19 Maio • Junho Julho • Agosto 2011
Fome, Obesidade e Desperdício Gastronomia
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Reaproveite o que desperdiça
Falando de Nutrição
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Vitamina A
Atualidade
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Merenda Escolar
Saiba mais sobre esses problemas que atingem a população brasileira
Editorial DE GESTÃO Publicação Quadrimestral do Conselho Regional de Nutricionistas 6ª Região Rua Bulhões Marques, 19, sls 801/803 Edf. Zikatz | Boa Vista, Recife/PE | CEP: 50060-050 Fones (81) 3222.1458 / 3222.2495 / 3421.8382 Fax (81) 3421.8308 www.crn6.org.br | crn6@crn6.org.br DELEGACIAS • Ceará | Av. Santos Dumont, 1740, sl. 613 Centro, Aldeota/Fortaleza - CEP:60150-160 Fone/Fax:(85) 3261.6341 Delegada: Maria Lúcia Barreto Sá • Rio Grande do Norte | R. Prof. Zuza, 263, sl 223 Cidade Alta, Natal/RN - CEP:59025-160 Fone/Fax: (84) 3211.8193 Delegada: Adriana de Queiroz Xavier • Piauí | R. Des. Pires de Castro, 173, sl 7 Sul-Centro, Teresina/PI - CEP:64001-390 Fone/Fax: (86) 3222.3028 Delegada: Maria do Rosário Lima Gomes • Paraíba | Av. Dom Pedro I, 361, sl 210 Edf. Holanda Center - Centro, J. Pessoa/PB Fone/Fax: (83) 3241.5621 Delegada: Luciana Maria Martinez Vaz • Alagoas | Av. Moreira e Silva, 547, sl 105 Farol, Maceió/AL - CEP:57021-500 Fone/Fax: (82) 3221.7048 Delegada: Ana Maria Beltrão Rossiter • Maranhão | R. Queóps, 12, sl 401 J. Renascença, São Luís/MA - CEP:65075-800 Fone: (98) 3235.3435 Delegada: Sueli Ismael O. da Conceição
Revista DeGestão
DIRETORIA DO CRN-6 • Conselheira Presidente Nancy Aguiar • Conselheira Vice Presidente Patrícia Santos • Conselheira Secretária Ivany Amaral • Conselheiro Tesoureiro Rodrigo Silveira • Efetivos | Ivany C. R. Amaral | Leopoldina de S. Serqueira | Maria do Rosário P. Spíndola | Maria Dolores G. da Fonte | Marina de Moraes V. Petribu | Nancy de A. Aguiar | Patrícia M. S. Santos | Taciana C. Verçosa | Rodrigo Luis da Silveira • Suplentes | Adriana de Q. Xavier | Ana Glória F. de Araújo | Ana Karina Souza | Edigleide F. Barreto | Flávia Maria de C. Almeida | Larissa de A. Viana | Maria do Rosário L. Gomes | Sebastião de F. Silva | Suzana de C. S. Lins • Comissão de Fiscalização | Ivany C. R. Amaral Nancy de A. Aguiar | Maria Dolores G. da Fonte Maria do Rosário P. Spíndola • Comissão de Tomada de Contas | Maria do Rosário P. Spíndola | Marina de M. V. Petribu | Leopoldina de S. Sequeira • Comissão de Ética | Patrícia S. Santos | Taciana C. Verçosa | Maria Dolores G. Fonte | Ana Glória F. de Araújo • Comissão de Formação Profissional | Marina de M. V. Petribu | Edigleide F. Barreto | Larissa de A. Viana | Ana Karina Souza | Luciana M. Vaz | Leopoldina de S. Sequeira • Licitação | Maria Dolores G. da Fonte | Flávio C. de Brito | Janusy de F. Silva Nairton S. da Silva • Comunicação | Nancy de A. Aguiar | Ivany C. R. Amaral | Rodrigo da Silveira | Patrícia S. Santos
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Jornalista Responsável Patrícia Natuska (DRT 3187) Multi Comunicação Corporativa www.multicomunicacao.com Edição e Textos | Janayna Brasil - Multi Comunicação Corporativa Projeto Gráfico e Diagramação | Juliana Sauvé e Daniele Torres - Multi Capa | Esculturas de Mestre Juca Lima Tiragem | 10.000 exemplares
Novidades da revista
Nancy Aguiar Conselheira Presidente
Entrada
03 04
Comissões Eventos
08 10 12 14 16 18
É com grande satisfação que apresentamos o novo layout da nossa revista De Gestão, a primeira edição sob a responsabilidade da gestão 2011-2014. Esta mudança vem com a proposta de trazer novas abordagens para as matérias e seções repaginadas. Com muita dedicação, buscamos eleger assuntos atuais de interesse dos profissionais. Além das ações realizadas pelo CRN-6 e pelas delegacias, a revista destaca a campanha nacional do Conselho Federal de Nutricionis tas cujo o tema é Fome, Obesidade e Desperdício. Além disso, o número apresenta matéria sobre o papel do nutricionista e do gestor público no Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) e dicas de como reaproveitar os alimentos trazidas pelo programa Banco de Alimentos do Sesc Pernambuco. Esperamos que apreciem nas próximas páginas o conteúdo que elaboramos para vocês. Boa leitura!
05 06
Radar CRN-6 em ação
Atuação Profissional
Nutrição nas UPAs Especial
Violência contra a mulher Em Foco
Fome, obesidade e desperdício Gastronomia
Reaproveite o que desperdiça Falando de Nutrição
Vitamina A Atualidade
Merenda escolar
Fiscalização
Entrada
Comissões Ética
Fiscalização Publicidade em ação e nutrição O CRN-6 realizou 1837 visitas fiscais no período de ja-
Muitas são as dúvidas do profissional de nutrição quan-
neiro a junho/2011, intensificando a orientação e fisca-
to à publicidade nos meios de comunicação e até mesmo
lização nos Estados da jurisdição, com abrangência nas
sobre a divulgação dos serviços e atividades do nutricio-
capitais, regiões metropolitanas e interiores. O Regional,
nista. Por isso, é preciso estar atento ao Código de Ética do
cumprindo suas finalidades legais e reafirmando o interes-
Nutricionista que traz, no capítulo XII, orientações de pro-
se de estabelecer parcerias com outros órgãos afins, vem
cedimento em relação à publicidade:
implementando ações conjuntas com o Ministério Público
Art.21 – É dever do nutricionista, por ocasião de entre-
em Pernambuco, Paraíba e Alagoas, efetuando visitas de
vistas, comunicações, publicações de artigos e informações
orientação e fiscalização do exercício profissional, em prol
ao público sobre alimentação, nutrição e saúde, preservar
da assistência adequada, bem como, da segurança alimen-
sempre o decoro profissional, assumindo inteira responsa-
tar e nutricional da sociedade.
bilidade pelas informações prestadas.
