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O VELHO TESTAMENTO UMA PEQUENA INTRODUÇÃO (EDIÇÃO - 2012)

Luiz Ricardo Monteiro da Cruz

CURSO DE PREPARAÇÃO DE OBREIROS Igreja Presbiteriana do Brasil


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O VELHO TESTAMENTO UMA PEQUENA INTRODUÇÃO I. Considerações Iniciais "Você deve saber que tipo de livro está lendo, e isto o mais depressa possível; preferivelmente, antes mesmo de começar a lê-lo". Dou muito valor a esse conselho bastante sábio de Mortimer Adler! Exatamente por isso, ao iniciarmos nossa jornada de estudos, procurando obter uma "visão panorâmica" das Escrituras Sagradas, convido-o a considerar junto comigo algumas verdades a respeito da Bíblia Sagrada, a Palavra infalível do nosso Deus. O que é a Bíblia? Muitas respostas poderiam ser dadas a esta pergunta. Creio que, dentre todas, a mais singela e apropriada seja esta: a Bíblia é a revelação escrita de Deus - do Deus que não quis ocultar-Se, mas fazer-Se conhecido! Contradizendo os agnósticos (pessoas que afirmam que Deus pode, até, existir, porém jamais poderíamos conhecê-Lo), o Criador de tudo o que há revela-Se a nós por intermédio da Sua Palavra! Pense no privilégio que Ele lhe concede: cada vez que estuda a Bíblia, você tem a oportunidade de entrar na presença do seu Autor! O que significa o termo "Bíblia"? A palavra "Bíblia" vem de biblos, nome de uma planta existente na Fenícia (situada à leste do Mar Mediterrâneo), de cujas folhas se fazia uma espécie de papel, na Antigüidade. No Egito, essa mesma planta recebia o nome de papiro (de onde, aliás, originou-se a palavra "papel"). Portanto, o termo significa papel, ou, mais exatamente, livro. Como saber se a Bíblia é, de fato, a Palavra de Deus? A própria Bíblia nos dá resposta a essa questão crucial: "Toda Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça... sabendo, primeiramente, isto, que nenhuma profecia da Escritura provém de particular elucidação; porque nunca jamais qualquer profecia foi dada por vontade humana, entretanto homens santos falaram da parte de Deus movidos pelo Espírito Santo" (1 Tm 3.16; 2 Pe 1.20,21). Mas, o que é "inspiração"? James C. Denison oferece-nos uma resposta sugestiva e clara a essa pergunta quando diz que "inspiração significa mais do que a Bíblia ser 'inspiradora'. A maioria das pessoas concorda que a Bíblia é de fato um livro inspirador, uma das maiores realizações literárias de todos os tempos. Entretanto ela é muito mais: não é só inspiradora, mas também inspirada. A palavra 'inspirar' significa 'soprar em'". Assim, quando usamos esse termo em referência às Escrituras, queremos dizer que Deus 'soprou' Suas palavras no coração dos homens que Ele usou para escreverem a Bíblia. Argumentos em favor da inspiração da Bíblia. Chamamos de argumento interno a citação de textos como 1 Tm 3.16, ou 2 Pe 1.20,21 para provarmos a inspiração das Escrituras. Isso, porque estamos usando a própria Bíblia para provar sua inspiração. Todavia, há, também, argumentos externos que podemos usar com essa mesma finalidade. Vejamos alguns deles: a. Argumento Bibliográfico - os manuscritos que temos (cópias primitivas da Bíblia), embora não sendo os documentos originais escritos pelos escritores bíblicos, foram escritos em época bem próxima à deles, são numerosos e excelentes. b. Argumento Arqueológico - Arqueologia é a ciência que procura recuperar e interpretar tudo o que restou das civilizações antigas. Esta ciência, vez após vez, tem comprovado a veracidade e autenticidade do texto bíblico mediante as mais variadas descobertas arqueológicas. c. Argumento Profético - o cumprimento da profecia bíblica é outro argumento em favor da sua inspiração. Tome como exemplo as dezenas de profecias referentes à pessoa do Senhor Jesus Cristo, que já se cumpriram. Cito apenas estas: Mq 5.2 (Mt 2.1); Is 9.1,2 (Mt 4.12-16); Is 53 (Mt 27); Sl 16 (Mt 28.1-10). d. Argumento Pessoal - a simples leitura da Bíblia tem operado as mais lindas e poderosas transformações em milhares de pessoas, que têm encontrado a Deus em suas páginas! Como Deus Se revelou aos homens, para que a Bíblia pudesse ser escrita? Diz Hb 1.1,2 : "Havendo Deus, outrora, falado muitas vezes, e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, nestes últimos dias nos falou pelo Filho". Ou Curso de Preparação de Obreiros - Igreja Presbiteriana do Brasil


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seja, o Senhor falou de muitas maneiras aos Seus servos, inclusive por meio do Seu Filho encarnado. Ele chegou, também, a escrever parte da Escritura com o Seu próprio dedo (Ex 31.18)! Todavia, em geral, usou a mente e a personalidade de homens escolhidos, para escrever Sua palavra. Alguns desses homens, como é o caso de Lucas, foram pesquisadores minuciosos! Como bem disse James C. Denison, "embora Deus tenha de fato 'soprado' Sua palavra para nós, Ele decidiu não obliterar [eliminar, suprimir; fazer desaparecer], mas usar a mente dos homens que escreveram essa palavra. Ao mesmo tempo, os homens que escreveram com base em suas perspectivas individuais jamais distorceram a mensagem do Autor". O respeitado teólogo A. H. Strong, falando sobre este assunto, afirmou o seguinte: "Os escritores bíblicos parecem ter sido tão influenciados pelo Espírito Santo que perceberam e sentiram até as novas verdades que deviam publicar como sendo descobertas de suas próprias mentes, e foram deixados sob a ação de suas próprias mentes na expressão dessas verdades, com a única exceção de terem sido sobrenaturalmente impedidos de usar termos errados, e, quando necessário, receberam os termos certos". Como essa revelação divina foi escrita? Vivendo na era dos computadores, torna-se difícil para nós uma compreensão exata de todo o trabalho realizado em tempos antigos na confecção das Escrituras Sagradas. Na Antigüidade a escrita era um processo caro e trabalhoso. Os livros tinham que ser escritos à mão. (Lembre-se de que o primeiro livro impresso foi publicado somente no ano de 1455 d.C., ou seja, cerca de 1350 anos depois de o último livro da Bíblia ter sido escrito!). Para realizar esse importantíssimo trabalho, havia os escribas (nome que quer dizer “contadores”), que faziam as cópias do texto bíblico. Eles tinham consciência de que estavam copiando a própria Palavra de Deus, de modo que faziamno com extremo cuidado. Um dos grupos mais importantes de escribas de que se tem notícia foi o dos Massoretas. Extremamente cuidadosos, os massoretas contavam tudo no texto: desde o número de palavras hebraicas que compunham o Pentateuco (400.945), até qual a letra que ficava exatamente no meio desse texto (em Lv 11.42)! Nos tempos antigos, havia três tipos de "papel": placas de barro, chamados de ostracas (depois de efetuada a escrita com a utilização de um estilete pontiagudo, o barro era cozido a fim de que a escrita fosse preservada); o papiro, feito de uma planta que crescia às margens do rio Nilo, no Egito. (Essa planta era cortada, descascada, enrolada, e deixada ao sol para secar. Escrevia-se sobre a superfície do papiro com um tipo de pincel feito de junco, e utilizando-se uma espécie de cola como tinta. O papiro era enrolado numa haste de madeira, formando um rolo). Esses dois tipos de "papel" eram bastante inconvenientes: a ostraca, por ser de difícil transporte; o papiro, por deteriorar-se com muita facilidade. Mas havia também o pergaminho, "papel" mais durável e dispendioso, feito de peles de animais. O pergaminho também era enrolado em torno de uma haste de madeira. [Nota: quando os governantes do Egito proibiram a exportação do papiro, em Pérgamo (citada no Apocalipse, e situada na atual Turquia) desenvolveu-se um novo material de escrita a partir da pele de ovelhas, bodes e outros animais. Essa pele era transformada em folhas finas, que eram polidas com óxido de cálcio. A esse material se deu o nome de pergaminho exatamente porque foi desenvolvido na cidade de Pérgamo!]. Lá por volta do ano 100 d.C. começou-se a cortar rolos em tiras, quer fossem de papiro, quer de pergaminho. Essas tiras eram ajuntadas em ordem, postas umas sobre as outras, e costuradas, formando uma espécie de "livro", o qual veio a ser chamado de códice. Na verdade, o códice é o precursor do livro! Onde estão os textos originais da Bíblia? Os exemplares originais dos livros da Bíblia, chamados de manuscritos originais, tanto do Velho como do Novo Testamento, foram queimados pelos inimigos da Palavra de Deus ou destruídos pelo manuseio e pelo tempo. Todavia, existem ainda milhares de cópias antiqüíssimas, feitas à mão, de todos os livros da Bíblia. As cópias mais antigas que existem hoje, foram escritas a partir da primeira metade do século II. Quando as primeiras Bíblias foram impressas, por volta de 1455 d.C., havia mais de 2.000 desses manuscritos na forma de rolo ou códice. Em nossos dias, com tantas descobertas arqueológicas, esse número aumentou muito e é amplamente suficiente para garantir cientificamente a autenticidade da Bíblia. Os quatro manuscritos mais importantes, tanto por sua antiguidade como por sua integridade, são o Sinaítico (escrito no século IV, faz parte hoje da Biblioteca de Leningrado, na Rússia), o Alexandrino (também do século IV, fez parte da antiga Biblioteca de Alexandria e hoje está no Museu Britânico, em Londres, Inglaterra), o Vaticano (também do século IV, contém todos os livros da Bíblia, e faz parte da Biblioteca do Vaticano), e o Códice de Efraim (escrito no século V, contém o Velho Testamento e parte do Novo Testamento, e está no Museu do Louvre, em Paris). Em que língua foi, originalmente, escrita a Bíblia? Em Sua sabedoria, o Senhor permitiu que três idiomas fossem usados pelos escritores da Bíblia: hebraico, aramaico e grego. A maior parte do Velho Testamento foi escrita em hebraico, língua cuja escrita se faz da direita para a esquerda, e que utiliza caracteres únicos, ou seja, não há diferenciação entre letras maiúsculas e minúsculas. Já o aramaico foi utilizado na escrita de apenas três passagens do Velho Testamento: duas no livro de Esdras (4.8 a 6.18; e 7.12-26), e uma no livro de Daniel (2.4 a 7.28). (É interessante ressaltar que o aramaico é "descendente" do hebraico e era a língua falada pelo Senhor Jesus). O Antigo Testamento, escrito em hebraico/aramaico contém o mesmo material que o Antigo Testamento em português; a ordem em que esses livros aparecem é que é diferente: a versão hebraica divide os livros em três grupos (Lei, Profetas e Escritos), enquanto que a nossa versão os divide em cinco grupos (Pentateuco, Históricos, Poéticos, Profetas Maiores e Profetas Menores). Já o Novo Testamento foi escrito em grego, a linguagem escrita "oficial" dos tempos do império romano. (Nota: como se dirigia a todos, e não apenas a um grupo seleto de eruditos, o Senhor fez com que o Novo Testamento fosse escrito no grego koinê, ou seja, "comum", e não no grego clássico, de modo que a compreensão de sua mensagem se fizesse absolutamente clara para qualquer pessoa da população daqueles dias. Vemos nisto mais uma prova do grande amor de Deus por nós, em Seu desejo de revelar-Se ao ser humano, seja ele erudito ou não!). Curso de Preparação de Obreiros - Igreja Presbiteriana do Brasil


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Quem traduziu a Bíblia para a Língua Portuguesa? O cronista Fernão Lopes conta que D. Dinis (1385-1433), rei de Portugal, traduziu os Evangelhos, Atos, as cartas de Paulo e o livro de Salmos para o português. E em 1505, Dona Leonor, esposa de D. João II, mandou imprimir o livro de Atos e as cartas de Tiago, Pedro, João e Judas, traduzidas do latim pelo frei Bernardo de Brinega. Mas a primeira tradução completa das Escrituras para a nossa língua foi feita (parcialmente) por João Ferreira de Almeida, e levou 106 anos para ser concluída! Almeida nasceu em Torres de Tavares, Portugal, em 1628. Com apenas 16 anos converteu-se ao evangelho e foi morar em Málaca (Malásia). Lá, iniciou a tradução do Novo Testamento a partir de um texto latino, e com a ajuda de versões em espanhol, francês e italiano. Em 1651, residindo na ilha de Java (Indonésia), trabalhou na revisão da tradução que fizera do Novo Testamento. Em 1656, ordenado pastor, iniciou seu ministério no Presbitério de Ceilão, no sul da Índia. Após casar-se, retornou para a Indonésia, onde permaneceu até o final de seus dias. Dez anos depois, comunicou ao presbitério que a tradução do Novo Testamento estava pronta. A partir de 1670, passou a dedicar-se à tradução do Velho Testamento, tendo concluído o Pentateuco treze anos depois. Almeida faleceu em outubro de 1691, deixando o Velho Testamento traduzido até Ezequiel 48.21. A tradução foi completada em 1694 pelo Rev. Johannes op den Akker; todavia, somente 48 anos depois (1742) a tradução de Almeida começou a ser revista. Em 1751 foi aprovada pelo presbitério, tendo sido publicada na Indonésia nesse mesmo ano, em dois volumes. O que é o "cânon"? O termo "cânon" vem de uma palavra hebraica que significa "vara de medir". Com o passar do tempo, essa palavra passou a ser usada para denominar um catálogo, ou uma lista de livros. Assim, hoje em dia, quando falamos em cânon, referimo-nos à lista de livros que formam as Escrituras Sagradas. A palavra “cânon” pode ter duas conotações: a) pode referir-se ao padrão dentro do qual um escrito, para ser reconhecidamente inspirado, deveria encaixarse; b) ou pode referir-se ao fato de que, assim como uma vara servia e serve como padrão de medida, também os escritos bíblicos são um padrão de medida para a fé e a prática. Portanto, podemos dizer que o Cânon Sagrado é composto por todos os livros que, sendo reconhecidamente inspirados por Deus, servem como padrão para a nossa fé e prática. São eles: os 39 livros que formam as Escrituras do Velho Testamento (escritos mais ou menos entre os anos 1500 e 400 a.C.) mais os 27 livros que formam as Escrituras do Novo Testamento (escritos mais ou menos entre os anos 45 e 100 d.C.). O Cânon Sagrado é formado ao todo por 66 livros, escritos entre os anos 1500 a.C. e 100 d.C., por cerca de 40 homens. (Nota: o documento mais antigo que define os livros que compõem o cânon do Novo Testamento foi escrito no ano 367 pelo Bispo Atanásio, do Egito. Todos os anos, por ocasião da Páscoa, Atanásio enviava uma carta às igrejas da sua região, instruindo e animando os cristãos. Na Páscoa de 367, ele escreveu o seguinte: Como os hereges estão citando escritos apócrifos (falsos),

um mal que já era comum na época em que S. Lucas escreveu o seu Evangelho, julguei importante identificar claramente quais são os livros aceitos por nós como pertencentes ao cânon, os quais nós consideramos divinos. A seguir, apresentou em sua carta os livros do Velho Testamento e também os 27 livros do Novo Testamento, de Mateus a Apocalipse. E concluiu dizendo:

Estes livros são as fontes de salvação para saciar aqueles que tem sede com as palavras vivas que eles contêm. Somente nesses livros se encontra a doutrina da piedade. Que ninguém adicione ou tire nada deles ). Que são livros apócrifos? A palavra "apócrifos" significa ocultos, e é geralmente usada para denominar 14 livros escritos entre o terceiro e o primeiro séculos a.C. (período inter-bíblico), e que foram adicionados à Septuaginta, que é a tradução grega do Velho Testamento, realizada nessa época. Por terem sido incluídos na Septuaginta, os cristãos de fala grega do primeiro século os conheciam, uma vez que essa era a única versão das Escrituras à qual tinham acesso. Todavia, o grande historiador hebreu Josefo rejeitou-os totalmente. Aliás, os judeus jamais os reconheceram como parte das Escrituras do Velho Testamento. O Senhor Jesus também jamais fez qualquer referência a eles. E os escritores do Novo Testamento não fazem uma citação sequer desses 14 livros. Também Jerônimo, que no quarto século foi comissionado para fazer uma tradução definitiva da Bíblia para o latim – a Vulgata - os excluiu, convencido de que apenas o texto hebraico aceito pelos judeus tinha valor escriturístico. (Infelizmente, a opinião de Jerônimo não prevaleceu e a Igreja Católica Ocidental logo acrescentou os apócrifos à Vulgata). A posição de Jerônimo foi reafirmada pelos reformadores protestantes no século XVI. A igreja romana, porém, no Concílio de Trento, realizado em 1546, declarou canônicos tais livros, razão pela qual aparecem nas bíblias utilizadas pelos católicos de todo o mundo. [Nota: não podemos dizer que esses livros não têm valor algum, pois isso não seria verdade! Eles têm valor histórico apreciável, chegando mesmo a preencher a lacuna histórica existente entre Malaquias e Mateus, trazendo-nos relatos que nos fazem conhecer a situação religiosa do povo de Deus naquele período. Todavia, não têm valor escriturístico, uma vez que sua canonicidade (inspiração) não é reconhecida nem pela própria Bíblia, nem pelo povo judeu, nem pelo Senhor Jesus, e nem pelos escritores no Novo Testamento. Há que se lembrar que esses apócrifos foram escritos numa época em que os judeus muitas vezes estavam sob forte pressão para fazerem concessões quanto à sua fé e dedicação a Deus.]. Qual o tema central da Bíblia? O tema central da Bíblia é a salvação do homem, a partir da obra redentora planejada e executada pelo Criador, na qual têm parte as três pessoas da Santíssima Trindade.

II. Visão Panorâmica de Cada Livro Curso de Preparação de Obreiros - Igreja Presbiteriana do Brasil


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Ditas estas coisas, cabe-nos agora "visitar" cada um dos livros que compõem verdadeiramente o Velho Testamento, destacando sempre: 1. o PROPÓSITO para o qual foi escrito o livro; 2. uma PALAVRA-CHAVE que nos ajude a lembrar qual é esse propósito; 3. um VERSÍCULO-CHAVE que justifique a palavra-chave; 4. a MENSAGEM MESSIÂNICA contida no livro; 5. alguns DADOS E PARTICULARIDADES do livro; 6. algumas LIÇÕES que dele podemos extrair para a nossa vida. Vejamos:

GÊNESIS 1. Propósito: o propósito deste livro está bem definido pelo seu título: Gênesis, que quer dizer princípio. Isto porque o livro trata do princípio de todas as coisas. Oferece-nos a visão de como Deus criou todas as coisas. O que seria de nós sem o Gênesis?! Também neste livro, depois do relato da criação, da queda, do dilúvio e da dispersão das nações em Babel, vemos como Deus elege a semente de Abraão para dela trazer-nos, futuramente, o Messias! O livro nos ensina, ainda, que é o SENHOR quem toma a iniciativa de vir ao encontro do homem perdido. 2. Palavra-Chave: "PRINCÍPIO" 3. Versículo-Chave: "No princípio criou Deus os céus e a terra" (1.1) 4. Mensagem Messiânica: há diversas mensagens messiânicas em Gênesis, como, aliás, em todo o Velho Testamento! Vamos destacar apenas três: 4.1 - a chamada "mensagem proto-evangélica", de 3.15 - "Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e o seu descendente. Este te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar". 4.1.1 - "o seu descendente" - Bem específico. Não fala em "os seus descendentes". 4.1.2 - "Este te ferirá a cabeça". A vitória seria do Salvador. Diz 1 Jo 3.8 - "...Para isto Se manifestou o Filho de Deus, para destruir as obras do diabo". 4.1.3 - "tu lhe ferirás o calcanhar". A vitória do Messias viria por meio de sofrimento. Is 53. 4.2 - a primeira vítima sacrificada, de 3.21 - "Fez o SENHOR Deus vestimenta de peles para Adão e sua mulher, e os vestiu". 4.2.1 - para que a vergonha humana fosse definitivamente coberta, era necessário o sacrifício de alguém. Diz Hb 9.22 - "...sem derramamento de sangue não há remissão". 4.2.2 - a providência tomada pelo homem - "...coseram folhas de figueira, e fizeram cintas para si" (3.7) - é totalmente ineficaz! Veja Is 64.6. 4.2.3 - JESUS é o sacrifício completo! ALELUIA!!! Ver Hb 10.12; Cl 2.13-15. 4.3 - uma linda figura (tipo) de Jesus, o Messias: José! Tracemos um paralelo entre o tipo (José) e o Antítipo (Jesus): 4.3.1 - amado por seu pai: Gn 37.3 / Mt 3.17; Jo 5.20 4.3.2 - rejeitado por seus irmãos: Gn 37.4,18-32 / Jo 1.11; Mc 3.21; Jo 7.5; Mt 27.1,22,3-23 4.3.3 - tentado, não pecou: Gn 39.7-12 / Mt 4; 1 Pe 2.21-24; Hb 2.18; 4.15 4.3.4 - firme no sofrimento: Gn 39.20-40.23 / 1 Pe 2.23; Is 53.7 4.3.5 - elevado pelo rei: Gn 41.37-44 / Mc 16.19; Fp 2.9-11 4.3.6 - casou-se com gentia durante a sua rejeição: Gn 41.45 / Jo 1.11,12; Rm 11 4.3.7 - somente onde ele está há pão (alimento): Gn 41.57 / Jo 6.48-51 4.3.8 - não foi reconhecido pelos seus irmãos em seu primeiro encontro: Gn 42 / Jo 1.11,12 4.3.9 - o reconhecimento no segundo encontro: Gn 45.1-15 / Zc 12.10 5. Dados e Particularidades: Curso de Preparação de Obreiros - Igreja Presbiteriana do Brasil


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5.1 - o livro de Gênesis gira em torno de 9 fatos principais: 5.1.1 - a CRIAÇÃO - 1,2. [Quanto a este aspecto, gostaria de destacar algumas verdades muito simples, mas de imenso valor: a) no relato da criação aprendemos alguma coisa sobre a extensão do poder que há naquilo que Deus diz! Bastou que Ele dissesse “Haja luz”, houve luz! Há poder naquilo que diz o SENHOR! Daí a necessidade de darmos realmente ouvidos ao que Ele diz!; b) no relato da criação também aprendemos que o que o SENHOR faz é bom. Tudo o que Ele faz é bom!]. 5.1.2 - a QUEDA – 3. [Quanto a este tema, também quero destacar algumas verdades: a) a vontade do nosso Deus é boa! Quando Ele ordenou Sua vontade a Adão e Eva, Ele o fez porque essa vontade era boa! Ainda que pudesse não parecer, era boa!; b) no relato da queda e capítulos subseqüentes, aprendemos que o pecado se espalha rapidamente: de um indivíduo (Eva), para um casal; de um casal, para a família; da família, para a sociedade!]. 5.1.3 - a PRIMEIRA CIVILIZAÇÃO - 4 5.1.4 - o DILÚVIO - 5-9 5.1.5 - a DISPERSÃO DAS NAÇÕES - 10,11 5.1.6 - ABRAÃO - 12-25. [Faz-se interessante traçarmos um paralelo entre Adão e Abraão: ambos receberam uma ordem do SENHOR: Adão, a de não comer do fruto proibido; Abraão, a de sair da sua terra e da sua parentela. Ambos ofereceram resposta a Deus: Adão, iludido por sua visão, desobedecendo; Abraão, firmado na fé, obedecendo]. 5.1.7 - ISAQUE - 17-35 5.1.8 - JACÓ - 25-35. [No episódio de Jacó e seu irmão Esaú, observamos uma diferença bem interessante entre esses gêmeos: Esaú, pensava no presente; Jacó, olhava para o futuro. Um, era imediatista; o outro, sabia avaliar com calma as suas circunstâncias]. 5.1.9 - JOSÉ - 37-50 5.2 - em 1.26 temos a primeira referência à Santíssima Trindade - "Também disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança..." 5.3 - no capítulo 2 de Gênesis encontramos uma repetição do relato da criação. Se compararmos este capítulo com o primeiro, veremos que aquele nos oferece um relato geral do acontecimento, ao passo que o segundo oferece-nos o mesmo relato, acrescido de detalhes complementares. Estes, salientam pontos especiais da história da criação. Esta peculiaridade do Espírito Santo, oferecendo-nos dois relatos de um mesmo acontecimento, recebe o nome de "lei da dupla referência", conforme nos ensina Myer Pearlman. 5.4 - em 4.17-24, aprendemos alguma coisa sobre a primeira civilização. Caim foi o seu fundador. Nessa civilização havia: 5.4.1 - uma cidade (17) 5.4.2 - atividade agro-pastoril (12.20) 5.4.3 - artes (21) 5.4.4 - atividade industrial (22) Foram marcas dessa civilização: 5.4.5 - a violação da lei do matrimônio: "Lameque [‘homem selvagem’] tomou para si DUAS esposas: o nome de uma era Ada [‘prazer’], a outra se chamava Zilá [‘proteção’]" (19). Observar: em 2.18, lemos - "...farlhe-ei UMA auxiliadora...". O texto não diz "auxiliadoras", mas define bem: UMA auxiliadora. Mesmo considerando que a terra precisava ser povoada, o SENHOR não deu a Adão mais de uma esposa! 5.4.6 - a violência. "E disse Lameque...Matei um homem porque ele me feriu: e um rapaz porque me pisou" (23). Violência de Lameque. E violência de quem o feriu! 5.5 - com a nova civilização surgida em Noé, um novo princípio foi estabelecido: Deus delegou autoridade ao homem para governar os seus semelhantes e punir o crime - "Se alguém derramar o sangue do homem, pelo homem se derramará o seu; porque Deus fez o homem segundo a Sua imagem" (9.6). Antes, não era assim: 4.14,15. 6. Lições: 6.1 - 2.2,3 - estamos vivendo uma época em que o dia do descanso está completamente desprezado. E, aos poucos, estamo-nos acostumando com esse pecado! Leiamos novamente a passagem de Gn 2. Observemos que esse princípio foi estabelecido ANTES da Lei! Mas reforcemo-lo observando o que diz Ex 20.8-11 e Dt 5.12-15.

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6.2 - 4.25,26 - Deus nunca Se deixa ficar sem testemunhas. Sua graça irá levantar sempre alguém para manter o testemunho do Seu amor. Abel morreu. Caim foi rejeitado. Então, Ele traz Sete. Este será o guardador da promessa da redenção. 6.3 - o mundo, desde Caim e Abel, sempre foi habitado por duas classes de homens: os ímpios, e os piedosos. Sempre foi e será assim! Com a morte de Abel, coube a Sete e aos seus descendentes manter a linhagem da piedade. Porém, com o passar do tempo, os descendentes de Sete perderam a visão da separação - "Eu sou o SENHOR vosso Deus: portanto vós vos consagrareis, e sereis santos, porque Eu sou santo..." (Lv 11.44) - e uniram-se pelo matrimônio com as caimitas (Gn 6.1-3). Não podemos - JAMAIS - perder a visão da separação! (Ne 13.23-27; 2 Co 6.147.1). 6.4 - nunca nos esqueçamos de que os mais preciosos servos de Deus são passíveis de cometerem loucuras! Não foi assim com Noé?! Lemos em 9.21 - "Bebendo do vinho, embriagou-se, e se pôs nu dentro de sua tenda". Assim TODO CUIDADO É POUCO!!! Portanto, levemos em MUITA CONTA o que diz Mt 26.41 - "VIGIAI e ORAI, para que não entreis em tentação; o espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca" , e 1 Co 10.12 - "Aquele, pois, que PENSA estar em pé, VEJA QUE NÃO CAIA". 6.5 - a graça do nosso Deus é maravilhosamente ilustrada no livro de Gênesis. Por exemplo: em Jacó. Ele era, de fato, um enganador (isto é o que significa o seu nome). Nem os laços sagrados da família impediram-no de tapear o pai e de explorar o irmão. Todavia, a graça de Deus brilhou em sua vida de um modo maravilhoso! E não é assim com todos nós?! ALELUIA!!!

ÊXODO 1. Propósito: Êxodo vem depois de Gênesis, dando continuidade à história ali narrada. Há, todavia, um salto no tempo: a esta altura, os israelitas haviam perdido os privilégios conquistados por José junto à sociedade egípcia, passando à condição de escravos. Assim, o propósito do livro de Êxodo é narrar a história da libertação do povo de Israel - o povo eleito - de sua escravidão no Egito. O ensino central do livro está na redenção/libertação pelo sangue. 2. Palavra-Chave: "LIBERTAÇÃO" 3. Versículo-Chave: "Quando vossos filhos vos perguntarem: Que rito é este? Respondereis: É o sacrifício da Páscoa ao SENHOR que passou por cima das casas dos filhos de Israel no Egito, quando feriu os egípcios e livrou as nossas casas. Então o povo se inclinou e adorou" (12.26,27). 4. Mensagem Messiânica: o livro do Êxodo como um todo se constitui numa linda mensagem messiânica. Todavia, será bom observarmos: 4.1 - a instituição da Páscoa, no capítulo 12. A libertação pelo sangue está claramente demonstrada aqui, apontando para o Cordeiro de Deus, o Senhor Jesus, que tira o pecado do mundo! 4.2 - o Tabernáculo. No Monte Sinai o SENHOR estabeleceu uma relação especial com o Seu povo, através da Aliança mediada por Moisés. Para que essa comunhão advinda da Aliança Mosaica fosse alimentada, Ele ordenou a construção do Tabernáculo, a Sua morada entre o povo eleito - uma figura/tipo do Senhor Jesus, que é Emanuel Deus Conosco! Eis alguns nomes do Tabernáculo: 4.2.1 - Tabernáculo: "morada". Embora o SENHOR habite em toda parte, Ele determinou um local onde o povo pudesse encontrá-Lo "em casa". Antes de ser construído o Tabernáculo, houve dentre os israelitas os que duvidaram da Presença do SENHOR entre o Seu povo – “Está o SENHOR no meio de nós ou não?” (17.7). O Tabernáculo se tornou o símbolo visível da Presença do SENHOR entre o Seu povo. Assim também é o Senhor Jesus, que “tabernaculou” entre nós (Jo 1.14 – “armou sua tenda”). E permanece conosco até hoje! (Mt 28.20). 4.2.2 - Tenda da Congregação (29.42). Ponto de contato entre o povo e o SENHOR. 4.2.3 - Tenda do Testemunho. Esse nome vem do fato de as duas tábuas da Lei terem sido colocadas na Arca da Aliança, que ficava no Santo dos Santos. Testificavam da santidade de Deus e do pecado do homem. 4.2.4 - Santuário. Ou "lugar santo", indicando um edifício separado e consagrado para habitação divina. Curso de Preparação de Obreiros - Igreja Presbiteriana do Brasil


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5. Dados e Particularidades: 5.1 - os acontecimentos narrados no Êxodo cobrem um período de aproximadamente 200 anos (entre 1700 e 1500 a.C.). O livro começa apresentando um povo escravizado, habitando em meio à idolatria egípcia, e termina mostrando esse mesmo povo já redimido da escravidão, liberto, e habitando na Presença do Deus Único e Verdadeiro: Javé! 5.2 - se em Gênesis aprendemos sobre o princípio da redenção, em Êxodo conhecemos o desenvolvimento dessa redenção. 5.3 - o ensino central do livro é a redenção pelo sangue. Em torno desse ensinamento vemos um povo sendo salvo pelo sangue, amparado pelo sangue, e tendo comunhão com o SENHOR pelo sangue. É no sangue que todas as necessidades do povo são supridas! 5.4 - oprimidos pelos egípcios, os judeus precisavam ser libertos. Deus proveu essa libertação. Libertos, eles precisavam de uma revelação do SENHOR para orientá-los em sua conduta. Ele proveu a Lei. Tendo a revelação de Deus, precisavam cultuar esse Deus. O SENHOR proveu o Tabernáculo e estabeleceu o sacerdócio. Tudo é provido pelo Javé Jiré, o Deus que provê! 5.5 – podemos estudar o livro utilizando-nos de um dentre estes dois esboços: a) seguindo os acontecimentos principais na vida de Israel: 5.5.1 - Israel escravizado no Egito - 1,2 5.5.2 - Israel no processo de libertação - 3-15.22 5.5.3 - Israel viajando no Sinai - 15.23-19 5.5.4 - Israel recebendo a Lei - 20-23,32 5.5.5 - Israel em adoração - 24-31, 33-40 b) ou, seguindo a geografia do livro: 5.5.6 – Israel no Egito (1.1-12.36) 5.5.7 – Israel no deserto (12.37-18.27) 5.5.8 – Israel no Monte Sinai (19-40) 6. Lições: 6.1 - até onde precisamos ser obedientes às autoridades constituídas? A resposta está bem clara na atitude das parteiras Sifrá (‘beleza’) e Puá - "As parteiras, porém, temeram a Deus, e não fizeram como lhes ordenara o rei do Egito, antes deixaram viver os meninos" - 1.17. Esta resposta vem corroborada pela atitude dos apóstolos em At 4.18-20; 5.28,29. Estamos livres para desobedecer às autoridades constituídas quando estas quiserem forçar-nos a fazer algo que seja frontalmente contra um princípio da Palavra de Deus. 6.2 - (2.23-25) é sempre bom lembrarmos que a oração move o coração de Deus. Por isso, jamais deixemos de orar! [Nota: Não apenas a questão da escravidão, em si, mas também os horrores do assassinato de centenas de bebês judeus deve ter levado o povo de Deus a buscá-Lo em oração aflita. A resposta do Senhor pode ter “demorado”, mas chegou! Seu clímax aconteceu naquela noite memorável em que centenas de primogênitos egípcios morreram, trazendo aflição àqueles que impiedosamente haviam matado centenas de bebês judeus! E mais: na mesma noite o povo do Senhor saiu liberto da terra egípcia!]. É bom observarmos que o livro do Êxodo é um compêndio maravilhoso sobre oração! Vejamos alguns exemplos: 14.15; 15.25; 17.1-15; 32.11-14. 6.3 - interessante pensar como certas decepções nos levam a perder de vista o plano do SENHOR para as nossas vidas. Leia At 7.23-25. Ainda no palácio real, Moisés cria que Deus libertaria o Seu povo por intermédio dele. No ardor da juventude, agiu antes do tempo do SENHOR. Com isso, foi incompreendido, tendo que fugir. A escola de Deus* incluía em seu caminho 40 anos de treinamento no deserto! (O SENHOR não tem pressa!). Depois, quando finalmente terminou o período de treinamento, o servo Moisés perdeu a motivação. Perdeu a visão do plano do SENHOR para a sua vida! E, quando Este foi chamá-lo, sua resposta foi: "Ah! SENHOR! Envia aquele que hás de enviar, menos a mim" (4.13). Não podemos permitir que: a. decepções; b. longo tempo de espera e treinamento; tirem de nós a visão do propósito de Deus para a nossa vida! A respeito da escola de Deus na vida de Moisés, Raymond Brown em sua obra “Entendendo o Antigo Testamento” assim se expressa: “Na providência de Deus não há desperdício. Há uma economia divina em operação na ordenação de nossas vidas mesmo quando não o percebemos. A educação e criação que Moisés recebeu na corte egípcia proveram-no de ricos Curso de Preparação de Obreiros - Igreja Presbiteriana do Brasil


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recursos intelectuais; de tudo isso ele precisaria para a tarefa que Deus tinha em mente lhe dar. O longo período trabalhando como pastor serviu-lhe muito como pastor do povo de Deus. Aqueles anos de reflexão quieta deram-lhe uma profundidade espiritual que seria difícil de adquirir em toda a atividade mundana de um palácio pagão”. 6.4 - cuidado com as murmurações! Veja o que diz 16.2-9. Associe este texto a Fp 2.14 e a 1 Pe 2.22,23 e Is 53.7. 6.5 - o episódio do bezerro de ouro, no capítulo 32, mostra-nos quão frágil é o nosso coração. Não somos capazes de esperar o tempo e o agir de Deus. Queremos tudo em o "nosso" tempo. E isso nos leva ao desastre! Cuidado para não desprezar a Deus, tomando decisões loucas, só porque Ele não está agindo em sua vida no tempo que você acha que é o certo!

