PORTUGAL POST ANO XVI • Nº 198 • Janeiro 2011 • Publicação mensal • 2.00 € Portugal Post Verlag, Burgholzstr. 43 • 44145 Dortmund • Tel.: 0231-83 90 289 • Telefax 0231- 8390351• E Mail: correio@free.de •www. portugalpost.de •K 25853 •ISSN 0340-3718
Eleições Presidenciais 2011
Comunidades Professores que faltam vão ser contratados brevemente. Página. 5
Imigração Número de imigrantes em Portugal mantém-se acima dos 440 mil . Cavaco Siva
Francisco Lopes
Defensor Moura
Fernando Nobre
Página 5
Às urnas cidadãos!
Terceira idade Situação dos idosos preocupa Vice-Cônsul em Osnabrück. Saudosismo
Manuel Alegre
O leitor inscrito nos cadernos Eleitorais dos Consulados espalhados pela Alemanha pode exercer seu direito de voto nos dias 22 e 23 de Janeiro deste novo ano. As mesas de voto estarão
abertas ininterruptamente entre as 8 horas e as 19, no dia 22, e entre as 8 e as 19 horas, no dia 23. Uma nova lei aprovada em 2009, determina a comparência física do votante. Págs. 18 e 19
TAP lança voo directo entre Düsseldorf e Lisboa A TAP vai lançar, em 2011, novas rotas para seis destinos europeus, um dos quais será o aeroporto em Düsseldorf muito utlizado por passageiros nacionais. Página. 17
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Quase metade dos alemães quer retorno do Deutsche Mark Pagina 3
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PORTUGAL POST Nº 198 • Janeiro 2011
PORTUGAL POST
Opinião Mário dos Santos
Agraciado com a medalha da Liberdade e Democracia da Assembleia da República Fundado em 1993 DIRECTOR: MÁRIO DOS SANTOS
CORRESPONDENTES ALFREDO CARDOSO: MÜNSTER ANTÓNIO HORTA: GELSENKIRCHEN JOÃO FERREIRA: SINGEN JORGE MARTINS RITA: ESTUGARDA JOSÉ PINTO NASCIMENTO: DÜSSELDORF KOTA NGINGAS: DORTMUND MANUEL ABRANTES: WEILHEIM -TECK MARIA DOS ANJOS SANTOS - HAMBURGO MICHAELA AZEVEDO FERREIRA: BONA ZULMIRA QUEIROZ: GROß-UMSTADT COLUNISTAS ANTÓNIO JUSTO: KASSEL CARLOS GONÇALVES: LISBOA DORA MOURINHO: ESSEN FERNANDA LEITÃO: TORONTO HELENA GOUVEIA: BONA JOSÉ EDUARDO: FRANKFURT JOSÉ VALGODE: LANGENFELD LAGOA DA SILVA: LISBOA LUIS BARREIRA, LUXEMBURGO MARCO BERTOLOSO: COLÓNIA MARIA DE LURDES APEL: BRAUNSCHWEIG PAULO PISCO: LISBOA RUI MENDES: AUGSBURG RUI PAZ: DÜSSELDORF TERESA COLAÇO: COLÓNIA ASSUNTOS SOCIAIS JOSÉ GOMES RODRIGUES: ASSISTENTE SOCIAL CONSULTÓRIO JURIDICO CATARINA TAVARES: ADVOGADA MICHAELA A. FERREIRA: ADVOGADA MIGUEL KRAG: ADVOGADO FOTÓGRAFOS: FERNANDO SOARES AGÊNCIAS: LUSA. DPA IMPRESSÃO: PORTUGAL POST VERLAG REDACÇÃO, ASSINATURAS E PUBLICIDADE BURGHOLZSTR.43 - D - 44145 DORTMUND TEL.: (0231) 83 90 289 FAX: (0231) 83 90 351 WWW.PORTUGALPOST.DE E MAIL: CORREIO @ FREE.DE
Dois mil onze será mais um ano de crise
M
ais um ano que temos pela frente, um ano que, segundo nos dizem a torto e a direito, será mais um ano de crise, especialmente para aqueles que vivem em Portugal e que pagarão a doer a factura do privilégio de pertencermos ao clube da moeda única, o euro. As coisas não vão estar bem para Portugal e boas para os portugueses. E Portugal não tem pedalada para acompanhar os seus países, digamos, colegas. Não tem pedalada porque não tem indústria, não tem agricultura, tem mar e não tem pescas, em suma não produz logo não há riqueza e se não há riqueza não há trabalho, tão simples quanto isto. Em 2011, não faltará quem aconselhe a que Portugal entregue a pasta ao FMI e os países “torneira”, como a Alemanha, vão sofrer pressões da opinião publica e publicada para que os países como Portugal abandonem o euro e formem uma outra zona de moeda, como, aliás, já se discute na Alemanha.
Para já, metade dos alemães querem de volta o “saudoso” Marco. Daqui a tempos será mais de metade e bastará que Portugal “caia” como consequência do efeito dominó da crise financeira para que os alemães exigem o retorno do velho DM. Já que se está com a mão na massa, como soi dizer-se, lembre-se que Portugal já teve uma economia, ou para facilitar a compreensão, um aparelho produtivo bastante consistente, como era o caso das pescas, cujas frotas foram abatidas contra subsídios a pagar aos armadores; já teve agricultura e agricultores; industria e industriais e por aí adiante. Pensava-se então que Portugal enquanto país de serviços e de turismo dava para ir vivendo e, então, vaidosos, já se dizia que pertencíamos ao restrito clube dos países mais desenvolvidos da Europa. Seria verdade? Esse luxo das aparências de riqueza com alguém, neste caso a Europa, a enviarnos dinheiro para parar a actividade produ-
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tiva em troca de subsídios, pagar-se-ia um dia muito caro, como, de resto, veio a acontecer. Passada a fase das vacas gordas em que o país se dava ao luxo de não se trabalhar nos trabalhos duros, entregado essa tarefa a imigrantes africanos, romenos, russos, brasileiros e etc., hoje, os portugueses andam à procuram daqueles que são os autores que levaram o país ao estado em que se encontra. E os culpados não são apenas José Sócrates e os seu governos. Lembramo-nos que Cavaco Silva foi primeiro ministro e que, também a ele, lhe cabem pesadas culpas no cartório. Não basta atirar as culpas aos “políticos” de agora, como faz o actual presidente e candidato. Ele, Cavaco Silva, tem uma biografia política feita no tempo em que Portugal vivia dos cheques da Europa e que não se preparou para o futuro, isto é, para a globalização da economia e para os tempos difíceis que hoje vivemos.
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Destaque
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Quase metade dos alemães quer retorno do Deutsche Mark Um estudo indica que 49% dos alemães querem o Marco de volta. Segundo alguns especialistas, com um retorno do Marco, a Alemanha teria uma moeda mais forte, mas a sua indústria perderia competitividade na exportação. Publicidade
De acordo com uma pesquisa publicada na edição de fim de ano do Bild Zeitung, 49% dos alemães desejam o retorno do marco, a antiga moeda nacional. Segundo a sondagem realizada por um instituto Colónia, 41% dos entrevistados afirmaram não querer uma volta da moeda alemã e 51% declararam-se insatisfeitos com o euro. Apenas 17% têm a sensação de que foram beneficiados com a entrada do euro, enquanto 77% responderam à pergunta de forma negativa. Na sondagem, 67% dos entrevistados disseram-se preocupados com a estabilidade do euro, enquanto 56% temem uma inflação. Os alemães continuam muito ligados à sua antiga moeda: quase 14 bilhões em notas e moedas ainda não
foram trocados pelo euro, segundo informações do Bundesbank. Depois que a Irlanda teve que recorrer ao fundo de resgate do euro, economistas e os políticos discutem o que aconteceria se a zona do euro se desmoronasse. Em princípio, um retorno do Marco alemão não seria tecnicamente um grande problema, já que no Bundesbank trabalham cerca de 10 mil profissionais bem treinados. As autoridades monetárias introduziram o Marco alemão à antiga Alemanha Oriental, experiência que poderia garantir que o euro estivesse disponível em toda a Alemanha da noite para o dia, tarefa hoje considerada um grande desafio. Se a união monetária um dia se pulverizasse, a Alemanha estaria entre os países possuidores de moeda forte, juntamente com Bélgica, Holanda e Finlândia. O que significa que, em comparação com o escudo, a dracma, a peseta e a lira, o marco subiria bastante de valor.
O consumidor alemão, então, poderia comprar vinhos da Itália, azeitonas da Grécia e passar férias na Espanha por um preço muito mais baixo do que hoje. Por outro lado, os produtos alemães no exterior tornar-se-iam mais caros. Automóveis, máquinas e equipamentos made in Germany sairiam a preços proibitivos para os compradores de Portugal, Irlanda e talvez até mesmo da França. „Hoje, o euro está um pouco super valorizado. No entanto, o marco seria muito mais forte, por isso o grau de competitividade dos preços da indústria alemã seria muito mais baixo do que é hoje“, avalia Klaus Schrüfer, economista chefe do banco SEB. Os países de moeda fraca teriam ainda um outro problema: a inflação galgaria assustadoramente, logo alcançando os dois dígitos. Isso lhes tornaria impossível pagar suas dívidas, que seriam, em parte, calculadas em marco. Isso teria como consequência a falência de alguns
Estados. A economia alemã actualmente beneficia de taxas de juro baixas que, na verdade, não reflectem mais a força da economia local. „A Alemanha está actualmente lucrando com o facto de estarmos na zona do euro. Sem o euro, as condições para a economia alemã estariam muito piores“, acredita Schrüfer. Com um retorno do Marco, provavelmente alguns preços Publicidade
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subiriam. O cappuccino certamente não teria seu preço de 2,50 euros reconvertido para 4,88 euros, mas sim arredondado para 5 euros. Esse seria um preço pela volta do Marco que muitos alemães pagariam com gosto, se bem que a factura seria bem mais alta para despesas correntes. PP Com agências
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Comunidade
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Ensino: PSD lamenta a não integração de conselheiros das Conselheiros insistem numa comunidades no Conselho Nacional de Educação audiência com o primeiro-ministro O deputado do PSD pela Emigração, José Cesário, lamentou a não integração de conselheiros das comunidades portuguesas no Conselho Nacional de Educação, defendendo que seria importante a representação do ensino do português no estrangeiro naquele órgão. “Entendemos que era útil e importante a existência de dois representantes no Conselho Nacional de Educação (CNE)”, disse o deputado por Fora da Europa à Lusa. O PSD entregou um projecto de lei na Assembleia da República, mas uma carta do Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) indica que “não se afigura oportuna a proposta de introdução de dois
representantes do CCP no CNE”. “A acção do CNE está intimamente ligada ao sistema educativo gerido pelo Ministério da Educação (…) a responsabilidade do ensino do português no estrangeiro é da tutela do MNE e constitui uma modalidade especial de educação”, lê-se no documento. Na carta, é ainda relembrado que o Instituto Camões, que tutela o ensino do português no estrangeiro, tem um Conselho Consultivo e um Conselho Estratégico. O MNE alega ainda que “a acção do CNE reporta ao sistema educativo nacional”, enquanto “no estrangeiro não há um sistema educativo, mas sim modalidades de ensino da língua e cultura portuguesa”. Para José Cesário, esta justificação “não é plausível” porque o CCP “é mais do que um simples
órgão de consulta do Governo”. “Encaramo-lo com caráter também representativo, e é nessa óptica que entendemos que era útil e importante a existência de dois representantes no CNE. As questões da educação também dizem respeito aos portugueses que vivem lá fora”, defendeu. O social-democrata afirmou ainda que o CNE ocupa-se de “todo o sistema de educação que engloba o EPE, a rede de leitorado e o ensino de adultos no estrangeiro”. “A questão essencial é esta: se o sistema educativo português engloba esses subsistemas, faz todo o sentido que alguém represente lá essa realidade”, sublinhou. Contactada pela Lusa, a secretaria de Estado das Comunidades remete uma posição sobre esta matéria para o parecer do MNE.
Dados evidenciam desaceleração de emigração mas portugueses continuam a encarar estrangeiro como solução A crise internacional está a causar uma desaceleração dos fluxos migratórios desde 2008, com os tradicionais destinos da emigração a enfrentarem problemas de emprego e dificuldades em absorver trabalhadores portugueses, que continuam porém a encarar o estrangeiro como solução. É neste sentido que apontam os dados mais recentes do Observatório da Emigração, que antes desta data indicavam a saída de 70 a 80 mil portugueses por ano. Rui Pena Pires, coordenador do Observatório em declarações Publicidade
recentes, lembrou que não há contudo dados fiáveis já que as saídas do país não são controladas. O boletim de estatísticas demográficas do Instituto Nacional de Estatística (INE), publicado em Novembro, estima que em 2009 tenham deixado Portugal 16 899 pessoas, contra as 20 357, em 2008. Destas, 10 409 teriam como destino outro país da União Europeia e 6 490 um país terceiro. „Com excepção de Angola”, tem havido “uma quebra” desde 2008, porque “os destinos prioritários de emigração portuguesa” Espanha e Reino Unido - registaram um aumento do desemprego e deixaram de ter capacidade para “absorver emigrantes portugueses ao ritmo que estavam a ser absorvidos”, explicou o sociólogo. Rui Pena Pires rejeitou a ideia de que a crise esteja a gerar uma onda de emigração semelhante à dos anos sessenta, sublinhando que o „crescimento para números próximos dessa década é anterior à crise e não consequência da crise. A crise veio travar este movimento“. A contrastar com esta leitura, o director da Obra Católica Portuguesa de Migrações, Frei Francisco Sales Diniz, disse, durante um encontro de sacerdotes, que continuam a ir muitos emigrantes portugueses para a Europa, a maioria jovens qualificados sem oportunidades profissionais em Portugal. Suíça, Luxemburgo, Reino Unido e França são os principais destinos embora seja difícil quantificar devido à não inscrição dos emigrantes nos consulados.
Também Álvaro Santos Pereira, investigador da universidade canadiana Simon Fraser, sustenta que há uma nova vaga de emigração portuguesa. Santos Pereira apoia-se em indicadores preliminares que revelam que a emigração continuou a evoluir em 2009, perante a crise económica e financeira e o elevado desemprego. Como exemplo apontou o caso de Angola, em que o número de vistos para portugueses mais do duplicou de 2008 para 2009, passando de cerca de 20 mil para 46 mil. Por seu lado, Jorge Arroteia, coordenador da Academia Virtual da Emigração - Emigrateca, acredita que a situação actual do país gerará „um acréscimo dos fluxos emigratórios, a menos que a situação na Europa e noutros destinos de emigração, o não venha a permitir”. Engrácia Leandro, da Universidade do Minho, considera que no contexto actual „a emigração pode afigurar-se um recurso muito plausível“. A catedrática de Sociologia alerta para o facto de estarmos longe do período dourado da emigração portuguesa. „Não vivemos hoje em „anos gloriosos“ como acontecia nos anos 1960 e 1970 em que se fazia insistentemente apelo à emigração (…), o que não é o caso actualmente, em que se procura por todos os meios fechar as portas“. Ainda assim, acredita que não será por isso que os desempregados portugueses „deixarão de estar à espreita (…) das melhores oportunidades“.
Quatro conselheiros das comunidades portuguesas voltaram a pedir uma audiência ao primeiroministro, José Sócrates, para debaterem questões que preocupam os portugueses residentes no estrangeiro.. Este novo pedido surge depois de não terem obtido resposta positiva à solicitação de audiência que fizeram em Setembro passado. “Compreendemos a sua falta de disponibilidade para nos receber, mas entendemos ser inaceitável que uma audiência solicitada ao Governo tenha sido substituída por um encontro com uma delegação do Partido Socialista”, lê-se na carta que enviaram ao primeiroministro. A chefiar essa delegação estava o ex-secretário de Estado das Comunidades José Lello, que revelou estar “alheado das políticas do Governo para as comunidades”, afirmam os conselheiros António Fonseca, Alcides Martins, Amadeu Batel e Manuel Beja. Na carta, os conselheiros sub-
linham que consideram “inaceitáveis” os grandes objectivos estabelecidos pelo Governo para a valorização dos portugueses no estrangeiro. “O desenvolvimento dos direitos de cidadania centrados numa vertente documental, como se a universalidade dos seus direitos de cidadania se limitasse à facilidade em conseguir um cartão do cidadão”, afirmam. Os conselheiros criticam também a inclusão da língua portuguesa (não materna) nos currículos do ensino básico e secundário dos países de acolhimento, afirmando que a “política linguística do Governo conduzirá, inevitavelmente à morte da língua portuguesa enquanto língua identitária na diáspora”. Além da política do Governo para as comunidades, os conselheiros querem debater com José Sócrates o relacionamento entre o Conselho das Comunidades Portuguesas e o Executivo e o futuro do CCP.
Secretário de Estado, António Braga, das pretende aproximar mais Portugal das comunidades O secretário de Estado das Comunidades, António Braga, destacou na sua mensagem do último Natal que pretende aproximar mais Portugal das comunidades, através da língua portuguesa e de programas económicos envolvendo empresários da diáspora. “O Governo continuará a desenvolver esforços, tendo em vista aproximar mais Portugal das comunidades portuguesas, designadamente através da crescente implementação e promoção da língua portuguesa, de programas económicos envolvendo os empresários da Diáspora, estreitando o relacionamento com os luso-eleitos, promovendo a aproximação com os cientistas, intelectuais e demais áreas de influência”, afirmou o governante. Para António Braga, “as comunidades portuguesas podem facilitar a comunicação de Portugal com o mundo, quer nos cenários da política internacional, quer na promoção das relações económicas e comerciais, apoiando a internacionalização do tecido empresarial português, ou no intercâmbio de experiências altamente especializadas, indispensáveis ao progresso das sociedades”. “As emergentes modalidades de envolvimento económico, a urgente e incontornável internacionalização da economia nacional fazem recrudescer o desafio à constituição de uma frente alargada e organizada de Portugal nessas sociedades”. Sublinhando o trabalho desen-
volvido pelas comunidades portuguesas “na procura de soluções diante das dificuldades e dos desafios”, o secretário de Estado saúda o “empenho e o excelente trabalho social desenvolvido pela generalidade das associações”. António Braga refere-se ainda aos jovens que procuram uma oportunidade na União Europeia para lhes dizer que “o país não os esquece” e acompanha-os “modernizando e dotando de mais qualificados instrumentos, em progresso constante, as estruturas consulares e diplomáticas”. Há, apesar de tudo, uma mensagem de esperança na sua saída dos jovens com a expectativa do seu regresso, enriquecidos já de outras experiências que certamente colocarão ao serviço do país num futuro próximo, acrescentou.
Comunidade
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Maria Teresa Duarte Crónica Soares Por Helena Ferro de Gouveia Os professores de boa vontade São perto de seiscentos,os professores de Ensino Português no Estrangeiro. São eles que leccionam todas as semanas alunos do 1° ao 12 ° ano,muitas vezes em número superior a cem, em grupos mais ou menos mistos. São também eles que diariamente preparam aulas para vários níveis diferentes e fazem quilómetros sobre quilómetros de deslocações,para ensinarem em vários cursos e em várias localidades. São eles que regressam a casa noite fechada, cansados, com escasso tempo para si próprios e para as suas famílias. São estes os professores que nunca tiveram o seu trabalho e o seu esforço realmente reconhecidos,pois tanto eles como os seus alunos não passam de números que, no caso dos últimos, têm forçosamente de atingir um patamar mínimo para que o ensino seja “rentável”.Sempre trabalharam sem direito a redução de horário para deslocações,excepto em casos isolados, e até ao passado ano lectivo, sem direito a subsídio de refeição.
