Portugal Post Junho 2011

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PORTUGAL POST ANO XVIII • Nº 203 • Junho 2011 • Publicação mensal • 2.00 € Portugal Post Verlag, Burgholzstr. 43 • 44145 Dortmund • Tel.: 0231-83 90 289 • Telefax 0231- 8390351• E Mail: correio@free.de •www. portugalpost.de •K 25853 •ISSN 0340-3718

Angela Merkel criticou o período de férias e a idade da reforma dos portugueses e ouviu das boas

Caso Madeleine: Em entrevista à agência de notícias Lusa, o casal McCann admitiu estar satisfeito por a polícia inglesa ter decidido reavaliar o caso do desaparecimento da filha Madeleine, em 2007 no Algarve, e afirmou esperar que isso traga mais informações. Pág. 23

A oposição alemã criticou as exigências da chanceler Angela merkel para redução dos períodos de férias e aumento da idade da reforma nos chamados países periféricos da União Europeia com problemas financeiros, incluindo Portugal. "A senhora Merkel aposta de novo no populismo e em agitar os ânimos, em vez de usar argumentos objetivos", disse hoje, em Berlim, o presidente do SPD, Sigmar Gabriel. O líder social democrata considerou ainda "vergonhoso" que Angela Merkel "ponha em causa de forma tão leviana o ideal europeu dos seus antecessores" Konrad Adenauer, Willy Brandt, Helmut Schmidt e Gerhard Schroeder. Página 3

Apelo do Sindicato dos Professores nas Comunidades Lusíadas (SPCL)

Salvem o Ensino Português no Estrangeiro! Pág. 7

FC Porto soma quarta taça europeia da sua história Pág. 11

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PORTUGAL POST Nº 203 • Junho 2011

PORTUGAL POST

Editorial Mário dos Santos

Agraciado com a medalha da Liberdade e Democracia da Assembleia da República Fundado em 1993 DIRECTOR: MÁRIO DOS SANTOS

CORRESPONDENTES ALFREDO CARDOSO: MÜNSTER ANTÓNIO HORTA: GELSENKIRCHEN JOÃO FERREIRA: SINGEN JORGE MARTINS RITA: ESTUGARDA KOTA NGINGAS: DORTMUND MANUEL ABRANTES: WEILHEIM -TECK MARIA DOS ANJOS SANTOS - HAMBURGO MARIA DO CÉU - MAINZ MICHAELA AZEVEDO FERREIRA: BONA

COLUNISTAS ANTÓNIO JUSTO: KASSEL CARLOS GONÇALVES: LISBOA DORA MOURINHO: ESSEN FERNANDA LEITÃO: TORONTO JOSÉ EDUARDO: FRANKFURT JOSÉ VALGODE: LANGENFELD LAGOA DA SILVA: LISBOA LUIS BARREIRA, LUXEMBURGO MARCO BERTOLOSO: COLÓNIA MARIA DE LURDES APEL: BRAUNSCHWEIG PAULO PISCO: LISBOA RUI MENDES: AUGSBURG RUI PAZ: DÜSSELDOR ASSUNTOS SOCIAIS JOSÉ GOMES RODRIGUES: ASSISTENTE SOCIAL CONSULTÓRIO JURIDICO CATARINA TAVARES: ADVOGADA MICHAELA A. FERREIRA: ADVOGADA MIGUEL KRAG: ADVOGADO FOTÓGRAFOS: FERNANDO SOARES AGÊNCIAS: LUSA. DPA IMPRESSÃO: PORTUGAL POST VERLAG

Onde pára a solidariedade europeia?

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crise e a complicada situação social que Portugal atravessa vai provocar momentos bastantes difíceis no dia-a-dia dos portugueses. A grande maioria dos nossos compatriotas, que são aqueles que vivem de um salário já por si paupérrimo que não dá para fazer frente à vida, vai sofrer na pele, mais uma vez, os efeitos de uma forçada austeridade para que o país não chegue à situação miserável de não ter dinheiro para pagar salários e honrar dívidas. Depois dos gregos, somos nós os desgraçados que aparecem nas primeiras páginas dos jornais alemães como povo e país que não sabe governar-se, que gasta mais do aquilo que tem; não produz riqueza e ainda por cima tem mais férias e vão mais cedo para a re-

forma do que os alemães. A Alemanha e os países mais ricos da Europa que dizem ajudar Portugal não se cansam de nos apontar o dedo, como estão a fazer à Grécia e farão daqui a tempos a outros países do Sul com o intuito claro de nos marginalizar, colocando-nos ainda mais na periferia. Com o dinheiro que nos emprestam, dizem que nos estão a ajudar. Mas ajudar em quê? Afinal, do dinheiro que nos emprestam não vão recolher juros? Ou seja, dos tais 78 mil milhões (até custa escrever) vamos pagar mais de 30 mil milhões de juros, o que corresponde a uma taxa de mais de 5%, que é, diga-se, normal, idêntica àquela que pago se peço dinheiro ao meu banco. Será isto ajudar? Será isto solidariedade europeia?

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Terão razão os alemães quando dizem que nos estão a ajudar? Não, meus senhores, isto não é uma ajuda, é um negócio! E dos chorudos. Ajuda seria emprestar o dinheiro a uma taxa comportável. Ao agir assim, os países ricos da Europa estão a criar condições para nos empurrar para fora do Euro porque receiam que Portugal não se endireite e que depois deste empréstimo possa vir outro. Mas apesar de tudo acho que os alemães não duvidam da nossa palavra quando dizemos que vamos pagar. Duvidam sim da nossa capacidade em pagar se, como eles dizem, os nossos problemas são estruturais e não criamos riqueza para nos sustentar e pagar o que se deve.

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REDACÇÃO E COLABORADORES CRISTINA KRIPPAHL: BONA FRANCISCO ASSUNÇÃO: BERLIM FERNANDO A. RIBEIRO: ESTUGARDA JOAQUIM PEITO: HANNOVER LUÍSA COSTA HÖLZL: MUNIQUE


Destaque

PORTUGAL POST Nº 203 • Junho 2011

Oposição alemã critica afirmações de Angela Merkel sobre férias e idade da reforma em Portugal

DPA

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oposição alemã criticou as exigências da chanceler Angela merkel para redução dos períodos de férias e aumento da idade da reforma nos chamados países periféricos

da União Europeia com problemas financeiros, incluindo Portugal. “A senhora Merkel aposta de novo no populismo e em agitar os ânimos, em vez de usar argumentos objetivos”, disse, em Berlim, o presidente do SPD, Sigmar Ga-

briel. O líder social democrata considerou ainda “vergonhoso” que Angela Merkel “ponha em causa de forma tão leviana o ideal europeu dos seus antecessores” Konrad Adenauer, Willy Brandt, Helmut Schmidt e Gerhard

Schroeder. “Não são os trabalhadores e os pensionistas na Grécia os responsáveis pela crise financeira, mas sim os especuladores nas bolsas de valores e nos grandes bancos de investimento, só que a esses o governo não toca, e bloqueia a introdução de um impostos de transacções financeiras”, acrescentou Gabriel. Os Verdes, outra das forças com assento parlamentar na Alemanha, afirmaram, por seu turno, que a política europeia de Angela Merkel “continua a reduzir-se a frases feitas, ditas na praça pública e em comícios partidários”. “As suas críticas a casos isolados, além de arbitrárias, só prejudicam a Grécia, Portugal ou a Espanha, e não reflectem a realidade”, disse Cem Ozdemir, presidente dos ambientalistas. Durante um comício em Meschede (Renânia), em meados de Maio, Angela Merkel, exigiu a unificação da idade da reforma e dos períodos de férias na União Europeia, criticando os sistemas vigentes na Grécia, Espanha e Portugal. „Não se trata só de não contrair dívidas, em países como a Grécia, Espanha e Portugal, as pessoas não devem poder ir para a reforma mais cedo do que na Alemanha“, afirmou a chanceler. „Todos temos de fazer um esforço, isso é importante, não podemos ter a mesmo moeda, e uns terem muitas férias e outros poucas“, advertiu Merkel.

O porta voz adjunto do governo, Christoph Steegmans, defendeu as afirmações da chanceler, lembrando que na Cimeira Europeia de 24 e 25 de Março foi decidido harmonizar os sistemas sociais na União Europeia. “A chanceler mantém as suas afirmações, que são tudo menos populismo, são muito sérias”, acrescentou Steegmans. Na Alemanha, a lei impõe que as empresas concedam aos trabalhadores um mínimo de 20 dias de férias por ano. No entanto, mercê de acordos colectivos de trabalho, este período é mais alargado em muitas empresas, quer do sector privado, quer do sector público, chegando a ultrapassar os 30 dias úteis. Quanto à entrada na idade da reforma na Alemanha, passará gradualmente dos 65 para os 67 anos, em processo que decorrerá entre 2012 e 2029. Em Portugal, os trabalhadores podem reformar-se aos 65 anos, e o primeiro-ministro, José Sócrates, afirmou repetidamente que não será necessário aumentar esta idade, devido às medidas de sustentabilidade implementadas na segurança social. As medidas em questão acoplaram o aumento da idade da reforma ao aumento da esperança média de vida, o que significa que a idade da reforma em Portugal poderá chegar primeiro do que na Alemanha aos 67 anos. FA

Sócrates discorda de Merkel e defende reforma da segurança social

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secretário-geral do PS, José Sócrates, manifestou hoje discordância com as posições assumidas pela chanceler alemã, Angela Merkel, sobre a idade da reforma e defendeu que a esperança de vida já conta para o cálculo das pensões. “Não concordo. Não sei se foi isso exatamente que a chanceler disse, mas não concordo”, afirmou José Sócrates numa conferência promovida pelo Diário Económico, num hotel de Lisboa. Respondendo a uma questão colocada pelo diretor daquele jornal, Sócrates não se referiu à diminuição dos dias de férias que também foi referida por Angela Merkel, mas ao aumento da idade da reforma, que a chanceler alemã defendeu em relação a países como Portugal num comício do seu partido, na Alemanha. “Ao nível das questões de segurança social, a Europa deve caminhar para a uniformização dessas regras, mas em Portugal não temos nenhum problema com isso, se olhar para o memorando de entendimento da troika não encontrará lá nada que diga respeito à segurança social”, afirmou o secretário-geral do PS. Essa ausência deve-se, argumentou, ao facto de o Governo ter feito a reforma da segurança social “em bom tempo, em 2007, que

garante que a esperança de vida já conta e já pesa no cálculo da pensão”. “Nós estamos com um sistema de segurança social ao nível dos melhores da Europa”, declarou, considerando que em 2007 o Executivo liderado por si tirou “a segurança social da situação de alto risco”. Também o o secretário-geral da UGT, João Proença, lamentou da chaceler alemã quanto à realidade portuguesa, salientando que os portugueses se reformam mais tarde e trabalham mais horas que os alemães. „A senhora Merkel mostra que nao se preocupa com a união da Europa nem com a coesão social e mostra uma profunda ignorância relativamente à realidade portuguesa, pois os portugueses ja se reformam mais tarde que os alemães e trabalham mais horas por ano“, disse João à margem do congresso da Confederação Europeia de Sindicatos, em Atenas. O sindicalista lembrou que Portugal já fez uma reforma da segurança social que assegura a sustentabilidade do sistema e que os trabalhadores Portugueses são os segundos da Europa que trabalham mais horas por ano, a seguir à Inglaterra. „É pena que a chanceler alemã não se preocupe antes com o elevado nível de economia clandestina nos países do Sul, que no caso português chega aos 25 por cento”, disse.

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Nacional & Comunidades

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Eleições PS acusa PSD de apresentar dois programas diferentes

Bloco de Esquerda quer incentivos à poupança e remessas dos emigrantes

Os candidatos do PS acusam os candidatos e actuais deputados do PSD pelos círculos eleitorais das Comunidades Portuguesas de apresentarem um programa „cheio de ilusões“ e que é „totalmente diferente“ do programa oficial divulgado pelo partido social-democrata. „O PSD não tem um, mas sim dois programas para as Comunidades Portuguesas, sendo que o dos candidatos e actuais deputados pelos círculos eleitorais das comunidades é totalmente diferente do que foi apresentado no programa oficial do PSD“, criticam os candidatos do PS pelo Círculo da Europa e Fora da Europa, num comunicado enviado às redacções. No documento, os socialistas referem que „enquanto os candidatos [sociais-democratas] eleitos pelas comunidades divulgaram um programa cheio de ilusões e que sobrecarrega a despesa pública, o programa oficial do PSD esvazia todas aquelas propostas,

A cabeça de lista do Bloco de Esquerda pela Europa destacou a importância de criar “incentivos específicos” à poupança e às remessas dos emigrantes, dinheiros que se tornam ainda mais importantes na actual situação económica de Portugal. Cristina Semblano, economista, emigrada em França, deu a conhecer as principais propostas do BE para as comunidades, que, entre outras,pretende travar a “expulsão de portugueses para o estrangeiro”, fenómeno que se tem vindo a acentuar nos últimos anos, mas que “forçosamente será agudizado ainda mais pelas políticas recessivas que resultam do programa da troika internacional, apadrinhado pela troika nacional entre PS, PSD e CDS”. Sobre a importância das remessas dos portugueses que vivem no estrangeiro, Semblano lembrou que “em 2010 representaram 2,4 mil milhões de euros”, o que demonstra como estes dinheiros são “importantes”, e como os portugueses lá fora, “apesar do abandono de que tem sido alvos nos últimos 35 anos”, continuam a contribuir para a economia portuguesas. “Mesmo que nos cinjamos apenas a essas remessas, que estão longe de dar a totalidade dos fluxos de capitais provenientes da emigração, isto significa: três anos de remessas ao mesmo ritmo têm um peso entre nove e dez por cento do empréstimo que a troika acaba de conceder a Portugal a taxas de juro elevadíssimas”, frisou. É por isso que a cabeça de lista do BE pela Europa preconizou, na actual situação económica do país, a importância de criar “novas medidas de incentivo ao envio da poupança dos imigrantes”, nomeadamente a “bonificação das taxas de juro dos empréstimos e a isenção de tributação ao nível dos rendimentos dos depósitos”. Uma medida específica, acrescentou a candidata do BE, deveria também ser dirigida aos “novos emigrantes”, que continuam a pagar os seus empréstimos em Portugal com o trabalho no estrangeiro, e assim, de forma “inequívoca”, estão a contribuir para “não piorar a situação do crédito mal parado em Portugal”. “O crédito mal parado em Portugal seria muito maior se não fosse a contribuição dos novos emigrantes”, salientou a economista. Sobre os portugueses que tentam a sua sorte lá fora, um fenómeno que se equipara a “níveis de emigração salazaristas, com fluxos que se aproximam dos registados nos anos 60”, Cristina Semblano lembrou que estes atingem os jovens qualificados à procura de pri-

desautorizando quem as fez“. O PSD precisa, portanto, lê-se no documento, „esclarecer com que programa se vai apresentar às Comunidades, qual deles é para ser levado a sério e qual é para ignorar“. No manifesto „O PSD e as Comunidades Portuguesas“, os candidatos do PS pelas Comunidades lembram que os candidatos do PSD garantem que as comunidades portuguesas serão a „prioridade absoluta no contexto da política externa“. Mas no programa oficial do PSD „não há nenhuma referência a essa orientação“, criticam os socialistas. Os candidatos do PSD pelas comunidades „garantem que vão criar consulados de nova geração designados Espaços Portugal, mas o programa do PSD, não só elimina esta ideia dispendiosa, como fica muito aquém da modernização que tem sido feita nos postos de atendimento consular“, referem os candidatos do PS pelas Co-

munidades. O documento do PS também salienta a necessidade de os candidatos do PSD – „que se queixam das enormes carências humanas nos postos consulares“ – explicarem como é que esse reforço será feito e se o programa oficial do PSD prevê que para cinco saídas na função pública apenas haja uma admissão. De acordo com os candidatos do PS pelas Comunidades, o programa do PSD „foi de tal forma esvaziado em relação às propostas dos candidatos, que foi reduzido a zero de ideias inovadoras e apresenta zero em termos de acção, limitando-se praticamente apenas a enunciar aquilo que o Governo já fez e a apropriar-se das suas iniciativas“. „No fundo, o programa do PSD, acaba por fazer o reconhecimento de que é correcta a orientação que tem seguido o Governo nas políticas para as comunidades portuguesas“, referem os candidatos socialistas no documento.

