Cordisburgo Trabalho de Campo • Maio 2011
O Sertão Roseano sobre o olhar da Última Estação.
“O correr da vida embrulha tudo. A vida é assim: esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa, sossega e depois desinquieta. O que ela quer da gente é coragem.” Guimarães Rosa
Surpreendente e inesperada, Cordisburgo! Não se fala em Cordisburgo, sem antes se lembrar do menino simples nascido no sertão de família humilde que recebeu o nome de batismo de João Guimarães Rosa e com o tempo transformou–se no memorizado e eterno Guimarães Rosa! Mas antes disso, vamos voltar um poquinho no tempo, não muito, apenas algumas horas antes. É quase nostálgico relembrar a saída do então 29 de Maio. Da Avenida Presidente Carlos Luz, para ganhar o grande Sertão das Veredas. Moderno e confortável, Spazio, este era o nome que assumiu uma grande responsábilidade transportar a Última Estação! O “corre-corre”, a pausa para o cafezinho, o “espera aqui”, o “espera ali”, a disponibilidade do corpo docente em deixar uma domingo com seus familiares para embarcar conosco nesta garimpada de conhecimento. Madrugadores, atrasados, sonoletos, feliz, preocupados, grávidos e não grávidos, embarcaram conosco para o mesmo destino; Cordisburgo!
Índice A inesperada Cordisburgo! Água no Sertão?! A Grande Casa onde morou Guimarães Rosa A gruta de Maquiné Eis Cordisburgo... Conclusões
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A inesperada Cordisburgo!
“Deus nos dá pessoas e coisas, para aprendermos a alegria... Depois, retoma coisas e pessoas para ver se já somos capazes da alegria sozinhos... Essa... a alegria que ele quer” Guimarães Rosa
Pela estrada, nossa ansiedade e nossa sede de confirmar tudo que se viu e ouviu pela pequena notável ia saciando pela a janela, onde mais nos lembrava uma vitrine. De paissagem diversificada, como se abrisse um leque de escolhas: Árvores frondosas, verdes, agrupadas, secas ou não, gramas rasteiras, terrenos com relevo a gosto dos olhos que parecia agradecer cada novidade que surgia. De repente… Uma parada! Uma gota de enriquecimento a tudo que nos surpreendia! Ouviu-se uma voz grave de uma pessoa de estatura mediana que prendeu a atenção de todos! Que com sua riqueza de conhecimentos, com a profundidade e domínio do que sabia que estava falando, nos fez reparar ao redor e percebermos que o céu estava azul sem uma nuvem sequer, notar-se a presença ao longe um buritizeiro e água?!
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Água no Sertão?!
Nunca nossos olhos se viu tantas coisas que até então só se ouvia falar nas salas de aula ou em livros. Ali estava a Última Estação conferindo in loco o que a pouco a pequena notável se desdobrava para apresentar a magia trazida pela Literatura. Depois de guardadas as paisagens, na memória ganhamos as ruas da pequena e pacata Cordisburgo. Ali a História se fazia presente atráves da arquitetura da Capela de São José, a cada canto da pequena Cordisburgo a história ia pontinhando por si própria. Retratamos tudo, tudo que se fazia marcante: Placas de serviços, Centros de Artesanatos Geraldo Beroldo de Carvalho, a praça dos Tropeiros e seus habitantes de olhares assustados e ao mesmo tempo admirados. E o mais esperado, a casa!
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A Grande Casa onde morou Guimarães Rosa Seu quarto, suas fotografias, sua cama onde ali crescia o menino simples, de família humilde, suas gravatas de formato de Borboletas, era a suas prediletas, diziam serem mais fáceis de usálas pois não aprendera a dar nó em outros modelos. O quarto de Vó Chiquinha onde passava a maior parte de seu tempo lá dentro vestida de roupão preto rezando, porém, sabia de tudo que se passava por ali. Na cozinha havia uma grande mesa de madeira do século XIX onde eram realizadas as refeições fartas, como costumeiro. Os detalhe históricos traziam à tona, todo conhecimentos adquiridos, até então, pela literatura. Naquele instante, tínhamos a oportunidade de agregar todo o conhecimento a fatos, objetos e casos com riqueza de detalhes que a casa nos oferecia. E quanto respiramos satisfeitos pensando que aquela saga de conhecimento estava chegando ao fim. Cordisburgo, terra de Gumarães Rosa berço de “Diadorin e Riobaldo” nos surpreende outra vez! Com riqueza inexplicável, com suas teorias trazidas pelo o homem e pela beleza tamanha que apenas o criador nos explicaria, Deus e sua fantástica mãe natureza nos presentiou: 5
A gruta de Maquiné Tivemos guias com dialetos e apresentações improvizadas. Rodopiamos, por primeiro, segundo e até sétimo salões com metros, formas, cores e cortinas de brilhos, que mais nos faziam lembrar véu de noivas em sua plenetude.
