as limitações e deficiências, a existência de um órgão de informação em língua portuguesa com notícias de uma comunidade tão dispersa, como é o caso da comunidade portuguesa na Alemanha, é em princípio um bem para a comunidade. Mas esta situação também lhe confere uma grande responsabilidade. O Portugal Post poderá valorizar ainda mais a sua função junto da comunidade se apoiar de uma forma construtiva a componente mais dinâmica do movimento associativo português na Alemanha, a FAPA e se abrir mais as suas páginas aos sectores de esquerda que lutam por soluções mais justas e democráticas para a comunidade portuguesa na Alemanha. Rui Paz, Professor de música e Membro do Conselho das Comunidades Portuguesas


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Kultur

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Geschichten aus der Geschichte

Verbündete schlimmer als Feinde Joaquim Peito

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m 19. Juli 1380 kamen die englischen Soldaten in Portugal an, die in Folge des 1372 zwischen D. Fernando und Repräsentanten des Herzogs von Lancaster geschlossenen Vertrags von Tagilde (Pakt von Tagilde) dem portugiesischen König Hilfe im Krieg gegen Kastilien versprachen. Es war eines der wichtigsten politischen Abkommen, die Portugal jemals mit einer anderen Nation traf. Dieses Abkommen konstituierte das erste rechtliche Instrument eines Allianzvetrags zwischen Portugal und England und besteht noch heute. Eine Flotte von 48 Schiffen fuhr in die Tejo-Mündung ein und brachte circa 3000 bewaffnete Männer. Unter den Rittern und Bogenschützen, die vom Grafen von Cambridge kommandiert wurden, befanden sich Veteranen des Hundertjährigen Krieges. Das Schlimmste war das Verhalten solcher Verbündeter. Als sie ankamen, hinterließen sie eine Spur von Tod und Zerstörung, als seien sie ein verfeindetes Heer auf erobertem Boden. Sie kamen mit dem Ziel, Portugal im Krieg gegen die Kastilier beizustehen, aber sie verhielten sich, als seien sie wahrhaftige Invasoren, wahrhaftige Barbaren. Laut der Chronik von D. Fernando de Fernão Lopes ist dies ein authentischer Bericht der Geschehnisse: „Als die Engländer sich in Lissabon niederließen, begannen sie, sich in der Stadt auszubreiten, tötend und raubend, Frauen zu sexuellen Praktiken zwingend, derartige Macht und Verachtung gegenüber allen zeigend, dass man sagen würde, sie waren ihre Todfeinde und kamen, um sich des Königreichs zu bemächtigen.“ Nach der Schilderung einer Szene aus Raub und Mord fährt der Chronist fort: „Oft war der Schaden, den sie anrichteten, größer als jener, dass sie Essen verschwendeten. Denn es kam vor, dass man Lust hatte, Ochsenzunge zu essen, den Ochsen tötete, ihm die Zunge herausriss und den Rest des Ochsen übrig ließ. Und das Gleiche machten sie mit Wein und anderen Dingen.“ Der König, D. Fernando, bereute es, nach ihnen geschickt zu haben und entfernte die Engländer aus der Hauptstadt, indem er sie zur Belegung der Grenzen des Alentejo entsandte. Aber dort attackierten sie die Ortschaften Borba und Monsaraz, eroberten die Kleinstadt Redondo im Sturm und

versuchten das Gleiche in Évora Monte, ohne gereizt worden zu sein. Da die Einwohner das Essen und ihre Habseligkeiten versteckten, gingen die Engländer dazu über, sie zu foltern, damit sie sagten, wo sie die Nahrungsmittel hatten. Die Reaktion des Volkes war ebenso gewaltsam: „Die Leute begannen, sich so heimlich wie sie konnten zu rächen. In tiefen Mulden mit verborgenen Öffnungen für das Fangen wilder Tiere und ähnlichen Fallen töteten sie viele von ihnen im Verborgenen auf eine solche Weise, dass zu ihrer Verwirrung so viele starben, dass hinterher keine zwei Drittel von ihnen in ihr Land zurückkehrten.“

englischen Anwärter auf den kastilischen Thron zu setzen. Als Henrique II starb und ihm der Sohn, Juan von Kastilien, nachfolgte, fing der Herzog von Lancaster wieder damit an. D Fernando ging ihm nach und verwickelte das Land in den Krieg von 1381-82, der ein doppeltes Desaster war, Tür

Bettler zu arbeiten sowie die Gründung der Schiffsgesellschaft, die eine Art Versicherungsgesellschaft der Händler ist, neben anderen Hilfsmaßnahmen für die Konstruktion von mehr Schiffen versuchten, der Krise zu begegnen, aber mit wenigen unmittelbaren Resultaten. Der Charakter des Königs, der wegen der Schönheit, von der man sagte,

Um den Fortgang der Exzesse und des Ungehorsams der Engländer zu verhindern, zog es D. Fernando vor, mit Kastilien Frieden zu schließen. Als Gegenleistung würde sich seine einzige eheliche Tochter, D. Beatriz, die bereits dem erstgeborenen Sohn des kastilischen Königs und danach einem Sohn des Grafen von Cambridge versprochen worden war, mit dem zweiten Sohn des Königs Juan I von Kastilien verheiraten. Aber wie dieser es unterdessen einfädelte, heiratete die portugiesische Infantin schließlich den König selbst, was zur Krise von 1383-1385 und zur Veränderung der Dynastie führte. Die drei Kriege zwischen Portugal und Kastilien, die die iberische Halbinsel während der Regentschaft D. Fernandos in Blut tauchten, waren eine Nebenepisode des Hundertjährigen Krieges, der zwischen der Mitte des 14. und der Mitte des 15. Jahrhunderts Frankreich und England gegenüberstellte. Der erste Krieg resultierte aus der Forderung D. Fernandos nach dem kastilischen Thron, als D. Pedro I ermordet und durch Henrique II ersetzt wurde. Der Konflikt endete in einer Sackgasse, und der Friedensvertrag beinhaltete das Versprechen, dass der König von Portugal die Tochter Henriques heiratete. D. Fernando brach das Versprechen, als er 1372 Leonor Teles heiratete. Im selben Jahr schloss er den Vertrag von Tagilde mit dem Herzog von Lancaster, der sich König von Kastilien nannte, weil er mit einer Tochter D. Pedros I verheiratet war. Die Ursprünge der portugiesisch-britischen Allianz, der ältesten der Welt, gehen auf diese Zweckmäßigkeit der Interessen zurück. Der Krieg von 1372-73 endete, ohne dass es der portugiesische König schaffte, den