CDU promete lutar contra redes de mão de obra ilegal no programa para as comunidades A CDU promete, no seu programa eleitoral para as comunidades portuguesas, lutar contra as redes de contratação de mão de obra precária, criar apoios permanentes para emigrantes carenciados e evitar a dupla tributação nas reformas. “Combater eficazmente as redes de contratação de mão de obra precária e fortemente ex-

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Conceição Belo, Candidata da Coligacão Democrática Unitária

plorada, nomeadamente através de uma activa acção de fiscalização junto das respectivas empresas contratadoras”, é uma das medidas que consta do programa da CDU (que engloba o Partido Comunista Português /PCP e Os Verdes/PEV). A CDU propõe ainda “criar um fundo de apoio de acção social permanente para os emigrantes carenciados” e “atribuir uma pensão mínima, caso permanecem depois da reforma no país de acolhimento, desde que a soma de eventuais pensões seja inferior ao valor do limiar a

pobreza do respectivo país”. Evitar a dupla tributação nas reformas e fomentar uma política que oriente e potencie as remessas e os investimentos dos emigrantes em sectores produtivos de Portugal são outras medidas apresentadas. “Reconhecer aos emigrantes pensionistas que trabalham no estrangeiro, tanto o estatuto de reformado antes dos 65 anos, como a pensão de invalidez que lhes foi atribuída”, são medidas referidas no programa. O apoio às organizações de jovens luso-descendentes, a colocação de professores de português necessários numa Rede de Ensino de Português como língua materna e um maior investimento da língua e cultura portuguesas são também propostas do partido político. A CDU considera importante também “instituir medidas concretas de apoio ao movimento associativo, para que este possa desenvolver as suas importantes funções enquanto espaço de congregação e de convívio dos portugueses na diáspora”. “Defender a autonomia do Conselho das Comunidades Portuguesas (CCP), criando condições técnicas e materiais para o seu normal e regular funcionamento” é outra das propostas da CDU.

Cristina Semblano meiro emprego, mas não só”. Este fenómeno também afecta, na sua maioria, e ao contrário do que é apregoado pelo regime, contingentes de população desempregada com pouca ou nenhuma qualificação”, acrescentou, por sua vez, Cecília Honório, responsável pelos assuntos relativos a Emigração no Grupo Parlamentar do BE. A cabeça de lista do BE pela Europa lembrou ainda que os deputados eleitos pelas comunidades emigrantes “são parte do regime que tem vigorado há 35 anos, com ou sem coligação com o CDS”, e que nada tem feito pelos portugueses no estrangeiro.

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Nacional & Comunidades

PORTUGAL POST Nº 203 • Junho 2011

Candidato CDS-PP, Isaías Afonso:

APELO

“AICEP pode ajudar a captar investimentos junto da diáspora portuguesa”

A Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP) pode ajudar a captar investimentos junto da diáspora portuguesa como forma de estimular a economia, defendeu o cabeça de lista do CDS-PP pelo círculo da Europa. “O AICEP tem a função de captar investimentos estrangeiros para o nosso país”, disse o candidato Isaías Afonso. “Junto das comunidades portuguesas, sobretudo daqueles que tiveram sucesso, que possuem empresas, que possuem capital e possuem possibilidade de investimento, e através do AICEP, podese fazer esta captação”, referiu o professor reformado, acrescentando que é uma forma de os emigrantes ajudarem as suas famílias e o país. Segundo Isaías Afonso, que mora em França (em Ris Orangis, perto de Paris) desde 1977, os emigrantes não devem enviar só dinheiro, mas devem também investir “em Portugal, de forma a poder criar empregos e também consumir produtos portugueses.”

O professor defendeu que a estes portugueses emigrantes “deve-se dar prioridade e proporcionar situações mais vantajosas para o investimento em Portugal”, como por exemplo “nas taxas de juro.” Para Isaías Afonso, a actual crise é das piores que Portugal já atravessou e referiu que “a saída de jovens com formação é extremamente grave” para o país, sublinhou.De acordo com o candidato, “é preciso desenvolver uma política de fixação destes jovens, para que encontrem emprego e não saiam do país”. “Os consulados, através de políticas de informação, mesmo com os meios de comunicação dos países de acolhimento, são extremamente importantes para criar uma rede de informação para ajudar os portugueses a saberem quais são as necessidades de mão de obra em cada país, para que não haja uma emigração abstracta, cega, sem saber para onde ir”, disse, sobre a possibilidade de exploração dos emigrantes. O candidato do CDS-PP consi-

À Comunidade Portuguesa na Alemanha

derou que “há todo um estudo de trabalho do mercado local dos países de acolhimento que tem de ser feito para poder ajudar os portugueses.” Isaías Afonso disse ainda que “a mudança de Governo deve constituir uma mudança na estrutura da Secretaria de Estado das Comunidades”, “com maior dinamismo”. O cabeça de lista referiu que é necessário modernizar a rede consular e diplomática, para dar resposta às necessidades dos emigrantes, acrescentando que os documentos nos consulados têm um custo elevado. “A língua e cultura portuguesas são uma força da nossa política externa”, sublinhou, indicando ainda que os problemas da colocação de professores de português no estrangeiro pelo Governo ainda se mantêm e “devem ser solucionados de uma vez por todas”. Isaías Afonso defendeu também que é necessária uma televisão de referência, exigindo uma RTP Internacional “de qualidade”, sem “as excessivas repetições de programação”.

Estamos a poucos dias de mais um importante acto eleitoral em Portugal, no qual todos os Portugueses devem participar. No próximo dia 5 de Junho os Portugueses irão eleger os seus representantes à Assembleia da República, e a nossa Diáspora é novamente chamada a fazer ouvir a sua voz. Estou certo que a Comunidade Portuguesa residente na Alemanha corresponderá a esse apelo. Votar não é apenas um direito que nos oferece o Estado Democrático; é um dever cívico de uma Cidadania activa e representa um voto de confiança no Estado de Direito, nos Órgãos de Soberania e em Portugal. É no estrangeiro, muitas vezes longe das nossas raízes e da Família, que a consciência de País e o sentimento de Portugalidade avivam em nós um espírito identitário mais forte e assumido porque também, muitas vezes, adquirido com grande esforço pessoal. Esse espírito está bem presente nos nossos Compatriotas na Alemanha. E é por isso importante que a Comunidade Portuguesa na Alemanha afirme as suas convicções, contribuindo nestas próximas Eleições Legislativas para a solidez das nossas instituições democráticas e para a. construção e desenvolvimento de um Portugal melhor. Saúdo pois todos os nossos Compatriotas na Alemanha e convidoos a participar activamente nas Eleições Legislativas do próximo dia 5 de Junho. José Caetano da Costa Pereira Embaixador de Portugal

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Remessas dos emigrantes registam aumento ligeiro no 1º trimestre para 524 milhões de euros Os portugueses radicados no estrangeiro enviaram para Portugal mais 375 mil euros no primeiro trimestre deste ano do que em igual período de 2010, com as remessas a atingir os 524,079 milhões de euros. Este valor é superior em 375 mil euros às remessas enviadas no período de janeiro a março de 2010, quando atingiu os 523,704 milhões de euros, segundo os dados trimestrais do Banco de Portugal. O maior contributo é do país que mais peso tem nas remessas dos emigrantes, a França, de onde

entraram em Portugal 67,034 milhões de euros em Janeiro, 64,49 milhões de euros em Fevereiro e 71,34 milhões de euros em março. No total do trimestre foram 202,865 milhões de euros que os emigrantes portugueses em França enviaram nos primeiros três meses deste ano, comparado com 192,146 milhões de euros no período homólogo de 2010. Da Suíça, o segundo país de onde tradicionalmente vem mais dinheiro de emigrantes, chegaram 127,49 milhões de euros de Janeiro a Março, contra 125,03 milhões de euros no primeiro trimestre do ano passado.

A mesma tendência de subida ligeira é percebida nos valores oriundos dos Estados Unidos, que somaram 31,73 milhões de euros no primeiro trimestre deste ano, um pouco mais que os 29,88 milhões de euros de remessas no período homólogo de 2010. Esta tendência de ligeira subida dos valores enviados pelos emigrantes segue uma tendência de recuperação verificada em termos anuais em 2010, face a anos anteriores. No ano passado, os emigrantes enviaram mais 122,03 milhões de euros para Portugal do que em 2009, com o valor a superar os

2.403 milhões de euros, segundo os dados sobre transferências coligidos pelo Banco de Portugal. Analisando a tendência dos últimos 10 anos, verifica-se uma queda de mais de 1.000 milhões de euros nas remessas se compararmos 2010 com o ano 2001. Nesse ano, o valor das remessas atingiu os 3.736 milhões de euros, no ano seguinte desceu para pouco mais de 2.817 milhões e continuou a descer até 2005, inclusive. Nos dois anos a seguir – 2006 e 2007 – houve um ligeiro aumento, mas as remessas caíram novamente em 2008 e 2009.

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Opinião Rui Paz

Abril se cumprirá

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stamos a poucos dias de mais um acto eleitoral. Mais uma vez vamos ter a prova de que não só a imensa maioria dos portugueses residentes no estrangeiro mas também milhões de eleitores em Portugal não irão votar. São muito poucos os emigrantes que ainda votam. Mas felizmente a democracia não se esgota no voto. Se fosse assim, os Estados não necessitavam de Constituições que garantissem a existência de muitos outros direitos políticos, económicos, sociais e culturais inalienáveis e inseparáveis da democracia. A democracia implica em primeiro lugar que o povo sinta que é nele que reside o poder. A palavra grega “democracia” significa isso mesmo o “poder do povo”. Não é no entanto necessário ser-se demasiado perspicaz para verificar que vivemos num tempo em que o povo vota mas quem manda nos governos e de-

termina a sua politica são os banqueiros. O facto de haver partidos políticos com a designação de “socialista”, “social-democrata” ou “popular” e de invocarem a “esquerda” ou “Estado social” isso nunca impediu que uma vez terminadas as campanhas eleitorais o conteúdo de todos estes adjectivos voltasse para as gavetas das arrecadações e se cobrisse de teias de aranha até às próximas eleições. É pois mais seguro dar o nosso voto aos partidos e forças politicas para as quais os interesses dos trabalhadores, do povo e do país são a razão de ser da sua existência. É verdade que o voto não resolve tudo mas ajuda muito, sobretudo se conjugado com a luta por uma mudança politica e patriótica de esquerda. Na actual situação que se vive em Portugal, os resultados eleitorais podem dar força à luta. Podem desencadear uma

enorme corrente de esperança. Mas também poderão servir de pretexto para se adiar mais uma vez a mudança tão necessária ou serem interpretados erradamente como um cheque em

A democracia implica em primeiro lugar que o povo sinta que é nele que reside o poder. A palavra grega “democracia” significa isso mesmo o “poder do povo”. Não é no entanto necessário ser-se demasiado perspicaz para verificar que vivemos num tempo em que o povo vota mas quem manda nos governos e determina a sua politica são os banqueiros.

branco ao autoritarismo e à injustiça. É certo que há muitos eleitores que votam como se os partidos políticos fossem um clube de futebol ou desportivo sem procurar conhecer e examinar as propostas e a politica concreta executada por cada uma das forças concorrentes; sem reflectir sobre a sua intervenção social e a sua fidelidade aos princípios proclamados; sem verificar se estão a votar na defesa dos seus direitos ou contra eles. É por isso que a luta pelo voto consciente e pela participação dos milhões de eleitores desiludidos vai continuar. O mundo não acaba hoje nem amanhã. Muitos daqueles que no dia 5 de Junho votarão erradamente depressa descobrirão que os partidos aos quais confiaram o seu voto vão continuar a ignorá-los. Mas felizmente que a democracia também implica o direito de manifestação e de protesto, a

livre expressão do pensamento, as acções que consciencializam e determinam as grandes viragens politicas da história. A elite que nos governa gostaria que, após cada acto eleitoral, voltássemos para casa e lhe deixássemos as mãos livres. Não será esse o caso nem em Portugal, nem na União Europeia, nem no Mundo inteiro. Aproveitando a situação de desastre em que nos encontramos cresce rapidamente o coro dos pregadores das inevitabilidades e da resignação, apesar da encenação de grandes debates e conflitos artificiais que logo se apagam quando se trata de fazer pagar aos mais fracos a factura da crise e de proteger os interesses dos poderosos e dos especuladores que a provocaram. Mas a democracia conquistada em 1974 aponta-nos o caminho da esperança. O dia virá em que “o povo é quem mais ordena”, Abril se cumprirá e a democracia será plena.

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Comuni-

PORTUGAL POST Nº 203 • Junho 2011

Apelo do Sindicato dos Professores nas Comunidades Lusíadas (SPCL)

Salvem o Ensino Português no Estrangeiro! Por EPE entendem-se os cursos de Língua e Cultura Portuguesas (LCP) destinados às crianças e jovens luso-descendentes na Europa, África do Sul, Namíbia e Suazilândia, sendo porém os países europeus de emigração portuguesa, a Alemanha, Suíça ,Luxemburgo, Reino Unido, Espanha, Bélgica, França e Holanda aqueles onde o ensino se encontra em maior perigo. rede de ensino do EPE tem mais de 35 anos e esteve, até Janeiro de 2010, sob a tutela do Ministério da Educação, tendo passado em Fevereiro do mesmo ano para a tutela do Instituto Camões, através do Ministério dos Negócios Estrangeiros. Se os longos anos com o ME não foram completamente livres de ocorrências negativas, houve pelo menos a vontade política mínima para manter uma rede de ensino adequada e também relativo zelo pela qualidade do mesmo. Tal não acontece com o Instituto Camões(IC), que mal tendo assumido a tutela do EPE iniciou, invocando dificuldades orçamentais, vários cortes e reduções que, a continuar assim, deixarão os cursos de LCP com pouca quantidade e nenhuma qualidade. Assim, logo no início do presente ano letivo o IC reduziu para cerca de um terço as horas destinadas aos professores de apoio pedagógico, que exerciam funções nos consulados e que tinham a seu cargo várias tarefas admnistrativas, além de manter contato com as comissões de pais, entidades es-

O

Ensino Português no Estrangeiro – EPE – encontra-se gravemente ameaçado e em breve estará reduzido à expressão mímina se continuarem a ser aplicadas as medidas de austeridade e os cortes de que tem sido alvo todo este ano letivo.

colares locais e professores,informando e apoiando os mesmos sempre que necessário. Porém, e como se tal não bastasse,estão agora previstas fortíssimas reduções na rede de cursos para o próximo ano letivo, pois foi exigido um número de alunos por curso muito superior ao requerido anteriormente, além de também se ter procedido à eliminação de grande número de horários. O princípio adotado é o seguinte: os horários que ficarem livres no próximo ano, devido aos professores detentores dos mesmos não continuarem em funções por motivo de desistência ou aposentação, serão eliminados, sendo os cursos que os compunham integrados nos horários de outros professores, que, obviamente, ficarão sobrecarregados e praticamente impossibilitados de ministrar um ensino com um mínimo de qualidade. Por exemplo, um professor que até agora dispunha de 5 horas letivas semanais para lecionar um grupo de 15 ou 20 alunos de todos os níveis, desde o 1° ao 10° ou 12° ano de escolaridade, terá apenas 3 horas, no próximo ano, para lecccionar o mesmo número de participantes. Das 10 horas letivas, duas tardes por semana, para leccionar grupos de 38 ou 40 alunos, também de vários níveis, até agora concedidas, restarão apenas 5 horas, isto é, uma única tarde por semana, para lecionar exatamente o mesmo número de alunos. Só na Alemanha desaparecem assim mais de 6 horários,e na área

O candidato social-democrata pelo círculo da Europa disse que 2011/2012 será um ano "pior que negro" para o ensino do português no estrangeiro com cortes na rede de cursos e maior concentração de alunos por turma. "[Em 2010/2011]Tivemos um ano lectivo horroroso, um ano negro em termos de ensino do português no estrangeiro, arriscamos a ter um pior em 2011/2012", disse Carlos Gonçalves, alertando para a quase certa redução da rede de cursos e para a concentração na mesma turma de alunos do 1º até ao 10º anos de escolaridade. Carlos Gonçalves, que falava no término de uma visita de uma semana à Alemanha, disse que neste país a abertura do ano letivo

Foto: PP

PSD diz que 2011/2012 será "ano pior que negro" para ensino do português na Alemanha

Carlos Gonçalves de 2010/2011 foi "caótica" com alguns cursos a abrirem apenas em Abril. "Desde pais de alunos a dirigentes associativos há grandes queixas relativamente ao ensino

do português. Houve cursos que só se iniciaram na primeira semana de Abril. Este atraso criou grande celeuma na comunidade, mas sobretudo retirou ao ensino da língua portuguesa uma grande credibilidade", disse Carlos Gonçalves. O também deputado pelo círculo da Europa considera que "este não é o melhor exemplo" para que os alemães decidam avançar com a decisão de integrar o Português nos currículos oficiais das escolas alemãs. Segundo Carlos Gonçalves, a redução da rede de cursos para o próximo ano lectivo "é um facto praticamente consumado", o que deixa antever "um ano ainda mais complicado" do que o actual.

de Zurique 4, tendência crescente. Poder-se-á afirmar que os alunos continuarão a ter aulas. Mas, que possibilidade terá um professor de ministrar um ensino com um mínimo de qualidade com 15 ou mais crianças e jovens dentro da sala, alunos do 1°, 2° e 3° ciclos, durante o reduzido tempo de 3 horas letivas? Estamos perante um ensino de qualidade ou um ensino de falsidade? Sim, porque é extremamente incorreto afirmar que o ensino se mantém quando não se concedem condições para ensinar e muito menos para aprender. Aos problemas já expostos, há a juntar o caso de grande número de professores que, em vários países e com forte incidência em França,ficarão com os horários reduzidos a apenas 12 ou 14 horas semanais, às quais corresponde um vencimento tão ínfimo que não lhes permitirá a subsistência, sendo de esperar que muitos deles abandonem os seus lugares, ficando assim os alunos sem aulas. Os pretextos ou razões invocados pelos responsáveis para a maior redução de lugares docentes em toda a história do EPE são a atual situação económica do país e problemas de caráter orçamental. Razões vagas e pouco concretas, manifestamente insuficientes para cobrir a realidade das remessas enviadas pelos trabalhadores portugueses no estrangeiro para o seu país, das quais nem uma parcela mínima é empregue na manutenção de um ensino de qualidade, ensino esse que se encontra pre-

visto na Constituição, sendo portanto um dever do estado português e não uma concessão feita de má-vontade. Cortes no setor da Educação, seja para os alunos em Portugal ou para os alunos portugueses no estrangeiro, são inaceitáveis e nunca podem ser justificados com argumentos economicistas. Se agora for permitido efetuar os cortes previstos, estará aberta a porta para, nos próximos anos, continuar a mesma política de redução de horários e horas letivas, política que, infalivelmente, conduzirá, na prática, à extinção do ensino português no estrangeiro, relegado, na melhor das hipóteses, para o plano simbólico , perdendo-se completamente os seus objetivos principais: perservar a nossa língua e cultura no estrangeiro e manter vivos os elos de ligação ao país de origem , conservando uma identidade nacional apesar do afastamento geográfico. O ensino da nossa língua e cultura nas comunidades é essencial e deve ser incrementado,pois que se trata de um investimento e não de uma despesa a eliminar. Os direitos dos cidadãos portugueses no estrangeiro não podem e não devem, nunca, ser ignorados!

