Revista FASEH #3

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FASEH AGOSTO | 2019 | #3

REALIDADE NA FASEH: ESTUDO DE ANATOMIA EM 3D

10 ANOS DE INTERNACIONALIZAÇÃO COM NOVAS PARCERIAS

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Simulado de Emergência: 500 pessoas participam de treinamento realístico PÁ G . | 1 6

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REVISTA



C A R TA A O L E I TO R

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aro leitor, vivemos na era da inovação, em que, para se manter competitivo, é preciso transpor barreiras – seja como indivíduo ou instituição. Temos nos pautado pelo que há de mais moderno em soluções tecnológicas, em atendimento às mudanças do mercado e do ensino. Consumidores exigentes pedem prestadores de serviço diferenciados. Ambientes competitivos demandam profissionais criativos e multidisciplinares. Como instituição de ensino, temos o desafio de atuar como ponto de interseção entre a comunidade acadêmica e empregadores, atendendo aos anseios do corpo estudantil, sem nos distanciarmos das tendências do mercado. É uma trajetória de evolução contínua, que exige investimentos e engajamento. Sentimos que estamos no caminho certo! Na busca incessante pela excelência, a todo o tempo incorporamos novas metodologias e ferramentas de ensino com foco no desenvolvimento acadêmico. Por meio da vivência de casos simulados, antecipamos situações comuns à prática profissional, fazendo da universidade o ambiente ideal para o aperfeiçoamento de habilidades e competências. A atuação de discentes em instituições parceiras, internacionais e nacionais, complementa o aprendizado teórico, embasado em métodos eficazes de ensino. Projetos e cursos de extensão viabilizam o estudo aprofundado de temas de interesse e fomentam a produção científica e o aprimoramento do saber. E vamos além! Abraçamos diferenças e consideramos a individualidade de cada estudante, entendendo a importância da formação humanística, do diálogo e do respeito. Em tempos de intolerância e dualidade, sabemos a importância de caminharmos juntos.

marketing@faseh.edu.br

Boa leitura!

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FREEPIK/ YANALYA

ACERVO FASEH

E M PA U TA

CAPA

INOVAÇÃO

MÃOS À OBRA Simulado testa preparação de alunos

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ACERVO FASEH

EXPERIÊNCIA 3D Realidade aumentada inova estudo da anatomia

ESPECIAL

REFERÊNCIA Projeto de internacionalização anuncia novas parcerias PÁ G . | 2 8

NOSSOS CANAIS DE COMUNICAÇÃO SÃO FEITOS PARA VOCÊ. SIGA, ACESSE E ACOMPANHE! Publicação da Faculdade da Saúde e Ecologia Humana ANO 2 | NÚMERO 3 | AGOSTO DE 2019 R. São Paulo, 958 - Jardim Alterosa - Vespasiano/MG

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www.faseh.edu.br


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ALTA TECNOLOGIA Laboratórios modernos incrementam aprendizado

EVOLUÇÃO PESSOAL Desafios da prática médica na saúde pública

É NOTÍCIA NA FASEH Veja o que foi destaque e o que está por vir

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FÍSIO EM FOCO Alunos conversam sobre desafios da profissão

SEMANA DO CÉREBRO Noções de Neurociência em linguagem acessível

ATLÉTICA FASEH Esporte como aliado do corpo e da mente

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DIREITO Convênios ampliam atendimentos jurídicos gratuitos

LIGA DA DIVERSIDADE Diversidade socioeconômica é tema de palestra

INICIAÇÃO CIENTÍFICA Incentivo à pesquisa antes mesmo da graduação

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NOVAS DIRETRIZES Cursos de Engenharia terão DNA da FASEH

PÓS INTERNACIONAL Especialização receberá alunos do exterior

DESAFIOS DO MERCADO Ex-alunos refletem sobre perfil do novo médico

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MEDICINA Aluna compartilha reflexão sobre atividades práticas

CASOS DE SUCESSO Fisioterapia amplia atendimento à comunidade

NOVAS HABILIDADES Cursos auxiliam no aprimoramento do aprendizado

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EXPEDIENTE PRESIDÊNCIA Dr. Ricardo Guimarães – Presidente da CESUV (Cento de Ensino Superior de Vespasiano) – Mantenedora da FASEH DIRETORIA Dr. João Lúcio dos Santos Junior – Diretor Geral da FASEH Dra. Hérica Soraya Albano Teixeira – Diretora Acadêmica COMITÊ EDITORIAL Dra. Hérica Soraya Albano Teixeira – Diretora Acadêmica Cláudio Cançado – Coordenador dos cursos de Engenharia Civil, Engenharia de Produção e Pós-Graduação Patrícia Nunes de Gusmão – Coordenadora do Curso de Direito Andreia Zuqui – Gerente de Comunicação e Marketing Rebeca dos Santos Duarte Rosa – Coordenadora do Curso de Enfermagem Tatiane Miranda – Coordenadora do Curso de Medicina Patrícia Guidine – Coordenadora do Curso de Fisioterapia

DEPARTAMENTO DE COMUNICAÇÃO E MARKETING Andreia Zuqui, Estefania Fonseca, Stephanie Coura E-mail: marketing@faseh.edu.br AGÊNCIA DE NOTÍCIAS FASEH Laura Lima, João Motta | E-mail: noticias@faseh.edu.br Produção: Prefácio Comunicação www.prefacio.com.br | (31) 3292-8660 Jornalista responsável: Ana Luiza Purri (MG 05523 JP) Coordenação: Cristina Mota Edição: Laura Lima Repórteres: Isabela Lobo, Guilherme Barbosa e João Motta Revisão: Alexandre Magalhães e Luciara Oliveira Projeto gráfico: Tércio Lemos Fotos: Arquivo FASEH Tiragem: 1.500 | Impressão Formato Artes Gráficas


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I N O VA Ç Ã O

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Dentro do corpo ÓCULOS PERMITEM EXPERIÊNCIA VIRTUAL REALÍSTICA COM ANATOMIA E FISIOLOGIA HUMANAS O uso de tecnologia para criar ambientes virtuais é comum em segmentos como o do entretenimento, com destaque para a indústria de games, responsável por ter movimentado, em 2018, mais de US$ 130 bilhões na América Latina. Mas a ferramenta também ganha espaço em outros setores, como o de educação. Acompanhando as tendências do mercado, a FASEH investiu na compra de óculos de realidade virtual para uso dos estudantes. “O equipamento permite enxergar a anatomia do corpo humano em três dimensões. Ao se usá-lo, a sensação é de estar imerso na anatomia e fisiologia humana, em uma experiência altamente realística para os alunos”, explica o Coordenador de EaD da FASEH e Técnico do Centro de Soluções Educativas, Anderson Pimentel. FUNCIONALIDADES Com possibilidades que vão desde visualização até interação com o manequim 3D, os óculos de realidade virtual da FASEH permitem que conceitos teóricos sejam transformados em experiências simuladas. Entre as funcionalidades do equipamento está a retirada de camadas dos órgãos do corpo, permitindo a visualização de estruturas internas. Também é possível enxergar, de forma isolada, sistemas como AGOSTO | 2019 | #3

o Respiratório, o Nervoso ou o Circular. Assim como no cadáver sintético, recente e importante aquisição dos laboratórios da FASEH, com os óculos é possível estudar diferentes órgãos e estruturas humanas, em coloração e textura bem próximas das reais. Outro destaque é a abordagem multidisciplinar, que alia conceitos de Anatomia, ciência responsável pelo estudo das estruturas do corpo, e Fisiologia, que estuda o funcionamento mecânico, químico e físico dos organismos. “O equipamento ainda está em fase de demonstração e apresentação para professores e alunos, não só da Medicina, mas dos demais cursos da área da Saúde”, enfatiza Anderson Pimentel. APRENDIZADO SEM RISCOS Além de proporcionar uma experiência única, com a criação de ambientes altamente realísticos, o equipamento permite que os futuros médicos sejam treinados em um ambiente seguro, em que procedimentos e técnicas podem ser testados sem risco para pacientes. Com o acompanhamento de docentes, o estudante fortalece o raciocínio clínico, por meio de protocolos e procedimentos médicos, com melhorias na tomada de decisão e mais segurança no aprendizado.


