Portugal Post Junho 2010

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PORTUGAL POST ANO XVI • Nº 191 • Junho 2010 • Publicação mensal • 2.00 € Portugal Post Verlag, Burgholzstr. 43 • 44145 Dortmund • Tel.: 0231-83 90 289 • Telefax 0231- 8390351• E Mail: correio@free.de •www. portugalpost.de •K 25853 •ISSN 0340-3718

Portugal no Mundial da África do Sul

Leia nesta edição Berlim Constituído o Conselho Consultivo da área Consular Página 9

CCP Membros do Conselho das Comunidades foram a Berlim ouvir o embaixador Página 8

Será desta que vamos subir ao pódio?

Nesta edição Caderno sobre o HARTZ IV Direitos e deveres

Deutsche Bank Portugal na Alemanha para competir com a banca portuguesa junto da comunidade Pág. 17 Está na forja a criação de uma Federação de Ranchos Folclóricos na Alemanha Pág. 10 Publicidade

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PORTUGAL POST Nº 191 • Junho 2010

PORTUGAL POST

Editorial Mário dos Santos

Agraciado com a medalha da Liberdade e Democracia da Assembleia da República Fundado em 1993 DIRECTOR: MÁRIO DOS SANTOS

CORRESPONDENTES ALFREDO CARDOSO: MÜNSTER ANTÓNIO HORTA: GELSENKIRCHEN JOÃO FERREIRA: SINGEN JORGE MARTINS RITA: ESTUGARDA JOSÉ PINTO NASCIMENTO: DÜSSELDORF KOTA NGINGAS: DORTMUND MANUEL ABRANTES: WEILHEIM -TECK MARIA DOS ANJOS SANTOS - HAMBURGO MICHAELA AZEVEDO FERREIRA: BONA ZULMIRA QUEIROZ: GROß-UMSTADT COLUNISTAS ANTÓNIO JUSTO: KASSEL CARLOS GONÇALVES: LISBOA DORA MOURINHO: ESSEN FERNANDA LEITÃO: TORONTO JOSÉ EDUARDO: FRANKFURT JOSÉ VALGODE: LANGENFELD LAGOA DA SILVA: LISBOA LUIS BARREIRA, LUXEMBURGO MARCO BERTOLOSO: COLÓNIA MARIA DE LURDES APEL: BRAUNSCHWEIG PAULO PISCO: LISBOA RUI MENDES: AUGSBURG RUI PAZ: DÜSSELDORF TERESA COLAÇO: COLÓNIA ASSUNTOS SOCIAIS JOSÉ GOMES RODRIGUES: ASSISTENTE SOCIAL CONSULTÓRIO JURIDICO CATARINA TAVARES: ADVOGADA MICHAELA A. FERREIRA: ADVOGADA MIGUEL KRAG: ADVOGADO FOTÓGRAFOS: PAULO FERREIRA E FERNANDO SOARES AGÊNCIAS: LUSA. DPA IMPRESSÃO: PORTUGAL POST VERLAG

Boas notícias ?

N

unca houve tanta fartura de estruturas que representam a comunidade. Para além do Conselho das Comunidades Portuguesas (CCP), eleito em eleições convocadas para o efeito, há ainda os Conselhos Consultivos (CC) nomeados e constituídos pelos cônsules – cinco no total: Berlim, Dusseldorf, Hamburgo, Estugarda e Osnabrück. Para além destas estruturas, mais ou menos oficiais, há ainda as organizações da própria comunidade, como é, por exemplo, a Federação de Associações Portuguesas na Alemanha. Para reforçar, há ainda o anúncio de mais uma federação que tenciona congregar os grupos folclóricos. No campo das empresas, registe-se ainda a Federação de Empresários. Visto assim, podemos dizer que estamos bem servidos. O CCP aconselha e alerta o

REGISTO LEGAL: PORTUGAL POST JORNAL DA COMUNIDADE PORTUGUESA NA ALEMANHA ISSN 0340-3718 • K 25853 PROPRIEDADE PORTUGAL POST VERLAG REGISTO COMMERCIAL HRA 13654 OS TEXTOS PUBLICADOS NA RÚBRICA OPINIÃO SÃO DA EXCLUSIVA RESPONSABILIDADE DE QUEM OS ASSINA E NÃO VEICULAM QUALQUER POSIÇÃO DO JORNAL PORTUGAL POST

quatro desde a eleição dos actuais membros) que os membros do CCP têm com o embaixador , cônsules, diplomatas e técnicos da embaixada. De todas as reuniões somos informados que se falou sobre isto e aquilo; que há uma boa colaboração entre as partes, etc e tal. Tudo isto é muito positivo e até se louva o espírito das reuniões, mas há qualquer coisa que falta, ou para sermos mais concretos, falta resultados ou alguém que diga no final dessas reuniões que se empreendeu e resolveu uma necessidade concreta, ou estamos a pensar mal? É verdade que a comunidade tem, como se vê, boas e úteis estruturas e isso se louva, mas vai chegar o tempo em que é preciso qualquer coisa que se veja em termos de resultados que sejam fruto dessa dinâmica e empenho de muitos compatriotas.

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Governo para as dificuldades que são precisas resolver; os CC informam, alertam e aconselham os cônsules sobre, digamos, questões dentro de cada área consular; as federações dão, ou é suposto que seja assim, força ao movimento associativo, une-o e ajuda as associações a enfrentar melhor as tempestades quando os ventos são desfavoráveis. Ora, visto isto assim, louva-se o empenho dos portugueses que, afinal, até se organizam demonstrando uma consciência cívica quer merece louvor. Assim sendo, a comunidade não deve ter razões para estar preocupada porque tem estruturas que levam as suas preocupações a quem de direito. De tudo isto, melhor dizendo, da constituição dos CC, do trabalho das federações, etc., vem-nos à memória as reuniões (e vão

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REDACÇÃO E COLABORADORES CRISTINA KRIPPAHL: BONA FRANCISCO ASSUNÇÃO: BERLIM FERNANDO A. RIBEIRO: ESTUGARDA HELENA GOUVEIA: BONA JOAQUIM PEITO: HANNOVER LUÍSA COSTA HÖLZL: MUNIQUE

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Mundial 2010

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Portugal - O oito ou o oitenta A selecção portuguesa de futebol só foi capaz do „oito“ ou do „80“ nas suas quatro participações na fase final do Mundial, com duas presenças nas meias finais intercaladas por duas eliminações prematuras. Portugal foi terceiro na estreia, em 1966, liderado pelos golos do „rei“ Eusébio da Silva Ferreira, e quarto na última edição, em 2006, mas, em contraponto a estes dois feitos, ficou-se pela fase inicial nas edições de 1986 e 2002. O meio termo é algo que a selecção das „quinas“ desconhece, em vésperas de uma quinta presença e terceira consecutiva - na fase final, que Portugal falhou em 13 ocasiões (1934 a 62, 70 a 82 e 90 a 98), depois de não ter participado nas eliminatória da edição inaugural (1930). A trajectória lusa nos Mundiais é uma história de extremos, do muito bom ao muito mau, de ter tido o melhor marcador em 1966 e ser considerada a equipa que „mais entreteve“ em 2006 a lamentáveis casos de indisciplina que marcaram as participações intermédias. No que ao de melhor diz respeito, a primeira presença continua a estar no top: em 1966, os „magriços“ caíram apenas nas „meias“ e

face à anfitriã Inglaterra (1-2), que viria a conquistar o que é ainda hoje o seu único grande título. O „onze“ de Manuel da Luz Afonso começou imparável, ao bater sucessivamente Hungria (3-1), Bulgária (3-0) e o bicampeão Mundial em título Brasil, de Pelé e Garrincha (3-1), o que lhe valeu a vitória no grupo 3. Nos quartos de final, o „sonho“ parecia terminado ao fim de 25 minutos, com a Coreia do Norte a vencer por 3-0, mas o „pantera negra“ respondeu com quatro golos consecutivos e José Augusto rematou a incrível reviravolta (5-3). Depois, um „bis“ de Bobby Charlton colocou os ingleses na final e deixou Eusébio em lágrimas, mas ainda com forças para marcar o seu nono golo e contribuir para o „bronze“ luso, selado face à União Soviética (2-1) com um tento de Torres. Foi, então, preciso esperar 40 anos para ver Portugal voltar a „brilhar“ num Mundial: em 2006, na Alemanha, a equipa do brasileiro Luiz Felipe Scolari não teve tanto encanto, mas venceu duas batalhas épicas, para a história.

A fase inicial foi um „passeio“, com as primeiras duas vitórias, sobre Angola (1-0) e Irão (2-0), a garantirem um apuramento prematuro e uma terceira, face ao México (2-1), a selar o triunfo no Grupo D. O Mundial começou, verdadeiramente, em Nuremberga, num „duelo“ de cartões (16 amarelos e quatro vermelhos) com a Holanda, que Maniche resolveu (1-0), com Portugal muito tempo em inferioridade numérica (10 contra 11 e

nove contra 10) e quase sempre sem bola (38 por cento contra 62). As grandes emoções prosseguiram nos „quartos“, com Portugal a desperdiçar quase uma hora em vantagem numérica (expulsão de Wayne Rooney) e a acabar por vencer a Inglaterra na „lotaria“, de novo com Ricardo (três defesas) como „herói“, a exemplo do que havia sucedido no Euro2004, e com Cristiano Ronaldo a selar o apuramento. A equipa lusa estava entre os quatro melhores do Mundo - todos europeus -, mas já não pôde mais: caiu nas „meias“ perante a França, como nos Europeus de 1984 e 2000, vergado a uma grande penalidade de Zinedine Zidane (0-1) e, já sem „alma“, deixou o „bronze“ para os anfitriões (1-3). Entre 1966 e 2006, Portugal só pisou o „palco“ dos Mundiais em duas ocasiões e, dado o que fez, mais valia ter ficado em casa a ver a prova pela televisão. Em 1986, Carlos Manuel logrou o „milagre“ da qualificação em Estugarda (1-0) e abrir a fase final com novo golo de „ouro“ (1-0 à Inglaterra), mas quase tudo foi muito triste: o „caso Saltillo“, um con-

fronto entre jogadores e dirigentes da FPF devido a divergências com os prémios de jogo. Desportivamente, o „onze“ de José Torres, também azarado devido à lesão sofrida pelo já malogrado Bento, perdeu com a Polónia (0-1) e foi humilhado por Marrocos (13), acabando no quarto posto do Grupo F, que qualificou os três primeiros. Em 2002, e após uma sensacional fase de qualificação, em que eliminou a Holanda, a selecção lusa, com Figo, então o melhor do Mundo, limitado fisicamente, começou de forma desastrosa (2-3 com os Estados Unidos) e pagou isso caro. O „onze“ de um „desorientado“ António Oliveira, a „geração de ouro“, ainda goleou a Polónia (40, com três de Pauleta), mas caiu parente a anfitriã Coreia do Sul (0-1), num jogo em que Beto e João Vieira Pinto acabaram expulsos, este último ainda com tempo para um „confronto“ com o árbitro. Em resumo, e sempre que chega a uma fase final, o que vem deixando de ser raro, Portugal ou cai com estrondo e „azia“ na primeira fase ou vai longe, até às „meias“, para ai tombar em paz, orgulhosamente entre os quatro melhores do Mundo.

França , vale 48 dos 180 milhões de euros da equipa, e Bastian Schweinsteiger (33 milhões), o mais bem avaliado da selecção alemã (156 milhões). Na lista surge ainda a Ho-

landa, que também vale 156 milhões de euros, 44 dos quais referentes a Robben. A Costa do Marfim (130 milhões de euros), adversária de Portugal no Grupo G, aparece à frente da campeã do Mundo, Itália, que soma 127 milhões, graças a Didier Drogba, que sozinho (48 milhões) perfaz mais de um terço do total da equipa. Na formação transalpina, Daniele De Rossi – 29 milhões – é o mais cotado. A fórmula utilizada para calcular a valia de um jogador baseiase nos valores das transferências em temporadas anteriores, golos marcados ou sofridos (dependendo da posição), remates certeiros, minutos jogados, chamadas à selecção, nomeações para a Bola de Ouro e títulos ganhos. A idade, a experiência e a regularidade também contam para a valorização dos atletas. Este modelo permite igualmente saber que o valor de um jogador sobe 3,18 por cento por cada 90 minutos disputados e que aumenta 1,33 por cento por cada chamada à selecção.

Valem 201 milhões Portugal tem a quinta selecção mais cara, de entre o lote das dez favoritas à conquista do título Mundial, na África do Sul. O previsível onze titular da selecção nacional vale cerca de 201 milhões de euros e apenas é superado por Espanha (303 milhões), Argentina (293 milhões), Inglaterra (263 milhões) e Brasil (223 milhões). Este valores resultam de um estudo feito pela consultora Frontier Economics, com sede em Espanha, que analisou o valor dos onze jogadores normalmente titulares nas selecções mais cotadas pelas casas de apostas mundiais. Lionel Messi é o jogador mais caro do Mundo, 140 milhões de euros, praticamente metade do valor total da selecção argentina (293 milhões de euros), e bastante acima dos 95 milhões de Ronaldo. Nani, avaliado em 23 milhões, e Bruno Alves, em 19 milhões, são

os segundo e terceiro mais valiosos da selecção portuguesa. A Espanha, actual campeã da Europa, é a equipa mais cara, em grande parte devido a Andrés Iniesta (44 milhões) e Fernando

Torres (43 milhões). Na selecção inglesa, destacam-se os 59 milhões de euros de Wayne Rooney e na brasileira os 41 milhões de Kaká. Frank Ribéry é o mais caro de


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Nacional & Comunidades

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Governo oferece este ano viagens de avião a 40 idosos carenciados para visitarem Portugal O Governo atribui este ano 40 bilhetes de avião para emigrantes idosos visitarem Portugal, no âmbito da iniciativa “Portugal no Coração”, sendo a África do Sul e a Argentina os países contemplados com mais passagens, disse fonte oficial. „O Portugal no Coração, que é uma iniciativa da Secretária de Estado das Comunidades Portuguesas, promove duas edições por ano e reserva 20 bilhetes para cada uma delas“, disse a fonte da Direcção de Serviços de Emigração, órgão da Direcção Geral dos Assuntos Consulares e das Comunidades Portuguesas (DGACCP). Este ano, as edições do Portugal no Coração acontecem em Maio e, a próxima, em Outubro. Segundo a mesma fonte, „África do Sul e Argentina são os países contemplados com mais bilhetes de avião, seis para cada, na primeira edição do ano“. Os emigrantes escolhidos devem ter mais de 65 anos, ter carências económicas, não ter visitado Portugal nos últimos 20 anos e morar fora da Europa. „As candidaturas são recolhidas pelo consulado da área de residência do candidato, é realizada uma entrevista e posteriormente as candidaturas são enviadas para Portugal, onde é nomeado um júri que selecciona os vencedores“, indicou a mesma fonte. Augusta Ferreira Leitão, de 70 anos, e que vive na África do Sul, vai finalmente rever a ilha da Madeira, onde nasceu e que não visita há 41 anos.Com ela, receberam esta semana as passagens aéreas das mãos do cônsul geral de Portugal em Joanesburgo, Carlos Marques, outros cinco idosos portugueses, todos

Opinião Helena Ferro de Gouveia Importa-se de repetir senhor ministro? Portugal exportou, desde a década de 90, um quinto dos seus quadros com formação universitária. O que o coloca ao nível de países como o Afeganistão, o Togo, o Malawi e a República Dominicana. Mas, para o ministro da tutela os cérebros não fogem de Portugal.

