PORTUGAL POST Director: Mário G. M. dos Santos ANO XVI • Nº 183 • Outubro 2009 • Publicação mensal • 2.00 € Portugal Post Verlag, Burgholzstr. 43 • 44145 Dortmund • Tel.: 0231-83 90 289 • Telefax 0231- 8390351•E Mail: correio@free.de •www. portugalpost.de •K 25853 •ISSN 0340-3718
Partido Socialista vence as eleições legislativas José Sócrates: “O povo português quer que o PS continue a governar Portugal”
Leia nesta edição Comunidades Portugal tem emigrantes em 140 dos 190 países do mundo Página 4
O caso da falsa doutora no consulado em Hamburgo Ministério Público arquiva acusação após confissão da exfuncionária Página 8
O efeito bola-de-neve do Manifesto contra o Cônsul Honorário de Portugal em Munique
Alemanha Afinal como é com a reforma aos 67 anos? Pág.21
Página 8
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PORTUGAL POST nº 183 • Outubro 2009
PORTUGAL POST
Editorial Mário dos Santos
Agraciado com a medalha da Liberdade e Democracia da Assembleia da República Fundado em 1993 DIRECTOR: MÁRIO DOS SANTOS
CORRESPONDENTES ALFREDO CARDOSO: MÜNSTER ANTÓNIO HORTA: GELSENKIRCHEN JOÃO FERREIRA: SINGEN JORGE MARTINS RITA: ESTUGARDA JOSÉ PINTO NASCIMENTO: DÜSSELDORF KOTA NGINGAS: DORTMUND MANUEL ABRANTES: WEILHEIM -TECK MICHAELA AZEVEDO FERREIRA: BONA PAULO ALEXANDRE: HAMBURGO ZULMIRA QUEIROZ: GROß-UMSTADT COLUNISTAS ANTÒNIO JUSTO: KASSEL DORA MOURINHO: ESSEN FERNANDA LEITÃO: TORONTO JOSÉ EDUARDO: FRANKFURT JOSÉ VALGODE: LANGENFELD LAGOA DA SILVA: LISBOA LUIS BARREIRA, LUXEMBURGO MARCO BERTOLOSO: COLÓNIA MARIA DE LURDES APEL: BRAUNSCHWEIG PAULO PISCO: LISBOA RUI MENDES: AUGSBURG RUI PAZ: DÜSSELDORF TERESA COLAÇO: COLÓNIA ASSUNTOS SOCIAIS JOSÉ GOMES RODRIGUES: ASSISTENTE SOCIAL CONSULTÓRIO JURIDICO CATARINA TAVARES: ADVOGADA MICHAELA A. FERREIRA: ADVOGADA MIGUEL KRAG: ADVOGADO FOTÓGRAFOS: PAULO FERREIRA E FERNANDO SOARES AGÊNCIAS: LUSA. DPA IMPRESSÃO: PORTUGAL POST VERLAG PUBLICIDADE: TELMA BONITO REDACÇÃO, ASSINATURAS E PUBLICIDADE BURGHOLZSTR.43 - D - 44145 DORTMUND TEL.: (0231) 83 90 289 FAX: (0231) 83 90 351 WWW.PORTUGALPOST.DE E MAIL: CORREIO @ FREE.DE REGISTO LEGAL: PORTUGAL POST JORNAL DA COMUNIDADE PORTUGUESA NA ALEMANHA ISSN 0340-3718 • K 25853 PROPRIEDADE PORTUGAL POST VERLAG REGISTO COMMERCIAL HRA 13654 OS TEXTOS PUBLICADOS NA RÚBRICA OPINIÃO SÃO DA EXCLUSIVA RESPONSABILIDADE DE QUEM OS ASSINA E NÃO VEICULAM QUALQUER POSIÇÃO DO JORNAL PORTUGAL POST
Comunidades - o momento da mudança
A
o ganhar as eleições com maioria simples, o Partido Socialista consegue uma vitória, ainda que limitada, que parece ser do agrado dos seus dirigentes depois dos receios de uma anunciada derrota como consequência dos resultados das últimas eleições europeias. Por seu turno, em maus lençóis fica o partido de Manuela Ferreira Leite que sofre uma pesada derrota depois de uma campanha eleitoral pouco criativa e vazia de ideias, com a sua líder a pedir um cheque em branco ao eleitorado, isto é, sem apresentar ideias concretas para governar o país e, por consequência, sem mobilizar os portugueses. E foi isto que o eleitorado julgou. De acordo com os seus antecedentes, o PSD vai passar por um período conturbado de luta pelo poder interno depois dos seus actuais dirigentes terem falhado o tiro e acertado no próprio pé. Por outro lado, o PS, agora sem maioria ab-
soluta, vai ter que negociar com os partidos uma porção de coisas se quiser manter-se no governo por bons e largos anos. No entanto, e até tendo em conta a aritmética, difícil será o PS abrir os braços para acolher o Bloco de Esquerda para constituir coligação à esquerda. Por seu lado, a CDU já recusou Sócrates .Neste quadro, a pergunta vai ser se o PS governará sozinho ou acompanhado, e, se acompanhado, por quem? No que diz respeito às comunidades, falta saber que resultado sairá depois de contados os votos no próximo dia 7. O resultado dos votos dos “emigrantes” pode influenciar a politica que o futuro governo do PS vier a praticar para as comunidades. Mas, e independentemente do resultado que o PS conseguir nas comunidades, achamos que tanto a politica para este sector como os seus actuais protagonistas do governo ainda em exercício devem ser repensados , ou, melhor ainda, substituídos
Achamos que o PS deve nomear um novo Secretario de Estado que sinta, veja e se relacione com as comunidades; que intensifique o diálogo de modo a que as pessoas encontrem no novo responsável governamental pela tutela das comunidades não apenas o politico ou governante mas alguém com sensibilidade que possa contribuir para encurtar distancias, todas, mesmo aquelas que têm a ver com os afectos que devem ligar o pais às comunidades. É evidente que as politicas, isto é, aquilo que mais toca nos interesses das comunidades (como o ensino do Português, o apoio e serviços consulares, as politicas sociais, entre outras), devem merecer uma atenção redobrada porque o pais está a lidar com uma questão sensível que são os cerca de cinco milhões de portugueses e luso-descendentes no mundo que constituem o mais importante património , cultural, político e económico que o pais actualmente possui.
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REDACÇÃO E COLABORADORES CRISTINA KRIPPAHL: BONA FRANCISCO ASSUNÇÃO: BERLIM FERNANDO A. RIBEIRO: ESTUGARDA HELENA GOUVEIA: BONA JOAQUIM PEITO: HANNOVER LUÍSA COSTA HÖLZL: MUNIQUE
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Legislativas 09
PORTUGAL POST nº 183 • Outubro 2009
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Neste gráfico faltam os resultados pelos círculos da emigração que serão divulgados a 7 de Outubro.
Partido Socialista ganha as eleições sem maioria absoluta
Uma vitória “extraordinária”
José Cesário, atribuiu os maus resultados do seu partido nas legislativas “a todos do PSD”, e não apenas à sua presidente, e criticou quem fez comentários „a quente“.
O PS ganhou as eleições com 36,56% dos votos (96 deputados) mas se quiser governar em maioria absoluta terá de fazer entendimentos à direita com o PSD (29,09%, 78 mandatos) ou com o CDS-PP (10,46%, 21 mandatos). O secretário-geral do PS, José Sócrates, deixou em aberto todos os cenários em matéria de entendimentos. Em declarações na sede de campanha, disse ser „cedo“ para revelar se governará sozinho ou coligado, reservando o anúncio da „solução governativa“ para depois da indigitação presidencial Publicidade
José Cesário lamenta derrota do PSD
Socialistas festejaram vitória sem maioria. Foto: Lusa
e de consultas com restantes partidos. „O que farei é aguardar a indigitação presidencial e só depois disso procederei a consultas com os restantes partidos, e julgo que é esse o dever de quem ganhou as eleições, não com a maioria absoluta, mas com uma maioria relativa“, afirmou. Quando faltava apurar quatro deputados pelos círculos da emigração, PS e CDS-PP somam 117 deputados, mais um do que o necessário para a maioria absoluta. Em conjunto, socialistas e sociaisdemocratas saem destas eleições com 174 deputados (resultados provisórios) mas o clima de crispação e as declarações na noite eleitoral tornam praticamente impossível a reedição do Bloco Central com actual liderança do PSD.
À esquerda, os entendimentos estão mais complicados, uma vez que PS e BE juntos não ultrapassam os 112 deputados. Seria necessário que os socialistas recolhessem os quatro mandatos da emigração para alcançar uma maioria absoluta em conjunto com os bloquistas, um cenário improvável. Os deputados somados do PS e CDU não ultrapassam também os 111, longe da maioria. Cenário também improvável é de um acordo alargado à esquerda entre PS, bloquistas e CDU, tendo em conta o que foi defendido pelos três partidos durante a campanha eleitoral. A possibilidade de o PS governar sozinho com entendimentos pontuais no Parlamento com o CDS-PP em diplomas importantes ganha assim maior peso, até
porque o líder dos centristas inscreveu na moção de estratégia sufragada pelos militantes que o partido se encontra equidistante de socialistas e sociais-democratas. De acordo com a legislação, o Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, apenas poderá convidar o novo primeiro-ministro a formar Governo depois de publicados os resultados das eleições legislativas em Diário da República, o que deverá ocorrer no máximo até 17 de Outubro. Contudo, o chefe de Estado poderá começar a ouvir informalmente os partidos sobre os resultados das eleições logo após o fim do apuramento dos resultados verificados nos círculos da emigração (a 07 de Outubro). Redacção
José Cesário considerou que o facto de o PSD não ter conseguido traduzir em votos o descontentamento dos portugueses em relação ao Governo socialista „não é uma falha” de Manuela Ferreira Leite, “mas de todos“. „Em Junho (nas eleições europeias) houve uma vitória de todos, que teve uma primeira protagonista. Agora, havendo também uma primeira protagonista, é uma derrota de todos nós“, frisou. Na sua opinião, a demissão do assessor do Presidente da República, Fernando Lima, devido ao caso das alegadas escutas em Belém, acabou por prejudicar o PSD nestas eleições. „O modo como as coisas se passaram, o facto de o Presidente da República não ter explicado a demissão, influenciou de certeza. Houve um clima de incredibilidade“, considerou. José Cesário considera que os resultados obtidos pelo PSD têm de ser „devidamente analisados“, „sem dramas“ e com a noção de que, „em política, como na vida, hoje ganha-se e amanhã perde-se“. Por isso, lamentou as críticas internas que se fizeram ouvir ainda no domingo à noite. Lembrou que „há vários anos se ouve dizer que o PSD precisa de outra liderança“, mas que „não foi pelo facto de o partido ter mudado sucessivamente de liderança que as coisas mudaram“. Desdramatizando os resultados, o líder distrital „laranja“ frisou que papel do PSD „é servir o país, tanto no Governo, como na oposição“, devendo agora preocupar-se em fazer „uma boa oposição“.
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Nacional & Comunidades
PORTUGAL POST nº 183 • Outubro 2009
Portugal tem emigrantes em 140 dos 190 países do mundo Portugal tem emigrantes em 140 dos 190 países do mundo, sendo a França a nação que concentra mais portugueses e Santa Lúcia ou ilhas Maurícias os Estados que registam menos emigrantes, revelam dados do Observatório da Emigração. Segundo os primeiros dados disponíveis no site do Observatório da Emigração (www.observatorioemigracao.secomunidades.pt) que foram disponibilizados on-line, residem em França 567 mil portugueses nascidos em Portugal, enquanto em países como Santa Lúcia ou ilhas Maurícias existem menos de 50 emigrantes portugueses. Os dados do Observatório da Emigração, que nesta fase não reflectem ainda a realidade dos lusodecendentes, revelam ainda que os destinos da emigração portuguesa que mais cresceram nos últimos anos foram Espanha, Reino Unido e Angola. Em Espanha, o número de emigrantes portugueses quase duplicou passando de 71 mil em 2004 para 136 mil em 2008, enquanto no Reino Unido passou de 68 mil para 77 mil e em Angola de 17 mil em 2006 para 23 mil em 2008. Um movimento traduzido também no crescimento das remessas de dinheiro para Portugal, que no caso de Angola subiram na ordem dos 40 por cento, de 20 mil euros para 70 mil euros em dois anos. Nesta primeira fase, o Observatório da Emigração reúne dados recolhidos junto dos organismos de estatística nos vários países, com as inscrições consulares e dados da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), numa tentativa de quantificar os número de emigrantes portugueses no mundo. O site disponibiliza ainda informação sobre associações portuguesas no estrangeiro, uma base de dados dos estudos sobre emigração portuguesa e, mensalmente, uma entrevista com um investigador com trabalho nesta
Conselho das Comunidades Portuguesas pede mais 30 mil euros ao Governo O Conselho Permanente das Comunidades Portugueses pediu ao Governo um reforço de 30 mil euros para a realização das reuniões das comissões especializadas daquele órgão consultivo em matéria de emigração. Reunidos em Lisboa, os membros Conselho Permanente, órgão que tutela o Conselho das Comunidades Portuguesas (CCP), decidiram enviar à Direcção-Geral dos Assuntos Consulares e das Comunidades Portuguesas (DGACCP) uma carta para pedir um reforço orçamental de 30 mil euros para que as reuniões já calendarizadas para o próximo trimestre „não estejam comprometidas“. Segundo o presidente do Conselho Permanente, Fernando Gomes, o orçamento para este ano prevê uma verba de 150 mil euros, mas não vai chegar para a realização das seis reuniões das comissões especializadas. „O dinheiro não é suficiente e tem de haver um reforço este ano para o funcionamento das seis comissões da especialidade, três ficariam por se realizar o que não é admissível“, disse Fernando Gomes. Os conselheiros justificam o reforço do orçamento com a promessa do secretário de Estado das Comunidades, António Braga, de que as reuniões „não se deixariam de se realizar por falta de verba“ e com o facto do CCP ter sido „sancionado com cerca de 30 por cento da verba que lhe foi atribuída inicialmente“. Os membros do Conselho Permanente adiantaram ainda que „não têm dinheiro“ para realizar o plenário mundial que reúne todos os membros daquele órgão de consulta do Governo em matéria de emigração e que está agendado para Novembro do próximo ano. De acordo com Fernando Gomes, só a realização do plenário está orçado em cerca de 150 ml euros.
Fraudes fiscais: Português extraditado para Alemanha vai cumprir 15 anos à cadeia área. „A página entrou on-line com informação sobre os 140 países onde há portugueses. A prioridade foi organizar este instrumento e através dele identificar esta rede de representação de Portugal no mundo por via dos seus emigrantes e depois de termos esta rede disponível avançar para um trabalho mais sistematizado de estudo e caracterização da comunidade“, disse o secretário de Estado das Comunidades durante o lançamento do site. António Braga adiantou que com os dados disponíveis não é
ainda possível validar a estimativa de 4,5 ou 5 milhões de portugueses tradicionalmente apontada por entidades oficias de especialistas na área da emigração, sublinhado que falta „identificar a zona de penumbra“ que constituem os lusodescendentes. „O número global dos portugueses lá fora tem que levar em linha de conta a perspectiva dos nascidos em Portugal mas temos que somar ainda os que já nasceram lá fora e cujo apuramento é mais difícil, uma vez que se confundem com as nacionalidades“, justificou.
Analisando os dados, António Braga destacou a disparidade entre os números apontados para a África do Sul e os apurados pelo Observatório. „Na África do Sul são menos do que achávamos. A disparidade é muito grande. Falava-se em 500 mil ou 600 mil emigrantes e, segundo estes dados, na melhor das projecções são 200 mil“, disse. O Observatório da Emigração resulta de uma parceria entre a Secretaria de Estado das Comunidades Portuguesas e do Instituto Superior das Ciências do Trabalho e da Empresa (ISCTE).
Um homem de Famalicão que escapara ao cumprimento de 15 anos de cadeia na Alemanha, após condenação por fraudes fiscais, foi capturado em Portugal e entregue às autoridades daquele país, anunciou a Polícia Judiciária. O homem, que foi detido em cumprimento de um mandado de detenção internacional emitidos pelas autoridades alemãs, encontrava-se em Portugal desde meados de 2008. Outro português procurado pelas autoridades alemãs por crimes naquele país, neste caso relacionados com tráfico de estupefacientes, foi detido também pela PJ em Póvoa de Lanhoso e foi presente ao Tribunal da Relação de Guimarães, a fim de ser validada a sua extradição.
