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O fim de um tempo que não deixará saudades

Em outubro de 2015, testemunhámos algo inédito na nossa democracia: apesar da vitória nas eleições legislativas, o PSD, mesmo em coligação com o CDS, não conseguiu formar governo. Os 107 mandatos obtidos revelaram-se insuficientes em relação à inusitada coligação de esquerda, que se começara a formar nos bastidores ainda a contagem de votos estava por terminar.

Contra todas as expetativas antes do ato eleitoral, o PS apresentava-se como alternativa suportado numa frente de esquerda unida, composta pelo BE, PCP e PEV. António Costa, Catarina Martins, Jerónimo de Sousa e Heloísa Apolónia foram os rostos desse momento, sem esquecer um outro protagonista, que se revelou essencial para a criação dessa geringonça partidária: Pedro Nuno Santos.

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Desse tempo, pouco vai restando. A geringonça extinguiu-se, em definitivo, com a maioria absoluta conquistada pelo PS nas eleições de 2022, em que os antigos parceiros se reduziram a uma condição mínima. E, não por acaso, os protagonistas daquele momento vão saindo de cena.

Heloísa Apolónia foi a primeira vítima, com o desaparecimento do PEV da Assembleia da República; Jerónimo de Sousa decide deixar a liderança do PCP no último trimestre do ano passado; por estes dias, é a vez de sabermos da saída de Catarina Martins da coordenação do BE. Enquanto isso, no Governo, a ala mais ligada à geringonça perdeu espaço e relevância, com a saída de Pedro Nuno Santos a ter, também neste aspeto, uma grande carga simbólica.

De todos, há, apenas, um protagonista que permanece em cena, que se fez rodear por um elenco que se revela incapaz não só de responder aos problemas que afligem os portugueses, mas também de apresentar um novo rumo para o país.

É o fim inexorável de um tempo que não deixará saudades.

A esperança está, cada vez mais, depositada em nós. É no PSD que se confia para apontar um novo caminho de desenvolvimento para Portugal.

É tempo de preparar o futuro.

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