Idosos durante uma visita a Portugal no quadro do Programa Portugal no Coração

emigrantes de longa data na África do Sul. “Tenho o maior prazer em vos proporcionar esta oportunidade de voltarem às vossas terras de origem por cortesia da Secretaria de Estado das Comunidades”, referiu o cônsul, no ato de entrega dos bilhetes. Fernando Soares de Almeida, de Vale de Cambra, e a esposa, Maria Helena de Almeida, natural de Oura, Vidago, que não visitam Portugal há 28 anos, Humberto Vaz, do distrito de Coimbra, que já não visita Portugal desde 1963, e o casal Grifo (Ana Maria e Manuel) que desde 1989 não pisam solo português, são os restantes beneficiários do programa este ano na África do Sul. Da Venezuela, foram seleccionados três idosos, dois naturais da Madeira e um de Gondomar. Natural do Caniço, Madeira, e radicada em Valle de La Pascoa (400 quilómetros a sudoeste de Caracas), Maria da Paixão Correia Belo (71 anos) emigrou quando era

ainda criança e nunca voltou a Portugal porque teve que criar os três filhos e do marido, que primeiro a abandonou, mas voltou quando ficou na miséria. “A vida não tem sido tão fácil aqui, trabalhei para manter os meus filhos. O meu marido abandonou-me”, disse à Lusa. Agradecida pela oportunidade, espera encontrar a família e voltar a ver a mãe, que está muito doente. Agostinho Barros (78 anos) não visita Gondomar há 55 anos, mas tem muitas memórias da sua terra, nomeadamente andava na escola quando estavam a construir o Estádio das Antas. O outro contemplado com a viagem é António Pereira é natural do Pilar, Funchal, e não visita a sua terra há 28 anos. Segundo a cônsul geral de Portugal em Caracas, Isabel Brilhante Pedrosa, o Portugal no Coração “é um dos programas com maior impacto e que causa maior satisfação” porque se dá “esta oportunidade a portugueses que já não visitam Portugal há mais de 20 anos”. Publicidade

Abri o jornal Público na internet como habitual e deparome logo na segunda página com o que pareceu uma boa notícia. Portugal estaria a desenvolver a sua ciência sem fuga de cérebros e ”é um exemplo a seguir”. Que melhor maneira de começar o dia 25 de Abril? Dizia o diário que o ministro da Ciência e Tecnologia e Ensino Superior, Mariano Gago, se vangloriou de governar uma área exemplar em Portugal. Fê-lo por duas vezes. Primeiro, num debate com cientistas portugueses radicados nos Estados Unidos defendeu que Portugal tem evitado de forma “exemplar” a “fuga de cérebros”, ao mesmo tempo que se tornou num importador de cientistas. “Portugal é o caso mais exemplar no pós-guerra, talvez o único, de grande desenvolvimento científico sem brain drain [fuga de cérebros], ou com pouquíssimo”, disse Mariano Gago. “O número de pessoas da ciência fora de Portugal é insignificante.” Todavia, o governante não referiu nem os números “insignificantes” nem os “exemplares”. Mais tarde em Paris, num seminário da Organização de Cooperação e Desenvolvimento Económicos (OCDE), Mariano Gago insistia: Portugal “é visto como o exemplo a seguir”. Será mesmo? Uma consulta ao excelente blogue económico “The Portuguese Economy” deita por terra as palavras do ministro. Com a excepção da Irlanda, escreve-se no blogue (da responsabilidade de um grupo de académicos da Universidade Católica, da Nova, de Oxford, etc), nenhum país da OCDE envia tantos académicos para o exterior como Portugal. De acordo com um estudo recente, Portugal exportou, desde a década de 90, um quinto dos seus quadros com formação universitária. O que o coloca ao nível de países como o Afeganistão, o Togo, o

Malawi e a República Dominicana. Ainda mais desconcertante: a tendência para a saída de cérebros parece estar a aumentar. O que explica esta fuga? As causas são múltiplas, mas olhemos para uma das principais. Se é verdade a ciência em Portugal dispõe de melhores condições - mais institutos, mais programas também é verdade que Portugal sofre de uma aguda bolseirite. Basta escutar os bolseiros para perceber o grau de desânimo que se instalou. Há investigadores em Portugal cujas carreiras são um somatório de bolsas. Alguns chegam aos quarenta anos sem um contrato de trabalho na mão, sem direito à protecção da Segurança Social. “Há muita precariedade e muito desespero”, é a avaliação feita por Luísa Mota, presidente da ABIC, Associação de Bolseiros de Investigação Científica. Face às dificuldade e ao valor ridículo das bolsas (980 euros para bolsas de doutoramento e 1495 para as de pós-doutoramento) são muitos os que, legitimamente, viram as costa a Portugal à procura não apenas de um salário condigno, mas também de melhores oportunidades, de mais transparência na carreira académica e nas contratações em geral. Mandar todas as culpas para cima de Mariano Gago seria no entanto injusto. O mal português é mais profundo do que uma perturbação conjuntural da economia, do que o descontrolo das contas públicas, do que a precariedade. E é indiferente à cor política. A origem do mal está a montante: Portugal ainda cultiva uma mentalidade que não premeia o trabalho, nem o risco, em o mérito, mas que pactua com a mediocridade e a continuidade dos defeitos instalados. É aqui reside o verdadeiro drama português.


Nacional & Comunidades

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Língua:

Falantes de português aumentam para 335 milhões em 2050

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Deputados do PSD querem mais transparência na atribuição de subsídios às associações Os deputados do PSD pela Emigração Carlos Gonçalves e José Cesário querem mais transparência nos apoios que o Governo dá às associações portuguesas no estrangeiro e criticam o fim das listas com os subsídios atribuídos nesse âmbito. „Dantes eram publicados os apoios dados pela Direcção Geral dos Assuntos Consulares e Comunidades Portuguesas (DGACCP) às associações, mas desde 2007 que deixaram de ser publicados e deixou de haver transparência“, disse o deputado José Cesário. De acordo com o social-democrata, a alteração deu-se quando a DGACCP „perdeu a autonomia financeira e os apoios começaram a ser processados pelo Departamento Geral de Administração do Ministério dos Negócios Estrangeiros“. „Ninguém sabe o que se passa.

Dantes sabia-se para onde ia o dinheiro e agora não“, disse o deputados. Por isso, os deputados do PSD apresentaram um requerimento na Assembleia da República onde questionam o Governo sobre as razões que levaram à não publicação em Diário da República destas listagens tal como era hábito até 2007. „Está o Ministério a ponderar retomar a publicação destas listagens tão importantes para o movimento associativo português no estrangeiro?“, perguntam os sociais democratas. José Cesário e Carlos Gonçalves querem ainda saber se o MNE pode enviar as listagens com os apoios concedidos em 2008 e 2009 „para se ter uma ideia mais clara das verbas distribuídas e quais as Associações beneficiadas“.

Secretário Estado pede a emigrantes para investirem em Portugal A língua portuguesa é falada por mais de 250 milhões de pessoas em todo o mundo, a grande maioria - quase 200 milhões - no Brasil, prevendo-se que esse número suba para os 335 milhões em 2050. Na lista das línguas com maior número de falantes, o português surge entre o quinto e o sétimo lugar, conforme os critérios das organizações que as elaboram. Se o critério for apenas o da língua materna, o português surge em sétimo lugar, mas se for analisado também como segunda língua, então sobe para o quinto lugar das tabelas.

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Falado nos cinco continentes, o português é a língua oficial de oito países: Angola (12,7 milhões de habitantes), Brasil (198,7 milhões), Cabo Verde (429 mil), Guiné-Bissau (1,5 milhões), Moçambique (21,2 milhões), Portugal (10,7 milhões), São Tomé e Príncipe (212 mil) e Timor-Leste (1,1 milhões). Contudo, em Timor-Leste são uma minoria as pessoas que falam português e em países como a Guiné-Bissau e Moçambique predominam outras línguas, com destaque para o crioulo, e em Angola o português convive com outras línguas nacionais. Além da população residente, a maioria desses países tem uma vasta população emigrante que promove o português no mundo. Dados oficiais indicam que existem mais de cinco milhões de emigrantes portugueses, espalhados sobretudo por França, Luxemburgo, Suíça, Inglaterra, Estados Unidos, Canadá e Venezuela, e uma diáspora brasileira de três milhões. A língua portuguesa é ainda falada em locais por onde os portugueses passaram ao longo da História como Macau, Goa (Índia) e Malaca (Malásia). Na Internet, a importância do português é mais facilmente avaliada, sendo o sexto idioma mais divulgado. De acordo com o site „Internet World Stats“, cerca de 73 milhões de pessoas navegam em português, mas representam apenas 4,2 por cento do total dos utilizadores da web.

No entanto, entre 2000 e 2009, o número de utilizadores de português na Internet aumentou 864 por cento. Um estudo recente revela também que o português é a terceira língua mais utilizada na rede social Twitter, atrás do inglês e do japonês. A língua portuguesa está já presente nos sítios da Internet de alguns blocos político-económicos como a União Europeia, o Mercosul e a Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC). Contudo, os sítios na Internet das Nações Unidas, União Africana, NATO, Programa da ONU para o Desenvolvimento (PNUD) e a União dos Estados Ibero-americanos (UEI) não apresentam a língua portuguesa como alternativa de escolha. Segundo projecções divulgadas pelo Estado português, baseadas na evolução demográfica, os oito estados que têm o idioma como língua oficial deverão totalizar 335 milhões de habitantes em 2050, prevendo-se neste sentido, a consolidação da importância da língua portuguesa.

Caro/a Leitor/a: Se é assinante, avise-nos se mudou ou vai mudar de residência

O secretário de Estado das Comunidades apelou aos emigrantes portugueses, para que invistam em Portugal, uma forma “segura e credível” de aplicar rendimentos, mas também de ajudar o país em momento de crise. “O investimento em Portugal é seguro, credível. Sendo um país de história e tradição tão ricas e tão longas, é cada vez mais um país de futuro”, afirmou o secretário de Estado das Comunidades. “A economia portuguesa é uma economia muito aberta, e o facto de termos uma diáspora extensa e poderosa do ponto de vista empresarial e financeiro faz com que te-

nhamos de identificar também e devamos fazê-lo à luz de uma valorização da identificação cultural de matriz portuguesa”, adianta. António Braga dá como exemplo o programa Netinvest, que visa ligar empresários da diáspora e os empresários e economia portuguesa, apoiando a internacionalização das empresas e ajudando ao investimento em Portugal. “É um apelo que deixamos permanentemente para que essa identificação cultural tenha uma natureza económica que hoje é indissociável do destino e da realização de cada país”, disse. PP com Lusa

Deputado do PSD lamenta que Governo continue a adiar o Netinvest O deputado do PSD Carlos Gonçalves lamentou que o Governo continue a adiar o projecto Netinvest, afirmando que é em tempos de crise que os empresários precisam de apoios. „Esperava que o primeiro ministro falasse no Netinvest, mas não falou“, disse o deputado pelo círculo da Europa. Dirigido aos empresários portugueses no estrangeiro, o Netinvest tem o duplo objectivo de cooperar na ajuda à internacionalização das empresas portuguesas e atrair investimentos para Portugal. Anunciado há mais de dois anos, este programa continua por concretizar. „O Netinvet foi apresentado em Novembro de 2008, foi relançado no final do ano passado e até agora não há mais qualquer tipo de

informação“, criticou Carlos Gonçalves.„O primeiro ministro esteve em Paris, pediu às pessoas para investirem, mas nada disto (Netinvest) foi falado“, acrescentou. O deputado social democrata considera que „é num momento de crise que os apoios são importantes“. „Se querem que as pessoas invistam em Portugal, tem de haver medidas que apoiem esses investimentos“, acrescentou. Uma fonte do gabinete do secretário de Estado das Comunidades disse à agência Lusa que o Netinvet iria „seguramente“ ser lançado durante o mês de Maio . Este programa será dotado de uma verba inicial de quatro milhões de euros no âmbito do Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN).


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Opinião

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Opinião Carlos Gonçalves* A crise económica e o papel que poderiam ter as Comunidades Portuguesas A Europa vive hoje uma profunda crise económica com consequências muito negativas ao nível social, com elevadas taxas de desemprego e medidas restritivas que obrigam os cidadãos a um grande sacrifício e degradam fortemente a condição económica de muitas famílias. Nenhum Estado europeu pode dizer que está imune a esta crise que começou por ser financeira mas que agora se tornou uma crise global com impacto em todos os sectores da economia. Perante ela os diversos Governos europeus têm vindo a impor medidas de contenção à despesa pública, tal como aconteceu em França com a decisão de congelar os valores da despesa pública durante três anos, numa tentativa de combater o défice do Estado. Também em Portugal os tempos são de dificuldade com o Governo do Partido Socialista a impor um conjunto de medidas de tentativa de consolidação or-

çamental que se traduzem essencialmente num agravamento da carga fiscal e numa redução dos rendimentos das famílias, traduzidas no aumento das taxas de IVA, da sobretaxa de IRS, IRC e na aplicação do imposto de selo ao crédito ao consumo. Num momento de crise como este torna-se indispensável contar com todos e neste “todos” também se incluem os portugueses residentes no estrangeiro. Portugal será mais forte se contar com a sua diáspora, mais competente se captar as valências e capacidades de uma comunidade espalhada pelo mundo que foi, é, e seguramente será uma das suas, senão a maior, maisvalia. A pergunta que podemos hoje fazer é se as nossas comunidades estarão dispostas a participar nesta causa de quase salvação económica nacional. Eu não tenho dúvidas da sua disponibilidade. Para aqueles que têm a memória

Num momento de crise como este torna-se indispensável contar com todos e neste “todos” também se incluem os portugueses residentes no estrangeiro curta permitam-me apenas que lembre que nos finais dos anos setenta, num momento em que o nosso país vivia uma situação extremamente difícil, os emigrantes nunca deixaram, através das suas remessas e do investimento local, de contribuir, naquela altura de forma decisiva, para o desenvolvimento de Portugal. Agora não será diferente. Se podemos considerar como certa a vontade e até o desejo dos portugueses residentes no

estrangeiro de puderem ajudar o seu país neste momento difícil teria sido pertinente ter tido políticas que pudessem captar os seus interesses e atrair os seus investimentos de forma a englobar a área das comunidades nas preocupações do todo nacional e investir mais na sua ligação ao nosso país. Infelizmente tal não aconteceu. O Governo do Engenheiro Sócrates tem mesmo manifestado uma evidente falta de sensibilidade para esta área nunca a assumindo como prioritária e de interesse nacional. Poderia de novo aqui, para justificar esta minha afirmação, assinalar as não medidas do Governo nesta área mas, sobretudo, o que quero destacar é que não existiu, até agora, uma medida que promovesse de forma concreta a ligação das nossas comunidades a Portugal. É que esta ligação não pode viver de medidas avulsas, de dis-

cursos de circunstância e de eventos promocionais. À imagem de outros países que connosco partilham os destinos da União Europeia é essencial para Portugal integrar estes portugueses nos objectivos de âmbito nacional e na sua afirmação no mundo. Não é possível compreender que, um país com a dimensão do nosso no plano demográfico e económico, continue a desperdiçar o enorme potencial da nossa Diáspora. Assim, neste momento que se vive de grande instabilidade no plano económico e que se assumem algumas insuficiências estruturais do país, talvez seja a boa altura para ponderar e reflectir sobre a vantagem de se assumir a área das comunidades como um pilar essencial da sua promoção externa para bem de Portugal e para bem dos portugueses. Fica aqui o desafio. Deputado do PSD eleito pela círculo eleitoral da Europa

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O PORTUGAL POST publicou um caderno contendo inportantes informações sobre o Hartz IV e o Arbeitslosengeld II (ajuda social e subsídio de desemprego). O caderno, que faz parte integrante da presente edição do PP, tem a assinatura redactorial do nosso colaborador para as questões sociais, o assistente social diplomado José Gomes Rodrigues. Com a edição deste caderno, pretende-se contribuir para o esclarecimento de muitas perguntas que os nossos leitores nos colocam sobre os seus direitos e deveres quando se encontram em situação dependente da ajuda do Estado. Para além do número de exemplares que distribuímos com edição de Junho do Portugal Post, o caderno é ainda distribuído para a rede de assistentes sociais portugueses da Caritas e consulados. Uma palavra para os patrocinadores desta publicação: Caixa Geral de Depósitos, Santander Totta, Montepio, Escritório de traduções Schwager que, ao apoia-

rem esta iniciativa, manifestam sentido de responsabilidade social e proximidade à comunidade portuguesa neste pais. Para além do caderno Hartz IV, a nossa editora publicou ainda um Poster A2 da selecção nacional patrocinado pela TAP Portugal, já distribuído na edição de Maio. Também nesta edição, o PORTUGAL POST distribui um calendário dos jogos do Mundial 2010, este inteiramente patrocinado pelo banco Montepio aquém o PP agradece a colaboração. E já que estamos com a mão na massa, como sói dizer-se, chamamos a atenção dos leitores para a edição do 2º Directório Empresarial Luso-Alemão, uma iniciativa editorial que vai despertar o interesse e a curiosidade de todos aqueles que queiram estar informados sobre o potencial empresarial da comunidade portuguesa na Alemanha. O Directório tem um preço de capa de € 7,50 e pode ser encomendado através da morada do PP.


Comunidade - Alemanha

PORTUGAL POST Nº 191 • Junho 2010

Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas Embaixador de Portugal em Berlim escreve mensagem à Comunidade Portuguesa O Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas constitui, para todos nós, um momento de especial reforço dos laços que aqui nos unem no dia-a-dia, bem como de celebração da nossa Língua e da nossa Cultura. No ano em que comemora o marco histórico do seu primeiro centenário, a República Portuguesa conta já com um percurso rico de ensinamentos, que hoje nos permite dar como certas a liberdade e democracia que passaram a fazer parte do nosso património comum. É este Portugal que hoje somos todos nós, tanto dentro das nossas fronteiras como nas Comunidades Portuguesas – dentro da “alma pelo Mundo em pedaços repartida”, de que falava o grande poeta. Na Alemanha, como por esse Mundo fora, a imagem de Portugal passa também, e muito, pelo que é a Comunidade Portuguesa. Pelo seu exemplo de trabalho e de integração, mas também pela forma como tem logrado manter viva a chama da portugalidade, quero aqui deixar uma palavra de reconhecimento à Comunidade Portuguesa e luso-descendente na Alemanha. Pela nossa parte, tudo continuaremos a fazer para levar a Embaixada e os Postos Consulares cada vez mais próximo dos nossos cidadãos aqui residentes. É o caso, por exemplo, do alargamento da rede do sistema de emissão, na Alemanha, do Cartão do Cidadão – depois de Estugarda e Hamburgo, também a área consular de Berlim já está apta a emitir aquele documento de identificação. Num claro sinal de incentivo e reconhecimento da qualidade, vão continuar a ser atribuídas as Bolsas de Estudo aos estudantes portugueses e luso-descendentes que, em cada ano, concluem o Abitur com as melhores notas e que ingressam nas Universidades alemãs. Com o que vejo e vivo quando contacto os nossos compatriotas – mas também com as palavras que frequentemente oiço das autoridades alemãs sobre a nossa Comunidade – tenho reforçado a convicção de que os Portugueses residentes na Alemanha têm a fibra e as qualidades que lhes permitem prestigiar o nosso país. Nestes tempos de dificuldades, sacrifícios e incertezas económicas, no nosso país e na Europa que somos, estou certo de que aquela fibra e aquelas qualidades representam um precioso capital e um grande factor de esperança para a forma como enfrentaremos os actuais enormes desafios. Com as capacidades reconhecidas aos nossos compatriotas, Portugal pode celebrar este 10 de Junho de 2010 com determinação, confiança e orgulho.

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Sistema de Emissão do Cartão do Cidadão já está operacional em Berlim Numa nota enviada à redacção do PORTUGAL POST, a Embaixada de Portugal em Berlim informa que já está concluída a acção de formação aos funcionários consulares e cumpridos com sucesso tanto os testes de simulação como os primeiros processos de emissão do Cartão do Cidadão, encontrando-se desde já operacional o sistema de emissão do Cartão do Cidadão, podendo os cidadãos portugueses residentes na área de jurisdição de Berlim solicitar o seu Cartão do Cidadão na Secção Consular, a partir do mês passado.