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PORTUGAL POST nº 183 • Outubro 2009
Eleições na Alemanha
Alemães renovaram a confiança em Merkel Após uma campanha eleitoral em que se limitou praticamente a apelar à estabilidade e a fazer uma vaga promessa de baixar os impostos, Angela Merkel renovou o seu mandato de chanceler da Alemanha por mais quatro anos. Os resultados eleitorais permitirão à líder democrata-cristã formar nova coligação com os Liberais, libertando-se do actual parceiro de governo, os sociais-democratas do SPD, “para libertar as forças do crescimento” e tentar deixar para trás a crise económica, como Merkel disse no único debate televisivo contra o seu rival directo, Frank-Walter Steinmeier. Depois de se doutorar em Física em Leipzig, na Alemanha de Leste, para onde foi viver com os pais apenas com três meses, Merkel despontou para a política como porta-voz adjunta do primeiro governo democrático da RDA, em 1990. Mais tarde, após a reunificação alemã, foi chamada pelo patriarca da CDU, o chanceler Helmut Kohl, para o governo federal, onde ocupou as pastas da juventude e do ambiente. Ajudou depois, no entanto, a desmontar a imagem de Kohl, já
após a derrota eleitoral dos democratas-cristãos, em 1998, no auge do escândalo dos donativos ilícitos para a CDU, com críticas directas ao ex-chefe do partido num artigo de jornal, tornando-se uma espécie de consciência moral do abalado partido conservador. Foi um momento decisivo para a carreira de Ângela Merkel, que em 2005 viria a bater o social-democrata Gerhard Schoeder por es-
cassa margem e a tornar-se a primeira mulher a chefiar um governo na Alemanha. Entretanto, tornou-se a mulher mais poderosa do mundo, segundo reputadas publicações internacionais como a Forbes, e as suas qualidades de análise das mais difíceis situações e de moderadora são frequentemente realçadas. “Ela tem uma grande experiência como generalista da política”,
Venezuela: Hugo Chávez “lança” portáteis portugueses nas escolas e envia saudação a José Sócrates O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, lançou oficialmente os portáteis portugueses „Magalhães“, nas escolas venezuelanas, pedindo um aplauso para Portugal e enviando uma saudação especial ao primeiro-ministro, José Sócrates. “Estamos a inaugurar um novo projecto, que tínhamos anunciado antes, que explicámos. É o Projecto Canaima - são computadores especiais para crianças.Vejam o tamanho do computador... A configuração é muito compacta, pensada especialmente para crianças”, disse. Na Venezuela, os computadores portugueses „Magalhães“ assumiram a designação „Canaima“, evocando o parque nacional com o mesmo nome, situado no Estado Bolívar (a Sudeste de Caracas) e que, em 1994, foi declarado Património da Humanidade pela UNESCO. „Canaima“ é também o nome de um sistema operacional venezuelano baseado no Debian/Linux e adaptado pelo Centro Nacional de Tecnologias de Informação (CNTI) para atender às necessidades de utilizadores finais da administração pública e incluído nos portáteis. A cerimónia de lançamento oficial foi coberta apenas pela estatal Venezuelana de Televisão e teve
lugar na Unidade Educativa Gabriela Mistral do Bairro 23 de Janeiro, um dos mais pobres e populosos de Caracas. Estavam presentes o embaixador de Portugal, João Caetano da Silva, e um representante da JP Sá Couto, empresa que produz os computadores. “Isto faz parte e é consequência dos acordos internacionais que a Venezuela continua a fazer, neste caso, com a República irmã de Portugal. Eu quero saudar, daqui, o primeiro-ministro Sócrates. Graças a ele, temos aqui estes computadores”, disse Hugo Chávez. “Vamos dar um aplauso a Portugal, ao governo de Portugal, um governo amigo”, exortou. Explicou que o seu primeiro contacto com aqueles computadores aconteceu numa exposição, quando de uma visita a Portugal, e que, querendo saber mais, pediu informações a José Sócrates, que o pôs em contacto com os técnicos e com a empresa que os produz. “Fizemos um acordo e trouxemos já 50 mil computadores montados e vão vir mais 300 mil”, explicou. “Agora estamos incorporarlhes o ‘software’ que se elaborou aqui - não veio com o ‘software’ in-
ternacional! Não, não!” - adiantou. O presidente da Venezuela revelou que o Projecto Canaima se iniciou em 1.090 escolas e que se trata de “tecnologia de informação muito moderna para crianças no primeiro grau, para que comecem já a alfabetizar-se de maneira tecnológica e para nos assegurar a igualdade”. “Para que não haja um grupo de meninos privilegiados que aprendam a usar as tecnologias modernas de informação e (…) os meninos do bairro, do povo, fiquem atrasados. Aqui, estamos em cima da alfabetização tecnológica”, defendeu. Na cerimónia, o ministro do Poder Popular para a Educação, Héctor Navarro, explicou que estes computadores têm um sistema operacional livre, com base em ‘software’ livre, o sistema operacional «Canaima». „Isto é muito importante porque é parte da incorporação da nossa tecnologia”, comentou. Hugo Chávez aproveitou a oportunidade para recordar que se está avançar com o projecto de instalar, na Venezuela, uma fábrica destes computadores. „Para que produzamos milhões deles nos próximos anos”, desejou.
observou recentemente um comentador político da televisão pública ARD, aludindo à sua capacidade de gerir a crise económica sem atender a opiniões mais apressadas, que exigiam mais e maiores planos conjunturais. Como chanceler, Merkel “desenvolveu uma nova forma de autoridade, que não se apoia nas insígnias do poder, é muito mais silenciosa e tranquila”, observou a
sua biógrafa Jacqueline Boysen. A crise do SPD facilitou a sua missão e durante a campanha eleitoral quase não precisou de pronunciar as três siglas do partido rival ou de atacar as suas propostas. Pelo contrário, Merkel não se cansou de louvar o trabalho da coligação com os sociais-democratas nos últimos quatro anos, porque simultaneamente estava a auto-elogiar a sua capacidade de liderança e de concertação.Merkel também não tardou a perceber que a aliança com o SPD lhe permitiria modernizar o seu próprio partido. Desde que preside à CDU, tem defendido que é necessário não apostar apenas no eleitorado tradicional dos democratas-cristãos, nas bolsas católicas ou protestantes da província, mas olhar também para um eleitorado mais urbano. Não foi por acaso que Angela Merkel se tornou a primeira chanceler alemã a criticar abertamente o papa, quando o seu compatriota Bento XVI resolveu reabilitar uma ordem de sacerdotes ultra-conservadores que negam a gravidade do Holocausto, o genocídio de seis milhões de judeus pelo regime nazi. Francisco Assunção
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Entrevista
PORTUGAL POST nº 183 • Outubro 2009 membros dos Verdes. PP - Mas pode falar-se de “redução” a uma política tratando-se de um tema tão importante? Çem Özdemir - Claro que continua a ser um tema para mim. Mas o que devia ser a normalidade é que alguém que se chame Çem Özdemir seja entrevistado pelos noticiários alemães sobre a economia e a União Europeia, ou sobre o futuro da indústria do automóvel na Alemanha. Porque indirectamente isso diz muito sobre a política de integração. O Çem Öezdemir a falar no telejornal sobre temas da política alemã que não têm nada a ver com a sua pertença étnica, mas que dizem respeito a todos, isso sim exprime a filosofia politica dos Verdes. É um sinal também para os jovens que jogam futebol comigo ao domingo em Kreuzberg, que não frequentam o liceu, que têm uma formação básica. Eles sabem que eu também venho de uma família simples. A minha mãe esteve desempregada, sou de uma família de trabalhadores, não tínhamos muito dinheiro. É importante que eles saibam que aquilo que eu consegui, eles também conseguem. Devemos lutar por uma mudança das estruturas para que mais pessoas o consigam. Mas isso não significa esperar que o estado faça tudo. Cada um de nós tem que contribuir para que a situação mude.
Çem Özdemir, presidente do partido “Os Verdes”
Os pais devem falar com os filhos a língua que dominam Çem Özdemir foi o primeiro deputado com raízes turcas a ser eleito para o Parlamento Federal. Apesar de viverem neste país perto de dois milhões de turcos, muitas já da terceira e quarta gerações, foi preciso esperar por 1994 para que o facto ocorresse. E só em 2009 um partido parlamentar elegeu para a sua presidência um alemão com antecedentes estrangeiros. Desde o início do ano, Çem Özdemir partilha o cargo no partido ecologista Bündnis 90/ die Grünen, com Claudia Roth. Cristina Krippahl falou com Çem Özdemir sobre as dificuldades de integração num estado que só muito recentemente começou a aceitar o estatuto de país de imigração, apesar de todas as evidências em contrário há 60 anos. Cristina Krippahl
PORTUGAL POST- Na sua opinião há racismo na Alemanha? Çem Özdemir - Veja o caso do homicídio de uma mulher egípcia num tribunal em Dresden. O escândalo é duplo. Pelo facto de ela ter sido assassinada, claro. Mas também porque o polícia no local suspeitou de imediato não do assassino, mas do marido da vítima. O que diz tudo sobre os preconceitos existentes. Este agente é apenas um exemplo para toda a sociedade. Mostra que o caminho que temos pela frente ainda é muito árduo. Os Verdes querem uma sociedade na qual a origem das pessoas deixe de ser relevante, Não importa se os antecedentes são portugueses, turcos ou persas, ou se lutaram contra os romanos na invasão da Germânia. Isso pode ser uma informação interessante. Mas mais importante é ver o que faz a pessoa, onde quer chegar, quais são os seus projectos? É isso que deve defini-la. Não a sua origem étnica, a sua religião, o seu sexo, a sua orientação sexual ou a camada social a que pertence. PP-Esteve nos Estados Unidos da América para concluir uma investigação pertinente a este tema. Quais são as diferenças com a Alemanha? Çem Özdemir - Claro que também nos Estados Unidos também há discriminação. Mas a grande diferença é aquilo a que chamamos o «sonho americano». Trata-se da uma promessa nem sempre cumprida, é evidente. Mas que motiva muitas pessoas porque acreditam nela, e as deixa superar barreiras que pareciam intransponíveis, para acabarem na Casa Branca. É a promessa que todos têm a oportunidade de conquistar o seu lugar na sociedade. É uma utopia que provavelmente nunca poderá ser alcançada. Mas vale a pena lutar por
ela. PP -Há um obstáculo logo à partida para a integração perfeita na Alemanha, que é a baixa taxa de naturalização entre os imigrantes. Çem Özdemir - Isso tem a ver com o facto deste país não decidir o que quer: facilitar ou dificultar a naturalização? A chanceler Merkel recebe cerimoniosamente na chancelaria os novos cidadãos alemães, o que eu saúdo e gostaria que já tivesse acontecido mais cedo. Mas a política do seu ministro do Interior e do Governo é o oposto. Nos estados federados, os governos da CDU dificultam permanentemente a naturalização. Falta um consenso fundamental que estabeleça ser do interesse da Alemanha que os estrangeiros se tornem nacionais. É muito mais fácil resolver problemas entre nacionais do que entre nacionais e estrangeiros. Um estrangeiro identifica-se menos com os problemas na sua vizinhança imediata, do que um cidadão que não se limita a pagar os impostos, mas que também participa na decisão sobre o uso a dar aos seus impostos. PP- Já existe o direito de voto nas autarquias para os cidadãos da União Europeia Çem Özdemir - Por sorte a UE a isso obrigou, mas é absurdo que ele não seja estendido a nacionais de estados terceiros. Fico muito contente por qualquer cidadão português residente neste país há três meses obter o direito ao voto comunal. Mas gostaria que os turcos, os bósnios e os norte-africanos que vivem aqui há 30 anos obtivessem o mesmo direito. O que só beneficiaria as autarquias e impediria que o fosso entre a população residente e o nacionais ainda se apro-
fundasse mais. É um fosso que existe em todos os países. Mas se continuar a aprofundar-se, os problemas vão aumentar. PP - Os próprios imigrantes muitas vezes resistem à noção de uma nacionalização. Çem Özdemir - Como deputado alemão e presidente de um partido alemão, insisto para que os jovens futebolistas turcos joguem na selecção alemã. Já tenho sido criticado por isso pelos meus amigos turcos. Mas eu sou alemão, a selecção alemã é a minha selecção, e penso que é do interesse da minha selecção ter os melhores jogadores. Para isso é necessário que a sociedade faça sentir a esses jovens que fazem parte dela. E que aceite o hífen na identidade desses jovens, que não obrigue ninguém a assimilar-se. Quem tem antecedentes portugueses tem o direito de ser luso-alemão por definição. Queremos que isto não seja entendido como uma contradição. A minha língua oficial é o alemão, a minha língua materna é o turco, a minha cédula de nascimento diz que sou muçulmano - uma religião que eu nem escolhi - mas nada disso me impede ser um bom cidadão alemão. É esta, no fundo, a atitude moderna necessária para organizar, hoje em dia, um estado.Todo o resto é um retrocesso aos anos 50 do século passado. PP - O Governo de coligação de SPD e Verdes alterou a Lei de Cidadania. O que ficou então por fazer? Çem Özdemir - Nós tentámos alterar a situação com a nova Lei, mas ela ficou a meio, enterrada no lodaçal quando perdemos a maioria e tivemos que fazer compromissos dolorosos. Acabámos por conceder
demasiadas competências aos estados federados. E estes estão a desfazer aquilo que o governo SPD/Verdes tentou introduzir: uma Lei de Cidadania aberta, moderna e liberal. Se os Verdes regressarem ao governo, a reforma da Lei será uma prioridade máxima. PP- Que mudanças pretendem os Verdes? Çem Özdemir -Por exemplo, que as crianças que nascem na Alemanha não sejam obrigadas a optar por uma nacionalidade entre os 18 e os 23 anos. PP - O que significa para a Alemanha ter pela primeira vez um chefe de um partido parlamentar com antecedentes estrangeiros? Çem Özdemir - Quando me elegeram presidente do partido não mencionei uma única vez o tema «imigração» no meu discurso de agradecimento. Só falei da minha visão de uma sociedade em que não seja relevante se uma pessoa vem do Cazaquistão – disse-o deliberadamente numa referência aos alemães «retornados» do leste da Europa, que são muitas vezes esquecidos, mas também são imigrantes – , ou se os seus antecedentes participaram na batalha na Floresta de Teutoburgo contra os romanos. Eu não quero ser reduzido a uma política subordinada ao ângulo étnico. Faço uma política na base de convicções profundas e fundamentais. Convido toda a gente a fazer política deste modo. A política não pode ser uma política de etnias. E não devemos escolher os nossos colegas, os nossos parceiros e os nossos amigos com os quais queremos mudar alguma coisa na base da etnia, mas na base de convicções partilhadas. Por isso sou
PP - E a melhor maneira de o conseguir é através da cidadania alemã? Çem Özdemir - Absolutamente. É a minha posição e a minha recomendação, sempre. Os cidadãos da União Europeia têm maiores facilidades e oportunidades, de modo que isto se aplica mais aos estados terceiros. Mas não exclusivamente, também é importante para os cidadãos da UE. Igualmente crucial: aprendam a língua do país em que vivem. Quem não domina a língua não pode ajudar os filhos na escola, não pode reivindicar os seus direitos de consumidor, não pode ser eleito como representante sindical ou dos trabalhadores.A língua é importante. E o terceiro ponto: apoiem os vossos filhos, façam com que eles frequentem as melhores escolas. Se vocês não falam muito bem alemão, o que pode acontecer, frequentem cursos. Ponham os filhos na creche. De preferência, logo no primeiro ano de vida. Organizem amigos alemães para os vossos filhos, para que eles aprendam rapidamente. Não se trata de decidir se o alemão é mais importante do que o turco. Ambos são importantes. Trata-se de garantir que as crianças aprendam correctamente ambas as línguas. O nosso problema não é, como dizem muitos políticos alemães, que as crianças aprendam alemão em casa em vez de turco. É uma vantagem falarem bom turco ou bom português. Mas não é isso que se passa hoje em dia. Os pais e os filhos falam uma mistura de línguas que não é nada. Os pais devem falar com os filhos a língua que dominam. Seja português, alemão, espanhol ou curdo. Mas é essa a língua que se deve falar com as crianças, para que criar uma base sólida. E depois há que velar por uma aprendizagem perfeita da língua oficial.
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Comunidade - Alemanha
PORTUGAL POST nº 183 • Outubro 2009
Por Maria Teresa Duarte Soares Início de Ano Lectivo na Alemanha
Professores sem caixa médica e sem subsídio de refeição O ano lectivo para os cursos de Língua e Cultura Portuguesas começou já em toda a Alemanha, em alguns estados há pouco tempo, noutros, como Hamburgo ou a Renânia do Norte e Vestefália, já lá vai mais de um mês de aprender e ensinar. No que respeita ao início das aulas, não houve desta vez grandes atrasos a registar. Os professores, dos quais muitos tinham requerido renovação de contrato, foram colocados e o ano lectivo de LCP começou sem problemas de maior. Alguns cursos ainda sem aulas começarão em breve, assim que termine o concurso para candida-
tos à contratação local, que está no momento a decorrer. Já no que respeita aos professores o ano não começou tão bem. Praticamente em Outubro, encontram-se desde fim de Agosto sem direito a assistência médica , devido ao atraso no envio, da parte dos serviços responsáveis em Lisboa, dos impressos necessários à inscrição nas caixas médicas estatais da Alemanha. Este atraso é grave e causa problemas mais graves ainda, visto que, no caso de se registar alguma emergência – e no mês de Setembro já houve duas – os professores encontram-se completamente “ a descoberto” no referente à assistência médica.