Juan von Kastilien verheiratete, was dazu führte, dass Portugal von Kastilien anektiert wurde, was SELBSTVERSTÄNDLICH das Missfallen der portugiesischen Mittelklasse und des Adels erregte. Er verwickelte sich in unnütze Kriege mit Kastilien, war ein Spielzeug in den Händen der europäischen Monarchen im Hundertjährigen Krieg und änderte mehrere Male seine Politik, indem er abwechselnd mal dem Papst in Rom (Urban VI), mal dem Papst von Avignon (Clemens VII) Unterstützung gab. D. Fernando zog Clemens vor, den die Kirche im Endeffekt als Antipapst ansehen würde. Auch seine Unfähigkeit als Befehlshaber des Militärs erlaubte es, dass Lissabon im Jahre 1373 von einem kastilischen König eingenommen und 1382 von einem anderen belagert wurde. Luís de Camões resümierte seine Regenschaft so: „Seine Schwäche machte die Leute Stark.“ An der Spitze Europas (Die erste große Revolution)

und Tor öffnete für die Plünderung und Verwüstung der Engländer und zu einem Vertrag (von Salvaterra) führte, der schließlich die Unabhängigkeit Portugals zweifelhaft machte. D. Fernando Seine Schwäche machte die Leute Stark Als D. Fernando (1345-1383), Sohn D. Pedros I (des Super-Portugiesen), neunter König von Portugal und letzter der ersten Dynastie von Borgonha im Jahre 1367 den Thron bestieg, gab er den Anstoß zu einem Zeitabschnitt, der von Kriegen und dem Ausbruch der Pest gezeichnet war. Maßnahmen wie das Gesetz der unbebauten Ländereien (1375), das die Grundbesitzer dazu verpflichtete, sie zu kultivieren und die

dass er sie besaß, als der Anmutiger oder der Schöne sowie wegen der desaströsen Art und Weise, die auf dem Gebiet des Krieges und der Diplomatie zwischen 1367 und 1383 regierte als der der Unkonstante oder der Inkonsequente in die Geschichte einging, beeinflusste auch die Politik. Die Ehe mit Leonor Teles, die bereits verheiratet war, veranlasste ihn dazu, die Proteste des Volkes niederzuschlagen, womit er Vertragsbruch beging und sich in einen neuen Krieg begab. D. Fernando hatte nicht viel Glück mit den politischen Entscheidungen, die er traf. D. Fernando war ein Individuum ohne große Energie. Er war im Übrigen beeinflusst durch die Viper, D. Leonor, die den sehr gut entworfenen Plan schmiedete und es schaffte, dass seine einzige eheliche Tochter, D. Beatriz, sich mit D.

Die Revolution von 1383-1395 war kein Einzelfall im Europa des 14. Jahrhunderts. Zuvor hatte Frankreich die Jacquerie (1358) erlebt, einen blutigen Aufstand der Bauern, verarmt durch den Hundertjährigen Krieg. Und im Jahre 1381 war in England der Bauernaufstand ausgebrochen, der vom berühmten Wat Tyler, einem Veteranen des Krieges mit Frankreich angeführt worden war. Das sind die großen Unterschiede in Bezug auf Portugal, wo ein Staatsstreich und ein Volksaufstand sich zu einer wahrhaftigen Revolution vereinten. Selbstverständlich waren Klasseninteressen im Spiel. Aber es waren nicht die einzigen. Ein Teil des Großadels und ein guter Teil des hohen Klerus’ schlossen sich nicht der Partei an, die ihnen mehr Vorteile gab oder als mächtiger erschien - die Juans I von Kastilien. Die portugiesische Revolution gewann. Mit kräftemäßiger Unterlegenheit kämpfend gewannen sie militärisch und waren in der Lage, die Anarchie zu verhindern als sie auf revolutionäre Weise einen Unehelichen (Bastard) wählten. Von ihm ging eine neue Dynastie aus und eine neue Zeit. Es wäre nötig, bis 1789 zu warten, damit Europa eine andere wahre Revolution würde erleben können. Die französische Revolution. Übersetzung aus dem Portugiesischen von Aiko Thedinga


Cultura

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Histórias da História

Aliados piores que inimigos... Joaquim Peito

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19 de Julho de 1380 chegaram a Portugal os soldados ingleses que, na sequência do Tratado de Tagilde (pacto de Tagilde), celebrado entre D. Fernando e representantes do duque de Lencastre, em 1372, prometiam ao rei português ajuda na guerra contra Castela. Foi um dos mais importantes acordos políticos de Portugal jamais feito com uma outra Nação. Esse acordo constituiu o primeiro instrumento jurídico de tratado da aliança entre Portugal e a Inglaterra e ainda hoje perdura. Uma frota de 48 navios entrou no Tejo, trazendo cerca de 3000 homens de armas, entre cavaleiros e archeiros, veteranos da Guerra dos Cem Anos, comandados pelo conde de Cambridge. O pior foi o comportamento de tais aliados. Quando chegaram, deixaram um rasto de morte e destruição como se fossem um exército inimigo em terra conquistada. Vieram com o objectivo de ajudar Portugal na guerra contra os castelhanos, mas portaram-se como se fossem autênticos invasores, autênticos bárbaros. Segundo a

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Crónica de D. Fernando de Fernão Lopes, é uma autêntica reportagem dos acontecimentos: “Os ingleses ... quando se instalaram em Lisboa ... Começaram a espalhar-se pela cidade, matando e roubando e forçando mulheres a práticas sexuais, mostrando tal domínio e desprezo de todos que se diria que eram seus mortais inimigos e vinham para se assenhorear do Reino”. Depois de contar uma cena de roubo e assassínio, o cronista continua: “Muitas vezes mais era o dano que faziam que aquilo que gastavam em comer. Porque tal havia que se tinha vontade de comer uma língua de vaca, matava a vaca e tirava-lhe a língua e deixava o resto da vaca. E o mesmo faziam ao vinho e a outras coisas”. O Rei D. Fernando, “muito arrependido de os ter mandado vir”, afastou os ingleses da capital, mandando-os guarnecer a fronteira do Alentejo. Mas aí atacaram as localidades de Borba e Monsaraz, tomaram de assalto a vila do Redondo e tentaram fazer o mesmo a Évora Monte, sem êxito. Como os moradores escondessem a comida e os seus haveres, os ingleses passaram a torturá-los para que dissessem onde tinham os mantimentos. A reacção do povo foi igualmente violenta: “As gentes começaram a vingar-se o mais escondidamente que podiam. Em covas fundas com abertura disfarçada para apanhar animais ferozes e armadilhas semelhantes, matavam muitos dos deles às escondidas, de tal forma que por sua desordem morreram tantos que não voltaram depois para a sua terra dois terços deles.” Para evitar a continuação dos excessos e falta de desobediência dos ingleses, D. Fernando preferiu fazer a paz com Castela. Em troca, a sua única filha legítima, D. Beatriz, que já fora prometida ao filho primogénito do rei castelhano e depois a um filho do conde de Cambridge, casar-se-ia com o filho segundo do rei Juan I de Castela. Mas como este enviou entretanto, a infanta portuguesa acabou por casar com o próprio rei, o que levou à crise de 1383-1385 e à mudança de dinastia. As três guerras entre Portugal e Castela que ensanguentaram a Península Ibérica durante o reinado de D. Fernando foram um episódio periférico da Guerra dos Cem Anos, que entre meados do século XIV e meados do século XV opôs a França à Inglaterra. A primeira guerra (1369-70) resultou da pretensão de D. Fernando ao trono castelhano, quando D. Pedro I foi assassinado e substituído

por Henrique II. O conflito terminou num impasse e o acordo de paz incluiu a promessa de o rei de Portugal casar com a filha de Henrique. D. Fernando faltou ao prometido ao casar com Lenor Teles, em 1372. No mesmo ano celebrou o Tratado de Tagilde com o duque de

pretendente inglês no trono castelhano. Quando Henrique II morreu e lhe sucedeu o filho Juan de Castela, o duque de Lencastre voltou à carga. D. Fernando foi atrás dele e envolveu o país na guerra de 138182, que foi um duplo desastre, abriu as portas às pilhagens e devastação