A partir de agora, deixará de ser possível a emissão do Bilhete de Identidade, ou seja, qualquer pedido de emissão, renovação ou alteração de dados do Bilhete de Identidade é imediatamente convolado em pedido de emissão de cartão de cidadão, informa a embaixada. Berlim é a terceira área de jurisdição consular, após Estugarda e Hamburgo, a ser dotada com sistema de emissão do Cartão do Cidadão neste pais, somando-se assim aos 401 postos de atendimento e emissão existentes, tanto em Portugal como no estrangeiro.

FAPA norte com nova direcção

José Caetano da Costa Pereira Embaixador de Portugal

Exposição em Berlim sobre Aristides de Sousa Mendes

Quem salva uma vida, salva o mundo inteiro

Vice-Presidente (Julio Romano), Presidente (Artur Rodrigues), Secretário (Nelson Gomes). Foto: FAPA

A Delegação Regional Norte da Federação de Associações Portuguesas na Alemanha (FAPA) convocou, em Abril último, uma assembleiageral para eleger os seus novos corpos gerentes. Artur Rodrigues, em representação da Associação Portuguesa de Gütersloh, foi eleito presidente, sucedendo a Avelino Barbosa, ex-dirigente o grupo folclórico Âncora do Mar, que exerceu aquele cargo durante 10 anos. Para a vice-presidência, foi

eleito Júlio Romano (Associação Portuguesa de Gütersloh), enquanto Nelson Gomes, em representação da Associação Portuguesa de Rheine, foi eleito para secretariar a Direcção da FAPA Norte. A FAPA congrega neste momento cerca de 30 associações e grupos folclóricos. Recentemente a federação anunciou a adesão de mais duas colectividades: o Centro Português de Nordhorn e.V. e a União Portuguesa Hilden e.V.

VPU e AICEP organizam Seminário

O secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação, João Gomes Cravinho, inaugurou, na Câmara dos Deputados de Berlim, uma exposição sobre a vida e obra de Aristides de Sousa Mendes, promovida por uma associação cívica luso-alemã, que esteve patente até ao passado dia 29 de Maio. A mostra intutulou-se “Wer ein Leben rettet, rettet die ganze Welt: Aristides de Sousa Mendes - Ein Beispiel für Zivilcourage“ (Quem salva uma vida, salva o

mundo inteiro: Aristides de Sousa Mendes, um exemplo de coragem cívica), e destinou-se a lembrar que o cônsul de Portugal em Bordéus salvou cerca de 30 mil judeus fugidos ao regime nazis, em Junho de 1940, dando-lhes vistos de entrada em Portugal, à revelia do governo em Lisboa. A iniciativa foi da Associação luso-alemã ViVer, abreviatura alemã de Vision und Verantwortung (Visão e Responsabilidade), que já apresentou a exposição anteriormente em autarquias e escolas berlinenses, e também em algumas solenidades antifascitas.

Num folheto de apresentação da mostra, os promotores sublinham que o malogrado diplomata “agiu por motivos humanitários e altruístas, emitindo dezenas de milhares de vistos para pessoas vítimas de perseguição, em poucos dias, contra as instruções do seu governo”. Sublinham ainda que Sousa Mendes não retirou vantagens pessoais do seu acto, pelo contrário, “teve desvantagens, foi afastado do serviço diplomático por ter ido contra a vontade do regime de Salazar, e morreu pobre”. Francisco Assunção

Simeon Ries, presidente da VPU, e Élia Rodrigues, directora da AICEP Portugal Global , convidam empresários e homens de negócios para seminário em Frankfurt.

Simeon Ries

A VPU (Federação de Empresário Portugueses na Alemanha) e a AICEP vão organizar um seminário sobre o potencial das empresas e empresários portugueses e a sua importância para as relações económicas entre Portugal e a Alemanha num contexto que se quer de reforço das relações entre os dois países. O convite para o seminário é assinado pelo Presidente da VPU, Si-

Élia Rodrigues

meon Ries, e pela Directora da AICEP Portugal Global, Élia Rodrigues. A realização do encontro será na sede da VPU, em Frankfurt, no dia 8 deste mês. Os interessados em participar neste Seminário deverão contactar a VPU e solicitar a sua inscrição. Local do Seminário: Hanauer Landstr 114-116, 6 andar, Frankfurt Tel.: 069 – 90 501 933


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Comunidade - Alemanha

PORTUGAL POST Nº 191 • Junho 2010

Membros do Conselho das Comunidades foram a Berlim ouvir o embaixador

Os participantes na reunião: (da esq.) Lúcia Núncio Portugal, responsável pela secção consular em Berlim, Fernando Genro, membro do CCP, Alfredo Cardoso, membro do CCP, Alfredo Stoffel, membro do CCP, Abílio Ferreira, Vice-cônsul em Frankfurt, Manuel da Silva, Vice-cônsul em Osnabrück, José Caetano da Costa Pereira, Embaixador de Portugal em Berlim, Piedade Frias, membro do CCP, António José Alves Carvalho, Cônsul de Portugal em Hamburgo, João Tomé, funcionário da embaixada, Antonieta Mendonça, Coordenadora do Ensino, António Moniz, Ministro-Conselheiro, Luís Tibério, Conselheiro de imprensa, Fialho de Brito, Conselheiro Cultural e Samuel Gomes, Cônsul de Portugal em Estugarda.

Os membros do Conselho das Comunidades Portuguesas (CCP) eleitos pela Alemanha reuniram-se pela quarta vez com o embaixador de Portugal em Berlim. A reunião, que se realizou no passado dia 8 de Maio, contou com a presença dos conselheiros Alfredo Cardoso, Alfredo Stoffel, Fernando Genro e Piedade frias. Os cônsules presentes foram: Manuel Silva, Vice-cônsul em Osnabrück; António José Alves Carvalho, Cônsul-Geral em Hamburgo; Manuel Gomes Samuel, Cônsul-Geral em Estugarda; Abílio Ferreira,Vice-cônsul em Frankfurt e a responsável pela secção consular em Berlim, Lúcia Núncio Portugal. Da parte da embaixada, para além do embaixador, estiveram presentes a Coordenadora do Ensino, Antonieta Mendonça, o Conselheiro Cultural, Miguel Fialho de Brito, o Conselheiro de Imprensa, Luís Tibério, o Ministro-Conselheiro, António Albuquerque Moniz e o técnico social, João Tomé. O encontro que segundo o porta-voz dos conselheiros, Alfredo

Stoffel, decorreu de forma cordial, sendo “caracterizado pela discussão aberta e que caracteriza o bom relacionamento entre os conselheiros e os representantes do Estado português”. A reunião serviu para conversar sobre algumas questões e q preocupações que a comunidade sente. Talvez a única novidade deste encontro foi o anúncio feito pelo embaixador da contratação de um elemento para os serviços sociais que veio preencher o cargo após a embaixada ter lançado um concurso externo para o recrutamento de um técnico para exercer funções nos serviços sociais embaixada. Não será, como de resto a comunidade sempre reivindicou, um Conselheiro Social com o estatuto de diplomata, conhecedor da realidade e preocupações sociais da comunidade portuguesa neste país. João Tomé veio substituir uma outra funcionária que tratava das questões de âmbito social. Indagados sobre esta questão, dois dos conselheiros que estiveram presentes na reunião não nos

souberam dizer quais as competências do dito técnico. Os conselheiros informaram ainda o PP que foi abordada a possibilidade de se celebrar, no próximo ano, o Dia de Portugal e das Comunidades Portuguesas com uma grande festa em Hamburgo, ideia esta que partiu do CônsulGeral daquela cidade. Sobre o 10 de Junho deste ano, as celebrações ficam-se pelo que até aqui tem acontecido devido ao pouco tempo disponível que não permite organizar celebrações da data com o impacto merecido. Os conselheiros presentes na reunião disseram-nos ainda que foram informados sobre a situação do ensino. Conselhos Consultivos junto das áreas consulares e apoio social aos portugueses que se encontram em situação difícil devido à crise que a Alemanha atravessa foram questões abordadas no encontro que terminou sem conclusões práticas. Esta reunião foi mais uma entre os conselheiros, embaixador e cônsules que se faz ao abrigo das atribuições do CCP.

Consulado de Frankfurt sem Apoio Pedagógico Regional A urgência em racionalizar a administração e em dar resposta às necessidades da população exige colaboração e um cuidado especial de todas as partes. Nas áreas consulares onde se administra o ensino de português com professores sob a alçada de Portugal estão previstos Professores de Apoio Pedagógico. A Área Consular de Frankfurt encontra-se sem Professor de Apoio Pedagógico para os professores da responsabilidade portuguesa desde há mais de um ano. É de esperar que as autoridades portuguesas solucionem a situação. Não é razoável nem proveitosa a existência dum Professor de Apoio Pedagógico Regional que, a tempo inteiro, assuma o encargo de duas áreas consulares. Nas áreas consulares não se precisa dum professor a tempo inteiro mas sim dum penso horário de um mínimo de 5 horas até a um máximo de 10 para dar resposta às necessidades pedagógicas e organizativas de cada área consular. Em princípio não deveria haver Professor de Apoio Pedagógico sem ter também cursos em que leccione, tal como faz a parte alemã em relação ao ensino sob a sua responsabilidade. Os professores de ensino sob a responsabilidade portuguesa não podem ser deitados ao abandono sem alguém que, perto deles, os acompanhe e apoie. A eficiência do ensino depende também da relação entre os professores. Constato, na qualidade de conselheiro da ara consular de Frankfurt, a necessidade da presença de um professor de apoio pedagógico que esteja, também geograficamente mais perto dos docentes, das escolas e das comunidades portuguesas desta área consular. O perfil do/a Professor/a de Apoio Regional pressupõe, além de altas competências pedagógicas, empenhamento pessoal e capacidade de conversação com a administração alemã. Encargos do Coordenador de Apoio Regional Esta figura, mediadora de relações entre a estrutura central – a Coordenação Geral de Ensino de Portu-

PORTUGAL POST Estamos presentes em mais de 300 postos de venda em cerca de 200 cidades da Alemanha. O porta voz da Comunidade Portuguesa Há 17

anos ao seriço da informação

guês na Alemanha – e os docentes deverá: * responder às competências que lhe forem delegadas pelo respectivo coordenador; * colaborar com o professor de apoio pedagógico de língua materna da parte alemã; * criar elos de comunicação entre os docentes, as escolas alemãs e a coordenação de ensino, nomeadamente através de um boletim informativo regular; * promover iniciativas de vinculação do ensino do português às escolas alemãs, através da sua abertura aos alunos alemães; * promover a auscultação de ideias e sugestões dos docentes nas diferentes realidades de ensino; * proporcionar a troca de experiências entre os professores; * promover o apoio pedagógico e didáctico a professores dos cursos de língua portuguesa em funcionamento; * mobilizar meios de respostas educativas às necessidades das comunidades portuguesas; * promover a organização de acções de formação pedagógica e científicas; * identificar, com os professores, os conteúdos programáticos em que os alunos encontram maiores dificuldades; *organizar, com os professores, materiais pedagógicos disponíveis numa plataforma online, capazes de dar resposta às carências detectadas; * fomentar a partilha e o intercâmbio entre os diferentes cursos de línguas e culturas portuguesas em funcionamento na área consular; * promover o intercambio de escolas alemãs com outras escolas em Portugal; *elaborar, anualmente, com os professores, uma lista de livros escolares a propor. * promover acções de formação para comissões de pais, em colaboração com os professores dos respectivos cursos. Em benefício duma política de ensino mais virada para a eficiência e para o cidadão. António Justo Membro do Conselho Consultivo do Consulado de Frankfurt

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Comunidade - Alemanha

PORTUGAL POST Nº 191 • Junho 2010

Nomeado o Conselho Consultivo da Área Consular de Berlim

Da esquerda para a direita: Dr. Miguel Fialho de Brito, Conselheiro Cultural da Embaixada; Drª Giselle Ataíde, Directora do Escritório de Representação da Caixa Geral de Depósitos em Berlim; Drª Lúcia Portugal Núncio, Encarregada da Secção Consular; Dr. Tiny Domingos, artista plástico e Representante Geral dos Pais da Escola Primária “Neues Tor” – Escola Europeia Português-Alemão do Estado de Berlim; Drª Maria Antonieta Mendonça, Coordenadora Geral do Ensino na Alemanha.

Teve lugar nas instalações da Embaixada de Portugal, no dia 3 de Maio, a Reunião Constitutiva do Conselho Consultivo da Área de Jurisdição de Berlim, que inclui igualmente os Estados Federados de Brandeburgo, Meclemburgo – Pomerânia Ocidental, Saxónia, Saxónia-Anhalt e Turíngia. Previsto no Regulamento Consular aprovado pelo Governo, os postos ou secção consulares deverão proceder à constituição de Conselhos Consultivos, com a competência de produzir informações e pareceres sobre as matérias que afectem os portugueses residentes na respectiva área de juris-

dição consular, assim como elaborar e propor recomendações respeitantes à aplicação das políticas dirigidas às Comunidades Portuguesas. Em Berlim, na reunião constitutiva do Conselho Consultivo daquela área, estiveram presentes, por inerência de funções, a encarregada da secção consular, Lúcia Portugal Núncio, o Conselheiro Cultural da embaixada, Miguel Fialho de Brito e a Coordenadora Geral do Ensino na Alemanha, Maria Antonieta Mendonça. Compareceram igualmente membros da Comunidade Portuguesa ligados às áreas cultural, empresarial, financeira, educacional e associativa, os quais, após delibera-

ção interna, indicaram os seguintes nomes para integrarem o Conselho Consultivo: Giselle Ataíde, Directora do Escritório de Representação - Berlim da Caixa Geral de Depósitos; Tiny Domingos, curador, artista plástico e Representante Geral dos Pais da Escola Primária Escola Oficial Europeia de Berlim - Português-Alemão. Após declaração, pelos próprios, de aceitação das funções de representantes da Comunidade Portuguesa no Conselho Consultivo de Berlim, Giselle Ataíde e Tiny Domingos foram oficialmente nomeados pela titular do Posto Consular.

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Militantes do PSD encontram-se com deputados do partido em Estugarda Os deputados Carlos Gonçalves e José Cesário, este Coordenador do Partido Social Democrata para a área das Comunidades Portuguesas deslocaram-se a Estugarda para reunir com os dirigentes do partido na Alemanha. Esta reunião, que sucedeu a 14 de Maio último, serviu, no dizer de uma nota enviada ao nosso jornal pelo presidente do PSD – Alemanha, Artur Amorim, para avaliar a organização dos social-democratas na Alemanha e conversar sobre a situação política em Portugal, muito em particular no que toca à área das comunidades. A nota informa que foi também abordada a criação de vários núcleos do PSD, alguns já em funcionamento, sem, no entanto, revelar as localidades em que foram ou vão ser criados núcleos do Partido. Como não podia deixar de ser,

o ensino do português no estrangeiro foi uma das preocupações dos militantes locais transmitidas aos deputados. As insuficiências de recursos humanos de algumas das estruturas consulares na Alemanha e mais atenção à questão do associativismo, esperando que o ProjectoLei do PSD para esta área possa vir a ser aprovado na Assembleia da República, foram também assuntos debatidos no encontro dos socialdemocratas da Alemanha. “Os Deputados do PSD com a sua presença, manifestaram a disponibilidade da actual direcção do Partido para a área das Comunidades Portuguesas e para as estruturas do PSD da emigração, demonstrando aos portugueses residentes na Alemanha que podem contar com o PSD que entende esta área como prioritária”, disse Artur Amorim ao nosso jornal.

Benfiquista alegres festejam o título de campeão Os benfiquistas na Alemanha também festejaram o título de campeão nacional de futebol que o clube conquistou. Um dos exemplos dos festejos aconteceu em Münster, com o Centro Português local a receber uma enchente de adeptos encarnados para celebrarem o título que vinha faltando ao Benfica.. Cerca de 200 adeptos participaram num almoço benfiquista que, acompanhados pelo conjunto mu-

sical “ Panorama”, entoaram temas de ligados ao Benfica.

Ler português em Singen

GENTE A Federação de Associações Portuguesas na Alemanha (FAPA) anunciou a eleição da Direcção Regional do Norte, a única estrutura regional da Federação. Como seu presidente surge Artur Rodrigues, um dirigente associativo e algumas vezes presidente da Associação Portuguesa de Gütersloh . FOTOGENTE diz que esta é, sem dúvida, uma boa escolha. Boa escolha porque Artur Rodrigues é um exemplo digno de um dirigente associativo com provas dadas, até humanamente falando. Pena que Artur Rodrigues se fique apenas pela Direcção da região norte da FAPA , pena, dizemos nós, porque ele será, sem dúvida, um dos nomes a sugerir para dirigir a FAPA a nível nacional quando esse for o tempo em que ele receber esse chamamento.

Artur Rodrigues

Os encarregados de educação do curso de português do 1° ciclo em Singen uniram esforços para organizarem a ida de um escritor português àquela cidade para ler excertos da sua obra aos alunos. De destacar o empenho e o trabalho do professor Luís Lopes a que se deve, no fundo, esta e outras iniciativas. Após duas sessões literárias, os alunos ouviram e viram quem escreve livros e os põe a pensar sobre

as histórias que escrevem. De salientar a secção cultural do Centro Português de Singen, que é dirigida pelo professor Luís Lopes, também se quis associar à iniciativa, que, diga-se, foi também realizada no âmbito do quadragésimo, aniversário do Centro Lembre-se que, para além do apoio da Coordenação-Geral do Ensino, também o banco Montepio se associou à iniciativa. João Ferreira, Correspondente


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Por iniciativa de Piedade Frias

Está na forja a criação de uma Federação de Ranchos Folclóricos na Alemanha Um nova estrutura federativa pode surgir no Outono na Alemanha. Dirigentes de vários Ranchos, Grupos de Teatro e de Dança do Baden-Würtemberg meteram mãos à obra. A tarefa não é fácil, mas só vence quem não desiste de lutar. Com valores, unidade e vontade democrática, claro.