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DIGITALSTORM/ DEPOSITPHOTOS

AÇÕES DO EQUIPAMENTO

VISUALIZAÇÃO DO CORPO HUMANO EM TRÊS DIMENSÕES

VISUALIZAÇÃO E SELEÇÃO INDIVIDUAL DE SISTEMAS DO CORPO, COMO: pele, músculos, sistema Linfático, sistema Cardiovascular, sistema Nervoso, sistema Respiratório, sistema Reprodutivo, sistema Urinário, sistema Digestório, sistema Esquelético

VISUALIZAÇÃO E SELEÇÃO INDIVIDUAL DE ÓRGÃOS

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FERRAMENTAS PERMITEM PEGAR, GIRAR, REDIMENSIONAR E CORTAR ESTRUTURAS DO CORPO

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ENFERMAGEM

Teoria e prática em equilíbrio LABORATÓRIOS COM INSTRUMENTOS MODERNOS E MANEQUINS DE SIMULAÇÃO DE SITUAÇÕES DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA POTENCIALIZAM O APRENDIZADO ARQUIVO FASEH

Grupos de, em média, dez alunos têm oportunidade de atuar nos laboratórios, com ações práticas ou de observação

A gestão do cuidado está entre os princípios fundamentais da prática da Enfermagem, que se baseia no contato constante do profissional com o paciente, os familiares e a comunidade. O conhecimento teórico, essencial para o desenvolvimento das atividades do enfermeiro, deve estar integrado à vivência de situações LABORATÓRIO MORFOFUNCIONAL Ambiente de autoaprendizagem, que integra recursos para estudos morfológicos e funcionais do corpo humano, de forma coletiva e colaborativa. Reúne modelos anatômicos, lâminas microscópicas, acervo de imagenologia, mesa anatômica tridimensional, biblioteca específica, slides demonstrativos e peças macroscópicas de patologias, além de cadáveres sintéticos.

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práticas da profissão, propiciando a interação entre futuros profissionais e pessoas sob cuidado médico. Na FASEH, desde os períodos iniciais do curso os alunos são estimulados a experienciar episódios comuns à rotina da Enfermagem por meio de laboratórios modernos que, equipados com manequins de simulação realística, auxiliam na assimilação de conteúdos – seja pela observação ou prática. “Temos ainda a vantagem de realizar as atividades com grupos pequenos, com dez alunos, em média. Isso nos permite um acompanhamento mais próximo, além de possibilitar ao estudante mais tempo de contato com os equipamentos e manequins”, enfatiza a Professora Rebeca Duarte, Coordenadora do curso de Enfermagem. Aluna do 4º período, Isabelle Gil conta que saber da estrutura dos laboratórios foi decisivo no momento da escolha da faculdade. “Ainda não tive a oportunidade de manusear os manequins, mas a gente consegue aprender muito já pela observação”, pontua. “Pude perceber que a faculdade está atenta às novidades e procura atualizar acervo e equipamentos. Tenho certeza de que isso resultará na formação de profissionais completos, com embasamento teórico e experiência prática”, completa Pedro Henrique Marinho Ferreira, estudante do 4º período de Enfermagem.

LABORATÓRIO DE SIMULAÇÃO REALÍSTICA Equipado com manequins de última geração, permite aos estudantes a vivência de práticas fundamentais na área da saúde. Entre elas estão realização de anamnese, formulação de diagnósticos e execução de técnicas de suporte básico de vida, manobras de ressuscitação cardiorrespiratórias, intubação orotraqueal, parto normal, exame ginecológico, treinamento de ausculta cardíaca e respiratória e atendimento a situações de urgências pediátricas, de adultos e idosos.


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FISIOTERAPIA

Fisioterapia em foco PROJETO PROMOVE RODAS DE DISCUSSÃO ENTRE ALUNOS E PROFISSIONAIS DE REFERÊNCIA NO MERCADO, COM TEMAS DEFINIDOS DE FORMA COLABORATIVA ARQUIVO FASEH

As datas são escolhidas levando-se em consideração a disponibilidade dos alunos, para engajar a maioria dos estudantes

A busca por informações sobre as atualidades na área de Fisioterapia motivou a criação do projeto Fisioterapia em Foco, com uma primeira edição em 2017. Agora, a iniciativa retorna à FASEH, ainda mais fortalecida e com atividades mensais. “O Fisioterapia em Foco reúne especialistas e estudantes para discussão de temas de interesse relacionados à carreira do fisioterapeuta. O interessante é que os assuntos de palestras e oficinas são sugeridos pelos próprios discentes e docentes. É uma construção coletiva”, pontua a Coordenadora do curso, Professora Patrícia Guidine. TEMAS VARIADOS Entre os diferenciais do projeto, está a discussão de assuntos que vão além dos interesses apenas dos fisioterapeutas. Por exemplo, atividades do Fisioterapia em Foco em 2019 já realizadas abordaram dúvidas comuns a estudantes de diferentes áreas: importância do currículo profissional e técnicas de captação de pacientes por meio das redes sociais. Matheus Emiliano, aluno do 9º período, auxilia na coordenação dos eventos desde a primeira edição. “Temos liberdade para solicitar temas de relevância, contemplando todos os períodos. Escolhemos as datas conforme a disponibilidade dos alunos, de forma

a engajar a maioria dos estudantes”, destaca. Para ele, além do conhecimento adquirido nas palestras, foi possível desenvolver outras habilidades ao organizar os encontros. “Fortaleci o relacionamento com profissionais de referência na área. Mantenho contato com alguns palestrantes até hoje”, pontua o discente. EDIÇÕES DE SUCESSO Realizadas sempre uma hora antes do início das aulas, para facilitar a participação dos acadêmicos, as atividades são convertidas em horas complementares e o aluno recebe um certificado comprovando a presença. Assuntos como Osteopatia e Agulhamento a Seco (Dry Needling) registraram recorde de público. “Também tivemos uma grande adesão quando recebemos um paratleta do Ciclismo e o Coordenador do setor de Fisioterapia e Ortopedia de um hospital de referência de Belo Horizonte”, destaca Matheus Emiliano. “A volta do projeto Fisioterapia em Foco atende a um pedido dos alunos, que responderam muito bem à primeira edição. Com o aumento da demanda, ampliamos o número de oficinas, antes bimestrais”, explica Patrícia Guidine. Algumas palestras também são abertas à comunidade e, para participar, basta se inscrever pelo e-mail fisioterapiaemfocofaseh@gmail.com. REVISTA FASEH


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DIREITO

Apoio jurídico gratuito CONVÊNIOS FIRMADOS COM TJMG E PREFEITURA DE LAGOA SANTA AMPLIARÃO OFERTA DE ATENDIMENTOS ARQUIVO FASEH

Iniciativa contribuirá para evitar a sobrecarga do Poder Judiciário

Há quatro anos, moradores de Vespasiano e de São José da Lapa contam com um importante apoio na solução de conflitos jurídicos. Com a criação do Núcleo de Prática Jurídica e Cidadania (NPJC), em 2015, alunos da FASEH passaram a atuar na defesa dos direitos de pessoas que não podem custear a contratação de advogados particulares em ações judiciais relacionadas a Direito de Família e Sucessões. O trabalho também contempla a mediação de conflitos em outras áreas do Direito para busca de soluções alternativas ao ambiente judicial. A boa notícia é que a iniciativa, já reconhecida na Comarca de Vespasiano pelo alto grau de resolutividade, agora passa a contemplar também a população de Lagoa Santa. “Inicialmente, serão firmados dois convênios, com o objetivo de contribuir para a autocomposição dos conflitos e imprimir maior celeridade na solução das demandas sociais”, destaca a Coordenadora do Curso de Direito da FASEH, Professora Patrícia Gusmão.