nios da guerra e da diplomacia que reinou entre 1367 e 1383, também influenciou a política. O matrimónio com Leonor Teles, que já era casada, levou-o a reprimir os protestos do povo, a violar um tratado e a meter-se numa nova guerra. D. Fernando não foi muito feliz com as decisões políticas que tomou. D. Fernando era um indivíduo sem grande energia. Era por demais influenciado pela víbora da D. Leonor, que planeou o plano muito bem arquitectado, e conseguiu que a sua única filha legítima D. Beatriz casasse com D. Juan I de Castela, o que fazia com que Portugal ficasse anexado a Castela o que CLARO foi do desagrado da classe média e nobreza portuguesa. Envolveu-se em guerra inúteis com Castela, foi um joguete à mão dos monarcas europeus na guerra dos Cem Anos e mudou várias vezes de política, alternando o apoio que ora dava ao Papa de Roma (Urbano VI), ora ao Papa de Avinhão (Clemente VII). D. Fernando preferiu Clemente, que a Igreja viria a considerar como antipapa. Também a sua inépcia como chefe militar permitiu que Lisboa fosse ocupada por um rei castelhano, em 1373, e cercada por outro, em 1382. Camoes resumiu assim o seu reinado: “Um fraco rei faz fraca a forte gente”. Na Vanguarda Europeia (A primeira grande revolução)

Lencastre, que se intitulava rei de Castela por ser casado com uma filha de Pedro I. As origens da aliança luso-britânica, a mais velha do mundo, remontam a esta conveniência de interesses. A guerra de 1372-73 terminou sem que o rei português conseguisse sentar o

“Os ingleses ... quando se instalaram em Lisboa ... Começaram a espalhar-se pela cidade, matando e roubando e forçando mulheres a práticas sexuais, mostrando tal domínio e desprezo de todos que se diria que eram seus mortais inimigos e vinham para se assenhorear do Reino”.

dos ingleses e levou a um tratado (de Salvaterra) que acabou por pôr em causa a independência de Portugal. D. Fernando Fez fraca a forte gente D. Fernando (1345 – 1383), filho de D. Pedro I (O Super Português), nono rei de Portugal e último da primeira dinastia de Borgonha, quando subiu ao trono em 1367 deu início a um período marcado por guerras e surtos de peste. Medidas como a Lei das Sesmarias (1375) que obrigava os proprietários das terras a cultivá-las e os mendigos a trabalhar, e a criação da Companhia das Naus, que é uma espécie de seguradora dos mercadores a par de outras medidas de apoio à construção de mais barcos tentaram fazer face à crise, mas com poucos resultados imediatos. O carácter do rei que passou à História como o Formoso, ou o Belo, pela beleza que, dizem que tinha, e o Inconstante ou o Inconsciente, pela maneira desastrosa nos domí-

A Revolução de 1383-1395 não foi um caso único na Europa do século XIV. Antes a França conhecera as Jacqueries (1358), sangrenta revolta dos camponeses, empobrecidos pela guerra dos Cem Anos. E, em 1381, em Inglaterra, estalara a revolta camponesa comandada pelo famoso Wat Tyler, veterano da guerra com a França. Estas as grandes diferenças em relação a Portugal, onde um golpe de Estado e uma revolta popular se juntaram para fazer uma verdadeira revolução. Claro que estiveram em jogo interesses de classe. Mas não foram os únicos. Parte da grande nobreza e boa parte do alto clero não aderiram ao partido que lhes dava mais vantagens e parecia o mais poderoso – o de Juan I de Castela. A revolução portuguesa venceu. Lutando em inferioridade de forças, venceu militarmente e foi capaz de evitar a anarquia ao eleger, revolucionariamente, um bastardo. Dele saiu uma dinastia nova e um tempo novo. Seria preciso esperar até 1789 para a Europa conhecer outra verdadeira revolução. A revolução Francesa.


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Consultório

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Miguel Krag, Advogado Portugal Haus Büschstr.7 20354 Hamburgo Leopoldstr. 10 44147 Dortmund Telf.: 040 - 20 90 52 74

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Comprar casa em Portugal Antes de formalizar a sua decisão de compra da casa, é conveniente certificarse de que ela cumpre as condições básicas de natureza legal. Tenha em particular atenção o seguinte: Conservatória do Registo Predial O registo predial destina-se essencialmente a dar publicidade à situação jurídica dos prédios, tendo em vista a segurança do comércio jurídico imobiliário. O registo definitivo constitui presunção de que o direito existe e pertence ao titular inscrito, nos precisos termos em que o registo o define. Na Conservatória do Registo Predial da área onde se situa o imóvel poderá saber, entre outros, se: * O imóvel está registado em nome daquele que se apresenta como proprietário do mesmo; * Não existem hipotecas ou penhoras a favor de terceiros; * O imóvel ou a fracção não está sujeito a qualquer usufruto, ou outro ónus ou encargo a favor de terceiros.

Câmara Municipal * Poderá consultar o plano director municipal, os planos de urbanização ou de pormenor da zona, de forma a conhecer o que está programado para a zona envolvente à do imóvel pretendido adquirir; * Deverá requerer a licença de utilização do imóvel. Instituição Bancária Para efeitos de aquisição de habitação, nova ou usada, para residir ou arrendar, pode recorrer ao Crédito à Habitação. São actualmente dois os regimes de crédito em vigor: regime geral e regime deficiente. O seu pedido de empréstimo no banco deverá ser instruído com um conjunto de documentação, a saber: fotocópias da caderneta predial e da certidão do registo, plantas de localização e de fogo, identificação da composição do agregado familiar e comprovativo dos rendimentos auferidos. Para efeitos de decisão, quanto à aprovação e condições do empréstimo, o banco procederá, ainda, à prévia avaliação do imóvel. No acto de celebração do contrato-pro-

messa de compra e venda é aconselhável acautelar a sua resolução, por eventual não aprovação de crédito, bem como garantir que o prazo para a realização da escritura pública de compra e venda seja o razoável à tomada de decisão pela instituição bancária. Poderá ainda recorrer a Crédito à Habitação, para efeitos de realização de obras de conservação, manutenção ou renovação, quer as mesmas se realizem na fracção quer nas partes comuns. Administração do Condomínio Se o prédio onde se localiza a fracção tiver constituida administração de condomínio deverá, junto desta, requerer informação relativa ao valor da respectiva quota. Deverá ainda apurar a eventual situação de dívida e de encargos assumidos. Contrato-Promessa de Compra e Venda Para formalizar a sua decisão de aquisição de habitação deverá celebrar o contrato-promessa de compra e venda. Este contrato deve constar de documento escrito, assinado por ambas as partes, e conter o reconhecimento presencial da assinatura dos promitentes vendedor e comprador e a certificação, pelo notário,

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Serviço de Finanças No Serviço de Finanças importa igualmente verificar se o imóvel se encontra arrendado e no caso de se tratar de aquisição de habitação usada, se o paga-

mento do Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) está regularizado.