“O real não está na saída nem na chegada: ele se dispõe para a gente é no meio da travessia”. Guimarães Rosa
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Eis Cordisburgo... Feita de Guimarães, miguilins, portal, tropeiros, bordados e também chamado de Sertão; “ele está em toda parte” está movimentando todo tempo e aceita todos os nomes”. E assim estamos de volta prá casa e com uma certeza de agradecimentos aos protagonistas e coajuvantes que fizeram deste domingo o primeiro do resto de nossas vidas, ricos em conhecimentos, alegres pelas nossas escolhas, nossas amizades!
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Conclusões “A excursão foi muito produtiva em todos os aspectos, foi bastante divertida e engraçada.
“No dia 29 de maio de 2011 às 07:40 da manhã, nós os alunos da fase III nos encontramos para fazermos, uma viagem a cidade de Cordisburgo. Foi uma viagem tranquila, que me fez, por algumas horas esquecer de alguns problemas que me atormentavam, insistiam em me deixar preocupada, triste, enfim, me fez concluir que realmente não há nada melhor do que um dia após o outro. As brincadeiras entre a turma, a discontração, a interatividade de todos contribuiram para que tudo fosse perfeito, o que me resta dizer, é que as lembranças de um dia bom, jamais serão esquecidos do meu pensamento. Já da gruta, Ah!, essa vou dizer a todos: que tive oportunidade de conhecê-la, que é linda e a recomendaria aos outros para que também à conheçam, porém, ao lembrar dessa gruta, lembrarei eternamente da seguinte frase dita por João Guimarães Rosa; que:
Quando chegamos em Cordisburgo, nos deparamos com uma cidade completamente diferente de Belo Horizonte, uma calmaria tremenda, poucas pessoas nas ruas, poucos carros. Na nossa primeira parada aprendemos um pouco sobre a vegetação, sobre o clima da região, depois paramos na entrada da cidade para vermos um monumento feito em homenagem aos tropeiros, que acompanharam Guimarães Rosa no sertão mineiro. Depois, visitamos a antiga casa de Guimarães, onde aprendemos um pouco sobre ele e sobre a cidade, depois, fomos até a gruta onde adquirimos mais conhecimentos. No geral, a excursão foi muito produtiva e proveitosa em todos os aspectos, mas, principalmente no conhecimento e em interagir com os colegas de classe, e com essa excursão, acho que todos nós conhecemos melhor uns aos outros.
Eluimar
“De uma Gruta nada se tira, a não ser fotografias; nada se leva, a não ser lembranças; nada se deixa, a não ser pegadas; nada se mata, a não ser o tempo”.
Angélica
Conclui-se: das maravilhas, que as montanhas de Minas nos reserva! Conclui-se: O que a Pequena Notável, há quase um mês tentava nos fazer apaixonar pelo sertão de Guimarães Rosa. Insistente e confiante no que sempre dizia, conferimos e gostamos! “Cordisburgo para mim foi reviver minha infância, porque nasci no interior.
Que quando estamos em uma sala de aula, sabemos que estamos com meio passaporte para abraçarmos o mundo.
E tudo que vi, me lembra minha antiga casa, como o fogão a lenha, o poço, o mercadinho, tudo lá tinha; até o piso de tijolos se parece muito.
E quando é nos dada a grande oportunidade na vida de vivenciarmos tudo que se ouviu dentro desta pequena sala de aula, aí sim, teremos certeza, que não só este passaporte estará por completo em nossas mãos, mas também as portas do conhecimento se abrirão e se não deixarmos, jamais fechará.
Vivemos um dia diferente, ouvimos sobre o sertão, o clima, a vegetação, os curiteiros e a vereda. A turma estava unida e divertida, foi um dia de aprendizado, conhecemos um pouco de cada um. A gruta é linda, nunca havia visto uma! Foi ótimo! diferente! muito proveitoso.”
Elieuza Rodrigues
E neste mundo de conhecimentos que, até então, eram desbravados por poucos, hoje foram nos dados as ferramentas para jamais desistirmos de algo que não há dinheiro neste mundo que compre: a riqueza do saber. A paixão pelo novo e diferente, fazia com que as coisas lá fora acalmassem, e com isto, fomos absorvendo tudo que era conhecimento nesta oportunidade de enriquecimento, onde que, para alguns, era quase o impossível. Assim, conclui-se que : Cordisburgo, fez e faz parte do roteiro de nossa história, a história da última estação, com o Grande Sertão das Veredas de João Guimarães Rosa.
Kátia Franco
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