E são agora estes professores que vão sofrer uma redução salarial, a terceira em cerca de trinta anos, o que os coloca em patente desvantagem relativamente aos professores em Portugal, para quem essa redução terá lugar pela primeira vez. A tutela do Instituto Camões não trouxe, até ao presente momento, qualquer melhoria da situação.Pelo contrário, e com base em afirmações da Presidente do referido instituto,temem-se para o próximo ano lectivo novas medidas economicistas, por exemplo um aumento do número mínimo de alunos por grupo, facto que resultará em redução do número de horários existentes,levando professores ao desemprego e tornando as condições de trabalho daqueles que continuarem em funções ainda mais difíceis. A precariedade e a instabilidade sempre foram duas tónicas do ensino do EPE, para as quais parece não haver remédio a breve prazo. Segundo ainda a Presidente do IC,muitas vezes o nosso ensino no estrangeiro
não atinge os resultados que seriam de esperar, não dando porém definição concreta dos mesmos. .Se uma das metas for o aumento do número de alunos, pode sem dúvida dizer-se que foi atingida, pois há no presente ano mais luso-descendertes a frequentar os cursos de português. Como sempre, o nosso ensino continua sem directrizes directas e definidas.As entidades responsáveis focam-se em medidas de carácter economicista, passando, no caso do IC, pela venda de cursos de formação aos professores de EPE.Deve ser a primeira vez que, no mundo do trabalho,uma entidade patronal lucra com a formação dos assalariados,quando na realidade é sua obrigação legal disponibilizar gratuitamente a mesma assim como o tempo necessário para a fazer. Passa-se o contrário no EPE.Depois de um dia de trabalho muitas vezes extenuante,espera-se que o professor vá para casa trabalhar na sua formação nas horas em que deveria ter um repouso bem merecido.
O Ensino Português no Estrangeiro está ameaçado, as condições de trabalho dos seus professores também.Por desinteresse, por má orientação,por medidas de poupança que acabam por não trazer quaisquer resultados positivos. Sabemos que os responsáveis contam com a boa vontade e a consciência profissional dos professores, empenhados em fazer bom trabalho apesar de toda uma conjuntura negativa.Sabemos que apostam também na situação familiar e afectiva de muitos deles como garantia de docentes a baixo preço desde que possam permanecer no estrangeiro. Premissas erradas. Um trabalhador angustiado, sem reconhecimento do seu trabalho e sujeito a pressões várias ficará sempre aquém da rentabilidade desejada. Por agora, ainda se pode contar com os professores de boa vontade. Fica apenas a pergunta: Até quando? Um Bom Ano cheio de boa vontade – mas não unicamento dos professores -para todos!
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Número de imigrantes em Portugal mantém-se acima dos 440 mil O número de imigrantes registados em Portugal desceu ligeiramente de 2007 para 2008, situando-se nos 443 mil, contra os anteriores 446 mil, indica um relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económicos recentemente divulgado. Segundo a análise geral sobre migração internacional de 2010, apresentada em Lisboa, em 2008 chegaram 32 300 imigrantes a Portugal, registando-se um aumento do número de romenos, 16 por cento do fluxo migratório para Portugal. Os números da OCDE indicam que 5300 romenos chegaram a Portugal em 2008, um número oito vezes superior ao registado
nos três anos anteriores. A seguir aos romenos, registaram-se, em 2008, 3500 entradas de cabo-verdianos, 3500 brasileiros e 2700 cidadãos do Reino Unido. Do total de imigrantes em Portugal, os brasileiros continuam a ser os mais dominantes, com 24 por cento da população imigrante, seguidos dos cabo-verdianos (14,7 por cento) e dos ucranianos (11,8 por cento). O número de vistos de permanência atribuídos a cidadãos de fora da União Europeia desceu de 21 082 em 2007 para 17 548 em 2008, atribuídos a brasileiros (20 por cento), cabo-verdianos (20 por cento), moldavos (12 por cento) e, em número crescente, chineses (4,1 por cento). O número de estrangeiros que adquiriram nacionalidade portuguesa mais do que triplicou em 2008, de 6020 registados em 2007 para 22 408 em 2008, 27
por cento dos quais cabo-verdianos, 18 por cento brasileiros e 10 por cento moldavos. A OCDE atribui esta subida à nova lei da nacionalidade que entrou em vigor no fim de 2006. No que toca à força laboral, em 2008 a OCDE contou em 497 500 trabalhadores em Portugal nascidos fora do país, equivalentes a 9,4 por cento da força laboral total. Depois de o desemprego entre estrangeiros ter descido 10 por cento de 2006 para 2007, em 2008 registou-se um aumento de 24 por cento em relação ao ano anterior. Quanto aos pedidos de asilo, o relatório da OCDE regista uma descida dos 224 de 2007 para apenas 161 em 2008. Destes, os maiores números vieram do Sri Lanka e da Colômbia (26), da República do Congo (20) e da Bósnia-Herzegovina (10).
Sein und Schein Sou uma fã incondicional da chanceler alemã. Portanto se o nome Angela Merkel lhe fizer urticária, não continue a ler esta crónica. A mulher mais poderosa da Europa, já estou a ouvir alguns engasgarem-se, não sofre, felizmente, da síndrome PIB (Padrão Inatingível de Beleza), já o PIB alemão continua a crescer saudavelmente. Enquanto a Europa está afogada na crise, esbracejando para manter a cabeça à tona de água, a economia germânica disparou ( não apenas devido às exportações como alguns gostam de notar). E é por isso que me irrita o teor de algumas declarações que vão surgindo na imprensa portuguesa. Para muitos em Portugal a “senhora Merkel” é uma espécie de “madrasta” dos europeus pobrezinhos. Já lhe ouvi criticar tudo, agora só faltava criticarem a forma como se veste. Diz Helena Carmona, assessora de imagem, numa entrevista à Pública, que a imagem de Angela Merkel funciona mal. “Não tem cuidado com o corpo, é demasiado forte, a roupa não lhe cai bem, os fatos são demasiado quadrados. Não tem bom gosto e não tem assessores de imagem; ou tem, e não segue os conselhos que lhe dão. É uma mulher que não tem graça nenhuma. Será que, para os alemães, isto não tem grande importância?” Minha cara: não, não tem. Tal como não tiveram os confortáveis casacos de malha de Helmut Kohl, o chanceler da reunificação e do euro, ou o eterno pulôver amarelo do ministro dos Negócios estrangeiros, Hans-Dietrich Genscher, o homem que mais tempo foi ministro na Alemanha. Os alemães preocupam-se mais com o Sein ( ser) do que com o Schein (o parecer). E isso explica porque é que este país é como é. E para muita pena minha explica também porque é que os países do sul da Europa são como são.
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Opinião Maria de Lurdes Apel
Ai Portugal, Portugal, se fosses apenas três sílabas s europeus em geral e neste momento muito especialmente os portugueses seguem as notícias e os acontecimentos políticos em Portugal com atenção. A situação é crítica. Os mercados financeiros utilizam a especulação como arma de uma guerra de guerrilha que do anonimato vai derrubando peão após peão sobre o tabuleiro de xadrez europeu. O objetivo é ganhar o jogo pondo a “rainha“ Merkel em xeque e a Europa de rastos. Os trabalhadores da nossa República têm toda a razão para estarem descontentes. As medidas de austeridade têm uma dimensão nunca antes atingida. Mas costuma-se dizer que quando duas partes entram em litígio a culpa é de ambas. O governo não conseguiu implementar as medidas necessárias para aumentar a eficiência no trabalho, as exigências no ensino, diminuir a crimi-
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nalidade, condicionar os abusos dos “senhores“ e “senhoras“ que estão um pouco por todo o lado, reduzir a um mínimo a corrupção e disciplinar o comportamento dos cidadãos. Há que meter ordem na casa! Sem disciplina e trabalho a economia não pode recuperar e Sócrates tem-se esforçado para conseguir mudar algumas coisas. Temos que fomentar a iniciativa privada para que após as falências que se sucedem como pedras de dominó a cair em cadeia, os trabalhadores despedidos tomem as rédeas nas mãos e tentem organizar-se fundando novas empresas. No setor público não podemos dar-nos ao luxo de pagar e sustentar “pesos mortos“. Quem é negligente e se “balda“ no trabalho deve ser advertido e sofrer as consequências inevitáveis se não modificar a sua atuação (a começar pela hierarquia). O princípio da responsabilidade tem que ser imposto nos serviços. Há documentos que
desaparecem (??!!), subitamente falta dinheiro, falsos testemunhos, investigações tardias e sem os meios necessários, uma justiça que traz processos “com barbas“ às costas durante muitos anos deixando os criminosos impunes. No trânsito há falta de respeito pelo semelhante e atropelam-se as regras e a verdade para safar a pele. Porque não pôr mais armadilhas radar SEM AVISO?. Tenho a certeza que toda a aparelhagem necessária seria amortizada logo no primeiro dia! Somos campeões em acidentes de viação o que causa enormes prejuízos materiais ao país para além das multas que não são pagas (a propósito, na Espanha as multas são diretamente cobradas do salário). Quando é que se impõem penas dracónicas aos criminosos que põem o nosso país a arder todos os verões? Para o cálculo da pena têm de se considerar não só os danos materiais das florestas, fauna e flora incluídas, como também temos de contabilizar os
danos causados ao meio ambiente, os custos de reflorestação, da propriedade estatal e privada, indemnização por danos morais causados à população afetada, os custos da água, viaturas, salários de bombeiros e acima de tudo indemnizações pela perda de vidas humanas ou lesões corporais. Tenho a certeza que depois de contabilizar tudo isto os autores destes crimes ficariam atrás das grades toda a vida. Talvez então isto pudesse servir de lição a outros e soltar a língua dos que forem apanhados dizendo quem lhes pagou para fazer o “serviço“. Temos de proibir imediatamente a plantação desenfreada do eucalipto se não quisermos implantar o deserto no nosso país. A agricultura tem hipóteses especialmente no âmbito dos produtos agrícolas biológicos e de frutos e legumes para os quais o nosso clima é ideal. Porque razão temos flores tão caras importadas da Holanda? Será que a Holanda tem terra e clima melhor que o nosso? Isto
parece uma anedota. Os “tachos“ e empregos favorecendo os primos, os amigos, os compadres são corrupção. A política do “deixa andar“ e “cada um que se amanhe“ tem de ser decididamente combatida. A incompetência, a ineficiência, a letargia nos serviços médicos, estatais e de ensino têm que ser eliminadas. Há muita gente que quer trabalhar! Nos últimos anos tem-se notado uma melhoria mas apenas pontualmente. Acima de tudo tem que se assumir e exigir responsabilidade. A justiça tem que trabalhar melhor e mais depressa. As exigências nas escolas e nas universidades têm que aumentar, também para os professores. As crianças devem ser educadas no interesse por aprender e no respeito pelos outros e pelo meio ambiente. Apesar de tudo isto os portugueses têm razão e direito de protestar, mas então façam-no ao domingo para não aumentar ainda mais os prejuízos.
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Candidatos presidenciais com comissões de apoio na Alemanha
Os apoiantes na Alemanha dos candidatos presidenciais As candidaturas à presidência da república de Aníbal Cavaco Silva, Manuel Alegre e Francisco Lopes anunciaram a criação de Comissões de Honra e de apoio nas Comunidades. A candidatura de Cavaco Silva preferiu juntar numa só lista da sua Comissão de Honra apoiantes provenientes dos mais diversos países, enquanto a de Manuel Alegre preferiu promover Comissões de Honra por países, como, por exemplo, a Alemanha. Já a candidatura de Francisco Lopes também promove listas de apoio, preferindo denominar as listas de Comissões de Apoio em vez de Comissões de Honra. (ver caixa em baixo) Seja como for, as candidaturas batem-se por integrar nas suas lis-
tas personalidades da vida da comunidade. No caso concreto da candidatura de Cavaco Silva, o candidato diz que “sempre reconheceu a importância das Comunidades Portuguesas no estrangeiro na projecção da imagem de Portugal no mundo e sempre defendeu que Portugal não pode deixar de aproveitar todo este potencial, dando uma merecida visibilidade às suas Comunidades, mobilizando-as para colaborarem no esforço de modernização e desenvolvimento do país e salientando o papel dos Portugueses que residem fora do país, enquanto verdadeiros embaixadores de Portugal e primeiro garante da defesa e afirmação da cultura lusa além-fronteiras”. Na lista que inclui a Comissão de Honra das comunidades do candidato Cavaco Silva contam-se
Personalidades da Alemanha na Comissão de Honra de Cavaco Silva Artur Amorim Empresário Artur Rodrigues Dirigente Associativo Berta Antunes Secretária da Missão Católica Portuguesa de Ulm Carlos Dias da Silva Bancário Carlos Violante Empresário João Mendes Professor de português Jorge Figueiredo Professor de português José Almeida Tecnico de Seguros e serviços bancários José Morais Maria do Céu Campos Delegada para Emigração-Ravensburg Mário Viana Empresário
Algumas das cinquenta personalidades que Integram a Comissão de Honra de Manuel Alegre André Cruz da Silva, Estudante Antonio Julio Alves Monteiro, Funcionario Publico Bernardo Jorge Resende Garcia, Engenheiro Bruno Livio Alves, Promotor de Vendas Carlos Adalberto Rio Maior Pereira, Bancario Carlos Beleza Lobo, , Fisioterapeuta / Bailarino Profissional Daniel Alexandre Aguiar Alves , Estudante Denis Martins Cardoso, , Estudante Dora Mourinho, Socióloga Fernando da Silva Ferreira, Comerciante
10 personalidades da comunidade lusa na Alemanha. Empresários, professores e personalidades que exercem profissões liberais fazem Parte da Comissão de Honra do candidato da direita. Já a candidatura do candidato Manuel Alegre preferiu nomear um mandatário para a Alemanha, sendo o escolhido o ex-membro do Conselho das Comunidades Portuguesas Nelson Rodrigues que, por sua vez criou uma Comissão de Honra de apoio ao candidato da esquerda. Para justificar o voto em Manuel Alegre Nelson Rodrigues, elogia, num comunicado endereçao ao PP, “a dimensão humanista, de luta permanente pela justiça social, a dimensão cultural e a defesa da cidadania por parte do candidato Manuel Alegre”, dizendo também que Manuel Alegre José Pires Pinto Eduardo, Jorge da Silva, Luísa Costa Hölzl, Manuel Francisco Lisboa, Manuel Ribeiro Francisco, Nelson Paulo Monteiro de Oliveira, Nelson Rodrigues,
“tem uma preocupação genuína e espontânea pelas comunidades, tendo já enviado varias mensagens e feito deslocações para estar com os portugueses fora de Portugal”. O mandatário de Manuel Alegre enviou ao PP uma lista que compõe a Comissão de Honra de apoio ao candidato por cerca de 50 elementos. Professores, empresários, trabalhadores e estudantes são os grupos profissionais que dão o apoio a Manuel Alegre na Alemanha. Já Francisco Lopes, o candidato apoiado pelo Partido Comunista, também anuncia uma Comissão de Apoio à sua candidatura composta por dirigentes associativos, trabalhadores, professores e dois membros do Conselho das Comunidades
Conselheiro das Comunidades - CCP Informático | IT Business Manager Docente de português Professor reformado Conselheiro de Empresa na Reforma ( Sindicalista) Médico Conselheiro de Assuntos de Migracao e Integração
Alguns membros da Comissão de Apoio à candidatura de Francisco Lopes à Presidência da República. Caetano da Rosa, Professor metodólogo Teresa Soares, Professora e sindicalista José Araújo, Empregado e ex-membro do CCP José Filie Caseiro, Professor João Correia, Dirigente associativo Alfredo Stoffel , Conselheiro das Comunidades - CCP Fernando Genro, conselheiro das comunidades e dirigente associativo Fernando Oliveira , Dirigente associativo Rui Paz , Professor Arménio Fortunato, Empresário Francisco Velho, Empresário Francisco Guerreiro, Empresário Ana Vieira, Assistente de biologia Ruben Peixoto, Estudante Francisco Rodrigues, Dirigente associativo António Rodrigues, Dirigente associativo
HAMBURGO Comunidade católica elegeu Conselho Paroquial „A Igreja é formada por homens e mulheres que crêem em Deus e aceitam Jesus como seu salvador. Essas pessoas de fé formam a Assembleia, o povo de Deus, a comunidade dos seguidores de Jesus Cristo, tendo como missão anunciar e construir o Reino de Deus no Mundo. Ela é o corpo de Cristo, do qual Cristo é a cabeça e todos nós somos seus membros. É guiada pelo Espírito Santo e formada por nós que somos pecadores, chamados á santidade. Para assistir e cumprir a sua missão ela precisa de uma organização administrativa: diocese, paróquia e comunidade. A paróquia é administrada pelo Pároco com a ajuda do Conselho Pastoral Paroquial que deve colaborar, trabalhar para que tudo aconteça conforme a vontade de Deus e para o bem de todos“. Foi inspirado neste texto que a
missão católica portuguesa de Hamburgo, pediu a colaboração de seus paroquianos, exortandoos a inscreverem-se como eleitor ou candidato ao Conselho Paroquial. Durante todo o mês de Outubro, foram recolhidas todas as inscrições, que na opinião de muitos foi lenta e desprovida de interesse. No entanto, no dia das eleições, a 7 de Novembro último, a afluência à urna foi satisfatória, registando-se 281 votos dos 331 recenseados. Uma boa participação. portanto. De salientar o bom ambiente gerado à volta do processo de votação, apesar de uma outra falha aqui e ali registada. Já com data marcada para este mês, a tomada de posse do novo Conselho Paroquial será no decorrer duma das habituais eucaristias de Domingo. Maria dos Anjos
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Reunião no Consulado de Portugal em Dusseldorf sobre o ensino
Reunião entre o Vice-Cônsul em Osnabrück e o Conselho Consultivo
Situação dos idosos no centro das preocupações
Novos rostos, velhos problemas O Consulado-Geral em Düsseldorf foi palco de mais uma reunião em que os presentes se debruçaram sobre o ensino. O encontro foi promovido pela novíssima Cônsul-Geral Maria Manuela Durão que, por sua vez, convidou para estar presente a também nova responsável pelo ensino na Embaixada de Portugal, a coordenadora Sílvia Melo Pfeifer. Para além da cônsul e da coordenadora, o PP contou 21 o número de participantes na reunião: nove professores e representantes dos encarregados de educação de Düsseldorf, Essen, Gelsenkirchen, Remscheid, Soligen e Colónia. Também entre os presentes estavam membros da FAPA (Federação das Associações Portuguesas na Alemanha) e um membro do CCP (Conselho das Comunidades Portuguesas) Uma das novidades do encontro foi a apresentação do novo Docente de Apoio Pedagógico junto do consulado em Düsseldorf, o professor Rogério Sousa Almeida que vai estar quatro horas por semana ao serviço da comunidade e dos professores, com horário ainda por fixar. Recorde-se que este lugar estava vago desde 2009, o que motivou durante esse período algum descontentamento proveniente de professores, de membros do CCP, de associações e até do próprio ex- cônsul João Bernardo Weinstein. Sobre este capítulo, causou grande surpresa quando foi anunciado que o Docente de
Apoio estaria apenas disponível durante apenas quatro horas semanais. Alguém, justamente, duvidou que o novo Docente de Apoio consiga dar vazão ao trabalho em apenas quatro horas por semana. Resignados, ouviu-se um “mais vale pouco do que nada” típico no nosso jeito para aceitar as coisas como se ao destino pertencessem. Um dos problemas que muito preocupa a comunidade tem a ver com a eterna questão do atraso da colocação de professores nas respectivas áreas, professores que muitas das vezes são colocados com atraso de seis meses. Para explicar esta “doença crónica” do ensino do Português na Alemanha, a coordenadora Sílvia Pfeifer disse que o atraso se deve ao facto do recrutamento de professores ser feito a nível mundial com as mais diferentes datas de início do ano escolar. Além disso, há algumas condições que têm que ser preenchidas pelos concorrentes, tais como o conhecimento da língua do país onde vão ser colocados, etc. Uma das razões dos atrasos
à colocação atempada de professores tem a ver com o facto da língua alemã ser um idioma de pouca oferta em Portugal, disse a coordenadora. O problema da falta de alguns professoras às aulas foi levantado por um encarregado de educação que referiu o seu problema ao denunciar a falta contínua de uma professora às aulas em Dusseldorf porque “infelizmente adoece com muita frequência“ . Para além desta situação concreta, foi denunciado a inadequada matéria escolar o que leva as crianças a perderem o interesse em frequentarem as aulas. Por seu turno, uma professora de Colónia disse, com voz bem firme, que os professores estão fartos de lutarem contra a maré, denunciando as carências sentidas e apelando para que ensino da língua portuguesa se faça de modo estruturado em prol da língua, dos alunos, dizendo que o Instituto Camões deve ser chamado à responsabilização sempre que as coisas não funcionem . Espera-se agora que a nova cônsul faça eco de todas as preocupações a quem de direito. E os presente levarão, com certeza, à letra as palavras da cônsul quando disse que “nada ficará nas paredes do consulado”. António Horta, Correspondente
O Vice-Cônsul em Osnabrück, Manuel Silva, manifesta-se “muito preocupado como facto de lhe parecer haver um aumento significativo de idosos que vivem na Alemanha em situação de pobreza, isolamento e solidão”. Esta preocupação de Manuel Silva foi manifestada num encontro que realizou com o Conselho Consultivo junto do Vice-Consulado. Ao PORTUGAL POST, Manuel Silva anunciou algumas iniciativas que venham a contribuir para sensibilizar a Comunidade Portuguesa, pois segundo o mesmo “as situações agora detectadas existem, não por falta de solidariedade dos portugueses, mas sim por falta de conhecimento”. Manuel Silva disse que “por experiência sabe que a Comunidade Portuguesa está sempre pronta a prestar um apoio social a quem necessita e as situações agora detectadas resultam do isolamento de alguns idosos e não por falta de solidariedade da Comunidade Portuguesa”. Uma das iniciativas que o Vice-Cônsul já começou a pôr em prática são visitas a nacionais que se encontram a viver em lares de terceira idade, “muitas vezes sem conhecimentos mínimos da língua alemã”, disse. O responsável adiantou que “o anonimato de quem mora numa cidade alemã, provoca o isolamento e a difícil identificação de casos de carência”. Estando convencido que as suas visitas esporádicas não são a solução do problema, o Vice-Cônsul disse ao PORTUGAL POST que as mesmas visam “lembrar e sensibilizar a Comunidade Portuguesa para este facto”, além de
pretender “dar voz às pessoas idosas que vivem isoladas”, dandolhes força e estimulo para se dirigirem ao Vice-Consulado e às diferentes agremiações e missões católicas portuguesas. “Numa recente visita a um lar, onde vive um casal completamente isolado, sem filhos ou familiares na Alemanha, os idosos emocionaram-se várias vezes” disse-nos o Vice-Cônsul. “Tomei conhecimento que duas senhoras portuguesas visitam regularmente aquele casal de idosos, dando-lhes a atenção e o carinho que bem merecem”, adiantou Manuel Silva, afirmando que esse trabalho de voluntariado merece o seu maior reconhecimento. Ainda na reunião com os membros do Conselho Consultivo, que se realizou na cidade de Münster, Manuel Silva informou os presentes sobre algumas actividades do posto, destacando a introdução e emissão do Cartão de Cidadão no Vice-Consulado a partir do passado dia 14 de Julho de 2010. O Vice-Cônsul relembrou ainda a realização das eleições presidenciais, as quais terão lugar a 22 e 23 de Janeiro de 2011, exortando os presentes eleitores a cumprir o seu dever cívico. Para além da preocupação sobre a situação dos idosos, os presentes debruçaram-se sobre o problema de sobrevivência que afecta um número crescente das colectividades portuguesas, “quer por falta de meios humanos, quer por falta de líderes capazes de reestruturar as mesmas e assim torná-las mais atractivas para a segunda e terceira gerações, devendo-se tentar inverter essa tendência”.