IV Seminário Regional de Fiscais e Delegadas
Art.22 – É vedado ao nutricionista: I – Utilizá-la com objetos de sensacionalismo e de autopromoção; II – Divulgar dados, depoimentos ou informações que possam conduzir a identificação de pessoas, marcas ou nomes de empresas; III – Valer-se da profissão para manifestar preferência ou para divulgar ou permitir a divulgação, em qualquer
No período de 20 a 22 de julho, o CRN-6 realizou o IV Seminário Regional de Fiscais e Delegadas com objetivo de informar, debater e atualizar os procedimentos desenvolvidos na orientação e fiscalização do exercício profissional. Fiscal Destaque
Darc Ferro Vieira, graduada pela UFAL e Mestre em Fotos | Divulgação
Nutrição, com atuação pelo Regional no Estado de Alagoas desde 2006, foi selecionada como Fiscal Destaque 2011 em reconhecimento ao desempenho de suas atividades, cumprindo a meta de visitas fiscais e apresentando os melhores resultados no quantitativo de visitas técnicas realizadas em 2010.
ligadas às atividades de alimentação e nutrição; IV – Quando no exercício da profissão manifestar preferência, divulgar ou permitir que sejam divulgados produtos alimentícios ou farmacêuticos por meio de objetos ou de peças de vestuário, salvo se a atividade profissional esteja ligada ao marketing; V – Utilizar recursos de divulgação ou veículos de comunicação para divulgar conhecimentos de alimentação e nutrição que possam caracterizar a realização de consultas ou atendimentos, a formulação de diagnósticos ou a concessão de dietas individualizadas. Vale lembrar que o nutricionista deve sempre consultar o Código de Ética e, permanecendo a dúvida, procurar o CRN-6 para melhores esclarecimentos, principalmente em se tratando de entrevista e publicidade em sites de compras coletivas.
Maio | Junho | Julho | Agosto | 2011
A Nutricionista Evla
tipo de mídia, marcas de produtos ou nomes de empresas
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Entrada
Eventos No Dia Mundial da Saúde, nutricionistas do CRN-6 realizaram ações no metrô do Recife Para marcar o Dia Mundial da Saúde, comemorado no dia 7 de abril, o Conselho Regional de Nutricionistas da 6º Região realizou ações de promoção à saúde com prestação de serviço aos usuários da estação central do metrô do Recife. Com atendimentos gratuitos, quem passou pelo local pôde ser avaliado pelos profissionais e estudantes de nutrição através de um “inquérito” nutricional, onde também receberam orientações nutricionais dos 10 passos para uma alimentação saudável. Além do atendimento ao público, a ação do CRN-6 também teve como objetivo valorizar o nutricionista como profissional indispensável para saúde e o bem estar das pessoas. “Diante do aumento dos casos de hipertensão, diabetes e obesidade, o nosso trabalho é fundamental em alertar e orientar a população para uma alimenFoto | Multi Comunicação Corporativa
tação mais saudável”, disse a presidente do CRN-6, Nancy Aguiar.
Jornadas de Atualização 2011 O tema Fome, Obesidade e Desperdício, escolhido pelo Conselho Federal de Nutricionistas (CFN) norteou as jornadas promovidas pelo Conselho Regional de Nutricionistas da 6º Região (CRN-6) no Ceará, Piauí, Para-
Fortaleza | CE
íba, Rio Grande do Norte, Maranhão e Alagoas. Os encontros contaram com a participação de profissionais, residentes e estudantes de nutrição. A última jornada ocorrerá no dia 26 de agosto, no Recife.
João Pessoa | PB
V Prêmio Emília Aureliano Criado para levar ao conhecimento da sociedade as potencialidades da ciência da Nutrição, o Prêmio Emília Aureliano de Alencar Monteiro
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Maceió | AL
quer incentivar os nutricionistas quedesenvolvem pesquisas e documentar os seus trabalhos nos meios de divulgação científica possibilitando
Fotos | Divulgação
Revista DeGestão
São Luiz | MA
a expansão do acervo técnico da categoria. Saiba mais no site: Natal | RN
Teresina| PI
www.crn6.org.br
Radar Piauí No mês de abril, representantes
na área de SAN. A
da Associação de Nutrição do Piauí
começar pela exe-
(ANUPI), do Sindicato de Nutricionis-
cução do Programa
tas do Piauí e do Conselho Regional
Nacional de Alimen-
de Nutricionistas da 6ª Região (CRN-6)
tação Escolar, pela
– Delegacia do Piauí – estiveram reu-
implementação da
nidos com o Secretário de Assistência
Política Nacional de
Social e Cidadania (SASC), Francisco
Alimentação e Nutri-
Guedes, para apresentar os pleitos
ção e, notadamen-
que consideram de direito da catego-
te, na criação e nos
ria. As entidades reivindicaram que os
desdobramentos da
cargos de gerência de alimentação e
Política Estadual de
nutrição e de coordenação de educa-
Segurança Alimen-
ção alimentar da Diretoria de Segu-
tar e Nutricional.
rança Alimentar e Nutricional (SAN)
Foto | Divulgação
Entidades de Nutrição do Piauí reivindicam direitos da categoria
Foto | Divulgação
tanto no que diz respeito à infra-es-
O segundo pleito se refere à inclu-
trutura, quanto ao respaldo político.
são da atual Supervisão de Alimenta-
Ao final, o secretário se mostrou sen-
ção e Nutrição da SASC. Ana Cláudia,
sibilizado com os pleitos e se com-
ANUPI, Norma Sueli Alberto, atual pre-
atual supervisora do setor, solicitou
prometeu em atendê-los, a começar
sidente do Conselho Estadual de SAN
que conste oficialmente no seu orga-
pelo primeiro, tendo em vista que o
(CONSEA/PI), destacou a importância
nograma. Foi solicitado mais apoio
segundo requer alteração em lei. As
da contribuição técnica e política que
da gestão ao trabalho desenvolvido
entidades saíram satisfeitas e fortale-
a categoria vem prestando ao Estado
pelas nutricionistas que a compõem,
cidas da reunião.
sejam ocupados por nutricionistas. No encontro, a presidente da
Alagoas Ações da delegacia cional e as representantes do CRN-6 participam da
Vice-delegadas Foram empossadas no cargo de vice-delegada
organização na comissão do CONSEA de Conteúdo
do Conselho Regional de Nutricionistas da 6ª re-
e Metodologia. Além disso, foi finalizado o proces-
gião (CRN-6), no estado da Paraíba, a nutricionista
so de criação da Associação Alagoana de Nutrição
Vernayde Maria Teotônio Ramalho e no estado do
(ALNUT), onde a presidente da ASBRAN, Márcia Félix,
Rio Grande do Norte, a nutricionista Carmen Lúcia
empossou a nova diretoria.
de Araújo Calado.
