Porto Alegre Grafitti

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PORTO ALEGRE G R A F F I T E

Volume I


PORTO ALEGRE G R A F F I T E

Volume I


PREFテ,IO

espaテァo para o prefテ。cio do prof. ME Jose Antonio Meira da Rocha


GRAFITE

G

rafite, Graffiti Grafitti Grafito... parece existir muitas formas de referenciar esta antiga modalidade de Arte de rua ou Street art, conhecida por nós desde antes mesmo de existirem ruas, muitos pesquisadores artísticos consideram as pinturas rupestres como a manifestação inicial deste conceito.

Com origem na palavra italiana “graffiato” (ou arranhado) o conceito é aplicado nas artes gráficas na definição de trabalhos produzidos através de sulcos ou riscos em uma superfície. Encontradas em antigas sepulturas como marcas que identificavam as pessoas que ali repousavam, o grafite foi evoluindo através dos tempos, podendo ser encontrados dezenas de exemplos nas ruínas de Pompéia assim como em Éfesus (Turquia), prestando o salutar ofício de anunciar serviços de prostituição (mais ou menos como em muitas cabines de telefones públicos e paradas de ônibus nos dias atuais). Continuando em sua evolução, o grafite sempre manifestou uma forma de se dizer, publicamente de forma anônima (ou quase), aquilo que talvez não fosse muito saudável ou inteligente ser manifestado de outra forma, mais explícita ou identificável. Mais adiante podemos encontrar o grafite em


sua mais básica função, que é a de anunciar uma espécie de “eu estive aqui” e. as vezes, acrescentar um “eu acho isso a respeito disto”... como nos monumentos egípcios, gentilmente grafitados pelas tropas de Napoleão, na Grande Muralha da China e em quase todas as ruínas gregas.

De manifestação individual á apropriação pelos sistemas, o grafite também serviu para propaganda de guerra, pois na Segunda Grande (1939-1945), o Tio Sam utilizou uma imagem que se tornaria clássica: o “killroy was here” utilizado com o intuito de mostrar às tropas em combate que o estado sabia que elas estavam lá e assim marcavam sua presença, reforçando o moral destas tropas ou mantendo estas mesmas “na linha” (dentre muitas outras suposições acerca da intrigante inscrição). Muitos autores consideram uma forma particular de grafite tanto os afrescos quanto os murais. Os primeiros têm como exemplos clássicos as paredes de Pompéia e a obra “A última ceia” do gênio italiano Leonardo daVinci. Como exemplo destes últimos, podemos citar as obras do muralista mexicano Diego Rivera. Chegando aos nossos tempos, o grafite se torna a principal manifestação artística urbana, sendo encontrado em virtualmente qualquer cidade de médio porte ao redor do mundo (pelo menos naquelas onde o grafite não é punido com pena de morte e outros quetais).

Como artistas de destaque em nível mundial podemos citar Jean-Michel Basquiat (Brooklyn, Nova Iorque 1960, - Nova Iorque, 1988), artista de rua que conquistou reconhecimento e renome por suas obras com forte cunho de protesto social. Muito mais bem humorado e leve, o artista de maior destaque no cenário mundial do grafite e copiado/imitado/citado por nove entre dez artistas de rua é o britânico Banksy, pseudônimo do pseudoanônimo Robert Banks, nascido (segundo a BBC) na cidade de Bristol, em 1974, e que hoje a mais forte referência no panorama das artes de rua (encontrei em Porto Alegre duas reproduções de estênseis de Bansky). No Brasil, a cidade de São Paulo é o pólo irradiador do grafite urbano nacional, e os maiores expoentes desta forma de manifestação artístico-cultural são oriundos desta cidade. Maior nome no grafite nacional e um dos seus precursores, o Italiano Alex (Alessandro) Vallauri (Asmara, Etiópia, 1949 — São Paulo, 1987) artista que destacou a utilização do grafite como manifestação artística no Brasil, utilizando a técnica de estêncil, ou máscara. Um dos expoentes atuais no grafite brasileiro é o paulista Hudinilson Jr. (1957-) que, trabalhando com a técnica de reprografia (xerox) mantém parte do legado de Vallauri vivo através de suas obras. Muitas técnicas são utilizadas nas grafitagens, alguma óbvias, outras nem tanto, a pintura com spray


é talvez a mais lembrada, porém outras são tão ou mais interessantes:

mais simples e “primárias”, mas que é ainda hoje um dos estilos mais presentes no graffiti.

Estêncil (stencil) ou máscaras, onde moldes vazados permitem a reprodução rápida de originais (minha técnica favorita)

* Cross - Pintar um graffiti por cima de um trabalho de um outro writer.