Trata-se de um atraso crónico, devido à indiferença dos referidos serviços pela situação dos professores de português no estrangeiro, e que , lamentavelmente, parece destinado a continuar, apesar dos repetidos pedidos por parte dos sindicatos e de algumas coordenações para que o processo seja acelerado e os docentes não fiquem lesados. Os professores também continuam sem subsídio de refeição, pois embora esse seja um direito alienável de qualquer funcionário público em Portugal, foi sempre recusado aos professores de LCP, de modo realmente incompreensível, visto serem exactamente esses que mais necessitam dele, dado que na Alemanha não exis-
tem cantinas escolares e grande parte dos professores passa muitas horas fora de casa, devido a longas deslocações entre cursos. Pensava-se que finalmente o problema estaria ultrapassado, pois no passado mês de Abril foi acordado em negociação sindical que os professores de LCP teriam direito ao referido subsídio, embora só lhes fosse concedida a mesma quantia que teriam se leccionassem em Portugal, e que é insuficiente para o estrangeiro. Alguns professores já o apelidam de “subsídio de bica”, e com razão, visto que basta para pagar um café, mas não uma refeição, por modesta que seja. Mas, modesto ou não, o subsídio de refeição continua a não
ser pago aos docentes , embora muitos deles já leccionem desde meio de Agosto. Porém, e apesar de tudo o que foi dito, os professores continuam a dar as suas aulas , os alunos frequentam-nas e os pais fazem o possível e por vezes quase o impossível para levar os filhos às escolas onde os cursos funcionam. E é por isso que o ensino de LCP sobrevive e espero sobreviverá no futuro, devido ao interesse e dedicação, independentemente das condições , dos pais, alunos e professores que colaboram entre si para manter viva e actual a nossa língua e cultura no estrangeiro. Bom ano lectivo para todos.
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Comunidade - Alemanha
PORTUGAL POST nº 183 • Outubro 2009
Hamburgo tem novo Cônsul-Geral O efeito bola-de-neve do Manifesto contra o Cônsul Honorário de Portugal em Munique de Portugal António José Alves de Carvalho é o novo Cônsul-Geral de Portugal em Hamburgo. O diplomata, que iniciou a sua missão em meados de Setembro, exerceu as mesmas funções em S.Francisco da Califórnia, EUA, durante cinco anos e chega para substituir o cônsul Machado Vieira que já se tinha despedido num jantar que organizou para o efeito com a participação dos amigos e conhecidos. António José Alves de Carvalho, casado, 50 anos de idade, nunca tinha pisado chão alemão e, numa curta conversa com o PP, diz-se “agradavelmente surpreendido com Hamburgo”, uma cidade de que está a gostar muito. Ainda a conhecer os cantos à casa, o diplomata disse ao nosso jornal que as suas preocupações no que diz respeito à comunidade lusa “será desenvolver o trabalho feito pelos seus antecessores, nomeadamente em sectores da cultura, da presença portuguesa, da língua e do
Cônsul-Geral de Portugal, António José Alves de Carvalho, acompanhado pela sua esposa.
ensino do Português; na valorização da imagem de Portugal que Portugal, numa perspectiva histórica, tem em Hamburgo”. Também referiu que a sua acção será para servir a comunidade portuguesa e defender os interesses nacionais. Redacção
A recolha de assinaturas para o Manifesto dos residentes portugueses a solicitar a exoneração do actual Consul-Honorário de Portugal na Baviera, o empresário do ramo Imobiliário, Jürgen Adolff, segue em bom ritmo, segundo apurou o nosso jornal junto de um núcleo de dinamizadores do referido processo iniciado há cerca de dois meses.“ Só o facto de se terem postado as Férias Grandes de Verão obstou a que o ritmo de recolha de assinaturas não seja mais expressivo. De qualquer das formas, cerca de duas centenas foram recolhidas até ao início do passado mês de Setembro „, precisou a nossa fonte. O manifesto, divulgado pelo nosso Jornal na edição de Agosto, causou muita perplexidade nos meios oficiais de Lisboa. Foi criada mesma uma comissão especial para apurar a gravidade das acusações contra o cidadão alemão ligado ao ramo Imobiliário, que há mais de 15 anos exerce à revelia de qualquer
Consul-Honorário de Portugal em Munique, Jürgen Adolff
controlo as funções de representante na Baviera dos interesses e da imagem de Portugal. Especial melindre social e diplomático, que provocaram ondas de repúdio nos meios do Ministério dos Negócios Estrangeiros, é o teor público das gravíssimas acusações escritas e publicadas contra Jürgen
Adolff. Nomeadamente, segundo conseguimos apurar, o lance em que se afirma, preto no branco, que „ não é possível enumerar nenhuma acção promovida pelo sr. Jürgen Adolff no sentido de apoiar interesses, actividades ou acontecimentos relacionados com Portugal ou com Portugueses“. Bem como a frontal acusação de oportunismo comercial inaceitável e desprestigiante que lhe é assacada de forma frontal pelos portugueses residentes na Baviera: „ O estatuto e a credibilidade inerente ao posto que ocupa, oferecida ao sr. Jürgen Adolff por Portugal e pelos Portugueses, temlhe permitido um aproveitamento pessoal nas actividades comerciais que exerce, nomeadamente no sector Imobiliário“. O PORTUGAL POST tentou, sem sucesso, chegar à fala com o Jürgen Adolff para se pronunciar sobre o assunto F.Almeida Ribeiro
Que se passa com o CCP?
O caso da falsa doutora no consulado em Hamburgo
Página na internet não sofre actualização há anos
Ministério Público arquiva acusação após confissão da ex-funcionária
Que se passa com o Conselho das Comunidades Portuguesas da Alemanha (CCP) que parece viver um tempo de, como está na moda dizer-se, asfixia? Eleito pelos portugueses, os conselheiros Piedade Frias, Rui Paz, Alfredo Stoffel, José Eduardo e Alfredo Cardoso da última vez que fizeram notícia foi quando se encontraram com Cavaco Silva em Osnabrück e lhe entregaram um memorando que pode ser sempre consultado no portal do nosso jornal: www.portugalpost.de E por falar em internet, o actual CCP-Alemanha promove a confusão entre o povo e os outros com o seu actual site. O cidadão que consultar o www.ccp-alemanha será confrontado com tamanha confusão de nomes, de rostos e de comunicados. Lá encontraremos os antigos conselheiros com os respectivos contactos e fotos, só que...Só que de nada valerá a pena o contacto porque os conselheiros
são outros. Por isso, daqui o apelo ao CCPAlemanha que actualize o seu portal, caso contrario a confusão está instalada. Mas ainda por falar em notícias do CCP-Alemanha, não podemos esquecer os dois encontros que os conselheiros tiveram com o actual embaixador de Portugal em Berlim, encontros esses em que foram abordadas questões de importância para a comunidade. De resto, as iniciativas dos conselheiros são pontuais. A falta de meios é um grande problema com que o CCP se debate. Por mais que se queira, os conselheiros não podem pôr o orçamento particular a financiar as suas actividades oficiais e aqui está explicada a falta de iniciativas e, de alguma maneira, o silencio do CCP. Mas, enquanto isso não é resolvido, vai daqui um apelo para que se actualize o portal electrónico. Redacção
Mudança de Horário Hora de Inverno: Relógios atrasam 60 minutos Na madrugada de 24 de Outubro os relógios atrasam uma hora às 02:00 entrando-se na chamada Hora de Inverno, proporcionando mais uma hora de sono ou de trabalho, conforme o caso. Com a mudança da hora amanhece mais cedo mas em contrapartida anoitece mais cedo, o que pode provocar pequenas perturbações devido a alterações de ritmos, sobretudo em crianças.
A ex-funcionária do ConsuladoGeral em Hamburgo e ex-deputada pela CDU à Assembleia Municipal de Altona-Hamburgo, Alessandra Venda do Rosário, que falsificou um diploma de doutoramento foi bafejada pela sorte ao não ir responder a tribunal, ficando-se por uma multa de 500 euros aplicada pelo Ministério Público que resolveu não dar seguimento ao processo, arquivando-o. A decisão do Ministério Público foi tomada depois de Venda do Rosário ter confessado a falsificação do diploma de doutoramento, título com que se fez apresentar durante anos e que apresentou aquando da sua entrada ao serviço do Consulado-Geral de Portugal em Hamburgo. O facto de ninguém ter apresentado queixa e também devido à inexistência de antecedentes criminais, o Ministério Público decidiu arquivar o processo contra uma multa de 500 euros. Para contribuir para esta decisão, o Ministério Público explica que Venda do Rosário confessou a falsificação do diploma e, com este seu procedimento, se ter prejudicada a si própria, arruinando a sua reputação pessoal e a sua carreira profissional e politica. Este seu procedimento também contribuiu para que tivesse de depor o seu mandato de deputada municipal e foi um motivo para perder o seu posto de trabalho no consulado. Hoje, Venda de Sousa
Alessadra Venda do Rosário - falcatrua levou- apara o „Hartz IV” . Foto: PP
vive do chamado Hartz IV, ou seja, de ajuda social. O caso foi descoberto quando a autenticidade do diploma foi colocada em dúvida por funcionários do consulado que detectaram erros de alemão no documento, que também estaria “primariamente falsificado”. Confrontada com a situação pelo Cônsul-Geral, que terá solicitado à funcionária o original do diploma, a falsa doutora apresentou de imediato a sua demissão ao chefe daquele posto consular “por motivos de saúde”. Alessandra Venda do Rosário não era apenas conhecida por
“doutora” no consulado. Deputada desde 2004 pelo partido CDU à Assembleia Municipal de Hamburgo-Altona, Alessandra Venda do Rosário era apresentada oficialmente por aquele órgão municipal com o título académico. Na página oficial da Internet da Assembleia Municipal,Alessandra Venda do Rosário surgia como „doutora” Entretanto fonte local da CDU, que se manifestou chocado com a situação, revelou que a ex-deputada nunca mais se apresentou junto dos seus colegas apesar de ter havido tentativas de contacto por parte do partido político. Redacção
Português falha eleição para presidente de junta de Gelsenkirche O português António Horta falhou a eleição para uma junta de freguesia de Gelsenkirchen, nas autárquicas realizadas no mês passado, como candidato de uma iniciativa de cidadãos estrangeiros, a BIG, mas promete voltar à carga. „Não logrei ser eleito para presidente de junta, consegui apenas 6,2 por cento dos votos, mas o grupo vai continuar, para abrir caminho às gerações futuras“, prometeu o emigrante português, que se candidatava na freguesia de Uckersdor-Sud. Criada apenas há um ano, a BIG conseguiu, no entanto, eleger pela primeira vez dois representantes à Assembleia Municipal de Gelsenkirchen, graças aos 3,7 por cento de votos alcançados. António Horta era o primeiro português na lista para a Assembleia Municipal, em quinto lugar, mas falhou também esta eleição. A sua irmã Mariana Horta, que se candidatou à junta de freguesia de Uckersdorf-Nord, também não logrou ser eleita, e o mesmo aconteceu com o primo Luís Raposo de Matos, candidato pela BIG em Alstadt-Schalke. As eleições autárquicas em Gelsenkirchen, uma urbe mineira da bacia do Ruhr, foram ganhas pelos sociais-democratas do SPD, com 50,2 por cento dos votos, seguidos pelos democratas-cristãos da CDU, com 22,5 por cento. Preocupante para todos os partidos democráticos, segundo António Horta, foram os 4,3 por cento
Manuel Gomes Samuel, Cônsul-Geral de Portugal em Estugarda, cria conselho consultivo Em declarações exclusivas ao nosso jornal, o Cônsul-Geral de Portugal em Estugarda, dr. Manuel Gomes Samuel, garantiu que o Conselho Consultivo, órgão de apoio benévolo ao Consulado, vai ser uma realidade tangível, a partir da segunda semana de Novembro próximo, quando o número de consultores for completado na primeira reunião plenária do novel instrumento de consulta e análise das necessidades essenciais da Comunidade Lusa residente no Baden-Württemberg e Baviera.
conseguidos pelo grupo „Pró Gelsenkirchen“, um aliado dos neofascistas do NPD. „Todos estamos de acordo que é preciso combatê-los, mas ainda não se sabe bem como“, admitiu o mestre industrial, de 52 anos. A BIG foi criada por membros do Conselho dos Estrangeiros junto da Câmara Municipal de Gelsenkirchen, que se queixam de não serem tidos na devida conta pelos partidos tradicionais. Esperavam recolher muitos votos junto das numerosas comunidades estrangeiras de Gelsenkirchen, onde há também cerca de
GENTE
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Comunidade - Alemanha
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dois mil portugueses, mas muitos emigrantes nem sequer estavam inscritos para votar. „Recebemos muitos apoios da população, sobretudo de estrangeiros, mas isso é uma coisa e o voto nas urnas é outra“, referiu António Horta, que agora, como vogal da junta de freguesia, se dedicará a defender o programa eleitoral da BIG. As principais preocupações desta iniciativa são a segurança nas ruas da cidade, a limpeza urbana, a recuperação de prédios degradados e a concentração excessiva de crianças de uma só nacionalidade em algumas escolas. FA
António Portela não é um músico qualquer, mas sim um pianista gentleman que há mais de 25 anos anima musicalmente os bares dos hotéis de primeira classe no norte da Alemanha. Este português açoreano que chegou à Alemanha em 1962 tem no seu curriculum de músico pianista passagens por conhecidos barcos de cruzeiro como M.S. Berlin ou o M.S. Deutschland onde animou as noites concorridas de baile com traje a rigor de passageiros viajantes à procura da felicidade. Mas António Portela, com o seu ar elegante e educado, é, com o seu grupo de nome INSIDERS, um pianista conhecido dos galãs e dos famosos que habitam passam por hotéis de luxo da cidade hanseática de Hamburgo tais como o „Vierjahreszeiten“, o “Atlantic“, o “Elysee“ e o muito selecto „Anglo German Club“ António Portela começou a sua carreira musical na conhecidíssima Grossen Freiheit num Nightclub enfrente do famoso STARCLUB por onde passaram os Beatles, Ray Charles, etc. Hoje o pianista António Portela depois de 47 anos de Alemanha é um português moldado hamburguês que, depois de chegar à Alemanha com um diploma de técnico de Radio e TV, se revelou para a música .
„Não houve qualquer tipo de acção desfavorável à indigitação dos consultores já empossados no passado dia 20 de Setembro „, acrescentou o diplomata. Os já nomeados consultores tomaram posse perante o Cônsul-Geral, o Coordenador do Ensino Regional, João Mendes, e o técnico Social Abílio Rodrigues. A lista ainda incompleta, serão oito elementos ao todo, conta com Artur Amorim, em representação da Associação Portuguesa de Ludwigsburg, Mário Moita, pelo Centro Desportivo de Estugarda, Maria Ritter, pela Associação de Bamberg (Baviera), Francisco Costa, em representação da Secção de Estugarda do Partido Socialista, Maria do Céu Campos, pela direcção do PSD-Alemanha, e António Miranda, pela Missão Católica de Estugarda. Gomes Samuel frisou-os dois pontos essenciais que nortearam o desencadear desta iniciativa protocolar, derivada da entrada em funcionamento de um novo Regulamento Consular. Portanto, de acordo com o diplomata, o regulamento previa que a selecção dos elementos para o Conselho Consultivo fosse da inteira responsabilidade do Cônsul-Geral.
Ora, aponta,“ considero que tenho poucos meios para aferir quais são os representantes que devem ser seleccionados, para escolher A em vez de B ou C“.. De forma que, frisa, „entendi que o assunto devia ser colocado à Comunidade para que ela, de forma aberta, democrática e transparente pudesse eleger os seus oito representantes para o Conselho Consultivo“. O número de consultores é proporcional ao número de inscritos no Consulado Geral, número que ronda hoje os 35 mil abrangendo as duas regiões do Sul da Alemanha . O segundo ponto nuclear reiterado pelo diplomata prende-se com o sentido de missão que norteia a sua actividade consular. „No decorrer da minha vida profissional, e nos muitos países onde já estive colocado, sempre demonstrei ter um grande respeito pelas Comunidades. Parto do pressuposto de que tenho que reagir de uma forma completamente equidistante. O CônsulGeral tem que se assumir de uma forma isenta e independente em relação a todos para não causar quaisquer tipo de desiquilíbrios. Essa isenção tem que ser cumprida com um escrúpulo absoluto“, apontou. „O papel do Consulado é, sobretudo, vender a imagem do País. De forma que os alemães possam ir cada vez mais a Portugal de férias - há poucos meios para vender a imagem de um país como o nosso - e essa é uma falha muito grande. Envidamos todos os esforços para angariar, por outro lado, o maior número possível de investidores para Portugal. E não regateamos esforços para apoiar as iniciativas comuns de joint— ventures ou de intercâmbio económico entre os dois países „ acentuou. F.Almeida Ribeiro Publicidade
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Festas
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Portugal Sensation dançar e conviver em português Falando de festas, a notícia e a novidade vai direitinha para a organização mensal de uma festa/noite de disco organizada pela “Elegancia Eventes” intitulada Portugal Sensation, uma empresa vocacionada para a organização de serões de dança e gerida por dois jovens lusodescentes. Paulo Gomes, um dos gerentes da empresa, informou o PORTUGAL POST que iniciaram a organizar festas desde o último mês de Maio. Com música para todos os gostos,“dos 18 aos 40 anos, sendo que quem tiver 50 também é bem vindo e de certeza que haverá música para o seu gosto”, como refere Paulo Gomes, as festas são levadas a cabo na Discoteca Rheingold Dusseldorf Hauptbahnhof a partir das 22h00. Segundo o gerente da Elegância Events, Paulo Gomes, o objectivo da empresa em promover mensal-
mente uma noite de disco é “fazer com que haja um local de referencia para o encontro dos jovens lusodescendentes na área de Dusseldorf, para os juntar em festa e noites de dança e, deste modo, constituir também uma bolsa de contactos entre os jovens. A música das noites Portugal Sensation abrange, como já se disse, o maior leque possível de gostos e está a cargo de alguns DJs, alguns deles vindos de Portugal. Tal
como nos informou Paulo Gomes, nas noites Portugal Sensation há sempre uma surpresa artistica ao vivo. Os responsáveis já disseram que pretendem alargar a iniciativa também à cidade de Colónia em 2010. Fica, portanto, aqui a sugestão e votos de boa festa. Próximas datas da Portugal Sensation: 23.Outubro
Festivais de folclore em Outubro para matar saudades das tradições entrada custa 6 euros e as crianças até aos 14 anos não pagam entrada. Falta dizer que a festa é a 24 deste mês na Europaschule Zollstock, na Raderthalgürtel 3 Quanto ao grupo folclórico da Associação de Bonn & Lohmar, que realizará o 16º festival no próximo dia 10, a presença de cerca de sete grupos no festival vem na linha dos festivais por si organizados. A jovem nascida na Alemanha há trinta anos, Sílvia dos Santos, é a presidente deste grupo que representa as danças e o cantares da região do Douro. Os seus actuais 25 elementos dão vida a um grupo que também nos habituou a boas festas. A festa deste grupo vai realizar-se na Hauptschle em Lohmar com início também às 16.30.