da existência da respectiva licença de utilização ou construção. O contrato-promessa é um documento essencial já que regula os direitos e deveres das partes e as condições estabelecidas para o negócio, no período que medeia entre a data da sua celebração e a da realização da escritura pública de compra e venda. São requisitos do contrato-promessa: * A identificação dos promitentes vendedor e comprador, com indicação do estado civil, residência, número de bilhete de identidade e de contribuinte fiscal de que se é portador; * A identificação do imóvel, da qual conste a localização, tipologia, existência de partes integrantes ou afectas à fracção ou imóvel (garagem, arrecadação), inscrição matricial e descrição predial; * O preço da aquisição e a forma de pagamento, o valor do pagamento a título de sinal do qual, através desse instrumento, será dada quitação e a calendarização dos respectivos reforços, se a eles houver lugar; * Estipulação de que o imóvel será alienado livre de quaisquer ónus ou encargos; * A data da realização da escritura pública de compra e venda;

* Identificação de sanções no caso de a escritura pública de compra e venda não ser celebrada na data estipulada; * Licença de utilização ou de construção ou prova de que a mesma foi requerida à Câmara Municipal ou declaração que a substitua. Em caso de não cumprimento do contrato-promessa por facto imputável ao promitente comprador, o promitente vendedor tem direito de fazer suas as quantias entregues, a título de sinal. Atente-se que a lei estabelece que todas as importâncias entregues ao promitente vendedor têm carácter de sinal. Se, inversamente, a culpa for imputável ao promitente vendedor, este fica obrigado a restituir ao promitente comprador o sinal. Na compra e venda de edifício ou fracção autónoma já construido ou a construir não podem as partes afastar o recurso à execução específica, o que traduz a possibilidade de se obter sentença que produza os efeitos da declaração negocial do faltoso, obrigando as partes a celebrar o contrato prometido nos termos contratualmente acordados. (continuação na próxima edição) Michaela Azevedso Ferreira Adogada

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PORTUGAL POST nº 187 • Fevereiro 2010

José Gomes Rodrigues

Assistente Social Caritas Neuss

O sentido e o sem sentido das novas medidas No início do novo ano entraram em vigor algumas alterações na legislação social e desta vez ditadas por uma nova coligação governamental: liberais e cristãos democráticos. Apesar da mudança de cor politica, pelo menos parcialmente, as soluções que tentam embutir não deixam de ser diferentes dos anteriores governos. O objectivo destas poucas medidas é, segundo Westerwelle e de Senhora Merkel, acelerar a conjuntura económica, aumentando o poder de compra da população e ao mesmo tempo baixar o custo da produtividade industrial. O “Made in Germany” deve ser polido para que os produtos alemães ocupem de novo o auge das exportações. Enfim, notamos que os “nossos” políticos continuam a tentar aumentar os remendos, verificandose já o peso do fato e a irreconhecível cor original. Afirmo e repito, os “nossos” políticos, mesmo que vivamos na Alemanha, os que delineiam e organizam as nossas estruturas sócio – financeiras imediatas são os políticos da casa. É com as medidas destes, acertadas ou não, que aumentamos ou diminuímos a nossa qualidade de vida. Tudo vem a propósito da necessidade duma maior preocupação e de participação mais activa na vida político-social na sociedade onde se vive e muitas vezes se sangra para angariar um melhor futuro, que poderá ser em Portugal, assim como noutro ponto do globo. Para problemas globais, soluções globais. Já não somos totalmente independentes, pelo menos no mundo financeiro. Parece termos passado da fase de gritar, como crianças, exigindo isto e aquilo, mas sim erguermos os olhos numa dimensão mais internacio-

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nal e global e emPoupança de liares em caso de divorcio ou seprestar também a reformas paração sofreram também alguma • Aumento do Abono de Família nossa responsabicomplementares alteração. lidade nas situa- • Seguro de doença e de cuidados intensivos No futuro, e em O patronato veio beneficiar duma ções concretas e • Aumento da verba livre de tributação caso de mudança ligeira supressão ou abrandado dia a dia. As • Poupança de reformas complementares de residência para o mento de impostos facilitando ou Soluções não se estrangeiro, os pré- provocando, assim pensam os leencontram só no • As reformas ficarão inalteráveis mios complementa- gisladores na legislação uma nosso microcos- • Outras alterações gerais res do estado totais maior produção diminuindo assim mos. recebidos continua- o preço dos produtos. Chega de tecer rão a manterem-se considerações, Vamos passar ao nado anual ou seja de 245 €. Para e a serem transferidos para o es- Nota final concreto, dando a conhecer, duma os outros seguros paga ele 400€. trangeiro. No passado deveriam Seguindo o principio que orienforma sucinta, aos nossos leitores Tudo somado ele desconta do seu ser devolvidos ao estado os pré- tou estas e outras alterações algumas medidas entradas em ordenado anual a quantia de 2. mios quando o interessado aban- estão na forja outras alterações vigor com o alvor deste novo ano 225 €. Como a quantia máxima a donava a Alemanha. como sejam a legislação de arrenser considerada são os 1900 €, é 2010: damento, na facilidade de recupesomente esta quantia que poderá As reformas ficarão ração de dividas por parte dos ficar isenta de tributação. Sendo inalteráveis Aumento do Abono de credores. A lei assim chama de um casal em que os dois traba- Não haverão aumentos nas refor- Hartz IV poderá também sofrer Família Os pais já podem ter verificado lhem numa ocupação por conta mas para o ano corrente e tudo uma ligeira transformação. Estejaeste aumento no valor de 20 € doutrem, são-lhe reconhecidos o indica que continuarão inalterá- mos atentos. por cada filho. O primeiro e o se- dobro, ou seja, no máximo a veis para 2011. Nós, por nossa parte, tentaremos gundo filho o aumento do Abono quantia de 2.800 €. manter o mais possível os nossos aumentou para 184 €. Pelo ter- Para quem trabalhar por conta Outras alterações gerais estimados leitores devidamente ceiro filho a quantia a receber própria como independente, Houveram outras alterações que informados. mensalmente é de 190 €. Os res- como empresário, a quantia anual em nada ou somente tangencial- Esta exposição, como ousamos tantes filhos receberão a soma de considerado para efeitos de redu- mente poderão atingir os compa- afirmar, não é de forma alguma ção de tributação pode ir até triotas. È o caso da alteração da exaustiva, mas esperamos ter 215 € cada um. 2.800 €. Se um trabalhar é empre- lei sobre heranças. dado aos nossos leitores alguma sário e o outro exercer uma pro- O sustento obrigatório de fami- luz neste aglomerado tecido. Seguro de doença e de fissão por conta doutrem, esta cuidados intensivos No futuro as quantias desconta- quantia isenta de tributação audas para o seguro de doença ob- mentará para 4. 700 €. PEDIMOS AOS NOSSOS LEITORES rigatório, que são 7,9% do para nos colocar as suas perguntas e suordenado ilíquido, assim como do Aumento da verba livre de gestões por escrito usando o correio seguros obrigatório de cuidados tributação ou, melhor ainda, o correio electrónico. intensivos que são cerca de O aumento desta quantia é de Pedimos também para mencionarem o vosso nú1,225% estão sujeitos a isenção 170 € ou seja da soma anterior 7. 834/15. 668 € do IRS. A estes seguros poderão de mero de telefone fixo para, sendo necessário, enser acrescentados outros, tais (solteiro/casal) para 8. 004/1. 6008 trarmos em contacto convosco. As questões e como o seguro contra acidentes, para o corrente ano 2010. Esta alsugestões dos leitores podem ser enviadas para de desemprego etc. A quantia teração significa que, só a partir as seguintes direcções: isenta máxima por ano é de 1.900 duma fonte de receitas que ultrajose.rodrigues@caritas-neuss.de passem essas quantias pagam-se €. Para uma maior compreensão, vamos dar um exemplo concreto: impostos. Isto cobra mais sentido Tel.: 02131 269320 - fax 02131 269 336. Um trabalhador solteiro e sem fi- para os reformados, pois se não correio@free.de: lhos que aufira um ordenado ilí- atingirem essas somas poderão Tel. : 0231 8390289 - fax 0231 8390351 quido anual no valor de 20.000 € requerer nas finanças num formuObrigado. pagará deste ordenado para a lário própria a isenção de pagacaixa de doença a quantia de mento de impostos, é o assim Publicidade 1.580 € (7,9% do ilíquido total). chamado “Nicht- VeranlagungsbesPara o seguro de cuidados inten- cheinigung”. Esta isenção é válida sivos o valor de 1,225% do orde- durante os três anos seguintes.