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POSTO DE ATENDIMENTO PRÉ-PROCESSUAL Para evitar que demandas da comunidade se tornem objeto de ações judiciais, a FASEH coordenará, em um convênio com o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), um Posto de Atendimento Pré-Processual (PAPRE) em Lagoa Santa. Na unidade, alunos e professores fortalecerão ambientes de diálogo e negociação para solução de conflitos, dando mais celeridade ao processo e evitando a sobrecarga do Poder Judiciário. O serviço será gratuito, e, para ter acesso ao apoio jurídico, o cidadão deverá apresentar sua demanda e aguardar o agendamento de uma audiência de conciliação. “A audiência será realizada por um aluno da FASEH, que orientará a conversa, a fim de incentivar um acordo entre as partes. Além das disciplinas de Prática Real I a IV, os alunos contam com a disciplina simulada de Conciliação, Mediação, Arbitragem e Negociação, o que dá subsídio para que eles conduzam o processo da melhor forma”, explica a Coordenadora. Havendo composição das partes, um acordo é homologado pelo Juiz de Direito Coordenador do Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania (CEJUSC), do TJMG. NPJC E PREFEITURA DE LAGOA SANTA Em parceria com a Prefeitura de Lagoa Santa, será criada uma unidade do NPJC no município, para atendimento de caráter não contencioso. O objetivo é trabalhar na promoção de estratégicas voltadas para o bem-estar da população, por meio do apoio jurídico em casos como regularização fundiária, conciliação de dívidas tributárias e em demandas relacionadas à oferta de serviços de saúde e medicamento junto à rede pública. “A FASEH acredita que este século demanda um Bacharel em Direito com habilidades e competências que propiciem a alta resolutividade das demandas sociais, principalmente por meio do diálogo aberto e responsável. É com esta perspectiva de Justiça Cidadã que formamos nossos alunos”, conclui Patrícia Gusmão.


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ENGENHARIA

Profissionais diferenciados FASEH INVESTE NA REFORMULAÇÃO DE GRADE CURRICULAR, E CURSOS DE ENGENHARIA PASSAM A TER INTERFACE COM A ÁREA DA SAÚDE Em uma iniciativa pioneira no Estado, a FASEH incorporará a excelência e tradição no ensino da Saúde à estrutura curricular dos cursos de Engenharia da instituição. Anunciada em 2018, a novidade está em vigor e contribuirá para a formação de profissionais diferenciados, com habilidades em áreas como Geoprocessamento no Saneamento Básico, Gestão Hospitalar, Qualidade na Área da Saúde e Ergonomia. “Após articulação com alunos, professores e Diretoria, delimitamos um projeto de Engenharias que incorpora o DNA da FASEH. A revisão das matrizes levou em consideração as avaliações internas, feitas pela Comissão Própria de Avaliação (CPA), a análise do cenário atual do mercado e os critérios de atribuições profissionais estabelecidos pelo Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Estado de Minas Gerais (CREA/MG)”, esclarece o Coordenador dos cursos de Engenharia Civil e de Produção, Cláudio Cançado. SAÚDE E SANEAMENTO Além das disciplinas tradicionais, alunos do curso de Engenharia Civil terão contato com temas ligados à gestão de resíduos hospitalares, ao planejamento de construções de unidades médicas e à relação entre Engenharia e Políticas Públicas. “Possibilitaremos que o discente tenha outra visão quanto aos conteúdos do curso. Falaremos sobre a relação entre saneamento e saúde coletiva, trabalharemos técnicas de gestão de resíduos especiais e aprofundaremos o ensino das normas e técnicas para a construção de unidades hospitalares, as chamadas Construções Especiais”, detalha Cláudio Cançado. Entre as disciplinas incorporadas estão Geoprocessamento Aplicado, Planejamento Urbano, Epidemiologia e Saúde Coletiva, Ergonomia Aplicada, Projetos em Saneamento, Projetos em Construções Especiais, Gestão de Resíduos Sólidos Especiais e Engenharia e Políticas Públicas.

DEPOSITPHOTOS/ELNUR_

GESTÃO DE PROCESSOS Já o curso de Engenharia de Produção formará profissionais especializados em conceber, planejar e gerir projetos na área da Saúde, com ênfase em critérios como qualidade, logística, pesquisa, controle e produto. “Quando se observa o mercado profissional, o engenheiro de produção está atuando em diversas áreas, incluindo a Gestão Hospitalar ligada à qualidade e à Gestão de Processos. O nosso objetivo é, dentro da nova matriz curricular, capacitar o aluno para se diferenciar no mercado”, enfatiza o Coordenador. Na reestruturação da grade curricular, foram incluídas disciplinas como Qualidade Aplicada à Saúde, Gestão Hospitalar, Gestão de Resíduos Sólidos Especiais e Ergonomia Aplicada.

Alunos de Engenharia terão contato com temas de Gestão de Processos na Área de Saúde e Construção de Unidades Hospitalares, entre outros

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MEDICINA

Quando tudo começa a fazer sentido ALUNA DE MEDICINA COMPARTILHA SUA EXPÊRIENCIA NO INTERNATO, MOMENTO-CHAVE DA FORMAÇÃO DOS FUTUROS MÉDICOS ARQUIVO PESSOAL

Daniela Chipiakoff (na primeira fileira, a segunda da esquerda para a direita) guarda com carinho várias lembranças, como a celebração do aniversário da paciente Rosana

“A mudança já se inicia com o encurtamento das férias. Mal passou o Ano-Novo e já nos deparamos com uma escala de rodízio no hospital. Tudo novo, tudo confuso (embora não faltem explicações) e um pouco assustador, confesso. No primeiro dia no hospital, já é possível sentir um ambiente não tão acolhedor como a nossa faculdade: os professores não estão ali apenas para nos ensinar, estão exercendo seus papéis de médicos, não somos mais protagonistas como na sala de aula. Ainda assim, eles se empenham tanto para nos ensinar por meio dos seus exemplos, das suas condutas assertivas e do amor à profissão. Ao mesmo tempo nos fornecem autonomia para que possamos construir a tão temida e necessária responsabilidade. Nesta jornada, para nosso alívio, temos também o acolhimento dos residentes, AGOSTO | 2019 | #3

que se dividem entre aprender e, ao mesmo tempo, ensinar! Um paradoxo: a perda do protagonismo e o aumento da responsabilidade. O foco se torna o paciente. As dúvidas não são mais nossas, são deles. Dúvidas extremamente pertinentes diante de situações de tamanha vulnerabilidade. Fato é que, diante de um cenário tão diverso e tão desafiador para nós, acadêmicos de Medicina agora intitulados ‘internos’, há muito aprendizado, emoções e histórias para contar. Como não se emocionar com a chegada da Laís ao mundo, depois de aproximadamente nove horas acompanhando sua mãe no trabalho de parto? E depois ainda sentir a gratidão dos pais de primeira viagem e o reconhecimento de tanto empenho? Como esquecer a Rosana? Essa paciente que esteve com meu grupo

durante todo o internato de Cirurgia Geral, a quem tivemos o privilégio de acompanhar durante mais de 40 dias de internação até a alta hospitalar, inclusive com comemoração de seu aniversário. Como esquecer o momento de dar a primeira má notícia e toda a comoção envolvida? Era um senhor com diagnóstico de câncer e um filme passa na cabeça: precisamos exercer a Medicina tecnicamente, mas sem esquecer o lado humano, a empatia e o acolhimento. Colocamos em prática tudo aquilo que aprendemos na faculdade. Que privilégio vivenciar essas experiências! Que emoção poder ajudar os pacientes, nem que seja com um silêncio após seu choro. Que honra ouvir um “muito obrigado” ou o “você me explicou o que ninguém ainda havia me explicado”. Que gratificante estar ao lado dos protagonistas e termos seu reconhecimento. E, na medida em que o protagonista nos enxerga como parte da sua história, tudo começa a fazer sentido! Neste momento, mesmo exercendo um papel de coadjuvante, percebemos que tudo que vivenciamos nos quatro anos pregressos valeu a pena. Percebemos que está chegando ao fim um importante capítulo da nossa história, mas com a certeza de que o esforço é recompensado com o alívio que somos capazes de promover por meio da nossa futura profissão: médicos”.