Dois festivais de folclore merecem este mês uma nota de destaque. São eles o festival organizado pelo grupo S.Pedro de Colónia, que representa as danças de Nazaré, e o do grupo folclórico da Associação de Bonn & Lohmar. Com sete grupos oriundos da Alemanha e dois do Luxemburgo, o festival de Colónia, habitualmente realizado sempre no mês de Outubro, apresenta o que de melhor se faz na Alemanha em termos de folclore. As presenças do Ancora do Mar de Rheine, do Coração do Minho, de Hagen, dos Campinos, de Remscheid, entre outros, asseguram um bom espectáculo. Com início às 16h30, o festival de Colónia tem tudo para ser uma boa festa portuguesa: Comes e bebes, dança moderna e baile animado pelo grupo Aregetooo. A
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PORTUGAL POST nº 183 • Outubro 2009
PORTUGAL POST na Escola
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Alunos do 10° ano do Curso de Português da Katharinenschule – Unna - escrevem ao PORTUGAL POST
Um olhar para trás A história da quarta geração dos migrantes portugueses na Alemanha Há já quatro décadas vivem portugueses na Alemanha. Na Renânia do Norte-Vestefália chegam agora à escola, na 4ª geração! COMO TUDO COMEÇOU Na década de 60 iniciam os portugueses a emigração para a Alemanha. Depois da Segunda Guerra Mundial as colónias africanas revoltam-se contra Salazar e pedem a sua independência. Muitos portugueses têm que ir para a Guerra Colonial e, para fugir a isso, emigram para países europeus como a França e a Alemanha. Outras razões são de natureza económica: a fuga à miséria, ao desemprego e às más condições de trabalho. Além disso, após a 2ª Guerra Mundial, a Alemanha tem grande necessidade de mão-de-obra. Os portugueses vêm sem intenções de ficar para sempre no país de acolhimento. Mas as boas condições de vida levam a que esses trabalhadores, que tinham vindo sozinhos, chamem as suas famílias para junto de si em vez de regressarem à sua Pátria. A provar a grande vinda de portugueses para a Alemanha está o facto de o milionésimo emigrante neste país ter sido, em 1964, um português chegado a Colónia de comboio que inesperadamente recebe, como reconhecimento, uma motocicleta. A QUARTA GERAÇÃO Imensos portugueses na Alemanha não pensam voltar a
Portugal. Não admira que as primeiras crianças da quarta geração comecem a frequentar a escola. Uma dessas crianças, talvez a primeira em toda a Alemanha, vamos conhecer mais detalhadamente. Um rapaz, Marvin Figueira Cândido, nascido há 6 anos em Unna (Renânia do Norte-Vestefália) que este ano entrou na escola primária “Sonnenbergschule” em Langschede. À primeira vista, ele não se distingue das outras crianças. Mas, na verdade, a família dele tem um longo passado aqui na Alemanha. Dos bisavós, que também emigraram para a Alemanha na década de 60, já só vive a bisavó. Eram estes que ainda tinham bem enraizada a sua cultura portuguesa e que a foram transmitindo a filhos e netos. Também Marvin adquire, paralelamente à cultura alemã que vive no dia-a-dia, a influência da sua família. Essa nota-se em vários aspectos: Marvin fala perfeitamente Alemão assim como Português, adora a comida tradicional feita pela avó e vê também televisão portuguesa. Poder-se-ia pensar, que estes comportamentos não o deixariam ter um contacto tão intensivo com as outras crianças da classe, uma vez que são conhecidos os problemas de integração de pessoas estrangeiras. Mas o facto de ele ter crescido abertamente em duas culturas, leva a que ele lide bem com as crianças alemãs sem alhear as suas raízes. Assim se vê que o bilinguísmo não é uma desvantagem na sociedade. E, na verdade, Marvin é como os outros garotos: gosta de jogar futebol, às escondidas e no
computador... ... e agora, vem juntar-se a nós – os alunos portugueses do concelho de Unna. Nós, que já fizemos o mesmo caminho, frequentando também as aulas de língua materna – Português – desde o 1° ano, aperfeiçoando continuamente os nossos conhecimentos, encontramo-nos agora no 10° ano. Ficamos felizes por ter agora como colega o primeiro aluno que pode olhar para uma já tão longa história familiar, desejando que, também ele, dentro de dez anos possa conseguir escrever, assim como nós agora, umas “boas-vindas” em dois idiomas. Estes dois idiomas, que nos acompanham ininterruptamente completando-se!
Os alunos do 10° ano do Curso de Português da Katharinenschule – Unna Carina Coimbra Cindy Pereira Gabriel Honório Ivone Alves Melissa Carvalho Rafael Antunes Ricardo Junqueira Sérgio Ferreira Sofia Velhinho Professor Francisco Caetano
Ein Blick zurück Die Geschichte der 4. Generation der portugiesischen Einwanderer Seit 4 Jahrzehnten leben portugiesische Migranten in NRW. Jetzt, erreichen sie die Schule – in der vierten Generation! WIE ALLES BEGANN In den 60er Jahren begannen die ersten Portugiesen nach Deutschland überzusiedeln. Nach dem zweiten Weltkrieg wandten sich die afrikanischen Kolonien gegen Salazar, um ihre Unabhängigkeit einzufordern und so mussten viele Portugiesen in den Kolonial-Kriegen kämpfen. Um diesem Schicksal zu entfliehen, wanderten viele nach Frankreich oder Deutschland aus. Andere Gründe waren natürlich aus wirtschaftlicher Natur: Armut, Arbeitslosigkeit, Schlechte Arbeitsbedingungen... Außerdem hatte Deutschland, nach dem zweiten Weltkrieg, großen Bedarf nach Arbeitskräften. Die Portugiesen hatten nicht die Absicht, für immer im Gastland zu bleiben, aber wegen der guten Arbeits- und Lebensbedingungen blieben sie und holten ihre Familien nach. Ein Beweis der großen Einwanderung von Portugal nach Deutschland ist es der Fakt, dass der 1.000.000ste Einwanderer in Deutschland, ein Portugiese war, der, 1964 mit dem Zug in Köln ankam und ein Motorrad, als Anerkennung, geschenkt bekam.
Cândido, 6 Jahre alt, aus Unna, der nun in die erste Klasse der “Sonnenbergschule” in Langschede eingeschult wurde. Auf den ersten Blick sieht er nicht anders als die anderen Kinder aus, aber in Wahrheit hat seine Familie eine lange Geschichte in Deutschland. Von den Großeltern, die auch in den 60er Jahren nach Deutschland kamen, lebt nur noch die Großmutter. Es waren diese, die noch eine sehr lebendige portugiesische Kultur besaßen und sie an ihre Kinder und Enkelkinder weitergaben. Auch Marvin lernt, parallel zur deutschen Kultur, die portugiesische von seiner Familie. Dies merkt man an vielen Aspekten: Marvin spricht perfekt Deutsch und Portugiesisch, er liebt das von seiner Oma zubereitete portugiesische Essen und schaut portugiesisches Fernsehen. Man sollte meinen, dass diese Verhaltensweisen den in-
tensiven Kontakt zu anderen Kindern aus der Klasse nicht zulassen, was ein altbekanntes Integrationsproblem von Ausländern ist. Aber die Tatsache, dass er offenherzig in zwei Kulturen aufgewachsen ist, bedeutet auch, dass er viel mit den deutschen Kindern gemeinsam hat, ohne seine Wurzeln zu verlieren. Somit ist klar, dass Zweisprachigkeit kein Nachteil in der Gesellschaft ist. Und in der Tat, Marvin unterscheidet sich nicht von den anderen Jungen: Er spielt gerne Fußball,Verstecken und Computer… …und jetzt schließt er sich uns an, den anderen portugiesischen Schülern aus dem Kreis Unna. Wir sind denselben Weg gegangen und haben auch seit der 1. Klasse am herkunftssprachlichen Unterricht teilgenommen, um unser Wissen zu erweitern und sind nun in der 10. Klasse. Wir freuen uns, dass jetzt ein Mitschüler zu uns stößt, der schon auf eine so lange Familientradition zurückschauen kann und bald wie wir ein „Willkommen“ in zwei Sprachen schreiben kann. Diese beiden Sprachen, die uns anhaltend - ergänzend begleiten!
DIE 4. GENERATION
Die Schüler der 10. Klasse des Portugiesischkurses der Katharinenschule – Unna
Es gibt viele Portugiesen in Deutschland, die nicht daran denken, nach Portugal zurückzukehren. Kein Wunder, dass bereits Kinder der 4. Generation das Schulalter erreichen. Eines dieser Kinder, vielleicht das Erste in Deutschland, werden wir näher kennen lernen. Ein Junge, Marvin Figueira
Carina Coimbra Gabriel Honório Melissa Carvalho Ricardo Junqueira Sofia Velhinho
Cindy Pereira Ivone Alves Rafael Antunes Sérgio Ferreira Lehrer: Francisco Caetano
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Profissões
PORTUGAL POST nº 183 • Outubro 2009
O arquitecto alemão que se apaixonou pela calçada portuguesa pé nas ervas que nascem entre „Tens de tirar a fotografia é as pedras da calçada. Os deseao mestre.“ Quando o fotónhos da última turma foram engrafo o enquadra,Thomas Riese golidos pelo jardim que rodeia pede para não ser protagonista o passeio de pedra. Aos poucos numa arte que não é a sua: a de - depois de vigorosas catanadas calcetar passeios. Mas fica des-, as ervas desaparecem. Lá está cansado. Jorge Duarte já falou o sete, os dois zeros e ainda o connosco. „Tu é que és o ardois: 2007. O último ano em tista hoje“, confirma o mestre. que o mestre Jorge teve alunos. „Artista. Não gosto da palavra. Parece que não sabemos o que „Ficou alguém desta estamos a fazer“, responde turma?“ Thomas, enquanto se ajeita no banco e retoma a posição: per„Esta malta deste último nas arqueadas e costas curvacurso? Não tenho cá ninguém. das sobre o areão. À sua frente Um, o Teixeira - que tinha um estão alguns metros de calçada motão -, é nosso colega. Está aí portuguesa direitinha, o seu à noite. É cantoneiro.“ trabalho da manhã. Thomas, o Foi o único a ficar na câalemão que apareceu na Escola mara. „Os formandos são um de Calceteiros da Câmara Mubocado difíceis de captar para nicipal de Lisboa para aprender esta arte. É dura, apesar de ele a fazer calçada portuguesa, conter bom físico“, explica o arquitrasta com o resto do grupo: o tecto José Aparício olhando mestre Jorge, com o ar épico para Jorge. E bate-lhe no dos heróis comunistas, Vítor, o ombro para que não restem surdo-mudo que percebe assodúvidas da dureza do músculo. bios, e Rui Dias, o Cristo, alcuConfirma-se. O braço é largo e nha ganha pelo desgrenhado as mãos calejadas, como se esdas barbas e do cabelo.Thomas pera de quem faz a vida a vestir contrasta pelo aspecto de alepasseios. „Os mais antigos mão - olhos azuis, cabelo e pele estão todos com problemas de claros - e pela juventude dos coluna. Têm de estar de cócoseus 29 anos.Thomas é o único ras ou sentados para executar aluno de Jorge. A escola de CalThomas, 29 anos, quis aprender a arte com os melhores calceteiros do mundo. a calçada. Ao fim de uns anos ceteiros existe há 23 anos. A fama dos mestres lisboetas começam a ficar muito desgasDesde 2007 que o mestre não tados“, continua o arquitecto tem a quem ensinar. Jorge também gosta disto. „Não sou calceteiro de fazer que coordena o curso desde 1986, o ano em que Jorge entrou A poucos metros da fachada do Palácio da Independência onde o grupo refaz a entrada, está o Rossio, uma das primeiras muita calçada, não sou, nunca fui. Quando estou a trabalhar, como aluno. Dois anos depois, „a 4 de Abril de 1988“, lembra Jorge, o praças a ser calcetada. Nos passeios, as ondas enchem a praça tenho de fazer como deve ser. E tenho vaidade naquilo que há 160 anos e as medidas de Thomas desde que é arquitecto faço. Gosto de investir algum tempo a ver como vou fazer o mestre, então ajudante de calceteiro, estava já na rua a partir paisagista. O gosto pela escultura trouxe-o a Lisboa, porque a desenho.“ Talvez seja por isso que Jorge constrói puzzles nas pedra. Começou quando ser calceteiro era uma profissão de horas livres. Porque para fazer calçada é preciso escolher bem muitas categorias - ajudante de calceteiro, calceteiro de 1.a, fama destes calceteiros chegou à Escócia, onde estudava. „Disseram-me que aqui se faz a melhor calçada do as pedras, avaliar-lhes o volume e colocá-las no sítio certo. de 2.a, mestre e batedor. „Eu ainda cheguei a fazer dois ou mundo“, diz num português irrepreensível para quem chegou „Sabe qual é a pior coisa para um calceteiro? É ter uma pe- três concursos.Tínhamos de fazer o desenho, os mestres viam há um mês e meio. E não ficou desiludido. Quando não está a drinha assim e calha dar- -lhe um toquezinho e ela desfaz-se.“ o cascalho... Hoje já não há concursos.“ As categorias encopartir pedra,Thomas fotografa passeios, imagina composições E Jorge parte pedra como quem escreve ao computador lheram. „Hoje só há o ajudante, o calceteiro e o batedor“, e lê. Lê todos os livros que falem de calçada - „tens de ler o todos os dias. Já não precisa de olhar e reconhece o martelo enumera Jorge. É uma ascensão mais rápida numa profissão que poucos querem. Fazer calçada não atrai quem lê os anúnlivro do Eduardo Bairrada“, aconselha Thomas. O livro „Em- pelo tacto. Thomas só começou agora, mas não quer deixar fugir a cios dos centros de emprego, nem mesmo quando a câmara pedrado Artístico de Lisboa“ é a bíblia dos calceteiros, o manual que a câmara ofereceu aos alunos da escola nos anos 80. experiência. Até porque volta para a Alemanha. „Mas ele já alicia os desempregados com a promessa de um contrato e Aprender a fazer calçada não é um passatempo para Tho- andou aí a comprar pedra para levar para lá“, conta Jorge.Tho- um lugar fixo na função pública. „O que mexe o homem é o dinheiro. Se pagassem melhor, mas e o mestre certifica o seu talento, enquanto aponta para mas quer fazer um projecto de um jardim com as pedras que a fila de quadrados de calcário enterrados no areão. „Está a encomendou durante o fim-de-semana, quando foi visitar a evitava-se que os que aprenderam fujam para outras profissões“, sugere o arquitecto. No final de cada mês, Jorge ganha ver? Eu fiz o do lado direito e ele o esquerdo. Não se nota di- pedreira em Leiria. Depois de Thomas regressar a Colónia, o mestre ficará 730 euros, sem descontos, como mestre calceteiro. „A calçada ferença. Ele gosta disto“, diz Jorge que é formador da escola desde 1998. Já lhe passaram dezenas de alunos pela mão. Jorge sem alunos. „E este ano já sabe se vão abrir a turma?“ Jorge normal que nós fazemos custa 17,20 euros o metro quadrado. não diz que Thomas é um dos melhores que já ensinou até ainda não sabe de certeza, mas desconfia da resposta que o Já vi calçadas a dois euros, mas isso são outras empresas“, explica Jorge, referindo-se àquelas que a câmara contrata para porque não é aluno. „Ele vem connosco mas pode ir embora Instituto de Emprego e Formação Profissional lhe vai dar. Aprender a partir pedra Entrar na Quinta Conde de Arcos calcetar a maior parte dos passeios. „O aspecto estético não quando quiser“, diz. Mas o trabalho do alemão impressiona-o e o seu empe- da Câmara Municipal de Lisboa, encaixada no meio da alga- é o mesmo. Se passar um carro, cria ondas que levantam o panho também. Thomas cumpre o mesmo horário que os cal- zarra dos Olivais, é como chegar a um novo tempo. As horas vimento - e lá estão os sapatos das senhoras a ficar presos na calçada“, diz. „E sabe uma coisa? Às vezes nem digo que sou ceteiros - das oito às 18 horas - e aprende a fazer calçada com agrupam-se em dois blocos, o da manhã e o da tarde, e cora mesma rapidez com que passou a falar português. „Ele já faz rem tranquilas para não importunar o ritmo ditado pela na- calceteiro“. Por vergonha? „Não é por vergonha do trabalho... sextavados [quando as faces das peças formam hexágonos re- tureza. Foi nestes jardins que tudo começou para Jorge. A É pelos buracos que os outros deixam.“ Por Patrícia Silva Alves gulares], que é uma das técnicas mais difíceis“, assegura o mes- escola de calceteiros é aqui. „Aqui está o 2007“, diz o mestre enquanto mexe com o Cortesia jornal „i“ tre.