LEVÍTICO 1. Propósito: se em Gênesis vemos o SENHOR elegendo um povo, e em Êxodo vemos esse povo sendo redimido, no livro de Levítico aprendemos como o povo eleito e redimido pode se aproximar do SENHOR - pela adoração; e como esse mesmo povo pode manter-se em comunhão com Ele. Tanto o acesso a Deus, como a manutenção da comunhão com Ele têm que ser pelo sangue. Isso tudo nos leva a descobrir que a vida do povo eleito e redimido tem que ser santa! 2. Palavra-Chave: “SANTIDADE” 3. Versículo-Chave: "Fala a toda a congregação dos filhos de Israel, e dize-lhes: Santos sereis, porque eu, o SENHOR vosso Deus, sou santo" (19.2). 4. Mensagem Messiânica: como não poderia deixar de ser, Levítico está repleto de tipos e alusões à Pessoa e obra do Senhor Jesus Cristo. Vamos destacar apenas algumas delas: 4.1 - Os cinco tipos de ofertas. Enquanto Êxodo oferece-nos o relato de uma oferenda única que redimiu da escravidão, de uma vez para sempre, o povo eleito, Levítico oferece-nos as diversas facetas dessa oferenda, mostrandonos os diferentes aspectos da obra redentora do Senhor Jesus. Vejamos: 4.1.1 - o holocausto, que significava inteira consagração ao SENHOR. Esta oferta aponta para a entrega total do Senhor Jesus, em completa submissão à vontade do Pai. Veja: Jo 4.34; Mt 26.42. Há um outro sentido nessa oferta, também: somos desafiados a morrer completamente para nós mesmos, a fim de sermos do inteiro agrado do SENHOR. 4.1.2 - a oferta de manjares, constituída de farinha, pães ou grãos, representava o reconhecimento da bondade de Deus para com o Seu povo, dando-lhe o sustento necessário para viver. Esta oferta aponta para o fato de que o Senhor Jesus é o Pão da Vida, em Quem, pela bondade do Pai, vivemos e somos sustentados. Veja: Jo 6.48-51. 4.1.3 - a oferta pacífica, que era comida em parte pelo sacerdote e em parte pelo ofertante, significava a comunhão do povo com o SENHOR. Esta oferta aponta para a paz que o Senhor Jesus veio estabelecer entre Deus e os homens. Veja: Mq 5.5; Ef 2.17,18. 4.1.4 - a oferta pelo pecado, que significava a tristeza e o arrependimento pelo pecado cometido, e a busca do perdão e reconciliação. Esta oferta aponta para o Senhor Jesus como Aquele que carregou sobre Si o nosso pecado, comprando com o Seu sangue precioso o nosso perdão, e nos reconciliando com Deus. Veja: 1 Pe 2.24; 2 Co 5.21; Hb 10.1-18. 4.1.5 - a oferta pela culpa, que era oferecida no caso de ofensas que exigissem restituição. Esta oferta aponta para o fato de o Senhor Jesus ter pago o preço exigido em função dos danos que o nosso pecado causou. Veja: Cl 2.14. 4.2 - O sacerdócio: Hb 4.14 nos ensina que temos "...Jesus, o Filho de Deus, como grande sumo sacerdote que penetrou os céus...”. (Veja o capítulo 7 de Hebreus). Assim, na instituição do sacerdócio, temos vários tipos do Senhor: 4.2.1 - no capítulo 8 de Levítico lemos sobre o cerimonial da consagração dos sacerdotes. Esta cerimônia incluía: 4.2.1.1 – os sacerdotes eram escolhidos. Não se tratava de uma escolha pessoal deles, nem da própria nação. O SENHOR os escolhia! 4.2.1.2 - a lavagem com água – a água é símbolo da Palavra. Curso de Preparação de Obreiros - Igreja Presbiteriana do Brasil


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4.2.1.3 - o vestir-se com roupas sacerdotais – Mt 22.11-13 4.2.1.4 - a unção com óleo – o óleo é símbolo do Espírito 4.2.1.5 - a aspersão do sangue – alusão clara ao sangue do Cordeiro! 4.2.2 - há muitos paralelos e contrastes que podemos estabelecer entre a pessoa de Arão, o primeiro sumo sacerdote, e o Senhor Jesus, o eterno sumo sacerdote! 4.2.3 - é bom lembrarmos que o sacerdócio, como ofício, foi instituído somente após a libertação do povo. O sumo sacerdote Arão atuou tão somente em favor do povo de Israel, e isto após o derramamento do sangue, efetuado na Páscoa celebrada à saída do Egito. Neste sentido, ele é um tipo do Senhor Jesus, que é sumo sacerdote atuando em favor dos redimidos, Sua igreja. Não há sacerdócio atuando em favor do mundo. 4.2.4 – é interessante notar que os dois livros do novo testamento que descrevem os seguidores do Senhor Jesus como sacerdotes (1 Pedro e Apocalipse) falam, ao mesmo tempo, em perseguição feroz! 4.3 - As festas: 4.3.1 - o sábado - este é o dia da festa semanal do povo eleito, no qual todos devem descansar de todos os seus trabalhos e adorar ao SENHOR. O sábado aponta para o fato de que é no Senhor Jesus Cristo que encontramos o verdadeiro descanso (Mt 11.28,29; Jo 14.1-3), e é só por Ele que podemos prestar ao Pai a verdadeira adoração (Mt 27.50,51; Hb 10.19-22). 4.3.2 - a Páscoa e a Festa dos Pães Asmos - é bom observarmos que se trata de duas festas numa só! A Páscoa, com duração de um dia (14º dia do primeiro mês do ano judaico, Nisã), comemora a passagem do anjo da morte pelo Egito, em que os filhos de Israel foram, pelo sangue, poupados. Esta festa aponta para o Senhor Jesus como o Cordeiro de Deus, o nosso Substituto, Aquele que morreu para que nós não morramos. É bom lembrarmos que o Senhor Jesus morreu por ocasião da Festa da Páscoa (Mt 26.19; 27.15). Já a Festa dos Pães Asmos, cujo início se dá no 15º dia de Nisã e que tem duração de sete dias, comemora a partida do povo redimido do Egito (Ex 13.3-10; Lv 23.4-8; Dt 16.1-8). Cabe a esse povo viver uma vida santa, distante do pecado. (Será bom lembrarmos que, na Bíblia, o fermento é símbolo do mal - 1 Co 5.6-8). Essa festa aponta para a libertação que temos nAquele que nunca pecou (Hb 4.15; 1 Pe 2.22). 4.3.3 - a Festa das Primícias - pouco depois, era realizada a Festa das Primícias, ocasião em que um feixe da colheita recentemente iniciada era movido na presença do SENHOR. Esta festa aponta para a ressurreição do Senhor Jesus, que é a primícia da ressurreição de todos os crentes. Veja: 1 Co 15.20-23. 4.3.4 - o Pentecoste - cinqüenta dias depois da Festa das Primícias, realizava-se a Festa de Pentecoste, ocasião em que dois pães eram movidos perante o SENHOR (Dt 16.9-11). Esta festa aponta para a descida do Espírito Santo, após a ressurreição do Senhor Jesus. Veja: At 2 . (Nota: os pães movidos nessa festa eram levedados, mostrando que o Espírito veio habitar em nós que, apesar de purificados no sangue de Jesus, ainda trazemos em nosso corpo mortal a velha natureza). 4.3.5 - a Festa das Trombetas - vejam as seguintes passagens: Is 27.13; 1 Co 15.52; Mt 24.31; Ap 11.15. Esta festa está associada aos eventos que ocorrerão à época da segunda vinda do Senhor Jesus. 4.3.6 - o Dia da Expiação ("Yom Kippur") - um dia de jejum, em que o sacerdote entrava no Santo dos Santos, com sangue, para fazer expiação pelos pecados do povo. Isto acontecia somente uma vez ao ano. Além dos outros sacrifícios, havia também a cerimônia com os dois bodes: um deles era sacrificado; o outro, era enviado ao deserto, depois de o sumo sacerdote colocar as mãos sobre sua cabeça e confessar os pecados da nação. Nesta festa vemos: 4.3.6.1 - o Senhor Jesus como nosso grande Sumo Sacerdote penetrando o céu com o Seu próprio sangue para fazer expiação eterna pelos nossos pecados (Hb 9.24-28; 10.12-14). 4.3.6.2 - dois aspectos da expiação realizada pelo Senhor. No primeiro bode, vemo-Lo pagando a pena pelos nossos pecados através da Sua morte. No segundo, aprendemos sobre o afastamento dos nossos pecados, para nunca mais serem lembrados (Sl 103.11,12; Mq 7.18-20; Hb 10.17). 4.3.7 - a Festa dos Tabernáculos - realizada para ajudar o povo a lembrar-se do período em que habitou em tendas, após a saída do Egito. Como acontecia depois de realizada a colheita (23.39), deduzimos que aponte para a nossa morada eterna (Jo 14.1-3), na presença do SENHOR, e para a alegria do povo eleito depois da ressurreição. Veja: Ap 7.9 (referência a palmas; as tendas eram feitas com ramos); 15.2-4. Podemos aprender quatro lições com a Festa dos Tabernáculos:

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1. Período de gratidão pela colheita realizada (especialmente das uvas e das olivas, símbolos de alegria/perdão e da unção divina); 2. Período de avaliação: olhando para trás, para o tempo da peregrinação, em que “habitavam em tendas”, o povo podia ver o quanto o Senhor já fizera; 3. Período de avaliação (novamente): habitando em tendas, podiam pensar na fragilidade e transitoriedade da nossa vida aqui, e aprender a olhar para o futuro, para o Lar Celestial; 4. Período de descanso, mostrando que, após o período de trabalho terrestre, desfrutaremos do verdadeiro descanso; 5. Dados e Particularidades: 5.1 - Levítico não nos fala de movimentação, em termos geográficos, por parte do povo. Israel está acampado ao pé do Monte Sinai (26.46; 27.34). E, como de acordo com Ex 40.17 o Tabernáculo foi completado exatamente um ano após a saída do Egito, entendemos que Levítico traz ensinamentos referentes ao primeiro mês do segundo ano da peregrinação do povo no deserto. (Lembremo-nos de que Números inicia sua narrativa a partir do primeiro dia do segundo mês do segundo ano após a saída dos filhos de Israel do Egito - Nm 1.1). 5.2 - Tracemos, aqui, um paralelo entre Êxodo e Levítico: 5.2.1 - em Êxodo, o povo é trazido à presença de Deus; em Levítico, é mantido em Sua presença; 5.2.2 - em Êxodo, vemos a expiação como um fato; em Levítico, entendemos a sua doutrina; 5.2.3 - em Êxodo vemos o caminho para Deus aproximar de nós; em Levítico, o caminho para nós nos aproximarmos dEle; 5.2.4 - em Êxodo somos levados à união com o SENHOR; em Levítico, à comunhão com Ele; 5.2.5 - em Êxodo somos levados à purificação; em Levítico, à pureza; 5.2.6 - em Êxodo, libertamo-nos da escravidão; em Levítico, dedicamo-nos a Deus; 5.2.7 - em Êxodo, o SENHOR fala desde o Monte Sinai; em Levítico, desde o Tabernáculo. 5.3 - Vejamos um esboço ligeiro deste livro precioso: 5.3.1 - Leis referentes às ofertas - caps. 1-7 5.3.2 - Leis referentes ao sacerdócio - caps. 8,9 5.3.3 - Nadabe e Abiú - cap. 10 5.3.4 - Leis referentes à pureza de vida - caps. 11-22 5.3.5 - Leis referentes às festas - caps. 23,24 5.3.6 - O ano de descanso - cap. 25 5.3.7 - Obediência e desobediência: conseqüências - cap. 26 5.3.8 - Leis referentes a votos - cap. 27 5.4 - Diz-se que o SENHOR gastou uma noite, apenas, para arrancar Israel do Egito, mas teve que gastar 40 anos para arrancar o Egito de Israel! E o livro de Levítico nos mostra a Sua provisão para tal: por meio dos sacrifícios, das leis quanto à pureza, e do sacerdócio, Ele estava "preparando Sua aula", a fim de que o povo aprendesse a viver distanciado do mundo e seus costumes, em novidade de vida, em santidade. (Veremos a "execução" dessa aula no livro de Números). 5.5 - Em Levítico, a idéia de santidade (viver separado do mundo, para Deus), é mencionada 87 vezes. O povo eleito serve ao Deus Santo, que exige dele a mesma santidade. Assim, é preciso que seja removida toda a corrupção que causa separação entre o SENHOR e o Seu povo, a fim de que este viva em comunhão com o seu Redentor. 6. Lições: 6.1 - o episódio ocorrido com Nadabe e Abiú (10) é riquíssimo em instruções para nós. Quero destacar apenas três lições, que me chamam grandemente a atenção: 6.1.1 - você já observou como o ser humano não consegue permanecer por muito tempo em vitória e bênção?! No Éden, logo deu ouvidos à voz da Serpente (Gn 3). Salvo do juízo diluviano, cedeu aos apelos da carne (Gn 9.20,21). Mal entrou na terra que manava leite e mel, deixou o SENHOR, passando a servir a Baal e a Astarote (Jz 2.13). É sempre assim. Parece que a felicidade e a paz incomodam nossa natureza corrupta! No caso de Nadabe e Abiú, o SENHOR acabara de instituir o culto e o sacerdócio, eles decidiram oferecer-Lhe adoração corrompida - "fogo estranho" (10.1). Você está satisfeito com a singeleza e simplicidade do evangelho? (Gl 1.6). Está contente com a sua porção no Reino? (1 Co 12.12-25). Cuidado: NÃO QUEIRA INTRODUZIR NOVIDADES NA SUA VIDA, OU NA OBRA DO SENHOR! Ele Se basta a Si mesmo, e as Suas determinações devem nos satisfazer plenamente, também! Curso de Preparação de Obreiros - Igreja Presbiteriana do Brasil


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6.1.2 - é bom lembrar que Nadabe e Abiú não eram falsos sacerdotes! Eles eram filhos legítimos de Arão. Portanto, tratava-se de elementos verdadeiros da família sacerdotal, devidamente ordenados e investidos em seus cargos. Todavia, trocaram a adoração ordenada pela palavra do SENHOR, por outra, segundo o seu entendimento. Introduziram as suas idéias e invenções no culto divino. CUIDADO! Tudo aquilo que é oferecido ao SENHOR, tem de sêlo dentro dos padrões dEle. É Ele quem determina como devemos servi-Lo! A nós não nos cabe inventar NADA! 6.1.3 – precisamos aprender uma grande verdade: não somente temos que fazer o que o SENHOR manda, mas também temos que deixar de fazer o que Ele não manda! 6.2 - quero destacar alguns princípios estabelecidos no capítulo 19: 6.2.1 - (9,10) - Cabe-nos sempre repartir do que o SENHOR nos dá com os menos favorecidos! 6.2.2 - (13) - É nosso dever pagar imediatamente o salário das pessoas que nos prestam serviço! 6.2.3 - (15) - Cabe-nos procurar agir de modo completamente justo, seja em que circunstância for! Não nos cabe favorecer a quem quer que seja, se isso implicar em sermos injustos com alguém. 6.2.4 - (16) - Cuidado com a sua língua! Fez algum mexerico ultimamente? 6.2.5 - (32) - O respeito pelas pessoas idosas é algo exigido por DEUS! Como você tem tratado os seus parentes idosos? E os idosos de sua igreja? 6.3 - observe quantas vezes o SENHOR fala contra todo tipo de feitiçaria, neste livro: 19.26,31; 20.6,27. 6.4 - tremenda a lição de 20.23 - "Não andeis nos costumes da gente que eu lanço fora de diante de vós...". Veja Rm 12.2 (conformar-se = tomar a forma de). Você tem imitado o mundo, ultimamente? Está, aos poucos, assimilando os seus padrões? CUIDADO! 6.5 - medite nas bênçãos decorrentes de uma vida de obediência, conforme 26.3-13. Note o que diz o versículo 6, onde o SENHOR chega a comentar detalhes incríveis que seguem uma vida de submissão a Ele - "...farei cessar os animais nocivos da terra...”. Tremendo, não?! Quão longe estamos dessa vida de obediência que Ele espera (e requer) de cada um de nós!... Todavia, o desafio permanece! Sua Palavra continua sendo: "Fala a TODA a congregação dos filhos de Israel, e dize-lhes: SANTOS SEREIS, porque eu, o SENHOR vosso Deus, sou santo" (19.2).

NÚMEROS 1. Propósito: apresentando o povo eleito já liberto da sua escravidão ao Egito, o livro de Números leva-nos a acompanhar esse povo em seus 39 anos de peregrinação pelo deserto, até ao tempo de sua entrada na Terra Prometida. Ao falar-nos de lutas, fracassos e aprendizado, serve este livro de orientação ao povo eleito do Novo Testamento, que, tendo sido liberto de sua escravidão ao pecado e ao mundo, também está em peregrinação rumo à sua Terra Prometida, a Jerusalém Celestial (Fp 3.20). 2. Palavra-Chave: "PEREGRINAÇÃO" 3. Versículo-Chave: "Segundo o mandado do SENHOR se acampavam, e segundo o mandado do SENHOR se punham em marcha: cumpriam o seu dever para com o SENHOR, segundo a ordem deste por intermédio de Moisés" (9.23). 4. Mensagem Messiânica: assim como os livros anteriores, Números está repleto de mensagens messiânicas. Vejamos algumas delas: 4.1 - o Nazireado (6). 4.2 - a nuvem e a coluna de fogo (9.15-23), apontando para a companhia e direção constantes que temos no Senhor Jesus - Mt 28.20; Jo 8.12. 4.3 - a água purificadora (19). Ver Hb 9.13,14. 4.4 - a serpente de bronze (21.4-9). Ver Jo 3.14.

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4.5 - Moisés, Arão e Míriam morreram antes de entrarem na Terra Prometida. Isso mostra-nos que a Lei, o Sacerdócio e a Profecia podem nos levar à fronteira da nossa herança, mas somente o nosso divino Josué - o Senhor Jesus - pode levar-nos à posse dessa herança! 5. Dados e Particularidades: 5.1 - ainda que o tema central do livro seja a peregrinação do povo eleito pelo deserto, seu nome (Números) advém dos dois recenseamentos que nele estão relatados: 5.1.1 - o primeiro, realizado ao pé do Monte Sinai (1-4), para saber-se o número de homens capazes de sair à guerra, saídos do Egito (603.550); 5.1.2 - o segundo, realizado nas planícies de Moabe (26), para saber-se o número dos capazes de ir à guerra, nascidos durante o período de peregrinação no deserto (601.730). 5.2 - de acordo com as jornadas principais de Israel, podemos dividir este livro em três seções: 5.2.1 - no deserto do Sinai - (1-9) 5.2.2 - de Sinai a Cades - (10-19) 5.2.3 - de Cades a Moabe - (20-36) 5.3 - lendo os capítulos 3 e 4, precisamos aprender a fazer distinção entre sacerdotes e levitas. Todos os membros da tribo de Levi foram separados para o serviço do SENHOR, em lugar dos filhos primogênitos das famílias das demais tribos. (Lembremo-nos de que as primícias são sempre do SENHOR!). Ora, os sacerdotes eram os membros da tribo de Levi que descendiam de Arão. Seu trabalho era exercer as funções sacerdotais no Tabernáculo. Eram os "mediadores" entre Deus e Seu povo. Já os levitas eram os demais membros da tribo de Levi que, apesar de não serem descendentes de Arão, exerciam um ministério muito especial, como auxiliares dos sacerdotes. Cuidavam dos móveis e utensílios do Tabernáculo, por exemplo. Assim, entendemos que todos os sacerdotes eram levitas (pertenciam à tribo de Levi); mas nem todos os levitas (membros da tribo de Levi) eram sacerdotes. Somente eram-no os descendentes de Arão. 5.4 - em Números lemos sobre a matança geral dos midianitas (31.1-12). Á primeira vista, isso assustanos! Parece algo incompatível com o amor de Deus! Mas, lembremo-nos de como era essa nação (bem como os demais vizinhos de Israel). Leiamos Lv 18. Eram, portanto, como um câncer na terra! Consequentemente, do modo como é necessária a amputação de um membro doente para que o corpo todo não se perca, assim foi necessária a matança geral dos midianitas e de outros povos! 5.5 - Vejamos no quadro da página seguinte a disposição das tribos no acampamento no deserto. 6. Lições: 6.1 - (10.33) - o SENHOR sempre vai adiante do Seu povo! Tanto na jornada desta vida, quanto na jornada para a eternidade (Sl 23.4; Lc 16.22). Ele sempre vai primeiro, à nossa frente, abrindo o caminho e provando-o! ALELUIA!!! 6.2 - (11) - cuidado com o espírito de murmuração! 6.3 - Dt 1.19-22 mostra-nos que a ordem de enviar espias foi dada em resposta à exigência do povo. Esse não era o desejo do coração de Deus. O SENHOR, em Sua sabedoria, muitas vezes permite que façamos aquilo que não é o desejo mais profundo do Seu coração, para mostrar-nos a nossa insensatez e loucura. Jamais queira "forçar" o SENHOR a fazer algo, ou a permiti-lo! Isso poderá custar muito caro! A incredulidade atrai a disciplina de Deus, sem contar que impede Suas bênçãos de chegarem até nós! Neste caso, Ele já havia dito que a terra era boa. Enviar espias significava não dar crédito à Sua Palavra! 6.4 - (15.27-30) - aqui lemos sobre os pecados cometidos por ignorância, ou seja, pecados não cometidos no espírito de desobediência voluntária, ultrajante. Lemos, também, sobre pecados cometidos presunçosamente. Para esses, não havia sacrifício! CUIDADO!!! 6.5 - (23.8,21) - o amor de Deus por Seu povo rebelde é maravilhosamente incompreensível! ALELUIA!!!

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DEUTERONÔMIO 1. Propósito: à entrada da Terra Prometida, e sabendo que o seu tempo chegara ao fim, Moisés dirige-se à nova geração do povo eleito numa série de discursos, relembrando a história passada de Israel, e exortando-a a crer no SENHOR como seu único Deus, e a ser-Lhe fiel, pois somente em seu Libertador a nação encontraria segurança e prosperidade na terra que estava para possuir. 2. Palavra-Chave: "EXORTAÇÃO". 3. Versículo-Chave: "Ouve, Israel, o SENHOR nosso Deus é o único SENHOR" (6.4). 4. Mensagem Messiânica: há lindas mensagens messiânicas aqui: 4.1 - certamente é na pessoa de Moisés que encontramos um dos mais completos tipos do Senhor Jesus "O SENHOR teu Deus te suscitará um profeta do meio de ti, de teus irmãos, semelhante a mim: a ele ouvirás" (18.15 - Ver também: 18.16-19; At 7.37). Tracemos um paralelo entre ambos: 4.1.1 - ambos correram risco de serem mortos na infância, por ordem do rei - Ex 1.22 / Mt 2.16 4.1.2 - ambos foram rejeitados por seus irmãos - Ex 2.14 / Jo 19.15 4.1.3 - ambos são libertadores - Sl 105.26-37 / 1 Ts 1.10 4.1.4 - ambos foram intercessores - Ex 32.31,32 / Lc 23.34; Hb 7.25 4.2 - nas cidades de refúgio (19), também temos uma linda mensagem messiânica. O Senhor Jesus é a nossa grande Cidade de Refúgio! 4.2.1 - no lado oriental do Jordão, ficavam as seguintes cidades de refúgio: Bezer ("forte"), na tribo de Ruben; Ramote ("alturas"), na tribo de Gade; Golã ("círculo"), na tribo de Manassés. 4.2.2 - no lado ocidental do Jordão, ficavam: Cades ("santo"), na tribo de Naftali; Siquém ("ombro"), na tribo de Efraim; e Quiriate Arba, que, segundo Gn 23.2 é Hebrom ("passagem, num curso d'água, onde se pode atravessar a pé"), na tribo de Judá. A propósito, transcrevo aqui algo escrito pelo grande Spurgeon a respeito destas cidades e sua relação com o Senhor Jesus: Para que fuja para ali o homicida... para que vos sirvam de refúgio contra o vingador de sangue - Js 20.3 As cidades de refúgio foram dispostas de tal modo que uma pessoa poderia chegar a qualquer delas com uma jornada de meio dia. De modo semelhante, a Palavra da Salvação está bem próxima de nós. O Senhor Jesus é um Salvador bem presente, e a distância para chegarmos a Ele é pequeníssima... As estradas que conduziam às cidades de refúgio eram estritamente preservadas. Todos os rios tinham pontes, e todos os obstáculos eram removidos, de modo que o fugitivo tivesse acesso fácil à cidade. Uma vez por ano, os anciãos do povo caminhavam por essas estradas e verificavam as suas condições. Eles se asseguravam de que nada impediria a fuga de alguém e o levaria a ser apanhado e morto pelo vingador de sangue. Quão graciosamente as promessas do evangelho removem os obstáculos do caminho! Onde havia bifurcações e desvios, ali havia também placas com avisos dizendo: “Direção Para a Cidade de Refúgio”. Isto é uma figura do caminho que conduz a Cristo. Esse caminho não é a estrada circular da Lei; não envolve obediência a regras intermináveis. É uma estrada reta: “Creia e viva!”. É uma estrada tão árdua que nenhum homem cheio de justiça própria pode andar por ela. Apesar disso, é um caminho tão fácil que qualquer pecador pode, seguindo-o, encontrar o caminho para p céu. Logo que o homicida encontrava os arredores da cidade, estava seguro. Não era necessário que passasse pelos muros. Somente os subúrbios já eram suficientes para a proteção dele. Se você tão-somente tocar as orlas das vestes de Cristo, ficará completamente são (ver Mt 9.20-22). Se você se apropriar dEle com fé “como um grão de mostarda” (Mt 17.20), estará seguro!

5. Dados e Particularidades: 5.1 - o livro cobre um curto espaço de tempo (cerca de um mês - 1.3; 34.8; Js 5.6-12), em que Moisés, nas planícies de Moabe, faz: 5.1.1 - um resumo das jornadas de Israel - caps. 1-4. Parte histórica. 5.1.2 - um resumo da Lei - caps. 5-27. Parte legal. 5.1.3 - um alerta quanto ao futuro - caps. 28-34. Parte profética.

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5.2 - o cântico de Moisés (assim escrito para que o povo pudesse aprendê-lo facilmente), registrado no capítulo 32, pode ser visto como um resumo de todo o livro de Deuteronômio. 5.3 - a palavra exortativa de Moisés ao povo leva-o a olhar em duas direções: 5.3.1 - ao usar a expressão lembrai-vos, ele exorta o povo a olhar para trás, a fim de aprender de suas experiências passadas, especialmente aquelas vividas a partir da saída do Egito; 5.3.2 - ao falar em obediência, ele exorta o povo a olhar para a frente, a fim de viver uma vida plenamente vitoriosa na terra que está para conquistar. 5.4 - o livro de Deuteronômio é fartamente citado em toda a Bíblia. Alguém encontrou referências a este livro em 17, dos 27 livros do Novo Testamento! É interessante observarmos que, em Seu momento de tentação, o Senhor Jesus citou três porções de Deuteronômio para derrotar Satanás (6.13,16; 8.3 / Mt 4.1-10). 5.5 - Deuteronômio encerra o Pentateuco. Este, perfaz 25% de todo o Velho Testamento, e é quase do mesmo tamanho do Novo Testamento inteiro! Todo esse texto foi escrito por um só homem - Moisés. Que trabalho magnífico ele fez, sob inspiração do Espírito Santo! Que intimidade não terá tido com o SENHOR, a ponto de tornar-se tão útil em Suas mãos! 6. Lições: 6.1 - Deus elege os Seus, é verdade. Mas é preciso que nos lembremos: ELE NÃO O FAZ COM BASE EM QUALQUER COISA, POR MÍNIMA QUE SEJA, QUE HAJA EM NÓS! (7.7,8; 9.4,5). 6.2 - "Amarás, pois, o SENHOR teu Deus de TODO o teu coração, de TODA a tua alma, e de TODA a tua força" (6.5). Este mandamento aparece diversas vezes no livro (10.12; 11.1,13,22), sendo repetido pelo Senhor Jesus (Mt 22.37), e apresentado por Ele como o principal e maior de todos os mandamentos! Você ama ao SENHOR? Ama-O assim: de TODO o seu coração, de TODA a sua alma, de TODO o seu entendimento? (Quanto é TODO?). 6.3 - (8.3,4) - a provisão do nosso Deus é inquestionável! Será bom lembrarmos do que disse o Senhor Jesus em Mt 6.25-34! 6.4 - (13.1,2) - milagres operados por um profeta não necessariamente provam a autenticidade e autoridade dele. Veja 2 Ts 2.9,10; Mt 7.21-23. 6.5 - (28) - a questão da obediência é fundamental para qualquer pessoa que deseje andar fielmente com o Senhor. E as conseqüências de uma vida de desobediência não podem ser evitadas. A história de Israel - tão maravilhosamente profetizada neste capítulo - ilustra esta verdade com toda a clareza!

JOSUÉ 1. Propósito: o livro de Josué faz uma ponte entre o Pentateuco e os demais livros do Velho Testamento, apresentando-nos de modo maravilhoso a conquista e divisão da Terra Prometida, provando-nos a fidelidade de Deus para com o Seu povo eleito em TUDO o que Ele promete! Deus é fiel à Sua aliança conosco, a despeito de sermos quem somos! Aleluia!! 2. Palavra-Chave: "CONQUISTA e DIVISÃO" 3. Versículo-Chave: "Assim tomou Josué toda esta terra segundo tudo o que o SENHOR tinha dito a Moisés; e Josué a deu em herança aos filhos de Israel, conforme as suas divisões, e tribos: e a terra repousou da guerra" (11.23). 4. Mensagem Messiânica: observaremos aqui duas mensagens messiânicas muito especiais. A primeira, ligada à pessoa de Raabe. A segunda, à pessoa de Josué. 4.1 - a mensagem messiânica mais tradicional deste livro está ligada a Raabe (2 e 6), cujo cordão vermelho atado à janela de sua casa tipifica a nossa salvação mediante o sangue (Hb 9.19-22). É interessante observarmos que Raabe veio a fazer parte da genealogia do Senhor Jesus (Mt 1.5)! 4.2 - também Josué, cujo nome significa Javé é Salvação, e que é o nome hebraico equivalente ao grego Jesus, tipifica o Messias de modo muito especial. Vejamos: Curso de Preparação de Obreiros - Igreja Presbiteriana do Brasil


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4.2.1 - Josué é aquele que sucede Moisés, conquistando a vitória final. O Senhor Jesus é Aquele que sucede a Lei Mosaica, conquistando a vitória final, que não poderia ser conquistada mediante essa Lei (Jo 1.17; Rm 8.2-4; Gl 3.23-25; Hb 7.18,19). 4.2.2 - Josué levou o povo a vencer o inimigo (os cananeus). O Senhor Jesus leva-nos à vitória sobre o nosso grande inimigo, Satanás e suas hostes. 4.2.3 - Josué levou o povo a conquistar o descanso na Terra Prometida, depois da longa jornada pelo deserto. O Senhor Jesus leva-nos à Jerusalém Celestial, para o descanso verdadeiro, depois da nossa peregrinação pelo deserto deste mundo. Jesus é o Grande Comandante, em Quem temos toda a vitória (1 Co 15.55-57) e a nossa herança (1 Pe 1.3-5). 5. Dados e Particularidades: 5.1 - se em Números vemos tão claramente as derrotas do povo de Israel em sua peregrinação pelo deserto, e em Deuteronômio vemo-lo sendo preparado para um recomeço, em Josué podemos contemplá-lo andando quase que completamente em vitória. Este é um livro alegre, pois mostra-nos o povo alcançando os alvos prometidos pelo Deus gracioso e paciente, que o suportara no deserto, e que deu-lhe nova oportunidade, guiando-o em triunfo. 5.2 - este livro conta-nos a história do povo eleito sob o comando de Josué, o sucessor de Moisés. Podemos dividir seu conteúdo da seguinte forma: 5.2.1 - a entrada em Canaã - caps. 1-5. 5.2.2 - primeiras conquistas - caps. 6-12. 5.2.3 - a distribuição da terra - caps. 13-21. 5.2.4 - a questão espiritual - caps. 22-24. 5.3 - será interessante observarmos como aconteceu a conquista da terra: 5.3.1 - após a miraculosa travessia do Jordão, cujas águas abriram-se para que o povo eleito passasse a pé enxuto, Josué estabeleceu o acampamento de Israel em Gilgal ("círculo"). Dali, conquistou Jericó e Ai - caps. 1-8. 5.3.2 - havendo feito a paz com os gibeonitas, indo rumo Oeste pelo vale de Aijalom, venceu os cinco reis dos amorreus - caps. 9,10. 5.3.3 - de Maquedá ("sítio dos pastores"), Josué liderou uma investida rumo ao Sul, conquistando Laquis, Hebrom, Debir e Gaza. Vitorioso, retornou a Gilgal - cap. 10. 5.3.4 - de Gilgal Josué rumou para o Norte, chegando a Hazor, ao norte do Mar da Galiléia - cap. 11. 5.4 - Josué fez a distribuição da herança da seguinte maneira: 5.4.1 - no acampamento, em Gilgal, primeiro entregou a Calebe a sua parte. Depois, Judá e os filhos de José (Efraim, e a meia tribo de Manassés) receberam a sua parte; 5.4.2 - em Siló, onde o Tabernáculo foi erguido pela primeira vez na Terra Prometida, as demais tribos receberam o seu quinhão. Lá, também, foram determinadas as cidades de refúgio, e 48 cidades dentre as tribos foram doadas aos levitas. 5.5 - percebendo que os seus dias chegavam ao fim, Josué desejou assegurar ao povo sua estabilidade na terra conquistada. De que forma? 5.5.1 - exortando-o, especialmente os seus líderes (23.2), a viver em fiel obediência à Palavra revelada do SENHOR (23.6); 5.5.2 - realizando, em Siquém, a renovação da Aliança - cap. 24.

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6. Lições: 6.1 - aprendemos algumas lições maravilhosas quanto ao caráter do nosso Deus, neste livro. Por exemplo: 6.1.1 - Seu poder agindo sobre a Natureza: na travessia do Jordão (3.15-17), na conquista de Jericó (6.20). 6.1.2 - Sua justiça agindo na punição do povo cananeu, quando a medida da iniquidade deles se completou (Gn 15.16). 6.1.3 - Sua fidelidade agindo no cumprimento da Aliança feita com os Patriarcas (Gn 15.12-16). 6.1.4 - Sua bondade agindo na paciência que sempre teve com o teimoso povo de Israel. 6.1.5 - Sua santidade agindo tanto na punição dos cananeus, como na exigência de vida separada por parte dos israelitas. 6.2 - interessante observarmos a manutenção das duas grandes ordenanças - Circuncisão e Páscoa - logo na entrada da Terra Prometida. Devemo-nos lembrar que o Batismo e a Ceia têm, para nós, os que vivemos nos tempos da Nova Aliança, o mesmo valor, devendo ser observados com todo zelo. O Batismo, como selo visível da nossa entrada no Pacto; a Ceia, como memorial de como esse Pacto foi realizado (mediante o sangue do Cordeiro). 6.3 - (7) - o versículo 11 é de GRANDE instrução para nós: "Israel pecou". Ora, não fora somente Acã que cometera pecado?! Num sentido, sim. Porém, somos um só corpo no Senhor, de modo que a atitude de um traz reflexos sobre todos os demais! Sejamos cautelosos quanto a isto! O nosso pecado, por mais oculto que esteja, refletir-se-á sobre toda a congregação do povo de Deus! 6.4 - (9) - jamais permita que o seu coração ande adiante da sua razão! O nosso querido Josué, condoído da aparência de fraqueza física e "sede de Deus" (v.9) demonstradas pelos gibeonitas, não parou para pensar e avaliar a nova circunstância que se lhe apresentava. E, só depois de fazer aliança com eles, sem antes consultar ao SENHOR (mesmo pensando que estivesse fazendo um grande bem em favor desses "novos convertidos"), é que foi perceber que caíra numa enorme cilada! Cuidado com a precipitação! Não se deixe levar pela aparência das circunstâncias! Não se deixe dominar pelos seus sentimentos! Tenha TUDO filtrado pela oração e pela consulta à infalível Palavra de Deus! 6.5 - (14) - que lindo caráter, o do fiel Calebe ("corajoso, impetuoso")! Veja o que diz ele nos versículos 9-12! Este irmão nunca se deixou abater pela idade, pelo fato de ter que ficar 45 anos "pagando" pela incredulidade dos outros, etc. Sua meta era tomar posse da herança que o SENHOR lhe prometera! Viveu para isso. Confiou no SENHOR. Alcançou a concretização da promessa! Que vivamos assim, até àquele dia bendito quando nós também ouviremos do nosso amado Josué: "Muito bem, servo bom e fiel; foste fiel no pouco, sobre o muito te colocarei: entra no gozo do teu senhor" (Mt 25.21). E: "Vinde, benditos de meu Pai! Entrai na posse do reino que vos está preparado desde a fundação do mundo" (Mt 25.34).

JUÍZES 1. Propósito: num contraste marcante e solene com o livro de Josué, onde um povo obediente e fiel conquista vitórias maravilhosas e vive feliz, Juizes apresenta-nos esse mesmo povo corrompendo-se em desobediência e idolatria e, por isso, vivendo constantemente derrotado pelo inimigo. 2. Palavra-Chave: "DETERIORAÇÃO". 3. Versículo-Chave: "Sucedia, porém, que, falecendo o juiz, reincidiam e se tornavam piores do que seus pais, seguindo após outros deuses, servindo-os, e adorando-os eles; nada deixavam das suas obras, nem da obstinação dos seus caminhos" (2.19). 4. Mensagem Messiânica: cada um dos juizes levantados por Deus para salvar e julgar, aponta para o Senhor Jesus, o Rei-Salvador do Seu povo. Sobretudo, o fato de que este livro nos faz pensar na grande necessidade do surgimento de um Rei justo para Israel! Somente o Senhor Jesus o é! 5. Dados e Particularidades: 5.1 - a história dos juizes cobre um período de aproximadamente 400 anos (de 1400 a 1000 a.C.). Curso de Preparação de Obreiros - Igreja Presbiteriana do Brasil


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5.2 - é importante lembrarmos que o livro foi escrito seguindo uma ordem temática e, não, cronológica! 5.3 - o capítulo 2 serve como resumo de todo o livro. Descreve a transição do período de piedade, vivido sob a direção de Josué e seus auxiliares, para o período de impiedade, em que "cada um fazia o que achava mais reto" (21.25), e não o que era reto aos olhos do SENHOR! 5.4 - Juizes apresenta-nos sete vezes o "círculo vicioso" que Israel viveu nesse primeiro período após a morte de Josué e de seus auxiliares (Js 24.31), ou seja: PECADO > DERROTA > SUBJUGADOS > CLAMOR > LIBERTAÇÃO ou APOSTASIA > OPRESSÃO > LIBERTAÇÃO Tal ciclo pode ser observado em todo o País: 5.4.1 - na região Sul - (3.7-31); 5.4.2 - na região Norte - (4.1-5.31); 5.4.3 - na região Central - (6.1-10.5); 5.4.4 - na região Leste - (10.6-12.15); 5.4.5 - na região Oeste - (13.1-16.31). 5.5 - A Bíblia apresenta-nos 17 juizes nesse período, sendo 13 mencionados neste livro, e 4 em 1 Samuel (Eli, Samuel, Joel e Abias). Eis aqui uma lista de opressores e de juizes libertadores de Israel, citados no livro:

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O Velho Testamento - Uma Pequena Introdução OPRESSORES: Mesopotâmios Moabitas, Amonitas e Amalequitas Filisteus Cananeus Midianitas e Amalequitas Amonitas Filisteus Sidônios e Maonitas

JUIZES: Otniel, de Quiriate Sefer, Judá Eúde, de Benjamim Sangar Débora, de Efraim; e Baraque, de Neftali Gideão, de Manassés Abimeleque, de Manassés Tola, de Issacar Jair, de Gileade (Manassés) Jefté, de Gileade (Manassés) Ibsã, de Belém, Judá Elom, de Zebulom Abdom, de Efraim Sansão, de Dã

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6. Lições: 6.1 - o abandono da obediência à vontade de Deus em nossa vida, resulta em: 6.1.1 - internamente, corrupção do coração, do viver; 6.1.2 - externamente, opressão da parte do inimigo. 6.2 - o "círculo vicioso" de que fala o livro de juizes, nos ensina duas lições muito preciosas: 6.2.1 - nunca devemos confiar em nós mesmos (21.25). Podemos estar fazendo o que é certo aos nossos olhos, mas fazendo o que é errado aos olhos do SENHOR! 6.2.2 - nunca devemo-nos desesperar. No meio da maior corrupção e miséria, o SENHOR levanta um libertador, abre uma porta, oferece uma saída. Lembremo-nos de que Jesus é o Libertador, a Porta, a Saída! 6.3 - (2.1-3,19) - CUIDADO! Não façamos como Israel. Este, em vez de erradicar o câncer que havia em seu meio, preferiu contrair a doença! A escolha é nossa. As conseqüências, também! 6.4 - (13-16) - a vida de Sansão tem muito a nos ensinar. Alguém disse que ele foi um homem forte, com uma grande fraqueza. Apesar de ter nascido num lar piedoso, ter sido consagrado a Deus para o Nazireado, e ter sido escolhido para o ministério honroso de julgar o povo do SENHOR, ele jamais conseguiu vencer sua tolerância para a lascívia. Pelo contrário: o libertador de Israel foi um escravo da lascívia! Observemos que: 6.4.1 - as primeiras palavras que se registrou como tendo saído de sua boca, foram: "Vi uma mulher" (14.2); 6.4.2 - em Gaza, juntou-se a uma prostituta (16.1). Depois, caiu nas garras de Dalila (16.4); 6.4.3 - ficou tão escravo de sua lascívia, que nem percebeu que o SENHOR Se tinha retirado dele (16.20)! Leia 1 Ts 4.3-5. A escravidão de Sansão à lascívia terminou por matá-lo! 6.5 - (19,20) - o declínio espiritual na vida de um povo gera a violência e a imoralidade. O fato abominável narrado nestes dois capítulos é prova cabal disso! Olhemos para a situação da nossa Pátria, hoje. Qual a razão da sua condição miserável? Quem é responsável por tudo isso? Sejamos corajosos, e anunciemos a volta ao Caminho!

RUTE 1. Propósito: apresentando uma linda história de amor e fidelidade, em que uma jovem tem a virtude de viver acima dos padrões do seu povo e do seu tempo, este livro tem como propósitos: 1.1 - traçar a genealogia de Davi, de quem descende o Messias. Rute ("amizade"), é bisavó do rei Davi; 1.2 - levar-nos a compreender os caminhos da providência de Deus, tão sábia, e que tece inúmeras "coincidências" para fazer-nos vislumbrar: 1.2.1 - o Seu amor por nós; 1.2.2 - o fato de que Ele tem o controle de todas as circunstâncias da nossa vida; 1.2.3 - o fato de que Ele cuida de nós! 1.3 - mostrar que os gentios não estão excluídos do amor resgatador do nosso Deus! ALELUIA!!! 2. Palavra-Chave: "PROVIDÊNCIA e RESGATE". 3. Versículo-Chave: "Então Noemi disse a sua nora: Bendito seja ele do SENHOR, que ainda não tem deixado a sua benevolência nem para com os vivos nem para com os mortos. Disse-lhe mais Noemi: Esse homem é nosso parente chegado, e um dentre os nossos resgatadores" (2.20). 4. Mensagem Messiânica: Boaz ("nEle há força"), é o grande tipo de Cristo neste livro. Ele é: Curso de Preparação de Obreiros - Igreja Presbiteriana do Brasil


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4.1 - o dono do campo onde é feita a colheita - (2.3; Mt 13.30,38); 4.2 - o resgatador - (2.20; Gl 3.13; 4.4,5).Como tal: 4.2.1 - precisa ter relações de sangue com aqueles a quem vai resgatar (Dt 25.5,7-10; Jo 1.14; Rm 1.3; Fp 2.5-8; Hb 2.14,15); 4.2.2 - ter condições de pagar o preço do resgate - (2.1; 1 Pe 1.18,19); 4.2.3 - estar disposto a efetuar o resgate - (3.11; Mt 20.28; Jo 10.15,18; Hb 10.7); 4.2.4 - ser ele mesmo uma pessoa livre (o Senhor Jesus estava livre da maldição do pecado, pois nunca pecou - Jo 8.46; 1 Pe 2.22). 5. Dados e Particularidades: 5.1 - este é um dos dois únicos livros da Bíblia que recebem o nome de uma mulher! Que contraste interessante há entre ambas (Rute e Ester)! Rute é uma gentia (moabita, descendente de Ló; seu povo adorava, dentre outros, o deus Camos). Ela foi levada a viver no meio do povo judeu. Ester é uma judia, que foi levada a viver no meio dos gentios! 5.2 - este livro faz seqüência ao livro de Juizes; porém, cronologicamente, faz parte da época dos juizes (1.1). E se sobressai como um lírio branco e puro que nasceu em meio a uma água estagnada e fétida! Em Juizes, vemos a infidelidade campeando; em Rute, a fidelidade. Em Juizes, a imoralidade; em Rute, a pureza. Em Juizes, campos de batalha e morte; em Rute, campos de colheita e vida! 5.3 - o livro de Rute, estando colocado entre Juizes e 1 Samuel, serve como suplemento para aquele, e como introdução para este (pois em 1 Samuel não temos qualquer menção aos ancestrais de Davi). 5.4 - podemos dividir o livro de Rute em duas partes: 5.4.1 - Caps. 1 e 2 - o amor demonstrado; 5.4.2 - Caps. 3 e 4 - o amor recompensado. 5.5 - será interessante conhecermos o significado do nome de alguns personagens citados neste livro: 5.5.1 - homens - Elimeleque ("O meu Deus é rei"); Malom ("doente"); Quiliom ("morte") 5.5.2 - mulheres - Noemi ("agradável"); Mara ("amarga"); Orfa ("teimosia"); Rute ("amiga") 6. Lições: 6.1 - (1.1) - uma das conseqüências da desobediência à Palavra de Deus é a fome (Dt 28.15,2324,31,33,38-40,47-48). Já sabemos qual era a condição espiritual de Israel nos dias dos Juizes. Por isso mesmo, a Palavra de Deus se cumpriu, e em Belém, a "Casa do Pão" (este é o significado do nome desta cidade!), houve fome! 6.2 - (1.1,2) - é curioso pensarmos que Elimeleque, cujo nome proclama o reconhecimento da soberania, governo e direção do SENHOR, tenha deixado de viver à Sua sombra, para procurar abrigo à sombra de Moabe! (É interessante lembrarmos que Moabe é filho do relacionamento incestuoso de Ló com sua filha mais velha - Gn 19.36,37; Lv 18.6,11. Os moabitas - descendentes de Moabe - tornaram-se inimigos do povo eleito!). Quando deixamos de nos abrigar à sombra do Onipotente, tentando fugir, quem sabe, das conseqüências do nosso próprio pecado, acabamos encontrando refúgio à sombra do inimigo. Nesse caso, o nosso fim é a morte. (Não foi o que aconteceu com Elimeleque e seus dois filhos?!). Interessante o contraste: Elimeleque foi buscar refúgio entre os moabitas, e encontrou a morte. Rute, a moabita, foi procurar refúgio sob as asas do Altíssimo (2.12), e lá encontrou vida (4.13)! 6.3 - o livro todo faz transparecer o amor profundo que havia entre Rute e sua sogra Noemi. Um fato raro! Leiamos alguns textos que nos mostram a riqueza desse relacionamento entre nora e sogra: 1.15-18; 2.2,11,18-22; 3.1-5,1618; 4.13-17).