Nuremberga, Alemanha 8 de Maio de 2011 P´la Direção do SPCL Maria Teresa Duarte Soares

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A Bíblia paraTodos Preço: € 58 A Bíblia para todos é a tradução mais actual da Bíblia em língua portuguesa, feita por uma equipa de tradutores católicos e protestantes de reconhecido valor e mérito académico. Por isso, e também porque o seu português corrente é acessível a pessoas de diferentes idades e níveis de instrução, esta é verdadeiramente uma Bíblia para todos. Pensada para quem nunca leu a Bíblia ou para quem gostaria de a voltar a ler de outra maneira, para os que estão numa busca espiritual ou para os que têm apenas um interesse intelectual nesta obra milenar, esta é uma edição inovadora, num formato único em língua portuguesa e com uma linguagem acessível. A tradução foi feita a partir de textos em hebraico, aramaico e grego por uma equipa de especialistas de várias tradições cristãs.

Cupão de encomenda na página 19


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Comunidade

Apelo Votar é decidir sobre o nosso destino

José Eduardo O direito ao voto é, do meu ponto de vista, um dos mais nobres e elementares actos a que os cidadãos devem ter direito. Durante muitos anos no nosso País era-nos vedado pela ditadura o direito de votarmos livremente. Durante todo esse período negro da nossa História foi um dos valores pelo qual o povo português mais lutou. Hoje, na nação livre que somos, muitos são aqueles que deliberadamente não fazem uso deste direito de cidadania e não votam. Devo confessar que não consigo compreender aqueles que assim procedem, porque não considero a acto de votar apenas como um direito como também uma obrigação, que se centra na defesa dos nossos próprios direitos. Ao votar es-

tamos a decidir nós próprios sobre o nosso futuro e o dos nossos filhos. Não votar é estar a deixar para os outros o direito de decidirem por nós. É certo que muitos não votam como forma de manifestarem o seu descontentamento. No entanto, a não participação em eleições nunca é interpretada como forma de protesto mas sim como de forma de desinteresse pelas coisas que nos dizem respeito. O que conta são os votos entrados nas urnas, aqueles que não entram não representam nada. Quem não vota não conta! É através do voto que se demonstra a nossa vontade. Através da abstenção, apenas transmitimos que somos indiferentes ao que se passa à nossa volta. Por isso lanço um apelo a todos os nossos compatriotas residentes fora de Portugal que votem. Faço este apelo na minha qualidade de Conselheiro das Comunidades, porque tenho consciência de que, quanto maior for a percentagem de votantes, mais força têm as nossas reivindicações pela defesa do interesse dos emigrantes. Membro do Conselho das Comunidades Portuguesas

PORTUGAL POST Nº 203 • Junho 2011

Apelo Nacionalidade e cidadania

Pedro Jácome de Castro Considero que possuir a nacionalidade portuguesa não é sinónimo de ser cidadão português. Cidadão nacional é aquele indivíduo que se preocupa com o destino de Portugal e que se envolve activamente no intuito de contribuir para o bem da nação. Assim, cidadãos nacionais são todos aqueles portugueses que exercem o acto da cidadania. Em democracia, existem inúmeras formas para exercer o acto da cidadania, desde a denúncia do mau funcionamento das instituições, passando pela proposta de alternativas aos procedimentos estabelecidos, até à participação directa em cargos públicos. Cabe a cada cidadão o direito e a responsabilidade de moldar a sociedade onde quer viver e que quer deixar às futuras gerações.

Verifica-se, no entanto, uma desilusão generalizada relativamente ao desempenho da classe política em Portugal, a qual leva muitos portugueses a desinteressarem-se pela participação na vida pública. O Estado transformou-se numa entidade autista, com interesses e objectivos próprios, os quais não correspondem às expectativas e às necessidades dos cidadãos. Por outro lado, perante uma discussão política de baixa qualidade e um jornalismo por vezes demasiado sensacionalista e pouco ambicioso, assiste-se à passividade de muitos cidadãos, os quais optam por uma argumentação política sem conteúdo, com carácter clubista, onde a emoção impera e a racionalidade escasseia. Está criada uma audiência sedenta de discursos populistas e demagogos. Portugal pode ambicionar a bem mais do que isto. O Estado deve caminhar no sentido de uma sociedade aberta, justa e transparente. Os políticos devem expor com clareza os desafios e as alternativas com que, a cada momento, o País se depara. Os cidadãos devem adquirir informação e conhecimentos suficientes que permitam uma intervenção pú-

blica responsável, em ambientes sociais e económicos cada vez mais complexos. A democracia portuguesa tem défice de participação, pelo que a sinergia entre os detentores de cargos públicos e o eleitorado deve ser permanente, libertando-se assim da inflexibilidade das consultas populares a cada quatro anos. A participação na vida pública deve, por isso, ser integrada

com naturalidade no dia-a-dia de cada cidadão. Exercer o direito de voto é a forma mais elementar de exercer o acto da cidadania. Em contrapartida, não votar é protestar sem apresentar alternativas, é dar importância a quem não merece, é tornar relevante quem não o é. Por isso vote! Vote branco, azul, castanho ou amarelo, mas vote! Não desista de ser cidadão!

Novo romance de Manuel Alegre lançado pela TFM A Editora Teo Ferrer de Mesquita , de Francfort, acaba de lançar no mercado o romance de Manuel Alegre- "Cão como nós"- "Ein Hund wie wir"- em edição bilingue. O tradutor é Markus Sahr, que há quatro anos já tinha traduzido do mesmo autor ," Rafael ",para a Leipziger Literaturverlag. Manuel Alegre é um dos mais consagrados poetas portugueses da actualidade. E a sua obra- de poesia e prosa-tem sido distinguida, ao longo dos anos, com as maiores distinções: Grande Prémio de Poesia da Associação Portuguesa de Escritores, Prémio Fernando Namora, Prémio Pessoa, em 1999, e mais recentemente o Prémio D. Dinis, este último referente ao livro de poemas Doze Naus. F.A.R.

Cônsul-Geral em Hamburg visitou a Rudolf-Roß-Grundschule e conviveu com alunos

A visita àquele que é considerado o projecto mais importante do ensino do português em Hamburgo inseriu-se no âmbito de algumas visitas a escolas que o Cônsul-Geral em Hamburgo tem vindo a realizar. Acompanhado pela Técnica para os Assuntos sociais do consulado, o diplomata contactou com os alunos que são, curiosamente, de várias nacionalidades. Durante a aula de demonstração, constatou-se, por exemplo, que os alunos portugueses são os „peritos“ e ajudantes dos alunos de língua alemã. O Cônsul pôde assistir a algumas actividades utilizadas durante as aulas para promover o contacto e reforçar a motivação dos alunos. Nas turmas bilingue há ainda a vantagem de os alunos ficarem a conhecer as culturas dos países onde o português é língua oficial. Para colorir a visita do Cônsul, e já no auditório da escola, o diplomata foi brindado pelos jovens

satisfação. Num dos momentos em que tivemos a oportunidade de conversar com uma das professoras, a Ana Paula Gouveia Larkens, ficamos a saber que está marcada para breve a assinatura de um protocolo que reforçará ainda mais esta cooperação entre Portugal e o estado de Hamburgo. De salientar, que apesar dos contratempos e dificuldades pró-

Foto: Fernando Soares

Com a sua habitual boa disposição e satisfação, o Cônsul Geral de Portugal em Hamburgo, António Alves de Carvalho, classificou de muito positiva a sua visita às turmas do primeiro ciclo do projecto bilingue Português Alemão da Rudolf-RoßGrundschule.

prias desse tipo de parceria, este é o único projecto existente em Hamburgo que se equivale a um outro semelhante em Berlim. Ana Paula Gouveia apela, porém, a uma maior paticipação, divulgação e incentivo por parte dos pais e encarregados de educação, só assim o português conseguirá triunfar como língua de comunicação nesta sociedade global. Maria do anjos

Comunidade lusa em Euskirchen e a N.S. de Fátima alunos com cantares e declamações em português. Mas o que mais impressionou foi a sessão de perguntas e respostas, que os alunos, por iniciativa própria, dirigiram perguntas que fizeram ao Cônsul-Geral. „Sendo o Sr. uma pessoa tão importante que veio visitar a nossa escola, onde estacionou a

sua “limousine”?. “Sr. Cônsul, o que se passa com o dinheiro em Portugal?” “A sua profissão de Cônsul é muito difícil“? Estas foram algumas das perguntas da pequenada que deixou o Cônsul Geral surpreendido, que, por sua vez, respondeu com uma linguagem simples e com muita

O Projecto Desde 2000 que existe na escola Rudolf Roß em Hamburgo, um projecto com ensino integrado do português. Crianças do ensino primário e de várias nacionalidades, aprendem a língua e cultura portuguesa em paralelo a outras disciplinas. Este projecto nasceu duma parceria entre o Ministério da Educação de Portugal e o Estado de Hamburgo. Conta com a orientação de dois professores, sendo um de origem alemã e outro de origem portuguesa.

Maio, mês da nossa Senhora de Fátima, chamou também este ano os portugueses de Euskirchen a celebrarem as aparições de Maio. Uma tradição, que se mantem em Euskirchen há volta de 35 anos, com a celebração religiosa na Igreja St. Martin e há volta de 25 anos também com uma parte recreativa, foi realizada no passado dia 7 de Maio. Após a eucaristia celebrada e acompanhada por uma grande procissão à volta das muralhas da Igreja St. Martin, mostrando a imagem branca da Nossa Senhora num mar de cravos cor-de-rosa e rosas brancas, portugueses, alemães e outras nacionalidades encontraram-se no Dorfgemein-

schaftshaus de Palmersheim para conviverem, participarem no programa recreativo, comerem, beberem e dançarem até altas horas da noite. Os visitantes alemães ficaram impressionados com os bons petiscos tradicionais portugueses, com a organização duma festa num nível tão grande pela comunidade portuguesa, e o acolhimento caloroso com que foram recebidos. Esta festa foi organizada e realizada pelos 12 membros da comissão de festas, com a participação e colaboração de patrocinadores portugueses, alemães, brasileiros, italianos e turcos, e sobretudo da comunidade portuguesa de Euskirchen. Elisabete Araújo


Comunidade

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3 perguntas a... Nelson Rodrigues, Rheine, candidato do Partido Socialista às eleições legislativas Sou militante do PS, porque o PS é o partido das reformas. Soube por exemplo modernizar os serviços consulares. Mas queremos ir mais longe. Queremos que as estruturas consulares e diplomáticas estejam mais próximas dos portugueses e contribuam para o seu reconhecimento e valorização. Irei continuar e entregar-me à causa das Comunidades. Os meus pais emigraram para a Alemanha em 1966. Nasci em Trás-os-Montes, em Vinhais e vim para a Alemanha com 12 anos, para Münster.

Nelson Rodrigues, Candidato do Partido Socialista Diga-nos uma razão convincente para que os eleitores votem na sua lista e, naturalmente, em si. Na Alemanha durante o processo contra o encerramento do Consulado de Osnabrück e como ex-membro do Conselho das Comunidades já dei provas suficientes do meu espiríto de luta. O meu lema é que “quem luta pode ganhar, quem não luta, já perdeu!”. Sempre soube estar ao lado daqueles que mais precisam de nós. Profissionalmente sou sociólogo e assistente social. Trabalho na gerência das Cáritas de Rheine. Tenho o perfil político para saber defender devidamente os interesses daqueles que me elejam. Faço política desde os meus 18 anos.

Quisl seriam as primeiras três medidas no que diz respeito às politicas das Comunidades que o novo Governo deveria introduzir depois assumir funções? Em primeiro lugar devo constatar que as Comunidades Portuguesas fazem parte da nossa história mais profunda e possuem um universo de potencialidades que o país deveria aproveitar muito melhor. A rede dos portugueses no mundo poderia ser melhor explorada para o desenvolvimento de Portugal. Temos portugueses com grandes sucessos em todas as áreas, nomeadamente nas artes, na ciência, na engenharia, na política e na economia. Vamos criar sinergias através da internacionalização da economia portuguesa. Precisamos de ir mais longe também na cooperação económica, facilitando o investimento, as parcerias e os pro-

jectos conjuntos de empresários em Portugal e na diáspora, na linha do anunciado no programa NETINVEST , que esperamos possa ser implementado tão rápido quanto possível. Mas, além disso, e um pouco no espírito do NETINVEST, o Governo deveria impulsionar a criação de um “balcão único” para a captação do investimento dos empresários portugueses das comunidades e para a criação de parcerias entre empresas com sede em Portugal e noutros países detidas ou participadas por cidadãos portugueses ou de origem portuguesa. Com efeito, existe uma expectativa muito grande entre os empresários das comunidades para que a sua vontade de investir seja aproveitada. Porém, muitas vezes quando os empresários se dispõem a investir no país ou a criar parcerias deparam-se com dificuldades de diversa ordem, sobretudo burocráticas, e de diferenças de cultura empresarial e administrativa. A segunda medida seria criar um novo projecto de intercâmbio na área da juventude e da terceira idade. Os jovens portugueses que nasceram fora de Portugal só conhecem Portugal, como país ande passam férias. Daí a importância em se aprofundar o elo de ligação com programas de estágios profissionais ou bolsas de estudo. Portugal deve ter interesse em manter o vinculo com a juventude. Os reformados muito contribuíram para Portugal e devem ter o reconhecimento que

merecem. Os “emigrantes” mais velhos são umas das vítimas da actual desagregação familiar, ficando reduzidos à solidão, falta de protecção, depressões, problemas financeiros. Precisam da ajuda do Estado. Os serviços sociais dos Consulados deveriam juntamente com os Conselhos Consultivos e as forças associativas criar medidas de recreio e de apoio. A terceira medida também dou muita importância, porque o nosso contacto diário com Portugal é feito na normalidade através do canal de televisão. É extremamente importante reformar a RTPi, precisamos de um programa de televisão adequado.