Outros Emigrantes
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Portugal é o sexto fornecedor de jogadores das cinco principais ligas europeias Portugal é o sexto fornecedor de jogadores para as cinco principais ligas de futebol da Europa, apresentando o terceiro contingente entre países do Velho Continente, com um total de 40 emigrantes. Mesmo assim, os futebolistas lusos são menos de um quarto dos brasileiros (161) que alinharam, em 2008/09, nos campeonatos de Inglaterra, Espanha, Itália, França e Alemanha, segundo o “Estudo anual do mercado europeu de trabalho dos jogadores de futebol 2009”, do Observatório dos Jogadores Profissionais de Futebol (OJPF). Entre os 40 emigrantes portugueses, a média de idades para a transferência para estes campeonatos é de 23,85 anos, a quarta mais elevada, seguida de perto por espanhóis (23,43) e holandeses (23,27), mas somente batida por italianos (24,40), gregos (25) e turcos (26,57), que adquirem ainda mais experiência antes da primeira aventura nestas ligas. Em quantidade, os brasileiros lideram em Itália, França e Alemanha e apenas são batidos pela Argen-
tina, em Espanha, França e Inglaterra, sem que isso coloque em causa o “domínio” das principais ligas. Gauleses (103) e argentinos (100) ocupam a segunda e terceira posição do “ranking”, à frente do Uruguai (43) e da Holanda (41), que registou o maior reforço do contingente nestes campeonatos, com mais dez jogadores, entre as épocas de 2007/08 e 2008/09. Nas contas dos investigadores, o campeonato português foi, entre 2005/06 e 2008/09, a oitava precedência preferida, tendo fornecido 79 jogadores, 18 dos quais na última temporada, quando ascendeu à sétima posição entre os exportadores para estas ligas, numa ordenação encabeçada por França (129), Inglaterra (117) e Brasil (114). “Os clubes que focam o seu recrutamento internacional nas outras quatro ligas de ‘top’, em Portugal, Holanda, Brasil, Argentina e Suíça obtém uma importante vantagem competitiva em relação às outras equipas”, refere o estudo do OJPF, que nasceu
Ricardo Carvalho, Simão, Quaresma, Mourinho, Hilário e Ronaldo são alguns dos “Emigrantes” da bola que Portugal exporta
de uma parceria académica entre a Universidade de Neuchatel (Suíça) e a Universidade de Franche-Comté (França), unida pelo Instituto de Ciências do Desporto da Universidade de Lausana (Suíça). Nas conclusões do quarto estudo anual, que aborda além da demografia, o treino, o recrutamento internacional, a mobilidade dos futebolistas e, pela primeira vez, o mercado de treinadores, o OJPF realça a diminuição do número de jogadores formados nos clubes, em contraste com o aumento dos jogadores “importados”.
Entre 2007/08 e 2008/09, a percentagem de jogadores formados nos clubes caiu de 22 para 21 por cento, sendo que o maior valor, registado em França (30,3 por cento), também sofreu uma queda de cinco por cento, nas referidas épocas. Já a proporção de jogadores estrangeiros cresceu pelo quarto ano consecutivo, atingindo agora 42,6 por cento. Os clubes ingleses conti-
nuam a ser os principais empregadores de forasteiros (59,2 por cento), que, de forma inédita, ultrapassaram os alemães na Bundesliga (50,2). Neste campo, o Liverpool é inigualável, com 90 por cento de jogadores estrangeiros. Publicidade
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Saúde
PORTUGAL POST nº 183 • Outubro 2009
Portugal é 6º país da UE onde pessoas com mais de 65 têm menos anos saudáveis de vida pela frente Portugal é o sexto país da UE onde as pessoas com 65 anos têm menos ‘anos saudáveis de vida’ pela frente, apresentando os homens níveis de bem-estar mais elevados do que as portuguesas, segundo estatísticas divulgadas. Segundo o anuário de 2009 do Eurostat, o gabinete de estatísticas da União Europeia (UE), os homens portugueses de 65 anos podiam contar, em média, com mais seis
anos de vida saudável (healthy life years, HLY na sua siglas em inglês) em 2005, contando as portuguesas com cerca de cinco. Entre os 27 Estados-membros, apenas os cidadãos da Letónia, Eslováquia, Hungria, Lituânia e Estónia estão atrás de Portugal. A Dinamarca ocupa o topo da tabela, com 13 anos para os homens e 14 para as mulheres, seguido de Malta, com dez e onze anos, respectivamente.
Por outro lado, dados referentes a 2006 indicam que, em Portugal, cerca de nove por cento dos homens tinham ficado „severamente incapacitados devido a problemas de saúde“ nos últimos seis meses antes da realização do inquérito, enquanto nas mulheres esse valor ascendia aos 13,4 por cento. Relativamente à obesidade, os dados da Eurostat referem que, em 2003, um pouco mais da metade
dos portugueses eram obesos e cerca de 40 por cento apresentavam excesso de peso. Apenas o Reino Unido (60 por cento da população), Alemanha, Malta, Grécia e Hungria apresentavam, nesse ano, maiores percentagens de obesidade. Os dados do Eurostat também adiantam que, em 2006, existiam em Portugal 267,8 médicos por cada 100 mil habitantes, praticamente menos de metade dos clínicos que
exerciam na altura na Grécia, país que ocupa a primeira posição neste indicador, seguido da Bélgica (404,7) e Noruega (377,7). Os hospitais portugueses dispunham, em 2006, de 365,1 camas por cada cem mil habitantes, enquanto em 1996 o número era de 399,3. Segundo o Eurostat, em 2005, a média de camas hospitalares na UE27 por cem mil habitantes era de 590. Publicidade
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SABORES PORTUGUESES NA FEIRA INTERNACIONAL ANUGA EM COLÓNIA
A ANCIPA, consciente da relevância e pertinência da promoção do Sector Alimentar Português nos principais mercados internacionais, irá promover a primeira representação conjunta da Fileira Agro-Alimentar na Feira Internacional ANUGA, que se realiza em Colónia – Alemanha, de 10 a 14 de Outubro de 2009. Esta iniciativa visa potenciar o reconhecimento internacional e as exportações de alguns dos melhores produtos gastronómicos nacionais, através da criação de um conceito de comunicação e imagem únicos, com a designação Portuguese Choice & Taste. Este projecto pretende fazer chegar ao exterior a grandeza que a gastronomia portuguesa insere. Para tal, a Industria Alimentar apostou numa união de esforços, com o intuito de exportar a cozinha nacional como um todo, pois só assim esta será notória. Neste evento contamos com a participação de cerca de duas dezenas das mais prestigiadas empresas do Sector Alimentar Português inaltecendo as inovações que este ramo tem vindo a promover, abrangendo quase todas as áreas de negócio, nomeadamente: Massas, Pastelaria, Azeites, Molhos, Pescado Congelado, Pré-cozinhados, Frutos Secos, Arroz, Carnes transformadas, Conservas, entre outros apeteciveis produtos... O Stand de Portugal, com cerca de 200m2, pretende dar a conhecer a diversidade, a qualidade e a autenticidade dos produtos nacionais. Os visitantes poderão não só degustar as propostas criativas do Chef Luís Marques, como também visualizar a sua confecção, ocorrendo assim um encontro de imagem, cor, sabor e saberes. Aproveite esta grande Oportunidade para deliciar-se com os melhores sabores portugueses! Aceite o desafio e venha visitar-nos no Stand de Portugal – Hall 11.1 – F041-F049 . Convidamos os Senhores importadores e agentes do comércio de produtos alimentares portugueses na Alemanha a visitaremnos na ANUGA ESPERAMOS POR SI!
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Economia & Negócios
PORTUGAL POST nº 183 • Outubro 2009
Plataforma de negócios para Angola A crise que se vive é, claramente, uma crise global afectando de forma generalizada os países que, tradicionalmente, assumem o maior protagonismo na economia mundial. Na União Europeia, um dos pólos de desenvolvimento económico e mundial, assiste-se a um abrandamento das maiores economias ou até mesmo a entrada de algumas delas em recessão, como são os casos do Reino Unido, Espanha e Alemanha. Neste último Estado, muitas vezes retratado (com inteira justiça) como o “motor” económico da União Europeia as perspectivas para 2009 são bastante desanimadoras, com uma quebra generalizada da confiança dos consumidores e sectores de produção industrial, como o sector automóvel, a atravessarem a maior crise desde 1945. Face a este quadro de alguma falta de esperança e de melhores perspectivas comerciais interessa Publicidade
verificar se existem algumas alternativas que possam representar um novo fôlego para as empresas e empreendedores. É com esse objectivo que, nesta ocasião, nos dirigimos aos leitores falando de um país em desenvolvimento económico acentuado, Angola. Após cerca de 30 anos de guerra civil que deixaram o país na mais absoluta carência dos bens e equipamentos mais básicos, Angola atravessa um período de grande crescimento económico, aproveitando a sua riqueza em petróleo e minerais para o investimento em estradas, recuperação da rede ferroviária, portos, estruturas médicas e de educação. Angola apresenta uma estabilização dos indicadores económicos mais relevantes, como a inflação e taxas de crescimento económico, nos últimos anos, acima dos 20%. Acompanhando esta tendência começa a desenvolver-se e a aumentar a necessidade de produção, transporte e comercialização de um sem número de produtos quer para os cidadãos angolanos que viram reforçada a sua condição econó-
mica, quer para as empresas e trabalhadores estrangeiros que se têm vindo a estabelecer em Angola nos últimos anos. Este mercado apresenta-se pois com um potencial enorme para todos os empreendedores e empresas que queiram diversificar os seus investimentos ou, pura e simplesmente, rumar a destinos mais dinâmicos. A juntar a estes elementos o governo de Angola tem vindo a estabelecer condições favoráveis ao investimento estrangeiro, nomeadamente isentando os investimentos em determinadas zonas do país de impostos ou reduzindo pelo menos reduzindo os mesmos.
Foto de Luanda
De realçar ainda que tais benefícios fiscais existem para investimentos realizados num número bastante alargado de actividades económicas tais como: produção agrícola; pecuária; industria transformadora; pescas; saúde e educação; construção civil; infra-estruturas rodoviárias; ferroviárias; telecomunicações; águas e energia, embora a sua atribuição dependa, igualmente, da zona do
Estes processos de investimentos, que correm junto de uma agência angolana especializada, a ANIP ( Agência Nacional do Investimento Privado), são ainda acompanhados de benefícios como a possibilidade de transferência de lucros e dividendos, obtidos pelas empresas em Angola, para o estrangeiro o que de alguma forma confere um maior grau de confiança aos possíveis in-
país onde é implementado o investimento e do respectivo montante.
Infante Sagres Cabrito à transmontana Feijoada de Búzios Picanha Cozido à Portuguesa Pratos variados de Marisco Grelhados de Carne e Peixe Pão caseiro Sobremesas caseiras Gelados
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Decorado com muito bom gosto, onde não faltam detalhes que evocam o espírito marinheiro do povo português e os seus navegadores, o Infante Sagres tem um ambiente agradável onde apetece estar a degustar as especialidades da casa. E por falar em especialidades,o Gerente Paulo Cortes aconselha vivamente o Cabrito à Transmontana como prato especial no primeiro domingo de cada mês. Venha e traga os seus amigos e familia
vestidores. O dinamismo da economia angolana apesar de sofrer algum abrandamento com a crise internacional é, ainda assim notável, permitindo uma diversificação do risco a quem nela investe e até a compensação de algumas perdas sofridas nos mercados de origem (Portugal; Alemanha e outros) através do crescimento da actividade naquele país. As boas experiências de várias empresas portuguesas de múltiplas dimensões tem permitido desenvolver Angola como mercado de destino não só de produtos mas também de investimentos, com muitos investidores e empreendedores a recolherem informação jurídica e económica sobre a realidade angolana com vista ao seu lançamento naquele mercado de forma sólida e apoiada por profissionais conhecedores daquela realidade. A existência de uma língua comum, a estrutura jurídica semelhante à portuguesa e a história que liga Portugal e Angola têm também contribuído para o aumento das relações comerciais entre os dois países e tem tornado uma verdadeira plataforma de negócios para Angola. A experiência profissional da nossa sociedade em Angola, no acompanhamento dos referidos processos de investimento, e a dos nossos clientes tem-se revelado produtiva e, em tempos de crise, julgamos que as boas experiências económicas e de investimento têm de ser transmitidas e divulgadas. Teresa Boino * * Advogada cédula profissional portuguesa e angolana, Sócia e Coordenadora do departamento de investimento estrangeiro em Angola da BPO Advogados
Economia e Negócios
PORTUGAL POST nº 183 • Outubro 2009
Viana vende canecas de cerveja à Alemanha O Minho ainda revela alguns segredos. Um deles é o facto de a partir de uma fábrica de cerâmica de Viana do Castelo, a Vianagrés, saírem todos os dias mais de seis mil canecas de cerveja que têm como destino principal a Alemanha. Números que fazem da empresa a primeira do género a nível europeu. Maurício Sobreiro, líder do grupo Aurélio Martins Sobreiro & Filhos, fundador da fábrica, vê na unidade fabril de Carvoeiro um dos seus motivos de orgulho. Mas não esconde uma pequena decepção: „A idade não perdoa e não sou grande bebedor, o que não me permite apreciar devidamente a caneca. Mas a qualidade é o nosso maior trunfo“, diz. A história da Vianagrés remonta a 1987, ano em que o grupo, dedicado às obras públicas e com mais de 500 trabalhadores, decidiu abandonar o grande armazém que detinha em Carvoeiro,Viana do Castelo, passando toda aquela estrutura para Vila Praia de Âncora. Sobrou o espaço propriamente dito, que rapidamente foi aproveitado. „Na altura decidimos rentabilizá-lo com uma unidade
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de cerâmica. É uma zona agrícola, sem muito emprego. Foi uma forma também de a desenvolver“, recorda Maurício Sobreiro. A produção de louça de grés para uso decorativo e utilitário, além das canecas de cerveja, é uma das vertentes da fábrica vianense. „Dá-nos alguma estabilidade ao negócio. Também temos um forno rotativo, para rentabilizar ao máximo os equipamentos. Tudo isso dá-nos dimensão“, explica o administrador da empresa. Na história da Vianagrés as canecas de cerveja são o episódio mais recente. „Só as produzimos há cerca de três anos. Na compra de uma outra fábrica, de Braga, ficámos com o equipamento, que é muito avançado, e apostámos neste ramo para diversificar e solidificar a empresa“, afirma.
Dos fornos da Vianagrés, para todo o mundo, saem canecas decorativas e publicitárias com capacidades entre o meio e os cinco litros. „O principal mercado é a Alemanha, mas claro que a crise tem criado algumas complicações. Mas somos um dos principais produtores de canecas de cerveja a nível europeu“, sustenta o administrador. A tecnologia de ponta desta unidade passa por uma máquina, das mais avançadas do género a nível mundial, que automaticamente cola as asas na caneca. As mesmas que made in Viana são depois colocadas à venda em mercados tão diferentes como Holanda, Estados Unidos ou França. No entanto, Maurício Sobreiro reconhece que a concorrência dos países do Leste é uma
ameaça séria. „Têm-nos criado muitos problemas devido aos nossos custos de produção. Mas a qualidade é a nossa grande marca e só pelo preço não conseguimos competir.“ Com 65 trabalhadores, a esmagadora maioria de Carvoeiro e freguesias vizinhas, a Vianagrés apresenta uma louça própria - cozida a altas temperaturas, resistente e de baixa porosidade como imagem de marca, a qual, afirma a administração, justifica „o êxito junto dos consumidores“. De Carvoeiro sai também a gama de louça „vidrado de mostarda“, uma exclusividade da Vianagrés à venda em todo o País e feita à base de uma pedra extraída apenas no concelho. Paulo Julião, cortesia Diário de Notícias
A Associação Alemã de Viticultura publicou os dados sobre a importação de vinhos no período de Maio de 2008 a Abril de 2009 Conforme estes dados, a importação alemã de vinhos portugueses atingiu numa fase conjuntural crítica da economia alemã taxas de crescimento de 8,8% em valor e de 12,5% em volume, ultrapassando assim de longe o crescimento do total das importações de vinhos neste mercado (0,9% em valor, -2,7% em volume). Entre os 10 maiores fornecedores do mercado alemão, Portugal actualmente representa o país com a maior taxa de crescimento do valor dos vinhos fornecidos, seguido pela Áustria e pela África do Sul. É de salientar que os vinhos brancos portugueses atingiram taxas de crescimento de 38% em valor e 34,6% em volume, enquanto a importação alemã de vinhos tin-
tos portugueses aumentou 14,8% em valor e 16,1% em volume. Ao mesmo tempo, a importação alemã de vinhos fortificados portugueses cresceu no período mencionado 11,1% em valor e 2,3% em volume, atingindo um valor de 18 milhões de Euros. No período em análise a Alemanha importou vinhos portugueses com um valor total de 34 milhões de Euros. Portugal continua a ocupar no mercado alemão a 9ª posição
entre os países fornecedores com uma quota de importação de 1,7% (valor) e 1,2% (volume). Este desenvolvimento positivo tem a sua base na cada vez maior qualidade de vinhos portugueses bem como nos esforços no sector de marketing por parte dos exportadores nacionais e nas actividades promocionais de vinhos portugueses no mercado alemão. Com um volume de importação 13,9 milhões de hl no período em análise, a Alemanha representa o maior importador mundial de vinhos e situa-se com um volume de consumo de cerca de 20 milhões de hl no 4º lugar do ranking dos maiores mercados consumidores de vinho do mundo. Fonte: Aicep-Portugal Global
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Kultur
PORTUGAL POST nº 183 • Outubro 2009
Geschichten aus der Geschichte Ich starte heute eine Serie von Artikeln über einige Könige Portugals sowie einige wichtige
Schlachten der portugiesischen Geschichte. Sie sind vorgesehen als kurze und einfache Texte, die aber den-
noch Rechnung ablegen über die wichtigsten Taten, die jeder portugiesische Monarch vollbracht hat. Es werden
reale Geschichten und Legenden sein… Ich werde versuchen, die Historie auf eine leichtere Art und Weise wei-
terzugeben, so dass mir die Historiker vergeben mögen, wenn ich zuweilen mit ernsten Dingen Späße treibe.