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NA PRÁTICA

Desafios da saúde pública ALUNOS ATUAM NO ATENDIMENTO A GESTAÇÕES DE DIFERENTES COMPLEXIDADES EM HOSPITAL PÚBLICO DE REFERÊNCIA Por meio de convênio firmado há pouco mais de um ano com o Hospital Sofia Feldman, alunos do curso de Medicina da FASEH têm vivenciado alguns dos desafios da saúde pública. Nas atividades, os estudantes aprendem a importância de habilidades como gestão de pessoas, tempo e materiais ao lidar com a limitação de recursos humanos e insumos, além do grande número de pacientes. “A experiência no Sofia Feldman permitiu uma visão muito palpável do que posso vivenciar após a graduação. Posso dizer que aprendi muito nas áreas prática, técnica, científica e, acima de tudo, amadureci e entendi o valor das relações interpessoais e do trabalho em equipe para a qualidade na prestação dos serviços”, diz Bernardo Alves, aluno do 10º período do curso de Medicina. PARCERIAS QUE FORTALECEM O Hospital Sofia Feldman é uma das dezenas de instituições parceiras da FASEH que recebem alunos do 10º ao 12º período para atuação em atendimentos nas diferentes áreas da saúde. “Aqui os alunos são inseridos nos atendimentos do setor de Obstetrícia, desde a admissão das gestantes, passando pelo parto e puerpério, até a alta da paciente. Como expectantes ou de forma ativa, eles aprendem sobre o modelo de assistência obstétrica multiprofissional e humanizada”, explica o Professor de Obstetrícia da FASEH, responsável pela supervisão dos alunos do Internato, Guilherme de Castro Rezende. No período de um mês, o interno tem a oportunidade de atuar em setores como o de pronto-atendimento, sala de pré-parto, ambulatório de pré-natal de alto risco, sala de parto, bloco cirúrgico, de casos clínicos e de evolução pós-cesariana. “É uma espécie de imersão, uma experiência intensa. Em pouco tempo, conseguimos absorver muito da rotina de atendimento da instituição”, pontua Bernardo.

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TRABALHO EM EQUIPE Além de se relacionar com pessoas de diferentes realidades socioeconômicas, os internos também acompanham de perto uma grande variedade de casos clínicos, devido ao alto fluxo de pacientes. “Desenvolvi muita autonomia, em função da liberdade e abertura que tivemos por parte da equipe do Sofia Feldman. E o mais importante é que percebi que, sem o trabalho em equipe, o atendimento e a assistência não podem ser efetuados com qualidade. E, quando falo em equipe, é de forma geral: do recepcionista ao diretor. O médico não consegue atuar sem o apoio dos enfermeiros e técnicos de enfermagem, não consegue fazer o seu trabalho se o ambiente não estiver organizado e limpo, sem o apoio dos funcionários do setor administrativo. Todos no hospital precisam estar em sintonia”, reflete Bernardo Alves.

Bernardo Alves destaca o aprendizado sobre trabalho em equipe durante atuação no Hospital Sofia Feldman

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ACONTECE NA FASEH

Neurociência acessível ARQUIVO FASEH

SEMANA INTERNACIONAL DO CÉREBRO PROMOVE OFICINAS E PALESTRAS

Programação foi aberta à comunidade, com oficinas envolvendo alunos dos ensinos Médio e Fundamental de escolas da região

A complexidade do funcionamento do Sistema Nervoso já despertava a curiosidade de estudiosos séculos antes de Cristo. No Brasil, os primeiros estudos experimentais da Fisiologia, cuja história se confunde com a da Neurociência, são datados de 1880, tendo sido fortalecidos no início do século XX, com a criação de escolas de Medicina. O assunto foi tema central de atividades desenvolvidas entre os dias 12 e 14 de março, durante a Semana Internacional do Cérebro. “O que queremos é levar a Neurociência para a comunidade, transformando a linguagem técnica em informações acessíveis e mostrando que, ao se conhecer o funcionamento do cérebro, é possível melhorar a qualidade de vida”, explica a Coordenadora do projeto, Professora Patrícia Guidine.

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A Semana Internacional do Cérebro é realizada anualmente em consonância com o calendário de atividades da Dana Foundation – organização filantrópica privada, com sede em Nova York, comprometida com o avanço das pesquisas sobre o órgão. A atividade é resultado do projeto Pílulas de Neurociência para um Cérebro Melhor, sendo marcada por oficinas e palestras com temáticas diferenciadas. Além disso, estudantes da FASEH puderam inscrever trabalhos relacionados ao tema, com a premiação dos três melhores. A programação foi aberta à comunidade, com oficinas envolvendo alunos dos ensinos Médio e Fundamental de escolas da região. Entre as atividades de destaque estava a oficina de memorização, realizada com alunos do Ensino Médio. “É uma época de preparação para o vestibular, eles precisam de estratégias para potencializar o aprendizado. Saber usar a memória ao nosso favor é essencial”, esclarece a Professora Patrícia Guidine. Com as crianças, foram trabalhadas ações sobre os cinco sentidos e a relação com o Sistema Nervoso. “Em circuitos, explicamos como funcionam tato, olfato, visão, paladar e audição e como os sentidos estão conectados. Mostramos que, apesar da complexidade dos estudos da Neurociência, é possível entender, de forma simples, como funciona o nosso cérebro”, conclui Larissa Guimarães, estudante do curso de Fisioterapia e integrante do projeto. PÍLULAS DE NEUROCIÊNCIA Alunos dos cursos de Enfermagem, Fisioterapia e Medicina se reúnem semanalmente para estudar o tema e construir estratégias para compartilhamento de informações com a sociedade. Entre as temáticas abordadas estão a relação do cérebro com os sentidos, o processo de memorização e a importância da qualidade do sono. “Já desenvolvemos atividades em instituições de longa permanência para idosos e em creches. Tentamos elencar temas de interesse de cada público, adequando a linguagem e mesclando atividades práticas e teóricas”, pontua Larissa.


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Multiplicidade e representatividade ESPECIALISTAS CONVERSAM SOBRE DIVERSIDADE SOCIOECONÔMICA E SEUS REFLEXOS, NO EVENTO QUE MARCOU O INÍCIO DAS ATIVIDADES DA LADIVE EM 2019 ARQUIVO FASEH

A Liga Acadêmica da Diversidade (Ladive) da FASEH iniciou o ano letivo com uma roda de conversa sobre as diferentes dimensões da diversidade econômica e como ela se manifesta em áreas como Saúde, Educação e Política. “Instauramos a possibilidade de ressignificar vivências, de resistir à exclusão e de multiplicar as boas práticas de convivência e do respeito ao outro e a nós mesmos”, explica a Coordenadora da Ladive, Tatiane Miranda. EDUCAÇÃO E INCLUSÃO Entre os convidados do evento estava Duda Salabert, educadora e primeira trans a se candidatar a uma vaga no Senado, além de Coordenadora do Projeto Transvest, iniciativa artístico-pedagógica que trabalha no combate à transfobia e desenvolve ações de inclusão de travestis, transexuais e transgêneros na sociedade. Segundo ela, a situação de violência e desigualdade enfrentada pela população transexual no Brasil pode ser evidenciada pela baixa escolaridade. “Cerca de 91% não concluíram o Ensino Médio e 89% se encontram em situação de prostituição”, enfatiza Duda Salabert. Para minimizar a desigualdade histórica da população trans, a ONG oferece apoio educacional, por meio da aquisição do diploma de Ensino Médio e preparação para o vestibular, além da oferta de atendimento psicológico e moradia. “A sala de aula é um espaço hostil ao corpo trans. A evasão escolar e a falta de acesso a empregos regulares para essa população são efeitos de uma política de higienização social dos corpos transexuais”, pontuou a educadora. POLÍTICAS PÚBLICAS PARA TODOS A assistente social Adriana Horta, que também participou do debate, compartilhou situações que evidenciam a relação entre desigualdade, violência e evasão escolar. “As diferentes dimensões da negligência precisam ser remediadas ponto a ponto para a real promoção das igualdades”, pontuou. Já Edmilson Celso

Santos, médico e Vice-Diretor Clínico da Fundação Benjamin Guimarães - Hospital da Baleia, falou sobre o papel estratégico do Sistema Único de Saúde (SUS) no combate às desigualdades no acesso a tratamentos de saúde. “É preciso ter sensibilidade e saber lidar com os obstáculos materiais da administração pública”, ponderou.