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6.4 - (2.4) - que maneira linda de interagir com os empregados! Quando o SENHOR é colocado entre o patrão e seus servidores, tudo é abençoado! Não há conversas maldosas, nem desconfiança, nem competição. Há respeito mútuo. E bondade (2.5-7). 6.5 - Ec 11.1, diz: "Lança o teu pão sobre as águas, porque depois de muitos dias o acharás". E não foi exatamente isso o que aconteceu com Rute?! Leiamos o seu primeiro diálogo com Boaz: 2.8-19; 3. E seu diálogo posterior: 3.9-13,15. Também: 4.9-13.

I SAMUEL 1. Propósito: um livro de transição, registra a passagem do governo de Israel por juizes, para o governo por intermédio dos reis, sistema este que irá perdurar por cinco séculos (1095 a 586 a.C.). Israel deixa de ser uma teocracia (governada pelo Rei invisível, mas real!) - fato que a distinguia de todas as outras nações - para ser uma simples monarquia, fato que a igualou a todas as demais nações. 2. Palavra-Chave: "TRANSIÇÃO". 3. Versículo-Chave: "Então os anciãos todos de Israel se congregaram, e vieram a Samuel, a Ramá, e lhe disseram: Vê, já estás velho, e teus filhos não andam pelos teus caminhos; constitui-nos, pois, agora, um rei sobre nós, para que nos governe, como o têm todas as nações" (8.4,5). 4. Mensagem Messiânica: em 1 Samuel encontramos pelo menos três tipos muito lindos do Senhor Jesus. Vejamos: 4.1 - SAMUEL. Um precioso tipo do Senhor Jesus, uma vez que foi profeta, sacerdote e juiz. Esses três ofícios são plenamente cumpridos nAquele que é Profeta, Sacerdote e Rei! 4.2 - DAVI. Um dos tipos de Cristo mais proeminentes em todo o Velho Testamento. Nascido em Belém, trabalhou como pastor. Depois, reinou sobre o povo eleito. Foi o ungido que preanunciou a vinda do Ungido! Alguns dos salmos que compôs são claramente messiânicos, como é o caso do Salmo 22. O Novo Testamento diz que o Senhor Jesus "...segundo a carne, veio da descendência de Davi" (Rm 1.3), e que Ele é "...a raiz e a geração de Davi, a brilhante estrela da manhã" (Ap 22.16). 4.3 - A PEDRA DE ESCAPE. O episódio narrado no capítulo 23, versículos 24-29, traz-nos uma linda figura do Senhor Jesus. Ele é a nossa Pedra de Escape! Não havia esperança para nós. Estávamos apertados pelo inimigo, que nos iria tragar. Mas Ele estendeu a Sua mão. Veio em nosso socorro. Ele é a nossa preciosa Pedra de Escape! 5. Dados e Particularidades: 5.1 - a história narrada neste livro gira em torno de três grandes personagens: Samuel, o último dos juizes, homem consagrado a Deus; Saul, o primeiro rei de Israel, cujo coração era invejoso, obstinado e infiel para com o SENHOR; e Davi, o maior de todos os reis que Israel teve, homem segundo o coração de Deus. Sendo assim, podemos dividir o conteúdo do livro da seguinte forma: 5.1.1 - Caps. 1-7: Samuel; 5.1.2 - Caps. 8-15: Saul; 5.1.3 - Caps. 16-31: Davi. 5.2 - o período histórico aqui apresentado estende-se desde o nascimento de Samuel (1105 a.C.) até à morte de Saul (1011 a.C.). Os juizes-guerreiros haviam ficado para trás. Surgira o juiz-sacerdote Eli. Este foi sucedido pelo juiz-profeta Samuel. Terminado o período dos juizes, a figura do sacerdote deixa de ser proeminente, e é substituída pela figura do profeta. 5.3 - talvez a maior dificuldade apresentada neste livro esteja relacionada ao que está registrado em 16.14, onde se lê: "Tendo-se retirado de Saul o Espírito do SENHOR, da parte deste um espírito maligno o atormentava". A respeito disso, o Dr. Torrey, citado por Myer Pearlman diz o seguinte: "Que quer dizer 'espírito maligno'? O texto demonstra-o claramente. Era um espírito de descontentamento, inquietação e depressão. As circunstâncias eram estas: Saul tinha-se mostrado infiel para com o SENHOR. Tinha desobedecido deliberadamente a Deus. Este, como conseqüência, havia retirado Seu Espírito dele e um espírito de medo e descontentamento vinha sobre Saul. Curso de Preparação de Obreiros - Igreja Presbiteriana do Brasil


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Este não era um ato cruel da parte de Deus. Não havia coisa mais bondosa que Deus pudesse ter feito. É uma das provisões mais misericordiosas do nosso Pai celestial que, quando Lhe desobedecemos e andamos longe dEle, nos faça sentir infelizes e descontentes em nosso pecado. Se Deus permitisse que continuássemos felizes em nosso pecado, seria a coisa mais cruel que poderia fazer; mas Deus, na Sua grande misericórdia, quer reaver para Si mesmo, se possível, todo o pecador; e, se pecamos, Deus, para nosso maior bem, envia-nos inquietação e profunda tristeza. Se fizermos o devido uso da tristeza que o SENHOR nos envia, ela nos levará a Deus e à alegria do Espírito Santo". [Com isso conferem as palavras de 2 Co 7.9,10]. "Saul usou-a mal. Em vez de permitir que a inquietação do seu coração lhe trouxesse arrependimento, permitiu que lhe amargurasse a alma contra aquele que Deus tinha favorecido (Davi). O enviar o espírito foi um ato da misericórdia de Deus. Do mau uso desse ato de misericórdia resultou a ruína de Saul". 5.4 - a palavra profeta não é muito comum antes do surgimento de Samuel. Ocorre em alguns textos, como, por exemplo, Gênesis 20.7 e Êxodo 7.1. Parece que Samuel foi o fundador de uma ordem de profetas, tendo criado uma escola de profetas em Ramá (19.20). Depois, parece ter havido escolas também em Betel, Jericó e Gilgal (2 Rs 2.3,5; 4.38). Estes profetas ministraram por um período de cerca de 300 anos, antes do período dos profetas que escreveram os últimos 17 livros do Velho Testamento. São eles chamados de profetas orais, distintos dos escritores, que escreveram os livros canônicos. Os profetas orais mais importantes foram: Samuel, que organizou a escola profética; Natã, conselheiro do rei Davi; Aías, que aconselhou Jeroboão; e Elias e Eliseu, que lideraram a grande batalha contra a idolatria. 5.5 - duas localidades importantes neste livro: 5.5.1 - Ramá, "a altura" (também chamada de Ramataim Zofim), era uma cidade de Efraim, situada 10 km ao norte de Jerusalém. Lá nasceu Samuel. Lá ele morou. Lá foi sepultado (1.19; 7.17; 25.1). 5.5.2 - Betel, "casa de Deus", que pertencia a Benjamim e ficava 8 km ao norte de Ramá. Um dos quatro pontos mais altos da Terra Prometida. (Os outros eram: o Monte Ebal, Hebrom e Mispa). A vista da terra, olhando-se de Betel, é maravilhosa. Samuel trabalhou lá. Foi lá que, 800 anos antes, Jacó tivera a visão da escada. 6. Lições: 6.1 - (2.12-17,22) - Alguém poderia perguntar: É possível uma pessoa estar no ministério, mesmo vivendo em pecado? Aqui temos a resposta: é possível, sim. Infelizmente! E isso acontece com maior freqüência do que podemos imaginar. Todavia, observemos o que dizem os versículos 17, 25 e 4.10,11. CUIDADO! De Deus NÃO se zomba! 6.2 - (8.5) - É interessante e, ao mesmo tempo, triste, pensarmos na razão pela qual Israel pediu para si um rei: "...para que nos governe, como o têm todas as nações" . Uma das grandes ciladas em que podemos cair é exatamente esta: o desejo de nos tornarmos parecidos, ou de copiarmos o mundo, seus padrões e valores. O povo de Deus, neste sentido, NADA tem a ver com o mundo. Nada temos a copiar do mundo. Pelo contrário: devemos ser nós o modelo! O mundo é que deve olhar para nós, desejoso de experimentar os nossos padrões e valores. Para isso somos sal! 6.3 - (10.22) - Muitas vezes a atitude de Saul, escondendo-se entre a bagagem, tem sido interpretada como sinal de modéstia. Todavia, alguém disse que é "um pecado tão grande insistir na modéstia e permanecer atrás, quando o SENHOR nos chama à frente, como o é passar à frente, quando a vontade de Deus é que fiquemos atrás". Verdade! 6.4 - (23.24-29) - Quando o SENHOR tem plano de nos preservar a vida, mesmo que estejamos totalmente cercados, Ele provê o livramento! Tudo parece estar perdido. E, de fato, está! Mas Ele vem em nosso socorro! Tenhamos pleno descanso em Seu poder e propósitos soberanos! 6.5 - (24.4-6) - Há duas lições nesta passagem que desejo destacar: 6.5.1 - A primeira delas diz respeito a não cedermos às pressões de quem nos rodeia. Seus argumentos podem ser sinceros e convincentes. Legítimos, até! Porém, o que importa é fazermos aquilo que agrada a Deus. Os companheiros de Davi pressionaram-no a colocar sua mão em Saul. Seus argumentos pareciam legítimos: "É Deus quem está permitindo, Davi!". Todavia, cabia a Davi não deixar-se levar pela pressão dos circunstantes. Cabia-lhe obedecer a Deus. Mesmo que isso parecesse incoerente com a "realidade" do momento! 6.5.2 - A segunda lição: precisamos reaver o respeito pelos ungidos de Deus em nossos dias. Davi sabia quem era Saul. E como sabia! Era genro dele! Convivera com ele no palácio real! Todavia, não ousou agir contra ele. Deixou-o nas mãos do SENHOR. Por respeito à sua posição de ungido de Deus. Como temos agido com relação aos ungidos do SENHOR, nestes dias? Só para um exame de consciência, lembremo-nos do que diz Ex 22.28 - "Contra Deus não blasfemarás, nem amaldiçoarás o príncipe do teu povo". Associemos isto ao que diz At 23.5 - "...Não falarás mal de uma autoridade do teu povo".

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I I SAMUEL 1. Propósito: este livro se concentra inteiramente em torno da pessoa de Davi, o grande rei de Israel, e o grande ancestral do Senhor Jesus. Davi começou reinando sobre Judá, e, tendo unificado a nação, reinou sobre todo o Israel. Conquistou e estabeleceu sua capital, Jerusalém. Subjugou os inimigos. Expandiu o território nacional. Mas, acima de seus feitos gloriosos, o livro nos apresenta a vida deste homem, tal qual ele a viveu. Markham, citado por Myer Pearlman, afirma que: "O quadro todo, apesar das partes sombreadas, nos apresenta um homem em cuja vida Deus ocupava o primeiro plano. Para Davi, acima de todas as demais coisas, Deus é uma gloriosa realidade. Em suma, Davi é um homem que está profundamente consciente da sua debilidade, erro e pecado, mas que conhece a Deus, e confia nEle de todo o coração". 2. Palavra-Chave: "DAVI". 3. Versículo-Chave: "Ia Davi crescendo em poder cada vez mais, porque o SENHOR Deus dos Exércitos era com ele" (5.10). 4. Mensagem Messiânica: como já vimos em I Samuel, Davi é a grande figura messiânica nesta época da vida de Israel. A despeito de seu pecado, em muitos aspectos ele aponta para o grande Rei que haveria de vir! 5. Dados e Particularidades: 5.1 - no original, 1 e 2 Samuel formavam um só livro. É provável que os acontecimentos escritos após a morte de Samuel tenham sido registrados por Natã ou Gade. O livro foi dividido em dois pelos tradutores da Septuaginta. 5.2 - a história de 2 Samuel vai desde a morte do rei Saul até o estabelecimento do local onde seria o Templo. Abrange um período de cerca de 40 anos. Seu conteúdo pode ser dividido em três partes: 5.2.1 - Caps. 1-10: A ascensão de Davi 5.2.2 - Caps. 11-20: A queda de Davi 5.2.3 - Caps. 21-24: O crepúsculo da vida de Davi 5.3 - após a morte de Saul, Davi, com 30 anos de idade, reinou sobre a tribo de Judá (com sede do governo em Hebrom) por um período de sete anos e meio. Nesse período, Is-Bosete, filho de Saul, reinou como "fantoche" sobre as demais tribos. Só depois é que Davi passou a reinar sobre todo o Israel, o que fez por 33 anos. Pouco depois de assumir o comando geral da nação conquistou Jerusalém, estabelecendo ali sua capital, e para lá transportando a Arca da Aliança. Sendo fiel ao SENHOR, Este "dava vitórias a Davi por onde quer que ia" (8.6). Assim, realizou a expansão territorial do país e, em poucos anos, elevou Israel da condição de nação frágil e obscura à de nação poderosa e respeitada, tendo subjugado os filisteus, moabitas, edomitas, sírios, amonitas e amalequitas. 5.4 - este livro começa com o registro do lamento em forma de poema composto por Davi quando da morte de Saul e Jônatas. É interessante ressaltar que foi durante o seu reinado, sendo ele mesmo poeta e músico, que houve um enorme avanço no campo do louvor em Israel. Credita-se a ele a orquestração de instrumentos de sopro, cordas e percussão. 5.5 - o Rev. Júlio Andrade Ferreira, em sua obra "Conheça Sua Bíblia", traça um paralelo interessante entre 2 Samuel e 1 Crônicas, no que concerne ao enfoque dado à pessoa do rei Davi. Transcrevo aqui parte de suas observações: "...Davi como homem, aparece em 2 Samuel... Davi como rei, em 1 Crônicas... que nos mostra [sua] vida pública. Fala-nos essa fonte, inicialmente, da unção de Davi e de seus heróis, em contraste com 2 Samuel que o aponta a lamentar a morte de seu antecessor e a tomar providências a respeito de um seu descendente, Is-Bosete... Pelo meio do livro, enquanto 2 Samuel se refere à queda de Davi, 1 Crônicas fala de cânticos, de vitórias, de preparativos para o Templo. Embora Crônicas fale também das conseqüências da queda, e 2 Samuel também dos preparativos do Templo e das funções dos sacerdotes, a ênfase não é igual. Enfim, quem apenas conhecesse a biografia de Davi através de 1 Crônicas, conheceria mais o REI: Ungido, cercado de heróis, com relações diplomáticas, preparando gloriosamente os edifícios para si e para o Senhor... Quem, por outro lado, conhecesse Davi apenas por meio de 2 Samuel, embora o visse sem dúvida em sua qualidade real, teria, de modo impressivo, a visão do ser humano que era ele. Homem que se comovia com a morte do amigo Jônatas e que, com zelo, procurou receber o filho deste. Tão humano era ele que teve uma queda fragorosa e viu as conseqüências dela em sua própria família, pois os filhos desencadearam uma série de escândalos (resultado do mau exemplo de Davi), que vieram a culminar no grande desastre que foi a revolta de Absalão e conseqüente fuga do Rei. Nesta Curso de Preparação de Obreiros - Igreja Presbiteriana do Brasil


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fonte Davi é apresentado não só como homem que vibra de emoção pelo amigo, que escandaliza e que se humilha, mas também como velho. Está sujeito às contingências humanas... Voltando, porém, ao cotejo de Davi, o homem e o político, temos grandes lições, não apenas a respeito da Bíblia cujas partes se completam, mas a respeito da vida, cujos aspectos se cruzam. Um homem nunca é tão glorioso como o Davi de 1 Crônicas, por causa das fraquezas que aparecem em 2 Samuel; inversamente, embora humano e falho, pode ter uma função importante. Como homem público, Davi não apenas serviu ao seu povo, mas também aos propósitos de Deus. Se Deus dependesse de homens perfeitos para a execução de planos na terra, não teriam estes um lugar, jamais, na história...". 6. Lições: 6.1 - da queda de Davi podemos tirar algumas lições muito preciosas: 6.1.1 - por mais forte e espiritual que seja uma pessoa, ela está sujeita a cair! (Leia 1 Co 10.12; Rm 7.18,19). 6.1.2 - o SENHOR, em Sua santidade, não poderá tolerar o pecado, mesmo que este tenha sido praticado por um dos Seus filhos mais amados! 6.1.3 - por outro lado, a graça de Deus é suficiente para perdoar o pecado mais imundo (12.13). 6.1.4 - o perdão de Deus não nos isenta de sofrermos algumas conseqüências do nosso pecado. (Veja Gl 6.7). No caso específico de Davi: 6.1.4.1 - houve a morte da criança que nascera de sua união adulterina; 6.1.4.2 - dois dos seus filhos seguiram o exemplo do pai, praticando adultério também (Amnom e Absalão); 6.1.4.3 - um dos seus filhos (Absalão) assassinou o próprio irmão. 6.1.5 - o fato de a Bíblia relatar claramente o pecado de um dos seus personagens mais reverenciados, sem procurar "tapar o sol com a peneira", é evidência maravilhosa da sua origem divina! Se fosse um livro meramente humano, certamente tentaria disfarçar os aspectos negativos do caráter de um dos seus heróis mais destacados! 6.2 - (16.5-12) - como é importante termos uma visão clara da soberania de Deus em tudo, e, ao mesmo tempo, da nossa própria miséria pessoal! A paciência e humildade de Davi em face do insulto de Simei são prova incontestável desta verdade! 6.3 - temos muito que aprender com as últimas palavras de Davi, registadas em 23.1-7: 6.3.1 - no primeiro versículo: 6.3.1.1 - "Palavra de Davi, filho de Jessé" - um missionário que trabalhou em Madagascar (ilha que fica no oceano Índico, a leste do continente africano) explicou um costume daquele país que pode enriquecer a nossa compreensão desta parte da apresentação pessoal de Davi. Disse ele que lá, quando alguém realiza uma grande façanha, o povo não pergunta: "Quem é ele?", mas "De quem ele é filho?". Isso porque a glória deve ser dedicada a quem criou o herói, e não ao herói, propriamente! 6.3.1.2 - "palavra do homem que foi exaltado" 6.3.1.3 - "do ungido do Deus de Jacó" 6.3.2 - qual a convicção que ele tinha a respeito do que falava? Veja o versículo 2! 6.4 - ligando 24.1-9 com 1 Cr 21.1-6, descobrimos que o censo promovido por Davi foi resultado de uma sugestão de Satanás ao coração do servo de Deus. Cuidado! Podemos apresentar bons planos, ter boas idéias, imaginar coisas "necessárias"; todavia, isso tudo poderá ser apenas sugestão satânica! 6.4.1 - como é preciso discernimento para sabermos quando nossas idéias vêm do SENHOR, e quando não! 6.4.2 - o fato de contar o povo, em si, não era pecado. Moisés o fizera por ordem expressa de Deus (Nm 1). 6.4.3 - uma coisa feita em obediência a uma ordem do SENHOR, é boa; a mesma coisa feita por nossa vontade presunçosa e desobediente, torna-se pecado! Curso de Preparação de Obreiros - Igreja Presbiteriana do Brasil


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6.5 - talvez a lição central deste livro, tão vivamente ilustrada na vida de Davi, seja: a obediência atrai as bênçãos do SENHOR; a desobediência, o Seu juízo!

I REIS 1. Propósito: este livro mostra-nos a história do povo eleito sob a liderança dos reis por ele "exigidos" do SENHOR. Nele aprendemos que, apesar de governarem alguns reis de caráter reto, a maioria deles vivia em iniquidade, levando a nação à miséria. O fato mais destacado é que o bem estar da nação depende da fidelidade do rei e do povo à Aliança feita com o SENHOR. A vida do primeiro rei apresentado - Salomão - é uma clara demonstração desta verdade: enquanto Salomão foi fiel à Aliança, o reino cresceu; quando ele se desviou, abriu as portas para a sua divisão e enfraquecimento. 2. Palavra-Chave: "ASCENÇÃO E DIVISÃO" 3. Versículo-Chave: "Se andares perante mim como andou Davi teu pai, com integridade de coração e com sinceridade, para fazeres segundo tudo o que te mandei, e guardares os meus estatutos e os meus juízos, então confirmarei o trono de teu reino sobre Israel para sempre, como falei acerca de teu pai Davi dizendo: Não te faltará sucessor sobre o trono de Israel" ( 9.4,5). 4. Mensagem Messiânica: em alguns sentidos, Salomão se constituiu num tipo de Cristo. Ele é rei, filho de Davi, assim como o Senhor Jesus. Sua sabedoria aponta para o Senhor Jesus, que é a nossa sabedoria (1 Co 1.30) e Aquele em quem "todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento estão ocultos" (Cl 2.3). Foi ele o construtor do Templo. Por intermédio de Jesus somos "edificados casa espiritual para serdes sacerdócio santo, a fim de oferecerdes sacrifícios espirituais, agradáveis a Deus" (1 Pe 2.5. Ver também Ef 2.17-22). Toda a glória de Salomão aponta para a glória do Senhor Jesus em Seu reino futuro. O reino de Salomão foi de paz, tal como o reino do Senhor Jesus em nossos corações, pois Ele é o Príncipe da Paz. Apesar disso, será bom lembrarmo-nos do que disse o Senhor em Mt 12.42: "...aqui está quem é maior do que Salomão". 5. Dados e Particularidades: 5.1 - assim como os dois livros de Samuel, os livros de Reis constituíam-se, originalmente, num só livro na Bíblia Hebraica. Sua divisão ocorreu à época da tradução da Septuaginta, provavelmente porque a língua grega exige um espaço maior para ser escrita que a hebraica, o que tornaria os rolos muito mais volumosos. A divisão dos livros de Samuel, Reis e Crônicas seria para facilitar o manuseio do manuscrito. 5.2 - o período histórico descrito em 1 Reis vai desde a morte de Davi até o reinado de Jeorão, cobrindo um espaço de aproximadamente 120 anos. Esse período pode ser dividido em três seções: 5.2.1 - Salomão é constituído rei - capítulos 1 e 2; 5.2.2 - Salomão reina - capítulos 3 a 11; 5.2.3 - A divisão e o declínio do reino - capítulos 12 a 22. 5.3 - os personagens mais destacados de 1 Reis são: Salomão, Elias e Eliseu. 5.4 - a maneira mais proveitosa de estudarmos este livro (bem como 2 Reis, e 1 e 2 Crônicas) é fazer uma lista com os nomes dos reis de Judá e de Israel, anotando junto a cada nome os seguintes dados: tempo de reinado, profetas de sua época, acontecimentos principais, o caráter do rei. 5.5 - é interessante estabelecermos um paralelo entre Elias e João Batista: 5.5.1 - tinham aparência semelhante - 2 Rs 1.8; Mt 3.4. A vestimenta de ambos era rústica e simples. Eles não precisavam impressionar sua audiência com roupas finas. A mensagem que anunciavam era suficiente. 5.5.2 - ambos davam ênfase à necessidade do arrependimento - 1 Rs 18.21; Mt 3.2; 5.5.3 - ambos repreenderam reis iníquos - 1 Rs 18.18; Mt 14.3,4; 5.5.4 - ambos foram perseguidos por rainhas iníquas - 1 Rs 19.1,2; Mt 14.8; Curso de Preparação de Obreiros - Igreja Presbiteriana do Brasil


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5.5.5 - ambos, no fim de seu ministério, enfrentaram um período de questionamento e desânimo 1 Rs 19.4; Mt 11.2-6; 5.5.6 - Eliseu, o sucessor de Elias, recebeu poder para realizar a obra quando estava junto ao Rio Jordão; o Senhor Jesus, sucessor de João Batista, recebeu a unção do Espírito também junto ao Rio Jordão. 6. Lições: 6.1 - metade deste livro nos fala do rei Salomão. Sob seu governo, Israel atingiu o clímax de sua história como nação. As grandes realizações do rei - sendo a maior delas a construção do Templo, em Jerusalém - tornaram o país reconhecido e respeitado no mundo de então. Infelizmente, o ser humano quase sempre despenca da sua posição de vitorioso no SENHOR, dando lugar ao pecado. Não consegue manter-se em pé por muito tempo... No caso de Salomão, seu zelo pelo SENHOR começou a diminuir, depois de alguns anos, à medida que se uniu a mulheres pagãs, quebrando um dos princípios da Aliança. Resultado: um rei com o coração dividido gerou uma nação dividida. Você tem conseguido se manter em pé? Ou vive de "altos e baixos"? Cuidado, a sua entrega deliberada de si mesmo ao pecado, quebrando a Aliança que tem com o SENHOR, poderá causar danos terríveis à sua vida e à dos seus descendentes! 6.2 - a "matemática" de 1 Reis é bem simples e objetiva: OBEDIÊNCIA + FIDELIDADE = BÊNÇÃO DESOBEDIÊNCIA + INFIDELIDADE = JUÍZO Esta é a lei invariável estabelecida pelo SENHOR, com aplicação clara à nossa vida hoje tanto quanto ocorreu com o Seu povo no passado! 6.3 - o Novo Testamento ensina que os covardes terão como sua parte o lago que arde com fogo e enxofre (Ap 21.8). E 2 Tm 1.7 ensina que "Deus não nos tem dado espírito de covardia, mas de poder, de amor e de moderação". A coragem tem de ser uma das marcas bem distintas da vida de um servo de Deus. Neste livro, podemos vê-la de um modo bem destacado na vida de Elias. "Sozinho", ele enfrentou os 400 profetas de Baal. E também Jezabel, que dominava o rei Acabe! Você é corajoso? Ou prefere se acovardar sob uma capa de "pacificador"? (Nesta mesma linha de pensamento, estude o caráter do profeta Micaías, em 22.1-28). 6.4 - diz a Palavra que "sem fé é impossível agradar a Deus" (Hb 11.6). Novamente vemos Elias nos dando exemplo. Ele ora por chuva, após três anos e meio de uma seca terrível. Como resposta à sua oração, recebe a notícia de que surgira no céu uma nuvem "pequena como a palma da mão do homem" (18.44). Imediatamente, manda dizer ao rei Acabe: "Aparelha o teu carro, e desce, para que a chuva não te detenha"! Sua fé o levou a orar, quando nada havia no céu. E a crer na resposta completa de Deus, quando tudo o que havia era uma nuvem pequena como a palma da mão de um homem. Assim é a fé! Você tem fé? 6.5 - por outro lado, sendo Elias "homem semelhante a nós, sujeito aos mesmos sentimentos" (Tg 5.17), enfrentou também momentos de fraqueza e desencorajamento. Chegou a pedir para si a morte (19.4), mesmo depois de ter vivido momentos gloriosíssimos em companhia do SENHOR! Isso nos mostra que ninguém está isento de passar por momentos de desalento. Mesmo os mais destacados servos de Deus. Todavia, é nesses momentos que o SENHOR vem a nós num "cicio tranqüilo e suave" (19.12). Ele nos faz sair da caverna da nossa tristeza, e nos leva a fazer uma avaliação da nossa vida: "Que fazes aqui, Elias?" (19.13). Ouve as nossas queixas (v.13), e dá-nos uma nova visão (v.18), e um novo rumo. Ele não nos descarta. Compreende-nos. E fortalece-nos. Esse é o nosso Deus! ALELUIA!!!

I I REIS 1. Propósito: apresentar a continuação da história de Judá e de Israel, através de narrativas paralelas do que ocorria nos dois reinos, culminando com o fato de que ambos foram levados ao cativeiro. Na verdade, o livro traz a história da miséria gerada pela apostasia e idolatria. 2. Palavra-Chave: "DECLÍNIO e QUEDA" 3. Versículo-Chave: "Disse o SENHOR: Também a Judá removerei de diante de mim, como removi Israel, e rejeitarei esta cidade de Jerusalém, que escolhi, e a casa da qual eu dissera: Estará ali o meu nome" ( 23.27). 4. Mensagem Messiânica: talvez o profeta Eliseu seja o maior tipo de Cristo, neste livro. Aliás, é interessante traçarmos um paralelo entre Elias e Eliseu, e João Batista e o Senhor Jesus. Elias e Eliseu eram muito diferentes um do Curso de Preparação de Obreiros - Igreja Presbiteriana do Brasil


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outro, tal como o Senhor Jesus e João Batista. Elias era tempestuoso, e gostava mais de viver isolado. Eliseu era gentil, e vivia mais em contato com as multidões. João Batista, tendo vivido isolado no deserto boa parte de sua vida, era tempestuoso em sua pregação. O Senhor Jesus, tendo vivido entre as multidões, era manso e humilde de coração. 5. Dados e Particularidades: 5.1 - o período total do governo monárquico em Israel foi assim: 5.1.1 - 1043 a 931 a.C. - reino unido; 5.1.2 - 931 a 722 a.C. - duração de vida do reino do Norte (Israel), com 9 dinastias. Com exceção de uma, todas as demais dinastias nasceram do assassinato do rei anterior! 5.1.3 - 931 a 586 a.C. - duração de vida do reino do Sul (Judá), com uma só dinastia (davídica). Note-se que Judá teve 136 anos de sobrevida com relação a Israel, devido à sua maior fidelidade para com o SENHOR e para com a Aliança. Oito dos seus vinte reis foram fiéis. 5.2 - o período histórico apresentado em 2 Reis vai do reinado de Jorão (em Judá) e Acazias (em Israel) até ao cativeiro de ambos os reinos. Podemos estudá-lo assim: 5.2.1 - (1-2.13) - o final do ministério de Elias; 5.2.2 - (2.14-13.21) - Eliseu; 5.2.3 - (13.22-17.41) - declínio e queda do reino do Norte (Israel); 5.2.4 - (18-25) - declínio e queda do reino do Sul (Judá). 5.3 - os capítulos 1 a 17 cobrem um período de 131 anos (853 a.C. - rei Acazias, de Israel - a 722 a.C., início do cativeiro na Assíria). E os capítulos 18 a 25 cobrem um período de 155 anos (início do reinado de Ezequias, em 715 a.C., à libertação de Joaquim, na Babilônia, em 560 a.C.). 5.4 - durante o período do reino dividido, foram estes os profetas que atuaram: 5.4.1 - em Israel: Elias, Eliseu, Amós e Oséias; 5.4.2 - em Judá: Obadias, Joel, Isaías, Miquéias, Naum, Jeremias e Habacuque. 5.5 - quanto ao cativeiro: 5.5.1 - é muito importante observarmos que o reino do Norte (Israel) foi destruído pelos assírios, cuja cidade principal era Nínive. A Assíria foi fundada antes do ano 2000 a.C. por colonizadores babilônios. Por volta de 885 a.C. tornou-se um império fortíssimo, com domínio mundial. Alguns dos seus reis mais famosos foram: Assurbanípal, Salmaneser, Tiglate-Pileser, Sargão e Senaqueribe. Foi Tiglate-Pileser, ou "Pul", quem começou a conquista de Israel, completada por Sargão em 722 a.C. com a destruição de Samaria. (Nota: os assírios eram grandes guerreiros. Saqueavam tudo. Eram terrivelmente cruéis. E sua estratégia consistia em deportar os povos das nações conquistadas, com o fim de destruir o seu senso de nacionalismo, o que os tornava mais vulneráveis). 5.5.2 - já o reino do Sul (Judá) foi destruído 136 anos depois, pelos babilônios, cuja cidade principal era Babilônia. A conquista de Judá ocorreu em quatro estágios: 5.5.2.1 - em 606 a.C. Nabucodonozor aprisionou Jeoaquim, levou alguns dos tesouros do Templo, e também levou cativos alguns judeus, dentre os quais Daniel - 2 Cr 36.5-8; Dn 1.1-3; 5.5.2.1 - em 596 a.C. ele voltou, levando o restante dos tesouros do Templo, o rei Joaquim, e cerca de 10.000 pessoas (a "nata" da sociedade) - 24.14-16; 5.5.2.3 - em 586 a.C., depois de 18 meses de cerco, Jerusalém foi totalmente destruída, os olhos do rei Zedequias foram vazados, e ele foi levado cativo juntamente com 832 pessoas, ficando na terra somente os pobres - 25.8-12; Jr 52.28-30;

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5.5.2.4 - em 581 a.C., depois de terem queimado Jerusalém, os babilônios voltaram e levaram mais 745 cativos (Jr 52.30). Um grupo considerável havia fugido para o Egito (inclusive o profeta Jeremias, conforme Jr 43). Notas: * a queda de Jerusalém fez florescer o ministério de três grandes profetas: Jeremias, Ezequiel e Daniel; * o cativeiro de Judá pela mão dos babilônios havia sido predito 100 anos antes por Isaías e Miquéias (Is 39.6; Mq 4.10); * Jeremias profetizou que o cativeiro babilônico teria duração de setenta anos (Jr 25.11,12). 6. Lições: 6.1 - uma lição que fica bem clara neste livro é que as condições políticas e econômicas de um país estão diretamente relacionadas à sua condição espiritual, e não vice versa. Ou seja, se há temor do SENHOR e fidelidade para com a Sua Palavra, todas as demais coisas serão acrescentadas ao país. 6.2 - analisando o versículo-chave do livro aprendemos que, por mais que o SENHOR ame o Seu povo, Ele não pode deixar de punir o pecado cometido. Sua santidade exige o castigo daquilo que a ultraja! Pecado é coisa séria. Não se pode brincar! Bem diz a Palavra: "...sabei que o vosso pecado vos há de achar" (Nm 32.23). Portanto, cabe-nos ouvir o alerta que diz: "eis que o pecado jaz à porta; o seu desejo será contra ti, mas a ti cumpre dominá-lo" (Gn 4.7). 6.3 - leia 4.8-24. Vou adaptar uma lição a respeito desta passagem ensinada por F.B. Meyer em seu "Comentário Bíblico Devocional do Velho Testamento". Aqui temos o lindo retrato da fé, mostrado na pessoa da sunamita. Por mais cuidadosa que fosse, ela não conseguiria salvar a vida de seu filhinho doente. Não é assim conosco?! Tentamos fazer o máximo pelos nossos queridos, mas há situações que simplesmente fogem ao nosso controle! Diante disso, aquela mãe não titubeou: permaneceu confiante no amor e na misericórdia do SENHOR. Percorreu os 24 km que separavam Suném do Carmelo em plena certeza de fé. Tanto, que nem avisou o marido do que ocorrera com o menino! Por que entristecê-lo, se logo o SENHOR iria restaurar-lhe a vida?! Pela fé, ela dizia que estava tudo bem! E estava mesmo, pois o SENHOR não perdera o controle da situação! Como você tem agido diante das circunstâncias difíceis: entrega-se ao desespero, ou age por fé? 6.4 - agora leia 4.25-37. Vou adaptar uma outra lição ensinada por F.B. Meyer. Não basta colocar o cajado, ainda que seja o do profeta, sobre o rosto morto de uma criança. Nossas doutrinas e preceitos, nossas igrejas e seus programas, podem ser muito bons e justos, mas algo mais é necessário para trazer vida ao coração de alguém que nasceu na iniquidade e foi concebido em pecado. Não é um cajado, nem um servo, nem um intermediário. Nós mesmos é que temos de colocar o nosso coração vivificado pelo sangue do Cordeiro junto ao coração morto das nossas crianças. Temos de colocar os nossos lábios santificados pelo Espírito sobre os seus lábios mortos, a fim de que conheçam a palavra viva! Só assim serão salvas! Andemos de um lado para o outro em nossa casa. Fechemos a porta sobre nós e nossos filhos. Oremos ao SENHOR. Entreguemo-nos à grande tarefa de salvar a alma dos nossos pequeninos. Chamemos a pequena alma que desperte e viva! Nossa fé e oração certamente terão uma resposta! 6.5 - se, por um lado, o SENHOR não pode deixar de punir o pecado, quão preciosos são Sua graça e Seu amor para conosco! Vemos isto na linda nota de esperança com que encerra-se este livro: leia 25.27-30. Não é maravilhoso?! Esta experiência faz-me lembrar do brado do SENHOR dado a Israel por intermédio do profeta Oséias, quando Ele ainda lutava para trazer a nação ao arrependimento, estando chafurdada na idolatria. Mesmo anunciando juízo, Ele diz: "Como te deixaria, ó Efraim? Como te entregaria, ó Israel?... Meu coração está comovido dentro em mim, as minhas compaixões à uma se acendem" (Os 11.8). Este é o nosso Deus. Não é por acaso que o Seu nome é MARAVILHOSO! ALELUIA!!!