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PORTUGAL POST nº 187 • Fevereiro 2010

Citações do mês

Agenda Tome Nota

O mundo recompensa com mais frequência as aparências do mérito do que o próprio mérito. Autor: La Rochefoucauld , François Os homens nem sempre são o que parecem Autor: Lessing , Gotthold

Fevereiro 2010 Até 28.02.2010 – HAMBURG Exposição de Pedro Cabrita Reis Galerie der Gegenwart , Glockengießerwall , 20095 Hamburg 1 a 28 .02.2010 – HAMHAMBURGO - Palavras da Terra Exposição do Instituto Camões, Centro de Língua Portuguesa / Instituto Camões Phil 663 .Von-Melle-Park 6 . 20146 Hamburg 3.02.2010- ESTUGARDA Maria João Pires, Concerto com a London Symphony Orchestra Direcção: John Eliot Gardiner . Obras de Ludwig van Beethoven . Início: 20h00 Local: Kultur- und Kongresszentrum Liederhalle , Berliner Platz 1-3 4.02.2010 - POTSDAM- Trio Fado Concerto Início: 20h00 Local: Theaterschiff . Karl-Liebknecht-Str. 135 . 14482 Potsdam

Ler + 5 e 6. 02.2010 - Freiburg - Estórias (des)integradas . O grupo de teatro Os Quasilusos apresenta uma peça da sua própria autoria . As representações iniciam-se às 19h30. Alte Universität , Theatersaal , Bertholdstr. 17 . 79098 Freiburg i. Br.

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5, 6 e 7. 02.2010 – COLÓNIA Arranha-céus . O grupo de teatro Teatro Lusotaque estreia a peça de Jacinto Lucas Pires . As representações iniciam-se às 20h00. Local: Severins-Burg-Theater , Eifelstr. 33 , 50677 Köln Mais informações: www.lusotaque.de

13.02.2010 - EXTRAVAGANTE - Concerto . Local: Schloss Britz . Alt Britz 73 . 12359 Berlin Início: 19h00

7.02.2002 – ARNSBERG – Deputado Carlos Gonçalves encontra-se com a comunidade com almoço no Centro Português. Almoço por inscrições. Local: Centro Português de Arnsberg,

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Vidas

PORTUGAL POST nº 187 • Fevereiro 2010

Coincidências ou coisas do destino A história que aqui conto não é bem minha mas de um outro português que encontrei aqui na Alemanha. Mas comecemos pelo principio. No dia 20 de Dezembro que passou tive de me deslocar de comboio por causa de assuntos que não vêm ao acaso. Na volta para casa tive um problema de tempo e perdi o último comboio directo. Não tive outra alternativa senão utilizar comboios regionais e mudar numas contas estações. Era muito tarde, talvez umas 02h00 da madrugada, quando cheguei à estação de Bochum (NRW) e aí tive de esperar até às 04h30 por um outro regional, esse sim, levava-me finalmente a casa, ao quente, porque a noite estava gélida e o cansaço tomava conta de mim. Em Bochum não tive outra alternativa senão andar pela estação e suas redondezas para matar o tempo. Num desses passeios forçados fui abordado por um homem que me estendeu a mão pedindo sem pronunciar qualquer palavra. O seu estado era francamente deplorável, para não dizer miserável: muito magro, com a barba por fazer que mais parecia ser um mato sujo que trazia agarrado à face e aos queixos. Tinha ainda as mãos, punhos e o que se podia ver da face encardidas pelo sujo e um olhar triste, submisso que me fez lembrar um cão faminto. Perguntei-lhe o que queria e a resposta foi o silêncio com a mão

estendida. A mão que não estava estendida agarrava uns dois ou três sacos de plástico: um do Aldi e outro de uma conhecida rede de supermercados em Portugal. Pensei logo que ele poderia ser português e voltei a perguntar-lhe (em alemão) se queria comer alguma coisa. O silêncio e a mão estendida continuaram como se fosse uma estátua ali pregada ao chão. Voltei a olhar o saco do do supermercado português e arrisquei em português um Tem fome? Não tive uma resposta mas percebi pelo seu olhar que a sua expressão se tinha modificado, mais alegre, talvez. Fiz-lhe uma outra pergunta em português e obtive um sinal de sim feito com a cabeça. A muito custo lá lhe arranquei um Sim, senhor. Como parecia não estar muito a acreditar no que lhe estava acontecer, pondo-lhe o destino um português à sua frente, o homem começou um choro entrecortado por palavras de fome e de toda a infelicidade que lhe tinha caído quando um dia, desempregado em Portugal, tentou a sua sorte no estrangeiro. Sem pensar muito, e até porque o meu comboio demorava, disse-lhe Venha comigo, e procurei um café ou uma ”Pommesbude” (quem vive no Ruhrgebiet sabe do que eu falo). A muito custo, lá encontrei perto da zona que me parecia ser da industria do sexo, uma “tasca” turco ou qualquer coisa assim aberto com saborosos “Döner” (sandes de

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carne com salada,etc). Entramos e o meu compatriota que tinha achado perdido numa estação do Ruhrgebiet graças ao destino, dispôs-se a devorar dois Döner acompanhados de copinhos de chá preto muito quente. Saciada a fome, perguntei-lhe se já estava melhor, que sim, disseme. Passados alguns momentos começou a contar a sua aventura. Que era lá de uma terra do norte de Portugal, trabalhou numa fabrica têxtil até aos 48 anos que tinha falido e, sem saber o que fazer, disse à mulher que ia tentar a sua sorte na França. Chegado à França, disseram-lhe para tentar o Luxemburgo, destino que não chegou a pisar porque a meio de caminho lhe faltou o dinheiro. Numa estação de serviço encontrou um camionista espanhol que o trouxe até à Alemanha, deixando-o num lugar que eu supus ser Bochum Langendreer, onde está a fábrica da Opel. Por esta cidade já andava há cerca de seis semanas, vivendo da esmola e juntando-se a outros sem-abrigo que “viviam” e dormiam em cantos, portas de lojas, pontes, etc. Durante as quase duas horas que esteve comigo o meu infortunado amigo deve ter chorado cinco ou seis vezes, maldizendo a sua situação, o mundo e, que se não fosse a mulher e os filhos, já teria acabado consigo. Como se aproximava a hora do meu comboio, saímos para a noite gélida. As ruas desertas e