D. Afonso Henriques, der erste portugiesische König Joaquim Peito
Großgewachsen, unbezwingbar, gewandt und genial. Das ist das Bild, das die Geschichtsschreibung unablässig vom Gründerkönig der portugiesischen Unabhängigkeit zeichnet, selbst nach dem Fall des Salazar’schen Nationalismus im Jahr 1974. Bis vor Kurzem hielt sich die Tradition der „Glorifizierung“ Afonso Henriques, die sich als „offizielle“ Version der Biographie des Königs ab dem 16. Jahrhundert gefestigt hatte, einer Zeit, in der andere bis dahin beständige Darstellungen vorsichtig in Abrede gestellt wurden. Einige dieser „althergebrachten“ Bilder offenbaren einen Krieger, der zu großen Siegen und bemerkenswerten Taten fähig war, aber auch ein cholerisches Individuum, das sich Exzessen hingab und einige Rückschläge zu erleiden hatte. Schlimmer noch sind die ziemlich schmutzigen Anekdoten, die zwischen den Familien des nordportugiesischen Adels entstanden sein werden und die sich in den Abstammungsbüchern (livros de linhagem) verewigten: Wahrheit oder Lüge, so dienen sie doch dazu, zu zeigen, dass, so wie es dem Normalsterblichen geschieht, es widersprüchliche Darstellungen des portugiesischen Königs gibt. D. Afonso Henriques war mit Sicherheit ein großer militärischer Anführer und begabt mit einem geschickten politischen Sinn. Mit einem cholerischen Temperament, trotz des beständigen Mythos, ohne Zweifel. Mit elf Jahren revoltierte er gegen die Mutter, die zu jener Zeit die Grafschaft regierte (er schlug die Mutter nicht, er hatte einen gewissen Hass gegen den Liebhaber der Mutter), und er musste das Haus verlassen. Etwa zwei Jahre danach kehrte er nach Hause zurück und schloss Frieden mit der Mutter. Allerdings war die Sache nicht sehr gut bereinigt, denn mit 19 Jahren und bereits seinem eigenen militärischen Korps stellte er sich den Truppen der Mutti entgegen. Aus dieser Konfrontation ging er siegreich hervor, was ihm die Macht über die Grafschaft Portucalense einbrachte. Dennoch bleiben viele Zweifel bestehen. Der erste König Portugals, der
schon im 12. Jahrhundert geboren wurde, wahrscheinlich inmitten des Klerus von Coimbra gegen Ende des Jahres 1108, Anfang 1109, war der Sohn des Grafen D. Henrique de Borgonha und D. Teresa (uneheliche Tochter von D. Afonso VI de Castela e Leão). Kurz danach dürfte Teresa nach Aragão aufgebrochen sein, wo sich ihr Ehemann aufhielt. Die Mutter des zukünftigen Königs hatte eine zweite Hochzeit mit dem Edelmann Fernão Peres de Trava. Da sie den Händen der Herren von Riba de Ave anvertraut war, wird der Prinz in Guimarães erzogen worden sein. Im Jahre 1122 wird er sich unter Missachtung des Kardinals, der der Zeremonie in der Kathedrale der Stadt Zamora vorsaß, selbst zum Ritter geschlagen habe (mit der wahrscheinlichen Hilfe der Mutter, des Stiefvaters und der Tante D. Urraca). Er rüstete sich in einem ersten Anzeichen der Absicht, die Kontrolle über die Grafschaft zu übernehmen, die seit dem Tode von D. Henrique im Jahre 1112 in den Händen seiner Mutter lag. All dies in einem turbulenten Ambiente regionaler Autonomiebestrebungen, die die Adeligen von Entre Douro und Minho den galizischen Streitkräften und Afonso VII, König von Leão e Castela gegenüberstellten (und die in der Rivalität zwischen Braga und Compostela ihren religiösen Ausdruck fanden). Seine Mutter, D. Teresa, versuchte zu Beginn ihrer Regentschaft, die Grafschaft so weit wie möglich unabhängig vom Königreich von Leão zu machen. Jedoch änderte sie unter dem Einfluss von Fernão Peres de Trava ihre Position und ging dazu über, eine klare Absicht zu demonstrieren, die Grafschaft mit der Region Galizien, die ein integraler Bestandteil des Konigreichs von Leão war, zu vereinigen. Diese Tatsache gefiel den portucalensischen Edelleuten nie, und sie sahen in D. Afonso Henriques die Möglichkeit, D. Teresa die Macht zu entziehen. Er schoss die Mutter zum Mond, ohne auch nur Auf Wiedersehen zu sagen. Der junge Sohn begann, Signale seiner Genialität zu empfangen – im guten wie im schlechten Sinne. Afonso Henriques umstellte die Stadt Guimarães und erklärte den Krieg: Wer draußen war, konnte nicht hinein, wer drinnen war, konnte nicht hinaus. Nicht einmal die Mutter, die vermeintliche
Herrscherin der Grafschaft. Während im Süden der Halbinsel die moslemischen Kräfte Stellung hielten, revoltierten die portucalensischen Barone gegen die galizische Herrschaft und den König von Leão, wofür sie den Prinzen als ihren Anführer auswählten. Die Schlacht von São Mamede, die sich Ende Juni des Jahres 1128 ereignete, war der erste Sieg des Prinzen. Von diesem Datum an übernahm er das Kommando der Regierung „Terra Portucalense“ mit dem Ziel, auf der einen Seite dieUnabhängigkeit gegenüber Leão zu erwirken und auf der anderen die Territorien südlich vonCoimbra von den Mauren zu erobern. Er stürzte sich Richtung Süden, richtete sich in Coimbra ein und bekämpfte die Mauren. In einem Dokument, das er jemandem, der des Schreibens mächtig war, diktierte, erklärte er: „Ich, Prinz Afonso, Sohn des Grafen Henrique, frei bereits von jeglicher Unterdrückung und im friedfertigen
Besitz Coimbras und aller Städte Portugals...“ In der Schlacht von Ourique (zwischen 1139 und 1140), wo er mit fünf maurischen Königen
die Klingen kreuzte, wird er auf seinem Schild emporgehoben und als König angerufen worden sein. Mit 30 Jahren erklärte er sich selbst zum König von Portugal - er war in der 30er-Krise, klar, er hatte es nötig, sich zu beweisen, also... Aber die Geschichte ist so wichtig, dass sie die portugiesische Vorstellungswelt kennzeichnete und im Wappen des Landes verblieb. Fünf Schilde, fünf Burgen, jede einzelne mit fünf Kugeln, die die fünf maurischen Könige repräsentieren, welche in der Schlacht enthauptet wurden. Bis heute diskutieren Historiker die Episode. Allerdings verbreiteten sich zu jener Zeit die Nachrichten nicht so schnell wie heute - es gab weder Handys noch Internet - und deshalb war es erst im Jahre 1143, dass Afonso VII von Leão e Castela - der benachbarte König - die Kunde vernahm und ihm nun seinen Willen ließ, indem er in Zamora einen Vertrag unterschrieb, welcher, man stelle sich vor, als Vertrag von Zamora bekannt wurde.Und so wurde 1143 zwischen D. Afonso Henriques und Afonso VII. der Vertrag von Zamoraunterzeichnet. Es handelte sich um einen Friedensvertrag, demzufolge D.Afonso als König und Lehnsmann des Papstes zu behandeln war. Nach der strategischen Errichtung der Burg von Leiria (1135) eroberte er im Jahre 1147 Santarém, Lissabon, Almada, Óbidos, Palmela und Sesimbra. 1158 war Alcácer do Sal an der Reihe und 1165 Évora, wobei er mit der Hilfe von Gonçalo Sem Pavor rechnete. Gefecht für Gefecht, Mauren tötend wie jemand der Mäuse erschlägt, errichtete Afonso Henriques sein Königreich. Bei der sogenannten reconquista handelte es sich um eine Politik der Einebnung. Töten, was sich bewegt, den Rest verbrennen. Bis zu seinem Tode, am 6. Dezember 1185 erlebte Afonso Henriques, der Gründer des portugiesischen Vaterlandes, Fortschritte und Rückschläge zwischen Krieg und diplomatischem Handeln, neben dem Königshaus von Leão und dem Heiligen Stuhl in Rom. Beide erkannten ihn erst 1179 als König eines unabhängigen Landes an, als Papst Alexander III die Bulle Manifestis Probatum erließ.
Der König von Leão nannte ihn im Jahre 1143 „rex“. 1146 da hatte er Zeit, die zurückhaltende Französin D. Mafalda de Sabóia zu heiraten, mit der er sieben Kinder hatte und über diese sieben Kinder hinaus weitere fünf (soweit man weiß) mit anderen Frauen. Über die Dauer von 42 Jahren kam der Genius, Staatsmann, politische Fuchs, Siegreiche, Unerbittliche, Supergescheite bis ganz unten auf dem Weg, das was heute portugiesisches Territorium ist und die erste europäische Nation, die sich als unabhängiger Staat inklusive des galego-portugiesischen als eigene Sprache etablierte, zu erobern - und in den Pausen schickte er sich an, einige Kinder zu machen, nicht nur mit der Gattin, sondern mit anderen, die er unterwegs kennenlernte. Mit dem Erobern hörte er erst auf anlässlich eines Unfalls in Cerco de Badajoz, wo er ein Bein verlor als er im Begriff war, den Rückzug anzutreten. Sofort wurde er vom Gegner gefangen genommen, der zufällig sein Schwiegersohn, D. Fernando, war - jene familiären Auseinandersetzungen lagen ihm im Blut - soweit überliefert behandelte der Schwiegersohn ihn gut und ließ ihn frei als es ihm besser ging, aber, da es zu jener Zeit unmöglich war, sich von einer schweren Fraktur zu erholen, konnte er nie wieder ein Pferd besteigen. Er ging dazu über, sich in einem Karren aus Holz fortzubewegen, soetwas wie ein Rollstuhl der damaligen Zeit. D. Afonso Henriques starb im Jahre 1185 in Coimbra, in der gleichen Stadt in der er geboren worden war, und es folgte ihm D. SanchoI, der Siedler, nach, der in seine Fußstapfen trat. Seinem Erben hinterließ Afonso Henriques eine einzige geopolitische Ermahnung. Die Errichtung einer Brücke zwischen dem Norden und dem Süden des Landes, damit man nicht die Einheit verlor, die zu bewirken und aufrecht zu erhalten ihn soviel gekostet hatte. Es ist ein Jammer, dass keine Aufzeichnungen darüber existieren, ob Sancho den väterlichen Anordnungen Folge leistete oder nicht.
Übersetzt aus dem Portugiesischen von Aiko Thedinga
Cultura
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Histórias da História Começo hoje uma série de artigos sobre alguns reis de Portugal e de algumas batalhas
importantes da história portuguesa. Pretendem ser textos curtos e simples mas que
dêem conta dos mais importantes feitos alcançados por cada monarca português. Serão
histórias reais e Estórias lendárias...Vou tentar transmitir a História duma maneira mais
leve, por isso perdoem-me os historiadores se às vezes brincar com coisas sérias.
Dom Afonso Henriques. O primeiro rei de Portugal Joaquim Peito
Alto, indomável, hábil e genial. Esta a imagem que a historiagrafia moderna continuou a dar do rei fundador da independência portuguesa, mesmo após a queda do nacionalismo salazarista em 1974. Até há pouco persistiu a tradição “glorificadora” de Afonso Henriques e cristalizada como a versão “oficial” da biografia do rei a partir do século XVI, altura em que outras imagens, até aí persistentes, são cautelosamente desacreditadas. Algumas dessas vis?es “heredéticas” revelam um guerreiro capaz de grandes vitórias e feitos notáveis, mas também, um indivíduo colérico, dado a excessos e que sofreu alguns revezes. Piores são as anedotas bastante sórdidas que terão surgido entre famílias da nobreza nortenha e que se perpetuaram nos livros de linhagem: verdade ou mentira, estas servem para mostrar que, como sucede ao comum dos mortais, do rei português há imagens contraditórias. D. Afonso Henriques era, decerto, um grande chefe militar e dotado de sentido político hábil. Com um temperamento colérico, apesar do mito persistente, sem dúvida. Com 11 anos revoltou-se contra a mãe, que regia o condado na altura (não bateu na mãe, tinha era um certo pó ao amante da mãe), e teve de sair de casa. Uns dois anos depois voltou a casa, pazes feitas com a mãe. Mas a coisa não ficou muito bem resolvida porque aos 19 anos, já com um corpo militar próprio, enfrenta as tropas da mãezinha nesse confronto, sai vitorioso, o que lhe concedeu a autoridade sobre o condado Portucalense.Todavia muitas dúvidas persistem. O primeiro rei de Portugal nascido ainda no século XII, provavelmente entre o clero de Coimbra, nos finais de 1108, princípios de 1109, era filho do Conde D. Henrique de Borgonha e de D. Teresa (filha bastarda de D. Afonso VI de Castela e Leão). Pouco depois, Teresa deverá ter partido para Aragão, onde se encontrava o marido. A mãe do futuro rei teria um segundo casamento com o fidalgo Fernão Peres de Trava. Entregue aos cuidados dos senhores de Riba de Ave, o príncipe terá sido criado em Guimarães. Em 1122 ter-se-á armado a si próprio cavaleiro, ignorando o car-
Alto, indomável, hábil e genial.
deal que presidia à cerimónia na catedral da cidade de Zamora (com o apoio provável da mãe, do padrasto e da tia D. Urraca). Arma-se numa primeira manifestação de querer assumir o controlo do Condado que estava entregue à sua mãe desde a morte de D. Henrique em 1112. Tudo isto num ambiente turbulento de tendências autonómicas regionais que opunham os nobres de Entre Douro e Minho às forças galegas e a Afonso VII, rei de Leão e Castela (e que tinham expressão religiosa na rivalidade entre Braga e Compostela). A sua mãe, D. Teresa, no início da sua governação, procurou autonomizar ao máximo o Condado, do Reino de Leão. No entanto, sob influência de Fernão Peres de Trava, alterou a sua posição passando a evidenciar uma clara intenção de unificar o Condado com a região da Galiza, parte integrante do Reino de Leão. Este facto nunca agradou aos fidalgos portucalenses que logo viram em D. Afonso Henriques a possibilidade de afastar D.Teresa do poder. Ele manda a mãe para o espaço sem sequer dizer adeus. O filho menino começa a emitir sinais do seu génio – no bom e no mau
sentido. Afonso Henriques cerca a cidade de Guimarães e declara guerra: quem está fora, não entra¸quem está dentro, não sai. Nem a mãe, suposta rainha do condado. Enquanto a Sul da Península se mantinham as forças muçulmanas, os bar?es portucalenses revoltamse contra o domínio galego e do rei de Leão, escolhendo a chefia do infante. É a batalha de São Mamede, ocorrida no final de Junho de 1128, a primeira vitória do infante. A partir desta data ele assume os comandos do governo “Terra Portucalense” procurando, por um lado, a independência face a Leão e, por outro, a conquista, aos mouros, dos territórios a sul de Coimbra. Lança-se para sul, fixando-se em Coimbra e combatendo os mouros. Em documento, ditado a alguém de letras, declara: “Eu, o infante Afonso, filho do conde Henrique, livre já de toda a opressão e na posse pacífica de Coimbra e de todas as cidades de Portugal...”. Na batalha de Ourique travada (entre 1139 e 1140) contra cinco reis mouros, terá sido elevado sobre o escudo e aclamado rei. Com 30 anos, autoproclamouse Rei de Portugal - estava na crise
dos 30, claro, precisava de se afirmar, enfim... Mas a história é tão importante que marca o imaginário português e permanece no brasão do país. Cinco escudos, cinco quinas, cada qual com cinco bolas representando os cinco reis mouros degolados na batalha. Até hoje, historiadores discutem o episódio. Mas nessa altura as notícias não corriam tão depressa como nos dias de hoje- não havia Telemóveis, nem Internet - e por isso só em 1143 é que o Afonso VII de Leão e Castela - o Rei vizinho - ouviu a notícia e lá lhe fez a vontade assinando um tratado em Zamora, que ficou conhecido como, imagine-se Tratado de Zamora. E assim, em 1143 é assinado o Tratado de Zamora entre D. Afonso Henriques e Afonso VII. Trata-se de um tratado de paz, depois do qual D. Afonso passa a ser tratado como rei e vassalo do Papa. Em 1147 conquista Santarém, Lisboa, Almada, Óbidos, Palmela e Sesimbra após a construção estratégica do castelo de Leiria (1135). Em 1158 é a vez de Alcácer do Sal e em 1165 Évora, para a qual contou com o auxílio de Gonçalo Sem Pavor. Combate após combate, destruindo mouros com
quem destrói ratos, Afonso Henriques constrói o seu reino. Na chamda reconquista, a política é de terra arrasada. Matar quem se movia, queimar o resto. Até à sua morte, a 6 de Dezembro de 1185, Afonso Henriques, o pai da pátria portuguesa, viveu avanços e revezes entre a guerra e a acção diplomática, junto da realeza de Leão e da Santa Sé, que só haveria de o reconhecer e à independência, apenas em 1179 pelo Papa Alexandre III, através da bula Manifestis Probatum, como rei de um país independente. O rei de Leão chamou-lhe “rex” em 1143. Em 1146 lá teve tempo de casar com a discreta francesa D. Mafalda de Sabóia, com quem teve sete filhos e para além destes sete filhos teve outros cinco (que se saiba) com outras mulheres. Durante 42 anos o homem génio, estadista, raposa política, vitorioso, implacável, espertíssimo veio por ai abaixo a conquistar o que hoje é território Português e a primeira nação europeia a estabelecer-se como estado independente, inclusive com língua própria o galaico-português e nos intervalos ia tendo uns filhos, não só da esposa mas de outras que ia conhecendo pelo caminho. Só parou de conquistar aquando dum acidente no Cerco de Badajoz, onde partiu uma perna ao bater a retirada, logo foi feito prisioneiro pelo opositor, que por acaso era o seu genro D. Fernando - estava-lhe no sangue estas discussões familiares Para que conste, o genro tratou-o muito bem e libertou-o quando estava melhor, mas, visto que naquele tempo era impossivel recuperar de uma fractura profunda, nunca mais pode montar a cavalo, passando a deslocar-se numa carreta de madeira - que seria parecido com uma cadeira de rodas da época. D. Afonso Henriques morre em 1185 em Coimbra, a mesma cidade onde nasceu e a ele sucedeu D. Sancho I, o Povoador, seguindo-lhe as mesmas passadas... Ao seu herdeiro, Afonso Henriques deixa a única recomendação geopolítica. A construção de uma ponte entre o norte e o sul do país para não se perder a unificação que a ele tão custou a fazer e a manter. É pena que não existam registos se Sancho obedeceu ou não, às ordens paternas.