Reprogravura (xerox) onde os grafites são preparados anteriormente e após são afixados ao suporte. A complexa terminologia do grafite pode ser grosseiramente condensada nas seguintes expressões: * Writer - Artista que pinta graffiti. * Tag - Nome/Pseudónimo do artista.

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* Bombing - Graffiti rápido, associado à ilegalidade, com letras mais simples e eficazes. * Throw-up - Estilo situado entre o “tag”/assinatura de rua e o bombing. Letras rápidas normalmente sem preenchimento de cor (apenas contorno). * Roof-top - Graffiti aplicado em telhados, outdoors ou outras superfícies elevadas. Um estilo associado ao risco e ao difícil acesso mas que é uma das vertentes mais respeitáveis entre os writers. * Wild Style - Estilo de letras quase ilegível. Um dos primeiros estilos a ser utilizado no surgimento do graffiti. * 3D - Estilo tridimensional, baseado num trabalho de brilho / sombra das letras. * Bubble Style - Estilo de letras arredondadas,

* Fill-in - Preenchimento (simples ou elaborado) do interior das letras de um graffiti. * Highline - Contorno geral de toda o graffiti, posterior ao outline. * Outline - Contorno das letras cuja cor é aplicada igualmente ao volume das mesmas, dando uma noção de tridimensionalidade. * Degradé - Passagem de uma cor para a outra sem um corte directo. Por exemplo uma graduação de diferentes tons da mesma cor.

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* Bite - Cópia, influência directa de um estilo de outro writer. * Spot - Denominação dada ao lugar onde é feito um graffiti.

fontes: www.stencilbrasil.com.br http://miniweb.com.br/Artes/artigos/grafite1.html www.graffiti.org.br/ http://intra.vila.com.br/sites_2002a/urbana/grapixo/graffitibr.htm http://news.bbc.co.uk/1/hi/magazine/5346822.stm www.banksy.co.uk www.wikipedia.org

Prof. ME. Paulo R. Pedott, abril 2008


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O c aminho do homem justo estรก bloq ueado por todos os lados...


pelas iniqĂźidades dos egoĂ­st as e a t irania dos perversos.

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Bendito aq uele q ue, em nome da c aridade e da boa vont ade, 17


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ĂŠ pastor dos humildes pelo v ale das sombras.


Pois ele é o verdadeiro guardião de seus irmãos...

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e o salv ador dos f ilhos perdidos.

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Exercerei sobre eles v ingança terrível...

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e furiosos c ast igos...

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aos q ue tent arem destruir

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E f ic ar達o sabendo q ue eu sou o Senhor ...


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q uando Eu execut ar sobre eles a minha v ingança”. 33


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A c ho q ue perceberรก, q uando tudo isto terminar,

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q ue O negóc io, Butc h, é q ue neste momento, você tem habilidades.

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Mas, por mais doloroso q ue sej a,

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as habilidades n達o duram... 41


...e seus dias est達o se ac abando.

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É a difíc il realidade dessa merda.


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Em Paris, o McDonald’s vende cervej a. 49


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Sabe como c hamam um “Quarteirão com Queijo” em Paris?


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“Quarteirão com Queijo”, não?


Eles c hamam “Royale com Queijo”

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E um “BigMac”?


BigMac é BigMac, mas eles c hamam de “Le BigMac”.

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Le BigMac.

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Sabe o q ue coloc am na bat at a frit a na Holanda?

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Maionese.


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Eu v i... Mergulham nessa merda.


DevĂ­amos ter escopet as para esse t ipo de coisa.

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“Quarteirão com Queijo”, não?

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Mas hoje v i algo q ue me fez pensar duas vez es.


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A gora estou pensando.


Talvez signif iq ue

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q ue você é o perverso,


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e eu sou o justo.


E este ĂŠ o meu Senhor: Don Berett a, 9mm...

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ĂŠ o pastor q ue protege a minha just a pessoa nas sombras.


Ou t alvez signif iq ue

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q ue você é o justo e eu sou o pastor .


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E q ue o mundo ĂŠ perverso e egoĂ­st a.


90 91

A verdade ĂŠ...


q ue você é o fraco...

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e eu sou a t irania do perverso.

94 95

Mas estou tent ando, Ringo.


96 97

Estou f az endo um grande esforรงo


98 99

V incent Vega & Jules Winnf ield pulp f ict ion, 1994

para ser o pastor .


100

A Rainha do Frango A ssado, serie, A lex Vallauri, 1982-1983


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