Portugal Post Outubro 2010

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PORTUGAL POST ANO XVI • Nº 195• Outubro 2010 • Publicação mensal • 2.00 € Portugal Post Verlag, Burgholzstr. 43 • 44145 Dortmund • Tel.: 0231-83 90 289 • Telefax 0231- 8390351• E Mail: correio@free.de •www. portugalpost.de •K 25853 •ISSN 0340-3718

Sarrazin e o livro “Deutschland schafft sich ab”

Os muçulmanos, os bons e os outros A poeira levantada pelo famoso caso «Sarrazin» voltou a assentar, altura ideal para tentar um balanço do sucedido. Quando estalou a polémica, a imprensa alemã, dos conservadores «Bild» e «FAZ» ao liberal «TAZ», caiu em cima do exsenador berlinense das Finanças e, na altura, membro do conselho de administração do Banco Central Alemão, Bundesbank. Políticos de todas as cores partidárias, ou seja, da chanceler Merkel e do Presidente Wulff ao líder do SPD, Sigmar Gabriel, ventilaram a enorme indignação suscitada pelas afirmações do social-democrata Sarrazin (curiosamente o nome deriva da palavra «sarraceno»), famoso pela sua «cruzada» anti-imigração muçulmana na Alemanha. Página 13

Êxodo Cerca de 60 mil portugueses deixaram Espanha e estão a ir para França e Alemanha Página 5

Coordenação de Ensino em Berlim

Sílvia Melo-Pfeifer sucede a Antonieta Mendonça

Página 5

Ensino Permanências consulares

Dez mil portugueses na Baviera sem acesso a serviços consulares mínimos. Pág 7

Sindicato dos Professores critica cortes financeiros e fusão burocrática

Professores na Alemanha sem assistência médica Entrevista

Páginas 6 e 9

Vice-Cônsul em Osnabrück pensa iniciar permanências consulares em Bremerhaven Pág. 10 Publicidade

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PORTUGAL POST Nº 195 • Outubro 2010

PORTUGAL POST

Editorial Mário dos Santos

Agraciado com a medalha da Liberdade e Democracia da Assembleia da República Fundado em 1993 DIRECTOR: MÁRIO DOS SANTOS

CORRESPONDENTES ALFREDO CARDOSO: MÜNSTER ANTÓNIO HORTA: GELSENKIRCHEN JOÃO FERREIRA: SINGEN JORGE MARTINS RITA: ESTUGARDA JOSÉ PINTO NASCIMENTO: DÜSSELDORF KOTA NGINGAS: DORTMUND MANUEL ABRANTES: WEILHEIM -TECK MARIA DOS ANJOS SANTOS - HAMBURGO MICHAELA AZEVEDO FERREIRA: BONA ZULMIRA QUEIROZ: GROß-UMSTADT COLUNISTAS ANTÓNIO JUSTO: KASSEL CARLOS GONÇALVES: LISBOA DORA MOURINHO: ESSEN FERNANDA LEITÃO: TORONTO HELENA GOUVEIA: BONA JOSÉ EDUARDO: FRANKFURT JOSÉ VALGODE: LANGENFELD LAGOA DA SILVA: LISBOA LUIS BARREIRA, LUXEMBURGO MARCO BERTOLOSO: COLÓNIA MARIA DE LURDES APEL: BRAUNSCHWEIG PAULO PISCO: LISBOA RUI MENDES: AUGSBURG RUI PAZ: DÜSSELDORF TERESA COLAÇO: COLÓNIA ASSUNTOS SOCIAIS JOSÉ GOMES RODRIGUES: ASSISTENTE SOCIAL CONSULTÓRIO JURIDICO CATARINA TAVARES: ADVOGADA MICHAELA A. FERREIRA: ADVOGADA MIGUEL KRAG: ADVOGADO FOTÓGRAFOS: FERNANDO SOARES AGÊNCIAS: LUSA. DPA IMPRESSÃO: PORTUGAL POST VERLAG

Sarrazins há muitos!

T

hilo Sarrazin, o autor do livro “Deutschland schafft sich ab” incendiou a Alemanha com as suas tiradas sobre a comunidade muçulmana residente neste país. Mais do que incendiar e até despertar ressentimentos racistas, Sarrazin dividiu a Alemanha em mais prós do que contras, ficando nós a saber que a maioria dos alemães até concorda com as ideias insultuosas sobre os muçulmanos que, alegadamente, não se integram na sociedade alemã. Como à parte, diga-se que os muçulmanos na Alemanha são cerca de 5,2 milhões (metade com nacionalidade alemã, diga-se), o que representam uma considerável percentagem da população na Alemanha. Os estrangeiros, todos, comunitários e não comunitários, são, sem contar com aqueles que obtiveram a nacionalidade alemã, cerca de 7,5 milhões.

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e a consequente polémica que se gerou em seu torno, não deve, pois, espantar. Por mais pacientes que sejam os alemães, a verdade é que alguma população estrangeira e muçulmana dá argumentos àqueles que aplaudem Sarrazin. Mas, convém lembrar, que no cimo desta polémica gerada pelo livro e na sua aceitação pelos alemães que, convenhamos, às vezes têm de ficar calados com o medo de serem apelidados de racistas e anti-estrangeiros com o que isso implica devido à história recente da Alemanha, convém lembrar, dizíamos, que tudo isto é, em parte, o resultado da insistência da Alemanha em se recusar ser um país de imigração, o que resultou na criação de uma „subclasse” em guetos urbanos para onde os alemães atiravam os estrangeiros na esperança que um dia eles voltassem a “casa”. Esta situação criou muitos Sarrazins, uns mais agressivos que outros; uns mais escondidos que outros.

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Destes, a população turca perfaz cerca de 2,7 milhões (sem contar com os cerca de 3 milhões de pessoas de origem imigrante que têm têm suas raízes na Turquia). Isto pode, de alguma maneira, explicar o facto de em algumas cidades haver bairros com uma população esmagadoramente muçulmana; onde a vida decorre como se fosse algures num país estranho, com uma língua estranha, com lojas onde se vai às compras; com consultórios onde se vai ao médico; com o advogado, o dentista, a farmácia onde se está e se vai sem necessidade de recorrer à língua alemã; com escolas onde no recreio as crianças não comunicam em alemão, fazendo com que os pais alemães retirem ou não escolham essas escolas para os seus filhos, contribuindo assim para a guetização e o isolamento de várias comunidades, mormente as que têm origens muçulmanas. Por isso, o êxito do livro Thilo Sarrazin,

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REDACÇÃO E COLABORADORES CRISTINA KRIPPAHL: BONA FRANCISCO ASSUNÇÃO: BERLIM FERNANDO A. RIBEIRO: ESTUGARDA JOAQUIM PEITO: HANNOVER LUÍSA COSTA HÖLZL: MUNIQUE


ENTREVISTA

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Álbum dos Deolinda «Dois Selos e um Carimbo» lançado na Alemanha

Pretexto para uma conversa com os quatro jovens talentos, que se especializaram em retratar musicalmente uma espécie muito sui generis: os portugueses O sucesso estrondoso do álbum de estreia «Canção ao Lado» apanhou os Deolinda de surpresa. Dois anos e meio no top 30 de Portugal e vários prémios nacionais e internacionais mais tarde, Ana Bacalhau (vocalista), Luís e Pedro Martins (guitarras) e Zé Pedro Leitão (contrabaixo) ainda não se acostumaram à fama. Mas a subida em flecha do segundo álbum, «Dois Selos e um Carimbo», nos charts, já não foi tão inesperada. No dia 1 de Outubro, este álbum é lançado também na Alemanha. Pretexto para uma conversa com os quatro jovens talentos, que se especializaram em retratar musicalmente uma espécie muito sui generis: os portugueses.

mento e evoluímos também no sentido de um som de conjunto. Eu percebi como poderia servir ainda melhor a composições, os textos do Pedro e os arranjos do grupo. Neste último ano tive aulas de canto, o que contribuiu para melhorar a produção vocal. Não só nos agudos, como nos médios e nos graves. Mas de facto tinha uns agudos um pouco agressivos e quis torná-los mais doces, mais naturais. Enquanto músico quero sempre explorar mais o meu instrumento, para fazer o que antes não conseguia.

sica tem várias camadas de interpretação. O que poderá explicar porque é que uma criança de cinco anos canta o «fon-fon-fon» ao mesmo tempo que os seus pais de trinta anos ou os seus avós de cinquenta ou sessenta, que lhe retiram significados diferentes. Depois, as temáticas das letras falam do nosso dia-a-dia. O Pedro escreve como falamos, apesar de ser uma linguagem cuidada. O resultado final é de uma fluência imediata, e nós estamos habituados a ouvir-nos falar assim. Portanto entra melhor nos ouvidos das pessoas.

A vossa música tem a rara

Cristina Krippahl

Sendo a letra uma componente tão importante do vosso trabalho, como fazem nos concertos no estrangeiro?

Pedro– A todos os concertos vêm portugueses. Mas são sempre menos de metade da audiência. É bom os portugueses irem, porque quer dizer que gostam da sua cultura e estão ligados a ela. Mas também é óptimo podermos levar a cultura portuguesa a um público estrangeiro.

A opção de gravar um álbum menos exuberante do que o primeiro foi consciente? Luís – O principal, e o que mais nos preocupava, era que a assinatura da Deolinda e do nosso trabalho a quatro estivesse presente.

Zé Pedro - A resposta é muito simples: nenhum de nós sabe tocar guitarra portuguesa. E como queríamos tocar os quatro juntos, só assim fazia sentido. Ainda há uma questão mais aliciante: foi com os nossos instrumentos que tivemos que desenvolver o nosso som conjunto. É um desafio ver até onde estes instrumentos nos podem levar e que sonoridades conseguem criar.

Pedro – De certa forma. O nosso pai, meu e do Luís, tem um restaurante. As pessoas sabiam que nós tocávamos e pediam-nos para tocar nas festas. Nós, amavelmente, arranjávamos desculpas para não o fazer, porque preferíamos brincar. Mas é um tema comum a muita gente que está ligada à música, é autobiográfico para todos nós nesta vida.

Como foram acolhidos pelos portugueses no estrangeiro?

Luís – Foi um processo muito natural. As canções do «Dois Selos e um Carimbo» nasceram aos poucos durante a tournée da «Canção ao Lado». Não sentimos nenhuma pressão para o lançamento de um disco.

As inovações no fado nos últimos anos são múltiplas, mas creio que os Deolinda são os únicos a renunciar à guitarra portuguesa quando o tocam. Porquê?

A canção «Quando janto em restaurantes», na qual falam de músicos que estão sempre a ser incomodados para tocar ou cantar, é autobiográfica?

Pedro – Claro que no estrangeiro se perde bastante a mensagem das canções. A Ana faz sempre uma pequena introdução. Acho que temos sido bem sucedidos, porque muitas vezes, no final dos concertos, as pessoas dizem-nos que apesar de não compreenderem a letra das canções, conseguem imaginar as vivências que elas transmitem e viver um bocado a história destas canções.

O segundo álbum, «Dois Selos e um Carmbo», surgiu pouco após o primeiro. Já estava na calha, ou foi um esforço para responder à procura dos fãs?

que o fado está em cada esquina. A música dos Deolinda reflecte um pouco todo o universo sonoro português, e o fado faz parte desse universo e da nossa música.

Que papel tem Lisboa na obra dos Deolinda?

Acho que não podia ter sido um trabalho de outro grupo musical. Talvez não tenha um número tão grande de trechos rápidos como o «Canção ao Lado», mas penso que a personalidade musical está bem vincada. É só impressão, ou a voz da Ana sofreu uma transformação de mais grave para mais aguda? Ana – Há aqui vários factores em relação à minha voz e à minha interpretação que entram nessa evolução. Não foi só a experiência acumulada nos vários concertos que demos com a Deolinda: todos nós evoluímos no nosso instru-

particularidade de ser apreciada por pessoas de todas as idades. Como explicam o fenómeno? Ana - A música é feita para as pessoas independentemente da sua idade, do seu extracto social e da sua educação. Pretendendo explorar a canção portuguesa nas suas várias vertentes - a tradicional, a popular, o fado - somos influenciados também pelos nosso «background» de pop, jazz e música clássica. Tudo isso entra no resultado final da nossa sonoridade. Queremos fazer uma música popular que possa ser entendida de uma forma simples, mas não simplista nem simplória. A nossa mú-

Com o que, de certa forma, reinventaram a cantiga de intervenção? Luís - Os textos do Pedro são num português contemporâneo e estão atentos às questões da actualidade portuguesa. Não sendo assumidamente canção de intervenção, é uma canção com atenção a certas questões importantes, que merecem questionamento. Os Deolinda tocam «fado»? Pedro – Acho que o fado existe nos Deolinda como existe na música popular portuguesa. Está em nós que nascemos em Lisboa e fazemos parte de uma cultura em

Ana – O sítio onde nascemos e fomos criados terá tem influência em tudo o que fazemos artisticamente. Queremos contar o que conhecemos, e aquilo que conhecemos é Lisboa. Mas apesar de Lisboa ser uma cidade com uma personalidade muito vincada, tem dentro de si Portugal inteiro, tem pessoas de todo o lado. E tem dentro de si toda a cultura portuguesa. Por isso, cantando Lisboa, acabamos por tocar nos quarto cantos de Portugal. Há concertos previstos para a Alemanha num futuro próximo? Ana – Contamos passar pela Alemanha no início do Inverno de 2011. Neste Inverno estaremos em vários países do norte da Europa. Temos dois grandes concertos agendados em Lisboa e no Porto para consolidar a nossa curta carreira, que tem tido o apoio de muitas pessoas. E depois disso iremos onde nos queiram ouvir.


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NACIONAL & COMUNIDADES

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Emigrantes podem passar a pagar IMI por transferência bancária

Um terço dos reformados portugueses residentes em França recebe “abaixo do limiar da pobreza”, informou Agência Lusa citando o provedor da Santa Casa da Misericórdia de Paris (SCMP).

Os portugueses residentes no estrangeiro já podem fazer o pagamento do Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) por transferência bancária, evitando assim a presença física numa repartição de finanças, “Neste momento, é possível fazer o pagamento (do IMI) através de transferência bancária”, disse Paulo Pisco . De acordo com o deputado socialista, os portugueses interessados têm apenas de contactar a Direcção Geral dos Impostos para que esta instituição lhes forneça um Número de Identificação Bancária (NIB) para onde podem fazer os pagamentos. “Esse é um procedimento que não está generalizado. É tratado caso a caso em função dos pedidos que forem sendo feitos”, acrescentou. Paulo Pisco falava na sequência da resposta que obteve a um requerimento que enviou em Abril passado e no qual questionava o Governo acerca das modalidades de pagamento do IMI.