Piedade Frias

A conselheira do Conselho das Comunidades Portuguesas, Piedade Frias, afirmou ao nosso jornal que, com base nos Estatutos, apurados a 24 do passado mês de Maio, irão iniciar - ela e alguns dirigentes associativos do Baden-Würtemberg,um processo de mobilização extensivo a todo o território alemão para tentarem construir uma Federação de Folclore. Piedade Frias acrescentou que, com base na defesa da qualidade e união, o projecto que integra tenta amadurecer e qualificar o conjunto de Ranchos e Escolas de Dança,

Ritmo e Teatro que se integram na estrutura de qualquer Associação e Colectividade em funcionamento. De acordo com aquela dirigente associativa, desconhece-se o número exacto de Ranchos e Grupos de Danças e Cantares existentes na Alemanha. No entanto, o PP apurou que na Alemanha serãocerca de 55 ranchos os folclóricos, sendo que alguns deles, cerca de oito, estão já federados na Federação de Associações Portuguesas. “Só vemos vantagens num processo de unidade que defenda a qualidade, intransigentemente“, fri-

sou Piedade Frias. A Conselheira revelou-nos, por fim, que ninguém será excluído em participar. E pretendem englobar na futura estrutura federativa Grupos de Dança,Teatro e quaisquer outro tipo de Actividades Culturais. „Não fechamos as portas a ninguém „ Este projecto de união dos grupos de folclore na Alemanha, começou, segundo Piedade Frias, com cerca de catorze ranchos. Sendo neste momento as estruturas colectivas da comunidade com mais poder de organização de eventos, isto, é, festivais de folclores ditos de competição e outros de amizade, os ranchos são uma forma genuína de preservar tradições etnográficas e de as passarem para as novas gerações. Colocado perante a iminência do aparecimento desta nova estrutura federativa, Vítor Estradas, presidente da Federação de Associações Portuguesas na Alemanha, não quis comentar “positiva ou negativamente” a iniciativa de congregação dos ranchos folclóricos na Alemanha . Vítor Estradas revelou-nos que já falou sobre o assunto com Piedade Frias sem no entanto revelar o conteúdo das conversas por “não achar oportuno”. FAR / PP

Vocação Sacerdotal nasce na Comunidade de Singen Nelson Ribeiro, filho de Adelino Ribeiro e de Ermelinda Ribeiro, residentes en Singen, celebrou no dia 9 de Maio último na Sé de Freiburgo, perante o Bispo Robert Zollitsch, a sua ordenação sacerdotal. No dia 23 do mesmo mês apresentou-se à comunidade lusa de Singen como padre. A vocação de Nelson Ribeiro manifestouse já na sua adolescência, sendo acólito, representante dos jovens da comunidade católica. Durante os seus estudos, no 3° semestre como estudante de química, parou, reflectiu, olhou e reconheceu que a vocação o puxava para estudar teologia. Ingressa no seminário em Freiburgo onde se formou padre com 28 anos. Este jovem junta-se aos outros de carreira universitária desta comunidade, que sente orgulho por todos eles. Correspondente João Ferreira

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Fala o Leitor O senhor Lopes do grupo Âncora do Mar favorece a difamação e a senhora Almerinda (do Rosa dos Ventos) a irresponsabilidade No passado mês de Outubro, no festival organizado pelo grupo “Rosa dos Ventos”, de Arnsberg, durante a atribuição das taças, a organização do festival entregou o microfone aos grupos participantes para, tal como manda a tradição, agradecerem à organização e público presente. Quando chegou a vez do grupo Âncora do Mar, de Rheine, o senhor Jorge Lopes, elemento do grupo (que liderei durante 20 anos, diga-se) aproveitou o seu tempo de antena para perguntar em público pelos motivos da não participação do grupo neste festival. O senhor Jorge Lopes perguntou que tinha procurado respostas a esta questão em Rheine e não houve ninguém que lhe explicasse essa “estranha ausência”. Tudo isto num estilo propagandístico, como se estivesse numa feira a vender banha da cobra. Como sou filho de boa gente, naturalmente que fiquei indignado ao ouvir tanta parvoíce, mas, mais por sentir que desse rancho se bota tanta estupidez, fiquei estupefacto, pois o Âncora sempre foi conhecido pela boa educação e respeito pelos outros. E sempre que havia qualquer questão, ela era tratado portas adentro e não lá fora. Se o senhor Lopes não desejasse armar confusão teria perguntado a antigos directores que ainda estão no Âncora, ou a outros que saíram, que, certamente, lhe dariam as informações necessárias. Mas, para quem não conhece, tornouse hábito deste grupo a criar confusão e favorecer a difamação. Saem uns líderes e entram novas ideias, mas, penso eu, os princípios da boa educação deveriam manter-se. Convém lembrar que o Âncora do Mar, que tem este senhor na sua direcção, na semana anterior ao festival de Arnsberg, tinha apresentado, em Harburg apenas quatro dos 12 pares e poucos músicos, o que se pode daí retirar a inexistência de união que o senhor Jorge Lopes tanto apregoou Mas, o meu espanto aumentou quando, no passado 10 de Abril, a (ir)responsável do grupo Rosa dos Ventos, de Arnsberg, a senhora Almerinda, faz a mesma

pergunta durante o último festival em Rheine. Das duas uma, ou queria enganar-se a si própria e aos outros, ou tem a memória curta. Facto é que o Rosa dos ventos faltou sem motivos a um festival de Rheine, ao ponto de o antigo dirigente do grupo, o senhor Branco, muito desolado, se deslocou a Rheine para pedir desculpas pela incompetência dos outros, afirmando-me que seria a ultima coisa que faria como elemento do rancho. Depois disto, o senhor Abílio, que suvedeu o senhor Branco na direcção do grupo de Arnsberg, decide não participar mais no festival de Rheine, alegando que não estava em condições de participar em festivais competitivos. Alguns anos depois, a actual directora senhora Almerinda telefona-me a dizer que sentia pena que o contacto entre os dois grupos tinha acabado e queria voltar a reactivar o intercâmbio , alegando que já participariam em festivais de competição. Naturalmente que aceitei mas com a condição que o Rosa dos Ventos viesse primeiro a Rheine, condição esta recusada pela senhora que arranjou uma desculpa um pouco estranha, ao colocar como condição a ida do Ancora a Arnsberg antes do Rosa dos Ventos se deslocar a Rheine. Nao aceitei porque “gato escaldado, de água fria tem medo”. Com tal explicação, espero que todas as perguntas fiquem esclarecidas e quando existirem dúvidas não se ponham ocupar palcos alheios para lavar roupa suja e lançarem a confusão.. É de lamentar que pessoas que tem funções de responsabilidade dêem tão fraco exemplo àqueles que os rodeiam. Os bons exemplos começam por não pôr a honestidade dos outros em causa. Lembrem-se que por detrás de uma pessoa está sempre uma família que sofre com as vossas injustiças e calúnias. Ser director sempre foi fácil, mas ser líder é difícil. Mas, infelizmente, a crise no associativismo leva pessoas a tomar posse de cargos sem ter capacidades para exercerem com elevação e competência. Avelino Barbosa, ex-presidente do grupo de folclore Âncora do Mar Rheine


Economia

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Crónica Por Cristina Krippahl

Os Estados (Des)Unidos da Europa Da assustadora crise financeira que actualmente assola a Europa, uma certeza nasceu: sem uma verdadeira união política, o mercado e a moeda única estão votados ao fracasso. Já na altura da introdução do euro, numerosos economistas e especialistas do mundo inteiro chamaram a atenção para o facto. E, como é habitual nos meandros políticos europeus, houve um fartote de belos discursos a prometer, num futuro vago, a verdadeira integração europeia, sem que, aparentemente, alguém levasse isso muito a sério. Uns, porque não acreditam ser possível uma união política entre estados tão díspares, e outros porque, agarrados a conceitos ultrapassados e insensatos de patriotismo, não estão dispostos a prescindir da «soberania». Não carece ironia ser necessária uma crise das dimensões actuais para despertar uns e outros para uma realidade incontornável: ou a construção da casa europeia avança, ou então, mais dia menos dia, restará apenas um monte de escombros. Porque, apesar de toda a ginástica política do passado, traduzida em acordos como

o de Maastricht, não há como fugir à evidência de que 16 políticas económicas e financeiras que têm em conta apenas interesses nacionais, não funcionam como uma unidade. Em última análise, o que coloca em perigo a unidade europeia são os graves desequilíbrios económicas entre os vários estados-membros. A única solução possível é a convergência. Também este não é um achado novo: a União Europeia criou os fundos estruturais precisamente para acelerar o processo. Mas o mecanismo provou ser ineficiente. Um governo único europeu, pelo menos uma coordenação central da política económica europeia, aparece como incontornável. E, apesar de reconhecidamente difícil de explicar aos eleitores nos países ricos do norte e do centro da Europa, a construção de uma união passa por uma transferência e redistribuição da riqueza no continente. O sistema político da Alemanha é disso exemplo concreto: as leis impõem uma transferência de fundos dos estados federados ricos para os pobres. Não porque os habitantes da Renânia do Norte-Vestefália e de

Baden-Württemberg tenham vocação para santos, mas porque não se pode construir uma economia nacional forte com desequilíbrios internos que ameacem os fundamentos do Estado, como a Alemanha percebeu rapidamente aquando da reunificação. O que os alemães precisam entender agora rapidamente, é que eles não são «os paspalhos da Europa», como lamentou recentemente o tablóide «Bild» em reacção ao acordo europeu sobre um fundo de 750 mil milhões de

O que os alemães precisam entender agora rapidamente, é que eles não são «os paspalhos da Europa», como lamentou recentemente o tablóide «Bild» em reacção ao acordo europeu sobre um fundo de 750 mil milhões de euros para suster a moeda única, do qual a Alemanha assume uma parte importante.

euros para suster a moeda única, do qual a Alemanha assume uma parte importante. Este país há uma tendência desconcertante de se considerar a «vítima» das exigências financeiras do resto da Europa. A verdade é que sem a União Europeia e o euro, os alemães depressa perderiam a sua elevada qualidade de vida. É fácil apontar o dedo aos gregos e afirmar que «não estamos na disposição de pagar pelos erros ali cometidos». É verdade que parte da crise actual se ficou a dever à má-gestão e corrupção endémicas naquele país, e não só. Mas os números relevantes eram sobejamente conhecidos na Europa. Ninguém lhes ligou. Sobretudo a Alemanha nunca se preocupou com o endividamento da Grécia ou de Portugal, se essa dívida servia para financiar a compra de submarinos a empresas alemãs. E não há como esquecer também que a Alemanha e a França foram os primeiros a sabotar o acordo de estabilidade de Maastricht por expediente político. Só uma política económica centralizada, pelo menos na «Eurolândia», conseguirá superar as mentalidades nacionais egoístas e

mesquinhas e a visão demasiado estreita de políticos ansiosos pelos seus cargos. São eles que vão levantar a maior resistência a um controlo centralizado do seu despesismo, argumentando «perda de soberania» e outros disparates iguais. E escondendo que um país tecnicamente falido, ou à beira da falência, como Portugal (basta lembrar o endividamento do Estado (85% do Produto Interno Bruto), das famílias (100%) e das empresas (140%!), de qualquer modo não tem nenhuma soberania real. Nem legitimidade, penso, em insistir no direito de continuar a arruinar «soberanamente» o seu futuro. É lamentável, mas é um facto: enquanto países como a Alemanha sabem gerir a sua riqueza e os seus recursos, outros, como Portugal, já provaram que não. E portanto, vão ter que ser obrigados a mudar. Esta crise aparece pois como oportunidade única para transformar pelo menos a zona do euro naquilo que era suposto ser: uma verdadeira união, onde todos são obrigados a assumir as suas responsabilidades a bem da causa comum.

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Alemanha debate prós e contras de salário mínimo nacional A Alemanha trava um aceso debate sobre a introdução de um salário mínimo nacional, uma das principais bandeiras dos sindicatos. Nas comemorações do recente Primeiro de Maio, o presidente da Confederação dos Sindicatos Alemães (DGB), Michael Sommer, voltou a exigir um salário mínimo nacional de pelo menos 8,50 euros por hora, e a condenar o chamado „dumping“ salarial e o trabalho precário. Sommer não tem dúvidas de que „é preciso secar o sector dos baixos salários, e um salário mínimo nacional de 8,50 euros por hora está longe de ser exagerado“, disse no seu discurso. De acordo com um estudo do Instituto do Trabalho e Qualificação (IAQ), no espaço de uma década, até 2007, últimos números disponíveis, a percentagem de trabalhadores no sector de baixos salários

passou de 15 para 22 por cento. Este definição aplica-se a trabalhadores que ganham menos de dois terços do salário médio bruto mensal, que é actualmente de 1800 Euros. „No que se refere a baixos salários, já estamos quase ao nível da América“, disse Claus Matecki, do departamento de estudos de mercado da DGB, sublinhando que a maior economia europeia já tem 2,2 milhões de trabalhadores a ganhar menos de seis euros à hora, ou seja, com um salário bruto mensal inferior a 960 euros. Os partidários de um salário mínimo nacional alegam que entre os 27 países da União Europeia, apenas sete, entre os quais a Alemanha, não têm salário mínimo nacional, embora tenham entretanto sido fixados em vários ramos de actividade.No entanto, é necessário o acordo de empresas do sector em

questão que representem, pelo menos, 50 por cento dos trabalhadores do respectivo ramo de actividade, para que o salário mínimo seja declarado vinculativo. Há também salários mínimos fixados por contrato colectivo, ou por razões proteccionistas, para evitar uma „invasão“ de trabalhadores de empresas da União Europeia, como sucede, por exemplo, na construção civil. Os que defendem um salário mínimo nacional defendem, no entanto, que a legislação actual não basta para impedir a propagação dos baixos salários. O governo federal e alguns economistas contrapõem que um salário mínimo nacional inibiria muitas empresas de contratar novos trabalhadores, e levaria também muitas firmas a despedir pessoal. „A introdução de um salário mínimo nacional resultaria em gra-

ves perdas de empregos“, advertiu Michael Huether, director do Instituto da Economia Alemã, de Colónia. Sempre que necessário, o executivo de centro-direita lembra também que a política de baixos salários em alguns ramos de actividade foi introduzida através das reformas laborais do anterior governo liderado pelo social democrata Gerhard Schroeder, numa altura em que a Alemanha tinha cinco milhões de desempregados, mais 1,6 milhões do que actualmente. Apesar desta evolução positiva dos números do desemprego, o director da Agência federal do Trabalho, Frank-Juergen Weise, advertiu para os „efeitos devastadores na sociedade“ dos baixos salários e do trabalho precário, opondo-se a novos planos do governo para liberalizar os despedimentos.


12 Pilgern

PORTUGAL POST Nº 191 • Junho 2010

Jakobsweg in Portugal - Pilgern mit Portwein

In diesem Jahr wird der Jakobsweg nach Santiago de Compostela so beliebt sein wie lange nicht mehr. Denn 2010 feiert der spanische Wallfahrtsort eines der heiligen Jakobsjahre. Das „Xacobeo“ findet nur dann statt, wenn der Todestag des Apostels Jakob, der 25. Juli, auf einen Sonntag fällt. Nach 2010 ist es erst im Jahr 2021 wieder so weit. Santiago rechnet für dieses Jahr mit einem historischen Pilgerrekord von 240.000 Wanderern und zehn Millionen Besuchern - und vor allem auf dem französischen Weg werden Massen unterwegs sein. Wer dem entgehen will, findet im portugiesischen Jakobsweg eine attraktive Alternative. Der Caminho Português durch den grünen Norden Portugals und entlang der spanischen Atlantikküste gehört landschaftlich wie kulturell zu den schönsten Jakobswegen, aber er hat einen Nachteil. Er beginnt an einem Ort, den man am liebsten gar nicht verlassen möchte: Porto.Von der quirligen Hafenstadt aus starten die meisten Pilger, da der Weg von Lissabon bis Porto wenig idyllisch ist. In Portos Altstadtgassen - seit 1996 Weltkulturerbe - verstrahlt der bröckelnde Putz der alten Häuserfassaden viel Charme. Auch die prachtvollen barocken Kirchen wie die Capela das Almas oder die Igreja de São Francisco mit kunstvollen, für den Norden Portugals typischen Kachelbildern, den Azulejos, verzaubern viele Besucher. Im Bahnhof von Porto, der Estação de São Bento, ist die Geschichte Portugals auf mehr als 20.000 Kacheln gebannt. Leichte und kurze Tagesetappen

TMN

Durch Weinberge und Pinienwälder, über Wiesen und mittelalterliche Steinbrücken: Der Pilgerpfad Caminho Português führt durch den grünen Norden Portugals und entlang der spanischen Atlantikküste - und gilt noch als Geheimtipp unter den Jakobswegen

Relikt aus der Römerzeit: Ponte de Lima ist vor allem wegen seiner alten Brücke bekannt.

Turm der Kirche Igreja e Torre dos Clérigos folgen. Von dort aus hat man einen herrlichen Blick auf die Altstadt und den Douro-Fluss. Dessen Uferpromenade erwacht am Abend zum Leben.Touristen und Einheimische sitzen dann in den Bars und genießen bei einem Glas Portwein den fast schon kitschigen Blick auf die kleinen Holzboote, in denen einst der süßliche Likörwein transportiert wurde. Ein Besuch der Portwein-Kellereien auf der anderen Flussseite ist für die meisten Touristen obligatorisch. Der Abschied von Porto fällt nicht leicht, und die erste Tagesetappe durch hässliche Vorstädte und Industriegebiete macht es dem Jakobspilger nicht einfacher. Doch bereits kurz hinter dem Örtchen Rates taucht der Wanderer am zweiten Tag auf dem Caminho Português in Portugals Weinanbaugebiet ein. Hügelige Weinberge und niedliche Winzerdörfer prägen die Landschaft. Der Weg führt durch Felder

Nach einem Streifzug über den quirligen Markt Mercado do Bolhão ist ein Abstecher ins legendäre Kaffeehaus Majestic Pflicht. Wenn man den Portuensern Glauben schenkt, gibt es dort den besten Kaffee der Stadt. Erholt und gestärkt, kann der Aufstieg auf den 75 Meter hohen

Wiesen,Wälder und über mittelalterliche Brücken. Viel befahrene Landstraßen, wie sie bei anderen Jakobswegen nicht unüblich sind, bleiben dem Pilger im Norden Portugals meist erspart. Die Tagesetappen sind leicht und relativ kurz.