Maio | Junho | Julho | Agosto | 2011
No dia 1° de setembro, Alagoas realizará a III Conferência Estadual de Segurança Alimentar e Nutri-
CRN-6
5
Entrada
CRN-6 em ação
Residência em nutrição Ingressar na profissão buscando a
selho Regional de Nutricionistas da 6º
especialização para melhorar a forma-
Região (CRN-6), Sindicato de Pernam-
ção. Este pode ser o caminho escolhi-
buco de Nutrição e dos coordenado-
do por recém formados ou profissio-
res dos programas de residência.
nais de nutrição ao realizar residência em nutrição.
Nutricionista integrante da Comis-
fissional. Nesta última, o aluno pode
são Estadual de Residência em Nutri-
atuar em policlínicas, programa Saúde
ção, Elenice Costa, diz que o papel do
da Família e programa Merenda Es-
anos, quando foi enviado o projeto de
grupo é avaliar e definir normas dos
colar.
residência em nutrição para reitoria
programas de residência, sugerir mo-
da Universidade Federal de Pernam-
dificações e até suspender as bolsas,
cionista e coordenadora do Programa
buco (UFPE), tendo sido aprovado
se não houver o cumprimento das
em Residência em Nutrição Clínica do
com apoio e convênio de cooperação
normas estabelecidas.
Hospital Oswaldo Cruz, desde 2002 o
O programa teve início há 15
técnica com a Secretária de Saúde
Em Pernambuco, cinco unidades
Segundo Cristiane Pereira, nutri-
curso está sendo trabalhado na unida-
do Estado de Pernambuco. Em 1996,
de saúde participam do programa,
de onde anualmente são abertas seis
o Hospital das Clínicas implantou o
são os hospitais Oswaldo Cruz, das
vagas. “Após a conclusão do progra-
programa, mas, foi em 1998 que a
Clínicas, Barão de Lucena, Institu-
ma, o profissional recebe o título de
Comissão Estadual de Residência em
to Materno Infantil de Pernambuco
pós-graduado, sendo acompanha-
Nutrição (CERN) foi constituída.
(IMIP) e Pronto Socorro Cardiológico
do integralmente nas aulas práticas
de Pernambuco (Procape).
e teóricas. Além disso, por abranger
A comissão é formada por representantes da Secretária de Saúde do
No curso, que tem duração de 24
Estado de Pernambuco, das Institui-
meses, são abertas 23 vagas por ano,
alunos quando terminam o progra-
ções de Ensino Superior, Associação
e o estudante pode optar pela forma-
ma já ingressam no mestrado”, conta
Pernambucana de Nutricionistas, Con-
ção em residência clínica ou multipro-
Cristiane.
também a área de pesquisa, 80% dos
Representações Políticas do CRN-6 Revista DeGestão
6
Rio Grande do Norte
-
• Conselho Municipal de Alimentação Escolar (Natal) Representante: Fernanda T. de Oliveira Pinto (84) 3221 3965 | tarceliat@yahoo.com.br • Conselhinho - Conselhos da Área de Saúde Representante: Adriana Xavier (84) 9431.8430 | a_driana2008@io.com.br
• CONSEA/PE Representante: Leopoldina de S. Serqueira - Titular Ana Glória F. de Araújo - Suplente
• Conselho Estadual dos Direitos do Idoso - PE Representante: Leopoldina de S. Serqueira - Titular Ana Karina Souza - Suplente • Comissão Estadual em Residência em Nutrição (Presidente) e em Saúde e CAE Representante: Elenice Costa - Convidada (81) 9976-0459 | elennutri@oi.com.br • CONSEA/Caruaru Representante: Adriana Negromonte
• CONSEA/PI Representante: Maria do Perpétuo S. da Fonseca. - Titular (86) 9432.9373 | socorrofonseca@crn6.org.br Maria do Rosário Lima Gomes - Suplente (86) 9987-3078 | rosarionutrition@hotmail.com • Conselho Estadual de Saúde Representante: Diana Pereira Sipauba - Titular (86) 9986-9178 | dianasipauba@hotmail.com Maria do Rosário Lima Gomes - Suplente (86) 9987-3078 | rosarionutrition@hotmail.com • Conselho Municipal de Saúde - Teresina Representante: Andréa Fernanda Lopes dos Santos - Titular (86) 9973 7965 | anfernanda@yahoo.com Suplente: Maria do Rosário Lima Gomes (86) 9987-3078 | rosarionutrition@hotmail.com
• Conselho de Alimentação Escolar Representante: Maria do Rosário Gomes - Titular (86) 9987-3078 | rosarionutrition@hotmail.com • Comissão Estadual de Infecção Hospitalar / Comissão Estadual em Direitos Humanos Representante: Teresinha de Jesus Ferrer - Titular (86) 3232 1338 | teresinhaferrer@yahoo.com.br
Pernambuco
Piauí
Ceará
Paraíba
Maranhão
• CONSEA Estadual Representante: Luciana Martinez - Titular (83) 9996-8075 | lucmvaz@ig.com.br • CONSEA Municipal Representante: Vernayde Maria T. Ramalho - Presidente (83) 8740 5087 • CAE – Comissão Municipal de Alimentação Escolar Representante: Danielly de Morais Santos – Titular
• Comissão Interestadual de Alimentação e Nutrição Representante: Luciana Martinez – Titular (83) 9996-8075 | lucmvaz@ig.com.br • Comissão de Aleitamento Materno Representante: Marise de Lourdes Lucena - Titular (83) 3247 1960 • Comissão DHAA Representante: Luciana Martinez - Titular (83) 9996-8075 | lucmvaz@ig.com.br
• CONSEA Estadual Representante: Ana Maria Beltrão – Titular (82) 9921-6122 | anamariabeltrao@bol.com.br
• Comissão Estadual de Saúde Mental Representante: Ana Maria Beltrão - Titular (82) 9921-6122 | anamariabeltrao@bol.com.br
• CONSEA Municipal Imperatriz Representante: Jaisane Santos Melo - Titular Marluce Alves Coutinho - Suplente
-
Maio | Junho | Julho | Agosto | 2011
Alagoas
-
• Fórum dos Conselhos Representante: Maria Lúcia Sá - Titular (85) 9101 0760 | mlucia@ceara.pro.br
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Atuação Profissional
Nutrição na Unidade de Pronto Atendimento Uma nova oportunidade surge para o nutricionista. Estamos falando sobre a Unidade de Pronto Atendimento (UPA), unidades de saúde onde são realizados atendimentos de urgência e emergência nos municípios. Para falar sobre o assunto e o papel do nutricionista neste campo, convidamos as nutricionistas Wanessa Franciolly que trabalha na UPA do Cabo de Santo Agostinho (PE), e Adriana Rodrigues, da UPA Caxangá (PE).