I CRÔNICAS 1. Propósito: muito provavelmente escrito por Esdras entre 450 e 430 a.C., este livro foi dirigido aos exilados que retornavam do Cativeiro, mostrando-lhes o passado de seu povo sob a perspectiva do agir de Deus, com vistas a encorajá-los e também lembrá-los de que precisavam ser fiéis à Aliança, a fim de que, como povo de Deus, voltassem a experimentar a glória dos dias de Davi. Assim, iniciando com a apresentação da genealogia do grande rei de Israel, 1 Crônicas mostra-nos o significado espiritual do reinado do justo rei Davi, e suas conseqüências. 2. Palavra-Chave: "O JUSTO É ABENÇOADO" Curso de Preparação de Obreiros - Igreja Presbiteriana do Brasil


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3. Versículo-Chave: "Tu, meu filho Salomão, conhece o Deus de teu pai, e serve-o de coração íntegro e alma voluntária: porque o SENHOR esquadrinha todos os corações e penetra todos os desígnios do pensamento. Se o buscares, ele deixará achar-se por ti, se o deixares, ele te rejeitará para sempre" ( 28.9). 4. Mensagem Messiânica: está claramente apresentada em 7.11-14 (aliança davídica). É verdade que em Salomão parte dessa palavra foi cumprida; porém, na sua totalidade, o seu cumprimento ocorreu tão somente na pessoa do Senhor Jesus, o grande Descendente de Davi, o Messias de Israel. 5. Dados e Particularidades: 5.1 - 1 e 2 Crônicas (originalmente, um só livro - a divisão ocorreu com a tradução da Septuaginta) cobrem o mesmo período histórico apresentado desde 2 Samuel até 2 Reis. O que os caracteriza é o fato de tratarem do mesmo assunto sob perspectiva diferente. Os livros de Crônicas apresentam a dinastia davídica do ponto de vista espiritual. Os outros livros fazem-no do ponto de vista político, além de apresentarem também a história do reino do Norte (as Crônicas só apresentam a história do reino do Sul, ou reino de Judá). 5.2 - o livro pode ser dividido em duas partes: 5.2.1 - capítulos 1 a 9: genealogias; 5.2.2 - capítulos 10 a 29: os trinta e três anos do reinado de Davi sobre Judá e Israel. 5.3 - os livros de Crônicas ocupam o último lugar na seqüência dos livros da Bíblia Hebraica. Assim, as genealogias apresentadas no início de 1 Crônicas são como um preâmbulo à genealogia do Senhor Jesus, o Messias, apresentada no primeiro capítulo de Mateus, o primeiro livro do Novo Testamento! 5.4 - nos dois livros de Crônicas encontramos a descrição de todo o "aparato" ligado à adoração nos dias do Velho Testamento. Neles, encontramos: o Templo, sacerdotes, levitas, cantores, rituais e, também, o ensino de que a idolatria tem de ser detestada. Só há verdadeira adoração se o SENHOR for tido como único! "Eu sou o SENHOR, este é o meu nome; a minha glória, pois, não a darei a outrem, nem a minha honra às imagens de escultura" (Is 42.8). Fica bem claro, em ambos os livros, que a prosperidade da nação está ligada à sua fidelidade ao Único que pode ser adorado; e sua desgraça está no desprezo que Lhe for dado. 5.5 - 1 Crônicas trata, basicamente, da vida de Davi como rei de Israel. 2 Samuel também o faz (lembrase da "palavra-chave" daquele livro?!). Todavia, 1 Crônicas é bem diferente de 2 Samuel. Nota-se isso especialmente por aquilo que um cita e o outro, não. 1 Crônicas não cita as lutas que Davi enfrentou por causa de Saul, nem os sete anos que reinou em Hebrom (sobre Judá, somente), e não menciona a rebelião efetuada por Absalão, ou o pecado cometido com Bate-Seba. 1 Crônicas fala do compromisso real que Davi tinha com o SENHOR, de sua coragem e integridade. Mostra a sua preocupação com as coisas de Deus, culminando com o seu desejo de construir o Templo. Assim, neste livro, vemos enfatizados mais os aspectos positivos da vida de Davi. 6. Lições: 6.1 - alguém poderia argumentar: 1 Crônicas é praticamente uma repetição de 2 Samuel. Por que, então, lê-lo? Será bom lembrarmos, antes de tudo, que o fato de algo ser repetido denota a sua importância. Será, portanto, no mínimo, uma atitude inteligente o fato de não negligenciarmos a leitura e estudo deste livro! (Dt 6.6,7 e Fp 3.1 mostramnos o valor da repetição, quando se trata das coisas de Deus!). 6.2 - nove capítulos de genealogias! Coisa cansativa! Para que isso?! Uma das razões mais preciosas para lermos e estudarmos as genealogias da Bíblia está no fato de que elas mostram-nos o SENHOR em ação, escolhendo e preservando um povo para Si. Elas são uma prova maravilhosa da fidelidade de Deus à Sua Aliança! Neste caso específico, as genealogias servem para mostrar-nos a semente eleita, da qual viria o Messias, séculos depois! 6.3 - outro belo ensino que podemos tirar, estudando genealogias: no fundo, no fundo, todas as famílias da terra são iguais! (Rm 3.23). Em todas as famílias há pessoas dignas, pessoas indignas, e pessoas muito especiais. Tomemos como exemplo a família de Judá, da qual descendo o Senhor Jesus (cap. 2). Trata-se da família (tribo) mais honrada em toda a Bíblia! Nela encontramos: 6.3.1 - Er, o filho mais velho de Judá: "...foi mau aos olhos do SENHOR, pelo que o matou" (2.3). E temos Onã, irmão de Er, que se recusa obstinadamente a sujeitar-se a um princípio bíblico (no caso, o do levirato, por meio do qual cabia-lhe suscitar um filho de Tamar para manter vivo o nome de seu irmão Er, falecido - Gn 38.8-10). Também morreu em seu pecado. E mais: temos o próprio Judá prostituindo-se (e caindo numa armadilha! - Gn 38.15-26). Temos, ainda, Acã, o perturbador de Israel, que pecou na coisa condenada (2.7 / Js 7). Curso de Preparação de Obreiros - Igreja Presbiteriana do Brasil


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6.3.2 - por outro lado, encontramos Etã, Hemã, Calcol e Dara. Notemos que, quando o Espírito Santo quis exaltar a sabedoria de Salomão, tomou estes quatro homens como base, dizendo que Salomão era ainda mais sábios do que eles! (1 Rs 4.31). Bem diz Pv10.1: "O filho sábio alegra a seu pai, mas o filho insensato é a tristeza de sua mãe"! 6.3.3 - e encontramos Naasom, que foi príncipe dos filhos de Judá! E, claro, Davi, o grande expoente da família, figura do Messias que viria mais tarde! - "...o rei Davi, do qual também, dando testemunho, disse: Achei a Davi, filho de Jessé, homem segundo o meu coração, que fará toda a minha vontade" (At 13.22). É interessante notarmos que, mesmo Davi, um tipo de Jesus, teve suas grandes e vergonhosas falhas. Assim, até os melhores expoentes de nossas famílias não passam de pecadores carentes da graça e misericórdia do SENHOR! Não há lugar para o chamado "orgulho de família" no reino de Deus! 6.4 - no capítulo 19.1-6 há uma lição muito interessante, que faremos bem em aprender! Nossas melhores e mais puras intenções poderão se mal interpretadas! Davi desejava demonstrar bondade e consideração por Hanum, o filho do recentemente falecido rei Naás. Todavia, seu gesto foi mal interpretado pelos conselheiros de Hanum, gerando grande dissabor. Guardemos deste episódio ainda outra lição: devemos tomar cuidado com os conselhos que recebemos! Nem sempre são bons. 6.5 - como temos a aprender com Davi no episódio narrado no capítulo 21! Quero enfatizar apenas algumas lições. Vejamos: 6.5.1 - mesmo os mais preciosos servos do SENHOR poderão tornar-se instrumento nas mãos de Satanás na execução de seus planos malignos! - "Então, Satanás se levantou contra Israel e incitou a Davi a levantar o censo de Israel" (v.1). Todo cuidado é pouco! 6.5.2 - se, por desventura, tal acontecer conosco, o que fazer? 6.5.2.1 - cabe-nos confessar o nosso pecado sem explicações e defesas - "Então, disse Davi a Deus: Muito pequei em fazer tal cousa; porém, agora, peço-te que perdoes a iniquidade de teu servo, porque procedi mui loucamente" (v.8). Davi não jogou a culpa sobre ninguém. Nem mesmo sobre Satanás! Tomou-a toda para si. Sem questionar. Sem explicar. E sem fugir! 6.5.2.2 - cabe-nos aceitar com humildade o castigo e/ou conseqüências do nosso pecado - "...seja, pois, a tua mão contra mim e contra a casa de meu pai e não para castigo do teu povo" (v.17); 6.5.2.3 - cabe-nos lançarmo-nos nas mãos do SENHOR, em plena confiança em Sua misericórdia e graça - "...Estou em grande angústia; caia eu, pois, nas mãos do SENHOR, porque são muitíssimas as suas misericórdias" (v.13); 6.5.2.4 - cabe-nos procurar poupar ao máximo as pessoas de sofrimentos conseqüentes do nosso pecado pessoal - "...Eu é que pequei, eu é que fiz muito mal; porém estas ovelhas que fizeram?..." (v.17).

I I CRÔNICAS 1. Propósito: em estreita conexão com o propósito do primeiro livro, 2 Crônicas ignora grandemente as atividades do reino do Norte (Israel), e apresenta-nos a história do reino do Sul (Judá), dando ênfase à vida dos reis piedosos e reformadores Asa, Josafá, Joás, Ezequias e Josias, que seguiram os passos do rei Davi, andando humildemente diante do SENHOR, e atraindo, consequentemente, Suas bênçãos sobre o povo. A obediência, a piedade e a humildade são bênçãos que geram bênçãos! 2. Palavra-Chave: "HUMILHAI-VOS!" 3. Versículo-Chave: "se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, orar e me buscar, e se converter dos seus maus caminhos, então eu ouvirei dos céus, perdoarei os seus pecados e sararei a sua terra" (7.14). 4. Mensagem Messiânica: o Templo, tão exaltado neste livro, é, em si mesmo, um belo tipo do Senhor Jesus! Ele era o símbolo da presença de Deus entre o Seu povo. O Senhor Jesus foi e é a própria presença de Deus entre nós! "Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho, e Ele será chamado pelo nome de Emanuel (que quer dizer: Deus Conosco)" - Mt 1.23; "E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a Sua glória, glória como do unigênito do Pai" - Jo 1.14. Curso de Preparação de Obreiros - Igreja Presbiteriana do Brasil


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A majestade e a santidade do Templo também apontavam para o Senhor Jesus, assim como os sacrifícios que nele eram oferecidos. "E maravilhavam-se os homens, dizendo: Quem é este que até os ventos e o mar lhe obedecem?" Mt 8.27; "Vendo isto, Simão Pedro prostrou-se aos pés de Jesus, dizendo: Senhor, retira-te de mim, porque sou pecador" Lc 5.8;"No dia seguinte, viu João a Jesus que vinha para ele, e disse: Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo!" - Jo 1.29. Todavia, é bom lembrarmos que o Templo é apenas um tipo do Senhor Jesus - "Aqui está quem é maior que o templo" - Mt 12.6. Um tipo que podia ser (e foi!) destruído, sem possibilidade de reconstrução imediata; diferentemente do Senhor Jesus, que disse: "Destruí este santuário, e em três dias o reconstruirei" - Jo 2.19. O mais lindo de tudo é que, no final, aquele tipo será totalmente banido, pois "nela não vi santuário, porque o seu santuário é o Senhor, o Deus Todo-Poderoso e o Cordeiro" - Ap 21.22. 5. Dados e Particularidades: 5.1 - 2 Crônicas mostra-nos que a adoração ao Deus Único no Templo era questão de sobrevivência para o povo judeu. Por isso mesmo, o livro começa com Salomão edificando o Templo, e termina com Ciro, o persa, decretando, 400 anos mais tarde, a sua restauração! 5.2 - o livro pode ser dividido em duas partes: 5.2.1 - capítulos 1 a 9: a glória de Salomão; 5.2.2 - capítulos 10 a 36: as oscilações, as reformas, o declínio sob o reinado dos 20 sucessores de Salomão e, finalmente, a deportação do povo para o Cativeiro. 5.3 - ligeiro panorama dos 20 sucessores de Salomão: 5.3.1 - Roboão: sob o seu governo houve a divisão do reino. Apesar de não ter sido um rei justo, humilhou-se diante do SENHOR, o qual reteve a Sua ira - "Tendo-se humilhado, apartou-se dele a ira do SENHOR para que não o destruísse de todo; porque em Judá ainda havia cousas boas"- 12.12; 5.3.2 - Abias: um reinado curto. Guerreou contra Jeroboão, rei de Israel, vencendo-o - "Assim foram humilhados os filhos de Israel naquele tempo; prevaleceram os filhos de Judá, porque confiaram no SENHOR Deus de seus pais. Abias perseguiu a Jeroboão, e lhe tomou cidades, Betel, Jesana e Efrom, com suas respectivas vilas" 13.18,19; 5.3.3 - Asa: destruiu altares idólatras, venceu os etíopes, restaurou o altar do SENHOR. Todavia, ao ver-se ameaçado por Israel, fez aliança com os sírios - "Naquele tempo veio Hanani a Asa, rei de Judá, e lhe disse: Porquanto confiaste no rei da Síria, e não confiaste no SENHOR teu Deus, o exército do rei da Séria escapou da tua mão...Porque, quanto ao SENHOR, seus olhos passam por toda a terra, para mostrar-se forte para com aqueles cujo coração é totalmente dele; nisto procedeste loucamente, por isso desde agora haverá guerras contra ti. Porém Asa se indignou contra o vidente, e o lançou no cárcere, no tronco, porque se enfurecera contra ele por causa disso; na mesma ocasião oprimiu Asa a alguns do povo" - 16.7,9,10; 5.3.4 - Josafá: trouxe grande reavivamento! Destruiu ídolos, ensinou ao povo a Palavra de Deus, confiou no SENHOR ao guerrear - "Tornou-se-lhe ousado o coração em seguir os caminhos do SENHOR, e ainda tirou os altos e os postes-ídolos de Judá" - 17.6; 5.3.5 - Jeorão: tornou-se genro do mau Acabe, rei de Israel. Induziu o povo à idolatria - "Era ele da idade de trinta e dois anos quando começou a reinar, e reinou oito anos em Jerusalém. E se foi sem deixar de si saudades..." - 21.20 5.3.6 - Acazias: tão perverso quanto seu pai, de quem era o filho mais moço (foi feito rei porque todos os seus irmãos mais velhos haviam sido mortos). Foi assassinado - "Fez o que era mau perante o SENHOR, como os da casa de Acabe; porque eles eram seus conselheiros depois da morte de seu pai, para a sua perdição" - 22.4; 5.3.7 - Atalia: da família de Acabe, era idólatra. Morreu assassinada, como seu filho e antecessor "Porque a perversa Atalia e seus filhos arruinaram a casa de Deus; e usaram todas as cousas sagradas da casa do SENHOR no serviço dos Baalins" - 24.7; 5.3.8 - Joás: o rei-menino (tinha sete anos quando começou a reinar!), foi fiel ao SENHOR enquanto viveu o sacerdote Joiada, seu tutor. Nesse período, restaurou o Templo e o culto ao SENHOR. Todavia, com a morte de Joiada, relaxou, permitindo que o povo voltasse à idolatria - "O Espírito de Deus se apoderou de Zacarias, filho do sacerdote Joiada, o qual se pôs em pé diante do povo, e lhes disse: Assim diz Deus: Por que transgredis os mandamentos do SENHOR de modo que não prosperais? Porque deixastes o SENHOR, também ele vos deixará. Curso de Preparação de Obreiros - Igreja Presbiteriana do Brasil


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Conspiraram contra ele, e o apedrejaram, por mandado do rei, no pátio da casa do SENHOR. Assim o rei Joás não se lembrou da beneficência que Joiada, pai de Zacarias, lhe fizera, porém matou-lhe o filho; este, ao expirar, disse: O SENHOR o verá, e o retribuirá" - 24.20-22; 5.3.9 - Amazias: serviu ao SENHOR, abandonando-O depois ao trocá-Lo pelos deuses de Edom, país vizinho. Derrotado por Israel, foi assassinado - "Fez ele o que era reto perante o SENHOR, não, porém com inteireza de coração... Vindo Amazias da matança dos edomitas, trouxe consigo os deuses dos filhos de Seir, tomou-os por seus deuses, adorou-os e lhes queimou incenso. Então a ira do SENHOR se acendeu contra Amazias, e mandou-lhe um profeta que lhe disse: Por que buscaste deuses que a seu povo não livraram das tuas mãos? Enquanto lhe falava o profeta, disselhe o rei: Acaso te pusemos por conselheiro do rei? Pára com isso. Por que teríamos de ferir-te? Então parou o profeta, mas disse: Sei que Deus resolveu destruir-te, porque fizeste isso, e não deste ouvidos ao meu conselho.., Depois que Amazias deixou de seguir ao SENHOR, conspiraram contra ele em Jerusalém, e ele fugiu para Laquis; porém enviaram após ele homens até Laquis, e o mataram ali" - 25.2,14-16,27; 5.3.10 - Uzias: começou bem o seu reinado, e foi muitíssimo abençoado. Infelizmente, ensoberbeceu-se, e desrespeitou a Lei, decidindo oferecer incenso no Templo, o que era privilégio privativo dos sacerdotes. Terminou os seus dias leproso - "Mas, havendo-se já fortificado, exaltou-se o seu coração para a sua própria ruína, e cometeu transgressões contra o SENHOR, seu Deus, porque entrou no templo do SENHOR para queimar incenso no altar do incenso... Assim ficou leproso o rei Uzias até ao dia da sua morte; e morou, por ser leproso, numa casa separada, porque foi excluído da casa do SENHOR" - 26.16,21; 5.3.11 - Jotão: foi um bom rei! - "Fez o que era reto perante o SENHOR, segundo tudo o que fizera Uzias, seu pai, exceto que não entrou no templo do SENHOR... Assim Jotão se foi tornando mais poderoso, porque dirigia os seus caminhos segundo a vontade do SENHOR seu Deus" - 27.2,6; 5.3.12 - Acaz: rei perverso e idólatra, foi oprimido pelos inimigos - "Andou nos caminhos dos reis de Israel, e até fez imagens fundidas a Baalins... No tempo da sua angústia cometeu ainda maiores transgressões contra o SENHOR; ele mesmo, o rei Acaz. Pois ofereceu sacrifícios aos deuses de Damasco, que o feriram, e disse: Visto que os deuses dos reis da Síria os ajudam, eu lhes oferecerei sacrifícios para que me ajudem a mim. Porém eles foram a sua ruína, e a de todo o Israel. Ajuntou Acaz os utensílios da casa de Deus, fê-los em pedaços e fechou as portas da casa do SENHOR; e fez para si altares em todos os cantos de Jerusalém. Também em cada cidade de Judá fez altos para queimar incenso a outros deuses; assim provocou à ira o SENHOR, Deus de seus pais" - 28.2,22-25; 5.3.13 - Ezequias: restaurou o Templo e destruiu os altares construídos por Acaz, seu pai. Por causa de sua retidão, o SENHOR preservou Judá de ser tomada pela Assíria - "Fez o que era reto perante o SENHOR, segundo tudo quanto fizera Davi seu pai" - 29.2; 5.3.14 - Manassés: o pior de todos os reis que teve Judá. Idólatra ao extremo. Todavia, arrependeu-se quando caiu cativo nas mãos dos assírios. O SENHOR o trouxe de volta, e ele promoveu certa reforma. Infelizmente, já tarde demais! - "...tornou a edificar os altos que Ezequias, seu pai, havia derribado, levantou altares aos Baalins, fez postes-ídolos, e se prostrou diante de todo o exército dos céus, e o serviu. Edificou altares na casa do SENHOR, da qual o SENHOR tinha dito: Em Jerusalém porei o meu nome para sempre... E queimou seus filhos como oferta, no vale do filho de Hinom, adivinhava pelas nuvens, era agoureiro, praticava feitiçaria, e tratava com necromantes e feiticeiros, prosseguiu em fazer o que era mau perante o SENHOR, para o provocar à ira...[Além disso Manassés derramou muitíssimo sangue inocente, até encher a Jerusalém de um ao outro extremo, afora o seu pecado, com que fez pecar a Judá, praticando o que era mau perante o SENHOR - 2 Rs 21.16]. Manassés fez errar a Judá e os moradores de Jerusalém, de maneira que fizeram pior do que as nações que o SENHOR tinha destruído de diante dos filhos de Israel... Restaurou o altar do SENHOR, sacrificou sobre ele ofertas pacíficas e de ações de graça, e ordenou a Judá que servisse ao SENHOR Deus de Israel. Contudo o povo ainda sacrificava nos altos, mas somente ao SENHOR seu Deus" 33.3,4,6,9,16; 5.3.15 - Amom: seguiu o mau exemplo de seu pai. Morreu assassinado - "Fez o que era mau perante o SENHOR, como fizera Manassés, seu pai; porque Amom fez sacrifício a todas as imagens de escultura que Manassés, seu pai, tinha feito, e as serviu. Mas não se humilhou perante o SENHOR, como Manassés, seu pai, se humilhara; antes Amom se tornou mais e mais culpável. Conspiraram contra ele os seus servos e o mataram em sua casa" - 33.22-24; 5.3.16 - Josias: promotor de um grande reavivamento em Judá! Em seu tempo, o Livro da Lei foi encontrado. E obedecido. Celebrou a Páscoa - "Fez o que era reto perante o SENHOR, andou em todo o caminho de seu pai Davi e não se desviou nem para a direita nem para a esquerda" - 34.2; 5.3.17 - Jeoacaz: reinado curto, de apenas três meses. Contudo, dele a Palavra afirma: "Fez o que era mau perante o SENHOR, segundo tudo o que fizeram seus pais" - 2 Rs 23.32;

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5.3.18 - Jeoaquim: irmão de Jeoacaz, dois anos mais velho que ele. Nomeado rei por imposição de faraó Neco, do Egito - "...Fez o que era mau perante o SENHOR, seu Deus" - 36.5. Conforme aprendemos em 36.8, cometeu abominações; 5.3.19 - Joaquim - também teve um reinado curto: somente três meses. E dele também a Palavra testifica: "Fez o que era mau perante o SENHOR" - 36.9; 5.3.20 - Zedequias: o último rei de Judá - "Fez o que era mau perante o SENHOR seu Deus, e não se humilhou perante o profeta Jeremias, que falava da parte do SENHOR. Rebelou-se também contra o rei Nabucodonozor, que o tinha ajuramentado por Deus; mas endureceu a sua cerviz, e tanto se obstinou no seu coração, que não voltou ao SENHOR, Deus de Israel. Também todos os chefes dos sacerdotes e o povo aumentavam mais as transgressões, segundo todas as abominações dos gentios; e contaminaram a casa que o SENHOR tinha santificado em Jerusalém. O SENHOR, Deus de seus pais, começando de madrugada, falou-lhes por intermédio dos seus mensageiros, porque se compadecera do seu povo e da sua própria morada. Eles, porém, zombavam dos mensageiros, desprezavam as palavras de Deus e mofavam dos seus profetas até que subiu a ira do SENHOR contra o seu povo, e não houve remédio algum" - 36.12-16. 5.4 - o livro cobre um período extenso de tempo na história de Israel/Judá (433 anos!). Os capítulos 1 a 9 cobrem os 40 anos do reinado de Salomão (971 a 931 a.C.). E os capítulos restantes cobrem os 393 anos de reinado dos demais reis (931 a 538 a.C.). 5.5 - a profecia de Jeremias (36.21 / Jr 29.10) de que haveria um cativeiro de 70 anos, cumpre-se de maneira dupla: 5.5.1 - cativeiro político - Jerusalém é "destronada" - 605 a 536 a.C.; 5.5.2 - cativeiro espiritual - o Templo é destruído em 586 a.C. e só vai ser completamente reconstruído em 516 a.C. A Palavra do SENHOR por boca dos Seus servos cumpriu-se cabalmente! Aliás, Sua Palavra sempre irá cumprir-se! 6. Lições: 6.1 - o livro de Daniel ensina que "...é Ele quem...remove reis e restabelece reis" (Dn 2.21). De fato! Quanta oposição e luta houve para que Salomão não se tornasse rei de Israel (tal como também acontecera com Davi, seu pai). Todavia, o propósito de Deus foi cumprido, pois Salomão era o escolhido dEle. E seria rei, ainda que muitos tentassem impedi-lo! Nada pode barrar os desígnios de Deus! Consciente disso, Salomão começou o seu reinado em grande submissão e temor Àquele que o escolhera! 6.2 - com Roboão (capítulo 10) aprendemos quão presunçosos podemos ser nos dias da nossa mocidade! Achamos que sabemos melhor do que os que foram antes de nós. Isso é muito perigoso! Foi o pai dele mesmo que, movido pelo Espírito, aconselhou: "O filho sábio ouve a instrução do pai, mas o escarnecedor não atende à repreensão" - Pv 13.1. 6.3 - com Josafá (capítulo 20) aprendemos que podemos sentir medo ante as dificuldades que surgem em nosso caminho; todavia, temos recurso: 6.3.1 - podemos buscar o SENHOR! - v.3; 6.3.2 - podemos esperar no SENHOR! - v.12; 6.3.3 - podemos vencer no SENHOR! - v.22,27. 6.4 - com o rei Ezequias aprendemos uma lição solene sobre o que é, realmente, a natureza humana. Sem dúvida, Ezequias foi um dos mais preciosos reis que teve Judá. Restaurou o Templo, celebrou a Páscoa, confiou no SENHOR quando severamente ameaçado e humilhado pelos assírios, recebeu a bênção da cura física... "Contudo quando os embaixadores dos príncipes de Babilônia lhe foram enviados para se informarem do prodígio que se dera naquela terra, Deus o desamparou, para prová-lo e fazê-lo conhecer tudo o que lhe estava o coração" - 33.31. E o que estava em seu coração? Um certo envaidecimento, com certeza... Um certo "compromisso com o ego". E isso afronta a glória do SENHOR, de quem recebemos tudo! Todas as nossas vitórias são dEle, exclusivamente dEle! Como precisamos vigiar a nossa velha e soberba natureza! 6.5 - 2 Crônicas termina com uma lição tremenda - leia 36.17-23. O SENHOR pune severamente, em cumprimento à Sua Palavra e satisfazendo a Sua justiça e santidade. Todavia, Sua misericórdia é sem fim, e Ele sempre estende a mão para restaurar e abençoar a Sua herança. ALELUIA!!! Curso de Preparação de Obreiros - Igreja Presbiteriana do Brasil


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ESDRAS 1. Propósito: o livro de Esdras inicia com os mesmos dois versículos com que 2 Crônicas é finalizado, o que indica continuidade da narrativa. Aliás, os livros de Esdras, Neemias e Ester encerram o relato da história do povo de Deus no Velho Testamento. Esdras, particularmente, tem como propósito mostrar como o SENHOR cumpriu a Sua promessa feita através do profeta Jeremias (Jr 29.10-14), de que traria o Seu povo de volta à terra, após 70 anos de exílio, reconstruindo o Templo, a cidade de Jerusalém, e o Seu povo. 2. Palavra-Chave: "RECONSTRUÇÃO" 3. Versículo-Chave: "Então se levantaram os cabeças de famílias de Judá e de Benjamim, e os sacerdotes e os levitas, com todos aqueles cujo espírito Deus despertou, para subirem a edificar a casa do SENHOR, a qual está em Jerusalém" (1.5). 4. Mensagem Messiânica: o livro como um todo aponta para a obra de reconstrução que o Senhor Jesus veio realizar na vida de uma humanidade decaída e afastada da comunhão com o seu Criador. Todavia, também será bom lembrar que Esdras mostra-nos como o SENHOR cumpriu Sua promessa messiânica, mantendo viva a descendência de Davi, da qual nasceria o Messias. Zorobabel era neto de Jeconias (compare 1 Cr 3.17-19 com Mt 1.12,13). 5. Dados e Particularidades: 5.1 - a volta do exílio babilônico, também chamada de o segundo êxodo, é menos impressionante que o êxodo (propriamente dito), em que o povo de Israel saiu inteiro do Egito, rumando para a Terra Prometida. É provável que mais de um milhão de judeus residissem na Babilônia nesta época. Todavia, somente um grupo de cerca de 50 mil pessoas voltou. Somente um remanescente fiel decidiu abandonar a estabilidade do seu status quo para enfrentar a dureza de uma viagem de 1600 km rumo a uma terra onde tudo estava por se reconstruído! 5.2 - o retorno do povo deu-se em três fases distintas: 5.2.1 - com Zorobabel (o maior grupo), por volta de 538 a.C.; 5.2.2 - com Esdras (grupo bem menor), por volta de 457 a.C.; 5.2.3 - com Neemias, em 444 a.C. 5.3 - Esdras relata a história do retorno do povo com Zorobabel, que teve como objetivo principal a reconstrução do Templo (capítulos 1 a 6). E relata o retorno de um segundo grupo, sob sua liderança, que teve como missão principal levar o povo a uma renovação em sua vida espiritual (capítulos 7 a 10). Entre essas duas etapas, passaram-se 81 anos! E, nesse período, aconteceram os fatos narrados no livro de Ester. Depois disso, veio Neemias. 5.4 - durante a época em que ocorreram os fatos historiados neste livro, viveram: 5.4.1 - na Índia, Gautama Buddha; 5.4.2 - na China, Confúcio; 5.4.3 - na Grécia, Sócrates. Portanto, este foi um período muito importante na história da humanidade. É bom lembrarmos que, enquanto outros povos seriam contaminados por filosofias meramente humanas, o SENHOR preparava o Seu povo, abrindo o caminho para a chegada do Messias! ALELUIA!!! 5.5 - Ciro, o persa, venceu os babilônios em 539 a.C. Já no ano seguinte, baixou um decreto permitindo aos judeus a volta à sua terra. Zorobabel liderou o primeiro grupo que, em 536 a.C. deu início à reconstrução do Templo. Dois anos depois, essa obra de reconstrução foi interrompida, e somente 14 anos mais tarde (em 520 a.C.) é que, sob a influência do ministério de Ageu e Zacarias, foi reiniciada. A reconstrução do Templo foi terminada em 515 a.C. 6. Lições: 6.1 - o nome Esdras é a forma aramaica de Ezer, que significa "Socorro", ou talvez, "o SENHOR socorre". Este descendente direto da família sacerdotal (7.1-5), foi um homem totalmente dedicado ao SENHOR e à Sua Curso de Preparação de Obreiros - Igreja Presbiteriana do Brasil


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obra. Vejamos o testemunho: "Porque Esdras tinha disposto o coração para buscar a lei do SENHOR e para a cumprir e para ensinar em Israel os seus estatutos e os seus juízos" (7.10). "Dispor o coração" significa: arrumar o coração; organizar o coração; determinar ao coração; preparar o coração; inclinar o coração; convencer o coração; consagrar o coração! Assim, Esdras dispôs o coração a: 6.1.1 - buscar a lei do SENHOR; 6.1.2 - cumprir a lei do SENHOR; 6.1.3 - ensinar a lei do SENHOR. Sua vida foi, de fato e de verdade, um testemunho fiel de que "o SENHOR socorre"! E o SENHOR só pode socorrer um povo através de homens dispostos a buscar, cumprir e ensinar Sua Palavra! 6.2 - é interessante observarmos neste livro como os líderes das nações estão à disposição da vontade soberana de Deus em Seus planos para com o Seu povo! Bem diz Pv 21.1 - "Como ribeiros de águas, assim é o coração do rei na mão do SENHOR; este, segundo o seu querer, o inclina". Esdras mostra-nos o nosso Deus inclinando o coração de vários governantes incrédulos (Ciro, Dario, Artaxerxes - capítulos 1,4,6 e 7), para favorecerem o Seu povo e fazerem cumprir o Seu plano! 6.3 - aprendemos aqui, também, que podemos enfrentar oposição (e como!!!), porém, a boa mão do SENHOR acaba sempre agindo em favor dos Seus filhos. No caso, os samaritanos levantaram-se contra o povo de Deus e, durante 15 anos, conseguiram prevalecer; todavia, o SENHOR usou até mesmo um rei incrédulo (Dario) para favorecer o Seu povo e, no tempo dEle, animou-o por meio dos Seus profetas, levando-o a terminar a obra de reconstrução do Templo. 6.4 - a minha lição predileta deste livro está em 8.21-23. Vamos associar a verdade ensinada aqui a Pv 29.25, que diz: "Quem teme ao homem arma ciladas, mas o que confia no SENHOR está seguro". E mais: "Muitos buscam o favor do que governa, mas para o homem a justiça vem do SENHOR" (Pv 29.26). 6.5 - no capítulo 9 vemos a postura de Esdras diante do pecado e também diante da santidade de Deus! Que maravilha! É essa a sua postura, também?

NEEMIAS 1. Propósito: Zorobabel reconstruiu o Templo. Oitenta anos depois, Esdras iniciou a restauração do povo em sua vida espiritual. Treze anos mais tarde, Neemias chegou a Jerusalém para ajudar Esdras em seu ministério, tendo como prioridade a restauração política e geográfica do reino. Jerusalém era (e é) a capital política e espiritual do povo judeu. E estava desprotegida, à mercê do inimigo que a circundava. Neemias chegou para restaurá-la como cidade, restabelecendo a sua autoridade civil, dando-lhe "status" de cidade forte e bem firmada, por ter uma Aliança irrevogável com o SENHOR. Essa obra iria também influir na restauração espiritual do povo 2. Palavra-Chave: "RESTAURAÇÃO" 3. Versículo-Chave: "Acabou-se, pois, o muro aos vinte e cinco dias do mês de elul, em cinqüenta e dois dias. Sucedeu que, ouvindo-o todos os nossos inimigos temeram, todos os gentios nossos circunvizinhos, e decaíram muito no seu próprio conceito; porque reconheceram que por intervenção de nosso Deus é que fizemos esta obra" (6.15,16). 4. Mensagem Messiânica: Neemias é um lindo tipo do Senhor Jesus, Aquele que veio restaurar! Ele assemelhase ao Messias sob vários aspectos. Vejamos alguns: 4.1 - Neemias deixou de lado uma posição de honra e conforto ao lado do rei, a fim de identificar-se com o seu povo em suas fraquezas, lutas e sofrimento. O Senhor Jesus deixou a Sua posição de honra à destra do Pai, e veio ao mundo identificar-Se com a fraqueza, lutas e sofrimento humanos; 4.2 - Neemias se propôs cumprir uma missão específica, lutando arduamente até atingir seu objetivo. O Senhor Jesus propôs em Seu coração salvar-nos. Lutou arduamente - até à morte, e morte de cruz! - e não desistiu, até ver atingido o Seu objetivo! ALELUIA!!! 4.3 - a vida de Neemias foi caracterizada por uma dependência completa do Pai. Também o Senhor Jesus teve Sua vida terrena caracterizada por completa dependência e obediência ao Pai! Curso de Preparação de Obreiros - Igreja Presbiteriana do Brasil


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4.4 - Neemias gozava da plena confiança do rei. O Senhor Jesus gozava da plena confiança do Pai. 5. Dados e Particularidades: 5.1 - Neemias, "consolo do SENHOR", na qualidade de copeiro do rei Artaxerxes I, ocupava uma posição de muita responsabilidade. Cabia a ele experimentar o vinho que o rei tomava, a fim de evitar que este fosse assassinado por envenenamento. O cargo de copeiro só era ocupado por pessoas da completa confiança do rei. 5.2 - Artaxerxes I foi enteado da rainha Ester. Governou de 464 a 423 a.C. Neemias, que era seu copeiro, saiu da Pérsia no vigésimo ano do seu reinado (2.1), retornando no trigésimo segundo ano (13.6). Depois de "certo tempo" (13.6), Neemias retornou para Jerusalém. E foi aí que seu livro foi completado. 5.3 - em 52 dias Neemias conseguiu restaurar as muralhas de Jerusalém. Este fato demonstra: 5.3.1 - o extremo zelo e dedicação com que ele dirigiu a obra; 5.3.2 - o agir sobrenatural do SENHOR em favor do Seu povo! 5.4 - Neemias governou Jerusalém de 444 a 432 a.C. (5.14; 8.8; 10.1; 13.6). Chegou lá treze anos depois de Esdras. Em seu governo, demonstrou coragem, compaixão, integridade, piedade, desprendimento (deixou o conforto e as "mordomias" de sua vida no palácio - sede do governo do império mais importante do mundo de sua época - para ajudar o seu povo!). 5.5 - neste livro, tudo é restaurado, menos o rei. O Templo já fora reconstruído. Jerusalém foi restaurada. A Aliança foi renovada. O povo passou por grande transformação. 5.5.1 - restauração dos muros - caps. 1 a 7; 5.5.2 - restauração do povo - caps. 8 a 13. Ficou faltando apenas a restauração do reinado... O Rei iria surgir somente 400 anos mais tarde! 6. Lições: 6.1 - (1.4) - uma grande obra começa quando há o coração de um homem que toma as seguintes decisões: 6.1.1 - de amar genuinamente a obra do SENHOR; 6.1.2 - de jejuar; 6.1.3 - de orar. 6.2 - (2.4) - muitas vezes jogamos fora grandes oportunidades em nossa vida, porque na "hora h", decidimos agir por conta própria, fazendo o que nos parece mais certo e melhor. Neemias, no momento-chave, orou a Deus, para não agir pelo "consenso", ou "bom senso", mas pela direção divina! 6.3 - (2.17,18) - uma grande obra se realiza depois de: 6.3.1 - cuidadosa investigação e análise dos fatos; 6.3.2 - encorajarmos as pessoas a participarem. 6.4 - (4.23) - a grande estratégia para realizarmos a obra e termos vitória sobre o inimigo é: vigilância constante! Ninguém pode sair por aí despreocupadamente... 6.5 - (13.15-22) - até onde tem ido o seu zelo pelo dia do SENHOR?

ESTER 1. Propósito: narrando a história de como uma obscura jovem judia tornou-se esposa do rei da Pérsia e foi instrumento de Deus para a preservação do seu povo, o livro de Ester (ao lado de Rute, único livro da Bíblia com nome de mulher) tem como propósito mostrar-nos os caminhos da providência de Deus em favor dos Seus escolhidos. Curso de Preparação de Obreiros - Igreja Presbiteriana do Brasil


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2. Palavra-Chave: "PROVIDÊNCIA" 3. Versículo-Chave: "Porque, se de todo te calares agora, de outra parte se levantará para os judeus socorro e livramento, mas tu e a casa de teu pai perecereis; e quem sabe se para tal conjuntura como esta é que foste elevada a rainha?" (4.14). 4. Mensagem Messiânica: neste livro observamos mais uma tentativa de Satanás no sentido de destruir o povo de Deus e, consequentemente, exterminar a linhagem messiânica. Mas, por Sua providência, o Senhor mantém vivos o Seu povo e a família da qual viria o Messias! Ester, como pessoa, também é um belo tipo do Senhor Jesus. Vejamos: 4.1 – dispôs-se a morrer pelo seu povo, na tentativa de salvá-lo (4.16). Por Sua vez, o Senhor Jesus morreu pelos Seus, a fim de conquistar-lhes a salvação! (Rm 5.7). Aleluia!!! 4.2 - tornou-se advogada do seu povo, intercedendo por ele junto ao rei (7.3,4). O Senhor Jesus é o nosso Advogado, vivendo sempre para interceder por nós (1 Jo 2.1; Hb 7.25). 5. Dados e Particularidades: 5.1 - o nome Ester provavelmente foi derivado de Stara, a palavra persa que significa Estrela. No hebraico, o nome dessa rainha é Hadassah, nome dado a um arbusto cujos ramos são perfumados, e que produz um óleo medicinal. Esse arbusto, que pode atingir até dois metros de altura e cujas folhas permanecem verdes o ano inteiro, também chama-se Murta (de onde vem, entre nós, o nome feminino Mirtis). 5.2 - como já sabemos, os acontecimentos narrados neste livro ocorreram entre a ida de Zorobabel para a Palestina com o primeiro grupo de judeus, e a ida de Esdras, com o segundo grupo. Assuero, também conhecido como Xerxes, reinou sobre a Pérsia entre 486 e 464 a.C., e o salvamento dos judeus ocorreu cinco anos após o início do seu reinado, ou seja, em 473 a.C. 5.3 - o livro de Ester pode ser dividido, de acordo com o assunto, em duas partes: 5.3.1 - capítulos 1 a 4: a oposição aos judeus; 5.3.2 - capítulos 5 a 10: a vitória dos judeus. 5.4 - este é o único livro da Bíblia que nos fala da vasta maioria de judeus que escolheram permanecer na Babilônia, em vez de voltarem para a Palestina após os setenta anos do cativeiro. A nova geração, já nascida na Babilônia, manteve, sob muitos aspectos, as tradições de seus pais; todavia, não quis deixar a segurança do que já conseguira conquistar, pelas incertezas de uma terra onde tudo estava por ser refeito! 5.5 - a palavra Purim, vem de sorte. Hamã teria lançado sorte para saber qual a melhor data para realizar o extermínio dos judeus. Sendo, pela boa e providencial mão do SENHOR, desmascarado, Hamã foi morto, e o seu "dia de sorte" transformou-se num dia de festa para os judeus, seus inimigos! Comemorado anualmente até hoje, ocasião em que se lê o livro de Ester, o Purim comemora o livramento operado pelo SENHOR em favor do Seu povo! 6. Lições: 6.1 - Deus usa pessoas simples para realizarem tarefas humanamente impossíveis! Ester era uma jovem simples, que vivia obscuramente em casa de seu primo, por ser órfã. O SENHOR a tirou de lá, através do simulacro de um concurso de beleza, para usá-la na salvação de Seu povo! Os caminhos de Deus são, de fato, muito misteriosos, e muito mais altos que os nossos! - "Porque os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos os meus caminhos, diz o SENHOR... pelo contrário, Deus escolheu as cousas loucas do mundo para envergonhar os sábios, e escolheu as cousas fracas do mundo para envergonhar as fortes; e Deus escolheu as cousas humildes do mundo, e as desprezadas, e aquelas que não são, para reduzir a nada as que são..". - Is 55.8; 1 Co 1.27,28. Bem podemos dizer: "Verdadeiramente tu és Deus misterioso, ó Deus de Israel, ó Salvador" - Is 45.15. 6.2 - diz Eclesiastes: "Lança o teu pão sobre as águas, porque depois de muitos dias o acharás" - 11.1. Mordecai não sabia, ao receber a órfã Ester em sua casa, que estaria criando a futura esposa do rei da Pérsia, instrumento para a libertação do seu povo, e instrumento para que ele mesmo viesse a ser homem honrado e exaltado no reino persa! Digo a você; lance o seu pão sobre as águas; depois de muitos dias, a recompensa virá! Misteriosamente! Providencialmente! Curso de Preparação de Obreiros - Igreja Presbiteriana do Brasil


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6.3 - há muito valor em jejuarmos em tempos de crise: "Vai, ajunta a todos os judeus que se acharem em Susã, e jejuai por mim, e não comais nem bebais por três dias, nem de noite nem de dia; eu e as minhas servas também jejuaremos. Depois irei ter com o rei, ainda que é contra a lei..." - 4.16. 6.4 - Ester não era apenas bela: era sábia! - "Enganosa é a graça e vã a formosura, mas a mulher que teme ao SENHOR, essa será louvada" - Pv 31.30. Cuidado para não preocupar-se muito com o exterior, sem cuidar do mais importante: o seu interior! 6.5 - o mal que intentamos fazer contra pessoas justas acaba caindo sobre nós mesmos! - "Enforcaram, pois, a Hamã na forca, que ele tinha preparado para Mordecai..". - 7.10.