Auch deshalb ist der portugiesische Jakobsweg noch vor dem sogenannten Silberweg, der in Sevilla beginnt, oder dem Camino del Norte, der an der spanischen Nordküste entlangführt, die beliebteste aller Nebenstrecken. Der klassische Hauptweg Camino Francés beginnt an den Pyrenäenpässen von Somport oder Roncesvalles. Auf dem Caminho Português sind die beiden Spanier Lucas und Angel aus Toledo unterwegs - und haben gute Gründe dafür. „Freunde von uns sind im Sommer auf dem französischen Weg gepilgert und haben eigentlich nur geflucht“, erzählt Lucas. Sie mussten bereits um 6 Uhr morgens loswandern. Wer später in die Wanderstiefel steigt, kommt zu spät in der nächsten Pilgerherberge an, um noch einen Schlafplatz zu ergattern. Das war aber nicht der einzige Grund für ihre Entscheidung. „Der portugiesische Weg ist deshalb interessanter als viele andere Wege, weil er zwei Länder, zwei Kulturen, die spanische und die portugiesische, kombiniert“, erklärt Angel. Römerbrücke in Ponte de Lima Er ist nicht so einsam wie der Silberweg und längst nicht so überlaufen wie der französische Weg.

Während im vergangenen Jahr rund 113.000 Pilger auf dem französischen Weg nach Santiago wanderten, waren es auf dem portugiesischen Weg nur knapp 12.000 Pilger. Viele bevorzugen die portugiesische Route auch deshalb, weil die 235 Kilometer bequem in zehn Tagen zu schaffen sind. „Wer hat heute schon sechs oder acht Wochen Zeit, um den Silberweg zu gehen?“, fragt sich Angel. Auf dem portugiesischen Weg ist dagegen immer Zeit, in dem einen oder anderen Ort zu verweilen. Besonders lohnt sich der Aufenthalt in Barcelos mit seinem landesweit bekannten Markt. Direkt am Ortseingang erhebt sich die wuchtige Kapelle de Nossa Senhora da Ponte aus dem 14. Jahrhundert. Und in der rundlichen Kirche Bom Jesus lässt sich wieder mal Kachelkunst bestaunen. Über Feld- und Waldwege geht es weiter ins gut 30 Kilometer entfernte Ponte de Lima, einem der Höhepunkt dieses Jakobsweges. und eine der ältesten und schönsten Ortschaften Portugals. Der kleine Ort mit gerade einmal 3000 Einwohnern ist vor allem wegen seiner alten Römerbrücke bekannt. Im Zentrum sind der Gefängnisturm und die Matriz-Kirche sehenswert. Ab Ponte de Lima wird der Jakobsweg am schönsten, allerdings auch anstrengender. Vorbei an Rubiães führt der Weg etliche Kilometer durch idyllische Weinreben, bevor der Wanderer in dichte Pinienwälder auf 400 Meter Höhe eintaucht. Durch Wiesen und über viele mittelalterliche Steinbrücken geht es bis Valença, der Grenzstadt zu Spanien mit ihrer mächtigen Stadtmauer. Von hier oben reicht der Blick weit über den Grenzfluss Minho und die spanische Nachbarstadt Tui.Valença ist wegen der günstigeren Preise bei Spaniern als Einkaufsparadies beliebt. Über die Internationale Brücke geht es nach Tui hinüber. Die imposante romanische Kathedrale aus dem Jahr 1225 thront mit ihrem gewaltigen Portal hoch über der Stadt und ist schon von weitem zu sehen. Über O Porriño und Mos erreicht der Pilger schließlich Redondela mit seinen weithin sichtbaren Viadukten an der Bucht von Vigo. Ein Bad im Meer ist hier im Sommer eine willkommene Erfrischung. Die Casa da Torre, ein Renaisance-Herrenhaus, lädt als örtliche Pilgerherberge zur Übernachtung. Auf dem Weg nach Pontevedra überqueren Pilger die geschichtsträchtige Brücke Ponte Sampaio, an der die Bevölkerung dem napoleonischen Heer während der spanischen Unabhängigkeitskriege eine der empfindlichsten Niederlagen in

Galicien beibrachte. Hinter der Brücke geht es durch steile Gassen hinauf in den Ortskern. Cruceiros, Jakobswegkreuze, und Horreros, die typisch galicischen Kornspeicher, säumen den Weg. Nach der ruhigen Wanderzeit in die quirlige Pilgerstadt In der mittelalterlichen Innenstadt von Pontevedra münden enge Gassen in Plätze wie die Praza da Leña, wo sich nicht nur Wanderer bei einem Glas Albariño, dem galicischen Weißwein, erholen. Für gläubige Jakobswanderer stellt die Kirche der jungfräulichen Pilgerin, das Sanktuarium Virxe Peregrina mit seinem Grundriss in Form einer Jakobsmuschel, zweifellos einen Höhepunkt auf dem Caminho Português dar. Über Caldas de Reis, das wegen seiner heißen Thermalquelle besonders beliebt bei fußmüden Pilgern ist, führt der portugiesische Jakobsweg weiter nach Padrón. Hier landete der Legende nach das Schiff mit dem Leichnam des Heiligen Jakobus. Mit einem Ochsenkarren sollen die sterblichen Überreste dann bis zu dem Ort gebracht worden sein, an dem heute die Wallfahrtskathedrale von Santiago de Compostela steht. Nach Padrón schlängelt sich die Route durch Maisfelder, hügelige Weinberge und dunkle Pinienwälder bis nach Santiago de Compostela. Endlich vor der mächtigen Wallfahrtskathedrale zu stehen ist überwältigend. Selbst Lucas und Angel, die weniger gläubig sind, geben sich einen Ruck, nehmen an der Pilgermesse teil und umarmen gemäß der Pilgertradition die große Jakobs-Figur auf dem Hauptaltar. Dann besuchen Lucas und Angel die Krypta, wo die Überreste des Apostels in einer mit Silber verkleideten Truhe liegen sollen. Sie dürfen auch auf das Baugerüst am Gloria-Portal der Kathedrale steigen. Hier bietet die Stiftung Pedro Barrié de la Maza Besuchern derzeit die einzigartige Gelegenheit, die wunderbaren Figuren, die das Hauptportal schmücken und gerade restauriert werden, aus nächster Nähe zu betrachten. Etwas verloren streifen die Spanier anschließend durch die Gassen. Santiago de Compostela ist ein mittelalterliches Juwel. Doch die Pilgermassen sind den beiden nach langer und anstrengender Wanderung zu viel.Angel und Lucas wären jetzt am liebsten wieder in Porto oder einem der ruhigen Städtchen auf dem Caminho Português. So dürfte es in diesem heiligen Jakobsjahr noch vielen anderen Pilgern ergehen. Manuel Meyer, dpa


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PORTUGAL POST Nº 191 • Junho 2010 AS MAIORES FORTUNAS DA ALMANHA

”Haribo macht Kinder froh“

O imperador dos ursinhos de goma Os gummibärchen, como são conhecidos na Alemanha, são não só a sua maior paixão, como também a principal fonte de sua enorme riqueza. Hans Riegel é o dono da maior empresa de doces da Europa e uma das maiores do mundo. Milhões de crianças de todo o planeta recebem a primeira „dose“ de açúcar dos seus doces e guloseimas. É praticamente impossível encontrar uma criança no mundo que não tenha uma queda especial por doces. Foi essa premissa da natureza que fez de Hans Riegel Junior um dos homens mais ricos da Alemanha. Os seus bens, assim como os do seu irmão Paul, são estimados em 1,6 bilhão de euros. A Haribo, gigante internacional dos doces, tem vendas anuais estimadas em 1,5 bilhão de euros, detendo cerca de 60% do mercado alemão de alcaçuz e balas de goma, o que faz dela líder absoluta no mercado europeu. Nos anos 80, a empresa começou a actuar também nos Estados Unidos. Na década seguinte, foi a vez do Leste Europeu. O mundo dos ursinhos de goma parece não conhecer fronteiras. Hans Riegel, o pai, foi confei-

teiro em Bona, e fundou seu pequeno negócio familiar em 1920, dando-lhe o nome de Haribo, numa junção de suas iniciais e do nome da cidade. Mas quem fez dos negócios da família um sucesso internacional foi seu filho, também Hans, que assumiu o controle da empresa logo após o final da Segunda Guerra Mundial.

papel dos doces no mercado mundial, não precisa mais exercer o papel de garoto de entregas, já que a Haribo vende seus produtos em todo o mundo. O que não mudou com os anos foi a essência do negócio da família: Hans Riegel está no topo da pirâmide hierárquica da empresa dos gummibärchen, comandando com

octogenário conseguiu transformar o negócio de seu pai numa das maiores companhias do mercado mundial. A tradição é tudo para Hans Riegel. O slogan original da empresa – „Haribo macht Kinder froh“ (algo como „Haribo faz a criançada feliz“, com a devida rima no alemão) foi uma ideia de um agente de viagens,

Dentro da empresa, conta-se que durante os primeiros anos do negócio, o seu fundador, juntamente com a esposa Gertrud, costumava entregar seus produtos de bicicleta. O filho, que se preparou para a carreira fazendo um doutorado na Universidade de Bona sobre o

supremacia absoluta o seu negócio, mas de uma maneira geral utilizando um estilo de gestão bastante antiquado. Como figura patriarcal, que acredita mais na confiança e autoridade do que em departamentos de marketing ou focus groups, este

que a vendeu ainda nos anos 30 do século passado para o fundador da empresa. Este lema foi actualizado somente uma vez, na década de 60, numa investida também ao potencial de compra dos adultos, com o complemento „und Erwachsene ebenso“ („assim como adultos“,

novamente com a rima adequada). Em 1994, Riegel foi premiado com a Medalha do Mérito Alemão por seus serviços à sociedade. Ele assumiu ser fã de música tecno, pois gosta de acompanhar as últimas tendências. „Eu adoro crianças e gosto de observá-las. Eles são meus clientes, tenho que saber que tipos de doces eles gostam, o que pensam, que língua eles falam“, explica Riegel. A sua estratégia de marketing não parece ter mudado muito com os anos. Desde 1991, o garoto-propaganda da Haribo é Thomas Gottschalk, o conhecido apresentador de televisão. A parceria entre Riegel e Gottschalk é tida como a mais bem-sucedida campanha publicitária na história alemã. A dinastia do gummibärchen parece não ter qualquer tipo de escassez de herdeiros com nome Hans. Além do pai e fundador, Hans Jr. prepara-se para passar o trono do império da família agora para o sobrinho Hans-Jürgen, que actualmente dirige uma fábrica da Haribo na França. Cortesia DW Publicidade


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Portugueses no Mundo

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Emigrantes e amigos da língua portuguesa reúnem-se em Roma na rua dos Portugueses A rua dos Portugueses, no centro histórico de Roma, é também o título do blogue que o docente universitário Francisco de Almeida Dias utiliza para criar uma „comunidade virtual“ de „lusófilos e lusitanistas“ na capital italiana, onde Portugal procura ter relevo através da cultura. Docente da cátedra „José Saramago“ na Universidade de Roma Tre e colaborador da catedrática de português Giulia Lanciani, Francisco Dias conta com a colaboração dos alunos para dar vida a um blogue que quer ainda manter viva a ligação cultural e religiosa entre Lisboa e Roma. Além dos que estudam a língua, há um grupo „muito maior“ de pessoas que acompanha a página apenas pelo „gosto pessoal“ que têm em conhecer a literatura ou a música de origem portuguesa, explicou Francisco Dias. Na capital italiana há oito anos, o investigador trabalha também no Instituto Português de Santo António (IPSA), promovendo o ensino da língua e a divulgação da cultura nacional. Francisco Dias destaca o impacto que a fadista Amália Rodrigues e o poeta Fernando Pessoa tiveram na

Itália, ajudando a promover o interesse naquilo que se faz em Portugal, que hoje passa pela ligação de grandes pólos universitários a autores literários, por exemplo, através de cátedras específicas. Aprender português, assinala, é uma opção que se liga ao „toque de exotismo“ da língua e a um „fio rubro de emoção“ que liga os alunos à cultura portuguesa, mas do que quaisquer motivos profissionais. O próprio IPSA tem também um curso de língua e culturas portuguesa que, segundo o seu reitor, é procurado por „jovens e menos jovens“. „Há quem queira conhecer a literatura portuguesa no original“, explica Agostinho Borges, salientando que religiosos, diplomatas e homens de negócios são outros dos candidatos habituais ao curso, onde se encontra também quem aprenda português como „enriquecimento cultural“. Segundo o Instituto Camões, há 16 Universidades com docência do português na Itália, para além de nove cátedras dedicadas a figuras portuguesas, a última das quais o poeta Manuel Alegre.

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História

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União Soviética entregou Portugal à social-democracia, diz ex-alto funcionário comunista A política realizada pelo Partido Comunista da União Soviética em relação a Portugal após o 25 de Abril de 1974 levou a entrega do país à social-democracia, escreve Anatoli Tchernaiev, alto funcionário da Secção Internacional do CC do PCUS. No seu diário “Êxodo Conjunto”, recentemente publicado em Moscovo,Tchernaiev escreve a 13 de Maio de 1974: “Até onde chegou o nosso Movimento Comunista Internacional e qual o seu aspecto! Por exemplo: Portugal. Foi derrubado o fascismo depois de um domínio de 50 anos. Foi derrubado pelas Forças Armadas. Começou um verdadeiro “Fevereiro de 1917”. Um enorme acontecimento. Cunhal regressou ao país no dia seguinte e, no aeroporto, foi recebido como Lenine na Estação da Finlândia (Petrogrado). Mas não é disso que quero falar! O dirigente do partido socialista, Soares, ainda não tinha passado uma semana depois do golpe, viajou pelos países da Europa. Encontra-se com os seus amigos da Internacional Socialista na Conferência dos partidos socialistas dos países nórdicos”. Continua Tchernaiev: “E, em toda

Um problema dificil, Obra Gráfica de João Abel Manta

a parte, resoluções públicas de apoio a Portugal, promessas de ajuda política e material ao desenvolvimento democrático em Portugal. Não será isto o internacionalismo real à maneira social-democrata? Eles não temem escândalos diplomáticos, não sentem nem sequer incómodo pelas suas acções colectivas. O movimento

comunista que tentasse fazer algo semelhante! Se alguém tentasse propor alguma conferência sobre Portugal ou algo semelhante, todos fugiriam em diferentes sentidos”, acrescenta. A 14 de Junho de 1975, Tchernaiev cita uma conversa telefónica entre Edward Geriek, dirigente comunista polaco, com o seu

homólogo soviético, Leonid Brejnev, antes de um encontro com Olaf Palme, primeiro ministro sueco e um dos líderes da social-democracia europeia:“sabendo que ia ser abordado o tema de Portugal, eu (Geriek) telefonei uma vez mais do avião para Brejnev. Este disse para eu lhe transmitir que nós (soviéticos) não ten-

cionamos e não iremos ingerir, que travamos os comunistas de Portugal no seu arrebatamento pelas transformações revolucionárias e nas relações com os outros partidos. Não precisamos de qualquer base em Portugal e não tencionamos dedicarnos a isso”. A 11 de Setembro de 1975, o funcionário soviético escreve que o PCUS enviou a Lisboa um colega seu,Vladimir Zagladin,“para “sugerir” a Cunhal não desviar à esquerda”, parar, talvez mesmo recuar, para reunir forças. A política para chegar ao poder através dos militares falhou”. Anatoli Tchernaiev escreve a 24 de Setembro: 24 de Setembro de 1975: “Zagladin chegou de Portugal e França. Foi ouvido durante hora e meia no Bureau Político. Este facto é inédito, mas ainda mais inédito é o facto de termos aceitado a social-democracia para Portugal e, pela boca de Zagladin, dissemos isso a Cunhal”. Entre as razões para justificar essa decisão, Tchernaiev destaca: “a quase inconsciente divisão de esferas com os americanos (A Checoslováquia é “nossa”, Portugal é “vosso”. José Milhazes, Agência Lusa Publicidade


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Portugueses no Mundo

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O segredo do molho de frango entre Sidney e Mem Martins Para os portugueses, a Austrália fica do outro lado do mundo, mas entre Sidney e Mem Martins, na Grande Lisboa, existe um ponto em comum: uma casa de frangos cujo molho é receita de família e igual nos dois estabelecimentos. José Luís Fernandes tem 57 anos e com apenas três anos de idade deixou a ilha da Madeira com os pais com destino a Angola e daí, em 1980, para a Austrália, onde tinha família e para onde seguiram também os pais. Mecânico de profissão, José Fernandes ainda enveredou por

essa carreira, mas o fraco inglês e a dificuldade em obter formação para os novos motores de “injecção ou turbo” afastaram-no das oficinas e despertaram o interesse pela aposta no negócio que vinha de família: uma casa de frangos grelhados. “Dediquei-me à restauração porque já era um negócio de família em África, porque não sabia muito inglês e não podia fazer cursos de especialização de mecânica, nem ganhava muito porque a tecnologia estava a mudar e eu não conseguia melhorar os meus conhecimentos”, conta à Agência Lusa. À porta do estabelecimento que tem hoje no bairro português de Petersham, em Sidney, austra-

lianos, turistas e portugueses fazem fila para os hambúrgueres, para as espetadas ao estilo madeirense, ou para os frangos que vão saindo do carvão bem à vista de toda a gente. “Graças a Deus temos tido muito sucesso pela qualidade que oferecemos e porque somos únicos”, diz, com orgulho, recusando dar pistas para os segredos do molho que os clientes vão saboreando com pedaços de frango acabado de assar. “o segredo está no molho que tem sabores portugueses e de Angola e na maneira como o frango é assado”, garante José Fernandes, afirmando que muitos “já tentaram copiar a receita, mas não conseguem”.