“O requerimento que apresentei ao Governo destinava-se a saber quais os entraves que havia ao pagamento do IMI para os portugueses que vivem fora do país e se haveria ou não algumas formas de facilitar esse pagamento. Porque agora exige a presença física, o que é manifestamente impossível para muitos”, explicou. Da resposta que recebeu por parte do Ministério das Finanças, o deputado pela Emigração destacou também o trabalho que está a ser desenvolvido para “criar condições para a existência de um

espaço único europeu de pagamentos”. “Vai permitir pagamentos integrados em euros independentemente da sua origem e permite fazer com que haja relação directa entre a pessoa que paga imposto e a nota de cobrança que tem de haver quando o imposto é pago”, afirmou Paulo Pisco. O deputado disse que tem sido abordado em vários países europeus por portugueses que querem saber “se é possível facilitar o pagamento do IMI”, o que motivou o requerimento ao Governo.

Projeto de lei do PSD de alteração da lei eleitoral do PR vai ser debatido na especialidade O projecto de lei do PSD de alteração do regime jurídico da eleição do Presidente da República recebeu os votos a favor do PSD e a abstenção das outras bancadas, e vai ser agora debatido na especialidade. O projecto de lei foi apresentado na Assembleia da República pelo deputado do PSD pela Europa, Carlos Gonçalves, e pretende alargar o universo de eleitores no estrangeiro para o Presidente da República. De acordo com o deputado social democrata, este é um “acto de

justiça para todos aqueles portugueses que, estando recenseados no estrangeiro, se vêem privados de um direito fundamental que é o de participar livremente na escolha” do chefe de Estado. “É totalmente incompreensível que um português, apenas porque está recenseado no estrangeiro, perca a igualdade de direitos cívicos em relação a todos os outros que continuaram a residir em Portugal”, disse Carlos Gonçalves. Pelo Bloco de Esquerda, o deputado Luís Fazenda disse que “a actual lei já é uma trapalhada” e que a “intenção do PSD é mais

uma trapalhada em cima de uma trapalhada”. “Entendemos a proposta”, mas é importante “aprofundar a questão” em sede de especialidade, acrescentou.Por seu lado, o deputado do PS pela Europa, Paulo Pisco, disse que o seu partido “vai viabilizar a proposta porque quer o aperfeiçoamento da lei eleitoral para o Presidente da República”, mas defendeu que têm de ser introduzidas “melhorias”. O deputado Nuno Magalhães, do CDS-PP, disse que os objectivos do PSD “são pomposos”, mas considerou que o projecto apresenta falhas técnico-jurídicas.

Portugal tem a quarta maior comunidade de emigrantes na União Portugal apresenta a quarta maior comunidade de emigrantes na União Europeia, com cerca de um milhão de cidadãos portugueses a residirem noutro Estado-membro, revelou um relatório divulgado pelo gabinete oficial de estatísticas da UE, o Eurostat. De acordo com os dados do relatório, em Janeiro de 2009 viviam no conjunto do espaço comunitário 31,9 milhões de cidadãos estrangeiros, dos quais 11,9 milhões (ou 37 por cento, mais de

Um terço dos reformados portugueses em França “abaixo do limiar da pobreza”

um terço) provenientes de um outro Estado-membro da UE. O Eurostat aponta que os maiores grupos eram da Roménia (2 milhões de cidadãos a residir num dos outros 26 países europeus, o equivalente a 6 por cento do número total de estrangeiros na UE a 27), Polónia (1,5 milhões), Itália (1,3 milhões) e Portugal (1 milhão de habitantes, ou seja, 3 por cento do total de cidadãos estrangeiros). Sendo 6,4 por cento da população total da UE constituída por estrangeiros, a proporção varia

bastante de país para país, oscilando entre 1 por cento na Polónia e Bulgária e 44 por cento no Luxemburgo, apresentando Portugal uma taxa de imigrantes abaixo da média comunitária, de 4,2 por cento (443 mil cidadãos estrangeiros a residir no país). Entre os estrangeiros a viver em Portugal, a grande maioria é originária de países terceiros, de fora da União: 3,4 por cento do total da população, contra somente 0,8 por cento de cidadãos oriundos de outro Estado-membro do espaço comunitário.

“Sente-se uma grande preocupação da comunidade portuguesa no actual debate sobre a ‘reforma das reformas’”, declarou Aníbal de Almeida, provedor da SCMP e sociólogo, autor de um estudo pormenorizado sobre “Os Portugueses em França na Hora da Reforma”. A situação específica dos emigrantes portugueses, salientou, insere-se num quadro de deterioração geral dos rendimentos num país em que “as reformas perderam 35 por cento do poder de compra nos últimos 20 anos”, sobretudo quando a alteração de regime em 1993 passou a calcular as prestações de velhice com base nos 25 melhores anos de salário e não, como até aí, nos dez melhores. Aníbal de Almeida constata “uma contradição entre os dados estatísticos e a imagem da emigração portuguesa, repetida pelas autoridades, de uma comunidade trabalhadora, com grande capacidade de poupança, bem integrada e que não recorre muito aos serviços de assistência, ou seja, que tem poucos problemas”. Os dados disponíveis da Caixa Nacional Francesa de Seguro de Velhice, explicou Aníbel de Almeida, mostram, pelo contrário, que “35 por cento dos emigrantes portugueses reformados residentes em França recebem menos de 9 mil euros por ano, o que está abaixo do limiar da pobreza neste país”. No seu estudo de 2008, o sociólogo refere que “são muitos os que sofrem de envelhecimento precoce em consequência da dureza da vida e dos empregos exercidos, penosos para muitos, expostos às intempéries ou a produtos nocivos, com muitas horas diárias trabalhadas, incluindo, muitas vezes, os sábados e os domingos, sendo frequente a ocorrência de acidentes de trabalho, de doenças profissionais e de invalidez”. No entanto, este perfil não tem correspondência no nível médio de reformas. “O salário médio para base de cálculo das reformas será baixo e mesmo muito baixo, em certos casos”, sublinha. Uma amostra representativa da comunidade emigrante revela que o salário médio de um homem era de 13 mil euros por ano e o de uma mulher de 9 mil, “mas de apenas 4 mil euros/ano para os serviços domésticos”.

“A média geral das reformas estatutárias, se fossem liquidadas segundo as normas actualmente em vigor, à taxa plena, sem revalorização dos salários, seria de cerca de 570 euros para os homens (6.840 euros anuais), de 410 para as mulheres (4.920 euros anuais) mas somente 175 euros por mês para as empregadas de casa e outros serviços aos particulares (2.100 euros anuais)”, concluía o estudo, publicado em livro no ano passado. O estudo detectou, para “grande surpresa” do seu autor, que apenas 11 por cento dos emigrantes inquiridos pretende regressar a Portugal. Sabe-se também que cerca de metade dos emigrantes reformados não tem casa própria. A conjugação dos diferentes dados indica que “os emigrantes não terão uma velhice muito folgada”, salienta o provedor da SCMP. Segundo Aníbal de Almeida, existem cerca de 600 mil portugueses com “direitos abertos” nos diferentes regimes de segurança social em França. Os emigrantes seguem, “como os franceses”, o debate actual da “reforma das reformas”, diz Aníbal de Almeida, mas, protestos à parte, “esperam o futuro resignadamente”.

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Cerca de 60 mil portugueses deixaram Espanha e estão a ir para França e Alemanha O presidente do Sindicato da Construção de Portugal disse que cerca de 60 mil trabalhadores portugueses saíram de Espanha nos últimos tempos e estão a mudarse para França e Alemanha, onde há registos de explorações laborais. “Neste momento, estamos a assistir a uma grande mobilidade de trabalhadores que estavam em Espanha. Chegámos a ter 90 mil trabalhadores em Espanha e neste momento temos cerca de 30 mil”, disse Albano Ribeiro. O sindicalista falava à Agência Lusa no Ministério dos Negócios Estrangeiros, após uma reunião com o secretário de Estado das Comunidades, António Braga. De acordo com Albano Ribeiro, são “milhares” os trabalhadores a deslocarem-se para aqueles países, onde há já relatos de abusos. “A situação mais gritante passa-se na Alemanha. Um operário qualificado português e um operário qualificado alemão com a mesma profissão, fazendo as mesmas horas, há a diferença de mil e tal euros por mês”, contou. No entanto, o presidente do Sindicato da Construção de Portugal “o mais chocante é que há 16 trabalhadores a dormirem num espaço onde cabiam cinco e a dor-

mirem em cima de esferovite”. O sindicalista sublinhou que “se não fossem as obras públicas que foram lançadas (em Portugal), a situação era muito mais gritante porque no último ano e meio criaram-se cerca de 30 mil postos de trabalho”. “Para o ano há um plano de barragens que para nós, sindicato, é extremamente importante porque assim não há tanta mobilidade”, acrescentou. Outra das questões levantadas por Albano Ribeiro prende-se com a segurança rodoviária, uma vez que “já há trabalhadores a virem em carrinhas da Alemanha para Portugal”. “Se em Espanha morreram dezenas de trabalhadores, naturalmente que aqui o cansaço é muito maior”, acrescentou. Para sensibilizar os portugueses no estrangeiro para estas questões, o Sindicato da Construção de Portugal e a Secretaria de Estado das Comunidades juntaram-se para lançar duas campanhas de alerta. “É no enquadramento dessa parceria que lançaremos duas campanhas: uma nos media, que tem por fim alertar e informar, e outra em que estamos a estudar as condições para localmente, no estrangeiro, podermos realizar

esse tipo de informação”, disse o secretário de Estado das Comunidades. Segundo António Braga, a primeira campanha vai ser lançada antes do fim do ano e a segunda será divulgada no princípio de 2011, “sobretudo na estrutura diplomática e consular e em pontos estratégicos”. Para Albano Rodrigues, estas campanhas “vão ser uma mais valia para evitar o pior”.

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Alemanha ainda não decidiu sobre extradição de alegado duplo homicida para Portugal A Alemanha ainda não tomou qualquer decisão sobre a eventual extradição para Portugal de Gunnar Dorries, suspeito de um duplo homicídio no Algarve, em Junho, disse à Lusa o advogado de defesa. Dorries, um engenheiro alemão de 43 anos, terá matado uma angolana, Georgina Zito, e a filha de ambos, de 21 meses, durante as férias que estava a passar com ambas, em Lagos. Sascha Petzold, advogado do suspeito, disse em conversa telefónica com a agência Lusa que “ainda não foi tomada nenhuma decisão sobre a extradição” pelo Supremo Tribunal Regional de Munique (OLG). O gabinete de imprensa do Ministério Público de Munique confirmou esta informação, adiantando que ainda que prosseguem as investigações contra Dor-

Gunnar Dorries, 43 anos, insiste na sua inocência, mas não revela onde está a filha. . Fotos: fonte DN. ries, que continua sem se pronunciar sobre a acusação de que é alvo. “Ainda não há nenhuma decisão sobre a extradição para Portugal”, disse à Lusa a porta voz daquela autoridade judicial, Barbara Stockinger. O advogado de defesa, por sua vez, adiantou que Dorries prefere

ser julgado na Alemanha, por causa da língua e também para que a família possa visitá-lo na prisão, se for condenado. Petzold disse ainda que a decisão do tribunal sobre uma eventual extradição “pode demorar ainda algum tempo”, porque compete ao Ministério Público apresentar o respectivo requerimento,

o que só deverá acontecer depois de concluídas as investigações. Esta declaração coincide com o que disse à Lusa o procurador público do OLG que terá nas mãos o processo, Joachim Ettenhofer. “Só depois de concluídas as investigações haverá uma decisão e, por isso, ainda não foi marcada qualquer audiência para o efeito”, esclareceu o procurador. Além disso, em caso de o tribunal bávaro se pronunciar a favor da extradição, a defesa deverá apresentar recurso, que „normalmente é avaliado num prazo curto”, adiantou Petzold. Segundo as Polícias portuguesa e alemã já apuraram, Dorries viajou para Portugal a 6 de Julho, na companhia de Georgina Zito, de nacionalidade angolana, que era residente em Estugarda, e da filha Alexandra, alojando-se com elas num hotel de Lagos. A 10 de Julho, o suspeito terá arrastado Georgina para a água na praia do Canavial, onde a afogou,

simulando um acidente, desaparecendo em seguida com a pequena Alexandra nos braços. Horas depois chegou ao hotel já sem a filha e a 13 de Julho foi para Lisboa num carro de aluguer, apanhando depois um avião para Munique.A 15 de Julho, um comando especial da Polícia alemã deteve Gunnar Dorries no seu apartamento na capital bávara, com base num mandado de captura europeu emitido pelas autoridades portuguesas. Desde então, o suspeito está em prisão preventiva na capital da Baviera e já foi interrogado várias vezes pela Polícia, mas recusa-se a revelar o paradeiro de Alexandra. Chegou mesmo a afirmar que a criança estava viva, na última vez que a viu, e que a entregou a um casal de turistas no Algarve, mas a Polícia alemã, tal como a Polícia portuguesa, que já efectuou buscas no local, sem encontrar qualquer pista, julgam que a criança deve estar morta.


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COMUNDADES-ALEMANHA

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Novo Ano Escolar:

Ensino

Sindicato dos Professores critica cortes financeiros PSD Alemanha apreensivo quanto a situação do ensino e fusão burocrática

T

eresa Duarte Soares, delegada sindical do Sindicato de Professores nas Comunidades Lusíadas, frisou ao nosso jornal que as medidas de corte financeiro e a redução do horário dos Serviços de Apoio avançadas pelo Instituto Camões atentam não só contra a qualidade do Ensino e o exercício das funções docentes, mas também o futuro, em geral, do Ensino e da Cultura no estrangeiro Cortes financeiros no esquema de remuneração dos serviços de Apoio aos Professores, da ordem dos 60 por cento, e a burocrática nomeação de Leitores para os serviços de Coordenação Regional de Educação são duas das medidas mais contestadas pela responsável sindical. Que alerta, mais uma vez, para a política de“ fuga para a frente“ posta em prática pelo Instituto Camões, de acordo com um conjunto de declarações que prestou ao P.Post. Teresa Soares desmonta a gravidade do processo implantado pela redução do horário dos serviços de apoio ao Professor. Esses docentes, aponta, „ exerciam funções extremamente importantes, tanto no plano administrativo como no respeitante aos contactos

com as autoridades escolares locais e com os encarregados de Educação, contactos esses de carácter essencial para um bom funcionamento dos Cursos , pois era da responsabilidade do professor de Apoio o trabalho Informativo destinado a angariar novos alunos, o que conduzia directamente à abertura de Novos Cursos, isto para além de zelar pelo bom funcionamento dos cursos já existentes „. „ Assim, é inexplicável por que razão decidiu o Instituto Camões reduzir drasticamente o número de horas dos referidos professores, concentrando todo o trabalho administrativo e pedagógico nas Coordenações situadas nas Embaixadas dos vários países, onde no momento se encontra apenas a coordenadora/or, por vezes acompanhado do professor de apoio que já anteriormente aí exercia funções „, precisou-nos. A delegada sindical revela-nos que, „ no caso da Alemanha, as 88 horas anteriores foram reduzidas para 27, a serem distribuídas pelos serviços de apoio nos quatro Consulados e na Embaixada, o que dá 4,4 horas semanais para cada um deles, circunstância que torna completamente impossível realizar um trabalho com um mínimo

de condições „. E critica a solução lenitiva que o I.Camões quer improvisar, indo, aponta com gravidade Teresa Soares, ao tentar „ utilizar as horas dos professores do 1°Ciclo que leccionam menos de 25 horas, podendo esses docentes trabalhar as horas restantes nos serviços de apoio„. Muitos desses professores moram longe dos Consulados e desconhecem os termos desse trabalho de base de apoio, „ deixando de lado a questão de como realizar em duas ou três horas semanais um trabalho que necessitava de 20 ou 22-chegando à ideia de utilizar as horas não-lectvas dos docentes para realização do trabalho administrativo „. A delegada sindical revela-se estupefacta com o anúncio de tais medidas, pois, garante-nos, „ não foi feita qualquer diminuição no orçamento destinado ao Ensino do Português no Estrangeiro „. Por outro lado, o I.Camões exige que os professores colocados no Estrangeiro paguem os seus Cursos de Formação. „Tal procedimento é injusto e inaceitável, além de ser de carácter discriminatório relativamente aos docentes em Portugal“, assevera. F.A.R.