JÓ 1. Propósito: Jó é o primeiro dos chamados livros poéticos* ou de sabedoria (os demais são: Salmos, Provérbios, Eclesiastes e Cantares). Trata-se de um poema histórico, que narra fatos (Ez 14.14,20; Tg 5.11) ocorridos na vida de um dos homens mais conhecidos de seu tempo. Utilizando-se desses fatos o Espírito Santo usa este livro para responder uma pergunta-chave que todos nós fazemos: Por que sofrem os justos, se Deus é amor e tem todo o poder? Através do sofrimento e exaltação de Jó aprendemos que Deus é soberano - faz o que quer, como quer, quando quer, e em tudo manifesta a Sua santíssima glória! Ele é merecedor de ser honrado e adorado em tudo e por tudo o que faz! Aleluia!!! * Nota: os livros poéticos tratam das cinco grandes questões enfrentadas pela humanidade em todos os tempos: 1.1 - a questão do sofrimento; 1.2 - a questão do nosso relacionamento com Deus; 1.3 - a questão do nosso comportamento geral; 1.4 - a questão do verdadeiro objetivo da vida; 1.5 - a questão do amor conjugal. É muito precioso notarmos que o Senhor Jesus é a resposta para todas essas questões: Ele é o Servo Sofredor, o Filho de Deus, o Bom Pastor, A Verdade e o Noivo! ALELUIA!!! 2. Palavra-Chave: "SOBERANIA" 3. Versículo-Chave: "Então respondeu Jó ao SENHOR: Bem sei que tudo podes, e nenhum dos teus planos pode ser frustrado" (42.1,2). 4. Mensagem Messiânica: o livro levanta questões que só encontram resposta completa e satisfatória na pessoa do Senhor Jesus. Por exemplo: Jó demonstra sua necessidade de um Mediador (9.33). Também coloca a questão de que Deus não podia sentir a vida do ponto-de-vista de um ser humano (10.4-6). Isso tudo se realiza em Jesus, o Mediador (1 Tm 2.5) e grande Servo Sofredor (Jo 1.14; Is 53.4,5; Hb 4.15). Por outro lado, em Jó temos uma das mais lindas declarações de fé no Redentor que viria: 19.25-27. ALELUIA!!! 5. Dados e Particularidades: 5.1 - onde ficava a terra de Uz, onde Jó vivia? Na fronteira entre a Palestina e a Arábia. De acordo com Lm 4.21, essa terra ficava próxima a Edom, a sudeste do Mar Morto, ao norte da Arábia, perto, também, de Midiã, onde Moisés viveu durante quarenta anos. 5.2 - talvez Jó seja o livro mais antigo da Bíblia, em termos da época em que foi escrito. Crê-se que Jó tenha sido contemporâneo dos Patriarcas. Isso, pelas seguintes razões: 5.2.1 - terminado o seu período de sofrimento, Jó viveu 140 anos (42.16). É provável que, ao todo, tenha vivido cerca de 200 anos, o que era comum no período patriarcal - Abraão viveu 175 anos - Gn 25.7. 5.2.2 - a riqueza de Jó era avaliada em função do gado que possuía (1.3; 42.12) e não em função de ouro ou prata. Essa também é uma característica do período dos Patriarcas. Curso de Preparação de Obreiros - Igreja Presbiteriana do Brasil


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5.2.3 - Jó, à semelhança dos Patriarcas, era o sacerdote de sua família, oferecendo sacrifícios em favor dos seus. 5.2.4 - não há, em todo o livro, qualquer referência a Israel, ao Êxodo, à Lei ou ao Tabernáculo. 5.2.5 - o nome Shaddai (o Todo-Poderoso), característico deste período, é usado 31 vezes neste livro, ao passo que só aparece 17 vezes nos outros livros do Velho Testamento. 5.3 - o drama do livro se desenvolve da seguinte maneira: 5.3.1 - há um debate nas regiões celestes entre Deus e Satanás 5.3.2 - três ciclos de debates entre Jó e seus amigos 5.3.3 - a palavra final, da parte de Deus 5.3.4 - Jó reconhece a soberania de Deus em sua vida, e recebe sua recompensa. 5.4 - as diversas defesas proferidas por Jó são bem mais longas que as acusações proferidas por seus amigos. Seu último discurso vai dos capítulos 27 ao 31. Só então é que fala Eliú (32-37), o amigo mais jovem, que, aliás, tinha a perspectiva mais clara da verdade do que estava ocorrendo. Eliú diz a Jó que se humilhe, pois Deus está trabalhando em sua vida. Só Eliú não é confrontado por Jó! 5.5 - Deus faz dois discursos, no final de tudo. No primeiro, revela o Seu poder e sabedoria na qualidade de Criador e Sustentador do universo. Esse discurso leva Jó a reconhecer sua ignorância e insignificância (40.3,4). No segundo, Ele revela a Jó Sua autoridade soberana, o que o leva ao arrependimento (42.1-6). 6. Lições: 6.1 - precisamos ter um conceito mais amplo e claro do Ser de Deus. Dessa forma, aprendemos a confiar em Sua bondade, poder e amor, também enquanto atravessamos o vale da sombra da morte. 6.2 - (42.6) - mesmo o homem mais reto e inimputável, ao conhecer, de fato, a santidade e grandiosidade de Deus, é obrigado a arrepender-se e abominar-se. 6.3 - apesar de os amigos de Jó terem chegado a conclusões errôneas em seu raciocínio e discursos, eles possuíam algumas qualidades muito preciosas: 6.3.1 - de todos os conhecidos de Jó, foram os únicos a ir ficar com ele, em seu terrível sofrimento 6.3.2 - demonstraram empatia para com ele, permanecendo em silêncio durante sete dias, contemplando o seu sofrimento. (Muitas vezes, a melhor coisa é ficar calado, em silêncio. Nossas palavras só pioram a situação). 6.3.3 - eram amigos de verdade: confrontaram Jó face a face no que achavam que ele estava errado, sem ficar falando por trás! 6.4 - sempre que passamos por um processo de sofrimento muito grande, corremos o risco de ter a mesma atitude de Jó: 6.4.1 - achar que Deus não está nos ouvindo (13.24; 19.7) 6.4.2 - achar que Deus está nos castigando demais (9.17) 6.4.3 - achar que Deus é injusto, pois dá prosperidade ao perverso (21.7) 6.5 - será muito saudável relermos, de quando em quando, o capítulo 14, para meditarmos na brevidade da nossa vida aqui neste mundo!

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SALMOS 1. Propósito: talvez este seja o livro mais lido de toda a Bíblia. Composto por 150 poemas (eram cantados pelo povo judeu), toca em todas as áreas da vida humana de um modo muito pessoal e prático. Seu propósito é levar as pessoas a louvarem a Deus, pois Ele é digno - por tudo o que é, fez, faz e fará! Sua bondade dura para sempre! 2. Palavra-Chave: "LOUVOR" 3. Versículo-Chave: "Todo ser que respira louve ao SENHOR. Aleluia!" (150.6). 4. Mensagem Messiânica: o próprio Senhor Jesus ensinou que muitas coisas ditas nos Salmos referem-se à Sua pessoa (Lc 24.44). De fato, diversos salmos anunciam, de forma clara e bem específica, a vinda, vida e ministério do Messias (o Ungido) - o Senhor Jesus Cristo. Eis alguns exemplos: o Salmo 22, que mostra o sofrimento do Senhor Jesus; o 118, que O aponta como a pedra angular (v.22 / Mt 21.42), e como Aquele que veio em nome do Senhor (v. 26 / Mt 21.9). Algumas outras profecias dos salmos, cumpridas em Jesus: 2.7 / Mt 3.17; 8.6 / Hb 2.8; 16.10 / Mc 16.6,7. 5. Dados e Particularidades: 5.1 - dos 150 salmos, o Espírito Santo de Deus usou Davi para escrever 75; Asafe, 12; os filhos de Coré, 10; Salomão, 2; Moisés, 1; Hemã, 1; Etã, 1. Não sabemos quem Ele usou para escrever os outros 50! 5.2 - os Salmos são divididos em 5 livros: 5.2.1 - livro I - cânticos de louvor - 1 a 41 5.2.2 - livro II - cânticos voltados mais para a nação de Israel - 42 a 7 5.2.3 - livro III - cânticos voltados mais para a nação de Israel - 73 a 89 5.2.4 - livro IV - cânticos de louvor - 90 a 106 5.2.5 - livro V - cânticos de louvor - 107 a 150 5.3 - ao tentarmos interpretar os salmos, é preciso termos em mente 5.3.1 - quando houver no cabeçalho a indicação de que esse salmo está ligado a um fato histórico, sua interpretação deve ser feita à luz desse fato; 5.3.2 - alguns salmos referem-se a aspectos bem definidos da vida religiosa do povo judeu (5.7; 66.13; 68.24,25). Esses aspectos devem ser compreendidos, e irão nos ajudar a compreender melhor o salmo; 5.3.3 - como já vimos, muitos salmos são messiânicos, ou seja, antevêem aspectos da vida do Messias. Eles se cumprem na pessoa do Senhor Jesus. Todavia, é preciso tomar cuidado para não forçarmos interpretações messiânicas onde estas não são claras! 5.4 - há cinco tipos de salmos messiânicos: 5.4.1 - Tipicamente messiânicos - onde o sujeito do salmo, em alguns aspectos, é um tipo de Cristo - 34.20; 69.4; 5.4.2 - Tipicamente proféticos - onde o salmista descreve sua situação presente, mas essa situação extrapola o tempo, e preanuncia o que será historicamente concreto e completo em Jesus - 22; 5.4.3 - Indiretamente messiânicos - referem-se a um rei, ou à casa de Davi; todavia, sua mensagem plena aponta para a pessoa de Jesus - 2; 45; 72; 5.4.4 - Completamente proféticos - referem-se completamente a Jesus, sem qualquer referência a qualquer outra pessoa da família de Davi - 110; 5.4.5 - Do Reino - anunciam a chegada do Messias e a consumação do Seu reino - 96 a 99. 5.5 - das 283 citações que o Novo Testamento traz do Velho Testamento, 116 são dos Salmos!

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6. Lições: 6.1 - "CONFIA" - esta é a lição mais presente no livro de Salmos. Na alegria e na tristeza; na saúde ou na dor; somos chamados a confiar inabalavelmente no SENHOR - 55.22. 6.2 - "ESPERA" - esta é outra lição muito presente nos Salmos. Geralmente, vivemos com pressa - ao menos com relação às bênçãos que desejamos receber! A Palavra de Deus, especialmente neste livro, nos ensina a aguardar o tempo de Deus - 27.14. 6.3 - "TRIBUTA" - somos eternamente devedores! Recebemos tudo das mãos do SENHOR (104.29). Devemos a Ele todo louvor e glória - 29. 6.4 - "INVOCA" - invocar significa implorar a proteção ou auxílio de; chamar em socorro. Nos Salmos, somos incentivados a fazê-lo! (Grande prova do amor de Deus para conosco!!!) - 50.15. 6.5 - "ESCUTA" - se o SENHOR nos incentiva a falar com Ele, também nos incentiva a ouvi-Lo - 46.10; 78.1

PROVÉRBIOS 1. Propósito: Provérbios é um dos poucos livros da Bíblia a apresentar-nos claramente o propósito para o qual foi escrito. Leiamos 1.2-6. Neste livro, o SENHOR dá-nos instruções detalhadas de como agir nas mais diversas áreas da vida - em nosso relacionamento com Ele, com nossos pais, filhos, vizinhos e com as autoridades. Seu propósito é levar-nos a viver a vida sabiamente. 2. Palavra-Chave: "SABEDORIA" 3. Versículo-Chave: "O temor do SENHOR é o princípio do saber, mas os loucos desprezam a sabedoria e o ensino" (1.7). 4. Mensagem Messiânica: no capítulo 8 a sabedoria é personificada e vista em suas perfeições. Ela é: 4.1 - divina - 22-31; 4.2 - a fonte da vida - 35,36; 4.3 - justa e reta - 8,9; 4.4 - está à disposição de todo aquele que a buscar - 1-6; 32-35. O Senhor Jesus é essa sabedoria. Leiamos Cl 2.3; 1 Co 1.30. 5. Dados e Particularidades: 5.1 – O livro de Provérbios pode ser dividido da seguinte maneira: 5.1.1 - Propósito - 1.1-7; 5.1.2 - Provérbios para os jovens - 1.8 ao capítulo 9; 5.1.3 - Provérbios de Salomão - 10 a 24; 5.1.4 - Provérbios de Salomão copiados pelos homens de Ezequias - 25 a 29; 5.1.5 - Palavras de Agur - 30; 5.1.6 - Palavras do rei Lemuel - 31. 5.2 - o paralelismo de contraste é utilizado com muitíssima frequência neste livro. Assim, vão-se estabelecendo comparações entre a sabedoria e a loucura, a justiça e a injustiça, etc. Curso de Preparação de Obreiros - Igreja Presbiteriana do Brasil


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5.3 - o livro procura inculcar em nós virtudes que são exaltadas em toda a Bíblia. Mas, usa um método especial. Diferentemente dos livros onde se lê "assim diz o SENHOR", e que exaltam as mesmas virtudes, aqui a verdade é apresentada como que brotando da experiência de alguém já bastante vivido. Moisés, por exemplo, nos apresenta os Mandamentos de Deus. Salomão no-los apresenta como que dizendo: minha experiência diz que os mandamentos apresentados por Moisés são o que há de melhor para conduzir a vida humana! (Que variedade maravilhosa de métodos o nosso Deus usa para atingir o nosso coração! Grande e preciosa é a Sua sabedoria!). 5.4 - Provérbios não trata de assuntos religiosos, propriamente. Fala das coisas do dia-a-dia, daquilo que, muitas vezes, é considerado "da vida". Todavia, nos ensina que até aquilo que poderíamos considerar menos sagrado, menos religioso, também faz parte do todo que é a nossa vida, e também interessa a Deus, pois aí também a santidade deve expressar-se! 5.5 - o capítulo 31 é único, em termos de literatura antiga, pois revela-nos em o Velho Testamento a visão neotestamentária da mulher! Neste capítulo aprendemos que a mulher segundo o coração de Deus é: 5.5.1 - boa esposa - 11,12,23,24,28,29; 5.5.2 - boa mãe - 21,27; 5.5.3 - boa administradora - 13-19, -21,22; 5.5.4 - sensível às carências do próximo - 20; 5.5.5 - tem bom caráter - 25-27. 6. Lições: 6.1 - (2.4,5) - a busca da sabedoria deve ser algo exaustivo, que nos consuma totalmente. Como a busca de uma pérola de imenso valor. Bem conhece a Cristo quem O busca dessa maneira! 6.2 - (3.5) - uma das maiores verdades que Provérbios nos ensina é a necessidade de despojarmo-nos da nossa sabedoria pessoal, deixando-nos guiar pela sabedoria provada e comprovada do SENHOR! 6.3 - (6.28) - ninguém brinca com o pecado e sai ileso! 6.4 - (12.1) - você ama a disciplina? Não para os outros, mas para si mesmo? 6.5 - (18.21) - cuidado com a sua boca! A morte e a vida estão em seu poder!

ECLESIASTES 1. Propósito: mostrar o vazio que resulta de se procurar ser feliz longe de Deus. O ceticismo e o desespero tomam conta, e a pessoa perde completamente a razão de viver, ainda que lute muito, procurando encontrar um sentido para a vida! Aliás, este livro mostra a luta de um homem procurando encontrar o sentido da vida! 2. Palavra-Chave: "VAIDADE" 3. Versículo-Chave: "Vaidade de vaidades! Diz o Pregador; vaidade de vaidades! Tudo é vaidade" (1.2). 4. Mensagem Messiânica: a mensagem messiânica deste livro nasce a partir de 12.11 - "As palavras dos sábios são como aguilhões, e como pregos bem fixados as sentenças coligidas, dadas pelo único Pastor" - onde o que único Pastor disse é visto como uma palavra firme e totalmente confiável, em oposição à palavra incerta daquele que nem sabe por que razão nasceu! O Senhor Jesus sempre dizia: "Em verdade, em verdade vos digo..." (Jo 16.23).Ele é a própria Verdade! A resposta segura para todas as nossas inquietações. Além disso, o geral do livro é a expressão do grito desesperado da alma humana em busca de um Salvador! 5. Dados e Particularidades: 5.1 - o nome Eclesiastes vem da língua grega, e significa Pregador.

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5.2 - a tradição dos judeus afirma que Salomão teria escrito Cantares durante a sua juventude; Provérbios em sua maturidade; e Eclesiastes no final de sua vida, tentando externar sua tristeza pelo tempo perdido, principalmente com a carnalidade e idolatria a que se havia entregue. 5.3 - a palavra "vaidade" aparece 37 vezes no livro. 5.4 - é importante entendermos o propósito do livro, para podermos interpretá-lo. Suas palavras são as de um homem distante de Deus, colocando para fora seus pensamentos e conclusões. Ele apresenta seus conceitos pessoais, mostrando seu ceticismo em relação à vida. Somente no final (especialmente no capítulo 12) é que ele retorna à sensatez, e passa a discernir, recebendo a sabedoria de Deus. É importante lembrarmo-nos que nem todas as idéias de Salomão vinham do coração de Deus, pois ele estava afastado do Senhor; todavia, a lição no final do livro veio dEle! 5.5 - podemos dividir o livro assim: 5.5.1 - a colocação do problema - 1.1-11; 5.5.2 - o estudo do problema - 1.12-11.10; 5.5.3 - a solução do problema - 12. 6. Lições: 6.1 - é interessante traçarmos um paralelo entre Salmos e Eclesiastes. Davi, escritor da maioria dos salmos, em sua luta incessante por edificar o reino, estava sempre exclamando: "Alegrai-vos!", "Cantai!", "Louvai!". Um homem de grandes lutas. E muita alegria! Por que? Porque o Senhor era o seu Pastor! E sua alma tinha um único desejo "UMA COISA peço ao SENHOR, e a BUSCAREI: que eu possa morar na casa do SENHOR todos os dias da minha vida, para contemplar a beleza do SENHOR, e meditar no seu templo" (Sl 27.4). Enquanto isso, Salomão, herdeiro de Davi, recebeu tudo "de mão beijada". Assentou-se no trono em paz e segurança, cheio de riqueza, poder e facilidades. A partir daí, entregou-se aos prazeres da carne e do "eu", distanciando-se cada vez mais do SENHOR. Seu grito foi, consequentemente: "Tudo é vaidade!". Longe do Deus de seu pai, não encontrava o menor sentido para a vida. O livro de Eclesiastes, "seu" livro, constitui-se num grito melancólico e triste! 6.2 - (3.21) - a que ponto chega um coração que se distancia de Deus! Torna-se incapaz de compreender a eterna simplicidade de verdades como a que foi expressa pelo Senhor Jesus em João 14.2,3 - "Na casa de meu Pai há muitas moradas. Se assim não fora, eu vo-lo teria dito. Pois vou preparar-vos lugar. E quando eu for, e vos preparar lugar, voltarei e vos receberei para mim mesmo, para que onde eu estou estejais vós também". 6.3 - (4.13) - você se deixa admoestar? O dicionário diz que admoestar é: advertir de falta; censurar; repreender com brandura; aconselhar; lembrar; avisar. E admoestação é: advertência, aviso, conselho, repreensão leve, corrigenda, reparo, reprimenda. 6.4 - (11.8) - ninguém escapa, nesta vida, dos dias maus e difíceis. Podemos viver muito tempo em bonança. Todavia, a época do desgosto e dor chegará à nossa porta. Consequentemente, é preciso prepararmo-nos desde cedo. Neste sentido também é útil o que diz Pv 6.6-11. Mais: Ec 9.12 ensina que não sabemos a nossa hora. Portanto, temos que estar preparados sempre! (Quem esperava a morte, naquela manhã ensolarada de 11 de setembro de 2001, no World Trade Center de Nova York?!). Nota: a respeito da chegada dos dias maus, tomo a liberdade de transcrever aqui um poema escrito por um dos homens por quem mais tenho afeição, o Rev. Wilson Castro Ferreira, meu professor e amigo: O MINISTÉRIO DA DOR Se hoje a dor bater à tua porta Amigo, não importa Recebe-a sem rancor. É ministro de Deus também a dor Quem sabe um novo dia principia Se a dor te aplica sábia cirurgia De séria amputação? Amputa o teu orgulho, a tua ambição. E faz-te mais cristão, mais dócil, Mais submisso, E lucrarás com isso! Amputa a tua vaidade e faz-te mais real Curso de Preparação de Obreiros - Igreja Presbiteriana do Brasil

Desseca o teu egoísmo Que faz teu mundo estreito, Mesquinho, sem visão. E serás mais cristão. E quando a dor sair de tua casa Lavar seu bisturi Tirar o seu avental, Dirás de ti para ti: Muito obrigado, dor; Malgrado a cicatriz Sou muito mais feliz!


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6.5 - (12.14) - nunca se esqueça desta verdade! Guarde, também, estes versículos: "NADA [quanto é 'NADA'?!] há encoberto que não venha a ser revelado; e oculto que não venha a ser conhecido" (Lc 12.2); "assim, pois, cada um de nós dará contas de si mesmo a DEUS" (Rm 14.12).

CANTARES 1. Propósito: Os editores do livro "Cântico dos Cânticos - O Misterioso Romance", escrito pelo valoroso missionário Hudson Taylor, comentam o seguinte: "Houve época na História da Igreja em que muitos escreveram sobre o Cântico dos Cânticos. Calcula-se que até o fim da Idade Média havia cerca de 800 comentários sobre o mais poético livro de Salomão. Mas a partir do Iluminismo, praticamente não se falou mais no 'incômodo' livro romântico das Escrituras e, hoje, pouquíssimos são aqueles que se aventuram a tratar dele... Mas, graças ao Senhor, Sua beleza excelsa sempre atraiu homens que, rompendo a frieza e a indiferença a que chegou o povo de Deus, declaram-se apaixonados por Jesus e registam o amor por Ele com a tinta de sua pena e com o sangue de sua vida derramada". Cantares, superabundando em metáforas e linguagem figurada de estilo oriental, apresenta o relacionamento entre o rei Salomão e uma jovem sulamita, com o propósito de mostrar que, assim como a vida terrena é preenchida pelo amor conjugal, a vida espiritual é preenchida pelo amor que o Senhor tem pelos Seus e pelo relacionamento que estes têm com Ele, como fruto desse amor. 2. Palavra-Chave: "AMADO" 3. Versículo-Chave: "Eu sou do meu amado, e ele tem saudades de mim" (7.10). 4. Mensagem Messiânica: no Velho Testamento a nação de Israel é vista como a Noiva de Javé (Jr 2.2; Is 54.5; Ez 16.8-14). Em o Novo Testamento a Igreja é apontada como a Noiva do Cordeiro (Ap 19.7-9). Cantares ilustra a realidade do Israel antigo, e aponta para o novo Israel, a Igreja, cujo Noivo é o Senhor Jesus, o Messias. 5. Dados e Particularidades: 5.1 - originalmente, o nome deste livro é "Cântico dos Cânticos", numa provável alusão ao fato de que este é o maior e mais belo dos 1005 cânticos escritos por Salomão (1 Rs 4.32). 5.2 - não há qualquer referência direta a este livro nos demais livros do Velho Testamento e em todo o Novo Testamento. Nem por isso ele tem menor valor que os outros, pois "TODA Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça" (2 Tm 3.16). 5.3 - os judeus lêem este livro especialmente por ocasião da Páscoa, como sendo uma alegoria referente ao Êxodo, ocasião em que Javé tomou a nação de Israel por Sua esposa. 5.4 - talvez a melhor maneira de interpretarmos o livro de Cantares (há outras!) seja relacionando o Noivo ao Senhor Jesus, a Noiva à Igreja, e o coro ao mundo, que observa o relacionamento entre ambos. 5.5 - os estudiosos consideram este cântico umas composição extremamente bem feita (e não poderia ser diferente, pois o Espírito de Deus foi quem guiou Salomão em sua composição!). Todavia, há um mistério que dificulta a compreensão mais completa do texto: o fato de haver súbitas transições de um personagem para outro, de uma cena para outra, sem uma explicação prévia. 6. Lições: 6.1 - é interessante notarmos que a noiva retratada em Cantares (a Sulamita - 6.13) era uma guardadora de vinhas rejeitada, em certa fase, por seus irmãos (1.6). Não se tratava de uma princesa, ou de alguém pertencente às altas esferas da sociedade. E o rei foi apaixonar-se justamente por ela! Isto confirma a Palavra em 1 Co 1.26-28! ALELUIA!!! 6.2 - (4.7) - que visão linda o Senhor Jesus tem da Sua Igreja! É bom lembrar, todavia, que essa visão é o resultado de algo tremendo que Ele mesmo fez em favor dela! Leiamos Ef 5.25-27 e conheçamos a Sua obra em favor da Noiva! Agora, quero fazer-lhe duas perguntas: a. que visão você tem da igreja do Senhor?; b. marido: que visão você tem da sua esposa? E mais: o que você tem feito em favor dela, para que ela se torne alguém sem defeito? 6.3 - uma lição preciosa que aprendemos com o livro de Cantares é que a sexualidade humana não pode ser vista como algo baixo ou imoral, ou contrário aos padrões da vida de santidade. Este livro tem o grande "dom" de colocar a sexualidade humana em seu devido lugar, evitando dois extremos: a luxúria, de um lado, e o ascetismo, de outro. Curso de Preparação de Obreiros - Igreja Presbiteriana do Brasil


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Cantares é, também, um guia para a vivência da nossa sexualidade nos moldes tencionados pelo nosso Criador, que é Santo, Santo, Santo! 6.4 - (5.10-16) - que visão você tem do Senhor Jesus? Observe especialmente o v. 16, onde lemos: "...sim, ele é totalmente desejável". Você O tem assim, realmente? Deseja o Senhor Jesus mais que TUDO? (Quanto é 'TUDO'? 100% de TUDO!!!). Você ama assim o Senhor Jesus? 6.5 - (8.14) - é este o seu apelo: "Vem depressa, amado meu!"? Ou você tem projetos para a sua vida que poderiam ser "estragados" com a chegada de Jesus? Onde está o seu coração? Você pode dizer MARANATA agora, neste instante, sem qualquer problema?

ISAÍAS 1. Propósito: contemporâneo de quatro reis (Uzias, Jotão, Acaz e Ezequias), Isaías (homem bem educado e bem preparado, à semelhança do apóstolo Paulo) desenvolveu seu ministério profético durante cerca de 40 anos. Seu nome, que significa "O SENHOR É SALVAÇÃO", resume toda a mensagem do livro - após falar da punição divina para o pecado, o profeta apresenta-nos a salvação que vem do SENHOR! 2. Palavra-Chave: "SALVAÇÃO" 3. Versículo-Chave: "Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo caminho, mas o SENHOR fez cair sobre ele a iniquidade de nós todos" (53.6). 4. Mensagem Messiânica: talvez Isaías seja o livro mais "neo-testamentário" de todo o Velho Testamento! Suas profecias descrevem inúmeros aspectos da vida e obra do Messias - tanto em Sua primeira vinda, como também na segunda. Eis aqui uma lista de algumas dessas profecias: 4.1 - concernentes à primeira vinda: 7.14 (Mt 1.22,23); 9.1,2 (Mt 4.12-16); 9.6 (Lc 2.11; Ef 2.14-18); 11.1 (Lc 3.23,32; At 13.22,23); 11.2 (Lc 3.22); 28.16 (1 Pe 2.4-6); 40.3-5 (Mt 3.1-3); 42.1-4 (Mt 12.15-21); 42.6 (Lc 2.2932); 50.6 (Mt 26.67; 27.26,30); 52.14 (Fp 2.7-11); 53.3 (Lc 23.18; Jo 1.11; 7.5); 53.4,5 (Rm 5.6,8); 53.7 (Mt 27.12-14; Jo 1.29; 1 Pe 1.18,19); 53.9 (Mt 27.57-60); 53.12 (Mc 15.28); 61.1,2 (Lc 4.17-19,21). 4.2 - concernentes à segunda vinda: 4.2; 11.2-6,10; 32.1-8; 49.7; 52.13,15; 59.20,21; 60.1-3; 61.2,3. 4.3 - a passagem de 52.13 a 53.12 constitui-se no centro de toda a mensagem messiânica apresentada em Isaías. Dividida em 5 etapas, podemos vê-la da seguinte maneira: 4.3.1 - (52.13-15) - Sua entrega completa - holocausto; 4.3.2 - (53.1-3) - Seu caráter perfeito - oferta de manjares; 4.3.3 - (53.4-6) - A expiação que gera paz com Deus - oferta pacífica; 4.3.4 - (53.7-9) - Ele pagou por nossa transgressão - oferta pelo pecado; 4.3.5 - (53.10-12) - Ele morreu para livrar-nos dos efeitos do pecado - oferta pela culpa 5. Dados e Particularidades: 5.1 - alguns dados interessantes a respeito deste profeta. Isaías viveu entre 740 e 680 a.C. Isto significa que, em termos de tempo, ele está exatamente no meio - entre Moisés e o Senhor Jesus! Foi contemporâneo de Oséias e Miquéias. É, portanto, do período pré-exílico. Viveu e profetizou no e para o Reino do Sul (Judá); especificamente: Jerusalém. Era casado com uma profetisa, e teve pelo menos dois filhos (7.3; 8.3). Diz a tradição talmúdica que Isaías teve um trágico final de vida - foi cerrado ao meio pelos seus perseguidores (amigos do rei Manassés), por ter-se levantado contra a idolatria praticada pelo rei. Isto faz-nos lembrar de Hb 11.37. 5.2 - alguém disse que o livro de Isaías constitui-se numa Bíblia em miniatura! Os primeiros 39 capítulos (assim como os 39 livros que compõem o Velho Testamento) apresentam o juízo de Deus sobre o pecado (basicamente: depravação moral, corrupção no governo, injustiça social e idolatria). E os 27 capítulos finais (tal como os 27 livros que Curso de Preparação de Obreiros - Igreja Presbiteriana do Brasil


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formam o Novo Testamento) apresentam-nos a mensagem de salvação e esperança no Deus de Israel e em Seu Messias prometido! 5.3 - a palavra "salvação" aparece 26 vezes em Isaías, e somente 7 vezes em todos os demais profetas juntos! 5.4 - o livro pode ser dividido da seguinte forma: 5.4.1 - profecias de condenação - 1 a 35; 5.4.2 - parêntesis histórico - 36 a 39; 5.4.3 - profecias de esperança - 40 a 66 5.5 - se quiséssemos resumir toda a mensagem de Isaías numa só frase, diríamos o seguinte: O Deus Salvador tem um remanescente, e, para este, preparou um futuro glorioso! 6. Lições: 6.1 - (1.4) - Isaías tinha a visão exata do pecado do seu povo. E o denunciou claramente! Inclusive, denunciou o pecado da classe religiosa e seus líderes (1.10-17). A denúncia do pecado é a tônica da pregação de todo verdadeiro servo do Deus que é Santo, Santo, Santo! Exemplos: João Batista (Lc 3.7-14); o Senhor Jesus (Mt 23). 6.2 - durante toda a sua vida, Isaías assistiu o agir da grande potência mundial de seu tempo: a Assíria. Quando ainda jovem, "presenciou" a destruição que os assírios fizeram em Israel (Reino do Norte), com a queda de Samaria. Mais tarde, 46 cidades de Judá (Reino do Sul) foram destruídas por eles. E, quando o profeta já estava entrado em anos, os assírios assediaram a cidade de Jerusalém. Foi através da sua oração (atraindo o agir milagroso da parte do Deus Salvador), e dos conselhos que deu ao rei Ezequias, que o temido e temível exército assírio teve que afastar-se da cidade, sem invadi-la (caps. 36 e 37)! E, apesar de Senaqueribe ter vivido mais 20 anos depois de sua tentativa de tomar a cidade, nunca mais levantou-se contra ela! "Muito pode, por sua eficácia, a súplica do justo" (Tg 5.16); "Ele reserva a verdadeira sabedoria para os retos, e escudo para os que caminham na sinceridade" (Pv 2.7). Isaías foi, portanto, um verdadeiro herói nacional! Você deseja sê-lo, também? Lembre-se: a chave está na oração e na sabedoria que nasce do temor e da comunhão com o Senhor! 6.3 - (9.6) - esta lista de nomes atribuídos ao Messias oferece-nos alguns dados preciosos sobre Ele! Quero deter-me apenas em um desses nomes: Deus Forte! Engraçado... às vezes, porque falamos tanto em Jesus como bebê na manjedoura, chegamos a desconsiderar toda a grandeza do Seu poder, e passamos a vê-Lo como alguém que pode muito, mas... nem tudo. Oramos como quem espera uma possibilidade; não como quem sabe que será assim. Que pena! Desonramos Jesus. E perdemos tanto!... Você sabe que Jesus é Deus Forte? Não lhe pergunto se você conhece a teoria dessa verdade. Quero saber se você a conhece na prática, por experiência própria. Se pode levantar-se agora, de onde está, e dizer quantas vezes experimentou a força de Jesus! Você já sentiu o poder de Jesus para vencer uma grande tentação? Já experimentou a Sua força em meio a angústias de morte? Mesmo? Já teve a experiência de saber que não conseguiria alguma coisa, e Jesus a concedeu a você? Não continue a olhar para Jesus como se Ele fosse apenas um semideus; como se pudesse ajudá-lo em algumas áreas, porém, não em todas. Ele é Deus Forte! Hoje, Ele mesmo diz a você: "Toda a autoridade me foi dada no céu e na terra". Seu próprio nome no-lo diz! 6.4 - (43.18,19) - a palavra de consolo que nos é trazida aqui revela que, de fato, o nosso Deus é Maravilhoso! Quantas vezes vivemos presos ao passado! Ou por considerá-lo muito melhor que os dias presentes, ou por tê-lo como ferida que nos marcou a alma profunda e tristemente. Ora, para ambas as situações a palavra consoladora do nosso Deus Salvador tem uma notícia: Ele fará uma coisa nova e boa no futuro! Deixemos de olhar para trás! Ele colocará um caminho no ermo, no deserto, em nossa vida árida e sem rumo! Aliás, Ele já o colocou: JESUS! Ele é esse Caminho! ALELUIA!!! 6.5 - (47.12-15) - se você precisava de uma palavra sobre astrologia, aqui está! Não se deixe envolver por pecado tão horrível e miserável. A astrologia leva à morte!

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JEREMIAS 1. Propósito: um dos maiores profetas de Israel, contemporâneo de Sofonias, Habacuque, Ezequiel e Daniel, Jeremias foi chamado em sua juventude para o exercício do ministério profético. Filho de um sacerdote - Hilquias Jeremias morava em Anatote, cidade que distava cerca de 3,5 km de Jerusalém. Pregou durante mais de 40 anos (627 a 580 a.C.). Sua mensagem anunciava o agir de Deus sobre a dura cerviz do Seu povo através da Babilônia. Em sua época, o Reino do Norte já havia caído, e quase todo Judá também. Jerusalém estava praticamente sozinha, mas continuava rebelde aos preceitos do SENHOR. Jeremias apela ao povo que se arrependa, e anuncia o perigo do juízo de Deus. Ao mesmo tempo, apresenta o SENHOR como Deus paciente. Na verdade, Jeremias apresenta o último apelo do SENHOR, na tentativa de salvar Jerusalém da destruição. 2. Palavra-Chave: "APELO FINAL" 3. Versículo-Chave: "Mas isto lhes ordenei, dizendo: Dai ouvidos à minha voz, e eu serei o vosso Deus, e vós sereis o meu povo; andai em todo o caminho que eu vos ordeno, para que vos vá bem. Mas não deram ouvidos nem atenderam, porém andaram nos seus próprios conselhos, e na dureza do seu coração maligno; andaram para trás, e não para diante" (7.23,24). 4. Mensagem Messiânica: o Messias é apresentado com cristalina clareza no capítulo 23.1-8. Ele seria o Pastor e o Renovo. Nele, a nova aliança seria estabelecida (31.31-34). Por outro lado, a pessoa do profeta Jeremias constitui-se, também, numa preciosa mensagem messiânica, pois como homem sofredor e rejeitado, ele tipifica muito de perto o Senhor Jesus! 5. Dados e Particularidades: 5.1 - considerando que em 606 a.C. Jerusalém foi parcialmente destruída, que em 597 a.C. sofreu destruição mais pesada, e que em 586 a.C. foi totalmente arrasada e queimada, podemos delinear três fases no ministério de Jeremias: 5.1.1 - de 627 a 606 a.C. - fase da denúncia. Época em que ele chama a atenção do povo, apelando a que se arrependa. Nesse período, a Assíria e o Egito são a grande ameaça. [É interessante observarmos a situação do mundo nos dias de Jeremias: três nações lutavam pela supremacia internacional - a Assíria, cuja capital era Nínive, e que situava-se na região norte do vale do rio Eufrates; Babilônia, que era o reino emergente da época, situado na região sul do vale do rio Eufrates; e o Egito, situado no vale do rio Nilo, no norte da África. O Egito fora forte séculos antes, passara por declínio, e estava tentando recuperar seu domínio. A Assíria há 300anos era a nação mais poderosa do mundo, mas passava por um período de declínio; e Babilônia era o poder emergente da época. Em 607 a.C. os babilônios derrotaram os assírios. E em 605 a.C. venceram os egípcios na famosa batalha de Carquemis]. Neste período, Josias era rei de Judá. 5.1.2 - de 606 a 596 a.C. - fase da visitação de Deus. Época em que o profeta anuncia com veemência o juízo de Deus. Nesse período, Jerusalém é atacada e destruída pelos babilônios. Nessa ocasião, foram reis de Judá: Jeoacaz, Jeoaquim, e Joaquim. 5.1.3 - de 596 a 580 a.C. - fase do convite. Época em que Jeremias ministra ao povo em Jerusalém e, posteriormente, no Egito. O juízo de Deus já se fizera executar sobre todos, mas Suas misericórdias continuavam renovando-se a cada manhã! Zedequias foi o rei de Judá nesse período. 5.2 - Jeremias, como servo fiel ao SENHOR, e pelo tipo de mensagem que pregou, sofreu muito. Sua vida foi marcada pela dor e rejeição. Foi desprezado em sua cidade natal, os sacerdotes e profetas de Jerusalém quiseram matálo, foi humilhado publicamente, foi preso e lançado numa cisterna. Teve, inclusive, a primeira cópia do seu livro destruída pelo rei Jeoaquim (caps. 36 a 38). 5.3 - Baruque foi o fiel secretário de Jeremias, e o provável autor do capítulo 52 do livro. 5.4 - o Novo Testamento faz referência aos escritos de Jeremias, reconhecendo sua inspiração e autoridade: Mt 2.17,18 (31.15); Mt 21.13 (7.11); Rm 11.27 (31.33,34). 5.5 - Jeremias viveu cerca de 100 anos depois de Isaías. Seu antecessor lutou para livrar Jerusalém dos assírios, e conseguiu. Porém o pecado tomara conta do povo de Deus de tal forma, que Jeremias não conseguiu trazê-lo ao arrependimento e livrá-lo das mãos dos babilônios. 6. Lições: 6.1 - nos primeiros quatro versículos do capítulo doze temos a exteriorização de uma luta [íntima] enfrentada pelo profeta, e da qual todos nós, nalgum momento da vida, também participamos: a questão do bem-estar e Curso de Preparação de Obreiros - Igreja Presbiteriana do Brasil


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prosperidade dos ímpios, enquanto, muitas vezes, os justos lutam com grandes dificuldades. Leiamos o texto. Agora, comparemo-lo com o Salmo 73. E aprendamos a lição! 6.2 - na resposta do Senhor ao questionamento acima apresentado, aprendemos uma lição profunda: o nosso momento atual pode ser de um sofrimento "infantil", à vista do sofrimento de outras pessoas, ou do sofrimento que nós mesmos iremos experimentar no futuro! Hebreus 12.3-5. É mais sábio aprendermos e aceitarmos o sofrimento presente, armazenando, por seu intermédio, forças para o futuro, do que abrir a boca para reclamar! 6.3 - no capítulo 17 temos uma outra lição preciosíssima: homens são homens. Por melhores que sejam. Por mais crentes. Por mais exemplares. Continuam sendo homens. Herdeiros do sangue de Adão. E, portanto, indignos da nossa confiança completa. Podem causar-nos decepções. Podem orientar-nos erradamente. Podem equivocar-se. Nunca se esqueça desta grande verdade: homens são apenas homens. Por isso mesmo, não confiemos nem em nosso próprio coração. Só o Senhor é digno de completa confiança! 6.4 - o tempo da graça tem o seu final. Na vida da humanidade como um todo, e na vida de cada pessoa, individualmente. Esta lição fica bem clara neste livro! No capítulo 18.4, aprendemos que um vaso pode ser remodelado, enquanto o barro ainda está molhado. Todavia, depois de seco, só presta para ser quebrado e enterrado (19.10,11). Aproveitemos o tempo da graça, enquanto podemos ser remodelados. Haverá um tempo quando isso não mais será possível! Tomemos como exemplo a experiência de Esaú: Hb 12.16,17. 6.5 - o caráter geral do livro nos ensina outra lição muito linda e necessária: a mensagem que Deus dá aos Seus servos, muitas vezes é "contraditória, incoerente, inaceitável". Vejamos: a Jeremias foi dado dizer ao povo que se rendesse aos babilônios. Isso era, literalmente, entregar-se ao inimigo! Com essa pregação, Jeremias ficava parecendo um traidor, um louco. A sociedade de Jerusalém não poderia concordar com aquilo! Não cabia na mente de qualquer pessoa, em sã consciência, um conselho desses! Loucura total. No entanto, era isso o que tinha que ser pregado. A loucura de Deus é muito mais sábia, coerente e inteligente do que os mais elaborados raciocínios humanos. Nunca nos esqueçamos disso! Portanto, abracemos os princípios do Evangelho - tomar a cruz, negarmo-nos a nós mesmos, etc - sem medo. Parecem loucura. Nossa sociedade jamais irá aceitá-los. São a "traição ao próprio eu". Todavia, em Sua "loucura", Deus é muito, infinitamente mais sábio do que o mais sábio dos homens. E Seus seguidores, também. ALELUIA!!!