Numa situação económica-financeira muito particular que o pais vive, em seu entender como poderiam os portugueses residentes no estrangeiro fazer para ajudar Portugal A internacionalização da economia criando uma rede de cooperação comercial, turística industrial com as Comunidades como apresentei na primeira medida, acima mencionada, seria a melhor ajuda que os portugueses no estrangeiro poderiam prestar a Portugal. A grande rede do associativismo poderia neste contexto ser também aproveitada. Sabemos que em altura de crises o melhor que se pode fazer a nível pessoal e a nível de Estados é o reforço

psicológico. Temos que dar a certeza que Portugal pode contar conosco. Devemos manifestar a nossa solidariedade e termos mais cuidado com críticas negativas. Sabemos que os portugueses a viverem fora de Portugal defendem padrões de vida mais conservadores, só se gasta, aquilo que se ganhou. Em tempos difíceis os portugueses em Portugal devem acabar com petrichos de outrora, com confortos, costumes brandos e consumismo. Com o devido cuidado podem aprender com os portugueses a viverem fora de Portugal. Embora a crise actual em Portugal tenha resultado de uma política errada do Euro e da crise financeira a nível mundial, Portugal só poderá recuperar a sua imagem, se acabar com certos costumes que não estão em conformidade com a realidade económica. Temos muito para dar a Portugal. Este é o motivo da minha candidatura. Vamos dar outro impacto às Comunidades e irei lutar para que os 5 milhões de Portugueses fora de Portugal sejam ouvidos e tenham uma outra representação na Assembleia. 4 Deputados são insuficientes. Irei lutar por mais. Aprecio a experiência da emigração como uma mais-valia. Admiro todas as pessoas que superam o seu conforto de rotina e procuram noutros Países o seu sucesso pessoal. Admiro as Comunidades. Sou filho das Comunidades e orgulho-me pelo mesmo.

3 perguntas a... Artur Amorim, Estugarda, candidato do Partido Social Democrata às eleições legislativas

Artur Amorim, Candidato do Partido Social Democrata

Diga-nos uma razão convincente para que os eleitores votem na sua lista e, naturalmente, em si. Em primeiro lugar deixe-me saudar os leitores e assinantes do PORTUGAL POST. Uma das principais razões é eu próprio ser da emigração. Sou natural de Darmstadt, Alemanha e, como tal, tenho uma vivência comum ao emigrante residente na Alemanha. Conheço os problemas por dentro

da Comunidade Portuguesa na Alemanha, e das Comunidades Portuguesas em geral e aquilo que me pode faltar na análise das questões nacionais, como a qualquer outra pessoa que viva há muitos anos no estrangeiro, é facilmente superado pelo voluntarismo, conhecimento e identificação que tenho com esta Comunidade. Lembro também aos leitores do PORTUGAL POST, que tive a honra de ser convidado para 2º da lista de candidatos do PSD pelo círculo da Europa, encabeçada pelo ex-Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, Carlos Alberto Gonçalves, o que demonstra a importância que mereceu do PSD e do Dr. Pedro Passos Coelho. Não escondo que para mim, foi uma enorme honra ser convidado a integrar esta lista, mais do que o convite a mim dirigido, ele é feito sobretudo à Comunidade Portuguesa na Alemanha pela importância que tem para Portugal. Qual seriam as primeiras três medidas no que diz respeito às politicas das Comunidades que o novo

Governo deveria introduzir depois assumir funções? Em primeiro lugar, potenciar o investimento das Comunidades Portuguesas em Portugal através de um conjunto de medidas tais como: - Desenvolver novos mecanismos de captação de poupanças e investimentos dos portugueses residentes no estrangeiro, como por exemplo, implementar algo de semelhante como a ex-conta-poupança emigrante; - Aproveitar o tecido empresarial das Comunidades Portuguesas no estrangeiro; - Dinamizar novas modalidades de cooperação em rede entre os Consulados e as Associações Portuguesas; - Fomentar o ensino da língua portuguesa no estrangeiro, concretizando a alteração da tutela do Ministério da Educação para o Ministério dos Negócios Estrangeiros através do Instituto Camões, implicando não só a rede diplomática e consular mas também, aproveitando todas as iniciativas de âmbito associativo que tendam a alargar o número de alunos;

- Valorizar os Órgãos de Comunicação Social das nossas Comunidades, nomeadamente implementando o porte pago; - Fazer crescer a participação cívica e política das nossas Comunidades, em particular, possibilitar aos portugueses residentes no estrangeiro votarem nas eleições autárquicas em Portugal; - Sem esquecer, naturalmente, o acompanhamento e apoio que deve ser prestado pela Secretaria de Estado das Comunidades Portuguesas à rede associativa portuguesa no estrangeiro. Numa situação económico-financeira muito particular que o paÍs vive, em seu entender como poderiam os portugueses residentes no estrangeiro fazer para ajudar Portugal? Os portugueses residentes no estrangeiro, são ainda hoje um suporte importante para a economia portuguesa e foram fundamentais em crises anteriores que o País conheceu. Infelizmente, o Governo do Eng. Sócrates não teve qualquer sensibilidade nesta área, em parti-

cular, na componente económica pois a única decisão que tomou em seis anos de governação foi acabar com a conta-poupança emigrante, ou seja, no momento em que o País mais necessitava contar com as poupanças dos emigrantes, o sinal dado pelo Governo Socialista foi precisamente o contrário. Gostaria de lembrar, que Portugal face ao momento difícil que atravessa será mais forte, se contar com a sua diáspora. Deixo esta pergunta aos leitores do PORTUGAL POST: Não é lógico que um País de dimensão média como o nosso, tenha tudo a ganhar se contar no esforço e no desenvolvimento nacional com os 5 milhões de portugueses residentes no estrangeiro? Eu penso que sim. E esta forma de pensar é do nosso cabeça de lista Carlos Alberto Gonçalves, também ele português residente no estrangeiro e, sobretudo do Dr. Pedro Passos Coelho, que com ele reuni várias vezes nos últimos tempos a fim de trabalhar em torno desta ideia de um Portugal repartido pelo mundo através das suas Comunidades.


10 Campanha Leia e Ganhe do PORTUGAL POST

Primeiro prémio foi para Kircheim /Teck Concluída a acção da campanha alusiva ao 18 aniversário do PORTUGAL POST que a nossa editora promoveu através de uma edição especial a qual patrocinava um sorteio de três viagens para duas pessoas à Ilha da Madeira, A Lisboa e ao Alentejo. Esta acção teve a colaboração da Agência de Comunicação sediada em Munique, Pura Communications, a cadeia hoteleira Quintas da Madeira, TAP Portugal, a Avis- Rent-aCar e a Turismo do Alentejo, a quem, de resto, queremos mais uma vez agradecer a confiança. O sorteio foi realizado entre os novos assinantes, incluindo aqueles que fizeram a renovação da assinatura.

1º PRÉMIO Viagem para duas pessoas à Ilha da Madeira com estadia de 7 dias em quarto duplo repartidos por três diferentes unidades hoteleiras do mesmo grupo hoteleiro e ainda carro de aluguer : Luísa Reck Beethovenstr 22 - I 71083 Herrenberg (Prémio gentilmente cedido pela TAP Portugal, Quintas da Madeira e AVIS-Rent-a-Car – Em cooperação com Pura Communications 2º PRÉMIO Uma viagem a Lisboa para duas pessoas com estadia de 7 dias em quarto duplo no hotel Mundial: José Martinho Oliveira 40885 Ratingen (Prémio gentilmente cedido pela TAP Portugal e Hotel Mundial Em cooperação com Pura Communications ) 3º PRÉMIO Uma viagem para duas pessoas ao Alentejo durante 7 dias com estadia em quarto duplo repartidos por três diferentes unidades hoteleiras (Campo Maior, Évora e Pias): Boto Ferrão Maria 82362 Weilheim (Prémio gentilmente cedido pela TAP Portugal, Hotel Santa Beatriz, Quinta da Espada e Albergaria Bética - Em cooperação com

Assim, procedeu-se ao carregamento dos nomes e moradas de todos os concorrentes para uma banco de dados, os quais foram impressos em etiquetas que por sua vez foram colados em postais iguais. Depois de misturados todos os postais procedeuse de forma aleatória ao sorteio do qual saíram os seguintes contemplados: (ver caixa com os nomes dos sorteados) A todos os contemplados os nossos parabéns e uma palavra de agradecimento a todos os novos assinantes que vieram juntar-se à grande família de leitores assinante do Portugal Post. Por último, os premiados foram avisados por carta.

Em Hilden Apúlia-Mar restaurante para prestigiar a gastronomia lusa A cidade de Hilden, paredes meias com Dusseldorf, tem um novíssimo restaurante aberto desde 29 de Abril último, o APÚLIA –MAR RESTAURANTE Não é um restaurante qualquer com uma qualquer ementa. A gerência do APÚLIA-MAR quer fazer a diferença ao apostar na qualidade e sobretudo no marisco fresco e numa rica carta de peixe fresco grel-

hado a carvão. A gerente do restaurante, senhora D. Claudina Ribeiro, consciente de que o êxito do restaurante junto dos clientes passa pela originalidade, apresenta receitas e especialidades que farão atrair os mais exigentes apreciadores de uma boa gastronomia. As especialidades de bacalhau, em que se destaca o Bacalhau assado na telha, e

ainda a sapateira recheada são alguns dos motivos para uma visita. Com cerca de 60 lugares sentados, terraço para os dias de bom tempo e parque privativo são as vantagens de quem se desloca ao APÚLIA-MAR. O interior do restaurante é acolhedor e a sua decoração com artigos ligados ao mar da zona entre a Póvoa do Varzim e Espo-

sende fazem do restaurante um local original. Uma chamada de atenção para a excelente carta de vinhos nacionais e a doçaria portuguesa. Aos domingos as reservas de mesa são aconselhadas devido à procura de muitas famílias e de grupos de amigos. Telefone e reserve a sua mesa: 02103-2534004

Motards “Os Azeiteiros” organizam sardinhada Foi em Geislingen an der Steige que no passado dia 30 de Abril foi organizada na sede do grupo motard Azeiteiros a primeira sardinha azeiteira em que participaram os grupos motards portugueses das regiões mais vizinhas. Uma palavra de destaque para o grupo motard Patriotas de Singen que pernoitaram nas “instalações azeiteiras” e que sem dúvida deram uma enorme contribuição para a boa disposição da festa. Os acordes musicais foram dados pelo jovem talentoso Vitos Costa (www.vitor-costa.com) , bastante já conhecido em várias comunidades portuguesas e que mais uma vez conseguiu com as suas teclas que até os coxos e manetas pudessem abanar o capacete até altas horas da madrugada.

Ainda não recebe o PORTUGAL POST em sua casa?

O responsável pelo grupo motard, Manuel Matos e o seu companheiro de equipe João Fialho, dão um bom exemplo e deixam bem claro que neste pequeno e jovem grupo motard, que tem o lema Amizade , Humildade e Honestidade, se pode conviver com alto grau de camaradagem e amizade existente dentro do grupo. Digno de referenciar neste

grupo é união entre a verdadeira família e a família motard. Estes motards azeiteiros fazem-se acompanhar pelas esposas todas as vezes que se deslocam e participam em festas motards de outros grupos, mesmo fora da Alemanha, tendo assim a secção feminina um grande peso na boa disposição do grupo . www.os-azeiteiros.de

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Fala o Leitor Um adeus ao Centro Português em Münster Como tem vindo a ser notório nos últimos anos, continua a aumentar o número de colectividades que são forçadas a encerrar as suas portas por falta de apoio dos governos em Portugal (sem excepção) e de recursos financeiros para a sua manutenção. O Centro Português em Münster, fundado e 1967, também foi alvo dessa moléstia. Há, a meu, certos factores importantes culpados nesta decadência, dos quais os mais graves recaem sobre os governos e outras agremiações na emigração (talvez sem poderes), como a FAPA, C.C.P. etc sem sinais de que tenham feito algo para ajudar a salvar as colectividades desta situação. Também tem sido notável que nas associações há falta de garra associativa que existia na primeira geração de emigrantes, vinda nos anos sessenta que talvez por dificuldades de integração começou por fundar centros e associações, para que o convívio e a cultura portuguesa prevalecesse, pondo em prática as nossa tradições de norte a sul de Portugal. Esta geração com fortes raízes ligadas a Portugal continuou a acompanhar até certo ponto a vida politica do nossos país, dando alas de alegria sobre a liberdade implantada do dia 25 de Abril 1974 que mais incentivou o desejo de voltar em breve à terra natal.. A segunda geração, composto por um número acrescido de filhos da primeira, ainda deu continuidade ao que já estava a funcionar e até participou na fundação de novas associações em diversos pontos da Alemanha. O seu interesse politico desvaneceu consideravelmente visto ser uma geração 90 % já nascida aqui e com uma integração acentuada no país em que cresceram e se formaram profissionalmente. A terceira geração, já composta pelos netos, a maioria possuidora do BI alemão. Quase nem vale a pena referenciar, porque as colectividades ou a politica do nosso país, e a cultura portuguesa nada lhes diz, tomando em conta a retirada das poucas horas de ensino e professores da língua de Camões pelos governos de

Portugal. Esta é a verdade nua e crua e o resultado da desatenção por parte dos nossos governantes, em relação aos emigrantes que nunca fora, considerados filhos da Nação, mas que o mesmo irá sentir cada vez mais a falta dos frutos daqueles que um dia partiram à procura duma vida digna e merecedora, que nunca esqueceram a sua pátria e muito contribuíram para a sua economia. Voltando ao tema: A partir do dia 3 de Abril de 2011, a comunidade portuguesa em Münster ficou mais pobre com o encerramento do Centro Português. Perdeu-se a continuidade dos convívios com os amigos e familiares, onde tinha lugar as festas de casamentos, comunhões, batizados, etc... Por onde passaram aritstas como artista como Marco Paulo, Fernando Farinha, Alexandra, Tonicha e muitos outros. Onde se fizeram encontros culturais, religiosos e políticos, {…} Perdeu-se muitos valores ali construídos, muito esforço e dedicação de muitas pessoas que ali marcaram presença e trabalharam por amor à causa. Ali estiveram presentes com muito respeito as fotografias do exPresidente da República, Jorge Sampaio, do Eusébio, um lindo e valoroso quadro de Luís de Camões’, muitas fotos de presidentes que ali passaram acompanhados por um recheado número de galhardetes, quadros e trofés, conquistados em tempos de glória por jogadores orgulhosos que representaram a equipe de Fetebol do C.P.M.. Muito teria ainda por contar sobre este Centro, porque sou um dos fundadores que ainda resta do grupo que fundou este centro em 1967. Infelizmente foi-me anunciado o encerramento do mesmo numa altura em que estava hospitalizado, impedido de estar presente no dia do adeus.. É com imensa mágoa ques escrevo estas linhas, mas não resisti à tentação de expressar aqui este desabafo de muita tristeza.. Apenas um incentivo para a ajudar a impedir que estes casos se repitam. Não nos deixemos dominar plo comodismo. Se cada um de nós fizesse um pouco mais, tudo estaria melhor, porque fazer bem é fácil quando somos muitos a ajudar. Um dia Nelson Mandela disse “morre um idoso, morre com ele uma biblioteca”. Hoje eu digo: “morre uma colectividade, morre com ela a cultura portuguesa”. António Dias Mendes


Futebol

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FC Porto soma quarta taça europeia da sua história O FC Porto conquistou a quarta taça europeia da sua história, ao vencer o Sporting de Braga por 10, na final da edição 2010/2011 da Liga Europa em futebol, disputada em Dublin, na República da Irlanda. Um golo do avançado colombiano Falcão, aos 44 minutos, selou o triunfo dos “dragões”, que já tinham na sua sala de troféus duas edições da Taça dos Campeões (1986/87 e 2003/2004) e uma da Taça UEFA (2002/2003). Oito anos após a conquista da Taça UEFA e depois de sete anos consecutivos na Liga dos Campeões, que arrebatou em 2003/2004, o FC Porto celebrou, assim, da melhor forma, o regresso à “segunda” prova continental. Em 2002/2003, os comandados de José Mourinho venceram os escoceses do Celtic, em Sevilha, por 3-2, após prolongamento, com um “bis” de Derlei e um tento de Alenitchev.

Dublin, 18 de Maio de 2011. Foto Lusa

Foi a primeira de duas épocas mágicas, já que, na seguinte, os “dragões”, na despedida de

„Mou“, conquistaram a “Champions”, em Gelsenkirchen, na Alemanha, ao superarem na final o

AS Mónaco por 3-0, com tentos de Carlos Alberto, Deco e Alenitchev.