Em comunicado enviado ao nosso jornal, o Partido Social Democrata na Alemanha manifestou a sua apreensão com a actual situação do ensino do português no estrangeiro, em particular na Alemanha, e lamenta que a “transferência da tutela desta área para o Instituto Camões (IC) esteja longe de alcançar as expectativas criadas”. “Com efeito, o Governo ao não dotar o IC de meios necessários para desenvolver uma correcta política em relação ao ensino do português, leva que estejam a ser tomadas decisões, que até poderão não ser propositadas mas necessárias talvez por imperativos orçamentais, na Alemanha, o encerramento dos serviços de apoio de Hamburgo e Estugarda, substituições, encerramentos .. . levam a que o início do ano lectivo esteja em muitos locais atrasado e, em alguns casos, mesmo sem professores atribuídos, apesar de estarmos em alguns Estados com 2 meses de aulas decorridos”.

O PSD Alemanha diz ainda que não perceber a razão para tal desorganização depois de ter havido tanto tempo para a planificação do ano lectivo 2010/11 que sucede a um período de alguma regularidade depois de há 2 anos se ter também vivido um momento de confusão”. Para aquele partido, “isto quer dizer que o PSD Alemanha está atento aos problemas da comunidade, desta vez ao ensino, outras vezes serão outras questões e ao contrário de outros agora que se destacam pelo silêncio, não falamos só quando há eleições para ganhar votos”. “Assim, o PSD Alemanha exige a maior atenção do Governo para esta questão do ensino da língua portuguesa e que reconsidere as decisões que tomou em ralação à Alemanha que nos parecem não vir no bom sentido e não se adequam às promessas com que o PS nos contemplou em campanha eleitoral”, conclui o comunicado.

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COMUNDADES-ALEMANHA

PORTUGAL POST Nº 195 • Outubro 2010

Permanências consulares

Dez mil portugueses na Baviera sem acesso a serviços consulares mínimos

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Nova Cônsul-Geral de Portugal em Dusseldorf quer manter diálogo estreito com todos

“As chamadas permanências consulares em Munique não servem para nada e não resolvem nenhuns problemas das pessoas”.

Quem o diz é uma fonte ligada ao consulado em Estugarda que alertou o nosso jornal para a questão, dizendo-nos que desde o encerramento do consulado honorário “há um técnico consular que se desloca de 2 em 2 meses a Munique onde permanece nas instalações da Missão Católica durante o horário de expediente com uma caneta e papel na mão, isto é, sem meios para resolver nada e nenhum problema”. A mesma fonte disse-nos que o técnico “nem telefone tem e está a olhar para as moscas durante o tempo que ali permanece”. Naquela área da Baviera residem cerca de 10.000 portugueses, número que a tal permanência consular, isto é, um funcionário com uma caneta e papel nas mãos, deveria /deve) servir. „Quando existiam as instalações do consulado honorário ainda era possível tratar de alguns assuntos, mas desde o encerramento do consulado que o funcionário não vai lá fazer nada, apenas gastar tempo e dinheiro”, dissenos a mesma fonte. Gritante é a impotência do técnico quando tem pela frente um problema grave do foro social para resolver. Sem condições técnicas, “o funcionário que se desloca do consulado de Estugarda não pode resolver um problema social medianamente grave em algumas horas e marcar de novo entrevista com o utente para daí a dois meses para continuar a

resolver um assunto que deve ter um acompanhamento permanente”, refere-nos a mesma fonte. Sem telefone, sem computador portátil, sem o mínimo de condições para atender utentes que se recorrem daquelas permanências consulares, o técnico social “está desmotivado” e, segundo a nossa fonte, “ele diz que se tem de resolver a situação ou, simplesmente, deixar de ir a Munique”. “A situação da permanência consular em Munique tem de ser resolvida e, talvez, substituída por um escritório consular ou, em alternativa, deve-se dar os meios necessários a quem se desloque do consulado para resolver in loco situações elementares”, disse-nos alguém ligado à comunidade da área. Com este problema concreto que a comunidade portuguesa na

Baviera vive, há quem já pergunte “onde estão aqueles que reuniram as pretensas quatrocentas assinaturas para o afastamento do excônsul honorário? Será que os problemas reais da comunidade não lhes interessam ? E se não é assim, porque é que não se mexem?” Estas interrogações levaram o PP a contactar um dos membros do movimento que encabeçou a luta pela substituição do cônsul honorário entretanto exonerado por suspeitas de envolvimento no famoso caso dos submarinos. Pedro Castro, arquitecto, destacado membro do movimento que patrocinou o abaixo-assinado disse-nos que estas interrogações não fazem sentido, porque “o movimento foi criado para apenas exigir a substituição do ex-cônsul”. Publicidade

No que diz respeito à prestação de serviços consulares, Pedro Castro fez questão em lembrar que “o técnico social do ConsuladoGeral em Estugarda, o sr. Rodrigues, quando se deslocava ao consulado honorário uma vez por mês também não tinha mais do que uma caneta e papel, carimbo e um tinteiro, ou seja, não houve alteração de meios para o senhor Rodrigues executar a tarefa”. Trocado por miúdos, a situação, segundo Pedro Castro, não se alterou, acrescentando que o movimento foi criado para “a substituição do consulado honorário e não para se dedicar a esses temas”, leia-se falta de serviços consulares. Pedro Castro não vê porque o movimento se deve dedicar a este tema quando ele deve ser resolvido pelas entidades responsáveis, cabendo também aos deputados a denúncia destas questões. No fundo, o que nos foi dado a entender por Pedro Castro é que o processo iniciado para a substituição do cônsul honorário (ainda não concluído) também era um processo para que a comunidade tivesse um consulado que correspondesse aos interesses dos portugueses, sendo que nestes interesses também cabem uma prestação de serviços consulares eficientes. Seja como for, facto é que os cerca de 10.000 portugueses residentes na Baviera estão impedidos de tratarem das suas questões consulares com um técnico que se desloca a Munique que nada pode fazer nem nada pode resolver. O PP contactou a Secretaria de Estado das Comunidades, mas até ao momento de fecho de redacção não foi possível obter uma resposta sobre este assunto. MS

O posto consular em Düsseldorf tem nova Cônsul desde o passado dia 1 de Setembro. Trata-se de uma senhora de nome Maria Manuel Durão que vem substituir o ex-cônsul que foi exonerado pelo Secretário de Estado das Comunidades. Numa curta declaração ao PORTUGAL POST, a nova Cônsul aproveitou para “saudar todos os portugueses residentes na área de jurisdição do Consulado-Geral em Dusseldorf e o movimento associativo”. A cônsul também manifestou a sua disponibilidade e empenho “no sentido da continuação da melhoria do serviço público consular, bem como da consolidação do ensino da língua portuguesa, de uma maior visibilidade e divulgação da nossa cultura”. Maria Manuel Durão tem 46 anos e já exerceu um cargo na Missão Permanente de Portugal junto da UNESCO emParis, entre 1995 e 2000, e foi cônsul em Lille, de 2000 a 2004.


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COMUNIDADE - ALEMANHA

PORTUGAL POST Nº 195 • Outubro 2010

Comunidade em Hagen discute fusão das associações locais

Estugarda Um gesto de solidariedade

A

Com a evolução dos tempos, o Homem vem transformando a Natureza sem se aperceber dos estragos. Por sua vez, a Natureza reage a esta transformação com uma grande revolta que acaba por apanhar o Homem desprevenido. Um exemplo bem marcante aconteceu no início deste ano, atingindo a nossa bela Ilha da Madeira, fazendo com que muita gente ficasse apenas com a roupa que trazia vestida, perdendo assim o “trabalho e as poupanças de uma vida”! De imediato se manifestou a solideriedade, não só em Portugal mas também em todos os cantos do Mundo, principalmente onde se encontram portugueses. Foi o que aconteceu em Baden Württemberg, onde vários Ranchos Folclóricos e e grupos da comunidade local, se uniram e realizaram uma festa portuguesa em Weillimdorf – Stuttgart, angariando a quantia de 2850,00 Euros, a qual foi depositada numa conta do Banco BPI Madeira. Mais uma vez muito um obrigado a quem participou, pois cada um colaborou da melhor maneira possivel. Tudo de bom para todos Vós e nunca se esqueçam que a qualquer momento, todos nós podemos precisar! Piedade Frias

Associação Portuguesa Cultural de Hagen tentou, através de uma iniciativa do seu presidente, Luís Martins, a fusão das agremiações associativas na cidade de modo a formarem uma única associação porque, no dizer do autor do projecto, “há muitas forças dispersas e não se entende que, num momento em que as associações se debatem com um crise em que a falta de recursos humanos (gente para trabalhar) se faz sentir , as associações não pensem a união”, disse-nos Luís Martins. O projecto de fusão das agremiações lusas em Hagen vem sendo trabalhado desde há um ano para cá. O seu processo tem sofrido recuos e avanços e, depois de uma nova insistência de Luís Martins, quando tudo indicava que as coisas estavam no bom caminho, eis que há um novo recuo devido à desistência de um grupo, o Sporting Clube de Hagen. Convidados para se unirem numa só associação, que teria o nome União Portuguesa Cultural e Desportiva de Hagen e.V., foram a Associação Portuguesa de Hagen, o Rancho Folclórico de Portugal em Hagen, o Sporting Clube de Hagen e o Grupo Etnográfico Coração do Minho. O autor do projecto de fusão tinha já apresentado local para nova sede “com parque de estacionamento para 810 Autocarros e dezenas de viaturas, e espaço suficiente para grelhar, organizar festas etc, cujas

Luís Martins, ao centro, acompanhado de alguns elementos da direcção da APH. Foto: Cortesia Der Westen

instalações têm uma área aproximada de 2000 metros quadrados”. Para já as duas únicas agremiações dispostas a ir para a frente são a Associação Portuguesa de Hagen e o Rancho Folclórico Português de Hagen. Quanto ao grupo folclórico Coração do Minho, ainda não tinha dado resposta até ao momento do fecho de redacção desta edição do PP. Na conversa que o PP manteve com Luís Martins, este disse-nos que também a Missão Católica Portuguesa já se mostrou favorável à ideia, “mas ainda não nos transmitiu a sua resposta”. Esta ideia de unir as colectividades e grupos em Hagen tem sido motivo de discussões com prós e contras entre os portugue-

ses residentes naquela cidade. Um dos aspectos positivos foi a discussão que a Associação (a força motor do projecto) lançou junto dos sócios os sócios de todas as agremiações através de um fórum na internet. O ponto de situação sobre esta questão faz-nos Luís Martins ao dizer que vai mais uma vez insistir com os restantes grupos e mostrar-lhes das vantagens da união, “mas se as coisas continuaram como até aqui, isto é sem os outros mostrarem interesse, desisto”, referiu-nos aquele dirigente associativo. Ciosos da sua identidade e dos seus interesses, o processo de fusão junto de todos os grupos terá de ser conduzido com paciência e diplomacia. Luís Martins fornece a todos

os responsáveis e sócios das restantes colectividades um argumento de peso para defender a sua ideia: “Há uma associação, dois grupos de folclore; há um clube desportivo e ainda pequenos locais. Com esta dispersão não se vai a lado nenhum, tanto que quando se recorre a apoio do Estado dizem-nos que não porque acham que estamos bem com tantas casas abertas, caso contrário não seriamos tão dispersos, por isso pensei na união”. Agora tudo está na mão daqueles que têm as rédeas das colectividades e grupos da comunidade de Hagen. O futuro dirá se se prefere a dispersão à união com tudo o que isso possa importar para a vida associativa e recreativa de uma comunidade com cerca de 1200 membros. MS

Participe no Fórum sobre a fusão das associações portugueses e fique a saber dos prós e dos contras sobre a proposta de fusão das várias associações, clubes e ranchos em Hagen. http://associacao-pt-hagen.xphpbb.com/viewforum.php

Associação Luso-Alemã realiza este mês a sua reunião anual e Groß-Umstadt

Herald Keink, presidente da DPG, com o Embaixador de Portugal em Berlim aquando da última assembleia-geral

A Associacão Luso-Alemã (Deutsch - Portugiesische Gesellschaft e.V.(DPG) está a preparar a sua Assembleia-Geral anual desta vez a realizar em Groß-Umstadt entre os dias 22 e 24 deste mês. A DPG é, como se sabe, uma associação com quatro décadas e meia de existência; conta com cerca de mil associados organizados numa estrutura federativa e que tem sede nacional na capital alemã. Herald Keink, presidente da

DPG, disse ao PP que os preparativos para reunião anual da associação estão a correr “muito bem”, acrescentando que a reunião contará com uma elevada adesão dos sócios que acorrerão a Groß-Umstadt para participar np plenário e assistir a um programa cultural e recreativo organizado pelo Clube Operário Portugûes (COP), onde, de resto, acontecerá a reunião da DPG. Mais informações: Telefon: 030 -437 237 59

Dixit

Fusão de Associações Prós e Contras

Ola Pessoal, foi por casualida-de que encontrei este Forum, e fiquei muito contente porque residi muitos anos nessa zona de Hagen.É de louvar a ideia de uma junção das Colectividades, mas em contrapartida acho que fai ser mais uma tentativa ao vento.Quem conhece bem o Português sabe que e um povo muito preveligiado por si proprio, não consegue reconhecer erros que comete e até nunca tem culpa, são sempre os outros a quem retribui os erros por si proprio cometidos.Quando está bem, os outros que se lixem, quando esta mal pede ajuda a este e a todos.A moral de trabalho, sendo esta paga,e de muito alto nivel, mas de borla...o trabalho vai-te embora. Isto e só um pequeno desabafo, desejo que se unam todos e seijam unidos com força, mas até la ainda a muito a caminhar ou seija quase um percurso infinitivo.Não consegui entender quando estive na Alemanha qual a intensão der haver varias Colectividades a lutar uma contra a outra, exemplo um Clube muito bem visto, ainda hoje esta na Net: os LUSOS FC que foi por agua abaixo por causa dos SOCIOS estes é que são totalmente os responsáveis por uma boa funcionação de um Clube, e não como muitos pensam que e tarefa somente da direção,se o não fizerem iram igualmente todas as actuais colectividades por agua abaixo não demorando muito.Pensem e reflectem bem. Boa sorte a todos Zé Portuga In http://associacao-pt-hagen.xphpbb.com/viewforum.php

Gostas de folclore e queres integrar um grupo? Após um ano de paragem, o grupo de folclore O Etnográfico de Solingen voltou aos palcos para reiniciar uma longa e rica actividade. Considerado em tempos um dos melhores grupos de folclore lusa na Alemanha, O Etnográfico quer voltar a ser o que era e está a preparar-se para voltar à ribalta. Para já, o grupo procede à recolha de novos elementos que queiram integrar o grupo e, desta maneira, ficarem ligados a Portugal através de uma importante forma da cultura popular e etnográfica do nosso país. É assim que, através do nosso jornal, o presidente d‘ O Etnográfico faz um apelo a rapazes e raparigas que queiram integrar o grupo para contactarem o grupo através dos seguintes contactos: Inf: oetnografico-sg@freenet.de Tel:0212/2472536 Os ensaios são aos Domingos das 15h00 às 17h30.


