o berço da indústria naval retoma sua tradição
palavra do presidente Foi no Estado do Rio, na Ponta d’Areia, em Niterói, que começou a história da indústria naval brasileira, há mais de 150 anos. E foi pelas mãos de um visionário. Um homem de visão e de ação. Ousado e corajoso. Irineu Evangelista de Souza, o Barão de Mauá, construiu o primeiro estaleiro e se tornou o primeiro grande empreendedor do País. Um vulto histórico que iniciou a jornada rumo ao nosso desenvolvimento industrial e logístico.
um programa vitorioso, que mudou a face da nossa indústria naval.
Na mesma Ponta d’Areia, o Estaleiro Mauá está escrevendo mais um capítulo desta longa jornada. Um capítulo glorioso. O lançamento ao mar do navio de produtos Celso Furtado marca um novo momento de uma indústria que renasce moderna e mundialmente competitiva.
O Programa de Modernização e Expansão da Frota da Transpetro (Promef ) vai construir 49 navios até 2014. Estaleiros são instalados, outros se modernizam e há projetos de novos empreendimentos em vários Estados. Transformamos sonho em realidade. É com este espírito que estamos partindo para novas conquistas.
Niterói, o Estado do Rio e o Brasil voltaram a navegar na rota traçada pelo visionário. Isso, graças a um governo que acredita no potencial do país, na capacidade do seu povo, e, por isso, desenvolveu
Não estamos fazendo navios a qualquer custo, mas sim reconstruindo a indústria naval em novas bases. Uma indústria capaz de competir com os gigantes mundiais do setor e que vai criar 200 mil empregos, entre diretos e indiretos, para melhorar a vida de milhares de brasileiros.
Sergio Machado Presidente da Transpetro
“Meu sonho é ser comandante de um novo navio do Promef.” Vanessa Cunha dos Santos Silva é imediata dos navios da Transpetro
um horizonte de realizações Há seis anos, a Transpetro optou por acreditar no que muitos consideravam impossível: o renascimento da indústria naval brasileira. Este ano, vivenciamos a afirmação deste sonho por meio do lançamento dos navios do Promef (Programa de Modernização e Expansão da Frota). Primeiro de uma série de 49 embarcações, o petroleiro João Cândido foi lançado ao mar pelo Estaleiro Atlântico Sul, em Pernambuco, no dia 7 de maio de 2010. Agora é a vez de o Estaleiro Mauá fazer a festa de lançamento do navio Celso Furtado, dando continuidade ao Promef. Até o final do ano, outros dois serão lançados ao mar.
Com o lançamento ao mar e batismo do Celso Furtado, teremos o reencontro da indústria naval com o seu berço, o Rio de Janeiro. Até 2014 serão lançados os 49 navios petroleiros e gaseiros de grande porte. Todos construídos no Brasil, seguindo uma das premissas básicas do programa. Um dos mais importantes projetos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), o Promef resgatou a nossa indústria naval e mudou a vida de milhares de brasileiros. São 40 mil empregos diretos e outros 160 mil indiretos, num total de 200 mil novos postos de trabalho no Brasil. Navegar voltou a ser possível.
o resgate de uma tradição Mais de um século depois, Niterói é o cenário desta longa história, com capítulos de apogeu e declínio. Desta vez, o enredo é de vitória. O Estaleiro Mauá, localizado em Ponta d´Areia, área que abrigou o primeiro estaleiro brasileiro, construído pelo Barão de Mauá, lança ao mar o petroleiro Celso Furtado. Este novo capítulo é de especial importância porque marca a retomada da indústria naval fluminense, depois de anos de crise. O Celso Furtado é o primeiro navio encomendado pelo Sistema Petrobras a um estaleiro fluminense a ser entregue em 13 anos. O último, o Livramento, foi concluído pelo Estaleiro Eisa, em 1997. Com as encomendas do Promef, a indústria naval fluminense volta a trabalhar a todo o vapor. O Es-
tado do Rio já conta com 16 navios encomendados pelo programa da Transpetro, contabilizando R$ 2,2 bilhões em investimentos. Serão 10 mil empregos diretos e outros 40 mil indiretos. Somente o Estaleiro Mauá emprega mais de três mil brasileiros. Tradicional polo naval do País, os estaleiros fluminenses foram os responsáveis pela construção de grandes embarcações, sendo o Brasil o segundo maior construtor de navios do mundo na década de 1970. Vinte anos depois, o setor passava pela sua maior crise. Nos dias atuais, seis anos após o lançamento do Promef, a indústria naval brasileira, que havia desaparecido dos radares, já possui a quarta maior carteira de encomendas de navios petroleiros do mundo.