Revista de Gestão (RG) - Como funcio-
os prontuários dos pacientes em ob-
Que tipo de dificuldade é encontrada
na na prática a atividade do nutricio-
servação, e, posteriormente por meio
dentro dessa área de trabalho?
nista na Unidade de Pronto Atendi-
de anamnese e avaliação nutricional
AR A maior dificuldade que nós
mento (UPA)?
realizada com o enfermo e entrevista
temos é o tempo de contato reduzido
Wanessa Franciolly (WF) A prá-
feita ao acompanhante é estabelecida
com o paciente. Em alguns casos não
tica objetiva garantir a adequação
a dieta adequada, bem como, a orien-
é o suficiente para fazê-lo entender a
nutricional e qualidade das refeições
tação da importância na continuida-
necessidade da mudança no seu esti-
servidas, embasando-se em precei-
de do tratamento nutricional. Realiza
lo de vida e ter a mudança alimentar
tos da dietoterapia e administração
também a supervisão do almoço dos
como parte do tratamento.
de serviços de alimentação. Além de
funcionários, entre outras atividades.
Quais as principais ocorrências que o
estabelecer as condutas dietoterápi-
Quando se notou que era necessária
nutricionista atende na UPA?
cas dos pacientes em atendimento
a presença do nutricionista dentro da
no serviço de urgência e emergência,
UPA?
realiza ações educativas através de
Revista DeGestão
ronarianas, renais, hepatopatia e suas
orientações nutricionais no momento
pacientes que procuram nossa uni-
complicações e doenças interligadas
da alta e gerencia a distribuição de re-
dade são vitimas do agravamento
profundamente com a alimentação.
feições destinadas aos colaboradores
das Doenças Crônicas Não Transmis-
O nutricionista que atua ou quer atuar
das unidades.
síveis (DCNT), relacionadas a hábitos
nessa área precisa ter algum conheci-
É um novo espaço de trabalho do
alimentares errados e sedentarismo.
mento específico?
nutricionista?
Tendo como meta a melhor qualidade
WF Considero que sim, onde
8
AR Percebemos que muitos dos
AR Sem dúvida, pacientes com patologias como diabetes, doenças co-
AR Para ser nutricionista da UPA,
de vida da população que nos procu-
o profissional precisa conhecer bem
aliam-se nutrição clínica e coletivida-
ra, reconheceu-se a importância do
o universo vasto das patologias e sua
de sadia, dentro de uma unidade de
nutricionista para realizar uma educa-
adequação com a alimentação. É im-
urgência e emergência. O serviço de
ção nutricional com esses enfermos
portante saber lidar com a diversida-
alimentação das UPAs é misto, com
e familiares. Mesmo que não seja um
de da população e com a individuali-
refeições sendo produzidas e trans-
acompanhamento contínuo, orien-
dade de cada um.
portadas por empresa terceirizada,
tamos a necessidade de uma boa ali-
Wanessa, quando começou o trabalho
cabendo ao nutricionista o controle
mentação e estimulamos o paciente a
de atendimento nutricional com os
de qualidade das refeições durante o
procurar o atendimento ambulatorial
funcionários da UPA?
recebimento, armazenamento e dis-
para auxiliar na sua mudança alimen-
tribuição.
tar. Além disso, tornou-se necessária a
do nutricionista dentro da UPA é para
Como é a rotina de trabalho?
presença do nutricionista para prescri-
dietoterapia, porém, observei a carên-
ção de dietas adequadas aos pacien-
cia dos funcionários de ter uma orien-
tes e funcionários.
tação nutricional. Após este diagnós-
Adriana Rodrigues (AR) Ao assumir o plantão, o nutricionista avalia
WF Vale salientar que a atuação
Cabe ao nutricionista o controle de qualidade das refeições durante o recebimento, armazenamento e distribuição, exigindo do profissional conhecimentos nas áreas de coletividade enferma e sadia. Nutricionista Wanessa Franciolly
Fotos | Divulgação
Percebemos que muitos dos pacientes que procuram nossa unidade são vitimas do agravamento das Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT), intimamente ligadas a hábitos alimentares errados e sedentarismo.
tico, iniciamos uma campanha para
Quero registrar que obtive total apoio
res e começaram a praticar atividades
perda de peso e incentivo a atividade
e incentivo por parte da direção da
físicas. Alguns já apresentam redução
física. Foram realizadas avaliações
UPA do município.
nos níveis de colesterol e triglicérides
antropométricas, clínicas e bioquími-
Já tem resultados desta campanha?
séricos, além da perda de circunfe-
cas para melhor direcionamento da
Quais são?
rência abdominal. Tento sempre no
dieta. O trabalho tem dado tão certo,
WF Tenho tido resultados positi-
exercício da minha profissão contri-
que contamos com a participação de
vos com os funcionários que aderiram
buir de forma positiva para a saúde e
todos os funcionários na campanha.
as mudanças nos hábitos alimenta-
bem-estar da população.
Maio | Junho | Julho | Agosto | 2011
Nutricionista Adriana Rodrigues
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Especial
Violência contra a mulher: é preciso estar atento! Crime foi incluído na lista de notificação compulsória Apontado como problema social, a violência contra a
mulheres atendidas em serviços de
televisão. Mesmo com leis e órgãos que garantam a defesa
saúde públicos ou privados.
física e moral, as pesquisas confirmam um triste número que
Sobre a notificação nos casos de
insiste em não reduzir, tendo o Nordeste o maior registro de
violência por profissionais da saúde,
mulheres violentadas no país.
para a diretora pedagógica do IMP,
Vítima de agressão sofrida pelo marido que a deixou
Regina Célia, tem que haver
paraplégica em 1983, a farmacêutica Maria da Penha trans-
a qualificação permanente destes
formou sua história em luta no combate a violência contra
profissionais no âmbito dos direitos
mulher. Seu empenho foi reconhecido quando aprovado por
humanos. “É preciso que não façam
unanimidade na Câmara e no Senado Federal, no dia 7 de
apenas a notificação como mais um
agosto de 2006, a Lei 11340 que leva o seu nome.
dado, e sim, sendo mais uma vítima
Os trabalhos realizados pelo Instituto Maria da Penha
feitos com responsabilidade social e
zação não governamental e sem fins lucrativos, o IMP visa
provocar no profissional que registra
através da educação, contribuir para conscientização das
o dado a angústia intelectual em sa-
mulheres sobre os seus direitos e o fortalecimento da Lei
ber qual o seu papel neste processo”,
Maria da Penha.