Apesar de não divulgar todos os ingredientes nem as quantidades, José Fernandes lá vai dizendo que tem “azeite português, malte de whisky e malagueta angolana” e, entre as brincadeiras com amigos e velhos clientes sobre outros componentes do molho, explica que o sucesso da casa já permitiu abrir um segundo estabelecimento também em Sidney, onde está o filho. “Hoje vendemos 4500 frangos por semana e cerca de 1500 hambúrgueres nas duas casas e os 36 funcionários são todos portugueses”, explica. Com 60 por cento de clientes portugueses, José Fernandes está radicado na Austrália e não pensa voltar, mas garante que todas as

descobertas e evoluções do molho caseiro são partilhadas com o irmão, dono de “O Bacano”, em Mem Martins. “Pode comer aqui ou comer lá que o sabor é o mesmo porque é tudo confeccionado da mesma maneira”, garante, enquanto outros clientes, à mesa, testemunham a afirmação porque já estiveram no estabelecimento do irmão. A trabalhar em Sidney com o objectivo de “colocar a gastronomia portuguesa ao mais alto nível”, José Fernandes explica ainda que foram os pais a desenvolver o segredo que hoje partilha com o irmão e que pretende perpetuar na família. José Costa Santos, da Agência Lusa

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Banca - Entrevista

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Informados sobre a deslocação de alguns responsáveis do Deutsche Bank Portugal à Alemanha para promoverem uma série de reuniões com vista à implantação do banco junto da comunidade lusa, o PORTUGAL POST solicitou, por escrito, uma en-

trevista ao Administrador Executivo de Retalho e Private Banking do banco, o Eng. Bernardo Meyrelles do Souto, para explicar as razões e os objectivos da futura presença do Deutsche Bank Portugal junto dos portugueses neste país.

PP:Sabe-se que haverá em uma deslocação à Alemanha de alguns dos responsáveis do Deutsche Bank Portugal. Quais os motivos? Bernardo Meyrelles do Souto: O Deutsche Bank Portugal tem no crescimento da sua área de Retalho e Private Banking uma das suas principais apostas, que nos últimos anos se consubstanciou no aumento da sua rede de Balcões, nos seus Centros de Private Banking, na qualidade do seu serviço, na melhoria dos seus sistemas e na competitividade e segurança dos seus produtos. Ora, atingindo esta maturidade, sempre tivemos por objectivo ter as melhores condições e ofertas para comunidades Portuguesas que residam no estrangeiro e que pretendam constituir poupanças, investimentos ou outros produtos aqui em Portugal. Por esse facto, aliado à circunstância de pertencermos a um dos maiores e mais sólidos grupos financeiros a nível global, entendemos que estamos preparados e que chegou essa altura. O início do projecto pela Alemanha, prende-se, naturalmente, por duas ordens de razões: - A interessantíssima comunidade de cidadãos Portugueses que aí constituiu a sua vida, reside, trabalha mas que mantém uma forte ligação a Portugal - A génese da nossa própria Marca Refiro, ainda, que o Deutsche Bank Portugal dá a maior importância a este projecto e ao potencial de trabalho que tem junto dos emigrantes, e como prova disso é que desta área de negócio irão acompanhar esta deslocação à Alemanha 3 membros da Comissão Executiva,

incluído eu próprio, assim como uma Gestora especializada que será responsável pelas relações comercias com cada um destes Portugueses aqui residentes. PP: Onde é que irão realizar os encontros e quem é o grupo a quem se vão dirigir ? B.M.S.: No dia 1 de Junho estaremos em Dusseldorf no Hotel Intercontinental, seguiremos dia 2 para Osnabrück onde teremos um encontro no Remark Hotel e terminaremos os nossos eventos com a “nossa” comunidade no dia 3 em Hamburgo, no Marriot Hotel. Naturalmente que nestes encontros vamo-nos dirigir à Comunidade Portuguesa aí residente. É aqui que entendemos que podemos marcar a diferença e é este mesmo o nosso propósito. Ainda sobre esta iniciativa, não posso deixar de reconhecer a excelente colaboração mantida com os Consulados de Portugal em Dusseldorf e Hamburgo e com o Vice-Consulado de Osnabruck, em particular no envolvimento directo dos Exmos. Senhores Cônsules e Vice – Cônsul. PP: Em que termos é que o Deutsche Bank vai funcionar junto deste grupo, isto é, junto da comunidade lusoalemã? B.M.S.: Como atrás tive a oportunidade de referir, o Deutsche Bank Portugal destacará uma pessoa para assumir a responsabilidade destas relações comerciais com toda a comunidade ai residente e individualmente com cada um. Este elemento é Português e, por ser muito mais conveniente para este projecto e para os próprios

Foto: DB

Deutsche Bank Portugal na Alemanha para competir com a banca portuguesa junto da comunidade

O Administrador Executivo de Retalho e Private Banking do banco, o Eng. Bernardo Meyrelles do Souto clientes, está sedeado nos escritórios centrais em Portugal, no entanto, e no sentido de também poder estar próximo dos seus clientes manterá uma presença assídua na Alemanha. Claro está, que por detrás teremos toda uma equipa especializada a dar apoio às necessidades dos clientes. PP: Porquê só agora o vosso interesse por este segmento de mercado? B.M.S.: Tal como referi porque entendemos que agora estamos melhor preparados para servir os propósitos de quem nos procura. De qualquer forma também consideramos que a situação económico-financeira mundial poderá para nós, Deutsche Bank, constituir mais uma oportunidade, já que para além dos nossos produtos e serviços, os valores como a Transparência, Confiança e Solidez é algo que os clientes, compreensivelmente, cada vez mais valorizam. Para um

Banco como o Deutsche Bank, há que reconhecer que é manifestamente favorável. PP: Qual importância que atribuem à comunidade de portugueses enquanto mercado? B.M.S.: Tradicionalmente Portugal é um País de emigrantes e a Alemanha sempre foi um dos principais Países de destino e acolhimento desses mesmos emigrantes. O facto de iniciarmos o projecto neste País, por si só, é um sinal da importância que damos à comunidade Portuguesa local. Naturalmente que analisámos os dados relativos a estas comunidades e, para além dos factores quantitativos e qualitativos, concluímos que, regra geral, é uma comunidade tradicional e com relações e vínculos sólidos ao seu País de origem Portugal. Ora, conjugando estes factores com a estreita ligação existente entre o Deutsche Bank na Alema-

nha e Deutsche Bank Portugal concluímos que existem muitas sinergias que devem ser aproveitadas, tanto em prol do Banco como, principalmente, em prol dessas mesmas comunidades. PP: Há quantos anos é que o Deutsche Bank está sedeado em Portugal? B.M.S.: O Deutsche Bank está sedeado em Portugal desde 1978. No entanto, na Banca de Retalho iniciou a sua actividade em 2001 através de uma rede de Promotores Financeiros e a partir de 2005 iniciou a expansão também por Balcões próprios, actualmente conta com 51 balcões e 24 Agências de Promotores, alargou os seus Centros de Private Banking - Lisboa, Porto e Funchal, e efectuou investimentos em tecnologia e ferramentas que permitam uma actuação exemplar de modo a servir as necessidades financeiras de quem nos procura. MS


18 Kultur

PORTUGAL POST Nº 191 • Junho 2010

Geschichten aus der Geschichte

D. João V, besessen von Nonnen und süchtig nach Afrodisiaka Joaquim Peito

D. João V (1689-1750), Sohn D. Pedros II und Marie Sophie von der Pfalz, wurde 1707 im Alter von 18 Jahren feierlich zum König ernannt. Der Historiker Oliveira Martins schrieb über ihn: „Dieser portugiesische König verlor vor lauter Frauen den Verstand”, aber seine wahre Leidenschaft befand sich in Odivelas in der Zuflucht bei der Nonne Paula. Der durch die aus Brasilien kommenden Arrobas von Gold reiche König D. João V ging als „Der Großherzige” oder „Der portugiesische Sonnenkönig” in die Geschichte ein, wegen der Großzügigkeit, mit der er die Geldbörse von enormen Reichtümern öffnete, um sowohl die Krone zu rühmen als auch seine persönlichen Launen zu befriedigen. Durch seine Verschwendung und Verprassung hinterliess er das Land in Armut. Er entdeckte den Luxus als eine Form der Propaganda für die Königswürde, und er versteckte ihn nicht. Außer den Monumenten wie etwa dem Konvent von Mafra oder dem Aqueduto das Águas Livres, die noch heute an seinen Namen erinnern, gab er den gewinn des Imperiums für den Spanischen Erbfolgekrieg, die Schlacht von Cabo Matapan gegen die Türken und die Erlangung des Patrichariats für Lissabon, die die berühmte Gesandtschaft bei Papst Clemens XI im Jahr 1716 beinhaltete, aus. Der Historiker Veríssimo Serrão sagt, „er war ein Herr von bedeutender Bildung“, die er in der Kindheit mit den Patern Francisco da Cruz, João Seco und Luís Gonzaga, sämtlich von der Gesellschaft Jesu (Jesuiten), aufgesaugt hatte. Er beherrschte Fremdsprachen, kannte die klassischen und modernen Autoren, hatte eine gute literarische und wissenschaftliche Bildung und liebte die Musik. Kulturell gesehen besitzt die Regenschaft D. Joãos V Gesichtspunkte von großer Bedeutung. Das Barock zeigt sich in großer Reichhaltigkeit in der Architektur, dem Mobiliar, der Schnitzerei, den Kacheln und dem Goldschmuck. Auf philosophischem Feld tat sich Luís António Verney mit O Verdadeiro Método de Estudar und auf dem literarischen António José da Silva hervor. Die Academia Real Portuguesa de História wird gegründet, und die italienische Oper wird in Portugal eingeführt. Aus seinen amurösen Aktivitäten hinterließ er auch drei uneheliche Kinder, D. António (1704-1800), Sohn einer namenlo-

sen Französin, der Doktor der Theologie wurde; D. Gaspar (17161789), Sohn einer Nonne, D. Madalena Máxima de Miranda, der Erzbischof von Braga wurde und D. José (1720-1801), Sohn der Nonne Mutter Paula, der es bis zum General-Inquisitor brachte. Diese unehelichen Kinder gingen als „Meninos de Palhavã“ in die Geschichte ein, was dem namen des Palastes, in dem sie wohnten, zu verdanken war. Sie wurden vom Souverän in einem Dokument als uneheliche Kinder anerkannt, das mit dem 06. August 1742 in Caldas da Rainha datiert ist aber erst 1752, nach seinem Tod, veröffentlicht wurde. Sie waren das Resultat einer Modeerscheinung, die im 17. und 18. Jahrhundert in ganz Westeuropa verbreitet war: Die Liebesaffären zwischen Adeligen und Nonnen. Der König ging fast jeden Abend nach Odivelas, aber es war nicht zum Beten. Der Graf von Cucolim, D. Francisco von Mascarenhas hatte einen Gefühlsausbruch angesichts jener Schwäche des Monarchen: „Dort verliert D. João V sein gesamtes Schamgefühl“. MARIANA ALCOFORADO Die europäische Literatur feierte die portugiesische Nonne, Mariana Alcoforado (1640-1723), der die Autorschaft der Lettres Portugaises zugeschrieben wird, glühend heiße Liebesbriefe, die an den französischen Ritter, Noël Bouton de Chamilly gerichtet waren. In Wirklichkeit wurde das Werk von Lavergne de Guilleraggues geschrieben. Jedoch veröffentlichte dieser französische Schreiber des Hofes Luis` XIV im Jahre 1669 in Paris eine französische Version eines von einer Nonne geschriebenen Textes auf portugiesisch, der die Gesamtheit von fünf Briefen darstellt, die an den Marquis von Chamilly, den späteren Marschal von Frankreich (1636-1715), adressiert waren. Die briefe sind mit Marianne unterschrieben, und tatsächlich diente der marquis zu jenem Zeitpunkt in Portugal, wo er 1665 ankam, als Teil der französischen Truppen die Portugal im Restaurationskrieg beistanden. Die Kontroverse um die wahre Autorschaft dieser Briefe hat sich bis in unsere Zeit fortgesetzt. Weder die historische Existenz der Schwester Mariana Alcoforado noch die des von ihr Vergötterten werden in Frage gestellt. Zweifel kommen auf bezüglich der Echtheit der Briefe. Abgesehen von dem literarischen Rätsel, das die Briefe hervorbrachten, starteten die Lettres Portugaises, Fälschungen oder

nicht, die Mode der in Form von Briefen organisierten Romane, von denen das Buch Relações Perigosas von Pierre Choderlos de Laclos (1741-1803) ein aufschlussreiches Beispiel darstellte. Die Wahrheit ist, dass zu jener Zeit die Berufung einer der letzten Gründe für Frauen war, Nonnen zu werden, und Besuche der Konvente waren Teil der sozialen Etikette. Der Umgang ermöglichte Intimität, die Liebesbeziehungen waren bekannt und sofern sie mit Diskretion praktiziert wurden, akzeptiert. Es kam häufig vor, dass ein Adeliger „seine“ Nonne „hatte“, mit der er im Briefwechsel stand, die er im Konvent besuchte, wo Geschenke ausgetauscht wurden, oft im Konvent hergestellte Süßspeisen (noch heute sind die Quittenmarmelade von Ovidelas und der Pudding von Mutter Paula berühmt). Es mag übertrieben wirken, aber die Wahrheit ist, dass die Quittenmarmelade immer in Verbindung mit der Idee des Vergnügens erscheint und das nicht nur, weil sie süß ist. D. João V war einer der berühmtesten Quittenmarmeladenesser in der Geschichte Portugals. Er selbst war verantwortlich für einen Großteil der Quittenmarmelade,

Seine Sexbesessenheit verleitet D. João V zum unkontrollierten Gebrauch von Afrodisiaka, insbesondere cantárias, die seiner Gesundheit schadeten und seinen Tod beschleunigten.

die man im 18. Jahrhundert im Konvent von Ovidelas während seiner lamgen Regenschaft von 44 Jahren herstellte. DER NONNENVERRÜCKTE Es war das 18. Jahrhundert, das ihn erfand; es war zur Zeit D. Joãos V, dass er aufblühte. Es war ein Typus. D. João V war ein Nonnenverrückter und nicht nur das, sondern auch unverbesserlich. D. João V bekam zusätzlich den Beinamen „Der Nonnenverrückte“, der seinem bekannten sexuellen Appetit auf Nonnen geschuldet war. Man erzählt, und die Geschichte bestätigt dies, dass D. João V, der scheinheilig und Aberglauben und Hexerei sehr zugetan war, bereits Bekanntheit als eifriger Besucher des Konvents erworben hatte, als dort eine hübsche Jugendliche von 17 Jahren ankam, Paula Teresa da Silva e Almeida, die später berühmt wurde unter dem einfachen Namen Mutter Paula. D. João V war alles andere als ein platonischer Nonnenverrückter. Als Naschkatze, Schmeichler, Weiberheld und leidenschaftlich Liebender verwandelte er sich in einen wahren coureur des femmes, und man sah ihn an der Pforte des Konvents aus seiner Kutsche steigen, „um Musiknoten vom Papier abzulesen, während die Nonnen auf seinen Knien saßen“, wie Júlio Dantes sagt, der ihn „Hahn von Ovidelas und Vita Longa“ nennt.

D. João V verliebte sich also in die junge Paula Teresa, die trotz ihres jungen Alters bereits die Geliebte des Grafen von Vimioso war, als sie in das Konvent eintrat. Es war leicht für den König, sich mit dem Grafen zu einigen, und Paula wurde die bevorzugte Geliebte D. Joãos V, der sie in eine Art Madame Pompadour mit einem stärkeren Verlangen nach Komfort und Vergnügungen als nach Opfern und Büßerhemden verwandelte. Und trotz des Altersunterschieds (der König war 30 Jahre älter als die Nonne) besuchte er sie jede Nacht, oder fast. Aber man nimmt auch an, dass der von den begierigen Blicken der Untertanen gut beobachtete König manchmal mit der Geliebten bei der Herstellung des Puddings von Mutter Paula zusammen arbeitete, wobei er die zehn Eidotter schlug, die im Rezept angegeben sind. In Fragen der Süße fehlte es ihm an nichts, weder ihm noch irgendjemand anderem mit derselben Ungezwungenheit bei der Ankunft am Portal: Das Konvent von Ovidelas wurde berühmt für sein süßes Rezeptformular, aus dem neben dem Pudding von Mutter Paula der faule Kuchen, die Windbeutel, der Himmelsspeck und... die Quittenmarmeladenfliesen hervorzuheben sind, von denen der König augenscheinlich ein großer Abnehmer war. Aus der Beziehung mit Mutter Paula resultierte die Geburt D. Josés und die Ausgabe eines enormen Vermögens, um eine bescheidene Klosterkammer in eine einer Königin würdige Unterkunft zu verwandeln. Halbverborgen und halbskandalös produzierten die unerlaubten Liebschaften D. Joãos V außer den „Meninos de Pavalhã“, D. Maria Rita, die nicht anerkannt und schließlich Nonne wurde. Mutter Paula überlebte den Geliebten um 35 Jahre, wobei sie immer mit dem höchsten Ansehen behandelt wurde. Im 20. Jahrhundert wurde das Konvent von Ovidelas in eine Mädchenschule für die Töchter von Offizieren der Streitkräfte umfunktioniert. Seine Sexbesessenheit verleitet D. João V zum unkontrollierten Gebrauch von Afrodisiaka, insbesondere cantárias, die seiner Gesundheit schadeten und seinen Tod beschleunigten. Der König starb am 31. Juli 1750 nach fast einem halben Jahrhundert an der Regierung. Er ruht im Panteão dos Braganças, neben der Gattin, im Kloster von São Vicente de Fora in Lissabon. (Übersetzt aus dem Portugiesischen von Aiko Thedinga)