poesias de amor e de outros sentires O amor é o amor O amor é o amor - e depois?! Vamos ficar os dois a imaginar, a imaginar?.. O meu peito contra o teu peito, cortando o mar, cortando o ar. Num leito há todo o espaço para amar! Na nossa carne estamos sem destino, sem medo, sem pudor, e trocamos - somos um? somos dois? espírito e calor! O amor é o amor - e depois?! Alexandre O´Neill

frias não eram nada acolhedoras para quem, como ele, nada tinha a não ser o pavimento frio das noites onde se tinha de deitar e as incertezas dos dias. A muito custo, deixei-o com cinquenta euros e um número de telefone da Caritas para onde ele deveria telefonar no dia seguinte, segunda-feira. Os dias passaram e as tarefas que antecedem ao Natal foram ocupando o meu dia-a-dia. De vez em quando perguntava-me se ele tinha conseguido apoio na Caritas e, depois, voltava aos meus afazeres. Assim chegou a noite da consoada. E voltei-me a lembrar do meu compatriota sem-abrigo. Consoei, penso que é assim que se diz, com um filho que vive comigo e, depois disto entregamonos a coisas caseiras: Neste entrementes, contei ao meu filho a história desse encontro e acabei por pensar alto se ele ainda estaria na situação tal como o encontrei. Sem perder mais um minuto, pegámos no carro e percorremos os 45 a 50 minutos que nos separam de Bochum. Estacionámos o carro na estação deserta passavam alguns minutos das 22h00 e lá fomos percorrendo todos os recantos onde poderiam estar os sem-abrigo. Ao fim de quase uma hora encontrámo-lo na companhia de outros infelizes que procuravam algum calor em garrafas de vinho barato e outros que tentavam dormir cobertos por farra-

pos e caixas de papelão. O encontro, como se pode imaginar, foi emocionante, quase que nos beijou as mãos. Contounos então que telefonou para o número que lhe tinha dado mas que não atendia ninguém. Com outros companheiros de ocasião passou duas noites num albergue público para os sem abrigo. Trouxemo-lo para casa. Lá se lavou, vestiu roupas lavadas; fizemos uma segunda ceia de consoada e em nossa casa dormiu em lençóis brancos e limpos. Seis dias conviveu connosco e foram nestes dias que percebemos quanto era um homem de bem que apenas queria encontrar um modo de vida. Explicada a situação, ou melhor, dissemos-lhe que aqui as coisas também não eram boas e o melhor era voltar para Portugal, para perto da sua família. Compramos-lhe o bilhete de comboio, demos-lhe dinheiro e roupa para se mudar durante a viagem e despedimo-nos dele abraçado a nós dizendo que nunca mais nos esqueceria. O autor destas linhas deseja o anonimato

Pedimos aos leitores que nos enviam correspondência para esta rubrica para não se alongarem muito nos textos que escrevem. A redacção reserva o direito de condensar os textos. Obrigado.

ESCREVA-NOS e conte-nos a história da sua vida Sabemos que há mulheres e homens que desejam comunicar as suas aventuras ou até mesmo histórias sobre a sua vida ou que querem relatar experiências e contar casos de que foram testemunhas ou os principais protagonistas. Todos, uns mais que outros, temos uma história para contar, como por exemplo, como cá chegamos; a nossa dificuldade em compreender a língua; os sonhos que acalentamos para aguentar estar num país tão diferente; o choque cultural, o primeiro dia de trabalho e, porque não, as dificuldades por que passamos. Nós queremos contar a sua vida, o bom e o mau. Escreva-nos como sabe e pode e a sua história poderá ser um valioso testemunho da nossa presença neste país. Não se esqueça de nos enviar as fotografias que deseja ver publicadas. Morada: PORTUGALPOST Burgholzstr.43 44145 Dortmund Fax: (0231) 83 90 351 E mail: correio@free.de


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PORTUGAL POST nº 187 • Fevereiro 2010

CONSULTÓRIO ASTROLÓGICO E-mail: mariahelena@mariahelena.tv TELEFONE: 00 351 21 318 25 91 Por Maria Helena Martins CARNEIRO Amor: deverá adoptar uma nova atitude a este nível para superar as provas com que se pode ter de deparar. Saúde: procure dormir mais horas pois estará com maior susceptibilidade a sofrer de dores de cabeça. Dinheiro: procure dar um novo impulso à sua vida profissional, diversifique as suas fontes de rendimentos. TOURO Amor: Evite ter qualquer tipo de atitude egoísta ou egocêntrica, pense duas vezes para não magoar o seu par. Saúde: Cultive a sua boa forma através de gestos simples: estacione o carro um pouco mais longe e ande a pé, troque o elevador pelas escadas, etc. Dinheiro: Tente conter-se um pouco mais nos seus gastos. GÉMEOS Amor: O seu charme e simpatia possibilitam-lhe alcançar a harmonia afectiva à sua volta. Saúde: Não tenha medo de aceitar aquilo que lhe parece novo ou diferente. É essa mudança que lhe vai permitir evoluir. Dinheiro: Deixe os seus investimentos darem frutos. CARANGUEJO Amor: Ao enfrentar algum problema lembre-se que este só poderá ser resolvido se for abertamente discutido pelos dois elementos do casal. Saúde: Cuidado com a alimentação hiper-calórica, não abuse. Dinheiro: Lembre-se que um bom líder deve ser capaz de cultivar o

Previsões para Fevereiro de 2010

bom-humor, pois num ambiente agradável as pessoas procuram dar o seu melhor. LEÃO Amor: Reconheça que ninguém consegue dominar as suas emoções em todos os momentos e não se recrimine quando não reage como gostaria. Admitir que não é perfeito é o primeiro passo para se sentir em paz. Saúde: Cuidado com as quedas, anda muito distraído. Dinheiro: Tudo irá correr pelo lado mais favorável neste sector. VIRGEM Amor: lembre-se que quando não arriscamos, por medo de perder a estabilidade que conseguimos, estamos a deixar de viver. Saúde: Com disciplina e autocontrolo melhorará certamente de qualquer situação difícil. Dinheiro: Uma pessoa amiga vai precisar da sua ajuda, não lhe falhe. BALANÇA Amor: É importante agir no momento certo, enfrentar os problemas sem lhes dar demasiado valor. Saúde: Procure com mais regularidade o seu médico assistente. Dinheiro: Não é o momento ideal para contrair nenhum empréstimo. ESCORPIÃO Amor: Seja mais carinhoso com o seu par. Saúde: Procure mais vezes o seu dentista. Dinheiro: Não se deixe abater por uma maré menos positiva nesta área da sua vida.

SAGITÁRIO Amor: Este é um momento favorável para a conquista. Saúde: Vigie o seu estômago. Dinheiro: Observe e oiça o que o rodeia, procure conhecer e experimentar sempre mais, tome uma atitude perante as situações! CAPRICÓRNIO Amor: Dê mais atenção aos seus amigos, dedique-se mais àqueles que ama e que o amam, não tenha medo nem preguiça de começar coisas novas! Saúde: Lute contra a rotina. Não seja hipocondríaco, consulte o médico mas sem dramatismos. Dinheiro: Cuidado com os gastos supérfluos, corte com as despesas que não são realmente necessárias. AQUÁRIO Amor: lembre-se que estamos sempre a tempo de começar de novo, de fazer mudanças, vencer o mau humor, as frustrações e a impaciência. Saúde: está mais sujeito a dores de garganta. Dinheiro: tenha força para agarrar a vida com coragem! PEIXES Amor: Em vez de culpar os outros por aquilo que nos acontece, lembre-se que podemos escolher ultrapassar os obstáculos com que nos deparamos, utilizando-os para amadurecer e evoluir. Saúde: Tenha mais confiança e valorize mais as suas qualidades. Dinheiro: Cuidado com as intrigas no local de trabalho, afaste-se de boatos. Em cada circunstância faça sempre o que lhe parece certo.