COMUNIDADE - ALEMANHA

PORTUGAL POST Nº 195 • Outubro 2010

Segundo o Sindicato dos Professores nas Comunidades Lusíadas

Ensino tem nova responsável pela Coordenação

Professores na Alemanha sem assistência médica

Sílvia Melo-Pfeifer sucede a Antonieta Mendonça

O Sindicato dos Professores nas Comunidades Lusíadas (SPCL) alertou que, pelo quarto ano consecutivo, os professores na Europa iniciaram o ano escolar sem assistência médica garantida devido a atrasos do Governo. “Na Europa, os professores têm de mandar para a ADSE um impresso preenchido, que a ADSE tem de autenticar e carimbar e enviar de volta. Com esse impresso, vamos às caixas médicas estatais dos países onde estamos e recebemos o cartão com o qual temos acesso a todos os cuidados médicos”, explicou a secretária geral do SPCL, Teresa Soares. Segundo a professora, esse impresso que tem de ser entregue

todos os anos ainda não foi reenviado para os professores. “Infelizmente, e isto já dura há quatro anos, a ADSE não envia atempadamente esse impresso”, afirmou. Alertando que “há pessoas com operações marcadas, professoras em fim de gravidez e pessoas que precisam de medicamentos com regularidade”, a sindicalista sublinhou que “se alguém tiver um acidente e tiver de ir às urgências está numa situação muito problemática porque, por exemplo na Alemanha, se não tiver seguro de saúde simplesmente não tem acesso a cuidados médicos ou então tem de pagar tudo do seu bolso”. Teresa Soares disse que os

professores na Alemanha, onde lecciona, enviaram os impressos para a ADSE em Julho e ainda não os receberam. A justificação que diz ter recebido do Instituto Camões, que tutela o Ensino do Português no Estrangeiro, é a de que “a funcionária que se ocupa deste trabalho estava de férias e só voltava a 13 de setembro”. A sindicalista calcula que estejam cerca de 500 professores nesta situação. O PP contactou a Coordenação de Ensino em Berlim , mas não foi possível obter uma resposta porque “ o ensino estava em reunião” e o Conselheiro de Imprensa de férias.

Comunistas portugueses na Alemanha críticos em relação ao que se passa no ensino “A retirada dos cinco professores de apoio dos consulados e o não reinício do ano lectivo em várias localidades resultam do agravamento da ofensiva desencadeada nos últimos anos por vários governos do PSD e do PS”, diz um comunicado do Organismo de Direcção dos Comunistas Portugueses Residentes na Alemanha. Alertando a comunidade para aquilo que diz ser „uma intensificação da ofensiva do Governo contra o ensino do português no estrangeiro”, os comunistas portugueses na Alemanha acusam os Governos do PS-Sócrates e com a acção do SECP António Braga de „insistir em prosseguir uma política contra o ensino cujos resulta-

dos desastrosos estão agora à vista”. O comunicado do PCP diz que “as medidas são impostas” pelo Governo “sem consultar o CCP e que comportaram até agora a aprovação do Regime Jurídico do Professor, a escola virtual, a passagem da responsabilidade do ensino junto das comunidades para o Instituto Camões (instituição vocacionada para o ensino a estrangeiros), a fragilização da situação profissional dos professores obrigando muitos dos mais competentes a regressar a Portugal ou a aceitar leccionar outras matérias nas escolas alemãs - têm conduzido a uma quebra brutal do número de alunos nos cursos de

língua materna”, reza o comunicado dos comunistas. “Se em 2001 em toda a Alemanha, ainda frequentavam os cursos de português (língua materna) 8.341 alunos, hoje esse número baixou para 5.263. Trata-se de uma quebra impressionante de quase quarenta por cento correspondente a 3.168 alunos”, divulga o PCP. Por tudo isto, os comunistas portugueses residentes na Alemanha “apelam à Comunidade Portuguesa para que apoie todas as iniciativas de luta e de resistência que possam contribuir para salvar e garantir aos nossos filhos à aprendizagem da sua língua materna e nacional”.

GENTE TERESA SOARES, professora e secretária-geral do Sindicato dos Professores nas Comunidades Lusíadas (SPCL), é a personalidade eleita deste mês para esta rubrica por tantas e boas razões. Uma delas não deixa de ser a sua actividade sindical não apenas em defesa da classe que representa, mas como também em defesa de um bom funcionamento dos cursos de língua e cultura portuguesas. Professora a leccionar neste momento na região de Nürnberg, Teresa Soares possui um conhecimento e experiência de muitos anos como mais ninguém das necessidades no que diz respeito ao ensino da nossa língua e cultura aqui na Alemanha. Tínhamos até quase a certeza que Teresa Soares poderia assumir o cargo de Coordenadora de Ensino na Alemanha, o que não veio a acontecer. Em vez de tal, o IC (Instituto Camões) fez deslocar de Portugal uma Coordenadora que vai precisar de conhecer os cantos à casa (e a língua) até entrar nos eixos.

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Sílvia Melo-Pfeifer

A Coordenação do Ensino Português na Alemanha conta desde 1 de Setembro com uma nova responsável, sendo a primeira nomeação desde que o EPE transitou para a tutela do Instituto Camões (IC), em Fevereiro passado. Assim, a nova Coordenadora, Sílvia Melo-Pfeifer, sucede a Maria Antonieta Mendonça que exerceu o cargo de 2007 a 2010. Sílvia Melo-Pfeifer, com 32 anos de idade, é licenciada em Ensino de Português e Francês e doutorada em Didáctica de Línguas, tendo desenvolvido o seu projecto de pós-doutoramento no âmbito da Didáctica de Línguas e Tecnologia Educativa. Dias depois de ter iniciado funções, Silvia Melo-Pfeifer, que é casada com um cidadão alemão, o PORTUGAL POST colocou uma primeira questão da não colocação de professores nas cidades de Essen, Krefeld e Wuppertal que, disse-nos, estava em vias resolução. Durante a conversa que manteve com o PP, a nova Coordenadora disse ainda que a sua preo-

cupação logo que assumiu funções foi estabelecer contactos com escolas e professores. Sobre o modo como vai exercer o cargo, Sílvia Melo-Pfeifer sublinhou a preocupação que terá em “gerir a comunicação com os professores e, simultaneamente, abrir canais de comunicação para a comunidade”, nomeadamente através da criação de uma página na internet, com um Bloge para as pessoas puderem participar e comunicar. Sobre os conteúdos da dita página na net , Silvia MeloPfeifer foi dizendo que a informação terá a ver com legislação, festividades, actividades e informações gerais. Também nos revelou que está a pensar criar um “jornal pequenino para divulgar os trabalhos dos alunos”. Sublinhou que a comunidade deve ter uma participação activa, isto é, mostrar que está atenta aos problemas da Coordenação, e que possa criticar mas que, por outro lado saiba também apresentar propostas, porque o ensino da língua é um bem comum.MS

Dia da Porta Aberta no Max-Planck-Gymnasium, Dortmund Como já é habitual, vai-se realizar também este ano um Dia da Porta Aberta para pais e alunos interessados no Max-Planck-Gymnasium, Ardeystr. 70-72, 44139 Dortmund ( junto ao estádio Signal-Iduna) sábado, dia 20 de Novembro, das 9 às 14 horas O Max-Planck-Gymnasium é o único Gymnasium em NRW que oferece Português como ensino integrado para alunos luso-descendentes, alunos de países de expressão portuguesa, de famílias bilingues e também para todos os alunos interessados. No Max-Planck, Português é - desde há 30 anos uma disciplina de opção para alunos lusófonos a partir do 5°ano de escolaridade - desde há alguns anos língua estrangeira para alunos do secundário (Sekundarstufe II) - a partir deste ano lectivo, língua de opção no 8° ano. Para os alunos lusodescendentes e lusófonos existe um projecto de apoio com longa tradição. Vimos por isso convidá-los a fazer, no Dia da Porta Aberta, uma visita à escola para ter a oportunidade de conversar com as professoras sobre o futuro escolar dos seus filhos e conhecer a escola. Cá os esperamos e… não hesitem em perguntar! Contacto: Professora Margarida de Lima, tel. 0231 730019


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ENTREVISTA

PORTUGAL POST Nº 195 • Outubro 2010

Vice-Cônsul em Osnabrück pensa iniciar permanências consulares em Bremerhaven Manuel Silva, Vice-Cônsul de Portugal em Osnabrück (na foto ao lado), deslocou-se em Agosto último à cidade de Bremerhaven para participar na abertura oficial da regata de veleiros de grande porte, a conhecida “Sail Bremerhaven” a qual contou com a participação de 240 veleiros, tendo Portugal sido representado pelo navio histórico “Santa Maria Manuela”. Tendo conhecimento dessa deslocação à cidade de Bremerhaven, o PP endereçou quatro perguntas ao chefe do posto consular em Osnabrück sobre visita e ainda sobre o encontro com alguns empresários portugueses sediados na cidade de Bremerhaven.

PP: Tivemos conhecimento da sua participação no evento “Sail Bremerhaven”, realizado sob o patrocínio da chancelar alemã Angela Merkel. MS: Foi com todo o gosto que participei no evento, no qual a senhora Chanceler se fez representar pelo senhor Ministro do Interior. Entre os mais de 240 veleiros tínhamos o navio histórico “Santa Maria Manuela”, a quem a organização concedeu um lugar de destaque ao colocar logo no inicio do cais, facto bem representativo da presença portuguesa em Bremerhaven. PP: Soubemos que o senhor aproveitou a sua estadia em Bremerhaven para visitar alguns empresários portugueses. Qual foi o motivo do encontro? MS: Trocar, sobretudo, impressões, com os empresários portugueses permite inteirar-me melhor dos problemas que afectam os portugueses e portuguesas residentes em Bremerhaven. Por isso visitei os escritórios do Senhor Neiva dos Santos da BKM, o estabelecimento DAVID e uns jovens empresários. Tive ainda um encontro inesperado com a equipa de futebol lusa daquela cidade, a qual subiram à liga distrital. É bom ver os jovens portugueses organizados e a praticarem desporto, tanto mais por se destacarem pela qualidade, como é o caso da equipa lusa do Sport Club Sparta Bremerhaven. PP: Em poucas palavras, como retrata a comunidade lusa daquela cidade? MS: Bremerhaven é uma das

cidades um número considerável de portugueses. Infelizmente, desde há alguns anos para cá, é uma cidade com uma elevada maior taxa de desemprego (cerca de 16%), o que afecta a comunidade portuguesa local. Fica si-

tuada a 200 km do posto consular e lá residem cerca de dois mil portugueses, muitos deles com dificuldades financeiras. PP: Tivemos conhecimento que os responsáveis do “Clube de de Trabalhadores Portugueses em Bremerhaven”, bem como vários empresários portugueses, lhe dirigiram um pedido, solicitando que o Vice-Consulado viesse a efectuar permanências consulares na cidade de Bremerhaven, uma vez que residem a mais de 200 km do posto consular e as deslocações ao Vice-Consulado são muito dispendiosas. Confirma? MS: Este Vice-Consulado conta na verdade com uma área de jurisdição muito extensa e, como referiu, é vontade da Comunidade Portuguesa que se realizem per-

manências consulares na cidade de Bremerhaven. A minha deslocação à cidade de Bremerhaven teve ainda por objectivo inteirarme das possibilidades existentes para tais permanências consulares. Temos de avaliar bem se as mesmas produzam o efeito desejado, pois a execução de muitos actos consulares obrigam à presença no posto consular, como p. ex. a emissão do Cartão de Cidadão, do Passaporte, etc.. PP: Quer isso dizer que a Comunidade Portuguesa vai ver o seu pedido indeferido? MS: Não posso antecipar qualquer decisão, pois encontro-me a avaliar a situação. Asseguro, no entanto, à comunidade portuguesa de Bremerhaven que tudo farei para – com as possibilidades humanas e financeiras de que disponho – lhe prestar o melhor apoio. Uma palavra para o facto de

a comunidade contar na cidade de Bremerhaven com o programa de rádio, todos os domingos, onde há meses estive durante hora e meia a responder às questões que os ouvintes colocavam. Foi uma experiência enriquecedora e muito bem recebida pela comunidade portuguesa. Conheço a realidade vivida na cidade de Bremerhaven, e tudo farei para satisfazer os seus anseios. Presentemente estamos a ponderar realizar-se uma nova deslocação à rádio portuguesa de Bremerhaven, onde responderei em directo às questões que me queiram colocar, assim como uma ida ao Clube dos Trabalhadores Portugueses, onde poderemos atender, individualmente, todos os portugueses que queiram esclarecer alguns assuntos do seu interesse. MS

A equipa lusa do Sport Club Sparta Bremerhaven posou para o PP com Manuel Silva ao centro.

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A NOSSA HISTÓRIA

PORTUGAL POST Nº 195 • Outubro 2010

Pintor António Varatojo expõe em Rheine

(Foto: Dierkes) Cortesia: Münsterländische Volkszeitung

Alguns especialistas dizem que é o único artista que pode dar vida à luz negra. Mesmo que assim não seja, facto é que António Varatojo parece ter uma propensão para trabalhar com cores escuras. Mas, e contrariamente ao que se possa pensar, as pinturas de A. Varatojo não são ameaçadoras nem geram medos, “na melhor das hipóteses outras impressões”, dizem alguns críticos

de arte. A exposição deste artista, que nasceu em Leiria, cidade geminada com Rheine, estará patente até 6 de Outubro nas instalações da sede principal do Sparkasse, em Rheine. Ali, o artista apresenta 29 imagens de grande formato numa exposição organizada pela associação de geminação Rheine-Leiria.