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A PARTILHA DOS BENS – NOVO PROCESSO dos serviços de mediação enquanto forma de resolução alternativa dos litígios em torno dos processos de inventário. Com a alteração daquele processo especial, pela Lei 29/2009 de 29 de Junho, à imagem daquelas que têm vindo a ser as reformas na justiça levadas a cabo nesta legislatura, procurou incrementar-se maior celeridade, retirando-se a grande parte da sua tramitação, directamente, sob a exclusiva alçada dos tribunais. A grande novidade é a subtracção do processo aos tribunais, não num sentido pleno, mas em sentido material, donde decorre competência para a sua tramitação. Os processos passaram assim a decorrer sob as conservatórias de registo, e cartórios notariais, aos quais, caberá realizar diversas diligências, ficando ao juiz o
controlo geral do processo. Assim, caberá por exemplo aos conservadores ou notários, presidir à conferência de interessados, à qual, apenas sob motivo que revele absoluta impossibilidade, não procederá, de imediato e no mesmo dia, a decisão da partilha. Não obstante a transição de parte do processo para estas entidades, o juiz, na configuração pretendida pelo legislador, ainda que possa manifestar contacto apenas a final com o processado, será apenas garante último da legalidade. Ao juiz, exclusivamente, caberá proferir a sentença homologatória da partilha, exercendo controlo sucessivo, pela remessa obrigatória a praticar por conservadores e notários, quando se trate entre outras, de questões prejudiciais sobre a legitimidade substancial, (arts. 6.º,
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Na sequência da abertura de uma herança por morte de alguém, ou mesmo após o divorcio, os interessados tinham a possibilidade de realizar a partilha dos bens, quer fora dos tribunais, através de uma escritura de partilha, ou através do tribunal, mediante o processo de inventário. Foi no entanto introduzido na ordem jurídica um Novo Regime Do Processo de Inventário, do qual apenas, sete disposições entraram em vigor, entrando as restantes apenas a 18 de Janeiro e 2010. Aquele regime vem conferir poderes aos Cartórios Notariais e Conservatórias para realizar os processos de inventário, que até então corriam apenas pelo tribunal. Das disposições já em vigor destaca-se a imediata aplicabilidade
18.º, 31.º, n.º 2, 43.º, 62.º, n.º4, 30.º da Lei 29/2009 de 29/06). Por outro lado, os interessados legitimados poderão escolher qualquer dos serviços anteriormente referidos, independentemente do local, ainda, competente para interposição da acção judicial, terminando assim, à imagem de outras reformas ocorridas nos serviços de registo, a inexigibilidade de verificação de elementos de conexão territorial – em termos a definir pelo Governo em portaria a publicar, quer sob os mecanismos electrónicos que o processo se socorrerá, quer sob a determinação dos específicos serviços competentes. A constituição de advogado continua, nos termos em que ainda o é, hoje nos processos de inventário, obrigatória, quando se trate de questões de direito.
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José Gomes Rodrigues
Assistente Social Caritas Neuss
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Afinal como é com a reforma aos 67 anos? Ex. mos Senhores da redacção do Portugal Post Ex. mo senhor Director Obrigado por todas as informações diversas sobre legislação social e laboral. Tem-me sido muito útil e temme poupado muitos quebra-cabeças e uma certa segurança. Já me serviram de apoio em diversas ocasiões de conflito e com diversas repartições públicas. A minha idade, já prestes da reforma, proporciona-me uma perguntinha, cuja resposta poderá servir também a outros tantos compatriotas As constantes alterações à legislação provoca nos cidadãos, como é natural uma certa insegurança. As perguntas surgem por todos os lados e as respostas são tão diversificadas que aumentam esta insegurança. Mesmo os partidos que aprovaram esta novo lei sobre a alteração de idade para a reforma não gostam muito de mostrar o seu rosto e procuram sacudir a responsabilidade para outros. Enfim em que ficámos? Que acontecerá comigo? Até quando terei de trabalhar? São as constantes perguntas que ultimamente tem surgido.Vamos tentar desbravar este terreno na medido do possível e baseamo-nos nas informações que temos disponíveis. Leitor devidamente identificado Caríssimo Leitor Obrigado, estimado leitor, pelo pedido de esclarecimento que vamos cumprir, esperando fazê-lo duma forma sintética e o mais compreensível possível. Sabemos que este é um dos capítulos da legislação social mais exposto a alterações. O que agora se toma como certo poderá, dentro de alguns anos, alterar-se de tal forma que a actual versão pode perder a validade ou a actualidade. Mas faz bem em permanecer atento e convenientemente informado. Alegranos que o nosso serviço neste jornal tenha proporcionado a si e, queremos acreditar em outros lei-
tores, uma maior segurança e que o nosso jornal tenha sido um instrumento eficaz nas suas dúvidas. QUEM TERÁ DE TRABALHAR ATÉ AOS 67 ANOS COMPLETOS PARA RECEBER A REFORMA SEM CORTES? Retirar-se da vida laboral com 67 anos de idade, sem que lhe seja descontado nada da sua reforma, com essa idade todos os trabalhadores que tenham nascido em 1964 ou após essa data. A idade da reforma irá ser aumentada paulatinamente a partir de 2012. Para os que nasceram em 1947 a reforma aumentará anualmente. Para os que nasceram a partir de 1959 a idade de reforma aumentará de dois em dois meses por ano. No fim incluiremos uma lista onde pode rever o seu caso muito concreto.
tiver direito a 1000 € de reforma mensal e decidir ir dois anos antes para a reforma ou seja aos 65 anos, será penalizado em 72 € e este corte é valido para sempre (0,30 x 24 meses = 7, 2%) ESTA NOVA LEGISLAÇÃO TAMBÉM É VÁLIDA PARA QUEM TIVESSE DESCONTADO 45 ANOS ? Neste caso, para quem tenha todos esses descontos ou até mais poderá aos 65 anos requer a sua merecida reforma, sem que lhe seja retida qualquer quantia. Os tempos de educação dos filhos e até por ter cuidado intensivamente de algum familiar incapacitado, somam também para obter este tempo global. E QUE ACONTECE COM ESTA ALTERAÇÃO DA LEI COM OS FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS (“BEAMTE” ) ?
O QUE PODERÁ ACONTECER QUANDO UM TRABALHADOR DECIDA IR PARA A REFORMA AOS 65 ANOS DE IDADE?
Para estas pessoas foi também alterada a lei para a reforma aos 67 anos obedecendo às mesmas clausulas dos operários e funcionários.
Para quem decidir ir antes ou seja aos 65 anos, data limite até hoje, sofrerá um corte de 0.3% por cada mes em que adiante a sua reforma. Exemplificando: se um operário
Mas afinal quais são as razoes que estão por detrás desta alteração da lei? A estrutura populacional da Alemanha irá sofrer uma drástica al-
CHAMAMOS A ATENÇÃO dos leitores a colocar-nos as suas perguntas e sugestões pela forma escrita usando o correio ou melhor ainda o correio electrónico. Queiram também mencionar o vosso número de telefone fixo para, sendo necessário e em caso de urgência entrarmos em contacto consigo. As suas questões e sugestões podem ser enviadas para as seguintes direcções: correio@free.de: Tel. : 0231 8390289 - fax 0231 8390351 jose.rodrigues@caritas-neuss.de Tel.: 02131 269320 - fax 02131 269 236 Desde já, muito gratos por este esforço e serviço que poderão deste modo facilitar e aligeirar a vida a outros leitores. Agradecidos!
teração até o ano 2030. Nessa altura, segundo prevêem as estatísticas, a população activa dos 20 aos 64 anos, diminuirá em cerca de 5 milhões. No mesmo período de tempo a população reformada ultrapassará os 22 milhões. Actualmente são 6 milhões. Como o sistema de reformas é financiado pela população activa, foi necessário reorganizar o sistema para que ele pudesse funcionar também no futuro. Claro que a alteração não se cingiu somente ao aumenta da idade para a reforma. Paralelamente foram criadas outras alterações como a obrigatoriedade das reformas serem tributadas pelo fisco, desde que ultrapassem uma determinada quantia. Este capitulo já há tempo foi tratado no nosso jornal. SERÁ QUE, APESAR DESTAS ALTERAÇÕES O PAGAMENTO DAS REFORMAS ESTEJA NESSA ALTURA SUFICIENTEMENTE SEGURO? Segundo os políticos e peritos, o esquema alterado daria segurança ao pagamento da reforma. Esta alteração da reforma faz parte dum pacote de alterações já a vigorar há alguns anos. Entre outras alterações conta também uma outra modalidade de contagem da reforma que já vigora há bastantes anos. Como se prevê uma diminuição a longo prazo foi também introduzida uma espécie de reforma privada com ajuda de subsídios estatais, é a chamada reforme de Riester, que já aqui e por diversas vezes tecemos alguns comentários. É a poupança privada com ajuda de complementos estatais. Segundo estudos levados a cabo por institutos competentes, a reforma num futuro próximo será 15% menor da actual. Por essa razão, o estado convida a todos a
usarem esses e outros tipos de poupança para que a perda de compra possa ser nivelada através desses instrumentos. A QUOTIZAÇÃO PARA O SEGURO DE REFORMA PERMANECERÁ ESTÁVEL ATÉ ESSE TEMPO? Até o ano 2020 a participação para esse seguro não deverá ultrapassar os 20%: Para o ano 2030 poderá alcançar os 22%. Actualmente oscila entre os 19% e os 19,9%. Ainda no Outono de 2008, em virtude da boa conjuntura económica do ano 2008, pensouse em diminuir esta percentagem para 19,2%. Será que se irá ficar com essa promessa? A ver vamos, pois a conjuntura económica não só estagnou mas baixou enormemente como é do conhecimento de todos. Ano
inicio
corte
1946
65 anos
0,0%
1947
65+1
0,3
1948
65+2
0,6
1949
65+3
0,9
1950
65+4
1,2
1951
65+5
1,5
1952
65+6
1,8
1953
65+7
2,1
1954
65+8
2,4
1955
65+9
2,7
1956
65+10
3,0
1957
65+11
3,3
1958
66
3,6
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Sugestão de leitura: Título: O Grande Livro de Receitas de Bacalhau
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3.10.2009 – BERLIM – Actuação do grupo Extravagante. Eva Ventura (canto) Daniel Pircher (viola e guitarra portuguesa) e Benjamin Walbrodt (violoncelo). Início: 18h00. Local: 03.10.2009 / 18h00, Jagdschloss Grunewald, Hüttenweg 100, 14193 Berlin 3.10.2009 – FELBACH - Festa das Vindimas a decorrer nas instalações do Centro Português de Fellbach e.V., Stuttgarterstr.112 70736 Fellbach a partir das 20h00. Programa. Banda Expression, Duo Músical J&F, grupo Jolina dancas e musicas moderna Hiphop e Artista um surpresa para animar mais a festa. Não faltarão os bons petiscos acompanhado de um bom vinho. Apareca e traga um amigo. Contacto: 0711/5789743 9.10.2009 – JENA – Trio Fado Concerto. Início: 20h00. Local: Jenaer Stadtkirche Kirchplatz 6, Jena.
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10.10.2009 – LOHMAR- 16º Festival de Folclore do grupo da Associação de Bonn & Lohmar a realizar na Hauptschule em Lohmar. 10.10. 2009 – EITORF – Grande espactáculo com a participação de Nicole da Silva e Atlanticos, banda luso-alemã. Local: Eitorf Siegparkhalle 14.10.2009 – BERLIM – Actuação do grupo Extravagante. Eva Ventura (canto) Daniel Pircher (viola e guitarra portuguesa) e Benjamin Walbrodt (violoncelo). Início: 20h00.. Local: Café im Körnerpark, Schierker Str. 8, 12051 Berlin 18.10.2009 – GERA - Fado = Schicksal de Hugo Viera Coreografia, Figurinos e Cenário: Hugo Viera Bailado, com participação/voz de Telmo Pires Guitarra portuguesa: Ivo Guedes Viola: André Krengel Música: Amália Rodrigues, Mariza e Camané, entre outros Bühnen der
Stadt Gera Großes Haus Theaterplatz 1 . Início: 14h30 22.10.2009 – GERA -. Concerto de Telmo Pires (canto) e Maria Batist (Piano). Início: 20h00. Local: Kulturinsel Halle – Werft, Große Ulrichstr. 50/51, 06108 Halle 23.10.2009 – DÜSSELDORFPortugal Sensation Discoteca. Local: Rheingold / Düsseldorf Rheingold 24.10.2009 – MESCHEDE Festa de Aniversário da Associação Portuguesa de Meschede A realizar na Schützenhalle St. Georg em Meschede. Baile pela noite a partir das 21 horas com o grupo musical FM RADIO. Info: Associação : 0291-18096 . www.fmradio.de.com 24.10.2009 – COLÓNIA – Grande Festival de Folclore organizado pelo grupo S. Pedro de Colónia. Presença de 9 grupos
Antologia do Fado Fado Tradicional de Lisboa Actuações em qualquer parte da Alemanha Tel.: 0231259285 ou 01782361837
de folclor. Baile animado pelo grupo Aregetoo. Local Europaschule Zollstock, D Raderthalgürtel 3. 24.10.2009 – DORTMUND Actuação do grupo SINA NOSSA. Início: 20h00. Local: Dietrich-Keuning-Haus, Leopoldstr. 50-58, 44147 Dortmund 24.10.2009 – GERA -. Concerto de Telmo Pires (canto) e Maria Batist (Piano). Início: 20h00. Local: Kulturinsel Halle – Werft, Große Ulrichstr. 50/51, 06108 Halle
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Aprenda a viver sem medo Formato: 15,5 X 23 cm Páginas: 92 Preço: 18.99 € Este livro pretende ajudá-lo a vencer os medos com que lida diariamente: o medo de desagradar, o medo de fracassar, o medo de ser rejeitado, o medo da mudança, entre outros, e a aprender a confiar em si mesmo e nas suas decisões. Quando se vive com medo, nunca conseguimos ser quem realmente somos, pois forçamo-nos a ir contra a nossa natureza, contra a nossa essência, a fugir cada vez mais da oportunidade de vivermos entusiasmados, de tomarmos as rédeas da nossa própria vida.