Professores que faltam Alemanha vão ser contratados brevemente O Governo vai contratar brevemente os professores que faltam em França e na Alemanha, onde mais de mil alunos estão sem aulas de português, anunciou o secretário de Estado das Comunidades, António Braga. Entretanto, já será publicada em Diário da República a portaria que permite a contratação local de professores. “O modelo de colocação de professores baseou-se, por concurso, na criação de uma bolsa de docentes disponíveis para ocupar os lugares que pudessem vir a vagar. A bolsa esgotou-se e foi necessário desenvolver outro procedimento para a contratação.
O governante ressalvou ainda que o Instituto Camões (IC), que tutela o ensino do português no estrangeiro, “tem vindo a desenvolver todos os procedimentos para que sejam preenchidos esses lugares”. Desde o início do ano escolar, em Agosto ou Setembro, conforme os países, que tem sido denunciado que cerca de mil alunos em França e outros tantos na Alemanha estão sem aulas. Em Outubro, a dirigente do Sindicato dos Professores das Comunidades Lusíadas, Teresa Soares, explicou que isso se devia a um atraso na contratação local, causado pela falta de uma portaria.
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Ex-militares encontram-se para convívio e recordacões
PSD alerta para “escassez de pessoal” no Entre lágrimas e saudades consulado de Hamburgo
O deputado do PSD pela Europa Carlos Gonçalves alertou para a “escassez de pessoal” no consulado de Hamburgo, na Alemanha, e quer saber se o Governo vai resolver esta situação. Numa pergunta ao Governo , o deputado afirma que a situação naquele posto “traduz-se numa progressiva incapacidade de dar uma resposta cabal, em termos de recursos humanos e em termos administrativos, aos utentes”. “Em várias reuniões com o Ministro dos Negócios Estrangeiros chamei a atenção para este quadro de dificuldade, que agora acaba por se agravar devido à doença de alguns funcionários que ocupam as chefias intermédias”, lê-se na pergunta.
“A comunidade portuguesa residente na área consular de Hamburgo necessita de que esta situação seja resolvida rapidamente pelo Governo”, sublinhou o social-democrata. Carlos Gonçalves disse ainda que tem recebido “alguns relatos e queixas da parte de portugueses aí residentes” acerca do funcionamento do consulado. Nesse sentido, o deputado quer saber se o Governo “está a par das dificuldades por que passa o Consulado Geral de Portugal em Hamburgo, nomeadamente em termos de recursos humanos” e se está a “ponderar tomar alguma medida para resolver a situação” desse posto. Segundo o PP apurou, a distri-
buição de funcionários pelos consulados na Alemanha faz-se da seguinte maneira: Vice-Consulado em Frankfurt, para além do titular do posto, com cinco funcionários (abriu, entretanto, concurso para mais um). Consulado-Geral em Estugarda tem sete funcionários. Consulado-Geral em Dusseldorf, com oito funcionários. Vice-Consulado em Osnabrück, com três funcionários, sem contar com o titular do posto. Consulado-Geral em Hamburgo, com seis (abriu, entretanto, concurso para a colocação de mais um funcionário). Contactada pelo PORTUGAL POST, a secretaria de Estado das Comunidades, não quis comentar pedido de esclarecimento que enviamos por e-mail.
GENTE
O dia 3 de Outubro, feriado na Alemanha, tem sido uma data fixa para um encontro convívio de exmilitares onde se fala e recorda as suas aventuras enquanto militares por terras das ex-colónias. O primeiro encontro ocorreu em 2007. Desde então para cá, os responsáveis têm promovido o encontro em diversas agremiações lusas na região de Münster (Münsterland), a quem os organizadores agradecem através do PORTUGAL POST. O encontro vai, portanto, no seu quarto ano consecutivo. Nestes jantares de convívio, os ex-militares fazem-se acompanhar das respectivas famílias e amigos, o que torna o convívio quase numa festa que de ano para ano vem ganhando a adesão de muita gente. Este ano, foi exibido um DVD de fotografias dos ex-militares, que acordou a comoção dos presentes, tendo sido este um dos momentos mais emotivos de todas as saudades que cada um gosta de recordar. Outro momento alto do último encontro, foi o encontro ocasional de dois ex-militares (Alceu Cardoso de Münster e António Fernandes de Borghorst) que estiveram em zona de combate na Guiné-Bissau e que residem a uns
escassos quilómetros um do outro na região de Münster e que já não se viam há 38 anos. Os dois, durante o jantar reconheceram-se, e, para espanto de muitos, caíram nos braços um do outro bastante comovidos. Em Outubro de 2011, festejarse-ão os 5 anos de convívio, sendo que, a este propósito, a organização já está a planear o encontro para essa altura, com um maior número de pessoas. Uma novidade do próximo encontro será o lançamento de uma campanha de recolha de dinheiro para apoiar os mutilados das excolónias. Para isso, a organização vai sensibilizar instituições privadas para se associarem à iniciativa. No final, os presentes deram vivas à república e divertiram-se ao som de música e cantigas do Duo de Guitarras e do Trio de Concertinas que actuaram de forma solidária. Os organizadores (Alfredo Cardoso, António Dias, António Cardoso e António Fernandes), agradecem via PORTUGAL POST e lembram o próximo convívio deste ano dos ex-militares dos três ramos das forças armadas portuguesas. Para mais informações: AlfredoCardoso@web.de
Novas da Embaixada
ALEXENDER ALVARO, nascido em 1975, é deputado ao Parlamento Europeu e pertence, desde 2003, à direcção nacional do partido FDP. Este luso descendente, que tem a dupla nacionalidade, é uma das raras personalidades com passaporte português na Alemanha que exerce um alto cargo na vida politica alemã, isto é, para além de sua actividade de parlamentar, Alexender Alvaro é vice-presidente do FDP. Alexender Alvaro conclui o liceu (abitur) em Düsseldorf, no Görres-Gymnasium, e estudou direito nas universidades de Bremen, Mannheim, Lausanne und Düsseldorf. De 2000 a 2005, pertenceu também à direcção nacional dos jovens liberais (JuLis), tendo sido eleito para o Parlamento Europeu em 2004, cargo que ainda exerce.
Site da embaixada com novo visual Às vezes a Embaixada de Portugal em Berlim é motivo de notícia. Desta vez, porém, não é de notícia relevante mas sim de uma nota que tem como objectivo informar pequenas alterações sobre o que vai na mais alta missão diplomática portuguesa na Alemanha. A primeira nota tem a vez com o novo visual do Site da embaixada (www.botschaftportugal.de). Novo, dizemos, em termos de imagem. No que se refere ao conteúdo a embaixada oferece-nos, de forma diferente, o mesmo. Vale, no entanto, a pena dar uma olhadela para ficarmos a conhecer o que a embaixada pretende comunicar. Por exemplo, no botão “serviço aos portugueses”, a embaixada informa, em termos gerais, os serviços prestados pelos consulares aos portugueses que são aqueles que todos os consulados no mundo podem fazer pelos portugueses.
Clicando no botão “Comunidade Portuguesa”, a embaixada dá-nos a ler um documento estudo intitulado “Caracterização da Comunidade” compilado pelo exConselheiro Social Rebelo Coelho, documento este editado em 2004 com dados estatísticos sobre a evolução da comunidade até ao 2000/03. No que diz respeito ainda à informação sobre a comunidade, a embaixada insiste em publicar um “link” desactualizado que dá acesso ao Site do CCP /Conselho das Comunidades Portuguesas o qual induz em erro as pessoas que consultam aquela informação online. Sobre uma outra nota proveniente da embaixada é a cessação de funções do Conselheiro de Imprensa Luís Tibério que esteve ao serviço da Embaixada de Portugal na capital alemã durante cerca de nove anos
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Com pedido de publicação ao abrigo da lei de Imprensa
José Caetano da Costa Pereira Embaixador de Portugal
Desmentido O Círculo de Amigos de Herigoyen (CAH) desmente um texto do periódico mensal “Portugal Post”, publicado na edição de Dezembro de 2010, assinado por F.A. Ribeiro, com o qual se pretendeu fazer o rescaldo da comemoração dos duzentos anos da nomeação régia do arquitecto português Manuel José de Herigoyen (17461817) como Alto-Comissário das Obras Régias da Baviera. Nesse texto os factos são sistematicamente subvertidos de modo a alimentar uma polémica, meramente jornalística e sem fundamento. Cabenos ainda chamar a atenção para o facto de, por razões que nos são desconhecidas, o estilo escolhido pelo redactor do texto ser, por vezes, tendencioso e ofensivo. Porque somente nos identificamos com um jornalismo isento e objectivo, não poderíamos deixar de emitir este desmentido. 1) “(...) uma troca de galhardetes entre os principais responsáveis (...)” O CAH desconhece os “galhardetes” em causa, bem como os “principais responsáveis” referidos. Para a concretização do referido evento esteve envolvida uma equipa com cerca de uma dezena de pessoas. Nenhuma dessas pessoas foi remunerada, tendo sido demonstrado por todos uma enorme dedicação e entrega. Eventuais incompatibilidades ou diferenças de opiniões que possam ter surgido ao longo do processo, foram resolvidas dentro da equipa e não são do domínio público. Qualquer informação em contrário é uma tentativa abusiva e irresponsável para denegrir um trabalho conjunto de elevado valor e mérito. 2) “ O PORTUGAL POST - que se associou à iniciativa - reclamou dados (...) juntos dos dois mais altos representantes da Liga dos Amigos (...) Não obteve resposta (...)” O PORTUGAL POST (PP) é um meio de comunicação muito prezado entre a Comunidade Portuguesa residente na Alemanha, pelo que nos congratulámos pela sua presença no nosso evento. Tal como todos os outros meios de comunicação social portugueses e bávaros, o PP recebeu um comunicado de imprensa a 18 de Outubro anunciando e enquadrando o referido evento. O CAH desconhece, mais uma vez, quem são os “mais altos responsáveis” da “Liga dos Amigos”, pelo simples facto de não existir nenhuma “Liga”, mas sim um Círculo de Amigos, e de não existir uma estrutura hierárquica rígida
que permita qualificar, em termos de relevância, as pessoas envolvidas. A suposta “reclamação de dados” nunca chegou aos nossos endereços postal, email ou fax, pelo que naturalmente nunca poderia ser respondida. 3) “(...) o teor da divergência protocolar surgida e muito comentada.” No ambiente de festa que acompanhou o evento não tivemos conhecimento de nenhuma “divergência protocolar”, a qual, supostamente, tivesse sido “muito comentada”. 4) “Apurámos, a nosso custo e encargo, que a presença da RTP era um dado certo.” Tal como referido no ponto 2), todos os meios de comunicação social portugueses e bávaros receberam um comunicado de imprensa a 18 de Outubro. Em nenhuma ocasião nos foi confirmada a presença da RTP no nosso evento, pelo que a sua ausência se deve a opções de redacção ou de direcção que nos são totalmente alheias. 5) “Os erros e o branqueamento da comunicação não se ficaram por aqui.” O CAH não reconhece qualquer legitimidade ao Sr. F.A. Ribeiro para acusar as pessoas envolvidas na concretização do evento de cometerem “erros e branqueamento da comunicação”. Existiu por parte de cada uma das pessoas que integraram a equipa uma enorme vontade em dar o seu melhor. Não negamos a existência de situações pontuais que poderiam ter sido melhor resolvidas, as quais já foram internamente identificadas e debatidas. A avaliação da prestação do desempenho de cada uma das pessoas foi feita dentro da equipa e não é do domínio público. 6) “ (...) o auto-intitulado presidente da Liga dos Amigos de Herigoyen, José Rodrigues dos Reis (...)” O Sr. Rodrigues dos Reis dedicase, juntamente com o Dr. Hermann Reidel, à divulgação da vida e da obra de Herigoyen há mais de 25 anos. Sendo o Círculo de Amigos de Herigoyen uma entidade que se propõe fazer a ponte entre a Baviera e Portugal, faz todo o sentido que o Sr. Rodrigues dos Reis, pela sua vivência em ambos os estados, tenha sido indicado como Presidente. O desplante na utilização da expressão “auto-intitulado” é ainda maior, quando o próprio Sr. Rodrigues dos Reis apresentou inicialmente bastante resistência em aceitar o referido título. Como se referiu anteriormente não existe uma organização vertical no CAH, cabendo a todos os membros da equipa o direito à palavra e à decisão, obedecendo aos prin-
cípios da transparência e do respeito. 7) “(...) dez dias antes do dia da cerimónia, (o Sr. Rodrigues dos Reis) deslocou-se a Lisboa para tentar contactar as autoridades culturais (...)” A deslocação a Lisboa do Sr. Rodrigues dos Reis, juntamente com a Princesa Sissy zu Bentheim und Steinfurt e com o Dr. Hermann Reidel fez-se a 11 de Julho, ou seja, três meses e meio antes do evento. Nessa ocasião, em reunião no Ministério da Cultura, foi efectuado o convite pessoal ao Sr. Secretário de Estado da Cultura e ao Sr. Director do IGESPAR, os quais confirmaram a sua presença a 25 e a 16 de Agosto, respectivamente, em carta redigida ao Presidente do CAH. Os contactos com a Sra. Ministra da Cultura foram feitos por intermédio do Sr. Secretário de Estado da Cultura e directamente por cartas redigidas e assinadas pelo Presidente do CAH. 8) (...) Parece que propositadamente se esqueceu de referir a acção decisiva do Consulado na abertura da cerimónia de Munique. (...)” Estas afirmações, atribuídas ao Sr. Cônsul Geral de Portugal em Estugarda, Dr. Gomes Samuel, não nos parecem plausíveis. Má fé e necessidade de protagonismo são características que não reconhecemos no nosso estimado Cônsul Geral. Se na cerimónia de abertura, por lapso e sem malícia, não foi feito o devido agradecimento ao Consulado, tal omissão foi corrigida no final da cerimónia. O aproveitamento deste incidente para alimentar uma intriga só poderá ser interpretado como um acto de gravíssima irresponsabilidade. O papel desempenhado pelo Dr. Gomes Samuel na comemoração dos duzentos anos da nomeação régia do arquitecto português Manuel José de Herigoyen como Alto-Comissário das Obras Régias da Baviera revelouse de primordial relevância para a concretização do evento. Mais uma vez tornamos públicos os nossos agradecimentos e enorme consideração. Quanto à cronologia dos factos, feita pelo Sr. F.A. Ribeiro, esta é demasiado simplista e imprecisa. Por respeito a todos os envolvidos, de modo a assegurar a sua privacidade e bom nome, não nos parece conveniente rebater os factos apresentados.