A mãe leva a filha à Assembleia da República. Conforme entram a mãe diz-lhe: - Agora tens que estar caladinha. Sabes porquê, não sabes? - Sim, porque estão pessoas a dormir.

Numa direcção-geral, o director para o seu chefe de serviços: — Segundo ordens superiores da ministra, por uma questão de economia, temos de despedir dez funcionários. Trate disso. — Mas, senhor director, só temos seis. — Não importa. Contrate mais quatro e depois despeça-os a todos. Minha senhora: conhece este homem? — Não senhor. — Como não? Então a senhora não é sua mulher? —Sou, sim. Mas se o conhecesse não me teria casado com ele... — Se eu morrer, Manuel, nunca mais encontras outra mulher como eu! — E quem te disse que eu quero outra mulher como tu?

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Endereços Úteis Embaixada de Portugal Zimmerstr.56 10117 Berlin Telefone 030 - 590063500 Telefax 030 - 590063600 Telefone de emergência (fora do horário normal de expediente): 0171 - 9952844 Consulado -Geral de Portugal em Hamburgo Büschstr 7 - 20354 - Hamburgo Tel: 040/3553484 Vice-Consulado de Portugal em Osnabrück Schloßwall 2 - 49080 Osnabrück Tel:0541/40 80 80 Consulado-Geral de Portugal em Düsseldorf Friedrichstr, 20 - 40217 -Düsseldorf Tel: 0211/13878-11;12;13 Vice-Consulado de Portugal em Frankfurt Zeppelinalle 15 - 60325- Frankfurt Tel: 069/979880-44;45

Conselho das Comunidades Portuguesas: Alfredo Cardoso, Telelefone: 0172- 53 520 47 AlfredoCardoso@web.de Alfredo Stoffel Telefone: 0170 24 60 130 Alfredo.Stoffel@gmx.de José Eduardo, Telefone: 06196 - 82049 jeduardo@gmx.de Maria da Piedade Frias Telefone: 0711/8889895 piedadefrias@gmail.com Rui Clemente Paz Telefone: 0173 - 5351651 ruipaz@gmx.de AICEP Portugal Zimmerstr.56 - 10117 Berlim Tel.: 030 254106-0

Consulado-Geral de Portugal em Stuttgart Königstr.20 - 70173 Stuttgart Tel. 0711/2273974

Federação de Empresários Portugueses (VPU) Hanauer Landstraße 114-116 60314 Frankfurt Tel.: +49 (0)69 90 501 933 Fax: +49 (0)69 597 99 529

Consulado Honorário de Portugal em Munique Maximiliansplatz 15 - 80333 München Tel. 089-29163131

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Astrologia, Karma e Felicidade Preço, 20,99 € Autor: Cristina Candeias Formato: 14x21cm Páginas: 112 A astróloga residente do programa "Praça da Alegria", de Jorge Gabriel, tornouse um fenómeno nacional, com as suas previsões em directo. Este é o seu primeiro livro. O livro que nos ensina a atravessar o deserto para encontrar o oásis e a felicidade plena. É necessário reflectir sobre quem fomos, o que somos e o que temos de vir a ser. Só depois de aceitarmos os nossos processos de mudança a vida se nos revelará.

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Lusofonia

Emanuel Bettencourt, cabo-verdiano, 48 anos de idade, a viver em Hamburgo desde os 14 anos de idade, é hoje uma referência em várias modalidades das artes marciais na cidade de Hamburgo. Sabendo da existência deste mestre de artes marciais, a a redacção da Lusofonia do PP solicitou uma conversa para conhecermos melhor a sua actividade. Recebendo-nos no escritório da sua academia de artes Marciais, a Tayo Sport Center, Emanuel Bettencourt foi de uma gentileza a toda a prova num ambiente todo ele ligado às artes marciais, com troféus, objectos decorativos asiáticos, penumbra, iluminação e um clima que nos introduziu numa conversa amena e totalmente descontraída com um desportista de cinturão negro em algumas artes marciais.

Emanuel Bettencourt, cabo-verdiano, famoso mestre das artes marciais ao PP:

“Os cabo-verdianos da diáspora têm de dar mais ao seu país”

Maria dos Anjos Santos, corresponde em Hamburgo

PORTUGAL POST: A partir de quando é que o Emanuel Bettencourt, cabo-verdiano, sai do anonimato e se torna um “embaixador”, um símbolo de “orgulho nacional” na diáspora? Emanuel Bettencourt: A partir do momento em que comecei a ganhar Torneios Internacionais, algo que chamou atenção ao Governo de Cabo Verde, e desde aí comecei a representar o meu país nas provas internacionais. Isso também despertou atenção ao público cabo-verdiano jovem, amante do Karaté, e abriu as portas para que eu me tornasse um embaixador digno do desporto cabo-verdiano. PP.: Como é que era o Emanuel Bettencourt antes de ganhar fama? E.B.: Tenho fama mas continuo a ser o mesmo de antes. Uma pessoa simples que teve a profissão de mecânico de aviação na Lufthansa e paralelamente desenvolveu a sua actividade desportiva. PP.: Deixar Cabo Verde aos 14 anos, é deixar para trás imensa saudade cultural, as recordações da primeira paixão, etc … Foi fácil esta

mudança na puberdade, entre dois mundos completamente diferentes? E.B.: Em principio sim, foi fácil, porque nessa idade não temos muita dificuldade em nos adaptar, principalmente devido à ansiedade em conhecer terras novas, novos mundos e culturas diferentes, não causou muito impacto em termos de saudades. 3 anos depois comecei a trabalhar na Lufthansa, isso permitiu-me um privilégio de poder viajar para Cabo Verde sempre que possível, o que minimizou muito a presença da palavra “saudade”. PP.: O Emanuel tem passaporte “diplomático” e já foi homenageado pelo Governo Cabo-verdiano. O que representa para si isso? E.B.: Motivo de grande orgulho, sobretudo. Com a mais valia de ser o único a representar a “ Terra da Morabeza” a 100%. Existem muitos caboverdianos na diáspora que já foram homenageados e que tal como eu representam o orgulho do nosso povo, mas todos eles têm cidadania estrangeira e/ou do país de acolhimento. A homenagem foi “pesada”. È uma grande responsabilidade não só diplomática mas também como desportista que tem que dar conta