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Estes foram os últimos capítulos da brilhante história europeia do FC Porto, que chegou pela primeira vez a uma final em 1983/84 e, pela única vez, não foi feliz, já que, apesar de um tento de António Sousa, perdeu por 2-1 com a poderosa Juventus, em Basileia, na Suíça. Os “dragões” só esperaram, porém, mais três anos para arrebatarem o primeiro troféu: em Viena, na final da Taça dos Campeões Europeus, venceram os alemães do Bayern Munique por 2-1, depois de terem chegado ao intervalo a perder, com tentos do argelino Madjer, e o inesquecível calcanhar, e do brasileiro Juary. Além destes troféus, o FC Porto conta duas edições da Taça Intercontinental e uma Supertaça Europeia, prova que vai voltar a disputar no início da próxima época, frente ao FC Barcelona ou ao Manchester United, finalistas da „Champions“. Lusa

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Literatura

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Paulo Pisco defende reconhecimento dos autores portugeses A necessidade de valorizar, reconhecer e projectar os autores portugueses que vivem no estrangeiro e a discussão sobre se existe ou não uma especificidade da literatura das comunidades, foram os temas centrais da mesa redonda sobre a literatura na diáspora, de que foi co-organizador e moderador o deputado do PS, Paulo Pisco. O encontro, que decorreu no âmbito da III Bienal de Culturas Lusófonas, no Centro Cultural Malaposta, contou com a presença dos autores portugueses Maria João Lehning, que vive em França, Ricardo Adolfo, que vive na Holanda, Paula Lemos, que vive na Alemanha e ainda Paula Tavares, que é angolana e reside em Portugal. Ao intervir na abertura do debate, o deputado socialista considerou que existe um universo riquíssimo no âmbito da literatura das comunidades devido a um conjunto de temas sempre presentes e que apresentam grandes potencialidades na produção literária, como o conflito de identidades, o choque de culturas, o regresso às origens ou o sentimento de perda. Em declarações , Paulo Pisco considerou este encontro de escritores lusófonos “muito importante”, acrescentando que existe “um défice de reconhecimento, tanto em Portugal como nos países de acolhimento, dos escritores portugueses que vivem noutros países”. Paulo Pisco considerou que "o Estado português, as entidades

públicas, estruturas diplomáticas e consulares deveriam ter um papel mais activo na promoção, valorização e reconhecimento destes escritores." Por sua vez, a escritora Maria João Lehning considerou que “os portugueses não se interessam pelos problemas de quem emigra nem pelas obras literárias que essas pessoas produzem”. “As pessoas cá, em Portugal, não se interessam muito pelos problemas das pessoas que emigram. A emigração é vista como os coitadinhos que saem do país para ganhar dinheiro e só isso. Penso que a emigração ainda tem uma conotação negativa”, declarou a escritora, que vive há 24 anos em França. “Há muitos emigrantes que têm outros valores, que não querem só o dinheiro, querem participar nas outras culturas, no fundo, associar-se às duas culturas”, declarou a autora do livro "D´Acordo", um romance que descreve o difícil percurso da emigração. “A ligação com Portugal é feita através da escrita. É uma forma de estarmos perto do país, porque escrever na língua mãe é quase como estar em Portugal”, diz Maria João Lehning. “Escrevemos porque temos também uma outra imagem de Portugal, vemos de uma outra maneira. O olhar é mais objetivo, para tentar perceber as pessoas”, acrescentou. A escritora Paula de Lemos, que vive na Alemanha há 15 anos,

considerou por seu turno que estes encontros com autores portugueses na diáspora dão a possibilidade ao público de conhecer escritores pouco divulgados em Portugal.

“Outro ponto importante é que demonstra que fora de Portugal há escritores lusófonos, como um [José Eduardo] Agualusa ou uma Odete Semedo, que são lidos, têm um público, mesmo a escrever

fora de Portugal na sua língua materna e na língua do país onde vivem”, referiu Paula de Lemos, que também é professora e tem várias obras publicadas em português e alemão. Publicidade

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Mundo Português

PORTUGAL POST Nº 203 • Junho 2011

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Portugal em todo o mundo Numa história de séculos, Portugal foi deixando em todo o mundo um importante património cultural e humano com um precioso valor diplomático. É prioritário fortalecer esses laços colectiva e da nossa história, a sociedade portuguesa continua a ter em relação aos residentes no exterior uma certa forma de preconceito, ao ponto de os fazerem sentir-se estranhos no seu próprio país. O que é incompreensível. Tal como é incompreensível que se continue a utilizar indiscriminadamente a palavra „emigrante“ para designar tanto os portugueses que saíram de Portugal como os que nasceram nos países que acolheram os seus pais. Fruto das vicissitudes da nossa história, particularmente como consequência dos fluxos migratórios a partir dos anos 60, em que a grande maioria dos portugueses abandonavam o país pobres e sem escolaridade e iam viver em condições muito precárias, a palavra „emigrante“ foi adquirindo ao longo dos anos uma carga negativa. Com a sua ascensão social e a afirmação das novas gerações, a palavra „emigrante“ foi-se tornando cada vez mais desagradável e incómoda, pelo seu significado pesado, provocando em muitos até uma certa mágoa. O ideal, portanto, é eliminar essa carga negativa banindo a palavra do nosso vocabulário e adoptando

Paulo Pisco

H

á no nosso país um distanciamento inexplicável em relação aos portugueses residentes no estrangeiro, tanto por parte da sociedade como das instituições. E isto é incompreensível à luz da nossa história de séculos, que foi deixando um importante património histórico, cultural e humano por todos os continentes, e da estrutura da nossa população, visto que não há quem não tenha um familiar ou um amigo a viver fora do país. Os portugueses estão literalmente espalhados por todo o mundo, o que constitui uma riqueza inquestionável e um trunfo económico e diplomático de grande valor. Todos esses milhões de portugueses de várias gerações estão apenas à espera de um sinal mais visível para se envolverem activamente nos destinos no país, o que seria de grande importância tanto para eles como para Portugal. No entanto, esta realidade tão óbvia e ao mesmo tempo tão distante contém em si contradições. Não obstante as migrações serem estruturantes da nossa identidade

a formulação do artigo 14.o da Constituição da República, que se

refere a „portugueses residentes no estrangeiro“. Muitos portugueses residentes no exterior quando vêm a Portugal são confrontados com essa situação e não gostam, pura e simplesmente, porque não querem ser vistos como estranhos. Até porque os mais antigos já estão noutra fase da sua vida e venceram todas as dificuldades, da língua, da integração, do estatuto social. Quanto aos seus filhos, esses então ainda têm menos a ver com aquele passado, embora estejam indissociavelmente ligados a ele: têm outros interesses, outros objectivos na vida, outra mentalidade, outra formação académica e profissional. A nossa sociedade e as nossas instituições precisam de fazer um esforço muito maior para ter um relacionamento normal com todos estes portugueses. Considerá-los parte integrante da nossa nação sem qualquer tipo de reservas. As nossas instituições, os serviços públicos, deviam ter sempre em consideração a sua situação específica de residentes no exterior, para não os fazerem sentir-se estrangeiros no seu próprio país. Além disso, não de-

viam ser discriminados em matérias fiscais ou patrimoniais ou nas exigências burocráticas. Bem pelo contrário. A haver discriminação, terá de ser positiva. É necessário fazer um levantamento de todas as situações que constituem um obstáculo a uma relação normal entre a nossa administração pública e os portugueses no exterior. Por exemplo, as equivalências académicas deviam ser objecto de uma análise detalhada para eliminar entraves aos jovens portugueses residentes na Europa ou em qualquer outra parte do mundo e que querem fazer valer a sua formação escolar ou profissional em Portugal. A nossa sociedade não pode ignorar este imenso Portugal, nem considerar de forma diferente nenhum cidadão que tenha nacionalidade portuguesa. E isto deve ser uma prioridade nacional, não só porque todos esses portugueses têm muito a dar ao nosso país e querem fazê-lo, mas também porque Portugal não pode permanecer alheado de uma parte tão vasta daquilo que é o seu capital mais precioso, isto é, a sua gente, independentemente do seu percurso de vida e do país que escolheu para viver. Deputado do PS Publicidade

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Histórias da História

PORTUGAL POST Nº 203 • Junho 2011

Catarina de Bragança.

A coragem de uma infanta portuguesa que se tornou rainha de Inglaterra Joaquim Peito

Com pouco mais de vinte anos deixou para trás tudo o que lhe era querido e próximo para navegar rumo a uma vida nova. Saiu da barra de Lisboa a bordo de um navio da armada inglesa no dia 25 de Abril de 1662, comandada pelo conde Sandwich, para se casar, em Inglaterra, com o rei Carlos II. No coração um misto de tristeza e alegria. Saudades da sua Lisboa, do cheiro a laranjas, dos seus irmãos que já haviam partido deste mundo e dos que ficavam em Portugal a lutar pelo poder. Partiu para um país desconhecido, com uma língua diferente da sua, sem sequer dominar a língua, para mergulhar numa corte de usos e costumes “escandalosamente” diferentes dos seus. A história de uma princesa cujo génio estratégico da mãe, D. Luísa de Gusmão, conseguiu casar com D. Carlos II de Inglaterra, mediante um avultado e polémico dote. O dote de Catarina deve ter sido um dos mais exóticos e sumptuosos da História: Levava consigo uma caixa de chá... e a moda dos leques. O dote de Catarina foi determinante para o futuro imperial da Inglaterra e o chá iria mudar para sempre a vida dos seus súbditos, tornando-se um elemento indissociável da sua personalidade e da sua maneira de ser. Ao ritual do „chá das cinco“ estão associados os tradicionais scones e a marmalade, esta última também introduzida por Catarina de Bragança. A verdade é que o termo “marmelade” é a palavra portuguesa “marmelada”, que é confecionada com marmelo, fruto que não era conhecido em Inglaterra. Além da “caixinha” de chá, Portugal entregava também à Inglaterra, como dote, açúcar vindo do Brasil, especiarias vindas do Oriente e também a pequena feitoria na ilha de Bombaim, muito útil aos ingleses que assim iniciaram a sua intensa atividade comercial com a Índia, mais tarde colónia inglesa e a praça de Tânger em África. Estas possessões portuguesas significavam muito para a Inglaterra, que sempre privilegiou os pontos estratégicos, em termos de comércio e de guerra. Mas os seus deslumbrantes cabelos pretos, olhos muito escuros e um ar doce deixavam perceber o entusiasmo pelo casamento com o homem dos seus sonhos, Charles de Inglaterra, um príncipe encantado que Catarina amava perdidamente ainda antes de o conhecer. Quando os noivos finalmente se

encontraram, em Portsmouth, Catarina ficou imediatamente apaixonada por Carlos II que, embora feio, tinha um porte régio e um enorme poder de sedução. Também o rei ficou seduzido pela inocência de Catarina e cedo a amou… à sua maneira. Foi uma rainha que sofreu as maiores desconsiderações do marido, por este ter mantido diversas favoritas, que se contam pela vintena, e muitas não foram nada simpáticas para com a rainha, mas D. Catarina, esta com o tempo ganhou uma sabedoria muito especial para lidar com elas. Se é facto que isso aconteceu, também é importante frisar que eram os usos da época. No cômputo geral, os 23 anos de casamento de D. Catarina de Bragança, não foi menos conseguido que o da maioria das princesas do seu tempo e a prova é que Carlos II, foi por diversas vezes instado a divorciarse e não o fez. Não tinha motivos, afirmava, aos que o aconselhavam a dar esse passo. Disse-o mesmo em declarações públicas. À sua maneira, respeitou e amou a sua rainha, apesar de lhe não ter dado um herdeiro, o que era, na época, igual ou pior que ter uma má conduta moral. Uma princesa marcada sobretudo por sucessivos abortos espontâneos que resultaram na sua incapacidade de alguma vez dar à luz um herdeiro. D. Catarina de Bragança foi, como tantas infantas portuguesas, casadas com reis e imperadores estrangeiros, tão feliz como as outras, tendo em conta que os casamentos reais eram contratos, onde interesses políticos e económicos pesavam mais que os aspetos românticos. Durante anos foi negociado o seu casamento com Charles, herdeiro do trono da Inglaterra, para assegurar a ajuda financeira desse país à nossa Guerra da Restauração. Amor no casamento era um «luxo» que muito raramente acontecia na vida dos monarcas e imperadores, e consequentemente das rainhas e imperatrizes e isso quer a Oriente quer a Ocidente. Mas D. Catarina amou o marido, desde o primeiro momento e até ao dia da sua morte, em 1685. Quem era? Catarina de Bragança foi a quarta filha de D. Luísa de Gusmão (espanhola de nascimento) e do futuro rei D. João IV (1604-1656), o rei da Restauração, o primeiro da Dinastia de Bragança. Tiveram sete filhos. Como por vezes acontece, numa irmandade de sete, a coroa acabaria na cabeça do mais novo. Das infantas, apenas sobreviveu D. Catarina, que nasceu no dia de Santa Catarina, a 25 de Novembro de 1638, em Vila Viçosa. Foi muito mimada em pequenina pela

mãe e damas da corte e quando deixou de ser pequenina foi mandada educar num convento em Alcântara. D. João IV partiu de Vila Viçosa para Lisboa depois do triunfo de 1 de Dezembro de 1640, e o resto da corte, a rainha e filhos só chegaram à capital, no Natal. Tinha a princezinha apenas dois anos. D. Catarina terá aprendido no convento a rezar, a bordar, a ouvir e aprender os rudimentos de música e algumas generalidades sobre História. Não aprendeu francês, nem inglês. O período da Restauração, com todas as suas dificuldades e as intrigas típicas de qualquer corte transformaram a vida de toda a família, principalmente a de D. João IV e D. Luísa de Gusmão que enfrentaram as maiores dificuldades para vencer a guerra contra Castela. Mas também Catarina viu a sua vida completamente alterada e tocada muitas vezes pela tragédia. Foi aqui que perdeu os seus dois irmãos mais velhos. O seu irmão ado-

rado, o príncipe herdeiro D. Teodósio, que acabara de fazer 19 anos, depois a sua irmã Joana, a sua confidente. Foi aqui que lhe disseram, que com a morte de sua irmã, lhe caberia a ela a tarefa de fazer um casamento útil ao esforço de guerra. Não estava de modo algum preparada para um casamento com um estrangeiro e menos ainda com um inglês. Se fosse com um espanhol como eram a maior parte dos casamentos entre os dois países, seria certamente mais fácil, dada a afinidade de cultura e religião. Foi também aqui que começou a formar o seu caráter com a influência positiva de Padre António Vieira e de seus pais. Poderíamos dizer que Catarina herdou o melhor de cada um dos seus pais: o caráter forte da mãe e o feitio doce do pai. Quem quer casar com Catarina? Apetecia dizer como na história da Carochinha: “Quem quer casar

com a princezinha que é que é bonita e formozinha!”. Depois de ponderadas várias hipóteses de casamento, nomeadamente com D. João de Áustria, bastardo de Filipe IV, o Duque de Beaufort, neto de Henrique IV, a mãe, D. Luísa de Gusmão já viúva e regente, procurou o melhor casamento para a filha. A diplomacia ditava-lhe uma aliança com Inglaterra para cimentar a nova dinastia de Bragança, que substituía o período filipino e que ainda nem todos os países tinham reconhecido, bem como a Santa Sé. E assim se fez. Foi escolhido Carlos II de Inglaterra. O contrato de casamento levou o seu tempo, pois foi tratado ao pormenor. Neste caso, havia ainda um problema que era forçoso ultrapassar, o da diferença de religião, mas os conselheiros da rainha D. Luísa de Gusmão adotaram o estratagema de realizarem o casamento em território inglês, de modo que o papa não pudesse interferir. Desde o tempo de Henrique VIII, que a Igreja Anglicana não obedecia a Roma. Carlos II de Inglaterra, viu os retratos da noiva e gostou da cara dela. É certo que os retratos pintados naquelas épocas e com fins de casamentos nunca mostravam as imperfeições. Neste caso o noivo ficou sem saber a estatura da noiva, que era pequenina, roliça e com os dentes ligeiramente salientes, mas, mesmo assim, não seria por falta de beleza que Catarina não seria rainha de Inglaterra. Tudo ficou preparado para receber a católica princesa portuguesa em Portsmouth. D. Catarina de Bragança já rainha, teve, por diversas vezes, que passar por intrigas e perigosas conspirações pelo facto de ser católica. Vivia-se na Europa um período tenebroso de lutas e intolerância religiosa. Apaixonada e fiel ao homem que começara a amar O rol de amantes do seu marido D. Carlos II variavam desde as aristocratas de boa linhagem a comediantes de duvidoso estatuto social. Teve quinze bastardos. Um rei ter amantes era vulgaríssimo, para não dizer generalizado, desde sempre, e as futuras consortes dos reis já sabiam, a priori, que assim era. E se muitos reis tinham favoritas apenas pelo prazer físico e o jogo da sedução, não pudemos esquecer a elevadíssima taxa de mortalidade infantil, que grassou praticamente em toda a Europa até finais do séc. XIX. Daí que filhos, bastardos ou não, eram bem-vindos. E quantos não foram reis? Carlos II, apesar de Catarina de Bragança não ter nunca conseguido levar avante nenhuma gravidez foi um marido atencioso e meigo, passem algumas

humilhações que lhe terá feito passar. Mas isso foi apenas nos primeiros tempos. Quando já viúva, Catarina de Bragança, regressou a Portugal foi alvo de grandes manifestações de júbilo tanto da parte dos portugueses como da comunidade inglesa. Em Inglaterra teve, à despedida, todas as honras prestadas a uma rainha, a que o povo da rua se solidarizou e trouxe no seu séquito ingleses e inglesas que permaneceram vários anos no nosso país e de quem D. Catarina era amiga. Afinal era já, nos costumes e hábitos adquiridos, mais inglesa, que portuguesa. Podemos perguntar, e se Catarina de Bragança tivesse casado com Luís XIV como esteve para acontecer, em 1659? Teria sido mais feliz? Teria a casta e ingénua Catarina, educada num convento, alheia à vida mundana sido mais feliz movimentando-se numa corte cheia de intrigas, futilidades e invejas, num perfeito vespeiro que foi a corte de Luís XIV, com o constante rodopio de favoritas onde as irmãs Mancini se movimentavam, e depois entre a perfídia da Montespan e a duvidosamente virtuosa madame de Maintenon? Temos quase a certeza, que Catarina de Bragança acabou por ter mais sorte ao casar com Carlos II de Inglaterra. Até morrer recebeu uma pensão que lhe era enviada por paquetes ingleses, datando dessa data uma carreira regular entre os dois países. Por impedimento do rei de Portugal D. Pedro II, Catarina de Bragança foi por duas vezes regente. Antes de morrer quis voltar a Vila Viçosa, o que aconteceu, em Fevereiro de 1699. Dela disse a escritora Lillias Campbell Davidson, «She was one of the best and purest women who ever shared the throne of England». E Hamilton diria desta rainha portuguesa «It was a sensible woman and devoted all her energies to pleasing the King by those services which were least painful to her tender feeling (...) ». Uma “mulher dos nossos dias“, na medida em que lutou para não ter de abdicar de nada, nem do coração do marido, nem da sua religião católica, apesar das perseguições de que foi alvo, nem da sua determinação de servir a Pátria, que dependeu do auxílio do exército e da diplomacia inglesa para finalmente pôr fim à Guerra da Restauração, nem tomar partido na luta pelo poder que em Portugal era disputada pelos seus dois irmãos, Afonso VI e Pedro, mais tarde também ele rei. Em 1914 os seus restos mortais foram transladados do Mosteiro dos Jerónimos para S. Vicente de Fora.