Cultura 19

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Histórias da História

D. João V, obcecado por freiras e viciado em afrodisíacos.... Joaquim Peito

D. João V (1689 – 1750), filho de D. Pedro II e de Maria Sofia de Neubourg, foi aclamado rei de Portugal aos 18 anos em 1707. Sobre ele, o historiador Oliveira Martins escreveu: “Este Rei português perdia a cabeça por todas as mulheres”, mas a sua verdadeira paixão estava em Odivelas, no ninho da madre Paula. O rei D. João V, rico com as arrobas de ouro vindas do Brasil ficou na história como o “Magnânimo”ou “Rei-Sol-Português, dada a generosidade com que abriu mão de enormes fortunas, tanto para engrandecer a coroa como para satisfazer os seus caprichos pessoais, deixou pobre o país pelas suas prodigalidades e desperdícios. Descobriu o luxo como forma de propaganda da realeza, e não o escondia. Além de monumentos como o Convento de Mafra e o Aqueduto das Águas Livres, que ainda hoje recordam o seu nome, gastou os proventos do Império na Guerra da Sucessão de Espanha, na batalha do Cabo Matapan contra os turcos, e na obtenção do Patriarcado para Lisboa, que incluiu a célebre embaixada ao papa Clemente XI, em 1716. Diz o historiador Veríssimo Serrão “era senhor de uma vasta cultura, bebida na infância com os padres Francisco da Cruz, João Seco e Luís Gonzaga, todos da Companhia de Jesus. Falava línguas, conhecia os autores clássicos e modernos, tinha boa cultura literária e científica e amava a música”. Culturalmente, o reinado de D. João V tem aspectos de muito interesse. O barroco manifesta-se na arquitectura, mobiliário, talha, azulejo e ourivesaria, com grande riqueza. No campo filosófico surge Luís António Verney com o “Verdadeiro Método de Estudar” e, no campo literário, António José da Silva. É fundada a Real Academia Portuguesa de História e a ópera italiana é introduzida em Portugal. Nas suas actividades amorosas deixou também três filhos bastardos, D. António (1704 – 1800), filho de uma francesa de nome desconhecido, que foi doutor em Teologia, D. Gaspar (1716 – 1789), filho de uma religiosa, D. Madalena Máxima de Miranda, que foi arcebispo de Braga e D. José (1720 – 1801), filho da religiosa madre Paula, que chegou a inquisidor-geral. Estes filhos bastardos ficaram conhecidos na história pelos “Meninos de Palhavã” derivado do nome do palácio onde moraram. Foram reconhecidos pelo soberano como filhos ilegítimos em

documento que firmou em 6 de Agosto de 1742 nas Caldas da Rainha, mas que só foi publicado em 1752, após a sua morte. Foram resultado de uma moda espalhada pela Europa Ocidental nos séculos XVII e XVIII: Os amores entre nobres e freiras. O rei ia a Odivelas quase todas as noites, mas não era para rezar. O conde de Cucolim, D. Francisco de Mascarenhas, teve um desabafo perante essa fraqueza do monarca: “Ali, D. João V perde a vergonha toda”. MARIANA ALCOFORADO A literatura europeia celebrizou a freira portuguesa Mariana Alcoforado (1640 – 1723), a quem é atribuída a autoria das Lettres Portugaises, escaldantes cartas de amor dirigidas ao cavaleiro francês Noel Bouton de Chamilly. Na realidade, a obra é escrita por Lavergne de Guilleraggues. Porém, este escritor francês da corte de Luís XIV publica em Paris, em 1669, a versão francesa de um texto em português escrito por uma freira, que é o conjunto de cinco cartas endereçadas ao marquês de Chamilly, futuro marechal de França (1636-1715). As cartas estão assinadas por Marianne e, de facto, nessa data o marquês serve em Portugal, onde chega em 1665, integrado nas tropas francesas que ajudam Portugal na Guerra da Restauração.

A controvérsia sobre a real autoria destas cartas tem-se prolongado até aos nossos dias. A existência histórica de Sóror Mariana Alcoforado, bem como a do seu apaixonado, não é posta em causa. As dúvidas surgem quanto à autenticidade das cartas. Para além do enigma literário que as cartas vêm criar, apócrifas ou não, as Lettres Portugaises lançam a moda dos romances organizados sob a forma de epístolas, de que o livro Relações Perigosas, de Pierre Choderlos de Laclos (1741-1803), constitui exemplo elucidativo. A verdade é que nesse tempo a vocação era uma das últimas razões para as mulheres irem para freiras

A sua obcessão pelo sexo levouo ao uso descontrolado de afrodisíacos, designadamente cantáridas, que lhe minaram a saúde e apressaram a morte. Da relacção com madre Paula resultou o nascimento de D. José e uma enorme riqueza gasta para transformar uma modesta cela conventual em aposentos dignos de uma rainha.

e as visitas aos conventos faziam parte da etiqueta social. O convívio proporcionava intimidade, os relacionamentos amorosos eram conhecidos e, desde que praticados com discrição, aceites. Era frequente um nobre “ter” a “sua” freira, com quem se correspondia, a quem visitava no convento, onde se trocavam presentes, muitas vezes poemas por doces conventuais (ainda hoje têm fama a marmelada de Odivelas e o pudim da madre Paula). Pode parecer exagerado, mas a verdade é que a marmelada aparece sempre ligada ao conceito de prazer, e não apenas por ser doce. D. João V, foi um dos mais célebres comedores de marmelada da história de Portugal, ele próprio responsável por muita da marmelada que no século XVIII se fez no Convento de Odivelas, durante o seu longo reinado de 44 anos. O FREIRÁTICO Foi o século XVII que o inventou; foi no tempo de D. João V que ele floresceu. Era um tipo. D. João V era um freirático, e não só, incorrigível. D. João V recebeu também o cognome de “O Freirático”, devido à sua conhecida apetência sexual por freiras Conta-se, e a história confirma, que D. João V, beato e muito dado a superstições e bruxarias, já se tinha

tornado conhecido como frequentador assíduo do Convento, quando para lá entrou uma bonita jovem de 17 anos, Paula Teresa da Silva e Almeida, mais tarde celebrizada com o nome simples de madre Paula. D. João V era tudo menos um platónico freirático. Guloso, galanteador, mulherengo e apaixonado, transformou-se num autêntico «coureur de femmes», e era vê-lo apear-se do seu coche, à porta do convento, «para ir ler papéis de solfa com as freiras assentadas nos joelhos», como diz Júlio Dantas, que lhe chama «galo de Odivelas e de Via Longa». D. João V apaixonou-se pois pela jovem Paula Teresa, que, apesar da sua tenra idade, já era amante do Conde do Vimioso quando entrou para o convento. Foi fácil ao Rei entender-se com o Conde, e Paula passou a ser a amante preferida de D. João V, que a transformou numa espécie de Madame Pompadour, mais desejosa de conforto e de prazeres do que de sacrifícios e de cilícios. E apesar da diferença de idades (o Rei era trinta anos mais velho do que a freira), D. João V visitava-a todas as noites, ou quase. Mas também se admite que o Rei, bem resguardado dos olhares ávidos dos súbditos, algumas vezes tenha colaborado com a amante na confecção do pudim da Madre Paula, batendo as dez gemas de ovos que a receita indica. Em questões de doçura, não lhe faltava, aliás, que fazer, nem a ele nem a outro qualquer com as mesmas facilidades à chegada à portaria: o Convento de Odivelas tornou-se famoso pelo seu receituário doceiro, no qual avultavam, além do pudim da Madre Paula, o bolo-podre, os suspiros, o toucinho-do-céu e... os ladrilhos de marmelada, de que, pelos vistos, o Rei era grande consumidor. A sua obcessão pelo sexo levou-o ao uso descontrolado de afrodisíacos, designadamente cantáridas, que lhe minaram a saúde e apressaram a morte. Da relacção com madre Paula resultou o nascimento de D. José e uma enorme riqueza gasta para transformar uma modesta cela conventual em aposentos dignos de uma rainha. Semiclandestinos, semiescandalosos, os amores ilícitos de D. João V produziram, além dos “Meninos de Palhavã”, D. Maria Rita, que não foi reconhecida, e acabou por ir para freira. Madre Paula sobreviveu 35 anos ao amante, sempre tratada com a maior consideração. No século XX, o convento de Odivelas foi transformado em colégio feminino, para as filhas de oficiais das Forças Armadas.


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Portugal O divórcio nos dias de hoje e o poder parental A lei nº 61/2008 de 31 de Outubro veio implementar significativas alterações ao regime de divórcio até então nosso conhecido. Salientam-se as alterações na modalidade do divórcio, nas causas de ruptura do casamento e ainda os regimes de alimentos e das responsabilidades paternais. Relativamente às modalidades de divórcio, antes desta alteração legislativa aquelas reconduziam-se a duas, o divórcio por mútuo consentimento e o divórcio litigioso, com a entrada em vigor do novo regime do divórcio, manteve-se o divórcio por mútuo consentimento, ou seja, a modalidade em que existe acordo na dissolução do casamento e o divórcio sem consentimento, neste caso o divórcio é requerido por um cônjuge contra o outro. Ora, o divórcio por mútuo consentimento é requerido, por ambos os cônjuges, na conservatória de registo civil ou no tribunal, se não se tiver alcançado o acordo, designadamente, sobre pensão de alimentos ao cônjuge carecido, destino da casa de morada de família e exercício das

responsabilidades parentais quando existam filhos menores. Já no caso do divórcio sem consentimento o mesmo é requerido no tribunal, em acção de cônjuge contra o outro e sempre com algum dos fundamentos previstos no artigo 1781º do Código Civil, nomeadamente: a) A separação de facto por um ano consecutivo; b) A alteração das faculdades mentais do outro cônjuge, quando dure há mais de um ano e, pela sua gravidade, comprometa a possibilidade de vida em comum; c) A ausência, sem que do ausente haja notícias, por tempo não a um ano; d) Quaisquer outros factos que, independentemente da culpa dos cônjuges, mostrem a ruptura definitiva do casamento. Ora, o conteúdo deste artigo, antes da alteração legislação era muito mais fechado e inflexível, sendo o preenchimento das alíneas muito mais moroso e complicado de alcançar, nem se consignando a acima referida alínea d).

É ainda importante referir que relativamente a esta modalidade de divórcio, o legislador afastou a necessidade de se provar ou atribuir a culpa e previu a realização de uma tentativa de conciliação e não sendo esta aceite, a possibilidade de acordo dos cônjuges para o divórcio por mútuo consentimento. Já em sede de alimentos, estipulou-se que os cônjuges devem prover à sua subsistência depois de decretado o divórcio, no entanto, pode haver direito a alimentos independentemente da modalidade de divórcio. Não obstante, cabe ressalvar que de acordo com o novo artigo 2016.ºA, o tribunal, para fixação da pensão de alimentos, irá de um modo geral, atender às circunstâncias de necessidade de quem receberá os alimentos e às possibilidades de quem os irá prestar e mais especificamente, duração do casamento, a colaboração prestada à economia do casal, a idade, o estado de saúde dos cônjuges, rendimentos e possibilidades de emprego, e ainda, o período de tempo para a criação de filhos co-

muns. A nova lei do divórcio debruçouse igualmente sobre o exercício do poder paternal, começando por alterar a sua designação para “regime de responsabilidades parentais”, que serão exercidas por ambos os pais dos filhos menores. Concretamente, nos actos de vida corrente do menor, o exercício das responsabilidades parentais caberá ao progenitor que com ele reside habitualmente. As questões de particular relevância para a vida do menor devem respeitar aos seus respectivos interesses, caso contrário poderá haver intervenção do tribunal. Quanto ao estabelecimento da residência e direito de visitas, o tribunal decidirá com base no interesse do menor e atendendo aos níveis de proximidade com ambos os progenitores, bem como, a disponibilidade efectiva. Note-se que o progenitor que não tiver à sua guarda o menor, deverá sempre ser informado das questões relativas à vida do menor, e o modo como vem sendo gerido o

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exercício das responsabilidades parentais. O novo regime do divórcio conseguiu suavizar e aligeirar um regime que já não encontrava lugar numa sociedade mais liberal e em constante evolução, no entanto, a protecção da parte mais lesada não foi sobrevalorizada e manteve-se, com a possibilidade de indemnização nos termos gerais da responsabilidade civil com recurso aos tribunais comuns. O cônjuge que se considere lesado tem o direito de pedir a reparação dos danos causados pelo outro cônjuge, e ainda com a punição, por um lado, do incumprimento do regime estabelecido no acordo de regulação das responsabilidades parentais, em tudo o que está relacionado com o dia-a-dia do filho menor, e por outro, da falta de pagamento de prestações de alimentos a quem por lei está vinculado a essa obrigação, sendo igualmente este crime imputável a quem se coloca premeditadamente na posição de incapacidade para prover aos alimentos devidos ao filho menor. Catarina Tavares

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José Gomes Rodrigues

Assistente Social Caritas Neuss

Ex.mo Senhor Director Os meus parabéns pelo facto do nosso e vosso jornal nos darem notícias de tanto interesse como a do último número.Tudo de bom para os senhores e para todos os seus colaboradores, muita saúde e muitos e bons anos à frente do jornal e muito obrigado ao senhor que falou do tema da reforma. Já sou reformada e esta notícia foi muito útil para mim. Agora peço uma informação para uma senhora que trabalhou aqui e que levantou os fundos e vive na minha aldeia, em Portugal. Lá dizem que quem levantou os fundos só levantou os fundos descontados por eles e não os que foram descontados pelo patrão. Agora, dizem, teriam direito a uma reforma pelos descontos do patrão. Será mesmo verdade? Onde podia essa senhora informar-se devidamente? Essa informação seria muito boa para muitos compatriotas nossos. Agradecia que esta informação surgisse no Jornal antes de ir de férias para poder informar esta amiga. Termino enviando muitos cumprimentos para todos os elementos do vosso jornal e pedialhe para manter o anonimato. A carta é demasiado longa e desculpe-me pelos erros ortográficos. Cumprimentos Leitora devidamente identificada Cara Leitora: Não precisa de pedir qualquer desculpa. O seu português é excelente, os nossos sinceros parabéns. Faz-nos bem receber estas missivas de solidariedade

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> Levantamento dos fundos e reforma > Tempos de educação e possibilidade de pensão > Como requerer pensão residindo em Portugal pois é um barómetro positivo de como estamos a cumprir o dever de informação a que nos propusemos. Obrigado pelos óptimos desejos. O mesmo para si e para toda a sua família e que, nos anos que lhes restam, e que estes sejam muitos ainda, possa usufruir dos esforços e da labuta tida na Alemanha, que não teriam sido poucos. Claro que respondemos à sua pergunta encomendada pela sua amiga, apesar de termos já nesta tribuna, há alguns meses atrás, dado resposta a uma questão semelhante.

dição era ter atingido a idade de reforma legal ou então estar a receber uma reforma por invalidez ou incapacidade de trabalho ou profissional. Tempos de educação e possibilidade de pensão

Há uma outra possibilidade de reforma que convém recordar à sua vizinha, se é que também tenha preenchidos os mínimos requisitos que se exigem. Poderia ter-se dado o caso de que os filhos tivessem nascido aqui e que tivessem vi-

vido no mínimo até os 10 anos de idade. Sendo o caso, e se tivesse mais tarde feito descontos legais em Portugal, ou noutro pais da Comunidade Europeia, de forma a que os tempos reconhecidos por educação com os tempos descontados, tivessem ultrapassado cinco anos, então teria direito ainda a uma reforma mínima, o que não deveria desperdiçar. Convém recordar ainda que, e mesmo que não tivesse trabalhado no futuro com descontos, teria a ainda possibilidade de fazer os devidos descontos mínimos retroactivamente, até perfazer os cinco anos, exigido pela lei, o que lhe daria também o direito à mesma reforma. Aqui convém fazer as devidas contas para averiguar se o investimento valeria a pena ou não.

Levantamento dos fundos e reforma

Como requerer pensão residindo em Portugal

Lamentamos informá-la que a sua amiga e conterrânea que ao levantar os fundos e, mesmo que tenha sido só a quotização dela, não lhe dá direito a ter a reforma dos descontos feitos pelo patrão. Se a empresa tivesse tido, nessa altura, um seguro que lhe daria direito mais tarde a uma reforma cumulativa paralela à reforma legal, e se cumprisse com as condições exigidas, então poderia dar-lhe, neste caso, uma resposta afirmativa. Uma das condições seria um número mínimo de pertença à firma o que são geralmente dez anos. Outra con-

A sua amiga poderá dirigirse ao Instituto Nacional de Pensões na área da sua residência para obter informações necessárias ou então encaminharão o pedido para estâncias superiores. Os nossos consulados, como entidade de ligação, estarão também disponíveis para a informar.

Caderno de informação sobre o HARTZ IV que acompanha esta edição

Uma outra possibilidade será a senhora, como amiga, munida duma devida procuração, tratar, em nome dela, do requerimento aqui junto das autoridades alemãs, dando-se o caso de ela ter ainda algum dos direitos que descrevemos. Publicidade

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22 Agenda Tome Nota

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IMPORTANTE

Citações do mês

Às associações, clubes, bandas , etc..

Muitos são orgulhosos por causa daquilo que sabem; face ao que não sabem, são arrogantes Goethe , Johann

As informações sobre os eventos a divulgar deverão dar entrada na nossa redacção até ao dia 15 de cada mês Tel.: 0231 - 83 90 289 Fax :0231-8390351 Email: correio@free.de

As mulheres muitíssimo belas surpreendem menos no dia seguinte Stendhal

Junho 2010 5.06.2010 – HAMBURGO - Um Serão em Casa dos Silva. Uma comédia apresentada pelo grupo Teatro Luso. Ranchos e música com o conjunto Novo Som e mais surpresas. Início: 20h00. Local: Missão Católica, Danzigerstr. 64 Hamburgo 5.06.2010 – HAMBURGO - Noite de Fado com o fadista Marcelino acompanhado por

Francisco Pereira (Guitarra), Michel Pereira (Guitarra clássica). Início: 20h00Local:: Casa de Espanha, Neuhöfer Damm 117, 212107 Hamburg. Mais informações: Tel. 753 39 00 12.06.2010 – DORTMUND- grande Festa do dia de Portugal e do 13º aniversário do Nosso Café. Início: 11h00. Comida (grelhados) gratuita.