diz a diretora. Ainda segundo Regina Célia, os
agressão contra a mulher. E para reforçar o combate a este
números registrados são apenas das
tipo de brutalidade, desde o dia 26 de janeiro deste ano, pro-
denúncias de mulheres que rompe-
fissionais de saúde estão obrigados a notificar as secretarias
ram a barreira do silêncio e do medo.
municipais ou estaduais de saúde sobre qualquer caso de
Além disso, a atenção tem sido ape-
violência sexual e doméstica contra a mulher que atende-
nas com as ocorrências de agressões
rem ou identificarem. A obrigatoriedade consta na portaria
na área urbana, enquanto as mulheres
nº 104 do Ministério da Saúde, publicada no Diário Oficial da
que estão nas áreas rurais, agreste e
União.
sertão continuam não sendo assisti-
Com a inclusão dos casos de violência doméstica e sexual, a relação da Lista de Notificação Compulsória (LNC) passa
Revista DeGestão
da violência. Os registros devem ser
(IMP), tem repercussão em todo o país. Sendo uma Organi-
Diante disso, é importante estar atento aos casos de
10
tificação de casos de violência contra
mulher diariamente é destaque nos noticiários dos jornais e
das devidamente. Com o objetivo de capacitar os
a contar com 45 itens. Embora não trate especificamente
conselhos através de campanhas de
da violência contra as mulheres, o texto automaticamente
sensibilização e conscientização para
remete a casos de estupro e agressão física, dos quais elas são as maiores vítimas. A Lei 10.778, de 2003, no entanto, já estabelecia a obrigatoriedade de no-
preparar profissionais da área de saúde que realizam atendimento às vítimas, o Conselho Regional de Nutricionistas da 6º Região (CRN-6) participou de audiências junto à Promotoria de
Justiça de Defesa e Cidadania da Capital. “O nutricionista durante suas consultas ambulatoriais, visitas domiciliares e nos hospitais deve estar atento quando se deparar com mulheres vítimas de violência, tendo que notificar através de formulário próprio a agressão, tornando-se responsável pelo cumprimento da lei”, aponta a presidente do CRN-6, Nancy Aguiar. Podendo ocorrer em casa, no trabalho ou na rua – colégios, escolas, hospitais, postos de saúde, consultórios – a notificação compulsória de caso de violência contra a mulher deve ser tratada com o máximo de sigilo para que não seja conhecida a identidade da vítima. Enfermeiros, médicos, nutricionistas, psicólogos ou qualquer outra pessoa que trabalhe nos serviços de saúde estão proibidas de divulgar informações. A identificação da vítima de viosaúde, somente poderá ser divulgada, em caráter excepcional, em caso de risco à comunidade ou à vítima, com permissão da autoridade sanitária e com conhecimento prévio da vítima ou do seu responsável. A pessoa ou a entidade que não cumprir a obrigação de notificar os casos de violência contra a mulher de que tem conhecimento, estará sujeita às penalidades cabíveis.
Imagem | Multi Comunicação Corporativa baseada na arte de Alphonse Mucha
Maio | Junho | Julho | Agosto | 2011
lência, fora do âmbito dos serviços de
11
Em Foco
Fome, Obesidade e Desperdício
O que fazer para combater estes problemas?
A princípio podemos enxergar
De acordo com o estudo basea-
como problemas dissociados, mas,
do nos dados da Pesquisa Nacional
quando observados de perto, as cau-
por Amostra de Domicílio (PNAD) de
sas que rodeiam a fome, obesidade e
2004, 14,4% dos nordestinos convi-
o desperdício guardam uma estreita
vem com a fome. O número é o dobro
relação. Tanto que os números revela-
da média do país, que ficou em 7,7%.
dos em pesquisas mostram que o bra-
Dos cerca de 14 milhões de brasileiros
sileiro ao longo dos anos tem elevado
enquadrados no levantamento na si-
estas questões ao topo dos grandes
tuação de insegurança alimentar gra-
problemas de saúde enfrentados no
ve, mais da metade estava no Nordes-
país.
te, região que concentra apenas 28%
O principal desafio tem sido em relação à insegurança alimentar da
é o estado que apresentou o maior ín-
população nordestina. Cerca de 60%
dice, que teve 18% de seus domicílios
dos nordestinos não têm garantia de
incluídos nessa categoria.
Revista DeGestão
acesso à alimentação em quantidade,
12
da população brasileira. O Maranhão
Na contramão da fome, uma ten-
qualidade e regularidade suficien-
dência vem sendo observada.
tes. Estas informações fazem parte de
A obesidade e o sobrepeso crescem
uma pesquisa inédita no Brasil realiza-
em todas as faixas etárias acarretando
da pelo Instituto Brasileiro de Geogra-
doenças como diabetes, hipertensão
fia e Estatística (IBGE) para identificar
arterial, dislipidemias e problemas
e medir os problemas de insegurança
circulatórios. Segundo dados do IBGE,
alimentar no país e sua manifestação
em 2010, quase metade da população
mais grave, a fome.
no Brasil (49%) acima dos 20 anos es-
tavam com excesso de peso. No sexo
entender a fome como um problema
masculino, o sobrepeso saltou de 18%
social. Em se tratando de obesidade
em 1974-1975 para 50% em 2008-
e desperdício, para que possa haver
2009 e as mulheres de 28,7% para
um equilíbrio, é preciso que a popu-
48%. Com as crianças não é muito di-
lação possa ter acesso à informação
ferente. Entre cinco e nove anos, uma
e à educação ambiental através de
em cada três tem excesso de peso
campanhas promovidas pelo estado e
(33,5%) e 14,3% são obesas.
federação.
No que se trata do desperdício no
Segundo Rosane Nascimento o
Brasil, os números também são preo
maior desafio em trabalhar a campa-
cupantes. Anualmente no país são
nha será dar visibilidade a estes pro-
desperdiçados 26 milhões de tonela-
blemas, reforçando a necessidade de
das de alimentos, sendo este volume
se alterar imediatamente esse quadro.
o suficiente para alimentar bem 35
“Neste momento que o Brasil despon-
milhões de pessoas. Fontes da Embra-
ta como uma grande potência econô-
pa apontam que com relação a frutas,
mica, ainda registra um contingente
hortaliças e grãos, o desperdício che-
de 16,2 milhões de miseráveis. Assim,
ga a R$14 milhões por ano.