Brevíssima Resposta O PORTUGAL POST (PP) empenhou-se a fundo na defesa dos superiores interesses da Comunidade lusa de Munique durante a maior parte do ano de 2009. Estava em causa o modelo de gestão consular dinamizado pelo cônsul honorário de Portugal em Munique, Jürgen Adolff, que o Governo português acabou por exonerar no início do Verão do ano que agora findou. Nesse relacionamento e troca de Informações destacaram-se dois elementos da comunidade lusa de Munique, o sr. Reis e o sr.. Pedro Castro, mais ou menos visivelmente, acabando o sr. Castro por ficar só em cena através de declarações e a realização de um blogue. Eu próprio multipliquei os contactos com a Imprensa Portuguesa, acabando uma repórter do semanário Sol, Sónia
Balesteiros, por dar alguma visibilidade à justa luta da comunidade lusa de Munique. É neste contexto que aparece como altamente discutível a forma usada pelo Círculo dos Amigos de Herigoyen para noticiar publicamente o Simpósio. Ao contrário do que escrevem - e já foi reposta a verdade por troca de informações a anteceder a publicação deste alegado „ desmentido“- o PP enviou e-mails para os dois principais responsáveis do evento, a 18 e 22 de Setembro, a solicitar material vasto de enquadramento para o Simpósio do Herigoyen. Até essa data desconhecíamos o email do CAH, por falta de Informação veiculada do mesmo. E para se demonstrar o nosso bem intencionado e operoso propósito, tentámos via telefone e sms alcançar um módulo eficaz de agenciamento de Informação. Acabaram
por declarar que receberam os citados e-mails, o que destrói toda a argumentação reunida à lufa-lufa sem rigor neste „ desmentido“. E acresce o facto, por alta curiosidade, de o sr. Reis, ter evitado (?) usar o e-mail do CAH para nos enviar um outro com a fotografia da princesa Sissi, a 12 de Novembro pp, por intermédio de um PC de um técnico do staff da SSF Ingenieure de Munique, o eng° P Santos. O outro ponto polémico do „ desmentido „, relaciona-se com a visita a Lisboa de uma comitiva no Verão passado de três elementos do Círculo de Amigos de Herigoyen , que nos abstemos de comentar por deliberada intenção. Nada há mais a dizer e recusamos alimentar mais uma qualquer outra polémica.
Munique, 10 de Dezembro de 2010 Círculo de Amigos de Herigoyen München,
O Redactor F.Almeida Ribeiro
Mensagem à Comunidade Portuguesa na Alemanha Para nós, Portugueses no estrangeiro, Natal é um tempo em que estão mais presentes os valores da Paz, da Família, da Solidariedade e do que nos une ao nosso País. É-me assim especialmente grato dirigir à Comunidade Portuguesa e luso-descendente, residente na Alemanha, os meus vivos votos de Boas Festas e de um Feliz Ano Novo. O ano que agora termina foi marcado por uma grave crise económica e financeira. Acabou por ser, como todos sabemos, também um ano muito difícil para Portugal, que, mediante um diversificado conjunto de medidas, está a proceder à consolidação orçamental e ao relançamento da economia. Mantém-se o capital de confiança nas capacidades dos portugueses, e na forma como têm, ao longo de séculos, dado mostras de saber enfrentar os grandes desafios, com determinação, criatividade e engenho, para construir um futuro melhor. Disso tem sido exemplo também a Comunidade Portuguesa e luso-descendente aqui residente, no contributo que tem dado para o desenvolvimento deste país e de Portugal. Manter vivo esse sentimento de portugalidade passa igualmente por uma activa participação cívica, designadamente pelo exercício do direito de voto nos actos eleitorais de Portugal. Será o caso, já no próximo dia 23 de Janeiro, da eleição do Presidente da República, cuja nova legislação veio alargar o universo dos eleitores. Pela nossa parte, a Embaixada irá, em coordenação com todos os Postos Consulares na Alemanha, continuar a empenhar-se na defesa dos interesses de Portugal e dos portugueses aqui residentes, incluindo a promoção e afirmação da Língua e da Cultura Portuguesas, marcas indeléveis da nossa identidade e da nossa presença no Mundo. A todos, os meus votos de Feliz Natal e Próspero Ano Novo!
Fala o Leitor Um obrigado ao PP Exmo. Senhor Director, Quero felicitá-lo pelo trabalho que tem feito em prol dos emigrantes portugueses aqui na Alemanha. Há alguns anos que compro o jornal e desde aí tenho coleccionado os jornais. A informação do jornal é muito útil para quem vive aqui. Graças à informação social do jornal tenho-me podido defender sobre direitos e deveres que desconhecia. Leio e aprecio tudo o que o jornal escreve. Também quero dar-lhe os parabéns pelos artigos sobre a história de Portugal. São de fácil leitura, informativos e muito instrutivos. E como são em português e alemão, os meus filhos podem compreender melhor quando têm o artigo em alemão à mão. Também quero deixar aqui os meus parabéns aos advogados e ao senhor José Gomes Rodrigues que escrevem sobre assuntos muito importantes para todos nós. Enfim, peço ao senhor Director Mário dos Santos para continuar até aqui, porque creia que o jornal apesar de ser mensal é uma grande companhia que penso não ser só para mim. Muito obrigado. Ricardo Valdemar Santos, Mannheim
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Comunidade Retrospectiva 2010 O PORTUGAL POST reúne aqui alguns dos destaques que foram notícia durante o ano de 2010 naquilo que diz somente à realidade da comunidade lusa na Alemanha. Sinceramente, notícias de grande parangonas não houve. Foi, em nosso entender, um ano pobre de iniciativas ou acontecimentos de grande relevo.
JANEIRO Á O programa “Boa Tarde Portugal”, transmitido todos os sábados pela Rádio Dreyeckland em Freiburg e realizado por emigrantes portugueses, comemora 19 anos de existência. O PP dá a conhecer a iniciativa e fala com os radialistas que nos contam como tudo começou. Á O ex-cônsul em Dusseldorf, João Weinstein, convoca uma reunião com os professores para os informar sobre a inexistência de um coordenador pedagógico, abrindo, assim, uma guerra com a Coordenação de Ensino na embaixada sobre as competências de uns e outros. Á O conselheiro Rui Paz abandona o CCP por razões pessoais e dá o lugar a Fernando Genro que assume oficialmente o cargo de conselheiro. Á Na edição de Janeiro, o PP notícia mais uma reunião havida entre os conselheiros do CCP, Embaixador de Portugal e cônsules. Na reunião é manifestado o desejo de se promover as celebrações do Dia de Portugal (10 de Junho) num “evento com nível e dignidade”, desejo este não concretizado. Á O grupo folclórico “Coração do Minho” muda de nome e passa a ser “Grupo Etnográfico Coração do Minho”. FEVEREIRO Á Abílio Ferreira, vice-cônsul em Frankfurt, fala ao PP sobre a sua intenção em “simplificar alguns procedimentos consulares. Á Vice-cônsul em Osnabrück nomeia e anuncia o nome das personalidades que passam a constituir o Conselho Consultivo junto daquela posto. Á As permanências consulares em Munique e Singen são reactivadas após o PP ter contacto a secretaria de Estado das Comunidades colocando a questão como prioritária para os portugueses ali residentes. MARÇO Á A TAP anuncia o nome de Frank Zehle como seu novo delegado na Alemanha. Á Reportagem no PP sobre os portugueses em Freiburgo e a “sua igreja”, ponto de encontro das famílias lusas naquela cidade. Á Centro Português em Felbach é contemplado com uma verba de três mil euros concedida pelo Estado português para as suas actividades. Á Cônsul-Geral em Hamburgo nomeia e empossa o Conselho Consultivo formado por personalidades residentes na sua área de jurisdição. Á O deputado pela emigração do PSD, Carlos Gonçalves, visita o Centro Cultural e Desportivo em Arnsberg. Á O banco Santander Totta entrega um donativo ao consulado em Estugarda para aquisição de leitores de CDs para os professores naquela área. O material será utilizado nas aulas de português. Á Nas eleições para os Conselhos de Integração na NRW são eleitos dez portugueses em diversas cidades do mais populoso Estado da Alemanha. ABRIL Á O PP publica artigo sobre o jornalista alemão Günter Wallraff onde revela que o general Spínola queria eliminar fisicamente adversários políticos em 1976. Á Rui Paz, músico e professor, concede entrevista ao PP onde fala da sua carreira e do seu itinerário na actividade cívica e social em que se empenha. Á O deputado socialista Paulo Pisco participa num encontro luso-angolano promovido pela VPU (Federação de empresários Portugueses na Alemanha) Á O grupo folclórico Etnográfico Coração do Minho festeja o seu 9 aniversário. Á Vítor Estradas, presidente da FAPA, revela tristeza pelos seus projectos não serem levados em conta pelas entidades oficiais. Em causa está o projecto de apoio à formação dos dirigentes associativos que não é apoiado apesar da insistência da FAPA. Á Vice-Cônsul em Frankfurt nomeia e empossa o Conselho Consultivo junto do posto. Os nomeados são conhecidas personalidades residentes na área. Á O cônsul português em Estugarda diz em entrevista ao PP que “o consulado honorário em Munique está bem”, afirmação esta surpreendente quando já se sabia que o posto honorário estava por um fio devido às alegadas ligações do ex-cônsul honorário ao caso dos submarinos. Á Cônsul Honorário em Munique é suspenso pelo Governo português devido às suas alegadas ligações ao caso dos submarinos. MAIO Á Artur Amorim, presidente do PSD-Alemanha, é eleito para o Conselho Nacional do partido. Á Governo prescinde das instalações do consulado honorário em Munique para fazer assistência consular. JUNHO ÁO Deutsche Bank Portugal anuncia a sua vinda para a Alemanha para competir com
Mesmo assim reunimos aquelas notícias que merecem ficar aqui registadas para a posteridade. Também à semelhança do que algumas vezes temos feito, o PP elege as figuras do ano que, em nosso entender, são aquelas que nos merece essa honra.
os bancos portugueses no mercado da comunidade. Á O PORTUGAL POST publica uma brochura de informação sobre o Hartz IV. Á Por iniciativa da conselheira Piedade Frias é anunciada a criação de uma Federação de Ranchos Folclóricos na Alemanha. Á É nomeado o Conselho Consultivo da área consular de Berlim. Á Conselheiro do CCP voltam a Berlim para mais uma reunião com o embaixador e cônsules. Á Contrariamente ao que se esperava, Dia de Portugal não é festejado com um grande evento como tinha sido anunciado pelo CCP após uma reunião com o embaixador em Berlim, em Dezembro de 2009. Á A Federação das Associações Portuguesas na Alemanha (FAPA) anuncia a eleição da sua direcção regional do norte. Para presidente é eleito Artur Rodrigues pertencente à associação em Gutersloh. JULHO Á Uma jovem Luso descendente , Tatjana Pinto, residente em Münster é considerada uma “jóia do atletismo alemão. Á A Associação Portuguesa em Solingen anuncia mudar para novas e condiganas instalações. Á O PORTUGAL POST anuncia que a emigração portuguesa para a Alemanha está a mudar com a chegada de muitos jovens licenciados para este pais. ÁA VPU (Federação de Empresários Portugueses na Alemanha) anuncia cooperação com a AICEP. Á Com o apoio do Centro Português de Essen, um Projecto de Intercâmbio põe crianças a dialogar em português. AGOSTO Á Os membros do CCP Fernando Genro e Alfredo Stoffel promovem, em Dusseldorf, uma sucessão de reuniões sobre ensino, associativismo e terceira-idade. Os professores, as associações, assistentes sociais e cônsul foram convidados para os encontros. Á Dortmund lembra e festeja os 40 anos de ensino português numa escola primária, a Nordmarktschule. Á É colocada uma placa alusiva aos 90 anos da Amália Rodrigues na rua com o nome da fadista em Hamburgo. Os iniciadores são a Associação Luso-Hanseática. Á A Federação das Associações (FAPA) ameaça promover manifestações de rua contra a falta de Docente Pedagógico no consulado em Dusseldorf.
Á É anunciado que o cartão de cidadão é emitido nos consulados em Dusseldorf, Frankfurt e Osnabrück. ÁJoão Weinstein, cônsul em Düsseldorf é exonerado pelo Governo. Á O sindicato dos Professores revela ao PP que são nove os professores de português em risco de perder o vínculo ao Estado. Á A Portugal Post Verlag (casa editora deste jornal) anuncia a publicação do Directório Empresarial Luso-Alemão. OUTUBRO Á Vice-Cônsul em Osnabrück, Manuel Silva, anuncia poder iniciar permanências consulares em Bremerhaven. Á É anunciado projecto para a fusão das associações, clubes e ranchos em Hagen. Á Sindicato dos Professores diz ao PP que há professores na Alemanha sem assistência médica. Á Sílvia Melo – Pfeifer é a nova responsável pelo ensino do Português na Alemanha. Á A comunidade portuguesa na Baviera diz-se sem acesso a serviços mínimos consulares após o encerramento do consulado honorário. Á Maria Manuel Durão é a nova cônsul em Dusseldorf. Á Emigrantes portugueses deixam a Espanha para vir à procura de vida na Alemanha. NOVEMBRO Á José Gomes Rodrigues, assistente social em Neuss, anuncia a sua saída para ir gozar a reforma. O apoio social aos portugueses fica, assim, mais pobre. Á Mais uma reunião entre os membros (neste caso um membro) e o embaixador e o cônsules. Á Candidatos presidenciais nomeiam mandatários para a Alemanha. Á Embaixador de Portugal responde a três perguntas colocadas pelo PP sobre questões que dizem respeito à comunidade. Á A Federação de Empresários Portugueses (VPU) elege nova direcção. Á Extingue-se a associação Lar dos Portugueses em Ludwigsburg Á Grupo de portugueses em Munique organiza simpósio sobre um arquitecto português, Manuel José Herigoyen, que viveu na Baviera entre 1798 e 1817.
SETEMBRO Á O escultor Filipe Mirante inaugura um atelier e espaço para exposições após com anos de reconstrução e adaptação do espaço, um antigo celeiro.
DEZEMBRO Á É anunciada a criação da União Portuguesa Cultural e Desportiva de Hagen que arranca numa mega sede com 2300 metros quadrados. Á Padre da Missão Católica em Hamburgo diz que está arrependido de ter assumido a responsabilidade da paróquia portuguesa naquela cidade. Á José Pinto, colaborador e correspondente durante alguns anos, deixa a Alemanha e parte definitivamente para Portugal.
A personalidade feminina do ano 2010
A personalidade masculina do ano 2010
A jovem atleta velocista lusoalemã Tatjana Pinto foi uma das nomeadas ao prémio Talento na categoria de Desporto, prémio este instituído pela Secretaria de Estado das Comunidades A nomeação da jovem atleta foi concretizada no mês de Julho pela iniciativa de alguns compatriotas residentes em Münster que apresentaram a proposta de nomeação ao vice-consulado em Osnabrück. Tatjana Pinto, 17 anos, que representa cores da Alemanha em torneio internacionais , era senhora do melhor tempo das atletas juniores A da Alemanha na disciplina dos 100 metros com 11,46 segundos. Tatjana Pinto é um exemplo para muitos jovens luso-descendentes.
O coreógrafo e bailarino português, Hugo Vieira, residente na Alemanha encontrou o sucesso neste país para onde veio há cerca de 11 anos. A razão para a sua nomeação como figura do ano masculina 2010 prende-se pelo facto de ter mantido em palco um musical-bailado intitulado “FADO=DESTINO”. Hugo Viera é natural de Lisboa onde, de resto, iniciou os estudos em bailado na Escola de Dança do Conservatório Nacional e posteriormente no Centro de Dança Internacional de Rosella Hightower em Cannes. Como Bailarino foi membro da Companhia Nacional de Bailado, Braunschweig Ballet e Karlsruhe Ballet. Ao longo da sua carreira dançou em peças de diversos coreógrafos tais como Forsythe, Galili, Wellenkamp, Naharin, Duato, Horta, Bill T. Jones, Alston, Wyss, Gomes e Roriz entre outros. Hugo Viera foi finalista no concurso internacional de coreografia em Hannover. Participou no Solo-Tanz Festival em Estugarda e no Festival de Artes de Macau e criou "Points of You" para o programa de Jovens coreógrafos do Ballet de Estugarda. Hugo Viera encenou e coreografou a ópera "Triumphierende Liebe" para o festival Musik Tage Hannover. Criou a coreografia para o musical Frankenstein na Alemanha e para Jesus Cristo Superstar na Austria. Hugo Viera tem criado peças para o Ballet Karlsruhe, Ballet Braunschweig, Hannover Opera House, CeDeCe, Dançarte, Theater Ingolstadt, Tiroler Landestheater Innsbruck e Thüringen Ballet.
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Alemanha
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Sida: Médicos alemães acreditam ter curado um homem com o VIH Uma equipa médica alemã acredita ter curado um homem infectado com o vírus da sida, após um transplante de medula óssea para tratar uma leucemia de que também sofria. „Os nossos resultados sugerem que o paciente se curou do VIH, indicam os autores do estudo publicado na edição de Dezembro da revista científica Blood. Timothy Ray Brown, um americano de cerca de 40 anos, também conhecido como o „paciente de Berlim“, foi submetido em 2007 a um complicado tratamento para combater uma leucemia mielóide aguda, um tipo de cancro que afecta o sistema imunitário. O tratamento incluiu um transplante de células estaminais de um doador portador de um gene hereditário pouco comum, associado à redução do risco de contrair o VIH. Os médicos, liderados por Kristina Allers e Gero Hutter do Hospital Médico Universitário de Berlim, seleccionaram células estaminais sem o receptor CCR5, necessário para que o vírus se propague no organismo. Antes do transplante, Brown recebeu altas doses de quimioterapia e radioterapia e deixou de tomar os anti-retrovirais contra o VIH. Treze meses mais tarde, o doente teve uma recaída de leucemia e foi submetido a um novo transplante de medula com células do mesmo doador. O caso foi relatado pela primeira vez durante uma conferência em Boston em 2008 pelos médicos que aplicaram o tratamento proposto pelo médico Gero
Huetter. Em 2009, o New England Journal of Medicine noticiava que após 20 meses sem tomar os anti-retrovirais não havia sinais do VIH e o artigo agora publicado no Blood assegura que, três anos depois do transplante, „o seu sistema imunitário recuperou uma saúde normal“. Os médicos continuam a observar a evolução do paciente, mas acreditam que este caso poderia abrir o caminho para uma cura permanente do VIH através de células estaminais geneticamente modificadas. No entanto, especialistas advertem que se trata de uma terapia muito cara e arriscada, que não se pode aplicar a todos os pacientes e não é uma cura definitiva para a sida. Michael Saag, da Universidade de Alabama em Birmingham, nos EUA, disse à CNN que „é uma prova interessante sobre como medidas extremas podem levar à cura do VIH“. Mas considerou que „é demasiado arriscada para se converter numa terapia comum“. Recordou que as células usadas no caso de Timothy Ray Brown eram provenientes de um doador com uma mutação genética pouco frequente, pelo que seria muito difícil encontrar doadores compatíveis. Além disso, advertiu, um tratamento tão agressivo só se justifica em casos como o de Brown, que além do VIH tinha cancro. A revista Blood é uma publicação da Sociedade Americana de Hematologia. Segundo a ONU, 33,3 milhões de pessoas em todo o mundo vivem hoje com o VIH.