Primeiro evento de 2019 da Liga da Diversidade teve a participação da educadora Duda Salabert, da assistente social Adriana Horta e do médico Edmilson Celso Santos

A LIGA Criada a partir da demanda de alunos com o objetivo de estimular o diálogo e fomentar ambientes de acolhimento e aceitação, a Liga da Diversidade é formada por representantess de diferentes cursos da FASEH. Atividades periódicas de reflexão sobre a diversidade humana são promovidas. Para participar, basta a entrega de uma carta de intenção, que simboliza o interesse formal do aluno em contribuir com ações para a promoção da diversidade da vida. “Considero fundamental trabalhar o tema em instituições de ensino e de formação profissional. Independentemente da área da atuação – Humanas, Saúde, Engenharia –, estar no mundo exige de nós a compreensão do outro e de nós mesmos, e essa dimensão passa pelo conhecimento da diversidade”, salienta Tatiane Miranda. REVISTA FASEH


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Simulado de Emergências: 500 pessoas participam de treinamento realístico

Realismo para o aprendizado PREPARAÇÃO É CRUCIAL PARA UM ADEQUADO ATENDIMENTO A UMA EMERGÊNCIA: POR ISSO, A FASEH OUSOU NO SEU 1º SIMULADO DE EMERGÊNCIAS Acidentes de trânsito são a principal causa de morte entre crianças e jovens de 5 a 29 anos. Em todo o mundo, ocorrem 1,35 milhão de óbitos por ano. Os dados são do relatório anual da Organização Mundial de Saúde (OMS), divulgado no final de 2018, e mostram como as autoridades precisam estar atentas à elaboração de

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políticas públicas que previnam acidentes nas estradas e de estratégias para preparar os profissionais de saúde responsáveis pelo atendimento aos acidentados. Para treinar os futuros profissionais, a FASEH realizou o primeiro Simulado de Emergências, evento que foi considerado o maior desse perfil já feito em Minas


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FOTOS: ARQUIVO FASEH

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Evento foi oportunidade para profissionais do SAMU reciclarem seus conhecimentos

“Temos que lembrar que o socorro não depende só de uma pessoa, é um trabalho em equipe o tempo todo” JHONATAN ANDERSON RAMOS ALUNO DO 5º PERÍODO DE ENFERMAGEM

VEJA NO SITE DA FASEH A GALERIA DE FOTOS DO 1º SIMULADO DE EMERGÊNCIAS Equipe também coordenou atendimento à população, com aferição de pressão e outros procedimentos

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C A PA

Alunos do curso de Direito, como Paulo Roberto de Almeida, participaram da atividade

Gerais. “Oportunizamos uma situação para treinamento de 100% dos alunos, além de nos aproximarmos da sociedade e das entidades envolvidas, como SAMU, Polícia Militar e Corpo de Bombeiros”, afirma a Diretora Acadêmica da Faculdade, Professora Hérica Teixeira. Todo o aparato para simular um acidente de trânsito impressionou as pessoas que passaram pelo Centro de Vespasiano. A cena envolveu um ônibus cheio de passageiros, dois carros e uma moto. Fumaça subia de um dos automóveis para conferir ainda mais realismo à situação. Além disso, foi contratada uma empresa especializada em maquiagens artísticas para a caracterização dos participantes. Outro diferencial foi um espaço específico para o planejamento da ação. Na chamada “Mesa de Crise”, foi possível gerenciar e avaliar a execução do plano de contingência do município, que garante a adoção dos processos adequados, fluxos e rotinas durante a situação de crise. MÃOS À OBRA A simulação foi iniciada com uma ligação ao SAMU, relatando o acidente. Na sequência, o Corpo de

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Bombeiros entrou em cena para avaliar possíveis riscos, como explosão dos veículos ou queda de estruturas, e garantir a segurança dos envolvidos na atividade. Só então foi liberada a atuação dos socorristas para atender as 50 “vítimas”, classificadas e separadas conforme a gravidade das lesões. Os alunos entraram no clima e conferiram ainda mais dramaticidade ao contexto. Sarah Mansur Amaral, do 2º período de Medicina, foi uma das “vítimas”, com lesões nas pernas e nos braços. “Achei incrível, incorporei totalmente o personagem, e minha mão chegou a travar e formigar, tamanha é a realidade que experimentamos aqui.” Entre os socorristas estava Jhonatan Anderson Ramos, do 5º período de Enfermagem. Para ele, foi valiosa a oportunidade de vivenciar um retrato do que pode encontrar em uma emergência com múltiplas vítimas. “Atendi uma paciente com 30% do corpo queimado e respiração irregular. Acho que a atuação foi satisfatória, bem como a de todos os meus companheiros. Temos que lembrar que o socorro não depende só de uma pessoa, é um trabalho em equipe o tempo todo.” Este é, inclusive, um dos diferenciais do Simulado de Emergências – a interdisciplinaridade. Quem trabalha na área de Saúde sabe como uma equipe sinérgica impacta diretamente a qualidade do atendimento ao paciente. A integração com instituições que atuam em situações emergenciais, como SAMU e Corpo de Bombeiros, também foi fundamental para que os alunos pudessem se familiarizar com o trabalho desses profissionais. “Desde a graduação é importante trabalhar a multidisciplinaridade, porque a comunicação fluida entre os membros da equipe é um dos maiores desafios para garantir a segurança dos atendimentos. Quando oportunizamos isso desde o berço, fica mais fácil desenvolverem esse comportamento e as habilidades”, pontua Professor Daniel Fernandes, Coordenador do Simulado de Emergências. Enfermeira formada pela FASEH e atualmente estudante do 6º período de Medicina, Viviane Soares trabalha no SAMU e participou ativamente do evento como socorrista. “É importante estarmos em constante treinamento, pois vamos para a rua e nunca sabemos o que podemos encontrar, temos que estar preparados”, avalia. “Aprendemos muita teoria na sala de aula, e o aprendizado se completa na prática. É o momento de testar e aplicar o que vimos com os professores.”


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INDO ALÉM Os acadêmicos do curso de Direito também foram envolvidos na simulação. Antes de iniciar o evento, Paulo Roberto de Almeida, do 7º período, instruiu e orientou a população sobre processos jurídicos e os órgãos que devem ser procurados de acordo com demandas diversas. A simulação do acidente em si também foi objeto de estudo e reflexão para os alunos. “Saúde, Direito e Cidadania andam lado a lado. Nós sabemos que o Direito nasce de um fato, e um acidente de trânsito é um acontecimento que repercute no meio jurídico. Por exemplo: há aqui um ônibus do transporte coletivo envolvido. De quem é a responsabilidade? Do Estado? Da empresa dona do veículo? É responsabilidade objetiva ou subjetiva? O motorista estava em plenas condições de dirigir? São questionamentos que são gerados e seriam debatidos judicialmente em uma situação real”, comenta Paulo.

Antes do Simulado, alunos dos cursos de Saúde e Direito prestaram atendimento à população

SIMULADO EM NÚMEROS 500 pessoas envolvidas 100 socorristas 50 vítimas 7 instituições participantes SAMU, PMMG, CBMG, Ambulância Luiz Vidas, Transvesp e Secretaria Municipal de Saúde FREEPIK/MACROVECTOR

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PÓS-GRADUAÇÃO

Sem precedentes ARQUIVO FASEH

MODELO INOVADOR DE ESPECIALIZAÇÃO DESPERTA INTERESSE INTERNACIONAL E REÚNE PROFISSIONAIS DE TODO O PAÍS PARA ESTUDOS EM CIRURGIA E TRAUMATOLOGIA BUCOMAXILOFACIAL de referência. “A FASEH possui 15 convênios com grandes hospitais, como Hospital de Olhos, SOCOR, Hospital Evangélico, Hospital Odontológico, Hospital São João de Deus e a Unidade de Pronto-Atendimento de Vespasiano, todos com grande volume de cirurgias. Também utilizaremos com frequência os laboratórios de simulação realística, cadáveres humanos e sintético. Outro ponto é que adotamos a metodologia ativa, um diferencial destacado na avaliação dos técnicos do Ministério da Educação (MEC)”, compartilha um dos Coordenadores do curso, Frederico Araújo.