Cabo-verdiano leva donativos para crianças das ilhas Um dos destacados membros da associação cabo-verdiana de Hamburgo, Calú Ramos, (na foto acompanhado de crianças) visitou a terra natal no passado mês de Dezembro, levando consigo alguns donativos, destinados às crianças das ilhas do Sal e São Nicolau, pois, como se sabe, há muitas crianças em idade escolar na ilha do Sal que não têm livros nem batas. Uma grande parte das escolas da ilha do Sal foi beneficiada com donativos, caso do Liceu Olavo Moniz, onde foram entregues também 20 batas. Mais de 50 alunos entre a primeira e a quinta classe receberam livros úteis como presente do Natal. Asa escolas que ainda receberam donativos a do Tarrafal de São Nicolau e de Hortela e Fragate, na ilha de São Nicolau.

quado aos seus filhos na diáspora, principalmente nesta área? E.B.: Acho que sim. Repare, Cabo Verde é um país jovem e com possibilidades limitadas. Na minha maneira de pensar, acho que nós é que temos que contribuir mais. Temos certos privilégios cá, que, comparando com o nível de vida e as possibilidades económicas de lá, deverão ser eles a esperar mais de nós, do que o inverso. PP.: Em 2006, foi destacado como uma das 50 mais importantes personalidades africanas na Alemanha, pela Revista African Heritage. Para além de Cabo Verde, existe ligação ou intercâmbio com culturas do continente africano? E.B.: Sim, isto faz parte do meu trabalho, o que desempenho na área desportiva. Tenho muitos contactos com conterrâneos africanos aqui na Alemanha, colaboro em programas de organizações ou instituições que desempenham o mesmo trabalho. Portanto, a minha ligação não é somente com Cabo Verde, mas também com outros países africanos. Ajudamo-nos mutuamente. PP.: O que mais aprecia no Continente africano? E.B.: África é o berço da humanidade, me identifico muito como um africano que vivendo cá fora, faço o máximo possível para representar e demonstrar a nossa dignidade como raça. PP.: Se o Emanuel não praticasse Artes Marciais, que outra opção teria? E.B.: Sem dúvida que praticaria desporto, provavelmente o futebol ou andebol.

do recado e representar condignamente a posição de embaixador do desporto, transmitindo exemplo à nação e aos jovens cabo-verdianos.

PP.: Isso quer dizer que existe uma forte ligação entre si e Cabo Verde. Acha que o Governo Caboverdiano tem dado o apoio ade-

PP.: O que faz nos tempos livres? E.B.: Acho que quase não tenho tempos livres. A minha via dedico-a toda à prática e ao ensinamento de Artes Marciais. Faço disso o meu Hobby, mas quando posso também faço algo que me dá muito prazer: viajar e descobrir novos horizontes. PP.: Já pensou na reforma? E.B.: Não. Considero-me jovem em todos os sentidos e ainda não me passou pela cabeça parar, até porque a prática de Artes Marciais não há limite de idade. PP.: Voltando a falar de novo sobre Cabo Verde, aponte uma lembrança que o marcou até agora. E.B.: Várias: O sol, as praias, a morabeza, as convivências…


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Última

PORTUGAL POST nº 187 • Fevereiro 2010

Santander Totta quer continuar a crescer de forma orgânica e rentável em Portugal O principal objectivo do Santander Totta no mercado português é, segundo o presidente Nuno Amado, manter o nível de crescimento e de rentabilidade, de forma a reinvestir no negócio e alargar a base de clientes, excluindo, de momento, fazer aquisições. „O Santander Totta é em Portugal o banco mais rentável e o objectivo número um é continuar a crescer rentavelmente“, revelou Nuno Amado, presidente do Santander Totta, uma semana depois de ter recebido em Londres o prémio de „Banco do Ano em Portugal“ da revista The Banker. Sobre a distinção, Nuno Amado destacou a „felicidade por ver recompensado o esforço por um reconhecimento externo, ainda para mais, num ano marcado pela grave crise“. Nuno Amado explicou que o modelo de negócio do Santander Totta exige um acompanhamento do crescimento dos clientes, uma maior vinculação dos mesmos e um alargamento da sua base de clientes. „O nosso modelo exige que possamos crescer com os nossos clientes, alargar a base de clientes, vinculá-los mais, sermos rentáveis com isso e reinvestirmos no nosso negócio uma boa parte da nossa rentabilidade, que é o que fazemos“, su-

blinhou. „Pretendemos em Portugal continuar a crescer organicamente, alargando a base de clientes ‘vinculados’, de forma a podermos continuar a manter níveis de rentabilidade adequados para continuarmos a investir no negócio. Essa é a estratégia, de crescimento orgânico“, reforçou o presidente, afastando para já qualquer interesse em fazer compras em Portugal. „Aquisições não estão no nosso radar actualmente“, frisou Nuno Amado. A cultura de „grande disciplina ao nível do crédito“, ou seja, uma boa análise das operações, a „proximidade aos clientes (com dinâmica comercial), mas aliada com uma disciplina no ‘pricing’“, isto é, o preço a que são colocados os produtos, bem como o „forte controle dos custos“, foram as armas do Santander Totta para resistir à crise, de acordo com o presidente. „Foi a gestão destes três factores que permitiu-nos ter uma manutenção da rentabilidade a níveis que são adequados para o banco, mas adequados acima de tudo para reforçar os capitais do banco e, portanto, sermos mais fortes, e termos um nível de solvência e uma alavancagem bastante menor do que aquela que a média dos nossos concorrentes tem“, afirmou o responsável.

Em termos de indicadores financeiros estruturais, Nuno Amado disse que aquele a que dá maior valor é ao nível de capitais próprios, quer o ‘Core Capital’, quer o ‘Tier 1’, destacando que este último é o mais forte do mercado, com cerca de 11 por cento, muito acima do que exigido pelas autoridades (oito por cento). „Esse é talvez o mais relevante, mas há um segundo, que é um par, que é a rentabilidade dos capitais próprios. Se não tivermos uma rentabilidade adequada dos capitais próprios, e nós temos uma rentabilidade de dois dígitos, o que é muito bom, somos o único banco com uma rentabilidade de 20 por cento em Portugal - isso não nos permite, reinvestindo uma boa parte desses resultados, termos um balanço sustentável e cada vez mais forte. Nós, com essa rentabilidade, conseguimos manter capitais muito fortes para a actividade que fazemos. Permite que o banco se desenvolva e cresça“. Nuno Amado destacou ainda mais dois indicadores, o ‘cost-toincome’, dizendo que o Santander Totta é „mais eficiente“, já que „gasta bastante menos gasolina para fazer os mesmos quilómetros que os concorrentes“ e, dado o momento de crise, o rácio do crédito em incumprimento sobre o crédito total. „O nosso rácio do crédito em incumprimento sobre o crédito total é

muito inferior ao do sector. Diria que anda em metade do sector. Ou seja, temos menos activos em incumprimento que a média do sector, o que

é muito importante em tempos de crise“, realçou, acrescentando que o mesmo está „ligeiramente abaixo dos 2 por cento“.

Rogério Pires, responsável pelo Escritório de Representação do banco Santander Totta em Colónia comentou ao PORTUGAL POST a sua satisfação pelas boas notícias que o banco dá aos seus clientes, não só por ser considerado um “banco eficiente”. Rogério Pires diz que a mesma filosofia de eficiência é aplicada no Escritório de Representação em Colónia do banco, ”eficiência esta traduzida na politica de proximidade que queremos manter com os nossos clientes”, disse Rogério Pires. O responsável do Santander Totta na Alemanha chama ainda a atenção para a campanha “Poupança Cresce Mais”, um produto depósito a prazo com taxas que atinge os 4%. Publicidade


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