Alemanha reduz Forças Armadas e suspende serviço militar obrigatório Os líderes da coligação governamental alemã concordaram em suspender o serviço militar obrigatório a partir de 1° de Julho de 2011. A proposta do ministro da Defesa, Karl Theodor zu Guttenberg, foi aceite pelo governo. A União Democrata Cristã (CDU), da chanceler Angela Merkel, e seu partido-irmão bávaro, a União Social Cristã (CSU), já tinham dado sinais que apontavam nesse sentido. O Partido Liberal (FDP), parceiro de coligacão, já tinha incluído a proposta no seu programa de governo, divulgado durante as eleições parlamentares do ano passado. O plano prevê ainda a redução do contingente militar dos quase 250 mil soldados, que os país actualmente possui, para 185
mil. Destes, 170 mil seriam soldados profissionais, sendo os restantes composto por voluntários. Entretanto, a suspensão do serviço militar obrigatório pode criar alguns problemas novos. O serviço comunitário prestado por aqueles que se recusam a servir as Forças Armadas também seria prejudicado. Instituições sociais e de assistência temem que a medida leve à falta de pessoal, já que essas entidades dependem em grande parte da mão de obra de jovens que cumprem o serviço civil como alternativa ao serviço militar obrigatório. A suspensão significa também que o número de estudantes tende a crescer, o que eventualmente causaria problemas para as universidades. O período do serviço militar obrigatório na Alemanha fora encurtado em 2010, ficando com a
duração de seis meses. A obrigatoriedade aplicava-se apenas aos rapazes. As mulheres podiam ingressar nas Forças Armadas alemãs, a Bundeswehr, como profissionais ou voluntárias, não sendo obrigadas a alistarem-se. A proposta apresentada pelo ministro da Defesa, Karl-Theodor zu Guttenberg, é uma das maiores reformas da história da Bundeswehr. Será a primeira vez que não haverá alistamento militar obrigatório desde a reintrodução do serviço militar, em 1957. Durante a Guerra Fria, a Bundeswehr tinha cerca de 500 mil soldados, e o chamado Exército Nacional do Povo, da Alemanha Oriental, dispunha de cerca de 170 mil homens. Após a queda do Muro de Berlim, o exército oriental foi dissolvido e parcialmente integrado nas forças da Alemanha reunificada. Estas foram inicialmente reduzidas para 370 mil.
Governo alemão rejeita proposta de divisão de passageiros dos aeroportos em perfis de risco
A ministra da Justiça alemã, Sabine Leutheusser-Schnarrenberger, considerou que a proposta de dividir os passageiros de aviões em perfis de risco, com base na sua origem ou religião, pode conduzir a uma “estigmatização” de pessoas. “Estamos bem apetrechados nos aeroportos”, disse a ministra, rejeitando assim a proposta avançada pelo presidente da Associação dos Aeroportos Alemães, Christoph Blume, para tornar mais eficazes as medidas contra o terrorismo. Na opinião da ministra da Justiça, que é do Partido Liberal, a divisão de passageiros em perfis de risco viola o princípio da igualdade a nível nacional e europeu. Em declarações ao matutino Frankfurter Rundschau, Sabine Leutheusser-Schnarrenberger rejeitou a criação de perfis de passageiros com base numa gigantesca recolha de dados. “O pessoal dos aeroportos, que tem uma boa formação e muita experiência, está em condições de decidir com bom senso quem deve ser controlado e como”, sublinhou a ministra. O Ministério do Interior também manifestou reservas à proposta de Blume, que invocou a necessidade de tornar os controlos nos aeroportos mais eficazes e de não terem de se introduzir constantemente novas medidas de segurança, sempre que há um novo incidente. Um porta-voz do Ministériodo Interior garantiu que os aeroportos alemães “estão bem apetrecha-
dos” para efectuar os controlos e que estes são revistos regularmente, para avaliar da necessidade de os melhorar. A proposta de Blume teve origem na prática já em vigor nos aeroportos israelitas, onde os passageiros são controlados de forma diferente, consoante a sua origem, idade, religião ou situação social, por exemplo. Autocolantes diferentes na bagagem de cada passageiro, mas apenas interpretáveis pelas forças de segurança, mostram em que categoria de risco este foi incluído e com que rigor deve ser controlado. O delegado do Governo alemão para a proteção de dados, Peter Schaar, também já tinha considerado a divisão dos passageiros em perfis de risco “ilegal”, garantindo que esta prática não será seguida no maior país da União Europeia. Schaar acrescentou que a proposta da Associação dos Aeroportos “tem um carácter claramente discriminatório e é inaceitável“. Políticos de vários quadrantes rejeitaram também a ideia, lembrando que a Alemanha já está a testar a utilização dos chamados „scanners“ corporais nos aeroportos. Outros especialistas, como Volker Zintel, ex-chefe da segurança do aeroporto de Frankfurt, sublinharam que o aeroporto de Telavive não é comparável aos grandes aeroportos europeus, considerando “impossível” a aplicação do modelo israelita no Velho Continente. Francisco Assunção
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Alemanha
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1952: O ano da primeira transmissão televisiva na Alemanha A 25 de Dezembro de 1952 a emissora pioneira da Alemanha Ocidental entrava no ar com a transmissão de seu primeiro telejornal. E quatro dias antes, a Alemanha Oriental (RDA), já havia iniciado suas transmissões. O noticiário alemão ocidental „das oito“ – o Tagesschau – viria a tornar-se o mais tradicional da TV no país, mesmo depois da reunificação em 1990. A primeira emissão contou com cerca de 10 mil telespectadores. Na época, havia apenas 1.500 aparelhos de TV registados. A transmissão, marcada inicialmente pela improvisação, não primava pela qualidade. O telespectador, se quisesse melhorar a qualidade da imagem recebida, era obrigado a girar sua antena manualmente. Uma mera mudança de canal poderia levar até
20 minutos. Como os telespectadores de outros países, também os alemães habituaram-se, a passar horas à frente da TV. O novo meio de comunicação desencadeou uma revolução silenciosa nos lares, transformando a família em uma espécie de „minipúblico“, como observou o filósofo Günther Anders em 1956. Com o tempo, a agenda social passou a ser guiada pelos horários da TV. No início, a TV alemã era um privilégio de elite. No final da década de 50, apenas 3,4 milhões de lares possuíam aparelhos receptores. Acontecimentos de interesse popular, como a coroação da rainha da Inglaterra, em 1953, ou o Campenato do Mundo de futebol em 1954, realizado na Suíça,
impulsionaram a venda de equipamentos e sua consequente massificação.
No início dos anos 80 foi admitida a primeira televisão comercial no país. Teoricamente as emissoras de direito público seriam responsáveis por oferecer à população programas de conteúdo mais educativo e informativo, cabendo aos canais privados uma linha direcionada ao entretenimento. Devido à luta pela audiência, os últimos anos mostram que as emissoras de direito público voltam-se cada vez mais a programas de divertimento mais fácil e digerível, nos moldes das TVs privadas. No decorrer de sua história, a TV alemã, de uma ou outra forma, serviu de testemunha da história do país, documentando, por exemplo, desde a construção do Muro de Berlim, em 1961, até sua queda, em 1989. A trans-
missão do grande acontecimento da década de 80 é relembrada por Rüdiger Steinmetz, professor da Universidade de Leipzig: „Depois das primeiras notícias, ficou claro para todos o que tinha acontecido. O Muro tinha caído! Às 22 horas e 42 minutos, o então apresentador de notícias da ARD, Hans-Joachim Friedrichs, anunciava: ‘Este 9 de Novembro é um dia histórico. As portas do Muro estão abertos’.“ Hoje, o mercado televisivo alemão é partilhado por duas emissoras nacionais (ZDF e ARD) e 11 emissoras regionais de direito público, além de uma série de canais comerciais. Apesar da ascensão da internet, as crianças do país entre três e 14 anos de idade vêm televisão cerca de duas horas por dia, em média. Cortesia DW Publicidade
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Sociedade
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Habitação
Morre-se de frio em Portugal por falta de isolamento das casas Portugal é um dos países da União Europeia onde mais se morre por falta de condições de isolamento e aquecimento nas casas, segundo um estudo de especialistas da Universidade de Dublin que comparou 14 países europeus. A falta de condições de isolamento das habitações poderá ter estado na origem da morte de quatro idosos em Lisboa, uma situação que a PSP já admitiu poder dever-se às baixas temperaturas que se fazem sentir. De acordo com a investigação, que analisou as potenciais causas da mortalidade no inverno em 14 países europeus, „Portugal tem a maior taxa (28 por cento) de excesso de mortalidade no inverno“, seguido de Espanha e Irlanda, ambos com 21 por cento. O trabalho sublinha um dos paradoxos da mortalidade no inverno: „As maiores taxas de mortalidade ocorrem geralmente em países onde o inverno é menos severo e onde deveria haver menos potencial/tendência para casos de gripe e para a mortalidade relacionada com a gripe“. „Os países com climas mais temperados tendem a ter baixa eficiência térmica nas habitações e por isso é mais difícil manter estas casas quentes quando chega o inverno“, refere a investigação.
„Este é em particular o caso de Portugal, Espanha e Irlanda, onde as temperaturas no inverno são comparativamente mais temperadas e as taxas de excesso de mortalidade nesta estação muito elevadas“, conclui. A investigação da Universi-
dade de Dublin, publicada em 2003, analisou durante 10 anos os índices de mortalidade de 14 países, cruzando os dados com informação sobre os factores ambientais, estilo de vida, prestação de cuidados de saúde e gastos nesta área, desigualdades sociais e
eficiência energética/isolamento das habitações. O estudo conclui que a alta taxa de mortalidade nos países do sudoeste da Europa „poderia ser reduzida melhorando a protecção/isolamento das casas ao frio, aumentando o investimento pú-
blico em cuidados de saúde e melhorando as condições socioeconómicas da população para conseguir uma melhor distribuição da riqueza“. A investigação aponta ainda „níveis exemplares“ de eficiência térmica no interior das casas em países com Invernos rigorosos como a Finlândia e a Suécia, onde a totalidade das habitações têm vidros duplos e isolamento térmico nas coberturas, paredes e pisos. Portugal participou no projecto ‘Habitação e Saúde’, promovido pela Organização Mundial de Saúde e que pretendeu estabelecer as relações existentes entre a habitação e a saúde das populações. Através deste estudo, os municípios podem diagnosticar os principais problemas locais e elaborar plano de acção para reduzir os problemas detectados e melhorar a saúde e a qualidade de vida das populações. De acordo com os compromissos assumidos pelos oitenta e três ministros das Saúde que participaram em 2004 na conferência em Budapeste sobre a matéria, ficou definida a elaboração de um estudo alargado em Portugal para apontar os problemas específicos das habitações portuguesas e as consequências na saúde dos cidadãos .
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TAP lança voo directo entre Düsseldorf e Lisboa Governo lança programa Netinvest A TAP vai lançar, em 2011, novas rotas para seis destinos europeus, entre os quais se destacam Atenas e Viena, que marcam a presença da companhia nas capitais da Grécia e da Áustria. A transportadora nacional vai ainda iniciar ligações a Dusseldorf, Bordéus, Manchester e Dubrovnik, aumentando em 17 por cento a extensão da sua rede europeia, para um total de 49 destinos. Assim, a TAP reforça significativamente a sua oferta, aumentando o esforço de captação de turistas para Portugal, ao mesmo tempo que oferece ao mercado nacional novas e importantes rotas. As novas rotas potenciam a importância estratégica do hub de Lisboa e promovem o crescimento do sector nacional do turismo, destacando-se, neste aspecto, a aposta em ligações a novas cidades na Alemanha, Inglaterra e França, três dos principais mercados emissores para Portugal. Na Alemanha, a TAP já voa para Frankfurt, Munique e Hamburgo e, com Dusseldorf, atinge um total de 54 ligações semanais.
Para França, a TAP já opera para Paris, Nice, Toulouse, Marselha e Lyon, alcançando com a abertura da linha para Bordéus um total de 154 frequências por semana. No Reino Unido, a ligação a Manchester vai juntar-se às 70 ligações actualmente existentes a Londres, fazendo ascender o total de frequências para 75 semanais. As novas linhas são inauguradas no próximo ano, com cinco frequências iniciais por semana para Manchester, que passam a seis no pico de Verão, seis para Bordéus, que aumentam depois para sete, cinco para Dusseldorf, quatro para Viena, subindo pos-
teriormente para cinco, e três frequências para Atenas, que passam a cinco em período de pico. Para Dubrovnik, a TAP vai realizar um voo por semana, apenas na estação alta. A abertura de ligações para os novos destinos na Europa resulta de uma profunda análise aos potenciais de mercado e de rentabilidade das rotas, o que permitirá à TAP ampliar a sua cobertura geográfica, aumentando os fluxos de passageiros e carga entre Portugal e a Europa, África e Américas e melhorando os resultados de exploração, factores que reforçam a sua posição competitiva.
Novas instalações do atendimento da CGD em Colónia
É emigrante? Tem um projecto? A Gulbenkian ajuda-o
O Escritório da Caixa Geral de Depósitos na Alemanha, que se situa em Berlim, oferece em complemento um atendimento presencial em mais 4 cidades: Estugarda, Hamburgo Frankfurt e Colónia. O atendimento em Cólonia passa, a partir deste mês, a ser efectuado nas instalações da agência central da SPARKASSE KÖLNBONN na Hahnenstr. 57, 50667 Köln. O novo espaço fica no 1° andar deste edifício moderno que se centra num átrio amplo e luminoso e beneficia de uma localização central entre RUDOLFPLATZ e NEUMARKT, a 2 estacões de metro da Hauptbahnhof/ Dom. O atendimento presencial continuará a ocorrer às quartas-feiras, das 10h às 16 horas, sendo efectuado pelo delegado da CGD, Carlos Pereira (na foto). “O Escritório de Berlim está vocacionado para o aconselhamento dos clientes residentes em qualquer parte da Alemanha e para a prestação dos principais serviços bancários, mesmo à distância. Mas continuamos a pensar
A Fundação Calouste Gulbenkian vai pedir aos emigrantes ideias para tornar Portugal um “sítio melhor para viver”. O anúncio foi feito durante o colóquio Migrações, Minorias e Diversidade Cultural, em Lisboa. A iniciativa FAZ, do verbo fazer, pede aos emigrantes que “pensem em comunidade, que estreitem os laços com os que ficaram”, explica Luísa Valle, directora do Programa Gulbenkian de Desenvolvimento Humano. A intenção é lançar um concurso de ideias, em que o melhor projecto de empreendedorismo social seja concretizado em território português. A Gulbenkian financia mas, para já, não avança valores. “Lá se pensam, cá se fazem”, resume Luísa Valle que considera que existe um “potencial espalhado pelo mundo que não tem sido aproveitado”. Por isso, é preciso motivar “a diáspora” para ser mais pró-activa e contribuir para tornar Portugal um “sítio melhor para viver”, apela.Luísa Valle espera que esta iniciativa se transforme num movimento da sociedade civil. No início de Janeiro, a Gulbenkian vai lançar o regulamento da iniciativa FAZ. “Importa reforçar e consolidar os laços entre Portugal e os portugueses espalhados pelo mundo, aproveitar a sua experiência e desafiá-los para resolvermos em conjunto as questão que são de todos”, diz a fundação em comunicado.
que é importante, sempre que possível, aliar a competência à proximidade: pelo serviço telefónico gratuito Caixadirecta Internacional e, através do atendimento presencial em Portugal e na Alemanha. O mercado financeiro oferece oportunidades, cá e lá, às quais devemos estar atentos. E, em igualdade de opções, sabemos que podemos continuar a contar com a preferência dos portugueses residentes na Alemanha.”, afirma a responsável do Escritório, Giselle Ataíde.
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Vai ser lançado em Janeiro o programa ‘Netinvest’, para atrair o investimento de empresários portugueses no estrangeiro e promover a internacionalização de empresas portuguesas. O anúncio foi feito pelo Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, António Braga. “As condições orçamentais para que arranque estão estabilizadas e a partir do mês de Janeiro lançaremos o programa que é uma espécie de via verde entre empresários da diáspora e empresários que têm a ambição de internacionalizar o produto ou as suas empresa em Portugal”, disse o governante. Lançado no final de 2007,
após ter sido estudado pelo Governo cerca de dois anos, o ‘Netinvest’ tem sido sucessivamente adiado. Está atribuída uma verba inicial de quatro milhões de euros no âmbito do Quadro de Referência Estratégico Nacional, para o programa. “Não há tradição de haver programas e políticas públicas dirigidas a este sector muito especial e essa dificuldade acrescentou algum tempo de maturação ao programa”, explicou António Braga. O Secretário de Estado defende que este programa é “inovador” e faz uma “ruptura com todas as formas e modelos de colaboração com os empresários da diáspora.”
Eurostat revela que remessas dos emigrantes portugueses caem 3,6% em 2009 As remessas dos emigrantes portugueses diminuíram 3,6 por cento em 2009, para 559 milhões de euros, uma quebra de 21 milhões de euros face a 2008, revelou o Eurostat. Este valor representa 0,33 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) português em 2009, que se fixou em 167,6 mil milhões de euros, num ano em que a economia portuguesas se contraiu 2,7 por cento. Em 2008, as remessas provenientes do exterior representaram 0,34 por cento do PIB, que se fixou em 171,9 mil milhões de euros, representando mais 0,01 pontos percentuais para a criação de riqueza do país. De acordo com o gabinete de estatísticas da UE, o total de saídas dos 27 países que integram a União Europeia, as remessas dos imigrantes totalizaram 30,3 mil milhões de euros em 2009, um queda de 7 por cento face ao ano anterior, cuja soma foi de 32,6 mil
milhões de euros. Já em 2009 o fluxo das remessas dos trabalhadores foi maior em Espanha (7,1 mil milhões de euros, 22 por cento do total das remessas UE a 27), Itália (6,8 mil milhões, 21 por cento), Alemanha (3,0 mil milhões, 9 por cento), França (2,8 mil milhões, 9 por cento) e Holanda (1,5 mil milhões de euros, 5 por cento). O dinheiro enviado pelos emigrantes aos seus países de origem tinha registado um aumento constante nos últimos anos em todos os Estados-membros, uma tendência interrompida pela crise económica e financeira, segundo o Eurostat. Em 2009, a maioria dos Estados membros registaram uma diminuição do fluxo de remessas dos trabalhadores em relação a 2008, com a maior queda observada em Espanha (de 7,9 mil milhões de euros para 7,1 mil milhões de euros)e França (de 3,4 mil milhões de euros para 2,8 mil milhões de euros).
A Pastelaria Portugália (em Hagen) há 11 anos a adocicar a mesa dos seus clientes A pastelaria PORTUGÁLIA em Hagen é uma das casas de fabrico e distribuição de pastelaria portuguesa que consegue a tradição e a satisfação dos seus clientes desde que foi fundada há 11 anos. Com um mestre pasteleiro (com carteira profissional) perfeitamente habilitado para corresponder às exigências da mais pura pastelaria lusitana, a pastelaria PORTUGÁLIA pratica um atendimento personalizado de modo que o produto seja aquele que o cliente exige. Vocacionada para servir e fornecer festas de famílias, festas de empresas, eventos vários, casamentos, baptizados, aniversários, etc., a PORTUGÁLIA tem uma estrutura que lhe permite fazer a distribuição domiciliária para restaurantes, cafés, associações e
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Eleições Presidenciais
Realização das eleições para a Presidência da República (Postos Consulares na Alemanha)
Data de realização e horário das mesas de voto: Sábado, 22 de Janeiro 2011 (das 8.00h às 19h) e Domingo, 23 de Janeiro 2011 (das 8.00h às 19h)
PORTUGAL POST Nº 198 • Janeiro 2011
Depoimentos dos Candidatos Nota da redaccão Como nos compete, damos aqui a nossa contribuição para uma maior participação dos eleitores na Alemanha nas eleições presidenciais a realizar este mês. Solicitamos a cada um dos candidatos um depoimento (ver página ao lado) sobre as razões da sua candidatura para publicação no nosso jornal.
Esta nossa solicitação foi enviada aos candidatos Cavaco Silva, Defensor Moura, Fernando Nobre, Francisco Lopes e Manuel Alegre. De todos, responderam-nos Cavaco Silva, Francisco Lopes e Manuel Alegre, respostas essas que publicamos para que os leitores retenham o mais importante e que contribua para um esclarecimento de modo a facilitar o voto nos candidatos.