Atividades da especialização seguirão o modelo das residências médicas, com práticas multidisciplinares

A junção de preceitos da Medicina e da Odontologia resultou na criação de um curso pioneiro no país, que capacitará cirurgiões-dentistas para atuar na reabilitação cirúrgica de alta complexidade. As atividades da Especialização em Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial (CTBMF), iniciadas em março, seguirão o modelo das residências médicas, com práticas multidisciplinares. A turma é composta por profissionais de diferentes regiões do país que procuraram a FASEH em busca de um diferencial no mercado. O acirrado processo seletivo mostrou como a especialização foi recebida positivamente entre os profissionais da área, além de ter evidenciado o reconhecimento da excelência técnico-estrutural oferecida pela instituição. “A Odontologia e a Medicina já são uma só em vários países, e isso representa uma ruptura inevitável de barreiras, com a invasão da tecnologia, que muda a maneira como as profissões se organizam”, pontua o presidente da mantenedora da FASEH, Ricardo Guimarães. TECNOLOGIA E QUALIDADE NO ENSINO Além de dispor de modernos laboratórios e equipamentos de última geração, os alunos da PósGraduação em CTBMF também atuarão em instituições

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RECONHECIMENTO INTERNACIONAL Não foi só o corpo técnico altamente qualificado e a estrutura moderna da FASEH que despertaram o interesse de profissionais de todo o país: o modelo semanal de aulas foi apontado como diferencial, permitindo conciliar os estudos e o atendimento a pacientes. A curitibana Priscila Dias mudou-se com a família para a capital mineira ao receber a notícia da aprovação no curso. “A expectativa é grande não só em relação à pós, mas à vida nova que construiremos aqui”, diz. Já Otávio Mafra, natural do Rio de Janeiro, se diz ansioso para ter contato com os docentes, que já acompanhava por meio das redes sociais. “A escolha da equipe mostra a credibilidade do curso. E, por sermos a primeira turma, teremos a vantagem competitiva no mercado de Odontologia médica”, relata. A demanda internacional fez com que o corpo técnico repensasse o modelo de curso para o lançamento de uma novidade, que passará a valer em 2020. “O curso será aberto para alunos de fora do país, com job shadow – modalidade em que o estudante acompanha o especialista na vivência de situações práticas da profissão. O grande número de pacientes de trauma e a riqueza de situações, que geralmente eles só veem nos livros, motivaram esse interesse, principalmente de profissionais da Europa”, enfatiza um dos Coordenadores, Filipe Jaeger.


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COMUNIDADE

Assistência ampliada APOIO DE DISCENTES REDUZ PELA METADE LISTA DE ESPERA POR INTERVENÇÕES FISIOTERAPÊUTICAS, COM ALTA RESOLUTIVIDADE NOS TRATAMENTOS Lays Vieira, aluna do 9º período de Fisioterapia, atua há poucos meses no atendimento a pacientes da Clínica Escola da FASEH, com a supervisão de professores. No período, já auxiliou na recuperação de uma série de assistidos e se orgulha dos resultados alcançados. “Recebemos uma paciente com herpeszóster na mão, um tipo raro de manifestação desse vírus. Ela não conseguia movimentar o braço e, com o tratamento, já consegue mover os dedos, pentear o cabelo. Quando chegou à clínica, ela chorava de dor. Hoje vem às sessões sorrindo, livre do incômodo”, relata Lays. Outro paciente conseguiu deixar a cadeira de rodas e dar seus primeiros passos oito meses após sofrer um Acidente Vascular Cerebral (AVC) e ter sua mobilidade comprometida. “Percebemos um índice alto de satisfação da comunidade e alta resolutividade no tratamento das lesões”, enfatiza o Professor do curso de Fisioterapia, José Roberto. MENOS ESPERA Com o reforço dos estudantes de Fisioterapia, os atendimentos em Ortopedia e Neurologia foram ampliados, além de haver oferta de assistência também na área de Neuropediatria. Ao todo, sete fisioterapeutas – dois cedidos pela administração municipal, além de alunos e professores – compõem o corpo clínico. “A Clínica Escola é o único lugar com oferta gratuita desses serviços. Casos mais graves são acompanhados em domicílio por profissionais da rede municipal de saúde, mas são situações pontuais. Então, o aumento da oferta é uma grande conquista para a comunidade”, explica a Responsável Técnica pela unidade de Fisioterapia na Clínica Escola da FASEH, Polyana Santos. Com a presença de alunos, a lista de espera por atendimentos em Ortopedia, especialidade com maior demanda, caiu pela metade. No setor de Neurologia, o número chega a ser três vezes menor do que no ano passado.

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Clínica Escola oferece atendimento gratuito

APRENDIZADO POTENCIALIZADO O professor do curso lembra que a presença dos alunos na Clínica Escola não só beneficia a comunidade, mas apresenta ao estudante situações reais da profissão, com a oportunidade de contar com o apoio dos docentes. “Já lecionei em sete instituições e nunca vi um ambulatório de uma faculdade com tanto fluxo de pacientes e tanta diversidade de atendimentos”, pontua José Roberto. “Recebemos diariamente casos desafiadores, que nos ajudam a crescer como profissionais. Tudo o que estou vivendo aqui será decisivo na minha formação”, finaliza Lays Vieira. REVISTA FASEH


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DROPS

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Profissional do futuro Já ouviu falar em Engenharia 4.0? Assim como o surgimento de máquinas, da energia elétrica e dos computadores modificou a forma de se pensar e produzir no setor secundário, a disseminação de novas tecnologias influenciou não só a indústria, mas a formação profissional. Além de conhecimentos multidisciplinares, o setor exige, entre outras habilidades, capacidade analítica e flexibilidade. Para discutir sobre os desafios e exigências do mercado, profissionais de referência do setor ministraram uma palestra sobre Engenharia 4.0, no dia 23 de maio.

Vem por aí! Sexta-feira é dia de Simula Sexta para alunos do 12º período de Medicina. O projeto consiste na simulação de casos clínicos e, a partir do próximo semestre, será estendido também aos estudantes do 11º período. O laboratório onde a iniciativa ocorre dispõe de manequins e simuladores de última geração para dar realismo à atividade, realizada em grupos de até sete alunos e acompanhada por tutores. Em breve, o projeto será aberto a estudantes dos cursos de Enfermagem e Fisioterapia. “Queremos simular a atuação multidisciplinar da equipe de Saúde”, pontua a Coordenadora do projeto, Juliana Vieira.

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COMUNICAÇÃO SOCOR

Nova parceria A FASEH reforçou seu time de instituições parceiras e firmou importante convênio com o Hospital SOCOR – há mais de 50 anos uma referência na capital mineira, com oferta de assistência clínica e cirúrgica em mais de 30 especialidades. Desde fevereiro, alunos do 9º ao 12º período do curso de Medicina acompanham a atuação de especialistas em Otorrinolaringologia no atendimento ambulatorial, vivenciando, na prática, o conhecimento adquirido em aula. A partir de julho, os estudantes também vão a acompanhar equipes no Pronto-Socorro e na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) do SOCOR.

Foco no aprendizado Os tradicionais formatos de salas de aula estão sendo repensados, no desafio de engajar alunos e aperfeiçoar o aprendizado. O técnico do Centro de Soluções Educativa da FASEH, que já adota metodologias inovadoras de ensino, compartilhou informações sobre planejamento reverso de aula com professores da E. E. Padre José Senabre, no início do ano. “Falamos sobre formas de perceber se o aluno está aprendendo e alternativas para intervir, de maneira imediata, nesse processo, respeitando o contexto educacional em que os professores da escola estão inseridos”, enfatizou o Coordenador de EaD da FASEH e Técnico do Centro de Soluções Educativas, Anderson Pimentel.

Trote solidário

Na FASEH, a alegria de ingressar no Ensino Superior é compartilhada com quem mais precisa! Os calouros do curso de Medicina comemoraram a conquista ao lado de residentes do Lar de Idosos São Vicente de Paulo, em Vespasiano. Além de levar carinho e atenção aos moradores da instituição, os estudantes também entregaram doações de fraldas geriátricas, materiais de limpeza e produtos de higiene pessoal. A entidade é o único lar de idosos do município e funciona exclusivamente com o apoio da comunidade e de instituições filantrópicas, sendo também parceira da FASEH. Alegria compartilhada é alegria redobrada!