PORTUGAL POST Nº 203 • Junho 2011

Geschichten aus der Geschichte

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Catarina von Bragança. Eine mutige portugiesische Infantin, die Königin von England wurde Joaquim Peito

Mit wenig mehr als zwanzig Jahren ließ sie alles, was ihr lieb und teuer war, hinter sich, um einem neuen Leben entgegen zu segeln. Am 25. April 1662 verließ sie die Hafeneinfahrt von Lissabon an Bord eines Schiffes der englischen Flotte unter dem Befehl von Graf Sandwich, um in England König Charles II. zu ehelichen. In ihrem Herzen mischten sich Trauer und Freude, Heimweh nach ihrem Lissabon, nach dem Duft von Orangen, ihren Geschwistern, die schon aus dieser Welt gegangen und denen, die in Portugal geblieben waren und um die Macht kämpften. Sie brach auf in ein unbekanntes Land mit einer ganz anderen Sprache, die sie nicht einmal beherrschte, um in einen Hofstaat mit Sitten und Gebräuchen einzutauchen, die so „skandalös“ anders waren als die ihren. Es ist die Geschichte einer Prinzessin, deren Heirat mit König Charles II. von England ihre Mutter, Dona Luísa de Gusmão, mit strategischem Geschick und mittels einer reichen und umstrittenen Mitgift zustande gebracht hatte. Die Mitgift von Catarina muss wohl eine der exotischsten und prächtigsten der Geschichte gewesen sein: Sie brachte eine Büchse Tee mit ... und die Mode der Fächer. Die Mitgift Catarinas war entscheidend für die imperiale Zukunft Englands und der Tee sollte das Leben ihrer Untertanen für immer verändern und zum untrennbaren Bestandteil ihrer Persönlichkeit und Lebensweise werden. Zum Ritual des “Fünf-Uhr-Tees” gehören die „Scones“ (Milchbrötchen) und die „Marmelade“, welch letztere ebenfalls von Catarina von Bragança eingeführt wurde. Tatsächlich kommt das Wort “marmelade” vom portugiesischen „marmelada“, die aus Quitten (marmelo) gekocht wird, eine Frucht, die in England unbekannt war. Außer dem “Büchslein” Tee, übergab Portugal als Mitgift an England auch Zucker aus Brasilien, Spezereien aus dem Orient, sowie den Handelsplatz Tanger in Afrika und die kleine Faktorei auf der Insel Bombay, die für die Engländer sehr nützlich war, da sie von dort aus ihre intensive Handelstätigkeit mit Indien begannen, das später englische Kolonie wurde. Diese portugiesischen Besitzungen bedeuteten für England viel, denn es bevorzugte beim Handel wie im Krieg stets die strategisch wichtigen Punkte. Die Braut hatte herrliche schwarze Haare, sehr dunkle Augen und weiche Gesichtszüge, deren Ausdruck schon ihre Begeisterung für die Heirat mit dem Mann ihrer Träume, Charles von England, erraten ließ, dem verzauberten Prinzen, den Catarina bereits maßlos liebte, bevor sie ihn kennen gelernt hatte. Als sich die Brautleute schließlich

in Portsmouth begegneten, verliebte sich Catarina sofort in Charles II., der zwar häßlich war, aber königliches Gehabe und eine außerordentliche Verführungsgabe besaß. Auch der König war hingerissen von Catarinas Unschuld und liebte sie bald … auf seine Weise. Sie war eine Königin, die die größten Rücksichtslosigkeiten von ihrem Gemahl zu ertragen hatte, da er verschiedene, ja, an die zwanzig Mätressen hatte, die der Königin gegenüber gar nicht nett waren; aber D. Catarina brachte es mit der Zeit zu besonderem Geschick im Umgang mit ihnen. Auch wenn so etwas in der Tat geschah, muss man doch unterstreichen, dass die Sitten jener Epoche so waren. Im ganzen gesehen, waren die 23 Jahre Ehe von D. Catarina von Bragança nicht weniger erfolgreich als bei den meisten Prinzessinen ihrer Zeit; Beweis dafür ist, dass Charles II. verschiedene Male gedrängt wurde, sich scheiden zu lassen, was er nie tat. Er habe keinen Grund, erklärte er denen, die ihm zu einem solchen Schritt rieten. Und sagte es sogar in öffentlichen Erklärungen. Er achtete und liebte seine Königin auf seine Art, obwohl sie ihm keinen Erben geschenkt hatte, was seinerzeit gleichbedeutend oder schlimmer als ein moralisches Vergehen war. Eine Prinzessin also, die vor allem durch aufeinanderfolgende spontane Fehlgeburten gezeichnet war, die schließlich dazu führten, dass sie nie einen Erben würde gebären können. D. Catarina von Bragança war, wie so viele andere portugiesische Infantinnen, die mit Königen und Kaisern anderer Länder verheiratet wurden, so glücklich wie die anderen, wenn man bedenkt, dass königliche Heiraten Verträge waren, bei denen politische und wirtschaftliche Interessen mehr wogen als romantische Erwägungen. Ihre Heirat mit Charles, dem Thronerben Englands, war jahrelang ausgehandelt worden, um unserem Restaurationskrieg die finanzielle Hilfe seines Landes zu sichern. Liebe in der Ehe war ein “Luxus”, der im Leben von Monarchen und Herrschern, und folglich auch im Leben von Königinnen und Kaiserinnen in Ost und West, nur sehr selten vorkam. Aber D. Catarina liebte ihren Gemahl vom ersten Augenblick an und bis zum Tage seines Todes im Jahre 1685. Wer war sie? Catarina von Bragança war das vierte Kind von D. Luísa de Gusmão (einer gebürtigen Spanierin) und dem künftigen König D. João IV (16041656), dem König der Restauration, dem ersten aus der Dynastie Bragança. Sie hatten sieben Kinder. Wie es manchmal bei sieben Geschwistern so geht, sollte die Krone auf das Haupt des Jüngsten kommen. Von den Infantinnen überlebte nur Dona Catarina, die am Tag der Heiligen Katharina, dem 25. November 1638 in Vila Viçosa geboren war. Als kleines Kind

wurde sie von der Mutter und den Hofdamen sehr verwöhnt und als sie nicht mehr klein war, sandte man sie der Bildung wegen in das Kloster Alcântara. D. João IV. brach nach dem Triumph vom 1. Dezember 1640 aus Vila Viçosa nach Lissabon auf, der übrige Hof, die Königin und die Infanten kamen erst zu Weihnachten in der Hauptstadt an. Das Prinzeßchen war erst zwei Jahre alt. D. Catarina wird wohl im Kloster beten und sticken, von den Grundlagen der Musik und einigen allgemeinen Dingen aus der Geschichte gehört und gelernt haben. Sie lernte weder Französisch noch Englisch. Die Zeit der Restauration (der Wiederherstellung der Unabhängigkeit Portugals von Spanien) mit all ihren Schwierigkeiten und den an jedem Hof wohlbekannten Intrigen veränderten das Leben der ganzen Familie, besonders das von D. João IV. und D. Luísa de Gusmão, die die größten Schwierigkeiten hatten, im Krieg gegen Kastilien zu siegen. Aber auch das Leben von Catarina änderte sich vollständig und oft berührte sie das Leid. Hier in Lissabon verlor sie ihre beiden ältesten Geschwister, ihren heißgeliebten Bruder, den Kronprinzen D. Teodósio, der soeben 19 Jahre alt geworden war, und danach ihre Schwester Joana, ihre Vertraute. Hier wurde ihr gesagt, mit dem Tod ihrer Schwester fiele nun ihr die Aufgabe zu, eine für die Kriegsanstrengungen nützliche Heirat einzugehen. Sie war in keiner Weise auf eine Ehe im Ausland vorbereitet, noch viel weniger auf eine mit einem Engländer. Wäre es ein Spanier gewesen, wie bei den meisten Heiraten zwischen beiden Ländern, wäre es sicher einfacher geworden, denn Kultur und Religion waren einander ähnlich. Hier bei Hofe begann sich auch unter dem positiven Einfluss von Padre António Vieira und dem ihrer Eltern ihr Charakter zu bilden. Wir können wohl sagen, Catarina habe das Beste von ihren Eltern geerbt: den starken Charakter der Mutter und die sanfte Art desVaters. Wer will Catarina heiraten? Man möchte fast wie im Ammenmärchen sagen: “Wer will das Prinzeßchen heiraten, es ist, ja es ist schön und wohlgestalt!“ Nachdem verschiedene Heiratsmöglichkeiten erwogen worden waren, namentlich mit Johann von Österreich, einem unehelichen Sohn Philipps IV., mit dem Herzog von Beaufort, einem Enkel Heinrichs IV., suchte die Mutter, D. Luísa de Gusmão, die bereits verwitwet und Regentin war, nach der bestmöglichen Heirat für ihre Tochter. Die Diplomatie verlangte eine Allianz mit England, um die neue Dynastie Bragança fester zu begründen, die auf die Herrschaftszeit der drei spanischen Philipps gefolgt und noch nicht von allen Ländern anerkannt war, vor allem nicht vom Heiligen Stuhl. Und so geschah es. Charles II. von England war

der Erwählte. Der Ehevertrag brauchte seine Zeit, denn er wurde in allen Einzelheiten ausgehandelt. In diesem Fall musste besonders ein Problem überwunden werden, nämlich die unterschiedliche Religion, aber die Berater der Königin D. Luísa de Gusmão verhinderten ein mögliches Eingreifen des Papstes, indem sie die Hochzeit auf englischen Boden verlegten. Seit der Zeit Heinrichs VIII. richtete sich die Anglikanische Kirche nicht mehr nach Rom. Charles II. von England sah die Proträts der Braut und ihr Gesicht gefiel ihm. Sicherlich zeigten die Porträts zu jener Zeit, schon gar die zu Heiratszwecken, nie die Unzulänglichkeiten. In unserem Fall wusste der Bräutigam nichts über die Statur der Braut, dass sie klein und rundlich war und leicht vorstehende Zähne hatte; aber auch fehlende Schönheit hätte nicht verhindert, dass Catarina Königin von England geworden wäre. Alles war bereit, um die katholische portugiesische Prinzessin in Portsmouth zu empfangen. Als Königin musste D. Catarina von Bragança später allein wegen der Tatsache, dass sie katholisch war, etliche Male Intrigen und gefährliche Verschwörungen durchstehen. Europa durchlebte eine dunkle Zeit mit Kämpfen und religiöser Intoleranz. Liebe und Treue für den Mann, den zu lieben sie begonnen hatte Die Liste der Geliebten ihres Gemahls Charles II. war abwechslungsreich, von Adligen aus hohem Hause bis zu Komödiantinnen von zweifelhafter sozialer Herkunft. Charles hatte fünfzehn uneheliche Kinder. Dass ein König Mätressen hatte, war sehr häufig, um nicht zu sagen seit jeher allgemein üblich, und die künftigen Gemahlinnen von Königen wussten von vornherein, dass es so war. Und wenn auch viele Könige Favoritinnen nur wegen des Vergnügens und des Verführungsspiels hatten, dürfen wir nicht vergessen, wie enorm hoch die Kindersterblichkeit war, die in ganz Europa bis Ende des XIX. Jahrhunderts grassierte. Daher waren Kinder, ehelich oder unehelich geboren, sehr willkommen. Und wieviele wurden nicht Könige? Charles II. war, obwohl Catarina von Bragança keine Schwangerschaft durchstehen konnte, ein aufmerksamer und zärtlicher Gatte, wenn wir einmal von einigen Demütigungen absehen, die er ihr wohl zugemutet hat, aber letzteres nur in der ersten Zeit. Als Catarina von Bragança bereits Witwe war, kehrte sie nach Portugal zurück und wurde mit großem Jubel begrüßt, sowohl von seiten der Portugiesen als auch von den ansässigen Engländern. In England hatte man ihr beim Abschied alle einer Königin gebührenden Ehrungen zuteil werden lassen, denen sich das Volk auf der Straße anschloss; in ihrem Gefolge brachte sie Männer und Frauen aus

England mit, die einige Jahre in unserem Land blieben und denen D. Catarina in Freundschaft zugetan war. Schließlich war sie schon durch die angenommenen Sitten und Bräuche mehr Engländerin als Portugiesin. Man kann wohl fragen, was wäre gewesen, wenn Catarina von Bragança Ludwig XIV. geheiratet hätte, wie eigentlich 1659 bereits vorgesehen war? Wäre sie glücklicher geworden? Wäre die keusche, naive Catarina, aufgewachsen in einem Kloster fernab des weltlichen Lebens, glücklicher gewesen, wenn sie sich an einem Hofe voller Intrigen, Belanglosigkeiten und Neid hätte behaupten müssen, in diesem wahren Wespennest am Hofe Ludwigs XIV., mit seinem ständigen Kommen und Gehen von Mätressen, in dem sich die Schwestern Mancini bewegten, dann eine hinterlistige Montespan und eine Madame de Maintenon mit ihrer zweifelhaften Tugend? Fast ist man sicher, dass Catarina von Bragança schließlich doch mehr Glück hatte, als sie Charles II. von England heiratete. Bis zu ihrem Tode erhielt sie eine Pension, die ihr durch ein englisches Passagierschiff gesandt wurde, sodass fortan ein reguläres Linienschiff zwischen beiden Ländern verkehrte. Als der König von Portugal, D. Pedro II., verhindert war, übernahm Catarina von Bragança zweimal die Regentschaft. Bevor sie 1705 starb, wollte sie nach Vila Viçosa zurückkehren und tat es im Februar 1699. Von ihr sagte die Schriftstellerin Lillias Campbell Davidson, «She was one of the best and purest women who ever shared the throne of England» “(sie war eine der besten und reinsten Frauen, die je den Thron von England teilten”). Und Hamilton sollte von dieser portugiesischen Königin sagen «It was a sensible woman and devoted all her energies to pleasing the King by those services which were least painful to her tender feeling (...) » (Sie war eine feinfühlige Frau und verwandte all ihre Kräfte darauf, den König durch die Dienste zu erfreuen, die ihr feines Empfinden am wenigsten verletzten(…)). Aber sie war auch eine „Frau unserer Tage“, wenn sie darum kämpfte, auf nichts verzichten zu müssen, weder auf das Herz ihres Gemahls, noch auf ihre katholische Religion trotz aller Anfeindungen, noch auf ihre Entschlossenheit, dem Vaterland zu dienen, was von der Unterstützung durch Heer und Diplomatie Englands abhing, damit schließlich der Restaurationskrieg ein Ende fand; zudem nahm sie Partei im Machtkampf ihrer beiden Brüder in Portugal, Afonso VI. und Pedro, der später ebenfalls König wurde. 1914 wurden ihre sterblichen Überreste aus dem Kloster Hieronymus in die Kirche S. Vicente de Fora überführt. (Übersetzt aus dem Portugiesischen von Barbara Böer Alves)