Eleições Presidenciais 20111
Votar presencialmente a 22 e 23 de Janeiro O leitor inscrito nos cadernos Eleitorais dos Consulados espalhados pela Alemanha pode exercer seu direito de voto nos dias 22 e 23 de Janeiro deste novo ano. As mesas de voto estarão abertas ininterruptamente entre as 8 horas e as 19, no dia 22, e entre as 8 e as 20 horas(TMG) de Lisboa, no dia 23. Uma nova lei aprovada em 2009, determina a comparência física do votante.
Mesas de voto Secção Consular da Embaixada de Portugal em Berlim Zimmerstrasse, 56, 1º andar – 10117 Berlim Uma assembleia / mesa de voto Tel: 030 - 590063500 Consulado-Geral em Düsseldorf Friedrichstrasse, 20 40217 – Düsseldorf Uma assembleia / mesa de voto Tel: 0211/13878-11;12;13 Consulado-Geral em Estugarda Königstrasse, 20 70173 Estugarda Uma assembleia / mesa de voto Tel. 0711/2273974 Em Munique (Posto Complementar, dependente do Consulado-Geral em Estugarda): Missão Católica Portuguesa Landsberger Strasse, 39 80339 Munique Uma assembleia / mesa de voto Tel. 0711/2273974 Consulado-Geral em Hamburgo Büschstrasse 7 – I 20354 Hamburgo Uma assembleia / mesa de voto Tel: 040/3553484 Vice-Consulado em Frankfurt Zeppelinallee 15 60325 Frankfurt-am-Main Uma assembleia / mesa de voto Tel: 069/979880-44;45 Vice-Consulado em Osnabrück Schlosswall 2 – 49080 Osnabrück Uma assembleia / mesa de voto Tel:0541/40 80 80
Estão habilitados a votar todos os cidadãos portugueses que constavam dos cadernos eleitorais existentes no estrangeiro para a eleição da Assembleia da República em 8 de Setembro de 2005 ou posteriormente a esta data:; se votou na última eleição da Assembleia da República, a 27/9/2009; ou promoveu a sua inscrição no estrangeiro por ter atingido a maioridade de 18 anos; ou estando inscrito como eleitor antes de 2005, promoveu a transferência de inscrição para o estrangeiro, neste caso preciso a Alemanha. Na Comissão Recenseadora que funciona nos ConsuladosGerais, Consulados, Secções Consulares das Embaixadas, vice-Consulados e Consulados Honorários cujos titulares se encontrem autorizados a praticar operações de Renseamento Eleitoral, que para este acto eleitoral devia ter sido concretizado até fins de Novembro. p.p. Se não tiver nenhum documento de identificação pode sempre votar desde que a sua identidade seja reconhecida unanimemente pela mesa ou por dois eleitores devidamente identificados. No entanto, é aconselhável que se faça acompanhar de qualquer documento oficial de Identifica-
ção que contenha a sua fotografia actualizada( bilhete de identidade; cartão de cidadão, passaporte, carta de condução,etc). Tem ainda de conhecer o seu número de eleitor e é recomendável que, se os tiver, leve também o cartão, a certidão ou a ficha de eleitor emitidos pela Comissão Recenseadora..
Como votar Quando chegar à mesa da secção de voto, deve dizer o seu número de eleitor e apresentar o documento de Identificação, se o tiver, a quem esteja a presidir à mesa. Depois de verificada a sua inscrição no Caderno Eleitoral, o presidente da Mesa entrega-lhe o Boletim de Voto. Seguidamente, dirijase à câmara de voto e, com a esferográfica que lá se encontra à sua disposição, faça dois
Recenseamento portugueses no estrangeiro aponta para total de 228 232 eleitores A actualização do recenseamento dos portugueses no estrangeiro permitiu registar um total de 228 232 eleitores, informou a DirecçãoGeral da Administração Interna (DGAI). Daquele total, o maior número de eleitores inscritos está radicado nas Américas (106 782), seguindo-se a Europa (95 671). Vêm depois a Ásia/Oceânia (14 966) e África (11 413). No que diz respeito à Alemanha, a embaixada em Berlim, a quem solicitamos a informação sobre o número de eleitores neste país, não nos soube dizer o exacto número de recenseados “porque os consulados ainda não tinham enviado o número de eleitores de cada área”, dissenos, por telefone, Lúcia Portugal Núncio, encarregada da Secção Consular em Berlim, Lúcia Portugal Núncio, dois antes do fecho de redacção desta edição, a 27 de Dezembro. Recorde-se que o número de eleitores inscritos na Alemanha divulgado nas últimas eleições legislativas, em Setembro de 2009, era de 10.223 O recenseamento eleitoral terminou no passado dia 24 de Novembro. Estes eleitores estão, assim, habilitados a poder exercer o seu direito de votar nas eleições presidenciais portuguesas, marcadas para o próximo dia 23 de Janeiro. O voto dos emigrantes nas presidenciais é presencial.
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riscos que se cruzem dentro do quadrado que está na mesma linha do candidato em que pretende votar. Há casos em que o exercício de voto pode ser efectuado acompanhado por outrém. Segundo determina a Lei, só se tiver uma deficiência física notória e impeditiva de exercer o voto sózinho( invisual, deficiente motor,etc). Se a Mesa não reconhecer a deficiência, exige que seja apresentado atestado comprovativo da impossibilidade de praticar sózinho o acto de votação. O eleitor deverá antecipadamente obter o atestado comprovativo de deficiência física junto das instituições de Saúde do país de residência. Não é permitido o voto acompanhado a idosos, reformados ou analfabetos que não sejam portadores de deficiência, nem é autorizada a deslocação da urna/ e ou dos membros da Mesa para fora da Assembleia de Voto, para facilitar o acto de votação. Informação curial e indispensável para terminar sobre o sentido secreto do voto individual e seu exercício. A lei determina que dentro da Assembleia de Voto e nas suas imediações, ninguém pode revelar em qual candidato vai votar ou votou, salvo no caso de sondagens autorizadas. Ninguém pode ser, sob qualquer pretexto, obrigado a revelar o sentido do seu voto nem ser perguntado sobre ele por qualquer autoridade. F.A.R.
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Eleições Presidenciais
PORTUGAL POST Nº 198 • Janeiro 2011
EXPERIÊNCIA E CONHECIMENTO PELO FUTURO DE PORTUGAL Aníbal Cavaco Silva Decidi candidatar-me, sabendo que, com a minha experiência e com os meus conhecimentos, posso ajudar o País a encontrar um rumo de futuro e vencer as dificuldades com que está confrontado. Submeto-me, pois, ao julgamento soberano dos meus concidadãos. Faço-o com humildade e confiança. Sei que posso ser útil a Portugal e aos portugueses. Move-me a consciência da gravidade dos problemas que todos temos pela frente. A dignidade estará sempre presente na minha campanha. Ao longo da minha vida pública sempre considerei que a elevação e o respeito são essenciais para que os portugueses confiem nos seus representantes. Em nenhuma circunstância me deixarei arrastar para uma linguagem imprópria de um candidato a Presidente da República. A dignidade de Portugal está primeiro. O cargo de Presidente da República é particularmente exigente e já demonstrei que sei exercê-lo com benefício para Portugal. Pela minha formação e pela experiência que tenho da vida pública, conheço em profundidade os assuntos de Estado, a situação económica do País e as dificuldades que os Portugueses vivem no seu dia-a-dia. Conheço a realidade internacional, em particular o quadro da União Europeia em que nos situamos. Vivemos uma situação internacional muito complexa. Exige-se de um Presidente isenção e imparcialidade perante as diversas forças partidárias, de modo a favorecer o diálogo, a negociação e a procura de consensos. Para exercer esta função, o Presidente tem de ser visto como um árbitro independente, tem de ser uma personalidade responsável e credível. Só assim poderá actuar como moderador da vida nacional, como amortecedor de conflitos e como garantia de segurança do sistema político em caso de crise grave. Exige-se ao Presidente da República bom senso, realismo, serenidade e ponderação, que não ceda à tentação fácil do palco mediático. Muitas vezes, um Presidente deve actuar com discrição e reserva para que a sua magistratura de influência possa produzir resultados efectivos. Um Presidente da República que faça uma leitura séria e responsável dos seus poderes deve empenhar-se na promoção da estabilidade e na afirmação de uma cultura de diálogo e de compromisso por parte das forças políticas e dos agentes económicos e sociais. Estas exigências são particularmente intensas nos tempos difíceis em que vivemos. Sendo certo que ao Presidente da República não cabe governar ou legislar, não deve, contudo, deixar de exercer uma magistratura activa que favoreça a modernização da sociedade e o crescimento da economia, a criação de emprego, melhores condições para os jovens, que favoreça o combate à precariedade do trabalho e à pobreza e a preservação da coesão social. Darei todo o meu esforço para defender a eficiência e a credibilidade da justiça, a qualidade ambiental, a excelência no ensino. Temos de olhar em frente. Portugal tem potencialidades e devemos saber aproveitá-las. Temos empresários dinâmicos, trabalhadores activos, jovens empreendedores, funcionários públicos qualificados, comunidades no estrangeiro que são um exemplo para todos nós. Extractos da declaração pública de candidatura realizada em Lisboa, em 26 Outubro pp.
UMA NOVA ESPERANÇA PARA PORTUGAL Manuel Alegre Estão em causa várias questões decisivas para a nossa democracia em Portugal. Na situação de crise que vivemos na Europa e em Portugal, estou convencido de que um Presidente da República (PR) pode fazer a diferença e ser um factor de mudança. Pode até ser uma alternativa, não de governo, porque o PR não governa, mas de atitude, de pensamento, de palavra. Candidato-me por isso por uma outra visão do nosso país e do seu papel no mundo e na Europa. No meu Contrato Presidencial elenco os eixos das minhas propostas, das quais destaco o meu compromisso para com o Estado Social e a necessidade de um novo fôlego para a construção Europeia. Em Portugal, vivemos uma crise sem paralelo, mas apesar das medidas de austeridade os mercados financeiros não acalmaram. A crise tem também um fundamento económico, mas não podemos viver sob a ameaça de ciclos sucessivos de recessão e austeridade. A questão é que a crise é essencialmente uma crise de organização política, que se transformou numa crise social graças à ausência de regulação dos mercados financeiros, ao desemprego elevado e ao ataque ao Estado Social. Por isso a resposta à crise não é só económica, tem de ser política. A recuperação durante os próximos anos só será possível com a cooperação institucional de um PR mais activo e que tenha o poder da palavra. O papel de um PR é fundamentalmente o de mediador, político e social, papel ainda mais premente numa situação de crise económica e social. Portugal precisa de um plano de crescimento económico, de melhor aproveitamento do mar, da terra, dos seus recursos endógenos; de políticas de emprego e investimento, de criatividade, inovação tecnológica e social. Precisa de aumentar e diversificar as exportações, sobretudo em produtos com valor acrescentado. E de recuperar e valorizar os seus diferentes patrimónios, a cultura, a língua, as paisagens, a fauna, a flora, a biodiversidade, tudo aquilo que afirma a singularidade de um país que é muito maior do que o seu pequeno território, mas que, pela língua e pela História, pode e deve ser no Mundo um actor global. É preciso também compreender que cabe ao PR ser uma voz portuguesa na Europa. Quando aderimos à Europa - e fizemos bem em aderir à Europa - aderimos a uma Europa com coesão social, uma Europa como projecto de cidadania. Não a uma Europa regida por lógicas monetaristas, em que o império dos mercados se sobrepõe à própria democracia de cada país. Não está escrito em lado nenhum que a superação do drama da crise europeia não possa iniciar-se com vozes vindas das periferias. A Europa tem de voltar a ser um projecto político, um projecto de sociedade e civilização. É necessário um novo fôlego para a construção europeia. O PR tem de considerar de igual modo tanto os Portugueses que vivem no país como todos os que estão espalhados pelos quatro cantos do mundo, mas não esquecem a sua pátria e as suas origens e anseiam por um reconhecimento mais expressivo por parte de Portugal. As nossas Comunidades espalhadas pelo mundo constituem um potencial riquíssimo para Portugal, um elo de ligação que precisa de ser mais valorizado pela nossa sociedade e poderes públicos. Na construção Europeia, no desenvolvimento socioeconómico de cada país e no fomento proactivo dos laços com Portugal, os portugueses a viver e a trabalhar no estrangeiro têm desempenado um papel fulcral. Assumo, por isso, o compromisso de representar os Portugueses que se encontram a viver e a trabalhar no estrangeiro, defender os seus interesses e valorizar e reconhecer as suas múltiplas dimensões - social, económica, cultural e política. Em democracia somos todos chamados a construir, permanentemente, esta grande nação que é Portugal. Confio por isso no vosso patriotismo e apelo à vossa participação na próxima eleição presidencial.
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NÃO PODEM SER OS TRABALHADORES A PAGAR A CRISE Francisco Lopes Caros compatriotas, No encontro que ainda recentemente tive na Alemanha com a comunidade portuguesa, verificámos como a emigração está a ser fortemente atingida pela política anti-comunidades dos sucessivos governos e, sobretudo, pelas decisões do Governo PS/ Sócrates, com a cumplicidade do actual Presidente da República, Cavaco Silva. A despromoção de dois consulados em Osnabrück e Frankfurt, o perigo de encerramento ou colapso de mais consulados, nomeadamente por falta de funcionários, assim como a desvalorização da situação profissional dos professores de português no estrangeiro, são linhas de ataque constantes contra os direitos das comunidades consagrados na Constituição. Esta política de direita é acompanhada pela redução dos orçamentos destinados à emigração e pelo objectivo de calar e paralisar os órgãos representativos das comunidades, como é o caso do Conselho das Comunidades Portuguesas (CCP). A minha candidatura, como sabeis, visa derrotar a candidatura de Cavaco Silva mas, ao contrário da de Manuel Alegre, não é apoiada por Sócrates, cuja nefasta política tem aumentado o desemprego e imposto salários de miséria, provocando o protesto massivo dos trabalhadores portugueses. Não podem ser os trabalhadores a pagar a crise, provocada por anos e anos de política de direita orientada para os interesses dos banqueiros e do grande capital. A solidariedade com os vossos familiares, que em Portugal sofrem as nefastas consequências desta política, exige da parte dos portugueses que vivem e trabalham no estrangeiro uma votação consciente na minha candidatura para que Portugal possa avançar para uma sociedade mais justa, democrática e solidária. Os graves problemas que a comunidade portuguesa na Alemanha atravessa neste momento são o resultado de políticas antipatrióticas que vêem nos emigrantes apenas uma fonte de receita, desprezando as suas necessidades reais relativas ao ensino do português, ao movimento associativo, à sua ligação a Portugal e à nossa cultura. Neste contexto, a defesa da soberania nacional é uma questão vital para assegurar o futuro do nosso País e das comunidades portuguesas espalhadas pelo mundo. É triste que Sócrates e Cavaco e Silva se comportem como vassalos e executores das decisões tomadas em Berlim, em Paris ou em Bruxelas, esquecendo que foi o povo português quem os elegeu. Sem um Portugal soberano, livre e independente as comunidades portuguesas correm o risco de, num futuro mais ou menos próximo, não disporem de um Estado capaz de proteger os seus direitos. Votar na minha candidatura é reforçar a luta por uma mudança política patriótica, democrática e de esquerda para o nosso País. É essa a razão porque apelo a toda a comunidade portuguesa na Alemanha, aos trabalhadores, aos pequenos e médios empresários, aos professores, aos funcionários consulares e assistentes sociais, aos dirigentes do movimento associativo e das comissões de pais nas escolas, aos intelectuais e artistas, aos reformados, aos desempregados, às mulheres e aos jovens para que votem na minha candidatura.
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Comunidade Miguel Krag, Advogado Portugal Haus Büschstr.7 20354 Hamburgo Leopoldstr. 10 44147 Dortmund Telf.: 040 - 20 90 52 74
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Catarina Tavares Advogada em Portugal Rua Castilho, n.º 44, 7º 1250-071 Lisboa advogados@bpo.pt Telf.: + 351 21 370 00 00
Utilização do telemóvel ao volante
Sanções severas por parte dos tribunais Miguel Krag, Advogado Deverá entretanto ser do conhecimento geral que é proibido usar o telemóvel enquanto se conduz. Até que ponto vai esta proibição e com que consequências terá o condutor de contar no caso de violação da mesma, é uma questão que se põe frequentemente. Eis a razão do presente artigo. O parágrafo 23, alínea 1a do Código de Estrada prescreve em que casos o condutor terá de contar com uma sanção, se utilizar o telemóvel enquanto vai ao volante. O teor de tal parágrafo é o seguinte: “É vedado a todo o condutor de veículos a utilização de um telemóvel ou de um telefone de automóveis, sempre que para tal tenha de segurar o telemóvel ou o auscultador do telefone de automóveis. A proibição deixará de persistir, se o veículo estiver parado e se, no caso de automóveis,
o motor estiver desligado.” A prescrição é, portanto, perfeitamente óbvia. Logo que se ligue o motor do veículo, deixará de ser permitido usar telefones móveis. Nos termos deste parágrafo, a utilização do telemóvel refere-se a todas as funções possíveis do mesmo em que seja necessário segurálo na mão. Assim, segundo a lei, tal utilização incluirá igualmente, a título de exemplo, a leitura de uma mensagem memorizada ou, simplesmente, a consulta das horas. A única possibilidade de se telefonar enquanto se conduz, é a utilização de um equipamento “mãos livres”. Ao contrário do telemóvel, este encontra-se instalado no veí-
culo e não necessita de ser segurado na mão quando está a ser usado. É esta a diferença decisiva. No Outono do ano passado, o Tribunal da Relação de Hamm proclamou uma sentença que veio novamente comprovar a forma severa com que é punida a violação
do parágrafo acima referido. Neste caso, um motorista de camiões
tinha pegado no telemóvel para procurar um número de telefone que queria depois marcar no dispositivo “mãos livres”. Poderá concluir-se da sentença em causa que o simples facto de se pegar num telemóvel e de se o segurar na mão, constitui já uma violação do Código de Estrada. Os tribunais sancionam com o mesmo rigor a questão do veículo parado com o motor a trabalhar. A multa que recebeu um condutor por atender o telemóvel quando estava parado nos semáforos, foi confirmada pelo tribunal. Os juízes chamaram a atenção para o facto de que não será suficiente parar-se. No respectivo parágrafo do Código de Estrada está prescrito que, antes
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de se poder telefonar, terá de se desligar o motor. Assim, antes de se usar o telemóvel para fazer um telefonema, será conveniente parar-se na berma da estrada e desligar o motor. Desta forma, evitar-se-á uma multa que comportará geralmente 40 euros, assim como um ponto em Flensburg. Será também interessante saber-se que, no caso de um acidente, se correrá o risco de o seguro não pagar, se se tiver usado o telemóvel enquanto se conduzia. Finalmente, uma pequena informação para as suas férias em Portugal. Evidentemente que também aí é proibido telefonar-se ao volante. Mas, em comparação com as leis portuguesas, a sanção alemã é relativamente suave. Se se for apanhado pela GNR com o telemóvel no ouvido enquanto se conduz, a multa poderá comportar o triplo da que é passada na Alemanha.