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PORTUGAL POST nº 183 • Outubro 2009
A minha aventura até chegar à Alemanha Vou escrever-lhes para contar como cheguei à Alemanha cerca de 40 anos. Eu era jovem, muito jovem. Tinha recebido ordem para me apresentar num quartel para iniciar o período da tropa. Portugal estava em guerra com os movimentos africanos de libertação ao tempo denominados de “turras” pelo regime. Lembro-me que me tinha de apresentar num quartel onde se formavam condutores. Todos, os da minha idade recebiam ordem de marcha para engrossar o exército português que se batia em Angola, Moçambique, Guiné-Bissau, etc.. Éramos obrigados e nunca ouvi ninguém que tivesse de acordo em ir para a guerra. Para a tropa vá lá, mas quem ia à tropa batia com os costados na guerra. Todos tínhamos amigos, familiares ou vizinhos que davam jovens para a guerra. Apesar do governo esconder os mortos e os feridos quando desembarcavam no cais de Lisboa, sabíamos que as coisas não eram como a TV, a rádio e os jornais pintavam. No dizer deles os soldados que iam para a África eram os “heróis da nação”. A rádio não parava de gritar “Angola é Nossa!” e muitas esposas jovens, namoradas e mães vestiam-se de negro e tinham no rosto a tristeza de alguém que sofre muito. Como eu tinha conhecidos que eram estudantes e me aceitavam no seu meio (naquele tempo quem era estudante tinha uma categoria que estava lá muito acima de nós filhos de gente humilde e que fazíamos a quarta classe para logo de seguida ir trabalhar), fui-me apercebendo que eles diziam coisas que, de todas
elas, eu só percebia que falavam contra a guerra em África. Foi assim que convivendo com esses estudantes fui tomando consciência do significado da guerra em África que não levava a lugar nenhum a não ser a causar morte, destruição e miséria. Foi assim que quando chegou o momento de me apresentar no quartel não pensei duas vezes e fiz aquilo que muita gente fazia naquele tempo: dar o salto para França. Todos aqueles que deixaram Portugal a salto, quer dizer, passar as fronteiras por vales e montanhas a pé, às vezes sem comer e muitas outras apenas com a roupa do corpo ou uma pequena maleta que mais tarde passou a
Espanha. Quando cheguei à fronteira entre a Espanha e a França foi o cabo dos trabalhos. Depois de deambular por ali alguns dias esfomeado e com frio e tentar atravessar um rio a nado que separava os dois países, valeu-me um rapaz do Porto que ajudava os portugueses a passar a fronteira. Aconselhado por este “passador” que, verdade seja dita, não me levou nada, lá consegui passar a fronteira a salto que foi uma aventura que recordarei sempre. Quando me lembro disso penso que hoje não conseguia fazer o que fiz, meter-me dentro do comboio em Espanha para chegar ao outro lado da fronteira, sair antes do comboio parar e correr e saltar vedações para chegar a um sitio
que eu pensava que era a França. Em França, como tinha bilhete que me dava até Paris, apanhei o comboio e cheguei à capital francesa já acompanhado de dois outros portugueses que também fugiram à tropa e que conheci ocasionalmente no comboio. A minha sorte foi ter encontrado esses dois companheiros que vinham verdadeiramente organizados e com contactos em Paris a quem recorremos para ajuda. Ajudados, lá conseguimos obter uma permanência provisória de estadia. Fiquei em Paris cerca de três meses e durante esse tempo trabalhei conseguindo amealhar algum dinheiro. Como um dos meus companheiros estava para seguir para a Holanda eu acompanhei-o. Já na Holanda conseguimos tudo: trabalho e casa. Foi que comecei a trabalhar nas montagens. Um dia a empresa destacou-me a mim e a vários colegas para a construção de uma central nuclear na Alemanha. Fiquei aí dois anos e mudei-me para uma empresa alemã. Desde essa altura comecei a viver na Alemanha. Estávamos em 1969 e desde esse ano que tenho na Alemanha o meu país que foi o que me acolheu bem, deu-me trabalho, onde eu construi família e também me deu a nacionalidade. Luís A. Costa Nürnberg Nota: a pedido do leitor, a redacção corrigiu e trabalhou o texto sem lhe alterar o conteúdo Pedimos aos leitores para não se alongarem muito nos textos que enviam para esta rubrica. Obrigado.
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chamar-se mala de cartão, todos esses, dizia eu, sabem do que falo quando no meio da noite negra se rasteja pela fronteira ali para os lados de Chaves com o medo terrível de sermos apanhados e, depois, no lado de lá, caminharmos receosos ao encontro das luzes de alguma povoação que se avista ao longe sem sabermos onde estamos e o que as próximas horas nos reserva. Depois de passar a fronteira e caminhar longas horas cheguei a uma povoação. Ali fiquei na estação, deitado mais ou menos escondido até que a luz do dia chegasse. De manha tomei um comboio para Orense e dali comprei uma passagem para atravessar a
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poesias de amor e de outros sentires Partem tão tristes... Senhora, partem tão tristes meus olhos por vós, meu bem, que nunca tão tristes vistes outros nenhuns por ninguém. Tão tristes, tão saudosos, tão doentes da partida, tão cansados, tão chorosos, da morte mais desejosos cem mil vezes que da vida. Partem tão tristes, os tristes, tão fora de esperar bem que nunca tão tristes vistes outros nenhuns por ninguém João Roiz de Castelo-Branco, Cancioneiro Geral
ESCREVA-NOS e conte-nos a história da sua vida Sabemos que há mulheres e homens que desejam comunicar as suas aventuras ou até mesmo histórias sobre a sua vida ou que querem relatar experiências e contar casos de que foram testemunhas ou os principais protagonistas. Todos, uns mais que outros, temos uma história para contar, como por exemplo, como cá chegamos; a nossa dificuldade em compreender a língua; os sonhos que acalentamos para aguentar estar num país tão diferente; o choque cultural, o primeiro dia de trabalho e, porque não, as dificuldades por que passamos. Nós queremos contar a sua vida, o bom e o mau. Escreva-nos como sabe e pode e a sua história poderá ser um valioso testemunho da nossa presença neste país. Não se esqueça de nos enviar as fotografias que deseja ver publicadas. Morada: PORTUGALPOST Burgholzstr.43 44145 Dortmund Fax: (0231) 83 90 351 E mail: correio@free.de
Passar o Tempo
PORTUGAL POST nº 183 • Outubro 2009
CONSULTÓRIO ASTROLÓGICO E-mail: mariahelena@mariahelena.tv TELEFONE: 00 351 21 318 25 91 Por Maria Helena Martins CARNEIRO Amor: Avalie os prós e os contras de uma relação que se mostra saturada. Não se deixe manipular pelos seus próprios pensamentos! Saúde: Relaxe. Deixe as coisas fluírem naturalmente. Dinheiro: Possíveis mudanças no sector profissional. TOURO Amor: Uma crise conjugal poderá fazer com que a sua relação seja reforçada. Domine a sua agitação, permaneça sereno e verá que tudo lhe sai bem! Saúde: período marcado pela alegria e boa disposição. Dinheiro: Concentre-se nos planos que traçou para este mês. Caso contrário corre o risco de prejudicar o bom desempenho do seu trabalho. Gémeos Amor: Se desconfia de algo, fale abertamente sobre as suas dúvidas com a pessoa que tem a seu lado. Não perca o contacto com as coisas mais simples da vida. Saúde: Imponha um pouco mais de disciplina alimentar a si próprio. Dinheiro: Deve ter mais atenção com a forma como gere as suas economias. CARANGUEJO Amor: Prepare um jantar romântico com a sua cara-metade e desfrute cada momento que estejam juntos. Que o Amor e a Felicidade sejam uma constante na sua vida! Saúde: Proteja o seu sistema imunitário através daquilo que come. Dinheiro: Iniciará um momento de viragem na sua vida profissional, imponha as suas ideias e faça com que as respeitem.
Previsões para Outubro 2009
LEÃO Amor: Deixe que a sua cara-metade tenha uma palavra a dar na forma como a vossa relação se tem desenvolvido. Seja menos autoritário. Que a leveza de espírito seja uma constante na sua vida! Saúde: Psicologicamente, estará um pouco instável. Não acumule dentro de si tantas preocupações. Dinheiro: Trabalhe com determinação e afinco mas de forma que não prejudique o seu bem-estar. Não seja tão obcecado pela perfeição. VIRGEM Amor: A sua cara-metade poderá dar-lhe uma notícia muito agradável. A vida é uma surpresa, divirta-se! Saúde: Aproveite o tempo livre e vá dar um passeio ao fim do dia. O contacto com a Natureza fará com que se sinta revigorado. Dinheiro: Dedique mais tempo ao descanso e não pense tanto nos problemas profissionais. Lembre-se que amanhã é um novo dia. BALANÇA Amor: Deixe a timidez de lado para conquistar a pessoa que ama. Fale a verdade, de modo carinhoso. Saúde: Está sujeito a pequenos acidentes domésticos. Dinheiro: Seja perspicaz e poderá obter bons resultados num negócio rentável. ESCORPIÃO Amor: Os seus amigos vão dar-lhe toda a atenção de que precisa. Cultive o relacionamento interpessoal e verá que obterá benefícios. Saúde: Perigo de fracturas. Atenção a degraus. Dinheiro: Uma actividade extra poderá estabilizar as suas finanças.
SAGITÁRIO Amor: É possível que sofra uma desilusão. Convide os seus amigos para sair, espaireça, não fique em casa. Trate-se com amor! Saúde: poderá cometer um pequeno excesso de vez em quando. Não se prive sempre das delícias de que mais gosta. Satisfaça a sua gula, desde que seja com conta, peso e medida. Dinheiro: Esqueça as tristezas dedicando-se no trabalho. Mãos à obra, tem muito trabalho pela frente. CAPRICÓRNIO Amor: Viva romanticamente e demonstre à pessoa amada que pode acreditar nas suas intenções. Que a alegria de viver esteja sempre na sua vida! Saúde: Aproveite ao máximo a vitalidade que sentirá nestes dias. Dinheiro: Poderá ser-lhe atribuída uma tarefa de grande responsabilidade. AQUÁRIO Amor: Demonstre ao máximo o seu romantismo, deixe-se conduzir pela intuição. Permitase a si próprio a visão da alegria e sinta-a diariamente. Saúde: Em vez de ter pensamentos negativos, consulte o seu médico e seja mais optimista. Dinheiro: Seja astuto e conseguirá aquela promoção que deseja. PEIXES Amor: Evite uma relação amorosa que já não o faça feliz. O seu bem-estar depende da forma como encara os problemas. Saúde: Alguns problemas familiares poderão fazer com que se sinta triste. Cuide da sua saúde. Não é uma questão de querer, é um dever. Dinheiro: Deverá evitar ter problemas com identidades bancárias.
Numa entrevista de emprego numa repartição pública, o chefe pergunta: - O senhor já sofreu algum acidente grave? - Sim. Quando servia o exército, participei numa batalha simulada e um tiro atingiu os meus tes..tículos. Tive que extraí-los ! - Santo Deus! - Exclamou o entrevistador, sem conseguir disfarçar a piedade. - Bem, o emprego é seu! Nós chegamos sempre às 8, mas o senhor pode chegar às 10. Tudo bem... - Mas por que eu vou ter esse privilégio ? - É que, o senhor sabe como é... Repartição pública... O pessoal fica sempre a coçar os tomates duas horas antes de começar a trabalhar Um tipo passou por tudo o que era sinal vermelho. Um polícia mandou-o parar e disse: -Bonito, hein? - Bonito e veloz! Sabe que posso tirar-lhe a carta de condução? -Não vejo como. Eu ando há dois anos a ver se a tiro e ainda não consegui. -Engraçadinho cheio de humor. e o cinto de segurança? -Está no porta mala a segurar uma botija de gáz. Então o polícia, já irritado, perguntou à fulana que ia ao lado: - Ele é sempre assim engraçadinho e cheio de humor? -Não, senhor guarda, só quando está bêbado! O homem pede à namorada, que era loira, para sair do carro e ver se o pisca está a funcionar. A mulher sai, olha para a luz e diz: Está, não está, está, não está, está, não está...
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Entrevista com Zeca Schall, deputado regional da CDU na cidade de Thüringen de origem angolana
PORTUGAL POST
Zeca Schall, alemão origem angolana, pai de 2 filhas, residente há mais de 21 anos na Alemanha, é a cara do programa de integração nos grandes cartazes da campanha eleitoral do seu partido CDU (União Crista Democrática) da Alemanha, juntamente com o primeiro-ministro Dieter Althaus. Quatro semanas antes da realização das eleições distritais, os cartazes em causa, originaram uma onda de ameaça contra Zeca, lançada por Udo Voigt, chefe do NPD (Partido nacional Democrático Alemão) através de um comunicado de impresa em que ameaçava mandar a força, o deputado de CDU para a sua terra natal (Angola). Zeca Schall, não está sozinho nesta luta. Conta com apoio e solidariedade de centenas de personalidades que manifestaram o seu desagrado pela onda racial movida contra Schall. Um dia depois de divulgação da ameaça do NPD, Zeca recebeu mais de 600 mensagens de solidariedade, sendo uma delas escrita pelo Bispo de Erfurt Reinhard Hauke ao deputado negro através da pagina de Internet do CDU Thüringen. Entre as mensagens, 100 provinham de pessoas que residem em Thüringen. Zeca Schall encontra-se sobre protecção policial 24 horas que o acompanha para onde quer que seja para que nada acontece ao referido deputado. O PORTUGAL POST entrevistou telefonicamente o referido deputado.
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Kota Ngingas PORTUGAL POST – Sendo o senhor Alemão de origem angolana, quer dizer-nos como surge o nome Schall? Zeca Schall – O nome provem da minha ex esposa. Em 1990 quando casei-me, umas das condições indiscutível para que um estrangeiro pudesse casar com um(a) cidadão da então RDA (República Democrática Alemã), tinha que adquirir o apelido do parceiro, neste caso o alemão. Foi assim que tive que levar o nome Schall. PP - Desde quando Zeca encontrase a residir na Alemanha, e por que razão? Zeca Schall – Encontro-me a viver na Alemanha precisamente na cidade de Thüringen desde 1988. vim Cumprir um contrato de trabalho inserido na cooperação mutua entre a República de Angola e a RDA. PP - É como aparece na política Alemã? Zeca Schall - Eu trabalho com o programa de integração na cidade de Thüringen desde o ano 1989 na Igreja Evangélica. Naquela altura, a Igreja já tinha um núcleo de integração do qual pertencia. Foi dai que depois da subida de Angela Merkel em Novembro de 2005 no poder, o núcleo a que eu pertencia, foi anexado no programa de integração do CDU onde me encontro até a presente data como chefe do gabinete de integração do estrangeiros na nossa cidade (Thüringen). PP - Sendo Thüringen assinaladas
como umas das cidades mais racista na Alemanha, já vez se sentiu ameaçado por ser de raça negra? Zeca Schall – Eu sei que aqui tem muito racismo, mas nunca foi alvo de qualquer provocação por causa da minha cor da pele até altura em que a minha cara surgiu nos cartazes espalhados na cidade para a campanha de eleições que se avizinham. PP - Como é que surgiu a referida provocação? Zeca Schall – Precisamente na tarde do dia (14.08), encontrava-me em visita na casa de um amigo meu angolano de longa a data que vive em Bayer, lá foi contactado por Dieter Althaus chefe do partido, orientandome que tinha que voltar imediatamente para a cidade porque havia uma ameaça do NPD contra a minha pessoa a circular. Com isso, nós reunimos na sede do partido para uma conferencia de imprensa apelando pela minha segurança tendo contactado de imediato as autoridades locais. PP - Eles (NPD) estiveram alguma vez junto do senhor? Zeca Schall – Sim, na altura em que eu me dirigia a casa, o Udo Voigt, chefe do Partido NPD, estava em frente da minha casa com cartazes provocativos dizendo que queria falar comigo. Eu rejeitei a conversação com aquele grupo racista e a policia que estava a tomar conta de mi, obrigaram-lhe a se afastarem a 20 quilómetros da minha residência, onde puseram-se a proclamar insultos públicos com cartazes inscritos (Boa
viagem de regresso a seu pais de origem, se não fores a bem irás a força). PP - Quais têm sido as medidas adoptadas pela policia garantindo a sua segurança? Zeca Schall – A policia esta constantemente ao meu redor.Tenho uma segurança pessoal levada acabo por 12 pessoas que rendem-se em turnos, acompanhado-me onde quer que seja 24 horas por dia.
PP – Tem recebido apoios de solidariedade de identidades? Zeca Schall – Sim tenho sido fortemente encorajado pelos meus colegas de partido, tenho recebido constantemente comprimento de confraternização e segurança de políticos de outros partidos e de países europeus e América. Conto igualmente com o apoio incondicional do gabinete de representação do presidente Barack Obama na Alemanha.
ZECA SCHALL, DE 45 ANOS de idade, 21 dos quais vividos na Alemanha, nasceu na cidade de Sumbi província de Kuanza Sul, onde frequentou o ensino primário. As suas manifestações políticas foram inspiradas a partir de Angola onde fez parte da OPA (organização de pioneiros de Angola), mas tarde foi viver na cidade de Lubango onde fez a escola secundária. Nesta mesma cidade, foi membro da JMPLA (Juventude do Movimento Popular de Libertação de Angola), onde foi nomeação chefe do sector desportivo daquela organização a nível da cidade. Em 1988 vem para Alemanha (RDA), onde continuou fiel às ideias do MPLA. Após a reunificação, Zeca abandona as ideias marxistas e adere à CDU. Hoje, Zeca apesar de se sentir Alemão, tem Angola no coração. Pai de duas filhas de 15 e 18 anos de idade fruto da relação matrimonia com uma Alemã da qual recebeu o apelido de Schall. Divorciado há 2 anos, Zeca sente orgulho pelo facto de suas filhas terem conhecido parte da sua família que vive em Portugal, ao ponto de ter planeado já um próximo encontro com a família e as suas filhas em Portugal para festejarem o Natal 2009. Desde a reunificação da Alemanha a ex RDA (República Democrática Alemã), tem sido um dos pontos com maior onda de violência racial na Alemanha, movida por elementos neonazis contra as comunidades negras que ai vivem, com a existência de “No-go-areas” (áreas não permitidas a circulação de negros). Mas não é só o medo de ataques violentos que caracterizam a vida quotidiana da população negra na Alemanha Oriental, mas também a rejeição de sua integração na sociedade pelos alemãs locais. Apesar do colorido da cidade de Berlim dado pela diversificação de raças, os negros ai são fortemente descriminados.
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