Assim, “tal como Lisboa, Coimbra, Berlim, também Rheine se orgulha de estar no itinerário do António Varatojo”, recordou um dos responsáveis pela iniciativa de trazer o artista português à pequena cidade de Rheine no dia da inaguração da exposicão. A exposição decorrerá até 6 de Outubro, de segunda a sexta das 8h30 às 16h30 Clock, na KardinalGalen-Ring 33, Rheine.

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PORTUGAL POSTNº 195 • Outubro 2010

Directório Empresarial Luso-Alemão

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praz-nos anunciar aqui a publicação de uma segunda edição de um Directório Empresarial Luso-Alemão já está à venda nos quiosques onde se compra o PP. O Directório divulga os contactos elementares de algumas centenas de empresas de portugueses e lusos descendentes na Alemanha e constitui, sem dúvida, mais uma prova da capacidade da nossa editora no campo das publicações úteis à comunidade lusa e não só. Esta segunda edição, muito diferente na sua forma e conteúdo quando comparada com a segunda, é o ponto de partida para uma periodicidade que queremos mais curta. Em termos concretos, queremos passar a editar esta publicação uma vez por ano com as devidas actualizações e respectivas alterações ditadas pelo tempo. De carácter bilingue, o Directório Empresarial Luso-Alemão conta, para além da divulgação dos contactos das empresas, depoimentos de alto nível, destacando-se um prefácio do Ministro da Economia, Inovação e do Desenvolvimento de Portugal, Vieira da Silva, que louva a iniciativa da Portugal Post Verlag. Também o Presidente da Federação de Empresários Portugueses participa com um texto, referindo que a iniciativa da Portugal Post Verlag “servirá como amostra da diversidade, potencialidade e capacidade da nossa comunidade, mas também como ferramenta de comunicação, de cooperação e construção da ponte económica, cultural e espiritual entre Portugal e Alemanha”. Estamos certos que esta iniciativa representa uma mais-valia não apenas para as empresas que procuram contactos para parcerias ou negócios, como ainda para o comum dos utilizadores que encontrarão nesta publicação informação de interesse muito útil. O Directório pode ser adquirido por telefone, fax ou e-mail dirigido à nossa editora: O Directório pode ser adquirido por telefone, fax ou e-mail dirigido à nossa editora: Email: correio@free.de - Tel.: 0231 – 83 90 289 - Fax: 0231 – 83 90 351 Burgholzstr.43 44145 Dortmund Ver preço na página 24

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LIVROS

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Sarrazin e o livro “Deutschland schafft sich ab”

Os muçulmanos, os bons e os outros Cristina Krippahl

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poeira levantada pelo famoso caso «Sarrazin» voltou a assentar, altura ideal para tentar um balanço do sucedido. Quando estalou a polémica, a imprensa alemã, dos conservadores «Bild» e «FAZ» ao liberal «TAZ», caiu em cima do ex-senador berlinense das Finanças e, na altura, membro do conselho de administração do Banco Central Alemão, Bundesbank. Políticos de todas as cores partidárias, ou seja, da chanceler Merkel e do Presidente Wulff ao líder do SPD, Sigmar Gabriel, ventilaram a enorme indignação suscitada pelas afirmações do social-democrata Sarrazin (curiosamente o nome deriva da palavra «sarraceno»), famoso pela sua «cruzada» anti-imigração muçulmana na Alemanha. Merkel e Wulff juntaram forças para expulsar Sarrazin do Bundesbank, um procedimento que pôs em causa a muita badalada independência daquela instituição, e que poderá vir a ter consequências negativas para as ambições do governador do «Buba», Axel Weber, de suce-

der a Jean-Claude Trichet à frente do Banco Central Europeu. O SPD não ficou atrás: anunciou de imediato um processo de expulsão de Sarrazin das suas fileiras, antes mesmo de lhe ter dado o direito de se explicar aos grémios do partido, violando um princípio considerado um dos pilares do sistema político alemão: a democracia interna dos partidos. Mas eis que senão: o susto! Os inquéritos instantâneos levados a cabo junto de leitores e eleitores quando o debate ainda estava ao rubro, revelaram que a maioria dos alemães acha que Sarrazin tem razão: 51% dos inquiridos numa sondagem representativa defendem que grande parte dos muçulmanos e turcos neste país não são capazes, nem querem, integrar-se. Apesar do manifesto disparate desta afirmação, a imprensa travou com tanta força que até se ouviu chiar: num ápice, Sarrazin

passou de «mau da fita» a vítima a quem queriam vedar o «direito à livre expressão». Os políticos, passou a ler-se, é que não compreendiam «os anseios do eleitor». Afinal estamos em tempos de crise e os meios de comunicação não querem perder clientes por coisas de somenos importância como a idoneidade de uma posição coe-

rente e consequente e a simples defesa dos factos. Já para os políticos, a mudança abrupta de rumo apresentava-se mais difícil: aqui o cidadão está mais atento às manobras de

expediente político. Mesmo assim, o Presidente Wulff, que dias antes exigira a expulsão de Sarrazin do Bundesbank, começou a assobiar para o lado como se não fosse nada com ele, e a empurrar as responsabilidades da decisão – que implicava um processo jurídico complicado de desfecho muito incerto – para cima de outros. Foi aplicada uma pressão enorme sobre o Sarrazin, que acabou por se demitir. E o SPD provou novamente a sua elasticidade moral, bradando de repente por uma «política de imigração mais rígida», porque não há nada como um pouco de demagogia para manter os poucos eleitores que ainda tem, agora que as intenções de voto o colocam à altura do Partido dos Verdes. Os portugueses na Alemanha dirão talvez que tudo isto não nos diz respeito. Afinal, até Sarrazin atesta aos imigrantes de Portugal e da Espanha uma integração con-

seguida. Parece-me que qualquer um de nós pode prescindir lindamente dos atestados paternalistas de bom comportamento de alguém que acha que os judeus têm «um gene próprio», revelando uma profunda ignorância da mais elementar genética e a perenidade de antigos preconceitos ainda muito mal digeridos, meia dúzia de décadas após um dos mais terríveis genocídios na História do mundo. Mas mais repugnante ainda é a tentativa de «dividir para reinar», criando fossos entre imigrantes de primeira e de segunda. Como se não bastasse neste país ser tratado como cidadão de segunda até quem tem a nacionalidade alemã, se por algum «azar» os seus pais não são «puros-sangue». E perante a enorme capacidade de quem manda de «adaptar» o seu procedimento aos preconceitos generalizados quando a ordem do dia é angariar votos, quem nos garante que não seremos o próximo alvo? A solidariedade com aqueles que hoje são falsamente acusados de todos os males de que padece a sociedade impõe-se, por isso, não apenas por princípio, mas até por uma questão de auto-defesa. Publicidade


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KULTUR

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Geschichten aus der Geschichte

Fernão Mendes Pinto. Der portugiesische Marco Polo Joaquim Peito

ls geschichtsinteressierte Person führe ich ständig „zeitungebundene” Recherchen durch. Heute habe ich mich entschlossen, über den portugiesischen Seemann und Händler, Abenteurer und Vagabunden, Dieb und Piraten, Reisenden und großen Pilgerer, Entdecker und Schreiber des 16. Jahrhunderts zu schreiben, Fernão Mendes Pinto. Was sonst fehlte diesem Zeitgenossen Camões’? In einem einzigen Leben fasste er das Abenteuer der Portugiesen in ihrem orientalischen Reich zusammen. Er nahm an der ersten portugiesischen Expedition teil, der es gelang, 1543 Japan zu erreichen, womit er einer der Verantwortlichen für die Einführung der Feuerwaffen in jenem Land war. Es ist nicht möglich, auf einem begrenzten Raum sein komplettes Porträt zu zeichnen. Aber wir können wenigstens an ihn erinnern. Für uns heutzutage ist Fernão Mendes Pinto untrennbar als Autor mit der fabelhaften Reiseerzählung “Peregrinação” („Pilgerreise”) verbunden, einem Klassiker nicht nur der portugiesischen, sondern auch der Weltliteratur, in dem der Autor seine Abenteuer gen Orient erzählt und noch mehr. Das Werk ist außerdem eine Kritik an der Gesellschaft seiner Zeit, eine Anzeige der praktizierten Ungerechtigkeiten, ein wahrhaftiges nationales Geständnis. Fernão Mendes Pinto wurde 1509-11 (oder 1514) in der Kleinstadt Montemor-o-Velho in den Schoß einer zahlreichen Familie geboren (das Ehepaar wird zwischen fünf und sechs Kinder gehabt haben). Genau wie die Gesamtheit der sozialen Klassen mit geringerer wirtschaftlicher Kapazität war sie Schwierigkeiten ausgesetzt, die 1521 besonders schwerwiegend waren, wegen der Dürre, die sich über das gesamte Land ausbreitete und dazu führte, dass die Ernten dieses Jahres katastrophal waren (Frei Luís de Sousa). Unter diesen Umständen und um ihm eine Flucht aus dieser Situation zu ermöglichen, entschied sich ein Onkel von ihm, nach dem Muster dessen, was mit äußerst vielen anderen portugiesischen Einwohnern der Provinz geschah, den Neffen nach Lissabon zu bringen, wo er ihm zu einer bescheidenen Anstellung im Haus des Herzogs von Aveiro, Sohn des Königs D. João II, verhalf.

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Das große Abenteuer

1537 brach er im Alter von 26 nach Indien auf, um sich mit seinen beiden Brüdern zu treffen. Gemäß den Berichten aus seinem berühmten Werk, “Peregrinação”, er erst viel später, zu Beginn des Alters, schreiben sollte, war es während einer Expedition ins Rote Meer, dass Mendes Pinto an einer Seeschlacht gegen die Ottomanen teilnahm. Er wurde gefangen genommen, an einen Griechen und von diesem an einen Juden verkauft, der ihn nach Ormuz brachte, wo er von Portugiesen freigekauft wurde. Er begleitete Pedro de Faria nach Malakka, das er zum Ausgangspunkt seiner Abenteuer machte, und befuhr über eine Dauer von 21 bewegten Jahren die Küsten Myanmars, Siaos, der Sunda-Inseln, der Molukken, Chinas und Japans. Auf einer seiner Reisen in dieses Land lernte er S. Francisco Xavier kennen, und beeinflusst von dessen Persönlichkeit entschloss er sich, den Jesuiten beizutreten und eine jesuitische Mission in Japan zu fördern. 1554 ging er, nachdem er seine Sklaven in die Freiheit entlassen hatte, ging er als Jesuiten-Novize und Botschafter des Vize-Königs, D. Afonso von Noronha, nach Japan. Diese Reise stellte eine Enttäuschung für ihn dar, sei es wegen des Verhaltens seines Begleiters oder wegen dessen, was mit dem Verhalten der Jesuiten selbst zu tun hatte. Verärgert verließ er den Orden unter unklaren Begleitumständen und kehrte aus Indien kommend 1558 nach Portugal zurück. Mit der Hilfe des Ex- Gouverneurs von Indien, Francisco Barreto, schaffte er es, beweiskräftige Dokumente über seine für das Vaterland erbrachten Opfer zu erhalten, die ihm das Recht auf eine Pension gaben, die er nie erhielt. Desillusioniert ging er nach Vale de Rosal in Almada, wo er sich bis zu seinem Tod aufhielt und wo er zwischen 1569 und 1578 das Werk, das er uns vermachte, seine unerreichte “Peregrinação”, . Zu seiner Veröffentlichung kam es erst 1614, 20 Jahre nach dem Tode des Autors. Man fürchtet, dass das Original Veränderungen erlitten hat, entweder durch den Verleger, oder die Zensur, oder die Jesuiten. Er hinterließ uns einen derart fantastischen Bericht dessen, was er erlebte, dass man für lange Zeit nicht an seine Wahrhaftigkeit glaubte. Dem Autor wird von einigen Übertreibung und Fantasie vorgeworfen, wie es der Ausspruch gut zeigt, durch den sein Name bekannt wurde: „Fernão, mentes? Minto!“ - „Fernão, lügst Du? Ich lüge!“ Tatsächlich war der Mann ein großer Schreiber, ein wunderbarer Geschichtenerzähler mit einem lebendigen und frischen Stil, mit Sinn für Humor und psychologischem Scharfsinn, einer tadellosen Kritikfähigkeit (was die Selbst-

kritik miteinschließt) und einem exakten Begriff von Spannung. Portugal zeigte sich die Öffentlichkeit eigentlich nicht begeistert, obwohl es vorangegangene Ausgaben in großen zeitlichen Abständen gegeben, aber im Ausland vervielfältigten sich die Ausgaben. Das Buch wurde ins Spanische, Französische, Niederländische, Englische und Deutsche übersetzt, ein wahrhaftiger internationaler Erfolg. Wenn man den Kontext der Schreibung analysiert, so muss man festhalten, dass Fernão Mendes Pinto ein Zeitgenosse des Beginns der portugiesischen überseeischen Expansion und der widersinnigen internen Dekadenz, die den lusitanischen Boden heimsuchte, war. Er kam so weit, die Vereinigung Portugals mit Spanien unter der Regentschaft Filipes II von Spanien (1556-1598) mitzuerleben. Trauriges Leben Als Fernão Mendes Pinto am 22. September 1558 nach Lissabon zurückkehrte, kam er mit der Hoffnung auf ein unbeschwertes Alter. Die Regentin, Dona Catarina, wies in an, mit seinem Offizier zu sprechen, der ihn „mit schönen Worten und besseren Hoffnungen, als ich damals schon lange sicher hatte“ über eine Dauer von vier Jahren auf dem Trockenen sitzen ließ, ohne etwas neues über die Pension zu erfahren, die er erbeten hatte. Fernão war ziemlich desillusioniert und verdrossen. Er heiratete D. Maria Correia Brito, machte sich auf, um auf dem Landgut von Pragal, nahe Almada zu leben, wo er zwei Töchter bekam, denen er die “Peregrinação” , die er zwischen 1569 und 1578 aus dem Gedächtnis verfasste. Nahezu alles, was man über das Leben, des Autors weiß, gründet sich auf das Werk, “Peregrinação”, vornehmlich autobiografisch ist. Er war eine wichtige und respektierte Person in der Gegend, in die er sich flüchtete: Zweimal wurde er zum Richter gewählt, und er übte administrative (bezahlte) Funktionen in Krankenhäusern aus, die mit der (Kirche der) “Misericórdia” („Barmherzigkeit“) waren. 26 Jahre nach der Heimkehr wurde Fernão endlich eine Pension zugesprochen. Es wurde ihm von Filipe I eine jährliche Pension (in Form von Weizen) erteilt. Sie hatte keinen Wert für ihn, da er kurz darauf, am 08. Juli 1583, starb. Nach seiner Beisetzung unterließen es die dortigen Zensoren, das Buch desjenigen Portugiesen zu veröffentlichen, der die Kunst des Selbstmitleids von Allen am Besten beherrschte. Log er oder nicht?