é importante despertar nos cidadãos
Diante destes problemas, os conselhos Federal e Regionais de Nutricionistas lançaram no dia da saúde e
brasileiros o combate a esses problemas”, aponta a presidente do CFN. O Conselho Regional de Nutricio-
nutrição – 31 de março - a campanha
nistas da 6º Região (CRN-6) adotou o
nacional de combate à fome, obesi-
tema em todas as jornadas dos esta-
dade e desperdício. A ação tem como
dos da jurisdição e também vai traba-
proposta conscientizar a população
lhar com ações voltadas à sociedade
sobre os danos do desperdício exa-
no dia do nutricionista – 31 de agosto
gerado contribuindo para a fome e
– e na semana mundial de alimenta-
abordar as causas e consequências do
ção em outubro. Durante as jornadas
aumento da obesidade. Além disso,
estão sendo arrecadados alimentos
serão articuladas parcerias e apoio
não perecíveis que serão doados a
para divulgação da campanha com
instituições de caridade.
órgãos de defesa do consumidor, políticas nessas áreas e outras frentes
forma efetiva sobre os determinantes
que promovem a saúde da população.
desses agravos e distúrbios alimentares e nutricionais que acometem a po-
queno passo que pretende alertar as
pulação. Assim, o profissional de nu-
pessoas para o problema. Não temos
trição deve assumir uma postura mais
a pretensão de que a campanha irá
pró-ativa, participando das iniciativas
acabar com o problema. Queremos
nas três esferas de governo em rela-
mostrar possibilidades para comba
ção aos temas, efetivando ações no
tê-lo e incluir pelo menos parte da po-
seu ambiente de trabalho.
do Conselho Federal de Nutricionistas (CFN), Rosane
Nascimento.
O objetivo da campanha é alertar para má distribuição de renda e
A campanha de combate a fome, obesidade e desperdício seguirá até o dia 16 de outubro, com atividades locais, divulgação na mídia e nas redes sociais.
de toneladas de alimentos são desperdiçados ao ano no país IMAGENS Ao lado: Artesanato de Severino Barbosa Acima: Artesanato de Aracy Marques Fotos: Multi Comunicação Corporativa
Maio | Junho | Julho | Agosto | 2011
Aguiar, o nutricionista deve atuar de
pulação nessa tarefa”, diz a presidente
da população no Brasil estão acima do peso
Para a presidente do CRN-6, Nancy
Consea, ministérios que desenvolvem
“Nosso trabalho é apenas um pe-
dos nordestinos não têm garantia de acesso à alimentação
13
Gastronomia
A dica é reaproveitar o que você desperdiça Banco de Alimentos do Sesc Pernambuco tornou-se referência na produção e distribuição de comida em todo o estado Em cada esquina o problema
luntários da área de produção alimen-
mida passou a ser utilizado na compra
está na nossa frente. Basta andarmos
tar das entidades receptoras, como
de outros alimentos, material didático
nas calçadas, comunidades, favelas e
cozinheiros e merendeiras, recebem
e realização de obras nas instalações.
centro das grandes cidades que en-
treinamento ministrado por nutricio-
contramos algum pedinte que esteja
nistas do Sesc e Senac de como rea-
mento nacional do programa Mesa
passando fome, e, até a triste visão do
proveitar os alimentos. Nas aulas, os
Brasil Sesc, ao qual incorporou-se o
desperdício de comida em lixeiros es-
participantes aprendem como manu-
Banco de Alimentos Sesc Pernam-
palhados pelas ruas.
sear e preparar as comidas, seguindo
buco. Com o início deste programa
Diante disso, nada como procu-
as regras de controle higiênico sani-
nacional, a coleta e distribuição de co-
rar alternativas que possam minimi-
tário previsto no Programa Alimento
mida começaram a ser realizadas em
zar estes problemas e levar à mesa do
Seguro (PAS). Todos recebem certifica-
todas as unidades da federação.
brasileiro uma comida com qualida-
dos de participação.
de nutricional. E um dos caminhos já
Revista DeGestão
Fotos | Divulgação
Também são realizadas pesquisas
Segundo o coordenador do Banco de Alimentos do Sesc Pernambuco,
traçados e bem-sucedidos é o Banco
semestrais nas instituições recepto-
Fernando Soares, em 2010 o progra-
de Alimentos do Sesc Pernambuco.
ras, onde são abordadas questões
ma coletou 3,1 mil toneladas de ali-
Criado e equipado em junho de 2002
relativas à qualidade do serviço e dos
mentos entregues a 287 entidades so-
com recursos do próprio orçamento, a
alimentos doados. A grande maioria
ciais no estado, sendo alimentadas 39
instituição iniciou suas atividades com
dos beneficiados reconhece a ação
mil pessoas. Atualmente, 380 empre-
coleta diária na Ceasa/PE, junto a em-
do Banco de Alimentos, em especial
sas doadoras estão cadastradas onde
presas doadoras de alimentos perecí-
no quesito de melhoria da qualidade
são distribuídas mais de 150 espécies
veis, e entrega regular nas instituições
nutricional das refeições, na economia
de produtos alimentícios.
carentes.
financeira e no remanejamento de re-
Para que as empresas doadoras se
cursos. O que antes era gasto com co-
integrassem ao programa, foi criado o
Mensalmente, funcionários e vo-
14
O ano de 2003 marcou o lança-
projeto “Banco de Alimentos em Ação: Alimentando Saúde e Cidadania”, com
Anota aí!
ações para os seus funcionários de educação e avaliação nutricional, exames de saúde, orientação sobre tabagismo e alcoolismo. Já o treinamento mensal realizado com cozinheiros e merendeiras das instituições receptoras, foi coroado com a realização do concurso “Banco de Ideias e Sabores” que inscreveu mais de 100 receitas inéditas, estimulando a criatividade. As receitas vencedoras ilustraram a cartilha distribuída nas comunidades. No livreto, todas as receitas foram criadas a partir do reaproveitamento dos alimentos onde possuem um grande valor nutricional. Se interessou em aprender como elaborar receitas e pratos com o rea proveitamento de alimentos? É só passar em uma das unidades do Sesc da sua cidade e conhecer de perto o Banco de Alimentos que vem realizando trabalhos de combate ao desperdício e fome.
SERVIÇO Banco de Alimentos do Sesc Pernambuco Rua Raphael de Oliveira Alves, 438 – Curado – Recife – PE Fones: (81) 3216.1616
Torta salgada de vegetais Ingredientes:
Modo de preparo:
1 xícara (chá) de casca de abóbora
Pique as cascas e talos dos legumes e
1 xícara (chá) de casca de chuchu
reserve. Refogue a cebola e ao alho no
1 xícara (chá) de casca de cenoura
óleo, acrescente as cascas e talos pi-
½ xícara (chá) de talos de brócolis
cados, deixe refogar até as cascas e os
1 xícara (chá) de talos de couve e salsa
talos ficarem macios. Bata no liquidi-
1 cebola
ficador o refogado acrescentando os
2 dentes de alho
ovos e o leite. Coloque numa vasilha a
2 colheres (sopa) de óleo
margarina, a farinha de trigo e o quei-
2 xícaras (chá) de leite
jo ralado, misture tudo e depois acres-
2 ovos
cente a massa batida, misture. Colo-
2 xícaras (chá) de farinha de trigo
que em forma untada e enfarinhada,
3 colheres (sopa) de queijo
leve ao forno por aproximadamente
parmesão ralado
20 a 30 minutos até dourar.