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SAÚDE

Além do físico

Estudantes de Fisioterapia avaliam os atletas associados

ATLÉTICA DA FASEH EVIDENCIA OS BENEFÍCIOS DA PRÁTICA ESPORTIVA PARA MENTE E SOCIALIZAÇÃO A prática de atividades físicas desencadeia a liberação de hormônios responsáveis pela geração de sensações de prazer e bem-estar. O esporte é considerado ferramenta de alívio de tensão e gestão do estresse, além de um importante aliado no controle metabólico e na prevenção de doenças como obesidade e hipertensão. E o que isso tem a ver com uma instituição de ensino? Membros da Atlética da FASEH mostram que é possível não só conciliar a prática esportiva com a vida acadêmica, mas que é viável obter melhorias nos resultados estudantis por meio da realização periódica de atividade física. “O curso de Medicina exige muita dedicação do aluno, e isso mexe com as emoções. Repensamos o papel da Atlética, de forma a trabalhar questões como bem-estar, saúde mental e ética nas relações. Mais do que organizar e participar de eventos esportivos, queremos contribuir para tornar a vida academia mais fluida e leve”, explica a Presidente da Atlética da FASEH e aluna do 7º período de Medicina, Letícia Lopes. E para auxiliar no desenvolvimento de estratégias de engajamento, dois especialistas reforçarão o time da Atlética, ajudando na gestão comportamental e planejamento: Daniel Paiva, que atuará como Diretor Executivo, e Thalita Castro, Gerente Executiva da Atlética da FASEH. AGOSTO | 2019 | #3

PROFISSIONAIS DO BEM-ESTAR O tema tem sido amplamente trabalhado junto aos alunos do curso de Medicina, para reforçar a importância dos profissionais da saúde como agentes de promoção do bem-estar. “Precisamos cuidar mais do que da doença, cuidar da qualidade de vida. Queremos que os alunos tomem gosto pela prática de esporte e sirvam de espelho para os pacientes. Não é possível promover a saúde sem o incentivo à realização de exercícios físicos”, explica Daniel Paiva, Especialista em Gestão Executiva de Fitness Wellness. A Presidente da Atlética, que pratica esporte desde a infância, já está nesse caminho e concilia a graduação com os treinos de handebol, basquete e futebol. “É uma válvula de escape, o momento que tenho para espairecer. Quando não pratico esporte, me sinto cansada, indisposta e não consigo render”, relata Letícia Lopes. INCLUSÃO PELO ESPORTE Além dos reflexos na saúde física e no desempenho acadêmico, as estratégias desenvolvidas pela equipe da Atlética têm auxiliado no engajamento de alunos e no fortalecimento das relações entre os discentes. “Quando falamos em saúde mental, muitos casos estão associados ao isolamento emocional. O aluno


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fica sobrecarregado, e a primeira reação é se distanciar dos amigos e da família. O esporte reaproxima e refaz esse vínculo social, fazendo com que o aluno se sinta parte de algo”, pontua Daniel Paiva. PARTICIPAÇÃO CRESCENTE Ao todo, 12 modalidades esportivas são oferecidas pela Atlética da FASEH, com atividades semanais, realizadas em espaços cedidos por instituições parceiras. Times masculinos e femininos de, em média, 12 pessoas se reúnem para praticar futsal, handebol, futsal, vôlei, futebol de campo, peteca, pingue-pongue, judô, atletismo e xadrez. A Atlética também se organiza para oferecer atividades para aqueles que gostam de sinuca e totó. “A adesão é crescente, e, em algumas modalidades, dobramos o número de participantes. Os alunos nos procuram nos corredores para saber mais informações e estão sempre engajados nas nossas ações”, destaca Letícia Lopes. APOIO FISIOTERAPÊUTICO Para auxiliar no desempenho físico e evitar lesões dos atletas associados, a Atlética firmou uma parceria com estudantes do curso de Fisioterapia da FASEH. “Esse convênio beneficia os estudantes de ambos os cursos. Nós, da Medicina, temos a oportunidade de trabalhar melhor o nosso corpo, e os alunos da Fisioterapia têm uma grande amostra de público para aplicar seus conhecimentos”, ressalta a Presidente da associação.

Estratégias desenvolvidas têm auxiliado no engajamento de alunos e no fortalecimento das relações entre os discentes

SÓCIO-TORCEDOR A Atlética da FASEH desenvolveu um programa de sóciotorcedor, por meio do qual os associados têm descontos e condições especiais em vários estabelecimentos de Vespasiano, como padarias, restaurantes, distribuidoras, barbearias, academia, entre outros.

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EXTENSÃO

Vocação para a pesquisa DOCENTES DA FASEH ESTIMULAM PARTICIPAÇÃO DE ALUNOS EM PROJETOS DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA ARQUIVO FASEH

Em seis anos de existência, o Projeto de Iniciação Científica da FASEH registra a marca de 116 trabalhos concluídos e um total de 231 discentes diretamente envolvidos nas atividades. Atualmente, 21 estão em desenvolvimento, segmentados em duas modalidades: Programa de Bolsa Institucional de Iniciação Científica (Probic) e Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (Pibic). As atividades são realizadas com o apoio financeiro do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig) e acompanhadas por docentes da FASEH. “O que buscamos é educar, produzir e socializar o saber universal por meio da pesquisa, visando a contribuir para o desenvolvimento de um cidadão crítico e ético, comprometido com a busca de soluções coletivas para os problemas presentes na sociedade contemporânea”, explica o Coordenador do Núcleo de Pesquisa e Extensão, Gustavo Nunes Tasca. Alunos a partir do 3º período da graduação já podem concorrer a uma vaga no projeto, cuja seleção se dá por meio de editais, divulgados no site da FASEH. “Com o aumento da procura, estamos aprimorando as formas de seleção, com análise cada vez mais criteriosa por parte da banca”, explica Gustavo Tasca. O Coordenador ainda destaca que o incentivo à iniciação científica durante a formação universitária repercute em resultados positivos depois da graduação, com o aumento do interesse de alunos em cursos de mestrado e doutorado. Os 10 projetos atualmente em desenvolvimento na FASEH tratam de temáticas diversas, como enteroparasitoses, sífilis gestacional, recuperação judicial de empresas, insuficiência cardíaca e vacinação de HPV. PESQUISA NO ENSINO MÉDIO Além de oportunizar a pesquisa no âmbito da academia, a FASEH também coordena a produção científica na educação básica, com o desenvolvimento AGOSTO | 2019 | #3

Alunos a partir do 3º período da graduação podem concorrer a vagas dos projetos

de projetos com a participação de alunos do Ensino Médio. Entre os trabalhos de destaque do Programa de Bolsa Institucional de Iniciação Científica Júnior, o Probic Júnior, está o projeto de compostagem, coordenado pelo Professor de Direito Ambiental da FASEH, Guilherme Ferreira da Silva, com o apoio dos alunos Dáfine Luiza da Silva Marques e Paulo Junio Moreira Alves, da Escola Estadual Machado de Assis, de Vespasiano. Com o auxílio do docente, os estudantes, que participaram de um curso da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), construíram e monitoraram uma composteira doméstica com minhocas, feita de materiais recicláveis. A compostagem é uma maneira sustentável de destinar o lixo orgânico, transformando-o em adubo natural. “A Política Nacional de Resíduos Sólidos fala sobre a obrigação do poder público de criar soluções para tratar os resíduos orgânicos de maneira sustentável, sob a perspectiva ambiental, social e econômica. A compostagem é uma alternativa barata, de fácil manuseio e alto impacto social, já que educa sobre o descarte do lixo, permite a reutilização dos materiais e ainda evita a contaminação do solo e a produção de gás metano”, explica Guilherme Silva.


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MERCADO

Constante transformação EGRESSOS DO CURSO DE MEDICINA DA FASEH REFLETEM SOBRE O PERFIL DO NOVO MÉDICO E AS MUDANÇAS NO CENÁRIO DA SAÚDE UMA DÉCADA APÓS CONCLUÍREM O CURSO ARQUIVO PESSOAL

Na última década, o país foi cenário de intensas mudanças políticas, econômicas e sociais. O surgimento de tecnologias disruptivas alterou os padrões de consumo e de posicionamento no mercado – tanto para empresas quanto para profissionais liberais. Assim como foi necessário adequar e ampliar a oferta de serviços no terceiro setor, profissionais da saúde também precisaram se reinventar, em consonância com as tendências de mercado e o perfil do novo paciente. PROMOÇÃO DA SAÚDE Se antes profissionais da área da Saúde se especializavam na cura de enfermidades, agora o foco é a promoção da qualidade de vida, por meio da prevenção de doenças e lesões. “Estamos fazendo a transição de uma Medicina Curativa, em que o médico só trata o paciente se ele estiver com algum problema, para um momento em que a preocupação é prevenir o adoecimento”, pontua Nathália Paes, egressa da FASEH. Especialista em Nutrologia, Dermatologia e Medicina Estética, a médica destaca a importância da visão sistêmica do paciente. “Não podemos mais focar parte do corpo ou especialidades médicas. É preciso enxergar o paciente como um todo”, diz. Aluno da primeira turma do curso de Medicina, Rodrigo Credidio enfatiza a importância da valorização de médicos generalistas e seu papel fundamental na promoção do bem-estar. “Em outros países, como a Inglaterra, o primeiro atendimento é feito por generalistas, e só em casos de necessidade é que há encaminhamento para especialistas. No Brasil não funciona assim e há uma grande desvalorização da Clínica Geral – tanto no que diz respeito à remuneração quanto às condições de trabalho, já que a grande maioria dos profissionais médicos atua nos serviços públicos”, opina o Especialista em Cirurgia Geral, Cirurgia Plástica, Medicina Estética e Nutrologia.