LAMENTAÇÕES DE JEREMIAS 1. Propósito: escrita logo após a destruição de Jerusalém (ocorrida em julho/agosto de 586 a.C.), esta série de cinco poemas lamenta a perda do esplendor e a miséria a que foi reduzida a "cidade do grande rei". 2. Palavra-Chave: "LAMENTO" 3. Versículo-Chave: "Tornou-se o Senhor como inimigo, devorou Israel; devorou todos os seus palácios, destruiu as suas fortalezas; e multiplicou na filha de Judá o pranto e a lamentação. Demoliu com violência o seu tabernáculo, como se fosse uma horta; destruiu o lugar da sua congregação; o SENHOR, em Sião, pôs em esquecimento as festas e o sábado, e, na indignação da sua ira, rejeitou com desprezo o rei e o sacerdote" (2.5,6). 4. Mensagem Messiânica: neste livro, o profeta Jeremias, ao chorar a miséria de Jerusalém, identifica-se com o Senhor Jesus que, 600 anos mais tarde, iria chorar sobre a cidade, considerando sua dureza de coração e todo o juízo que sofreria em função do seu pecado (Mt 23.37,38). Também os versos 14 e 30 do capítulo 3 apontam para o sofrimento do Messias. 5. Dados e Particularidades: 5.1 - desde a Antigüidade os hebreus fizeram-se conhecidos como poetas e cantores. Portanto, nesse sentido, Lamentações não é uma surpresa. Trata-se de literatura "normal" para os judeus. 5.2 - o livro é composto por cinco poemas, cada um correspondendo a um capítulo, sendo que quatro desses cinco poemas foram escritos seguindo um mesmo padrão: cada verso começa com uma das letras do alfabeto hebraico, indo da primeira à última. (O capítulo três segue o mesmo padrão, com uma diferença: há três versos para cada letra, ao invés de um só). Já o capítulo cinco, ainda que tenha 22 versos como os demais (exceto o terceiro, que tem sessenta e seis), não segue a ordem alfabética. 5.3 - podemos dividir a mensagem de Lamentações da seguinte forma: 5.3.1 - a destruição de Jerusalém - cap. 1; Curso de Preparação de Obreiros - Igreja Presbiteriana do Brasil


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5.3.2 - a ira do SENHOR - cap. 2; 5.3.3 - a misericórdia do SENHOR - cap. 3; 5.3.4 - o cerco de Jerusalém - cap. 4; 5.3.5 - o pedido de restauração - cap.5 5.4 - enquanto Jó trata da questão da calamidade a nível pessoal, Lamentações fá-lo a nível nacional. Por outro lado, em Jó, a calamidade vem sobre um indivíduo "inculpável"; mas em Lamentações, vem sobre uma nação totalmente culpada! 5.5 - um lindo paralelo pode ser traçado entre o lamento de Jeremias ante a visão de uma Jerusalém destroçada e a exultação de João ante a visão da triunfante Nova Jerusalém (Ap 18.21,22)! 6. Lições: 6.1 - há uma palavra do Senhor Jesus que sempre chamou a atenção do meu coração: "O mercenário, que não é pastor, a quem não pertencem as ovelhas, vê vir o lobo, abandona as ovelhas e foge; então o lobo as arrebata e dispersa" (Jo 10.12). Estas palavras estão em sólida ligação com a experiência de Jerusalém descrita em 1.2 - "...não tem quem a console entre todos os que a amavam...". Os amigos amealhados no mundo, na iniquidade, só estão por perto enquanto podem tirar algum proveito. Vindo a tormenta, nos abandonam! 6.2 - 6.14 diz: "Os teus profetas te anunciaram visões falsas e absurdas, e não manifestaram a tua maldade, para restaurarem a tua sorte...". Que palavra solene! Que responsabilidade, a de um pregador da Palavra do Senhor! É seu dever manifestar a maldade do povo. É seu dever pregar contra o pecado. E isso, com uma finalidade: restaurar vidas. Pregação que não acusa o pecado, que não manifesta a maldade humana, que só promete bens materiais, é pregação que não tem o selo do céu! Cuidado com o evangelho que você prega! Cuidado quando vai a um púlpito para falar ao povo em nome do Senhor! Seja fiel! O dia do Senhor está próximo: que você não venha a ter que lamentar-se por uma pregação superficial e mundana. 6.3 - que nunca nos esqueçamos desta grande e maravilhosa verdade: a única razão de não sermos consumidos são as misericórdias do Senhor. Nada há em nós que possa atrair Sua bênção. Nada. Absolutamente nada! Por outro lado, em Sua grande fidelidade, o Senhor renova as Suas misericórdias para conosco a cada manhã. Oh! Aleluia!!! 6.4 - o salário do pecado é muito, muito doloroso. Vejamos um exemplo: "As mãos das mulheres outrora compassivas cozeram seus próprios filhos; estes lhes serviram de alimento na destruição da filha do meu povo" (4.10). Não se brinca com o pecado. O preço a pagar é amargo. "Horrível cousa é cair nas mãos do Deus vivo" (Hb 10.31). 6.5 - o pedido expresso em 5.21 é de uma honestidade maravilhosa: "Converte-nos a ti, SENHOR, e seremos convertidos". Ninguém tem como converter-se por si mesmo. A mudança do coração humano só pode ocorrer pela ação sobrenatural e soberana do Senhor. A nós, cabe clamar, clamar, e esperar. Afinal, Ele não lança fora aquele que O busca! ALELUIA!!!

EZEQUIEL 1. Propósito: utilizando parábolas, sinais e símbolos, Ezequiel anuncia a palavra profética do SENHOR aos exilados na Babilônia, mostrando que o julgamento atual de Deus sobre os Seus será seguido por um futuro promissor embora no presente sejam como ossos secos, os judeus hão de receber vida da parte do SENHOR, e seu futuro será glorioso! 2. Palavra-Chave: "SABEREIS QUE EU SOU O SENHOR" 3. Versículo-Chave: "Saberão que eu sou o SENHOR seu Deus, quando virem que eu os fiz ir para o cativeiro entre as nações, e os tornei a ajuntar para voltarem à sua terra, e que lá não deixarei a nenhum deles" (39.28) 4. Mensagem Messiânica: a grande mensagem messiânica deste livro está na visão escatológica que Ezequiel tem a respeito da restauração de Israel. Também a própria pessoa do profeta constitui-se num tipo do Senhor Jesus, o Messias: Curso de Preparação de Obreiros - Igreja Presbiteriana do Brasil


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4.1 - Ezequiel se auto intitula "filho do homem", título este que o próprio Senhor Jesus utiliza para referir-Se a Si mesmo; 4.2 - Ezequiel recebeu poder para anunciar a mensagem de Deus quando o Espírito do SENHOR "caiu" sobre ele (11.5). Da mesma forma, o Senhor Jesus iniciou o Seu ministério de pregação após a descida do Espírito Santo sobre Ele (Lc 4.18,19). 5. Dados e Particularidades: 5.1 - o nome Ezequiel significa "Deus fortalece", e não aparece em nenhum outro lugar do Velho Testamento. À semelhança de Jeremias, Ezequiel também era sacerdote, e foi chamado pelo SENHOR para o exercício do ministério profético. 5.2 - este livro, assim como Daniel e Apocalipse, em termos literários, pertence ao gênero "escritos apocalípticos". Dividimo-lo em quatro seções: 5.2.1 - o chamado de Ezequiel - caps. 1 a 3; 5.2.2 - o julgamento de Judá - caps. 4 a 24; 5.2.3 - o julgamento dos gentios - caps. 25 a 32; 5.2.4 - a restauração de Israel - caps. 33 a 48. 5.3 - Ezequiel dá ênfase não apenas ao julgamento de Deus sobre o Seu povo escolhido, mas também sobre as nações que rodeavam o território de Israel. O livro mostra o círculo completo de julgamento sobre essas nações, mencionando-as no sentido horário - Amom, Moabe, Edom, Filístia, Tiro e Sidom (caps. 25-28). 5.4 - o estudo de Ezequiel é multiforme, pois ele faz uso de: 5.4.1 - provérbios - cap. 12.22,23 5.4.2 - similitudes - cap. 16 5.4.3 - alegorias - caps. 16; 23 5.4.4 - parábolas - cap. 17 5.4.5 - poemas - cap. 19 5.5 - à semelhança de Jeremias (31.29,30), Ezequiel proclama a doutrina da responsabilidade pessoal (cap.18), fazendo-o, contudo, com ênfase toda especial. 6. Lições: 6.1 - (3.4-11) - é impressionante a chamada de Deus para Ezequiel. Três aspectos chamam especialmente minha atenção: o fato de o SENHOR ter feito duro o rosto de Ezequiel (v.8,9) para que este pudesse falar com firmeza, sem medo; a ordem para Ezequiel colocar no coração as palavras do SENHOR (v.10); e a autoridade que lhe foi conferida (v.11). Creio que estas características devam encontradas em todo o verdadeiro homem que for chamado por Deus para o exercício do ministério da Palavra! Vocês as possui? 6.2 - (3.16-21; 33.1-16) - você já pensou nas implicações e responsabilidades pertinentes ao trabalho de um atalaia? Como se sentiria, caso fosse traído por um atalaia? Até que ponto você, como servo de Deus, tem sido fiel ao ministério de atalaia que lhe foi confiado? 6.3 - leia todo o capítulo 7. Esta é a mensagem de Deus para a sociedade humana dos nossos dias. Você a tem anunciado? Com estas mesmas palavras? 6.4 - (16.1-6) - esta não é apenas a história de Jerusalém: é a sua história; é a minha história. Tem parado para considerá-la? Tem-na trazido constantemente à memória? Tem adorado ao SENHOR por ela? 6.5 - leia o capítulo 37. Esta é uma passagem messiânica, pois foi o Senhor Jesus quem veio trazer vida aos que estavam mortos em seus delitos e pecados (Ef 2.1). Quanto a isto, não há dúvidas. Por outro lado, ela também nos mostra a restauração da própria nação de Israel. Depois de espalhados pelo mundo por vários séculos, os judeus ressurgiram em 1948 como estado regularmente constituído. Cumprimento das promessas do SENHOR para o Seu povo!

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DANIEL 1. Propósito: este livro, que é chamado de "o Apocalipse do Velho Testamento", foi escrito para encorajar os judeus exilados, e tem como propósito máximo apresentar o controle soberano de Deus sobre os acontecimentos da História. (Interessante notar que, após escrever o capítulo introdutório do livro em hebraico, Daniel muda para o aramaico e, nos capítulos 2.4 a 7.28, fala sobre o futuro dos poderes do mundo gentílico. Depois, volta a escrever em hebraico, para falar sobre o futuro da nação judaica - caps. 8 a 12). Os babilônios, persas, gregos, romanos teriam (como, de fato, tiveram) seu tempo de esplendor e glória, porém passariam, e Deus estabeleceria o Seu reino eterno por meio dos Seus redimidos. 2. Palavra-Chave: "SOBERANIA NA HISTÓRIA" 3. Versículo-Chave: "Disse Daniel: Seja bendito o nome de Deus de eternidade a eternidade, porque dele é a sabedoria e o poder; é ele quem muda o tempo e as estações, remove reis e estabelece reis; ele dá sabedoria aos sábios e entendimento aos entendidos." (2.20,21). 4. Mensagem Messiânica: em Daniel, podemos ver o Senhor Jesus como... 4.1 - a Pedra, que esmiuçará os reinos deste mundo - 2.34,35,44 4.2 - o Filho do Homem, que recebeu o domínio, a glória e o reino da parte do Ancião de Dias - 7.13,14 4.3 - o Ungido, que seria morto - 9.25,26 5. Dados e Particularidades: 5.1 - Daniel, deportado para Babilônia em 605 a.C., e cujo nome significa "o SENHOR é o meu juiz", profetizou durante o exílio, tendo sido contemporâneo de Jeremias, Ezequiel, Habacuque e Obadias. Logo no princípio de seu cativeiro, tornou-se membro do conselho de ministros de Nabucodonozor. 5.2 - na Bíblia Hebraica, Daniel (cujo conteúdo é histórico, profético e apocalíptico), não é colocado entre os profetas, mas entre os Kethubim (Escritos), ao lado de Esdras, Neemias e 1 e 2 Crônicas. 5.3 - podemos dividir este livro em três seções: 5.3.1 - a história pessoal de Daniel - cap. 1 5.3.2 - o plano profético do SENHOR para os gentios - caps. 2 a 7 5.3.3 - o plano profético do SENHOR para os judeus - caps. 8 a 12 5.4 - o SENHOR manteve Daniel, Sua testemunha no palácio real, desde os dias iniciais de Nabucodonozor (que foi o gênio construtor e diretor do Império Babilônico durante 45 anos), passando por seus cinco sucessores e pela queda de Babilônia, até ao reinado de Dario e de Ciro, ou seja, por um período de 71 anos - 605 a 534 a.C. 5.5 - à semelhança de Apocalipse, este livro permanece um mistério para muitos, pois as visões e sonhos nele relatadas são de interpretação difícil. Não nos esqueçamos, porém, que o próprio Senhor Jesus não somente reconheceu sua legitimidade, como exortou: "quem lê, entenda" (Mt 24.15). 6. Lições: 6.1 - (1.8) - é por demais conhecida esta decisão de Daniel. Não estou aqui para elogiá-la. Nem mesmo para comentá-la. Apenas para perguntar a você: no seu coração o SENHOR pode encontrar a mesma atitude? Agora, neste exato momento? 6.2 - (1.15) - Deus sempre honrará servos que sejam totalmente dEle. Não há o que temer. 6.3 - leia o capítulo 3. Dentre as muitas lições que aprendemos aqui, destaco duas: haverá sempre mais de uma testemunha fiel sobre a face da terra! Admiramo-nos de ver um Daniel, mas, em seus dias, também havia Sadraque, Mesaque e Abede-Nego. Admiramos um Elias, mas em seus dias havia outros sete mil que também não dobraram seus joelhos a Baal! E, segunda lição: observe o versículo 25. Haverá sempre o quarto homem ao lado daqueles que se dispõem a ser fiéis. Foi Ele quem disse: "E eis que estou convosco todos os dias" (Mt 28.20). ALELUIA!!! 6.4 - (10.10-14) - creio que aqui esteja uma indicação da razão pela qual algumas de nossas orações "demorem" a ser respondidas. Há luta no reino espiritual, e os poderes inimigos procuram impedir a concretização dessas respostas. Todavia, a Seu tempo, o SENHOR permite que as recebamos. Nada há a temer! Curso de Preparação de Obreiros - Igreja Presbiteriana do Brasil


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6.5 - (12.3) - que promessa! Se a juntarmos ao versículo 13 deste mesmo capítulo, então... só teremos razões para louvar ao nosso Deus, permanecendo fielmente em Seus caminhos, à semelhança de Daniel!

OSÉIAS 1. Propósito: Israel - a esposa de Javé (Ez 16.8-15) - havia abandonado o SENHOR, entregando-se ao culto de deuses, tornando-se uma nação adúltera, tal como acontece com uma esposa que abandona seu marido por outros homens. Em Sua dor, o SENHOR chama Oséias, que se casa com uma mulher adúltera, para ser o Seu porta-voz e, através de sua experiência de vida, trazer a Israel a visão clara da sua condição espiritual, e a visão da posição do SENHOR diante dessa realidade. A mensagem do profeta Oséias abrange três aspectos: 1.1 - o SENHOR detesta o pecado do Seu povo 1.2 - o SENHOR trará juízo sobre o Seu povo 1.3 - o SENHOR ama com toda a fidelidade o Seu povo, apesar de toda a infidelidade deste. 2. Palavra-Chave: "AMOR IRREMOVÍVEL" 3. Versículo-Chave: "Porque o meu povo é inclinado a desviar-se de mim; se é concitado a dirigir-se acima, ninguém o faz. Como te deixaria, ó Efraim? Como te entregaria, ó Israel? Como te faria como a Admá? Como fazer-te um Zeboim? Meu coração está comovido dentro em mim, as minhas compaixões à uma se acendem" (11.7,8). Obs.: quanto a Admá e Zeboim, ver Dt 29.23. 4. Mensagem Messiânica: neste livro há pelo menos duas mensagens messiânicas muito claras e fortes: 4.1 - a primeira delas, citada por Mateus (2.15), está no capítulo 11.1 - "...do Egito chamei o meu filho". Com Mateus aprendemos que a saída de Israel do Egito foi um tipo profético do Messias que, em Sua infância, e tendo-Se refugiado naquele país (à semelhança de Israel) seria chamado a voltar para a Terra Prometida. 4.2 - a própria pessoa do profeta, resgatando uma esposa escrava do pecado e tomando-a para si, é um tipo precioso dAquele que resgatou Sua noiva da escravidão de toda sorte de pecado, "para a apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem cousa semelhante, porém santa e sem defeito" (Ef 5.27). 5. Dados e Particularidades: 5.1 - Oséias viveu cerca de 200 anos após a divisão do Reino (Israel /Judá), quando as Dez Tribos, sob o comando de Jeroboão I (também conhecido como Jeroboão, filho de Nebate), tinham passado a ter como deus nacional e oficial um bezerro de ouro, vivendo em completa idolatria. Bete-Áven (outro nome de Betel, no extremo sul do Reino do Norte) abrigava o altar mais importante do país. 5.2 - ele profetizou por um período de cerca de 45 anos. Durante o exercício de seu ministério, o rei mais importante foi Jeroboão II (também conhecido como Jeroboão, filho de Joás - 1.1). Nesse período, o Reino do Norte (Israel) experimentou grande prosperidade em termos materiais. Enquanto isso, em Judá (ou Reino do Sul) reinaram: Uzias, Jotão, Acaz e Ezequias (1.1). Porém, ele raramente faz referências a Judá, uma vez que seu trabalho está completamente voltado para o Reino do Norte. 5.3 - muitas vezes, no livro, o Reino de Israel recebe o nome de Efraim (5.3,5,11,13). Isso devido ao fato de a tribo de Efraim ser a maior dentre as Dez. 5.4 - os nomes Oséias, Josué e Jesus são derivados da mesma raiz na língua hebraica. Oséias significa SALVAÇÃO, ao passo que os nomes Josué e Jesus significam O SENHOR É SALVAÇÃO. 5.5 - vale a pena pensarmos no significado dos nomes que Oséias deu à sua prole (nomes impactantes, que traziam mensagens fortíssimas!): 5.5.1 - Jezreel, o primogênito. Jezreel era cidade onde Jeú cometera brutalidade contra a casa de Acabe (2 Rs 10.1-14), em cumprimento à profecia de Elias, como vingança pelas atrocidades cometidas por essa casa. E o vale de Jezreel era local de batalha, e seria ali que o reino iria encontrar o juízo do SENHOR, perdendo a batalha contra o inimigo invasor. Ao dar o nome de Jezreel a seu filho, Oséias estava proclamando à nação a mensagem de que Deus iria retribuir-lhe o seu pecado, castigando-a. Curso de Preparação de Obreiros - Igreja Presbiteriana do Brasil


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5.5.2 - Lo-ruhamah. Este foi o nome dado à filha, e quer dizer "desfavorecida" ou "desgraçada". Uma forte mensagem ao povo, anunciando o fato de que o SENHOR não mais iria suportar o pecado de Israel. O castigo estava às portas! 5.5.3 - Lo-ammi. Nome dado ao menino que nasceu por último. Significa "não-meu-povo", ou "bastardo". Isso para anunciar a Israel o fato de que o SENHOR não mais olhava para a nação como sendo Seu povo, mas via a todos como bastardos, filhos adulterinos que não Lhe pertenciam. 6. Lições: 6.1 - em todo este livro, brilha maravilhosamente a luz da graça do nosso Deus. É verdade que, por meio de Oséias, Ele fala duramente com o povo, em razão do seu pecado. (E não poderia ser diferente!). Todavia, a Sua graça brilha esplendorosamente desde o início da mensagem. Um exemplo está no final do capítulo 1 (versos 10 e 11), e início do capítulo 2 (verso 1), onde lemos: "...e acontecerá que no lugar onde se lhes dizia: Vós não sois meu povo, se lhes dirá: Vós sois filhos do Deus vivo...Chamai a vosso irmão: MEU-POVO, e a vossa irmã: FAVOR". Podemos sempre esperar na graça de Deus, que leva-nos ao arrependimento e à restauração! ALELUIA!!! (Obs.: esta passagem, inclusive, tem cunho messiânico, tendo sido aplicada em Rm 9.25 para mostrar que a salvação não se restringe aos judeus, mas também aos gentios - ver também Ef 2.13-19). 6.2 - muitas vezes não compreendemos a razão de certas lutas e dificuldades em nossa vida, não é mesmo?! Corria o ano de 1977. Lendo o capítulo 2 de Oséias, e, particularmente, o versículo 6 - "Portanto, eis que cercarei o seu caminho com espinhos; e levantarei um muro contra ela, para que ela não ache as suas veredas" - pude compreender a razão de muitas delas. E escrevi o seguinte poema: ESPINHOS E MURALHAS Não sei porque me cercas o caminho E, vezes tantas, tristes dores vêm Deter-me os pés, por causa dos espinhos Que, pela estrada, espalhado tens... Não sei porque um muro alto e forte Vens Tu erguer em meio ao meu trilhar Aviso dando-me que mude o norte De passos débeis a peregrinar... Estando assim, sozinho, ensimesmado, Ouço Tua voz em terna repreensão: "Não vês que tens de Mim te distanciado? Te quero perto, junto ao coração!" Que doce voz, suave e tão tremenda, Abrir-me os olhos d'alma firme vem Que forte e clara a Tua reprimenda Mas nela Te contemplo, ó Sumo Bem! Se o trilho do pecado vou à caça Senhor, qual Pai, vem Tu me açoitar Espinhos e muralhas da Tua graça Minh'alma vai alegre abraçar! 6.3 - em 4.11 lemos: "A sensualidade, o vinho e o mosto tiram entendimento". Que verdade! A pessoa enlaçada pela sensualidade perde completamente a capacidade de agir com equilíbrio, com razão, com sobriedade. Cai no maior ridículo e nem o percebe. E, se consegue perceber mesmo que seja um pouquinho só a sua situação, justifica-se a si mesma. Assim também acontece com aquele que é dominado pelo vinho ou pelo mosto (vinho novo). Torna-se incapaz de raciocinar com clareza. Perde a sobriedade. (Ver Is 28.7). Cuidado com a tendência da sua carne! Ela dá para a morte (Rm 8.6)! 6.4 - sinto-me humilhado ao ser confrontado com o que diz 6.4 - "...porque o vosso amor é como a nuvem da manhã, e como o orvalho da madrugada, que cedo passa". Como é o seu amor por Jesus? Frágil? Tênue? Momentâneo? Dependente de circunstâncias? De Sua parte, Ele nos diz: "...Com amor eterno eu te amei, por isso com benignidade te atraí" (Jr 31.3).

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6.5 - muitas vezes queremos culpar os outros pelos nossos fracassos, não é verdade? A nossa família, circunstâncias, o governo, a igreja, Satanás, e até... o SENHOR! Mas, vejamos o que Ele nos diz sobre isso: "A tua ruína, ó Israel, vem de ti, e só de mim o teu socorro" (13.9). Temos que assumir a dura realidade: somos os culpados pela nossa miséria. E só haverá esperança para nós quando confessarmos de coração esta realidade. Por Seu lado, o SENHOR nos dirá em Sua graça: "...só de mim o teu socorro". ALELUIA!!!

JOEL 1. Propósito: aproveitando-se de uma ocasião calamitosa na vida do Reino do Sul (Judá), onde gafanhotos, seca e fogo trouxeram prejuízos incalculáveis à nação, o profeta Joel anuncia o "dia do SENHOR", em que se conhecerá claramente o poder da Sua ira, e conclama o povo a converter-se enquanto é tempo. Apresenta, ainda, as promessas de Deus a serem derramadas sobre os Seus, no tempo da restauração. 2. Palavra-Chave: "CONVERTEI-VOS" 3. Versículo-Chave: "Ainda assim, agora mesmo diz o SENHOR: Convertei-vos a mim de todo o vosso coração; e isso com jejuns, com choro e com pranto" (2.12). 4. Mensagem Messiânica: 4.1 - na vinda do Senhor Jesus, haverá sinais nos céus (2.10,11). Comparar com Mt 24.29-31. 4.2 - um dia, o SENHOR há de julgar todas as nações (3.2,12). Essa mensagem aponta para o Senhor Jesus, conforme Mt 25.31,32 - "Quando vier o Filho do homem na sua majestade e todos os anjos com ele, então se assentará no trono da sua glória; e todas as nações serão reunidas em sua presença, e ele separará uns dos outros, como o pastor separa dos cabritos as ovelhas". 5. Dados e Particularidades: 5.1 - o texto deste livro apresenta duas fases bem distintas na mensagem do profeta: 5.1.1 - a primeira delas vai de 1.1 até 2.27. Aqui, fala-se em três calamidades reais e históricas que a nação está atravessando: 5.1.1.1 - desequilíbrio ecológico: nuvens de gafanhotos invadem o país, assolando sua agricultura; 5.1.1.2 - outro desequilíbrio ecológico: uma grande seca afetando profundamente a agricultura e a pecuária; 5.1.1.3 - focos de incêndio, completando a calamidade. Essas calamidades prenunciam o "dia do SENHOR" (2.11), que virá por meio de um exército enorme que irá assolar a terra (2.3). Todavia, porque o SENHOR prefere salvar a punir, um apelo tocante e profundo é feito ao povo, no sentido de que se arrependa (2.12,13). O apelo para que esse arrependimento se manifestasse de modo real e nacional parece ter surtido grande efeito. Como conseqüência, vêm as promessas de restauração (2.18-27). 5.1.2 - a segunda fase vai de 2.28 ao final do livro, 3.21. 5.1.2.1 - passada essa fase da história do povo de Israel (particularmente, Judá, a quem a profecia parece dirigir-se de modo mais claro e definido), o SENHOR fez uma nova promessa de restauração ainda maior que a da primeira fase - a do derramamento do Seu Espírito (2.28-32)! Sabemos que essa época, iniciada no Pentecoste, inaugura o "período evangelístico" na história da humanidade, quando "todo aquele que invocar o nome do SENHOR será salvo" (2.32). 5.1.2.2 - o "período evangelístico" parece culminar com uma atuação especial de Deus sobre a nação de Israel (particularmente, Judá, o sul do país), quando todas as nações que fizeram mal aos judeus passarão por um julgamento especial e sofrerão as devidas conseqüências do seu pecado. Haverá multidões reunidas no Vale de Josafá (também conhecido como Vale do Cedrom, no lado oriental de Jerusalém), no grande "dia do SENHOR". 5.1.2.3 - não há razão para os salvos temerem (3.17,18).

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5.1.2.4 - nos versículos 18-21 (do capítulo 3) há promessas finais de bênção para o povo do SENHOR, e de maldição para aqueles que O rejeitaram, bem como ao Seu povo (19). 5.2 - o nome Joel significa "o SENHOR é Deus". Através deste profeta podemos ter uma noção ainda mais clara do "quanto" o SENHOR, de fato, é Deus: Ele tem domínio sobre a natureza, Ele tem domínio sobre o governo humano (movendo, inclusive, exércitos), Ele tem domínio sobre o coração humano (em Sua bondade, leva o homem ao arrependimento). Ele é, em verdade, o Grande Soberano! 5.3 - o precioso Dr. Scroggie em seu livro "Know Your Bible" (Conheça a Sua Bíblia) nos ensina que, ao olharmos para essas nuvens de gafanhotos descritas em Joel, podemos interpretá-las de três maneiras: 5.3.1 - histórica - houve uma invasão de gafanhotos no país, e essa invasão serviu de ilustração para o profeta Joel anunciar o juízo de Deus sobre o Seu povo; 5.3.2 - alegórica - a catástrofe ecológica vivida pela nação era figura de uma futura invasão que o país sofreria por parte de um grande exército inimigo; 5.3.3 - apocalíptica - os gafanhotos tipificam forças (exércitos) que irão manifestar-se nos últimos dias. 5.4 - há muitas discussões quanto à época em que Joel teria profetizado. Boa parte dos estudiosos crê ter sido lá por volta de 830 a.C. Contudo, Calvino, em seu comentário deste livro, assim se expressa: "...como não se tem certeza, é melhor deixar indeterminada a época em que ele ensinou". Creio ser esta a atitude mais sábia e correta! 5.5 - uma das passagens mais destacadas do livro é a de 2.28-32, que prediz a descida do Espírito Santo do Senhor sobre o Seu povo. O apóstolo Pedro, movido por esse mesmo Espírito, faz referência a essa passagem em seu discurso de At 2 (v. 16-21). Quanto a isto, o Dr. Scroggie afirma o seguinte: "É certo que o Pentecoste estava presente na profecia de Joel, porém não sabemos se essa profecia se cumpriu cabalmente no Pentecoste. Os versículos 30-32 parecem apontar para uma época ainda futura (a época apocalíptica relatada em Mt 24.29-31)". 6. Lições: 6.1 - talvez um dos aspectos que mais chamem a minha atenção neste livro seja a descrição feita dos soldados do exército inimigo. Leia 2.1-11. Há muitas coisas a serem aprendidas nesta passagem, mas quero destacar esta: você já percebeu como é disciplinado esse exército?! Observe os versículos 7-9. Vejamos algumas das qualidades desses soldados: 6.1.1 - correm como valentes - eles correm para alcançar seu objetivo! E fazem-no como valentes, sem medo, sem covardia! 6.1.2 - cada um vai no seu caminho - ninguém tenta tomar o lugar do outro. Cada qual sabe qual é a sua porção, a sua tarefa, e nela permanece! 6.1.3 - não se desvia da sua fileira - não há lugar para desvios, atalhos, novidades, etc... 6.1.4 - não empurram uns aos outros - há respeito pelo companheiro; há visão clara do limite de cada um! 6.1.5 - arremetem contra lanças - não têm medo da morte: lutam por seu objetivo sem temor! 6.1.6 - conquistam! Olhando para esse exército, eu me pergunto: nós, que somos o Exército do SENHOR dos Exércitos, somos assim? Valentes? Conhecedores da nossa porção e satisfeitos com ela? Inabaláveis em nossa trajetória? Respeitosos para com os nossos irmãos e companheiros na batalha? Heróis, dispostos a dar a própria vida? Conquistadores frutíferos? Será bom meditarmos honestamente! 6.2 - se há uma atitude contra a qual o Senhor Jesus lutou é a hipocrisia. Isso, porque ser hipócrita está muito ligado à natureza humana, infelizmente. 2.13 nos fala de conversão genuína, real, do coração - "Rasgai o vosso coração, e não as vossas vestes". Não adianta mentir. Deus sabe. Ele conhece os nossos sentimentos mais profundos. É preciso que sejamos autênticos, buscando o verdadeiro arrependimento! 6.3 - há sempre lindas promessas para aqueles que rasgam o coração, e não as vestes. Dentre elas, destaco: "o meu povo jamais será envergonhado". ALELUIA!!! (Que, em contrapartida, jamais envergonhemos ao SENHOR. Medite nestes textos: Sl 69.6 e Rm 2.24).

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6.4 - muitos são aqueles que têm pavor do dia do SENHOR. E não é para menos, pois será terrível. A Bíblia é bastante clara quanto a isto. Diante da voz do SENHOR "os céus e a terra tremerão" (3.16). Todavia, que doce paz há para o povo de Deus! Estes nada precisam temer, pois "o SENHOR será o refúgio do seu povo, e a fortaleza dos filhos de Israel" (3.16). ALELUIA!!! (Isso me faz lembrar de uma cena impressionante que vi há muitos anos. Em Foz do Iguaçu, passarinhos têm os seus ninhos nas fendas das rochas por onde descem com toda força milhões de litros de água a cada segundo. Vivem tranqüilos em meio ao rufar terrível das grandes águas! Assim estaremos também nós, naquele dia tremendo!). 6.5 - quem irá morar em Jerusalém? 3.17 diz que "estranhos não passarão por ela". Somente os da família (Ef 2.19). Nenhum estranho! Haverá perfeita alegria, perfeita descontração, perfeita harmonia! Medite nesta palavra: "E com respeito a Sião se dirá: Este e aquele nasceram nela; e o próprio Altíssimo a estabelecerá. O SENHOR, ao registar os povos, dirá: Este nasceu lá" (Sl 87.5,6). Você nasceu lá? É fruto do Calvário? Ou ainda é um estranho?

AMÓS 1. Propósito: o Reino do Norte (Israel), duzentos anos após separar-se do Reino do Sul (Judá), vivia o ápice da prosperidade e da riqueza material (3.15; 6.1-6; 2 Rs 14.23-27). Em meio a essa situação, o profeta Amós foi capacitado pelo SENHOR para enxergar que, por trás do luxo e do poderio militar existentes, campeavam a imoralidade, a injustiça, a opressão, o roubo, a violência, a idolatria, a arrogância e a hipocrisia. O ministério de Elias e Eliseu ficara para trás, e a nação só fazia por atrair sobre si o peso da mão de Deus. O SENHOR, porém, em Seu amor infinito, e mantendo-Se fiel à Aliança, levantou Amós para alertar o povo, denunciar seu pecado, e chamá-lo ao arrependimento, como que numa tentativa final de evitar a destruição iminente. 2. Palavra-Chave: "BUSCAI-ME, E VIVEI" 3. Versículo-Chave: "Buscai ao SENHOR, e vivei, para que não irrompa na casa de José como um fogo que a consuma, e não haja em Betel quem o apague" (5.6) 4. Mensagem Messiânica: a parte final da profecia deste livro apresenta-nos uma linda mensagem de restauração (9.11-15), apontando-nos para o tempo em que o "tabernáculo caído de Davi" seria levantado e a sorte do povo do SENHOR seria mudada para sempre. Sabemos que é em Jesus, o Messias descendente de Davi, que todas as coisas são restauradas e nossa sorte é mudada para sempre! 5. Dados e Particularidades: 5.1 - quem era Amós? Procedente da região rural de Tecoa, em Judá (20 km ao sul de Jerusalém), Amós, cujo nome significa "carregador de fardo", foi um "boieiro e colhedor de sicômoros" (7.14) a quem Deus chamou para entregar uma palavra profética a Israel. Mesmo não sendo membro da escola de profetas do seu tempo, dirigiu-se a Betel, centro nacional de idolatria e residência de Jeroboão II, e proclamou o juízo de Deus sobre a nação, conclamando o povo ao arrependimento. 5.2 - em que época Amós profetizou? Como sucessor de Joel e antecessor de Oséias e Isaías, Amós entregou sua mensagem por volta de 755 a.C., cerca de trinta anos antes da queda de Israel. 5.3 - o livro pode ser dividido em quatro partes: 5.3.1 - as profecias contra oito nações - 1.1-2.16. São essas oito nações: 5.3.1.1 - Síria - 1.3-5; 5.3.1.2 - Filístia - 1.6-8; 5.3.1.3 - Tiro - 1.9,10; 5.3.1.4 - Edom - 1.11,12; 5.3.1.5 - Amom 1.13-15; 5.3.1.6 - Moabe - 2.1-3; 5.3.1.7 - Judá - 2.4,5; 5.3.1.8 - Israel - 2.6-16 5.3.2 - os três sermões - 3.1-6.14 5.3.3 - as cinco visões - 7.1-9.10 5.3.3.1 - gafanhotos - 7.1-3; 5.3.3.2 - fogo consumidor - 7.4-6; Curso de Preparação de Obreiros - Igreja Presbiteriana do Brasil


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5.3.3.3 - prumo - 7.7,8; 5.3.3.4 - cesto de frutos de verão - 8.1-3; 5.3.3.5 - o SENHOR junto ao altar - 9 5.3.4 - as cinco promessas - 9.11-15 5.4 - de quais pecados Israel foi acusado pelo SENHOR por intermédio de Amós? 5.4.1 - judiciário parcial e desonesto - 2.6; 5.7; 6.12 5.4.2 - imoralidade - 2.7 5.4.3 - idolatria - 2.8 5.4.4 - perversão dos religiosos, tanto dos "profissionais" como dos "voluntários" - 2.12 5.4.5 - violência e devastação - 3.10 5.4.6 - opressão aos pobres - 4.1; 5.11; 8.4 5.4.7 - culto abominável - 4.4,5; 5.21-23 5.4.8 - aversão à disciplina - 5.10 5.4.9 - suborno - 5.12 5.4.10 - soberba e pretensão - 6.8,13 5.4.11 - desonestidade - 8.5 5.5 - quais os castigos prometidos pelo SENHOR ao Seu povo obstinado e pecador? 5.5.1 - terremoto - 2.13-16; 8.8; 9.5 (Nota: esta profecia cumpriu-se dois anos após ser dada - 1.1) 5.5.2 - cerco do inimigo - 3.11; 6.14 5.5.3 - cativeiro - 4.2; 5.27; 6.7; 7.17 (Nota: esta profecia cumpriu-se cerca de trinta anos após ser dada, em 722 a.C.) 5.5.4 - morte - 5.3; 6.9 5.5.5 - pranto em todas as praças e vinhas (locais de alegria) - 5.16,17 5.5.6 - uma calamidade atrás da outra, sem trégua - 5.18-20 5.5.7 - ser abandonado por Deus - 6.8 5.5.8 - louvor transformado em uivos - 8.3,10 5.5.9 - a retirada da Palavra de Deus de entre o Seu povo - 8.11-12 6. Lições: 6.1 - Amós inicia sua mensagem (caps. 1 e 2) anunciando o juízo do SENHOR contra sete nações inimigas de Israel (inclusive Judá!), e também contra a própria nação de Israel. Isso mostra-nos que o SENHOR é o Monarca Universal, e que todas as nações, independentemente de quem sejam, irão responder diante dEle por seus feitos! Seu juízo começa com o indivíduo (Rm 14.12), chegando até às nações (Ap 14.6,7). 6.2 - viver "curtindo" a vida, indiferente a todo o mal que permeia a sociedade humana é pecado! O justo Jó tinha constante preocupação com a possibilidade de os seus filhos terem cometido algum pecado (Jó 1.5). Isaías clamou em desespero porque a sociedade em que vivia era de "impuros lábios" (Is 6.5). E você, se aflige pelo pecado da sociedade dos nossos dias, ou vive indiferentemente, como se dela não fizesse parte? 6.3 - (9.10) - que alerta solene! Observou a palavra "todos" no texto? E a expressão "do meu povo"? O fato de uma pessoa ser "do meu povo" não a isenta do juízo do SENHOR, se ela estiver vivendo em pecado. Não se escude na doutrina da eleição para viver uma vida de pecado, pois o SENHOR irá matar "todos os pecadores do meu povo". 6.4 - quem é o seu Deus? É o SENHOR? Se for, veja o que a Palavra, por meio de Amós, nos ensina sobre Ele: 4.13; 5.8-9; 9.5-6. Curvemo-nos reverentemente diante dEle! 6.5 - o amor do SENHOR é insondável, não é verdade?! Isso fica mais uma vez claro neste precioso livro do profeta Amós. Em meio a palavras duras (e tão necessárias) de reprovação ao pecado do povo, o SENHOR manifesta o Seu coração misericordioso por meio de apelos ternos e veementes, tais como: 4.12; 5.4,6,14,15. Que Deus terno e amoroso é o nosso. ALELUIA!!!