2 colheres (sopa) de margarina Sal a gosto
*Receita da cozinheira Sandra Virginia Reis da Silva da Creche Lar de Clara retirada do livreto Banco de Ideias e Sabores 2008
E-mail: bcoalimentos@sescpe.com.br
15
Falando de Nutrição
Vitamina A como fonte de energia Meio bilhão de pessoas no mundo sofre com a falta do micronutriente Fotos | sxc.hu
Buscar políticas que possam mini-
vem atuando em ações de interven-
Trabalho para a Saúde/PET Saúde II,
mizar os agravos de doenças causadas
ções visando à eliminação da deficiên-
onde tem realizado um diagnóstico
pela falta de vitaminas na população
cia de vitamina A no país. A principal
das ações de alimentação e nutrição
tem sido um grande desafio para ór-
estratégia que vem sendo adotada é a
na atenção primária de saúde em Ala-
gãos do governo, instituições de clas-
suplementação com megadose da vi-
goas, incluindo a operacionalização
se e profissionais de saúde.
tamina em crianças de seis a 59 meses
do programa de suplementação de
de idade residentes em áreas conside-
vitamina A.
Entre as que mais causam sequelas está a vitamina A. Devido à sua
radas de risco, com o objetivo de for-
carência, manifestações clínicas como
mar uma reserva corporal da vitamina
to dos profissionais com o programa,
morte materna e infantil, resposta
que garanta o aporte orgânico. Em
que na sua maioria desconhecia as
imunológica diminuída, cegueira, re-
2001, o programa foi ampliado para
políticas públicas e ações de alimenta-
tardo mental e anemia, afetam mais
atendimento às mulheres puérperas
ção e nutrição disponíveis. Diante dis-
de meio bilhão da população mun-
no pós-parto imediato, nas materni-
so, estamos desenvolvendo atividades
dial.
dades, como estratégia para garantir
de educação permanente com estes
a adequação das reservas corporais
profissionais, ampliando os cenários
rica da vitamina A e morbimortalida-
maternas e suprimento suficiente da
de prática do curso de nutrição indu-
de materna e infantil, tem estimulado
vitamina entre menores de seis meses
zindo mudanças na formação e na
diversos organismos internacionais a
de idade que estão sendo amamen-
atuação do nutricionista neste cam-
implementarem programas de pre-
tados.
po”, diz Risia Menezes.
A associação entre deficiência sé-
Revista DeGestão
venção desta deficiência.
16
Para minimizar o quadro e os efei-
“Identificamos pouco envolvimen-
Segundo a nutricionista, este
A Organização Mundial da Saúde
tos negativos da falta de vitamina A,
trabalho tem sido realizado devido à
(OMS) recomenda a suplementa-
algumas ações tem sido realizadas.
contribuição do laboratório de Nutri-
ção medicamentosa de vitamina A
Entre os trabalhos, está a da nutricio-
ção em Saúde Pública/UFAL, que tem
como uma das estratégias de curto
nista Risia
prazo para o combate da deficiência,
dade Federal de Alagoas (UFAL), onde
dos profissionais e estudantes envol-
concomitantemente à fortificação de
atua em disciplinas da área de saúde
vidos com os programas, a exemplo
alimentos e à diversificação do consu-
pública, supervisionando estágio em
do combate à deficiência de vitamina
mo alimentar incentivando principal-
Unidades de Saúde da Família (USF),
A na unidade de saúde.
mente a ingestão de alimentos fontes
além de tutora do Programa de Edu-
de vitamina A e da provitamina A, os
cação pelo Trabalho-PET Saúde II.
betacarotenos. Desde 1994, o Ministério da Saúde
Menezes da Universi-
O estudo da nutricionista é voltado para o Programa de Educação pelo
permitido uma melhor desenvoltura
A estimativa mais recente da prevalência da hipovitaminose A no Brasil foi publicada por meio da Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde/
Fotos | Sxc.hu
A inserção das ações de alimentação e nutrição se amplia com a intersetorialidade, indo muito além das unidades de saúde.
A nutricionista Risia Menezes Foto | Divulgação
PNDS 2006. Entretanto, com base nos
assim como a importante tarefa de se
saudável no Brasil como forma de re-
dados apresentados pela pesquisa, a
desenvolver estratégias e ações efi-
verter esse quadro, tanto em progra-
condição nacional de deficiência de
cientes para o adequado controle e a
mas quanto em aporte legal, estudos
vitamina A, ainda se apresenta como
prevenção dessa carência.
admitem que essas políticas e ações
agravo de repercussão muito maior
Atualmente, o programa do Minis-
precisam ser mais ágeis e eficazes
tério da Saúde vem sendo desenvolvi-
para responder aos desafios do atual
vidos, atingindo 17,4% das crianças e
do no Nordeste e no Vale do Jequiti-
cenário epidemiológico brasileiro.
12,3% das mulheres brasileiras, sendo
nhonha/MG, áreas consideradas de
ainda mais prevalente entre as crian-
risco da deficiência de Vitamina A. O
tação e nutrição se amplia com a
ças residentes da região Nordeste
programa tem estimulado a qualifica-
intersetorialidade, indo muito além
(19%) e Sudeste do Brasil (21,6%).
ção dos responsáveis pela gestão des-
das unidades de saúde. Talvez este
sas atividades no âmbito municipal,
seja um dos maiores desafios a ser en-
ros enfocam a importância de haver a
de forma que as ações educativas e de
frentado, a incorporação de políticas
manutenção de estado adequado de
incentivo de consumo de alimentos
intersetoriais como estratégias para
vitamina A, tanto em crianças quanto
fonte do nutriente sejam efetivadas,
induzir algumas dessas mudanças e
em adultos e apontam para a rele-
não ocorrendo à intervenção de me-
como medida de promoção da saúde
vância de se levar em consideração as
dicamentos.
da população”, aponta a nutricionista
Segundo o estudo, estes núme-
inúmeras funções que este nutriente desempenha no corpo humano,
Embora já seja possível considerar avanços na promoção à alimentação
“A inserção das ações de alimen-
Risia Menezes.