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Pergunta: Tenho uma dívida de telefone relativa aos meses de Outubro, Novembro e Dezembro de 2007, e gostaria de saber qual o prazo de prescrição, pois ouço falar em dois prazos diferentes. Os serviços públicos essenciais são serviços fornecidos por entidades públicas ou concessionados a terceiros que os devem prestar com continuidade, regularidade, qualidade e preço acessível. São serviços que visam assegurar necessidades individuais e colectivas fundamentais. Actualmente são considerados serviços públicos essenciais os seguintes serviços: fornecimento de água; energia eléctrica (baixa tensão); gás natural; gases de petró-

leo liquefeitos canalizados; comunicações electrónicas; serviços postais; serviços de recolha e tratamento de águas residuais e serviços de gestão de resíduos sólidos. Por serem considerados serviços de tal modo importantes, são objecto de uma tutela legal específica na Lei n.º 23/96, de 26 de Julho, com as alterações introduzidas pelas Leis n.º 12/2008, de 6 de Fevereiro e n.º 24/2008, de 2 de Junho. O prazo de prescrição aqui previsto é de 6 meses após a sua prestação (cfr. art. 10º da Lei 23/96 de 26 de Julho). No entanto, no dia 11 de Fevereiro de 2004 entrou em vigor a lei das Comunicações Electrónicas (Lei 5/2004 de 10 de Fevereiro), que no seu artigo 127º n.º 2 exclui expressamente do âmbito de aplicação da lei n.º 23/96, o serviço de telefone. Pelo que desde a sua entrada em vigor, até à entrada em

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vigor da Lei n.º 12/2008, de 26 de Fevereiro, que incluiu novamente o serviço de comunicações electrónicas na Lei 23/96 de 26 de Julho, o prazo de prescrição aplicável ao serviço de telefone é de 5 anos, nos termos do art. 310 g) do Código Civil. Daí a razão do leitor ter ouvido falar em 2 prazos diferentes. No caso concreto, aos serviços prestados no período referido, isto é, nos meses de Outubro, Novembro e Dezembro de 2007, uma vez que são posteriores à entrada em vigor da lei 5/2004 de 10 de Fevereiro e anteriores à entrada em vigor da Lei nº. 12/2008, é aplicável o prazo de prescrição de 5 anos previsto no artigo 310 g) do Código Civil. Assim sendo, o direito ao recebimento do preço do serviço que lhe foi prestado ainda não prescreveu, pois só prescreve decorrido o prazo de prescrição de cinco anos.

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Sociedade

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Crónica Luísa Costa Hölzl

Da nossa pequenez Não, não somos o centro do mundo, mesmo que durante dezenas de anos nos tenham querido convencer disso mesmo: Portugal, centro do mundo, o seu esplendor acima de tudo. Como vão longe esses discursos da vacuidade...que, por vezes, em alturas de crise, alguns vão buscar, em desespero de causa, como quem diz: sim, agora estamos mal, mas já fomos melhores, já fomos maiores, já fomos OS maiores... Quem aqui vive, na diáspora, deuse sempre conta do ridículo deste palavreado. Mais realista é assumirmos a nossa pequenez - tamanho real, população, PIB, índices de educação e saúde - e, dentro desses limites, reconhecer o que possuímos de valor, verões esplêndidos, paisagens intocadas, vestígios históricos desde as antas às ermidas aldeãs, povo amistoso e acolhedor, poetas originais, escritores, artistas, uns poucos cientistas que se impõem pelo espírito inovador, artesãos de saber antigo, novos movimentos cosmopolitas. É lerem-se certos blogs, é contactar gente nova cheia de ideias. Assumir o (nosso) fado não como canção melancólica e em lamúria mas como canção altiva de gerações de rufias - esta ideia recolho-a no novo romance de Teolinda Gersão "A cidade

de Ulisses" que como alfacinha recomendo vivamente. Ali encontrei uma passagem que fala da crise política de 1983 (desde 1974 já tinha havido dez eleições!) que também foi crise económica, pois o FMI teve de intervir...É, e agora, no dia 16 de maio os ministros das finanças europeus decidiram ajudar, com 78 bilhões de euros. Ajudar???? Dá vontade de gritar: Meninos, atenção, isto é dinheiro emprestado, não é para desbaratar. Estes 78 bilhões mereceram no meu jornal alemão notícia de primeira página além de bastos comentários nas páginas económicas. Isto confirma o que eu digo à minha mãe quando ela aqui vem de visita e pergunta incrédula, mas o teu jornal nunca diz nada de Portugal? Pergunta que testemunha a tal ideia de que somos o centro do mundo, o que os nossos palavrosos telejornais confirmam diariamente com as suas "umbigadas" e inquéritos à vítima, à vizinha da vítima e, se necessário, ao gato da vizinha da vítima. O jornal alemão, quando traz qualquer notícia de Portugal nunca é boa notícia. A última, boa mesmo, deve ter sido a da revolução, em 1974, e nessa altura eu vivia lá e vivia-a, à revolução, in loco. Talvez ainda tenha sido boa a referente à nossa entrada para a União Europeia, no ano da graça de

1986. Desde lá a esta parte quando notícias, só desgraças. Para compensar os cabeçalhos negativos ando nos transportes públicos. O meu caminho em corrida acelerada do metro para a S-Bahn passa por uma série de cartazes electrónicos e brilhantes que anunciam o meu país de belezas. Um recanto de uma qualquer terra alentejana faz-me vir as lágrimas aos olhos, de lindo que é. Há uma paisagem com água, talvez uma barragem, outras de mar. E Portugal escrito em letras garrafais para que todos vejam e decidam comprar passagem de avião e darem lá um salto. Nossa Senhora de Fátima velará por que isso aconteça. Se às nossas praias não irão acorrer este verão os portugueses por falta de recursos - como pagar os gelados às criancinhas e as cervejas dos progenitores? - então que para lá vão turistas dispostos a gastar, a gozar a terra, o clima, a cultura. Assim tudo bata certo e eles regressem contentes, a dizer bem das gentes, da sua simpatia, da boa organização do trânsito, da limpeza das ruas, da comida saborosa e dos mais adereços que o nosso país porventura lhes ofereça... De lá, esporadicamente, chegamnos as vozes criativas. Bem-hajam agentes literários, tradutores e edito-

ras que se dispõem a lançar no mercado alemão um ou outro produto da nossa língua. Assim aconteceu há pouco com poemas de Saramago, que não ficará na história da literatura como grande lírico, mas cujos poemas dos fins dos anos sessenta testemunham os seus pensamentos sobre deus&mundo, o seu modo de abordar as vivências da infância, o seu trabalho de memória, as suas ideias do amor e do afecto, o seu comportamento como cidadão empenhado. A esta antologia de poemas foi dado o nome "Über die Liebe und das Meer", talvez porque estes aspectos vão ao encontro dos lugares-comuns sobre Portugal (país do amor e do mar...). Ela compila uma centena de poemas dos livros "Os poemas possíveis"(1966) e "Provavelmente Alegria" (1970). Nesses anos Saramago estava virado para o jornalismo e só anos mais tarde, com "Levantado do Chão"(1980) e, principalmente, com "Memorial do Convento"(1982) se notabilizava como o grande romancista que iria merecer o Nobel! Porém, é nestes textos líricos, muitos em decassílabos à maneira de Camões, rimados ou não, curtos, densos e concisos, que Saramago semeia o seu ideário do amor, a sua ironia, o seu tom de adágio popular. Se ao peso

dos seus romances por vezes quase soçobramos, aqui, na leitura da sua poesia, damo-nos conta da leveza, dessa "alegria provável" da sua escrita. Pena é que a edição não seja bilingue, mas recomendo que ofereçam este livrinho aos amigos alemães quem sabe se não ganhamos assim mais uns quantos apaixonados que nos percorram a paisagem e provem do nosso vinho... Deixo-vos uma quadra saramaguiana, no original: E se vier que traga o coração No seu lugar de paz. Amor diremos, Que outro nome melhor se não descobre. Só a vida não diz quanto sabemos.

Talvez que o nosso coração saiba mais do que aquilo que a vida nos apresenta...E quem vier que traga o coração nas mãos. Que entre e saia em paz. Se se trata de amor, de amores, quem o poderá saber? Quantos segredos à nossa volta, quantos mistérios, quanta incompreensão. Quanta verborreia de falsas promessas, quantos discursos panfletários, quanta conversa fútil. Contra isso esta quadra que poderíamos pintar em azulejo e, muito castiçaamente, pendurar à entrada da nossa porta. São as palavras enigmáticas dos poetas que nos iluminam os dias. Deixemo-nos levar por elas. Publicidade

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Um pouco de paixão aumenta o espírito, demasiada apaga-o Stendhal Tenho paciência e penso: todo o mal traz consigo algum bem. Beethoven , Ludwig

Junho 2011 4. 06.2011 – TRIER- Actuação do Grupo “Fado Maior”. Org. Associação Cultural Portuguesa de Trier e.V. Local: TUFA, Großer Saal. Início: 20h00 4.06.2011 – ARNSBERGGrande OPEN AIR com BANDA LUSITANA a partir das 18:00 horas. Local: Gutenbergplatz em Arnsberg. Info: www.bandalusitana.de 4.06.2011 – HAMBURGO – Festa integrada no evento Os Dias de Portugal. Início: 18h00 filme “Os segredos de Lisboa” com textos de Fernando Pessoa e um animado concerto de Jazz com o grupo “Minnemann Blues Band”. Local: Rothenbaumchaussee 64, 20148 Hamburg. 05.06.2011 – HamburgoMissa Motard Portuguesa em Hamburg. Às 11:30h na St.Marien Kirche. Local: Danziger Straße 60 Logo a seguir pelas 18h - Festa com animação. Na Lederstraße 15 - Hamburg 10.06.2011 – HAGEN- Festa do Dia de Portugal e das Comunidades. Org. União Cultural e Desportiva Portuguesa de Hagen. Local: Mühlenwert.

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11.06.2011 – HAMBURG – Festa integrada no evento Os Dias de Portugal. No dia 11 de Junho. Cultura tradicional portuguesa com jogos praticados antes da era do futebol e quasi

esquecidos, com danças populares, especialidades culinárias, um teatro-revista e provas de café do mundo lusófono. O tema central será o Fado português e o seu correspondente nas ilhas de Cabo Verde – a Morna, com concertos ao vivo por conhecidos fadistas e cantores de morna vindos de Hamburgo, Lisboa e Paris.. Local: Rothenbaumchaussee 64, 20148 Hamburg 11.06.2011 – MAINZ- Dia de Portugal e Dia Mundial da Criança organizado pela UDP Mainz. 11.06.2011 – LEIPZIG – Noite de Fados com o grupo Antologia do Fado. Local: Clubhaus der LVB , Jahnallee 56 . 04177 Leipzig 12.06.2011- HAMBURGO - Dia de Cabo Verde. Local: Café Cabo Lounge Münzstraße 11 - 20097 Hamburg Com Serenata abrilhantada pelo grupo "Nenezinho e seu conjunto", vindos de Paris, Pratos típicos de Cabo Verde e a habitual Morabeza e bem receber de sempre. 12.06.2011- HAMBURGO Torneio de Pentecostes org pelo Domingo dia 12.06.2011. Local: Oskar-Kesslau-Platz (nas traseiras do Beliner Bogen (Berliner Tor), Anckelmannsplatz 2f- A Partir da 9h30 16.06.2011 – AUGSBURG –

Conferência O Fado pelo Drr Alcides Murtinheira. Hora: 11h45. Local Universität Augsburg , Universitätsstr. 2 18.06.2011- HAMBURGO Portugal Summer Night. A partir das 17h00 horas às 23:00 horas. Local: Spielbudenplatz (St. Pauli) Hamburg 18 e 19. 06.2011 – HAMBURGO- Teatro. Peça Um Serão em Casa dos Silva, pelo grupo Teatro Luso. Local: Gymnasium Hochrad , Hochrad 2 , 22605 Hamburg 24/26.06.2011 - BINGEN AM RHEIN - Congresso das Testemunhas de Jeová. O congresso será realizado em português na Sala de Congressos em Bingen (Kongresssaal, Alfred-Nobel-Str. 3, 55411 Bingen am Rhein). As Testemunhas de Jeová convidam cordialmente todos os portugueses. Início (domimngo): 15h40 25.06.2011- HAMBURGO Festa Open Air do São João a partir das 15:30 horas. A partir das 22:30 horas grande fogo de artifício Local: Juventude do Minho e.V., Stenzelring 24 25.06.2011 – HILDEN- Festa com início pelas 15:00 com musica portuguesa e variedades. Tradicionais assados ( sardinhada e mais...) portugueses Baile com o conjunto "FM Radio and friends" até as 23:00 Mühlenstr 16, 40721 Hilden


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CONTOS POPULARES PORTUGUESES Preço: 11.50 Contos Populares Portugueses são contos de todos os tempos e de todas as idades. Uma obra que nos devolve o imaginário e o maravilhoso da nossa cultura popular, e de que faz parte, entre outras, «História da Carochinha», «A Formiga e a Neve», «O Coelhinho Branco», «A Raposa e o Lobo», «O Compadre Lobo e a Comadre Raposa» e «Os Dois Irmãos». Manuel Alegre Preço: € 11,50 As memórias de infância. Os cheiros, as vozes, as emoções de um tempo em que o tempo não tem fim e o significado está presente nas mais pequenas coisas. Todas elas ficam sempre, como marcas na alma, princípios que norteiam a vida. A nostalgia dos lugares mágicos da infância. De Alma, vila encantada onde convive tradição e subversão, melancolia e audácia, crendices, ideologia e futebol... Pela voz audaciosa de quem não receia dar-se a conhecer, chegam-nos ecos de um Portugal dividido entre a República e a Monarquia, um país que era, á época, o mundo de uma criança expectante e atenta.

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A CASA DA RÚSSIA John le Carré Preço: 13,50 Publicado em 1989, apresenta os meandos de espionagem e contra-espionagem entre o Ocidente e a antiga União Soviética. John le Carré arrasta-nos, uma vez mais, para o seu mundo secreto e faz dele o nosso. Em Moscovo, Leninegrado, Londres e Lisboa, numa ilha da costa do Maine que pertence à CIA, e no coração do próprio Barley Blair, Carré desenvolve não apenas uma história de espionagem, mas uma alegoria do amor individual confrontado com atitudes colectivas de beligerância.

A Cidade e as Serras - Eça de Queiros O romance foi publicado em 1899 (um ano antes da morte de Eça) na Revista Moderna, e saiu em livro em 1901. Pertence à última fase do escritor, quando Eça se afasta do realismo e deixa a crítica dura que fazia à sociedade portuguesa da época. Jorge Amado Capitães da Areia Preço: € 11,50 Capitães da Areia é o livro de Jorge Amado mais vendido no mundo inteiro. Publicado em 1937, teve a sua primeira edição apreendida e queimada em praça pública pelas autoridades do Estado Novo. Em 1944 conheceu nova edição e, desde então, sucederam-se as edições nacionais e estrangeira, e as adaptações para a rádio, televisão e cinema. Jorge Amado descreve, em páginas carregadas de grande beleza e dramatismo, a vida dos meninos abandonados nas ruas de São Salvador da Bahia, conhecidos por Capitães da Areia.