Publicidade Genauso wie es mit Marco Polo geschah, stellte sich letztendlich heraus, dass Fernão Mendes Pinto nicht so hervorragend gelogen haben wird. Es ist offensichtlich, dass nicht alle Informationen, die er gibt, exakt sind. Man weiß übrigens nicht, ob er sich während er gen Orient unterwegs war Notizen gemacht oder vollständig aus der Erinnerung geschrieben hat. Es ist klar, dass er Daten durcheinander gebracht hat und nicht alles persönlich gesehen haben kann, was er beschreibt - er selbst erwähnt im Verlaufe des Buches, dass man ihm dieses oder jenes erzählt habe. Aber vieles dessen, was er erzählt stellte sich als exakt heraus, sowohl was die Ereignisse angeht als auch die Personen. Er wird ab und zu bei bestimmten Beschreibungen übertrieben haben - aber es ist möglich, dass er dies tat, weil seine Erinnerung verfälscht war und nicht absichtlich. Seine Bescheidenheit in Bezug auf seine eigene Person ist symptomatisch ebenso wie die Befürchtung, die er verschiedene Male äußert, dass die Leser nicht glauben würden, was er schreibt. Sei es wie es sei, was heute wichtig ist, ist der literarische, historische Wert des Textes, sein Abbild der Portugiesen des 16. Jahrhunderts im Orient, das Letzteres genau ist. Selbst wenn der Leser ein paar Seiten überspringt, ist die vor mehr als vier Jahrhunderten geschriebene “Peregrinação” noch heute ein Buch, das man nicht verpassen sollte. Es ist eine wahrlich fesselnde Geschichte.

(Übersetzt aus dem Portugiesischen von Aiko Thedinga)


CULTURA

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Histórias da História

Fernão Mendes Pinto. O Marco Polo português nome: “Fernão, mentes? Minto!” O homem era, de facto, um grande escritor, um maravilhoso contador de histórias, com um estilo vivo e fresco, com um grande sentido de humor e penetração psicológica, uma apurada capacidade crítica (incluindo a autocrítica) e a noção exata do suspense. Em Portugal, o público não se mostrou propriamente entusiasta, embora houvesse edições posteriores com grandes intervalos, mas no estrangeiro, as edições multiplicaram-se. O livro foi traduzido para castelhano, francês, holandês, inglês e alemão, um verdadeiro êxito internacional. Analisando o contexto da escrita de “Peregrinação”, Fernão Mendes Pinto foi contemporâneo do auge da expansão marítima portuguesa e da paradoxal decadência interna que assolava as terras lusitanas. Chegou a presenciar a unificação de Portugal com a Espanha, sob o governo de Filipe II de Espanha (1556-1598).

Joaquim Peito

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omo pessoa interessada em História, ando sempre em pesquisas «intemporais» e hoje decidi escrever sobre o marinheiro e mercador, aventureiro e vagabundo, ladrão e pirata, viajante e grande peregrino, explorador e escritor português do século XVI Fernão Mendes Pinto. Que mais lhe faltou a este contemporâneo de Camões? Numa só vida, condensou a aventura dos portugueses no seu império oriental. Fez parte da primeira expedição portuguesa que logrou alcançar o Japão, em 1543, sendo como tal um dos responsáveis pela introdução das armas de fogo naquele país. Não se pode, em curto espaço, fazer-lhe o retrato completo. Mas podemos, pelo menos, recordá-lo. Fernão Mendes Pinto, um aventureiro português no extreme Oriente. Para nós, hoje, Fernão Mendes Pinto é indissociável o autor do fabuloso livro de viagens “Peregrinação”, um clássico não só da literatura portuguesa como também da literatura mundial, onde o autor conta as suas aventuras pelo Oriente e não só. A obra é também uma crítica à sociedade do seu tempo, uma denúncia das injustiças praticadas, uma verdadeira confissão nacional. Fernão Mendes Pinto nasceu na vila de Montemor-oVelho em 1509-11 (ou 1514), no seio duma família numerosa (o casal teria entre cinco a sete filhos), que, tal como a generalidade das classes sociais com menos capacidade económica, enfrentou dificuldades particularmente graves em 1521, devido à seca que se alastrou por todo o país e que fez com que as colheitas desse ano fossem catastróficas (Frei Luís de Sousa). Nestas circunstâncias, e para o fazer fugir a esta situação, um tio seu decidiu, à imagem do que se passava com muitíssimos outros portugueses residentes na província, trazer o sobrinho para Lisboa, onde lhe conseguiu um modesto emprego na casa do Duque de Aveiro, filho do rei D. João II.

Triste Vida a Minha Quando, no dia 22 de Setembro de 1558, Fernão Mendes Pinto voltou a Lisboa, vinha com grandes esperanças de uma velhice desafogada. A regente, Dona Catarina mandouo falar com um seu oficial, que “com boas palavras e melhores esperanças, que eu então tinha por muito certas”, o deixou de molho durante quatro anos, sem saber novas da pensão que pedia. Fernão ficou bastante desiludido, triste e aborrecido. Casou-se com D. Maria Correia Brito, foi viver para a quinta do Pragal, perto de Almada, onde teve duas filhas a quem dedica “Peregrinação” que redigiu de memória, entre 1569 e 1578. Quase tudo o que se sabe sobre a vida do autor é baseado na obra “Peregrinação”, que é predominantemente autobiográfica. Foi figura importante e respeitada na terra a que se acolheu: por duas vezes o elegeram juiz e desempenhou funções administrativas (remuneradas) em hospitais ligados à Misericórdia. Vinte e seis anos após o regresso a casa atribuíram finalmente uma pensão a Fernão. Foi-lhe concedida, por Filipe I, uma pensão anual de “dois moios de trigo”. De nada lhe valeu, porque morreu logo depois em 8 de Julho de 1583. Após o seu enterro, os censores lá deixaram publicar o livro deste português, figura maior de Quinhentos e, também, figura maior da cultura portuguesa, que entre todos melhor praticou a arte de ter pena de si próprio.

A Grande Aventura Em 1537, com a idade de 26 anos, partiu para a Índia, ao encontro dos seus dois irmãos. De acordo com os relatos da sua obra famosa, Peregrinação, que ele só viria a escrever muito mais tarde, no princípio da velhice, foi durante uma expedição ao mar Vermelho em 1538, que Mendes Pinto participou num combate naval com os otomanos, onde foi feito prisioneiro e vendido a um grego e por este a um judeu que o levou para Ormuz, onde foi resgatado por portugueses. Acompanhou a Malaca, Pedro de Faria, onde fez o ponto de partida para as suas aventuras, tendo percorrido, durante 21 acidentados anos, as costas da Birmânia, Sião, arquipélago de Sunda, Molucas, China e Japão. Numa das suas viagens a este país conheceu S. Francisco Xavier e, influenciado pela sua personalidade, decidiu entrar para a Companhia de Jesus e promover uma missão jesuíta no Japão. Em 1554, depois de libertar os seus escravos, foi para o Japão como noviço da Companhia de Jesus e como embaixador do vice-rei D. Afonso de Noronha. Esta viagem constituiu um desencanto para ele, quer no que se refere ao comportamento do seu companheiro, quer no que respeita ao comportamento da própria Companhia de Jesus. Desgostoso, abandonou a Ordem em circunstâncias pouco claras e regressou a Portugal, oriundo da Índia, em 1558. Com a ajuda do ex-governador da Índia, Francisco Barreto, conseguiu arranjar documentos comprovativos dos sacrifícios realizados pela pátria, que lhe deram direito a uma pensão, que nunca recebeu. Desiludido, foi para Vale de

Mentiu ou não?

Rosal, em Almada, onde se manteve até à morte e onde escreveu, entre 1569 e 1578, a obra que nos legou, a sua inimitável “Peregrinação”. Esta só viria a ser publicada em 1614, 20 anos após a morte do autor, receando-se que o original tenha sofrido alterações, ou do editor, ou da censura, ou dos jesuítas. Deixou-nos um relato tão fantástico do que viveu, que durante muito tempo não se acreditou na sua veracidade. O autor é acusado, por alguns, de exagero e fantasia, como bem o expressa o dito por que passou a ser conhecido o seu

Tal como aconteceu com Marco Polo, provou-se que, afinal Fernão Mendes Pinto não terá mentido por aí além. É evidente que nem todas as informações que dá são exatas. Não se sabe, aliás, se ele tomou notas enquanto andava pelo Oriente ou se escreveu inteiramente de memória. É certo que baralhou datas e que não pode ter visto pessoalmente tudo aquilo que descreve – ele mesmo, por vezes, no correr do livro, menciona que lhe contaram isto ou aquilo. Mas muito do que ele conta revelou-se exato, tanto no que se refere a acontecimentos como a personagens. Terá, por vezes, exagerado em certas descrições – mas é possível que o tenha feito por deformação da memória e não deliberadamente. É sintomática a sua modéstia em relação à sua própria pessoa e o receio, várias vezes expresso, de que os leitores não acreditem no que ele escreve. Seja como for, o que importa, hoje, é o valor literário, histórico do texto e o seu retrato dos portugueses de Quinhentos no Oriente, que esse, é fiel. Ainda hoje, mesmo que o leitor salte algumas páginas, a “Peregrinação”, escrita há mais de quatro séculos, é um livro a não perder. É uma história verdadeiramente magnetizante.

*Este texto foi escrito nos termos do novo acordo ortográfico.

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aquisição de um andar para habitação própria ou investimento, é uma situação muito comum e que leva os cidadãos a confrontaremse com a figura da Propriedade Horizontal e da gestão desta “em Condomínio”. A Propriedade Horizontal apresenta-se como uma forma de divisão da propriedade que implica, devido à partilha das áreas comuns da “propriedade por andares” uma série de obrigações para os vários proprietários das fracções. Na área comum do prédio incluem-se o solo, as estruturas (vigas, placa, telhado, etc.), as portas e passagens comuns, as instalações técnicas (rede de água, gás). Já os lugares de garagem, os elevadores, a habitação do porteiro ou as áreas ajardinadas embora se presumam áreas comuns,

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a vontade do proprietário original ou dos condóminos em Assembleia pode alterar-lhe o destino comum, criando, no título da propriedade horizontal, privilégios para alguns condóminos (ex.: um condómino ficar com acesso exclusivo a um sótão ou a um lugar de garagem vendo em contrapartida aumentada a sua participação nas despesas do Condomínio). Os prédios constituídos em Propriedade Horizontal são geridos em “Condomínio”. O Condomínio elege um Administrador que pode ser um dos proprietários das fracções do prédio ou um terceiro (por vezes uma empresa especializada contratada para o efeito). A Administração do Condomínio é eleita pelo período de um ano, tendo, no final desse período que apresentar os resultados dessa gestão. De acordo com a lei a prestação de contas ocorre sempre na 1ª quinzena de Janeiro. É obriga-

ção da Administração garantir o bom estado de conservação do prédio, pagar aos fornecedores (Ex: limpeza, água, luz, etc.), representar o Condomínio/Prédio perante terceiros, cobrar as quotizações, etc. A Administração do Condomínio está impossibilitada de praticar actos de administração extraordinária (Ex: adjudicar obras que introduzam inovações) sem a prévia convocação de uma Assembleia para o efeito. Em caso de reparação urgente (ex.: dano no telhado causado por temporal) esta obra pode ser realizada pelo Administrador ou por qualquer proprietário das fracções sem a prévia convocação da Assembleia. Existem 2 tipos de Assembleias de Condóminos: as ordinárias (para eleição anual da Administração e aprovação de contas); e as extraordinárias (para deliberar sobre algum assunto extraordinário do interesse do Condomínio – ex: uma proposta para

afectar em exclusivo o sótão do prédio a um dos condóminos ou para realização de obra inovatória). As Assembleias extraordinárias podem ser convocadas por qualquer proprietário ou pelo Administrador. As assembleias devem ser convocadas com 10 dias de antecedência. Para a Assembleia poder funcionar têm de estar presentes um número de proprietários equivalente a 50% do capital do prédio. Se por falta do número mínimo de condóminos a reunião não se realizar, em 2ª convocatória pode a mesma ter lugar desde que esteja representado 25% do capital do prédio. A generalidade das decisões da Assembleia é tomada por maioria simples. Existem contudo situações fora da gestão corrente em que se exige a aprovação por parte de 2/3 do capital do prédio (ex.: para realização de uma obra inovatória como instalação de um elevador ou alteração do uso de

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José Gomes Rodrigues

Assistente Social Caritas Neuss

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Os seus gastos com a saúde e formas de poupar Ex. mos senhores Não faz parte da minha maneira de ser escrever a quem quer que seja para pedir o que for. Mas hoje, e conforme indicações de outros compatriotas, dirijo-mo ao Portugal Post com um pedido, que creio, poderá também ser passado a outros cidadãos portugueses em situações iguais ou semelhantes às minhas. Façoo porque sei que posso confiar nas vossas informações. Não sou assinante do vosso jornal mas adquiro-o de vez em quando na estação de comboios da minha cidade. O meu ordenado actual é mínimo. Os gastos com a saúde têm aumentado consideravelmente. A minha esposa, há anos não trabalha e sofre de uma doença crónica, o que dificulta um pouco os nossos gastos. Mas estes são, infelizmente, gastos necessários. Há quem diga que apresentando um requerimento junto da nossa caixa de doença poderemos ficar isentos de pagamento de medicamentos ou outros gastos com a conservação da nossa saúde. Poderão dar-nos indicações mais concretas de como poderei fazer para usufruir desta possibilidade, minimizando, deste modo, os nossos gastos? Leitor devidamente identificado Desejamos antes de mais as melhoras da sua esposa e que a vida, apesar dos contratempos, possa oferecer-lhe a qualidade que todo o ser humano

> Qual a comparticipação financeiras com a saúde > Isenção de comparticipação na aquisição de medicamentos merece. O crescimento humano nas diversas dimensões é uma constante que só nos abandonará com a morte. Querer negar este principio é negar a essência do mesmo ser. Ninguém nasce com a verdade, mas esta vai deslumbrando-se com o passar dos anos, no contacto com os nossos semelhantes e com as diversas experiências. Obrigado pela confiança que deposita nas nossas informações, contudo, estas necessitam, muitas vezes, de serem revistas por quem de direito. Vá adquirindo o PP, seja onde for. Pode fazer-se assinante e, se tiver acesso à Internet, pode também aderir à sua assinatura on-line. As indicações foram dadas numa das últimas edições do jornal. Claro que poderá, conforme as suas fontes financeiras, aderir às ajudas facilitadas pelas diversas caixas de saúde que se traduzem numa participação limitada ou isenta, na aquisição de medicamentos e serviços similares. Não só o amigo, mas uma grande parte dos compatriotas assegurados, estará em condições de usufruir das regalias que a lei de saúde prevê. O meu amigo deverá dirigir-se à sua caixa de doenças e requerer a isenção total ou parcial do pagamento suplementar dos

medicamentos e das medidas de conservação da saúde ou de prevenção de doença. Colocamos, com prazer, à sua disposição informações que servirão de base para fazer ideia geral e concreta sobre estas orientações. Transcrevemos as prescrições normais de comparticipação, formulando depois as condições para a sua isenção. 1. A comparticipação financeira com a saúde – situação normal Para simplificar este capítulo, pois a especificação de comparticipação para cada tipo de prestação de serviços e aquisição de medicamentos é tão diversificada, podemos afirmar que, na generalidade, o parte do paciente a pagar são pelos medicamentos elevam-se a 10% do custo total ou de 5 € a 10 € por cada receita médica ou serviço prestado. Por internamento hospital é exigido a comparticipação de 10€ por dia de internamento, até ao máximo anual de 28 dias. Se for enviado para uma reabilitação, terá de comparticipar também com 10 € diariamente e por todo o tempo de convalescença. Estes pagamentos são exigidos a cada paciente que tenha completado os 18 anos de idade já as crianças estão isen-

tas de qualquer comparticipação. Por cada consulta exige-se um complemento de 10 € ao médico consultado e por cada trimestre. Do pagamento desta quantia não estão isentes também dentistas ou psicoterapeutas. Existe isenção quando se consulta um outro médico especialista desde que munido duma credencial do seu médico de família, ou do médico que naquele espaço de tempo o está a tratar, mas sempre dentro desse trimestre em causa. 2. Isenção da comparticipação nos cuidados de saúde Há casos em que os pacientes

estão isentos de diversos pagamentos suplementares na sua totalidade. Deste modo vamos ao encontro do nosso leitor. A presente alteração entrou em vigor em Janeiro de 2004. Ficam isentos parcialmente dos pagamentos acima mencionados, todos os que usufruem da ajuda social, da ajuda social ao desemprego ou que recebem da caixa social um complemento à reforma ou se as entradas económicas não ultrapassarem uma determinada quantia. As fontes de receitas domésticas a ter em conta, incluem, além do ordenado, rendimentos imobiliários, reformas ou récitas oriundas de juros de capital. A isenção não é automática, é sempre necessário, para que haja direito, um requerimento escrito. Continua na próxima edição. Esteja atento!