OBADIAS 1. Propósito: os gêmeos Esaú e Jacó tornaram-se pais de duas nações: Edom e Israel. Os edomitas tornaram-se hostis aos seus irmãos israelitas desde muito cedo. Em sua volta do Egito, por exemplo, os israelitas foram repudiados Curso de Preparação de Obreiros - Igreja Presbiteriana do Brasil


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pelos edomitas, que não os deixaram passar pelo seu território (Nm 20.14-21). Obadias, um profeta quase desconhecido cujo nome significa "Servo do SENHOR", em sua profecia inspirada anuncia o julgamento divino contra Edom, particularmente por sua atitude para com os judeus numa das cruentas invasões que sofreram (mui provavelmente a invasão que lhes foi imposta pelos babilônios em 586 a.C. - leia Lamentações 4.21,22 e o Salmo 137.7). A mensagem de Obadias é, antes de tudo, um repúdio ao orgulho e à falta de fraternidade, sendo também uma afirmação muito incisiva da "lei da retribuição" anunciada com muita clareza também em o Novo Testamento - "Não vos enganeis: de Deus não se zomba; pois aquilo que o homem semear, isso também ceifará" (Gl 6.7). 2. Palavra-Chave: "O JULGAMENTO DE EDOM" 3. Versículo-Chave: "A soberba do teu coração te enganou, ó tu que habitas nas fendas das rochas, na tua alta morada, e dizes no teu coração: Quem me deitará por terra?" (v.3). 4. Mensagem Messiânica: Obadias apresenta-nos uma dupla mensagem messiânica. Através do "dia do SENHOR", anuncia o juízo de Deus sobre as nações (a ser efetuado, naturalmente, pelo Messias - Ap 19.11-16) e a exaltação do Seu povo (completamente liberto, restaurado e exaltado - 1 Co 6.2,3 - pelo Messias, a quem pertence o reino, v.21). 5. Dados e Particularidades: 5.1 - o Monte Seir (território de Edom) constituía-se numa região montanhosa situada ao sul do Mar Morto, indo até perto do norte do Mar Vermelho. Região de excelentes pastagens e altos penhascos, oferecia sustento e segurança aos seus moradores, que se achavam inatingíveis. Sua capital era a cidade de Sela (Petra), situada num planalto acima de um desfiladeiro rochoso, cujo acesso se dava através de uma fenda bem estreita (cerca de 4m de largura, apenas!). Assim, a cidade era praticamente inexpugnável! Outra cidade importante de Edom era Temã (v.9), pátria de Elifaz, amigo de Jó. 5.2 - quatro anos depois da destruição de Jerusalém, Edom foi arrasada pelos mesmos babilônios a quem havia ajudado... (v.7). Os Nabateus assumiram o poder sobre a região, e os poucos edomitas sobreviventes refugiaram-se ao sul de Judá, vivendo como inimigos dos judeus. Em 126 a.C. foram subjugados pelo macabeu João Hircano. Quando a Palestina foi conquistada pelos romanos (63 a.C.), os Herodes (que eram descendentes de Esaú) foram designados para governá-la. Com a destruição de Jerusalém pelos romanos no ano 70 d.C., os edomitas desapareceram completamente da História. Cumpriu-se o que fora dito pelo SENHOR por intermédio de Obadias vários séculos antes: "...e serás exterminado para sempre... e ninguém mais restará da casa de Esaú" (v.10,18). 5.3 - Obadias, com seus 21 versículos, é o menor livro do Velho Testamento. Por outro lado, sua mensagem é poderosamente forte e enfática! 5.4 - podemos dividir este livro em duas partes: 5.4.1 - o julgamento de Edom - v. 1-16; 5.4.2 - a vitória final de Israel - v.17-21. 5.5 - podemos alistar aqui os pecados de que Edom se tornou culpado: 5.5.1 - soberba - v.3; 5.5.2 - violência cometida contra Israel - v.10; 5.5.3 - olhou com prazer o dia da calamidade de seu irmão - v.12; 5.5.4 - aproveitou-se da ruína de seu irmão - v. 13; 5.5.5 - não teve misericórdia de Israel, e ainda ajudou o inimigo - v.16. 6. Lições: 6.1 - (v.3) - como vive enganado aquele que confia nas circunstâncias terrenas! Os edomitas, habitando em lugar aparentemente inexpugnável, ensoberbeceram-se. Mal sabiam que, no tempo de Deus, tudo aquilo em que confiavam cairia por terra. Confiar no dinheiro, na posição social que se ocupa, na saúde, na beleza física, etc., é loucura absoluta. Você confia nalguma destas coisas? 6.2 - (v.4) - ninguém foge do alcance da mão de Deus. Lembra-se do que diz o Salmo 139.7-12?! Ele sempre irá nos achar. Por isso, é melhor andar humildemente em Sua presença - "anda na minha presença, e sê perfeito" (Gn 17.1) - sem motivos para querer fugir! 6.3 - (v.7) - amizade e aliança com os ímpios só resultam em prejuízo, vergonha e dor. Os próprios aliados de Edom tornaram-se seus invasores! Cuidado!!! A amizade com a impiedade jamais poderá trazer-lhe bênção. (No caso, Curso de Preparação de Obreiros - Igreja Presbiteriana do Brasil


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os edomitas deixaram de ser amigos dos da própria família, para se aliarem a estranhos). Você prefere os seus amigos do mundo aos irmãos na fé? 6.4 - (v.12,13) - você já olhou com prazer o dia da calamidade de alguém? Já sentiu o "doce" gostinho de ver um desafeto seu em situação difícil? Já se alegrou pela miséria alheia, mesmo que só em seu íntimo? Cuidado!!! Dê ouvidos ao alerta de Pv 24.17,18. 6.5 - (v.21) - no final da profecia de Obadias está a nossa grande esperança, o suspiro da nossa alma, não é mesmo?! "O reino será do SENHOR"! Sim, sabemos que Ele já domina sobre tudo, mas anelamos por aquele dia quando esse reino será completamente visível, palpável e completo! Agora, vemos como que em espelho. Naquele dia, contemplaremos essa realidade numa outra dimensão. MARANATA!!!

JONAS 1. Propósito: Nínive era a capital do império assírio, que dominou o mundo entre 900 e 607 a.C. (Interessante notar que esse império começou sua ascendência mais ou menos à época da divisão do reino hebreu, quando as dez tribos formaram o Reino do Norte. E, aos poucos, a Assíria foi absorvendo o Reino do Norte, até destrui-lo completamente em 721 a.C. Diante desse quadro histórico, podemos dizer que o chamado de Deus para Jonas foi paradoxal, pois ele deveria levar aos assírios a mensagem da compaixão do SENHOR, o que prolongaria a vida desse grande inimigo de Israel inimigo que, aliás, iria exterminar o reino, ao final). O livro aponta-nos, portanto, o fato de que a misericórdia do SENHOR é muito mais abrangente, indo de encontro, inclusive, de povos inimigos do Seu povo especial. Assim, podemos dizer que o livro do profeta Jonas é a revelação especial da compaixão de Deus para com os gentios, no Velho Testamento. 2. Palavra-Chave: "COMPAIXÃO" 3. Versículo-Chave: "e não hei de eu ter compaixão da grande cidade de Nínive em que há mais de cento e vinte mil pessoas, que não sabem discernir entre a mão direita e a mão esquerda, e também muitos animais?" (4.11). 4. Mensagem Messiânica: claramente citada pelo Senhor Jesus, Sua ressurreição ao terceiro dia foi prefigurada na experiência de Jonas, que permaneceu por três dias e três noites no ventre do grande peixe, sendo, posteriormente, devolvido à vida (Mt 12.39-41). (Observação: no idioma hebraico, a expressão "três dias e três noites" não implica em que o primeiro e o terceiro dias tenham sido completos. Basta que parte deles tenha feito parte da história). 5. Dados e Particularidades: 5.1 - Jonas, cujo nome significa "pomba", viveu nos dias de Jeroboão II (790 a 749 a.C.), que foram de grande prosperidade para o Reino do Norte. Filho de um certo Amitai, era natural de Gate-Hefer (cidade próxima a Nazaré, na Galiléia), na tribo de Zebulom. Seu livro pode ser dividido em duas seções: 5.1.1 - o primeiro comissionamento de Jonas - caps. 1 e 2; 5.1.2 - o segundo comissionamento de Jonas - caps. 3 e 4. 5.2 - os fariseus erraram quando disseram a Nicodemos: "Examina e verás que da Galiléia não se levanta profeta" (Jo 7.52). Jonas foi reconhecidamente um profeta (2 Rs 14.25), e era da Galiléia! Bem disse o Senhor Jesus: "Errais, não conhecendo as Escrituras nem o poder de Deus" (Mt 22.29)! 5.3 - de todas as coisas e pessoas mencionadas no livro de Jonas - a tempestade, o sorteio, os marinheiros, o grande peixe, os ninivitas, a planta, o verme, o vento oriental - somente o profeta do SENHOR é que O desobedeceu... 5.4 - o livro de Jonas distingue-se dos demais livros do Velho Testamento por ser o único a concentrar-se exclusivamente em torno de uma nação gentílica! 5.5 - a mente corrompida de alguns procura afirmar que este livro não é histórico, mas uma simples alegoria, ou parábola, ou ficção. Todavia, o Senhor Jesus afirmou sua historicidade (Mt 12.39-41), de modo que a mente espiritual jamais poderá questioná-la. (Nota: a palavra "peixe", erroneamente interpretada por alguns como "baleia", significa, na verdade, "grande peixe", ou "monstro marinho". Nos oceanos, há peixes com tamanho suficiente para engolir um ser humano. Por outro lado, um dos aspectos mais importantes da experiência de Jonas está exatamente no milagre operado pelo SENHOR naquela ocasião. Ora, milagre é algo que vai além do natural. E a mente espiritual o sabe muito bem!). 6. Lições: Curso de Preparação de Obreiros - Igreja Presbiteriana do Brasil


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6.1 - (1.2) - clamar contra Nínive significava, literalmente, colocar o pescoço na guilhotina! Os ninivitas, do ponto de vista humano, jamais aceitariam ser acusados por seus pecados! Muitas vezes, o nosso comissionamento (chamado) implica em risco de vida. Você está disposto a fugir, ou a obedecer? 6.2 - (1.3) - podemos forçar uma reinterpretação ou releitura da revelação de Deus para nós. No caso, o fato de Jonas haver achado um navio que fosse para Társis, encontrar lugar para si, e ter condições de pagar a passagem, poderia ser interpretado como uma mudança da vontade de Deus para a vida do profeta... CUIDADO! A vontade de Deus é imutável! 6.3 - (1.5) - o nosso pecado sempre traz conseqüências sobre outras pessoas, muitas vezes que "nada têm a ver com o peixe". Quanto prejuízo houve para os marinheiros daquele navio! Tudo por causa de Jonas. CUIDADO: você pode causar muitos prejuízos financeiros, morais, espirituais a muitas pessoas por causa de suas escolhas e atitudes obstinadas! 6.4 - Jonas pregou, anunciando o peso da mão do SENHOR sobre Nínive (aliás, era o seu desejo ver tal fato acontecer!). Mas, sua pregação teve outro efeito: a conversão da cidade. Podemos pregar com a intenção errada, mas os planos do SENHOR é que irão concretizar-se! "assim será a palavra que sair da minha boca; não voltará para mim vazia, mas fará o que me apraz, e prosperará naquilo para que a designei" (Is 55.11). 6.5 - (4.6-11) - este livro faz transbordar a beleza da compaixão do nosso Deus. Ele teve compaixão dos marinheiros, preservando-lhes a vida e revelando-Se a eles (1.16). Teve compaixão de Jonas, preservando sua vida no ventre do peixe (1.17), dando-lhe uma segunda oportunidade (3.1,2), e abençoando sua pregação (3.4,5). Teve compaixão dos ninivitas, levando-os a experimentar grande arrependimento (3.10). E novamente teve compaixão de Jonas preconceituoso, egoísta e insensato - revelando-lhe a realidade do seu coração, a extensão do Seu amor! De fato, o nosso Deus é compassivo! ALELUIA!!!

MIQUÉIAS 1. Propósito: Miquéias, que fala da parte do SENHOR tanto aos de Israel quanto aos de Judá, levanta-se para denunciar juizes que aceitam suborno, comerciantes desonestos, sacerdotes e profetas mercenários (que trabalham sem outro interesse que não a paga), povo idólatra, enfim, os pecados da sociedade de seu tempo. E procura mostrar que há uma relação integral entre a verdadeira espiritualidade, o culto aceitável, e a ética social. 2. Palavra-Chave: "ESPIRITUALIDADE VERDADEIRA" 3. Versículo-Chave: "Ele te declarou, ó homem, o que é bom; e que é o que o SENHOR pede de ti, senão que pratiques a justiça e ames a misericórdia, e andes humildemente com o teu Deus?" (6.8) 4. Mensagem Messiânica: às denúncias dos diversos pecados cometidos por Seu povo, e ao anúncio do juízo de Deus como conseqüência da prática desses pecados, Miquéias intercala preciosíssimas mensagens de esperança, perdão e restauração, todas elas intimamente ligadas à vinda do Messias. A mais conhecida de todas é a do capítulo 5, versículo 2, onde ele anuncia a cidade onde o Rei deveria nascer: "E tu, Belém Efrata, pequena demais para figurar como grupo de milhares de Judá, de ti me sairá o que há de reinar em Israel...". E acrescenta que Suas origens são "desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade". Esse Rei viria para ajuntar o restante de Israel no aprisco (2.12,13). Porém, não somente isso: para Ele afluiriam os povos, "para que nos ensine os seus caminhos, e andemos pelas suas veredas" (4.1-8). Ele viria para apascentar o povo na força do SENHOR, sendo Ele mesmo "a nossa paz" (5.4,5). Ele pisaria aos pés as nossas iniquidades, por ter prazer na misericórdia (7.18,19)! ALELUIA! Todavia, isso não aconteceria sem que um fato profundamente triste - horripilante, mesmo - ocorresse: "ferirão com a vara a face ao juiz de Israel" (5.1). 5. Dados e Particularidades: 5.1 - quem era Miquéias? Muito pouco se sabe sobre este homem de Deus. Era morastita, ou seja, de Moresete-Gate, região agrícola que ficava no sudoeste de Judá, cerca de 40 km de Jerusalém, na divisa com a Filístia. Seu nome é a combinação de três palavras hebraicas que, juntas, significam "Quem é como o SENHOR?". Miquéias tinha profunda consciência e convicção do chamado divino, a ponto de fazer a seguinte declaração: "Eu, porém, estou cheio do poder do Espírito do SENHOR, cheio de juízo e de força, para declarar a Jacó a sua transgressão e a Israel o seu pecado" (3.8). 5.2 - em que época Miquéias profetizou? Ele mesmo no-lo responde: durante os reinados de Jotão, Acaz e Ezequias, que reinaram em Judá sucessivamente entre 739 e 686 a.C. (Durante esse período, Peca e Oséias reinaram em Israel). É bem provável que Miquéias tenha exercido o seu ministério por uns 30 anos, tendo visto cumprir-se ao menos uma de suas profecias: a da queda do Reino do Norte, em 722 a.C. (Leia 1.6,7). Curso de Preparação de Obreiros - Igreja Presbiteriana do Brasil


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5.3 - Miquéias foi contemporâneo de Isaías. Há muita semelhança em suas palavras, o que não poderia deixar de ser, pois, ainda que respeitando a individualidade de cada um, viveram na mesma época e o mesmo Espírito os inspirou! 5.4 - vejamos alguns dos pecados denunciados por Miquéias: 5.4.1 - idolatria - 1.5,7 5.4.2 - extorsão, roubo - 2.2,8 5.4.3 - aprovação e aceitação de falsos profetas - 2.11 5.4.4 - injustiça social - 3.1 5.4.5 - profetas mercenários - 3.5 5.4.6 - perversão do direito - 3.9-11; 7.3,4 5.4.7 - desonestidade - 6.9-11 5.4.8 - violência e mentira - 6.12 5.4.9 - impiedade 5.4.10 - deterioração da família e do exercício da confiabilidade - 7.5,6 5.5 - vejamos, agora, alguns dos juízos de Deus sobre tais pecados: 5.5.1 - destruição da nação, luto, exílio - 1.6-16; 4.9,10 5.5.2 - orações não respondidas: o silêncio de Deus - 3.4 5.5.3 - vergonha para os profetas: falta-lhes o que dizer - 3.6,7 5.5.4 - fome - 6.14 5.5.5 - perda dos bens materiais - 6.14 5.5.6 - o trabalho não prospera - 6.15 6. Lições: 6.1 - (3.12) - você tem verdadeira consciência da sua responsabilidade social? Sabia que o seu pecado atrai o juízo de Deus sobre o seu país, estado, cidade? Antes de criticar as autoridades, avalie o quanto você tem sido responsável pelas diversas calamidades que têm assolado a nossa Pátria! 6.2 - (4.11-13) - o ímpio intenta o mal contra os servos de Deus, mas não sabe que está nas mãos dEle e nem discerne os Seus planos. Até mesmo os seus tesouros, em que tanto confia, acabarão sendo entregues ao SENHOR! Que grande consolo esta verdade nos traz ao coração! A impiedade está cercada pela mão do SENHOR, não poderá ir além dos limites por Ele estabelecidos, e terá de curvar-se diante dEle! 6.3 - (5.7) - você já descobriu que foi chamado para ser bênção no meio da terra, na sociedade em que vive? Sim, chamado para ser "como orvalho do SENHOR". Que benefícios traz o orvalho? (Nota: veja que esse orvalho "não espera pelo homem, nem depende dos filhos dos homens" para fazer-se presente e nem para agir! O que você está esperando, para ser bênção?). 6.4 - (6.3-5) - está cansado de ser crente? O Senhor Jesus já não tem o mesmo brilho para você? O seu relacionamento com Ele caiu em mesmice? Medite neste texto. Far-lhe-á bem! 6.5 - (7.8-20) - nesta palavra reconhecemos, uma vez mais, a grandiosidade do amor do nosso Deus por Seu povo. Ele repreende e castiga, porém jamais deixa de nos amar! Tem prazer em exercer Sua misericórdia para conosco. Seu perdão é absolutamente completo! Que esta passagem nos leve a uma atitude de profunda adoração!

NAUM 1. Propósito: este é um livro que nos ensina duas verdades básicas. A primeira, confortando-nos grandemente ao nos mostrar que vale a pena esperar a manifestação da justiça divina; a Seu tempo, ela se realiza de modo completo. E a segunda, estimulando-nos a lembrar que não há força que resista ao poder do SENHOR! Naum é chamado a profetizar aos ninivitas (a cidade de Nínive era a capital da Assíria), pois estes se tinham esquecido do grande avivamento experimentado nos dias de Jonas (por volta de 760 a.C.), retornando aos seus hábitos de violência (2.12 - já em 722 a.C., sob a direção de Sargão II, os assírios destruíram Samaria, a capital do reino do Norte, dispersando suas dez tribos); paganismo (3.4); e arrogância. Durante o reinado de Assurbanípal (669-633 a.C.) a cidade atingiu seu esplendor máximo, tornando-se a mais importante do mundo. Cercada por muralhas altas (30 m. de altura), torres e canais, parecia ser inexpugnável, com capacidade para sobreviver a um cerco durante 20 anos! Todavia, a palavra profética de Naum anuncia o seu fim, mostrando que, no tempo apropriado, o SENHOR manifesta a Sua justiça, não havendo quem O possa resistir. Curso de Preparação de Obreiros - Igreja Presbiteriana do Brasil


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(Nota: os profetas Jonas e Naum, juntos, ilustram o agir de Deus com relação às nações. Através de Jonas, Ele demonstra a Sua misericórdia e graça, instando com os ninivitas a que se arrependam. E através de Naum Ele demonstra que o Seu juízo também é real; ninguém pode brincar com a Sua santidade!). 2. Palavra-Chave: "O SENHOR É JUSTO E MAIOR QUE OS INVENCÍVEIS" 3. Versículo-Chave: "Também tu, Nínive, serás embriagada, e te esconderás; também procurarás refúgio contra o inimigo" (3.11). 4. Mensagem Messiânica: a mensagem messiânica implícita neste livro é dupla: a. o SENHOR é vingador (Jd 14,15; 2 Ts 1.7-9); b. o SENHOR é o refúgio dos Seus eleitos (Jo 10.27-29). Ambas estas verdades se concretizam no Messias, que tanto veio para salvar, quanto virá para exercer vingança! 5. Dados e Particularidades: 5.1 - a cidade de Nínive foi fundada por Ninrode, após o dilúvio (Gn 10. 8-12), e situava-se na parte Norte do grande vale do Eufrates, enquanto sua inimiga Babilônia situava-se a 540 km, na parte Sul do mesmo vale. Em cumprimento à profecia do SENHOR foi de tal maneira destruída que sua localização permaneceu desconhecida de 612 a.C. (quando ocorreu sua destruição pelos babilônios após dois anos de cerco) até o ano de 1845 d.C. 5.2 - situada na confluência dos rios Tigre e Kosher (em frente à atual cidade de Mosul, no Iraque), a inexpugnável Nínive chegou a possuir, nos dias do literato rei Assurbanípal, uma biblioteca com 100.000 volumes, dos quais cerca de 30.000 foram resgatados e se encontram no Museu Britânico. Assurbanípal tinha pendores de arqueólogo, de modo que levou os seus escribas a procurarem e copiarem documentos babilônicos datados de 2.000 anos antes de seus dias, através dos quais hoje temos conhecimento da literatura babilônica primitiva. Todo esse esplendor ficou soterrado por mais de 2.300 anos, mostrando que o SENHOR faz calar toda a arrogância, força e sabedoria humanas! 5.3 - podemos dividir a profecia da Naum em três partes: 5.3.1 - o decreto da destruição de Nínive - cap. 1; 5.3.2 - a descrição da destruição de Nínive - cap. 2; 5.3.3 - a extensão da destruição de Nínive - cap. 3. 5.4 - o nome "Naum" significa "Consolação". Sua mensagem foi consoladora para os de Judá, que sofriam com as constantes e cruéis ameaças dos assírios. 5.5 - o versículo 8 do capítulo primeiro diz: "mas com inundação transbordante acabará duma vez com o lugar desta cidade...". E foi exatamente (como não poderia deixar de ser!) o que aconteceu! O rio Tigre transbordou, causando a ruína de parte da muralha da cidade, o que permitiu aos babilônios invadi-la e atear-lhe fogo. 6. Lições: 6.1 - o livro revela de um modo bastante claro alguns dos atributos do nosso Deus: Sua justiça, força, poder e graça (1.2-8). Avaliando o conjunto desses atributos, torna-se inevitável que compreendamos a razão de perecerem aqueles que se Lhe opõem. Estamos habituados a ouvir de um Deus de amor, que perdoa. E essa é uma verdade maravilhosa! Todavia, não podemo-nos esquecer de uma outra verdade, "igualmente verdadeira" - o fato de que o SENHOR "jamais inocenta o culpado". Sua santidade não pode permitir que o pecado permaneça impune. Ele age pacientemente com o pecador, oferece-lhe oportunidade de arrependimento, mas, a Seu tempo, age com mão forte em juízo. A cruz é o grande testemunho desta verdade! Sejamos cuidadosos, fugindo até mesmo da aparência do mal, pois "horrível cousa é cair nas mãos do Deus vivo" (Hb 10.31). 6.2 - (2.11-13) - toda a segurança e poderio humanos são pequenos demais para o agir do SENHOR. O leão, símbolo da força natural, que habita seguro e provê para os seus com facilidade, acaba sendo nada nas mãos do SENHOR. Que jamais confiemos na força da carne, no engenho humano, pois tudo isso desfaz-se como a palha ante o fogo à presença do SENHOR! 6.3 - (3.19) - você já ouviu falar do cálice da ira de Deus? Um dia, ele transborda. E, quando isso acontece, a sentença é: "Não há remédio para a tua ferida; a tua chaga é incurável". Noutras palavras: não tem mais jeito; você ultrapassou o limite, e terá de sofrer as conseqüências. Ouça bem o que lhe digo: TODO (100%) aquele que não for buscar refúgio no Senhor Jesus (1.7), um dia irá ouvir essa terrível e irrevogável sentença do boca do SENHOR: "Não há remédio para a tua ferida; a tua chaga é incurável".

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6.4 - (1.13) - neste mundo, os servos de Deus, como conseqüência de pecados cometidos ou não, experimentam perseguições, humilhações, maus tratos. É o chefe que não gosta de crentes e persegue você em seu trabalho. Ou o vizinho que, por aborrecer a sua fé, procura irritá-lo com músicas mundanas em som altíssimo. Ou o colega de trabalho que abomina a sua não participação em conversas imorais e "festinhas", e coloca em você apelidos ou vive a fazer brincadeiras de mau gosto com você. Ou, por ter cometido um deslize, você hoje sofre conseqüências dolorosas até mesmo por meio de pessoas que o subjugam moralmente... Pois bem, seja como for, lembre-se: você é um servo de Deus, e de sobre você Ele quebrará o jugo. Aguarde! ALELUIA!!! 6.5 - William Graham Scroggie, pastor inglês da primeira metade do século XX, que foi dispensado das duas primeiras igrejas que pastoreou por fazer oposição ao modernismo e ao mundanismo, deixou-nos uma lição preciosa, baseada nesta porção da Palavra de Deus. Diz ele: "Naum é um livro que deve trazer muito conforto àqueles que, nestes dias, amam a justiça. Nesta época, tal como no tempo de Naum, nações se prevalecem de seu poderio militar, e sua postura arrogante caracteriza-se, como não poderia deixar de ser, por seu imenso desprezo pela pessoa de Deus, Sua soberania e justiça. Todavia, hoje, assim como no passado, os homens e as nações terão de reconhecer que o SENHOR está no trono, e que o Seu reino durará para sempre"!

HABACUQUE 1. Propósito: você já questionou os caminhos de Deus, Seu modo de agir, Sua justiça? Creio que, de um modo ou de outro, todos nós, em algum momento de nossas vidas, o tenhamos feito. Pois bem, o livro de Habacuque ajuda-nos bastante no que diz respeito a este assunto, uma vez que apresenta-nos um profeta em crise, seus questionamentos, e também as conclusões a que chegou! Primeiro, Habacuque questiona a demora de Deus em agir com relação a Judá, que obstinadamente mantinha-se rebelde. Em seguida, Habacuque mostra-se atônito diante do fato de o SENHOR mostrar-lhe que usaria a Babilônia para punir Judá - como Deus poderia usar alguém que vivia em situação pior, para punir os Seus filhos?! Por fim, Habacuque aprende que os caminhos do SENHOR são mais altos que os nossos, e só há uma maneira de os compreendermos: pela fé! Em resumo: o propósito de Habacuque é trazer uma resposta ao coração humano quando este questiona a Deus em Seus caminhos; e esta resposta é: "o justo vive pela fé"! 2. Palavra-Chave: "O JUSTO VIVE PELA FÉ" 3. Versículo-Chave: "Eis o soberbo! Sua alma não é reta nele; mas o justo viverá pela sua fé" (2.4) 4. Mensagem Messiânica: creio que a mensagem mais marcantemente messiânica deste livro esteja em 2.14 "Pois a terra se encherá do conhecimento da glória do SENHOR, como as águas cobrem o mar". Na linda noite do nascimento do Senhor Jesus (Lc 2.8-14) a terra teve um vislumbre do que será aquele dia glorioso, quando "assim como o relâmpago sai do oriente e se mostra até ao ocidente, assim há de ser a vinda do Filho do homem" (Mt 24.27). 5. Dados e Particularidades: 5.1 - Habacuque, cujo nome bastante incomum significa "aquele que abraça" deve ter profetizado durante o período "agonizante" do reino do Sul, entre a morte do rei Josias na batalha de Megido (609 a.C.) e o início do cativeiro babilônico (605 a.C.). Sendo assim, terá sido contemporâneo de Jeremias e de Sofonias. 5.2 - eis um quadro cronológico do período: 639 a 608 a.C. - reinado de Josias. Grande avivamento. 625 a.C. - a Babilônia declara-se independente da Assíria. 612 a.C. - os babilônios destroem Nínive, a capital da Assíria. 608 a 597 a.C. - reinado de Jeoaquim. Impiedade. 605 a.C. - os babilônios invadem Judá. Nabucodonozor deporta 10.000 cidadãos importantes de Jerusalém para a Babilônia. 586 a.C. - Jerusalém é completamente destruída. 5.3 - podemos dividir o livro em duas seções: 5.3.1 - os questionamentos de Habacuque e as respostas do SENHOR - caps. 1 e 2: 5.3.1.1 - por que Deus demora a punir o erro e a injustiça? - 1.1-4 5.3.1.2 - a Seu tempo, o SENHOR irá operar a punição - 1.5-11 5.3.1.3 - por que Deus usa perversos para punir pessoas mais justas do que eles? - 1.12,13 Curso de Preparação de Obreiros - Igreja Presbiteriana do Brasil


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5.3.1.4 - o SENHOR é soberano na escolha dos Seus planos de ação; quer que o justo viva pela fé, e, a Seu tempo e modo, punirá os injustos - 2.2-20. 5.3.2 - a paz de Habacuque - cap. 3 5.4 - vê-se um crescendo muito especial na mensagem deste livro, quando comparamos seu início com o seu final: da dúvida, à certeza; do questionamento, às respostas; da reclamação, à aceitação confiante! 5.5 - este é, também, um livro dado por Deus para animar os desanimados. Sua mensagem triunfante diz que há um futuro glorioso reservado para o povo de Deus. Pode ser que demore a chegar, mas, chegará!!! ALELUIA!!! 6. Lições: 6.1 - (1.2) - você já perguntou alguma vez em seu coração "até quando, SENHOR?". Esta é uma pergunta por demais conhecida e freqüente! Quero dividir com você um texto que escrevi para a revista "Cada Dia" em 1982: A AGENDA DE DEUS "Até quando, SENHOR?" Salmo 13 Enquanto escrevo, contemplo minha agenda aberta sobre a mesa. Gosto de datas, de contar o tempo. Gosto de saber quando as coisas acontecem, e por quanto tempo. Todos nós somos assim, não é mesmo?! Temos o dia certo para receber o salário e para pagar as contas. Marcamos a data de nossas férias, e anotamos quando terminaremos de pagar o consórcio. E contamos os anos que faltam para que nos aposentemos. Às vezes, esqueço-me de que "para com o Senhor, um dia é como mil anos, e mil anos como um dia". E surpreendo-me fazendo a mesma pergunta do rei Davi: "Até quando, SENHOR?". Até quando estarei doente? Até quando vou ter que orar pela conversão do Eduardo? Até quando, SENHOR? Bem que gostaria de conhecer a Tua agenda! Volta-me ao coração a Palavra: "...para com o SENHOR, um dia é como mil anos, e mil anos como um dia"... Não me cabe saber até quando. A agenda de Deus é muito diferente da minha. Bem mais sábia. A mim, toca-me aprender com Davi: "confio na tua graça" (Sl 13.5). Preciso aprender a confiar nas perfeições de Deus. Ele sabe como dirigir a minha vida. Confiar na graça de Deus... o desafio dos séculos! Saber que Ele faz tudo em amor e sabedoria. No tempo certo. Da maneira certa. Basta olhar para o que Ele já fez! Não foi fiel até aqui?! Sim, hoje não irei inquietar-me, perguntando: "Até quando, SENHOR?". Não! Vou pedir-Lhe que me dê confiança na Sua graça. E, ao longo do dia, considerando o que Ele já fez, "cantarei ao SENHOR, porquanto me tem feito muito bem" (Sl 13.6). Oração: Obrigado, Senhor, porque não conheço a Tua agenda, mas conheço a Tua graça. Aumenta-me a fé, e faze-me saber que o Teu tempo é o tempo certo. Por Cristo Jesus. Amém. 6.2 - (1.7) - pare, e medite nesta expressão: "cria ela mesma o seu direito e a sua dignidade". Já pensou?! TODO o direito e TODA a dignidade estão atrelados ao SENHOR e à Sua Palavra. Fora disso, o "direito" e a "dignidade" tornam-se absolutamente maculados, deformados, arrogantes, doentios. Pense um pouquinho: não é isso o que a sociedade dos nossos dias faz?! Ela quer determinar o que é direito e o que é digno, numa atitude arrogante e louca, totalmente dissociada dos princípios santos das Escrituras, alheios ao temor do SENHOR, que é o princípio da sabedoria. Cuidado para não assimilar esse "direito" e para não aprovar tais princípios de "dignidade". Muito daquilo a que se denomina "direitos humanos" nada tem a ver com os princípios da Palavra de Deus! 6.3 - (2.1) - você pára para aguardar as respostas de Deus, para ouvir a Sua voz? Ou deduz que Ele eventualmente lhe tenha falado, e sai proclamando que o Senhor falou isto ou aquilo, sem ao menos ter-Lhe dado tempo para falar-lhe? Você vigia, até ter bem clara para si a palavra de Deus? Leia o Salmo 46.10 e Provérbios 2.4-6. 6.4 - no capítulo 2 temos uma solene lista de "ais". Você fará bem em analisá-la com temor e tremor! 6.4.1 - v. 6 - Ai daquele que acumula o que não é seu... 6.4.2 - v. 9 - Ai daquele que ajunta em sua casa bens mal adquiridos... 6.4.3 - v. 12 - Ai daquele que edifica a cidade com sangue, e a fundamenta com iniquidade! 6.4.4 - v. 15 - Ai daquele que dá a beber ao seu companheiro, misturando à bebida o seu furor, e que o embebeda para lhe contemplar as vergonhas!

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6.4.5 - v. 19 - Ai daquele que diz ao pau: Acorda! E à pedra muda: Desperta! Pode o ídolo ensinar?... 6.5 - (3.17-19) - ler esta porção da Palavra de Deus e admirá-la, é uma coisa. Vivenciá-la, é outra! Você pode dizer que essas palavras são também suas? Tem-nas vivido?

SOFONIAS 1. Propósito: nascido ao final do reinado de Manassés, e mui provavelmente de linhagem real (1.1), Sofonias profetizou nos dias do piedoso rei Josias e, conclui-se que sua mensagem tenha sido usada por Deus para corroborar no grande avivamento ocorrido em Judá entre 630 e 620 a.C. Seguindo a linha profética de denunciar o pecado, anunciar o juízo de Deus, e proclamar restauração, Sofonias declara a proximidade do "dia do SENHOR", expressão que indica em todos os escritos proféticos - o período de manifestação do juízo de Deus sobre o Seu povo e/ou sobre todas as nações. 2. Palavra-Chave: "O DIA DO SENHOR" 3. Versículo-Chave: "Está perto o grande dia do SENHOR; está perto e muito se apressa. Atenção! O dia do SENHOR é amargo e nele clama até o homem poderoso" (1.14). 4. Mensagem Messiânica: duas passagens de Sofonias encontram eco em palavras do próprio Senhor Jesus: 1.3 / Mt 13.41; e 1.15 / Mt 24.29. Ambas referem-se à Sua segunda vinda, o grande "dia do SENHOR". Nele, o Messias fará cumprirem-se todas as profecias de juízo (1.2-18 / Mt 24,25; Ap 6.15-17) e de restauração (3.8-20 / Ap 21.1-22.5). 5. Dados e Particularidades: 5.1 - durante o reinado de Josias ocorreram duas reformas religiosas de grande importância em Judá: 5.5.1 - 628 a.C. - grande combate à idolatria, destruição de altares, etc. - 2 Cr 34.3-7 5.5.2 - 622 a.C. - grande avivamento, após Hilquias ter encontrado o Livro da Lei no Templo 5.2 - o nome Sofonias significa "o SENHOR esconde", e podemos ligá-lo a 2.3, onde somos chamados a buscar o SENHOR a fim de encontrarmos esconderijo no dia da Sua ira! 5.3 - podemos dividir o livro de Sofonias em duas seções: 5.3.1 - o dia do SENHOR é dia de juízo - 1.1-3.8 5.3.2 - o dia do SENHOR é dia de restauração - 3.9-20 5.4 - há um movimento interessante no texto que o Espírito levou o profeta a escrever, onde o escritor parte do mais abrangente para o mais específico: 5.4.1 - do juízo sobre os vizinhos (2.4-15: Assíria, ao Norte; Etiópia, ao Sul; Moabe e Amom a Leste; e Filístia a Oeste) para o juízo sobre Jerusalém (3.1-7) 5.4.2 - do juízo e purificação de todas as nações (3.8-10) para a restauração de Israel (3.11-20) 5.5 - este livro não traz sermões, mas seria a condensação das palavras ditas por Sofonias aos moradores de Jerusalém, começando com o anúncio do juízo de Deus (cap.1) mesclado com uma chamada ao arrependimento (2.1-3), e concluindo com a promessa da restauração final (3.9-20). 6. Lições: 6.1 - (1.1-6) - aqui há, especificamente, um alerta solene que deve ser proclamado com veemência. Observe o que o SENHOR diz: "estenderei a minha mão contra... exterminarei". E especifica: 6.1.1 - "os que sobre os eirados adoram o exército do céu" 6.1.2 - "os que adoram ao SENHOR e juram por ele e também por Milcom". Lembra-se de Dt 6.4? 6.1.3 - "os que deixam de seguir ao SENHOR" 6.1.4 - "os que não o buscam nem perguntam por ele" Curso de Preparação de Obreiros - Igreja Presbiteriana do Brasil


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6.2 - (2.1,2) - "examina-te... pois o dia se vai como a palha". Portanto, o dia é HOJE. Este é o tempo sobremodo oportuno! É loucura deixar para amanhã esta questão - a única que realmente importa, pois somente ela tem implicações eternas! 6.3 - (2.8-11) - você já parou para pensar no que aguarda aqueles que escarnecem do povo de Deus? Leia atentamente este texto! 6.4 - (3.1,2) - diz Pv 12.1 - "Quem ama a disciplina ama o conhecimento, mas o que aborrece a repreensão é estúpido". Você ama a disciplina? Aceita ser disciplinado? Reconhece o valor da disciplina para a sua vida pessoal? 6.5 - (3.13-17) - aqui a Palavra nos fala das bênçãos presentes e futuras reservadas para o povo "modesto e humilde, que confia em o nome do SENHOR" (v.12). Se você faz parte desse povo, regozije-se!!!

AGEU 1. Propósito: o reino de Judá fora conquistado pelos babilônios. Entre 606 e 586 a.C., o Templo foi arrasado, Jerusalém queimada, e os judeus levados em massa para o cativeiro. Após 70 anos no exílio, por ordem de Ciro, o Persa, cerca de 50 mil judeus voltam para a sua terra (536 a.C.). O primeiro passo para que se firme a restauração nacional é a reconstrução do Templo. Os fundamentos são lançados, mas... a obra pára. (Os samaritanos fazem forte oposição à reconstrução do Templo). E, durante 15 anos, o povo preocupa-se em construir suas próprias casas e em cuidar de seus interesses pessoais. É aí que o SENHOR levanta Seu servo Ageu, para questionar as prioridades escolhidas pelos judeus, concitando-os a se dedicarem à obra de reconstrução da Casa do SENHOR. Em setembro (6º mês do calendário hebreu) de 520 a.C. a obra é reiniciada, e, quatro anos depois, completada. 2. Palavra-Chave: "PRIORIDADE" 3. Versículo-Chave: "Acaso é tempo de habitardes vós em casas apaineladas, enquanto esta casa permanece em ruínas?" (1.4). 4. Mensagem Messiânica: em 2.9 temos uma preciosa mensagem messiânica. É verdade que, num sentido, a promessa deste texto concretizou-se nas reformas realizadas por Herodes, que deixaram o Templo suntuosíssimo! Todavia, ela se cumpre realmente quando o Messias vem. Sua presença no próprio pátio do Templo era, literalmente, a glória de Deus em carne e ossos, adornando o Templo! E mais: nEle (a Pedra Fundamental) foi erigido um Novo Templo, a Igreja, a "segunda casa", já que a primeira (Israel) rejeitou seus privilégios e foi arrasada. 5. Dados e Particularidades: 5.1 - Ageu só é mais extenso que Obadias, entre os livros do Velho Testamento. Traz quatro sermões breves, mas incisivos, que operam resultado imediato na vida do povo. São entregues em 520 a.C., que é o segundo ano de Dario I, rei da Pérsia. 5.2 - os quatro sermões que o Espírito levou Ageu a proferir: 5.2.1 - o primeiro deles admoesta o povo a priorizar as coisas de Deus, mostrando que a inversão de valores levou-os a sofrer conseqüências bem palpáveis, como o insucesso em seus esforços no trabalho e dificuldades financeiras - cap.1; 5.2.2 - os três outros são de encorajamento, estimulando o povo a dar continuidade ao trabalho reiniciado como conseqüência do primeiro sermão - cap. 2. 5.2.2.1 - o segundo, trazendo consolo ao coração dos que se entristeceram por causa da "pobreza" do Templo em reconstrução, se comparado ao Templo original, construído por Salomão - 2.1-9; 5.2.2.2 - o terceiro, prediz o fim da maldição e o retorno das bênçãos advindas por meio da natureza - 2.10-19; 5.2.2.3 - o quarto fala da preservação do trono de Israel, representado pela pessoa de Zorobabel, que era da linhagem do rei Davi - 2.20-23. 5.3 - Ageu foi o primeiro profeta levantado pelo SENHOR após o exílio. Entre ele e Sofonias, há um intervalo de 70 anos. Jeremias, Ezequiel e Daniel profetizaram durante o exílio.