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PORTUGAL POST Nº 203 • Junho 2011

Quando a cabeça não tem juizo, o corpo é que paga Caros Senhores Estou aqui numa reclusão no sul da Alemanha. Queria antes de mais agradecer o envio do jornal que fazem gratuitamente a meu pedido. Também quero agradecer ao jornal Portugal Post a companhia que me faz nestes dias tão amargos que passo aqui nesta prisão para onde o destino me atirou na maldita hora em que saí de Portugal e vim para este país. É sobre como vim parar aqui que vos quero contar, embora omite propositadamente os motivos. E se o faço não é nem mais nem menos do que um desabafo. Também o facto de ler as histórias de vida que outros escrevem e mandam para aí incentivou-me a fazer o mesmo. Só lhes peço o anonimato e o favor de corrigirem o que escrevo. Tenho 36 anos, sou divorciada e em Portugal trabalhava numa empresa têxtil que fechou. Cheguei aqui há cerca de quatro anos para trabalhar numa geladaria onde trabalhava um rapaz da minha terra mais ou menos da minha idade. Trabalhei nessa geladaria cerca de dois anos, isto é, até ao momento em que a geladaria foi adquirida por uma família de croatas. Depois arranjei trabalho numa pizzeria que pertencia a um casal português e onde trabalhava uma minha amiga. Trabalhava muito e o meu passatempo era às vezes sair depois do trabalho com a minha amiga. Íamos beber um copo e conversar a um Bistro. Na verdade, estas idas era sempre a pensar que podíamos arranjar namorado porque as duas vivíamos sozinhas e por mor do horário do nosso trabalho era difícil termos uma vida social com que fizesse que tivéssemos a possibilidade de conhecer gente. Mas o facto é que não tínhamos sorte e íamos sempre para a casa de mãos a abanar, isto é, sem ter conhecido ninguém. Vivíamos assim para o trabalho. O único dia que tínhamos livre era à segunda-feira, dia que, pelo menos eu, passava a arrumar a casa, passar as minhas roupas a ferro e ir às compras para ter durante a semana alguma coisa no frigorífico. Embora pudéssemos comer na pizzeria, a verdade é que estava farta daquele comer – era sempre massa ou pizza. O dinheiro que eu ganhava, parte dele enviava para a minha mãe em Portugal para alimentar, vestir e calçar uma filha que deixei com ela. O resto, depois de pagar a renda e as coisas do dia-a-dia, poupava. Não era muito. Posso até dizer que eram € 275 por mês que punha num Sparbuch. A minha vida e a da minha amiga não era, como se vê, nada

de especial. Às vezes comentávamos o facto de nos darmos por felizes por termos a amizade e podermos assim desabafar tudo uma com outra. A nossa amizade era tanta que às vezes ficávamos em casa uma da outra para não nos sentirmos assim tão sozinhas. Um dia, por um momento que considerei de muita sorte, estava sozinha no centro da cidade a ver as montras quando dei comigo a responder a coisas muito gentis de um homem que começou a falar comigo sem eu dar por ela. Perguntava-me coisas banais e só três ou quatro minutos depois percebi que era um homem bem posto, bem parecido, aparentando aí uns quarenta anos. Como viu que eu tinha dificuldade no alemão perguntou de onde é que eu era e sabendo que era portuguesa começou a falar-me num espanhol muito bom.

Um dia, por um momento que considerei de muita sorte, estava sozinha no centro da cidade a ver as montras quando dei comigo a responder a coisas muito gentis de um homem que começou a falar comigo sem eu dar por ela. Perguntava-me coisas banais e só três ou quatro minutos depois percebi que era um homem bem posto, bem parecido, aparentando aí uns quarenta anos

Às tantas, convidou-me para ir beber um café mas sempre com maneiras muito simpáticas. Qualquer mulher na situação em que eu me encontrava não podia resistir a um homem assim com aqueles modos elegantes, bem vestido e muito simpático. Lá fomos tomar o café. Falámos assim de coisas banais com ele sempre de forma muito charmante e começou a elogiar-me como mulher, dizendo que eu era isto e aquilo ao ponto de eu perder o controlo sobre mim. Estava a sentir que não poderia aguentar muito tempo. Eu já não falava com um homem assim como estava a falar com ele há muito tempo. Eu queria e não queria que a conversa acabasse e que nos despedíssemos. Queria porque achava que não me deveria meter assim com um homem logo à primeira. E não queria porque pensava que finda a conversa nunca mais o veria e o meu lado mais fraco dizia que o queria já. Felizmente que me disse que tinha de ir à sua vida devido aos seus afazeres. Deu-me o número de telefone e pediu-me o meu. Durante esse e os dias a seguir o homem não me saia da cabeça.

Muitas vezes tentava-me o desejo de lhe telefonar mas isso era uma clara manifestação de fraqueza. Por outro lado, eu estava habituada que fossem os homens a tomarem a iniciativa e não a mulher. O tempo passou e convencime que aquilo tinha sido um encontro isolado iguais a outros tantos que nos acontece e assim o homem começou a ser uma coisa distante no meu pensamento. Voltei à minha rotina. A minha amiga também ela entusiasmada por esse meu encontro aconselhou-me a esquecer o homem. Um dia, ou melhor, uma noite, seriam aí duas horas da manhã o meu telefone estranhamente tocou. Embriagada de sono, a minha primeira reacção foi desligá-lo e voltar a dormir. Pensei que teria sido engano porque ninguém me telefonava àquela hora. Daí a instantes o telefone voltou a ligar. Pensei que talvez fosse a minha mãe de Portugal e que alguma coisa tivesse acontecido. Atendi. Atendi e não reconheci a voz do homem que tinha conhecido. A minha reacção foi desligar mas de repente uma luzinha acendeu-se e reconheci a voz do homem que tinha conhecido naquele dia na cidade. Perguntou se era eu que estava ao telefone e pediu-me muitas desculpas por estar a incomodar-me àquela hora da madrugada mas queria urgentemente ver-me para me pedir ajuda. Sem pensar muito, disse-lhe que sim, que podia vir a minha casa. Fiquei assim tão descomposta e sem jeito que não sabia que fazer. Só me perguntava a mim mesma que raio queria o homem para me telefonar àquela hora e pedir-me ajuda? E ajuda em quê e para quê? Vesti-me e arranjei-me o mais que pude à pressa e esperei-o numa grande ansiedade. Quando chegou, desfez-se em desculpas mas sempre ia dizendo que assim como estava lhe parecia mais bonita do que no outro dia e que não me queria incomodar, etc., etc. Disse-me então que a ajuda que me queria pedir era simplesmente que o deixasse ficar em minha casa durante aquela noite até de manhã porque tinha-lhe acontecido um imprevisto e não podia entrar na sua casa por motivos que eu talvez assim não compreendesse à primeira. Pensei que ele estava a arranjar uma desculpa tola para passar uma noite comigo. Eu disse que não, que ele tivesse paciência mas que eu tinha de dormir porque teria de ir trabalhar e que eu não estava assim preparada para o ter em minha casa. Convenceu-me dizendo que estava em maus lençóis porque al-

guém a quem ele devia dinheiro o esperava à porta e era uma situação muito difícil, dizendo-me que quem o esperava era gente muito agressiva e que a sua vida podia estar em perigo. E foi assim que me deixei levar e consenti que ficasse na minha casa nessa e em muitas mais noites. No dia seguinte não fui trabalhar. Nem nesse nem nos outros e quando dei por mim estava a faltar ao trabalho já há muitos dias. O que se passou nesses dias nem eu quero contar, resumo apenas que me apaixonei pelo homem e metemo-nos ali em casa durante dias. Eu deveria estar louca para estar ali com ele e não me dar conta que faltava ao trabalho e aos meus deveres. Facto é que ele fez de mim o que muito bem quis. Passados alguns dias ele deume a chave do seu apartamento que o tinha alugado mobilado e pediu-me para ir buscar as suas roupas, metidas numa mala não muito grande. Telefonou aos senhorios, deu baixa do apartamento e ficou a viver comigo. Vi que ele tinha muito dinheiro e achei estranho que me dissesse que andavam à procura dele porque devia dinheiro. Seja como fosse, não dei

grande importância a isso. Um dia saímos, fomos às compras e pude com o seu consentimento comprar roupa que eu nunca imaginaria ter. Depois disso fomos passa uma semana a Palma de Maiorca e lá passei uma semana doida num hotel de luxo. Quando chegamos à Alemanha fiquei então a conhecer o seu negócio e a forma como ele ganhava o dinheiro. Ganhava é como que diz... Meti-me nos seus negócios, que por escrúpulos aqui não revelo e fui sua cúmplice em coisas que saíam fora da lei. Um dia a polícia entrou por casa adentro e levou-nos separadamente. Fui a julgamento e apanhei um ano e meio de prisão de onde escrevo. Não digo as razões porque estou aqui porque isso não interessa e também porque quero esquecer tudo isto o mais rápido possível. Só peço a Deus que este tempo passe depressa para eu voltar para Portugal para a beira da minha filha Pedimos aos leitores que nos enviam correspondência para esta rubrica para não se alongarem muito nos textos que escrevem. A redacção reserva o direito de condensar e de trabalhar os textos que nos enviam. Obrigado.

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Passar o Tempo

PORTUGAL POST Nº 203 • Junho 2011

CONSULTÓRIO ASTROLÓGICO E-mail: mariahelena@mariahelena.tv TELEFONE: 00 351 21 318 25 91

Previsões para Junho de 2011

Por Maria Helena Martins

CARNEIRO Amor: Cuide da sua aparência física para conquistar quem tanto deseja. Saúde: Poderá surgir uma gripe inesperada, previna-se. Dinheiro: Poderá conseguir atingir o seu objectivo, com a ajuda de patrocínios que irão surgir. TOURO Amor: Uma boa conversa com o seu companheiro fortalecerá a vossa relação. Saúde: Cuidado com os rins, beba muita água. Dinheiro: Poderão surgir boas oportunidades, não as deixe fugir. GÉMEOS Amor: Poderá sentir-se confuso em relação aos sentimentos pelo seu parceiro. Não deixe que os assuntos domésticos interfiram na sua vida amorosa. Saúde: Não terá que se preocupar, está em plena forma. Dinheiro: Um amigo poderá solicitar a sua ajuda profissional, não se negue a ajudá-lo. CARANGUEJO Amor: Deixe de lado as tristezas e aproveite mais efusivamente os momentos bons que a vida lhe oferece.

Saúde: Cuidado com a sua circulação sanguínea. Dinheiro: Período sem alteração nas finanças. LEÃO Amor: Um amigo irá declarar-lhe uma paixão por si. Saúde: Cuide melhor da sua alimentação. Dinheiro: Pode ter uma nova proposta de trabalho. VIRGEM Amor: Poderá sentir uma atracção por um amigo. Saúde: Não seja hipocondríaco. Dinheiro: Cuidado com os gastos supérfluos. BALANÇA Amor: Saia mais com os amigos e divirta-se. Saúde: O seu sistema nervoso anda um pouco alterado, tente manter a calma. Dinheiro: Tenha em atenção os gastos inesperados. ESCORPIÃO Amor: Os defeitos também fazem parte da personalidade, não espere encontrar alguém perfeito. Saúde: Poderá sofrer de dores de dentes. Dinheiro: Nada o preocupará.

SAGITÁRIO Amor: Seja mais carinhoso com o seu par. Saúde: Faça exames de rotina. Dinheiro: Não se deixe abater por uma maré menos positiva nesta área da sua vida, pois nem tudo está perdido. CAPRICÓRNIO Amor: Procure dar atenção às verdadeiras amizades. Saúde: Tenha mais confiança e valorize-se mais. Dinheiro: Cuidado com as intrigas no local de trabalho. AQUÁRIO Amor: O seu coração poderá ser invadido pela saudade, o que o vai deixar melancólico. Saúde: Previna-se contra constipações. Dinheiro: Nada o preocupará. PEIXES Amor: As pessoas mais velhas da sua família sentem a falta do seu carinho e atenção, não se esqueça delas. Saúde: Cuidado com os acidentes domésticos. Dinheiro: Com trabalho e esforço conseguirá atingir os seus objectivos.

O padre: — Pedirei a Deus que lhe reserve um lugar no Céu. Moribundo: — Por favor, peça outro sítio. A minha sogra e a minha mulher estão à minha espera, há muitos anos.

No tribunal de Esponde comparece a responder, por crime de fogo posto numa arribana, um campónio que tinha tanto de perversidade como de insolência. O juiz pergunta-lhe: — O réu é casado? O réu, com um sorriso sarcástico: - Porquê? O senhor juiz tem alguma filha solteira?

No Tribunal: O Juiz pergunta ao marido: - Diga-me, qual é o motivo porque se quer divorciar da sua mulher? - Ela trata-me como se eu fosse um cão! - Maltrata-o, bate-lhe? - Não, quer que lhe seja fiel...

— Que belo carro! Roubaste-o? — Não, pá! Custou-me três mil euros. — E... os três mil euros? — Roubei-os. Sentado no passeio, diante da igreja, um miúdo vê sair os noivos. Então, exclama: - A noiva não é parva! Entrou com um velhote e acabou por sair com um rapaz novo. Numa barbearia, o cliente: — Estou preocupado; o cabelo cada vez me cai mais! O barbeiro: — O senhor já experimentou o nosso petróleo químico? O cliente: — Já, mas desconfio que não é disso.

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Classificados

Amizades e ™ Afins

PORTUGAL POST Nº 203 • Junho 2011

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Entrevista

PORTUGAL POST Nº 203 • Junho 2011

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Caso Madeleine:

Em entrevista à agência de notícias Lusa, o casal McCann admitiu estar satisfeito por a polícia inglesa ter decidido reavaliar o caso do desaparecimento da filha Madeleine, em 2007 no Algarve, e afirmou esperar que isso traga mais informações. Gerry McCann, que esteve em Lisboa na companhia da mulher, Kate, expressou à agência Lusa que ambos ficaram „muito satisfeitos por a Polícia Metropolitana ir reavaliar toda a informação e o processo“, depois de intervenção do primeiro-ministro britânico, David Cameron. „Era algo que pedíamos há mais de três anos e, para o processo, é muito importante que essa informação seja analisada outra vez, para que mais investigações possam acontecer. Estamos muitos satisfeitos e esperamos que novas informaPublicidfade

Lusa: Miguel Lopes

McCann elogiam reavaliação do caso e esperam novos dados

ções apareçam“, disse Gerry McCann. O pai de Madeleine sublinhou também que espera uma cooperação entre as autorida-

des inglesas e portuguesas e referiu que o livro „Madeleine“, escrito por Kate, possa ajudar „as pessoas a abrirem as mentes“. Um livro que, frisou Gerry McCann, não tem como propósito angariar fundos para a investigação nem silenciar os que não acreditam no casal britânico, que sempre insistiram na tese de rapto de Madeleine. „Tomando as muitas mentiras e coisas ridículas que se escreveram sobre nós, não ficamos impressionados. O que dizemos a essas pessoas que não acreditam em nós é que, por favor, leiam o livro e comparem o que foi escrito. Devem encarar os factos e o que, ao longo do tempo, fizemos para encontrar a nossa filha“, salientou Gerry. Confessando que foi „uma grande decisão publicar o livro“, Kate reforçou que os pais de Madeleine

pretendem apresentar a verdade. „Houve muita especulação, muita informação perdida e mentiras“, afirmou a médica anestesista, enquanto o marido, cardiologista, disse acreditar que, „directa e indirectamente, o livro ajuda a procura“ da criança. Quatro anos volvidos sobre o desaparecimento de Madeleine, num aldeamento turístico da Praia da Luz, Alrgarve, Gerry e Kate mccann continuam a acreditar que a filha está viva e reiteram a necessidade de continuar a investigação, defendendo também a punição dos responsáveis. „No meu coração, sinto que ela está em qualquer lugar e na minha cabeça, baseado em factos puros, não há provas que digam que não está viva“, observou Kate. Gerry referiu mesmo que o casal „está mais forte do que em 2007“ e que „a dor e o rol de emoções não estão tão perto do sofrimento“ de então. „A nossa vida trouxe-nos alegria. Temos duas outras crianças lindas e outras coisas que nos fazem felizes. Não é uma vida completa, há um sentimento de tristeza sempre presente. Não é como estarmos a

viver um pesadelo, como em 2007, mas estamos a trabalhar muito para encontrar Madeleine“, sustentou. O livro Madeleine, que já se encontra à venda em Portugal, foi lançado em Londres a 12 de Maio e por cada exemplar vendido reverterá um cêntimo para a investigação e procura da criança. A menina inglesa desapareceu a 03 de Maio de 2007 do quarto onde dormia com os seus dois irmãos gémeos, enquanto os pais jantavam com um grupo de amigos num restaurante próximo, no aldeamento turístico Ocean Club, na Aldeia da Luz. Ao fim de três dias de buscas intensas, o director da PJ de Faro, Guilhermino Encarnação, anunciou que tinham sido reunidos elementos que asseguravam a tese de „rapto“ e que na origem do crime poderiam estar „o resgate e/ou motivos sexuais“. Ao fim de 11 dias de diligências, a PJ constituiu como arguido um cidadão inglês, Robert Murat, por suspeitas da sua implicação no caso, mas não encontrou provas para o deter. Sem corpo e sem autores do crime, a PJ mudou em Agosto o rumo da investigação para a possível morte da criança, com as suspeitas a recaírem sobre os pais. A reviravolta na investigação baseou-se em vestígios biológicos recolhidos no apartamento e no carro alugado pelo casal McCann, 25 dias depois do desaparecimento da sua filha. Depois de terem sido sujeitos a várias horas de interrogatório no Departamento de Investigação Criminal da PJ de Portimão, Gerry e Kate McCann foram constituídos arguidos. Em meados de 2008, o procurador da República arquiva o processo, que será reaberto caso surjam novos dados relevantes.



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