Local.: Burgholzstr. 30 . Tel.: 0173-2761208

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12/13.06.2010 – DÜSSELDORF – Festa do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades. Música, Baile, Folclore, DJs, Gastronomia portuguesas e um sem fim de surpresas. Local: No pátio da loja Cave Portuguesa, Erkratherstr 206, 40233 Düsseldorf.

12/13.06.2010 – HAMBUGO - Arraial português. Programa: Cantares a desafio, ranchos folcloricos, tasca com petiscos tradiocinais. À noite:. Baile com o conj. Novo Som. Canta: Nicole. Local: Museum für Völkerkunde (Rothenbaumchaussee). Entrada: € 3,- Org: Grupo dinamizador da cultura

portuguesa em Hamburgo Dia 13, pelas 12 horas Missa na Igreja Santa Maria com a presença do Sr. Cônsul-Geral e continuação das festividades das Comemorações do dia de Portugal e 10 de Junho com grande torneio de futebol. 12.06.2010 –WAHLSTEDT - Festa das Nações com presença portuguesa e comemora-

ções do 10 de Junho na cidade de Wahlstedt com visita oficial do Sr. CônsulGeral. 27.06.2019 – HAMBURGO – Actuação do grupo Trio Fado. Início: 18:30 Local: Carls Kultursalon an der Elbphilharmonie (Kaiserkai 69). Informações e Reservas de bilhertes Tel. 300 322-487

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Vidas

PORTUGAL POST Nº 191 • Junho 2010

Uma grande decepção Caros Senhores do Portugal Post Quero agradecer muito a companhia que o nosso jornal me faz. Tenho lido as histórias de vida que algumas pessoas têm escrito no jornal. Por isso, também pensei escrever o que se passou comigo, que não é assim uma história tão dramática como algumas que tenho lido. Vivo na Alemanha há 45 anos, na região de Hamburgo. Fui casada 2 vezes. O meu primeiro marido faleceu muito cedo, estava eu casada havia cinco anos. Depois casei com um senhor alemão, do qual me divorciei porque ele foi conquistado por uma empregada da firma que o meu ex-marido tinha. Senti-me roubada e foi um choque para mim quando o meu ex-marido me disse o que se passava com a empregada. Eu nada disse, apenas chorei muito e saí nesse mesmo dia para casa de um parente. Não foi uma separação litigiosa, foi sim triste e penoso. Quando soube do caso do meu marido e da empregada não fiquei muito admirada. Ele era e é uma pessoa muito bem parecida, delicado e irradiava muito charme. Às vezes as amigas minhas diziam que ele tinha o dom para atrair as mulheres. Eu ria-me e respondia que ficava muito elogiada com essas palavras mas que acreditava sem limites na sua fidelidade. Enfim, sentia-me muito bem por ter o marido que tinha, mas nunca me tinha passado pela cabeça que alguém mo roubasse, e foi o que se passou. Hoje vivo só. Há anos que vivo só. Mas não quero viver só. Há anos que procuro alguém para partilhar o resto da vida. Mas não tem sido possível.Talvez porque eu queira encon-

trar alguém que fale a minha língua e tenha a minha nacionalidade.. Há tempos pensei que finalmente tinha encontrado alguém a quem me pudesse encostar para os dias do futuro. Ele era português. Foi num baile a onde eu às vezes ia com uma amiga espanhola. À primeira vista não me senti atraída por ele. Mas, talvez porque ele falasse a minha língua, eu dei-lhe paleio e dancei quase toda a noite com ele. Era um homem que não era nada especial, mas, pensava eu, que se ele se arranjasse um pouco e apurasse os modos talvez pudesse ser homem para mim. Mantivemos o contacto e às vezes encontrava-nos para tomar café e ir passear pelo parque. Ele contava-me que vivia separado da sua mulher e que estava a tratar do divórcio. Nesses encontros ele já aparecia mais tratado e mais apresentável. Esforçava-se muito para me agradar. Eu sentia que às vezes ele tinha complexos. Dizia-me que nunca tinha conhecido uma mulher tão bonita e muito apresentável como eu. Algum tempo depois já tínhamos uma relação mais íntima e visitava-me quase todos os dias. Por semana via-mo-nos três ou quatro vezes e, alguns meses depois, já pernoitava em minha casa. Curiosamente, quando eu lhe dizia para também passarmos a ir para casa dele, dava-me respostas estranhas e dizia-me Que não, estava a arranjar a casa para melhor me receber. O tempo passava e eu ficava com curiosidade em conhecer mais a vida dele, o seu passado. No principio dizia-me que trabalhava no

Memória futura

Deutsche Post, mas eu estranhava porque o seu alemão era muito mau. Havia situações em que era preciso falar alemão e eu não percebia mais de metade do que ele dizia. O seu português também não era famoso. Dizia, por exemplo, esvorciado em vez de divorciado. Às vezes, quando falava, faltavam-lhe as palavras em português e passava para o alemão e eu não percebia absolutamente nada. Uma dia disse-lhe que ele tinha de aprender mais alemão porque, enfim, tinha ainda 51 anos e podia ainda aprender. Também lhe ensinei a vestir e ele aceitava tudo o que eu dizia. A partir de certa altura começou aparecer muito bem vestido, engravatado, bem penteado e bem perfumado. Fiquei contente com essa sua atitude. Via-se que ele quando andava comigo se sentia vaidoso. Um dia, quase a tremer e muito tímido, declarou-se e disse-me que eu era a mulher dos seus sonhos, utilizando um palavreado que eu não sabia se rir ou se chorar de rir porque ele não atinava com palavras direitas e misturava um alemão que eu não percebia e um português que não entendia. Houve um momento em que lhe disse que ia para Portugal passar os três meses de Verão a Portugal como, afinal, eu fazia todos os anos. Disse-lhe que ia para minha vivenda na Costa da Caparica e que precisava disso para carregar baterias. Depois de lhe dar essa notícia vi-o muito cismado. Mas tu podes estar lá comigo nas férias, disse-lhe eu. Disse que sim. Fui para Portugal e lá passei os meus habituais três meses, tempo

Nós queremos publicar aqui as fotografias que fazem viver as suas recordações das férias, na associação, no trabalho, com os amigos, no restaurante, nas festas, etc. O envio das fotos pode ser feito por e-mail ou por carta (com a garantia de restituirmos todas as fotos que recebermos)

1999

Quem não vota , não conta Este foi o mote de uma acção que reuniu em Rheine algumas associações à qual se associou o então deputado do PS Carlos Luís e a Federação de Associações Portuguesas

em que não ouvi mais nada dele. E, como se costuma dizer, quem está longe da vista está também longe do coração. Esqueci assim o homem, e esqueci porque se calhar não tinha alimentado o meu coração de maneira que o recordasse fosse em qualquer momento fosse. No final dos três meses vim de novo para a Alemanha e, francamente, tinha esquecido o homem. A minha vida tornou ao ritmo de sempre e continuava a sentir-me só. Não sou daquelas pessoas que não se importam de estar sós. A mim faz-me muita diferença, mas, como tenho dito a muitas amigas, o problema é encontrar alguém que seja feito à nossa imagem e semelhança e que nos faça feliz. A minha vida na Alemanha continuou como sempre. Vivo da reforma e tenho uma vida material estável e o meu grande problema é estar só, muito só e eu não gosto nada de estar só. Por isso, quase num acto de desespero, pensei telefonar ao português que tinha conhecido e tentei. Mas sempre que ligava chegava a meio do número e desistia porque me vinha à ideia da presença do homem que, francamente, não era aquilo que eu muito desejava. Um dia lá consegui falar com ele e marcamos um encontro, encontro esse ao qual ele apareceu assim como meio sujo, com as calças sujas de tinha e camisa aberta até ao umbigo. Pediu-me desculpa pela aparência, Mas ando trabalhar. Mas então não trabalhas no Deutsche Post?, perguntei. Disse que tinha sido despedido, etc e tal. Enfim, nada mais perguntei. Disse-lhe que não ia a lado nenhuma com ele naquela maneira como estava vestido e combi-

namos para daí a dois dias em minha casa um encontro. Nesse dia ele apareceu bem cheiroso, bem vestido e até com um humor que muito me agradou. Nessa noite fomos jantar a um restaurante e passamos um serão agradável. Depois do restaurante fomos dançar ao salão onde nos conhecemos e, cerca da meia noite, fomos para minha casa. E aí é que foram elas! Seria para aí uma hora da manhã, comecei a ouvir na rua e gritos a berrarem Ó Manel, seu desgraçado! Sai daí...sabemos que estás aí...Manel!!!... Fiquei atónica sem saber que dizer. Ele levantou-se de um pulo, foi à janela e ... lívido disse-me para eu estar calada. Fiquei ali meia parva. Os gritos e os berros de uma mulher na rua continuavam a chamar por ele e o mais caricato é que lhe chamavam todos os nomes possíveis. Disse-lhe para abandonar imediatamente a minha casa e ir resolver os seus problemas até porque já os meus vizinhos do prédio perguntavam nas varanda O que era aquilo. Fiquei tão envergonhada que ainda hoje me sinto tão incomodada com o que se passou E sobre o que se passou ainda hoje sinto tanta vergonha por aquela noite que prometi a mim mesmo nunca mais querer conhecer homens portugueses. Pedimos aos leitores que nos enviam correspondência para esta rubrica para não se alongarem muito nos textos que escrevem. A redacção reserva o direito de condensar e de trabalhar os textos. Obrigado.

ESCREVA-NOS e conte-nos a história da sua vida Sabemos que há mulheres e homens que desejam comunicar as suas aventuras ou até mesmo histórias sobre a sua vida ou que querem relatar experiências e contar casos de que foram testemunhas ou os principais protagonistas. Todos, uns mais que outros, temos uma história para contar, como por exemplo, como cá chegamos; a nossa dificuldade em compreender a língua; os sonhos que acalentamos para aguentar estar num país tão diferente; o choque cultural, o primeiro dia de trabalho e, porque não, as dificuldades por que passamos. Nós queremos contar a sua vida, o bom e o mau. Escreva-nos como sabe e pode e a sua história poderá ser um valioso testemunho da nossa presença neste país. Não se esqueça de nos enviar as fotografias que deseja ver publicadas. Morada: PORTUGALPOST Burgholzstr.43 44145 Dortmund Fax: (0231) 83 90 351 E mail: correio@free.de


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PORTUGAL POST Nº 191 • Junho 2010

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Previsões para Junho de 2010

Carneiro Amor: Andará muito exigente em relação ao seu par. Liberte toda a criatividade que existe dentro de si e aprenda a contemplar o Belo. Saúde: Sentir-se-á cheio de energia. Dinheiro: Aproveite bem as oportunidades.

Leão Amor: Sentir-se-á liberto para expressar os seus sentimentos e amar livremente. Que o seu tempo seja gasto a amar! Saúde: Estará melhor do que habitualmente. Dinheiro: Boa altura para pedir um aumento ao seu chefe.

Touro Amor: Organize um jantar para reunir os seus amigos. Procure gastar o seu tempo na realização de coisas úteis a si e aos outros. Saúde: A rotina poderá levá-lo a estados depressivos. Combata-os com optimismo! Dinheiro: Não se precipite nos gastos.

Virgem Amor: Dê mais atenção à pessoa que tem a seu lado. Não deixe que os assuntos domésticos interfiram na sua vida amorosa. Saúde: Faça exames médicos. Dinheiro: Pode fazer aquele negócio que tanto deseja.

Gémeos Amor: A seta do Cupido espera por si. Que a beleza da Aurora invada a sua vida! Saúde: Tendência para dores musculares. Dinheiro: Boa altura para comprar casa, desde que aproveite as oportunidades certas. Caranguejo Amor: Aproveite com muita sabedoria os conselhos da sua família. Perdoe aos outros e a si próprio. Saúde: Coma alimentos com mais vitaminas. Dinheiro: Não misture a amizade com os negócios, poderá vir a arrepender-se se o fizer.

Balança Amor: Irá ter notícias de uma pessoa muito especial, com a qual não mantém contacto já há algum tempo. Que a alegria de viver esteja sempre na sua vida! Saúde: Momento calmo, sem preocupações. Dinheiro: Sem problemas neste campo da sua vida. Escorpião Amor: Demonstre o seu amor através de um jantar romântico. Que os seus mais belos sonhos se tornem realidade. Saúde: O seu sistema imunitário está muito sensível, seja prudente. Dinheiro: Momento favorável. Sagitário

Amor: A sua vida amorosa dará uma grande volta brevemente. Que a alegria de viver esteja sempre na sua vida! Saúde: Consulte o seu médico. Dinheiro: Evite gastos supérfluos. Capricórnio Amor: Não deixe que a pessoa que tem ao seu lado sinta a falta da sua atenção e carinho. A felicidade é de tal forma importante que deve esforçar-se para a alcançar. Saúde: O seu sistema nervoso anda um pouco alterado. Dinheiro: Os investimentos estão favorecidos. Aquário Amor: Não se deixe iludir pelo aspecto físico, procure ver primeiro quem as pessoas são realmente por dentro. Seja verdadeiro, a verdade é eterna e a mentira dura apenas algum tempo. Saúde: Poderá sofrer de alguma retenção de líquidos. Dinheiro: Não seja irresponsável e pense bem no seu futuro.

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Endereços Úteis Embaixada de Portugal Zimmerstr.56 10117 Berlin Telefone 030 - 590063500 Telefax 030 - 590063600

Telefone de emergência (fora do horário normal de expediente): 0171 - 9952844 Consulado -Geral de Portugal em Hamburgo Büschstr 7 - 20354 - Hamburgo Tel: 040/3553484 Vice-Consulado de Portugal em Osnabrück Schloßwall 2 - 49080 Osnabrück Tel:0541/40 80 80 Consulado-Geral de Portugal em Düsseldorf Friedrichstr, 20 - 40217 -Düsseldorf Tel: 0211/13878-11;12;13 Vice-Consulado de Portugal em Frankfurt Zeppelinalle 15 - 60325- Frankfurt Tel: 069/979880-44;45 Consulado-Geral de Portugal em Stuttgart Königstr.20 - 70173 Stuttgart Tel. 0711/2273974

Conselho das Comunidades Portuguesas: Alfredo Cardoso, Telelefone: 0172- 53 520 47 AlfredoCardoso@web.de Alfredo Stoffel Telefone: 0170 24 60 130 Alfredo.Stoffel@gmx.de José Eduardo, Telefone: 06196 - 82049 jeduardo@gmx.de Maria da Piedade Frias Telefone: 0711/8889895 piedadefrias@gmail.com Rui Clemente Paz Telefone: 0173 - 5351651 ruipaz@gmx.de AICEP Portugal Zimmerstr.56 - 10117 Berlim Tel.: 030 254106-0 Federação de Empresários Portugueses (VPU) Hanauer Landstraße 114-116 60314 Frankfurt Tel.: +49 (0)69 90 501 933 Fax: +49 (0)69 597 99 529 Federação das Associações Portuguesas na Alemanha (FAPA) Postfach 10 01 05 D-42801 Remscheid Tel.: 02191-26247 (Presidente)

Peixes Amor: O seu coração poderá ser invadido pela saudade, que o vai deixar melancólico. Não se deixe manipular pelos seus próprios pensamentos! Saúde: Previna-se contra constipações. Dinheiro: Nada o preocupará. No entanto, pense em poupar.

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Cupão de Encomenda a: PORTUGAL POST SHOP na Pág.23 Chichi Contra a Parede Ela, na noite do casamento, para o marido, que se mostrava absolutamente desinteressado: -Olha, querido: quando um homem e uma mulher se casam, à noite... têm de fazer... aquela coisa. - Qual coisa? - Ora... aquilo que vês os cãezinhos fazerem na rua. Percebes? - O quê?! Não me digas que tenho de passar a noite toda a fazer chichi contra a parede!

Uma Boa Receita Uma mulher entra numa farmácia e diz… - Por favor, quero comprar arsénico. O farmacêutico pergunta: - Qual a finalidade? - Matar o meu marido. - Mas, não posso vender isso para esse fim! A mulher abre a mala e tira uma fotografia do marido na cama com a mulher do farmacêutico... - Ah, não sabia que a senhora tinha receita...

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PORTUGAL POST Nº 191 • Junho 2010

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Hotel vínico abre em julho em Gaia para “promover todos os vinhos portugueses” O The Yeatman Oporto, o primeiro hotel vínico de luxo em Portugal, um investimento de 32,5 milhões de euros, abre ao público a 05 de Julho para „promover todos os vinhos portugueses“. “Estamos na zona histórica de Gaia, mas estamos envolvidos com os vinhos portugueses de todas as

regiões e não só com o Vinho do Porto“, afirmou agência Lusa o presidente executivo da Fladgate Partnership e do The Yeatman. Adrian Bridge explicou que o hotel vínico de luxo será „um embaixador dos bons vinhos portugueses“ e realçou que se pretende que seja „uma plataforma para expandir o mercado de turismo da cidade no

setor de luxo“. Segundo o responsável da Fladgate Partnership, „o Vinho do Porto é uma bandeira de Portugal“, considerando que „há pessoas que conhecem melhor o produto do que o país“. Depois de ter vendido o anterior investimento hoteleiro no Pinhão - a Vintage House - a empresa detentora

de várias marcas de Vinho do Porto decidiu investir na zona histórica das caves de vinho do Porto, em Vila Nova de Gaia, porque „é menos sazonal do que o Douro“. „A nossa prioridade passa por aqui, porque o mercado que existe na cidade é menos sazonal“, realçou o empresário, admitindo a possibilidade de novos investimentos no sector

hoteleiro. „Temos possibilidade, porque somos donos de 11 quintas no Douro, mas não temos planos para já“, disse. O hotel de cinco estrelas vai criar 103 postos de trabalho numa primeira fase, podendo atingir um pico de 130 trabalhadores, avançou o empresário. Publicidade

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