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PORTUGAL POST Nº 198 • Janeiro 2011
José Gomes Rodrigues Assistente Social Diplomado Especialista para as questões sociais do PORTUGAL POST
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Ainda a ajuda social aos desempregados (Hartz IV) Continuação da anterior edição
De que modo é feito o cálculo desta ajuda social? Esta ajuda compreende a ajuda à renda de casa com os gastos suplementares. Todos os gastos relacionados com a habitação são suportados pela câmara ou pelo concelho da cidade. Além deste suporte financeiro, receberá uma soma de dinheiro de sobrevivência para cada membro da família. Esta difere conforme a idade. Até aos 6 anos recebe 215 €, a partir dos 7 aos 14 anos receberá 251 € e dos 15 aos 25 anos 287 €. Para maiores dessa idade incluindo a dos os cônjugues a quantia social é de 322 €. Sendo um só o responsável pela educação, é o caso de casais separados ou divorciados, essa quantia sofre um aumento de 359 €, além da inclusão dum pequeno subsídio de educação. A esposa, e todos os membros da família, são, a partir do requerimento, considerados também como desempregados e terão de obedecer às condições que acima referimos. É obrigatório declarar todos os recursos financeiros que se possui. Mesmo o ordenado da sua esposa, mesmo que seja sem papeis, como o senhor afirma. Hoje com a comunicação informatizada e com o cruzamento de informações entre as diversas instituições estatais torna-se fácil uma averiguação. Se não declarar os rendimentos e for descoberto, deverá não só devolver parte do dinheiro pago, como terá de pagar uma multa por, segundo o tribunal público, ter procurado burlar o Estado.
Existe alguma isenção no cálculo das fontes de rendimento? Para os rendimentos que não provenham duma actividade dependente são-lhe tidos em conta como rendimentos normais na sua totalidade. É o caso dos juros e prémios bancários que possa usufruir, assim como do arrendamento de apartamentos ou congéneres.
E como é com o Abono de Família? É considerado também? Sim, é considerado como entradas financeiras, e reduz nesse valor a ajuda. Contudo a ajuda que recebe do instituto de trabalho é bastante superior ao abono de família
sendo escalada conforme as idades, como comentámos já. O abono de família dos filhos maiores de idade e que não vivam no agregado familiar, não são considerados como recursos financeiros para os pais, se estes comprovem que os devolvem na sua totalidade aos filhos. É o caso dos pais que têm os filhos que estudam em Portugal.
Terei direito, após a reforma legal, a uma ajuda que deriva dum seguro da empresa. Terei de o declarar em caso desta ajuda e, se assim for, alterará a ajuda social? Não são levadas em consideração, caso possa beneficiar deste seguro só na altura de receber a pensão legal e se este seguro tenha o capital acumulado somente a dispensas da empresa. Para as outras formas de capitalizações, deverá ser apresentado e será analisado e decidido caso a caso. O instituto terá em conta se foi também financiado pelo próprio e se existe a possibilidade de rescindir a parte paga pelo próprio e se, através deste processo, se possa transformar em recursos financeiro imediato. Devo desfazer - me duma conta de poupança do meu filho? Em principio não necessita de o fazer, já que cada elemento do agregado familiar, incluindo os filhos podem possuir o equivalente um capital no valor de 3.100 €, sem que lhe seja abolida ou reduzida esta ajuda. É uma quantia sujeita a protecção. Além, dessa quantia é reconhecida outra parcela adicional de 750€. Se o valor da poupança ultrapassar essa quantia, então não receberá a ajuda até que gaste a quantia que exceda esse montante.
Devo mesmo vender a minha casa onde habito ou o meu apartamento? Se for uma casa ou um apartamento que não é habitado, estes são considerados património e não é protegido e não receberá qualquer ajuda até que o valor desse património seja gasto até à quantia que lhe é reconhecido possuir e que está protegida por lei. Esta quantia conforme a legislação em vigor corresponde ao máximo de 9.750 € ou seja o dobro para o casal: 19. 500 €. Se a família vive no imóvel, e se
está ainda a pagá-lo e este imóvel seu ordenado. Esta quantia é semfor adequado. Ou seja se não ulpre considerada como livre, até trapassar os 130 m2. Se tiver uma que não se ultrapasse os 800 € ilísuperfície maior habitável, poderá quidos. Além dessa quantia, são acontecer que a instituição estude considerados também livres 20% a possibilidade de ser vendida a do ordenado bruto. A partir dos parte que ultrapasse essa dimen800 e até 1200 € brutos além são ou que estudem a possibilidessa quantia, ficam isentos do dade de alugar a essa parte. Neste cálculo uma outra no valor de 10% caso a fonte de recursos do aluduma determinada soma. guer abaterá a ajuda social a recePara os que auferem um ordenado ber. bruto entre os 800 € e os 1. 500 € Se ainda houver débitos sobre o o cálculo torna-se mais complexo. imóvel, o organismo poderá assuComo orientação geral, Incluímos mir os juros que advêm do crédito, a seguir uma tabela actualizada: mas nunca o crédito em si. Os condomínios e outros compromis- Ordenado bruto: sos possíveis assim como o 100 € ficam isentos do calculo 100 € aquecimento, serão assumidos 200 € “ „ 120 € parcialmente pela entidade.
400 € “
„
que lhe sejam facilitadas medidas adequadas ao seu perfil profissional, para que possa enquadrar-se melhor no mercado de trabalho. Seja activo e não permaneça simplesmente passivo à espera que outros o libertem dessa sujeição. Procure ser útil investindo o seu tempo livre num trabalho voluntário em alguma instituição. Deste modo possibilita-se a alargamento dos seus horizontes profissionais. O sentimento de sentir-se útil à sociedade poderá emprestar-lhe uma óptima dose de auto estima, ingrediente essencial para não cair numa indesejada depressão. Ao mesmo tempo, o conhecimento dum leque mais alargado de pes160 € soas diferentes, poderá servir 240 € de ponte para se integrar num 250 € serviço devidamente remune260 € rado. A atmosfera familiar e 270 € social melhorarão e a qualidade de vida terá uma outra 240 € perspectiva.
800 € “ ” Tenho um seguro de vida 900 € “ ” que foi fechado há muitos anos. Teria de o dissolver 1. 000 € ” ” e revertê-lo em capital? 1. 100 € “ ” O capital acumulado num se1. 200 € “ ” guro de vida poderá ser consi1. 300 € “ ” 290 € derado também como ” 300 € Não aceite, nesta situação, património. Para qualquer pa- 1. 400 € “ trimónio é reconhecida uma 1. 500 € com um filho ou mais 310 € qualquer trabalho mal remudeterminada quantia, como nerado e que possa até contraafirmámos anteriormente. dizer os bons costumes e a ética Essa quantia é considerada laboral. Refiro-me aqui a emcomo protegida e não pode ser Como complemento, se o vencipresas que se servem desta situaconsiderado ou tido em conta para mento ultrapassar os 400 €, e ção para engrossar o cálculo de ajuda social, até esse sendo as despesas inerentes ao indevidamente os seus lucros. Até valor. Esta quantia vai de 3.100 € trabalho mais de 100 €, podem o convidam a recorrer à ajuda socomo mínimo e não pode ultrafazer-se valer esses gastos. Estão cial de Desemprego para que o passar os 9.750 € para os elemenincluídos entre outros, os seguros seu ordenado seja subsidiado. Ostos da família maiores de idade. legais do automóvel, os bilhetes tentar riqueza à custa do suor e Corresponderiam, segundo o ledos transportes públicos, o contrido sangue dos outros é uma ingislador a 150 € por cada ano de buto para a “Riesterente”. Se usar justiça senão um roubo que devevida. o seu automóvel ou uma moto ria bradar aos céus. Para as pessoas em questão que são-lhe reconhecidos 0, 20 € por tiverem nascido antes do 1, de Jaquilómetro. Procure manter sempre um bom neiro de 1948 a quantia isenta e contacto pessoal e de mútua conprotegida corresponde a 520 € por fiança para com as entidades pacada ano de vida não podendo ulNota final gadoras. trapassar os 33.800 €. Mantenha-os informados e mosUm seguro de vida pode também Se lhe assistir o direito a receber tre que deseja assumir o seu funão entrar neste cálculo se a sua tal subvenção, não receie em a turo financeiro! O único objectivo dissolução for considerada como requerer. Procure, isso sim, usar dos funcionários é limpar as aresuma grande dano financeiro, ou todos meios disponíveis para sair tas que possam existir de forma a seja se a sua extinção significasse dessa subordinação. Coloque-se à poder integrar-se no mercado de a perda de 90% do capital pago. disposição do Instituto Nacional trabalho! Colabore sempre com Se houver um seguro de vida que do Emprego da sua zona para eles. esteja de tal forma Bloqueado , que só pode usufruir do seu capital após a sua reforma legal, então PEDIMOS AOS NOSSOS LEITORES para nos colocapode muito bem constituir um carem as suas perguntas e sugestões por escrito usando pital protegido. De que forma é feito o cálculo para a ajuda social ao desemprego quando há uma ocupação remunerada? Um montante fixo no valor 100 € do ordenado não são considerados no apuramento da ajuda, independentemente de qual possa ser o
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o correio ou, melhor ainda, o correio electrónico. Pedimos também para mencionarem o vosso número de telefone fixo para, sendo necessário, entrarmos em contacto convosco. As questões e sugestões dos leitores podem ser enviadas para as seguintes direcções: correio@free.de ou rodrigues50@hotmail.de Fax 0231 8390351 Ou ainda para a morada do nosso jornal Obrigado.
22 Agenda Tome Nota
PORTUGAL POST Nº 198 • Janeiro 2011
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Citações do mês
Às associações, clubes, bandas , etc.. As informações sobre os eventos a divulgar deverão dar entrada na nossa redacção até ao dia 15 de cada mês Tel.: 0231 - 83 90 289 Fax :0231-8390351 Email: correio@free.de
Um amante revela a qualquer mulher tudo quanto o marido lhe oculta Balzac Os velhos acreditam em tudo, as pessoas de meia idade suspeitam de tudo, os jovens sabem tudo Oscar Wilde
Janeiro 2011
Endereços Úteis Embaixada de Portugal Zimmerstr.56 10117 Berlin
Tel: 030 - 590063500 Telefone de emergência (fora do horário normal de expediente):
0171 - 9952844 Consulado -Geral de Portugal em Hamburgo Büschstr 7 20354 - Hamburgo
Conselho das Comunidades Portuguesas: Alfredo Cardoso, Telelefone: 0172- 53 520 47 AlfredoCardoso@web.de Alfredo Stoffel Telefone: 0170 24 60 130 Alfredo.Stoffel@gmx.de José Eduardo, Telefone: 06196 - 82049 jeduardo@gmx.de
Tel: 040/3553484 Vice-Consulado de Portugal em Osnabrück Schloßwall 2 49080 Osnabrück
Maria da Piedade Frias Telefone: 0711/8889895 piedadefrias@gmail.com
Tel:0541/40 80 80
Fernando Genro Telefone: 0151- 15775156 fernandogenro@hotmail.com
Consulado-Geral de Portugal em Düsseldorf Friedrichstr, 20 40217 -Düsseldorf
AICEP Portugal Zimmerstr.56 - 10117 Berlim Tel.: 030 254106-0
Tel: 0211/13878-12;13
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Vice-Consulado de Portugal em Frankfurt Zeppelinalle 15 60325- Frankfurt
Tel: 069/979880-44;45 Consulado-Geral de Portugal em Stuttgart Königstr.20 70173 Stuttgart
Federação das Associações Portuguesas na Alemanha (FAPA) Postfach 10 01 05 D-42801 Remscheid
Tel. 0711/2273974
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02.01.2011 – BERLIM. Actuação do grupo Trio Fado. Local: Spiegelsaal in Clärchens Ballhaus, Auguststraße 24, 10117 Berlin. Início: 19h00
Hamburg abrilhantado pelo Conjunto BANDA LUSITANA Info: 040/35704721 ou www.bandalusitana.de
Até ao dia 19.01.2011- HAMBURGO – Cinema lusófono todas as quartas-feiras. Local:Centro de Língua Portuguesa (Instituto Camões), Philosophenturm, Raum 663 (6. Stock), Von-Melle-Park 6, HHRotherbaum.
22 e 23. 01.2011 – ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS. Os eleitores devem deslocar-se aos postos consulares entre as 8h00 e as 19h00.
22.01.2011 – HAMBURGO Grande festa organizada pelo Sporting Clube de Hamburgo. Local: Wandalenweg 4, 20097
Todo o tipo de instrumentos para grupos musicais, ranchos folclóricos, músicos profissionais e amadores, etc. Fale Connosco. Gerente: Anibal Gonçalves
Até 31.01.2011 – HAMBURGO – Exposição “Oque é o teatro”. Local: Centro de Língua Portuguesa (Instituto Camões), Philosophenturm, Raum 663 (6. Stock), Von-Melle-Park 6, HH-Rotherbaum.
Eschersheimer Landstrasse 278 60320 Frankfurt Tel: (069) 56 56 56 • Fax: (069) 5603671 www.musikhausamdornbusch.de
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A CASA DA RÚSSIA John le Carré Preço: 13,50 Publicado em 1989, apresenta os meandos de espionagem e contra-espionagem entre o Ocidente e a antiga União Soviética. John le Carré arrasta-nos, uma vez mais, para o seu mundo secreto e faz dele o nosso. Em Moscovo, Leninegrado, Londres e Lisboa, numa ilha da costa do Maine que pertence à CIA, e no coração do próprio Barley Blair, Carré desenvolve não apenas uma história de espionagem, mas uma alegoria do amor individual confrontado com atitudes colectivas de beligerância. TRAVESSIA DE VERÃO Truman Capote PREÇO: 11.50 Obra póstuma e inédita, Travessia de Verão é um primeiro romance precoce e seguro que mostra o sentido implacável da narração de um dos maiores escritores do século XX. Os seus fraseados imaculados, a sua crua ironia e a sua visão das subtilezas das diferenças de classe anunciam os futuros triunfos de Capote. Digno de um lugar em qualquer estante de um leitor de Capote, este é, em todos os sentidos, um tesouro perdido e reencontrado.
AVENTURAS DE SHERLOCK HOLMES Preço: 11.50 Aventuras de Sherlock Holmes é uma colectânea de 12 contos de aventuras publicada em 1892. Os contos foram originalmente publicados na revista Strand Magazine, nos anos de 1891 e 1892.
Manuel Alegre Preço: € 11,50 As memórias de infância. Os cheiros, as vozes, as emoções de um tempo em que o tempo não tem fim e o significado está presente nas mais pequenas coisas. Todas elas ficam sempre, como marcas na alma, princípios que norteiam a vida. A nostalgia dos lugares mágicos da infância. De Alma, vila encantada onde convive tradição e subversão, melancolia e audácia, crendices, ideologia e futebol... Pela voz audaciosa de quem não receia dar-se a conhecer, chegam-nos ecos de um Portugal dividido entre a República e a Monarquia, um país que era, á época, o mundo de uma criança expectante e atenta. De Alma, partiu toda a sua vida.
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A Cidade e as Serras Eça de Queiros O romance foi publicado em 1899 (um ano antes da morte de Eça) na Revista Moderna, e saiu em livro em 1901. Pertence à última fase do escritor, quando Eça se afasta do realismo e deixa a crítica dura que fazia à sociedade portuguesa da época. Anónio Lobo Antumes Os Cus de Judas Preço: € 11.50 António Lobo Antunes nasceu em Lisboa, em 1942. Estudou na Faculdade de Medicina de Lisboa e especializou-se em Psiquiatria. Exerceu, durante vários anos, a profissão de médico psiquiatra. Em 1970 foi mobilizado para o serviço militar. Embarcou para Angola no ano seguinte, tendo regressado em 1973. Em 1979 publicou os seus primeiros livros, Memória de Elefante e Os Cus de Judas, seguindo-se, em 1980, Conhecimento do Inferno. Estes primeiros livros são marcadamente biográficos, e estão muito ligados ao contexto da guerra colonial; imediatamente o transformaram num dos autores contemporâneos mais lidos e discutidos, no âmbito nacional e internacional. Miguel Torga Bichos Preço: € 11.50 «Querido leitor: São horas de te receber no portaló da minha pequena Arca de Noé. Tens sido de uma constância tão espontânea e tão pura a visitá-la, que é preciso que me liberte do medo de parecer ufano da obra, e venha delicadamente cumprimentar-me uma vez ao menos. Não se pagam gentilezas com descortesias, e eu sou instintivamente grato e correcto (…)»
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Aprenda aProteger-se Orações para Todos os Males Contra a Inveja e Mau-Olhado Formato: 14x21cm Formato: 15,5 X 23 cm Páginas: 90 Paginas: 156 Preço: 22,00 € Preço: 19,90 € Por razões de saúde, familiares, afectivas, materiais ou espirituais, Nas alturas de maior fragilidade, há que todos mpassamos em algum momcriar uma protecção efectiva contra os mento por situações difíceis. Nesta possíveis efeitos das energias negativas. obra encontrará uma centena de oraNeste livro damos-lhe conhecimento de ções adequadas a cada caso. Orações mantigos amuletos, fórmulas, rituais prátipara encontrar mcompanheiro/a, cos, orações e rezas especiais mpara que possa repelir esse encantamento para conseguir casar-se com o seu namaligno. morado, pela paz da família, contra doenças, etc.
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Eça de Queirós A CIDADE E AS SERRAS Preço: 11.50
CONTOS POPULARES PORTUGUESES Preço: 11.50 Contos Populares Portugueses são contos de todos os tempos e de todas as idades. Uma obra que nos devolve o imaginário e o maravilhoso da nossa cultura popular, e de que faz parte, entre outras, «História da Carochinha», «A Formiga e a Neve», «O Coelhinho Branco», «A Raposa e o Lobo», «O Compadre Lobo e a Comadre Raposa» e «Os Dois Irmãos».
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Como Cortar Trabalhos de Bruxaria Formato: 14x21cm Páginas: 152 Preço: 25,00 € Um ritual de magia negra posto em acção contra alguém pode prejudicar avítima e destruir a sua vida de forma brusca e surpreendente. Todas as áreasestão sujeitas a ficar afectadas. Tudo à sua volta parece ruir. E, mais graveainda, a vítima de magia negra não consegue encontrar forças para reagir. Neste livro de carácter prático, a autora apresenta rituais fáceis de executar quepermitem criar uma aura de protecção.