EXPERIÊNCIA ACADÊMICA COMO DIFERENCIAL Se, por um lado, em dez anos as exigências do mercado de Saúde são outras, o que não muda é a importância do equilíbrio entre teoria e prática na formação profissional. “A FASEH sempre prezou a formação científica. Então, consegui me formar com 13 trabalhos publicados e até uma premiação. Isso garantiu a minha entrada na residência, já que tinha este diferencial em relação aos outros candidatos”, lembra Rodrigo Credidio. Já Nathália Paes ressalta a importância da experiência prática na carreira médica. “Quando me candidatei a uma vaga, em São Paulo, no curso de Nutrologia, fiz provas que cobraram muito conhecimento técnico. Consegui uma das oito vagas entre 250 candidatos. Esse embasamento prático também contribuiu muito para o atendimento e suporte global ao paciente”, defende.

Alunos da primeira turma de Medicina da FASEH

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ESPECIAL

Sem fronteiras NO ANO EM QUE COMPLETA UMA DÉCADA DE EXISTÊNCIA, PROJETO DE INTERNACIONALIZAÇÃO ANUNCIA NOVAS PARCERIAS E SE CONSOLIDA COMO REFERÊNCIA Há dez anos, um convênio de colaboração entre a FASEH e instituições de ensino internacionais mudaria os rumos da produção científica no campo da saúde e projetaria a instituição como referência no cenário global. Esforços e compromisso mútuo resultaram em avanços significativos no estudo da prevenção e tratamento de doenças infectocontagiosas emergentes e reemergentes. Entre as primeiras parcerias internacionais firmadas pela FASEH estão o Centro de Controle e de Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC) e as universidades americanas Emory e Stanford. Um convênio recente resultou na assinatura de um acordo entre a FASEH, a Universidade de Illinois, a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG) para a criação do primeiro curso de Engenharia Médica do Brasil, em um modelo híbrido, com parte do curso nos Estados Unidos.

E N T R E V I S TA

O que podemos aprender com o SUS? O Especialista do Departamento de Saúde Global da Hubert, da Escola Rollins de Saúde Pública da Emory University, Bacharel em Artes, Molecular e Biologia do Desenvolvimento do Dartmouth College e PhD em Imunologia e Patogênese Microbiana e Mestre em Saúde Pública em Epidemiologia, Juan Leon, participou ativamente da construção e fortalecimento do Programa de Internacionalização da FASEH. Confira o relato do pesquisador sobre os resultados dos trabalhos realizados em parceria com a Emory University.

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COMO O PROJETO FOI IDEALIZADO E QUAIS OS BENEFÍCIOS DA COOPERAÇÃO ENTRE AS DUAS INSTITUIÇÕES? Trabalhamos essa parceria, em dois países distintos e com realidades diferentes, almejando benefícios mútuos. Em nossas ações, objetivamos garantir que os estudantes de ambos os países aprendam juntos, troquem experiências e também levem esse conhecimento para as suas instituições de ensino, por meio dos trabalhos de mentoria. O QUE PODEMOS APRENDER COM O SISTEMA DE SAÚDE BRASILEIRO? O SUS tem alguns princípios muito


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EXPANSÃO Durante a Semana de Internacionalização, a FASEH anunciou uma parceria com a University of Miami e a Miller School of Medicine. Agora os alunos de Medicina também terão a oportunidade de realizar o estágio observacional (observership) junto ao International Medicine Institute at the University of Miami Health System . Outra novidade é a participação, ainda em processo de formalização, em um projeto já existente de Medicina Interna entre as universidades de Stanford e Yale.

interessantes, que preveem tratamento igual para toda a população. Ou seja, todos têm o direto ao acesso amplo aos mesmos serviços. E a peculiaridade desse sistema, que a FASEH utiliza de forma muito bem-sucedida, é conectar-se estrategicamente com as pessoas. E todo o trabalho desenvolvido aqui envolve a comunidade. Nós, da Emory, procuramos educar nossos alunos baseados no modelo do SUS e em como ele está ligado à saúde pública, às comunidades e como esse formato auxiliou na redução considerável de muitas doenças evitáveis. E temos recorrido muito aos alunos da FASEH para compartilhar o funcionamento desse sistema com nossos estudantes.

O QUE APRENDERAM JUNTO À FASEH? A faculdade oferece serviços aos pacientes e faz com que eles se integrem à instituição. Os processos são pensados para atender a diferentes necessidades dessa comunidade em que a FASEH está inserida. Então, nós, de outras instituições, localizadas em países com realidade bem distinta, buscamos aprender com esse modelo e fazer com que o aprendizado e a pesquisa sejam baseados no engajamento com a comunidade, para que a comunidade acadêmica e a população se beneficiem dessa parceria. Acho que as universidades de todo o mundo têm muito a aprender com esse sistema.

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C A PA C I TA Ç Ã O

Dedicação faz a diferença FASEH OFERTA CURSOS GRATUITOS PARA APERFEIÇOAMENTO DE HABILIDADES, COM RESULTADOS EXPRESSIVOS ARQUIVO FASEH

dades extracurriculares, trabalhamos com o aprendizado técnico-científico, compartilhando estratégias de leitura e produção de textos em inglês e português, auxiliando o aluno a organizar o raciocínio e a entender como um artigo científico é produzido”, explica Kelen Lima, responsável pelo Curso de Nivelamento de Aprendizagem da Língua Portuguesa e Inglesa.

Em média, são disponibilizadas 20 vagas por semestre em cada uma das atividades

O domínio das regras de uso da norma culta da língua portuguesa, apesar de essencial para a formação de profissionais de diferentes áreas de atuação, já não é o suficiente para que se destaquem, principalmente no caso daqueles que almejam ir além na trajetória acadêmica. Desenvolver habilidades como leitura e escrita da língua inglesa também é requisito imprescindível para quem se interessa pela produção científica. Isso porque é no idioma que se concentra a maioria dos artigos publicados, além dos materiais de referência utilizados nas pesquisas. Por isso, os conteúdos, que fazem parte da grade curricular de cursos como Medicina, Direito, Enfermagem e Engenharia, também estão disponíveis no modelo extracurricular, em que o aluno tem a oportunidade de se aprofundar nos estudos. “Nos cursos, direcionamos os estudos para aquela área do saber específica. Já nas ativi-

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DE ALUNO A MONITOR Os estudos da língua inglesa são conduzidos em uma plataforma canadense, que avalia o grau de conhecimento do estudante e direciona atividades específicas para que, mesmo em uma turma heterogênea, os alunos consigam evoluir. O trabalho é desenvolvido em um ambiente online, mesclando princípios do ensino a distância com as vantagens do contato presencial entre aluno e professor. “O resultado foi tão positivo que, como alguns alunos se destacaram muito, resolvemos abrir vagas de monitoria. Ao serem auxiliados por um colega, os estudantes ficam mais motivados e vislumbram a possibilidade de também alcançar aquele nível”, lembra Kelen. Com o sucesso do projeto, a expectativa é que seja criado um programa de intercâmbio para o desenvolvimento de habilidades como conversação, escrita e leitura na língua inglesa. OUTROS CURSOS O apoio ao desenvolvimento acadêmico do aluno não se restringe ao ensino de línguas. Professores e monitores também acompanham a evolução dos discentes em outras duas áreas do saber: informática e raciocínio lógico. Os alunos com frequência superior a 75% recebem um certificado de participação nas atividades. Em média, são disponibilizadas 20 vagas por semestre em cada uma das modalidades do curso de nivelamento, com processos de seleção distintos e especificados em edital.


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