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PEDIMOS AOS NOSSOS LEITORES para nos colocar as suas perguntas e sugestões por escrito usando o correio ou, melhor ainda, o correio electrónico. Pedimos também para mencionarem o vosso número de telefone fixo para, sendo necessário, entrarmos em contacto convosco. As questões e sugestões dos leitores podem ser enviadas para as seguintes direcções: jose.rodrigues@caritas-neuss.de Tel.: 02131 269320 - fax 02131 269 336. correio@free.de: Tel. : 0231 8390289 - fax 0231 8390351 Obrigado. Publicidade

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18 Agenda Tome Nota

PORTUGAL POST Nº 195 • Outubro 2010

IMPORTANTE Às associações, clubes, bandas , etc.. As informações sobre os eventos a divulgar deverão dar entrada na nossa redacção até ao dia 15 de cada mês Tel.: 0231 - 83 90 289 Fax :0231-8390351 Email: correio@free.de

Citações do mês Como é que um tipo que é medíocre há-de saber que é medíocre, se ele é medíocre? Vergílio Ferreira O interesse que tenho em acreditar numa coisa não é prova da existência dessa coisa Voltaire

Outubro 2010 2.10.2010 – OFFENBACH – grande Noite de baile. Local: Casa Portuguesa, Waldstr. 40. Início: 21h30. +Info: 0176 – 288 25 771 8.10.2010 – TRIER – Noite de Fado com o grupo Antologia do Fado. Local: Antiga fábrica de chapéus. Início: 21h00. + Info: 06519 9147338.10.2010 – DÜSSELDORF / HILDEN -Francisco Lopes, candidato à Presidência da República República, estará na região de Dusseldorf na sexta-feira, dia 8 de Outubro, onde manterá um encontro com representantes da Comunidade Portuguesa às 17.00 horas na Associação Sanjorgense, seguindo-se um jantar pelas 19.30 horas no Centro Português de Hilden. +Info. 0211 46 79 17 8.10.2010 – DÜSSELDORF – Presença de Francisco Lopes, candidato às eleições presidenciais, 9.10.2010 – GOSECK – Actuação do grupo TRIO FADO. Local:Schlosskirche, Burgstr. 53, 06667 Goseck . Início: 19h30 9.10.2010 – DORTMUND SINA NOSSA live beim Creole Musik Wettbewerb: Local: DOMICIL , Hansastr. 7-11 , 44137 Dortmund 10.10.2010 – FRANKFURT /M – José Saramago será homenageado com leituras de textos do autor falecido. + Info: 069282647 10.10.2010 – HAMBURGO – Concerto de Rodrigo Leão. Local: Fabrik, Barnerstr. 36. Início: 21h00 15.10.2010 – KEIFBEUREN – Actuação do grupo TRIO FADO. Local:Perbacco, Am Bleichanger 44, 87600 Kaufbeuren. Início: 20h00

16.10. 2010 – GELSENKIRCHEN – Tradicional Noite de Fados. Local:Centro Português Unidos a Gelsenkirchen, Regensburger Str. 5 Gelsenkirchen . Tel.: 0209 / 146163. Início: 20h00 16.10.2010 – HELMBRECHTS – Actuação do grupo TRIO FADO. Local:Textilmuseum, Münchberger Str. 17, 95233 Helmbrechts. Início: 19h30 22/23. 2010 -BERLIM – Noite de Fados com o grupo Antologia de Fados. Local: Casa Portuguesa e Restaurante Telha. Início:21h00 + Info: 030- 785616485 22.10.2010 – POTSDAM – Actuação do grupo TRIO FADO. Local: Waschhaus, Schiffbauergasse 6, 14467 Potsdam. Início: 21h00

27.10.2010 – HAMBURGO – Actuação do grupo Oquestrada. Local: Fabrik, Barnerstr. 36. Início: 21h00 28.10.2010 – BREMEN – Actuação do grupo Oquestrada. Local: Kulturzentrum Schlachthof, Findorffstr. 51, 28215 Bremen . Início: 20h30 28.10.2010 – MANNHEIM – Actuação do grupo Oquestrada. Local: Alte Feuerwache, Brückenstr. 2, 68167 Mannheim . Início: 21h00 28.10.2010 – TÜBINGEN – Actuação do grupo Oquestrada. Local: Sudhaus, Hechinger Str. 203, 72072 Tübingen . Início: 20h30

28.10.2010 – BREMEN – Actuação do grupo OQUESTRADA. Local:Schlachthof-Bremen.

Noite de Fados com o grupo Antologia do Fado. +Info: 04721698448

30.10.2010 – COLÓNIA – Festa do 38º aniversário do Rancho Folclórico S. Pedro de Colónia. Local: Europaschule em Köln/Zollstock

31.10.2010 – SAARBURG – Actuação do grupo Oquestrada. Local: Sudhaus, Stadthalle, Heckingstr. 12a , 54439 Saarburg. Início: 19h30

30.10.2010 – CUXHAVEN –

Rodrigo Leão na Alemanha 02.10.2010 Lörrach – Local do Concerto: Burghof 05.10.2010 München - Local do Concerto Ampere 06.10.2010 Bonn - Local do Concerto Harmonie 09.10. 2010 Berlin - Local do Concerto Passionskirche 10.10. 2010 Hamburg - Local do Concerto Fabrik Organização: Prime Tours

23.10.2010 – DÜSSELDORFJantar comemorativo dos 100 anos da República, aberto a toda a comunidade. Local: Associação Portuguesa Sanjorgense e.V., Em principio irão estar presentes e intervir todos os partidos políticos portugueses com representação na Alemanha. O Hino Nacional será tocado pela Banda Filarmónica que irá ser acompanhada pelo Grupo de Cantares da associacão-. Associacao Portuguesa Sanjorgense, Am Heerdter Hof 18b,?40549 Düsseldorf,,tel.: 0211/5047230 22.10.2010 – HEIDELBERG – Concerto de Telmo Pires (Maria Baptist ao piano). Local:Kulturfenster , Kirchstr. 16, 691150 Heidelberg. Início: 20h00

23.10.2010 – DUSSELDORF – Disco Portugal Sensation. Local. Berliner Allee 46, 40212 Düsseldorf. Início: 23h00. +Info: www.portugal-sensations.de

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A astróloga residente do programa "Praça da Alegria", de Jorge Gabriel, tornouse um fenómeno nacional, com as suas previsões em directo. Este é o seu primeiro livro. O livro que nos ensina a atravessar o deserto para encontrar o oásis e a felicidade plena. É necessário reflectir sobre quem fomos, o que somos e o que temos de vir a ser. Só depois de aceitarmos os nossos processos de mudança a vida se nos revelará.

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Obras de José Saramago

José Saramago O Evangelho segundo Jesus Cristo - Preço: € 31,50 (Livro de Bolso) "O filho de José e de Maria nasceu como todos os filhos dos homens, sujo de sangue de sua mãe, viscoso das suas mucosidades e sofrendo em silêncio. Chorou porque o fizeram chorar, e chorará por esse mesmo e único motivo." Todos conhecem a história do filho de José e Maria, mas nesta narrativa ela ganha tanta beleza e tanta pungência que é como se estivesse sendo contada pela primeira vez. Nas palavras de José Paulo Paes: "Interessado menos na onipotência do divino que na frágil mas tenaz resistência do humano, a arte magistral de Saramago excele no dar corpo às preliminares e à culminância do drama da Paixão" José Saramago Memorial do Convento - Preço: € 28,90 «Um romance histórico inovador. Personagem principal, o Convento de Mafra. O escritor aparta-se da descrição engessada, privilegiando a caracterização de uma época. Segue o estilo: "Era uma vez um rei que fez promessas de levantar um convento em Mafra... Era uma vez a gente que construiu esse convento... Era uma vez um soldado maneta e uma mulher que tinha poderes... Era uma vez um padre que queria voar e morreu doido". Tudo, "era uma vez...". Logo a começar por "D. João, quinto do nome na tabela real, irá esta noite ao quarto de sua mulher, D. Maria Ana Josefa, que chegou há mais de dois anos da Áustria para dar infantes à coroa portuguesa a até hoje ainda não emprenhou (...). Depois, a sobressair, essa espantosa personagem, Blimunda, ao encontro de Baltasar. Milhares de léguas andou Blimundo, e o romance correu mundo, na escrita e na ópera (numa adaptação do compositor italiano Azio Corghi). Para a nossa memória ficam essas duas personagens inesquecíveis, um Sete Sóis e o outro Sete Luas, a passearem o seu amor pelo Portugal violento e inquisitorial dos tristes tempos do rei D. João V.» (Diário de Notícias, 9 de Outubro de 1998)

José Saramago (Portugal) A jangada de pedra - Preço: € 31.50 Uma parábola sobre o isolamento dos povos ibéricos na Europa. Racham os Pirineus, a Península Ibérica se desgarra da Europa. Transformada em ilha - Jangada de Pedra -, navega à deriva pelo Oceano Atlântico. A esse espetacular acidente geológico somam-se outros insólitos que unem os quatro personagens principais do romance numa viagem apocalíptica e utópica pelos caminhos da linguagem e, através desta, da arte e da cultura peninsulares.

Cupão de Encomenda Formas de pagamento Junte a este cupão um cheque à ordem de PORTUGAL POSTVERLAG e envie-o para a morada do jornal ou, se preferir, podepagar por débito na sua conta bancária. Se o desejar, pode ainda receber a sua encomenda à cobrança contra uma taxa que varia entre os 4 e os 7 € que é acrescida à sua factura. Não se aceitam devoluções.

NOTA Nos preços já estão incluídos os custos de portes correio e IVA PORTUGAL POST SHOP Tel.: 0231 - 83 90 289

José Saramago Ensaio sobre a Cegueira - Preço: € 28,90 «Um homem fica cego, inexplicavelmente, quando se encontra no seu carro no meio do trânsito. A cegueira alastra como "um rastilho de pólvora". Uma cegueira colectiva. Romance contundente. Saramago a ver mais longe. Personagens sem nome. Um mundo com as contradições da espécie humana. Não se situa em nenhum tempo específico. É um tempo que pode ser ontem, hoje ou amanhã. As ideias a virem ao de cima, sempre na escrita de Saramago. A alegoria. O poder da palavra a abrir os olhos, face ao risco de uma situação terminal generalizada. A arte da escrita ao serviço da preocupação cívica.» (Diário de Notícias, 9 de Outubro de 1998)

José Saramago Caím Preço: € 25.90

José Saramago Levantado do Chão - Preço: € 31,50

«De Nordeste a Noroeste, caminhos que vão dar às "Meninas de Castro Laboreiro", à "História do soldado José Jorge" ou ao Monte Evereste de Lanhoso. Depois, as "Terras baixas, vizinhas do mar". Encontramos nelas "Um Castelo para Hamlet", e descobre-se que nem todas as ruínas são romanas. Viaja-se ainda pelas "brandas beiras de pedra", com as "novas tentações do demónio" e "o fantasma de José Júnior". Um convite, entretanto, a parar em todo o lado, entre Mondego e Sado, para observar "artes da água e do fogo" ou as chaminés e laranjais. E um passeio pela "grande e ardente terra de Alentejo". Aí, "a noite em que o mundo começou"; aí, "uma flor da rosa"; aí, onde "é proíbido destruir os ninhos". E mais o sol, o pão seco e o pão mole do Algarve, com "o português tal qual se fala". "Pelos caminhos de Portugal / Eu vi tantas coisas lindas vi o mundo sem igual", canta o cancioneiro popular, e assim faz Saramago, com a diferença essencial que a qualidade da sua escrita está bastantes furos acima. Uma viagem, se não pelo Portugal profundo, pelo menos por uma forma profunda de ver Portugal.» (Diário de Notícias, 9 de Outubro de 1998)

«A transformação social. A contestação. Personagens em diálogos. As cruentas desigualdades sociais. Surgem as perguntas proibidas. Vai-se adquirindo consciência e espaço, para que tudo se levante do chão. Um livro composto por 34 capítulos. No 17.º está a tortura e a morte de Germano Santos Vidigal. Germano, o nome que significa irmão, o homem da lança. Apesar de vencido, o sacrifício da sua vida indica o caminho. "Já o encontraram. Levam-no dois guardas, para onde quer que nos voltemos não se vê outra coisa, levam-no da praça, à saída da porta do sector seis juntam-se mais dois, e agora parece mesmo de propósito, é tudo a subir, como se estivéssemos a ver uma fita sobre a vida de Cristo, lá em cima é o calvário, estes são os centuriões de bota rija e guerreiro suor, levam as lanças engatilhadas, está um calor de sufocar, alto..» (Diário de Notícias, 9 de Outubro de 1998)

Se em O Evangelho Segundo Cristo José Saramago nos deu a sua visão do Novo Testamento, em Caim regressa aos primeiros livros da Bíblia. Num itinerário heterodoxo, percorre cidades decadentes e estábulos, palácios de tiranos e campos de batalha pela mão dos principais protagonistas do Antigo Testamento, imprimindo ao texto o humor refinado que caracteriza a sua obra. Caim revela o que há de moderno e surpreendente na prosa de Saramago: a capacidade de fazer nova uma história que se conhece do princípio ao fim. Um relato irónico e mordaz no qual o leitor assiste a uma guerra secular, e de certa forma, involuntária, entre o criador e a sua criatura. José Saramago Viagem a Portugal - Preço: € 28,40

José Saramago As intermitências da morte Preço: € 12,00 No dia seguinte ninguém morreu». Assim começa este novo romance de José Saramago. Colocada a hipótese, o autor desenvolve-a em todas as suas consequências, e o leitor é conduzido com mão de mestre numa ampla divagação sobre a vida, a morte, o amor, e o sentido, ou a falta dele, da nossa existência.