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Vidas
PORTUGAL POST Nº 198 • Janeiro 2011
Em busca da dignidade e da felicidade Eis aqui alguns momentos da minha vida que espero que sejam dignos de serem publicados na vossa página VIDAS. Em 1969 acabei, ferido sem gravidade, o meu serviço militar após dois anos de Angola numa guerra que vista a esta distância foi mantida em vão, sem trazer nada para o país. Na altura, Portugal teria muito mais a ganhar se entregasse aqueles territórios aos seus nativos e, assim, escusávamos de ter lá deixado sangue, muito sangue, suor e lágrimas. Outros deixaram lá os ossos, mortos de um maneira que não era necessária. Mas, enfim, passou está passado e o país é outro. De Angola não vim muito saudável, não. Hoje estou a pagar com o corpo e a (falta) saúde aquele tempo em que nos tornaram rambos e, pior ainda, carne para canhão. Em Portugal as coisas estavam muito más. Éramos seis irmãos e vivíamos numa casa (se é que se pode chamar casa a um buraco onde comíamos e dormíamos quase uns em cima dos outros). Em casa não tínhamos luz, nem gás. A única tecnologia que tínhamos o privilégio possuir era uma torneira de água lá fora no pátio onde a minha mãe lavava a roupa e nós tomávamos banhos com bacias de água pela cabeça abaixo fosse verão ou inverno. Também não tínhamos casa de banho, havia sim uma retrete para todos os habitantes daquilo que se chamava uma “ilha”, que era um aglomerado de casas miseráveis onde viviam famílias de gente trabalhadora, no nosso caso, de gente do mar, estivadores e homens que trabalhavam nas docas. Eu, o meu pai e mais quatro irmãos (o mais novo tinha doze anos) andamos todos na pesca. Era o nosso trabalho. Tínhamos
ordenado se pescávamos. Se não pescávamos ou se não saíamos para o mar não víamos xeta. Fome verdadeiramente não tínhamos. A minha mãe tinha sempre na salgadeira peixe. A salgadeira era uma caixa em forma de pipo onde se conservava peixe salgado. Normalmente eram sardinhas, cavalas e carapaus que a minha mãe cozinhava com couves que plantava numa nesga de terra atrás da casa. Carne e outros luxos não havia. Aos domingos às vezes, a minha mãe fazia uma sopa com “couros”, como ela dizia. Couros era a pele de porco que depois de comprada também iam para a salgadeira. Carnes, sobremesa, entradas e essas iguarias de hoje não conhecíamos. Para se ter uma ideia a primeira vez que comi carne foi na tropa. Os nossos pés andavam metidos em “socos” ou tamancos. Durante o trabalho, no mar, tirávamos os socos e trabalhávamos descalços. Na roupa com que andávamos via-se sempre os remendos que serviam para tapar partes rotas pelo tempo. Nessa altura, quando vim da tropa, a preocupação da minha mãe era que eu arranjasse rapariga para juntar os trapos e sair da casa para que houvesse mais espaço para os meus irmãos. Disse-lhe que não arranjava rapariga nenhuma mas que saia de casa para emigrar. Nesse tempo havia muita gente que ia procurar vida noutros países. A França era o “eldorado” de muitos” e na terra quando aparecia alguém que tinha emigrado as pessoas andavam com o credo na boca, pois não era que esses emigrantes apareciam bem vestidos, bem comidos, com cordão de ouro ao pescoço e, quem soubesse conduzir, com carro! Para muitos de nós era um espanto a assistir a
Memória futura
estas riquezas de alguns que tinham sido tão miseráveis quanto nós. Por isso, só tínhamos na cabeça conseguir o mesmo destino do que esses novos peraltas. Isto sempre quando era Verão. Depois os “franceses” voltavam para a vida deles e nós à nossa, que era a de ter enfrentar a miséria todos os dias. Um dia em conversa com dois amigos (um deles já tinha data para se apresentar na recruta), alguém colocou no ar a ideia de irmos para o estrangeiro procurar nova vida e fugir àquela situação danada de guerra e de miséria. O problema é que não tínhamos dinheiro, passaportes ou outras coisas assim para se poder viajar nas calmas. Eu por mim não havia problema. Já tinha a cédula militar e uma cédula de identidade (antigo BI que era assim um livrinho com capa negra e formato de um Sparbuch). Os outros amigos não tinham nada disso a não ser a cédula de pescador que os identificava como sendo o Jaime e o Avelino nascidos a tantos de tal em determinada terra e que eram filhos de fulano e beltrano e bastava. Em suma, decidimos partir sem nada porque nada tínhamos. Como ir, por onde, até onde e que fazer para passarmos as fronteiras levávamos na cabeça sugestões de alguém que já tinha feito essa empreitada com êxito. Corria então o ano de 1971. Era o mandão de Portugal um politico de nome Marcelo Caetano e tinha na presidência um velhote senil que se chamava Américo Tomás e que durou até à revolução de 1974. Reunimos pois alguns haveres num único saco de ombro que eu tinha do tempo da tropa e lá fomos com algum dinheiro para as passagens até à cidade de Chaves. Quando chegados, lá fomos a pé
Nós queremos publicar aqui as fotografias que fazem viver as suas recordações das férias, na associação, no trabalho, com os amigos, no restaurante, nas festas, etc. O envio das fotos pode ser feito por e-mail ou por carta (com a garantia de restituirmos todas as fotos que recebermos)
1995 Há 15 anos Eusébio da Silva Ferreira visitou Hagen e Iserlonh para participar na inauguração de uma casa do Benfica em Iserlohn. Foi uma visita que não apenas mobilizou a comunidade como entusiasmou os adeptos benfiquistas. Um dia antes da inauguração da Casa do Benfica (entretanto extinta), o Pantera Negra esteve a jantar no Restaurante Algarve, em Hagen, a convite da proprietária, a senhora Maria Lopes. Foi um jantar inesquecível em que o PORTUGAL POST participou para ouvir as proezas futebolísticas de Eusébio. Na Foto: o sr conchinha, responsável pela então Casa do Benfica, a senhora Maria Lopes e um outro convidado. Foto: PP
por caminhos em direcção a Orense. A certa altura saímos da estrada e metemo-nos por carreiros em direcção a Espanha. Demorou uma noite aquilo que foi a nossa primeira aventura até que vimos lá muito distante umas luzes de um povoamento que julgávamos ser em Espanha. E era. O resto foi difícil, cruel, perigoso e hoje inimaginável. Quando penso no que passamos até chegar à fronteira entre Espanha e França, onde chegamos esfomeados, meios esgazeados, sujos como vagabundos sem eira nem beira, sem certezas e diria mesmo sem destino que se visse, indo ao deusdará na esperança de que mais nada podia ser pior do que o que tínhamos na terra ou do que aquilo estávamos a passar. Sem dinheiro, sem pão, comendo eu sei lá o quê que apanhávamos e roíamos para enganar a fome, tínhamos pela frente o obstáculo que se chamava fronteira da Espanha para aquilo que pensávamos ser o paraíso: a França. Bem tentamos passar este obstáculo por várias maneiras e feitios. Mas nada. Foi quando andávamos pela cidade de Irun já quase sem esperanças e tomados pelo desespero que encontramos um passador português que, sensibilizado com a nossa situação, nos fez a esmola de passar a fronteira de um modo até bastante simples. No lado de lá, andamos também ao deus-dará sem saber muito bem o que fazer. Mas naquela altura não éramos apenas os únicos portugueses que andavam por ali numa situação bem desgraçada. Como era aí por Setembro, dois outros compatriotas ajudaram-nos e todos fomos até à região de Bordéus onde arranjamos o nosso primeiro emprego nas vin-
dimas com comida e alojamento numa localidade que francamente já esqueci. O trabalho não era tão duro e dávamos graças a deus por o ter e mais por estarmos comidos, lavados e agasalhados. Findo as vindimas, já com dinheiro no bolso e condignamente apresentados, rumamos a Paris onde pensávamos encontrar emprego o que aconteceu. Morávamos nos arredores de Paris e trabalhávamos, eu e um dos meus camaradas da aventura, numa empresa de construção de piscinas. Como não tínhamos documentos, como o passaporte, por exemplo, para a nossa legalização enquanto trabalhadores, dirigimo-nos ao consulado e aí deram-nos um passaporte com validade para três meses que servia, de acordo com o funcionário, para regressarmos a Portugal. Graças a esse passaporte e ao trabalho, lá conseguimos a permissão de estadia. Dois anos mais tarde, um grupo de portugueses, entre os quais eu me incluía, chegou à Alemanha já com quase um contrato de trabalho para uma empresa em Duisburgo, cidade onde eu vivi cerca de 10 anos para depois mudar para perto de Offenburfg, Schwarzwald, onde me encontro com uma grande família que construí. Mas essa é outra história, uma história feliz. Antonio Marques
Pedimos aos leitores que nos enviam correspondência para esta rubrica para não se alongarem muito nos textos que escrevem. A redacção reserva o direito de condensar e de trabalhar os textos. Obrigado.
ESCREVA-NOS e conte-nos a história da sua vida Sabemos que há mulheres e homens que desejam comunicar as suas aventuras ou até mesmo histórias sobre a sua vida ou que querem relatar experiências e contar casos de que foram testemunhas ou os principais protagonistas. Todos, uns mais que outros, temos uma história para contar, como por exemplo, como cá chegamos; a nossa dificuldade em compreender a língua; os sonhos que acalentamos para aguentar estar num país tão diferente; o choque cultural, o primeiro dia de trabalho e, porque não, as dificuldades por que passamos. Nós queremos contar a sua vida, o bom e o mau. Escreva-nos como sabe e pode e a sua história poderá ser um valioso testemunho da nossa presença neste país. Não se esqueça de nos enviar as fotografias que deseja ver publicadas. Morada: PORTUGALPOST Burgholzstr.43 • 44145 Dortmund • Fax: (0231) 83 90 351 • E mail: correio@free.de
Passar o Tempo
PORTUGAL POSTNº 198 • Janeiro 2011
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Previsões para Janeiro de 2011
Por Maria Helena Martins
CARNEIRO Amor: deverá adoptar uma nova atitude para superar as provas com que se pode ter de deparar a este nível. Saúde: deverá dormir mais horas. Dinheiro: procure dar um novo impulso à sua vida profissional, diversifique as suas fontes de rendimentos. TOURO Amor: Evite ter qualquer tipo de atitude egoísta ou egocêntrica, pense duas vezes para não magoar o seu par. Saúde: Cultive a sua boa forma através de gestos simples: estacione o carro um pouco mais longe e ande a pé, troque o elevador pelas escadas, etc. Dinheiro: Tente conter-se um pouco mais nos seus gastos. GÉMEOS Amor: O seu charme e simpatia possibilitam-lhe alcançar a harmonia afectiva à sua volta. Saúde: Não tenha medo de aceitar aquilo que lhe parece novo ou diferente. Dinheiro: Deixe os seus investimentos darem frutos. CARANGUEJO Amor: Ao enfrentar algum problema lembre-se que este só poderá ser resolvido se for abertamente discutido pelos dois elementos do casal. Saúde: Cuidado com a alimentação hiper-calórica, não abuse. Dinheiro: Lembre-se que um bom líder deve ser capaz de cultivar o bom-humor, pois num ambiente agradável as pessoas
procuram dar o seu melhor. LEÃO Amor: Reconheça que ninguém consegue dominar as suas emoções em todos os momentos e não se recrimine quando não reage como gostaria. Admitir que não é perfeito é o primeiro passo para se sentir em paz. Saúde: Cuidado com as quedas, anda muito distraído. Dinheiro: Tudo irá correr pelo lado mais favorável neste sector. VIRGEM Amor: lembre-se que quando não arriscamos, por medo de perder a estabilidade que conseguimos, estamos a deixar de viver. Saúde: Com disciplina e autocontrolo melhorará certamente de qualquer situação difícil. Dinheiro: Uma pessoa amiga vai precisar da sua ajuda, não lhe falhe. BALANÇA Amor: É importante agir no momento certo, enfrentar os problemas sem lhes dar demasiado valor. Saúde: Procure com mais regularidade o seu médico assistente. Dinheiro: Não é o momento ideal para contrair nenhum empréstimo. ESCORPIÃO Amor: Seja mais carinhoso com o seu par. Saúde: Procure mais vezes o seu dentista. Dinheiro: Não se deixe abater por uma maré menos positiva nesta área da sua vida, pois nem tudo está perdido.
SAGITÁRIO Amor: Este é um momento favorável para a conquista. Saúde: Vigie o seu estômago. Dinheiro: Observe e oiça o que o rodeia, procure conhecer e experimentar sempre mais, tome uma atitude perante as situações! CAPRICÓRNIO Amor: Dê mais atenção aos seus amigos, dedique-se mais àqueles que ama e que o amam, não tenha medo de começar coisas novas! Saúde: Lute contra a rotina. Não seja hipocondríaco, consulte o médico mas sem dramatismos. Dinheiro: Cuidado com os gastos supérfluos, corte com as despesas que não são realmente necessárias. AQUÁRIO Amor: lembre-se que estamos sempre a tempo de começar de novo, de fazer mudanças, vencer o mau humor, as frustrações e a impaciência. Saúde: está mais sujeito a dores de garganta. Dinheiro: tenha força para agarrar a vida com coragem! PEIXES Amor: Em vez de culpar os outros por aquilo que nos acontece, lembre-se que podemos escolher ultrapassar os obstáculos com que nos deparamos, utilizando-os para amadurecer e evoluir. Saúde: Valorize mais as suas qualidades. Dinheiro: Cuidado com as intrigas no local de trabalho, afaste-se de boatos. Em cada circunstância faça sempre o que lhe parece mais certo.
Questão de Parentesco O miúdo chega à esquadra esbaforido, e diz: -Senhor guarda, venha já depressa. Um patife está a querer matar o meu pai. O polícia corre e vê dois homens apertando as goelas um ao outro. - Eu vou separá-los — diz o guarda. Mas qual é o teu pai? -É isso mesmo que eu não sei. E é por isso que eles se querem matar
Sinal Vermelho O polícia de trânsito: - O senhor não viu a luz encarnada do sinal? -Vi, sim, senhor guarda. O que não vi foi que o senhor estava aí. A Sua Esposa não me Agrada Nada Uma senhora muito feia está gravemente doente e o marido chama o médico. - A sua esposa não me agrada nada — diz o médico. -Nem a mim, tão-pouco — responde o marido. Perder o Comboio O carcereiro para o preso: Porque te prenderam? - Porque perdi o comboio. - Só por causa disso? - Sim... Se o tivesse apanhado, teria passado a fronteira!
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Encomenda de Livros Como Cortar Trabalhos de Bruxaria Formato: 14x21cm Páginas: 152 Preço: 25,00 € Um ritual de magia negra posto em acção contra alguém pode prejudicar avítima e destruir a sua vida de forma brusca e surpreendente. Todas as áreasestão sujeitas a ficar afectadas. Tudo à sua volta parece ruir. E, mais graveainda, a vítima de magia negra não consegue encontrar forças para reagir. Neste livro de carácter prático, a autora apresenta rituais fáceis de executar quepermitem criar uma aura de protecção.
Aprenda a Proteger-se Contra a Inveja e Mau-Olhado Formato: 15,5 X 23 cm Paginas: 156 Preço: 19,90 € Nas alturas de maior fragilidade, há que criar uma protecção efectiva contra os possíveis efeitos das energias negativas. Neste livro damos-lhe conhecimento de mantigos amuletos, fórmulas, rituais práticos, orações e rezas especiais mpara que possa repelir esse encantamento maligno.
Astrologia, Karma e Felicidade Preço, 20,99 €
Autor: Cristina Candeias A astróloga residente do programa "Praça da Alegria", de Jorge Gabriel, tornouse um fenómeno nacional, com as suas previsões em directo. Este é o seu primeiro livro. O livro que nos ensina a atravessar o deserto para encontrar o oásis e a felicidade plena. É necessário reflectir sobre quem fomos, o que somos e o que temos de vir a ser. Só depois de aceitarmos os nossos processos de mudança a vida se nos revelará.
Orações aos Anjos da Guarda Formato: 14 X 21 cm. Páginas: 144 Preço: 25,00 € Na primeira parte desta obra encontrará um vasto número de orações aos anjos da guarda, que certamente serão do seu inteiro agrado. Na segunda parte deliciar-se-á com a listagem completa dos 72 anjos protectores. Cada um destes anjos confere características particulares mao modo de ser e de amar dos seus protegidos.
Orações para Todos os Males Formato: 14x21cm Páginas: 90 Preço: 22,00 € Por razões de saúde, familiares, afectivas, materiais ou espirituais, todos mpassamos em algum momento por situações difíceis. Nesta obra encontrará uma centena de orações adequadas a cada caso. Orações para encontrar mcompanheiro/a, para conseguir casar-se com o seu namorado, pela paz da família, contra doenças, etc.
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PORTUGAL POST Nº 198 • Janeiro 2011
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PORTUGAL POST Nº 198 • Janeiro 2011
Prova de Vinhos
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Livros de gastronomia multiplicam-se e batem recordes de vendas Os livros de receitas do chef britânico Jamie Oliver já renderam quase 120 milhões de euros, numa época em que se multiplicam as obras de gastronomia, alvo de um interesse sem precedentes. Segundo a empresa de estudos de mercado Nielsen Bookscan, que faz o registo das vendas de livros desde 1998, o único autor a ultrapassar esta marca foi J.K. Rowling, com a saga “Harry Potter”. Jamie Oliver é publicado em Portugal pela Civilização, que acaba de lançar mais um título seu e que edita também os da britânica Nigella Lawson, dois chefs que, além de estarem nos tops de vendas de vários países, lideram ainda audiências de televisão com os respetivos programas. Um fenómeno com tendência para alastrar a Portugal, onde, só nesta época pré-natalícia, foram publicados quatro livros de culinária de autores nacionais: “Curso de Cozinha de Henrique Sá Pessoa” (Esfera dos Livros), “Portugal Revisitado” (Oficina do Livro), do luso-ar-
gentino Chakall, cujo exotismo já lhe valeu fama internacional, “Tudo Isto é Fado” (Planeta), de Clara Azevedo e Luís Chimeno Garrido, e “Receituário – O Prazer de Cozinhar” (Objectiva), de Helena Sacadura Cabral. Por sua vez, a Porto Editora relançou o clássico “O Tesouro das Cozinheiras”, de Mirene, e a Babel acaba de reeditar outro clássico, de Maria de Lourdes Modesto, o álbum de iniciação à cozinha “A Colher de Pau”, cuja primeira edição data de 1966 e que foi um dos maiores êxitos de todos os tempos da gastronomia nacional, já para não falar do Pantagruel, uma espécie de “bíblia” para as donas-de-casa que tem sido alvo de reedições sucessivas e continua a ser um êxito de vendas. Há mesmo casos como o de uma editora recém-nascida, a Matéria-Prima Edições, cujo primeiro título no mercado é um livro de culinária, “Os Truques da Filipa”, de Filipa Vacondeus, e que tem utilizado para o promover, na rede social Facebook, vídeos do humorista Herman José a imitá-la. Os livros de culinária têm
uma feira internacional anual que lhes é exclusivamente dedicada, em Paris, e prémios específicos atribuídos com a mesma periodicidade em França: os Gourmand World Cookbook Awards. Na última edição, cujos finalistas foram há poucos dias anunciados, foram selecionados cinco livros de autores portugueses: “Os Dias de Saturno”, de Paulo Moreiras, e “Doce Lisboa – Guia e Receitas das Melhores Pastelarias”, de Clara Azevedo e Luís Chimeno Garrido (Quidnovi), “Fialho – Gastronomia Alentejana”, de Alberto Franco (Althum), e “Taberna 2780”, de Nuno Barros e Bernardo Mendonça, e “Todos para a Mesa”, de Helena Cid (Bertrand). Até a Bimby, um robot de cozinha que entrou recentemente nas casas das pessoas, já tem um livro no top de vendas. Chamase “Bimby – Receitas com História” e é também uma edição da Bertrand. O que têm todos em comum? São sempre edições cuidadas, com fotografias apelativas, em papel de boa qualidade e encadernações de capa dura.
O preço é, na maioria dos casos, elevado, a condizer com a qualidade da edição, mas nem assim as pessoas, apesar da apregoada crise, resistem a levá-los para casa e experimentar as receitas.
Sejam de cozinha tradicional, de fusão ou de sabores mais exóticos, os livros de gastronomia estão em alta, comprovando, mais uma vez, a máxima de que “os olhos também comem”. Publicidade
Tesouro das Cozinheiras Mais de 2000 receitas, 850 páginas Preço: € 70 É livro de cozinha mais vendido em Portugal. Pela sua clareza, simplicidade e variedade constitui um precioso auxiliar na elaboração das suas ementas diárias. Aqui encontrará garantidamente todas as receitas e todas as sugestões que procura. A variedade, o rigor e a apresentação cuidada fazem desta obra uma referência incontornável e indispensável em todas as cozinhas.
Nos preços dos livros já estão incluídos os portes de correio e do IVA. Cupão de encomenda na página 23