Encomendas no Estado do Rio de Janeiro Quatro navios Panamax n Estaleiro Eisa Quatro navios de produtos n Estaleiro Mauá Três navios de bunker (óleo combustível marítimo) n Estaleiro Superpesa Cinco navios de Produtos, para transporte de derivados de petróleo n Estaleiro Rio Nave
“O meu sonho se tornou realidade. Faço parte hoje da tripulação do maior e mais moderno navio petroleiro do Brasil, o João Cândido.” Fábio Guilherme Torres é imediato do João Cândido, o primeiro navio do Promef
um sonho construído em Pernambuco Assim como o Rio de Janeiro, Pernambuco também se beneficiou com o aquecimento da indústria naval. Em Ipojuca, no Complexo Industrial de Suape, foi criado o Estaleiro Atlântico Sul (EAS) com o objetivo de construir os 22 navios encomendados pelo Promef. O primeiro deles, o João Cândido, foi lançado ao mar em maio deste ano e deu espaço no dique seco para o início da construção do segundo Suezmax, que deve encontrar as águas pernambucanas ainda no final de 2010. Ao todo, o EAS vai construir dez navios petroleiros Suezmax, cinco Aframax, quatro aliviadores Suezmax e três aliviadores Aframax. São navios de grande porte. O João Cândido, por exemplo, tem 274 metros de comprimento, o equivalente a dois
campos de futebol. Esta grandiosidade de aço é capaz de transportar um milhão de barris de petróleo, ou seja, a metade da produção diária brasileira. Além de petróleo e derivados, estes navios carregam também o que há de mais moderno na tecnologia de navegação. Para operar um maquinário de ponta, como os novos navios da Transpetro, a empresa fez parcerias com universidades e centros de pesquisa e desenvolvimento, para a capacitação de mão-de-obra especializada. Bases tecnológicas e profissionais especializados são hoje uma realidade na Marinha Mercante brasileira. Uma das principais referências é o Centro de Excelência em Engenharia Naval e Oceânica (CEENO), que congrega a Transpetro, o Cenpes/ Petrobras, a Coppe/UFRJ, a Escola Politécnica da USP e o IPT/SP.
“A construção deste navio tem que ser levada a sério por nós não apenas pela recuperação e pela geração de empregos na indústria naval. É a autoafirmação de um povo, que durante muito tempo foi esquecida.” Luiz Inácio Lula da Silva, presidente da República Federativa do BrasiL
“Para mim é um estímulo saber que, ao construir os navios aqui no estaleiro, estou contribuindo para o desenvolvimento do meu País.” Carolina Queiroz dos Santos é inspetora de solda do Estaleiro Mauá
um mar de oportunidades O Promef mudou a vida de brasileiros e brasileiras na terra e no mar. Na terra, porque estão sendo geradas milhares de vagas de empregos nos estaleiros que constroem as embarcações. No mar, porque os 49 navios, que vão transportar nossas riquezas pelos oceanos, impulsionam o mercado de trabalho da Marinha Mercante do Brasil. Até 2015, a Transpetro dobrará a sua frota de navios, criando um mar de oportunidades para a carreira de marítimos. Para atender à demanda por força de trabalho, a empresa fez parceria com os dois centros de capacitação de mão-de-obra de marítimos no País, o Ciaga (Centro de Instrução Almirante Graça Aranha), no Rio de Janeiro, e o Ciaba (Centro de Instrução Almirante Brás de Aguiar), em Belém do Pará.
Treinamento também é prioridade para os homens e mulheres que trabalham na indústria naval. Em Pernambuco, foram geradas oportunidades para cortadores-de-cana, pescadores e domésticas, que passaram pelo “Nascedouro de Talentos” (reforço de ensino básico, com duração de 3 meses), além de centros de capacitação especializados. Com isso, ganharam uma nova profissão. No Rio de Janeiro, a revitalização dos quatro estaleiros que ajudarão a construir os navios do programa cria também postos de trabalho para soldadores, marceneiros, pintores, entre outras diversas profissões. As encomendas do Promef já geraram 15 mil empregos diretos no País, mas este número chegará a 40 mil ao longo do programa. É a Transpetro ajudando a fazer o futuro e a mudar a vida dos brasileiros.
“Nos últimos 20 anos, a minha vida foi marcada pelo trabalho informal nas ruas do Rio, como camelô. Graças à recuperação do setor naval, conquistei o meu primeiro emprego com carteira assinada.” João Batista Maia é montador da estrutura de base do navio Celso Furtado
“Trabalho há 50 anos no Estaleiro Mauá. Acompanhei todos os momentos, do auge ao declínio. Este será o 199° lançamento que assistirei aqui. A ansiedade é sempre muito grande. Afinal, sou também responsável pela construção desta importante embarcação.” Antonio José da Silveira é supervisor do setor de carpintaria do Estaleiro Mauá
“Antes de vir para o Mauá, distribuía cartões na rua. Era quando observava as funcionárias de uniforme indo trabalhar no estaleiro. Naquele tempo eu pensava que só homens trabalhavam na indústria naval.” Tainá dos Santos é soldadora do Estaleiro Mauá
“Comecei trabalhando como auxiliar de limpeza no Estaleiro Mauá e tive a oportunidade de conquistar novos cargos. Acredito em um futuro brilhante, tanto para a minha carreira, quanto para o setor naval brasileiro. Com este emprego consegui comprar a minha casa e tenho certeza de que ainda vou realizar outros sonhos, como cursar a faculdade de engenharia naval.” Fernando Monteiro Nunes é carpinteiro e ajudou a construir o navio Celso Furtado
Navio Celso Furtado embarcação para transporte de derivados claros de petróleo, com capacidade para 48,3 mil toneladas de porte bruto e 183 metros de comprimento
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