Títulos em Alemão (Aos preços dos títulos em Alemão são acrescidos os portes de correios)

Das Evangelium nach Jesus Christus, 12,50 Das Memorial, €12,50 Das steinerne Floß, € 12,50 Die portugiesische Reise, € 12,50 Die Stadt der Blinden, € 12,50 Eine Zeit ohne Tod, € 12,50 Hoffnung im Alentejo, € 12,50

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Nos preços dos títulos em português já estão incluídos os portes de Correio Name /Nome Straße Nr / Rua

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VIDAS

PORTUGAL POST Nº 195 • Outubro 2010

Efeitos colaterais de amores comprados Olá Portugal Post, Há muito que vos ando para escrever, mas tenho tido algum receio que as palavras não me saiam bem e não consiga dizer aquilo que sinto e vivi. O meu português talvez não seja tão compreensível e por isso vos peço ajuda na sua correcção. Tenho 45 anos, sou mulher e resido já há 38 anos aqui. Vim com sete anos para a Alemanha onde me sinto bem. Costumo dizer que já sou mais alemã do que portuguesa. Andei também aqui na universidade onde concluí um curso superior que me valeu ter uma profissão estável e ganhar bem. Como devem imaginar, estou muito integrada neste país. Nem sequer possuo nacionalidade portuguesa. A minha ligação com Portugal são as visitas que faço aos meus parentes e, aqui na Alemanha, não conheço portugueses. Compro às vezes este jornal para ter um pouco o contacto com a língua. Enfim, passemos adiante. Sempre fui um pouco independente. Digo até que gosto mais de viver sem compromissos; sem ter que estar dependente material e sentimentalmente de alguém. Fui uma vez casada e as coisas deram para o torto, talvez devido à minha personalidade um tanto ou quanto independente. Não tenho e nunca quis filhos e hoje vivo muito para

mim e para o meu trabalho. Depois do casamento, nunca pensei querer alguém, ou casar outra vez. Vi que a minha personalidade não dava para estar agarrado a um homem e ter que compartilhar o dia-a-dia, as coisas grandes, as noites e as coisas pequeninas. Por isso me divorciei. Enquanto divorciada, tinha às vezes namorados que não duravam muito. Entreguei-me de alma e coração ao trabalho e a minha actividade fazia com que eu viajasse muito para outros países em missão da empresa. Quando estava em casa gozava a minha liberdade e a minha independência no conforto. Muitas vezes recebia (recebo) visitas de colegas que se tornaram amigos e cozinhava que é uma coisa que gosto de fazer. Como comprei vários livros de culinária portuguesa, também às vezes servia às minhas visitas pratos portugueses. Das coisas portuguesas, o que eu mais aprecio é de um cálice de vinho do Porto na companhia de alguém ou sozinha em casa perto da lareira. Costumo até, nas viagens de serviço que faço, levar como prendas para os meus interlocutores garrafas de bom vinho do Porto que a minha empresa encomenda. Posto a minha actividade profissional à parte, porque

Memória futura

não é disso que aqui quero falar, gostaria de contar um caso de uma imensa paixão que eu vivi cujos efeitos colaterais me puseram num estado pouco recomendável. Tinha uma amiga que de vez em quando solicitava os préstimos de um cavalheiro de companhia e que me disse que era uma coisa adorável, isto é, aos fins-de-semana quando lhe apetecia telefonava a esse rapaz e assim tinha quase um fim-de-semana com uma companhia sem ter que estar agarrada a alguém. Foi assim que cheguei também a imitar a minha amiga. Era uma coisa eficiente e muito sigilosa. Para além disso, os cavalheiros eram rapazes novos, muito bem apresentáveis, bem parecidos e muito limpos. Tratavam-se muito bem e vinham-me buscar em carros quase de luxo. Os encontros eram sempre marcados em hotéis. Eu dispunha quando queria e quando não queria era simples dizer que queria ficar só. É certo que pagava, mas não tinha aborrecimentos de homem a quem se tem de dizer ou ouvir e calar. Foi assim que me apaixonei por um desses rapazes. Ele não deveria ter mais de 30 anos. A sua atitude e os seus gestos e a sua maneira de estar eram de um verdadeiro cavalheiro, um aristocrata quase. Para além disso, tinha uma cultura muito

Nós queremos publicar aqui as fotografias que fazem viver as suas recordações das férias, na associação, no trabalho, com os amigos, no restaurante, nas festas, etc. O envio das fotos pode ser feito por e-mail ou por carta (com a garantia de restituirmos todas as fotos que recebermos)

1998 Em 1998 alunos e pais saíram à rua em Osnabrück para protestar contra a situação que naquela época se vivia no que diz respeito ao ensino do Português naquela região Naquela altura, os portugueses daquela área sentiram-se discriminados no que concerne ao tratamento dado às suas pretensões que se traduziam na exigência de mais e melhor ensino. Foto: PP

boa e uns olhos que enfeitiçavam qualquer mulher, sendo o que sucedeu comigo – fiquei sem querer apaixonada de uma forma quase doida por ele. Comecei a telefonar quase todos os dias para o seu telefone sem lhe confessar a paixão perguntava-lhe se tinha tempo e mesmo que não tivesse já o facto de ouvir a sua voz contentava-me. Até que chegou o tempo que me era insuportável a sua ausência. Levantava-me e deitava-me a pensar nele. Para o ver tinhame que me sujeitar à sua agenda porque não tinha tempo só para mim. Se o quisesse em exclusividade teria de pagar muito caro... Um dia, quando lhe pedi para nos encontrarmos, no hotel, não pude mais e agarreime a ele quase a chorar e as palavras saiam-me do coração em catadupa numa declaração de amor que eu nunca imaginei que pudesse fazer a alguém. Depois daquela cena, ele afastou-se de mim e eu meia parva quase aos pés dele que me perguntava se eu não estava a funcionar bem. Eu disse-lhe que era o que sentia e já há muito tempo, logo no segundo encontro que tivéramos e que não podia viver mais com aquele aperto no peito; aquelas noites sem dormir a pensar nele e com o pensamento nele durante os dias, as

horas e os minutos. Naquele dia da minha declaração ele saiu do quarto dizendo-me para lhe fazer o favor de não mais o contactar por, profissional que era, não podia estar sujeito àqueles arrufos das mulheres. E saiu. A partir desse dia a minha vida tornou-se num cabo de trabalhos. Andava como que meio doida. O seu olhar, os seus gestos, o seu modo de falar, o seu perfume, o seu modo de andar, a sua imagem não me saíam da cabeça e andei assim durante muitos dias. Ainda lhe telefonei três ou quatro vezes, mas ele, muito delicado, recusou os encontros. Um dia, desesperada, contei o caso à minha melhor amiga na tentativa de ouvir palavras reconfortáveis e que me pudessem ajudar a ultrapassar aquela situação. Essa minha amiga propôsme que fossemos as duas fazer férias durante algumas semanas. Pensamos então fazer um cruzeiro que demorava 5 semanas e esta foi a melhor coisa que me poderia acontecer. No barco, esqueci o homem e voltei a ser o que era: livre para pôr e dispor quando me apetecesse. Leitora identificada Revisão e tratamento do texto: PORTUGAL POST

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Não Falte!!! Dia 30 de Outubro: Festa das vindimas. Música ao vivo com o grupo ARCO DURO para alegrar e bastantes surpresas preparadas para si.

Festa de São Martinho 13 de Novembro Música ao vivo com duo de acordeão. CASTANHAS GRÁTIS!!!!!! www.restau

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PORTUGAL POST Nº 195 • Outubro 2010

CONSULTÓRIO ASTROLÓGICO E-mail: mariahelena@mariahelena.tv TELEFONE: 00 351 21 318 25 91 Por Maria Helena Martins

CARNEIRO Amor: Sentir-se-á muito nostálgico durante este mês. Seja mais optimista! Pratique o pensamento positivo e as acções construtivas agora! Saúde: lembre-se que o desânimo se reflecte negativamente na saúde. Tenha pensamentos positivos e verá que se sentirá melhor. Dinheiro: Evite precipitar-se, dê um passo de cada vez. TOURO Amor: . Desenvolva a sua clareza mental, emocional e espiritual. Saúde: Mês estável e cheio de energia positiva. Dinheiro: É um bom momento para negócios, propício à venda de imóveis.

Previsões para Outubro de 2010 LEÃO Amor: Poderá viver uma aventura de grande importância para si. Mostre toda a sua força, determinação e criatividade, e ponha em prática os seus projectos com paixão. Saúde: Dê mais atenção às dores de cabeça. Dinheiro: Não seja tão materialista, pois só tem a perder com isso.

o que vale com determinação e coragem! SAGITÁRIO Amor: Procure ser mais compreensivo com quem o rodeia. Procure dizer coisas boas, a palavra tem muita força! Saúde: Ao longo deste mês poderá ser incomodado por alguns problemas de coluna. Dinheiro: Acredite nas suas capacidades profissionais.

VIRGEM Amor: Tenha uma atitude de confiança para com a pessoa amada. Abra o seu coração, e isso trará um novo sentido ao seu relacionamento. Saúde: Possíveis dores de ouvidos. Dinheiro: Cuidado com as finanças. Vigie melhor as suas despesas.

CAPRICÓRNIO Amor: Uma data muito importante aproxima-se, não se esqueça dela. Exercitar a arte de ser feliz é muito divertido! Saúde: Proteja-se, não ingira nada que seja nocivo para o seu organismo. Dinheiro: Uma viagem de trabalho irá obrigá-lo a ausentar-se durante mais tempo do que o previsto.

GÉMEOS Amor: Deixe o seu orgulho de lado e opte por conversar calmamente com a sua cara-metade. Abra o seu coração e seja fiel ao que ele lhe transmite. Saúde: Possíveis problemas respiratórios. Dinheiro: Avance com a abertura de um negócio próprio, mas informe-se bem antes de o fazer.

BALANÇA Amor: Aposte no diálogo e na compreensão. Que a luz da sua alma ilumine todos os que você ama! Saúde: Estão previstos alguns problemas digestivos. Dinheiro: Excelente oportunidade para equilibrar as suas contas.

CARANGUEJO Amor: Evite pensamentos negativos. Adopte uma postura mais descontraída perante a vida. Descubra a força imensa que traz dentro de si! Saúde: Tendência para apanhar uma pequena constipação. Dinheiro: Acontecimentos inesperados farão com que seja promovido mais cedo do que julga.

ESCORPIÃO Amor: O companheirismo é a base de qualquer relação. Fale sobre o que é necessário e seja carinhoso. Saúde: Combata a tendência para se isolar e reflectir demasiado. Dinheiro: Algo inesperado poderá acontecer e colocar em causa a sua competência. Mostre

Doente: — Mas... senhor doutor, e se a operação falhar? Cirurgião: — Esteja descansado, homem. Se a operação falhar, você nunca o saberá. Entre garotos: - E tu, onde é que nesceste? - Eu nasci numa casa de saúde. - O quê? Estavas doente? Um titular rico, mas muito unhas de fome, a quem um amigo lançava em rosto a sua mesquinhez, por ouvir dizer que em sua casa todos passavam fome, respondeu: — É mentira. Em minha casa todos andam fartos. Minha mulher está farta de mim; eu estou farto dela; os criados estão fartos de nós, e nós estamos fartos deles. Pode haver maior fartura? Entre divorciados. Ela — O bem não se conhece senão depois de se ter perdido. Ele — É assim mesmo. Só depois de te ter perdido é que eu aprendi a conhecer o bem. O bem de te ter perdido...

AQUÁRIO Amor: Deixe o orgulho de lado e peça desculpa sempre que errar. Se quer ser verdadeiramente vitorioso, vença-se a si próprio! Saúde: Proteja-se do frio, ou pode ser surpreendido por uma constipação. Dinheiro: Cuidado com os gastos supérfluos. PEIXES Amor: Surgirá um novo interesse romântico na sua vida. Procure intensamente sentimentos sólidos e duradouros, espalhando em seu redor alegria e bem-estar! Saúde: Regular. Sem nada de grave a assinalar. Dinheiro: Prosperidade para a vida financeira.

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PORTUGAL POST Nº 195 • Outubro 2010

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Mais de uma centena de vinhos portugueses premiados na Alemanha Qualidade dos vinhos portugueses reconhecida na maior prova cega de vinhos no mundo. Portugal é o quinto país com mais medalhas e obtém título de melhor vinho tinto europeu. Os vinhos portugueses receberam o total de 123 medalhas no grande Concurso Internacional de Vinhos „Mundus Vini 2010“, na Alemanha. Portugal alcança, desta forma, o quinto lugar do ranking ficou a seguir à Alemanha com 471 medalhas, a Itália com 350, a Espa-

nha com 229 e à França com 171. Para Francisco Borba, Presidente da ViniPortugal, „O êxito de vinhos portugueses neste concurso demonstra de forma inequívoca a qualidade e competitividade da oferta nacional nos mercados internacionais que resulta do esforço que o sector vitivinícola continua a desenvolver neste sentido, com o apoio na promoção, divulgação e formação que é dado pela ViniPortugal.“ Organizado pela décima vez

pela Meininger Verlag, principal editora especializada no mercado alemão de vinhos e bebidas alcoólicas, o „ Mundus Vini 2010“ contou com a participaram a concurso de 5883 vinhos de 42 países (em 2009 foram 5.729 vinhos de 44 países). O júri, composto de 285 especialistas internacionais, provou todos os vinhos conforme o regulamento da „Organisation Internationale de la Vigne et du Vin (OIV), o que faz deste evento a maior „prova cega“ de vinhos no mundo.

A excelente qualidade dos vinhos portugueses foi reconhecida nas seguintes categorias: vinhos tintos: 2 Medalhas de Grande Ouro, 43 Medalhas de Ouro, 46 Medalhas de Prata, vinhos brancos: 10 Medalhas de Ouro, 15 Medalhas de Prata, roses: 3 Medalhas de Ouro e vinhos fortificados: 4 Medalhas de Ouro. „É muito importante este tipo de reconhecimento internacional para os vinhos nacionais, nomeadamente na Alemanha que sendo em certa medida „o motor da Europa“

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em 2009 importou vinhos portugueses no valor de total de 34 milhões de Euros.“ Reforça Francisco Borba. O vinho Duas Quintas Reserva 2007 (DOC Douro) da Adriano Ramos Pinto ganhou o prémio do melhor vinho tinto europeu no concurso e foi também condecorado com uma Medalha de Grande Ouro. A outra Medalha de Grande Ouro atribuída a Portugal distinguiu o Quinta da Leda 2004 (DOC Douro) da Casa Ferreirinha. Publicidade

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