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5.4 - no livro de Esdras, referências ao profeta Ageu mostram-nos ter sido ele contemporâneo de Zacarias. Ambos trabalharam juntos, visando o mesmo objetivo - "Ora os profetas Ageu e Zacarias, filho de Ido, profetizaram aos judeus que estavam em Judá e em Jerusalém, em nome do Deus de Israel, cujo Espírito estava neles. Então se dispuseram Zorobabel, filho de Sealtiel, e Jesua, filho de Jozadaque, e começaram a edificar a casa de Deus, a qual está em Jerusalém; e com eles os referidos profetas de Deus, que os ajudavam... Os anciãos dos judeus iam edificando e prosperando em virtude do que profetizaram o profeta Ageu e Zacarias, filho de Ido. Edificaram a casa e a terminaram segundo o mandado do Deus de Israel, e segundo o decreto de Ciro, de Dario, e de Artaxerxes, rei da Pérsia" (Ed 5.1,2; 6.14). 5.5 - o nome Ageu, de origem incerta, deve significar "festivo", e nos remete à idéia de que ele viveu dias festivos, a despeito dos erros do povo, pois contemplou a volta dos judeus desde o cativeiro, e participou da reconstrução do Templo, em Jerusalém. Isso, sem contar a mensagem tremendamente gloriosa e festiva que anunciou, proclamando a vitória final do SENHOR e do Seu povo, quando "encherei de glória esta casa". 6. Lições: 6.1 - (1.2) - cuidado! O nosso coração é enganoso, e pode conduzir-nos a conclusões totalmente equivocadas! Os judeus, pressionados pelos samaritanos a não dar continuidade à obra de reconstrução do Templo, começaram a concluir que as circunstâncias desfavoráveis significavam um sinal de Deus de que o tempo para esse trabalho ainda não chegara. Uniram a essa pressão externa a pressão interna muito própria do coração humano que, normalmente voltado para os seus interesses pessoais, deixa as coisas do Reino sempre em segundo plano - "vou construir primeiro a minha casa; cuidar dos meus negócios; depois cuido dos negócios do SENHOR". Que egoísmo! Pergunto: o SENHOR e Sua obra são a sua prioridade absoluta, ou você está cedendo a circunstâncias externas e/ou internas para priorizar outras coisas? Você tem usado Ec 3.1-8 para maquiar sua desobediência? 6.2 - (1.6) - a infidelidade pessoal resulta num "encurtar" da mão do SENHOR. Você já experimentou essa realidade? Viu, também, que a infidelidade nacional, da mesma forma, atrai uma "estiagem" das bênçãos de Deus? Este é um princípio claramente exposto aqui. Em contrapartida, veja o que diz o Salmo 128.1,2. Maravilha, não?! 6.3 - (1.8,9) - qual a importância que você confere ao templo, hoje? Você o considera "casa de Deus"? Mesmo levando em consideração os ensinos trazidos em 1 Co 3.9,16 e 1 Pe 2.5, qual o valor que você dá ao templo (edifício material) onde se reúne com seus irmãos para adoração? 6.4 - (1.12,13) - qual a resposta que você dá à Palavra de Deus que lhe é anunciada? O texto diz que tanto autoridades quanto o povo "atenderam à voz do SENHOR seu Deus". (Nota: atender significa: prestar atenção; levar em conta; receber com atenção e cortesia; acatar). E prossegue: "e o povo temeu diante do SENHOR". Você acata e teme? Põe em prática imediatamente? (Se o SENHOR falou, não há mais porque esperar!). Agora, veja o resultado de uma tal atitude: "Eu sou convosco, diz o SENHOR". Sem comentários!!! 6.5 - (2.1-9) - o mesmo Deus que repreende, anima e incentiva! Quando começamos a caminhar no trilho certo, ainda que com passos pequenos (a construção não estava ficando tão majestosa quanto a anterior!), Ele não despreza o nosso esforço. Pelo contrário, coloca a nosso favor a Sua presença, o Seu agir, os Seus tesouros! E acalenta-nos com promessas que vão além de tudo o que Lhe poderíamos pedir ou pensar! Esse é o nosso Deus! Bendito seja o Seu Nome!!!

ZACARIAS 1. Propósito: companheiro do profeta Ageu, do governador Zorobabel, e do sumo sacerdote Josué, Zacarias (profeta de linhagem sacerdotal) também exorta o povo a dedicar-se à reconstrução do Templo. E fá-lo usando um argumento muito especial e atraente: o Templo precisa ser reconstruído, uma vez que, algum dia, a glória do Messias manifestar-se-á nele! Assim, nessa obra não se está construindo simplesmente um edifício, mas o próprio futuro! E o Espírito leva Zacarias a ensinar que o futuro reservava glória e magnificência. 2. Palavra-Chave: "O MESSIAS VIRÁ!" 3. Versículo-Chave: "Alegra-te muito, ó filha de Sião; exulta, ó filha de Jerusalém: eis aí te vem o teu Rei, justo e salvador, humilde, montado em jumento, num jumentinho, cria de jumenta" (9.9). 4. Mensagem Messiânica: o livro transborda mensagens messiânicas, apontando para o Senhor Jesus em Seus dois Adventos. Vejamos algumas delas: 4.1 - Sua morte expiatória para remoção de pecados - 3.8-9; 13.1 Curso de Preparação de Obreiros - Igreja Presbiteriana do Brasil


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4.2 - Aquele que edificaria a Casa de Deus - 6.12 4.3 - Seu ofício universal, como Rei e Sumo Sacerdote - 6.13; 9.10 4.4 - Sua entrada triunfal em Jerusalém - 9.9 / Mt 21.5; Jo 12.15 4.5 - traído por 30 moedas de prata - 11.12 / Mt 27.9,10 4.6 - Sua divindade - 12.8 4.7 - Suas mãos traspassadas - 12.10; 13.6 / Jo 19.37 4.8 - o Pastor que foi ferido - 13.7 / Mt 26.31; Mc 14.27 5. Dados e Particularidades: 5.1 - o nome Zacarias (bastante comum a personagens do Velho Testamento, onde há 29 deles!) significa "o SENHOR Se lembra". Muito apropriado para aquele que vem anunciar o fato de que as promessas messiânicas não foram esquecidas e que o SENHOR mandará, sim, a Seu tempo, o Messias! 5.2 - podemos dividir Zacarias em duas seções básicas: 5.2.1 - capítulos 1 a 8 - escritos para estimular o povo, enquanto reconstruía o Templo; 5.2.2 - capítulos 9 a 14 - escritos após o término da obra, antecipam a chegada do Messias (Sua ascensão e rejeição), e profetizam realidades históricas que ocorreriam no futuro imediato (como as guerras gregas, por exemplo, que ocorreram 200 anos mais tarde). 5.3 - em geral, as mensagens divinas eram dadas aos profetas por meio de um mover do Espírito na mente desses profetas. Com Zacarias deu-se algo diferente: um anjo veio pessoalmente falar-lhe! 5.4 - Zacarias teve oito visões, com símbolos misteriosos, aclarados, algumas vezes, por um anjo. Essas visões falam da obra do Messias em ambas as Suas vindas: 5.4.1 - os cavalos entre as murteiras - 1.7-17 - aponta para o fato de que Jerusalém tornará a ser próspera; 5.4.2 - quatro chifres e quatro ferreiros - 1.18-21 - fala das nações que haviam destruído Israel e Judá, mostrando que seriam também destruídas. O SENHOR continua no trono! 5.4.3 - o cordel de medir - 2.1-13 - Jerusalém "transbordará" e o SENHOR será a sua segurança! 5.4.4 - a purificação de Josué, o sacerdote - 3.1-10 - um tipo do Messias, que carregaria sobre Si a sujeira do nosso pecado, removendo-a! 5.4.5 - o candelabro de ouro e as oliveiras - 4.1-14 - palavra de incentivo, para considerarmos os começos humildes, contemplando o futuro glorioso! O SENHOR dá poder ao Seu povo por meio do Seu Espírito. 5.4.6 - o rolo voador - 5.1-4 - maldições contra a desonestidade. 5.4.7 - a mulher e o efa - 5.5-11 - representação da remoção do pecado. 5.4.8 - os quatro carros - 6.1-8 - expansão do ensino da primeira visão. Julgamento sobre toda a terra. 5.5 - Zorobabel, o governador era neto do rei Jeoaquim, que fora levado cativo para Babilônia. O que é dito sobre ele neste livro refere-se: 5.5.1 - à própria pessoa de Zorobabel; 5.5.2 - à família de Davi; 5.5.3 - ao Messias - o Renovo. Aliás, Josué, o sumo sacerdote também é chamado de Renovo, pois também ele é um tipo do Senhor Jesus. Nele, e em Zorobabel, vemos dois dos ofícios do Messias: Sacerdote e Rei. 6. Lições: 6.1 - (1.3-5) - você aprende com a história? Quando lê a Palavra de Deus, aprende dos exemplos nela apresentados? Mais: você tem aprendido com a história dos seus próprios pais e/ou familiares mais próximos? Ouça: "Filho meu, não se apartem estas cousas dos teus olhos; guarda a verdadeira sabedoria e o bom siso... O prudente vê o mal, e esconde-se; mas os simples passam adiante e sofrem a pena" (Pv 3.21; 22.3).

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6.2 - (1.12,14) - para mim, esta é uma das lições mais belas deste livro. Parecia que o SENHOR não estava agindo. E o grito de enfado sobe à Sua presença: "até quando não terás compaixão de Jerusalém?". Aos olhos humanos, parecia que o SENHOR nada estava fazendo. Todavia, que resposta consoladora Ele dá ao coração aflito: "Com grande empenho estou zelando por Jerusalém e por Sião"! Os olhos da carne não viam, mas havia uma realidade espiritual tremendamente maravilhosa: o SENHOR estava, sim, agindo em favor do Seu povo, e isso com GRANDE EMPENHO! Guarde esta verdade em seu coração: os seus olhos poderão não conseguir ver o agir de Deus em seu favor num determinado momento. Porém, com grande empenho Ele estará agindo. Conforte o seu coração com esta verdade, lendo o Salmo 121. Acrescente ainda esta palavra: "De maneira alguma te deixarei nunca jamais te abandonarei" Hb 13.5 6.3 - (2.8) - há momentos em que você tem ímpetos de vingança? Deixe-os de lado! Não cabe a você exercer vingança (Rm 12.19). Todavia, assegure-se desta verdade: ai daquele que prejudica um servo do SENHOR, porque "aquele que tocar em vós toca na menina do seu olho"! Entregue-se, portanto, ao SENHOR. Ele cuidará da sua causa! (Se já cuidou da causa maior - tratando a questão do seu pecado lá no Calvário - como não trataria de causas menores?!). 6.4 - (2.10) - esta promessa cumpriu-se uma vez, há dois mil anos. E está para cumprir-se novamente e de maneira mais completa, muito em breve. Repita junto comigo, em voz alta: "Canta e exulta, ó filha de Sião, porque eis que venho, e habitarei no meio de ti, diz o SENHOR". Sim, cante e exulte ao lembrar-se do que Ele disse: Eis que venho sem demora. Bem-aventurado aquele que guarda as palavras da profecia deste livro. E eis que venho sem demora, E comigo está o galardão que tenho para retribuir a cada um segundo as suas obras. Aquele que dá testemunho destas cousas diz: Certamente venho sem demora. Amém. Vem, Senhor Jesus. Ap 22.7,12,20 6.5 - (14.21) - gostaria de enfatizar somente a última expressão deste versículo - "Naquele dia já não haverá mercador na casa do SENHOR dos Exércitos". Vivemos dias em que o comércio - à semelhança da época em que o Senhor Jesus esteve neste mundo (Jo 2.12-16) - tem grassado. Vende-se de tudo no templo e fora dele. Em nome de Deus. Comercializa-se o sagrado. Não aceite, de forma alguma, essa miséria!

MALAQUIAS 1. Propósito: último profeta do Velho Testamento, Malaquias convive com uma sociedade egressa do cativeiro, a quem dirige uma palavra de exortação e juízo, uma vez que seus sacerdotes são corruptos, há um cinismo generalizado com relação a Deus (Sua pessoa, palavra e obra), e o pecado é cometido "livremente" porque as pessoas sentem-se seguras de que não serão punidas. A palavra de Deus parece já não mais causar impacto nos corações, tal a sua insensibilidade. E Deus vai ficar em silêncio nos próximos 400 anos, sem comunicar-Se com Seu povo através de profetas. 2. Palavra-Chave: "CINISMO" 3. Versículo-Chave: "Enfadais o SENHOR com vossas palavras; e ainda dizeis: Em que o enfadamos? Nisto que pensais: Qualquer que faz o mal passa por bom aos olhos do SENHOR, e desses é que ele se agrada; ou: Onde está o Deus do juízo?" (2.17). 4. Mensagem Messiânica: Malaquias anuncia a vinda do precursor do Messias que, 400 anos mais tarde irá levantar-se e preparar o caminho para a Sua chegada. Fala também do Messias em Sua primeira e segunda vindas. "Eis que eu envio o meu mensageiro que preparará o caminho diante de mim; de repente virá ao seu templo o SENHOR, a quem vós buscais, o Anjo da aliança, a quem vós desejais; eis que ele vem, diz o SENHOR dos Exércitos... Mas para vós outros que temeis o meu nome nascerá o sol da justiça, trazendo salvação nas suas asas; saireis e saltareis como bezerros soltos da estrebaria... Eis que eu vos enviarei o profeta Elias, antes que venha o grande e terrível dia do SENHOR; ele converterá o coração dos pais aos filhos, e o coração dos filhos a seus pais; para que eu não venha e fira a terra com maldição" (3.1; 4.2,5,6). 5. Dados e Particularidades: Curso de Preparação de Obreiros - Igreja Presbiteriana do Brasil


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5.1 - as grandes profecias de Ageu e Zacarias ainda não se haviam cumprido, depois de um século! O povo começou a sentir-se magoado, desiludido, desconfiado, questionando a se realmente valia a pena servir a Deus, e "descambou" por caminhos que desagradavam ao SENHOR. Malaquias é enviado para mostrar-lhe que esse "descambar" era exatamente a razão de as bênçãos de Deus serem "retardadas". Sem obediência, tudo pára! 5.2 - Malaquias, cujo nome significa "meu mensageiro", deve ter vivido em Jerusalém cerca de 100 anos após Ageu e Zacarias. O Templo fora reconstruído, os anos haviam passado, e os sacerdotes passaram a mostrar-se cansados de tanto oferecer sacrifícios. Tudo caíra numa rotina, numa grande mesmice - fruto, naturalmente, de uma visão pobre da pessoa de Deus (releia o versículo-chave), a qual, aliás, gerou corrupção entre eles. Malaquias surgiu como mensageiro do SENHOR para confrontá-los, bem como à sociedade por eles (mal) orientada. 5.3 - podemos dividir esta profecia em três seções: 5.3.1 - a escolha privilegiada de que Israel foi objeto - 1.1-5; 5.3.2 - os pecados de Israel - 1.6-3.15; 5.3.3 - as promessas de Deus para Israel - 3.16-4.6. 5.4 - eis alguns dos pecados prevalecentes, e combatidos pelo SENHOR por intermédio de Malaquias: 5.4.1 - corrupção no clero - 1.6-2.9; 5.4.2 - descaso para com as coisas de Deus - 1.6-14; 3.8,9; 5.4.3 - casamento misto - 2.10-16; 5.4.4 - divórcio - 2.16; 5.4.5 - insubmissão e rebeldia contra o SENHOR - 2.17; 3.13-15 5.5 - o Espírito leva Malaquias a usar um método de ensino muito interessante: o de perguntas e respostas. Veja: 5.5.1 - o SENHOR tem nos amado? - 1.2-5; 5.5.2 - em que nós, sacerdotes, desprezamos a Deus? - 1.6-2.9; 5.5.3 - em que nós, povo de Israel, profanamos a aliança do SENHOR? - 2.10-16; 5.5.4 - em que enfadamos o SENHOR? - 2.17-3.6; 5.5.5 - em que roubamos a Deus? - 3.7-12; 5.5.6 - o que falamos contra o SENHOR? - 3.13-15 6. Lições: 6.1 - (1.1-5) - este livro é um dos grandes sustentadores da maravilhosa, misteriosa, e incontestável doutrina da eleição. Associe estes versículos a Rm 9.6-21. Curvemo-nos diante desta realidade. E não nos esqueçamos de que o Deus Soberano é amor (1 Jo 4.8), é bom para TODOS, e justo em TODOS os Seus caminhos (Sl 145.8,9,17). 6.2 - (2.4-7) - que testemunho maravilhoso a respeito de Levi! E que preciosa instrução para nós, os da Nova Aliança, que somos sacerdócio real (1 Pe 2.9)! Leia novamente o texto indicado nesta lição. Agora, medite calma e realisticamente em cada uma das seguintes perguntas: Você teme e treme por causa do nome do SENHOR? A verdadeira instrução é o que se acha na sua boca? Você tem andado com o Senhor Jesus em paz e em retidão? Tem apartado a muitos da iniquidade? Como mensageiro do SENHOR dos Exércitos você tem levado verdadeira instrução às pessoas, e elas sentem-se seguras com as orientações que você oferece? 6.3 - (2.16) - depois que os homens deste mundo, cristãos professos ou não, tiverem dito tudo a respeito do divórcio, continuará escrito: "Porque o SENHOR Deus de Israel diz que ODEIA o repúdio". Nunca se esqueça desta verdade. E jamais ouse fazer aquilo que o SENHOR Deus de Israel afirma categoricamente que ODEIA! 6.4 - (3.16,17) - você tem um tesouro? Poderá ser uma coisa bem simples... um livro antigo, um bilhete escrito por uma pessoa querida, uma foto... Dentre os meus tesouros pessoais, tenho uma carta que minha mãe me escreveu quando completei 25 anos de idade! E a cópia de um bilhete escrito ao meu pai, a propósito de uma atitude que um aluno teve para comigo, e que me fez pensar que pai maravilhosamente especial o Senhor me concedeu! Pois bem... você já pensou em ser um tesouro?! Pois é exatamente isso que o SENHOR diz que somos para Ele - "particular tesouro"! Não pode haver privilégio maior! Pare um pouquinho, e "curta-o"! (Em tempo: por mais singelo que seja, procure ser para o Senhor um tesouro que valha a pena!!!!). 6.5 - (4.2) - o Velho Testamento vai chegando ao seu fecho com esta promessa. Malaquias só pode antevê-la. Nós, a conhecemos, pois o Sol da Justiça, o Senhor Jesus Cristo, já nasceu! ALELUIA!!! Estamos revestidos com o calor benéfico e vivificante da Sua salvação. Por Sua causa, podemos sair e saltar, como bezerros soltos da estrebaria! ALELUIA!!! E logo, logo Ele chegará. Desta vez, para ficar pra sempre! MARANATA!!!

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72

APÊNDICE I TABELA PARA MEMORIZAÇÃO

LIVRO

PALAVRA-CHAVE

VERSÍCULO-CHAVE

GÊNESIS

PRINCÍPIO

ÊXODO

LIBERTAÇÃO

LEVÍTICO

SANTIDADE

NÚMEROS

PEREGRINAÇÃO

DEUTERONÔMIO

EXORTAÇÃO

JOSUÉ

CONQUISTA E DIVISÃO

JUÍZES

DETERIORAÇÃO

RUTE

PROVIDÊNCIA e RESGATE

I SAMUEL

TRANSIÇÃO

II SAMUEL

DAVI

No princípio criou Deus os céus e a terra 1.1 Quando vossos filhos vos perguntarem: Que rito é este? Respondereis: É o sacrifício da Páscoa ao SENHOR que passou por cima das casas dos filhos de Israel no Egito, quando feriu os egípcios e livrou as nossas casas. Então o povo se inclinou e adorou. 12.26,27 Fala a toda a congregação dos filhos de Israel, e dize-lhes: Santos sereis, porque eu, o SENHOR vosso Deus, sou santo. 19.2 Segundo o mandado do SENHOR se acampavam, e segundo o mandado do SENHOR se punham em marcha: cumpriam o seu dever para com o SENHOR, segundo a ordem deste por intermédio de Moisés. 9.23 Ouve, Israel, o SENHOR nosso Deus é o único SENHOR. 6.4 Assim tomou Josué toda esta terra segundo tudo o que o SENHOR tinha dito a Moisés; e Josué a deu em herança aos filhos de Israel, conforme as suas divisões, e tribos: e a terra repousou da guerra 11.23 Sucedia, porém, que, falecendo o juiz, reincidiam e se tornavam piores do que seus pais, seguindo após outros deuses, servindoos, e adorando-os eles; nada deixavam das suas obras, nem da obstinação dos seus caminhos 2.19 Então Noemi disse a sua nora: Bendito seja ele do SENHOR, que ainda não tem deixado a sua benevolência nem para com os vivos nem para com os mortos. Disse-lhe mais Noemi: Esse homem é nosso parente chegado, e um dentre os nossos resgatadores. 2.20 Então os anciãos todos de Israel se congregaram, e vieram a Samuel, a Ramá, e lhe disseram: Vê, já estás velho, e teus filhos não andam pelos teus caminhos; constituinos, pois, agora, um rei sobre nós, para que nos governe, como o têm todas as nações. 8.4,5 Ia Davi crescendo em poder cada vez mais, porque o SENHOR Deus dos Exércitos era com ele. 5.10

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73

I REIS

ASCENÇÃO e DIVISÃO

II REIS

DECLÍNIO e QUEDA

1 CRÔNICAS

O JUSTO É ABENÇOADO

2 CRÔNICAS

HUMILHAI-VOS!

ESDRAS

RECONSTRUÇÃO

NEEMIAS

RESTAURAÇÃO

ESTER

PROVIDÊNCIA

SOBERANIA

SALMOS

LOUVOR

PROVÉRBIOS

SABEDORIA

ECLESIASTES

VAIDADE

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Se andares perante mim como andou Davi teu pai, com integridade de coração e com sinceridade, para fazeres segundo tudo o que te mandei, e guardares os meus estatutos e os meus juízos, então confirmarei o trono de teu reino sobre Israel para sempre, como falei acerca de teu pai Davi dizendo: Não te faltará sucessor sobre o trono de Israel. 9.4,5 Disse o SENHOR: Também a Judá removerei de diante de mim, como removi Israel, e rejeitarei esta cidade de Jerusalém, que escolhi, e a casa da qual eu dissera: Estará ali o meu nome. 23.27 Tu, meu filho Salomão, conhece o Deus de teu pai, e serve-O de coração íntegro e alma voluntária; porque o SENHOR esquadrinha todos os corações e penetra todos os desígnios do pensamento. Se O buscares, Ele deixará achar-Se por ti, se O deixares, Ele te rejeitará para sempre. 28.9 se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, orar e me buscar, e se converter dos seus maus caminhos, então eu ouvirei dos céus, perdoarei os seus pecados e sararei a sua terra 7.14 Então se levantaram os cabeças de famílias de Judá e de Benjamim, e os sacerdotes e os levitas, com todos aqueles cujo espírito Deus despertou, para subirem a edificar a casa do SENHOR, a qual está em Jerusalém. 1.5 Acabou-se, pois, o muro aos vinte e cinco dias do mês de elul, em cinqüenta e dois dias. Sucedeu que, ouvindo-o todos os nossos inimigos temeram, todos os gentios nossos circunvizinhos, e decaíram muito no seu próprio conceito; porque reconheceram que por intervenção de nosso Deus é que fizemos esta obra. 6.15,16 Porque, se de todo te calares agora, de outra parte se levantará para os judeus socorro e livramento, mas tu e a casa de teu pai perecereis; e quem sabe se para tal conjuntura como esta é que foste elevada a rainha? 4.14 Então respondeu Jó ao SENHOR: Bem sei que tudo podes, e nenhum dos teus planos pode ser frustrado 42.1,2 Todo ser que respira louve ao SENHOR 150.6 O temor do SENHOR é o princípio do saber, mas os loucos desprezam a sabedoria e o ensino. 1.7 Vaidade de vaidades! Diz o Pregador; vaidade de vaidades! Tudo é vaidade 1.2


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CANTARES

AMADO

ISAÍAS

SALVAÇÃO

JEREMIAS

APELO FINAL

LAMENTAÇÕES DE JEREMIAS

LAMENTO

EZEQUIEL

SABEREIS QUE EU SOU O SENHOR

DANIEL

SOBERANIA NA HISTÓRIA

OSÉIAS

AMOR IRREMOVÍVEL

JOEL

CONVERTEI-VOS

AMÓS

BUSCAI-ME, E VIVEI

OBADIAS

O JULGAMENTO DE EDOM

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Eu sou do meu amado, e ele tem saudades de mim. – 7.10 Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo caminho, mas o SENHOR fez cair sobre ele a iniquidade de nós todos. 53.6 Mas isto lhes ordenei, dizendo: Daí ouvidos à minha voz, e eu serei o vosso Deus, e vós sereis o meu povo; andai em todo o caminho que eu vos ordeno, para que vos vá bem. Mas não deram ouvidos nem atenderam, porém andaram nos seus próprios conselhos, e na dureza do seu coração maligno; andaram para trás, e não para diante. 7.23,24 Tornou-se o Senhor como inimigo, devorou Israel; devorou todos os seus palácios, destruiu as fortalezas; e multiplicou na filha de Judá o pranto e a lamentação. Demoliu com violência o seu tabernáculo, como se fosse uma horta; destruiu o lugar da sua congregação; o SENHOR, em Sião, pôs em esquecimento as festas e o sábado, e, na indignação da sua ira, rejeitou com desprezo o rei e o sacerdote. 2.5,6 Saberão que eu sou o SENHOR seu Deus, quando virem que eu os fiz ir para o cativeiro entre as nações, e os tornei a ajuntar para voltarem à sua terra, e que lá não deixarei a nenhum deles. 39.28 Disse Daniel: Seja bendito o nome de Deus de eternidade a eternidade, porque dele é a sabedoria e o poder; é ele quem muda o tempo e as estações, remove reis e estabelece reis; ele dá sabedoria aos sábios e entendimento aos entendidos. 2.20,21 Porque o meu povo é inclinado a desviar-se de mim; se é concitado a dirigir-se acima, ninguém o faz. Como te deixaria, ó Efraim? Como te entregaria, ó Israel? Como te faria como a Admá? Como fazer-te um Zeboim? Meu coração está comovido dentro em mim, as minhas compaixões à uma se acendem. 11.7,8 Ainda assim, agora mesmo diz o SENHOR: Convertei-vos a mim de todo o vosso coração; e isso com jejuns, com choro e com pranto. 2.12 Buscai ao SENHOR, e vivei, para que não irrompa na casa de José como um fogo que a consuma, e não haja em Betel quem o apague. 5.6 A soberba do teu coração te enganou, ó tu que habitas nas fendas das rochas, na tua alta morada, e dizes no teu coração: Quem me deitará por terra? 3 E não hei de eu ter compaixão da grande cidade de Nínive em que há mais de cento e vinte mil pessoas, que não sabem discernir


O Velho Testamento - Uma Pequena Introdução

JONAS MIQUÉIAS

75 entre a mão direita e a mão esquerda, e também muitos animais? – 4.11

COMPAIXÃO ESPIRITUALIDADE VERDADEIRA

NAUM

O SENHOR É JUSTO E MAIOR QUE OS INVENCÍVEIS

HABACUQUE

O JUSTO VIVE PELA FÉ

SOFONIAS

O DIA DO SENHOR

AGEU

PRIORIDADE

ZACARIAS

O MESSIAS VIRÁ!

MALAQUIAS

Ele te declarou, ó homem, o que é bom; e que é que o SENHOR pede de ti, senão que pratiques a justiça e ames a misericórdia, e andes humildemente com o teu Deus? 6.8 Também tu, Nínive, serás embriagada, e te esconderás; também procurarás refúgio contra o inimigo. 3.11 Eis o soberbo! Sua alma não é reta nele; mas o justo viverá pela sua fé. 2.4 Está perto o grande dia do SENHOR; está perto e muito se apressa. Atenção! O dia do SENHOR é amargo e nele clama até o homem poderoso. 1.14 Acaso é tempo de habitardes vós em casas apaineladas, enquanto esta casa permanece em ruínas? 1.4 Alegra-te muito, ó filha de Sião; exulta, ó filha de Jerusalém: eis aí te vem o teu Rei, justo e salvador, humilde, montado em jumento, num jumentinho, cria de jumenta. 9.9 Enfadais o SENHOR com vossas palavras; e ainda dizeis: Em que o enfadamos? Nisto que pensais: Qualquer que faz o mal passa por bom aos olhos do SENHOR, e desses é que ele se agrada; ou: Onde está o Deus do juízo? 2.17

CINISMO

APÊNDICE II OS PROFETAS E SUA ÉPOCA PROFETA

PERÍODO

JOEL JONAS AMÓS OSÉIAS ISAÍAS MIQUÉIAS NAUM SOFONIAS HABACUQUE JEREMIAS DANIEL EZEQUIEL OBADIAS AGEU ZACARIAS MALAQUIAS

PRÉ-EXÍLICO PRÉ-EXÍLICO PRÉ-EXÍLICO PRÉ-EXÍLICO PRÉ-EXÍLICO PRÉ-EXÍLICO PRÉ-EXÍLICO PRÉ-EXÍLICO PRÉ-EXÍLICO PRÉ-EXÍLICO E EXÍLICO EXÍLICO EXÍLICO EXÍLICO PÓS-EXÍLICO PÓS-EXÍLICO PÓS-EXÍLICO

APÊNDICE III Curso de Preparação de Obreiros - Igreja Presbiteriana do Brasil


O Velho Testamento - Uma Pequena Introdução

76

TABELA DE LEITURA CRONOLÓGICA DO VELHO TESTAMENTO Mês: Agosto 01 - Gn 1-5 02 - Gn 6-9 03 - Gn 10-12 04 - Gn 13-15 05 - Gn 16-20 06 - Gn 21-23 07 - Gn 24-26 08 - Gn 27-29 09 - Gn 30-32 10 - Gn 33-36 11 - Gn 37-40 12 - Gn 41-43 13 - Gn 44-46 14 - Gn 47-50 15 - Jó 1-4 16 - Jó 5-8 17 - Jó 9-13 18 - Jó 14-17 19 - Jó 18-21 20 - Jó 22-25 21 - Jó 26-29 22 - Jó 30-32 23 - Jó 33-35 24 - Jó 36-39 25 - Jó 40-42 26 - Ex 1-4 27 - Ex 5-7 28 - Ex 8-10 29 - Ex 11-13 30 - Ex 14-17 31 - Ex 18-20 Mês: Setembro 01 - Ex 21-24 02 - Ex 25-27 03 - Ex 28-31 04 - Ex 32-34 05 - Ex 35-37 06 - Ex 38-40 07 - Lv 1-4 08 - Lv 5-7 09 - Lv 8-10 10 - Lv 11-13 11 - Lv 14-16 12 - Lv 17-19 13 - Lv 20-23 14 - Lv 24-27 15 - Nm 1-3 16 - Nm 4-6 17 - Nm 7-10 18 - Nm 11-14 19 - Nm 15-17 20 - Nm 18-20 21 - Nm 21-24 22 - Nm 25-27 23 - Nm 28-30 24 - Nm 31-33 25 - Nm 34-36 26 - Dt 1-3 27 - Dt 4-6 28 - Dt 7-9 29 - Dt 10-12 30 - Dt 13-16 Mês: Outubro 01 - Dt 17-19 02 - Dt 20-22 03 - Dt 23-25 04 - Dt 26-28 05 - Dt 29-31

06 - Dt 32-34 07 - Js 1-3 08 - Js 4-6 09 - Js 7-9 10 - Js 10-12 11 - Js 13-15 12 - Js 16-18 13 - Js 19-21 14 - Js 22-24 15 - Jz 1-4 16 - Jz 5-8 17 - Jz 9-12 18 - Jz 13-15 19 - Jz 16-18 20 - Jz 19-21 21 - Rt 1-4 22 - 1 Sm 1-3 23 - 1 Sm 4-7 24 - 1 Sm 8-10 25 - 1 Sm 11-13 26 - 1 Sm 14-16 27 - 1 Sm 17-20 28 - 1 Sm 21-24 29 - 1 Sm 25-28 30 - 1 Sm 29-31 31 - 2 Sm 1-4 Mês: Novembro 01 - 2 Sm 5-8 02 - 2 Sm 9-12 03 - 2 Sm 13-15 04 - 2 Sm 16-18 05 - 2 Sm 19-21 06 - 2 Sm 22-24 07 - Sl 1-6 08 - Sl 7-10 09 - Sl 11-17 10 - Sl 18-21 11 - Sl 22-25 12 - Sl 26-30 13 - Sl 31-33 14 - Sl 34-36 15 - Sl 37-40 16 - Sl 41-44 17 - Sl 45-49 18 - Sl 50-54 19 - Sl 55-58 20 - Sl 59-62 21 - Sl 63-67 22 - Sl 68-70 23 - Sl 71-73 24 - Sl 74-77 25 - Sl 78-79 26 - Sl 80-83 27 - Sl 84-88 28 - Sl 89-90 29 - Sl 91-95 30 - Sl 96-101 Mês: Dezembro 01 - Sl 102-104 02 - Sl 105-106 03 - Sl 107-109 04 - Sl 110-115 05 - Sl 116-118 06 - Sl 119 07 - Sl 120-128 08 - Sl 129-135 09 - Sl 136-138 10 - Sl 139-141 11 - Sl 142-145 12 - Sl 146-150 13 - 1 Rs 1-4

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14 - Pv 1-3 15 - Pv 4-7 16 - Pv 8-11 17 - Pv 12-14 18 - Pv 15-18 19 - Pv 19-21 20 - Pv 22-24 21 - Pv 25-28 22 - Pv 29-31 23 - Ec 1-3 24 - Ec 4-6 25 - Ec 7-9 26 - Ec 10-12 27 - Ct 1-4 28 - Ct 5-8 29 - 1 Rs 5-7 30 - 1 Rs 8-10 31 - 1 Rs 11-13 Mês: Janeiro 01 - 1 Rs 14-16 02 - 1 Rs 17-19 03 - 1 Rs 20-22 04 - 2 Rs 1-3 05 - 2 Rs 4-6 06 - 2 Rs 7-10 07 - 2 Rs 11-14.20 08 - Jl 1-3 09 - 2 Rs 14.21-25; Jn 1-4 10 - 2 Rs 14.26-29; Am 1 11 - Am 2-6 12 - Am 7-9 13 - 2 Rs 15-17 14 - Os 1-4 15 - Os 5-7 16 - Os 8-10 17 - Os 11-14 18 - 2 Rs 18-19 19 - Is 1-3 20 - Is 4-6 21 - Is 7-9 22 - Is 10-12 23 - Is 13-15 24 - Is 16-18 25 - Is 19-21 26 - Is 22-24 27 - Is 25-27 28 - Is 28-30 29 - Is 31-33 30 - Is 34-36 31 - Is 37-39 Mês: Fevereiro 01 - Is 40-42 02 - Is 43-45 03 - Is 46-48 04 - Is 49-51 05 - Is 52-54 06 - Is 55-57 07 - Is 58-60 08 - Is 61-63 09 - Is 64-66 10 - Mq 1-4 11 - Mq 5-7 12 - Na 1-3 13 - 2 Rs 20-21 14 - Sf 1-3 15 - Hc 1-3 16 - 2 Rs 22-25 17 - Obadias 18 - Jr 1-2 19 - Jr 3-5 20 - Jr 6-8

21 - Jr 9-12 22 - Jr 13-16 23 - Jr 17-20 24 - Jr 21-23 25 - Jr 24-26 26 - Jr 27-29 27 - Jr 30-32 28 - Jr 33-36 Mês: Março 01 - Jr 37-39 02 - Jr 40-42 03 - Jr 43-46 04 - Jr 47-49 05 - Jr 50-52 06 - Lm 1-5 07 - 1 Cr 1-3 08 - 1 Cr 4-6 09 - 1 Cr 7-9 10 - 1 Cr 10-13 11 - 1 Cr 14-16 12 - 1 Cr 17-19 13 - 1 Cr 20-23 14 - 1 Cr 24-26 15 - 1 Cr 27-29 16 - 2 Cr 1-3 17 - 2 Cr 4-6 18 - 2 Cr 7-9 19 - 2 Cr 10-13 20 - 2 Cr 14-16 21 - 2 Cr 17-19 22 - 2 Cr 20-22 23 - 2 Cr 23-25 24 - 2 Cr 26-29 25 - 2 Cr 30-32 26 - 2 Cr 33-36 27 - Ez 1-3 28 - Ez 4-7 29 - Ez 8-11 30 - Ez 12-14 31 - Ez 15-18 Mês: Abril 01 - Ez 19-21 02 - Ez 22-24 03 - Ez 25-27 04 - Ez 28-30 05 - Ez 31-33 06 - Ez 34-36 07 - Ez 37-39 08 - Ez 40-42 09 - Ez 43-45 10 - Ez 46-48 11 - Dn 1-3 12 - Dn 4-6 13 - Dn 7-9 14 - Dn 10-12 15 - Et 1-3 16 - Et 4-7 17 - Et 8-10 18 - Ed 1-4 19 - Ag 1-2 20 - Zc 1-5 21 - Zc 6-10 22 - Zc 11-14 23 - Ed 5-7 24 - Ed 8-10 25 - Ne 1-3 26 - Ne 4-6 27 - Ne 7-9 28 - Ne 10-13 29 - Ml 1-2 30 - Ml 3-4


O Velho Testamento - Uma Pequena Introdução

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DIÁRIO DE JERUSALÉM A VERDADE ACIMA DE TUDO!

Sexta-Feira, 11 de Sivã

Edição 830

PAÍS INVADIDO ONTEM PELA QUARTA NUVEM Pela quarta vez consecutiva, Israel foi invadido ontem por terrível e inumerável nuvem de gafanhotos, devastando nossa agricultura. Segundo Eli Ben-Judá, técnico do Ministério da Agricultura, nosso país tem sido assolado por nuvens de milhares de gafanhotos de quatro espécies: cortador, migrador, devorador e destruidor. Estes últimos foram os responsáveis pela destruição de ontem. Eli, desolado, afirmou: "O que deixou o gafanhoto cortador comeu-o o gafanhoto migrador; o que deixou o migrador comeu-o o gafanhoto devorador; o que deixou o devorador comeu-o o gafanhoto destruidor". ALERTA MÁXIMO: INCÊNDIO & SECA

O diretor do SMI (Serviço de Meteorologia de Israel) solicita o máximo cuidado por parte da população, uma vez que, devido à seca prolongada, a propagação de queimadas é muito grande. Em diversas regiões do país , segundo ele, "...a chama abrasou todas as árvores do campo. Também todos os animais do campo bramam suspirantes... porque os rios se secaram, e o fogo devorou os pastos do deserto". PREVISÕES DESANIMADORAS

De acordo com Simão David, porta-voz do Ministério da Agricultura, as previsões para a safra deste ano são as mais sombrias possíveis, "porque pereceu a messe do campo. A vide se secou, a figueira se murchou, a romeira também, e a palmeira e a macieira; todas as árvores do campo se secaram, e já não há alegria". O calor e falta de umidade são tamanhos que "a semente mirrou debaixo dos seus torrões". Simão afirma, ainda, que os veterinários do Ministério apresentaram um relato da situação pastoril na nossa terra: "as manadas de bois estão sobremodo inquietas,

porque não têm pasto; também os rebanhos de ovelhas estão perecendo". A situação é de calamidade extrema! SHALOM PRESENTES - A MELHOR DA CIDADE!

SUMO SACERDOTE DECRETA LUTO E FAZ CONVOCAÇÃO O Sumo Sacerdote Hanani decretou luto oficial para o povo, e fez a seguinte convocação: "Cingi-vos de pano de saco e lamentai, sacerdotes; uivai, ministros do altar; vinde, ministros de meu Deus; passai a noite vestidos de sacos; porque da casa de vosso Deus foram cortadas a oferta de manjares e a libação". Acrescentou ainda: "Promulgo um santo jejum, convoco uma assembléia solene. Congreguem-se os anciãos, todos os moradores desta terra, para a casa do SENHOR nosso Deus. Clamemos ao SENHOR". Hoje, ao por do sol, será iniciada essa assembléia solene. MORTE PREMATURA Leia mais sobre a tristeza de Léa Shechem pela morte de seu noivo. (Pag. 5).

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PREVISÃO DO TEMPO

Segundo o SMI nas próximas 24 horas teremos tempo bom, com temperaturas em elevação. Mínima de 23º e máxima de 39º. Umidade relativa do ar: 11%. Não há previsão de chuvas.

PROFETA JOEL REITERA SUAS ADVERTÊNCIAS O profeta Joel, filho de Petuel, voltou a pregar nas ruas de Jerusalém na tarde desta quintafeira, conforme vem fazendo há muitos dias. Em sua prédica de ontem, Joel afirmou que todas estas calamidades que estamos enfrentando são o juízo de Deus sobre a nação, falou sobre o "dia do SENHOR", e anunciou a invasão de um "exército vindo do norte". Terminou suas palavras com este comovente apelo: "Ainda assim, agora mesmo diz o SENHOR: Convertei-vos a mim de todo o vosso coração; e isso com jejuns, com choro e com pranto. Rasgai o vosso coração, e não as vossas vestes, e convertei-vos ao SENHOR vosso Deus; porque ele é misericordioso, e compassivo, e tardio em irar-se, e grande em benignidade, e se arrepende do mal".


O Velho Testamento - Uma Pequena Introdução

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BIBLIOGRAFIA ALEXANDER, Pat e David

BROWN, Raymond CALVINO, João FERREIRA, Júlio A. GIRALDI, Luiz Antonio HALLEY, Henry H. HARRISON, Everett F. KEIL-DELITZSCH LAWRENCE, Paul SCROGGIE, W.Graham TAYLOR, Hudson

YOUNG, Robert

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Manual Bíblico SBB, tradução de Lailah de Noronha. Barueri, SP: Sociedade Bíblica do Brasil, 2º ed. Revisada, 2010 Bíblia Sagrada, trad. João Ferreira de Almeida, Edição Revista e Atualizada no Brasil, Sociedade Bíblica do Brasil, 1969. Entendendo o Antigo Testamento, Shedd Publicações, São Paulo, 2004 Calvin's Commentaries, Associated Publishers and Authors Inc., Grand Rapids Conheça Sua Bíblia, Livraria Cristã Unida, 2º Edição, Campinas. História da Bíblia no Brasil, Sociedade Bíblica do Brasil, Barueri, 2008. Halley's Bible Handbook, Grason Company,23º Edição, Minneapolis, 1964. Baker's Dictionary of Theology, Baker Book House, Grand Rapids, 1960. Commentary on the Old Testament, William B. Eerdmans Publishing Company, Grand Rapids, Feb. 1980 Atlas Histórico e Geográfico da Bíblia, Sociedade Bíblica do Brasil, Barueri, SP, 2008. Know Your Bible, Pickering & Inglis Ltd., Londres, 1967. Cântico dos Cânticos - O Misterioso Romance, Comunhão do Corpo de Cristo Edições, São Paulo, 1º ed., março 2002. The Open Bible, (The New King James Version), Thomas Nelson Publishers, Nasville, 1985. Analytical Concordance to the Bible, Wm.B. Eerdmans Publishing Co., Grand Rapids, 1977.


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