Maio | Junho | Julho | Agosto | 2011
que o observado em países desenvol-
17
Atualidade
O papel do nutricionista e do gestor público no Programa Nacional de Alimentação Escolar trabalho para o profissional de nutri-
e Livro Didático (GMLD), que fica no
preocupantes de obesidade e fome,
ção, obedecendo ao desenvolvimento
nível central da Secretaria Estadual de
o Programa Nacional de Alimenta-
das atribuições previstas na resolução
Educação (SEE).
ção Escolar (PNAE) tem sido uma das
e, inclusive, cumprindo parâmetros
No país que apresenta índices
ações que o Governo Federal vem rea-
numéricos recomendados de nutricio-
lizando para minimizar estes proble-
nistas para escolares.
las estaduais, nos 184 municípios do
mas nas instituições escolares.
No caso do não cumprimento na execução do programa, os gestores
refeição é preparada e distribuída na
para o crescimento, desenvolvimento
públicos estão sujeitos à suspensão
própria escola, sendo sua gestão par-
biopsicossocial, aprendizagem, rendi-
dos recursos financeiros pelo Fundo
cialmente escolarizada com a alimen-
mento escolar e a formação de hábi-
Nacional de Desenvolvimento da Edu-
tação – arroz, feijão, açúcar, cereal ma-
tos alimentares saudáveis dos alunos,
cação (FNDE), onde compete ao Con-
tinal, macarrão, pão, leite, entre outros
ção/FNDE/CD/Nº 38/2009, assegura a atuação do nutricionista como responsável técnico pelo programa nos estados, municípios, Distrito Federal e escolas federais. Assim, entre os protagonistas que devem atuar para que o programa possa ser executado de forma eficien-
- enviada diretamente pela Secretaria
Nós trabalhamos a educação alimentar e nutricional, a importância do seguimento de cardápio pelas unidades escolares, capacitação de merendeiras e dos gestores escolares e responsáveis pela merenda na escola. Magda Muniz
te está o gestor público que
Revista DeGestão
estado com cerca de 800 mil alunos. A
Com o objetivo de contribuir
o PNAE, regulamentado pela Resolu-
18
Com formato de auto-gestão, atualmente o PAE/PE atende 1.102 esco-
de Educação onde é repassada para a unidade executora escolar (UEX), uma parte em recurso para complementação do cardápio elaborado pela equipe de nutrição da secretaria. No PNAE, compete ao nutricionista responsáveltécnico pelo programa, e aos demais nutricionistas lotados no setor de alimentação
tem, entre suas atribuições, a função
selho de Alimentação Escolar (CAE)
de garantir a oferta da alimentação
acompanhar e fiscalizar o cumprimen-
escolar, coordenar o diagnóstico e o
escolar, em conformidade com as
to das diretrizes do PNAE.
monitoramento do estado nutricional
necessidades nutricionais dos alunos
Em Pernambuco, o Programa de
dos estudantes, planejar o cardápio
durante o período letivo. A entida-
Alimentação Escolar (PAE/PE) conta
da alimentação escolar de acordo
de executora do PNAE deve manter
com equipe de 29 nutricionistas lo-
com a cultura alimentar, o perfil epi-
o nutricionista vinculado ao setor
tados em 17 Gerências Regionais de
demiológico da população atendida e
de alimentação escolar, fornecendo
Educação (GRE), espalhados pelo esta-
a vocação agrícola da região, utilizan-
condições suficientes e adequadas de
do e na Gerência de Merenda Escolar
do no mínimo 30% de alimentos pro-
duzidos na agricultura familiar. Ao assumir a responsabilidade técnica pelo programa, o nutricionista deve estar ciente do seu compromis-
jetos especiais, planejamento de ativi-
dicas, em observância ao cumprimen-
dades educativas, cartilhas, palestras,
to das normas legais vigentes, inclusi-
entre outras”, conta Magda Muniz.
ve na área de alimentação escolar.
Além do nutricionista e do ges-
As visitas técnicas objetivam
so profissional e social, realizando as
tor público, o Conselho Regional de
orientar a atuação do nutricionista,
atribuições específicas estabelecidas
Nutricionistas da 6º Região (CRN-6)
contribuindo para a prática profissio-
na Resolução CFN N° 465/2010, com
também tem fundamental atuação no
nal, bem como, para o adequado fun-
competência e ética, cumprindo a
PNAE. O papel tem sido na orientação,
cionamento dos serviços de alimenta-
jornada de trabalho semanal compa-
fiscalização e disciplina do exercício
ção e nutrição.
tível ao acompanhamento presencial
profissional conforme a Lei Federal nº
No período de janeiro/2009 a
e contínuo dos procedimentos diários
6.583/1978, desenvolvendo ações que
abril/2011, a ação fiscal do CRN-6 es-
desenvolvidos no programa, em prol
primam pela excelência e valorização
teve presente em 617 municípios da
da segurança alimentar e nutricional
do exercício da profissão, em prol da
jurisdição, realizando 6.667 visitas fis-
dos escolares.
assistência e da segurança alimentar e
cais, inclusive em entidades executo-
nutricional da população.
ras do Programa Nacional de Alimen-
Os nutricionistas responsáveis
A ação fiscal tem sido intensifica-
tação Escolar – PNAE, para orientação
lar devem analisar e acompanhar a
da, em cumprimento às diretrizes da
e fiscalização do exercício profissional.
execução do PNAE, elaborando o re-
Política Nacional de Fiscalização do
latório técnico das condições existen-
Sistema CFN/CRN, sendo realizadas
parceria dos profissionais, unindo es-
tes, indicando as não conformidades
visitas fiscais diárias direcionadas para
forços, em beneficio da profissão, dos
que impossibilitem o êxito na atuação
os profissionais e para as pessoas jurí-
profissionais e da sociedade.
técnicos atuantes na merenda esco-
O CRN-6 ressalta a importância da
profissional e consequentemente do programa, bem como, interagir com o Conselho de Alimentação Escolar (CAE) no sentido desenvolver ações corretivas cabíveis. Segundo a nutricionista RT da Secretaria de Educação de Pernambuco,
Magda Muniz, foi publicada a
instrução normativa 001/2010, a qual delega como funciona o PAE/PE, desrepasse de recursos até a distribuição da refeição ao aluno. “Nós trabalhamos a educação alimentar e nutricional, a importância do seguimento de cardápio pelas unidades escolares, capacitação de merendeiras, gestores escolares e responsáveis pela merenda na escola. Além disso, o trabalho também inclui o controle de qualidade desde a compra do produto até a distribuição ao aluno, hortas orgânicas escolares, pro-
Maio | Junho | Julho | Agosto | 2011
de a entrega de produtos na escola e
19
Xepa na Feira Central, em Campina Grande - PB
Revista DeGest茫o
Fot贸grafo: Pablo Sousa http://www.flickr.com/photos/ pabloferreira/
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